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EB70-MC-10.

252

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

Manual de Campanha

INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES

1ª Edição
2021
EB70-MC-10.252

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

Manual de Campanha

INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES

1ª Edição
2021
PORTARIA - COTER/C Ex Nº 118, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2021
EB: 64322.014065/2021-15

Aprova o Manual de Campanha EB70-


MC-10.252 Inteligência nas Operações,
1ª edição, 2021, e dá outras
providências.

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da


atribuição que lhe confere o inciso II do artigo 16 das Instruções Gerais para o
Sistema de Doutrina Militar Terrestre – SIDOMT (EB10-IG-01.005), 5ª edição,
aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército nº 1550, de 8 de
novembro de 2017, resolve:

Art. 1º Aprovar o Manual de Campanha EB70-MC-10.252 Inteligência


nas Operações, 1ª edição, 2021, que com esta baixa.

Art. 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua


publicação.

Gen Ex MARCO ANTÔNIO FREIRE GOMES


Comandante de Operações Terrestres

(Publicado no Boletim do Exército nº 48, de 3 de dezembro de 2021)


As sugestões para o aperfeiçoamento desta publicação, relacionadas aos
conceitos e/ou à forma, devem ser remetidas para o e-mail
portal.cdoutex@coter.eb.mil.br ou registradas no site do Centro de Doutrina do
Exército http://www.cdoutex.eb.mil.br/index.php/fale-conosco

O quadro a seguir apresenta uma forma de relatar as sugestões dos leitores.

Manual Item Redação Atual Redação Sugerida Observação/Comentário


FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NÚMERO ATO DE PÁGINAS


DATA
DE ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1 Finalidade.......................................................................................... 1-1
1.2 Inteligência no Amplo Espectro dos Conflitos................................... 1-1

CAPÍTULO II – AS ESTRUTURAS DE INTELIGÊNCIA


2.1 Concepção........................................................................................ 2-1
2.2 Meios de Obtenção........................................................................... 2-1
2.3 Meios de Análise............................................................................... 2-3

CAPÍTULO III – O EMPREGO DA INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES


3.1 A Capacidade Operativa Inteligência Militar..................................... 3-1
3.2 Capacidades Específicas da Inteligência.......................................... 3-2
3.3 Atividades e Tarefas da Inteligência................................................. 3-3
3.4 Situações de Comando e Formas de Apoio...................................... 3-5

CAPÍTULO IV – O EMPREGO DO CONCEITO INTELIGÊNCIA,


RECONHECIMENTO, VIGILÂNCIA E AQUISIÇÃO DE ALVOS
4.1 O Conceito IRVA............................................................................... 4-1
4.2 O Emprego do Conceito IRVA.......................................................... 4-1
4.3 Atividades Envolvidas no Conceito IRVA.......................................... 4-3
4.4 Planejamento e Coordenação das Ações do Conceito IRVA........... 4-4
4.5 Estruturas Organizacionais Empregadas no Conceito IRVA............ 4-5

CAPÍTULO V – INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES BÁSICAS


5.1 Considerações Gerais....................................................................... 5-1
5.2 Operações Ofensivas........................................................................ 5-1
5.3 Operações Defensivas...................................................................... 5-2

CAPÍTULO VI – INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES


COMPLEMENTARES
6.1 Considerações Gerais....................................................................... 6-1
6.2 Operação Aeromóvel........................................................................ 6-2
6.3 Operação Aeroterrestre.................................................................... 6-3
6.4 Operações de Segurança................................................................. 6-5
6.5 Operações contra Forças Irregulares................................................ 6-6
6.6 Operação de Dissimulação............................................................... 6-7
6.7 Operações de Informação................................................................. 6-8
6.8 Operações Especiais........................................................................ 6-10
6.9 Operação de Busca, Combate e Salvamento................................... 6-12
6.10 Operação de Evacuação de Não Combatentes.............................. 6-13
6.11 Operação de Junção....................................................................... 6-15
6.12 Operação de Interdição................................................................... 6-17
6.13 Operação de Transposição de Curso de Água............................... 6-18
6.14 Operação Anfíbia............................................................................ 6-20
6.15 Operação Ribeirinha....................................................................... 6-23
6.16 Operação contra Desembarque Anfíbio......................................... 6-26
6.17 Operação de Abertura de Brecha................................................... 6-26
6.18 Operação em Área Edificada.......................................................... 6-27

CAPÍTULO VII – A INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES DE


COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO COM AGÊNCIAS
7.1 Generalidades................................................................................... 7-1
7.2 Garantia dos Poderes Constitucionais.............................................. 7-1
7.3 Garantia da Lei e da Ordem.............................................................. 7-2
7.4 Ações Subsidiárias............................................................................ 7-3
7.5 Prevenção e Combate ao Terrorismo............................................... 7-4
7.6 Operações sob a Égide de Organismos Internacionais.................... 7-5
7.7 Operações em Apoio à Política Externa em Tempo de Paz ou
Crise........................................................................................................ 7-5
7.8 Outras Operações em Situação de Não Guerra............................... 7-6

CAPÍTULO VIII – A INTELIGÊNCIA NAS AÇÕES COMUNS ÀS


OPERAÇÕES
8.1 Considerações Gerais....................................................................... 8-1
8.2 Apoio de Inteligência ao Reconhecimento, à Vigilância e à
Segurança............................................................................................... 8-1
8.3 Apoio de Inteligência à Coordenação e ao Controle do Espaço
Aéreo....................................................................................................... 8-3
8.4 Apoio de Inteligência ao Planejamento e à Coordenação do Apoio
de Fogo................................................................................................... 8-4
8.5 Apoio de Inteligência à Substituição de Unidades de Combate........ 8-5
8.6 Apoio de Inteligência à Cooperação Civil-Militar (CIMIC)................. 8-6
8.7 Apoio de Inteligência à Defesa, Química, Biológica, Radiológica e
Nuclear.................................................................................................... 8-7
8.8 Apoio de Inteligência à Guerra Cibernética....................................... 8-8
8.9 Apoio de Inteligência às Operações Psicológicas............................. 8-9
8.10 Apoio de Inteligência à Guerra Eletrônica....................................... 8-10
8.11 Apoio de Inteligência à Defesa Antiaérea....................................... 8-11
8.12 Apoio de Inteligência à Comunicação Social.................................. 8-12
CAPÍTULO IX – A INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES EM AMBIENTE
COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
9.1 Considerações Gerais....................................................................... 9-1
9.2 Ambiente Operacional de Selva........................................................ 9-1
9.3 Ambiente Operacional de Pantanal................................................... 9-2
9.4 Ambiente Operacional de Caatinga.................................................. 9-3
9.5 Ambiente Operacional de Montanha................................................. 9-4

GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

1.1 FINALIDADE

1.1.1 Este manual de campanha tem por finalidade orientar os estados-maiores


(EM) dos diversos escalões da Força Terrestre (F Ter), bem como as
estruturas de obtenção de dados e produção do conhecimento, no emprego da
Inteligência Militar Terrestre em operações, com vistas a atender ao amplo
espectro dos conflitos.

1.2 INTELIGÊNCIA NO AMPLO ESPECTRO DOS CONFLITOS

1.2.1 As operações no amplo espectro podem ser desenvolvidas em áreas


geográficas lineares ou não, de forma contígua ou não, buscando contemplar
as diversas missões e tarefas que envolvem o emprego de meios terrestres.
Um acurado exame de situação (Exm Sit) orienta a melhor forma de dispor as
forças, que podem combinar atitudes e tipos distintos de operações.

1.2.2 Nesse contexto, a Inteligência apoia o comandante, em todos os níveis,


fornecendo as informações necessárias para diminuir as incertezas e auxiliar
na tomada de decisão, possibilitando a identificação do momento e do ponto
(dimensão física, lógica e/ou humana) onde deve ser concentrado o poder de
combate suficiente e adequado para derrotar a ameaça. Assim, a aplicação do
conceito inteligência, reconhecimento, vigilância e aquisição de alvos (IRVA)
torna-se essencial para o comandante (Cmt) obter a surpresa contra a ameaça,
ao mesmo tempo em que contribui para se opor à surpresa da ameaça, manter
a iniciativa no campo de batalha e alcançar o estado final desejado (EFD).

1.2.3 O campo de batalha multidimensional exige que cada soldado se


constitua em um sensor responsável pela detecção e comunicação de
atividades de ameaças, disposições e capacidades. Essa tarefa é crítica,
exigindo capacitação e meios tecnológicos que habilitem a agir em um
ambiente assimétrico, caracterizado pela violência difusa, elevado grau de
incerteza, emprego massivo de meios de tecnologias de informação (TI) e
complexidade de métodos. Nesse sentido, observa-se a crescente importância
do emprego da fonte humana, em integração com as demais fontes (sinais,
imagens e cibernética), como sensor capaz de ampliar a consciência
situacional por meio da observação e comunicação direta e simultânea de
eventos no campo de batalha.

1-1
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1.2.4 Para a inteligência militar (IM), conhecimento é o dado que foi


processado, analisado e julgado relevante, sendo fundamental para que os
comandantes e seus assessores possam ter um melhor entendimento da
situação, contribuindo para a obtenção da necessária consciência situacional.
Os integrantes dos EM, em operações militares, realizam os seus respectivos
Exm Sit baseados nos conhecimentos disponíveis.

Fig 1-1 – Hierarquia cognitiva da consciência situacional

1-2
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CAPÍTULO II

AS ESTRUTURAS DE INTELIGÊNCIA

2.1 CONCEPÇÃO

2.1.1 A concepção da Inteligência é baseada em três funções gerais, que são


desenvolvidas por todos os seus componentes: a obtenção, a análise e o
suporte. Os meios de obtenção atuam no ambiente operacional como sensores
de dados sobre as ameaças e oportunidades existentes. Os meios de análise
produzem os conhecimentos que irão subsidiar os comandantes e seus EM,
nos diversos níveis. Os meios de suporte permitem a ligação dos meios de
obtenção com os de análise, empregando a Tecnologia de Informação e
Comunicações (TIC). Também fornecem insumos tecnológicos para a
otimização das ações de ambos, seja por ferramentas de análise, seja por
sistemas de gestão de banco de dados.

2.2 MEIOS DE OBTENÇÃO

2.2.1 Os meios de obtenção são as estruturas responsáveis pela obtenção do


dado, podendo ser especializados ou não especializados, divididos em
organizações militares de inteligência (OM Intlg) e frações orgânicas das OM
subordinadas do escalão considerado.

2.2.1.1 As OM Intlg são estruturas que agregam frações específicas para a


obtenção de dados em operações militares em situação de guerra e situação
de não guerra.

2.2.1.2 Nesse sentido, as OM Intlg estão aptas a executar todas as atividades


do processo de inteligência, reconhecimento, vigilância e aquisição de alvos
(IRVA), apoiando a obtenção e a manutenção da consciência situacional,
proporcionando a desejável superioridade de informações, além de possuir
capacidade de realizar a busca por ameaças.

2.2.1.3 Essas OM cooperam, também, com o oficial de inteligência da tropa


apoiada no planejamento e na coordenação do emprego dos meios de IRVA,
atendendo ao amplo espectro dos conflitos.

2.2.1.4 Dessa forma, verifica-se que as OM Intlg são voltadas para operações
militares, nas situações de guerra e não guerra, empregando os mais diversos
meios tecnológicos, somado a um efetivo de militares especializados, a fim de
aumentar a capacidade de busca, obtenção e análise de dados dos comandos
apoiados.

2-1
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2.2.1.5 Dentro da estrutura organizacional da F Ter, existem dois níveis de OM


Intlg: o batalhão da inteligência militar (BIM), que, normalmente, atua em
proveito do escalão corpo de exército, e a companhia de inteligência militar
(CIM), que atua no apoio aos escalões divisão de exército e brigada.

2.2.2 O BATALHÃO DE INTELIGÊNCIA MILITAR

2.2.2.1 O BIM realiza a atividade de Inteligência em proveito de uma Força de


escalão até corpo de exército, quando em operações, atendendo ao amplo
espectro dos conflitos.

2.2.2.2 O BIM está organizado em:


a) comando;
b) estado-maior;
c) companhia de comando e apoio;
d) companhia de análise de inteligência;
e) companhia de sensores de fontes humanas;
f) companhia de sensores de fontes tecnológicas; e
g) companhia de reconhecimento e vigilância de inteligência.

Fig 2-1 – Organograma do BIM

2.2.3 A COMPANHIA DE INTELIGÊNCIA MILITAR

2.2.3.1 A CIM é a OM Intlg vocacionada para apoiar os escalões divisão de


exército e brigadas. Sua estrutura organizacional e capacidades operativas são
as mesmas do BIM, com a diferença de que suas peças de manobra são
frações do nível pelotão. Possui condições de realizar as mesmas tarefas e
missões específicas, em apoio ao escalão considerado.

2-2
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Fig 2-2 – Organograma da CIM

2.2.4 MEIOS DE OBTENÇÃO NÃO ESPECIALIZADOS

2.2.4.1 Os meios de obtenção não especializados são as frações orgânicas das


OM subordinadas do escalão considerado, as quais podem ser acionadas para
executarem atividades e tarefas no contexto do emprego do conceito IRVA,
visando à intensificação de meios à disposição da obtenção dos dados
necessários às operações.

2.2.4.2 Nesse contexto, o conceito de que “todo soldado é um sensor” deve ser
amplamente explorado e, para tanto, o plano de obtenção de conhecimentos
(POC), que orienta a busca, deve contemplar missões para a obtenção de
dados por parte desses elementos. As atividades a serem realizadas em
situação de não guerra (patrulhas, postos de bloqueio, reconhecimentos,
vigilância, ações cívico-sociais, entre outras) devem balizar o estabelecimento
de missões de levantamento de dados por orientação da estrutura de
Inteligência presente e de acordo com as ordens do comando da operação
(Op).

2.2.4.3 Podem ser considerados, também, meios de obtenção não


especializados as frações que lidam com imagens e informações geográficas
de alto valor para Inteligência Militar e que servem de base para o trabalho
realizado pela geointeligência (GEOINT).

2.2.4.4 Ademais, também são considerados meios de obtenção frações ou


unidades militares das forças coirmãs, Marinha ou Força Aérea, bem como as
demais estruturas de inteligência do Sistema Brasileiro de Inteligência.

2.3 MEIOS DE ANÁLISE

2.3.1 Os meios de análise são as estruturas responsáveis pela integração dos


dados disponíveis para a produção do conhecimento que apoiará as decisões

2-3
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dos comandantes, nos diversos níveis, colaborando para a consciência


situacional e mitigando as incertezas. Em uma etapa anterior, os meios de
análise também são responsáveis por apoiar o Exm Sit, bem como propor as
necessidades de inteligência (NI) para avaliação e aprovação do decisor. As NI
serão organizadas em elementos essenciais de inteligência (EEI) e outras
necessidades de inteligências (ONI). Essas NI servirão de base para a
confecção de documentos específicos que nortearão a obtenção de dados que
subsidiarão a produção do conhecimento, tais como o plano de obtenção do
conhecimento (POC) e a matriz de obtenção do conhecimento.

2.3.2 Nas organizações militares, os meios de análise são materializados pelas


2ª seções dos comandos militares de área, grandes comandos, grandes
unidades, unidades e subunidades independentes.

2.3.3 Em operações, as seções de inteligência dos estados-maiores dos


escalões corpo de exército, divisão de exército e brigada serão reforçadas,
constituindo uma célula de inteligência, apoiadas por uma central de
inteligência (Cent Intlg).

2.3.4 CÉLULA DE INTELIGÊNCIA

2.3.4.1 A célula de inteligência (Cel Intlg) é uma estrutura organizada para uma
determinada operação militar, sob a chefia do oficial de inteligência do escalão
considerado. É responsável pela realização do exame de situação de
inteligência, formulando análises ligadas à situação existente, expressando as
possiblidades das ameaças, atuais e potenciais, e as suas vulnerabilidades.

2.3.4.2 Simultaneamente, a Cel Intlg realiza o Exm Sit de contrainteligência


(C Intlg), que determina e prioriza as possibilidades da Intlg da ameaça e suas
repercussões sobre nossas L Aç. Esse trabalho deve ser utilizado pelas demais
seções do EM para estimar os efeitos das ameaças sobre suas áreas de
responsabilidade, em particular pela seção de operações (Seç Op), devido à
existência de um constante fluxo de comunicação entre a Intlg e as operações.

2.3.4.3 A célula de inteligência deve ser reforçada pela fração de planejamento


e coordenação da companhia/pelotão de análise – Pel Anl – da OM Intlg
(Seção de Planejamento e Coordenação de Inteligência – Seç Plj Coor
Intlg/BIM ou Grupo de Planejamento e Coordenação de Inteligência – Gp Plj
Coor Intlg/CIM), com as seguintes turmas especializadas:
a) uma turma de análise de alvos (Tu Anl A), com analista, auxiliar(es) de
analista e operador de informações geográficas (Op Info Geo);
b) uma turma de coordenação de obtenção de alvos (Tu Coor Obt A), com
coordenador e auxiliar(es) de coordenação de obtenção de alvos; e
c) uma turma de coordenação de contrainteligência (Tu Coor C Intlg), com
coordenador de C Intlg e auxiliar(es) de coordenação de C Intlg.

2-4
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2.3.4.4 É importante, também, que a célula de inteligência possa contar com o


apoio de especialistas em outras áreas. Nesse sentido, destaca-se a
necessidade do apoio de um especialista em meteorologia, principalmente
quando o escalão considerado atuar de forma isolada e não enquadrado por
um comando conjunto. A presença desse especialista facilita o entendimento
da influência das condições meteorológicas, atuais e futuras, do ambiente
operacional considerado nas operações, por meio da obtenção, interpretação
de dados e confecção de boletins meteorológicos que alimentarão o
planejamento das demais células do estado-maior.

Fig 2-3 – Organograma de uma fração de planejamento e coordenação do BIM

2.3.5 CENTRAL DE INTELIGÊNCIA

2.3.5.1 A central de inteligência (Cent Intlg) é uma estrutura integradora,


modular e flexível, dotada de meios de análise, obtenção e difusão,
vocacionada para produzir conhecimentos de inteligência, prioritariamente e
com oportunidade, em apoio a uma célula de inteligência.

2.3.5.2 A Cent Intlg integra os dados obtidos de várias fontes, tornando o


conhecimento mais completo e confiável, proporcionando maior consciência
situacional e, consequentemente, superioridade de informações ao escalão
apoiado. Isso é refletido pela complexidade tecnológica, pelo quadro de
incerteza característico de muitas operações atuais e pela necessidade de
reforçar o ambiente de comando e controle com pessoal especializado e meios,
com a finalidade de potencializar a capacidade de produzir e difundir
conhecimentos com oportunidade.

2.3.5.3 A Cent Intlg participa ativamente de todas as fases do ciclo da


inteligência militar, por meio das suas células integrantes. Sua atuação,
normalmente, ocorre antes, durante e após o desencadeamento de uma
determinada operação.

2-5
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2.3.5.4 Ademais, contribui com a Cel Intlg para potencializar os resultados do


PITCIC. Nesse sentido, cresce de importância o apoio, a exemplo da Cel Intlg,
de um especialista em meteorologia, a fim de obter, interpretar dados e
determinar os efeitos desses dados sobre as nossas operações e as da força
adversa.

2.3.5.5 A estrutura e os meios de uma Cent Intlg estão diretamente


relacionados com a operação a ser apoiada, com a complexidade dos
conhecimentos necessários e com o volume de meios de obtenção das
diversas fontes empregadas.

2.3.5.6 A OM Intlg (BIM ou CIM) é responsável por desdobrar a Cent Intlg do


escalão apoiado por intermédio de sua fração de análise (Pel Anl Intlg/BIM ou
Grupo de Análise de Inteligência – Gp Anl Intlg/CIM).

2.3.5.7 No contexto da situação de não guerra, a Cent Intlg auxilia o


acompanhamento e a avaliação das conjunturas interna e externa, buscando
contribuir para a identificação de ameaças ou de oportunidades operacionais.

2.3.5.8 Organização da Central de Inteligência

2.3.5.8.1 A organização básica compreende uma chefia, as células de análise


(Cel Anl) e uma célula de obtenção (Cel Obtç).

Fig 2-4 – Organograma de uma Cent Intlg

2.3.5.9 Chefia da Central

2.3.5.9.1 A chefia é responsável por gerenciar as atividades da central e por


realizar a ligação com o oficial de inteligência do comando considerado. Por
questões diversas, particularmente pela consciência situacional, é
recomendável que o chefe da Cent Intlg seja um oficial integrante do comando
responsável pela operação em curso.

2-6
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2.3.5.9.2 Entre as suas atribuições, citam-se as seguintes:


a) supervisionar, controlar e coordenar os trabalhos da Cent Intlg;
b) ligar-se com o oficial de inteligência;
c) auxiliar a Cel Intlg na definição dos EEI e na confecção do POC;
d) definir a difusão dos conhecimentos de inteligência;
e) definir os fluxos a serem seguidos, tanto no que diz respeito ao recebimento
como à difusão de conhecimentos, dentro e fora da Cent Intlg;
f) gerenciar a rotina de trabalhos da Cent Intlg;
g) determinar e fiscalizar as medidas de C Intlg a serem adotadas; e
h) acompanhar a execução do POC e o atendimento às NI.

2.3.5.10 Células de Análise

2.3.5.10.1 As células de análise (Cel Anl) são as estruturas componentes da


Cent Intlg responsáveis pela coleta, análise e integração dos dados e
conhecimentos obtidos por meio das diversas fontes e, quando delegado pelo
comando enquadrante, da redefinição do esforço de busca.

2.3.5.10.2 A sua atuação visa à produção continuada de conhecimentos de


inteligência, de acordo com as NI elencadas pelo escalão considerado. São
responsáveis por acompanhar as respostas a essas necessidades,
identificando, ao longo da execução do POC, as demandas já respondidas e
novas lacunas que deverão ser objeto de busca/coleta pelos meios de
obtenção.

2.3.5.10.3 As Cel Anl deverão ser integradas por analistas de inteligência, de


contrainteligência, especialistas em fontes tecnológicas e, quando determinado,
por elementos de ligação de órgãos externos, militares ou civis, capazes de
produzir conhecimentos em prol da operação. Nesse caso, por ocasião da
presença de integrantes de outras agências, devem ser observados os
princípios da compartimentação das informações e da necessidade de
conhecer, além de outras medidas de C Intlg julgadas pertinentes.

Fig 2-5 – Sugestão de organograma de uma Cel Anl

2-7
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2.3.5.10.4 A turma de integração é constituída pelo analista integrador e seus


auxiliares e tem como missões:
a) auxiliar, juntamente com o chefe da central, o oficial de inteligência do
escalão apoiado na elaboração do POC, de acordo com as diretrizes do
comandante da operação;
b) orientar a produção de conhecimentos pelas Cel Anl;
c) acionar a Cel Obtç no sentido de se obterem os dados necessários;
d) proporcionar a integração dos conhecimentos; e
e) apresentar para o chefe da central a proposta de conhecimentos produzidos.

2.3.5.10.5 A turma de difusão de informações é responsável pela operação dos


meios de TIC necessários à ligação da Cent Intlg com os meios de obtenção e
com o comando enquadrante, executando os procedimentos de recebimento,
protocolo, armazenamento e transmissão de todas as mensagens da Cent
Intlg. Deve proporcionar o recebimento e a transmissão de
dados/conhecimentos com segurança e oportunidade, além de contribuir para o
desenvolvimento do exercício pleno da atividade de Comando, Controle,
Comunicações, Computadores, Inteligência, Informação, Vigilância e
Reconhecimento (C4I2VR). Seu chefe é o responsável pela garantia do fluxo
de informações no âmbito da Cent Intlg, bem como pela manutenção da
infraestrutura tecnológica e de comunicações necessária para o seu
funcionamento.

2.3.5.10.6 A turma de análise de inteligência é responsável pela coleta,


integração de dados e análise de conhecimentos dos temas sob a sua
responsabilidade. Suas principais atribuições são:
a) pesquisar em fontes abertas, disponíveis durante a operação;
b) ficar em condições de participar das ambientações sobre a operação em
curso;
c) elaborar o planejamento para a produção do conhecimento; e
d) integrar os dados recebidos, visando à produção de conhecimentos para os
destinatários cabíveis.

2.3.5.10.7 A turma de análise de contrainteligência realiza a coleta, a


integração de dados e a análise de conhecimentos do ramo C Intlg. É, também,
a responsável pela segurança orgânica da Cent Intlg, sendo seu chefe o oficial
de segurança orgânica (OSO) da central. Suas principais atribuições são:
a) confeccionar e difundir o checklist do plano de segurança orgânica (PSO);
b) conferir o funcionamento de todos os meios disponibilizados, em particular a
infraestrutura de TIC;
c) fiscalizar o cumprimento das medidas estabelecidas no PSO;
d) elaborar as medidas de contingência; e
e) realizar reunião com todos os integrantes da Central para esclarecer os
procedimentos referentes à segurança orgânica, entre outras atividades.

2-8
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2.3.5.10.8 A turma de análise de fontes tecnológicas é responsável por analisar


dados técnicos provenientes das fontes de imagem, de sinais e cibernéticas.
Nesse sentido, cabe destacar a turma de geointeligência, que é responsável
por coletar dados, analisar imagens, consolidar os dados de condições
climáticas e meteorológicas de acordo com os conhecimentos recebidos.

2.3.5.11 Célula de Obtenção

2.3.5.11.1 É a estrutura componente da Cent Intlg que coordena e aciona os


meios das diversas fontes de obtenção, de acordo com o POC, a fim de
complementar dados e informações considerados imprescindíveis pelo Cmt e
seu EM. Suas principais atribuições básicas são:
a) coordenar e acionar os meios de obtenção disponíveis;
b) acompanhar a execução das ações dos meios de obtenção referentes aos
pedidos de inteligência (PI) e ordem de busca (OB) confeccionados pela Cel
Intlg, de acordo com as demandas constantes no POC;
c) ligar-se com os meios destinados a apoiar o processo de IRVA para solicitar
dados e informações complementares aos recebidos pela Cel Anl e para alertá-
los sobre os prazos e as prioridades dos dados solicitados; e
d) receber dados dos meios de obtenção e remetê-los para o analista
integrador.

Fig 2-6 – Sugestão de organograma de uma Cel Obtç

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2.3.5.11.2 Constituída pelo analista de fontes humanas e seu auxiliar, a turma


encarregada de fontes humanas é a estrutura responsável por gerenciar o
esforço de busca de acordo com o POC. Coordena os dados obtidos pelos
elementos de operações de inteligência e pelos meios de obtenção de dados à
disposição da Cent Intlg, enviando-os à célula de integração.

2.3.5.11.3 O coordenador da organização militar de inteligência (Coor OM Intlg)


é responsável por coordenar, de acordo com as missões atribuídas no POC, os
meios de obtenção orgânicos de unidades de inteligência à disposição da Cent
Intlg.

2.3.5.11.4 O coordenador de geointeligência (Coor GEOINT) é responsável


pela gestão da obtenção e da interpretação de imagens, de acordo com os
sensores disponíveis e com as NI especificadas no POC.

2.3.5.11.5 O coordenador de fontes cibernéticas (Coor F Ciber) é responsável


pela gestão da obtenção e interpretação dos dados obtidos no ambiente
cibernético, de acordo com os sensores disponíveis e as orientações contidas
no POC.

2.3.5.11.6 O coordenador de fontes de sinais (Coor F Sinais) é responsável


pela gestão da obtenção e interpretação dos dados obtidos pelos meios de
inteligência de sinais, de acordo com os sensores disponíveis e as orientações
contidas no POC.

2.3.5.11.7 Além disso, a Cel Obtç deve ser capaz de receber meios externos
ao escalão apoiado que possam contribuir com o esforço de inteligência,
agregando capacidades e ampliando o levantamento de dados em operações.
Normalmente, além dos meios de obtenção e seus sensores, é necessário que
elementos de ligação dessas frações sejam destacados para essa célula,
permitindo a coordenação centralizada e integrada do emprego desses vetores.

2.3.5.12 Elementos de Ligação de Outras Agências

2.3.5.12.1 Diversas operações realizadas pela F Ter têm sido desencadeadas


em ambientes interagências. As instituições envolvidas são importantes fontes
de dados e de conhecimentos, que provaram ser relevantes para ampliar a
consciência situacional necessária para orientar a condução das ações da
tropa. A interação entre a Cent Intlg e essas estruturas externas é fundamental,
principalmente nas operações de não guerra.

2.3.5.12.2 Esse grau de interação com as agências varia de acordo com as


suas capacidades. Com a finalidade de se padronizar procedimentos, sugere-
se que as capacidades de análise, o acesso a banco de dados e a estrutura de
obtenção de dados, por meio da exploração das fontes de inteligência, sejam
avaliados caso a caso. Os relacionamentos com os elementos da Cent Intlg
serão direcionados de acordo com esse estudo.

2-10
EB70-MC-10.252

2.3.5.12.3 Cabe ressaltar que, com vistas à proteção dos ativos da F Ter,
medidas de contrainteligência, em uma operação interagências, devem ser
reforçadas, com ênfase na compartimentação de informações, a fim de atender
ao princípio da “necessidade de conhecer”.

Fig 2-7 – Síntese das atribuições das estruturas componentes de uma Cent Intlg

2-11
EB70-MC-10.252

CAPÍTULO III

O EMPREGO DA INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES

3.1 A CAPACIDADE OPERATIVA INTELIGÊNCIA MILITAR

3.1.1 A Inteligência Militar (IM) é uma capacidade operativa da Força Terrestre


que compreende o conjunto de atividades e tarefas técnico-militares exercidas
em caráter permanente, com os objetivos de produzir conhecimentos de
interesse dos comandantes e seus EM, em todos os níveis, bem como proteger
conhecimentos sensíveis, material, instalações e pessoal da F Ter contra
ações da inteligência oponente e de outros atores hostis.

3.1.2 A missão da inteligência é apoiar o planejamento, a preparação, a


execução e a avaliação das operações. Portanto, o papel mais importante que
desempenha é o de servir de base para o desenvolvimento das operações,
apoiando o processo decisório, em uma atividade contínua e dinâmica.

Fig 3-1 – A inteligência nas operações no amplo espectro dos conflitos

3-1
EB70-MC-10.252

3.2 CAPACIDADES ESPECÍFICAS DA INTELIGÊNCIA

3.2.1 Apoio à consciência situacional – ser capaz de proporcionar em todos os


níveis de decisão, do estratégico ao tático, em tempo real, a compreensão e a
interação do ambiente operacional e a percepção atualizada sobre a situação
das tropas amigas e dos oponentes. É propiciada pela integração dos dados
provenientes de sensores e sistemas (civis, militares, nacionais e
multinacionais), apoiados em infraestrutura de informação e comunicações com
nível de proteção adequada.

3.2.2 Gestão do conhecimento e das informações – ser capaz de gerir e


compartilhar o fluxo de conhecimentos coletados ou produzidos por instituições
militares e civis, nacionais ou internacionais, em uma infraestrutura adequada,
com o objetivo de dar suporte aos comandantes, em todos os níveis de
decisão, para o emprego dos meios e das forças militares terrestres.

3.2.3 Digitalização do espaço de batalha – ser capaz de apresentar a


representação digital de aspectos do espaço de batalha obtida pela integração
entre sensores, vetores e radares (civis, militares, nacionais ou internacionais),
apoiada em uma infraestrutura de informação e comunicações (IIC), permitindo
disponibilizar informações aos diferentes níveis de decisão, independente do
lugar em que se encontram, com nível de proteção adequada.

3.2.4 Interoperabilidade conjunta, combinada e interagência – ser capaz de


atuar, de maneira integrada, coordenada, harmônica e complementar com as
estruturas de inteligência das demais Forças Armadas, das forças de outras
nações e/ou em um ambiente interagências, seja em operações conjuntas, sob
a égide de organismos internacionais, seja em apoio a órgãos governamentais.

3.2.5 Segurança das informações e comunicações – ser capaz de fornecer


proteção adequada, mantendo a integridade e a disponibilidade dos sistemas e
das informações armazenadas, processadas ou transmitidas, por meio da
implementação de medidas adequadas para viabilizar e assegurar a
disponibilidade, a integridade, a confidencialidade e a autenticidade de dados e
informações.

3.2.6 Produção do conhecimento – ser capaz de proporcionar os


conhecimentos necessários para apoiar os processos decisórios e para a
proteção dos ativos da Força.

3.2.7 Exploração cibernética – ser capaz de conduzir ações de busca ou coleta,


nos sistemas de Tecnologia da Informação de interesse, a fim de obter dados.
Essas ações devem, preferencialmente, evitar o rastreamento e servir para a
produção de conhecimento ou identificar as vulnerabilidades desses sistemas.

3-2
EB70-MC-10.252

3.2.8 Exploração e monitoramento eletrônico – ser capaz de desempenhar


atividades que visam a desenvolver e a assegurar o emprego eficiente das
emissões eletromagnéticas próprias, ao mesmo tempo em que buscam tirar
proveito das emissões inimigas, proporcionando a segurança, a liberdade de
ação e o êxito no espaço de batalha.

3.3 ATIVIDADES E TAREFAS DA INTELIGÊNCIA

3.3.1 Prover prontidão de inteligência, devendo planejar e preparar seu


emprego e manter atualizados os bancos de dados de inteligência sob sua
responsabilidade.

3.3.2 Estabelecer a arquitetura de inteligência, ficando em condições de:


a) estabelecer e manter a ligação necessária com os diversos meios e
escalões da Força Terrestre;
b) realizar ações coordenadas com estruturas de inteligência de forças
armadas de outras nações;
c) realizar ações coordenadas com estruturas de inteligência das forças
singulares; e
d) obter dados, a partir de ligação com outros órgãos civis de inteligência.

3.3.3 Obter dados e informações que alimentem o PITCIC, devendo:


a) levantar dados sobre o dispositivo de tropas oponentes estacionadas,
desdobradas ou em deslocamento;
b) levantar dados sobre o terreno, a fim de atualizar as cartas e/ou substituí-las;
c) realizar o levantamento dos dados meteorológicos, a fim de difundi-los para
os diversos escalões;
d) realizar o levantamento e a análise de dados sobre as considerações civis
para subsidiar o planejamento das operações terrestres;
e) confeccionar mapas temáticos específicos, de acordo com a necessidade do
escalão superior; e
f) fornecer informações que possibilitem a definição do ambiente operacional,
fruto do trabalho do PITCIC.

3.3.4 Gerar conhecimentos de inteligência, devendo:


a) obter, confirmar ou refutar dados sobre as atividades, instalações, tropas ou
os meios de forças oponentes, as características fisiográficas de uma área
definida, as estruturas relevantes para as operações, a população, as
considerações civis e outras, a critério do escalão enquadrante;
b) produzir conhecimento, de acordo com as NI estabelecidas; e
c) difundir os conhecimentos produzidos de maneira oportuna.

3.3.5 Realizar ações de contrainteligência, devendo:


a) analisar os sistemas de informação disponíveis na rede, com objetivo de
descrever a estrutura e os softwares utilizados e levantar vulnerabilidades;

3-3
EB70-MC-10.252

b) propor medidas de proteção em sistemas de informação próprios; e


c) planejar e monitorar ações de segurança orgânica e ativa.

3.3.6 Coordenar as atividades do processo IRVA, ficando em condições de:


a) sincronizar o esforço de obtenção dos meios orgânicos; e
b) integrar os dados/informações oriundos desses meios com os provenientes
daqueles não orgânicos.

3.3.7 Conduzir reconhecimentos especializados de inteligência, ficando em


condições de:
a) realizar reconhecimento especializado de inteligência em áreas ou pontos
específicos de forma contínua;
b) realizar reconhecimento especializado, com a finalidade de apresentar o
briefing de inteligência para a preparação de outras tropas do escalão
enquadrante; e
c) realizar o reconhecimento de sinais eletromagnéticos.

3.3.8 Conduzir vigilância especializada de Intlg, ficando em condições de:


a) vigiar áreas, instalações, materiais, equipamentos ou pessoal na área de
operações (A Op), empregando meios especializados;
b) monitorar regiões de interesse para a inteligência (RIPI), ficando em
condições de atuar nas áreas com objetivos de interesse sob sua
responsabilidade;
c) monitorar, por meio de vigilância de inteligência eletrônica, determinada
região da área de operações ou uma tropa inimiga desdobrada no terreno;
d) avaliar danos físicos de uma operação; e
e) obter dados de interesse, a partir da monitoração de redes físicas e lógicas.

3.3.9 Coordenar a aquisição de alvos, ficando em condições de:


a) realizar a aquisição de alvos específicos de interesse do escalão
enquadrante; e
b) analisar o contexto da operação, identificando elementos imprescindíveis da
manobra da força oponente.

3.3.10 Prover apoio de inteligência às tarefas de informações, ficando em


condições de proporcionar a obtenção da consciência situacional, mediante
análise e julgamento dos conhecimentos e informações relevantes, com vistas
a determinar as relações entre os fatores operativos e de decisão.

3.3.11 Proporcionar apoio de Inteligência à busca continuada de ameaças,


ficando em condições de:
a) realizar triagem em prisioneiro de guerra (PG), refugiados e deslocados;
b) obter dados, a partir de entrevistas com refugiados, deslocados, imigrantes,
população local, integrantes de agências civis, forças amigas, elementos
extraviados etc.;
c) obter dados, a partir de documentação e mídia apreendida;

3-4
EB70-MC-10.252

d) obter dados, a partir de material apreendido;


e) detectar, registrar e informar atividades de força adversa, em local e período
de tempo específico, de modo a proporcionar dados oportunos para as Op e
para o escalão enquadrante, por intermédio de meios especializados;
f) prover o alerta antecipado de ameaças e forças oponentes; e
g) obter dados a partir da exploração do espaço cibernético e do espectro
eletromagnético.

3.4 SITUAÇÕES DE COMANDO E FORMAS DE APOIO

3.4.1 SITUAÇÕES DE COMANDO

3.4.1.1 As situações de comando definem o relacionamento entre os


comandantes e as frações subordinadas. Elas estabelecem a cadeia de
comando, buscam a unidade de comando e a unidade de esforços a serem
aplicadas, atribuindo flexibilidade ao emprego das forças subordinadas.

3.4.1.2 As OM Intlg e seus elementos de emprego podem estar sob uma das
seguintes situações de comando, junto ao elemento apoiado: adjudicação,
comando operativo, controle operativo e reforço. O grau de apoio que os
comandantes têm sobre as forças colocadas sob o seu comando é o que
diferencia uma forma da outra.

3.4.1.3 Adjudicação é uma situação de comando na qual o Ministro de Estado


da Defesa determina a transferência do comando ou do controle operativo de
meios de cada força armada para um comando conjunto, de acordo com as
capacidades operativas necessárias, levantadas durante o planejamento para
as operações. Pode ocorrer para atender a uma necessidade operacional, com
a transferência provisória de meios de uma força, atuando de forma singular ou
conjunta, para outra, ou para compor uma força-tarefa, durante as operações.

3.4.1.4 Comando operativo é quando é atribuída autoridade a um Cmt para


estabelecer a composição das forças que lhe foram subordinadas, atribuir
missões e objetivos, além de orientar e coordenar as operações. Normalmente,
não inclui autoridade quanto aos assuntos de administração, à estrutura
organizacional interna, à instrução e ao adestramento das unidades, exceto se
um comando subordinado solicitar assistência nesses assuntos.

3.4.1.5 Controle operativo é quando é atribuída autoridade a um Cmt para


empregar e controlar as forças recebidas em missões ou tarefas específicas e
limitadas no tempo e no espaço. Exclui a autoridade para empregar os
componentes dessas forças separadamente e atribui autoridade para controlar
outras forças que, embora não lhe sejam subordinadas, operem ou transitem
em sua área de responsabilidade. O Cmt conjunto exerce o controle operativo
sobre as forças que lhe são adjudicadas, podendo delegá-lo aos comandantes
das forças componentes (F Cte).
3-5
EB70-MC-10.252

3.4.1.6 Na situação de reforço, a OM Intlg passa, temporariamente, à


subordinação de uma organização militar de constituição fixa, reforçando-a
com a finalidade de agregar capacidades específicas.

3.4.1.7 A integração ocorre quando a OM Intlg fizer parte de um grande


comando operativo (divisão de exército e corpo de exército), sem constituição
fixa, permanecendo subordinado, para todos os fins, a esse elemento.

3.4.1.8 Cabe destacar, ainda, que frações das OM Intlg podem compor um
destacamento de inteligência militar (DIM), sendo este uma constituição
temporária e de atuação episódica para atender a uma operação específica.
Essa situação atende aos fundamentos doutrinários da flexibilidade,
adaptabilidade, modularidade, elasticidade e sustentabilidade. Além disso, o
DIM poderá atuar dentro de quaisquer das situações de comando descritas
anteriormente.

Fig 3-2 – Exemplo de constituição de um Destacamento de Inteligência Militar

3.4.2 FORMAS DE APOIO

3.4.2.1 É a maneira como o elemento de inteligência executa as atividades e


tarefas em prol do elemento apoiado. Durante as operações, uma OM Intlg
pode executar as formas de apoio expressas a seguir.

3.4.2.1.1 Apoio ao conjunto – caracteriza-se pela realização de trabalhos de


inteligência em proveito de todo o escalão apoiado. Quando em apoio ao
conjunto, as equipes de inteligência permanecem centralizadas sob o comando
da OM Intlg, atendendo às NI do comando enquadrante e de seus comandos
subordinados.

3-6
EB70-MC-10.252

3.4.2.1.2 Apoio suplementar – caracteriza-se por suprir um determinado


escalão, que já possua inteligência orgânica, com meios adicionais. Quando
em apoio suplementar, as equipes de inteligência permanecem centralizadas
sob o comando da OM. O apoio suplementar poderá ser com meios de
obtenção (apoio suplementar de busca) ou com meios para a produção de
conhecimentos (apoio suplementar de análise).

3.4.2.1.3 Apoio direto – caracteriza-se pelo emprego dos meios de inteligência,


ou fração destes em apoio a uma força que não a possui. O elemento em apoio
direto permanece sob o comando da unidade de inteligência a que pertence.
Cabe à tropa apoiada indicar as NI a serem obtidas e suas prioridades. É,
portanto, uma forma de apoio semicentralizada.

3-7
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CAPÍTULO IV

O EMPREGO DO CONCEITO INTELIGÊNCIA, RECONHECIMENTO,


VIGILÂNCIA E AQUISIÇÃO DE ALVOS

4.1 O CONCEITO IRVA

4.1.1 O conceito IRVA constitui-se em um processo de integração das


atividades e tarefas de reconhecimento, vigilância e aquisição de alvos
executadas por diferentes elementos da F Ter com a Inteligência Militar.

4.1.2 OBJETIVO DO CONCEITO IRVA

4.1.2.1 O conceito IRVA tem como principal tarefa a obtenção de


dados/informações para atender às necessidades de inteligência (NI), com a
finalidade de proporcionar o entendimento da situação pelos comandantes em
todos os níveis (consciência situacional) e, consequentemente, apoiar os seus
processos decisórios.

4.2 O EMPREGO DO CONCEITO IRVA

4.2.1 Durante todo o Processo de Planejamento e Condução das Operações


Terrestres (PPCOT), o comandante e o seu estado-maior sincronizam o
emprego das forças de acordo com a intenção do comandante e, ainda, com o
conceito de operações, por intermédio dos processos de integração e das
atividades contínuas.

4.2.2 Os processos de integração para sincronizar funções específicas são os


seguintes:
a) processo de integração terreno, inimigo, condições meteorológicas e
considerações civis (PITCIC);
b) seleção, análise e aquisição de alvos;
c) gerenciamento de risco; e
d) avaliação.

4.2.3 As atividades continuadas, planejadas e coordenadas pelos comandantes


e EM são as seguintes:
a) ligações;
b) IRVA;
c) missões de segurança;
d) proteção;
e) gerenciamento do terreno; e
f) coordenação e controle do espaço aéreo.

4-1
EB70-MC-10.252

4.2.4 O PITCIC consiste em um processo cíclico de análise de ameaças e do


ambiente operacional, conduzido pelo oficial de inteligência e apoiado pela
célula de inteligência, que busca disponibilizar os conhecimentos necessários
para o PPCOT (ciclo das operações), aspecto que orienta os esforços dos
meios de obtenção de dados.

4.2.5 A obtenção é a fase do ciclo da inteligência que consiste na exploração


de todas as fontes de dados e informações e na entrega do material obtido aos
órgãos de análise, encarregados de sua transformação em conhecimentos de
inteligência.

4.2.6 A execução das ações do conceito IRVA demandam o emprego de


sensores de todas as capacidades operativas disponíveis, visando à obtenção
de dados necessários, em ações integradas e sincronizadas com o PITCIC
(ciclo da inteligência) e com o PPCOT (ciclo das operações).

4.2.7 Em operações, os dados são coletados por uma variedade de sensores


desdobrados no terreno. Os processos e estruturas de reconhecimento, a
vigilância e a aquisição de alvos são os vetores para a obtenção desses dados.

4.2.8 Os dados obtidos são para processamento, análise, produção e difusão


de conhecimentos por parte da análise da central de inteligência.
Simultaneamente, são transmitidos aos comandantes e seus EM para
julgamento e formulação dos planos operacionais ou táticos.

4.2.9 Assim, a aplicação do conceito IRVA torna-se essencial para o


comandante obter dados/informações, a fim de manter a iniciativa no campo de
batalha e alcançar o estado final desejado (EFD), ao mesmo tempo que
contribui para se opor à surpresa da ameaça.

Fig 4-1 – Integração entre o ciclo das operações, as ações IRVA e o ciclo da inteligência

4-2
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4.3 ATIVIDADES ENVOLVIDAS NO CONCEITO IRVA

4.3.1 A INTELIGÊNCIA NO CONCEITO IRVA

4.3.1.1 No contexto das ações de IRVA, a Inteligência trata da gestão das NI


dos EM e comandantes e do acionamento e exploração dos diversos sensores
(fontes tecnológicas, bancos de dados, operações de Inteligência,
reconhecimento e vigilância), visando à obtenção dos dados, que serão a base
para a produção dos conhecimentos requeridos pelos decisores.

4.3.1.2 A inclusão da Inteligência no conceito IRVA é fundamental, pois


reconhece a importância de integrar os dados obtidos por todos os sensores e
obter um quadro mais completo, transformando aqueles dados em
conhecimento útil.

4.3.2 AS AÇÕES DE RECONHECIMENTO NO CONCEITO IRVA

4.3.2.1 O reconhecimento é a ação conduzida com o propósito de obter


informações sobre as atividades, instalações ou meios de forças oponentes,
atuais ou potenciais, e para confirmar dados relativos ao ambiente operacional.

4.3.3 AS AÇÕES DE VIGILÂNCIA NO CONCEITO IRVA

4.3.3.1 A vigilância é a observação sistemática do ambiente operacional, tendo


por objetivo áreas, pessoas, instalações, materiais e equipamento, utilizando o
auxílio de meios eletrônicos, cibernéticos, fotográficos, óticos ou acústicos,
entre outros. É exemplo de missão de vigilância o monitoramento de eixos de
progressão e/ou corredores de mobilidade, de possíveis posições das ameaças
e de regiões de interesse para a inteligência (RIPI).

4.3.4 A AQUISIÇÃO DE ALVOS NO CONCEITO IRVA

4.3.4.1 A aquisição de alvos consiste nas tarefas de detecção, localização e


identificação de um objetivo, empregando os meios de sensoriamento de cada
escalão de combate, para possibilitar o seu engajamento por qualquer
capacidade operativa.

4.3.4.2 Já a busca de alvos é uma atividade da capacidade operativa apoio de


fogo, que consiste em proporcionar a informação necessária sobre alvos,
principalmente armas inimigas de tiro indireto, para que possam ser engajadas
no local e momento oportunos pelos diversos sistemas de armas, além de
realizar a avaliação dos efeitos sobre o alvo engajado.

4-3
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4.4 PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO DAS AÇÕES DO CONCEITO


IRVA

4.4.1 Em todos os escalões, a célula funcional (ou seção) de inteligência


planeja e coordena o esforço para prover os comandantes com conhecimentos
que os ajudem a compreender o inimigo, o terreno, as condições
meteorológicas e as considerações civis.

4.4.2 Essas células (seções) realizam as tarefas relacionadas com o PITCIC e


coordenam com o chefe da seção de operações a execução das atividades e
tarefas relacionadas ao conceito IRVA.

4.4.3 As unidades de todas as naturezas que, por sua localização ou missão,


possam obter dados e informações que atendam às NI podem ser acionadas
em consonância com o POC, participando, assim, da fase de obtenção do ciclo
da inteligência, caracterizando o emprego do conceito IRVA.

4.4.4 No planejamento da obtenção de conhecimentos, devem ser


considerados os seguintes aspectos para a seleção das OM de obtenção:
a) a missão da unidade;
b) a dimensão da área de operações;
c) a natureza dos meios de obtenção disponíveis;
d) as possibilidades e as limitações das OM subordinadas; e
e) a doutrina, as possibilidades, as limitações e as vulnerabilidades da ameaça.

4.4.5 Além disso, essa seleção deverá considerar os seguintes princípios:


a) capacidade – a OM deve ser fisicamente capaz de fornecer o dado, a
informação e/ou o conhecimento desejado. Por exemplo, uma unidade blindada
em reserva não deve ser solicitada a identificar as unidades em contato;
b) adequabilidade – a tarefa de obtenção de uma unidade deve ser compatível
com sua missão principal. De acordo com as caraterísticas dos dados ou
informações necessárias, são empregados os órgãos mais adequados a
coletá-los. Por exemplo: patrulhas a pé de unidades de infantaria são mais
adequadas para obter certos dados do que os elementos de unidades
blindadas. Outro fator a considerar é a economia, tanto em pessoal como em
material. As patrulhas a pé não devem ser empregadas para obtenção de
dados que podem ser realizados por reconhecimento aéreo;
c) multiplicidade – a avaliação dos dados obtidos requer que eles sejam
comparados com outros dados provenientes de outras fontes, agências e
órgãos. Consequentemente, mais de uma OM deve ser empregada na
obtenção dos desdobramentos das NI, permitindo uma melhor análise do
resultado; e
d) equilíbrio – dentro dos limites impostos por outras considerações, o trabalho
de obtenção é distribuído igualmente entre os órgãos. O fator equilíbrio possui
menor importância entre os demais fatores de seleção.

4-4
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4.4.6 No contexto das operações militares, as ações IRVA ocorrem de acordo


com a sequência abaixo:
a) sincronização das ações IRVA;
b) integração das ações IRVA;
c) condução de reconhecimentos;
d) condução de vigilância;
e) condução da aquisição/busca de alvos;
f) condução de outras operações e missões relacionadas à inteligência;
g) processamento dos dados adquiridos; e
h) difusão dos conhecimentos.

Fig 4-2 – Fluxo das ações IRVA no contexto das operações militares

4.5 ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS EMPREGADAS NO CONCEITO


IRVA

4.5.1 As estruturas organizacionais a serem acionadas e/ou empregadas no


conceito IRVA serão aquelas que possuem responsabilidades na área de
operações em questão e que exploram as diversas fontes para a obtenção de
dados, informações e/ou conhecimentos. Assim, poderão ser empenhados os
seguintes elementos:
a) unidades de inteligência militar;
b) frações específicas das unidades/subunidades orgânicas das brigadas:
regimentos e esquadrões de cavalaria mecanizados, frações de

4-5
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reconhecimento e de exploradores das OM infantaria e cavalaria e as frações


de reconhecimento dos elementos de apoio ao combate das OM artilharia (Art)
e engenharia;
c) elementos de operações especiais, unidades paraquedistas, aviação do
exército, defesa antiaérea, guerra eletrônica (GE), guerra cibernética, busca de
alvos, comunicação social, polícia do exército, assuntos civis e operações
psicológicas; e
d) órgãos civis de inteligência governamentais e de segurança pública.

Fig 4-3 – Estruturas organizacionais empregadas no conceito IRVA

4.5.2 AS CAPACIDADES OPERATIVAS E O CONCEITO IRVA

4.5.2.1 Capacidade operativa é a aptidão requerida a uma força ou


organização militar para executar atividades e tarefas específicas, a fim de que
se possa obter um efeito estratégico, operacional ou tático. As capacidades
operativas são concebidas e avaliadas segundo os fatores determinantes do
acrônimo DOAMEPI: Doutrina, Organização (e/ou processos), Adestramento,
Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura.

4-6
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4.5.2.2 Dessa forma, o conceito IRVA não se constitui em uma capacidade


operativa ou uma estrutura organizacional específica, porém utiliza diversas
atividades e tarefas executadas pelas estruturas organizacionais existentes na
Força Terrestre, que produzem efeitos colimados a demandas de obtenção de
dados e informações.

4-7
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CAPÍTULO V

INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES BÁSICAS

5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

5.1.1 Para a F Ter, as operações em situação de guerra são as operações


ofensivas e defensivas (operações básicas) e se destinam à defesa da pátria.

5.1.2 As operações básicas podem ocorrer simultânea ou sucessivamente, no


amplo espectro dos conflitos, a fim de que sejam estabelecidas as condições
para alcançar os objetivos definidos e atingir o EFD da campanha.

5.1.3 A combinação de atitudes confere aos Cmt amplas possibilidades para o


emprego de seus meios, exigindo coordenação e proporcionando flexibilidade.

5.2 OPERAÇÕES OFENSIVAS

5.2.1 As operações ofensivas (Op Ofs) são operações terrestres agressivas,


nas quais predominam o fogo, o movimento, a manobra e a iniciativa, para
cerrar sobre o inimigo, concentrar poder de combate superior, no local e no
momento decisivo, e aplicá-lo para conquistar objetivos, destruir ou neutralizar
as forças inimigas, por meio do fogo, do movimento e da ação de choque.
Obtido sucesso, normalmente passa-se ao aproveitamento do êxito e/ou à
perseguição.

5.2.2 Para que isso seja possível, a inteligência deve fornecer aos
comandantes, com oportunidade, informações e conhecimentos atualizados
sobre a situação da área de operações (incluindo a área de responsabilidade,
área de interesse e área de influência), a fim de que eles possam conduzir
suas ações com eficácia.

5.2.3 Em uma operação ofensiva, é fundamental a obtenção de informações


que proporcionem segurança à força atacante e que permitam identificar o local
e o momento adequado para concentrar o poder de combate suficiente para
surpreender a força oponente. Para tanto, torna-se fundamental a rapidez no
processamento do ciclo de inteligência.

5.2.4 A inteligência deve proporcionar ao comando uma adequada consciência


situacional, fruto do PITCIC, além da avaliação continuada da situação, com
oportunidade necessária para obter o êxito na realização do ataque.

5-1
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5.2.5 As áreas de interesse de inteligência de cada unidade operativa


modificam-se em virtude da evolução da situação.

5.2.6 Nas operações ofensivas, os EEI podem incluir:


a) localização, dispositivo, composição, valor, equipamentos, pontos fortes e
fracos da força inimiga defensora, bem como de suas reservas;
b) sistemas de armas de fogo;
c) flancos suscetíveis a ataques;
d) áreas para ataques aéreos amigos e inimigos;
e) localização de unidades de armas de defesa aérea do inimigo e de mísseis;
f) guerra eletrônica inimiga;
g) sistema de comando e controle inimigo;
h) efeitos do terreno e condições meteorológicas sobre as operações;
i) considerações civis atuais e futuras;
j) quantidade de eixos de deslocamento/suprimento e a direção do movimento
de civis deslocados; e
k) eixos de retirada das forças inimigas.

5.3 OPERAÇÕES DEFENSIVAS

5.3.1 As operações defensivas (Op Def) são operações terrestres realizadas


para conservar a posse de uma área ou negá-la ao inimigo e, também, para
garantir a integridade das forças amigas. Normalmente, neutralizam ou
reduzem a eficiência dos ataques inimigos sobre as áreas ou as forças
defendidas, infligindo-lhes o máximo de desgaste e desorganização. Devem
ser encaradas como situação transitória, buscando criar condições mais
favoráveis para a retomada da ofensiva. O espírito ofensivo constitui-se a base
para o sucesso da defesa, por meio da previsão e execução de ações
dinâmicas da defesa.

5.3.2 Da sua definição e de suas finalidades, deduz-se que a força que executa
uma Op Def pode oferecer diferentes graus de resistência que se traduzem em
diferentes missões: defender, retardar ou vigiar.

5.3.3 A inteligência deve oferecer suporte às Op Def para identificar objetivos


inimigos e possíveis abordagens, vulnerabilidades e capacidades do inimigo
para realizar contra-ataques.

5.3.4 Os sistemas de inteligência utilizam ao máximo o tempo de preparação


das operações para antecipar-se no emprego dos meios de obtenção.

5.3.5 Na defesa móvel, as necessidades de inteligência estão relacionadas à


obtenção da localização precisa da força oponente, sua identificação, a direção
do esforço principal e a localização de suas reservas de segundo escalão.

5-2
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5.3.6 Na defesa de área, as necessidades de Inteligência devem orientar-se


para identificar as possibilidades de contra-ataque da força oponente e de
realizar contra-ataques sobre esta.

5.3.7 Nas Op Def, os EEI podem incluir:


a) localização, dispositivo, composição, valor, equipamentos, pontos fortes e
fracos da força inimiga atacante, bem como de suas reservas;
b) objetivos do inimigo;
c) localização de possíveis áreas de desdobramento das forças inimigas;
d) localização dos sistemas de armas de fogo inimigos, unidades de artilharia e
armas de defesa antiaérea e de mísseis;
e) flancos expostos a possíveis contra-ataques e outros pontos fracos do
inimigo;
f) disponibilidade de armas químicas, biológicas, radiológicas e nucleares
(QBRN);
g) guerra eletrônica inimiga;
h) sistema de comando e controle inimigo;
i) efeitos do terreno e condições meteorológicas sobre as operações;
j) considerações civis atuais e futuras;
k) quantidade, eixos de deslocamento/suprimento e a direção do movimento de
civis deslocados; e
l) eixos de retirada das forças inimigas.

5-3
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CAPÍTULO VI

INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES COMPLEMENTARES

6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

6.1.1 Os elementos da F Ter executam as operações complementares


normalmente inseridas no contexto das operações básicas, de modo a ampliar,
aperfeiçoar e/ou complementar as operações básicas das forças amigas nas
situações de guerra e de não guerra, a fim de maximizar a aplicação dos
elementos do poder de combate.

6.1.2 As operações complementares incluem as seguintes operações:


a) aeromóvel;
b) aeroterrestre;
c) de segurança;
d) contra forças irregulares;
e) de dissimulação;
f) de informação;
g) especiais;
h) de busca, combate e salvamento;
i) de evacuação de não combatentes;
j) de junção;
k) de interdição;
l) de transposição de curso de água;
m) anfíbia;
n) ribeirinha;
o) contra desembarque anfíbio;
p) de abertura de brecha; e
q) em área edificada.

6.1.3 A inteligência apoia as operações complementares por meio das ações


de IRVA. Sua atuação ocorre em todos os níveis e com o objetivo de subsidiar
o planejamento de todas as funções de combate.

6.1.4 Os dados que subsidiam o planejamento das operações complementares


são obtidos por meio do emprego de elementos de obtenção especializados
(OM Intlg, GE etc.), bem como por tropas não especializadas, materializando o
conceito de que “todo soldado é um sensor”. As informações levantadas
durante as operações básicas devem ser analisadas e aproveitadas para o
planejamento das operações complementares, estabelecendo, assim, o ciclo
contínuo de produção do conhecimento.

6-1
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6.1.5 É de suma importância que, para cada operação complementar, existam


EEI propostos pelas unidades especializadas em cada tipo de operação e
aprovados pelos decisores responsáveis pela execução dessas operações, a
fim de garantir a relevância e a precisão do assessoramento de inteligência.

6.2 OPERAÇÃO AEROMÓVEL

6.2.1 É aquela realizada por força de helicópteros ou força-tarefa aeromóvel


(tropa embarcada em aeronaves de asa rotativa), visando ao cumprimento de
missões de combate, de apoio ao combate e de apoio logístico, em benefício
de determinado elemento da F Ter.

6.2.2 Para assegurar vantagem tática às forças terrestres, as NI levantadas


devem minimizar riscos para as aeronaves da força de helicópteros e, assim,
contribuir, de forma eficaz, para o flanqueamento ou para o envolvimento de
posições inimigas, para a conquista de objetivos profundos e, também, apoiar
missões de reconhecimento, vigilância e segurança, entre outras.

6.2.3 Nesse tipo de operação, os EEI devem incluir:


a) dados meteorológicos atualizados referentes ao microclima da região de
deslocamento e de operação, em especial aqueles que afetem ou
comprometam o emprego de aeronaves, como vento, temperatura, visibilidade,
nebulosidade, pressão atmosférica e precipitações;
b) dados do terreno, particularmente características altimétricas,
compartimentação do terreno que favoreça rotas de aproximação para o
movimento aéreo;
c) regiões que ofereçam proteção contra detecção radar, favorecendo voos de
contorno e a navegação a baixa altura;
d) obstáculos naturais e artificiais que possam comprometer o movimento
aéreo, como redes de transmissão, sítio de antenas, cumes elevados;
e) capacidades, limitações, disponibilidade e localização dos meios de defesa
antiaérea inimigos;
f) sistemas radar de vigilância e de busca de alvos;
g) sistemas de comando e controle inimigos;
h) capacidades, limitações, organização e localização das unidades aéreas Ini;
i) raio de ação e teto de emprego das aeronaves inimigas;
j) possibilidades de emprego de GE inimiga; e
k) alvos de alto valor e acidentes capitais no terreno que possam constituir
objetivos para as operações aeromóveis.

6-2
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Fig 6-1 – Aspectos do terreno montanhoso que podem comprometer as Op Amv

6.3 OPERAÇÃO AEROTERRESTRE

6.3.1 A operação aeroterrestre (Op Aet) consiste em uma operação militar


conjunta, que envolve o movimento aéreo para a introdução de forças de
combate e seus respectivos apoios em uma área, por meio de aterragem das
aeronaves ou por meio de lançamento com paraquedas, visando à execução
de uma ação de natureza tática ou estratégica, para emprego imediatamente
após a chegada ao destino.

6.3.2 Para assegurar vantagens operacionais e táticas, o assalto aeroterrestre


deve ser precedido de um levantamento minucioso dos EEI que subsidiarão os
planejamentos, uma vez que é uma operação que pode proporcionar um
grande número de baixas para a tropa empregada.

6.3.3 Uma operação aeroterrestre tem como objetivo estabelecer uma cabeça
de ponte. Para tanto, emprega um componente aéreo, um componente
terrestre e, normalmente, é sucedida de uma operação de junção. Para fins de
proposição das necessidades de inteligência, é importante considerar todos os
componentes que participam do cumprimento da missão.

6-3
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6.3.4 Para isso, os EEI devem incluir:


a) dados meteorológicos atualizados referentes ao microclima da região do
desembarque aeroterrestre ou zona de lançamento, como vento, visibilidade
horizontal e vertical, nebulosidade e nível de luminosidade;
b) o efeito das condições meteorológicas sobre os sistemas de alerta radar e
de defesa antiaérea do inimigo;
c) aspectos do terreno que permitam determinar locais adequados para a
seleção de zonas de lançamento (natureza do solo, vegetação, dimensões,
altitude, existência de obstáculos internos e externos, locais para
reorganização da tropa);
d) alvos de alto valor ou acidentes capitais que possam constituir objetivos para
as operações aeroterrestres;
e) capacidades, limitações, disponibilidade e localização dos meios de defesa
antiaérea inimigos;
f) sistemas radar de vigilância e de busca de alvos;
g) sistemas de comando e controle inimigos;
h) capacidades, limitações, organização e localização das unidades aéreas Ini;
i) capacidades das ameaças que possam comprometer a operação;
j) tempo de deslocamento do suprimento ou das reservas inimigas até a região
da cabeça de ponte;
k) capacidade defesa anticarro do inimigo;
l) posicionamento das tropas inimigas no terreno, a fim de permitir o adequado
monitoramento das movimentações dessas forças;
m) aspectos relativos à população local que possam prejudicar o contato com
as forças amigas; e
n) outros aspectos relativos às áreas de influência e de interesse aéreo e
terrestre.

Fig 6-2 – Área de operações em uma Op Aet

6-4
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6.3.5 A tropa que realiza a Op Aet deve ter a capacidade de monitorar RIPI
previamente levantadas na fase de planejamento, de modo a permitir a
detecção de indicadores que evidenciem a movimentação das tropas inimigas
que possam incidir sobre a cabeça de ponte estabelecida. Para isso, pode
contar com o apoio de elementos de inteligência das diversas fontes (humanas,
sinais, imagens, entre outras) do escalão enquadrante.

6.3.6 Os conhecimentos sobre a execução de uma operação aeroterrestre são


de extrema valia para as forças inimigas. Dessa forma, deve ser dada atenção
especial aos aspectos de contrainteligência, a fim de assegurar o sigilo da
preparação e da execução da operação aeroterrestre.

6.4 OPERAÇÕES DE SEGURANÇA

6.4.1 Consistem em operações militares que têm por objetivo geral a


manutenção da liberdade de manobra e a preservação do poder de combate
necessário ao emprego eficiente da força principal.

6.4.2 As operações de segurança têm por finalidades:


a) negar ao inimigo o uso da surpresa e do monitoramento;
b) impedir que o Ini interfira, de modo decisivo, nas ações da força principal;
c) restringir a liberdade de atuação do inimigo nos ataques a pontos sensíveis;
d) manter a iniciativa das ações da força principal; e
e) preservar o sigilo das operações.

6.4.3 Para o sucesso das operações de segurança, a inteligência deve buscar


realizar uma minuciosa análise da ameaça durante a realização do PITCIC.
Essa análise deve contemplar a criação ou atualização do modelo de atuação
da força oponente, com base em sua doutrina, personalidade das lideranças e
atividades recentes ou atuais que indiquem possíveis ações hostis contra as
forças amigas.

6.4.4 Entre as NI que devem ser levantadas para essas operações, destacam-
se as seguintes:
a) existência e emprego de recursos humanos e meios de guerra eletrônica;
b) capacidades da ameaça em realizar ações de guerra cibernética;
c) capacidades e localização dos meios IRVA da força adversa (sensores de
fontes humanas, de sinais, de imagens etc.);
d) emprego de elementos de operações especiais no teatro de operações
(TO);
e) capacidade de empregar elementos irregulares junto à população local;
f) perfil das lideranças da ameaça;
g) aspectos do terreno que possam favorecer a aproximação terrestre ou
aérea da ameaça sobre as forças amigas;

6-5
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h) aspectos das condições meteorológicas que possam dificultar a detecção


da movimentação de meios da ameaça;
i) infraestruturas críticas no ambiente operacional que, se atingidas, podem
dificultar a condução das operações;
j) vulnerabilidades existentes nos sistemas das forças amigas que possam ser
exploradas pela ameaça; e
k) posicionamento das tropas de reserva inimiga.

6.4.5 As operações de segurança estão intimamente ligadas às operações de


dissimulação, pois, enquanto as primeiras negam informações ao oponente, as
últimas buscam preencher essa ausência com informações que transmitam
uma percepção equivocada ao adversário, conforme o interesse das forças
amigas. Dessa forma, um considerável número de NI será utilizado por ambas
as operações.

6.4.6 Por serem Op que têm como uma das missões garantir a preservação do
poder de combate da força principal, faz-se necessário um minucioso
planejamento de C Intlg no levantamento das ameaças atuais e potenciais aos
principais ativos das forças amigas. Para tanto, deve-se considerar que a
ameaça pode atuar de maneira regular, irregular ou híbrida, com uso
combinado de forças inseridas junto a população local, aumentando a
demanda pela coordenação das medidas de segurança ativa e orgânica.

6.5 OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS IRREGULARES

6.5.1 Compreendem um conjunto abrangente de esforços integrados (civis e


militares) desencadeados para derrotar forças irregulares (caracterizadas por
organização não institucionalizada), nacionais ou estrangeiras, dentro ou fora
do território nacional.

6.5.2 As informações fornecidas pela inteligência apresentam grande


importância, particularmente aquelas originadas dos sensores de fontes
humanas e de sinais, uma vez que o inimigo ou a força adversa está infiltrado/a
no seio da população. Nesse sentido, durante o planejamento desse tipo de
operação, é necessário levantar os dados referentes às considerações civis
que impactem diretamente o combate à ameaça irregular.

6.5.3 Pelo fato de as forças irregulares possuírem forma de atuação e objetivos


distintos daqueles envolvidos no combate regular, as NI devem estar
direcionadas para enfraquecer o suporte da população ao movimento irregular,
ao mesmo tempo em que se adquire o apoio da opinião pública e conquistam-
se vantagens na guerra da informação. Nesse tipo de operação, os EEI
referentes à infraestrutura, ao poder de combate e à motivação das forças
irregulares (F Irreg) inimigas devem ser bem estudados, a fim de retificar e/ou
ratificar as informações sobre esses aspectos.

6-6
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6.5.4 As principais NI a ser levantadas são relativas ao terreno, às


considerações civis e à ameaça. Alguns aspectos que devem ser buscados
são:
a) porções do terreno rural que possam servir de área de homizio para grupos
de F Irreg;
b) acidentes capitais urbanos ou rurais que possam conferir vantagem
significativa às ações das F Irreg;
c) infraestruturas que possam ser alvo de sabotagem ou terrorismo pelas
F Irreg, a fim de influenciar a opinião pública;
d) áreas urbanas sob controle das F Irreg e o posicionamento da população;
e) aspectos sobre a população que possam ser explorados pelas F Irreg a fim
de cooptar simpatizantes ou dificultar as ações das forças amigas;
f) eventual apoio do governo local, internacional e da população à causa
defendida pela F Irreg;
g) origem dos suprimentos logísticos utilizados pelas F Irreg;
h) táticas, técnicas e procedimentos e equipamentos militares empregados
pela F Irreg;
i) estrutura, organização, dispositivo, composição, valor, lideranças e
atividades recentes das F Irreg;
j) estruturas de forças de combate, subterrâneas e de sustentação à F Irreg;
k) influência de elementos de operações especiais no recrutamento, na
estruturação, no treinamento e no controle de grupos de F Irreg;
l) capacidade de integração das forças irregulares com forças regulares,
consubstanciando uma ameaça híbrida às ações das forças amigas;
m) detalhes sobre os sistemas de comando e controle, logística e inteligência
empregados pelas F Irreg; e
n) motivação, intenções das F Irreg e estado final desejado por elas.

6.6 OPERAÇÃO DE DISSIMULAÇÃO

6.6.1 É aquela que se destina a iludir o inimigo, levando-o a levantar, de forma


incorreta ou incompleta, o dispositivo das tropas amigas, suas possibilidades e
intenções, de tal forma que reaja de uma maneira que lhe seja desvantajosa.

6.6.2 Os conhecimentos produzidos pela Inteligência do Sinal (SIGINT),


GEOINT, Inteligência Cibernética (CIBERINT) e Fontes Abertas (OSINT) são
de grande importância para o planejamento dessa operação.

6.6.3 Para trabalhar adequadamente as operações de dissimulação, é


necessário conhecer com profundidade a maneira como a ameaça explora a
obtenção de dados. O conhecimento sobre o emprego da inteligência, por parte
do inimigo, pode favorecer a condução de ações de dissimulação, construindo
dados ou manipulando indicadores que levem a ameaça a decidir de maneira
equivocada ou imprecisa.

6-7
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6.6.4 As NI dos comandantes de diversos níveis capazes de conduzir


operações de dissimulação normalmente estão relacionadas aos aspectos
relativos à ameaça que permitam fazer chegar as informações manipuladas
aos decisores inimigos, como por exemplo:
a) detalhes sobre o sistema de comando e controle;
b) recursos de obtenção de inteligência de imagens (tipos de sensores óticos e
eletrônicos disponíveis, equipamentos e softwares utilizados para
processamento de imagens, nível de adestramento dos intérpretes);
c) recursos de obtenção de inteligência de sinais (tipos de sensores de sinais
utilizados, capacidade de monitoração e localização eletrônica);
d) adestramento e forma de atuação das tropas de reconhecimento, sejam
elas especializadas ou não;
e) prováveis NI estabelecidas pelo comandante da ameaça;
f) plano de obtenção do conhecimento estabelecido pela ameaça;
g) prováveis pontos de decisão que a ameaça deve adotar, bem como os
indicadores que influenciam sua decisão; e
h) acompanhamento dos efeitos das operações de dissimulação sobre o
processo decisório da ameaça, a fim de retificá-las ou ratificá-las.

6.7 OPERAÇÕES DE INFORMAÇÃO

6.7.1 As operações de informações (Op Info) consistem na atuação integrada


das capacidades relacionadas à informação (CRI), em conjunto com outros
vetores, para informar e/ou influenciar grupos e indivíduos. Essas operações
protegem o ciclo decisório da Força e buscam afetar o do oponente. Além
disso, visam a evitar, impedir ou neutralizar os efeitos das ações adversas na
dimensão informacional do ambiente operacional.

6.7.2 Nesse contexto, a dimensão informacional, em uma sociedade cada vez


mais dependente da informação, reveste-se de destacada importância, uma
vez que a percepção estabelecida como válida nas mentes de um ou mais
públicos-alvo (narrativa dominante) pode ser considerada um acidente capital
nas operações militares.

6-8
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Fig 6-3 – A dimensão informacional do ambiente operacional

6.7.3 Nesse tipo de operação, a Intlg deve ser empregada levando-se em conta
os EEI que possam contribuir com as ações da comunicação social (Com Soc),
Op Psc, guerra eletrônica (GE), assuntos civis e defesa cibernética (D Ciber).

6.7.4 Para isso, é fundamental um trabalho acurado de inteligência em apoio às


Op Info, pois estas devem ser fundamentadas, em todas as fases de uma
campanha militar, em informações confiáveis e oportunas sobre o terreno
(físico e humano), o inimigo, as condições meteorológicas, os atores
adversários potenciais e as audiências neutras cujas percepções podem influir
no resultado das operações. O pessoal que as conduz deve trabalhar
estreitamente com os integrantes das estruturas de inteligência para definir as
NI e o repertório de conhecimentos necessários que permitam planejar,
executar e avaliar a efetividade das Op Info.

6.7.5 As NI que buscam atender às Op Info normalmente estão voltadas para


as considerações civis e sobre a ameaça que está sendo enfrentada, com
alguns exemplos:
a) atitudes, costumes e comportamentos da população;
b) cultura local, distribuição étnica e religiosa;
c) lideranças, influenciadores e formadores de opinião que possam influir de
forma significativa no comportamento de determinados públicos no ambiente
operacional;
d) motivações, necessidades e interesses dos diferentes atores em presença
no ambiente operacional;
e) meios de impressão e de difusão de notícias, mídias sociais e outros canais
disponíveis e mais adequados para a difusão de informações para públicos
selecionados;

6-9
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f) canais de mídia ou organizações com grande credibilidade junto à população,


sua disposição geográfica, pontos fortes e vulnerabilidades;
g) estruturas disponíveis para a difusão de informações;
h) temas e assuntos a explorar e a evitar;
i) meios de transmissão de informações acessíveis para os integrantes da força
oponente;
j) características do sistema de comando e controle e vulnerabilidades no fluxo
de informações da força oponente que possam ser exploradas pelas operações
de informação;
k) levantamento de potenciais públicos-alvo; e
l) capacidades da ameaça para realizar Op Info, recursos humanos e meios de
comunicação disponíveis.

6.7.6 Durante a execução das Op Info, a inteligência pode ser empregada para
verificar se os efeitos planejados estão sendo atingidos sobre o público-alvo,
contribuindo para o redirecionamento das ações realizadas pelas CRI.

6.8 OPERAÇÕES ESPECIAIS

6.8.1 As operações especiais (Op Esp) são aquelas conduzidas por forças
militares especialmente organizadas, treinadas e equipadas, em ambientes
hostis, negados ou politicamente sensíveis, visando a atingir objetivos militares,
políticos, informacionais e/ou econômicos, empregando competências e
capacidades específicas não encontradas nas forças convencionais. Podem
ser realizadas de maneira ostensiva, sigilosa ou coberta. A Intlg está inserida
nessas três possibilidades, sendo as duas últimas que empregam um número
maior de conhecimentos de inteligência.

6.8.2 Podem ser empregadas de forma direta, contra alvos específicos, ou


indireta, ao estruturar, prover, instruir, desenvolver e dirigir forças locais, a fim
de serem empregadas em proveito das forças convencionais. Nesse segundo
caso, as NI relativas à população local crescem de importância, a fim de
verificar aspectos que podem ser explorados para o recrutamento de
integrantes da população que irão compor essas forças locais.

6.8.3 Com relação ao ambiente operacional e à população, são exemplos de


EEI:
a) regiões e locais propícios para infiltração e homizio;
b) áreas habitadas e contingentes populacionais;
c) necessidades da população local, motivações, vulnerabilidades,
insatisfações, costumes e lideranças;
d) satisfação da população local com o governo do teatro de operações/A Op;
e) composição étnica, religiosa e etária da população;
f) capacidades das localidades (presença de órgãos públicos, forças de
segurança pública e forças armadas, rede hospitalar, sistema logístico, meios

6-10
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de comunicações disponíveis) que permitam a execução das operações com o


mínimo de direção, controle e apoio;
g) organizações que possam ser empregadas no contexto das operações
especiais;
h) movimentos separatistas, insurgentes ou emancipacionistas no TO/A Op;
i) detalhes sobre infraestruturas estratégicas, acidentes capitais e obras de
arte que possam tornar-se alvos para as operações;
j) detalhes sobre as infraestruturas críticas das quais o Ini é dependente; e
k) análise dos riscos físicos e políticos.

6.8.4 As NI que versam sobre a ameaça são, dentre outras, as seguintes:


a) estrutura, organização e funcionamento da Intlg Ini;
b) alvos de alto valor que permitam comprometer os sistemas de comando e
controle, logístico, proteção, fogos, guerra eletrônica e de apoio aéreo do
inimigo;
c) detalhes sobre depósitos, eixos de suprimento, rotas logísticas alternativas;
d) posições de lançadores de mísseis e foguetes, estações retransmissoras,
radares de vigilância aérea e de busca de alvos;
e) meios aéreos, suas características e localização; e
f) posicionamento das tropas reservas e de postos de comando dos escalões
mais altos em presença no TO/A Op.

6.8.5 Quando as Op Esp forem por meio de ações diretas sobre alvos
específicos, as respostas das NI irão compor um “pacote de inteligência” que
normalmente versa sobre:
a) descrição detalhada do alvo;
b) efeitos dos aspectos fisiográficos e condições meteorológicas da região do
objetivo sobre os sistemas inimigos e das forças de Op Esp;
c) dispositivo, composição, valor, atividades recentes e peculiaridades das
forças oponentes e de quaisquer atores que possam comprometer o
cumprimento da missão;
d) rotas de infiltração e exfiltração; e
e) principais componentes do alvo, de modo a avaliar a melhor maneira de
atingir o alvo para alcançar o estado final desejado com o mínimo de danos
colaterais.

6.8.6 Cabe ressaltar que as forças de Op Esp, além de demandarem e


usufruírem os conhecimentos produzidos pelo Sistema de Inteligência, são
elementos especializados de suma importância para a obtenção de dados
relevantes para a condução das operações, haja vista a sua localização em
profundidade no TO/A Op.

6-11
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Fig 6-4 – Relação entre a inteligência e as forças de Op Esp

6.9 OPERAÇÃO DE BUSCA, COMBATE E SALVAMENTO

6.9.1 A operação de busca, combate e salvamento (BCS) consiste no emprego


de todos os meios disponíveis a fim de localizar e socorrer aeronaves abatidas
ou acidentadas, navios, materiais e instalações diversas, avariadas ou
sinistradas, no mar ou em terra e, também, socorrer suas tripulações ou
pessoas em perigo.

6.9.2 Os elementos da F Ter poderão, ainda, ser responsáveis pela


autorrecuperação em apoio às suas próprias operações, de acordo com as
capacidades e funções orgânicas e de acordo com a diretriz do comandante.
Tais elementos devem planejar a recuperação como parte de cada missão,
incluindo extrações de emergência. Esses planejamentos podem ser facilitados
por meio de procedimentos operativos padrão das frações.

6.9.3 O êxito de uma Op BCS depende da rápida obtenção de todas as


informações disponíveis relacionadas à situação, pois a probabilidade de se
encontrar sobreviventes reduz-se com o passar do tempo. Por isso, deve-se
buscar a máxima integração entre os planejamentos das ações e das demais
tarefas inseridas. Os planos e ordens devem ser claros quanto aos
procedimentos a ser adotados no caso de aeronaves abatidas, em caso de
pane ou acidentes.

6-12
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6.9.4 As tropas mais aptas para a condução de operações de BCS são a


Aviação do Exército e as tropas de operações especiais. As ações são
conduzidas em terra ou massa de água, o que pode exigir a utilização de
especialistas.

6.9.5 As Op BCS ocorrem em situações de contingência e, por isso,


demandam a obtenção de dados de maneira ágil e o processamento e a
análise de forma oportuna, visando a produzir conhecimentos relevantes que
possam subsidiar o planejamento em um período de tempo que não
comprometa a sobrevivência dos envolvidos ou a captura de materiais de
emprego militar.

6.9.6 Dentre os EEI necessários para as Op BCS, destacam-se os seguintes:


a) capacidades e localização dos meios aéreos do inimigo;
b) capacidades e localização do sistema de defesa antiaérea do inimigo;
c) posicionamento da população local em relação às forças amigas;
d) detalhes sobre as forças adversas em presença na região do incidente com
a aeronave;
e) posicionamento, mobilização e movimentação das forças adversas em
relação à aeronave acidentada;
f) última localização confirmada em que a aeronave foi detectada;
g) equipamentos transmissores embarcados na aeronave que possam facilitar
sua localização;
h) conformação do terreno e da vegetação na região onde houve o incidente;
i) condições meteorológicas que podem ter afetado a aeronave no momento
do incidente e que podem auxiliar no estabelecimento de regiões para a busca;
j) condições de visibilidade, luminosidade, precipitações e ventos que possam
afetar a Op BCS;
k) recursos locais que podem ser acionados para cooperar com as Op BCS; e
l) repercussões sobre o incidente que possam ser exploradas por Op Info Ini .

6.10 OPERAÇÃO DE EVACUAÇÃO DE NÃO COMBATENTES

6.10.1 As operações de evacuação de não combatentes (Op Ev N Cmb) são


caracterizadas pela incerteza e podem ser determinadas sem aviso prévio.

6.10.2 A inteligência deve atuar antes, durante e após o acolhimento de


refugiados e não combatentes, em uma Op Ev N Cmb.

6.10.2.1 Antes da operação, devem-se levantar dados sobre o terreno,


principais vias de acesso e possibilidades logísticas.

6.10.2.2 Durante a operação, devem-se levantar dados acerca da situação


sanitária dos evacuados, sua localização e ações inimigas contra eles. As
principais ações concentram-se no monitoramento do tráfego de refugiados

6-13
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pelos locais previamente determinados e envio de dados de inteligência ao


centro de operações.

6.10.2.3 Após a operação, é necessário levantar dados sobre inimigos


infiltrados entre os evacuados e suas ações. A integração com outros
elementos deve ser realizada por intermédio de um centro de operações,
chefiado por um militar da Força Terrestre.

6.10.3 A inteligência atua em operações militares por intermédio de seus meios


de obtenção e de análise sejam elas: básicas, complementares ou ações
comuns.

6.10.4 Dessa forma, a Intlg, quando em apoio a uma Op Ev N Cmb, deve


prover conhecimento de inteligência com objetivo de minimizar o número de
cidadãos em risco nas atuais e prováveis regiões de conflitos.

6.10.5 Para isso, os EEI devem incluir:


a) identificação das causas que estão ocasionando a repatriação (político-
ideológicas, étnicas, religiosas e/ou econômicas);
b) meios disponíveis para a evacuação;
c) identificação e reconhecimento de eixos humanitários e pontos de reunião;
d) identificação da infiltração de elementos hostis junto à população evacuada;
e) planos de evacuação de embaixadas e consulados;
f) identificação de lideranças entre a população a ser evacuada;
g) monitoramento das rotas que possuem fluxo de refugiados e não
combatentes;
h) levantamento da presença de guerrilheiros e combatentes infiltrados junto a
esse público;
i) monitoramento da percepção relativa à nossa Força (favorável ou
desfavorável);
j) monitoramento da posse de armamento, agentes químicos, radioativos ou
biológicos, por parte dos refugiados/não combatentes;
k) levantamento das lideranças entre os refugiados;
l) levantamento do efetivo de refugiados e não combatentes a ser evacuado e
acolhido;
m) levantamento do estado sanitário desse público;
n) levantamento das características culturais (religião, etnia etc.);
o) levantamento das ameaças dos contendores contra o fluxo de refugiados e
não combatentes;
p) levantamento das mídias na A Op capazes de influenciar o comportamento
do fluxo;
q) levantamento da existência de obstáculos ou pontos críticos na rota de
escoamento de refugiados;
r) levantamento do impacto das condições meteorológicas sobre o fluxo de
refugiados;
s) levantamento dos antagonismos entre a população e os refugiados/não

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combatentes, tanto no percurso do fluxo quanto na área de destino seguro;


t) monitoramento das possíveis violações ao Direito Internacional Humanitário e
ao Direito Internacional dos Conflitos Armados;
u) levantamento de áreas de interesse para o processamento dos evacuados,
em particular, a área de reunião de evacuados e os locais de destino seguro;
v) identificação das causas que estão gerando a repatriação (político-
ideológicas, étnicas, religiosas e/ou econômicas);
w) Identificação dos meios disponíveis para a evacuação;
x) identificação e reconhecimento de eixos humanitários e pontos de reunião; e
y) identificação da infiltração de elementos hostis entre a população evacuada.

6.10.6 A integração com outros órgãos envolvidos, levando-se em conta a


proteção dos ativos da Força Terrestre, deve ser feita na Central de Inteligência
do comando considerado, a critério de seu Cmt. As seguintes ações devem ser
realizadas com essa finalidade:
a) buscar aproximação com os órgãos de segurança pública locais, para
fomentar a obtenção de dados de inteligência relativos à situação de segurança
pública local;
b) levantar a capacidade e a intenção dos órgãos de mídia, assim como obter
colaboradores nos órgãos de imprensa, de forma a obter informações
antecipadas sobre determinadas publicações;
c) levantar a capacidade e intenção de cada órgão estatal e não estatal; e
d) levantar a capacidade e monitorar a intenção de entidades representativas
dos refugiados.

6.11 OPERAÇÃO DE JUNÇÃO

6.11.1 A operação de junção é uma operação que envolve a ação de duas


forças terrestres amigas, que buscam ligar-se diretamente. Pode ser realizada
entre uma força em deslocamento e outra estacionária ou entre duas forças em
movimentos convergentes.

6.11.2 Uma operação de junção entre uma força estacionária e uma força
móvel (força de junção) decorre de uma ação ofensiva da força de junção, que
procura o contato físico entre as forças. Tal ação é executada de forma
simultânea a uma ação predominantemente defensiva, realizada pela força
estacionária, com a finalidade de manter a posse da região onde será feita a
junção.

6.11.3 Considerando-se que as tropas blindadas e mecanizadas são as mais


aptas a constituir forças de junção, faz-se necessário o levantamento e a
identificação detalhada dos fatores ligados ao terreno (além dos demais fatores
da decisão), garantindo assim a mobilidade da tropa; a ampliação do quadro de
referência da tropa de junção, assegurando a flexibilidade no planejamento e
na realização das missões previstas e a existência de elementos Ini interpostos

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entre a força de junção e força estacionária, o que aumenta a necessidade de


conhecimento sobre dispositivo, valor, localização e composição desse inimigo.
De posse desses dados, a tropa de junção pode evitar engajamentos decisivos,
antes da chegada aos objetivos, e definir faixas do terreno onde há menor
resistência.

6.11.4 As seguintes NI devem ser levantadas para a coordenação entre as


forças amigas envolvidas na operação:
a) local ideal para a junção;
b) condições das vias de acesso ao local da junção;
c) eixos e vias de acesso a serem barrados;
d) características defensivas do terreno a ser defendido pela força estacionária;
e) alvos compensadores para artilharia de mísseis e foguetes (Art MF) e para a
Força Aérea;
f) situação aérea local;
g) levantamento de possíveis pontos de junção (facilmente identificáveis pelas
tropas a fim de se evitar o fratricídio);
h) limites da posição da força amiga estacionária na área de operações;
i) nossas vulnerabilidades e deficiências;
j) obstáculos existentes no itinerário da junção;
k) capacidade de pontes no itinerário;
l) condições meteorológicas que possam interferir na operação;
m) atualização na trafegabilidade dos eixos penetrantes;
n) presença de inimigo no local de junção;
o) capacidade de o inimigo cerrar meios para o local da junção;
p) posição da reserva do Ini (natureza e valor);
q) prováveis rotas de aproximação do Ini para a área da operação de junção;
r) tropas inimigas a serem fixadas para que a junção não seja inviabilizada;
s) dispositivo, composição, valor e possibilidades (DICOVAP) do Ini, L Aç mais
provável e L Aç mais perigosa do Ini que ocupa os objetivos a serem
conquistados;
t) atuação de F Irreg na A Op e sua capacidade;
u) tropa Ini interposta;
v) capacidade da artilharia e força aérea Ini;
w) atividades recentes do Ini na região de junção (objetivo) e a cavaleiro dos
eixos de progressão das forças de junção, bem como nas possíveis rotas
alternativas;
x) estudo da personalidade militar dos Cmt Ini (se disponível);
y) capacidade de ações de medidas de ataque eletrônico (MAE) e medidas de
apoio à guerra eletrônica do Ini que possam comprometer os planos de
comunicação e outras atividades da guerra eletrônica inimiga que possam
impedir ou dificultar a rede rádio da junção;
z) meios de observação de fontes humanas;
aa) meios de observação aéreos;
ab) presença de população no local ou nas proximidades do ponto de junção;
ac) presença de civis, bem como sua atitude, no eixo da força de junção e na

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área de objetivo da força estacionária; e


ad) considerações sobre a população civil local em relação ao cumprimento da
missão (núcleos populacionais, grupos étnicos, vilarejos e povoados,
lideranças locais, tensões sociais).

6.12 OPERAÇÃO DE INTERDIÇÃO

6.12.1 A inteligência nas operações de interdição deve produzir conhecimentos


a fim de auxiliar o escalão enquadrante a evitar ou impedir que o inimigo se
beneficie de determinadas regiões, de pessoal, de instalações ou de material.

6.12.2 Nesse tipo de operação, os EEI devem incluir:


a) eixos que incidem no TO/A Op;
b) centros de gravidade (CG) das forças oponentes e indiretas destinadas a
estruturar, prover, instruir, desenvolver e dirigir forças irregulares nativas para
executarem ações de combate e sabotagem;
c) reservas inimigas;
d) sistemas de comando e controle inimigos;
e) sistemas logísticos e eixos de suprimento e evacuação inimigos;
f) existência de barreiras com a finalidade de canalizar, dirigir, restringir,
retardar ou deter o movimento e/ou a manobra do oponente e impor-lhe perdas
adicionais em meios (pessoal e material) e tempo;
g) obstáculos naturais e artificiais, no interior das barreiras, modificando as
características militares do terreno, aumentando as nossas oportunidades de
ganhar relativa superioridade ou mobilidade, lograr maior segurança e
economizar forças, possibilitando, também, maior concentração de poder de
combate em uma ação decisiva; e
h) tempo, mão de obra e meios em quantidade suficiente para construir as
barreiras desejadas.

6.12.3 A melhor forma de apoio da atividade de inteligência, por ocasião de


uma operação de interdição, a fim de dificultar ou negar ao inimigo o acesso a
uma determinada região, instalação ou material, é levantando e acompanhando
os seguintes dados sobre a região de operações, sobre o inimigo e sobre
nossas forças:
a) eixos de deslocamento do Ini que incidem no TO/A Op, para monitoramento
de regiões de interesse para a inteligência (RIPI);
b) alvos compensadores para a Artilharia de Campanha, Art MF e Força Aérea;
c) informações sobre o terreno (relevo, hidrografia, estradas, vegetação);
d) informações sobre as condições meteorológicas;
e) determinação das áreas de restrição de movimento;
f) doutrina militar Ini;
g) DICOVAP Ini;
h) capacidade de GE e Ciber do Ini;
i) capacidade QBRN Ini;

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j) capacidade de apoio a mobilidade da engenharia Ini;


k) capacidade de defesa antiaérea Ini;
l) capacidade de Intlg Ini;
m) estudo da personalidade militar de cada Cmt Ini;
n) viés de apoio da população local;
o) existência e capacidade de F Irreg;
p) situação aérea local;
q) linha de ação mais provável e mais perigosa Ini;
r) capacidade logística de apoiar as L Aç e estabelecer C2;
s) nossas vulnerabilidades e deficiências; e
t) Op Info desencadeadas pelo Ini.

6.12.4 O trabalho de desinformação, apesar de importante (pois confunde o C2


do Ini e dificulta seu processo de tomada de decisão), não é o mais relevante,
uma vez que, findos os efeitos da desinformação, o Ini volta a ter liberdade de
manobra para atuar. Assim, a correta análise e integração de dados do Ini e do
terreno, subsidiando a decisão do emprego de meios para a realização da
interdição, são as ações mais relevantes da Intlg nesse tipo de operação.

6.13 OPERAÇÃO DE TRANSPOSIÇÃO DE CURSO DE ÁGUA

6.13.1 A transposição de um curso de água obstáculo, que não dispõe de


passagens utilizáveis e cuja segunda margem encontra-se defendida pelo
inimigo, comporta, normalmente, a conquista e a manutenção de uma cabeça
de ponte. Nesse caso, a travessia em si do curso de água é apenas um meio
para o prosseguimento das operações na segunda margem.

6.13.2 Os seguintes EEI são necessários para o sucesso desse tipo de


operação:
a) a situação das margens (agravamentos), bem como suas características
para lançamento de meios de engenharia, correnteza, trabalho de organização
do terreno realizado pelo inimigo, existência de passagens a vau e pontes,
largura e profundidade do curso d’água, natureza do leito, obstáculos naturais,
local adequado para o desdobramento da zona de reunião final de material de
engenharia;
b) a capacidade QBRN Ini;
c) a capacidade de contramobilidade da engenharia Ini;
d) as condições meteorológicas na área de travessia e seus reflexos para o uso
adequado da fumaça;
e) o terreno em ambas as margens do curso de água, as áreas de reunião e
dispersão, as cobertas e os abrigos nas proximidades dos locais de travessia;
f) as melhores vias de acesso para o rio e para os objetivos na margem Ini;
g) as posições para as armas de apoio, os postos de observação e as
instalações de apoio administrativo;
h) o emprego do terreno pelo inimigo para a defesa;

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i) os objetivos e o espaço para a manobra e para a reorganização de nossas


próprias tropas;
j) os locais onde a trafegabilidade é precária;
k) a situação sobre a profundidade, a largura e a velocidade do rio;
l) as restrições à visibilidade causadas pelos fatores meteorológicos;
m) a localização da linha que, conquistada, retira os tiros tensos Ini e o traçado
da cabeça de ponte (que, conquistada, evita os tiros indiretos Ini);
n) a capacidade de busca de alvos e monitoramento de inteligência Ini;
o) DICOVAP do Ini que defende a margem oposta à cabeça de ponte;
p) a localização da Art Ini e o alcance dessas armas, localização das armas de
tiro tenso Ini;
q) a localização dos radares de vigilância Ini;
r) a localização dos meios de GE Ini;
s) a personalidade militar do Cmt Ini;
t) a situação aérea local;
u) a L Aç mais provável e mais perigosa Ini;
v) a capacidade de D Ciber Ini;
w) as atividades de Op Info Ini;
x) as medidas de contrainteligência dos meios de TI, tanto de material de
emprego militar e quanto de meios particulares, para evitar a localização
eletrônica e a propagação de produtos de Op Psc Ini;
y) efetividade da manobra de finta; e
z) presença de população no local ou nas proximidades do ponto de execução
da transposição de cursos d’água.

6.13.3 AÇÕES DA INTELIGÊNCIA DURANTE O PLANEJAMENTO DOS


LOCAIS E FORMAS DE TRANSPOSIÇÃO

6.13.3.1 Em relação ao terreno, é necessário realizar:


a) análise criteriosa do terreno, principalmente das características do curso
d’água a ser transposto (rampas das margens, resistência do solo das
margens, existência de vaus, matas ciliares, profundidade, correnteza média
etc.); e
b) análise criteriosa dos acidentes capitais que dominam o curso d’água a ser
transposto.

6.13.3.2 No que diz respeito ao inimigo, é imprescindível fazer um


levantamento das possibilidades do inimigo e de sua ordem de batalha.

6.13.3.3 Sobre as condições meteorológicas, torna-se necessário realizar:


a) levantamento das condições meteorológicas que possam facilitar a operação
(nevoeiro, visibilidade noturna etc.); e
b) levantamento das condições meteorológicas que podem dificultar a
operação (chuvas fortes e seus impactos na resistência do solo das margens,
no aumento da correnteza do curso d’água etc.).

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6.13.4 AÇÕES DA INTELIGÊNCIA DURANTE AS FASES DE REUNIÃO


(INICIAL E FINAL) DOS MEIOS DE ENGENHARIA

6.13.4.1 Em relação ao terreno, é necessário realizar:


a) análise criteriosa do terreno, apresentando as melhores áreas para a reunião
dos meios; e
b) análise criteriosa das vias de acesso que incidem sobre as áreas de reunião
de meios.

6.13.4.2 É importante realizar um levantamento das possibilidades do inimigo


que podem resultar na destruição dos meios de engenharia reunidos.

6.13.5 AÇÕES DA INTELIGÊNCIA DURANTE A FASE DE TRANSPOSIÇÃO


INICIAL ATÉ A CONQUISTA DA PRIMEIRA LINHA DE ALTURAS

6.13.5.1 É necessário realizar um levantamento das possibilidades de o inimigo


contra-atacar para restabelecer a primeira linha de alturas.

6.14 OPERAÇÃO ANFÍBIA

6.14.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

6.14.1.1 A História enumera variados exemplos de operações anfíbias


conduzidas desde os primeiros tempos, quando o homem, para guerrear,
precisou atravessar o mar. A Segunda Guerra Mundial produziu a maior série
de operações anfíbias da História, ocorridas, principalmente, no Pacífico, no
norte da Europa, no Mediterrâneo e no norte da África.

6.14.2 CONCEITOS BÁSICOS

6.14.2.1 Operação anfíbia (Op Anf) é uma designação genérica que abrange
determinadas modalidades de ação que são desencadeadas do mar, por uma
força-tarefa anfíbia, contra litoral defendido pelo inimigo ou em favor de forças
amigas, localizadas em uma costa inimiga, que necessitem ser evacuadas. As
modalidades dessas ações são: assalto, incursão, demonstração e retirada.

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Fig 6-5 – Cabeça de praia

6.14.2.2 O assalto anfíbio caracteriza-se pelo ataque lançado do mar por uma
força-tarefa anfíbia, com esforços integrados de forças treinadas, organizadas,
equipadas e compostas por diferentes especificidades de combate, a fim de
fixar a força de desembarque em uma cabeça de praia. Esse tipo de operação
tem a finalidade de permitir o prosseguimento de operações terrestres,
conquistar local para estabelecimento de base naval e/ou aérea e negar o uso
de uma área ou instalação ao inimigo.

6.14.2.3 A incursão anfíbia é uma operação realizada por forças de pequeno


vulto, envolvendo uma rápida penetração em terra ou uma temporária
ocupação de um objetivo, seguindo-se de uma retirada. Possui a finalidade de
infligir perdas ou avarias, obter informações e capturar ou evacuar pessoal e/ou
material.

6.14.2.4 A demonstração anfíbia é uma ação diversionária que consiste na


realização parcial de assalto anfíbio ou de incursão anfíbia, com ou sem a
efetiva participação de força de desembarque. É realizada com o propósito de
confundir o inimigo quanto ao local da operação principal.

6.14.2.5 A retirada anfíbia consiste na evacuação de forças de um litoral hostil,


por meio de navios e/ou embarcações. Tem os objetivos de permitir o

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desengajamento dessa força do inimigo, cujo poder é superior, para permitir o


emprego dessa força em outras missões, ou por conclusão de missão,
particularmente na incursão anfíbia.

6.14.3 MEDIDAS DE SEGURANÇA

6.14.3.1 Durante a travessia, a proteção dos navios/embarcação do comboio


de assalto e das tropas embarcadas é de extrema importância. Por essa razão,
além das medidas de segurança, normalmente adotadas pelas unidades
navais, devem ser observadas, também, as seguintes medidas:
a) intensificação das operações aéreas contra ataques inimigos, incluindo
ações de superioridade aérea, ações de reconhecimento aéreo, ações de
esclarecimento para a localização de forças inimigas que possam se opor ao
movimento da força-tarefa anfíbia e ações de apoio aéreo aproximado e de
interdição contra forças de superfície inimiga que possam se opor ao
movimento de força-tarefa anfíbia;
b) posicionamento de forças de apoio de superfície em locais onde possam
interceptar forças de superfície inimigas;
c) posicionamento de forças antissubmarino para destruição ou neutralização
de submarinos Ini que possam ameaçar o movimento da força-tarefa anfíbia;
d) execução de operações de contramedidas para limpeza de canais, em áreas
passíveis de minagem; e
e) proteção de linhas de suprimentos.

6.14.3.2 Durante a aproximação da área de desembarque, devem ser tomadas,


entre outras, as seguintes medidas complementares:
a) ações de superioridade aérea que poderão abranger, inclusive, ataques
aéreos contra campos de pouso inimigos;
b) localização, neutralização e/ou destruição de campos minados e de
instalações de defesa de costa que possam interferir na aproximação;
c) seleção de rotas de aproximação que dificultem a ação de fogos de defesa
de costa;
d) adoção de coberturas antissubmarino e intensificação de outras operações
antissubmarino; e
e) defesa contra ações de embarcações em zonas próximas do litoral.

6.14.4 A fim de obter êxito, uma operação anfíbia deve ter assegurado, dentre
outros, os seguintes aspectos:
a) controle da área marítima contra as forças inimigas de superfície e de
submarinos;
b) superioridade aérea local na área de desembarque ou embarque; e
c) poder de combate superior sobre as forças terrestres oponentes na área do
objetivo.

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6.14.5 Para o êxito de uma Op Anf, os seguintes EEI são necessários:


a) informações detalhadas sobre o terreno, o inimigo (dispositivo, composição e
valor) e as condições meteorológicas na área de travessia;
b) localização das reservas inimigas;
c) sistema de apoio de fogo inimigo; e
d) sistema de comando e controle e guerra eletrônica inimigos.

Fig 6-6 – Área marítima da área de desembarque (esquema)

6.15 OPERAÇÃO RIBEIRINHA

6.15.1 CONCEITOS BÁSICOS

6.15.1.1 Área Ribeirinha

6.15.1.1.1 É aquela caracterizada por linhas de comunicações terrestres


limitadas e pela existência de superfície hídrica e/ou redes de hidrovias
interiores, que servem como caminhos essenciais para o transporte de
superfície. Tais hidrovias podem abranger rios principais e seus afluentes,
braços de rios, canais, lagos e lagoas. As variações de marés e o regime de
cheias podem alterar o comportamento das águas interiores. A vegetação

6-23
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marginal é variada, podendo, em certas áreas, ser densa e estender-se a


grandes distâncias das margens.

6.15.1.2 Operações Ribeirinhas (Op Rib)

6.15.1.2.1 São aquelas levadas a efeito em águas interiores e áreas terrestres


a elas adjacentes, em regiões de características fisiográficas especiais, por
forças militares que empregam, de maneira combinada, basicamente, meios
fluviais e terrestres. O cumprimento da missão exige a utilização das vias
aquáticas existentes na área de operações.

6.15.1.2.2 O controle adequado de aquavias implica a necessidade de controle


de suas respectivas margens.

6.15.1.3 Força Ribeirinha

6.15.1.3.1 Denominação genérica atribuída a uma força organizada


basicamente por unidades da Marinha e do Exército, para a realização de
operações ribeirinhas. A força ribeirinha pode ser apoiada por unidade(s) da
Força Aérea, em operações conjuntas.

6.15.1.4 Força de Apoio e Força Apoiada

6.15.1.4.1 Denomina-se força de apoio a força que realiza operações de


caráter tático, logístico ou para a obtenção de informações, em proveito de
outra força, a força apoiada, responsável pela realização da operação principal.

6.15.1.4.2 Nas Op Rib, a operação de apoio é sempre determinada pela


autoridade superior e pode ser realizada fora ou dentro da área de operações.
No primeiro caso, a força de apoio desenvolve suas ações em coordenação
com a força apoiada e, no segundo caso, a operação de apoio é controlada e
coordenada pela força apoiada, a fim de não permitir que se desvie do
propósito preestabelecido. Quando se tratar de apoio tático, as forças de apoio
e apoiada desenvolvem operações conjuntas.

6.15.1.4.3 A operação de apoio pode ser desencadeada simultaneamente à


operação apoiada, bem como antes ou depois de seu início.

6.15.2 As Op Rib pressupõem as seguintes medidas:


a) conquista, posse ou manutenção dos acidentes capitais que permitem
controlar a circulação na área;
b) controle da população;
c) domínio dos cursos de água;
d) superioridade aérea local;
e) obtenção de informações por meio da atuação de postos de controle e
interdição fluvial, patrulhamento fluvial, cadastramento da população, entre

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outros;
f) utilização de SARP, inteligência de imagens, comunicações seguras,
vigilância (inclusive eletrônica) e reconhecimento durante todo deslocamento,
inclusive quando houver desembarque de tropa;
g) georreferência de locais e trechos conhecidos pela presença de atividades
ilícitas;
h) atuação de forma isolada, empregando uma estória cobertura profunda e de
boa aceitação na região;
i) manutenção de uma rotina de visitas periódicas para não perder o contato e
manter um bom relacionamento com os colaboradores;
j) compreensão dos hábitos culturais locais e adequar-se a eles, de forma a
estabelecer laços de confiança e fluidez do canal de comunicação; e
k) limitação do conhecimento da missão ao menor número de pessoas
possível, não permitindo, em planejamentos, a utilização de celulares e mídias
eletrônicas.

6.15.3 Torna-se imprescindível a identificação dos seguintes EEI por parte da


inteligência:
a) informações detalhadas sobre o terreno, o inimigo (dispositivo, composição e
valor) e as condições meteorológicas;
b) sistema de apoio de fogo inimigo;
c) sistema de comando e controle e guerra eletrônica inimigos;
d) identificação de lideranças junto à população ribeirinha;
e) presença de atividade garimpeira ilegal, descaminho, tráfico de drogas,
desmatamento, pistas de pouso, locais de apoio fluvial e/ou terrestre para a
prática de ilícitos;
f) áreas de atuação e modus operandi das forças adversas da região;
g) sentimento da população local em relação à presença da tropa;
h) perfis das lideranças e características socioeconômicas dos núcleos
populacionais ribeirinhos;
i) vínculos das comunidades ribeirinhas com organizações criminosas;
j) fluxo logístico das comunidades, principalmente relacionado a combustível,
madeira, ouro, suporte financeiro, peças de embarcações, entre outros;
k) existência de áreas de proteção ambiental, reservas indígenas, bem como
áreas de atuação de organizações não governamentais;
l) rotas de navegação influenciadas pelo regime das águas nos diversos
períodos do ano, tipos de embarcações que transitam nos cursos d’água
influenciados pelo regime das águas, tempo de deslocamento, principais
obstáculos no itinerário, pontos de entrada no rio;
m) condições climáticas e meteorológicas;
n) pontos de apoio à tropa (pernoite, alimentação, manutenção de
embarcações e do material de emprego militar); e
o) locais para atracamento das embarcações nos regimes de seca e de cheia,
presença de portos, furos e paranás.

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6.16 OPERAÇÃO CONTRA DESEMBARQUE ANFÍBIO

6.16.1 As operações de defesa contra desembarques anfíbios são


eminentemente conjuntas, em que estarão presentes forças de todas as F Cte
de um comando conjunto. Desse modo, envolvem o emprego de meios
heterogêneos, o que exige uma coordenação detalhada no emprego da
inteligência.

6.16.2 A exemplo das demais operações, merecem destaques os seguintes


EEI:
a) informações detalhadas sobre o terreno, o inimigo (dispositivo, composição e
valor) e as condições meteorológicas;
b) acidentes capitais favoráveis ao estabelecimento de uma cabeça de ponte
por parte de um inimigo; e
c) sistema de comando e controle e guerra eletrônica inimigos.

6.17 OPERAÇÃO DE ABERTURA DE BRECHA

6.17.1 Ao montar as linhas de ação do inimigo, o EM precisa verificar se as


necessidades doutrinárias para cada tipo de operação estão sendo
consideradas, incluindo as tarefas a serem atribuídas às unidades
subordinadas. A título de exemplo, a ultrapassagem de um obstáculo exige
uma força de abertura de brechas, uma força de apoio e uma força de assalto.
Além disso, a montagem das linhas de ação do inimigo deve atentar para as
possibilidades criadas por reforços (por exemplo, o emprego de forças leves
em apoio às tropas mecanizadas pode indicar a possibilidade de um assalto
aeromóvel).

6.17.2 Os seguintes EEI são necessários para o sucesso desse tipo de


operação:
a) localização das armas de tiro indireto e direto Ini que batem as barreiras
onde será aberta a brecha;
b) identificação do efeito das condições meteorológicas sobre a utilização de
agentes químicos (fumaça);
c) localização dos meios de GE Ini que podem atuar na área onde será aberta
a brecha;
d) identificação dos dados do DICOVAP do Ini que defende a área onde será
realizada a abertura da brecha. Cabe ressaltar que um correto levantamento do
DICOVAP será de suma importância para o desencadeamento das fases de
neutralização e obscurecimento. Essas fases são primordiais para as ações
subsequentes de redução e assalto, pois reduzem sobremaneira a capacidade
de reação do inimigo;
e) levantamento das características e tipos de campo de minas lançados
(densidade de minas, tipos de minas, método de lançamento, existência de
minas esparsas, existência de minas subaquáticas, existência de minas nas

6-26
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margens etc.);
f) identificação dos obstáculos lançados e suas características (largura, altura,
extensão, profundidade, tipo de material etc.);
g) levantamento das condições do terreno e suas características (tipo de solo,
resistência do solo, firmeza e altura de margens, tipo de vegetação);
h) levantar os pontos do curso d’água obstáculos possíveis de fazer uma
dissimulação;
i) identificar os pontos de canalização dos obstáculos inimigos;
j) identificar a extensão e o valor e as características do plano de barreiras
inimigo; e
k) levantar as coordenadas das trilhas e brechas abertas somente para o
escalão que fará o assalto.

6.18 OPERAÇÃO EM ÁREA EDIFICADA

6.18.1 O minucioso conhecimento das características das forças oponentes e


da área de operações, com particular atenção para a população que nela
reside, proporciona condições para a neutralização ou para a supressão da
capacidade de atuação das forças oponentes, com o mínimo de danos à
população e de desgaste para a força empregada nas Op.

6.18.2 A atividade de inteligência deve anteceder o início da operação, sendo


desenvolvida com ênfase na fase preventiva, com acompanhamento das
potenciais ações das forças oponentes. A produção do conhecimento apoia as
ações das forças empregadas e fornece dados para o desenvolvimento das
atividades de Com Soc e de operações de apoio à informação.

6.18.3 Os EEI devem ser detalhados, permitindo determinar a melhor forma de


conduzir as operações e influenciar a população para aumentar a estabilidade
local. A identificação e análise das ameaças, bem como do terreno, do clima e
das considerações civis, são essenciais para o correto emprego da tropa.

6.18.4 As principais NI, durante uma operação em área edificada, são:


a) aspectos físicos da localidade e seus pontos sensíveis;
b) acidentes capitais no interior da localidade e os que a isolam;
c) alvos compensadores dentro da localidade;
d) condições das vias de acesso até a localidade;
e) obstáculos existentes no itinerário até a localidade e em seu interior;
f) capacidade de pontes no itinerário e em seu interior;
g) condições climáticas;
h) eixos e vias de acesso a serem barrados;
i) levantamento de instalações na localidade e em regiões próximas que
possam ser aproveitadas pelo apoio logístico, como postos de combustível,
hospitais, depósitos, fábricas, oficinas, estações de tratamento de água e
ginásios;

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j) identificação dos itinerários possíveis para a evacuação dos refugiados e


deslocados, PG e desertores;
k) áreas favoráveis para zonas de reunião (fora e no interior da área edificada);
l) situação e condições de funcionamento da energia elétrica, água potável e
pontos sensíveis (hospitais, estações de tratamento de água e esgoto,
estações de rebaixamento de energia, instalações prisionais etc.);
m) dados diversos sobre a população local (efetivo, localização, considerações
civis);
n) lideranças locais, imprensa, apoio da população, cultura;
o) identificação dos civis combatentes e suas lideranças;
p) presença de inimigo na localidade e sua capacidade de cerrar meios para a
localidade;
q) forças inimigas a serem fixadas para que a conquista da localidade não seja
inviabilizada;
r) localização dos focos de resistência Ini;
s) capacidade própria de defesa anticarro e defesa antiaérea; e
t) ações de Op Info sobre a população e sobre nossas tropas.

6.18.5 A atividade de inteligência deve atuar em apoio à tropa, realizando


ações nas dimensões humana, física e informacional. A definição do ambiente
operacional, a identificação dos efeitos ambientais sobre as operações, a
avaliação e a determinação das possíveis linhas de ação das ameaças, entre
outras, devem ser buscadas a todo momento pela atividade de inteligência.
São vitais e determinantes para que seja alcançado o estado final desejado os
fatores população e infraestrutura local. Tais fatores podem influenciar o
cenário e restringir a liberdade de ação em todos os escalões.

6.18.6 O ramo contrainteligência pode atuar prevenindo, detectando,


identificando, avaliando, obstruindo, explorando e neutralizando:
a) os grupos que planejam ações de sabotagem;
b) as ações de Op Info sobre nossas tropas, assim como os atuadores;
c) as ações de G Ciber sobre os meios de TI, inclusive particulares;
d) os agentes de inteligência infiltrados entre os civis não combatentes;
e) a capacidade oponente de realizar ações de sabotagem, terrorismo,
espionagem, operações psicológicas, propaganda adversa e desinformação;
f) a inteligência oponente para salvaguardar nossos planos e ordens;
g) as forças adversas em presença e suas capacidades;
h) os alvos amigos compensadores para o terrorismo inimigo;
i) os efeitos compensadores para realização de propaganda hostil por parte do
inimigo; e
j) a vulnerabilidade da L Aç adotada, visando a proteger a tropa, o material e as
instalações.

6.18.7 O desenvolvimento da mentalidade de contrainteligência é um objetivo


que deve ser buscado de forma permanente.

6-28
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CAPÍTULO VII

A INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES DE COOPERAÇÃO E


COORDENAÇÃO COM AGÊNCIAS

7.1 GENERALIDADES

7.1.1 As operações de cooperação e coordenação com agências são


operações que se desenvolvem influenciadas por uma série de variáveis
relacionadas a aspectos políticos, militares, sociais, econômicos, entre outros,
com alvo na resolução de temas complexos e gestão de conflitos e crises, tais
como: ameaça ao Estado Democrático de Direito, riscos à paz social, tragédias
sociais, catástrofes ambientais, realização de grandes eventos e missões de
manutenção da paz mundial.

7.1.2 Em regra, a inteligência busca informações direcionadas a prover a


segurança e o controle da população civil, a manutenção e/ou restauração da
normalidade local, a sustentação operacional aos órgãos públicos e o
isolamento das ameaças responsáveis pela crise.

7.2 GARANTIA DOS PODERES CONSTITUCIONAIS

7.2.1 A operação de garantia dos poderes constitucionais visa a assegurar o


livre exercício dos poderes da República de forma independente e harmônica,
semelhante à operação de garantia da lei e da ordem, entretanto em um
contexto mais elevado de ameaça à ordem institucional.

7.2.2 Nesse tipo de operação, o emprego da inteligência de diversas


instituições ocorre em maior intensidade nos níveis político e estratégico.
Nessa situação, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), órgão central do
Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), realiza a coordenação da produção
do conhecimento necessário à manutenção da ordem constitucional.

7.2.3 Nos níveis operacional e tático, cresce de importância a cooperação civil-


militar com a articulação das diversas estruturas e atores envolvidos, os quais
são necessários para a prevenção de ameaças, o gerenciamento da crise e a
solução de conflitos de diversas naturezas. Há a necessidade de um grupo de
integração, que irá coordenar a produção da gestão dos conhecimentos
necessários.

7.2.4 O ambiente operacional, para esse tipo de operação, é indefinido devido


às inúmeras variantes de condições e circunstâncias que afetam o espaço
onde atuam as forças militares e que interferem na forma como são
empregadas nas dimensões física, humana e informacional.

7-1
EB70-MC-10.252

7.2.5 Em virtude da complexa composição de agências nesse tipo de


operação, deve ser dada atenção especial ao fortalecimento dos laços de
confiança, ao respeito às respectivas culturas organizacionais, à
interoperabilidade dos meios de Tecnologia da Informação e Comunicações
(TIC) e à total obediência ao marco legal que a autorizou.

7.2.6 A atividade de inteligência deve promover ações de monitoramento da


conjuntura nacional e de manutenção de um banco de dados de possíveis
atores que visam a atacar o pleno exercício dos poderes constitucionais, com
objetivo de assessorar o emprego correto da tropa.

7.3 GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

7.3.1 A operação de garantia da lei e da ordem possui propósito similar à


operação de garantia dos poderes constitucionais, entretanto com uma
amplitude mais restrita no tempo e no espaço, na hipótese de esgotamento dos
instrumentos previstos no artigo 144 da Constituição Federal ou nas situações
em que se presuma ser possível a perturbação da ordem.

7.3.2 Ocorre em situações previsíveis, que admitem um planejamento


deliberado, e imprevisíveis, caracterizadas por crises repentinas que exigem
um planejamento emergencial. Em ambas, a diversidade de missões exige que
o conhecimento acerca das características da eventual perturbação da ordem
pública, da área de operações e das características da população da região
envolvida seja fornecido oportunamente e de forma contínua, no sentido de
orientar a tomada de decisão.

7.3.3 Em relação ao ambiente operacional, desenvolve-se, majoritariamente,


em área urbana, com grande densidade populacional, o que favorece a
ocorrência de danos colaterais à população e impactos negativos à imagem da
força militar. A inteligência deve orientar seus esforços para um minucioso
estudo de condicionantes para o emprego da tropa e para a adoção de
medidas e ações baseadas nos princípios que regem esse tipo de operação:
razoabilidade, proporcionalidade e legalidade.

7.3.4 O estudo do terreno, da infraestrutura e das características sociais e


culturais da população é essencial para o êxito desse tipo de operação. As
principais necessidades de inteligência são a população; a infraestrutura de
transporte, comunicação e energia; a logística; e a capacidade dos órgãos e
agências envolvidos.

7.3.5 O emprego da inteligência está concentrado no Sistema de Inteligência


de Defesa (SINDE), reforçado por entes envolvidos na operação, sob gestão
de uma central de inteligência capaz de prover o conhecimento necessário ao
decisor operacional e tático.

7-2
EB70-MC-10.252

7.3.6 O conceito de segurança integrada é largamente empregado, uma vez


que é certa a participação de agências e órgãos de diferentes níveis de
governo, fazendo com que a mesma atenção dispensada para a operação de
garantia dos poderes constitucionais seja mantida.

7.4 AÇÕES SUBSIDIÁRIAS

7.4.1 Ações subsidiárias são caracterizadas pelo conjunto de ações realizadas


pelas Forças Armadas em apoio a órgãos governamentais, com objetivo de
cooperar para o desenvolvimento nacional e o bem-estar social. Entretanto,
são consideradas de natureza “não militar”, em virtude de razões
socioeconômicas, esgotamento da capacidade do instrumento estatal
responsável e insuficiência ou inexistência dessa capacidade na área onde se
fazem necessárias essas atividades.

7.4.2 Compreendem ações de apoio à Defesa Civil no atendimento a


calamidades públicas; emprego da Engenharia Militar em obras de
infraestrutura do país ou restabelecimento de tráfego; emprego de meios de
transporte de dotação militar, em operações de busca e salvamento; transporte
de civis e evacuação de áreas em situações de emergência; distribuição de
donativos; atendimento médico; e assistência religiosa.

7.4.3 Essa gama de ações, as quais podem ser ampliadas diante das
possibilidades das Forças Armadas, concentra-se nas seguintes áreas:
engenharia, saúde, aviação, comando e controle e logística. Tais áreas
nortearão a atividade de inteligência. Em todas, a produção do conhecimento
necessário será direcionada a ações específicas, tais como: salvamento de
vidas; restauração da infraestrutura e dos serviços essenciais; manutenção e
suporte ao governo local; e emprego de meios logísticos e de C2.

7.4.4 Apesar da inexistência de um conflito, o emprego da inteligência permeia


as áreas supracitadas, particularmente com informações que permitem uma
análise integrada de como o terreno, as condições meteorológicas e as
considerações civis condicionam as ações que serão desenvolvidas, por
intermédio de dados reais e efetivos para auxiliar a tomada de decisões
adequadas, representando um processo de apoio ao exame de situação, em
especial, durante a montagem das linhas de ação e, posteriormente, com
atualizações do cenário.

7.4.5 Em que pese ser direcionada ao apoio, sem um protagonismo destacado


na condução das ações, essa operação necessita que a inteligência realize um
acompanhamento da evolução da operação, particularmente, com atenção aos
reflexos à imagem da Força.

7-3
EB70-MC-10.252

7.4.6 Apesar de serem consideradas uma ação subsidiária, as operações na


faixa de fronteira merecem atenção especial, por sua complexidade e por
estarem diretamente relacionadas com a soberania nacional e inviolabilidade
do território brasileiro. Regido por legislação específica, o emprego das Forças
Armadas nessa região (porção do território de 150 km a partir dos limites
fronteiriços) é facilitado pela possibilidade de exercer o poder de polícia.

7.4.6.1 Nesse tipo de operação, a inteligência voltará suas atenções para as


ameaças envolvidas nos delitos transnacionais, ambientais e em outras
violações na faixa de fronteira que possam impactar a soberania nacional. Para
isso, cresce de importância a integração com os órgãos de segurança pública
federais e estaduais atuantes na área, órgãos de fiscalização ambiental e
outras agências com responsabilidade na região.

7.4.6.2 Merece destaque, ainda, o acompanhamento da atuação das principais


organizações criminosas do país que possuem ramificações nos estados
fronteiriços e envolvimento com atores estrangeiros dos países lindeiros do
Brasil.

7.5 PREVENÇÃO E COMBATE AO TERRORISMO

7.5.1 O terrorismo consiste no emprego intencional da violência física e/ou


psicológica, por indivíduos ou grupos, apoiados ou não por Estados, com o
intuito de ameaçar um governo, uma autoridade, um indivíduo, um grupo ou
mesmo toda uma população a adotar determinado comportamento.
Caracteriza-se pela imprevisibilidade, assimetria, elevados níveis de destruição
que podem provocar (incluindo meios DQBRN e cibernéticos), capacidade de
atuação em nível global e dificuldade de prevenção, dissuasão e intervenção.

7.5.2 As motivações podem ser diversas: políticas, ideológicas, econômicas,


ambientais, religiosas ou psicossociais. Entretanto, seja na prevenção
(antiterrorismo), seja no combate (contraterrorismo), o terrorismo é um tema
que requer ação coordenada dos órgãos de segurança e defesa em função da
estrutura hierárquica, segregada em células com autonomia e independência,
contribuindo para dificultar a identificação e localização de seus integrantes.

7.5.3 No cenário apresentado, o emprego integrado da inteligência torna-se


essencial para o combate a um oponente dissociado, disperso e de amplitude
mundial. Para tanto, o SISBIN, por intermédio do SINDE e do Sistema de
Inteligência de Segurança Pública (SISP), ganha vulto, particularmente, no
acompanhamento das ameaças terroristas que podem atingir o país.

7.5.4 A coordenação de setores responsáveis dos integrantes dos respectivos


sistemas que compõem o SISBIN é providência essencial para que o
conhecimento relacionado ao terrorismo possa ser analisado e contribua para
que o decisor possa adotar as linhas de ação adequadas.

7-4
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7.5.5 A complexidade do assunto e os reflexos para a soberania do país


exigem uma integração maior entre os envolvidos, representando uma
preocupação significativa quanto ao fortalecimento dos laços de confiança e ao
respeito às respectivas culturas organizacionais, com foco nas ameaças
inimigas de espionagem, sabotagem, terrorismo e subversão do pessoal,
valendo-se de instruções e ações psicológicas adequadas.

7.6 OPERAÇÕES SOB A ÉGIDE DE ORGANISMOS INTERNACIONAIS

7.6.1 A inteligência, em operações sob a égide de organismos internacionais,


tem por objetivo prover conhecimentos para o planejamento das ações da força
de paz, desde o preparo do contingente em seu território natal, passando pelo
desdobramento na área da missão até o cumprimento das missões.

7.6.2 A indefinição de um inimigo formalizado e seu caráter imparcial


aumentam a importância da participação da inteligência com informações
relacionadas ao conflito vigente, com especial atenção à população local.

7.6.3 Os assuntos que compõem o repertório de conhecimentos necessários


atingem as expressões do poder nacional, particularmente, com foco na
situação política, econômica e psicossocial. Em relação às áreas de interesse,
ressaltam-se as características fisiográficas, o clima, a meteorologia e seus
reflexos para a mobilidade e o emprego de meios.

7.7 OPERAÇÕES EM APOIO À POLÍTICA EXTERNA EM TEMPO DE PAZ


OU CRISE

7.7.1 A inteligência, nesse tipo de operação, está voltada para o conhecimento


necessário ao uso controlado do poder militar, restrito ao nível aquém da
violência, no qual o poder militar deve ser coadjuvante.

7.7.2 Tendo em vista a política externa ser conduzida nos níveis político e
estratégico, a Inteligência de Estado, sob gestão da ABIN, possui papel
fundamental na produção de conhecimento direcionado às ações de caráter
político, diplomático, econômico e psicossocial.

7.7.3 Nos campos operacional e tático, as operações de força de paz, já


abordadas neste capítulo, têm-se destacado. Entretanto, concentração e
movimento de forças terrestres, realização de exercícios de adestramento para
a demonstração de capacidades e mobilização de meios de combate são
exemplos de ações que exigem das estruturas de inteligência um
acompanhamento constante e oportuno.

7-5
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7.8 OUTRAS OPERAÇÕES EM SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

7.8.1 A gama de operações de cooperação e coordenação com outras


agências em que se visualiza o emprego da inteligência pode extrapolar as
citadas no presente capítulo.

7.8.2 Decerto, independente do vetor a ser apoiado, devem ser observados


determinados aspectos, tais como: a legislação pertinente, a estrutura de
inteligência disponível, o ambiente operacional e os níveis de
responsabilidades.

7-6
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CAPÍTULO VIII

INTELIGÊNCIA NAS AÇÕES COMUNS ÀS OPERAÇÕES MILITARES

8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

8.1.1 No contexto das operações terrestres, observa-se um rol de ações


comuns às operações. A inteligência pode atuar em apoio a todas elas, com
intensidade variável, de acordo com a operação militar planejada e conduzida.

8.1.2 As ações comuns, normalmente, são realizadas em complemento às


operações básicas, englobando as atividades a seguir:
a) reconhecimento, vigilância e segurança;
b) coordenação e controle do espaço aéreo;
c) planejamento e coordenação do apoio de fogo;
d) substituição de unidades de combate;
e) cooperação civil-militar;
f) defesa química, biológica, radiológica e nuclear;
g) guerra cibernética;
h) operações psicológicas;
i) guerra eletrônica;
j) defesa antiaérea; e
k) comunicação social.

8.2 APOIO DE INTELIGÊNCIA AO RECONHECIMENTO, À VIGILÂNCIA E À


SEGURANÇA

8.2.1 As ações de reconhecimento, vigilância e segurança podem ser


realizadas em qualquer tipo de operação, em situação de guerra ou de não
guerra. Proporcionam a obtenção de dados do inimigo e da área de operações,
proporcionando melhores condições para a tomada de decisão, maior proteção
à tropa empregada, além de possibilitar o monitoramento da linha de ação
inimiga adotada.

8.2.2 RECONHECIMENTO

8.2.2.1 O reconhecimento é a ação comum realizada por qualquer tropa, com o


propósito de obter informes sobre o inimigo e a A Op, em proveito próprio.

8.2.2.2 Cabe à inteligência realizar reconhecimento especializado, em áreas ou


pontos específicos, com a finalidade produzir conhecimentos que possam
colaborar com a preparação das tropas do escalão enquadrante para uma
determinada operação.

8-1
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8.2.3 VIGILÂNCIA

8.2.3.1 A vigilância é a ação conduzida com o propósito de detectar, registrar e


informar o ocorrido em determinado setor de observação. Constitui-se em uma
das principais formas para a identificação e localização de alvos e
monitoramento de atividades do inimigo.

8.2.3.2 Cabe à inteligência vigiar áreas, instalações, materiais, equipamentos


ou pessoal na área de operações, empregando meios especializados. Atua
também realizando o monitoramento de RIPI.

8.2.4 SEGURANÇA

8.2.4.1 As ações de segurança compreendem o conjunto de medidas que


podem ser adotadas por todas as OM para se prevenir e se proteger da
inquietação, da surpresa e da observação por parte do oponente.

8.2.4.2 A inteligência, por meio do ramo contrainteligência, colabora com o


escalão enquadrante, assessorando com as medidas de segurança julgadas
necessárias e com o levantamento constante das ameaças à salvaguarda de
dados, conhecimentos, áreas, instalações, pessoas e meios do escalão
apoiado.

Fig 8-1 – Vigilância

8-2
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8.3 APOIO DE INTELIGÊNCIA À COORDENAÇÃO E AO CONTROLE DO


ESPAÇO AÉREO

8.3.1 A coordenação do espaço aéreo é o conjunto de atividades que visam a


coordenar o emprego de aeronaves e/ou de meios de apoio de fogo.
Caracteriza-se pela adoção de procedimentos para a redução de riscos e de
interferência mútua, permitindo o uso do espaço aéreo de forma segura,
eficiente e flexível, contribuindo para a efetividade do combate.

8.3.2 A coordenação é realizada caso a caso, observadas as diretrizes e


prioridades estabelecidas pelo escalão superior.

8.3.3 A atividade de inteligência apoia o estabelecimento das medidas de


coordenação e controle do espaço aéreo na obtenção de dados acerca das
possibilidades aéreas do inimigo (dispositivo, composição, organização, valor,
armamento, equipamento e capacidade de suprimento), tipos de aeronaves
amigas e condições meteorológicas.

8.3.4 A inteligência contribui, também, com o assessoramento ao comando


operativo sobre as rotas de risco mínimo para as aeronaves e, quando for o
caso, sobre o apoio de fogo de Artilharia.

8.3.5 A inteligência também está inserida na coordenação e controle do espaço


aéreo para o emprego, com segurança, das suas aeronaves remotamente
pilotadas e seguirá todos os trâmites previstos para os demais meios aéreos.

Fig 8-2 – Coordenação e controle do espaço aéreo

8-3
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8.4 APOIO DE INTELIGÊNCIA AO PLANEJAMENTO E À COORDENAÇÃO


DO APOIO DE FOGO

8.4.1 O planejamento do apoio de fogo consiste no levantamento de


necessidades, aquisição, análise e seleção de alvos, emissão de pedidos de
apoio de fogo e indicação de meios para atuação. É consolidado no mais alto
escalão por meio de uma lista de prioridades.

8.4.2 As ações de inteligência devem concentrar-se em descobrir, identificar e


localizar alvos, precisa e oportunamente, devendo fornecer elementos para
definir os componentes do alvo ou sistemas de alvos e suas vulnerabilidades.
Devem, ainda, levantar os pontos sensíveis e os sistemas de alvos de
interesse para o escalão considerado. Também auxiliam no processo de
seleção e priorização de alvos.

8.4.3 O monitoramento de RIPI e áreas com objetivo de interesse viabilizam o


acompanhamento das atividades inimigas. O emprego de tropa especializada,
com a finalidade de realizar o levantamento desses alvos, favorece o
desencadeamento dos fogos de aprofundamento.

Fig 8-3 – Apoio de fogo

8-4
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8.5 APOIO DE INTELIGÊNCIA À SUBSTITUIÇÃO DE UNIDADES DE


COMBATE

8.5.1 Quando as operações terrestres estendem-se por períodos prolongados,


torna-se necessária a substituição periódica das unidades empregadas. Os
tipos de substituição são os seguintes: substituição em posição, ultrapassagem
e acolhimento.

8.5.2 A substituição em posição é uma ação na qual, por ordem do escalão


superior, uma força ou parte dela é substituída por outra em uma posição
estática.

8.5.3 A ultrapassagem é uma ação em que uma força ataca através de outra
que se encontra em contato com o inimigo.

8.5.4 O acolhimento é uma operação na qual uma força, que realiza um


movimento retrógrado, passa através da zona de ação de outra força que
ocupa uma posição estática à retaguarda.

8.5.5 O congestionamento de forças e meios resultante dessas operações


requer que toda a precaução seja tomada para reduzir a vulnerabilidade das
forças ao ataque inimigo, durante as substituições. São essenciais uma estreita
coordenação dos planos e uma cerrada cooperação entre as forças que
executam a substituição, crescendo de importância a troca de informações
entre as células de inteligência das tropas substitutas e substituídas e a
continuidade das atividades de inteligência.

8.5.6 Antes da substituição, a inteligência deve apoiar a busca de dados que


facilitem a preparação dos meios de combate para a operação, bem como a
execução propriamente dita, atuando também no levantamento das
possibilidades de o inimigo intervir.

8.5.7 Durante a substituição de unidades em combate, a inteligência deve


monitorar o inimigo, a fim de evitar ações que dificultem a coordenação da
substituição ou que o levem a aproveitar o momento para obter vantagem
tática.

8-5
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Fig 8-4 – Sincronização do campo de batalha

8.6 APOIO DE INTELIGÊNCIA À COOPERAÇÃO CIVIL-MILITAR (CIMIC)

8.6.1 As ações de CIMIC são caracterizadas pelas atividades de integração


entre as forças militares, agências, autoridades e população na A Op. Essa
relação tem por finalidade atingir objetivos militares e assegurar um ambiente
seguro e estável, estabelecidos por ações comunitárias e de coordenação com
organizações internacionais e órgãos governamentais e não governamentais.

8.6.2 Cabe destacar que a cooperação civil-militar reveste-se de importância


pela constante presença de civis em regiões conflagradas, quer seja por meio
de organizações internacionais, governamentais ou não governamentais, quer
pela própria população local.

8.6.3 O apoio de inteligência inicia-se antes da execução da ação propriamente


dita, por meio do levantamento detalhado da área, coleta e operações de
busca, com o objetivo de levantar as reais capacidades das agências e das
tropas envolvidas, o perfil e as necessidades básicas da população existente
na região, as ligações e influências das organizações envolvidas e
personagens relevantes no cenário, apontando as ameaças que podem
interferir na operação e impedir ou minimizar sua atuação.

8-6
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8.6.4 Na execução das ações CIMIC, o apoio de inteligência deve-se valer do


contato próximo com o ambiente civil para ampliar e otimizar as atividades de
busca e de coleta.

Fig 8-5 – Atividade de CIMIC

8.7 APOIO DE INTELIGÊNCIA À DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA,


RADIOLÓGICA E NUCLEAR

8.7.1 A defesa química, biológica, radiológica e nuclear (DQBRN) compreende


as ações relacionadas ao reconhecimento, à detecção e à identificação de
agentes químicos, biológicos, radiológicos e nucleares, bem como à
descontaminação de pessoal e de material expostos a tais agentes.

8.7.2 Nessa ação comum, a inteligência prioriza o esforço de busca visando ao


levantamento das capacidades QBRN da força oponente e suas possibilidades
para desencadeamento de um ataque QBRN, antecipando possíveis medidas
de segurança.

8.7.3 Durante um ataque QBRN da força oponente, a inteligência deve


verificar, também, de que forma as condições meteorológicas podem influir nos
efeitos dos agentes QBRN.

8-7
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Fig 8-6 – Tropa preparada para uma atividade DQBRN

8.8 APOIO DE INTELIGÊNCIA À GUERRA CIBERNÉTICA

8.8.1 A guerra cibernética (G Ciber) corresponde ao uso ofensivo e defensivo


dos meios e sistemas de Tecnologia de Informação e Comunicações (TIC) para
negar, explorar, corromper, degradar ou destruir capacidades de comando e
controle do adversário, no contexto de uma operação militar.

8.8.2 No planejamento das atividades de G Ciber, a inteligência deve procurar


levantar dados a respeito da doutrina do inimigo, estruturas dedicadas à
atividade de guerra cibernética, possíveis alvos (sistemas e infraestruturas)
para as ações de exploração e ataque cibernético e a adoção de medidas de
proteção dos ativos da F Ter que possam contribuir com a manobra do escalão
enquadrante.

8.8.3 No âmbito da G Ciber, é necessário ressaltar que a inteligência produz


conhecimentos relativos à ordem de batalha inimiga, de interesse dos
comandantes táticos, além de outros conhecimentos mais específicos
relacionados com a G Ciber.

8.8.4 Os conhecimentos relativos à ordem de batalha e outros dados


pertinentes são de interesse imediato e importantes para a G Ciber, pois
permitem a execução do planejamento de G Ciber para planejar e executar

8-8
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ações ofensivas de G Ciber (ataque cibernético) no apoio à manobra e planejar


e executar a exploração do espaço cibernético com objetivo de produzir
conhecimentos (exploração cibernética).

8.8.5 Cabe destacar que o manual de campanha Inteligência Cibernética trata


exclusivamente do assunto.

Fig 8-7 – Especialistas atuando nas ações de G Ciber

8.9 APOIO DE INTELIGÊNCIA ÀS OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS

8.9.1 As operações psicológicas (Op Psc) são definidas como procedimentos


técnico-especializados aplicáveis de forma sistematizada, desde a paz, de
modo a influenciar os públicos-alvo a manifestarem comportamentos
desejáveis, com o intuito final de apoiar a conquista de objetivos estabelecidos.

8.9.2 A inteligência atua junto às Op Psc, fornecendo conhecimentos para a


conquista da superioridade da informação e da consciência situacional,
contribuindo para a prevenção de ameaças, prevenção e distensão de crises
ou ainda para a solução de conflitos.

8.9.3 A inteligência tem um papel fundamental em apoio às O Psc na


identificação de temas, assuntos e públicos-alvo, ou seja, no levantamento de
área para operações psicológicas.

8-9
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Fig 8-8 – Tropa realizando uma atividade de panfletagem, típica de Op Psc

8.10 APOIO DE INTELIGÊNCIA À GUERRA ELETRÔNICA

8.10.1 A guerra eletrônica (GE) é o conjunto de atividades que visa a


desenvolver e assegurar a capacidade de emprego eficiente das emissões
eletromagnéticas, ao mesmo tempo em que busca impedir as emissões
inimigas, dificultá-las ou tirar proveito delas. É responsável por garantir e
manter a liberdade de ação no espaço eletromagnético para nossas forças,
enquanto explora ou nega essa liberdade aos oponentes.

8.10.2 No âmbito da GE, é necessário ressaltar que a inteligência produz


conhecimentos relativos à ordem de batalha inimiga de interesse dos
comandantes táticos, além de outros conhecimentos mais específicos
relacionados com a GE.

8.10.3 Os conhecimentos relativos à ordem de batalha e outros dados


pertinentes são de interesse imediato e importantes para a GE, pois permitem
a execução do planejamento de GE no apoio à manobra, bem como a
exploração do espectro eletromagnético com objetivo de produzir
conhecimentos (MAGE).

8-10
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Fig 8-9 – Posto de guerra eletrônica desdobrado no terreno

8.11 APOIO DE INTELIGÊNCIA À DEFESA ANTIAÉREA

8.11.1 Defesa antiaérea é o conjunto de atividades de defesa aeroespacial


ativa desencadeado da superfície, visando a impedir, anular ou neutralizar a
ação de vetores aéreos hostis, tripulados ou não.

8.11.2 Diante uma visão antiaérea, a principal contribuição da inteligência para


o esforço da defesa antiaérea é a análise da ameaça aérea inimiga, sendo ela
tripulável ou não. Essa análise direciona o emprego dos meios antiaéreos. Para
isso, é necessário obter as informações atualizadas sobre o potencial aéreo do
inimigo.

8-11
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Fig 8-10 – Guarnição de um míssil antiaéreo em posição

8.12 APOIO DE INTELIGÊNCIA À COMUNICAÇÃO SOCIAL

8.12.1 A comunicação social (Com Soc) é o processo pelo qual se podem


exprimir ideias, sentimentos e informações, visando a estabelecer relações e
somar experiências. Compreende as áreas de relações públicas, assessoria de
imprensa e divulgação institucional. A missão da Com Soc é preservar e
fortalecer a imagem e os valores do Exército nos âmbitos nacional e
internacional.

8.12.2 A inteligência atua em prol da Com Soc por meio de levantamentos


necessários à obtenção do conhecimento que levam à consciência situacional
do escalão enquadrante, principalmente no que diz respeito às considerações
civis e à opinião pública do ambiente operacional, nas suas três dimensões,
com destaque para a informacional.

8-12
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Fig 8-11 – Produto de divulgação do Exército Brasileiro, confeccionado pela Com Soc

8-13
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CAPÍTULO IX

A INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES EM AMBIENTE COM


CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

9.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

9.1.1 O emprego da inteligência em operações pode ocorrer em ambientes


operacionais com características tão peculiares, que exijam da tropa táticas,
técnicas e procedimentos (TTP) específicos para o cumprimento de sua
missão.

9.1.2 Esses ambientes, por conta de suas especificidades, principalmente


quanto aos aspectos fisiográficos (dimensão física do ambiente operacional),
são denominados ambientes com características especiais e requererem
adaptação e aclimatação da tropa, bem como a utilização de material e
equipamento especiais, com reflexos diretos na inteligência.

9.1.3 Para fins de preparo e emprego da inteligência em operações, os


ambientes com características especiais estão divididos nos seguintes tipos:
a) selva;
b) pantanal;
c) caatinga; e
d) montanha.

9.2 AMBIENTE OPERACIONAL DE SELVA

9.2.1 As regiões de selva possuem características que afetam em maior grau o


emprego da inteligência, tais como: largas áreas de floresta densa; elevados
índices de temperatura e umidade; vasta rede hidrográfica sujeita à
sazonalidade do regime pluvial; rede rodoviária rarefeita ou mesmo inexistente;
presença de moléstias tropicais; e baixa densidade populacional.

9.2.2 A topografia irregular e a rede rodoviária escassa e precária nas regiões


de selva obrigam os meios e pessoal de inteligência a atuarem em pequenos
grupos e de forma descentralizada. O deslocamento deve ser realizado por
modais aéreos e fluviais, os quais podem servir como plataformas para os
sensores tecnológicos.

9.2.3 A baixa densidade populacional e o clima quente e úmido contribuem


para o sigilo das operações de inteligência. Entretanto, a densa cobertura
florestal dificulta a capacidade de coordenação e controle dos elementos de
inteligência e o tráfego do conhecimento produzido.

9-1
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9.2.4 Há que se considerar, também, nesse tipo de ambiente, a complexidade


da dimensão humana do ambiente operacional, pois esta sofre forte influência
das tradições e culturas das diversas etnias indígenas que compõem a
população local. Nesse contexto, as considerações civis ganham significativa
influência por ocasião do Exm Sit de inteligência.

Fig 9-1 – Fisiografia característica do ambiente operacional de selva

9.3 AMBIENTE OPERACIONAL DE PANTANAL

9.3.1 O pantanal é um ambiente operacional caracterizado por uma escassa


rede viária, vasta cobertura vegetal de distintas características, diversidade de
flora e fauna e extensa rede hidrográfica, com uma sazonalidade pluviométrica
bem definida.

9.3.2 O clima da região do pantanal é marcado por elevados índices de


temperaturas na maior parte do ano, e seu relevo apresenta uma discreta
ondulação, possuindo raras elevações isoladas e diversas depressões rasas.
Sua composição fisiográfica caracteriza-se por ser uma planície que
permanece inundada boa parte do ano.

9.3.3 Considerando as peculiaridades desse ambiente, identifica-se uma


similaridade com ambiente de selva e, consequentemente, com o emprego da
inteligência em operações, já abordado nesse capítulo.

9-2
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Fig 9-2 – Pantanal em época de cheia

9.4 AMBIENTE OPERACIONAL DE CAATINGA

9.4.1 A caatinga é um bioma endêmico da região Nordeste do Brasil,


apresentando significativa heterogeneidade. Possui uma vegetação peculiar,
composta, predominantemente, de árvores e arbustos espinhosos, distribuída
em uma densidade variável, o que prejudica as operações de inteligência.

9.4.2 A grande amplitude térmica diária, a baixa pluviosidade e pouca umidade


dificultam a atuação continuada da inteligência sem uma logística eficaz.

9.4.3 O relevo relativamente plano e a relativa malha de estradas, mesmo que


pedregosa em algumas partes, representam uma facilidade para a mobilidade
dos meios e do pessoal de inteligência. A baixa densidade demográfica é outro
fator que contribui para o emprego da inteligência, particularmente, no que se
refere ao sigilo.

9.4.4 As considerações civis, nesse tipo de ambiente, também merecem


especial atenção, tendo em vista as características culturais no sertanejo
nordestino.

9-3
EB70-MC-10.252

Fig 9-3 – Vegetação típica da caatinga

9.5 AMBIENTE OPERACIONAL DE MONTANHA

9.5.1 O ambiente de montanha caracteriza-se por elevações superiores a 300


metros em relação às terras adjacentes, representando um obstáculo de vulto
às ações militares.

9.5.2 Para as operações de inteligência, as elevações representam acentuada


restrição ao movimento e dificuldade no C2 dos sensores empregados.

9.5.3 O clima, com baixas temperaturas, com nevoeiros e úmido, exige um


sistema logístico eficiente para continuidade da operação dos meios e do
pessoal de inteligência.

9.5.4 A compartimentação do terreno, encostas íngremes, ravinas profundas,


paredões rochosos, precipícios, desfiladeiros, apesar de favorecerem o sigilo
das operações de inteligência, obrigam a uma descentralização das ações de
inteligência e a deslocamentos mais lentos, valendo-se de técnicas especiais
de escalada.

9-4
EB70-MC-10.252

Fig 9-4 – Ambiente operacional característico de montanha

9-5
EB70-MC-10.252

GLOSSÁRIO

PARTE I – ABREVIATURAS E SIGLAS

A
Abreviaturas/Siglas Significado
A Op Área de Operações
ABIN Agência Brasileira de Inteligência
Art MF Artilharia de Mísseis e Foguetes

B
Abreviaturas/Siglas Significado
BCS Busca, Combate e Salvamento
BIM Batalhão de Inteligência Militar

C
Abreviaturas/Siglas Significado
C Intlg Contrainteligência
CDCiber Centro de Defesa Cibernética
Cel Anl Células de Análise
Cel Intlg Célula de Inteligência
Cel Obtç Célula de Obtenção
Cent Intlg Central de Inteligência
CG Centro de Gravidade
Cia Intlg Companhia de Inteligência
Cia Anl Companhia de Análise
Cia Rec e Vig Intlg Companhia de Reconhecimento e Vigilância de
Inteligência
Cia Sns F Hum Companhia de Sensores de Fontes Humanas
Cia Sns F Tecnl Companhia de Sensores de Fontes Tecnológicas
CIBERINT Inteligência Cibernética
CIM Companhia de Inteligência Militar
CIMIC Cooperação Civil-Militar
Cmt Comandante
Com Soc Comunicação Social
Coor OM Intlg Coordenador da Organização Militar de Inteligência
Coor GEOINT Coordenador de Geointeligência
Coor F Ciber Coordenador de Fonte Cibernética
Coor F Sinais Coordenador de Fontes de Sinais
EB70-MC-10.252

Abreviaturas/Siglas Significado
CRI Capacidades Relacionadas à Informação
C4I2VR Comando, Controle, Comunicações,
Computadores, Inteligência, Informação, Vigilância
e Reconhecimento

D
Abreviaturas/Siglas Significado
D Ciber Defesa Cibernética
DICOVAP Dispositivo, Composição, Valor e Possibilidades
DIM Destacamento de Inteligência Militar
DOAMEPI Doutrina, Organização (e/ou processos),
Adestramento, Material, Educação, Pessoal e
Infraestrutura
DQBRN Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

E
Abreviaturas/Siglas Significado
EB Exército Brasileiro
EEI Elementos Essenciais de Inteligência
EFD Estado Final Desejado
EM Estado-Maior
Exm Sit Exame de Situação

F
Abreviaturas/Siglas Significado
F Cte Força Componente
F Irreg Ini Força Irregular Inimiga
F Ter Força Terrestre

G
Abreviaturas/Siglas Significado
G Ciber Guerra Cibernética
GE Guerra Eletrônica
GEOINT Geointeligência
Gp Anl Intlg Grupo de Análise de Inteligência
Gp Plj Coor Intlg Grupo de Planejamento e Coordenação de
Inteligência
Gp Op Intlg Grupo de Operações de Inteligência
EB70-MC-10.252

I
Abreviaturas/Siglas Significado
IIC Infraestrutura de Informação e Comunicações
IM Inteligência Militar
Ini Inimigo
Intlg Inteligência
IRVA Inteligência, Reconhecimento, Vigilância e
Aquisição de Alvos

L
Abreviaturas/Siglas Significado
L Aç Linha de Ação

M
Abreviaturas/Siglas Significado
MAE Medida de Ataque Eletrônico
MAGE Medida de Apoio a Guerra Eletrônica

N
Abreviaturas/Siglas Significado
NI Necessidades de Inteligência

O
Abreviaturas/Siglas Significado
OB Ordem de Busca
OM Intlg Organização Militar de Inteligência
ONI Outras Necessidades de Inteligência
Op Operações
Op Aet Operação Aeroterrestre
Op Anf Operação Anfíbia
Op Def Operações Defensivas
Op Esp Operações Especiais
Op Ev N Cmb Operações de Evacuação de Não
Combatentes
Op Info Operações de Informações
Op Info Geo Operador de Informações Geográficas
Op Ofs Operações Ofensivas
Op Psc Operações Psicológicas
Op Rib Operações Ribeirinhas
EB70-MC-10.252

Abreviaturas/Siglas Significado
OSINT Fontes Abertas
OSO Oficial de Segurança Orgânica

P
Abreviaturas/Siglas Significado
Pel Anl Pelotão de Análise
PG Prisioneiro de Guerra
PI Pedido de Inteligência
PITCIC Processo de Integração do Terreno, Condições
Climáticas e Meteorológicas, Inimigo e
Considerações Civis
POC Plano de Obtenção do Conhecimento
PPCOT Processo de Planejamento e Condução das
Operações Terrestres
PSO Plano de Segurança Orgânica

Q
Abreviaturas/Siglas Significado
QBRN Químico, Biológico, Radiológico e Nuclear

R
Abreviaturas/Siglas Significado
RIPI Região de Interesse Para Inteligência

S
Abreviaturas/Siglas Significado
SARP Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas
Seç Plj Coor Intlg Seção de Planejamento e Coordenação de
Inteligência
Seç Op Seção de Operações
SIEx Sistema de Inteligência do Exército
SIGINT Inteligência do Sinal
SINDE Sistema de Inteligência de Defesa
SISBIN Sistema Brasileiro de Inteligência
SISP Sistema de Inteligência de Segurança Pública
EB70-MC-10.252

T
Abreviaturas/Siglas Significado
TI Tecnologia de Informação
TIC Tecnologia de Informação e Comunicações
TO Teatro de Operações
TTP Táticas, Técnicas e Procedimentos
Tu Anl A Turma de Análise de Alvos
Tu Coor C Intlg Turma de Coordenação de Contrainteligência
Tu Coor Obt A Turma de Coordenação de Obtenção de Alvos
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GLOSSÁRIO

PARTE II – TERMOS E DEFINIÇÕES

Abrangência – Quanto às operações de Inteligência, abrangência é critério


relativo à amplitude dos resultados almejados, segundo o qual as operações
tipificam-se em exploratórias e sistemáticas. Quanto ao conhecimento de
Inteligência, abrangência é categoria relativa ao âmbito de produção, segundo
a qual os conhecimentos tipificam-se em internos e externos.

Acesso – Possibilidade e/ou oportunidade de uma pessoa obter informação


(conhecimento e/ou dado) classificada. Deriva, necessariamente, de uma
autorização oficial emanada de autoridade competente ou da superação das
medidas de salvaguarda. Sob a ótica da Inteligência, o termo acesso denota a
possibilidade e/ou oportunidade, bem como a condição para fazê-lo, de uma
pessoa obter ou consultar conhecimentos, dados e/ou materiais que devam
estar protegidos pelo Sistema Exército.

Acompanhamento – Ação de obter informações continuadas sobre os


movimentos e a composição de alvos ou forças, após sua detecção e
localização.

Ameaça – 1. Qualquer conjunção de atores, entidades ou forças com intenção


e capacidade de realizar ação hostil contra o país e seus interesses nacionais,
com possibilidades de, por intermédio da exploração de deficiências, causar
dano ou comprometer a sociedade nacional (a população e seus valores
materiais e culturais) e seu patrimônio (território, instalações, áreas sob
jurisdição nacional e/o conjunto das informações de seu interesse). Também
pode ocorrer sob a forma de eventos não intencionais (naturais ou provocados
pelo ser humano). 2. Conjunção de ator, motivação e capacidade de realizar
ação hostil, real ou potencial, com possibilidade de, por intermédio da
exploração de deficiências, comprometer as informações, afetar o material, o
pessoal e seus valores, bem como as áreas e instalações, podendo causar
danos ao Exército Brasileiro.

Amplitude – Princípio da atividade de Inteligência que consiste na obtenção


dos mais completos resultados nos trabalhos desenvolvidos.

Análise – Processo mental elaborado pelo analista de Inteligência, após a


reunião de dados e conhecimentos de diferentes fontes, visando à produção de
um conhecimento.

Antiterrorismo – 1. Conjunto de atividades que engloba as medidas


defensivas de caráter preventivo, a fim de minimizar as vulnerabilidades dos
indivíduos e das propriedades, impedindo e dissuadindo os atentados
terroristas. 2. (EB) Conjunto de atividades e medidas defensivas de caráter
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eminentemente preventivo, destinado a dissuadir indivíduos ou grupos


(nacionais, estrangeiros ou transnacionais) que têm a intenção de empregar
táticas, técnicas e procedimentos típicos de organizações terroristas,
independentemente de suas possíveis motivações ou orientações ideológicas.
Destinado também a identificar ameaças terroristas reais ou potenciais e
impedir a realização de atos de terror.

Apoio ao Combate – Apoio prestado em uma operação aos elementos de


combate, traduzido pelo apoio de fogo, apoio ao movimento e apoio à
capacidade de coordenação e controle, com a finalidade de aumentar o poder
de combate das unidades de manobra.

Apoio Logístico – Apoio prestado por organizações militares específicas,


abrangendo a execução de atividades das funções logísticas de recursos
humanos, de saúde, de suprimento, de manutenção, de transporte, de
engenharia e de salvamento para sustentar a capacidade de operação e de
durabilidade na ação das forças.

Área de Influência – Parte da A Op, incluindo a área de responsabilidade, na


qual o comandante é capaz de influenciar diretamente o curso do combate,
mediante o emprego de seus próprios meios. Corresponde a um espaço físico
que se expande, reduz-se e transfere-se em função da capacidade da Força
para detectar e atuar sobre o oponente. É determinada pelo alcance dos
sistemas orgânicos e dos outros meios sob seu controle em um dado
momento. Sua definição sofre influência do terreno e das condições
meteorológicas.

Área de Interesse – Área geográfica que se estende além da área de


responsabilidade/zona de ação. É constituída por áreas adjacentes ou não à
zona de ação, tanto à frente como nos flancos e retaguarda, onde os fatores e
acontecimentos que nela se produzam possam repercutir no resultado ou
afetar as ações, as operações atuais e futuras.

Área de Operações – Espaço geográfico necessário à condução de operações


militares, cuja magnitude dos meios e complexidade das ações não justifique a
criação de um TO.

Área de Responsabilidade – Espaço sobre o qual um comando tem total


responsabilidade para conduzir e coordenar as ações necessárias ao
cumprimento de sua missão.

Atividade de Inteligência – 1. Exercício permanente de ações especializadas


destinadas à produção de conhecimentos e à proteção da sociedade e do
Estado, com vistas ao assessoramento de autoridades de sucessivos
governos, nos respectivos níveis e áreas de atribuição. 2. Atividade baseada
em processo mental que tem por finalidade produzir e salvaguardar
conhecimento de interesse. Desdobra-se em dois grandes ramos: Inteligência –
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objetivamente voltado para a produção de conhecimentos; e Contrainteligência


– objetivamente voltado para a salvaguarda de conhecimentos.

Ativo – Todo elemento, incluindo pessoas, que componha os processos, que


manipule ou processe informação, a contar dela própria e o meio que a
suporte, bem como o material, as áreas e as instalações de uma OM, além
dela própria, que, por constituir um determinado valor, necessita de proteção
adequada.

Busca – Atividade sigilosa voltada para a obtenção de dados não disponíveis e


protegidos por medidas de segurança estabelecidas por quem os detém. Exige,
para sua execução, pessoal especializado e emprego de técnicas operacionais.

Briefing (ou BRIFIM) – Ato ou efeito de prestar informações resumidas,


relativas a um assunto específico, a alguém que vai participar ou executar uma
determinada tarefa ou ação, para fim de coordenação.

Canal Técnico – Linhas de entendimento funcional entre autoridades técnicas,


entre comandos de apoio (ao combate e logístico) e entre as organizações
militares apoiadas e, também, entre membros do estado-maior da força e os
comandos subordinados. Esse canal permite entendimento funcional de
informação, coordenação, supervisão e controle.

Carta de Situação – Carta que indica a situação tática ou administrativa em


determinada ocasião, utilizada para o estudo/exame de situação do estado-
maior ou como referência aos relatórios desse órgão.

Capacidade – 1. Aptidão requerida de uma força ou organização militar para


que possa cumprir determinada missão ou tarefa. 2. Aptidão para atingir um
efeito desejado, sob condições específicas, por meio de um conjunto de
atividades/tarefas/ações. Capacidade de agir: potencial de um ator para
executar determinada ação. Capacidade operativa: 1. Aptidão requerida a
uma força ou organização militar, para que possa obter um efeito estratégico,
operacional ou tático. É obtida a partir de um conjunto de sete fatores
determinantes, inter-relacionados e indissociáveis: Doutrina, Organização (e/ou
processos), Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura – que
formam o acrônimo DOAMEPI. 2. É a capacidade existente nas forças
traduzidas em ações, atividades, operações, missões ou tarefas, de acordo
com suas respectivas doutrinas. Essas capacidades objetivam atingir efeitos
desejados no nível estratégico, operacional ou tático.

Central de Inteligência – No nível Força Terrestre Componente, a produção


dos conhecimentos é realizada pela Cent Intlg. Esta deve ser dotada de
estruturas e meios diretamente relacionados com a OM enquadrante, com a
complexidade dos conhecimentos necessários e com o volume de meios de
obtenção de dados das diversas fontes empregadas. Os meios de análise
disponíveis de uma Cent Intlg contam com a participação de especialistas de
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todas as fontes de dados utilizadas na operação. Visualiza-se o funcionamento


da Cent Intlg antes, durante e após o desencadeamento de uma operação
militar. A Cent Intlg possui as seguintes capacidades: a) permite a integração
de dados, informações e conhecimentos oriundos das diversas fontes;
b) permite a obtenção de dados em tempo real, utilizando-se plenamente da
tecnologia da informação disponível; e c) oferece flexibilidade para atender ao
nível tático, operacional e estratégico, em cenários variados.

Célula de Inteligência – Seção de inteligência organizada para uma operação


militar.

Certeza – Estado da mente perante a verdade no qual a mente considera a


imagem por ela formada como correspondente a determinado objeto. Essa
concordância é integral, em razão da suficiência de evidências para alcançar a
certeza.

Ciclo de Inteligência – 1. Sequência ordenada de atividades por meio das


quais dados são obtidos e conhecimentos são produzidos e colocados à
disposição dos usuários de forma racional. 2. Modus operandi do ramo
Inteligência, composto de cinco fases (política, planejamento, reunião,
processamento e difusão), com ponto inicial e final na fase política.

Coleta – Ação especializada para obtenção de dados de livre acesso.

Companhia de Inteligência – Organizações militares de inteligência


diretamente subordinadas aos comandos militares de área a que estiverem
alocadas, a que prestam apoio operacional de inteligência.

Compartimentação – Restrição do acesso com base na necessidade de


conhecer.

Conceito – Representação geral de ideia ou noção, concreta ou abstrata, de


determinada realidade.

Conflito – 1. Fenômeno social caracterizado pelo choque de vontades


decorrente do confronto de interesses, constituindo uma forma de se buscar
uma solução ou compromisso. Os meios a empregar e as ações a desenvolver
dependerão do poder relativo dos oponentes, da liberdade de ação concedida
por outros atores e pela importância atribuída ao objetivo a conquistar ou
manter. 2. Enfrentamento, com disposição de lutar, entre pessoas, grupos ou
nações, com a finalidade de obter determinados ganhos, de modo a conquistar
ou manter os interesses almejados.

Conjuntura – 1. Quadro configurador, em uma determinada época, da situação


política, econômica, psicossocial e militar de uma região, de um país ou de um
conjunto de países, nos seus aspectos internos e em suas projeções externas.
2. Situação nascida de um encontro de circunstâncias e que se considera como
o ponto de partida de uma evolução e de uma ação. 3. Apreciação que enfoca
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o acompanhamento da situação de um determinado país ou área estratégica,


em um período de tempo definido, constando de uma abordagem analítica dos
principais assuntos de interesse em pauta, divididos segundo os campos do
poder e de uma conclusão geral.

Consciência Situacional – Percepção precisa e atualizada do ambiente


operacional no qual se atuará e no reconhecimento da importância de cada
elemento percebido em relação à missão atribuída.

Considerações Civis – Influência das instituições civis, das atitudes e


atividades das lideranças civis, da população, da opinião pública, do meio
ambiente, da infraestrutura construída pelo homem, das agências nacionais e
internacionais, governamentais ou não governamentais, com capacidade de
formar opiniões entre os nacionais ou internacionais, no espaço de batalha.

Contraterrorismo – 1. Grupo de medidas voltado a contribuir para a detecção,


identificação, avaliação e neutralização de atos e ameaças terroristas.
2. Conjunto de atividades que engloba medidas ofensivas de caráter
repressivo, a fim de impedir, dissuadir, antecipar e responder aos atentados
terroristas. Enquanto que o “antiterrorismo” fundamenta-se na ação de
proteção caracterizada pela presença ostensiva, de caráter eminentemente
preventivo, o “contraterrorismo” demanda a execução de ações diretas de
contato, eminentemente repressivas/retaliatórias, com as organizações
terroristas em presença.

Controle de Danos – 1. Consiste nas medidas preventivas e de controle,


adotadas para reduzirem ao mínimo os efeitos da ação inimiga, dos grandes
desastres ou de catástrofes da natureza, a fim de assegurar a continuidade ou
o restabelecimento do apoio logístico. 2. Procedimentos para verificar, sanar ou
mitigar, em caso de dano, o comprometimento dos ativos.

Controle Operativo – Autoridade de comando temporariamente transferível


que pode ser exercida exclusivamente por comandantes militares em qualquer
escalão. Deve ser delegado o tempo suficiente para compreender as atividades
de organização e emprego, objetivando o cumprimento de determinada missão.
Tal delegação não inclui aspectos logísticos, nem assuntos de administração,
disciplina, organização interna e treinamento.

Coordenação – Ato ou o efeito de conciliar interesse e conjugar esforços para


a consecução de um objetivo ou tarefa comum. É obtida por meio da
conjugação harmônica de esforços de elementos distintos, visando a alcançar
um mesmo fim e evitando a duplicidade de ações, a dispersão de recursos e a
divergência de soluções. Otimiza resultados e aumenta a eficácia das ações.

Dado Negado – Dado sensível protegido por seu detentor, para resguardá-lo
do acesso não autorizado.
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Danos – Abrangência dos impactos negativos decorrentes de uma ação hostil,


originada da exploração de deficiências existentes.

Difusão – Fase do ciclo de Inteligência que consiste na transmissão do


conhecimento produzido ao usuário, que tem à sua disposição esse produto
como subsídio para a ação governamental.

Dimensão Informacional – Conjunto de indivíduos, organizações e sistemas


que são utilizados para coletar, processar, disseminar ou agir sobre a
informação. Incluem tomadores de decisão, indivíduos e organizações. Os
recursos incluem os materiais e sistemas utilizados para obter, analisar, aplicar
ou divulgar informações. Os decisores e sistemas automatizados a utilizam
para observar, orientar, decidir e agir de acordo com as informações, sendo,
portanto, o principal ambiente de tomada de decisão.

Elementos Essenciais de Inteligência – Tópico de informação ou de informe


sobre as características físicas e humanas no TO/A Op ou sobre as
possibilidades do inimigo que o comandante julga necessitar, em um
determinado momento, para correlacioná-los com outros conhecimentos
disponíveis, a fim de contribuir no processo decisório que lhe permita o
cumprimento da missão.

Elemento de Operações – Fração do órgão de Inteligência que tem como


atribuições a busca de dados não disponíveis e/ou que contribuam para a
neutralização de ações adversas, por meio da execução de ações de busca.

Espaço de Batalha – Dimensão física e virtual onde ocorrem e repercutem os


combates, abrangendo as expressões política, econômica, militar, tecnológica
e psicossocial do poder, que interagem entre si e entre os beligerantes. O
campo de batalha está incluído no espaço de batalha.

Espaço Cibernético – Ambiente virtual onde as informações digitais transitam,


são processadas e/ou armazenadas. É composto por dispositivos
computacionais, conectados em redes ou não.

Estado Final Desejado – Conjunto de condições que definem o atingimento


dos objetivos do comandante.

Exame de Situação – 1. Processo lógico e continuado de raciocínio pelo qual


um comandante ou um oficial de estado-maior considera todas as
circunstâncias que possam afetar a situação militar e chegar a uma decisão ou
proposta, visando ao cumprimento da missão, consolidado por meio de
documento formal. 2. Processo sistemático de planejamento detalhado que
visa a dar uma sequência lógica e ordenada aos diversos fatores que envolvem
o processo decisório relacionado à contrainteligência.
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Força Adversa – Pessoas, grupos de pessoas ou organizações cuja atuação


comprometa o pleno funcionamento do estado democrático de direito, da paz
social e da ordem pública.

Forças Convencionais – Aquelas destinadas à execução das operações


militares convencionais (singulares ou conjuntas). Compreendem, de um modo
geral, as frações, subunidades e unidades das armas, quadros e serviços,
assim como as grandes unidades e os grandes comandos operativos da Força
Terrestre.

Força Oponente – Pessoas, grupos de pessoas ou organizações cuja atuação


compromete o pleno funcionamento do estado democrático de direito e da paz
social.

Capacidade Operativa Inteligência – Apoia o comando em todos os tipos de


operações, ajudando-o a decidir onde e quando empregar seus meios militares
para cumprir, com êxito, a missão recebida. Fundamental para obter a
surpresa, possibilita, ainda, a manutenção da iniciativa em todas as fases das
ações militares.

Inteligência, Reconhecimento, Vigilância e Aquisição de alvos – Processo


de integração das atividades e tarefas de reconhecimento, vigilância e
aquisição de alvos com a inteligência militar, com a finalidade de melhorar o
entendimento da situação pelos comandantes em todos os níveis (consciência
situacional) e, consequentemente, os seus processos decisórios. Tem como
principal tarefa a obtenção de dados/informações para atender às
necessidades de inteligência.

Informação – Conhecimento resultante de raciocínio elaborado e que expressa


a certeza do analista quanto ao significado de situações ou fatos passados ou
presentes.

Informe – Conhecimento resultante de avaliação de situação ou fato passado


ou presente quanto à idoneidade de sua fonte, bem como à veracidade do seu
conteúdo.

Meios de Obtenção – Ferramentas, materiais e técnicas utilizadas para obter


os dados necessários para a produção de conhecimentos de interesse da
atividade de inteligência.

Monitoramento – Processo sistemático de coleta, análise, interpretação e


divulgação de informações sobre áreas geográficas reduzidas ou extensas, por
intermédio de sistemas sensores imageadores com diferentes resoluções
espaciais, que podem ser geoestacionários ou não.

Necessidade de Conhecer – Condição pessoal, inerente ao efetivo exercício


de cargo, da função, do emprego ou da atividade, indispensável para que uma
pessoa tenha acesso à informação sensível.
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Necessidades de Inteligência – São os conhecimentos específicos


estabelecidos pelo comandante em função da missão a ser cumprida. As NI do
comandante são satisfeitas pelos conhecimentos de que ele necessita,
relativos ao terreno, inimigo, condições climáticas e meteorológicas e
considerações civis, a fim de poder cumprir sua missão com êxito.
Normalmente, a reunião de dados e conhecimentos não é suficiente para
satisfazer de imediato todas as NI. Por isso, os recursos empregados na
atividade de obtenção são orientados para NI de prioridades mais elevadas.

Oportunidade – Princípio da atividade de inteligência que consiste em


desenvolver ações e apresentar resultado sem prazo apropriado para sua
utilização.

Operações de Amplo Espectro – São operações que combinam operações


ofensivas, defensivas, de pacificação e de apoio aos órgãos governamentais,
simultânea ou sucessivamente, prevenindo ameaças, gerenciando crises e
solucionando conflitos armados, em situações de guerra e de não guerra, de
forma sincronizada.

Ordem de Batalha – Informações sobre pessoal, unidades e equipamentos de


uma força, amiga ou inimiga, incluindo, se possível, efetivo, identificação,
localização, estrutura de comando, históricos e outros dados relativos às
unidades e personalidades militares.

Ordem de Busca – Documento utilizado internamente em uma Agência de


Inteligência, por meio do qual os elementos de inteligência e contrainteligência
(departamento, divisão, seção etc.) acionam o encarregado da busca, visando
à obtenção de conhecimentos.

Órgãos de Inteligência – Entende-se como órgãos de inteligência o Centro de


Inteligência do Exército (órgão central do Sistema de Inteligência do Exército),
as Cia Intlg e os Gp Intlg dos grandes comandos e grandes unidades.

Plano de Obtenção de Conhecimentos – Documento conduzido pela seção


de inteligência onde são registrados os EEI e seus desdobramentos,
necessários para apoiar o processo decisório dos comandantes operativos.

Processo de Integração do Terreno, Condições Meteorológicas, Inimigo e


Considerações Civis – Processo cíclico de caráter gráfico que permite,
mediante análise integrada, a visualização de como o terreno, as condições
meteorológicas e as considerações civis condicionam as próprias operações e
as do inimigo, fornecendo dados reais e efetivos para auxiliar a tomada de
decisão adequada. É um processo de apoio ao exame de situação,
particularmente durante a montagem das linhas de ação.

Região de Interesse para a Inteligência – Ponto ou área onde a ocorrência


ou não de uma atividade inimiga confirmará ou negará uma linha de ação do
oponente.
EB70-MC-10.252

Risco – 1. Quantificação da insegurança, por meio da combinação da


probabilidade, com a gravidade de ocorrência de um evento indesejável.
(EB20-MF-03.109) 2. Fator inerente às operações militares. Normalmente, está
associado à criação de oportunidades para a conquista, retenção e exploração
da iniciativa, bem como à obtenção de resultados decisivos.

Segurança Orgânica – Segmento da C Intlg que preconiza a adoção de um


conjunto de medidas destinado a prevenir e obstruir possíveis ameaças de
qualquer natureza dirigidas contra pessoas, dados, informações, materiais,
áreas e instalações.

Sistema de Inteligência do Exército (SIEx) – Compreende os órgãos e as


pessoas do Exército Brasileiro que, sob a responsabilidade dos comandantes,
chefes ou diretores, estão envolvidos na execução das atividades e tarefas de
inteligência ou que estão ligados à sua regulamentação e normatização.

Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas – É um sistema formado


pela aeronave, sua estação de pilotagem remota, o enlace de pilotagem e
qualquer outro componente especificado em seu projeto.

Tarefa – Ação operativa específica atribuída por um escalão superior a um


subordinado que, quando executada adequadamente, cumprirá ou contribuirá
para o cumprimento da própria missão ou da missão do superior. As tarefas
podem ser expressas em termos de efeito desejado, ação a empreender ou,
ainda, ambos simultaneamente. Cabe observar que a tarefa, em termos de
efeito desejado, deixa mais iniciativa ao subordinado e, por isso, tende a ser
empregada nos escalões mais elevados. Já as expressas em termos de ação a
empreender geralmente restringem-se aos planejamentos de caráter tático, em
que o escalão superior pode ter razões para querer um determinado tipo de
ação por parte dos subordinados.

Vulnerabilidade – 1. Situação de fraqueza de uma força, sistema, instalação


ou equipamento que pode ser explorada por um oponente para auferir
vantagens. 2. Deficiência que, ao ser explorada pela ameaça, pode causar
incidentes de segurança e gerar impactos negativos para o Exército Brasileiro.

Zona de Ação – Delimitação de área e espaço aéreo correspondente, com a


finalidade de atribuir responsabilidades operativas à determinada força ou
unidade, em um espaço de manobra adequado e compatível com suas
possibilidades. Medida de controle estabelecida pelo escalão superior que
proporciona, no interior de seus limites, autoridade para conduzir sua operação
e controlar as ações que apoiem sua missão. Essa zona, que poderá ser
contígua ou não a outras, deve permitir o emprego de seus meios ao máximo
de suas possibilidades e a proteção deles.
EB70-MC-10.252

REFERÊNCIAS

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Defesa Química,


Biológica, Radiológica e Nuclear. EB70-MC-10.233. 1. ed. Brasília, DF:
COTER, 2016.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Planejamento e


Emprego da Inteligência Militar. EB70-MC-10.307. 1. ed. Brasília, DF:
COTER, 2016.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. A Defesa Química,


Biológica, Radiológica e Nuclear nas Operações. EB70-MC-10.234. 1.
ed. Brasília, DF: COTER, 2017.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Defesa Antiaérea.


EB70-MC-10.231. 1. ed. Brasília, DF: COTER, 2017.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Defesa Antiaérea nas


Operações. EB70-MC-10.235. 1. ed. Brasília, DF: COTER, 2017.

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COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES
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