Você está na página 1de 308

EB70-CI-11.

450

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
PATRULHAS

1ª Edição
2021
EB70-CI-11.450
EB70-CI-11.450

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
PATRULHAS

1ª Edição
2021
EB70-CI-11.450
EB70-CI-11.450

PORTARIA - COTER/C Ex Nº 090, DE 29 DE JULHO DE 2021.


EB: 64322.005477/2021-64

Aprova o Caderno de Instrução Patrulhas


(EB70-CI-11.450), 1ª Edição, 2021, e dá
outras providências

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da atribui-


ção que lhe conferem os incisos II e XI do art. 10 do Regulamento do Comando de
Operações Terrestres (EB10-R-06.001), aprovado pela Portaria do Comandante
do Exército nº 914, de 24 de junho de 2019, e de acordo com o que estabelece
os Art. 5º, 12º e 44º das Instruções Gerais para as Publicações Padronizadas do
Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército
nº 770, de 7 de dezembro de 2011, e alteradas pela Portaria do Comandante do
Exército nº 1.266, de 11 de dezembro de 2013, resolve:

Art. 1º Fica aprovado o Caderno de Instrução Patrulhas (EB70-CI-11.450),


1ª Edição, 2021, que com esta baixa.

Art. 2º Esta portaria entrará em vigor e produzirá efeitos a partir de,


1 de setembro de 2021

Art. 3º Revogar os Cadernos de Instrução C21-75 – PATRULHAS – 1ª


Edição, aprovado pela Portaria nº 33-3ª SCh/EME, de 9 de julho de 1986 e o
C21-75-1 - PATRULHAS, Experimental, aprovado pela Portaria nº 009-COTER,
de 25 de outubro de 2005.

Gen Ex JOSÉ LUIZ DIAS FREITAS


Comandante de Operações Terrestres

(Publicada no Boletim do Exército nº 31 de 6 de agosto de 2021)


EB70-CI-11.450
EB70-CI-11.450

FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NÚMERO ATO DE PÁGINAS


DATA
DE ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
EB70-CI-11.450
EB70-CI-11.450
ÍNDICE DOS ASSUNTOS
Pag

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1 Finalidade ............................................................................................. 1-1
1.2 Objetivos .............................................................................................. 1-1
1.3 Considerações Iniciais.......................................................................... 1-1
1.4 Conceituação........................................................................................ 1-2
1.5 Classificação......................................................................................... 1-2
1.6 Responsabilidades ............................................................................... 1-6
1.7 Organização Geral da Patrulha ............................................................ 1-8

CAPÍTULO II – CONDUTA DAS PATRULHAS


2.1 Aspectos Gerais na Conduta das Patrulhas ........................................ 2-1
2.2 Peculiaridades de uma Patrulha de Reconhecimento ......................... 2-12
2.3 Peculiaridades de uma Patrulha de Combate ..................................... 2-15
2.4 Técnicas de Ação no Objetivo............................................................... 2-35
2.5 Infiltração .............................................................................................. 2-41
2.6 Base de Combate, Base de Patrulha, Área de Reunião e Área de
Reunião Clandestina................................................................................... 2-42
2.7 Técnicas de Ação Imediata .................................................................. 2-53

CAPÍTULO III – PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO DAS PATRULHAS


3.1 - Introdução .......................................................................................... 3-1
3.2 - Sequência das Ações ........................................................................ 3-1
3-3 - Recebimento da Missão .................................................................... 3-2
3.4 - Providências Iniciais............................................................................ 3-3
3.5 - Observação e Planejamento do Reconhecimento............................. 3-9
3.6 - Reconhecimento................................................................................. 3-14
3.7 - Estudo de situação............................................................................. 3-15
EB70-CI-11.450
3.8 - Ordens ............................................................................................... 3-20
3.9 - Fiscalização ....................................................................................... 3-25

CAPÍTULO IV – PATRULHA EM AMBIENTES ESPECIAIS


4.1 - Considerações Iniciais ....................................................................... 4-1
4.2 - Patrulha em Ambiente de Caatinga ................................................... 4-1
4.3 - Patrulha em Ambiente de Montanha ................................................. 4-7
4.4 - Patrulha em Ambiente de Pantanal ................................................... 4-13
4.5 - Patrulha em Ambiente de Selva ........................................................ 4-17
4.6 - Patrulha em Ambiente Urbano............................................................ 4-24
4.7 - Patrulha em Ambiente afetado por agente Químico, Biológico e
Nuclear........................................................................................................ 4-30

CAPÍTULO V – PATRULHAS COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS


5.1 - Patrulha Aeromóvel........................................................................... 5-1
5.2 - Patrulha na Garantia da Lei e da Ordem .......................................... 5-5
5.3 - Patrulha Fluvial .................................................................................. 5-7
5.4 - Patrulha Motorizada .......................................................................... 5-20

CAPÍTULO VI – PATRULHAS
6.1 - Generalidades..................................................................................... 6-1
6.2 - Tiro Embarcado .................................................................................. 6-2
6.3 - Emprego da Lancha Rápida............................................................... 6-5
6.5 - Particularidades nas Patrulhas.......................................................... 6-7

ANEXOS:
ANEXO A - OPERAÇÃO ONÇA................................................................. A-1
ANEXO B - MEIOS VISUAIS...................................................................... B-1
ANEXO C - MEMENTO DO COMANDANTE DE PATRULHA.................... C-1
ANEXO D - RELATÓRIO............................................................................ D-1
EB70-CI-11.450
ANEXO E - SINAIS E GESTOS.................................................................. E-1
GLOSSÁRIO............................................................................................... G-1
EB70-CI-11.450
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO

1.1 FINALIDADE
- O presente Caderno de Instrução (CI) tem a finalidade de apresentar a doutrina
sobre patrulhas.

1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Conceituar patrulhas, classificá-las e definir as responsabilidades pelo seu
lançamento e execução.
1.2.2 Apresentar a organização geral dos diferentes tipos de patrulha e as técnicas
de planejamento e preparação dessas.
1.2.3 Definir condutas e apresentar peculiaridades dos diversos tipos de patrulha.

1.3 CONSIDERAÇÕES INICIAIS


1.3.1 Na situação de guerra, mesmo nas ocasiões em que uma atitude defensiva
for adotada temporariamente, devem ser empregadas o máximo de ações ofen-
sivas. Nesse sentido, cresce de importância a execução de um patrulhamento
agressivo e eficiente, seja nas operações ofensivas ou defensivas.
1.3.2 Visualiza-se o emprego maciço de patrulhas, cumprindo as mais variadas
missões, na maioria das vezes, de forma bastante descentralizada. Tal fato con-
correrá para que a liderança e a iniciativa dos comandantes de todos os níveis
se tornem vetores decisivos para o sucesso das operações.
1.3.3 Na situação de não guerra, as patrulhas poderão ser amplamente emprega-
das em Operações de Cooperação e Coordenação com Agências (OCCA), como
por exemplo nas Operações de Faixa de Fronteira, em Operações de Garantia da
Lei e da Ordem (GLO), na Garantia da Votação e Apuração (GVA), entre outras.
1.3.4 Nesse sentido, o presente CI foi elaborado com a finalidade de aprofundar os
conhecimentos para comandantes de pequenas frações. Aqui estão homogenei-
zados, após a realização dos I e II Seminários de Patrulhas do Exército Brasileiro,
promovidos pela Academia Militar das Agulhas Negras, nos períodos de 1º a 5 de
setembro de 2003 e de 6 a 10 de setembro de 2004, os diversos procedimentos
que orientam os comandantes nesse tipo de missão, além de considerados e
consultados outros produtos doutrinários de 4º nível, quais sejam: cadernos de
instrução (CI), manuais técnicos (MT) e vade-mécum (VM).

1-1
EB70-CI-11.450
1.4 CONCEITUAÇÃO
1.4.1 É uma força com valor e composição variáveis, destacada para cumprir
missões de reconhecimento, de combate ou da combinação de ambas.
1.4.2 A missão de reconhecimento é caracterizada pela ação ou operação militar
com o propósito de confirmar ou buscar dados sobre o inimigo, o terreno ou outros
aspectos de interesse em determinado ponto, itinerário ou área.
1.4.2.1 A patrulha deve evitar engajamento decisivo com o inimigo.
1.4.2.2 Conforme a situação, meios etc um engajamento planejado pode ser
realizado, a fim de verificar o dispositivo, composição, valor, atividades recentes
e atuais e peculiaridades (DICOVAP) do inimigo.
1.4.3 A missão de combate é caracterizada pela ação ou operação militar restrita,
destinada a proporcionar segurança às instalações e às tropas amigas e/ou anular
capacidades do inimigo.

1.5 CLASSIFICAÇÃO
1.5.1 QUANTO À FINALIDADE DA MISSÃO
- Basicamente podem ser resumidas em patrulhas de reconhecimento e patrulhas
de combate.
1.5.1.1 Patrulhas de reconhecimento
1.5.1.1.1 Reconhecimento de um ponto
- É a que realiza o reconhecimento de um objetivo específico.

Fig 1 - Reconhecimento de um ponto

1-2
EB70-CI-11.450
1.5.1.1.2 Reconhecimento de área
– É a que busca dados no interior de determinada área ou executa a própria
delimitação de uma área com características específicas.
1.5.1.1.3 Reconhecimento de itinerário(s)

- É a que busca dados sobre um ou vários itinerários.

Fig 2 - Reconhecimento de itinerários

1.5.1.1.4 Vigilância
- É a que exerce a observação contínua de um local ou de uma atividade.
1.5.1.2 Patrulhas de combate
a) De inquietação;
b) De oportunidade;
c) De emboscada;
d) De captura de prisioneiros ou material;
e) De interdição;
f) De suprimento;
g) De contato;
h) De segurança;
i) De destruição;
j) De neutralização;
k) De resgate;

1-3
EB70-CI-11.450
l) De busca e salvamento; e
m) De reconhecimento em força.
1.5.1.2.1 De inquietação
– É a que se destina a ocasionar baixas, perturbar o descanso, dificultar o movi-
mento e/ou obter outros efeitos sobre o inimigo, com a finalidade de abater-lhe
o moral.
1.5.1.2.2 De oportunidade
- É aquela lançada em determinada área com a finalidade de atuar sobre alvos
compensadores que venham a surgir.
1.5.1.2.3 De emboscada
- É a que realiza ataque de surpresa, partindo de posições cobertas, contra um
alvo em movimento ou momentaneamente parado.
1.5.1.2.4 De captura de prisioneiros ou material
- É a que age contra instalações ou forças inimigas com a finalidade de capturar
prisioneiros e/ou materiais.
1.5.1.2.5 De interdição
- É a que executa ações para evitar ou impedir que o inimigo se beneficie tempo-
rariamente de determinadas regiões, de pessoal, de instalações ou de material.
As considerações civis podem ser um fator determinante entre destruir e interditar.
1.5.1.2.6 De suprimento
- É a que realiza o ressuprimento de tropas amigas destacadas, podendo ser
também empregada para reforçar ou seguir uma patrulha de longo alcance.
1.5.1.2.7 De contato
- Visa a estabelecer ou manter contato com tropa amiga, de forma física, visual
ou por meio rádio.
1.5.1.2.8 De segurança
- É a que tem por finalidade cobrir flancos, áreas ou itinerários; evitar que o ini-
migo se infiltre em determinado setor ou realize um ataque de surpresa; localizar
ou neutralizar elementos que se tenham infiltrado e proteger a tropa amiga em
deslocamento.
1.5.1.2.9 De destruição
- É a que tem a finalidade de destruir material e/ou instalações inimigas.
1.5.1.2.10 De neutralização
- É a que tem a finalidade de neutralizar elemento ou grupo inimigo.

1-4
EB70-CI-11.450
1.5.1.2.11 De resgate
- É a que tem a finalidade de recuperar material e/ou pessoal amigo que estejam
retidos em área ou instalação sob controle do inimigo.
1.5.1.2.12 De busca e salvamento
- É a que tem a finalidade de localizar, socorrer e resgatar pessoas em perigo,
perdidas ou vítimas de acidentes e da ação hostil do inimigo com o emprego de
aeronaves, embarcações de superfície, submarinos ou outro qualquer equipa-
mento especial.
1.5.1.2.13 De reconhecimento em força
a) É uma patrulha de valor considerável empregada para localizar a posição de
uma força inimiga e testar o seu poder.
b) O reconhecimento em força é uma operação de objetivo limitado, executada por
uma força ponderável, com a finalidade de revelar e testar o valor, a composição
e o dispositivo do inimigo ou para obter outras informações.
c) Seu objetivo principal é o de esclarecer a situação, podendo ser conduzido no
quadro de uma operação ofensiva ou defensiva. “ O Rec F não constitui um tipo
de missão de reconhecimento” (EB70-MC.10.354, MANUAL DE CAMPANHA;
REGIMENTO DE CAVALARIA MECANIZADO; 3ª Ed 2020).
d) A potência de fogo, a mobilidade e as comunicações são fatores importantes
na execução deste tipo de missão.
1.5.2 QUANTO À EXTENSÃO DA OPERAÇÃO

Fig 3 - Área de interesse e de influência

1-5
EB70-CI-11.450
1.5.2.1 Patrulha de curto alcance
- É a que atua dentro da área de influência do escalão que a lança.
1.5.2.2 Patrulha de longo alcance
- É a que atua dentro da área de interesse do escalão que a lança.
1.5.3 QUANTO À DURAÇÃO DA OPERAÇÃO
1.5.3.1 Patrulha de curta duração
- É a que o tempo não ultrapassa uma jornada (24 horas), a contar do horário de
partida da patrulha. Não se ocupa base de patrulha.
1.5.3.2 Patrulha de média duração
- É a que o tempo ultrapassa uma jornada (24 horas), a contar do horário de partida
da patrulha, e se limita à autonomia do combatente individual (fardo de combate).
Dependendo da natureza da tropa, pode durar até 72 horas, ou três dias.
1.5.3.3 Patrulha de longa duração
- É a que o tempo ultrapassa o período de autonomia do combatente individual
(fardo de combate), necessitando de ações de ressuprimento para que se pro-
longue a ação, podendo depender de meios de transporte.

1.6 RESPONSABILIDADES
1.6.1 ATRIBUIÇÕES DO ESCALÃO QUE LANÇA A PATRULHA

Fig 4 - Planejamento e preparação de uma patrulha

1-6
EB70-CI-11.450
a) Formular a missão.
b) Designar o comandante da patrulha.
c) Emitir as ordens necessárias.
d) Estabelecer medidas de controle.
e) Coordenar, apoiar e fiscalizar o cumprimento da missão.
f) Receber e divulgar os resultados da missão.
g) Explicar sua intenção e a do escalão superior, quando for o caso, ao coman-
dante da patrulha.
h) Definir as regras de engajamento durante as diversas fases da missão.
i) Definir as condutas a serem adotadas em caso de ocorrência de prisioneiros
de guerra (PG) e mortos inimigos.
j) Dirimir as dúvidas do comandante da patrulha. Para isso, antes de emitir a
ordem, deve se valer do memento do comandante de patrulha (An C), a fim de
fornecer o máximo de informações possíveis.
1.6.2 ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS NO ESCALÃO UNIDADE
1.6.2.1 Do S2
a) Preparar o plano diário de patrulhas em coordenação com o S3.
b) Planejar e propor missões de reconhecimento.
c) Fornecer às patrulhas os dados referentes às condições meteorológicas, ao
terreno, ao inimigo e às considerações civis.
d) Contatar os integrantes da patrulha, no regresso de missão, para coletar dados.
e) Estabelecer os Elementos Essenciais de Inteligência (EEI).
1.6.2.2 Do S3
a) Planejar e propor as missões de combate.
b) Coordenar os apoios não-orgânicos do escalão compreendido (aeronaves,
meios aquáticos, artilharia etc).
1.6.2.3 Do S4
a) Providenciar o apoio em material e suprimentos necessários ao cumprimento
da missão.
b) Receber ou gerir todo o pessoal e material que, porventura, tenham sido cap-
turados pela patrulha.

1-7
EB70-CI-11.450
1.6.2.4 Do Comandante da Patrulha
a) Receber a missão e tirar as dúvidas.
b) Planejar e preparar o emprego da patrulha.
c) Executar a missão.
d) Confeccionar o relatório.

1.7 ORGANIZAÇÃO GERAL DA PATRULHA


1.7.1 FUNDAMENTOS
1.7.1.1 Fatores da decisão
- A organização de uma patrulha varia de acordo com os fatores da decisão
(Missão, Inimigo, Terreno, Meios, Tempo e Considerações Civis – MITeMeTCo).
1.7.1.2 Normalmente, a patrulha se constituirá de 2 ou 3 escalões:
a) um voltado para o cumprimento da missão (escalão de reconhecimento ou
escalão de assalto);
b) outro para a segurança da patrulha (escalão de segurança); e
c) outro que só será empregado quando o número de armas coletivas ou a des-
centralização do seu emprego assim o recomendar (escalão de apoio de fogo).
Obs: cada escalão é formado por um ou mais grupos, conforme decisão do co-
mandante da patrulha, que também define seus efetivos.
1.7.1.3 Coordenação dos escalões
- A coordenação dos escalões é responsabilidade do comandante da patrulha,
que poderá contar com alguns auxiliares, constituindo o grupo de comando.
1.7.1.4 Grupo de Comando
1.7.1.4.1 Poderá se constituir somente do comandante da patrulha, no entanto,
sempre que possível, este deverá ser acompanhado por um rádio operador
1.7.1.4.2 O subcomandante da patrulha pode exercer esta única função, integran-
do o grupo de comando, ou acumular a função, comandando um dos escalões.
1.7.1.4.3 Outros elementos podem integrar o grupo de comando, a critério do
comandante da patrulha.
1.7.1.4.4 Alguns homens podem receber atribuições específicas durante a pre-
paração e/ou deslocamento, não pertencendo, portanto, ao grupo de comando.
Essas atribuições serão abordadas no Capítulo 3-Planejamento e preparação
das patrulhas.
1-8
EB70-CI-11.450
1.7.1.5 Considerações gerais
1.7.1.5.1 Escalão de segurança
a) Missão
- Proteger e orientar a patrulha durante o deslocamento.
- Guardar os pontos de reunião.
- Alertar sobre a aproximação do inimigo.
- Realizar a proteção afastada do escalão de reconhecimento ou escalão de
assalto, durante a ação no objetivo.
b) Organização
- Constitui-se de um ou mais grupos de segurança e um grupo de acolhimento,
em função do efetivo da patrulha, da natureza da missão e do terreno.
- Se houver um desmembramento da patrulha, a segurança normalmente ficará
a cargo das frações.
EXEMPLO - Patrulha de reconhecimento de uma área extensa que se desmembra
em vários grupos de reconhecimento e segurança (Gp Rec Seg).
1.7.1.5.2 Escalão de Reconhecimento
a) Missão
- Reconhecer o objetivo e/ou manter vigilância sobre ele.
b) Organização
- Constitui-se de um ou mais grupos de reconhecimento, em função dos fatores
da decisão.
1.7.1.5.3 Escalão de assalto
a) Missão
- Definida pela missão específica da patrulha de combate.
b) Organização
- Organiza-se em grupo(s) de assalto, grupo(s) de tarefa(s) essencial(s) e
grupo(s) de tarefa(s) complementar(es).
- O grupo de assalto tem por atribuição garantir o cumprimento da tarefa es-
sencial, agindo pelo fogo e/ou combate aproximado, de modo a proteger o(s)
grupo(s) que executam essa tarefa.
- As tarefas essenciais são executadas pelos grupos que realizam as ações
impostas pela missão.
- As tarefas complementares são executadas pelos grupos que realizam ações
em benefício dos demais.

1-9
EB70-CI-11.450
1.7.1.5.4 Um terceiro escalão, o de apoio de fogos, pode ser organizado quando
o número de armas coletivas ou a descentralização de seu emprego, assim o
recomendar.
1.7.2 ORGANIZAÇÃO DA PATRULHA DE RECONHECIMENTO
1.7.2.1 Patrulha de reconhecimento de ponto
1.7.2.1.1 Grupo de Comando
- Normalmente é constituído por elementos necessários à coordenação da
patrulha, tais como: comandante, subcomandante, rádio operador, mensageiros,
guias e outros. Quando for possível, essas funções devem ser acumuladas com
outras nos demais escalões.
1.7.2.1.2 Grupo de Segurança
– A quantidade de grupos dependerá do número de vias de acesso ao objetivo
(Gp Seg = Nr Via A).
1.7.2.1.3 Grupo de Reconhecimento
– O número de grupos varia em função dos fatores da decisão.
1.7.2.1.4 Grupo de Acolhimento
– É o grupo que tem por missão realizar a proteção do ponto de reunião próximo
ao objetivo (PRPO) e o acolhimento da patrulha neste local.
1.7.2.1.5 A patrulha de reconhecimento de ponto poderá assumir a organização
de uma patrulha de reconhecimento de área quando houver a necessidade de
realizar a busca pelo ponto.

Fig 5 - Organograma de uma patrulha de reconhecimento de ponto

1.7.2.2 Patrulha de Reconhecimento de Itinerário


1.7.2.2.1 Tem organização semelhante à patrulha de reconhecimento de área.
1.7.2.2.2 Grupos de Reconhecimento e Segurança
– O número de grupos de reconhecimento e segurança depende do terreno e da
maneira como o comandante da patrulha pretende cumprir a missão (percorrendo
o itinerário, ocupando pontos de comandamento ou associando essas duas ideias).

1-10
EB70-CI-11.450
1.7.2.3 Patrulha de Reconhecimento de Área

Fig 6 - Organograma de uma patrulha de reconhecimento de área

1.7.2.3.1 Grupo de Reconhecimento e Segurança


– O número de grupos de reconhecimento e segurança é variável e depende dos
fatores da decisão.
Obs – O Grupo de Acolhimento pode existir ou não, dependendo dos fatores da
decisão.
1.7.3 ORGANIZAÇÃO DA PATRULHA DE COMBATE

Fig 7 - Organograma de uma patrulha de combate

1.7.3.1 Grupo de Comando


– Normalmente, é constituído por elementos necessários à coordenação da pa-
trulha, tais como: comandante, subcomandante, rádio operador, mensageiro e
outros. Quando for possível, essas funções devem ser acumuladas com outras
nos diversos escalões.
1.7.3.2 Grupo de Segurança
– A quantidade de grupos dependerá do número de vias de acesso ao objetivo
(Gp Seg = Nr Via A).
1.7.3.3 Grupo de Acolhimento
– É o grupo que tem por missão realizar a proteção do PRPO e o acolhimento da
patrulha neste mesmo local.

1-11
EB70-CI-11.450
1.7.3.4 Grupo de Assalto
– O número de grupos de assalto será variável de acordo com a missão, o terreno
e o dispositivo do inimigo. Deve existir, pelo menos, um grupo de assalto que,
agindo pelo fogo e/ou combate aproximado, protege a área do objetivo e permite
o cumprimento da tarefa essencial, garantindo sua execução.
1.7.3.5 Grupo(s) de Tarefa(s) Essencial(ais)
– O(s) grupo(s) de tarefa(s) essencial(s) receberá(ão) nomenclatura(s) da(s)
ação(s) tática(s) da(s) missão (s): captura, resgate, neutralização etc. O número
de grupos para cada tarefa essencial dependerá dos fatores da decisão.
1.7.3.6 Grupo(s) de Tarefa(s) Complementar(es)
– O(s) Grupo(s) de Tarefa(s) Complementar(es) receberá(ão) nomenclatura(s)
da(s) ação(s) tática(s) que irá(ão) realizar deduzida (s) pelo comandante para
o cumprimento da missão tais como: silenciamento de sentinela, identificação
datiloscópica etc. As tarefas complementares são definidas pelas ações que
tenham sido estabelecidas pelo comandante da patrulha, por ocasião do “estudo
sumário da missão”, que venham a facilitar ou viabilizar o cumprimento da missão
em melhores condições. O número de grupos para cada tarefa complementar
dependerá dos fatores da decisão

Fig 8 - Organograma de uma patrulha de combate com um escalão de Ap F

1-12
EB70-CI-11.450
CAPÍTULO II
CONDUTA DAS PATRULHAS

2.1 ASPECTOS GERAIS NA CONDUTA DAS PATRULHAS


2.1.1 GENERALIDADES
2.1.1.1 O planejamento e a preparação de uma patrulha têm por objetivo facilitar
o cumprimento de uma missão. No entanto, as patrulhas podem passar por situ-
ações de conduta, sendo o nível de adestramento fator primordial para o êxito.
2.1.1.2 Entende-se por conduta por um conjunto de procedimentos por meio dos
quais o comandante acompanha o desenrolar da patrulha (estudo continuado da
situação), coordena e controla a execução das ações e intervém, quando neces-
sário, empregando fogos, e modificando a manobra, na condução da patrulha
(Definição retirada do EB20-MF-03.109, GLOSSÁRIO DE TERMOS E EXPRES-
SÕES PARA USO NO EXÉRCITO).
2.1.2 COMANDO E CONTROLE
2.1.2.1 O controle influi decisivamente na atuação da patrulha. O comandante
deve ter a capacidade de manobrar os homens e conduzir os fogos.
2.1.2.2 Apesar de a cadeia de comando ser o principal elemento de controle, as
ordens podem ser transmitidas diretamente do comandante a cada patrulheiro.
2.1.2.3 O comandante deve empregar todos os meios de comunicações disponí-
veis para exercer o controle da patrulha.
2.1.2.4 Normalmente, o subcomandante desloca-se à retaguarda da patrulha. Os
comandantes subordinados permanecem com seus escalões e grupos, mantendo
o controle sobre eles.
2.1.2.5 Todos os patrulheiros devem estar atentos a cada gesto emitido. Além
daqueles previstos em manuais, outros poderão ser convencionados e ensaiados,
conforme NGA da fração.
2.1.2.6 A contagem do efetivo é também uma medida de controle da patrulha.
2.1.2.6.1 Comando de “numerar”
a) Deslocando-se a patrulha em coluna, o último homem, ao comando de “nume-
rar”, inicia a contagem, tocando o homem à sua frente e dizendo “um”;
b) este militar toca no militar seguinte dizendo “dois”, e assim sucessivamente,
até o comandante da patrulha; e
c) ciente de quantos homens estão à sua frente, o comandante somará estes à
contagem que lhe chegou, incluindo-se nela.

2-1
EB70-CI-11.450
2.1.2.6.2 Nas patrulhas de grande efetivo ou nas de formação diferente de coluna,
a contagem será controlada pelos comandantes dos grupos, sendo o resultado
transmitido ao comandante da patrulha.
2.1.2.7 Participação de Militares Externos
2.1.2.7.1 Eventualmente, as missões de patrulha poderão envolver elementos
de outras Organizações Militares (OM) de apoio do Exército e/ ou de outra Força
Singular; guias; motoristas; piloteiros; e outros especialistas.
2.1.2.7.2 Esta participação se verifica, particularmente, nos deslocamentos (ida
e/ ou regresso) e nas missões de ressuprimento, exigindo, por vezes, que estes
elementos estranhos à fração acompanhem a patrulha até a ação no objetivo.
Nesses casos, os militares devem ser incorporados ao efetivo da patrulha, rece-
bendo por isso uma numeração (as últimas), merecendo atenção especial quanto
à segurança, pois a perda dos mesmos poderá comprometer alguma tarefa es-
sencial/complementar ou mesmo o retraimento da patrulha.
2.1.2.7.3 Os civis ou integrantes de órgãos de segurança deverão ser tratados
com a devida compartimentação no tocante a contrainteligência, bem como devem
ser estabelecidas medidas de segurança, escalando um militar da patrulha para
a defesa aproximada dos destes novos integrantes.
2.1.2.8 É conveniente que todos os participantes da missão participem da Ordem
à Patrulha. Deve-se, no entanto, observar a compartimentação e a segurança
das informações.
2.1.2.9 Em todas as etapas da missão, é fundamental que todos os envolvidos
conheçam perfeitamente suas possibilidades e limitações e executem ao menos
um ensaio em conjunto.
2.1.2.10 A patrulha deverá obedecer às prescrições rádio, a fim de que o tempo
de transmissão seja o mínimo necessário, dificultando as ações de guerra ele-
trônica do inimigo.
2.1.2.11 Com o propósito de diminuir o tempo de transmissão, pode ser empregado
um código de mensagens pré-estabelecidas, específico para a missão.
2.1.2.12 As frequências devem ser pré-sintonizadas antes da partida da patrulha.
2.1.2.13 A patrulha deverá empregar amplamente os mensageiros.
2.1.2.14 Empregar, sempre que possível e conveniente, o sistema fio para ob-
tenção de maior sigilo.
2.1.2.15 Utilizar os meios de comunicações visuais e auditivos, quando forem do
conhecimento de todos os patrulheiros.
2.1.3 INTELIGÊNCIA
2.1.3.1 As patrulhas devem empregar as técnicas de coleta de dados utilizadas
pelos demais órgãos de inteligência, particularmente o reconhecimento, a vigilância

2-2
EB70-CI-11.450
e a busca de alvos. As ações das patrulhas de reconhecimento estão voltadas
para a localização, potencial e possíveis intenções das unidades inimigas na área
de operações. Tais dados, integrados aos aspectos táticos do terreno e condições
meteorológicas, são essenciais ao planejamento e condução das operações.
2.1.3.2 Especialistas em inteligência podem ser agregados às patrulhas quando
as necessidades excedem as possibilidades ou o grau de especialização orgânica
das frações empregadas.
2.1.4 APOIO DE FOGO
2.1.4.1 O sucesso da sincronização do apoio de fogo sobre alvos terrestres exige
uma exata compreensão de alguns aspectos básicos, tais como: emprego de
todo apoio de fogo disponível, atendimento ao tipo de apoio de fogo solicitado
pela patrulha, rápida coordenação, proporcionar proteção às instalações e tropas
amigas, possuir um sistema de designação de alvos eficaz e evitar a duplicação
desnecessária de meios.
2.1.4.2 O apoio aéreo aproximado
- Poderá ser fundamental para a sobrevivência das forças de superfície (patrulhas)
em momentos críticos das ações. Não se pode, em momento algum, descartar a
enorme contribuição que um ataque aéreo preciso traz às ações. Os pedidos de
apoio de fogo aéreo devem incluir as seguintes informações:
a) exata localização do alvo;
b) descrição do alvo, com detalhes que permitam a seleção apropriada do ar-
mamento;
c) efeito desejado (interdição ou destruição);
d) localização da tropa amiga mais próxima do alvo (distância e azimute);
e) hora de ataque ao alvo;
f) significado tático; e
g) informações de controle especial, como a localização da patrulha que orientará
o avião.
2.1.4.3 A solicitação de apoio de fogo aéreo e terrestre às missões de patrulha
deve considerar a indefinição da localização exata de forças amigas na área de
operações.
2.1.5 APOIO LOGÍSTICO
2.1.5.1 Nas operações de curto alcance, as patrulhas infiltram com todo o supri-
mento para o cumprimento da missão.
2.1.5.2 Quando a missão é de longo alcance, faz-se necessária à condução de
um suprimento sobressalente (mínimo necessário) e o planejamento da comple-

2-3
EB70-CI-11.450
mentação por outros meios, tais como suprimentos preposicionados - cachê /
Local de Apoio à Missão (LAM) - e lançamentos aéreos.
2.1.6 ORGANIZAÇÃO PARA O MOVIMENTO
2.1.6.1 A organização geral e particular de uma patrulha é definida tendo por base
sua missão. Para os deslocamentos, é necessário determinar as formações, bem
como a posição dos escalões, grupos e homens.
2.1.6.2 Os principais aspectos que influem na organização de uma patrulha
para o movimento são:
a) O inimigo – Situação e possibilidades de contato.
b) A manutenção da integridade tática.
c) A ação no objetivo.
d) O controle dos homens.
e) A velocidade de deslocamento.
f) O sigilo das ações.
g) A segurança da patrulha.
h) As condições do terreno.
i) As condições meteorológicas.
j) A visibilidade.
2.1.6.3 As formações do pelotão a pé são adaptáveis a uma patrulha de qualquer
efetivo. Cada uma delas possui vantagens e desvantagens e a escolha da forma-
ção a ser adotada é decorrente de um estudo contínuo por parte do comandante.
2.1.6.4 Em todas as formações, as distâncias entre os escalões, grupos e homens
não são rígidas. Normalmente, elas são ditadas pelos mesmos fatores que influem
na escolha da formação.
2.1.6.5 A integridade tática é uma preocupação fundamental na organização da
patrulha para o movimento.
2.1.6.6 O adestramento dos homens permite rápidas mudanças de formação e
facilita a utilização dos comandos por gestos ou sinais convencionados.
2.1.6.7 As formações normalmente utilizadas são:
a) Em coluna
1) É empregada quando o terreno não permite uma formação que forneça
maior segurança ou quando a visibilidade for reduzida (à noite, na selva, com
nevoeiro etc). Esta formação dificulta o desenvolvimento da patrulha à frente ou
à retaguarda e lhe proporciona pouca potência de fogo nessas direções.

2-4
EB70-CI-11.450
2) Por outro lado, é uma formação que permite maior controle e maior velocida-
de de deslocamento. Maior potência de fogo nos flancos e facilidades nas ações
laterais são também vantagens da formação em coluna.
3) A distância entre os homens é determinada pelas condições de visibilidade.

Fig 9 - Formação em coluna

b) Em linha
1) É empregada por pequenas patrulhas ou escalões e grupos de uma patrulha
maior, para a transposição de cristas ou locais de passagem obrigatória, sujeitos
à observação ou ao fogo inimigo. É mais utilizada na tomada do dispositivo, no
assalto, durante a ação no objetivo ou para ação imediata na contra-emboscada.
Não deve ser utilizada para deslocamentos longos.
2) Proporciona, ainda, máximo volume de fogo à frente e boa dispersão. Todavia,
dificulta o controle e o sigilo nos maiores efetivos.

Fig 10 - Formação em linha

2-5
EB70-CI-11.450
c) Em losango
1) É a formação que apresenta maiores vantagens quanto à segurança e rapidez
nos deslocamentos através campo. Facilita o controle dos homens, as comunica-
ções e proporciona um bom volume de fogos em todas as direções.
2) A segurança deve atuar a uma distância que permita a comunicação por
gestos entre o comandante e seus patrulheiros, devendo haver pelo menos 2
(dois) patrulheiros para essa missão.

Fig 11 - Formação em losango

2.1.7 PARTIDA E REGRESSO DAS LINHAS AMIGAS


2.1.7.1 Ligações
2.1.7.1.1 Todas as ligações com a tropa amiga, em cuja área a patrulha atuará,
são de responsabilidade do comandante da unidade que a lança.
2.1.7.1.2 O comandante da patrulha pode, no entanto, ligar-se com várias posições,
para coordenar os movimentos de saída e entrada de sua patrulha nestas áreas.
2.1.7.1.3 As posições que geralmente exigem estas ligações e coordenações
são os postos de comando, postos de observação, postos avançados e a última
posição amiga por onde a patrulha passará.
2.1.7.2 Aproximação e contato
2.1.7.2.1 A aproximação às posições de tropa amiga deve ser cautelosa, consi-
derando que antes de sua identificação, a patrulha é considerada tropa inimiga.
2.1.7.2.2 Antes do contato, a patrulha realiza um “alto”, enquanto o seu coman-
dante ou um patrulheiro por ele designado vai à frente, em segurança, para a
troca de senhas.

2-6
EB70-CI-11.450
2.1.7.2.3 A iniciativa e a segurança são fatores importantes a serem considerados
para esse evento.
2.1.7.3 Inteligência
2.1.7.3.1 O comandante deve transmitir informações sobre o efetivo, o eixo de
progressão e o horário provável de regresso da patrulha ao ponto amigo.
2.1.7.3.2 O comandante da patrulha deve obter os últimos informes sobre a atu-
ação do inimigo, o terreno à frente, os obstáculos existentes, bem como verificar
se todos têm conhecimento da senha e contrassenha .
2.1.7.3.3 No regresso, a patrulha transmite os dados de valor imediato a cada
posição amiga encontrada, alertando, inclusive, sobre a existência de elementos
amigos extraviados.
2.1.7.4 Ultrapassagem
2.1.7.4.1 Caracteriza-se pelo desbordamento da posição amiga ou de passagem
através dela, dependendo das instruções recebidas e da existência de obstáculos
ao redor da posição.
2.1.7.4.2 Um guia é imprescindível na ultrapassagem da posição, principalmente
quando existirem obstáculos.
2.1.8 DESLOCAMENTOS
2.1.8.1 Durante os deslocamentos, todo patrulheiro deve se preocupar
com a execução de três atividades simultâneas: a progressão, a ligação e
a observação.
2.1.8.1.1 Na progressão
a) Utilizar, sempre que possível, as cobertas e abrigos existentes.
b) Manter a disciplina de luzes e ruídos.
2.1.8.1.2 Na ligação
a) Procurar manter o contato visual com seu comandante imediato.
b) Ficar atento à transmissão de qualquer gesto ou sinal, para retransmiti-lo e/ou
executá-lo, conforme o caso.
2.1.8.1.3 Na observação
a) Manter em constante observação o seu setor.
b) O comandante da patrulha deve adotar medidas visando estabelecer a obser-
vação em todas as direções, inclusive para cima.
2.1.8.2 As ligações e as observações são também mantidas nos “altos”, permitindo
a rápida transmissão das ordens e a manutenção da segurança.

2-7
EB70-CI-11.450
2.1.8.3 O armamento deve ser conduzido em condições de pronto emprego,
carregado, travado e empunhado adequadamente.
2.1.8.4 Qualquer ruído deve ser aproveitado para a progressão, tais como, barulho
provocado pela chuva, por viaturas, por aeronaves, por fogos de artilharia etc.
2.1.8.5 A patrulha deve se preocupar em não deixar vestígios que denunciem
sua passagem. Em determinadas situações, é necessário, até mesmo, apagar
os rastros deixados.
2.1.9 SEGURANÇA
2.1.9.1 Durante os deslocamentos
2.1.9.1.1 As formações adequadas ao terreno, bem como a dispersão empregada
em função da situação, proporcionam à patrulha um certo grau de segurança
durante o deslocamento.
2.1.9.1.2 Cabe ao comandante da patrulha realizar um estudo constante do terreno
para que possa determinar, em tempo útil, o reconhecimento ou desbordamento
de locais perigosos.
2.1.9.1.3 A segurança à frente é proporcionada pela ponta da patrulha, cuja cons-
tituição varia de um único esclarecedor até um grupo de combate, em função do
efetivo.
2.1.9.1.4 A distância entre a patrulha e a ponta é determinada pelo terreno, pelas
condições de visibilidade e pela necessidade de se manter o contato visual e o
apoio mútuo.
2.1.9.1.5 A ponta reconhece a área por onde a patrulha se deslocará por intermédio
de seus esclarecedores.
2.1.9.1.6 Os esclarecedores da ponta devem manter o contato visual entre si e
com a patrulha.
2.1.9.1.7 Prever e executar o rodízio dos esclarecedores, principalmente nas
patrulhas de longo alcance, mantendo uma segurança eficiente.
2.1.9.1.8 A segurança nos flancos é proporcionada com a distribuição de setores
(2-8/2-9 2 – 9 CI 21-75-1) de observação a cada homem da patrulha que não
esteja em outras missões específicas de segurança à frente ou à retaguarda e
por elementos destacados, quando necessário.
2.1.9.1.9 Escalar homens com a missão de observar para cima, sempre que o
tipo de ambiente favorecer uma atuação inimiga desta direção.
2.1.9.2 Nos “altos”
2.1.9.2.1 Poderão ser efetuados diversos “altos” no deslocamento de uma pa-
trulha para:

2-8
EB70-CI-11.450
a) observar, escutar ou identificar qualquer atividade inimiga;
b) envio de mensagens, alimentação, descanso, reconhecimento ou a orientação
da patrulha.
2.1.9.2.2 O comando de “congelar” implica que todos os patrulheiros permane-
çam imóveis e agachados, observando e ouvindo atentamente a situação que
se apresenta.
2.1.9.2.3 Ao ser comandado “alto”, cada integrante da patrulha ocupa uma posição,
aproveitando as cobertas e abrigos existentes nas imediações.
2.1.9.2.4 O “alto-guardado” é uma parada mais prolongada, durante a qual a
patrulha adota um dispositivo mais aberto, normalmente circular, e pode destacar
elementos para ocupar posições dominantes.
2.1.9.3 No objetivo
2.1.9.3.1 A segurança da patrulha, durante a ação no objetivo, é proporcionada
pela correta utilização dos grupos de segurança, dispostos de modo a isolar a
área do objetivo e proteger a ação do escalão de reconhecimento ou assalto.
2.1.9.3.2 Em alguns casos, nas patrulhas de combate, os grupos de assalto, após
executarem sua missão, fornecem a proteção aproximada ao grupo que cumpre
a tarefa essencial e a outros que atuam no objetivo.
2.1.10 NAVEGAÇÃO
2.1.10.1 Generalidades
- Normalmente, as missões recebidas devem ser cumpridas com imposições de
horários. Uma navegação consciente, bem planejada e segura permite o cumpri-
mento da missão no horário determinado.
2.1.10.2 Procedimentos
2.1.10.2.1 Seguir o planejamento evitando improvisações, manter um estudo
contínuo do terreno e empregar corretamente a equipe de navegação.
2.1.10.2.2 O homem-ponto, normalmente, atua com os elementos que fazem a
segurança à frente.
2.1.10.2.3 Os homens-passo, em condições normais, não se deslocam à testa
da patrulha.
2.1.10.2.4 Todos os componentes devem memorizar o itinerário, os azimutes e
as distâncias.
2.1.11 PONTO DE REUNIÃO
2.1.11.1 Generalidades
2.1.11.1.1 É um local onde uma patrulha pode reunir-se e reorganizar-se.

2-9
EB70-CI-11.450
2.1.11.1.2 Os possíveis pontos de reunião são levantados durante o estudo na
carta ou reconhecimento e, uma vez definidos, devem ser do conhecimento de
todos os integrantes da patrulha.
2.1.11.1.3 Um ponto de reunião deve ser de fácil identificação e acesso; permitir
uma defesa temporária e proporcionar cobertas e abrigos.
2.1.11.2 Tipos
2.1.11.2.1 Pontos de reunião no itinerário (PRI)
- Estão situados ao longo dos itinerários de ida e de regresso da patrulha.
2.1.11.2.2 Ponto de reunião próximo do objetivo (PRPO)
- É utilizado para complementar o reconhecimento (reconhecimento aproximado)
e liberar os grupos para o cumprimento da missão. Nesse ponto, a patrulha pode
reorganizar-se após realizar a ação no objetivo. Poderá existir mais de um PRPO,
caso a patrulha regresse por itinerário diferente.
2.1.11.3 Procedimento
2.1.11.3.1 Havendo ação do inimigo e a consequente dispersão da patrulha entre
dois pontos de reunião sucessivos, os patrulheiros regressarão ao último ponto
de reunião ou avançarão até o próximo ponto de reunião provável, conforme
estabelecido na Ordem à Patrulha.
2.1.11.3.2 Na reorganização, serão tomadas as providências necessárias ao
prosseguimento da missão. Nesse caso, deve ser definido o tempo máximo de
espera, ao término do qual o patrulheiro mais antigo assume o comando e parte
para o cumprimento da missão.
2.1.12 AÇÕES EM ÁREAS PERIGOSAS E PONTOS CRÍTICOS
2.1.12.1 Conceituação
2.1.12.1.1 Áreas perigosas e pontos críticos são aqueles obstáculos levantados
no itinerário que oferecem restrições ao movimento.
2.1.12.1.2 Normalmente, nestes locais, a patrulha fica vulnerável aos fogos e/ou
à observação do inimigo.
2.1.12.2 Procedimentos gerais
a) Identificar, durante o planejamento, as prováveis áreas perigosas e pontos
críticos, prevendo e transmitindo à patrulha a conduta a ser adotada ao atingi-los.
b) Optar pelo desbordamento destas áreas, quando isso for possível.
c) Prever ou solicitar apoio de fogo para cobrir o movimento da patrulha.
d) Realizar reconhecimentos e estabelecer a segurança.
e) Realizar o “POCO” (Parar, Olhar, Cheirar e Ouvir).
2-10
EB70-CI-11.450
2.1.12.3 Procedimentos particulares
2.1.12.3.1 Estradas
a) Devem ser transpostas em curvas ou em trechos em que sejam mais estreitas
e possuam cobertas de ambos os lados.
b) É necessário estabelecer segurança, executar um reconhecimento e definir
um ponto de reunião.
c) A travessia deve ser rápida e silenciosa com toda a patrulha, por grupos ou
individualmente, de acordo com a situação.
2.1.12.3.2 Clareiras
– Devem ser desbordadas. Quando não for possível, é necessário agir da mesma
forma que na travessia de estradas.
2.1.12.3.3 Pontes
– Deve ser evitada a ultrapassagem. A patrulha só deve utilizar a ponte quando
todos os pontos que permitam a observação e o fogo sobre ela estiverem reco-
nhecidos ou sob vigilância.
2.1.12.3.4 Cursos d’água
a) Antes da travessia de cursos d’água, deve ser reconhecida a margem de partida.
Em seguida, a patrulha entrará em posição e estará pronta para cobrir a margem
oposta. Logo após, deve ser enviado um grupo para reconhecer a outra margem
e estabelecer segurança.
b) No caso da utilização de embarcações, elas devem ser ocultadas nas margens.
c) Existindo vau, a transposição deve ser rápida e realizada em pequenos grupos
ou individualmente. Na travessia a nado, o armamento e a munição devem ser
conduzidos em balsas improvisadas.
2.1.12.3.5 Casebres ou povoados
a) Sempre que houver necessidade de a patrulha passar pela proximidade de
casebres ou povoados, devem ser redobradas as prescrições relativas ao sigilo.
b) É importante que a distância do itinerário de desbordamento selecionado seja
suficiente para que o deslocamento da patrulha não seja percebido.
2.1.12.3.6 Desfiladeiros e locais propícios para emboscadas
a) Reconhecer antes da travessia.
b) Caso a região seja propícia à emboscada inimiga, os elementos da segurança
de vanguarda e de flanco deslocar-se-ão a uma distância maior.

2-11
EB70-CI-11.450
2.1.12.3.7 Obstáculos artificiais
– Deve ser evitada a utilização de passagens e brechas já existentes que possam
estar armadilhadas, pois os obstáculos, normalmente, são agravados ou batidos
por fogos.

2.2 PECULIARIDADES DE UMA PATRULHA DE RECONHECIMENTO


2.2.1 GENERALIDADES
2.2.1.1 As informações sobre o inimigo e o terreno por ele controlado são de vital
importância para o comando.
2.2.1.2 A patrulha de reconhecimento é um dos meios de que dispõe o comando
para a busca ou coleta de dados, os quais facilitam uma tomada de decisão.
2.2.2 MISSÕES
2.2.2.1 A missão de uma patrulha de reconhecimento consiste na obtenção das
respostas a perguntas relativas ao inimigo e/ou ao terreno.
2.2.2.1.1 Sobre o inimigo (um exemplo)
a) O inimigo ocupa, realmente, o terreno?
b) Qual é o seu valor (efetivo)?
c) Qual é o seu equipamento e armamento?
d) Qual é a sua atividade atual?
e) Outras informações necessárias ao comando.
2.2.2.1.2 Sobre o terreno (um exemplo)
a) Quais são as características do(s) curso(s) d’água? (profundidade, correnteza,
largura e características das margens).
b) Qual é a característica da vegetação e sua influência nos movimentos de tropa
a pé
c) Quais são os melhores itinerários ou vias de acesso para a aproximação?
d) Quais são as possibilidades de emprego de elementos blindados e mecani-
zados?
e) Outras informações necessárias ao comando.
2.2.3 TIPOS DE RECONHECIMENTO
2.2.3.1 Existem 5 tipos de patrulhas de reconhecimento
2.2.3.1.1 Patrulha de reconhecimento em força
– Neste tipo de patrulha, diferentemente da operação ofensiva reconhecimento
em força, a missão consiste em realizar uma ação em força, de pequena enver-

2-12
EB70-CI-11.450
gadura, sobre um objetivo, com a finalidade de se buscar dados sobre o inimigo
no que se refere ao dispositivo (inclusive posição de armas coletivas), valor e
poder de combate.
2.2.3.1.2 Patrulha de vigilância
– Tem a missão de exercer observação contínua sobre local ou atividade.
2.2.3.1.3 Patrulha de reconhecimento de itinerários
– Tem a missão de obter dados sobre um determinado itinerário.
2.2.3.1.4 Patrulha de reconhecimento de ponto
– Tem a missão de obter dados sobre um objetivo específico.
2.2.3.1.5 Patrulha de reconhecimento de área
– Tem a missão de obter dados sobre uma grande área ou sobre pontos nela
existentes. A patrulha pode obtê-los, reconhecendo a área, mantendo vigilância
sobre ela ou fazendo o reconhecimento de uma série de pontos.

Fig 12 - Patrulha de reconhecimento de ponto e de área

2.2.4 PATRULHA DE RECONHECIMENTO EM FORÇA


2.2.4.1 Organização
2.2.4.1.1 Para sua organização, deve-se considerar a ação que define a tarefa
essencial (obtenção de dados), a execução da ação em força (assalto, apoio de
2-13
EB70-CI-11.450

fogo) e as tarefas complementares, se for o caso.


2.2.4.1.2 Normalmente, a patrulha é organizada em um escalão de segurança e
um escalão de assalto. Os grupos de assalto e apoio de fogo executam a ação
em força.
2.2.4.1.3 O escalão de assalto é constituído, ainda, por um ou mais grupos de
observação. Os grupos de observação executam a tarefa essencial, levantando
os dados em função da reação inimiga (posições de armas coletivas, dispositivo,
valor, medidas de segurança durante a ação no objetivo etc).
2.2.4.2 Ação no objetivo
2.2.4.2.1 Localizado o objetivo, a patrulha se desenvolve e os grupos de obser-
vação ocupam as posições que lhes permitam o cumprimento da missão.
2.2.4.2.2 A patrulha abre fogo de posições abrigadas e engaja-se apenas o ne-
cessário para forçar a resposta do inimigo.
2.2.4.2.3 Os grupos de observação executam a tarefa de levantar os dados, iden-
tificando as posições de armas coletivas, limites, valor, natureza do armamento
utilizado etc. Para isso ficam mais à retaguarda, abrigados e com bons campos
de observação. Binóculos e equipamentos para visão noturna são comumente
empregados.
2.2.5 EQUIPAMENTO, MATERIAL E ARMAMENTO
2.2.5.1 Uma patrulha de reconhecimento, normalmente, conduz o armamento
necessário à própria segurança.
2.2.5.2 O equipamento individual e o material a serem conduzidos dependem
da duração da missão. Sempre que possível, deve-se aliviar o patrulheiro para
facilitar-lhe os movimentos.
2.2.5.3 Podem ser conduzidos pela patrulha: óculos de visão noturna (luz residu-
al), material de comunicações, máquina fotográfica, cartas, esboços, fotografias
aéreas, lápis e papel, lápis dermatográfico, fita fosforescente ou luminosa, fita
isolante, poncho, bússolas, binóculos, relógios, GPS, alicate e qualquer outro
material ou equipamento de utilidade para a missão.
2.2.6 CONDUTAS NORMAIS DE UMA PATRULHA DE RECONHECIMENTO
a) Cumprir a missão sem ser percebida pelo inimigo.
b) Combater somente pela sobrevivência ou, se necessário, para favorecer o
cumprimento da missão.
c) Empregar, quando for imprescindível, reconhecimento pelo fogo. Esta técnica
consiste em fazer com que alguns homens da patrulha atirem na direção do ini-
migo para atrair seu fogo, obrigando-o a revelar suas posições.

2-14
EB70-CI-11.450

d) Realizar um “alto-guardado” no PRPO. Esta conduta tem a finalidade de ratificar


ou retificar o planejamento, através de um reconhecimento aproximado e checar
com os comandantes subordinados os locais exatos de cada um dos grupos e
suas missões específicas.

Fig 13 - Patrulha mantendo a atividade inimiga sob vigilância

2.3 PECULIARIDADES DE UMA PATRULHA DE COMBATE


2.3.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FINALIDADE DA MISSÃO
2.3.1.1 Segundo a missão, as patrulhas de combate são classificadas em:
a) patrulha de oportunidade;
b) patrulha de destruição;
c) patrulha de neutralização;
d) patrulha de segurança;
e) patrulha de resgate;
f) patrulha de captura;
g) patrulha de contato;
h) patrulha de interdição;
2-15
EB70-CI-11.450
i) patrulha de inquietação;
j) patrulha de suprimento; e
k) patrulha de emboscada.
2.3.1.2 Estas patrulhas apresentam peculiaridades, principalmente, quanto à
organização e forma de atuação.
2.3.2 PATRULHA DE OPORTUNIDADE
2.3.2.1 Generalidades
2.3.2.1.1 É uma patrulha lançada em determinada área, com a finalidade de atuar
sobre alvos compensadores que venham a surgir.
2.3.2.1.2 Alvo compensador é todo aquele cuja importância tática se sobreponha
às baixas que a patrulha poderá sofrer ao executar a missão.
2.3.2.1.3 Como não há alvo definido, cabe ao comandante da patrulha decidir,
baseado na missão do escalão que a lançou, se o alvo surgido em sua área de
atuação é ou não compensador.
2.3.2.1.4 Há necessidade de dados precisos ou de informações a respeito de
alvos ou instalações existentes, das possibilidades do inimigo e de suas ativida-
des atuais na área.
2.3.2.2 Organização
2.3.2.2.1 Apesar da necessidade de se dispor de dados precisos ou de informações
a respeito de alvos, instalações, atividades e possibilidades do inimigo na área
considerada, o local exato do objetivo e o poder do inimigo só serão conhecidos
na oportunidade do encontro. Deste modo, uma patrulha de oportunidade deve
ter uma organização flexível, que lhe permita adaptar-se à situação apresentada.
2.3.2.2.2 A fim de evitar o fracasso, o comandante deve conduzir o estudo de
situação de modo a:
a) concluir sobre os tipos de alvo que poderão surgir em sua área, após a análise
das informações recebidas sobre o inimigo;
b) considerar cada alvo compensador que possa surgir, como um possível objetivo
da patrulha;
c) decidir o quê e como fazer, visto que o local e a hora serão conhecidos na
oportunidade do encontro, para cada possível objetivo; desta forma terá a orga-
nização necessária para cada caso.
2.3.2.3 Ordens e ensaios
2.3.2.3.1 Verificar se cada homem e cada grupo conhece os detalhes de sua
função para as condutas levantadas.

2-16
EB70-CI-11.450
2.3.2.1.2 Realizar o ensaio para todas as situações possíveis, de modo a evitar
quaisquer dúvidas sobre o quê, quando e como fazer.
2.3.2.1.3 Realizar o ensaio dos sinais e gestos convencionados.
2.3.2.4 Ação no objetivo
2.3.2.4.1 Para se conseguir a surpresa sobre o inimigo, há necessidade da adoção
de medidas de segurança nos deslocamentos, tais como:
a) correta utilização da ponta;
b) dispersão;
c) disciplina de luzes e/ou ruídos;
d) camuflagem;
e) correta utilização do terreno;
f) outras medidas julgadas necessárias.
2.3.2.4.2 A patrulha deverá estar exaustivamente ensaiada na execução das
técnicas de ação imediata, para o caso de ser surpreendida pelo inimigo.
2.3.2.4.3 Avistado o inimigo, o comandante deve realizar um rápido reconheci-
mento, decidir sobre o dispositivo a adotar e transmitir as ordens necessárias aos
subordinados. Em seguida, a patrulha cumpre a missão.
2.3.3 PATRULHA DE DESTRUIÇÃO
2.3.3.1 Generalidades
2.3.3.1.1 Exige um planejamento detalhado do processo de destruição, do material
a ser utilizado e do emprego de peritos.
2.3.3.1.2 Em alguns casos, a destruição pode ser feita pelo fogo.
2.3.3.1.3 Particular atenção deve ser dada ao ensaio do pessoal e ao teste do
equipamento a ser utilizado na destruição.
2.3.3.2 Organização
- São organizados um ou mais grupos específicos para a realização da tarefa
essencial, que é destruir. O grupo de destruição é o responsável pela preparação
e utilização do material.
2.3.3.3 Ação no objetivo
2.3.3.3.1 O grupo de destruição atua, normalmente, após a ação dos grupos de
assalto e de apoio de fogo.
2.3.3.3.2 Nos casos em que a destruição possa ser realizada apenas pelo fogo,
o grupo de destruição recebe armamento específico, necessário para a execução
de sua tarefa.

2-17
EB70-CI-11.450
2.3.4 PATRULHA DE NEUTRALIZAÇÃO
2.3.4.1 Generalidades
2.3.4.1.1 A patrulha é lançada com a missão de neutralizar (eliminar ou capturar)
elementos ou grupos de elementos específicos.
2.3.4.1.2 Em alguns casos, um reconhecimento prévio fornece a identificação do
objetivo, que é facilitada pela utilização de fotografias, desenhos e descrições.
2.3.4.2 Organização
2.3.4.2.1 Normalmente, possui um grupo com a missão de neutralizar.
2.3.4.4.2 Os demais grupos dependem da missão específica e, normalmente,
são de efetivos reduzidos.
2.3.4.5 Ação no objetivo
2.3.4.5.1 A neutralização pode ser feita à distância, utilizando-se caçadores ou
através de um assalto.
2.3.4.5.2 As missões dos grupos são iguais às das demais patrulhas de combate.
2.3.4.5.3 Deve-se dobrar os meios para o grupo de neutralização, evitando o
fracasso da missão.
2.3.5 PATRULHA DE SEGURANÇA
2.3.5.1 Generalidades
2.3.5.1.1 A patrulha de segurança cumpre uma ou mais das missões a seguir.
a) Cobrir os flancos, a frente, a retaguarda, os intervalos e os itinerários. Poderá
também proteger unidades em movimento (comboios).
b) Vigiar uma área ou setor, de modo a prevenir e evitar a infiltração do inimigo,
bem como ataques de surpresa.
c) Localizar e neutralizar o inimigo remanescente ou infiltrado em área amiga
(limpeza).
d) Executar toda e qualquer ação que possa ser definida pelo termo genérico
patrulhar.
2.3.5.1.2 A segurança a ser proporcionada pode implicar no engajamento com
o inimigo.
2.3.5.1.3 Enquadram-se, neste tipo de patrulhas, aquelas lançadas com a finali-
dade de ligar postos de segurança.
2.3.5.2 Organização
2.3.5.2.1 Sua organização particular depende, essencialmente, da missão espe-
cífica que receber. Deve-se considerar, também, as possibilidades do inimigo e
o terreno.

2-18
EB70-CI-11.450
2.3.5.2.2 Quando a situação e a missão apresentam grandes possibilidades de
um engajamento com o inimigo, a patrulha deve ser dotada de um adequado
poder de combate.
2.3.5.3 Ação no objetivo
2.3.5.3.1 A patrulha deve ocupar pontos que favoreçam a dominância sobre as
vias de acesso, pontos de passagem obrigatória e/ou áreas que permitam a dis-
simulação de elementos infiltrados, de modo a proporcionar segurança através
da vigilância e cobertura de setores ou áreas, a partir desses pontos.
2.3.5.3.2 Patrulhar a área abrangida pela missão. Neste caso, devem ser levanta-
dos os pontos e itinerários a serem percorridos e a patrulha deve estar adestrada
e preparada para o combate de encontro. A patrulha deve evitar o estabelecimento
de uma rotina no seu patrulhamento. Os intervalos de tempo, os itinerários e as
sequências devem ser alterados, evitando-se deixar qualquer espaço sem patru-
lhamento por longos períodos.
2.3.5.3.3 Combinar a vigilância com o patrulhamento nas áreas ou locais sobre
os quais a observação seja limitada.
2.3.6 PATRULHA DE RESGATE
2.3.6.1 Generalidades
2.3.6.1.1 O resgate consiste nas ações de recuperação de material ou pessoal
amigo, que esteja retido em área ou instalação hostil ou sob controle do inimigo.
2.3.6.1.2 No planejamento devem ser previstos os meios necessários ao trans-
porte do material ou pessoal a ser resgatado. Em se tratando de pessoal, deve-se
considerar a possibilidade do resgatado estar ferido.
2.3.6.2 Organização
2.3.6.2.1 O escalão de assalto é organizado em um ou mais grupos de resgate
e, normalmente, em um grupo de assalto.
2.3.6.2.2 Outros grupos poderão integrar o escalão de assalto, de acordo com as
tarefas complementares a serem executadas.
2.3.6.2.3 O escalão de segurança é organizado levando-se em consideração o
número de vias de acesso que incidem no objetivo.
2.3.6.3 Ação no objetivo
2.3.6.3.1 O(s) grupo(s) de resgate deve (m) localizar o material ou pessoal a ser
resgatado. Ao iniciar a ação, cabe ao grupo de resgate alcançar, o mais rápido
possível, o seu alvo, protegê-lo e retirá-lo da área do objetivo. No retraimento, é
o responsável pela condução ou proteção do pessoal e material a ser resgatado,
podendo ser reforçado para tal ação.
2-19
EB70-CI-11.450
2.3.6.3.2 Medidas de coordenação devem ser adotadas a fim de evitar que os
fogos realizados pela patrulha dificultem ou impeçam as ações do(s) grupo(s) de
resgate.
2.3.7 PATRULHA DE CAPTURA
2.3.7.1 Generalidades
2.3.7.1.1 A missão de capturar pessoal e/ou material inimigo tem por finalidade:
a) obter dados;
b) abater-lhe o moral; e
c) privá-lo de chefes ou líderes importantes.
2.3.7.1.2 A missão de captura consiste nas ações de conquista e condução para
as linhas amigas, de determinado material e/ou pessoal inimigo.
2.3.7.1.3 Conduzir meios para a correta identificação do pessoal ou material.
2.3.7.2 Organização
2.3.7.2.1 O escalão de assalto é organizado em um ou mais grupos de captura
e, normalmente, um grupo de assalto.
2.3.7.2.2 Outros grupos poderão integrar o escalão de assalto, de acordo com as
tarefas complementares a serem executadas.
2.3.7.2.3 O escalão de segurança é organizado levando-se em consideração o
número de vias de acesso que incidem no objetivo.
2.3.7.3 Ação no objetivo
2.3.7.3.1 O máximo de surpresa, rapidez e sigilo são essenciais para o êxito da
missão.
2.3.7.3.2 A primeira preocupação do grupo de captura é a localização exata do
elemento ou do objeto a ser capturado. Ao iniciar a ação, cabe ao(s) grupo(s) de
captura alcançar(em) rapidamente o alvo, aprisioná-lo ou tomá-lo, retirando-o da
área do objetivo. Tomar medidas táticas para bloquear uma possível fuga, quando
a missão for capturar pessoal.
2.3.7.3.3 Medidas de coordenação são adotadas a fim de evitar que os fogos
realizados pela patrulha atinjam o elemento a ser capturado ou dificultem / impe-
çam a ação de captura.
2.3.7.3.4 Não obtendo a surpresa, incitar o inimigo à rendição, desde que o dis-
positivo adotado impossibilite a sua fuga.
2.3.8 PATRULHA DE INTERDIÇÃO
2.3.8.1 Generalidades
2.3.8.1.1 A missão das patrulhas de interdição consiste em impedir que o inimigo
se beneficie de determinada região, instalação ou material, durante um período
2-20
EB70-CI-11.450
de tempo.
2.3.8.1.2 A missão de interdição pode ser cumprida, no caso de instalações, atra-
vés da utilização de explosivos, agentes QBN, da utilização do fogo, de ações de
sabotagem e de outras formas.
2.3.8.1.3 A interdição também pode ser executada pela ocupação física e pela
manutenção da área considerada. Nesse caso, deve-se, inicialmente, conquistar
a posição (ou simplesmente ocupá-la caso a mesma não esteja sendo defendida)
e, em seguida, estabelecer-se uma defesa circular, reforçando os setores com
maior probabilidade de atuação do inimigo.
2.3.8.1.4 Conforme a situação, pode ser importante a participação de especia-
listas para a atuação em alvos específicos (especialistas de área, engenheiros,
químicos etc).
2.3.8.2 Organização
- As patrulhas de interdição possuem organização flexível, de acordo com a
natureza da ação a ser executada (uso de explosivos, sabotagem, manutenção
do terreno etc).
2.3.8.3 Ação no objetivo
2.3.8.3.1 Nas patrulhas de interdição a ação no objetivo transcorrerá de acordo
com a peculiaridade da missão imposta.
2.3.8.3.2 Nas patrulhas de interdição com emprego de técnicas de sabotagem,
o sigilo é fundamental.
2.3.9 PATRULHA DE CONTATO
2.3.9.1 Generalidades
- É a patrulha lançada com a finalidade de estabelecer contato com elementos
amigos.
2.3.9.2 Organização
- O efetivo da patrulha é menor e é conduzido pouco armamento.
2.3.9.3 Ação no objetivo
2.3.9.3.1 Selecionar o ponto designado para o contato ou onde ele pode ocorrer.
2.3.9.3.2 O contato pode ser feito através de ligação pessoal, pela vista ou por
meio do rádio.
2.3.9.3.3 Estabelecer medidas para obtenção do sigilo.
2.3.9.3.4 Evitar o combate decisivo, salvo se estiver imposto na missão.
2.3.9.3.5 Informar, de imediato, o estabelecimento do contato.

2-21
EB70-CI-11.450
2.3.10 PATRULHA DE INQUIETAÇÃO
2.3.10.1 Generalidades
2.3.10.1.1 Uma patrulha de inquietação pode receber as seguintes missões: causar
baixas, dificultar o movimento, perturbar o descanso do inimigo etc.
2.3.10.1.2 Nas operações de Garantia da Lei e da Ordem, uma missão de inquie-
tação impede ou dificulta a reorganização das forças adversas, obrigando as a
se movimentarem constantemente.
2.3.10.2 Organização
2.3.10.2.1 Normalmente, as patrulhas de inquietação possuem um escalão de
segurança reforçado, constituído de vários grupos de segurança.
2.3.10.2.2 O escalão de assalto é definido por grupos de inquietação e apoio de
fogo. Quando a inquietação for feita basicamente pelo fogo, o grupo de apoio de
fogo será reforçado em homens e armamento.
2.3.10.2.3 Em ambiente operacional de difícil visibilidade e consequente dificuldade
de controle, pode se organizar grupos de inquietação e segurança.
2.3.10.3 Ação no objetivo
2.3.10.3.1 As ações são rápidas e agressivas, considerando a própria finalidade
da missão.
2.3.10.3.2 Não é comum o engajamento da patrulha no combate aproximado.
2.3.10.3.3 Quando a finalidade for perturbar o descanso ou dificultar o movimento,
pode-se inquietar pelo fogo.
2.3.10.3.4 A inquietação visando causar baixas pode ser executada pelo fogo,
pelo assalto ou combinação de ambos.
2.3.10.3.5 O emprego de helicópteros favorece as ações de inquietação.
2.3.10.3.6 Bons conhecimentos da montagem de emboscadas imprevistas, bem
como um adestramento das técnicas e ações imediatas, favorecem o cumprimento
da missão.
2.3.11 PATRULHA DE SUPRIMENTO
2.3.11.1 Generalidades
2.3.11.1.1 A patrulha de suprimento tem a missão de suprir uma unidade destaca-
da ou que se encontre em ambientes operacionais sob condições especiais, que
necessite de certos suprimentos, impossibilitados de chegar pelos meios normais.
2.3.11.1.2 A patrulha de suprimento cumpre sua missão de duas formas:
a) forma direta: há contato físico entre o elemento apoiador e o apoiado para a
entrega ou a busca de suprimento. É aconselhável que se estabeleça uma liga-

2-22
EB70-CI-11.450
ção prévia entre o elemento apoiador e o apoiado, facilitando-se a coordenação.
b) forma indireta: através da utilização do suprimento pré-posicionado em local
pré-determinado. Normalmente, não há necessidade de ligação entre a fração
que supre e a fração que se utiliza do suprimento pré-posicionado.
2.3.11.1.3 Além do homem, animais podem ser empregados para auxiliar no
transporte. Viaturas e aeronaves têm seu emprego condicionado pelas vias de
transporte, condições meteorológicas e pela necessidade de manutenção do sigilo
das operações. Tais meios podem ser empregados até determinados pontos ou
áreas, ganhando-se em rapidez e diminuindo o desgaste físico dos patrulheiros,
sem, no entanto, comprometer a segurança e o sigilo da operação em andamento.
2.3.11.1.4 Nos deslocamentos até a área do objetivo, utilizar formações que
possibilitem segurança do pessoal empregado no transporte do suprimento. A
velocidade de deslocamento da patrulha é definida pelos grupos com maior carga.
2.3.11.2 Organização
2.3.11.2.1 A quantidade e o tipo de suprimento a ser transportado, bem como as
distâncias e o ambiente operacional são fatores que influirão decisivamente na
organização da patrulha.
2.3.11.2.2 Forma direta - Poderá ser constituído um escalão de suprimento e segu-
rança, com tantos grupos de suprimento e segurança quantos forem necessários.
Tal organização permitirá que os grupos possam prover sua própria segurança e
facilitará as atividades de rodízio.
2.3.11.2.3 Forma indireta - As patrulhas de suprimento na forma indireta apresen-
tam organização flexível, de acordo com o ambiente operacional, grau de sigilo
exigido e peculiaridades da forma de pré-posicionamento.
2.3.11.3 Ação no objetivo
2.3.11.3.1 Forma direta
a) Prever a ocupação de um ponto de reunião próximo ao objetivo, buscando
contato com a tropa amiga sempre em segurança e ainda com horas de luz.
b) A entrega do suprimento, sempre que possível, segue a seguinte sequência:
1) contato rádio, com autenticação, antes do contato visual;
2) definição do local e direção de aproximação, facilitando o contato para a
troca de senha, caso não tenha sido definido com exatidão;
3) em segurança e no local combinado, realizar a troca de senha e contrassenha
, conforme IE Com Elt; e
4) efetuar a entrega do suprimento.
c) Elementos do escalão de segurança realizam o contato.

2-23
EB70-CI-11.450
2.3.11.3.2 Forma indireta
a) Ocupar um ponto de reunião próximo ao objetivo, identificar a presença ou não
do inimigo, verificar o local do pré-posicionamento, balizando-o, se for o caso.
b) Sendo o suprimento pré-posicionado em área urbana e, havendo a neces-
sidade de realizar contato com elementos existentes no local, o comandante
deverá designar elementos da patrulha para tal missão, devendo evitar realizar
pessoalmente este contato.
c) Caso não haja vias de acesso definidas, a segurança deverá ser circular (em
todas as direções).
d) Em determinadas situações, pode haver a necessidade da realização
de trabalhos de sapa para a instalação de um suprimento pré-posicionado.
e) Em determinadas situações, pode haver a necessidade da eliminação de ves-
tígios e/ou camuflagem do local onde foi pré-posicionado o suprimento.
2.3.12 PATRULHA DE EMBOSCADA
2.3.12.1 Generalidades
2.3.12.1.1 Emboscada é um ataque de surpresa, contra um inimigo em movimento
ou temporariamente parado, desencadeado de posições cobertas, com a finalidade
de destruí-lo, capturá-lo, inquietá-lo ou causar-lhe danos materiais.

Fig 14 - Patrulha executando uma emboscada

2.3.12.1.2 O espaço do terreno onde ela é montada denomina-se local de em-


boscada. Denomina-se área de destruição, a porção do local de emboscada onde
são concentrados os fogos destinados ao alvo.
2.3.12.1.3 A emboscada é altamente eficaz em qualquer tipo de operação por não
exigir a conquista ou manutenção do terreno, permitindo que forças de pequeno
valor destruam forças de maior poder de combate.
2-24
EB70-CI-11.450
2.3.12.2 Fatores que favorecem o êxito de uma emboscada
2.3.12.2.1 Planejamento - Deve ser meticuloso e detalhado, abordando o efetivo
da patrulha, o local da emboscada, o material, a preparação, os ensaios, os des-
locamentos, a ocupação e preparação das posições, a camuflagem, a disciplina
de fogo, o armadilhamento na área de destruição e adjacências, o controle, a
condução da emboscada, o retraimento e a reorganização.
2.3.12.2.2 Controle – Deve ser exercido um controle cerrado sobre a patrulha.
Comunicações adequadas, definição de um sistema de segurança e alerta, ob-
servação constante e conhecimento da situação facilitam o controle. Preparar os
homens, alertando-os da mudança repentina, de uma situação de expectativa
para um estado de agressividade máxima.
2.3.12.2.3 Paciência - É essencial para a manutenção do sigilo durante o tempo de
espera. Normalmente, a patrulha é mantida na posição por muito tempo, exigindo
disciplina e controle do sistema nervoso. A espera não deve ser muito prolongada,
pois acarretará um desgaste físico ou psicológico da tropa emboscante. Para que
se reduza tal desgaste, é necessário que se planeje um rodízio dos homens em
prontidão, entretanto, há casos históricos de longas esperas.
2.3.12.2.4 Camuflagem – É um fator de grande importância para a obtenção da
surpresa. É importante que sejam mantidas as características e a fisionomia do
terreno.
2.3.12.2.5 Informações sobre o inimigo – O comandante da patrulha recebe todas
as informações disponíveis sobre o inimigo, tais como: efetivo, natureza e direção
de deslocamento. Essas informações são essenciais para o êxito da emboscada.
2.3.12.2.6 Seleção do local – O local ideal é aquele que oferece o máximo de
vantagens para a tropa emboscante nos aspectos observação e campos de tiro,
cobertas e abrigos, obstáculos, acidentes capitais e vias de acesso. O inimigo deve
ter observação limitada, campos de tiro reduzidos, ficar descoberto e deparar-se
com obstáculos que restrinjam seu movimento, canalizando-o para a área de
destruição. Desfiladeiros, gargantas, cursos d’água, barrancos ou aclives são
acidentes do terreno que favorecem a montagem de uma emboscada. O emprego
de obstáculos artificiais (concertinas, armadilhas etc), ajudam a causar baixas e
diminuem a capacidade de reação do inimigo. A criatividade do comandante da
patrulha influi positivamente na adequação tática do local da emboscada. Deve-se
ter o cuidado de não deixar marcas ou vestígios que possam denunciar o local
da emboscada.
2.3.12.2.7 Surpresa – Obtém-se pelo sigilo, pela camuflagem e pela paciência.
2.3.12.2.8 Rapidez – Aplicá-la, aproveitando o impacto da surpresa.
2.3.12.2.9 Fogo Violento – É o emprego do máximo volume de fogos, num pe-
queno espaço de tempo.
2-25
EB70-CI-11.450
2.3.12.2.10 Simplicidade – O planejamento e a condução das ações devem ser
os mais simples possíveis. A simplicidade permite uma maior flexibilidade em
qualquer conduta.
2.3.12.2.11 Adestramento – Adquirido através da instrução teórica e prática, fa-
vorecendo a aplicação eficaz das técnicas de emboscada.
2.3.12.2.12 Ensaio das ações – O ensaio, executado com o máximo de realidade,
é condição fundamental para a atuação coordenada dos escalões e grupos nas
diversas fases da missão de emboscada.
2.3.12.3 Classificação das emboscadas
2.3.12.3.1 Geral
a) Emboscada de ponto - Caracteriza-se pela existência de uma única área de
destruição, baseada em informes precisos sobre o inimigo.
b) Emboscada de área - Consiste em várias emboscadas de ponto sob um coman-
do único, ao longo dos diversos itinerários de acesso ou retraimento do inimigo.
2.3.12.3.2 Quanto aos dados sobre o alvo
a) Emboscada deliberada - É planejada especificamente para um determinado
alvo. Necessita de dados detalhados sobre o inimigo.
b) Emboscada de oportunidade - Os dados disponíveis não permitem um pla-
nejamento detalhado antes da partida. São preparadas para atacar um alvo
compensador.
2.3.12.4 Organização

Fig 15 - Organograma de uma patrulha de emboscada

2.3.12.4.1 Considerações básicas


a) A montagem de uma emboscada depende da finalidade da operação, do ini-
migo a ser emboscado, do local escolhido e dos meios disponíveis. Um estudo
de situação adequado facilita a decisão do comandante.
2-26
EB70-CI-11.450
b) O efetivo e o dispositivo da tropa emboscante é um fator preponderante nas
ações de uma emboscada.
2.3.12.4.2 Escalão de Segurança
a) Grupo de Proteção
1) Tem por finalidade impedir ou retardar o envio de reforços inimigos para o
local da emboscada. Ocupa posições ao longo das prováveis vias de acesso,
podendo preparar pequenas emboscadas com objetivo de retardar o inimigo.
2) O grupo de proteção deve planejar suas emboscadas e estar em condições
de atuar em emboscadas imprevistas. Outra missão do grupo é proteger o retrai-
mento da patrulha. Para isto, deve-se colocar em locais onde possa bater, pelo
fogo, o local da emboscada e os itinerários de retraimento. Quando a forma do
terreno dificultar a proteção adequada ao retraimento, o grupo deve atuar para
desengajar o escalão de assalto, se for o caso.
b) Grupo de Vigilância
1) Tem por missão informar a aproximação do inimigo, identificando e levantando
outros dados sobre a sua situação (valor, dispositivo etc).
2) Como meio de comunicação deve usar telefone, a sinalização visual e/ou
mensageiro (eventualmente o rádio).
3) Nas patrulhas de pequeno efetivo, a missão de vigilância pode ser cumprida
pelo grupo de proteção.
c) Grupo de Acolhimento
1) Sua missão é guardar o Ponto de Reunião Próximo do Objetivo (PRPO), onde
a patrulha se reorganizará, após a emboscada. Permanece em posição durante
toda a operação. O comandante do grupo deve tomar as medidas necessárias
para evitar incidentes. O conhecimento da localização geral da patrulha, do sistema
de segurança, das comunicações e das possíveis evoluções da situação tática,
favorece o cumprimento da missão.
2) É importante que os integrantes do grupo tenham perfeito conhecimento da
utilização da senha e contrassenha .
2.3.12.4.3 Escalão de Assalto
a) Grupo de Bloqueio
1) Tem por finalidade impedir que o inimigo emboscado saia da área de des-
truição. Cumpre esta missão lançando obstáculos, executando fogos, dificultando
ou impedindo a progressão do inimigo.
2) Realiza o trabalho de lançamento de obstáculos juntamente com o Grupo
de Assalto.

2-27
EB70-CI-11.450

b) Grupo de Apoio de Fogo


1) Organizado quando houver a previsão do combate corpo-a-corpo.
2) Tem por finalidade apoiar, pelo fogo, a ação do Grupo de Assalto.
c) Grupo de Assalto
1) É aquele que executa a ação principal da emboscada. O assalto pode ser
realizado pelo fogo, pela ação física direta contra o inimigo ou por ambos.
2) A ação do grupo de assalto é definida pela missão (inquietar, obter supri-
mentos, causar baixas etc). A distribuição dos setores de tiro deve ser uma das
principais preocupações do comandante do grupo.
3) Em qualquer situação, o grupo de assalto age com o máximo de violência
e rapidez.
4) É o responsável pela preparação e lançamento dos obstáculos.
d) Grupo de Tarefas Essenciais
- Constituído de várias equipes ou grupos, todos com tarefas impostas pela
missão (matar, destruir, capturar pessoal, capturar material, resgatar, etc).
e) Grupo de Comando
- Tem organização, atribuições e conduta semelhantes aos diversos tipos de
patrulha.
2.3.12.5 Formações
2.3.12.5.1 Considerações Básicas - O dispositivo adequado da tropa, aproveitan-
do ao máximo as características do terreno no local da emboscada, proporciona
vantagens táticas para o cumprimento da missão. Em função do terreno, do
inimigo, da missão, do efetivo e dos meios disponíveis, pode-se empregar uma
das formações descritas a seguir.
2.3.12.5.2 Flanqueamento Simples

Fig 16 - Flanqueamento simples

2-28
EB70-CI-11.450

a) Dispositivo simplificado.
b) Necessita de terreno com elevação em apenas um dos lados.
c) Possibilita o emprego conjunto de todas as armas.
d) Utiliza um só itinerário de retraimento.
e) Facilita o controle.
2.3.12.5.3 Em L

Fig 17 - Emboscada em L

a) Utiliza terreno com curva e aclive.


b) Possibilita o emprego conjunto de todas as armas.
c) Emprega um só itinerário de retraimento.
d) Facilita o controle.
e) Ataca o inimigo à frente e por um dos flancos.
2.3.12.5.4 Em U

Fig 18 - Emboscada em U

a) Exige terreno que ofereça posição de tiro de cima para baixo.


b) Necessita de grande potência de fogo.
c) Dificulta a reação do inimigo.
2-29
EB70-CI-11.450

d) Utiliza mais de um itinerário de retraimento.


e) Dificulta o controle.
f) É importante conhecer a direção de progressão do inimigo.
2.3.12.5.5 Frontal

Fig 19 - Emboscada frontal

a) Necessita de grande potência de fogo.


b) É eficaz nas ações de retardamento.
c) Possibilita a entrada em posição para nova emboscada.
2.3.12.5.6 Em V (uma variante da frontal)

Fig 20 - Emboscada em V

a) Muito empregada em ambiente com restrições de visibilidade (selva).


b) Necessita de muita coordenação, principalmente dos fogos.
c) A abertura do V é favorecida quando se conhece a direção de aproximação
do inimigo.

2-30
EB70-CI-11.450

2.3.12.5.7 Minueto

Fig 21 - Minueto

a) Exige tropa altamente treinada.


b) O terreno influi na escolha do local.
c) Confunde totalmente o inimigo, dificultando sua reação.
d) É empregada contra um inimigo forte.
e) Proporciona boa observação e campos de tiro.
f) Dificulta o controle.
g) Utiliza mais de um itinerário de retraimento.
h) Conduta: quando o inimigo estiver na área de destruição, desencadeia se o
fogo da área 01, o inimigo contra-ataca e a força da área 01 retrai, sendo aberto
neste momento, o fogo de outra área e assim sucessivamente, até que o inimigo
tenha sido destruído completamente.
2.3.12.5.8 Flanqueamento Duplo

Fig 22 - Flanqueamento duplo

2-31
EB70-CI-11.450

a) Semelhante à emboscada em U.
b) Pode ser desencadeada independente da direção de aproximação do inimigo.
2.3.12.5.9 Circular

Fig 23 - Emboscada circular

- É, normalmente, empregada quando não se sabe a direção de aproximação


do inimigo, mas se tem a certeza de que ele passará pelo local da emboscada.
Monta-se uma emboscada em 360° com os setores de tiro voltados para a periferia.
2.3.12.5.10 Em Rodamoinho
a) Empregada em cruzamento de estradas.
b) Não se conhece a direção de aproximação do inimigo.
c) A tropa é colocada em quadrantes opostos.

Fig 24 - Emboscada em rodamoinho

2-32
EB70-CI-11.450
2.3.12.5.11 Com Isca
- A isca deve ser dotada de grande mobilidade e ter condições de retrair para
uma posição abrigada.
2.3.12.6 Conduta de uma emboscada

Fig 25 - Emboscada com isca

2.3.12.6.1 Considerações básicas


a) Depende, principalmente, de sua finalidade (inquietação ou destruição) e das
informações sobre o inimigo (deliberada ou imprevista).
b) Deve seguir um faseamento para o desencadeamento das ações.
2.3.12.6.2 Faseamento de uma emboscada.
a) Sequência de Ocupação do Local de Emboscada
1) Grupos de Vigilância
2) Grupos de Proteção
3) Grupo de Assalto
4) Grupos de Bloqueio
b) Preparação
1) Após a ocupação da posição pelos Grupos de Vigilância e Proteção, os
demais grupos já estarão em segurança para desencadear a preparação do local
da emboscada.
2) Lançamento de:
- fios para comunicação (grupo de vigilância);
- obstáculos balizados além e aquém da área de destruição (grupo de as-
salto); e

2-33
EB70-CI-11.450
- obstáculos perpendiculares à direção de aproximação do inimigo (grupo
de bloqueio).
c) Alerta e identificação
- Realizado pelo grupo de vigilância. Após tomar conhecimento, o comandante
da patrulha, através de um sistema silencioso (ligação por meio fio), retransmite
os dados aos patrulheiros.
d) Desencadeamento dos fogos (abrir fogos)
- Conforme o planejamento e, normalmente, mediante sinal do comandante da
patrulha. O inimigo, nesse momento, deve estar numa situação em que os fogos
lhe causem o maior número de baixas possíveis.
e) Cessar fogo
- Obedecendo ao planejado ou mediante ordem do comandante da patrulha.
Cessado os fogos, tem início o assalto.
f) Assalto
- Rápido e agressivo, cumprindo a finalidade da missão.
g) Retraimento do grupo de assalto mediante um sinal do comandante do grupo
de assalto e com a cobertura do grupo de proteção.
h) Retraimento geral
- Retrai primeiro o escalão de assalto e depois o(s) grupo(s) de proteção.
Normalmente, a patrulha se reorganiza em um ponto de reunião, guardado pelo
grupo de acolhimento.
- É importante que este itinerário de retraimento seja balizado.
2.3.12.7 Causas de fracasso de uma emboscada
a) Ruídos de engatilhamento;
b) Disparos prematuros;
c) Má camuflagem (seja individual ou das posições);
d) Falta de segurança em todas as direções;
e) Incidentes de tiro com o armamento;
f) Emprego incorreto dos sinais convencionados;
g) Apoio de fogo deficiente;
h) Despreparo psicológico dos homens; e
i) Atuação lenta e pouco agressiva.
2.3.12.8 Observações para montagem das emboscadas
a) Não dividir o comando.

2-34
EB70-CI-11.450
b) Assegurar-se de que cada homem está perfeitamente familiarizado com sua
função e com a missão que recebeu.
c) Fazer o plano de fogos, de forma a cobrir toda a área de destruição, bem como
as prováveis vias de retraimento do inimigo.
d) Determinar rigorosa disciplina de luzes e ruídos, proibindo qualquer barulho
ou qualquer ponto luminoso.
e) Proibir que os homens fumem.
f) Determinar aos homens que atirem para baixo. Um ricochete é menos danoso
do que um tiro que não acerta um alvo (precisão e segurança).
g) Fazer uma escala para os elementos de segurança, quando o período de
espera for longo.
h) Inspecionar as posições, locais armadilhados e verificar se estão balizados para
o assalto e retraimento dos grupos, verificando, principalmente, a camuflagem e
os setores de tiro.
i) Definir locais específicos para as necessidades fisiológicas e balizá-los.
j) Lançar um dispositivo de armadilhas com granadas de mão, a fim de impedir a
saída do inimigo da área de destruição.
k) Posicionar-se onde melhor possa observar a área de destruição e controlar a
ação.

2.4 TÉCNICAS DE AÇÃO NO OBJETIVO


2.4.1 GENERALIDADES
2.4.1.1 Conjunto de técnicas que permitem a ação em objetivos de missões de
reconhecimento e de combate, primando pela rapidez, agressividade, coorde-
nação e controle, isto tudo com o máximo de sigilo possível, a fim de manter a
surpresa da ação.
2.4.1.2 Compreensão de Ação no Objetivo
- Entende-se, portanto, por “Ação no Objetivo” todas as ações realizadas pela
patrulha, desde a conclusão da ocupação do PRPO, até a reorganização da
Patrulha para o início da exfiltração, atividades estas que podemos distinguir em
cinco fases distintas, a seguir descritas:
2.4.1.2.1 Reconhecimento aproximando
- Atividade na qual o Cmt da Patrulha, juntamente com alguns elementos-chave
da patrulha, se desloca para uma ou diversas posições de interesse nas proxi-
midades da área do objetivo, com a finalidade de confirmar dados de interesse
para o posicionamento dos Gp e para o desencadeamento da ação do escalão
2-35
EB70-CI-11.450
de assalto sobre o objetivo.
2.4.1.2.2 Tomada do Dispositivo
- É o deslocamento realizado a partir do PRPO, através do qual, de maneira coor-
denada, os escalões, grupos e H com funções especiais ocupam suas posições
no terreno para desencadeamento da ação no objetivo.
2.4.1.2.3 Ação no Objetivo
- É o momento no qual os grupos do Escalão de Assalto, juntamente com alguns
elementos com funções especiais, agem diretamente sobre a área do objetivo,
buscando cumprir as tarefas essenciais e complementares extraídas da missão
dada pelo Esc Superior.
2.4.1.2.4 Retraimento para o PRPO
- Nesta fase os escalões, grupos e homens com funções especiais abandonam
de maneira coordenada a posição onde estavam para o cumprimento da missão
e retraem para um PRPO a fim de procederem a próxima fase da Aç Obj.
2.4.1.2.5 Reorganização
- Caracteriza-se pelo cheque de baixas, armamento, munição e equipamento,
possibilitando o início do regresso da fração.
2.4.1.3 Podem ocorrer situações nas quais alguns fatores podem contribuir
para que não seja possível a realização do Reconhecimento aproximado:
a) Premência de tempo para o cumprimento da missão.
b) Risco excessivo de quebra do sigilo.
c) Exposição prematura da patrulha.
2.4.1.4 Nesse caso, a conduta deverá ser planejada buscando simplicidade,
coerência e segurança, de acordo com o entendimento do Cmt Pa.
2.4.1.5 A seguir um exemplo de linha de ação que pode ser usada como
base para a decisão do Cmt Pa em casos de impossibilidade de realizar o
reconhecimento aproximado
2.4.1.5.1 Estando no PRPO e verificando a total impossibilidade da realização do
reconhecimento aproximado, o Cmt lançará os grupos de segurança, podendo
de acordo com a situação liberá-los simultaneamente, e desdobrará o Escalão
de Assalto no terreno.
2.4.1.5.2 Na sequência progredirá com o Escalão Assalto até a posição de as-
salto, já na área do objetivo, quando iniciará o “investimento” sobre o objetivo de
acordo com o planejado.
2.4.1.5.3 Dito isto, deve-se levar em consideração alguns aspectos:
a) O deslocamento do Escalão de Assalto desdobrado acarreta grande risco da
2-36
EB70-CI-11.450
aproximação da fração ser percebida pela tropa inimiga.
- Cresce de importância, portanto, a observância dos aspectos básicos de
instrução individual para minimizar esses problemas.
b) Apesar de facilitar o emprego da fração em caso de um contato fortuito ou mes-
mo quebra do sigilo, pois a mesma já estará desdobrada, durante a progressão
em si, a coordenação do comando e controle será bastante dificultada.
- O adestramento da tropa (progressão diurna e noturna, técnicas de tiro, téc-
nicas de assalto, TAI, etc) e o emprego de meios de C2 eficientes (sinais e gestos
convencionados e uso de Eqp Rad) contribuirão para minimizar esta problemática.
2.4.1.6 As Técnicas de Ação no Objetivo podem ser empregadas de duas
formas:
a) TAO I - realiza-se o reconhecimento aproximado.
b) TAO II - não se realiza o reconhecimento aproximado.
2.4.2 ASPECTOS RELEVANTES DAS TÉCNICAS DE AÇÃO NO OBJETIVO
2.4.2.1 Aproximação e ocupação sigilosa do dispositivo para o assalto
2.4.2.1.1 Instrução individual
a) O passo em deslocamento a pé – “pisada de onça” - As técnicas utilizadas para
progredir, próximo ao inimigo, seguem os mesmos preceitos previstos no manual
de instrução individual básica (C.21/74).
b) Entretanto, o combatente que se deslocar no interior da Selva, deverá realizar
as seguintes adaptações:
1) Ao caminhar, deverá tomar o cuidado para não pisar em galhadas caídas
no terreno.
2) Podendo utilizar a ponta do pé para afastar os galhos e gravetos, antes de
apoiar totalmente o seu corpo na sua perna (passo da onça).
3) Mesmo cuidado deverá ser tomado ao engatinhar, utilizando uma das mãos
para limpar o caminho.
4) A bandoleira deverá estar ajustada de modo que o combatente possa con-
duzir seu armamento com apenas uma das mãos.
c) Sinais e gestos (principais a serem treinados - An E):
1) em frente;
2) alto/congelar;
3) mais rápido/ mais lento;
4) armadilha;
5) ferido/morto;

2-37
EB70-CI-11.450
6) inimigo;
7) objetivo/clareira;
8) arma travada/destravada;
9) ver/verificar;
10) PRPO;
11) chamar a atenção;
12) transposição de obstáculo;
13) assaltar;
14) fogo (atirar);
15) cessar fogo (parar de atirar);
16) números (1,10,100, etc.);
17) entendido;
18) aguardar na posição;
19) engatilhar;
20) trilha/caminho/estrada;
21) igarapé/rio;
22) alimentar/carregar;
23) abrigo/construção.
2.4.2.1.2 Comando e controle
a) Deve se buscar utilizar ao máximo os sinais e gestos convencionados para se
manter o comando e controle por ocasião da tomada do dispositivo.
b) Meio rádio - geralmente é utilizado entre os grupos separados por ocasião da
tomada do dispositivo, ação no objetivo e retraimento para o PRPO.
2.4.2.1.3 Surpresa
a) Deve procurar a surpresa por todos os modos.
b) Toda a ação no objetivo deve ser planejada para que venha a surpreender o
oponente de diversas formas.
c) Quanto maior a quantidade de ações que causem surpresa no oponente, maior
será a confusão em suas ações de defesa e contra-ataque.
2.4.2.1.4 Sigilo x Proximidade do Objetivo
a) A manutenção do sigilo é fundamental para que a patrulha consiga aproximar-
-se ao máximo do objetivo e se posicionar para a ação.

2-38
EB70-CI-11.450
b) Para isso, alguns cuidados devem ser tomados:
1) Deve-se cumprir todos os princípios da camuflagem.
2) Deve-se ter cuidado com o barulho provocado pelo deslocamento do pessoal.
3) Deve-se aproveitar todos os ruídos que possam distrair ou atrapalhar a au-
dição do inimigo, para nos deslocar (chuvas, ventanias, córregos, etc.).
4) Deve-se cumprir rigorosa disciplina de luzes e ruídos.
5) Deve-se parar frequentemente para ouvir, cheirar, se orientar (POCO).
2.4.2.1.5 Assalto
a) O assalto não pode ser desordenado, o que acontece quando a tropa não
possui elevado nível de adestramento.
b) Para que isso não aconteça, deve-se ensaiar esta ação repetidas vezes.
c) Um assalto bem executado evita fratricídio, eleva o moral da patrulha e sur-
preende o oponente.
d) A patrulha deve buscar no assalto:
1) disciplina de tiros (que homem atira onde e quantas vezes);
2) controle e segurança, procurando evitar fratricídio;
3) rapidez;
4) cobertura entre os homens;
5) agressividade; e
6) coordenação de ação.
2.4.2.2 Técnicas de Assalto
2.4.2.2.1 O assalto tem por propósito conquistar o objetivo, destruindo ou neutra-
lizando (mesmo que temporariamente) a resistência inimiga.
2.4.2.2.2 O assalto deve ser potente e rápido. Um vacilo ou indecisão do grupo
de assalto, diante de uma resistência inesperada do inimigo, pode frustrar toda a
ação no objetivo e, em consequência, o cumprimento da missão.
2.4.2.2.3 Os fogos executados durante o assalto devem ser precisos, a fim de
torná-lo eficiente. Isso só será possível mediante um eficaz adestramento e en-
saios exaustivos.
2.4.2.2.4 O grupo de assalto deve valer-se ao máximo do uso de granadas e fu-
mígeno. Alguns homens do grupo de assalto devem ser designados para manter
uma cadência regular de tiro, a fim de manter um volume constante de fogos e
obter um recobrimento de tiros durante as trocas de carregadores.

2-39
EB70-CI-11.450
2.4.2.2.5 Outros grupos (particularmente o de tarefas essenciais) que sucedem
o grupo de assalto na sequência da ação no objetivo, devem se posicionar no
terreno (distância/cobertas e abrigos) de forma que, preferencialmente, não se
engajem nos fogos do assalto.
2.4.2.2.6 A posição coberta (se possível abrigada) no terreno, a partir da qual o
grupo de assalto, dentro do dispositivo adotado, desencadeia sua ação, chama-
-se posição de assalto.
- Ela deve estar o mais próximo possível do objetivo, sem comprometer o sigilo.
- Deve também ser definida no planejamento detalhado, por intermédio do estudo
da carta, fotos, esboços e quaisquer outros dados então disponíveis. Na área do
objetivo, o comandante de patrulha, juntamente com os comandantes do escalão
e do grupo de assalto, deve, durante o reconhecimento aproximado, ratificá-la
ou retificá-la.
2.4.2.2.7 Em seu planejamento, o comandante de patrulha deve definir qual a me-
lhor forma de assaltar o objetivo é ensiná-la exaustivamente. O assalto pode ser:
a) contínuo
- Quando o grupo de assalto abandona a posição de assalto em um movimento
contínuo atinge o objetivo.
b) por lanços
- Quando o grupo de assalto se subdivide em equipes, que abandonam a
posição de assalto e avançam para o objetivo realizando lanços alternados, pro-
porcionando entre si uma base de fogos para a progressão (fogo e movimento /
“marcha do papagaio”).
c) misto
- Quando o terreno ou a resistência inimiga apresenta alteração significativa,
sugerindo a alteração do assalto por lanços para o assalto contínuo, ou vice-versa.
d) em sigilo
- Quando o grupo de assalto abandona a posição de assalto e inicia seu desloca-
mento na direção do inimigo sem ser percebido. Nesse caso, o desencadeamento
dos fogos só ocorrerá quando houver a quebra do sigilo ou mediante ordem.
e) pelo fogo
- Quando, devido à proximidade da posição de assalto do objetivo, o grupo
de assalto não a abandona, realizando a neutralização definitiva da resistência
inimiga exclusivamente pelo emprego de seu armamento.
2.4.2.3 Retraimento para o PRPO
- É de suma importância que a fração esteja em condições de realizar o retraimento
sob “pressão” (fogo inimigo). Ressaltando as Técnicas de Ações Imediatas (TAI).

2-40
EB70-CI-11.450
2.4.2.4 Reorganização
- Nessa fase se exalta a necessidade de um bom treinamento em situações de
contingências, por advento da possibilidade de ocorrer baixas na patrulha no
transcorrer da ação do objetivo.
2.5 INFILTRAÇÃO
2.5.1 GENERALIDADES
2.5.1.1 As patrulhas podem utilizar os seguintes processos de infiltração:

Tab 1 - Processos de infiltração

2.5.1.2 As ações de patrulha podem ser executadas em território amigo, em ter-


ritório inimigo ou em território sob controle do inimigo.
2-41
EB70-CI-11.450
2.5.1.3 As ações de entrada em território inimigo ou sob controle do inimigo exigem
a aplicação de processos de infiltração.
2.5.1.4 A infiltração consiste em uma técnica de movimento através, em torno ou
sobre posições inimigas, realizada de modo furtivo, com a finalidade de concen-
trar pessoal e/ou material em área hostil ou sob controle do inimigo, visando a
realização de ações militares.
2.5.1.5 Independente do processo utilizado, a infiltração exigirá do comandante da
patrulha um planejamento meticuloso, considerando-se os fatores da decisão e as
possíveis situações de contingência. Nesse planejamento devem ser consideradas
as medidas de coordenação e controle específicas dos diversos processos de
infiltração, tais como: faixas de infiltração, linhas e/ou pontos de controle, áreas
de reagrupamento, pontos de reunião no itinerário, pontos de transbordo etc.
2.5.1.6 Um ensaio criterioso das ações e das possíveis situações de contingên-
cia é condição fundamental para o sucesso da infiltração, pois improvisações no
território inimigo ou sob controle deste podem comprometer a missão.
2.5.1.7 Algumas das modalidades de infiltração, em função de sua especificidade,
exigirão dos integrantes da patrulha um elevado grau de adestramento.
2.5.1.8 Para as ações de exfiltração são utilizados os mesmos processos e mo-
dalidades da infiltração.

2.6 BASE DE COMBATE, BASE DE PATRULHA, ÁREA DE REUNIÃO E ÁREA


DE REUNIÃO CLANDESTINA
2.6.1 CONCEITOS
2.6.1.1 Base de combate
2.6.1.1.1 Ponto forte que se estabelece na área de combate ou de pacificação
de uma força em operações na selva, em operação de pacificação e em certas
operações em áreas autônomas para assegurar o apoio logístico, proporcionar a
ligação com os elementos subordinados e superior, acolher e despachar tropas
e garantir a duração na ação.
2.6.1.1.2 É instalada pelo batalhão ou companhia para se constituir em pontos
de concentração dos seus órgãos de comando e de apoio, de sua reserva e de
outras frações não empenhadas nos patrulhamentos ou encarregadas da segu-
rança da base.
2.6.1.1.3 A reserva, normalmente, deve possuir grande mobilidade.
2.6.1.1.4 Há um equilíbrio entre as medidas de segurança e administrativas.

2-42
EB70-CI-11.450
2.6.1.2 Base de patrulha
2.6.1.2.1 Local de uso temporário na área de combate de companhia, a partir da
qual o pelotão ou grupo de combate executa ações de patrulha, reconhecimento
ou combate. Área oculta na qual se acolhe a patrulha de longa duração por curto
prazo para se refazer, se reorganizar e dar prosseguimento ao cumprimento da
missão.
2.6.1.2.2 O tempo de ocupação, normalmente, não deverá ultrapassar 48 (quarenta
e oito) horas, por medida de segurança e sigilo.
2.6.1.2.3 As bases de patrulhas são instaladas por pelotões.
2.6.1.2.4 Geralmente, delas se irradiam pequenas patrulhas.
2.6.1.2.5 As medidas de segurança e táticas prevalecem sobre as medidas ad-
ministrativas.
2.6.1.2.6 As patrulhas não deverão utilizar a mesma base duas vezes, dependendo
da situação tática.
2.6.1.3 Área de reunião e área de reunião clandestina
2.6.1.3.1 Destina-se ao pernoite de final de jornada ou à dissimulação da patrulha
durante o dia, quando, taticamente, isso for necessário.
2.6.1.3.2 Prevalecem as medidas de segurança, adequadas em função do efetivo
da patrulha e do ambiente operacional.
2.6.1.3.3 A instalação de uma área de reunião é semelhante a uma base de pa-
trulha, sendo restritas as medidas administrativas.
2.6.1.3.4 Quando esta área de reunião for localizada em ambiente sob o controle
do inimigo é denominada área de reunião clandestina. Cabe ressaltar que nesta
área, as medidas administrativas são quase inexistentes, tendo em vista o volume
das atividades inimigas e o consequente risco de a patrulha ser percebida.
2.6.2 SELEÇÃO DO LOCAL DA BASE DE PATRULHA
2.6.2.1 O planejamento, o estudo da carta e de fotografias aéreas indicam os
melhores locais para a instalação da base de patrulha.
2.6.2.2 A escolha na carta deve ser confirmada no terreno, antes da ocupação.
Prever um outro local, como opção.
2.6.2.3 Na escolha do local, observa-se os aspectos a seguir.
2.6.2.3.1 Missão da patrulha.
2.6.2.3.2 Dissimulação e segurança do local.
2.6.2.3.3 Possibilidade do estabelecimento das comunicações necessárias.
2.6.2.3.4 Necessidade de suprimento aéreo. A área de lançamento não deve
comprometer a localização da base. Havendo mais de um lançamento, prever

2-43
EB70-CI-11.450
outras áreas. A noite é favorável ao lançamento.
2.6.2.3.5 Adequabilidade da área. Considerando o ambiente operacional, escolher
um terreno seco e bem drenado é de pouco valor tático. As medidas de segurança
preterem as medidas administrativas da patrulha.
2.6.2.3.6 Proximidade de uma fonte de água, sempre que possível.
2.6.3 FASES DA INSTALAÇÃO DE UMA BASE DE PATRULHA
2.6.3.1 Definido o local da base, o planejamento e a preparação da instalação,
normalmente, seguem a sequência abaixo:
a) aproximação da base;
b) reconhecimento;
c) ocupação;
d) estabelecimento de um sistema de segurança;
e) medidas administrativas;
f) inspeções;
g) evacuação da base.
2.6.3.2 Aproximação e reconhecimento.
2.6.3.2.1 Evitar regiões habitadas.
2.6.3.2.2 Observar ao máximo a disciplina de ruídos.
2.6.3.2.3 Aproveitar judiciosamente o terreno.
2.6.3.2.4 A patrulha abandona a direção de marcha em ângulo reto e faz um
alto-guardado, numa posição coberta e abrigada, próxima do local escolhido
para a base. A distância, considerando o ambiente operacional, deve permitir a
visualização da base e o apoio mútuo entre os elementos do reconhecimento e
os que permanecem no alto-guardado.
2.6.3.2.5 Reconhecimento do local exato pelo comandante da patrulha acompa-
nhado pelos comandantes de escalões e/ou grupos, radioperador e mensageiro
da patrulha.
- Cada comandante de grupo leva um homem, que será o guia posteriormente.
2.6.3.2.6 Designação pelo comandante da patrulha, após reconhecimento, do
ponto de entrada da base, que será o ponto das 6 horas pelo processo do relógio.
Em seguida, o comandante da patrulha desloca-se para o interior da base e define
o centro (PC) e o ponto das 12 horas.
- Os pontos 6 e 12 horas são definidos por referências que se destacam no am-
biente.

2-44
EB70-CI-11.450
2.6.3.2.7 Não tendo a patrulha uma NGA de ocupação, do centro da base, o co-
mandante designa os setores para os grupos, utilizando-se do processo do relógio.
2.6.3.2.8 Posteriormente, os comandantes subordinados reconhecem os seus
setores, verificam sua situação no terreno e retornam para junto do comandante
de patrulha, que se encontra no centro da base.
2.6.3.2.9 Os comandantes de grupo permanecem na entrada da base, aguardando
a chegada da patrulha, que deverá se aproximar orientada pelos guias.
2.6.3.3 Ocupação da base de patrulha
2.6.3.3.1 O início da ocupação, propriamente dita, deve ser feito com alguma
luminosidade, antes do escurecer, visando à preparação correta do sistema de
segurança. A ocupação durante a noite é dificultada pelas condições de visibili-
dade para os reconhecimentos, identificação do terreno e escolha das posições.
2.6.3.3.2 O emprego criterioso das NGA de ocupação de uma base de patrulha
ou área de reunião aumentará o sigilo e proporcionará mais segurança à patrulha.

Fig 26 - Base de patrulha

2.6.3.3.3 A Falsa Base


- Uma falsa base, prevista para iludir o inimigo quanto a localização da base
principal, pode ser ocupada, quando o comandante da patrulha tiver suspeitas
de perseguição. A falsa base, localizada próxima da região da base principal,
funcionará como um segundo alto-guardado e sua ocupação será idêntica à da
base principal.
a) O comandante da patrulha, seu rádio-operador/mensageiro, juntamente com
os comandantes de grupo e seus guias, deslocam-se para o reconhecimento da
falsa base.
2-45
EB70-CI-11.450
b) Os guias retornam e a patrulha é conduzida pelo subcomandante até a entrada
da falsa base.
c) Procede-se, normalmente, a ocupação.
d) Visando ganhar tempo diurno, enquanto a patrulha se instala na falsa base
o comandante da patrulha, juntamente com os elementos de reconhecimento,
partem para a base principal, dando início a segunda fase da instalação que é o
reconhecimento.
e) O subcomandante responde pela patrulha na falsa base até conduzi-la para a
entrada da base principal, onde se encontra o comandante.
2.6.3.3.4 Mecânica da ocupação da base principal:
a) após o reconhecimento da base principal e o retorno dos guias ao local do
alto-guardado ou da falsa-base, cada comandante de grupo permanecerá na
entrada da base principal, onde aguardará a chegada de sua fração e a conduzirá
pela linha 6-12 horas até atingir o limite esquerdo de seu setor e, em seguida,
posicionar os homens até o limite direito.
- Cada homem tem que conhecer a localização de quem está ao seu lado,
à frente e à retaguarda, bem como saber as rotas de qualquer movimentação
prevista, dentro e fora da área base.
b) o grupo de comando dirige-se para o PC, no centro da base.
c) o comandante verifica o perímetro da base e determina alterações se julgá-las
necessárias.
d) os comandantes dos grupos reconhecem o terreno à frente do seu setor, defi-
nindo as posições dos postos de vigilância e de escuta, conforme planejamento
do comandante da patrulha.
e) o comandante de grupo ocupa uma posição em seu setor onde possa melhor
controlar seus homens e ligar-se, visualmente, com o comandante da patrulha.
- Havendo restrições, em função do ambiente operacional, adaptar as ligações
por quaisquer meios disponíveis.
2.6.3.3.5 Base alternativa
a) É uma medida de segurança que funciona como um ponto de reunião, dando
flexibilidade ao comandante da patrulha, caso a base principal seja atacada.
b) Iniciada a ocupação da base principal e transmitidas as ordens aos homens, o
comandante da patrulha acompanhado do seu rádio-operador/ mensageiro, dos
comandantes de grupo e guias, partem para o reconhecimento da base alternativa.
- É interessante que sejam reconhecidas no mínimo duas bases alternativas
em sentidos opostos.
c) O comandante da patrulha deve estudar as prováveis direções de atuação

2-46
EB70-CI-11.450
do inimigo e definir um mínimo de rotas de fuga para a(s) base(s) alternativa(s).
- As rotas são opostas às prováveis direções de atuação do inimigo e dirigidas
para a(s) base(s) alternativa(s). Normalmente, dois guias são designados para
cada rota selecionada. Um orienta o grosso da patrulha e o outro aguarda o grupo
que faz face ao inimigo.
d) Os comandantes de grupo e os guias partem para o reconhecimento pelas
rotas de provável utilização até a entrada da(s) base(s) alternativa(s).
- Os itinerários são amarrados por azimutes ou balizados por quaisquer meios.
e) Na(s) base(s) alternativa(s) o comandante define os setores dos grupos. Con-
siderando o fator tempo, esta ocupação será semelhante a de um alto-guardado,
com redobradas medidas de segurança.
f) Após o reconhecimento, o comandante e sua equipe retornam à base principal,
onde o subcomandante deu andamento aos trabalhos de ocupação.
g) O comandante da patrulha realiza uma inspeção na base principal.
h) Os comandantes de grupo informam aos homens o plano de evacuação da
base (itinerário de evacuação, o setor do grupo, o que fazer ao chegar na(s)
base(s) alternativa(s) etc).
- Na jornada seguinte, caso a situação tática permita, e mediante ordem do
comandante, os demais integrantes da patrulha poderão reconhecer os itinerários
para a(s) base(s) de alternativa(s).
2.6.3.3.6 Dispositivo descentralizado - Eventualmente, a base de patrulha pode
ser instalada com um dispositivo descentralizado, diferente do preconizado na
Fig anterior.
- Nesse caso, alguns procedimentos específicos deverão ser adotados.
a) A patrulha abandona a direção de marcha em ângulo reto e atinge o ponto de
liberação dos grupos (P Lib Gp).
b) No P Lib Gp, cada comandante de grupo toma uma direção pré-determinada
e afasta-se aproximadamente 100m deste ponto, ocupando a sua base.
c) O Grupo de comando e os reforços infiltram-se em um dos grupos, de acordo
com a missão e a situação tática.
d) Com este dispositivo, a patrulha torna-se menos vulnerável ao encontro inimi-
go. Caso um grupo venha a ser descoberto, provavelmente não comprometerá
os outros grupos.
e) Cabe ressaltar que este dispositivo possui algumas vantagens e desvantagens.
1) Vantagens
- Aumento da segurança do perímetro da base.
- Diminuição da probabilidade do número de baixas quando esta for atacada.
2-47
EB70-CI-11.450
- Aumento da dispersão entre os grupos, consequentemente, diminuindo a
vulnerabilidade aos fogos de apoio do inimigo.
2) Desvantagens
- Dificuldade da coordenação e controle por parte do comandante da patrulha.
- Aumento do número de rotas de fuga, facilitando o rastreamento por parte
do inimigo.
- A dificuldade de delimitar os setores de tiro, a fim de não ocorrer o fratricídio,
pois os grupos encontram-se dispersos.
- Dificuldade de reorganizar a patrulha após a dispersão (ataque posição).

Fig 27 - Base de patrulha descentralizada


2-48
EB70-CI-11.450

Fig 28 - Núcleo de grupo da base de patrulha descentralizada

2.6.3.4 Estabelecimento do sistema de segurança


2.6.3.4.1 Sistema de postos de vigilância e/ou postos de escuta
a) Postos de vigilância e/ou postos de escuta, definidos e instalados em função do
ambiente operacional, integram o sistema de vigilância da base. Havendo dispo-
nibilidade, grupos de 2 ou 3 elementos são designados e operam esses postos.
b) Meios de comunicações silenciosos ligam os postos aos comandantes de grupo
e estes ao comandante da patrulha. Cordas e cipós, empregados com conven-
ções estabelecidas, quanto ao número de puxadas, são eficientes. Sempre que
possível, empregar o telefone de campanha.

2-49
EB70-CI-11.450
c) Durante o dia, os vigias devem colocar-se bem à frente, a uma distância que
não lhes permita ouvir os ruídos naturais vindos da base. À noite, os postos de
escuta devem ocupar posições centrais e mais próximas dos homens da periferia
da base.

Fig 29 - Sistema de segurança de uma base de patrulha

2.6.3.4.2 Normalmente, não se defende uma base de patrulha atacada. Para esta
situação, o comandante deve prever bases alternativas e o plano de evacuação
da base principal. Consequentemente, rotas de fuga e pontos de reunião, depen-
dendo das distâncias, são planejados e reconhecidos.
2.6.3.4.3 Para maior segurança e controle, deve ser utilizada somente uma saída-
-entrada para a base. O ponto é camuflado e guardado permanentemente, se
possível, com uma arma de emprego coletivo.
2.6.3.4.4 Normalmente, o comandante da patrulha designa elementos com conhe-
cimentos especiais para instalar, fora da área da base, um sistema de alarme, de
preferência luminoso, bem como, lançar e montar armadilhas. Tal sistema deve
ser definido antes da ocupação, considerando a necessidade de material.
2.6.3.4.5 Determinar senhas, contra senhas e sinais de reconhecimento.
2.6.3.4.6 Determinar as ações a realizar em caso de ataque, incluindo a evacuação
da base sob fogos inimigos. Existindo armas coletivas na patrulha, o comandante
define posições de tiro considerando as características de seu inimigo.

2-50
EB70-CI-11.450
2.6.3.4.7 Defesa da base
a) Para evitar a destruição ou captura do material essencial para o cumprimento
da missão, o comandante da patrulha deve decidir por uma defesa limitada, dando
prioridade de fogos para a direção de penetração do inimigo.
b) Caso a base seja atacada, ela deve ser abandonada, mediante controle e de-
terminação do comandante da patrulha, sendo necessária uma expressiva ação
de comando dos comandantes de grupos.
c) A ocupação da base(s) alternativa(s) implica em reforçar o esquema de segu-
rança, considerando que o inimigo tem conhecimento das atividades da patrulha
na região.
d) Quando na área da base existirem restrições de cobertas e abrigos, devem ser
preparados abrigos individuais para um homem deitado.
2.6.3.4.8 Por medida de segurança, todos devem estar em condições de emprego
trinta minutos antes do escurecer e do amanhecer.
2.6.3.4.9 A posição para dormir deve favorecer uma pronta resposta do homem
para tomar uma posição de tiro.
2.6.3.4.10 Em algumas oportunidades, o comandante de uma patrulha que está
ocupando uma base terá que lançar pequenas patrulhas para cumprirem missões
de menor envergadura e retraírem em seguida. Nesse caso, sempre deverá per-
manecer na base um efetivo que lhe confira segurança e que mantenha a ligação
rádio com quem saiu.
2.6.3.4.11 Normalmente, duplas de homens são lançadas para reconhecimentos
frente a da periferia da base para verificar a presença do inimigo nas proximidades.
São designados pelo comandante da patrulha e coordenados pelo comandante
de grupo que planeja a execução.
- Os homens aguardam no setor e mediante um sinal, deslocam-se em torno da
base, cobrindo uma área que permita o apoio mútuo, observando as caracterís-
ticas do ambiente operacional.
2.6.3.5 Medidas administrativas
– Concluídas as medidas de segurança (instalação operacional), iniciam-se as
medidas administrativas. Entre outras medidas, o comandante pode determinar
as que se seguem.
2.6.3.5.1 A construção de latrinas entre as posições dos grupos e os P Vig ou PE
devidamente balizadas.
2.6.3.5.2 O suprimento e o ressuprimento de água (por 2 ou 3 homens) uma vez
por dia e normalmente antes do amanhecer. Disciplinar o consumo.

2-51
EB70-CI-11.450
2.6.3.5.3 A construção de abrigos sumários para o pernoite. Conforme o grau de
segurança exigido, cada homem tem seu horário de serviço. O homem sempre
que a situação o permitir, pode descansar ou dormir.
2.6.3.5.4 Manter um terço da patrulha, no mínimo, sempre alerta em seus postos.
2.6.3.5.5 Regras rígidas de higiene devem ser estabelecidas.
2.6.3.5.6 Disciplinar a utilização do fogo para preparo da alimentação em função
da atividade do inimigo na região. Normalmente, este preparo será realizado ainda
com luminosidade, visando a não denunciar a posição da patrulha.
2.6.3.5.7 Estabelecer um horário de manutenção diária do material para que
este permaneça em condição de pronto emprego, observando que nem todos os
integrantes da patrulha farão esta atividade simultaneamente.
2.6.3.5.8 Os horários previstos para as próximas atividades até o dia seguinte.
2.6.3.6 Inspeção
2.6.3.6.1 As medidas de segurança e administrativas devem estar prontas antes
do escurecer, para que o comandante da patrulha possa inspecioná-las.
2.6.3.6.2 As inspeções são contínuas e têm por objetivo agilizar a instalação da
base, concorrendo para que, operacionalmente, a base fique pronta ainda com luz.
2.6.3.6.3 Normalmente, são inspecionados(as)
a) Limites dos setores do grupo.
b) Ligações entre os grupos (homens dos flancos).
c) Localização do P Vig ou PE, bem como sua ligação com o grupo do setor e/
ou centro da base (PC).
d) Sistemas de alarmes (ligações) e segurança; interrogar quanto a setor de tiro
e condutas; válidos também para as armas coletivas.
e) Patrulhas com saídas previstas à noite.
f) Condutas para ocupação da(s) base(s) alternativa(s).
g) Senha e contrassenha .
2.6.3.6.4 Durante a inspeção, o comandante deve transmitir as medidas adminis-
trativas e de segurança ainda não transmitidas e de interesse da patrulha.
2.6.3.7 Evacuação da base de patrulha
2.6.3.7.1 A base será evacuada por imposição do inimigo, por imposição tática
ou por segurança.
2.6.3.7.2 Todas as medidas são tomadas para impedir ou dificultar vestígios de
permanência da patrulha no local (contra-rastreamento).

2-52
EB70-CI-11.450
2.6.3.7.3 Detritos são conduzidos pela patrulha para outro local.
2.6.3.7.4 A limpeza da área é de responsabilidade de todos os patrulheiros.
2.6.3.7.5 O período favorável para evacuação da área é o noturno.
2.6.3.7.6 Agilizar a preparação para evacuação.
2.6.4 COMUNICAÇÕES NA BASE DE PATRULHA
2.6.4.1 As comunicações são estabelecidas com o escalão superior e com as
frações subordinadas. No âmbito da patrulha, o sistema deve permitir uma co-
municação silenciosa entre os homens. Sempre que possível, dobrar os meios.
2.6.4.2 Pode-se empregar:
a) rádio, que exige grande disciplina de exploração;
b) telefone, desde que seu fardo, peso e tempo de instalação não tragam des-
vantagens às operações;
c) mensageiro, muito empregado no âmbito da base;
d) meios acústicos, óticos e de fortuna; e
e) antenas improvisadas para melhorar e facilitar as comunicações.
2.6.5 RESSUPRIMENTO
2.6.5.1 O ressuprimento terrestre exigirá os cuidados necessários para que o
deslocamento não seja descoberto pelo inimigo, correndo o risco do material
cair em seu poder. Não é recomendável e só será executado em caso de muita
necessidade.
2.6.5.2 O ressuprimento aéreo em seu planejamento deve prever:
a) rota de aproximação;
b) zona de lançamento, afastada da base;
c) pista ou local de aterrissagem, se for o caso;
d) hora de lançamento, de preferência à noite;
e) ligação terra-avião, por código; e
d) depósito camuflado, caso o material não possa ser todo transportado à noite.

2.7 TÉCNICAS DE AÇÃO IMEDIATA (TAI)


2.7.1 FINALIDADE
- O presente anexo tem por finalidade apresentar os aspectos gerais de caráter
doutrinário das TAI e orientar os comandantes das pequenas frações, particular-
mente no nível pelotão, quanto ao preparo e execução de tais técnicas.
2-53
EB70-CI-11.450
2.7.2 CONCEITO
2.7.1.1 Técnicas de Ação Imediata são ações coletivas executadas com rapidez
e que poderão exigir uma tomada de decisão. Elas devem ser pré-planejadas e
exaustivamente treinadas pela fração que as realiza. É importante que sejam exe-
cutadas no menor espaço de tempo e com o menor número de ordens possível.
2.7.1.2 Têm a finalidade de assegurar a esta fração uma vantagem inicial quando
do contato com o inimigo, ou mesmo, de evitar este contato.
2.7.3 GENERALIDADES
2.7.3.1 As TAI a serem adotadas por uma fração serão definidas por seu coman-
dante durante a fase do estudo de situação. É importante ressaltar que não existe
um procedimento padrão para todas as situações.
2.7.3.2 Quando em deslocamento, não será incomum o combate de encontro
entre tropas oponentes, portanto, ao ocorrer este fato, a tropa que realizar a ação
mais rápida e eficiente terá grandes possibilidades de sucesso no prosseguimento
das ações.
- Por tudo isso, o adestramento das pequenas frações nas TAI, muitas vezes,
será o fator que não só possibilitará a manutenção de sua integridade quando
em um combate de encontro como, também, lhe permitirá preservar o poder de
combate para prosseguir no cumprimento de sua missão.
2.7.3.3 A situação inicial adotada neste item será a de um pelotão de fuzileiros,
deslocando-se em coluna por um. Nesta situação, serão explorados alguns exem-
plos de técnicas de ação imediata. É importante ressaltar que outras formações
para o deslocamento e, até mesmo, outras TAI poderão ser adaptadas de acordo
com as necessidades de cada situação ou tropa envolvida.
- Ressalta-se, ainda, que em função do tipo de missão a ser cumprida, cada
patrulha poderá ser organizada de diferentes maneiras e com efetivos variados.
2.7.4 CLASSIFICAÇÃO
2.7.4.1 De acordo com a nossa missão e com o nosso poder de combate em
relação ao do inimigo, as TAI são classificadas em ofensivas ou defensivas.
2.7.4.2 Caracterização
a) As TAI ofensivas são aquelas que têm por objetivo engajar o inimigo e destruí-
-lo em caso de contato.
b) Já as defensivas têm por objetivo não estabelecer o contato ou, no caso de
estabelecido, rompê-lo o mais rapidamente possível.
2.7.4.3 Quanto à missão
2.7.4.3.1 Se a missão for de reconhecimento, as TAI adotadas serão normalmente
defensivas.
2-54
EB70-CI-11.450
2.7.4.3.2 Se a missão for de combate, as TAI adotadas até seu cumprimento,
normalmente, serão defensivas, com a finalidade de manutenção do sigilo.
- No itinerário de retorno, poderão ser adotadas as TAI ofensivas com a finalidade
de destruir um eventual alvo compensador.
2.7.4.3.3 A missão de patrulha de oportunidade é normalmente caracterizada pela
adoção, do início ao fim, das TAI ofensivas.
2.7.4.4 Quanto ao poder relativo de combate
2.7.4.4.1 Se o poder de combate do inimigo for superior ao nosso, serão, normal-
mente, adotadas as TAI defensivas.
2.7.4.4.2 Se o poder de combate do inimigo for inferior ao nosso, serão, normal-
mente, adotadas as TAI ofensivas.
2.7.4.5 Fator rapidez na ação
2.7.4.5.1 Cabe ressaltar que a rapidez na ação, aspecto básico a ser observado
para o sucesso das TAI, dependerá sobremaneira de dois fatores:
a) grau de adestramento da tropa; e
b) ação dos esclarecedores, uma vez que, normalmente, serão esses os primei-
ros elementos a estabelecerem o contato com o inimigo e a emitirem os sinais e
gestos convencionados.
2.7.5 SITUAÇÕES - PADRÃO
2.7.5.1 Ainda para fins didáticos, serão exploradas as seguintes situações-
-padrão com um pelotão deslocando-se em coluna por um:
a) nós vemos o inimigo e não somos vistos;
b) nós vemos o inimigo e ele nos vê; e
c) o inimigo nos vê e nós não o vemos (emboscada inimiga).
2.7.5.2 Situação Nr 1 - Nós vemos o inimigo e não somos vistos
2.7.5.2.1 Natureza das nossas TAI - ofensiva.
a) Nessa situação, devemos montar uma emboscada de oportunidade para sur-
preender e destruir o inimigo.
b) O esclarecedor informa a aproximação do inimigo.
c) Todo o pelotão sai da trilha para o mesmo lado, ocupando a parte dominante
do terreno ou a que ofereça melhores campos de tiro.
d) Desencadeamento da emboscada e busca da destruição do inimigo no local.
e) Perseguição do inimigo em fuga.

2-55
EB70-CI-11.450

Fig 30 - Dispositivo adotado pelo pelotão

OBSERVAÇÃO - Os aspectos mais importantes a serem verificados nesta situação


são: o sigilo e o tempo de tomada de posição, o qual deve ser o mais curto possível.
2.7.5.2.2 Natureza das nossas TAI - defensiva.
a) Nessa situação, o nosso objetivo é tentar evitar o contato com o inimigo. A
maneira mais rápida de conseguirmos isso é simplesmente abandonar a direção
geral de deslocamento e nos ocultarmos no terreno.
b) O esclarecedor define para que lado o pelotão vai abandonar o deslocamento.
c) Todos os homens deixam o sentido de deslocamento e deitam-se, procurando
se ocultar no terreno.
d) Uma variante dessa TAI, adotada quando o pelotão está se deslocando pelo
interior de uma floresta, é o “congelar”. Neste caso, os combatentes do pelotão
cessam qualquer movimento com a finalidade de não serem percebidos pelo
inimigo.

2-56
EB70-CI-11.450

Fig 31 - Dispositivo adotado pelo pelotão

2.7.5.3 Situação Nr 2 - Nós vemos o inimigo e ele nos vê (contato fortuito)


2.7.5.3.1 Natureza das nossas TAI - ofensiva.
a) Nessa situação, o objetivo é desenvolver o pelotão no terreno, o mais rápido
possível, com grande poder de fogo à frente e buscar a manutenção do contato
até a total destruição do inimigo. É importante permanecer uma fração destacada
do pelotão para realizar a proteção dos flancos e retaguarda.
b) Os esclarecedores, ao travarem contato com o inimigo, realizam intenso volume
de fogos na direção do inimigo.
c) Ao ouvir a troca de tiros dos esclarecedores, todos os homens devem aban-
donar a direção geral de deslocamento o mais rapidamente possível. Os dois
GC mais próximos da direção do inimigo seguem em coluna (o fato de seguir
em coluna para depois entrar em linha deve-se à necessidade da tomada da
posição o mais rapidamente possível) até o local dos esclarecedores, adotando
a formação em linha.
d) Os dois GC realizam lanços alternados com base de fogos (marcha do papa-
gaio) por grupos, na direção do inimigo, buscando o engajamento decisivo até a
realização do assalto.

2-57
EB70-CI-11.450
e) As peças de metralhadora entram em posição em local que lhes permitam
executar fogos em profundidade sobre o inimigo e ocupar posições sucessivas
para acompanhar os GC que estão realizando o assalto.
f) O outro GC fica em condições de proteger o pelotão de ações vindas de flanco
ou retaguarda, ou manobrar para flanquear o inimigo.
g) Caso haja um retraimento do inimigo, partir para a perseguição.
OBSERVAÇÃO - A primeira tropa que se desdobrar corretamente no terreno e
alcançar uma grande potência de fogo à frente terá uma vantagem muito grande
sobre o adversário. Cabe ressaltar que, no início da ação, o volume de fogo de
ambos os contendores será extremamente reduzido.

Fig 32 - Dispositivo adotado pelo pelotão

2.7.5.3.1 Natureza das nossas TAI – defensiva.


a) Nessa situação, o objetivo da nossa tropa é colocar uma fração entre a tropa
inimiga e o grosso do pelotão, que realizará o retraimento. Após realizar uma base
de fogos, esta fração interposta retrai.
b) O GC mais próximo do inimigo lança fumígenos à frente a fim de estabelecer
uma cortina de fumaça entre o inimigo e a nossa tropa, proporcionando assim
melhores condições para o desengajamento.

2-58
EB70-CI-11.450
c) Este GC executa a progressão com a utilização da técnica do fogo e movimento
para a retaguarda e rompe contato.
d) O restante da patrulha cerra para a retaguarda ficando em condições de apoiar
o retraimento do GC engajado.
e) Reorganização no último ponto de reunião no itinerário.

Fig 33 - Dispositivo adotado pelo pelotão

OBSERVAÇÕES: é conveniente que o comandante de pelotão inclua no seu


pedido de material pelo menos 2 (duas) granadas de mão fumígenas e 2 (duas)
granadas de mão ofensivas por homem. Depois de entrar em linha, o GC e o Gp
Ap F realizam fogos na direção do inimigo por alguns segundos com a finalidade de
desorganizá-lo. Depois isso, o Cmt GC comanda a progressão com a utilização da
técnica do fogo e movimento à medida que se desloca para a retaguarda. Depois
do recuo e caso o volume de fogo inimigo permita, dá a ordem de retraimento. É
seguido pelo Gp Ap F.
2.7.5.4 Situação Nr 3 - O inimigo nos vê e nós não o vemos (emboscada
inimiga)
2.7.5.4.1 Natureza das nossas TAI - ofensiva.
a) Nessa situação, tentaremos realizar um desbordamento com os elementos não
engajados e uma contra-emboscada de flanco.
b) O pessoal engajado pelo inimigo se abriga e responde com o maior volume de
2-59
EB70-CI-11.450

fogos possível. É lançado fumígeno imediatamente à frente da posição do inimigo


para diminuir a eficácia de seus fogos.
c) Componentes da frente da coluna de marcha que não estiverem engajados se
abrigam e aguardam ordens.
d) Componentes da retaguarda da coluna de marcha (caso a área de destrui-
ção esteja incluindo a porção anterior do pelotão) que não estiverem engajados
organizam-se, a comando do adjunto de pelotão, e entram em linha ao lado da
posição do inimigo, assaltando-o.
e) Se a emboscada for muito à retaguarda do pelotão, o adjunto informa ao
comandante por intermédio do rádio, ou de outro sinal convencionado, que não
tem condições de assaltar. O pessoal da frente então toma os procedimentos de
assalto. A ação é idêntica àquela realizada pela retaguarda.
f) Ao início da contra-emboscada, os elementos engajados devem parar de atirar.
O comando pode ser dado por intermédio de silvo de apito, à voz ou por outro
sinal convencionado.
g) Reorganização e perseguição do inimigo.
2.7.5.4.2 Natureza das nossas TAI – defensiva.

Fig 34 - Dispositivo adotado pelo pelotão

a) A manobra será igual à adotada na TAI ofensiva. É importante ressaltar que, no


caso de uma emboscada prevista pelo inimigo, mesmo sendo adotada uma TAI
adequada, nossa possibilidade de sucesso será reduzida. Portanto, dá-se ênfase
ao fato de que o melhor procedimento é não cair na emboscada.
b) Os procedimentos são iguais aos da ofensiva, com as seguintes ressalvas:
1) o GC que realiza a ação desbordante deverá evitar o engajamento decisivo
2-60
EB70-CI-11.450
com o inimigo, buscando apenas propiciar o desaferramento dos patrulheiros que
se encontram na zona de mata. O volume de fogo inimigo indicará o momento
de deter o movimento; e
2) a ação desbordante terá como consequência a divergência dos fogos inimigos
em duas direções distintas. Desta maneira, ao pessoal engajado será possibilitado
o desengajamento nas melhores condições possíveis. O lançamento de fumígenos
entre o pelotão e o inimigo é fundamental.
3) retraimento descentralizado por GC ou esquadra.
c) reorganização no último ponto de reunião no itinerário.
2.7.5.5 Outras Técnicas de Ação Imediatas
2.7.5.5.1 Técnica do “Halo”

Fig 35 - Dispositivo adotado por um GC, na técnica Halo

2-61
EB70-CI-11.450

a) Quando realizado o contato inicial com o inimigo e após a execução do tiro


(momento do contato com o inimigo).
b) Uma esquadra se desenvolve à esquerda e outra se desenvolve à direita do
esclarecedor, de formas que o GC ocupe a posição venha a se desenvolver e
ficar em linha.
c) Enquanto a esquadra toma o dispositivo em linha (passando por detrás dos
demais integrantes dos GC), os dois primeiros integrantes do GC, sendo um de
cada esquadra, começam a realizar o tiro sobre o inimigo.
d) Quando estes militares estiverem por terminar seu carregador de munição,
estes vão dar o comando de COBRE, terminar de executar o tiro, se levantar
e se posicionarem a retaguarda do dispositivo (deverão ocupar uma posição à
retaguarda mantendo o dispositivo).
e) Deverá ser realizada uma cadência de tiro relativamente rápida e não deverá
haver solução de continuidade entre os integrantes das esquadras (ao comando
de COBRE o militar que emitiu o comando termina seu carregador enquanto o
próximo militar começa com a atirar com uma cadência mais lenta).
f) Os integrantes que realizaram o tiro devem se dirigir para uma posição à reta-
guarda para reorganização do GC e romper o contato com o inimigo.
2.7.5.5.2 Técnica da Cascata

Fig 36 - Dispositivo adotado por um GC, na técnica cascata

a) Consiste basicamente em manter o dispositivo em coluna, desencadear fogo


frontal com os homens posicionados na vanguarda e iniciar um rodízio para a
retaguarda.
b) Proporciona uma resposta “mecânica” mais rápida e uma maior facilidade de
controle.

2-62
EB70-CI-11.450
c) Proporciona menor flexibilidade (capacidade de manobra) e menor volume de
fogo frontal.
d) Sequência das ações:
1) Os esclarecedores identificam a força oponente e/ou são identificados, tem
início o engajamento mútuo.
2) Os demais homens (exceto os dois últimos) se aferram ao terreno, guarne-
cendo cada um e alternadamente um flanco (setor de segurança) e mantêm-se
em condições de engajar alvos que incidam sobre esses flancos. Dessa forma
cria-se um dispositivo “coluna por 2 desalinhado”.
3) Os dois últimos homens da coluna se aferram ao terreno e realizam a se-
gurança da retaguarda.
4) Quando abriram fogo, os esclarecedores começaram a contar o número de
disparos realizados. No décimo tiro (metade do carregador) o segundo esclare-
cedor dá o comando de “RETRAIR!” para o primeiro esclarecedor.
5) O primeiro esclarecedor grita “COBRE!” e corre pelo centro do dispositivo
para a retaguarda.
6) Ao passar pelo primeiro homem lhe dá um tapa nas costas, a fim de indicar
que já retraiu.
7) Esse homem, que mantinha seu fuzil apontado para o lado, faz frente para
a direção de deslocamento (de onde provém o fogo oponente) e abre fogo.
8) Nesse ínterim, o segundo esclarecedor que se encontrava no outro lado
do dispositivo executou os 10 (dez) disparos restantes do seu carregador, gritou
“COBRE!” e retraiu de forma idêntica ao primeiro esclarecedor.
9) Ao chegarem na retaguarda, ambos os esclarecedores se abrigam, cada
qual .do seu lado do dispositivo, e assumem a segurança da retaguarda. Os
homens que até então eram responsáveis por ela, passam também a guarnecer
os respectivos flancos.
10) E assim segue-se mecanicamente esse movimento até consumar o desen-
gajamento do fogo oponente.
e) Quando realizado o contato inicial com o inimigo e após a execução do tiro
(momento do contato com o inimigo), as duas esquadras se posicionam em coluna,
de formas que o GC venha a tomar a formação em coluna por dois.
f) Os dois primeiros integrantes de cada esquadra começam a realizar o tiro sobre
o inimigo. Quando estes militares estiverem por terminar seu carregador de mu-
nição, estes vão dar o comando de “COBRE!” e aumentar sua cadência de tiro.
g) Ao terminar o tiro o militar vai se levantar e se posicionar na retaguarda do
dispositivo fazendo a progressão com o cano voltado para baixo (deverá ocupar

2-63
EB70-CI-11.450
uma posição à retaguarda mantendo o dispositivo).
h) O próximo integrante do GC voltará sua frente para a direção do inimigo e
executará o mesmo procedimento.
i) Deverá ser realizada uma cadência de tiro relativamente rápida e não deverá
haver solução de continuidade entre os integrantes das esquadras (deverá haver
sempre uma esquadra realizando o tiro enquanto a outra faz a troca do militar
que está atirando).
j) Os integrantes que realizaram o tiro devem se dirigir para uma posição à reta-
guarda para reorganização do GC e romper o contato com o inimigo.
2.7.5.5.3 Técnica da Cascata Lateral

Fig 37 - Dispositivo adotado por um GC, na técnica Cascata Lateral

a) Empregada quando a fração é surpreendida por um ataque de flanco simples


(à direita ou à esquerda).
b) Segue a mesma “mecânica” do desengajamento “em cascata”. Difere, no en-
tanto, pelo fato de direcionar os fogos da fração para o flanco ameaçado e não
para a direção inicial de deslocamento.
2.7.6 SITUAÇÕES DE CONTINGÊNCIA
2.7.6.1 Situações de contingência são situações de incerteza sobre algo que po-
derá eventualmente acontecer nas diferentes fases de uma missão de patrulha e
que implicam na adoção de um procedimento diferente do planejamento principal.
2.7.6.2 Para toda situação de contingência cogitada deverá ser tomada uma
decisão para fazer face ao problema proposto.
2.7.6.3 O objetivo do planejamento de uma decisão prévia face à situação de
contingência é facilitar a adoção de medidas e procedimentos necessários ao

2-64
EB70-CI-11.450
cumprimento da missão.
2.7.6.4 O comandante deverá ter muito cuidado quando da explanação, na or-
dem patrulha, das decisões relativas às situações de contingência a fim de evitar
confusão com o plano principal. O ideal é que as situações de contingência e as
respectivas decisões face às mesmas sejam explanadas nas prescrições diversas.
2.7.7 HIPÓTESES DE SITUAÇÕES DE CONTINGÊNCIA
2.7.7.1 No deslocamento de ida
2.7.7.1.1 Alterações no itinerário
a) Pontos críticos (reconhecimento e segurança)
b) Áreas críticas (reconhecimento e segurança)
c) Locais que favoreçam a atuação do inimigo
2.7.7.1.2 Meios de transporte utilizados
a) Medidas de segurança durante o transbordo
b) Pane do meio de transporte
c) Falta do meio de transporte
2.7.7.1.3 Feridos e mortos amigos
- Análise quanto ao comprometimento da missão
2.7.7.1.4 Escassez de tempo
2.7.7.1.5 Reorganização após a dispersão
a) Análise do comprometimento da missão em relação ao efetivo e material re-
agrupado.
b) Redistribuição do material e funções
2.7.7.1.6 Caçador
2.7.7.1.7 Ataque aéreo
2.7.7.1.8 Fogos de artilharia
2.7.7.1.9 Colunas de blindados
2.7.7.2 Ação no Objetivo
2.7.7.2.1 Quebra do sigilo no PRPO
2.7.7.2.2 Quebra do sigilo durante o reconhecimento aproximado
2.7.7.2.3 Alteração da situação prevista durante a ordem à patrulha
a) Resistência inimiga maior do que a prevista
b) Reposicionamento de tropas

2-65
EB70-CI-11.450
c) Antecipação da chegada de reforços
d) Área do objetivo diferente daquela considerada durante o planejamento
2.7.7.2.4 Quebra do sigilo durante a tomada do dispositivo
2.7.7.2.5 Escassez de tempo
2.7.7.2.6 Feridos e mortos amigos
-Análise quanto ao comprometimento da missão
2.7.7.2.7 Ação do inimigo durante a ocupação do PRPO
2.7.7.2.8 Extravio da turma de reconhecimento
2.7.7.2.9 Falha nos meios de comunicação
2.7.7.2.10 Falha ou extravio de materiais imprescindíveis ao cumprimento da
missão
2.7.7.2.11 Quebra prematura do sigilo na ação propriamente dita
2.7.7.2.12 Falha nos meios de comunicação
2.7.7.3 Itinerário de regresso
2.7.7.3.1 Alterações no itinerário
a) Pontos críticos (reconhecimento e segurança)
b) Áreas críticas (reconhecimento e segurança)
c) Locais que favoreçam a atuação do inimigo
2.7.7.3.2 Meios de transportes utilizados
a) Medidas de segurança durante o transbordo
b) Pane do meio de transporte
c) Falta do meio de transporte
2.7.7.3.3 Feridos/mortos
- Análise quanto ao comprometimento da missão
2.7.7.3.4 Escassez de tempo
2.7.7.3.5 Reorganização após a dispersão
a) Análise do comprometimento da missão em relação ao efetivo e material re-
agrupado
b) Redistribuição do material e funções
2.7.7.3.6 Caçador
2.7.7.3.7 Ataque aéreo
2-66
EB70-CI-11.450
2.7.7.3.8 Fogos de artilharia
2.7.7.3.9 Colunas de blindados
2.7.8 EXEMPLO DE PLANEJAMENTO PARA SITUAÇÕES DE CONTINGÊNCIA

Fig 38 – Exemplo de planejamento

2-67
EB70-CI-11.450

2-68
EB70-CI-11.450
CAPÍTULO III
PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO DAS PATRULHAS

3.1 INTRODUÇÃO
3.1.1 QUATRO ETAPAS DISTINTAS MISSÃO DE PATRULHA
a) Recebimento;
b) Planejamento e preparação;
c) Execução; e
d) Confecção do relatório.
3.1.2 Logo após a conclusão da primeira etapa, o comandante da patrulha (Cmt
Patr) inicia as Normas de Comando. Estas compreendem todas as atividades de
planejamento e preparação desenvolvidas até a partida para o cumprimento da
missão, e permitem metodizar o trabalho, evitando perda de tempo e esqueci-
mentos.
3.1.3 Qualquer operação deve ter um objetivo claramente definido. A missão
de um Cmt Patr, recebida por meio de ordens e instruções do escalão superior
(pode, excepcionalmente, ser deduzida da situação, em função de operações
que exijam alto grau de descentralização), requer o estabelecimento de linhas
de ação exequíveis. A determinação da linha de ação mais conveniente constitui
a finalidade do estudo de situação, que é uma das atividades mais importantes
das normas de comando.

3.2 SEQUÊNCIA DAS AÇÕES


3.2.1 DESCRIÇÃO
- A sequência das ações que orientam o emprego de uma patrulha, a partir do
recebimento da missão, é a seguinte (POREOF):
3.2.1.1 Providências Iniciais
a) Realizar a interpretação sumária da missão atribuída a sua patrulha.
b) Planejar a utilização do tempo disponível (quadro-horário).
c) Realizar o estudo de situação preliminar.
d) Planejar a organização da patrulha (pessoal e material).
3.2.1.2 Observação e planejamento do reconhecimento
3.2.1.2.1 Realizar um rápido estudo na carta, observando o itinerário até o objetivo,
para planejar o reconhecimento.

3-1
EB70-CI-11.450
3.2.1.2.2 Planejar o reconhecimento (Rec)
a) Determinar quem participa do Rec.
b) Indicar os postos de observação (P Obs) a ocupar e o que observar em cada um.
3.2.1.2.3 Elaborar a ordem preparatória (O Prep).
3.2.1.2.4 Expedir a ordem preparatória.
3.2.1.3 Reconhecimento
- Conforme o planejamento.
3.2.1.4 Estudo de situação (planejamento detalhado)
a) Estabelecer as linhas de ação (LA), comparar e decidir.
b) Elaborar a ordem à patrulha (O Pa).
3.2.1.5 Ordens
- Emitir a ordem à patrulha (verbal e emitida à luz do terreno ou de um caixão
de areia).
3.2.1.6 Fiscalização
3.2.1.6.1 O Cmt, auxiliado pelo seu subcomandante (SCmt), supervisiona a exe-
cução das ordens e auxilia os elementos subordinados sempre que possível. Esta
fase é de vital importância para o sucesso de qualquer operação.
3.2.1.6.2 Esta fiscalização é caracterizada pelas inspeções inicial e final.
3.2.1.6.3 Nesta fase, estão também incluídos, a cargo do SCmt, os ensaios das
ações.

3.3 RECEBIMENTO DA MISSÃO


3.1.1 Ao receber a missão, sanar todas as dúvidas, solicitando os dados e as
informações complementares que julgar importantes para o planejamento.
- Todas as informações disponíveis sobre o inimigo, forças amigas, terreno,
condições meteorológicas, meios disponíveis, população, elementos de contato,
comando e comunicações, coordenação e controle poderão ser transmitidas por
quem estiver atribuindo a missão.
3.1.2 O comandante da patrulha poderá receber a missão acompanhado (subco-
mandante, rádio-operador e outros patrulheiros que julgue necessário) ou sozinho.
- O local para recebimento da missão pode ser desde uma das instalações da
organização militar até um posto de vigilância no terreno.
3.1.3 Por ocasião do recebimento da missão, o Cmt Patr deverá aproveitar para
efetuar as ligações necessárias com outros comandantes de pelotão ou de pa-
3-2
EB70-CI-11.450
trulha que estejam recebendo a ordem e que tenham algum envolvimento com
sua operação.
3.1.4 O comandante da patrulha deve verificar com seu comandante se há a pos-
sibilidade de executar um reconhecimento no local, levando-se em consideração
que seu comandante tem o controle de todas as ações e conhece a situação do
inimigo.
3.1.5 Memento do comandante da patrulha: (anexo “C”).

3.4 PROVIDÊNCIAS INICIAIS


3.4.1 GENERALIDADES
3.4.1.1 A fim de iniciar a preparação da tropa para o cumprimento da missão
recebida, o comandante da fração começará seus trabalhos tomando as provi-
dências iniciais.
3.4.1.2 Planejamento preliminar da missão
- Nessa fase das Normas de Comando, o comandante da fração deve realizar o
planejamento preliminar da missão que engloba as seguintes atividades:
a) estudo sumário da missão;
b) planejamento da utilização do tempo;
c) estudo de situação preliminar; e
d) planejamento da organização de pessoal e material.
3.4.2 ESTUDO SUMÁRIO DA MISSÃO
3.4.2.1 É um processo mental e sintético, baseado em perguntas, que respondi-
das, orientam o comandante da patrulha na direção certa para o cumprimento da
missão, assim como facilitam a confecção do quadro-horário.
3.4.2.2 O que fazer?
- Identificar as ações impostas (verbos da missão) e visualizar as ações comple-
mentares necessárias ao cumprimento da missão.
3.4.2.3 Quando?
- Verificar os prazos e horários impostos ou necessários para o cumprimento da
missão.
3.4.2.4 Onde?
- Levantar a localização e a situação do objetivo.
3.4.2.5 Conclusões
- É importante salientar que as conclusões obtidas, por esse breve estudo preli-
3-3
EB70-CI-11.450
minar, poderão sofrer modificações determinadas por dados obtidos no reconhe-
cimento e serão reajustadas por ocasião do estudo de situação (planejamento
detalhado).
3.4.3 PLANEJAMENTO DA UTILIZAÇÃO DO TEMPO
3.4.3.1 É necessário que inicialmente seja confeccionado um quadro-horário que
adeque as atividades de planejamento e preparação ao tempo disponível, de modo
que todas as ações tenham hora específica para sua realização.
3.4.3.2 O quadro-horário é confeccionado com tempos estimados que serão
confirmados posteriormente.
3.4.3.3 Para esta estimativa, além das imposições de horários e prazos especifi-
cados na missão, deve-se considerar, de um modo geral, o tempo total disponível
e o tempo gasto nos deslocamentos.
3.4.3.4 Quando o horário de partida não for imposto pelo escalão superior, o
comandante da patrulha define-o, estimando o tempo necessário para execução
das atividades subsequentes à partida da patrulha.
3.4.3.5 Definida a hora da ação no objetivo, serão relacionadas as atividades em
ordem cronológica inversa, isto é, do último horário imposto ao recebimento da
missão. Ao repartir o tempo disponível dentro desta ordem, terá sido confeccio-
nado o seu quadro-horário.
3.4.3.6 A inspeção inicial poderá ocorrer de forma integral ou fracionada.
3.4.3.6.1 Na primeira situação, a parte tática e a material deverão ser realizadas
imediatamente após a emissão da ordem à patrulha, sendo seguidas dos primeiros
ensaios, não podendo haver atividades dispersivas entre estas.
3.4.3.6.2 Na segunda situação, a parte material deverá ocorrer imediatamente
antes da ordem à patrulha, devendo ser destinado um tempo para que durante esta
atividade sejam sanados óbices de material, enquanto a parte tática ocorrerá após
a emissão da ordem à patrulha, assim como na primeira situação apresentada.
OBS: a inspeção inicial fracionada serve para que o comandante da patrulha
possa identificar possíveis problemas com o material solicitado, podendo assim
resolvê-los com maior oportunidade, inclusive alterar o planejamento da missão
antes da emissão da ordem à patrulha.
3.4.3.7 Após uma atividade dispersiva (refeições, pernoites, inspeções e longos
deslocamentos embarcados ou a pé), deverá ser destinado um tempo para
novamente ensaiar a missão, podendo este ensaio ser verbal, relembrando a
sequência das ações.
3.4.3.8 Ajustes: servirão para a complementação e para a reformulação de
aspectos do aprestamento individual e coletivo, bem como de lapso de tempo
para reajustar o quadro-horário, em função de eventuais atrasos nas atividades
previstas. Normalmente serão inseridos antes da partida; após as refeições e dos
3-4
EB70-CI-11.450
primeiros ensaios; e após o reconhecimento aproximado do objetivo.
3.4.3.9 A inspeção inicial deverá ter um tempo superior à inspeção final, sendo que
o tempo destinado às mesmas deve permitir a correção dos problemas verificados.
3.4.3.10 O tempo previsto para o reconhecimento no terreno deve permitir a ade-
quada observação do dispositivo e das atividades do inimigo. Deve-se levar em
consideração também a necessidade de se realizarem deslocamentos em sigilo
e de se ocupar várias posições de observação.
3.4.3.11 O quadro-horário é um meio auxiliar de planejamento simples e o coman-
dante da patrulha não deve esgotar o pouco tempo disponível em sua confecção.
Mesmo que o quadro-horário não seja perfeito, ainda será muito útil, pois ordena
as atividades e evita esquecimentos.
3.4.3.12 O quadro-horário, a exemplo do planejamento preliminar, poderá sofrer
modificações determinadas por dados obtidos no reconhecimento e será reajus-
tado por ocasião do estudo de situação.
3.4.3.13 Sempre que possível, na distribuição do tempo deverá se destinar a
maior carga horária ao estudo de situação e aos ensaios.
3.4.3.14 A ordem preparatória, sendo meramente administrativa, terá tempo de
emissão inferior ao da ordem à patrulha.
3.4.3.15 A seguir dois exemplos de quadro-horário a partir do término do recebi-
mento da missão:

Fig 39 - Exemplos de quadro-horário

3-5
EB70-CI-11.450

Fig 39 - Exemplos de quadro-horário (continuação)

3.4.4 ESTUDO DE SITUAÇÃO PRELIMINAR


3.4.4.1 O estudo de situação é um processo lógico e continuado de raciocínio, pelo
qual o comandante da patrulha considera todas as circunstâncias que possam
interferir no cumprimento da missão.
3.4.4.2 Para se assegurar de que os vários fatores que influenciam as operações
militares recebam sejam examinados de forma lógica e ordenada, são utilizados
vários métodos para a resolução de problemas, dentre os quais ressalta-se o
estudo de situação preconizado neste capítulo. O conhecimento, a experiência e
o discernimento do comandante da patrulha irão influenciar na seleção da melhor
linha de ação a ser adotada.
3.4.4.3 A profundidade com que este estudo de situação preliminar deverá ser
realizado está condicionada a diversos fatores, dentre os quais destacam-se os
dados disponíveis nesta etapa do planejamento e o tempo que o comandante da

3-6
EB70-CI-11.450
patrulha dispõe para o cumprimento de sua missão.
- Deve-se levar em consideração, também, o fato de que há necessidade de se
proporcionar o máximo de tempo de preparação para o combate.
3.4.4.4 O método de estudo de situação apresentado, apesar de lógico e útil, não
é rígido. Não há necessidade de se esgotar um parágrafo antes de se passar ao
seguinte. Dentro do quadro geral do estudo de situação podem ser realizadas
diversas análises e estudos parciais, revendo e acrescentando, a este estudo,
aspectos que se tornarem necessários.
3.4.4.5 Em síntese, o grande objetivo do estudo de situação preliminar é se chegar
a uma concepção inicial de como se pretende cumprir a missão. Dessa forma,
ter-se-á condições de organizar a patrulha em pessoal e material. O estudo de
situação detalhado, que será realizado oportunamente, após a execução do re-
conhecimento, poderá alterar alguns aspectos concebidos nesta fase inicial do
planejamento.
3.4.5 PLANEJAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DE PESSOAL E MATERIAL
3.4.5.1 Após o planejamento da utilização do tempo, do estudo de situação
preliminar e já tendo identificada no estudo sumário da missão, a sequência das
ações a realizar, o comandante da patrulha deve organizar os escalões e os gru-
pos, decidindo qual material, equipamento e armamento a serem conduzidos no
cumprimento da missão, bem como a serem utilizados no reconhecimento e no
ensaio. Para isso, poderá valer-se do quadro de organização de pessoal e material
(QOPM) preenchido em duas vias. Uma dessas vias será repassada diretamente
ao gerente da patrulha ao final da ordem preparatória.
- Ver no anexo “A” um exemplo preenchido.
3.4.5.2 Na organização da tropa para o cumprimento da missão, o comandante da
patrulha buscará constituir os diversos grupos de maneira a manter a integridade
tática da fração.
3.4.5.3 Normalmente, a patrulha se constituirá de 2 escalões: um voltado para
o cumprimento da missão (escalão de reconhecimento ou escalão de assalto)
e o outro para segurança da patrulha (escalão de segurança). Cada escalão é
formado por um ou mais grupos, conforme decisão do comandante da patrulha
que também define seus efetivos.
3.4.5.3 A coordenação dos escalões é responsabilidade do comandante da patru-
lha, que poderá contar com alguns auxiliares, constituindo o grupo de comando.
3.4.5.4 Peculiaridades do grupo de comando:
a) poderá ser constituído somente pelo comandante da patrulha;
b) o subcomandante da patrulha pode ter esta única função, integrando o grupo
de comando; ou, o mais normal, comandar também um dos escalões; e

3-7
EB70-CI-11.450
c) o pessoal recebido em apoio (guias, motoristas, médico etc) estará compondo
um grupo específico da missão quando participar das atividades desde a partida
até o regresso às linhas amigas. Caso contrário, irá compor o grupo de comando.
EXEMPLO 1
- Piloto de voadeira conduz Gp Seg 1 até determinado ponto, abica e aguarda
o retorno do Gp Seg para o retraimento. Neste caso, o piloto será integrante do
Gp Seg 1.
EXEMPLO 2
- Piloto de voadeira conduz Gp Seg até determinado ponto. O grupo desembarca
e não mais retorna à posição. O piloto, a partir daí, retorna às linhas amigas. Neste
caso, o piloto compõe o grupo de comando.
3.4.5.5 Atribuições específicas
- Alguns homens podem receber atribuições específicas durante a preparação
e/ou execução da patrulha, não pertencendo, portanto, ao grupo de comando.
Essas atribuições, desempenhadas cumulativamente com as demais são, dentre
outras, as que se seguem:
3.4.5.5.1 Subcomandante
- É o eventual substituto do comandante em qualquer fase da missão. Auxilia o
comandante no planejamento, coordenando as medidas administrativas (ordens,
ensaios, refeições, inspeções etc). Fiscaliza as atividades de preparação do rádio-
-operador. Providência a presença e organiza a patrulha para emissão de ordens
(inclusive elementos em apoio). Conduz o ensaio. Desloca-se onde melhor possa
auxiliar o comandante, normalmente à retaguarda da patrulha (não é necessa-
riamente o último homem). Controla o efetivo e rodízio de material, se for o caso
(durante deslocamentos, altos, reorganização, ultrapassagem de pontos críticos).
Coordena a redistribuição da munição e de outros materiais, se for o caso. Veri-
fica a esterilização das áreas dos alto-guardados, objetivo, áreas de reunião etc.
3.4.4.5.2 Gerente
- É o elemento encarregado de material e suprimentos. Deve providenciar este
material e os suprimentos necessários, de acordo com a relação confeccionada
pelo comandante da patrulha, e distribuí-los, mantendo o controle de modo que a
patrulha esteja aprestada na hora da Ordem à Patrulha. No regresso da missão,
recolhe o material distribuído e apresenta ao comandante as alterações.
3.4.4.5.3 Equipe de navegação
- Auxilia o comandante da patrulha na orientação e navegação. Podem ser esca-
lados, de acordo com a necessidade, elementos nas funções de: homem-bússola,
homem-carta, homem-ponto e homem-passo. Sob coordenação do homem-carta,

3-8
EB70-CI-11.450
esta equipe prepara o caixão de areia ou meio similar a ser utilizado na Ordem à
Patrulha e prepara o quadro auxiliar de navegação.
3.4.4.5.4 Observadores do objetivo
- Em determinadas missões, após o reconhecimento aproximado do objetivo, não
comprometendo o sigilo da missão, elementos da patrulha poderão permanecer
próximos ao objetivo com intuito de observar possíveis alterações do dispositivo
inimigo.
3.4.4.5.5 Homem-tempo
- É o elemento responsável por alertar ao comandante sobre os horários a serem
cumpridos, estabelecidos pelo quadro-horário, principalmente na ação no objetivo
propriamente dita.
3.4.4.5.6 Homem-saúde
- Além das atividades afetas aos primeiros-socorros, é também encarregado de
realizar as medidas relativas ao contra-rastreamento e esterilização das posições
estáticas ocupadas pela patrulha.
3.4.4.5.7 Rádio-operador
a) Miniaturiza, codifica e impermeabiliza extratos da IE Com Elt e outros códigos
particulares da patrulha;
b) prepara o material de comunicações para a missão (verificar o funcionamento
do material, limita o combinado, impermeabiliza o material de comunicações, se
for o caso, pré-sintonizar o equipamento rádio);
c) prepara e conduz antenas improvisadas, se for o caso. Instala equipamento
fio, se for o caso;
d) explora e mantém as comunicações, com escalão superior, se for o caso;
e) age como mensageiro, conforme determinação do comandante da patrulha; e
f) lembra o comandante dos horários de ligação previstos.

3.5 OBSERVAÇÃO E PLANEJAMENTO DO RECONHECIMENTO


3.5.1 GENERALIDADES
3.5.1.1 Embora o reconhecimento seja realizado após a emissão da Ordem Pre-
paratória, o seu planejamento deve ser feito antes da patrulha receber a ordem
e iniciar a sua preparação.
3.5.1.2 Antes da realização do reconhecimento, deverão ser analisados os riscos
e o tempo necessário para o planejamento, preparação e execução do mesmo. A
sua finalidade é colher o máximo de dados sobre o terreno, itinerário planejado,

3-9
EB70-CI-11.450
objetivo, situação do inimigo etc.
3.5.1.3 Sempre que possível, deverá ser realizado o reconhecimento no terreno,
além do estudo das cartas da região, fotografias aéreas e outros meios disponí-
veis. A execução do reconhecimento deve ser autorizada pelo escalão superior,
pois a sua realização pode comprometer a missão principal.
3.5.1.4 O planejamento do reconhecimento deve abordar todas as fases de uma
missão de patrulha.
3.5.2 PLANEJAMENTO DO RECONHECIMENTO
3.5.2.1 Dados iniciais para o reconhecimento
3.5.2.1.1 Meios e tempo disponível (planejamento da utilização do tempo).
3.5.2.1.2 O comandante deverá prever para o reconhecimento militares respon-
sáveis pelas seguintes atividades:
a) comando dos integrantes da patrulha que não participam do reconhecimento;
b) orientação;
c) comunicações;
d) comandantes de grupo (a critério do comandante da patrulha); e
e) elementos de segurança.
3.5.2.1.3 Visualização da sequência das ações a realizar durante o reconheci-
mento.
3.5.2.2 Após a análise desses aspectos, deve-se decidir como realizar a ação
de reconhecer por intermédio de:
a) meios disponíveis (fotografias aéreas, fotos de satélites, filmagens etc);
b) reconhecimento no terreno, uniformizado, com ou sem a presença do inimigo,
ou força adversa; e
c) reconhecimento no terreno, descaracterizado, com ou sem a presença do
inimigo ou força adversa.
3.5.2.3 O comandante da patrulha planeja a execução do seu reconhecimento
definindo “o quê” e “de onde reconhecer”.
3.5.2.3.1 O quê?
a) Obstáculos
b) Pontos críticos
c) Características do terreno no itinerário e objetivo
d) Objetivo propriamente dito
e) Dispositivo, composição e valor do inimigo
3-10
EB70-CI-11.450
f) Outros
3.5.2.3.2 De onde?
- Locais a serem ocupados ou percorridos durante o reconhecimento.
3.5.2.3 Planejar a segurança para as atividades de reconhecimento.
3.5.2.4 Deve ser confeccionado um quadro-horário e um QOPM do reconheci-
mento, bem como ser realizado um ensaio.
3.5.2.5 Como já visto anteriormente, o planejamento do reconhecimento deve
ser feito antes da emissão da ordem preparatória para que, no QOPM, já esteja
incluso o material do reconhecimento.
a) Na ordem preparatória, o comandante deve informar à patrulha, de maneira
sucinta, sobre o reconhecimento.
b) Após a ordem preparatória, o comandante deve reunir os homens que irão ao
reconhecimento e emitir uma ordem pormenorizada.
OBSERVAÇÃO - Deverá ser conduzido somente o material necessário ao reco-
nhecimento.
3.5.2.6 Confeccionar um quadro auxiliar (sugestão):

QUEM O QUÊ COMO MATERIAL OBS


Itinerário, vias de acesso,
Cmt Esc Sequência e por Carta e Levar a
locais dos grupos e
Seg onde binóculo mochila
PRPO
Itinerário até o PRPO, Posição na Material na
Homem Carta, bússola
pontos críticos e itinerário coluna e orientar- mochila do
carta e GPS
de retorno se nos altos Cmt Esc Seg

Tab 2 - Quadro auxiliar

3.5.3 ORDEM PREPARATÓRIA


3.5.3.1 A ordem preparatória tem a finalidade de orientar a preparação individual
e coletiva da patrulha para o cumprimento da missão.
3.5.3.2 O comandante da patrulha deve empenhar-se em emitir sua ordem no
mais curto prazo possível, de modo a permitir à patrulha o tempo adequado ao
aprestamento.
3.5.3.3 Caso se torne impraticável a emissão da ordem preparatória a todos os
elementos da patrulha, ela deve ser emitida aos comandantes subordinados que
a transmitirão a seus homens.
3.5.3.4 Antes da expedição da ordem preparatória, o S Cmt deverá organizar
a patrulha conforme o planejamento do comandante, apresentando-a no local

3-11
EB70-CI-11.450
determinado para a emissão da referida ordem.
3.5.3.5 Roteiro comentado para a transmissão da ordem preparatória:
3.5.3.5.1 Situação (ambientar a patrulha)
- Ambientar a patrulha em relação a sua situação e localização no contexto da
operação em andamento (podendo para tal, fazer uso de esboços, croquis etc).
Em seguida, expor de forma sucinta os motivos que provocaram a reunião do
pelotão e sua organização como patrulha, valendo-se, neste momento, da última
situação particular.
a) Forças inimigas (até dois escalões acima)
- Abordar de forma genérica, tecendo considerações a respeito da sua provável
localização, da sua natureza e valor (grupo de homens de forças adversas, tropas
blindadas, anfíbias, aeromóveis, valor GC, Pel etc), tratando até dois escalões
acima, quando houver definição dos escalões que enquadram inimigo.
b) Forças amigas (até dois escalões acima)
- Também de forma genérica, abordar até dois escalões acima as tropas ami-
gas que operam na área, indicando sua localização e definindo a sua natureza e
valor (Pel C Mec Rfr, Cia Fuz Mtz, BIB etc), bem como meios recebidos e retirados.
3.5.3.5.2 Missão
- Transmitir à patrulha exatamente a missão recebida do escalão superior (uti-
lizando os meios visuais disponíveis), buscando, posteriormente, em função
do grau de adestramento dos patrulheiros, clarificar as ações táticas a realizar
(quando e onde).
3.5.3.5.3 Quadro-horário
- Transmitir os horários de interesse para a patrulha e os locais de reunião para
as atividades previstas nestes horários.
3.5.3.5.4 Organização (Ver QOPM)
- Neste momento, de posse do QOPM, o comandante determina que, grupo a
grupo, os homens individualmente enunciam suas funções na patrulha.
3.5.3.5.5 Uniforme e Equipamento Individual
- Transmitir que uniforme e equipamento individual cada homem ou grupo con-
duzirá, conforme QOPM (considerar a possibilidade de utilização de roupa civil,
mochilas vazias para condução, resgate ou captura de material etc).
3.5.3.5.6 Armamento e Munição
- Transmitir que armamento e munição cada homem ou grupo conduzirá, conforme
QOPM, tecendo comentários a respeito das verificações necessárias quando da
apanha do material.
3-12
EB70-CI-11.450
3.5.3.5.7 Material de Comunicações
- Transmitir que material de comunicações cada homem ou grupo conduzirá,
conforme QOPM.
3.5.3.5.8 Material de Destruições
- Transmitir que material de destruições cada homem ou grupo conduzirá, con-
forme QOPM.
3.5.3.5.9 Material Especial
- Transmitir que material especial cada homem ou grupo conduzirá, conforme
QOPM.
3.5.3.5.10 Ração e Água
- Transmitir que ração e quantidade de água cada homem ou grupo conduzirá,
conforme QOPM.
3.5.3.5.11 Material de Reconhecimento
- Transmitir que material para o reconhecimento cada homem ou grupo conduzirá,
conforme QOPM.
3.5.3.5.12 Material para Ensaio
- Transmitir que material para ensaio cada homem ou grupo conduzirá, conforme
QOPM.
3.5.3.5.13 Reconhecimento
- Informar quem irá no reconhecimento, checar o material a ser conduzido, local
do briefing e horário da partida.
3.5.3.5.14 Comunicações
a) Senha, contrassenha , sinal de reconhecimento e horário de mudança de senha.
b) Senha e contrassenha para os contatos.
c) Indicativos rádio.
d) Autenticações.
e) Horários de ligação.
f) Prescrições rádio.
g) Sinais convencionados.
h) Outros dados das IE Com Elt.
i) Processos de codificação.
3.5.3.5.15 Diversos
a) Instruções particulares (atribuir responsabilidades)

3-13
EB70-CI-11.450
1) Auxílio ao comandante no planejamento detalhado.
2) Auxílio ao gerente na apanha e distribuição do material.
3) Definir o local e o processo para distribuição do material (todos, por escalão,
por grupo etc)
4) Auxílio à equipe de navegação na preparação do caixão de areia.
5) Auxílio ao subcomandante na preparação dos meios visuais (quadros).
6) Testes e preparação dos diversos materiais.
7) Determinar, após todo o aprestamento, que sejam ensaiados os procedi-
mentos que já fazem parte das NGA do pelotão/patrulha.
EXEMPLO - Sinais e gestos para deslocamentos a pé ou fluviais etc.
b) Outras prescrições
1) Estabelecer a cadeia de comando, principalmente quando a patrulha receber
outros elementos de manobra em reforço, determina que os comandantes de
escalão e grupo (e outros graduados) permaneçam de pé e inicia a transmissão
da cadeia de comando.
2) Informar o local em que estará fazendo o planejamento detalhado.
3) Informar o local e a hora da próxima reunião.
4) Acerto dos relógios.
5) Retirada de dúvidas.

3.6 RECONHECIMENTO
3.6.1 GENERALIDADES
- Sempre que a situação permitir, deve-se buscar realizar um reconhecimento
detalhado não só do objetivo como também do itinerário a ser percorrido pela
patrulha. Entretanto, ressalta-se que durante o recebimento da missão o coman-
dante da patrulha já deverá questionar o escalão superior quanto à possibilidade
da execução do mesmo.
3.6.2 RECONHECIMENTO
3.6.2.1 Após a emissão da ordem preparatória, enquanto a patrulha se prepara,
os elementos que foram selecionados realizam o reconhecimento procurando o
maior número de dados sobre o objetivo e sobre a situação do inimigo, com a
finalidade de complementar detalhadamente o seu planejamento.
3.6.2.2 O comandante da patrulha deve atentar para a dimensão do reconhecimen-
to quando enquadrado em uma atividade de combate. Neste caso, essa passa a

3-14
EB70-CI-11.450
ser uma missão de menor porte dentro da missão principal. Sendo assim, surge
também a necessidade de, durante o planejamento preliminar (se for o caso),
elaborar-se uma estória-cobertura para descaracterizar de maneira adequada a
ação de reconhecimento.
- Uma estória bem estruturada e de conhecimento aprofundado, aliada a uma
seleção criteriosa do pessoal envolvido na ação serão fatores imprescindíveis
ao êxito da missão.
3.6.2.3 O material a ser utilizado neste tipo de atividade poderá ser o mais variado
possível, desde que atenda ao cumprimento do objetivo estabelecido. Poderão ser
utilizados, para fins de reconhecimento, máquinas fotográficas, máquinas filmado-
ras, contatos com os indivíduos da região (elaboração de croqui da área), dentre
outros artifícios. O comandante da patrulha deverá ter uma atenção maior para o
contexto em que será empregada a tropa na ação, isto é, se caracterizada ou não.
- O fato de a tropa estar atuando descaracterizada requer uma série de medidas
dissimulativas deste pessoal, com objetivo de enquadrá-los dentro de uma situação
rotineira e atinente ao local ou região de atuação.

3.7 ESTUDO DE SITUAÇÃO


3.7.1 CONSIDERAÇÕES BÁSICAS
3.7.1.1 O estudo de situação é um processo lógico e continuado de raciocínio, pelo
qual o comandante de patrulha considera todas as circunstâncias que possam
interferir no cumprimento da missão.
3.7.1.2 O estudo de situação baseia-se nos fatores abaixo discriminados.
3.7.1.2.1 Missão
- O Comandante da Patrulha procura definir, claramente, as ações a realizar,
sequenciando-as de maneira lógica, a fim de assegurar o preparo e a execução
das ações necessárias ao cumprimento da missão.
3.7.1.2.2 Inimigo
- O Comandante da Patrulha analisa os dados levantados no reconhecimento e
aqueles recebidos do escalão superior, concluindo sobre: atitude, valor, experiên-
cia, grau de instrução, desdobramento do inimigo no terreno, tempo, capacidade
de reforço etc. Ele deve, ainda, levantar as ações que o inimigo é capaz de realizar
e que, se efetuadas, influenciarão no cumprimento da nossa missão.
3.7.1.2.3 Terreno e condições meteorológicas
- O Comandante da Patrulha considera os aspectos gerais (relevo, vegetação,
natureza do solo, hidrografia, obras de arte, localidades, população e condições
meteorológicas). Este estudo visa integrar os melhores momentos para as suas

3-15
EB70-CI-11.450
ações e identificar os itinerários que restringem ou impedem o movimento da
patrulha. Conhecendo os itinerários mais adequados à situação, o comandante
da patrulha realiza o estudo dos aspectos militares do terreno.
a) Observação e campos de tiro, concluindo sobre:
1) possibilidades de observação amiga e inimiga;
2) necessidade de neutralização da observação inimiga;
3) campos de tiro rasantes;
4) condições dos campos de tiro para as armas de tiro curvo;
5) domínio de fogos; e
6) coordenação entre os elementos vizinhos.
b) Cobertas e abrigos, concluindo sobre itinerários desenfiados.
c) Obstáculos, concluindo sobre as regiões que apresentam maiores ou menores
facilidades para a progressão.
d) Acidentes capitais, concluindo sobre as regiões que permitem a montagem e o
desembocar das ações no objetivo e que oferecem segurança às ações a realizar.
e) Outros aspectos (itinerários, rotas de aproximação aérea etc).
3.7.1.2.4 Meios
- O comandante da patrulha deve apreciar os recursos humanos e materiais dis-
poníveis. Ele deve procurar empregar seus meios de forma a levantar a melhor
linha de ação para o cumprimento da missão.
3.7.1.2.5 Tempo
- O comandante da patrulha deve analisar o tempo disponível para o cumprimento
da missão. Este estudo inicia-se no planejamento preliminar, quando da confecção
do quadro-horário. Os tempos estimados para as diversas fases são detalhados
e, conforme o estudo realizado, redefinidos. Ele poderá concluir sobre a adoção
de maiores ou menores medidas de segurança durante a execução da missão,
tempo disponível para ensaios etc.
3.7.1.3 O comandante da patrulha deve levantar as ações que o inimigo é capaz
de realizar e que, se adotadas, afetarão favorável ou desfavoravelmente o cum-
primento da sua missão.
3.7.1.4 Em seguida, deve-se integrar todos os conhecimentos obtidos nesse
estudo de situação, a fim de levantar linha(s) de ação lógica(s) e viável(is) que
permita(m) o cumprimento integral da missão.
3.7.1.5 O próximo passo do estudo de situação do comandante da patrulha é a
comparação das linhas de ação levantadas (quando mais de uma for levantada),

3-16
EB70-CI-11.450
realizada com base no terreno, na rapidez (fator tempo), no dispositivo inimigo, no
nosso dispositivo e nos princípios de guerra (simplicidade, objetivo, massa, segu-
rança, ofensiva, manobra, surpresa, economia de forças e unidade de comando).
3.7.1.6 Ao final deste estudo, o comandante terá chegado a uma decisão sobre
como cumprirá a missão.
3.7.2 SEQUÊNCIA DO PLANEJAMENTO
3.7.2.1 Inicia-se pela coordenação com os apoios
a) Com unidades em apoio ou reforço (fogo, naval, aéreo etc).
b) Contato com especialistas.
c) “Briefings”
1) Levar memento pronto.
2) Levar o integrante da patrulha empenhado no contato.
3) Acertar detalhes da ordem à patrulha e do ensaio conjunto.
Obs: após a coordenação, deve-se planejar a missão propriamente dita.
3.7.2.2 Ação no Objetivo
3.7.2.2.1 Plano de reconhecimento aproximado
a) O quê reconhecer, sequência, quem, onde, por onde, medidas de coordenação
e controle, missões específicas, horários, condutas, quem permanece com olhos
no objetivo.
b) A fim de manter o militar mais antigo que permanecer com a patrulha informado
a respeito do reconhecimento, o comandante, antes de sair, deverá reunir-se com
ele e abordar os pontos de contingência, a saber (Q3OM):
1) QUEM vai com ele e que itinerários serão percorridos?
2) QUANTO tempo pretende ficar fora?
3) QUEBRA DO SIGILO (o que ele fará se for quebrado o sigilo no reconheci-
mento e o que a patrulha fará; e o que o comandante fará se a patrulha for plotada?)
4) ONDE o comandante (ou elementos que vão no reconhecimento) vai (vão)?
5) MATERIAL - Conferir/testar todo o MATERIAL a ser conduzido.
Obs - O Q3OM refere-se a tópicos essenciais de coordenação e controle da pa-
trulha. O mnemônico pode ser empregado nas situações em que os integrantes
da patrulha tenham que se separar para cumprir missões distintas. No momento
da separação, o comandante da fração a ser destacada utilizará o processo mne-
mônico do Q3OM para que, dentre outros aspectos, não se esqueça dos itens
que deve checar antes da saída.

3-17
EB70-CI-11.450
3.7.2.2.2 Tomada do dispositivo (sequência de liberação dos grupos, quem, onde,
por onde, medidas de coordenação e controle, missões específicas, horários e
condutas).
3.7.2.2.3 Ação no objetivo propriamente dita
- Confeccionar o esquema de manobra, caracterização do início da ação, detalhar
cronologicamente quem vai fazer o quê, como, para quê e selecionar a técnica
de assalto.
3.7.2.2.4 Retraimento ao PRPO
- Sequência, quem, onde, por onde, medidas de coordenação e controle, horários,
condutas etc.
3.7.2.2.5 Reorganização
- Cheque de baixas, armamento, equipamento e munição.
3.7.2.3 Deslocamento até o PRPO
a) Plano de carregamento e embarque (considerar os diversos trechos do itinerá-
rio, seguindo os princípios da autossuficiência das vagas, distribuição de valores,
manutenção da integridade tática, previsão de panes e sequenciamento).
b) Itinerário principal e secundário (com linhas e pontos de controle).
c) Pontos de reunião no itinerário.
d) Coordenação com homem-carta.
e) Levantar azimutes, distâncias e azimute de fuga (confecção do quadro auxiliar
de navegação).
f) Conduta da patrulha
1) Alto guardado, alto em segurança e no PRPO.
2) Formações, ordem de movimento, rodízio de material etc.
3) Partida e regresso das linhas amigas.
4) Verificar pontos de reunião e prazos correspondentes (tempo de permanência
e sinal de abandono).
5) Atuação nos contatos.
6) Ação nas zonas perigosas e pontos críticos.
3.7.2.4 Regresso
a) Abordar os mesmos itens de infiltração (deslocamento até o PRPO), no que
for aplicável.
b) Sempre que possível, o retraimento deverá ocorrer por um itinerário diferente
3-18
EB70-CI-11.450
do utilizado pela patrulha no deslocamento de ida.
c) Devem ser evitadas ao máximo trilhas e estradas.
3.7.2.5 Outros
a) Armamento e munição.
b) Uniforme e equipamento.
c) Conduta com inimigos feridos e prisioneiros (antes e após a ação no objetivo,
considerando as regras de engajamento para a missão).
d) Conduta com feridos e mortos amigos (antes e após a ação no objetivo).
e) Sinais e gestos a praticar.
f) Comunicações com o escalão superior.
g) Senha, contrassenha e sinais de reconhecimento: do escalão superior e da
patrulha.
h) Posição do comandante, do subcomandante e dos comandantes de grupo nos
deslocamentos e na ação no objetivo.
i) Hora do dispositivo pronto.
j) Hora da partida.
k) Reorganização após dispersão (importante relatório de BEM – Baixas, Equi-
pamento e Munição / Armamento).
l) Revezamento do material pesado (sem comprometer o emprego adequado do
mesmo).
m) Conduta como prisioneiro de guerra (PG).
n) Situações de contingência.
o) Conduta para o pernoite (base de patrulha, área de reunião clandestina, área
de reunião).
p) Medidas especiais de segurança.
q) Contato com elementos amigos infiltrados (quem, como, senha etc).
r) Ligações com outras patrulhas.
s) Linhas de controle.
t) As técnicas de ação imediata (TAI), defensivas e/ou ofensivas.
3.7.2.6 Planejamento do ensaio
- Conforme quadro resumo.

3-19
EB70-CI-11.450
3.8 ORDENS
3.8.1 GENERALIDADES
3.8.1.1 Após a realização do planejamento detalhado, o comandante da patrulha
preparar-se-á para a condução da ordem à patrulha.
3.8.1.2 A ordem à patrulha tem por objetivo informar aos integrantes da fração
as características da missão a ser cumprida, o seu desenvolvimento, bem como,
estabelecer as missões específicas individuais, dos grupos e/ou escalões.
3.8.1.3 A ordem à patrulha é emitida de forma verbal e contínua.
3.8.1.4 A ordem à patrulha estabelece procedimentos, condutas alternativas e as
diversas prescrições necessárias ao cumprimento da missão.
3.8.1.5 Normalmente, ao início da ordem à patrulha, a fração já deverá estar em
condições de partir. Entende-se, com isso, que ela já deverá estar aprestada, com
o armamento, equipamento, material de comunicações e material especial neces-
sários ao cumprimento da missão. É importante que a fração já esteja organizada
em seus escalões e grupos e com a camuflagem individual feita.
3.8.1.6 É admissível que, em missões complexas, com longo tempo para ordens
e ensaios, a ordem a patrulha seja executada sem a fração ainda estar aprestada.
3.8.1.7 O tempo destinado à emissão da ordem é flexível, variando de acordo
com a complexidade da missão e o tempo disponível ao cumprimento da mesma.
Deve-se considerar, porém, que a ordem deve ser clara e objetiva, destinando-se
o máximo de tempo aos ensaios.
3.8.1.8 A ordem à patrulha deve ser apoiada ao máximo em meios visuais, de
forma a permitir o melhor entendimento possível por parte dos patrulheiros. São
exemplos de meios a serem utilizados: caixões de areia (sempre que possível,
um para os itinerários de ida e retorno e outro para a ação no objetivo), quadro
branco, quadro negro, quadros murais de papel pardo ou semelhante, maquetes,
apresentações em computador, fotografias, filmes etc.
3.8.1.9 No anexo “B” são apresentados exemplos de meios visuais que poderão
ser utilizados durante a emissão da ordem.
3.8.1.10 Durante a execução dos ensaios pode ser necessário o retorno ao cai-
xão de areia para a retificação de planejamento e/ou emissões de novas ordens.
3.8.1.11 Em determinadas situações, a ordem pode ser transmitida diretamente
aos comandantes de escalão/grupo, e estes, por sua vez, a repassarão aos seus
respectivos patrulheiros.

3-20
EB70-CI-11.450
3.8.2 ORDEM À PATRULHA
3.8.2.1 Situação
- Situar a patrulha no terreno, caixão de areia, croquis e/ou cartas; informar à
patrulha o que deu origem à missão; informações da situação geral essenciais
para conhecimento e compreensão da situação existente.
3.8.2.1.1 Forças Inimigas (até dois escalões acima)
a) Informar à tropa as forças inimigas presentes na área de operações que possam
influenciar a ação da patrulha.
b) Transmitir à tropa dados relevantes, tais como: localização, efetivo, valor, dis-
positivo, armamento, equipamento, uniforme, identificação, atividades recentes e
atuais, movimentos, atividades da Força Aérea, procedimentos rotineiros, moral,
tempo de reforço, apoios, nível de adestramento etc.
3.8.2.1.2 Forças Amigas (até dois escalões acima)
- Informar a localização, limites de zona de ação, contatos, apoios (de fogo, aéreo
etc), outras patrulhas e atividades da Força Aérea.
3.8.2.1.3 Meios recebidos e retirados
- Quais, a partir de quando e até quando.
3.8.2.1.4 Área de Operações e Condições Meteorológicas
a) Apresentar as conclusões a respeito das consequências para nossa patrulha
sobre o ICMN/FCVN, as fases da lua (influência sobre a visibilidade), a neblina,
os ventos, as chuvas, a temperatura e o gradiente para emprego de fumígenos.
b) Apresentar as conclusões, ainda, sobre os aspectos fisiográficos do terreno:
sistema hidroviário, relevo, vegetação, considerando informações do escalão supe-
rior, informações de especialistas de área, reconhecimentos, estudos da carta etc.
3.8.2.2 Missão
- O comandante da patrulha deverá transmitir a missão conforme a tenha recebido
do escalão superior. Para uma perfeita compreensão dos patrulheiros, poderá ser
feita uma breve explicação das ações a serem realizadas.
3.8.2.3 Execução
3.8.2.3.1 Conceito da Operação
a) Neste item, o comandante da patrulha faz uma descrição SUCINTA de como
pretende cumprir a missão na sequência cronológica das ações.
b) O objetivo desta explanação é transmitir uma noção de conjunto das ações a
serem realizadas pela patrulha, procurando-se facilitar o entendimento posterior
das ordens particulares.
c) Não é fornecido qualquer detalhe de coordenação ou execução.

3-21
EB70-CI-11.450
d) São abordados os seguintes aspectos: processo de deslocamento e itinerário de
ida, ocupação do PRPO, reconhecimento aproximado, tomada do dispositivo, ação
no objetivo, retraimento para PRPO, reorganização e regresso às linhas amigas.
3.8.2.3.2 Ordens aos Elementos Subordinados
a) Este é o ponto, no memento do comandante da patrulha, em que deverão
ser estabelecidas as responsabilidades pelas ações a serem realizadas. Este
procedimento deverá seguir uma sequência cronológica a fim de caracterizar as
ações, deixando as medidas de coordenação e controle para serem definidas no
item “prescrições diversas”. É importante que a enunciação destas ordens ocorra
de forma a abordar as ações a serem realizadas por um determinado escalão,
grupo ou homem nas principais fases da missão.
b) Existem dois processos usualmente utilizados para a explanação deste item,
a saber:
1) 1º Processo: Transmitir as missões separadamente por escalões e grupos,
seguindo a sequência das ações a realizar, a partir do deslocamento de ida até
o retorno às linhas amigas. Em ações complexas, que exijam a ação isolada dos
escalões ou grupos, este processo poderá ser o mais conveniente.
2) 2º Processo: Apresentar as missões aos escalões e grupos à medida que
as ações forem abordadas, ou seja, o comandante da patrulha escalona as ações
numa sequência cronológica do deslocamento de ida ao regresso às linhas amigas,
atribuindo responsabilidades em cada ação separadamente.
3.8.2.3.3 Prescrições diversas
a) Hora do dispositivo pronto para início do deslocamento
b) Deslocamento até o PRPO a) Hora de Partida.
1) Itinerário de ida (conforme quadro auxiliar de navegação).
2) Meios, processos de deslocamento e medidas de coordenação e controle
nos diversos trechos.
3) Formação inicial e ordem de movimento.
4) Planos de embarque e carregamento (SFC).
5) Prováveis pontos de reunião.
6) Segurança nos deslocamentos e altos.
7) Passagem pelos postos avançados amigos.
c) Ocupação do PRPO.
d) Ação no objetivo
1) Reconhecimento aproximado do objetivo (o que reconhecer, sequência,
quem, onde, por onde, medidas de coordenação e controle, missões específicas,
horários etc).
3-22
EB70-CI-11.450
2) Tomada do dispositivo (sequência e liberação dos grupos, quem, onde, por
onde, medidas de coordenação e controle, missões específicas, horários etc).
3) Ação no objetivo (caracterização do início da ação, detalhar cronologicamente
quem faz o quê, como e para quê).
4) Retraimento para o PRPO (sequência, quem, onde, por onde, medidas de
coordenação e controle, horários etc).
5) Reorganização no PRPO (cheque de baixas, equipamento, munição/ arma-
mento - BEM).
e) Regresso
1) Hora de regresso.
2) itinerário de regresso.
3) Meios, processos de deslocamento e medidas de coordenação e controle
nos diversos trechos.
4) Formação inicial e ordem de movimento.
5) Planos de embarque e carregamento (SFC).
6) Prováveis pontos de reunião.
7) Segurança nos deslocamentos e altos.
8) Passagem pelos postos avançados amigos.
3.8.2.3.4 Outras Prescrições
a) Situações de contingência (nas diversas fases da operação).
b) Ações em áreas perigosas e pontos críticos (POCO)
- Pare;
- Olhe;
- Cheire; e
- Ouça.
c) Ações em contato com o inimigo (TAI).
d) Reorganização após dispersão.
e) Tratamentos com prisioneiro de guerra, mortos e feridos inimigos.
f) Conduta com mortos e feridos amigos.
g) Conduta ao cair prisioneiro de guerra.
h) Conduta para pernoites
1) base de patrulha;
2) área de reunião; e

3-23
EB70-CI-11.450
3) área de reunião clandestina.
i) Medidas especiais de segurança.
j) Destino do material especial.
k) Rodízio de material pesado.
l) Contato com elemento amigo.
m) Ligação com outras patrulhas.
n) Prioridades nos trabalhos de organização do terreno.
o) Linhas de controle.
p) Apoio de fogo (onde, até quando e como solicitar).
q) Documentos a serem conduzidos (procedimentos para destruição).
r) Procedimentos para ensaios e inspeções.
s) Elementos essenciais de inteligência (EEI).
t) Estória-cobertura coletiva.
u) Conduta com civis.
v) Azimutes de fuga (SFC).
3.8.2.4 Logística
a) Ração e água.
b) Armamento e munição.
c) Prescrições para consumo e ressuprimento.
d) Uniforme e equipamento especial.
e) Localização do homem-saúde.
f) Local do posto de socorro (PS), posto de refúgio e posto de coleta de prisio-
neiros de guerra.
g) Processo de evacuação (pessoal e material).
h) Medidas de saúde e higiene.
OBSERVAÇÃO - Todos os itens referentes a material e suprimento, já previstos
pela ordem preparatória, poderão ser abordados antes da ordem à patrulha, por
ocasião da verificação da parte material da inspeção inicial fracionada
3.8.2.5 Comando e Comunicações
a) Processo de codificação da IE Com Elt.
b) Senhas e contrassenha s (horários para mudança).
c) Sinais de reconhecimento.

3-24
EB70-CI-11.450
d) Sinais de ponto limpo e de ponto ativado.
e) Frequências principais e alternativas (sinais para mudança).
f) Indicativos.
g) Autenticações.
h) Horários para contato.
i) Sinais convencionados.
j) Localização do comandante e do subcomandante (durante o ensaio e todas
as fases da ação).
k) Cadeia de comando.
l) Dúvidas?
m) Cheque do acerto dos relógios.
Obs - É importante que os itens referentes ao Comando e Controle sejam memori-
zados por todos. A IE Com Elt deve ser conduzida codificada. Todos os integrantes
da patrulha deverão saber quem está conduzindo a IE Com Elt e onde ela está
guardada. Ao término da emissão da ordem, deverá ser feito um cheque rigoroso
de cada detalhe da missão a ser cumprida.

3.9 FISCALIZAÇÃO
3.9.1 INSPEÇÃO INICIAL

Fig 40 - Inspeção inicial tática

3.9.1.1 Finalidade
3.9.1.1.1 A inspeção inicial visa a permitir ao comandante da patrulha uma avalia-
ção sobre o grau de preparação dos homens, quanto ao conhecimento detalhado
da missão, bem como o moral da tropa, o estado do equipamento e do armamento.
3-25
EB70-CI-11.450
3.9.1.1.2 Ações a realizar
a) A inspeção inicial deve ser dividida em duas fases, uma tática e outra material.
Nesta ocasião, serão inspecionados todos os integrantes da patrulha, inclusive
os elementos em apoio recebidos (motorista, guia, prático, piloto, atendente etc).
1) Parte tática
(a) Verificação do conhecimento individual sobre a missão, bem como senhas,
contrassenhas, sinais de reconhecimento, sinais de ponto limpo e ponto ativado,
códigos, missões específicas, indicativos, prescrições rádio, estória-cobertura, ho-
rários de ligação, sinais convencionados e processos de autenticação /codificação.
(b) Deve ser realizada, sempre que possível, após a transmissão da ordem
à patrulha, no próprio caixão de areia, ocultando os meios visuais. Deverá ser
conduzida pelo comandante da patrulha, buscando fazer um sincronismo entre os
grupos em todas as fases da patrulha. Ou seja, desde a partida até o regresso.
(c) O comandante da patrulha fará, inicialmente, perguntas aos integrantes
da patrulha para verificar se há alguma dúvida sobre a missão, principalmente
aos patrulheiros com missões específicas.
(d) Posteriormente, fará uma espécie de teatro verificando todas as ações
desde a ordem de embarque, passando pela ordem de deslocamento, ocupação
do PRPO, reconhecimento aproximado, tomada do dispositivo, ações no objetivo,
retraimento para o PRPO, reorganização e regresso. Esta atividade deverá ser
realizada na ordem cronológica dos acontecimentos, quando o comandante irá
citar as ações a serem realizadas enquanto os comandantes de grupo, utilizando-
-se de cartões com os nomes de suas frações, os colocarão no caixão de areia
na ordem de execução.
EXEMPLO
- O comandante citará a primeira ação a ser executada (ordem de deslo-
camento da base até o PRPO). Neste instante, o comandante do primeiro grupo
da coluna de marcha colocará o seu cartão no caixão de areia e explicará sucin-
tamente as atribuições do seu grupo.
- Em seguida, sem receber ordem alguma, o comandante do próximo grupo
na ordem de deslocamento colocará o seu cartão. Sucessivamente, os demais
comandantes de grupo tomarão o mesmo procedimento.
- Na sequência, o comandante da patrulha ditará o momento da chegada
ao local do PRPO e perguntará que atividade o primeiro grupo deverá desenvolver.
- Então o comandante do primeiro grupo explanará as ações dos seus ho-
mens e colocará o seu cartão no setor correspondente ao seu grupo no dispositivo
do PRPO, dentro do caixão de areia, seguido pelos outros comandantes de grupo.
- Desta forma, realizar-se-ão as outras atividades da patrulha até o re-
traimento.
3-26
EB70-CI-11.450
(e) Desta maneira é possível ao comandante da patrulha verificar as dúvi-
das de seus comandados, assim como corrigir omissões ou erros na emissão
da ordem à patrulha, de forma que ao realizar o ensaio haja o menor número de
dúvidas quanto à sua execução.
(f) Caso haja premência de tempo para uma inspeção teórica completa, con-
forme explicada anteriormente, o comandante da patrulha deverá fazer uma ins-
peção teórica sumária, abordando os itens essenciais ao cumprimento da missão.
2) Parte material:
(a) Nesta fase da inspeção, o comandante deve dispor seus homens de forma
que seja possível a inspeção tátil e visual do uniforme, armamento, equipamento
e material coletivo. Deve-se ressaltar que todo o teste e aprestamento do material
deverá ser realizado por ocasião de seu recebimento e durante o planejamento
detalhado, a cargo dos comandantes de grupo.
(b) Uniforme e equipamento individual: ancoragem do equipamento, material
conforme previsto no QOPM, relógios (horário, protetor, despertadores desligados
etc), impermeabilização (mochila, kits etc), cantis plenos etc.
(c) Armamento e munição: condições de manutenção, funcionamento, camu-
flagem, estrangulamento das bandoleiras, amarração dos zarelhos, travamento,
alça de combate etc.
(d) Material de destruição: condições de manutenção, funcionamento, pre-
paração de cargas-tipo, acondicionamento e impermeabilização etc.
(e) Material especial (viatura, embarcação, bolsa de primeiros socorros, GPS
etc): condições de uso, funcionamento, acondicionamento e impermeabilização
etc.
(f) Material de comunicações: condições de manutenção, funcionamento
(potência de saída etc), pré-sintonia, acondicionamento, ancoragem (combinado,
antena, base de antena etc) e impermeabilização (rádio, combinado, caixa de
bateria etc).
(g) Documentação (extratos de carta, croquis de itinerários, extratos de IE
Com Elt etc): codificação, impermeabilização, miniaturização, preparação para
destruição e controle da distribuição etc.
(h) Pessoal: camuflagem, estado físico etc.
(i) A inspeção é de exclusiva responsabilidade do comandante da patrulha.
Se o efetivo e o tempo disponível permitirem, o comandante acompanhado de seu
subcomandante, após se inspecionarem, fazem a inspeção em cada um de seus
homens e determina que o comandante de grupo, após ter sido inspecionado, o
acompanhe. Os erros encontrados deverão ser sanados antes do ensaio.
b) A inspeção inicial poderá ser realizada de forma integral ou fracionada.

3-27
EB70-CI-11.450
1) Na primeira situação, a parte tática e a material deverão ocorrer imediata-
mente após a emissão da ordem à patrulha.
2) Na segunda situação, a parte material deverá ocorrer imediatamente antes
da ordem à patrulha, devendo ser destinado um tempo para que durante esta
atividade sejam sanados óbices de material, enquanto a parte tática ocorrerá após
a emissão da ordem à patrulha, assim como na primeira situação apresentada.
3) A inspeção inicial fracionada serve para que o comandante da patrulha
possa identificar possíveis problemas com o material solicitado, podendo assim
resolvê-los com maior oportunidade, inclusive alterar o planejamento da missão
antes da emissão da ordem à patrulha
3.9.2 ENSAIO
3.9.2.1 Finalidade
- O ensaio visa a familiarizar os homens com o cumprimento da missão, praticando
as tarefas que irão realizar e esclarecendo as possíveis dúvidas decorrentes da
ordem à patrulha. Deverá ser conduzido de forma a obedecer rigorosamente ao
que será executado no cumprimento da missão. Uma travessia de curso d’água;
o uso do OVN e da máscara contra gases; dentre outros procedimentos, quando
não ensaiados, poderão vir a comprometer o sucesso da missão devido a, dentre
outros motivos: quebra de sigilo, danificação do material (impermeabilização mal
feita) e dificuldade de observação (perda de profundidade ou embaçamento).
3.9.2.2 Execução
3.9.2.2.1 O ensaio é planejado pelo comandante durante o planejamento detalhado
e transmitido ao subcomandante para que este possa conduzi-lo.
3.9.2.2.2 Ao final da ordem à patrulha, o subcomandante faz uma explanação
oral, para que todos os homens entendam onde, como e o que vai ser ensaiado.
3.9.2.2.3 O comandante da patrulha observa o ensaio com o intuito de corrigir
eventuais erros causados pelo não entendimento das ordens emanadas ou até
mesmo para retificar o seu planejamento.
3.9.2.2.4 O ensaio não deve ser omitido, mesmo que os patrulheiros sejam expe-
rientes e adestrados. Não havendo tempo disponível para ensaiar todas as ações,
dar-se-á prioridade à ação no objetivo, que é a fase mais importante da execução.
Somente em caso de extrema premência de tempo deverá ser abortado o ensaio,
visando única e exclusivamente o cumprimento da missão.
3.9.2.2.5 Deve-se ensaiar em terreno semelhante ao da região do objetivo. Se a
patrulha for atuar à noite, devem ser realizados ensaios noturnos.
3.9.2.2.6 O ensaio deverá ser feito, inicialmente, por alguns patrulheiros com
missões específicas. Depois, por grupo e, em seguida, por escalão. Por fim, com
toda a patrulha. Ou seja, do particular para o geral.
3-28
EB70-CI-11.450
3.9.2.2.7 Deverão ser ensaiadas as seguintes ações, dentre outras:
a) ações no objetivo (ênfase);
b) itinerário de ida e reorganização;
c) deslocamentos e altos (com os meios de transporte);
d) ações em áreas perigosas e pontos críticos;
e) ações em contato com o inimigo (TAI);
f) regresso;
g) ocupação de área de reunião, área de reunião clandestina e base de patrulha
(SFC);
h) sinais e gestos convencionados;
i) transmissão de ordens (exploração dos meios de comunicações);
j) passagem nos postos avançados amigos;
k) mudança de formação;
l) plano de carregamento e embarque;
m) senhas e contrassenha s, sinais de reconhecimento, estória-cobertura;
n) medidas de segurança nas mudanças dos meios de infiltração;
o) transporte e rodízio de material coletivo;
p) lançamento de antenas improvisadas (rádio-operadores); e
q) ocupação do PRPO (camuflagem das mochilas).
3.9.2.2.8 Após o exaustivo ensaio de todas as fases do planejamento principal e
havendo tempo disponível, o comandante da patrulha poderá ensaiar, na ordem
de prioridade que julgar necessária, todas as situações de contingência.
3.9.2.2.9 O ensaio das normas gerais de ação da patrulha (TAI, sinais e gestos
convencionados, formações de deslocamento etc) poderá ser realizado durante
a fase do planejamento detalhado, na medida em que os patrulheiros forem fina-
lizando o seu aprestamento, a cargo dos comandantes de grupo.
3.9.2.2.10 Se, após o ensaio, estiverem previstas atividades administrativas como
pernoite ou descanso, deverá haver, antes da partida, outro ensaio para revisar
as principais ações a serem executadas. Após outras medidas administrativas
de pequeno intervalo de tempo, tais como refeições, a execução de outro ensaio
ficará a critério do comandante.

3-29
EB70-CI-11.450

3.9.3 INSPEÇÃO FINAL


3.9.3.1 Finalidade
- A inspeção final, última atividade da patrulha antes da partida, visa a permitir ao
comandante da patrulha verificar se os erros encontrados na inspeção inicial e
no ensaio foram corrigidos.
3.9.3.2 Ações a realizar
3.9.3.2.1 O comandante inspeciona o subcomandante e este inspeciona o coman-
dante, posteriormente os dois inspecionam os demais integrantes da patrulha.
3.9.3.2.2 O subcomandante deverá conduzir uma via do QOPM com os itens
essenciais para o cumprimento da missão, com o intuito de verificar se não há
algum equipamento faltando. Esta via não deverá ser conduzida para a missão.
3.9.3.2.3 Todo integrante da patrulha deverá dispor, no lado interno da tampa da
mochila, uma relação com o material coletivo que está conduzindo, a fim de faci-
litar, no caso de alguma eventual baixa, o controle do material coletivo essencial
ao cumprimento da missão.
3.9.3.2.4 Após a verificação da camuflagem, da ajustagem do equipamento, dos
cantis plenos, do estado físico dos homens e realizadas as devidas correções,
o comandante da patrulha deverá comandar “CARREGAR AS ARMAS” e, em
seguida, inspecionar se estão travadas.

Fig 41 - Inspeção final

3-30
EB70-CI-11.450
CAPÍTULO IV
PATRULHAS EM AMBIENTES ESPECIAIS

4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS


4.1.1 GENERALIDADES
4.1.1.1 As operações em ambientes especiais ocorrem quando o combate é tra-
vado sob condições climáticas altamente desfavoráveis ou em terrenos difíceis.
Em certas circunstâncias, podem ser necessários equipamentos adicionais e/ou
treinamento especializado.

Fig 42 - Infiltração de uma patrulha

4.1.1.2 O terreno difícil pode reduzir a impulsão das operações ou canalizar o


movimento das forças de combate, aumentando sua vulnerabilidade quanto à
localização e identificação pelo inimigo. Em outros casos, o terreno pode oferecer
cobertura e proteção natural contra os efeitos dos ataques inimigos.
4.1.1.3 A utilização desse tipo de terreno pelas patrulhas pode aumentar as
oportunidades para se obter a surpresa e favorecer a infiltração, as incursões e
as operações das forças adversas.
4.1.1.4 Neste capítulo, serão abordados aspectos relativos às patrulhas atuando na
caatinga, na montanha, no pantanal, na selva, em áreas urbanas e em ambientes
afetados por agentes químicos, biológicos ou nucleares.

4.2 PATRULHA EM AMBIENTE DE CAATINGA


4.2.1 GENERALIDADES
4.2.1.1 Localizada no sertão nordestino, a caatinga abrange os estados do Ceará,
do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco, de Sergipe, de Alagoas,
4-1
EB70-CI-11.450
da Bahia, o sul e o leste do Piauí e o norte de Minas Gerais.
4.2.1.2 Em regiões de caatinga, o clima semiárido, o solo pedregoso e a vege-
tação são fatores de grande influência no cumprimento da missão. Essas áreas
caracterizam-se pela baixa pluviosidade, pouca umidade, altas temperaturas
diurnas e acentuada amplitude térmica. Esse ambiente é constituído, essencial-
mente, de árvores e arbustos espinhentos adaptados ao clima seco e à pouca
quantidade de água e de plantas herbáceas que se desenvolvem com bastante
rapidez após as chuvas.
4.2.1.3 A caatinga é formada por três estratos: o arbóreo, com árvores de 8 a 12
metros, o arbustivo, com vegetação de 2 a 5 metros, e o herbáceo, abaixo de 2
metros. Entre as espécies mais comuns estão o umbuzeiro e o mandacaru.

Fig 43 - Tipos de caatinga

4.2.1.4 O combatente necessita de adaptação e aclimatação, antes de ser empre-


gado, pois os efeitos desse ambiente operacional podem influenciar na conduta
tática individual.
4.2.2 ASPECTOS TOPOTÁTICOS DO TERRENO
4.2.2.1 Observação e campos de tiro
4.2.2.1.1 Observação
a) A observação terrestre é dificultada em grandes faixas do terreno onde a
vegetação supera a altura de um homem. É limitada à distância máxima de 50
metros em caatinga rala e de 20 metros em caatinga média ou fechada. Por outro
lado, a ocupação de algumas poucas elevações existentes permite uma melhor
observação.
b) A observação melhora à medida que o homem abaixa sua silhueta ou quan-
do utiliza métodos improvisados para aumentar o campo de visada, como, por
4-2
EB70-CI-11.450
exemplo, subir em árvores copadas ou lajedos.
c) A observação aérea é favorecida em virtude das características naturais da
região. As fotografias aéreas e as imagens de satélites poderão fornecer dados
precisos acerca das posições e/ou dos movimentos de tropas. Em consequência,
particular atenção deverá ser dispensada à camuflagem individual e coletiva.
d) Para a camuflagem no verão, predomina o amarelo queimado, e no inverno
o verde claro.
4.2.2.1.2 Campos de tiro
a) A caatinga proporciona bons campos de tiro na época da seca.
b) A vegetação dificulta a realização de tiro tenso a média distância, amortecendo
ou desviando o projétil, tornando o tiro eficaz somente a pequenas distâncias.
4.2.2.1.3 Cobertas e abrigos
a) Cobertas
- A caatinga se constitui numa ótima coberta contra a observação terrestre
inimiga. Isso não ocorre com relação à observação aérea, sendo necessária,
muitas vezes, a utilização de meios de camuflagem artificiais.
b) Abrigos
1) A caatinga é, normalmente, pobre em abrigos naturais.
2) Uma possibilidade que se apresenta, entretanto, é a de se utilizar as pe-
quenas dobras do terreno, renques de pedras, leitos secos de riachos, além de
algumas árvores de troncos mais espessos.
3) A construção de abrigos artificiais, como, por exemplo, trabalhos de Organi-
zação do Terreno (OT), é dificultada pela constituição pedregosa do solo.
4.2.2.1.4 Obstáculos
a) A vegetação pode se constituir em obstáculo para tropa a pé.
b) A existência de pedras de grande porte (serrotes) dificulta a progressão de
tropa a pé e constitui obstáculo para viatura de qualquer tipo.
c) Os riachos secos e alguns reservatórios de água, como açudes e barragens,
após rápidas chuvas, podem constituir obstáculos.
4.2.2.1.5 Acidentes capitais
a) Locais de abastecimento de água – Devido às condições climáticas e escas-
sez de água, pontos d‘água, como açudes e barragens, passam a ser acidentes
capitais de grande importância logística.
b) Localidades – Em virtude das características naturais da caatinga, as localidades
4-3
EB70-CI-11.450
assumem um papel de grande importância como fonte de suprimento classe I.
c) Terrenos dominantes – as poucas elevações existentes são acidentes capitais
por proporcionarem comandamento sobre o terreno.
4.2.2.1.6 Outros aspectos
a) Toda a região de caatinga é cortada por boa rede de estradas federais, es-
taduais e municipais, que possibilitam o deslocamento de grandes efetivos. A
transitabilidade é boa, inclusive nas vias não pavimentadas.
b) Estradas carroçáveis de pequena largura permitem o deslocamento de tropa
de valor até Unidade.
4.2.3 DESLOCAMENTOS
4.2.3.1 O prazo de oito a quinze dias de aclimatação proporciona sensíveis melho-
ras à operacionalidade do combatente. Exercícios físicos, pequenas marchas de
intensidade crescente, com alimentação adequada e o adestramento da disciplina
de controle d´água complementam a aclimatação.
4.2.3.2 É aconselhável que os deslocamentos não ocorram no período das dez
às quatorze horas, devido à temperatura muito alta. Cresce de importância o
deslocamento noturno.
4.2.3.3 As calhas dos rios podem ser utilizadas para os deslocamentos.
4.2.4 NAVEGAÇÃO
4.2.4.1 A bússola é o meio mais adequado, tanto de dia como à noite. Os processos
de orientação pelo relógio, pelo sol ou pelas estrelas, também podem ser usados.
4.2.4.2 O emprego de guias, devido à grande dificuldade de orientação na caa-
tinga, facilita a navegação.
4.2.4.3 Aparelhos de orientação por satélites (GPS) poderão ser empregados
como meio auxiliar de navegação.
4.2.5 ARMAMENTO, UNIFORME E EQUIPAMENTO
4.2.5.1 A cobertura ideal para a cabeça do combatente é a de couro ou a de lona.
4.2.5.2 O uniforme deve ser da cor predominante da região e da época. O tecido
deve ser o mais resistente possível, colocando-se reforços de couro nos cotovelos
da gandola e nos joelhos da calça.
4.2.5.3 Convêm que coturno tenha o “cano” de couro.
4.2.5.4 Usar luvas e óculos para a proteção.
4.2.5.5 Utilizar o cantil térmico, sempre que possível. Alguns homens da patrulha
deverão ter a missão específica de conduzir quantidade extra de água

4-4
EB70-CI-11.450
4.2.6 SOBREVIVÊNCIA

Fig 44 - Obtenção de alimento de origem vegetal

4.2.6.1 O suprimento e o ressuprimento de água e alimentos devem ser minu-


ciosamente planejados.
4.2.6.2 A ocorrência de doenças endêmicas na área exige a adoção de medidas
preventivas.
4.2.6.3 Atenção especial deverá ser dada aos acidentes com animais peçonhen-
tos. A condução do soro liofilizado é desejável, o qual deverá ser aplicado sob
orientação médica.
4.2.6.4 Deverá ser conduzido repositor hidro-eletrolítico para evitar desidratação.
4.2.6.5 A água poderá ser obtida em poços, brejos, açudes e tanques.
4.2.6.6 Algumas plantas da região, além de servirem de alimento, também forne-
cem certa quantidade de água.
4.2.7 LOGÍSTICA
4.2.7.1 O clima, a vegetação, os grandes espaços vazios, a circulação e a carência
de recursos locais são fatores que dificultam as atividades logísticas.
4.2.7.2 Especial atenção deverá ser dada ao ressuprimento de água e alimentos.
4.2.7.3 A dificuldade de progressão no interior da vegetação e os escassos
recursos locais restringem o emprego de viaturas, crescendo de importância a

4-5
EB70-CI-11.450
utilização de jumentos e aeronaves de asa rotativa nas atividades de ressupri-
mento e evacuação.
4.2.8 COMANDO E COMUNICAÇÕES
4.2.8.1 Emprega-se, sem maiores restrições, a comunicação por meio rádio e
fio. O emprego de meios ópticos assume grande importância, principalmente a
sinalização com bandeirolas e com dispositivos iluminativos.
4.2.8.2 O uso da antena longa no interior da caatinga torna–se inviável, devido às
características da vegetação, obrigando o uso da antena curta. Caso se queira
fazer contato com o escalão superior, é necessário utilizar uma antena adequada,
para melhorar a transmissão e a recepção.
4.2.9 SUGESTÕES AO COMANDANTE DE PATRULHA

Fig 45 - Patrulha na caatinga

4.2.9.1 Conduzir bolsas de primeiros socorros por fração. Incluir, se possível,


pessoal de saúde no efetivo.
4.2.9.2 Manter uma constante preocupação com a orientação, devido à escassez
de acidentes naturais nítidos no terreno.
4.2.9.3 Mesmo em missões de curto alcance, prever equipamentos e munições
sobressalentes, devido a dificuldade de acesso a regiões interiores.
4.2.9.4 Controlar o consumo da água e da ração dos integrantes da patrulha,
porém não impedir o consumo necessário e suficiente.
4.2.9.5 Manter os integrantes da patrulha informados quanto aos efeitos do calor,
desidratação, insolação ou intermação - e como evitá-los.
4.2.9.6 Utilizar, quando possível, protetor solar.

4-6
EB70-CI-11.450
4.3 PATRULHA EM AMBIENTE DE MONTANHA
4.3.1 GENERALIDADES
4.3.1.1 O ambiente operacional de montanha está afeto a uma ampla área geo-
gráfica composta por formas e acidentes do relevo possuidores de considerável
desnível em relação às áreas circunvizinhas, terrenos compartimentados com
encostas íngremes e caminhos precários. O ambiente não está, todavia, associado
às regiões de grandes altitudes.
4.3.1.2 As escarpas, os compartimentos e a altitude influenciam os fenômenos
meteorológicos, causando maiores precipitações, nevoeiros, neblinas, rajadas de
ventos e quedas de temperaturas. As condições meteorológicas, por isso, estão
sujeitas a repentinas alterações, sendo de difícil previsão. Somente uma tropa
aclimatada e adestrada poderá aproveitar-se das ocorrências peculiares desses
fenômenos para realizar suas ações.
4.3.1.3 O combate decisivo nas regiões montanhosas é travado nas partes mais
altas do terreno. As características do ambiente favorecem as ações de infiltração.
4.3.1.4 O emprego de aeronaves de asa rotativa, apesar de sua eficiência em
região de montanha, é restringido pelas inconstantes condições meteorológicas
e obstáculos rochosos.
4.3.2 INFILTRAÇÃO
4.3.2.1 Uma patrulha em montanha normalmente realiza ações por meio de in-
filtração. Em região alcantilada é desejável que a patrulha receba o apoio de um
Escalão de Reconhecimento e Segurança (ERS), fração temporária composta,
dentre outros elementos, por especialistas em montanhismo.
4.3.2.2 O ERS tem como missões gerais: infiltrar-se, reconhecer e balizar todas
as medidas de coordenação e controle nos itinerários, fornecer guias de trecho
e equipar vias em obstáculos rochosos, além de prover segurança à patrulha
durante a transposição de obstáculos.
4.3.3 ASPECTOS TOPOTÁTICOS DO TERRENO
4.3.3.1 Observação e campos de tiro
4.3.3.1.1 Observação
a) O terreno movimentado e as condições meteorológicas dificultam a observação
terrestre.
b) O ambiente favorece a observação aérea.
4.3.3.1.2 Campos de tiro
a) Os blocos rochosos e os ângulos mortos reduzem os campos de tiro para as
armas de trajetória tensa e favorecem o emprego dos fogos indiretos.
4-7
EB70-CI-11.450
b) As alturas dominantes do terreno montanhoso normalmente possibilitam ex-
celente observação e campos de tiro a grandes distâncias.
4.3.3.1.3 Cobertas e abrigos
- A topografia irregular das montanhas oferece excelentes cobertas e abrigos.
4.3.3.1.4 Obstáculos
- O terreno caracterizado por escarpas ou encostas com declividades acentuadas,
associado à precariedade ou ausência de caminhos naturais e estradas, já fazem
do ambiente montanhoso um obstáculo natural.
4.3.3.1.5 Acidentes capitais
- As alturas que dominam as vias de circulação, as antenas de comunicações e
as reservas naturais são os principais acidentes capitais neste tipo de ambiente.
4.3.3.1.6 Outros Aspectos
a) As vias de acesso são caracterizadas pelas rotas de escalada, estradas e trilhas.
b) Em consequência das poucas vias de acesso e das peculiaridades do terreno
de montanha, a utilização de guias torna-se importante.
4.3.4 DESLOCAMENTOS E ESTACIONAMENTOS
4.3.4.1 Os deslocamentos em montanha revestem-se de algumas características
especiais em consequência do terreno acidentado com aclives acentuados. A
velocidade dos deslocamentos é consideravelmente afetada pela declividade do
terreno, que, geralmente, impõe a formação em coluna.
4.3.4.2 Pequenos deslocamentos com gradual aumento das distâncias aceleram
a aclimatação dos homens, reduzindo os efeitos fisiológicos sobre eles, como o
“mal da montanha”.
4.3.4.3 As trilhas rochosas dificultam a progressão sigilosa da patrulha, particu-
larmente, nos deslocamentos noturnos.
4.3.4.5 A utilização de agasalhos é recomendada somente durante os altos e os
pernoites.
4.3.4.6 Em virtude das condições climáticas (frio intenso), a duração dos altos é
menor que a realizada em terreno convencional.
4.3.4.7 O tipo de estacionamento mais executado por uma patrulha em região de
montanha é o bivaque.
4.3.4.8 A proximidade das cristas rochosas deve ser evitada, pelo perigo que
representa em caso de tormentas, bem como o fundo das ravinas em caso de
chuvas intensas.

4-8
EB70-CI-11.450
4.3.5 NAVEGAÇÃO
4.3.5.1 O emprego de meios auxiliares de orientação, como GPS e altímetro,
facilita a navegação da patrulha em montanha.
4.3.5.2 As dificuldades que podem surgir na determinação das distâncias são
decorrentes da forma irregular do terreno.
4.3.6 ARMAMENTO, UNIFORME E EQUIPAMENTO
4.3.6.1 O vestuário utilizado visa reduzir os efeitos das variações de temperatura,
e divide-se em abrigos interiores, exteriores e de proteção.
4.3.6.2 Os abrigos interiores servem para retenção do calor do corpo, devendo
ser permeáveis à transpiração, como suéteres e meias de lã.
4.3.6.3 Os abrigos exteriores são utilizados para proteger o corpo contra o frio
e a umidade, devendo ser simples e de secagem rápida, como agasalhos de lã
ou “polartec”.
4.3.6.4 Os vestuários de proteção servem para isolar o corpo do contato com o
vento e a água, devendo ser impermeáveis. Vestuários do tipo “goretex” permitem
a transpiração, sendo ideais para este tipo de ambiente.
4.3.6.5 Os calçados deverão ser os mais adequados para as atividades. Para
marchas, coturnos de lona com solado extra leve ou botas fabricadas para des-
locamentos em terreno de montanha. Para escaladas, coturnos bem justos e de
solado aderente ou sapatilhas de escalada.
4.3.6.6 As mochilas deverão ser de grande capacidade, face à dificuldade de
apoio logístico e quantidade de material a ser conduzido.
4.3.6.7 É importante a condução de armamento coletivo, particularmente armas
leves de tiro curvo e anticarro, em decorrência da grande quantidade de ângulos
mortos e da vulnerabilidade das precárias vias de circulação.
4.3.6.8 O equipamento de campanha deve proporcionar retenção de calor ou pro-
teção, como barraca modelo “iglu”, isolante térmico, saco de dormir e manta leve.
4.3.7 EMBOSCADA
4.3.7.1 O terreno de montanha favorece o emprego de emboscada.
4.3.7.2 No desencadeamento dos fogos, deve-se atentar para a possibilidade de
ricochetes atingirem a tropa.
4.3.7.3 Devido à quantidade de ângulos mortos, é importante planejar o emprego
do morteiro leve, interditando possíveis eixos de fuga do inimigo que as armas
de tiro tenso não alcançarem.

4-9
EB70-CI-11.450

Fig 46 - Emboscada em região de montanha

4.3.8 SEGURANÇA
4.3.8.1 O ambiente de montanha facilita a progressão dissimulada de uma
patrulha. Por isso, quando não existirem itinerários cobertos ou abrigados, os
deslocamentos devem ser feitos abaixo da crista topográfica, atentando-se nas
elevações adjacentes.
4.3.8.2 A comunicação entre os escaladores deve ser estabelecida por meio de
puxadas no cabo de escalada.
4.3.8.3 A abundância de ângulos mortos aumenta a importância da instalação de
postos de vigilância e de escuta.
4.3.9 ALIMENTAÇÃO
4.3.9.1 Em intervalos menores que o habitual, o homem deve consumir pequenas
quantidades de alimentos com alto teor calórico, de fibras e de sais minerais, tais
como monossacarídeos, frutas e derivados de cereais. Uma refeição completa
deve ser consumida antes de se iniciar um deslocamento e outra ao final do dia.
4.3.9.2 Patrulhas que atuam isoladamente poderão contar com a caça de aves e
de outros pequenos animais.
4.3.10 COMUNICAÇÕES
4.3.10.1 O principal meio de comunicação é o rádio.

4-10
EB70-CI-11.450
4.3.10.2 O deslocamento de mensageiros é lento e dificulta uma ligação de caráter
urgente. Por isso, quando forem utilizados, devem ser empregados mensageiros
em dupla. O meio visual, por vezes, torna-se adequado.
4.3.10.3 As comunicações rádio são frequentemente interrompidas em face à obs-
trução das montanhas ou à absorção das ondas eletromagnéticas pela vegetação
existente nos vales, tornando-se importante a instalação de repetidores de rádio.
4.3.10.4 As antenas não devem ser localizadas nas cristas, a menos que isto seja
absolutamente necessário para a obtenção de comunicação satisfatória.
4.3.10.5 As mudanças de temperaturas bruscas criam empecilhos para o ideal
emprego dos conjuntos-rádio e das baterias.
4.3.10.6 A instalação de um sistema fio é dificultada pelos acidentes e neces-
sita de proteção contra queda de pedras e deslizamentos. Os telefones e suas
centrais deverão estar aterrados, evitando que descargas elétricas, comuns em
montanhas, atinjam o operador do equipamento.
4.3.11 LOGÍSTICA
4.3.11.1 Em face das imposições do ambiente em relação ao movimento, uma
patrulha em região de montanha opera com limitações logísticas.
4.3.11.2 As escassas redes de estradas, caracterizadas ainda por curvas e ram-
pas acentuadas, restringem o emprego de viaturas, sendo importante a utilização
de animais da região (muares) e de aeronaves de asa rotativa nas atividades de
ressuprimento e evacuação.
4.3.11.3 A patrulha deverá conduzir meios pré-fabricados (macas, coletes etc)
para realizar primeiro atendimento e a evacuação de feridos.

Fig 47 - Muar conduzindo suprimento classe I

4.3.12 OBSERVAÇÕES AO COMANDANTE DA PATRULHA


4.3.12.1 No recebimento da missão, é necessário atentar, especificamente, para
nos seguintes itens: grau de instrução em montanhismo da força oponente; apoio
4-11
EB70-CI-11.450
existente de tropa de montanha, de guias ou especialistas; meios de escalada
disponíveis; previsão meteorológica para o itinerário e local da missão; obstáculos
que devem ser ou serão transpostos por vias equipadas e a disponibilidade de
relatórios de reconhecimento em montanha e resenhas gráficas elaboradas por
especialistas.

Fig 48 - Exemplo de resenha gráfica (croqui) de paredão a ser transposto

4.3.12.2 Havendo disponibilidade de apoio de tropa de montanha para trans-


posição de obstáculos rochosos, coordenar e retirar dúvidas sobre material de
escalada que a patrulha deverá conduzir; tempo estimado para transposição
dos obstáculos; divisão da patrulha nas vias equipadas e existência de guias de
trecho durante o itinerário.
4.3.12.3 Caso a própria patrulha tenha que equipar as vias para transpor os
obstáculos existentes, é ideal que o grupo de escaladores possua um encargo
secundário na missão.
4.3.12.4 Se houver componentes da patrulha especialistas em montanhismo,
prever a condução de um material mínimo para equipagem de vias, independen-
temente da existência ou não de apoio de tropa de montanha.
4.3.12.5 Durante a emissão da Ordem Preparatória, o comandante da patrulha
deve atribuir responsabilidades e determinar prescrições quanto ao preparo do
material de escalada.

4-12
EB70-CI-11.450
4.3.12.6 Na transmissão da Ordem à Patrulha, é necessário:
a) alertar os homens quanto aos efeitos fisiológicos em montanha;
b) nas prescrições diversas:
1) se houver guias nos trechos do itinerário, informar para toda a patrulha as
ações por ocasião do contato, evitando descuidos na segurança e nos procedi-
mentos de navegação; e
2) nas situações de contingência, diversas possibilidades devem ser conside-
radas como: obstáculo não mobiliado no horário previsto, tropa apoiadora não
contatada, ação do inimigo durante a equipagem de via e escalada da patrulha,
bem como a atuação de caçadores inimigos.

4.4 PATRULHA EM AMBIENTE DE PANTANAL


4.4.1 GENERALIDADES
4.4.1.1 O Pantanal é a maior planície alagável do mundo, com uma área de
aproximadamente 150.000 km2. O complexo pantaneiro é constituído de uma
fauna bastante diversa e de uma flora exuberante, na qual podemos encontrar
vegetação com características do cerrado, da caatinga e da selva amazônica.
4.4.2 ASPECTOS TOPOTÁTICOS DO TERRENO
4.4.2.1 Observação e campos de tiro
4.4.2.1.1 Observação
a) A escassez de postos de observação prejudica a condução dos fogos e a
observação terrestre.
b) A observação aérea é privilegiada em algumas regiões. Com isso, particular
atenção deve ser dada à camuflagem nos deslocamentos fluviais, motorizados
e a pé.
c) A observação das margens, quando nas aquavias, é bastante reduzida devido
à existência de mata ciliar.
4.4.2.1.2 Campos de tiro
- Devido à carência de acidentes topográficos altimétricos e à vegetação esparsa,
os campos de tiro, no pantanal, são muito amplos.
4.4.2.2 Cobertas e abrigos
4.4.2.2.1 Cobertas
- A vegetação pantaneira proporciona boas cobertas para o combatente individual
e para as pequenas frações. Para os grandes efetivos e seus desdobramentos
logísticos é compatível somente as regiões de morrarias, cuja vegetação é bas-
tante densa.
4-13
EB70-CI-11.450
4.4.2.2.2 Abrigos
- Os abrigos naturais existentes na região atendem, em grande parte, aos peque-
nos efetivos. A construção de abrigos artificiais é dificultada nas regiões baixas
devido à ação da umidade e das enchentes e nos locais mais elevados, por esses
serem pedregosos. Por essas dificuldades, a necessidade de tempo adicional, de
equipamentos e de ferramentas deve ser considerada.
4.4.2.3 Obstáculos
4.4.2.3.1 No Pantanal existe uma grande quantidade de acidentes naturais que
configuram obstáculos à mobilidade, tais como: cursos d’água, corixos, lagoas,
vegetação ciliar (bastante espinhosa e densa), além de algumas formações ro-
chosas íngremes.
4.4.2.3.2 A vegetação aquática é, também, obstáculo comum no ambiente panta-
neiro. Além de constituir perigo para os deslocamentos fluviais, o acúmulo desta
vegetação nas bocas de lagoas e corixos pode barrar ou dificultar o acesso a
algumas regiões.
4.4.2.3.3 Nos períodos de cheia, os movimentos a pé tornam-se extremamente
prejudicados, favorecendo a utilização de meios de transporte fluviais e aéreos.
Nos períodos de seca, enormes bancos de areia dificultam o movimento de viatu-
ras sobre rodas, além de tornarem muito extenuante o movimento de tropa a pé.
4.4.2.4 Acidentes Capitais
4.4.2.4.1 Os acidentes capitais no pantanal revestem-se de extrema peculiaridade,
sendo considerados como tais os ancoradouros, os campos de pouso, a conflu-
ência de rios, as regiões de passagem obrigatórias e as pequenas localidades.
4.4.2.4.2 As elevações apenas se caracterizam como acidentes capitais quando
dominam uma via de acesso (estradas, rios etc).
4.4.2.5 Outros Aspectos
4.4.2.5.1 Os rios, as trilhas e os caminhos carroçáveis são, na maioria das vezes,
a única via de acesso aos objetivos.
4.4.2.5.2 As vias de acesso são favoráveis ao emprego de pequenos efetivos em
faixas de infiltração.
4.4.2.5.3 A fauna agressiva deve ser analisada para execução de patrulhas no
pantanal. A presença de animais, como ofídios diversos, manadas de gado e
búfalo, varas de porcos selvagens, bem como cardumes de piranha, arraias,
jacarés, ariranhas e lontras configuram constante risco para a integridade física
do combatente.
4.4.2.5.4 A grande quantidade de mosquitos pode afetar emocionalmente o militar
despreparado para operar no ambiente pantaneiro.

4-14
EB70-CI-11.450
4.4.2.5.5 Invertebrados como lacraias, formigas tucandeiras, vespas e, principal-
mente, abelhas podem causar baixas temporárias ou mesmo fatais.
4.4.3 DESLOCAMENTOS
4.4.3.1 Deve-se observar criteriosamente a época do ano, pois no período das
cheias, algumas áreas alagadas impedem o movimento de tropa a pé.
4.4.3.2 A carência de vias de acesso, normalmente, canaliza o movimento de
tropas.
4.4.3.3 Nos deslocamentos fluviais deve-se atentar para a segurança dos flancos,
pois a mata ciliar dos rios do pantanal facilita a camuflagem.
4.4.3.4 Nos deslocamentos terrestres deve-se adotar uma formação que possibilite
maior controle e a maior dispersão possível.

Fig 49 - Assalto fluvia

4.4.4 NAVEGAÇÃO
4.4.4.1 A carência de pontos nítidos dificulta muito a orientação, tornando a técnica
do azimute-distância a mais eficaz para a navegação.
4.4.4.2 A utilização do receptor GPS deve ser concebida como meio auxiliar de
navegação.
4.4.4.3 Curvas de rios, ilhas e corixos, apesar de escassas, facilitam a orientação
fluvial.
4.4.4.4 O emprego de guias facilita a orientação, entretanto requer confiabilidade
absoluta.
4.4.4.5 Nos deslocamentos fluviais, o homem-passo da equipe de navegação é
substituído pelo o homem-tempo de deslocamento.
4-15
EB70-CI-11.450
4.4.6 ARMAMENTO, UNIFORME E EQUIPAMENTO
4.4.6.1 As armas de menor peso e tamanho são as mais apropriadas para as
operações.
4.4.6.2 A descentralização das ações e a dificuldade de ressuprimento exigem a
previsão de quantidade extra de munição.
4.4.6.3 A condução, sempre que possível, de dois cantis no equipamento e uma
quantidade extra de água na mochila é conveniente, já que em algumas regiões
do pantanal a obtenção de água potável é dificultada.
4.4.6.4 O mosquiteiro e o repelente devem fazer parte do aprestamento individual
do combatente.
4.4.6.5 A cobertura ideal é o chapéu tropical.
4.4.6.6 É interessante que o facão faça parte do equipamento individual.
4.4.6.7 É aconselhável conduzir material para o frio, tais como abrigos, luvas e
toucas.
4.4.7 SOBREVIVÊNCIA
4.4.7.1 O combatente deve possuir conhecimentos específicos sobre a fauna e
a flora do pantanal, obtidos por meio de instrução especializada para sobreviver
nesse tipo de ambiente.
4.4.7.2 Em regiões afastadas dos eixos fluviais a obtenção de água potável é
bastante difícil. Na maioria dos casos, a água que é retirada de poços artesianos
é salobra.
4.4.8 LOGÍSTICA
4.4.8.1 O apoio de saúde para as pequenas frações deve ser cerrado.
4.4.8.2 Os purificadores de água devem ser utilizados de acordo com suas es-
pecificações.
4.4.8.3 As aeronaves de asa rotativa e as embarcações são excelentes meios
para o ressuprimento e o transporte de tropas.
4.4.8.4 O cavalo pantaneiro possui grande resistência, principalmente em áreas
alagadas, podendo ser utilizado, também, para o ressuprimento e para o trans-
porte de tropas.
4.4.8.5 As viaturas devem possuir ferramentas e equipamentos necessários para
a ultrapassagem de áreas alagadas e atoleiros.
4.4.9 COMANDO E COMUNICAÇÕES
4.4.9.1 O emprego do mensageiro, no âmbito da patrulha, é muito eficiente.
4.4.9.2 Os equipamentos-rádio devem ser leves e rústicos e possuir suficiente
potência para vencer as resistências naturais, sem comprometer a segurança das
4-16
EB70-CI-11.450
comunicações no escalão considerado.
4.4.9.3 O meio fio tem seu emprego muito restrito devido às grandes distâncias.
4.4.9.4 As Estações Rádio de Campanha (ERC) que operam em Frequência Mo-
dulada (FM) servem apenas para coordenar as atividades internas das pequenas
frações.
4.4.10 OBSERVAÇÕES AO COMANDANTE DE PATRULHA
4.4.10.1 A escassez de acidentes nítidos no terreno impõe uma constante preo-
cupação com a orientação.
4.4.10.2 A quantidade de baixas causadas por interferência da fauna torna con-
veniente a inclusão de pessoal de saúde na composição das patrulhas.
4.4.10.3 Os reconhecimentos devem ser limitados e restritos. O comandante da
patrulha deve basear-se nas informações existentes, nos guias, nas cartas, nas
fotografias e nos relatórios, quando disponíveis.
4.4.10.4 Caso sejam utilizadas embarcações, deve ser destinado tempo para em-
barque e ancoragem do material no quadro-horário da patrulha, com a finalidade
de não comprometer o horário de partida.

4.5 PATRULHA EM AMBIENTE DE SELVA


4.5.1 GENERALIDADES

Fig 50 - Floresta Amazônica

4.5.1.1 O Brasil detém, em seu território, 40% da maior floresta tropical do mundo.
Situada no norte do País, a floresta amazônica está presente nos estados do Acre,
do Amazonas, do Pará, de Rondônia, de Roraima, do Amapá, de Mato Grosso, de

4-17
EB70-CI-11.450
Tocantins e do Maranhão. Estende-se ainda por países vizinhos como Suriname,
Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Guiana Francesa. A região
coberta pela floresta apresenta clima quente e úmido, com chuvas abundantes e
bem distribuídas o ano todo, além da densa rede de rios e grande variedade de
espécies animais e vegetais
4.5.1.2 A vegetação caracteriza-se por três tipos de mata: de igapó, várzea
e terra firme.
4.5.1.2.1 A mata de igapó existe onde o solo encontra-se inundado e ocorre,
principalmente, no baixo Amazonas.
4.5.1.2.2 A mata de várzea é própria das regiões que são periodicamente inun-
dadas, denominadas terraços fluviais, e apresenta formações variadas como a
palmeira e a seringueira, as quais ficam mais altas à medida que se distanciam
dos rios.
4.5.1.2.3 As matas de terra firme correspondem à parte mais elevada do terreno,
com solo seco e livre de inundação. As árvores podem chegar a 65 metros de
altura e o entrelaçamento das copas, em algumas regiões, impede totalmente a
passagem de luz, o que torna o seu interior muito úmido, escuro e pouco ventilado.
4.5.1.3 A patrulha em área de selva é aquela preparada e equipada para
operar, predominantemente, em regiões que apresentam as seguintes ca-
racterísticas:
4.5.1.3.1 As características do ambiente de selva condicionam, em grande medi-
da, o equipamento, o fardamento, o armamento e, principalmente, a preparação
individual e coletiva do combatente.
4.5.1.3.2 Os reconhecimentos devem ser limitados e restritos. O comandante da
patrulha deve basear-se nas informações existentes, nos guias, nas cartas, nas
fotografias e nos relatórios, quando disponíveis.
4.5.1.3.3 Em áreas de selva, por haver abundância de águas interiores e, em
consequência, a ocorrência de ambientes operacionais ribeirinhos, são comuns
as patrulhas fluviais.
4.5.2 PREPARAÇÃO
4.5.2.1 Patrulhas mais complexas, em que há a utilização de meios aéreos e flu-
viais e/ou de longo alcance, exigem preparação mais específica, particularmente
as realizadas na faixa de fronteira.
4.5.2.2 Em missão de qualquer natureza, os homens devem estar preparados
para a possibilidade de sobreviver na floresta.
4.5.2.3 Os especialistas em operações na selva são os mais aptos para conduzir
a preparação da patrulha neste tipo de ambiente.

4-18
EB70-CI-11.450
4.5.2.4 Tropas não aclimatadas devem receber preparação especial.
4.5.3 PLANEJAMENTO
4.5.3.1 Metodologia
- O planejamento da patrulha que opera em ambiente de selva segue, essencial-
mente, a metodologia das normas de comando de patrulha de qualquer natureza.
Entretanto, alguns aspectos são peculiares.
4.5.3.1.1 Deslocamentos noturnos pela floresta, mesmo com o uso de equipamen-
tos de visão noturna, normalmente não resultam em boa relação custo/ benefício.
4.5.3.1.2 É bastante limitada a capacidade de o escalão enquadrante apoiar a
missão da patrulha a partir do início do deslocamento na floresta.
4.5.3.1.3 Ações fortuitas em contato com o inimigo determinam a preocupação
com ensaios de técnicas de ação imediata (TAI) apropriadas.
4.5.3.1.4 A dificuldade de contato visual entre grupos e homens determina medidas
especiais de coordenação e controle, destacando-se códigos de sinais e gestos
convencionados e meios de comunicações eficientes.
4.5.4 ASPECTOS TOPOTÁTICOS DO TERRENO
4.5.4.1 Observação e campos de tiro
4.5.4.1.1 Observação
a) É, normalmente, limitada a 30 metros no interior da floresta.
b) Postos de escuta (PE) substituem os postos de vigilância (P Vig).
c) O luar tem pouca influência no interior da floresta, mas é de grande importância
nas áreas ribeirinhas.
d) A cobertura vegetal restringe a observação aérea.
4.5.4.1.2 Campos de tiro
a) Na floresta, a observação é limitada e as árvores dificultam sobremaneira a
preparação do campo de tiro convencional, cabendo a opção pela construção de
“túneis de tiro”.
b) Os tiros curvos são restritos, devido à inexistência de posições de observação
e à limitação determinada pela copa das árvores, podendo ser realizados de
clareiras existentes na floresta.
c) Campos de tiro tenso e curvo com visada direta são plenamente utilizados a
partir das margens dos cursos de água.
d) As copas das árvores poderão facilitar a observação.

4-19
EB70-CI-11.450

Fig 51 - Tiro com a balestra

4.5.4.2 Cobertas e abrigos


a) Cobertas – A vegetação proporciona excelentes cobertas e condições para o
ocultamento, o disfarce e a surpresa.
b) Abrigos – Os troncos das árvores e as irregularidades do terreno (socavões)
são abrigos naturais.
4.5.4.3 Obstáculos
a) A própria selva, com sua vegetação densa – grandes árvores, igapós, chavas-
cais e charcos – constitui-se em obstáculo natural, tornando os deslocamentos
lentos e cansativos.
b) Troncos nas aquavias, bancos de areia, trechos encachoeirados, desníveis e
grande sinuosidade dificultam os deslocamentos de embarcações.
4.5.4.4 Acidentes capitais
a) São acidentes capitais: entroncamento de estradas, trilhas, clareiras, campos
de pouso, corredeiras, pontes, ancoradouros, estreitos, “furos”, “paranás”, foz
de rios, igarapés, varadouros, ilhas, localidades, “bocas” de lagos, localidades e
campos de pouso.
b) Regiões de altura no interior da floresta, em princípio, não têm importância
como acidentes capitais.
4.5.4.5 Outros aspectos
a) Em ambiente de selva, as vias de acesso disponíveis para deslocamentos a
pé são as trilhas, varadouros e as estradas.
b) A própria floresta é normalmente utilizada como via de acesso, pela segurança
proporcionada e por facilitar a surpresa.
c) As aquavias, em sua maioria, podem ser consideradas vias de acesso para

4-20
EB70-CI-11.450
as forças embarcadas, ressalvando-se as características das embarcações uti-
lizadas, profundidade e largura dos cursos de água e os obstáculos existentes
em suas extensões.
4.5.5 DESLOCAMENTOS
4.5.5.1 As formações adotadas são mais cerradas, diminuindo-se a distância
entre os homens. A formação em coluna é comumente empregada, pois facilita o
controle e a coordenação no ambiente normal de pouca luminosidade.
4.5.5.2 Quando os deslocamentos noturnos no interior da floresta forem imprescin-
díveis, poderão ser utilizados equipamentos de visão noturna e guias. Dependendo
da situação tática, dispositivos luminosos velados também podem ser empregados.
4.5.5.3 O planejamento dos deslocamentos deve ser cuidadoso e o cumprimento
do quadro-horário criterioso, principalmente, com relação aos altos. Se possível,
deve ser previsto pelo menos um ponto de ressuprimento de água durante a
jornada ou próximo à região de pernoite.
4.5.6 SEGURANÇA
4.5.6.1 A segurança nos deslocamentos, nos altos, nos pernoites e nas bases
obedece aos mesmos princípios táticos utilizados em ambientes convencionais.
4.5.6.2 Os conhecimentos especiais sobre minas e armadilhas, explosivos e
destruições são de muita utilidade no estabelecimento da segurança da patrulha
nos pernoites e nas bases de patrulha.
4.5.6.3 O emprego de guias, rastreadores e contra-rastreadores da região requer
confiabilidade absoluta.
4.5.7 NAVEGAÇÃO
4.5.7.1 A inexistência de pontos de referência convencionais, principalmente na
floresta, determina procedimentos especiais para a navegação na selva.
4.5.7.2 A instrução e o adestramento individual e coletivo deverão enfatizar a
prática da navegação terrestre e fluvial.
4.5.7.3 Os processos de orientação pelo relógio, pelo sol e pelas estrelas são
empregados nas aquavias, sendo restritos no interior da selva.
4.5.7.4 Devido ao paralaxe e à grande quantidade de obstáculos, ocorre um
desvio angular no deslocamento do homem, determinando cuidados especiais
(compensações) para aqueles que estiverem nas funções de homem-bússola e
homem-carta.
4.5.7.5 Para que os deslocamentos sejam feitos com maior precisão é aconse-
lhável a utilização de, pelo menos, 2 (dois) homens-passo.
4.5.7.6 O GPS deve ser utilizado como meio auxiliar de navegação.

4-21
EB70-CI-11.450

Fig 52 - Orientação com receptor GPS

4.5.7.7 A orientação em área de selva é caracterizada pela utilização do processo


azimute – distância.
4.5.7.8 Para atingir objetivos localizados às margens de cursos de água, estradas
ou de difícil localização é conveniente a utilização da técnica do OFF – SET.

Fig 53 - Utilização de desvio magnético

4.5.8 COMANDO E COMUNICAÇÕES


4.5.8.1 A vegetação densa e as fortes chuvas condicionam o uso de equipamentos
de comunicações especiais.

4-22
EB70-CI-11.450
4.5.8.2 Os equipamentos-rádio devem ser leves e rústicos e possuir potência
suficiente para vencer as resistências naturais, sem comprometer a segurança
das comunicações no escalão considerado. O conhecimento e a utilização de
antenas improvisadas possibilitam uma melhoria nas comunicações.
4.5.8.3 O meio fio é utilizado nas situações estáticas, como no estabelecimento
de base de patrulha, sofrendo restrições quanto ao transporte das bobinas e
desenroladeiras devido à presença de obstáculos.
4.5.8.4 Meios de sinalização visual são amplamente utilizados nas aquavias e
sinais convencionados são explorados nos deslocamentos no interior da floresta.
4.5.9 LOGÍSTICA
4.5.9.1 A patrulha deverá iniciar a missão tendo o máximo de suprimento neces-
sário para concluir a missão. Nos casos de patrulhas com maior duração, devem
ser previstos ressuprimentos.
4.5.9.2 As aeronaves de asa rotativa, fixas e embarcações podem ser empregadas
no ressuprimento, na evacuação e nos recompletamentos.
4.5.9.3 Devido à escassez de vias de transportes terrestres, os movimentos tornan-
-se restritos para as viaturas sobre rodas e aos blindados de transporte de pessoal.
4.5.9.4 A utilização de animais (bubalinos) no transporte de suprimentos pelo
interior da selva, desde que devidamente adestrados, tem sido bastante eficiente,
resultando normalmente em uma boa relação custo/benefício.

Fig 54 - Utilização de bubalinos na selva

4-23
EB70-CI-11.450
4.5.10 OBSERVAÇÕES AO COMANDANTE DE PATRULHA
4.5.10.1 A grande descentralização das ações – características das operações
na selva – implica na necessidade de os comandantes dos escalões, dos grupos
e das equipes serem treinados para atuação isolada, pois nem sempre recebe-
rão ordens diretas, tendo que agir por iniciativa própria, sendo fundamental que
conheçam a intenção do comandante da patrulha e do escalão que a lançou.
4.5.10.2 As missões realizadas em áreas de índios não aculturados, de atuação
de narcotraficantes e de outros contraventores exigem uma preparação mais es-
pecífica, sendo necessários procedimentos especiais, repassados pelo escalão
enquadrante.
4.5.10.3 Quando estiver no interior da selva, considerar o ICMC/FCVC para fins
de luminosidade e planejamento.
4.5.10.4 Deverão ser adotadas medidas de prevenção de doenças endêmicas
por meio da realização e do controle de vacinação dos homens.
4.5.10.5 Nos estacionamentos próximos aos cursos de água deverá, sempre que
possível, ser mantida uma distância de no mínimo 100m destes. Além disso, de-
verão ser evitados os horários próximos ao ICMC/FCVC, tendo em vista a maior
incidência de mosquitos.
4.5.10.6 Durante os deslocamentos o atendente deve conduzir a bolsa de primeiros
socorros devidamente preparada. Havendo disponibilidade, integrar à patrulha
um enfermeiro ou médico.

4.6 PATRULHA EM AMBIENTE URBANO


4.6.1 GENERALIDADES
- As patrulhas de reconhecimento e/ou de combate, em áreas urbanas, são
empregadas em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), nas ações
de combate convencional e nas missões que visam à anulação da vontade de
combater do invasor no contexto do Combate de Resistência.
4.6.2 PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO
4.6.2.1 A preparação da patrulha deve ser, além de técnico-profissional, material
e psicológica, pois as ações são, normalmente, junto à população. Deve-se estar
preparado para enfrentar um oponente (força adversa ou o inimigo) oculto e/ou
homiziado.
4.6.2.2 O emprego de helicópteros deve ser criterioso, considerando-se a mobili-
dade, o poder de fogo, o desgaste da tropa e as possibilidades do inimigo.
4.6.3 ORGANIZAÇÃO E CONSTITUIÇÃO
4.6.3.1 A complexidade dos ambientes urbanos exige o emprego de pessoal
adestrado para atuar neste tipo de missão.
4-24
EB70-CI-11.450
4.6.3.2 A sofisticação dos armamentos e equipamentos podem configurar um
diferencial no combate urbano, agregando poder de combate à tropa.
4.6.4 COMANDO E COMUNICAÇÕES
4.6.4.1 As ações da patrulha deverão ser perfeitamente coordenadas por meio
de linhas de controle, pontos de controles, tempo e espaço percorrido.
4.6.4.2 O equipamento de comunicações deve atender às necessidades da missão
e às possibilidades do inimigo quanto à guerra eletrônica.
4.6.5 PATRULHA DE RECONHECIMENTO
4.6.5.1 O principal objetivo da missão de reconhecimento em área urbana é a busca
de dados sobre o terreno e o inimigo, que integrada às condições meteorológicas,
constitui os Elementos Essenciais de Inteligência (EEI) e Outras Necessidades
de Inteligência (ONI).
4.6.5.2 Os EEI serão solicitados pelo escalão superior e as ONI são levantadas
pela patrulha durante a etapa de planejamento e preparação para a missão. A ob-
tenção de dados deverá ser alvo de minucioso planejamento e criteriosa execução.
4.6.5.3 A patrulha conduz, preferencialmente, fuzis de assalto, metralhadoras le-
ves, submetralhadoras e/ou pistolas visando à segurança contra possíveis ações
do inimigo ou de força adversa. Emprega, ainda, armamentos e equipamentos
não-letais. A utilização de armas pesadas e de maior calibre dificulta o cumpri-
mento da missão e aumenta a possibilidade de a população civil ser atingida,
caso haja troca de tiros.
4.6.5.4 A patrulha deve ser constituída com efetivo variado, prevalecendo, nor-
malmente, a atuação em pequenos efetivos (GC).
4.6.5.5 Os deslocamentos a pé ou em viaturas seguirão itinerários pré-deter-
minados, buscando primordialmente colher dados acerca da atividade inimiga.
Atenção especial deve ser dada para locais de concentração de tropa e alvos
compensadores.
4.6.5.6 A patrulha ocupa um posto de observação a fim de monitorar alvos especí-
ficos ou atividades do inimigo dentro de uma determinada área, ponto ou itinerário.
4.6.6 PATRULHA DE COMBATE
4.6.6.1 O efetivo da patrulha é variável em função da missão e da amplitude das
ações a serem desencadeadas. Elementos da Polícia Civil, Militar e/ou Federal
podem integrá-la.
4.6.6.2 O equipamento e o armamento serão variáveis, principalmente, em função
da missão a ser cumprida. Equipamentos especiais poderão ser incluídos.
4.6.6.3 Viaturas blindadas são largamente empregadas em ações de patrulha
em área urbana.

4-25
EB70-CI-11.450

4.6.6.4 Missões de combate mais comuns.


a) Resgate ou captura de pessoal e/ou material.
b) Destruição de alvos selecionados.
c) Emboscadas a alvos significativos.
d) Neutralização de autoridades civis e/ou militares inimigas.
e) Interdição de pontos sensíveis ou bloqueio de vias de acesso.
f) Ataque a redutos ou locais de reunião de elementos inimigos.
4.6.6.5 Emprego do caçador
4.6.6.5.1 Generalidades
- Ao cumprir missões em área edificada, a dupla caçador-observador de uma
patrulha goza de grande flexibilidade e iniciativa, devendo ser imperceptível às
medidas de contrainteligência do inimigo, por meio do correto emprego das téc-
nicas de camuflagem e progressão.
4.6.6.5.2 Equipes de caçadores aéreos
a) São equipes organizadas com armas e equipamentos especiais, transportadas
por helicóptero, utilizando a mobilidade e a potência de fogo proporcionadas pela
aeronave a fim de atingir alvos que afetem o moral das forças inimigas ou adversas.
b) Alvos compensadores, como líderes, viaturas, armamentos e munições do
inimigo, além dos locais de reunião em áreas abertas ou edificadas, são previa-
mente levantados de acordo com os dados disponíveis. Tais alvos recebem fogos
da aeronave ou de pontos selecionados onde as equipes são desembarcadas. O
resgate das equipes é feito imediatamente após a ação.

Fig 55 - O caçador

4.6.7 EMBOSCADAS
4.6.7.1 Existem dois tipos de emboscadas urbanas: as deliberadas e as de opor-
tunidade. Tais emboscadas podem exigir adaptações, decorrentes da área urbana

4-26
EB70-CI-11.450
e das características do inimigo ou da força adversa.
4.6.7.2 Emboscada deliberada
4.6.7.2.1 Utilizada quando as informações existentes forem inadequadas, poden-
do-se estabelecer diversas emboscadas deliberadas ao longo de prováveis vias
de acesso ou retraimento.
4.6.7.2.2 Quando se dispõe de informações adequadas, uma única emboscada
deve ser estabelecida, num determinado ponto da via de acesso ou de retraimento.
4.6.7.3 Emboscada de oportunidade
4.6.7.3.1 O adestramento dos homens, os ensaios e a iniciativa são importantes
para o êxito neste tipo de ação.
4.6.7.3.2 A patrulha poderá receber a missão de se deslocar para determinada
área, selecionar um local e emboscar alvos compensadores.
4.6.7.3.3 O local da emboscada deve limitar os movimentos do inimigo e possi-
bilitar o mínimo de vias de fuga. Os prédios das imediações não devem permitir
o homizio. Se necessário, interditá-los.
4.6.7.3.4 A organização em dois escalões, de segurança e de assalto, com seus
respectivos grupos é comum à toda força de emboscada, assim como suas mis-
sões específicas.
a) Escalão de segurança
1) Protege o escalão de assalto e barra as vias de acesso possíveis de serem
utilizadas pelo inimigo para reforçar os elementos emboscados.
2) O grupo de acolhimento cumpre sua missão em local coberto e abrigado e
com facilidade de escoamento motorizado. Normalmente, é localizado no itinerário
compreendido entre a área da emboscada e o destino do alvo.
3) Se a situação exigir, o escalão de segurança poderá cobrir a retirada do
escalão de assalto.
b) Escalão de assalto
1) O grupo de assalto recebe a missão de neutralizar ou capturar o inimigo,
procurando atuar dentro da área de destruição da emboscada.
2) Os grupos de bloqueio recebem missões específicas, tais como bloquear à
frente e à retaguarda da área de destruição. Esses grupos poderão utilizar obs-
táculos móveis, transportados em viatura para o estabelecimento de barreiras.
3) Em função do valor do inimigo a ser emboscado, poderá haver um elemento
reserva, que ficará em condições de reforçar a ação dos escalões.
4) O comandante da patrulha, normalmente, situado no grupo de assalto,
determina o início das ações, por sinal ou gesto combinado, desencadeando a
4-27
EB70-CI-11.450
emboscada. O inimigo reagindo, o grupo de assalto atuará com gases, ação de
choque ou outros meios mais violentos até dominá-lo. Uma equipe de busca,
pertencente ao grupo de tarefa essencial, revista e identifica os prisioneiros, re-
alizando, também, a prisão de líderes ou chefes, conforme a situação. A equipe
de busca recolhe cartazes, armas e outros materiais, fazendo a limpeza da área.
5) A força emboscante deve colocar armas automáticas em posição favoráveis
para a execução do tiro, prevendo a reação do inimigo pelo fogo.
6) O efetivo e a organização de uma patrulha de emboscada variam com sua
finalidade, com inimigo visado e com as armas e equipamentos disponíveis. O
equipamento empregado na emboscada é específico para inimigo a pé ou moto-
rizado. Emboscando um grupo da força adversa, normalmente, se empregam de
imediato as armas automáticas. Quando a emboscada for para elemento infiltrado
em grupo de manifestantes, empregar meios para separar o objetivo (alvo) da
massa humana.

Fig 56 - Emboscada em área urbana

4.6.8 OBSERVAÇÕES AO COMANDANTE DE PATRULHA


4.6.8.1 Mesmo em missões de curto alcance, prever equipamentos e munições
sobressalentes, caso haja mudança no planejamento ou interferência do inimigo/
força adversa.

4-28
EB70-CI-11.450
4.6.8.2 Prever a utilização de granadas fumígenas para cobrir a abordagem das
edificações, fase mais crítica e momento em que ocorre o maior número de baixas
no combate urbano.
4.6.8.3 É fundamental neutralizar o movimento do inimigo nas edificações, a fim
de evitar sua reorganização.
4.6.8.4 Cresce de importância a coordenação e o controle e torna-se imprescindí-
vel o emprego de sinais convencionados, como, por exemplo, a padronização do
sinal de “casa limpa” a fim de que o inimigo ou força adversa não utilize o mesmo
sinal para iludir a patrulha.
4.6.8.5 Atentar para as medidas de proteção QBN, caso o inimigo disponha desse
tipo de artefato.

Fig 57 - Progressão em área edificada

4.6.8.6 A condução de armamento anticarro deve ser prevista, pois há a possibi-


lidade de emprego de viaturas blindadas pelo inimigo/força adversa.
4.6.8.7 Considerando que a técnica de limpeza de edificações deve ser realizada
de cima para baixo, é necessário prever a condução de equipamentos de escalada
(ascensor, corda estática, mosquetão, freio em oito e outros) e explosivos para
facilitar a entrada da patrulha.
4.6.8.8 O uso de granadas de mão e de bocal, bem como o emprego de lançadores
de granadas são de suma importância no combate em área edificada, evitando-
-se mortes desnecessárias no interior das casas com a limpeza dos cômodos ou
neutralização das resistências nas lajes.
4.6.8.9 É necessário prever, sempre que possível, a condução de armamento
antiaéreo portátil, pois são extremamente eficazes contra o apoio aéreo inimigo.

4-29
EB70-CI-11.450
4.6.8.10 A ocupação das lajes das casas facilita o apoio de fogo.
4.6.8.11 A observação em esquinas deverá ser feita pelo militar deitado.
4.6.8.12 A utilização de espelhos proporciona proteção para a localização do
inimigo fortificado.
4.6.8.13 Ao atirar de dentro das edificações, o patrulheiro não deve deixar o cano
da arma aparente.
4.6.8.14 Quando da entrada em edificações, é necessário atentar-se para a exis-
tência de portas e janelas armadilhadas.

Fig 58 - Técnica de entrada em área edificada

4.7 PATRULHA EM AMBIENTE AFETADO POR AGENTE QUÍMICO, BIOLÓ-


GICO E NUCLEAR
4.7.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
4.7.1.1 Embora o ambiente afetado por agente QBN não esteja previsto como
ambiente especial no manual C 100-5 (OPERAÇÕES), algumas considerações
tornam-se importantes para o comandante de patrulha que atua em área onde
exista a possibilidade de emprego de agentes QBN.
4.7.1.2 A possibilidade do uso de artefatos químicos, biológicos e nucleares, por
uma força regular ou por grupos terroristas, é real, devido à facilidade de fabricação
e pelo baixo custo (químicos e biológicos). Adotar contramedidas em relação a
esse tipo de perigo tem sido preocupação constante da Força Terrestre.
4.7.1.3 No cumprimento de uma missão de patrulha, se houver a possibilidade
de utilização de agentes QBN pela força oponente ou a necessidade do uso de
agentes não-letais pela própria patrulha, o comandante deve prever equipamentos
de proteção individual, o uso de materiais de descontaminação e/ou o emprego
de armamentos e munições químicas.
4-30
EB70-CI-11.450
4.7.2 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
4.7.2.1 O uso dos equipamentos de Defesa Química, Biológica e Nuclear (DQBN)
gera alguns empecilhos para os patrulheiros. Por esta razão, a patrulha deve estar
muito bem adestrada. Deve ser previsto, sempre que possível, no ensaio, o uso
desses equipamentos.
4.7.2.2 Principais equipamentos de proteção individual e as dificuldades que eles
acarretam:
4.7.2.2.1 Máscara contra gases – é um equipamento que possibilita a perma-
nência no homem em área gasada. Apesar de proteger o combatente, seu uso
prolongado causa um efeito psicológico negativo, por dificultar a alimentação, a
visão e a comunicação, afetando, inclusive, o comando e o controle da patrulha.

4.7.2.2.2 Roupa protetora – é um equipamento destinado à proteção de todo o


corpo do combatente, em especial a pele. Só deve ser empregada em ambientes
gasados, pois sua utilização reduz o poder de combate do homem e limita sua
visibilidade e liberdade de movimentos. Devido ao desgaste físico excessivo que
produz, a roupa protetora poderá ser substituída pelo uso de luvas e da gandola
com as mangas abaixadas.

Fig 59 - Uniforme especial

4.7.2.3 O adestramento da tropa por meio de instruções especializadas é de


vital importância para as ações de reconhecimento e/ou de combate em missões
desta natureza.
4.7.2.4 O uso de agentes químicos inquietantes contra a força oponente deve
ser bem planejado e treinado para evitar que seus efeitos incidam sobre os inte-
grantes da patrulha.

4-31
EB70-CI-11.450

4.7.3 OBSERVAÇÕES AO COMANDANTE DE PATRULHA


4.7.3.1 É necessário prever instruções de DQBN para todos os integrantes da
patrulha, devendo estas serem ministradas, preferencialmente, por especialistas
no assunto. Elas visam à criação de reflexos condicionados por ocasião da uti-
lização dos equipamentos de proteção individual (de acordo com o Manual de
Campanha C 3-40 - DEFESA CONTRA OS ATAQUES QUÍMICOS, BIOLÓGICOS
NUCLEARES).
4.7.3.2 No recebimento da missão, atentar especificamente para:
a) grau de instrução em DQBN da força oponente;
b) apoio existente de tropa especializada em DQBN;
c) meios de proteção e descontaminação disponíveis; e
d) previsão meteorológica para o itinerário e local da missão.
4.7.3.3 O comandante da patrulha deve acrescentar, ao efetivo básico da
patrulha, sempre que possível, especialistas em DQBN para assessorá-lo
quanto:
a) ao material de proteção que a patrulha deverá conduzir; e
b) às medidas de segurança e situações de contingência.
4.7.3.4 Ao se confeccionar o quadro-horário, é necessário verificar o tempo a ser
gasto na execução de medidas de defesa QBN, visando adequar o horário do
cumprimento da missão às necessidades de proteção da patrulha.
4.7.3.5 É desejável a previsão de um atendente experiente em situações pré-
-hospitalares de defesa QBN.
4.7.3.6 Na transmissão da Ordem à Patrulha, o comandante deve:
a) informar as consequências das ações de agentes QBN, alertando os homens
quanto aos seus efeitos fisiológicos; e
b) nas prescrições diversas, abordar, no item “situações de contingência”, as
possibilidades da ação do inimigo nas fases da execução da patrulha.

4-32
EB70-CI-11.450
CAPÍTULO V
PATRULHAS COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

5.1 PATRULHA AEROMÓVEL


5.1.1 GENERALIDADES
5.1.1.1 Patrulha Aeromóvel (Pa Amv) é uma força de valor e composição variáveis,
que se utiliza de um meio aéreo de asa-rotativa para realizar seus deslocamentos.
A Pa Amv, após o desembarque das aeronaves, segue os mesmos preceitos e
considerações de uma patrulha a pé.
5.1.1.2 O lançamento de uma Pa Amv é uma decisão fundamentada no estudo
da missão, da situação inimiga, do terreno, das condições meteorológicas, do
tempo e dos meios disponíveis (Nr de aeronaves).
5.1.1.3 É importante para o emprego correto da aeronave o conhecimento de
suas possibilidades e limitações.
5.1.2 COMPOSIÇÃO, COMANDO E RESPONSABILIDADES
5.1.2.1 A composição de uma Pa Amv é imposta pela missão. Basicamente,
deverá dispor de um elemento de combate terrestre (força de superfície) e outro
elemento de transporte aéreo (força de helicópteros).
5.1.2.2 O comando da Pa Amv cabe ao comandante da força de superfície, que é
o comandante da patrulha. Normalmente, os elementos da força de helicópteros
reforçam a força de superfície ou são colocados em apoio a ela, ficando sob o
seu controle operacional.
5.1.2.3 É importante o perfeito entendimento entre a força de superfície e a força
de helicópteros, visando ao êxito no cumprimento da missão. Por este motivo é
comum a existência, no estado-maior do escalão responsável, de um oficial de
ligação da força de superfície com a força de helicópteros.
5.1.3 PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO
5.1.3.1 Considerações Iniciais
5.1.3.1.1 O planejamento de uma Pa Amv deve ser simples e flexível. Nessa
ocasião, serão elaborados 4 (quatro) planos, a saber: o plano tático terrestre, o
plano de desembarque, o plano de movimento aéreo e o plano de carregamento
e embarque.
5.1.3.1.2 Estes planos são confeccionados de forma ordenada e em conjunto,
seguindo a sequência inversa da execução, devendo existir uma integração qua-
se que perfeita e constante entre a força de superfície e a força de helicópteros.

5-1
EB70-CI-11.450
5.1.3.1.3 Deverá ser realizado um “briefing” operacional entre o comandante
da patrulha e o comandante da força de helicópteros, conforme os itens abaixo
relacionados.
a) Situação geral: colocar a tripulação a par da situação tática existente.
b) Designação da Anv e tripulação.
c) Data-hora (acerto de relógios).
d) Quadro-horário: embarque e decolagem.
e) Natureza do voo: reconhecimento, assalto, adestramento etc.
f) Tipo de voo: helitransportado ou lançamento carga.
g) Efetivo da patrulha: peso a bordo.
h) Material a ser transportado.
i) Rota de voo: controle de deslocamento, se visual ou se há necessidade de
meios auxiliares.
j) Altura de voo ou lançamento.
k) Formação para voo ou lançamento.
l) Duração do voo: velocidade (tempo de deslocamento).
m) Loc Ater: quantidade, localização, quais Anv que aterram e onde, identificação,
tipo de balizamento e horário de utilização.
n) Nr de decolagens: levas ou vagas.
o) Nr e tipo de fardos a serem lançados.
p) Recordação de sinais convencionados.
q) Fraseologia.
r) Procedimentos de emergência.
s) Frequência rádio.
t) Indicativos.
u) Identificação e sistema de autenticação.
v) Condições meteorológicas.
w) Embarque: plano de carregamento e embarque.
5.1.3.2 Plano Tático Terrestre
5.1.3.2.1 É o documento elaborado pelo comandante da patrulha, de acordo
com as normas de comando, no qual consta como será cumprida a missão pela
patrulha, servindo de base para a elaboração dos demais planos.

5-2
EB70-CI-11.450
5.1.3.2.2 Engloba todos os detalhes de execução da missão da patrulha no ter-
reno. A ação no objetivo, o posicionamento, as missões de cada grupo após o
desembarque, a reorganização e as medidas de coordenação e controle.
5.1.3.3 Plano de desembarque
5.1.3.3.1 É confeccionado baseado no plano tático terrestre. Nele estão definidos
os locais de aterragem onde desembarcam os diversos grupos da patrulha. Es-
ses locais a serem utilizados nem sempre são os mesmos para todo o escalão
de assalto e de segurança. Daí a necessidade de se estabelecer neste plano a
sequência, a hora e o local do desembarque das frações.
5.1.3.3.2 Um aspecto importante é a seleção dos locais de aterragem. As conside-
rações básicas são: o tamanho, a distância dos mesmos ao objetivo e seus afasta-
mentos em relação às unidades inimigas. Outros detalhes a serem observados são
as possíveis rotas de aproximação para a abordagem dos locais de aterragem, os
obstáculos em seus interiores e a previsão das condições meteorológicas locais.
5.1.3.3.3 É importante a seleção de locais de aterragem alternativos.
5.1.3.3.4 No planejamento de uma Pa Amv, pode-se optar entre um local de
aterragem único ou múltiplo, possuindo cada um vantagens e desvantagens
de acordo com o inimigo e o terreno (de acordo com a IP 90-1 – OPERAÇÕES
AEROMÓVEIS).
5.1.3.3.5 No plano de desembarque, normalmente, ficam estabelecidos os auxílios
de pouso, decolagem e reorganização da tropa, através da utilização de painéis,
fumígenos etc.
5.1.3.3.6 A reorganização é o momento mais vulnerável da patrulha, razão pela
qual é fundamental a surpresa tática inicial, neste tipo de operação.
5.1.3.4 Plano de Movimento Aéreo
- Baseia-se no plano tático terrestre e no plano de desembarque, e é elaborado
por escrito pelo comandante da força de helicópteros em coordenação com o
comandante da patrulha, incluindo um diagrama de rotas de voo e um quadro de
deslocamento aéreo. O Cmt Pa deve tomar conhecimento de alguns itens deste
plano, tais como medidas de coordenação e controle durante o voo, direção geral,
tempo de voo, velocidade da Anv e procedimentos de emergência.
5.1.3.5 Plano de carregamento e embarque
5.1.3.5.1 Plano destinado a selecionar e a regular o deslocamento da tropa e
equipamento para o local de aterragem. Baseia-se no plano tático terrestre, no
plano de desembarque e no plano de movimento aéreo; e, ainda, determina as
necessidades em aeronaves para o cumprimento da missão. O plano de carre-
gamento e embarque possui alguns fundamentos cuja observância é primordial
para o sucesso do desembarque e, consequentemente, do plano tático terrestre.

5-3
EB70-CI-11.450
5.1.3.5.2 Sequenciamento
- Significa embarcar os homens de modo a atender a organização para o combate
e a sequência de desembarque desejado, a fim de posicionar os grupos na ordem
e na hora oportuna para a boa execução do plano tático terrestre.
5.1.3.5.3 Integridade tática
- Significa manter grupos e equipamentos constituídos de modo que a missão não
seja comprometida, caso alguma aeronave seja abatida durante o deslocamento.
5.1.3.5.4 Autossuficiência das vagas
- As condições meteorológicas, o inimigo, as panes e os problemas de toda ordem
podem fazer com que uma vaga não chegue ou demore muito a chegar ao local
de aterragem, depois que a primeira vaga já tenha sido desembarcada. Autossu-
ficiência é fazer com que cada vaga tenha um mínimo de condições para se sus-
tentar no local de aterragem, a despeito do atraso ou fracasso de uma outra vaga.
5.1.3.5.5 Previsão de panes
- Significa priorizar quem na vaga, caso ocorra pane de aeronave antes do em-
barque. O comandante da patrulha é o principal responsável por cumprir esse
fundamento, somente ele sabe quem tem vital importância no cumprimento da
missão.
5.1.3.5.6 Distribuição de valores
- Significa não colocar na mesma aeronave ou vaga, pessoal e material que venha
a fazer muita falta para o cumprimento da missão, caso a mesma seja abatida.
5.1.3.5.7 Neste plano é importante, ainda, a determinação do número de aerona-
ves necessárias para o cumprimento da missão, bem como a autonomia de cada
uma delas, de acordo com o peso embarcado.
5.1.3.5.8 Para a determinação do número de aeronaves, normalmente adotamos
o método dos espaços, que é uma combinação de pesos e volumes. Um “espaço”
representa o volume e o peso de um combatente equipado (100 kg de peso médio).
5.1.4 OBSERVAÇÕES AO COMANDANTE DE PATRULHA AEROMÓVEL
5.1.4.1 Normalmente, elementos especializados, tanto da força de superfície
quanto da força de helicópteros, podem apoiar o comandante da patrulha.
5.1.4.2 É importante a realização de ensaios de todas as ações e prováveis con-
dutas, específicos para cada tipo de aeronave empregada.
5.1.4.3 O conhecimento sobre locais de aterragem, balizamentos, formações,
utilização do rádio, embarque e desembarque, técnicas de lançamento, medidas
de segurança e apoio de fogo aéreo será baseado e orientado pela instrução das
unidades ou elementos especializados (de acordo com a IP 90-1 – OPERAÇÕES
AEROMÓVEIS).

5-4
EB70-CI-11.450

Fig 60 - Embarque da força de superfície

5.2 PATRULHA NA GARANTIA DA LEI E DA ORDEM


5.2.1 GENERALIDADES
5.2.1.1 As ações de GLO abrangem o emprego da F Ter em variados tipos de
operações e atividades em face das diversas formas com que as F Adv podem
se apresentar.
5.2.1.2 O amplo espectro das missões executadas e a variedade de situações que
podem ocorrer exigem, em cada caso, um cuidadoso estudo das condicionantes do
emprego da F Ter, para a adoção de medidas e ações mais adequadas à situação
que se apresenta, coerente com os fundamentos e conceitos que se seguem.
5.2.2 CONCEITOS BÁSICOS
5.2.2.1 Garantia da lei e da ordem: atuação coordenada das Forças Armadas e
dos órgãos de segurança pública na execução de ações e medidas provenientes
de todas as expressões do poder nacional em caráter integrado e realçado na
expressão militar. Tem por finalidade a garantia dos poderes constitucionais, da
lei e da ordem.
5.2.2.2 Segurança Integrada (Seg Intg): expressão usada nos planejamentos de
GLO da F Ter, com o objetivo de estimular e caracterizar uma maior participação
e integração de todos os setores envolvidos.
5.2.3 AÇÕES E MEDIDAS DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM
5.2.3.1 As ações e medidas de GLO podem ser Preventivas ou Operativas, de
acordo com o grau e a natureza dos óbices representados pelas ações das F Adv.
5.2.3.2 Neste contexto teremos o emprego mais efetivo das patrulhas na fase
operativa. Ações e medidas serão conduzidas em situação de normalidade e
5-5
EB70-CI-11.450
não-normalidade e serão executadas dentro de uma Zona de Operações (Z Op),
que será delimitada, na área conturbada, com base no ato legal da autoridade
que determinou o emprego da F Ter (de acordo com a IP 85-1 OPERAÇÕES DE
GARANTIA DA LEI E DA ORDEM).
5.2.4 OBJETIVOS DAS PATRULHAS
5.2.4.1 Obter dados sobre a força adversa, realizar ações para inquietá-la ou
neutralizá-la e impedir pela presença física que ela tenha liberdade de movimentos
na área de operações.
5.2.4.2 Contatar com povoados isolados, proporcionar-lhes sensação de segu-
rança e conhecer o terreno onde se desencadeiam as operações.
5.2.4.3 Neutralizar as lideranças da força adversa, poupando combates e conse-
quentemente vidas humanas.
5.2.5 ZONA DE OPERAÇÕES
5.2.5.1 A força empenhada em operações contra F Adv, acima do nível Unidade
inclusive, normalmente, recebe uma Z Op, delimitada por um limite contínuo.
5.2.5.2 No interior das áreas de responsabilidade de cada comando, são tomadas
providências para proteger a tropa, as instalações e as vias de transportes, bem
como são instaladas bases de combate até o escalão subunidade, das quais se
irradiam as operações para destruição do poder de combate das F Adv.
5.2.5.3 A base de combate é o ponto de onde partem todas as operações contra
as F Adv.
5.2.5.4 Dependendo da extensão e do tipo da patrulha, esta poderá ocupar uma
base de patrulha da qual a fração partirá para cumprir missões de reconhecimento
e/ou combate.
5.2.6 FORMAS DE OCUPAÇÃO DA ZONA DE OPERAÇÕES
5.2.6.1 As Z Op podem estar enquadradas em um ambiente rural ou urbano.
5.2.6.2 Existem dois tipos básicos de ocupação da Z Op: ocupação como um todo
e a ocupação progressiva.
5.2.6.3 Ocupação como um todo: nessa situação a subunidade recebe uma área
de responsabilidade, esta por sua vez designa ao pelotão uma missão específica
visando cumprir a ordem emanada do Esc Sp, em uma área na qual a F Adv atua
com maior intensidade, podendo manter, sob seu controle direto, regiões deno-
minadas espaços vazios, onde a F Adv não atua ou se mostra menos atuante.
5.2.6.4 Ocupação progressiva: as peças de manobra ocupam, em princípio, as
regiões julgadas mais importantes e, a partir daí, à medida que essas regiões
forem controladas, são ocupadas paulatinamente as demais regiões da Z Op.
5-6
EB70-CI-11.450
5.2.7 PROCESSOS DE DESLOCAMENTO
5.2.7.1 Normalmente, a patrulha atinge a área do objetivo realizando um deslo-
camento para as Z Op, onde o processo a ser adotado dependerá dos fatores
da decisão.
5.2.7.2 A chegada da tropa na Z Op poderá ser realizada por via aérea, terrestre
ou aquática. De acordo com o processo a ser adotado pode-se adotar a combi-
nação entre eles.
5.2.8 OBSERVAÇÕES AO COMANDANTE DA PATRULHA
5.2.8.1 Atentar para as regras de engajamento existentes para as operações.
5.2.8.2 O Cmt Pa deve alertar os integrantes de sua fração de que o sucesso das
ações depende da conquista e/ou manutenção do apoio da população.
5.2.8.3 Levantar as disponibilidades de meios para Op GLO, tais como os neces-
sários para Posto de Segurança Estático (PSE), Posto de Bloqueio e Controle
de Estradas (PBCE), Posto de Bloqueio e Controle de Vias Urbanas (PBCVU),
entre outros.

5.3 PATRULHA FLUVIAL


5.3.1 GENERALIDADES
5.3.1.1 As patrulhas fluviais são comuns em áreas ribeirinhas, onde predominam
as vias de comunicações pela água, em regiões pouco desenvolvidas e cuja
população habita, geralmente, às margens dos rios. Podem apresentar trechos
com terrenos relativamente alagados, pântanos ou florestas, grandes planícies
ou terrenos relativamente planos.
5.3.1.2 Patrulhas fluviais têm a finalidade de reconhecer, conquistar ou manter
o controle sobre uma área ribeirinha, pela neutralização das forças adversas.
5.3.1.3 Nas operações ribeirinhas, é também comum o emprego de patrulhas
aeromóveis.
5.3.1.4 Todos os conceitos sobre patrulhas terrestres são aplicáveis às patru-
lhas fluviais, ressaltadas as características peculiares do ambiente operacional
ribeirinho.
5.3.1.5 Sempre que possível, as atividades das patrulhas fluviais devem ser
coordenadas com o reconhecimento aéreo dos cursos d’água e áreas vizinhas.
5.3.1.6 São empregados botes de assalto, embarcações patrulha de grupo (EPG),
embarcações táticas de grupos (lanchas com proteção balística, equipadas com
metralhadoras), nas patrulhas fluviais.

5-7
EB70-CI-11.450
5.3.1.7 As vantagens de uma patrulha fluvial são:
a) aumento da capacidade de carga e do poder de combate da patrulha;
b) maior velocidade que as patrulhas a pé, em consequência, possibilita um maior
raio de ação; e
c) proporciona um menor desgaste físico aos homens.
5.3.1.8 As patrulhas fluviais apresentam as seguintes desvantagens:
a) o movimento é canalizado, ficando subordinado aos cursos d’água existentes;
b) maior vulnerabilidade às vistas e fogos do oponente;
c) dependência da disponibilidade de embarcações; e
d) atenção na utilização do motor de popa, pois poderá comprometer sigilo.

Fig 61 - Patrulha Fluvial

5.3.2 PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO


5.3.2.1 Planejamento
a) Prever tempo suficiente para repetidos ensaios (formações, sinais e gestos,
treinamento de remadas, reorganização das embarcações etc).
b) Pontos de referência nas margens devem ser nítidos e, se possível, reconhe-
cidos.
c) Sempre buscar a camuflagem das embarcações quando abicar.
d) Considerar dados médios de planejamento.
5.3.2.2 Preparação
5.3.2.2.1 Pessoal
- Realizar uma adaptação dos integrantes da patrulha nas técnicas fluviais e
procedimentos de emergência.

5-8
EB70-CI-11.450
5.3.2.2.2 Material
a) Individual
- Material impermeabilizado e em condições de ser ancorado à embarcação.
b) Coletiva
1) Distribuição dos valores e do material pesado, colocando em embarcações
diferentes, armamento coletivo e equipamentos especiais dentro de um equilíbrio
de peso.
2) Embarcações: remos preparados, tanque de combustível reserva, motores
manutenidos, foles, kit de manutenção de 1º escalão etc.
5.3.2.3 Posicionamento do pessoal na embarcação
- Dentro de uma embarcação deve-se padronizar o posicionamento dos homens
devendo atentar para a defesa em 360º.
5.3.3 PROCESSOS DE DESLOCAMENTOS FLUVIAIS
5.3.3.1 Os conceitos referentes aos movimentos motorizados são aplicáveis aos
deslocamentos fluviais: segurança à frente, nos flancos e à retaguarda.
5.3.3.2 Em princípio, os deslocamentos são realizados pelos processos a
seguir descritos
5.3.3.2.1 Movimento contínuo
– Durante o movimento contínuo, todas as embarcações movem-se a uma veloci-
dade moderada. A segurança é baseada na observação e na ação de pequenos
grupos nos locais mais viáveis às ações inimigas. Este processo é o que oferece
maior rapidez de movimento e menor grau de segurança.
5.3.3.2.2 Movimento por lanços sucessivos
- Durante o movimento por lanços sucessivos as embarcações da patrulha mantêm
suas respectivas posições na coluna.
- O sistema de segurança entre as embarcações é recíproco e uma só inicia o
seu deslocamento, quando a outra já tenha ocupado posição.
a) A embarcação “A” avança até um ponto em que tenha observação à frente,
seus ocupantes desembarcam e entram em posição. Uma vez em condições
de fornecer a segurança, sinaliza para a embarcação “B” e este prosseguirá para
o local do bote “A”. as demais embarcações se deslocam para o local anterior
da embarcação “B”.
b) Os elementos da embarcação “B” ocupam as posições da embarcação “A”. Ato
contínuo, os elementos da embarcação “A” embarcam e prosseguem até o ponto
de observação escolhido onde desembarcarão e o processo se repete.

5-9
EB70-CI-11.450

Fig 62 - Movimento por lanços sucessivos

c) É o processo que oferece maior segurança, sendo, porém, o mais lento.

Fig 63 - Desembarque em segurança

5.3.3.2.3 Movimento por lanços alternados


– O movimento das duas embarcações da frente é alternado por ultrapassagem.
Uma embarcação não para no local da que está à frente e sim, a ultrapassa.

Fig 64 - Movimento por lanços alternados


5-10
EB70-CI-11.450
a) A embarcação “A” ocupa posição num ponto que permita observação à frente.
Sinaliza para a embarcação “B” que, tendo embarcado o pessoal, ultrapassa o
local da embarcação “A” e entra em posição à frente. As demais embarcações
se deslocam e ocupam a antiga posição da embarcação “B”.

Fig 65 - Movimento por lanços alternados

- Proporciona maior rapidez que o movimento por lanços sucessivos, mas não
permite ao homem da embarcação que ultrapassa, um reconhecimento cuidadoso
à frente.
b) O contato rádio entre as embarcações permite que o bote em posição auxilie
com informações a embarcação que irá ultrapassá-lo la.
5.3.3.3 Responsabilidades específicas por zonas de observação e setores de tiro
são dadas a cada homem por embarcação. O contato visual é mantido entre as
embarcações.
5.3.3.4 Homens, armas e equipamentos devem ser distribuídos entre as embar-
cações de tal maneira que a patrulha possa cumprir sua missão, mesmo que uma
das embarcações se perca.
5.3.3.5 Designar um membro da patrulha para observar e anotar as condições
da aquavia e margens.
5.3.3.6 As embarcações a remo podem ser helitransportadas por carga externa,
rio acima, eliminando-se o esforço de remar contra a correnteza e permitindo à
patrulha realizar um reconhecimento rio abaixo (a favor da correnteza). Incluir,
neste caso, medidas para evacuação de emergência ou reforço da patrulha.

5-11
EB70-CI-11.450

Fig 66 - Deslocamento fluvial

5.3.3.7 No deslocamento, a patrulha pode seguir pelo centro da aquavia ou


próximo margem, dependendo da distância e da situação tática
5.3.3.7.1 Pelo meio da aquavia
a) O deslocamento é feito distante das margens, em consequência dificulta a
realização de fogos ajustados sobre as embarcações.
b) Possibilita uma maior capacidade de manobra.
c) Nos deslocamentos rio abaixo, aproveita-se a correnteza, obtendo-se maior
velocidade e menor consumo de combustível.
d) Maior dificuldade em localizar inimigo.
e) Quando rio acima, a correnteza é maior, consequentemente, menor velocidade
e maior consumo de combustível.
5.3.3.7.2 Próximo à margem
a) Maior possibilidade de dissimulação do deslocamento.
b) Facilita a localização do inimigo.
c) Maior possibilidade de receber fogos ajustados.
5.3.4 FORMAÇÕES UTILIZADAS NOS DESLOCAMENTOS FLUVIAIS
5.3.4.1 A formação e as distâncias e intervalos entre as embarcações serão ado-
tadas em função da situação, das características da aquavia e de suas margens,
das condições de visibilidade e da disponibilidade de embarcações.
5.3.4.2 As formações comumente empregadas são: em coluna, em linha, em
cunha e em colunas justapostas.
5-12
EB70-CI-11.450
5.3.5 NAVEGAÇÃO NOS DESLOCAMENTOS FLUVIAIS
5.3.5.1 Basicamente a orientação nas aquavias é amarrada por pontos de re-
ferência existentes. Cachoeiras, ilhas, bancos de areia, pequenas localidades,
confluência de rios/igarapés (estudo da carta e do terreno) e até mesmo árvores
de grande porte que se destacam da vegetação nas margens, serão excelentes
pontos de referência. Pode-se, ainda, controlar os deslocamentos em trechos
retilíneos da aquavia considerando-se o tempo e a velocidade.

Fig 67 - Técnica para navegação fluvial noturna

5.3.5.2 A utilização de guias e práticos é um meio eficiente para a navegação fluvial.


5.3.5.3 Durante a noite, um processo que pode ser empregado, é o da determi-
nação do itinerário por pontos.
- O comandante da patrulha tira azimutes ao longo do itinerário até o objetivo,
prevendo atingi-lo ou chegando próximo em uma das margens.
5.3.5.4 Tira-se o azimute magnético do ponto 1 para o ponto 2. A embarcação-
-ponto atingindo o ponto 2, ancora firmemente, aguardando a chegada da
embarcação-bússola.
5.3.5.5 Do ponto 2, tira-se o azimute do ponto 3 e a embarcação-ponto inicia o
deslocamento até atingi-la. Aguarda a chegada da embarcação-bússola e, assim,
o mecanismo se repete até cumprir o planejamento do comandante da patrulha.
5.3.5.6 Existindo outras embarcações na patrulha, estas se deslocam à retaguarda
da embarcação-bússola ou conforme determinação do comandante da patrulha.
5.3.5.7 A embarcação-ponto deve ter um sinal luminoso escurecido para que
possa ser visto pelas demais embarcações quando o deslocamento for noturno.

5-13
EB70-CI-11.450
5.3.5.8 As correções na direção da embarcação-ponto devem ser feitas pela
embarcação-bússola e através dos meios de comunicações disponíveis.
5.3.6 EMBOSCADA E CONTRA-EMBOSCADA
5.3.6.1 Normalmente, em ambiente ribeirinho, as emboscadas são largamente
empregadas por ambos os contendores.
5.3.6.2 O planejamento e execução de uma emboscada em área ribeirinha
assemelham-se à emboscada terrestre. Adaptações necessárias são feitas face
às características dessa área.
5.3.6.3 Devem ser adotados cuidados especiais com a segurança nos desloca-
mentos, visando a impedir o desencadeamento ou minimizar os efeitos de uma
emboscada inimiga.
5.3.6.4 As ações de uma tropa ao sofrer uma emboscada, quando em desloca-
mento em uma aquavia, são semelhantes às executadas numa ação de contra-
-emboscada terrestre. As características das margens do curso d’água, os tipos
de embarcações utilizadas, o número de motores, o inimigo e a missão, serão os
fatores condicionantes da reação.
5.3.6.5 Procedimentos a serem adotados durante a ação de emboscada.
5.3.6.5.1 Elementos dentro da área de destruição.
a) Procurar abandoná-la o mais rápido possível.
b) Identificar a posição emboscante.
c) As guarnições das embarcações respondem ao fogo.
5.3.6.5.2 Elementos fora da área de destruição
a) Procurar desembarcar, cerrando para as margens.
b) Atacar a posição da tropa inimiga que realiza a emboscada, desbordando-a
pelos flancos ou retaguarda.
5.3.7 AÇÃO NO OBJETIVO
5.3.7.1 Os objetivos das patrulhas fluviais podem se localizar em enseadas, sa-
lientes (penínsulas), ilhas e embarcações em deslocamento nas aquavias.
5.3.7.2 Dependendo de onde se localiza o objetivo de uma patrulha fluvial
pode-se atuar das seguintes formas:
5.3.7.2.1 Combinar ação fluvial com bloqueio terrestre.
a) A força do bloqueio pode ser transportada em embarcações ou em helicópteros,
e de conformidade com o planejamento do comandante da patrulha, desembar-
cada distante do objetivo (botes embarcações e helicópteros) ou sobre o objetivo
(helicópteros).

5-14
EB70-CI-11.450

Fig 68 - Ação fluvial com bloqueio terrestre

b) É sempre a menos indicada, por causa da exposição das embarcações.


c) Só deverá ser utilizada caso não haja no objetivo a presença de F Adv ou essa
tenha força muito inferior à da patrulha.
d) O assalto deverá ser executado numa proporção de 9X1, dos elementos que
assaltam em relação à F Adv.
e) O assalto deve ser precedido de intenso apoio de fogo, no caso de presença
de força adversa no local do objetivo.
f) O poder relativo de combate deve ser estudado minuciosamente.
g) Para evitar-se o fratricídio, deve-se atentar para a distância do bloqueio em
relação ao local do assalto (alcance dos fogos e não existência de abrigos).
h) O assalto deve ser direcionado para o ponto mais vulnerável da defesa da
força adversa.
i) Pode ser a única forma de se atuar sobre objetivos localizados em ilhas, em
caso de defesa circular na margem.
5.3.7.2.2 Combinar a ação terrestre com bloqueio fluvial.
a) É a ação mais indicada contra qualquer objetivo terrestre é mais comum contra
os localizados em margens de aquavias.
b) O elemento de bloqueio deverá ocupar posições de emboscadas, fora da zona
de ação do Grupo de Assalto e do alcance dos fogos, ficando em condições de
executar uma perseguição.
c) Caso não se consiga realizar um bloqueio com a colocação de pessoal na
via de acesso ao local do objetivo (possibilidade de quebra de sigilo, etc), esse
poderá ser feito pelo fogo.

5-15
EB70-CI-11.450
5.3.7.2.3 Ação fluvial contra embarcações
a) Caso o movimento da embarcação, da F Adv, seja próximo à margem da aqua-
via, de forma que permita o engajamento dos fogos da patrulha, é aconselhável
que seja realizada uma ação de emboscada.
b) Em situações em que as embarcações da F Adv se deslocam em posições
longe das margens, além do alcance dos fogos da patrulha, poderá ser realizada
uma ação fluvial contra a embarcação.
c) Esta ação é realizada com pessoal embarcado contra outra embarcação.
d) Deve-se buscar posicionar-se em local que ofereça vantagem para a patrulha.
e) Deslocar-se à retaguarda de outra embarcação permite um melhor controle e
segurança sobre a ação.
f) Deve-se sempre evitar ações fluviais contra embarcação que esteja com a sua
proa na direção da patrulha, devendo esta se reposicionar na aquavia para obter
vantagem por ocasião da ação.
g) Especial atenção deve ser dada à vigilância visual (binóculos, lunetas, SARP e
equipamentos de visão noturna, etc.) e de radar, de forma a evitar que embarca-
ções maiores possam sombrear (ocultar/camuflar) a passagem das menores, ou
que elas passem despercebidas junto às margens, ou se utilizarem da escuridão
da noite.

Fig 69 - Ação terrestre com bloqueio fluvial


Fig 1 - Ação terrestre com bloqueio fluvial
5.3.7.2.4 Durante o patrulhamento fluvial poderá ocorrer uma diminuição no fluxo
de embarcações que passam pela aquavia patrulhada, pois elementos suspeitos
desbordam a via ou homiziam-se em igarapés, ou camuflam-se nas margens.
Com isso cresce de importância que a patrulha atue de forma esporádica (até 04
horas numa determinada área), sem seguir uma lógica previsível.

5-16
EB70-CI-11.450
5.3.7.2.5 Em ações de controle de área que restrinjam o emprego do armamento
e busquem primeiramente identificar e/ou capturar pessoal e/ou material, as pa-
trulhas devem procurar adotar os seguintes procedimentos:
a) O Grupo que patrulha deverá atuar em duplas de embarcações. Uma estará
sempre mantendo a segurança da outra que estiver realizando a abordagem.
Nestas embarcações, os militares deverão estar sentados no fundo da embarca-
ção, para diminuir a silhueta dos militares (foto abaixo).
b) As embarcações da patrulha devem buscar a aproximação da embarcação
suspeita pela retaguarda da mesma.
c) A patrulha poderá se comunicar (por meio de sinais iluminativos, megafone,
efeitos sonoros) com condutor da embarcação suspeita informando-o a que Força
pertence, os motivos de sua abordagem e que deseja aproximar-se (SFC).
d) Deve determinar que o mesmo diminua ou pare a embarcação suspeita e que
os passageiros se posicionem de costas para a patrulha.
e) Deve-se atentar para os efeitos da correnteza sobre o deslocamento da em-
barcações quando paradas.
f) Uma vez que a embarcação suspeita diminua a velocidade ou pare, uma em-
barcação da patrulha deve se aproximar e se posicionar à retaguarda da suspeita.
g) Após isso uma segunda embarcação realiza a aproximação pela lateral da
embarcação suspeita, para realizar a revista visual e escolta para uma área em
terra com melhores condições de controle e segurança (SFC).
h) A embarcação e os seus passageiros deverão passar por uma revista visual
ainda na aquavia.
i) Caso a suspeita se mantenha, a embarcação deve ser conduzida até um local
seguro e estável como um atracadouro ou uma das margens.
j) Deve-se determinar que o piloto da embarcação suspeita a conduza para o local
determinado pela patrulha, que deverá escoltá-la.
k) Ao chegar no local determinado, o comandante da patrulha ou do grupo deverá
retirar todos os passageiros, um a um, iniciando-se pelo piloto, posicionando-os
em local que favoreça a revista pessoal, e somente em último caso fazer a revista
dentro da embarcação.
l) Com as pessoas devidamente posicionadas fora da embarcação, executa-se
uma nova inspeção visual interna da embarcação, certificando-se que não existe
mais pessoas e/ material suspeito no seu interior.
m) Após a constatação da ausência de outros ocupantes na embarcação e/ ou
materiais suspeitos, inicia-se as buscas pessoais (nos casos de embarcações de
grande porte, é interessante que cada ocupante conduza sua bagagem (SFC), para

5-17
EB70-CI-11.450
facilitar a identificação do portador de um possível ilícito ou material procurado).
n) Após a realização da busca pessoal, todos os ocupantes da embarcação de-
verão ser colocados em local seguro, para que, na sequência, inicie-se a vistoria
detalhada na embarcação.
o) Um dos militares permanece com o piloto acompanhando-o durante a vistoria
realizada por outro militar.
p) Inspecionar detalhadamente o interior das embarcações de modo a localizar
o que se busca.
q) No caso de embarcações de grande porte, verificar, com especial atenção, os
porões das instalações das máquinas propulsoras, leme e bico de proa.
r) Sempre que possível fazer uso do cão de faro.
5.3.8 BASE DE PATRULHA EM ÁREA RIBEIRINHA
5.3.8.1 São instaladas em terra ou flutuantes.
5.3.8.1.1 Base de patrulha em terra
a) A escolha do local será influenciada pela facilidade do acesso às primeiras linhas
de comunicações aquáticas e pela facilidade de defender a área selecionada.
b) A sua defesa é em função do efetivo da patrulha, do terreno, do inimigo e da
missão.
c) Sempre que possível, as patrulhas que utilizam pequenas embarcações, com
dificuldades de ancoragem, devem optar por uma base terrestre.
d) O planejamento, a aproximação, o reconhecimento, a ocupação e a evacuação
são comuns a todas as bases de patrulhas.
5.3.8.1.2 Bases flutuantes
a) Serão montadas em embarcações de maior ou menor calado, em função do
efetivo do escalão considerado e da possibilidade de deslocamento na aquavia
onde serão instaladas.
b) Para a defesa das bases flutuantes são lançadas patrulhas com embarcações
armadas, estabelecidos postos de sentinelas e frequentes inspeções são reali-
zadas nas imediações do flutuante.
c) Durante os pernoites, as patrulhas deverão adotar procedimentos semelhan-
tes aos tomados por ocasião da ocupação das bases terrestres ou flutuantes,
conforme o caso.
5.3.9 APOIO LOGÍSTICO
5.3.9.1 As técnicas de apoio logístico são basicamente as mesmas das patrulhas
terrestres, devendo ser orientadas também para o suprimento e para a manutenção

5-18
EB70-CI-11.450
das embarcações e motores de popa.
5.3.9.2 Havendo disponibilidade de helicópteros, empregá-los nos ressuprimentos,
nas evacuações e no recompletamento.
5.3.10 COMANDO E COMUNICAÇÕES
5.3.10.1 O rádio é um meio bastante empregado, devido a alta mobilidade das
embarcações.
5.3.10.2 Normalmente, cada embarcação conduz um equipamento rádio e siste-
mas alternativos de comunicações.
5.3.10.3 Atuando em área de selva ou em local de difícil propagação, utilizar
antenas improvisadas.
5.3.10.4 Utilizar o rádio de maneira equacionada, atentando para o sistema de
GE do inimigo.
5.3.10.5 Sinais e gestos convencionados são utilizados, conforme determinação
do comandante da patrulha.
5.3.11 OBSERVAÇÕES AO COMANDANTE DA PATRULHA
5.3.11.1 É muito importante a correta preparação, a inspeção e a manutenção das
embarcações, em especial no que se refere aos motores de popa.
5.3.11.2 Sempre que for possível, prever um equipamento rádio por bote embar-
cação e planejar o emprego de um meio alternativo de contato entre os mesmos.
5.3.11.3 A tropa que realiza uma patrulha ribeirinha deverá estar adestrada, par-
ticularmente nos seguintes assuntos: técnica de navegação fluvial, orientação
fluvial, tiro embarcado contra alvos nas margens e contra embarcações, natação
utilitária, assalto ribeirinho etc.
5.3.12 PROCEDIMENTO DE SEGURANÇA
5.3.12.1 A utilização de coletes salva-vidas poderá ser ou não obrigatória, a de-
pender dos fatores da missão.
5.3.12.2 Todos os elementos da patrulha deverão manter os coturnos amarrados
com soltura rápida.
5.3.12.3 Deverá ser adotado procedimento de segurança relativo à segurança
do armamento caso a embarcação afunde. Armamentos portáteis poderão estar
ancorados nas mochilas. As pistolas deverão estar em coldres ancoradas ao fardo
aberto por meio de um cordel de segurança.
5.3.12.4 Os demais materiais deverão ser ancorados na embarcação, assim como
o motor, inclusive o reserva, e o tanque de combustível.
5.3.12.5 O equipamento rádio deverá estar de posse do Radioperador, imperme-
abilizado e em condições de flutuar caso a embarcação afunde.
5-19
EB70-CI-11.450

5.4 PATRULHA MOTORIZADA


5.4.1 MISSÃO
- A patrulha motorizada recebe, normalmente, missões semelhantes às patrulhas
a pé.
5.4.2 FINALIDADE
5.4.2.1 As patrulhas são motorizadas para permitir:
a) percorrer maiores distâncias em menor tempo;
b) conduzir equipamentos e munições de maior peso e quantidade; e
c) reduzir as vulnerabilidades, considerando as possibilidades do inimigo e a
disponibilidade dos tipos de viatura para a missão.
5.4.3 ORGANIZAÇÃO GERAL E PARTICULAR
5.4.3.1 A patrulha motorizada é organizada em grupos e escalões, a semelhança
da patrulha a pé. A missão recebida define o tempo e os limites para o transporte
motorizado e para as situações de conduta de desembarque ou não dos homens.
5.4.3.2 Manter, sempre que possível, a integridade tática dos grupos que com-
põem a patrulha.
5.4.4 PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO
5.4.4.1 De modo geral, a patrulha motorizada é planejada e preparada da
mesma forma que as patrulhas a pé
5.4.4.1.1 Viaturas
a) O número e o tipo de viaturas a serem utilizadas na missão dependem, principal-
mente, da missão, do terreno, das possibilidades do inimigo, e da disponibilidade
dos meios. A utilização de viaturas sobre rodas propicia uma maior mobilidade.
b) Durante a preparação, o comandante da patrulha, verifica se as viaturas estão
em boas condições de funcionamento e se foram devidamente abastecidas de
combustível, óleo e água, bem como supridas de acessórios, sobressalentes e
combustível suplementar.
c) Os motoristas também são patrulheiros. Devem participar de todas as ordens
emitidas à patrulha.
d) A tampa traseira deve ser rebatida para facilitar o embarque e o desembarque,
quando for o caso. Os toldos e cajados serão retirados, permanecendo apenas
os cajados das extremidades. As mochilas e os equipamentos extras serão colo-
cados sobre os bancos deixando livre a parte central. O comandante, em função
da possibilidade de atuação do inimigo, pode determinar que os bancos sejam
rebatidos.

5-20
EB70-CI-11.450
e) Camuflá-las quanto ao brilho e identificações que não favoreçam seu sigilo.
Se o pára-brisa tiver que ser rebatido (Vtr ¼ e ¾ Ton), cada viatura necessitará
de um cortador de arame (anti-decapitador) colocado na parte central do pára-
-choque dianteiro.
f) Os pisos e as laterais das viaturas são reforçados com sacos de areia ou cha-
pas de aço, para reduzir o efeito de minas, estilhaços e armamento individual do
inimigo. Atentar para a capacidade de carga que a viatura pode transportar, haja
visto o efetivo e o material a ser conduzido.
g) O chefe de viatura deverá ocupar um local na viatura que o permita exercer
a ação de comando sobre seus homens, podendo estar na boléia ou na cabine.
h) Normalmente, são instaladas armas automáticas nas viaturas, desde que as
mesmas possuam local propício para a colocação e emprego destas armas.
i) Uma equipe de manutenção, quando possível, é incorporada à patrulha para
depanagem de problemas mecânicos.

Fig70
Fig 1 -- Viatura
Viaturapreparada
preparada

5.4.4.1.2 Armamento e equipamento


a) O armamento e equipamento a serem conduzidos dependem da missão, do
terreno, do inimigo e dos meios disponíveis.
b) A patrulha motorizada tem possibilidade de transportar meios mais pesados,
tais como: canhões sem recuo, morteiros, metralhadoras pesadas, botes pneu-
máticos, motores de popa etc. Cabe ao comandante da patrulha a decisão sobre
o que conduzir.
5-21
EB70-CI-11.450
c) As armas são alimentadas, carregadas e travadas, em condições de pronto
emprego.
5.4.4.1.3 Comunicações
a) As comunicações bem planejadas e executadas são essenciais para o cum-
primento da missão de uma patrulha motorizada.
b) Estabelecer ligações entre as viaturas da patrulha e com o escalão que a lançou.
c) Utilizar-se de rádios de curto alcance, comandos a voz e sinais visuais, evitando,
assim, as medidas eletrônicas de apoio (MEA) do inimigo.
5.4.4.1.4 Plano de carregamento e embarque
a) Tem por finalidade facilitar tanto o embarque como o desembarque do mate-
rial e pessoal no início do movimento, durante o deslocamento e no objetivo, se
necessário.
b) O plano de carregamento e embarque é simples e bem elaborado. Deve res-
ponder as perguntas: o quê e quem vai por viatura, e a sequência do embarque
e desembarque do pessoal e material.
c) Ensaiar quantas vezes forem necessárias a fim de que a tropa atinja um bom
nível de execução.
5.4.4.1.5 Segurança
a) Os comandantes de viatura atribuem a cada homem um setor de observação,
recobrindo frente, flancos e retaguarda. Isto proporciona às viaturas a realização
de fogos para qualquer direção e o contato visual entre elas.
b) Orientar os motoristas para possíveis condutas. Definir distâncias entre as
viaturas e velocidades.
c) Prever um vigia antiaéreo, realizando rodízio do combatente que estiver nesta
função, evitando a fadiga do mesmo.
5.4.5 EXECUÇÃO
5.4.5.1 Organização para o movimento
5.4.5.1.1 Recebendo blindados, colocá-los a testa e/ou a retaguarda da coluna
(prover segurança).
5.4.5.1.2 Deve-se, sempre que a situação permitir, lançar um grupo de segurança
motorizado (Gp Seg Mtz) como testa, precedendo a patrulha em dois ou três mi-
nutos (1 km aproximadamente). Este grupo se compõe de viaturas leves (¼ Ton)
e, de preferência, com armamento e equipamento-rádio orgânicos.
5.4.5.1.3 Quando em deslocamento em área com possibilidade de contato iminen-
te com o inimigo, a velocidade será mais lenta (15 a 25 km/h). A distância entre

5-22
EB70-CI-11.450
as viaturas é definida pelo terreno, porém, como referência, deve-se buscar no
mínimo cinquenta metros de dispersão.
5.4.5.1.4 Deve ser mantido um contato visual entre os motoristas das viaturas,
possibilitando o apoio mútuo entre elas.
5.4.5.1.5 As patrulhas motorizadas poderão ter sua segurança provida por aero-
naves, em sua vanguarda e flanco guarda, dependendo da situação tática.
5.4.5.1.6 Processos de penetração nas áreas inimigas
a) Existem duas formas de uma patrulha motorizada penetrar nas linhas inimigas:
penetração propriamente dita e realizando uma infiltração.
b) Na penetração propriamente dita a patrulha ao ultrapassar o dispositivo do ini-
migo, inicia o deslocamento para a região do objetivo. É utilizada quando o inimigo
se encontra em larga frente e com um fraco dispositivo defensivo. A manutenção
do sigilo é fundamental.
c) Na infiltração, a patrulha desloca-se: por viaturas, por grupo de viaturas, ou
como um todo, através ou em torno dos elementos avançados da defesa do inimi-
go, até pontos de reunião, previamente designados. É o processo, normalmente,
mais empregado e que apresenta as menores possibilidades de ação inimiga; é
favorável, também, em noites escuras e chuvosas. Poderá ser utilizada mais de
uma faixa de infiltração.
d) As ligações com tropa amiga, em cuja área de ação ou interesse a patrulha
atuará, são de responsabilidade do comandante do escalão que a lança. Normal-
mente, o comandante da patrulha, durante o seu planejamento, reconhece várias
posições por onde a patrulha passará.
e) Aproximando-se das posições ocupadas por tropa amiga, a patrulha desloca-
-se com a máxima cautela, fazendo as ligações necessárias com o mínimo de
homens, procurando manter o sigilo da missão. É importante a patrulha tomar
conhecimento dos últimos dados do inimigo na área, do terreno à frente, da exis-
tência de obstáculos e do apoio que possa ser dado à patrulha.
5.4.6 DESLOCAMENTO
5.4.6.1 A patrulha motorizada se desloca pelo seguinte processo ou combinação
deles: deslocamento contínuo, lanços sucessivos e lanços alternados.
5.4.6.2 Deslocamento contínuo
a) A velocidade da viatura é moderada durante todo o deslocamento.
b) A rapidez do deslocamento é limitada pela necessidade de segurança.
c) As viaturas da testa só param para reconhecer áreas perigosas.
d) É o processo mais rápido, porém, o menos seguro.
5-23
EB70-CI-11.450

5.4.6.3 Lanços sucessivos


5.4.6.3.1 As viaturas mantêm sua posição relativa na coluna.
5.4.6.3.2 As duas viaturas-testa atuam em conjunto, deslocando-se de um ponto
de observação para outro. A segunda viatura coloca-se numa posição coberta
e, se necessário, seus ocupantes desembarcam e cobrem o deslocamento da
primeira viatura até um ponto de observação; ao atingir este ponto, os integrantes
da primeira viatura observam e reconhecem, desembarcando, se for o caso. A área
estando segura, a segunda viatura recebe um sinal para cerrar até a primeira; o
Cmt da primeira viatura observa o terreno à frente e seleciona o próximo ponto
de parada. A primeira viatura se desloca até o ponto de observação selecionado
e o processo repetido.

Fig 71 - Lanços sucessivos


Fig 1 - Lanços sucessivos

5.4.6.3.3 O lanço da primeira viatura não deve exceder o limite de observação e/


ou o alcance do apoio de fogo da segunda viatura. As outras viaturas da coluna
deslocam-se por lanços, sem sair de sua posição relativa.
5.4.6.3.4 Cada viatura mantém o contato visual com a viatura da frente (evitando
se aproximar) e da retaguarda.
5.4.6.4 Lanços alternados
5.4.6.4.1 Todas as viaturas, exceto as duas da testa, devem manter suas posições
relativas na coluna.

Fig 1 - Lanços alternados


Fig 72 - Lanços alternados

5-24
EB70-CI-11.450
5.4.6.4.2 As viaturas-testa se alternam como primeira viatura. Uma cobre o lanço
da outra.
5.4.6.4.3 Este processo proporciona um avanço mais rápido que no deslocamento
por lanços sucessivos; entretanto não permite tempo suficiente aos homens da
segunda viatura para que observem bem o terreno à frente, antes de ultrapassar
a primeira viatura e assim, sucessivamente.
5.4.6.4.4 O estudo de situação contínuo permite ao comandante decidir pelo
processo a ser utilizado e suas consequentes mudanças.
5.4.7 CONDUTA EM ÁREAS PERIGOSAS E PONTOS CRÍTICOS
5.4.7.1 O comandante da viatura-testa informa de imediato ao comandante de
patrulha, a existência de obstáculos ou área perigosa no itinerário. Os homens
reconhecem estes locais sobre cobertura das armas automáticas da viatura.
5.4.7.2 Sempre que possível, os obstáculos são desbordados; caso contrário são
cautelosamente removidos.
5.4.7.3 Os cruzamentos e bifurcações existentes no itinerário são reconhecidos.
Os homens da primeira viatura fazem a segurança, enquanto a segunda viatura
reconhece os acessos ao itinerário. A distância até onde se deve reconhecer uma
estrada lateral é determinada pelo conhecimento que o comandante da patrulha
tem da situação; entretanto os elementos que a reconhecem deslocam-se até a
distância de apoio do grosso da patrulha.
5.4.7.4 Pontes, cruzamentos, desfiladeiros e curvas de estrada, que impeçam a
visão à frente, são considerados como áreas perigosas. Os homens desembarcam
e aproveitam todas as cobertas e abrigos existentes para realizarem um reco-
nhecimento. As viaturas ocupam posições cobertas fora da estrada e as armas
coletivas dão cobertura ao reconhecimento do pessoal desembarcado.
5.4.7.5 O adestramento do motorista e dos atiradores das armas automáticas,
instaladas na viatura, são condições essenciais para o êxito nas condutas de
uma patrulha motorizada.
5.4.8 TÉCNICAS DE AÇÃO IMEDIATA
5.4.8.1 Há duas formas de encontro com o inimigo: o contato fortuito e a embos-
cada.
5.4.8.2 O contato fortuito é um encontro casual. A patrulha motorizada e o inimigo
não esperam o encontro, ou sequer estão preparadas para ele. Neste caso, as
ações da patrulha dependerão da missão recebida: a patrulha retrai e prossegue
através de um outro eixo secundário, previamente planejado ou manobra para
destruir o inimigo.
5-25
EB70-CI-11.450
5.4.8.3 Sempre que possível, nos contatos fortuitos com o inimigo, o coman-
dante de uma patrulha motorizada busca a seguinte conduta:
a) avançar até um ponto de observação coberto;
b) observar, realizando um rápido estudo de situação;
c) decidir (o que fazer, quando, como e para quê);
d) emitir ordens aos elementos subordinados; e
e) informar ao escalão superior (se houver ligação).
5.4.8.4 Aos primeiros indícios de uma emboscada, as viaturas, de início, tentam
sair da área de destruição; os atiradores procuram fixar pelo fogo a posição em-
boscante e devem ser seguidos pelos demais da patrulha. Caso não seja possível
abandonar a área de destruição, os homens desembarcam, sob a cobertura do
fogo das armas automáticas. É o momento crítico e há o desembarque por todos
os lados da viatura. Não esperar a parada e sim a visualização do bloqueio. É de
fundamental importância a ação de comando dos respectivos comandantes. A
preocupação seguinte será a de cerrar organizadamente e agressivamente sobre
o inimigo. A parte da patrulha que não estiver sendo atacada, manobra buscando
o flanco ou retaguarda da posição inimiga. Os patrulheiros que estiverem na área
de destruição, apoiam, fixando o inimigo pelo fogo.
5.4.8.5 A utilização de granadas fumígenas pode favorecer a ação de contra-
-emboscada.
5.4.9 AÇÃO NO OBJETIVO
5.4.9.1 Os diversos tipos de missões de reconhecimento ou de combate atribuídos
a uma patrulha motorizada definem as ações para o cumprimento da missão.
5.4.9.2 A patrulha motorizada realiza uma infiltração como um todo ou fracionada.
Para a infiltração como um todo deve-se prever uma reorganização em um ponto
de reunião próximo do objetivo. Na infiltração fracionada com a utilização de di-
versos itinerários, deve-se reorganizar a patrulha em um ponto anterior ao PRPO.
5.4.9.3 Normalmente, do PRPO, o comandante da patrulha, com os homens que
julgar necessários, parte para o reconhecimento e confirma ou modifica o plane-
jamento para a ação no objetivo. As viaturas devem permanecer no PRPO com
os motoristas e com um grupo encarregado da segurança.
5.4.9.4 Normalmente, a missão (destruir, capturar, conquistar, resgatar etc) é
executada com a patrulha desembarcada. As demais ações no objetivo são em
tudo, semelhantes às realizadas pelas patrulhas a pé.
5.4.10 REGRESSO
a) Deve-se retrair como um todo, sempre que possível.
b) Havendo resgate, por vias aéreas ou aquáticas, deve-se executar um plane-

5-26
EB70-CI-11.450
jamento pormenorizado e uma perfeita coordenação com o escalão que lança
patrulha.
c) Existindo homens ou viaturas em atraso, informar aos postos amigos.
5.4.11 OBSERVAÇÕES AO COMANDANTE DA PATRULHA
5.4.11.1 O planejamento deve ser simples e objetivo. Atenção especial deve ser
dada ao plano de carregamento e embarque, aos processos de deslocamento,
ao dispositivo, às situações de contingência, ao cumprimento da missão e ao
retraimento.
5.4.11.2 As viaturas em boas condições mecânicas e a preocupação com a ne-
cessidade de combustível a ser consumida são ações também importantes na
preparação da patrulha.
5.4.11.3 O controle da patrulha, a rapidez e a agressividade são fundamentais
para o êxito nas diversas condutas e situações de contingência.
5.4.11.4 Evitar que toda a patrulha entre em um mesmo compartimento antes da
liberação da segurança à frente.
5.4.11.5 Na preparação da viatura, atentar para a utilização de meios que pro-
porcionem uma segurança adequada à tropa que se encontra embarcada, tais
como: sacos de areia, chapas de aço, toras de madeira etc. Não esquecer da
capacidade de carga da viatura.

5-27
EB70-CI-11.450

5-28
EB70-CI-11.450
CAPÍTULO VI
EMPREGO DA LANCHA RÁPIDA

6.1 GENERALIDADES
6.1.1 EMPREGO TÁTICO
6.1.1.1 A lancha rápida é adequada são comumente empregadas em patrulhas
fluviais.

Fig 1Fig- Emprego


73 - Emprego
dede Lanchas Rápidas
Lanchas Rápidas(Guardian 25) 25)
(Guardian

6.1.1.2 Podem acomodar um grupo de até 12 militares armados e equipados.


6.1.1.3 Apresenta excelentes características para ser empregada no patrulhamento
da faixa de fronteira, em rios que possuem o leito que permitam o emprego da
embarcação que possui limitação por conta do motor.
6.1.1.4 Sugere-se que as embarcações sejam utilizadas em rios que não possuam
obstáculos em seu leito (pedras), pois as mesmas são dotadas de motores de
popa (hélice).
6.1.1.5 Sugere-se que as embarcações sejam utilizadas no mínimo em duplas,
para que possa ser realizado reboque em caso de necessidade.
6.1.1.6 As embarcações apresentam características que recomendam seu
emprego em ações de perseguição e apoio de fogo.
6.1.1.7 As embarcações podem ser empregadas em patrulhas de combate, porém
com restrições, pois não apresentam proteção blindada, expondo a tropa e o
6-1
EB70-CI-11.450
motor aos fogos inimigos.
6.1.1.8 Possui dificuldade de abordagem de margens em região de igapó devido
à largura excessiva da proa e dificuldade de abordagem na praia, devido ao fato
da hélice dos motores de popa entrar em contato com o fundo do leito do rio,
impedindo seu funcionamento imediato.
6.1.1.9 O embarque e o desembarque, tanto equipado quanto desequipado, em
margem de praia fica dificultado pelo reparo e o armamento existente na proa da
embarcação e pela altura excessiva da mesma em relação à margem da praia.
6.1.1.10 Devido à velocidade desenvolvida faz-se necessário que a tripulação e
a tropa embarcada utilizem obrigatoriamente óculos de proteção e ao embarca-
rem retirem sua cobertura, ancorando a mesma em local seguro, com exceção
do uso do capacete.
6.1.2 DESLOCAMENTO NOTURNO
6.1.2.1 O funcionamento das luzes de sinalização noturna (luzes vermelha e ver-
de), previstos como equipamento de sinalização obrigatório na legislação fluvial,
dificulta a visibilidade da tripulação e da tropa embarcada junto à proa, além de
informar ao inimigo a posição da embarcação.
6.1.2.2 A luz existente na popa da embarcação permite uma visualização da
mesma em distâncias de até 300 m sem presença de fenômenos meteorológicos
adversos (chuva, neblina, aru). Com a presença desses fenômenos essa distância
diminui consideravelmente. A utilização de dispositivos luminosos (bastões de
luz química) na popa da embarcação permite uma visualização da mesma em
distâncias de até 100 m sem presença de fenômenos meteorológicos adversos.
6.1.2.3 A utilização de equipamento de visão noturna (EVN) por parte do piloto
permite uma melhor visualização do entorno da embarcação, entretanto, depen-
dendo do modelo empregado, pode ser que a observação da área seja dificultada
por conta das luzes do painel de instrumentos. A iluminação do painel ofusca a
visão do piloto quando o mesmo utiliza o EVN.

6.2 TIRO EMBARCADO


6.2.1 SEGURANÇA
6.2.1.1 É necessária a utilização de óculos de proteção e protetor auricular por
parte dos atiradores.
6.2.1.2 Deve-se limitar o movimento das armas orgânicas da lancha rápida para
evitar disparos dentro da própria embarcação.

6-2
EB70-CI-11.450
6.2.2 POSIÇÃO DE TIRO
6.2.2.1 A posição de tiro do atirador do armamento da proa dificulta a visibilidade
avante do piloto e, por conseguinte, a condução da embarcação.
6.2.2.2 A utilização do aparelho de pontaria fica dificultada por conta das possíveis
posições de tiro que podem ser tomadas pelo atirador. Para que haja um bom
rendimento no tiro embarcado na lancha rápida, o atirador deverá atirar realizan-
do a pontaria com os dois olhos abertos sobre o cano e o aparelho de pontaria.
6.2.2.3 A utilização de munição traçante junto com a munição comum, mesmo para
o emprego diurno, se faz muito importante para uma maior quantidade de acertos.
6.2.2.4 Para realização do tiro da tropa embarcada com o fuzil ou fuzil metralhador,
a boreste ou a bombordo, pode- se adotar as seguintes posições de tiro: de joelhos,
sentado no piso da embarcação ou sentado sobre a própria mochila do militar.
6.2.2.5 Para a realização do tiro parado, seja de proa, popa, boreste ou bombor-
do, para que o tiro seja mais efetivo deve-se manter os motores da embarcação
ligados para que a embarcação se mantenha estabilizada e diminua a oscilação
do armamento.
6.2.2.6 A escolha da posição fica a critério do atirador, variando de acordo com o
porte físico do militar (o espaço para o atirador é bastante restrito).
6.2.2.7 A quantidade máxima de militares para realizar o tiro em segurança é de
2 (dois) militares em cada lado da embarcação (boreste ou bombordo) sendo que
a velocidade desenvolvida pode comprometer a eficiência (fugacidade dos alvos
na margem dos rios).
6.2.2.8 Sugere-se que seja fixado junto ao anteparo do reparo da metralhadora
um sistema de iluminação, devendo ser fixado a fim de apontar na mesma direção
do cano do armamento e possuir um sistema de acionamento com interruptor
para ser acionado pelo atirador. Tal sistema visa permitir identificação de alvos e
a realização de tiro noturno.
6.2.3 POSIÇÃO DO ARMAMENTO
6.2.3.1 A posição do armamento no interior da embarcação faz com que os elos
metálicos da munição da Mtr P .50 sejam ejetados para o interior da embarcação
assim como as fitas de munição da Mtr MAG.
6.2.3.2 A utilização da bolsa coletora de elos metálicos evita o espalhamento dos
cartuchos deflagrados.
6.2.3.3 Os reparos dos armamentos em todas suas posições (proa, popa, boreste
e bombordo) não possuem limitadores de amplitude de movimento em direção,
permitindo que as armas atirem inclusive para o interior da embarcação, atentando
contra a segurança da tripulação e da tropa embarcada.

6-3
EB70-CI-11.450
6.2.3.4 Deve-se colocar batentes limitadores de direção nos reparos na
seguinte amplitude:

Fig 74 - Instalação de batentes limitadores nos reparos das Mtr


Fig 1 - Instalação de batentes limitadores nos reparos das Mtr

a) Proa Mtr P.50 = 120º.


b) Proa Mtr MAG = 180º.
c) Boreste e Bombordo Mtr Mag = 90º.
d) Popa Mtr MAG = 120º.
6.2.4 MUNIÇÃO
6.2.4.1 Para a realização do tiro diurno faz-se necessário o enfitamento da muni-
ção na proporção de uma munição traçante para cada duas munições M1. Essa
proporção é necessária para observação e correção do tiro por parte do atirador.
6.2.4.2 Para a realização do tiro noturno faz-se necessário enfitar a munição na
proporção de uma munição traçante para cada uma munição M1. Essa proporção
é necessária para observação e correção do tiro por parte do atirador.
6.2.5 TIRO EM MOVIMENTO
6.2.5.1 Para o tiro em movimento diurno, realizado na proa, popa, boreste ou
bombordo, consegue-se atirar sem grave comprometimento da segurança até um
limite máximo de 40 Km/h para o tiro diurno e 20 km/h para tiro noturno sem EVN.
6.2.5.2 Devem-se levar em conta as condições meteorológicas e a situação da
lâmina da água (banzeiro) que podem interferir na estabilidade da embarcação,
visibilidade e precisão do tiro.

6-4
EB70-CI-11.450
6.2.6 TIRO NOTURNO
- O monóculo de visão noturna permite que o atirador do armamento orgânico
possa engajar o alvo a longa distância com a visão do equipamento e com o olho
nu manuseie o armamento. Em contrapartida este tipo de equipamento deixar um
dos olhos sem proteção contra intempéries e mosquitos.
6.2.7 TRIPULAÇÃO
- O militar designado para a função de atirador da arma orgânica pode operar o
armamento sozinho sem necessidade do auxiliar do atirador.

6.3 EMPREGO DA LANCHA RÁPIDA


6.3.1 EMBARQUE E DESEMBARQUE
6.3.1.1 O embarque e o desembarque da lancha rápida devem ser feitos pela
proa da embarcação e em duplas, estando o militar equipado e com a mochila
nas costas. O militar não deve utilizar a Mtr da proa, ou seu reparo, como ponto
de apoio para o embarque ou desembarque.
6.3.1.2 O armamento individual deve ser ancorado no fardo de combate que
deverá estar impermeabilizado para permitir sua flutuação.
6.3.2 DISPOSITIVO NA LANCHA RÁPIDA
6.3.2.1 Será utilizado um Grupo de Combate de Selva para sugerir os possíveis
dispositivos de militares na embarcação.
6.3.2.2 Organização do Grupo de Combate de Selva
6.3.2.3 O dispositivo da figura a seguir, representa 1 GC Sl embarcado, sendo
necessário para tal procedimento retirar o assento de transporte de tropa existente
na popa da embarcação.
6.3.2.4 Com 1 GC de Selva embarcado, armado e equipado, praticamente é
alcançado o limite de peso, podendo-se ainda somar a ele o piloto e uma peça
de metralhadora com seu respectivo atirador que vai na popa da embarcação,
totalizando 12 militares.

Fig 75 - Organização do Grupo de Combate de Selva

6-5
EB70-CI-11.450
6.3.2.5 A ocupação da lancha rápida com 1 esquadra do GC de Selva é a melhor
para esse tipo de embarcação. Essa configuração proporciona boas condições
de combate, pois pode contar com poder de fogo proporcionado pelas armas or-
gânicas da embarcação (quatro armas de apoio com seus respectivos atiradores)
e ainda permite a utilização do poder de fogo orgânico da fração, respeitando o
limite de peso permitido.

Fig 1 - 1ª Esquadra embarcada na GUARDIAN 25


Fig 76 - 1ª Esquadra embarcada na GUARDIAN 25

6.3.3 PROGRESSÃO
6.3.3.1 Para realização da progressão com a lancha rápida recomenda-se uma
velocidade máxima de 40 km/h.
6.3.3.2 Para a técnica do rendezvous, utilizada em pontos de reunião e reagru-
pamento, a velocidade máxima deve ser de 25 km/h, sendo que para realizar tal
procedimento as embarcações devem estar na formação “coluna por um” e com
velocidade de 25 km/h. Tal procedimento visa evitar excesso de movimentação
da superfície da água (banzeiro) e diminuir a possibilidade de acidentes.
6.3.3.3 Lanchas rápidas quando empregadas em conjunto com embarcações
EPG e EPE deve-se tomar os seguintes cuidados:
a) A embarcação EPE com motor de popa de 25 HP não é adequada para essa
atividade, devendo ser adaptado um motor de 40 HP na mesma.
b) É possível realizar tal tipo de atividade, entretanto as embarcações EPG e EPE
devem se posicionar sempre à retaguarda das embarcações Guardian 25 ou nas
extremidades das formações.
c) Nunca devem se posicionar embarcações EPE e EPG entre duas embarcações
Guardian 25 devido ao “banzeiro” excessivo.
d) Para realização da progressão recomenda-se uma velocidade máxima de 25
km/h, devido ao limite de desempenho dos motores de 40HP.

6-6
EB70-CI-11.450
e) Para a técnica do rendezvous, utilizado em pontos de reunião e reagrupamento,
a velocidade máxima deve ser de 10 km/h, sendo que para realizar tal procedimen-
to as embarcações devem estar na formação “coluna por um” . Tal procedimento
visa evitar excesso de movimentação da superfície da água (banzeiro) e diminuir
a possibilidade de acidentes.
f) As lanchas rápidas empregadas em conjunto com as embarcações EPE e EPG
ficam mais expostas aos fogos inimigos por desenvolverem baixa velocidade. já
emprego conjunto em velocidades superiores às aqui recomendadas compromete
a segurança.

FigFig
771 -- Emprego
Emprego Conjunto
ConjuntoGuardian
Guardian2525com
comEPG
EPGe EPE
e EPE

Fig178
Fig - Técnica
- Técnica dodorendezvous
rendezvouse eformação
formaçãode
debanzeiro
banzeiro

6.4 PARTICULARIDADES NAS PATRULHAS


6.4.1 O poder de fogo e a facilidade de manobra com a embarcação favorecem
seu emprego nos grupos de apoio de fogo ou de bloqueio fluvial.
6.4.2 O ruído do motor apenas engrenado (baixa rotação) permite a aproximação
do objetivo até cerca de 200 m. Nesta distância é difícil distinguir se o ruído é
oriundo de uma embarcação regional ou militar.
6-7
EB70-CI-11.450
6.4.3 Em ações noturnas, os potentes holofotes da embarcação permitem boa
iluminação do objetivo, mesmo em distâncias superiores a 100 m.
6.4.4 O GPS existente na embarcação facilita bastante a orientação, podendo
inclusive ser traçada a rota a ser seguida por Elm da tropa embarcada em conjunto
com a tripulação.
6.4.5 Durante a noite, quando vindo de encontro a um observador e com as luzes
apagadas, a embarcação é imperceptível a olho nu. Porém, quando vista pelas
laterais ou pela retaguarda, as luzes de seu painel, (na posição brilho mínimo)
denunciam sua posição a uma distância de 100 metros.

Fig 79Fig
- Velocidade desenvolvida
1 - Velocidade pelas
desenvolvida Guardian
pelas Guardian25
25favorecendo empregoem
favorecendo o emprego emperseguições
perseguições

FigFig
80 1- -Emprego
Emprego das
das Guardian
Guardian25
25em
empatrulhas de de
patrulhas combate
combate

6.4.6 A potência dos motores das lanchas rápidas permite uma perseguição e
interceptação rápida e precisa de embarcações em fuga.
6.4.7 O holofote permite uma boa iluminação das embarcações em caso de revista.
6.4.8 A detecção sonora da embarcação, em linha reta, com motor apenas en-
grenado ocorreu a uma distância de 200 metros. Com motor a 40 km/h ocorreu a
6-8
EB70-CI-11.450
uma distância de 800 metros. Quando o observador se encontra em um afluente
estas distâncias diminuem para 150 metros com motor engrenado e 600 metros
com motor a 40 km/h.
6.4.9 Para utilizar remos na lancha rápida, a tropa embarcada se coloca
em posições extremamente desconfortáveis e fica exposta ao fogo inimigo,
incompatibilizando o seu emprego na embarcação.
6.4.10 Os remos devem ser conduzidos na embarcação e utilizados apenas em
situações de urgência.
6.4.11 Os motores de popa possuem um dispositivo de segurança que os desliga
caso o hélice em movimento entre em contato com materiais sólidos. Tal dispositivo
ajuda a aumentar a vida útil do material, entretanto pode comprometer seu emprego
em operações de patrulha.

Fig81
Fig 1 - Dispositivo de desligamento
desligamento automático
automático do
do Motor
Motor

6.4.12 EMPREGO EM PATRULHA DE RECONHECIMENTO


6.4.12.1 Sua boa velocidade e manobrabilidade favorecem o seu emprego nesses
tipos de missão.
6.4.12.2 Sua largura e altura podem ser impeditivas em passagens por locais com
águas rasas, dificultando o deslocamento em conjunto com EPE e EPG, assim
como o planejamento e o controle do comandante da operação.
6.4.12.3 As embarcações podem ser empregadas para realizar reconhecimentos
de itinerário e de margens, realizando reconhecimentos em ambas as margens,
inclusive em rios de grande largura. Porém tem como desvantagem a inexistência
de proteção blindada que deixa os motores, a tripulação e a tropa embarcada
expostos aos fogos inimigos.

6-9
EB70-CI-11.450

Fig- 1Emprego
Fig 82 - Empregoem
em reconhecimento
reconhecimento de margens
de margens

6.4.13 EMPREGO EM PATRULHA DE COMBATE


6.4.13.1 Nas patrulhas de combate, seu poder de fogo e facilidade de manobra
favorecem o seu emprego, podendo apoiar pelo fogo nos bloqueios e nos assaltos
fluviais.

FigFig
83 1- -Manobrabilidade
Manobrabilidade das Guardian 25
das Guardian 25

Fig
Fig184
- Exposição dada
- Exposição tropa e tripulação
tropa aos
e tripulação aosfogos
fogosinimigos
inimigos

6-10
EB70-CI-11.450
ANEXO “A”
OPERAÇÃO ONÇA

A.1 FINALIDADE
A.1.1 Este anexo tem por finalidade apresentar um caso esquemático - baseado
em uma situação hipotética - com um modelo de planejamento seguindo toda a
sequência das Normas de Comando do comandante de patrulha. Espera-se que
o contido no presente documento sirva de ferramenta valiosa para aqueles que
estão dando os primeiros passos na arte do comando de pequenas frações em
missões de reconhecimento ou de combate.
A.1.2 Ressalta-se que o planejamento apresentado a seguir é apenas uma solução
para o problema militar criado pela situação hipotética abaixo.

A.2 SITUAÇÃO GERAL (HIPOTÉTICA)


A.2.1 Questões históricas entre os países VERMELHO e AZUL pela posse da
região de TIJIPIÓ e FLOREAL ao sul do rio DAS FLORES, foram levadas à arbi-
tragem internacional, no início do século, que reconheceu o direito do país AZUL
sobre a área litigiosa.

Fig
Fig85
1 -- Esboço
Esboçoda
daárea
área

A-1
EB70-CI-11.450
A.2.2 Eleição presidencial realizada no ano A-2, no país VERMELHO, levou ao
poder uma coligação de partidos cuja principal bandeira eleitoral era a reincor-
poração do território perdido para o país AZUL.
A.2.3 Outro problema crucial que afeta a região é o narcotráfico. Grupos armados
vermelhos ligados à produção de tóxicos naquela área vêm apoiando com armas
e gêneros os garimpeiros, contribuindo para um aumento da violência urbana nas
cidades próximas.
A.2.4 A linha de fronteira do país AZUL com o país VERMELHO é vulnerável à
ação de grupos vermelhos nas cidades adjacentes, havendo, dessa maneira,
consideráveis prejuízos econômicos na região. A falta de fiscalização na área tem
facilitado o contrabando de ouro e a evasão de divisas do país.
A.2.5 Em dezembro de A-1, o país VERMELHO concentrou tropas na região de
fronteira, realizando pequenas incursões no território do país AZUL.
A.2.6 A partir de fevereiro do ano A, o país AZUL, calcado em justificativas de
invasões por parte do país VERMELHO, decretou estado de guerra contra aquele
país e iniciou uma concentração de tropas ao longo da região fronteiriça, procu-
rando dissuadir as ações inimigas.
A.2.7 O país VERDE declarou ser neutro perante a questão e não permitir a
invasão ao seu território.

A.3 SITUAÇÃO PARTICULAR


A.3.1 Uma patrulha de reconhecimento do 2º/2ª/511º BI Mtz identificou na região
da fazenda CANDIRU Qd (83150-94750) um depósito de gêneros e munições
funcionando como base de apoio às ações de patrulhas inimigas ao longo do eixo
da estrada do ENCANAMENTO Qd (82700-93200).

Fig
Fig86
1 --Esboço
Esboçoda
daárea
área

A-2
EB70-CI-11.450
A.3.2 Em consequência, o Cmt 511º BI Mtz determinou ao comandante da 1ª
Companhia de Fuzileiros que empregasse dois pelotões, destacados da chácara
MANAUARA Qd (8505097150), para destruir as instalações inimigas e neutralizar
sua guarnição.

A.4 INFORMAÇÕES SOBRE O TERRENO, LOCALIDADES E CONDIÇÕES


METEOROLÓGICAS

Ref : Crt Mil ____, 1/25000, Fl ____

A.4.1TERRENO
a. Natureza, classificação e estado das estradas e pontes
1) Os trechos assinalados na carta como intransitáveis não permitem o tráfego
de nenhum tipo de viatura.
2) As demais estradas permitem circulação e trânsito em qualquer época do ano.
3) A estrada do ENCANAMENTO é de terra batida e a rodovia 02 de revesti-
mento asfáltico e dupla via.
b. Vegetação
1) As matas densas assinaladas na carta impedem o movimento de viatura e
dificultam o movimento de tropa a pé.
2) A vegetação ciliar é abundante e dificulta a progressão de tropa a pé.
3) As demais regiões caracterizam-se por serem revestidas, em algumas partes,
de macega alta e vegetação rasteira e, em outras, de campos e culturas diversas
como feijão, soja e arroz.
c. Cursos de água
1) O ribeirão GUAPORÉ Qd (7842), a jusante do rio DAS FLORES Qd (7921),
impede o movimento de tropa a pé em qualquer época do ano.
2) As regiões assinaladas na carta como alagadas são obstáculos à tropa a pé.
3) Os demais cursos d’água não constituem obstáculos em tempo seco.
d. Natureza do solo
1) As regiões assinaladas com erosão não são obstáculos à tropa de qualquer
natureza.
2) É de consistência firme (saibro) permitindo movimento através campo.

A-3
EB70-CI-11.450
A.4.2 LOCALIDADES
a. As localidades de TIJIPIÓ e FLOREAL encontram-se quase desertas, já que
a maior parte de suas populações foi evacuada. Os remanescentes estão sob
controle.
b. No restante da área de operações, a humanização é muito rarefeita. Com a
perspectiva de combates, os poucos remanescentes têm deixado a região. Até
as fazendas estão ficando desertas.
c. A população da região vive do comércio e da pesca e tem demonstrado certa
facilidade de contato, apresentando-se de uma forma favorável às nossas tropas
que atuam na área. As localidades possuem posto telefônico, agência de correios
e uma estação geradora de energia termoelétrica.
A.4.3 CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS
a. Crepúsculos
- ICMN: 0530h - ICMC: 0600h
- FCVN: 1830h - FCVC: 1800h
b. Lua
- Nova em 4 de setembro.
c. Condições atmosféricas (válidas até 6 de setembro)
1) Temperatura
- Máxima: 25°C
- Mínima: 18°C
- Gradiente: lapse.
2) Precipitações
- Previsão de tempo bom.
3) Nuvens
- Céu claro.
4) Nevoeiros
- Não há previsão.
d. Ventos
1) Direção
- Quadrante SE.
2) Velocidade
- 8 km/h

A-4
EB70-CI-11.450
A.5 OPERAÇÃO ONÇA

Exemplar Nr 8 de 9 cópias
1ª Cia Fuz
R chácara Manauara
040030 Set 03
MP

EXTRATO DA ORDEM DE OPERAÇÕES DO Cmt 1ª Cia Fuz

1. SITUAÇÃO
a. Forças Inimigas
- Efetivo aproximado de 9 (nove) homens na fazenda CANDIRU.
- Armamento e equipamento similar ao nosso.
- O inimigo pode realizar emboscadas ao longo da estrada do ENCANA-
MENTO.
- O inimigo pode receber reforço, na fazenda CANDIRU, em 30 minutos.
- Tem deficiência na exploração das comunicações.
- Tem apresentado deficiência em seu sistema de contra-inteligência, favo-
recendo o levantamento de um grande volume de dados a seu respeito.
b. Forças Amigas
- PC do 511º BI Mtz na chácara MANAUARA.
- 2ª Cia Fuz na localidade de MARECHAL RONDON.
- Não há possibilidade de apoio de fogo.
- Há uma patrulha do 2º/2ª/511º BI Mtz na região do entroncamento da
rodovia 02 com a estrada do ENCANAMENTO.
- Não há atividade aérea na região
c. Meios recebidos e retirados
- Nenhum
2. MISSÃO
- Destruir o depósito inimigo da fazenda CANDIRU e neutralizar a sua guar-
nição até 050300 Set 03.

A-5
EB70-CI-11.450

- Realizar um PBCE no entroncamento da estrada DO ENCANAMENTO com


a rodovia 02, a partir de 042330 Set 03.

3. EXECUÇÃO
a. Conceito da Operação
1) Manobra
a) A 1ª Cia Fuz realizará um ataque visando desarticular instalações de
suprimento do inimigo na área de operações. Para isso, empregará o 1º Pel
Fuz para destruir o depósito inimigo na fazenda CANDIRU Qd (8315094750) e
neutralizar sua guarnição, e o 2º Pel Fuz irá instalar e operar um posto de bloqueio
e controle de estrada no entroncamento da estrada DO ENCANAMENTO com
a rodovia 02 Qd (8150091200).

b) Anexo A: calco de operações (omitido).


2) Fogos
- Prio F: 2º Pel Fuz.
b. 1º Pel Fuz
c. 2º Pel Fuz
d. Ap F
1) Pel Ap
- Seç CSR 84mm: reforçar o 2º Pel Fuz.
- Seç Mrt Me: ação de conjunto.
e. Reserva
- 3º Pel Fuz.
f. Prescrições diversas
.................................
4. LOGÍSTICA
- Ração R-2.
- Munição: de acordo com a dotação do pelotão.
- Meios de transporte Mtz a disposição do Cmt Pel.

A-6
EB70-CI-11.450

5. COMANDO E COMUNICAÇÕES
a. Frequências
- Cia: 5900 (Pcp) e 6750 (Altn)
- 1º Pel: 3275 (Pcp) e 6100 (Altn)
b. Senhas, contrassenha s e sinais de Rec:

c. Rádio em silêncio até a quebra do sigilo e livre logo após.


d. Dúvidas?
Após consultar o memento da retirada de dúvidas, o Cmt Pa fez as
seguintes perguntas:
Poderá ser feito reconhecimento do itinerário e do objetivo?
Qual a natureza da tropa que reforça o inimigo?
O Cmt SU respondeu que há possibilidade de reconhecimento a pé e
que a tropa é de infantaria a pé.
e. Acerto de relógios: “Quando disser hora, serão 0430h”.

A.6 PROVIDÊNCIAS INICIAIS


- Nesse momento, após o recebimento da missão e da retirada das dúvidas, você
como comandante do 1º/1ª/511º BI Mtz realizará o seu planejamento preliminar.
- É um processo mental e resumido, no entanto o comandante deverá fazer as
anotações que julgar necessárias a fim de facilitar o seu estudo de situação.
A.6.1 ESTUDO SUMÁRIO DA MISSÃO
a) O quê? Destruir e neutralizar.
b) Quando?
- Início do deslocamento: 2200h
- Horário da ação no objetivo: 050300 Set 03
- Início do retraimento: 050340 Set 03

A-7
EB70-CI-11.450
c) Onde?
- Local do objetivo: fazenda CANDIRU Qd (8315094750)
- Distância aproximada: 3,5 km
- Tempo de deslocamento estimado: 1h 30min
Consequências do estudo sumário da missão
Necessidade de constituição de Gp Dest e de Ntz.
A.6.2 PLANEJAMENTO DA UTILIZAÇÃO DO TEMPO
- Tempo disponível para o cumprimento da missão a partir do término do seu
recebimento – 22h30 (1350min).

Tab 3 - Quadro horário


Tab 1 - Quadro horário
A-8
EB70-CI-11.450
A.6.3 ESTUDO DE SITUAÇÃO PRELIMINAR
a) Inimigo
- Dispositivo: três homens guarnecendo a entrada da fazenda CANDIRU e seis
homens ocupando a instalação.
- Valor: 1 (um) GC.
- Efetivo: nove homens.
- Natureza: tropa de infantaria a pé.
Consequências do estudo do inimigo
- Dispositivo, composição e valor: montagem de um Gp Ass, de um Gp Ap F
e de um Gp Ntz (o efetivo total desses três grupos será de aproximadamente
14 homens).
- Natureza: devido ao fato de a tropa ser de infantaria a pé, não há
necessidade de conduzir armamento AC.
b) Terreno e condições meteorológicas.
- Da análise sumária do terreno e da vegetação, verifica-se que o itinerário não
permite o tráfego de viaturas.
- Da análise das vias de acesso, observa-se que duas VA conduzem à região
do objetivo.
- Da análise das condições de visibilidade, conclui-se que em virtude da fase
da lua e do tipo de vegetação existente na área de operações não teremos
luminosidade no período da noite.
Consequências do estudo do terreno e das condições meteorológicas
- Impossibilidade do emprego de meios de transportes motorizados;
- Organização da patrulha com um escalão de segurança a três grupos; e
- Necessidade do emprego de meios optrônicos de visão noturna.
c) Meios
- Pessoal: emprego de todo o pelotão (maior poder relativo de combate – 3
para 1).
- Material: armamento e munição de dotação do pelotão.
d) Tempo
- Para o planejamento: 3h 30min.
- Para a partida: 17h 30min.
- Para o cumprimento da missão: 22h 30min.

A-9
EB70-CI-11.450
A.6.4 PLANEJAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DE PESSOAL E MATERIAL
- Baseado no estudo de situação preliminar chegou-se à seguinte organização
de pessoal e material da patrulha.

Tab 4 - Organização de pessoal e material da patrulha

A-10
EB70-CI-11.450

Tab 4 - Organização de pessoal e material da patrulha (continuação)

Fig 87 - Organização de pessoal e material da patrulha

Fig 88 - Complementos

A.6.5. DETALHAMENTO DO ITEM COMUNICAÇÕES E DIVERSOS DA ORDEM


PREPARATÓRIA
Quem faz o quê? (instruções particulares - atribuir responsabilidades).
- SCmt / H Crt / Cmt Esc Ass - auxílio no Plj detalhado do Cmt.
A-11
EB70-CI-11.450
- Gp Aclh - auxílio ao gerente para apanha e distribuição do material.
- Cb Aux 3º GC - recebimento e preparo do material do pessoal empregado no
planejamento.
- Gp Seg 1 - montagem do caixão de areia.
- H Crt - preparar as cartas para a missão. Gp Ass - confecção dos meios visuais.
- SCmt - escolha do local de ensaio, preparação do local da ordem e fiscalização.
- Cmt Esc Ass - treinamento de gestos e sinais: alto em segurança, congelar, alto-
-guardado, P Reu, PRPO, inimigo à direita (esquerda), emboscada imprevista,
ponto crítico, Cmt Esc/Gp comigo, em frente e ultrapassagem por grupos.
- Radiop Gp Cmdo - coordenar e preparar o Eqp rádio da patrulha (impermeabi-
lizar, ancorar antena, pré-sintonia, extrato da IE Com Elt etc).
- Gerente - checar o trabalho do Radiop.
- Gp Destruição - preparo do material de destruição.

A.7 OBSERVAÇÃO E PLANEJAMENTO DO RECONHECIMENTO


A.7.1 PLANEJAMENTO DO RECONHECIMENTO
a) O que Rec? (Itn, P Reu, Obj e Atv Ini)
1) Itn: levantar no Itn (ida/regresso) estabelecido os pontos nítidos no terreno
que facilitem a confirmação da orientação - Cmt Pa e homem-carta.
2) P Reu: verificar se os pontos de reunião locados na carta são adequados
para reorganização da patrulha - Cmt Pa e homem-carta.
3) Objetivo
- Checar as vias de acesso existentes, levantando a sua transitabilidade para
efeito de reforço do inimigo - Cmt Pa.
- Confirmar os dados a respeito das instalações existentes na sede da fazen-
da, a fim de calcular a necessidade de carga para a sua destruição - Cmt Esc Ass.
- Levantar o efetivo inimigo - Cmt Pa e Esc Ass.
- Atividade do inimigo - Cmt Pa e Esc Ass.
- Levantar atividades recentes e atuais no local - Cmt Pa e Esc Ass.
b) Pedido de material (quem leva o quê?) - material previsto no QOPM.
c) Prever ligação rádio (IE Com Elt em vigor) - rádio restrito operado pelo Radiop.
d) Designar quem fica no Cmdo e procedimentos caso não haja retorno dentro
dos prazos

A-12
EB70-CI-11.450
- Permanece o SCmt e este deverá Info Esc Supe.
e) Confeccionar um quadro para auxiliar:

Tab1 5- -Quadro
Tab Quadro auxiliar
auxiliar
O SCmt deverá organizar a patrulha antes de entrar no local da ordem, já
realizando a divisão dentro dos escalões e grupos.

A.7.2 ORDEM PREPARATÓRIA

1. SITUAÇÃO
- A tropa já tem conhecimento da situação geral, será explanada a situação
particular que é a seguinte:
Uma Pa Rec identificou, na região da fazenda CANDIRU, um depósito de
gêneros e munições, funcionando como base de apoio às ações de patrulhas
inimigas ao longo do eixo da estrada do ENCANAMENTO.
a. Forças Inimigas
- Valor aproximado de um GC de infantaria a pé na fazenda CANDIRU.
b. Forças Amigas
- 2ª Cia Fuz na localidade de MARECHAL RONDON.
- 1ª Cia Fuz na região de chácara MANAUARA.
- 2º/2ª/511º BI Mtz - entroncamento rodovia 02 com estrada do ENCANAMENTO.
c. Meios recebidos e retirados
- Nenhum.
2. MISSÃO
- Destruir o depósito inimigo na fazenda CANDIRU e neutralizar sua guarnição
até 050300 Set 03.

A-13
EB70-CI-11.450

3.QUADRO-HORÁRIO
- Somente os horários que interessam para a patrulha

4. ORGANIZAÇÃO
- Informar sobre as funções especiais e enunciar funções!
Os itens de 5 a 11 deverão ser abordados conforme constam no QOPM
.....
12. RECONHECIMENTO
- Após a O Prep haverá um Rec no terreno onde serão empregados os seguin-
tes militares: eu, Cmt Esc Ass, homem-carta e o Radio Op. Esses militares,
após o término da ordem preparatória, permanecem no local para o recebi-
mento da ordem do reconhecimento.

13. COMANDO E COMUNICAÇÕES


a. Dados
1) Senha, contrassenha e sinal de reconhecimento:

A-14
EB70-CI-11.450

2) Frequências:

3) Sinal para mudança:


- Pcp => Altn: Encontramos Curumin (3 vezes)
- Altn => Pcp: Mutum pousou (3 vezes)
4) Indicativos Rádio:

5) Autenticação - 1(um) alfabeto.


6) Rádio em silêncio até ação no objetivo e livre após a quebra do sigilo.
7) Processo de codificação

PETAR D O
CHIVUNK
Números: somar um.

A-15
EB70-CI-11.450

14. DIVERSOS
a. Instruções particulares
- SCmt / H Crt / Cmt Esc Ass - auxílio no Plj detalhado.
- Gp Aclh - auxílio ao gerente na apanha e distribuição do material.
- Cb Aux 3º GC - recebimento e preparo do material do pessoal empregado-
no planejamento.
- Gp Seg 1 - montagem do caixão de areia.
- Gp Ass - confecção dos meios visuais.
- SCmt - escolha do local de ensaio, preparação do local da ordem efiscaliza-
ção.
- Cmt Esc Ass - treinamento de gestos e sinais.
- Radiop Gp Cmdo - coordenar e preparar o equipamento rádio da Pa.
- Gp Destruição - preparo do material de destruição.
b. Outras prescrições
- Cadeia de Cmdo: definir!
- Sd Beltrano do Gp Seg 1, você receberá ordem de quem?
- Durante a preparação da patrulha estarei no Rec até 1200h, duranteesse
período qualquer dúvida será sanada com o SCmt.
- A próxima reunião da patrulha será às 1430h para a emissão da ordemà
patrulha.
- Dúvidas?
- Acerto dos relógios. Quando eu disser hora serão 0700h. Um minuto fora...

A.8 RECONHECIMENTO
- Consultar o quadro auxiliar:
- Será realizado no terreno no prazo de 5h, de acordo com o planejamento do
Rec complementado com um estudo na carta e de fotografias/esboços da região
de operações.
- O grupo que fará o reconhecimento atuará caracterizado, havendo dessa forma
necessidade uma estória-cobertura coletiva caso o grupo caia como PG e um
ensaio da ação.

A-16
EB70-CI-11.450

Tab 6 - Quadro auxiliar

A.9 PLANEJAMENTO DETALHADO (MITeMeT)


- Estudo de Situação
A.9.1 MISSÃO
- Destruir um depósito inimigo em fazenda CANDIRU e neutralizar a sua guarnição
até 050300 Set 03 (já levantada no estudo sumário).

O quê? Destruir e neutralizar.


início do deslocamento: 2200h
Quando? horário da ação: 0300h do dia 5 Set
início do retraimento: 0340h do dia 5 Set
local do Obj: Faz CANDIRU Qd(8315094750)
Itn: através campo no Az 232º
Onde?
distância: 3,5 km
tempo de deslocamento: 1h 30 min
Tudo com a finalidade de dificultar o apoio logístico do Ini e com isso enfraquecer
Para quê?
suas possibilidades de atuação na área de operações.

Tab 7 - Missão

A.9.2 INIMIGO
- Efetivo aproximado de 9 homens na fazenda CANDIRU.
- Armt e equipamento similar ao nosso.
- O inimigo pode realizar emboscadas ao longo da estrada DO ENCANAMENTO.
- O inimigo pode receber reforço, na fazenda CANDIRU, dentro de 30 minutos.
- Tem deficiência na exploração das comunicações.

A-17
EB70-CI-11.450
- Tem apresentado deficiência em seu sistema de contra-inteligência, favorecendo
o levantamento de um grande volume de dados a seu respeito.
A.9.3 TERRENO E CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS - OCOAO (NO ITN E OBJ)
a) Observação e Campos de tiros
1) No Itn
- No Itn de ida/Itn regresso a observação é facilitada tendo em vista a confor-
mação do terreno, proporcionando bom comandamento em todo o deslocamento.
- A vegetação densa em alguns trechos do Itn dificulta o emprego eficaz do
tiro tenso das armas automáticas. Nas demais áreas em que não há predomi-
nância de vegetação densa os campos de tiro são favoráveis aos fogos diretos.
2) No Obj (morro DA SANTANA)
- Permite a Obs aproximada sobre a fazenda CANDIRU e a instalação de
um bom PO em sua parte mais alta.
- Há muito boas condições para a execução de tiros de armas automáticas
sobre a fazenda CANDIRU em função da ondulação suave do terreno, propor-
cionando rasância. Apesar de o terreno ser um pouco recortado, permite bom
flanqueamento sobre a área da fazenda.
b) Cobertas e abrigos
1) No Itn
- Inicialmente, a vegetação ciliar existente, que é abundante, oferece algu-
mas cobertas, principalmente nas partes mais baixas do terreno. Nas encostas
das elevações, a proteção é proporcionada apenas nas áreas em que existe a
mata densa. Nos campos, essa proteção fica um tanto exígua, sendo possível se
aproveitar apenas as dobras e erosões existentes no terreno.
2) No Obj
- Na R Altu do morro DA SANTANA, devido à existência de vegetação e de
dobras no terreno, teremos facilidade para a tomada do dispositivo da Pa.
- Nas imediações da região onde está localizada a fazenda, inexistem no
terreno cobertas e abrigos para o Ini.
c) Obstáculos
1) No Itn
- Os trechos assinalados na carta como intransitáveis não permitem o tráfego
de nenhum tipo de Vtr.
- As matas densas assinaladas na carta impedem o movimento de viatura

A-18
EB70-CI-11.450
e dificultam o Mvt de tropa a pé.
- A vegetação ciliar é abundante e dificulta a progressão de tropa a pé.
- O ribeirão GUAPORÉ, a jusante do rio DAS FLORES, impede o movimento
de tropa a pé em qualquer época do ano.
- As regiões assinaladas na carta como alagadas são obstáculos a tropa a pé.
2) No Obj
- Atentar para as regiões alagadas e para as matas densas na área do
objetivo.
d) Acidentes Capitais
1) No Itn
- Elevações que permitam comandamento asseguram a Obs e o Ap F em boas
condições durante o deslocamento (levantar na carta e durante o reconhecimento.
2) No Obj
- Morro DA SANTANA permite a montagem e o desembocar do assalto à
fazenda CANDIRU.
e) Crepúsculo, luar e vento
1) Prazo para o início de cumprimento da missão
- No dia 4 Set: Lua nova (0600h -1800h).
- FCVN :1830h.
- Tempo de luz total = 11h.
- Tempo de luz durante a noite (luar) = nenhum.
2) Vento
- Direção e velocidade favoráveis ao emprego de fumígenos.
3) Gradiente
- Favorável ao emprego de fumígenos.
A.9.4 MEIOS
- Mantém o QOPM.
A.9.5 TEMPO
- Mantém o quadro-horário.

A-19
EB70-CI-11.450
A.9.6 POPULAÇÃO
- Atitude favorável às nossas tropas.
- Embora a população seja favorável, deve ser evitado o deslocamento em
localidades em função do sigilo da missão.
A.9.7 CONCLUSÃO

Fig 89 - Linha de ação Nr 1


Fig 1 - Linha de ação Nr 1

Fig Fig
1 - 90 - Linha
Linha dedeação
ação Nr
Nr22

A-20
EB70-CI-11.450
- Analisando os fatores da decisão (MITeMeT) levantei duas linhas de ação
possíveis, as quais diferem basicamente pelo dispositivo adotado na ação do
objetivo. Na LA 1, os Gp de Ass, Ap F, Ntz e Dest foram posicionados a norte do
Obj; já na LA 2 os mesmos grupos foram posicionados a noroeste do Obj.
- Comparando as duas linhas de ação levantadas, com base no terreno, na rapidez
desejada, no dispositivo do inimigo, no objetivo e nos princípios de guerra, optei
pela adoção da LA 1.
A.9.8 COORDENAÇÃO DOS APOIOS
- Não é o caso falar nesse caso esquemático.
A.9.9 ORDENS AOS ELEMENTOS SUBORDINADOS

Tab 8 - Ordens aos elementos subordinados

A-21
EB70-CI-11.450

A.9.10 SEQUÊNCIA DAS AÇÕES


a) Ação no objetivo
1) Plano de Rec aproximado (escolher PO que proporcione sigilo e boa visada;
planejar o itinerário para abordar o PO; levar os Cmt Gp; prever materiais especiais,
como OVN; prever tempo de permanência para verificar rotina do Ini e realizar
briefing “Q3OM”).
- Ocuparemos o PO da elevação morro DA SANTANA e abordaremos a
elevação pela sua porção norte.
- Irão me acompanhar no Rec Aprx os seguintes Cmt Gp: Ass, Dest, Ap F,
Seg 1, Seg 2 e os observadores do objetivo.
- Os Elm participantes do Rec Aprx possuidores de OVN deverão conduzi-lo.
- Iremos permanecer no PO até 2230h. Os Obs do Obj permanecerão no
local até a Pa ter tomado o dispositivo. Caso haja a quebra prematura do sigilo,
determinarei ao SCmt via rádio a tomada do dispositivo e o assalto imediato.
2) Tomada do Dispositivo (sequência de ocupação dos grupos, lembrar de
primeiro isolar a área com os Gp Seg e abordar o Obj pelo itinerário menos
provável).
- Liberarei os Gp Seg 1 e 2 para ocuparem suas posições. Após o pronto via
rádio ou trinta minutos depois, liberarei o Esc Ass na seguinte sequência: Gp Ass,
Gp Ap F, Gp Ntz e Gp Dest.
3) Ação no objetivo propriamente dita (determinar o que vai caracterizar o
início da ação, detalhar cronologicamente quem vai fazer o quê, como e para
quê, selecionar a técnica de assalto, ordenar as ações impostas pelos verbos da
missão, após o assalto fazer a segurança aproximada do objetivo com o grupo
de assalto para que os grupos de tarefas essenciais possam atuar).
- Às três horas serão desencadeados os fogos pelo Gp Ass e Ap F. O início
da ação será caracterizado pelo fogo do Gp Ap F. O sinal para cessar fogos será
vários silvos de apito. A partir desse momento, o assalto começará a progredir
utilizando a técnica de assalto contínuo, ultrapassando o objetivo em torno de
30m, realizando a segurança aproximada do Esc. O Gp de Neutralização, que
progredirá à retaguarda do Gp Ass, neutralizará os remanescentes do efetivo
inimigo que se encontrarem no local. Logo após esta ação, o Cmt do Gp de
destruição escorvará as cargas e, auxiliado pelos demais integrantes do grupo, irá
instalar as mesmas na construção. O Cmt Gp irá desenrolar o fio condutor e dará
o pronto para o Cmt Pa. Após esta ação, determinarei que o Esc Ass retraia para o
PRPO. Após o pronto dos Cmt Gp Ass e Ntz ao ultrapassarem a crista topográfica
do morro da SANTANA, ordenarei que o Cmt Gp Dest acione a carga. Tão logo
seja ouvido o estampido da destruição, verificarei, de uma posição abrigada, se
a missão foi cumprida.
A-22
EB70-CI-11.450
4) Retraimento ao PRPO (prever a sequência de retraimento dos grupos,
lembrar que os Gp de Seg são os últimos a retraírem).
- Primeiro irá retrair o Gp Ass e Ntz, enquanto ocorre a instalação da carga.
Após o acionamento dos explosivos, o Gp Dest retrairá. Após a chegada do
Gp Dest no PRPO, os grupos de segurança receberão a ordem via rádio para
retraírem.
5) Reorganização
- O SCmt receberá os prontos dos Cmt Gp, após a conferência das baixas,
equipamento, armamento e munição e colocará a Pa na O Mvt para o regresso.
O Radiop estabelecerá Ctt com Esc Supe informando o cumprimento da missão.
b) Deslocamento até o PRPO

Tab 9 - Deslocamento
Tab 1 - Deslocamento

- Itinerário principal e secundário, pontos de reunião no itinerário, azimutes,


distâncias e azimute de fuga: conforme Q Aux Nav.
- Alto guardado – ocupar dispositivo circular com os mesmos setores do PRPO,
Mdt O.
- Alto em segurança – NGA do Pel, tão logo esclarecedores passem o sinal,
tomar a posição de pares à direita e ímpares à esquerda.
- Formações e ordem de movimento - a mesma do Itn de ida.
- Partida e regresso das linhas amigas: trocar senha e contrassenha .
- Nos pontos de reunião e prazos correspondentes, se houver uma dispersão,
a Pa retorna ao último P Reu. Nesse P Reu, o militar de numeração mais baixa
tomará as seguintes providências: se dentro de trinta minutos 2/3 da Pa se
reorganizar, segue-se para a Aç Obj; ou, se nesse tempo não houver chegado
esse efetivo, a Pa retrai para a B Cmb. O sinal de que a Pa seguiu para o Obj
será um triângulo de pedras no local do P Reu. O sinal de que a Pa retraiu para
a B Cmb será um empilhamento de pedras.
- Ação nas áreas perigosas e P Ctc: parar, olhar, cheirar, ouvir (POCO) e

A-23
EB70-CI-11.450
estabelecer Seg (antes e após o Pt Ctc). Após Rec dos esclarecedores, ultrapassar
a área ou ponto crítico conforme decisão do Cmt. Essa ultrapassagem será
coordenada pelo SCmt.
- Ocupação do PRPO

Fig 1 Fig
- Ocupação dePRPO
91 - Ocupação de PRPO
- Os esclarecedores balizarão a direção 6-12h. A Pa seguirá nessa direção e,
pelo processo da ciranda, os grupos ocuparão os seus setores. Após ocupação dos
setores, os Cmt Gp irão ao centro do dispositivo dando o pronto para o SCmt. A Pa
deverá executar a camuflagem das mochilas. O Gp Cmdo permanece ao centro.
c) Regresso às linhas amigas
- Seguir o quadro auxiliar de navegação.
d) Outros
1) Conduta com inimigos feridos e prisioneiros de guerra
- Antes e após a ação no objetivo: serão deixados no local e apenas revistados
pelo Gp de neutralização.
2) Conduta com feridos e mortos amigos
- Antes da ação no objetivo serão deixados no P Reu com um segurança
do Gp.

A-24
EB70-CI-11.450
- Após a ação no objetivo: serão transportados pelos seus respectivos grupos.
3) Sinais e gestos a praticar
- Alto em segurança, congelar, alto guardado, P Reu, PRPO, Ini à direita
(esquerda), emboscada imprevista, ponto crítico, Cmt Esc/Gp comigo, em frente
e ultrapassagem por grupos.
4) Senha, contrassenha e sinais de reconhecimento
- Conforme O Prep.
5) Posição do comandante, subcomandante e do atendente
- Nos deslocamentos (o Cmt vai estar próximo ao homem-carta, o SCmt vai
estar à frente do Gp Aclh e o Atd estará à testa do Gp Ass).
- Na ação no objetivo (o Cmt vai estar próximo aos Gp de assalto e destruição
ECD intervir no cumprimento da missão, o SCmt vai estar junto ao Gp Ntz ECD
substituir o Cmt e o Atd estará junto com o Gp Ntz).
6) Hora do dispositivo pronto: 042150 Set 03.
7) Hora da partida: 042200 Set 03.
8) Reorganização após dispersão
- Ocupar um alto guardado no último P Reu. Os Cmt Gp verificarão estado
de saúde, efetivo, material e munição, dando o pronto ao SCmt.
9) Revezamento do material pesado: dentro do Gp (SFC).
10) Conduta como PG: inutilizar de imediato todos os documentos e o ferrolho
do armamento por intermédio do acionamento de uma Gr incendiária.
11) Quebra prematura de sigilo (nas diversas fases)
- No Itn Ida: seguir Itn alternativo.
- Na ocupação do PRPO realizar a tomada do dispositivo e executar o
assalto imediato.
- Na ação no objetivo: caso a patrulha seja identificada durante a tomada
do dispositivo, os grupos, de onde estiverem, partem imediatamente para as
respectivas posições e cumprem as missões previstas.
- No Itn regresso: seguir Itn alternativo.
12) Aborto da missão: perda do poder relativo de combate (efetivo menor que
2/3), contato com escalão superior e retraimento para B Cmb.
13) Mdd Esp de Seg: ao se aproximar de um ponto crítico ou abandonar um P
Reu, deve-se realizar o POCO.
14) Ligação com outras patrulhas: troca de senha e contrassenha .
A-25
EB70-CI-11.450
15) As TAI (defensivas e ofensivas)

Tab 10 - TAI
Tab 1 - TAI
16) Documentos levados pela patrulha: extrato da IE Com Elt no bolso superior
esquerdo da gandola, a serem destruídos, SFC, pelo acionamento de Gr Incd.
17) Estória-cobertura coletiva: destruir ponte no córrego CANDIRU.

A.10 ORDENS

ORDEM À PATRULHA

Deverá ser emitida baseada no planejamento detalhado, podendo sofrer alguma


alteração durante sua expedição (SFC), durante os ensaios ou nos tempos
destinados aos ajustes.

1. SITUAÇÃO
a. Forças Inimigas (que podem atuar contra a Pa)
- Efetivo aproximado de 9 homens na fazenda CANDIRU.
- Armt e equipamento similares aos nossos.
- O inimigo pode realizar emboscadas ao longo da estrada DO
ENCANAMENTO.
- O inimigo pode receber reforço, na fazenda CANDIRU, dentro de 30
minutos.

A-26
EB70-CI-11.450

- Tem apresentado deficiência em seu sistema de contrainteligência, fa-


vorecendo o levantamento de um grande volume de dados a seu respeito.
b. Forças Amigas
- PC do 511º BI Mtz na chácara MANAUARA.
- 2ª Cia Fuz na localidade de MARECHAL RONDON.
- 1ª Cia Fuz na região de chácara MANAUARA.
- 2º/2ª/511º BI Mtz - entroncamento rodovia 02 com estrada DO ENCA-
NAMENTO.
- Seç Mrt Me da SU em Aç Cj.
c. Meios recebidos e retirados
- Nenhum.
d. Área de Operações e Condições Meteorológicas

Conclusão a respeito das consequências para a nossa Pa de:

- ICMN - FCVN – não haverá luz já que anoitece às 1830h.


- Lua (fase) – não haverá luz da lua.
- Neblina – não há previsão de neblina.
- Ventos (Dir, Vel e quadrante) – favorável ao Emp de fumígenos.
- Chuva – não há previsão de chuvas.
- Temperatura – a temperatura permanecerá estável em torno de 20ºC.
- Gradiente - favorável ao Emp fumígenos.
- Características do terreno (resumo do OCOAO).
- No Itn de ida e regresso teremos uma limitada observação. A vegetação
densa, em alguns trechos do Itn, dificultará a progressão, a orientação e o tiro
dos fuzis e da Mtr. No objetivo, devido à existência de vegetação e de dobras
no terreno, a tomada do dispositivo, a observação e a execução de fogos da
Pa serão facilitadas, enquanto o ocultamento do Ini ficará dificultado.

2. MISSÃO (checar)
- Destruir o depósito inimigo na fazenda CANDIRU e neutralizar sua guarnição
até 050300 Set 03.

A-27
EB70-CI-11.450

3. EXECUÇÃO
a. Conceito da Operação
- A nossa patrulha realizará um deslocamento a pé, através campo, deaproxi-
madamente 1h30; estabelecerá um PRPO nas proximidades da ponte sobre
o córrego CANDIRU; isolará o objetivo; assaltará odepósito; eliminará aguar-
nição; destruirá as instalações existentes; reorganizará no PRPO eregressará
para as linhas amigas.
b. Ordens aos Elm Subordinados

A-28
EB70-CI-11.450

c. Prescrições Diversas (são os detalhes)


1) Hora do dispositivo pronto para início do deslocamento: 2150h.
2) Deslocamento até o PRPO.
a) Hora de partida: 2200h.
b) Itn ida (usar o Q Aux Nav e 1/3 do caixão de areia)

c) Meios e processos de deslocamento e medidas de coordenação e controle


nos diversos trechos: a Pa irá se deslocar a pé, em coluna por um, e o Cmt
da Pa deverá ser informado pelo H Crt quando todo ponto de controle for ul-
trapassado.
d) Formação inicial e ordem de movimento

e) Planos de embarque e carregamento: não será o caso (não falar).


f) Prováveis pontos de reunião: o P Reu 1 estará próximo à clareira PIUM; o P
Reu 2 é a ponte sobre o córrego CANDIRU etc.
g) Segurança nos deslocamentos e altos: deslocamentos e alto em segurança
- adotar o dispositivo de impares à esquerda e pares à direita; alto guardado -
adotar o dispositivo de segurança para fora. Inserir missão dos esclarecedores.
h) Passagem pelos postos avançados amigos – trocar a senha e contrassenha .
i) Ocupação do PRPO: os esclarecedores balizarão a direção 6-12h. A Pa irá
seguir nessa direção e, pelo processo da ciranda, os grupos irão ocupar os
seus setores. Após os Gp terem ocupados seus setores, os Cmt Gp irão ao
centro dando o pronto para o SCmt. O Gp Cmdo permanece ao centro.A Pa
já deverá tomar procedimentos para a camuflagem das mochilas. (Checaros
setores dos grupos).
A-29
EB70-CI-11.450

3) Ação no objetivo
a) Rec Aproximado do Obj
- Ocuparei o PO da elevação Morro DA SANTANA.
- Abordarei a elevação pela sua porção Norte.
- Irão me acompanhar no Rec Aprx os seguintes Cmt de Gp: Ass, Dest,
Ap F, Seg 1, Seg 2 e os observadores do objetivo.
- Os Elm participantes do Rec Aprx possuidores de OVN deverão condu-
zi-lo.
- Iremos permanecer no PO até 2230h.
- Os Obs Obj permanecerão no local até que o dispositivo seja tomado.
- Caso haja a quebra prematura do sigilo, determinarei a tomada do dis-
positivo e o assalto imediato.
b) Tomada do dispositivo (sequência, controle etc). Mostrar nos 2/3 do cai-
xão de areia e na sequência das ações.
- Liberarei os Gp Seg 1 e 2 para ocuparem suas posições. Após o pronto
via rádio, ou trinta minutos depois, liberarei o Esc Ass na seguinte seqüência:
Gp Ass, Gp Ap F, Gp Ntz e Gp de destruição.
c) Ação no objetivo propriamente dita (mostrar no 2/3 do caixão de areia o
esquema de manobra e a sequência das ações).
- Às três horas serão desencadeados os fogos pelo Gp Ass e Ap F. O iní-
cio da ação será caracterizado pelo fogo do Gp Ap F. O sinal de cessar fogos
será feito mediante vários silvos de apito. A partir desse momento, o assalto
começará a progredir utilizando o assalto contínuo, ultrapassando o objetivo
em torno de 30m, realizando a segurança aproximada do Esc. O Gp de neu-
tralização, que progredirá à retaguarda do Gp Ass, neutralizará os remanes-
centes do efetivo inimigo que se encontrarem no local. Logo após esta ação, o
Cmt do Gp de destruição escorvará a carga e, auxiliado pelos demais integran-
tes do grupo, irá instalar as mesmas na construção. O Cmt Gp irá desenrolar
o fio condutor e dará o pronto para o Cmt Pa. Após esta ação, determinarei
que o Esc Ass retraia para o PRPO. Após o pronto dos Cmt Gp Ass e Ntz ao
ultrapassarem a crista topográfica do morro DA SANTANA, ordenarei que o
Cmt Gp Dest acione a carga. Tão logo seja ouvido o estampido da destruição,
verificarei, de uma posição abrigada, se a missão foi cumprida.
d) Retraimento para o PRPO
- Primeiro irá retrair o Gp Ass e Ntz enquanto ocorre a instalação da car-
ga. Após o acionamento dos explosivos, o Gp de destruição retrairá. Após a
chegada do Gp de destruição no PRPO, os grupos de segurança receberão a

A-30
EB70-CI-11.450

ordem via rádio para retraírem.


e) Reorganização no PRPO
- O SCmt receberá os prontos dos Cmt Gp, após a conferência das bai-
xas, equipamento, armamento e munição e colocará a Pa na O Mvt para o re-
gresso. O Radiop estabelecerá Ctt com Esc Supe informando o cumprimento
da missão.
4) Regresso
- Seguir o quadro auxiliar de navegação. As outras prescrições serão, NES-
SE EXEMPLO, idênticas ao itinerário de ida.
5) Outras prescrições
a) Situações de contingência

b) Ações em áreas perigosas e pontos críticos: parar, olhar, cheirar eouvir


(POCO) e estabelecer a Seg (antes e após o Pt Ctc). Após reconhecimentodos
esclarecedores, ultrapassar a área ou ponto crítico conforme decisão doCmt.
Essa ultrapassagem será coordenada pelo SCmt.
c) Ações em contato com o inimigo(TAI)

A-31
EB70-CI-11.450

d) Reorganização após dispersão: se houver uma dispersão, a Paretorna ao


último P Reu. Nesse ponto de reunião, o militar de numeração maisbaixa to-
mará as seguintes providências: se dentro de trinta minutos 2/3 da Pase reor-
ganizar, segue-se para a Aç Obj; ou se nesse tempo não houver chegadoesse
efetivo, a Pa retrai para B Cmb. O sinal de que a Pa seguiu para o Objserá um
triângulo de pedras no P Reu. O sinal de que a Pa retraiu para a BCmb será
um empilhamento de pedras.
e) Tratamento com PG, mortos e feridos inimigos: não serão feitosPG; os mor-
tos inimigos, antes e após a ação no objetivo, serão deixados nolocal e apenas
revistados pelo Gp de neutralização.
f) Conduta com mortos e feridos amigos: antes da ação no objetivoserão dei-
xados no P Reu mais próximo com um segurança do próprio Gp. Apósa ação
no objetivo serão transportados pelos seus respectivos grupos.
g) Conduta ao cair PG: inutilizar de imediato todos os documentos e oferrolho
do armamento.
h) Conduta para pernoites: não será o caso (não falar).
i) Medidas especiais de segurança: ao se aproximar de um pontocrítico ou
abandonar um P Reu, deve-se realizar o POCO.
j) Destino do material especial: não será o caso (não falar).
l) Rodízio do material pesado: não será o caso (não falar).
m) Contato com Elm amigo: não será o caso (não falar).
n) Ligação com outras patrulhas: não será o caso (não falar).
o) Prioridades nos trabalhos de OT: não será o caso (não falar).
p) Linhas de controle: não será o caso (não falar).
q) Como deve ser solicitado Ap F: durante toda a missão realizar Cttcom Esc
Supe.
r) Documentos a serem conduzidos pela patrulha (procedimentos paradestrui-
ção): extrato da IE Com Elt no bolso superior esquerdo da gandola e adestrui-
ção mediante acionamento de Gr incendiária.
s) Procedimentos para os ensaios e inspeções: para os ensaios,treinaremos
sem mochila, primeiramente dentro dos grupos e, em seguida, aPa como um
todo. Na inspeção inicial todos deverão estar em coluna por um,com o material
coletivo à frente do corpo. O SCmt explanará como será conduzidoo ensaio
ao final da ordem.

A-32
EB70-CI-11.450

t) EEI: não será o caso (não falar).


u) Estória-cobertura coletiva: destruir ponte no córrego CANDIRU.
v) Rodízio do material pesado: dentro do Gp (SFC).
x) Conduta com os civis: evitar o contato.
y) Azimutes de Fuga: - Itn Ida - 215º- Itn regresso - 23º

4. LOGÍSTICA
- Ração, água, Armt/Mun.
- Prescrições para o ressuprimento.
- Uniforme e equipamento especial.
- Medidas de higiene.
- Localização na Pa do atendente: no deslocamento ficará à frente do grupo
de assalto. Na ação do objetivo, ficará com o grupo de neutralização.
- Local PS, posto de refúgio, P Col PG etc. Não será o caso (não falar).
- Processo de evacuação (pessoal e material): não será o caso (não falar).

5. COMANDO E COMUNICAÇÕES
a. Comunicações
1) Retificar ou Ratificar e checar.
2) Senha, contrassenha e sinal de reconhecimento.

3) Frequências.

A-33
EB70-CI-11.450

4) Sinal para a mudança.


- Pcp => Altn: Encontramos Curumin (3 vezes).
- Altn => Pcp: Mutum Pousou (3 vezes).
5) Indicativos-rádio.

6) Autenticação - 1 alfabeto
7) Rádio em silêncio até ação no objetivo e livre após a quebra do sigilo.
8) Processo de codificação
PETAR D O
CHIVUNK
Números: somar 1.
b. Comando
- Localização Cmt e SCmt.
- Nos deslocamentos (o Cmt vai estar próximo ao homem-carta e o SCmtvai
estar à frente do Gp Aclh).
- Na ação no objetivo (o Cmt vai estar próximo aos Gp de Assalto edestruição
ECD intervir no cumprimento da missão e o SCmt vai estar junto aoGp Ntz
ECD substituir o Cmt).
- Cadeia de comando (confirmar/alterar O Prep)
- Dúvidas?

A-34
EB70-CI-11.450

OBSERVAÇÕES
- Inspecionar o conhecimento de missões específicas e de aspectos quede-
vam ser do conhecimento geral, por parte dos patrulheiros (senhas, frequên-
cias etc).
- Checar o conhecimento das missões individuais e coletivas (se for ocaso,
fazê-lo no caixão de areia).
- Checar acerto de relógios: Sd Fulano que horas são no seu relógio.

A.11 FISCALIZAÇÃO (INSPEÇÕES)


a. Inspeção Inicial
1) Inspeção Teórica
- Devido à premência de tempo, o comandante realizará uma inspeção
teórica considerando os aspectos essenciais ao cumprimento da missão. Por
exemplo: fará perguntas aos integrantes da patrulha quanto à missão, senha,
contrassenha , frequência etc.
2) Inspeção Prática
- O comandante deverá dispor os integrantes da patrulha de forma que
seja possível inspecionar tátil e visualmente conforme explicado no Cap 3 deste
Caderno de Instrução.
b. Ensaio
- Conduzido pelo subcomandante e fiscalizado pelo comandante conforme o seu
planejamento, dentro da sua ordem de prioridade (ação do objetivo, ida e regresso
etc), por missões específicas, grupos, escalões e a patrulha como um todo.
c. Inspeção Final (checar os itens no memento)
- Deverá ser inspecionada novamente a camuflagem, ajustagem do
equipamento, cantis plenos, o estado físico dos homens. Após isso, será
comandado “CARREGAR AS ARMAS” e inspecionado se as mesmas estão
travadas. A patrulha está pronta para partir.

“No campo de batalha, o verdadeiro inimigo é o medo e não a baioneta ou a bala.


Todos os meios que visam a obter a união dos esforços exigem unidade de doutrina.”
(citação do livro “Homens ou fogo?”)

A-35
EB70-CI-11.450

A-36
EB70-CI-11.450
ANEXO “B”
MEIOS VISUAIS

B.1 FINALIDADE
B.1.1 Este anexo tem por finalidade apresentar uma sugestão de meios visuaisa
serem utilizados na transmissão de uma Ordem Preparatória (O Prep) e de uma-
Ordem à Patrulha (O Pa).
B.1.2 Entende-se que uma ordem será mais bem compreendida se permitir ao pa-
trulheiro acompanhar nesses meios detalhes pertinentes a sua preparação e ação.
B.1.3 A confecção de uma maior quantidade de meios estará em consonânciacom
o tempo disponível para planejamento e preparação, cabendo ao Cmt Padecidir
o que deve ser confeccionado prioritariamente.
B.1.4 São meios considerados úteis para a O Prep: situação, missão, organo-
grama, quadro-horário, QOPM, comunicações e eletrônica. Estes meiostambém
deverão ser utilizados na O Pa.
B.1.5 São meios especificamente utilizados na O Pa: caixão de areia, quadroauxi-
liar de navegação, Ordem de Movimento (O Mvt), plano de carregamento eembar-
que, PRPO, Rec Aprx, situações de contingência, TAI e planejamento doensaio.

Fig 92 - Exemplo de Meios Visuais

B.2 EXEMPLO DE SEQUÊNCIA DE MEIOS


- A seguir serão apresentados exemplos de folhas de meios visuais auxiliares.

B-1
EB70-CI-11.450

B-2
EB70-CI-11.450

B-3
EB70-CI-11.450

B-4
EB70-CI-11.450

B-5
EB70-CI-11.450

B-6
EB70-CI-11.450

B-7
EB70-CI-11.450

B-8
EB70-CI-11.450

B-9
EB70-CI-11.450

B-10
EB70-CI-11.450

B-11
EB70-CI-11.450

B-12
EB70-CI-11.450

B-13
EB70-CI-11.450

B-14
EB70-CI-11.450

B-15
EB70-CI-11.450

B-16
EB70-CI-11.450

B-17
EB70-CI-11.450

Fig 93 - Exemplo de caixão de areia

Fig 94 - Exemplo de utilização do caixão de areia

B-18
EB70-CI-11.450

Fig 95 - Exemplo de caixão de areia

Fig 96 - Exemplo de sequência demontagem do caixão de areia

B-19
EB70-CI-11.450
Observação:
1- Proposta de sequência de montagem:
a. Dividir o caixão de areia em quadrados com barbantes que correspondam
a uma divisão da carta (quadrículas) ou quadriculas desenhada na carta e/ou
imagem que se deseja reduzir para ser representada.
b. Iluminar a modelagem utiliza-se pó (anilina) na cor azul para identificar os
cursos d’água, cor vermelha para traçar as estradas e caminhos e cor verde para a
vegetação, bosques, matas. Podem-se utilizar fitas coloridas, serpentinas, arames
coloridos, ponta de pequeno galho de arbustos que representam muito bem as
árvores isoladas, pequenos tacos de madeira representarão edificações e obras
de arte, e assim, valer de diversos recursos para complementarmos os detalhes
do trabalho de modelagem espacial (UZÊDA, 1944, p.430).
c. Completar com detalhes do terreno (prédios etc) e/ou que interessem à
missão.
2 - Ocaixão de areia poderá ser dividido em duas partes, sendo 1/3 representando
os deslocamentos e 2/3 voltado para a ação no objetivo.

B-20
EB70-CI-11.450
ANEXO “C”
EXEMPLOS DE MEMENTO DO COMANDANTE DE PATRULHA

C.1 GENERALIDADES
- Serão apresentados um exemplo de sequência (memento) do planejamento e exe-
cução do Comandante de Patrulha e, posteriormente, uma caderneta preenchida.

1ª Parte - Exemplo de sequência de planejamento

C.2 RECEBIMENTO DA MISSÃO


- Fazer anotações e retirar dúvidas sobre os itens relacionados
1) Inimigo
- Localização.
- Valor, composição, dispositivo no itinerário e no objetivo, e moral.
- Atividades recentes e atuais.
- Equipamento, armamento e uniforme.
- Atividades da F Ae.
- Identificação.
- Grau de instrução.
- Peculiaridades.
- Possibilidades e limitações.
2) Forças amigas
- Localização dos postos amigos.
- Limites da zona de ação.
- Outras tropas na área.
- Reforço.
- Apoio de fogo.
- Elementos infiltrados, simpatizantes, guias e informantes.
- Prescrições quanto a presos e mortos.

C-1
EB70-CI-11.450
3) Terreno
- Observação e campos de tiro.
- Cobertas e abrigos.
- Obstáculos.
- Acidentes capitais (de nossa posse e do inimigo).
- Outros aspectos (faixas de infiltração e rotas de aproximação aérea).
- Possibilidades de reconhecimento, meios disponíveis etc.
4) Condições meteorológicas
- Início do crepúsculo matutino náutico (ICMN) e fim do crepúsculo vesper-
tino náutico (FCVN).
- Lua (grau de luminosidade durante os deslocamentos e ação no objetivo).
- Ventos.
- Chuvas (previsão).
- Temperatura.
- Influência da maré.
- Influência do gradiente térmico no emprego de fumígenos (lapse, inversão
ou neutralidade).
5) Meios disponíveis
- Cartas, croquis, fotografias, relatórios e outros.
- Meios para o deslocamento.
- Guias, mateiros, rastreadores e práticos.
- Especialistas.
- Material, armamento e equipamento especial.
- Restrições impostas pela situação e pelo comando (prazos, locais etc).
6) Missão
- SFC, retirar dúvidas sobre os elementos essenciais de inteligência e outros
dados pertinentes ao cumprimento específico da missão.
7) População
- Atitude perante a tropa.
- Localização.

C-2
EB70-CI-11.450
- Atividades predominantes.
- Existência na região do objetivo.
- Procedimentos e condutas a serem adotadas.
8) Elementos a contactar, resgatar e capturar
- Identificação, características e fotos.
- Senha, contrassenha e sinal de reconhecimento.
- Sinais de ponto limpo e ativado.
- Estória-cobertura.
9) Regras de Engajamento
- Condutas de engajamento com o inimigo ou forças adversas.
10) Comando e comunicações
- Instruções para a exploração das comunicações e eletrônica (IE Com Elt).
- Horários de ligação.
- Localização dos PC.
- Senha, contrassenha e sinal de reconhecimento.
- Acerto de relógio.
11) Coordenação e controle
- Horários impostos
- Ultrapassagem das linhas amigas.
- Unidades de apoio.
- Especialistas.
- Briefings.
- Outras patrulhas.
- Ligações com tropas amigas.
- Linhas e pontos de controle.

C.3 ESTUDO SUMÁRIO DA MISSÃO


- É um processo mental e sintético baseado em perguntas. O Cmt Pa deverá
fazer as anotações que julgar necessárias a fim de facilitar o seu estudo de
situação.

C-3
EB70-CI-11.450
Ao final irá responder:

- O quê?
(poderá ser retirada da O Op do Esc Supe, no seu parágrafo 2º - Missão, ou
de ordem verbal onde serão identificadas as ações impostas e visualizadas as
ações complementares).
- Quando?
(horários do início do deslocamento, da ação no objetivo, do retraimento etc).
- Onde?
(local do Obj, Itn, distâncias, meios de Trnp, tempo de deslocamento etc).

C.4 PLANEJAMENTO DA UTILIZAÇÃO DO TEMPO


- Um exemplo de plano para o cumprimento da missão (do recebimento da
missão à entrega do relatório):

TabTab
11 1- -Exemplo
Exemplo de
de planejamento deutilização
planejamento de utilização
do do tempo
tempo

a) Conforme a missão recebida, prever horários para: refeições, ajustes, conta-


tos, pernoites etc.
b) De acordo com a disponibilidade de tempo, estes horários poderão estar con-
comitantes com os de outras atividades.
c) Na distribuição da carga horária para cada atividade prever mais tempo para
ensaio e Estudo de Situação, nesta prioridade.
C-4
EB70-CI-11.450
d) O Plj da utilização do tempo é realizado na ordem inversa e transmitido à Pa
na ordem cronológica.
e) Não prever atividades dispersivas (pernoites, refeições etc) após o último en-
saio e a partida.

C.5 ESTUDO DE SITUAÇÃO PRELIMINAR


- Este estudo é sucinto e está direcionado para o levantamento da organização
de pessoal e material da Pa.
a) Inimigo
- Dispositivo (onde e como está desdobrado).
- Composição (organização).
- Valor (efetivo).
- Natureza.
OBSERVAÇÃO: levantar consequências para a organização de pessoal e
material.
b) Terreno e condições meteorológicas
- OCOAO (no Itn e Obj).
- Crepúsculo, luar, vento etc.
OBSERVAÇÃO: Levantar consequências para a organização de pessoal e
material.
c) Meios
- Pessoal e material: necessidades X disponibilidades.
- Prazos e imposições.
d) Tempo
- Tempo disponível para o planejamento, a partida, o cumprimento da missão etc.

C.6 ORGANIZAÇÃO DA PATRULHA (DE ACORDO COM A MISSÃO


RECEBIDA)
C.6.1 GENERALIDADES
- Lembrar que a organização da patrulha deve ser de acordo com a missão
recebida do escalão superior. As funções de subcomandante, gerente, homem-
carta, Cmt de escalões e grupos deverão ser desempenhadas por graduados da
fração (de acordo com a organização da Pa, o comando de outros grupos e a

C-5
EB70-CI-11.450
função de homem-carta poderão ser desempenhados por Cb e Sd). Além disso,
o gerente e o homem-carta devem ser de grupos com missões mais simples
(menos importantes), devido à importância e complexidade de suas atividades.
- Frequentemente, integrarão o grupo de Cmdo Pa apenas o Rdop e/ou
mensageiro. Guias, pilotos, atendentes e outros poderão também compor este
grupo. O SCmt poderá integrar este grupo ou, o que é mais normal, comandar
um dos escalões.
- Atribuir a grupos já constituídos missões específicas, tais como balizamento de
aeronaves, revista e/ou condução de PG, mortos Ini e feridos, Idt dactiloscópica
etc. Estabelecer o que cada grupo tem que fazer, caso não haja uma NGA do
pelotão.
- A equipe de navegação deverá ser constituída por integrantes do grupo do
homem-carta, procurando-se manter a integridade tática.
C.6.2 TIPOS
- Conforme a necessidade e observando os modelos do Capitulo I.

C.7 PLANEJAMENTO DO MATERIAL E PESSOAL A SER EMPREGADO NA


PATRULHA

Tab 12 - Confecção do QOPM da Pa

OBSERVAÇÃO:
- Prever Mat, Armt, Mun etc, para o ensaio e para o Rec quando for o caso.
- Planejar a distribuição de material pesado (Cx Btr, Mun AC, Mun FAP, Mun
MAG, explosivos etc) por grupos.

C-6
EB70-CI-11.450
C.8 PLANEJAMENTO DO RECONHECIMENTO
- Lembrar que será uma missão dentro da principal e, portanto, deverá ser
autorizada pelo escalão superior, bem como deverão ser feitas as coordenações
necessárias.
a) O que Rec? (Itn, P Reu, P Ctc, Obj, Atv Ini etc).
b) Quem reconhece o quê, quando e como reconhece? (EC, duração, Seg,
coordenação, Prep Indv etc).
c) Pedido de material (quem leva o quê?).
d) Prever ligação rádio (IE Com Elt em vigor).
e) Designar quem fica no Cmdo e procedimentos caso não haja retorno dentro
dos prazos.
f) Confeccionar um quadro para auxiliar:

Tab 13 - Planejamento do Reconhecimento

C.9 ORDEM PREPARATÓRIA


- A fim de facilitar a sua emissão, organizar os Esc e Gp para a entrada no local
da ordem.

1. SITUAÇÃO (explicar sucintamente a situação geral e particular)


a. Forças Inimigas (localização e natureza).
b. Forças Amigas (localização e natureza).

2. MISSÃO (conforme a recebida do escalão superior)

3. QUADRO-HORÁRIO (aquilo que interessa aos patrulheiros a partir da O


Prep, transmitido na ordem cronológica)

4. ORGANIZAÇÃO (enunciar funções)

5. UNIFORME E EQUIPAMENTO INDIVIDUAL

C-7
EB70-CI-11.450

6. ARMAMENTO E MUNIÇÃO

7. MATERIAL DE COMUNICAÇÕES

8. MATERIAL DE DESTRUIÇÕES

9. MATERIAL ESPECIAL

10. RAÇÃO E ÁGUA

11. MATERIAL E PESSOAL PARA O RECONHECIMENTO E ENSAIO

12. RECONHECIMENTO (informar quem irá no Rec, prescrições de interesse


geral e o local da emissão da O Rec)

13. COMUNICAÇÕES
- Comunicações (determinar os patrulheiros que devem anotar).
- Senha e contrassenha do escalão superior e patrulha e Pa, bem como horá-
rios para mudança.
- Sinal Rec, senha e contrassenha para contatos.
- Sinal Rec, Frq Pcp e Altn do escalão superior e da patrulha, horários e senhas
p/ mudança.
- Indicativos rádio.
- Autenticações.
- Horários de ligação.
- Prescrições rádio.
- Processo de Codificação da IE Com Elt.
- Sinais convencionados (pirotécnicos, visuais e acústicos).
- Outros dados da IE Com Elt.

14. DIVERSOS
a. Instruções Particulares (atribuir responsabilidades)
- Auxílio ao Cmt no planejamento detalhado (SCmt, Cmt Esc e Cmt Gp -
SFC).
- Auxílio ao gerente na distribuição do material
- Recebimento e Prep do Mat dos homens empregados no planejamento

C-8
EB70-CI-11.450

- Confecção do caixão de areia, croqui ou outros meios visuais para a emis-


são da O Pa (sugestão: situação, missão, quadro-horário, quadro-horário do
ensaio, O Mvt, plano de embarque e carregamento, quadro auxiliar de na-
vegação, quadro das TAI, PRPO, quadro do Rec Aprox, objetivo, quadro de
condutas alternativas, Com Elt etc).
- Escolha do Loc ensaio.
- Treinamento de sinais e gestos (alto, avante, congelar etc).
- Ensaio da estória-cobertura caso recebida do Esc Sp .
- Prescrições para alimentação e pernoite (SFC).
- Preparo e testes de equipamentos e materiais especiais (pré-sintonia e
impermeabilização das estações rádio, testes de explosores e bobinas, OVN,
GPS etc).
- Preparo da Pa para missões específicas (lançamento de meios de tra-
vessia de cursos d’água, preparo de remos, outros Eqp especializados para
infiltração, fardos, Vtr, Blz Anv, conversação terra-avião etc) - SFC.
b. Outras prescrições
- Cadeia de Cmdo (checar).
- Durante a preparação da Pa estarei... (planejando em tal local, reconhe-
cendo o objetivo até tal hora etc).
- A próxima reunião será às ... (hora), em ... (local), para ... (expedição da
O Pa etc).
- Dúvidas?
- Acerto dos relógios (Quando eu disser: “Hora”, serão ...;... minutos fora;...
segundos fora; “Hora”).

C.10 RECONHECIMENTO
- Emissão da ordem de reconhecimento.
- Execução conforme planejado.

C.11 PLANEJAMENTO DETALHADO

1. ESTUDO DE SITUAÇÃO (MITeMeT)


Vai permitir chegar à melhor linha de ação, especificando homens,
material, horários, itinerários e ações a realizar.

C-9
EB70-CI-11.450

a. Missão (a recebida do Esc Sp )


- O quê? (ações que devo realizar).
- Quando? (horários do início do deslocamento, da ação no objetivo, do
retraimento etc).
- Onde e por onde? (local do Obj, Itn, distância, meio de Trnp, tempo de
deslocamento etc.)
- Como? (visualização do esquema de manobra).
- Quem faz o quê? (escalões, grupos, homens etc).
- Para quê? (finalidade da missão).
b. Inimigo
- Dispositivo (onde e como está desdobrado).
- Composição (organização).
- Valor (efetivo).
- Atividades importantes recentes e atuais.
- Peculiaridades e deficiências (explorar).
c. Terreno e Condições Meteorológicas
- OCOAO (no Itn e Obj).
- Crepúsculo, luar, vento etc.
d. Meios
- Pessoal e material: necessidades X disponibilidades.
- Prazos e imposições.
e. Tempo.
- Tempo disponível para o planejamento, partida, cumprimento da missão
etc
OBSERVAÇÃO: população
- Atitude (hostil ou não)
- Valor como fonte de dados
2. COORDENAÇÃO COM OS APOIOS
a. Com unidades em apoio ou reforço (fogo, naval, aéreo etc). b. Contato com
especialistas
b. Briefing

C-10
EB70-CI-11.450

- Levar memento pronto.


- Levar o integrante da patrulha empenhado no contato.
- Acertar a presença na emissão da ordem à patrulha.
- Acertar o ensaio conjunto.
3. APÓS A COORDENAÇÃO, PLANEJA-SE A SEQUÊNCIA DAS AÇÕES
a. Ação no Obj (elaborar o esquema de manobra).
- Plano de Reconhecimento Aproximado.
- Tomada do Dispositivo.
- Ação no Objetivo propriamente dita.
- Retraimento ao PRPO.
- Reorganização.
b. Deslocamento até o PRPO
1) Plano de carregamento e embarque.
2) Itinerário principal e secundário (com linhas e pontos de controle).
3) Pontos de reunião no itinerário.
4) Coordenação com o homem-carta.
5) Levantar azimutes, distâncias e azimute de fuga.
6) Conduta da Patrulha.
- Alto-guardado, alto em segurança.
- Formações, ordem de movimento, rodízio de material etc.
- Partida e regresso das linhas amigas.
- Verificar pontos de reunião e prazos correspondentes.
- Atuação nos contatos.
- Ação nas zonas perigosas e pontos críticos.
OBSERVAÇÃO: Na Infl Amv o Cmt Pa define local do Emb e Dbq; o piloto pla-
neja o Itn a seguir em conjunto com o Cmt.
c. Ocupação do PRPO
d. Regresso às linhas amigas
- Abordar os mesmos itens do Dslc até o PRPO, no que for aplicável.
e. Outros

C-11
EB70-CI-11.450

- Conduta com inimigos feridos e prisioneiros (antes e após a ação no objeti-


vo).
- Conduta com feridos e mortos amigos (antes e após a ação no objetivo).
- Sinais e gestos a praticar.
- Comunicações com o escalão superior.
- Senha, contrassenha e sinais de reconhecimento.
- Posição do comandante, subcomandante (nos deslocamentos e na ação
no objetivo).
- Hora do dispositivo pronto.
- Hora da partida.
- Reorganização após dispersão.
- Revezamento do material pesado.
- Conduta como PG (documentos, material especial, armamento, estória-
-cobertura coletiva etc).
- Quebra prematura de sigilo (nas diversas fases).
- Aborto da missão (situação que o caracteriza e conduta).
- Conduta para pernoite (B Pa, Área de reunião, ARC - SFC).
- Mdd Esp de Seg (contra-rastreamento).
- Contato com Elm amigos infiltrados (quem, como, senha etc).
- Ligação com outras patrulhas.
- Linhas de controle.
- As TAI (defensivas e ofensivas)
- Apoio de fogo (como solicitar, até onde pode apoiar).
- Documentos levados pela patrulha.
- Elementos Essenciais de Inteligência (EEI).
4. APÓS O PLANEJAMENTO, PREPARAR-SE PARA A EMISSÃO DA OR-
DEM À PATRULHA
- Para o início da ordem, a Pa deverá estar ECD partir (aprestamento - Armt,
Mun, Mat, Eqp, Com, camuflagem, gestos ensaiados etc) e disposta dentro
dos grupos.

C-12
EB70-CI-11.450
C.12 ORDEM À PATRULHA
- Deverá ser emitida baseada no planejamento detalhado, podendo sofrer algu-
ma alteração durante sua expedição (SFC), durante os ensaios ou nos tempos
destinados aos ajustes.

1. SITUAÇÃO
a. Forças Inimigas (que podem atuar contra a Pa)
- Localização.
- Valor, composição e dispositivo.
- Armamento, equipamento e uniforme.
- Identificação.
- Atividades recentes e atuais.
- Movimentos.
- Atividades da Força Aérea.
- Possibilidades e limitações.
b. Forças Amigas
- Localização, limites da Z Aç (até dois Esc acima/Elm Viz).
- Contatos.
- Apoios (de fogo, aéreo, outros).
- Outras Pa.
- Atividades da Força Aérea.
c. Meios recebidos e retirados (quais, a partir de, até quando e como).
d. Área de Operações e Condições Meteorológicas - Conclusão a respeito das
consequências para a nossa Pa de:
- ICMN - FCVN - visibilidade.
- Lua (fase) - visibilidade.
- Neblina - visibilidade.
- Ventos (Dir, Vel e quadrante) - Emp fumígenos, Lç Sup.
- Chuva - Prep Mat e transitabilidade.
- Temperatura - Mat e moral.
- Gradiente - Emp fumígenos.
- Características do terreno (pontos nítidos, obstáculos etc).

C-13
EB70-CI-11.450

2. MISSÃO
- A recebida do Esc Sp .
3. EXECUÇÃO
a. Conceito da Operação
1) Explicar sucintamente como pretende cumprir a missão na sequência
cronológica das ações, sem ressaltar detalhes de coordenação ou missões
específicas. Abordar “resumidamente” os seguintes aspectos:
a) Meios de deslocamento e Itinerário de ida (como e por onde).
b) PRPO (sem detalhar) e reconhecimento (local - genérico).
c) Tomada do dispositivo (apenas a posição dos Esc e Gp).
d) Ação no Obj (seqüência de atuação). e) Retraimento ao PRPO.
e) Reorganização (onde).
f) Regresso às linhas amigas (como e por onde).
b. Ordens aos Elm Subordinados

Tab 14 - Ordens aos Elm Subordinados

- É importante que a enunciação destas ordens ocorra de forma a abordar


as ações a serem realizadas por um determinado escalão, grupo ou homem
nas principais fases da missão.
c. Prescrições Diversas
1) Hora do dispositivo pronto para início do deslocamento
2) Deslocamento até o PRPO
a) Hora de Partida.

C-14
EB70-CI-11.450

b) Itinerário de ida (conforme quadro auxiliar de navegação).


c) Meios, processos de deslocamento e medidas de coordenação e con-
trole nos diversos trechos.
d) Formação inicial e ordem de movimento.
e) Planos de embarque e carregamento (SFC) .
f) Prováveis pontos de reunião.
g) Segurança nos deslocamentos e altos.
h) Passagem pelos postos avançados amigos.
i) Ocupação do PRPO.
3) Ação no objetivo
a) Reconhecimento aproximado do objetivo (o que reconhecer, sequência,
quem, onde, por onde, medidas de coordenação e controle, missões especí-
ficas, horários).
b) Tomada do dispositivo (sequência e liberação dos grupos, quem, onde,
por onde, medidas de coordenação e controle, missões específicas, horários).
c) Ação no objetivo (caracterização do início da ação, detalhar cronologica-
mente quem faz o quê, como e para quê).
d) Retraimento para o PRPO (sequência, quem, onde, por onde, medidas
de coordenação e controle, horários).
e) Reorganização no PRPO (cheque de baixas, equipamento/armamento
e munição - BEM).
4) Regresso
a) Hora de regresso.
b) Itinerário de regresso.
c) Meios, processos de deslocamento e medidas de coordenação e con-
trole nos diversos trechos.
d) Formação inicial e ordem de movimento.
e) Planos de embarque e carregamento (SFC).
f) Prováveis pontos de reunião.
g) Segurança nos deslocamentos e altos.
h) Passagem pelos postos avançados amigos.
5) Outras Prescrições
a) Situações de contingência (nas diversas fases da operação).
b) Ações em áreas perigosas e pontos críticos (POCO - Pare, Olhe,
Cheire e Ouça).
C-15
EB70-CI-11.450

c) Ações em contato com o inimigo (TAI).


d) Reorganização após dispersão.
e) Tratamentos com PG, mortos e feridos inimigos.
f) Conduta com mortos e feridos amigos.
g) Conduta ao cair PG.
h) Conduta para pernoites (base de patrulha, área de reunião, ARC).
i) Medidas especiais de segurança.
j) Destino do material especial.
l) Rodízio de material pesado.
m) Contato com elemento amigo.
n) Ligação com outras patrulhas.
o) Prioridades nos trabalhos de OT.
p) Linhas de controle.
q) Apoio de fogo (onde, até quando e como solicitar).
r) Documentos a serem conduzidos (procedimentos para destruição).
s) Procedimentos para ensaios e inspeções.
t) EEI.
u) Estória-cobertura coletiva.
v) Conduta com civis..
x) Azimutes de fuga (SFC).
4. LOGÍSTICA
- Ração, água, Armt/Mun (prescrições p/ o cumprimento da missão)
- Prescrições para o ressuprimento (SFC) (hora, local, quantidade, balizamen-
tos etc).
- Uniforme e equipamento especial (confirmar/alterar O Prep).
- Medidas de higiene (SFC).
- Localização do atendente ou homem-saúde na patrulha.
- Local PS, posto de refúgio, P Col PG etc.
- Processo de evacuação (pessoal e material).
5. COMANDO E COMUNICAÇÕES
a. Comunicações - Retificar ou ratificar e checar
- Senha e contrassenha, horários e sinal para mudança.

C-16
EB70-CI-11.450

- Sinal Rec, senha e contrassenha para contatos.


- Sinal Rec, Frq Pcp e Altn do escalão superior e da patrulha, horários e
sinais para mudança.
- Indicativos rádio.
- Autenticações.
- Horários de ligação.
- Prescrições rádio.
- Processo de codificação e outros dados da IE Com Elt.
- Sinais convencionados (pirotécnicos, visuais e acústicos).
b. Comando
- Localização Cmt e SCmt (durante o Itn de ida, Rec, Aç Obj, reorganização
e regresso às L Ami).
- Cadeia de comando (confirmar/alterar O Prep).
- Dúvidas?
OBSERVAÇÕES
- Inspecionar o conhecimento de missões específicas e de aspectos que de-
vam ser do conhecimento geral, por parte dos patrulheiros (senhas, frequên-
cias etc).
- Checar o conhecimento das missões individuais e coletivas (se for o caso,
fazê-lo no caixão de areia).
- Checar acerto de relógios.
- Ao final da O Pa o Cmt deverá explanar como o ensaio deverá ser conduzido
pelo SCmt.

C.13 INSPEÇÃO INICIAL


- A inspeção inicial visa a permitir ao comandante da patrulha uma avaliação
sobre o grau de preparação dos homens, quanto ao conhecimento detalhado da
missão, bem como o estado do equipamento, do armamento e o moral da patru-
lha. Em função do fator tempo, a inspeção inicial pode ser dividida em teórica e
prática.
a) Inspeção teórica
- Checar as missões dos escalões, grupos e homens utilizando meio visual.
b) Inspeção prática (checar)
- Uniforme e equipamento individual.
- Armamento e munição.

C-17
EB70-CI-11.450
- Material de destruição.
- Material especial (viatura, embarcação, bolsa de primeiros socorros, GPS
etc).
- Material de comunicações.
- Documentação (extratos de carta, croquis de itinerários, extratos de IE Com
Elt etc).
- Pessoal: camuflagem, estado físico etc.

C.14 ENSAIO
- Realizar o ensaio da patrulha por partes:
a) Ensaio dos grupos e de missões específicas (Aç Obj)
b) Ensaio dos escalões e da patrulha como um todo (geral)
- Deslocamentos e altos (com os meios de Trnp).
- Gestos e sinais convencionados.
- Emissão de ordens.
- Senhas e contrassenha s, sinais de Rec.
- Ações em áreas perigosas e pontos críticos.
- Ação no objetivo (ênfase).
- Retraimento.
- Passagem nos postos avançados amigos.
- TAI (ofensivas e defensivas).
- Mudança de formação.
- Ocupação de base de patrulha, área de reuinão e ARC (SFC).
- Abrir e fechar rede de comunicações.
- Contar (efetivo da Pa).
- Plano de carregamento e embarque.

C-15. INSPEÇÃO FINAL


- Checar se os itens considerados falhos na inspeção inicial e ensaios foram
corrigidos e/ou reajustados (camuflagem, equipamento etc).
2ª Parte - Exemplo de sequência preenchida (parte do memento) na próxima
folha.

C-18
EB70-CI-11.450

C-19
EB70-CI-11.450

C-20
EB70-CI-11.450

C-21
EB70-CI-11.450

C-22
EB70-CI-11.450

C-23
EB70-CI-11.450

C-24
EB70-CI-11.450

C-25
EB70-CI-11.450

C-26
EB70-CI-11.450

C-27
EB70-CI-11.450

C-28
EB70-CI-11.450

C-29
EB70-CI-11.450

C-30
EB70-CI-11.450

C-31
EB70-CI-11.450

C-32
EB70-CI-11.450

C-33
EB70-CI-11.450

C-34
EB70-CI-11.450

C-35
EB70-CI-11.450

C-36
EB70-CI-11.450

C-37
EB70-CI-11.450

C-38
EB70-CI-11.450

C-39
EB70-CI-11.450

C-40
EB70-CI-11.450

ANEXO “D”
RELATÓRIO

D.1 GENERALIDADES
D.1.1 Ao regressar do cumprimento da missão, o comandante de patrulha deve,
de imediato, fazer um relatório verbal completo a quem lhe emitiu a ordem, trans-
mitindo em tempo útil todos os dados obtidos.
D.1.2 Deve-se considerar que tanto as patrulhas de reconhecimento como as de
combate, são fontes de informes.
D.1.3 Após o relatório verbal, deve ser confeccionado um relatório por escrito,
com a finalidade de registrar tudo o que foi levantado. Sempre que possível,
complementá-lo com um esboço ou calco. Segue abaixo um modelo de relatório.

D.2 MEMENTO PARA RELATÓRIO DO COMANDANTE DE PATRULHA

RELATÓRIO DA PATRULHA__________________________
Local e data
De (Comandante da Patrulha)
Ao (Quem enviou a Patrulha)
Anexo(s): (cartas, fotos, croquis, calcos,
equipamento, documentos, armamentos
capturados etc).

1. Efetivo e composição da patrulha.


2. Missão.
3. Hora de partida e de regresso.
4. Itinerário de ida.
a. Atuação do inimigo
b. Observações
5. Itinerário de regresso.
a. Atuação do inimigo

D-1
EB70-CI-11.450

b. Observações
6. Terreno:
...características em toda a área de atuação (pontes, trilhas), habitações,
tipo de terreno (seco, sujo, pantanoso, rochoso, permeável) capacidade de
suportar Bld, ZL, Loc Ater, ZPH etc.
7. Inimigo.
a. Efetivo e valor
b. Dispositivo
c. Medidas de segurança adotadas
d. Localização
e. Rotinas
f. Equipamento, armamento, atitude e moral
8. População da área – Conduta em relação à patrulha, ligações com o inimigo,
características etc.
9. Correções e atualizações na carta.
10. Ação no objetivo.
11. Resultado do encontro com o inimigo.
a. Prisioneiros
b. Baixas
c. Documentos capturados
12. Condições atuais da patrulha (moral, armamento, munição, equipamento).
a. Moral
b. Armamento
c. Munição
d. Equipamento
13. Elementos essenciais de inteligência.
14. Informações diversas.
15. Conclusões e sugestões.

_______________________________
Assinatura do comandante da patrulha

D-2
EB70-CI-11.458

ANEXO “E”
SINAIS E GESTOS

E-1
EB70-CI-11.458

E-2
EB70-CI-11.458

E-3
EB70-CI-11.458

E-4
EB70-CI-11.458

E-5
EB70-CI-11.458

E-6
EB70-CI-11.450
GLOSSÁRIO
TERMOS E DEFINIÇÕES

A
Acolhimento - Operação que consiste na passagem de uma força que retrai
através do dispositivo de outra força em posição, podendo esta assumir a mis-
são daquela, em seu todo ou em parte.
Aeromóvel - Atividade, operação, organização e meios relacionados com o uso
da mobilidade tática proporcionada na área de operações à força de superfície
por aeronaves, particularmente, helicópteros, a fim de cumprir uma missão no
quadro de manobra tática.
Ambiente operacional - Parte do ambiente terrestre que reúne um complexo de
características fisiográficas, circunstâncias e influências próprias que afetam de
modo peculiar o desenvolvimento das operações militares e os procedimentos
de combate.
Alcantilada - Sucessão de obstáculos rochosos.
Apoio de fogo - Ato ou efeito de fogo sobre determinados alvos ou objetivos,
realizados por elemento, unidade ou força, para apoiar ou proteger outros ele-
mentos, unidade ou força.
Aprestamento - Procedimento pelo qual, unidades participantes de uma opera-
ção aeroterrestre se deslocam para estacionamento nas vizinhanças dos pontos
de embarque, completam a preparação para o combate e aprontam-se para o
embarque. Conjunto de medidas, incluindo instrução, adestramento e preparo
logístico, necessárias para tornar uma força pronta para o emprego a qualquer
momento.
Área de influência - Parte da área de operações na qual o comandante é capaz
de influenciar diretamente no curso do combate, mediante o emprego do poder
de combate de suas tropas. Normalmente, cada comando possui os meios ne-
cessários para obter informações dentro de sua área de influência.
- Nas operações centralizadas, a área de influência se confunde com a zona de
ação e nas operações descentralizadas os limites da referida área se confun-
dem com o alcance efetivo das armas de apoio.
Área de interesse - Área geográfica que se estende além da zona de ação. É
constituída por áreas adjacentes à zona de ação, tanto à frente como nos flancos
e retaguarda, onde os fatores e acontecimentos que nela se produzam possam
repercutir no resultado ou afetar as ações, as operações atuais e as futuras.
Apronto operacional - Conjunto de providências iniciais de aprestamento do
material, viaturas, equipamentos, colocando a unidade (mesmo na situação nor-
mal em quartéis) tão completamente pronta quanto possível para embarcar ou
entrar em ordem de marcha com rapidez.
G-1
EB70-CI-11.450
Área amarela - Área na qual as forças de guerrilha operam com frequência, mas
que não se encontra sobre controle efetivo nem das forças de guerrilha nem das
forças legais. É a principal área de operações das forças de guerrilha, que ten-
tam colocar parcela cada vez maior dela sob seu efetivo controle.
Área verde - Área sob firme controle da força legal. Nessa área, as atividades do
inimigo limitam-se às ações clandestinas ou às incursões, às pequenas embos-
cadas, às ações de franco-atiradores e às operações de inquietação. Área sob o
firme controle da força legal, na qual não são adotadas ou foram suspensas as
medidas rigorosas de controle da vida normal da população. Nessas áreas, as
atividades das forças adversas restringem-se às clandestinas, ou às incursões,
às pequenas emboscadas, às ações de franco-atiradores e às operações de
inquietação.
Área vermelha - Área sob o controle contínuo ou intermitente das forças de
guerrilha. Nela, o inimigo localiza suas instalações e bases e opera com relativa
impunidade. Nessa área, a população apoia, normalmente, o movimento revolu-
cionário, voluntariamente ou sob coação.
Área de engajamento - Região selecionada pelo defensor, onde a tropa inimiga,
com sua mobilidade restringida pelo sistema de barreiras, é engajada pelo fogo
ajustado, simultâneo e concentrado de todas as armas de defesa. Tem a finali-
dade de causar o máximo de destruição, especialmente nos blindados inimigos,
e de provocar o choque mental e físico pela violência, surpresa e letalidade dos
fogos aplicados.
Área do objetivo - Área em que se acha localizado o objetivo a ser capturado ou
atingido, definida pela autoridade competente, para fins de comando e controle.
Área dos navios-aeródromos de helicópteros de assalto.
- Áreas situadas ao longo e nos flancos das áreas externas de transporte e das
áreas de navios de desembarque, mas dentro da área de cobertura antisubmari-
no. Nelas, os navios-aeródromos de helicópteros de assalto lançam e recolhem
os seus helicópteros. Elas ficam dentro da área de assalto.
Ataque - Ato ou efeito de dirigir uma ação ofensiva contra o inimigo.
Assalto - Fase final de um ataque, compreendendo o choque com o inimigo em
suas posições. Ataque curto, violento, mas bem ordenado, contra um objetivo
local.
B
Base de combate - Ponto forte que se estabelece na área de combate ou de
pacificação de uma força em operações na selva, em operação de pacificação
e em certas operações em áreas autônomas para assegurar o apoio logístico,
proporcionar a ligação com os elementos subordinados e superior, acolher e
despachar tropas e garantir a duração na ação.

G-2
EB70-CI-11.450
Base de combate ribeirinha - Base temporária, terrestre ou flutuante, estabele-
cida pelo comandante da força-tarefa ribeirinha ou por escalões diversos dessa
força, na área de operações, de onde são desencadeadas e apoiadas as ações
contra o inimigo.
Baixa - Internamento em hospitais ou em enfermaria. Ato ou efeito de desligar
uma praça do serviço ativo.
- Designação genérica das perdas ocorridas por ferimento, acidente ou doença.
Base de patrulha - Local de uso temporário na área de combate de companhia,
a partir da qual o pelotão ou grupo de combate executa ações de patrulha, incur-
sões e emboscadas. Área oculta na qual se acolhe a patrulha de longa duração
por curto prazo para se refazer, se reorganizar e dar prosseguimento ao cumpri-
mento da missão.
Bloqueio - Interdição de um ponto de passagem ou via pela ocupação com tro-
pa, pela colocação de obstáculos ou realização de fogos.
Busca e salvamento - Ação de localizar, socorrer e resgatar pessoas em perigo,
perdidas ou vítimas de acidentes e da ação hostil do inimigo com o emprego de
aeronaves, embarcações de superfície, submarinos ou outro qualquer equipa-
mento especial.
C
Cadeia de comando - Sequência hierárquica de comandantes, por meio da qual
é exercido o comando.
Comando e controle - Conjunto de recursos humanos e materiais que, junta-
mente com determinados procedimentos, permite comandar, controlar, estabele-
cer comunicações com as forças amigas e obter informações.
Combate - Ação militar de objetivo restrito e limitado, realizada de maneira hostil
e direta contra o inimigo.
Combate de encontro - Ação que ocorre quando uma força em deslocamento,
ainda não completamente desdobrada para a batalha, engaja-se com uma força
inimiga, em movimento ou parada, sobre a qual se dispõe de poucas informa-
ções.
Conceito da operação - Exposição verbal ou escrita, por meio da qual o co-
mandante de uma força expõe aos comandos subordinados como visualiza a
execução da operação em seu todo.
D
Dado - É toda e qualquer representação de fato ou situação por meio de docu-
mento, fotografia, gravação, relato, carta topográfica e outros meios, não subme-
tida à metodologia para a produção do conhecimento.

G-3
EB70-CI-11.450
Dispositivo - Modo particular porque são desdobrados, numa situação tática, os
elementos de uma força.
Dotação orgânica - Quantidade de cada item de suprimento classe V (Mun),
expressa em tiros por arma ou em outra medida adotada, que determinada or-
ganização militar deve manter em seu poder para atender às necessidades de
emprego operacional.
E
Escalão - Cada um dos sucessivos e distintos níveis da cadeia de comando.
Qualquer das frações de um conjunto militar articulado no sentido da profundida-
de; cada um com sua missão principal definida no combate.
Equipe - Reunião de pessoal especializado e dosado harmonicamente para de-
sempenhar tarefas específicas, dando condições ou aumentando possibilidades
de elementos padronizados.
Estudo de situação - Processo lógico e continuado de raciocínio pelo qual um
comandante ou um oficial de estado-maior considera todas as circunstâncias
que possam afetar a situação militar e chegar a uma decisão ou proposta, que
objetive o cumprimento de uma missão.
Exfiltração - Técnica de movimento realizado de modo sigiloso com a finalidade
de retirar forças ou pessoal isolado e/ou material do interior de território inimigo
ou por ele controlado, ou que se encontravam realizando operações militares.
F
Fase do ensaio - Período durante o qual a operação em perspectiva é treinada
sob condição tão real quanto possível.
Fatores da decisão - A sistematização do estudo de uma situação de combate
é dividida cartesianamente para maior detalhamento de cada questão. As partes
constitutivas desse estudo são os fatores da decisão: a MISSÃO, o INIMIGO,
o TERRENO e as CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS, os MEIOS e o TEMPO.
G
Guia - Elemento encarregado de orientar as unidades ou veículos por determi-
nado itinerário, empregado, normalmente, na estrada, no interior ou na saída de
localidade(s) ou área(s) de estacionamento.
I
Incursão - Ação ofensiva, normalmente de pequena escala, compreendendo
uma rápida penetração em área sob o controle do inimigo, a fim de obter infor-
mações, confundi-lo ou destruir suas instalações, terminando com uma retirada
planejada. Não há ideia de conquista ou manutenção do terreno.
Infiltração - Forma de manobra tática ofensiva na qual procura-se desdobrar
uma força à retaguarda de uma posição inimiga, por meio de um deslocamento
G-4
EB70-CI-11.450
dissimulado, com a finalidade de cumprir uma missão que contribua diretamente
para o sucesso da manobra do escalão que enquadra a força que se infiltra.
As brigadas determinam ou autorizam a realização de infiltrações por parte de
escalões inferiores, adotando, ela mesma, outra forma de manobra. Técnica de
movimento, realizado de modo furtivo, com a finalidade de concentrar pessoal
e/ou material em área hostil ou sob controle das forças adversas, visando à
realização de operações militares. Forma da atuação das forças adversas que
consiste na colocação de militares ou simpatizantes da força adversa em órgãos
públicos ou setores da sociedade que permitam contribuir positivamente para
atuação da força adversa ou negativamente para a atuação das forças legais.
Formação de marcha motorizada em que as viaturas partem em intervalos irre-
gulares para dar aparência de tráfego normal com uma densidade inferior a 5
viaturas por quilômetro.
Informe - Qualquer observação, fato, relato ou documento que possa contribuir
para o conhecimento de determinado assunto. É qualquer dado formador do
conhecimento que se deseja.
Inquietação - Nas operações de contraguerrilha, conjunto de ações de com-
bate realizadas a partir da presença da força legal em uma área e execução
de intenso patrulhamento, incursões, emboscadas, ação de caçadores e outras
atividades para localizar, infligir baixas e tirar a liberdade de ação da guerrilha.
- Fogo destinado a produzir perdas ou ameaças de perdas para perturbar o re-
pouso das tropas inimigas, desagregar seus movimentos e, de um modo geral,
abater-lhe o moral. Denominação do tiro que tem a finalidade de inquietar o
inimigo.
Intenção do comandante - A intenção do comandante deve traduzir, objetiva-
mente, a situação final desejada para a missão (o estado final do campo de
batalha). Deve, ainda, encerrar motivações que complementem as ideias ex-
pressas no enunciado da missão e que, conscientemente, o comandante julga
não ter sido possível traduzi-las. Quando enunciá-la, o comandante deve fazê-lo
de forma que permita ao subordinado exercer a iniciativa em proveito da missão
(comentários a seguir). Comentários: não deve repetir conceitos doutrinários ge-
rais, mas apresentar um objetivo claro que garanta ao subordinado visualizar
o fulcro que caracteriza o cumprimento da missão. Nos escalões mais baixos,
brigada e inferiores, há casos em que a intenção será a própria finalidade. Em
consequência, quanto mais alto for o escalão e quanto mais descentralizada for
a execução da missão, mais sentirá o comandante a necessidade de expressar
sua intenção. Isso ocorrerá, particularmente, quando a missão e a finalidade não
forem suficientes para orientar a obtenção do efeito desejado. Em contrapartida,
nos pequenos escalões e nas operações centralizadas, a emissão da intenção
tenderá a perder sua importância, mercê da suficiência da finalidade e da mis-
são.
G-5
EB70-CI-11.450

Interdição - Fogo aplicado numa área ou ponto para impedir a sua utilização
pelo inimigo. Ações executadas para evitar ou impedir que o inimigo se beneficie
de determinadas regiões, de pessoal, de instalações ou de material.
L
LAM - Local de apoio que são preparados em regiões próximas a objetivos pro-
váveis, contendo material que possa vir a ser necessário para aquela missão.
Linha de ação - Solução possível que pode ser adotada para o cumprimento de
uma missão ou execução de um trabalho.
M
Matriz de sincronização - Documento empregado no arranjo das atividades de
todos os sistemas operacionais no tempo e no espaço, com a finalidade de obter
o máximo de poder relativo de combate no ponto decisivo.
N
Neutralização - Fogo desencadeado para produzir perdas e danos capazes de
reduzirem, por algum tempo, a eficiência do inimigo. Redução, inibição ou anula-
ção temporária da capacidade operativa do inimigo pela manobra ou pelo fogo,
impedindo a sua movimentação, tiro e observação.
O
Objetivo - Elemento tangível, material (força, região, instalação, população e
outros), em relação ao qual se vai operar para obter determinado efeito. É o alvo
de uma ação.
Ocupação - Ato ou efeito de guarnecer com tropas um território conquistado.
P
PITCI - Processo de Integração Terreno, Condições Meteorológicas e Inimigo.
Possibilidade do inimigo - Ação que o inimigo é capaz de adotar e que deve
preencher dois requisitos: ser compatível com os meios de que ele dispõe e ca-
paz de interferir ou afetar o cumprimento da missão do comandante.
Proteção - Ação que proporciona segurança a determinada região ou força, pela
atuação de elementos no flanco, frente ou retaguarda imediatos, de forma a
impedir a observação terrestre, o fogo direto e o ataque de surpresa do inimigo
sobre a região ou força protegida.
R
Reconhecimento - Operação cujo propósito é obter informações referentes às
atividades e meios do inimigo ou coletar informações de caráter geográfico, me-
teorológico e eletrônico, referentes à área provável de operações.

G-6
EB70-CI-11.450

Reconhecimento em força - Operações de objetivo limitado, executado por


uma força de certo vulto, com a finalidade de testar o valor, a composição e o
dispositivo do inimigo ou para obter outras informações.
Regras de engajamento - Caracteriza-se por uma série de instruções prede-
finidas que orientam o emprego das unidades que se encontram na zona de
operações, consentindo ou limitando determinados tipos de comportamento, em
particular o uso da força, a fim de permitir atingir os objetivos políticos e militares
estabelecidos pelas autoridades responsáveis.
Resgate - Recuperação, em situação emergencial, de pessoal e/ou material que
por qualquer razão seja retido em área ou instalação hostil ou sob controle do
inimigo.
S
Segurança - Estado de confiança individual ou coletivo, baseado no conheci-
mento e no emprego de normas de proteção e na convicção de que os riscos de
desastres foram reduzidos, em virtude da adoção de medidas minimizadoras.
U
Ultrapassagem - Operação de substituição que consiste na passagem de uma
força que ataca através do dispositivo de outra força que está em contato com
o inimigo.

G-7
EB70-CI-11.450

G-8
EB70-CI-11.450

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES


Brasília, DF, 6 de agosto de 2021
https://portaldopreparo.eb.mil.br

Você também pode gostar