Você está na página 1de 34

Manual de Formação

UNIDADE DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

CURSO DE ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

Módulo: Língua Portuguesa- Documentação Administrativa e


Comercial

1
Manual de Formação

Índice
Introdução.....................................................................................................................................................3
Documentação..............................................................................................................................................3
CORRESPONDÊNCIA..................................................................................................................................4
O Papel de carta........................................................................................................................................4
A Tinta.......................................................................................................................................................4
O Estilo......................................................................................................................................................4
A carta.......................................................................................................................................................4
Fórmulas de cortesia.................................................................................................................................5
REDACÇÃO COMERCIAL................................................................................................................................6
ESTRUTURA...................................................................................................................................................6
Carta Comercial..........................................................................................................................................11
EXEMPLO DE CARTA COMERCIAL.....................................................................................................11
ESTRUTURA DA CARTA COMERCIAL........................................................................................................12
Partes da carta comercial.........................................................................................................13
Timbre.........................................................................................................................................................16
Requerimento........................................................................................................................................18
ESTRUTURA DO REQUERIMENTO...............................................................................................................19
CONSIDERAÇÕES SOBRE O REQUERIMENTO.............................................................................................20
Modelo de Requerimento Simples.............................................................................................................21
Modelo de Requerimento Complexo ou Petição........................................................................................22
Memorando.............................................................................................................................................23
ESTRUTURA DO MEMORANDO..................................................................................................................24
CONSIDERAÇÕES SOBRE O MEMORANDO.................................................................................................25
Ofício.........................................................................................................................................................27
ESTRUTURA DO OFÍCIO..............................................................................................................................29
CONSIDERAÇÕES SOBRE O OFÍCIO.............................................................................................................30
Modelo de Relatório...................................................................................................................................31
Conclusão...................................................................................................................................................33
Bibliografia.................................................................................................................................................33

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 2


Manual de Formação

Introdução
Documentação
“Qualquer expressão do pensamento humano”;
“Qualquer base material que sirva para a expansão do pensamento humano e que esteja
disponível para estudo ou observação”;
“Toda a base de conhecimento, fixada materialmente, susceptível de ser utilizada para consulta,
estudo ou prova. Exemplos: manuscritos, impressos, representações gráficas ou figurativas,
espécies de museu, etc.”

Objectivos
Pretende-se que o formando adquira ferramentas necessárias para o trabalho administrativo,
em todo o circuito de documentação em língua portuguesa..
Pretende-se que o formando adquira instrumentos necessários para realização dos diferentes
trabalhos administrativos.

Benefícios de Utilização

Com este manual pretende-se abordar um conjunto de técnicas e instrumentos de trabalho


relacionados com os temas propostos no conteúdo programático do curso acima identificado.
O manual pode ser utilizado pelos formandos no acompanhamento das sessões e também como
auxiliar nas suas posteriores práticas profissionais.

Público – Alvo
Este manual destina-se a Formandos futuros Técnicos Administrativos, cuja função inclua
actividades de documentação administrativa.
Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 3
Manual de Formação

CORRESPONDÊNCIA

A preocupação com a correcta linguagem e como se procede à sua comunicação é a maneira de


mostrar respeito pelos outros.

Utilizamos a escrita na vida familiar, em sociedade, na profissão, estabelecendo assim ligações


indeléveis à distância.

Como nos cartões-de-visita, o estilo escolhido para a impressão do nome e da morada deve ser
simples e elegante. Devem figurar igualmente no papel da carta, no sobrescrito e no cartão. A
cor, textura e qualidade de papel e cartolina deverão ser sempre similares.

O Papel de carta

Deverá ser branco preferencialmente, ou noutras cores pastéis, num formato grande sem linhas
nem quadriculado. As fantasias e outras cores deverão ser somente usadas para a
correspondência familiar ou com amigos íntimos. O nome pode ser impresso, e se, se desejar
incluir, a morada e número de telefone no canto superior esquerdo da folha.

A Tinta

Se, se pretender ser mais requintado, o uso da caneta de tinta permanente é o recomendado, ou
então uma caneta de feltro de boa qualidade que se pareça com aquelas, sendo a esferográfica
reservada apenas para as cartas dirigidas aos familiares e amigos.
As cores da tinta deverão ser sempre o azul, o preto e a sépia, podendo ser usadas de acordo
com a cor do papel, no caso da correspondência íntima e familiar. As cartas comerciais e oficiais
devem ser sempre escritas a azul ou a preto, e sempre em papel branco ou creme claro e liso.
Nunca se usa tinta de cor vermelha.

O Estilo

Sem se pretender ser um escritor de craveira, o estilo da carta deve ser simples, claro, explícito e
natural. Sempre com grande atenção à gramática e à ortografia, sem nunca apresentar
quaisquer rasuras.

A carta

Escreve-se o lugar e a data (o nome do mês nunca o número) em cima à esquerda da folha;
                   
A fórmula que introduz a mensagem;

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 4


Manual de Formação

O assunto da correspondência, que se divide em:


          . Introdução;
          . Apresentação do assunto;
          . A sua conclusão.

A fórmula que termina a mensagem.

A assinatura manuscrita.

Fórmulas de cortesia

A fórmula que introduz a mensagem é variável com o tipo de relação que se mantém com o
destinatário.

A um superior, a alguém com uma relação circunstancial ou a um desconhecido:

 Ex.mo Senhor Presidente


 Ex.mo Senhor Director
 Ex.mo Senhor Professor
 Ex.mo Senhor
 Ex.ma Senhora D. X…
 Senhor X…
 Caro Senhor X…

A um amigo ou familiar:

          . Caro, seguido ou não do nome próprio ou apelido


          . Meu caro, seguido ou não do nome próprio ou apelido
          . Caríssimo, seguido ou não do nome próprio ou apelido
          . (Meu) querido amigo (colega, companheiro)

A fórmula que termina a mensagem, de amizade, simpatia ou cortesia formal.

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 5


Manual de Formação

REDACÇÃO COMERCIAL

A correspondência comercial é o tipo mais habitual de comunicação escrita no mundo


empresarial. Deve ser bem redigido, sem erros ortográficos e construções gramaticais
incorrectas ou rebuscadas.

ESTRUTURA

 O timbre

É o cabeçalho que figura na parte superior da carta. Aparece geralmente impresso. Inclui o nome
comercial da empresa, a sua morada completa e os números de telefone e de fax. No caso de
não estar impresso, deve-se escrever sempre em maiúsculas e sem sublinhar.

 A data

Geralmente escreve-se na parte superior direita e a sua parte final deve estar alinhada com a
margem direita do texto da carta, a dois ou três espaços (ou a um espaço de precaução) abaixo
da altura do timbre. Pode ser colocada também depois do texto, antes da despedida, alinhada à
esquerda. A data é precedida do nome da localidade de onde se escreve e separada dele por
uma vírgula. Embora se possa escrever a data com números, é mais estético escrever-se o nome
do mês com letras e o ano completo.

 O destinatário

O nome e a morada da empresa a que se dirige o documento devem ser escritas duas ou três
linhas abaixo da data, formando um pequeno bloco na parte esquerda da carta, a uns 2,5 cm da
última linha do timbre. No caso de serem utilizados envelopes de janela deve figurar do lado
direito.
Quando se envia ao cuidado de um funcionário da empresa, o nome deste deve ser escrito por
baixo da morada, utilizando-se o tratamento completo, ou seja, Ex.mo. Senhor e o cargo. Se não
se souber o nome do destinatário, convém fazer referência ao cargo que ocupa (Sr. Gerente, Sr.
Director...).

 O registo e a referência

Depois da morada e antes da saudação inicial, pode encontrar-se, à direita ou à esquerda, o


registo ou referência.
Normalmente, a correspondência da empresa tem um número progressivo de registo ou de
referência que facilita a sua procura e o arquivo. Quando se responde a uma carta que
apresente uma referência, a referência do emissor deve ser relacionada com o número de
registo e com a data da carta a que se responde.

 O assunto
A dois espaços abaixo da data encontra-se o assunto, com o qual se sintetiza o conteúdo global

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 6


Manual de Formação

da carta. Geralmente encontra-se alinhado à esquerda.

 O cabeçalho

O cabeçalho é necessário nas cartas em que se estabelece uma primeira relação e em todas as
cartas de carácter protocolar. Na saudação inicial não se deve escrever abreviaturas de qualquer
tipo.
As formas mais frequentes de saudação são: Excelentíssimo Senhor, quando o destinatário ocupa
uma posição social de relevo, e Estimado Senhor, menos protocolar.

 O texto

Começa-se a escrever a dois espaços do cabeçalho. É a parte central da carta, onde se expõe o
conteúdo do documento, centrado na folha e devidamente distribuído por parágrafos.
A redacção tem de ser clara e concisa, o que resultará numa maior facilidade de compreensão.
Utilizar-se-ão frases de comprimento reduzido e com um léxico oportuno. Os parágrafos não
deverão ser excessivamente compridos, tal como não se deve abusar das orações subordinadas.
Algumas vezes, para não se repetir frases ou termos habituais, estes terão de ser substituídos
pelas respectivas abreviaturas.
Por último, a linguagem utilizada manterá o tom certo, adequado à seriedade que qualquer
relação comercial minimamente séria exige.

 Despedida

Qualquer carta comercial termina com a frase de despedida. Escreve-se a dois espaços por baixo
do texto e sem ponto final, normalmente utiliza-se a vírgula. Tem de estar alinhada com os
parágrafos.
A despedida utilizada estará de acordo com o nível de relação que se tenha com o destinatário e
com a saudação utilizada. Não se usam abreviaturas.
A fórmula mais utilizada, se se conhecer previamente o destinatário ou se se mantiver uma
relação de amizade com ele, será Cordialmente ou então Saudações cordiais. Se, pelo contrário,
não se conhecer o interlocutor ou se este for uma pessoa importante, utilizar-se-á, entre outras,
as expressões que se seguem: Atentamente; Cumprimentos respeitosos de; Sem mais assunto,
cumprimentos de; Aproveitando a ocasião para o cumprimentar atentamente; Esperando
resposta, cumprimenta-os; Com os melhores cumprimentos.

 A assinatura

Escreve-se geralmente na parte esquerda da folha e a uma distância aproximada de dois espaços
da despedida. Vem sempre acompanhada da especificação do cargo do remetente na empresa.
Pode-se escrever inserindo, antes do nome do assinante, o do cargo que este ocupa na empresa.
Deve escrever-se, por baixo da assinatura, o nome do assinante à máquina.
Quando o remetente não assina a carta, esta pode assinar-se por ordem (p.o.), por poder (p.p.)
ou por delegação (p.d.) e deve incluir o nome da pessoa que a assina.
Na correspondência comercial também costuma figurar a referência da pessoa que ditou a carta
e a da pessoa que a escreveu.

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 7


Manual de Formação

CORRESPONDÊNCIA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Todos os escritos dirigidos a instâncias públicas devem limitar-se a regras comuns, tanto formais
como de conteúdo, que facilitam o tratamento, a leitura e a conservação/arquivo.

A redacção de escritos oficiais faz-se por meio de modelos mais rígidos do que os da
comunicação com outras empresas e tem de seguir as formalidades de forma rigorosa. Assim,
evitar-se-á tanto o carácter pessoal da correspondência como a improvisação e as frases colo-
quiais.
Antes de se redigir um documento oficial, é imprescindível obter-se as devidas informações
acerca da pessoa que o vai receber. Além disso, é preciso reunir a documentação que é
inevitável anexar ao documento oficial.

Os tipos de correspondência oficial são:


 A carta
 O ofício
 O requerimento
 O certificado

A CARTA

Por vezes os particulares podem dirigir-se à Administração por meio de uma carta, desde que
não se trate de um assunto oficial e que não existam outras regras específicas de procedimento.
Como em qualquer correspondência oficial, o conteúdo da carta deve ser adequadamente
normalizado por parágrafos e redigido com clareza e concisão.
A sua estrutura coincide com a das cartas comerciais, incluindo o timbre, a morada e todos os
dados de identificação da empresa.

O OFÍCIO

É a habitual comunicação escrita utilizada pelos organismos oficiais no seu relacionamento com
outros organismos oficiais, com empresas privadas e com particulares. Escreve-se normalmente
numa folha A4, em sentido vertical.
A redacção, tal como no caso da carta, tem de ser breve e concisa .

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 8


Manual de Formação

O REQUERIMENTO

É o mais comum dos escritos. Serve para requerer ou pedir uma coisa específica à Administração
ou aos organismos públicos. Os requerimentos recebem nomes diferentes, dependendo do
organismo ao qual se dirigem:
 Conhece-se pelo nome de «memorial» quando é dirigido a uma autoridade máxima, como, por
exemplo, o chefe do Estado ou o papa.
 Chama-se «exposição» quando se dirige ao Parlamento da nação ou a um órgão do Governo.
 Chama-se «pedido» ao requerimento utilizado para o resto dos casos.

O CERTIFICADO

É um documento em que se faz fé de algo e que tem valor legal. Pode haver certificados de
serviços prestados, de estudos realizados, de pagamentos, etc.
Para a sua elaboração, utiliza-se geralmente papel de tamanho A4, escrito em sentido vertical,
como se mostra de seguida:
 Cabeçalho. Coloca-se na parte superior do certificado, com uma margem de cerca de 3 cm; tal
como o requerimento, tem uma margem superior considerável.
O cabeçalho de um certificado é constituído pelo nome e apelidos da pessoa que o envia,
acompanhados da especificação do seu cargo. Costuma-se escrever em maiúsculas.
 Corpo do texto. Se, se escrever na terceira pessoa, o texto é precedido do termo CERTIFICA,
em maiúsculas, seguido de dois pontos. Se, se redigir na primeira pessoa, esta palavra prévia,
também em maiúsculas e seguida de dois pontos, deve ser a seguinte: CERTIFICO.
 Local e data. A data escreve-se em letras e costumam constar perto da mesma os efeitos para
os quais se passa o documento.
 Assinatura e selo. Colocam-se no final e à direita da folha.

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 9


Manual de Formação

FAX

O fax serve para enviar mensagens informais e urgentes. Existem formulários para este tipo de
correspondência que pouco variam de empresa para empresa. A linguagem deve simplificar-se
ao máximo para que a mensagem seja clara e concisa.

Em princípio, não é necessário acusar a recepção, que é feita automaticamente. Mas o fax não
deve ser utilizado para substituir as cartas. Se se tratar de uma correspondência formal ou oficial
pode-se, quanto muito, enviar por fax uma cópia da carta que foi mandada nesse dia pelo
correio, indicando isso mesmo no impresso de cobertura.

Não se deve mandar parabéns ou agradecimentos por fax. É preferível fazê-lo pelo telefone. E o
mesmo se aplica aos convites. Apenas numa emergência, no caso de se ter perdido o convite
enviado pelo correio, se poderá mandar uma cópia por fax.

É escusado lembrar que os faxes não devem conter mensagens confidenciais ou íntimas. Nunca
se sabe quantas pessoas terão acesso ao número de fax do seu interlocutor.

Carta Comercial
EXEMPLO DE CARTA COMERCIAL

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 10


Manual de Formação

1. Leiria, 19 de Junho de 2011.

(5 espaços)

2. Exmo. Sr. ou Sr.ª::

(3 espaços)

3. Com referência à sua reclamação, na carta do dia 7 do mês em curso, levamos ao conhecimento de V.
Exas. os necessários esclarecimentos.

(2 espaços)

O atraso na entrega da mercadoria solicitada ocorreu não por falha de nossos funcionários, mas por
incúria da empresa entregadora.
Estamos tomando as devidas providências a fim de que as mercadorias sejam entregues rapidamente.

(2 espaços)

4. Lamentamos o ocorrido e continuamos à disposição de V. Exas.

(3 espaços)

5. Manuel de Sá Miranda
Gerente de Vendas

ESTRUTURA DA CARTA COMERCIAL

Data
Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 11
Manual de Formação

Assunto

Descrição do assunto

Fecho

Assinatura / Função

Como qualquer outra é um instrumento de comunicação que se restringe a determinada


área: empresarial e/ou comercial, razão por que tem características próprias.

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 12


Manual de Formação

As qualidades da carta comercial são as seguintes:


a) Boa apresentação: exige-se, portanto, ordem, organização e limpeza.
b) Clareza: a obscuridade do texto impede a comunicação imediata e dá azo a
interpretações que podem levar a desentendimentos e, mesmo, a prejuízos
financeiros.

A linguagem há de ser:
1. Simples, evitando-se preocupação com enfeites literários.
2. Actual, isto é, inteligível à época presente.
3. Precisa, a saber, própria, específica, objectiva.
4. Correcta, com exacta observância das normas gramaticais.
5. Concisa, informando com economia de palavras.
6. Impessoal, com o máximo de objectividade, pois a carta comercial não é lugar
adequado para manifestações subjectivas e sentimentais.

Partes da carta comercial


a) Cabeçalho ou timbre: com todos os elementos que identifiquem a firma. Hoje, o
cabeçalho já vem impresso e há casos em que simplesmente não aparece.
b) Destinação ou endereçamento com:
- localidade: com respeito à localidade, deve-se prestar atenção ao seguinte:
 a tendência actual é se colocar o local à esquerda, no alto;
 não se abrevia o nome do lugar, escreve-se São Pedro de Moel e não S. Pedro de
Moel;
 após o nome da cidade, usa-se a vírgula.
c) Data: com respeito à data, importa lembrar:
 nome do mês com minúscula;
 após a data, segue ponto final;
 os numerais designativos de ano não se separam por ponto ou espaço; assim deve-
se escrever 2009 e não 2.009 ou 2 009;
 os numerais de uma data separam-se por hífen e não por barra.
Então, 07-01-09 e não 07/01/09;
 destinatário: nome, endereço, localidade.

d) Iniciação: abrangendo vocativo (invocação), referência e início, com várias fórmulas


possíveis.

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 13


Manual de Formação

- Na invocação é usual a expressão “Prezado(s) Senhor (Senhores)”, seguida de dois


pontos. Outras fórmulas: Prezado Amigo, Senhor Director, Senhor Gerente, Caro
Cliente, Senhores etc.
Para o início, propriamente dito, há uma série de fórmulas, mas nada impede que o redactor
crie outras. Como exemplos:

“Em atenção ao anúncio publicado...”


“Em atenção ao pedido...”
“Com relação à carta do dia...”
“Atendendo à solicitação da carta...”
“Em cumprimento às determinações...”
“Participamos-lhes que...”
“Servimo-nos da presente para...”
“Solicitamos-lhes a fineza de...”

Observações: Antes do pronome “lhe-lhes” a forma verbal não perde a desinência –s.
- Antes do pronome “nos”, cai o –s final do verbo.
- Procura-se evitar a forma “Pela presente” ou “Tem a presente...”, já gastas pelo
uso.

e) Corpo da carta, ou a exposição do assunto que, obviamente, é variável, de acordo com


o que se pretende. É comum o uso de formas de tratamento abreviadas, com V. Sa.;
V.Sas; V.S.a; V.S.as; V. Exa.; V.Ex.ª; Exmo. Sr. e outras.
Vale lembrar que o verbo relacionado com os referidos pronomes de tratamento

deve estar sempre na terceira pessoa, do singular ou do plural.

f) Fecho da carta: é a parte que encerra a carta, com uma série de fórmulas já
estabelecidas, como:
Atenciosamente.

Com elevado apreço.

Com elevada consideração (ou estima).

Cordiais Saudações (Saudações cordiais).

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 14


Manual de Formação

Cordialmente.

Saudações atenciosas (Atenciosas saudações).

Antecipadamente somos agradecidos.

Evitem-se as fórmulas:

Termino esta.

Sem mais, termino esta...

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 15


Manual de Formação

MODELO DE CARTA COMERCIAL

Timbre
5 espaços (5 x 1)

Índice
e número DPV/25
3 espaços (3 x 1)

Local e
Data Figueira, 17 de Junho de 2011.
5 espaços (5 x 1)

Referência Ref.: Notícia sobre o lançamento do livro


Manual da secretariado.
3 espaços (3 x 1)

Assunto Sr. Vieira:


3 espaços (3 x 1)
Meus dois livros – Técnicas de redacção e Correspondência –
receberam de sua parte atenção ímpar e você fez publicar em sua
gazeta recensão das mais agradáveis.
Já, agora, estou enviando-lhe um exemplar do meu mais recente
lançamento – Manual da secretária -, não para exigir-lhe elogios,
mas como gratidão pelas sugestões que você sempre me
apresenta.
2 espaços (2 x 1)
Texto Falemos um pouquinho do livro.
2 espaços (2 x 1)
Diferencia-se dos textos convencionais sobretudo porque foge à
exposição de um receituário que atenderia a situações
específicas, mas deixaria a secretária em apuros diante de
situações novas. A abordagem de meu texto valoriza a prática

2 espaços (2 x 1)
Cumprimento Envio-lhe abraço, na esperança de revê-lo brevemente.
final
2 espaços (2 x 1)
Atenciosamente,
3 espaços (3 x 1)
Assinatura João Bastos Medeiros
3 espaços (3 x 1)
Anexos Anexos: Press-release e livro Manual de secretariado.
3 espaços (3 x 1)

Figueira da Foz, 14 de Junho de 2011.

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 16


Manual de Formação

Dr. França Pinto

Companhia SERFELIZ Lda.

Senhor Empresário:

Iniciamos este ano a comercialização de Cartões de Natal

confeccionados pelas crianças abrigadas na Fundação

Estadual do Bem-Estar do Menores – Febem.

Tal iniciativa se prende a uma postura de incentivo à

criatividade infanto-juvenil, de integração do menor à

sociedade por meio de arte e de auxílio por meio do trabalho.

Convidamos Vossa Senhoria a participar desse processo

de integração social, cumprimentando os seus amigos,

familiares e conhecidos com cartões da Febem.

Agradecemos, em nome dos menores, a preferência que

V. Exa. nos dará.

Atenciosamente,

Ana Teodora Nery,

Directora Social.

ATN/SM

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 17


Manual de Formação

Requerimento

EXEMPLO DE REQUERIMENTO

3,0 cm

 Exmo. Sr. Director da Faculdade de Administração das


Faculdades de Coimbra”.

8,0 cm

8,0 cm

 Maria Chaves, aluna regularmente

matriculada no primeiro ano do curso de Administração,

nº ............., período nocturno, turma ..........., requer de V.

Exa. abono de faltas dos dias 10, 11 e 12 do mês em

curso, por motivo de saúde, conforme atestado anexo.

 NESTES TERMOS

PEDE DEFERIMENTO

 Leiria, 14 de Junho de 2011.

 _________________________
MARIA CHAVES

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 18


Manual de Formação

ESTRUTURA DO REQUERIMENTO

 Invocação

Explanação do assunto

 Fecho

Local e Data

Assinatura
Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 19
Manual de Formação

CONSIDERAÇÕES SOBRE O REQUERIMENTO

 Observe-se que o requerimento é redigido num só parágrafo e que a


redacção é curta e objectiva.
 O fecho ocorre em novo parágrafo.
 Chama-se requerente (requeredor) quem faz o requerimento, o pedido, a
solicitação.
 Redige-se o requerimento sempre na terceira pessoa; deve-se, pois, evitar o
uso no pronome eu ou nós.
 Na invocação deve constar o título funcional da pessoa a quem é
endereçado o pedido; não se menciona, porém, o nome nem se utiliza
nenhuma fórmula de saudação.
 O tratamento adequado é:
Ilmo. Sr. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . V. Sa. (mais comum)

Exmo. Sr. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . V. Exa. (altos dignitários)

Os juízes de Direito costumam exigir o tratamento por extenso.

 Usa-se, normalmente a expressão “nestes termos” (todos os termos do


requerimento incluídos, com ênfase no fecho). Também aparece “nesses
termos” (ênfase no todo).
 Já se usam também as fórmulas:
Nestes ternos, ou simplificando:

pede deferimento Pede deferimento.

 Considera-se inadequada a abreviação: N.T.


P.D.

Aparecem: E. (espera) e A. (aguarda).

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 20


Manual de Formação

 Se houver menção de rua, deve-se dizer: residente, morador ou sito na rua


tal e não à rua tal.

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 21


Manual de Formação

Modelo de Requerimento Simples

Exmo. Sr. Director da Faculdade de Economia Coimbra.

Pedro Ferreira, aluno regularmente matriculado no primeiro ano do curso de

Economia, sob o número 732, turma P1, período nocturno, vem requerer a V. Exa. um

atestado de matrícula, para a obtenção de uma bolsa de estudos da firma onde

trabalha.

Nestes Termos,

Pede Deferimento

Leiria, Nove de Maio de 2011.

Assinatura

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 22


Manual de Formação

Modelo de Requerimento Complexo ou Petição

Ilustríssimo Senhor Doutor Delegado do 23º Juízo Cível

Rafael Antunes, português, casado, industrial, residente na Rua Sabiá nº 13, vem

expor o que segue:

1. No dia 5 do corrente, o operário João da Silva, casado, residente na Rua B, s/n,

Careira, foi apanhado levando da fábrica peças manufacturadas.

2. Advertido pelo guarda do portão da saída, fugiu e não regressou até à presente

data.

3. Diante do facto, foi feito um levantamento na secção, verificando-se

considerável falta de peças e material.

Isto posto, requer a V. Exa. que ordene a abertura do inquérito, a fim de que seja

apurada a responsabilidade daquele operário.

Nestes Termos,

Pede Deferimento

Leiria, Nove de Julho de 2011.

Assinatura

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 23


Manual de Formação

Memorando

EXEMPLO DE MEMORANDO

 DE: Biblioteca Central

 PARA: Prof. Santinho Ferreira

 DATA: 19-06-2011

 Assunto: Livros

 Acusamos o recebimento dos livros elaborados por V. Exa. e registamos

nossos agradecimentos, pois tais livros serão de grande valor para a

Biblioteca Central e para os alunos de Letras.

 (a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 24


Manual de Formação

ESTRUTURA DO MEMORANDO

 Procedência

 Destinatário

 Data

 Assunto

Corpo-Exposição

Assinatura

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 25


Manual de Formação

CONSIDERAÇÕES SOBRE O MEMORANDO

 Etimologicamente, o termo prende-se ao verbo latino “memini”; é uma forma


verbal latina usada como substantivo, cujo significado é “o que deve ser
lembrado”. A forma abreviada é memo.
 É um lembrete com mensagens, avisos, consultas rápidas, informações sucintas.

NEMORANDO Nº

PARA : DEPARTAMENTO:

Fulano de Tal Marketing

DE: DEPARTAMENTO:

Beltrano da Silva Relações Públicas

Data: 14/06/2011.

Assunto: Estágio de Fulano de Tal.

A partir de 2 de Julho de 2011, o Sr. . . . . . . . , novo

assistente do Gerente de Relações Públicas, fará estágio no

Departamento de Marketing, durante uma semana. Gostaríamos

de contar com sua assistência pessoal, de modo que o Sr. . . . . .

possa ter o máximo de aproveitamento e conhecimento de nossos

produtos e de nossos clientes.

(a) . . . . . . . . . . . . . . . .
Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 26
Manual de Formação

NEMORANDO Nº

PARA : DEPARTAMENTO:

Todos Todos

DE: DEPARTAMENTO:

Fulano de Tal Recursos Humanos

Data: 07/07/11.

Assunto: Faltas ao serviço por motivo de doença.

Em vista dos abusos que se vêm verificando ultimamente, a

partir de hoje as faltas ao serviço por motivo de doença deverão

ser justificadas por meio de atestados médicos fornecidos pelo

Inamps ou pela XYZ, empresa que mantém convénio connosco.

O não-cumprimento dessa exigência implicará, no mínimo,

o desconto no salário, conforme previsto em Lei.

(a) . . . . . . . . . . . . . . . .
Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 27
Manual de Formação

Ofício

EXEMPLO DE OFÍCIO

5,5 cm

2,5 cm

 Ofício nº 190 6,5 cm

10 cm

Figueira da Foz, 17 de Julho de 2011

1,5 cm

 Exmo. Sr. Deputado,

1,5 cm

5 cm

 Os formandos da KMED sentir-se-ão honrados com a presença de V.

Exa. Como moderador por ocasião da festa de fim de curso a ser

realizada no dia 31 de Dezembro do corrente ano, às dezanove horas

(19h), na sala de formação.

2,5 cm

 Respeitosamente,

2, 5 cm

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 28


Manual de Formação

 (nome e função do emitente)

 A sua Excelência o Senhor


Deputado (nome)

Assembleia da República

Lisboa – AR

2 cm

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 29


Manual de Formação

ESTRUTURA DO OFÍCIO

Número de
 Ofício

Data

Assunto

 Explanação

Saudação

 Nome e função
signatário

 Nome
Endereço do destinatário

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 30


Manual de Formação

CONSIDERAÇÕES SOBRE O OFÍCIO

 Em sentido estrito, ofício é o meio de comunicação próprio dos órgãos de


serviço público oficial. Em sentido largo, porém, aplica-se a qualquer tipo de
comunicação revestida de certa solenidade e de uso em circunstâncias especiais.
 O nome do mês nas datas aparece sempre em minúscula, observação válida
para qualquer tipo de comunicação.
 Na redacção oficial propriamente dita, consta o cabeçalho o timbre.
 Na invocação, o título do destinatário aparece seguido de dois-pontos, vírgula ou
sem pontuação.
 A forma usual nos ofícios militares pode ser adotada em comunicações internas
ou interdepartamentais.

De: procedência

Para: destinatário

Assunto: __________________

 Comunicação de carácter solene e oficial cabem-lhe correcção e comedimento


vocabular.
 O fecho, actualmente, é mais simples, tal como: respeitosamente ou
atenciosamente.

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 31


Manual de Formação

Modelo de Relatório

FIAÇÃO E TECELAGEM

GERÊNCIA

Figueira da Foz, nove de Julho de 2011

Assunto: Distribuição das novas máquinas.

Sr. Presidente:

Tendo sido encarregado para efectuar um planeamento para a melhor distribuição

das novas máquinas de fiação, submeto à apreciação de V. Exa., para os devidos fins, o

relatório das providências que, nesse sentido, tomei:

2. Em 5 de Janeiro de 2011, contratei a firma FACCINA – Assessoria Empresarial,

especializada no assunto, que nos enviou dois de seus técnicos para o planeamento.

3. Os trabalhos começaram em seguida sob a minha supervisão directa.

4. A área estudada para a distribuição das máquinas é de 300 m2 (trezentos metros

quadrados) e a área a ser ocupada pelas máquinas é de 250 m2 (duzentos e cinquenta

metros quadrados).

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 32


Manual de Formação

5. De acordo com os estudos e levantamentos feitos pelos técnicos, conseguimos o

melhor aproveitamento do espaço físico, conforme os mapas em anexo com uma

perfeita visão da área.

6. Do exposto, concluo que é viável a distribuição das novas máquinas no pontão B.

Aproveito a oportunidade para agradecer a V. Exa. a confiança depositada na

minha pessoa para tão importante tarefa.

Atenciosamente,

José Morais

Gerente Geral

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 33


Manual de Formação

Conclusão
Com este trabalho, creio teres ficado a conhecer bem os documentos que irás encontrar no teu
emprego, num futuro que, espero, seja breve.

Para além destes temas, aqui inseridos neste manual, muito mais há a aprender. Espero que te
sintas motivado a continuar...

Bibliografia
 Correspondência Comercial Eficaz, John A. Carey, Actual Editora
 Normas Portuguesas de documentação, Vários autores, edição em Português; editora,
Biblioteca Nacional

Programa de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade 34

Você também pode gostar