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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO

MANUAL TÉCNICO
MESTRE DE SALTO LIVRE

1ª Edição
2021
(PROPOSTA)

2-1
MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO

MANUAL TÉCNICO
MESTRE DE SALTO LIVRE

1ª Edição
2021
(Proposta)

2-2
PORTARIA Nº____-DECEX, DE __ DE _______ DE 2021.
EB: 00000.000000/2021-00

Aprova o Manual Técnico de Mestre de Salto


Livre (EB60-MT-__.___), 1ª Edição, 2021 e
dá outras providências.

O COMANDANTE DO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA


DO EXÉRCITO, no uso da delegação de competência conferida pelo Art 44 das
Instruções Gerais para as Publicações Padronizadas do Exército (EB10-IG-01.002),
aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército nº 770, de 7 de dezembro de
2011,resolve:

Art. 1º Aprovar o Manual Técnico de Mestre de Salto Livre (EB60-MT-


__.___), 1ª Edição, 2021, que com esta baixa.

Art. 2º Estabelecer que esta Portaria entre em vigor na data de sua


publicação.

Gen Div _____________________


Comandante do Departamento de Educação e Cultura do Exército

2-3
Publicada no Boletim do Exército Nr ,de de 2021.

FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÃO (FRM)

NÚMERO DE ATO DE PÁGINAS


DATA
ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS

2-4
NOTA

Solicita-se aos usuários deste manual a apresentação de sugestões


que tenham por objetivo aperfeiçoá-lo ou que se destinem à supressão de
eventuais incorreções.
As observações apresentadas, mencionando página, o parágrafo, a
linha do texto e a figura a que se referem, devem conter comentários
apropriados para o seu entendimento e sua justificação.
A correspondência, utilizando o modelo constante da página seguinte,
deve ser enviada diretamente para o seguinte endereço:

Centro de Instrução Pára-quedista General Penha Brasil


Seçao de Ensino IV - Curso de Salto Livre
Av General Benedito da Silveira s/n°
Vila Militar
Rio de Janeiro - RJ
CEP 21615-000

2-5
ÍNDICES DE ASSUNTOS
Pág
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1 Generalidades............................................................................................
1-1
1.2 Finalidade...................................................................................................
1-1
1.3 Objetivo......................................................................................................
1-1
CAPÍTULO II – SALTOS ESPECIAIS
2.1 Generalidades............................................................................................ 2-1
2.2 Salto Livre Noturno.................................................................................... 2-1
2.3 Salto Livre em ZL Aquática........................................................................ 2-5
2.4 Salto Duplo Militar...................................................................................... 2-8
2.5 Sonda.................................................................................................... .... 2-9

CAPÍTULO III – INSPEÇÃO DE PESSOAL


3.1 Introdução................................................................................................ 3-1
3.2 Generalidades.......................................................................................... 3-1
3.3 Altímetro................................................................................................... 3-2
3.4 DAA.......................................................................................................... 3-2
3.5 Sequência e Método da Inspeção de Pessoal.......................................... 3-9

CAPÍTULO IV – DEVERES DO MESTRE DE SALTO LIVRE


4.1 Considerações Gerais................................................................................ 4-1
4.2 Atribuições do Mestre de Salto Livre......................................................... 4-1
4.3 Material...................................................................................................... 4-1
4.4 Documentação........................................................................................... 4-2
4.5 Briefing....................................................................................................... 4-2
4.6 Atribuições do Auxiliar do Mestre de Salto Livre...................................... 4-4
4.7 Preparativos para a Missão de Lançamento.............................................. 4-4
4.8 Dispositivos nas Aeronaves....................................................................... 4-5
4.9 Divisão das Equipes................................................................................... 4-6
4.10 Organização das Equipes........................................................................ 4-7
4.11 Observações Gerais...................................................................... .......... 4-8
4.12 Altitude e Altura....................................................................................... 4-9
4.13 Altura Mínima de Abertura e Lançamento............................................... 4-10
4.14 Categorias de Saltadorers Livres ........................................................... 4-10
4.15 Afastamentos Temporarios da Atividade................................................ 4-13

2-6
4.16 Reconhecimento de Áreas para Salto Livre............................................. 4-13
4.17 Área de Pouso......................................................................................... 4-13
4.18 Tipos de Reconhecimentos...................................................................... 4-14
4.19 Margens de Segurança............................................................................ 4-14

CAPÍTULO V – TÉCNICA DE CONTROLE DE PARAQUEDAS


5.1 Introdução................................................................................................. 5-1
5.2 Aerodinâmica da Asa................................................................................ 5-1
5.3 Controle do Velame.................................................................................. 5-5
5.4 Técnicas de Navegação............................................................................ 5-11
5.5 Navegação na Infiltração HAHO/HALO..................................................... 5-15

CAPÍTULO VI – TÉCNICA DE QUEDA LIVRE


6.1 Considerações Gerais............................................................................... 6-1
6.2 Noções de Aerodinâmica........................................................................... 6-1
6.3 Box Position............................................................................................... 6-2
6.4 Princípios Básicos...................................................................................... 6-3

CAPÍTULO VII – LANÇAMENTOS


7.1 Considerações Iniciais............................................................................... 7-1
7.2 Procedimentos do MSL e Aux MSL........................................................... 7-1
7.3 Sinais Convencionais (MSL-Piloto)............................................................ 7-1
7.4 Procedimentos e Comandos do MSL e Aux MSL...................................... 7-2
7.5 Procedimento e Conversação do Op Inter................................................. 7-4
7.6 Prescrições Diversas................................................................................. 7-5
7.7 Gestos do MSL e Aux MSL........................................................................ 7-5
7.8 Impedimentos............................................................................................. 7-8
7.9 Lançamento da Sonda .............................................................................. 7-9
7.10 Lançamento Baseado no Estudo dos Ventos de Camada...................... 7-17
7.11 Correções para o Lançamento................................................................. 7-26
7.12 Lançamento Static-line............................................................................. 7-30

CAPÍTULO VIII – PLANEJAMENTO DE MISSÕES DE SALTO LIVRE


OPERACIONAL
8.1 Generalidades........................................................................................... 8-1
8.2 Emprego.................................................................................................... 8-1
8.3 Classificação Quanto à Execução............................................................. 8-2
8.4 Classificação Quanto à Altitude de Lançamento....................................... 8-2
8.5 Diferenças entre o Salto Livre e SLOp...................................................... 8-2
8.6 Considerações Técnicas e Táticas............................................................ 8-3
8.7 Fases de uma Missão com Infiltração por Meio de SLOp........................ 8-3
8.8 SLOp à Grande Altitude................................................................ ............. 8-5
8.9 Considerações Fisiológicas....................................................................... 8-6
8.10 Equipamentos.......................................................................................... 8-9
8.11 Atividades de Preparação para o Salto à Grande Altitude....................... 8-12

2-7
8.12 Mestre de Oxigênio – MOx...................................................................... 8-16
8.13 Técnica de Lançamento do Salto HALO.................................................. 8-17
8.14 Técnica de Lançamento do Salto HAHO................................................. 8-25
8.15 Seleção de Áreas de Pouso..................................................................... 8-34
8.16 Salto Noturno........................................................................................... 8-35
8.17 Saltos em Ambientes Especiais............................................................... 8-36

CAPÍTULO IX – DOCUMENTOS DE INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS


9.1 Introdução.................................................................................................. 9-1
9.2.Conceitos Básicos...................................................................................... 9-2
9.3 Nuvens....................................................................................................... 9-10
9.4 Código METAR.......................................................................................... 9-15
9.5 Código SPECI............................................................................................ 9-24
9.6 Código TAF ............................................................................................... 9-24
9.7 Carta Prognosticada de Tempo Significativo (SIG WX PROG)................. 9-27
9.8 Meteorologia Aplicada ao Planejamento das Missões de Salto Livre e
SLOP............................................................................................................... 9-28

ANEXO A – MANIFESTO DE VOO E LANÇAMENTO (PQ-2) A-1

ANEXO B – RELATÓRIO DO CHEFE DA EQUIPE DE TERRA (PQ-5) B-1- 7

ANEXO C – PARTE DE ACIDENTE (PQ-6) C-1- 2

ANEXO D – RELATÓRIO DE PERIGO D-1- 2

ANEXO E – RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO INICIAL E-1- 4

ANEXO F – FICHA DE BRIEFING F-1- 3

ANEXO G – FICHA DE OBSERVAÇÃO G-1

ANEXO H – FICHA DE TRABALHO H-1

ANEXO I – RELATÓRIO DE RECONHECIMENTO DE ZL I-1- 4

ANEXO J – DIAGRAMA DE INTENSIDADE DOS VENTOS J-1

ANEXO K – INTERPRETAÇÃO DA CARTA DOS VENTOS K-1- 3

ANEXO L – TABELA DE TEMPO SIGNIFICATIVO PRESENTE E PREVISTO L-1

ANEXO M – ANALISE DE CARTAS SIGWX M-1- 4

ANEXO N – TABELA DE SENSAÇÃO TÉRMICA N-1

2-8
CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

1.1 GENERALIDADES

1.1.1 Este manual foi elaborado pela equipe de


1.1 GENERALIDADES
instrução da Seção de Ensino IV - Curso de Salto
1.2 FINALIDADE
Livre do Centro de Instrução Pára-quedista General 1.3 OBJETIVO
Penha Brasil (CIPqdt GPB), baseado em manuais
técnicos de instrumentos e equipamentos já
existentes e utilizando experiência de militares da Brigada de Infantaria Pára-quedista
(Bda Inf Pqdt ) e do Comando de Operações Especiais (C Op Esp), pertencentes `as
frações das Tropas Especiais que utilizam o salto livre como meio de infiltração.

1.2 FINALIDADE

1.2.1 Este manual tem por finalidade servir de subsídio para todos os militares que
estejam realizando o Estágio de Mestre de Salto Livre (EMSL) ou àqueles que
desempenham a função de Mestre de Salto Livre (MSL).

1.2.2 Normatizar os procedimentos do MSL sobre as seguintes disciplinas: DEVERES


DO MESTRE DE SALTO LIVRE, PLANEJAMENTO DO SALTO LIVRE OPERACIONAL,
INSPEÇÃO DE PESSOAL, TÉCNICAS DE QUEDA LIVRE E CONTROLE DE
PARAQUEDAS E LANÇAMENTO DO MSL.

1.3 OBJETIVO

1.3.1 Servir de suporte aos oficiais, subtententes e sargentos saltadores livres ao


desempenho das funções de Mestre de Salto Livre e Auxiliar do Mestre de Salto Livre na
Brigada de Infantaria Pára-quedista, Comando de Operações Especiais, Marinha do
Brasil, Força Aérea Brasileira e Nações Amigas.

2-9
CAPÍTULO II
SALTOS ESPECIAIS

2.1 GENERALIDADES

2.1.1 Chamamos de salto especiais todos os


2.1 GENERALIDADES
saltos que fogem as características normais das
atividades inerentes ao salto livre militar. 2.2 SALTO LIVRE NOTURNO

2.1.2 TIPOS DE SALTOS ESPECIAIS 2.3 SALTO LIVRE EM ZL


AQUÁTICA
a) Salto Livre Noturno
b) Salto Livre em ZL Aquática 2.4 SALTO DUPLO MILITAR
c) Salto Duplo Militar 2.5 SONDA
d) Salto Livre Operacional – SLOp (armado e equipado)
e) Salto Livre a Grande Altitude (HAHO/HALO) 2.5 SONDA

2.1.3 Neste capítulo, veremos o salto livre noturno, o salto em Zona de Lançamento (ZL)
aquática e o salto duplo militar. O salto livre operacional (SLOp) e o salto livre a grande
altitude serão vistos no Capítulo VIII – Planejamento de Missões de Salto Livre
Operacional.

2.2 SALTO LIVRE NOTURNO

2.2.1 PARTICULARIDADES

a) Perda da acuidade visual noturna acima dos 5.000 ft;


b) Carência de pontos de referência no solo;
c) Precária percepção de profundidade, distância e velocidade; e
d) Menor percepção da velocidade no pouso.

2.2.2 NORMAS

2.2.2.1 Qualificação

a) Saltador livre Catg A ou aluno do EMSL;


b) Ter recebido instrução e treinamento específico até 30 (trinta) dias antes do salto; e
c) Pode ser realizado como SLOp.

2.2.2.2 Equipamento

2.2.2.2.1 Obrigatório:

a) Todo o material previsto para um salto diurno;

2-10
b) Altímetro com ponto luminoso;
c) Pqdt com 02 (dois) pontos luminosos, sendo um frontal e um dorsal; e
d) Óculos com lentes claras.

2.2.2.2.2 Facultativo:

a) Bússola;
b) GPS;
c) Knife; e
d) 01 (um) ponto luminoso diferenciado para o líder.

2.2.3 INSTRUÇÕES PREPARATÓRIAS

2.2.3.1 Cada paraquedista deve ser instruído sobre os seguintes assuntos:

a) Procedimento de emergência;
b) Controle em queda livre e os processos de recuperação de estabilidade;
c) Utilização correta dos pontos luminosos; e
d) Navegação noturna.

2.2.4 ATRIBUIÇÕES DO MSL

2.2.4.1 Antes do embarque

a) No briefing com o piloto, deverá ser acertado o momento exato para que se
apaguem as luzes da aeronave;
b) Recordar a conduta dentro da aeronave e as regras de segurança em voo; e
c) Durante a inspeção de pessoal no solo, o MSL deverá checar a existência e o
funcionamento de todos os pontos luminosos dos saltadores.

2.2.4.2 Antes do salto

Na final para o lançamento, o comando de “LIGAR PONTOS LUMINOSOS” será dado


pelo MSL e fiscalizado pelo seu Auxiliar.

2.2.5 ATRIBUIÇÕES DO AUX MSL

2.2.5.1 Após a ordem do MSL para “LIGAR PONTOS LUMINOSOS”, o Aux MSL
deverá fazer a inspeção dos mesmos, verificando seus corretos funcionamentos.

2.2.6 LIMITE DE VENTO

O limite de vento é de 14 nós para salto de adestramento e de 18 nós para SLOp.

2.2.7 ALTURA LIMITE DE ABERTURA

2-11
Para adestramento: 4.000 ft; e para SLOp: 4.500 ft.

2.2.8 VALIDADE

01 (uma) hora após o Fim do Crepúsculo Vespertino Náutico e 01 (uma) hora antes do
Início do Crepúsculo Matutino Náutico.

2.2.9 EQUIPE DE TERRA

2.2.9.1 Chefe da Equipe de Terra (atribuições)

2.2.9.1.1 Deve cuidar da preparação e do teste dos seguintes materiais específicos:

a) Seta-alvo;
b) Luzes de iluminação de obstáculos;
c) Gerador ou baterias; e
d) Rádio Terra-Avião.

2.2.9.1.2 Deve ter consigo o programa de salto e a sequência dos paraquedistas na


equipe.

2.2.9.2 Turma Alvo (atribuições)

a) Fornecer ao MSL a direção e a velocidade do vento;


b) Balizar com luzes os obstáculos na área de salto;
c) Locar a seta-alvo, transmitindo todas as informações meteorológicas possíveis;
d) Prestar socorro imediato aos acidentados; e
e) Realizar o debriefing da navegação após o salto.

2.2.10 INFILTRAÇÕES SLOP (APOIO DE SOLO)

2.2.10.1 Apoiada

Quando existe um “Comitê de Recepção” previamente infiltrado, que terá atribuições de


prestar apoio de ordem tática e técnica (segurança da ZL, confirmação da ZL,
instalação de meios auxiliares ao lançamento, confecção de cachê de paraquedas,
etc.). Neste caso, o MSL de bordo receberá a informação do vento na ZL/Área de pouso
para orientar o lançamento e a navegação da equipe por intermédio de códigos visuais
pré-estabelecidos (seta, luzes, etc).

2.2.10.2 Não apoiada ou “Às Cegas”

2-12
Quando não há a presença do “Comitê de Recepção” ou nenhum apoio de solo e todas
as informações sobre as condições meteorológicas são obtidas pelo estudo antecipado,
durante o planejamento. Neste caso, o MSL se valerá dos equipamentos da aeronave,
de seu conhecimento sobre o terreno e do seu estudo anterior.

2.2.11 AUXÍLIO AO LANÇAMENTO

2.2.11.1 Seta-Alvo

A seta é um ponto materializado no terreno que constitui o alvo ou indica onde este se
encontra. Ainda, indica a direção de pouso. O saltador livre deve pousar sempre no
sentido da seta. (Fig 2-1)

2.2.11.2 Strobe light

Fig 2-1 – Seta-alvo noturno

2.2.11.3 Indicações da seta para o lançamento de pessoal (Fig 2-2)

Lâmpadas vermelhas
Intensidade do vento
acesas
Nenhuma 4 nós
(na base da
01 (uma) Até 7 nós
02seta)
(duas) Até 10 nós
03 (três) Até 14 nós

Fig 2-2 – Simbologia para o lançamento de pessoal

2.2.12 IMPEDIMENTOS

2-13
2.2.12.1 Temporário - Retira-se a ponta (o “v”) da seta (Fig 2-3)

10m

10m

10m

Fig 2-3 – Impedimento Temporário


2.2.12.2 Definitivo

Apaga-se toda a seta.

Observação: Sempre que possível, todos os procedimentos devem ser redobrados


com o auxílio do rádio.

2.3 SALTO LIVRE EM ZL AQUÁTICA

2.3.1 PECULIARIDADES

Atentar para poucas referências para o lançamento e baixa percepção de profundidade.

2.3.2 NORMAS

2.3.2.1 Qualificações

a) Saber nadar; e
b) Ter recebido instrução e treinamento específico até 30 (trinta) dias antes do salto.

2.3.2.2 Equipamentos

2.3.2.2.1 Obrigatório:

2-14
a) Tirante de adaptação das pernas do paraquedas deverá ter mosquetão do tipo ejetor
rápido com cadarços de liberação;
b) Altímetro à prova d’água;
c) Sem capacete;
d) Uso de colete salva vida, Life Preserver Unit (LPU) ou roupa/macacão de neoprene;
e) Canivete ou knife; e
f) Boot preparado com soltura rápida.

2.3.2.2.2 Facultativo:

a) Nadadeiras;
b) Máscara e snorkel; e
c) Fumígeno preso ao pé do líder.

2.3.2.2.3 OBSERVAÇÃO: O paraquedas a ser utilizado para o salto em massa d’água


deverá ser o mais antigo em uso (próximo do fim do tempo de vida útil). Antigamente,
os saltos em ZL aquáticas eram realizados sem DAA, para que os mesmos não fossem
danificados. Atualmente, todos os saltos em ZL aquáticas utilizam o DAA (Cypres Militar
2).

2.3.3 PERÍODO DE TREINAMENTO

2.3.3.1 Treinamento no equipamento suspenso.

2.3.3.2 Fase de desequipagem:

a) Acionar o LPU (SFC);


b) Desligar a RSL ou Stevens System;
c) Ao tocar na água, desconectar o paraquedas principal; e
d) Aguardar o resgate sem desequipar (caso o adestramento assim o seja) ou
desequipar e nadar para um local estabelecido, conforme planejamento.

Observação: será dado início à fase de desequipagem após o check funcional.

2.3.4 ATRIBUIÇÕES DO MSL

2.3.4.1 Antes do embarque

2.3.4.1.1 Recordar as regras de conduta e segurança.

2.3.4.1.2 Recordar os procedimentos de:

a) Emergência;
b) Desequipagem;

2-15
c) Utilização dos dispositivos de flutuação;
d) Composição das duplas (cangas); e
e) Inspeção dos equipamentos especiais dos saltadores.

2.3.5 LIMITE DE VENTO

Com base na segurança e no desempenho dos paraquedas em uso na Bda Inf Pqdt e no
C Op Esp, o limite de vento para a realização da atividade de salto livre é de 14 nós para
adestramento e de 18 nós para SLOp.

2.3.6 ALTURA LIMITE DE ABERTURA

a) 3.000 pés – adestramento com paraquedas desportivo;


b) 4.000 pés – adestramento com paraquedas operacional; e
c) 4.500 pés – para SLOp.

2.3.7 EQUIPE DE TERRA

2.3.7.1 Chefe da Equipe de Terra

2.3.7.1.1 Cuidados com os materiais específicos:

a) Barcos;
b) Fumígeno flutuante;
c) Rádio;
d) Faixa-sonda; e
e) Rádio terra-avião.

2.3.7.2 Turma Alvo:

O fumígeno flutuante deverá ser lançado pelo menos 01 (um) minuto antes do
lançamento e todas as informações meteorológicas possíveis deverão ser passadas ao
MSL do Avião, se for o caso;

2.3.7.3 Turma de Salvamento:

a) Botes - 01 (um) bote para cada saltador da equipe e 01 (um) bote de segurança
(reserva);
b) guarnição mínima por barco - 01 (um) homem da equipe de terra, 01 (um) salva-vidas
e 01 (um) piloto; e
c) responsável por prestar socorro aos acidentados, pelo recolhimento dos saltadores e
dos paraquedas.

2.3.8 AUXÍLIOS AO LANÇAMENTO

2-16
2.3.8.1 Sonda (Normal)

2.3.8.2 Fumígeno flutuante

Fig 2-4 – Salto em ZL aquática

2.3.9 IMPEDIMENTOS

2.3.9.1 Temporário

Informar pelo rádio.

2.3.9.2 Definitivo

Informar pelo rádio.

2.4 SALTO DUPLO MILITAR

2.4.1 O salto duplo militar consiste de uma atividade realizada por 01 paraquedista
experiente e formado Piloto de Salto Duplo Militar, que utiliza um equipamento
específico para o transporte do passageiro.

2.4.2 Os equipamentos para saltos com passageiros foram desenvolvidos pelas


empresas americanas “Relative Workshop”, “SSP Racer” e “Strong Center Proses”; e
pela empresa francesa “Parchute de France”.

2.4.3 DEFINIÇÕES:

2.4.3.1 Piloto de Salto Duplo Militar - É o paraquedista que tenha concluído com
aproveitamento o estágio específico, estando habilitado a realizar o salto duplo com
pessoal ou carga, utilizando equipamento homologado. A carga poderá ser do tipo
Bundle, desde que esteja homologada.

2-17
2.4.3.2 Salto Duplo Operacional com Pessoa - É a técnica de infiltração na qual um
piloto de salto duplo leva como passageiro, em um único equipamento, elemento não
saltador livre, integrante de uma fração operacional, no cumprimento de determinada
missão.

2.4.3.3 Salto Duplo Operacional com Carga - É a técnica de infiltração na qual um


piloto de salto duplo militar transporta uma carga em fardo, que poderá aterrar
conectada a ele ou ser liberada após a abertura do paraquedas principal e aterrar
com paraquedas próprio.

2.4.3.4 Salto Duplo de Demonstração com Pessoal – Tem como finalidade divulgar a
atividade de salto livre e as possibilidades técnicas da Bda Inf Pqdt.

2.4.3.5 Passageiro de Salto Duplo - É um elemento saltador livre ou não, voluntário ou,
quando imposto pela missão, escalado a realizar um salto duplo com piloto de salto
duplo militar.

2.4.4 PRESCRIÇÕES DIVERSAS

a) A formação de piloto de salto duplo militar na Bda Inf Pqdt não habilitará o saltador a
realizar a atividade no paraquedismo civil;
b) Todos os passageiros, saltadores livres ou não, empregados na formação e
adestramento dos pilotos de salto duplo militar serão voluntários;
c) Os passageiros empregados em missões reais e exercícios táticos serão escalados
por seu comandante imediato;
d) É proibida a utilização dos equipamentos de salto duplo por elementos não
habilitados como piloto de salto duplo militar;
e) É proibida a realização de trabalho relativo de velame com paraquedas de salto
duplo;
f) É proibida a realização de trabalho relativo na prática do salto duplo militar com
pessoal ou carga.
g) No preenchimento do PQ-2, deverá ser identificado, no campo Nr 24
(OBSERVAÇÕES), o piloto, o passageiro, o tipo de paraquedas (SIGMA 370, MMS 533)
e, se for o caso, a carga.

2.5 SONDA

2.5.1 Tem por finalidade verificar o desvio que os ventos de camada provocarão no
saltador. O desvio analisado se refere a fase do salto em que o paraquedista estará com
o velame aberto.
2.5.2 OBSERVAÇÃO: O SLOp é caracterizado pela ausência de sonda, alvo e biruta.

2.5.3 CONFECÇÃO

2.5.3.1 Para a confecção da sonda utiliza-se uma faixa de papel crepom, com
segmentos de cores contrastantes com o terreno, medindo 5,60m de comprimento por
0,24m de largura, com um lastro (vergalhão de 5/32”) de 20g em uma das extremidades,
e possuindo um peso total de 80g. (Fig 2-6)
2-18
PAPEL CREPON

TESOURA FITA CREPE 1/2 FOLHA DE VERGALHÃO


5/32
JORNAL

Fig 2-6 – Material para a confecção da sonda

2-19
2.5.2.2 Prepare 02 (dois) rolos de papel crepom com um lastro. Cada rolo deverá ter 03 (três)
cores contrastando entre si. (Fig 2-7)

24 cm 48 cm 24 cm

PAPEL
CREPON

5,6 m 5,6 m

VERGALHÃO
5/32’’

Lastro 20g 20 g Lastro 20g


cm
Peso total Peso total
Fig 2-7 – Confecção inicial da sonda 80g
80g

2.5.2.3 Corte 02 (dois) pedaços de papel de jornal e comece a enrolar com um destes
pedaços um dos rolos de papel crepom. Próximo do término, utilizar o outro pedaço de jornal
para enrolar os dois rolos de crepom. Cole a fita adesiva para fechar o invólucro de forma a
utilizá-la como alça. (Fig 2-8)

Fig 2-8 – Confecção final da sonda

2-20
CAPÍTULO III
INSPEÇÃO DE PESSOAL

3.1 INTRODUÇÃO

3.1.1 Neste capítulo será abordada a técnica 3.1


de INTRODUÇÃO
Inspeção de Pessoal (IP) e aeronaves para a
realização de salto livre. 3.2 GENERALIDADES

3.3 ALTÍMETRO
3.1.2 O assunto reveste-se de extrema relevância,
haja vista que o Mestre de Salto Livre (MSL) é3.4o DAA
responsável por proporcionar ao paraquedista a
segurança para a realização do salto. 3.5 SEQUÊNCIA E MÉTODO
DA INSPEÇÃO DE PESSOAL
3.1.3 A sequência da inspeção é fator determinante para o sucesso dos trabalhos.

3.2 GENERALIDADES

3.2.1 Inicialmente é importante diferenciar a Inspeção Sumária da Inspeção de Pessoal:


INSPEÇÃO SUMÁRIA, conforme os procedimentos descritos no Manual Técnico de Salto Livre, é
aquela realizada pelo próprio saltador após sua equipagem e também dentro da Anv após o
comando de ´´VERIFICAR EQUIPAMENTO!`` emitido pelo MSL. Essa inspeção visa corrigir
pequenas incorreções produzidas durante a equipagem. INSPEÇÃO DE PESSOAL é a inspeção
bem mais detalhada em que o MSL visa corrigir tantos as incorreções produzidas durante a
equipagem como também as existentes no próprio equipamento ou outras que possam colocar a
vida do saltador em risco.

3.2.2 Todo saltador livre deve estar atento quando for se equipar na Área de Equipagem, ou após o
comando de “VERIFICAR EQUIPAMENTO!” por parte do MSL dentro da aeronave. Fazendo isso,
grande parte das falhas existentes já serão identificadas e resolvidas antes mesmo da inspeção do
MSL.

3.2.3 O MSL é o responsável por proporcionar ao saltador a segurança necessária para a


realização do salto. Desta forma, deverá ser realizada uma inspeção rigorosa em todos os
paraquedistas para detectar e sanar qualquer falha existente.

3.2.4 Por isso, a Inspeção de Pessoal deve ser feita com calma por parte do MSL, seguindo a
sequência e os métodos ensinados para que não ocorram falhas e para que nenhuma fase seja
pulada.

2-21
3.2.5 A experiência, ao mesmo tempo em que tende a facilitar a correção de procedimentos,
concorre também para a ocorrência de falhas por negligência. Por este motivo, as inspeções antes
do embarque e do salto, jamais deverão ser dispensadas, sob o risco de graves acidentes.

3.2.6 Apesar da responsabilidade pela Inspeção de pe sso a l se r do MSL e de seu auxiliar,


também pode ser realizada pelos demais militares habilitados que estejam presentes na atividade
de salto, desde que autorizada pelo MSL e que sejam possuidores do Estágio de Mestre de Salto
Livre.

3.2.7 Também estão habilitados à realização da inspeção de pessoal os alunos do Estágio de


Mestre de Salto Livre que, já tenham sido aprovados na disciplina “Inspeção de Pessoal” durante o
referido estágio.

3.3 ALTÍMETRO

3.3.1 Ao realizar a Inspeção de Pessoal, o MSL deverá ajustar e/ou conferir o valor do ajuste inserido
no altímetro para a realização do salto livre utilizando a seguinte fórmula:

AJUSTE = Alti Adrm – Alti AP

Alti Adrm: Altitude do Aeródromo


Alti AP: Altitude da Área de Pouso

3.3.2 Se o resultado for negativo, o ajuste deverá ser feito no sentido anti-horário, conforme o
exemplo abaixo:

a) altitude do aeródromo = 350 ft


b) altitude da área de pouso = 1.850 ft
c) diferença entre a altitude do aeródromo e da área de pouso = 350 – 1850 = - 1.500 ft
d) para ajustar o altímetro, devo inserir, partindo do zero, 1.500 ft no sentido anti-horário
(negativo).

3.3.3 Mas, se o resultado for um número positivo, o ajuste deverá ser feito no sentido horário,
conforme o exemplo abaixo:

a) altitude do aeródromo = 1.000 ft


b) altitude da área de pouso = 400 ft
c) diferença entre altitude do aeródromo e da área de pouso = 1.000 - 400 = + 600 ft
d) para ajustar o altímetro, devo inserir, partindo do zero, 600 ft no sentido horário (positivo)

3.3.4 O ajuste do altímetro deverá ser feito sempre no aeródromo de partida, nunca em vôo.

3.4 DISPOSITIVOS DE ABERTURA AUTOMÁTICA (DAA)

3.4.1 Os DAA são dispositivos eletrônicos de segurança que têm por finalidade realizar a abertura
automática do paraquedas reserva caso, qualquer que seja o motivo, o saltador livre deixe de
comandar o paraquedas principal.
2-22
3.4.2 Ao realizar a inspeção de pessoal, o MSL deverá ligar/ajustar ou conferir o ajuste inserido no DAA
para a realização do salto livre.

3.4.3 Os paraquedas utilizados no Exército Brasileiro são equipados com um dos DAAs mais
modernos do mundo: os modelos Cypres 2, que são produzidos pela fabricante alemã Airtec
GmbH & Co. Os modelos desportivos trabalham diretamente com a diferença altimétrica entre
o aeródromo de partida e a área de pouso, com a velocidade de queda do saltador e,
indiretamente, com a variação de pressão. Já os modelos militares trabalham diretamente
com diferença de pressão e a velocidade de queda do saltador.

3.4.4 Podem ser encontrados 5 (cinco) diferentes tipos de Cypres, com as seguintes variações de
altitude e velocidade de disparo:

a) CYPRES 2 TANDEM (azul) - 1.900 ft a 35m/s.


b) CYPRES 2 STUDENT (amarelo) – 750 ft (queda livre) e 1.000 ft (velame aberto) a 13m/s.
c) CYPRES 2 EXPERT (vermelho) – 750 ft a 35m/s.
d) CYPRES 2 MILITAR (verde) - 1500 ft a 35m/s (mais comum no EB, porém existem outros
modelos).
e) (vermelho com inscrições em branco) – 750 ft a 43m/s.

3.4.5 O Cypres 2 permite a edição da altura de disparo em até 900 ft acima do previsto para o
modelo.

3.4.6 Cada vez que o Cypres é ligado, todas as funções internas do DAA são checadas durante
sua auto verificação (self test), garantindo assim um perfeito funcionamento do mesmo. O
aparecimento do símbolo 0▼ no visor digital, indica o término da auto verificação e bom
funcionamento do aparelho.

3.4.7 O Cypres, após ligado, funcionará por 14 horas, depois, caso não esteja sendo utilizado,
se desligará automaticamente.

3.4.8 Sua fonte de alimentação é uma bateria com vida útil de 12,5 anos (modelos
fabricados até 2017) e 15,5 anos (modelos fabricados a partir de 2017).

3.4.9 O Cypres somente estará operativo após atingir a altura de 1500 ft (3000 ft no caso
do Cypres Tandem). Assim, caso exista a necessidade de se abandonar a aeronave abaixo
dessa altura, o paraquedista deverá estar ciente de que o seu DAA estará ligado, porém sem
estar operativo (não funcionará).

3.4.10 Os Cypres 2 desportivos são a prova d’água a uma profundidade de 5 ft por até 24 horas
ou 15 ft por até 5 minutos.

3.4.11 O Cypres está protegido contra interferências eletromagnéticas.

3.4.12 A cada 4 anos (± 3 meses) é recomendado que o DAA seja enviado para o fabricante, em
sua embalagem original, para fins de revisão.

2-23
3.4.13 A aeronave, durante o voo, nunca deverá descer abaixo do nível do terreno de onde
decolou, bem como descer abaixo da altura pré-ajustada na Unidade de Controle, caso
haja diferença altimétrica entre a área de pouso e o aeródromo de partida. Da mesma
forma, caso a área de pouso seja mais baixa que o aeródromo de partida, a aeronave não deverá
descer abaixo desta altura.

3.4.14 Caso o salto seja cancelado e os saltadores venham a pousar com a aeronave, todos os
DAA devem ser desligados para evitar um acionamento não desejado.

3.4.15 É obrigatório, para maior segurança do saltador, desligar e religar o Cypres quando:

a) pousar em área de pouso com diferença altimétrica de pelo menos 30 ft (10 metros) para cima
ou para baixo da área anteriormente prevista para o pouso;
b) caso o Cypres abandone a área de pouso ligado, de carro por exemplo, e retorne para a
mesma;
c) se o tempo de voo ou navegação com velame aberto exceder 1 hora e 30 minutos;
d) caso o pouso seja em área de pouso diferente do aeródromo de partida (apesar do DAA estar
zerado).

3.4.16 Durante o funcionamento do Cypres, duas unidades atuam simultaneamente e


independentemente uma da outra: a Unidade de Processamento e a Unidade de Controle. A
Unidade de Processamento fiscaliza permanentemente o trabalho da Unidade de Controle e se
detectar algum erro, o DAA será desligado automaticamente.

3.4.17 Caso o Cypres apresente qualquer anormalidade durante a auto verificação, não
aparecerá o símbolo 0▼ no visor digital, mas sim um código indicador de erro. Neste caso o
DAA se desligará automaticamente.

3.4.18 A seguir estão discriminados os códigos indicadores de erro com suas possíveis causas:

Códigos Significado Causas


8998 ou 8999 Carga da bateria baixa Bateria completamente gasta.
Mal contato entre a Unidade de
Liberação e a Unidade de Cabos deteriorados, partidos
8997 ou disparados.
Processamento.
Grandes variações de pressão
medidas pelo Cypres durante a Variações bruscas da altura
autoverificação, impedindo que o (subida e descida) durante a
100 ou 4000 DAA obtenha valores consistentes autoverificação.
de pressão ao nível do solo (AGL).
9999
9998 Caso alguns destes códigos
9997 apareçam no visor digital durante
9996 cerca de 2 segundos e em seguida o
5000 Cypres desligar automaticamente,
8995 deve-se tentar ligá-lo novamente. Se Defeito no DAA
8994 a situação anterior tornar a se repetir,
8993 o DAA deverá ser enviado para o
8992 fabricante em sua embalagem
8990
original.

2-24
3.4.20 Caso o MSL se depare com qualquer código indicador de erro deverá avisar, de imediato,
ao militar do Btl DoMPSA responsável pelos paraquedas da missão para que a pane seja sanada
ou o equipamento do saltador seja trocado.

3.4.21 CYPRES DESPORTIVOS

a) os Cypres desportivos admitem ajuste de variação altimétrica de até 3000 ft.

b) o Cypres 2 Expert é projetado para ser acionado a 750 ft de altura, quando a velocidade de
queda do paraquedista ultrapassar 35 m/s.

c) o Cypres 2 Speed é projetado para ser acionado a 750 ft de altura, quando a velocidade de
queda livre do paraquedista ultrapassar 43m/s.

d) o Cypres 2 Student é projetado para ser acionado a 750 ft de altura, se o paraquedista estiver
em velocidade similar a de queda livre (60m/s, aproximadamente), e a 1000 ft de altura, caso a
velocidade do saltador não seja próxima a de queda livre porém seja superior a 13 m/s. Essa
medida é adotada para que, caso o saltador esteja com seu velame em pane, ele tenha mais
tempo para preparar-se para seu pouso de emergência. Este DAA foi projetado para alunos que
utilizam velames com área maior.

e) os Cypres desportivos têm que ser ligados e regulados no aeródromo de partida, nunca em
vôo.

f) para ligar o aparelho, caso não haja variação altimétrica entre a área de pouso e aeródromo de
partida, basta apertar o botão da Unidade de Controle 1 (uma) vez, e após isso, apertar outras 3
(três) vezes, sempre que o led vermelho se acender.

g) os Cypres desportivos, após ligados, farão a sua autoverificação por meio de uma contagem
regressiva a partir de 10, terminando em 0▼.

h) nos casos em que a área de pouso e o aeródromo de partida forem diferentes, normalmente
haverá uma diferença de altitude entres esses dois locais. Portanto, é de extrema importância que
essa diferença altimétrica seja inserida no DAA pelo MSL (ou pelo saltador possuidor do ESTÁGIO
DE SALTO LIVRE), para que não haja uma abertura prematura ou tardia do paraquedas reserva
ou, até mesmo, nem seja acionado.

i) caso a área de pouso seja mais alta que o aeródromo de partida, a diferença de altitude
deve ser inserida com seta para cima. Caso contrário, a diferença deve ser inserida com
seta pra baixo.

j) EXEMPLO 1:

- altitude do aeródromo = 350 ft


- altitude da área de pouso = 1.850 ft
- diferença entre altitude do aeródromo e da área de pouso = 1.500 ft
- como a área de pouso é mais é mais alta que o aeródromo, deve ser inserido 1500▲

k) EXEMPLO 2:

- altitude do aeródromo = 1.000 ft


2-25
- altitude da área de pouso = 400 ft
- diferença entre altitude do aeródromo e da área de pouso = 1.000 - 400 = 600 ft
- como a área de pouso é mais baixa que o aeródromo, deve ser inserido 600▼

l) para inserir um valor de ajuste, durante o processo de ligar, basta apertar o botão da Unidade de
Controle 1 (uma) vez e mais 3 (três) vezes quando a luz vermelha do led se acender, mantendo o
botão pressionado após a terceira luz vermelha do led. O Cypres fará s u a autoverificação e, ao
final, aparecerá o número 30 por 2 segundos, mostrando a seta para cima e logo em seguida
para baixo. A cada 2 segundos o número irá aumentar sempre em múltiplos de 30 (trinta): 60,
90, 120, 150..., sempre acompanhados das indicações das setas para cima e para baixo.

m) soltando o botão, o Cypres permanecerá regulado para a elevação que aparece no


mostrador.

n) caso o último salto tenha sido executado com diferença altimétrica entre o aeródromo de partida
e a área de pouso, aparecerá o valor da última regulagem entre o término da autoverificação e o
início das opções de ajuste. Sendo assim, caso o MSL, deseje ajustar o DAA com o último valor
inserido, basta soltar o botão assim que a referida regulagem aparecer no visor digital.

o) se os números aumentarem de 10 em 10 (10, 20, 30, 40...), significa que o Cypres está
calibrado em metros. Nesse caso, o MSL deve estar atento ao realizar os cálculos conforme a
unidade de medida apresentada. O funcionamento do dispositivo permanece igual.

p) caso o ajuste a ser inserido no DAA seja um número não múltiplo de 30, o valor deverá ser
arredondado para mais ou para menos, conforme o sentido da seta.

q) EXEMPLO 1: após calcular o ajuste do Cypres desportivo, o MSL chegou ao resultado 230▲.
Entretanto, como 230 não é múltiplo de 30 e a seta aponta para cima, o MSL deverá buscar o
primeiro valor acima de 230 e que seja múltiplo de 30. Ou seja, o MSL deverá inserir no DAA
240▲. (Fig 3-1)

Stu-
240▲
den
t

Fig 3-1 – Área de pouso mais alta que o aeródromo de partida

r) EXEMPLO 2: agora o MSL após calcular o ajuste do Cypres desportivo, chegou ao resultado
260▼. Como 260 não é múltiplo de 30 e a seta aponta para baixo, o MSL deverá buscar o
primeiro valor abaixo de 260 e que seja múltiplo de 30. Ou seja, o MSL deverá inserir no DAA
240▼. (Fig 3-2)

Stu-
240▼
den
2-26
t
Fig 3-2 – Área de pouso mais baixa que o aeródromo de partida

s) o visor digital continua mostrando o número até que o saltador pouse na área de pouso para
onde o DAA foi calibrado. Após isso, ele irá se autocalibrar em zero. O visor digital passará,
então, a mostrar 0▼. A unidade estará, agora, calibrada para decolar e pousar nessa área.
Entretanto, o manual do fabricante indica, nesses casos, que o Cypres deverá ser desligado e
religado para o próximo salto.

t) para cancelar ou mudar a ajustagem, basta desligar o Cypres (processo inverso de ligar) e
reiniciar o procedimento.

3.4.22 CYPRES MILITARES

a) como vimos anteriormente, diferente dos modelos desportivos, os Cypres militares trabalham
diretamente com diferença de pressão e a velocidade de queda do saltador.

b) os Cypres militares tem a vantagem de poderem ser ligados e regulados a bordo da


aeronave em voo, desde que a mesma esteja pressurizada ou voando a uma altura
constante.

c) os Cypres militares são projetados para s e r e m a c i o n a d o s a 1500 ft, quando a


velocidade de queda do paraquedista ultrapassar 35 m/s.

3.4.23 CYPRES 2 MILITAR

a) se a pressão da área de pouso for igual a do aeródromo de partida, basta apertar o botão
da Unidade de Controle 1 (uma) vez, e após isso, apertar outras 3 (três) vezes, sempre que o led
vermelho se acender. A partir daí o Cypres Militar 2 fará a contagem regressiva a partir de
10, terminando em 0▼.

b) se a pressão da área de pouso for diferente da pressão do aeródromo de partida, basta inserir
a pressão da área de pouso.

c) EXEMPLO:

- altitude do aeródromo = 350 ft e pressão QFE = 1003 hPa


- altitude da área de pouso = 1.850 ft e pressão QFE = 973 hPa
- como a pressão da área de pouso é diferente da pressão do aeródromo, basta inserir a pressão da
área de pouso 973 hPa

2-27
d) para inserir qualquer ajuste, da mesma forma como é feito nos Cypres desportivos, basta
apertar o botão da Unidade de Controle 1 (uma) vez e mais 3 (três) vezes quando a luz vermelha
do led se acender, mantendo o botão pressionado após a terceira luz vermelha do led.

e) a partir daí, o Cypres Militar 2 fará a contagem regressiva a partir de 10, terminando em
0▼. Em seguida, o MSL deverá ajustar, um a um, os 4 algarismos que formam a pressão a
ser inserida, começando pela casa dos milhares até a casa das unidades. A casa dos
milhares só permite escolher entre 1 ou 0. As demais casas permitem todos os algarismos.
Para ajustar um algarismo e passar ao próximo, basta manter pressionado o botão da
Unidade de Controle, soltá-lo no algarismo desejado e voltar a pressioná-lo novamente. Ao
terminar o ajuste da última casa, basta soltar o botão e aguardar a luz se apagar.

f) caso ocorra algum erro durante o ajuste, após a escolha do último algarismo, basta
pressionar novamente o botão da Unidade de Controle antes que a luz se apague. Dessa
forma, o ajuste se iniciará novamente a partir da casa dos milhares. Entretanto, se após
ajustar a casa das unidades, o botão for solto e a luz do led se apagar, para corrigir
qualquer erro, a exemplo de todos os demais Cypres, a única opção será desligá -lo e
religá-lo novamente para inserir um novo ajuste.

g) o Cypres 2 Militar também funciona como barômetro, mostrando a pressão local (QFE)
entre os valores 10▼ e 0▼da contagem regressiva da autoverificação.

h) o Cypres 2 Militar permite inserir qualquer pressão entre 200 hPa e 1075 hPa. Caso
sejam colocados valores diferentes desses, o Cypres mostrará o número de série, a data
da próxima manutenção e desligará automaticamente.

i) uma das formas de estimar a pressão a ser inserida no DAA é a utilização da calculadora
Cypres, que tem como base os dados da tabela International Standard Atmosphere (ISA) de
relação Altitude x Pressão QFE. (Fig 3-3).

Tabela de transformação pressão x altitude:

Pressão Altitude
Pressão (em /
(em milibares) mm Hg) Altura
1050 31,01 -989
1040 30,71 -723
1030 30,42 -454
1020 30,12 -184
1013 29,92 0
1000 29,53 364
990 29,23 641
980 28,94 920
970 28,64 1202
960 28,35 1486
950 28,05 1773
940 27,76 2062
930 27,46 2353
920 27,17 2647
910 26,87 2944
900 26,58 3243
890 26,28 3545

2-28
880 25,99 3850
870 25,69 4157
860 25,40 4468
850 25,10 4781
840 24,81 5098
830 24,51 5417
820 24,21 5740
810 23,92 6065
800 23,62 6394

Fig 3-3 – Tabela Pressão/Altitude

3.5 SEQUÊNCIA E MÉTODO DA INSPEÇÃO DE PESSOAL

3.5.1 PARAQUEDAS DESPORTIVO

3.5.1.1 O MSL deverá executar a inspeção dos saltadores seguindo a sequência e o método aqui
descritos.

3.5.1.2 DAA

3.5.1.2.1 Verificar o valor inserido e, se for o caso, ligar e ajustar.

3.5.1.3 ALTÍMETRO

a) verificar o valor inserido e, se for o caso, ajustar;


b) verificar a ancoragem com cordel na gandola/macacão do Pqdt; e
c) verificar o altímetro no braço esquerdo.

3.5.1.4 INSPEÇÃO FRONTAL

3.5.1.4.1 Uniforme

a) gandola para dentro da calça;


b) gola dobrada para o interior; e
c) mangas abaixadas.

3.5.1.4.2 Capacete/touca e óculos

a) jugular e fecho em boas condições e bem ajustado;


b) sobra da jugular dobrada para o interior e presa com fita isolante; e
c) óculos apropriados para o salto e bem ajustado.

3.5.1.4.3 DLV (three ring)

a) argola média passando por dentro da maior e argola menor por dentro da média, sem passar
pela maior;

2-29
b) Loop em boas condições, prendendo a argola menor por cima, passando por dentro do orifício
do tirante de sustentação superior do Pqd Pcp e do orifício do conduíte do cabo flexível do punho
de desconexão; e
c) cabo flexível do punho de desconexão passando por dentro do loop com a sobra guardada no
seu alojamento.

Fig 3-4 – DLV

3.5.1.4.4 Stevens System (RSL)

a) fixador instantâneo conectado à sua argola;


b) distendido, livre e sem torções;
c) preso no velcro sem envolver os tirantes de sustentação superior do pqd pcp e res; e
d) preso através do seu cadarço ao pino de fechamento do container do Pqd Res;

Fig 3-5 – RSL

3.5.1.4.5 Punho de desconexão

a) preso pelo velcro no seu alojamento e na posição correta;


b) livre para empunhadura; e
c) cabos flexíveis sem torções, ligados ao punho e livres dentro dos seus conduítes.

3.5.1.4.6 Punho de comando do Pqd Res

a) encaixado no seu alojamento e fixo pelo velcro;


b) base maior do punho encaixado no seu alojamento;
c) base menor do punho livre para empunhadura ; e
c) cabo de aço íntegro, ligado ao punho e livre dentro do seu conduíte.
2-30
3.5.1.4.7 Tirantes de sustentação inferior

a) ajustado ao tamanho do saltador; e


b) sobra dobrada para o exterior e presa pelo velcro.

3.5.1.4.8 Tirante de adaptação do peito

a) passando corretamente pelo seu ajustador de fricção;


b) sem torções;
c) sobra da dobrada para o exterior ou distendida, presa pelo elástico;
d) ajustado ao corpo; e
e) sem envolver o tirante de sustentação inferior.

3.5.1.4.9 Tirantes laterais

a) ajustado ao tamanho do saltador; e


b) sobra dobrada para o exterior e presa pelo velcro.

3.5.1.4.10 Tirantes de adaptação das pernas

a) mosquetões conectados, fechado e com pressão;


b) tirantes passando corretamente pelos seus ajustadores de fricção;
c) sem torções;
d) sobras colocadas nos alojamentos e presas pelo elástico; e
e) almofadas de proteção sob os mosquetões.

3.5.1.5 INSPEÇÃO DORSAL

3.5.1.5.1 Tirantes de Sustentação Superior do pqd pcp e res

a) sem torções; e
b) protegidos pelas abas protetoras.

3.5.1.5.2 Container do Pqd Reserva

a) pino de fechamento do container do paraquedas reserva completamente introduzido no loop,


lacrado e com sua ponta introduzida no alojamento;
b) cabo de aço do punho de comando do Pqd Res conectado ao pino de fechamento;
c) loop em boas condições e fechando as abas de fechamento do container do pqd res;
d) fita de ligação vermelha do skyhook presa à alça da RSL por um nó “boca de lobo” (somente no
Pqd Vector SE); e
e) fechar a aba após inspeção.

3.5.1.5.3 Container do Pqd Pcp

3.5.1.5.3.1 Static Line

2-31
a) fita de abertura sanfonada, corretamente fixada pelos elásticos, presa ao gancho e ao cabo
flexível;
b) verificar o funcionamento do gancho;
c) verificar a existência do pino do gancho;
d) cabo flexível corretamente introduzido no loop, em boas condições, sem dobras ou mossa;
e) loop em boas condições e fechando as abas de fechamento do container do pqd pcp;
f) sobra do cabo flexível no seu alojamento; e
g) fechar a aba após inspeção.

3.5.1.5.3.2 Rip Cord

a) rip cord corretamente introduzido no loop;


b) loop em boas condições e fechando as abas de fechamento do container do pqd pcp;
c) cabo flexível sem dobras/mossa;
d) sobra do cabo flexível no seu alojamento;
e) fechar a aba após inspeção; e
f) livre para empunhadura e acionamento.

3.5.1.5.3.3 Hand deployment

a) introduzido no seu alojamento;


b) o punho de acionamento deve estar visível e livre para empunhadura e acionamento;
c) alojamento do Pqd piloto sem rasgos, torções e elástico com pressão;
d) fita de ligação presa ao velcro;
e) fita de ligação presa ao pino curvo;
f) fita de ligação sem torções;
g) pino curvo totalmente introduzido no loop;
h) loop em boas condições e fechando as abas de fechamento do container do pqd pcp; e
i) fechar a aba após a inspeção.

3.5.1.5.4 Bolsa de Transporte do Pqd

a) corretamente dobrada;
b) corretamente colocada, ajustada ao tirante lateral esquerdo e fixa por uma liga de borracha;
c) alças de transporte da bolça passando pelo tirante de adaptação da perna esquerda; e
d) colocada do lado esquerdo.

3.5.2 PARAQUEDAS OPERACIONAL

3.5.2.1 O MSL deverá executar a inspeção dos saltadores seguindo a sequência e o método aqui
descritos.

3.5.2.2 DAA

3.5.2.2.1 Verificar o valor inserido e, se for o caso, ligar e ajustar.

3.5.2.3 ALTÍMETRO

a) verificar o valor inserido e, se for o caso, ajustar; e


2-32
b) verificar a ancoragem com cordel na gandola/macacão do Pqdt.
c) verificar o altímetro no braço esquerdo.

3.5.2.4 INSPEÇÃO FRONTAL

3.5.2.4.1 Uniforme

a) gandola para dentro da calça;


b) gola dobrada para o interior; e
c) mangas abaixadas.

3.5.2.4.2 Capacete/touca e óculos

a) jugular e fecho em boas condições e bem ajustado;


b) sobra da jugular dobrada para o interior e presa com fita isolante; e
c) óculos apropriados para o salto e bem ajustado.

3.5.2.4.3 DLV (four ring)

a) argola média passando por dentro da maior, argola menor por dentro da média (sem passar
pela maior) e tirante do DLV prendendo a argola menor por baixo;
b) Loop em boas condições, passando por dentro do orifício do tirante do DLV e do orifício do
conduíte do cabo flexível do punho de desconexão; e
c) cabo flexível do punho de desconexão passando por dentro do loop com a sobra guardada no
seu alojamento.

2-33
Fig 3-5 – DLV

3.5.2.4.4 Stevens System (RSL)

a) fixador instantâneo/mini link conectado à sua argola;


b) distendido e sem torções;
c) preso nos velcros sem envolver os tirantes de sustentação superior do pqd pcp e res;
d) preso através dos seus cadarços aos pinos de fechamento do container do Pqd Res; e
e) inspecionar os itens descritos acima duplamente (ambos os lados).

3.5.2.4.5 Punho de comando do Pqd Pcp (Pqd Operacional)

a) encaixado em seu alojamento e fixo pelo velcro;


b) livre para empunhadura (preparado para o salto); e
c) cabo de aço íntegro, ligado ao punho e livre dentro do seu conduíte.

3.5.2.4.6 Punho de desconexão

a) preso pelo velcro, no seu alojamento e na posição correta;


b) livre para empunhadura; e
c) cabos flexíveis sem torções, ligados ao punho e livres dentro dos seus conduítes.

3.5.2.4.7 Punho de comando do Pqd Res

a) encaixado no seu alojamento e fixo pelo velcro;


b) livre para empunhadura (preparado para o salto); e
c) cabo de aço íntegro, ligado ao punho e livre dentro do seu conduíte.

3.5.2.4.8 Tirantes de sustentação inferior

a) ajustado ao tamanho do saltador; e


b) sobra dobrada para o exterior e presa pelo velcro.

3.5.2.4.9 Tirante de adaptação do peito

a) passando corretamente pelo seu ajustador de fricção;


b) sem torções;
c) sobra da dobrada para o exterior ou distendida, presa pelo elástico;
d) ajustado ao corpo; e
e) sem envolver o tirante de sustentação inferior.

3.5.2.4.10 Tirante de adaptação abdominal (Pqd Operacional)

a) passando corretamente pelo seu ajustador de fricção;


b) sem torções;
c) sobra dobrada para o exterior, presa pelo elástico;
d) ajustado ao corpo; e
2-34
e) passando por cima dos tirantes de sustentação inferior.

3.5.2.4.11 Tirantes laterais

a) ajustado ao tamanho do saltador; e


b) sobra dobrada para o exterior e presa pelo velcro.

3.5.2.4.12 Tirantes de adaptação das pernas

a) mosquetões conectados e com pressão;


b) tirantes passando corretamente pelos seus ajustadores de fricção;
c) sem torções;
d) sobras colocadas nos alojamentos e presas pelo elástico; e
e) almofadas de proteção sob os mosquetões.

3.5.2.5 INSPEÇÃO DORSAL

3.5.2.5.1 Tirantes de Sustentação Superior

a) sem torções; e
b) protegidos pelas abas protetoras.

3.5.2.5.2 Container do Pqd Reserva

a) pinos de fechamento do container do paraquedas reserva completamente introduzidos nos


loops, lacrados e com suas pontas introduzidas no alojamento;
b) cabo de aço do punho de comando do Pqd Res conectado ao pino de fechamento;
c) loops em boas condições e fechando as abas de fechamento do container do pqd res;
d) fechar a aba após inspeção.

3.5.2.5.3 Container do Pqd Pcp

3.5.2.5.3.1 Static Line

a) fita de abertura sanfonada, corretamente fixada pelos elásticos, presa ao gancho e ao cabo
flexível;
b) verificar o funcionamento do gancho;
c) verificar a existência do pino do gancho;
d) cabo flexível corretamente introduzido no loop, em boas condições, sem dobras ou mossa;
e) loop em boas condições e fechando as abas de fechamento do container do pqd pcp;
f) sobra do cabo flexível no seu alojamento; e
g) fechar a aba após inspeção.

3.5.2.5.3.2 Rip Cord

a) loop em boas condições e fechando as abas de fechamento do container do pqd pcp ;


b) pino de fechamento do container do Pqd Pcp completamente introduzido no loop;
c) cabo de aço íntegro e livre dentro do seu conduíte;
d) extremidade do conduíte fixa; e
2-35
e) fechar a aba após inspeção;

3.5.2.5.3.3 Hand deployment

a) introduzido no seu alojamento;


b) o punho de acionamento deve estar visível e livre para empunhadura e acionamento;
c) alojamento do Pqd piloto sem rasgos, torções e elástico com pressão;
d) fita de ligação presa ao velcro;
e) fita de ligação presa ao pino;
f) fita de ligação sem torções;
g) pino totalmente introduzido no loop;
h) loop em boas condições e fechando as abas de fechamento do container do pqd pcp; e
i) fechar a aba após a inspeção.

3.5.2.5.4 Bolsa de Transporte do Pqd

a) corretamente dobrada;
b) corretamente colocada abaixo do container do pqd pcp, ajustada e com as alças de transporte
da bolça passando pelos tirantes de adaptação das pernas; e
c) ancorada na argola de suspensão de carga.

3.5.2.6 EQP PARA SALTO NOTURNO E/OU MASSA DÁGUA

3.5.2.6.1 Salto noturno

a) altímetro com ponto luminoso funcionando;


b) dois pontos luminosos (frontal na cor vermelha e dorsal na cor branca) funcionando; e
c) óculos com lentes claras.

3.5.2.6.2 Salto em massa d’água

a) com altímetro a prova d’água;


b) com colete salva vida, roupa de neoprene ou LPU;
c) com canivete ou Knife;
d) sem capacete;
e) sem bolsa de transporte do Pqd; e
f) boot preparado com amarração de soltura rápida; e
g) tirante de adaptação das pernas com mosquetões tipo ejetor rápido (mosquetão com alça para
soltura rápida ou cadarço de liberação).

3.5.2.7 ARMAMENTO

3.5.2.7.1 Preparação para o salto

a) sem baioneta ou reforçador para tiro de festim;


2-36
b) sem carregador;
c) RTS em S (segurança) ou travado;
d) quebra-chamas protegido;
e) janelas de refrigeração protegidas;
f) alojamento do carregador e janela de ejeção protegidos;
g) coronha rebatida e ancorada;
h) uma extremidade da bandoleira passando no zarelho anterior e a outra no zarelho posterior,
ambas as extremidades estranguladas.

3.5.2.7.2 Equipagem para o salto

a) armamento colocado ao lado esquerdo (lado oposto ao do punho de comando do Pqd Pcp) e a
retaguarda do saltador, com o cano para baixo e levemente para frente;
b) bandoleira passando por baixo do tirante de sustentação inferior, por cima do ajustador do
tirante de adaptação do peito e sem envolver o punho de comando do Pqd Res (1º ponto);
c) tirante de adaptação abdominal envolvendo o armamento (2° ponto); e
d) barrigueira da mochila em bom estado e envolvendo o conjunto Pqdt/armamento (3° ponto).

3.5.2.8 MOCHILA

3.5.2.8.1 Preparada com cabo solteiro

a) mochila a retaguarda do corpo, com os bolsos fechados e todos os tirantes/cadarços anulados;


b) alças da mochila ajustada e envolvendo as pernas do saltador, com as sobras anuladas
(mantendo um recurso mínimo para afrouxa-las na navegação final, se necessário for);
c) fita de ligação cuidadosamente dobrada, livre, com uma extremidade presa à argola de
suspensão de carga (ancoragem), e a outra presa por um nó “boca de lobo” no encontro da barra
horizontal superior da armação com o cabo solteiro;
d) extremidades do cabo solteiro passando por dentro das argolas de conexão de carga (de seus
respectivos lados), voltando por dentro das aselhas, terminando com um nó “direito” a frente do
corpo unindo as duas pontas (as sobras deverão ser escondidas dentro do uniforme); e
e) barrigueira da mochila afivelada e envolvendo o saltador, o equipamento e o armamento.

3.5.2.8.2 Preparada com equipamento em “H”

a) mochila a retaguarda do corpo, com os bolsos fechados e todos os tirantes/cadarços anulados;


b) alças da mochila ajustada e envolvendo as pernas do saltador, com as sobras anuladas
(mantendo um recurso mínimo para afrouxa-las na navegação final, se necessário for);
c) fita de ligação cuidadosamente dobrada, livre, com uma extremidade presa à argola de
suspensão de carga (ancoragem), e a outra presa por um nó “boca de lobo” unindo os cadarços
verticais do equipamento em ´´H`` (em quadrantes opostos) na parte da retaguarda da mochila;
d) mosquetões de liberação da mochila (com cadarços de liberação da mochila ou alça para
soltura rápida livres para empunhadura) conectados às argolas de conexão de carga; e
e) barrigueira da mochila afivelada e envolvendo o saltador, o equipamento e o armamento.

3.5.2.9 EQP PARA SALTO A GRANDE ALTITUDE

a) Altímetro apropriado (preferencialmente de 30000ft)


b) utilização de uniforme apropriado (macacão térmico e luvas térmicas);
2-37
c) capacete (apropriado para utilização com máscara de oxigênio) corretamente ajustado
(jugular/queixeira sem passar no queixo) e óculos com lentes claras;
d) bolsa do cilindro de oxigênio corretamente presa no zíper do paraquedas, presa na alça de
ancoragem do Pqd e no tirante de sustentação inferior (abaixo do tirante de adaptação do peito;
e) cilindro de oxigênio dentro da sua bolsa, preso pelo velcro (e pelos botões caso haja),
ancorado na alça de ancoragem do paraquedas e na posição correta (válvula para frente e
medidor em FULL para trás);
f) mangueira de oxigênio passando por baixo do tirante de sustentação superior do lado direito,
por cima do tirante de sustentação superior do lado esquerdo e conectada corretamente à
máscara de oxigênio (verificar clique da válvula);
g) máscara de oxigênio (e julgular) em boas condições e ancorada do lado esquerdo do capacete
(lado da válvula de respiração e do sistema de comunicações);
h) fazer o teste de vedação da máscara de oxigênio e de funcionamento do sistema de respiração
da seguinte forma:
- fechar e ajustar a máscara de oxigênio, solicitar que o saltador respire com registro do cilindro
em OFF e verificar se o mesmo consegue puxar o ar;
- colocar o registro do cilindro em ON e solicitar que o saltador inspire e expire duas vezes,
confirmando o correto funcionamento do sistema de respiração (som característico); e
- voltar o registro para OFF e aliviar a máscara do capacete; e
i) Console de navegação ancorado no tirante de sustentação inferior e abaixo do tirante de
adaptação do peito (com bússola, GPS e demais itens julgados necessários).

CAPÍTULO IV

DEVERES DO MESTRE DE SALTO


LIVRE 4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

4.2 ATRIBUIÇÕES DO MSL


4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
4.3 MATERIAL
4.1.1 O Mestre de Salto Livre é o
paraquedista que comanda o lançamento, 4.4 DOCUMENTAÇÃO
sendo o responsável pela inspeção,
4.5 BRIEFING
embarque do pessoal, animal e material na
aeronave, além de instruir e incentivar os 4.6 ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR DO
saltadores para a realização das missões de
MESTRE DE SALTO LIVRE
salto ou trabalhos de instrução recebidos.
4.7 PREPARATIVOS PARA A MISSÃO
4.2 ATRIBUIÇÕES DO MESTRE DE DE LANÇAMENTO
SALTO LIVRE (MSL)
4.8 DISPOSITIVOS NAS AERONAVES
4.9 DIVISÃO DAS EQUIPES
2-38
4.10 ORGANIZAÇÃO DAS EQUIPES
4.11 OBSERVAÇÕES GERAIS
4.12 ALTITUDE E ALTURA
a) Realizar o briefing com os paraquedistas, equipe de terra (particularmente com os
chefes das diversas turmas) e com a tripulação da FAB (briefing conjunto).
b) Efetuar as inspeções do pessoal, animal e material.
c) Organizar as equipes para o lançamento.
d) Realizar o embarque e o carregamento.
e) Fazer cumprir as normas de segurança em voo, lançamento e nos casos de
emergência.
f) Efetuar os lançamentos.
g) Realizar o debriefing com os paraquedistas e equipe de terra (particularmente com
os chefes das diversas turmas).
OBSERVAÇÃO: O piloto TANDEM é o responsável pela inspeção de seu passageiro.

4.3 MATERIAL

4.3.1 Para desempenhar as funções de MSL Av, o militar deverá providenciar o seguinte
material:

a) Conjunto extra de paraquedas (somente em caso de operações);


b) Fotografia aérea ou croquis da área de salto;
c) Caneta;
d) Relógio e cronômetro; e
e) Duas sondas, no mínimo.

4.4 DOCUMENTAÇÃO

4.4.1 O MSL é o responsável pelo preenchimento dos seguintes documentos:

a) PQ-2: MANIFESTO DE VOO E LANÇAMENTO (Anexo A);


b) PQ-5: RELATÓRIO DO CHEFE DA EQUIPE DE TERRA (Anexo B);
c) PQ-6: FICHA DE ACIDENTE (Anexo C);
d) RELATÓRIO DE PERIGO (Anexo D);
e) RELATÓRIO DA COMISSÃO DE INVESTIGAÇÃO INICIAL (Anexo E);
f) FICHA DE BRIEFING COM PILOTO (Anexo F);
g) FICHA DE OBSERVAÇÃO (Anexo G);
h) FICHA DE TRABALHO (Anexo H); e
i) RELATÓRIO DE RECONHECIMENTO DE ZL (Anexo I).

OBSERVAÇÃO - o Relatório de Perigo pode ser confeccionado por qualquer saltador.

4.5 BRIEFING

4.5.1 Briefing é um conjunto de informações ou uma coleta de dados passados em uma reunião
para o desenvolvimento de um trabalho.

2-39
4.5.2 Antes do salto, o MSL deverá realizar o BRIEFING PARTICULAR com os paraquedistas e
com o Chefe da Equipe de Terra (Ch Eq Ter), e o BRIEFING CONJUNTO com os elementos da
FAB, a fim de recordar normas e estabelecer condutas para a boa realização da missão,
abordando os seguintes itens:

4.5.2.1 Com os Paraquedistas:

a) Localização e características da Área de Pouso;


b) Distribuição de funções (instrução no solo, observação da queda livre, Aux MSL e
operador de interfone);
c) Trabalho a ser realizado;
d) Material a ser utilizado no salto;
e) Tipo de aeronave para o salto;
f) Tipo de saída do paraquedista (salto pela porta de salto ou pela porta de carga
(rampa); e saída normal ou mergulho);
g) Divisão e organização das equipes;
h) Ordem de saída;
i) Conduta a bordo da aeronave;
j) Procedimentos de emergência;
k) Procedimentos na Área de Pouso;
l) Local de reunião após o salto;
m) Material (cuidados, recebimento, utilização, recolhimento e devolução);
n) Horário (equipagem, ajustagem, inspeção, embarque e decolagem); e
o) Tempo estimado em voo e escalas (viagem).

4.5.2.1.1 Deve necessariamente ser realizado no dia da atividade de salto, salvo as situações
de operações reais, nas quais não seja possível ou viável a execução do briefing no dia do
salto.

4.5.2.2 Com o Chefe da Equipe de Terra (Ch Eq Ter):

a) Missões da Equipe de Terra (Turma de alvo, saúde, Seg, Slv, DoMPSA);


b) Localização e características da Área de Pouso;
c) Locais para instalação do alvo e da biruta;
d) Ligação terra-avião (sinalização do alvo, frequência rádio, código de chamada,
alternativas, teste de rádio);
e) Número de passagens sobre a Área de Pouso;
f) Programa de salto com a sequência dos paraquedistas na equipe;
g) Limites de permanência da equipe na Área de Pouso; e
h) Outros detalhes de acordo com a missão.

4.5.2.2.1 Elementos que devem comparecer ao briefing com o Ch Eq Ter:

a) Ch Eq Ter;
b) Médico;
c) Aux MSL;
d) DoMPSA; e
e) Motoristas (ambulância, Vtr DOMPSA, Vtr de Seg, etc.)

2-40
4.5.2.2.2 No briefing com o Ch Eq Ter, este deverá enfatizar ao pessoal supracitado a
importância de cada elemento na operação, buscando extrair dos mesmos as respostas
corretas para suas perguntas, fazendo com que cada um, dentro de sua esfera de atribuições,
faça o melhor trabalho possível, o que irá aumentar significativamente o fator SEGURANÇA.

4.5.2.2.3 Para a montagem dos meios que compõe a Equipe de Terra, o Ch Eqp Ter deverá
observar as seguintes medidas:

a) Alvo: o diâmetro do alvo deverá ser de 50 metros. Os painéis que compõe o alvo
medem 5m x 1m.
b) Biruta: a biruta deverá ser instalada a 50 metros do centro do alvo,
preferencialmente livrando a entrada do vento predominante.

4.5.2.3 Com o piloto da aeronave:

a) Localização e características da Área de Pouso;


b) Número de paraquedistas embarcados e material a ser transportado (peso total da
carga: pessoal e material);
c) Número de passagens e de saídas sobre a Área de Pouso;
d) Altura de lançamento da sonda e do pessoal (alternativas e emergências);
e) Eixo de entrada da aeronave para o lançamento da sonda;
f) Eixo de entrada da aeronave para o lançamento do pessoal;
g) Circuito da aeronave (à esquerda ou à direita);
h) Tipo de saída do paraquedista (porta ou rampa);
i) Velocidade da aeronave para o lançamento;
j) Sinais convencionais entre o piloto e o MSL (luzes e toques de campainha);
k) Sinais e correções para o lançamento;
l) Fraseologia (operador de interfone e piloto);
m) Ligação terra-avião (sinalização do alvo, fumígeno, frequência rádio, código de
chamada, alternativas, etc);
n) Interdição da área (horário, altura, número do NOTAM);
o) Horários (guarnecer, embarque, decolagem, início, cortes de reabastecimentos e
término do lançamento); e
p) Tempo estimado de voo e escalas.

4.6 ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR DO MESTRE DE SALTO LIVRE

4.6.1 É um militar possuidor do Estágio de Mestre de Salto Livre que auxilia o MSL Av em suas
funções, atribuições e nas providências do material necessário à realização do salto.

4.6.2 Embarca primeiro para executar a inspeção da aeronave e observar a ocupação dos
assentos pelos paraquedistas.

4.7 PREPARATIVOS PARA A MISSÃO DE LANÇAMENTO

4.7.1 O MSL é o principal responsável pela execução de todas as medidas previstas para o
lançamento. Antes de uma missão de salto, deverá recordar as atribuições do MSL e estudar
(na carta, esboço ou fotografia aérea) a ZL ou Área de Pouso.
2-41
4.7.2 O dispositivo para equipagem será o seguinte:

a) Aeronave C-95: em coluna por um;


b) Aeronave C-105: em coluna por dois; e
c) Aeronave C-130: em coluna por quatro.

OBSERVAÇÃO: Os dispositivos acima poderão ser alterados a critério do MSL.

4.7.2 Após a tomada do dispositivo pelos paraquedistas, o MSL dará continuidade aos
trabalhos observando a sequência a seguir:

a) O MSL emitirá os comandos de “PREPARAR PARA EQUIPAR!” e “EQUIPAR!”;


b) A equipagem e a ajustagem dar-se-ão conforme o Manual Técnico do ESL;
c) O embarque será feito na ordem inversa de saída da Anv;
d) O MSL inspeciona os paraquedistas prontos, podendo ser auxiliado por outros
militares possuidores do EMSL; e
e) Ao término da inspeção, sempre deverá ser perguntado ao avião: "ALGUÉM
DEIXOU DE SER INSPECIONADO?".

4.8 DISPOSITIVO NAS AERONAVES

4.8.1 AERONAVE C-95 (Fig 4-1)

a) O MSL ocupa o assento Nr 18.


b) O Aux MSL / Op Inter ocupa o assento Nr 19.

AUX MSL
MSL
PORTA OP INTER

Fig 4-1

4.8.2 AERONAVE C-105 (Fig 4-2):

a) MSL ocupa o assento Nr 44.


b) O Aux MSL ocupa o assento Nr 22.
c) O Op Inter ocupa o assento Nr 24.

2-42
MSL AUX MSL

OP INTER RAMPA

Fig 4-2

4.8.3 AERONAVE C-130 / C-390 (FIG 4-3)

a) O MSL ocupa o 2º assento da porta da esquerda.


b) O Aux MSL ocupa o 1º assento da porta da esquerda (central).

AUX MSL
MSL

RAMPA
OP INTER

Fig 4-3

4.8.4 Em todas as aeronaves os saltadores ocupam os assentos da cabine do piloto para a cauda
da aeronave, conforme a ordem de saída estabelecida para o salto.

4.9 DIVISÃO DAS EQUIPES

4.9.1 O número de equipes será estabelecido em função da natureza da missão. O MSL responsável
pelo lançamento deverá distribuir os saltadores e escalonar as alturas de comandamento levando em

2-43
conta as dimensões (restrições) da ZL (Área de Pouso) de modo que haja área suficiente de pouso
(conforme a categoria dos saltadores). Entende-se por escalonamento a determinação ordenada das
alturas de comandamento dos saltadores, de modo que as diferentes alturas de comandamento não
comprometam a segurança.

4.9.2 O cálculo da quantidade de saltadores será estabelecido conforme instrução de lançamento (Cap
VII).

4.9.3 Quanto mais restrita for a Área de Pouso (quantidade de obstáculos), menor será o número de
saltadores por passagem.

4.10 ORGANIZAÇÃO DAS EQUIPES

4.10.1 Ao organizar as equipes de salto para o lançamento e definir a ordem de saída de cada
paraquedista, o MSL deverá escaloná-los em diferentes alturas de comandamento observando
os quatro aspectos abaixo, ordenados dentro de um critério de relevância para a segurança (do
mais relevante para o menos relevante):

a) tipo de lançamento a ser realizado (mais relevante);


b) trabalho a ser realizado: “Dive”, “Sit-fly”, Dorso, “Looping”, 1/2 série, QE, SLOp e FQL.
c) velame a ser utilizado; e
d) peso do saltador (menos relevante).

4.10.1.1 Os trabalhos em Queda Livre podem ser descritos da seguinte maneira:


a) “Dive”: também conhecido como “Delta Track”, consiste numa variante da posição
do “Track” na qual o militar deverá arquear o tórax, jogando os ombros para trás, de forma a
aumentar sua velocidade vertical;
b) “Sit-fly”: posição na qual o militar apoia o quadril no vento controlando o movimento
lateral com os braços e utilizando as pernas para acelerar e desacelerar a queda. Pode ser
utilizada quando se deseja aumentar a velocidade da QL sem perder a visualização de
determinado setor;
c) Dorso: oferecendo as costas para o vento o militar pode controlar a queda com as
pernas e com os braços;
d) “Looping”: pode ser realizado para frente “front loop” ou para trás “back loop”;
e) Meia Série: trata-se de uma sequência de movimentos a ser realizada pelo saltador a
qual consiste em uma curva de 360º para um lado, uma curva de 360º para o lado oposto, um
looping (poderá ser para frente ou para trás) e por fim um Track de 5 segundos;
f) Queda estável: o militar realizará a queda livre na posição “box” de forma estável,
realizando simulações de comandamento. No trabalho de QE estão inseridos, também, os
seguintes trabalhos:
2-44
1) No contact: trata-se de um trabalho realizado por, no mínimo, dois saltadores,
no qual ambos realizarão a QL o mais próximo possível um do outro, sem que haja o
contato físico;
2) Curva-curva: o militar realizará curvas sucessivas para lados opostos;
3) Voo lateral: o militar realizará deslocamentos laterais mantendo-se a direção
da referência;
g) Salto Livre Operacional (SLOp): o militar realizará o salto armado e equipado, em
adestramento ou em missões reais; e
h) Formação em Queda Livre: trata-se de um trabalho realizado por, no mínimo, dois
saltadores, no qual ambos realizarão a QL com “gripp” (prendendo-se um ao outro utilizando as
mãos).

4.10.1.1 LANÇAMENTO NO EIXO SONDA – ALVO (VENTO DE NARIZ)

a) Os paraquedistas que realizam trabalhos que afundam mais saem primeiro.


b) Os paraquedistas que saem primeiro comandam mais baixo.
c) Os velames de maior desempenho saem primeiro, mais próximos do alvo.

4.10.1.2 LANÇAMENTO NO EIXO ALVO – SONDA (VENTO DE CAUDA)

a) Não é aconselhável para uma equipe numerosa (mais de 16).


b) Os paraquedistas que realizam trabalhos que afundam mais saem por último.
c) Os paraquedistas que saem primeiro comandam mais alto.
d) Os velames de maior desempenho saem por último, mais próximos do alvo.

4.10.1.3 LANÇAMENTO NA BOCA DO CONE (VENTO DE TRAVÉS)

a) Os paraquedistas que realizam trabalhos que afundam mais saem no meio da


equipe.
b) Os paraquedistas que saem no início e no final da equipe comandam mais alto e, os
que saem no meio, mais baixo.
c) Os velames de menor desempenho saem no início e no final da equipe (longe do
alvo) e, os de maior desempenho saem no meio (perto do alvo).

4.10.2 A sequência dos trabalhos que mais afundam para os que menos afundam é: DIVE, SIT-
FLY, DORSO, LOOPING, ½ SÉRIE, QE, SLOp e FQL.

4.10.3 Segue a ordem dos velames que possuem um maior desempenho para os que possuem
um menor desempenho: SILHOUETTE, NAVIGATOR, OPERACIONAL e TANDEM.

4.11 OBSERVAÇÕES GERAIS


2-45
4.11.1 O piloto TANDEM sairá sempre por último na equipe e na última passagem
independentemente da performance do velame ou do tipo de lançamento.

4.11.2 O MSL determinará o tipo de paraquedas para cada saltador conforme a disponibilidade
e necessidade da missão, de forma a adequar a organização das equipes, os seus saltadores
(atenção para as categorias), trabalhos em QL e suas respectivas alturas de comandamento.

4.11.3 O intervalo da altura de comandamento entre saltadores ou grupos que realizam trabalho
é de 500 Ft. É possível que até 06 (seis) saltadores comandem na mesma altura numa mesma
passagem, no mesmo bloco, devendo, para isso, realizar a separação.

4.11.4 Todo e qualquer afastamento horizontal (por exemplo, o track) deve ser realizado na
perpendicular ao eixo de deslocamento da aeronave no lançamento.

4.11.5 O intervalo entre os saltadores que saem sozinhos, em duplas, trincas de trabalhos ou
em FQL deverá ser, preferencialmente, entre 03 (três) a 05 (cinco) segundos, para que ocorra
uma dispersão segura no momento do comandamento.

4.11.6 Os saltadores que saem com filmadoras ou máquinas fotográficas têm a prioridade por
ocasião da saída e saem à frente do saltador ou grupo que esteja realizando trabalho.

4.11.7 As normas previstas nos itens 4.11.1 e 4.11.6 sobrepõe-se às quatro regras gerais para
organização da equipe (item 4.10.1).

4.11.8 A interpretação dos dados existentes no momento da organização das equipes deverá
seguir um critério hierárquico e o MSL somente passará a analisar o quesito seguinte em caso
de empate no quesito anterior.

4.12 ALTITUDE E ALTURA (Fig 4-5)


a. Altura de abertura
b. Altura de lançamento
c. Altitude da ZL
d. Altitude de abertura
e. Altitude de lançamento
A B D E

2-46
4.12.1 A altitude é considerada sempre em relação ao nível do mar e a altura é considerada em
relação a um ponto cotado qualquer. (normalmente, da própria ZL ou Área de Pouso)
A – Altura do Ponto de Abertura do Pqd.
B – Altura de Lançamento.
C – Atitude da Área de Pouso
D – Altitude do Ponto de Abertura do Pqd.
E – Altitude de Lançamento.
4.12.2 Das definições acima tiramos as seguintes conclusões importantes:

a) A altitude de abertura do Pqd é a soma da altura de abertura do Pqd com a altitude


da área de pouso; e
b) A altitude de lançamento é a soma da altura de lançamento com a altitude da Área de
Pouso.

4.13 ALTURA MÍNIMA DE ABERTURA E LANÇAMENTO

4.13.1 Altura de abertura é a distância vertical, medida em pés ou metros, do nível da Área de
Pouso até o ponto em que o saltador comanda seu paraquedas.

4.13.1.1 Altura mínima de comandamento:

a) 5.500 pés - saltos duplos.


b) 5.000 pés – Alunos em Instrução (categoria AI).
c) 4.500 pés - saltadores categoria “A”.
d) 4.000 pés - saltadores categoria “B”.
e) 3.500 pés - saltadores categoria “C”.
f) 3.000 pés – saltadores categoria “D”.

4.13.1.2 Altura Mínima de comandamento em situações específicas:

a) 5.000 pés - para os estagiários do ESL/EMSL/Readaptação Técnica


b) 4.500 pés - para saltos operacionais armados e equipados.
c) 4.000 pés – para saltos com paraquedas operacionais.
d) 3.000 pés - para saltos com paraquedas desportivos - adestramento da Bda Inf
Pqdt
e) 2.500 pés - para os integrantes da Equipe de Salto Livre da Bda Inf Pqdt e
Equipe de instrução do Curso de Salto Livre (CSL).

4.14 CATEGORIAS DE SALTADORES LIVRES

4.14.1 Todo paraquedista militar será qualificado em uma categoria, publicada em BI da Bda Inf
Pqdt, que o habilitará a executar determinados trabalhos técnicos de saltos.

2-47
4.14.2 Categorias são ferramentas que servem tanto como incentivo, como também orientação
para adquirir habilidade e conhecimento necessários para atingir um nível razoável de
segurança e aproveitamento. O Estagiário que concluir o ESL com aproveitamento é
enquadrado na Cat “AI”.

4.14.3 Os saltadores livres são qualificados nas seguintes categorias:

a) categoria AI;
b) categoria A;
c) categoria B;
d) categoria C; e
e) categoria D.

4.14.3.1 Os portadores das categorias especificadas no item anterior estão habilitados para:

I – Categoria “AI”:
a) apto a realizar todos os trabalhos previstos no ESL;
c) apto a utilizar paraquedas com comandamento do tipo RipCord;
c) apto a saltar de helicóptero;
d) apto saltar com paraquedas Navigator 280, MMS 350 e 420 e Legend 290;
e) apto realizar saltos com paraquedistas Cat “B”, Cat “C” e Cat “D”;
f) apto a saltar com vento limite de 15 kt (diurno); e
g) Utilizar, obrigatoriamente, capacete rígido, altímetro analógico, óculos para salto
livre de lente clara.

II – Categoria “A”:
a) apto a realizar todos os trabalhos previstos na Cat “AI”;
b) apto a utilizar paraquedas com o comandamento do tipo handeployment;
c) apto realizar saltos noturnos individualmente;
d) apto a saltar com vento limite de 18 kt (diurno) e 14 kt (noturno); e
e) apto a usar luvas.

III – Categoria “B”:


a) apto a realizar todos os trabalhos previstos na Cat “A”;
b) apto a realizar o Estágio de Mestre de Salto Livre;
c) apto realizar trabalho relativo com paraquedistas de categorias Cat “A”, Cat “B”,
Cat “C” e Cat “D”;
d) apto realizar saltos de infiltração com velame aberto;
e) apto a saltar com paraquedas silhouette 210;
f) apto realizar saltos em massa d’água com LPU ou colete salva-vidas
obrigatoriamente;
g) apto realizar saltos com filmadora;
h) apto a utilizar touca de salto livre, altímetro digital, óculos para salto livre de
lente escura, utilizar macacão de salto livre.

2-48
IV – Categoria “C”:
a) apto a realizar todos os trabalhos previstos na Cat “B”;
b) apto a realizar saltos a grandes altitudes;
c) apto a realizar saltos de demonstração com faixa sonda;
c) apto a realizar trabalho relativo com paraquedistas de todas as categorias;
d) apto a acompanhar estagiários em formação no ESL e no EMSL, desde que
aprovado pelo Instrutor Chefe da Seção de Ensino IV e autorizado pelo Cmt CI Pqdt GPB

V – Categoria “D”:
a) apto a realizar todos os trabalhos previstos na Cat “C”;
b) apto a realizar de demonstração com bandeiras e fumígenos; e
c) apto a realizar o Estágio de Saltador Duplo Militar (EPSDM), desde que atenda
aos pré-requisitos previstos no Art 65 e 66, das NGA Aet Bda Inf Pqdt.

4.14.3.2 Para a mudança de categoria os saltadores deverão atingir os seguintes pré-requisitos:

I – mudança de categoria de AI para A:

a) realizar, no mínimo, 25 (vinte e cinco) saltos em queda livre ou possuir 1 hora de


treinamento no Simulador de Queda Livre;
b) pousar em pé dentro de uma área de 100 m de diâmetro por mais de 5 vezes;
c) fazer transição para o equipamento com comandamento do tipo handeployment
no último salto da categoria “AI” após receber treinamento prévio de um MSL.

II – mudança de categoria de A para B:

a) realizar, no mínimo, 50 (cinquenta) saltos em queda livre ou possuir 2 horas de


treinamento no Simulador de Queda Livre;
b) pousar em pé dentro de uma área de 50 m de diâmetro por mais de 5 vezes;
c) ter realizado pelo menos 1 (um) salto noturno;
d) ter demonstrado habilidade para executar manobras básicas de trabalho relativo
(nível, aproximação, separação e voo lateral).

III – mudança de categoria de B para C:

a) realizar, no mínimo, 100 (cem) saltos em queda livre ou possuir 4 horas de


treinamento no Simulador de Queda Livre;
b) ter realizado pelo menos 1 (um) salto com infiltração com velame aberto;
c) estar apto a realizar um salto livre em massa d’água;
d) pousar em pé dentro de uma área de 25 m de diâmetro por mais de 5 vezes;
IV - mudança de categoria de C para D:

a) realizar, no mínimo, 250 (duzentos e cinquenta) saltos em queda livre ou possuir


10 horas de treinamento no Simulador de Queda Livre;
b) pousar em pé dentro de uma área de 10 m de raio por mais de 5 vezes;

2-49
4.14.3.2.1 As horas de treinamento que o saltador livre realizar no Simulador de Queda Livre,
poderão ser publicadas em BI da OM do próprio saltador, podendo servir de pré-requisito para o
EPSDM.

4.14.3.2.2 As horas de formação no Simulador de Queda Livre não serão computadas para as
mudanças de categoria.

4.15 AFASTAMENTO TEMPORÁRIO DA ATIVIDADE

4.15.1 O paraquedista que se afastar da atividade de salto entrará em Readaptação Técnica de


Salto Livre (RTSL) conforme o quadro abaixo:

RTSL RTMSL
Categoria Tempo afastado Tempo afastado da
da atividade de atividade de lançamento
salto
AI, A e B Mais de 180 dias Mais de 365 dias
CeD Mais de 365 dias

4.15.2 O MSL que se afastar da atividade de lançamento por mais de 365 dias entrará em
RTMSL.

4.16 RECONHECIMENTO DE ÁREAS PARA SALTO LIVRE

4.16.1 Para que os novos exercícios de adestramento, viagens de instrução e saltos de


demonstração sejam realizados com segurança, faz-se necessário o reconhecimento da Área
de Pouso. Somente militares possuidores do EMSL estão habilitados a realizar esse tipo de
reconhecimento.

4.17 ÁREA DE POUSO

4.17.1 É o espaço do terreno, livre de obstáculos, destinado ao pouso dos saltadores livres.

4.17.2 As Áreas de Salto são caracterizadas pelas condições técnicas que apresentam,
principalmente quanto à natureza do solo, o qual deve ser suficiente macio, plano (declividade
máxima do solo é de 30%) e com menor número possível de acidentes.

4.17.3 Os obstáculos naturais e artificiais abaixo relacionados estão dentro de uma ordem
crescente de importância:

a) Estrada pavimentada;

2-50
b) Linha de árvores copadas;
c) Estrada de ferro;
d) Bosque ou floresta;
e) Rio ou fosso profundo;
f) Região de casario;
g) Linha de alta tensão;
h) Barrancos; e
i) Estacionamento de viaturas.

4.18 TIPOS DE RECONHECIMENTOS

4.18.1 Os reconhecimentos podem ser aéreos, na carta, por fotografia aérea ou no próprio local
(In loco). Sendo o melhor tipo de reconhecimento aquele realizado no próprio local, já que
proporciona melhores condições de avaliação do local além de possibilitar a realização de
coordenações administrativas (modelo de relatório consta no Anexo I).

4.18.1.1 MATERIAL NECESSÁRIO PARA O RECOPNHECIMENTO

4.18.1.2 Para realizar o reconhecimento adequado de uma Área de Pouso, o MSL deverá
conduzir, obrigatoriamente, os seguintes materiais:

a) Carta / Fotografia aérea;


b) Trena;
c) Bússola;
d) Binóculo; e
d) Relatório de reconhecimento de ZL (Anexo I).

4.19 MARGENS DE SEGURANÇA

4.19.1 Toda Área de Pouso deve ser livre de obstáculos. As distâncias mínimas do centro do
alvo aos obstáculos determinam a utilização da área considerada pelas categorias de
saltadores, da seguinte forma:

Categoria Distância dos


(em vigor) Obstáculos
A ou AI 200 m
B 150 m
C 70 m
D 30 m
2-51
4.19.2 Devem ser observadas as alturas dos obstáculos que, mesmo dentro das distâncias
mínimas consideradas, poderão permitir ou não a aproximação em segurança dos saltadores.

4.19.3 A dimensão da área, os obstáculos e as margens de segurança irão influenciar o número


máximo de homens por equipe.

2-52
CAPÍTULO V
TÉCNICA DE CONTROLE DE PARAQUEDAS

a. INTRODUÇÃO

5.1.1 Pilotar um velame não é uma ciência exata 5.1 INTRODUÇÃO


e as técnicas podem mudar.
5.2 AERODINÂMICA DA ASA
5.1.2 Compreensão dos princícios de voo e as
características de voo faz o piloto navegar de 5.3 CONTROLE DO VELAME
forma mais acertada.
5.4 TÉCNICAS DE NAVEGAÇÃO
5.1.3 Pousar onde pretendemos não é uma 5.5 NAVEGAÇÃO NA
extravagância, mas uma necessidade. Se você não pode pousar seu velame “onde você
INFILTRAÇÃO HAHO/HALO
quer” todas as vezes, você é um paraquedista “perigoso”.

5.2 AERODINÂMICA DA ASA

As definições abaixo mencionadas visam atender a imperiosa necessidade de um mesmo


entendimento da reação do velame pelos saltadores que participam de um trabalho em
conjunto.

5.2.1 Trações nas linhas: As linhas de todos os paraquedas modernos são reguladas para
que as linhas da frente sejam mais curtas do que a parte traseira. Este gera na asa de
ângulo fixo, também chamada Ângulo de incidência, é o que impulsiona o paraquedas para
a frente através do ar. A massa suspensa do paraquedista puxa para baixo através da
gravidade, criando um fluxo de ar para cima. Este fluxo de ar causada pela descida do
conjunto gera o movimento de ar em torno parte superior da asa que desvia o fluxo de ar
para trás.

5.2.2 Vento relativo: Mesmo quando as condições de vento são calmas, há um fluxo de ar
sobre a asa em todos os momentos, isso nós chamamos de vento aparente ou vento
relativo criado apenas pela ação do deslocamento da asa por meio de ar.

5.2.3 O ângulo de incidência é o ângulo entre a linha reta que parte da cauda e passa
através do nariz, quando medido em relação a linha do horizonte. Este é projetado em seu
velame pelo fabricante e só pode ser mudado se você puxar os tirantes.

5.2.4 O ângulo de ataque é o ângulo entre o ângulo de incidência e o vento relativo. Isto
pode ser alterado pelo uso dos tirantes traseiros ou dos dianteiros. Puxando para baixo os
tirantes traseiros aumentamos o ângulo de ataque.
2-53
5.2.5 Aerofólio Se você tomar uma seção transversal da asa de um pássaro você descobre
que elas são curvas. A superfície superior da asa é arredondada ao passo que a parte
inferior é aproximadamente plana. Esta forma da secção transversal tem sido chamada
Aerofólio. A asa produz uma força ascendente chamada “sustentação”, quando se desloca
para a frente através do ar. O Princípio Venturi Bernoulli: o ar que se move na parte
superior da asa tem que percorrer uma distância maior, devido à curvatura da parte superior
do aerofólio. A natureza luta para manter o status de equilíbrio, o ar que flui sobre essa
curva é acelerado para manter o ritmo com o ar em movimento abaixo da asa. Esta
aceleração forçada provoca um decréscimo da pressão acima do aerofólio gerando a força
de sustentação.

5.2.6 FORÇA G: Movimentando o peso embaixo da asa para frente e para trás através dos
tirantes podemos mudar o pitc de voo na asa. O efeito da mudança no ângulo de ataque é o
aumento força G, resumidamente, o número de G é uma maneira de quantificar o nosso
peso relativo ou aparente. Variações no sentido positivo do ângulo de ataque induzem
"número de G" superior, enquanto uma diminuição do ângulo de ataque reduz ou remove
completamente o peso.

5.2.7 O ângulo de inclinação lateral e seus efeitos: Quando as asas não estão niveladas
lateralmente, o vector de sustentação não está na mesma direção que a gravidade,
reduzindo desse modo a sua eficácia. Com um ângulo de inclinação maior, a sustentação da
asa vai ser menos capaz de se opor a gravidade. Ocorre nas curvas. Um ângulo de
inclinação aumentada irá gerar um ganho de peso aparente ou aumento da força "G".

5.2.8 Desenho aerodinâmico: O aerofólio é a forma em secção transversal de uma asa. A


sua superfície curva cria a capacidade de elevação do velame. Do ponto de vista de um
paraquedista, o aerofólio afeta principalmente a capacidade de pouso e a estabilidade do
velame. Há também um ligeiro efeito sobre a velocidade de voo.

Fig 5-1 – Desenho aerodinâmico

2-54
Fig 5-2 – Desenho aerodinâmico

5.2.9 Ângulo de voo (trim): refere-se ao ângulo do nariz para baixo do velame, que cria o
movimento de deslizamento para a frente. Este ângulo, muda com o comprimento de cada
linha de suspensão. Durante a produção, o designer tem uma escolha: apontando o
velame mais para baixo resulta em mais velocidade, mas um planeio menor, enquanto
nariz mais alto resulta em um maior planeio, porém menos velocidade à frente. Isso
também irá afetar as características de pouso.

Alguns paraquedas de voo plano não pousam bem, pois eles têm que ser conduzidos
de forma muito agressiva para acumular energia suficiente (velocidade) e ter um flare
eficiente. Outros são feitos um pouco mais de nariz para baixo, de modo que a energia
necessária (velocidade) para o pouso é construída.

Fig 5-3 – Ângulo de voo

Fig 5-4 – Ângulo de voo

2-55
5.2.10 Formato da asa: A forma global da asa quando visto a partir do topo é
conhecida como a “forma plana” da asa. A maioria dos velames usa a plataforma
retangular, comumente chamado de quadrado, outros são afilados nas pontas e chamados
elípticos. Este afunilamento da asa movimenta a área de sustentação para o centro do
velame e isso gera uma sustentação mais eficiente, isso acontece porque o centro da asa
produz sustentação de forma mais eficiente com o mínimo de arrasto, enquanto as
extremidades da asa sofrem redução da sustentação e aumento do arrasto devido ao
fluxo de ar em torno da extremidade da asa. O afunilamento da asa para as pontas faz com
que a parte ineficiente da asa passe a produzir menos resistência, enquanto a parte mais
eficiente (centro) produz a maior parte da sustentação.

Fig 5-4 – Formato da asa

5.2.11 Proporção da asa (aspect ratio): esta é a relação dos lados (lado a lado -
ponta a ponta) de um velame. Uma asa 15 pés de largura e 10 pés do nariz a cauda tem um
aspect ratio 15:10, ou, expressa na sua forma menor, de 1,5: 1. Para um paraquedas 1,9 é
uma relação de aspect ratio baixa; 3.0 é alta.

5.2.12 Wing Loading (carga alar): é o maior determinante da velocidade de descida,


afeta também o manuseamento de um velame. Se você dividir o peso total em libras (você e
todos os seus equipamentos, incluindo velame principal e vestuário) pela área da asa, você
terá o wing load. Por exemplo: Uma pessoa de 170 libras e cuja os Eqp pesam 20 libras
tem um peso total suspenso de 190 libras. Em um velame de 190ft² de área irá dar a asa de
carregamento de 1,0 libra por pé quadrado.

Um carregamento menor da asa cria velocidades mais lentas, uma menor taxa de descida,
resposta de controle mais lento, e velocidades de pouso mais lentas. Uma asa carregada
com mais peso cria velocidades mais altas, elevada taxa de descida, respostas mais
rápidas e pouso mais rápido. Quanto maior for a carga alar, menor será a margem para erro
2-56
e mais graves as consequências dos erros. Escolha uma carga alar lhe dá características de
voo e pousos que você quer.

5.3 CONTROLE DO VELAME

5.3.1 STALL: é um dos aspectos menos exploradas e mais temidos do voo. Um satll
é causada por um excessivo ângulo de ataque.

O ponto de stall representa o maior ângulo de ataque que uma asa pode voar antes
da perda de controle, também representa a velocidade mais lenta disponível para o piloto.
Ao desembarcar em condições vento fraco, é necessário diminuir a velocidade do ar, tanto
quanto possível, a fim de alcançar a menor velocidade de solo possível para o pouso.

Além disso, a redução de velocidade com aplicação de freio profundo é muitas vezes
necessária para abordagens em áreas de pouso de pequeno porte. Se o piloto não está
familiarizado com as características de voo de paraquedas no alto ângulo de ataque (lento),
existe um risco significativo de um stall ou girar a baixa altura.

Se a asa é puxada para trás durante o voo e liberada para frente rapidamente ela vai
mergulhar agressivamente para o chão, fazendo com que o ângulo de ataque e a
sustentação fiquem menores o que gera uma diminuição na tensão das linhas. Isso pode
causar a ida da asa para baixo do peso suspenso (Pqdt), e, eventualmente, provocar um
emaranhamento de linhas. Além disso, se a liberação dos freios for assimétrica, com a
ausência de tensão nas linhas, a asa pode crescer de forma irregular e causar uma curva
rápida em torno do seu eixo, causando torções nas linhas e uma curva não planejada

A reaplicação oportuna dos freios durante o processo de recuperação irá reduzir de


forma significativa a quantidade de altitude perdida no stall. O stall de tirantes traseiros
tende a ser mais acentuados no início, porém mais rápido de recuperar. Por isso, é
aconselhável parar o paraquedas nos tirantes traseiros antes de tentar pará-lo nos freios.

Fig 5-8 – STALL


Fig 5-7 – STALL

2-57
5.3.2 Arco de recuperação: Tempo e altura que um determinado tipo de velame leva
para se recuperar após uma alteração na configuração de voo. Um fator determinante no
arco de recuperação é quanta sustentação o velame produz em proporção a sua carga
suspensa. Uma baixa carga alar fará com que muitos velames voem com taxa de descida
zero, depois de uma manobra de alta velocidade, isso é chamado de "Arco de
Recuperação Neutro". A sustentação diz se um velame nivela por si só ou continua
perdendo altura depois de uma manobra de mergulho. Se o perfil alar é alto, o ajuste plano
ou a carga alar alta, o arco de recuperação será tal que a asa vai ser alterada no seu
percurso de voo apenas por causa da sustentação. O velame que ganha altitude após uma
manobra de aumento da velocidade é classificado como tendo um “Arco recuperação
positivo".

Fig 5-9 – ARCO DE RECUPERAÇÃO

5.3.3 Prioridades no pouso:

1. Pousar com velame nivelado.

2. Pousar em uma área livre de riscos.

3. Pousar com vento de nariz (apenas quando for seguro).

5.3.4 Flare em dois tempos

5.3.4.1O flare mais eficiente é aquele que é realizado sem problemas e sincronizado de
modo que as mãos atingirem seu ponto mais baixo, assim como os pés tocam o chão.

O pouso pode ser dividido em duas fases.

2-58
5.3.4.2 O movimento inicial é iniciado movendo os freios da posição planeio total para a
posição de meio freio. Isso deve começar quando você verificar que você está prestes a
pousar. Ao ir para meio freio, a taxa de descida do velame irá diminuir, mas ainda teremos
velocidade para a frente. Nesta etapa o solo deve ser observado ao longo e os freios devem
ser puxados para baixo lentamente até você sentir que o chão não está ficando mais perto e
você está planando horizontalmente.

5.3.4.3 A fase final do flare é de meio freio para o freio total. Esta parte deve ser realizada
de maneira progressiva e uniforme para permitir que o velame tenha uma taxa de descida
lenta e velocidade mínima à frente. A fase final do flare deve ser iniciado quando o chão
parece estar se aproximando novamente. A título de explicação, o velame atinge
sustentação suficiente durante a primeira metade do flare para diminuir sua taxa de descida.
Como a velocidade do ar é reduzida, o velame deixa de gerar tanta sustentação e começa a
descer para o chão novamente. Através da aplicação de mais freio nesta fase, nós
convertemos a velocidade no ar restante em sustentação para um pouso controlado.

5.3.4.4 Usando flare em dois tempos você fica impedido de completar o pouso antes que
você esteja na altura e na velocidade correta; -A segunda, e mais importante, parte do
pouso é realizada a uma velocidade mais lenta, tornando assim mais fácil de julgar a altura;
-Ao realizar o flare por um longo período mais velocidade é perdida, permitindo um pouso
mais lento e controlado em qualquer condição de vento.

5.3.5 Erros mais comuns no pouso:

1. Ajuste dos tirantes de maneira irregular. (pode parecer sutil, mas tem uma
influência na direção correta de pouso).
2. Pouso com vento de través: Durante o pouso com vento de través é normal ter a
sensação de que o velame está se deslocando de maneira irregular, porém devemos manter
a direção de pouso mesmo que para isso seja necessário usar o um pouco mais de freio de
um dos lados.
3. Diferentes condições de vento: -No vento forte: uma velocidade de solo
reduzida faz com que seja mais fácil julgar a altura para o pouso. Se, no entanto, o flare é
iniciado muito cedo, pode parecer que você esteja parado e pairando acima do solo. Se o
velame não é mantido reto o vento irá provocar um giro no paraquedas; -No vento fraco:
com essa condição de vento é preciso ter um pouco mais de cuidado, visto que o velame
anda mais rápido. Nessa situação devemos realizar o flare em 2 tempos com maior intervalo
entre o primeiro e o segundo estágio; -No vento de cauda: manter a calma, realizar o flair
normalmente (para vento fraco) e ficar em condições de realizar os 5 pontos.
4. Flare alto ou baixo: Isso é muito comum, especialmente durante os primeiros
saltos. Olhar diretamente para baixo pode causar a impressão de altura errada, uma ilusão
de ótica que faz com que o solo pareça estar vindo na nossa direção rapidamente,
distorcendo nossa capacidade de avaliar a distância real do solo. O correto é olhar para a
frente em um ângulo de cerca de 30 graus para o chão. Olhando à frente, ao invés de
diretamente para baixo, é mais fácil de julgar a sua altura acima do solo. Se aproximando
rápido faça o flare um pouco mais rápido e se aproximando lentamente faça o flare mais
2-59
devagar.
5. Flare irregular: um flare irregular ocorre quando um freio é puxado para baixo
mais do que o outro. Há uma tendência natural de colocar a mão para os lados a fim de
evitar uma queda. Isso faz com que a alça de navegação seja puxada ainda mais para baixo
aumentando a taxa de curva. Uma solução simples é concentrar-se em puxar para baixo e
uniformemente ambos os freios, enquanto executar o flare. Tente ver as suas mãos estão
fazendo o movimento.
6. Flare não realizado: movimentando as mãos ligeiramente para a frente, irá lhe
permitir manter um olho sobre quanto suas mãos estão realmente indo para baixo durante o
seu flare. A prática irá ajudá-lo a realizar a técnica corretamente e memorizar.

5.3.6 Curvas planas (Flat turns):Para realizar uma curva plana, ambos os freios devem ser
levados a meio freio. Um freio então, precisa ser puxado ainda mais para baixo para que a
curva seja realizada. Isso gera uma curva lenta e controlada e com pouca perda de altura.

5.3.7 Uso dos tirantes traseiros: Navegando com vento de nariz puxar os tirantes traseiros
ou forçar a abertura lateral deles pode gerar um ganho na distância percorrida total. Existe
uma discussão do que é melhor (freio ou tirante) a maioria acha que tirante é mais eficiente
pois muda o ângulo de incidência. Cuidado com o stall ao usar tirantes traseiros. Uso após a
abertura para evitar colisões.

5.3.8 Uso dos tirantes dianteiros: No vento de cauda usar os tirantes dianteiros pode ser
uma alternativa para ganhar terreno, mesmo que você perca mais altura acaba ganhando
mais velocidade ao aplicar essa técnica. Sempre manter as mãos nas alças de navegação
ao movimentar os tirantes.

5.3.9 Voo com turbulência: Quando uma corrente de ar atinge um obstáculo (edifícios e
linhas de árvores) de grandes dimensões no chão essa corrente passa a ter um fluxo
turbulento. À medida que o ar passa sobre o objeto ele se move no “espaço morto”
imediatamente após o objeto e gira em torno de um eixo horizontal. Este fenômeno “mortal”
é chamado de rotor.

Fig 5-10 – VOO COM TURBULÊNCIA

2-60
5.3.9.1 A turbulência causada por objetos no chão muitas vezes chamado de turbulência
mecânica. O bom sobre esse tipo de turbulência é que podemos prever exatamente onde e
quando elas se desenvolvem. Existe outro tipo de turbulência de movimento não-linear que
é mais perigosa. Se desenvolve por influência das massas de ar de diferentes temperaturas
quando se encontram.

5.3.9.2 Redemoinho: O sol atinge a superfície da Terra durante o dia aos poucos o ar perto
da superfície da terra se aquece e sobe. como se fosse bolhas subindo do fundo da panela
com água quente. Isto cria uma baixa pressão momentânea na superfície da região que foi
recentemente evacuada. Para manter o equilíbrio natural o ar frio flui para dentro do vácuo
relativo para encher o espaço desocupado. Isso cria um movimento circular de ar. O
problema com redemoinhos é que nem sempre podemos vê-los. Quanto maior for a
diferença de temperatura num dado local maior e mais potente será a turbulência.

5.3.9.3 Velocidade do ar e a pressão interna no velame: Velames lentos tendem a ser


frágeis na turbulência devido à sua baixa pressão interna, ao contrário, a asa fortemente
carregada voa mais rápido e tende a experimentar uma menor distorção do aerofólio no ar
turbulento. Existem algumas maneiras de voar rápido através da turbulência sem aumentar
a carga alar. O mais simples é ficar no ar com os comandos completamente levantados
(planeio total). Voar com freios aplicados retarda o voo e diminui a pressão dentro do
aerofólio. Outro método é fazer curvas suaves e coordenadas. Isto pode ser feito puxando
devagar os comandos e combinando com as entradas de harness. Fazendo curvas lentas e
em altas velocidades as oscilações de voo são menores e a pressão interna do aerofólio é
mantida.

5.3.9.4 Manutenção da Força G positiva: Quanto maior for a carga alar mais estável será
o voo do paraquedas. Por exemplo, pense em um elevador subindo rápido (sensação de
aumento de peso), por outro lado, quando o elevador começa a descer nos sentimos mais
leves. Quando reduzimos a Força G afrouxamos o sistema (perigo de colapsar). o ângulo de
ataque é o maior determinante da Força G no velame. Voos com alto ângulo de ataque a
asa que irá produzir mais sustentação e, portanto, um maior “número de G". Um baixo
ângulo de ataque reduz o "número de G" e, assim, a tensão das linhas. Uma libertação
brusca dos tirantes traseiros irá fazer com que o velame mude o ângulo de inclinação mais
para baixo (ângulo de ataque menor). Outra maneira é agir rapidamente em um dos
comandos após uma curva, outra é a movimentação rápida nos tirantes da frente. Todas
estas manobras em uma situação de turbulência são extremamente perigosas, uma vez que
o ar turbulento sozinho tem a capacidade de mudar o ângulo de ataque rapidamente e
causar a desestabilização da asa.

Se você se desloca de uma corrente de ar ascendente para uma área de ar

2-61
descendente a asa pode ser influenciada a mergulhar rapidamente para frente. As linhas
podem enrolar no velame. Para evitar uma perda abrupta de estabilidade do paraquedas
devemos aprender a aumentar rapidamente o ângulo de ataque.

Aplicar os freios ou tirantes traseiros para aumentar o ângulo de ataque. Quando o


freio é aplicado o velame tende a aumentar o pitch (apenas mover para baixo a poucos
centímetros comandos). Colocar a asa em um ângulo de ataque maior no momento certo
pode ser a diferença entre um simples chacoalho ou um colapso total.

O principal causador dos colapsos é a força G reduzida, podendo ser o resultado de


um erro do piloto ou de perturbações atmosféricas. O segundo motivo é o ângulo de ataque
zero, nessa situação a asa é forçada a fazer uma escolha, pois, uma copa plana produz
sustentação em ambos os sentidos, para cima e para baixo. Muito frequentemente, um lado
da asa afunda mais que o outro e a asa é dobrada. Isso quase sempre provoca uma rotação
descontrolada. O que significa que o vento relativo não passa mais de forma linear do bordo
de ataque para o bordo de fuga. É a mente que impede tragédia, não a tecnologia, não há
nenhum substituto para o raciocínio baseado na análise de situação.

5.3.10 Curvas de harness: Um importante método de iniciar e parar curvas é a curva de


harness. Em suma, é gerada por uma inclinação do corpo para um lado e o levantamento
das pernas do lado oposto, movendo todas as linhas do lado onde o peso foi aplicado. A
resposta a esta técnica varia com a carga sobre a asa e com o desing do Pqd. Velames
quadrados normalmente tem pouca ou nenhuma resposta aparente a uma mudança na
distribuição do peso no harness. Já nas asas completamente elípticas, pode-se ter uma
resposta pronunciada a esta técnica especialmente com carga alar alta. As curvas são
geralmente graduais e suaves, mas podem se aproximar das características de uma curva
de tirantes dianteiros. A quantidade de perda de altura em uma curva de harness
geralmente é menor do que qualquer outra manobra de voo, visto que deforma menos a
asa.

Fig 5-11 – CURVAS DE HARNESS


Fig 5-12 – CURVAS DE HARNESS

5.3.10.1 O perfil de deformação é baixo durante a rotação harness, permitindo o aumento da

2-62
velocidade do ar. Este tipo de rotação é menos provável de causar um colapso na
turbulência.

5.4 TÉCNICAS DE NAVEGAÇÃO

5.4.1 MEDIDAS PARA POUSAR COM SUCESSO

5.4.1.1 Tenha um plano - Antes de entrar no avião você deve ter um plano. Para torná-lo
possível você precisa saber:

- A direção e força do vento.

- A direção de lançamento da Anv.

- Onde você espera ser o ponto de abertura.

- Onde será sua área de espera.

- Onde serão os seus pontos A, B e C.

5.4.1.2 Entenda que o plano é flexível e pode mudar - A direção e intensidade dos ventos
pode mudar em um período muito curto, sendo assim o seu plano de navegação tem que
ser flexível e terá de ser revisto enquanto você navega. Durante a navegação sempre
verificar Altura, Tráfego, Área de Pouso.

5.4.1.3 Durante a navegação reveja o seu plano original

- Na abertura - você abriu na área que você estava esperando ou você está mais
longe ou mais perto, dentro ou fora do cone do vento?

- No caminho para a área de espera – o vento se mantém como no planejamento


inicial?

- Na área de espera - o vento está aumentado ou diminuindo? Qual é o padrão de


tráfego (tem outros velames que podem interferir no seu planejamento para o pouso?

- Na aproximação final - escolha e abordagem correta do ponto C; você terá de


aplicar os freios e/ou fazer curvas; ou você terá que partir para uma outra área de pouso? A
sua área de pouso está livre de obstáculos?

5.4.1.4 Antes de entrar no avião você deve verificar a direção e intensidade do vento, o

2-63
provável ponto de abertura, e sua área de espera. Após a abertura você deve realizar seus
exercícios normais para controlar o velame e evitar outros paraquedistas. Navegar para a
área de espera. No caminho para a área de espera rever o seu plano de navegação (vento).

5.4.1.5 Na chegada a área de espera, você deve verificar o seu espaço aéreo e, em
seguida, avaliar o vento. Certifique-se de que a intensidade do vento não mudou. Se isso
acontecer você terá de mudar seu ponto de entrada (Ponto C) ou seja, como vento é mais
forte você deve antecipar o ponto C que vai estar mais perto, se o vento for mais fraco, o
ponto C estará mais longe.

5.4.2 Aumentando a capacidade de infiltração do velame: Utilizando os freios você pode


verificar se está ocorrendo uma recuperação ou não da distância de avanço. Faça
observações de 5s para verificar se o alcance do velame muda. Para isso é preciso se fixar
em um ponto e analisar a mudança angular. (usar essa técnica com o vento de nariz).
Avaliar constantemente o giro do horizonte e a altura.

Fig 5-13 – AUMENTANDO A CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO DO VELAME

5.4.2.1 Método da antecipação - Sempre pensar a frente (antecipação). Onde eu quero


estar com 2.000ft, com 1.000ft. A verdadeira vantagem deste método é que, ao iniciar o
processo após a abertura e você permanece analisando as informações até o pouso e
antecipa a decisão do que fazer, reduzindo a possibilidade de ter que decidir de última hora.

5.4.3 Precisão no pouso: Você precisa desenvolver a habilidade de reconhecer uma


mudança no ângulo visual para qualquer ponto no chão durante a sua nevegação. Este
ângulo visual é criado pela sua trajetória de descida, o que pode ser percebido como o
ângulo entre a linha do horizonte e a linha para o local de pouso. Quanto mais você
aprimorar essa habilidade, mais cedo saberá exatamente onde você está indo, se os ventos
estão causando um desvio inesperado, e qual técnica de voo funciona melhor em
determinadas situações.

2-64
Fig 5-13 – PRECISÃO NO POUSO

5.4.3.1 Se o ângulo de visão para um ponto específico no chão está se tornando mais
“íngreme” na sua percepção, então você vai passar desse ponto, a menos que faça algo
com os recursos que você tem (tirantes, freios e harness).

5.4.3.2 Escolha um outro ponto que está além do primeiro. Se o ângulo visual para
este ponto está se tornando mais “raso” em sua percepção, então você irá pousar antes.
Entre estes dois pontos, há um terceiro ponto que parece manter-se em um ângulo
constante, que não se move. Vamos chamar esse ponto, o “Ponto Especial”. Se o vento
não mudar, e você não agir nos freios ou tirantes é lá que você irá pousar.

5.4.3.3 Se o “ponto especial”, que estava em um ângulo fixo começa a se mover,


uma das três coisas aconteceu: 1. Você mexeu nos freios; 2. O vento mudou; 3. Sua
percepção está ficando melhor.

5.4.3.4 Com vento de cauda, voar no meio freio ajuda a ganhar distância. No vento
nulo uma pequena quantidade de tirante traseiros irá aumentar sua velocidade para a
frente. Enquanto em ventos fortes, freios profundos irão mantê-lo mais tempo no ar e o
vento vai levá-lo mais longe.

Fig 5-14 – PRECISÃO NO POUSO


Fig 5-15 – PRECISÃO NO POUSO

5.4.4 Avaliando as condições de vento - Sempre antes de fazer manobras avalie sua
altura, o espaço aéreo, e o local em relação ao solo onde você se encontra. Condições de
vento podem ser vistas de diversas formas (biruta, arvores, fumaça, olhando diretamente
2-65
para o chão).

Fig 5-16 – PRECISÃO NO POUSO


Fig 5-15 – PRECISÃO NO POUSO

Fig 5-17 – PRECISÃO NO POUSO Fig 5-18 – PRECISÃO NO POUSO

5.4.4.1 Vento forte durante a aproximação final (Lembre-se que em condições de


vento forte o velame será empurrado para o lado durante a sua curva base. Isto terá de ser
considerado ao planejar suas curvas finais).

2-66
Fig 5-16 – PRECISÃO NO POUSO

5.4.4.2 Se houver riscos (mudança de vento ou tráfego) do ponto A para o ponto B ou


você ainda está um pouco mais alto do que o planejado, você pode alongar para fora do
circuito para perder altura antes de ingressar na final.

5.4.4.3 Na figura 5-18 temos uma mudança na direção do vento observada após a
abertura do velame. Já na figura 5-19 temos uma mudança de intensidade e direção do
vento (vento mais fraco).

Fig 5-17 – Sem Fig 5-18 – mudança na direção do vento Fig 5-19 – mudança de intensidade
mudanças e direção do vento

5.5 NAVEGAÇÃO NA INFILTRAÇÃO HAHO/HALO

2-67
5.5.1 Realizado com trabalho relativo de velames (ESCADINHA)

O trabalho relativo do velame no destacamento deve obedecer à formação em


coluna, escalonando-se os paraquedistas em aproximadamente até 150 ft de desnível,
como mostra na figura abaixo:

Fig 5-17 – ESCADINHA

5.5.2 Prioriza a navegação para o LÍDER em detrimento do alvo

5.5.3 Pode ser realizada com apoio de solo ou não

5.5.4 Imprescindível contato rádio entre os saltadores

5.5.5 Deve-se utilizar paraquedas com performance semelhantes (atenção na carga a


ser conduzidas por saltador.

5.5.6 O Alongador da Alça de Navegação não deve ser utilizado para o pouso.

5.5.7 O Líder deve se distinguir dos demais (fácil identificação).

5.5.8 SEQUÊNCIA DOS TRABALHOS APÓS ABERTURA DO VELAME

O paraquedista durante a navegação na infiltração HAHO/HALO deve atentar


para a realização do Check visual, deve agir no tirante traseiro e ajustando o eixo de
navegação, deve-se abrir o console de navegação e Colapsar o Slider. Deve-se realizar o

2-68
Check funcional e Identificar posição do LÍDER, realizar o Teste Rádio, liberar os freios
(Alças de Navegação) somente a comando, ocupar a posição na “escadinha” conforme
brifado (50ft/50ft ou 150ft/150ft)

5.5.9 LÍDER

O líder é o primeiro ou último a sair da Aeronave depedendo do Tipo de


lançamento brifado (alvo – PS / PS – alvo/ Través). Este paraquedista na função de Líder
comanda seu paraquedas um pouco mais baixo, providenciará um meio de diferenciação
dos demais para fácil identificação (sinal luminoso ou bandeirolas com coloração
contrastante). Informará a todos os paraquedistas escalonados a passagem por sobre os Pt
Ct. Coordenará a utilização do Acelerador (SFC) para todo o destacamento.

5.5.10 CERRA-FILA

O paraquedista com a função de Cerra-Fila trata-se do último militar da “


escadinha” e terá a missão de realizar a contagem visual de efetivo do destacamento
(quando possível). Deverá ser um militar com experiência no paraquedismo, pousará junto
com o paraquedista que apresentar pane no paraquedas ou com quem comandar a baixa
altura tendo que pousar em Área Alternativa (quando for o caso). Informará sempre quando
da passagem por sobre os Pt Ct.

5.5.11 POUSO EM ÁREA RESTRITA

Os obstáculos das Áreas Restritas nunca devem ser mais altos do que a altura
prevista para o ponto “C”. Deve-se ajustar a altura do ponto “C” em função da distância para
o centro do alvo. Deve-se evitar ao máximo se posicionar atrás dos obstáculos ou dentro
deles (ex: bosque). Deve-se planejar cuidadosamente a aproximação, levando em
consideração uma possível mudança do vento. Deve-se, ainda, prestar atenção ao terreno
em volta do Alvo.

Deve-ser ter especial atenção para as Áreas de Turbulência, além de ter cuidados com
ventos fracos ou nulos (chegada para o pouso mais forte): ÁRVORES – Corrente de ar
descendente; ASFALTO – Corrente de ar ascendente; e GALPÕES – Corrente de ar
ascendente

2-69
CAPÍTULO VI

TÉCNICA DE QUEDA LIVRE

6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

6.1.1 O trabalho relativo é a modalidade mais 6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


difundida do SL. Para o seu aprendizado, o saltador deve
dominar todos os eixos da Queda Livre (QL) e, 6.2 NOÇÕES DE AERODINÂMICA como
toda atividade no paraquedismo, é necessário grande
6.3 BOX POSITION
dose de paciência e muito treinamento.
6.4 PRINCÍPIOS BÁSICOS
6.1.2 Da mesma maneira que consideramos um
saltador livre com a queda estabilizada após o domínio dos eixos, só poderíamos considerar o
saltador em condições de realizar trabalho relativo em grupo quando ele souber voar em todas as
direções, girar no eixo da nuca, do umbigo e do joelho, variar a velocidade vertical, horizontal e
combinar os movimentos.

6.2 NOÇÕES DE AERODINÂMICA

6.2.1 VENTO RELATIVO: Chama-se vento relativo o deslocamento de ar criado por um corpo em
movimento. O paraquedista deve sempre cair face ao vento relativo e não necessariamente face
ao solo. (Fig 6-1)

Fig 6-1 - Ação do Vento Relativo

6.2.2 VELOCIDADE DE QUEDA LIVRE: A velocidade de queda livre é dividida em duas fases
a) VELOCIDADE SUBTERMINAL: Compreendida entre o momento de saída da aeronave até os
doze primeiros segundos de QL, quando o corpo do paraquedista está em constante aceleração
em direção ao solo.
b) VELOCIDADE TERMINAL: Inicia-se após doze segundos de QL, quando a resistência do ar se
iguala a força de atração da gravidade e o corpo pára de acelerar, estabilizando a sua velocidade
em, aproximadamente, 200 km/h em direção ao solo.

OBSERVAÇÃO: Os primeiros 1000 pés em QL são cobertos em aproximadamente 10 segundos.


Após atingir a Velocidade Terminal, cada mil pés são cobertos em 5 ou 6 segundos. (Fig 6-2).

216 km/h
V
E 2-70
L

S
SAÍDA DA AERONAVE
216 km/h

0 km/h

0 km/h SAÍDA DO VENTO RELATIVO


140 km/h
+
12 Seg

0 km/h VELOCIDADE TERMINAL

200 km/h

VELOCIDADE
TERMINAL
Fig 6-2 - Velocidade de Queda

6.3 BOX POSITION

6.3.1 A posição principal utilizada no trabalho relativo é a BOX (Fig 6- 3). Os braços deverão
formar um ângulo de 90º com os antebraços. As mãos deverão aparecer na visão periférica. Os
joelhos deverão estar afastados pouco mais que a largura dos ombros formando um ângulo de 90º
e os pés ligeiramente projetados para cima. A cabeça deve estar voltada para cima, a fim de
melhorar a visão periférica e manter uma ligeira seladura de rins. As mãos deverão estar no
mesmo nível dos joelhos, para facilitar o grip.

LATERAL INFERIOR FRONTAL

Fig 6-3 - Posição Box

6.3.2 Devido à simetria da Box (Fig 6-4), o corpo encontra o equilíbrio perfeito durante a QL,
caindo sem girar e no hover, ou seja, sem deslocamento no plano horizontal. Selar projetando o
Centro de Gravidade (CG) para frente garante uma melhor aerodinâmica e estabilidade. Se a
posição for alterada, inevitavelmente, o equilíbrio se quebrará.

2-71
Fig 6-4 - O equilíbrio perfeito

6.4 PRINCÍPIOS BÁSICOS

6.4.1 VELOCIDADE VERTICAL - A capacidade de controle da velocidade vertical é o fator mais


importante no trabalho relativo. Só através de uma dosagem perfeita da razão de descida é que se
consegue estabelecer um contato eficiente e estável com os demais companheiros. Ela depende
de inclinações dos planos do corpo, do peso, da área oferecida, do equipamento, do uniforme
usado e de estar ou não conjugada a uma velocidade horizontal.

6.4.1.1 Quando se deseja reduzir a velocidade de queda, tomamos a posição de baixa velocidade
(SLOW FALL). Partindo-se da posição BOX, basta que coloquemos os braços e as pernas abaixo
do plano do resto do corpo. (Fig 6-5). Entretanto, a posição relativa dos braços e pernas são
mantidas, ou seja, dobrados a 90º.

Fig 6-5 - Slow Fall

6.4.1.2 Para aumentar a velocidade vertical e vencer pequenas distâncias, basta exagerar a
seladura, de modo que braços e pernas fiquem acima do plano do corpo. Essa posição é a da alta
velocidade (FAST FALL). (Fig 6-6)

Fig 6-6 - Fast Fall

6.4.1.3 A Posição de DIVE e utilizada para deslocamento, basicamente, vertical. (Fig 6-7)

2-72
Fig 6-7 - Dive

6.4.2 VELOCIDADE HORIZONTAL: Conseguida através do deslocamento horizontal.

6.4.2.1 BACK SLIDE - Deslocamento para trás em QL. Ao esticar os braços para frente e/ou
encolher as pernas, o Vento Relativo escoará mais pela frente, fazendo com que o corpo
escorregue para trás. (Fig 6-8)

Fig 6-8 - Back Slide

6.4.2.2 FRONT SLIDE - Deslocamento para frente em QL. Ao encolher os braços para trás e/ou
esticar as pernas, cria-se maior resistência na parte inferior do corpo. O efeito será o oposto do
Back Slide. (Fig 6-9)

Fig 6-9 - Front Slide

6.4.2.3 Posição TRACK - Para um maior deslocamento horizontal. Normalmente é utilizada para
separação dos paraquedistas após o trabalho relativo e antes do comandamento do paraquedas.
(Fig 6-10)

2-73
Fig 6-10 - Track

6.4.2.4 Posição DELTA - Para aumentar o deslocamento horizontal e a velocidade vertical. (Fig 6-
11)

Fig 6-11 - Delta


a) O trabalho relativo não é somente o encontro de dois ou mais paraquedistas num mesmo ponto
no espaço. É, também, a capacidade desse grupo em manter-se junto, num mesmo ponto, sem
contato físico entre seus integrantes. Para conseguir isso, é necessário que o homem possua
controle de seu voo sob todos os aspectos e faça curvas mantendo-se na mesma coluna de ar.

6.4.2.5 CURVAS - Partindo-se da posição BOX, devemos afundar ligeiramente o ombro, ao


mesmo tempo que as pernas são direcionadas para o lado da curva. A ideia é deixar escapar
quantidades iguais de ar, tanto na parte da frente quanto na parte de trás do corpo, como se fosse
uma hélice. (Fig 6-12)

Fig 6-12 - Curva

6.4.2.6 BACK LOOPING: É basicamente uma cambalhota para trás. Num movimento único, o paraquedista
deve levar os braços à frente, trazer os joelhos e o queixo para o peito. Tanto o Back como o Front Looping
devem ser feitos com determinação, pois a inércia criada completará o looping. Assim que voltar a ver o
solo, o paraquedista deve selar assumindo a Box. (Fig 6-13)

6-13 -
Back

Looping

2-74
6.4.2.7 FRONT LOOPING: É uma cambalhota para frente. Num movimento único o paraquedista
deve esticar as pernas, dobrar seu tronco para frente, fechando os braços e colocando-os ao lado
do corpo. Uma vez no dorso, encolher as pernas para diminuir o arrasto. Voltar à Box e selar bem
quando ver o solo. (Fig 6-14)
Fig 6-14
- Front
Looping

6.4.2.8
TOUNE
AU: É
um giro
de 360º
feito sobre o eixo longitudinal do corpo. Para fazer um Touneau (Fig 6-15):
(a) Abrir os braços, esticar e juntar as pernas.
(b) Jogar um dos braços à frente do peito, girando o tronco na mesma direção.
(c) Tomar a posição box assim que ver o solo.
Fig 6-15
-
Tounea
u

6.4.2.9
DORSO
: Posição de queda de costas para o solo. Para assumir esta posição, partindo da posição de box,
o saltador poderá executar um ½ Touneau, desselando em seguida ou simplesmente trazendo as
pernas para frente, desselando ao mesmo tempo em que coloca os braços para trás.

6.4.2.10 POSIÇÃO DE COMANDAMENTO - O saltador verifica o seu altímetro antes da altura de


comandamento (cerca de 300 Pés) e sinaliza que vai comandar, cruzando ambos os braços a
frente da cabeça, de duas a três vezes, ao mesmo tempo em que verifica se há saltadores acima
de si, olhando para o alto. Caso negativo, segue a sequência:
a) SINALIZA
b) SELA
c) OLHA PARA O PUNHO DE COMANDO (CASO PQD OPERACIONAL)

d) EMPUNHA O PUNHO AO MESMO TEMPO QUE COMPENSA


e) COMANDA O PQD
f) CHECA

OBSERVAÇÃO: Se houver Pqdt acima, o saltador deverá tomar a posição de track para se afastar
e comandar seu Pqd em segurança.

2-75
7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

7.2 PROCEDIMENTOS DO MSL E AUX MSL

7.3 SINAIS CONVENCIONAIS (MSL – PILOTO)

7.4 PROCEDIMENTOS E COMANDOS DO MSL E AUX


MSL

7.5 PROCEDIMENTOS E CONVERSAÇÃO DO OP INTER

7.6 PRESCRIÇÕES DIVERSAS

7.7 GESTOS DO MSL E AUX MSL

7.8 IMPEDIMENTOS

7.9 LANÇAMENTO DE SONDA

7.10 LANÇAMENTO BASEADO NO ESTUDO DOS


VENTOS DE CAMADAS

7.11 CORREÇÕES PARA O LANÇAMENTO

7.12 LANÇAMENTO STATIC LINE

CAPÍTULO VII

LANÇAMENTOS

7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

7.1.1 Neste capítulo iremos abordar as atribuições do MSL e do Aux MSL, os procedimentos de bordo e os cálculos
para o lançamento livre ou Static Line de pessoal.

7.2 PROCEDIMENTOS DO MSL E AUX MSL

7.2.1 ATRIBUIÇÕES DO MSL DURANTE OS TRABALHOS DE LANÇAMENTO


a) Lançamento de sonda.
2-76
b) Determinação do eixo de entrada da aeronave para o lançamento.
c) Determinação do Ponto de Saída (PS).
d) Lançamento de pessoal.
e) Inspeção do Aux MSL.

7.2.2 ATRIBUIÇÕES DO AUX MSL DURANTE OS TRABALHOS DE LANÇAMENTO


a) Inspeção do MSL.
b) Auxilia o MSL em todos os procedimentos.
c) Inspeção das equipes.

7.3 SINAIS CONVENCIONAIS (MSL – PILOTO)

7.3.1 Os toques de campainha e o acender das luzes vermelha e verde são sinais convencionais que deverão ser
usados entre o piloto e o MSL.

7.3.2 SINAIS ENTRE O PILOTO E O MESTRE DE SALTO LIVRE

7.3.2.1 Avião no Solo

7.3.2.1.1 Sinal de Luz


a) Luz vermelha: significa impedimento para o embarque ou desembarque.
b) Luz verde: significa autorização para o embarque ou desembarque.

7.3.2.1.2 Sinal de Campainha


a) Um toque longo: significa advertência para o início do “táxi” ou decolagem.
b) Dois toques curtos: significa que o piloto está chamando o MSL Av.

7.3.2.2 Avião em Voo

7.3.2.2.1 Sinal de Luz


a) Luz vermelha: significa advertência de abertura da rampa ou autorização para abertura das portas de salto, o avião
a quatro minutos da Área de Pouso e na altura prevista para o lançamento.
b) Luz verde: significa que o avião está em condições de lançamento.

7.3.2.2.2 Sinal de Campainha


a) Um toque longo:
- Advertência para o pouso;
- Mau tempo;
- Avião a 20 minutos da Área de Pouso (viagem com lançamento); e
- Impedimento para o lançamento.
b) Dois toques curtos: piloto está chamando o MSL Av.
c) Três toques longos: perigo a bordo (aterragem forçada ou amerissagem).
d) Três toques curtos: preparar para abandonar a aeronave.
e) Um toque ininterrupto: iminência de choque nas aterragens forçadas ou amerissagens.

7.3.2.2.3 Sinal de Luz e Campainha


a) Luz verde com um toque de campainha ininterrupto: ordem para abandonar a aeronave.
2-77
b) Um toque longo de campainha com o acender da luz vermelha: impedimento do piloto para o lançamento.

7.4 PROCEDIMENTOS E COMANDOS DO MSL E AUX MSL

FASE MSL/Aux MSL TAREFA


- Após inspecionar a Anv e receber autorização do piloto, autoriza ao
Aux MSL
MSL o embarque da tropa.
MSL - Comanda o embarque da tropa: “EMBARCAR”.
- Assiste o embarque da tropa orientando a ocupação correta dos
MSL
Embarque à assentos.
Anv - Comanda: “COLOCAR CINTOS DE SEGURANÇA”.
MSL
“AJUSTAR TOUCAS E CAPACETES”.
- Verifica se as ordens do MSL foram cumpridas e dá o pronto para
Aux MSL MSL.

Aux MSL - Anuncia: “1500 PÉS”.


- Coteja: “1500 PÉS”.
- Levanta e comanda:
1000 ft
MSL “ATENÇÃO O AVIÃO”
“LIBERAR CINTOS DE SEGURANÇA”.
“ALIVIAR TOUCAS E CAPACETES”.
Aux MSL Anuncia para o MSL: “LUZ VERMELHA; NÍVEL”.(3000 ft)
- Coteja: “NÍVEL”. (3000 ft)
MSL
- Levanta e se oferece para inspeção do Aux MSL.
- Levanta e inspeciona o MSL: “PRONTO”.
Aux MSL
- Se oferece para inspeção do MSL.
Lanç - Inspeciona o Aux MSL: “PRONTO”.
MSL
de sonda - Faz a corrida para a Área de Pouso.
Aux MSL - Prepara a sonda para o lançamento e o cronômetro.
- Encara o Op Inter e aguarda o “NA FINAL”
- Ao receber o “NA FINAL”, confere a altura de lançamento, Flaps*
acionados e acusa “NÍVEL”
- Corrige a Anv se for o caso: “DIREITA (ou ESQUERDA) 5º, 10º ou
MSL
15º”
- Informa ao Op Inter: “NA ROTA” por voz e gesto
- Acusa o acendimento da luz verde: “LUZ VERDE”
- Solicita a sonda ao Aux MSL: “DÊ-ME A SONDA”
Aux MSL - Fornece a sonda ao MSL e prepara o cronômetro.
- Na vertical do alvo lança a sonda e anuncia: “Sonda lançada circuito
MSL
pela esquerda”.
Lanç Aux MSL - Aciona o cronômetro.
de sonda
- Observa a trajetória da sonda até o seu impacto no solo, acusando
MSL
por gesto ao Aux MSL.

MSL/Aux MSL - Informa ao Op Inter a entrada da Anv para o lançamento do

2-78
pessoal, utilizando-se do alvo e pontos nítidos no terreno ou de
azimute magnético e solicita o vento de solo.
- Informa ao avião:
Ponto de Impacto da sonda (PI) “ATENÇÃO O AVIÃO! A SONDA CAIU .
. .”
Entrada da Anv “A ENTRADA SERÁ . . .”
Ponto de Saída (PS) “O PS SERÁ . . .”
Vento de solo (direção e intensidade). “VENTO DE SOLO: . . .”
Aux MSL - Anuncia para o MSL: “LUZ VERMELHA, NÍVEL”.
- Coteja: “NÍVEL”.
MSL
- Levanta e se oferece para inspeção do Aux MSL.
- Levanta e inspeciona o MSL: “PRONTO”.
Aux MSL
- Se oferece para inspeção do MSL.
- Inspeciona o Aux MSL: “PRONTO”.
- Volta-se para as equipes e comanda:
“1ª (2ª, 3ª...) EQUIPE”.
MSL
Lanç “LEVANTAR”.
de pessoal “VERIFICAR EQUIPAMENTO”.
- Presta assistência a equipe e aguarda o “PRONTO” de seu Aux.
Aux MSL - Faz a inspeção da equipe e informa ao MSL: “PRONTO”.
- Faz a corrida para Área de Pouso.
- Encara o Op Inter e aguarda o “NA FINAL”.
- Ao receber o “Na Final”, confere a altura de lançamento, Flaps*
MSL acionados e acusa “NÍVEL”.
- Corrige a Anv se for o caso: “DIREITA (ou ESQUERDA) 5º, 10º ou
15º”.
- Informa ao Op Inter: “NA ROTA” por voz e gesto
- Acusa o acendimento da Luz verde: “LUZ VERDE”.
- Volta-se para a Equipe e comanda: “EM POSIÇÃO”.
- Retorna para o terreno, aguarda a aproximação do PS e se for o
caso verifica no alvo se existe algum impedimento.
Lanç - Quando bloquear a vertical do PS volta-se para a equipe e
de pessoal MSL comanda:
“PODE IR” ou “JÁ”.
Aux MSL - Auxilia o MSL na saída dos paraquedistas da Anv.
- Fiscaliza o recolhimento dos paraquedas.
Após o salto - Reorganização do Avião.
MSL/Aux MSL
- Debriefing.
- PQ-6 se for o caso.

* Não é necessária a verificação dos Flaps em aeronaves cuja saída seja pela rampa.

7.5 PROCEDIMENTOS E CONVERSAÇÃO DO OPERADOR DE INTERFONE

7.5.1 Testar antes da decolagem: luzes, campainha, interfone e o funcionamento dos Flaps.
a) Início da conversação:

2-79
- Pelo Op Inter: “PILOTO-INTER”
- Pelo Piloto: “INTER-PILOTO”
- Em ambos os casos a resposta será: “PROSSIGA”
b) Avião no solo, antes do táxi para decolagem:
- Piloto: “CHEQUE DE LUZES E CAMPAINHA”
- Piloto: “LUZ VERMELHA”
- Op Inter: “LUZ VERMELHA POSITIVO (NEGATIVO)”
- Piloto: “LUZ VERDE”
- Op Inter: “LUZ VERDE POSITIVO (NEGATIVO)”
- Piloto: “CAMPAINHA”
- Op Inter: “CAMPAINHA POSITIVO (NEGATIVO)”
- Piloto: “FLAPS*”
- Op Inter: “FLAPS POSITIVO (NEGATIVO) ”
* Só existe a verificação dos Flaps na Anv C-95 (Bandeirante).

7.5.2 Transmitir ao piloto os pedidos do MSL, cotejando sempre.

7.5.3. Transmitir ao MSL os avisos enviados pela equipe de terra (cotejando com o piloto).

7.5.4 Transmitir ao MSL o “NA FINAL” quando informado pelo piloto, cotejando.

7.5.5 Estar sempre atento ao MSL para as correções. O Op Inter transmite ao piloto as correções feitas pelo MSL:
“DIREITA (ESQUERDA) CINCO (DEZ ou QUINZE)” e o “NA ROTA”. O piloto cotejará todas as correções e o “NA ROTA”.

7.5.6 Informar ao piloto após a saída dos homens das equipes:


a) Op Inter: “HOMENS FORA!”
b) Piloto: “CIENTE”.

7.5.7 Antes da última passagem (no caso da aeronave C-105):


a) Op Inter: “PRÓXIMA PASSAGEM SERÁ A ÚLTIMA. SOLICITO MECÂNICO DA FAB PARA OPERAR O INTERFONE”. (Se
não houver mecânico da FAB para assumir a função, o saltador na função de Op Inter deverá pousar com a aeronave).

b) Piloto: “CIENTE”.

7.6 PRESCRIÇÕES DIVERSAS

7.6.1 O MSL assiste à sua equipe. Todas as recomendações serão feitas em voz alta e clara para que todos ouçam. Não
deve dar mostras de excitação, irritabilidade, vacilação ou nervosismo e deve comandar com energia.

7.6.2 O saltador livre deverá estar sempre em segurança dentro da aeronave, utilizando no mínimo uma das mãos.
Estando próximo à porta ou rampa, deverá sempre estar em três apoios.

7.6.3 Não dar nenhum comando inicial ou realizar inspeções em frente às portas laterais ou quando o salto for pela
rampa após a dobradiça.

7.6.4 O lançamento de sonda é de responsabilidade do MSL do avião.

2-80
7.6.5 O MSL não pode lançar se não estiver vendo o PS nitidamente, exceto para o lançamento na Luz Verde.

7.6.6 O lançamento de equipes intermediárias poderá ser feito por MSL de equipes, previamente escolhidos pelo
MSL.

7.6.7 Em caso de viagem, 20 minutos antes da Área de Pouso, comandar: Equipar! Ou reajustar equipamento.

7.7 GESTOS DO MSL E AUX MSL

7.7.1 Embarque

7.7.1.1 “COLOCAR CINTOS DE SEGURANÇA”: Consiste em levantar o antebraço direito dirigido para o lado direito,
formando um ângulo reto com o braço, e a palma da mão e os dedos estendidos voltados para a frente. Executar um
movimento enérgico para a esquerda, terminando com a mão fechada e o antebraço à frente do abdômen. (Fig 7-1)

Fig 7-1 - Gesto de “Colocar cintos de segurança, ajustar tocas e capacetes”

7.7.1.2 “AJUSTAR TOUCAS E CAPACETES”: Consiste em estar com a mão direita fechada e com os dedos indicador e
médio estendidos, na altura do rosto, fazendo dois movimentos para baixo e para cima do lado direito e depois do
lado esquerdo do rosto. (Fig 7-1)
7.7.1.3 “1.500 PÉS”: Aponta o dedo indicador para o altímetro, e em seguida, para o teto da aeronave na frente do
rosto. (Fig 7-2)

Fig 7-2 - Comando de “1500 Pés!”

7.7.1.4 “ATENÇÃO O AVIÃO” “LIBERAR CINTO DE SEGURANÇA”: Gesto inverso ao de “colocar cintos de segurança”.

2-81
7.7.1.5 “ALIVIAR TOUCAS E CAPACETES”: Consiste em estar com a mão direita fechada e com os dedos
indicador e médio estendidos, na altura do rosto, fazendo dois movimentos para baixo e para cima do lado direito e
depois do lado esquerdo do rosto.

7.7.2 LANÇAMENTO DE SONDA

7.7.2.1 “LUZ VERMELHA”: Aponta o dedo indicador para o painel de luzes e acusa.

7.7.2.2 “NÍVEL”: Aponta o dedo indicador para o altímetro e, em seguida, faz um movimento horizontal com a mão
espalmada sobre o altímetro.

7.7.2.3 “PRONTO”: Braço esticado na horizontal com o dedo polegar voltado para cima e os outros dedos
cerrados após a inspeção do MSL.

7.7.2.4 “NA FINAL”: O Op Inter com a mão espalmada, dedos unidos, apontando para o piso da Anv, movimenta-a
para frente e para trás duas vezes ao mesmo tempo em que emite o comando.

7.7.2.5 “FLAPS”: Aponta o dedo indicador da mão direita para os Flaps e verifica o acionamento do mesmo.

7.7.2.6 “DIREITA (ou ESQUERDA)”: Com os dedos da mão fechados, menos o polegar, com movimento do braço
direito para o lado da fuselagem correspondente a correção (direita ou esquerda), levando-se em conta a direção de
voo da aeronave.

7.7.2.7 “CINCO (DEZ ou QUINZE)”: Com o braço direito estendido para a frente, abrir e fechar os dedos da mão, uma,
duas ou três vezes, de acordo com a quantidade de graus desejados.

7.7.2.8 “NA ROTA”: Consiste em executar dois ou três movimentos com o antebraço direito, para cima e para frente,
na direção da cabine do piloto com a mão aberta, os dedos unidos e a palma da mão voltada para a esquerda.

7.7.2.9 “LUZ VERDE”: Aponta o dedo indicador para o painel de luzes e acusa.

7.7.2.10 “DÊ ME A SONDA”: O MSL recebe a sonda preparada de seu Aux.

7.7.2.11 “SONDA LANÇADA, CIRCUITO PELA ESQUERDA”: O MSL levanta o braço com a mão cerrada e dedo indicador
apontando para o teto da aeronave e realiza movimento circular com antebraço no sentido anti-horário.

7.7.2.12 “SONDA TOCA O SOLO”: O MSL, com a mão cerrada e com o dedo indicador aponta para o piso da Anv. No
momento em que a sonda tocar o solo, o indicador toca o piso da Anv.

7.7.2.13 “VENTO DE SOLO”: Sopra a palma da mão direita e anuncia a direção e a velocidade do vento.

7.7.3 LANÇAMENTO DAS EQUIPES

7.7.3.1 “1ª, 2ª OU 3ª EQUIPE”: Com o braço direito distendido, executar um movimento enérgico para cima e para
frente, deixando-o na horizontal. Simultaneamente, com a mão fechada, rebatê-la para cima e estender o dedo
indicador. Independente do nº da equipe o gesto será sempre o mesmo. (Fig 7-3)

2-82
7.7.3.2 “LEVANTAR”: Partindo da posição com o braço estendido ao longo do corpo, consiste em levantar o braço
direito até a altura do ombro, e a palma da mão voltada para frente, mantendo-o esticado durante o movimento. (Fig
7-4)

Fig 7-4 Gesto de “1ª, 2ª ou 3ª Equipe” Fig 7-4.1 Gesto de “Levantar”

7.3.3 “VERIFICAR EQUIPAMENTO”: Consiste em apontar com a mão direita espalmada e os dedos abertos, numa
sequência de quatro tempos, o capacete ou touca, o tirante do peito, a perna direita e a perna esquerda. (Fig 7-5)

Fig 7-5 - Gestos de “Verificar Equipamento”

7.7.3.4 “EM POSIÇÃO”: o MSL aponta o dedo indicador para o primeiro homem da equipe ao mesmo tempo em que
emite o comando.
7.7.3.5 “PODE IR” ou “JÁ”: o MSL aponta o dedo indicador para o primeiro saltador e com um movimento de braço
indica a saída da aeronave ao mesmo tempo em que emite o comando.
2-83
7.8 IMPEDIMENTOS

7.8.1 EMBARQUE

7.8.1.1 Impedimentos de solo: sinalizado pela equipe de terra através dos painéis ou rádio. (Fig 7-6)

1 2 3

Legenda:
1 – Normal
2 – Impedimento Temporário
3 – Impedimento Definitivo
Fig 7-6 - Impedimentos de solo

7.8.1.2 Impedimentos de bordo: toques de campainha e luz vermelha.

7.8.1.3 Impedimentos do MSL


a) Quando não houver condições meteorológicas favoráveis (nuvens e chuva).
b) Quando o eixo de entrada da aeronave não oferecer segurança para o lançamento.
c) Quando qualquer fato atentar contra a segurança do lançamento.

7.8.1.4 Situações diversas

7.8.1.4.1 O MSL não comandou “EM POSIÇÃO” para a equipe:


a) IMPEDIMENTO TEMPORÁRIO (ALVO): O MSL verifica o impedimento e anuncia “IMPEDIMENTO TEMPORÁRIO”,
barrando a equipe com a mão, e informa ao piloto.
b) IMPEDIMENTO DEFINITIVO (ALVO): O MSL verifica o impedimento e anuncia: “IMPEDIMENTO DEFINITIVO,
SENTAR”, barrando a equipe com a mão, e informa ao piloto.
c) IMPEDIMENTO POR PARTE DO PILOTO: O MSL verifica o acendimento da luz vermelha, com o toque longo de
campainha, e anuncia: “IMPEDIMENTO POR PARTE DO PILOTO, INTER AO PILOTO”, barrando a equipe com a mão.

7.8.1.4.2 O MSL comandou “EM POSIÇÃO” para a equipe: acrescenta-se à frente de cada procedimento citado
anteriormente: “NEGATIVO, NÃO SALTE!”.

7.8.1.4.3 O MSL não enxerga o PS: Comanda “NEGATIVO, NÃO SALTE!, NÃO ESTOU VENDO O PS”, barrando a equipe
com a mão.

7.8.1.4.4 O eixo de entrada está fora de segurança: Comanda “NEGATIVO, NÃO SALTE! NÃO VOU LANÇAR POR
SEGURANÇA”, barrando a equipe com a mão. Acusa-se a Anv está passando pouco ou muito à esquerda, direita e/ou
enviesado à esquerda ou direita do eixo de lançamento.

2-84
7.9 LANÇAMENTO DE SONDA

7.9.1 A sonda tem como finalidade auxiliar ao lançamento livre, indicando em função da direção e intensidade do
vento, o desvio que o saltador sofrerá após a abertura do seu paraquedas.
Observação: atualmente, foi constatada uma maior eficiência no cálculo de lançamento baseado no estudo dos
ventos de camadas, assunto tratado na Seção 7.10 deste capítulo. Não sendo possível esse lançamento, faz-se
necessário o uso da sonda.

7.9.2 Em princípio deverá ser feito pelo menos o lançamento de uma sonda antes do início de cada atividade de salto,
a cada mudança significativa na direção do vento (> 90°) ou na ausência de paraquedistas no ar por um longo período.

7.9.3 A sonda é construída de uma faixa de papel crepom, de cores contrastantes entre si e, se possível, com o
terreno também e com um lastro em uma das extremidades.

7.9.4 O lançamento de sonda deve ser executado na mesma altura de abertura dos paraquedas dos saltadores sobre
a vertical do alvo.

7.9.5 Tendo em vista o vento existente na camada e as condições de sustentação, a faixa de tempo aceitável para a
queda da sonda é a seguinte:

ALTURA DE LANÇAMENTO
FAIXA ACEITÁVEL PARA O TEMPO DE QUEDA
PÉS METROS
2000 600 1 min 35 seg à 1 min 50 seg
2200 660 1 min 50 seg à 2 min 10 seg
2500 750 2 min 10 seg à 2 min 30 seg
3000 900 2 min 35 seg à 3 min

Fig 7-7 - Tabela de tempo de queda da sonda


7.9.6 Antes do lançamento, a sonda deve ser preparada pelo Aux MSL, a fim de não haver falhas na abertura.
7.9.7 Após lançada a sonda, o Op Inter deverá solicitar que a aeronave faça o circuito pela esquerda (C-95) para
proporcionar observação. Esse lançamento na vertical do alvo aceitará uma margem de erro de até 100 m. Se lançar
acima dos 100m, o MSL deverá compensar o desvio apresentado, para não perder a passagem da sonda. A sonda
deverá ser observada até chegar ao solo, e o seu Ponto de Impacto (PI) deverá ser marcado no croqui.

7.9.8 DETERMINAÇÃO DO EIXO DE ENTRADA

7.9.8.1 DESVIO DA SONDA - é a distância do PI ao ALVO.

7.9.8.2 Para o lançamento de sonda: Qualquer eixo que passe sobre o alvo pode ser utilizado.

7.9.8.3 Para o lançamento de pessoal

Eixo SONDA-ALVO (vento de nariz) - é o eixo que passa sobre o alvo e PI, onde o avião faz a “FINAL” do circuito de
lançamento no sentido PI-Alvo. Normalmente utilizado para o lançamento de precisão. (Fig 7-8)

2-85
ALVO PONTO DE

IMPACTO

Fig 7-8 - Eixo Sonda-Alvo (Vento de Nariz)

Eixo ALVO-SONDA (vento de cauda): é o eixo que passa sobre o alvo e o PI, onde o avião faz a “FINAL” do circuito de
lançamento, no sentido ALVO-PI. Normalmente utilizado para o lançamento de estilo ou trabalho relativo
(competição ou treinamento), devido à facilidade de observar do solo (luneta e VT) e a orientação do saltador. O
lançamento é dificultado por falta de referência anterior. (Fig 7-9)

ALVO PONTO DE

IMPACTO

Fig 7-9 - Eixo Alvo-Sonda (Vento de Cauda)


c) “BOCA DO CONE” (vento de través) - é o eixo perpendicular à reta que passa sobre o alvo e o PI, onde o avião faz a
“FINAL” para o lançamento. A distância do alvo até encontro do eixo com a reta é igual ao valor do DESVIO DA
SONDA. (Fig 7-10)

PONTO DE

IMPACTO

ALVO

2-86
Fig 7-10 - Lançamento Boca do Cone (Vento de Través)

7.9.9 DETERMINAÇÃO DO PONTO DE SAÍDA (PS)

7.9.9.1 Após a observação do ponto de impacto da sonda no solo, o MSL determina o eixo de entrada tendo como
referência pontos nítidos no terreno e estima o ponto de saída dos paraquedistas baseado no DESVIO DA SONDA (Fig
7-11), no arrasto provocado pelo deslocamento da aeronave e no PONTO DE ABERTURA (PA).

ALTURA DE ABERTURA
VENTO PI

DESVIO
Desvio

Fig 7-11 - Desvio da sonda

7.9.9.2 PONTO DE ABERTURA (PA): é o ponto no espaço onde o Pqdt abrirá o seu paraquedas. Acha-se a sua projeção
no solo (PA’), transladando o desvio da sonda a partir do alvo no sentido contrário à direção do vento. (Fig 7-12)
- PA’ Lanç Nariz – Projeção da abertura do 1° Pqdt da Eq lançada;
- PA’ Lanç Cauda – Projeção da abertura do último Pqdt da Eq lançada;
- PA’ Lanç BC – Projeção da abertura do Pqdt central da Eq lançada.

ALTURA DE ABERTURA
VENTO

PI

DESVIO
PA’

DESVIO

2-87
Fig 7-12 - Ponto de Abertura

7.9.9.3 ARRASTO: É o deslocamento que um Pqdt faz ao sair da Anv até começar a cair na vertical. O valor do arrasto
provocada pela aeronave foi calculado levando-se em conta a velocidade média do lançamento de 60 m/s e o tempo
que um corpo de aproximadamente 70 kg lançado a esta velocidade levaria para descrever uma trajetória vertical
(dado experimental 5 seg). Substituindo estes valores na fórmula d = v.t teremos como resultante o valor constante
de 300 m. (Fig 7-13)

PA

Fig 7-13 – Arrasto

7.9.9.4 Quanto ao desempenho das Anv, deve-se observar os seguintes aspectos:


- Aeronaves consideradas de alto desempenho (Velocidade maior ou igual a 60 m/s, o arrasto será 300 m);
- Aeronaves consideradas de baixo desempenho (Velocidade menor que 60 m/s, o arrasto será 150 m).

7.9.10 CÁLCULO DO PONTO DE SAÍDA

7.9.10.1 LANÇAMENTO NARIZ, no eixo SONDA-ALVO: Subtrai-se o arrasto do desvio da sonda. O resultado sendo
positivo, o PS será localizado após o alvo no eixo de entrada da Anv. Caso contrário, o resultado negativo, o PS será
localizado antes do alvo. Sendo o resultado nulo, o PS será localizado sobre o alvo. Nesse lançamento é
desconsiderado a dispersão visto que todos os saltadores são lançados dentro do cone do vento.

PS = DESVIO – ARRASTO

a) Exemplo: Calcule o ponto de saída de uma equipe de 03 homens que saltarão de uma Anv C-130, sendo que o
desvio da sonda é igual a 500 metros (Lanç Sonda-Alvo)

DESVIO = 500

ARRASTO = 300

2-88
PS = 500 - 300 → PS = 200 → Lanç será 200 m após o alvo (Fig 7-14)

PA’

Fig 7-14 - Lançamento no eixo SONDA-ALVO (PS após o alvo)

b) Exemplo: calcule o ponto de saída de uma equipe de 06 homens que saltarão de uma
Anv C-95, sendo que o PI dista 200 metros do alvo.

DESVIO = 200

ARRASTO = 300

PS = 200 - 300 → PS = - 100 → Lanç será 100 m antes do alvo (Fig 7-15)

2-89
PA’

Fig 7-15 - Lançamento no eixo SONDA-ALVO (PS antes o alvo)

c) Exemplo: calcule o ponto de saída de uma equipe de 02 homens que saltarão de uma Anv C-105, sendo que o PI
está a 300 metros do alvo.

DESVIO = 300
ARRASTO = 300
PS = 300 - 300 → PS = 0 → Lanç será sobre o alvo (Fig 7-16)

PA’

Fig 7-16 - Lançamento no eixo SONDA-ALVO (PS sobre o alvo)

2-90
7.9.10.2 LANÇAMENTO CAUDA, no eixo ALVO-SONDA: Deve-se somar o desvio da sonda, o arrasto e a dispersão entre
os saltadores visando o último saltador sair dentro do cone do vento. O PS será sempre localizado antes do alvo.
- Dispersão é o espaço percorrido pela Anv durante o lançamento de uma equipe. Calcula-se a dispersão de uma
equipe de paraquedistas multiplicando o Número de blocos, o intervalo de saída e a velocidade do avião. Aproxima-se
a dispersão para o múltiplo de 100 mais próximo.

PS = DESVIO + DISPERSÃO + ARRASTO

Dprs = Nº Bl x I x V

- Dprs → Dispersão
- Nº Bl → Número de blocos que sairá por vez, pode ser um, dois ou mais Pqdt;
- I → intervalo de saída dos blocos, em segundos;
- V → Velocidade da Anv em m/s, conforme a tabela (Fig 7-17)

AERONAVE VELOCIDADE
C-95 Bandeirante 60 m/s
C-105 Amazonas 70 m/s
C-130 Hércules 70 m/s
Caravan 40 m/s

Fig 7-17 – Velocidade das Anv

a) EXEMPLO: Calcule o ponto de saída de uma equipe de 5 homens que saltará de uma Anv C-105, com intervalo de 1s
entre cada Pqdt, sendo que a sonda caiu a 300 metros do alvo.
DESVIO = 300

ARRASTO = 300

DISPERSÃO = Nº Bl x I x V → Dprs = 5 x 1 x 70 → Dprs = 350 m → Dprs ≅300m

PS = DESVIO + DISPERSÃO + ARRASTO = 300 + 300 + 300 → PS = 900 m → Lanç será 900 m antes do alvo (Fig 7-18)

2-91
Fig 7-18 - Lançamento no eixo ALVO-SONDA (PS antes do alvo)

7.9.10.3 LANÇAMENTO BOCA DO CONE é o lançamento onde o PS sempre será localizado antes do alvo, no eixo da
linha imaginária perpendicular ao prolongamento da linha imaginária do desvio da sonda. Para encontrar o PS nesse
eixo, soma-se o ARRASTO e a metade da DISPERSÃO da equipe.

PS = ARRASTO + ½ DISPERSÃO

a) Exemplo: Calcule o ponto de saída de uma equipe 12 Pqdt que saltará da Anv C-130, saindo individualmente com 1
segundo de intervalo entre cada saída. A sonda caiu a 300 m do alvo.

DESVIO = 300 m

ARRASTO = 300 m

DISPERSÃO = Nº Bl x I x V → Dprs = 12 x 1 x 70 → Dprs = 840 m → Dprs ≅800 m

PS = ARRASTO + ½ DISPERSÃO → PS = 300 + ½ 800 → PS = 700 m → Lanç será 700 m antes do alvo (Fig 7-19)

2-92
PA

PA’

Fig 7-19 - Lançamento Boca do Cone

7.10 LANÇAMENTO BASEADO NO ESTUDO DOS VENTOS DE CAMADA

7.10.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

7.10.1.1 As tropas operacionais que utilizam a infiltração por meio do salto livre operacional não entendem a
utilização da sonda como o melhor método para obtenção do ponto de saída (PS), pois essa técnica exige que a
aeronave passe sobre o PS por duas vezes, o que em uma missão real quebraria o sigilo da operação. Sendo assim,
essas tropas buscaram alternativas para encontrar o ponto de saída para seus militares e, em alguns casos, os MSL
utilizavam apenas o vento de solo para o cálculo do PS, ocasionando lançamentos fora do cone do vento e até pousos
fora da área de salto.

7.10.1.2 Neste capítulo abordaremos como calcular o PS utilizando os ventos de camada, método consagrado que
reduz os erros provenientes do método de lançamento utilizando a sonda, que não considera os ventos das camadas
superiores a 3000 ft.

7.10.1.3 As fórmulas utilizadas nos cálculos do lançamento serão as das infiltrações HALO ou HAHO, estudadas no
capítulo 8 desse manual, porém com uma interpretação diferente, pois a intenção em um planejamento de um salto
HALO é de realizar uma saída alta e um comandamento baixo, no qual todos os integrantes da equipe comandam os
seus paraquedas próximos em uma mesma região, e de uma infiltração HAHO é realizar uma saída alta e um
comandamento alto, no qual todos os integrantes da equipe comandam os seus paraquedas após a saída da
aeronave, fazendo uma infiltração seguindo o líder até pousarem no alvo desejado. Já em um adestramento de salto
livre (salto sobre o alvo), o objetivo é, normalmente, lançar uma equipe no máximo a 12.000 ft e comandar os Pqd
entre 5.000 ft e 3.000 ft, fazendo um deslocamento mínimo até o cone do vento e pousar próximo ao alvo. Dessa
forma, o cálculo aqui realizado (HALO – Velame Aberto), tem a finalidade de basicamente fornecer a direção média
dos ventos de camada, compreendido entre a altura de comandamento do saltador até a primeira camada acima do
solo, nos mostrando o cone do vento para a navegação.

2-93
7.10.2 OBTENÇÃO DOS DADOS NO SITE DO NOAA

7.10.2.1 Os dados para o cálculo do lançamento são feitos, atualmente, pelo site do NOAA. Aqui veremos o passo-a-
passo de como obter esses dados.

a) Primeiro passo: acessar o site americano NOAA – NATION OCEANIC AND ATMOSPHERIC ADMINISTRATION, uma
agência governamental para assuntos sobre meteorologia, oceanos, atmosfera e clima.

- https://www.ready.noaa.gov/READYcmet.php (Fig 7-20)

Fig 7-20 - Site do NOAA onde se busca os dados dos ventos de camada

- Nessa página deve inserir o local de onde requer a informação meteorológica, através de uma lista de cidades,
através do código internacional de aeroportos ou através da latitude e longitude em graus. Não se esquecer que
grande parte do Brasil está a sul da linha do equador e a oeste do meridiano de Greenwich, sendo assim utilize “-“
(menos) antes da latitude e longitude.
b) Segundo passo: na próxima página (Fig 7-21) escolher qual produto meteorológico deseja, no caso será
WINDGRAM, este produto oferece opções de diagrama dos ventos do tempo presente até 192 horas, em intervalos
de 3 em 3 horas, ou o diagrama dos ventos de 192 horas até 384 horas, em intervalos de 12 em 12 horas.

2-94
Fig 7-21 – Escolha do produto meteorológico

Terceiro passo: na próxima página (Fig 7-22) escolher a partir de qual horário será iniciado o diagrama dos ventos. Os
horários aparecem na sequência dos diagramas disponibilizados por último, ou seja, os que aparecem primeiro são os
mais recentes.

Fig 7-22 – Escolha dos últimos 4 dados disponibilizados

d) Quarto passo: nessa página (Fig 7-23) escolher qual a data e hora inicial do diagrama, a quantidade de horas a
serem inseridas a partir do horário inicial, o intervalo desejado de camadas a serem incluídas no diagrama, que pode
ser de 20mb até 1000mb, se o diagrama será composto por gráfico e texto ou somente texto, a resolução da imagem
gerada e se o diagrama dos ventos será gerado em arquivo PDF ou não.

2-95
Fig 7-23 – Inserção de dados para consulta

e) Quinto passo: nessa página (Fig 7-24) temos o diagrama dos ventos com todas as informações requeridas.

Fig 7-24 – Obtenção das direções e intensidades dos ventos

7.10.3 LANÇAMENTO NARIZ

7.10.3.1 O lançamento com vento de nariz é o mais indicado para os adestramentos que não levam em consideração
o itinerário de infiltração da aeronave, pois o foco é somente o salto. Esse tipo de lançamento é o de maior benefício,
pois busca lançar os saltadores na linha imaginária que se inicia no alvo e divide o cone do vento em duas partes
iguais. Nesse tipo de lançamento, o MSL possui melhores referências para o seu lançamento, pois o PS está mais
próximo do alvo. Para mostrar como se calcula será mostrado um exemplo prático.

7.10.3.2 Exemplo 1: um destacamento de 12 militares realizará um salto livre operacional a 12.000 ft de altitude às
10:00 (P) no aeroporto de Resende-RJ (1200 ft acima do nível do mar), por meio da aeronave C-95. Os Pqd MMS – 350

2-96
estarão abertos a 5.000 ft e o objetivo do salto é toda a equipe pousar no alvo. Os seguintes dados meteorológicos
foram levantados por meio do site NOAA (Fig 7-25):

Pressão Azimute/
Altura (ft) Altitude (ft)
(Mb) Intensidade ____ Queda Livre
10500 12000 600 280@024
QUEDA LIVRE
9000 10500 650 268@021
7500 9000 700 252@016
6000 7500 750 241@012
4500 6000 800 220@007 ____ Velame Aberto
3000 4500 850 190@007
1500 3000 900 185@004
VELAME 750 2250 925 180@004
ABERTO 00 1500 950 182@004 ____ Vento de Solo*
750 975 180@003
00 1000 182@003 *desprezado para efeito
de cálculo.

Fig 7-25 – Tabela dos dados extraídos do NOAA

Obs.: Utilizar os dados das camadas mais próximas, independentemente se são as mais altas ou as mais baixas, pois
assim teremos um cálculo mais próximo do real.
a) Primeiramente deve-se utilizar a fórmula do HALO para o velame aberto, desde altura de abertura do Pqd até a
última camada com exceção da camada de solo, tendo assim, o desvio com o velame aberto que significa, na maioria
das vezes, o cone do vento. Deverá ser lançada essa distância a partir do alvo na direção média dos ventos das
camadas do velame aberto:

Fórmula (HALO) – Velame aberto

D = K. V. A

D = Metros

K = Constante (velame aberto= 25)

V = Velocidade média do vento em nós (Kt)

A = Altitude em milhares de pés (ft)

Cálculo 4500 ft até 750 ft:

∑azimutes = 220º+190º+185º+180º = 775 / 4 = 193,75 = 194º

∑velocidades = 7+7+4+4 = 22 / 4 = 5,5kt

Altitude = 5 (Altitude sempre se trabalha com a real)


D = K. V. A → D = 25 x 5,5 x 5 → 687,5 metros.
2-97
Teremos então um deslocamento de 687,5 metros no azimute médio de 194º.
*Lembrando que o vento vem de 194º. (Fig 7-26)

Resultante Velame Aberto

Cone do vento médio

Fig 7-26 - Lançamento do azimute de 194º extraído do cálculo

b) Fazer o cálculo utilizando a mesma fórmula do HALO para queda livre, desde a altura de lançamento até a altura de
comandamento do Pqd, tendo assim o desvio em queda livre, que deverá ser lançado a partir do alvo na direção
média dos ventos das camadas de queda livre. Traçar uma paralela da resultante do velame aberto até o limite da
resultante queda livre, sobre essa paralela será a direção de lançamento da aeronave (nariz/cauda);
Fórmula (HALO) – Queda Livre

D = K. V. A

K = Constante (velame aberto = 3)

V = Velocidade média do vento em nós (Kt)

A = Altitude em milhares de pés (ft)

Cálculo 10500ft até 6000ft:

∑azimutes = 280º+268º+252º+241º = 1041 / 4 = 260,25 = 260º

∑velocidades = 24+21+16+12 = 73 / 4 =18,25kt


2-98
Altitude = 10,8-5 = 5,8 (Altitude sempre se trabalha com a real)

D = K. V. A → D = 3 x 18,25 x 5,8 → 317,55 metros.

Teremos então um deslocamento em queda livre de 317,55 metros no azimute médio de 260º.
*Lembrando que o vento vem de 260º. (Fig 7-27)

Direção de entrada da aeronave

(Lançamento Nariz/Cauda)

Resultante Queda Livre

Resultante Velame Aberto

Cone do vento médio


Fig 7-27 – Lançamento do deslocamento em queda livre

- Podemos identificar pela figura acima, que se os saltadores forem lançados na linha tracejada que representa a
entrada da aeronave (paralela a resultante do velame aberto), eles terão um desvio em queda livre que fará com que
abram seus Pqd sobre o prolongamento da resultante de velame aberto que está projetado na cor verde.
c) Definido o lançamento com vento de nariz, deve-se projetar 300 metros antes do encontro da resultante da queda
livre com o prolongamento da paralela da resultante do velame aberto (linha tracejada). No limite dos 300 metros
teremos o PS dos saltadores para o lançamento de nariz. (Fig 7-28)

Direção de entrada da aeronave

(Lançamento Nariz)

Ponto de Saída - PS

Arrasto da aeronave 300m

Resultante Queda Livre

Resultante Velame Aberto

Cone do vento médio

2-99
Fig 7-28 – Lançamento Nariz
- Podemos identificar pela figura 7-28 que se o primeiro saltador sair no PS representado pela estrela amarela, o da
aeronave irá jogá-lo na direção de entrada da aeronave até aproximadamente o limite da resultante queda livre.
Como calculado, ele terá um deslocamento em queda livre representado pelo vetor azul, obviamente, o da aeronave
ocorrerá simultaneamente com o desvio da queda livre, fazendo com que a abertura do velame do primeiro saltador
seja sobre o alvo. Os demais saltadores, por analogia, irão abrir seus Pqd sobre a “resultante velame aberto” (vetor
verde), que está no centro do cone do vento médio, ou seja, todos dentro do cone do vento.
d) Por último, lançar a direção do vento de solo que poderá ser obtido pelos ventos de camada ou pela equipe de
terra os quais, normalmente, coincidem com a média dos ventos de camada do velame aberto. (Fig 7-29)

Direção de entrada da aeronave

(Lançamento Nariz)

Ponto de Saída - PS

Arrasto da aeronave 300m

Resultante Queda Livre

Resultante Velame Aberto

Cone do vento médio

Vento de Solo

Fig 7-29 - Lançamento da direção do vento de solo

7.10.4 LANÇAMENTO CAUDA

7.10.4.1 O lançamento com vento de cauda é o menos indicado, pois o MSL lança os saltadores muito longe do alvo e,
devido a isso, possui poucas referências para o lançamento. Porém, existem várias condicionantes que podem levar o
MSL a realizar esse tipo de lançamento e para isso deve ser calculado a dispersão dos saltadores baseado no tipo de
missão, no adestramento da sua tropa e no tipo de trabalho que será realizado. Veremos, abaixo, como calcular a
dispersão dos saltadores:

Dispersão = Qtde blocos x Intervalo de saída x Vel. aeronave


Número de blocos = dependerá do trabalho em queda livre (individual, dupla, trio, coluna por dois, etc).
Velocidade da aeronave = Caravan: 40 m/s; C – 95: 60 m/s; C – 105; e C – 130: 70 m/s.
Tempo de saída = quanto tempo demora para cada bloco sair da aeronave.
2-100
Seguindo o exemplo, supondo que a equipe de 12 saltadores irá sair em duplas e o tempo de saída seja de 1 segundo
por bloco, teremos a seguinte dispersão:

Dispersão = Nº Bl x I x V

Dprs = 6 (duplas) x 1 x 60

Dprs = 360 metros, Dprs = 400 m (Fig 7-30)

Direção de entrada da aeronave

(Lançamento Cauda)

Resultante Queda Livre


Dispersão dos Saltadores

Resultante Velame Aberto

Arrasto da aeronave 300m

Cone do vento médio


PS

Vento de Solo

Fig 7-30 - Lançamento Cauda

- Podemos identificar pela figura acima que se o primeiro saltador sair no PS representado pela estrela amarela, o da
aeronave irá projetá-lo na direção da entrada da aeronave até aproximadamente o início da dispersão dos saltadores,
ao mesmo tempo que sofrerá o deslocamento em queda livre, resultando na abertura do seu Pqd próximo a boca do
cone de navegação projetado na figura. Por analogia, os saltadores realizarão o mesmo deslocamento até a última
dupla abrir seu Pqd próximo ao alvo, todos dentro do cone do vento.

7.10.5 LANÇAMENTO BOCA DO CONE

7.10.5.1 O lançamento boca do cone é bastante utilizado quando não é possível o lançamento de nariz ou por outras
condicionantes como tipo de missão e características da área de salto. Para realizar esse tipo de lançamento devemos
traçar uma perpendicular em relação a resultante do velame aberto, distante 200 metros do alvo. A distância de 200
metros deve-se à necessidade de que todos os saltadores abram seus Pqd sobre uma linha imaginária que passa
sobre o ponto A da navegação final. Determinada a entrada da aeronave, o MSL deve optar pelo lado que favoreça a
observação do alvo para o lançamento. Definida a entrada da aeronave, após calcular a dispersão dos saltadores -
2-101
como fizemos no lançamento de cauda -, deve-se projetar a resultante da queda livre até que ela coincida com a
perpendicular formada entre a entrada da aeronave e a resultante de velame aberto. Divide-se a dispersão dos
saltadores por 2 e cada metade será projetada para cada lado do limite da projeção da resultante queda livre. Do
limite da metade da dispersão deve-se projetar mais 300 metros no sentido da entrada da aeronave, nesse limite
encontra-se o PS. (Fig 7-31)

Direção de entrada da aeronave

(Lançamento Boca do Cone)


Projeção da Resultante QL

PS
Resultante Queda Livre
Arrasto da aeronave 300m
Resultante Velame Aberto
Dispersão dos Saltadores

Dividida ao Meio
Cone do vento médio

Vento de Solo

Fig 7-31 - Lançamento Boca do Cone

- Podemos identificar pela figura acima que, se o primeiro saltador sair no PS representado pela estrela amarela, o da
aeronave irá projetá-lo na direção de entrada da aeronave até aproximadamente o início da dispersão dos saltadores,
ao mesmo tempo em que sofrerá o deslocamento em queda livre, resultando na abertura do seu Pqd próximo ao
limite anterior do centro da boca do cone de navegação projetado na figura. Por analogia, os próximos saltadores
realizarão o mesmo deslocamento até a última dupla abrir seu Pqd próximo ao limite posterior do centro da boca do
cone de navegação projetado na figura.

7.10.6 O azimute extraído do Google Earth está em norte geográfico. Ao solicitar a entrada da aeronave, o MSL
deverá passar o azimute em graus magnéticos.

7.11 CORREÇÕES PARA O LANÇAMENTO

7.11.1 Dependendo do tipo de aeronave, as correções serão feitas diretamente ao Piloto Anv ou através Op Inter.
Todas as correções serão feitas para a cabine do piloto, por voz e gestos correspondentes, devendo o MSL encarar o
elemento que as estiver recebendo, piloto ou operador de interfone.

7.11.2 Ao receber do Op Inter o “NA FINAL”, a aeronave está na final para o lançamento, pronta para receber
correções ou pronta para o lançamento. O MSL deverá observar a entrada da Anv em relação ao eixo ideal para o
lançamento e poderá encontrar as seguintes situações:
2-102
7.11.3 Aeronave no eixo desejado - neste caso transmitirá ao Op Inter – “NA ROTA” por voz e gesto, após verificar se a
Anv não está “escorregando”.

7.11.4 Aeronave no eixo desejado, porém à esquerda ou à direita (rumo paralelo)

a) Neste caso o MSL pedirá 5, 10 ou 15 graus para o lado do eixo certo e quando o atingir, pedirá o mesmo número de
graus para o lado contrário. Após estar no eixo desejado, transmitirá: “NA ROTA!” por voz e gesto.
b) A correção da aeronave para o lançamento livre é mantida. Isto quer dizer que após solicitado 5, 10 ou 15 graus a
direita ou esquerda a aeronave se mantém nesse novo rumo. (Fig 7-32)

Fig 7-32 - Correções da Aeronave

7.11.5 A aeronave não está no eixo desejado.


- Neste caso o MSL deverá solicitar 5, 10 ou 15 graus para o lado desejado e se necessário solicitar 5, 10 ou 15 graus
no sentido contrário, se for o caso, até a aeronave adotar uma linha de voo, rumo ideal para o lançamento. Após,
transmitirá: “NA ROTA!” por voz e gesto.

7.11.6 O lançamento livre, por depender de estimativas, requer do MSL uma boa capacidade de avaliar distâncias em
várias alturas. Somente com a prática será adquirida tal capacidade, entretanto, seguindo as seguintes observações,
teremos uma expressiva redução de erros:

7.11.6.1 Tipos de erros:


a) Erro lateral: é geralmente verificado após as correções solicitadas e tende a um lançamento para a direita ou para
esquerda, dependendo da inclinação da aeronave. Para eliminarmos esse erro, basta que seja mantida uma constante
observação na horizontalidade das asas da aeronave nos momentos da observação para correção. (Fig 7-33)

2-103
PS

Fig 7-33 - Erro Lateral

b) Erro Longitudinal: Ocasionado pela subida ou descida da aeronave no momento da observação. Nesse caso há a
possibilidade de um lançamento curto ou longo. (Fig 7-34)

PS

Fig 7-34 - Erro Longitudinal

c) Erro de Observação: É o mais comum dos erros verificados. Se deve ao mau posicionamento do MSL no momento
da observação ou do lançamento. É recomendável utilizar-se da ponta do pé para obter uma referência vertical.

2-104
7.11.6.2 Quando existe vento lateral acentuado na altura de lançamento, a proa e o rumo estarão defasados. O MSL
deve identificar o rumo da aeronave, e fazer as correções para o rumo ideal de lançamento. O erro mais comum,
nesses casos, é a avaliação incorreta do rumo, ou tomada da proa como rumo. Para diminuir este erro, o MSL deve
tomar uma posição fixa na porta e fazer uma linha de visada para o solo. Os pontos observados no solo por essa linha
de visada fixa definirão uma reta que é o rumo da aeronave. (Fig 7-35)

RUMO

PROA DE
NAVEGAÇÃO

VENTO DE
CAMADA

Fig 7-35 - Erro de Observação

7.11.6.3 Para o lançamento de pessoal, serão consideradas as distâncias do eixo Ponto de Saída (PS) Alvo, conforme o
quadro que se segue:

NA (no alvo) Até de 100 m do PS


Pouco à esquerda/direita/
Entre 100 e 300m do PS
antes/depois
Lançamento
Muito à esquerda/direita/
Entre 300 e 500 m do PS
antes/depois
Fora da segurança Acima de 500 m do PS

7.11.6.4 Ainda assim, será verificado o enviesamento da Anv em seu deslocamento no eixo PS-Alvo (Lanç
Nariz/Cauda) e PS-PA’ (Lanç Boca do Cone), conforme o quadro que se segue:

NA (no alvo) Até 5º


Pouco enviesado à
Entre 5º e 10º
esquerda/direita
Lançamento
Muito enviesado à
Entre 10º e 15º
esquerda/direita
Fora da segurança Acima de 15°

7.12 LANÇAMENTO STATIC LINE


2-105
7.12.1 O salto Static Line é um salto semiautomático que tem por objetivo fazer com que todos os saltadores tenham
seus velames abertos na mesma altura ao abandonar a aeronave.

7.12.2 REQUISITOS PARA A REALIZAÇÃO DO SALTO STATIC LINE

7.12.2.1 Ser paraquedista militar

7.12.2.2 Receber as seguintes instruções ministradas pelo Curso de Salto Livre:


a) EQUIPAMENTOS DE SALTO LIVRE.;
b) EQUIPAGEM COM O STUDENT VECTOR OU MMS-350;
c) INSPEÇÃO SUMÁRIA;
d) INSTRUMENTOS DE SALTO LIVRE;
e) RECOLHIMENTO DO VELAME TIPO ASA;
f) PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA; e
g) NAVEGAÇÃO.

7.12.3 COMANDOS

7.12.3.1 Após os comandos iniciais e atingida a altura de lançamento o MSL comandará:

- “EQUIPE!”
- “LEVANTAR!”
- “ENGANCHAR!”
- “VERIFICAR EQUIPAMENTO!”

7.12.4 LANÇAMENTO

7.12.4.1 PROCEDIMENTOS NA AERONAVE C-105

7.12.4.1.1 O MSL após efetuar os comandos para colocar a aeronave pronta para o lançamento comanda para o
saltador: “EM POSIÇÃO”.

7.12.4.1.2 O saltador partindo da posição anterior a dobradiça entrega a fita para o Aux MSL que fará a segurança da
fita. Após o comando de “PODE IR” abandona a aeronave e toma a posição sentado com os braços abertos. (Fig 7-36)

2-106
Fig 7-36 - Salto Static line da Anv C-105
7.12.4.2 PROCEDIMENTOS NA AERONAVE C-95

7.12.4.2.1 O MSL após efetuar os comandos para colocar a aeronave pronta para o lançamento comanda para o
saltador: “EM POSIÇÃO”

7.12.4.2.2 O paraquedista partindo do limite do portal anterior entrega a fita com a mão esquerda para o Aux Msl ao
mesmo tempo que leva a mão direita para o portal anterior.

7.12.4.2.3 Após o comando de “PODE IR”, abandona a aeronave e toma a posição semelhante a de JEB, tendo o
cuidado de proteger o punho de comando do paraquedas reserva e o punho de desconexão conforme a figura abaixo
(Fig 7-37).

Fig 7-37 - Salto Static-line da Anv C-95

7.12.5 DETERMINAÇÃO DO PONTO DE SAÍDA

7.12.5.1 O MSL para calcular o “PS” dos saltadores não leva em consideração o arrasto do saltador, pois o processo de
abertura do paraquedas se iniciará assim que o saltador abandonar a aeronave. O cálculo pode ser feito pelo estudo
do NOAA ou pelo lançamento de sonda. (Fig 7-38)

2-107
Fig 7-38 - Determinação do Ponto de Saída
7.12.6 PROCEDIMENTOS PARA ABANDONAR ANV (PANE)

a) Pane até 2000 Pés: preparar para pousar com a aeronave, tomar a posição de aterragem forçada e desligar o
DAA (se for o caso).

b) Pane entre 2000 e 3000 Pés: após o comando do MSL, abandonar a Anv sem enganchar e comandar o Pqd Res.

c) Pane acima de 3000 Pés: após o comando do MSL, enganchar e abandonar a Anv na posição semelhante ao “JEB
” tendo cuidado de proteger o punho de comando do Pqd Res e o punho de desconexão.

7.12.7 HOMEM PRESO A AERONAVE

7.12.7.1 HOMEM CONSCIENTE

7.12.7.1.1 O saltador protegerá o punho de comando do Pqd Res com a mão esquerda e a direita protegerá o
punho de desconexão, demonstrando que está consciente.

7.12.7.1.2 Nessa posição será feita outra passagem sobre a Área de Pouso e a fita será cortada pelo MSL com o
auxílio do Aux MSL. Após o corte da fita o saltador comanda o seu Pqd Res.

7.12.7.2 HOMEM INCONSCIENTE

7.12.7.2.1 Será feita outra passagem sobre a Área de Pouso, a fita será cortada e o Pqd Res será acionado pelo DAA. O
MSL é o responsável pela assistência ao homem preso e pelo corte da fita.
2-108
CAPÍTULO VIII

PLANEJAMENTO DE MISSÕES DE SALTO LIVRE OPERACIONAL

8.1 GENERALIDADES
8.1 GENERALIDADES
8.1.1 Salto Livre Operacional (SLOp) é todo salto
realizado a partir de aeronave (Anv) 8.2 EMPREGO militar ou
não, utilizando-se paraquedas de salto livre,
comandado pelo saltador ou através da 8.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À fita de
abertura, realizado por tropas especiais, EXECUÇÃO que
buscam realizar uma infiltração em uma
determinada área. 8.4 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ALTITUDE
8.1.2 O salto poderá ser realizado
DE LANÇAMENTO utilizando
a técnica de queda livre ou a infiltração com o
8.5 DIFERENÇAS ENTRE SALTO LIVRE E
velame aberto. Nesse tipo de salto o
paraquedista leva consigo equipamentos SLOp para fins
militares de combate.
8.6 CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS E
8.1.3 Muito mais do que pelo TÁTICAS
equipamento utilizado e pelo armamento
conduzido, o SLOp se caracteriza pela 8.7 FASES DE UMA MISSÃO COM finalidade
(emprego tático) e pela maneira como é INFILTRAÇÃO POR MEIO DE SLOp
executado (máximo de sigilo).
0
8.2 EMPREGO
SLOp À GRANDE ALTITUDE Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 11
pt, Negrito
8.2.1 O emprego de vetores Aéreos
é, normalmente, o processo básico 8.9 CONSIDERAÇÕES FISIOLÓGICAS de Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 12
pt, Negrito, Cor da fonte: Preto
infiltração de Forças Operações
Especiais e Equipes Precursoras 8.10 EQUIPAMENTOS devido a
sua rapidez e eficiência.
8.11 ATIVIDADES DE PREPARAÇÃO PARA
O SALTO
8.2.2 O SLOp é particularmente empregado À GRANDE
nas seguintes ALTITUDE
situações:
a) Quando o lançamento semiautomático não é DE
8.12 MESTRE possível.
OXIGENIO – MOx
b) A missão requer uma infiltração clandestina.
c) A aterragem com maior precisão 8.13TÉCNICAS
é impositiva. DE LANÇAMENTO DO
d) A reorganização imediata do destacamento
SALTO HALO é impositiva.
e) Quando existe necessidade de infiltração a partir de rotas aéreas comerciais.
f) Quando existe necessidade de 8.14 aterragem
TÉCNICAemDE diferentes pontos do
LANÇAMENTO DO terreno, a partir do
mesmo lançamento, por exemplo a ocupação de um ponto sensível.
SALTO HAHO

8.15 SELEÇÃO DE ÁREAS DE POUSO

8.16 SALTO NOTURNO

8.17 SALTOS EM AMBIENTES ESPECIAIS

2-109
8.2.3 O SLOp é aplicável, mas não limitado a:
a) Infiltração de destacamentos em suas Áreas Operacionais de Guerra Irregular (AOGI), Área
Operacional de Forças Especiais (AOFESP), Área de Operações Especiais (A Op Esp);
b) Infiltração de combatentes isolados e/ou destacamentos nas missões de reconhecimento
estratégico ou operações especiais.
c) Infiltração de Destacamentos Operacionais de Forças Especiais (DOFEsp) para o contato
inicial com forças da resistência.
d) Infiltração de Equipes Precursoras para a operação da ZL visando a execução do posterior
assalto aeroterrestre.

8.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À EXECUÇÃO

8.3.1 O SLOp pode ser executado:


a) A baixa altitude.
b) A média altitude.
c) A grande altitude.
d) Comandamento por fita de abertura (Static Line) ou manual.
e) Diurno ou noturno.
f) Em terra ou em massa d’água.

8.4 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ALTITUDE DE LANÇAMENTO

a) SLOp à baixa altitude - até 5.000ft.


b) SLOp à média altitude - de 5.000 a 12.000ft.
c) SLOp à grande altitude - de 12.000 a 35.000ft.

8.5 DIFERENÇAS ENTRE SALTO LIVRE E SLOp

8.5.1 SALTO LIVRE

a) Pode utilizar sonda para o cálculo do desvio do vento e lançamento.


b) Realiza lançamentos até 12.000ft.
c) Utiliza alvo e biruta para auxílio à navegação.
d) Não necessita de estudo meteorológico detalhado.
e) Limite de vento noturno é de 14kt.
f) Utiliza os pontos A, B e C para sua navegação final.

8.5.2 SALTO LIVRE OPERACIONAL

a) Não utiliza sonda para o lançamento.


b) Realiza lançamentos à grande altitude.
c) Utiliza outros meios para auxiliar a navegação final (sonda operacional, fumígeno, etc.);
d) Necessita de planejamento meteorológico detalhado.
e) Limite do vento de solo noturno para emprego operacional é de 18kt, sendo aconselhável
utilizar o limite de 14kt para adestramentos.
f) Necessita de equipamentos e técnicas especiais.
g) Profunda necessidade do trabalho em equipe.
h) Exige um padrão mínimo de técnica de queda livre e de navegação com velame aberto.
i) O peso dos saltadores é bastante alterado devido ao material conduzido.

2-110
8.6 CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS E TÁTICAS

8.6.1 No planejamento das infiltrações por meio do SLOp é fundamental avaliar a situação do inimigo,
particularmente, de seu sistema de defesa aérea (meios de detecção eletrônicos, vetores aéreos de interceptação,
artilharia antiaérea).Por isso, torna-se imprescindível a tomada de medidas que visam neutralizar essas ameaças,
tais como:escolta de caças, uso de aeronaves em missões diversionárias e emprego de meios de guerra eletrônica.

8.6.2 Atualmente,no Exército Brasileiro, somente os Destacamentos Precursores (Cia Prec Pqdt) e os
Destacamentos Operacionais de Forças Especiais-DOFEsp (1º BFEsp e 3ª Cia F Esp) realizam este tipo de infiltração.

8.6.3 A escolha do processo de infiltração por meio de SLOp está sujeito a análise dos seguintes fatores:

a) Missão (local propício para pouso de paraquedas;tempo disponível para planejamento, ensaio
e execução;e há flexibilidade da missão suficiente para permitir uma janela de infiltração, tendo
em vista que há dependência de condições meteorológicas favoráveis).

b) Situação do inimigo(possibilidades; limitações; dispositivo; meios de detecção e defesa aérea).

c) Terreno e condições meteorológicas (existência de áreas de pouso principal e


alternativas;velocidades dos ventos nas camadas; condições das nuvens e de tempo presente;
e visibilidade na área de operações).

d) Pessoal e material disponível (pessoal especializado, experiente e adestrado; existência de


material adequado;capacidade de transporte de peso do paraquedas;aeronave disponível; e
existência de comitê de recepção).

e) Tempo disponível (suficiente para planejamento, preparação e ensaio).

f) Considerações civis (existência de apoio da população local;possibilidades de represália ao


destacamento; posicionamento da população em relação uma operação clandestina).

8.7 FASES DE UMA MISSÃO COM INFILTRAÇÃO POR MEIO DE SLOp

8.7.1 PREPARAÇÃO

8.7.1.1 Nesta fase são identificados os pontos críticos da missão e as linhas de ação para resolvê-los. Durante esta
etapa, o destacamento irá planejar a missão, preparar planos e ordens, elaborar as condutas, preparar os
equipamentos, realizar inspeções e ensaios.

8.7.1.2 O Mestre de Salto Livre (MSL) deverá se reunir com a tripulação afim de discutir os seguintes itens: rotas
de infiltração e os pontos de controle em voo; critérios para que a missão seja abortada; rotas de evasão;
procedimentos em caso de emergência a bordo; configuração da aeronave para a missão de lançamento; restrições
caso o DAA dos saltadores já esteja acionado; chamada da tropa e da tripulação, frequências de rádio, sinais e
gestos pré-estabelecidos.

8.7.2 AÇÕES NO AERÓDROMO DE PARTIDA

8.7.2.1 Nesta fase o destacamento se desloca para o aeródromo de partida, juntamente com todo o pessoal que
participará da missão, para realizarem os últimos preparativos.O MSL, juntamente com seu auxiliar, realiza as
inspeções de pessoal e material e os ajustes necessários e em seguida embarca pessoal e material. Quaisquer
alterações ou atualizações de última hora no planejamento devem ser discutidas nesse momento.
2-111
8.7.3 CONDUTAS DURANTE O VOO ANTES DO PONTO DE LANÇAMENTO

8.7.3.1 Nesta fase o MSL, juntamente com seu auxiliar, realiza as inspeções de pessoal, se for o caso (SFC). Este
procedimento visa garantir que, em caso de emergência, a equipe abandonará a aeronave com todos os seus
equipamentos.

8.7.3.2 Durante o voo o piloto da aeronave mantém o MSL informado da sua localização e do bloqueio dos
pontos de controle. Esse por sua vez, transmite as informações à equipe de saltadores e para isso são utilizadas
placas com informações predefinidas ou escritas manualmente, principalmente quando as máscaras de oxigênio
estão sendo utilizadas e ainda a comunicação via rádio.

8.7.3.3 O piloto irá informar ao MSL quando a aeronave bloquear o ponto de saída (PS)e o MSL comandará o
lançamento na luz verde ou em momento oportuno.

8.7.4 CONDUTAS EM QUEDA LIVRE E COM VELAME ABERTO

Nesta oportunidade são observados os detalhes relativos as fases do salto de paraquedas


propriamente dito: saída, retardo e comandamento; reorganização após abertura; navegação em
formação e aproximação final e pouso.

8.7.5 CONDUTAS NA ÁREA DE POUSO

Fase em que o destacamento se encontra vulnerável às ações inimigas, para tanto deverá
abandonar a área de pouso rapidamente e ocupar uma área de reunião clandestina(ARC). Os
paraquedas e materiais utilizados para o salto devem ser enterrados ou devem ser preparados
cachês para posterior resgate (SFC). Caso exista um comitê de recepção este coordenará o
movimento do destacamento até a ARC. A área de reunião deverá ser esterilizada antes da partida
do destacamento para a missão principal.

8.7.6 INFILTRAÇÃO E AÇÃO NO OBJETIVO

O destacamento poderá se deslocar guiado por elementos do comitê de recepção ou infiltrar


utilizando o itinerário planejado previamente, para tal é necessário a utilização de caminhos que
aproveitem ao máximo as cobertas, promovam a ocultação, evitem posições inimigas, patrulhas,
civis e instalações. O destacamento transporta apenas equipamentos e suprimentos essenciais
para o cumprimento da missão (equipamentos individuais, armamento, material de comunicações
e munições).

8.7.7 EXFILTRAÇÃO

Para o planejamento desta fase são observados os mesmos itens de uma infiltração. No
entanto, devem ser considerados os meios disponíveis (HE, Vtr, embarcações ou combinações de
meios), tendo em vista que nesta fase também serão percorridas grandes distâncias.

2-112
Fig 8-1 Fases de uma missão com infiltração SLOp.
Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 12
pt, Negrito, Cor da fonte: Preto
8.8 SLOp À GRANDE ALTITUDE
Formatado: Cor da fonte: Preto
8.8.1 É todo salto livre operacional realizado acima de 12.000ft do nível do mar. Para esse salto, além do
equipamento de combate, armamento e paraquedas, o saltador deve estar com equipamento de oxigênio
específico. Divide-se basicamente em dois tipos:

8.8.1.1 HALO (High Altitude Low Open) Salto à grande altitude com comandamento baixo. Saída
até 35.000ft de altitude e abertura abaixo de 6.000ft de altura.

8.8.1.2 HAHO (High Altitude High Open) Salto à grande altitude com comandamento alto, e
navegação com velame aberto.A saída é feita até 35.000ft de altitude e as aberturas entre 6.000ft
de altura e 25.000ft de altitude.

2-113
Fig 8-2 HALO / HAHO.
8.8.2 APLICAÇÃO TÁTICA

8.8.3 O SLOp à grande altitude é um dos processos de infiltração empregado por Eqp Prec Pqdt ou DOFEsp, em
operações de combate que exijam alto grau de sigilo e/ou em áreas de difícil acesso. Em virtude disso, os
lançamentos são realizados entre 12.000ft e 35.000ft de altitude.Normalmente são utilizadas aerovias acima de
24.500ft.

8.8.4 O lançamento poderá ser realizado da seguinte maneira:

a) Pelos sistemas de navegação da aeronave.


b) De bordo com referência visual no solo.
c) Ou combinação de ambos.

8.8.5 Por razões de segurança da operação, o ideal é que o SLOp à grande altitude seja realizado à noite ou
próximo ao FCVN.

8.8.6 Devido ao grande desgaste físico e psicológico deste tipo de salto, é aconselhável que, após a
reorganização, a equipe ocupe uma ARC para um período de repouso antes de prosseguir no cumprimento da
missão.

8.8.7 Durante o planejamento desse tipo de salto é de suma importância a previsão de áreas de pouso
alternativas, pois podem ocorrer situações em que o saltador não será capaz de chegar à área de pouso principal.

8.8.8 Em altitudes elevadas podem ocorrer condições climáticas adversas inclusive com a formação de gelo nas
nuvens. O gelo afeta negativamente as características de voo do velame, aumentando a taxa de descida e
diminuindo a sua capacidade de resposta e planeio. Isso irá resultar na diminuição da distância percorrida e
dificultar o controle do velame.O MSL deverá, durante o seu planejamento, fazer um estudo detalhado das
condições meteorológicas previstas para o momento do salto levando em consideração os produtos
meteorológicos disponíveis, afim de verificar a ocorrência de fatores que possam influenciar de alguma maneira a
infiltração e com isso decidir sobre o cancelamento ou não da atividade.

8.8.9 Deve-se prever, no mínimo, a realização de 04 (quatro) SLOp à grande altitude por ano, sendo que pelo
menos um desses deverá estar inserido no contexto de um exercício tático. O adestramento pode ser realizado com
saltos a 12.000ft, com todas as características do salto à grande altitude.

8.9 CONSIDERAÇÕES FISIOLÓGICAS

8.9.1 A exigência física do SLOp à grande altitude é muito grande. Exposição a altas altitudes, baixas
temperaturas e rápidas variações de pressão são exemplos de fatores que se relacionam diretamente com essas
exigências e trazem consigo a necessidade de utilização de oxigênio suplementar. Para enfrentar este tipo de
situação, o saltador deve estar familiarizado com os efeitos fisiológicos gerados nesse tipo de ambiente e com o
uso de equipamentos de oxigênio. Todo o pessoal que participará desse tipo de operação deve realizar Teste
Fisiológico Específico no Instituto Medicina Aeroespacial (IMAE).

8.9.2 A variação de pressão é um fator de extrema importância e que pode gerar implicações graves para o
organismo do saltador e alguns problemas podem vir a ocorrer.Vejamos os mais comuns:

8.9.2.1 Barotrauma

O aumento da altitude pode causar os chamados barotraumas, que são lesões (inflamação / trauma)
provocados pela variação de pressão (baro) e consequente expansão dos gases nas cavidades ocas do nosso

2-114
organismo.Essa expansão pode provocar fortes dores e as seguintes doenças: barotite, barosinusite,
barodontalgia, aerogastria e aerocolia.

8.9.2.2 Doença descompressiva ou Aeroembolismo

a) É causada pela libertação de nitrogênio nos tecidos do corpo e nos fluídos corporais. Geralmente, ocorre em
voos despressurizados acima de 18.000ft de altitude, mas pode ocorrer em altitudes mais baixas. Alguns fatores
podem ocasionar esse problema, tais como: má vedação da máscara de Oxigênio (O2) no rosto;condicionamento
físico deficiente e fadiga; o uso de álcool, pois desidrata o corpo e diminui a eficiência do sistema cardiovascular;o
uso da nicotina, visto que endurece artérias e restringe o fluxo de sangue para os capilares, reduzindo a eficiência
do sistema cardiovascular e dos pulmões.
b) É preciso estar ciente dos sintomas (dores nas articulações geralmente nos ombros, cotovelos, joelhos e
tornozelos, cefaleias, distúrbios visuais, confusão ou perda de memória,erupções cutâneas, coceira, fadiga sem
motivo, perda auditiva, tosse seca e outros) e monitorar, constantemente, a si mesmo a bordo da aeronave e
quando retornar ao solo. Às vezes esses sintomas não são facilmente identificáveis podendo ser confundidos com o
desconforto do equipamento. Geralmente, as bolhas formadas nos tecidos do corpo e nos fluídos corporais são
dissolvidas ao retornar ao solo devido ao aumento da pressão, no entanto isso pode não ocorrer sendo necessária
a pronta intervenção médica.

8.9.2.3 Hipóxia

a) É a carência de oxigênio nos tecidos, devido à baixa pressão parcial do oxigênio respirado na atmosfera à
medida que aumenta a altitude. A Hipóxica é o tipo de hipóxia que está relacionada à altitude. Os sintomas são
visão borrada ou visão de túnel, cegueira de cores, tontura, dor de cabeça, náuseas, dormência, formigamento,
euforia, agressividade, perda de coordenação.
b) O sistema circulatório e o respiratório começam a reagir com a hipóxia aumentando o pulso e a pressão. Os
efeitos no sistema nervoso começam a aparecer depois de 10 a 15 minutos de exposição e o indivíduo começa a ter
dificuldade de julgamento e,frequentemente, comete erros.
c) De 15.000 a 20.000ft– ocorrem estágios perturbatórios, o organismo pode não compensar mais os efeitos da
hipóxia. O julgamento é afetado e o indivíduo perde a capacidade de prever a evolução da hipóxia.
d) De 20.000 a 23.000ft – estágio crítico onde, de 3 a 5 minutos de exposição, o julgamento e a coordenação ficam
perturbados e em seguida ocorre confusão mental. Total incapacidade e inconsciência ocorrem rapidamente.
e) Fatores como: altitude, tempo de exposição, temperatura ambiente, razão de subida, tolerância individual,
preparo físico individual e prática de atividade física recente, ingestão de medicamentos, emotividade e
aclimatação teminfluência na evolução da hipóxia.

Altitude (ft) TUC

18.000 30 minutos

22.000 15 minutos

25.000 05 minutos

28.000 2 1/2 a 3 minutos

30.000 1 1/2 minutos

2-115
35.000 1/2 minuto a 1 minuto

40.000 15 segundos

65.000 09 segundos

Tab 8-1Tempo de Uso com Consciência (TUC) de oxigênio.


8.9.2.4 Hiperventilação

a) É a situação na qual a quantidade de movimentos respiratórios por minuto aumenta devido a carência de
oxigênio nos tecidos, ocasionada pela baixa pressão parcial do oxigênio e sua consequente rarefação.
Normalmente respiramos de 12 a 16 vezes por minuto.
b) Existe uma relação normal entre a quantidade de gás carbônico produzido e eliminado em nosso organismo pela
respiração celular. A hiperventilação pode ocasionar a alcalose respiratória, que nada mais é que o desequilíbrio no
balançoácido-basenoorganismo. A alcalose pode provocar convulsões, contrações desordenadas e até mesmo
ainconsciência. A tensão emocional, o medo, a ansiedade, o estresse e o nervosismo são as causas mais frequentes
da hiperventilação ocorrida em voo.

Altura (ft) Tempo de O2 Obs

Até 18.000 Nenhum ---

18.000 a 25.000 30 min HALO

18.000 a 25.000 45 min HAHO

25.000 a 30.000 45 min ---

30.000 a 35.000 60 min ---

Acima de 35.000 75 min ---

Tab 8-2 Tempo de respiração de O2 a 100% para salto à Grd Alt.

c) No teste de câmara de baixa pressão (hipobárica), obrigatório para o salto em grande altitude, os sintomas da
hipóxia são detectados pelos saltadores. Dessa forma, durante um salto real,o paraquedista poderá identificar um
problema em seu equipamento de oxigênio antes que ocorra um acidente ou incidente.
d) Outra possibilidade da câmara é a detecção, durante os testes, de problemas físicos, dentários e sinusites.

Fig 8-3 Câmara hipobárica- IMAE - FAB.

2-116
8.9.2.5 Baixas Temperaturas
a) A alturae a temperatura do local em que ela é medida normalmente são grandezas inversamente proporcionais.
A cada 1.000ft de altura, a temperatura decresce, em média,2ºC em relação à temperatura do solo, ou seja, a cada
aumento em 150m de altura a temperatura ambiente diminui aproximadamente 1ºC. Por conta disto, via de regra,
a temperatura ambiente diminui aproximadamente 6,5°C a cada 1 quilômetro que a altura aumenta. A esse valor,
que nada mais é que uma taxa de variação de 6,5°C para cada mil metros de distância vertical percorrida, dá-se o
nome gradiente térmico. Por exemplo, se a temperatura no terreno é de 25°C, a 10.000ft de altura, a temperatura

do ar ambiente é de . Vale lembrar que acima de 35.332ft de altitude a temperatura


do ar gira em torno de -54°c e torna-se, teoricamente, constante devido à ausência de vapor d’água.
b) Podemos nos deparamos com temperaturas negativas em saltos à grande altitude, o que torna necessário a
realização de exames clínicos mais rigorosos, pois o saltador pode apresentar hipersensibilidade às baixas
temperaturas. Deve-se, também,prever o uso de abrigos apropriados para a realização desses saltos, sendo
obrigatório o uso de luvas.

8.10 EQUIPAMENTOS

8.10.1 São necessários os seguintes equipamentos para a realização do salto à grande altitude:

8.10.1.1 Capacete - Do tipo que pode ser empregado para salto livre, com a particularidade de possuir
adaptadores para máscara de oxigênio. Deve estar adaptado a cabeça do saltador, pois se estiver apertado ou
folgado causará problemas. Capacetes táticos e/ou balísticos que possuem os encaixes para a máscara de oxigênio
facilitam o emprego nas demais fases da missão.

Fig 8-4Tipos de capacetes.

8.10.1.2 Óculos - De uso obrigatório no paraquedismo, os óculos devem fornecer um amplo campo de visão
podendo ser usados juntamente com óculos militares convencionais.Para saltos à Grd Alt, com máscara de O2,
devem possuir lentes claras e,especialmente, desenvolvidos para esse fim.O ideal é que possuam lentes duplas
afim de evitar embaçamento.

8.10.1.3 Altímetro - Normalmente irá no punho do saltador.Preferencialmente deve-se utilizar altímetros de


grande altitude e, na sua ausência, ter o cuidado com o número de voltas que o ponteiro dará.

2-117
Fig 8-5 Tipos de altímetro.

8.10.1.4 Luvas - De uso obrigatório para saltos à Grd Alt, deverão ser apropriadas para realização do salto, com a
finalidade de evitar o congelamento das mãos dos saltadores,principalmente no salto HAHO, e possibilitar o
manuseio das alças de navegação. Não devem impedir a manipulação dos equipamentos durante a navegação e a
execução do procedimento de emergência.

8.10.1.5 Máscara de Oxigênio– Atualmente existem vários tipos de máscaras de oxigênio em uso nas Forças
Armadas(FFAA). A grande maioria possui três ou quatro tamanhos e deve estar bem adaptada ao rosto do saltador.
A traqueia (SFC) deve ser verificada para que não possua furos.

Fig 8-6Máscaras de oxigênio.

8.10.1.6 Garrafa de Oxigênio - Para o uso individual,existem as de alta (cor verde) e baixa pressão (cor amarela).
O oxigênio usado para o salto à Grd Alt deve ser o de aviação pois possui a menor taxa de vapor d’água em sua
composição (máximo de 0,005mg/L). A bolsa que acondiciona a garrafa é um acessório do equipamento MMS-350e
fixa a garrafa de oxigênio ao container. Esse item deve constar no pedido de paraquedas feito ao Btl / Pel DoMPSA.

Fig 8-7 Garrafas de Oxigênio.


8.10.1.7 Válvula AIROX– Item presente em alguns tipos sistemas de O2, recebe oxigênio do console e do
equipamento individual de O2 e manda para a traqueia.

2-118
Fig 8-8Válvula AIROX.
8.10.1.8 Console - Distribuidor coletivo de O2, sendo que o número de reguladores varia conforme o tipo de
console.Os conjuntos de mangueiras de fornecimento de O2 interligam o console às máscaras.O oxigênio é
armazenado em dois cilindros e os consoles devem ser instalados na Anv, presos ao piso. De acordo com a
aeronave, seja ela militar ou não, o saltador poderá saltar com a garrafa que foi utilizada na respiração dentro da
aeronave, não deixando qualquer vestígio.

Fig8-9 Distribuidor coletivo de O2.

8.10.1.9 Console de navegação - Item obrigatório para os saltos que tenham navegação com o velame
aberto.Pode ser constituído de vários tipos de materiais, mas deve possuir no mínimo uma bússola com ponto
luminoso e um GPS. As bússolas de mergulho também são indicadas para esses tipos de console, pois não sofrem
influência na variação de nível como as bússolas comuns. As temperaturas em altitudes elevadas podem causar um
efeito adverso sobre a tela eletrônica da unidade de GPS, exigindo assim proteção térmica adicional. O saltador
deve tomar o cuidado de não se fixar nos equipamentos de navegação e ficar atento a sua navegação.O console
deve permanecer fechado durante a queda livre, de modo a não interferir no comandamento do paraquedas ou na
realização do procedimento de emergência.

8.10.1.10 Equipamentos de comunicação - Os saltadores podem usar rádios para comunicações ar-ar ou terra-ar.
O equipamento rádio deve ser montado de modo que não interfira no comandamento manual do paraquedas

Fig 8-10 Console


principal ou na execução do procedimento de Navegação.
de emergência. O uso de rádios pode aumentar a probabilidade de
detecção durante a infiltração pelos sistemas de guerra eletrônica do inimigo. Equipamentos de comunicação
podem ser conectados à aeronave e usados para falar com a tripulação, facilitando as medidas de coordenação
durante o voo.

2-119
8.10.1.11 Sonda Operacional - Equipamento utilizado para indicar a direção do vento durante a realização da
navegação final no SLOp, seja ele diurno ou noturno, quando não haverá auxílio de solo. Constituído de um
pequeno paraquedas piloto ligado a uma fita que possui em toda a sua extensão pontos luminosos (SLOp noturno)
que vão da cor verde (lado do paraquedas) a cor vermelha (extremidade oposta ao paraquedas piloto) e de um
peso e um ponto vermelho luminoso que se destaca dos demais. Fumígenos durante o dia cumprem a mesma
finalidade.

Fig 8-11 Sonda Operacional.

8.10.1.12 Roupas de Proteção – Devem ser apropriadas para o tipo de salto/missão a se realizar. Para saltos à
Grd Alt, onde as temperaturas costumam ser baixas, o ideal é que as vestimentas sejam leves e feitas de
polipropileno.

8.10.1.13 Outros Equipamentos - De acordo com o tipo de missão, outros materiais podem ser empregados no
SLOp, tais como: armamentos, mochilas, pacotes, óculos de visão noturna etc.

8.11 ATIVIDADES DE PREPARAÇÃO PARA O SALTO À GRANDE ALTITUDE

8.11.1 Serão cumpridas algumas atividades preparatórias para o salto à grande altitude. Cada tropa deve regular
seu quadro de atividades,de acordo com suas necessidades. Sugestão:

a) D –10a D - 6: Encher as garrafas de oxigênio e os consoles.

b) D – 5: Pedido de paraquedas ao Btl / Pel DoMPSA.

c) D – 4: Escalar os saltadores, Mestre de Oxigênio (MOx), Auxiliar do Mestre de Oxigênio (Aux MOx) e Equipe de
Terra.

d) D– 2: Briefing da missão com a tripulação (obrigatório) e distribuição do equipamento individual de O2 à equipe.

e) D – 1: Briefing com os saltadores, ensaio de todas as atividades desenvolvidas durante o salto e ajuste do
equipamento individual e de O2.Recebimento de Pqd no Btl / Pel DoMPSA.

f) D: Configuração da Anv (preferencialmente com pessoal que não participará do salto), equipagem, inspeções e
salto.

8.11.2 CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO

8.11.2.1 Para realizar o SLOp à Grd Alt o saltador deve atender aos seguintes requisitos:

a) Ter realizado o Treinamento Fisiológico Específico para Paraquedista Militar no IMAE,e estar com ele dentro da
validade.
b) Ter nível operacional compatível com as exigências da missão.
2-120
c) Estar atualizado com os procedimentos sobre o equipamento O2 e condutas para o SLOp à Grd Alt.
d) Ter realizado a adaptação ao equipamento portátil de O2 em salto a 12.000ft, sem a mochila e armamento.

8.11.3 PROVIDÊNCIAS INICIAIS

8.11.3.1 Ao receber a missão:

a) Levantar todos os dados sobre a área de pouso, através de sua pasta, cartas, croquis, imagem de satélite,
fotografia aérea etc.
b) Solicitar recarga de O2 (SFC).
c) Marcar local e horário para o Briefing e ensaios com o equipamento.
d) Realizar Briefing da missão com a Força Aérea - FAe (mínimo 48h antes).
e) Preparar o local para o Briefing com os saltadores.

8.11.3.2 Os participantes devem realizar inspeção médica e odontológica 48h antes do salto para verificação dos
seguintes itens:
a) Frequência cardíaca e pressão arterial.
b) Exame das vias aéreas, seios faciais e aparelho auditivo.
c) Inspeção odontológica e histórico de medicação recente do saltador.

8.11.4 BRIEFING COM OS SALTADORES

8.11.4.1 O Briefing com os saltadores visa à exposição e retirada de dúvidas relativa a todos os detalhes do salto,
deve-se utilizar meios auxiliares, tais como: cartas topográficas, imagens aéreas, imagens de satélite, caixão de
areia, croquis, fotos, perfil dos ventos etc. Um quadro-mural com todas as informações da missão(nome dos
militares em função, azimute de navegação, pressão do DAA, coordenadas do alvo, quadro-horário etc.), deve estar
disponível para consulta próximo à área de equipagem.

8.11.4.2 Os saltadores devem ter noção dos ventos nas camadas, principalmente nas camadas mais baixas, para
que possam utilizar os recursos de navegação avançada, caso seja necessário. Todos os procedimentos do salto
devem ser ensaiados em solo, afim de que todos os saltadores tenham pleno conhecimento das atividades a
realizar nas diversas fases do salto, principalmente em relação ao manuseio do equipamento de oxigênio. A
máscara de oxigênio pode dificultar a observação do punho de comando, por ocasião do comandamento, sendo
assim é necessário que esse procedimento seja treinado repetidamente.

8.11.4.3 Itens a serem abordados no Briefing com os saltadores:

INFORMAÇÕES

1. Localização e características da área de


9. Conduta a bordo da aeronave.
salto/pouso e itinerário de infiltração (SFC).

2. Distribuição de funções. 10. Procedimentos de emergência.

3. Trabalho a ser realizado. 11. Procedimentos na área de salto/pouso.

4. Material a ser utilizado no salto. 12. Local de reunião após o salto.

13. Material (cuidados, recebimento, utilização,


5. Tipo de aeronave para o salto.
recolhimento e devolução).

6. Tipo de saída do paraquedista (porta de salto, 14. Horário (equipagem, ajustagem, inspeção,

2-121
rampa; normal ou mergulho). embarque e decolagem).

15. Tempo estimado em voo e escalas


7. Divisão e organização das equipes.
(viagem).

8. Ordem de saída.

Tab 8-3 Itens abordados no Briefing com os saltadores.

8.11.5BRIEFING COM A TRIPULAÇÃO

8.11.5.1 O Briefing com a Força Aérea é uma exigência para realização da atividade, devendo ser realizado 48h
antes do salto.Nessa ocasião devem ser ajustadas todas as coordenações necessárias para a execução da atividade.

8.11.5.2 Itens a serem abordados no Briefing com a tripulação:

INFORMAÇÕES

1. Chamada da tropa aérea. 10. Tipo de saída do paraquedista (porta ou rampa).

2. Chamada da tropa paraquedista. 11. Velocidade da aeronave para o lançamento.

3. Localização e características da área de 12. Sinais convencionais entre o piloto e o MSL


salto/pouso. (luzes e toques de campainha).

4. Número de Pqdt embarcados e material a ser


13. Sinais e correções para o lançamento.
transportado (peso total da carga).

5. Número de passagens e de saídas sobre a área


14. Fraseologia (operador de interfone-piloto).
de salto.

6. Altura de lançamento da sonda (SFC) e do 15. Ligação terra-avião (sinalização do alvo,


pessoal (alternativas e emergências). frequência rádio principal e alternativas etc.).

7. Eixo de entrada da aeronave para o lançamento 16. Interdição da área (horário, altura, número do
da sonda(SFC). NOTAM).

17. Horários (guarnecer, embarque, decolagem,


8. Eixo de entrada da aeronave para o lançamento. início, cortes / reabastecimentos e término do
lançamento).

9. Circuito da aeronave. 18. Tempo estimado de voo e escalas.

Tab 8-4 Itens abordados no Briefing com a tripulação.


8.11.6BRIEFING COM O CHEFE DA EQUIPE DE TERRA

8.11.6.1 O Briefing com o Chefe da Equipe de Terra, quando for necessário (ex: adestramentos), deve abordar os
seguintes itens:

INFORMAÇÕES

2-122
1.Missões da Equipe de Terra (Turma de Alvo,
5.Número de passagens sobre a área de salto.
Saúde, Seg, Slv, DoMPSA).

2.Localização e características da área de 6.Programa de salto com a sequência dos


salto/pouso. paraquedistas na equipe.

3.Locais para instalação do alvo e da biruta 7.Limites de permanência da equipe na área de


(SFC). salto/pouso.

4.Ligação terra-avião (sinalização do alvo,


frequência rádio, código de chamada, 8.Outros detalhes de acordo com a missão.
alternativas, teste-rádio).

Tab 8-5 Itens abordados no Briefing com o Chefe da Equipe de Terra.


8.11.7PREPARAÇÃO DOS SALTADORES

8.11.7.1 Os equipamentos utilizados no salto devem ser adaptados a cada saltador, principalmente o
equipamento de oxigênio. Dessa forma, é necessário que o MOx confira os ajustes e testes de todos os
equipamentos de oxigênio.O MSL deverá realizar a inspeção dos saltadores antes do salto, verificando todas as
ancoragens e realizando o teste do cilindro de O2. A máscara de oxigênio deve estar ancorada.

8.11.7.2 A mochila deve ser ajustada para que nenhum material se solte durante o salto. As alças do mosquetão
(tipo ejetor rápido) para liberação da mochila devem ser do tamanho que permita a empunhadura com as luvas de
salto à Grd Alt, visto que o saltador perde um pouco do tato quando está utilizando esse tipo de luva.

8.11.7.3 Os saltadores deverão embarcar completamente equipados e inspecionados, porém, quando o tempo
de voo for muito grande a equipagem e a inspeção poderão ser realizadas a bordo, de acordo com a NGA de cada
tropa, sempre preservando o tempo de 1h para a desnitrogenação (remoção de nitrogênio dos pulmões e tecidos
do corpo, através de um período de respiração de O2 a 100%, ou seja, oxigênio puro).

8.11.7.4 Ao comando de embarcar, os saltadores deverão ocupar os seus respectivos assentos e identificar suas
mangueiras no console de O2, que deverão estar devidamente etiquetadas com seu nome ou função
(responsabilidade do MOx) e aguardarão os comandos do MOx para o início da desnitrogenação.

8.11.7.5 Todos os saltadores deverão conhecer a posição do médico da tropa e dos bocais vagos para
emergência.

8.11.8 PREPARAÇÃO DA AERONAVE

8.11.8.1 A preparação da aeronave deve ser feita com antecedência, preferencialmente, por pessoal não
envolvido no salto e com a presença do Load Master. A equipe que fizer a preparação da aeronave deverá conferir
se os itens solicitados no Briefing com a tripulação foram cumpridos. Caso haja algo que ainda esteja em
desacordo, deve providenciar sua realização. Abaixo temos alguns exemplos / sugestões de configurações das
aeronaves C-95, C-105 e C-130 para esse tipo de atividade:

a) Configurações Básicas C-130:

1) Configuração I: 12 Saltadores + 01 Médico + 01 Mestre de Oxigênio + 01 Aux MOx + 03 vagas para emergência. O
Aux MOx pode saltar, se for o caso. O MSL e o Mecânico da Força Aérea Brasileira (FAB) devem estar ligados ao
interfone. O Mec FAB fica no console mais próximo ao Fly Deck e utiliza a garrafa (fornecida pela tropa
paraquedista) para locomoção.
2) ConfiguraçãoII: 24 Saltadores + 01 Médico + 01 Mestre de Oxigênio + 01 Aux MOx + 04 vagas para emergência. O
MOx e o Médico ficam ao centro do dispositivo, nas portas da direita e esquerda, respectivamente. O Aux MOx
pode saltar.

2-123
3) Configuração III: 36 Saltadores + 01 Médico + 01 Mestre de Oxigênio + 01 Aux MOx + 03 vagas para emergência.
O Aux MOx não salta.

b) Configurações Básicas C-105: Será utilizada a configuração III da Anv C-130.

c) Configuração Básica C-95:Será utilizada a Configuração I da Anv C-130, reduzida para 09 saltadores.

8.11.8.2 O mecânico da FAe poderá respirar no console de oxigênio dos saltadores, e/ou possuirá um
equipamento portátil de oxigênio para se locomover dentro da Anv, quando for necessário.

8.12 MESTRE DE OXIGENIO – MOx

8.12.1 GENERALIDADES

8.12.1.1 O Mestre de Oxigênio - MOx é o militar possuidor do Estágio de Mestre de Salto Livre responsável por
tudo que se relaciona com o oxigênio que será utilizado pela tropa durante a execução do SLOp à Grd Alt. É
conhecedor da fisiologia de voo e dos procedimentos a serem adotados no caso de o saltador vir a ter problemas
relacionados com a altitude.Responsável por assessorar o MSL e todos os envolvidos no salto,transmitindo
segurança, retirando dúvidas quanto ao manuseio do material e equipagem. De acordo com as características da
missão e quantidade de saltadores, poderá ser escalado um MOx na função de auxiliar(AuxMox) afim de facilitar e
agilizar a execução das atividades.

8.12.2 ATRIBUIÇÕES DO MOX

a) Realizar o assessoramento do MSL na escolha da melhor configuração para a Anv a ser utilizada no salto, na
preparação do Briefing e no ensaio com os saltadores.
b) Realizar a inspeção de todo o equipamento e regulagens necessárias.
c) Realizar um Briefing com Aux MOx sobre as diversas tarefas a serem desempenhadas antes, durante e após a
missão de salto.
d) Ensaiar com a tropa e tripulação as situações de contingência relativas ao equipamento de O2 individual e
coletivo.
e) Realizar a marcação dos consoles, capacetes e garrafas com os nomes e funções dos saltadores e preparar,
acondicionar e transportar todo o material de O2para a Anv.
f) Configurar a aeronave de acordo com o que foi acertado em Briefing com MSL.
g) Auxiliar o MSL no embarque e ocupação dos lugares dentro da Anv.
h) Checar a ancoragem das máscaras e os óculos dos saltadores, se a jugular está presa e ajustada e se a mangueira
da garrafa de O2 está conectada na máscara.
i) Realizar a abertura dos consoles e fazer periodicamente o check de todo o sistema.
j) Realizar o check visual dos sintomas de hipóxia em cada saltador.
k) Manter o MSL e o médico informado sobre as condições dos saltadores.
l) Realizar a troca de material caso seja necessário.
m) Quando a equipagem for realizada a bordo, assessorar e inspecionar os saltadores.
n) Coordenar a desconexão dos saltadores do console e o acionamento das garrafas individuais de O2.
o) Dar o pronto para MSL de que todos os saltadores estão desconectados e em condições de saltar.
p) Realizar o acompanhamento dos saltadores até a dobradiça da rampa de lançamento;
q) Fechar, após a pressurização, os consoles e recolher todas as mangueiras e equipamentos que tenham ficado
abordo.
r) Conduzir um debriefing com os saltadores abordando os pontos positivos e as oportunidades de melhoria, no
que diz respeito ao consumo de O2.
s) Fazer um relatório da atividade.

8.12.3 O MOx poderá acumular a função de MSL, no interior da aeronave, para que o MSL da missão fique nas
mesmas condições dos outros saltadores.

2-124
8.12.4 Ao comando de acionar a garrafa individual e desconectar do console, os saltadores deverão acionar as
garrafas aos pares, um do outro, colocando o pino de segurança no registro da garrafa.
8.12.4.1.Na passagem do saltador do console para a garrafa individual, cada saltador para assegurar que
está recebendo oxigênio, deverá verificar se o blinker da válvula AIROX (SFC) está marcando o ritmo da
respiração.

8.12.4.2 Após o abandono do console, se houver algum problema, e o MSL ou o MOx decidirem retornar os
saltadores ao console,deverão fazê-lo com calma e ordenadamente. Para isso, ao desconectarem-se, deverão
depositar ordenadamente a mangueira sobre o console.

8.12.5 Se algum saltador sentir os sintomas da hipóxia ou outro mal proveniente da altitude será atendido pelo
médico e excluído do salto. Neste caso, o MSL ordena ao piloto que desça para o nível de 18.000ft de altitude e
aguarda o parecer do médico para só então definir pelo prosseguimento ou não da missão. O socorro imediato para
qualquer sintoma de hipóxia é a aplicação de O2 a 100%.

8.12.6 ATRIBUIÇÕES DO AUX MOX


a) Substituir o MOx, em qualquer eventualidade.
b) Assessorar o MOx nas diversas fases de preparação, execução e na confecção do relatório.
c) Dar o pronto das suas atividades para o MOx, sempre que necessário.

8.13 TÉCNICAS DE LANÇAMENTO DO SALTO HALO

8.13.1 GENERALIDADES

8.13.1.1 Caracteriza-se por:


a) Pequeno tempo de respiração nas garrafas.
b) Pequena exposição às baixas temperaturas.
c) Queda livre superior a 60 seg.

8.13.1.2 Existe a necessidade da saída ser o mais compacta possível. Devido ao ar rarefeito, a velocidade real da
Anv é maior do que a indicada nos instrumentos e a velocidade terminal de queda é atingida mais lentamente,
porém é maior,provocando uma dispersão muito maior.

8.13.1.3 Após a saída da equipe todos os saltadores devem localizar o líder. Mudanças de posição para aumento
ou diminuição da razão de queda devem ser tomadas a fim de não se distanciar do líder.

8.13.1.4 O líder da equipe deve possuir um sinal que o caracterize, de modo que todos saltadores o identifiquem
rapidamente (faixa no uniforme, dispositivo luminoso ou emissor infravermelho).

8.13.1.5 Nos saltos à Grd Alt (HALO/HAHO) é comum a passagem por camadas de nuvens.É de suma importância
que durante o levantamento meteorológico seja observado a possibilidade de formação de gelo nas nuvens, a
ocorrência de ventos superiores a 30kt nas camadas e teto inferior a 3.000ft, pois tais fatores podem inviabilizar o
lançamento.

8.13.1.6 Empregado quando o sistema de defesa aérea do inimigo não é eficiente.

8.13.1.7 O tempo de queda livre pode ser estimado de acordo com a altura de lançamento.

Altu Lçmt (ft) Tempo de queda (seg) Altu Lçmt (ft) Tempo de queda (seg)
12.500 60 27.000 130

13.500 65 29.000 135

2-125
14.500 70 31.000 140

15.500 75 35.000 177

16.500 80 37.000 180

17.500 85 40.000 190

18.500 90 42.000 193

20.000 195 43.000 195

25.000 125 --- ---

Tab 8-6 Tempo estimado de queda livre.

8.13.1.8 Em caso de abertura prematura do paraquedas principal, deve-se levar em conta os seguintes fatores,
antes de decidir pela desconexão:

a) Tempo de oxigênio da garrafa- as garrafas duplas individuais de 44’’ (polegadas)cúbicas possuem uma
autonomia de 29 min no máximo e 19 min no mínimo. As individuais de 88'' possuem autonomia de 58 min no
máximo e 39 min no mínimo. As garrafas de 120'' possuem autonomia de 80 min no máximo e 54 min no mínimo.
O MSL da missão deverá informar a cada saltador o tempo mínimo de sua garrafa, bem como os procedimentos em
caso de comandamento prematuro do Pqd principal;
b) Cálculo do tempo de utilização do cilindro de oxigênio - O MSL deverá ter a preocupação de calcular o tempo de
consumo de oxigênio da garrafa individual afim de estabelecer as situações de contingência. Cada saltador deve ter
conhecimento desse tempo para tomar uma decisão em casos de emergência. Vejamos a seguir a fórmula para se
calcular o tempo de O2.

, onde: = (Altitude de lançamento – 12) em milhares de pés.

BT80-350P = 40,6 ft/h ou 3,44 m/s

Exemplo:Uma equipe realizará um salto HALO a 25.000ft de altitude, calcule o tempo de utilização do
cilindro de oxigênio caso o saltador tenha uma abertura prematura logo na saída da aeronave.

= (25 – 12) =13

= 13/40,6 = 0,3201h x 60 = 19,206 = 20min.

 20 + 4/6min (comando de desconectar do console) = 24/26 min.

Sendo assim, lembre-se que o MSL comanda a 4/6 min fora: “Levantar, acionar garrafa de O2 e
desconectar do console e verificar equipamento”. Em se tratando de tempo de O2, sempre se
arredonda para mais.

8.13.1.9 Abaixo temos uma tabela com alguns procedimentos a serem adotados e os momentos em que devem
ser realizados.

Tempo Procedimentos

2-126
50 min Início da desnitrogenação.

Toque longo de campainha – MSL informa à Eqp

20 min Início da despressurização da Anv (C-130).

Médico da tropa confere o nível de O2 e de consciência de cada saltador.

Toque longo de campainha – MSL informa à Eqp


10 min
Médico da tropa confere o nível de O2 e de consciência de cada saltador.

Toque curto, abertura da rampa e acendimento da Luz Vermelha


06 min O mecânico da FAe deve estar ECD abrir as portas laterais no caso de pane
da rampa.

MSL comanda:
04 min -Levantar, acionar a garrafa O2, desconectar do console e verificar
equipamento.

Mecânico da FAe assume o Inter.

01 min MSL desconecta do interfone e comanda:

- “Em Posição” ou “À porta”.(Anv na final).

Luz Verde MSL comanda o salto

Tab 8-7 Procedimentos para embarque e voo.

Nota:Quanto maior a nebulosidade, menor a visibilidade, quanto mais forte for o vento, mais difícil será a
navegação com o velame. Fatalmente, o velame sofrerá um desvio muito acentuado em relação aos
demais, podendo deixar o homem perdido do restante da equipe. O paraquedista ao navegar dentro de
nuvens mantém as alças de navegação na posição de “meio freio” e segue o azimute de infiltração.
8.13.2 CÁLCULO DO PONTO DE SAÍDA (PS) PARA O SALTO HALO

8.13.2.1 Levantamento dos ventos de camada

8.13.2.1.1 As informações dos ventos nas camadas podem ser obtidas através dos diversos serviços
meteorológicos disponíveis (ex: NOAA, REDEMET, INPE etc.),nos aeródromos militares, nos aeroportos civis, da
radiossondagem e da carta dos ventos. O MSL deverá utilizar todas as ferramentas a sua disposição a fim de
aumentar a precisão do seu planejamento.Nem sempre todos esses recursos estarão disponíveis.A interpretação
das informações meteorológicas aliadas à compreensão dos princípios físicos que impulsionam os eventos
climáticos é de suma importância no planejamento do salto livre operacional.

8.13.2.1.2 Caso exista carência de informações dos ventos nas camadas a divisão para fins de cálculo pode ser de
1.000ft para o trecho de velame aberto e de 2.000ft para o trecho de queda livre. (ex: Lçmt a 18.000ft).

8.13.2.2 Divisão da altitude do lançamento

8.13.2.2.1 A altitude de lançamento será dividida, inicialmente, em dois trechos: queda livre e velame aberto.
Caso haja a ocorrência de Dog Leg, a altitude de lançamento será dividida em mais de 2 trechos. Após isso, as
altitudes serão divididas em camadas. Quanto menor o intervalo entre as camadas, mais preciso será o cálculo.

2-127
8.13.2.3 Fórmula do desvio para HALO

D = distância em metros.
K= constante (desvio em metros sofrido pelo paraquedista ou velame a cada 1.000ft como vento
de 1kt). Para o paraquedista em queda livre K= 3, para o velame aberto (BT80-350P - HALO)K=
25.

A = 1º- Para o trecho de velame aberto = (Alt de abertura – Alt do alvo); 2º- Para o trecho de
queda livre = (Alt de lançamento – Alt de abertura) em milhares de pés (ft).“A” é a altura
efetivamente percorrida.

V = média da velocidade dos ventos (kt).

Fig 8-12Cálculo do “A”.

8.13.2.4 Locação do Alvo

8.13.2.4.1 Para encontrar o Ponto de Saída (PS) o MSL adota a ordem inversa na elaboração do gráfico na
carta.Inicialmente locamos o alvo (área de pouso) na carta ou em outra ferramenta utilizada (ex: Google Earth). Só
depois partimos para a locação dos demais pontos.

8.13.2.5 Média da velocidade e direção dos ventos

8.13.2.5.1 Obtêm-se os valores de direção e velocidade do vento através da média aritmética dos dados de
velocidade e direção, obtidos por meio do levantamento meteorológico (diagrama dos ventos). São calculados os
valores para os dois trechos que serão utilizados na determinação do PS (queda livre, velame aberto).

Exemplo: Uma equipe realizará um salto HALO a 20.000ft com abertura a 4.000ft. Considere que
o ponto de abertura(PA) e a área de pouso estão ao nível do mar.

1º Passo: cálculo do desvio com velame aberto e obtenção do PA.

2-128
Altitude Velocidade Direção

4.000 15 190

3.000 14 220

2.000 11 205

1.000 9 220

Soma= 49kt 835°

Tab 8-8 Cálculo de desvio com velame aberto.


 Determinar o desvio com velame aberto: abertura (4.000ft).
A = 4.000 – 0 = 4.000  A = 4.

 Dividir a soma das velocidades do vento (49) pelo número de velocidades (4).
V = 49 ÷ 4 = 12,25kt (utilizar 3 casas decimais, quando possível, após a virgula)

 Dividir a soma das direções do vento (835) pelo número de direções (4).
Dir = 835 ÷ 4 = 208,75° ou Dir= 209°.

Finalmente substitui-se os valores numéricos na fórmula:

 D = 1.225m a 209° (Az verdadeiro).

Observação: Ventos que sopram abaixo de 750ft de altura, inclusive, da área de pouso são
considerados ventos de superfície e estão na faixa em que o paraquedista executa a aproximação
final para o pouso, portanto, devem ser desconsiderados para fins de cálculo. Atentar para a
altitude da área de pouso.Caso a fonte de dados de vento trabalhe com informações de 1.000 em
1.000ft, serão considerados ventos de superfície os que sopram abaixo de 1.000 pés.

2º Passo:cálculo do desvio em queda livre e obtenção do ponto de saída preliminar (PSP).

Altitude Velocidade Direção

20.000 35 160

18.000 28 160

16.000 30 165

14.000 29 165

12.000 27 155

10.000 22 150

8.000 20 185

6.000 20 190

2-129
Soma= 211kt 1330°

Tab 8-9 Cálculo de desvio em queda livre.

 Determinar a distância total de queda livre: saída (20.000ft); abertura (4.000ft).


A = 20.000 – 4.000 = 16.000  A = 16.

 Dividir a soma das velocidades do vento (435) pelo número de velocidades (8).
V = 211 ÷ 8 = 26,375 kt.

 Dividir a soma das direções do vento (1330) pelo número de direções (8).
Dir= 1330 ÷ 8 = 166,25° ou Dir= 166°.

Observação: o MSL usa as seguintes regras de arredondamento:

 De 0,0 a 0,4: número inteiro inferior mais próximo.


 De 0,5 a 0,9: número inteiro superior mais próximo.

Finalmente substitui-se os valores numéricos na fórmula:

D = K·V·AD = 3· 26,37516D = 1.266m a 166° (verdadeiro).

3º Passo: definição do arrasto (inércia) e obtenção do PS.

Deve ser feita uma compensação do arrasto (inércia) causado pela aeronave no paraquedista,
no sentido contrário a entrada da aeronave. As distâncias usadas no HALO e HAHO são:

 300m para uma aeronave de alto desempenho com velocidades de lançamento acima de 120 nós,
aproximadamente 60m/s. Ex: C-130, C-105.
 150m para uma aeronave de baixo desempenho com velocidades de lançamento abaixo de 120 nós.

8.13.2.6 Locação do Ponto de Abertura (PA)

8.13.2.6.1 Para locar o ponto de abertura do paraquedas, procedemos da seguinte maneira: a partir do alvo
traçar uma linha que parte na direção (Dir) média (azimute verdadeiro) do vento e marcar, conforme a escala da
carta, a distância calculada para esse trecho (velame aberto). O ponto encontrado é o PA.

8.13.2.6.2 Vale lembrar que os valores dos azimutes dados no diagrama dos ventos e utilizados para o cálculo da
média de direção estão expressos em azimute verdadeiro. Para o lançamento na carta, faz-se necessário a
observação da convergência de meridianos(maior ou igual 1º) e para a execução da navegação é necessário que se
acrescente a declinação magnética, em contrapartida, caso trabalhe com a ferramenta Google Earth, por
exemplo,utiliza-se o azimute verdadeiro, ou seja, o valor conforme ele é encontrado no cálculo.

8.13.2.7 Locação do Ponto de Saída Preliminar (PSP)

8.13.2.7.1 A partir do ponto de abertura (PA), traçar uma linha na direção média (azimute verdadeiro) do vento e
marcar, conforme a escala da carta, a distância calculada para esse trecho (queda livre). O ponto encontrado é o
PSP.

8.13.2.8 Locação do Ponto de Saída (PS)

2-130
8.13.2.8.1 Lançar a partir do PSP, um desvio de 300 ou 150 metros(arrasto/inércia da Anv) no sentido contrário
ao deslocamento da aeronave.O ponto encontrado é o PS.

8.13.2.9 Observações:
8.13.2.9.1 O cálculo do PS para o HAHO exigirá ou não o cálculo da queda livre (D=K·V·A), isso dependerá da
duração da mesma. Se a queda livre for menor que 2.000ft, o MSL desconsiderará o desvio gerado, caso seja maior
deverá inserir o desvio (D=K·V·A) gerado, no esboço.

1.225m

1.266m

Fig 8-13 Locação do Ponto de Saída (PS).

8.13.2.9.2 Quando a variação dos ventos se dá entre o primeiro e o quarto quadrantes (ventos incompatíveis), de
271º até 089º, podemos incorrer emum erro angular ao realizar a média aritmética.Como forma de compensar esse
erro soma-se 360º nos azimutes do primeiro quadrante.Se a média final for maior que 360º, subtrai-se 360º, tendo
assim o resultado correto.

Exemplo:

Direção (incorreta) Direção (correta) Direção (média maior que 360º)

345 345 345

350 350 355

345 345 005 (+ 360) = 365

010 010 (+ 360) = 370 020 (+ 360) = 380

015 015 (+ 360) = 375 025 (+ 360) = 385

350 350 035 (+ 360) = 395

1415 2135 2225

1415 ÷ 6 = 235.83º 2135 ÷ 6 = 355.83º 2225 ÷ 6 = 370.83º

2-131
D= 236º (incorreto) D= 356 º (correto) D= 371 (- 360) = 011º

Tab 8-10 Ventos Incompatíveis.

8.13.2.9.3 Quando ocorrem duas ou mais mudanças, de 90º ou mais, na variação de direção dos ventos e estas
mudanças se mantêm, surge a necessidade do cálculo das médias de direção do vento em trechos separados. A essa
variação damos o nome de Dog Leg. Isso é válido em qualquer uma das fórmulas para o cálculo do PS (HAHO ou
HALO).

8.13.2.9.4 Quando ocorre apenas uma variação, de 90º ou mais, na direção do vento, esta camada pode ser
desprezada para fins de cálculo de velocidade e direção, porém a altitude ainda será inclusa na formula D = K . V. A.
Classificamos essa situação como erro de previsão.

8.13.2.9.5 Se a altura de comandamento for maior do que 6.000ft, o MSL irá usar o método de cálculo do HAHO.

8.14 TÉCNICA DE LANÇAMENTO DO SALTO HAHO

8.14.1 GENERALIDADES

8.14.1.1 Caracteriza-se por:

a) Pequeno retardo de queda livre.


b) Prolongada exposição a baixas temperaturas.
c) Grande deslocamento com velame aberto.

8.14.1.2 Assim como o HALO a infiltração HAHO exige um estudo detalhado do perfil dos ventos, planejamento
da orientação com velame aberto(carta, croqui, fotografia aérea, bússola, GPS etc.).

8.14.1.3 O destacamento pode ser lançado fora da área de atuação do sistema de defesa aérea inimiga e navegar
sem ser percebido até pousar em território hostil.

8.14.1.4 Em queda, todos os saltadores devem realizar a abertura do paraquedas voltados numa mesma direção
e com retardos padronizados. Para lançamentos abaixo de 20.000ft o retardo mínimo é de 4s, já para lançamentos
acima de 20.000ft é ideal que se estabeleça uma altitude de abertura de pelo menos 1.500ft abaixo da altitude de
lançamento.
Altura de Comandamento Retardo

10.000 a 12.500ft 5a7s

12.500 a 20.000ft 7a9s

Tab 8-11 Sugestão de 20.000 a 25.000ft 8 a 10 s tempo de retardo.

8.14.1.5 Para fins de 25.000 a 30.000ft 12 a 15s adestramento HAHO o salto


utilizando o comandamento por meio da fita de abertura
(Static Line) elimina algumas possibilidades de problemas e diminui a preocupação do saltador com o
comandamento, pois garante que todos estarão com os seus Pqd abertos na mesma altura. A abertura do
paraquedas deve ser realizada a pelo menos 1.000ft acima de qualquer camada de nuvens.

2-132
8.14.1.6 Após abertura do velame, o saltador realiza o check visual, verifica a direção de infiltração, valendo-se
de sua bússola com azimute previamente registrado, e inicia o check funcional com primeira curva para direção de
infiltração.

8.14.1.7 Cada saltador é responsável por manter sua posição na formação de voo (escada vertical). As distâncias
são de, aproximadamente, de 50 metros (150ft) a retaguarda e 50 metros (150ft) acima do saltador imediatamente
a sua frente. Com o aumento do nível de adestramento essas distâncias podem ser diminuídas.

Fig 8-14 Formações de voo.

8.14.1.8 A cerca de 4.000ft, ou quando julgar conveniente, o líder deverá decidir se prossegue com a equipe para
o alvo ou se navega para uma área de pouso alternativa.

8.14.1.9 O líder deverá orientar o pouso dos demais membros da equipe. Todos deverão realizar o mesmo
circuito feito pelo líder, não sendo obrigatório o circuito pela esquerda. O líder deve possuir uma identificação
visual, principalmente à noite.

8.14.1.10 Ao atravessar nuvens, todos deverão manter o azimute de navegação previsto e navegar em “meio
freio”.

8.14.2 CÁLCULO DO PONTO DE SAÍDA (PS) PARA O SALTO HAHO

8.14.2.1 Levantamento dos ventos de camada

8.14.2.1.1 As informações dos ventos nas camadas podem ser obtidas através dos diversos serviços
meteorológicos disponíveis (ex: NOAA, REDEMET,INPE etc.),nos aeródromos militares, nos aeroportos civis, da
radiossondagem e da carta dos ventos. O MSL deverá utilizar todas as ferramentas a sua disposição afim de
aumentar a precisão do seu planejamento.Nem sempre todos esses recursos estão disponíveis.

8.14.2.1.2 A interpretação das informações meteorológicas aliadas a compreensão dos princípios físicos que
impulsionam os eventos climáticos é de suma importância no planejamento do salto livre operacional.

8.14.2.2 Divisão da altitude do lançamento em camadas.

8.14.2.2.1 A altitude de lançamento poderá ser dividida em tantos trechos quanto forem necessários (queda livre
- SFC, velame aberto, Dog Leg-SFC). O trecho de queda livre (QL)somente será considerado quando a QL for maior
que 2.000ft, pois, caso a queda livre seja menor ou iguala esse valor, o desvio por ela gerado deverá ser desprezado
para fins de confecção do gráfico de lançamento. Após isso, as altitudes serão divididas em camadas, quanto menor
o intervalo entre as camadas, mais preciso será o cálculo.
8.14.2.2.2 Caso exista carência de informações dos ventos nas camadas a divisão para fins de cálculo pode ser de
1.000ft da superfície até os 10.000ft de altitude e de 2.000ft da altitude de 10.000ft até a altitude de saída.
2-133
8.14.2.3 Fórmula do desvio para HAHO

D = distância de planeio em milhas náuticas (mn). A conversão para Km obtém-se


multiplicando o valor por 1,85.

A = altura em milhares de pés (ft).“A” é a altura efetivamente percorrida.

FS = fator de segurança em milhares de pés (ft) - valor mínimo 2.

23.3kt = velocidade horizontal do paraquedas BT80-350P (12m/s).

V = média da velocidade dos ventos em nós (kt).

K = constante (desvio em metros sofrido pelo velame a cada 1.000ft como vento de 1kt). Para o
velame aberto (BT80-350P - HAHO) K=40,6ft/h(velocidade vertical do paraquedas BT80-350P =
3,44m/s).

8.14.2.3.1 A constante K varia de acordo com as características do velame a ser empregado, caso haja no salto
velames diferentes, o valor de K a ser usado no cálculo deve ser o do velame de menor performance, ou seja o que
tem maior valor deK.Observa-se queK para o MC-4 é 48ft/h, para o BT80-350P é 40,6ft/h e para o Techno 350 é
49,3ft/h.Para obter esse valor basta transformar a velocidade vertical do paraquedas de m/s para ft/h, tomando o
cuidado de dividir por 1.000 (10³).

8.14.2.4 Locação do Alvo

8.14.2.4.1 Para encontrar o Ponto de Saída (PS) o MSL adota a ordem inversa na elaboração do gráfico na carta.
Inicialmente locamos o alvo (área de pouso) na carta ou em outra ferramenta utilizada (ex: Google Earth). Só
depois partimos para a locação dos demais pontos.

Fig 8-15 Cálculo do “A”.

8.14.2.5 Cálculo do Fator de Segurança (FS)

2-134
8.14.2.5.1 O fator de segurança proporciona uma área “tampão” para que o líder possa abrir seu paraquedas
(retardo de abertura do Pqd) ou estabelecer uma altura mínima para chegada sobre o alvo. Por exemplo, se o
velame empregado tem retardo de abertura de 1.000ft (BT80-350P)e o líder deseja chegar 2.000ft sobre o alvo,
temos o fator de segurança FS = 3.

8.14.2.5.2 Porém, caso o líder necessite de mais tempo para organizar a equipe ou tenha necessidade de chegar
mais alto sobre alvo, esse valor poderá ser aumentado. Um exemplo é o adestramento de equipes com menos
experiência.

8.14.2.5.3 O fator de segurança será de no mínimo 2, onde já consta o desconto de 1.000ft (navegação final) e
de 1.000ft (retardo na abertura do Pqd).

8.14.2.6 Dispersão dos saltadores

8.14.2.6.1 Calcula-se a dispersão dos saltadores da seguinte forma:

Dprs= dispersão dos saltadores.

NB = número de blocos (cada grupo de saltadores que saem juntos constitui 1 bloco. Ex: Com 10
saltadores saindo em dupla temos NB= 5).

I = intervalo médio de saída por saltadores ou equipes.

V= velocidade da aeronave. Temos a velocidade de 70m/s para o C-130 e C-105 e 60m/s para o
C-95.

Obs: Para fins de cálculos nos lançamentos HAHO utiliza-se apenas ½ do valor da Dispersão.

Exemplo:Em um salto com 12 saltadores saindo em dupla de um C-105, com tempo médio de 2s
entre as duplas, temos uma dispersão de:

→ ½ Dprs = 420m

8.14.2.7 Aplicação da fórmula

2-135
8.14.2.7.1 Para o cálculo do HAHO o MSL utiliza a fórmula do modificada ou

seja: . Dessa formamaximiza-se a distância linear percorrida usando toda a


capacidade do velame.

Exemplo 01: Salto HAHO em uma Anv C-130, com altitude de lançamento 14.000ft. Um
destacamento de 12 saltadores abandonará a aerona veem duplas com tempo médio de 2s entre
as duplas. O MSL planeja1.000ft de retardo de abertura e chegar a 1.000ft sobre a área pouso.

 Média da velocidade dos ventos: V = 210 ÷ 12 = 17,5kt.

 Média da direção dos ventos: Dir = 995 ÷ 12= 82,91°ou Dir = 83°. (Az verdadeiro).

 Determinação do fator de segurança: FS= 2 (mínimo).

Altitude Velocidade Direção

14.000 25 090

12.000 22 080

10.000 21 090

9.000 21 090

8.000 20 085

7.000 18 080

6.000 18 080

5.000 17 085

4.000 16 080

3.000 12 075

2.000 12 080

1.000 08 080

SOMA = 210kt 995°

Tab 8-12 Média direção e velocidade.

 Aplicação dos valores numéricos na fórmula:


D = (14-2) (23,3 + 17,5) ÷ 40,6.D = (12) (40,8) ÷ 40,6.

D = 489,6 ÷ 40,6.D = 12,059 mn na direção 83º (verdadeiro).

 Determinação da distância em km: 12,059 mn 1,85 = 22,309km.

 Determinação da dispersão: (12 ÷ 2) 70·2 = 840m ½ Dprs= 420m.Arrasto: 300m (Anv C-130).

2-136
 Para o lançamento dos dados na carta deve-se atentar para a convergência de meridianos. Caso ela seja maior
ou igual 1°deve ser considerada na confecção do gráfico.

Exemplo 02: Salto HAHO da Anv C-105, com altitude de lançamento14.000ft. Um destacamento
de 12 saltadores abandonará a aeronave em duplas com tempo médio de 2s entre as duplas. O
MSL planeja 1.000ft de retardo de abertura e chegar a 2.000ft sobre a área pouso. Analisando o
diagrama dos ventos percebemos a presença de uma Dog Leg após a camada de 9.000ft.

1º Passo:Inicialmente o MSL calcula a média da variação de direção e velocidade dos ventos, do ponto de
impacto até a camada anterior (9.000ft) a Dog Leg.

Altitude Velocidade Direção

14,000 33 210

12,000 30 210

10,000 29 180

Soma = 92kt 600°

9,000 26 075

8,000 24 080

7,000 22 085

6,000 20 090

5,000 18 090

4,000 14 085

3,000 12 090

2,000 10 085

1,000 8 080

Soma = 154kt 760°

Tab 8-13 Média direção e velocidade.

 Média da velocidade dos ventos de 1.000ft a 9.000ft é 17,11kt.

 Média da direção dos ventos de 1.000ft a 9.000ft é 84,44° ou 84° (verdadeiro).

 Determinação do fator de segurança: FS total= 3 (mínimo). Vale lembrar que o MSL planeja 1.000ft de retardo
de abertura(FS=1, 1ª perna da Dog Leg)e 2.000ft (FS=2, 2ª perna da Dog Leg) chegando assim ao total de FS= 3.

 A = 9.000 pés, ou A = 9.

 Aplicação dos valores numéricos na fórmula:


D = (9-2) ·(23,3 + 17,11) ÷ 40,6D = (7) ·(40,41) ÷ 40,6

D = 282,87 ÷ 40,6 mn = 6,967· 1,85 = 12,889km na direção 84°.


2-137
2º Passo:O MSL calcula a média da variação de direção e velocidade dos ventos da camada de 10.000ft até a
altura de lançamento da aeronave.
 Média da velocidade dos ventos de 10.000ft a 14.000ft é 30,66kt.

 Média da direção dos ventos de 10.000ft a 14.000ft é de 200°.

 FS = 1; A = (14.000 – 9.000) = 5.

 Aplicação dos valores numéricos na fórmula:


D = (5-1) ·(23,3 + 30,66) ÷ 40,6D = (4) ·(53,96) ÷ 40,6.

D = 215,84 ÷ 40,6mn = 5,316 x 1,85 = 9,835km na direção 200°.

 Arrasto: 300m (Anv C-130).

 Vale lembrar que os fatores de segurança acima e abaixo daDog Leg, quando combinados matematicamente,
geram o efeito desejado sobre o grupo completo.

8.14.2.8 Locação do Ponto de Saída

8.14.2.8.1 Para locação do PS deve-se considerar a entrada da Anv. Entende-se por entrada da aeronave a
direção de voo em que ela se desloca.

8.14.2.8.2 Aeronave faz entrada PS – Alvo (vento de cauda) - É a maneira correta, operacionalmente, de se
cumprir a missão. A distância do PS ao alvo é calculada da seguinte forma:

8.14.2.8.3 Aeronave faz entrada Alvo – PS (vento de nariz)–Para saltos HALO o ideal é que esse tipo de entrada
seja aplicada em adestramentos, pois a aeronave poderá estar passando sobre o alvo, comprometendo o sigilo da
missão. Já para saltos HAHO este tipo de entrada pode ser utilizada quando a distância Alvo – PS for considerável,
acima de 10km por exemplo. A distância do PS ao alvo é calculada da seguinte forma:

8.14.2.9 Cone do Vento

8.14.2.9.1 Tendo como centro o alvo marca-se 15 graus a direita e a esquerda da direção de onde o vento vem,
assim encontra-se o cone do vento para a navegação.

8.14.2.10Definição do azimute de navegação

8.14.2.10.1 Para obtenção do azimute de navegação traça-se uma reta do PA até o alvo, em seguida verifica-se o
valor do ângulo.O ângulo encontrado corresponde ao azimute verdadeiro. Este deverá ser transformado em
azimute magnético,por meio da declinação magnética da região.Para isso é necessário que se analise o diagrama de
orientação presente na carta e obtenha a declinação magnética do local em questão.O azimute magnético será
passado para todos os saltadores afim de que seja registrado no GPS e/ou na bússola.Caso os dados sejam lançados
na carta deve-se atentar para a convergência de meridianos, quando o valor da mesma for maior ou igual 1°.

8.14.2.10.2 Vejamos a seguir um exemplo de cálculo da declinação magnética:

2-138
Fig 8-16 Diagrama de Orientação.
Formatado: Justificado, Recuo: À
8.14.2.10.3 Analisando as informações constantes no diagrama de orientação acima, vamos calcular a declinação esquerda: 0 cm, Primeira linha: 0 cm,
Adicionar espaço entre parágrafos do
magnética para o ano de 2016. Podemos observar que a declinação magnética cresce 8 minutos anualmente, mesmo estilo, Espaçamento entre
portanto desde 1977 até o ano de 2016 ela cresceu (2016-1977) 8= 312 minutos. Dividindo este valor por 60’ linhas: simples, Vários níveis + Nível: 5
+ Estilo da numeração: 1, 2, 3, … +
chegamos a 5,2º ou seja 5º 12’ (cinco graus e doze minutos). Assim, a declinação magnética no ano de 2016 era de Iniciar em: 1 + Alinhamento: Esquerda
18º41' + 5º 12’= 23º53'. Nessa situação desprezamos o valor da convergência de meridianos, pois o mesmo é + Alinhado em: 0 cm + Recuar em:
menor que 1°. 1,9 cm, Tabulações: 1,75 cm, À
esquerda + Não em 2,25 cm

8.14.2.11Cálculo do tempo aproximado de velame aberto

T= tempo aproximado de velame aberto.

A= (altitude de lançamento – altitude do alvo), em milhares de pés.

1 = retardo de abertura do velame em milhares de pés (1.000ft).

K =constante. Velocidade vertical do velame,para o BT80-350P é 40,6ft/h= 3,44m/s.

8.14.2.12Obstáculos nas proximidades de Ponto de abertura e do alvo

8.14.2.12.1 Durante o planejamento de um salto HAHO/HALO o MSL deverá ter o cuidado de, após calcular o
Ponto de Abertura (PA), verificar em um raio de1.000m (na carta ou em outro meio auxiliar, Google Earth), se
existem pontos elevados de relevância (cadeia de montanhas) que podem causar um erro do DAA e com isso
decidir se há necessidade de ajuste do mesmo.

8.14.2.12.2 Obstáculos situados em um raio de 1.000m do alvo também devem ser considerados para fins de
planejamento.

8.14.3 PONTOS DE CONTROLE


2-139
8.14.3.1 O MSL deverá no seu planejamento prever pontos controle para que sejam checados durante a navegação
com o velame aberto pelos saltadores. Durante a passagem por esses pontos, o saltador verifica se a altitude
corresponde ao que foi planejado. Caso esteja muito diferente do previsto, ele poderá adotar uma medida de
contingência estabelecida pelo MSL.

8.14.3.2 Vejamos abaixo um exemplo do cálculo de um ponto de controle, partindo da situação em que o cálculo
do lançamento HAHO já foi realizado e o MSL possui as informações de distâncias, bem como as referências no
terreno, podendo dessa maneira levantar dados para aplicação no cálculo do ponto de controle:

Exemplo: Qual a altura o saltador deverá passar em um ponto de controle (rodovia) situado a
14,421km do PA? Sabe-se que a altura de lançamento é 21.000ft (A= 21), e que FS= FS1+FS2= 3
(FS1=1.000ft de retardo e FS=2.000ft de chegada sobre o alvo). O deslocamento total (Alvo-PA)
tem 27,621km. O diagrama dos ventos possui 16 camadas consideradas no cálculo e a média da
velocidade dos ventos nas 8 camadas mais altas é de 13,13kt e nas 8 camadas mais baixas é
7,63kt.

Solução:Dividindo o deslocamento total em dois trechos, antes e depois do ponto de controle


selecionado, faremos os cálculos do deslocamento do velame nesses trechos e, em seguida,uma
comparação entre os valores obtidos.

1º)PA – Rodovia = 14,421km o que corresponde a 52,2% do deslocamento (27,621km).

52,2% das camadas correspondem a 8,3  8 camadas (mais altas) de ventos.

Média dos ventos nesse trecho é de 13,13kt.

Transforma-se o valor de km para mn e em seguida aplica-se na fórmula: D = 14,421km / 1,85 =


7,800mn.

D= (A1 – FS1) ·(23,3 + V)7,800 = (A1 -1) · (23,3 + 13,13)316,68 = 36,43A1 – 36,43

K 40,6

A1 = 353,11/36,43A1= 9,693 x 10³ft

Como o salto é a 21.000ft temos: 21.000ft – 9.693 A2=11.307ft

2º)Rodovia - Alvo = 13,201km o que corresponde a 47,8% do deslocamento (27,621km).

47,8% das camadas correspondem a 7,65  8 camadas (mais baixas) de ventos.

Média dos ventos nesse trecho é de 7,63 kt.

Transforma-se o valor de km para mne em seguida aplica-se na fórmula:D = 13,201km / 1,85 =


7,136 mn.

D= (A2 – FS2) · (23,3 + V)7,136 = (A -2) · (23,3 + 7,63)289,722 = 30,93A2 – 61,86


2-140
K 40,6

A2 = 351,582/30,93 A2 = 11,367 x 10³ft= 11,367ft

8.14.3.3 Observe que os valores são próximos, porém dificilmente serão iguais.Isso se deve as aproximações
realizadas nos valores de porcentagens das camadas e de outros fatores presentes no cálculo. Vale lembrar que
trajetória descrita pelo velame não é uma reta perfeita. A seguir temos um gráfico que reproduz de maneira
aproximada a relação entre a distância percorrida pelo velame e a altura.

PA

Fig 8-17 Gráfico aproximado do ponto de controle.

8.14.3.4 Caso o alvo esteja em uma altitude diferente do nível do mar, lembrar que a altura total é igual a altitude
do PA menos a altitude do alvo.

8.14.4 ALTURA MÍNIMA DE PASSAGEM EM UM PONTO DE CONTROLE

8.14.4.1 Após calcular a altura prevista de cruzamento de um ponto de controle, o MSL deverá definir a menor
altura que o saltador deverá passar sobre o ponto em questão, de maneira que ele consiga chegar na área de pouso
principal. Essa informação deve ser passada para equipe que realizará a infiltração para que todos os saltadores
tenham conhecimento. A partir dessas informações o MSL estabelece as condutas a serem adotas para algumas
situações de contingência.

8.14.4.2 De maneira geral o valor mínimo é obtido subtraindo da altura prevista de cruzamento do ponto de
controle o valor da altura estipulada para o fator de segurança de chegada sobre o alvo.

8.14.4.3 Considerando o exemplo dado no item 8.14.3.2onde o Ponto de Controle em questão é a Rodovia situada
a 14,421km do PA e a altura prevista para cruzamento desse ponto é de aproximadamente 11.300ft e sabendo que
o Fator de Segurança de chegada sobre o alvo é de 2.000ft concluímos que para o saltador ter 1.000ft de altura
para sua navegação final, o limite mínimo para cruzamento da Rodovia é de 10.300ft = (11.300 – 1.000).

8.14.4.4 Caso o saltador passe abaixo da altura mínima prevista para cruzamento do ponto de controle, de
imediato ele deverá agir nos tirantes e alças de navegação do paraquedas, a fim de “recuperar” a altura perdida.

2-141
Caso a recuperação não seja suficiente o Pqd deverá partir para uma área de pouso alternativa. O próximo ponto
de controle serve como referência para o saltador verificar se a recuperação de altura foi suficiente.

8.14.4.5 De acordo com as características do trecho a ser percorrido na infiltração e com a disponibilidade de áreas
de pouso alternativa, o MSL pode adotar a “linha da pior hipótese” e raciocinar com a chegada ao alvo sem que
seja realizada a navegação final, com isso o limite mínimo de cruzamento do ponto de controle seria 9.300ft =
(11.300 – 2.000).

8.15 SELEÇÃO DE ÁREAS DE POUSO

8.15.1 GENERALIDADES

8.15.1.1 Área de pouso é qualquer área que possibilite o desembarque de pessoal e material por meio de
paraquedas. São selecionadas durante o planejamento utilizando-se das fontes de inteligência disponíveis e devem
ser locadas de maneira a possibilitar a melhor execução do plano tático, procurando evitar obstáculos, tais como:
rodovia, estrada, rua, linha férrea; linha de árvores copadas, bosque, floresta; massa d’água, riacho, arroio, charco;
área construída, casario, bebedouro gado; linha alta / baixa tensão, fio, duto aéreo, cerca; barrancos, talude,
ravina, grandes buracos e aeronaves, barcos, trem, veículos, etc.

8.15.1.2 Alguns fatores podem impedir que a equipe pouse no local previsto, como por exemplo: panes; variação
das condições meteorológicas; visibilidade; impedimentos no local de pouso e inexperiência do saltador. Sendo
assim, a equipe deverá estar ciente das áreas de pouso alternativas previstas no planejamento.

8.15.1.3 Abaixo temos alguns fatores que podem ser utilizados para a escolha de uma área de pouso principal e
alternativa:

8.15.1.3.1 Missão - método de inserção (HALO ou HAHO);altura de lançamento; localização e capacidades das
forças inimigas; visibilidade; distância para o objetivo; terreno; áreas construídas; tempo disponível de
deslocamento para a área do objetivo; material a ser carregado; áreas de pouso alternativas nas proximidades.

8.15.1.3.2 Suporte de aeronaves – tipo de aeronave; capacidades da aeronave; nível de habilidade da tripulação;
disponibilidade de aeronaves de backup para os casos de problemas mecânicos com a aeronave principal.

8.15.1.3.3 Eixo de infiltração – primário e alternativo. Nãodevem entrar em conflito com outras operações aéreas.
Procurar evitar a área de alcance da defesa aérea inimiga.

8.15.1.3.4 Segurança – devem fornecer segurança contra a ameaça inimiga e evitar áreas construídas.

8.15.1.3.5 Condições meteorológicas – ocorrência de tempo presente. Caso o salto seja realizado em massa d’água
as condições das marés, ondas, correntes e estado do mar devem ser consideradas.

8.15.1.3.6 Obstáculos - toda área de pouso deve ser livres de obstáculos. As distâncias mínimas do centro do alvo
aos obstáculos determinam a utilização da área considerada pelas categorias de saltadores, da seguinte forma:

Categoria (em vigor) Distância dos Obstáculos


A 200m
B 150m
C 70m
D 30m
Tab 8-14 Categorias X distâncias.

8.15.1.4 Nos saltos de adestramento em massa d’água deve ser previstos botes de resgate para reorganização
dos saltadores, o ideal é que se use um bote por saltador. Equipamentos especiais devem ser utilizados nesse tipo
de atividade (coletes salva-vidas; nadadeiras, faca ou canivete, Life Preserver, Underarm - LPU). Vale ressaltar que a
profundidade da área de pouso não deve ser menor que 3m.

2-142
8.15.1.5 Para lançamentos em que os paraquedistas infiltrarão com seus velames abertos sobre extensas massas
de água ou de vegetação densa (selva amazônica), os valores de deslocamento do velame obtidos com os cálculos
do HAHO/HALO podem ser degradados em até 30%, principalmente no trecho situado abaixo de 4.000ft de altura.
Isso se deve a elevada umidade nessas áreas e aos efeitos por ela gerados na performance do velame. Com isso o
MSL pode ajustar o fator de segurança na chegada sobre o alvo.

8.16 SALTO NOTURNO

8.16.1 GENERALIDADES

8.16.1.1 Operacionalmente é o salto mais indicado, pois, devido à baixa visibilidade, permite que as equipes se
infiltrem no terreno inimigo com a menor possibilidade de serem vistas, aumentando o sigilo. Esse tipo de
infiltração proporciona maior surpresa e segurança. No entanto, infiltrações noturnas exigem muita habilidade
individual, um plano tático bem elaborado e equipes adestradas.

8.16.1.2 Algumas características do salto noturno devem ser consideradas para fins de planejamento e
adestramento:

a) Carência de pontos de referência no solo.


b) Sensível perda da acuidade visual noturna, acima de 5.000ft.
c) Precária percepção de profundidade, distância e velocidade.
d) Falta de noção de velocidade no pouso.

8.16.1.3 Preparação para o salto

8.16.1.3.1 Os pontos da bússola devem ser iluminados antes da decolagem para o salto noturno.O líder deverá
possuir uma identificação visual que o diferencie dos demais e facilite sua identificação.O uso de Óculos de Visão
Noturna (OVN) traz benefícios significativos para o saltador, pois aumenta a consciência situacional do
paraquedista nas diversas fases do salto, no entanto ocorre uma diminuição do campo de visão do saltador o que
pode gerar dificuldades. Nos saltos do tipo HALO o OVN deve estar rebatido para cima e travado, somente após a
abertura do paraquedas é que o saltador passa a utilizá-lo. O saltador deve ter especial atenção no momento do
comandamento, pois o uso do OVN pode ocasionar uma pane conhecida como “ferradura”. O OVN deve ser ligado
no comando de “Levantar, verificar equipamento!”.

8.16.1.3.2 Os óculos de visão noturna devem ser focados no infinito para proporcionar maior clareza durante a
navegação.

8.16.1.3.3 A tripulação deve ser informada da necessidade de adaptação dos saltadores a baixa luminosidade
desde o embarque até o salto (ex: utilização de luz vermelha).

8.16.1.3.4 Após o comandamento, no salto HAHO, o saltador deverá fazer cheque visual no seu velame
rapidamente. Após isso,deverá se orientar (terreno/console) seguindo a proa correta de navegação, colapsar o
slider, e só então fazer o cheque funcional.

8.16.1.3.5 O uso de oxigênio durante toda a infiltração melhora a visão noturna do saltador e, portanto, é
recomendado.

8.16.1.3.6 Quando estiver próximo a navegação final (1.000ft), caso seja necessário, o saltador deve fechar o
console de navegação para que as luzes não o façam perder a noção de profundidade, com isso,atrapalhar o pouso.

8.16.1.3.7 Deve-se ter cuidado para não liberar as mochilas,com material sensível ao impacto,longe do solo.Por
ocasião do pouso, principalmente quando o vento estiver fraco, deve-se tomar o máximo de cuidado na execução
do flair e estar em condições de executar o pouso utilizando a técnica dos 5 pontos.

8.17 SALTOS EM AMBIENTES ESPECIAIS


2-143
8.17.1 GENERALIDADES

8.17.1.1 Os elementos da Força Aeroterrestre (F Aet) poderão ser empregados em ambientes operacionais com
características peculiares. Essa situação exige táticas, técnicas e procedimentos (TTP) específicos para o
cumprimento de sua missão.

8.17.1.2 Os ambientes com características especiais no território brasileiro estão divididos nos seguintes tipos: de
selva, caatinga, de pantanal e de montanha. No entanto, podem acontecer que em uma mesma região coexistam
mais de um ambiente, tais como: selva com montanha, área alagada em região de selva etc.

8.17.1.3 As características fisiográficas (cobertura vegetal variável, aspectos do relevo e hidrografia) impactam
diretamente no emprego das F Aet em missões que utilizam o salto livre como meio de infiltração.

8.17.2 AMBIENTE DE SELVA

8.17.2.1 O ambiente operacional de selva possui algumas características que implicam diretamente nas
operações militares e particularmente no emprego do SLOp. A densa cobertura vegetal, falta ou precariedade das
vias de transporte terrestre e/ou aquática, imprecisão das cartas topográficas ou a indisponibilidade delas, a
instabilidade meteorológica com mudanças repentinas das condições do tempo e as grandes distâncias envolvidas
dificultam as operações. Assim, dependendo da situação, um lançamento Aet pode ser justificado, porém existe a
necessidade de se elaborar planos de contingência.

8.17.2.2 A densa cobertura vegetal, as constantes precipitações ao final da tarde e a formação de neblina ao
amanhecer dificultam a realização de navegação por contato visual com o solo e a identificação de acidentes do
terreno.Dessa maneira cresce de importância a utilização dos instrumentos de navegação quando se realiza
navegação com velame aberto.

8.17.2.3 O lançamento livre requerer áreas de salto de dimensões mais reduzidas e emprega paraquedas
dotados de recursos adicionais de dirigibilidade, permitindo o desembarque de pequenos efetivos sem as restrições
do lançamento semiautomático.

8.17.2.4 O desembarque por lançamento aéreo é dificultado pela baixa disponibilidade de terreno adequado
para pouso devido à cobertura da floresta e às ondulações do terreno. As opções limitam-se a: áreas desmatadas,
normalmente localizadas a cavaleiro de eixos terrestres, eixos fluviais e de localidades, clareiras de dimensões
mínimas compatíveis com o escalão a lançar, rios e suas praias (em época de vazante), e aeródromos e pistas de
pouso.

8.17.2.5 As áreas de pouso aquáticas selecionadas sobre rios de maior largura e moderada velocidade de
corrente prestam-se melhor ao desembarque por salto, seja livre e/ou semiautomático.

8.17.3 AMBIENTE DE CAATINGA

8.17.3.1 O ambiente operacional de caatinga, afloramentos rochosos e as serras exigem maior cautela quanto à
segurança da navegação e do pouso.

8.17.3.2 A caatinga rala possui predominância de áreas descampadas, árvores isoladas e vegetação bem dispersa,
oferecendo assim amplas possibilidades para o lançamento aéreo de pessoal e de material.

8.17.3.3 A caatinga média é marcada por um maior adensamento da vegetação e pela existência de algumas
clareiras em seu interior, admitindo assim o lançamento aéreo de material e de pequenos efetivos.

8.17.3.4 A caatinga fechada apresenta grande densidade da vegetação, muitas vezes requerendo a abertura de
picadas para permitir o deslocamento terrestre. É menos permeável que a floresta virgem da área de selva.

2-144
Inviabiliza o lançamento de material, mas permite o lançamento livre de equipes especializadas, desde que sejam
respeitadas as dimensões de área de pouso.

8.17.4 AMBIENTE DE PANTANAL

8.17.4.1 A cobertura vegetal é bem menos densa e mais esparsa do que na selva, com isso se atenuam as
restrições operacionais apresentadas na área de selva.

8.17.4.2 O relevo de planície oferece


abundância de área de pouso terrestre em 9.1 INTRODUÇÃO época de
seca, bem como aquáticas, em épocas de chuva.
9.2 CONCEITOS BÁSICOS
8.17.4.3 Boa parte das considerações relativas
ao ambiente de selva se aplica ao ambiente 9.3 NUVENS de
pantanal.
9.4 CÓDIGO METAR
8.17.5 AMBIENTE DE MONTANHA
9.5 CÓDIGO SPECI
8.17.5.1 No ambiente operacional de 9.6 CÓDIGO TAF
montanha as principais restrições dizem respeito
ao movimento aéreo e ao desembarque de 9.7 CARTA PROGNOSTICADA DE TEMPO uma F
Aet. O relevo sinuoso faz com que se tenham SIGNIFICATIVO (SIG WX PROG) más
condições de visibilidade horizontal e vertical e faz com
que a velocidade e a direção do vento variem constantemente.
9.8 METEOROLOGIA APLICADA AO
PLAEJAMENTO DAS MISSÕES DE SALTO
8.17.5.2 O desembarque deve ser planejado oLIVRE mais próximo
E SALTOpossível
LIVRE doOPERACIONAL
objetivo devido às dificuldades que o
terreno impõe ao movimento terrestre.

8.17.5.3 Tendo em vista a alta declividade do terreno, o desembarque de paraquedas fica dificultado, com isso,
faz-se necessário que o lançamento aéreo seja realizado sobre áreas delimitadas em vales, platôs, altiplanos ou
chapadas.

8.17.5.4 Dependendo da altitude da região de operações, a rarefação do ar pode diminuir as condições de


sustentação dos paraquedas, acrescendo um maior risco ao lançamento, a navegação e ao pouso.

CAPITULO IX

DOCUMENTOS DE INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS

9.1 INTRODUÇÃO

9.1.1 Meteorologia é a ciência ou área da física que estuda a atmosfera e seus fenômenos, possuindo diversas
ramificações. De estudo extremamente complexo, seu desenvolvimento se deu após a construção do barômetro e do
termômetro. Após a construção do barômetro seus observadores notaram a íntima relação entre suas leituras e o

2-145
estado do tempo. O ramo da meteorologia aplicada à atividade de salto livre é a Meteorologia Aeronáutica, que é
voltada para a economia e segurança do vôo.

9.1.2 Todos os movimentos da região da atmosfera dentro da qual voamos, a troposfera, são determinados pelas
interações entre micro e macroclima.

9.1.3 Lembramos que meteorologistas profissionais dispõem de dados fornecidos inúmeras vezes ao dia por sondas,
satélites, estações meteorológicas, radares e, mesmo assim, não têm 100% de exatidão nas previsões feitas com mais
do que algumas horas de antecedência.

9.1.4 Atualmente, todos os fenômenos que ocorrem na atmosfera terrestre são relatados em vários documentos que
visam orientar, com segurança, o aeronavegante.

9.1.5 O REDEMET é um portal de Meteorologia Aeronáutica do Comando da Aeronáutica, na INTERNET e na INTRAER,


que disponibiliza dados meteorológicos de superfície e de altitude, observados e previstos, recebidos da rede de
Estações e de Centros Meteorológicos do SISCEAB (Sistema de Controle do Espaço Aéreo brasileiro) e do Sistema
Mundial de Previsão de Área.

9.1.6 De todos os documentos meteorológicos, os códigos METAR, SPECI, TAF e a carta SIGWX PROG são os mais
importantes para o Mestre de Salto Livre por servirem de subsídio para o planejamento e a execução das missões de
salto livre.

9.1.7 O NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) é uma seção do Departamento de Comércio dos
Estados Unidos responsável por promover a administração do meio-ambiente, em nível global, com ênfase para os
recursos atmosféricos e marinhos. Através das informações fornecidas por este órgão é possível obter informações
imprescindíveis para o planejamento de uma infiltração HAHO ou HALO. Nos capítulos 7 e 8 deste manual encontram-
se um passo a passo de como utilizar esta ferramenta para fins operacionais.

9.1.8 Veremos alguns conceitos e fundamentos, além de suas relações para entender melhor o desenvolvimento das
condições meteorológicas. Isso nos possibilitará detectar com suficiente antecedência alterações nas condições
meteorológicas ou aproximação de condições adversas.

9.2 CONCEITOS BÁSICOS

9.2.1 Atmosfera

9.2.1.1 A atmosfera terrestre é uma camada de gases que envolve a Terra e é retida pela força da gravidade. Esta
aquece a superfície terrestre por meio da retenção de calor (efeito estufa) e reduz os extremos de temperatura entre
o dia e a noite.

9.2.1.2 O ar seco contém, em volume, cerca de 78,09% de nitrogênio, 20,95% de oxigênio, 0,93% de argônio, 0,039%
de gás carbônico e pequenas quantidades de outros gases. O ar contém uma quantidade variável de vapor de água,
em média 1%.

9.2.1.3 A atmosfera padrão é aquela onde a pressão ao nível do mar é de 1013,2 mb ou 760 mmHg, a temperatura ao
nível do mar é de 15°C e o gradiente térmico é de 2° C para cada 1.000 ft de variação na altitude. Inúmeros fatores

2-146
influenciam nas condições atmosféricas, sendo assim, os valores considerados para uma atmosfera padrão somente
serão utilizados na falta de dados mais precisos.

9.2.2 Altitude e altura

9.2.2.1 Quando falamos em altitude, esta compreende a distância vertical de um determinado ponto no espaço ao
nível do mar. Já a altura é a distância vertical entre um determinado ponto no espaço ao solo.

9.2.3 Pressão atmosférica

9.2.3.1 Pressão atmosférica é a pressão exercida pela atmosfera sobre a superfície. Se a força exercida pelo ar
aumenta em um determinado ponto, consequentemente a pressão também aumentará.

9.2.3.2 A pressão atmosférica é medida por meio de um equipamento conhecido como barômetro. Essas diferenças
de pressão têm uma origem térmica, estando diretamente relacionadas com a radiação solar e os processos de
aquecimento das massas de ar. As unidades utilizadas são: milímetros de mercúrio (mmHg), atmosfera (atm), milibar
(mbar) e hectopascal (hPa), sendo esta última a mais comumente utilizada.

9.2.3.3 A pressão atmosférica é inversamente proporcional à altitude, sendo assim, à medida que ganhamos altitude,
a pressão atmosférica diminui e, conforme perdemos altitude, a mesma aumenta.

9.2.3.4 QFE é a pressão num dado local. Sua definição é “a pressão da Estação (Meteorológica) ou do nível da pista”. É
como pegar um barômetro nas mãos e ler a indicação do mesmo. Essa é a pressão que deve ser utilizada,
preferencialmente, no Cypress Militar.

(Fig.9-1 - Pressão QFE)

9.2.3.5 QNH é a pressão da Estação ou do nível da pista reduzido ao nível do mar, segundo a variação da pressão
padrão (ISA), que diz que, a cada variação de 30 ft de altura, a pressão varia em 1 hpa. Em outras palavras, é o QFE
reduzido até o nível do mar.
2-147
(Fig. 9-2 Pressão QNH)

9.2.3.6 QNE é a pressão registrada quando o altímetro está ajustado para a pressão padrão ao nível do mar (1013,2
hPa) e utiliza a tabela ISA para as variações de altitude/pressão. Essa medição não corrige os erros causados pelas
variações de temperatura, latitude, umidade, etc e é utilizada pelas aeronaves nos vôos de rota, após atingir a altura
de transição (3000ft).

(Fig. 9-3 - Pressão QNE)

9.2.3.6 QFF toma como referência inicial a pressão da estação ou do nível da pista, mas reduz a pressão até o nível do
mar (MSL) de acordo com comportamento da atmosfera real, e não padrão (ISA). Sabemos que a constante adotada
pela ISA é de 30 ft para cada hPa, mas nem sempre é assim na atmosfera real, onde vários fatores poderão influenciar
nesta variação.
2-148
9.2.4 Ventos

9.2.4.1 O vento é o ar em movimento. Estes são originários das desigualdades de pressão num mesmo nível e em
lugares diferentes (ocorrem principalmente devido às desigualdades de temperatura), tendendo a soprar sempre de
uma área de alta para uma área de baixa pressão. Os principais fatores que determinam as variações de temperatura
sobre a superfície da Terra, originando os ventos, são os movimentos de rotação e translação do planeta, que fazem
com que todas as regiões passem por um ciclo ininterrupto de aquecimento e resfriamento, conforme a incidência
dos raios solares durante a alternância dos dias, noites e estações do ano.

(fig. 9-4 - Cirulação dos ventos)


9.2.4.2 O vento precisa de dois parâmetros para ser classificado: direção e velocidade. A intensidade e direção do
vento, para fins meteorológicos, se referem a valores médios correspondentes a um intervalo de dez minutos, onde
sua direção é definida pela posição a partir de aonde ele vem, e não para onde está indo. Sua unidade de medida
mais utilizada é o kt (nós), onde 1 kt equivale a aproximadamente 0,514 m/s (1,852 km/h).

9.2.4.3 Quando em poucos minutos ocorre um aumento repentino da velocidade do vento, mas que não persiste,
esse fenômeno recebe o nome de rajada. Para os boletins meteorológicos, será considerado como rajada a variação
na continuidade do vento igual ou superior a 10 nós (Kt), em um intervalo de 20 segundos, durante uma observação
de 1 minuto. Já para o salto de tropa, rajada é a variação na continuidade do vento igual ou superior a 4 nós (Kt), em
um intervalo de 10 segundos, durante uma observação de 1 minuto.

9.2.4.4 Para fins meteorológicos (METAR, TAF, cartas dos ventos, etc), a direção do vento é dada em relação ao Norte
Verdadeiro (NV). Já para fins de tráfego aéreo e lançamento do MSL, será fornecida em relação ao Norte Magnético
(NM).

9.2.4.5 O movimento do ar se comporta de maneira específica em determinadas regiões. No litoral, durante o dia, a
terra se aquece mais rapidamente do que a água e o aquecimento do ar acima dessa superfície resulta em uma baixa
pressão que passa a ser ocupada pelo ar que vem do mar, região de mais alta pressão, gerando o vento mar/terra,
conhecido como brisa marítima. O espaço deixado aberto no mar é preenchido por ar que circula vindo de outra
região, normalmente da terra em altitude. À noite, o continente se resfria mais rapidamente que o mar e os ventos
tendem a circular em direção contrária, isto é, da terra para o mar, formando a brisa terrestre. Nas colinas e nos vales
ocorre também algo parecido: o ar em contato com o solo é aquecido e sobe as encostas. À noite, o processo se
2-149
inverte e o ar, já mais frio, desce os vales. Cabe ressaltar que o vento sopra sempre de uma região de alta pressão
para uma região de baixa pressão.

Fig 9-5 - Direção dos ventos no litoral)

(Fig 9-6 - Direção dos ventos em regiões de montanhas e vales)


9.2.4.6 Em mecânica dos fluidos, designa-se por escoamento turbulento, ou simplesmente turbulência, o escoamento
de um fluido em que as partículas se misturam de forma não linear, isto é, de forma caótica com turbulência e
redemoinhos, em oposição ao fluxo laminar. No que diz respeito aos ventos, existem três tipos de turbulências:
térmica, mecânica e frontal.

9.2.4.7 A turbulência térmica resulta do movimento convectivo do ar causado pelo aquecimento da superfície local
ou por uma massa de ar fria se movendo sobre uma superfície aquecida ou sobre a água.

9.2.4.8 A turbulência mecânica resulta da passagem do ar sobre terrenos irregulares e obstáculos.

9.2.4.9 A turbulência frontal ocorre quando a massa de ar é elevada por outra massa de ar com temperatura e
densidade diferente.

9.2.4.10 A velocidade do vento pode ser medida com anemómetros, anemógrafos, biruta, anemoscópio,
anemômetros digitais, etc. Em algumas ocasiões o observador poderá não dispor de instrumentos para fazer a leitura
do vento e, a fim de não deixar de prestar esta informação, deverá fazer uma estimativa do vento existente,
utilizando como referência objetos leves como: bandeira, fumaça, galhos. Outro meio auxiliar para a estimativa do
vento é a Escala de Beaufort.

Em Terra No Mar Velocidade Avaliação em Terra Avaliação no Mar


Calmo Calmaria 0 a 1 Kt A fumaça eleva-se verticalmente Espelhado

2-150
A direção dada pelo desvio da Mar encrespado com
Quase calmo Bafagem 1 a 3 Kt
fumaça e não pelos cata-ventos pequenas rugas
Vento nas faces, folhas das Ondulações de 30 cm com
Brisa leve Aragem 4 a 6 Kt
árvores agitadas de leve. cristas, mas arrebentação.
Folhas e pequenos arbustos em Grandes ondulações de 60 cm
Vento fresco Fraco 7 a 10 Kt
agitação, bandeiras se estendem. e arrebentação. Carneiros
Vento Poeira e pedaços de papel Pequenas vagas de 1,5 m com
Moderado 11 a 16 Kt
moderado levantados frequentes carneiros

Árvores pequenas começaram a Vagas de 2,4 m com muitos


Vento regular Fresco 17 a 21 Kt
oscilar carneiros

Galhos maiores das árvores


Vento meio
Muito fresco 22 a 29 Kt agitados, assobio do vento nos Vagas de 3,0 m com borrifos
forte
fios.
Vento forte Forte 28 a 33 Kt Troncos oscilam Mar grosso
(Tabela 9-7 – Escala de Beaufort)
9.2.4.11 Encontradas próximas as latitudes médias da terra, há a ocorrência de um tipo específico de vento de
camada denominado corrente de jato. Esse fenômeno ocorre geralmente acima de 15.000 ft de altitude, porém sua
altitude média de ocorrência é próxima aos 30.000 ft, na tropopausa.

9.2.4.11.1 Seus ventos podem alcançar velocidades superiores a 270kt e suas dimensões vão de 1.600km a 4.800km
de extensão, 160km a 650km de largura e de 4800km a 11200km de espessura.

9.2.5 Temperatura

9.2.5.1 A quantidade de energia emitida pelo sol praticamente não se altera, sendo assim, o aquecimento da
superfície terrestre é diferente devido a alguns fatores, tais como: inclinação da terra, movimento de rotação e
translação, latitude, longitude, proximidades com corpos d’água, circulações oceânicas, etc.

9.2.5.2 É importante saber que o ar, por ser transparente, não é aquecido diretamente pelos raios solares. O sol
aquece o solo e o ar que está em contato com este é aquecido de baixo para cima, esse é um dos motivos da
temperatura diminuir com o aumento da altitude. A temperatura diminui aproximadamente 2º C a cada 1.000 ft de
altitude que ganha.

9.2.5.3 A temperatura sentida pode ser diferente daquela medida no ambiente devido ao efeito da sensação térmica,
que varia com: características do isolamento térmico, fisiologia (atividades, idade e saúde), condições atmosféricas
(exposição à radiação solar, vento, etc).

9.2.5.4 Dias com ventos calmos produzem maior amplitude térmica, porque há menos troca de calor entre as
camadas. Já com relação à umidade, quanto mais seco estiver o ar, maior a amplitude térmica.

9.2.6 Umidade relativa do ar

2-151
9.2.6.1 A umidade relativa do ar (UR) é uma medida para quantificar o vapor d’água presente na atmosfera. É definida
como a razão entre a quantidade de vapor existente na atmosfera e a quantidade de vapor que saturaria essa
atmosfera (para uma determinada temperatura e pressão). Ou seja, UR 50% equivale à metade do vapor d’água
necessário para atingir a saturação, já a UR 100% corresponde ao ar saturado.

9.2.6.2 Cabe ressaltar que a maioria do vapor d’água é encontrado abaixo de 30.000 ft acima do nível do mar e que a
quantidade de vapor d’água está diretamente relacionada com a temperatura (quanto maior a temperatura do ar,
maior sua capacidade de reter vapor d’água).

9.2.6.3 O ponto de orvalho designa a temperatura na qual o vapor de água presente no ar ambiente passa ao estado
líquido na forma de pequenas gotas por via da condensação, o chamado orvalho, que possui relação com direta com a
Umidade Relativa. Se a temperatura ambiente for igual à temperatura do ponto de orvalho, então UR é igual a 100%.
Sendo assim, quanto mais próximos os valores da temperatura do ar e do ponto de orvalho, maior a umidade relativa
do ar, consequentemente, maior a probabilidade de precipitação.

9.2.7 Visibilidade

9.2.7.1 É definida como o maior alcance visual sem auxílio ótico. Os tipos de visibilidade reportados nos boletins
meteorológicos são: horizontal, vertical, obliqua, predominante e mínima.

9.2.7.2 A visibilidade horizontal é medida paralelamente a superfície, tendo o centro como ponto de observação.
Quando menor que 50m é registrada como 0000 nos boletins meteorológicos.

9.2.7.3 A visibilidade vertical, também conhecida como teto, é medida de baixo para cima, perpendicularmente à
superfície e é dada de 30 em 30 metros ou em centenas de pés.

9.2.7.4 A visibilidade oblíqua é medida segundo um ângulo de descida de uma pista, sendo aquela observada da
aeronave ao solo.

9.2.7.5 A visibilidade predominante é a visibilidade horizontal tomada como referência e que predomina na maior
parte dos 360° do horizonte.

9.2.7.6 A visibilidade mínima é a menor visibilidade horizontal medida ou estimada em um aeródromo.

9.2.7.7 A visibilidade geralmente é


estimada com o auxílio de cartas de
visibilidade, que é a maneira mais prática
de fazê-lo, onde são utilizados pontos de
referência locais nítidos para o
observador.

2-152
(Fig. 9-8 – Carta de visibilidade)
9.2.7.8 Os elementos redutores de visibilidade são classificados como hidrometeoros, quando gerados por vapor
d’água (chuva, chuvisco, neve, granizo, nevoeiros, névoa úmida, nuvens, etc), e litometeoros, quando formados por
partículas sólidas microscópicas em suspensão (carvões, microorganismos, sais, poeiras, etc).

9.2.8 Frentes

9.2.8.1 Frente é a superfície limitada entre duas massas de ar com características diferentes (umidade, temperatura).
No limite entre essas massas de ar se processam a transferência de calor entre uma e outra e uma quantidade
considerável de fenômenos meteorológicos denominados de frontais (variações abruptas de temperatura e umidade
do ar, ventos mais fortes que mudam de direção, e, em geral, a presença de nebulosidade e precipitação).
Dependendo da heterogeneidade das massas envolvidas e do teor de umidade delas, esses fenômenos podem ser
mais ou menos violentos.

9.2.8.2 Frente fria ocorre quando uma massa de ar frio avança em direção a uma região ocupada por ar mais quente.
Esta se desloca mais rápido que as demais frentes e produzem condições de tempo mais severas, com maiores
gradientes de temperatura e ventos mais fortes. As precipitações são mais intensas, mas menos duradoura, além de
serem regiões de baixa pressão.

9.2.8.3 A Frente quente ocorre quando uma massa de ar quente se move em direção a uma superfície dominada por
uma massa de ar mais frio, onde o ar frio recua, permitindo o avanço do ar quente. Esta se desloca mais devagar que
a frente fria.

9.2.8.4 A Frente estacionária ocorre quando não há avanço nem do ar frio nem do ar quente (uma frente perde
velocidade e seu deslocamento é desprezível). Por vezes, uma frente estacionária pode permanecer por vários dias
sobre uma região. Os ventos de superfície tendem a soprar paralelamente à frente (nenhuma massa desloca a outra).
As condições encontradas nas frentes estacionárias são semelhantes as da frente quente, porém com menor
intensidade.

9.2.8.5 A Frente oclusa Ocorre quando uma frente fria alcança uma frente quente e o ar quente entre as frentes é
elevado da superfície até haver uma completa oclusão. As condições do tempo geradas são uma combinação das duas

2-153
frentes (fria e quente). Existem dois tipos de oclusão: oclusão fria (frente fria permanece na superfície) e oclusão
quente (frente quente permanece na superfície).

(Fig. 9-9 - Representação das frentes nas cartas sinóticas)


9.2.9 Tipos de observação

9.2.9.1 Existem vários tipos de observação, onde são coletados os dados para a confecção dos diversos
produtos meteorológicos disponíveis. Estes são divididos em: observação de superfície, de ar superior,
marítimas, por aeronaves e por satélite.

9.2.9.2 Observação de superfície

9.2.9.2.1 São mais de 11.000 estações meteorológicas distribuídas pelo globo e estas são identificadas de
acordo com o lugar que se situam.
Ex: Aeroporto=METAR, navio= SHIP, demais estações convencionais=SYNOP

9.2.9.2.2 Podem ser convencionais (possui técnico responsável pela leitura dos instrumentos) ou
automáticas (registrados automaticamente e guardado em computadores).

9.2.9.3 Observação de ar superior

9.2.9.3.1 Registra as condições atmosféricas em altitude a até 30 km de altura, por meio de radiossondas
anexadas a balões. O Brasil possui aproximadamente 40 estações distribuídas entre o INMET,
Departamento de Controle de Espaço Aéreo (DECEA) e o Centro de Hidrografia da Marinha (CHM).

9.2.9.4 Observação por satélite

9.2.9.4.1 São plataformas em que sensores são instalados para obter imagens da superfície terrestre, não
necessitando de combustível para orbitar a terra e dividem-se em geoestacionários e polares. Os satélites
geoestacionários encontram-se a cerca de 35.800 km acima da linha do equador, com período de órbita ao
redor da terra igual ao do movimento de rotação. Os satélites polares circundam a Terra no sentido Norte-
Sul, passando pelos pólos ou próximos a eles e localiza-se a aproximadamente 850 km de altitude,
completando uma órbita ao redor da Terra em cerca de uma a duas horas.

9.2.9.4.2 O satélite responsável pela coleta das informações no território brasileiro pertence aos EUA e é
subordinado ao NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration).

9.3 NUVENS

2-154
9.3.1 Nuvens nada mais são do que a condensação ou sublimação de vapor d’água em altitudes acima da
superfície.

9.3.2 São consideradas como tais sempre que suas bases são encontradas acima de 30m de altura.

9.3.3 As nuvens são classificadas pelo seu aspecto físico, por sua constituição, seu estágio de formação e
seu gênero.

9.3.3.1 Quanto ao aspecto físico, as nuvens se classificam em:


a) Estratiformes: quando têm um desenvolvimento horizontal acentuado, porém com pouca espessura.
Normalmente são produzidas em ar estável devido ao movimento dos ventos. A precipitação é de caráter
leve e contínuo.

b) Cumuliformes: quando têm um desenvolvimento vertical em grande extensão. Normalmente são frutos
de ar instável, com movimento convectivo acentuado. Formam elementos isolados como blocos, sorvetes,
flocos ou torres e a precipitação surge forte em pancadas localizadas.

c) Cirriformes: ocorrem devido a movimentação forte de ventos, sempre em níveis muito elevados. Têm
aparência fibrosa, cirrosa e estriada.

9.3.3.2 Quanto a constituição, as nuvens se classificam em:

a) Líquidas: formadas exclusivamente por vapor d’água condensado. Ocorrem, normalmente em alturas
baixas onde as temperaturas estão acima do ponto de solidificação da água.

b) Sólidas: formadas exclusivamente por cristais de gelo, ou seja, por vapor d’água ressublimado. São,
portanto, as nuvens que se formam em alturas elevadas, onde as temperaturas estão abaixo de 0º Celsius.

c) Mistas: formadas, ao mesmo tempo, por gotículas líquidas e sólidas. Este tipo de nuvem, normalmente,
possui um desenvolvimento vertical acentuado de tal forma que, a sua base está em nível baixo
(temperaturas superiores a 0º Celsius), e seu topo mais elevado em locais onde a temperatura está abaixo
do ponto de solidificação da água.

9.3.3.3 Quanto ao estágio de formação, as nuvens classificam-se em:

a) Baixas - de 30m a 2000m.


b) Médias - de 2000m a 4000m nos pólos.
de 2000m a 7000m em latitudes temperadas.
de 2000m a 8000m em latitudes tropicais.
c) Altas - de 4000m a 8000m nos pólos.
de 7000m a 13000m em latitudes temperadas.
de 8000m a 18000m em latitudes tropicais.

NOTA: A classificação neste estágio refere-se à altura das bases. Neste caso, não se considera o
desenvolvimento vertical.

9.3.3.4 Quanto ao gênero, as nuvens se classificam em:

a) Baixas - stratus (St)


stratocumulus (Sc)
2-155
nimbostratus (Ns)
b) Médias - altostratus (As)
altocumulus (Ac)
c) Altas - cirrostratus (Cs)
cirrocumulus (Cc)
cirrus (Ci)
d) Nuvens de desenvolvimento vertical - cumulus (Cu) e cumulonimbus (Cb)

(Fig. 9-10– Altura das nuvens)

9.3.3.4.1 O gênero ou família das nuvens, segundo o Atlas Internacional de nuvens, refere-se a uma
classificação onde uma dada nuvem só pode pertencer a um único gênero exclusivamente.

9.3.3.4.2 As nuvens foram distribuídas em dez gêneros fundamentais. Normalmente, os gêneros das
nuvens são abreviados por duas letras, segundo um critério internacional, onde a primeira letra,
necessariamente, deverá ser maiúscula.

9.3.3.4.3 Nuvens baixas

Nuvem Características Precipitação Formação

Ocasionalmente leve Desdobramento de


Stratocumulus Camada cinza ou branca com áreas escuras
chuva, garoa ou Cu

2-156
Usualmente em rolos, ondulações ou neve.
massas redondas, frequentemente
regulares. Mistura turbulenta
abaixo da camada
Elementos aparecem na largura de três estável
dedos ou mais com o braço distendido

Stratus Baixo nível de


Camada cinza uniforme ascensão ou
Chuvisco (pode resfriamento
Pode ser contínua ou remendada haver chuva ou neve
proveniente da parte
de cima) Precipitação pode
Podem aparecer como tiras ou fragmentos saturar o ar
de Ns ou As

Nimbostratus
Principal nuvem
associada à
Camada cinza escura, geralmente cobrindo precipitação,
Ascensão espalhada
o céu ocasionam chuvas
não muito fortes,
mas duradouras

(Tabela 9-11 – Nuvens baixas)

9.3.3.4.4 Nuvens médias

Nuvem Características Precipitação Formação


Alto Cumulus Variável na forma contínua ou remendada.

Usualmente ondulações ou protuberâncias ou Convecção


amontoados. (instabilidade
Ocasionalmente interna) ou
Elementos menores aparecem na largura de
leves temporais. circulações
dois dedos juntos com o braço distendido.
próximas a
montanhas.
Podem ser configurado próximo a montanhas.

Cinza, aspecto de camada de névoa (nublado)


Principal ou possível Ascensão
Alto Stratus Podem ser fibrosos ou uniformes
causa de neve espalhada
Cobre todo ou parte do céu

2-157
Sol brilha fracamente (como se através de um
vidro)
Denso o suficiente para ocultar o sol ou a lua

Indistinto devido mais ou menos à contínua


chuva ou neve

Base frequente abaixo de 8500 Ft

(Tabela 9-12 – Nuvens médias)

9.3.3.4.5 Nuvens altas

Nuvem Características Precipitação Formação

Cirrostratus Véu transparente


Fibroso ou liso

Possível cobrir todo o céu Níveis de ascensão


Nula espalhados,
superiores.
É comum produzir halo

Cirrocumulus Finos remendos brancos, como lençol ou


camada.
Convecção –
Elementos muitos pequenos como grãos, instabilidade
ondulações aparentemente na largura de um Nula interna
dedo com o braço distendido. Desenvol-vem-se
Fundidos ou separados de CI ou CS

Mais ou menos regularmente organizados

Cirrus Separados, destacados


Alto nível de
Delicados filamentos brancos, retalhados ou ascensão
faixas estreitas.

Fibrosos (como cabelo) e aparência macia Nula


Forma devido à
Frequentemente filamentos leves no formato ceifa (ação) do
de gancho vento

(Tabela 9-13 – Nuvens altas)

9.3.3.4.6 Nuvens de desenvolvimento vertical

2-158
9.3.3.4.6.1 Nuvens de desenvolvimento vertical normalmente tem suas bases abaixo de 6500ft de altura e
seu topo pode chegar acima de 60000ft de altura. Estas resultam de movimentos convectivos do ar ou
elevação do ar por conta do encontro de frentes. São nuvens que geram grande turbulência em seu interior
e arredores e, quanto maior a velocidade de desenvolvimento dessas nuvens, maior a turbulência. São
extremamente perigosas para os paraquedistas.

Nuvem Características Precipitação Formação

Cumulus Topos em forma de couve-flor, claros


(brilhantes)

Contorno acentuado Temporais de Convecção –


chuva ou neve superfície
Base próxima da horizontal relativamente
provenientes da aquecida ou
escura
frente instabilidade

Tamanho pequeno em grande largura

Cumulus Nimbus Gigantesca nuvem de cumulus


Topo fibroso, frequentemente em forma de
Temporais de
bigorna ou pluma. Convecção –
chuva, neve,
Visual escuro e tempestuoso superfície
granizo
aquecida ou
possivelmente
instabilidade
pesados.
Trovões e relâmpagos comuns

(Tabela 9-14 – Nuvens de desenvolvimento vertical)

9.3.4 “Nuvens de significado operacional são aquelas com altura da base abaixo de 1.500 metros (5.000
ft) ou abaixo da altitude mínima do setor mais elevado, destes valores o maior, ou nuvens Cumulonimbus
(CB) ou Cumulus congestus (TCU), em qualquer altura.” (FCA 105-3).

9.4 CÓDIGO METAR

9.4.1 METAR é um informe meteorológico regular de aeródromo. É utilizado para a descrição


completa das condiç es meteorológicas observadas em um aeródromo e é reportado em
intervalos regulares de uma hora.
2-159
9.4.2 O METAR contém as seguintes informações na sequência:
a) GRUPOS DE IDENTIFICA O;
b) VENTO À SUPERF CIE;
c) VISIBILIDADE HORIZONTAL;
d) ALCANCE VISUAL NA PISTA (QUANDO HOUVER);
e) TEMPO PRESENTE;
f) NUVENS (OU VISIBILIDADE VERTICAL, SE FOR O CASO);
g) TEMPERATURAS DO AR E DO PONTO DE ORVALHO;
h) PRESS O ATMOSF RICA (QNH); E

NOTA: Além dos elementos citados, o METAR ainda pode apresentar informações suplementares,
destinadas à divulgação internacional, somente quando houver:

a) informaç es sobre fenômenos de tempo recente de significado operacional;


b) informaç es de cortante do vento nos níveis inferiores;
c) informaç es sobre a temperatura da superfície do mar, estado do mar ou altura das ondas; e
d) estado da pista.

9.4.2.1 Nome internacional do código

METAR

9.4.2.2 Indicativo da estação

9.4.2.2.1 É o indicador de localidade.

9.4.2.2.2 Primeira letra: S - todas as estações do Brasil (América do Sul).

9.4.2.2.3 Segunda letra:

B - se possui serviço fixo de comunicações.


Caso contrário:
S – Região Sul e MS
D - RJ e SP
N - MG, AP, ES, PA e NE
W - AM, RR, AC, RO, MT, GO e TO

9.4.2.2.4 Terceira e quarta letra - conforme identificação do ROTAER (Publicação Auxiliar de Rotas
Aéreas).

EXEMPLO: SBAF (Afonsos), SBGL (Galeão), SNTE (Sete Lagoas), SSEG (Estância da Gruta).

9.4.2.3 Dia do mês e horário da observação (em horas e minutos UTC)

METAR SBGL 061000Z

9.4.2.4 Direção e intensidade do vento

9.4.2.4.1 DIREÇÃO - é o Azm verdadeiro (múltiplo de 10) registrado em três algarismos.


2-160
9.4.2.4.2 INTENSIDADE - indicada por dois algarismos (até 99), sempre seguido da unidade de velocidade.
O Brasil adotou o nó (kt) como unidade de velocidade do vento. Ex: 31015KT

9.4.2.4.3 RAJADA - sempre que houver uma variação significante da intensidade do vento médio, acima de
10kt, esta será informada. Ex: 31015G26KT

9.4.2.4.4 Vento calmo - velocidade inferior a 1 kt, é codificado 00000, seguida, sem espaço, pela
abreviatura KT. Ex: 00000KT

9.4.2.4.5 A variação na direção do vento obedece aos seguintes critérios:

a) Variação menor que 60º: normal. Ex: 31015KT

b) Variação entre 60º e 180º, exclusive, com velocidade média maior ou igual a 3kt:
Ex: 31005KT 280V350

c) Variação entre 60º e 180º, exclusive, com velocidade média inferior a 3kt:
Ex: VRB02KT

d) Variação maior que 180º, independente da velocidade média:


Ex: VRB07kt

9.4.2.4.6 Vento de 100kt ou mais serão precedidos da letra P e informados como P99KT.

9.4.2.5 Visibilidade

9.4.2.5.1 Um grupo de quatro algarismos informa a visibilidade horizontal predominante expressa em


metros.
Ex.: Valor de visibilidade de m é informado como 8000, e de 350 m, 0350.

9.4.2.5.2 Além da visibilidade predominante, será informada a visibilidade mínima e sua direção
geral em relação ao aeródromo, indicando um dos pontos cardeais ou colaterais, quando esta for
diferente da visibilidade predominante e:

a) inferior a 1.500 metros; ou

b) inferior a 50% da predominante e inferior a 5.000 metros.


Ex.: 8000 1400S (8.000 metros de predominante e 1.400 metros no setor sul)
6000 2800NE (6.000 metros de predominante e 2.800 metros no setor nordeste)

9.4.2.5.3 Quando for observada visibilidade mínima em mais de uma direção, será informada a
direção mais importante para as operaç es.

9.4.2.5.4 Quando a visibilidade for de 10 m ou mais, será informada como 9999.

9.4.2.5.5 Quando a visibilidade horizontal não for a mesma em diferentes direç es, variando
rapidamente, e a visibilidade predominante não puder ser determinada, será utilizado informada a
visibilidade mínima, sem indicação da direção.

9.4.2.6 Alcance visual da pista (RVR)


2-161
9.4.2.6.1 Utilizado em aeródromos, é uma informação de importância, pois possibilita que o piloto tenha
noção da visibilidade disponível na final para o pouso.

9.4.2.6.2 Durante os períodos em que a visibilidade horizontal ou o alcance visual na pista (RVR),
no caso de uma ou mais cabeceiras disponíveis para pouso, for inferior a 2.000 metros, um ou
mais grupos deverão ser incluídos no informe. O grupo é formado pela letra R, seguida do
designador de pista DRDR e de uma barra (/), seguida do RVR em metros.
Ex.: R10/1100 (RVR na pista 10, 1.100 metros)

9.4.2.6.3 O valor de 50 metros é considerado como o limite inferior e o valor de 2.000 metros como
o limite superior para as avaliaç es do alcance visual na pista.

9.4.2.6.4 Casos especiais

9.2.2.6.4.1 Quando a visibilidade no aeródromo for menor que 2.000 metros e o valor do RVR for
maior que o máximo que pode ser medido, será informado como P2000.
Ex.: R10/P2000 (RVR na pista 10, maior que 2.000 metros)

9.4.2.6.4.2 Quando o RVR for menor que o mínimo valor possível de ser medido, será informado
como M0050.
Ex.: R10/M0050 (RVR na pista 10, menor que 50 metros)

9.4.2.6.4.3 Quando os valores do RVR, durante o período de 10 minutos que antecede a


observação mostrarem uma clara tendência a aumentar ou diminuir, tal que a média dos primeiros
5 minutos varie em 100 metros ou mais em relação à média dos outros 5 minutos, serão indicados
i = U ou i = D para valores crescentes e decrescentes do RVR, respectivamente. Quando não
forem observadas mudanças significativas, utilizar-se-á i = N. Se não for possível determinar a
tendência, “i” será omitido.
Ex.: R12/1100U (RVR na pista 12, 1.100 metros com tendência a aumentar)

9.4.2.6.4.4 As pistas paralelas são distinguidas adicionando-se as letras L, C ou R, que indicam,


respectivamente, pista paralela esquerda, central ou direita.
Ex.: R09L/1000

9.4.2.7 Tempo presente

9.4.2.7.1 Quando existir um fenômeno a ser reportado, o tempo presente será codificado
considerando cada coluna da Tabela 4678 (Anexo L).

Ex.:
existe trovoada...................... TS
com precipitação................... RA
é forte ................................... +
a codificação resulta em: ..... +TSRA

9.4.2.7.2 A intensidade será indicada somente para precipitação, precipitação associada a


pancadas e ou trovoadas, nuvens funil, tempestades de poeira ou de areia. Esta é indicada por
sinal apropriado de acordo com a Tabela 4678.

9.4.2.7.3 Se forem observados mais de um fenômeno, serão codificados grupos separados, até o
máximo de três. No entanto, se for observada mais de uma forma de precipitação, serão
2-162
combinadas num único grupo com o tipo de precipitação predominante reportado na frente, como
nos exemplos a seguir:

a) mais de um fenômeno:
- chuvisco leve e nevoeiro são codificados -DZ FG; e

b) mais de uma forma de precipitação:


- chuva e neve moderadas, com predominância de neve, são codificadas SNRA.

NOTA 1: Neste grupo único de precipitação, a intensidade se refere à precipitação total e é


informada com um único indicador ou nenhum, conforme o caso.

NOTA 2: Quando for utilizado um sistema automático de observação e o tipo de precipitação não
puder ser detectado por este sistema, será utilizada a abreviatura UP (un no n precipitation) para
informar a precipitação e, se necessário, combinada com um destes descritores: FZ, SH e TS.
Ex.: FZUP

9.4.2.7.4 Restriç es para os fenômenos

9.4.2.7.4.1 As restriç es para o reporte dos fenômenos meteorológicos são as seguintes:

a) fumaça (FU), névoa seca ( ), areia (SA), exceto areia flutuante (DRSA), e poeira extensa (DU)
serão reportados somente quando a visibilidade horizontal predominante tenha se reduzido a
5.000 metros ou menos;

b) o qualificador BL (soprada) é utilizado juntamente com DU (poeira extensa), SA (areia) ou SN


(neve) para informar que os mesmos foram levantados pelo vento a uma altura de 2 metros ou
mais acima do solo;

c) o qualificador DR (flutuante) é utilizado juntamente com DU (poeira extensa), SA (areia) ou SN


(neve) para informar que os mesmos foram levantados pelo vento a uma altura menor que 2
metros acima do solo;

d) névoa úmida (BR) será reportada quando a visibilidade horizontal predominante for reduzida
por gotículas d água ou cristais de gelo para 1.000 metros ou mais, até 5.000 metros, inclusive;

e) nevoeiro (FG) será reportado quando a visibilidade horizontal predominante for reduzida por
gotículas d água ou cristais de gelo, para menos de 1.000 metros;

f) nevoeiro baixo (MIFG) será informado quando a visibilidade aparente através da camada de
nevoeiro for menor que 1.000 metros e a visibilidade acima de 2 metros do solo for de 1.000
metros ou mais;

g) bancos de nevoeiro (BCFG) e nevoeiro parcial (PRFG) serão informados quando parte do
aeródromo estiver coberta, a visibilidade aparente através da camada de nevoeiro for menor que
1.000 metros e o nevoeiro se estender até 2 metros acima do nível do solo;

h) granizo (GR) será usado somente quando o diâmetro dos maiores granizos observados for de 5
mm ou mais. A abreviatura GS será utilizada para indicar granizos pequenos (diâmetro inferior a 5
mm) e/ou pelotas de neve;

2-163
i) o qualificador F é usado para informar gotas de água ou precipitação em estado de
congelamento, podendo ser acompanhado dos seguintes fenômenos: FG, D ou RA. Todo
nevoeiro constituído predominantemente por gotículas d’água a temperaturas inferiores a 0º nC é
informado como nevoeiro congelante (FZFG), depositando escarcha ou não;

j) VC (vicinity - na vizinhança) é usado para indicar os seguintes fenômenos de tempo


significativos observados na vizinhança do aeródromo: TS, DS, SS, FG, FC, S , PO, BLDU,
BLSA, BLSN e VA. Esses fenômenos serão indicados com o qualificador VC somente quando
observados entre m e 1 m do ponto de referência do aeródromo;

k) o qualificador TS informa a ocorrência de trovoada, sempre que são ouvidos trov es ou


detectados raios e relâmpagos no aeródromo. Quando for o caso, TS será seguido imediatamente,
sem espaço, por abreviaturas para indicar qualquer precipitação observada. Quando não for
observada qualquer precipitação será usado somente TS;

NOTA: No aeródromo – a área compreendida em um raio de 8 km do ponto de referência do


aeródromo.

l) quando o qualificador de pancada (S ) vier associado ao indicador VC, o tipo e a intensidade da


precipitação não serão especificados; e

m) a abreviatura SQ será usada para informar tempestades quando for observado um aumento
brusco na velocidade do vento de 16 kt, pelo menos, e esta atingir 22 kt ou mais, permanecendo,
pelo menos, por 1 minuto.

9.4.2.8 Nebulosidade ou visibilidade vertical (teto)

9.4.2.8.1 A quantidade das nuvens é obtida visualmente por estimativa em oitavos e codificadas da
seguinte maneira:

FEW - POUCO - 1 A 2 OITAVOS


SCT - ESPARSO - 3 A 4 OITAVOS
BKN - NUBLADO - 5 A 7 OITAVOS
OVC - ENCOBERTO - 8 OITAVOS

9.4.2.8.2 A codificação das nuvens será da mais baixa para a mais alta.

1ª CAMADA = MAIS BAIXA INDEPENDENTE DA QUANTIDADE


2ª CAMADA = A PRÓXIMA EM ALTURA COM MAIS DE 3/8
3ª CAMADA = A SEGUINTE COM MAIS DE 5/8
4ª CAMADA = GRUPO ADICIONAL = TCU OU CB, COM QUALQUER QUANTIDADE, QUANDO NÃO
PUDEREM SER ENQUADRADOS NOS CASOS ANTERIORES.

NOTA: As nuvens convectivas serão sempre informadas.

9.4.2.8.3 Os três últimos algarismos indicam a altura da base da nuvem em centenas de pés,
utilizando-se incrementos de 100 pés (30 metros) até o limite de 10.000 pés (3.000 metros).
Ex: METAR ...+RA FEW005 BKN050 SCT100...

9.4.2.8.4 Com o céu obscurecido, devido a fenômenos como nevoeiros, névoas, precipitações ou
tempestades, será usado o grupo de visibilidade vertical (VV).

2-164
EXEMPLO: VV001

9.4.2.8.5 Na impossibilidade de se avaliar a visibilidade vertical será codificado VV///.

9.4.2.8.6 CAVOK (Ceiling And Visibility OK): é utilizado no METAR em substituição a visibilidade, RVR,
tempo presente, nuvens e visibilidade vertical, desde que ocorram, simultaneamente, as seguintes
condições:

a) visibilidade: 10 km ou mais e não haja critérios para inclusão da visibilidade mínima;


b) nenhuma nuvem de significado operacional; e
c) nenhum fenômeno meteorológico significativo (ver Tabela 4678).
Ex: METAR SBAF 250900Z 13004KT CAVOK 20/18 Q1013

9.4.2.8.7 Quando não houver nuvens de significado operacional e nenhuma restrição à visibilidade
vertical, e o uso da abreviatura CAVO não for apropriado, será usada a abreviatura NSC (Nil
Significant Cloud).

9.4.2.8.8 As nuvens CB e TCU, quando existirem, sempre aparecerão no METAR.


Ex: METAR ... SCT080CB ...

9.4.2.8.9 Quando forem ouvidos trov es ou detectados raios e relâmpagos, mas não for possível
determinar a quantidade e a altura de nuvens CB em virtude de céu obscurecido ou céu encoberto
por camada de nuvens muito baixa, a codificação será //////CB.

9.4.2.9 Temperatura do ar e do ponto de orvalho

9.4.2.9.1 São representados em graus Celsius inteiros. Os valores situados entre +9º e -9º serão
precedidos de zero e as temperaturas negativas precedidas por (M).

Ex:
METAR . . . SCT100 20/18. . .
METAR. . . OVC003 M03/M05. . .
METAR. . . FEW010 09/05. . .

9.4.2.10 Pressão atmosférica (QNH)

9.4.2.10.1 Será informado na unidade Hpa (Hectorpascal) em valores inteiros, com 4 algarismos e
precedidos da letra Q.
Ex: METAR. . .20/15 Q1021

9.4.2.10.2 Se o valor do QN for inferior a 1.000 hPa, será precedido por 0 (zero).
Ex.: QN de 5, hPa é reportado como Q0995.

9.4.2.11 Informações suplementares

9.4.2.11.1 Destinada à divulgação internacional, esta seção será utilizada somente quando houver:

a) informaç es sobre fenômenos de tempo recente de significado operacional;


b) informaç es de cortante do vento nos níveis inferiores;

2-165
c) informaç es sobre a temperatura da superfície do mar, estado do mar ou altura das ondas; e
d) estado da pista.

9.4.2.11.2 Tempo recente de significado operacional

9.4.2.11.2.1 O tempo recente de significado operacional é informado por meio de grupos, no


máximo três, iniciados pelas letras RE, seguidas, sem espaço, das abreviaturas dos fenômenos de
tempo que foram observados desde o último horário regular (inclusive) até o período da próxima
observação, mas não na hora da observação (10 minutos precedentes). Os fenômenos são os
seguintes:

a) precipitação congelante;
b) precipitação moderada ou forte (inclusive pancadas);
c) neve soprada;
d) tempestade de poeira ou tempestade de areia;
e) trovoada;
f) nuvem(ns) funil (tornado ou tromba d água); e
g) cinzas vulcânicas.

Ex.: Entre 0920Z e 0930Z, ocorreu chuvisco moderado, mas na hora da observação ocorre
trovoada com chuva forte. codificado REDZ como tempo recente.

METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000 +TSRA FEW005
FEW010CB SCT018 BKN025 10/03 Q0995 REDZ

NOTA 1: Não são informados os indicadores de intensidade.

NOTA 2: Quando for utilizado um sistema automático de observação e o tipo de precipitação não
for detectado por este sistema, será utilizada a abreviatura REUP para informar precipitação
recente ou esta abreviatura combinada com uma dessas características: FZ, SH e TS.
Ex.: REFZUP

9.4.2.11.3 Cortante do vento nos níveis inferiores

9.4.2.11.3.1 A cortante do vento ao longo das trajetórias de decolagem ou de aproximação entre o


nível da pista e 500 metros (1. 00 pés), quando significativa para as operaç es aéreas, será
informada sempre que as circunstâncias locais permitam ou for reportada por alguma aeronave.
Será usado um dos seguintes grupos:

a) WS RDRDR – quando afeta pista(s) determinada(s); ou


b) WS ALL RWY – quando afeta todas as pistas do aeródromo.
Onde DRDR é o designador da pista.

Ex.: METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000 +TSRA FEW005
FEW010CB SCT018 BKN025 10/03 Q0995 REDZ WS R10

NOTA: As referidas circunstâncias locais incluem, mas não se limitam, necessariamente, a


cortante do vento de natureza não-transitória, podendo também ser associadas às invers es de
temperatura em níveis baixos ou à topografia local.

9.4.2.11.4 Temperatura da superfície do mar e estado do mar ou altura das ondas

2-166
9.4.2.11.4.1 No METAR abaixo, a temperatura da superfície do mar é de 15ºC (quinze graus
Celsius) e o estado do mar é agitado, com ondas que variam de 2,5 a 4 metros de altura.

METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000 +TSRA FEW005
FEW010CB SCT018 BKN025 10/03 Q0995 REDZ W15/S5

NOTA: O estado do mar é reportado de acordo com as descriç es da Tabela 3 00 da ICA 105-1
“Códigos Meteorológicos”.

9.4.2.11.4.2 No METAR abaixo, a temperatura da superfície do mar é de 15oC (quinze graus


Celsius) e a altura das ondas é de 20 decímetros (2 metros).

METAR SBGL 131000Z 31015G27KT 280V350 4000 1800N R10/P2000 +TSRA FEW005
FEW010CB SCT018 BKN025 10/03 Q0995 REDZ W15/H020

NOTA: A altura das ondas deve ser informada em decímetros.

9.4.2.11.5 Estado da pista

9.4.2.11.5.1 Informaç es sobre o estado da pista, fornecidas por autoridade aeroportuária


responsável, são incluídas nos códigos METAR e SPECI, conforme Acordo Regional de
Navegação Aérea, não sendo adotado pelo Brasil.

Exemplo codificado: R09421595 (RDRDRERCReReRBRBR)

Exemplo decodificado: Na pista 0 , existe de 11 a 25 da pista coberta por neve seca, com 15
mm de profundidade do depósito, em que o coeficiente de frenagem da pista é bom.

NOTA 1: O indicador de depósito na pista ER, o indicador de extensão de pista coberta C R, a


profundidade do depósito eReR e a fricção estimada na superfície BRBR são indicados conforme as
Tabelas 0919, 0519, 1079 e 0366, respectivamente, da ICA 105-16.
NOTA 2: Quando o aeródromo estiver com as operaç es de pouso e decolagem suspensas devido
à grande quantidade de neve depositada, o grupo do estado da pista será substituído pela
abreviatura “SNOCLO”.

NOTA 3: Se numa única pista ou em todas as pistas de um aeródromo detritos tiverem deixado de
existir, estes serão informados, substituindo-se os últimos seis dígitos do grupo por “CLRD ”.

9.5 CÓDIGO SPECI

9.5.1 Informe meteorológico especial de aeródromo. Utilizado para a descrição completa das condições
meteorológicas quando ocorrer uma ou mais variações significativas nas condições meteorológicas entre os
intervalos das observações regulares.

9.5.2 Tem a mesma estrutura do METAR:

Ex:
SPECI SBGR 201630Z 30020G40KT 0300 +TSRA SCT010 BKN030 18/18 Q1005

2-167
SPECI SBGL 020825Z 06002KT 0450 R10/1000D FG VV002 19/19 Q1020

9.6 CÓDIGO TAF

9.6.1 Terminal Aerodrome Forecast (TAF) é o nome do código para uma previsão de aeródromo. É
uma descrição completa das condiç es meteorológicas previstas em um aeródromo durante o
período de validade, incluindo qualquer mudança considerada significativa para as operaç es
aéreas. Contém informaç es específicas apresentadas numa ordem fixa.
Ex: TAF SBPA 250900Z 251212 12008KT 2000 BR SCT005 OVC015 T20/24Z 610803 522309 BECMG 0406 34005KT 0300
FG VV003

9.6.2 O código TAF contém as seguintes informaç es na sequência:

a) GRUPOS DE IDENTIFICA O;
b) VENTO À SUPERF CIE PREVISTO;
c) VISIBILIDADE HORIZONTAL PREDOMINANTE PREVISTA;
d) TEMPO SIGNIFICATIVO PREVISTO;
e) NUVENS PREVISTAS (OU VISIBILIDADE VERTICAL PREVISTA, SE FOR O CASO);
f) TEMPERATURAS PREVISTAS;
g) GRUPOS DE MUDAN AS SIGNIFICATIVAS PREVISTAS; e
h) C DIGO DO PREVISOR QUE CONFECCIONOU A PREVIS O.

9.6.3 INTERPRETAÇÃO DO CÓDIGO TAF

9.6.3.1 Nome do código

TAF

9.6.3.2 Indicador de localidade

Idem METAR: SBPA

9.6.3.3 Dia e horário de confecção da mensagem em horas e minutos UTC

Ex.: 250900Z – dia 25 do mês corrente às nove horas ZULU

9.6.3.4 Período de validez

9.6.3.4.1 O período de validade do TAF é de 12 horas para atender ao planejamento operacional de voos
para aeródromos nacionais e de 24 ou 30 horas para aeródromos internacionais.

9.6.3.4.2 No Brasil, são confeccionados TAF com período de validade de 30 horas somente para
os aeródromos do Galeão (SBGL) e de Guarulhos (SBGR).

9.6.3.4.3 O TAF tem períodos de validade iniciando-se às 0000, 0600, 1200 e 1800 UTC.

2-168
9.6.3.4.4 Dia e hora de início do período de validade dia e hora de término do período de validade
– 1312/1412.

9.6.3.5 Grupos de vento à superfície previsto, visibilidade horizontal predominante prevista, tempo
significativo previsto e nuvens previstas ou visibilidade vertical prevista

Obedecem aos mesmos critérios estabelecidos para o código METAR

9.6.3.6 Temperaturas Previstas

9.6.3.6.1 Para indicar a previsão de temperaturas máximas e mínimas para a hora indicada são
utilizados os indicadores T , para a temperatura máxima prevista, e TN, para a temperatura
mínima prevista, seguido, sem espaço, pela temperatura.

9.6.3.6.2 Este grupo é utilizado para, dentro do período de validade do TAF, informar as
temperaturas máxima e mínima previstas, com as respectivas datas e horas de ocorrência,
conforme a ordem de ocorrência.

Ex: TAF SBPA 130530Z 1312/1412 31015G27KT 8000 RA FEW005 FEW015TCU SCT018
BKN025 TX28/1318Z TN20/1409Z

9.6.4 Grupos de mudanças significativas previstas

9.6.4.1 Grupo FM

9.6.4.1.1 Quando um conjunto de condições de tempo predominante for esperado mudar significativamente
para outro conjunto de condições, o grupo FM (FM = from (a partir de), seguido da data, hora e minutos da
ocorrência) será usado para indicar o início de uma parte independente da previsão.

9.6.4.1.2 Todas as condições predominantes, previstas dadas antes do grupo FM, são substituídas pelas
novas condições.

Ex: TAF SBPA 130530Z 1312/1412 31015G27KT 8000 RA FEW005 FEW015TCU SCT018 BKN025
TX28/1318Z TN20/1409Z FM131800 27017KT 4000 +TSRA FEW010CB BKN025

9.6.4.2 Grupo BECMG

9.6.4.2.1 Os grupos BECMG indicam mudanças nas condições meteorológicas previstas, numa variação
regular ou irregular de tempo específico, dentro do período informado. Esse período normalmente não
excede de 2 horas e, em nenhum caso, pode exceder de 4 horas.

9.6.4.2.2 Este grupo é seguido por grupos que descreverão somente os elementos que são previstos mudar
significativamente. Entretanto, no caso da nebulosidade, todos os grupos de nuvens, incluindo a(s)
camada(s) significativa(s) que se prevê(eem) que não mudará(ão), são informados.

9.6.4.2.3 A não ser que outros grupos sejam usados, as condições dadas após BECMG são previstas
prevalecer a partir do término do horário previsto de mudança até o fim do período de validez do TAF.

Ex: TAF SBPA 130530Z 1402/1412 31015G27KT 8000 SHRA BKN025 TX28/1318Z TN20/1409Z BECMG 1400/1402 4000
BKN010
2-169
9.6.4.2.4 No TAF acima, as condições previstas para o período do dia 14, das 0200 às 1200 UTC são:

a) Vento – 31015G27KT;
b) Visibilidade – 4.000 metros;
c) Condições de tempo – pancada de chuva moderada; e
d) Nuvens – 5 a 7 oitavos com base a 1.000 pés.

9.6.4.3 Grupo TEMPO

9.6.4.3.1 Os grupos TEMPO indicam flutuações temporárias frequentes ou não para as condições meteorológicas que
podem ocorrer a qualquer momento durante o período.

9.6.4.3.2 As condições seguintes a estes grupos são esperadas durarem menos que uma hora em cada situação e, no
total, menos que a metade do período indicado pelo grupo.

Ex.: TAF SBCT 101030Z 1012/1112 24003KT 9999 SCT015 TX28/1018Z TN20/1109Z TEMPO 1018/1024 4000 +SHRA
BKN012

9.6.4.3.3 Este TAF exemplificado acima indica a previsão temporária de redução na visibilidade para 4.000 metros,
pancada de chuva forte e aumento de nebulosidade com redução na altura, entre 1800 e 2400 UTC, do dia 10.
9.6.4.3.4 Se uma flutuação temporária for prevista durar uma hora ou mais e/ou os períodos de flutuações somarem
a metade ou mais do período total, estas condições serão as predominantes e os grupos indicadores de mudança
BECMG ou FM serão usados.

9.6.4.4 Grupo PROB

9.6.4.4.1 Quando a confiança nos valores alternativos da previsão não for suficiente, mas o elemento previsto for
considerado significativo para as operações, os grupos PROB30 ou PROB40 serão usados. 30 ou 40 indicam a
porcentagem da probabilidade de ocorrência e somente pode ser de 30% ou 40%.

NOTA: O grupo PROB é sempre seguido pelo grupo horário ou pelo grupo de mudança TEMPO.

Ex 1: TAF SBPA 101030Z 1012/1112 27003KT 3000 BR SCT008 TX28/1018Z TN20/1109Z BECMG 1100/1102 1500 BR
BKN004 PROB30 1104/1106 0800 FG

Ex 2: TAF SBCT 101030Z 1012/1112 24003KT 9999 SCT015 TX28/1018Z TN20/1109Z TEMPO 1018/1024 4000 +TSRA
BKN010CB PROB40 TEMPO 1020/1022 TSRA

9.6.4.4.2 No 1º exemplo, o TAF mostra que poderá haver uma redução na visibilidade para 1.500 metros e um
aumento de nebulosidade, porém com decréscimo na altura da base, no período de 0000 a 0200 UTC, do dia 11,
permanecendo nestes valores até 1200 UTC; existindo uma probabilidade de 30% de ocorrência de nevoeiro
restringindo a visibilidade a 800 metros, no período de 0400 a 0600 UTC, do dia 11.

9.6.4.4.3 No 2º exemplo, o TAF mostra que poderá haver uma redução na visibilidade para 4.000 metros, devido à
ocorrência de trovoada com chuva forte, havendo um aumento de nebulosidade, porém com decréscimo na altura da

2-170
base e ocorrência de nuvens CB, no período de 1800 a 2400 UTC, do dia 10; existindo uma probabilidade de 40% de
ocorrência de trovoada com chuva moderada, no período de 2000 a 2200 UTC, do dia 10.

NOTA 1: Adota-se que, se a probabilidade de ocorrência for de 50% ou mais, a confiança é alta e os valores
alternativos serão indicados pelos grupos FM, BECMG ou TEMPO.

NOTA 2: O grupo TEMPO significa que flutuações poderão ocorrer num espaço de tempo menor que a metade do
período, não devendo ser confundido com a probabilidade de 30% ou 40%. Esse grupo indica que as flutuações
temporárias acontecerão; o grupo PROB indica que existe somente uma probabilidade de que elas ocorram.

9.6.5 RMK

A abreviatura RMK indica o início de um grupo incluído por decisão nacional, seguido de um trigrama que indica o
código do previsor que confeccionou o referido TAF.
Ex.: TAF SBCT 101030Z 1012/1112 24003KT 9999 SCT015 TX28/1018Z TN20/1109Z TEMPO 1018/1024 4000 +TSRA
BKN010CB PROB40 TEMPO 1020/1022 TSRA RMK FPS

9.7 CARTA PROGNOSTICADA DE TEMPO SIGNIFICATIVO (SIG WX PROG)

9.7.1 São cartas onde estão representados todos os fenômenos previstos e considerados significativos
desde a superfície até o FL 630 (nível de 63000 Ft), divididas da seguinte forma: SFC/FL250 –
FL100/FL450 – FL250/FL630.

9.7.2 A primeira carta SFC/FL250 é elaborada pelo CNMA e abrangerá somente sua área de
responsabilidade, as demais serão elaboradas pelos Centros Mundiais de Previsão de Área (WAFC) de
Washington e Londres.
9.7.3 A carta prognostica de tempo significativo será confeccionada quatro vezes ao dia com os horários de
validade de 0000Z, 0600Z, 1200Z e 1800Z. O prazo máximo para divulgação dessas cartas pelo CNMA é
de 12 horas antes do horário de validade da mesma.

9.7.4 Cada carta tem um período de validade de 06 horas, 3 horas antes e 3 horas depois do horário
indicado na carta.

9.7.5 A simbologia utilizada nas cartas prognosticadas se encontra no Anexo M deste manual.

2-171
(Fig 9-15 - Carta SIGWX)

9.8 METEOROLOGIA APLICADA AOS PLANEJAMENTOS DAS MISSÕES DE SALTO LIVRE E SALTO
LIVRE OPARACIONAL

9.8.1 O Mestre de Salto Livre deve possuir a habilidade de interpretar os fenômenos meteorológicos de
forma a tomar decisões críticas com relação à infiltração a ser realizada. Ainda que com grande oferta de
informações meteorológicas e profundo estudo dos dados, o tempo ainda é uma ciência inexata.

9.8.2 A meteorologia fornece ao MSL a seguintes possibilidades: previsão do tempo para a operação;
tendência das condições meteorológicas (24, 48 e 72h) na área de atuação; cartas de previsão dos ventos
de camada; condições predominantes sobre determinada região, em determinado período, de acordo com
sua peculiaridade (montanhas, vales, desertos, litoral, etc); informações sobre atividades convectivas;
identificação de regiões de alta e baixa pressão; previsões de perigo contendo extensão e duração de
tempo que oferece risco a atividade (tornados, tempestades de raios, chuva forte, neve, formação de gelo,
ventos fortes, turbulência); fases da lua e sua influência nos diversos fatores de decisão para a operação;
imagens de satélite ou outra plataforma de imagem sobre a área operacional; análise digital do terreno na
rota da infiltração (linha de visada do pqdt em vários pontos); informações sobre a topografia próxima ao

2-172
Ponto de Abertura (PA); conhecimento de massas d’água na linha de infiltração (temperatura -performance
do velame), etc.

9.8.3 O estudo dos ventos de camada permite a identificação de fatores atmosféricos que afetam a
infiltração, obtendo informações sobre correntes de jato, correntes em níveis mais baixos e condições
extremas de temperatura (tabela de sensação térmica - Anexo N / Tabela de variação padrão).

9.8.3.1 A presença de corrente de jato sobre a região da infiltração pode ser um fator determinante para o
cancelamento de uma infiltração HAHO /HALO.

9.8.3.2 A direção do vento e sua intensidade prevista para o dia da infiltração podem fazer com que a
missão seja cancelada ou seja necessário a escolha de uma ZL alternativa, devido a alguns fatores:
presença de vegetação ou massa d’água na linha de infiltração, infiltração realizada em L próximas ao mar
(brisa marítima e terrestre), linha de infiltração próxima a vales e montanhas (podendo ser “suspenso” ou
puxado para baixo de acordo com a direção de movimento do ar), etc.

9.8.4 A turbulência influi principalmente nos momentos finais da navegação, sendo assim, o MSL deve dar
uma especial atenção na existência de fatores causadores de turbulência, tais como: terrenos Irregulares,
ávore isolada muito grande, linhas de árvores próximas ao local de pouso, áreas construídas, ondas, outros
velames e construções isoladas.

9.8.4.1 A intensidade da turbulência é afetada pela velocidade do vento e pelo formato da obstrução sobre
a qual o vento sopra para criá-la. Cabe ressaltar que é perigoso passar rápido por uma zona turbulenta,
sendo recomendado reduzir a razão de avanço de 25 a 50% (meio freio). Muito devagar, ou seja, mais do
que 50% (meio freio), também é perigoso, pois existe o risco do velame estolar ao receber uma rajada.

9.8.4.2 Quanto mais leve for o peso que o velame está transportando (saltador + equipamento), mais
suscetível à turbulência o velame será. Nas infiltrações HAHO, quando o ar está instável e há convecção
térmica, a turbulência pode alcançar até 6000 ft de altura.

9.8.4.3 Os efeitos da turbulência diminuem próximo ao solo, a menos que o pqdt esteja em contato direto
com o obstáculo que a gerou. Abaixo de 50 ft o pqdt sofrerá menor turbulência, mas deve estar com os
freios de 25 a 50% freado como precaução. Durante o flare a turbulência pode ocasionar um desvio lateral
do velame ou uma curva e essa curva pode ser agravada caso o pqdt esteja com maior peso conectado a
um lado do harness ao invés do centro de massa.

9.8.5 A neblina compromete a aproximação final do salto, sendo especialmente perigosa em ZL em locais
com baixa densidade do ar (taxa de descida maior), ventos calmos ou quando camufla obstáculos próximos
a ZL. Seus efeitos negativos podem ser compensados através da escolha do horário e do local onde os
fatores do tempo ajudem o pouso.

9.8.6 A formação de granizo pode não ser percebida no solo, pois pode derreter antes disso. Este pode
afetar a estrutura da aeronave em voo, do velame e equipamentos do pqdt. Normalmente, as condições
atmosféricas que permitem a formação de granizo, não são ideais para a infiltração com velame aberto.

9.8.6.1 Nessas condições, há formação de gelo nas bordas do velame, linhas de suspensão, slider, bem
como obstrução em algumas superfícies, como as costuras do velame, pilotinho e a bolsa do paraquedas.
O gelo aumenta o arrasto, diminuindo consideravelmente a razão de av anço do paraquedas e diminuindo a
sustentação, deformando o modelo aerodinâmico de velame.

2-173
9.8.7 É sabido que o ar se torna menos denso à medida que nos afastamos da superfície terrestre,
influenciando na performance do paraquedas, nos instrumentos que utilizam a pressão atmosférica e na
fisiologia humana (necessidade de oxigênio suplementar).

9.8.7.1 A variação diária na temperatura terrestre afeta consideravelmente a atmosfera da superfície até
4000 ft de altura. Durante uma infiltração noturna, o pqdt normalmente sentirá uma drástica mudança de
temperatura durante a queda livre ou quando passar por essa altura com seu velame aberto.

9.8.7.2 As variações diárias na temperatura e os movimentos convectivos do ar são muito menores sobre
uma extensa área de vegetação e águas profundas, acarretando a redução significante do desempenho do
velame, demandando um encurtamento da distância entre o PA e a ZL, preferencialmente através do
aumento do fator de segurança.

9.8.7.3 Segundo Tabela Padrão, a temperatura decresce 2ºC a cada 1000 ft de altitude que se sobe.
Através dessa informação, associada à tabela de sensação térmica (Anexo N) determina-se o nível de
proteção contra os efeitos climáticos que o saltador deve usar.

9.8.7.4 A temperatura decresce conforme aumenta a altitude, até a altitude aproximada de 35000 ft, onde a
temperatura, teoricamente, se torna isotérmica (temperatura constante).

9.8.8 Os altímetros são dispositivos mecânicos, independente de o display ser digital, sendo assim, não
são 100% precisos, pois sofrem a influencia da temperatura que altera a pressão atmosférica.

9.8.8.1 A indicação de altura do altímetro em uma infiltração HAHO será sempre algumas centenas de pés
diferente do apresentado por um satélite de navegação tridimensional ou de uma altitude triangulada por
outros satélites, de acordo com a temperatura do ar no local. Essa incorreção na leitura da altura acarreta
problemas como: consciência de altura equivocada, dificuldade na transposição de obstáculos, erro na
liberação de bundles e dificuldade na aproximação final.

(Fig 9-16 – Influência da temperatura no altímetro)

9.8.9 Ao planejar uma infiltração noturna, é essencial que o MSL leve em consideração a fase da lua e seu
nível de iluminação. Sua utilização como referência é particularmente válida quando o alvo está em áreas
2-174
onde há poucas regiões com eletricidade ou sem uma zona urbana iluminada ou, ainda, quando existem
poucos pontos nítidos para referência visual.

9.8.9.1 Ao escolher o horário da infiltração, o MSL deve ter atenção para que a Lua não sirva de luz de
fundo no momento em que estiver próxima ao horizonte, denunciando a posição de pouso da equipe.

9.8.10 Todo o planejamento realizado com antecedência deve ser revalidado momentos antes do
embarque, de forma a confirmar os dados obtidos, atualizar dados de inteligência e incorporar dados
recentes sobre a meteorologia.

9.8.10.1 O MSL deve possuir um conhecimento aprofundado sobre os dados colhidos, porém, deve ter
maior preocupação com os dados que não possui, lembrando-se sempre de que a previsão do tempo não é
uma ciência exata e que nada substitui a experiência obtida através de saltos de treinamento em condições
específicas, enquadrados em situações táticas que se assemelham as condições reais.

9.8.10.2 Tendo como objetivo principal o cumprimento da missão e o salto de paraquedas apenas um meio
de infiltração, as condições meteorológicas, não estando favoráveis, devem ser encaradas como um fator
determinante para a escolha de outro método de infiltração.

2-175
2-176
2-177
2-178
ANEXO B - PREENCHIMENTO

PQ-5/ SL – RELATÓRIO DO CHEFE DA EQUIPE DE TERRA

a. Definição (finalidade e elaboração)


2-179
 Documento hábil, por meio do qual o Chefe da Equipe de Terra toma conhecimento
de dados técnicos relacionados com o desenvolvimento de determinada missão de vôo e
lançamento e registra as ocorrências em sua execução.
 Confecção obrigatória para qualquer missão.
 Dividi-se em quatro partes, sendo a primeira, correspondente ao planejamento
(dados retirados da PQ-1), preenchida pelo S/3 da OM. As outras partes relativas a execução da
missão são preenchidas pelo Chefe da Equipe de Terra.
 São preenchidas diferentemente para as missões de salto semi-automático e salto
livre.
b. Preenchimento
- Itens

O PQ-5 / SL contém, para preenchimento, 4(quatro) partes.

1ª PARTE – CARACTERÍSTICAS DA MISSÃO

Nr 1 - DATA / HORA - Da realização da missão, hora do briefing - dia com dois algarismos; hora com quatro
algarismos, mês com três letras, sendo a 1ª maiúscula e as demais minúsculas; ano com os dois últimos
algarismos. Ex: 08 0800 Abr 08.
Nr 2 - NÚMERO DA MISSÃO - É o número que consta no PQ-1, quando for missão extra, deverá
constar a observação EXTRA;
Nr 3 - CÓDIGO(S) DA(S) MISSÃO(ÕES) - Especifica detalhes para o cumprimento da missão. Ex:
LL-AHC-D/N;
Nr 4 - ZONA DE LANÇAMENTO - Nome da zona de lançamento ou local do salto, escrito com letras
maiúsculas. Ex: GERICINÓ, RESENDE, AFONSOS, BARRA JUMPING;
Nr 5 - LOCAL – Nome da cidade, escrito em letras maiúsculas, com a sigla da Federação. Ex: RIO DE JANEIRO –
RJ; RESENDE – RJ.
Nr 6 - ALTITUDE ZL – É a distância vertical em relação ao nível do mar até a ZL onde será realizado o salto,
medida em pés(Ft). Ex: ZL de Afonsos-RJ - 110Ft.
Nr 7 - TIPO E NÚMERO DA AERONAVE - Tipo e número da aeronave sendo este entre

2-180
parênteses. Ex: C-105 (2354), C-130 (2465) e C-95 (2300).

Nr 8 - NÚMERO DE HOMENS POR PORTA – Este item somente será preenchido em missões de
salto semi-automático, no caso de missão de salto livre fazer um traço na horizontal. Ex: - .
Nr 9 - TIPO DE LANÇAMENTO - O(s) tipo(s) de lançamento(s) que será(ão) realizado(s). Quando houver mais
de um tipo, registrar todos, escritos(s) com letras maiúsculas e separados por um traço diagonal. Ex:
SONDA/LIVRE; LV/RÁDIO; LIVRE.

Nr 10 - ALTURA(S) DE LANÇAMENTO(S) - Altura(s), em pés para a realização da missão. Quando


houver mais de uma altura, registrar apenas a menor e a maior.
Ex: 12000Ft, 7000Ft e 10000Ft.
Nr 11 – EIXO DE LANÇAMENTO – É o azimute de entrada da aeronave. Quando houver mais de uma entrada,
registrar todas, separadas por um traço diagonal. Ex: 260º; 120º/ 060º.
Nr 12 – FORMAÇÃO – Se não for previsto lançamento em formação, deverá ser preenchido formação
ISOLADA.
Nr 13 - NOTAM – Preencher com seu número, a data, e o período (deverá ser lançado o horário local).
Ex: C – 1140 / 26 Jul 02 / 0700 – 1800 P; A – 1020 / 14 Jul 01 / 0800 – 1700 P.

Nr 14 – ASSINATURA DO S/3 - OM – Assinatura do S/3 da OM responsável pela missão, preenchida conforme


as abreviaturas das NGA Aet. Ex: 25BI, 26BI, 27BI, 8GAC,20 BL, 20CC, CCBDA, BDOMPSA, CIP, 1CEC, CPrec,
DSau, SSSL, 1ECP, Cmdo Bda;

2ª PARTE –EXECUÇÃO DA MISSÃO


- É preenchida pelo Chefe da Equipe de Terra, e refere-se a execução da missão. Nr 15 – EQUIPE EM
FUNÇÃO – Componentes da equipe de terra e os pilotos das aeronaves.
Ex: 15. Eq EM FUNÇÃO OM
Ch Eq Terra 2º Sgt GUERREIRO CIP

DoMPSA 2º Sgt MAIQUE B


DOMPSA

MÉDICO 2º Ten MÁRIO 27 BI

Ten FÁBIO/Ten CRUZ 6ºETA

PILOTOS - / - -
- / - -

Nr 16 – TEMPO DE MISSÃO – É o horário de início e término de missão, ou seja, a hora

2-181
da primeira decolagem do dia e o último pouso do dia. Ex: Início 08h00min e Término

11h55min.

Nr 17 – SUSTENTAÇÃO – Não é preenchida para missões de Salto Livre, então por ocasião do preenchimento
deve ser colocado um traço horizontal nos espaços respectivos.
Nr 18 – VENTO – Preencher a direção do vento em graus com 03(três) algarismos, e a intensidade mínima e
máxima com 02(dois) algarismos. Ex: 010 º a 040º ; 04 nós a 07 nós.
Nr 19 – MSL – Conforme a missão e por aeronave, preencher com letra maiúscula, e colocar a OM do militar
conforme a NGA Aet. Ex: 1º Av - Cap MARCOS / CIP; 2º Av - 2º Sgt LUCAS/ CPrec ; 3º Av - 1º Ten MATHEUS
1BFE.
Nr 20 – RESUMO – Conforme o executado em saídas, passagens por saída e número de saltadores das
mesmas. Ex: Nº Psg/Saída – 04; Nº Salt/Psg - Lançamento da Sonda – S / Passagem em branco – Br / 07 / 05.
Saídas Rlz 1ª 2ª 3ª
06 04 04
NºPsg/Saída
S BR 12 12 11 11 12 11 11

11 11 10 10 10
Nº Salt/Psg
Nr 21 – OBSERVAÇÕES – O chefe da Equipe Terra deverá lançar, caso haja alterações, de forma objetiva e
com clareza apenas expondo os fatos, e ainda as horas de vôo utilizadas e em seguida assinar a PQ-5/SL. Ex 1:
SEM ALTERAÇÃO; Ex 2: O SALTADOR DA 2ª PASSAGEM, DO 1º Av, 2º SGT FULANO DO CIP PERDEU O RIP
CORD.
Ex 3: O SALTADOR DA 3ª PASSAGEM, DO 3º Av, 1º TEN CICLANO DO 26 BI, POR OCASIÃO DO
COMANDAMENTO DO PRINCIPAL, EXECUTOU O PROCEDIMENTO DE EMERGÊNCIA, VINDO A PERDER A FREE
BAG, POUSANDO EM SEGURANÇA.
Quando não houver alteração, deverá ser escrito “sem alteração” na 1ª linha e feito um risco diagonal
anulando as demais.
OBS: No campo: horas de vôo utilizadas, o MSL Ch Eqp Terra deverá estimar as horas de vôo utilizadas
durante a referida missão (decolagem e pouso de cada avião).
3ªPARTE – PARTE EXPOSITIVA (Em caso de acidente ou incidente Aet)
Constitui-se em uma parte expositiva que somente deverá ser feita em caso de acidente ou
incidente aeroterrestre.
Não deverá constituir documento para compor Autos de Sindicância ou IPM, pois visa somente a
corrigir a repetição de erros ou atividade.
O Chefe da Equipe de Terra deverá coletar os seguintes dados:

2-182
1) Características da Zona de Lançamento; Dimensões, Limites, Obstáculos internos e
externos.
2) Meteorologia (do momento do acidente); Lançar de forma clara e objetiva as observações
meteorológicas no instante do acidente.
3) Relação nominal dos Saltadores envolvidos no acidente/incidente. Nome, Posto, Unidade.
4) Descrição do fato pelo Ch Eq Terra (visão imparcial); Deverá ser lançado somente aquilo
que tiver sido observado.
5) Ex: O Cap Fulano do CIP, da terceira passagem, do primeiro avião, tomou o procedimento
de emergência, fazendo o seu pouso em segurança, em uma área alternativa.(RUBRICA do Ch Eq
Terra)
6) Descrição do fato pela(s) testemunha(s) (caso haja); Nome completo, posto, identidade,
unidade e assinatura da(s) testemunha(s).
7) Descrição do fato pelo(s) saltador (es); Nome completo, posto, identidade, unidade e
assinatura do(s) saltador (es).
8) Descrição do fato pelo MSL; Deverá ser lançado somente aquilo que tiver sido observado.
Ex: Por ocasião do acidente não observei o acidente/incidente, pois estava executando o trabalho em
queda previsto no briefing.(RUBRICA do MSL)
4ª PARTE – PARTE CONCLUSIVA (No caso de ser preenchida a 3ª parte) esta parte
não constituirá documento para compor os autos de Sindicância e IPM.
Nesta parte o Chefe da Equipe de Terra deverá colocar:
1) Parecer do médico da missão; Nome completo do médico, Unidade, identidade, assinatura
e CRM.
2) Parecer do DoMPSA da missão: Deverá lançar o parecer relativo ao material envolvido no
acidente. Ex: Pára-quedas, Equipamento, Velame Reserva, Dispositivo de segurança
automático.(RUBRICA do DoMPSA da missão).
3) Parecer do Chefe da Equipe de Terra: Deverá ser claro e preciso em seu parecer. Ex: SOU
DE PARECER QUE O SGT FULANO DO CIP AGIU EM CONFORMIDADE COM OS PROCEDIMENTOS
ADOTADOS PELA BDA INF PQDT.
Após isso assinará e fará a entrega ao S/3 da Unidade , que encaminhará após a sua assinatura para a 3ª
Sec EMG/Bda Inf Pqdt, através MDO, no prazo máximo de 24(vinte e quatro) horas.
Constará ainda deste documento:
4) Parecer do Adj Aet/Bda Inf Pqdt;
5) Despacho do Ch EM Bda Inf Pqdt.

C-1
ANEXO C – PARTE DE ACIDENTE

(PQ – 6)

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

BRIGADA DE INFANTARIA PÁRA-QUEDISTA

CENTRO DE INSTRUÇÃO PÁRA-QUEDISTA GENERAL PENHA BRASIL

( Escola de Pára-quedistas / 1945 )

Parte S/nº/PQ-6 Rio de Janeiro, RJ, 1º de julho de 2020

Do 1º Ten CILANO DA SILVA – MSL 1º Avi - CIP (MS/MSL/ML)


Av-(OM)

Ao Sr Comandante do Cia Prec Pqdt

Assunto: Acidente ocorrido com Oficial/Praça

1. Versa o presente expediente sobre acidente ocorrido com Oficial/Praça.

2. PARTE TESTEMUNHAL (MS/MSL/ML do Avião).


a. Acidentado
Posto Nr Nome completo Idt OM
/ Pqdt
Grad
3º Sgt 74551 MARCOLINO DA SILVA REIS 1394789- Cia Prec
5 Pqdt
b. Acidente ocorrido em (data/hora): 011000 Jul 20
c. Declaração sobre indícios de imprudência, imperícia ou negligência por parte
do acidentado: Não houve
d. Testemunhas
Posto Nr Nome completo Idt OM
/ Pqdt
Grad
Cap 40151 DAIVSON MARQUES DOS SANTOS 5524879- Cia Prec
4 Pqdt

3. PARTE TÉCNICA
a. Missão Nr: 100 b. Nr de ordem da Anv: 1º Av c. Numeral do Av: 2802
d. Tipo de Anv: C-105 e. Tipo de saída da Anv: ( X ) porta lateral ( ) porta de carga

f. Velocidade do vento: 6KT g. Descrição da ZL: solo firme e gramado

h. Nr de saltos do militar acidentado: 45


i. Efetivo de saltadores no evento: 80
j. Natureza do salto: ( ) Readaptação ( x ) Adestramento ( ) Curso de formação( )Missão

4. PARTE MÉDICA (PREENCHIMENTO A CARGO DO MÉDICO DA MISSÃO)


a. Impressão diagnóstica: (3)
b. Tipo de lesão:
( ) Trauma ( ) Fratura ( ) Contratura/Estiramento muscular ( ) Entorse
C-2
( ) Luxação ( ) Ruptura muscular ( ) Escoriação ( ) Queimadura ( ) Equimose

c. Região anatômica
( ) Cabeça ( ) Tronco ( ) Membros inferiores ( ) Membros superiores

d. Lado do corpo
( ) Lado direito ( ) Lado esquerdo

e. Ponto anatômico
( ) Cabeça ( ) Ombro ( ) Braço ( ) Cotovelo ( ) Antebraço ( ) Mão ( ) Quadril ( ) Coluna
Vertebral ( ) Cervical ( ) Torácica ( ) Lombar ( ) Sacro ( ) Glúteo
( ) Coxa ( ) Joelho ( ) Perna ( ) Tornozelo ( ) Pés ( ) Outros:
f. Hospital para o qual foi evacuado o acidentado:
g. Data-hora do atendimento/baixa ao hospital:

h. Médico (Posto, nome e OM):


i. Telefone de contato:
j. É ou não o caso de Lavratura de Atestado de origem:
l. Médico (assinatura e CRM):

CICLANO DA SILVA – 1° Ten


MSL do 1° Avi do CIP

DESPACHO DO CMT OM
É ( ) NÃO É ( ) O CASO DE ATESTADO DE ORIGEM É ()
NÃO É ( ) ACIDENTE DE SERVIÇO
SIM ( ) NÃO ( ) INSTAURE-SE SINDICÂNCIA PARA APURAÇÃO DOS FATOS. PUBLIQUE-SE EM
BOLETIM INTERNO
Observações:

(1) Toda a PQ-6 deve ser preenchida com letra de imprensa.


(2) OM do Acidentado
(3) Descrever, legível e objetivamente, o estado do acidentado no momento em que lhe foram prestados os
Primeiros socorros médico-cirúrgicos, tendo o cuidado de assinalar as perturbações mórbidas
encontradas tal como se fora um auto de exame de corpo delito

Assinatura do Cmt OM do
acidentado

C-3
ANEXO D - RELATÓRIO DE PERIGO

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
BRIGADA DE INFANTARIA PÁRA-QUEDISTA
CENTRO DE INSTRUÇÃO PÁRA-QUEDISTA GENERAL PENHA BRASIL
( Escola de Pára-quedistas / 1945 )

RELATÓRIO DE PERIGO

Os relatos das ocorrências ou das observações aqui apresentadas têm como única
finalidade aumentar a segurança de vôo e lançamento e devem ser baseados em fatos ou
experiências pessoais que, em sua opinião, possam contribuir para evitar a ocorrência de um
acidente ou incidente aeroterrestre. Os dados aqui contidos serão para uso do Oficial de Prevenção
de Incidentes e Acidentes Aeroterrestres (OPIAAet).

DADOS DA MISSÃO

Data da Missão: 28 de fevereiro de 2020

Nr da Missão: 31

Código da Missão: LL -AH - D

Tipo e Quant Anv: C-95 (1 x 4)

Tipo de Missão: Adestramento da Bda Inf Pqdt

Local: Zona de lançamento do Barra Jumping

Anv Envolvida : C-95 (2330)

DESCRIÇÃO DO INCIDENTE OU SITUAÇÃO PERIGOSA

(descrição sucinta do fato contextualizado com a missão)

E-1
ENCAMINHAMENTO

Do: 2º Sgt ANGELO

Ao: OPIAAet CIPqdtGPB

Rio, 28 de Fevereiro de 2020 __________________

Local e Data Assinatura

E-2
PARECER /RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA DO OPAI Aet

_________________________ _____________________

Local e Data Assinatura

E-3
SOLUÇÃO / DIVULGAÇÃO

______________________ ______________________________________

Local e Data RICARDO MOUSSALLEM – Cel

Cmt CI Pqdt GPB

E-4
ANEXO E - RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO INICIAL

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

BRIGADA DE INFANTARIA PÁRA-QUEDISTA

CENTRO DE INSTRUÇÃO PÁRA-QUEDISTA GENERAL PENHA BRASIL

( Escola de Pára-quedistas / 1945 )

I- INFORMAÇÕES GERAIS
1.TIPO DE 2. LOCAL: 3.DATA/HOR 4.TIPO 5.PESSOAL 6. MATERIAL
INCIDENTE: A: DA RESPONSÁVE UTILIZADO:
Rio de MISSÃO: L PELA
Pouso de Paraquedista Janeiro 230900 Fev 20 MISSÃO: Biruta, Alvo,
sobre a água Barra Salto livre Seta, Rádio
da de Curso de Terra-Avião,
Tijuca Adestramen Salto Livre Touca, Óculos,
ZL Barra to da Bda Altímetro,
Jumping Inf Pqdt. Sonda, Pqd
Student
Vector (Nav)
II- ELEMENTOS DE
INVESTIGAÇÃO

E-5
1. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO INCIDENTE:
Durante a realização do salto de adestramento da Brigada de Infantaria
Paraquedista na ZL Barra Jumping, o saltador , Ten Fulano, realizou um pouso de
emergência na lagoa de Jacarepaguá, localizada aproximadamente 650 metros do
alvo. Segundo o seu relato, durante a queda, vinha sendo feito um trabalho de
No Contact, observado pelo 2º Sgt Beltrano.
Ao atingir a altura prevista para o encerramento dos trabalhos (4000 Ft), o
Sgt Beltrano sinalizou e neste momento, o Ten Fulano consultou o seu altímetro
que registrava a altura de 4700 Ft aproximadamente; como a altura determinada
para o comandamento do seu paraquedas era aos 3200 Ft, concluiu haver tempo
suficiente para o afastamento. Após a realização do track de afastamento o Ten
Fulano ao consultar novamente o seu altímetro percebeu que o mesmo
permanecia inalterado aos 4500 Ft, neste momento concluiu que o altímetro
estava com defeito, realizando imediatamente o comandamento de seu
paraquedas. Após a abertura do paraquedas, verificou que encontrava-se em uma
altura abaixo dos padrões de um comandamento normal e sobre a lagoa de
Jacarepaguá, tentou então, utilizando os recursos do paraquedas alcançar a
margem mais próxima da lagoa, o que não foi o suficiente para vencer a massa
d’água. Antes de pousar, realizou um flair e ao tocar os pés na água acionou o
seu LPU. Permaneceu na água por aproximadamente cinco minutos quando foi
resgatado por pescadores da localidade. Após o resgate, foi atendido pelo 2º Ten
Alcântara, médico da missão, onde constatou não haver necessidade de
confeccionar a PQ-6.
Segundo a informação do 2º Sgt Guerreiro, Chefe da Equipe de Terra, houve
a abertura de dois paraquedas Navegator abaixo do nível dos outros saltadores
daquela equipe e quando percebeu que iriam pousar fora da zona de lançamento,
ordenou que os soldados, que compunham a equipe de resgate e o auxiliar de
DoMPSA se deslocassem para o local de impacto dos militares. Um dos militares,
Sgt Beltrano, conseguiu pousar em uma área alternativa por ter comandado a
uma altura acima do outro militar, Ten Fulano que pousou na água.O resgate se
efetuou com o auxílio de pescadores da localidade e o atendimento, pelo médico
da missão.
Conforme relato do 2º Sgt Pedra, DOMPSA da missão, o fato ocorreu
conforme o descrito acima.

2. FOTOGRAFIA
- Em anexo.

E-6
650 m

200 m

E-7
III – IDENTIFICAÇÃO DO ACIDENTADO
- Não houve acidentado
IV- PARTICIPANTES DA MISSÃO E
TESTEMUNHAS

Nome completo; posto/grad; Nr Pqdt; Idt; OM

V- PÁRA-QUEDAS
STUDENT-VECTOR – número 19, com sistema de comando do velame principal pelo
“HAND
DEPLOYMENT” e o seu sistema de liberação do velame é o de 03 ( três ) argolas.
VI- DANOS MATERIAIS:
ALTÍMETRO – 12.040ft, conforme a observação do saltador o mesmo encontrava-se
travado na
altura de 4.500ft.
VII – DANOS A TERCEIROS
Não houve.
VIII- PARECER DA COMISSÃO
O pouso do paraquedista na água ocorreu devido ao comandamento baixo do
paraquedas do saltador. As causas deste comandamento baixo foram:
1- Falha no funcionamento do altímetro, que travou na altura de 4.500ft.
2- O saltador, após receber sinalização de término dos trabalhos de queda do Sgt
Beltrano, que estava observando-o, realizou um track de separação
extremamente longo e teve a sua abertura de velame filmada bem mais abaixo
que a do câmera.

O paraquedista pode ter tido dificuldade na avaliação da altura durante a


navegação, pois seu altímetro encontrava-se travado, porém uma vez constatado
que ia pousar na água deveria ter acionado seu LPU e desligado o STEVENS
SYSTEM, o que realizou após ter tocado na água; realizado em seguida o flair,
como foi feito, e desconectado o seu velame principal ao tocar na água, também
não realizado contrariando assim alguns procedimentos para o pouso de
emergência na água.

Como sugestões para que não ocorram incidentes desta natureza é recomendável:
a. Recapitulação prévia dos procedimentos de emergência pelos saltadores.
b. Nenhum saltador tem a garantia do funcionamento dos seus equipamentos,
portanto as sinalizações e procedimentos de outros paraquedistas devem
servir de alerta e antecipação para a tomada de procedimentos.
c. Verificou-se que durante a realização de saltos próximos a massa d’água há
necessidade da existência de botes e helicóptero de sobreaviso para o caso de
incidentes desta natureza.

E-8
Rio de Janeiro, RJ, 28 de fevereiro de 2020

Maj CICLANO DA SILVA DOS SANTOS – Adj Aet /3º Sec


EMG Bda

Maj QUEBRA OSSOS DOS ALUNOS – MSL DA MISSÃO

2º Sgt GUERREIRO DA SILVA – Ch Eq Terra

2º Ten ANDRÉ MONTEIRO DE ALCÂNTARA OLIVEIRA – Of Med DA MISSÃO

2º Sgt JANGAL PEDRA DOS ANJOS – DoMPSA DA


MISSÃO

ANEXO F - FICHA DE BRIEFING

F-1
MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

BRIGADA DE INFANTARIA PÁRA-QUEDISTA

CENTRO DE INSTRUÇÃO PÁRA-QUEDISTA GENERAL PENHA BRASIL

( Escola de Pára-quedistas / 1945 )

FICHA DE BRIEFING

DATA / / LIGAÇÃO TERRA-AVIÃO

MISSÃO: Freq
_______________________ Pcp:__________________________
NOTAM
Freq Alt:
NR:____________________
__________________________
PERÍODO ÁREA DE
Anv
POUSO:____________________
Tipo/Nr:___________/___________
____
_
EFETIVO
CÓDIGO
ABORDO:______________
Anv:______________________

CÓDIGO
TERRA:___________________
MEDICO MISSÃO(Nome,OM, Nr PILOTOS:
Tel): _________________________
____________________________ _____________________________
___ _____
NR DE NR DE EIXO DE ALTURA DE
OBSERVAÇÕES
SAÍDAS PASSG. LANÇAMENTO LANÇAMENTO
1 QUALQUER 3.000 Ft SONDA
2 Impacto de 3.000 Ft Visualizar o
sonda impacto da
sonda
(SFC)
1 A det 7.000 Ft PESSOAL
1 A det 9.000 Ft PESSOAL
2 A det 12.000 Ft PESSOAL

F-2
F-3
BRIEFING COM O PILOTO DA AERONAVE

a) LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE POUSO;


b) NÚMERO DE PARAQUEDISTAS EMBARCADOS E MATERIAL A SER
TRANSPORTADO (PESO TOTAL DA CARGA EM PESSOAL E MATERIAL);
c) NÚMERO DE SAÍDAS E PASSAGENS SOBRE A ÁREA DE POUSO;
d) ALTURA DE LANÇAMENTO DA SONDA E DO PESSOAL:
e) EIXO DE ENTRADA DA AERONAVE PARA LANÇAMENTO DA SONDA;
f)EIXO DE ENTRADA DA AERONAVE PARA LANÇAMENTO DO PESSOAL;
g) CIRCUITO DA AERONAVE (PELA ESQUERDA OU PELA DIREITA);
h) PONTO DE SAÍDA PARA O LANÇAMENTO;
i) VELOCIDADE DA AERONAVE PARA LANÇAMENTO DO PESSOAL;
j) SINAIS CONVENCIONAIS ENTRE PILOTO E MSL (LUZES E TOQUES DE
CAMPAINHA);
k) SINAIS E CORREÇÕES PARA O LANÇAMENTO;
l) LIGAÇÃO TERRA-AVIÃO (SINALIZAÇÃO DO SALTO, FREQUÊNCIA RÁDIO,
CÓDIGO DE CHAMADA, ALTERNATIVAS, TESTE RÁDIO);
m) INTERDIÇÃO DE ÁREA (HORÁRIO, ALTURA, NOTAM);
n) HORÁRIOS (GUARNECER, EMBARQUE,
DECOLAGEM, INÍCIO E TÉRMINO DO
LANÇAMENTO); E
o) TEMPO ESTIMADO DE VOO E ESCALAS (VIAGEM).

TRIPULAÇÃO DA AERONAVE

AERONAVE TIPO/ NÚMERO:


1 P NOME:

2 P NOME:
MEC NOME:
NOTAM ALTURA E PERÍODO:
MISSÃO NR
OBS:

F-4
ALVO

IMPEDIMENTO TEMPORÁRIO

OBS: NO IMPEDIMENTO DEFINITIVO RETIRAM-SE PAINEIS

ALVO

ENTRADA COM VENTO DE NARIZ

F-5

PONTO DE IMPACTO DA SONDA


F-6
F-7
F-8
F-9
F-10
F-11
ANEXO K - INTERPRETAÇÃO DA CARTA DOS VENTOS

CARTA DE VENTOS

1. INTERPRETAÇÃO:

a. Direção do Vento

É representada por hastes de seta na direção da qual o vento está soprando

F-12
Vento com direção de 360º N Vento com direção de 90º
E

Vento com direção de 180º S Vento com direção de 270º W

b. Velocidade do Vento

A velocidade do vento é representada por rebarbas e flâmulas cheias.

Uma rebarba (barbela) completa representa 10 Kt; meia rebarba representa 5 KT e


uma flâmula (bandeira) representa 50 Kt.

TABELA DE PLOTAGEM DA VELOCIDADE DO VENTO

Velocidade em m/s Velocidade em nós (Kt)

0,5 - 1 1 - 2

1,5 - 3,5 3 - 7

4 - 6 8 - 12

6,5 - 8,5 13 - 17

>
9 - 11 18 22
-

11,5 - 13,5 23 - 27

14 - 16 28 - 32

16,5 - 18,5 33 - 37

19 - 21 38 - 42

F-13
21,5 - 23,5 43 - 47

24 - 26 48 - 52

26,5 - 28,5 53 - 57

29 - 31 58 - 62

31,5 - 33,5 63 - 67

34 - 36 68 - 72

36,5 - 38,5 73 - 77

39 - 41 78 - 82

41,5 - 43,5 83 - 87

44 - 46 88 - 92

46,5 - 48,5 93 - 97

49 - 51 98 - 102

51,5 - 53,5 103 - 107

c. Temperatura

A temperatura, em graus Celsius, é plotada acompanhada do sinal (+) quando


positiva e sem o sinal, quando negativa; referindo-se ao nível de vôo (FL) da respectiva
carta e ao ponto geográfico no qual está plotado.

Exemplo:

F-14
F-15
ANEXO M – ANALISE DE CARTAS SIGWX

CARTA PROGNOSTICADA DE TEMPO SIGNIFICATIVO

SÍMBOLOS DE FENÔMENOS SIGWX

1. São incluídas, em um canto da carta, as seguintes informações: o símbolo de


materiais radioativos; latitude/longitude do local do acidente; e data/hora do
acidente. Deve-se, também, verificar mensagens NOTAM para ver se há outras
informações a serem adicionadas.

F-16
2. São incluídas, em um canto da carta, as seguintes informações: o símbolo de
erupção vulcânica; nome e número internacional do vulcão (se conhecido);
latitude/longitude; e data/hora da primeira erupção (se conhecidos). Deve-se,
também, verificar mensagens SIGMET e NOTAM/ASHTAM para cinzas vulcânicas.
3. Símbolo de precipitação congelante formado sob temperaturas muito baixas, não
se refere à formação de gelo devido à precipitação que entra em contato com a
aeronave.
NOTA : As alturas entre as quais os fenômenos são previstos ocorrerem, serão
indicadas como especificado na legenda da carta: o topo sobre a base.

FRENTES, ZONAS DE CONVERGÊNCIA E OUTROS SÍMBOLOS USADOS

1. Os algarismos dentro do símbolo representam a altura total das ondas, em pés ou


metros.
2. Os algarismos dentro do símbolo representam a temperatura da superfície do
mar, em °C.
3. Este símbolo se refere às áreas extensas de vento forte à superfície, onde a sua
velocidade exceda a 30 kt (60 km/h).

ABREVIATURAS USADAS PARA DESCREVER NUVENS

1. TIPOS:
CI - CIRRUS SC - STRATOCUMULUS

F-17
CC - CIRROCUMULUS ST - STRATUS
CS - CIRROSTRATUS CU - CUMULUS
AC - ALTOCUMULUS CB - CUMULUNIMBUS
- CUMULUS EM FORMA DE
AS - ALTOSTRATUS TCU
TORRES
NS - NIMBOSTRATUS

1. QUANTIDADES
NUVENS (EXCETO CB)
FEW - POUCO (1 A 2 OITAVOS)
SCT - ESPARSO (3 A 4 OITAVOS)
BKN - NUBLADO (5 A 7 OITAVOS)
OVC - ENCOBERTO (8 OITAVOS)

2. NUVENS (SOMENTE CB)


ISOL - CB INDIVIDUAIS (ISOLADOS)
OCNL - CB BEM SEPARADOS (OCASIONAIS)
- CB COM PEQUENA OU NENHUMA SEPARAÇÃO
FRQ
(FREQÜENTES)
EMBD - CB EMBUTIDOS EM CAMADAS DE OUTRAS NUVENS OU
ENCOBERTOS POR NÉVOA SECA (EMBUTIDOS)

ALTURAS

Nas cartas SWH e SWM, as alturas das nuvens são indicadas em níveis de vôo
(FL), topo sobre a base. Quando XXX for usado, os topos ou as bases estarão fora
da camada da atmosfera a que se refere a carta. Exemplos: . Nas cartas
SWL, as alturas são indicadas como altitudes acima do nível médio do mar e a
abreviatura SFC é usada para indicar o nível do solo.

DESCRIÇÃO DE LINHAS E SISTEMAS EM CARTAS ESPECIFICAS

Demarcação das áreas de tempo significativo.


(LINHA DE VIEIRA)

Delimitação de área de turbulência.

Posição do eixo da corrente de jato com


velocidade menor que 120kt, com indicação da
direção e velocidade do vento e altura, em nível de
voo.

F-18
Posição do eixo da corrente de jato com
velocidade igual ou maior que 120kt, com
indicação da direção e velocidade do vento e
altura, em nível de voo.
A extensão vertical (espessura) da corrente de jato
é mostrada logo abaixo do nível de voo e indica os
limites em que a velocidade se reduz a 80kt.
No exemplo, a corrente de jato com velocidade de
150kt ocorre em uma camada com extensão
vertical que se estende do fl280 ao fl330. Além
destes limites, a velocidade do vento se reduz a
80 kg.
A barra dupla representa uma mudança de 20kt ao
longo da corrente de jato. Por definição da OACI,
a corrente de jato se inicia e termina com
velocidades de 80kt. A barra dupla será utilizada
entre os símbolos de vento, ao longo da seta que
representa a corrente de jato.

Velocidade em nós e direção de sistemas frontais,


sistemas de pressão e anticiclone.

X Posição dos centros de pressão, em hpa.

L Centro de baixa pressão.

H Centro de alta pressão.

Altitude da isoterma de 0°C, em pés (hectopés)No


exemplo, o nível de 0ºC se encontra a uma
altitude de 6.000 ft.

Velocidade em nós e direção de sistemas frontais,


de pressão e anticiclones.

SETAS, REBARBAS E BANDEIROLAS


A haste indica a direção do vento e o número de rebarbas
e/ou bandeirolas corresponde à velocidade; uma
bandeirola corresponde a 50 kt, uma rebarba a 10 kt e
meia rebarba a 5 kt.

F-19
F-20

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