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FUNDAMENTOS DA

MORFOLOGIA DA LIBRAS

Conceito de Morfologia e morfema


Composição do léxico da Libras
MORFOLOGIA
 Na constituição do termo morfologia
encontram-se os elementos [morf(o)] e
[logia] que em grego significam:

 morphé = ―forma‖

 logía = ―estudo‖.
MORFOLOGIA
 É o estudo da estrutura interna das
palavras ou dos sinais assim como das
regras que determinam a formação das
palavras (QUADROS; KARNOPP, 2004, P.
86).
 É a parte da gramática que descreve a
forma das palavras. Ou ainda: ―morfologia
é o estudo da estrutura interna das
palavras‖ (MONTEIRO, 2002, p. 11).
MORFOLOGIA
Morfologia implica saber o que se
entende por forma, tomada como
sinônimo de estrutura, cujas partes são os
morfemas.
A morfologia aborda, portanto,
predominantemente os processos nos
quais se acrescenta um segmento a
outro(s) já existente(s) para modificar o
sentido. (MARGOTTI; MARGOTTI, 2009,
p. 12)
MORFEMA
 A palavra morfema deriva do grego morphé,
que significa forma.
 Unidade mínima da estrutura do vocábulo
dotada de sentido.
 Os morfemas são as menores unidades
significativas que podem constituir vocábulos
ou partes de vocábulos.
 É uma entidade abstrata que se concretiza,
na estrutura de uma palavra.
(MARGOTTI; MARGOTTI, 2009, p. 169)
ALTERAÇÃO DE SENTIDO
 Vejam-se exemplos de processos
morfológicos por acréscimo em (1) e de
alternância em (2).
 1) legal < i + legal < i + legal + idade
 plano > plano + s
 diretor < diretor + a
 estudar < estudar + re + mos
 2) pude ≠ pôde
 avô ≠ avó
 fiz ≠ fez
MORFOLOGIA
 O centro de interesse da morfologia é a
palavra.
 A palavra é identificada como uma
unidade formal da linguagem, que, sozinha
ou associada a outras, pode constituir um
enunciado (PETTER, 2003, p. 59).
MORFOLOGIA
 Questões morfológicas podem ser
estudas por meio de três grupos:

1. Estrutura da palavra
2. Formação da palavra
3. Classe de palavras
Como é formado o léxico da Libras?

Língua de sinais: A Língua Brasileira de


Sinais e a Língua Americana de Sinais
(American Sign Language – ASL) têm como
influência comum a Língua Francesa de
Sinais. Isso aconteceu porque a
escolarização formal foi fortemente
influenciada pelos primeiros educadores
surdos franceses que atuaram nas primeiras
escolas para surdos nos dois países.
Léxico na Libras
Brentari e Padden (apud QUADROS, p.88,2004)
a seguinte composição do léxico:
O LÉXICO EM LIBRAS: Sinal: Stokoe (apud
dados básicos
(QUADROS;KARNOPP, 2004) )
definiu gesto como movimento
Soletração manual não é uma comunicativo não analisável
representação direta do português, é uma linguisticamente, enquanto sinal
representação manual da ortografia do
português , atua como um empréstimo designaria a menor unidade da língua
linguístico. (QUADROS;KARNOPP, 2004) de sinais com significado (ou seja,
signo). Por exemplo: APRENDER e
* Datilologia: soletração de palavras do SÁBADO.
português, como nome de pessoas ou
palavras que não têm sinal equivalente. Por
exemplo:V-A-L-E-R-I-A. Classificador: “configurações de
mãos que, relacionadas à coisa,
* Sinal soletrado ou soletração pessoa, animal e veículo, funcionam
rítmica: Estágio da datilologia que como marcadores de concordância‖
apresenta forma, ritmo e movimento Por exemplo, verbo classificador.
próprios. Por exemplo: PAI, MÃE, CHOPP, (FELIPE, 2007).
SHOPPING, NUNCA, QUEM, BOM DIA e
PIZZA.
Soletração
 Há empréstimos do português em que o
sinal é produzido com a soletração,
embora esta sofra um processo de
lexicalização moldando-se às regras da
língua de sinais brasileira. Por exemplo, ao
invés da soletração S-O-L, a produção do
sinal ocorre em uma locação diferenciada
da produção da soletração e omite a
vogal O, passando a ser produzida S-L.
(QUADROS, PIZZIO, REZENDE, 2009)
Atividade
 1. Qual a diferença entre sinal e gesto?
 2. O que significa morfologia?
 3. O que é morfema?
 4. Como é constituído o léxico da Libras?
 5. Dê exemplos de datilologia.
 6. Dê exemplos de sinais soletrado.
 7. Dê exemplo de sinais.
 8. Dê exemplo de classificadores.
Referências
BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de Língua de Sinais, reimpr.
Rio de Janeiro:Tempo Brasileiro, 2010.
FELIPE, Tanya A. Libras em Contexto: curso básico, 7ᵃed, Rio de Janeiro:
Wallprint Gráfica e E
MARGOTTI ;Felício Wessling; MARGOTTI, Rita de Cássia Mello
Ferreira. Morfologia do Português. UFSC, UAB.— Florianópolis :
LLV/CCE/UFSC, 2009.
MONTEIRO, José Lemos. Morfologia portuguesa. Campinas,SP: Pontes,
2002.
QUADROS, Ronice Muller de; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua de
Sinais Brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre:Artmed, 2004.
QUADROS, Ronice Muller de; PIZZIO, Aline Lemos; REZENDE,
Patrícia Luiza Ferreira. Língua Brasileira de Sinais I. Universidade Federal
de Santa Catarina – UFSC. 2009. Disponível em
http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/li
nguaBrasileiraDeSinaisI/assets/459/Texto_base.pdf . Acessado em 27
ago 2018.

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