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MANUAL DE
TOPOGRAFIA MILITAR
MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
2020
OSTENSIVO CGCFN-301
MARINHA DO BRASIL
2020
FINALIDADE: BÁSICA
1ª EDIÇÃO
OSTENSIVO CGCFN-301
ATO DE APROVAÇÃO
AUTENTICADO RUBRICA
PELO ORC
Em_____/_____/_____ CARIMBO
OSTENSIVO - II - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-301
ÍNDICE
Ato de Aprovação.................................................................................................... II
Índice....................................................................................................................... III
Introdução................................................................................................................ VI
CAPÍTULO 1 - APRESENTAÇÃO DA TOPOGRAFIA E DA CARTA
1.1 - Definição de Topografia.................................................................................. 1-1
1.2 - Divisão da Topografia..................................................................................... 1-1
1.3 - Valor Militar da Topografia............................................................................ 1-1
1.4 - Forma da Terra................................................................................................ 1-2
1.5 - Escalas............................................................................................................. 1-2
1.6 - Escala Numérica.............................................................................................. 1-2
1.7 - Escala Gráfica.................................................................................................. 1-3
1.8 - Construção da Escala Gráfica Linear.............................................................. 1-4
1.9 - Precisão Gráfica............................................................................................... 1-5
1.10 - Grandes e Pequenas Escalas.......................................................................... 1-5
1.11 - Apresentação da Carta................................................................................... 1-5
1.12 - Classificação das Cartas................................................................................ 1-5
1.13 - Informações Marginais.................................................................................. 1-7
1.14 - Valor Militar das Cartas................................................................................ 1-7
1.15 - Cuidados com a Carta.................................................................................... 1-7
1.16 - Convenções Cartográficas............................................................................. 1-8
1.17 - Símbolos Militares......................................................................................... 1-9
1.18 - Calco de Operações....................................................................................... 1-16
CAPÍTULO 2 - DESIGNAÇÃO DE PONTOS NA CARTA
2.1 - Generalidades.................................................................................................. 2-1
2.2 - Coordenadas Retangulares.............................................................................. 2-1
2.3 - Coordenadas Polares....................................................................................... 2-4
2.4 - Coordenadas Geográficas................................................................................ 2-4
2.5 - Tela Código..................................................................................................... 2-7
2.6 - Linha Código................................................................................................... 2-8
2.7 - Papel Calco...................................................................................................... 2-9
2.8 - Esquadro de Locação....................................................................................... 2-9
OSTENSIVO - IV - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-301
INTRODUÇÃO
1 - PROPÓSITO
Esta publicação tem o propósito de tratar do emprego da topografia em campanha,
apresentando os parâmetros a serem observados quer pelos combatentes, individualmente,
quer pelas frações constituídas em diversos níveis.
2 - DESCRIÇÃO
Esta publicação está dividida em nove capítulos. O Capítulo 1 apresenta conceitos básicos
sobre topografia e as cartas topográficas. O Capítulo 2 a presenta os processos para a
designação de pontos na carta. O Capítulo 3 detalha o estudo do terreno. O Capítulo 4
apresenta a Carta topográfica e as diversas informações nela contidas. O Capítulo 5 trata da
elaboração do perfil do terreno. O Capítulo 6 discorre sobre a orientação em campanha. O
Capítulo 7 trata da localização de pontos no terreno e na carta. O Capítulo 8 trata das
fotografias aéreas. O Capítulo 9 trata da utilização das fotografias aéreas em campanha.
3 - CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 - Manual de Publicações da
Marinha, como: Publicação da Marinha do Brasil, não controlada, ostensiva, básica e manual.
4 - SUBSTITUIÇÃO
Esta publicação substitui o CGCFN - 2001 - Manual de Topografia Militar, 1ª Edição,
aprovada em 31 de março de 2009, em virtude da nova estrutura da Série de manuais
CGCFN, divulgada pelo Plano de Desenvolvimento de Publicações da Série CGCFN (PDPS)
2020. A revisão do conteúdo do manual será realizada conforme o calendário apresentado no
Apêndice III do referido Plano.
OSTENSIVO - VI - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-301
CAPÍTULO 1
APRESENTAÇÃO DA TOPOGRAFIA E DA CARTA
1.1 - DEFINIÇÃO DE TOPOGRAFIA
Topografia é a arte de representar no papel a configuração duma porção do terreno com
todos os acidentes e objetos (acidentes naturais e artificiais) que se acham à sua
superfície.
1.2 - DIVISÃO DA TOPOGRAFIA
A topografia apresenta as seguintes divisões: Topologia e Topometria.
1.2.1 - Topologia
É a parte da topografia que se ocupa com o estudo das formas do terreno e das leis
do modelado.
1.2.2 - Topometria
É a parte da topografia que estuda o conjunto das operações necessárias para a
obtenção dos elementos indispensáveis à representação gráfica do terreno. Ocupa-se
com o estudo das dimensões e suas respectivas medidas. Subdivide-se em:
a) Planimetria
É a operação que tem por fim determinar, no terreno, os dados necessários para a
representação dos acidentes em um plano horizontal. Ocupa-se, principalmente,
com as medidas horizontais.
b) Altimetria
É a operação que tem por fim representar num plano horizontal os acidentes do
relevo. Ocupa-se, principalmente com as medidas verticais e obliquas.
c) Desenho topográfico
É a operação que reúne os dados obtidos pelas diversas operações da topometria
e representa, no papel, o terreno estudado.
1.3 - VALOR MILITAR DA TOPOGRAFIA
A importância da topografia para o combate terrestre é incontestável, tendo em vista o
valor preponderante do terreno sobre qualquer tipo de ação militar. Para o soldado, o
estudo da topografia, em face de seu contínuo contato com o terreno, proporciona a
oportunidade de compreendê-lo e melhor utilizá-lo na escolha das posições para abrigo
individual, bem como no posicionamento de armas de emprego coletivo, além de
possibilitar sua adequada utilização para sua progressão, para o estabelecimento de
Posto de Observação (PO), dentre outras possibilidades.
A unidade tomada por base medirá 2 cm. Marca-se sobre a reta “ab” (Fig 1.3), a partir
da origem “0”, para a direita, o comprimento da unidade base, tantas vezes quanto
desejado, marcando-o para esquerda, apenas uma vez. Em seguida, divide-se o talão em
dez partes iguais, cada qual medindo 100m. As divisões da escala são numeradas,
conforme indicado na Fig 1.3.
Poderão ser dobradas como demonstrado na Fig 1.4, sendo, desta forma, transportada
pelo combatente.
(Md) Mata Densa (Mr) Mata Rala (Fl) Floresta (Bos) Bosque
(md) Macega Densa (mr) Macega Rala (Euc) Eucaliptos (Man) Mangue
b) Convenções cartográficas mais utilizadas em campanha
a) Símbolos Básicos
b) Símbolos de Identificação
I) Forças Armadas e Forças Auxiliares
T
T - Exército, Força Terrestre. (utilizado apenas em
operações conjuntas)
Âncora – Marinha, Força Naval.
Hélice - Aeronáutica, Força Aérea.
PM Polícia Militar
II) Armas e Material Bélico
Infantaria
Cavalaria, cavalaria hipomóvel.
Artilharia, artilharia de campanha
Engenharia, engenharia de combate
Comunicações
MB Material Bélico
III) Serviços
PE Polícia do Exército
Postal
Saúde
PA Polícia da Aeronáutica
AM Armamento e Munição
Transporte
IV) Especialidades
Anfíbio
Aviação do Exército (Aeronave de Asa Rotativa)
Caçador
Cavalaria Blindada
Cavalaria Mecanizada
Guerrilha
Helitransporte
REC Reconhecimento
Selva
V) Atividades
PG Prisioneiro de guerra
Água potável
Cemitério
Coleta de mortos
Extraviados
Embarque e desembarque
Evacuação
Reunião de extraviados
Trânsito
Infantaria.
Engenharia.
Logística.
Comunicações.
Artilharia.
Operações Especiais.
Artilharia antiaérea.
Carros de combate.
Viaturas anfíbias.
Guerra Eletrônica.
Polícia.
VII) Do Escalão
Esquadra, Peça de Metralhadora ou Morteiro.
Grupo de Combate, Seção de Metralhadora ou Morteiro.
Pelotão ou Seção de Artilharia.
Companhia, Bateria ou Esquadrão de Cavalaria.
Batalhão ou Grupo de Artilharia.
Regimento.
Ponto de coordenação.
Ponto de junção.
Setor de tiro de uma peça de
metralhadora isolada. As setas indicam
o setor de tiro. A parte reforçada sob a
seta cheia indica a razância. A seta
cheia é a direção principal de tiro.
Míssil superfície-ar.
CAPÍTULO 2
DESIGNAÇÃO DE PONTOS NA CARTA
2.1 - GENERALIDADES
Designar ou amarrar um ponto na carta é indicar a posição desse ponto, de modo que
seja possível determiná-lo, com precisão. As cartas são empregadas na condução de
operações militares onde, normalmente, haverá necessidade de designação de pontos do
terreno. Existem vários processos para a designação de pontos na carta dentre os quais
podem ser citados: coordenadas retangulares, coordenadas polares, tela-código, linha-
código, papel calco e normógrafo para designação de pontos.
2.2 - COORDENADAS RETANGULARES
As cartas militares, normalmente, são quadriculadas, a fim de possibilitar a designação
de pontos. Esta malha de quadrados é formada por linhas verticais, que indicam
distâncias contadas para Leste (direita), a partir do ponto de origem. Os intervalos das
quadrículas variam de distância e são numerados de acordo com a escala da carta. Para
escala até 1:100.000, usam-se, normalmente, quadrículas com intervalo de 4 cm, o que
equivale a dizer que tal distância na carta representa no terreno:
- 1 km, na escala de 1:25.000;
- 2 km, na escala de 1:50.000; e
- 4 km, na escala de 1:100.000.
Cada quadrícula é numerada com o seu valor em quilômetros, isto é, sua distância ao
ponto origem. Esse valor é lançado por extenso, de cinco em cinco quadrículas, sendo,
apenas, lançado o valor das dezenas de quilômetros nas quadrículas intermediárias.
2.2.1 - Determinação das coordenadas retangulares de um ponto
Os números que designam uma quadrícula indicam a distância de seu canto inferior
esquerdo às linhas horizontais (paralelos) e verticais (meridianos), contada a partir de
um ponto tomado como origem. As linhas verticais (meridianos) indicam a distância
horizontal e as linhas horizontais (paralelos) indicam a distância vertical. Assim,
quando for dito que um ponto está sobre a linha vertical numerada 30 km, sabe-se
que estes 30 km indicam a distância desta linha ao ponto origem. Porém, ainda não
foi determinada a exata localização do ponto. É preciso determinar algo mais, pois o
que interessa é indicar o local exato sobre a linha vertical de 30 km, onde ele se
encontra. Conseguindo-se determinar a que distância vertical encontra-se o ponto, ele
será, facilmente, localizado. Digamos, então, que ele está sobre a linha horizontal
numerada 80 km. Feito isso, o ponto estará determinado, pois estará no cruzamento
das quadrículas: vertical 30 km com horizontal 80 km.
Fig 2.1
Assim, tornou-se evidente que são necessários dois números para determinar o
ponto: o da linha vertical e o da linha horizontal. Dessa maneira será determinado
apenas o ponto situado sobre o cruzamento das linhas verticais e horizontais, o que
define uma quadrícula.
Esse processo ainda é insuficiente para determinarmos a posição exata do ponto. Por
convenção, quando queremos determinar uma área dentro de uma quadrícula basta
fornecer as coordenadas do canto inferior esquerdo. Na Fig 2.1, a quadrícula
hachurada, é designada pelas coordenadas do ponto P (30 – 80).
Suponhamos que o ponto a ser designado não esteja sobre nenhuma das linhas que
formam a quadrícula. Dividindo-se a distância entre as duas linhas verticais e as duas
horizontais, em intervalos iguais, o problema pode ser resolvido. A simples inspeção
da carta fornecerá o valor do intervalo entre as linhas. Assim, quando for dito que o
ponto está a uma distância horizontal de 30,7 km do ponto origem, sabemos que ele
está situado a 30 km mais 700 m daquele ponto. O cálculo da distância “quebrada”
poderá ser feito usando a fórmula da escala ou a escala gráfica da carta. Dessa forma,
fica determinada uma linha vertical de valor 30,7 km. Faz-se necessário, agora, indicar
a posição sobre a linha vertical. Considerando-se que a distância vertical ao ponto
origem seja de 80,3 km. Como no caso anterior, calcula-se a distância gráfica
correspondente aos 300 m e determina-se, assim, uma linha no valor de 80,3 km. A
interseção das duas linhas determinadas dará a exata localização do ponto. Essa
associação de dois números P (30,7 – 80,3), que expressam a distância horizontal e
Fig 2.2
2.2.2 - Representação
A representação das coordenadas retangulares é feita escrevendo a letra designativa
do ponto, seguida pelos dois números, os quais são separados por um traço e
apresentados entre parênteses. Assim, o ponto “P” constante da Fig 2.2 terá as
seguintes coordenadas retangulares:
P (30,7 – 80,3)
O primeiro número se refere à linha vertical ou meridiano e representa uma distância
horizontal. O segundo número se refere à linha horizontal ou paralelo e representa
uma distância vertical. Pode-se, ainda, por analogia, utilizar o processo matemático
para designação de pontos no plano. A distância horizontal ao ponto origem é
denominada de abcissa, sendo representada por “x”. A distância vertical é
denominada ordenada, sendo representada por “y”.
2.2.3 - Tipos de coordenadas retangulares
De acordo com a unidade de sistema métrico empregado na representação das
coordenadas, elas podem ser:
- métricas - representadas em metros: P (30715 – 80325);
- decamétricas - representadas em Decâmetros: P (30,71 – 8032);
- hectométricas - representadas em Hectômetros: P (30,7 – 80,3); e
- quilométricas - representadas em Quilômetros: P (30 – 80).
As coordenadas métricas são as de uso mais freqüente pelo fato de que permitem a
localização de pontos com aproximação de um metro.
Fig 2.3
Fig 2.4
Exemplos:
No esboço abaixo, determinar a latitude e a longitude do ponto apresentado.
Considerando-se que a latitude é medida em relação à linha do Equador e que da análise
do esboço (Fig 2.5) verifica-se que está aumentando de cima para baixo, podemos
deduzir que a latitude é Sul. Caso fosse verificado o inverso, poderíamos concluir ser a
latitude Norte.
A longitude por sua vez, medida da esquerda para a direita, considerando-se que o ponto
apresentado situa-se no território brasileiro, seria Oeste (em relação a Greenwich).
Fig 2.5
Assim temos:
Latitude:
184mm ___________ 2’30” ou 150” (cada minuto possui 60 segundos)
85mm ___________ X
X = 85 x 150 X = 69” ou 1’09”
184
Logo a Latitude do ponto será 22º 51’09”S
Longitude:
171mm ________ 2’30” ou 150”
127mm ________ X
X = 127 x 150 X = 112” ou 1’52”
171
Logo a Longitude do ponto será 43º27’30” + 1’52” = 43º28’82” = 43º29’22”W
Fig 2.7
será designado por NDP L-73. Se o ponto estiver equidistante de dois orifício, tomará o
de maior valor.
Para locação de pontos pelo normógrafo, conhecidos os pontos origens, direções
origens, direções de referência, bem como a matriz, orienta-se o mesmo e procura-se,
tendo por base a matriz, localizar, inicialmente, o quadrado da letra e, a seguir, o furo
indicado na matriz. Com um lápis, então, marca-se, na carta, através do orifício, o ponto
procurado.
CAPÍTULO 3
O TERRENO
3.1 - GENERALIDADES
A atual superfície da Terra é resultante de uma contínua ação da erosão, desgastando as
partes altas e cobrindo as mais baixas. Embora essa superfície tenha formas bastante
variadas e complexas, para efeito de estudo podemos considerá-la como formada por
um conjunto de planos que se unem, dando-lhe suas formas. As superfícies inclinadas,
formadas principalmente pela ação das águas, recebem o nome de vertentes ou encostas.
Dessa forma, em uma definição simplista, vertente nada mais é do que o terreno em
declive.
3.2 - TIPOS DE VERTENTES
Há três tipos de encostas ou vertentes: a plana, a côncava e a convexa.
3.2.1 - Encosta plana ou uniforme
É aquela que apresenta uma declividade constante e, conseqüentemente, é
representada por curvas de nível igualmente espaçadas. Em uma encosta suave, as
curvas de nível são bem distanciadas entre si. Em uma encosta íngreme, as curvas de
nível são bem próximas umas das outras.
3.6.2 - Garupa
É uma forma do terreno, em relevo, de conformação abaulada, com aspecto similar
ao da anca de um cavalo. Militarmente, quando comparada com o espigão, permite a
instalação de elementos de maior vulto e que podem se aferrar ao terreno (Fig 3.10).
3.6.3 - Esporão
É a extremidade de uma garupa que apresenta uma saliência mais elevada. Essa
saliência, em forma de cume, dá ao esporão uma relativa importância tática, pois
permite a instalação de órgãos valiosos para observação de tiro (Fig 3.11).
3.7.2 - Colina
Quando o relevo apresenta formas alongadas, mais ou menos sinuosas e declives
mais suaves.
Assim, a colina difere do mamelão por ter formato alongado segundo uma direção.
Sua linha de crista, normalmente, tende a abaular-se, formando uma espécie de cela.
As elevações isoladas podem se apresentar, na sua parte superior, em forma de pico,
zimbório ou platô.
à medida que se desce para jusante. Este aumento progressivo, bastante sensível na
origem dos vales, o é, cada vez menor, no percurso inferior.
ser interrompida. Mas, jamais, um talvegue poderia fechar-se sobre si mesmo, porque
faltaria declive no círculo assim formado, Assim, não se deve considerar como
totalmente isoladas certas elevações salientes, que se levantam em uma planície.
Ainda mais que um talvegue, uma linha de festo não se fecha sobre si mesma, a não
ser, excepcionalmente. Com efeito, a porção de terreno que ficasse assim circunscrita,
estaria privada de escoamento.
Quando uma linha de festo separa dois cursos d’água, ela se eleva quando eles se
afastam e abaixa-se quando eles se aproximam. A distância máxima corresponde,
geralmente, a um mamelão e a mínima a um colo (Fig 3.24).
Se dois cursos d’água estão em níveis diferentes, a linha de festo que os separa
aproximar-se-á mais do que se achar no nível mais elevado (Fig 3.25).
Quando dois talvegues vizinhos nascem de um mesmo lado de uma linha de festo, esta
se inflete, enviando uma ramificação que os separa (Fig 3.27).
Quando uma linha de festo muda de direção, dela se destaca em oposição à bissetriz
do ângulo formado, uma ramificação constituindo um contraforte por mais curto que
seja (Fig 3.28).
Qualquer curso d’água está compreendido entre duas linhas de festo que, desde a
origem até a foz, vão-se afastando à medida que descem e o seu declive vai
diminuindo (Fig 3.29).
Quando dois cursos d’água descem paralelamente uma encosta e tomam depois
direções opostas, a linha que separa os cotovelos indica a depressão mais profunda
entre as duas vertentes e, portanto, a existência provável de um colo (Fig 3.30).
Quando dois cursos d’água encontram-se, a linha de crista do saliente que os separa
está sensivelmente na direção do prolongamento do curso d’água que resulta da junção
dos dois (Fig 3.31).
CAPÍTULO 4
A CARTA
4.1 - REPRESENTAÇÃO DO TERRENO
Aquele que manuseia uma carta o faz como se fosse um observador colocado em uma
posição elevada, observando a terra do alto. Desta maneira, a conformação do relevo é
vista e percebida claramente, o que não se dá com relação às altitudes. A impressão é de
que o terreno está achatado no plano da carta. Para ser possível ter a idéia do relevo e da
altitude de qualquer ponto numa carta, foram criados vários processos de representação
do relevo.
Os principais processos são os das hachuras, pontos cotados e curvas de nível. O
processo que será estudado, com maior riqueza de detalhes, é o processo das curvas de
nível.
4.1.1 - Processos das hachuras
As hachuras são pequenas linhas traçadas na direção do declive. Elas são mais ou
menos espaçadas, conforme o declive seja suave ou íngreme.
4.1.2 - Processo dos pontos cotados
Este processo consiste em representar os pontos por sua projeção horizontal e
escrever a altitude ou cota. Normalmente, esse processo complementa o das curvas
de nível.
4.1.3 - Processo das curvas de nível
Suponhamos que uma elevação isolada será representada na carta, utilizando-se
curvas de nível. Usando o artifício de supor que o terreno em questão tivesse sido
alagado e as águas tivessem alcançado 10 metros de altura, teríamos todos os pontos
referentes à cota de 10 metros marcados pelo limite superior das águas (Fig 4.1).
4.3 - DECLIVIDADE
4.3.1 - Definição
A declividade de uma linha é a sua inclinação sobre o horizonte. Na figura abaixo, a
linha AB está mais inclinada que a linha CD. Logo, a linha AB tem maior
declividade.
Podemos dizer que, para irmos de A para C, percorremos Ac’ metros na horizontal e
Cc’ metros na vertical. Logo, para irmos de A para B, percorremos Ab’ metros na
horizontal e Bb’ metros na vertical.
Pela semelhança dos triângulos Ac’C e Ab’B, temos:
Ac’ Ab’ Ab’ x Cc’
= de onde tiramos: Bb’ =
Cc’ Bb’ Ac’
a) Com um Cordel
Coloca-se o cordel sobre o caminho a ser medido e, ao terminar, estica-se o
mesmo, obtendo a distância gráfica retificada. Repete-se o procedimento
anteriormente apresentado.
b) Com o Compasso ou Tira de Papel
Toma-se a linha curva, dividindo-a em segmentos de reta que podem ser medidos
separadamente. A soma dessas medidas será a medida procurada (Fig 4.12)
4.6.3 - Curvímetro
a) Definição
É um instrumento para medidas de distâncias gráficas. É um instrumento de
metal, com uma engrenagem interna movida por uma pequena roda dentada, que
corre sobre o papel. Essa engrenagem faz mover um ponteiro sobre um limbo
graduado (Fig 4.12).
b) Tipos
I) Curvímetros Simples
Têm o limbo graduado em centímetros. Esse tipo de curvímetro fornece a
distância gráfica em centímetros para qualquer escala da carta.
II) Curvímetro de Escalas
Têm o limbo graduado em escalas, que podem ser múltiplas ou submúltiplas da
escala da carta. Esses curvímetros fornecem as grandezas reais correspondentes
às medições, na carta, de escala correspondente à da graduação onde foi feita a
leitura. Exemplo: com um curvímetro, mede-se uma distância numa carta de
escala 1:50.000. Na graduação do curvímetro de 1:50.000 lê-se a grandeza real.
Porém, se a escala da carta não for representada no limbo do curvímetro, temos
que proceder à seguinte operação:
- Determina-se a distância gráfica correspondente à medida desejada. Para tal,
basta dividir o valor lido no curvímetro (D’) pelo módulo da escala onde foi
lido (M’). Assim, d = D’/M’.
- Multiplica-se d pelo módulo da escala da carta (M) e teremos o valor da
distância real (D). Assim, D = d x M.
- Se substituirmos o valor de d na última operação teremos:
D = D’ x _M_
M’
- Assim, observamos que para encontrarmos o valor da distância real, basta
multiplicarmos a distância lida no curvímetro, pela relação entre o módulo da
escala da carta e o módulo da escala do curvímetro onde foi feita a leitura.
c) Uso do Curvímetro
Para utilizarmos o curvímetro, primeiro devemos verificar o tipo do mesmo e a
escala com que trabalharemos. Em seguida, fazer coincidir o ponteiro com o zero
do limbo. Coloca-se a roldana sobre o ponto inicial do caminho a ser medido,
estando o curvímetro perpendicular ao papel. Percorre-se a linha a ser medida e
lê-se o valor no limbo do instrumento.
4.7 - MEDIDA DE ÂNGULOS
Militarmente, para a medida de ângulos são empregadas três unidades: graus, grados e
milésimos.
4.7.1 - Milésimo verdadeiro
Milésimo é o ângulo sob o qual uma unidade é vista à distância de 1.000 unidades. É,
também, a unidade de ângulo que compreende uma corda de uma unidade, numa
circunferência de raio igual a 1.000 unidades. Exemplo: uma frente de 1 m, à
distância de 1.000 m, ou seja, uma corda de 1 m, numa circunferência de raio igual a
1.000 m.
terreno pelo número médio de passos, obtendo o valor médio do passo duplo.
4.9.4 - Passômetro e podômetro
a) Definição
São instrumentos usados nas medidas com o passo duplo. Têm a forma de um
relógio com um limbo graduado.
I) Passômetro ou Conta Passos
Registra, no seu limbo, o número de passos simples dados durante uma
marcha.
II) Podômetro
Registra, diretamente, o número de metros percorridos.
b) Utilização
Para usarmos esses instrumentos, devemos colocá-los presos, juntos, na cintura.
Antes de se iniciar a medida devemos aferi-los. Isto se faz percorrendo uma
distância conhecida ou contando os passos dados (no 1º caso, para o podômetro e,
no 2º, para o passômetro) e verificando se a marcação do limbo coincide com o
que contamos ou medimos. Caso contrário devemos corrigir o aparelho por meio
de uma chave que o acompanha.
4.9.5 - Medidas indiretas
a) Definição
Uma medida é indireta quando a distância a ser medida não é percorrida por quem
a executa.
b) Instrumentos
Na Infantaria, os instrumentos utilizados para a avaliação indireta das distâncias
são: o binóculo com placa telemétrica e a régua graduada com um fio de 50 cm.
4.9.6 - Binóculo com placa telemétrica
A placa telemétrica consiste em um cristal que contém uma escala, aparecendo no
campo visual dos binóculos. A escala consta de dois retículos que se cruzam. São
graduados a partir do centro, zero a 50 milésimos, com números em cada divisão de
10’’’ e um traço em cada 5’’’. Os primeiros 5’’’ são divididos em 5 partes, cada uma
com 1’’’ (Fig 4.15).
D F
=
0,5 L
CAPÍTULO 5
PERFIL
5.1 - GENERALIDADES
Perfil é a representação cartográfica de uma seção vertical da superfície terrestre.
Inicialmente precisa-se conhecer as altitudes de um determinado número de pontos e a
distância entre eles. O perfil permite que tenhamos, rapidamente, a visão das elevações
e depressões do terreno. Seu principal emprego é na determinação da visibilidade e da
vulnerabilidade de certos pontos (cobertas e abrigos).
5.2 - CONSTRUÇÃO
A construção do perfil é feita em três etapas:
5.2.1 - Escolha de escala
No traçado do perfil teremos duas escalas: a escala vertical ou de cotas e a escala
horizontal. A escala vertical deverá ser muito maior que a horizontal, do contrário, as
variações ao longo do perfil dificilmente serão perceptíveis. Por outro lado, sendo a
escala vertical muito grande o relevo ficaria demasiadamente exagerado,
descaracterizando-o. A relação entre as escalas horizontal e vertical é conhecida
como exagero vertical. Quando usamos a mesma escala da carta (vertical e
horizontal), dizemos que o perfil está ao natural. No entanto, para obtenção de um
bom traçado do perfil, convém que a escala vertical seja de 5 a 10 vezes maior do
que a horizontal.
Assim, traçando o perfil de parte de um terreno representado em uma carta de escala
de 1:50.000, utilizando para o eixo vertical uma escala de 1:10.000, teremos um
exagero vertical igual a 5.
5.2.2 - Preparação gráfica
O primeiro passo, para o desenho de um perfil é traçar uma linha de corte, na direção
onde se deseja representá-lo. Em seguida, marcam-se todas as interseções das curvas
de nível com a linha básica, as cotas de altitude, os rios, picos e outros pontos
definidos (Fig 5.1).
5.2.3 - Execução
Em um papel milimetrado traça-se uma linha básica e transfere-se com precisão os
sinais para essa linha.
Levantam-se perpendiculares no princípio e no fim dessa linha e determina-se uma
escala vertical.
Se a reta passar por algum obstáculo, os pontos não se verão entre si (Fig 5.3).
- Dois pontos separados por um elemento do terreno, mais alto que eles, não são
visíveis entre si;
- Dois pontos separados por elemento do terreno, mais alto que um dos pontos,
esses pontos podem ou não ser visíveis entre si;
- Dois pontos situados em uma encosta convexa, em diferentes alturas, não serão
visíveis entre si;
- Dois pontos situados em uma encosta côncava, em diferentes alturas,
provavelmente serão visíveis entre si; e
- Quando o terreno entre dois pontos é plano, a visibilidade recíproca entre eles
depende da vegetação e das obras artificiais.
b) Por meio de perfis
Para se determinar pelo perfil se “B” pode ou não ser visto por “A”, procede-se do
seguinte modo:
- Constrói-se o perfil, tal como está representado na Fig 5.5;
- Na Fig 5.6, traça-se uma linha de “a” até a crista “c”, daí até “h”. A porção de
terreno entre “c” e “h”, inclusive “b”, não é visível de “a”. Na Fig 5.7 essa área
está tracejada; e
- No exemplo anterior, os pontos “a” e “b” estão ao nível do terreno. Para
determinar se um homem em “a”, com os olhos 1,60 m acima do terreno, vê uma
viatura de 2,6 m de altura, situado em “b”, será necessário colocar “a” no perfil
com uma cota de 1131,6 m e “b” com a cota 1102,6 m. O leitor das cartas,
entretanto, raramente leva em consideração o nível dos olhos de um homem em
pé, pois, os observadores, nas operações de combate, observam bem junto ao
solo.
c) Por meio de perfil rápido
Muitas vezes é necessário fazer um perfil rápido, para determinar se um ponto
pode ser observado de uma certa posição (Fig 5.7).
CAPÍTULO 6
ORIENTAÇÃO EM CAMPANHA
6.1 - DEFINIÇÃO
Orientação é a operação por meio da qual pode ser determinada uma direção base e com
a qual pode ser indicada a posição de qualquer ponto no terreno.
6.2 - ORIENTAÇÃO DE UMA RETA
Orientar uma reta é determinar o ângulo que essa reta faz com uma direção base tomada
como referência. Para se determinar a direção de um ponto no terreno, basta indicar a
direção da reta que passa por esse ponto e pelo ponto em que nos encontramos.
6.3 - DIREÇÕES-BASE
As direções-base, tomadas como referências para a orientação em campanha, são três: Norte
Verdadeiro ou Geográfico (NV ou NG); Norte Magnético (NM) e Norte da Carta ou da
Quadrícula (NQ)
6.3.1 - Norte Verdadeiro ou Geográfico (NV ou NG)
É a direção que passa pelo pólo Norte da Terra, ou seja, pelo ponto de latitude 90º.
6.3.2 - Norte Magnético (NM)
É a direção que passa pelo Pólo Magnético da Terra, ou seja, pelo ponto para o qual
são atraídas todas as agulhas imantadas. Este ponto fica localizado,
aproximadamente, na Ilha Príncipe de Gales, no Canadá.
6.3.3 - Norte da Carta ou da Quadrícula (NQ)
É a direção das linhas verticais da quadrícula da carta. O Norte da Carta ou da
quadrícula é um ponto fictício.
6.4 - DIAGRAMA DE ORIENTAÇÃO
6.4.1 - Definição
É a representação gráfica das direções dos três Nortes. É de grande utilidade, pois
vem gravado na margem das cartas militares facilitando, grandemente, o trabalho
gráfico. Além disso, esse diagrama facilita muito a transformação de azimutes.
6.4.2 - Representação
A Fig 6.1 representa as várias posições que os “Nortes” podem tomar. Tal figura
apresenta o Diagrama de Orientação.
6.6 - CONTRA-AZIMUTE
6.6.1 - Definição
O Contra-Azimute de uma direção é, simplesmente, o azimute da direção no sentido
contrário (oposto).
6.6.2 - Cálculo
Para se calcular o Contra-Azimute basta somar (+) 180º ao Az. Se o Az excede 180º
o Contra-Azimute será o Az menos (-) 180º.
6.7 - PROCESSOS DE ORIENTAÇÃO
Para o processo de orientação o principal método é o da utilização da bússola. Quando
não dispusermos desse recurso, poderemos nos orientar por vários processos expeditos,
tais como: pelo sol, pela lua, por detalhes do terreno, pela direção do vento, etc.
6.7.1 - Bússola
a) Definição
A bússola é um instrumento destinado a medir ângulos horizontais e para
orientação da carta.
b) Princípio de Funcionamento
A Bússola é um goniômetro no qual a origem de suas medidas é determinada por
uma agulha imantada que indica, por princípio da física terrestre, uma direção
aproximadamente constante. Chamamos essa direção de Norte Magnético.
Comumente uma bússola compõe-se de uma caixa de madeira ou metal em cujo
Exemplo nº 2.
Dados:
- Ano de confecção da carta ................ 1981
- Ano atual ........................................... 2009
- Declinação Magnética (DM) ............ 18º 20’
- Crescimento anual da DM ................ 8’3
Solução:
- 2009 - 1981 = 28 anos
- Para obter o resultado usando o crescimento anual da DM, neste caso,
devemos calcular separadamente 8’ e 3/10 de minuto
8 x 28 = 224’
224 ÷ 60 = 3º 44’
3/10 x 60 = 18”
18 x 28 = 404”
404 ÷ 60 = 6’ 44”
3º 44’ + 6’ 44” = 3º 50’ 44”
18º 20’ + 3º 50’ 44” = 22º 10’ 44”
Resultado:
- Declinação Magnética em 2009: 22º 10’ 44”
CAPITULO 7
LOCALIZAÇÃO DE PONTOS NO TERRENO E NA CARTA
7.1 - LOCALIZAÇÃO DO PONTO DE ESTAÇÃO POR DUAS VISADAS
Muitas vezes teremos que determinar o nosso ponto de estação (o ponto do terreno em
que estamos) na carta, para enviá-lo para a retaguarda, ou, simplesmente, para nossa
orientação.
7.1.1 - Localização com a Bússola
Supondo-se que os homens posicionados no observatório (Fig 7.1A) necessitem
determinar a localização de sua própria posição na carta constante da Fig 7.lB. Para
tal fariam leituras da bússola do observatório para a bifurcação de estradas 171
(332°) e para o cruzamento 162 (46°), que podem ser identificados no terreno e
locados na carta.
CAPÍTULO 8
FOTOGRAFIAS AÉREAS
8.1 - INTRODUÇÃO
Definindo de maneira bastante simples, a fotografia aérea é um retrato do terreno. É a
fotografia de uma porção da superfície da Terra tirada do alto. A invenção do balão
dirigível possibilitou as primeiras tentativas para obtenção das fotografias aéreas.
Posteriormente, o advento do avião e o início da 1ª Guerra Mundial conferiram grande
impulso na utilização militar das fotografias aéreas. No pós-guerra, no entanto, a
fotografia aérea teve seu uso relegado a um plano secundário.
Quando da eclosão da 2ª Guerra Mundial, nenhum país estava efetivamente preparado
nesse campo, levando ao início de uma verdadeira “corrida” para o aperfeiçoamento da
arte da fotográfia aérea. A colocação de todos os recursos óticos e aeronáuticos à
serviço da guerra, possibilitou um grande impulso no tocante à fotografia aérea. Foram
criadas escolas de foto-intérpretes e unidades de fotografia. A partir de então seu uso
tornou-se consagrado.
8.2 - IMPORTÂNCIA DA FOTOGRAFIA AÉREA
A importância da fotografia aérea na 1ª Guerra Mundial decorreu da grande facilidade e
rapidez de sua obtenção e do seu emprego geral e variado.
8.2.1 - Facilidade e Rapidez
Os aperfeiçoamentos obtidos permitiram que se fotografasse, praticamente, qualquer
local, visto que os aviões poderiam voar a mais de 5.000 m de altitude e de 15 a 20
km para o interior da frente inimiga, sem serem atingidos.
Aliado ao acima citado, a rapidez de obtenção e distribuição das fotografias aéreas
passou a permitir, por exemplo, que grandes unidades em contato com o inimigo
pudesse receber de 400 a 500 fotografias, pouco mais de duas horas após a missão
aerofotogramétrica.
8.2.2 - Emprego Geral e Variado
O uso da fotografia aérea possibilita:
- A confecção e atualização de cartas topográficas, conferindo grande auxílio, quer
nos conflitos ou na paz, possibilitando o levantamento de um terreno em tempo
relativamente curto;
- Ser utilizada em substituição às cartas, quando da impossibilidade de confecção
destas, fornecendo riqueza de detalhes superiores a elas;
estrada de ferro difere de uma de rodagem pela forma das curvas, que, naquela é
suave, pelas junções e cruzamentos. Os rios são sinuosos e de largura variável,
enquanto que os canais são retos e de largura constante.
8.8.3 - Tamanho
Há objetos que têm formas semelhantes, embora sejam diferentes. Como por
exemplo: o calibre das peças de artilharia pode ser determinado pelo tamanho de suas
plataformas.
8.8.4 - Tonalidade
A coloração varia do branco ao preto, passando pelas várias tonalidades do cinza.
Essa cor é devida à quantidade de luz refletida pelo objeto.
- Uma superfície lisa reflete mais luz do que uma superfície rugosa, parecendo mais
clara do que é vista na fotografia;
- A tonalidade permite identificar elevações, pois a parte batida pelo sol aparece mais
clara que a outra; e
- A inclinação do terreno, também, é determinada pela tonalidade, pois quanto mais
inclinado for o terreno, menos luz ele reflete, aparecendo mais escuro.
8.8.5 - Adjacências
Muitas vezes, um objeto só será identificado se o relacionarmos com os objetos à sua
volta. Assim, uma estrada de ferro pode ser identificada pelas estações, desvios,
caixas d’água, túneis, etc. Uma bateria de artilharia é identificada pelos rastros feitos
pelos obuses e pela atividade de seu pessoal.
8.9 - PREPARO DE UMA FOTOGRAFIA PARA LEITURA
Ao lermos uma fotografia aérea, devemos sempre fazer com que fique numa posição tal
que suas sombras estejam voltadas para nós, para aproveitarmos o efeito de relevo que a
sombra nos dá. Se colocarmos as sombras afastando-se de nós, teremos uma visão
contrária, de maneira que as elevações parecerão depressões e vice-versa.
8.10 - INFORMAÇÕES MARGINAIS
Informações Marginais são elementos indispensáveis para o estudo de uma fotografia.
São elas: índices de colimação, seta de direção de vôo e inscrições marginais.
8.10.1 - Índices de colimação
Índices de colimação também chamados de marcas fiduciais são marcas impressas
no meio dos lados das fotografias, marcas estas existentes na objetiva das máquinas
utilizadas na fotografia aérea. O cruzamento das retas horizontal e vertical que
Decênio – Nº da missão 52 A 3
Nº do rolo do filme – Nº da faixa
2:11:1:V
Nº da foto na faixa – Tipo da foto
Dia – Mês – Hora 25:1:0830
Distância focal (mm) – Altura de vôo (m) 300:3000
Coordenadas geográficas dos pontos principais da primeira 2140S4320W
e última foto da faixa 2200S4320W
Região abrangida pela foto UBÁ-MG
Classificação do documento CONFIDENCIAL
CAPÍTULO 9
OPERAÇÕES COM A FOTOGRAFIA AÉREA
9.1 - DETERMINAÇÃO DO NORTE
9.1.1 - Pela Sombra
Para determinarmos o Norte de uma fotografia aérea basta conhecermos a hora em
foi tirada e termos a sombra de um objeto. Sabemos que o sol possibilita, em função
da hora, a determinação da posição do norte no terreno. Na fotografia, temos a
direção da sombra, que será, portanto, a direção oposta à do sol. Assim, às 6h (nascer
do sol), a sombra indicará o Oeste, pois o sol nasce a Leste. Ao meio dia, a sombra
indicará o Sul, pois o sol indica o Norte e assim por diante.
Para termos a direção do Norte nas horas intermediárias, usamos um aparelho
simples, chamado orientador. Esse aparelho nada mais é que uma folha de celulóide
transparente, com um círculo graduado com as horas de 06 a 18, em dois sentidos, as
letras N e S de cada lado das graduações e uma seta em dois sentidos, que indica a
direção do Norte.
Para utilizarmos, verificamos se a fotografia foi tirada no hemisfério norte ou sul e a
hora em que foi tirada. Fazemos, então, com que a sombra coincida com a graduação
que corresponda à hora em que foi tirada, do lado N ou S, conforme seja do
hemisfério norte ou sul.
9.1.2 - Outros processos
Podemos, ainda, determinar o Norte da fotografia, comparando-a com a carta ou com
o terreno. Para tal, escolhermos dois pontos nítidos na carta (ou no terreno) e na
fotografia. Determinamos o AzM da direção formada por esses pontos e, na
fotografia, marcamos esse ângulo, a partir da direção considerada, no sentido
contrário aos ponteiros do relógio. A direção marcada será a do Norte (Fig 9.1).
Fig 9.1
c) Distância Focal
É a distância entre a lente da câmera fotográfica e a chapa do negativo –
representado por “f”. A Fig 9.2 representa essa distância.
Para calcularmos a escala vejamos, na Fig 9.2, os triângulos “adO” e “ADO”, que
são semelhantes.
Podemos, portanto, escrever a proporção: _ad_ = _dO_.
AD DO
Vejamos que “ad” é a distância na fotografia, correspondente à distância real no
terreno (D), representada por AD, e que dO é distância focal, bem como H a altura
de vôo. Logo, podemos substituir na proporção inicial.
d = f Como sabemos que d = E, podemos substituir esse valor:
D H D
E = f , que é a fórmula para calcular a escala de uma fotografia, pela distância
H
focal e altura de vôo.
Fig 9.2
que é uma tela composta por quadrículas de 4 cm de lado. Para traçá-la, inicialmente
traçamos a vertical e a horizontal que passam pelo ponto principal, que são
denominadas de “A” e “M”, respectivamente. A partir dessas quadrículas, traçamos
as outras linhas, que recebem letras para denominá-las, conforme na Fig 9.3.
Para designarmos um ponto, indicamos, inicialmente, as letras da quadrícula do
canto inferior esquerdo e, em seguida, para poder amarrar o ponto dentro da
quadrícula, damos dois números, que correspondem aos décimos de 4 cm, que o
ponto está para a direita e para cima, respectivamente. O ponto “1” na Fig 9.3, será
designado por “JN-35”.
Fig 9.3
Fig 9.4
Fig 9.5
Fig 9.6