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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 5
Introdução.................................................................................................................................... 8
Unidade I
LINGUAGEM TÉCNICA............................................................................................................................ 9
Capítulo 1
Características de linguagem técnica........................................................................... 10
Capítulo 2
Competência textual.......................................................................................................... 12
Capítulo 3
Níveis de Linguagem............................................................................................................ 20
Capítulo 4
Unidade II
TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER............................................................................................ 23
Capítulo 1
Estrutura de texto técnico................................................................................................ 23
CAPÍTULO 2
Estrutura de parecer.......................................................................................................... 25
Capítulo 3
Técnicas de redação......................................................................................................... 44
Capítulo4
Técnicas de argumentação.............................................................................................. 46
Unidade III
TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO.......................................................................................... 49
CAPÍTULO 1
Conceito e elaboração.................................................................................................... 49
Capítulo 2
Estrutura do relatório administrativo............................................................................ 50
CAPÍTULO 3
Primeiro parágrafo de relatório..................................................................................... 51
CAPÍTULO 4
Organização de parágrafos no desenvolvimento....................................................... 53
Referências................................................................................................................................... 55
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
Este curso apresenta tópicos práticos essenciais ao ato de redigir relatório e parecer
de forma adequada e padronizada. Abordaremos, desde o início, a importância da
linguagem técnica e as qualidades de um bom texto. Não se trata de redação rebuscada
ou confusa. A linguagem de um relatório ou de um parecer deve ser clara, objetiva,
concisa, coerente e correta gramaticalmente.
Espero que sua dedicação amplie a capacidade de se expressar cada vez melhor na
atividade profissional e pessoal. Muitas vezes o texto fica aquém da capacidade do
próprio autor. Nosso objetivo é justamente indicar recursos que tornarão sua redação
mais direta e eficaz.
Tenho ministrado cursos em diversas instituições públicas e privadas nos últimos anos
e observo que a dedicação é essencial ao bom texto.
Objetivos
»» Desenvolver no participante a capacidade de compreender a finalidade
da linguagem técnica.
8
LINGUAGEM TÉCNICA Unidade I
9
Capítulo 1
Características de linguagem técnica
Linguagem técnica faz uso de termos específicos e estrutura própria em seus textos. Domínio de
vocabulário adequado é essencial. Palavras técnicas e precisas inibem falhas de compreensão.
Não se pode, no entanto, em nome da linguagem técnica, justificar o uso de rebuscamento e
comprometer as técnicas de um bom texto. Observe exemplo de texto com rebuscamento.
Nosso curso enfatizará documentos técnicos específicos. Assim, defino conceito de laudo,
parecer, nota e relatório de acordo com o Ministério Público Federal. Geralmente, há
profissionais que se confundem quando produzir um ou outro. Nos próximos módulos,
detalharemos a diferença.
Ementa de acórdão do Supremo Tribunal Federal define bem cada tipo de parecer.
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Capítulo 2
Competência textual
Clareza
Habilidade de transpor com exatidão uma ideia ou pensamento. O texto deve ser
claro de tal forma que não permita interpretação equivocada ou demorada pelo leitor.
A compreensão deve ser imediata. É importante usar vocabulário acessível, redigir
orações na ordem direta, utilizar períodos curtos e eliminar o emprego excessivo de
adjetivos. Deve-se excluir da escrita ambiguidade, obscuridade ou rebuscamento.
Observe trecho de circular produzida pelo Banco Central do Brasil com falta de clareza:
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LINGUAGEM TÉCNICA │ UNIDADE I
Quadro 1.
Evitar Preferir
vazada, lançada proferida, consignada
à hipótese na hipótese
Abroquear Fundamentar
Concisão
Consiste em informar o máximo em um mínimo de palavras. No entanto, contenção
de palavras não significa contenção de pensamentos. Por essa razão, não se devem
eliminar fragmentos essenciais do texto com o objetivo de reduzir-lhe o tamanho.
Os itens que nada acrescentam ao que já foi dito é que necessitam ser eliminados.
Mais que curtas e claras, as expressões empregadas devem ser precisas. Para redigir
um texto conciso, é fundamental ter conhecimento do assunto sobre o qual se escreve.
Seguem recomendações:
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UNIDADE I │ LINGUAGEM TÉCNICA
c. prefira palavras breves. Entre duas palavras opte pela de menor extensão.
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LINGUAGEM TÉCNICA │ UNIDADE I
Quadro 2.
Em vez de Escreva
Servimo-nos da presente para informar Informamos
Venho pela presente informar Informamos
Por intermédio desta comunicamos-lhes Comunicamos; informamos
Desejamos levar ao conhecimento de Informamos-lhes que
Se possível, gostaríamos que nos informassem Informem-nos sobre
Tendo chegado ao nosso conhecimento que Informados que
Levamos ao seu conhecimento Comunicamos; informamos
Vimos pela presente encaminhar-lhes Encaminhamos
Por intermédio desta solicitamos Solicitamos
Por obséquio, solicitamos que verificassem Solicitamos verificar
Formulamos a presente para solicitar Solicitamos
Vimos solicitar Solicitamos
Acusamos o recebimento Recebemos
Chegou-nos às mãos Recebemos
Encontra-se em nosso poder Recebemos
É com satisfação que acusamos o recebimento Recebemos
Temos a honra de convidar Convidamos
Temos a satisfação de comunicar Comunicamos
Vimos pela presente agradecer Agradecemos
Pedimos a gentileza de nos enviar Solicitamos nos enviem; enviem-nos
Efetivamos-lhes uma remessa de Remetemos-lhes
Ficamos no aguardo de suas notícias Aguardamos informações
Procedemos à escolha Escolhemos
Faça chegar às mãos de Envie a
Anexo à presente Anexo
Seguem em anexo Anexamos
Enviamos em anexo Enviamos
Conforme acordado De acordo
Conforme seguem abaixo relacionados Relacionados a seguir
Acima citado Citado
Antecipadamente gratos Agradecemos
Durante o ano de 2006 Em 2006
Com referência a Referente a
Sem outro particular para o momento Agradecemos a atenção
Sendo o que tinha a informar Agradecemos a atenção
Sem mais para o momento Agradecemos a atenção
Com estima e consideração Agradecemos a atenção
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UNIDADE I │ LINGUAGEM TÉCNICA
Coerência e coesão
Coerência é ordenar e concatenar ideias de maneira lógica com objetivo de obter clareza
e unidade de sentido no texto. A organização lógica busca apresentar e relacionar,
principalmente, fatos relevantes, sequência cronológica, estrutura argumentativa
(dedutiva ou indutiva), legislação pertinente.
Coesão é apresentar relação adequada entre orações, períodos e parágrafos por meio de
conectivos e termos que retomem ou antecipem ideias.
e. adote a ordem direta da frase, por ser a que conduz mais facilmente o
leitor à essência da mensagem.
Objetividade
A objetividade consiste em ir diretamente ao assunto, sem rodeios e divagações. Para
ser objetivo, é necessário escrever apenas as palavras imprescindíveis à compreensão
do assunto. Redigir com objetividade é evidenciar a ideia central a ser transmitida e
usar vocabulário de sentido exato, com referencial preciso, para facilitar a compreensão
do leitor. Observe exemplo de texto com falta de objetividade retirado de revista de
grande circulação:
Texto subjetivo
16
LINGUAGEM TÉCNICA │ UNIDADE I
Texto objetivo
17
UNIDADE I │ LINGUAGEM TÉCNICA
Simplicidade
Redigir com simplicidade significa escrever para o leitor. O bom senso estabelecerá
o equilíbrio entre a linguagem técnica e a comum. Com palavras adequadas e de
conhecimento amplo, é possível escrever de maneira original e criativa e produzir frases
elegantes, variadas, fluentes e bem interligadas.
Impessoalidade
Documentos técnicos devem ser tratados de forma impessoal. Não se deve produzir
texto com expressões pessoais, coloquiais, rebuscadas ou irônicas. Alguns documentos
técnicos fazem uso da primeira pessoa, principalmente no final (sentença, voto,
parecer). Isso não caracteriza pessoalidade, pois o autor produz a conclusão em nome
da instituição que representa.
Estilo
O Manual de Padronizações de textos do Senado Federal afirma que há quem pretenda
justificar como particularidade de estilo o uso sistemático de figuras de retórica, de
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LINGUAGEM TÉCNICA │ UNIDADE I
Tais recursos linguísticos se revelam inadequados à redação técnica, que deve primar
pela clareza e objetividade. Todos os manuais e atos normativos relacionados à
linguagem técnica são claros em recomendar linguagem objetiva, sem rebuscamentos
ou recursos estilísticos desnecessários. Seguem recomendações:
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Capítulo 3
Níveis de Linguagem
Brother, dentro dessa nova edição do Concurso 500 testes tem tudo
para que minha prova role na maior. Só de português são mais 800
questões. Ah, tem uma lista de livros e dicas para todos ficarem por
dentro do que é moleza que caiu na prova. Vou encarar este estudo.
Percebe-se, claramente, que nosso objetivo é o uso de linguagem formal. Reforço que
isso não significa texto rebuscado e complicado. Linguagem formal indica também
texto objetivo, claro, correto gramaticalmente.
20
Capítulo 4
c. expressões regionais;
21
UNIDADE I │ LINGUAGEM TÉCNICA
22
TÉCNICAS DE
ELABORAÇÃO DE Unidade II
PARECER
Capítulo 1
Estrutura de texto técnico
A sequência do texto deve atender a uma ordenação lógica, levando o leitor a compreender
todas as considerações formuladas e induzindo-o à conclusão, que deve constituir o
fecho do documento. Antes de iniciar a redação do texto, é recomendável elaborar um
roteiro básico com todos os assuntos que deverão ser incorporados, preparando-se,
portanto, a itemização geral do documento.
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UNIDADE II │ TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER
Usar palavras e expressões em seu sentido comum com frases curtas e concisas. Construir
orações na ordem direta, preferencialmente na terceira pessoa, e evitar preciosismos,
neologismos e adjetivações dispensáveis.
Convicção: expor os argumentos com firmeza. Não utilizar expressões que denotem
insegurança como “parece que” ou “entendemos”.
Relevância: expor apenas aquilo que tem importância dentro do contexto e que deve
ser levado em consideração. Não discorrer sobre ocorrências que não resultem em
conclusões.
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CAPÍTULO 2
Estrutura de parecer
a. cabeçalho da instituição;
b. identificação do parecer;
c. referências;
d. ementa;
f. relatório;
g. fundamentação;
h. conclusão;
i. fechamento (opcional);
k. data;
l. assinatura;
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UNIDADE II │ TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER
Casos em que a dedução da norma aplicável ou sua melhor interpretação não exige
construção complexa de raciocínio em relação aos fatos ou hipóteses anteriormente
examinadas devem ser formulados em nota técnica.
Cabeçalho
O parecer deve apresentar o cabeçalho (brasão, identificação do órgão e do setor) de
acordo com a orientação da própria instituição pública. O timbre e as informações
aparecem geralmente centralizados. Observe modelos.
Identificação do parecer
A identificação do parecer segue padrão próprio em cada instituição e apresenta o
nome do documento, a sigla da unidade e o número. Observe, nos modelos a seguir,
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TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER │ UNIDADE II
que alguns órgãos usam primeiro a sigla da unidade e, depois, o número do parecer.
Outros órgãos primeiro indicam o número e, depois, a sigla da unidade.
PARECER ASGE No 10
Referência
A referência ou identificação do processo aparece com informações sobre o processo e
a unidade solicitante. Algumas instituições incluem o título “assunto” com resumo do
tema a ser tratado. Trata-se de requisito importante, pois os elementos identificadores
permitem rápida consulta em relação ao documento.
REFERÊNCIA:
UNIDADE SOLICITANTE:
EMENTA:
Parecer n.
Processo n.
Revisão de Pensão
Ementa
O termo ementa deriva do plural neutro latino “ementum”, do verbo “eminiscor”, que
significa anotação, apontamento, coisa que precisa ser lembrada. O termo resumo (do
latim “resumere”) significa condensar em poucas palavras o que foi dito ou escrito de
forma mais extensa. Resumir é agrupar em poucas palavras todo o pensamento do
autor. Síntese (do grego “synthesis”) é demonstrar em poucas palavras a ideia principal
do autor. Sintetizar é retomar a principal intenção do autor do texto. A característica da
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UNIDADE II │ TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER
ementa é facilitar pesquisas e servir de base para novas análises. Assim, é fundamental
que ela apresente quatro características: concisão, precisão, clareza e completeza.
Vocativo
Poucos pareceres fazem uso de vocativo. Os órgãos consultivos geralmente não
empregam o vocativo em documentos técnicos. Trata-se de uso recorrente em tribunais.
Observe orientação de sua instituição para usar ou não.
Relatório
O relatório apresenta, em seu primeiro parágrafo, o assunto de forma geral para que
o leitor possa entender o motivo do parecer. Geralmente, as primeiras palavras são:
“Trata-se de”, “Cuida-se de”, “Versa”. Não existe modelo único e “correto”. Tenho
acompanhado a realização de textos técnicos em diversas instituições públicas e procuro
aqui apenas detalhar sugestões para que o seu texto seja cada vez melhor. O relatório
deve apresentar o objeto da consulta, fatos relevantes, nome dos interessados, pedidos
ou dúvidas levantadas pelo solicitante.
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TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER │ UNIDADE II
O texto está claro e apresenta a ideia principal logo no início e, depois, a motivação.
No entanto, a divisão de parágrafos não ficou boa e tornou o texto inicial cansativo.
A sugestão é dividir em dois parágrafos. O primeiro com abordagem do pedido de forma
geral. O segundo parágrafo com a situação específica da servidora.
d. A expressão “no sentido de” não deve ser empregada para indicar
finalidade na linguagem formal. O uso adequado da expressão indica
explicar um significado. Prefira “a fim de”, “com vistas a”, “com objetivo”,
“para” etc.
f. Transcrição de texto com até três linhas deve apresentar aspas ou itálico
(não os dois ao mesmo tempo). Transcrições com recuo devem apenas
apresentar redução do tamanho da letra, sem aspas ou itálico. Apenas o
corpo do texto é reduzido sem outro destaque.
Fundamentação
A fundamentação corresponde ao desenvolvimento de documentos técnicos e, no
parecer, deve esclarecer os fatos levantados no relatório, que são objeto da consulta.
O autor deve relacionar os fatos à norma jurídica correspondente. Em alguns casos, a
fundamentação é dividida em itens com títulos apropriados para manter a organização
textual. O autor do parecer deve sustentar o entendimento a ser apresentado na
conclusão com legislação pertinente, doutrina e entendimento jurisprudencial para
indicar a legalidade ou não do procedimento adotado.
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UNIDADE II │ TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER
I - soldo do militar;
32
TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER │ UNIDADE II
Observe exemplo.
Relatório
Conclusão
O pensamento indutivo, por sua vez, busca primeiro interpretar o fato e, depois,
apresentar as normas jurídicas. Isso ocorre principalmente quando os fatos presentes
na consulta exigem raciocínio jurídico mais complexo e não se encontram normas
jurídicas contempladas com o caso específico.
Relatório
Fundamentação
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TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER │ UNIDADE II
Em que pese o Acórdão do TCU não possuir caráter normativo e nem força suficiente a
vincular a administração pública, ela trata a contratação irregular no âmbito do serviço
público e merece acatamento.
A dúvida trazida à baila é relacionada ao acórdão do TCU, que não é claro ao delimitar
até que grau de parentesco a contratação seria irregular. Ocorre que mencionada
imprecisão é dirimida por ocasião da análise dos artigos 1.591, 1.592 e 1.595 do
Código Civil, os quais normatizam as relações de parentesco no ordenamento
jurídico brasileiro.
Conclusão
A conclusão apresenta o entendimento encontrado entre os fatos presentes na consulta
e as normas jurídicas. O parecer é documento consultivo e, assim, a conclusão indica
opinião sobre o tema tratado.
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UNIDADE II │ TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER
Deve-se produzir o texto conclusivo com linguagem formal objetiva e clara com poucos
termos técnicos. Em alguns casos, o interessado no parecer não domina a linguagem
técnica e pode se confundir e não compreender o entendimento do parecerista.
Exemplos de conclusão
Fechamento (opcional)
No último parágrafo do texto, recomenda-se escrever: “É o Parecer”. Não se trata
de padrão obrigatório, mas indicado em diversas instituições públicas. Exemplos de
outras expressões:
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TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER │ UNIDADE II
a. É o parecer, s.m.j.
c. À Consideração superior.
Fecho
O fecho é usado principalmente em documentos técnicos realizados por setores de
uma instituição a pedido da presidência, diretoria ou chefia. Observo a presença de
fecho principalmente em pareceres administrativos. Observe sempre orientação de sua
instituição sobre o uso ou não de fecho no parecer. Caso use, a redação oficial padronizou
somente dois fechos para tais casos.
Respeitosamente,
Atenciosamente,
Data
A data deve ser escrita por extenso e com as seguintes orientações:
»» não existe ponto entre o milhar e a centena no ano: 2015 (não: 2.015);
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UNIDADE II │ TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER
Assinatura
Documentos e correspondências devem trazer o nome e o cargo, com exceção
daquelas assinadas pelo Presidente da República. Isso facilita a identificação da
origem das comunicações e dos documentos. Abaixo do nome de quem assina, coloca-
se o cargo ou função que o signatário ocupa. O Manual de Redação da Presidência
da República recomenda o nome do signatário e o cargo com apenas as iniciais
maiúsculas.
José da Silva
Secretário-Geral
JOSÉ DA SILVA
Secretário de Administração
Nota: o Ministério Público Federal recomenda que a relação dos autores seja realizada
em ordem alfabética com o respectivo cargo ou área de atuação profissional. O analista
que organiza os textos, coordena o andamento dos trabalhos e realiza os contatos com
a autoridade que solicitou a análise deve ser listado em primeiro lugar e identificado
como “coordenador de equipe”.
Anexos
O anexo é a matéria suplementar, tal como especificações, memórias de cálculo,
questionários, estatísticas, fotografias, que se acrescenta ao documento como
esclarecimento ou documentação. Serão numerados com algarismos arábicos, seguidos
do título. Quando não houver possibilidade de incluir o título no próprio anexo, pode-
se usar uma página de título precedendo-o.
Exemplos de parecer
Modelo de parecer no Manual do Ministério Público Federal.
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TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER │ UNIDADE II
SETOR
REFERÊNCIA
UNIDADE SOLICITANTE
EMENTA
1. INTRODUÇÃO
2. ITEM(NS) DE DESENVOLVIMENTO/ANÁLISE
Esta parte do Parecer deve ser itemizada caso a caso, podendo conter um, dois ou vários
itens de desenvolvimento/análise e receber os títulos apropriados.
3. CONCLUSÃO
É o Parecer.
[NOME] [NOME]
[Cargo] [Cargo]
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UNIDADE II │ TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER
Senhor(a) Cargo,
2. (...).
PARECER
Art. 65 (...)
5. (...).
Unidade Emitente, em x x de x x x x x de 20 x x.
Nome do Parecerista
Cargo
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TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER │ UNIDADE II
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
PARECER ASGE No 10
Senhor Diretor-Geral,
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão
ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal
e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:
É o parecer,
NOME
Cargo
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UNIDADE II │ TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER
Parecer
Pedido de pensão. Impossibilidade. Dependência não
configurada. Princípio “tempus regit actum”.
I – RELATÓRIO
Após tal fato, o referido particular faleceu, oportunidade na qual foi requerido, por meio
de seus pais (advogado e empregada do Banco do Brasil), pedido de pensão temporária
para o neto do falecido.
II – FUNDAMENTAÇÃO
O fundamento do pedido de pensão temporária focou-se no artigo 27, inciso II, “d”, da
Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991. Entretanto, há de ressaltar que houve alteração
legislativa previdenciária que extirpou a figura da “pessoa designada”.
III – CONCLUSÃO
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TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER │ UNIDADE II
43
Capítulo 3
Técnicas de redação
Boa redação é técnica a ser apurada por meio de aprendizado constante e dedicado.
Há diferença entre texto literário e texto profissional. O primeiro se destina à arte ou
ao lazer.
Escolha da palavra
Não queira escrever textos longos de forma adequada sem antes observar o uso dos
termos em seu texto. A escolha da palavra é o início de um bom texto. Dê sempre
preferência ao termo menor e mais fácil de ser compreendido pelo leitor.
Período adequado
Procure sempre frases curtas. Uma, duas ou três orações por período sintático (períodos
longos são exceções no bom texto). A frase curta apresenta diversas vantagens. A primeira
é diminuir o número de erros, principalmente em pontuação. A segunda é tornar o texto
mais claro. A terceira é apresentar o pensamento de forma mais objetiva. Períodos longos
geralmente estão associados a ideias incertas e facilitam falhas na compreensão.
f. evite gerúndio;
Parágrafo adequado
Os parágrafos devem apresentar as seguintes qualidades:
a. Deve-se evitar parágrafo de período único. Isso pode ocorrer, mas não
deve predominar. Geralmente, ele apresenta dois ou três períodos. O
primeiro apresenta a ideia central e os demais exemplificam, argumentam
ou concluem a ideia inicial.
45
Capítulo 4
Técnicas de argumentação
A argumentação visa persuadir o leitor ou ouvinte acerca de uma posição. Quanto mais
polêmico for o assunto em questão, mais haverá margem à abordagem argumentativa.
Pode ocorrer desde o início quando se defende uma tese ou também apresentar
os aspectos favoráveis e desfavoráveis posicionando-se apenas na conclusão.
Agostinho Dias Carneiro afirma que “argumentar é um processo que apresenta dois
aspectos: o primeiro ligado à razão, supõe ordenar ideias, justificá-las e relacioná-las;
o segundo, referente à paixão, busca capturar o ouvinte, seduzi-lo e persuadi-lo”.
Os argumentos devem promover credibilidade. Com a busca de argumentos por
autoridade e provas concretas, o texto caminha para direção coerente, precisa
e persuasiva.
Othon M. Garcia afirma que “na argumentação, além de dissertar, procuramos formar
a opinião do leitor ou a do ouvinte, tentando convencê-lo de que a razão está conosco”,
isto é, a verdade. Argumentar é, em última análise, convencer ou tentar convencer
mediante a apresentação de razões em face da evidência das provas e à luz de um
raciocínio lógico e consistente.
Tipos de argumentos
Há diversas formas de argumentar um pensamento. Iniciaremos pelo texto dedutivo
(a priori) e pelo indutivo (a posteriori).
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TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER │ UNIDADE II
47
UNIDADE II │ TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PARECER
Fato: o ferro, o zinco, o bronze, a prata também são metais e conduzem eletricidade.
Bom exemplo de indução nas ciências são as prévias eleitorais. No último senso
eleitoral feito com aproximadamente cinco mil eleitores por todo o Brasil, o candidato
a presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o favorito as eleições com quarenta e dois por
cento dos votos (42%), seguido por vinte oito por cento (28%) de José Serra, dez por
cento (10%) de Garotinho e cinco por cento de Luiza Helena (5%). Podemos inferir que
este será o resultado das eleições presidenciais, cuja população é de duzentos milhões
de eleitores. Lula seria, pela probabilidade, vencedor.
48
TÉCNICAS DE
ELABORAÇÃO DE Unidade III
RELATÓRIO
CAPÍTULO 1
Conceito e elaboração
RELATÓRIO __
Senhor Secretário,
Seguindo as diretrizes determinadas pelo plano Estratégico desta Secretaria para o ano
de 2014, esta unidade alcançou as metas previstas nos projetos, conforme se segue.(...)
Fecho
data
assinatura
cargo
49
Capítulo 2
Estrutura do relatório administrativo
RELATÓRIO
Senhor Secretário,
Nome
Cargo ou Função
50
CAPÍTULO 3
Primeiro parágrafo de relatório
Modelo 1
O presente relatório produzido por toda a equipe do departamento tem como objetivo
apresentar as principais e relevantes atividades desenvolvidas com toda a dedicação
pela XXX no decorrer do ano de 2014.
Modelo 2
Modelo 3
Modelo 4
A Presidência do Tribunal Superior do Trabalho, nos termos do art. 35, inciso VIII,
do Regimento Interno, apresenta ao Órgão Especial o Relatório Geral da Justiça do
Trabalho de 2008 com dados relativos ao desempenho de todos os seus órgãos.
51
UNIDADE III │ TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO
Cumpre à Presidência do Tribunal Superior do Trabalho, nos termos do art. 35, inciso
VIII, do Regimento Interno, apresentar ao Órgão Especial o Relatório Geral da Justiça
do Trabalho do ano de 2008, que contém dados relativos ao desempenho de todos os
seus órgãos.
52
CAPÍTULO 4
Organização de parágrafos no
desenvolvimento
Como vimos, o primeiro parágrafo apresenta a ideia geral e deve ser claro, objetivo e
conciso. Os demais parágrafos especificam, argumentam ou explicam a ideia inicial.
Importante que cada parágrafo no desenvolvimento apresente apenas uma ideia
principal. Observe modelos.
Modelo 1
Modelo 2
A Presidência do Tribunal Superior do Trabalho, nos termos do art. 35, inciso VIII,
do Regimento Interno, apresenta ao Órgão Especial o Relatório Geral da Justiça do
Trabalho do ano de 2008 com dados relativos ao desempenho de todos os seus órgãos.
Os demonstrativos revelam que nas Varas do Trabalho foram ajuizadas 1.904.718 (um
milhão, novecentas e quatro mil, setecentas e dezoito) reclamações trabalhistas, 4% a
mais que em 2007, e solucionadas, na fase de conhecimento, 1.854.022 (um milhão,
oitocentas e cinquenta e quatro mil e vinte e duas), 2% a mais que no ano anterior.
Modelo 3
53
UNIDADE III │ TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO
Modelo 4
Sustenta a agravante que a multa foi imposta juntamente com pena privativa de
liberdade e está prescrita, porque (...).
A agravante foi condenada em 7 meses de detenção, no Proc. ___, que tramitou pela
1ª Vara ___. A sentença transitou em julgado, para o Ministério Público, em ___.
Portanto, a sua prescrição ocorreu em ___.
Modelo 5
A defesa apresentou contraminuta à fl. 54, onde pugna pelo não provimento do reclamo.
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Referências
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