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EXÉRCITO BRASILEIRO
MANUAL TÉCNICO
MESTRE DE SALTO LIVRE
1ª Edição
2021
(PROPOSTA)
2-1
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
MANUAL TÉCNICO
MESTRE DE SALTO LIVRE
1ª Edição
2021
(Proposta)
2-2
PORTARIA Nº____-DECEX, DE __ DE _______ DE 2021.
EB: 00000.000000/2021-00
2-3
Publicada no Boletim do Exército Nr ,de de 2021.
2-4
NOTA
2-5
ÍNDICES DE ASSUNTOS
Pág
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1 Generalidades............................................................................................
1-1
1.2 Finalidade...................................................................................................
1-1
1.3 Objetivo......................................................................................................
1-1
CAPÍTULO II – SALTOS ESPECIAIS
2.1 Generalidades............................................................................................ 2-1
2.2 Salto Livre Noturno.................................................................................... 2-1
2.3 Salto Livre em ZL Aquática........................................................................ 2-5
2.4 Salto Duplo Militar...................................................................................... 2-8
2.5 Sonda.................................................................................................... .... 2-9
2-6
4.16 Reconhecimento de Áreas para Salto Livre............................................. 4-13
4.17 Área de Pouso......................................................................................... 4-13
4.18 Tipos de Reconhecimentos...................................................................... 4-14
4.19 Margens de Segurança............................................................................ 4-14
2-7
8.12 Mestre de Oxigênio – MOx...................................................................... 8-16
8.13 Técnica de Lançamento do Salto HALO.................................................. 8-17
8.14 Técnica de Lançamento do Salto HAHO................................................. 8-25
8.15 Seleção de Áreas de Pouso..................................................................... 8-34
8.16 Salto Noturno........................................................................................... 8-35
8.17 Saltos em Ambientes Especiais............................................................... 8-36
2-8
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1 GENERALIDADES
1.2 FINALIDADE
1.2.1 Este manual tem por finalidade servir de subsídio para todos os militares que
estejam realizando o Estágio de Mestre de Salto Livre (EMSL) ou àqueles que
desempenham a função de Mestre de Salto Livre (MSL).
1.3 OBJETIVO
2-9
CAPÍTULO II
SALTOS ESPECIAIS
2.1 GENERALIDADES
2.1.3 Neste capítulo, veremos o salto livre noturno, o salto em Zona de Lançamento (ZL)
aquática e o salto duplo militar. O salto livre operacional (SLOp) e o salto livre a grande
altitude serão vistos no Capítulo VIII – Planejamento de Missões de Salto Livre
Operacional.
2.2.1 PARTICULARIDADES
2.2.2 NORMAS
2.2.2.1 Qualificação
2.2.2.2 Equipamento
2.2.2.2.1 Obrigatório:
2-10
b) Altímetro com ponto luminoso;
c) Pqdt com 02 (dois) pontos luminosos, sendo um frontal e um dorsal; e
d) Óculos com lentes claras.
2.2.2.2.2 Facultativo:
a) Bússola;
b) GPS;
c) Knife; e
d) 01 (um) ponto luminoso diferenciado para o líder.
a) Procedimento de emergência;
b) Controle em queda livre e os processos de recuperação de estabilidade;
c) Utilização correta dos pontos luminosos; e
d) Navegação noturna.
a) No briefing com o piloto, deverá ser acertado o momento exato para que se
apaguem as luzes da aeronave;
b) Recordar a conduta dentro da aeronave e as regras de segurança em voo; e
c) Durante a inspeção de pessoal no solo, o MSL deverá checar a existência e o
funcionamento de todos os pontos luminosos dos saltadores.
2.2.5.1 Após a ordem do MSL para “LIGAR PONTOS LUMINOSOS”, o Aux MSL
deverá fazer a inspeção dos mesmos, verificando seus corretos funcionamentos.
2-11
Para adestramento: 4.000 ft; e para SLOp: 4.500 ft.
2.2.8 VALIDADE
01 (uma) hora após o Fim do Crepúsculo Vespertino Náutico e 01 (uma) hora antes do
Início do Crepúsculo Matutino Náutico.
a) Seta-alvo;
b) Luzes de iluminação de obstáculos;
c) Gerador ou baterias; e
d) Rádio Terra-Avião.
2.2.10.1 Apoiada
2-12
Quando não há a presença do “Comitê de Recepção” ou nenhum apoio de solo e todas
as informações sobre as condições meteorológicas são obtidas pelo estudo antecipado,
durante o planejamento. Neste caso, o MSL se valerá dos equipamentos da aeronave,
de seu conhecimento sobre o terreno e do seu estudo anterior.
2.2.11.1 Seta-Alvo
A seta é um ponto materializado no terreno que constitui o alvo ou indica onde este se
encontra. Ainda, indica a direção de pouso. O saltador livre deve pousar sempre no
sentido da seta. (Fig 2-1)
Lâmpadas vermelhas
Intensidade do vento
acesas
Nenhuma 4 nós
(na base da
01 (uma) Até 7 nós
02seta)
(duas) Até 10 nós
03 (três) Até 14 nós
2.2.12 IMPEDIMENTOS
2-13
2.2.12.1 Temporário - Retira-se a ponta (o “v”) da seta (Fig 2-3)
10m
10m
10m
2.3.1 PECULIARIDADES
2.3.2 NORMAS
2.3.2.1 Qualificações
a) Saber nadar; e
b) Ter recebido instrução e treinamento específico até 30 (trinta) dias antes do salto.
2.3.2.2 Equipamentos
2.3.2.2.1 Obrigatório:
2-14
a) Tirante de adaptação das pernas do paraquedas deverá ter mosquetão do tipo ejetor
rápido com cadarços de liberação;
b) Altímetro à prova d’água;
c) Sem capacete;
d) Uso de colete salva vida, Life Preserver Unit (LPU) ou roupa/macacão de neoprene;
e) Canivete ou knife; e
f) Boot preparado com soltura rápida.
2.3.2.2.2 Facultativo:
a) Nadadeiras;
b) Máscara e snorkel; e
c) Fumígeno preso ao pé do líder.
a) Emergência;
b) Desequipagem;
2-15
c) Utilização dos dispositivos de flutuação;
d) Composição das duplas (cangas); e
e) Inspeção dos equipamentos especiais dos saltadores.
Com base na segurança e no desempenho dos paraquedas em uso na Bda Inf Pqdt e no
C Op Esp, o limite de vento para a realização da atividade de salto livre é de 14 nós para
adestramento e de 18 nós para SLOp.
a) Barcos;
b) Fumígeno flutuante;
c) Rádio;
d) Faixa-sonda; e
e) Rádio terra-avião.
O fumígeno flutuante deverá ser lançado pelo menos 01 (um) minuto antes do
lançamento e todas as informações meteorológicas possíveis deverão ser passadas ao
MSL do Avião, se for o caso;
a) Botes - 01 (um) bote para cada saltador da equipe e 01 (um) bote de segurança
(reserva);
b) guarnição mínima por barco - 01 (um) homem da equipe de terra, 01 (um) salva-vidas
e 01 (um) piloto; e
c) responsável por prestar socorro aos acidentados, pelo recolhimento dos saltadores e
dos paraquedas.
2-16
2.3.8.1 Sonda (Normal)
2.3.9 IMPEDIMENTOS
2.3.9.1 Temporário
2.3.9.2 Definitivo
2.4.1 O salto duplo militar consiste de uma atividade realizada por 01 paraquedista
experiente e formado Piloto de Salto Duplo Militar, que utiliza um equipamento
específico para o transporte do passageiro.
2.4.3 DEFINIÇÕES:
2.4.3.1 Piloto de Salto Duplo Militar - É o paraquedista que tenha concluído com
aproveitamento o estágio específico, estando habilitado a realizar o salto duplo com
pessoal ou carga, utilizando equipamento homologado. A carga poderá ser do tipo
Bundle, desde que esteja homologada.
2-17
2.4.3.2 Salto Duplo Operacional com Pessoa - É a técnica de infiltração na qual um
piloto de salto duplo leva como passageiro, em um único equipamento, elemento não
saltador livre, integrante de uma fração operacional, no cumprimento de determinada
missão.
2.4.3.4 Salto Duplo de Demonstração com Pessoal – Tem como finalidade divulgar a
atividade de salto livre e as possibilidades técnicas da Bda Inf Pqdt.
2.4.3.5 Passageiro de Salto Duplo - É um elemento saltador livre ou não, voluntário ou,
quando imposto pela missão, escalado a realizar um salto duplo com piloto de salto
duplo militar.
a) A formação de piloto de salto duplo militar na Bda Inf Pqdt não habilitará o saltador a
realizar a atividade no paraquedismo civil;
b) Todos os passageiros, saltadores livres ou não, empregados na formação e
adestramento dos pilotos de salto duplo militar serão voluntários;
c) Os passageiros empregados em missões reais e exercícios táticos serão escalados
por seu comandante imediato;
d) É proibida a utilização dos equipamentos de salto duplo por elementos não
habilitados como piloto de salto duplo militar;
e) É proibida a realização de trabalho relativo de velame com paraquedas de salto
duplo;
f) É proibida a realização de trabalho relativo na prática do salto duplo militar com
pessoal ou carga.
g) No preenchimento do PQ-2, deverá ser identificado, no campo Nr 24
(OBSERVAÇÕES), o piloto, o passageiro, o tipo de paraquedas (SIGMA 370, MMS 533)
e, se for o caso, a carga.
2.5 SONDA
2.5.1 Tem por finalidade verificar o desvio que os ventos de camada provocarão no
saltador. O desvio analisado se refere a fase do salto em que o paraquedista estará com
o velame aberto.
2.5.2 OBSERVAÇÃO: O SLOp é caracterizado pela ausência de sonda, alvo e biruta.
2.5.3 CONFECÇÃO
2.5.3.1 Para a confecção da sonda utiliza-se uma faixa de papel crepom, com
segmentos de cores contrastantes com o terreno, medindo 5,60m de comprimento por
0,24m de largura, com um lastro (vergalhão de 5/32”) de 20g em uma das extremidades,
e possuindo um peso total de 80g. (Fig 2-6)
2-18
PAPEL CREPON
2-19
2.5.2.2 Prepare 02 (dois) rolos de papel crepom com um lastro. Cada rolo deverá ter 03 (três)
cores contrastando entre si. (Fig 2-7)
24 cm 48 cm 24 cm
PAPEL
CREPON
5,6 m 5,6 m
VERGALHÃO
5/32’’
2.5.2.3 Corte 02 (dois) pedaços de papel de jornal e comece a enrolar com um destes
pedaços um dos rolos de papel crepom. Próximo do término, utilizar o outro pedaço de jornal
para enrolar os dois rolos de crepom. Cole a fita adesiva para fechar o invólucro de forma a
utilizá-la como alça. (Fig 2-8)
2-20
CAPÍTULO III
INSPEÇÃO DE PESSOAL
3.1 INTRODUÇÃO
3.3 ALTÍMETRO
3.1.2 O assunto reveste-se de extrema relevância,
haja vista que o Mestre de Salto Livre (MSL) é3.4o DAA
responsável por proporcionar ao paraquedista a
segurança para a realização do salto. 3.5 SEQUÊNCIA E MÉTODO
DA INSPEÇÃO DE PESSOAL
3.1.3 A sequência da inspeção é fator determinante para o sucesso dos trabalhos.
3.2 GENERALIDADES
3.2.2 Todo saltador livre deve estar atento quando for se equipar na Área de Equipagem, ou após o
comando de “VERIFICAR EQUIPAMENTO!” por parte do MSL dentro da aeronave. Fazendo isso,
grande parte das falhas existentes já serão identificadas e resolvidas antes mesmo da inspeção do
MSL.
3.2.4 Por isso, a Inspeção de Pessoal deve ser feita com calma por parte do MSL, seguindo a
sequência e os métodos ensinados para que não ocorram falhas e para que nenhuma fase seja
pulada.
2-21
3.2.5 A experiência, ao mesmo tempo em que tende a facilitar a correção de procedimentos,
concorre também para a ocorrência de falhas por negligência. Por este motivo, as inspeções antes
do embarque e do salto, jamais deverão ser dispensadas, sob o risco de graves acidentes.
3.3 ALTÍMETRO
3.3.1 Ao realizar a Inspeção de Pessoal, o MSL deverá ajustar e/ou conferir o valor do ajuste inserido
no altímetro para a realização do salto livre utilizando a seguinte fórmula:
3.3.2 Se o resultado for negativo, o ajuste deverá ser feito no sentido anti-horário, conforme o
exemplo abaixo:
3.3.3 Mas, se o resultado for um número positivo, o ajuste deverá ser feito no sentido horário,
conforme o exemplo abaixo:
3.3.4 O ajuste do altímetro deverá ser feito sempre no aeródromo de partida, nunca em vôo.
3.4.1 Os DAA são dispositivos eletrônicos de segurança que têm por finalidade realizar a abertura
automática do paraquedas reserva caso, qualquer que seja o motivo, o saltador livre deixe de
comandar o paraquedas principal.
2-22
3.4.2 Ao realizar a inspeção de pessoal, o MSL deverá ligar/ajustar ou conferir o ajuste inserido no DAA
para a realização do salto livre.
3.4.3 Os paraquedas utilizados no Exército Brasileiro são equipados com um dos DAAs mais
modernos do mundo: os modelos Cypres 2, que são produzidos pela fabricante alemã Airtec
GmbH & Co. Os modelos desportivos trabalham diretamente com a diferença altimétrica entre
o aeródromo de partida e a área de pouso, com a velocidade de queda do saltador e,
indiretamente, com a variação de pressão. Já os modelos militares trabalham diretamente
com diferença de pressão e a velocidade de queda do saltador.
3.4.4 Podem ser encontrados 5 (cinco) diferentes tipos de Cypres, com as seguintes variações de
altitude e velocidade de disparo:
3.4.5 O Cypres 2 permite a edição da altura de disparo em até 900 ft acima do previsto para o
modelo.
3.4.6 Cada vez que o Cypres é ligado, todas as funções internas do DAA são checadas durante
sua auto verificação (self test), garantindo assim um perfeito funcionamento do mesmo. O
aparecimento do símbolo 0▼ no visor digital, indica o término da auto verificação e bom
funcionamento do aparelho.
3.4.7 O Cypres, após ligado, funcionará por 14 horas, depois, caso não esteja sendo utilizado,
se desligará automaticamente.
3.4.8 Sua fonte de alimentação é uma bateria com vida útil de 12,5 anos (modelos
fabricados até 2017) e 15,5 anos (modelos fabricados a partir de 2017).
3.4.9 O Cypres somente estará operativo após atingir a altura de 1500 ft (3000 ft no caso
do Cypres Tandem). Assim, caso exista a necessidade de se abandonar a aeronave abaixo
dessa altura, o paraquedista deverá estar ciente de que o seu DAA estará ligado, porém sem
estar operativo (não funcionará).
3.4.10 Os Cypres 2 desportivos são a prova d’água a uma profundidade de 5 ft por até 24 horas
ou 15 ft por até 5 minutos.
3.4.12 A cada 4 anos (± 3 meses) é recomendado que o DAA seja enviado para o fabricante, em
sua embalagem original, para fins de revisão.
2-23
3.4.13 A aeronave, durante o voo, nunca deverá descer abaixo do nível do terreno de onde
decolou, bem como descer abaixo da altura pré-ajustada na Unidade de Controle, caso
haja diferença altimétrica entre a área de pouso e o aeródromo de partida. Da mesma
forma, caso a área de pouso seja mais baixa que o aeródromo de partida, a aeronave não deverá
descer abaixo desta altura.
3.4.14 Caso o salto seja cancelado e os saltadores venham a pousar com a aeronave, todos os
DAA devem ser desligados para evitar um acionamento não desejado.
3.4.15 É obrigatório, para maior segurança do saltador, desligar e religar o Cypres quando:
a) pousar em área de pouso com diferença altimétrica de pelo menos 30 ft (10 metros) para cima
ou para baixo da área anteriormente prevista para o pouso;
b) caso o Cypres abandone a área de pouso ligado, de carro por exemplo, e retorne para a
mesma;
c) se o tempo de voo ou navegação com velame aberto exceder 1 hora e 30 minutos;
d) caso o pouso seja em área de pouso diferente do aeródromo de partida (apesar do DAA estar
zerado).
3.4.17 Caso o Cypres apresente qualquer anormalidade durante a auto verificação, não
aparecerá o símbolo 0▼ no visor digital, mas sim um código indicador de erro. Neste caso o
DAA se desligará automaticamente.
3.4.18 A seguir estão discriminados os códigos indicadores de erro com suas possíveis causas:
2-24
3.4.20 Caso o MSL se depare com qualquer código indicador de erro deverá avisar, de imediato,
ao militar do Btl DoMPSA responsável pelos paraquedas da missão para que a pane seja sanada
ou o equipamento do saltador seja trocado.
b) o Cypres 2 Expert é projetado para ser acionado a 750 ft de altura, quando a velocidade de
queda do paraquedista ultrapassar 35 m/s.
c) o Cypres 2 Speed é projetado para ser acionado a 750 ft de altura, quando a velocidade de
queda livre do paraquedista ultrapassar 43m/s.
d) o Cypres 2 Student é projetado para ser acionado a 750 ft de altura, se o paraquedista estiver
em velocidade similar a de queda livre (60m/s, aproximadamente), e a 1000 ft de altura, caso a
velocidade do saltador não seja próxima a de queda livre porém seja superior a 13 m/s. Essa
medida é adotada para que, caso o saltador esteja com seu velame em pane, ele tenha mais
tempo para preparar-se para seu pouso de emergência. Este DAA foi projetado para alunos que
utilizam velames com área maior.
e) os Cypres desportivos têm que ser ligados e regulados no aeródromo de partida, nunca em
vôo.
f) para ligar o aparelho, caso não haja variação altimétrica entre a área de pouso e aeródromo de
partida, basta apertar o botão da Unidade de Controle 1 (uma) vez, e após isso, apertar outras 3
(três) vezes, sempre que o led vermelho se acender.
g) os Cypres desportivos, após ligados, farão a sua autoverificação por meio de uma contagem
regressiva a partir de 10, terminando em 0▼.
h) nos casos em que a área de pouso e o aeródromo de partida forem diferentes, normalmente
haverá uma diferença de altitude entres esses dois locais. Portanto, é de extrema importância que
essa diferença altimétrica seja inserida no DAA pelo MSL (ou pelo saltador possuidor do ESTÁGIO
DE SALTO LIVRE), para que não haja uma abertura prematura ou tardia do paraquedas reserva
ou, até mesmo, nem seja acionado.
i) caso a área de pouso seja mais alta que o aeródromo de partida, a diferença de altitude
deve ser inserida com seta para cima. Caso contrário, a diferença deve ser inserida com
seta pra baixo.
j) EXEMPLO 1:
k) EXEMPLO 2:
l) para inserir um valor de ajuste, durante o processo de ligar, basta apertar o botão da Unidade de
Controle 1 (uma) vez e mais 3 (três) vezes quando a luz vermelha do led se acender, mantendo o
botão pressionado após a terceira luz vermelha do led. O Cypres fará s u a autoverificação e, ao
final, aparecerá o número 30 por 2 segundos, mostrando a seta para cima e logo em seguida
para baixo. A cada 2 segundos o número irá aumentar sempre em múltiplos de 30 (trinta): 60,
90, 120, 150..., sempre acompanhados das indicações das setas para cima e para baixo.
n) caso o último salto tenha sido executado com diferença altimétrica entre o aeródromo de partida
e a área de pouso, aparecerá o valor da última regulagem entre o término da autoverificação e o
início das opções de ajuste. Sendo assim, caso o MSL, deseje ajustar o DAA com o último valor
inserido, basta soltar o botão assim que a referida regulagem aparecer no visor digital.
o) se os números aumentarem de 10 em 10 (10, 20, 30, 40...), significa que o Cypres está
calibrado em metros. Nesse caso, o MSL deve estar atento ao realizar os cálculos conforme a
unidade de medida apresentada. O funcionamento do dispositivo permanece igual.
p) caso o ajuste a ser inserido no DAA seja um número não múltiplo de 30, o valor deverá ser
arredondado para mais ou para menos, conforme o sentido da seta.
q) EXEMPLO 1: após calcular o ajuste do Cypres desportivo, o MSL chegou ao resultado 230▲.
Entretanto, como 230 não é múltiplo de 30 e a seta aponta para cima, o MSL deverá buscar o
primeiro valor acima de 230 e que seja múltiplo de 30. Ou seja, o MSL deverá inserir no DAA
240▲. (Fig 3-1)
Stu-
240▲
den
t
r) EXEMPLO 2: agora o MSL após calcular o ajuste do Cypres desportivo, chegou ao resultado
260▼. Como 260 não é múltiplo de 30 e a seta aponta para baixo, o MSL deverá buscar o
primeiro valor abaixo de 260 e que seja múltiplo de 30. Ou seja, o MSL deverá inserir no DAA
240▼. (Fig 3-2)
Stu-
240▼
den
2-26
t
Fig 3-2 – Área de pouso mais baixa que o aeródromo de partida
s) o visor digital continua mostrando o número até que o saltador pouse na área de pouso para
onde o DAA foi calibrado. Após isso, ele irá se autocalibrar em zero. O visor digital passará,
então, a mostrar 0▼. A unidade estará, agora, calibrada para decolar e pousar nessa área.
Entretanto, o manual do fabricante indica, nesses casos, que o Cypres deverá ser desligado e
religado para o próximo salto.
t) para cancelar ou mudar a ajustagem, basta desligar o Cypres (processo inverso de ligar) e
reiniciar o procedimento.
a) como vimos anteriormente, diferente dos modelos desportivos, os Cypres militares trabalham
diretamente com diferença de pressão e a velocidade de queda do saltador.
a) se a pressão da área de pouso for igual a do aeródromo de partida, basta apertar o botão
da Unidade de Controle 1 (uma) vez, e após isso, apertar outras 3 (três) vezes, sempre que o led
vermelho se acender. A partir daí o Cypres Militar 2 fará a contagem regressiva a partir de
10, terminando em 0▼.
b) se a pressão da área de pouso for diferente da pressão do aeródromo de partida, basta inserir
a pressão da área de pouso.
c) EXEMPLO:
2-27
d) para inserir qualquer ajuste, da mesma forma como é feito nos Cypres desportivos, basta
apertar o botão da Unidade de Controle 1 (uma) vez e mais 3 (três) vezes quando a luz vermelha
do led se acender, mantendo o botão pressionado após a terceira luz vermelha do led.
e) a partir daí, o Cypres Militar 2 fará a contagem regressiva a partir de 10, terminando em
0▼. Em seguida, o MSL deverá ajustar, um a um, os 4 algarismos que formam a pressão a
ser inserida, começando pela casa dos milhares até a casa das unidades. A casa dos
milhares só permite escolher entre 1 ou 0. As demais casas permitem todos os algarismos.
Para ajustar um algarismo e passar ao próximo, basta manter pressionado o botão da
Unidade de Controle, soltá-lo no algarismo desejado e voltar a pressioná-lo novamente. Ao
terminar o ajuste da última casa, basta soltar o botão e aguardar a luz se apagar.
f) caso ocorra algum erro durante o ajuste, após a escolha do último algarismo, basta
pressionar novamente o botão da Unidade de Controle antes que a luz se apague. Dessa
forma, o ajuste se iniciará novamente a partir da casa dos milhares. Entretanto, se após
ajustar a casa das unidades, o botão for solto e a luz do led se apagar, para corrigir
qualquer erro, a exemplo de todos os demais Cypres, a única opção será desligá -lo e
religá-lo novamente para inserir um novo ajuste.
g) o Cypres 2 Militar também funciona como barômetro, mostrando a pressão local (QFE)
entre os valores 10▼ e 0▼da contagem regressiva da autoverificação.
h) o Cypres 2 Militar permite inserir qualquer pressão entre 200 hPa e 1075 hPa. Caso
sejam colocados valores diferentes desses, o Cypres mostrará o número de série, a data
da próxima manutenção e desligará automaticamente.
i) uma das formas de estimar a pressão a ser inserida no DAA é a utilização da calculadora
Cypres, que tem como base os dados da tabela International Standard Atmosphere (ISA) de
relação Altitude x Pressão QFE. (Fig 3-3).
Pressão Altitude
Pressão (em /
(em milibares) mm Hg) Altura
1050 31,01 -989
1040 30,71 -723
1030 30,42 -454
1020 30,12 -184
1013 29,92 0
1000 29,53 364
990 29,23 641
980 28,94 920
970 28,64 1202
960 28,35 1486
950 28,05 1773
940 27,76 2062
930 27,46 2353
920 27,17 2647
910 26,87 2944
900 26,58 3243
890 26,28 3545
2-28
880 25,99 3850
870 25,69 4157
860 25,40 4468
850 25,10 4781
840 24,81 5098
830 24,51 5417
820 24,21 5740
810 23,92 6065
800 23,62 6394
3.5.1.1 O MSL deverá executar a inspeção dos saltadores seguindo a sequência e o método aqui
descritos.
3.5.1.2 DAA
3.5.1.3 ALTÍMETRO
3.5.1.4.1 Uniforme
a) argola média passando por dentro da maior e argola menor por dentro da média, sem passar
pela maior;
2-29
b) Loop em boas condições, prendendo a argola menor por cima, passando por dentro do orifício
do tirante de sustentação superior do Pqd Pcp e do orifício do conduíte do cabo flexível do punho
de desconexão; e
c) cabo flexível do punho de desconexão passando por dentro do loop com a sobra guardada no
seu alojamento.
a) sem torções; e
b) protegidos pelas abas protetoras.
2-31
a) fita de abertura sanfonada, corretamente fixada pelos elásticos, presa ao gancho e ao cabo
flexível;
b) verificar o funcionamento do gancho;
c) verificar a existência do pino do gancho;
d) cabo flexível corretamente introduzido no loop, em boas condições, sem dobras ou mossa;
e) loop em boas condições e fechando as abas de fechamento do container do pqd pcp;
f) sobra do cabo flexível no seu alojamento; e
g) fechar a aba após inspeção.
a) corretamente dobrada;
b) corretamente colocada, ajustada ao tirante lateral esquerdo e fixa por uma liga de borracha;
c) alças de transporte da bolça passando pelo tirante de adaptação da perna esquerda; e
d) colocada do lado esquerdo.
3.5.2.1 O MSL deverá executar a inspeção dos saltadores seguindo a sequência e o método aqui
descritos.
3.5.2.2 DAA
3.5.2.3 ALTÍMETRO
3.5.2.4.1 Uniforme
a) argola média passando por dentro da maior, argola menor por dentro da média (sem passar
pela maior) e tirante do DLV prendendo a argola menor por baixo;
b) Loop em boas condições, passando por dentro do orifício do tirante do DLV e do orifício do
conduíte do cabo flexível do punho de desconexão; e
c) cabo flexível do punho de desconexão passando por dentro do loop com a sobra guardada no
seu alojamento.
2-33
Fig 3-5 – DLV
a) sem torções; e
b) protegidos pelas abas protetoras.
a) fita de abertura sanfonada, corretamente fixada pelos elásticos, presa ao gancho e ao cabo
flexível;
b) verificar o funcionamento do gancho;
c) verificar a existência do pino do gancho;
d) cabo flexível corretamente introduzido no loop, em boas condições, sem dobras ou mossa;
e) loop em boas condições e fechando as abas de fechamento do container do pqd pcp;
f) sobra do cabo flexível no seu alojamento; e
g) fechar a aba após inspeção.
a) corretamente dobrada;
b) corretamente colocada abaixo do container do pqd pcp, ajustada e com as alças de transporte
da bolça passando pelos tirantes de adaptação das pernas; e
c) ancorada na argola de suspensão de carga.
3.5.2.7 ARMAMENTO
a) armamento colocado ao lado esquerdo (lado oposto ao do punho de comando do Pqd Pcp) e a
retaguarda do saltador, com o cano para baixo e levemente para frente;
b) bandoleira passando por baixo do tirante de sustentação inferior, por cima do ajustador do
tirante de adaptação do peito e sem envolver o punho de comando do Pqd Res (1º ponto);
c) tirante de adaptação abdominal envolvendo o armamento (2° ponto); e
d) barrigueira da mochila em bom estado e envolvendo o conjunto Pqdt/armamento (3° ponto).
3.5.2.8 MOCHILA
CAPÍTULO IV
4.3 MATERIAL
4.3.1 Para desempenhar as funções de MSL Av, o militar deverá providenciar o seguinte
material:
4.4 DOCUMENTAÇÃO
4.5 BRIEFING
4.5.1 Briefing é um conjunto de informações ou uma coleta de dados passados em uma reunião
para o desenvolvimento de um trabalho.
2-39
4.5.2 Antes do salto, o MSL deverá realizar o BRIEFING PARTICULAR com os paraquedistas e
com o Chefe da Equipe de Terra (Ch Eq Ter), e o BRIEFING CONJUNTO com os elementos da
FAB, a fim de recordar normas e estabelecer condutas para a boa realização da missão,
abordando os seguintes itens:
4.5.2.1.1 Deve necessariamente ser realizado no dia da atividade de salto, salvo as situações
de operações reais, nas quais não seja possível ou viável a execução do briefing no dia do
salto.
a) Ch Eq Ter;
b) Médico;
c) Aux MSL;
d) DoMPSA; e
e) Motoristas (ambulância, Vtr DOMPSA, Vtr de Seg, etc.)
2-40
4.5.2.2.2 No briefing com o Ch Eq Ter, este deverá enfatizar ao pessoal supracitado a
importância de cada elemento na operação, buscando extrair dos mesmos as respostas
corretas para suas perguntas, fazendo com que cada um, dentro de sua esfera de atribuições,
faça o melhor trabalho possível, o que irá aumentar significativamente o fator SEGURANÇA.
4.5.2.2.3 Para a montagem dos meios que compõe a Equipe de Terra, o Ch Eqp Ter deverá
observar as seguintes medidas:
a) Alvo: o diâmetro do alvo deverá ser de 50 metros. Os painéis que compõe o alvo
medem 5m x 1m.
b) Biruta: a biruta deverá ser instalada a 50 metros do centro do alvo,
preferencialmente livrando a entrada do vento predominante.
4.6.1 É um militar possuidor do Estágio de Mestre de Salto Livre que auxilia o MSL Av em suas
funções, atribuições e nas providências do material necessário à realização do salto.
4.6.2 Embarca primeiro para executar a inspeção da aeronave e observar a ocupação dos
assentos pelos paraquedistas.
4.7.1 O MSL é o principal responsável pela execução de todas as medidas previstas para o
lançamento. Antes de uma missão de salto, deverá recordar as atribuições do MSL e estudar
(na carta, esboço ou fotografia aérea) a ZL ou Área de Pouso.
2-41
4.7.2 O dispositivo para equipagem será o seguinte:
4.7.2 Após a tomada do dispositivo pelos paraquedistas, o MSL dará continuidade aos
trabalhos observando a sequência a seguir:
AUX MSL
MSL
PORTA OP INTER
Fig 4-1
2-42
MSL AUX MSL
OP INTER RAMPA
Fig 4-2
AUX MSL
MSL
RAMPA
OP INTER
Fig 4-3
4.8.4 Em todas as aeronaves os saltadores ocupam os assentos da cabine do piloto para a cauda
da aeronave, conforme a ordem de saída estabelecida para o salto.
4.9.1 O número de equipes será estabelecido em função da natureza da missão. O MSL responsável
pelo lançamento deverá distribuir os saltadores e escalonar as alturas de comandamento levando em
2-43
conta as dimensões (restrições) da ZL (Área de Pouso) de modo que haja área suficiente de pouso
(conforme a categoria dos saltadores). Entende-se por escalonamento a determinação ordenada das
alturas de comandamento dos saltadores, de modo que as diferentes alturas de comandamento não
comprometam a segurança.
4.9.2 O cálculo da quantidade de saltadores será estabelecido conforme instrução de lançamento (Cap
VII).
4.9.3 Quanto mais restrita for a Área de Pouso (quantidade de obstáculos), menor será o número de
saltadores por passagem.
4.10.1 Ao organizar as equipes de salto para o lançamento e definir a ordem de saída de cada
paraquedista, o MSL deverá escaloná-los em diferentes alturas de comandamento observando
os quatro aspectos abaixo, ordenados dentro de um critério de relevância para a segurança (do
mais relevante para o menos relevante):
4.10.2 A sequência dos trabalhos que mais afundam para os que menos afundam é: DIVE, SIT-
FLY, DORSO, LOOPING, ½ SÉRIE, QE, SLOp e FQL.
4.10.3 Segue a ordem dos velames que possuem um maior desempenho para os que possuem
um menor desempenho: SILHOUETTE, NAVIGATOR, OPERACIONAL e TANDEM.
4.11.2 O MSL determinará o tipo de paraquedas para cada saltador conforme a disponibilidade
e necessidade da missão, de forma a adequar a organização das equipes, os seus saltadores
(atenção para as categorias), trabalhos em QL e suas respectivas alturas de comandamento.
4.11.3 O intervalo da altura de comandamento entre saltadores ou grupos que realizam trabalho
é de 500 Ft. É possível que até 06 (seis) saltadores comandem na mesma altura numa mesma
passagem, no mesmo bloco, devendo, para isso, realizar a separação.
4.11.4 Todo e qualquer afastamento horizontal (por exemplo, o track) deve ser realizado na
perpendicular ao eixo de deslocamento da aeronave no lançamento.
4.11.5 O intervalo entre os saltadores que saem sozinhos, em duplas, trincas de trabalhos ou
em FQL deverá ser, preferencialmente, entre 03 (três) a 05 (cinco) segundos, para que ocorra
uma dispersão segura no momento do comandamento.
4.11.6 Os saltadores que saem com filmadoras ou máquinas fotográficas têm a prioridade por
ocasião da saída e saem à frente do saltador ou grupo que esteja realizando trabalho.
4.11.7 As normas previstas nos itens 4.11.1 e 4.11.6 sobrepõe-se às quatro regras gerais para
organização da equipe (item 4.10.1).
4.11.8 A interpretação dos dados existentes no momento da organização das equipes deverá
seguir um critério hierárquico e o MSL somente passará a analisar o quesito seguinte em caso
de empate no quesito anterior.
2-46
4.12.1 A altitude é considerada sempre em relação ao nível do mar e a altura é considerada em
relação a um ponto cotado qualquer. (normalmente, da própria ZL ou Área de Pouso)
A – Altura do Ponto de Abertura do Pqd.
B – Altura de Lançamento.
C – Atitude da Área de Pouso
D – Altitude do Ponto de Abertura do Pqd.
E – Altitude de Lançamento.
4.12.2 Das definições acima tiramos as seguintes conclusões importantes:
4.13.1 Altura de abertura é a distância vertical, medida em pés ou metros, do nível da Área de
Pouso até o ponto em que o saltador comanda seu paraquedas.
4.14.1 Todo paraquedista militar será qualificado em uma categoria, publicada em BI da Bda Inf
Pqdt, que o habilitará a executar determinados trabalhos técnicos de saltos.
2-47
4.14.2 Categorias são ferramentas que servem tanto como incentivo, como também orientação
para adquirir habilidade e conhecimento necessários para atingir um nível razoável de
segurança e aproveitamento. O Estagiário que concluir o ESL com aproveitamento é
enquadrado na Cat “AI”.
a) categoria AI;
b) categoria A;
c) categoria B;
d) categoria C; e
e) categoria D.
4.14.3.1 Os portadores das categorias especificadas no item anterior estão habilitados para:
I – Categoria “AI”:
a) apto a realizar todos os trabalhos previstos no ESL;
c) apto a utilizar paraquedas com comandamento do tipo RipCord;
c) apto a saltar de helicóptero;
d) apto saltar com paraquedas Navigator 280, MMS 350 e 420 e Legend 290;
e) apto realizar saltos com paraquedistas Cat “B”, Cat “C” e Cat “D”;
f) apto a saltar com vento limite de 15 kt (diurno); e
g) Utilizar, obrigatoriamente, capacete rígido, altímetro analógico, óculos para salto
livre de lente clara.
II – Categoria “A”:
a) apto a realizar todos os trabalhos previstos na Cat “AI”;
b) apto a utilizar paraquedas com o comandamento do tipo handeployment;
c) apto realizar saltos noturnos individualmente;
d) apto a saltar com vento limite de 18 kt (diurno) e 14 kt (noturno); e
e) apto a usar luvas.
2-48
IV – Categoria “C”:
a) apto a realizar todos os trabalhos previstos na Cat “B”;
b) apto a realizar saltos a grandes altitudes;
c) apto a realizar saltos de demonstração com faixa sonda;
c) apto a realizar trabalho relativo com paraquedistas de todas as categorias;
d) apto a acompanhar estagiários em formação no ESL e no EMSL, desde que
aprovado pelo Instrutor Chefe da Seção de Ensino IV e autorizado pelo Cmt CI Pqdt GPB
V – Categoria “D”:
a) apto a realizar todos os trabalhos previstos na Cat “C”;
b) apto a realizar de demonstração com bandeiras e fumígenos; e
c) apto a realizar o Estágio de Saltador Duplo Militar (EPSDM), desde que atenda
aos pré-requisitos previstos no Art 65 e 66, das NGA Aet Bda Inf Pqdt.
2-49
4.14.3.2.1 As horas de treinamento que o saltador livre realizar no Simulador de Queda Livre,
poderão ser publicadas em BI da OM do próprio saltador, podendo servir de pré-requisito para o
EPSDM.
4.14.3.2.2 As horas de formação no Simulador de Queda Livre não serão computadas para as
mudanças de categoria.
RTSL RTMSL
Categoria Tempo afastado Tempo afastado da
da atividade de atividade de lançamento
salto
AI, A e B Mais de 180 dias Mais de 365 dias
CeD Mais de 365 dias
4.15.2 O MSL que se afastar da atividade de lançamento por mais de 365 dias entrará em
RTMSL.
4.17.1 É o espaço do terreno, livre de obstáculos, destinado ao pouso dos saltadores livres.
4.17.2 As Áreas de Salto são caracterizadas pelas condições técnicas que apresentam,
principalmente quanto à natureza do solo, o qual deve ser suficiente macio, plano (declividade
máxima do solo é de 30%) e com menor número possível de acidentes.
4.17.3 Os obstáculos naturais e artificiais abaixo relacionados estão dentro de uma ordem
crescente de importância:
a) Estrada pavimentada;
2-50
b) Linha de árvores copadas;
c) Estrada de ferro;
d) Bosque ou floresta;
e) Rio ou fosso profundo;
f) Região de casario;
g) Linha de alta tensão;
h) Barrancos; e
i) Estacionamento de viaturas.
4.18.1 Os reconhecimentos podem ser aéreos, na carta, por fotografia aérea ou no próprio local
(In loco). Sendo o melhor tipo de reconhecimento aquele realizado no próprio local, já que
proporciona melhores condições de avaliação do local além de possibilitar a realização de
coordenações administrativas (modelo de relatório consta no Anexo I).
4.18.1.2 Para realizar o reconhecimento adequado de uma Área de Pouso, o MSL deverá
conduzir, obrigatoriamente, os seguintes materiais:
4.19.1 Toda Área de Pouso deve ser livre de obstáculos. As distâncias mínimas do centro do
alvo aos obstáculos determinam a utilização da área considerada pelas categorias de
saltadores, da seguinte forma:
2-52
CAPÍTULO V
TÉCNICA DE CONTROLE DE PARAQUEDAS
a. INTRODUÇÃO
5.2.1 Trações nas linhas: As linhas de todos os paraquedas modernos são reguladas para
que as linhas da frente sejam mais curtas do que a parte traseira. Este gera na asa de
ângulo fixo, também chamada Ângulo de incidência, é o que impulsiona o paraquedas para
a frente através do ar. A massa suspensa do paraquedista puxa para baixo através da
gravidade, criando um fluxo de ar para cima. Este fluxo de ar causada pela descida do
conjunto gera o movimento de ar em torno parte superior da asa que desvia o fluxo de ar
para trás.
5.2.2 Vento relativo: Mesmo quando as condições de vento são calmas, há um fluxo de ar
sobre a asa em todos os momentos, isso nós chamamos de vento aparente ou vento
relativo criado apenas pela ação do deslocamento da asa por meio de ar.
5.2.3 O ângulo de incidência é o ângulo entre a linha reta que parte da cauda e passa
através do nariz, quando medido em relação a linha do horizonte. Este é projetado em seu
velame pelo fabricante e só pode ser mudado se você puxar os tirantes.
5.2.4 O ângulo de ataque é o ângulo entre o ângulo de incidência e o vento relativo. Isto
pode ser alterado pelo uso dos tirantes traseiros ou dos dianteiros. Puxando para baixo os
tirantes traseiros aumentamos o ângulo de ataque.
2-53
5.2.5 Aerofólio Se você tomar uma seção transversal da asa de um pássaro você descobre
que elas são curvas. A superfície superior da asa é arredondada ao passo que a parte
inferior é aproximadamente plana. Esta forma da secção transversal tem sido chamada
Aerofólio. A asa produz uma força ascendente chamada “sustentação”, quando se desloca
para a frente através do ar. O Princípio Venturi Bernoulli: o ar que se move na parte
superior da asa tem que percorrer uma distância maior, devido à curvatura da parte superior
do aerofólio. A natureza luta para manter o status de equilíbrio, o ar que flui sobre essa
curva é acelerado para manter o ritmo com o ar em movimento abaixo da asa. Esta
aceleração forçada provoca um decréscimo da pressão acima do aerofólio gerando a força
de sustentação.
5.2.6 FORÇA G: Movimentando o peso embaixo da asa para frente e para trás através dos
tirantes podemos mudar o pitc de voo na asa. O efeito da mudança no ângulo de ataque é o
aumento força G, resumidamente, o número de G é uma maneira de quantificar o nosso
peso relativo ou aparente. Variações no sentido positivo do ângulo de ataque induzem
"número de G" superior, enquanto uma diminuição do ângulo de ataque reduz ou remove
completamente o peso.
5.2.7 O ângulo de inclinação lateral e seus efeitos: Quando as asas não estão niveladas
lateralmente, o vector de sustentação não está na mesma direção que a gravidade,
reduzindo desse modo a sua eficácia. Com um ângulo de inclinação maior, a sustentação da
asa vai ser menos capaz de se opor a gravidade. Ocorre nas curvas. Um ângulo de
inclinação aumentada irá gerar um ganho de peso aparente ou aumento da força "G".
2-54
Fig 5-2 – Desenho aerodinâmico
5.2.9 Ângulo de voo (trim): refere-se ao ângulo do nariz para baixo do velame, que cria o
movimento de deslizamento para a frente. Este ângulo, muda com o comprimento de cada
linha de suspensão. Durante a produção, o designer tem uma escolha: apontando o
velame mais para baixo resulta em mais velocidade, mas um planeio menor, enquanto
nariz mais alto resulta em um maior planeio, porém menos velocidade à frente. Isso
também irá afetar as características de pouso.
Alguns paraquedas de voo plano não pousam bem, pois eles têm que ser conduzidos
de forma muito agressiva para acumular energia suficiente (velocidade) e ter um flare
eficiente. Outros são feitos um pouco mais de nariz para baixo, de modo que a energia
necessária (velocidade) para o pouso é construída.
2-55
5.2.10 Formato da asa: A forma global da asa quando visto a partir do topo é
conhecida como a “forma plana” da asa. A maioria dos velames usa a plataforma
retangular, comumente chamado de quadrado, outros são afilados nas pontas e chamados
elípticos. Este afunilamento da asa movimenta a área de sustentação para o centro do
velame e isso gera uma sustentação mais eficiente, isso acontece porque o centro da asa
produz sustentação de forma mais eficiente com o mínimo de arrasto, enquanto as
extremidades da asa sofrem redução da sustentação e aumento do arrasto devido ao
fluxo de ar em torno da extremidade da asa. O afunilamento da asa para as pontas faz com
que a parte ineficiente da asa passe a produzir menos resistência, enquanto a parte mais
eficiente (centro) produz a maior parte da sustentação.
5.2.11 Proporção da asa (aspect ratio): esta é a relação dos lados (lado a lado -
ponta a ponta) de um velame. Uma asa 15 pés de largura e 10 pés do nariz a cauda tem um
aspect ratio 15:10, ou, expressa na sua forma menor, de 1,5: 1. Para um paraquedas 1,9 é
uma relação de aspect ratio baixa; 3.0 é alta.
Um carregamento menor da asa cria velocidades mais lentas, uma menor taxa de descida,
resposta de controle mais lento, e velocidades de pouso mais lentas. Uma asa carregada
com mais peso cria velocidades mais altas, elevada taxa de descida, respostas mais
rápidas e pouso mais rápido. Quanto maior for a carga alar, menor será a margem para erro
2-56
e mais graves as consequências dos erros. Escolha uma carga alar lhe dá características de
voo e pousos que você quer.
5.3.1 STALL: é um dos aspectos menos exploradas e mais temidos do voo. Um satll
é causada por um excessivo ângulo de ataque.
O ponto de stall representa o maior ângulo de ataque que uma asa pode voar antes
da perda de controle, também representa a velocidade mais lenta disponível para o piloto.
Ao desembarcar em condições vento fraco, é necessário diminuir a velocidade do ar, tanto
quanto possível, a fim de alcançar a menor velocidade de solo possível para o pouso.
Além disso, a redução de velocidade com aplicação de freio profundo é muitas vezes
necessária para abordagens em áreas de pouso de pequeno porte. Se o piloto não está
familiarizado com as características de voo de paraquedas no alto ângulo de ataque (lento),
existe um risco significativo de um stall ou girar a baixa altura.
Se a asa é puxada para trás durante o voo e liberada para frente rapidamente ela vai
mergulhar agressivamente para o chão, fazendo com que o ângulo de ataque e a
sustentação fiquem menores o que gera uma diminuição na tensão das linhas. Isso pode
causar a ida da asa para baixo do peso suspenso (Pqdt), e, eventualmente, provocar um
emaranhamento de linhas. Além disso, se a liberação dos freios for assimétrica, com a
ausência de tensão nas linhas, a asa pode crescer de forma irregular e causar uma curva
rápida em torno do seu eixo, causando torções nas linhas e uma curva não planejada
2-57
5.3.2 Arco de recuperação: Tempo e altura que um determinado tipo de velame leva
para se recuperar após uma alteração na configuração de voo. Um fator determinante no
arco de recuperação é quanta sustentação o velame produz em proporção a sua carga
suspensa. Uma baixa carga alar fará com que muitos velames voem com taxa de descida
zero, depois de uma manobra de alta velocidade, isso é chamado de "Arco de
Recuperação Neutro". A sustentação diz se um velame nivela por si só ou continua
perdendo altura depois de uma manobra de mergulho. Se o perfil alar é alto, o ajuste plano
ou a carga alar alta, o arco de recuperação será tal que a asa vai ser alterada no seu
percurso de voo apenas por causa da sustentação. O velame que ganha altitude após uma
manobra de aumento da velocidade é classificado como tendo um “Arco recuperação
positivo".
5.3.4.1O flare mais eficiente é aquele que é realizado sem problemas e sincronizado de
modo que as mãos atingirem seu ponto mais baixo, assim como os pés tocam o chão.
2-58
5.3.4.2 O movimento inicial é iniciado movendo os freios da posição planeio total para a
posição de meio freio. Isso deve começar quando você verificar que você está prestes a
pousar. Ao ir para meio freio, a taxa de descida do velame irá diminuir, mas ainda teremos
velocidade para a frente. Nesta etapa o solo deve ser observado ao longo e os freios devem
ser puxados para baixo lentamente até você sentir que o chão não está ficando mais perto e
você está planando horizontalmente.
5.3.4.3 A fase final do flare é de meio freio para o freio total. Esta parte deve ser realizada
de maneira progressiva e uniforme para permitir que o velame tenha uma taxa de descida
lenta e velocidade mínima à frente. A fase final do flare deve ser iniciado quando o chão
parece estar se aproximando novamente. A título de explicação, o velame atinge
sustentação suficiente durante a primeira metade do flare para diminuir sua taxa de descida.
Como a velocidade do ar é reduzida, o velame deixa de gerar tanta sustentação e começa a
descer para o chão novamente. Através da aplicação de mais freio nesta fase, nós
convertemos a velocidade no ar restante em sustentação para um pouso controlado.
5.3.4.4 Usando flare em dois tempos você fica impedido de completar o pouso antes que
você esteja na altura e na velocidade correta; -A segunda, e mais importante, parte do
pouso é realizada a uma velocidade mais lenta, tornando assim mais fácil de julgar a altura;
-Ao realizar o flare por um longo período mais velocidade é perdida, permitindo um pouso
mais lento e controlado em qualquer condição de vento.
1. Ajuste dos tirantes de maneira irregular. (pode parecer sutil, mas tem uma
influência na direção correta de pouso).
2. Pouso com vento de través: Durante o pouso com vento de través é normal ter a
sensação de que o velame está se deslocando de maneira irregular, porém devemos manter
a direção de pouso mesmo que para isso seja necessário usar o um pouco mais de freio de
um dos lados.
3. Diferentes condições de vento: -No vento forte: uma velocidade de solo
reduzida faz com que seja mais fácil julgar a altura para o pouso. Se, no entanto, o flare é
iniciado muito cedo, pode parecer que você esteja parado e pairando acima do solo. Se o
velame não é mantido reto o vento irá provocar um giro no paraquedas; -No vento fraco:
com essa condição de vento é preciso ter um pouco mais de cuidado, visto que o velame
anda mais rápido. Nessa situação devemos realizar o flare em 2 tempos com maior intervalo
entre o primeiro e o segundo estágio; -No vento de cauda: manter a calma, realizar o flair
normalmente (para vento fraco) e ficar em condições de realizar os 5 pontos.
4. Flare alto ou baixo: Isso é muito comum, especialmente durante os primeiros
saltos. Olhar diretamente para baixo pode causar a impressão de altura errada, uma ilusão
de ótica que faz com que o solo pareça estar vindo na nossa direção rapidamente,
distorcendo nossa capacidade de avaliar a distância real do solo. O correto é olhar para a
frente em um ângulo de cerca de 30 graus para o chão. Olhando à frente, ao invés de
diretamente para baixo, é mais fácil de julgar a sua altura acima do solo. Se aproximando
rápido faça o flare um pouco mais rápido e se aproximando lentamente faça o flare mais
2-59
devagar.
5. Flare irregular: um flare irregular ocorre quando um freio é puxado para baixo
mais do que o outro. Há uma tendência natural de colocar a mão para os lados a fim de
evitar uma queda. Isso faz com que a alça de navegação seja puxada ainda mais para baixo
aumentando a taxa de curva. Uma solução simples é concentrar-se em puxar para baixo e
uniformemente ambos os freios, enquanto executar o flare. Tente ver as suas mãos estão
fazendo o movimento.
6. Flare não realizado: movimentando as mãos ligeiramente para a frente, irá lhe
permitir manter um olho sobre quanto suas mãos estão realmente indo para baixo durante o
seu flare. A prática irá ajudá-lo a realizar a técnica corretamente e memorizar.
5.3.6 Curvas planas (Flat turns):Para realizar uma curva plana, ambos os freios devem ser
levados a meio freio. Um freio então, precisa ser puxado ainda mais para baixo para que a
curva seja realizada. Isso gera uma curva lenta e controlada e com pouca perda de altura.
5.3.7 Uso dos tirantes traseiros: Navegando com vento de nariz puxar os tirantes traseiros
ou forçar a abertura lateral deles pode gerar um ganho na distância percorrida total. Existe
uma discussão do que é melhor (freio ou tirante) a maioria acha que tirante é mais eficiente
pois muda o ângulo de incidência. Cuidado com o stall ao usar tirantes traseiros. Uso após a
abertura para evitar colisões.
5.3.8 Uso dos tirantes dianteiros: No vento de cauda usar os tirantes dianteiros pode ser
uma alternativa para ganhar terreno, mesmo que você perca mais altura acaba ganhando
mais velocidade ao aplicar essa técnica. Sempre manter as mãos nas alças de navegação
ao movimentar os tirantes.
5.3.9 Voo com turbulência: Quando uma corrente de ar atinge um obstáculo (edifícios e
linhas de árvores) de grandes dimensões no chão essa corrente passa a ter um fluxo
turbulento. À medida que o ar passa sobre o objeto ele se move no “espaço morto”
imediatamente após o objeto e gira em torno de um eixo horizontal. Este fenômeno “mortal”
é chamado de rotor.
2-60
5.3.9.1 A turbulência causada por objetos no chão muitas vezes chamado de turbulência
mecânica. O bom sobre esse tipo de turbulência é que podemos prever exatamente onde e
quando elas se desenvolvem. Existe outro tipo de turbulência de movimento não-linear que
é mais perigosa. Se desenvolve por influência das massas de ar de diferentes temperaturas
quando se encontram.
5.3.9.2 Redemoinho: O sol atinge a superfície da Terra durante o dia aos poucos o ar perto
da superfície da terra se aquece e sobe. como se fosse bolhas subindo do fundo da panela
com água quente. Isto cria uma baixa pressão momentânea na superfície da região que foi
recentemente evacuada. Para manter o equilíbrio natural o ar frio flui para dentro do vácuo
relativo para encher o espaço desocupado. Isso cria um movimento circular de ar. O
problema com redemoinhos é que nem sempre podemos vê-los. Quanto maior for a
diferença de temperatura num dado local maior e mais potente será a turbulência.
5.3.9.4 Manutenção da Força G positiva: Quanto maior for a carga alar mais estável será
o voo do paraquedas. Por exemplo, pense em um elevador subindo rápido (sensação de
aumento de peso), por outro lado, quando o elevador começa a descer nos sentimos mais
leves. Quando reduzimos a Força G afrouxamos o sistema (perigo de colapsar). o ângulo de
ataque é o maior determinante da Força G no velame. Voos com alto ângulo de ataque a
asa que irá produzir mais sustentação e, portanto, um maior “número de G". Um baixo
ângulo de ataque reduz o "número de G" e, assim, a tensão das linhas. Uma libertação
brusca dos tirantes traseiros irá fazer com que o velame mude o ângulo de inclinação mais
para baixo (ângulo de ataque menor). Outra maneira é agir rapidamente em um dos
comandos após uma curva, outra é a movimentação rápida nos tirantes da frente. Todas
estas manobras em uma situação de turbulência são extremamente perigosas, uma vez que
o ar turbulento sozinho tem a capacidade de mudar o ângulo de ataque rapidamente e
causar a desestabilização da asa.
2-61
descendente a asa pode ser influenciada a mergulhar rapidamente para frente. As linhas
podem enrolar no velame. Para evitar uma perda abrupta de estabilidade do paraquedas
devemos aprender a aumentar rapidamente o ângulo de ataque.
2-62
velocidade do ar. Este tipo de rotação é menos provável de causar um colapso na
turbulência.
5.4.1.1 Tenha um plano - Antes de entrar no avião você deve ter um plano. Para torná-lo
possível você precisa saber:
5.4.1.2 Entenda que o plano é flexível e pode mudar - A direção e intensidade dos ventos
pode mudar em um período muito curto, sendo assim o seu plano de navegação tem que
ser flexível e terá de ser revisto enquanto você navega. Durante a navegação sempre
verificar Altura, Tráfego, Área de Pouso.
- Na abertura - você abriu na área que você estava esperando ou você está mais
longe ou mais perto, dentro ou fora do cone do vento?
5.4.1.4 Antes de entrar no avião você deve verificar a direção e intensidade do vento, o
2-63
provável ponto de abertura, e sua área de espera. Após a abertura você deve realizar seus
exercícios normais para controlar o velame e evitar outros paraquedistas. Navegar para a
área de espera. No caminho para a área de espera rever o seu plano de navegação (vento).
5.4.1.5 Na chegada a área de espera, você deve verificar o seu espaço aéreo e, em
seguida, avaliar o vento. Certifique-se de que a intensidade do vento não mudou. Se isso
acontecer você terá de mudar seu ponto de entrada (Ponto C) ou seja, como vento é mais
forte você deve antecipar o ponto C que vai estar mais perto, se o vento for mais fraco, o
ponto C estará mais longe.
2-64
Fig 5-13 – PRECISÃO NO POUSO
5.4.3.1 Se o ângulo de visão para um ponto específico no chão está se tornando mais
“íngreme” na sua percepção, então você vai passar desse ponto, a menos que faça algo
com os recursos que você tem (tirantes, freios e harness).
5.4.3.2 Escolha um outro ponto que está além do primeiro. Se o ângulo visual para
este ponto está se tornando mais “raso” em sua percepção, então você irá pousar antes.
Entre estes dois pontos, há um terceiro ponto que parece manter-se em um ângulo
constante, que não se move. Vamos chamar esse ponto, o “Ponto Especial”. Se o vento
não mudar, e você não agir nos freios ou tirantes é lá que você irá pousar.
5.4.3.4 Com vento de cauda, voar no meio freio ajuda a ganhar distância. No vento
nulo uma pequena quantidade de tirante traseiros irá aumentar sua velocidade para a
frente. Enquanto em ventos fortes, freios profundos irão mantê-lo mais tempo no ar e o
vento vai levá-lo mais longe.
5.4.4 Avaliando as condições de vento - Sempre antes de fazer manobras avalie sua
altura, o espaço aéreo, e o local em relação ao solo onde você se encontra. Condições de
vento podem ser vistas de diversas formas (biruta, arvores, fumaça, olhando diretamente
2-65
para o chão).
2-66
Fig 5-16 – PRECISÃO NO POUSO
5.4.4.3 Na figura 5-18 temos uma mudança na direção do vento observada após a
abertura do velame. Já na figura 5-19 temos uma mudança de intensidade e direção do
vento (vento mais fraco).
Fig 5-17 – Sem Fig 5-18 – mudança na direção do vento Fig 5-19 – mudança de intensidade
mudanças e direção do vento
2-67
5.5.1 Realizado com trabalho relativo de velames (ESCADINHA)
5.5.6 O Alongador da Alça de Navegação não deve ser utilizado para o pouso.
2-68
Check funcional e Identificar posição do LÍDER, realizar o Teste Rádio, liberar os freios
(Alças de Navegação) somente a comando, ocupar a posição na “escadinha” conforme
brifado (50ft/50ft ou 150ft/150ft)
5.5.9 LÍDER
5.5.10 CERRA-FILA
Os obstáculos das Áreas Restritas nunca devem ser mais altos do que a altura
prevista para o ponto “C”. Deve-se ajustar a altura do ponto “C” em função da distância para
o centro do alvo. Deve-se evitar ao máximo se posicionar atrás dos obstáculos ou dentro
deles (ex: bosque). Deve-se planejar cuidadosamente a aproximação, levando em
consideração uma possível mudança do vento. Deve-se, ainda, prestar atenção ao terreno
em volta do Alvo.
Deve-ser ter especial atenção para as Áreas de Turbulência, além de ter cuidados com
ventos fracos ou nulos (chegada para o pouso mais forte): ÁRVORES – Corrente de ar
descendente; ASFALTO – Corrente de ar ascendente; e GALPÕES – Corrente de ar
ascendente
2-69
CAPÍTULO VI
6.2.1 VENTO RELATIVO: Chama-se vento relativo o deslocamento de ar criado por um corpo em
movimento. O paraquedista deve sempre cair face ao vento relativo e não necessariamente face
ao solo. (Fig 6-1)
6.2.2 VELOCIDADE DE QUEDA LIVRE: A velocidade de queda livre é dividida em duas fases
a) VELOCIDADE SUBTERMINAL: Compreendida entre o momento de saída da aeronave até os
doze primeiros segundos de QL, quando o corpo do paraquedista está em constante aceleração
em direção ao solo.
b) VELOCIDADE TERMINAL: Inicia-se após doze segundos de QL, quando a resistência do ar se
iguala a força de atração da gravidade e o corpo pára de acelerar, estabilizando a sua velocidade
em, aproximadamente, 200 km/h em direção ao solo.
216 km/h
V
E 2-70
L
S
SAÍDA DA AERONAVE
216 km/h
0 km/h
200 km/h
VELOCIDADE
TERMINAL
Fig 6-2 - Velocidade de Queda
6.3.1 A posição principal utilizada no trabalho relativo é a BOX (Fig 6- 3). Os braços deverão
formar um ângulo de 90º com os antebraços. As mãos deverão aparecer na visão periférica. Os
joelhos deverão estar afastados pouco mais que a largura dos ombros formando um ângulo de 90º
e os pés ligeiramente projetados para cima. A cabeça deve estar voltada para cima, a fim de
melhorar a visão periférica e manter uma ligeira seladura de rins. As mãos deverão estar no
mesmo nível dos joelhos, para facilitar o grip.
6.3.2 Devido à simetria da Box (Fig 6-4), o corpo encontra o equilíbrio perfeito durante a QL,
caindo sem girar e no hover, ou seja, sem deslocamento no plano horizontal. Selar projetando o
Centro de Gravidade (CG) para frente garante uma melhor aerodinâmica e estabilidade. Se a
posição for alterada, inevitavelmente, o equilíbrio se quebrará.
2-71
Fig 6-4 - O equilíbrio perfeito
6.4.1.1 Quando se deseja reduzir a velocidade de queda, tomamos a posição de baixa velocidade
(SLOW FALL). Partindo-se da posição BOX, basta que coloquemos os braços e as pernas abaixo
do plano do resto do corpo. (Fig 6-5). Entretanto, a posição relativa dos braços e pernas são
mantidas, ou seja, dobrados a 90º.
6.4.1.2 Para aumentar a velocidade vertical e vencer pequenas distâncias, basta exagerar a
seladura, de modo que braços e pernas fiquem acima do plano do corpo. Essa posição é a da alta
velocidade (FAST FALL). (Fig 6-6)
6.4.1.3 A Posição de DIVE e utilizada para deslocamento, basicamente, vertical. (Fig 6-7)
2-72
Fig 6-7 - Dive
6.4.2.1 BACK SLIDE - Deslocamento para trás em QL. Ao esticar os braços para frente e/ou
encolher as pernas, o Vento Relativo escoará mais pela frente, fazendo com que o corpo
escorregue para trás. (Fig 6-8)
6.4.2.2 FRONT SLIDE - Deslocamento para frente em QL. Ao encolher os braços para trás e/ou
esticar as pernas, cria-se maior resistência na parte inferior do corpo. O efeito será o oposto do
Back Slide. (Fig 6-9)
6.4.2.3 Posição TRACK - Para um maior deslocamento horizontal. Normalmente é utilizada para
separação dos paraquedistas após o trabalho relativo e antes do comandamento do paraquedas.
(Fig 6-10)
2-73
Fig 6-10 - Track
6.4.2.4 Posição DELTA - Para aumentar o deslocamento horizontal e a velocidade vertical. (Fig 6-
11)
6.4.2.6 BACK LOOPING: É basicamente uma cambalhota para trás. Num movimento único, o paraquedista
deve levar os braços à frente, trazer os joelhos e o queixo para o peito. Tanto o Back como o Front Looping
devem ser feitos com determinação, pois a inércia criada completará o looping. Assim que voltar a ver o
solo, o paraquedista deve selar assumindo a Box. (Fig 6-13)
6-13 -
Back
Looping
2-74
6.4.2.7 FRONT LOOPING: É uma cambalhota para frente. Num movimento único o paraquedista
deve esticar as pernas, dobrar seu tronco para frente, fechando os braços e colocando-os ao lado
do corpo. Uma vez no dorso, encolher as pernas para diminuir o arrasto. Voltar à Box e selar bem
quando ver o solo. (Fig 6-14)
Fig 6-14
- Front
Looping
6.4.2.8
TOUNE
AU: É
um giro
de 360º
feito sobre o eixo longitudinal do corpo. Para fazer um Touneau (Fig 6-15):
(a) Abrir os braços, esticar e juntar as pernas.
(b) Jogar um dos braços à frente do peito, girando o tronco na mesma direção.
(c) Tomar a posição box assim que ver o solo.
Fig 6-15
-
Tounea
u
6.4.2.9
DORSO
: Posição de queda de costas para o solo. Para assumir esta posição, partindo da posição de box,
o saltador poderá executar um ½ Touneau, desselando em seguida ou simplesmente trazendo as
pernas para frente, desselando ao mesmo tempo em que coloca os braços para trás.
OBSERVAÇÃO: Se houver Pqdt acima, o saltador deverá tomar a posição de track para se afastar
e comandar seu Pqd em segurança.
2-75
7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
7.8 IMPEDIMENTOS
CAPÍTULO VII
LANÇAMENTOS
7.1.1 Neste capítulo iremos abordar as atribuições do MSL e do Aux MSL, os procedimentos de bordo e os cálculos
para o lançamento livre ou Static Line de pessoal.
7.3.1 Os toques de campainha e o acender das luzes vermelha e verde são sinais convencionais que deverão ser
usados entre o piloto e o MSL.
2-78
pessoal, utilizando-se do alvo e pontos nítidos no terreno ou de
azimute magnético e solicita o vento de solo.
- Informa ao avião:
Ponto de Impacto da sonda (PI) “ATENÇÃO O AVIÃO! A SONDA CAIU .
. .”
Entrada da Anv “A ENTRADA SERÁ . . .”
Ponto de Saída (PS) “O PS SERÁ . . .”
Vento de solo (direção e intensidade). “VENTO DE SOLO: . . .”
Aux MSL - Anuncia para o MSL: “LUZ VERMELHA, NÍVEL”.
- Coteja: “NÍVEL”.
MSL
- Levanta e se oferece para inspeção do Aux MSL.
- Levanta e inspeciona o MSL: “PRONTO”.
Aux MSL
- Se oferece para inspeção do MSL.
- Inspeciona o Aux MSL: “PRONTO”.
- Volta-se para as equipes e comanda:
“1ª (2ª, 3ª...) EQUIPE”.
MSL
Lanç “LEVANTAR”.
de pessoal “VERIFICAR EQUIPAMENTO”.
- Presta assistência a equipe e aguarda o “PRONTO” de seu Aux.
Aux MSL - Faz a inspeção da equipe e informa ao MSL: “PRONTO”.
- Faz a corrida para Área de Pouso.
- Encara o Op Inter e aguarda o “NA FINAL”.
- Ao receber o “Na Final”, confere a altura de lançamento, Flaps*
MSL acionados e acusa “NÍVEL”.
- Corrige a Anv se for o caso: “DIREITA (ou ESQUERDA) 5º, 10º ou
15º”.
- Informa ao Op Inter: “NA ROTA” por voz e gesto
- Acusa o acendimento da Luz verde: “LUZ VERDE”.
- Volta-se para a Equipe e comanda: “EM POSIÇÃO”.
- Retorna para o terreno, aguarda a aproximação do PS e se for o
caso verifica no alvo se existe algum impedimento.
Lanç - Quando bloquear a vertical do PS volta-se para a equipe e
de pessoal MSL comanda:
“PODE IR” ou “JÁ”.
Aux MSL - Auxilia o MSL na saída dos paraquedistas da Anv.
- Fiscaliza o recolhimento dos paraquedas.
Após o salto - Reorganização do Avião.
MSL/Aux MSL
- Debriefing.
- PQ-6 se for o caso.
* Não é necessária a verificação dos Flaps em aeronaves cuja saída seja pela rampa.
7.5.1 Testar antes da decolagem: luzes, campainha, interfone e o funcionamento dos Flaps.
a) Início da conversação:
2-79
- Pelo Op Inter: “PILOTO-INTER”
- Pelo Piloto: “INTER-PILOTO”
- Em ambos os casos a resposta será: “PROSSIGA”
b) Avião no solo, antes do táxi para decolagem:
- Piloto: “CHEQUE DE LUZES E CAMPAINHA”
- Piloto: “LUZ VERMELHA”
- Op Inter: “LUZ VERMELHA POSITIVO (NEGATIVO)”
- Piloto: “LUZ VERDE”
- Op Inter: “LUZ VERDE POSITIVO (NEGATIVO)”
- Piloto: “CAMPAINHA”
- Op Inter: “CAMPAINHA POSITIVO (NEGATIVO)”
- Piloto: “FLAPS*”
- Op Inter: “FLAPS POSITIVO (NEGATIVO) ”
* Só existe a verificação dos Flaps na Anv C-95 (Bandeirante).
7.5.3. Transmitir ao MSL os avisos enviados pela equipe de terra (cotejando com o piloto).
7.5.4 Transmitir ao MSL o “NA FINAL” quando informado pelo piloto, cotejando.
7.5.5 Estar sempre atento ao MSL para as correções. O Op Inter transmite ao piloto as correções feitas pelo MSL:
“DIREITA (ESQUERDA) CINCO (DEZ ou QUINZE)” e o “NA ROTA”. O piloto cotejará todas as correções e o “NA ROTA”.
b) Piloto: “CIENTE”.
7.6.1 O MSL assiste à sua equipe. Todas as recomendações serão feitas em voz alta e clara para que todos ouçam. Não
deve dar mostras de excitação, irritabilidade, vacilação ou nervosismo e deve comandar com energia.
7.6.2 O saltador livre deverá estar sempre em segurança dentro da aeronave, utilizando no mínimo uma das mãos.
Estando próximo à porta ou rampa, deverá sempre estar em três apoios.
7.6.3 Não dar nenhum comando inicial ou realizar inspeções em frente às portas laterais ou quando o salto for pela
rampa após a dobradiça.
2-80
7.6.5 O MSL não pode lançar se não estiver vendo o PS nitidamente, exceto para o lançamento na Luz Verde.
7.6.6 O lançamento de equipes intermediárias poderá ser feito por MSL de equipes, previamente escolhidos pelo
MSL.
7.6.7 Em caso de viagem, 20 minutos antes da Área de Pouso, comandar: Equipar! Ou reajustar equipamento.
7.7.1 Embarque
7.7.1.1 “COLOCAR CINTOS DE SEGURANÇA”: Consiste em levantar o antebraço direito dirigido para o lado direito,
formando um ângulo reto com o braço, e a palma da mão e os dedos estendidos voltados para a frente. Executar um
movimento enérgico para a esquerda, terminando com a mão fechada e o antebraço à frente do abdômen. (Fig 7-1)
7.7.1.2 “AJUSTAR TOUCAS E CAPACETES”: Consiste em estar com a mão direita fechada e com os dedos indicador e
médio estendidos, na altura do rosto, fazendo dois movimentos para baixo e para cima do lado direito e depois do
lado esquerdo do rosto. (Fig 7-1)
7.7.1.3 “1.500 PÉS”: Aponta o dedo indicador para o altímetro, e em seguida, para o teto da aeronave na frente do
rosto. (Fig 7-2)
7.7.1.4 “ATENÇÃO O AVIÃO” “LIBERAR CINTO DE SEGURANÇA”: Gesto inverso ao de “colocar cintos de segurança”.
2-81
7.7.1.5 “ALIVIAR TOUCAS E CAPACETES”: Consiste em estar com a mão direita fechada e com os dedos
indicador e médio estendidos, na altura do rosto, fazendo dois movimentos para baixo e para cima do lado direito e
depois do lado esquerdo do rosto.
7.7.2.1 “LUZ VERMELHA”: Aponta o dedo indicador para o painel de luzes e acusa.
7.7.2.2 “NÍVEL”: Aponta o dedo indicador para o altímetro e, em seguida, faz um movimento horizontal com a mão
espalmada sobre o altímetro.
7.7.2.3 “PRONTO”: Braço esticado na horizontal com o dedo polegar voltado para cima e os outros dedos
cerrados após a inspeção do MSL.
7.7.2.4 “NA FINAL”: O Op Inter com a mão espalmada, dedos unidos, apontando para o piso da Anv, movimenta-a
para frente e para trás duas vezes ao mesmo tempo em que emite o comando.
7.7.2.5 “FLAPS”: Aponta o dedo indicador da mão direita para os Flaps e verifica o acionamento do mesmo.
7.7.2.6 “DIREITA (ou ESQUERDA)”: Com os dedos da mão fechados, menos o polegar, com movimento do braço
direito para o lado da fuselagem correspondente a correção (direita ou esquerda), levando-se em conta a direção de
voo da aeronave.
7.7.2.7 “CINCO (DEZ ou QUINZE)”: Com o braço direito estendido para a frente, abrir e fechar os dedos da mão, uma,
duas ou três vezes, de acordo com a quantidade de graus desejados.
7.7.2.8 “NA ROTA”: Consiste em executar dois ou três movimentos com o antebraço direito, para cima e para frente,
na direção da cabine do piloto com a mão aberta, os dedos unidos e a palma da mão voltada para a esquerda.
7.7.2.9 “LUZ VERDE”: Aponta o dedo indicador para o painel de luzes e acusa.
7.7.2.11 “SONDA LANÇADA, CIRCUITO PELA ESQUERDA”: O MSL levanta o braço com a mão cerrada e dedo indicador
apontando para o teto da aeronave e realiza movimento circular com antebraço no sentido anti-horário.
7.7.2.12 “SONDA TOCA O SOLO”: O MSL, com a mão cerrada e com o dedo indicador aponta para o piso da Anv. No
momento em que a sonda tocar o solo, o indicador toca o piso da Anv.
7.7.2.13 “VENTO DE SOLO”: Sopra a palma da mão direita e anuncia a direção e a velocidade do vento.
7.7.3.1 “1ª, 2ª OU 3ª EQUIPE”: Com o braço direito distendido, executar um movimento enérgico para cima e para
frente, deixando-o na horizontal. Simultaneamente, com a mão fechada, rebatê-la para cima e estender o dedo
indicador. Independente do nº da equipe o gesto será sempre o mesmo. (Fig 7-3)
2-82
7.7.3.2 “LEVANTAR”: Partindo da posição com o braço estendido ao longo do corpo, consiste em levantar o braço
direito até a altura do ombro, e a palma da mão voltada para frente, mantendo-o esticado durante o movimento. (Fig
7-4)
7.3.3 “VERIFICAR EQUIPAMENTO”: Consiste em apontar com a mão direita espalmada e os dedos abertos, numa
sequência de quatro tempos, o capacete ou touca, o tirante do peito, a perna direita e a perna esquerda. (Fig 7-5)
7.7.3.4 “EM POSIÇÃO”: o MSL aponta o dedo indicador para o primeiro homem da equipe ao mesmo tempo em que
emite o comando.
7.7.3.5 “PODE IR” ou “JÁ”: o MSL aponta o dedo indicador para o primeiro saltador e com um movimento de braço
indica a saída da aeronave ao mesmo tempo em que emite o comando.
2-83
7.8 IMPEDIMENTOS
7.8.1 EMBARQUE
7.8.1.1 Impedimentos de solo: sinalizado pela equipe de terra através dos painéis ou rádio. (Fig 7-6)
1 2 3
Legenda:
1 – Normal
2 – Impedimento Temporário
3 – Impedimento Definitivo
Fig 7-6 - Impedimentos de solo
7.8.1.4.2 O MSL comandou “EM POSIÇÃO” para a equipe: acrescenta-se à frente de cada procedimento citado
anteriormente: “NEGATIVO, NÃO SALTE!”.
7.8.1.4.3 O MSL não enxerga o PS: Comanda “NEGATIVO, NÃO SALTE!, NÃO ESTOU VENDO O PS”, barrando a equipe
com a mão.
7.8.1.4.4 O eixo de entrada está fora de segurança: Comanda “NEGATIVO, NÃO SALTE! NÃO VOU LANÇAR POR
SEGURANÇA”, barrando a equipe com a mão. Acusa-se a Anv está passando pouco ou muito à esquerda, direita e/ou
enviesado à esquerda ou direita do eixo de lançamento.
2-84
7.9 LANÇAMENTO DE SONDA
7.9.1 A sonda tem como finalidade auxiliar ao lançamento livre, indicando em função da direção e intensidade do
vento, o desvio que o saltador sofrerá após a abertura do seu paraquedas.
Observação: atualmente, foi constatada uma maior eficiência no cálculo de lançamento baseado no estudo dos
ventos de camadas, assunto tratado na Seção 7.10 deste capítulo. Não sendo possível esse lançamento, faz-se
necessário o uso da sonda.
7.9.2 Em princípio deverá ser feito pelo menos o lançamento de uma sonda antes do início de cada atividade de salto,
a cada mudança significativa na direção do vento (> 90°) ou na ausência de paraquedistas no ar por um longo período.
7.9.3 A sonda é construída de uma faixa de papel crepom, de cores contrastantes entre si e, se possível, com o
terreno também e com um lastro em uma das extremidades.
7.9.4 O lançamento de sonda deve ser executado na mesma altura de abertura dos paraquedas dos saltadores sobre
a vertical do alvo.
7.9.5 Tendo em vista o vento existente na camada e as condições de sustentação, a faixa de tempo aceitável para a
queda da sonda é a seguinte:
ALTURA DE LANÇAMENTO
FAIXA ACEITÁVEL PARA O TEMPO DE QUEDA
PÉS METROS
2000 600 1 min 35 seg à 1 min 50 seg
2200 660 1 min 50 seg à 2 min 10 seg
2500 750 2 min 10 seg à 2 min 30 seg
3000 900 2 min 35 seg à 3 min
7.9.8.2 Para o lançamento de sonda: Qualquer eixo que passe sobre o alvo pode ser utilizado.
Eixo SONDA-ALVO (vento de nariz) - é o eixo que passa sobre o alvo e PI, onde o avião faz a “FINAL” do circuito de
lançamento no sentido PI-Alvo. Normalmente utilizado para o lançamento de precisão. (Fig 7-8)
2-85
ALVO PONTO DE
IMPACTO
Eixo ALVO-SONDA (vento de cauda): é o eixo que passa sobre o alvo e o PI, onde o avião faz a “FINAL” do circuito de
lançamento, no sentido ALVO-PI. Normalmente utilizado para o lançamento de estilo ou trabalho relativo
(competição ou treinamento), devido à facilidade de observar do solo (luneta e VT) e a orientação do saltador. O
lançamento é dificultado por falta de referência anterior. (Fig 7-9)
ALVO PONTO DE
IMPACTO
PONTO DE
IMPACTO
ALVO
2-86
Fig 7-10 - Lançamento Boca do Cone (Vento de Través)
7.9.9.1 Após a observação do ponto de impacto da sonda no solo, o MSL determina o eixo de entrada tendo como
referência pontos nítidos no terreno e estima o ponto de saída dos paraquedistas baseado no DESVIO DA SONDA (Fig
7-11), no arrasto provocado pelo deslocamento da aeronave e no PONTO DE ABERTURA (PA).
ALTURA DE ABERTURA
VENTO PI
DESVIO
Desvio
7.9.9.2 PONTO DE ABERTURA (PA): é o ponto no espaço onde o Pqdt abrirá o seu paraquedas. Acha-se a sua projeção
no solo (PA’), transladando o desvio da sonda a partir do alvo no sentido contrário à direção do vento. (Fig 7-12)
- PA’ Lanç Nariz – Projeção da abertura do 1° Pqdt da Eq lançada;
- PA’ Lanç Cauda – Projeção da abertura do último Pqdt da Eq lançada;
- PA’ Lanç BC – Projeção da abertura do Pqdt central da Eq lançada.
ALTURA DE ABERTURA
VENTO
PI
DESVIO
PA’
DESVIO
2-87
Fig 7-12 - Ponto de Abertura
7.9.9.3 ARRASTO: É o deslocamento que um Pqdt faz ao sair da Anv até começar a cair na vertical. O valor do arrasto
provocada pela aeronave foi calculado levando-se em conta a velocidade média do lançamento de 60 m/s e o tempo
que um corpo de aproximadamente 70 kg lançado a esta velocidade levaria para descrever uma trajetória vertical
(dado experimental 5 seg). Substituindo estes valores na fórmula d = v.t teremos como resultante o valor constante
de 300 m. (Fig 7-13)
PA
’
7.9.10.1 LANÇAMENTO NARIZ, no eixo SONDA-ALVO: Subtrai-se o arrasto do desvio da sonda. O resultado sendo
positivo, o PS será localizado após o alvo no eixo de entrada da Anv. Caso contrário, o resultado negativo, o PS será
localizado antes do alvo. Sendo o resultado nulo, o PS será localizado sobre o alvo. Nesse lançamento é
desconsiderado a dispersão visto que todos os saltadores são lançados dentro do cone do vento.
PS = DESVIO – ARRASTO
a) Exemplo: Calcule o ponto de saída de uma equipe de 03 homens que saltarão de uma Anv C-130, sendo que o
desvio da sonda é igual a 500 metros (Lanç Sonda-Alvo)
DESVIO = 500
ARRASTO = 300
2-88
PS = 500 - 300 → PS = 200 → Lanç será 200 m após o alvo (Fig 7-14)
PA’
b) Exemplo: calcule o ponto de saída de uma equipe de 06 homens que saltarão de uma
Anv C-95, sendo que o PI dista 200 metros do alvo.
DESVIO = 200
ARRASTO = 300
PS = 200 - 300 → PS = - 100 → Lanç será 100 m antes do alvo (Fig 7-15)
2-89
PA’
c) Exemplo: calcule o ponto de saída de uma equipe de 02 homens que saltarão de uma Anv C-105, sendo que o PI
está a 300 metros do alvo.
DESVIO = 300
ARRASTO = 300
PS = 300 - 300 → PS = 0 → Lanç será sobre o alvo (Fig 7-16)
PA’
2-90
7.9.10.2 LANÇAMENTO CAUDA, no eixo ALVO-SONDA: Deve-se somar o desvio da sonda, o arrasto e a dispersão entre
os saltadores visando o último saltador sair dentro do cone do vento. O PS será sempre localizado antes do alvo.
- Dispersão é o espaço percorrido pela Anv durante o lançamento de uma equipe. Calcula-se a dispersão de uma
equipe de paraquedistas multiplicando o Número de blocos, o intervalo de saída e a velocidade do avião. Aproxima-se
a dispersão para o múltiplo de 100 mais próximo.
Dprs = Nº Bl x I x V
- Dprs → Dispersão
- Nº Bl → Número de blocos que sairá por vez, pode ser um, dois ou mais Pqdt;
- I → intervalo de saída dos blocos, em segundos;
- V → Velocidade da Anv em m/s, conforme a tabela (Fig 7-17)
AERONAVE VELOCIDADE
C-95 Bandeirante 60 m/s
C-105 Amazonas 70 m/s
C-130 Hércules 70 m/s
Caravan 40 m/s
a) EXEMPLO: Calcule o ponto de saída de uma equipe de 5 homens que saltará de uma Anv C-105, com intervalo de 1s
entre cada Pqdt, sendo que a sonda caiu a 300 metros do alvo.
DESVIO = 300
ARRASTO = 300
PS = DESVIO + DISPERSÃO + ARRASTO = 300 + 300 + 300 → PS = 900 m → Lanç será 900 m antes do alvo (Fig 7-18)
2-91
Fig 7-18 - Lançamento no eixo ALVO-SONDA (PS antes do alvo)
7.9.10.3 LANÇAMENTO BOCA DO CONE é o lançamento onde o PS sempre será localizado antes do alvo, no eixo da
linha imaginária perpendicular ao prolongamento da linha imaginária do desvio da sonda. Para encontrar o PS nesse
eixo, soma-se o ARRASTO e a metade da DISPERSÃO da equipe.
PS = ARRASTO + ½ DISPERSÃO
a) Exemplo: Calcule o ponto de saída de uma equipe 12 Pqdt que saltará da Anv C-130, saindo individualmente com 1
segundo de intervalo entre cada saída. A sonda caiu a 300 m do alvo.
DESVIO = 300 m
ARRASTO = 300 m
PS = ARRASTO + ½ DISPERSÃO → PS = 300 + ½ 800 → PS = 700 m → Lanç será 700 m antes do alvo (Fig 7-19)
2-92
PA
PA’
7.10.1.1 As tropas operacionais que utilizam a infiltração por meio do salto livre operacional não entendem a
utilização da sonda como o melhor método para obtenção do ponto de saída (PS), pois essa técnica exige que a
aeronave passe sobre o PS por duas vezes, o que em uma missão real quebraria o sigilo da operação. Sendo assim,
essas tropas buscaram alternativas para encontrar o ponto de saída para seus militares e, em alguns casos, os MSL
utilizavam apenas o vento de solo para o cálculo do PS, ocasionando lançamentos fora do cone do vento e até pousos
fora da área de salto.
7.10.1.2 Neste capítulo abordaremos como calcular o PS utilizando os ventos de camada, método consagrado que
reduz os erros provenientes do método de lançamento utilizando a sonda, que não considera os ventos das camadas
superiores a 3000 ft.
7.10.1.3 As fórmulas utilizadas nos cálculos do lançamento serão as das infiltrações HALO ou HAHO, estudadas no
capítulo 8 desse manual, porém com uma interpretação diferente, pois a intenção em um planejamento de um salto
HALO é de realizar uma saída alta e um comandamento baixo, no qual todos os integrantes da equipe comandam os
seus paraquedas próximos em uma mesma região, e de uma infiltração HAHO é realizar uma saída alta e um
comandamento alto, no qual todos os integrantes da equipe comandam os seus paraquedas após a saída da
aeronave, fazendo uma infiltração seguindo o líder até pousarem no alvo desejado. Já em um adestramento de salto
livre (salto sobre o alvo), o objetivo é, normalmente, lançar uma equipe no máximo a 12.000 ft e comandar os Pqd
entre 5.000 ft e 3.000 ft, fazendo um deslocamento mínimo até o cone do vento e pousar próximo ao alvo. Dessa
forma, o cálculo aqui realizado (HALO – Velame Aberto), tem a finalidade de basicamente fornecer a direção média
dos ventos de camada, compreendido entre a altura de comandamento do saltador até a primeira camada acima do
solo, nos mostrando o cone do vento para a navegação.
2-93
7.10.2 OBTENÇÃO DOS DADOS NO SITE DO NOAA
7.10.2.1 Os dados para o cálculo do lançamento são feitos, atualmente, pelo site do NOAA. Aqui veremos o passo-a-
passo de como obter esses dados.
a) Primeiro passo: acessar o site americano NOAA – NATION OCEANIC AND ATMOSPHERIC ADMINISTRATION, uma
agência governamental para assuntos sobre meteorologia, oceanos, atmosfera e clima.
Fig 7-20 - Site do NOAA onde se busca os dados dos ventos de camada
- Nessa página deve inserir o local de onde requer a informação meteorológica, através de uma lista de cidades,
através do código internacional de aeroportos ou através da latitude e longitude em graus. Não se esquecer que
grande parte do Brasil está a sul da linha do equador e a oeste do meridiano de Greenwich, sendo assim utilize “-“
(menos) antes da latitude e longitude.
b) Segundo passo: na próxima página (Fig 7-21) escolher qual produto meteorológico deseja, no caso será
WINDGRAM, este produto oferece opções de diagrama dos ventos do tempo presente até 192 horas, em intervalos
de 3 em 3 horas, ou o diagrama dos ventos de 192 horas até 384 horas, em intervalos de 12 em 12 horas.
2-94
Fig 7-21 – Escolha do produto meteorológico
Terceiro passo: na próxima página (Fig 7-22) escolher a partir de qual horário será iniciado o diagrama dos ventos. Os
horários aparecem na sequência dos diagramas disponibilizados por último, ou seja, os que aparecem primeiro são os
mais recentes.
d) Quarto passo: nessa página (Fig 7-23) escolher qual a data e hora inicial do diagrama, a quantidade de horas a
serem inseridas a partir do horário inicial, o intervalo desejado de camadas a serem incluídas no diagrama, que pode
ser de 20mb até 1000mb, se o diagrama será composto por gráfico e texto ou somente texto, a resolução da imagem
gerada e se o diagrama dos ventos será gerado em arquivo PDF ou não.
2-95
Fig 7-23 – Inserção de dados para consulta
e) Quinto passo: nessa página (Fig 7-24) temos o diagrama dos ventos com todas as informações requeridas.
7.10.3.1 O lançamento com vento de nariz é o mais indicado para os adestramentos que não levam em consideração
o itinerário de infiltração da aeronave, pois o foco é somente o salto. Esse tipo de lançamento é o de maior benefício,
pois busca lançar os saltadores na linha imaginária que se inicia no alvo e divide o cone do vento em duas partes
iguais. Nesse tipo de lançamento, o MSL possui melhores referências para o seu lançamento, pois o PS está mais
próximo do alvo. Para mostrar como se calcula será mostrado um exemplo prático.
7.10.3.2 Exemplo 1: um destacamento de 12 militares realizará um salto livre operacional a 12.000 ft de altitude às
10:00 (P) no aeroporto de Resende-RJ (1200 ft acima do nível do mar), por meio da aeronave C-95. Os Pqd MMS – 350
2-96
estarão abertos a 5.000 ft e o objetivo do salto é toda a equipe pousar no alvo. Os seguintes dados meteorológicos
foram levantados por meio do site NOAA (Fig 7-25):
Pressão Azimute/
Altura (ft) Altitude (ft)
(Mb) Intensidade ____ Queda Livre
10500 12000 600 280@024
QUEDA LIVRE
9000 10500 650 268@021
7500 9000 700 252@016
6000 7500 750 241@012
4500 6000 800 220@007 ____ Velame Aberto
3000 4500 850 190@007
1500 3000 900 185@004
VELAME 750 2250 925 180@004
ABERTO 00 1500 950 182@004 ____ Vento de Solo*
750 975 180@003
00 1000 182@003 *desprezado para efeito
de cálculo.
Obs.: Utilizar os dados das camadas mais próximas, independentemente se são as mais altas ou as mais baixas, pois
assim teremos um cálculo mais próximo do real.
a) Primeiramente deve-se utilizar a fórmula do HALO para o velame aberto, desde altura de abertura do Pqd até a
última camada com exceção da camada de solo, tendo assim, o desvio com o velame aberto que significa, na maioria
das vezes, o cone do vento. Deverá ser lançada essa distância a partir do alvo na direção média dos ventos das
camadas do velame aberto:
D = K. V. A
D = Metros
b) Fazer o cálculo utilizando a mesma fórmula do HALO para queda livre, desde a altura de lançamento até a altura de
comandamento do Pqd, tendo assim o desvio em queda livre, que deverá ser lançado a partir do alvo na direção
média dos ventos das camadas de queda livre. Traçar uma paralela da resultante do velame aberto até o limite da
resultante queda livre, sobre essa paralela será a direção de lançamento da aeronave (nariz/cauda);
Fórmula (HALO) – Queda Livre
D = K. V. A
Teremos então um deslocamento em queda livre de 317,55 metros no azimute médio de 260º.
*Lembrando que o vento vem de 260º. (Fig 7-27)
(Lançamento Nariz/Cauda)
- Podemos identificar pela figura acima, que se os saltadores forem lançados na linha tracejada que representa a
entrada da aeronave (paralela a resultante do velame aberto), eles terão um desvio em queda livre que fará com que
abram seus Pqd sobre o prolongamento da resultante de velame aberto que está projetado na cor verde.
c) Definido o lançamento com vento de nariz, deve-se projetar 300 metros antes do encontro da resultante da queda
livre com o prolongamento da paralela da resultante do velame aberto (linha tracejada). No limite dos 300 metros
teremos o PS dos saltadores para o lançamento de nariz. (Fig 7-28)
(Lançamento Nariz)
Ponto de Saída - PS
2-99
Fig 7-28 – Lançamento Nariz
- Podemos identificar pela figura 7-28 que se o primeiro saltador sair no PS representado pela estrela amarela, o da
aeronave irá jogá-lo na direção de entrada da aeronave até aproximadamente o limite da resultante queda livre.
Como calculado, ele terá um deslocamento em queda livre representado pelo vetor azul, obviamente, o da aeronave
ocorrerá simultaneamente com o desvio da queda livre, fazendo com que a abertura do velame do primeiro saltador
seja sobre o alvo. Os demais saltadores, por analogia, irão abrir seus Pqd sobre a “resultante velame aberto” (vetor
verde), que está no centro do cone do vento médio, ou seja, todos dentro do cone do vento.
d) Por último, lançar a direção do vento de solo que poderá ser obtido pelos ventos de camada ou pela equipe de
terra os quais, normalmente, coincidem com a média dos ventos de camada do velame aberto. (Fig 7-29)
(Lançamento Nariz)
Ponto de Saída - PS
Vento de Solo
7.10.4.1 O lançamento com vento de cauda é o menos indicado, pois o MSL lança os saltadores muito longe do alvo e,
devido a isso, possui poucas referências para o lançamento. Porém, existem várias condicionantes que podem levar o
MSL a realizar esse tipo de lançamento e para isso deve ser calculado a dispersão dos saltadores baseado no tipo de
missão, no adestramento da sua tropa e no tipo de trabalho que será realizado. Veremos, abaixo, como calcular a
dispersão dos saltadores:
Dispersão = Nº Bl x I x V
Dprs = 6 (duplas) x 1 x 60
(Lançamento Cauda)
Vento de Solo
- Podemos identificar pela figura acima que se o primeiro saltador sair no PS representado pela estrela amarela, o da
aeronave irá projetá-lo na direção da entrada da aeronave até aproximadamente o início da dispersão dos saltadores,
ao mesmo tempo que sofrerá o deslocamento em queda livre, resultando na abertura do seu Pqd próximo a boca do
cone de navegação projetado na figura. Por analogia, os saltadores realizarão o mesmo deslocamento até a última
dupla abrir seu Pqd próximo ao alvo, todos dentro do cone do vento.
7.10.5.1 O lançamento boca do cone é bastante utilizado quando não é possível o lançamento de nariz ou por outras
condicionantes como tipo de missão e características da área de salto. Para realizar esse tipo de lançamento devemos
traçar uma perpendicular em relação a resultante do velame aberto, distante 200 metros do alvo. A distância de 200
metros deve-se à necessidade de que todos os saltadores abram seus Pqd sobre uma linha imaginária que passa
sobre o ponto A da navegação final. Determinada a entrada da aeronave, o MSL deve optar pelo lado que favoreça a
observação do alvo para o lançamento. Definida a entrada da aeronave, após calcular a dispersão dos saltadores -
2-101
como fizemos no lançamento de cauda -, deve-se projetar a resultante da queda livre até que ela coincida com a
perpendicular formada entre a entrada da aeronave e a resultante de velame aberto. Divide-se a dispersão dos
saltadores por 2 e cada metade será projetada para cada lado do limite da projeção da resultante queda livre. Do
limite da metade da dispersão deve-se projetar mais 300 metros no sentido da entrada da aeronave, nesse limite
encontra-se o PS. (Fig 7-31)
PS
Resultante Queda Livre
Arrasto da aeronave 300m
Resultante Velame Aberto
Dispersão dos Saltadores
Dividida ao Meio
Cone do vento médio
Vento de Solo
- Podemos identificar pela figura acima que, se o primeiro saltador sair no PS representado pela estrela amarela, o da
aeronave irá projetá-lo na direção de entrada da aeronave até aproximadamente o início da dispersão dos saltadores,
ao mesmo tempo em que sofrerá o deslocamento em queda livre, resultando na abertura do seu Pqd próximo ao
limite anterior do centro da boca do cone de navegação projetado na figura. Por analogia, os próximos saltadores
realizarão o mesmo deslocamento até a última dupla abrir seu Pqd próximo ao limite posterior do centro da boca do
cone de navegação projetado na figura.
7.10.6 O azimute extraído do Google Earth está em norte geográfico. Ao solicitar a entrada da aeronave, o MSL
deverá passar o azimute em graus magnéticos.
7.11.1 Dependendo do tipo de aeronave, as correções serão feitas diretamente ao Piloto Anv ou através Op Inter.
Todas as correções serão feitas para a cabine do piloto, por voz e gestos correspondentes, devendo o MSL encarar o
elemento que as estiver recebendo, piloto ou operador de interfone.
7.11.2 Ao receber do Op Inter o “NA FINAL”, a aeronave está na final para o lançamento, pronta para receber
correções ou pronta para o lançamento. O MSL deverá observar a entrada da Anv em relação ao eixo ideal para o
lançamento e poderá encontrar as seguintes situações:
2-102
7.11.3 Aeronave no eixo desejado - neste caso transmitirá ao Op Inter – “NA ROTA” por voz e gesto, após verificar se a
Anv não está “escorregando”.
a) Neste caso o MSL pedirá 5, 10 ou 15 graus para o lado do eixo certo e quando o atingir, pedirá o mesmo número de
graus para o lado contrário. Após estar no eixo desejado, transmitirá: “NA ROTA!” por voz e gesto.
b) A correção da aeronave para o lançamento livre é mantida. Isto quer dizer que após solicitado 5, 10 ou 15 graus a
direita ou esquerda a aeronave se mantém nesse novo rumo. (Fig 7-32)
7.11.6 O lançamento livre, por depender de estimativas, requer do MSL uma boa capacidade de avaliar distâncias em
várias alturas. Somente com a prática será adquirida tal capacidade, entretanto, seguindo as seguintes observações,
teremos uma expressiva redução de erros:
2-103
PS
b) Erro Longitudinal: Ocasionado pela subida ou descida da aeronave no momento da observação. Nesse caso há a
possibilidade de um lançamento curto ou longo. (Fig 7-34)
PS
c) Erro de Observação: É o mais comum dos erros verificados. Se deve ao mau posicionamento do MSL no momento
da observação ou do lançamento. É recomendável utilizar-se da ponta do pé para obter uma referência vertical.
2-104
7.11.6.2 Quando existe vento lateral acentuado na altura de lançamento, a proa e o rumo estarão defasados. O MSL
deve identificar o rumo da aeronave, e fazer as correções para o rumo ideal de lançamento. O erro mais comum,
nesses casos, é a avaliação incorreta do rumo, ou tomada da proa como rumo. Para diminuir este erro, o MSL deve
tomar uma posição fixa na porta e fazer uma linha de visada para o solo. Os pontos observados no solo por essa linha
de visada fixa definirão uma reta que é o rumo da aeronave. (Fig 7-35)
RUMO
PROA DE
NAVEGAÇÃO
VENTO DE
CAMADA
7.11.6.3 Para o lançamento de pessoal, serão consideradas as distâncias do eixo Ponto de Saída (PS) Alvo, conforme o
quadro que se segue:
7.11.6.4 Ainda assim, será verificado o enviesamento da Anv em seu deslocamento no eixo PS-Alvo (Lanç
Nariz/Cauda) e PS-PA’ (Lanç Boca do Cone), conforme o quadro que se segue:
7.12.3 COMANDOS
- “EQUIPE!”
- “LEVANTAR!”
- “ENGANCHAR!”
- “VERIFICAR EQUIPAMENTO!”
7.12.4 LANÇAMENTO
7.12.4.1.1 O MSL após efetuar os comandos para colocar a aeronave pronta para o lançamento comanda para o
saltador: “EM POSIÇÃO”.
7.12.4.1.2 O saltador partindo da posição anterior a dobradiça entrega a fita para o Aux MSL que fará a segurança da
fita. Após o comando de “PODE IR” abandona a aeronave e toma a posição sentado com os braços abertos. (Fig 7-36)
2-106
Fig 7-36 - Salto Static line da Anv C-105
7.12.4.2 PROCEDIMENTOS NA AERONAVE C-95
7.12.4.2.1 O MSL após efetuar os comandos para colocar a aeronave pronta para o lançamento comanda para o
saltador: “EM POSIÇÃO”
7.12.4.2.2 O paraquedista partindo do limite do portal anterior entrega a fita com a mão esquerda para o Aux Msl ao
mesmo tempo que leva a mão direita para o portal anterior.
7.12.4.2.3 Após o comando de “PODE IR”, abandona a aeronave e toma a posição semelhante a de JEB, tendo o
cuidado de proteger o punho de comando do paraquedas reserva e o punho de desconexão conforme a figura abaixo
(Fig 7-37).
7.12.5.1 O MSL para calcular o “PS” dos saltadores não leva em consideração o arrasto do saltador, pois o processo de
abertura do paraquedas se iniciará assim que o saltador abandonar a aeronave. O cálculo pode ser feito pelo estudo
do NOAA ou pelo lançamento de sonda. (Fig 7-38)
2-107
Fig 7-38 - Determinação do Ponto de Saída
7.12.6 PROCEDIMENTOS PARA ABANDONAR ANV (PANE)
a) Pane até 2000 Pés: preparar para pousar com a aeronave, tomar a posição de aterragem forçada e desligar o
DAA (se for o caso).
b) Pane entre 2000 e 3000 Pés: após o comando do MSL, abandonar a Anv sem enganchar e comandar o Pqd Res.
c) Pane acima de 3000 Pés: após o comando do MSL, enganchar e abandonar a Anv na posição semelhante ao “JEB
” tendo cuidado de proteger o punho de comando do Pqd Res e o punho de desconexão.
7.12.7.1.1 O saltador protegerá o punho de comando do Pqd Res com a mão esquerda e a direita protegerá o
punho de desconexão, demonstrando que está consciente.
7.12.7.1.2 Nessa posição será feita outra passagem sobre a Área de Pouso e a fita será cortada pelo MSL com o
auxílio do Aux MSL. Após o corte da fita o saltador comanda o seu Pqd Res.
7.12.7.2.1 Será feita outra passagem sobre a Área de Pouso, a fita será cortada e o Pqd Res será acionado pelo DAA. O
MSL é o responsável pela assistência ao homem preso e pelo corte da fita.
2-108
CAPÍTULO VIII
8.1 GENERALIDADES
8.1 GENERALIDADES
8.1.1 Salto Livre Operacional (SLOp) é todo salto
realizado a partir de aeronave (Anv) 8.2 EMPREGO militar ou
não, utilizando-se paraquedas de salto livre,
comandado pelo saltador ou através da 8.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À fita de
abertura, realizado por tropas especiais, EXECUÇÃO que
buscam realizar uma infiltração em uma
determinada área. 8.4 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ALTITUDE
8.1.2 O salto poderá ser realizado
DE LANÇAMENTO utilizando
a técnica de queda livre ou a infiltração com o
8.5 DIFERENÇAS ENTRE SALTO LIVRE E
velame aberto. Nesse tipo de salto o
paraquedista leva consigo equipamentos SLOp para fins
militares de combate.
8.6 CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS E
8.1.3 Muito mais do que pelo TÁTICAS
equipamento utilizado e pelo armamento
conduzido, o SLOp se caracteriza pela 8.7 FASES DE UMA MISSÃO COM finalidade
(emprego tático) e pela maneira como é INFILTRAÇÃO POR MEIO DE SLOp
executado (máximo de sigilo).
0
8.2 EMPREGO
SLOp À GRANDE ALTITUDE Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 11
pt, Negrito
8.2.1 O emprego de vetores Aéreos
é, normalmente, o processo básico 8.9 CONSIDERAÇÕES FISIOLÓGICAS de Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 12
pt, Negrito, Cor da fonte: Preto
infiltração de Forças Operações
Especiais e Equipes Precursoras 8.10 EQUIPAMENTOS devido a
sua rapidez e eficiência.
8.11 ATIVIDADES DE PREPARAÇÃO PARA
O SALTO
8.2.2 O SLOp é particularmente empregado À GRANDE
nas seguintes ALTITUDE
situações:
a) Quando o lançamento semiautomático não é DE
8.12 MESTRE possível.
OXIGENIO – MOx
b) A missão requer uma infiltração clandestina.
c) A aterragem com maior precisão 8.13TÉCNICAS
é impositiva. DE LANÇAMENTO DO
d) A reorganização imediata do destacamento
SALTO HALO é impositiva.
e) Quando existe necessidade de infiltração a partir de rotas aéreas comerciais.
f) Quando existe necessidade de 8.14 aterragem
TÉCNICAemDE diferentes pontos do
LANÇAMENTO DO terreno, a partir do
mesmo lançamento, por exemplo a ocupação de um ponto sensível.
SALTO HAHO
2-109
8.2.3 O SLOp é aplicável, mas não limitado a:
a) Infiltração de destacamentos em suas Áreas Operacionais de Guerra Irregular (AOGI), Área
Operacional de Forças Especiais (AOFESP), Área de Operações Especiais (A Op Esp);
b) Infiltração de combatentes isolados e/ou destacamentos nas missões de reconhecimento
estratégico ou operações especiais.
c) Infiltração de Destacamentos Operacionais de Forças Especiais (DOFEsp) para o contato
inicial com forças da resistência.
d) Infiltração de Equipes Precursoras para a operação da ZL visando a execução do posterior
assalto aeroterrestre.
2-110
8.6 CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS E TÁTICAS
8.6.1 No planejamento das infiltrações por meio do SLOp é fundamental avaliar a situação do inimigo,
particularmente, de seu sistema de defesa aérea (meios de detecção eletrônicos, vetores aéreos de interceptação,
artilharia antiaérea).Por isso, torna-se imprescindível a tomada de medidas que visam neutralizar essas ameaças,
tais como:escolta de caças, uso de aeronaves em missões diversionárias e emprego de meios de guerra eletrônica.
8.6.2 Atualmente,no Exército Brasileiro, somente os Destacamentos Precursores (Cia Prec Pqdt) e os
Destacamentos Operacionais de Forças Especiais-DOFEsp (1º BFEsp e 3ª Cia F Esp) realizam este tipo de infiltração.
8.6.3 A escolha do processo de infiltração por meio de SLOp está sujeito a análise dos seguintes fatores:
a) Missão (local propício para pouso de paraquedas;tempo disponível para planejamento, ensaio
e execução;e há flexibilidade da missão suficiente para permitir uma janela de infiltração, tendo
em vista que há dependência de condições meteorológicas favoráveis).
8.7.1 PREPARAÇÃO
8.7.1.1 Nesta fase são identificados os pontos críticos da missão e as linhas de ação para resolvê-los. Durante esta
etapa, o destacamento irá planejar a missão, preparar planos e ordens, elaborar as condutas, preparar os
equipamentos, realizar inspeções e ensaios.
8.7.1.2 O Mestre de Salto Livre (MSL) deverá se reunir com a tripulação afim de discutir os seguintes itens: rotas
de infiltração e os pontos de controle em voo; critérios para que a missão seja abortada; rotas de evasão;
procedimentos em caso de emergência a bordo; configuração da aeronave para a missão de lançamento; restrições
caso o DAA dos saltadores já esteja acionado; chamada da tropa e da tripulação, frequências de rádio, sinais e
gestos pré-estabelecidos.
8.7.2.1 Nesta fase o destacamento se desloca para o aeródromo de partida, juntamente com todo o pessoal que
participará da missão, para realizarem os últimos preparativos.O MSL, juntamente com seu auxiliar, realiza as
inspeções de pessoal e material e os ajustes necessários e em seguida embarca pessoal e material. Quaisquer
alterações ou atualizações de última hora no planejamento devem ser discutidas nesse momento.
2-111
8.7.3 CONDUTAS DURANTE O VOO ANTES DO PONTO DE LANÇAMENTO
8.7.3.1 Nesta fase o MSL, juntamente com seu auxiliar, realiza as inspeções de pessoal, se for o caso (SFC). Este
procedimento visa garantir que, em caso de emergência, a equipe abandonará a aeronave com todos os seus
equipamentos.
8.7.3.2 Durante o voo o piloto da aeronave mantém o MSL informado da sua localização e do bloqueio dos
pontos de controle. Esse por sua vez, transmite as informações à equipe de saltadores e para isso são utilizadas
placas com informações predefinidas ou escritas manualmente, principalmente quando as máscaras de oxigênio
estão sendo utilizadas e ainda a comunicação via rádio.
8.7.3.3 O piloto irá informar ao MSL quando a aeronave bloquear o ponto de saída (PS)e o MSL comandará o
lançamento na luz verde ou em momento oportuno.
Fase em que o destacamento se encontra vulnerável às ações inimigas, para tanto deverá
abandonar a área de pouso rapidamente e ocupar uma área de reunião clandestina(ARC). Os
paraquedas e materiais utilizados para o salto devem ser enterrados ou devem ser preparados
cachês para posterior resgate (SFC). Caso exista um comitê de recepção este coordenará o
movimento do destacamento até a ARC. A área de reunião deverá ser esterilizada antes da partida
do destacamento para a missão principal.
8.7.7 EXFILTRAÇÃO
Para o planejamento desta fase são observados os mesmos itens de uma infiltração. No
entanto, devem ser considerados os meios disponíveis (HE, Vtr, embarcações ou combinações de
meios), tendo em vista que nesta fase também serão percorridas grandes distâncias.
2-112
Fig 8-1 Fases de uma missão com infiltração SLOp.
Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 12
pt, Negrito, Cor da fonte: Preto
8.8 SLOp À GRANDE ALTITUDE
Formatado: Cor da fonte: Preto
8.8.1 É todo salto livre operacional realizado acima de 12.000ft do nível do mar. Para esse salto, além do
equipamento de combate, armamento e paraquedas, o saltador deve estar com equipamento de oxigênio
específico. Divide-se basicamente em dois tipos:
8.8.1.1 HALO (High Altitude Low Open) Salto à grande altitude com comandamento baixo. Saída
até 35.000ft de altitude e abertura abaixo de 6.000ft de altura.
8.8.1.2 HAHO (High Altitude High Open) Salto à grande altitude com comandamento alto, e
navegação com velame aberto.A saída é feita até 35.000ft de altitude e as aberturas entre 6.000ft
de altura e 25.000ft de altitude.
2-113
Fig 8-2 HALO / HAHO.
8.8.2 APLICAÇÃO TÁTICA
8.8.3 O SLOp à grande altitude é um dos processos de infiltração empregado por Eqp Prec Pqdt ou DOFEsp, em
operações de combate que exijam alto grau de sigilo e/ou em áreas de difícil acesso. Em virtude disso, os
lançamentos são realizados entre 12.000ft e 35.000ft de altitude.Normalmente são utilizadas aerovias acima de
24.500ft.
8.8.5 Por razões de segurança da operação, o ideal é que o SLOp à grande altitude seja realizado à noite ou
próximo ao FCVN.
8.8.6 Devido ao grande desgaste físico e psicológico deste tipo de salto, é aconselhável que, após a
reorganização, a equipe ocupe uma ARC para um período de repouso antes de prosseguir no cumprimento da
missão.
8.8.7 Durante o planejamento desse tipo de salto é de suma importância a previsão de áreas de pouso
alternativas, pois podem ocorrer situações em que o saltador não será capaz de chegar à área de pouso principal.
8.8.8 Em altitudes elevadas podem ocorrer condições climáticas adversas inclusive com a formação de gelo nas
nuvens. O gelo afeta negativamente as características de voo do velame, aumentando a taxa de descida e
diminuindo a sua capacidade de resposta e planeio. Isso irá resultar na diminuição da distância percorrida e
dificultar o controle do velame.O MSL deverá, durante o seu planejamento, fazer um estudo detalhado das
condições meteorológicas previstas para o momento do salto levando em consideração os produtos
meteorológicos disponíveis, afim de verificar a ocorrência de fatores que possam influenciar de alguma maneira a
infiltração e com isso decidir sobre o cancelamento ou não da atividade.
8.8.9 Deve-se prever, no mínimo, a realização de 04 (quatro) SLOp à grande altitude por ano, sendo que pelo
menos um desses deverá estar inserido no contexto de um exercício tático. O adestramento pode ser realizado com
saltos a 12.000ft, com todas as características do salto à grande altitude.
8.9.1 A exigência física do SLOp à grande altitude é muito grande. Exposição a altas altitudes, baixas
temperaturas e rápidas variações de pressão são exemplos de fatores que se relacionam diretamente com essas
exigências e trazem consigo a necessidade de utilização de oxigênio suplementar. Para enfrentar este tipo de
situação, o saltador deve estar familiarizado com os efeitos fisiológicos gerados nesse tipo de ambiente e com o
uso de equipamentos de oxigênio. Todo o pessoal que participará desse tipo de operação deve realizar Teste
Fisiológico Específico no Instituto Medicina Aeroespacial (IMAE).
8.9.2 A variação de pressão é um fator de extrema importância e que pode gerar implicações graves para o
organismo do saltador e alguns problemas podem vir a ocorrer.Vejamos os mais comuns:
8.9.2.1 Barotrauma
O aumento da altitude pode causar os chamados barotraumas, que são lesões (inflamação / trauma)
provocados pela variação de pressão (baro) e consequente expansão dos gases nas cavidades ocas do nosso
2-114
organismo.Essa expansão pode provocar fortes dores e as seguintes doenças: barotite, barosinusite,
barodontalgia, aerogastria e aerocolia.
a) É causada pela libertação de nitrogênio nos tecidos do corpo e nos fluídos corporais. Geralmente, ocorre em
voos despressurizados acima de 18.000ft de altitude, mas pode ocorrer em altitudes mais baixas. Alguns fatores
podem ocasionar esse problema, tais como: má vedação da máscara de Oxigênio (O2) no rosto;condicionamento
físico deficiente e fadiga; o uso de álcool, pois desidrata o corpo e diminui a eficiência do sistema cardiovascular;o
uso da nicotina, visto que endurece artérias e restringe o fluxo de sangue para os capilares, reduzindo a eficiência
do sistema cardiovascular e dos pulmões.
b) É preciso estar ciente dos sintomas (dores nas articulações geralmente nos ombros, cotovelos, joelhos e
tornozelos, cefaleias, distúrbios visuais, confusão ou perda de memória,erupções cutâneas, coceira, fadiga sem
motivo, perda auditiva, tosse seca e outros) e monitorar, constantemente, a si mesmo a bordo da aeronave e
quando retornar ao solo. Às vezes esses sintomas não são facilmente identificáveis podendo ser confundidos com o
desconforto do equipamento. Geralmente, as bolhas formadas nos tecidos do corpo e nos fluídos corporais são
dissolvidas ao retornar ao solo devido ao aumento da pressão, no entanto isso pode não ocorrer sendo necessária
a pronta intervenção médica.
8.9.2.3 Hipóxia
a) É a carência de oxigênio nos tecidos, devido à baixa pressão parcial do oxigênio respirado na atmosfera à
medida que aumenta a altitude. A Hipóxica é o tipo de hipóxia que está relacionada à altitude. Os sintomas são
visão borrada ou visão de túnel, cegueira de cores, tontura, dor de cabeça, náuseas, dormência, formigamento,
euforia, agressividade, perda de coordenação.
b) O sistema circulatório e o respiratório começam a reagir com a hipóxia aumentando o pulso e a pressão. Os
efeitos no sistema nervoso começam a aparecer depois de 10 a 15 minutos de exposição e o indivíduo começa a ter
dificuldade de julgamento e,frequentemente, comete erros.
c) De 15.000 a 20.000ft– ocorrem estágios perturbatórios, o organismo pode não compensar mais os efeitos da
hipóxia. O julgamento é afetado e o indivíduo perde a capacidade de prever a evolução da hipóxia.
d) De 20.000 a 23.000ft – estágio crítico onde, de 3 a 5 minutos de exposição, o julgamento e a coordenação ficam
perturbados e em seguida ocorre confusão mental. Total incapacidade e inconsciência ocorrem rapidamente.
e) Fatores como: altitude, tempo de exposição, temperatura ambiente, razão de subida, tolerância individual,
preparo físico individual e prática de atividade física recente, ingestão de medicamentos, emotividade e
aclimatação teminfluência na evolução da hipóxia.
18.000 30 minutos
22.000 15 minutos
25.000 05 minutos
2-115
35.000 1/2 minuto a 1 minuto
40.000 15 segundos
65.000 09 segundos
a) É a situação na qual a quantidade de movimentos respiratórios por minuto aumenta devido a carência de
oxigênio nos tecidos, ocasionada pela baixa pressão parcial do oxigênio e sua consequente rarefação.
Normalmente respiramos de 12 a 16 vezes por minuto.
b) Existe uma relação normal entre a quantidade de gás carbônico produzido e eliminado em nosso organismo pela
respiração celular. A hiperventilação pode ocasionar a alcalose respiratória, que nada mais é que o desequilíbrio no
balançoácido-basenoorganismo. A alcalose pode provocar convulsões, contrações desordenadas e até mesmo
ainconsciência. A tensão emocional, o medo, a ansiedade, o estresse e o nervosismo são as causas mais frequentes
da hiperventilação ocorrida em voo.
c) No teste de câmara de baixa pressão (hipobárica), obrigatório para o salto em grande altitude, os sintomas da
hipóxia são detectados pelos saltadores. Dessa forma, durante um salto real,o paraquedista poderá identificar um
problema em seu equipamento de oxigênio antes que ocorra um acidente ou incidente.
d) Outra possibilidade da câmara é a detecção, durante os testes, de problemas físicos, dentários e sinusites.
2-116
8.9.2.5 Baixas Temperaturas
a) A alturae a temperatura do local em que ela é medida normalmente são grandezas inversamente proporcionais.
A cada 1.000ft de altura, a temperatura decresce, em média,2ºC em relação à temperatura do solo, ou seja, a cada
aumento em 150m de altura a temperatura ambiente diminui aproximadamente 1ºC. Por conta disto, via de regra,
a temperatura ambiente diminui aproximadamente 6,5°C a cada 1 quilômetro que a altura aumenta. A esse valor,
que nada mais é que uma taxa de variação de 6,5°C para cada mil metros de distância vertical percorrida, dá-se o
nome gradiente térmico. Por exemplo, se a temperatura no terreno é de 25°C, a 10.000ft de altura, a temperatura
8.10 EQUIPAMENTOS
8.10.1 São necessários os seguintes equipamentos para a realização do salto à grande altitude:
8.10.1.1 Capacete - Do tipo que pode ser empregado para salto livre, com a particularidade de possuir
adaptadores para máscara de oxigênio. Deve estar adaptado a cabeça do saltador, pois se estiver apertado ou
folgado causará problemas. Capacetes táticos e/ou balísticos que possuem os encaixes para a máscara de oxigênio
facilitam o emprego nas demais fases da missão.
8.10.1.2 Óculos - De uso obrigatório no paraquedismo, os óculos devem fornecer um amplo campo de visão
podendo ser usados juntamente com óculos militares convencionais.Para saltos à Grd Alt, com máscara de O2,
devem possuir lentes claras e,especialmente, desenvolvidos para esse fim.O ideal é que possuam lentes duplas
afim de evitar embaçamento.
2-117
Fig 8-5 Tipos de altímetro.
8.10.1.4 Luvas - De uso obrigatório para saltos à Grd Alt, deverão ser apropriadas para realização do salto, com a
finalidade de evitar o congelamento das mãos dos saltadores,principalmente no salto HAHO, e possibilitar o
manuseio das alças de navegação. Não devem impedir a manipulação dos equipamentos durante a navegação e a
execução do procedimento de emergência.
8.10.1.5 Máscara de Oxigênio– Atualmente existem vários tipos de máscaras de oxigênio em uso nas Forças
Armadas(FFAA). A grande maioria possui três ou quatro tamanhos e deve estar bem adaptada ao rosto do saltador.
A traqueia (SFC) deve ser verificada para que não possua furos.
8.10.1.6 Garrafa de Oxigênio - Para o uso individual,existem as de alta (cor verde) e baixa pressão (cor amarela).
O oxigênio usado para o salto à Grd Alt deve ser o de aviação pois possui a menor taxa de vapor d’água em sua
composição (máximo de 0,005mg/L). A bolsa que acondiciona a garrafa é um acessório do equipamento MMS-350e
fixa a garrafa de oxigênio ao container. Esse item deve constar no pedido de paraquedas feito ao Btl / Pel DoMPSA.
2-118
Fig 8-8Válvula AIROX.
8.10.1.8 Console - Distribuidor coletivo de O2, sendo que o número de reguladores varia conforme o tipo de
console.Os conjuntos de mangueiras de fornecimento de O2 interligam o console às máscaras.O oxigênio é
armazenado em dois cilindros e os consoles devem ser instalados na Anv, presos ao piso. De acordo com a
aeronave, seja ela militar ou não, o saltador poderá saltar com a garrafa que foi utilizada na respiração dentro da
aeronave, não deixando qualquer vestígio.
8.10.1.9 Console de navegação - Item obrigatório para os saltos que tenham navegação com o velame
aberto.Pode ser constituído de vários tipos de materiais, mas deve possuir no mínimo uma bússola com ponto
luminoso e um GPS. As bússolas de mergulho também são indicadas para esses tipos de console, pois não sofrem
influência na variação de nível como as bússolas comuns. As temperaturas em altitudes elevadas podem causar um
efeito adverso sobre a tela eletrônica da unidade de GPS, exigindo assim proteção térmica adicional. O saltador
deve tomar o cuidado de não se fixar nos equipamentos de navegação e ficar atento a sua navegação.O console
deve permanecer fechado durante a queda livre, de modo a não interferir no comandamento do paraquedas ou na
realização do procedimento de emergência.
8.10.1.10 Equipamentos de comunicação - Os saltadores podem usar rádios para comunicações ar-ar ou terra-ar.
O equipamento rádio deve ser montado de modo que não interfira no comandamento manual do paraquedas
2-119
8.10.1.11 Sonda Operacional - Equipamento utilizado para indicar a direção do vento durante a realização da
navegação final no SLOp, seja ele diurno ou noturno, quando não haverá auxílio de solo. Constituído de um
pequeno paraquedas piloto ligado a uma fita que possui em toda a sua extensão pontos luminosos (SLOp noturno)
que vão da cor verde (lado do paraquedas) a cor vermelha (extremidade oposta ao paraquedas piloto) e de um
peso e um ponto vermelho luminoso que se destaca dos demais. Fumígenos durante o dia cumprem a mesma
finalidade.
8.10.1.12 Roupas de Proteção – Devem ser apropriadas para o tipo de salto/missão a se realizar. Para saltos à
Grd Alt, onde as temperaturas costumam ser baixas, o ideal é que as vestimentas sejam leves e feitas de
polipropileno.
8.10.1.13 Outros Equipamentos - De acordo com o tipo de missão, outros materiais podem ser empregados no
SLOp, tais como: armamentos, mochilas, pacotes, óculos de visão noturna etc.
8.11.1 Serão cumpridas algumas atividades preparatórias para o salto à grande altitude. Cada tropa deve regular
seu quadro de atividades,de acordo com suas necessidades. Sugestão:
c) D – 4: Escalar os saltadores, Mestre de Oxigênio (MOx), Auxiliar do Mestre de Oxigênio (Aux MOx) e Equipe de
Terra.
e) D – 1: Briefing com os saltadores, ensaio de todas as atividades desenvolvidas durante o salto e ajuste do
equipamento individual e de O2.Recebimento de Pqd no Btl / Pel DoMPSA.
f) D: Configuração da Anv (preferencialmente com pessoal que não participará do salto), equipagem, inspeções e
salto.
8.11.2.1 Para realizar o SLOp à Grd Alt o saltador deve atender aos seguintes requisitos:
a) Ter realizado o Treinamento Fisiológico Específico para Paraquedista Militar no IMAE,e estar com ele dentro da
validade.
b) Ter nível operacional compatível com as exigências da missão.
2-120
c) Estar atualizado com os procedimentos sobre o equipamento O2 e condutas para o SLOp à Grd Alt.
d) Ter realizado a adaptação ao equipamento portátil de O2 em salto a 12.000ft, sem a mochila e armamento.
a) Levantar todos os dados sobre a área de pouso, através de sua pasta, cartas, croquis, imagem de satélite,
fotografia aérea etc.
b) Solicitar recarga de O2 (SFC).
c) Marcar local e horário para o Briefing e ensaios com o equipamento.
d) Realizar Briefing da missão com a Força Aérea - FAe (mínimo 48h antes).
e) Preparar o local para o Briefing com os saltadores.
8.11.3.2 Os participantes devem realizar inspeção médica e odontológica 48h antes do salto para verificação dos
seguintes itens:
a) Frequência cardíaca e pressão arterial.
b) Exame das vias aéreas, seios faciais e aparelho auditivo.
c) Inspeção odontológica e histórico de medicação recente do saltador.
8.11.4.1 O Briefing com os saltadores visa à exposição e retirada de dúvidas relativa a todos os detalhes do salto,
deve-se utilizar meios auxiliares, tais como: cartas topográficas, imagens aéreas, imagens de satélite, caixão de
areia, croquis, fotos, perfil dos ventos etc. Um quadro-mural com todas as informações da missão(nome dos
militares em função, azimute de navegação, pressão do DAA, coordenadas do alvo, quadro-horário etc.), deve estar
disponível para consulta próximo à área de equipagem.
8.11.4.2 Os saltadores devem ter noção dos ventos nas camadas, principalmente nas camadas mais baixas, para
que possam utilizar os recursos de navegação avançada, caso seja necessário. Todos os procedimentos do salto
devem ser ensaiados em solo, afim de que todos os saltadores tenham pleno conhecimento das atividades a
realizar nas diversas fases do salto, principalmente em relação ao manuseio do equipamento de oxigênio. A
máscara de oxigênio pode dificultar a observação do punho de comando, por ocasião do comandamento, sendo
assim é necessário que esse procedimento seja treinado repetidamente.
INFORMAÇÕES
6. Tipo de saída do paraquedista (porta de salto, 14. Horário (equipagem, ajustagem, inspeção,
2-121
rampa; normal ou mergulho). embarque e decolagem).
8. Ordem de saída.
8.11.5.1 O Briefing com a Força Aérea é uma exigência para realização da atividade, devendo ser realizado 48h
antes do salto.Nessa ocasião devem ser ajustadas todas as coordenações necessárias para a execução da atividade.
INFORMAÇÕES
7. Eixo de entrada da aeronave para o lançamento 16. Interdição da área (horário, altura, número do
da sonda(SFC). NOTAM).
8.11.6.1 O Briefing com o Chefe da Equipe de Terra, quando for necessário (ex: adestramentos), deve abordar os
seguintes itens:
INFORMAÇÕES
2-122
1.Missões da Equipe de Terra (Turma de Alvo,
5.Número de passagens sobre a área de salto.
Saúde, Seg, Slv, DoMPSA).
8.11.7.1 Os equipamentos utilizados no salto devem ser adaptados a cada saltador, principalmente o
equipamento de oxigênio. Dessa forma, é necessário que o MOx confira os ajustes e testes de todos os
equipamentos de oxigênio.O MSL deverá realizar a inspeção dos saltadores antes do salto, verificando todas as
ancoragens e realizando o teste do cilindro de O2. A máscara de oxigênio deve estar ancorada.
8.11.7.2 A mochila deve ser ajustada para que nenhum material se solte durante o salto. As alças do mosquetão
(tipo ejetor rápido) para liberação da mochila devem ser do tamanho que permita a empunhadura com as luvas de
salto à Grd Alt, visto que o saltador perde um pouco do tato quando está utilizando esse tipo de luva.
8.11.7.3 Os saltadores deverão embarcar completamente equipados e inspecionados, porém, quando o tempo
de voo for muito grande a equipagem e a inspeção poderão ser realizadas a bordo, de acordo com a NGA de cada
tropa, sempre preservando o tempo de 1h para a desnitrogenação (remoção de nitrogênio dos pulmões e tecidos
do corpo, através de um período de respiração de O2 a 100%, ou seja, oxigênio puro).
8.11.7.4 Ao comando de embarcar, os saltadores deverão ocupar os seus respectivos assentos e identificar suas
mangueiras no console de O2, que deverão estar devidamente etiquetadas com seu nome ou função
(responsabilidade do MOx) e aguardarão os comandos do MOx para o início da desnitrogenação.
8.11.7.5 Todos os saltadores deverão conhecer a posição do médico da tropa e dos bocais vagos para
emergência.
8.11.8.1 A preparação da aeronave deve ser feita com antecedência, preferencialmente, por pessoal não
envolvido no salto e com a presença do Load Master. A equipe que fizer a preparação da aeronave deverá conferir
se os itens solicitados no Briefing com a tripulação foram cumpridos. Caso haja algo que ainda esteja em
desacordo, deve providenciar sua realização. Abaixo temos alguns exemplos / sugestões de configurações das
aeronaves C-95, C-105 e C-130 para esse tipo de atividade:
1) Configuração I: 12 Saltadores + 01 Médico + 01 Mestre de Oxigênio + 01 Aux MOx + 03 vagas para emergência. O
Aux MOx pode saltar, se for o caso. O MSL e o Mecânico da Força Aérea Brasileira (FAB) devem estar ligados ao
interfone. O Mec FAB fica no console mais próximo ao Fly Deck e utiliza a garrafa (fornecida pela tropa
paraquedista) para locomoção.
2) ConfiguraçãoII: 24 Saltadores + 01 Médico + 01 Mestre de Oxigênio + 01 Aux MOx + 04 vagas para emergência. O
MOx e o Médico ficam ao centro do dispositivo, nas portas da direita e esquerda, respectivamente. O Aux MOx
pode saltar.
2-123
3) Configuração III: 36 Saltadores + 01 Médico + 01 Mestre de Oxigênio + 01 Aux MOx + 03 vagas para emergência.
O Aux MOx não salta.
c) Configuração Básica C-95:Será utilizada a Configuração I da Anv C-130, reduzida para 09 saltadores.
8.11.8.2 O mecânico da FAe poderá respirar no console de oxigênio dos saltadores, e/ou possuirá um
equipamento portátil de oxigênio para se locomover dentro da Anv, quando for necessário.
8.12.1 GENERALIDADES
8.12.1.1 O Mestre de Oxigênio - MOx é o militar possuidor do Estágio de Mestre de Salto Livre responsável por
tudo que se relaciona com o oxigênio que será utilizado pela tropa durante a execução do SLOp à Grd Alt. É
conhecedor da fisiologia de voo e dos procedimentos a serem adotados no caso de o saltador vir a ter problemas
relacionados com a altitude.Responsável por assessorar o MSL e todos os envolvidos no salto,transmitindo
segurança, retirando dúvidas quanto ao manuseio do material e equipagem. De acordo com as características da
missão e quantidade de saltadores, poderá ser escalado um MOx na função de auxiliar(AuxMox) afim de facilitar e
agilizar a execução das atividades.
a) Realizar o assessoramento do MSL na escolha da melhor configuração para a Anv a ser utilizada no salto, na
preparação do Briefing e no ensaio com os saltadores.
b) Realizar a inspeção de todo o equipamento e regulagens necessárias.
c) Realizar um Briefing com Aux MOx sobre as diversas tarefas a serem desempenhadas antes, durante e após a
missão de salto.
d) Ensaiar com a tropa e tripulação as situações de contingência relativas ao equipamento de O2 individual e
coletivo.
e) Realizar a marcação dos consoles, capacetes e garrafas com os nomes e funções dos saltadores e preparar,
acondicionar e transportar todo o material de O2para a Anv.
f) Configurar a aeronave de acordo com o que foi acertado em Briefing com MSL.
g) Auxiliar o MSL no embarque e ocupação dos lugares dentro da Anv.
h) Checar a ancoragem das máscaras e os óculos dos saltadores, se a jugular está presa e ajustada e se a mangueira
da garrafa de O2 está conectada na máscara.
i) Realizar a abertura dos consoles e fazer periodicamente o check de todo o sistema.
j) Realizar o check visual dos sintomas de hipóxia em cada saltador.
k) Manter o MSL e o médico informado sobre as condições dos saltadores.
l) Realizar a troca de material caso seja necessário.
m) Quando a equipagem for realizada a bordo, assessorar e inspecionar os saltadores.
n) Coordenar a desconexão dos saltadores do console e o acionamento das garrafas individuais de O2.
o) Dar o pronto para MSL de que todos os saltadores estão desconectados e em condições de saltar.
p) Realizar o acompanhamento dos saltadores até a dobradiça da rampa de lançamento;
q) Fechar, após a pressurização, os consoles e recolher todas as mangueiras e equipamentos que tenham ficado
abordo.
r) Conduzir um debriefing com os saltadores abordando os pontos positivos e as oportunidades de melhoria, no
que diz respeito ao consumo de O2.
s) Fazer um relatório da atividade.
8.12.3 O MOx poderá acumular a função de MSL, no interior da aeronave, para que o MSL da missão fique nas
mesmas condições dos outros saltadores.
2-124
8.12.4 Ao comando de acionar a garrafa individual e desconectar do console, os saltadores deverão acionar as
garrafas aos pares, um do outro, colocando o pino de segurança no registro da garrafa.
8.12.4.1.Na passagem do saltador do console para a garrafa individual, cada saltador para assegurar que
está recebendo oxigênio, deverá verificar se o blinker da válvula AIROX (SFC) está marcando o ritmo da
respiração.
8.12.4.2 Após o abandono do console, se houver algum problema, e o MSL ou o MOx decidirem retornar os
saltadores ao console,deverão fazê-lo com calma e ordenadamente. Para isso, ao desconectarem-se, deverão
depositar ordenadamente a mangueira sobre o console.
8.12.5 Se algum saltador sentir os sintomas da hipóxia ou outro mal proveniente da altitude será atendido pelo
médico e excluído do salto. Neste caso, o MSL ordena ao piloto que desça para o nível de 18.000ft de altitude e
aguarda o parecer do médico para só então definir pelo prosseguimento ou não da missão. O socorro imediato para
qualquer sintoma de hipóxia é a aplicação de O2 a 100%.
8.13.1 GENERALIDADES
8.13.1.2 Existe a necessidade da saída ser o mais compacta possível. Devido ao ar rarefeito, a velocidade real da
Anv é maior do que a indicada nos instrumentos e a velocidade terminal de queda é atingida mais lentamente,
porém é maior,provocando uma dispersão muito maior.
8.13.1.3 Após a saída da equipe todos os saltadores devem localizar o líder. Mudanças de posição para aumento
ou diminuição da razão de queda devem ser tomadas a fim de não se distanciar do líder.
8.13.1.4 O líder da equipe deve possuir um sinal que o caracterize, de modo que todos saltadores o identifiquem
rapidamente (faixa no uniforme, dispositivo luminoso ou emissor infravermelho).
8.13.1.5 Nos saltos à Grd Alt (HALO/HAHO) é comum a passagem por camadas de nuvens.É de suma importância
que durante o levantamento meteorológico seja observado a possibilidade de formação de gelo nas nuvens, a
ocorrência de ventos superiores a 30kt nas camadas e teto inferior a 3.000ft, pois tais fatores podem inviabilizar o
lançamento.
8.13.1.7 O tempo de queda livre pode ser estimado de acordo com a altura de lançamento.
Altu Lçmt (ft) Tempo de queda (seg) Altu Lçmt (ft) Tempo de queda (seg)
12.500 60 27.000 130
2-125
14.500 70 31.000 140
8.13.1.8 Em caso de abertura prematura do paraquedas principal, deve-se levar em conta os seguintes fatores,
antes de decidir pela desconexão:
a) Tempo de oxigênio da garrafa- as garrafas duplas individuais de 44’’ (polegadas)cúbicas possuem uma
autonomia de 29 min no máximo e 19 min no mínimo. As individuais de 88'' possuem autonomia de 58 min no
máximo e 39 min no mínimo. As garrafas de 120'' possuem autonomia de 80 min no máximo e 54 min no mínimo.
O MSL da missão deverá informar a cada saltador o tempo mínimo de sua garrafa, bem como os procedimentos em
caso de comandamento prematuro do Pqd principal;
b) Cálculo do tempo de utilização do cilindro de oxigênio - O MSL deverá ter a preocupação de calcular o tempo de
consumo de oxigênio da garrafa individual afim de estabelecer as situações de contingência. Cada saltador deve ter
conhecimento desse tempo para tomar uma decisão em casos de emergência. Vejamos a seguir a fórmula para se
calcular o tempo de O2.
Exemplo:Uma equipe realizará um salto HALO a 25.000ft de altitude, calcule o tempo de utilização do
cilindro de oxigênio caso o saltador tenha uma abertura prematura logo na saída da aeronave.
Sendo assim, lembre-se que o MSL comanda a 4/6 min fora: “Levantar, acionar garrafa de O2 e
desconectar do console e verificar equipamento”. Em se tratando de tempo de O2, sempre se
arredonda para mais.
8.13.1.9 Abaixo temos uma tabela com alguns procedimentos a serem adotados e os momentos em que devem
ser realizados.
Tempo Procedimentos
2-126
50 min Início da desnitrogenação.
MSL comanda:
04 min -Levantar, acionar a garrafa O2, desconectar do console e verificar
equipamento.
Nota:Quanto maior a nebulosidade, menor a visibilidade, quanto mais forte for o vento, mais difícil será a
navegação com o velame. Fatalmente, o velame sofrerá um desvio muito acentuado em relação aos
demais, podendo deixar o homem perdido do restante da equipe. O paraquedista ao navegar dentro de
nuvens mantém as alças de navegação na posição de “meio freio” e segue o azimute de infiltração.
8.13.2 CÁLCULO DO PONTO DE SAÍDA (PS) PARA O SALTO HALO
8.13.2.1.1 As informações dos ventos nas camadas podem ser obtidas através dos diversos serviços
meteorológicos disponíveis (ex: NOAA, REDEMET, INPE etc.),nos aeródromos militares, nos aeroportos civis, da
radiossondagem e da carta dos ventos. O MSL deverá utilizar todas as ferramentas a sua disposição a fim de
aumentar a precisão do seu planejamento.Nem sempre todos esses recursos estarão disponíveis.A interpretação
das informações meteorológicas aliadas à compreensão dos princípios físicos que impulsionam os eventos
climáticos é de suma importância no planejamento do salto livre operacional.
8.13.2.1.2 Caso exista carência de informações dos ventos nas camadas a divisão para fins de cálculo pode ser de
1.000ft para o trecho de velame aberto e de 2.000ft para o trecho de queda livre. (ex: Lçmt a 18.000ft).
8.13.2.2.1 A altitude de lançamento será dividida, inicialmente, em dois trechos: queda livre e velame aberto.
Caso haja a ocorrência de Dog Leg, a altitude de lançamento será dividida em mais de 2 trechos. Após isso, as
altitudes serão divididas em camadas. Quanto menor o intervalo entre as camadas, mais preciso será o cálculo.
2-127
8.13.2.3 Fórmula do desvio para HALO
D = distância em metros.
K= constante (desvio em metros sofrido pelo paraquedista ou velame a cada 1.000ft como vento
de 1kt). Para o paraquedista em queda livre K= 3, para o velame aberto (BT80-350P - HALO)K=
25.
A = 1º- Para o trecho de velame aberto = (Alt de abertura – Alt do alvo); 2º- Para o trecho de
queda livre = (Alt de lançamento – Alt de abertura) em milhares de pés (ft).“A” é a altura
efetivamente percorrida.
8.13.2.4.1 Para encontrar o Ponto de Saída (PS) o MSL adota a ordem inversa na elaboração do gráfico na
carta.Inicialmente locamos o alvo (área de pouso) na carta ou em outra ferramenta utilizada (ex: Google Earth). Só
depois partimos para a locação dos demais pontos.
8.13.2.5.1 Obtêm-se os valores de direção e velocidade do vento através da média aritmética dos dados de
velocidade e direção, obtidos por meio do levantamento meteorológico (diagrama dos ventos). São calculados os
valores para os dois trechos que serão utilizados na determinação do PS (queda livre, velame aberto).
Exemplo: Uma equipe realizará um salto HALO a 20.000ft com abertura a 4.000ft. Considere que
o ponto de abertura(PA) e a área de pouso estão ao nível do mar.
2-128
Altitude Velocidade Direção
4.000 15 190
3.000 14 220
2.000 11 205
1.000 9 220
Dividir a soma das velocidades do vento (49) pelo número de velocidades (4).
V = 49 ÷ 4 = 12,25kt (utilizar 3 casas decimais, quando possível, após a virgula)
Dividir a soma das direções do vento (835) pelo número de direções (4).
Dir = 835 ÷ 4 = 208,75° ou Dir= 209°.
Observação: Ventos que sopram abaixo de 750ft de altura, inclusive, da área de pouso são
considerados ventos de superfície e estão na faixa em que o paraquedista executa a aproximação
final para o pouso, portanto, devem ser desconsiderados para fins de cálculo. Atentar para a
altitude da área de pouso.Caso a fonte de dados de vento trabalhe com informações de 1.000 em
1.000ft, serão considerados ventos de superfície os que sopram abaixo de 1.000 pés.
20.000 35 160
18.000 28 160
16.000 30 165
14.000 29 165
12.000 27 155
10.000 22 150
8.000 20 185
6.000 20 190
2-129
Soma= 211kt 1330°
Dividir a soma das velocidades do vento (435) pelo número de velocidades (8).
V = 211 ÷ 8 = 26,375 kt.
Dividir a soma das direções do vento (1330) pelo número de direções (8).
Dir= 1330 ÷ 8 = 166,25° ou Dir= 166°.
Deve ser feita uma compensação do arrasto (inércia) causado pela aeronave no paraquedista,
no sentido contrário a entrada da aeronave. As distâncias usadas no HALO e HAHO são:
300m para uma aeronave de alto desempenho com velocidades de lançamento acima de 120 nós,
aproximadamente 60m/s. Ex: C-130, C-105.
150m para uma aeronave de baixo desempenho com velocidades de lançamento abaixo de 120 nós.
8.13.2.6.1 Para locar o ponto de abertura do paraquedas, procedemos da seguinte maneira: a partir do alvo
traçar uma linha que parte na direção (Dir) média (azimute verdadeiro) do vento e marcar, conforme a escala da
carta, a distância calculada para esse trecho (velame aberto). O ponto encontrado é o PA.
8.13.2.6.2 Vale lembrar que os valores dos azimutes dados no diagrama dos ventos e utilizados para o cálculo da
média de direção estão expressos em azimute verdadeiro. Para o lançamento na carta, faz-se necessário a
observação da convergência de meridianos(maior ou igual 1º) e para a execução da navegação é necessário que se
acrescente a declinação magnética, em contrapartida, caso trabalhe com a ferramenta Google Earth, por
exemplo,utiliza-se o azimute verdadeiro, ou seja, o valor conforme ele é encontrado no cálculo.
8.13.2.7.1 A partir do ponto de abertura (PA), traçar uma linha na direção média (azimute verdadeiro) do vento e
marcar, conforme a escala da carta, a distância calculada para esse trecho (queda livre). O ponto encontrado é o
PSP.
2-130
8.13.2.8.1 Lançar a partir do PSP, um desvio de 300 ou 150 metros(arrasto/inércia da Anv) no sentido contrário
ao deslocamento da aeronave.O ponto encontrado é o PS.
8.13.2.9 Observações:
8.13.2.9.1 O cálculo do PS para o HAHO exigirá ou não o cálculo da queda livre (D=K·V·A), isso dependerá da
duração da mesma. Se a queda livre for menor que 2.000ft, o MSL desconsiderará o desvio gerado, caso seja maior
deverá inserir o desvio (D=K·V·A) gerado, no esboço.
1.225m
1.266m
8.13.2.9.2 Quando a variação dos ventos se dá entre o primeiro e o quarto quadrantes (ventos incompatíveis), de
271º até 089º, podemos incorrer emum erro angular ao realizar a média aritmética.Como forma de compensar esse
erro soma-se 360º nos azimutes do primeiro quadrante.Se a média final for maior que 360º, subtrai-se 360º, tendo
assim o resultado correto.
Exemplo:
2-131
D= 236º (incorreto) D= 356 º (correto) D= 371 (- 360) = 011º
8.13.2.9.3 Quando ocorrem duas ou mais mudanças, de 90º ou mais, na variação de direção dos ventos e estas
mudanças se mantêm, surge a necessidade do cálculo das médias de direção do vento em trechos separados. A essa
variação damos o nome de Dog Leg. Isso é válido em qualquer uma das fórmulas para o cálculo do PS (HAHO ou
HALO).
8.13.2.9.4 Quando ocorre apenas uma variação, de 90º ou mais, na direção do vento, esta camada pode ser
desprezada para fins de cálculo de velocidade e direção, porém a altitude ainda será inclusa na formula D = K . V. A.
Classificamos essa situação como erro de previsão.
8.13.2.9.5 Se a altura de comandamento for maior do que 6.000ft, o MSL irá usar o método de cálculo do HAHO.
8.14.1 GENERALIDADES
8.14.1.2 Assim como o HALO a infiltração HAHO exige um estudo detalhado do perfil dos ventos, planejamento
da orientação com velame aberto(carta, croqui, fotografia aérea, bússola, GPS etc.).
8.14.1.3 O destacamento pode ser lançado fora da área de atuação do sistema de defesa aérea inimiga e navegar
sem ser percebido até pousar em território hostil.
8.14.1.4 Em queda, todos os saltadores devem realizar a abertura do paraquedas voltados numa mesma direção
e com retardos padronizados. Para lançamentos abaixo de 20.000ft o retardo mínimo é de 4s, já para lançamentos
acima de 20.000ft é ideal que se estabeleça uma altitude de abertura de pelo menos 1.500ft abaixo da altitude de
lançamento.
Altura de Comandamento Retardo
2-132
8.14.1.6 Após abertura do velame, o saltador realiza o check visual, verifica a direção de infiltração, valendo-se
de sua bússola com azimute previamente registrado, e inicia o check funcional com primeira curva para direção de
infiltração.
8.14.1.7 Cada saltador é responsável por manter sua posição na formação de voo (escada vertical). As distâncias
são de, aproximadamente, de 50 metros (150ft) a retaguarda e 50 metros (150ft) acima do saltador imediatamente
a sua frente. Com o aumento do nível de adestramento essas distâncias podem ser diminuídas.
8.14.1.8 A cerca de 4.000ft, ou quando julgar conveniente, o líder deverá decidir se prossegue com a equipe para
o alvo ou se navega para uma área de pouso alternativa.
8.14.1.9 O líder deverá orientar o pouso dos demais membros da equipe. Todos deverão realizar o mesmo
circuito feito pelo líder, não sendo obrigatório o circuito pela esquerda. O líder deve possuir uma identificação
visual, principalmente à noite.
8.14.1.10 Ao atravessar nuvens, todos deverão manter o azimute de navegação previsto e navegar em “meio
freio”.
8.14.2.1.1 As informações dos ventos nas camadas podem ser obtidas através dos diversos serviços
meteorológicos disponíveis (ex: NOAA, REDEMET,INPE etc.),nos aeródromos militares, nos aeroportos civis, da
radiossondagem e da carta dos ventos. O MSL deverá utilizar todas as ferramentas a sua disposição afim de
aumentar a precisão do seu planejamento.Nem sempre todos esses recursos estão disponíveis.
8.14.2.1.2 A interpretação das informações meteorológicas aliadas a compreensão dos princípios físicos que
impulsionam os eventos climáticos é de suma importância no planejamento do salto livre operacional.
8.14.2.2.1 A altitude de lançamento poderá ser dividida em tantos trechos quanto forem necessários (queda livre
- SFC, velame aberto, Dog Leg-SFC). O trecho de queda livre (QL)somente será considerado quando a QL for maior
que 2.000ft, pois, caso a queda livre seja menor ou iguala esse valor, o desvio por ela gerado deverá ser desprezado
para fins de confecção do gráfico de lançamento. Após isso, as altitudes serão divididas em camadas, quanto menor
o intervalo entre as camadas, mais preciso será o cálculo.
8.14.2.2.2 Caso exista carência de informações dos ventos nas camadas a divisão para fins de cálculo pode ser de
1.000ft da superfície até os 10.000ft de altitude e de 2.000ft da altitude de 10.000ft até a altitude de saída.
2-133
8.14.2.3 Fórmula do desvio para HAHO
K = constante (desvio em metros sofrido pelo velame a cada 1.000ft como vento de 1kt). Para o
velame aberto (BT80-350P - HAHO) K=40,6ft/h(velocidade vertical do paraquedas BT80-350P =
3,44m/s).
8.14.2.3.1 A constante K varia de acordo com as características do velame a ser empregado, caso haja no salto
velames diferentes, o valor de K a ser usado no cálculo deve ser o do velame de menor performance, ou seja o que
tem maior valor deK.Observa-se queK para o MC-4 é 48ft/h, para o BT80-350P é 40,6ft/h e para o Techno 350 é
49,3ft/h.Para obter esse valor basta transformar a velocidade vertical do paraquedas de m/s para ft/h, tomando o
cuidado de dividir por 1.000 (10³).
8.14.2.4.1 Para encontrar o Ponto de Saída (PS) o MSL adota a ordem inversa na elaboração do gráfico na carta.
Inicialmente locamos o alvo (área de pouso) na carta ou em outra ferramenta utilizada (ex: Google Earth). Só
depois partimos para a locação dos demais pontos.
2-134
8.14.2.5.1 O fator de segurança proporciona uma área “tampão” para que o líder possa abrir seu paraquedas
(retardo de abertura do Pqd) ou estabelecer uma altura mínima para chegada sobre o alvo. Por exemplo, se o
velame empregado tem retardo de abertura de 1.000ft (BT80-350P)e o líder deseja chegar 2.000ft sobre o alvo,
temos o fator de segurança FS = 3.
8.14.2.5.2 Porém, caso o líder necessite de mais tempo para organizar a equipe ou tenha necessidade de chegar
mais alto sobre alvo, esse valor poderá ser aumentado. Um exemplo é o adestramento de equipes com menos
experiência.
8.14.2.5.3 O fator de segurança será de no mínimo 2, onde já consta o desconto de 1.000ft (navegação final) e
de 1.000ft (retardo na abertura do Pqd).
NB = número de blocos (cada grupo de saltadores que saem juntos constitui 1 bloco. Ex: Com 10
saltadores saindo em dupla temos NB= 5).
V= velocidade da aeronave. Temos a velocidade de 70m/s para o C-130 e C-105 e 60m/s para o
C-95.
Obs: Para fins de cálculos nos lançamentos HAHO utiliza-se apenas ½ do valor da Dispersão.
Exemplo:Em um salto com 12 saltadores saindo em dupla de um C-105, com tempo médio de 2s
entre as duplas, temos uma dispersão de:
→ ½ Dprs = 420m
2-135
8.14.2.7.1 Para o cálculo do HAHO o MSL utiliza a fórmula do modificada ou
Exemplo 01: Salto HAHO em uma Anv C-130, com altitude de lançamento 14.000ft. Um
destacamento de 12 saltadores abandonará a aerona veem duplas com tempo médio de 2s entre
as duplas. O MSL planeja1.000ft de retardo de abertura e chegar a 1.000ft sobre a área pouso.
Média da direção dos ventos: Dir = 995 ÷ 12= 82,91°ou Dir = 83°. (Az verdadeiro).
14.000 25 090
12.000 22 080
10.000 21 090
9.000 21 090
8.000 20 085
7.000 18 080
6.000 18 080
5.000 17 085
4.000 16 080
3.000 12 075
2.000 12 080
1.000 08 080
Determinação da dispersão: (12 ÷ 2) 70·2 = 840m ½ Dprs= 420m.Arrasto: 300m (Anv C-130).
2-136
Para o lançamento dos dados na carta deve-se atentar para a convergência de meridianos. Caso ela seja maior
ou igual 1°deve ser considerada na confecção do gráfico.
Exemplo 02: Salto HAHO da Anv C-105, com altitude de lançamento14.000ft. Um destacamento
de 12 saltadores abandonará a aeronave em duplas com tempo médio de 2s entre as duplas. O
MSL planeja 1.000ft de retardo de abertura e chegar a 2.000ft sobre a área pouso. Analisando o
diagrama dos ventos percebemos a presença de uma Dog Leg após a camada de 9.000ft.
1º Passo:Inicialmente o MSL calcula a média da variação de direção e velocidade dos ventos, do ponto de
impacto até a camada anterior (9.000ft) a Dog Leg.
14,000 33 210
12,000 30 210
10,000 29 180
9,000 26 075
8,000 24 080
7,000 22 085
6,000 20 090
5,000 18 090
4,000 14 085
3,000 12 090
2,000 10 085
1,000 8 080
Determinação do fator de segurança: FS total= 3 (mínimo). Vale lembrar que o MSL planeja 1.000ft de retardo
de abertura(FS=1, 1ª perna da Dog Leg)e 2.000ft (FS=2, 2ª perna da Dog Leg) chegando assim ao total de FS= 3.
A = 9.000 pés, ou A = 9.
FS = 1; A = (14.000 – 9.000) = 5.
Vale lembrar que os fatores de segurança acima e abaixo daDog Leg, quando combinados matematicamente,
geram o efeito desejado sobre o grupo completo.
8.14.2.8.1 Para locação do PS deve-se considerar a entrada da Anv. Entende-se por entrada da aeronave a
direção de voo em que ela se desloca.
8.14.2.8.2 Aeronave faz entrada PS – Alvo (vento de cauda) - É a maneira correta, operacionalmente, de se
cumprir a missão. A distância do PS ao alvo é calculada da seguinte forma:
8.14.2.8.3 Aeronave faz entrada Alvo – PS (vento de nariz)–Para saltos HALO o ideal é que esse tipo de entrada
seja aplicada em adestramentos, pois a aeronave poderá estar passando sobre o alvo, comprometendo o sigilo da
missão. Já para saltos HAHO este tipo de entrada pode ser utilizada quando a distância Alvo – PS for considerável,
acima de 10km por exemplo. A distância do PS ao alvo é calculada da seguinte forma:
8.14.2.9.1 Tendo como centro o alvo marca-se 15 graus a direita e a esquerda da direção de onde o vento vem,
assim encontra-se o cone do vento para a navegação.
8.14.2.10.1 Para obtenção do azimute de navegação traça-se uma reta do PA até o alvo, em seguida verifica-se o
valor do ângulo.O ângulo encontrado corresponde ao azimute verdadeiro. Este deverá ser transformado em
azimute magnético,por meio da declinação magnética da região.Para isso é necessário que se analise o diagrama de
orientação presente na carta e obtenha a declinação magnética do local em questão.O azimute magnético será
passado para todos os saltadores afim de que seja registrado no GPS e/ou na bússola.Caso os dados sejam lançados
na carta deve-se atentar para a convergência de meridianos, quando o valor da mesma for maior ou igual 1°.
2-138
Fig 8-16 Diagrama de Orientação.
Formatado: Justificado, Recuo: À
8.14.2.10.3 Analisando as informações constantes no diagrama de orientação acima, vamos calcular a declinação esquerda: 0 cm, Primeira linha: 0 cm,
Adicionar espaço entre parágrafos do
magnética para o ano de 2016. Podemos observar que a declinação magnética cresce 8 minutos anualmente, mesmo estilo, Espaçamento entre
portanto desde 1977 até o ano de 2016 ela cresceu (2016-1977) 8= 312 minutos. Dividindo este valor por 60’ linhas: simples, Vários níveis + Nível: 5
+ Estilo da numeração: 1, 2, 3, … +
chegamos a 5,2º ou seja 5º 12’ (cinco graus e doze minutos). Assim, a declinação magnética no ano de 2016 era de Iniciar em: 1 + Alinhamento: Esquerda
18º41' + 5º 12’= 23º53'. Nessa situação desprezamos o valor da convergência de meridianos, pois o mesmo é + Alinhado em: 0 cm + Recuar em:
menor que 1°. 1,9 cm, Tabulações: 1,75 cm, À
esquerda + Não em 2,25 cm
8.14.2.12.1 Durante o planejamento de um salto HAHO/HALO o MSL deverá ter o cuidado de, após calcular o
Ponto de Abertura (PA), verificar em um raio de1.000m (na carta ou em outro meio auxiliar, Google Earth), se
existem pontos elevados de relevância (cadeia de montanhas) que podem causar um erro do DAA e com isso
decidir se há necessidade de ajuste do mesmo.
8.14.2.12.2 Obstáculos situados em um raio de 1.000m do alvo também devem ser considerados para fins de
planejamento.
8.14.3.2 Vejamos abaixo um exemplo do cálculo de um ponto de controle, partindo da situação em que o cálculo
do lançamento HAHO já foi realizado e o MSL possui as informações de distâncias, bem como as referências no
terreno, podendo dessa maneira levantar dados para aplicação no cálculo do ponto de controle:
Exemplo: Qual a altura o saltador deverá passar em um ponto de controle (rodovia) situado a
14,421km do PA? Sabe-se que a altura de lançamento é 21.000ft (A= 21), e que FS= FS1+FS2= 3
(FS1=1.000ft de retardo e FS=2.000ft de chegada sobre o alvo). O deslocamento total (Alvo-PA)
tem 27,621km. O diagrama dos ventos possui 16 camadas consideradas no cálculo e a média da
velocidade dos ventos nas 8 camadas mais altas é de 13,13kt e nas 8 camadas mais baixas é
7,63kt.
D= (A1 – FS1) ·(23,3 + V)7,800 = (A1 -1) · (23,3 + 13,13)316,68 = 36,43A1 – 36,43
K 40,6
8.14.3.3 Observe que os valores são próximos, porém dificilmente serão iguais.Isso se deve as aproximações
realizadas nos valores de porcentagens das camadas e de outros fatores presentes no cálculo. Vale lembrar que
trajetória descrita pelo velame não é uma reta perfeita. A seguir temos um gráfico que reproduz de maneira
aproximada a relação entre a distância percorrida pelo velame e a altura.
PA
8.14.3.4 Caso o alvo esteja em uma altitude diferente do nível do mar, lembrar que a altura total é igual a altitude
do PA menos a altitude do alvo.
8.14.4.1 Após calcular a altura prevista de cruzamento de um ponto de controle, o MSL deverá definir a menor
altura que o saltador deverá passar sobre o ponto em questão, de maneira que ele consiga chegar na área de pouso
principal. Essa informação deve ser passada para equipe que realizará a infiltração para que todos os saltadores
tenham conhecimento. A partir dessas informações o MSL estabelece as condutas a serem adotas para algumas
situações de contingência.
8.14.4.2 De maneira geral o valor mínimo é obtido subtraindo da altura prevista de cruzamento do ponto de
controle o valor da altura estipulada para o fator de segurança de chegada sobre o alvo.
8.14.4.3 Considerando o exemplo dado no item 8.14.3.2onde o Ponto de Controle em questão é a Rodovia situada
a 14,421km do PA e a altura prevista para cruzamento desse ponto é de aproximadamente 11.300ft e sabendo que
o Fator de Segurança de chegada sobre o alvo é de 2.000ft concluímos que para o saltador ter 1.000ft de altura
para sua navegação final, o limite mínimo para cruzamento da Rodovia é de 10.300ft = (11.300 – 1.000).
8.14.4.4 Caso o saltador passe abaixo da altura mínima prevista para cruzamento do ponto de controle, de
imediato ele deverá agir nos tirantes e alças de navegação do paraquedas, a fim de “recuperar” a altura perdida.
2-141
Caso a recuperação não seja suficiente o Pqd deverá partir para uma área de pouso alternativa. O próximo ponto
de controle serve como referência para o saltador verificar se a recuperação de altura foi suficiente.
8.14.4.5 De acordo com as características do trecho a ser percorrido na infiltração e com a disponibilidade de áreas
de pouso alternativa, o MSL pode adotar a “linha da pior hipótese” e raciocinar com a chegada ao alvo sem que
seja realizada a navegação final, com isso o limite mínimo de cruzamento do ponto de controle seria 9.300ft =
(11.300 – 2.000).
8.15.1 GENERALIDADES
8.15.1.1 Área de pouso é qualquer área que possibilite o desembarque de pessoal e material por meio de
paraquedas. São selecionadas durante o planejamento utilizando-se das fontes de inteligência disponíveis e devem
ser locadas de maneira a possibilitar a melhor execução do plano tático, procurando evitar obstáculos, tais como:
rodovia, estrada, rua, linha férrea; linha de árvores copadas, bosque, floresta; massa d’água, riacho, arroio, charco;
área construída, casario, bebedouro gado; linha alta / baixa tensão, fio, duto aéreo, cerca; barrancos, talude,
ravina, grandes buracos e aeronaves, barcos, trem, veículos, etc.
8.15.1.2 Alguns fatores podem impedir que a equipe pouse no local previsto, como por exemplo: panes; variação
das condições meteorológicas; visibilidade; impedimentos no local de pouso e inexperiência do saltador. Sendo
assim, a equipe deverá estar ciente das áreas de pouso alternativas previstas no planejamento.
8.15.1.3 Abaixo temos alguns fatores que podem ser utilizados para a escolha de uma área de pouso principal e
alternativa:
8.15.1.3.1 Missão - método de inserção (HALO ou HAHO);altura de lançamento; localização e capacidades das
forças inimigas; visibilidade; distância para o objetivo; terreno; áreas construídas; tempo disponível de
deslocamento para a área do objetivo; material a ser carregado; áreas de pouso alternativas nas proximidades.
8.15.1.3.2 Suporte de aeronaves – tipo de aeronave; capacidades da aeronave; nível de habilidade da tripulação;
disponibilidade de aeronaves de backup para os casos de problemas mecânicos com a aeronave principal.
8.15.1.3.3 Eixo de infiltração – primário e alternativo. Nãodevem entrar em conflito com outras operações aéreas.
Procurar evitar a área de alcance da defesa aérea inimiga.
8.15.1.3.4 Segurança – devem fornecer segurança contra a ameaça inimiga e evitar áreas construídas.
8.15.1.3.5 Condições meteorológicas – ocorrência de tempo presente. Caso o salto seja realizado em massa d’água
as condições das marés, ondas, correntes e estado do mar devem ser consideradas.
8.15.1.3.6 Obstáculos - toda área de pouso deve ser livres de obstáculos. As distâncias mínimas do centro do alvo
aos obstáculos determinam a utilização da área considerada pelas categorias de saltadores, da seguinte forma:
8.15.1.4 Nos saltos de adestramento em massa d’água deve ser previstos botes de resgate para reorganização
dos saltadores, o ideal é que se use um bote por saltador. Equipamentos especiais devem ser utilizados nesse tipo
de atividade (coletes salva-vidas; nadadeiras, faca ou canivete, Life Preserver, Underarm - LPU). Vale ressaltar que a
profundidade da área de pouso não deve ser menor que 3m.
2-142
8.15.1.5 Para lançamentos em que os paraquedistas infiltrarão com seus velames abertos sobre extensas massas
de água ou de vegetação densa (selva amazônica), os valores de deslocamento do velame obtidos com os cálculos
do HAHO/HALO podem ser degradados em até 30%, principalmente no trecho situado abaixo de 4.000ft de altura.
Isso se deve a elevada umidade nessas áreas e aos efeitos por ela gerados na performance do velame. Com isso o
MSL pode ajustar o fator de segurança na chegada sobre o alvo.
8.16.1 GENERALIDADES
8.16.1.1 Operacionalmente é o salto mais indicado, pois, devido à baixa visibilidade, permite que as equipes se
infiltrem no terreno inimigo com a menor possibilidade de serem vistas, aumentando o sigilo. Esse tipo de
infiltração proporciona maior surpresa e segurança. No entanto, infiltrações noturnas exigem muita habilidade
individual, um plano tático bem elaborado e equipes adestradas.
8.16.1.2 Algumas características do salto noturno devem ser consideradas para fins de planejamento e
adestramento:
8.16.1.3.1 Os pontos da bússola devem ser iluminados antes da decolagem para o salto noturno.O líder deverá
possuir uma identificação visual que o diferencie dos demais e facilite sua identificação.O uso de Óculos de Visão
Noturna (OVN) traz benefícios significativos para o saltador, pois aumenta a consciência situacional do
paraquedista nas diversas fases do salto, no entanto ocorre uma diminuição do campo de visão do saltador o que
pode gerar dificuldades. Nos saltos do tipo HALO o OVN deve estar rebatido para cima e travado, somente após a
abertura do paraquedas é que o saltador passa a utilizá-lo. O saltador deve ter especial atenção no momento do
comandamento, pois o uso do OVN pode ocasionar uma pane conhecida como “ferradura”. O OVN deve ser ligado
no comando de “Levantar, verificar equipamento!”.
8.16.1.3.2 Os óculos de visão noturna devem ser focados no infinito para proporcionar maior clareza durante a
navegação.
8.16.1.3.3 A tripulação deve ser informada da necessidade de adaptação dos saltadores a baixa luminosidade
desde o embarque até o salto (ex: utilização de luz vermelha).
8.16.1.3.4 Após o comandamento, no salto HAHO, o saltador deverá fazer cheque visual no seu velame
rapidamente. Após isso,deverá se orientar (terreno/console) seguindo a proa correta de navegação, colapsar o
slider, e só então fazer o cheque funcional.
8.16.1.3.5 O uso de oxigênio durante toda a infiltração melhora a visão noturna do saltador e, portanto, é
recomendado.
8.16.1.3.6 Quando estiver próximo a navegação final (1.000ft), caso seja necessário, o saltador deve fechar o
console de navegação para que as luzes não o façam perder a noção de profundidade, com isso,atrapalhar o pouso.
8.16.1.3.7 Deve-se ter cuidado para não liberar as mochilas,com material sensível ao impacto,longe do solo.Por
ocasião do pouso, principalmente quando o vento estiver fraco, deve-se tomar o máximo de cuidado na execução
do flair e estar em condições de executar o pouso utilizando a técnica dos 5 pontos.
8.17.1.1 Os elementos da Força Aeroterrestre (F Aet) poderão ser empregados em ambientes operacionais com
características peculiares. Essa situação exige táticas, técnicas e procedimentos (TTP) específicos para o
cumprimento de sua missão.
8.17.1.2 Os ambientes com características especiais no território brasileiro estão divididos nos seguintes tipos: de
selva, caatinga, de pantanal e de montanha. No entanto, podem acontecer que em uma mesma região coexistam
mais de um ambiente, tais como: selva com montanha, área alagada em região de selva etc.
8.17.1.3 As características fisiográficas (cobertura vegetal variável, aspectos do relevo e hidrografia) impactam
diretamente no emprego das F Aet em missões que utilizam o salto livre como meio de infiltração.
8.17.2.1 O ambiente operacional de selva possui algumas características que implicam diretamente nas
operações militares e particularmente no emprego do SLOp. A densa cobertura vegetal, falta ou precariedade das
vias de transporte terrestre e/ou aquática, imprecisão das cartas topográficas ou a indisponibilidade delas, a
instabilidade meteorológica com mudanças repentinas das condições do tempo e as grandes distâncias envolvidas
dificultam as operações. Assim, dependendo da situação, um lançamento Aet pode ser justificado, porém existe a
necessidade de se elaborar planos de contingência.
8.17.2.2 A densa cobertura vegetal, as constantes precipitações ao final da tarde e a formação de neblina ao
amanhecer dificultam a realização de navegação por contato visual com o solo e a identificação de acidentes do
terreno.Dessa maneira cresce de importância a utilização dos instrumentos de navegação quando se realiza
navegação com velame aberto.
8.17.2.3 O lançamento livre requerer áreas de salto de dimensões mais reduzidas e emprega paraquedas
dotados de recursos adicionais de dirigibilidade, permitindo o desembarque de pequenos efetivos sem as restrições
do lançamento semiautomático.
8.17.2.4 O desembarque por lançamento aéreo é dificultado pela baixa disponibilidade de terreno adequado
para pouso devido à cobertura da floresta e às ondulações do terreno. As opções limitam-se a: áreas desmatadas,
normalmente localizadas a cavaleiro de eixos terrestres, eixos fluviais e de localidades, clareiras de dimensões
mínimas compatíveis com o escalão a lançar, rios e suas praias (em época de vazante), e aeródromos e pistas de
pouso.
8.17.2.5 As áreas de pouso aquáticas selecionadas sobre rios de maior largura e moderada velocidade de
corrente prestam-se melhor ao desembarque por salto, seja livre e/ou semiautomático.
8.17.3.1 O ambiente operacional de caatinga, afloramentos rochosos e as serras exigem maior cautela quanto à
segurança da navegação e do pouso.
8.17.3.2 A caatinga rala possui predominância de áreas descampadas, árvores isoladas e vegetação bem dispersa,
oferecendo assim amplas possibilidades para o lançamento aéreo de pessoal e de material.
8.17.3.3 A caatinga média é marcada por um maior adensamento da vegetação e pela existência de algumas
clareiras em seu interior, admitindo assim o lançamento aéreo de material e de pequenos efetivos.
8.17.3.4 A caatinga fechada apresenta grande densidade da vegetação, muitas vezes requerendo a abertura de
picadas para permitir o deslocamento terrestre. É menos permeável que a floresta virgem da área de selva.
2-144
Inviabiliza o lançamento de material, mas permite o lançamento livre de equipes especializadas, desde que sejam
respeitadas as dimensões de área de pouso.
8.17.4.1 A cobertura vegetal é bem menos densa e mais esparsa do que na selva, com isso se atenuam as
restrições operacionais apresentadas na área de selva.
8.17.5.3 Tendo em vista a alta declividade do terreno, o desembarque de paraquedas fica dificultado, com isso,
faz-se necessário que o lançamento aéreo seja realizado sobre áreas delimitadas em vales, platôs, altiplanos ou
chapadas.
CAPITULO IX
9.1 INTRODUÇÃO
9.1.1 Meteorologia é a ciência ou área da física que estuda a atmosfera e seus fenômenos, possuindo diversas
ramificações. De estudo extremamente complexo, seu desenvolvimento se deu após a construção do barômetro e do
termômetro. Após a construção do barômetro seus observadores notaram a íntima relação entre suas leituras e o
2-145
estado do tempo. O ramo da meteorologia aplicada à atividade de salto livre é a Meteorologia Aeronáutica, que é
voltada para a economia e segurança do vôo.
9.1.2 Todos os movimentos da região da atmosfera dentro da qual voamos, a troposfera, são determinados pelas
interações entre micro e macroclima.
9.1.3 Lembramos que meteorologistas profissionais dispõem de dados fornecidos inúmeras vezes ao dia por sondas,
satélites, estações meteorológicas, radares e, mesmo assim, não têm 100% de exatidão nas previsões feitas com mais
do que algumas horas de antecedência.
9.1.4 Atualmente, todos os fenômenos que ocorrem na atmosfera terrestre são relatados em vários documentos que
visam orientar, com segurança, o aeronavegante.
9.1.6 De todos os documentos meteorológicos, os códigos METAR, SPECI, TAF e a carta SIGWX PROG são os mais
importantes para o Mestre de Salto Livre por servirem de subsídio para o planejamento e a execução das missões de
salto livre.
9.1.7 O NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) é uma seção do Departamento de Comércio dos
Estados Unidos responsável por promover a administração do meio-ambiente, em nível global, com ênfase para os
recursos atmosféricos e marinhos. Através das informações fornecidas por este órgão é possível obter informações
imprescindíveis para o planejamento de uma infiltração HAHO ou HALO. Nos capítulos 7 e 8 deste manual encontram-
se um passo a passo de como utilizar esta ferramenta para fins operacionais.
9.1.8 Veremos alguns conceitos e fundamentos, além de suas relações para entender melhor o desenvolvimento das
condições meteorológicas. Isso nos possibilitará detectar com suficiente antecedência alterações nas condições
meteorológicas ou aproximação de condições adversas.
9.2.1 Atmosfera
9.2.1.1 A atmosfera terrestre é uma camada de gases que envolve a Terra e é retida pela força da gravidade. Esta
aquece a superfície terrestre por meio da retenção de calor (efeito estufa) e reduz os extremos de temperatura entre
o dia e a noite.
9.2.1.2 O ar seco contém, em volume, cerca de 78,09% de nitrogênio, 20,95% de oxigênio, 0,93% de argônio, 0,039%
de gás carbônico e pequenas quantidades de outros gases. O ar contém uma quantidade variável de vapor de água,
em média 1%.
9.2.1.3 A atmosfera padrão é aquela onde a pressão ao nível do mar é de 1013,2 mb ou 760 mmHg, a temperatura ao
nível do mar é de 15°C e o gradiente térmico é de 2° C para cada 1.000 ft de variação na altitude. Inúmeros fatores
2-146
influenciam nas condições atmosféricas, sendo assim, os valores considerados para uma atmosfera padrão somente
serão utilizados na falta de dados mais precisos.
9.2.2.1 Quando falamos em altitude, esta compreende a distância vertical de um determinado ponto no espaço ao
nível do mar. Já a altura é a distância vertical entre um determinado ponto no espaço ao solo.
9.2.3.1 Pressão atmosférica é a pressão exercida pela atmosfera sobre a superfície. Se a força exercida pelo ar
aumenta em um determinado ponto, consequentemente a pressão também aumentará.
9.2.3.2 A pressão atmosférica é medida por meio de um equipamento conhecido como barômetro. Essas diferenças
de pressão têm uma origem térmica, estando diretamente relacionadas com a radiação solar e os processos de
aquecimento das massas de ar. As unidades utilizadas são: milímetros de mercúrio (mmHg), atmosfera (atm), milibar
(mbar) e hectopascal (hPa), sendo esta última a mais comumente utilizada.
9.2.3.3 A pressão atmosférica é inversamente proporcional à altitude, sendo assim, à medida que ganhamos altitude,
a pressão atmosférica diminui e, conforme perdemos altitude, a mesma aumenta.
9.2.3.4 QFE é a pressão num dado local. Sua definição é “a pressão da Estação (Meteorológica) ou do nível da pista”. É
como pegar um barômetro nas mãos e ler a indicação do mesmo. Essa é a pressão que deve ser utilizada,
preferencialmente, no Cypress Militar.
9.2.3.5 QNH é a pressão da Estação ou do nível da pista reduzido ao nível do mar, segundo a variação da pressão
padrão (ISA), que diz que, a cada variação de 30 ft de altura, a pressão varia em 1 hpa. Em outras palavras, é o QFE
reduzido até o nível do mar.
2-147
(Fig. 9-2 Pressão QNH)
9.2.3.6 QNE é a pressão registrada quando o altímetro está ajustado para a pressão padrão ao nível do mar (1013,2
hPa) e utiliza a tabela ISA para as variações de altitude/pressão. Essa medição não corrige os erros causados pelas
variações de temperatura, latitude, umidade, etc e é utilizada pelas aeronaves nos vôos de rota, após atingir a altura
de transição (3000ft).
9.2.3.6 QFF toma como referência inicial a pressão da estação ou do nível da pista, mas reduz a pressão até o nível do
mar (MSL) de acordo com comportamento da atmosfera real, e não padrão (ISA). Sabemos que a constante adotada
pela ISA é de 30 ft para cada hPa, mas nem sempre é assim na atmosfera real, onde vários fatores poderão influenciar
nesta variação.
2-148
9.2.4 Ventos
9.2.4.1 O vento é o ar em movimento. Estes são originários das desigualdades de pressão num mesmo nível e em
lugares diferentes (ocorrem principalmente devido às desigualdades de temperatura), tendendo a soprar sempre de
uma área de alta para uma área de baixa pressão. Os principais fatores que determinam as variações de temperatura
sobre a superfície da Terra, originando os ventos, são os movimentos de rotação e translação do planeta, que fazem
com que todas as regiões passem por um ciclo ininterrupto de aquecimento e resfriamento, conforme a incidência
dos raios solares durante a alternância dos dias, noites e estações do ano.
9.2.4.3 Quando em poucos minutos ocorre um aumento repentino da velocidade do vento, mas que não persiste,
esse fenômeno recebe o nome de rajada. Para os boletins meteorológicos, será considerado como rajada a variação
na continuidade do vento igual ou superior a 10 nós (Kt), em um intervalo de 20 segundos, durante uma observação
de 1 minuto. Já para o salto de tropa, rajada é a variação na continuidade do vento igual ou superior a 4 nós (Kt), em
um intervalo de 10 segundos, durante uma observação de 1 minuto.
9.2.4.4 Para fins meteorológicos (METAR, TAF, cartas dos ventos, etc), a direção do vento é dada em relação ao Norte
Verdadeiro (NV). Já para fins de tráfego aéreo e lançamento do MSL, será fornecida em relação ao Norte Magnético
(NM).
9.2.4.5 O movimento do ar se comporta de maneira específica em determinadas regiões. No litoral, durante o dia, a
terra se aquece mais rapidamente do que a água e o aquecimento do ar acima dessa superfície resulta em uma baixa
pressão que passa a ser ocupada pelo ar que vem do mar, região de mais alta pressão, gerando o vento mar/terra,
conhecido como brisa marítima. O espaço deixado aberto no mar é preenchido por ar que circula vindo de outra
região, normalmente da terra em altitude. À noite, o continente se resfria mais rapidamente que o mar e os ventos
tendem a circular em direção contrária, isto é, da terra para o mar, formando a brisa terrestre. Nas colinas e nos vales
ocorre também algo parecido: o ar em contato com o solo é aquecido e sobe as encostas. À noite, o processo se
2-149
inverte e o ar, já mais frio, desce os vales. Cabe ressaltar que o vento sopra sempre de uma região de alta pressão
para uma região de baixa pressão.
9.2.4.7 A turbulência térmica resulta do movimento convectivo do ar causado pelo aquecimento da superfície local
ou por uma massa de ar fria se movendo sobre uma superfície aquecida ou sobre a água.
9.2.4.9 A turbulência frontal ocorre quando a massa de ar é elevada por outra massa de ar com temperatura e
densidade diferente.
9.2.4.10 A velocidade do vento pode ser medida com anemómetros, anemógrafos, biruta, anemoscópio,
anemômetros digitais, etc. Em algumas ocasiões o observador poderá não dispor de instrumentos para fazer a leitura
do vento e, a fim de não deixar de prestar esta informação, deverá fazer uma estimativa do vento existente,
utilizando como referência objetos leves como: bandeira, fumaça, galhos. Outro meio auxiliar para a estimativa do
vento é a Escala de Beaufort.
2-150
A direção dada pelo desvio da Mar encrespado com
Quase calmo Bafagem 1 a 3 Kt
fumaça e não pelos cata-ventos pequenas rugas
Vento nas faces, folhas das Ondulações de 30 cm com
Brisa leve Aragem 4 a 6 Kt
árvores agitadas de leve. cristas, mas arrebentação.
Folhas e pequenos arbustos em Grandes ondulações de 60 cm
Vento fresco Fraco 7 a 10 Kt
agitação, bandeiras se estendem. e arrebentação. Carneiros
Vento Poeira e pedaços de papel Pequenas vagas de 1,5 m com
Moderado 11 a 16 Kt
moderado levantados frequentes carneiros
9.2.4.11.1 Seus ventos podem alcançar velocidades superiores a 270kt e suas dimensões vão de 1.600km a 4.800km
de extensão, 160km a 650km de largura e de 4800km a 11200km de espessura.
9.2.5 Temperatura
9.2.5.1 A quantidade de energia emitida pelo sol praticamente não se altera, sendo assim, o aquecimento da
superfície terrestre é diferente devido a alguns fatores, tais como: inclinação da terra, movimento de rotação e
translação, latitude, longitude, proximidades com corpos d’água, circulações oceânicas, etc.
9.2.5.2 É importante saber que o ar, por ser transparente, não é aquecido diretamente pelos raios solares. O sol
aquece o solo e o ar que está em contato com este é aquecido de baixo para cima, esse é um dos motivos da
temperatura diminuir com o aumento da altitude. A temperatura diminui aproximadamente 2º C a cada 1.000 ft de
altitude que ganha.
9.2.5.3 A temperatura sentida pode ser diferente daquela medida no ambiente devido ao efeito da sensação térmica,
que varia com: características do isolamento térmico, fisiologia (atividades, idade e saúde), condições atmosféricas
(exposição à radiação solar, vento, etc).
9.2.5.4 Dias com ventos calmos produzem maior amplitude térmica, porque há menos troca de calor entre as
camadas. Já com relação à umidade, quanto mais seco estiver o ar, maior a amplitude térmica.
2-151
9.2.6.1 A umidade relativa do ar (UR) é uma medida para quantificar o vapor d’água presente na atmosfera. É definida
como a razão entre a quantidade de vapor existente na atmosfera e a quantidade de vapor que saturaria essa
atmosfera (para uma determinada temperatura e pressão). Ou seja, UR 50% equivale à metade do vapor d’água
necessário para atingir a saturação, já a UR 100% corresponde ao ar saturado.
9.2.6.2 Cabe ressaltar que a maioria do vapor d’água é encontrado abaixo de 30.000 ft acima do nível do mar e que a
quantidade de vapor d’água está diretamente relacionada com a temperatura (quanto maior a temperatura do ar,
maior sua capacidade de reter vapor d’água).
9.2.6.3 O ponto de orvalho designa a temperatura na qual o vapor de água presente no ar ambiente passa ao estado
líquido na forma de pequenas gotas por via da condensação, o chamado orvalho, que possui relação com direta com a
Umidade Relativa. Se a temperatura ambiente for igual à temperatura do ponto de orvalho, então UR é igual a 100%.
Sendo assim, quanto mais próximos os valores da temperatura do ar e do ponto de orvalho, maior a umidade relativa
do ar, consequentemente, maior a probabilidade de precipitação.
9.2.7 Visibilidade
9.2.7.1 É definida como o maior alcance visual sem auxílio ótico. Os tipos de visibilidade reportados nos boletins
meteorológicos são: horizontal, vertical, obliqua, predominante e mínima.
9.2.7.2 A visibilidade horizontal é medida paralelamente a superfície, tendo o centro como ponto de observação.
Quando menor que 50m é registrada como 0000 nos boletins meteorológicos.
9.2.7.3 A visibilidade vertical, também conhecida como teto, é medida de baixo para cima, perpendicularmente à
superfície e é dada de 30 em 30 metros ou em centenas de pés.
9.2.7.4 A visibilidade oblíqua é medida segundo um ângulo de descida de uma pista, sendo aquela observada da
aeronave ao solo.
9.2.7.5 A visibilidade predominante é a visibilidade horizontal tomada como referência e que predomina na maior
parte dos 360° do horizonte.
2-152
(Fig. 9-8 – Carta de visibilidade)
9.2.7.8 Os elementos redutores de visibilidade são classificados como hidrometeoros, quando gerados por vapor
d’água (chuva, chuvisco, neve, granizo, nevoeiros, névoa úmida, nuvens, etc), e litometeoros, quando formados por
partículas sólidas microscópicas em suspensão (carvões, microorganismos, sais, poeiras, etc).
9.2.8 Frentes
9.2.8.1 Frente é a superfície limitada entre duas massas de ar com características diferentes (umidade, temperatura).
No limite entre essas massas de ar se processam a transferência de calor entre uma e outra e uma quantidade
considerável de fenômenos meteorológicos denominados de frontais (variações abruptas de temperatura e umidade
do ar, ventos mais fortes que mudam de direção, e, em geral, a presença de nebulosidade e precipitação).
Dependendo da heterogeneidade das massas envolvidas e do teor de umidade delas, esses fenômenos podem ser
mais ou menos violentos.
9.2.8.2 Frente fria ocorre quando uma massa de ar frio avança em direção a uma região ocupada por ar mais quente.
Esta se desloca mais rápido que as demais frentes e produzem condições de tempo mais severas, com maiores
gradientes de temperatura e ventos mais fortes. As precipitações são mais intensas, mas menos duradoura, além de
serem regiões de baixa pressão.
9.2.8.3 A Frente quente ocorre quando uma massa de ar quente se move em direção a uma superfície dominada por
uma massa de ar mais frio, onde o ar frio recua, permitindo o avanço do ar quente. Esta se desloca mais devagar que
a frente fria.
9.2.8.4 A Frente estacionária ocorre quando não há avanço nem do ar frio nem do ar quente (uma frente perde
velocidade e seu deslocamento é desprezível). Por vezes, uma frente estacionária pode permanecer por vários dias
sobre uma região. Os ventos de superfície tendem a soprar paralelamente à frente (nenhuma massa desloca a outra).
As condições encontradas nas frentes estacionárias são semelhantes as da frente quente, porém com menor
intensidade.
9.2.8.5 A Frente oclusa Ocorre quando uma frente fria alcança uma frente quente e o ar quente entre as frentes é
elevado da superfície até haver uma completa oclusão. As condições do tempo geradas são uma combinação das duas
2-153
frentes (fria e quente). Existem dois tipos de oclusão: oclusão fria (frente fria permanece na superfície) e oclusão
quente (frente quente permanece na superfície).
9.2.9.1 Existem vários tipos de observação, onde são coletados os dados para a confecção dos diversos
produtos meteorológicos disponíveis. Estes são divididos em: observação de superfície, de ar superior,
marítimas, por aeronaves e por satélite.
9.2.9.2.1 São mais de 11.000 estações meteorológicas distribuídas pelo globo e estas são identificadas de
acordo com o lugar que se situam.
Ex: Aeroporto=METAR, navio= SHIP, demais estações convencionais=SYNOP
9.2.9.2.2 Podem ser convencionais (possui técnico responsável pela leitura dos instrumentos) ou
automáticas (registrados automaticamente e guardado em computadores).
9.2.9.3.1 Registra as condições atmosféricas em altitude a até 30 km de altura, por meio de radiossondas
anexadas a balões. O Brasil possui aproximadamente 40 estações distribuídas entre o INMET,
Departamento de Controle de Espaço Aéreo (DECEA) e o Centro de Hidrografia da Marinha (CHM).
9.2.9.4.1 São plataformas em que sensores são instalados para obter imagens da superfície terrestre, não
necessitando de combustível para orbitar a terra e dividem-se em geoestacionários e polares. Os satélites
geoestacionários encontram-se a cerca de 35.800 km acima da linha do equador, com período de órbita ao
redor da terra igual ao do movimento de rotação. Os satélites polares circundam a Terra no sentido Norte-
Sul, passando pelos pólos ou próximos a eles e localiza-se a aproximadamente 850 km de altitude,
completando uma órbita ao redor da Terra em cerca de uma a duas horas.
9.2.9.4.2 O satélite responsável pela coleta das informações no território brasileiro pertence aos EUA e é
subordinado ao NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration).
9.3 NUVENS
2-154
9.3.1 Nuvens nada mais são do que a condensação ou sublimação de vapor d’água em altitudes acima da
superfície.
9.3.2 São consideradas como tais sempre que suas bases são encontradas acima de 30m de altura.
9.3.3 As nuvens são classificadas pelo seu aspecto físico, por sua constituição, seu estágio de formação e
seu gênero.
b) Cumuliformes: quando têm um desenvolvimento vertical em grande extensão. Normalmente são frutos
de ar instável, com movimento convectivo acentuado. Formam elementos isolados como blocos, sorvetes,
flocos ou torres e a precipitação surge forte em pancadas localizadas.
c) Cirriformes: ocorrem devido a movimentação forte de ventos, sempre em níveis muito elevados. Têm
aparência fibrosa, cirrosa e estriada.
a) Líquidas: formadas exclusivamente por vapor d’água condensado. Ocorrem, normalmente em alturas
baixas onde as temperaturas estão acima do ponto de solidificação da água.
b) Sólidas: formadas exclusivamente por cristais de gelo, ou seja, por vapor d’água ressublimado. São,
portanto, as nuvens que se formam em alturas elevadas, onde as temperaturas estão abaixo de 0º Celsius.
c) Mistas: formadas, ao mesmo tempo, por gotículas líquidas e sólidas. Este tipo de nuvem, normalmente,
possui um desenvolvimento vertical acentuado de tal forma que, a sua base está em nível baixo
(temperaturas superiores a 0º Celsius), e seu topo mais elevado em locais onde a temperatura está abaixo
do ponto de solidificação da água.
NOTA: A classificação neste estágio refere-se à altura das bases. Neste caso, não se considera o
desenvolvimento vertical.
9.3.3.4.1 O gênero ou família das nuvens, segundo o Atlas Internacional de nuvens, refere-se a uma
classificação onde uma dada nuvem só pode pertencer a um único gênero exclusivamente.
9.3.3.4.2 As nuvens foram distribuídas em dez gêneros fundamentais. Normalmente, os gêneros das
nuvens são abreviados por duas letras, segundo um critério internacional, onde a primeira letra,
necessariamente, deverá ser maiúscula.
2-156
Usualmente em rolos, ondulações ou neve.
massas redondas, frequentemente
regulares. Mistura turbulenta
abaixo da camada
Elementos aparecem na largura de três estável
dedos ou mais com o braço distendido
Nimbostratus
Principal nuvem
associada à
Camada cinza escura, geralmente cobrindo precipitação,
Ascensão espalhada
o céu ocasionam chuvas
não muito fortes,
mas duradouras
2-157
Sol brilha fracamente (como se através de um
vidro)
Denso o suficiente para ocultar o sol ou a lua
2-158
9.3.3.4.6.1 Nuvens de desenvolvimento vertical normalmente tem suas bases abaixo de 6500ft de altura e
seu topo pode chegar acima de 60000ft de altura. Estas resultam de movimentos convectivos do ar ou
elevação do ar por conta do encontro de frentes. São nuvens que geram grande turbulência em seu interior
e arredores e, quanto maior a velocidade de desenvolvimento dessas nuvens, maior a turbulência. São
extremamente perigosas para os paraquedistas.
9.3.4 “Nuvens de significado operacional são aquelas com altura da base abaixo de 1.500 metros (5.000
ft) ou abaixo da altitude mínima do setor mais elevado, destes valores o maior, ou nuvens Cumulonimbus
(CB) ou Cumulus congestus (TCU), em qualquer altura.” (FCA 105-3).
NOTA: Além dos elementos citados, o METAR ainda pode apresentar informações suplementares,
destinadas à divulgação internacional, somente quando houver:
METAR
9.4.2.2.4 Terceira e quarta letra - conforme identificação do ROTAER (Publicação Auxiliar de Rotas
Aéreas).
EXEMPLO: SBAF (Afonsos), SBGL (Galeão), SNTE (Sete Lagoas), SSEG (Estância da Gruta).
9.4.2.4.3 RAJADA - sempre que houver uma variação significante da intensidade do vento médio, acima de
10kt, esta será informada. Ex: 31015G26KT
9.4.2.4.4 Vento calmo - velocidade inferior a 1 kt, é codificado 00000, seguida, sem espaço, pela
abreviatura KT. Ex: 00000KT
b) Variação entre 60º e 180º, exclusive, com velocidade média maior ou igual a 3kt:
Ex: 31005KT 280V350
c) Variação entre 60º e 180º, exclusive, com velocidade média inferior a 3kt:
Ex: VRB02KT
9.4.2.4.6 Vento de 100kt ou mais serão precedidos da letra P e informados como P99KT.
9.4.2.5 Visibilidade
9.4.2.5.2 Além da visibilidade predominante, será informada a visibilidade mínima e sua direção
geral em relação ao aeródromo, indicando um dos pontos cardeais ou colaterais, quando esta for
diferente da visibilidade predominante e:
9.4.2.5.3 Quando for observada visibilidade mínima em mais de uma direção, será informada a
direção mais importante para as operaç es.
9.4.2.5.5 Quando a visibilidade horizontal não for a mesma em diferentes direç es, variando
rapidamente, e a visibilidade predominante não puder ser determinada, será utilizado informada a
visibilidade mínima, sem indicação da direção.
9.4.2.6.2 Durante os períodos em que a visibilidade horizontal ou o alcance visual na pista (RVR),
no caso de uma ou mais cabeceiras disponíveis para pouso, for inferior a 2.000 metros, um ou
mais grupos deverão ser incluídos no informe. O grupo é formado pela letra R, seguida do
designador de pista DRDR e de uma barra (/), seguida do RVR em metros.
Ex.: R10/1100 (RVR na pista 10, 1.100 metros)
9.4.2.6.3 O valor de 50 metros é considerado como o limite inferior e o valor de 2.000 metros como
o limite superior para as avaliaç es do alcance visual na pista.
9.2.2.6.4.1 Quando a visibilidade no aeródromo for menor que 2.000 metros e o valor do RVR for
maior que o máximo que pode ser medido, será informado como P2000.
Ex.: R10/P2000 (RVR na pista 10, maior que 2.000 metros)
9.4.2.6.4.2 Quando o RVR for menor que o mínimo valor possível de ser medido, será informado
como M0050.
Ex.: R10/M0050 (RVR na pista 10, menor que 50 metros)
9.4.2.7.1 Quando existir um fenômeno a ser reportado, o tempo presente será codificado
considerando cada coluna da Tabela 4678 (Anexo L).
Ex.:
existe trovoada...................... TS
com precipitação................... RA
é forte ................................... +
a codificação resulta em: ..... +TSRA
9.4.2.7.3 Se forem observados mais de um fenômeno, serão codificados grupos separados, até o
máximo de três. No entanto, se for observada mais de uma forma de precipitação, serão
2-162
combinadas num único grupo com o tipo de precipitação predominante reportado na frente, como
nos exemplos a seguir:
a) mais de um fenômeno:
- chuvisco leve e nevoeiro são codificados -DZ FG; e
NOTA 2: Quando for utilizado um sistema automático de observação e o tipo de precipitação não
puder ser detectado por este sistema, será utilizada a abreviatura UP (un no n precipitation) para
informar a precipitação e, se necessário, combinada com um destes descritores: FZ, SH e TS.
Ex.: FZUP
a) fumaça (FU), névoa seca ( ), areia (SA), exceto areia flutuante (DRSA), e poeira extensa (DU)
serão reportados somente quando a visibilidade horizontal predominante tenha se reduzido a
5.000 metros ou menos;
d) névoa úmida (BR) será reportada quando a visibilidade horizontal predominante for reduzida
por gotículas d água ou cristais de gelo para 1.000 metros ou mais, até 5.000 metros, inclusive;
e) nevoeiro (FG) será reportado quando a visibilidade horizontal predominante for reduzida por
gotículas d água ou cristais de gelo, para menos de 1.000 metros;
f) nevoeiro baixo (MIFG) será informado quando a visibilidade aparente através da camada de
nevoeiro for menor que 1.000 metros e a visibilidade acima de 2 metros do solo for de 1.000
metros ou mais;
g) bancos de nevoeiro (BCFG) e nevoeiro parcial (PRFG) serão informados quando parte do
aeródromo estiver coberta, a visibilidade aparente através da camada de nevoeiro for menor que
1.000 metros e o nevoeiro se estender até 2 metros acima do nível do solo;
h) granizo (GR) será usado somente quando o diâmetro dos maiores granizos observados for de 5
mm ou mais. A abreviatura GS será utilizada para indicar granizos pequenos (diâmetro inferior a 5
mm) e/ou pelotas de neve;
2-163
i) o qualificador F é usado para informar gotas de água ou precipitação em estado de
congelamento, podendo ser acompanhado dos seguintes fenômenos: FG, D ou RA. Todo
nevoeiro constituído predominantemente por gotículas d’água a temperaturas inferiores a 0º nC é
informado como nevoeiro congelante (FZFG), depositando escarcha ou não;
m) a abreviatura SQ será usada para informar tempestades quando for observado um aumento
brusco na velocidade do vento de 16 kt, pelo menos, e esta atingir 22 kt ou mais, permanecendo,
pelo menos, por 1 minuto.
9.4.2.8.1 A quantidade das nuvens é obtida visualmente por estimativa em oitavos e codificadas da
seguinte maneira:
9.4.2.8.2 A codificação das nuvens será da mais baixa para a mais alta.
9.4.2.8.3 Os três últimos algarismos indicam a altura da base da nuvem em centenas de pés,
utilizando-se incrementos de 100 pés (30 metros) até o limite de 10.000 pés (3.000 metros).
Ex: METAR ...+RA FEW005 BKN050 SCT100...
9.4.2.8.4 Com o céu obscurecido, devido a fenômenos como nevoeiros, névoas, precipitações ou
tempestades, será usado o grupo de visibilidade vertical (VV).
2-164
EXEMPLO: VV001
9.4.2.8.6 CAVOK (Ceiling And Visibility OK): é utilizado no METAR em substituição a visibilidade, RVR,
tempo presente, nuvens e visibilidade vertical, desde que ocorram, simultaneamente, as seguintes
condições:
9.4.2.8.7 Quando não houver nuvens de significado operacional e nenhuma restrição à visibilidade
vertical, e o uso da abreviatura CAVO não for apropriado, será usada a abreviatura NSC (Nil
Significant Cloud).
9.4.2.8.9 Quando forem ouvidos trov es ou detectados raios e relâmpagos, mas não for possível
determinar a quantidade e a altura de nuvens CB em virtude de céu obscurecido ou céu encoberto
por camada de nuvens muito baixa, a codificação será //////CB.
9.4.2.9.1 São representados em graus Celsius inteiros. Os valores situados entre +9º e -9º serão
precedidos de zero e as temperaturas negativas precedidas por (M).
Ex:
METAR . . . SCT100 20/18. . .
METAR. . . OVC003 M03/M05. . .
METAR. . . FEW010 09/05. . .
9.4.2.10.1 Será informado na unidade Hpa (Hectorpascal) em valores inteiros, com 4 algarismos e
precedidos da letra Q.
Ex: METAR. . .20/15 Q1021
9.4.2.10.2 Se o valor do QN for inferior a 1.000 hPa, será precedido por 0 (zero).
Ex.: QN de 5, hPa é reportado como Q0995.
9.4.2.11.1 Destinada à divulgação internacional, esta seção será utilizada somente quando houver:
2-165
c) informaç es sobre a temperatura da superfície do mar, estado do mar ou altura das ondas; e
d) estado da pista.
a) precipitação congelante;
b) precipitação moderada ou forte (inclusive pancadas);
c) neve soprada;
d) tempestade de poeira ou tempestade de areia;
e) trovoada;
f) nuvem(ns) funil (tornado ou tromba d água); e
g) cinzas vulcânicas.
Ex.: Entre 0920Z e 0930Z, ocorreu chuvisco moderado, mas na hora da observação ocorre
trovoada com chuva forte. codificado REDZ como tempo recente.
METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000 +TSRA FEW005
FEW010CB SCT018 BKN025 10/03 Q0995 REDZ
NOTA 2: Quando for utilizado um sistema automático de observação e o tipo de precipitação não
for detectado por este sistema, será utilizada a abreviatura REUP para informar precipitação
recente ou esta abreviatura combinada com uma dessas características: FZ, SH e TS.
Ex.: REFZUP
Ex.: METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000 +TSRA FEW005
FEW010CB SCT018 BKN025 10/03 Q0995 REDZ WS R10
2-166
9.4.2.11.4.1 No METAR abaixo, a temperatura da superfície do mar é de 15ºC (quinze graus
Celsius) e o estado do mar é agitado, com ondas que variam de 2,5 a 4 metros de altura.
METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000 +TSRA FEW005
FEW010CB SCT018 BKN025 10/03 Q0995 REDZ W15/S5
NOTA: O estado do mar é reportado de acordo com as descriç es da Tabela 3 00 da ICA 105-1
“Códigos Meteorológicos”.
METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000 +TSRA FEW005
FEW010CB SCT018 BKN025 10/03 Q0995 REDZ W15/H020
Exemplo decodificado: Na pista 0 , existe de 11 a 25 da pista coberta por neve seca, com 15
mm de profundidade do depósito, em que o coeficiente de frenagem da pista é bom.
NOTA 3: Se numa única pista ou em todas as pistas de um aeródromo detritos tiverem deixado de
existir, estes serão informados, substituindo-se os últimos seis dígitos do grupo por “CLRD ”.
9.5.1 Informe meteorológico especial de aeródromo. Utilizado para a descrição completa das condições
meteorológicas quando ocorrer uma ou mais variações significativas nas condições meteorológicas entre os
intervalos das observações regulares.
Ex:
SPECI SBGR 201630Z 30020G40KT 0300 +TSRA SCT010 BKN030 18/18 Q1005
2-167
SPECI SBGL 020825Z 06002KT 0450 R10/1000D FG VV002 19/19 Q1020
9.6.1 Terminal Aerodrome Forecast (TAF) é o nome do código para uma previsão de aeródromo. É
uma descrição completa das condiç es meteorológicas previstas em um aeródromo durante o
período de validade, incluindo qualquer mudança considerada significativa para as operaç es
aéreas. Contém informaç es específicas apresentadas numa ordem fixa.
Ex: TAF SBPA 250900Z 251212 12008KT 2000 BR SCT005 OVC015 T20/24Z 610803 522309 BECMG 0406 34005KT 0300
FG VV003
a) GRUPOS DE IDENTIFICA O;
b) VENTO À SUPERF CIE PREVISTO;
c) VISIBILIDADE HORIZONTAL PREDOMINANTE PREVISTA;
d) TEMPO SIGNIFICATIVO PREVISTO;
e) NUVENS PREVISTAS (OU VISIBILIDADE VERTICAL PREVISTA, SE FOR O CASO);
f) TEMPERATURAS PREVISTAS;
g) GRUPOS DE MUDAN AS SIGNIFICATIVAS PREVISTAS; e
h) C DIGO DO PREVISOR QUE CONFECCIONOU A PREVIS O.
TAF
9.6.3.4.1 O período de validade do TAF é de 12 horas para atender ao planejamento operacional de voos
para aeródromos nacionais e de 24 ou 30 horas para aeródromos internacionais.
9.6.3.4.2 No Brasil, são confeccionados TAF com período de validade de 30 horas somente para
os aeródromos do Galeão (SBGL) e de Guarulhos (SBGR).
9.6.3.4.3 O TAF tem períodos de validade iniciando-se às 0000, 0600, 1200 e 1800 UTC.
2-168
9.6.3.4.4 Dia e hora de início do período de validade dia e hora de término do período de validade
– 1312/1412.
9.6.3.5 Grupos de vento à superfície previsto, visibilidade horizontal predominante prevista, tempo
significativo previsto e nuvens previstas ou visibilidade vertical prevista
9.6.3.6.1 Para indicar a previsão de temperaturas máximas e mínimas para a hora indicada são
utilizados os indicadores T , para a temperatura máxima prevista, e TN, para a temperatura
mínima prevista, seguido, sem espaço, pela temperatura.
9.6.3.6.2 Este grupo é utilizado para, dentro do período de validade do TAF, informar as
temperaturas máxima e mínima previstas, com as respectivas datas e horas de ocorrência,
conforme a ordem de ocorrência.
Ex: TAF SBPA 130530Z 1312/1412 31015G27KT 8000 RA FEW005 FEW015TCU SCT018
BKN025 TX28/1318Z TN20/1409Z
9.6.4.1 Grupo FM
9.6.4.1.1 Quando um conjunto de condições de tempo predominante for esperado mudar significativamente
para outro conjunto de condições, o grupo FM (FM = from (a partir de), seguido da data, hora e minutos da
ocorrência) será usado para indicar o início de uma parte independente da previsão.
9.6.4.1.2 Todas as condições predominantes, previstas dadas antes do grupo FM, são substituídas pelas
novas condições.
Ex: TAF SBPA 130530Z 1312/1412 31015G27KT 8000 RA FEW005 FEW015TCU SCT018 BKN025
TX28/1318Z TN20/1409Z FM131800 27017KT 4000 +TSRA FEW010CB BKN025
9.6.4.2.1 Os grupos BECMG indicam mudanças nas condições meteorológicas previstas, numa variação
regular ou irregular de tempo específico, dentro do período informado. Esse período normalmente não
excede de 2 horas e, em nenhum caso, pode exceder de 4 horas.
9.6.4.2.2 Este grupo é seguido por grupos que descreverão somente os elementos que são previstos mudar
significativamente. Entretanto, no caso da nebulosidade, todos os grupos de nuvens, incluindo a(s)
camada(s) significativa(s) que se prevê(eem) que não mudará(ão), são informados.
9.6.4.2.3 A não ser que outros grupos sejam usados, as condições dadas após BECMG são previstas
prevalecer a partir do término do horário previsto de mudança até o fim do período de validez do TAF.
Ex: TAF SBPA 130530Z 1402/1412 31015G27KT 8000 SHRA BKN025 TX28/1318Z TN20/1409Z BECMG 1400/1402 4000
BKN010
2-169
9.6.4.2.4 No TAF acima, as condições previstas para o período do dia 14, das 0200 às 1200 UTC são:
a) Vento – 31015G27KT;
b) Visibilidade – 4.000 metros;
c) Condições de tempo – pancada de chuva moderada; e
d) Nuvens – 5 a 7 oitavos com base a 1.000 pés.
9.6.4.3.1 Os grupos TEMPO indicam flutuações temporárias frequentes ou não para as condições meteorológicas que
podem ocorrer a qualquer momento durante o período.
9.6.4.3.2 As condições seguintes a estes grupos são esperadas durarem menos que uma hora em cada situação e, no
total, menos que a metade do período indicado pelo grupo.
Ex.: TAF SBCT 101030Z 1012/1112 24003KT 9999 SCT015 TX28/1018Z TN20/1109Z TEMPO 1018/1024 4000 +SHRA
BKN012
9.6.4.3.3 Este TAF exemplificado acima indica a previsão temporária de redução na visibilidade para 4.000 metros,
pancada de chuva forte e aumento de nebulosidade com redução na altura, entre 1800 e 2400 UTC, do dia 10.
9.6.4.3.4 Se uma flutuação temporária for prevista durar uma hora ou mais e/ou os períodos de flutuações somarem
a metade ou mais do período total, estas condições serão as predominantes e os grupos indicadores de mudança
BECMG ou FM serão usados.
9.6.4.4.1 Quando a confiança nos valores alternativos da previsão não for suficiente, mas o elemento previsto for
considerado significativo para as operações, os grupos PROB30 ou PROB40 serão usados. 30 ou 40 indicam a
porcentagem da probabilidade de ocorrência e somente pode ser de 30% ou 40%.
NOTA: O grupo PROB é sempre seguido pelo grupo horário ou pelo grupo de mudança TEMPO.
Ex 1: TAF SBPA 101030Z 1012/1112 27003KT 3000 BR SCT008 TX28/1018Z TN20/1109Z BECMG 1100/1102 1500 BR
BKN004 PROB30 1104/1106 0800 FG
Ex 2: TAF SBCT 101030Z 1012/1112 24003KT 9999 SCT015 TX28/1018Z TN20/1109Z TEMPO 1018/1024 4000 +TSRA
BKN010CB PROB40 TEMPO 1020/1022 TSRA
9.6.4.4.2 No 1º exemplo, o TAF mostra que poderá haver uma redução na visibilidade para 1.500 metros e um
aumento de nebulosidade, porém com decréscimo na altura da base, no período de 0000 a 0200 UTC, do dia 11,
permanecendo nestes valores até 1200 UTC; existindo uma probabilidade de 30% de ocorrência de nevoeiro
restringindo a visibilidade a 800 metros, no período de 0400 a 0600 UTC, do dia 11.
9.6.4.4.3 No 2º exemplo, o TAF mostra que poderá haver uma redução na visibilidade para 4.000 metros, devido à
ocorrência de trovoada com chuva forte, havendo um aumento de nebulosidade, porém com decréscimo na altura da
2-170
base e ocorrência de nuvens CB, no período de 1800 a 2400 UTC, do dia 10; existindo uma probabilidade de 40% de
ocorrência de trovoada com chuva moderada, no período de 2000 a 2200 UTC, do dia 10.
NOTA 1: Adota-se que, se a probabilidade de ocorrência for de 50% ou mais, a confiança é alta e os valores
alternativos serão indicados pelos grupos FM, BECMG ou TEMPO.
NOTA 2: O grupo TEMPO significa que flutuações poderão ocorrer num espaço de tempo menor que a metade do
período, não devendo ser confundido com a probabilidade de 30% ou 40%. Esse grupo indica que as flutuações
temporárias acontecerão; o grupo PROB indica que existe somente uma probabilidade de que elas ocorram.
9.6.5 RMK
A abreviatura RMK indica o início de um grupo incluído por decisão nacional, seguido de um trigrama que indica o
código do previsor que confeccionou o referido TAF.
Ex.: TAF SBCT 101030Z 1012/1112 24003KT 9999 SCT015 TX28/1018Z TN20/1109Z TEMPO 1018/1024 4000 +TSRA
BKN010CB PROB40 TEMPO 1020/1022 TSRA RMK FPS
9.7.1 São cartas onde estão representados todos os fenômenos previstos e considerados significativos
desde a superfície até o FL 630 (nível de 63000 Ft), divididas da seguinte forma: SFC/FL250 –
FL100/FL450 – FL250/FL630.
9.7.2 A primeira carta SFC/FL250 é elaborada pelo CNMA e abrangerá somente sua área de
responsabilidade, as demais serão elaboradas pelos Centros Mundiais de Previsão de Área (WAFC) de
Washington e Londres.
9.7.3 A carta prognostica de tempo significativo será confeccionada quatro vezes ao dia com os horários de
validade de 0000Z, 0600Z, 1200Z e 1800Z. O prazo máximo para divulgação dessas cartas pelo CNMA é
de 12 horas antes do horário de validade da mesma.
9.7.4 Cada carta tem um período de validade de 06 horas, 3 horas antes e 3 horas depois do horário
indicado na carta.
9.7.5 A simbologia utilizada nas cartas prognosticadas se encontra no Anexo M deste manual.
2-171
(Fig 9-15 - Carta SIGWX)
9.8 METEOROLOGIA APLICADA AOS PLANEJAMENTOS DAS MISSÕES DE SALTO LIVRE E SALTO
LIVRE OPARACIONAL
9.8.1 O Mestre de Salto Livre deve possuir a habilidade de interpretar os fenômenos meteorológicos de
forma a tomar decisões críticas com relação à infiltração a ser realizada. Ainda que com grande oferta de
informações meteorológicas e profundo estudo dos dados, o tempo ainda é uma ciência inexata.
9.8.2 A meteorologia fornece ao MSL a seguintes possibilidades: previsão do tempo para a operação;
tendência das condições meteorológicas (24, 48 e 72h) na área de atuação; cartas de previsão dos ventos
de camada; condições predominantes sobre determinada região, em determinado período, de acordo com
sua peculiaridade (montanhas, vales, desertos, litoral, etc); informações sobre atividades convectivas;
identificação de regiões de alta e baixa pressão; previsões de perigo contendo extensão e duração de
tempo que oferece risco a atividade (tornados, tempestades de raios, chuva forte, neve, formação de gelo,
ventos fortes, turbulência); fases da lua e sua influência nos diversos fatores de decisão para a operação;
imagens de satélite ou outra plataforma de imagem sobre a área operacional; análise digital do terreno na
rota da infiltração (linha de visada do pqdt em vários pontos); informações sobre a topografia próxima ao
2-172
Ponto de Abertura (PA); conhecimento de massas d’água na linha de infiltração (temperatura -performance
do velame), etc.
9.8.3 O estudo dos ventos de camada permite a identificação de fatores atmosféricos que afetam a
infiltração, obtendo informações sobre correntes de jato, correntes em níveis mais baixos e condições
extremas de temperatura (tabela de sensação térmica - Anexo N / Tabela de variação padrão).
9.8.3.1 A presença de corrente de jato sobre a região da infiltração pode ser um fator determinante para o
cancelamento de uma infiltração HAHO /HALO.
9.8.3.2 A direção do vento e sua intensidade prevista para o dia da infiltração podem fazer com que a
missão seja cancelada ou seja necessário a escolha de uma ZL alternativa, devido a alguns fatores:
presença de vegetação ou massa d’água na linha de infiltração, infiltração realizada em L próximas ao mar
(brisa marítima e terrestre), linha de infiltração próxima a vales e montanhas (podendo ser “suspenso” ou
puxado para baixo de acordo com a direção de movimento do ar), etc.
9.8.4 A turbulência influi principalmente nos momentos finais da navegação, sendo assim, o MSL deve dar
uma especial atenção na existência de fatores causadores de turbulência, tais como: terrenos Irregulares,
ávore isolada muito grande, linhas de árvores próximas ao local de pouso, áreas construídas, ondas, outros
velames e construções isoladas.
9.8.4.1 A intensidade da turbulência é afetada pela velocidade do vento e pelo formato da obstrução sobre
a qual o vento sopra para criá-la. Cabe ressaltar que é perigoso passar rápido por uma zona turbulenta,
sendo recomendado reduzir a razão de avanço de 25 a 50% (meio freio). Muito devagar, ou seja, mais do
que 50% (meio freio), também é perigoso, pois existe o risco do velame estolar ao receber uma rajada.
9.8.4.2 Quanto mais leve for o peso que o velame está transportando (saltador + equipamento), mais
suscetível à turbulência o velame será. Nas infiltrações HAHO, quando o ar está instável e há convecção
térmica, a turbulência pode alcançar até 6000 ft de altura.
9.8.4.3 Os efeitos da turbulência diminuem próximo ao solo, a menos que o pqdt esteja em contato direto
com o obstáculo que a gerou. Abaixo de 50 ft o pqdt sofrerá menor turbulência, mas deve estar com os
freios de 25 a 50% freado como precaução. Durante o flare a turbulência pode ocasionar um desvio lateral
do velame ou uma curva e essa curva pode ser agravada caso o pqdt esteja com maior peso conectado a
um lado do harness ao invés do centro de massa.
9.8.5 A neblina compromete a aproximação final do salto, sendo especialmente perigosa em ZL em locais
com baixa densidade do ar (taxa de descida maior), ventos calmos ou quando camufla obstáculos próximos
a ZL. Seus efeitos negativos podem ser compensados através da escolha do horário e do local onde os
fatores do tempo ajudem o pouso.
9.8.6 A formação de granizo pode não ser percebida no solo, pois pode derreter antes disso. Este pode
afetar a estrutura da aeronave em voo, do velame e equipamentos do pqdt. Normalmente, as condições
atmosféricas que permitem a formação de granizo, não são ideais para a infiltração com velame aberto.
9.8.6.1 Nessas condições, há formação de gelo nas bordas do velame, linhas de suspensão, slider, bem
como obstrução em algumas superfícies, como as costuras do velame, pilotinho e a bolsa do paraquedas.
O gelo aumenta o arrasto, diminuindo consideravelmente a razão de av anço do paraquedas e diminuindo a
sustentação, deformando o modelo aerodinâmico de velame.
2-173
9.8.7 É sabido que o ar se torna menos denso à medida que nos afastamos da superfície terrestre,
influenciando na performance do paraquedas, nos instrumentos que utilizam a pressão atmosférica e na
fisiologia humana (necessidade de oxigênio suplementar).
9.8.7.1 A variação diária na temperatura terrestre afeta consideravelmente a atmosfera da superfície até
4000 ft de altura. Durante uma infiltração noturna, o pqdt normalmente sentirá uma drástica mudança de
temperatura durante a queda livre ou quando passar por essa altura com seu velame aberto.
9.8.7.2 As variações diárias na temperatura e os movimentos convectivos do ar são muito menores sobre
uma extensa área de vegetação e águas profundas, acarretando a redução significante do desempenho do
velame, demandando um encurtamento da distância entre o PA e a ZL, preferencialmente através do
aumento do fator de segurança.
9.8.7.3 Segundo Tabela Padrão, a temperatura decresce 2ºC a cada 1000 ft de altitude que se sobe.
Através dessa informação, associada à tabela de sensação térmica (Anexo N) determina-se o nível de
proteção contra os efeitos climáticos que o saltador deve usar.
9.8.7.4 A temperatura decresce conforme aumenta a altitude, até a altitude aproximada de 35000 ft, onde a
temperatura, teoricamente, se torna isotérmica (temperatura constante).
9.8.8 Os altímetros são dispositivos mecânicos, independente de o display ser digital, sendo assim, não
são 100% precisos, pois sofrem a influencia da temperatura que altera a pressão atmosférica.
9.8.8.1 A indicação de altura do altímetro em uma infiltração HAHO será sempre algumas centenas de pés
diferente do apresentado por um satélite de navegação tridimensional ou de uma altitude triangulada por
outros satélites, de acordo com a temperatura do ar no local. Essa incorreção na leitura da altura acarreta
problemas como: consciência de altura equivocada, dificuldade na transposição de obstáculos, erro na
liberação de bundles e dificuldade na aproximação final.
9.8.9 Ao planejar uma infiltração noturna, é essencial que o MSL leve em consideração a fase da lua e seu
nível de iluminação. Sua utilização como referência é particularmente válida quando o alvo está em áreas
2-174
onde há poucas regiões com eletricidade ou sem uma zona urbana iluminada ou, ainda, quando existem
poucos pontos nítidos para referência visual.
9.8.9.1 Ao escolher o horário da infiltração, o MSL deve ter atenção para que a Lua não sirva de luz de
fundo no momento em que estiver próxima ao horizonte, denunciando a posição de pouso da equipe.
9.8.10 Todo o planejamento realizado com antecedência deve ser revalidado momentos antes do
embarque, de forma a confirmar os dados obtidos, atualizar dados de inteligência e incorporar dados
recentes sobre a meteorologia.
9.8.10.1 O MSL deve possuir um conhecimento aprofundado sobre os dados colhidos, porém, deve ter
maior preocupação com os dados que não possui, lembrando-se sempre de que a previsão do tempo não é
uma ciência exata e que nada substitui a experiência obtida através de saltos de treinamento em condições
específicas, enquadrados em situações táticas que se assemelham as condições reais.
9.8.10.2 Tendo como objetivo principal o cumprimento da missão e o salto de paraquedas apenas um meio
de infiltração, as condições meteorológicas, não estando favoráveis, devem ser encaradas como um fator
determinante para a escolha de outro método de infiltração.
2-175
2-176
2-177
2-178
ANEXO B - PREENCHIMENTO
Nr 1 - DATA / HORA - Da realização da missão, hora do briefing - dia com dois algarismos; hora com quatro
algarismos, mês com três letras, sendo a 1ª maiúscula e as demais minúsculas; ano com os dois últimos
algarismos. Ex: 08 0800 Abr 08.
Nr 2 - NÚMERO DA MISSÃO - É o número que consta no PQ-1, quando for missão extra, deverá
constar a observação EXTRA;
Nr 3 - CÓDIGO(S) DA(S) MISSÃO(ÕES) - Especifica detalhes para o cumprimento da missão. Ex:
LL-AHC-D/N;
Nr 4 - ZONA DE LANÇAMENTO - Nome da zona de lançamento ou local do salto, escrito com letras
maiúsculas. Ex: GERICINÓ, RESENDE, AFONSOS, BARRA JUMPING;
Nr 5 - LOCAL – Nome da cidade, escrito em letras maiúsculas, com a sigla da Federação. Ex: RIO DE JANEIRO –
RJ; RESENDE – RJ.
Nr 6 - ALTITUDE ZL – É a distância vertical em relação ao nível do mar até a ZL onde será realizado o salto,
medida em pés(Ft). Ex: ZL de Afonsos-RJ - 110Ft.
Nr 7 - TIPO E NÚMERO DA AERONAVE - Tipo e número da aeronave sendo este entre
2-180
parênteses. Ex: C-105 (2354), C-130 (2465) e C-95 (2300).
Nr 8 - NÚMERO DE HOMENS POR PORTA – Este item somente será preenchido em missões de
salto semi-automático, no caso de missão de salto livre fazer um traço na horizontal. Ex: - .
Nr 9 - TIPO DE LANÇAMENTO - O(s) tipo(s) de lançamento(s) que será(ão) realizado(s). Quando houver mais
de um tipo, registrar todos, escritos(s) com letras maiúsculas e separados por um traço diagonal. Ex:
SONDA/LIVRE; LV/RÁDIO; LIVRE.
PILOTOS - / - -
- / - -
2-181
da primeira decolagem do dia e o último pouso do dia. Ex: Início 08h00min e Término
11h55min.
Nr 17 – SUSTENTAÇÃO – Não é preenchida para missões de Salto Livre, então por ocasião do preenchimento
deve ser colocado um traço horizontal nos espaços respectivos.
Nr 18 – VENTO – Preencher a direção do vento em graus com 03(três) algarismos, e a intensidade mínima e
máxima com 02(dois) algarismos. Ex: 010 º a 040º ; 04 nós a 07 nós.
Nr 19 – MSL – Conforme a missão e por aeronave, preencher com letra maiúscula, e colocar a OM do militar
conforme a NGA Aet. Ex: 1º Av - Cap MARCOS / CIP; 2º Av - 2º Sgt LUCAS/ CPrec ; 3º Av - 1º Ten MATHEUS
1BFE.
Nr 20 – RESUMO – Conforme o executado em saídas, passagens por saída e número de saltadores das
mesmas. Ex: Nº Psg/Saída – 04; Nº Salt/Psg - Lançamento da Sonda – S / Passagem em branco – Br / 07 / 05.
Saídas Rlz 1ª 2ª 3ª
06 04 04
NºPsg/Saída
S BR 12 12 11 11 12 11 11
11 11 10 10 10
Nº Salt/Psg
Nr 21 – OBSERVAÇÕES – O chefe da Equipe Terra deverá lançar, caso haja alterações, de forma objetiva e
com clareza apenas expondo os fatos, e ainda as horas de vôo utilizadas e em seguida assinar a PQ-5/SL. Ex 1:
SEM ALTERAÇÃO; Ex 2: O SALTADOR DA 2ª PASSAGEM, DO 1º Av, 2º SGT FULANO DO CIP PERDEU O RIP
CORD.
Ex 3: O SALTADOR DA 3ª PASSAGEM, DO 3º Av, 1º TEN CICLANO DO 26 BI, POR OCASIÃO DO
COMANDAMENTO DO PRINCIPAL, EXECUTOU O PROCEDIMENTO DE EMERGÊNCIA, VINDO A PERDER A FREE
BAG, POUSANDO EM SEGURANÇA.
Quando não houver alteração, deverá ser escrito “sem alteração” na 1ª linha e feito um risco diagonal
anulando as demais.
OBS: No campo: horas de vôo utilizadas, o MSL Ch Eqp Terra deverá estimar as horas de vôo utilizadas
durante a referida missão (decolagem e pouso de cada avião).
3ªPARTE – PARTE EXPOSITIVA (Em caso de acidente ou incidente Aet)
Constitui-se em uma parte expositiva que somente deverá ser feita em caso de acidente ou
incidente aeroterrestre.
Não deverá constituir documento para compor Autos de Sindicância ou IPM, pois visa somente a
corrigir a repetição de erros ou atividade.
O Chefe da Equipe de Terra deverá coletar os seguintes dados:
2-182
1) Características da Zona de Lançamento; Dimensões, Limites, Obstáculos internos e
externos.
2) Meteorologia (do momento do acidente); Lançar de forma clara e objetiva as observações
meteorológicas no instante do acidente.
3) Relação nominal dos Saltadores envolvidos no acidente/incidente. Nome, Posto, Unidade.
4) Descrição do fato pelo Ch Eq Terra (visão imparcial); Deverá ser lançado somente aquilo
que tiver sido observado.
5) Ex: O Cap Fulano do CIP, da terceira passagem, do primeiro avião, tomou o procedimento
de emergência, fazendo o seu pouso em segurança, em uma área alternativa.(RUBRICA do Ch Eq
Terra)
6) Descrição do fato pela(s) testemunha(s) (caso haja); Nome completo, posto, identidade,
unidade e assinatura da(s) testemunha(s).
7) Descrição do fato pelo(s) saltador (es); Nome completo, posto, identidade, unidade e
assinatura do(s) saltador (es).
8) Descrição do fato pelo MSL; Deverá ser lançado somente aquilo que tiver sido observado.
Ex: Por ocasião do acidente não observei o acidente/incidente, pois estava executando o trabalho em
queda previsto no briefing.(RUBRICA do MSL)
4ª PARTE – PARTE CONCLUSIVA (No caso de ser preenchida a 3ª parte) esta parte
não constituirá documento para compor os autos de Sindicância e IPM.
Nesta parte o Chefe da Equipe de Terra deverá colocar:
1) Parecer do médico da missão; Nome completo do médico, Unidade, identidade, assinatura
e CRM.
2) Parecer do DoMPSA da missão: Deverá lançar o parecer relativo ao material envolvido no
acidente. Ex: Pára-quedas, Equipamento, Velame Reserva, Dispositivo de segurança
automático.(RUBRICA do DoMPSA da missão).
3) Parecer do Chefe da Equipe de Terra: Deverá ser claro e preciso em seu parecer. Ex: SOU
DE PARECER QUE O SGT FULANO DO CIP AGIU EM CONFORMIDADE COM OS PROCEDIMENTOS
ADOTADOS PELA BDA INF PQDT.
Após isso assinará e fará a entrega ao S/3 da Unidade , que encaminhará após a sua assinatura para a 3ª
Sec EMG/Bda Inf Pqdt, através MDO, no prazo máximo de 24(vinte e quatro) horas.
Constará ainda deste documento:
4) Parecer do Adj Aet/Bda Inf Pqdt;
5) Despacho do Ch EM Bda Inf Pqdt.
C-1
ANEXO C – PARTE DE ACIDENTE
(PQ – 6)
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
3. PARTE TÉCNICA
a. Missão Nr: 100 b. Nr de ordem da Anv: 1º Av c. Numeral do Av: 2802
d. Tipo de Anv: C-105 e. Tipo de saída da Anv: ( X ) porta lateral ( ) porta de carga
c. Região anatômica
( ) Cabeça ( ) Tronco ( ) Membros inferiores ( ) Membros superiores
d. Lado do corpo
( ) Lado direito ( ) Lado esquerdo
e. Ponto anatômico
( ) Cabeça ( ) Ombro ( ) Braço ( ) Cotovelo ( ) Antebraço ( ) Mão ( ) Quadril ( ) Coluna
Vertebral ( ) Cervical ( ) Torácica ( ) Lombar ( ) Sacro ( ) Glúteo
( ) Coxa ( ) Joelho ( ) Perna ( ) Tornozelo ( ) Pés ( ) Outros:
f. Hospital para o qual foi evacuado o acidentado:
g. Data-hora do atendimento/baixa ao hospital:
DESPACHO DO CMT OM
É ( ) NÃO É ( ) O CASO DE ATESTADO DE ORIGEM É ()
NÃO É ( ) ACIDENTE DE SERVIÇO
SIM ( ) NÃO ( ) INSTAURE-SE SINDICÂNCIA PARA APURAÇÃO DOS FATOS. PUBLIQUE-SE EM
BOLETIM INTERNO
Observações:
Assinatura do Cmt OM do
acidentado
C-3
ANEXO D - RELATÓRIO DE PERIGO
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
BRIGADA DE INFANTARIA PÁRA-QUEDISTA
CENTRO DE INSTRUÇÃO PÁRA-QUEDISTA GENERAL PENHA BRASIL
( Escola de Pára-quedistas / 1945 )
RELATÓRIO DE PERIGO
Os relatos das ocorrências ou das observações aqui apresentadas têm como única
finalidade aumentar a segurança de vôo e lançamento e devem ser baseados em fatos ou
experiências pessoais que, em sua opinião, possam contribuir para evitar a ocorrência de um
acidente ou incidente aeroterrestre. Os dados aqui contidos serão para uso do Oficial de Prevenção
de Incidentes e Acidentes Aeroterrestres (OPIAAet).
DADOS DA MISSÃO
Nr da Missão: 31
E-1
ENCAMINHAMENTO
E-2
PARECER /RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DO OPAI Aet
_________________________ _____________________
E-3
SOLUÇÃO / DIVULGAÇÃO
______________________ ______________________________________
E-4
ANEXO E - RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO INICIAL
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
I- INFORMAÇÕES GERAIS
1.TIPO DE 2. LOCAL: 3.DATA/HOR 4.TIPO 5.PESSOAL 6. MATERIAL
INCIDENTE: A: DA RESPONSÁVE UTILIZADO:
Rio de MISSÃO: L PELA
Pouso de Paraquedista Janeiro 230900 Fev 20 MISSÃO: Biruta, Alvo,
sobre a água Barra Salto livre Seta, Rádio
da de Curso de Terra-Avião,
Tijuca Adestramen Salto Livre Touca, Óculos,
ZL Barra to da Bda Altímetro,
Jumping Inf Pqdt. Sonda, Pqd
Student
Vector (Nav)
II- ELEMENTOS DE
INVESTIGAÇÃO
E-5
1. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO INCIDENTE:
Durante a realização do salto de adestramento da Brigada de Infantaria
Paraquedista na ZL Barra Jumping, o saltador , Ten Fulano, realizou um pouso de
emergência na lagoa de Jacarepaguá, localizada aproximadamente 650 metros do
alvo. Segundo o seu relato, durante a queda, vinha sendo feito um trabalho de
No Contact, observado pelo 2º Sgt Beltrano.
Ao atingir a altura prevista para o encerramento dos trabalhos (4000 Ft), o
Sgt Beltrano sinalizou e neste momento, o Ten Fulano consultou o seu altímetro
que registrava a altura de 4700 Ft aproximadamente; como a altura determinada
para o comandamento do seu paraquedas era aos 3200 Ft, concluiu haver tempo
suficiente para o afastamento. Após a realização do track de afastamento o Ten
Fulano ao consultar novamente o seu altímetro percebeu que o mesmo
permanecia inalterado aos 4500 Ft, neste momento concluiu que o altímetro
estava com defeito, realizando imediatamente o comandamento de seu
paraquedas. Após a abertura do paraquedas, verificou que encontrava-se em uma
altura abaixo dos padrões de um comandamento normal e sobre a lagoa de
Jacarepaguá, tentou então, utilizando os recursos do paraquedas alcançar a
margem mais próxima da lagoa, o que não foi o suficiente para vencer a massa
d’água. Antes de pousar, realizou um flair e ao tocar os pés na água acionou o
seu LPU. Permaneceu na água por aproximadamente cinco minutos quando foi
resgatado por pescadores da localidade. Após o resgate, foi atendido pelo 2º Ten
Alcântara, médico da missão, onde constatou não haver necessidade de
confeccionar a PQ-6.
Segundo a informação do 2º Sgt Guerreiro, Chefe da Equipe de Terra, houve
a abertura de dois paraquedas Navegator abaixo do nível dos outros saltadores
daquela equipe e quando percebeu que iriam pousar fora da zona de lançamento,
ordenou que os soldados, que compunham a equipe de resgate e o auxiliar de
DoMPSA se deslocassem para o local de impacto dos militares. Um dos militares,
Sgt Beltrano, conseguiu pousar em uma área alternativa por ter comandado a
uma altura acima do outro militar, Ten Fulano que pousou na água.O resgate se
efetuou com o auxílio de pescadores da localidade e o atendimento, pelo médico
da missão.
Conforme relato do 2º Sgt Pedra, DOMPSA da missão, o fato ocorreu
conforme o descrito acima.
2. FOTOGRAFIA
- Em anexo.
E-6
650 m
200 m
E-7
III – IDENTIFICAÇÃO DO ACIDENTADO
- Não houve acidentado
IV- PARTICIPANTES DA MISSÃO E
TESTEMUNHAS
V- PÁRA-QUEDAS
STUDENT-VECTOR – número 19, com sistema de comando do velame principal pelo
“HAND
DEPLOYMENT” e o seu sistema de liberação do velame é o de 03 ( três ) argolas.
VI- DANOS MATERIAIS:
ALTÍMETRO – 12.040ft, conforme a observação do saltador o mesmo encontrava-se
travado na
altura de 4.500ft.
VII – DANOS A TERCEIROS
Não houve.
VIII- PARECER DA COMISSÃO
O pouso do paraquedista na água ocorreu devido ao comandamento baixo do
paraquedas do saltador. As causas deste comandamento baixo foram:
1- Falha no funcionamento do altímetro, que travou na altura de 4.500ft.
2- O saltador, após receber sinalização de término dos trabalhos de queda do Sgt
Beltrano, que estava observando-o, realizou um track de separação
extremamente longo e teve a sua abertura de velame filmada bem mais abaixo
que a do câmera.
Como sugestões para que não ocorram incidentes desta natureza é recomendável:
a. Recapitulação prévia dos procedimentos de emergência pelos saltadores.
b. Nenhum saltador tem a garantia do funcionamento dos seus equipamentos,
portanto as sinalizações e procedimentos de outros paraquedistas devem
servir de alerta e antecipação para a tomada de procedimentos.
c. Verificou-se que durante a realização de saltos próximos a massa d’água há
necessidade da existência de botes e helicóptero de sobreaviso para o caso de
incidentes desta natureza.
E-8
Rio de Janeiro, RJ, 28 de fevereiro de 2020
F-1
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
FICHA DE BRIEFING
MISSÃO: Freq
_______________________ Pcp:__________________________
NOTAM
Freq Alt:
NR:____________________
__________________________
PERÍODO ÁREA DE
Anv
POUSO:____________________
Tipo/Nr:___________/___________
____
_
EFETIVO
CÓDIGO
ABORDO:______________
Anv:______________________
CÓDIGO
TERRA:___________________
MEDICO MISSÃO(Nome,OM, Nr PILOTOS:
Tel): _________________________
____________________________ _____________________________
___ _____
NR DE NR DE EIXO DE ALTURA DE
OBSERVAÇÕES
SAÍDAS PASSG. LANÇAMENTO LANÇAMENTO
1 QUALQUER 3.000 Ft SONDA
2 Impacto de 3.000 Ft Visualizar o
sonda impacto da
sonda
(SFC)
1 A det 7.000 Ft PESSOAL
1 A det 9.000 Ft PESSOAL
2 A det 12.000 Ft PESSOAL
F-2
F-3
BRIEFING COM O PILOTO DA AERONAVE
TRIPULAÇÃO DA AERONAVE
2 P NOME:
MEC NOME:
NOTAM ALTURA E PERÍODO:
MISSÃO NR
OBS:
F-4
ALVO
IMPEDIMENTO TEMPORÁRIO
ALVO
F-5
CARTA DE VENTOS
1. INTERPRETAÇÃO:
a. Direção do Vento
F-12
Vento com direção de 360º N Vento com direção de 90º
E
b. Velocidade do Vento
0,5 - 1 1 - 2
1,5 - 3,5 3 - 7
4 - 6 8 - 12
6,5 - 8,5 13 - 17
>
9 - 11 18 22
-
11,5 - 13,5 23 - 27
14 - 16 28 - 32
16,5 - 18,5 33 - 37
19 - 21 38 - 42
F-13
21,5 - 23,5 43 - 47
24 - 26 48 - 52
26,5 - 28,5 53 - 57
29 - 31 58 - 62
31,5 - 33,5 63 - 67
34 - 36 68 - 72
36,5 - 38,5 73 - 77
39 - 41 78 - 82
41,5 - 43,5 83 - 87
44 - 46 88 - 92
46,5 - 48,5 93 - 97
49 - 51 98 - 102
c. Temperatura
Exemplo:
F-14
F-15
ANEXO M – ANALISE DE CARTAS SIGWX
F-16
2. São incluídas, em um canto da carta, as seguintes informações: o símbolo de
erupção vulcânica; nome e número internacional do vulcão (se conhecido);
latitude/longitude; e data/hora da primeira erupção (se conhecidos). Deve-se,
também, verificar mensagens SIGMET e NOTAM/ASHTAM para cinzas vulcânicas.
3. Símbolo de precipitação congelante formado sob temperaturas muito baixas, não
se refere à formação de gelo devido à precipitação que entra em contato com a
aeronave.
NOTA : As alturas entre as quais os fenômenos são previstos ocorrerem, serão
indicadas como especificado na legenda da carta: o topo sobre a base.
1. TIPOS:
CI - CIRRUS SC - STRATOCUMULUS
F-17
CC - CIRROCUMULUS ST - STRATUS
CS - CIRROSTRATUS CU - CUMULUS
AC - ALTOCUMULUS CB - CUMULUNIMBUS
- CUMULUS EM FORMA DE
AS - ALTOSTRATUS TCU
TORRES
NS - NIMBOSTRATUS
1. QUANTIDADES
NUVENS (EXCETO CB)
FEW - POUCO (1 A 2 OITAVOS)
SCT - ESPARSO (3 A 4 OITAVOS)
BKN - NUBLADO (5 A 7 OITAVOS)
OVC - ENCOBERTO (8 OITAVOS)
ALTURAS
Nas cartas SWH e SWM, as alturas das nuvens são indicadas em níveis de vôo
(FL), topo sobre a base. Quando XXX for usado, os topos ou as bases estarão fora
da camada da atmosfera a que se refere a carta. Exemplos: . Nas cartas
SWL, as alturas são indicadas como altitudes acima do nível médio do mar e a
abreviatura SFC é usada para indicar o nível do solo.
F-18
Posição do eixo da corrente de jato com
velocidade igual ou maior que 120kt, com
indicação da direção e velocidade do vento e
altura, em nível de voo.
A extensão vertical (espessura) da corrente de jato
é mostrada logo abaixo do nível de voo e indica os
limites em que a velocidade se reduz a 80kt.
No exemplo, a corrente de jato com velocidade de
150kt ocorre em uma camada com extensão
vertical que se estende do fl280 ao fl330. Além
destes limites, a velocidade do vento se reduz a
80 kg.
A barra dupla representa uma mudança de 20kt ao
longo da corrente de jato. Por definição da OACI,
a corrente de jato se inicia e termina com
velocidades de 80kt. A barra dupla será utilizada
entre os símbolos de vento, ao longo da seta que
representa a corrente de jato.
F-19
F-20