Você está na página 1de 130

CI 7-10/1

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

Caderno de Instrução

PELOTÃO DE FUZILEIROS

CARGA
Preço: R$
EM______________
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

PORTARIA Nº 002 - COTER, DE 28 DE ABRIL DE 2009.

Caderno de Instrução CI 7-10/1


Pelotão de Fuzileiros.

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da


delegação de competência conferida pela letra e) do item XI, Art. 1º da Portaria
nº 727, de 8 de outubro de 2007, do Comandante de Exército, resolve:
Art. 1º Aprovar o Caderno de Instrução CI 7-10/1 Pelotão de Fuzileiro.
Art. 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua
publicação.

Gen Ex RAYMUNDO NONATO DE CERQUEIRA FILHO


Comandante de Operações Terrestres
ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
ARTIGO I – GENERALIDADES ...............................................................1-1
1-1. Considerações Iniciais ...................................................................1-1
1-2. Objetivos do Caderno de Instrução................................................1-1
ARTIGO II – O PELOTÃO DE FUZILEIROS ............................................1-2
1-3. Missões Básicas da Infantaria .......................................................1-2
1-4. Organização ...................................................................................1-2
1-5. Atribuições dos Componentes .......................................................1-3
ARTIGO III – MANEABILIDADE ..............................................................1-4
1-6. Formações Táticas .........................................................................1-4
1-7. Técnicas de Progressão.................................................................1-10
1-8. Condutas do Pelotão......................................................................1-13
CAPÍTULO 2 – TRABALHO DE COMANDO
ARTIGO I – GENERALIDADES ...............................................................2-1
2-1. Conceito .........................................................................................2-1
2-2. Fases do Trabalho de Comando ....................................................2-1
2-3. Recebimento da Missão.................................................................2-1
ARTIGO II – NORMAS DE COMANDO....................................................2-2
2-4. Conceito .........................................................................................2-2
2-5. Seqüência das Normas de Comando ............................................2-3
ARTIGO III – ESTUDO DE SITUAÇÃO ....................................................2-4
2-6. Conceito .........................................................................................2-4
2-7. Fatores da Decisão ........................................................................2-4
2-8. Linhas de Ação...............................................................................2-6
2-9. Decisão ..........................................................................................2-6
2-10. Situações de Conduta ..................................................................2-7
CAPÍTULO 3 – OPERAÇÕES OFENSIVAS
ARTIGO I – GENERALIDADES ...............................................................3-1
3-1. Considerações Iniciais ...................................................................3-1
3-2. Tipos de Operações Ofensivas ......................................................3-1
3-3. Fundamentos da Ofensiva .............................................................3-2
ARTIGO II – MARCHA PARA O COMBATE ............................................3-2
3-4. Considerações Iniciais ...................................................................3-2
3-5. Medidas de Planejamento..............................................................3-3
3-6. Execução da Operação..................................................................3-6
ARTIGO III – ATAQUE ..............................................................................3-12
3-7. Considerações Iniciais ...................................................................3-12
3-8. Medidas de Planejamento..............................................................3-12
3-9. Execução da Operação..................................................................3-17
CAPÍTULO 4 – OPERAÇÕES DEFENSIVAS
ARTIGO I – GENERALIDADES ...............................................................4-1
4-1. Considerações Iniciais ...................................................................4-1
4-2. Tipos de Operações Defensivas ....................................................4-1
4-3. Fundamentos da Defensiva ...........................................................4-2
ARTIGO II – DEFESA DE ÁREA ..............................................................4-2
4-4. Considerações Iniciais ...................................................................4-2
4-5. Medidas de Planejamento..............................................................4-2
4-6. Execução da Operação.................................................................. 4-10
ARTIGO III – RETRAIMENTO ..................................................................4-19
4-7. Considerações Iniciais ...................................................................4-19
4-8. Medidas de Planejamento..............................................................4-20
4-9. Execução da Operação..................................................................4-21

CAPÍTULO 5 – OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM


ARTIGO I – GENERALIDADES ...............................................................5-1
5-1. Considerações Iniciais ...................................................................5-1
5-2. Tipos de Operações contra Forças Adversas ................................5-1
5-3. Fundamentos da Garantia da Lei e da Ordem...............................5-2
ARTIGO II – SEGURANÇA DE PONTO SENSÍVEL ................................5-3
5-4. Considerações Iniciais ...................................................................5-3
5-5. Medidas de Planejamento..............................................................5-4
5-6. Execução da Operação..................................................................5-7
ARTIGO III – BLOQUEIO DE ESTRADAS...............................................5-8
5-7. Considerações Iniciais ...................................................................5-8
5-8. Medidas de Planejamento..............................................................5-8
5-9. Execução da Operação..................................................................5-10

CAPÍTULO 6 – APOIO AO COMBATE E LOGÍSTICA


ARTIGO I – GENERALIDADES ...............................................................6-1
6-1. Considerações Iniciais ...................................................................6-1
6-2. Frações de Apoio ...........................................................................6-1
ARTIGO II – COMUNICAÇÕES................................................................6-2
6-3. Considerações Iniciais ...................................................................6-2
6-4. Sistema Rádio ................................................................................6-2
6-5. Sistema Físico ................................................................................6-4
6-6. Sistema Mensageiro ......................................................................6-4
ARTIGO III – APOIO DE FOGO ...............................................................6-5
6-7. Considerações Iniciais ...................................................................6-5
6-8. Planejamento do Apoio de Fogo ....................................................6-5
6-9. Execução do Apoio de Fogo ..........................................................6-7
ARTIGO IV – LOGÍSTICA......................................................................... 6-11
6-10. Considerações Iniciais ................................................................. 6-11
6-11. Suprimento ...................................................................................6-12
6-12. Manutenção .................................................................................6-14
6-13. Transporte ....................................................................................6-14
6-14. Saúde ...........................................................................................6-15
6-15. Recursos Humanos ......................................................................6-16
ANEXO A – CASOS ESQUEMÁTICOS
A-1. Marcha para o Combate ............................................................... A-1
A-2. Ataque ........................................................................................... A-3
A-3. Defesa .......................................................................................... A-6

ANEXO B – ORDEM DE OPERAÇÕES


B-1. Generalidades .............................................................................. B-1
B-2. Memento de Ordem de Operações .............................................. B-1

ANEXO C – DOCUMENTO DO PELOTÃO


C-1. Roteiro do Pelotão (Modelo)......................................................... C-1
C-2. Roteiro do GC ............................................................................... C-4
C-3. Ficha de Combate de Trânsito ..................................................... C-6

ANEXO D – DADOS MÉDIOS DE PLANEJAMENTO


D-1. Ofensiva ....................................................................................... D-1
D-2. Defensiva ...................................................................................... D-2
D-3. Apoio de Fogo .............................................................................. D-3
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO

ARTIGO I
GENERALIDADES

1-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Este caderno de instrução tem por finalidade orientar o emprego tático


do Pelotão de Fuzileiros, orgânico da Companhia de Fuzileiros do Batalhão de
Infantaria do Exército Brasileiro.
b. O Pelotão de Fuzileiros, elemento de manobra da Companhia de Fuzileiros,
é uma fração da Infantaria com capacidade para operar em qualquer tipo de terreno
e sob quaisquer condições climáticas e meteorológicas.
c. O Pelotão de Fuzileiros é, normalmente, empregado sob o controle de
uma Companhia de Fuzileiros. Porém, eventualmente, poderá cumprir missões
isoladas de curta duração.
d. O emprego tático do Pelotão de Fuzileiros ocorre por meio da combinação
do fogo, do movimento e do combate aproximado.
e. Em complementação ao conteúdo deste caderno de instrução, devem ser
considerados os preceitos doutrinários constantes dos manuais C 7-20 Batalhões
de Infantaria e C 7-10 Companhia de Fuzileiros, além dos demais manuais em
vigor no Exército Brasileiro.

1-2. OBJETIVOS DO CADERNO DE INSTRUÇÃO

a. Apresentar a doutrina básica aplicável aos pelotões de fuzileiros nos


diferentes tipos de operações.
b. Capacitar o comandante de pelotão e seus sargentos ao planejamento e
à execução das operações conduzidas pelos pelotões de fuzileiros.

1-1
ARTIGO II
O PELOTÃO DE FUZILEIROS

1-3. MISSÕES BÁSICAS DA INFANTARIA

a. Na ofensiva, cerrar sobre o inimigo para destruí-lo ou capturá-lo, empregando


o fogo, o movimento e o combate aproximado.
b. Na defensiva, deter o inimigo pelo fogo à frente da posição, repelir o seu assalto
pelo combate aproximado e destruí-lo ou expulsá-lo pelo contra-ataque.

1-4. ORGANIZAÇÃO

a. O Pelotão de Fuzileiros (Pel Fuz) é comandado por um 1º ou 2º Tenente.


É composto por uma turma de comando (Tu Cmdo), um grupo de apoio (Gp Ap)
e três grupos de combate (GC), totalizando 37 (trinta e sete) homens.
b. A turma de comando é composta pelo sargento adjunto e pelo radioperador.
Cada grupo de combate possui duas esquadras. O grupo de apoio é composto
por duas peças de metralhadora leve e por uma peça de morteiro leve.
c. O material orgânico do Pel Fuz consta do Quadro de Dotação de Material
(QDM) das Unidades de Infantaria.

Fig 1-1. Organograma do Pelotão de Fuzileiros

1-2
COMPOSIÇÃO ARMAMENTO
1º ou 2º Ten Comandante Fuzil
Tu 2º Sgt Adjunto Fuzil
Cmdo Sd Radioperador Fuzil
3º Sgt Cmt Gp Ap Fuzil
Cb Ch/At 1ª Pç Mtr Metralhadora e Pistola
1ª Pç Mtr
Sd Aux At 1ª Pç Mtr Reparo e Pistola
Gp Ap
2ª Pç Mtr Idêntica à 1ª Pç Mtr
Cb Ch/At Pç Mrt L Tubo-Bipé e Pistola
Pç Mrt L
Sd Aux At Pç Mrt L Placa-base e Pistola
3º Sgt Cmt GC Fuzil
Cb Cmt 1ª Esquadra Fuzil
Sd 1º Esclarecedor Fuzil
1ª Esq Sd 2º Esclarecedor (Atirador
Fuzil e L Roj AC
L Roj)
1º GC Sd Atirador 1ª Esquadra Fuzil Metralhador
Cb Cmt 2ª Esquadra Fuzil
Sd 3º Esclarecedor
Fuzil com L Gr
2ª Esq (Granadeiro)
Sd 4º Esclarecedor Fuzil e L Roj Ac
Sd Atirador 2ª Esquadra Fuzil Metralhador
2º GC Idêntica ao 1º GC
3º GC Idêntica ao 1º GC
Tab 1-1. Composição do Pelotão de Fuzileiros

1-5. ATRIBUIÇÕES DOS COMPONENTES

a. Comandante do Pelotão
1) Responsabilizar-se pela disciplina e bem-estar da tropa, instrução
dos homens, adestramento da fração, comando e controle, emprego tático e
manutenção do material de dotação distribuído ao seu pelotão.
2) Realizar suas tarefas por meio de um planejamento detalhado, tomando
decisões, distribuindo missões e supervisionando a execução de suas ordens.
Para tanto, é imperativo que o comandante do pelotão conheça bem os seus
homens, suas armas e a melhor forma de empregá-los em combate.
3) Comandar a fração, acionando seus auxiliares: Sgt Adj, Cmt GC e Cmt
Gp Ap.
4) Inteirar-se da situação tática, em todos os momentos, e estar presente
em local de onde possa intervir no combate.
5) Realizar o estudo de situação e decidir com base nas ordens do escalão
superior.
6) Manter informado o comando que lhe atribuiu a missão, prestando
conta de suas decisões.

1-3
7) Conduzir o tiro de artilharia e os morteiros na faixa do terreno em que
atua, quando for necessário.
8) Agir com iniciativa quando não houver ordens precisas em determinadas
situações, tendo sempre em mente a intenção do seu comandante imediato e o
objetivo final, que é o cumprimento da missão que lhe foi confiada.

b. Adjunto do Pelotão
1) É o substituto eventual do comandante do pelotão.
2) Auxilia o comandante do pelotão em suas tarefas.
3) Coordena os trabalhos da turma de comando.
4) Coordena o remuniciamento e o ressuprimento do pelotão.
5) Coordena a evacuação dos feridos e PG para a retaguarda.
6) Coordena as demais atividades logísticas no âmbito do pelotão.

c. Comandante do Grupo de Apoio


1) Coordena e controla o emprego das peças do grupo.
2) Coordena o remuniciamento das peças do grupo.

d. Comandante de Grupo de Combate


1) Emprega taticamente o seu GC, emitindo os comandos necessários
para o cumprimento da missão.
2) Impulsiona suas esquadras na ofensiva.
3) Seleciona as posições dos homens na defensiva.
4) Supervisiona as atividades logísticas do seu grupo.
5) Comanda, pela voz, a realização do tiro de fração e a manobra do GC.

e. Radioperador
1) Opera o rádio na ligação do pelotão com a companhia.
2) Atua como construtor de linha e operador da central telefônica do Pel.
3) Executa a manutenção de primeiro escalão do material de comunicações.

ARTIGO III
MANEABILIDADE

1-6. FORMAÇÕES TÁTICAS

a. Generalidades
1) As distâncias e os intervalos entre os grupos serão definidos em função
da situação do inimigo, do terreno, das condições de visibilidade e dos meios
disponíveis. As formações táticas apresentadas não são rígidas, podendo ser
adaptadas conforme as necessidades do combate.
2) O aproveitamento do terreno é mais importante do que a posição exata
que cada homem ou fração deve ocupar no dispositivo.
3) O comandante do pelotão não tem posição definida. Deve posicionar-
se onde possa melhor controlar o seu pelotão, geralmente à retaguarda do GC
que lidera a formação.

1-4
4) O adjunto se coloca onde possa melhor auxiliar o comandante do
pelotão no controle da fração, geralmente junto ao GC da retaguarda.
5) O radioperador se desloca junto ao comandante do pelotão.
6) Normalmente, a frente do pelotão varia de 150 a 250m e sua
profundidade não deve exceder a 250 m. Consideram-se normais as distâncias
e os intervalos de 20 a 50 metros entre as frações.
7) As peças do grupo de apoio devem ser localizados onde possam
melhor apoiar a manobra do pelotão. Dependendo da operação, poderão estar
junto aos grupos de combate ou ocupar uma base de fogos. O seu emprego será
coordenado pelo Cmt Gp Ap, de acordo com as ordens recebidas do comandante
do pelotão.
8) As formações táticas utilizadas pelo pelotão de fuzileiros são:
a) em coluna (por um ou por dois);
b) por grupos sucessivos;
c) por grupos justapostos;
d) em linha;
e) em cunha;
f) em cunha invertida ou em “V”; e
g) em escalão (à direita ou à esquerda).

b. Em coluna
A formação em coluna admite duas variantes: por um ou por dois.
1) Em coluna por um
a) Formação adotada para o movimento em terrenos restritivos (vege-
tação densa, região montanhosa, entre outros) ou em situações de visibilidade
reduzida (escuridão, nevoeiro, entre outros). É comum o emprego dessa forma-
ção no ataque noturno, desde a posição de ataque até o ponto de liberação dos
GC, bem como durante os deslocamentos nas faixas de infiltração.
b) Apresenta, como vantagens, fácil controle e rapidez de progressão.
c) Como desvantagens, proporciona pouca dispersão e mínimo poder
de fogo à frente.

1-5
Fig 1-2. Pelotão em coluna por um

d) Os grupos devem adotar, obrigatoriamente, a formação em coluna por


um, com 5 passos entre os homens e 5 metros entre os grupos. As distâncias
podem ser reduzidas em função da visibilidade.
2) Em coluna por dois
a) Essa Formação é adotada para o movimento em estradas. É co-
mum o seu emprego na marcha para o combate a pé.
b) Apresenta as mesmas características da coluna por um, porém é
mais flexível, pois facilita o emprego do fogo em ambos os flancos e permite
rápida mudança para outras formações.

Fig 1-3. Pelotão em coluna por dois

1-6
c) Todos os grupos do pelotão se deslocam em coluna por dois, apro-
veitando ambas as margens da estrada. Os GC marcham com uma esquadra
ao lado da outra.
c. Em linha
1) Essa Formação é adotada para a limpeza de áreas e para a transposição
de cristas e estradas. É comum o seu emprego no assalto a posições inimigas.
2) Apresenta, como vantagem, máximo volume de fogo à frente.
3) Como desvantagens, proporciona pouca dispersão e difícil controle.
4) Os GC, justapostos, devem adotar, obrigatoriamente, a formação em
linha, com 10 metros de intervalo entre si.

Fig 1-4. Pelotão em linha

d. Por grupos sucessivos


1) Essa Formação é adotada para vias de acesso estreitas que restringem
o desdobramento do pelotão. É comum o emprego dessa formação quando o
pelotão constitui a reserva da companhia que integra o escalão de ataque.
2) Apresenta, como vantagens, bom controle, boa dispersão e boa
potência de fogo nos flancos.
3) Como desvantagem, proporciona limitado volume de fogo à frente.
4) Os GC podem adotar qualquer formação tática, com distâncias de 20
a 50 metros entre si.

Fig 1-5. Pelotão por grupos sucessivos

1-7
e. Por grupos justapostos
1) Essa Formação é adotada para vias de acesso bastante amplas. É
comum o seu emprego quando o pelotão recebe a missão de fixar o inimigo em
posição.
2) Apresenta, como vantagens, boa dispersão e bom volume de fogo à
frente.
3) Como desvantagens, proporciona difícil controle e limitada potência de
fogo nos flancos.
4) Os GC podem adotar qualquer formação tática, com intervalos de 20
a 50 metros entre si.

Fig 1-6. Pelotão por grupos justapostos

f. Em cunha
1) Essa Formação é adotada quando ambos os flancos do pelotão estão
expostos. É comum o seu emprego quando o pelotão progride em direção a um
objetivo sem conhecer a localização do inimigo.
2) Apresenta, como vantagens, bom controle, boa dispersão e bom
volume de fogo à frente e nos flancos.
3) Os GC podem adotar qualquer formação tática, com distâncias e
intervalos de 20 a 50 metros entre si.

Fig 1-7. Pelotão em cunha

1-8
g. Em cunha invertida
1) Essa Formação é adotada, normalmente, durante a progressão no
ataque. É comum o seu emprego quando o pelotão realiza um ataque contra
posições inimigas conhecidas.
2) Apresenta, como vantagens, bom controle, boa dispersão e boa
potência de fogo em todas as direções, porém concentrada à frente.
3) Os GC podem adotar qualquer formação tática, com distâncias e
intervalos de 20 a 50 metros entre si.

Fig 1-8. Pelotão em cunha invertida

h. Em escalão
1) Essa Formação é adotada quando o pelotão apresenta apenas um
flanco exposto. O pelotão pode estar em escalão à direita ou à esquerda.
2) Apresenta, como vantagens, boa dispersão e boa potência de fogo à
frente e no flanco exposto.
3) Como desvantagem, proporciona difícil controle.
4) Os GC podem adotar qualquer formação tática, com distâncias e
intervalos de 20 a 50 metros entre si.

Fig 1-9. Pelotão em escalão à direita.

1-9
Fig 1-10. Pelotão em escalão à esquerda.

1-7. TÉCNICAS DE PROGRESSÃO

a. Generalidades
1) O pelotão progride combinando o fogo e o movimento a fim de cerrar
sobre o inimigo para destruí-lo ou capturá-lo por meio do combate aproximado.
Em conseqüência, o comandante do pelotão deve-se preocupar com os
deslocamentos de sua fração, de modo a conservar, ao máximo, a integridade
física de seus homens para o momento decisivo.
2) A técnica de progressão selecionada depende, basicamente, da
possibilidade de atuação do inimigo (segurança) e da velocidade necessária ao
movimento (rapidez). Em função desses fatores, o pelotão poderá adotar uma
das seguintes técnicas de progressão:
- progressão contínua;
- progressão protegida;e
- progressão por lanços.
b. Progressão contínua
1) Adotada quando a rapidez do movimento for o fator preponderante.
2) Normalmente, ocorre antes do contato com o inimigo, em operações
de movimento, como, por exemplo, na Marcha para o Combate.
3) As formações táticas empregadas são em coluna ou por grupos
sucessivos.
4) Nessa situação, o pelotão poderá se deslocar por estradas, em coluna
por dois, mesmo que seja o escalão de reconhecimento de uma vanguarda,
procurando manter a velocidade de marcha prescrita pelo comandante de
companhia.

1-10
5) Quando o pelotão tiver que abandonar a estrada, não pela ação do
inimigo, mas pela necessidade de manter uma direção, é normal que o GC ponta
adote a formação por esquadras sucessivas, enquanto os demais grupos podem
continuar em coluna por dois ou adotar outra formação.
6) O grupo de apoio se desloca enquadrado pelos grupos de combate.
7) Os homens se deslocam em marcha normal.

Fig 1-11. Pelotão em progressão contínua

c. Progressão protegida
1) Será adotada quando a necessidade de segurança for o fator
preponderante, porém o contato com o inimigo ainda não foi estabelecido.
2) Normalmente, ocorre no reconhecimento de regiões favoráveis à ação
inimiga e durante a conquista de objetivos em operações de marcha para o
combate, aproveitamento do êxito ou assalto aeromóvel / aeroterrestre quando
a presença inimiga não for observada.
3) As formações táticas empregadas devem priorizar a dispersão e
a segurança em todas as direções. Os intervalos entre os GC devem ser
aumentados. Podem ser utilizadas as formações por grupos sucessivos, em
cunha ou em escalão, conforme a situação do pelotão (isolado ou não) e o
dispositivo adotado pela companhia.
4) O grupo de apoio, normalmente, ocupa uma base de fogos para apoiar,
se necessário, os grupos de combate.
5) Os homens se deslocam em marcha normal.

1-11
Fig 1-12. Pelotão em progressão protegida

d. Progressão por lanços


1) Será adotada quando o movimento estiver vistas e(ou) fogos do inimigo,
por ser a necessidade de segurança um fator preponderante.
2) Normalmente, ocorre durante o ataque contra posições inimigas conhecidas.
Cabe ressaltar que, mesmo fora do alcance do armamento orgânico da tropa inimiga, tem
condições de conduzir fogos indiretos de artilharia e morteiros, além de guiar aeronaves
inimigas contra a nossa tropa em progressão.
3) Os lanços do pelotão devem ser realizados por grupos de combate.
Normalmente, um grupo permanece em apoio de fogo, enquanto outro executa
o lanço. Após o lanço inicial, o grupo que estava em apoio de fogo executa o seu
lanço sob a cobertura do outro grupo. O terceiro grupo, em reserva, desloca-se
por lanços à retaguarda do escalão de ataque.
4) Cada grupo de combate pode executar o seu lanço como um todo ou
por esquadras. A formação tática empregada pelo GC deve ser realizada por
esquadras justapostas.
5) A formação tática utilizada pelo pelotão deve proporcionar boa dispersão,
segurança nos flancos, flexibilidade de emprego da reserva e boa potência de fogo à
frente. A formação tática mais usual é em cunha invertida, porém, outras formações
podem ser adotadas conforme as condições do terreno, do inimigo e dos meios
disponíveis.
6) O grupo de apoio, normalmente, ocupa uma base de fogos para apoiar
os grupos de combate, deslocando-se por lanços quando o alcance de utilização do
armamento assim o exigir.
7) Os homens, sob vistas e fogos do inimigo, se deslocam em marcha
acelerada.
8) Sempre que possível, o pelotão ou suas frações devem buscar a
progressão por itinerários desenfiados, evitando a exposição desnecessária às
vistas e aos fogos do inimigo.

1-12
Fig 1-13. Pelotão em progressão por lanços

CONTÍNUA PROTEGIDA POR LANÇOS

Fator Preponderante Rapidez Segurança Segurança


Contato com Inimigo Não Não Sim

coluna ou grupos coluna, grupos sucessivos,


Formação Tática cunha invertida (mais usual)
sucessivos cunha ou escalão

Tab 1-2. Quadro comparativo das técnicas de progressão

1-8. CONDUTAS DO PELOTÃO

a. Deslocamentos motorizados
1) O pelotão de fuzileiros, ao realizar um deslocamento motorizado,
normalmente embarca em duas viaturas de cinco toneladas. O pelotão deve,
sempre que possível, manter a integridade tática dos seus grupos.
2) Dois grupos de combate e uma peça de metralhadora embarcam na
primeira viatura e, na segunda, embarcam a turma de comando, o restante do
grupo de apoio e o terceiro grupo de combate. Em cada viatura deve ser instalada
uma metralhadora leve.
3) O pelotão pode se deslocar-se por um dos seguintes processos
ou combinação deles: deslocamento contínuo, lanços sucessivos e lanços
alternados. Durante o deslocamento, deve ser mantido o contato visual entre as
viaturas.

1-13
Fig 1-14. Pelotão em deslocamento motorizado

4) O comandante da viatura-testa, ao atingir pontos críticos (pontes,


cruzamentos, etc) ou obstáculos (abatizes, crateras, entre outros) lançados
no itinerário, deve reconhecê-los e informar a situação, de imediato, ao
comandante de pelotão. Esclarecedores são lançados para o reconhecimento
do local, enquanto os demais fuzileiros proporcionam segurança à frente e
nos flancos. Os fuzileiros da segunda viatura desembarcam para a proteção
dos flancos. As viaturas ocupam posições cobertas fora da estrada. Se for
o caso, o comandante do pelotão deve solicitar o apoio de engenharia para
a desobstrução da estrada.
5) Dependendo da missão recebida, o pelotão deve reconhecer os eixos
laterais que demandam o itinerário de movimento. Uma viatura, com apenas um GC,
realiza o reconhecimento do eixo lateral, enquanto a outra permanece no itinerário
de movimento, provendo a segurança. O reconhecimento do eixo lateral deve ser
realizado dentro da distância de apoio de fogo do pelotão (grupo de apoio).

Fig 1-15. Reconhecimento de ponto crítico

1-14
b. Defesa contra aviação
1) Ao surgimento de aeronaves inimigas ou não identificadas, o primeiro
homem a avistá-las dará o alerta da seguinte forma: “ALERTA, AVIÃO!”
2) Se o terreno oferecer proteção, os homens devem buscar um abrigo
ou coberta, permanecendo imóveis. Caso contrário, o pelotão deve congelar-se
de imediato.
3) No caso de o pelotão estar em marcha por estrada, os homens e viaturas
devem abandonar seu leito, buscando um abrigo ou coberta, ou deitando-se nas
margens e permanecendo imóveis.
4) À noite, todas as luzes deverão ser apagadas.
5) Em caso de ataque aéreo contra a sua posição, o comandante do
pelotão deverá realizar fogo antiaéreo de autodefesa com todo o armamento
orgânico da fração. Caso não seja atacado, o Pel só realizará fogo mediante
ordem do Cmt Cia.
6) Passado o perigo, cessará o alerta e o pelotão prosseguirá na
missão.

Fig 1-16. Autodefesa antiaérea

c. Defesa contra blindados


1) Ao surgimento de blindados inimigos, o primeiro homem a avistá-los
dará o alerta da seguinte forma: “ALERTA, CARRO!”
2) Os homens devem fugir à observação dos blindados e abrigar-se.
O pelotão deve identificar os blindados e, caso sejam inimigos e conforme a
missão, empregar as armas anticarro orgânicas e recebidas em reforço.
3) Passado o perigo, cessará o alerta e o pelotão prosseguirá na
missão.

1-15
Fig 1-17. Defesa anticarro

c. Defesa contra agentes QBN


1) O primeiro homem a constatar a presença de agentes QBN dará o
alerta da seguinte forma: “ALERTA, AGENTES QUÍMICOS!” (ou “BIOLÓGICOS!”
ou “NUCLEARES!”).
2) Todos os integrantes do pelotão deverão colocar os equipamentos de
proteção individual de que forem dotados.
3) O local contaminado deve ser balizado e sua localização informada, de
imediato, ao escalão superior. O pelotão deve abandonar a área contaminada o
mais rápido possível.
4) Passado o perigo, cessará o alerta e o pelotão prosseguirá na
missão.

Fig 1-18. Equipamentos de proteção individual

1-16
CAPÍTULO 2
TRABALHO DE COMANDO

ARTIGO I
GENERALIDADES

2-1. CONCEITO

Trabalho de comando é o ciclo de atividades realizadas pelo comandante do


pelotão de fuzileiros, que tem início com o recebimento da missão, compreendendo
a preparação da tropa, o planejamento e a execução da operação.

2-2. FASES DO TRABALHO DE COMANDO

a. O trabalho de comando em combate compreende o recebimento da


missão, que é a fase na qual o comandante de companhia emitirá suas ordens
aos elementos subordinados; as normas de comando, em que o comandante
de pelotão de fuzileiros planejará a operação e preparará a sua tropa para o
cumprimento da missão imposta; e a execução propriamente dita.
b. A realização das três fases do processo decisório, dá ao comandante
de pelotão a certeza de que sua decisão se fundamenta em todas as situações
possíveis e em todas as informações disponíveis.

2-3. RECEBIMENTO DA MISSÃO

a. Ao receber a missão, o comandante de pelotão deve sanar todas as


suas dúvidas, solicitando dados e informações complementares que julgar
importantes para o seu planejamento. Ressalta-se que todas as informações
disponíveis sobre o inimigo, forças amigas, terreno, condições meteorológicas,
população local, meios disponíveis, prazos, elementos em contato, medidas de
coordenação e controle, instalações de comando e logísticas, comunicações,
dentre outras, serão transmitidas pelo comandante da companhia.
b. Normalmente, o comandante do pelotão receberá a ordem do comandante
da companhia, devendo conduzir material de anotação, material de topografia,
carta topográfica, bússola, binóculo, relógio e GPS. O adjunto do pelotão, o
radioperador e o mensageiro devem acompanhar o comandante do pelotão no
recebimento da missão.

2-1
c. O local para o recebimento da missão, normalmente, será um posto de
observação no terreno, podendo, também, ser uma instalação de comando. A
ordem do comandante da companhia é emitida verbalmente.
d. Após receber a ordem, o comandante do pelotão deverá conhecer a
intenção dos comandantes de companhia e do batalhão.

Fig 2-1. Recebimento da missão

ARTIGO II
NORMAS DE COMANDO

2-4. CONCEITO

As normas de comando compreendem todas as atividades de planejamento


e preparação, desenvolvidas pelo pelotão de fuzileiros, até a partida para o
cumprimento da missão. Elas permitem ao comandante do pelotão metodizar o
seu trabalho, evitando perda de tempo e esquecimentos.

2-5. SEQUÊNCIA DAS NORMASE COMANDO

a. A sequência das ações que orientam o trabalho de um comandante de pelotão


de fuzileiros, a partir do recebimento da missão, é a seguinte (POREOF):
1) Providências Iniciais
a) Realizar a análise sumária da missão atribuída ao pelotão.
b) Planejar a utilização do tempo disponível, reservando 1/3 para o seu
planejamento e 2/3 para seus elementos subordinados.
2-2
c) Ligar-se com os elementos vizinhos, em contato, em apoio e em refor-
ço.
d) Elaborar a ordem preparatória.
2) Observação e Planejamento do Reconhecimento
a) Observação
- Escolher um posto de observação, podendo ser o mesmo utilizado pelo
comandante de companhia, para realizar um rápido estudo do terreno, observando as
vias de acesso do pelotão até o objetivo e identificando os acidentes topográficos de
referência à manobra.
b) Planejamento do reconhecimento
(1) Determinar quem participa do reconhecimento, hora e local de
partida.
(2) Escolher os postos de observação a ocupar e o que reconhecer em
cada um deles (objetivo, vias de acesso, obstáculos, cobertas e abrigos, medidas de
coordenação e controle, posição de tiro para as armas de apoio, posições e armas
inimigas, etc).
(3) Selecionar um itinerário desenfiado para o reconhecimento,
percorrendo todos os postos de observação.
c) Emitir a ordem preparatória aos comandantes de grupo.
3) Reconhecimento
O reconhecimento é realizado conforme o planejamento.
4) Estudo de Situação
a) Rever a missão (já analisada nas providências iniciais).
b) Estudar a situação (terreno, condições meteorológicas, inimigo, meios
disponíveis e condições de tempo) e montar linhas de ação.
c) Analisar as linhas de ação opostas (nossas L Aç x L Aç do inimigo).
d) Comparar as nossas linhas de ação (vantagens x desvantagens).
e) Decidir pela melhor linha de ação.
5) Ordem de Operações
a) Emitir verbalmente a ordem de operações, prioritariamente à luz do terre-
no, em um posto de observação. Eventualmente, a ordem pode ser emitida por meio
de um caixão de areia ou de uma carta topográfica.
b) A ordem do comandante de pelotão será emitida aos comandantes de
grupo, ao adjunto do pelotão e aos elementos recebidos em reforço.
6) Fiscalização
a) Supervisionar, auxiliado pelo adjunto do pelotão, a execução das ordens
e auxiliar os elementos subordinados, quando necessário. Esta fase é de vital impor-
tância para o sucesso de qualquer operação.
b) Nessa fase, conforme a disponibilidade de tempo, deve ser realizado o
ensaio da operação.
c) Antes da partida para o cumprimento da missão, o comandante do pelo-
tão, auxiliado por seu adjunto, deve realizar uma inspeção dos homens e do material
a ser empregado na missão.

2-3
ARTIGO III
ESTUDO DE SITUAÇÃO

2-6. CONCEITO

a. O estudo de situação é um processo lógico e continuado de raciocínio, pelo


qual o comandante do pelotão considera todos os fatores que possam afetar a situação
tática e chega a uma decisão que objetive o cumprimento da missão.
b. Cabe ressaltar que o estudo de situação não cessa com a decisão, devendo
ser continuadamente revisto e atualizado, pois situações de conduta surgirão durante
o combate e exigirão do comandante do pelotão novas decisões.
c. Ressalta-se que qualquer operação deve ter um objetivo claramente definido. A
missão do pelotão, recebida do comandante da companhia, requer o estabelecimento
de linhas de ação exequíveis. A determinação da linha de ação mais adequada constitui
a finalidade do estudo de situação, que é uma das atividades mais importantes das
normas de comando.

2-7. FATORES DA DECISÃO

a. Os fatores da decisão são as partes componentes do estudo da situação tática


do comandante de pelotão e se constituem em: missão, inimigo, terreno e condições
meteorológicas, meios e tempo.
1) Missão
- O comandante do pelotão deve analisar a missão recebida do escalão
superior, procurando definir, claramente, as ações táticas a realizar (QUE), a sua se-
quência, as condições de tempo e espaço (QUANDO E ONDE) e a finalidade da
missão (PARA QUE).
2) Inimigo
a) O comandante do pelotão deve analisar os dados do inimigo, levantados
no seu reconhecimento e recebidos do escalão superior, concluindo sobre: valor e natu-
reza da tropa inimiga; localização no terreno, identificando os seus flancos; e a compo-
sição dos seus meios, particularmente o seu apoio de fogo.
b) O comandante do pelotão deve, ainda, levantar as ações que o inimigo é
capaz de realizar e que, se executadas, influenciarão no cumprimento da sua missão.
c) Toda informação sobre o inimigo, recebida do escalão superior, deve
ser repassada aos elementos subordinados, tais como: moral, grau de instrução,
atividades recentes, etc.
3) Terreno e Condições Meteorológicas
a) O comandante do pelotão deve analisar, detalhadamente, na frente
atribuída ao pelotão, os aspectos topotáticos do terreno (observação e campos
de tiro, cobertas e abrigos, obstáculos, acidentes capitais e vias de acesso),
integrando-os às condições meteorológicas (luar, crepúsculo, vento, precipita-
ções, temperatura e nevoeiros).
b) Em seguida, o comandante do pelotão deverá concluir sobre os
efeitos do terreno na operação (bases de fogos para as armas de apoio, regiões
desenfiadas, regiões impeditivas ou restritivas ao movimento, locais que propor-

2-4
cionam vantagem tática e o cumprimento da missão, melhor via de acesso, etc)
e sobre os efeitos das condições meteorológicas na transitabilidade, na visibili-
dade, no emprego de fumígenos e no emprego do pessoal e do material.

Fig 2-2. Estudo do terreno

4) Meios
a) O comandante do pelotão deve analisar os recursos humanos (efe-
tivo, moral, instrução, etc) e os materiais disponíveis (armamentos, comunica-
ções, viaturas, equipamentos de visão noturna, suprimentos, etc), incluindo os
meios recebidos em reforço.
b) Ao final, deve concluir sobre as condições da tropa e dos apoios de
fogo, logístico e de comunicações.
5) Tempo
a) A análise da duração provável da operação deve ser realizada com
base nos dados médios de planejamento.
b) O fator rapidez, quando for uma como característica da operação,
poderá se tornar um fator preponderante na escolha da melhor linha de ação.

2-5
b. Os conhecimentos obtidos no estudo dos fatores da decisão devem ser
integrados, a fim de possibilitar o levantamento de linhas de ação lógicas e
viáveis que permitam o cumprimento integral da missão.

2-8. LINHAS DE AÇÃO

a. Analisados os fatores da decisão, o comandante do pelotão levantará as


linhas de ação, devendo considerar:
- as ações táticas a realizar (QUE);
- a hora de início ou o prazo imposto (QUANDO);
- a frente atribuída ao pelotão e o objetivo imposto (ONDE);
- a forma de manobra, a formação tática e a técnica de progressão
(COMO).
b. As linhas de ação levantadas devem ser analisadas em relação às
possibilidades de interferência do inimigo, identificando possíveis situações de
conduta, a fim de visualizar alternativas de emprego dos meios e sincronizar as
ações da manobra com os elementos de apoio.
c. Em seguida, as linhas de ação devem ser comparadas, verificando-se as
vantagens e desvantagens de cada uma em relação ao terreno, à rapidez, ao
dispositivo do inimigo e ao nosso dispositivo, a fim de permitir ao comandante do
pelotão a escolha da melhor linha de ação.
d. Em razão da pequena disponibilidade de tempo, comum aos pequenos
escalões, é possível que o comandante do pelotão levante uma única linha de
ação.

2-9. DECISÃO

a. Ao final do seu estudo de situação, o comandante do pelotão terá chegado


a uma decisão sobre como cumprirá a missão.
b. Neste momento, deverão ser respondidos os seguintes itens:
1) QUEM (pelotão e reforços)?
2) QUE (ações táticas a realizar)?
3) QUANDO (hora ou prazo)?
4) ONDE (onde e por onde)?
5) COMO (esquema de manobra)?
6) PARA QUE (finalidade)?

2-10. SITUAÇÕES DE CONDUTA

a. O estudo de situação deve ser continuado durante o combate, verificando-


se as modificações nos fatores da decisão capazes de interferir no cumprimento
da missão. Em face dessas modificações, o comandante do pelotão deve
realizar um estudo de situação de conduta a fim de decidir por uma intervenção
no combate ou não.
b. O estudo de situação de conduta é simples. Deve ser realizado com
rapidez e abordar os seguintes aspectos:
1) Missão
2-6
- Foi alterada?
- Como vem sendo cumprida?
2) Inimigo
- O dispositivo do inimigo mudou?
- Existem tropas inimigas em condições de reforçar suas ações?
- Qual é o valor do inimigo no objetivo ou na penetração?
3) Terreno
- Surgiram novos obstáculos?
- Foram abertas novas vias de acesso?
4) Meios
- Qual é a situação dos nossos grupos de combate e dos pelotões
vizinhos?
- Qual é a disponibilidade de meios para intervir no combate?
- Qual é a situação do apoio de fogo?
5) Tempo
- Qual é o prazo para o emprego do grupo de combate reserva?
- Qual é o prazo para a realização dos fogos solicitados?
c. Ao final, o comandante do pelotão deve decidir se irá intervir ou não no
combate. Se optar pela intervenção, deve levantar uma linha de ação com base
nas seguintes medidas:
1) Intervir pelo fogo;
2) Reforçar um elemento de primeiro escalão;
3) Empregar a reserva;
4) Alterar as medidas de coordenação e controle; e
5) Combinar as ações anteriores.
d. Ao levantar a linha de ação de conduta, o comandante do pelotão deve
considerar, dentre outras, a melhor via de acesso, a abordagem da posição
inimiga pelo flanco, a proteção do flanco da peça de manobra empregada e a
rapidez da ação.
e. Após a decisão de conduta, o comandante do pelotão expede uma
ordem fragmentária aos seus elementos subordinados, a partir de um posto
de observação, abordando apenas os itens da ordem de operação que foram
modificados. O comandante do pelotão deve, ainda, informar a sua decisão de
conduta ao comandante de companhia.
f. A ordem fragmentária não tem forma definida, mas deve abordar:
1) a manobra concebida;
2) as ordens para os elementos subordinados;
3) quem constituirá a reserva do pelotão; e
4) quem receberá a prioridade de fogos.

2-7
CAPÍTULO 3
OPERAÇÕES OFENSIVAS

ARTIGO I
GENERALIDADES

3-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Somente a ação ofensiva conduz a resultados decisivos na guerra,


preservando a liberdade de ação de uma força e impondo a sua vontade ao
inimigo.
b. As operações ofensivas são realizadas para destruir forças inimigas,
conquistar acidentes capitais do terreno ou obter informações sobre o inimigo.
c. A missão da infantaria, na ofensiva, é cerrar sobre o inimigo para destruí-
lo ou capturá-lo, empregando o fogo, o movimento e o combate aproximado.
d. O sucesso de uma ação ofensiva exige a concentração de um superior
poder de combate no local e a rápida aplicação desse poder para destruir o
inimigo.

3-2. TIPOS DE OPERAÇÕES OFENSIVAS

a. Marcha para o combate – movimento tático realizado na direção do


inimigo, com a finalidade de estabelecer o contato ou restabelecê-lo, quando
perdido, e(ou) assegurar vantagens para operações futuras.
b. Reconhecimento em força – operação de busca de dados, com objetivo
limitado, para esclarecer a situação do inimigo.
c. Ataque – principal tipo de operação ofensiva da infantaria, caracterizado
pelo emprego coordenado do fogo e do movimento para a conquista de
objetivos.
d. Aproveitamento do êxito – operação subsequente a um ataque bem
sucedido com a finalidade de destruir a capacidade do inimigo de se reorganizar
ou realizar um movimento retrógrado organizado.
e. Perseguição – operação destinada a cercar e destruir uma força inimiga
em retirada.

3-3. FUNDAMENTOS DA OFENSIVA

a. Os fundamentos da ofensiva constituem a plena aplicação dos princípios


de guerra às situações do combate ofensivo e servem como um guia geral para
o emprego do pelotão de fuzileiros em operações dessa natureza.
3-1
b. Os fundamentos da ofensiva são:
1) Estabelecer e manter o contato;
2) Esclarecer a situação;
3) Explorar as deficiências do inimigo;
4) Controlar os acidentes capitais do terreno;
5) Concentrar superior poder de combate no momento e local decisivos;
6) Aproveitar o êxito;
7) Progredir pelo fogo e movimento;
8) Manter a impulsão do ataque;
9) Manter a segurança da força;
10) Manter a iniciativa no combate;
11) Neutralizar a capacidade de reação do inimigo.

ARTIGO II
MARCHA PARA O COMBATE

3-4. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. As marchas para o combate podem ser cobertas ou descobertas. Tal


classificação depende da existência de forças de segurança do escalão superior,
interpostas entre a tropa que marcha e o inimigo. Podem ser realizadas de dia ou
à noite, a pé ou motorizadas.
b. A marcha para o combate se desenvolve em três fases:
1) Primeira fase (Contato Remoto) – transcorre do local de partida até a
linha da pior hipótese (LPH), que corresponde ao trecho onde o inimigo terrestre
não tem possibilidade física de atuar sobre a tropa que marcha. Nesta fase, a
tropa adota a formação em coluna de marcha, em que predominam as medidas
administrativas em proveito da velocidade do movimento. Normalmente, o
deslocamento é motorizado ou realizado por outros meios de transporte.
2) Segunda fase (Contato Pouco Provável) – transcorre entre a linha
da pior hipótese e a linha de provável encontro (LPE), que corresponde ao trecho
onde se admite o encontro com os primeiros elementos inimigos, mesmo os de
reconhecimento. Nesta fase, a tropa adota a formação em coluna tática, em
que são consideradas as medidas administrativas e as medidas táticas. A tropa
marcha grupada taticamente, mantendo-se a integridade das frações com seus
reforços, porém sem o desdobramento em largura e em profundidade.
3) Terceira fase (Contato Iminente) – transcorre a partir da linha de
provável encontro, que corresponde ao trecho onde a tropa que marcha pode, a
qualquer momento, sofrer a ação do inimigo terrestre. Nesta fase, a tropa adota
a formação em marcha de aproximação, em que predominam as medidas táticas
em proveito da segurança do movimento. A tropa marcha desdobrada em largura
e em profundidade.

3-2
Fig 3-1. Fases da marcha para o combate

3-5. MEDIDAS DE PLANEJAMENTO

a. Dispositivo da Marcha para o Combate


1) O desdobramento de uma força, em largura e em profundidade, por
ocasião da marcha de aproximação, obedece ao seguinte dispositivo:
a) Grosso – formado pela maioria de meios da força que realiza a
marcha.
b) Forças de Segurança
(1) Força de Cobertura (segurança afastada) – opera à grande
distância do grosso, constituindo o seu elemento de reconhecimento e segurança.
Normalmente, é composta por tropas de cavalaria mecanizada.
(2) Forças de Proteção (segurança aproximada) – operam próximas
ao grosso.
(a) Vanguarda – proporciona segurança à frente, evitando retar-
damentos desnecessários ao grosso. Sua ação é ofensiva com a finalidade de
desobstruir o eixo de progressão.
(b) Flancoguarda – proporciona segurança nos flancos e sua
ação é defensiva.
(c) Retaguarda – proporciona segurança à retaguarda e sua
ação é defensiva.
2) A vanguarda de uma Brigada de Infantaria, normalmente, é constituída
por um Batalhão de Infantaria, o qual, por sua vez, se escalona da seguinte
forma:
a) Grosso – constituído pelas SU não empregadas em primeiro esca-
lão;
b) Escalão de combate – constituído por uma companhia de fuzileiros
reforçada;

3-3
c) Escalão de reconhecimento – constituído por um pelotão de fuzilei-
ros reforçado, sendo lançado pela companhia do escalão de combate;
d) Ponta – constituída por um grupo de combate, sendo lançada pelo
pelotão de fuzileiros do escalão de reconhecimento nas marchas a pé; e
e) Destacamento de segurança e reconhecimento (DSR) – lançado
pelo batalhão quando não houver elementos de segurança do escalão superior
à frente.
3) Nas marchas motorizadas, não é lançado o GC ponta. O pelotão de
fuzileiros, que compõe o escalão de reconhecimento motorizado, marcha como
um todo. Eventualmente, quando a situação assim o exigir, o pelotão de fuzileiros
realizará uma marcha a pé.

Fig 3-2. Batalhão vanguarda na marcha a pé

3-4
Fig 3-3. Batalhão vanguarda na marcha motorizada

b. Medidas de Coordenação e Controle


1) O controle do pelotão na marcha para o combate depende principalmente
do emprego correto das comunicações e da adoção adequada de medidas de
coordenação e controle. Tais medidas, normalmente, serão estabelecidas pelo
comandante de companhia ou pelos escalões superiores.
2) No seu planejamento de marcha, o comandante do pelotão deve
considerar:
a) Ponto inicial (PI) – local de início da marcha para o combate;
b) Hora de início do movimento – momento da partida;
c) Eixo de progressão – faixa do terreno que indica a direção geral de
movimento de uma peça de manobra;
d) Itinerário de marcha – caminho por onde a tropa se desloca, normal-
mente uma estrada;
e) Região de destino – área final dos elementos em segundo escalão
(grosso);
f) Objetivos de marcha – caracterizam o final da marcha para o com-
bate e são marcados por necessidade de segurança, devendo ser conquistados
pelos elementos de primeiro escalão, que adotarão medidas defensivas;
g) Linha de controle – linha aproximadamente perpendicular à direção
de marcha e facilmente identificável no terreno. Ao atingir a linha de controle, o
elemento participa ao escalão superior que a atingiu e prossegue sem deter seu
movimento;

3-5
h) Ponto de controle – adota-se o procedimento similar à linha de con-
trole;
i) Zona de reunião – área onde uma tropa se reúne a fim de se prepa-
rar para uma operação subsequente.

Fig 3-4. Medidas de coordenação e controle na marcha para o combate

c. Apoio ao Combate
1) O pelotão, constituindo o escalão de reconhecimento ou como
flancoguarda do batalhão, em princípio, recebe o reforço de armas de apoio da
companhia, usualmente uma peça de canhão sem recuo.
2) É possível que a seção de morteiros da companhia seja empregada
em apoio direto ao pelotão do escalão de reconhecimento ou flancoguarda. O
observador avançado, normalmente, acompanha o pelotão.
3) Elementos de reconhecimento de engenharia, normalmente, se
deslocam junto ao escalão de reconhecimento.

3-6. EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO

a. Marcha para o Combate a Pé


1) O Pelotão de Fuzileiros como parte do Grosso

3-6
a) Quando o pelotão de fuzileiros fizer parte da reserva do escalão de
combate ou do grosso do batalhão, deslocar-se-á em coluna tática.
b) Nas marchas a pé, o pelotão adotará a formação em coluna por
dois.
2) O Pelotão de Fuzileiros como Escalão de Reconhecimento
a) Missão
(1) A missão do pelotão, como escalão de reconhecimento, é evitar
retardos desnecessários à companhia e protegê-la contra a surpresa e a ação
inimiga vindas da frente.
(2) Sua missão é de natureza ofensiva, consequetemente as ações
do pelotão devem ser rápidas e agressivas a fim de conquistar e manter a inicia-
tiva no combate.
b) Desdobramento
(1) Nas marchas a pé, o comandante do escalão de reconhecimen-
to destaca à sua frente um grupo de combate como ponta que, em princípio, não
é reforçado.
(2) A distância entre o escalão de reconhecimento e a ponta, nor-
malmente de 200 metros, varia de acordo com o terreno e a visibilidade, poden-
do ser menor, à noite, ou maior, em terreno descoberto. Deve permitir que o es-
calão de reconhecimento possa se desdobrar sem sofrer interferência do inimigo
quando a ponta travar contato com ele. A ponta e o escalão de reconhecimento,
portanto, devem evitar seu deslocamento no mesmo compartimento do terreno.
(3) A formação tática mais indicada para a ponta e o escalão de
reconhecimento, nas marchas a pé em estrada, é a formação em coluna por
dois. A ponta adota a distância de 10 passos entre os homens, enquanto que o
escalão de reconhecimento reduz essa distância para 5 passos.

Fig 3-5. Desdobramento do escalão de reconhecimento

3-7
(4) O comandante do pelotão, em princípio, se posiciona à testa do es-
calão de reconhecimento. A ligação do escalão de reconhecimento com a ponta
é mantida por meio do rádio e dos homens de ligação, lançados pelo próprio
escalão de reconhecimento.
(5) Deve ocorrer, periodicamente, um revezamento do GC ponta, a fim de
não comprometer a sua eficiência.
c) Segurança
(1) A segurança à frente é proporcionada por elementos de reconheci-
mento do escalão superior ou pelo destacamento de segurança e reconhecimen-
to do batalhão.
(2) A segurança nos flancos da ponta e do escalão de reconhecimento,
em regra, limita-se à observação direta. O escalão de reconhecimento não lança
flancoguarda.
(3) Durante os altos, o escalão de reconhecimento estabelece sua própria
segurança. São estabelecidos postos de observação à frente e nos flancos, em
acidentes capitais dominantes, para evitar que elementos inimigos se aproxi-
mem sem serem descobertos.
d) Combate de encontro
(1) O pelotão participa de combates de encontro, engajando-se por in-
termédio de seus primeiros elementos com uma força inimiga parada ou em
movimento, sobre a qual dispõe de poucas informações.
(2) Em tais situações, os seguintes procedimentos devem ser adotados:
(a) A ponta, ao receber fogo inimigo, imediatamente entra em posição
de tiro para neutralizá-lo, identifica o valor e a localização (flancos) da tropa
oponente e informa ao comandante do escalão de reconhecimento, que, por sua
vez, repassa a informação à companhia.
(b) O comandante do GC ponta, após um breve estudo de situação
em face de uma tropa inimiga mais fraca, deve atacá-la rapidamente, buscando
realizar, sempre que possível, uma manobra de flanco. Deve, obrigatoriamente,
informar a sua manobra ao comandante do escalão de reconhecimento.
(c) O comandante do escalão de reconhecimento, ao ser informado
do contato com o inimigo, ocupa imediatamente um posto de observação para
fazer um rápido reconhecimento e acompanhar a manobra do GC ponta, pas-
sando a realizar um estudo de situação de conduta, caso fique detido.
(d) Na situação anterior, caso se possua superior poder de combate
em relação ao inimigo, o comandante do pelotão emite uma ordem fragmentária
aos seus elementos subordinados e informa sua decisão ao comandante da
companhia.
(e) Em seguida, ataca para destruir a resistência inimiga. Preferen-
cialmente, deve empregar o GC ponta para fixar o inimigo, enquanto manobra
com o restante do pelotão para incidir no flanco adversário. As armas de apoio
devem ocupar uma base de fogos, se possível, em condições de flanqueamento
à direção de ataque, buscando submeter o inimigo a fogos de várias direções.
(f) Se o escalão de reconhecimento ficar detido face ao inimigo ou se
este apresentar um poder de combate semelhante ao pelotão, o comandante do

3-8
escalão de combate centralizará as ações e realizará um ataque de oportunida-
de com toda a companhia.
(g) Após a neutralização da resistência inimiga, a marcha é reiniciada.

Fig 3-6. Ataque de oportunidade do escalão de reconhecimento

e) Objetivo de marcha
(1) Ao atingir as proximidades do objetivo de marcha, o pelotão reagrupa-
se e ocupa a posição de ataque da companhia.
(2) O comandante da companhia realiza um rápido reconhecimento e de-
sencadeia um ataque de oportunidade. Após a conquista do objetivo, são adota-
das as medidas de consolidação e reorganização.
3) O Pelotão de Fuzileiros como Flancoguarda do Batalhão
a) Missão
(1) A missão do pelotão flancoguarda é proteger o grosso do batalhão
contra a observação terrestre inimiga e os ataques nos flancos.
(2) Na eventualidade de um ataque inimigo, o pelotão combate defensi-
vamente para permitir o ininterrupto escoamento do grosso ou para permitir-lhe
tempo suficiente para se desenvolver.
b) Deslocamento
(1) O processo de deslocamento do pelotão depende do terreno (dispo-
nibilidade de itinerários paralelos) e dos meios de transporte disponíveis (mobi-
lidade).
(2) O pelotão pode se deslocar de forma contínua, com desdobramento
semelhante ao do escalão de reconhecimento de um batalhão vanguarda, ou
ocupar posições de bloqueio sucessivas nos eixos transversais que demandam
o itinerário do grosso.
3-9
(3) O deslocamento contínuo depende da existência de um itinerário pa-
ralelo ao do grosso, no limite da distância de apoio de fogo do batalhão, podendo
o pelotão dispor da mesma mobilidade em relação ao grosso.
(4) A ocupação de posições de bloqueio sucessivas requer uma mobili-
dade superior em relação ao grosso, proporcionada por viaturas ou aeronaves,
independentemente da existência ou não de um itinerário paralelo.
(5) No caso de o pelotão flancoguarda marchar a pé de e não haver um iti-
nerário paralelo ao do grosso, a flancoguarda deve ocupar posições de bloqueio
sucessivas, mediante rodízio de pelotão, realizado pelo batalhão, a cada posição
de bloqueio ocupada.
(6) As posições de bloqueio são núcleos de defesa com a missão de
retardar tropas inimigas que ataquem no flanco. O pelotão as ocupa como um
todo.
(7) Sempre que possível, em qualquer situação, o pelotão flancoguarda
deve possuir mobilidade superior à do grosso.

Fig 3-7. Pelotão flancoguarda ocupando posições sucessivas


3-10
b. Marcha para o Combate Motorizada
1) O Pelotão de Fuzileiros como parte do Grosso
a) Quando o pelotão de fuzileiros fizer parte da reserva do escalão de
combate ou do grosso do batalhão, deslocar-se-á em coluna tática.
b) O comandante do pelotão deverá proceder de forma contínua em
relação aos deslocamentos motorizados, conforme o previsto no Capítulo 1.
2) O Pelotão de Fuzileiros como Escalão de Reconhecimento
a) Missão – idêntica à da marcha para o combate a pé.
b) Desdobramento
(1) Nas marchas motorizadas, o comandante do escalão de reco-
nhecimento não destaca um grupo de combate como ponta.
(2) As viaturas do escalão de reconhecimento devem manter o con-
tato visual, deslocando-se no mesmo compartimento do terreno.
(3) O comandante do pelotão deve proceder conforme o previsto
no Capítulo 1 em relação aos deslocamentos motorizados. A ligação entre as
viaturas é mantida por meio do rádio.
c) Segurança – idêntica à da marcha para o combate a pé.
d) Combate de encontro
(1) O pelotão participa de combates de encontro, devendo desem-
barcar, de imediato, para permitir um desenvolvimento adequado no terreno.
(2) As viaturas devem abandonar a estrada e buscar posições de
abrigo.
(3) Os procedimentos adotados são semelhantes aos previstos na
marcha para o combate a pé, exceto que o escalão de reconhecimento combate,
inicialmente, como um todo e não parcelado.
e) Objetivo de marcha
(1) Ao atingir as proximidades do objetivo de marcha, o pelotão
desembarca em local determinado pelo comandante da subunidade e prossegue
seu movimento a pé até a posição de ataque da companhia.
(2) O comandante da companhia procede conforme o previsto na
marcha para o combate a pé.
3) O Pelotão de Fuzileiros como Flancoguarda do Batalhão
a) Missão – idêntica à da marcha para o combate a pé.
b) Deslocamento
(1) Os processos de deslocamento são semelhantes aos previstos
na marcha para o combate a pé.
(2) Considerando que o grosso se desloca em viaturas, o pelotão
flancoguarda motorizado pode obter uma mobilidade superior em relação ao
grosso, por meio do aumento da sua velocidade de deslocamento.
c. Marcha Noturna
1) As marchas noturnas para o combate atendem aos mesmos princípios
das marchas diurnas, observando-se as peculiaridades impostas pela restrição
de visibilidade.
2) A velocidade de marcha e as distâncias entre os homens/viaturas e os
escalões são reduzidas em relação ao deslocamento diurno.

3-11
3) Devem ser observadas rígidas normas de controle do movimento e
de disciplina de luzes e ruídos. Durante o movimento em noite escura, podem
ser usados meios de identificação especiais para evitar que os elementos se
percam.
4) Os combates de encontro à noite demandam muito mais tempo do que
durante o dia e, sem o devido reconhecimento, podem ocasionar pesadas perdas.
As condições de visibilidade reduzida restringem a capacidade de manobra e a
surpresa do atacante é perdida.
5) Equipamentos de visão noturna, distribuídos ao escalão de
reconhecimento, ou condições favoráveis de visibilidade noturna (lua cheia)
minoram as deficiências do combate noturno.

ARTIGO III
ATAQUE

3-7. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Existem dois tipos de ataque: o coordenado, que requer tempo suficiente


para um minucioso planejamento, reconhecimentos detalhados e ordens completas;
e o de oportunidade, que é caracterizado por um rápido reconhecimento, reduzido
tempo de planejamento e expedição de ordens fragmentárias.
b. Normalmente, o pelotão de fuzileiros participa de ataques coordenados
conduzidos por escalões superiores. Entretanto, pode realizar um ataque de
oportunidade, isoladamente, como decorrência de um combate de encontro.

3-8. MEDIDAS DE PLANEJAMENTO

a. Organização das Forças para o Ataque


1) O pelotão se organiza para o ataque, constituindo basicamente três
forças: o ataque principal, o ataque secundário e a reserva.
2) O ataque principal é composto por um grupo de combate que é
direcionado para a parte mais importante do objetivo do pelotão receber a
prioridade de apoio de fogo e, se possível, deve utilizar a via de acesso
mais favorável. Nas ações de flanco, é o elemento que desborda a posição
inimiga.
3) O ataque secundário é composto por um ou mais grupos de combate
cuja missão é auxiliar o ataque principal. Nas ações de flanco, é o elemento que
fixa o inimigo em posição.
4) O ataque principal e o secundário compõem o escalão de ataque.
5) A reserva é composta por um grupo de combate que constitui o principal
meio de intervenção no combate à disposição do comandante do pelotão.
Proporciona segurança à manobra e é empregada para manter a impulsão do
ataque. Nas ações de flanco, normalmente, a reserva segue à retaguarda do
ataque principal.

3-12
6) Em princípio, o pelotão não constitui reserva durante o assalto,
empregando todos os grupos de combate no escalão de ataque, a fim de
garantir a máxima potência de fogo contra as posições inimigas.
b. Formas de Manobra do Pelotão
1) O pelotão de fuzileiros pode executar um ataque, empregando uma
das seguintes formas de manobra: ação frontal ou ação de flanco.
2) Sempre que possível, o pelotão deve realizar uma ação de flanco no
dispositivo inimigo, pois essa forma de manobra evita o combate contra o maior
volume de fogos inimigos e aborda a posição adversária onde esta é mais fraca.
Cabe ressaltar que há uma maior dificuldade de coordenação e controle, pois
um dos grupos de combate deve ser empregado para fixar o inimigo em posição,
enquanto os demais desbordam a posição adversária. O pelotão pode, ainda,
realizar a ação de flanco como um todo, quando constituir o ataque principal da
manobra de flanco da companhia.

Fig 3-8. O pelotão de fuzileiros na ação de flanco

3-13
3) O pelotão realizará uma ação frontal quando o inimigo não apresentar
um flanco vulnerável, ou quando participar de ataques conduzidos por escalões
superiores, por imposição do esquema de manobra.

Fig 3-9. O pelotão de fuzileiros na ação frontal

c. Dispositivo para o Ataque


1) O dispositivo para o ataque é concebido em função da missão do
pelotão, da situação do inimigo, da transitabilidade do terreno, das condições
de visibilidade, da largura da via de acesso, da necessidade de segurança nos
flancos e dos meios recebidos em reforço.
2) Devem ser definidos os grupos de combate que integram o escalão de
ataque e aquele que constitui a reserva do pelotão, sendo baseados em uma das
formações táticas descritas no Capítulo 1.
3) Usualmente, o pelotão adota a formação em cunha invertida durante
a progressão da linha de partida até a posição de assalto, passando à formação
em linha para o assalto propriamente dito.
4) Condições específicas da missão, do inimigo, do terreno e dos meios
podem conduzir o comandante do pelotão a adotar outras formações táticas,
tais como: em coluna, por grupos sucessivos ou justapostos, em cunha ou em
escalão.
5) A formação tática por grupos justapostos emprega todos os grupos
3-14
de combate no escalão de ataque, normalmente, para fixar tropas inimigas de
mesmo valor. Nessa situação, o pelotão não constitui reserva.
d. Medidas de Coordenação e Controle
1) Zona de Reunião
a) É uma área onde a tropa realiza os preparativos para o combate.
Em princípio, a zona de reunião do batalhão está localizada a uma hora de mar-
cha das posições de ataque das companhias.
b) A área selecionada deve proporcionar cobertas e abrigo dos fogos
diretos do inimigo, espaço suficiente para a dispersão da tropa e das viaturas,
solo consistente para o trânsito das viaturas, obstáculos naturais para a proteção
contra ataques inimigos e proximidade da rede de estradas com dois ou mais
itinerários de entrada e saída.
c) São adotadas medidas de segurança ativas e passivas. As medidas
passivas incluem a dispersão, a camuflagem, a construção de abrigos e a disci-
plina de luzes e ruídos. As medidas ativas incluem o dispositivo defensivo circu-
lar; o lançamento de postos de observação, postos de vigia/escuta e patrulhas
de ligação; a instalação das armas de apoio, especialmente os meios de DAC e
DAAe; e o lançamento de obstáculos e do sistema de alarme.

Fig 3-10. O pelotão de fuzileiros na zona de reunião do batalhão

2) Posição de Ataque – última posição coberta e abrigada aquém da


linha de partida, onde ocorre o desdobramento da companhia, a qual adota o
dispositivo para o ataque estabelecido pelo comandante da subunidade.
3) Linha de Partida – linha normalmente balizada por um acidente do

3-15
terreno, facilmente identificável e aproximadamente perpendicular à direção de
ataque, com a finalidade de coordenar o início do ataque pelos elementos de
primeiro escalão.
4) Hora do Ataque – momento exato da transposição da linha de partida
pelo escalão de ataque.
5) Zona de Ação – área de responsabilidade, normalmente definida por
limites, atribuída a uma peça de manobra, a partir do escalão companhia de
fuzileiros. Ao pelotão de fuzileiros é atribuída uma parte da zona de ação da
companhia, definindo-se uma frente de ataque que varia de 150 a 250 metros.
Não se estabelecem limites entre os pelotões. Desta forma, o pelotão pode
utilizar a frente de um pelotão vizinho mediante coordenação com este.
6) Eixo de Progressão – eixo que indica a direção geral de movimento
de uma peça de manobra. O eixo de progressão não torna obrigatória a limpeza
de resistências inimigas, e a tropa que progride pode dele se afastar, quando
necessário.
7) Faixa de Infiltração – faixa do terreno que contém os itinerários
utilizados pela tropa que realiza uma infiltração. Deve ser suficientemente ampla
para permitir a passagem da força de infiltração sem o engajamento com os
elementos inimigos de vigilância.
8) Área de Reagrupamento – local onde a força de infiltração é reunida e
reorganizada durante o deslocamento pela faixa de infiltração.
9) Direção de Ataque – medida restritiva que indica a direção que deve
ser seguida pelo ataque principal de uma peça de manobra.
10) Linha de Controle – linha, normalmente, balizada por um acidente
do terreno facilmente identificável. Pode ser marcada no sentido transversal
à direção de ataque, para controlar a progressão das peças de manobra, ou
no sentido longitudinal, para indicar a distância de uma força de proteção de
flanco. O comandante do pelotão, ao atingir uma linha de controle, informa ao
comandante da companhia e, em princípio, não detém a sua progressão.
11) Posição de Assalto – linha, normalmente, balizada por um acidente do
terreno, facilmente identificável e aproximadamente perpendicular à direção de
ataque, cerca de 100 a 200 metros do objetivo, com a finalidade de coordenar o
assalto pelos elementos de primeiro escalão.
12) Objetivo – acidente capital do terreno que caracteriza o cumprimento
da missão, devendo ser facilmente identificável e compatível com o escalão
empregado na sua conquista. O objetivo do pelotão não deve ser maior que a
sua frente de ataque.
13) Ponto de Ligação – ponto onde o comandante de uma tropa determina
que suas peças de manobra estabeleçam o contato físico entre si. Esse contato,
normalmente, é realizado por destacamentos de ligação, que informam a
localização e a situação do elemento contatado.
14) Ponto de Controle – ponto de referência para controlar o movimento das
peças de manobra. Normalmente, marcado ao longo dos eixos de progressão.
O procedimento do comandante do pelotão é análogo ao da linha de controle.

3-16
15) Ponto de Coordenação – ponto balizado por acidente do terreno,
onde deve ocorrer a coordenação dos fogos e da manobra entre dois elementos
do escalão de ataque.
16) Ponto de Liberação – ponto onde o comandante de uma tropa libera
seus elementos subordinados ao controle de seus respectivos comandantes.

Fig 3-11. Medidas de coordenação e controle no ataque

3-9. EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO


a. Preparação para o Ataque
1) Os preparativos para o ataque são realizados na zona de reunião do
batalhão. O pelotão ocupa uma parte do setor da companhia e participa das
medidas de segurança estabelecidas.
2) Na zona de reunião, é realizado o planejamento do ataque, conforme
descrito no Capítulo 2, desencadeadas as atividades de reconhecimento do terreno
e do inimigo pelo comandante do pelotão e por patrulhas de reconhecimento,
lançadas sob a coordenação do batalhão.
3) O adjunto do pelotão coordena as medidas logísticas. É realizada
a manutenção preventiva do material, incluindo o armamento, o material de
comunicações e as viaturas. O suprimento é executado de forma a completar
as dotações individuais e coletivas de água, ração, combustível e munição. O
material desnecessário ao combate é reunido com o encarregado de material da
companhia junto aos trens de bagagem da subunidade.
3-17
4) Dentro das possibilidades, é permitido o descanso da tropa, sem que
ocorra o comprometimento da segurança.
5) Antes da partida para a posição de ataque, o comandante do pelotão,
auxiliado pelo adjunto, realiza a inspeção da tropa e do material. É desejável,
conforme a disponibilidade de tempo, a execução de um ensaio do ataque.
6) A um horário determinado, o pelotão se desloca para a posição de
ataque, enquadrado pela companhia. Após o desdobramento da companhia na
posição de ataque, o pelotão se desloca em direção à linha de partida a fim de
cruzá-la na hora do ataque, sob a proteção dos fogos de preparação. Todos os
movimentos são coordenados e controlados pelo comandante da companhia.
7) O ataque pode ser desencadeado diretamente de uma coluna de
marcha, sem prévia preparação, não havendo a obrigatoriedade da ocupação
de uma zona de reunião. Tal situação é mais comum nos combates de encontro
decorrentes das operações de movimento, como a marcha para o combate e o
aproveitamento do êxito.
b. Progressão da Linha de Partida até a Posição de Assalto
1) O pelotão transpõe a linha de partida na hora marcada, aproveitando
os abrigos e as cobertas existentes no terreno e a segurança proporcionada
pelos fogos de preparação.
2) Os grupos de combate do escalão de ataque progridem por lanços
com uma eficaz combinação de fogo e movimento, apoiando-se mutuamente
durante a progressão. O grupo de combate em reserva progride por lanços à
retaguarda do escalão de ataque do pelotão.
3) A utilização das cobertas e abrigos existentes, especialmente os
caminhos desenfiados, é fundamental para evitar os fogos inimigos e preservar
o poder de combate do pelotão para o momento decisivo.

Fig 3-12. Progressão pelo fogo e movimento

3-18
4) O pelotão deve manter a formação tática estabelecida pelo comandante.
Porém, quando um grupo de combate ficar detido em face de obstáculo ou de
fogos inimigos, os demais devem prosseguir, a fim de abrir novas vias de acesso
para o emprego do grupo reserva.
5) Os fogos de apoio das armas orgânicas e em reforço são empregados
para neutralizar as armas inimigas que estejam interferindo na progressão do
pelotão. O comandante do pelotão deve solicitar apoio de fogo de morteiros
à companhia para neutralizar as posições inimigas. As peças de metralhadora
e de morteiro leve, em princípio, ocupam uma base de fogos para apoiar a
progressão do pelotão, realizando a mudança de posição, por lanços, sempre
que o alcance de utilização do armamento for atingido, a fim de permitir um apoio
de fogo contínuo.
6) Ao atingir uma zona batida por fogos de artilharia ou morteiros, o pelotão
deve tentar desbordá-la. Se não for possível, deve transpô-la rapidamente.
7) Ao deparar-se com um obstáculo, o pelotão deve tentar desbordá-lo.
Se não for possível, o comandante do pelotão deve solicitar apoio de engenharia
para a abertura de uma passagem. Em princípio, a companhia realizará uma
operação de abertura de brecha, com o apoio de elementos de engenharia. O
pelotão poderá integrar a força de apoio, a força de assalto ou a força de abertura
de brecha. A utilização de fumígenos é essencial para permitir o trabalho da
engenharia.

Fig 3-13. Operação de abertura de brecha


3-19
c. Assalto à Posição Inimiga
1) Ao atingir a posição de assalto, o pelotão adota a formação tática em
linha, com a finalidade de garantir o maior volume de fogo possível contra as
posições inimigas. Nesse momento, o pelotão não constitui reserva.
2) Os fogos de apoio devem ser suspensos, transportados ou alongados,
a fim de evitar o fratricídio. Sinais convencionados ou ordens via rádio podem ser
utilizados para a coordenação do apoio de fogo.
3) Na posição de assalto, o comandante do pelotão deve comandar a
preparação para o assalto. Os homens devem armar suas baionetas e trocar seus
carregadores para assegurar as melhores condições de combate aproximado.
4) O assalto é desencadeado, mediante ordem do comandante de
companhia, e conduzido até a orla posterior do objetivo, onde são executadas
as ações de consolidação e reorganização.
5) O movimento do pelotão, durante o assalto, ocorre por uma das
seguintes técnicas:
a) Movimento contínuo – o pelotão avança, agressivamente, em passo
rápido e com alinhamento dos homens, desencadeando os fogos de assalto
sobre o inimigo;
b) Movimento por lanços – o pelotão progride por lanços, combinando
o fogo e o movimento, no âmbito dos grupos de combate, até atingir as posições
inimigas; e
c) Movimento sigiloso – o pelotão se desloca furtivamente até que o
sigilo seja quebrado pelo inimigo, quando, então, prossegue de forma contínua
ou por lanços.
6) O assalto contínuo só deve ser realizado quando houver grande
superioridade local de fogos sobre o inimigo. Caso contrário, deve ser executado
o assalto por lanços. O assalto sigiloso é, normalmente, utilizado em ataques
noturnos ou sob condições de visibilidade reduzida.
7) Durante as ações de combate aproximado, o pelotão pode capturar
prisioneiros de guerra. Alguns homens devem permanecer junto aos prisioneiros
de guerra até que outros elementos da companhia assumam a sua guarda. Esta,
normalmente, estará a cargo do pelotão reserva, que se incumbe da limpeza do
objetivo conquistado.

3-20
Fig 3-14. O pelotão no assalto contínuo

d. Consolidação do Objetivo
1) As ações de consolidação do objetivo conquistado visam a repelir
possíveis contra-ataques inimigos. O pelotão adota um dispositivo defensivo,
mantendo a formação tática em linha e ocupando posições na crista militar da
contra-encosta do objetivo. O comandante do pelotão determina setores de
defesa aos grupos de combate, utilizando o processo do relógio.
2) As armas orgânicas de apoio e em reforço se deslocam à frente e são
instaladas junto à posição defensiva do pelotão, batendo as prováveis vias de
acesso do inimigo.
3) Patrulhas de reconhecimento são lançadas à frente para verificar a
possível presença de elementos inimigos nas proximidades do objetivo e as
condições do terreno para o prosseguimento do ataque.
4) Elementos de segurança são estabelecidos à frente da posição. Cada
pelotão deve instalar, pelo menos, um posto de vigia/escuta. Patrulhas de ligação
são lançadas para realizar o contato com elementos vizinhos.
5) O pelotão reserva da companhia, normalmente, se encarrega da
limpeza do objetivo conquistado, capturando prisioneiros de guerra e verificando
os mortos inimigos.
e. Reorganização da Tropa
1) A reorganização da tropa consiste na adoção de medidas logísticas com
a finalidade de restabelecer o poder de combate do atacante, criando condições
para o prosseguimento do ataque ou para a manutenção do objetivo.
2) O efetivo deve ser conferido e redistribuído de acordo com o número
de baixas de cada grupo de combate. Os feridos, mortos e prisioneiros de guerra
devem ser evacuados conforme as NGA da companhia. Normalmente, elementos
da reserva da companhia se encarregam da evacuação para não desfalcar os
elementos de primeiro escalão.
3) O adjunto deve providenciar o remuniciamento do pelotão ou a
redistribuição da munição pelos grupos de combate. O material que tenha
3-21
sofrido danos ou extravios deve ser redistribuído nas frações, a fim de minimizar
as faltas. As comunicações, se perdidas, devem ser restabelecidas, e o material
danificado deve ser evacuado para manutenção.
4) O comandante do pelotão deve informar, de imediato, a situação de
pessoal e de material do pelotão ao comandante da companhia para a adoção
das medidas cabíveis.
f. Emprego do GC Reserva do Pelotão
1) O grupo de combate reserva acompanha, por lanços ou itinerários
desenfiados, a progressão do escalão de ataque, a fim de estar em condições
de pronto emprego para manter a impulsão do ataque do pelotão.
2) Em face de uma situação de conduta, por alteração dos fatores da
decisão que possam interferir no cumprimento da missão, o comandante do
pelotão dispõe da reserva como principal meio de intervenção no combate.
3) A reserva é prontamente empregada para repelir contra-ataques
inimigos que incidam no flanco do pelotão. O GC reserva pode utilizar suas
armas AC, como o lança-rojão, para neutralizar ataques de carros inimigos.
Normalmente, o pelotão recebe em reforço uma peça de canhão sem recuo, que
também colabora na destruição dos carros inimigos.
4) A reserva, quando um GC de primeiro escalão ficar detido, pode
ser empregada em uma nova direção para substituí-lo no escalão de ataque,
mantendo a impulsão do ataque e incidindo preferencialmente no flanco
inimigo.
5) A reserva pode, também, substituir um GC de primeiro escalão que
tenha sofrido muitas baixas, acarretando na perda do seu poder de combate.
6) A reserva pode, ainda, apoiar pelo fogo, em posição de flanqueamento,
elementos vizinhos que estejam detidos por fogos inimigos.

Fig 3-15. O emprego do GC reserva


3-22
7) O comandante do pelotão dispõe da reserva para lançar destacamentos
de ligação a fim de estabelecer contato com elementos vizinhos. O destacamento
de ligação informa ao comandante do pelotão a localização e a situação do
elemento a ser ligado. Se o elemento vizinho estiver detido, expondo o flanco do
pelotão, o destacamento de ligação assume a sua segurança.

Fig 3-16. Destacamento de ligação

g. O Pelotão Reserva da Companhia


1) O pelotão reserva se desloca por lanços ou itinerários desenfiados,
acompanhando a progressão do escalão de ataque da companhia. É o principal meio
de intervenção no combate de que dispõe o comandante da companhia em situações
de conduta.
2) Suas missões são similares às descritas no emprego do GC reserva
do pelotão. Em princípio, o comandante do pelotão reserva se desloca junto ao
comandante da companhia.
3) Durante a progressão do escalão de ataque, o comandante do pelotão
reserva realiza um estudo de situação continuado com base em hipóteses de emprego
da reserva, a fim de permitir uma rápida ação caso alguma hipótese se concretize.
4) O comandante da companhia pode determinar que o pelotão reserva
constitua um destacamento de segurança, normalmente no valor de um grupo de
combate, para proteger um flanco exposto da subunidade. O destacamento de
segurança pode ficar sob o controle do comandante do pelotão ou da companhia,
conforme determinação deste último.
3-23
5) Normalmente, o pelotão reserva recebe a missão de realizar a limpeza
do objetivo conquistado pelo escalão de ataque da companhia. Para tal, deve
acompanhar o assalto dos pelotões de primeiro escalão à esteira, na formação
tática em linha, assumindo a guarda dos prisioneiros de guerra capturados pelos
elementos de assalto e verificando os mortos inimigos.
h. O Pelotão como Força de Proteção de Flanco do Batalhão
1) O pelotão de fuzileiros pode receber a missão de constituir a força de
proteção de flanco do batalhão. Tal situação ocorre quando o batalhão apresenta
um flanco exposto que pode ser explorado por tropas inimigas através de contra-
ataques.
2) O pelotão deve atuar dentro da distância de apoio de fogo do batalhão
e cumprirá sua missão por meio de posições de bloqueio que barrem as vias
de acesso inimigas ao flanco da unidade. O pelotão ocupa sucessivamente as
posições de bloqueio, como um todo, à medida que o escalão de ataque avança
na zona de ação do batalhão.

Fig 3-17. O pelotão como força de proteção de flanco

3) Uma vez atacado, o pelotão deve retardar o inimigo, engajando-o pelo fogo
o mais longe possível, a fim de proporcionar o tempo necessário para a manobra
do batalhão. O pelotão deve solicitar apoio de fogo ao batalhão e somente retrairá
mediante ordem.
i. O Pelotão como Força de Fixação
1) A manobra de flanco da companhia requer uma ação frontal de fixação
da tropa inimiga, com a finalidade de garantir a liberdade de manobra da força de
desbordamento. Essa ação tática visa a impedir o desengajamento da tropa inimiga
em contato.
3-24
2) A força de fixação desencadeia o seu ataque até a distância do combate
aproximado, cerca de 100 a 200 metros da posição inimiga, sem, contudo,
assaltá-la. Uma boa medida de coordenação e controle é o estabelecimento de
uma linha de controle para limitar a progressão da força de fixação na distância
considerada.
3) Os fogos da força de fixação devem ser eficazes o suficiente para
impedir que o inimigo consiga realizar um retraimento com sucesso, seja para
se retirar ou para ocupar posições suplementares contra o ataque principal da
companhia. Os fogos da força de fixação devem ser suspensos quando a força
de desbordamento atingir a posição de assalto no flanco inimigo, com a finalidade
de evitar o fratricídio.
4) Normalmente, o valor desejável de um ataque de fixação é o valor do
inimigo a ser fixado. O pelotão, em princípio, adota a formação tática por grupos
justapostos, a fim de garantir um bom volume de fogos à frente.

Fig 3-18. O pelotão como força de fixação

j. O Pelotão na Infiltração
1) A infiltração é uma forma de manobra tática ofensiva, empregada pelo
batalhão e escalões superiores, em que se desdobra uma força à retaguarda
de uma posição inimiga, por meio de um deslocamento dissimulado, para o
cumprimento de uma determinada missão.
2) A companhia e o pelotão de fuzileiros podem integrar a força de
infiltração em um ataque realizado pelo batalhão.
3) A infiltração, como técnica de movimento do pelotão de fuzileiros,
consiste em um deslocamento furtivo através de terrenos restritivos, tais como:
matas densas, pântanos ou regiões montanhosas.
4) A utilização dessa técnica requer tempo suficiente para o deslocamento
da tropa, restrição de visibilidade (à noite ou sob nevoeiro) e um fraco dispositivo
3-25
inimigo de vigilância.
5) O pelotão pode se deslocar como um todo ou fracionado por grupos,
defasados no tempo, conforme as determinações do comandante da companhia.
A formação tática mais adequada é em coluna por um.
6) A faixa de infiltração contém os itinerários utilizados pelos grupos de
infiltração. Ao longo dessa faixa, são estabelecidas áreas de reagrupamento,
onde o pelotão se reorganiza. A última área de reagrupamento coincide com a
posição de ataque da companhia.
8) O comandante do pelotão, normalmente, desloca-se junto ao primeiro
grupo de infiltração e informa ao comandante da companhia a passagem do
pelotão pelos pontos e linhas de controle estabelecidos e a reorganização do
pelotão nas áreas de reagrupamento.
7) De acordo com a disponibilidade de tempo, por determinação do
escalão superior, o pelotão poderá não ocupar as áreas de reagrupamento, a fim
de não deter a progressão da força infiltrante.
9) Em caso de quebra do sigilo, os grupos de infiltração se reorganizam
na área de reagrupamento anterior, atuando conforme a determinação do
comandante da companhia.

3-26
CAPÍTULO 4
OPERAÇÕES DEFENSIVAS
ARTIGO I
GENERALIDADES

4-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. As operações defensivas são situações temporárias adotada por uma


força até que se possa tomar ou retomar a ofensiva.
b. Serão realizadas para ganhar tempo, economizar forças em uma área,
impedir o acesso do inimigo a uma determinada região, destruir forças inimigas
canalizadas para uma área e proteger ou cobrir a manobra de uma força
amiga.
c. A missão da infantaria, na defensiva, é deter o inimigo pelo fogo à frente da
posição, repelir o seu assalto pelo combate aproximado e destruí-lo ou expulsá-
lo pelo contra-ataque, caso ele consiga penetrar na posição.
d. O defensor deve aproveitar toda oportunidade para obter a iniciativa,
selecionando a área de combate, forçando o inimigo a reagir conforme o plano
defensivo, explorando as vulnerabilidades do inimigo por meio de ações ofensivas
e contra-atacando as forças inimigas que tenham obtido sucesso.

4-2. TIPOS DE OPERAÇÕES DEFENSIVAS

a. Defesa em posição – operação realizada para deter a progressão do


inimigo, em uma área previamente organizada, resistindo a um ataque inimigo
ou destruindo suas forças.
b. Movimento retrógrado – movimento tático para a retaguarda, de forma
organizada, a fim de se evitar um combate decisivo, sob condições desfavoráveis,
que possa comprometer a integridade da força.

4-3. FUNDAMENTOS DA DEFENSIVA

a. Os fundamentos da defensiva são usados para assegurar o máximo


de coordenação entre o dispositivo da tropa, as características do terreno e a
aplicação da potência de fogo.
b. Os fundamentos da defensiva são:
1) utilização adequada do terreno;
2) máximo emprego de ações ofensivas;
3) apoio mútuo;

4-1
4) defesa em todas as direções;
5) defesa em profundidade;
6) dispersão;
7) segurança;
8) integração e coordenação das medidas defensivas;
9) flexibilidade;
10) utilização judiciosa do tempo disponível.

ARTIGO II
DEFESA DE ÁREA

4-4. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. A defesa em posição compreende as seguintes formas de manobra: a


defesa de área e a defesa móvel.
b. A defesa de área é adotada para manter uma determinada área, cuja
posse é assegurada pelo emprego da maioria de meios em primeiro escalão, a
fim de resistir a um ataque inimigo.
c. A defesa móvel é empregada a partir do escalão divisão de exército com a
finalidade de destruir as forças inimigas, canalizadas para uma região favorável
no interior da posição defensiva, por meio de um potente contra-ataque realizado
por forças blindadas.
d. O pelotão de fuzileiros pode participar de ambas as formas de manobra,
enquadrado pela companhia de fuzileiros, em operações defensivas realizadas
por escalões superiores.

4-5. MEDIDAS DE PLANEJAMENTO

a. Organização da Defesa
1) A defesa é escalonada em três áreas: área de segurança, área de
defesa avançada (ADA) e área de reserva. A posição defensiva é composta pela
área de defesa avançada e pela área de reserva. O pelotão de fuzileiros pode
ser empregado em qualquer das três áreas citadas.

4-2
Fig 4-1. Escalonamento da defesa do batalhão

2) Área de segurança
a) A área de segurança está localizada entre o limite anterior da área
de defesa avançada (LAADA) e a posição dos elementos de segurança. As for-
ças que guarnecem esta área constituem o escalão de segurança.
b) A missão do escalão de segurança é dar o alerta oportuno da apro-
ximação do inimigo, retardar e desorganizar sua progressão, impedir a observa-
ção terrestre e os fogos diretos sobre a ADA, iludir o inimigo quanto à verdadeira
localização do LAADA e realizar ações de contrarreconhecimento.
c) O escalão de segurança possui a seguinte composição:
(1) Força de cobertura (F Cob) – elemento de segurança lançado,
normalmente, pelo exército de campanha, para proporcionar tempo para a
preparação da posição defensiva, por meio de uma ação retardadora, cerca de
80 a 120 Km à frente do LAADA;
(2) Postos Avançados Gerais (PAG) – elemento de segurança da
divisão de exército, estabelecido cerca de 8 a 12 Km à frente do LAADA; e
(3) Postos Avançados de Combate (P Avç C) – elemento de
segurança da brigada, estabelecido cerca de 800 a 2000 m à frente do LAADA.
(4) Elementos de segurança aproximada – consistem em postos de
vigia/escuta e patrulhas de ligação, lançados até 500 m à frente do LAADA.
3) Área de defesa avançada
a) A área de defesa avançada está localizada entre o LAADA e a reta-
guarda dos elementos em primeiro escalão.
4-3
b) A missão dos elementos da ADA é deter o inimigo pelo fogo à frente
da posição e repelir o seu assalto pelo combate aproximado.
4) Área de reserva
a) A área de reserva está localizada entre a retaguarda dos elementos
em primeiro escalão e a retaguarda do escalão considerado.
b) A missão da reserva é aprofundar a defesa, limitando as penetra-
ções inimigas; realizar contra-ataques e reforçar ou substituir os elementos da
ADA.
b. Medidas de Coordenação e Controle
1) Limite anterior da área de defesa avançada (LAADA) – linha balizada
pela orla anterior dos núcleos de defesa de primeiro escalão (traçado real). A
localização geral do LAADA, normalmente definida em acidentes nítidos do
terreno, indica a área a ser defendida e proporciona flexibilidade para um melhor
aproveitamento do terreno.
2) Zona de ação – área de responsabilidade, normalmente definida por
limites, atribuída a uma peça de manobra a partir do escalão companhia de
fuzileiros. Ao pelotão de fuzileiros é atribuída uma parte da zona de ação da
companhia, definindo-se uma frente de defesa para o pelotão.
3) Limites – estendem-se à frente e à retaguarda do LAADA, a fim de
delimitar a área de responsabilidade da companhia. Normalmente, não são
usados limites entre os pelotões.
4) Pontos limites – marcados sobre os limites laterais para indicar o
traçado geral do LAADA e a linha dos P Avç C, definindo onde os elementos
vizinhos devem coordenar seus fogos e dispositivos defensivos.
5) Zona de reunião – área onde uma tropa se reúne a fim de se preparar
para o cumprimento de uma determinada missão. Na defesa, a partir do escalão
batalhão, é comum o estabelecimento de zonas de reunião para os elementos
em reserva.
6) Posições de aprofundamento – núcleos de defesa localizados na área
de reserva para a continuação do combate defensivo em profundidade.

4-4
Fig 4-2. Medidas de coordenação e controle na defesa

c. Medidas Defensivas
1) Segurança aproximada
a) O sistema de segurança aproximada é estabelecido pelas compa-
nhias de fuzileiros da ADA, consistindo em postos de vigia/escuta e patrulhas de
ligação, lançados até 500 metros à frente do LAADA.
b) Normalmente, a companhia determina que cada pelotão de fuzileiros
em primeiro escalão destaque um posto de vigia/escuta à frente de sua posição,
composto por dois a quatro homens. Em princípio, os vigias são substituídos de
duas em duas horas e deverão estar em dupla à noite. Meios de comunicações
devem ligar o posto ao pelotão.
c) O posto de vigia (diurno) se localiza cerca de 400 metros à frente do
LAADA. Sua missão é dar o alerta da aproximação de tropas inimigas, sem se
engajar pelo fogo, exceto para sua autodefesa.
d) O posto de escuta, estabelecido à noite, tem sua localização recu-
ada para cerca de 200 metros à frente do LAADA. Tal posicionamento coincide
com a provável linha de desenvolvimento dos ataques noturnos inimigos.
e) A companhia lança, ainda, patrulhas de ligação, no valor esquadra,
para estabelecer contato com os postos de vigia/escuta e cobrir os intervalos e
flancos da posição defensiva da subunidade. Normalmente, isso é encargo do
pelotão reserva.
f) Além da segurança aproximada, à frente do LAADA, cada grupo de
4-5
combate ou guarnição de arma de apoio deve manter, permanentemente, na
posição da fração, um vigia local em situação de alerta.

Fig 4-3. Medidas de segurança aproximada

2) Apoio de Fogo
a) Classificação dos Fogos na Defensiva
(1) Fogos longínquos – planejados para bater o inimigo o mais longe
possível a fim de retardar a sua progressão, sendo constituídos, normalmente,
pelos fogos dos postos avançados de combate e dos morteiros e artilharia.
(2) Fogos defensivos aproximados – planejados para desorganizar
o ataque inimigo, antes do assalto, sendo constituídos pelos fogos da ADA e
desencadeados a partir de linhas de acionamento, que coincidem com o alcance
de utilização de cada armamento, observando as limitações topotáticas impostas
pelo terreno.
(3) Fogos de proteção final – planejados para repelir o assalto
inimigo, sendo constituídos pelos fogos da ADA e desencadeados a partir da linha
de proteção final (LPF), que coincide com a posição de assalto inimiga (cerca de
100 a 200 metros à frente do LAADA). A artilharia e os morteiros desencadeiam
as suas barragens.
(4) Fogos no interior da posição – planejados para limitar as possíveis
penetrações inimigas e apoiar os nossos contra-ataques, sendo desencadeados
no interior dos núcleos de defesa e de seus intervalos.

4-6
Fig 4-4. Fogos na defensiva

b) Planejamento do Apoio de Fogo do Pelotão


(1) Na defesa, é o fogo que detém o inimigo. Posições de tiro de
armas de apoio do batalhão e da companhia podem ser desdobradas no interior
do núcleo de defesa do pelotão. Cabe ao comandante do pelotão coordenar o
posicionamento de tais peças com o seu dispositivo defensivo.
(2) A unidade de tiro das metralhadoras é a peça, devendo ser
empregadas aos pares para obter o desejável cruzamento de fogos. Podem
ocupar posições de tiro distintas e receber setores de tiro diferentes.
(3) As metralhadoras do grupo de apoio devem, em princípio, ser
posicionadas nos intervalos dos grupos de combate. Condições especiais do
terreno podem impor a localização das peças no interior dos núcleos dos grupos
de combate.
(4) A direção principal de tiro das metralhadoras, coincidente com a
LPF, deve permitir o cruzamento de fogos à frente do núcleo de defesa do pelotão,
priorizando o bloqueio da via de acesso. Em razão do alcance de utilização das
metralhadoras, seus fogos permitirão, ainda, bater secundariamente os intervalos
entre os pelotões da ADA. As metralhadoras do pelotão reserva têm a missão de
bater os intervalos e flancos dos núcleos de defesa da ADA.
(5) A peça de morteiro leve ocupa uma posição de tiro no interior
do núcleo de defesa do pelotão. A posição deve proporcionar segurança para
a peça e, se possível, um itinerário desenfiado para o remuniciamento. Deve,
ainda, permitir a observação e o controle do tiro pelo chefe de peça.

4-7
(6) São planejadas concentrações de morteiro leve com referência
em acidentes do terreno que constituam locais favoráveis ao desdobramento
de tropas e armas coletivas inimigas ou que constituam regiões de passagem
obrigatória.
(7) O comandante do pelotão pode, também, solicitar apoio de
fogo de morteiros e artilharia à companhia, a fim de complementar os fogos do
pelotão.

Fig 4-5. Posicionamento das metralhadoras

c) Defesa Anticarro do Pelotão


(1) O pelotão dispõe de armas anticarro orgânicas (lança-rojões),
distribuídas aos grupos de combate. Pode receber, também, armas anticarro em
reforço da companhia (canhões sem recuo).
(2) Deve planejar o emprego dos canhões sem recuo de modo a
bater as vias de acesso favoráveis à progressão dos carros de combate inimigos,
atribuindo a cada peça um setor e uma direção principal de tiro.
(3) Os lança-rojões devem ser, em princípio, posicionados nas
extremidades dos grupos de combate a fim de flanquear os carros inimigos que
ataquem suas posições.

4-8
Fig 4-6. Posicionamento dos lança-rojões

3) Construção de Obstáculos
a) O pelotão constrói os obstáculos de proteção local, que consistem
em redes de arame, lançadas de 40 a 100 metros dos abrigos, ao redor do
seu núcleo de defesa. Pode, ainda, lançar redes suplementares, interligando
as redes de proteção local dos pelotões. A infantaria emprega, normalmente, a
concertina e a cerca de quatro fios.
b) As redes táticas de arame, integrantes da barreira de cobertura ime-
diata, construída pela engenharia, devem ser batidas pelos fogos de proteção
final das metralhadoras dos pelotões da ADA.
c) Tropas de infantaria podem auxiliar a engenharia na construção de
parcela dos obstáculos do plano de barreiras, normalmente aqueles de menor
complexidade técnica e que não exigem pessoal ou material especializados.

4-9
Fig 4-7. Posicionamento dos obstáculos

4-6. EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO

a. Preparação da Posição Defensiva


1) Após a emissão da ordem de defesa, o pelotão ocupa uma posição de
espera, coberta e abrigada, no dispositivo de alto-guardado e nas proximidades
da posição defensiva. Em seguida, é realizado o reconhecimento da posição
pelo comandante do pelotão, acompanhado de seus comandantes de grupo
subordinados e de um guia por fração, com a finalidade de assinalar no terreno
as extremidades da frente do pelotão, bem como dos grupos de combate,
estabelecendo os intervalos entre eles.
2) Definidas as posições de cada grupo, os guias retornam para a posição
de espera e conduzem a tropa até os locais determinados, onde os Cmt GC
fixarão a posição exata de cada toca de seus grupos.
3) O pelotão de fuzileiros, ao preparar um núcleo de defesa, adota a
formação tática em linha, ocupando fisicamente uma frente de 400 metros.
Dispõe seus grupos de combate lado a lado, intervalados de 50 a 100 metros
entre si. Cada grupo de combate ocupa uma frente de 70 a 100 metros.
4) O intervalo entre os abrigos varia conforme o terreno. Em áreas limpas,
o intervalo entre as tocas individuais é de 10 metros e entre as tocas duplas é
de 20 metros. Em terreno sujo, as distâncias são reduzidas à metade, ou seja, 5
a 10 metros, respectivamente, o que provoca a diminuição da frente do pelotão.
Sempre que possível devem ser preparadas tocas duplas, porque influem
diretamente no moral dos homens.
5) A frente de defesa do pelotão é maior do que a frente ocupada, porque

4-10
é batida por seus fogos. Normalmente, a frente defendida pelo pelotão é de 900
metros. O comandante do pelotão designa a cada grupo de combate um setor
de tiro na linha de acionamento do fuzil (600 m - tiro de fração). Os setores dos
GC devem ser parcialmente sobrepostos nas extremidades. O comandante de
grupo, por sua vez, designa um setor de tiro específico para cada homem na LPF
(100 a 200 m - tiro individual).

Fig 4-8. Núcleo de defesa do pelotão

6) O pelotão, além das posições principais, prepara posições


suplementares nos flancos e na retaguarda, observando o princípio da defesa
em todas as direções. À medida que o tempo permitir, devem ser preparadas
sapas de ligação para proporcionar itinerários desenfiados entre as posições
principais e suplementares. A profundidade do núcleo de defesa do pelotão varia
de 50 a 200 metros.
7) As metralhadoras, quando colocadas nos intervalos dos grupos de
combate, não causam acréscimo na frente ocupada pelo pelotão. Se posicionadas
no interior do núcleo de um grupo de combate, provocarão um aumento de 25
metros na frente do GC.
8) Os abrigos devem ser preparados na crista militar do acidente capital,
onde se localiza o núcleo de defesa do pelotão, evitando-se, ao máximo, os
ângulos mortos proporcionados por dobras do terreno. A rasância das armas de
tiro tenso é fundamental para o sucesso da defesa.

4-11
Fig 4-9. Rasância das armas de tiro tenso

9) O comandante do pelotão posiciona-se onde melhor possa conduzir a defesa.


Normalmente, ocupa um posto de observação, que também funciona como posto de
comando, no interior do núcleo de defesa do pelotão.
10) O comandante do pelotão consolida todos os dados da preparação da
sua posição defensiva em um único documento, denominado roteiro do pelotão. Cada
comandante de grupo também confecciona um roteiro. Cada roteiro é elaborado em
duas vias, sendo uma delas entregue ao comandante imediato. O roteiro do pelotão ou
do grupo deve conter as seguintes informações:
a) missão do pelotão ou do grupo;
b) composição do pelotão ou do grupo;
c) medidas de segurança;
d) prioridade dos trabalhos de OT;
e) comunicações (rádio, fio, senhas e sinais convencionados);
f) apoio logístico (suprimento classe I, III, V e água, saúde, pessoal, entre
outros);
g) setores de tiro dos grupos ou dos homens (pontos de referência); e
h) esboço da frente de defesa com o plano de fogos do pelotão ou do grupo.
11) O comandante do pelotão deve estabelecer uma prioridade para os trabalhos
de organização do terreno, que são executados de maneira contínua e constantemente
melhorados até a fortificação da posição. A seguir, é apresentada uma sequência, como
exemplo:
a) estabelecimento da segurança aproximada e local;
b) instalação das armas de apoio;
c) limpeza dos campos de tiro;
d) estabelecimento das comunicações;
e) preparação das posições principais (abrigos e espaldões);
f) construção dos obstáculos; e
g) preparação das posições de muda e suplementares.

4-12
b. Condução do Combate Defensivo
1) Inicialmente, o inimigo atinge as posições do escalão de segurança,
sendo, então, retardado sucessivamente em cada posição. Os elementos da
posição defensiva são alertados sobre a aproximação das forças inimigas.
2) Quando o inimigo aborda a posição dos postos avançados de combate,
sua progressão é retardada pelos fogos longínquos realizados pelos elementos
dos P Avç C e pela artilharia e morteiros que, normalmente, ocupam posições
provisórias à frente do LAADA. Mediante ordem, os P Avç C retraem e são
acolhidos pelos elementos da ADA.
3) Na iminência do ataque adversário, são realizados os fogos de contra-
preparação pela artilharia e morteiros contra as posições de ataque e os postos
de observação inimigos, dentre outros alvos compensadores.
4) Ao desencadear seu ataque, as forças inimigas são submetidas aos
fogos defensivos aproximados da área de defesa avançada, que incluem todo
o armamento disponível. A infantaria tenta, a todo custo, deter a progressão
inimiga pelo fogo. A artilharia e os morteiros realizam concentrações sobre
alvos inimigos, já as armas anticarro buscam destruir os carros de combate e as
metralhadoras atiram contra a tropa inimiga em progressão e contra armas de
apoio dessa tropa.
5) Os elementos do pelotão de fuzileiros desencadeiam seus fogos
defensivos aproximados a partir da linha de acionamento do fuzil (600 metros),
realizando o tiro de fração, dentro do setor de tiro do grupo de combate, conduzido
a voz pelo comandante do GC, e utilizando o setor frontal do abrigo. As armas de
apoio do pelotão desencadeiam seus fogos a partir de suas respectivas linhas
de acionamento.

Fig 4-10. Setores do abrigo

4-13
6) Caso as forças inimigas consigam se aproximar para o assalto sobre a
posição defensiva, são realizados os fogos de proteção final. A infantaria, então,
repele o assalto inimigo pelo combate aproximado. A artilharia e os morteiros
realizam suas barragens sobre as vias de acesso adversárias, as armas anticarro
atiram nas laterais dos carros de combate, e as metralhadoras apontam para
a LPF, erguendo um muro de fogos contra as formações de assalto inimigas.
Normalmente, os fogos de proteção final são desencadeados mediante um sinal
convencionado (fumígenos ou pirotécnicos).
7) Os elementos do pelotão de fuzileiros desencadeiam seus fogos de
proteção final a partir da LPF (100 a 200 metros), realizando o tiro individual,
dentro do setor de tiro de cada homem, e utilizando o setor oblíquo do abrigo sob
a proteção do parapeito.

Fig 4-11. Fogos de proteção final dos fuzileiros

8) Ao ser ameaçado por um desbordamento, o comandante do pelotão


deve reajustar o seu dispositivo, deslocando homens da frente menos pressionada
para posições suplementares no flanco ameaçado. Se possível, deve empregar
frações constituídas, valor esquadra ou grupo de combate.
9) Se o ataque inimigo for detido à frente da posição, seguido do seu
retraimento, o pelotão realiza a sua reorganização após o combate, por meio
do remuniciamento das frações e da evacuação das baixas, informando, de
imediato, a situação do pelotão ao comandante da companhia.
10) Caso o inimigo logre êxito no seu ataque e penetre no núcleo de
defesa, o comandante do pelotão deve envidar todos os esforços para limitar
a penetração inimiga, solicitando apoio de fogo à companhia e mantendo suas
posições até a realização do contra-ataque para o restabelecimento do LAADA.
Somente retrairá, como último recurso, mediante ordem do comandante da
subunidade.
4-14
c. O Pelotão nos Postos Avançados de Combate
1) O pelotão de fuzileiros pode receber a missão de constituir os postos
avançados de combate ou integrá-los como parte de uma força maior. São,
normalmente, instalados entre 800 e 2.000 metros do LAADA, constituindo o
elemento de segurança da brigada.
2) Sua missão principal é dar o alerta oportuno da aproximação das forças
inimigas e impedir a observação terrestre e os fogos diretos sobre a ADA. Dentro
de suas possibilidades, busca retardar e desorganizar a progressão do inimigo,
e iludi-lo quanto à verdadeira localização do LAADA.
3) Em qualquer caso, cumprirá sua missão por meio do estabelecimento
de postos de vigilância, em dispositivo linear, cujo efetivo varia de uma esquadra
até um pelotão de fuzileiros. Os postos de vigilância organizam núcleos de defesa
na crista topográfica dos acidentes capitais que proporcionem boa observação e
bons campos de tiro em profundidade, sobre as vias de aproximação das forças
inimigas.
4) Os postos avançados de combate estabelecem, também, a sua
segurança aproximada, empregando vigias e patrulhas de ligação à frente, nos
flancos e à retaguarda da posição. Cada posto deve selecionar e reconhecer
o seu itinerário de retraimento, em princípio, por caminhos desenfiados, até o
acolhimento na ADA.
5) A conduta consiste em alertar os elementos da ADA sobre a aproximação
do inimigo e engajá-lo pelo fogo, o mais longe possível, buscando retardá-lo e
desorganizá-lo. Ao ser ameaçado por um desbordamento ou por um engajamento
pelo combate aproximado, o posto deve retrair. A decisão do retraimento é do
comandante do batalhão ou da brigada, podendo ser delegada ao comandante
dos postos avançados de combate.

Fig 4-12. O pelotão de fuzileiros nos postos avançados de combate


4-15
d. O Pelotão Reserva da Companhia
1) O pelotão de fuzileiros pode constituir a reserva da companhia de
fuzileiros, desdobrada na área de defesa avançada do batalhão. A preparação de
sua posição defensiva é similar a de um pelotão em primeiro escalão no LAADA
e visa a dar profundidade ao dispositivo defensivo da companhia, bloqueando as
vias de acesso inimigas ao interior da posição.
2) O pelotão reserva se localiza de 200 a 500 metros à retaguarda
dos pelotões de primeiro escalão, preparando uma ou mais posições de
aprofundamento, conforme as condições do terreno relativas às vias de acesso.
3) Se forem organizadas duas ou mais posições de aprofundamento, o
pelotão ocupa o núcleo que barra a melhor via de acesso do inimigo, ficando em
condições de ocupar as outras posições, desde que haja itinerários desenfiados
para o seu deslocamento. Não havendo itinerários desenfiados entre as posições,
o pelotão pode ser dividido, ocupando-as simultaneamente, mas preservando a
integridade tática dos grupos de combate.
4) O pelotão reserva da companhia possui as seguintes missões:
a) preparar as posições de aprofundamento da companhia;
b) limitar as penetrações inimigas nos núcleos do LAADA;
c) excepcionalmente, realizar contra-ataque para restabelecimento do
LAADA;
d) reforçar os pelotões de primeiro escalão, mediante ordem;
e) estabelecer os postos avançados de combate, quando determina-
do;
f ) lançar as patrulhas de ligação, no âmbito da subunidade;
g) apoiar pelo fogo os pelotões de primeiro escalão; e
h) cobrir os flancos e intervalos dos pelotões de primeiro escalão.

Fig 4-13. O pelotão reserva da companhia


4-16
e. O Pelotão nas Operações de SEGAR
1) As operações de segurança da área de retaguarda (SEGAR)
compreendem as ações relativas ao controle de danos (CD) e à defesa da área
de retaguarda (DEFAR). O pelotão de fuzileiros pode participar das operações
de SEGAR, normalmente em ações de defesa da área de retaguarda.
2) A DEFAR visa a neutralizar as incursões inimigas e as ações de
guerrilheiros infiltrados contra as instalações localizadas à retaguarda da posição
defensiva.
3) O pelotão, realizando ações de DEFAR em uma determinada região
na retaguarda, deve estabelecer postos de vigilância em acidentes capitais que
proporcionem ampla observação em todas as direções e realizar patrulhamento
nos principais eixos e nas áreas favoráveis ao homizio de elementos inimigos
infiltrados. Poderá, ainda, estabelecer PBCE e(ou) PSE.
4) Uma vez localizada uma tropa inimiga na retaguarda, a patrulha deve
engajá-la ou, em caso de poder de combate insuficiente, acionar a reserva da
força de DEFAR.
f. O Pelotão no Retardamento na ADA
1) O planejamento defensivo, em situação ideal, busca bloquear cada
via de acesso inimiga, valor companhia, com um pelotão, adotando o grau de
resistência “defender”. Porém, em frentes amplas ou sob condições especiais
de terreno, o batalhão pode adotar outros graus de resistência: “retardar” ou
“vigiar”.
2) O grau de resistência “retardar” é, normalmente, aplicado em duas ou
mais vias de acesso inimigas, onde se deseja economizar meios, desde que haja
condições favoráveis ao retardamento e boas condições para o retraimento.
3) O pelotão de fuzileiros, com o grau de resistência “retardar”, deve
bloquear cada via de acesso inimiga, valor companhia, com, pelo menos, um
grupo de combate. O pelotão de fuzileiros pode retardar uma frente de até 1.500
metros, o que corresponde a três vias de acesso de companhia. O grupo de
combate não aumenta a sua frente ocupada, mantendo o intervalo normal entre
as tocas.
4) A missão do pelotão é, em princípio, barrar a progressão inimiga à frente
de sua posição, combatendo pelo fogo. Em caso de ameaça de engajamento pelo
combate aproximado ou de desbordamento, o pelotão deve solicitar permissão
para retrair, evitando um combate decisivo.

4-17
Fig 4-14. O pelotão no retardamento na ADA

g. O Pelotão na Vigilância na ADA


1) O grau de resistência “vigiar” é, normalmente, aplicado em regiões
do terreno consideradas como áreas passivas (matas densas, pântanos, etc),
desfavoráveis ao desenvolvimento de forças inimigas, em formação tática
dispersa, mas favoráveis como faixas de infiltração para o atacante.
2) O pelotão de fuzileiros, com o grau de resistência “vigiar”, deve
estabelecer uma série de postos de vigilância complementados por patrulhas. O
pelotão de fuzileiros pode vigiar uma frente de até 3.000 metros. Normalmente,
cada posto de vigilância deve ser mobiliado por, pelo menos, uma esquadra.
3) A missão do pelotão é detectar a presença do inimigo. Quando
pressionado, o pelotão deve retrair, mantendo permanente contato com o inimigo
até ser acolhido por outras forças de defesa em profundidade. O pelotão somente
engaja o inimigo pelo fogo para sua autodefesa.

4-18
Fig 4-15. O pelotão na vigilância na ADA

ARTIGO III
RETRAIMENTO

4-7. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. O movimento retrógrado compreende as seguintes formas de manobra: a


ação retardadora, o retraimento e a retirada.
b. A ação retardadora é empregada por uma força para trocar espaço por
tempo, infligindo o máximo de baixas e retardamento ao inimigo, sem se engajar
decisivamente em combate. Pode ser realizada em uma única posição, em
posições sucessivas ou em posições alternadas.
c. O retraimento é empregado por uma força engajada para romper o
contato com o inimigo, podendo ser realizado sem ou sob pressão. O retraimento
sem pressão depende, basicamente, do sigilo da operação, enquanto que o
retraimento sob pressão depende da mobilidade e da potência de fogo da tropa
que o executa.
d. O retraimento pode ser diurno ou noturno. Preferencialmente, será
executado à noite, pois facilita a dissimulação, proporciona maior liberdade de
ação e reduz a eficiência dos fogos e da observação do inimigo.
e. A retirada é um movimento ordenado para longe do inimigo, realizado
por uma força desengajada, a fim de evitar um combate decisivo sob condições
desfavoráveis. O dispositivo de uma tropa em retirada é semelhante ao da
marcha para o combate, com prioridade de meios para a força de proteção de
retaguarda.

4-19
f. O pelotão de fuzileiros pode participar de todas as formas de manobra
citadas, enquadrado pela companhia de fuzileiros, em movimentos retrógrados
realizados por escalões superiores.

4-8. MEDIDAS DE PLANEJAMENTO

a. Organização das Forças


1) Retraimento sem Pressão
a) O pelotão, ao executar um retraimento sem pressão, se organiza
em grosso e destacamento de contato. O destacamento de contato tem por mis-
são cobrir o retraimento do grosso, permanecendo em posição e mantendo a
fisionomia da frente.
b) O destacamento de contato do pelotão de fuzileiros é, normalmente,
composto por um grupo de combate, reforçado por uma peça de metralhadora.
c) Em princípio, o destacamento de contato é constituído pelo grupo de
combate, que ocupa a posição central no dispositivo do pelotão.
2) Retraimento sob Pressão
a) O pelotão, ao executar um retraimento sob pressão, se organiza
em grosso e força de segurança. A força de segurança tem por missão cobrir o
retraimento do grosso e retardar o inimigo.
b) A força de segurança do pelotão de fuzileiros é, normalmente, com-
posta por um grupo de combate.
c) Em princípio, a força de segurança é constituída pelo grupo de com-
bate que ocupa a posição central no dispositivo do pelotão.
b. Medidas de Coordenação e Controle
1) Linhas de controle – servem para balizar posições de tropas, como a
força de segurança do escalão superior, os postos avançados de combate e o
LAADA da nova posição defensiva a ser ocupada, além de acidentes nítidos no
terreno de interesse para a coordenação do movimento.
2) Hora do retraimento – momento de início do movimento para a
retaguarda.
3) Zona de reunião – no retraimento sem pressão, a zona de reunião
do pelotão deve ser localizada imediatamente à retaguarda de seu núcleo de
defesa. No retraimento sob pressão, a zona de reunião do pelotão é estabelecida
à retaguarda da força de segurança da companhia, neste caso, o pelotão
reserva.
4) Itinerário de retirada – estabelecido para a companhia, a partir de
sua zona de reunião, a fim de orientar o movimento para a retaguarda, onde
são designados: o ponto inicial, o ponto de embarque, os postos de controle de
trânsito e o ponto de liberação.
c. Sequência do Retraimento
1) O movimento do pelotão para a retaguarda deve, conforme o tipo de
retraimento, obedecer às seguintes sequências:
a) retraimento sem Pressão:
(1) grupo de apoio;
(2) grupos de combate dos flancos; e
4-20
(3) destacamento de contato (GC de centro).
b) retraimento sob Pressão
(1) grupos de combate dos flancos;
(2) grupo de apoio; e
(3) força de segurança (GC de centro).
2) O adjunto deve se deslocar com a primeira fração para organizar o
dispositivo e conferir o efetivo do pelotão na zona de reunião. O comandante do
pelotão coordena as ações das frações e somente se desloca após o retraimento
do grosso do pelotão.

4-9. EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO

a. Retraimento sem Pressão


1) Antes do retraimento, o comandante do pelotão deve conduzir um
reconhecimento, se possível diurno, dos itinerários de retraimento até as zonas
de reunião do pelotão e da companhia, acompanhado de seus comandantes de
fração.
2) Na hora determinada, as frações iniciam o movimento para a retaguarda,
até a zona de reunião do pelotão, de acordo com a seqüência estabelecida para
o retraimento. O destacamento de contato permanece em posição, mantendo a
fisionomia da frente.
3) O grupo de combate que constitui o destacamento de contato deve
ser redistribuído para ocupar toda a frente do núcleo de defesa, simulando a
presença de todo o pelotão e mantendo o fluxo de mensagens rádio e os fogos.
4) É fundamental uma rigorosa disciplina de luzes e ruídos para a
manutenção do sigilo. Na zona de reunião, o adjunto confere o efetivo das
frações e organiza o dispositivo, acusando o pronto para o prosseguimento ao
comandante do pelotão.

4-21
Fig 4-16. O pelotão no retraimento sem pressão

5) Em seguida, o pelotão se desloca em direção à zona de reunião da


companhia. A formação tática usual, à noite, é em coluna por um.
6) O destacamento de contato do pelotão, enquadrado por seu
correspondente da companhia, somente inicia o seu retraimento, mediante ordem
ou hora determinada, ainda durante a noite, após o grosso ter sido acolhido pela
força de segurança do escalão superior.
b. Retraimento sob Pressão
1) Durante a preparação da posição defensiva, é desejável que o pelotão
realize ensaios de retraimento sob pressão. As zonas de reunião do pelotão e
da companhia devem ser reconhecidas pelo comandante do pelotão e de suas
frações subordinadas.
2) Mediante ordem, o pelotão inicia o seu retraimento de acordo com a
sequência estabelecida. Inicialmente, os grupos de combate dos flancos retraem
pelo fogo e movimento de suas respectivas esquadras, apoiados pelos fogos do
grupo de apoio e da força de segurança do pelotão (GC de centro). O emprego
de fumígenos se revela muito importante para criar condições favoráveis de
desengajamento.
3) Os fuzileiros executam lanços para a retaguarda, ocupando abrigos
sucessivamente e apoiando pelo fogo o movimento dos demais integrantes do
grupo de combate. Esta progressão por lanços para a retaguarda só termina após
4-22
o desenfiamento em relação às vistas e os fogos do inimigo, com o acolhimento
do grupo de combate pela força de segurança da companhia, constituída por seu
pelotão reserva. Em seguida, ocorre o retraimento do grupo de apoio, igualmente
por lanços.
4) O grupo de combate de centro, em princípio, deve constituir a força
de segurança do pelotão, mantendo-se em posição e assumindo toda a frente
de defesa do pelotão para cobrir o retraimento dos demais grupos. A força de
segurança do pelotão só deve retrair após o acolhimento das demais frações
pelo pelotão reserva da companhia.
5) Todas as frações, após serem acolhidas, se deslocam para a zona de
reunião do pelotão, onde o adjunto confere o efetivo e organiza o dispositivo,
acusando o pronto para o prosseguimento ao comandante do pelotão. Na
sequência, o pelotão se desloca em direção à zona de reunião da companhia.

Fig 4-17. O pelotão no retraimento sob pressão

4-23
CAPÍTULO 5
OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

ARTIGO I
GENERALIDADES

5-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


a. As operações de GLO têm por finalidade garantir os poderes constitucionais,
a lei e a ordem, contra a ação de forças adversas, podendo ser realizadas em
ambiente rural ou urbano e em situação de normalidade institucional ou não.
b. A decisão de emprego da Força Terrestre em ações de GLO é de
competência exclusiva do Presidente da República, após esgotados os meios
destinados à preservação da ordem pública previstos pela Constituição Federal
(polícias estaduais e federais).
c. O emprego da Força Terrestre em ações de GLO é de caráter eventual,
episódico, de duração limitada e em área previamente definida.
d. Em operações de GLO, o êxito não se limita à neutralização, destruição
ou captura da força adversa, mas, sobretudo, depende da conquista e
manutenção do apoio da população brasileira.
e. Durante as operações de GLO, é fundamental a realização de ações
nos campos da inteligência, operações psicológicas, comunicação social e
assuntos civis, com a finalidade de apoiar as ações e medidas operativas.
f. Em operações de GLO, em princípio, o pelotão de fuzileiros não recebe
área de responsabilidade, mas sim missões específicas, operando a partir de
uma base de combate de companhia.
g. As técnicas apresentadas neste capítulo também podem ser utilizadas
em operações de guerra convencional, como, por exemplo, na defesa territorial
ou na segurança de área de retaguarda.
5-2. TIPOS DE OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS ADVERSAS
a. Operações tipo polícia – realizadas com a finalidade de assegurar
o controle da população, isolando a força adversa de seus apoios, e
prover a segurança da tropa, das instalações, das vias de transporte e das
localidades.
b. Operações de combate – realizadas com a finalidade de localizar
elementos armados da força adversa para, em seguida, destruí-los ou capturá-
los.
c. Interdição do apoio externo – realizada com a finalidade de impedir o
apoio à força adversa, de origem externa, em pessoal e(ou) material (reforços e
suprimentos).

5-1
Tipo de Operação Desdobramento Missões Específicas
Patrulhas de reconhecimento
Patrulhas de combate (incursões)
Operações de inquietação
Emboscadas
Equipes de caçadores aerotransportados
Operações de combate Operação de cerco
Combate em localidade
Operações ofensivas
Ataque regular
Perseguição
Operações defensivas Defesa em posição
Bloqueio de estradas (PBCE / PBCVU)
Cadastramento de pessoas

Controle da população Operação de busca e apreensão (OBA)


Operação de controle de distúrbio (OCD)
Operações tipo polícia Interdição ou evacuação de área
Vasculhamento de área
Segurança de ponto sensível (PSE)
Segurança das instalações e Segurança de autoridade
vias de transporte Patrulhamento de vias de transporte
Escolta de comboio
Bloqueio de estradas (PBCE)
Vias terrestres Patrulhamento terrestre
Zona restrita na faixa de fronteira
Bloqueio de vias fluviais (PBCFlu)
Interdição do apoio
Vias marítimas ou fluviais Patrulhamento costeiro ou fluvial
externo
Controle de portos e atracadouros
Controle do tráfego aéreo
Vias aéreas Patrulhamento aéreo
Controle de aeródromos e pistas de pouso

Tab 5-1. Operações contra Forças Adversas

5-3. FUNDAMENTOS DA GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

a. Os fundamentos das operações de garantia da lei e da ordem são,


em geral, aplicáveis às ações e medidas de caráter preventivo (inteligência e
comunicação social) e de caráter operativo.
b. Os fundamentos das operações de garantia da lei e da ordem são:
1) máximo emprego da inteligência;
2) máximo emprego da comunicação social;
3) máximo emprego da dissuasão;
4) responsabilidade da negociação;
5) emprego de regras de engajamento;
6) conquista e manutenção do apoio da população; e
7) integração de esforços com autoridades civis e órgãos de segurança
pública.
5-2
ARTIGO II
SEGURANÇA DE PONTO SENSÍVEL

5-4. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Ponto sensível é qualquer instalação que, se neutralizada ou destruída,


pode afetar negativamente, de modo marcante, as operações militares, o esforço
de guerra da nação ou as necessidades básicas da população.

Setor Tipo de Instalação


Estações de distribuição de energia elétrica
Estações de tratamento d’água
Hospitais e postos de saúde
Serviços Públicos Universidades e escolas
Agências bancárias
Prédios da administração pública
Centrais de abastecimento de alimentos
Centrais telefônicas
Agências do correio
Comunicações
Estações transmissoras de rádio e televisão
Antenas retransmissoras
Terminais rodoviários
Terminais ferroviários e metroviários
Transportes Túneis, viadutos e pontes
Aeroportos e campos de pouso
Portos e atracadouros
Usinas de energia (nucleares, hidroelétricas e
termoelétricas)
Indústria Refinarias, poços e plataformas de petróleo
Siderúrgicas e metalúrgicas
Indústrias químicas

Tab 5-2. Exemplos de pontos sensíveis


b. A segurança de um ponto sensível requer o estabelecimento de um
posto de segurança estático (PSE), cujo valor é diretamente proporcional às
suas dimensões e à sua prioridade, sendo esta última avaliada em relação à
importância, vulnerabilidade e à recuperabilidade da instalação.
c. Quanto à prioridade, os pontos sensíveis são classificados em vitais,
essenciais e secundários. Em princípio, os pontos vitais e essenciais devem
ser defendidos, por meio do estabelecimento de PSE, e os secundários apenas
vigiados. Órgãos policiais e seguranças particulares também podem cooperar na
defesa e vigilância de pontos sensíveis.
5-3
d. Normalmente, um ponto sensível apresenta um ou mais pontos críticos,
os quais constituem setores ou dependências que, se eficazmente atingidos,
eliminam ou inibem a função de toda a instalação. Como exemplos, pode-se
citar: centros de controle e de comunicações, distribuição de energia elétrica,
caixas d’água, depósitos de combustível, de explosivos e de gás, sistema interno
de transportes, etc.

Fig 5-1. Pontos críticos

5-5. MEDIDAS DE PLANEJAMENTO


a. Organização do Posto de Segurança Estático
1) O pelotão, ao estabelecer um posto de segurança estático, desdobra-
se-á em:
- Grupo de sentinela;
- Grupo de patrulha;
- Grupo de choque.
2) O grupo de sentinela, de natureza fixa, possui a missão de guarnecer o
perímetro, pontos dominantes, pontos críticos e de controle da entrada do ponto
sensível. O comandante do grupo de sentinela deve permanecer na entrada da
instalação.
3) O grupo de patrulha, de natureza móvel, possui a missão de realizar a
ligação dos postos de sentinela, patrulhar o perímetro da instalação e vasculhar
áreas próximas ao ponto sensível que sejam favoráveis à aproximação de
sabotadores e guerrilheiros. Pode ser dividido em duas ou três patrulhas de
segurança. O grupo de patrulha também guarnece os postos de controle que
isolam o ponto sensível.

5-4
4) O grupo de choque constitui a reserva, ficando em condições de atuar,
prontamente, em proveito dos grupos de sentinela ou de patrulha. Normalmente,
os homens do grupo de choque permanecem em descanso, localizados em
ponto central.
5) O pelotão de fuzileiros compõe cada grupo com um GC. O grupo de
combate encarregado de um PSE desdobrar-se em três equipes de três homens,
cada qual comandada por um graduado (sargento ou cabo).

Fig 5-2. Dispositivo de um PSE valor pelotão

Fig 5-3. Dispositivo de um PSE valor grupo de combate


5-5
b. Medidas de Segurança
1) Os elementos que controlam a entrada da instalação, normalmente
única, devem dispor de uma relação nominal, com foto e dados completos, de
todos os civis autorizados a circular ou trabalhar no ponto sensível. Devem,
ainda, realizar uma rigorosa revista de todas as pessoas que entrem no ponto
sensível, conferindo a documentação pessoal e o crachá de identificação.
2) Normalmente, cada ponto crítico da instalação deve ser guardado por
um posto de sentinela. Caso contrário, por insuficiência de efetivo, deve ser
coberto periodicamente pelas patrulhas de segurança.
3) A segurança da instalação deve ser complementada pelo emprego de
obstáculos (concertinas, armadilhas, cavalos de frisa etc) e de um sistema de
alarme.
4) Os pontos críticos e o perímetro da instalação devem dispor de boa
iluminação. Se disponíveis, devem ser empregados cães de guerra do tipo
sentinela.
5) É essencial o estabelecimento de um sistema de comunicações
interno, ligando o comandante do pelotão aos seus comandantes de grupo e
postos mais importantes. Comunicações permanentes devem ser mantidas com
a companhia, por rádio ou telefone, e suprimentos (ração e munição) devem ser
estocados.
6) As vias de acesso ao ponto sensível devem ser bloqueadas por postos
de controle de circulação, lançados pelo grupo de patrulha. O efetivo empregado
em cada posto dependerá da disponibilidade de pessoal, não devendo ser
inferior a dois homens.
7) As armas do grupo de apoio são instaladas nos locais que ofereçam as
melhores condições de observação e campos de tiro. Nesse sentido, ressaltam
de importância os pontos dominantes e o perímetro do ponto sensível. A peça de
morteiro leve deve ocupar sua posição de tiro no interior do PSE, em condições
de realizar fogos em todas as direções.

Fig 5-4. Isolamento de ponto sensível

5-6
5-6. EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO

a. Reconhecimento do Ponto Sensível


1) Antes da ocupação do ponto sensível, é desejável que o comandante do
pelotão realize um reconhecimento, ligando-se com o responsável pela instalação
para obter informações sobre o ponto sensível (funcionamento, pontos críticos,
relação de funcionários, entre outras).
2) É de grande valia a obtenção de uma planta baixa da instalação a fim de
subsidiar o planejamento do PSE. Não sendo possível, o comandante do pelotão
deve elaborar um esboço da instalação, em escala. Fotografias aéreas e imagens
de satélite também contribuem de modo marcante para o planejamento.
b. Ocupação do Ponto Sensível
1) Por ocasião da ocupação, inicialmente, o ponto sensível deve ser
isolado, bloqueando-se as vias de acesso à instalação com elementos do grupo
de patrulha.
2) Em seguida, o grupo de choque realiza a entrada na instalação e ocupa
posições no interior do ponto sensível a fim de proporcionar segurança aproximada
às ações subsequentes do grupo de sentinela.
3) O grupo de sentinela, sob a proteção do grupo de choque, realiza um
vasculhamento das dependências do ponto sensível, priorizando os pontos críticos
e de preferência com o acompanhamento de um técnico especializado.
4) Após a limpeza das dependências, o grupo de sentinela inicia o lançamento
dos obstáculos de proteção local e do sistema de alarme. Os itinerários favoráveis
à aproximação de sabotadores ou guerrilheiros devem ser armadilhados pelo
grupo de patrulha.
c. Defesa do Ponto Sensível
1) Concluída a ocupação do ponto sensível, os grupos passam a cumprir
as suas missões específicas, guarnecendo os postos de sentinela, realizando o
patrulhamento de segurança e constituindo a reserva do PSE.
2) A fim de garantir a continuidade da missão por prazos prolongados,
o pelotão de fuzileiros estabelece um rodízio entre os grupos de combate nas
missões de sentinela, patrulha e choque. É desejável realizar o rodízio a cada
duas horas, podendo este período variar de acordo com o estudo de situação do
comandante do pelotão.
3) Após cada rodízio, o comandante do pelotão deve realizar um treinamento
do plano de defesa em caso de ataques à instalação, a fim de ambientar os
comandantes de grupo em suas novas missões.
d. Situações de Conduta
1) O comandante do pelotão deve montar linhas de ação para as possíveis
situações de conduta, planejando o emprego do seu grupo de choque.
2) Devem ser consideradas as possibilidades de infiltração de sabotadores,
de forma clandestina ou ostensiva (documentação falsa); ataques ao ponto
sensível por guerrilheiros; ações de turbas que tentem penetrar na instalação;
dentre outras.
3) Em qualquer caso, o comandante do pelotão deve se ligar, imediatamente,
com a companhia e solicitar o envio de reforços oriundos da base de combate.

5-7
ARTIGO III
BLOQUEIO DE ESTRADAS

5-7. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. O posto de bloqueio e controle de estradas (PBCE) é estabelecido com


a finalidade de controlar o movimento de pessoas, a pé ou em veículos, para
capturar elementos da força adversa e apreender material ilegal. Os PBCE
podem ser permanentes ou inopinados, variando seu efetivo de um grupo de
combate a um pelotão.
b. Os locais selecionados para o estabelecimento dos PBCE devem controlar
os acessos de uma localidade ou constituir regiões de passagem obrigatória,
dificultando a adoção de caminhos alternativos, a fim de controlar a circulação
em uma determinada área.
c. O controle do movimento de pessoas e veículos pode ser total ou parcial
(por amostragem). Tal decisão dependerá da situação da força adversa, do fluxo
de veículos e pessoas na estrada e da disponibilidade de meios para a revista.
d. No interior das localidades, são estabelecidos postos de bloqueio e
controle de vias urbanas (PBCVU), que, em princípio, possuem as mesmas
características do PBCE.

5-8. MEDIDAS DE PLANEJAMENTO

a. Organização do PBCE
1) O pelotão, ao estabelecer um PBCE, desdobra-se em:
- Grupo de segurança;
- Grupo de revista; e
- Grupo de reação.
2) O grupo de segurança possui a missão de proteger o PBCE,
proporcionando a segurança afastada e aproximada do posto. Deve ocupar
os acidentes capitais que permitam boa observação e bons campos de tiro em
ambos os sentidos da estrada, ficando em condições de bloquear pelo fogo os
veículos que tentem se evadir do PBCE.
3) O grupo de segurança é responsável, também, pela guarda de elementos
detidos até a posterior evacuação para a base de combate da companhia ou
outro local determinado.
4) O grupo de revista possui a missão de controlar o trânsito no interior do
PBCE, realizar a revista de pessoas e veículos, identificá-los e registrar os dados
na Ficha de Controle de Trânsito.
5) O grupo de reação constitui a reserva, ficando em condições de atuar,
prontamente, em proveito dos grupos de revista ou de segurança. Pode, ainda,
realizar perseguições a veículos que tentem se evadir do PBCE ou realizar
patrulhas nas imediações do posto. Normalmente, os homens do grupo de
reação permanecem em descanso, localizados nas proximidades do PBCE, em
região coberta.

5-8
6) O pelotão de fuzileiros compõe cada grupo com um GC. O grupo
de combate, encarregado de um PBCE, se desdobra em três equipes de três
homens, cada qual comandada por um graduado (sargento ou cabo).
7) A fim de garantir a permanência prolongada na missão, o comandante
do pelotão deve promover o rodízio entre os seus grupos de combate nas missões
de segurança, revista e reação. É desejável realizar o rodízio a cada duas horas,
podendo este período variar de acordo com o estudo de situação do comandante
do pelotão.
b. Observações Gerais
1) A conduta dos integrantes do PBCE deve ser impessoal e enérgica,
porém com o respeito adequado ao trato com a população.
2) É desejável a presença de policiais no local do PBCE para apoiar
as ações de revista e identificação. Tais elementos podem se encarregar das
providências legais, em face dos ilícitos observados, principalmente em situação
de normalidade institucional.
3) A revista deve ser a mais completa possível. As pessoas devem ser
revistadas em local reservado e destinado a esse fim. Os veículos devem ser
revistados em todos os seus compartimentos. A revista detalhada de pessoas
poderá ser dispensada em algumas situações, conforme determinação do escalão
superior.
4) A revista de mulheres requer, prioritariamente, o emprego de policiais do
segmento feminino ou, alternativamente, de médicos.
5) Qualquer revista de pessoal deve ser realizada em dupla e com segurança,
o que pressupõe um elemento revistador e um elemento de segurança.
6) A revista de um veículo deve ser presenciada pelo motorista do mesmo,
sempre acompanhado por um segurança, além do revistador.
7) A dupla de revistadores, seja de pessoal ou de veículos, deve alternar,
periodicamente, as funções de revistador e segurança, a fim de compensar o
desgaste físico da inspeção.
8) O grupo de revista e os elementos de segurança aproximada devem
portar coletes de trânsito, de modo a facilitar a sua visualização; mas, em caso de
número insuficiente, pelo menos os controladores de tráfego deverão usar esse
material.
9) O comandante do pelotão deverá se ligar-se com seus comandantes
de grupo e postos de segurança afastados, por rádio ou telefone. Comunicações
permanentes devem ser mantidas com a companhia.
10) Normalmente, as instalações de um PBCE compreendem um local
coberto para a revista de pessoal, uma prisão para a guarda temporária de
elementos detidos e um alojamento para o grupo de reação.
11) As metralhadoras do grupo de apoio e as armas recebidas em reforço
(CSR) devem ocupar posições de tiro que proporcionem bons campos de tiro
nos dois sentidos da estrada, normalmente situadas em acidentes capitais
dominantes. A peça de morteiro leve deve ocupar uma posição central em relação
ao dispositivo do pelotão, aproveitando a segurança proporcionada pelos grupos
de combate.

5-9
c. Material Empregado no PBCE
1) Obstáculos: concertina, cavalos de frisa, tonéis de 200 litros, “fura-
pneus” etc.
2) Sinalização: cones, coletes, placas de alerta, sistema de iluminação
etc.
3) Instalações: barracas ou construções existentes no local.
4) Anotação: mesas, cadeiras, fichas de controle, canetas etc.
5) Revista: carrinho com espelho, detector de metais etc.
6) Comunicações: rádios, telefones, bobinas de FDT, centrais telefônicas
etc.
7) Armamento: orgânico (Mtr L e Mrt L) e em reforço (CSR).
8) Viaturas: blindados, VTNE 5 Ton, VTNE ½ ou ¾ Ton (perseguição).

5-9. EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO

a. Estabelecimento do PBCE
1) Por ocasião do estabelecimento do PBCE, o grupo de segurança
realiza, nos dois sentidos da estrada, a segurança aproximada e ocupa, ainda,
os acidentes capitais próximos, bloqueando o trânsito na estrada.
2) O grupo de revista lança os obstáculos ao trânsito no interior do PBCE
e instala os meios de sinalização, revista e anotação.
3) O grupo de reação lança os circuitos físicos, prepara as instalações do
PBCE e constrói os obstáculos de proteção local.

Fig 5-5. PBCE valor pelotão


5-10
b. Condutas do PBCE valor Pelotão
1) Procedimento com elemento a pé
a) Inicialmente, o civil é abordado pela dupla do posto de segurança
aproximada. Em seguida, o mesmo é conduzido pelo controlador de tráfego até
o local de revista de pessoal.
b) Os revistadores de pessoal realizam a inspeção do civil, em dupla e
com segurança, entregando-o, na sequência, ao anotador.
c) O anotador, coberto por seu segurança, verifica a documentação
do civil e registra seus dados pessoais na Ficha de Controle de Trânsito. O co-
mandante do grupo de revista, localizado próximo ao anotador, neste momento,
aproveita para realizar um interrogatório sumário a fim de obter dados com base
nos EEI estabelecidos.
d) Finalmente, o civil é liberado para prosseguir em seu destino.
2) Procedimento com elemento em veículo
a) Inicialmente, o veículo é abordado pela dupla do posto de seguran-
ça aproximada. Em seguida, o controlador de tráfego orienta o motorista a se
dirigir ao local de revista de veículos.
b) Os ocupantes do veículo são orientados a desembarcar, sendo pron-
tamente inspecionados pelos revistadores de pessoal, em dupla e com seguran-
ça. O motorista, após ser inspecionado, acompanha a revista do veículo, sempre
observado por um segurança, enquanto o revistador inspeciona o veículo.
c) Após a inspeção de pessoal e do veículo, os civis são entregues
ao anotador que, coberto por seu segurança, verifica a documentação de cada
um deles e do veículo, registrando os dados pessoais e veiculares na Ficha de
Controle de Trânsito. O comandante do grupo de revista, localizado próximo ao
anotador, neste momento, aproveita para realizar um interrogatório sumário a fim
de obter dados com base nos EEI estabelecidos.
d) Finalmente, os civis são liberados para prosseguir em seu destino.

Fig 5-6. PBCE valor grupo de combate


5-11
c. Condutas do PBCE valor Grupo de Combate
1) Procedimento com elemento a pé
a) Inicialmente, o civil é abordado pelo elemento do posto de seguran-
ça, sendo orientado a se dirigir até o local de revista.
b) Os revistadores realizam a inspeção do civil, em dupla e com segu-
rança, conduzindo-o, na seqüência, ao anotador.
c) O anotador, coberto por um dos revistadores, verifica a documen-
tação do civil e registra seus dados pessoais na Ficha de Controle de Trânsito,
aproveitando o momento para realizar um interrogatório sumário a fim de obter
dados com base nos EEI estabelecidos.
d) Finalmente, o civil é liberado para prosseguir em seu destino.
2) Procedimento com elemento em veículo
a) Inicialmente, o veículo é abordado pelo elemento do posto de segu-
rança, que orienta o motorista a se dirigir ao local de revista.
b) Os ocupantes do veículo são orientados a desembarcar, sendo pron-
tamente inspecionados pelos revistadores, em dupla e com segurança. Após a
revista de pessoal, é realizada a revista do veículo por um dos revistadores,
enquanto o outro mantém a vigilância sobre os civis.
c) Em seguida à inspeção de pessoal e do veículo, os civis são condu-
zidos ao anotador que, coberto por um dos revistadores, verifica a documenta-
ção de cada um deles e do veículo, registrando os dados pessoais e veiculares
na Ficha de Controle de Trânsito. O anotador, neste momento, aproveita para
realizar um interrogatório sumário a fim de obter dados com base nos EEI esta-
belecidos.
d) Finalmente, os civis são liberados para prosseguir em seu destino.

5-12
CAPÍTULO 6
APOIO AO COMBATE E LOGÍSTICA

ARTIGO I
GENERALIDADES

6-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


a. O pelotão de fuzileiros não dispõe de uma estrutura que lhe permita
operar de modo independente, salvo em missões de curta duração. Em razão
disso, normalmente, atua enquadrado pela companhia de fuzileiros.
b. O apoio ao combate compreende o apoio de fogo, o apoio de engenharia
e o apoio de comunicações e guerra eletrônica, com a finalidade de aumentar o
poder de combate das unidades de manobra.
c. A logística compreende as funções de suprimento, manutenção, transporte,
saúde, recursos humanos, engenharia e salvamento, com a finalidade de
preservar a capacidade operacional das forças em campanha.

6-2. FRAÇÕES DE APOIO


a. A turma de comando é composta por um 2º sargento adjunto, encarregado
das atividades logísticas do pelotão, e um soldado radioperador, que estabelece
a ligação do pelotão com a companhia. O adjunto, na execução das atividades
logísticas, necessita do auxílio de outros elementos, que são destacados
das demais frações para o cumprimento de missões específicas, tais como:
remuniciamento, evacuação de feridos, etc.
b. O grupo de apoio é comandado por um 3º sargento e possui duas peças
de metralhadoras leves e uma peça de morteiro leve, constituindo o apoio de
fogo orgânico do pelotão de fuzileiros. Outros elementos, integrantes dos grupos
de combate, também proporcionam apoio de fogo às suas frações, como os
atiradores de fuzil metralhador, os atiradores de lança-rojão e os granadeiros
(lança-granada).

6-1
ARTIGO II
COMUNICAÇÕES

6-3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Comando e controle (C²) é um sistema através do qual as atividades


são planejadas, coordenadas e conduzidas para o cumprimento da missão.
Esse processo abrange pessoal, equipamento, comunicações, instalações e
procedimentos necessários para a obtenção e análise de informações a fim de
planejar, expedir ordens, fiscalizar e controlar as operações.
b. O sistema de comando e controle depende da eficácia das comunicações,
que devem ser flexíveis, confiáveis e exploradas com segurança. Os meios de
comunicações utilizados pelo pelotão de fuzileiros compreendem o sistema
rádio, o sistema físico e os mensageiros, além dos meios acústicos e visuais.
c. A companhia é responsável pelo estabelecimento das comunicações
com o pelotão. As comunicações entre os pelotões vizinhos são estabelecidas
conforme a determinação do comando da companhia. Na ausência de instruções
específicas, o pelotão é responsável pela ligação com o seu vizinho da direita.
O comandante do pelotão deve, ainda, estabelecer as ligações com os seus
elementos subordinados (grupos de combate e grupo de apoio) e com os
elementos recebidos em reforço.

6-4. SISTEMA RÁDIO

a. As comunicações rádio proporcionam grande flexibilidade e rapidez de


instalação, porém são pouco confiáveis e vulneráveis à guerra eletrônica. O
rádio é considerado o menos seguro dos meios de comunicações. Normalmente,
é empregado em situações de movimento.
b. O pelotão de fuzileiros participa da rede de comando da companhia com
um rádio do grupo 2 (VHF – FM). Internamente, o pelotão opera a sua rede de
comando com seis rádios do grupo 1 (VHF – FM), promovendo a ligação do
comandante do pelotão com o adjunto e seus comandantes de grupo.

6-2
Fig 6-1. Diagrama da rede de comando da companhia

Fig 6-2. Diagrama da rede de comando do pelotão


c. É fundamental a adoção de medidas de segurança na exploração do
rádio. O radioperador deve ser instruído quanto à criptografia, autenticação de
mensagens, observância das prescrições rádio, transmissão de mensagens
curtas, dentre outras medidas.

6-3
d. A companhia, em princípio, estabelece as prescrições rádio a serem
seguidas pelo pelotão em determinada operação. O uso das prescrições rádio
visa a restringir o emprego do rádio em razão dos meios de guerra eletrônica do
inimigo.

6-5. SISTEMA FÍSICO

a. As comunicações fio proporcionam boa confiabilidade e são menos


vulneráveis à ação inimiga do que o rádio. Entretanto, o sistema físico é pouco
flexível e requer instalação demorada. Normalmente, é empregado em situações
estáticas.
b. O pelotão de fuzileiros está ligado à companhia por meio de um circuito
tronco, que interliga as respectivas centrais telefônicas. A partir da central do
pelotão, são lançados ramais para os grupos de combate e para o grupo de
apoio. O pelotão dispõe de cinco telefones de campanha, quatro bobinas de FDT
e uma central telefônica.

Fig 6-3. Diagrama de circuitos do pelotão


c. A exploração do sistema físico também requer a adoção de medidas de
segurança. As linhas devem ser constantemente patrulhadas e os operadores do
sistema devem fazer uso da criptografia e da autenticação de mensagens.
6-6. SISTEMA MENSAGEIRO
a. O mensageiro é o mais seguro meio de comunicações. Proporciona boa
flexibilidade e grande confiabilidade, sendo imune à guerra eletrônica. Porém,
a transmissão das mensagens é demorada e o mensageiro pode ser alvo de
emboscadas ou fogos inimigos.
b. Normalmente, é empregado para a transmissão de mensagens extensas
(documentos) e gráficas (esboços ou esquemas de manobra), ou como meio
alternativo para os sistemas rádio e físico.

6-4
c. No pelotão de fuzileiros, são empregados apenas os mensageiros especiais, que
são escalados, eventualmente, para a transmissão de mensagens. O comandante do
pelotão deve designar um de seus homens como mensageiro, exceto o radioperador,
pois este é o responsável pela ligação do pelotão com a companhia.

ARTIGO III
APOIO DE FOGO

6-7. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. O apoio de fogo é um dos principais meios de que dispõe o comandante para


intervir no combate. Quanto mais bem planejado, coordenado e sincronizado com os
demais sistemas operacionais, mais eficaz será o apoio de fogo.
b. Na ofensiva, o apoio de fogo neutraliza o inimigo, permitindo o movimento das
peças de manobra em direção aos seus objetivos. Na defensiva, o apoio de fogo é
empregado para deter o ataque inimigo, antes que possa assaltar nossas posições.

6-8. PLANEJAMENTO DO APOIO DE FOGO

a. Meios de Apoio de Fogo do Pelotão de Fuzileiros


1) No pelotão de fuzileiros, o apoio de fogo é proporcionado pelo grupo de
apoio, composto de um morteiro leve e duas metralhadoras leves, por elementos em
reforço e pelas armas coletivas dos grupos de combate (lança-rojões anticarro, fuzis
metralhadores e lança-granadas).
2) Os lança-rojões constituem o armamento anticarro orgânico do pelotão,
distribuídos aos grupos de combate, tendo seus alvos designados por seus
respectivos comandantes. Seus alvos prioritários são as viaturas blindadas inimigas,
mas poderão ser empregados contra armas e posições inimigas, desde que sua
missão principal não seja comprometida.
3) Os granadeiros dos grupos de combate, que operam os lança-granadas,
devem bater os alvos designados por seus respectivos comandantes.
4) Os fuzis metralhadores dos grupos de combate são armas automáticas
coletivas e batem alvos em proveito de suas frações.
5) O morteiro leve, integrante do grupo de apoio, é uma arma de tiro indireto e
se destina a bater tropas e armas coletivas inimigas, mesmo se estiverem protegidas
dos nossos fogos diretos. Uma grande vantagem do morteiro leve é a realização do
tiro de posições desenfiadas das vistas e fogos inimigos.
6) As metralhadoras do grupo de apoio realizam o tiro direto, sendo
empregadas para bater alvos como pessoal desabrigado e armas coletivas inimigas.
Na ofensiva, suas posições devem observar a dominância para permitir fogos em
profundidade. Na defesa, o emprego das metralhadoras deve observar a rasância e
o flanqueamento do tiro, tendo em vista o seu maior efeito na linha de proteção final,
onde o fogo atinge o máximo de intensidade.

6-5
Fig 6-4. Meios de apoio de fogo do pelotão

b. Formas de Emprego das Peças do Grupo de Apoio


1) Ação de Conjunto – forma de emprego na qual a peça atua em proveito
do pelotão, ficando subordinada, tática e logisticamente, ao comandante do grupo
de apoio. O controle do tiro, se possível, será exercido pelo comandante do grupo
de apoio, podendo ser feito pelo chefe de peça. Normalmente, esta é a forma
usual de emprego das peças do grupo de apoio, pois facilita a coordenação, o
controle, as comunicações e o suprimento.
2) Apoio Direto – forma de emprego na qual a peça atua em proveito de
um grupo de combate. A peça fica logisticamente subordinada ao comandante
do grupo de apoio, mas recebe as missões de tiro do grupo de combate apoiado.
O controle do tiro é exercido pelo chefe de peça. A escolha e a mudança de
posição são atribuições do chefe de peça.
3) Reforço – situação na qual a peça fica diretamente subordinada ao
comandante do grupo de combate reforçado, o qual se torna responsável pelo
seu controle tático e apoio logístico. O controle do tiro é exercido pelo chefe
de peça. Normalmente, o reforço só será utilizado quando o controle da peça
pelo comandante do grupo de apoio for impraticável, em razão da distância de
emprego do GC apoiado ou das características do terreno.

6-6
Características Ação de Conjunto Apoio Direto Reforço
Atua em proveito Pelotão GC apoiado GC reforçado
Subordinação Cmt Gp Apoio Cmt Gp Apoio Cmt Cmt GC reforçado
Controle tático Cmt Gp Apoio Ch Peça Cmt GC reforçado
Apoio logístico Cmt Gp Apoio Cmt Gp Apoio Cmt GC reforçado
Tab 6-1. Quadro comparativo das formas de emprego das peças do grupo de apoio

c. Planejamento do Apoio de Fogo do Pelotão


1) No seu reconhecimento, o comandante de pelotão visualiza como
empregar os seus meios de apoio de fogo. Durante o estudo de situação, é
assessorado pelo comandante do grupo de apoio e deve considerar as armas
orgânicas e as recebidas em reforço.
2) Após a decisão, o comandante de pelotão expede a ordem de operações,
que deve prescrever, dentre outras: as formas de emprego das peças, as posições
de tiro (localização geral), os alvos a serem batidos, os setores e direções de tiro,
as medidas para abertura e suspensão de fogos, as mudanças de posição e o
remuniciamento.
3) Nas operações defensivas, o comandante do grupo de apoio prepara
um roteiro de tiro, incluindo nele os dados relativos às posições de tiro das peças,
os setores de tiro, as concentrações do morteiro leve, as medidas de coordenação
dos fogos, a prioridade dos trabalhos de OT, dentre outros. Cada comandante de
GC elabora o roteiro de seu grupo.
4) O comandante do pelotão de fuzileiros, por sua vez, confecciona o roteiro
do pelotão, que contém, entre outras, as informações relativas ao apoio de fogo. O
roteiro do pelotão é o produto da consolidação dos roteiros dos grupos de combate
e do roteiro de tiro do grupo de apoio. Uma via do roteiro do pelotão é entregue ao
comandante da companhia para integração e coordenação.

6-9. EXECUÇÃO DO APOIO DE FOGO

a. Ofensiva
1) Emprego das metralhadoras
a) A unidade de tiro da metralhadora é a peça. As peças podem atuar de
forma independente, mas a concentração dos fogos é mais eficaz pelo emprego
de ambas as peças sobre o mesmo alvo, cumprindo a mesma missão de tiro.
b) A forma de emprego mais adequada, na ofensiva, é a ação de con-
junto, onde as peças atuam em proveito de todo o pelotão. Situações específicas
podem exigir o emprego de uma peça em reforço ou apoio direto a um grupo de
combate.
c) As metralhadoras, no ataque, normalmente, ocupam uma base de
fogos em um acidente capital que proporcione boa observação e bons campos
de tiro em profundidade, a fim de apoiar, nas melhores condições, a manobra dos
grupos de combate. A direção de tiro das metralhadoras, se possível, deve ser
oblíqua à direção de ataque do pelotão.

6-7
d) Excepcionalmente, quando o terreno não oferecer uma base de fo-
gos dominante, as metralhadoras devem se deslocar cerca de 200 a 300 metros
à retaguarda dos GC, ocupando posições de tiro sucessivas, a fim de realizar o
tiro no intervalo dos GC e proteger os flancos do pelotão. Em princípio, realizará
o tiro sobre o bipé, mas o reparo deve ser conduzido para a consolidação do
objetivo.
e) O comandante do pelotão deve estabelecer os alvos a serem bati-
dos pelas metralhadoras em sua ordem de ataque, priorizando as armas cole-
tivas e as posições defensivas inimigas. Normalmente, é atribuído um setor de
tiro para as metralhadoras, podendo o mesmo ser batido por ambas as peças ou
ser dividido entre elas.
f) O comandante do grupo de apoio, em princípio, deve controlar o tiro
das metralhadoras. Quando a progressão dos grupos de combate ultrapassar o
alcance de utilização das metralhadoras, o comandante do grupo de apoio deve
ordenar a mudança de posição, por peças, para permitir a continuidade do apoio
de fogo.
g) Por ocasião do assalto à posição inimiga, os fogos das metralha-
doras devem ser suspensos ou transportados a fim de evitar o fratricídio. Tal
suspensão ou transporte de fogos ocorre mediante ordem do comandante do
pelotão ou sinal convencionado previamente estabelecido na ordem de ataque.
h) Após a conquista do objetivo do pelotão, as metralhadoras cerram
à frente, imediatamente, para apoiar a consolidação e a reorganização, ficando
em condições de repelir possíveis contra-ataques inimigos.
2) Emprego do morteiro leve
a) A peça de morteiro leve proporciona apoio de fogo indireto à mano-
bra do pelotão, podendo bater alvos inimigos protegidos de nossos fogos diretos.
A forma de tiro utilizada é a concentração, cujo diâmetro é de 50 metros.
b) A forma de emprego mais adequada, na ofensiva, é a ação de con-
junto, onde a peça de morteiro leve atua em proveito de todo o pelotão.
c) O morteiro leve deve ocupar uma posição de tiro desenfiada, mas
próxima da crista, a fim de permitir a condução dos fogos pelo chefe de peça,
já que não dispõe de observador avançado. É desejável que a peça de mortei-
ro leve se posicione próximo às metralhadoras a fim de facilitar o controle do
comandante do grupo de apoio em relação às medidas de coordenação dos
fogos.
d) O comandante do pelotão deve estabelecer os alvos a serem bati-
dos pelo morteiro leve em sua ordem de ataque, priorizando as armas coletivas
e as posições defensivas inimigas. Normalmente, a peça de morteiro leve recebe
um setor de tiro.
e) O chefe de peça controla o tiro do morteiro leve. Quando a progres-
são dos grupos de combate ultrapassar o alcance de utilização do morteiro leve,
o chefe de peça realiza a mudança de posição, sob a coordenação do coman-
dante do grupo de apoio, para permitir a continuidade do apoio de fogo.
f) A conduta da peça de morteiro leve, durante o assalto e a conquista
do objetivo do pelotão, é idêntica à conduta das metralhadoras.
g) Em complemento aos fogos de morteiro leve, o comandante do pe-
lotão pode solicitar à companhia o apoio de fogo de morteiros médios, pesados
e de artilharia.

6-8
Fig 6-5. Grupo de apoio na ofensiva

b. Defensiva
1) Emprego das metralhadoras
a) Normalmente, as metralhadoras atuam de forma conjunta, onde o
bloqueio da via de acesso pelo fogo é melhor obtido pelo cruzamento dos fogos
de ambas as peças à frente do núcleo de defesa do pelotão. O alcance de utiliza-
ção das metralhadoras, sobre o reparo, ainda permite cobrir, secundariamente,
os intervalos entre os pelotões da ADA.
b) A forma de emprego mais adequada, na defensiva, é a ação de
conjunto, onde as peças atuam em proveito de todo o pelotão. Situações espe-
cíficas, em larga frente, podem exigir o emprego das peças em reforço ou apoio
direto aos grupos de combate.
c) Na defesa, o posicionamento das metralhadoras deve permitir a ra-
sância e o flanqueamento do tiro, em razão do seu importante papel nos fogos de
proteção final. As peças de metralhadoras preparam espaldões tipo ferradura.
d) Em princípio, as metralhadoras ocupam suas posições de tiro nos
intervalos dos grupos de combate, junto à crista militar (LAADA). Por imposição
do terreno, a fim de preservar os melhores campos de tiro, as peças podem ser
localizadas no interior dos núcleos dos grupos de combate. Devem ser prepara-
das, também, posições de muda e suplementares.

6-9
e) Cada peça recebe um setor de tiro distinto, com amplitude de 90
graus, sendo a direção principal de tiro coincidente com a linha de proteção final
(LPF), aproximadamente paralela ao LAADA. Em princípio, antes do ataque ini-
migo, as peças permanecem apontadas na direção principal de tiro (LPF).
f) Em missões de retardamento, as peças devem buscar posições jun-
to à crista topográfica, com o objetivo de realizar fogos em profundidade. Nessa
situação, o pelotão não deve admitir um engajamento decisivo e os fogos de
proteção final não são prioritários.
g) O controle do tiro das metralhadoras, na defesa, é exercido pelo
chefe de peça. Dentro do seu setor de tiro, ele define os alvos a serem batidos
por ocasião dos fogos defensivos aproximados.
h) Durante os fogos de proteção final, as metralhadoras são aponta-
das para a direção principal de tiro (LPF) e realizam seus tiros diretos de forma
contínua, impondo um muro de fogos ao assalto inimigo. Normalmente, os fogos
de proteção final são desencadeados mediante um sinal convencionado (fumí-
genos ou pirotécnicos).
2) Emprego do morteiro leve
a) A peça de morteiro leve proporciona o apoio de fogo indireto à defe-
sa do pelotão, realizando concentrações sobre as formações de ataque inimigas
e suas armas coletivas.
b) A forma de emprego mais adequada, na defensiva, é a ação de con-
junto. Nela, a peça de morteiro leve atua em proveito de todo o pelotão.
c) O morteiro leve, normalmente, ocupa uma posição de tiro no interior
do núcleo de defesa do pelotão, a qual possibilite a observação e o controle do
tiro pelo chefe de peça, preparando um espaldão tipo fosso retangular. Devem
ser preparadas, também, posições de muda e suplementares.
d) Em princípio, o comandante do grupo de apoio permanece junto à
peça de morteiro leve, coordenando a execução de seus fogos em proveito do
pelotão, porém o controle do tiro é exercido pelo chefe de peça.
e) O comandante do pelotão atribui um setor de tiro para a peça de
morteiro leve, selecionando as concentrações, na frente de defesa do pelotão,
em acidentes nítidos no terreno, regiões de passagem obrigatória e locais favo-
ráveis ao posicionamento de armas coletivas e à concentração de tropas inimi-
gas.
f) Quando a formação de ataque inimiga atinge o alcance de utilização
do morteiro leve, são desencadeadas as concentrações dos fogos defensivos
aproximados. Durante o assalto inimigo, o morteiro leve realiza as concentra-
ções dos fogos de proteção final até uma distância mínima de segurança para a
tropa amiga, em torno de 100 metros. Normalmente, o morteiro leve não realiza
barragens.
g) Da mesma forma que na ofensiva, o comandante do pelotão pode
solicitar à companhia o apoio de fogo de morteiros médios, pesados e de arti-
lharia.

6-10
Fig 6-6. Grupo de apoio na defensiva

ARTIGO IV
LOGÍSTICA

6-10. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. A companhia é o menor escalão com funções logísticas, desdobrando


suas instalações logísticas em uma área de trens de subunidade (ATSU),
composta por uma área de manutenção de viaturas e armamento, um posto
de remuniciamento, um refúgio de feridos, uma área de cozinha e um posto de
distribuição de suprimentos.
b. O pelotão de fuzileiros participa das atividades logísticas desenvolvidas
pela subunidade, particularmente nas funções de suprimento, manutenção,
transporte, saúde e recursos humanos. O pelotão de fuzileiros não desdobra
instalações logísticas.
c. O comandante do pelotão é o responsável pelo apoio logístico de sua
fração, sendo auxiliado por seu adjunto, que coordena a execução de todas as
atividades logísticas no âmbito do pelotão.
d. Como o pelotão de fuzileiros não dispõe de uma fração específica de apoio
logístico, o adjunto necessita do auxílio de elementos destacados dos grupos
de combate para a execução das atividades de remuniciamento, evacuação de
feridos, dentre outras.

6-11
6-11. SUPRIMENTO

a. Suprimento é a função logística que trata da previsão e da provisão do


material necessário às organizações e forças militares. O termo suprimento
pode, também, ser empregado com o sentido geral de item, artigo ou material
necessário para equipar, manter e operar uma organização militar.
b. O material militar é grupado em dez classes de suprimento:
1) Classe I - material de subsistência;
2) Classe II - material de intendência;
3) Classe III - combustíveis e lubrificantes;
4) Classe IV - material de construção;
5) Classe V - armamento e munição (inclusive QBN);
6) Classe VI - material de engenharia e cartografia;
7) Classe VII - material de comunicações, eletrônica e informática;
8) Classe VIII - material de saúde;
9) Classe IX - material de motomecanização e aviação;
10) Classe X - material não incluído nas outras classes (água, impressos,
etc).
c. O suprimento pode ser distribuído por dois processos: na instalação de
suprimento, onde o elemento suprido apanha o material na instalação logística
do escalão superior; e na unidade, onde o elemento suprido recebe o material
em suas instalações logísticas.
d. Normalmente, em razão do reduzido efetivo da seção de comando da
companhia, o suprimento destinado ao pelotão é distribuído nas instalações
logísticas da subunidade. Quando possível, elementos da seção de comando da
companhia podem levar o suprimento aos pelotões, por meios motorizados, até
próximo de suas posições.
e. O pelotão de fuzileiros necessita, com maior frequência, dos suprimentos
de classe I (ração), classe III (combustível), classe V (munição) e classe X
(água). O material de fortificação (classe IV) tem seu maior consumo no curso
das operações defensivas, a fim de permitir a construção dos obstáculos de
proteção local.
f. Os pedidos de suprimento, a cargo do adjunto, têm por finalidade o
recompletamento da dotação do pelotão ou o consumo imediato. Determinadas
situações defensivas podem exigir a estocagem de suprimentos na posição do
pelotão. O adjunto deve providenciar o recompletamento de todo material que for
destruído, extraviado ou danificado.
g. Suprimento Classe I (ração)
1) A ração normal (R-1) é preparada na cozinha da companhia e
distribuída na ATSU, podendo ser consumida no local de rancho da SU ou na
posição do pelotão. É comum o consumo de ração normal em zona de reunião
ou em situações estáticas do combate.
2) Em combate ou em operações de movimento, ofensivas ou defensivas,
é comum o consumo de ração operacional tipo R-2, que inclui três refeições
(jantar, desjejum e almoço).
3) Cada homem leva consigo, na mochila, uma ração operacional tipo AE
6-12
(alimentação de emergência), que só deve ser consumida mediante ordem, em
caso de interrupção do fluxo de suprimento. A ração AE é composta por duas
refeições, sendo uma delas o desjejum.
4) Em contato com o inimigo, o pelotão utiliza o sistema de faxina, onde
1/3 do efetivo, sob a coordenação do adjunto, apanha a ração na ATSU e a
transporta até a posição do pelotão, onde será consumida por todos. Em zona
de reunião, é possível o consumo no local de rancho da SU, por rodízio de
frações.
h. Suprimento Classe III (combustível)
1) As viaturas do pelotão devem ser reabastecidas no posto de distribuição
de suprimento classe III do batalhão.
2) O adjunto deve manter o controle da situação de combustível das viaturas
do pelotão, em ligação direta com os respectivos motoristas, providenciando o
reabastecimento quando necessário.
i. Suprimento Classe V (munição)
1) O controle da munição é uma tarefa crítica para o pelotão. Nesse
mister, o adjunto deve se ligar permanentemente com os comandantes de grupo,
obtendo o nível de munição e as necessidades de cada fração.
2) Nas pausas do combate, especialmente durante a reorganização
após a conquista de um objetivo, o adjunto deve coordenar o remuniciamento,
solicitando ao comandante do pelotão alguns homens por fração para compor
uma turma de remuniciamento.
3) Normalmente, a munição é recebida no posto de remuniciamento da
companhia e transportada a braço até a posição do pelotão. Quando o terreno
permitir, o furriel deve levar a munição o mais próximo possível dos pelotões, por
viatura, a fim de agilizar o processo.
4) Quando não for possível realizar o remuniciamento, por qualquer
razão, o adjunto deve coordenar a redistribuição da munição entre os grupos de
combate. Em caso de restrição na disponibilidade de munição, cada comandante
de fração deve controlar cerradamente o consumo durante o combate.

Fig 6-7. Recebimento da munição no P Remn Cia


6-13
j. Suprimento Classe X (água)
1) Normalmente, a água é distribuída na ATSU, junto com a ração. Um
saco lister é instalado no local de rancho da subunidade e o suprimento d’água
aos pelotões é feito em camburões de 20 litros ou por reabastecimento dos
cantis.
2) A interrupção do fornecimento de água tratada pode obrigar o consumo
de fontes locais. Este procedimento somente será realizado mediante ordem e
com o uso obrigatório de purificadores d’água, químicos ou mecânicos.

6-12. MANUTENÇÃO

a. A manutenção compreende as ações executadas para preservar o material


em condições de uso ou restaurá-lo a essa condição. Suas atividades envolvem
a conservação, a reparação, a recuperação e a evacuação do material.
b. A manutenção é uma responsabilidade de comando. O comandante do
pelotão, auxiliado por seu adjunto, deve fiscalizar constantemente a manutenção
preventiva de todo o material orgânico de sua fração, incluindo o armamento,
as viaturas, o material de comunicações, os equipamentos optrônicos, dentre
outros.
c. Os usuários de cada tipo de material são encarregados da realização da
manutenção de primeiro escalão. A manutenção de segundo escalão só pode
ser realizada por mecânicos especializados e requer ferramental específico.
d. Todo material que for danificado ou estiver em pane deve ser evacuado
para a ATSU, onde será examinado pelos mecânicos da subunidade. Sempre
que possível, é preferível a ida do pessoal de manutenção da SU à posição do
pelotão do que a evacuação do material.
e. O material salvado, definido como o material utilizado por nossas forças
que seja encontrado em situação de abandono na área de operações, e o
material capturado do inimigo devem ser prontamente evacuados para a ATSU.
Em caso de peso ou volume excessivos à capacidade do pelotão, o local do
material salvado ou capturado deve ser balizado e informado à companhia.

6-13. TRANSPORTE

a. O pelotão, normalmente, dispõe de duas viaturas de cinco toneladas


(Fig 6-8), fornecidas pela companhia, para o deslocamento motorizado do seu
pessoal e material. O comandante do pelotão deve estabelecer um plano de
embarque nas viaturas disponíveis.
b. Em princípio, quando o pelotão atua desembarcado, suas viaturas
permanecem junto aos trens da subunidade (ATSU) ou aos trens de combate
do batalhão (ATC). Tal decisão dependerá das condições do terreno para a
dispersão e ocultação das viaturas.

6-14
Fig 6-8. Transporte motorizado do pelotão

6-14. SAÚDE

a. O apoio de saúde visa à conservação dos efetivos e à preservação da


eficiência da tropa. Compreende, dentre outras, as atividades de medicina
preventiva, primeiros socorros, evacuação de feridos, atendimento médico,
triagem e hospitalização.
b. O comandante do pelotão deve fiscalizar a execução das medidas de
higiene em campanha, evitando a proliferação ou o agravamento de doenças. Os
doentes devem ser evacuados para o refúgio de feridos da subunidade (ATSU)
e, se for o caso, para o posto de socorro do batalhão (ATC), onde receberão
atendimento médico.
c. Quando um homem é ferido, o companheiro mais próximo deve lhe
prestar, de imediato, os primeiros socorros. O adjunto, então, deve coordenar
a evacuação desse elemento até o refúgio de feridos da companhia, seja
caminhando (ferimentos leves), seja transportado por elementos de sua fração,
do pelotão reserva ou pelos padioleiros da turma de evacuação da subunidade.
d. No refúgio de feridos, o cabo atendente, da turma de evacuação, revisa
os primeiros socorros e, se necessário, prepara o ferido para a sua evacuação
até o posto de socorro do batalhão, onde receberá atendimento médico.

Fig 6-9. Evacuação de feridos


6-15
6-15. RECURSOS HUMANOS

a. Recursos humanos é a função logística que gerencia as atividades


de controle de efetivos, recompletamento, repouso, recuperação, recreação,
mão-de-obra, sepultamento, suprimento reembolsável, serviço postal, banho
e lavanderia.
b. Algumas atividades relativas ao pessoal, como justiça e disciplina,
prisioneiros de guerra, assistência religiosa e administração de pessoal
(pagamento, condecorações, promoções e movimentações) não fazem parte
da logística.
c. O adjunto tem a missão de controlar o efetivo, mantendo o comandante
do pelotão constantemente informado. Diariamente, o adjunto deve relatar
a situação de pessoal do pelotão (inclusões, perdas, prisioneiros de guerra
e efetivo atual) ao sargenteante da companhia, para que este prepare a
mensagem diária de efetivo da SU. As alterações de pessoal devem ser
informadas no exato momento da ocorrência.
d. É fundamental o acompanhamento da situação dos elementos
baixados no posto de socorro do batalhão ou no posto de triagem da brigada,
pois estes permanecem no efetivo do pelotão.
e. O recompletamento é processado com base nas perdas ocorridas,
sejam em combate, fora de combate ou administrativas (transferidos,
presos, desertores, desaparecidos, etc). Normalmente, o pelotão recebe o
recompletamento em zona de reunião ou em área de recuperação. Na falta
de recompletamento, o comandante do pelotão deve redistribuir os homens
dos grupos de combate, sob a coordenação do adjunto, a fim de equilibrar
os claros.
f. A atividade de sepultamento, no pelotão, envolve a coleta dos mortos
amigos e inimigos, a identificação e o registro do cadáver, a preparação
do espólio e a evacuação para a ATSU. O cadáver deve ser enrolado em
um poncho ou manta para manuseio e seus pertences pessoais (espólio) o
acompanham na evacuação. O material militar (armamento, equipamento,
suprimentos, etc) é aproveitado no pelotão ou evacuado para a ATSU.
g. O adjunto deve providenciar o registro do cadáver (nome, identidade,
posto/graduação, pelotão/SU, local/hora/motivo da morte), com base na
identificação do seu comandante de grupo, e coordenar a evacuação dos
mortos com o auxílio de outros elementos.
h. O comandante do pelotão é o responsável direto pela manutenção da
disciplina de seus homens. Sua liderança é instrumento fundamental para
direcionar o comportamento individual e coletivo da fração no cumprimento
da missão. As medidas corretivas constituem atribuição do comandante da
subunidade.
i. Os prisioneiros de guerra devem ser, de imediato, revistados,
separados, imobilizados e mantidos sob permanente vigilância. O adjunto
deve coordenar a evacuação dos prisioneiros de guerra para o posto de
comando da SU, por elementos do próprio pelotão ou do pelotão reserva,
conforme a determinação do comandante da companhia. Cabe ressaltar
6-16
que o tratamento dos prisioneiros de guerra deve obedecer às prescrições
contidas nas Convenções de Genebra e seus protocolos adicionais.

Fig 6-10. Prisioneiros de guerra

6-17
ANEXO A
CASOS ESQUEMÁTICOS

A-1. MARCHA PARA O COMBATE

a. Situação
1) O 84º BI Mtz recebeu a missão de constituir a vanguarda da 8ª Bda
Inf Mtz em uma marcha para o combate a pé, inicialmente coberta pelo 12º
RC Mec. A marcha será realizada, a partir de D/0800, na direção GETULÂNDIA
– CACHOEIRA PAULISTA, ao longo do eixo de progressão MARTELO, o qual é
balizado pela rodovia 209.
2) Inicialmente, será adotada a formação em coluna de marcha até a
linha de controle FALCÃO (LPH), onde o batalhão passará a marchar grupado
taticamente. Ao atingir a linha de controle GAVIÃO (LPE), provavelmente o
batalhão ultrapassará elementos do 12º RC Mec e prosseguirá em marcha de
aproximação, desdobrando-se em profundidade.
3) A 1ª Companhia de Fuzileiros, escalão de combate da vanguarda,
destacará o 1º Pelotão de Fuzileiros como escalão de reconhecimento, após a
linha de controle GAVIÃO.
4) O objetivo de marcha da 1ª Cia Fuz é constituído pelas alturas de
P Cot 608 e P Cot 602. Após a conquista de seu objetivo, a companhia ficará
em condições de prosseguir para sudoeste ou manter para apoiar uma
ultrapassagem.
5) O inimigo tem condições de atuar ao longo do eixo de progressão com
tropas de natureza e valor desconhecidos. Seus elementos de reconhecimento
estão em contato com o 12º RC Mec no corte do Rio SALGADO (linha de controle
GAVIÃO).
6) Analisando as características do terreno, o comandante do 1º Pel Fuz
verificou a existência de alguns pontos críticos (pontes, desfiladeiros, cortes de
estrada) que favorecem a ação do inimigo. O Rio SALGADO constitui obstáculo
para viaturas de qualquer tipo, em razão de possuir margens taludadas. As
localidades ao longo do eixo foram evacuadas.
7) O pelotão, além de estar com o seu efetivo e material completos,
recebeu em reforço uma peça de CSR 84 mm.
b. Decisão do Comandante do 1º Pelotão de Fuzileiros
1) O 1º Pel Fuz (+1ª/Sec AC/Pel Ap) realizará uma marcha para o combate
a pé, coberta, a partir de D/0800, pelo E Prog MARTELO, em coluna de marcha,
até a L Ct FALCÃO. A partir dessa linha, prosseguirá o movimento em coluna
tática até a L Ct GAVIÃO.

A-1
2) A partir da L Ct GAVIÃO, ultrapassando Elm 12º RC Mec, passará a
realizar uma marcha para o combate descoberta, em marcha de aproximação,
constituindo o escalão de reconhecimento da vanguarda, com o 1º GC como
ponta, para conquistar a R Altu P Cot 608.
3) Nessa região, ficará ECD prosseguir para SW ou de manter para apoiar
uma ultrapassagem. Tudo com a finalidade de permitir à 1ª Cia Fuz a conquista
da R Altu P Cot 608 e P Cot 602.
c. Situação de Conduta
1) Ao entrar no compartimento ao sul do P Cot 515, em D/1600, o 1º
GC (ponta) informou ao Cmt 1º Pel Fuz que recebeu fogos de uma resistência
inimiga na região de alturas de P Cot 515 e que manobraria para neutralizá-la.
2) O Cmt 1º Pel Fuz, de imediato, ocupou um posto de observação na
região de alturas de P Cot 433 para realizar um reconhecimento e um estudo de
situação de conduta.
3) O 1º GC, após tentar manobrar, ficou detido e verificou que a resistência
inimiga tinha o valor de um GC reforçado com arma automática.
4) O Cmt 1º Pel Fuz, então, emitiu uma ordem fragmentária aos seus
comandantes de grupo e informou a sua manobra ao Cmt 1ª Cia Fuz.

Fig A-1. Situação de conduta na marcha para o combate


A-2
d. Decisão de Conduta
1) O 1º Pel Fuz realizará um ataque de flanco, em D/1630, na direção P
Cot 433 - P Cot 515, com o 1º GC a leste, para fixar o inimigo pelo fogo, e com
o 2º GC a oeste, no ataque principal, para conquistar a região de alturas de P
Cot 515.
2) O 3º GC será a reserva e deslocar-se-á à esteira do 2º GC. Na posição
de assalto, o pelotão entrará em linha, com o 2º GC ao sul e o 3º GC ao norte.
3) As peças de metralhadora e a peça de CSR 84 mm, para apoiar o
ataque, serão posicionadas na crista topográfica da região de alturas de P Cot
502.
4) A peça de morteiro leve será posicionada na encosta leste do P Cot
502, próximo às metralhadoras, realizando fogos na região de P Cot 515. A
prioridade de fogos é do 2º GC.

Fig A-2. Manobra do escalão de reconhecimento

A-2. ATAQUE

a. Situação
1) No curso de operações ofensivas, o 84º BI Mtz recebeu a missão de
realizar um ataque coordenado, em D/0700, como ataque principal da 8ª Bda Inf
Mtz. O batalhão atacará com duas companhias em primeiro escalão: a 2ª Cia
Fuz, como seu ataque principal, e a 1ª Cia Fuz, como ataque secundário.
2) A missão da 1ª Companhia de Fuzileiros é conquistar e manter a região de
A-3
alturas de P Cot 430 e P Cot 438. Após a conquista do seu objetivo, a companhia apoiará
a ultrapassagem da 3ª Cia Fuz.
3) O 1º Pelotão de Fuzileiros atuará enquadrado pela 1ª Companhia de Fuzileiros,
compondo seu escalão de ataque por oeste, para conquistar sucessivamente o P Cot
415 e o P Cot 438.
4) O inimigo, na frente do batalhão, está disposto em larga frente com o valor
de um pelotão de fuzileiros, o que representa uma vulnerabilidade do seu dispositivo
defensivo.
5) Na frente de ataque do 1º Pel Fuz, o inimigo tem o valor de um grupo de
combate reforçado por uma metralhadora leve, ocupando as alturas de P Cot 415.
6) O Rio VERMELHO não constitui obstáculo para tropas a pé e carros de
combate, possuindo uma profundidade de 1,00 metro, exceto na frente do 84º BI Mtz,
onde impede o movimento dos CC, em razão de suas margens taludadas e vegetação
ciliar.
7) O 1º Pel Fuz está completo em sua dotação de material. O 3º GC possui um
soldado doente, sob cuidados médicos, no posto de socorro do batalhão.
b. Decisão do Comandante do 1º Pelotão de Fuzileiros
1) O 1º Pel Fuz (+1ª/Sec AC/Pel Ap), ultrapassando elementos do 83º BI Mtz,
realizará um ataque frontal, em D/0700, na direção P Cot 426 – P Cot 438, com o 1º GC
a oeste, no ataque principal, e com o 2º GC a leste, para conquistar sucessivamente a
região de alturas de P Cot 415 e P Cot 438. Manterá a região de P Cot 438 e apoiará a
ultrapassagem de elementos da 3ª Cia Fuz. Tudo com a finalidade de permitir à 1ª Cia
Fuz a conquista da R Altu P Cot 430 e P Cot 438.
2) O 3º GC será mantido em reserva. Na posição de assalto, o pelotão passará
à formação em linha, com o 1º GC a oeste, com o 2º GC a leste, e com o 3º GC ao
centro.
3) As peças de metralhadora ocuparão posições de tiro na região do P Cot 426,
a fim de apoiar a progressão do pelotão. A peça de morteiro leve ocupará sua posição
de tiro na encosta sul do P Cot 426, próximo às metralhadoras. A prioridade de fogos é
do 1º GC.
c. Situação de Conduta
1) Em D/0745, durante a progressão, próximo à posição de assalto, o escalão de
ataque do pelotão deparou-se com um campo de minas que impedia o prosseguimento
do seu ataque.
2) O 1º GC não conseguiu desbordar o campo de minas por oeste e começou a
receber fogos ajustados de metralhadora leve, ficando detido.
3) O 2º GC perdeu três homens durante a progressão e, também, ficou detido
devido ao campo de minas e aos fogos inimigos.
4) O 3º GC estava posicionado à retaguarda do 2º GC, logo após a passagem
a vau no Rio VERMELHO.
5) O 2º Pel Fuz logrou êxito em seu ataque e conquistou o P Cot 389, estando
em condições de apoiar pelo fogo a manobra do 1º Pel Fuz.
6) O Cmt 1º Pel Fuz, após realizar um estudo de situação de conduta, emitiu
uma ordem fragmentária aos seus comandantes de grupo e informou a sua
manobra ao Cmt 1ª Cia Fuz.

A-4
Fig A-3. Situação de conduta no ataque

d. Decisão de Conduta
1) O pelotão prosseguirá no ataque, em D/0800, com o 3º GC no ataque
principal a este do campo de minas, incidindo no flanco inimigo, para conquistar
o P Cot 415.
2) Empregará o 1º e 2º GC para fixar o inimigo pelo fogo.

A-5
3) As metralhadoras e o morteiro leve apoiarão a manobra do 3º GC, que
terá a prioridade de fogos.

Fig A-4. Emprego da reserva do pelotão


A-3. DEFESA
a. Situação
1) No curso de operações defensivas, o 84º BI Mtz recebeu a missão de
realizar uma defesa em posição no corte do Rio APANÁGIO, em parte da zona
de ação da 8ª Bda Inf Mtz. O batalhão empregou a 1ª e a 2ª Cia Fuz na ADA,
mantendo a 3ª Cia Fuz como sua reserva.
2) A missão da 1ª Companhia de Fuzileiros é defender a região
compreendida entre o Córrego DO DOMINGUES, inclusive, e o Córrego DO
MATUTO, exclusive. Além disso, deve acolher os elementos da 21ª Bda C
Mec (F Cob) e da 3ª Cia Fuz (P Avç C), que retraírem em sua zona de ação;
para isso, as frações da 1ª Cia de Fzo tomaram as seguintes providências:
a) o 1º Pelotão de Fuzileiros, enquadrado pela 1ª Companhia de
Fuzileiros, preparou e ocupou um núcleo de defesa na região do P Cot 344;
b) o 2º Pel Fuz encontra-se a oeste da posição do 1º Pel Fuz, na região
do P Cot 350; e
c) o 3º Pel Fuz aprofunda a defesa da companhia nas alturas de P Cot
363.
3) O inimigo cerra seus meios ao norte e se prepara para uma ação
ofensiva. Foram lançadas patrulhas de reconhecimento inimigas na zona
de ação da 1ª Cia Fuz, as quais foram identificadas pelos postos de vigia da
subunidade.
4) O Rio APANÁGIO apresenta uma profundidade de 0,90 m. Sua
vegetação ciliar é permeável a tropas de infantaria, mas constitui obstáculo a
carros de combate.
5) O 1º Pel Fuz está completo em pessoal e material.

A-6
b. Decisão do Comandante do 1º Pelotão de Fuzileiros
1) O 1º Pel Fuz defenderá, no corte do Rio APANÁGIO, a frente
compreendida entre o Córrego DO DOMINGUES e o Córrego DO BREJO,
empregando o 1º GC a leste, o 2º GC ao centro e o 3º GC a oeste. Acolherá
os Elm 21ª Bda C Mec e da 3ª Cia Fuz que retraírem em sua frente de defesa.
Tudo com a finalidade de impedir, em sua frente de defesa, o acesso do inimigo
à região de alturas de P Cot 363.
2) Os grupos de combate prepararão posições suplementares, conforme
o que se segue: o 1º GC no flanco leste, o 2º GC à retaguarda e o 3º GC no
flanco oeste.
3) As peças de metralhadora serão posicionadas nos intervalos dos
grupos de combate. A peça de morteiro leve ocupará posição na encosta sul de
P Cot 344. A prioridade de fogos é do 3º GC.
c. Situação de Conduta
1) Em D/0600, após o acolhimento da F Cob e dos P Avç C, o inimigo
desencadeou o seu ataque à posição da 1ª Cia Fuz com o valor de um batalhão
de infantaria.
2) Em D/0800, o núcleo de defesa do 2º Pel Fuz submergiu. O 3º Pel
Fuz está realizando fogos no núcleo submergido, a fim de limitar a penetração
inimiga.
3) A tropa inimiga, na frente de defesa do 1º Pel Fuz, encontra-se detida.
Entretanto, em face da penetração inimiga no núcleo vizinho, o flanco oeste do
pelotão está vulnerável.

Fig A-5. Situação de conduta na defesa

A-7
d. Decisão de Conduta
1) O 1º Pel Fuz empregará, desde já, o 3º GC no flanco oeste, em posição
suplementar, para limitar a penetração inimiga na região do P Cot 350.
2) O 2º GC assumirá a frente de defesa dos núcleos de centro e de
oeste.
3) As armas do grupo de apoio permanecerão em suas atuais posições.
Prioridade de fogos para o 2º GC.

Fig A-6. Decisão de conduta na defesa

A-8
ANEXO B

ORDEM DE OPERAÇÕES

B-1. GENERALIDADES
a. A ordem de operações do comandante do pelotão de fuzileiros é emitida
verbalmente para o adjunto, os comandantes dos grupos subordinados para os
elementos recebidos em reforço.
b. A expedição da ordem deve ser realizada, sempre que possível, à luz do terreno,
em um posto de observação, a fim de que as posições inimigas sejam avistadas e
os acidentes do terreno possam ser identificados como medidas de coordenação e
controle.
c. O modelo descrito a seguir tem como objetivo orientar o comandante do pelotão,
para que não se esqueça de abordar todos os detalhes importantes para o cumprimento
da missão.
d. A essência, nesse escalão, não é a forma, mais sim o conteúdo da ordem.
Em situações de premência de tempo, o modelo a seguir apresentado pode ser
simplificado.

B-2. MEMENTO DE ORDEM DE OPERAÇÕES


1. SITUAÇÃO
a. Forças Inimigas
1) Localização e o valor das tropas inimigas no terreno.
2) Localização de suas armas de apoio.
3) Atividades inimigas importantes e recentes (patrulhamento, realização de
fogos, lançamento de obstáculos, preparação de posições, etc).
4) Ações da força aérea inimiga.
5) Possibilidades de o inimigo: atacar, defender, retardar, retrair, reforçar,
atuar.
b. Forças Amigas
1) Missão sucinta da companhia.
2) Atuação dos elementos vizinhos.
3) Existência de tropa amiga interposta e forças de segurança.
4) Disponibilidade de apoio de fogo do escalão superior.
5) Possibilidades da nossa força aérea.
6) Intenção do comandante da companhia.
c. Meios Recebidos e Retirados
1) Citar os elementos recebidos em reforço.

B-1
2) Citar os elementos retirados do pelotão.
2. MISSÃO
a. Descrever a missão do pelotão, abordando: todas as ações táticas
a realizar (QUE); a hora do início da operação (QUANDO); as condições de
espaço (ONDE), definindo a direção geral, os objetivos impostos ou a frente
de atuação, conforme o caso; e a finalidade (PARA QUE), cuja referência é a
missão da companhia.
A seguir, é apresentada uma missão como exemplo: Atacar, em D/1030, na
direção Cota DA ÁRVORE – P Cot 455, para conquistar e manter a região de P
Cot 455. Tudo com a finalidade de permitir à 1ª Cia Fuz a conquista da região de
alturas de P Cot 455 e Cota DA TORRE.
b. Intenção do Comandante do Pelotão
Deve traduzir a situação final desejada para a missão, expressando
diretrizes em complemento à missão, a fim de facilitar a iniciativa de seus
subordinados.
3. EXECUÇÃO
a. Conceito da Operação
1) Manobra
Descrever a manobra do pelotão, abordando: a identificação da fração
e os reforços recebidos (QUEM); as ações táticas a realizar (QUE); as condições
de espaço (ONDE), citando a direção geral, os objetivos impostos ou a frente de
atuação, conforme o caso; e o emprego das peças de manobra (COMO), definin-
do qual delas realiza a ação principal e a forma de manobra utilizada.
A seguir, é apresentada uma manobra como exemplo: O 1º Pel Fuz
(+1ª/Sec AC/Pel Ap) realizará um ataque de flanco, na direção Morro ALTO – P
Cot 330, com o 2º GC ao norte, para fixar o inimigo pelo fogo, e com o 1º GC ao
sul, no ataque principal, para conquistar e manter a região de P Cot 330 (O1).
2) Fogos
a) Definir a prioridade de fogos do pelotão.
b) Citar o período dos fogos de preparação, se for o caso.
b. 1º GC (elemento em primeiro escalão)
1) Descrever as ordens específicas para a fração.
2) Citar o recebimento de armas em reforço.
c. 2º GC (elemento em primeiro escalão)
Considerações idênticas às da letra anterior.
d. Apoio de Fogo
1) Grupo de Apoio
a) 1ª Pç Mtr: definir a forma de emprego (Ac Cj – Ap Dto – Ref).
b) 2ª Pç Mtr: consideração idêntica da letra anterior.
c) Pç Mrt L: consideração idêntica da letra anterior.
2) Elemento de Apoio de Fogo em Reforço (Exemplo: Pç CSR 84)
Definir a forma de emprego (Ac Cj – Ap Dto – Ref).
e. Reserva
1) Definir o grupo de combate em reserva, se for o caso.

B-2
2) Descrever as ordens específicas para a reserva.
f. Prescrições Diversas
1) Citar as ordens comuns a todos os elementos.
2) Detalhar o cumprimento da missão, conforme o tipo de operação:
a) ordem de movimento;
b) rodízio das peças de manobra;
c) formações táticas a serem adotadas;
d) técnica de progressão;
e) técnica de assalto;
f) medidas de coordenação e controle;
g) medidas de segurança;
h) medidas de consolidação e reorganização;
i) medidas de coordenação de fogos (abertura e suspensão);
j) posições/setores/direções de tiro das armas de apoio;
k) mudanças de posição das armas de apoio;
l) setores de tiro dos GC;
m) linhas de acionamento das armas;
n) prazos para a preparação de posições;
o) prioridade dos trabalhos de OT;
p) construção de obstáculos;
q) preparação de posições suplementares; e
r) elaboração de roteiros etc.
3) Detalhar as condições de execução das operações complementares (acolhimento,
ultrapassagem, substituição e junção).
4) EEI (conforme a ordem de operações da companhia).
4. LOGÍSTICA
a. Generalidades
1) Localização da ATSU.
2) Composição da ATSU (instalações logísticas).
b. Suprimento
1) Classe I
a) Processo de distribuição do suprimento.
b) Plano de alimentação.
c) Local de consumo das refeições (local de rancho da SU ou na posição).
d) Método de apanha das refeições (por rodízio ou por faxina).
2) Classe III
a) Processo de distribuição do suprimento.
b) Regime de tanque no reabastecimento (pleno ou menor).
c) Nível mínimo de tanque (3/4, 1/2 ou 1/4).
3) Classe V
a) Processo de distribuição do suprimento.
b) Restrição de munição.
c) Composição da turma de remuniciamento do pelotão.
4) Classe X (água)
a) Processo de distribuição do suprimento.
b) Método de reabastecimento (cantis ou camburões).
B-3
c) Consumo d’água de fontes locais.
c. Transporte
1) Plano de embarque do pelotão.
2) Local de estacionamento das viaturas (ATSU ou ATC).
d. Manutenção
1) Evacuação de material danificado ou em pane.
2) Material salvado ou capturado (procedimentos).
e. Saúde
1) Evacuação de feridos e doentes.
2) Localização do posto de socorro do batalhão (ATC).
f. Pessoal
1) Controle de efetivo
a) Situação de pessoal do pelotão (hora da informação para a SU).
b) Controle de elementos baixados.
2) Recompletamento
a) Hora e local de recebimento dos recompletamentos.
b) Redistribuição de pessoal no pelotão.
3) Sepultamento
a) Identificação, registro e espólio (procedimentos).
b) Evacuação de mortos.
4) Prisioneiros de Guerra
a) Revista e imobilização (procedimentos).
b) Evacuação de PG.
5. COMANDO E COMUNICAÇÕES
a. Comunicações
1) Índice das IECom Elt.
2) Sistema Rádio
a) Diagrama da rede do pelotão.
b) Prescrições rádio.
3) Sistema Físico
a) Diagrama de circuitos do pelotão.
b) Recursos locais de telefonia.
4) Sistema Mensageiro
Designação de mensageiros especiais.
5) Meios Acústicos e Visuais
a) Emprego de artifícios pirotécnicos, fumígenos e sinais luminosos.
b) Emprego de bandeirolas e painéis.
c) Emprego de meios acústicos (apito, sirene, etc).
b. Posto de Comando
a) Localização do PC da subunidade.
b) Localização do PC/PO do pelotão.
c. Outras prescrições
a) Senha e contrassenha.
b) Sinal de reconhecimento.

B-4
ANEXO C

DOCUMENTOS DO PELOTÃO

C-1. ROTEIRO DO PELOTÃO


1.MISSÃO
Defender, no corte do Rio APANÁGIO (3019), a frente compreendida entre Córrego DO DOMINGUES (3118)
e o Córrego DO BREJO (3018). Acolher Elm 21ª Bda C Mec (F Cob) e 3ª Cia Fuz (P Avç C) que retraírem em
sua frente de defesa. Tudo com a finalidade de impedir, em sua frente de defesa, o acesso do inimigo à região
de alturas de P Cot 363 (3018).
2.COMPOSIÇÂO
1ºGC 2ºGC 3ºGC Grupo de Apoio
-1ª Pç Mtr
-2ª Pç Mtr
-Pç Mtr L
3. CROQUIS Setor de Tiro
Elemento
Esquerdo Direito
1º GC Cratera Árvore frondosa
2º GC Entroncamento Bambual
3º GC Árvore seca Cratera
1ª Pç Mtr Pinheiro Bambual
2ª Pç Mtr Entrocamento Casa

Pç Mtr L Árvore seca Árvore frondosa

C-1
C-2
3. MEDIDAS DE SEGURANÇA ( Início: D/0600 ) 5. LOGÍSTICA
Elm Seg Efetivo Local Escala diária a. Suprimento
PV (diurno) 02 Bambual 1ºGC - 2º GC - 3º GC
1) Classe I
- Distr na instalação (ATSU); ração
PE (noturno) 04 Cerca 2ºGC - 3º GC - 1º GC R-1; consumo na posição por faxina.
A cargo do Pel Res 2) Classe III
Patrulha de Ligação Esquadra ---
Cia - Distr na instalação (ATE); tanque ple-
Vigia local 01 Na posição GC ou peça no; nível mínimo 1/2.
4. PRIORIDADE DOS TRABALHOS DE OT ( Dspo pronto: D+3/1800 ) 3) Classe V
a) Estabelecimento da segurança aproximada e local. - Distr no PIL (porteira Enc S de P Cot
b) Instalação das armas de apoio. 344); restrição AT-4; Tu Remn 01 Sd por grupo.
c) Limpeza dos campos de tiro. 4) Classe X (água)
d) Estabelecimento das comunicações. - Distr na instalação (ATSU); Rabst por
e) Preparação das posições principais (abrigos e espaldões). cantis; consumo fontes locais proibido.
f) Construção dos obstáculos. b. Transporte
g) Preparação das posições de muda e suplementares. - Estacionamento das Vtr na ATC.
c. Manutenção
- Mat danificado ou em pane: evacuar para
ATSU, a cargo da própria fração.
- Mat salvado ou capturado: evacuar para
ATSU, a cargo da própria fração.
d. Pessoal
- Situação de pessoal até 1815 para SU
(Sgte).
e. Saúde
- PS/Btl. na ATC (R Faz Bela Vista).
- Evacuação de feridos para ATSU, a cargo
da própria fração.
6. COMUNICAÇÕES
a. Comunicações
1) Índice das IECom Elt: 1-1
2) Rádio
a) Freqüência Pcp: 42.50 Altn: 50.45
b) Indicativos: Rede (Animal); Cmt Pel (Águia);
Adj (Urso); 1ºGC (Cobra); 2ºGC (Gavião); 3ºGC (Gato); GpAp (Cão).
c) Prescrições Rádio:
(1) Silêncio: antes do contato com o inimigo.
(2) Restrito: ações dos P Avç C e acolhimento.
(3) Livre: durante o ataque inimigo.
3) Meios Físicos
Ramais: 1ºGC – 2ºGC – 3ºGC – GpAp – PV/PE.
4) Sinais Convencionados
a) Silvos longos de apito: ataque inimigo.
b) Fumígeno ou pirotécnico vermelho: fogos de proteção final.
c) Fumígeno ou pirotécnico azul: suspensão dos fogos.
b. Posto de Comando
P Cot 344.
c. Outras Prescrições

Dia Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab


Senha lata copo tanque boné pata pico Lixo
Contrassenha fogo preá paca tubo disco flora cama
Sinal Rec 5+ 1- 3- 9+ 7+ 3- 5-

C-3
C-4
C-2. ROTEIRO DO GC
1. MISSÃO
2. COMPOSIÇÃO
3. CROQUIS Setor de Tiro
Elemento
Esquerdo Direito

Cmt 1ª Esq
E1
E2
A1
Cmt 2ª Esq
E3
E4
A2
3. MEDIDAS DE SEGURANÇA ( Início: ) 5. LOGÍSTICA
a. Suprimento
Elm Seg Efetivo Local Escala
1) Classe I
2) Classe III
3) Classe V
4) Classe X (água)
b. Transporte
c. Manutenção
d. Pessoal
4. PRIORIDADE DOS TRABALHOS DE OT ( Dspo pronto: ) e. Saúde

6. COMUNICAÇÕES b. Outras Prescrições

a. Comunicações Dia Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab


1) Índice das IECom Elt: Senha
2) Rede Rádio do Pelotão Contrassenha
- Freqüência Pcp: Altn:
Sinal Rec
- Indicativos:
- Prescrições Rádio:
3) Sinais Convencionados

C-5
C-3. FICHA DE CONTROLE DE TRÂNSITO

C-6
FICHA DE CONTROLE DE TRÂNSITO (PBCE)

Fração/SU: 1º / 3ª Cia Fuz


Unidade: 84º BI Mtz
Localização: Ponte da Rdv 135 sobre o Rio Salgado (4536).
Período: 230930Mar05 a 260600Mar05.

GDH Nome completo Identidade / Órgão Origem Destino Observação


231000Mar05 Cosme de Araújo Dantas 137656744-5 / IFP Taquaral Bela Vista Mot Corsa LKU 3452
231000Mar05 José Carvalho Pinto 213422785-2 / IFP Taquaral Bela Vista Psg Corsa LKU 3452
231000Mar05 Marco Antonio de Oliveira 132988746-1 / IFP Bela Vista Taquaral bicicleta
231000Mar05 Margarida Conceição Silva 122753843-3 / IFP Bela Vista Taquaral A pé

REGISTRAR DADOS VEICULARES NO VERSO.


DADOS VEICULARES
GDH Motorista (nome completo) CNH Marca Ano Cor Placa Observação
JF
6548765495 LKU
231000Mar05 Cosme de Araújo Dantas Corsa 1998 Azul Engenharia
/ RJ 3452
Ltda

C-7
ANEXO D

DADOS MÉDIOS DE PLANEJAMENTO

D-1. OFENSIVA
a. Frentes do pelotão de fuzileiros no ataque
Ataque diurno 150 a 250 m
Ataque noturno 80 m
Ataque à localidade 1 quarteirão (180 m)

b. Tempo de parada em objetivo

Objetivo marcado pela Cia 30 min


Objetivo marcado pelo Btl 1 hora

c. Prazos de planejamento para o pelotão de fuzileiros


Diurno 1 hora 20 min de luz
Ataque
Noturno 2 horas 40 min, sendo 1 hora 40 min de luz

d. Velocidades de progressão em combate


1) Ataque Diurno

Tr a pé 100 m / 10 min
Tr a pé com apoio de CC 100 m / 5 min
Tr embarcada em VBTP 5 Km/h

2) Ataque Noturno

Iluminado ou com OVN idêntica ao diurno


Não-iluminado (Tr a pé) 100 m / 12 min

e. Velocidades de deslocamento a pé
Diurna 4,0 Km/h
Em estrada
Noturna 3,0 Km/h
Diurna 2,5 Km/h
Através campo
Noturna 1,5 Km/h

D-1
D-2. DEFENSIVA
a. Apoio mútuo e dispersão

Apoio mútuo entre 2 Pel Fuz em Núcleos Def 500 m


Afastamento mínimo entre 2 Núcleos de Pel Fuz 200 m
terreno limpo 20 m
duplas
Afastamento terreno sujo 10 m
entre 2 tocas terreno limpo 10 m
simples
terreno sujo 5m
b. Frente e profundidade do pelotão de fuzileiros na defesa de área

Frente ocupada 400 m


Frente defendida 900 m
Profundidade do núcleo 50 a 200 m
c. Frente e profundidade do pelotão de fuzileiros na defesa em localidade

Frente de defesa 1 a 2 quarteirões ( largura de 180 m cada )


Profundidade 1 quarteirão
d. Frentes do pelotão de fuzileiros com outros graus de resistência
Frente de retardamento 1.500 m
Frente de vigilância 3.000 m
e. Prazos para organização da posição defensiva
Tipo de posição Tempo de organização
Pos fortificada 15 ou mais jornadas de trabalho
Pos organizada Igual ou maior que 5 e menor do que 15 jornadas de trabalho
Pos sumariamente
Igual ou maior que 1 e menor do que 5 jornadas de trabalho
organizada
Resistência descontínua Mais de 6 horas e menos de 1 jornada de trabalho

D-2
D-3. APOIO DE FOGO
a. Alcance do armamento coletivo
Bipé 800 m
Metralhadora MAG
Reparo 1.800 m
Brandt 1.000 m
Morteiro Leve 60 mm
Hotchkiss 2.000 m
Lança-rojão anticarro AT-4 300 m
Lançador de granadas 40 mm 400 m
b. Emprego do morteiro leve 60 mm
Diâmetro da concentração da peça 50 m
Distância mínima de segurança para a tropa amiga 100 m

D-3
Mais uma realização da Seção de Editoração Gráfica
1ª Subchefia/COTER

Você também pode gostar