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Pós-Graduação
APRESENTAÇÃO DA PROFESSORA
Junto a isso,
Observar a teoria sobre o estatuto das línguas sinalizadas na
linguística perpassando os principais autores.
Compreender as concepções de linguagem na língua oficial do pais e
suas implicações para o ensino da Libras: uma analogia possível.
Compreender os aspectos fonéticos-fonológicos da Libras.
Compreender os aspectos morfológicos da Libras.
VAMOS LÁ!!!!!
UNIDADE 1 – LINGUÍSTICA E A LÍNGUAS DE SINAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Compreender os aspectos linguísticos das línguas de sinais.
Observar o estatuto linguístico das línguas de sinais.
Entender a diferença entre uma língua oral-auditiva e o uma sinalizada.
Língua portuguesa: é uma língua oral-auditiva; baseada nos sons; usa uma sintaxe
linear, utilizando a descrição para captar o uso de classificadores; este processo não
é comum na Língua Portuguesa; utiliza referências anafóricas, mas algumas frases
apresentam ambiguidade; o gênero é marcado a ponto de ser redundante; atribuir
um valor gramatical às expressões faciais não é considerado como relevante,
apesar de poder ser substituído pela prosódia; a escrita é alfabética.
Resumo
Coisas que são ditas na língua de sinais não são ditas usando o mesmo tipo
de construção gramatical na língua portuguesa. Assim, tem vezes que uma
grande frase é necessária para dizer poucas palavras em uma ou outra
língua.
QUESTÕES IMPORTANTES
SAIBA MAIS
http://www.editora-arara-azul.com.br/ebooks/catalogo/completo_port.pdf
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1. A década de 1960 foi uma década bem marcada por estudos novos, visto
que rompia uma linha de pensamento. Explique quais os motivos pelo qual os
estudos sobre as línguas sinalizadas começaram a ganhas espações neste
momento histórico.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Observar a língua escrita majoritária – Língua portuguesa e seus principais
problemas.
Compreender que a língua portuguesa escrita é a segunda língua (L2) dos
surdos.
Entender os principais problemas que pairam as concepções de linguagem
sobre o ensino de língua portuguesa para auxiliar a compreensão das
produções de alunos surdos.
Uma das disciplinas mais temidas pelos alunos e, por outro lado, mais
valorizada pelos pais e pelos professores é a Língua Portuguesa. Entre os alunos do
ensino fundamental, é comum o questionamento sobre por que e para que são
obrigados a frequentar essa disciplina com uma carga horária equivalente a outras,
como a Matemática, consideradas mais importantes para sua formação escolar.
Para muitos desses alunos, a aprendizagem formal da língua portuguesa é similar à
aprendizagem de uma língua estrangeira que é usada apenas no ambiente escolar
ou em situações muito especiais com as quais não se identificam. Aparentemente,
seu comportamento deve-se ao fato de não compreenderem a função das
variedades e modalidades linguísticas.
Além desses problemas enfrentados junto aos alunos, a aprendizagem de
Língua Portuguesa, apesar das medidas educacionais implementadas nas últimas
décadas, continua sendo uma das preocupações dos educadores brasileiros.
Depoimentos de professores e de pesquisadores têm mostrado o agravamento do
desempenho dos alunos do ensino fundamental e médio nessa disciplina. Segundo
os dados do SAEB - Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (INEP,
2002), os alunos vêm apresentando defasagem cada vez maior entre a série em que
se encontram e os conhecimentos de Língua Portuguesa que dominam.
Por outro lado, ensinar Língua Portuguesa aos próprios falantes parece uma
contradição, pois se acredita que quem domina a forma oral de determinada língua
tende a dominar a correspondente forma escrita. De acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), o motivo real do ensino da gramática
tradicional - o porquê, o para quê e o como - apresenta lacunas teóricas e práticas
que merecem reflexão por parte dos professores. O baixo desempenho dos alunos
pode ser explicado pela ineficácia das metodologias de ensino desta disciplina, em
especial, quando se refere à língua falada e às regras gramaticais (BRASIL, 1998;
BATISTA, 1997; TRAVAGLIA, 1996).
Assim, os conteúdos ensinados, o enfoque que se dá a eles, as estratégias
de trabalho com seus alunos, a bibliografia utilizada, o sistema de avaliação, o
relacionamento com os alunos, tudo corresponderá ao caminho que o profissional
optou.
Nesse sentido, ao discutir uma alternativa de ação para a crise de ensino
instalada no país, desde há 30 anos, particularmente a de Língua Portuguesa,
Geraldi (1984), propõe uma questão prévia a respeito do processo ensino-
aprendizagem, sendo: para que ensinamos o que ensinamos? e sua correlata
para que as crianças aprendem o que ensinamos?
Conforme o autor, no caso específico da língua materna, a possível resposta
envolve a articulação metodológica entre uma concepção de linguagem e sua
correlação com a postura educacional, uma vez que aliada aos métodos escolhidos
pelos professores para o ensino está a forma como o profissional concebe a
linguagem e a língua, uma vez que ao conceber a natureza fundamental da língua
modifica significativamente como se estrutura o trabalho com a língua em termos de
ensino. A concepção de linguagem é tão importante quanto a postura que se tem.
Atendo-se a considerar o aspecto relativo à concepção de linguagem, propõe, três
formas de concebê-la: 1) Expressão do pensamento; 2) Instrumento de
comunicação e 3) Processo de interação.
A primeira concepção de linguagem (linguagem como expressão de
pensamento) é um princípio sustentado pela tradição gramatical grega, passando
pelos latinos, pela Idade Média e pela Moderna, teoricamente só rompida no início
do século XX, de forma efetiva, por Saussure (1969). Preconiza que a expressão é
produzida no interior da mente dos indivíduos. E da capacidade de o homem
organizar a lógica do pensamento dependerá a exteriorização do mesmo (do
pensamento), por meio de linguagem articulada e organizada. Assim, a linguagem é
considerada a “tradução” do pensamento. A concepção em questão fundamenta os
estudos tradicionais de língua. Parte da hipótese de que a natureza da linguagem é
racional, por entender os homens pensarem conforme regras universais.
Quando um professor adota a primeira concepção de linguagem acaba por
considerar que a expressão de seus alunos julgará a forma como pensam, ou seja,
se não se expressarem bem, logo não pensarão bem e vice-versa. Dessa forma,
observa-se que o profissional ao adotar essa concepção estará diretamente atrelado
aos estudos linguísticos tradicionais resultando em um ensino tradicional ou
normativo, a saber, em um ensino mecanizado e cristalizado dependente
unicamente de leis psicológicas individuais em que os homens organizam seu
pensamento dependerá da exteriorização dessa forma de pensar via uma linguagem
articulada e organizada.
A língua é um veículo para exteriorização do pensamento. O pensamento é
uma faculdade inata do ser humano pré-existente à linguagem. Dessa forma, os
indivíduos podem pensar sem fazer uso dela (GERALDI, 1996). Junto a isso, a
forma de pensar decorre que o pensamento tem uma forma lógica que por sua vez a
linguagem deve tê-la, já que ela se espelha a nível interior do próprio homem.
Também não leva em consideração o interlocutor, pois o que postula é uma relação
entre sujeito pensante e a língua. Além disso, aprender a falar bem e escrever bem
e conhecer a forma da língua significa aprender a exteriorizar bem o pensamento.
Esta concepção de linguagem praticamente não admite a variação
lingüística, já que a esta variação deveriam corresponder “variações” de
pensamento corresponde à forma “correta” do pensamento. Admite que existam
línguas melhores e línguas piores. Esta concepção iluminou os estudos tradicionais
de gramática e que subjaz, ainda de maneira desorganizada às gramáticas
escolares. Ficando muito atenuado o preconceito linguístico, já que todos os homens
teriam a mesma “forma” linguística inata.
Na linguagem como instrumento de comunicação, fruto basicamente do
pensamento estruturalista, a segunda concepção de linguagem vê a língua como um
código (conjunto de signos) que se combinam de acordo com certas regras, que
permite a um emissor a transmissão de uma determinada “mensagem” a um
“receptor”, desde que ambos tenham domínio deste código. Naturalmente, as
possibilidades de comunicação serão maiores à medida que o receptor e emissor
tiverem um maior domínio do código.
A grande ruptura à concepção de linguagem como expressão do pensamento
é observada em Saussure (1969) ao estabelecer a dicotomia Langue/Parole. Em
oposição à Parole, manifestação individual concreta dos falantes, sujeita a
variações, a Langue é conceituada como um sistema de signos, de caráter social,
homogêneo, abstrato internalizado na mente dos falantes.
Essa concepção admite a possibilidade de variação linguística, uma vez que o
critério de avaliação passa a ser a comunicabilidade e não mais a sua adequação a
uma forma de pensamento. Além disso, ela postula que a língua (código) é um
produto social e histórico (portanto, não mais objetivo ou psicológico) ainda que este
produto nunca seja tomado em sua concretude, a partir de seus usos reais, mas sim
a partir de performances individuais, cujas eventuais idiossincrasias ou “falhas” não
interfeririam na estrutura mesma da língua.
Uma vez que o sujeito não interfere na estrutura linguística e que precisa dela
para se comunicar, uma decorrência básica para o ensino é a necessidade do
treinamento do indivíduo no domínio do código. O aprendizado linguístico, neste
caso, dependeria fundamentalmente do desenvolvimento de sua capacidade de
discriminação perceptiva e do volumo de informações a que tiver acesso. Muitos
manuais didáticos atuais de ensino de português trazem implicitamente esta
concepção de língua. Poucos ainda estão preocupados com os processos
psicológicos envolvidos na aprendizagem da escrita ou textos às consequências que
a noção de treinamento que traz ao ensino.
Esta concepção acerta (evolui, se diferencia) ao considerar que a
comunicação é uma das funções essenciais de linguagem, mas equivoca-se ao
considerar todos os aspectos da linguagem neste nível. Com isso, perdem-se os
caracteres subjetivos e interativos constitutivos da linguagem.
Já se o professor obtiver sua prática voltada a segunda concepção de
linguagem (instrumento de comunicação), a concepção de língua é vista como um
código, vale dizer, como um conjunto de signos que se combinam segundo regras, e
que é capaz de transmitir uma mensagem, informações de um emissor a um
receptor. Esse código deve, portanto, ser dominado pelos falantes para que a
comunicação possa ser efetivada como o uso do código que é a língua é um ato
social, envolvendo consequentemente pelo menos duas pessoas, envolvendo
consequentemente pelo menos duas pessoas, é necessário que o código seja
utilizado de maneira semelhante, preestabelecida, convencionada para que a
comunicação se efetive.
Dessa forma, “o sistema linguístico é percebido como um fato objetivo externo
à consciência individual e independente desta. A língua opõe-se ao indivíduo
enquanto norma indestrutível, peremptória, que o indivíduo só pode aceitar como tal”
(NEDER, 1992).
Essa concepção levou ao estudo da língua enquanto código virtual, isolado de
sua utilização na fala (Saussure) ou no seu desempenho (Chomsky). Isso fez com
que a Linguística não considerasse os interlocutores e a situação de uso com
determinantes das unidades das unidades e regras que constituem a língua, isto é,
afastou o indivíduo falante do processo de produção, do que é social e histórico na
língua. Essa é uma visão monológica e imanente da língua, que a estuda segundo
uma perspectiva formalista – que limita esse estudo ao funcionamento interno da
língua – e que a separa do homem no seu contexto social. Essa concepção está
representada pelos estudos linguísticos realizados pelo estruturalismo (a partir de
Saussure) e pela transformalismo (a partir de Chomsky) que adota as ideias de
Frigotto.
Para essa concepção o falante tem em sua mente uma mensagem de
transmitir a um ouvinte, ou seja, informações que quer que cheguem ao outro. Para
isso, ele a coloca em código (codificação) e a remete para o outro através de um
canal (ondas sonoras ou luminosas). O outro recebe os sinais codificados e os
transforma de novo em mensagem (informações). É a decodificação.
A terceira concepção vê a linguagem como forma de interação. O
pressuposto central desta concepção é a impossibilidade de pensar a linguagem
sem considerar a relação do (s) sujeito (s) com a língua e suas condições de uso.
Muito mais do que permitir a transmissão de informações, nas quais os sujeitos
atuariam como máquinas de codificação, a linguaguem é vista como um espaço e
resultado de interação humana. Ao usá-la o sujeito prática ações que não
conseguiria praticar a não ser falando, mais do que isto, ele age sobre o ouvinte,
constitui com este compromisso, muda ou tenta modificar seu comportamento.
Nessa concepção o que o indivíduo faz ao usar a língua não é tão-somente
traduzir e exteriorizar um pensamento, ou transmitir informações a outrem, mas sim
realizar ações, agir, atuar sobre o interlocutor (ouvinte/leitor). A linguagem é, pois em
lugar de interação humana, de interação comunicativa pela produção de efeitos de
sentido entre interlocutores, em uma dada situação de comunicação e em contexto
sócio-histórico e ideológico. Os usuários da língua ou interlocutores interagem
enquanto sujeitos que ocupam lugares sociais e “falam” e “ouvem” desses lugares
de acordo com formações imaginárias (imagens) que a sociedade estabeleceu para
tais lugares sociais, como diz Neder (1992), a verdadeira substância da linguagem
não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas, nem pela
enunciação monológica isolada, nem pelo ato psicofisiológico e de sua produção,
mas pelo fenômeno social de interação verbal, realizada pela enunciação ou pelas
enunciações. A interação verbal constitui, assim, a realidade fundamental da
linguagem.
A língua torna-se um espaço de ação, enquanto a linguagem é objetiva e
constitui o espaço em que os sujeitos interagem. Ela é o efeito de interação do
locutor e do receptor produzido através do material de um determinado complexo
sonoro. Tem como característica colocar em evidência o caráter político e ideológico
que implica a eleição de qualquer variedade linguística como aquela que deve ser
ensinada. Torna claro que a aprendizagem de uma língua (ou de uma variedade
linguística) não se dá por treinamento, mas pelo seu uso real em situações
interlocutivas variadas, nas quais os falantes e ouvintes são muito mais do que
emissores e receptores de mensagens.
Por fim, coloca o professor e o aluno frente a frente, não como oponentes,
mas como participantes do jogo interlocutivo, o que significa que são sujeitos
construindo um conhecimento, isto é, conceber a linguagem como forma de
interação significa entendê-la como um trabalho coletivo.
No ensino, A terceira concepção de linguagem implicará em uma postura
educacional diferenciada, uma vez que situa a linguagem como lugar de constituição
das relações sociais, onde os falantes se tornam sujeitos. A língua só tem existência
no jogo que se joga na sociedade, na interlocução. E é no interior de seu
funcionamento que se pode procurar estabelecer regras de tal jogo.
Estudar a língua é, então, tentar detectar os compromissos que se criam por
meio da fala e das condições que devem ser preenchidas por um falante para falar
de certa forma em determinada situação concreta de interação. Nessa perspectiva é
muito mais importante estudar as relações que se constituem entre os sujeitos no
momento em que falam do que simplesmente esclarecer classificações e denominar
tipos de sentenças.
Dessa forma, o diálogo em sentido amplo é que caracteriza a linguagem.
Essa concepção é representada por todas as correntes de estudo da língua que
podem ser reunidas sob o rótulo de linguística da enunciação. Aqui estariam
incluídas as correntes e teorias tais como a Linguística Textual, Teoria do Discurso,
Analise do Discurso. Análise da Conversação, Semântica Argumentativa e todos os
estudos de alguma forma ligados à Pragmática.
A terceira concepção de linguagem é uma possibilidade possível de
embasamento para o ensino de língua materna, no entanto conhecer as três
concepções de linguagem é tarefa fundamental. Travaglia (1996) observa que as
concepções de linguagem, de leitura e de gramática adotadas por muitos
professores continuam fundamentadas em um método tradicional de ensino de
Língua Portuguesa. Assim, o professor não cede espaço à atividade de reflexão do
aluno em decorrência da ênfase dada ao método tradicional de compreensão e
estudo gramatical de textos. Segundo Travaglia (1996), esse desempenho pode ser
explicado, entre outros aspectos, pelas concepções de língua/linguagem, leitura e
gramática adotadas por muitos professores, as quais continuam fundamentadas em
métodos tradicionais de ensino de língua portuguesa. Dessa forma, não cede
espaço à atividade de reflexão aos alunos.
SAIBA MAIS
http://wwws.fclar.unesp.br/agenda-pos/linguistica_lingua_portuguesa/3077.pdf
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
OBJETIVOS
Descrever os aspectos fonéticos-fonológicos da Libras.
Compreender a estrutura e funcionamento na execução dos sinais.
PALAVRAS INCIAIS
A fonética e a fonologia das línguas de sinais são áreas da linguística que tem
objeto de estudo as unidades mínimas dos sinais que não apresentam significado
isoladamente. Por terem o mesmo objeto de estudo são disciplinas correlacionadas,
no entanto o mesmo objeto é analisado de forma diferente.
Na fonética, a principal preocupação é DESCREVER as unidades mínimas
dos sinais. Descreve as propriedades físicas, articulatórias e perceptivas de
configuração e orientação de mão, movimento, locação, expressão corporal e facial.
É a área que investiga o aspecto material das unidades mínimas das línguas
de sinais, por exemplo, descrever a seleção dos dedos (número de dedos
selecionados), a configuração dos dedos (mão aberta ou fechada, dedos flexionados
ou estendidos, contato e abertura entre os dedos). As bases visuais relacionadas
com a percepção e as bases fisiológicas relacionadas com a produção.
Estuda as unidades mínimas dos sinais independem da função que eles
possam desempenhar em uma língua determinada. As unidades básicas da fonética
são descritas entre colchetes [ ].
A fonologia é um ramo da linguística que objetiva identificar a estrutura e a
organização dos constituintes fonológicos, propondo modelos descritivos e a
explanatórios. 1) determinar quais são as unidades mínimas que formam os sinais 2)
estabelecer quais são os padrões possíveis de combinação entre essas unidades e
variações possíveis no ambiente fonológico (QUADROS, 2005).
Estuda as diferenças percebidas e produzidas relacionadas com as
diferenças de significado: OPOSIÇÃO: QUANTO À CONFIGURAÇÃO DE MÃO:
FAMÍLIA E REUNIÃO; QUANTO AO MOVIMENTO: TRABALHAR E VÍDEO;
QUANTO À LOCAÇÃO: SÁBADO E APRENDER.
Estuda a CONFIGURAÇÃO DE MÃO, LOCAÇÃO, MOVIMENTO,
EXPRESSÕES NÃO-MANUAIS E ORIENTAÇÃO DE MÃO segundo a função que
eles cumprem em uma língua específica, as unidades relacionadas às diferenças de
significado e a sua inter-relação significativa para formar sílabas, morfemas e sinais.
As unidades mínimas da fonologia são os fonemas que, por convenção, são
representados entre barras inclinadas //. Cada língua apresenta um número
determinado de unidades mínimas cuja função é determinar a diferença de
significado de um sinal em relação ao outro sinal.
Os fonemas:
/a/ /ê/ /i/ /ô/ /u/ /ã/ /e/ /i/ /o/ /u/ /é/ /ó/
/p/ /b/ /m/ /f/ /v/ /t/ /d/ /n/ /nh/ /l/ /lh/ /r/ /rr/ /z/ /s/ /j/ /x/ /g/ /q/
DESCRIÇÃO:
SINAIS:
DESCRIÇÃO:
• PARA CIMA
• PARA BAIXO
• PARA O
CORPO
• PARA FRENTE
• PARA
ESQUERDA
• PARA DIREITA
MEDO
RESTRIÇÕES FONOLÓGICAS NA PRODUÇÃO DE SINAIS COM AS DUAS
MÃOS
condição de simetria:
FAMÍLIA, TRABALHAR, BRINCAR
condição de dominância:
ÁRVORE, CURSO
SAIBA MAIS
http://revistas.iel.unicamp.br/index.php/seta/article/viewFile/1934/1507
ATIVIDADES DE AUTOESTUDO
OBJETIVOS
Descrever os aspectos morfológicos da Libras.
Compreender a estrutura e funcionamento da morfologia na execução dos
sinais.
PALAVRAS INICIAIS
SISTEMA MORFOLÓGICO
Como a língua portuguesa, a Libras conta com um léxico e com recursos que
permitem a criação de novos sinais. Diferentemente das línguas orais, em que
palavras complexas são, muitas vezes, formadas pela adição de um prefixo ou
sufixo a uma raiz, nas línguas de sinais, frequentemente a raiz é enriquecida com
vários movimentos e contornos no espaço de sinalização (Klima e Bellugi, 1979). O
sistema morfológico, na Língua Brasileira de Sinais, estuda a criação de sinais, as
categorias gramaticais e as flexões.
CRIAÇÃO DE SINAIS
Incorporação de argumento:
LAVAR O CABELO; LAVAR PRATO E LAVAR ROUPA.
Incorporação de numeral:
DIAS, HORAS
Incorporação da negação:
CATEGORIAS GRAMATICAIS
Verbos – dividem-se em três classes:
Verbos simples – são verbos que não se flexionam em pessoa e número e não
incorporam afixos locativos.
CONHECER, APRENDER, GOSTAR
Verbos direcionais (com concordância) – são verbos que se flexionam em
pessoa, número e aspecto, mas não incorporam afixos locativos.
DAR, PERGUNTAR, OLHAR
PRONOMES
Os pronomes são expressos por meio dos sinais de apontar com o dedo
indicador. Quando o enunciador (pessoa que fala) aponta para si (olhando para o
receptor), esse sinal é interpretado como “EU”.
O apontar para o interlocutor (olhando para o receptor) é interpretado como
“TU” ou “VOCÊ”.
O apontar para uma outra pessoa que não está na conversa, olhando para o
receptor ou para um local estabelecido no espaço, é interpretado como “ELE”,
“ELA”.
CLASSIFICADORES
Os classificadores são formas que, substituindo o nome que as precedem,
podem vir junto com o verbo para classificar o sujeito ou o objeto que está ligado à
ação do verbo (Felipe, 2001).
Morgan (2005) refere que, nas narrativas, um classificador é, muitas vezes,
usado para manter a referência a objeto ou personagem previamente mencionado
por meio de um sinal.
Em relação às formas dos classificadores, Ferreira-Brito (1995) refere que a
configuração de mão em V pode ser usada para se referir a pessoas, animais ou
objetos; em C, para qualquer tipo de objeto cilíndrico, e em B, para superfícies
planas, por exemplo.
Flexão verbal
A flexão de número nos verbos refere-se à distinção para um, dois, três ou
mais referentes. Assim, o verbo que apresenta concordância direciona-se para um,
dois ou três pontos estabelecidos no espaço ou para uma referência generalizada
incluindo todos os referentes integrantes do discurso (Quadros e Karnopp, 2004).
A flexão de aspecto está relacionada com as formas e a duração dos
movimentos.
Os aspectos pontual, continuativo, durativo e iterativo são obtidos por meio de
alterações do movimento e/ou da configuração da mão (Ferreira-Brito, 1995).
A Libras apresenta, ainda, em suas formas verbais, a marca de tempo de
forma diferente de como acontece na língua portuguesa. O tempo é marcado por
meio de advérbios de tempo que indicam se a ação está ocorrendo no presente
(hoje, agora), se ocorreu no passado (ontem, anteontem), ou se ocorrerá no futuro
(amanhã, semana que vem). Para um tempo verbal indefinido, usam-se os sinais
passado e futuro (Felipe, 2001). Para expressar a ideia de passado, o sinal de já,
antecedendo o verbo, ou o meneio afirmativo com a cabeça, concomitante à
realização do sinal, é muito utilizado.
FLEXÃO NOMINAL
ATIVIDADES DE AUTOESTUDO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
FIORIN, José Luiz (org.). Introdução à linguística. 5a. ed. São Paulo: Contexto,
2008.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa/ Paulo Freire- São Paulo: Paz e Terra, 1996- (Coleção Leitura)
GERALDI, J.W. O texto na sala de aula. 1997.
IGNATIUS, Clélia Maria; NOGUEIRA, Beatriz Ignatius; CARNEIRO,Marília Ignatius
Nogueira Carneiro. LIBRAS- Processo inclusivo na educação básica. Maringá-
Pr.: Unicesumar, 2016.p.335.
Introdução à lingüística. Objetos teóricos. São Paulo: Contexto.
MOURA, M.C. O surdo: caminhos para uma nova identidade. Rio de Janeiro:
Reiventer, 2000.
NUNES, Sylvia da Silveira et al . Surdez e educação: escolas inclusivas e/ou
bilíngues?.Psicol. Esc. Educ., Maringá , v. 19, n. 3, dez. 2015 . Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141385572015000300537&
lng=pt&nrm=iso>. Acessos em :02 mar. 2016.
ORLANDI, Eni Puccinelli. O que é linguística. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 2009.
PAVEAU, Marie-Anne & SARFATI, Georges-Élia. As grandes teorias da
lingüística: da gramática comparada à pragmática. Trad. M. R. Gregolin et all. São
Carlos: Claraluz, 2006.
PERLIN, Gladis. Identidades surdas. In: SKLIAR, Carlos (Org.). A surdez – um
olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação, 2005. p. 51-73.