Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Análise de Inteligência
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 4
Introdução.................................................................................................................................... 7
Unidade i
inteligência competitiva.................................................................................................................. 11
capítulo 1
Tipos de inteligência, categorias e medidas de contrainteligência........................... 11
CAPÍTULO 2
Ciclos de inteligência nas empresas................................................................................ 25
CAPÍTULO 3
Desenhando e desenvolvendo uma unidade de inteligência competitiva .................. 35
CAPÍTULO 4
Abordagem e formas de obtenção de dados pela inteligência competitiva............. 40
CAPÍTULO 5
Inteligência competitiva e a tecnologia da informação............................................ 48
CAPÍTULO 6
Data mining e data warehouse........................................................................................ 53
Unidade iI
ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA.................................................................................................................... 54
CAPÍTULO 1
Definições, tipos, características e formas de atuação.............................................. 54
CAPÍTULO 2
Estudo da análise de inteligência competitiva e gestão empresarial.......................... 60
CAPÍTULO 3
Aspectos éticos relativos a atividade de inteligência.................................................... 68
Referências................................................................................................................................... 77
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
5
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
6
Introdução
Por sermos conhecedores das dificuldades e correrias do dia a dia, optamos por
preparar um material simples, didático, sintético e de fácil entendimento, mas rico em
teor e conteúdo, com conteúdos e informações atuais que muito servirá de base para a
execução das suas atividades bem como, servindo como fonte de consulta durante os
estudos e vida profissional.
Num segundo momento nos deteremos em temas mais técnicos como análise de
inteligência e conceitos éticos que cercam as atividades de inteligência competitiva, sendo
que alguns informes que serão repassados são imprescindíveis e explícitos para você
que é iniciante no tema Atividade de Inteligência. Um deles é que toda a informação
estratégica que uma empresa necessita não lhe chegará de maneira passiva, ou seja, é
preciso criar uma cultura de Inteligência Competitiva em cada organização, pois esta
é uma função idealizada para buscar no ambiente externo, os insumos informacionais
necessários no processo de gestão empresarial. Por isso, serão tratados no decorrer
da disciplina questões sobre níveis de concorrência em todos os setores de negócios
e também sobre o aumento indiscriminado da criminalidade empresarial, sendo que
estes fatores estão condicionados e comprometendo a eficácia das organizações em um
mercado cada vez mais competitivo.
7
Desta forma a Inteligência Competitiva assim como a Contrainteligência Empresarial
tornam-se ferramentas eficazes e vitais para a obtenção de informações sobre mercado
e concorrência bem como medidas de proteção das informações corporativas sensíveis
e criticas, mediante a implementação de medidas específicas e que se fazem parte do
Ciclo de Produção de conhecimento, sendo estas atividades hoje em dia representam
ferramentas importantes para a garantia da segurança e sobrevivência das organizações.
Este material tentará levá-lo para um estudo pontual também voltado para os cenários
prospectivos, onde a Inteligência Competitiva se mostra como uma ferramenta que
irá ajuda a “moldar” um futuro próximo desejável, mas que ainda assim será sempre
incerto.
Objetivos
»» Proporcionar aos alunos um aprendizado de qualidade, com
desenvolvimento de conteúdos simples, claros, concisos de fácil
entendimento de forma a propiciar uma adequada implantação e
utilização da inteligência competitiva nas organizações empresariais.
8
»» Demonstrar a aplicação da Inteligência Competitiva como um processo
social bem como Identificar noções básicas de emprego da Inteligência
Competitiva na proteção de vantagens competitivas das empresas.
9
intEligênCiA unidAdE i
ComPEtitivA
CAPítulo 1
tipos de inteligência, categorias e
medidas de contrainteligência
11
UNIDADE I │ inteligência competitiva
Inteligência competitiva
Muitos autores afirmam que, definir o que é realmente Inteligência Competitiva, ou
Inteligência de Negócios, vem causando importantes debates e discussões acirradas
entre os praticantes e acadêmicos. Para Buchda (2007), a comunidade científica está
dividida em dois grupos: os que usam o termo Inteligência Competitiva e os que usam o
termo Inteligência de Negócios. A autora argumenta, entretanto, que ambos os conceitos
são similares e compartilham a ideia de produzir inteligência por meio da análise de
dados coletados. Compartilham também o objetivo de facilitar melhores tomadas de
decisão e suporte gerencial (BUCHDA, 2007).
Segundo a pesquisa realizada pela Global Intelligence Alliance (GIA WHITE PAPER,
2007/2), embora Business Intelligence, Market Intelligence e Competitive Intelligence
sejam os termos mais utilizados para descrever o processo pelo qual uma empresa toma
consciência do ambiente externo (sendo o termo Market intelligence frequentemente
usado de forma intercambiável com Competitive Intelligence, (CI) ou com Business
Intelligence (BI)), aparentemente não há evidências de uma linguagem global comum.
O significado dos conceitos, entretanto é o mesmo (GIA WHITE PAPER 2007/2). Para
Gomes e Braga (2002), os conceitos de Business Intelligence são muito parecidos em
sua forma aos da Inteligência Competitiva, porém, são diferentes em seu conteúdo.
Enquanto “a Inteligência Competitiva lida com informações públicas sobre a
competição e os competidores para auxiliar a empresa a ganhar vantagem competitiva
através de decisões estratégicas alinhadas ao negócio” (GOMES; BRAGA, 2002, p.27),
Business Intelligence é um conceito “mais amplo, pois engloba informações que não
são necessariamente usadas para análises competitivas da empresa” (GOMES; BRAGA,
2002, pp. 27-28).
12
inteligência competitiva │ UNIDADE I
Hoje, entretanto, neste mundo de crescentes incertezas, cada vez mais os estrategistas da
gestão estão empregando a Inteligência Competitiva visando reduzir e/ou minimizar as
incertezas do ambiente externo, diminuindo desta forma a pressão sobre os tomadores
de decisão.
13
UNIDADE I │ inteligência competitiva
Por ser a inteligência Competitiva uma área de estudos teoricamente nova e que se
encontra atualmente em um processo constante de evolução e mudanças, faz com que
seja abordada com diferenças conceituais, pois não há, até o presente momento, uma
doutrina única, definitiva e mandatória a seu respeito. Mas, em qualquer bibliografia,
sempre podemos identificar, para a maioria dos autores especializados em Inteligência
Competitiva, alguns objetivos comuns, tais como:
a. necessidade expressa de acompanhar o andamento da concorrência;
b. monitorar o ambiente onde a organização atua ou irá atuar;
c. detectar e identificar precocemente o aporte de novas tecnologias ao
mercado;
d. descobrir e captar interlocutores-chave e viabilizar como aprender com
eles;
e. instruir e subsidiar o processo de tomada de decisões estratégicas pela
alta administração.
14
inteligência competitiva │ UNIDADE I
No que tange à inteligência privada, Almeida Neto (2009, p. 64) ressalta a resistência
oferecida por alguns autores da área em atribuir o caráter de inteligência a determinadas
atividades desempenhadas pela iniciativa privada. Nesse sentido, o autor expõe o
seguinte (ALMEIDA NETO, 2009, p. 64):
15
UNIDADE I │ inteligência competitiva
Após extensa pesquisa sobre os conceitos mais usuais sobre Inteligência Competitiva,
os que listaremos abaixo, foram os que mais nos chamaram a atenção, sendo adotados
por autores como Kahaner (1996), Coelho (1999), pelo Núcleo de IC da Universidade de
Brasília (1999) e ainda pela ABRAIC (Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência
Competitiva):
16
inteligência competitiva │ UNIDADE I
políticos também se utilizam da atividade, ou das técnicas a ela relacionadas, para obter
informações importantes e, até mesmo, para neutralizar adversários políticos.
As organizações podem ser vistas como sistemas que processam informação. Elas
coletam dados de fontes internas e externas, os processam e os transformam em
informações e conhecimentos úteis à organização. Os negócios não funcionam apenas
com dados brutos. Dependem do conhecimento de indivíduos, que contextualizam
e dão significados a esses dados, transformando-os, por sua vez, em informação e
conhecimento pronto para ser colocado em ação (MORESI, 2006).
17
unidAdE i │ intEligênCiA ComPEtitivA
a. o apoio da direção;
18
inteligência competitiva │ UNIDADE I
19
UNIDADE I │ inteligência competitiva
Ressalte-se que o âmbito de atuação da inteligência civil de Estado pode ser tanto
interno (dentro do país) quanto externo (fora do país) (ALMEIDA NETO, 2009, pp.
62-63).
Inteligência empresarial
20
inteligência competitiva │ UNIDADE I
21
UNIDADE I │ inteligência competitiva
só conhecerão aquilo que “nós” quisermos que eles conheçam, o que pode ser usado
inclusive em beneficio próprio.
Inteligência Competitiva: o que o concorrente tem que pode nos fazer passar uma noite
sem dormir? Contrainteligência Empresarial: o que nossos concorrentes estão tentando
22
inteligência competitiva │ UNIDADE I
descobrir sobre nós e por quê? Como eles estão tentando fazê-lo? Que providências
podemos tomar para impedi-los? Tendo uma compreensão adequada sobre o valor
da informação ao longo do tempo, e partindo da identificação das vulnerabilidades de
segurança da própria organização, cabe à Contrainteligência Empresarial estabelecer
um quadro claro das ameaças reais ou potenciais que colocam em risco a proteção das
informações sensíveis, considerando processos, instalações, equipamentos e pessoas.
Para Drucker (apud GANESH; ZAVERI, 2001), o mundo está entrando rapidamente
em uma Era Pós-industrial, também conhecida como Era do Conhecimento, em que a
disponibilização e o processamento de informações representam necessidades críticas
para quaisquer organizações envolvidas em disputas econômicas.
Para Prescott e Miller (2002), o fator fundamental para o sucesso da função Inteligência
na dimensão Empresarial é o atendimento das reais necessidades informacionais do
usuário, de modo que a organização atue em decorrência de suas orientações.
A informação “voa”, ou seja, ela quer “ser livre”, sendo que ela pode ser ouvida, vista
(modelo, documento, plano, imagem etc.), mas pode também ser cheirada, degustada
ou tocada, embora não seja material. Sinteticamente, asseveramos que informação é
um bem intangível que pode ser obtido sem o consentimento, cooperação ou mesmo o
conhecimento de quem o possui.
Miller (2002) escreve que a ferramenta mais eficaz para proteger as informações
corporativas sensíveis é a “Contrainteligência Empresarial”. E como o próprio
nome diz e já reforçamos no texto acima, ações de Contrainteligência consistem no
23
unidAdE i │ intEligênCiA ComPEtitivA
24
CAPÍTULO 2
Ciclos de inteligência nas empresas
25
UNIDADE I │ inteligência competitiva
política. O uso desta metodologia tem a finalidade de buscar reduzir os erros (não
intencionais) que possam ocorrer durante a execução dos trabalhos e, a nossa vida e
rotina profissional, na maioria das vezes esta ou deveria estar regida por um conjunto
de princípios básicos, como medida para orientação dos passos e atividades que
deverão ser seguidos, quer seja na execução das nossas atividades laborais quer seja no
relacionamento interpessoal e social.
26
inteligência competitiva │ UNIDADE I
27
UNIDADE I │ inteligência competitiva
28
inteligência competitiva │ UNIDADE I
29
UNIDADE I │ inteligência competitiva
A Figura abaixo mostra uma variação citada por diversos autores (GILAD, 1988;
HERRING, 1998; KAHANER, 1998; MILLER, 2002; PRESCOTT, 2002 apud
RODRIGUEZ; FONTANA, 2005; PASSOS, 2005; PASSOS, 2007). Esta versão apresenta
as seguintes fases:
b. planejamento e direção;
c. coleta;
d. análise e disseminação.
30
inteligência competitiva │ UNIDADE I
1
IDENTIFICAÇÃO DAS
NECESSIDADES
5. 2.
DISSEMINAÇÃO PLANEJAMENTO
DIREÇÃO
TOMADA DE
DECISÃO
4. 3.
ANÁLISE COLETA
6.
– – – CONTRA – – –
INTELIGÊNCIA
a. planejamento e direção;
d. análise e produção;
e. relatório e informação.
O autor salienta que o modelo falha em não enfatizar que uma importante consideração
na Inteligência Competitiva é que a informação deve ser usada nos processos de tomada
de decisão da empresa.
O autor aborda que informações passadas aos tomadores de decisão, mas que não se
convertem em ações, não é inteligência.
b. coleta de Dados;
31
UNIDADE I │ inteligência competitiva
c. análise;
d. disseminação;
e. feedback.
1
PLANEJAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO DE
NECESSIDADES
5. 2.
FEEDBACK COLETA DE DADOS
4. 3.
DISSEMINAÇÃO ANÁLISE
Cabe salientar a característica cíclica que denota um processo contínuo de cinco fases.
Pelas razões já apresentadas, e por ser um dos modelos mais referenciados na literatura
atual, será adotado para os fins didáticos o Modelo Clássico do Ciclo de Inteligência
Competitiva (McGONAGLE, 2007). Este modelo apresenta as fases de Planejamento
e identificação das necessidades, Coleta, Análise, Disseminação e Feedback. Cada uma
dessas fases será analisada a seguir.
32
inteligência competitiva │ UNIDADE I
de dados e informações, bem como as fontes que serão utilizadas. São identificados as
lacunas de informação que devem ser preenchidas com as informações sobre o ambiente
competitivo.
Para Bose (2008), as decisões estratégicas são baseadas tipicamente em certas premissas
assumidas. A Inteligência Competitiva auxilia a empresa a testar e validar as premissas.
Os dados e as informações coletadas devem ser úteis à construção e ao entendimento do
cenário de decisão (BOSE, 2008). Esta definição vem das necessidades de inteligência
encontradas dentro da empresa.
33
UNIDADE I │ inteligência competitiva
Para Weiss (2002), quatro categorias são necessárias para construir uma compreensão
completa do ambiente de negócios e um processo eficiente de Inteligência Competitiva:
b. conhecimento comparativo;
34
CAPÍTULO 3
Desenhando e desenvolvendo uma
unidade de inteligência competitiva
35
UNIDADE I │ inteligência competitiva
36
inteligência competitiva │ UNIDADE I
37
UNIDADE I │ inteligência competitiva
Analisando a Inteligência Competitiva, podemos observar que ela esta formatada para
atender as novas demandas da vertente empresarial, sendo esta uma necessidade
premente do atual mercado globalizado e altamente competitivo. O modelo empresarial
tem desdobrado crescente interesse das organizações de qualquer tipo (inclusive
governamentais), dos profissionais liberais e acadêmicos, pelas derivações práticas de
seu emprego para instruir o processo decisório empresarial e incrementar o desempenho
competitivo.
38
inteligência competitiva │ UNIDADE I
39
CAPÍTULO 4
Abordagem e formas de obtenção de
dados pela inteligência competitiva
40
inteligência competitiva │ UNIDADE I
mais da capacidade organizacional de saber se adaptar e ser ágil. Nessa nova Era os
modelos de gestão indicam extremidades estruturais com mais poder de decisão do que
na Era Industrial (a busca da descentralização), favorecendo a emissão de respostas em
tempo real.
Embora o termo informação seja usado para referir todas as maneiras de descrição ou
representação de sinais ou dados, é importante reconhecer que existem, de fato, quatro
classes de informação: dados, informação, conhecimento e inteligência (TARAPANOFF,
2001).
41
UNIDADE I │ inteligência competitiva
Nível estratégico: relacionado a planos e políticas Inteligência – informação acionável que especula sobre
nacionais ou internacionais desdobramentos futuros
Nível tático: relacionado a planos e ações setoriais Informação – dados avaliados, interpretados e integrados a uma
situação
Nível operacional: relacionado à execução de Dados - fatos, tabelas, gráficos e imagens etc. que não foram
procedimentos e rotinas processados, correlacionados, integrados, avaliados ou interpretados
Por isso, para se praticar a Inteligência Competitiva de maneira eficaz é preciso entender
estas diferenças conceituais e entre as classes, pois elas possuem valores distintos no
contexto do processo decisório. Os altos escalões de uma organização necessitam de
informação qualitativa que contenha um alto valor agregado, para que os dirigentes
42
inteligência competitiva │ UNIDADE I
possam ter uma visão global da situação e poder se alicerçar nestas informações para a
tomada de decisão estratégica.
43
UNIDADE I │ inteligência competitiva
Nenhuma informação está isolada, e cada fração que se obtenha dela é o elo de
um encadeamento por vezes esquecido. Na mesma linha de raciocínio, nenhuma
informação é completa, mas pode ser idealizada por “diálogos mentais” entre um fato
e o seu observador.
Segundo Besson e Possin (1996), a informação, seja qual for a sua natureza, divide-se
em quatro elementos exclusivos de quaisquer outros, sendo: aberta ou fechada e
oral ou escrita.
Por outro lado, a informação fechada corresponde ao que ainda não se tornou público,
por sua submissão a algum critério de sigilo. Uma pequena parcela dela, formalizada por
textos e documentos confidenciais, costuma estar guardada em cofres ou em memórias
digitais protegidas. Não obstante, o essencial dessa informação circula na forma oral,
visto que a maioria das pessoas não toma os cuidados necessários para obstar a sua
divulgação. Tal informação é conhecida no jargão de Inteligência como informação
fechada e oral.
44
inteligência competitiva │ UNIDADE I
de planejamento para o start-up do trabalho dos analistas. Podemos por fim afirmar
que o produto da atividade de inteligência, é um “Conhecimento”.
Os dados que chegam a uma agência ou serviço de inteligência têm origens, que na
linguagem da atividade de inteligência, são conhecidas como “fontes”. As “fontes”
podem ser:
»» Pessoas: Aquelas que detêm a autoria do dado, por terem percebido,
memorizado e descrito um fato, ou situação.
»» Organizações: São aquelas que detêm a responsabilidade do dado, por
tê-lo veiculado, não nos sendo possível identificar o autor.
»» Documentos: São os que contêm os dados, mas não fornecem indicações
que permitam identificar o autor, ou a organização responsável. Nesta
categoria se incluem filmes, gravações de áudio, fotografias, panfletos
apócrifos etc. Este tipo de dado dever ser avaliado com muito critério.
»» Equipamentos: São os que podem ser capazes de captar imagens e
sinais.
45
UNIDADE I │ inteligência competitiva
Além disso, anúncios de empregos podem dar uma ideia de que tipo de profissionais os
concorrentes estão buscando para redefinir o seu negócio. Informações sobre linhas de
46
intEligênCiA ComPEtitivA │ unidAdE i
Muitas vezes, a captura de informações está ligada à percepção de sinais que embora
possam não parecer relevantes, podem conter significado para o assunto pesquisado.
São os sinais fracos (VARGAS; SOUZA, 2001).
47
CAPÍTULO 5
Inteligência competitiva e a tecnologia
da informação
Por isso no bojo dessa grande evolução tecnológica que se vivencia na dimensão
econômica é fundamental que as organizações disponham de técnicas e ferramentas de
processamento de conteúdos (informações). Tais ferramentas e técnicas foram criadas
para auxiliar não só o trabalho de coletores de dados e informações, mas também para
ajudar nas rotinas dos analistas de Inteligência e dos tomadores de decisão, favorecendo
uma visão integrada do que está ocorrendo, economizando tempo e compensando a
eventual falta de um conhecimento mais profundo sobre determinadas áreas de atuação.
Para ter credibilidade e ganhar a confiança dos usuários, “um trabalho de Inteligência
Competitiva deve ser emoldurado por uma ferramenta analítica”, pois a combinação de
números concretos com entrevistas e indicadores oferece uma compreensão mais rica
de uma questão de Inteligência (PRESCOTT; MILLER, 2002).
48
inteligência competitiva │ UNIDADE I
A intranet e a inteligência
O processo convencional de Inteligência se desenvolve de forma cíclica em torno das
operações estruturadas de coleta, análise e disseminação. É desejável que o trabalho de
análise ocupe cerca de um terço do tempo disponível dos atores da Inteligência, sendo que
o restante do tempo deve ser empregado na reunião de informações e na disseminação
de inteligências pelos usuários, tarefas que, em si, praticamente não agregam valor aos
negócios empreendidos pela organização. Por esse motivo, os Sistemas de Inteligência
Empresarial estão cada vez mais sendo estruturados sobre redes digitais, Intranet, que
otimizam entradas e saídas de materiais informativos (inputs e outputs), permitindo
uma significativa economia de tempo nas atividades menos especializadas, além de
disponibilizar conteúdos de interesse em um mesmo ambiente virtual. A interatividade
funcional entre coletores, colaboradores externos e analistas é facilitada mediante o
emprego de uma Intranet de Inteligência. Concebida para permitir acesso digital aos
participantes credenciados no sistema, a qualquer hora e de onde quer que estejam
ela agiliza e organiza o intercâmbio seguro de informações, bem como facilita o seu
processamento oportuno.
49
UNIDADE I │ inteligência competitiva
Quando se olha a questão do sigilo pelo lado do modelo clássico, “a relação entre
segredo e Inteligência começa com o fato de as operações de coleta de informações
em Inteligência visarem justamente a obtenção de informações que não podem ser
obtidas (ou são de difícil acesso) através dos meios corriqueiros de pesquisa” (CEPIK,
2003). Em verdade, o segredo costuma ser, na maioria dos casos, um mero sentimento
arbitrário inspirado por uma informação que se deseja bloquear, a fim de preservá-la.
Considerando a necessidade de se manter um grau de sigilo sobre assuntos sensíveis,
o que se observa, normalmente, é que existem, na maioria das organizações, práticas
controvertidas quanto à segurança das informações. Por isso muitos especialistas em
segurança da informação afirmam que “A forma mais segura de transmitir informações
importantes e críticas, é não transmiti-las” eu por minha vez digo que se duas pessoas
são conhecedoras de um segredo, já não existe mais segredo, pois a natureza humana
não é perfeita e ora mais ora menos esse segredo será revelado.
Por sua vez a facilidade de acesso à informação possibilita a interação face a face entre
pessoas nos diversos cantos territoriais, permite também afirmar que não existe hoje
nada mais distribuído e disseminado do que a informação. Não existe mais um mundo
estável, baseado somente na troca de experiências individuais, que busca explicar os
fenômenos de forma empírica e responder todas as questões. Daí a necessidade das
organizações desenvolverem estruturas tecnológicas e, pela atividade de Inteligência,
aumentar a capacidade de solucionar problemas, realizar diagnósticos mais precisos
em direção à realidade atual e com a visão do contexto.
50
inteligência competitiva │ UNIDADE I
Outro ponto importante, as atividades de inteligência existem desde, pelo menos, 500
a.c., como podemos afirmar que todas essas atividades reveladas foram possíveis por
causa da tecnologia? A tecnologia e os novos modelos de serviços, principalmente as
redes sociais, possuem uma participação importante apenas na divulgação das notícias
envolvendo esses fatos. Graças às redes sociais, atualmente essas notícias atingem o
público em geral e não apenas os profissionais ligados a área de defesa ou segurança.
Assange foi o responsável por divulgar os documentos que Bradley teve acesso enquanto
servia as forças armadas americanas. O que temos em comum entre Bradley Manning e
Edward Snowden? Ambos tiveram acesso a informações classificadas como confidenciais
que, de acordo com as funções e cargos exercidos por eles, não deveriam ter.
51
UNIDADE I │ inteligência competitiva
52
CAPÍTULO 6
Data mining e data warehouse
53
ANÁLISE DE Unidade iI
INTELIGÊNCIA
CAPÍTULO 1
Definições, tipos, características e
formas de atuação
Devemos atentar que a coleta de informações não deve se confundir com o trabalho de
análise.
Como se vê, cada uma das fases apresentam responsabilidades distintas no processo
de criação de Inteligência. Enquanto os coletores cuidam de reunir informações, com
um enfoque de passado e de presente, os analistas de Inteligência tratam das ideias que
emergem desse processo, procurando deslocar o centro de equilíbrio do conhecimento
para o futuro, pela construção de cenários prospectivos, objetivando a antecipação da
organização às possíveis ameaças e/ou oportunidades surgidas no ambiente externo
(CARDOSO JÚNIOR, 2005).
Para realizar com maior eficácia o seu trabalho, os analistas de Inteligência devem ter
acesso a todas as informações de fundo estratégico que transitam pela organização.
A função análise tem muito de quebra-cabeça; pois é como completar um mosaico.
Pegando-se várias peças, uma de cada lugar, algumas não se encaixam. Não obstante,
em geral, muito antes de o mosaico estar pronto, é possível fazer várias inferências. A
primeira tarefa é, portanto, encontrar as peças que se encaixam no mosaico (CARDOSO
JUNIOR, 2005).
54
ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA │ UNIDADE II
ser apresentados com sucesso àqueles usuários mais céticos. A credibilidade aumenta
quando é possível documentar como uma ferramenta foi utilizada satisfatoriamente
pelos outros competidores e porque razão ela foi considerada relevante para a questão
em pauta. Abordando o processo de transformação dado – informação – conhecimento,
para se chegar ao produto final, um longo e árduo caminho deve ser percorrido.
Lembrando que Os dados são elementos que mantém a sua forma bruta (texto, imagens,
sons, vídeos etc.), ou seja, eles sozinhos não ajudam a compreender determinada
situação, enquanto a informação é o dado cuja forma e conteúdos foram adequados
para um uso específico.
Análise da informação
Na fase de análise são buscadas respostas às necessidades de inteligência. Embora as
fases do ciclo de inteligência se completem na obtenção de Inteligência Competitiva, a
análise é possivelmente a fase mais importante do ciclo de inteligência (BOSE, 2002).
Neste estágio são realizadas a avaliação, a organização, a catalogação, o agrupamento
e a interpretação dos dados buscando a resposta às necessidades de inteligência
(CARVALHO, 1995).
Por isso os dados coletados devem ser analisados e interpretados em um contexto que
faça sentido e demonstre coerência para se tentar buscar os traços que possam levar à
solução de uma dada situação em especial. Diferentes tipos de dados gerarão diferentes
56
ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA │ UNIDADE II
respostas que, em conjunto, poderão levar ao entendimento de uma dada situação que
pode ser simples ou complexa.
Para Carvalho (1995), a grande tarefa da análise é fazer com que a Inteligência Competitiva
seja relevante para o usuário final. Uma boa análise de inteligência pressupõe que os
responsáveis por sua execução tenham estreita ligação com o processo de tomada de
decisão (CARVALHO, 1995).
A Inteligência Competitiva deve ser usada para o apoio às decisões; portanto, sua
apresentação deve seguir essa premissa. Ao invés de divulgar longos documentos com
57
UNIDADE II │ ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA
Após ser disseminada pelas pessoas envolvidas com a tomada de decisão, deve ser
feita a verificação da eficácia da utilização da inteligência gerada. Esta verificação é
desenvolvida na fase de Feedback, descrita no próximo tópico.
Feedback
A fase de Feedback pode auxiliar no entendimento sobre o que ficou bom e o que
poderia ter sido diferente na busca pelas informações identificadas no processo. Nesta
fase podem ser feitos questionamentos como: O que foi usado? Como? Ou Por que não?
Isto resultou em fechamento de negócios? Houve economia de dinheiro? Melhorou a
reputação da empresa? Como o processo pode ser aperfeiçoado? Este tipo de pergunta
pode proporcionar aos analistas saberem em que áreas são importantes fazer melhorias
ou aprofundar as investigações (BOSE, 2002).
A comunicação de dados
O analista deve estar muito atento para saber como o dado chegou a seu conhecimento,
ou seja, em que condições o emissor (a fonte – o elemento que apreendeu o dado
originalmente) o entregou ao receptor (o destinatário). O cuidado que se deve ter,
então, é procurar saber se entre a fonte e o destinatário não existiu outro elemento
intermediário, que também possui a capacidade de perceber, memorizar e transmitir
um dado e o fez, só que obtendo o dado do mesmo emissor que o passou ao destinatário.
Isto pode levar o profissional a conclusões infundadas. Esta pessoa é chamada de “Canal
de Transmissão”. Por isso se o profissional de Inteligência não aplicar, corretamente,
58
ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA │ UNIDADE II
a técnica adequada, no tocante à Fonte, corre o risco de confirmar este dado que, em
sua origem, teve a mesma fonte.
O Ponto de interesse
Relatório de inteligência
Para isso, o emprego dos tempos verbais adequados é fundamental para esclarecer
qualquer dúvida que possa existir, por parte do usuário, sobre qual tipo de documento
está em suas mãos. É nossa opinião que este documento idealizado dentro do Sistema
Brasileiro de Inteligência (SISBIN), pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) não
cumpre sua finalidade como veículo transmissor dos Conhecimentos de Inteligência
quando direcionado a algum usuário pouco experiente, ou mesmo quando este gestor
nada conhece de Inteligência. O grande objetivo de um documento de Inteligência,
seja de que tipo de Conhecimento for, é permitir que o usuário receba as informações
por ele desejadas sem que paire qualquer dúvida. Entretanto, como vimos, nem todos
os usuários são pessoas que militam na Atividade de Inteligência tendo, portanto,
dificuldade em entender o emprego dos tempos verbais – indicadores do tipo de
conhecimento – a única sinalização mais clara do relatório sobre qual Conhecimento
contém. A outra demonstração do tipo de Conhecimento é a existência, ou não, de
conclusão ao final do texto. Mas isso, para um leitor inexperiente pouco significa,
ajudando mais a confundir do que esclarecer.
59
CAPÍTULO 2
Estudo da análise de inteligência
competitiva e gestão empresarial
Muitos afirmam que estamos na era da tecnologia e temos a nossa disposição um vasto
conhecimento sobre como usar a tecnologia para integrar dados e tomar decisões criticas
e algumas vezes rotineiras, entretanto, uma máquina, por mais nova e tecnológica
que seja, é uma máquina, e não pode “ainda” tomar decisões que envolvam valores
e preferências quanto ao risco, pois nesse caso ainda é necessário o julgamento
humano, sendo que a adequada capacidade de julgamento para tomada de decisões,
60
ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA │ UNIDADE II
que algumas pessoas possuem e outra não, podem ser aperfeiçoadas com treinamento
e experiência práticas.
Para um mercado atualmente aquecido, agressivo e até impiedoso o ideal seria pressupor
o que os concorrentes podem fazer e farão, neste caso é vital o dispêndio de esforços
para aplicar a Inteligência Competitiva e esta, exigirá via de regra e invariavelmente, a
reunião e a análise de informações com a finalidade de fundamentar e apoiar o processo
de tomada de decisões estratégicas da organização empresarial. Por isso a o crescimento
da Inteligência Competitiva vem acontecendo alicerçada na esteira da evolução da
Gestão do Conhecimento.
61
UNIDADE II │ ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA
Além de todas as condicionantes vistas até o presente momento, que favorecem uma
insuspeita relação positiva entre as práticas de Inteligência Competitiva e a geração de
novos negócios (e a sua manutenção), é preciso considerar, ainda, a questão do paradoxo
que permeia a Função Inteligência na atualidade – produzir inteligências com o aporte
maciço de meios técnicos versus produzir inteligências com base na utilização judiciosa
de meios, preferencialmente, humanos.
Nesse caso, talvez uma das assertivas temáticas mais importantes da atualidade seja a
colocação de Prescott e Miller (2002): a criação e o uso da Inteligência são um processo
social.
62
ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA │ UNIDADE II
Entretanto, ainda não é possível dizer o mesmo das pequenas, médias e muitas das
grandes organizações empresariais inseridas no confronto competitivo, posto que elas
não conseguem conceber e implementar, com facilidade ou naturalidade, os métodos
de gestão de Inteligência adequados ao seu porte, independente de qual for o setor
econômico em que atuam. Essa nova concepção metodológica permite que Sistemas
de Inteligência Competitiva, mesmo sustentados por processos tecnológicos vigorosos,
tendentes a uma dinâmica de reunião quantitativa de informações, sejam capazes de
coletar, processar e disseminar informações de fontes humanas, atendendo a demandas
qualitativas, em decorrência da criação e exploração de redes de relacionamento
socioprofissional.
Lembre-se que a produção de inteligências será sempre e antes de tudo uma atividade
humana, dependente da compreensão de pontos de vista humanos, subjetivos, condicionados
por aspectos emocionais difíceis de serem controlados. Sendo assim, um trabalho eficaz
de Inteligência empreendido com o auxílio das redes de colaboradores representa um
diferencial competitivo difícil de ser alcançado por qualquer rival dos negócios.
63
UNIDADE II │ ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA
É difícil imaginar uma rede de colaboradores produtiva que não necessite de outras
redes anexas, pois qualquer uma delas sempre tem “fome de informações” e a falta de
informações só pode ser atenuada com a ajuda de outras redes externas. Um exemplo
de redes que buscam sua expansão com redes anexas pode ser caracterizado pela forma
de comercialização de produtos e serviços originados em organizações empresariais
como Herbalife, Avon, Natura e Amway.
Assim, para a Inteligência Competitiva quase sempre não há nada melhor do que
estabelecer e manter contatos com as fontes humanas. Como meio de melhorar a
comunicação, evitar equívocos e obter respostas em tempo real, os atores da Inteligência
devem dialogar diretamente com as suas fontes, absorvidas e organizadas em redes de
colaboradores.
Por isso a Inteligência Competitiva e Planejamento Estratégico devem ter uma relação
íntima e permanente. Não é possível ter Planejamento Estratégico eficaz sem o
64
ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA │ UNIDADE II
65
UNIDADE II │ ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA
Para os autores que defendem a importância desta atividade na vida gerencial das
organizações, o emprego da Inteligência Competitiva no ambiente empresarial
representa uma forte tendência por ser uma das principais ferramentas auxiliares
em um processo de tomada de decisões estratégicas. Assim, essa atividade deixou
de ser um privilégio exclusivo do Estado, como instituição, passando a ser adotada
pelas organizações envolvidas em qualquer tipo de competição, independente do seu
status ou aspecto jurídico. Observe que o crescimento da Inteligência Competitiva vem
66
AnÁliSE dE intEligênCiA │ unidAdE ii
a. o apoio da direção;
67
CAPÍTULO 3
Aspectos éticos relativos a atividade de
inteligência
Necessário para a introdução específica do capítulo, que se tenha uma definição do que
seja ética, bem como, as operações de inteligência, para que possamos expressar vários
tópicos a fim de que vocês consigam tirar suas conclusões a cerca do tema.
Como nos ensina Adolfo Sánchez Vasquez (2006, p.25), “A ética é a teoria ou ciência
do comportamento moral dos homens em sociedade”.
68
ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA │ UNIDADE II
Deve ser acrescentado que a Lei no 8,429, de 02 de junho de 1992, disciplina em seu
artigo 11: “Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, e notadamente:
69
UNIDADE II │ ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA
De acordo com o entendimento dos autores Beatriz Laura Carnielli e João Manoel
Roratto (Revista Brasileira de Inteligência, Abin, 2005, p. 10). A partir de 11 de setembro
de 2001, quando os EUA decretaram a guerra contra o terrorismo, o sistema global
democrático sofreu alterações, levando a perdas do ponto de vista da aplicação dos
direitos individuais e coletivos, comprometendo avanços democráticos. Adveio desta
nova realidade uma flexibilização na aplicação dos direitos e com isso um retrocesso que
enseja o debate tanto no âmbito interno daquele país quanto no da ordem internacional.
Assim, eles acreditam que “os ganhos democráticos dos últimos 30 anos podem se perder
por causa da crença ingênua de que as agências de Inteligência, ‘libertas’ de exigência
de fiscalização, podem de alguma forma, ser mais eficientes e eficazes”. (GILL, 2003, p.
57). Para o futuro, complementa, o objetivo deve ser evitar uma alternância entre dois
70
ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA │ UNIDADE II
A resposta a esta questão está no fato de que nenhuma atividade estatal pode fugir ao
controle público para assegurar que ela seja efetuada com legitimidade, por um lado, e
com economia, eficiência e eficácia, por outro. Portanto a legitimidade da atividade de
Inteligência está vinculada à observância das disposições das normas constitucionais,
legais e regulamentares vigentes no país que a desenvolve, ou seja, com subordinação
plena à Lei e ao Direito e com respeito aos direitos individuais dos seus habitantes. A
eficácia está na adequada relação entre os meios colocados à disposição dos órgãos que
a desempenham – os fundos públicos – e o produto final obtido: a Inteligência.
71
UNIDADE II │ ANÁLISE DE INTELIGÊNCIA
dentro da legalidade, dando provas de seu nível de exigência nas questões éticas,
mesmo quando sob pressão destes, se arrisca a desagradar chefes e companheiros.
Outro aspecto relevante da ética nesse processo é o controle que deve haver sobre a
qualidade moral das fontes.
Não devem ser permitidos relacionamentos com pessoas fora da lei. Sem dizer que
contatos externos também não podem ser “alavancados” com manipulações, extorsões,
chantagens ou pressões financeiras e morais. A recusa de responder deve ser respeitada.
A convicção dessas colocações decorre de nossa certeza de que nenhum problema é
insolúvel no pleno respeito da lei.
72
AnÁliSE dE intEligênCiA │ unidAdE ii
73
Para (não) Finalizar
Pelo que foi exposto no material e o que acompanhamos no dia a dia, o mundo
encontra-se num constante estado de mudança, sendo que as estas mudanças vêm
ocorrendo de forma cada vez mais rápida e dinâmica. O surgimento e a popularização
da informática entre os anos 1960 e 1980, combinados com a rápida expansão das redes
de comunicação a partir dos anos 1990, fizeram com que a circulação das informações,
o desenvolvimento da tecnologia e a geração de negócios em âmbito global passassem
a serem desenvolvidos em um ritmo jamais visto.
Contudo os tempos mudaram, e por ser também reconhecida como uma das principais
ferramentas auxiliares em um processo de tomada de decisões importantes, a Inteligência
foi inexoravelmente incorporada ao acervo dos instrumentos utilizados na gestão de
negócios, marketing, comércio e planejamento estratégico, passando a “turbinar” os
grandes conglomerados empresariais, uma vez que ela foi criada para proporcionar
vantagens competitivas aos setores de interesse de uma organização empresarial.
Esse novo enfoque exige a busca sistemática de dados válidos e relevantes sobre algum
problema ou questão específica que demande o interesse funcional dos executivos de
uma empresa.
74
para (não) finalizar
melhorar o seu lucro, e até mesmo para garantir a sua própria sobrevivência num universo
hostil de crescentes incertezas, o emprego adequado das técnicas de Inteligência pode
representar a diferença entre o sucesso e o fracasso.
Além disso, pouca importância é dada pela alta direção à utilização da informação para
o planejamento estratégico. Esta situação é agravada pelo fato de que as ferramentas
de tecnologia da informação e a alocação e utilização de empregados não são usados
adequadamente para o fim de produção de inteligência competitiva.
É por isso que o emprego da Inteligência Competitiva nos negócios torna-se primordial,
tendo em vista a dinâmica dos negócios, a sobrecarga de informações, o crescimento
global do processo competitivo, a concorrência cada vez mais agressiva, a rápida
evolução das tecnologias com os ciclos de vida mais curtos dos produtos, a criação de
novos ordenamentos mundiais provocados pela organização econômica em blocos cada
vez mais afins.
Para os tomadores de decisão é cada vez mais importante saber lidar de forma
consequente com questões subjetivas, relacionando o contexto decisório à perspectiva
estratégica da organização, por isso para qualquer profissional que deseje trabalhar
com Inteligência Competitiva deverá antes entender bem todos os conceitos, definições
e doutrinas apresentadas nesse material, buscar o aprimoramento constante e saber
fazer bom uso dessa atividade tão em alta nos dias atuais.
75
Para (Não) Finalizar
O profissional dessa área perante situações de crise e conturbadas deverá ter sua atenção
redobrada e disciplinada para reconhecer e antecipar possíveis ameaças.
Não obstante tudo isso, o ponto fundamental para garantir a eficácia de qualquer
programa de Inteligência ou Contrainteligência é a capacitação de seus membros,
disposição e interesse dos colaboradores de todas as áreas da organização em contribuir
nesse processo. Esta disposição só será possível se existir um programa de treinamento
e de conscientização da importância dessa função que seja a um só tempo realista,
atualizado e informativo.
Como vimos muitas organizações (por engano) ainda não acreditam que a Inteligência
Competitiva seja necessária, embora aloquem usualmente recursos para proteção
de informações sensíveis, implementando a Inteligência Empresarial como uma
ferramenta usual na sua estrutura e vinculada a suas estratégias propiciará um ganho
real com a inclusão de medidas voltadas à manutenção de vantagens competitivas.
Lembre-se:
Deixaremos aqui apenas algumas opções para você aprofundar seus conhecimentos,
acesse os sites e fontes bibliográficas sugeridas por nós, consulte mais e veja como os
problemas e ameaças são sérias e exigem muita preparação, capacitação, dedicação
e esforço para o sucesso do desenvolvimento das empresas face a atual conjuntura
econômica.
Por isso, é fundamental que vocês aprofundem seus conhecimentos e busquem novos
desafios, não devendo ficar restrito aos temas e assuntos tratados desse caderno de
Estudos, sendo este sim um norte e fonte de inspiração para a busca do saber.
76
Referências
SÁNCHEZ VÁZQUEZ, Adolfo. Ética .28ª ed. Rio de Janeiro; Civilização Brasileira,
2006.
77
Referências
SCHAUFFERT, Fred Harry. Atividades de Inteligência: livro didático – 3ª. ed. rev.
– Unisul: Palhoça, 2011.
78