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MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
2020
OSTENSIVO CGCFN-50
MARINHA DO BRASIL
2020
FINALIDADE: BÁSICO
1ª EDIÇÃO
OSTENSIVO CGCFN-50
ATO DE APROVAÇÃO
AUTENTICADO RUBRICA
PELO ORC
Em_____/_____/_____ CARIMBO
OSTENSIVO - II - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-50
ÍNDICE
Ato de Aprovação.................................................................................................. II
Índice..................................................................................................................... III
Introdução.............................................................................................................. V
CAPÍTULO 1 - RELEVÂNCIA DO APOIO DE FOGO PARA AS
OPERAÇÕES DOS GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE
FUZILEIROS NAVAIS
1.1 - Considerações............................................................................................... 1-1
1.2 - Sistemas e Meios de Apoio de Fogo............................................................. 1-2
CAPÍTULO 2 - O APOIO DE FOGO ORGÂNICO DOS BATALHÕES DE
INFANTARIA DE FUZILEIROS NAVAIS
2.1 - Considerações Iniciais................................................................................... 2-1
2.2 - O Apoio de Fogo Orgânico das Companhias de Fuzileiros Navais.............. 2-1
2.3 - A Companhia de Apoio de Fogo................................................................... 2-2
CAPÍTULO 3 - APOIO DA ARTILHARIA DE CAMPANHA
3.1 - Tarefas Gerais da Artilharia de Campanha................................................... 3-1
3.2 - Sistema de Apoio de Fogo da Artilharia de Campanha................................ 3-1
3.3 - Possibilidades da Artilharia de Campanha.................................................... 3-4
3.4 - Limitações da Artilharia de Campanha......................................................... 3-6
3.5 - Situações de Comando da Artilharia de Campanha...................................... 3-8
3.6 - Formas de Emprego da Artilharia de Campanha.......................................... 3-8
3.7 - Tarefas Táticas Atribuídas a Artilharia de Campanha.................................. 3-9
3.8 - Organização para o Combate da Artilharia de Campanha............................ 3-14
CAPÍTULO 4 - APOIO DE FOGO DE BLINDADOS
4.1 - Considerações Iniciais................................................................................... 4-1
4.2 - Características dos Blindados....................................................................... 4-1
4.3 - Métodos de Controle..................................................................................... 4-1
4.4 - Apoio de Fogo dos Carros de Combate........................................................ 4-3
OSTENSIVO - IV - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-50
INTRODUÇÃO
1 – PROPÓSITO
Esta publicação tem o propósito de apresentar os meios de apoio de fogo orgânicos e não
orgânicos das Unidades de Fuzileiros empregados pelos Grupamentos Operativos de
Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav), suas características e aspectos relevantes para a integração
e a coordenação dos fogos. Neste manual, são abordadas as tarefas, as possibilidades e
limitações, as situações de comando e métodos de controle, bem como aspectos peculiares a
cada arma de apoio, relevantes para a compreensão do emprego de cada meio de apoio de
fogo.
2 – DESCRIÇÃO
Esta publicação está dividida em sete capítulos. O Capítulo 1 discorre sobre a relevância
do apoio de fogo para as operações dos GptOpFuzNav; o Capítulo 2 aborda o apoio de fogo
orgânico dos Batalhões de Infantaria de Fuzileiros Navais (BtlInfFuzNav); o Capítulo 3 trata
do apoio de artilharia de campanha; o Capítulo 4 aborda aspectos do apoio de fogo de
blindados; os Capítulos 5 e 6 tratam dos principais aspectos referentes ao apoio de fogo naval
e apoio de fogo aéreo, respectivamente; e o Capítulo 7 aborda a integração dos meios de apoio
de fogo aos GptOpFuzNav.
3 – CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 -Manual de Publicações da
Marinha, como: Publicação da Marinha do Brasil (PMB), não controlada, ostensiva, básica e
manual.
4 - SUBSTITUIÇÃO
Esta publicação substitui a CGCFN - 311 – Manual de Apoio de Fogo dos GptOpFuzNav,
1ª Edição, aprovada em 24 de novembro de 2011, em virtude da nova estrutura da Série de
manuais CGCFN, divulgada pelo Plano de Desenvolvimento de Publicações da Série CGCFN
(PDPS) 2020. A revisão do conteúdo do manual será realizada conforme o calendário
apresentado no Apêndice III do referido Plano.
CAPÍTULO 1
RELEVÂNCIA DO APOIO DE FOGO PARA AS OPERAÇÕES DOS
GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS
1.1 - CONSIDERAÇÕES
O GptOpFuzNav é, genericamente, uma organização para o Cmb nucleada por tropa de
fuzileiros navais, constituída para o cumprimento de missão específica e estruturada
segundo o conceito organizacional de componentes, que grupa os elementos
constitutivos de acordo com a natureza de suas atividades.
Os GptOpFuzNav podem ser empregados em qualquer operação ou ação, desde as
relacionadas a assistência humanitária, em situações de calamidade, até os conflitos
generalizados, onde se necessite uma ação decisiva de caráter estratégico, consoante às
hipóteses de emprego preconizadas no planejamento de alto nível de defesa. Nesses
conflitos, os GptOpFuzNav empregarão seu poder de Cmb de modo a assegurar a
conquista e manutenção de objetivos em terra.
A teoria da guerra prevê que cada função de Cmb deve ser considerada pelo planejador,
que deve, posteriormente, integrá-las e sincronizá-las para multiplicar o poder de Cmb
de sua força. Por função de Cmb entenda-se todas as atividades militares realizadas em
um espaço de batalha, que são agrupadas em áreas funcionais específicas, das quais se
destacam a manobra e o fogo, que deverão ser combinadas e sincronizadas de modo a se
obter o máximo de eficiência.
A manobra é o elemento dinâmico do Cmb, que permite concentrar força em ações
decisivas. Uma manobra adequada possibilita que forças de menor envergadura
sobrepujem outras maiores, por meio da surpresa, ação de choque, superioridade moral
e concentração de poder de Cmb em locais e momentos oportunos. A mobilidade e o
apoio de fogo, quando combinados, constituem os principais pilares da manobra, por
meio dos quais uma tropa obtém uma posição vantajosa para cumprir sua tarefa.
O apoio de fogo é essencial para desestabilizar a capacidade e a vontade de lutar do
inimigo. Sua utilização facilita a manobra, suprimindo ou neutralizando os fogos
inimigos e desorganizando-o taticamente. O apoio de fogo também pode ser empregado
independentemente da manobra, com vistas a destruir, retardar ou desorganizar tropas
inimigas ainda não empregadas. Os comandantes em todos os escalões devem estar
capacitados a empregar o armamento orgânico e os fogos de apoio disponíveis de forma
coordenada e integrada à ideia de manobra, de modo a assegurar a adequada aplicação
do poder de Cmb.
1.2 - SISTEMAS E MEIOS DE APOIO DE FOGO
Os GptOpFuzNav combinam, de forma modular, meios de Cmb, de apoio ao combate
(ApCmb) e de apoio de serviços ao combate (ApSvCmb). Dentro do espectro do
ApCmb, o Comandante de um GptOpFuzNav (CmtGptOpFuzNav) disporá de diversos
sistemas e meios de apoio de fogo terrestre, aéreo e naval, que poderão estar ou não sob
seu controle operacional.
Dentro da estrutura de um GptOpFuzNav, o Componente de Combate Terrestre (CCT) é
quem, normalmente, concentra os meios de Cmb e de apoio ao combate que estarão
presentes nos seus diversos níveis de organização. É o caso do apoio de fogo orgânico
do BtlInfFuzNav, materializado na Companhia de Apoio de Fogo (CiaApF) e nos
Pelotões de Petrechos (PelPtr) das Companhias de Fuzileiros Navais (CiaFuzNav).
Subordinada ao CCT, a Artilharia de Campanha (ArtCmp) proporciona ao
GptOpFuzNav o apoio de fogo para que seu comandante, em coordenação com os
demais sistemas de armas disponíveis, possa intervir no Cmb pelo fogo, seja pela
neutralização, destruição ou interdição de alvos que ameacem o cumprimento da
missão, seja por meio de fogos subsidiários de inquietação das tropas inimigas,
iluminação do campo de batalha e de proteção, de acordo com o tipo de manobra
adotado.
Os meios navais do conjugado anfíbio operarão em estreita relação com o
GptOpFuzNav e terão grande influência em sua manobra, particularmente pela
capacidade de empregar seu armamento em proveito das ações em terra. Esse apoio de
fogo é de fundamental importância, principalmente, nos momentos iniciais do Assalto
Anfíbio (AssAnf), quando a Força de Desembarque (ForDbq) ainda está edificando seu
poder de Cmb em terra.
O CmtGptOpFuzNav poderá contar, também, com o apoio de fogo dos meios aéreos
que, estando ou não sob seu controle operacional, irão requerer planejamento e
coordenação detalhados em face da variada gama de atividades, não só relacionadas ao
apoio de fogo, executadas pelas aeronaves (Anv).
Apesar de empregar o fogo em proveito do GptOpFuzNav, a artilharia antiaérea
(AAAe) não se enquadra como meio de apoio de fogo por não permitir que um
comandante interfira na manobra pelo fogo. Além disto, o seu emprego não compõe o
binômio fogo e movimento, não sendo diretamente vinculado à manobra. A AAAe
compõe um sistema único e independente, voltado para a defesa da área onde a tropa
encontra-se operando, denominado Sistema de Defesa Antiaérea.
A complexidade do emprego da artilharia de campanha, do fogo naval e do fogo aéreo
decorre não somente da utilização das armas e de seus vetores, mas também de um
conjunto de elementos (de controle, de coordenação, de busca de alvos, de apoio
logístico, de proteção etc.) que fazem com que esses apoios operem não apenas como
um meio, mas como sistemas de apoio de fogo. Por essa particularidade e pelo fato de
não serem orgânicos aos elementos de Cmb, esses sistemas recebem a designação
genérica de Armas de Apoio.
CAPÍTULO 2
O APOIO DE FOGO ORGÂNICO DOS BATALHÕES DE INFANTARIA DE
FUZILEIROS NAVAIS
2.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O BtlInfFuzNav é a unidade que nucleia o CCT de uma Unidade Anfíbia (UAnf),
podendo integrar o CCT de uma Brigada Anfíbia (BAnf) ou ainda disponibilizar uma
CiaFuzNav para constituir o núcleo de um Elemento Anfíbio (ElmAnf). Enquanto
núcleo do CCT, o BtlInfFuzNav contribui significativamente para manter e ampliar a
capacidade de Cmb dos GptOpFuzNav, contando com meios de comando e controle, de
apoio ao combate e de apoio de serviços ao combate, que lhe proporcionam a autonomia
e flexibilidade. No caso específico do apoio de fogo, devido a sua importância para a
manobra, ele deve ser dimensionado para atender tanto às necessidades específicas das
peças de manobra da Unidade, ou seja, suas CiaFuzNav, como às do próprio CCT.
2.2 - O APOIO DE FOGO ORGÂNICO DA COMPANHIA DE FUZILEIROS NAVAIS
A CiaFuzNav conta com apoio de fogo orgânico prestado pelo Pelotão de Petrechos
(PelPtr), que é organizado em três Seções de Metralhadoras 7,62mm (SeçMtr7,62mm),
a duas peças cada, e uma Seção de Morteiros 60 mm (SeçMrt60mm), a três peças, além
de uma Seção de Comando (SeçCmdo).
Durante as ações ofensivas, o PelPtr proporciona a base de fogos em apoio às peças de
manobra da CiaFuzNav.
Na defensiva, o PelPtr desencadeia fogos defensivos aproximados e de proteção final da
CiaFuzNav. As SeçMtr7,62mm são empregadas para aumentar o poder de fogo das
CiaFuzNav, contribuindo para infligir baixas e degradar o inimigo, visando a detê-lo
antes que atinja a Linha de Proteção Final (LPF). A SeçMrt60mm bate,
preferencialmente, alvos desenfiados, que não possam ser batidos por outras armas
orgânicas ou em apoio à CiaFuzNav, também contribuindo para deter o inimigo antes
que atinja a LPF. As SeçMtr7,62mm e a SeçMrt60mm são intensamente empregadas
nos Fogos de Proteção Final (FPF).
O emprego do PelPtr, sempre que possível, deverá ser centralizado, ou seja, em proveito
da CiaFuzNav como um todo, aumentando a flexibilidade na aplicação dos fogos e
assegurando a continuidade do apoio de fogo durante a manobra. O grau de controle
exercido pelo Comandante do PelPtr (CmtPelPtr) sobre suas seções variará conforme o
tempo disponível para reconhecimento e expedição de ordens, as possibilidades de
f) Controle do PelMAC
O emprego do PelMAC em apoio ao conjunto (ApCj) ao BtlInFuzNav flexibiliza
as ações (AC) do GptOpFuzNav, exigindo que o Comandante do Pelotão
selecione um Posto de Observação (PO) de onde possa observar todas as
SeçMAC, para coordenar as ações e dirigir seu tiro. Cabe ressaltar que o controle
das SeçMAC pode ser dificultado pela grande dispersão requerida no emprego
dessas frações, o que poderá implicar a designação de alguma SeçMAC em apoio
direto a uma CiaFuzNav, ou mesmo colocada na situação de comando à
disposição.
g) O PelMAC nas operações ofensivas
Durante o recebimento de ordens, o Comandante do PelMAC (CmtPelMAC)
deverá atentar para os seguintes aspectos:
- Tipos de blindados inimigos;
- Localização dos obstáculos AC;
- Localização dos meios AC das unidades vizinhas;
- Detalhes a respeito de atividades das tropas amigas;
- Tarefas do PelMAC; e
- Localização do PO, PC e ILS do BtlInfFuzNav.
I) PelMAC na zona de reunião (ZReu)
O PelMAC ocupará uma ZReu juntamente com a CiaApF ou receberá ordens
para realizar a segurança (AC) da ZReu, quando se posicionará de modo a
bater as principais vias de acesso (VA) para blindados que nela incidem.
II) Posições de tiro
No ataque, o PelMAC ocupa posições de tiro iniciais e subsequentes. As
iniciais são ocupadas antes da linha de partida (LP) para apoiar os elementos de
assalto no desembocar do ataque e no deslocamento da LP ao objetivo. As
posições de tiro subsequentes são ocupadas após a LP para apoiar os elementos
de assalto, quando o alcance do armamento e o terreno não permitirem apoiar,
das posições iniciais, o prosseguimento do ataque, a consolidação e a
reorganização.
As posições selecionadas devem permitir a execução de fogos nos flancos e
nos intervalos da tropa amiga.
Fig 2.3 - SçMtrP (posição principal) Fig 2.4 - SçMtrP (posição suplementar)
aproximados.
VIII) O PelMrt81mm na Defesa na Linha de um Curso d’água
Quando o traçado do LAADA coincidir com a margem de um curso d`água,
devem ser previstas concentrações sobre prováveis posições de ataque, na
margem oposta e barragens sobre prováveis locais de travessia. Quando o
traçado do LAADA estiver à retaguarda da margem do rio, as barragens serão
planejadas sobre prováveis locais de desembarque e VA na margem amiga.
CAPÍTULO 3
APOIO DA ARTILHARIA DE CAMPANHA
3.1 - TAREFAS GERAIS DA ARTILHARIA DE CAMPANHA
A finalidade da artilharia de campanha (ArtCmp) é proporcionar ao GptOpFuzNav o
apoio de fogo, necessário e suficiente, para que seu Comandante, em coordenação com
os demais sistemas de armas disponíveis, possa intervir no combate pelo fogo, seja pela
neutralização, destruição ou interdição de alvos que ameacem o cumprimento da
missão, seja por meio de fogos subsidiários de inquietação das tropas inimigas,
iluminação do campo de batalha e de proteção, de acordo com o tipo de manobra
adotado.
A ArtCmp tem as seguintes tarefas gerais:
- prestar apoio de fogo cerrado, contínuo e oportuno aos elementos de manobra em
primeiro escalão;
- aprofundar o combate pela aplicação de fogos sobre as reservas inimigas, instalações
de comando e controle e instalações logísticas inimigas; e
- realizar fogos de contrabateria dentro do alcance de suas armas.
Para que essas tarefas gerais sejam alcançadas, algumas capacidades devem ser
desenvolvidas, a saber:
- coordenar o apoio de fogo de artilharia;
- adquirir adequada e oportunamente alvos de interesse;
- empregar munição adequada de acordo com o alvo;
- prestar a segurança da posição ocupada;
- estabelecer adequado sistema de comunicações;
- movimentar de maneira adequada e oportuna seus meios;
- manter adequado e contínuo fluxo logístico; e
- manter sua tropa adestrada e preparada para o emprego.
3.2 - SISTEMA DE APOIO DE FOGO DA ARTILHARIA DE CAMPANHA
A ArtCmp não é uma arma, mas um sistema, formado por diversos subsistemas
interdependentes que contribuem para o cumprimento da missão.
Os subsistemas da ArtCmp são: linha de fogo, ligação e observação, topografia,
meteorologia, comunicações, busca de alvos, logística e direção de tiro.
4
Tiro realizado com o intuito de estabelecer correções a serem aplicadas a missões de tiro futuras.
5
Trama topográfica é o nome dado ao levantamento da posição, direção e desnível de elementos importantes para a solução
do problema técnico da artilharia de campanha, a saber, o tiro indireto.
6
Unidade de Tiro é a menor fração com a qual a ArtCmp pode empregar seus meios e apoiar, portanto, os elementos de
manobra com seus fogos. Esta fração corresponde às Baterias de Tiro (BiaT) que são o menor escalão de artilharia a ser
empregado.
3.2.4 - Meteorologia
Os fatores atmosféricos são responsáveis pela maior influência na balística externa
do projétil, podendo alterar significativamente o alcance e direção final deste. Esta
alteração influi na precisão obrigando que o tiro seja ajustado 7 antes da eficácia8,
acarretando em perda do princípio da oportunidade. Sendo assim, a capacidade de
obtenção de boletins meteorológicos e de inserção dos dados neles contidos nos
cálculos de tiro reduz significativamente este problema balístico, conferindo maior
precisão ao tiro.
3.2.5 - Comunicações
Subsistema que permite a integração entre os subsistemas participantes do tiro
propriamente dito. Devido ao grande fluxo de mensagens necessário ao controle
técnico e tático da ArtCmp, a quantidade de emissões eletromagnéticas pode
denunciar a posição dos diversos subsistemas. Para evitar que isso ocorra, os
procedimentos para segurança das comunicações devem ser rigorosamente
observados. Nesse sentido, o canal dados é o mais eficiente para a ArtCmp, pois
expõe menos o escalão de artilharia no espectro eletromagnético e elimina as perdas
de tempo para o tiro provenientes das transmissões de mensagens, comandos e
ordens de tiro.
3.2.6 - Busca de alvos
É o subsistema primordial para que tarefa geral da ArtCmp de realizar fogos de
contrabateria seja cumprida. A busca de alvos permitirá o desencadeamento de
rápidos, oportunos e eficientes fogos de contrabateria e contramorteiro, alcançando
assim a superioridade de fogos. Para um inimigo que possui eficiente sistema de
ArtCmp, a busca de alvos torna-se imprescindível para que nosso ciclo OODA
(Ciclo de Boyd ou Ciclo Decisão – Observação, Orientação, Decisão e Ação) seja
mais rápido do que o do inimigo no que tange ao apoio de fogo.
7
A ajustagem do tiro é uma técnica utilizada pelo OA com o intuito de enquadrar o alvo por meio de tiros subseqüentes de
forma que antes da eficácia sejam levantados os elementos de tiro necessários para que a eficácia seja executada
precisamente sobre o alvo.
8
Tiro de eficácia é o tipo de missão de tiro de artilharia a ser desencadeada, a pedido do observador, quando este julgar que o
alvo está precisamente localizado ou enquadrado. Tiro de destruição ou neutralização efetuado em condições tais que a
probabilidade de acerto e o dano ao alvo justifiquem o dispêndio de munição.
3.2.7 - Logística
Um dos maiores problemas da ArtCmp reside no volume e peso de sua carga
logística. Um eficiente sistema de apoio logístico, dotado dos adequados meios de
transporte, contribuirá significativamente para o cumprimento da tarefa geral da
ArtCmp de prover apoio de fogo cerrado, contínuo e oportuno aos elementos de
manobra em primeiro escalão.
3.2.8 - Direção de tiro
Subsistema composto pelo pessoal e equipamentos, por meio dos quais o comando
exerce a direção de tiro. Esse pessoal e equipamentos ficam localizados na Central de
Tiro onde os pedidos de tiro dos OA são transformados em comandos de tiro para os
meios de lançamento da linha de fogo. O ideal é que haja um sistema integrado de
direção de tiro capaz de receber automaticamente as informações do levantamento
topográfico e meteorológico e os pedidos de tiro dos OA inserindo-os rapidamente
no cálculo do tiro, além de permitir a transmissão via dados dos comandos de tiro
para os meios de lançamento da linha de fogo.
3.3 - POSSIBILIDADES DA ARTILHARIA DE CAMPANHA
3.3.1 - Transferir fogos rapidamente
Caso a artilharia esteja engajada inicialmente em determinado alvo e receba um
pedido de tiro para engajar alvo em outra direção, poderá rapidamente, sem a
necessidade de mudar de posição, empregar suas UT de forma que os fogos sejam
transferidos para o outro alvo, mesmo sem ter terminado efetivamente de cumprir a
missão anterior e, após realizar o tiro, retornar a primeira missão e concluí-la. Isto é
particularmente utilizado por ocasião do desencadeamento de fogos de barragem 9 ou
de fogos do tipo HNA10, pois são fogos que devem ser desencadeados em momentos
específicos e, portanto, preterem outras missões ainda que estejam no decurso de seu
desencadeamento.
9
A barragem é uma modalidade de tiro que possui um elevado volume de fogos e é caracterizada por formar uma linha no
terreno perpendicular à progressão do inimigo de forma a barrar seu avanço. Este tiro é executado na cadência máxima do
material, que no caso do obuseiro 105 mm Light Gun são 12 tiros por peça durante 3 min, o que totaliza 216 tiros
desencadeados por uma única UT.
10
Os fogos do tipo HNA (hora no alvo) são fogos desencadeados em determinado momento com o desencadeamento
amarrado em determinado horário. É fundamental que o OA faça o acerto de relógios com a Central de Tiro para que este
tipo de pedido de tiro ocorra adequadamente.
todos os órgãos das BiaT, do BtlArtFuzNav. Além disso, se for possível, deve ser
prevista defesa antiaérea para a Área de Posição. Quando não existirem UT de
artilharia antiaérea disponíveis, a ArtCmp deverá, desde que não interfira no
cumprimento de suas tarefas, ocupar posição próxima ao PC do GptOpFuzNav que
normalmente recebe meios que provêm sua defesa antiaérea. É recomendável que o
deslocamento dos escalões de artilharia se dê no período noturno. Para minimizar o
problema apresentado na segunda situação, é recomendável que o deslocamento dos
escalões de artilharia ocorra no período noturno. Quando isso não for possível,
deverá ser prevista cobertura aérea para realizar a segurança dos deslocamentos dos
escalões de ArtCmp.
3.4.4 - Fogos de contrabateria
A ArtCmp é vulnerável a fogos de contrabateria. Esta limitação pode ser minimizada
adotando-se a correta forma de desdobrar a artilharia no terreno, além da adoção de
uma conduta que implique sucessivas ocupações de posições de troca 16. Contudo,
para antepor-se a esse perigo, faz-se necessário que a ArtCmp possua, também,
meios de busca de alvos que possam detectar prontamente a artilharia inimiga
possibilitando a realização de fogos de contrabateria.
3.4.5 - Ameaça de carros de combate
A Área de Posição é particularmente vulnerável à ameaça de carros de combate. Para
minimizar esse problema, o CLF deverá separar setores de tiro em VA que sejam
particularmente favoráveis a este meio e atribuí-los aos chefes de peça que deverão
confeccionar cartões de tiro de forma a prontamente realizarem a pontaria direta para
alvos detectados. Contra tais ameaças, as armas mais eficientes são os CC e as armas
AC. Na ausência de tais armas, o tiro direto com o armamento de artilharia, embora
não seja tão preciso, é um recurso disponível.
3.4.6 - Autodefesa da área de posição
A ArtCmp possui medidas passivas e ativas para realizar a segurança da Área de
Posição.
16
A posição de troca é utilizada quando a posição ocupada por um Grupo ou Bateria recebe a ação direta dos fogos inimigos.
Contudo, caso seja forçada a engajar-se em combate aproximado para realizar sua
autodefesa, sua eficiência como um sistema de armas ficará significativamente
reduzida. Para minimizar esse problema, a artilharia deverá, sempre que possível,
ocupar posição à retaguarda de uma linha no terreno efetivamente ocupada por
PçMan do CCT, preferencialmente posição próxima à reserva, quando isso não
interferir no cumprimento de suas tarefas.
3.5 - SITUAÇÕES DE COMANDO DA ARTILHARIA DE CAMPANHA
A artilharia possui, basicamente, duas situações de comando:
- comando centralizado; e
- à disposição.
Quando a artilharia possui comando e direção de tiro centralizados, diz-se que ela está
centralizada. Quando possui a centralização da direção de tiro, diz-se que ela está
articulada. Quando a artilharia não estiver sendo empregada segundo nenhuma das
situações de comando supramencionadas, a ArtCmp estará fracionada e, portanto, à
disposição do elemento apoiado.
3.6 - FORMAS DE EMPREGO DA ARTILHARIA DE CAMPANHA A ação de massa e
a centralização constituem os princípios fundamentais do emprego da ArtCmp,
decorrendo o segundo da necessidade do primeiro. Nos escalões BtlArtFuzNav e
Agrupamento de Bateria, a busca pela centralização é uma preocupação constante de
qualquer Comandante de ArtCmp, pois os efeitos dos fogos são maiores quando a
artilharia se encontra centralizada. A centralização pode se apresentar segundo dois
aspectos:
- centralização do comando; e
- centralização da direção de tiro.
3.6.1 - Centralização do comando
Entende-se por centralização do comando o exercício do controle tático e logístico
das unidades ou subunidades de artilharia. A centralização do comando permite ao
comandante de artilharia:
- fixar setores de tiro se for o caso;
- indicar e coordenar o desdobramento do material;
- controlar a munição; e
- coordenar os subsistemas de observação, de busca de alvos, de comunicações, de
topografia e de apoio logístico.
Nível de Centralização
Forma de Emprego
Centralização do Comando Centralização da Direção de Tiro
Centralizada Sim Sim
Articulada Não Sim
Fracionada Não Não
a) Artilharia centralizada
O Comandante da Artilharia possui tanto a centralização de comando quanto a
centralização da direção de tiro.
b) Artilharia articulada
O comandante da artilharia não possui a centralização de comando, no entanto
possui a centralização da direção de tiro.
c) Artilharia fracionada
O comandante da artilharia não possui nem a centralização da direção de tiro, nem
a centralização de comando.
3.7 - TAREFAS TÁTICAS ATRIBUÍDAS À ARTILHARIA DE CAMPANHA
As tarefas táticas indicam a responsabilidade do apoio de fogo atribuída a um elemento
de artilharia. Essas tarefas são atribuídas pelo comandante CCT, por proposta do
Comandante da ArtCmp.
17
Para que seja possível centralizar a direção de tiro são necessárias as seguintes condições básicas: tiro organizado,
servindose de uma mesma trama topográfica; dispositivo de observação montado e rede de comunicações apropriada
estabelecida.
A atribuição de tarefas táticas estabelece uma relação de apoio de fogo, não afetando as
relações de comando nem a estrutura organizacional da artilharia. As responsabilidades
de uma unidade de artilharia quanto ao apoio de fogo são as seguintes:
- zona de fogos;
- envio de observadores avançados;
- ligação;
- comunicações;
- atendimento de pedidos de tiro;
- planejamento de fogos; e
- mudanças de posição.
Estas responsabilidades normalmente são conhecidas como 07 (sete) famílias.
3.7.1 - Tarefas táticas padronizadas
Algumas tarefas táticas, pelo seu simples enunciado, definem todas as
responsabilidades de apoio de fogo atribuídas a um elemento de artilharia e
denominam-se tarefas táticas padronizadas. As responsabilidades de apoio de fogo
relativas a cada uma delas são apresentadas resumidamente no quadro a seguir:
18
Zona de Fogos (ZF) - é a área de responsabilidade de uma arma, em apoio a determinada Força. A ZF da artilharia é
definida por meio da tarefa tática que lhe é atribuída e confunde-se, em princípio, com a Zona de Ação (ZAç), ou Setor de
Defesa (StDef), ou Zona de Responsabilidade Tática (ZRT) da unidade apoiada.
CAPÍTULO 4
APOIO DE FOGO DE BLINDADOS
4.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
No CFN, entende-se por mecanizado todo meio terrestre ou anfíbio autopropulsado
capaz de transportar, através campo e em Cmb, tropa de infantaria e apoiar o seu
avanço, quando desembarcada, com seus fogos. O termo blindado, por sua vez, é a
designação genérica dos meios terrestres dotados de couraça. Incluem-se entre os
blindados os CC, as Viaturas Blindadas (VtrBld) e os Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf).
Os CC são empregados, primordialmente, no apoio ao combate. Os CLAnf e as VtrBld
podem ser empregados no apoio ao combate (ApCmb), provendo apoio de fogo
suplementar e recursos adicionais de comunicações, ou no (ApSvCmb), no transporte
com proteção blindada, dependendo da tarefa que lhes forem atribuídas.
4.2 - CARACTERÍSTICAS DOS BLINDADOS
A publicação CGCFN-32.1 - MANUAL DE BLINDADOS DE FUZILEIROS NAVAIS
apresenta as características dos meios blindados empregados pelo CFN. Contudo,
algumas dessas características guardam uma relação mais estreita com o apoio de fogo,
em especial o poder de fogo dos blindados. A potência de fogo do canhão dos CC,
aliado à sua capacidade de transportar uma considerável quantidade de diferentes tipos
de munição, permite-lhe engajar e destruir a maioria dos alvos encontrados em Cmb. Já
as metralhadoras existentes nos blindados permitem apoiar a tropa de infantaria no
assalto a posições inimigas e, na defensiva, bater com fogos rasantes e de
flanqueamento as possíveis VA do inimigo.
Outra característica importante para o apoio de fogo é a existência de comunicações
amplas e flexíveis, proporcionadas pelos equipamentos rádio disponíveis nos blindados,
que garantem a adequada coordenação da manobra e do apoio de fogo.
4.3 - MÉTODOS DE CONTROLE
Os blindados quando empregados em apoio ao combate estabelecem uma relação de
comando com a unidade/subunidade apoiada pela atribuição de um método de controle
e/ou alteração na sua situação de comando.
CAPÍTULO 5
APOIO DE FOGO NAVAL
5.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O propósito do Apoio de Fogo Naval (ApFN) em uma Operação Anfíbia (OpAnf) é
contribuir para o cumprimento da missão da ForDbq mediante a destruição ou
neutralização das instalações terrestres e defesas que se opuserem à aproximação dos
navios e aeronaves e ao desembarque das tropas e, ainda, do permanente apoio à
progressão das tropas no terreno depois de efetivado o desembarque.
A fim de aproveitar ao máximo as vantagens decorrentes do ApFN, os Comandantes,
em todos os escalões, devem conhecer as possibilidades e limitações desse apoio. Outro
aspecto importante no ApFN é a necessidade de integração do seu emprego com as
demais armas de apoio, em especial com a artilharia e o apoio aéreo.
5.2 - POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES DO APOIO DE FOGO NAVAL
5.2.1 - Possibilidades
a) Mobilidade
Dentro das limitações impostas pelas características hidrográficas da Área de
Desembarque, o navio de apoio de fogo pode localizar-se de modo a ficar na
posição mais vantajosa para melhor apoiar as tropas em terra, como também, pode
manobrar para evadir-se de fogos de artilharia de costa ou outro tipo de ameaça
inimiga.
Essa possibilidade é um fator importante a ser considerado no planejamento do
apoio de fogo quando as praias de desembarque estão bastante separadas.
b) Precisão
A precisão inerente aos equipamentos de direção de tiro permite que o fogo, direto
e indireto, executado em apoio à ForDbq seja dotado de grande precisão, tanto
com o navio em movimento, como fundeado.
c) Variedade de armamento
Tem-se disponível, a bordo dos navios de apoio de fogo, uma variedade de armas,
como foguetes, mísseis e canhões de diversos calibres, para bater os alvos em
terra.
d) Variedade de munição
Os diferentes tipos de projetis, de carga de projeção e de espoletas disponíveis
permitem uma criteriosa escolha da melhor combinação desses elementos, para o
ataque a qualquer tipo de alvo.
e) Alta velocidade inicial
A alta velocidade inicial dos projetis lançados pelos canhões navais os torna
especialmente apropriados para o ataque a alvos que requeiram penetração e
destruição, particularmente aqueles que apresentam uma apreciável superfície
vertical ou que se localizam em encostas.
f) Elevada cadência de tiro
Um grande volume de fogo pode ser conseguido em curto espaço de tempo, em
decorrência do carregamento automático, da computação eletrônica e da ajustagem
automática das espoletas dos projetis. Isso é vantajoso quando se trata de executar a
neutralização.
g) Dispersão em deflexão
A dispersão do canhão naval é grande em alcance, sendo relativamente pequena em
direção (deflexão), ou seja, o retângulo de dispersão é estreito, com a dimensão
maior na direção de tiro. Essa característica permite levar o tiro para bem próximo
das linhas de frente desde que a linha canhão-alvo seja paralela às tropas amigas.
Permite também a cobertura eficaz de alvos, tais como estradas, caminhos, pistas de
aeroportos, quando a linha de tiro for paralela ao eixo longitudinal do alvo (tiro de
enfiada).
h) Reabastecimento de munição
Normalmente é previsto o reabastecimento de munição dos navios de apoio de fogo
sem que eles deixem a Área Marítima da (ADbq) que permite rápido retorno à
ação.
5.2.2 - Limitações
a) Hidrografia
O navio de apoio de fogo pode ser obrigado a assumir uma posição desfavorável
relativamente à área-alvo, em decorrência de condições hidrográficas
desfavoráveis, representadas por baixios, recifes, pedras e outros perigos à
navegação, nas áreas marítimas costeiras, próximas da mencionada área.
20
O ACPH fundamenta-se numa média estimada de progressão da tropa que desembarca, sendo aplicado à frente e nos
flancos da mesma, sempre observando os fatores de segurança ditados pelo ComForDbq, dentro do período de tempo
planejado para a sua execução. O ComForTarAnf, através do Centro de Coordenação das Armas de Apoio (CCAA), retardará
ou acelerará o deslocamento destes fogos previstos, consoante com as solicitações do ComForDbq.
a) Fogos previstos
Ao planejar os fogos previstos subsequentes ao Dia-D, a ForDbq coordena os
planos de fogos pela seleção e designação de alvos, pela programação de tempo
(quando necessário), pelas recomendações referentes à quantidade e tipos de
munição a serem utilizados e pela designação das agências da ForDbq para
condução do tiro. Podem ser previstos fogos de preparação, defensivos (incluindo-
se os fogos antimecanizados), de interdição, inquietação e iluminativos.
b) Liberação dos navios de apoio de fogo e aeronaves de observação
Os NApF precisam ser liberados a intervalos oportunos, a fim de se reabastecerem
de munição e combustível. Eles, sempre que possível, só devem ser liberados dos
postos após uma verificação das comunicações e da situação, realizada pelo navio
com o componente ou PçMan apoiada.
A liberação das aeronaves de observação, orgânicas dos NApF, é efetuada
juntamente com a dos respectivos navios. A liberação de uma aeronave de
observação, não orgânica de um NApF, efetua-se por meio do Centro de Controle
Aerotático ou dos Centros de Direção Aerotática, após a necessária coordenação
entre o navio-aeródromo ou base de origem, o ComForTarAnf e o ComForDbq.
c) Consolidação dos pedidos diários de ApFN
Os pedidos da ForDbq, atinentes a NApF, aeronaves de observação e missões
especiais, originam-se em todos os seus escalões, a começar no GDB (ou outro
elemento de manobra da ForDbq). Esses pedidos são estudados, conciliados e
consolidados em cada escalão por onde passam. No nível ForDbq, após o estudo e
a coordenação finais, eles constituem a consolidação diária dos pedidos de fogo
naval. Esses pedidos consolidados são apresentados ao ComForTarAnf, em horas
determinadas, que, com base nessa consolidação de pedidos e nas disponibilidades
de navios de apoio de fogo, realiza as designações diárias, para atender às
necessidades da ForDbq.
CAPÍTULO 6
APOIO DE FOGO AÉREO
6.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Dentre os meios de apoio de fogo de que o comandante do GptOpFuzNav dispõe, o
apoio de fogo aéreo (ApFAe) reveste-se de grande importância devido à elevada
mobilidade dos meios aéreos e pela flexibilidade proporcionada pelas variadas
combinações de armamentos e munições que eles podem carregar.
O ApFAe consiste no ataque a alvos na superfície, realizado por (Anv), em proveito da
manobra do GptOpFuzNav. Tem como efeito desejado a destruição ou a neutralização
do alvo e requer, para ser empregado adequadamente, que suas características,
possibilidades e limitações sejam consideradas.
O ApFAe é subdividido em apoio aéreo aproximado (ApAeAprx) e apoio aéreo
afastado (ApAeAfs). O ApAeAprx é o ApFAe realizado em apoio às tropas de primeiro
escalão, as quais estão em contato com o inimigo. Para efeito de coordenação do ApF,
considera-se como ApAeAprx todo o ApFAe realizado entre a Linha de Coordenação
do Apoio de Fogo (LCAF21) em vigor e a Linha de Contato (LC).
O ApAeAfs é o ApFAe realizado, basicamente, contra alvos localizados à retaguarda
das linhas inimigas. Normalmente, são desencadeados ataques a alvos, como: centros de
comando e controle, instalações logísticas, forças inimigas em condições de reforçar etc.
O ApAeAfs denomina-se ação de interdição, quando tem por propósito retardar os
reforços inimigos. Nesse caso, os alvos serão as forças inimigas propriamente ditas,
pontes e estradas etc. Para efeito de coordenação do apoio de fogo, considera-se como
ApAeAfs, todo ApFAe realizado além da LCAF, dentro da Área de Influência 22 do
GptOpFuzNav. O ApAeAfs é sempre realizado a pedido do mais alto escalão do
GptOpFuzNav.
6.2 - CARACTERÍSTICAS DO APOIO DE FOGO AÉREO
O ApFAe é normalmente empregado quando uma ou mais das seguintes condições
existirem:
- solicitação de apoio de fogo durante deslocamentos da artilharia de campanha e/ou
manobra dos navios que executam o apoio de fogo naval;
21
Utilizada para demarcar a linha além da qual todo alvo pode ser engajado por qualquer meio de apoio de fogo ou sistema
de armas, sem afetar a segurança ou exigir coordenação adicional com a força que a estabeleceu. É representada graficamente
por uma linha cheia, com a abreviatura LCAF seguida da abreviatura do comando que a estabeleceu, entre parênteses acima
da linha, e o grupo data-hora para entrada em vigor abaixo da linha.
22
Área de Influência – espaço que inclui a Área de Responsabilidade ou Área de Operações onde o comandante pode influir
no campo de batalha.
f) Precisão
A precisão de tiro do armamento ar-superfície depende de diversos fatores, tais
como:
o grau de adestramento da tripulação, a visibilidade, o tipo de armamento, a técnica
utilizada, a altura de lançamento do armamento e os equipamentos e sensores
componentes do sistema de direção de tiro da (Anv). Os sistemas de armas
existentes conferem adequada precisão no ataque às (Anv), o que possibilita o
ataque a alvos móveis nas proximidades da tropa apoiada, com segurança, além de
reduzir o número de (Anv) e de surtidas para neutralizar ou destruir um alvo.
g) Efeito moral
O ApFAe contribui para aumentar o moral das tropas amigas e para degradar o
moral das tropas inimigas. Esse fator psicológico é decorrente da precisão do
ataque, no tempo e no espaço, e da surpresa. Para o inimigo, significa também a
perda da superioridade aérea.
h) Disponibilidade
A manutenção das (Anv) em alerta a bordo, no solo ou no ar, durante o assalto ou
durante ataques a objetivos, permite o rápido emprego do ApFAe sobre os alvos.
i) Raio de ação
A capacidade de apoiar a partir de navios ou embarcações dotadas de plataformas
de pouso e decolagem ou bases avançadas em terra, bem como a de reabastecimento
em vôo contribui para o aumento do raio de ação.
6.3.2 - Limitações
a) Condições meteorológicas
As condições meteorológicas podem agravar as demais limitações a que está
sujeito o ApFAe. Na área do objetivo causam uma interferência maior no
cumprimento da missão do que na rota da base para o alvo e vice-versa.
Condições atmosféricas adversas na área do alvo dificultam sua localização e
identificação, bem como limitam o tipo de ataque.
O teto operacional baixo e visibilidade limitada reduzem a eficácia do ApFAe, em
especial quando do emprego de (Anv) dotadas de limitada capacidade de ataque.
b) Identificação do alvo
A identificação dos alvos, especialmente daqueles localizados próximos da tropa
amiga, é uma das mais difíceis tarefas para o piloto ou tripulação que presta o
coordenação adicional.
6.4 - CARACTERÍSTICAS DO APOIO AÉREO APROXIMADO
O ApAeAprx, em virtude de ser realizado próximo à tropa apoiada, deverá atender a
alguns requisitos fundamentais para que seja alcançado o seu efeito desejado. Para que
haja uma perfeita integração da ação aérea com a manobra em terra, o comandante da
tropa apoiada realiza, por meio de seu CCAF, a coordenação do ApAeAprx a ser
realizado em sua área de responsabilidade. Em particular, quando houver necessidade
da preparação por fogos do objetivo a ser batido, utilizando-se o emprego simultâneo do
fogo naval, da artilharia e de Anv, devem ser adotadas medidas de coordenação de
apoio de fogo para a segurança dos meios aéreos.
6.4.1 - Necessidades fundamentais para o emprego do ApAeAprx
a) Coordenação pelo mais baixo escalão
A coordenação do emprego do ApAeAprx com as outras armas de apoio de fogo
deverá ser realizada na agência de coordenação do apoio de fogo de mais baixo
escalão capaz de realizá-la. A principal razão para isso está em que cada uma das
armas de apoio de fogo possui possibilidades e limitações, cabendo à agência que
realizará a coordenação julgar a conveniência e/ou a oportunidade de empregar
um determinado armamento embarcado na Anv para bater um alvo específico.
b) Sistema de comunicações eficiente
Todos os escalões deverão ter um rápido acesso às agências de coordenação e
controle aéreo por meio de um sistema de comunicações eficiente. Isso se torna
necessário para possibilitar a implementação e divulgação tempestiva de
alterações na missão e a interferência dos diversos escalões envolvidos na
operação, se necessário.
c) Aprovação do comandante
Caso o pedido de ApAeAprx não tenha sido originado pelo Cmt da tropa em
contato com o inimigo, este pedido deverá ter a aprovação do Cmt em cuja área de
responsabilidade o alvo estiver localizado.
6.4.2 - Execução do ApAeAprx
Para que o ApAeAprx seja executado com segurança, tanto para a Anv quanto para a
tropa apoiada, devem ser atendidas as seguintes condições básicas:
a) Superioridade aérea local
Requisito essencial que permite, a quem o exerce, a condução de operações
programado ocorrer.
O ApAeAprx programado tem seu planejamento realizado com antecedência e é
executado em uma hora determinada. Essas ações permitem uma coordenação
mais efetiva e o emprego otimizado das Anv.
O ApAeAprx a pedido compreende as ações pré-planejadas, nas quais as Anv são
configuradas para bater um determinado tipo de alvo e mantidas em uma condição
de alerta no solo ou em voo, aguardando a solicitação da tropa apoiada. Nesse
caso, por ocasião do planejamento detalhado e da preparação das tripulações, as
informações necessárias à execução da missão podem não estar totalmente
disponíveis antes da decolagem das Anv de ataque.
Nesses casos, outras informações deverão ser transmitidas pelos meios de
comunicações. Tanto para o apoio programado quanto para o apoio a pedido, os
alvos serão aqueles constantes da lista de alvos elaborada pelo Oficial de Ligação
de Aviação (OLigAv) da tropa apoiada ou da lista consolidada em escalões
superiores, quando for o caso.
São exemplos desses tipos de ações: o metralhamento Pré Hora-H/I das PDbq e
das ZDbq e os ataques aéreos contra alvos cuja posição tenha sido levantada
previamente.
b) Imediato
Compreendem os ApFAe executados para atender aos pedidos contra os alvos de
oportunidade ou aqueles cujos engajamentos devam ser realizados imediatamente,
sem que tenha ocorrido um planejamento prévio.
A urgência de apoio de fogo pode exigir que uma determinada Anv seja desviada
da execução de uma ação planejada ou que seja determinada a decolagem
imediata de uma Anv em alerta no solo para atender ao pedido de apoio de fogo
imediato. A possibilidade de que a Anv não esteja com a melhor configuração de
armamento para bater o tipo de alvo designado, em função do imediatismo no
cumprimento da missão, poderá ser compensada pela ação de choque produzida e
pela rapidez com que o pedido é atendido.
Os detalhes desses eventos são planejados e coordenados enquanto as Anv estão
em trânsito para as proximidades do alvo. Elas podem receber informações
detalhadas em voo, diretamente das agências de coordenação e controle.
Fig 6.1 - Esquema genérico dos níveis de comando, coordenação e controle a bordo.
a) Agência de comando
O Centro de Controle Aerotático (CCAT) é a agência de comando do sistema de
controle aéreo e da defesa aeroespacial. Permanece a bordo do navio capitânia da
ForTarAnf e centraliza todas essas atividades na AOA. Possui, em sua
organização, uma seção que atende e que é responsável por controlar o ApFAe
solicitado pela tropa e transmitir às tripulações das Anv as instruções finais,
completas e recentes, sobre os alvos a serem atacados, os tipos de ataques
desejados, o modo como cada ataque deve ser conduzido e a localização da LC
com o inimigo
b) Agências de coordenação
Os Centros de Direção Aerotáticos (CDAT) são agências responsáveis pela
coordenação do apoio aéreo na ForTarAnf. São subordinados ao CCAT e
integram as Forças Avançadas (ForAvç), quando constituídas, e a Força de
Ataque (corpo principal) da ForTarAnf. As responsabilidades do CDAT são as
mesmas do CCAT, com a amplitude limitada à área de responsabilidade. Além
disso, é responsável pela defesa aeroespacial e pelo controle do tráfego aéreo em
sua área de responsabilidade.
c) Agências de controle
- Centro de Direção de Helicópteros (CDH): são agências responsáveis pelo
controle dos He que atuam no espaço aéreo em área de responsabilidade. Existirá
um CDH subordinado ao CDAT da ForAvç, caso esta possua He, e outro
subordinado ao CDAT da Força de Ataque (corpo principal da ForTarAnf),
localizado no navio responsável pelo esforço principal dos He. Uma de suas
atribuições é receber e atender aos pedidos para emprego de He dentro dos limites
especificados na Ordem de Operação ou de acordo com as determinações do
CCAT.
- Controle aéreo no ar: elementos complementares de controle aéreo operam a
bordo de Anv em vôo e são ativados em situações particulares, tais como a
execução de missões de ApAeAfs. Essas agências são as seguintes: o Controlador
Aerotático no Ar – CtAetat (A) e o Controlador de Helicópteros no Ar - CH(A). O
CtAetat (A) tem as tarefas de controlar o ApFAe e localizar alvos na área onde
realiza o controle das Anv de ataque, além de servir de ponte de comunicações
com as Anv de ataque que realizam ApAeAfs, com o propósito de auxiliar as
agências de coordenação no monitoramento de ataques contra alvos terrestres a
grandes distâncias da LC. Já o CH(A) auxilia o CDH no controle das vagas de He,
durante o MNT por He e pode solicitar ApFAe (Fig 6-2).
- A EqCAA e o GAA: essas agências de controle aerotático não operam de bordo.
Exclusivas da tropa, após seus respectivos desembarques, serão utilizadas pelas
agências de coordenação de bordo para controlar o ApFAe realizado em proveito
da missão, enquanto as agências de coordenação de terra ainda não
desembarcaram.
Fig 6.3 - Estrutura organizacional das agências relativas ao apoio aéreo e à defesa
aeroespacial em terra.
a) Agência de comando
A agência de comando na estrutura de apoio aéreo em um GptOpFuzNav é o
Centro de Comando Aerotático (CComAT), que atua junto ao Comando do
Componente de Combate Aéreo (CteCA). Sua função principal é estabelecer
diretrizes a serem seguidas tanto pelas agências responsáveis pela defesa
aeroespacial quanto pelas agências responsáveis pelo apoio aéreo.
Da mesma forma que no sistema a bordo, podem existir CDAT para exercer a
coordenação do espaço aéreo em áreas determinadas. Ficarão subordinados ao
CComAT e coordenarão o emprego de Anv em áreas de responsabilidade
delimitadas previamente.
b) Agências de coordenação
- o Centro de Operações de Defesa Aérea (CODA), relacionado à defesa
aeroespacial.
- Centro de Apoio Aéreo Direto (CAAD), que é o responsável por todo o apoio
aéreo não relacionado à defesa aeroespacial dos GptOpFuzNav. Os
Destacamentos de Controle Aerotático (DCAT) prestam assessoria em nível
abaixo do CAAD.
- Equipes Radar de Apoio Aéreo (ERAA): são subordinadas ao CAAD e efetuam
o controle aéreo de Anv sob condições de voo por instrumentos. Além do
controle das Anv para a execução dos ataques aéreos, são capazes de posicioná-
las sobre os alvos isolados ou encobertos. São úteis, ainda, para apoiar o
reconhecimento fotogramétrico e o lançamento de artefatos iluminativos.
- Equipes de Vigilância Radar (EVR): são subordinadas ao CAAD e capazes de
efetuar o controle positivo ao longo das Rotas de Aproximação e Retirada e de
estabelecer pontos de controle radar para Anv, em quaisquer condições
meteorológicas.
- Destacamento de Controle Aerotático (DCAT): são agências de coordenação que
operam diretamente com tropas de primeiro escalão e com o comando do CCT
(GDB e GDBda), sendo ativados nos respectivos CCAF. Os DCAT assessoram
os comandantes do GDBda e dos GDB com relação ao emprego das Anv em
apoio. A diferença entre o DCAT dos GDB e do GDBda é que os primeiros têm
subordinadas as EqCAA.
c) Agências de control
As agências de controle que atuarão junto à tropa apoiada serão ativadas no nível
de subunidade de primeiro escalão. Também haverá agências de controle junto a
ElmAnf, junto a elementos de operações especiais e no ar, conforme o necessário.
Essas agências serão as responsáveis diretas pelo pedido de apoio aerotático e pela
orientação do piloto na identificação do alvo. Após o piloto confirmar a correta
identificação do alvo, o ataque estará por conta dele, cabendo à agência avaliar e
CAPÍTULO 7
INTEGRAÇÃO DO APOIO DE FOGO AOS GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE
FUZILEIROS NAVAIS
7.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O emprego de armas combinadas, pertencentes aos diversos sistemas de ApF em
combate, consiste na integração total dos meios disponíveis, exigindo coordenação na
moldura temporal considerada, de maneira que as suas capacidades sejam
complementadas e suas vulnerabilidades compensadas pelo apoio mútuo.
Para integrar armas de forma combinada é preciso explorar a complementaridade de
seus efeitos, de forma que, para se contrapor a determinado efeito de uma arma, o
inimigo se torne vulnerável ao efeito de outra. Assim, além de sofrer com os efeitos das
armas, o inimigo é colocado ante um dilema que afeta sua coesão mental.
Ao integrar armas de efeitos similares, como obuseiros e morteiros de diferentes
calibres, não se está combinando seus efeitos, pois ao se proteger de uma arma o
inimigo estará, também, se protegendo das demais. Pode-se afirmar, nesse caso, que as
armas têm efeitos suplementares e não combinados.
O efeito desejado a ser alcançado com a combinação das armas é aumentar,
exponencialmente, o poder de combate com o emprego coordenado/sincronizado de
todos os componentes e sistemas operacionais, o que poderá afetar o oponente nos
campos psicológicos e físicos.
7.2 - EMPREGO DAS ARMAS DE APOIO
7.2.1 - Considerações iniciais
O termo armas de apoio refere-se à artilharia de campanha, ao fogo naval e ao apoio
de fogo aéreo, sistemas de apoio de fogo não orgânicos dos elementos de combate.
Em face da complexidade desses sistemas de apoio de fogo, durante o planejamento
do seu emprego, podem surgir dúvidas quanto à definição do melhor apoio a ser
previsto ou solicitado para cada situação, particularmente, no caso de o planejador
estar pouco familiarizado com as características e efeitos que produzem.
Em combate, a decisão para a escolha da arma de apoio de fogo adequada a ser
empregada sobre um determinado alvo é baseada na localização e natureza do alvo,
no tipo de armamento necessário à obtenção do efeito desejado e na análise
comparativa das armas de apoio disponíveis. As possibilidades das armas são
essencialmente determinadas pelas seguintes características:
II) ApFN
Os navios são capazes de atender rapidamente aos pedidos de apoio, quando
em ApDto às PçMan do CCT ou executando missões planejadas. Entretanto,
quando necessitarem mudar de rumo ou de posição para executar o tiro, o
apoio imediato ficará prejudicado. O principal meio de comunicação com a
tropa, o rádio, também limita a rapidez na execução do tiro, devido às
interferências, interrupções e falhas dos equipamentos.
III) Apoio de artilharia
Caracteriza-se pela rapidez na execução das missões, mesmo em situações
meteorológicas adversas, devido à estreita e permanente ligação que mantém
com o escalão apoiado.
d) Capacidade de emassar fogos
A capacidade de emassar fogos é uma importante consideração na seleção do
sistema de armas a ser empregado no ataque a um determinado alvo.
I) ApFAe
Uma aeronave, dentro do seu raio de ação, é capaz de concentrar um grande
volume de fogos em uma região. As condições meteorológicas podem diminuir
essa possibilidade, enquanto que o raio de ação e a mobilidade a aumentam.
II) ApFN
Os navios são equipados com sistemas de controle de tiro, por meio dos quais
se torna possível emassar fogos de vários navios sobre um mesmo alvo,
utilizando-se os dados de ajustagem de apenas um deles. A maioria dos
canhões navais é caracterizada pela alta cadência de tiro, resultante do
carregamento automático, que aumenta o volume de fogo em um curto espaço
de tempo sobre determinado alvo.
III) Apoio de artilharia de campanha
A artilharia pode emassar seus fogos em uma região dentro do seu alcance, por
um considerável período de tempo. Essa possibilidade é aumentada pela
capacidade que tem de deslocar e posicionar suas unidades de tiro e pela
atribuição de tarefas táticas com elevado grau de centralização.
Mtr poderão ser usadas, também contra Vtr sem blindagem ou Vtr com blindagem
leve, desde que utilize munição perfurante. Durante o assalto, aproveita-se dos
intervalos existentes entre as PçMan para manter o fogo sobre as posições inimigas o
maior tempo possível. Quando o terreno permitir, deve-se buscar uma posição no
flanco, de forma a apoiar o assalto sem risco para a tropa atacante.
O PelMrt81mm apoiará a montagem e o desembocar do ataque com fogos sobre as
posições inimigas, preferencialmente em locais ou em momentos onde não estejam
previstos fogos das demais armas de apoio.
As PçMan poderão contar com o apoio de viaturas blindadas de transporte de pessoal
(VBTP) de forma a aumentar a sua mobilidade. Nesse caso, o armamento orgânico
das viaturas poderá ser empregado contra alvos de oportunidade, inclusive após o
desembarque da tropa das viaturas, sem realizar o fogo sobre tropa, buscando,
quando o terreno permitir, posições de flanco. Analogamente, o PelMtrP também
poderá ser empregado para apoiar a tropa atacante.
Se houver apoio de CC, deve-se explorar ao máximo seu poder de fogo, incluindo
não só o seu armamento principal, o canhão, mas também suas metralhadoras. Eles
poderão apoiar as PçMan:
- destruindo ou neutralizando os CC e armas automáticas inimigas;
- protegendo seu deslocamento, por meio do apoio de fogo; e
- explorando sua capacidade de ação de choque contra as posições inimigas, a
depender da capacidade AC inimiga.
Deverão ser previstos fogos de proteção aos carros, quando estes tiverem que
transpor terrenos que reduzam sua velocidade e quando não existir tropa de
infantaria para cobrir o seu avanço.
7.3.5 - Fogos durante a consolidação e reorganização
O plano de apoio de fogo deve prever a proteção da tropa após a conquista do(s)
objetivo(s), de forma a permitir a reação às tentativas do inimigo de se reorganizar e/
ou contra-atacar.
Após a conquista dos objetivos, todos os meios orgânicos deverão, rapidamente, se
deslocar para frente, de forma a apoiar a consolidação. Deverão ser previstos alvos
para as armas de apoio nas VA que incidem nos Obj e em possíveis posições de onde
o inimigo possa batê-los.
Os blindados não participam, normalmente, da limpeza dos Obj, sendo empregados
24
Forças de segurança são destinadas a fornecer informes e alerta oportuno sobre o inimigo, impedir sua observação terrestre
sobre a ADA, iludi-lo quanto à posição defensiva e, dentro das possibilidades, retardá-lo e desorganizá-lo.
ANEXO A
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AAAe Artilharia Antiaérea
AC Anticarro
ADbq Área de Desembarque
Anv Aeronave
AOA Área do Objetivo Anfíbio
ApAeAfs Apoio Aéreo Afastado
ApAeAprx Apoio Aéreo Aproximado
ApCj Apoio ao Conjunto
ApCmb Apoio ao Combate
ApDto Apoio Direto
ApFAe Apoio de Fogo Aéreo
ApFN Apoio de Fogo Naval
ApSvCmb Apoio de Serviço ao Combate
Bld Blindado
BtlArtFuzNav Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais
BtlCtAetatDAAe Batalhão de Controle Aerotático e Defesa Antiaérea
BtlInfFuzNav Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais
CC Carros de Combate
CCT Componente de Combate Terrestre
CDH Centro de Direção de Helicópteros
CiaApF Companhia de Apoio de Fogo
Cmb Combate
CmtGptOpFuzNav Comandante do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais
CmtPelMAC Comandante do PelMAC
CmtPelPtr Comandante do PelPtr
ComForDbq Comando da Força de Desembarque
DCAT Destacamentos de Controle Aerotático
DETEDITINA Destacamento Terrestre de Direção do Tiro Naval
DPT Direção Principal de Tiro
EqCAA Equipe de Controle Aéreo Avançado
FPF Fogos de Proteção Final