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CGCFN-50 OSTENSIVO

MANUAL DE APOIO DE FOGO DE


FUZILEIROS NAVAIS

MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS

2020
OSTENSIVO CGCFN-50

MANUAL DE APOIO DE FOGO DE FUZILEIROS NAVAIS

MARINHA DO BRASIL

COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS

2020

FINALIDADE: BÁSICO

1ª EDIÇÃO
OSTENSIVO CGCFN-50

ATO DE APROVAÇÃO

APROVO, para emprego na MB, a publicação CGCFN-50 - MANUAL DE


APOIO DE FOGO DE FUZILEIROS NAVAIS.

RIO DE JANEIRO, RJ.


Em 17 de junho de 2020.

PAULO MARTINO ZUCCARO


Almirante de Esquadra (FN)
Comandante-Geral
ASSINADO DIGITALMENTE

AUTENTICADO RUBRICA
PELO ORC

Em_____/_____/_____ CARIMBO

OSTENSIVO - II - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-50

ÍNDICE

Ato de Aprovação.................................................................................................. II
Índice..................................................................................................................... III
Introdução.............................................................................................................. V
CAPÍTULO 1 - RELEVÂNCIA DO APOIO DE FOGO PARA AS
OPERAÇÕES DOS GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE
FUZILEIROS NAVAIS
1.1 - Considerações............................................................................................... 1-1
1.2 - Sistemas e Meios de Apoio de Fogo............................................................. 1-2
CAPÍTULO 2 - O APOIO DE FOGO ORGÂNICO DOS BATALHÕES DE
INFANTARIA DE FUZILEIROS NAVAIS
2.1 - Considerações Iniciais................................................................................... 2-1
2.2 - O Apoio de Fogo Orgânico das Companhias de Fuzileiros Navais.............. 2-1
2.3 - A Companhia de Apoio de Fogo................................................................... 2-2
CAPÍTULO 3 - APOIO DA ARTILHARIA DE CAMPANHA
3.1 - Tarefas Gerais da Artilharia de Campanha................................................... 3-1
3.2 - Sistema de Apoio de Fogo da Artilharia de Campanha................................ 3-1
3.3 - Possibilidades da Artilharia de Campanha.................................................... 3-4
3.4 - Limitações da Artilharia de Campanha......................................................... 3-6
3.5 - Situações de Comando da Artilharia de Campanha...................................... 3-8
3.6 - Formas de Emprego da Artilharia de Campanha.......................................... 3-8
3.7 - Tarefas Táticas Atribuídas a Artilharia de Campanha.................................. 3-9
3.8 - Organização para o Combate da Artilharia de Campanha............................ 3-14
CAPÍTULO 4 - APOIO DE FOGO DE BLINDADOS
4.1 - Considerações Iniciais................................................................................... 4-1
4.2 - Características dos Blindados....................................................................... 4-1
4.3 - Métodos de Controle..................................................................................... 4-1
4.4 - Apoio de Fogo dos Carros de Combate........................................................ 4-3

OSTENSIVO - III - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

CAPÍTULO 5 - APOIO DE FOGO NAVAL


5.1 - Considerações Iniciais................................................................................... 5-1
5.2 - Possibilidades e Limitações do Apoio de Fogo Naval.................................. 5-1
5.3 - Tarefas Táticas Atribuídas aos Navios de Apoio de Fogo............................ 5-4
5.4 - Organização da Tropa................................................................................... 5-5
5.5 - Fases da Execução do Apoio de Fogo Naval................................................ 5-6
CAPÍTULO 6 - APOIO DE FOGO AÉREO
6.1 - Considerações Iniciais................................................................................... 6-1
6.2 - Características do Apoio de Fogo Aéreo...................................................... 6-1
6.3 - Possibilidades e Limitações do Apoio de Fogo Aéreo.................................. 6-2
6.4 - Características do Apoio Aéreo Aproximado............................................... 6-5
6.5 - Características do Apoio Aéreo Afastado..................................................... 6-9
6.6 - Comando, Coordenação e Controle.............................................................. 6-9
CAPÍTULO 7 - INTEGRAÇÃO DO APOIO DE FOGO AOS
GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS
7.1 - Considerações Iniciais................................................................................... 7-1
7.2 - Emprego das Armas de Apoio...................................................................... 7-1
7.3 - A Integração do Apoio de Fogo no Ataque Coordenado.............................. 7-10
7.4 - A Integração do Apoio de Fogo na Defesa de Área...................................... 7-14
ANEXO A - Lista de Siglas e Abreviaturas................................................................... A-1

OSTENSIVO - IV - ORIGINAL
OSTENSIVO CGCFN-50

INTRODUÇÃO
1 – PROPÓSITO
Esta publicação tem o propósito de apresentar os meios de apoio de fogo orgânicos e não
orgânicos das Unidades de Fuzileiros empregados pelos Grupamentos Operativos de
Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav), suas características e aspectos relevantes para a integração
e a coordenação dos fogos. Neste manual, são abordadas as tarefas, as possibilidades e
limitações, as situações de comando e métodos de controle, bem como aspectos peculiares a
cada arma de apoio, relevantes para a compreensão do emprego de cada meio de apoio de
fogo.
2 – DESCRIÇÃO
Esta publicação está dividida em sete capítulos. O Capítulo 1 discorre sobre a relevância
do apoio de fogo para as operações dos GptOpFuzNav; o Capítulo 2 aborda o apoio de fogo
orgânico dos Batalhões de Infantaria de Fuzileiros Navais (BtlInfFuzNav); o Capítulo 3 trata
do apoio de artilharia de campanha; o Capítulo 4 aborda aspectos do apoio de fogo de
blindados; os Capítulos 5 e 6 tratam dos principais aspectos referentes ao apoio de fogo naval
e apoio de fogo aéreo, respectivamente; e o Capítulo 7 aborda a integração dos meios de apoio
de fogo aos GptOpFuzNav.
3 – CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 -Manual de Publicações da
Marinha, como: Publicação da Marinha do Brasil (PMB), não controlada, ostensiva, básica e
manual.
4 - SUBSTITUIÇÃO
Esta publicação substitui a CGCFN - 311 – Manual de Apoio de Fogo dos GptOpFuzNav,
1ª Edição, aprovada em 24 de novembro de 2011, em virtude da nova estrutura da Série de
manuais CGCFN, divulgada pelo Plano de Desenvolvimento de Publicações da Série CGCFN
(PDPS) 2020. A revisão do conteúdo do manual será realizada conforme o calendário
apresentado no Apêndice III do referido Plano.

OSTENSIVO -I- ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

CAPÍTULO 1
RELEVÂNCIA DO APOIO DE FOGO PARA AS OPERAÇÕES DOS
GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS
1.1 - CONSIDERAÇÕES
O GptOpFuzNav é, genericamente, uma organização para o Cmb nucleada por tropa de
fuzileiros navais, constituída para o cumprimento de missão específica e estruturada
segundo o conceito organizacional de componentes, que grupa os elementos
constitutivos de acordo com a natureza de suas atividades.
Os GptOpFuzNav podem ser empregados em qualquer operação ou ação, desde as
relacionadas a assistência humanitária, em situações de calamidade, até os conflitos
generalizados, onde se necessite uma ação decisiva de caráter estratégico, consoante às
hipóteses de emprego preconizadas no planejamento de alto nível de defesa. Nesses
conflitos, os GptOpFuzNav empregarão seu poder de Cmb de modo a assegurar a
conquista e manutenção de objetivos em terra.
A teoria da guerra prevê que cada função de Cmb deve ser considerada pelo planejador,
que deve, posteriormente, integrá-las e sincronizá-las para multiplicar o poder de Cmb
de sua força. Por função de Cmb entenda-se todas as atividades militares realizadas em
um espaço de batalha, que são agrupadas em áreas funcionais específicas, das quais se
destacam a manobra e o fogo, que deverão ser combinadas e sincronizadas de modo a se
obter o máximo de eficiência.
A manobra é o elemento dinâmico do Cmb, que permite concentrar força em ações
decisivas. Uma manobra adequada possibilita que forças de menor envergadura
sobrepujem outras maiores, por meio da surpresa, ação de choque, superioridade moral
e concentração de poder de Cmb em locais e momentos oportunos. A mobilidade e o
apoio de fogo, quando combinados, constituem os principais pilares da manobra, por
meio dos quais uma tropa obtém uma posição vantajosa para cumprir sua tarefa.
O apoio de fogo é essencial para desestabilizar a capacidade e a vontade de lutar do
inimigo. Sua utilização facilita a manobra, suprimindo ou neutralizando os fogos
inimigos e desorganizando-o taticamente. O apoio de fogo também pode ser empregado
independentemente da manobra, com vistas a destruir, retardar ou desorganizar tropas
inimigas ainda não empregadas. Os comandantes em todos os escalões devem estar
capacitados a empregar o armamento orgânico e os fogos de apoio disponíveis de forma
coordenada e integrada à ideia de manobra, de modo a assegurar a adequada aplicação

OSTENSIVO - 1-1 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

do poder de Cmb.
1.2 - SISTEMAS E MEIOS DE APOIO DE FOGO
Os GptOpFuzNav combinam, de forma modular, meios de Cmb, de apoio ao combate
(ApCmb) e de apoio de serviços ao combate (ApSvCmb). Dentro do espectro do
ApCmb, o Comandante de um GptOpFuzNav (CmtGptOpFuzNav) disporá de diversos
sistemas e meios de apoio de fogo terrestre, aéreo e naval, que poderão estar ou não sob
seu controle operacional.
Dentro da estrutura de um GptOpFuzNav, o Componente de Combate Terrestre (CCT) é
quem, normalmente, concentra os meios de Cmb e de apoio ao combate que estarão
presentes nos seus diversos níveis de organização. É o caso do apoio de fogo orgânico
do BtlInfFuzNav, materializado na Companhia de Apoio de Fogo (CiaApF) e nos
Pelotões de Petrechos (PelPtr) das Companhias de Fuzileiros Navais (CiaFuzNav).
Subordinada ao CCT, a Artilharia de Campanha (ArtCmp) proporciona ao
GptOpFuzNav o apoio de fogo para que seu comandante, em coordenação com os
demais sistemas de armas disponíveis, possa intervir no Cmb pelo fogo, seja pela
neutralização, destruição ou interdição de alvos que ameacem o cumprimento da
missão, seja por meio de fogos subsidiários de inquietação das tropas inimigas,
iluminação do campo de batalha e de proteção, de acordo com o tipo de manobra
adotado.
Os meios navais do conjugado anfíbio operarão em estreita relação com o
GptOpFuzNav e terão grande influência em sua manobra, particularmente pela
capacidade de empregar seu armamento em proveito das ações em terra. Esse apoio de
fogo é de fundamental importância, principalmente, nos momentos iniciais do Assalto
Anfíbio (AssAnf), quando a Força de Desembarque (ForDbq) ainda está edificando seu
poder de Cmb em terra.
O CmtGptOpFuzNav poderá contar, também, com o apoio de fogo dos meios aéreos
que, estando ou não sob seu controle operacional, irão requerer planejamento e
coordenação detalhados em face da variada gama de atividades, não só relacionadas ao
apoio de fogo, executadas pelas aeronaves (Anv).
Apesar de empregar o fogo em proveito do GptOpFuzNav, a artilharia antiaérea
(AAAe) não se enquadra como meio de apoio de fogo por não permitir que um
comandante interfira na manobra pelo fogo. Além disto, o seu emprego não compõe o
binômio fogo e movimento, não sendo diretamente vinculado à manobra. A AAAe

OSTENSIVO - 1-2 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

compõe um sistema único e independente, voltado para a defesa da área onde a tropa
encontra-se operando, denominado Sistema de Defesa Antiaérea.
A complexidade do emprego da artilharia de campanha, do fogo naval e do fogo aéreo
decorre não somente da utilização das armas e de seus vetores, mas também de um
conjunto de elementos (de controle, de coordenação, de busca de alvos, de apoio
logístico, de proteção etc.) que fazem com que esses apoios operem não apenas como
um meio, mas como sistemas de apoio de fogo. Por essa particularidade e pelo fato de
não serem orgânicos aos elementos de Cmb, esses sistemas recebem a designação
genérica de Armas de Apoio.

OSTENSIVO - 1-3 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

CAPÍTULO 2
O APOIO DE FOGO ORGÂNICO DOS BATALHÕES DE INFANTARIA DE
FUZILEIROS NAVAIS
2.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O BtlInfFuzNav é a unidade que nucleia o CCT de uma Unidade Anfíbia (UAnf),
podendo integrar o CCT de uma Brigada Anfíbia (BAnf) ou ainda disponibilizar uma
CiaFuzNav para constituir o núcleo de um Elemento Anfíbio (ElmAnf). Enquanto
núcleo do CCT, o BtlInfFuzNav contribui significativamente para manter e ampliar a
capacidade de Cmb dos GptOpFuzNav, contando com meios de comando e controle, de
apoio ao combate e de apoio de serviços ao combate, que lhe proporcionam a autonomia
e flexibilidade. No caso específico do apoio de fogo, devido a sua importância para a
manobra, ele deve ser dimensionado para atender tanto às necessidades específicas das
peças de manobra da Unidade, ou seja, suas CiaFuzNav, como às do próprio CCT.
2.2 - O APOIO DE FOGO ORGÂNICO DA COMPANHIA DE FUZILEIROS NAVAIS
A CiaFuzNav conta com apoio de fogo orgânico prestado pelo Pelotão de Petrechos
(PelPtr), que é organizado em três Seções de Metralhadoras 7,62mm (SeçMtr7,62mm),
a duas peças cada, e uma Seção de Morteiros 60 mm (SeçMrt60mm), a três peças, além
de uma Seção de Comando (SeçCmdo).
Durante as ações ofensivas, o PelPtr proporciona a base de fogos em apoio às peças de
manobra da CiaFuzNav.
Na defensiva, o PelPtr desencadeia fogos defensivos aproximados e de proteção final da
CiaFuzNav. As SeçMtr7,62mm são empregadas para aumentar o poder de fogo das
CiaFuzNav, contribuindo para infligir baixas e degradar o inimigo, visando a detê-lo
antes que atinja a Linha de Proteção Final (LPF). A SeçMrt60mm bate,
preferencialmente, alvos desenfiados, que não possam ser batidos por outras armas
orgânicas ou em apoio à CiaFuzNav, também contribuindo para deter o inimigo antes
que atinja a LPF. As SeçMtr7,62mm e a SeçMrt60mm são intensamente empregadas
nos Fogos de Proteção Final (FPF).
O emprego do PelPtr, sempre que possível, deverá ser centralizado, ou seja, em proveito
da CiaFuzNav como um todo, aumentando a flexibilidade na aplicação dos fogos e
assegurando a continuidade do apoio de fogo durante a manobra. O grau de controle
exercido pelo Comandante do PelPtr (CmtPelPtr) sobre suas seções variará conforme o
tempo disponível para reconhecimento e expedição de ordens, as possibilidades de

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OSTENSIVO CGCFN-50

observação da Zona de Ação (ZAç) ou Setor de Defesa (StDef) e a existência ou não de


seções à disposição dos Pelotões de Fuzileiros Navais (PelFuzNav). O CmtPelPtr
buscará proporcionar o máximo de apoio de fogo à CiaFuzNav. De acordo com as
características do terreno e a ideia de manobra, poderão surgir limitações ao controle e
coordenação do PelPtr, o que imporá que uma ou mais seções sejam colocadas em apoio
direto ou à disposição dos PelFuzNav em primeiro escalão.
2.3 - A COMPANHIA DE APOIO DE FOGO
A CiaApF é a subunidade que presta o apoio de fogo orgânico do BtlInfFuzNav. A
CiaApF possui em sua organização uma Seção de Comando e três pelotões: o Pelotão
de Mísseis (AC) Pelotão de Mísseis Anticarro (PelMAC), o Pelotão de Metralhadoras
Pesadas (PelMtrP) e o Pelotão de Morteiros 81mm (PelMrt81mm).
Os pelotões da CiaApF apoiam, preferencialmente, de forma centralizada o
BtlInfFuzNav como um todo, ou, se a situação exigir, de forma descentralizada, em
proveito das CiaFuzNav. Os fatores da decisão e a ideia de manobra em terra
determinarão a melhor forma de realizá-lo. O emprego desses pelotões será abordado a
seguir.
2.3.1 - Pelotão de Mísseis Anticarro
a) Organização
A organização básica do PelMAC compreende três seções, cada qual constituída
de duas peças de míssil (AC) (MAC). A Seção de Mísseis (AC) (SeçMAC) é a
unidade básica de emprego dessa arma. A peça é a unidade básica de tiro e deve
estar preparada para engajar qualquer ameaça que entre no limite de seu alcance
máximo que é de 2.200 metros.
b) Tarefa do PelMAC
A principal tarefa do PelMAC é a proteção (AC) do GpOpFuzNav, apoiando pelo
fogo as peças de manobra e as frações do BtlInfFuzNav.
c) Alvos do PelMAC
Os alvos designados ao PelMAC são, preferencialmente, as viaturas (Vtr)
blindadas (Bld) inimigas, podendo bater posições de metralhadoras, pequenas
fortificações, postos de observação e outros alvos de interesse que requeiram
precisão e grande poder de destruição.

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OSTENSIVO CGCFN-50

d) Posições de tiro do PelMAC


As SeçMAC devem ocupar posições de tiro em pontos do terreno que disponham
de boa observação e campos de tiro para todo o setor da seção (normalmente de
90º). As peças deverão ocupar posições que ofereçam cobertura e camuflagem,
assim como disponham de caminhos à retaguarda para acesso à posição
desenfiados e sem obstáculos. Sempre que possível, as armas AC devem ser
posicionados no terreno de maneira que os Bld inimigos possam ser batidos antes
que estes tenham alcance para engajar nossas posições.
A SeçMAC ocupa as seguintes posições para cobrir seu setor de tiro:
- Posição Principal de Tiro: é a aquela de onde as peças cumprem a sua missão
principal de tiro e que oferece as melhores condições para tal;
- Posição de Muda: é a utilizada para bater os mesmos alvos da posição principal,
quando esta não mais oferece suficiente condições de proteção ou se torna
inadequada para o cumprimento da missão principal de tiro;
- Posição Suplementar de Tiro: é ocupada para bater outros alvos que não possam
ser batidos das posições principal ou de muda; e
- Posição de Abrigo: é uma posição coberta e abrigada onde a seção aguarda o
surgimento de um alvo para ocupar uma das posições citadas acima para executar
o tiro, sendo localizada próximo a elas.
e) Simbologia do PelMAC
a) A seta indica a direção principal de tiro (DPT), ou seja, o símbolo deve apontar
para a DPT;
b) As setas devem se estender até o alcance do míssil;
c) A parte inferior da haste indica posição no terreno; e
d) As setas traçejadas indicam o setor de tiro ( 90º ).

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OSTENSIVO CGCFN-50

f) Controle do PelMAC
O emprego do PelMAC em apoio ao conjunto (ApCj) ao BtlInFuzNav flexibiliza
as ações (AC) do GptOpFuzNav, exigindo que o Comandante do Pelotão
selecione um Posto de Observação (PO) de onde possa observar todas as
SeçMAC, para coordenar as ações e dirigir seu tiro. Cabe ressaltar que o controle
das SeçMAC pode ser dificultado pela grande dispersão requerida no emprego
dessas frações, o que poderá implicar a designação de alguma SeçMAC em apoio
direto a uma CiaFuzNav, ou mesmo colocada na situação de comando à
disposição.
g) O PelMAC nas operações ofensivas
Durante o recebimento de ordens, o Comandante do PelMAC (CmtPelMAC)
deverá atentar para os seguintes aspectos:
- Tipos de blindados inimigos;
- Localização dos obstáculos AC;
- Localização dos meios AC das unidades vizinhas;
- Detalhes a respeito de atividades das tropas amigas;
- Tarefas do PelMAC; e
- Localização do PO, PC e ILS do BtlInfFuzNav.
I) PelMAC na zona de reunião (ZReu)
O PelMAC ocupará uma ZReu juntamente com a CiaApF ou receberá ordens
para realizar a segurança (AC) da ZReu, quando se posicionará de modo a
bater as principais vias de acesso (VA) para blindados que nela incidem.
II) Posições de tiro
No ataque, o PelMAC ocupa posições de tiro iniciais e subsequentes. As
iniciais são ocupadas antes da linha de partida (LP) para apoiar os elementos de
assalto no desembocar do ataque e no deslocamento da LP ao objetivo. As
posições de tiro subsequentes são ocupadas após a LP para apoiar os elementos
de assalto, quando o alcance do armamento e o terreno não permitirem apoiar,
das posições iniciais, o prosseguimento do ataque, a consolidação e a
reorganização.
As posições selecionadas devem permitir a execução de fogos nos flancos e
nos intervalos da tropa amiga.

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OSTENSIVO CGCFN-50

III) Fogos do PelMAC


Normalmente, o PelMAC não participa dos fogos de preparação. Durante a
progressão dos elementos de 1º escalão, realizará fogos sobre os alvos que
dificultem a progressão até o alcance máximo do armamento ou até a região
onde seus fogos se tornem perigosos para as tropas amigas.
IV) Métodos de controle
Na ofensiva, o PelMAC deve se posicionar de modo a bater as melhores vias
de acesso para emprego de blindados inimigos, apoiando as ações AC do
BtlInfFuzNav. Sempre que possível, o pelotão deve ser empregado em ApCj,
método de controle que se caracteriza por estarem as seções subordinadas
tática e administrativamente ao comando do BtlInfFuzNav.
Em apoio direto (ApDto), o PelMAC ou uma SeçMAC atua em proveito de
uma CiaFuzNav, executando missões de tiro mediante pedido direto da
subunidade (SU) apoiada. É empregado quando existe a necessidade de prestar
um apoio cerrado à peça de manobra (PçMan) em primeiro escalão, em virtude
da inexistência de posições de tiro à retaguarda, ou pela existência de alguma
ameaça blindada/mecanizada inimiga àquela PçMan. Nesse método de
controle, a responsabilidade pelo apoio logístico às seções que estão em apoio
direto continua com o Cmt do PelMAC.
A situação de comando à disposição é normalmente utilizada quando a PçMan
apoiada está sendo empregada fora da distância de controle do CmtPelMAC.
Neste caso, a responsabilidade pelo apoio logístico às SeçMAC que estão à
disposição será da SU apoiada.
V) Representação do PelMAC
A representação do posicionamento do PelMAC ou das SeçMAC,
independentemente do método de controle ou situação de comando, será
apresentada, de forma genérica, no Conceito da Operação, utilizando como
referência acidentes do terreno ou as peças de manobra do BtlInfFuzNav.
h) O PelMAC nas operações defensivas
I) Emprego do PelMAC
A principal tarefa do PelMAC na defesa de área será a defesa (AC) (DAC) na
área de defesa avançada (ADA). Geralmente, as SeçMAC serão posicionadas
de maneira a cobrir, concomitantemente com os obstáculos (AC), as melhores

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OSTENSIVO CGCFN-50

vias de acesso de blindados inimigos e para atuar eficazmente contra os carros


de combate (CC), antes que atinjam o limite anterior da área de defesa
avançada (LAADA). As posições mais favoráveis serão as que permitirem o
fogo no máximo de seu alcance e, se possível, no flanco dos blindados
inimigos que se aproximem da área de defesa. As peças serão posicionadas de
modo a se apoiarem mutuamente.
No caso de a força inimiga ser basicamente composta de blindados,
particularmente CC, as VA para blindados deverão ser batidas,
preferencialmente por CC, haja vista a capacidade de durarem na ação
comparativamente às armas AC, pois possuem maior poder de fogo, proteção
blindada e mobilidade.
II) Método de controle
Na defensiva, as SeçMAC ficam, normalmente, dispersas no setor de defesa do
BtlInfFuzNav e guarnecem setores de tiro estabelecidos no Plano DAC, plano
que, além de estabelecer as medidas de DAC, integra essas ações AC ao
sistema de barreiras, ao Plano de Apoio de Fogo e à manobra.
O método de controle ApCj proporciona ao CmtPelMAC maior flexibilidade
no emprego dos fogos AC, podendo concentrá-los nas prováveis áreas de
engajamento, ou seja, nas regiões do terreno que permitem o emprego dos
blindados inimigos em melhores condições. Tal método de controle deve ser
considerado quando as unidades que compõem o CCT defendem em frente
normal, não existindo obstáculo dissociador longitudinal no setor de defesa
(inimigo de natureza blindada), pois, além de simplificar a cadeia de comando,
desonera os Cmt das SU apoiadas dos encargos logísticos.
Nas situações em que o CmtPelMAC não possui condições para controlar e
coordenar o emprego de suas SeçMAC, devido à existência de obstáculos ou
de frentes largas, poderá ser utilizada uma SeçMAC em ApDto a uma SU, ou
mesmo a situação de comando à disposição, a qual é a menos desejável, pois
irá sobrecarregar as subunidades com atribuições logísticas.
III) Representação do PelMAC
Deverá ser representado no Plano de Fogos do BtlInfFuzNav (anexo ao calco
de operações) o posicionamento de todas as seções do PelMAC, com seus
respectivos setores de tiro, independentemente do método de controle ou

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OSTENSIVO CGCFN-50

situação de comando, visando a facilitar a coordenação e, principalmente, a


integração do apoio de fogo.
2.3.2 - Pelotão de Metralhadoras Pesadas
a) Organização
A organização básica do PelMtrP compreende três seções de MtrP (SeçMtrP),
cada qual constituída de duas peças de MtrP. O PelMtrP é estruturado para apoiar
um BtlInfFuzNav que nucleia um CCT.
b) Métodos de controle / situação de comando
A escolha do método de controle a ser empregado dependerá da análise dos
fatores da decisão e, particularmente, dos seguintes aspectos:
- a necessidade de coordenação para posicionamento das armas;
- a capacidade de “controle local” do Comandante do PelMtrP (CmtPelMtrP); e
- a necessidade de emassamento de fogos.
O método de controle mais indicado é ApCj, pois proporciona ao Cmt da Unidade
mais flexibilidade. Quando o terreno ou outro fator da decisão não permitir que o
PelMtrP apoie todas as PçMan de uma única posição, poderá ser adotado o
método de controle de ApDto ou a situação de comando à disposição.
Em ApDto, o PelMtrP ou a SeçMtrP atua em proveito de uma CiaFuzNav,
executando missões de tiro mediante pedido direto da SU apoiada. É empregado
quando existe a necessidade de prestar um apoio cerrado a PçMan em primeiro
escalão, inexistindo posições de tiro à retaguarda. Nesse método de controle, a
responsabilidade pelo apoio logístico às SeçMtrP que estão em ApDto continua
com o CmtPelMtrP.
A situação de comando à disposição é normalmente utilizada quando a PçMan
apoiada está sendo empregada fora da distância de controle da Unidade. Neste
caso, a responsabilidade pelo apoio logístico às seções que estão à disposição será
da SU apoiada.
c) Emprego tático
O PelMtrP tem o seguinte emprego tático:
- apoio de fogo;
- defesa antiaérea de ponto, com o uso do reparo antiaéreo;
- complementar a DAC; e
- apoiar ou nuclear frações que executem tarefas de reconhecimento e segurança

OSTENSIVO - 2-7 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

como: escoltas de comboios, segurança de flancos, defesa da área de retaguarda


(DEFAR) e esclarecimento motorizado.
O emprego centralizado do pelotão proporciona mais volume e eficácia dos
fogos, permitindo bater alvos profundos. Contudo, as SeçMtrP podem ser
dispostas em largura, quando a situação exigir. Deve ser considerado que a
execução do tiro sobre tropa sofrerá restrições em decorrência da conformação
do terreno (relevo), pois a trajetória dos projéteis não pode por em risco a
segurança da tropa apoiada.
d) Simbologia do PelMtrP

Fig 2.3 - SçMtrP (posição principal) Fig 2.4 - SçMtrP (posição suplementar)

Deverá ser representado no Plano de Fogos do BtlInfFuzNav o posicionamento de


todas as SeçPelMtrP, com suas respectivas DPT, independentemente do método
de controle ou situação de comando, visando a facilitar a coordenação e,
principalmente, a integração do apoio de fogo (setores de tiro das SeçMAC, DPT
das SeçMtrP e a DPT das Mtr 7,62mm das CiaFuzNav em 1º escalão).
e) Emprego em operações ofensivas
I) Alvos a serem engajados
- No apoio de fogo: posições inimigas (particularmente as que apresentam
avançados níveis de organização do terreno (OT), com abrigos construídos
com madeira e sacos de areia) e posições de armas automáticas inimigas
(inclusive casamatas). As SeçMtrP podem ser empregadas também contra
atiradores de precisão localizados em casas ou prédios.
- Na defesa antiaérea (DAAe): defesa de ponto contra helicópteros (He) e
aeronaves de asa fixa de baixo desempenho.
- Na DAC: contra viaturas sem blindagem ou Vtr com blindagem leve, desde
que utilize munição perfurante.

OSTENSIVO - 2-8 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

II) Apoio de fogo durante o assalto


O PelMtrP é empregado para bater, preferencialmente, os intervalos existentes
entre as PçMan, buscando-se manter o fogo sobre as posições inimigas o maior
tempo possível. Quando o terreno permitir, deve buscar uma posição no flanco,
de forma a apoiar o Assalto sem risco para a tropa atacante. Após a conquista
dos objetivos, o PelMtrP deve, rapidamente, deslocar-se para frente, de forma a
apoiar a consolidação.
f) Emprego em operações defensivas
I) Alvos a serem engajados
- No apoio de fogo: posições de armas automáticas inimigas ou atiradores de
precisão localizados em prédios ou casas.
- Na defesa antiaérea: defesa de ponto contra He e aeronaves de asa fixa de
baixo desempenho.
- Na defesa (AC): contra Vtr sem blindagem ou com blindagem leve, desde que
utilize munição perfurante.
II) Posicionamento do armamento
- Será posicionado no LAADA, sendo protegida pelos elementos em primeiro
escalão (posicionada dentro dos núcleos defensivos);
- Deve estar o mais à frente e com o maior comandamento de fogos possível,
para melhor aproveitar seu alcance útil; e
- Pode ser empregado em apoio aos Postos Avançados de Combate (PAC).
III) Defesa em contraencosta
O PelMtrP será posicionado de forma que seus fogos sejam rasantes na crista
topográfica da elevação, a fim de deter o inimigo nessas alturas.
2.3.3 - Pelotão de Morteiros 81mm
a) Organização
A organização básica do PelMrt81mm compreende uma Seção de Comando e três
Seções de Morteiros 81 mm (SeçMrt81mm), cada qual constituída de duas peças
de Mrt81mm. O PelMrt81mm é o responsável pelo apoio de fogo orgânico do
BtlInfFuzNav, prestando o apoio de fogo indireto, cerrado e contínuo as suas
peças de manobra.

OSTENSIVO - 2-9 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

b) Métodos de controle/situação de comando


A escolha do método de controle a ser empregado, dependerá da análise dos
fatores da decisão (principalmente do terreno) e, particularmente, da necessidade
de centralização do PelMrt81mm para proporcionar flexibilidade (possibilidade de
emassar fogos).
Ação de conjunto (AçCj) é o método de controle que confere a maior
centralização. Quando o terreno ou outro fator da decisão não permitir que o
PelMrt81mm apoie todas as PçMan de uma única posição, outro método poderá
ser adotado.
O método de controle ApDto permite um grau de descentralização que possibilita
apoiar determinada CiaFuzNav com fogos contínuos mantendo, entretanto, o
apoio logístico centralizado a cargo do CmtPelMrt81mm. Em ApDto, o
PelMrt81mm ou a SeçMrt81mm atua em proveito de uma CiaFuzNav, executando
missões de tiro mediante pedido direto da subunidade apoiada. É empregado
quando da inexistência de posições de tiro que permitam apoiar a manobra do
BtlInfFuzNav de uma única posição. Nesse método de controle, a
responsabilidade pelo apoio logístico às seções que estão em ApDto continua com
o CmtPelMrt81mm.
A situação de comando à disposição é normalmente utilizada quando a PçMan
apoiada está sendo empregada fora da distância de controle do BtlInfFuzNav.
Neste caso, a responsabilidade pelo apoio logístico às seções que estão à
disposição será da SU apoiada. A situação de comando à disposição é a menos
desejável por sobrecarregar as SU com atribuições logísticas.
c) Emprego nas operações ofensivas
I) Fatores para a seleção da posição
São fatores a serem analisados para a seleção da posição do PelMrt81mm:
- terreno;
- segurança; e
- situação tática.
A posição principal tem que apoiar a montagem e o desembocar do ataque e,
preferencialmente, apoiar a conquista e a consolidação do objetivo (Obj). Caso
isto não seja possível, serão planejadas tantas posições suplementares quantas
sejam necessárias.

OSTENSIVO - 2-10 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

II) Prioridade de fogos


O Cmt do BtlInfFuzNav normalmente estabelece prioridade de fogos do
PelMrt81mm para a CiaFuzNav que realiza o esforço principal. Essa
designação dependerá dos meios de apoio de fogo não orgânicos do
BtlInfFuzNav que estão em apoio à Unidade.
III) O PelMrt81mm na Marcha para o Combate
Na coluna de marcha, o PelMrt81mm se desloca como um todo, com a coluna
motorizada de um BtlInfFuzNav. Na coluna tática, o PelMrt81mm se desloca,
normalmente, bem à frente, em condições de entrar rapidamente em posição.
Se o BtlInfFuzNav estiver se deslocando por dois itinerários, seções do
PelMrt81mm podem apoiar cada coluna.
Na marcha de aproximação, o PelMrt81mm se desloca junto às CiaFuzNav em
primeiro escalão. No caso das CiaFuzNav se deslocarem dentro da distância de
apoio, o PelMrt81mm poderá estar em AçCj.
IV) O PelMrt81mm no ataque noturno
Os ataques noturnos podem ser iluminados ou não iluminados. Os fogos de
Mrt81mm serão planejados, porém, no caso do ataque noturno não iluminado,
só serão desencadeados mediante ordem (MdtO).
O PelMrt81mm pode receber missões de tiro com a finalidade de neutralizar
Mrt inimigos, iludir quanto à verdadeira localização do ataque, dissimular os
ruídos produzidos pela tropa atacante, orientar estas últimas, neutralizar
objetivos, iluminar o campo de batalha e apoiar a reorganização e defesa por
ocasião de contra-ataques.
V) O PelMrt81mm no Ataque com Transposição de Curso d’água
O PelMrt81mm estabelecerá posição principal na margem amiga, de forma a
apoiar a conquista da Primeira Linha de Objetivos (LO-1). Mudanças de
posição devem ser planejadas para permitir o apoio BtlInfFuzNav na conquista
das demais LO.
VI) O PelMrt81mm em Operações Militares em Área Urbana
Na orla anterior da localidade, o PelMrt81mm pode neutralizar posições
inimigas, cobrindo a progressão em direção à localidade. Pode ainda apoiar a
conquista das elevações que dominem a localidade.

OSTENSIVO - 2-11 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

No interior da localidade, o Mrt81mm será utilizado para bater objetivos


protegidos pelas paredes das edificações. Pode, também, empregar fumígenos
para cobrir o movimento das tropas atacantes.
O desencadeamento de fogos no interior da localidade deverá ser objeto de
criteriosa avaliação, pois poderá ocasionar escombros que, além de serem
obstáculos ao avanço de nossas tropas, poderão ser utilizados como cobertas e
abrigos pelo inimigo.
Na manutenção da localidade, normalmente, o Mrt81mm será utilizado para
bater prováveis ZReu, fora dos limites e os principais acessos à localidade. As
barragens devem ser previstas sobre as ruas ou em áreas de edificações
esparsas.
VII) O PelMrt81mm no Assalto Anfíbio (AssAnf)
No AssAnf, normalmente, o PelMrt81mm estabelece sua posição principal
junto à Praia de Desembarque (PDbq) para apoiar a conquista da primeira linha
de alturas. As demais posições necessárias para apoiar a operação serão
posições suplementares.
Devido às largas frentes e grandes distâncias entre as PçMan, o PelMrt81mm,
normalmente, apoiará a CiaFuzNav que realiza o esforço principal, ou estará
descentralizado, apoiando mais de uma PçMan. Na manutenção da cabeça-de-
praia (CP), ele poderá bater áreas que, porventura, não sejam batidas pela Art
ou apoiar uma das PçMan, conforme decisão do CmtBtlInfFuzNav.
VIII) O PelMrt81mm na Incursão Anfíbia (IncAnf)
Na IncAnf, dependendo da situação, o PelMrt81mm poderá ficar embarcado,
em apoio à reserva. Isto será verificado no confronto (fase 3, etapa 1 do
Processo de Planejamento Militar – PPM) e o CmtBtlInfFuzNav decidirá,
baseado nos fatores da decisão.
No caso do PelMrt81mm desembarcar, duas situações poderão ocorrer. Na
primeira ele estará apoiando o grupamento funcional 1 de assalto. Neste caso,
poderá usar suas viaturas, pois seu retraimento e reembarque estarão protegidos
pelo grupamento funcional de cobertura. Na segunda situação, o PelMrt81mm
estará apoiando o grupamento funcional de cobertura. Neste caso, é preferível
que o Mrt81mm esteja embarcado em blindados. Caso contrário, seu
1
O CCT de uma Força de Incursão é organizado em quatro grupamentos funcionais: reconhecimento e segurança, cobertura,
assalto e reserva.

OSTENSIVO - 2-12 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

retraimento e retirada poderão não ter proteção, tendo em vista a sequência de


retraimento da IncAnf.
d) Emprego nas operações defensivas
I) Defesa de Área
Na defensiva, a tarefa do PelMrt81mm consiste em prestar um contínuo apoio
de fogo indireto às PçMan em primeiro escalão do BtlInfFuzNav, Unidade que
nucleia ou compõe o CCT.
II) Fatores para seleção de posição
Os fatores a serem analisados para a seleção da posição do PelMrt81mm são os
seguintes:
- terreno;
- segurança; e
- situação tática.
A posição principal deve possibilitar bater todo o LAADA e,
preferencialmente, apoiar os PAC e estando localizada à retaguarda dos
núcleos de aprofundamento da reserva. Caso não seja possível, serão
estabelecidas tantas posições suplementares quantas necessárias.
É desejável que a posição principal do PelMrt81mm não bata o LAADA no
limite do alcance útil, pois, nesse caso, o inimigo que estiver se aproximando
do LAADA não será batido por fogos de Mrt81mm durante seu deslocamento.
A última posição suplementar apoia em profundidade a defesa do Batalhão,
devendo estar localizada à retaguarda dos núcleos de aprofundamento da
reserva. Essa posição será ocupada, se algum núcleo de aprofundamento na
ADA submergir.
III) Prioridade de fogos
Normalmente, o Cmt do CCT estabelecerá a prioridade de fogos para a PçMan
que defende a parte mais importante do setor defensivo, ou seja, onde incidem
as VA mais favoráveis ao inimigo.

OSTENSIVO - 2-13 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

IV) Fogos de barragem


Quando empregado centralizadamente, o PelMrt81mm tem capacidade de
executar uma barragem normal2. Podem ainda ser previstas até duas barragens
eventuais3. A barragem deve ser localizada a uma distância de 100 a 200m à
frente do LAADA. A barragem de uma peça bate, aproximadamente, um
quadrado de 50 m de lado, sendo representada nos calcos ou cartas.
V) Alvos
No planejamento dos fogos de Mrt81mm deve ser dada prioridade para as áreas
que não possam ser batidas com armas de tiro tenso.
VI) O PelMrt81mm nos Movimentos Retrógrados
No retraimento sem pressão, o Pel Mrt81mm, normalmente, permanece em
posição até que a força que retrai tenha rompido o contato com o inimigo.
Antes disso, uma ou duas seções serão colocadas à disposição dos elementos
deixados em contato (EDC). O restante do pelotão retrairá com o grosso da
tropa.
No retraimento sob pressão, o PelMrt81mm retrai após as CiaFuzNav em
primeiro escalão.
Na retirada, o PelMrt81mm será utilizado como na marcha para o combate. No
entanto, ele poderá ser colocado em apoio à força que acolher a tropa que se
retira (se for o caso).
Na ação retardadora, o PelMrt81mm apoiará a Posição Inicial de Retardamento
(PIR), desencadeando fogos longínquos e buscando infligir o máximo de
perdas no inimigo, bem como interditar seus movimentos. Apoiará as demais
posições de retardamento, sucessivamente, se elas existirem, da mesma forma
que na PIR. Durante o retraimento da tropa, uma SçMrt81mm poderá ser
colocada à disposição do Destacamento Retardador, principalmente se este
dispuser do apoio de blindados.
VII) O PelMrt81mm na Defesa em Contraencosta
As barragens de Mrt81mm devem bater a crista topográfica da elevação, com a
finalidade de torná-la inconquistável pelo inimigo. Enquanto os PO estiverem
em posição, os Mrt81mm desencadearão seus fogos longínquos ou defensivos
2
A barragem é um tiro linear previsto, destinado a proteger tropas ou instalações amigas, impedindo que o inimigo atravesse
linhas, posições etc. Cada bateria é encarregada de apenas uma barragem, chamada normal, na qual permanece apontada
quando não estiver cumprindo outras missões de tiro, mesmo que esta barragem já tenha sido desencadeada.
3
Este tipo de barragem serve para fechar os intervalos entre as barragens normais ou para reforçá-las.

OSTENSIVO - 2-14 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

aproximados.
VIII) O PelMrt81mm na Defesa na Linha de um Curso d’água
Quando o traçado do LAADA coincidir com a margem de um curso d`água,
devem ser previstas concentrações sobre prováveis posições de ataque, na
margem oposta e barragens sobre prováveis locais de travessia. Quando o
traçado do LAADA estiver à retaguarda da margem do rio, as barragens serão
planejadas sobre prováveis locais de desembarque e VA na margem amiga.

OSTENSIVO - 2-15 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

CAPÍTULO 3
APOIO DA ARTILHARIA DE CAMPANHA
3.1 - TAREFAS GERAIS DA ARTILHARIA DE CAMPANHA
A finalidade da artilharia de campanha (ArtCmp) é proporcionar ao GptOpFuzNav o
apoio de fogo, necessário e suficiente, para que seu Comandante, em coordenação com
os demais sistemas de armas disponíveis, possa intervir no combate pelo fogo, seja pela
neutralização, destruição ou interdição de alvos que ameacem o cumprimento da
missão, seja por meio de fogos subsidiários de inquietação das tropas inimigas,
iluminação do campo de batalha e de proteção, de acordo com o tipo de manobra
adotado.
A ArtCmp tem as seguintes tarefas gerais:
- prestar apoio de fogo cerrado, contínuo e oportuno aos elementos de manobra em
primeiro escalão;
- aprofundar o combate pela aplicação de fogos sobre as reservas inimigas, instalações
de comando e controle e instalações logísticas inimigas; e
- realizar fogos de contrabateria dentro do alcance de suas armas.
Para que essas tarefas gerais sejam alcançadas, algumas capacidades devem ser
desenvolvidas, a saber:
- coordenar o apoio de fogo de artilharia;
- adquirir adequada e oportunamente alvos de interesse;
- empregar munição adequada de acordo com o alvo;
- prestar a segurança da posição ocupada;
- estabelecer adequado sistema de comunicações;
- movimentar de maneira adequada e oportuna seus meios;
- manter adequado e contínuo fluxo logístico; e
- manter sua tropa adestrada e preparada para o emprego.
3.2 - SISTEMA DE APOIO DE FOGO DA ARTILHARIA DE CAMPANHA
A ArtCmp não é uma arma, mas um sistema, formado por diversos subsistemas
interdependentes que contribuem para o cumprimento da missão.
Os subsistemas da ArtCmp são: linha de fogo, ligação e observação, topografia,
meteorologia, comunicações, busca de alvos, logística e direção de tiro.

OSTENSIVO - 3-1 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

3.2.1 - Linha de fogo


Subsistema composto por meios de lançamento (canhões, obuseiros, morteiros,
lançadores de mísseis ou foguetes). A combinação adequada de arma e munição por
parte da unidade de artilharia contribuirá para que o comando influa de modo efetivo
no desenvolvimento do combate.
3.2.2 - Ligação e observação
Subsistema composto pelas Seções de Ligação e Observação. Os Oficiais de Ligação
de Artilharia (OLigArt) assessoram o Coordenador do Apoio de Fogo (CAF) quanto
ao Planejamento de Fogos da ArtCmp e sua adequação à ideia de manobra do
GptOpFuzNav e quanto às possibilidades e limitações do emprego da artilharia de
campanha.
Os Observadores Avançados (OA) acompanham as peças de manobra do CCT,
normalmente no nível CiaFuzNav, e assessoram seus Comandantes quanto ao correto
emprego da ArtCmp em proveito de suas tarefas, além de realizarem a localização e
pedido de tiro sobre alvos de interesse. A unidade de ArtCmp pode, também,
estabelecer PO com observadores próprios, para realizar tanto o tiro técnico 4
(regulações) como o tiro tático em proveito da tropa apoiada. Poderão ainda ser
empregados observadores aéreos e meios indiretos, como por exemplo Veículos
Aéreos Não Tripulados (VANT) e radares de contrabateria para a condução de
missões de tiro. A observação acurada do fogo de artilharia contribuirá para a
realização do tiro sobre os mais variados tipos de alvos, com a máxima eficácia e
com um consumo mínimo de munição.
3.2.3 - Topografia
O levantamento topográfico, efetuado por equipes especializadas e empregando
equipamentos de medição sofisticados, é base para a centralização do tiro do escalão
de ArtCmp empregado. Esse levantamento servirá de base para a construção de uma
trama topográfica5 comum às Unidades de Tiro6 (UT), aos observadores e à linha de
fogo.

4
Tiro realizado com o intuito de estabelecer correções a serem aplicadas a missões de tiro futuras.
5
Trama topográfica é o nome dado ao levantamento da posição, direção e desnível de elementos importantes para a solução
do problema técnico da artilharia de campanha, a saber, o tiro indireto.
6
Unidade de Tiro é a menor fração com a qual a ArtCmp pode empregar seus meios e apoiar, portanto, os elementos de
manobra com seus fogos. Esta fração corresponde às Baterias de Tiro (BiaT) que são o menor escalão de artilharia a ser
empregado.

OSTENSIVO - 3-2 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

3.2.4 - Meteorologia
Os fatores atmosféricos são responsáveis pela maior influência na balística externa
do projétil, podendo alterar significativamente o alcance e direção final deste. Esta
alteração influi na precisão obrigando que o tiro seja ajustado 7 antes da eficácia8,
acarretando em perda do princípio da oportunidade. Sendo assim, a capacidade de
obtenção de boletins meteorológicos e de inserção dos dados neles contidos nos
cálculos de tiro reduz significativamente este problema balístico, conferindo maior
precisão ao tiro.
3.2.5 - Comunicações
Subsistema que permite a integração entre os subsistemas participantes do tiro
propriamente dito. Devido ao grande fluxo de mensagens necessário ao controle
técnico e tático da ArtCmp, a quantidade de emissões eletromagnéticas pode
denunciar a posição dos diversos subsistemas. Para evitar que isso ocorra, os
procedimentos para segurança das comunicações devem ser rigorosamente
observados. Nesse sentido, o canal dados é o mais eficiente para a ArtCmp, pois
expõe menos o escalão de artilharia no espectro eletromagnético e elimina as perdas
de tempo para o tiro provenientes das transmissões de mensagens, comandos e
ordens de tiro.
3.2.6 - Busca de alvos
É o subsistema primordial para que tarefa geral da ArtCmp de realizar fogos de
contrabateria seja cumprida. A busca de alvos permitirá o desencadeamento de
rápidos, oportunos e eficientes fogos de contrabateria e contramorteiro, alcançando
assim a superioridade de fogos. Para um inimigo que possui eficiente sistema de
ArtCmp, a busca de alvos torna-se imprescindível para que nosso ciclo OODA
(Ciclo de Boyd ou Ciclo Decisão – Observação, Orientação, Decisão e Ação) seja
mais rápido do que o do inimigo no que tange ao apoio de fogo.

7
A ajustagem do tiro é uma técnica utilizada pelo OA com o intuito de enquadrar o alvo por meio de tiros subseqüentes de
forma que antes da eficácia sejam levantados os elementos de tiro necessários para que a eficácia seja executada
precisamente sobre o alvo.
8
Tiro de eficácia é o tipo de missão de tiro de artilharia a ser desencadeada, a pedido do observador, quando este julgar que o
alvo está precisamente localizado ou enquadrado. Tiro de destruição ou neutralização efetuado em condições tais que a
probabilidade de acerto e o dano ao alvo justifiquem o dispêndio de munição.

OSTENSIVO - 3-3 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

3.2.7 - Logística
Um dos maiores problemas da ArtCmp reside no volume e peso de sua carga
logística. Um eficiente sistema de apoio logístico, dotado dos adequados meios de
transporte, contribuirá significativamente para o cumprimento da tarefa geral da
ArtCmp de prover apoio de fogo cerrado, contínuo e oportuno aos elementos de
manobra em primeiro escalão.
3.2.8 - Direção de tiro
Subsistema composto pelo pessoal e equipamentos, por meio dos quais o comando
exerce a direção de tiro. Esse pessoal e equipamentos ficam localizados na Central de
Tiro onde os pedidos de tiro dos OA são transformados em comandos de tiro para os
meios de lançamento da linha de fogo. O ideal é que haja um sistema integrado de
direção de tiro capaz de receber automaticamente as informações do levantamento
topográfico e meteorológico e os pedidos de tiro dos OA inserindo-os rapidamente
no cálculo do tiro, além de permitir a transmissão via dados dos comandos de tiro
para os meios de lançamento da linha de fogo.
3.3 - POSSIBILIDADES DA ARTILHARIA DE CAMPANHA
3.3.1 - Transferir fogos rapidamente
Caso a artilharia esteja engajada inicialmente em determinado alvo e receba um
pedido de tiro para engajar alvo em outra direção, poderá rapidamente, sem a
necessidade de mudar de posição, empregar suas UT de forma que os fogos sejam
transferidos para o outro alvo, mesmo sem ter terminado efetivamente de cumprir a
missão anterior e, após realizar o tiro, retornar a primeira missão e concluí-la. Isto é
particularmente utilizado por ocasião do desencadeamento de fogos de barragem 9 ou
de fogos do tipo HNA10, pois são fogos que devem ser desencadeados em momentos
específicos e, portanto, preterem outras missões ainda que estejam no decurso de seu
desencadeamento.

9
A barragem é uma modalidade de tiro que possui um elevado volume de fogos e é caracterizada por formar uma linha no
terreno perpendicular à progressão do inimigo de forma a barrar seu avanço. Este tiro é executado na cadência máxima do
material, que no caso do obuseiro 105 mm Light Gun são 12 tiros por peça durante 3 min, o que totaliza 216 tiros
desencadeados por uma única UT.
10
Os fogos do tipo HNA (hora no alvo) são fogos desencadeados em determinado momento com o desencadeamento
amarrado em determinado horário. É fundamental que o OA faça o acerto de relógios com a Central de Tiro para que este
tipo de pedido de tiro ocorra adequadamente.

OSTENSIVO - 3-4 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

3.3.2 - Emassar fogos de diferentes baterias


Muitos alvos possuem frente11 maior do que a frente eficazmente batida (FEB12) da
UT. Sendo assim, para batê-los será necessário o emprego do BtlArtFuzNav.
Portanto, a ArtCmp é capaz de rapidamente bater estes tipos de alvos com mais de
uma UT sem que as baterias mudem de posição no terreno.
3.3.3 - Executar tiros precisos
Os tiros precisos podem ser executados com ou sem ajustagem. Se a ArtCmp possuir
os meios necessários para executar o tiro predito 13, a precisão será alcançada logo na
eficácia sem a necessidade de ajustagem. Caso contrário, a precisão será alcançada,
sendo necessária, entretanto, a realização de uma ajustagem.
3.3.4 - Executar tiro de destruição
O tiro de destruição visa inutilizar permanentemente o alvo. É um tiro que envolve
um volume de fogos considerável além da utilização do calibre, granada e espoleta
adequados à natureza do alvo.
3.3.5 - Iluminar o campo de batalha
A iluminação do campo de batalha se faz de forma contínua, intermitente ou
coordenada. A iluminação contínua é aquela em que, antes da granada iluminativa
(GIL) apagar, a granada subsequente acende de forma que haja uma continuidade na
iluminação. A iluminação intermitente é aquela em que são fornecidos períodos de
iluminação apenas para identificar alvos ou posições inimigas. A iluminação
coordenada é aquela onde, além do campo de batalha ser iluminado, são executadas
missões com granadas autoexplosivas (GAE) de forma que o alvo possa ser batido ao
mesmo tempo em que é iluminado e o OA, assim, tenha condição de avaliar o efeito
dos fogos sobre o alvo.
3.3.6 - Executar tiros sobre alvos desenfiados
A ArtCmp é capaz de realizar o tiro indireto, que possibilita bater alvos desenfiados.
Além disso, por meio do tiro vertical a ArtCmp é capaz de bater alvos localizados em
contraencostas.
11
Distância do alvo perpendicular à linha de observação (LO).
12
A FEB é um termo que pode ser relativo à granada (FEB da granada 120 mm = 25 m, FEB da granada 105 mm Light Gun
= 40 m e FEB da granada do Obuseiro 155 mm = 50 m), relativo aos escalões de artilharia (Bateria 105 mm = 240 m, Bateria
155 mm = 300 m, BtlArt com Baterias 105 mm = 500 m, BtlArt com Baterias 155 mm = 600 m e RgtArt com Baterias 155
mm = 1200 m). Apesar de o BtlArt possuir três BiaT, considera-se a sua FEB como sendo o somatório de apenas duas BiaT,
pois a Bateria do centro, na verdade, recobre os fogos das Baterias dos extremos.
13
Tiro predito consiste na mais recente técnica desenvolvida pela artilharia de campanha que permite que seja colocado, com
precisão, um tiro sobre o alvo localizado numa direção qualquer e dentro do alcance máximo do material, sem quaisquer
regulações ou ajustagens e, portanto, com o máximo de surpresa.

OSTENSIVO - 3-5 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

3.4 - LIMITAÇÕES DA ARTILHARIA DE CAMPANHA


3.4.1 - Momentos iniciais do AssAnf
Nos momentos iniciais do Assalto Anfíbio (AssAnf), via de regra, verifica-se uma
grande impulsão, a possibilidade de elevado grau de atrição e a necessidade de
ocupar terreno para prover segurança e espaço aos demais meios e escalões a
desembarcar.
A oportunidade para o desembarque das unidades/subunidades de artilharia depende
de variáveis, tais como: disponibilidade de áreas de posição, necessidade do apoio de
artilharia em terra e possibilidade de abicagem dos navios de desembarque e/ou
embarcações de desembarque. As unidades de tiro da Artilharia podem desembarcar
em vagas a pedido ou vagas programadas.
Uma vez que normalmente seu desembarque estará condicionado à conquista de uma
parcela da CP que proporcione espaço e segurança para seu emprego, a principal
limitação da ArtCmp é a capacidade em apoiar os momentos iniciais do AssAnf. Esta
limitação poderá ser minimizada, pelo desembarque da artilharia Pré Hora-H, se
possível, em ilhas e/ou promontórios dentro do alcance do armamento.
3.4.2 - Dificuldade de ocupar posição durante os deslocamentos
Quando a ArtCmp necessita mudar de posição, ou por chegar ao limite de seu
alcance máximo ou por questões de segurança da Área de Posição 14, sua pronta
resposta aos pedidos de apoio de fogo fica prejudicada. A forma de se minimizar esta
limitação é efetuar estes deslocamentos por escalão, o que permitirá a continuidade
do apoio de fogo. Caso o escalão de artilharia a prestar o apoio seja a bateria, esta
limitação poderá ser minimizada por meio da entrada rápida em posição 15, posto que
a BiaT é a UT, menor escalão de artilharia a ser empregado.
3.4.3 - Ataques aéreos
Tanto em posição quanto por ocasião dos deslocamentos para mudança de posição, a
ArtCmp é vulnerável a ataques aéreos. Para minimizar o problema apresentado na
primeira situação é fundamental que a camuflagem da área de posição seja feita para
14
Área de Posição é a porção do terreno onde determinado escalão de artilharia ocupa normalmente após terem sido
realizados trabalhos de reconhecimento.
15
Entrada rápida em posição é a técnica utilizada pela ArtCmp para rapidamente ocupar uma posição ao longo do itinerário
de deslocamento, possibilitando ao atendimento do pedido de tiro. Durante o deslocamento o pedido de tiro é recebido pela
Central de Tiro que rapidamente comunica o fato ao Comandante da Linha de Fogo (CLF). Este, por sua vez, assim que
identifica uma região ao longo do itinerário que possa ser ocupada pela bateria, rapidamente posiciona sua viatura balizando a
Direção Geral de Tiro (DGT) de forma que as peças possam posicionar-se corretamente no terreno. As peças são
posicionadas rapidamente e apontadas por meio de um ponto de referência. Assim que a Central de Tiro obtém do CLF as
coordenadas do CB e termina os cálculos do tiro, transmite ao CLF os comando de tiro que depois de inseridos nas peças
permitem que a bateria prontamente execute o tiro.

OSTENSIVO - 3-6 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

todos os órgãos das BiaT, do BtlArtFuzNav. Além disso, se for possível, deve ser
prevista defesa antiaérea para a Área de Posição. Quando não existirem UT de
artilharia antiaérea disponíveis, a ArtCmp deverá, desde que não interfira no
cumprimento de suas tarefas, ocupar posição próxima ao PC do GptOpFuzNav que
normalmente recebe meios que provêm sua defesa antiaérea. É recomendável que o
deslocamento dos escalões de artilharia se dê no período noturno. Para minimizar o
problema apresentado na segunda situação, é recomendável que o deslocamento dos
escalões de artilharia ocorra no período noturno. Quando isso não for possível,
deverá ser prevista cobertura aérea para realizar a segurança dos deslocamentos dos
escalões de ArtCmp.
3.4.4 - Fogos de contrabateria
A ArtCmp é vulnerável a fogos de contrabateria. Esta limitação pode ser minimizada
adotando-se a correta forma de desdobrar a artilharia no terreno, além da adoção de
uma conduta que implique sucessivas ocupações de posições de troca 16. Contudo,
para antepor-se a esse perigo, faz-se necessário que a ArtCmp possua, também,
meios de busca de alvos que possam detectar prontamente a artilharia inimiga
possibilitando a realização de fogos de contrabateria.
3.4.5 - Ameaça de carros de combate
A Área de Posição é particularmente vulnerável à ameaça de carros de combate. Para
minimizar esse problema, o CLF deverá separar setores de tiro em VA que sejam
particularmente favoráveis a este meio e atribuí-los aos chefes de peça que deverão
confeccionar cartões de tiro de forma a prontamente realizarem a pontaria direta para
alvos detectados. Contra tais ameaças, as armas mais eficientes são os CC e as armas
AC. Na ausência de tais armas, o tiro direto com o armamento de artilharia, embora
não seja tão preciso, é um recurso disponível.
3.4.6 - Autodefesa da área de posição
A ArtCmp possui medidas passivas e ativas para realizar a segurança da Área de
Posição.

16
A posição de troca é utilizada quando a posição ocupada por um Grupo ou Bateria recebe a ação direta dos fogos inimigos.

OSTENSIVO - 3-7 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

Contudo, caso seja forçada a engajar-se em combate aproximado para realizar sua
autodefesa, sua eficiência como um sistema de armas ficará significativamente
reduzida. Para minimizar esse problema, a artilharia deverá, sempre que possível,
ocupar posição à retaguarda de uma linha no terreno efetivamente ocupada por
PçMan do CCT, preferencialmente posição próxima à reserva, quando isso não
interferir no cumprimento de suas tarefas.
3.5 - SITUAÇÕES DE COMANDO DA ARTILHARIA DE CAMPANHA
A artilharia possui, basicamente, duas situações de comando:
- comando centralizado; e
- à disposição.
Quando a artilharia possui comando e direção de tiro centralizados, diz-se que ela está
centralizada. Quando possui a centralização da direção de tiro, diz-se que ela está
articulada. Quando a artilharia não estiver sendo empregada segundo nenhuma das
situações de comando supramencionadas, a ArtCmp estará fracionada e, portanto, à
disposição do elemento apoiado.
3.6 - FORMAS DE EMPREGO DA ARTILHARIA DE CAMPANHA A ação de massa e
a centralização constituem os princípios fundamentais do emprego da ArtCmp,
decorrendo o segundo da necessidade do primeiro. Nos escalões BtlArtFuzNav e
Agrupamento de Bateria, a busca pela centralização é uma preocupação constante de
qualquer Comandante de ArtCmp, pois os efeitos dos fogos são maiores quando a
artilharia se encontra centralizada. A centralização pode se apresentar segundo dois
aspectos:
- centralização do comando; e
- centralização da direção de tiro.
3.6.1 - Centralização do comando
Entende-se por centralização do comando o exercício do controle tático e logístico
das unidades ou subunidades de artilharia. A centralização do comando permite ao
comandante de artilharia:
- fixar setores de tiro se for o caso;
- indicar e coordenar o desdobramento do material;
- controlar a munição; e
- coordenar os subsistemas de observação, de busca de alvos, de comunicações, de
topografia e de apoio logístico.

OSTENSIVO - 3-8 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

3.6.2 - Centralização da direção de tiro


A centralização da direção de tiro17 é caracterizada pela possibilidade que tem um
Comandante de ArtCmp de, com rapidez e precisão, concentrar a maioria ou a
totalidade dos fogos de sua artilharia e, quando for o caso, de artilharia de outros
escalões, sobre um ou vários alvos, e transportá-los para outros, quando necessário.
A ArtCmp pode ser empregada de três formas: centralizada, articulada ou fracionada.
O domínio das formas de emprego da ArtCmp é especialmente importante para
compreensão do emprego das tarefas táticas. Cada tarefa tática estará associada a
uma forma de emprego específica. O quadro a seguir apresenta o nível de
centralização correspondente a cada uma das três formas de emprego da ArtCmp.

Nível de Centralização
Forma de Emprego
Centralização do Comando Centralização da Direção de Tiro
Centralizada Sim Sim
Articulada Não Sim
Fracionada Não Não

Figura 3.1 - Formas de Emprego e Níveis de Centralização da ArtCmp.

a) Artilharia centralizada
O Comandante da Artilharia possui tanto a centralização de comando quanto a
centralização da direção de tiro.
b) Artilharia articulada
O comandante da artilharia não possui a centralização de comando, no entanto
possui a centralização da direção de tiro.
c) Artilharia fracionada
O comandante da artilharia não possui nem a centralização da direção de tiro, nem
a centralização de comando.
3.7 - TAREFAS TÁTICAS ATRIBUÍDAS À ARTILHARIA DE CAMPANHA
As tarefas táticas indicam a responsabilidade do apoio de fogo atribuída a um elemento
de artilharia. Essas tarefas são atribuídas pelo comandante CCT, por proposta do
Comandante da ArtCmp.

17
Para que seja possível centralizar a direção de tiro são necessárias as seguintes condições básicas: tiro organizado,
servindose de uma mesma trama topográfica; dispositivo de observação montado e rede de comunicações apropriada
estabelecida.

OSTENSIVO - 3-9 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

A atribuição de tarefas táticas estabelece uma relação de apoio de fogo, não afetando as
relações de comando nem a estrutura organizacional da artilharia. As responsabilidades
de uma unidade de artilharia quanto ao apoio de fogo são as seguintes:
- zona de fogos;
- envio de observadores avançados;
- ligação;
- comunicações;
- atendimento de pedidos de tiro;
- planejamento de fogos; e
- mudanças de posição.
Estas responsabilidades normalmente são conhecidas como 07 (sete) famílias.
3.7.1 - Tarefas táticas padronizadas
Algumas tarefas táticas, pelo seu simples enunciado, definem todas as
responsabilidades de apoio de fogo atribuídas a um elemento de artilharia e
denominam-se tarefas táticas padronizadas. As responsabilidades de apoio de fogo
relativas a cada uma delas são apresentadas resumidamente no quadro a seguir:

Figura 3.2 - Tarefas Táticas da Artilharia de Campanha.

OSTENSIVO - 3-10 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

Ao BtlArtFuzNav poderão ser atribuídas as seguintes tarefas táticas padronizadas:


apoio geral e apoio direto. Para que a ArtCmp no CFN possa cumprir as demais
tarefas táticas padronizadas, constantes do quadro apresentado na figura 3.2, o
GptOpFuzNav necessitaria receber apoio de outras unidades de artilharia.
a) Apoio Geral (ApG)
Esta tarefa tática é normalmente atribuída ao BtlArtFuzNav, orgânico da Divisão
Anfíbia (DivAnf), o qual deve empregar seus fogos, não só em apoio aos
elementos de manobra em primeiro escalão, bem como para bater alvos em
proveito do GptOpFuzNav. Um elemento de artilharia só pode prestar apoio geral
a um único elemento de manobra. Da mesma forma, um elemento de manobra só
pode ter um único elemento de artilharia prestando-lhe apoio geral.

Figura 3.3 - Exemplo de Emprego da ArtCmp em ApG.

Na figura 3.3 é apresentado um exemplo de emprego da tarefa de ApG. Nesse


exemplo, o BtlArtFuzNav está em ApG à BdaFuzNav (CCT de uma BAnf).
Conforme o quadro de responsabilidades de apoio de fogo (Fig. 3.2), terá como
Zona de Fogos (ZF18) toda a ZAç da BdaFuzNav e não apenas um setor
específico. Além disso, a ordem de prioridade para o atendimento dos pedidos de
tiro é a unidade apoiada, seguida dos observadores orgânicos.

18
Zona de Fogos (ZF) - é a área de responsabilidade de uma arma, em apoio a determinada Força. A ZF da artilharia é
definida por meio da tarefa tática que lhe é atribuída e confunde-se, em princípio, com a Zona de Ação (ZAç), ou Setor de
Defesa (StDef), ou Zona de Responsabilidade Tática (ZRT) da unidade apoiada.

OSTENSIVO - 3-11 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

Isto significa que se o OLigArt da BdaFuzNav solicitar um pedido de tiro no


mesmo momento em que o OA de uma das CiaFuzNav de um dos BtlInfFuzNav,
a prioridade de atendimento do pedido de tiro será do OLigArt da BdaFuzNav.
Neste caso, o emprego da ArtCmp é centralizado, por ter seu comandante a
centralização de comando e a da direção de tiro.
b) Apoio Direto
A tarefa tática de ApDto é atribuída para que o BtlArtFuzNav/BiaT responda
imediatamente aos pedidos de tiro de um elemento de manobra que não disponha
de artilharia orgânica. Um elemento de artilharia só pode prestar ApDto a um
único elemento de manobra e vice-versa. O BtlArtFuzNav/BiaT proporcionará,
neste caso, um apoio de fogo cerrado e contínuo, sem, contudo, ficar subordinada
ao elemento apoiado.

Figura 3.4 - Exemplo de Emprego da ArtCmp em ApDto.


A ilustração acima demonstra as peculiaridades do ApDto. Nesse exemplo, o
BtlArtFuzNav encontra-se em ApG à BdaFuzNav com uma de suas BiaT em
ApDto ao BtlInfFuzNav da esquerda. Isto significa que a BiaT, que está em
ApDto ao BtlInfFuzNav terá como ZF a ZAç desta unidade e não a ZF da
BdaFuzNav. Contudo, em uma terceira prioridade, esta BiaT poderá atender a
pedidos de tiros designados pelo BtlArtFuzNav.

OSTENSIVO - 3-12 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

Assim, a centralização da direção de tiro permanece. Contudo, a centralização do


comando deixa de existir, pois o BtlArtFuzNav ficará apenas com controle
logístico desta sua SU, não tendo, entretanto, seu controle tático, pois, de acordo
com o quadro de responsabilidades de apoio de fogo, esta BiaT em ApDto fará
seu próprio planejamento de fogos e terá autonomia para mudar de posição de
acordo com a decisão do comandante da BiaT. Os encargos logísticos do
BtlArtFuzNav para com sua SU permanecem. Desta forma, a ArtCmp está sendo
empregada de forma articulada.
O BtlArtFuzNav, neste caso, por outro lado, continuará tendo como ZF a ZAç da
BdaFuzNav. Contudo, poderá dar prioridade ao atendimento dos pedidos de tiro
para outras PçMan do CCT. Sendo assim, na Fig 3.4, verifica-se que o
BtlInfFuzNav posicionado à esquerda dispõe de menor volume de apoio de fogo
que as demais PçMan do CCT. Verifica-se, ainda, que o BtlArtFuzNav
desobrigou-se de apoiar o BtlInfFuzNav à esquerda, em uma primeira e segunda
prioridades, pelo fato deste ter recebido uma BiaT em ApDto, a qual atenderá,
com exclusividade, seus pedidos de tiro. Sendo assim, o BtlArtFuzNav priorizou,
na verdade, o apoio de fogo para as demais PçMan do CCT.
3.7.2 - Tarefa tática não padronizada
Em algumas ocasiões, quando nenhuma das tarefas táticas padronizadas, mesmo
modificadas, traduzir a ideia de manobra do comandante, deve-se atribuir uma tarefa
tática não padronizada. Quando ocorrer tal situação, é necessário prescrever todas as
responsabilidades de apoio de fogo desse BtlArtFuzNav.
Exemplo: BtlArtFuzNav (-) em ApG ao CCT. 2ªBiaO105mm em Apoio ao
2ºBtlInfFuzNav e à 3ªCia/3ºBtlInfFuzNav:
- ligar-se e ter como Zona de Fogos (ZF) as Zona de Ação (ZAç) dos 2ºBtlInfFuzNav
e 3ªCia/3ºBtlInfFuzNav, nesta prioridade;
- fornecer observadores avançados e atender aos pedidos de tiro dos 2ºBtlInfFuzNav
e 3ªCia/3ºBtlInfFuzNav, nesta prioridade; - ocupar posição ou deslocar-se quando o
Comandante do BtlArtFuzNav julgar necessário ou MdtO do Comandante da
ForDbq; e
- planejar seus próprios fogos.

OSTENSIVO - 3-13 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

3.8 - ORGANIZAÇÃO PARA O COMBATE DA ARTILHARIA DE CAMPANHA


Organizar a artilharia para o combate é empregá-la de forma a atender às necessidades
táticas do elemento apoiado. Isso é feito atribuindo-se uma tarefa tática e/ou uma
situação de comando a um determinado escalão de artilharia. Os fatores condicionantes
que fundamentam a organização para o combate da artilharia são os seguintes:
- fatores da decisão;
- ideia de manobra em terra; e
- fundamentos da organização para o combate.

OSTENSIVO - 3-14 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

CAPÍTULO 4
APOIO DE FOGO DE BLINDADOS
4.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
No CFN, entende-se por mecanizado todo meio terrestre ou anfíbio autopropulsado
capaz de transportar, através campo e em Cmb, tropa de infantaria e apoiar o seu
avanço, quando desembarcada, com seus fogos. O termo blindado, por sua vez, é a
designação genérica dos meios terrestres dotados de couraça. Incluem-se entre os
blindados os CC, as Viaturas Blindadas (VtrBld) e os Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf).
Os CC são empregados, primordialmente, no apoio ao combate. Os CLAnf e as VtrBld
podem ser empregados no apoio ao combate (ApCmb), provendo apoio de fogo
suplementar e recursos adicionais de comunicações, ou no (ApSvCmb), no transporte
com proteção blindada, dependendo da tarefa que lhes forem atribuídas.
4.2 - CARACTERÍSTICAS DOS BLINDADOS
A publicação CGCFN-32.1 - MANUAL DE BLINDADOS DE FUZILEIROS NAVAIS
apresenta as características dos meios blindados empregados pelo CFN. Contudo,
algumas dessas características guardam uma relação mais estreita com o apoio de fogo,
em especial o poder de fogo dos blindados. A potência de fogo do canhão dos CC,
aliado à sua capacidade de transportar uma considerável quantidade de diferentes tipos
de munição, permite-lhe engajar e destruir a maioria dos alvos encontrados em Cmb. Já
as metralhadoras existentes nos blindados permitem apoiar a tropa de infantaria no
assalto a posições inimigas e, na defensiva, bater com fogos rasantes e de
flanqueamento as possíveis VA do inimigo.
Outra característica importante para o apoio de fogo é a existência de comunicações
amplas e flexíveis, proporcionadas pelos equipamentos rádio disponíveis nos blindados,
que garantem a adequada coordenação da manobra e do apoio de fogo.
4.3 - MÉTODOS DE CONTROLE
Os blindados quando empregados em apoio ao combate estabelecem uma relação de
comando com a unidade/subunidade apoiada pela atribuição de um método de controle
e/ou alteração na sua situação de comando.

OSTENSIVO - 4-1 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

4.3.1 - Apoio ao conjunto


Neste método de controle os blindados apóiam o CCT como um todo. É o método de
controle que permite a maior centralização, uma vez que a fração ou subunidade de
blindados estará tática e administrativamente subordinada a um único comando,
proporcionando flexibilidade e o emprego decisivo do seu apoio de fogo.
4.3.2 - Apoio direto
Neste método de controle os blindados apoiam uma parcela específica do CCT (uma
PçMan). Enquanto permanecer nesta situação, o Comandante dos blindados ficará
sujeito às decisões táticas do Comandante apoiado e deverá prover o apoio solicitado
por ele, permanecendo, entretanto, sob o comando da sua organização de origem.
Este método de controle não poderá ser alterado a menos que determinado pelo
Comandante que o estabeleceu.
A responsabilidade pela administração, abastecimento e manutenção permanece com
a organização de origem, cujo Comandante é responsável, ainda, pelo
estabelecimento das ligações iniciais entre os elementos de blindados e o elemento
apoiado.
4.3.3 - Alteração na situação de comando
Colocar uma subunidade ou fração de blindados à disposição de uma peça de
manobra do CCT, não significa atribuir-lhe um método de controle. Isto implica uma
alteração na situação de comando dessa subunidade ou fração.
Esta situação só se justifica em determinadas circunstâncias em que o controle e a
coordenação do elemento de blindados em apoio não puderem ser mantidos por seu
Comandante enquadrante e/ou quando a análise dos fatores da decisão recomendar
este procedimento.
A peça de manobra que receber um elemento de blindados à disposição irá incluí-lo
em sua organização por tarefas, cabendo-lhe, consequentemente, a responsabilidade
por seu emprego e pelos encargos de ApSvCmb decorrentes.
4.3.4 - Aspectos relevantes para a atribuição do método de controle
Os meios blindados devem ser empregados, preferencialmente, centralizados, de
forma a se obter maior ação de choque19 e permitir maior flexibilidade de emprego ao
Comandante da tropa apoiada. No caso dos CC, em particular, o método de controle
19
Ação de choque é o efeito resultante do aproveitamento simultâneo das características de mobilidade, poder de fogo e da
proteção blindada, que gera sobre o oponente um impacto físico e psicológico devastador, provocando destruição e
degradação do seu poder combate, pânico e confusão, tornando-o impotente para reagir apropriadamente à ameaça blindada.

OSTENSIVO - 4-2 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

ApCj é o mais apropriado quando se deseja o aumento da capacidade anticarro,


explorar o êxito ou uma fraqueza do inimigo. Na ofensiva, a Companhia de Carros
de Combate (CiaCC) só poderá cumprir tarefas muito específicas, tais como
vigilância de flanco, reconhecimento e apoio de fogo, quando estiver em ApCj.
Quando a situação tática, as distâncias envolvidas, o terreno e as comunicações
exigirem e a logística permitir, um elemento de blindados poderá ser colocado em
ApDto a uma peça de manobra. Tal situação ocorrerá, normalmente, quando o
elemento blindado centralizado não puder apoiar todas as peças de manobra do
elemento apoiado ou, pelo menos, as que participam do esforço principal.
Sempre que possível, deve ser evitada a colocação de meios blindados à disposição
da peça de manobra apoiada, uma vez que gera pesados encargos de ApSvCmb,
concorrendo para a perda da flexibilidade no emprego desse meio.
4.4 - APOIO DE FOGO DOS CARROS DE COMBATE
No que tange ao apoio de fogo, os CC têm a possibilidade de incrementar a DAC e
ampliar o poder de fogo do componente apoiado (CCT, CASC).
Quando empregados no apoio ao combate, os CC deverão fazer uso da sua ação de
choque em proveito da tropa de infantaria apoiada e atuar em coordenação com as
demais armas de apoio.
As tarefas básicas dos CC no apoio de fogo são: apoiar as unidades de infantaria,
participar da defesa anticarro e suplementar a artilharia.
4.4.1 - Apoiar as unidades de infantaria
Durante a execução da manobra, conduzem suas ações de modo a contribuir para a
consecução do efeito desejado da unidade apoiada. Para tal, poderão participar
diretamente das ações ofensivas ou defensivas ou então apoiá-las pelo fogo. Os CC
poderão, também, integrar organizações por tarefas para os deslocamentos táticos
com a tropa de infantaria embarcada em CLAnf e/ou VtrBld.
4.4.2 - Participar da defesa anticarro
A DAC compreende as ações de Cmb desenvolvidas com o propósito de destruir ou
neutralizar blindados inimigos. Estas ações incluem todos os meios AC, ativos e
passivos, que podem ser efetivamente empregados contra forças blindadas hostis.
Meios AC ativos são aqueles capazes de destruir ou avariar os blindados inimigos, de
maneira a comprometer sua operação.
Dentre os meios empregados na DAC ativa, os CC são os mais eficientes, uma vez

OSTENSIVO - 4-3 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

que seu armamento principal possui grande capacidade de penetração em blindagem.


Assim, os CC integram o esforço AC do componente apoiado, juntamente com os
demais meios AC.
4.4.3 - Suplementar a artilharia
Os CC são capazes de suplementar a artilharia, executando missões de tiro direto ou
indireto. Esta é uma tarefa pouco apropriada para os CC e deverá ser cuidadosamente
considerada, visto que sua característica de mobilidade deixará de ser
convenientemente explorada e que a necessidade de reabastecimento contínuo de
munição (mais cara que a da artilharia) tornará esse emprego extremamente oneroso.

OSTENSIVO - 4-4 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

CAPÍTULO 5
APOIO DE FOGO NAVAL
5.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O propósito do Apoio de Fogo Naval (ApFN) em uma Operação Anfíbia (OpAnf) é
contribuir para o cumprimento da missão da ForDbq mediante a destruição ou
neutralização das instalações terrestres e defesas que se opuserem à aproximação dos
navios e aeronaves e ao desembarque das tropas e, ainda, do permanente apoio à
progressão das tropas no terreno depois de efetivado o desembarque.
A fim de aproveitar ao máximo as vantagens decorrentes do ApFN, os Comandantes,
em todos os escalões, devem conhecer as possibilidades e limitações desse apoio. Outro
aspecto importante no ApFN é a necessidade de integração do seu emprego com as
demais armas de apoio, em especial com a artilharia e o apoio aéreo.
5.2 - POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES DO APOIO DE FOGO NAVAL
5.2.1 - Possibilidades
a) Mobilidade
Dentro das limitações impostas pelas características hidrográficas da Área de
Desembarque, o navio de apoio de fogo pode localizar-se de modo a ficar na
posição mais vantajosa para melhor apoiar as tropas em terra, como também, pode
manobrar para evadir-se de fogos de artilharia de costa ou outro tipo de ameaça
inimiga.
Essa possibilidade é um fator importante a ser considerado no planejamento do
apoio de fogo quando as praias de desembarque estão bastante separadas.
b) Precisão
A precisão inerente aos equipamentos de direção de tiro permite que o fogo, direto
e indireto, executado em apoio à ForDbq seja dotado de grande precisão, tanto
com o navio em movimento, como fundeado.
c) Variedade de armamento
Tem-se disponível, a bordo dos navios de apoio de fogo, uma variedade de armas,
como foguetes, mísseis e canhões de diversos calibres, para bater os alvos em
terra.

OSTENSIVO - 5-1 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

d) Variedade de munição
Os diferentes tipos de projetis, de carga de projeção e de espoletas disponíveis
permitem uma criteriosa escolha da melhor combinação desses elementos, para o
ataque a qualquer tipo de alvo.
e) Alta velocidade inicial
A alta velocidade inicial dos projetis lançados pelos canhões navais os torna
especialmente apropriados para o ataque a alvos que requeiram penetração e
destruição, particularmente aqueles que apresentam uma apreciável superfície
vertical ou que se localizam em encostas.
f) Elevada cadência de tiro
Um grande volume de fogo pode ser conseguido em curto espaço de tempo, em
decorrência do carregamento automático, da computação eletrônica e da ajustagem
automática das espoletas dos projetis. Isso é vantajoso quando se trata de executar a
neutralização.
g) Dispersão em deflexão
A dispersão do canhão naval é grande em alcance, sendo relativamente pequena em
direção (deflexão), ou seja, o retângulo de dispersão é estreito, com a dimensão
maior na direção de tiro. Essa característica permite levar o tiro para bem próximo
das linhas de frente desde que a linha canhão-alvo seja paralela às tropas amigas.
Permite também a cobertura eficaz de alvos, tais como estradas, caminhos, pistas de
aeroportos, quando a linha de tiro for paralela ao eixo longitudinal do alvo (tiro de
enfiada).
h) Reabastecimento de munição
Normalmente é previsto o reabastecimento de munição dos navios de apoio de fogo
sem que eles deixem a Área Marítima da (ADbq) que permite rápido retorno à
ação.
5.2.2 - Limitações
a) Hidrografia
O navio de apoio de fogo pode ser obrigado a assumir uma posição desfavorável
relativamente à área-alvo, em decorrência de condições hidrográficas
desfavoráveis, representadas por baixios, recifes, pedras e outros perigos à
navegação, nas áreas marítimas costeiras, próximas da mencionada área.

OSTENSIVO - 5-2 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

Adicionalmente, minas ou outros obstáculos artificiais submersos podem impedir


ou dificultar a aproximação dos navios.
b) Determinação da posição do navio
Em áreas onde houver deficiência de auxílios à navegação, poderão ocorrer
consideráveis imprecisões nos tiros não observados e nas salvas iniciais dos fogos
observados.
c) Condições de tempo e visibilidade
O mau tempo e a visibilidade restrita podem tornar difícil a determinação da
posição geográfica do navio e reduzir as oportunidades de localização do alvo e
prejudicar a condução e ajustagem do tiro.
d) Linha canhão-alvo variável
Quando o tiro estiver sendo realizado com o navio em movimento, a linha canhão-
alvo pode variar em relação à linha de frente em terra, podendo tornar-se
necessário, para maior segurança da tropa, impor certas restrições à execução de
algumas das tarefas de apoio de fogo.
e) Dispersão em alcance
A dispersão em alcance apresenta um maior risco para as forças amigas quando a
linha canhão-alvo não é paralela a linha de frente, ocorrendo, neste caso, uma
maior preocupação quanto à segurança das tropas amigas, sendo necessário adotar
medidas de controle que salvaguardem sua integridade física.
f) Trajetória tensa
A precisão inerente à trajetória tensa do canhão naval torna-o apto à execução do
fogo de destruição. Entretanto, essa trajetória restringe a possibilidade de seu uso
contra alvos de pequena dimensão vertical ou localizados em contraencostas. Isso
pode ser contornado, por meio da utilização de carga reduzida, o que irá limitar
significativamente o alcance do apoio prestado.
g) Capacidade de armazenamento de munição
A capacidade dos paióis de munição dos navios de apoio de fogo é limitada. Além
disso, a munição disponível para o apoio de fogo é reduzida ainda mais pela
necessidade de se reservar munição para a autodefesa dos navios que prestam o
apoio de fogo.

OSTENSIVO - 5-3 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

h) Comunicações entre o navio e a tropa


O único meio de comunicação que pode ser usado para realizar o controle do
apoio de fogo é o rádio, que é susceptível a falha em decorrência de interferência
externa e de condições atmosféricas adversas.
5.3 - TAREFAS TÁTICAS ATRIBUÍDAS AOS NAVIOS DE APOIO DE FOGO
Aos Navios de Apoio de Fogo (NApF) são atribuídas tarefas táticas semelhantes a
algumas da ArtCmp mas, quanto ao comando, as relações entre as unidades de apoio e
as apoiadas são diferentes, pois os navios permanecem sob o comando do
ComForTarAnf cabendo ao Comando da Força de Desembarque (ComForDbq) o
controle, a ligação e o comando das agências de controle. Os navios atendem aos
pedidos de apoio dentro de suas possibilidades, escolhendo a sua posição e o seu
método de atirar, enquanto o CCT ou a PçMan apoiada seleciona os alvos, determina a
duração (início e término) do fogo e ajusta os tiros.
5.3.1 - Apoio direto
Um navio recebe a tarefa tática de ApDto, quando apoia um elemento de manobra do
CCT (normalmente um GDB). Este navio executa fogos planejados e a pedido em
proveito desse elemento de manobra. Os tiros são controlados em terra por um grupo
de observação, proveniente da tropa ou por um observador aéreo.
Quando solicitado pelo Grupo de Ligação de Fogo Naval (GRULIFONA) ou pelo
Grupo de Observação de Tiro Naval (GRUOBTINA), um navio com a tarefa tática
de ApDto desencadeia fogos sobre alvos localizados em sua ZR, prestando apoio de
fogo cerrado e contínuo a um único elemento de manobra. Essa zona normalmente
coincide com a zona de ação do elemento de manobra. Os navios de ApDto realizam
fogos em sua ZR a pedido ou com a permissão do comandante da elemento de
manobra.
5.3.2 - Ação de conjunto
Um navio com a tarefa tática de AçCj ao CCT ou ao GptOpFuzNav executa missões
de apoio de fogo que são coordenadas, geralmente, pelo GRULIFONA. Os fogos
executados pelo navio em AçCj, se observados, são ajustados por um observador
designado, que pode ser aéreo, terrestre ou observador a bordo de um navio. As
missões de tiro contra alvos inopinados podem ser executadas por esses NApF, desde
que seja feita uma coordenação entre as agências de controle de fogo naval
envolvidas.

OSTENSIVO - 5-4 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

Os navios em AçCj atendem às solicitações de fogo do CCT ou do comando do


GptOpFuzNav. Além do mais, mantêm observação em sua ZR, colocando sob fogos
quaisquer alvos ali localizados. Eles podem receber do grupamento/força apoiada,
determinações no sentido de atirar fora das ZR ou para reforçar os fogos dos navios
de ApDto.
Normalmente, o NApF em AçCj à ForDbq deve engajar alvos de interesse da força,
localizados fora da cabeça-de-praia (CP). O NApF em AçCj ao GDBda, CCT de uma
BAnf, é o mais apropriado para prestar o apoio de fogo adicional às unidades de
primeiro escalão, atendendo às solicitações de apoio de fogo, caso os seus NApF em
ApDto encontrem-se impossibilitados de apoiá-las.
Caso haja necessidade adicional de NApF deverão ser encaminhadas solicitações ao
Oficial de Ligação de Fogo Naval (OLIFONA) da ForDbq. Se o pedido for aprovado
pelo ComForDbq, aquele oficial designa um ou mais navios em AçCj ao CCT para,
temporariamente, executar a missão. O CCT e as PçMan apoiadas devem ser
alertados sobre essa designação.
Os navios empregados em AçCj são, normalmente, navios com armamento de maior
alcance.
5.4 - ORGANIZAÇÃO DA TROPA
Faz-se necessária uma permanente ligação das PçMan do CCT apoiadas com os navios
de apoio, para que haja um eficiente ApFN durante suas operações em terra.
Para isso, a FFE dispõe, em sua organização, de elementos especializados e adestrados
para a constituição de diversas agências de controle do fogo naval.
Além disso, para o controle e coordenação do fogo naval nos diversos escalões, nos
CCAF são reunidos representantes das diversas armas de apoio capazes de assessorar os
comandantes dos componentes e das PçMan do CCT quanto ao emprego dos fogos de
suas armas de apoio, prestar informações quanto às possibilidades do seu armamento e
ainda planejar o emprego dos fogos. Desta forma, o fogo naval é controlado pelas
seguintes agências:
5.4.1 - Nos escalões ForDbq e GDBda
O GRULIFONA é composto de um oficial do Corpo da Armada (CA), que
desempenha as funções de OLIFONA, de uma equipe de praças para guarnecer as
comunicações necessárias.

OSTENSIVO - 5-5 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

5.4.2 - No Escalão GDB


O Destacamento Terrestre de Direção do Tiro Naval (DETEDITINA) é constituído
por dois grupos:
- Um GRULIFONA, chefiado por um oficial do CA que acumula a chefia do
DETEDITINA, estabelecendo as ligações com o OBTINA do GRUOBTINA e com
os navios em ApDto; e
- Um GRUOBTINA, chefiado por um oficial Fuzileiro Naval (FN), que conduz,
controla e ajusta os tiros dos navios designados para apoiar a unidade. Desembarca
nas primeiras vagas de assalto e, normalmente, opera junto ao comandante de uma
CiaFuzNav em 1º escalão, a fim de executar pedidos de tiros.
Na organização de cada grupo que compõe o DETEDITINA está previsto uma
equipe de praças para prover as comunicações necessárias.
5.5 - FASES DA EXECUÇÃO DO APOIO DE FOGO NAVAL O apoio de fogo naval é
dividido em três fases operacionais claramente definidas: preparação da área do
objetivo, apoio ao desembarque e apoio após o desembarque. Os fogos previstos são
executados, principalmente, durante as duas primeiras fases. Os fogos planejados em
apoio às operações da ForDbq são, tanto quanto possível, previstos a horário, mas deve
ser considerada a necessidade de fogos "a pedido".
5.5.1 - Preparação da área do objetivo (Fogos Pré Dia-D)
Os fogos Pré Dia-D destinam-se primordialmente à destruição e/ou neutralização de
instalações e/ou defesas inimigas que possam se opor à aproximação da ForTarAnf
da área do objetivo anfíbio (AOA), assim como a interdição de áreas e vias de acesso
que possibilitem às forças inimigas se movimentarem para o interior da AOA.
Compreende dois tipos de operações: bombardeios aéreos estratégicos e/ou táticos e
ação de força avançada. A execução destas operações deve ser cuidadosamente
planejada, pois pode implicar a redução do grau de surpresa estratégica e/ou tática.
A preparação da Área do Objetivo Anfíbio (AOA) pelo fogo naval é proporcional ao
vulto da operação e está intimamente associada à necessidade de neutralização e/ou
destruição das principais defesas do inimigo nesta área. Compreende, normalmente,
os seguintes tipos de missões:
- fogos de destruição;
- apoio às operações de varredura de minas;
- apoio às operações de reconhecimento e de demolição;

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OSTENSIVO CGCFN-50

- isolamento da área do objetivo;


- inquietação das forças inimigas;
- fogo contra alvos inopinados;
- apoio às operações anfíbias secundárias e as operações de apoio; e
- outras missões de apoio.
5.5.2 - Apoio ao desembarque (Fogos do Dia-D)
Os fogos do Dia-D destinam-se principalmente à neutralização das instalações
defensivas e/ou aéreas que interfiram no movimento navio-para-terra (MNT) e nas
operações iniciais em terra, assim como a interdição de áreas e VA, a fim de impedir
que forças inimigas reforcem as localmente disponíveis na CP.
Os alvos ou áreas selecionadas para serem neutralizados são aqueles de interesse
para os elementos de assalto da ForDbq. A condução dos fogos sobre esses alvos ou
áreas selecionadas consiste na neutralização da PraDbq, nos fogos de apoio
aproximado (apoio cerrado previsto a horário - ACPH20) e de apoio à distância, de
contrabateria e de interdição (isolamento da CP).
Para a continuidade do apoio, os fogos previstos devem ser programados até o
momento a partir do qual os observadores estejam em condições de dirigir os fogos
"a pedido". À medida que as unidades de assalto desembarcam, os fogos previstos
serão suplantados pelos fogos "a pedido" sobre alvos inopinados. Após o
desembarque, normalmente, os fogos "a pedido" constituem a maioria dos fogos do
Dia-D e Pós Dia-D.
Cabe ressaltar que os fogos de destruição serão conduzidos de acordo com as
necessidades de apoio à manobra e a disponibilidade de meios de ApFN.
a) Fogos previstos
São os fogos planejados, normalmente de destruição ou neutralização, executados
contra alvos conhecidos ou suspeitos, de acordo com uma programação. Nessa
fase, os fogos previstos são de preparação final da (ADbq), apoio aproximado e
apoio à distância.

20
O ACPH fundamenta-se numa média estimada de progressão da tropa que desembarca, sendo aplicado à frente e nos
flancos da mesma, sempre observando os fatores de segurança ditados pelo ComForDbq, dentro do período de tempo
planejado para a sua execução. O ComForTarAnf, através do Centro de Coordenação das Armas de Apoio (CCAA), retardará
ou acelerará o deslocamento destes fogos previstos, consoante com as solicitações do ComForDbq.

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OSTENSIVO CGCFN-50

I) Preparação final da área de desembarque


Esse tipo de fogo tem por finalidade destruir ou neutralizar as instalações
defensivas inimigas que possam interferir na aproximação e desdobramento
final da ForTarAnf e para auxiliar no isolamento da ADbq. O fogo naval é
utilizado para apoiar as operações de demolição e de varredura de minas.
Imediatamente antes da Hora-H, a maior ênfase é dada à destruição e
neutralização das defesas inimigas mais perigosas para o desembarque da
tropa, ocorrendo, neste momento, os fogos de neutralização das PDbq e ZDbq.
II) Fogos de apoio aproximado
O bombardeio naval continua sobre as PDbq e ZDbq até o momento em que a
segurança das vagas iniciais exija o seu aprofundamento. A aproximação final
das vagas iniciais de ED e VtrAnf necessita que os fogos sejam aprofundados,
afastando-os das praias. A maioria dos fogos de apoio aproximado ao
desembarque consiste em fogos previstos, utilizando canhões de grande e
médio calibre, efetuados em estreita observância a uma programação sobre as
ZAç das unidades de assalto.
III) Fogos de apoio à distância
Os fogos de apoio a distância são executados, geralmente, pelos navios
designados para AçCj. A cada um desses navios é atribuída uma ZR, por ele
coberta por meio do fogo e da observação do tiro. Dentro de sua ZR, de acordo
com uma programação prevista, o navio de AçCj neutraliza alvos inimigos
conhecidos, interdita VA, ataca alvos inopinados, executa fogos de
contrabateria, presta apoio de fogo adicional e realiza missões solicitadas pelos
Cmt do GptOpFuzNav, do CCT ou de suas PçMan.
As principais considerações a serem feitas quando do planejamento dos fogos
previstos para o Dia-D são:
- terreno: determinar as áreas em que possam existir armas capazes de
desencadear fogos diretos ou indiretos sobre as unidades de assalto, quando de
seu desembarque e progressão para o interior, e os movimentos do terreno que
possam interferir na observação de bordo e no fogo sobre áreas desenfiadas;

OSTENSIVO - 5-8 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

- segurança da tropa: aprofundar os fogos, batendo à frente e nos flancos das


tropas que avançam, a uma distância prescrita, baseada na média estimada de
sua progressão, o que caracteriza o ACPH;
- observação do avanço da tropa: servir como uma base para modificação de
programação dos fogos previstos, quando a progressão da tropa for diferente
daquela planejada;
- dimensões das áreas-alvo: calcular a quantidade de munição necessária para
obter e manter a neutralização; e
- fogos em profundidade: realizar a destruição ou neutralização de alvos distantes.
b) Fogos "a pedido"
Realizam-se os fogos "a pedido", sobre alvos previstos ou inopinados, em
atendimento a solicitações do GptOpFuzNav, dos componentes, ou de PçMan do
CCT.
Os planos para a execução dos fogos "a pedido" exigem que as agências de controle
de tiro estejam operando junto aos componentes ou PçMan solicitantes. O
OLIFONA é necessário na agência de coordenação de apoio de fogo, em cada
escalão de comando da ForDbq. Os NApF são designados para prover os fogos "a
pedido" para PçMan ou componentes, normalmente estabelecidos no nível GDB,
por meio de seus respectivos DETEDITINA, ao passo que os NApF em AçCj só
atendem aos pedidos de fogos dos componentes ou de PçMan, quando determinado.
5.5.3 - Apoio após o desembarque (fogos Pós Dia-D)
Compreende a destruição e/ou neutralização de instalações e/ou defesas inimigas, a
interdição de áreas e VA e a neutralização de tropas que possam se opor à progressão
da ForDbq em direção aos seus objetivos intermediários e finais. É a fase do apoio de
fogo naval em que mais atuam os GRUOBTINA. Consiste na execução de fogos de
preparação, de inquietação, de interdição, iluminativos, contra alvos inopinados,
contrabateria, supressão de baterias antiaéreas e outros tipos de fogos.
Após o desembarque da artilharia, o fogo naval em coordenação com esta e o apoio
aéreo, continua a apoiar o ataque, até o término da operação. A execução desses
fogos pode começar no Dia-D, e o seu planejamento continua durante todo o
decorrer do restante da operação. Os principais aspectos desse planejamento são
discutidos a seguir:

OSTENSIVO - 5-9 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

a) Fogos previstos
Ao planejar os fogos previstos subsequentes ao Dia-D, a ForDbq coordena os
planos de fogos pela seleção e designação de alvos, pela programação de tempo
(quando necessário), pelas recomendações referentes à quantidade e tipos de
munição a serem utilizados e pela designação das agências da ForDbq para
condução do tiro. Podem ser previstos fogos de preparação, defensivos (incluindo-
se os fogos antimecanizados), de interdição, inquietação e iluminativos.
b) Liberação dos navios de apoio de fogo e aeronaves de observação
Os NApF precisam ser liberados a intervalos oportunos, a fim de se reabastecerem
de munição e combustível. Eles, sempre que possível, só devem ser liberados dos
postos após uma verificação das comunicações e da situação, realizada pelo navio
com o componente ou PçMan apoiada.
A liberação das aeronaves de observação, orgânicas dos NApF, é efetuada
juntamente com a dos respectivos navios. A liberação de uma aeronave de
observação, não orgânica de um NApF, efetua-se por meio do Centro de Controle
Aerotático ou dos Centros de Direção Aerotática, após a necessária coordenação
entre o navio-aeródromo ou base de origem, o ComForTarAnf e o ComForDbq.
c) Consolidação dos pedidos diários de ApFN
Os pedidos da ForDbq, atinentes a NApF, aeronaves de observação e missões
especiais, originam-se em todos os seus escalões, a começar no GDB (ou outro
elemento de manobra da ForDbq). Esses pedidos são estudados, conciliados e
consolidados em cada escalão por onde passam. No nível ForDbq, após o estudo e
a coordenação finais, eles constituem a consolidação diária dos pedidos de fogo
naval. Esses pedidos consolidados são apresentados ao ComForTarAnf, em horas
determinadas, que, com base nessa consolidação de pedidos e nas disponibilidades
de navios de apoio de fogo, realiza as designações diárias, para atender às
necessidades da ForDbq.

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OSTENSIVO CGCFN-50

CAPÍTULO 6
APOIO DE FOGO AÉREO
6.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Dentre os meios de apoio de fogo de que o comandante do GptOpFuzNav dispõe, o
apoio de fogo aéreo (ApFAe) reveste-se de grande importância devido à elevada
mobilidade dos meios aéreos e pela flexibilidade proporcionada pelas variadas
combinações de armamentos e munições que eles podem carregar.
O ApFAe consiste no ataque a alvos na superfície, realizado por (Anv), em proveito da
manobra do GptOpFuzNav. Tem como efeito desejado a destruição ou a neutralização
do alvo e requer, para ser empregado adequadamente, que suas características,
possibilidades e limitações sejam consideradas.
O ApFAe é subdividido em apoio aéreo aproximado (ApAeAprx) e apoio aéreo
afastado (ApAeAfs). O ApAeAprx é o ApFAe realizado em apoio às tropas de primeiro
escalão, as quais estão em contato com o inimigo. Para efeito de coordenação do ApF,
considera-se como ApAeAprx todo o ApFAe realizado entre a Linha de Coordenação
do Apoio de Fogo (LCAF21) em vigor e a Linha de Contato (LC).
O ApAeAfs é o ApFAe realizado, basicamente, contra alvos localizados à retaguarda
das linhas inimigas. Normalmente, são desencadeados ataques a alvos, como: centros de
comando e controle, instalações logísticas, forças inimigas em condições de reforçar etc.
O ApAeAfs denomina-se ação de interdição, quando tem por propósito retardar os
reforços inimigos. Nesse caso, os alvos serão as forças inimigas propriamente ditas,
pontes e estradas etc. Para efeito de coordenação do apoio de fogo, considera-se como
ApAeAfs, todo ApFAe realizado além da LCAF, dentro da Área de Influência 22 do
GptOpFuzNav. O ApAeAfs é sempre realizado a pedido do mais alto escalão do
GptOpFuzNav.
6.2 - CARACTERÍSTICAS DO APOIO DE FOGO AÉREO
O ApFAe é normalmente empregado quando uma ou mais das seguintes condições
existirem:
- solicitação de apoio de fogo durante deslocamentos da artilharia de campanha e/ou
manobra dos navios que executam o apoio de fogo naval;
21
Utilizada para demarcar a linha além da qual todo alvo pode ser engajado por qualquer meio de apoio de fogo ou sistema
de armas, sem afetar a segurança ou exigir coordenação adicional com a força que a estabeleceu. É representada graficamente
por uma linha cheia, com a abreviatura LCAF seguida da abreviatura do comando que a estabeleceu, entre parênteses acima
da linha, e o grupo data-hora para entrada em vigor abaixo da linha.
22
Área de Influência – espaço que inclui a Área de Responsabilidade ou Área de Operações onde o comandante pode influir
no campo de batalha.

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OSTENSIVO CGCFN-50

- alvo fora do alcance das outras armas de apoio de fogo;


- terreno demasiadamente acidentado;
- necessidade de fogo de enfiada;
- áreas extensas; e
- alvos móveis.
6.3 - POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES DO APOIO DE FOGO AÉREO
6.3.1 - Possibilidades
a) Velocidade e manobrabilidade
Possibilita a concentração rápida de meios aéreos sobre um determinado alvo, a
partir de grandes distâncias explorando o princípio da surpresa.
b) Variedade de ataque
As Anv podem realizar diversos tipos de ataque, que poderão variar de acordo
com a natureza do alvo, com a direção do ataque e com o tipo de armamento
empregado.
c) Observação
As Anv que executam o ApFAe são capazes de manter observação sobre extensas
áreas, além da região em que são empregadas. A possibilidade de buscar,
localizar, identificar e atacar os alvos e avaliar os efeitos do ataque,
imediatamente após sua realização, confere ao ApFAe uma vantagem significativa
sobre as demais armas de apoio.
d) Mobilidade
A mobilidade permite o emprego de um número limitado de (Anv) contra alvos
isolados ou a concentração de um grande número de (Anv) sobre alvos de maior
extensão e importância. A mobilidade dos He, devido às suas características de
pouso e decolagem, permite sua operação a partir de áreas restritas. Também é
capaz de realizar ataques de surpresa a posições onde os aviões têm dificuldades
de prestar ApFAe.
e) Flexibilidade
A flexibilidade permite que o controle do ataque possa ser realizado tanto por
agências de controle em terra (Equipe de Controle Aéreo Avançado - EqCAA e
Guia Aéreo Avançado - GAA) como por Controlador Aerotático no Ar -
CtAetat(A), podendo haver a transferência do controle de uma agência para outra.

OSTENSIVO - 6-2 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

f) Precisão
A precisão de tiro do armamento ar-superfície depende de diversos fatores, tais
como:
o grau de adestramento da tripulação, a visibilidade, o tipo de armamento, a técnica
utilizada, a altura de lançamento do armamento e os equipamentos e sensores
componentes do sistema de direção de tiro da (Anv). Os sistemas de armas
existentes conferem adequada precisão no ataque às (Anv), o que possibilita o
ataque a alvos móveis nas proximidades da tropa apoiada, com segurança, além de
reduzir o número de (Anv) e de surtidas para neutralizar ou destruir um alvo.
g) Efeito moral
O ApFAe contribui para aumentar o moral das tropas amigas e para degradar o
moral das tropas inimigas. Esse fator psicológico é decorrente da precisão do
ataque, no tempo e no espaço, e da surpresa. Para o inimigo, significa também a
perda da superioridade aérea.
h) Disponibilidade
A manutenção das (Anv) em alerta a bordo, no solo ou no ar, durante o assalto ou
durante ataques a objetivos, permite o rápido emprego do ApFAe sobre os alvos.
i) Raio de ação
A capacidade de apoiar a partir de navios ou embarcações dotadas de plataformas
de pouso e decolagem ou bases avançadas em terra, bem como a de reabastecimento
em vôo contribui para o aumento do raio de ação.
6.3.2 - Limitações
a) Condições meteorológicas
As condições meteorológicas podem agravar as demais limitações a que está
sujeito o ApFAe. Na área do objetivo causam uma interferência maior no
cumprimento da missão do que na rota da base para o alvo e vice-versa.
Condições atmosféricas adversas na área do alvo dificultam sua localização e
identificação, bem como limitam o tipo de ataque.
O teto operacional baixo e visibilidade limitada reduzem a eficácia do ApFAe, em
especial quando do emprego de (Anv) dotadas de limitada capacidade de ataque.
b) Identificação do alvo
A identificação dos alvos, especialmente daqueles localizados próximos da tropa
amiga, é uma das mais difíceis tarefas para o piloto ou tripulação que presta o

OSTENSIVO - 6-3 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

ApFAe. O alvo é localizado por meio de cartas topográficas, sensores, fotografias


aéreas ou pela descrição do CAA, CtAetat(A) ou GAA.
c) Tempo de estação
O tempo de estação é a disponibilidade de tempo que a aeronave tem na área de
interesse do GptOpFuzNav para cumprir a missão, ou para orbitar em uma área de
espera aguardando pedido de apoio de fogo. O tempo de estação dependerá de
vários fatores: distância de sua base; consumo de combustível; tipo de
configuração; possibilidade de reabastecimento; e reserva de combustível.
Entretanto, manter (Anv) de ataque orbitando sobre a área de interesse contribui
para a obtenção de superioridade aérea local.
d) Comunicações
A coordenação e o controle das missões de ApFAe, desde a decolagem da Anv de
sua base até o ataque ao alvo, bem como seu retorno, não podem prescindir de
comunicações seguras e confiáveis. Informações em tempo real são necessárias
para que a missão de ApFAe surta o efeito desejado.
e) Defesa antiaérea inimiga
A existência de meios de defesa antiaérea inimiga afetará diretamente a missão de
ApFAe, tanto na rota de aproximação e retirada, quanto na área onde o alvo está
localizado. A supressão da defesa antiaérea inimiga deverá ser realizada visando a
contribuir para a obtenção da superioridade aérea, sobrejacente à área da missão
ou do objetivo anfíbio, provendo a segurança adequada para o cumprimento da
missão de ApFAe. Essa supressão poderá ser realizada pelos meios de apoio de
fogo disponíveis, pela ação de elementos de operações especiais ou pela própria
aviação, desde que possua armamento para engajar a defesa antiaérea inimiga,
mantendo-se fora de seu alcance.
f) Raio de ação
A quantidade de combustível transportada por uma Anv limitará a quantidade de
armamento a ser carregado.
Quanto mais combustível, menos armamentos e vice-versa. Assim, o raio de ação
será diretamente proporcional à relação entre o combustível e os armamentos
transportados. Uma maneira de reduzir a limitação no raio de ação, verificada
quando da necessidade de transporte de grande quantidade de armamentos,
consiste na realização do reabastecimento em voo (REVO), o qual demandará

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OSTENSIVO CGCFN-50

coordenação adicional.
6.4 - CARACTERÍSTICAS DO APOIO AÉREO APROXIMADO
O ApAeAprx, em virtude de ser realizado próximo à tropa apoiada, deverá atender a
alguns requisitos fundamentais para que seja alcançado o seu efeito desejado. Para que
haja uma perfeita integração da ação aérea com a manobra em terra, o comandante da
tropa apoiada realiza, por meio de seu CCAF, a coordenação do ApAeAprx a ser
realizado em sua área de responsabilidade. Em particular, quando houver necessidade
da preparação por fogos do objetivo a ser batido, utilizando-se o emprego simultâneo do
fogo naval, da artilharia e de Anv, devem ser adotadas medidas de coordenação de
apoio de fogo para a segurança dos meios aéreos.
6.4.1 - Necessidades fundamentais para o emprego do ApAeAprx
a) Coordenação pelo mais baixo escalão
A coordenação do emprego do ApAeAprx com as outras armas de apoio de fogo
deverá ser realizada na agência de coordenação do apoio de fogo de mais baixo
escalão capaz de realizá-la. A principal razão para isso está em que cada uma das
armas de apoio de fogo possui possibilidades e limitações, cabendo à agência que
realizará a coordenação julgar a conveniência e/ou a oportunidade de empregar
um determinado armamento embarcado na Anv para bater um alvo específico.
b) Sistema de comunicações eficiente
Todos os escalões deverão ter um rápido acesso às agências de coordenação e
controle aéreo por meio de um sistema de comunicações eficiente. Isso se torna
necessário para possibilitar a implementação e divulgação tempestiva de
alterações na missão e a interferência dos diversos escalões envolvidos na
operação, se necessário.
c) Aprovação do comandante
Caso o pedido de ApAeAprx não tenha sido originado pelo Cmt da tropa em
contato com o inimigo, este pedido deverá ter a aprovação do Cmt em cuja área de
responsabilidade o alvo estiver localizado.
6.4.2 - Execução do ApAeAprx
Para que o ApAeAprx seja executado com segurança, tanto para a Anv quanto para a
tropa apoiada, devem ser atendidas as seguintes condições básicas:
a) Superioridade aérea local
Requisito essencial que permite, a quem o exerce, a condução de operações

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OSTENSIVO CGCFN-50

aéreas, em determinado local por um tempo limitado, a despeito da oposição


apresentada. A superioridade aérea local deve ser conquistada e mantida em um
grau compatível com a situação vigente de modo a contribuir para a consecução
da ideia de manobra.
b) Supressão do fogo antiaéreo
A vulnerabilidade das Anv que executam o ApFAe frente ao fogo antiaéreo faz
com que esse tipo de defesa seja considerado como uma ameaça significativa.
Sempre que possível, os meios de defesa antiaérea (DAAe) inimiga devem ser
neutralizados antes ou no início do ApAeAprx. Durante o planejamento, caso não
seja possível neutralizálos, os meios de DAAe deverão ser localizados e
identificados. Deve ser obtido ainda, mesmo que por estimativa, o alcance dos
armamentos da DAAe inimiga. Desta forma, será possível avaliar se são capazes
de interferir na missão do GptOpFuzNav.
c) Condições meteorológicas favoráveis
São fundamentais, em especial quando as Anv possuam capacidade de ataque
limitada. Entretanto, mesmo para as Anv com capacidade de ataque com qualquer
tempo, devem ser observadas condições meteorológicas mínimas para realizar
ataques.
O tipo de ataque dependerá, dentre outros fatores, do teto e da visibilidade local.
Quando se dispõe de uma equipe em terra operando radares-3D ou de outros
meios de controle adequados, é possível a realização do ApAeAprx em condições
mínimas de teto e visibilidade ou voo por instrumentos. Para tal, as Anv
empregadas devem dispor de equipamentos de voo e sistema de armas
apropriados.
d) Tripulações adestradas
O grau de adestramento das tripulações é um fator importante para a precisão dos
ataques, para a localização e identificação dos alvos. Este fator é cada vez mais
importante, devido à crescente sofisticação das Anv.
e) Identificação da linha de contato
A identificação precisa da linha de contato (LC) é fator preponderante para a
realização do ApAeAprx. Sempre que possível, o traçado da linha de contato (LC)
deverá apoiarse em pontos notáveis no terreno, facilmente identificáveis do ar.
Caso isso não seja possível, a LC deverá ser demarcada por meios visuais, a

OSTENSIVO - 6-6 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

exemplo de fumígenos coloridos, devendo o piloto confirmar a identificação da


LC à EqCAA.
f) Designação precisa de alvos
Nos planos de apoio de fogo, os alvos são designados, normalmente, por
coordenadas geográficas. Sempre que possível, a orientação final para o ataque
aos alvos deverá ser baseada em acidentes do terreno, os quais poderão ser
indicados por fumígenos ou serem “iluminados”.
g) Centralização dos pedidos de apoio de fogo aéreo
Faz-se necessária a centralização dos pedidos de ApFAe em uma única agência
para assegurar o atendimento às missões, de acordo com a disponibilidade de Anv
e tripulações e também de acordo com as prioridades estabelecidas.
h) Comunicações eficientes
É indispensável o atendimento aos requisitos fundamentais das comunicações na
ligação estabelecida entre as Anv que realizam o ApFAe e as agências
coordenadoras/controladoras, a fim de que seja garantido um controle efetivo e
flexível, bem como para que seja preservada a segurança da tropa apoiada e das
Anv.
i) Resposta imediata
Em determinados momentos da operação, haverá necessidade de resposta
imediata aos pedidos de ApFAe. Dentre eles, podem ser citados os instantes que
antecedem ao assalto a posições inimigas e as ações subsequentes. Tais situações
exigem que sejam mantidas Anv no ar para atender com rapidez os pedidos de
apoio de fogo. Sempre que possível, tais missões deverão ser cumpridas por Anv
em alerta no solo ou no convés, o que proporciona economia de combustível,
menor desgaste e maior segurança para as Anv e suas tripulações.
6.4.3 - Categorias do ApAeAprx
O pedido de ApAeAprx, quanto à forma como é realizado, classifica-se nas seguintes
categorias:
a) Pré-planejado
Compreendem os ApFAe previstos ou solicitados com tempo suficiente para
permitir o planejamento e coordenação de forma detalhada, o briefing da missão e
a preparação das tripulações, para a decolagem. O ApAeAprx planejado pode ser
executado em horas pré-estabelecidas ou quando determinada fase ou evento

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OSTENSIVO CGCFN-50

programado ocorrer.
O ApAeAprx programado tem seu planejamento realizado com antecedência e é
executado em uma hora determinada. Essas ações permitem uma coordenação
mais efetiva e o emprego otimizado das Anv.
O ApAeAprx a pedido compreende as ações pré-planejadas, nas quais as Anv são
configuradas para bater um determinado tipo de alvo e mantidas em uma condição
de alerta no solo ou em voo, aguardando a solicitação da tropa apoiada. Nesse
caso, por ocasião do planejamento detalhado e da preparação das tripulações, as
informações necessárias à execução da missão podem não estar totalmente
disponíveis antes da decolagem das Anv de ataque.
Nesses casos, outras informações deverão ser transmitidas pelos meios de
comunicações. Tanto para o apoio programado quanto para o apoio a pedido, os
alvos serão aqueles constantes da lista de alvos elaborada pelo Oficial de Ligação
de Aviação (OLigAv) da tropa apoiada ou da lista consolidada em escalões
superiores, quando for o caso.
São exemplos desses tipos de ações: o metralhamento Pré Hora-H/I das PDbq e
das ZDbq e os ataques aéreos contra alvos cuja posição tenha sido levantada
previamente.
b) Imediato
Compreendem os ApFAe executados para atender aos pedidos contra os alvos de
oportunidade ou aqueles cujos engajamentos devam ser realizados imediatamente,
sem que tenha ocorrido um planejamento prévio.
A urgência de apoio de fogo pode exigir que uma determinada Anv seja desviada
da execução de uma ação planejada ou que seja determinada a decolagem
imediata de uma Anv em alerta no solo para atender ao pedido de apoio de fogo
imediato. A possibilidade de que a Anv não esteja com a melhor configuração de
armamento para bater o tipo de alvo designado, em função do imediatismo no
cumprimento da missão, poderá ser compensada pela ação de choque produzida e
pela rapidez com que o pedido é atendido.
Os detalhes desses eventos são planejados e coordenados enquanto as Anv estão
em trânsito para as proximidades do alvo. Elas podem receber informações
detalhadas em voo, diretamente das agências de coordenação e controle.

OSTENSIVO - 6-8 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

6.5 - CARACTERÍSTICAS DO APOIO AÉREO AFASTADO


O ApAeAfs, por ser realizado além da LCAF, não interferirá diretamente na manobra
das tropas em primeiro escalão. Será coordenado exclusivamente nos mais altos
escalões do ApFAe presentes na manobra. Na sua execução, a obtenção de informações
sobre os alvos assume especial relevância.
Durante a fase do planejamento e posteriormente no controle da ação planejada da
operação, os conhecimentos relativos aos alvos a serem batidos pelo ApAeAfs serão,
normalmente, obtidos dos estudos elaborados pelos Estados-Maiores (EM) das forças
envolvidas. Eles serão originados a partir de dados provenientes de diversas agências,
algumas da quais acionadas especialmente para busca de informações.
No decorrer da operação, há necessidade de serem mantidas atualizadas tais
informações, principalmente, no que diz respeito à situação militar do inimigo. O
reconhecimento aéreo, por sua amplitude e rapidez, é uma das mais importantes fontes
para a obtenção dessas informações. Os alvos para o ApAeAfs devem ser
cuidadosamente selecionados, a fim de evitar uma exagerada dispersão da capacidade
aérea ofensiva, a qual poderá fazer falta ao ApAeAprx.
Normalmente, não haverá controle externo do ataque no ApAeAfs. O piloto da Anv
receberá as informações sobre o alvo a ser atacado e, quando estiver na área, identificá-
lo-á, realizando então o ataque. O resultado desse ataque poderá ser verificado pelo
próprio piloto, caso haja segurança para tal, ou por outros meios de reconhecimento.
6.6 - COMANDO, COORDENAÇÃO E CONTROLE
Nas OpAnf, o comando, a coordenação e o controle do apoio aéreo e da defesa
aeroespacial em proveito da tropa que desembarca serão providos, inicialmente, pela
ForTarAnf. À medida que ocorre o desembarque da ForDbq, as agências desta força,
homólogas às da ForTarAnf, vão se estabelecendo em terra e assumindo suas funções.
Essa transferência poderá abranger ou não a totalidade das agências.
O grau de controle das agências dependerá de coordenação entre o ComForTarAnf e o
ComForDbq e da situação. Mesmo assim, as agências de bordo permanecerão
monitorando as respectivas atividades e ficarão em condições de reassumir suas
funções, caso suas homólogas estejam impedidas de fazê-lo. Após o reembarque da
ForDbq, as agências de controle da ForTArAnf retomarão suas atividades.

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OSTENSIVO CGCFN-50

6.6.1 - Agências de comando, coordenação e controle a bordo


Basicamente, as agências relativas ao apoio aéreo e à defesa aeroespacial de bordo
estão divididas em três níveis de responsabilidade: comando, coordenação e
controle (Fig 6-1).

Fig 6.1 - Esquema genérico dos níveis de comando, coordenação e controle a bordo.

a) Agência de comando
O Centro de Controle Aerotático (CCAT) é a agência de comando do sistema de
controle aéreo e da defesa aeroespacial. Permanece a bordo do navio capitânia da
ForTarAnf e centraliza todas essas atividades na AOA. Possui, em sua
organização, uma seção que atende e que é responsável por controlar o ApFAe
solicitado pela tropa e transmitir às tripulações das Anv as instruções finais,
completas e recentes, sobre os alvos a serem atacados, os tipos de ataques
desejados, o modo como cada ataque deve ser conduzido e a localização da LC
com o inimigo
b) Agências de coordenação
Os Centros de Direção Aerotáticos (CDAT) são agências responsáveis pela
coordenação do apoio aéreo na ForTarAnf. São subordinados ao CCAT e
integram as Forças Avançadas (ForAvç), quando constituídas, e a Força de
Ataque (corpo principal) da ForTarAnf. As responsabilidades do CDAT são as
mesmas do CCAT, com a amplitude limitada à área de responsabilidade. Além
disso, é responsável pela defesa aeroespacial e pelo controle do tráfego aéreo em
sua área de responsabilidade.

OSTENSIVO - 6-10 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

c) Agências de controle
- Centro de Direção de Helicópteros (CDH): são agências responsáveis pelo
controle dos He que atuam no espaço aéreo em área de responsabilidade. Existirá
um CDH subordinado ao CDAT da ForAvç, caso esta possua He, e outro
subordinado ao CDAT da Força de Ataque (corpo principal da ForTarAnf),
localizado no navio responsável pelo esforço principal dos He. Uma de suas
atribuições é receber e atender aos pedidos para emprego de He dentro dos limites
especificados na Ordem de Operação ou de acordo com as determinações do
CCAT.
- Controle aéreo no ar: elementos complementares de controle aéreo operam a
bordo de Anv em vôo e são ativados em situações particulares, tais como a
execução de missões de ApAeAfs. Essas agências são as seguintes: o Controlador
Aerotático no Ar – CtAetat (A) e o Controlador de Helicópteros no Ar - CH(A). O
CtAetat (A) tem as tarefas de controlar o ApFAe e localizar alvos na área onde
realiza o controle das Anv de ataque, além de servir de ponte de comunicações
com as Anv de ataque que realizam ApAeAfs, com o propósito de auxiliar as
agências de coordenação no monitoramento de ataques contra alvos terrestres a
grandes distâncias da LC. Já o CH(A) auxilia o CDH no controle das vagas de He,
durante o MNT por He e pode solicitar ApFAe (Fig 6-2).
- A EqCAA e o GAA: essas agências de controle aerotático não operam de bordo.
Exclusivas da tropa, após seus respectivos desembarques, serão utilizadas pelas
agências de coordenação de bordo para controlar o ApFAe realizado em proveito
da missão, enquanto as agências de coordenação de terra ainda não
desembarcaram.

Fig 6.2 - Estrutura Organizacional das Agências de Bordo.

OSTENSIVO - 6-11 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

6.6.2 - Agências de comando, coordenação e controle em terra


Todo o pessoal de comunicações, bem como o material necessário à ativação das
agências de controle aerotático serão fornecidos pelo Batalhão de Controle
Aerotático e Defesa Antiaérea (BtlCtAetatDAAe). Quando Anv de outras Forças
Armadas (FA) estiverem operando junto com os GptOpFuzNav, haverá
representantes dessas forças e respectivo pessoal de apoio, com seu material, nas
agências, de acordo com a necessidade. Basicamente, as agências relativas ao apoio
aéreo e à defesa aeroespacial em terra têm sua estrutura organizacional baseada na
atribuição de tarefas relacionadas aos níveis de responsabilidade: comando,
coordenação e controle (Fig 6-3).

Fig 6.3 - Estrutura organizacional das agências relativas ao apoio aéreo e à defesa
aeroespacial em terra.
a) Agência de comando
A agência de comando na estrutura de apoio aéreo em um GptOpFuzNav é o
Centro de Comando Aerotático (CComAT), que atua junto ao Comando do
Componente de Combate Aéreo (CteCA). Sua função principal é estabelecer
diretrizes a serem seguidas tanto pelas agências responsáveis pela defesa
aeroespacial quanto pelas agências responsáveis pelo apoio aéreo.

OSTENSIVO - 6-12 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

Da mesma forma que no sistema a bordo, podem existir CDAT para exercer a
coordenação do espaço aéreo em áreas determinadas. Ficarão subordinados ao
CComAT e coordenarão o emprego de Anv em áreas de responsabilidade
delimitadas previamente.
b) Agências de coordenação
- o Centro de Operações de Defesa Aérea (CODA), relacionado à defesa
aeroespacial.
- Centro de Apoio Aéreo Direto (CAAD), que é o responsável por todo o apoio
aéreo não relacionado à defesa aeroespacial dos GptOpFuzNav. Os
Destacamentos de Controle Aerotático (DCAT) prestam assessoria em nível
abaixo do CAAD.
- Equipes Radar de Apoio Aéreo (ERAA): são subordinadas ao CAAD e efetuam
o controle aéreo de Anv sob condições de voo por instrumentos. Além do
controle das Anv para a execução dos ataques aéreos, são capazes de posicioná-
las sobre os alvos isolados ou encobertos. São úteis, ainda, para apoiar o
reconhecimento fotogramétrico e o lançamento de artefatos iluminativos.
- Equipes de Vigilância Radar (EVR): são subordinadas ao CAAD e capazes de
efetuar o controle positivo ao longo das Rotas de Aproximação e Retirada e de
estabelecer pontos de controle radar para Anv, em quaisquer condições
meteorológicas.
- Destacamento de Controle Aerotático (DCAT): são agências de coordenação que
operam diretamente com tropas de primeiro escalão e com o comando do CCT
(GDB e GDBda), sendo ativados nos respectivos CCAF. Os DCAT assessoram
os comandantes do GDBda e dos GDB com relação ao emprego das Anv em
apoio. A diferença entre o DCAT dos GDB e do GDBda é que os primeiros têm
subordinadas as EqCAA.
c) Agências de control
As agências de controle que atuarão junto à tropa apoiada serão ativadas no nível
de subunidade de primeiro escalão. Também haverá agências de controle junto a
ElmAnf, junto a elementos de operações especiais e no ar, conforme o necessário.
Essas agências serão as responsáveis diretas pelo pedido de apoio aerotático e pela
orientação do piloto na identificação do alvo. Após o piloto confirmar a correta
identificação do alvo, o ataque estará por conta dele, cabendo à agência avaliar e

OSTENSIVO - 6-13 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

reportar os danos no alvo.


Existem três tipos de agência de controle: o CtAetat(A), a EqCAA e o GAA.
- CtAetat(A): as tarefas a ele atinentes foram apresentadas na alínea c) do inciso
6.6.1.
-EqCCA: responsáveis pela execução do pedido de ApFAe e pelo controle do
ataque das Anv em proveito do ApAeAprx. São chefiadas pelos CAA que,
preferencialmente, devem ser pilotos do mesmo tipo de Anv que realiza o
ApAeAprx. Essas EqCAA são designadas para atuar junto às CiaFuzNav em
primeiro escalão. Os CAA mantêm comunicações com as Anv de ataque,
orientando-as nas aproximações para os respectivos engajamentos,
proporcionando precisão nos ataques e segurança para a tropa. Os CAA também
assessoram o Cmt da CiaFuzNav apoiada quanto ao melhor emprego do ApFAe,
bem como avaliam os danos causados ao inimigo pelos ataques aéreos.
- Guia Aéreo Avançado: elemento de operações especiais especificamente
adestrado para executar o trabalho do CAA. Atua em proveito do ApAeAfs,
podendo realizar o pedido de ApFAe e orientar o piloto no ataque ao alvo.
Normalmente, no ApAeAfs o ataque aos alvos é determinado pelo ComForDbq
e o GAA receberá a tarefa de se deslocar para as proximidades do alvo para ficar
em condições de orientar o ataque, reportando os danos ao final.

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OSTENSIVO CGCFN-50

CAPÍTULO 7
INTEGRAÇÃO DO APOIO DE FOGO AOS GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE
FUZILEIROS NAVAIS
7.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O emprego de armas combinadas, pertencentes aos diversos sistemas de ApF em
combate, consiste na integração total dos meios disponíveis, exigindo coordenação na
moldura temporal considerada, de maneira que as suas capacidades sejam
complementadas e suas vulnerabilidades compensadas pelo apoio mútuo.
Para integrar armas de forma combinada é preciso explorar a complementaridade de
seus efeitos, de forma que, para se contrapor a determinado efeito de uma arma, o
inimigo se torne vulnerável ao efeito de outra. Assim, além de sofrer com os efeitos das
armas, o inimigo é colocado ante um dilema que afeta sua coesão mental.
Ao integrar armas de efeitos similares, como obuseiros e morteiros de diferentes
calibres, não se está combinando seus efeitos, pois ao se proteger de uma arma o
inimigo estará, também, se protegendo das demais. Pode-se afirmar, nesse caso, que as
armas têm efeitos suplementares e não combinados.
O efeito desejado a ser alcançado com a combinação das armas é aumentar,
exponencialmente, o poder de combate com o emprego coordenado/sincronizado de
todos os componentes e sistemas operacionais, o que poderá afetar o oponente nos
campos psicológicos e físicos.
7.2 - EMPREGO DAS ARMAS DE APOIO
7.2.1 - Considerações iniciais
O termo armas de apoio refere-se à artilharia de campanha, ao fogo naval e ao apoio
de fogo aéreo, sistemas de apoio de fogo não orgânicos dos elementos de combate.
Em face da complexidade desses sistemas de apoio de fogo, durante o planejamento
do seu emprego, podem surgir dúvidas quanto à definição do melhor apoio a ser
previsto ou solicitado para cada situação, particularmente, no caso de o planejador
estar pouco familiarizado com as características e efeitos que produzem.
Em combate, a decisão para a escolha da arma de apoio de fogo adequada a ser
empregada sobre um determinado alvo é baseada na localização e natureza do alvo,
no tipo de armamento necessário à obtenção do efeito desejado e na análise
comparativa das armas de apoio disponíveis. As possibilidades das armas são
essencialmente determinadas pelas seguintes características:

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OSTENSIVO CGCFN-50

- controle das armas de apoio (organização tática);


- tipos de armas e munições disponíveis;
- rapidez na execução do apoio de fogo;
- capacidade de emassar fogos;
- vulnerabilidades e continuidade de apoio;
- precisão dos sistemas de armas; e
- mobilidade e alcance.
7.2.2 - Características das armas de apoio
a) Controle das armas de apoio
I) ApFAe
Conforme mencionado no artigo 6.6, nos momentos iniciais do assalto nas
OpAnf, normalmente, o CmtGptOpFuzNav não terá o controle operacional dos
meios aéreos. Dessa forma, as necessidades de apoio de fogo aéreo deverão ser
coordenadas com as agências e órgãos que detiverem esse controle e atenderão
aos pedidos na prioridade por eles estabelecida, podendo não estar disponível,
em situações ou momentos que requeiram apoio imediato.
II) ApFN
Embora estejam sob o controle da ForTarAnf, os navios destinados a prestarem
apoio de fogo aos GptOpFuzNav recebem tarefas táticas que asseguram sua
disponibilidade à tropa apoiada, salvo quando deixarem as estações e áreas de
apoio de fogo para atender a demandas específicas (reabastecimento de
munições, autodefesa etc).
III) Apoio de artilharia de campanha
É a arma de apoio mais apta a prestar o apoio de fogo cerrado e contínuo aos
GptOpFuzNav, já que seus fogos podem ser emassados rapidamente sobre
áreas críticas para o combate. Todavia, cabe ressaltar que nas OpAnf esse
apoio estará disponível somente após o seu desembarque.
b) Tipos de armas e munições disponíveis
Os variados tipos de armas e munições disponíveis para o Comandante do
GptOpFuzNav intervir no combate são as principais considerações na
determinação de como destruir ou neutralizar um alvo.

OSTENSIVO - 7-2 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

Existe uma grande variedade de projetis e espoletas (munições convencionais),


foguetes e mísseis para o apoio aéreo, artilharia e fogo naval.
I) ApFAe
O armamento das aeronaves abrange metralhadoras, mísseis, foguetes com
diversas cabeças de combate e espoletas, misturas incendiárias e bombas
convencionais de diferentes efeitos e pesos.
II) ApFN
Os navios de apoio de fogo de uma ForTarAnf são, normalmente, de diferentes
tipos, podendo selecionar canhões de pequeno, médio e grosso calibre. Além
dos canhões navais, pode-se contar ainda com sistemas de lançamento de
foguetes e mísseis. Essa variedade permite a flexibilidade na escolha da melhor
combinação para bater determinado alvo.
III) Apoio de artilharia de campanha
A artilharia de campanha pode ser dotada de armamentos de diversos calibres e
dispor de uma vasta gama de projetis, cargas de projeção e espoletas,
possibilitando seu emprego nas mais diversas missões de apoio de fogo.
c) Rapidez na execução do apoio de fogo
É requisito fundamental aos sistemas de apoio de fogo, particularmente quando é
necessário engajar alvos de grande mobilidade. A seleção da Arma de Apoio
depende da rapidez com que o fogo deva ser desencadeado e do efeito desejado
sobre o alvo, principalmente quando este está em movimento ou quando em apoio
a tropas que se encontrem em situações críticas.
I) ApFAe
Tendo em vista que as aeronaves não são designadas para o apoio cerrado e
contínuo às peças de manobra dos GptOpFuzNav e, sim, para a execução de
missões específicas de apoio, o apoio imediato ficará prejudicado, caso as
aeronaves não estejam em estação. A demora pode também ser causada pela
necessidade de maior coordenação, principalmente em missões de ApAeAprx.
Maior rapidez na execução pode ser obtida se as aeronaves estiverem em alerta
no solo ou no ar e se as missões forem planejadas.

OSTENSIVO - 7-3 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

II) ApFN
Os navios são capazes de atender rapidamente aos pedidos de apoio, quando
em ApDto às PçMan do CCT ou executando missões planejadas. Entretanto,
quando necessitarem mudar de rumo ou de posição para executar o tiro, o
apoio imediato ficará prejudicado. O principal meio de comunicação com a
tropa, o rádio, também limita a rapidez na execução do tiro, devido às
interferências, interrupções e falhas dos equipamentos.
III) Apoio de artilharia
Caracteriza-se pela rapidez na execução das missões, mesmo em situações
meteorológicas adversas, devido à estreita e permanente ligação que mantém
com o escalão apoiado.
d) Capacidade de emassar fogos
A capacidade de emassar fogos é uma importante consideração na seleção do
sistema de armas a ser empregado no ataque a um determinado alvo.
I) ApFAe
Uma aeronave, dentro do seu raio de ação, é capaz de concentrar um grande
volume de fogos em uma região. As condições meteorológicas podem diminuir
essa possibilidade, enquanto que o raio de ação e a mobilidade a aumentam.
II) ApFN
Os navios são equipados com sistemas de controle de tiro, por meio dos quais
se torna possível emassar fogos de vários navios sobre um mesmo alvo,
utilizando-se os dados de ajustagem de apenas um deles. A maioria dos
canhões navais é caracterizada pela alta cadência de tiro, resultante do
carregamento automático, que aumenta o volume de fogo em um curto espaço
de tempo sobre determinado alvo.
III) Apoio de artilharia de campanha
A artilharia pode emassar seus fogos em uma região dentro do seu alcance, por
um considerável período de tempo. Essa possibilidade é aumentada pela
capacidade que tem de deslocar e posicionar suas unidades de tiro e pela
atribuição de tarefas táticas com elevado grau de centralização.

OSTENSIVO - 7-4 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

A capacidade de manobrar rápida e precisamente seus fogos é inerente aos


métodos de direção de tiro da artilharia e lhe confere a possibilidade de
emassar seus fogos em um curto período de tempo.
e) Vulnerabilidade e continuidade de apoio
A interrupção do apoio cerrado e contínuo poderá ser fatal ao cumprimento da
missão pela unidade apoiada.
I) ApFAe
A continuidade do ApFAe é limitada pela necessidade de se dispor de uma
base de manutenção e remuniciamento para as aeronaves. Na falta de uma base
terrestre adequada, esse apoio logístico deverá ser provido pelos navios-
aeródromos. Condições meteorológicas adversas e visibilidade reduzida
poderão, também, limitar a continuidade do apoio, caso as aeronaves não
possuam equipamentos que possibilitem operar por instrumentos. Essa
deficiência poderá ser minimizada com emprego das ERAA. As aeronaves são
vulneráveis ao fogo antiaéreo do inimigo. Essa vulnerabilidade pode ser
reduzida pela alta velocidade e métodos diversificados de ataque.
II) ApFN
Os navios de apoio de fogo podem executar tiros não observados, mas, quando
são necessários o apoio cerrado à tropa e outros fogos de precisão, há
necessidade da condução destes por observadores terrestres ou aéreos, de modo
a aumentar a segurança. Esse tipo de apoio sofre sérias interferências das
condições meteorológicas. Radares associados a computadores de tiro
aumentam a capacidade de apoio cerrado do fogo naval, com maior precisão,
ao GptOpFuzNav e seus integrantes. No entanto, as restrições de munição
impostas pela capacidade dos paiois, em conjunto com a necessidade de
manutenção de munição para autodefesa, reduzem a capacidade de apoio
contínuo de fogo naval. Os navios são altamente vulneráveis a ataques aéreos,
por superfície e submarinos, o que os obriga, muitas vezes, a interromper o
apoio ao GptOpFuzNav, a fim de se defenderem em melhores condições.

OSTENSIVO - 7-5 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

III) Apoio de artilharia de campanha


Exceto durante os deslocamentos, os procedimentos, as características das
armas e os sistemas de direção tiro computadorizados permitem o
desencadeamento de fogos não observados e precisos, sob condições
meteorológicas e de visibilidade adversas, possibilitando, assim, o apoio
cerrado e contínuo ao GptOpFuzNav. A artilharia é vulnerável aos fogos de
contrabateria e a ataques aéreos, principalmente durante a manobra de seu
material. Essa vulnerabilidade pode ser reduzida pelo emprego de medidas
passivas de defesa, tais como dispersão de peças e instalações, reconhecimento
e ocupação de posições de troca e mudanças de posição por escalão,
particularmente quando realizadas em período diurnos, e, sempre que possível,
com escolta aérea. Fogos prolongados sobre extensas áreas demandarão um
grande esforço logístico para a manutenção da continuidade do apoio de fogo.
Isso acarretará necessidades adicionais de reabastecimento de munição para a
artilharia.
f) Precisão dos sistemas de armas
A precisão dos sistemas das armas de apoio de fogo varia com o tamanho e a
localização dos alvos, com os tipos e características das armas e com a habilidade
das agências de busca para identificá-los. Alvos de pequenas dimensões, de
localização imprecisa e camuflados necessitam de especial consideração na
seleção do meio de ataque. A arma selecionada poderá requerer um preciso
desencadeamento de fogos para se obter o efeito desejado, principalmente quando
a segurança da tropa for fator determinante.
I) ApFAe
A precisão do ataque aéreo varia com o tipo de aeronave empregada, o método
de ataque e a experiência do piloto ou da unidade aérea. Ataques com
metralhadoras e foguetes costumam ser mais precisos para alvos de pequenas
dimensões, seguindo-se os bombardeios, na seguinte ordem decrescente de
precisão: rasante, de mergulho, de arremesso e horizontal.
II) ApFN
Na execução de tiro direto a alvos junto ao litoral que apresentem considerável
superfície vertical, o ApFN é extremamente preciso.

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OSTENSIVO CGCFN-50

Entretanto, devido às constantes mudanças de posição e à grande dispersão em


alcance, que varia diretamente com a distância de apoio, a precisão diminui no
ataque a alvos de pequenas dimensões, situados em contraencosta, quando do
emprego de tiro indireto.
III) Apoio de artilharia de campanha
Empregando o tiro direto ou indireto, observado ou não observado, é bastante
precisa para atacar alvos de dimensões reduzidas. Sua precisão resulta da
execução de tiros a partir de posições fixas, acurados procedimentos de
regulação e levantamento topográfico, pequena probabilidade de erro,
vigilância e observação eficazes e métodos eficientes e precisos de direção de
tiro.
g) Mobilidade e alcance
São características importantes na seleção do apoio. Frequentemente, a
mobilidade pode aumentar o alcance de um sistema de apoio de fogo, em relação
a outro que seja limitado nessa característica. Várias armas de apoio podem ter
alcance para bater um mesmo alvo, mas a mobilidade de uma pode aumentar sua
precisão e/ou eficácia em relação às outras. A dispersão, tanto em alcance como
em direção, varia diretamente com a distância peça-alvo, verificando-se, dessa
forma, que a mobilidade poderá diminuir essa distância, possibilitando, assim,
maior precisão no desencadeamento dos fogos.
I) ApFAe
Suas características, por excelência, são a mobilidade e o raio de ação, o que
permite empregá-lo em tarefas além do alcance das outras armas de apoio ou
contra alvos desenfiados e em movimento. A mobilidade das aeronaves
permite concentrá-las rapidamente sobre o objetivo, favorecendo a surpresa.
II) ApFN
Os navios de apoio, quando sujeitos a condições hidrográficas favoráveis,
possuem considerável mobilidade ao longo da costa. Podem, frequentemente,
bater alvos além do alcance ou desenfiados para a artilharia, quando executam
o ApF a partir de penínsulas ou ilhas ou arquipélagos próximos das PDbq.
III) Apoio de artilharia de campanha
As unidades de artilharia possuem, relativamente, a mesma mobilidade das
forças terrestres apoiadas. A artilharia leve e média pode ser helitransportada.

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OSTENSIVO CGCFN-50

Quando opera em terreno de difícil trafegabilidade, sua mobilidade é


extremamente dependente da existência de uma malha viária que proporcione
boas condições de rodagem. Os movimentos através campo reduzem,
significativamente, a mobilidade dos conjuntos viatura tratora – peça de
artilharia.
7.2.3 - O apoio de fogo e o efeito desejado dos fogos
A fim de explorar as possibilidades de cada apoio de fogo e evitar desnecessária
duplicação de meios, a seleção da melhor arma de apoio a ser empregada deve ser
criteriosa. Considerando-se as características dessas armas e admitindo-se condições
favoráveis ao emprego das mesmas, foi feita uma análise dos sistemas de apoio de
fogo para cada efeito desejado sobre o alvo:
a) Destruição
I) ApFAe
É o mais apropriado à destruição de quase todos os tipos de alvos, devido à
grande variedade de munições de que dispõe e dos métodos de lançamento que
emprega.
II) ApFN
Quando desencadeado sobre alvos junto ao litoral, é o mais apropriado para
destruição de posições fortemente organizadas. A precisão no tiro direto, a
variedade de calibres, a alta velocidade inicial e a trajetória tensa proveem o
máximo poder de penetração sobre alvos que apresentem apreciável superfície
vertical.
III) Apoio de artilharia de campanha
A artilharia pesada é apropriada para a destruição de instalações leves ou de
posições sumariamente organizadas e de alvos tipo ponto. As artilharias média
e a leve, devido à baixa velocidade inicial, à grande dispersão e ao peso dos
projetis, não são apropriadas para executar tarefas de destruição de alvos
fortificados.
b) Neutralização
I) ApFAe
Pode ser concentrado rapidamente, pela variedade de armamentos e geralmente
com surpresa, para executar a neutralização de quase todos os tipos de alvos. É
a arma mais apropriada para neutralização por curtos períodos de tempo em

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OSTENSIVO CGCFN-50

alvos de dimensões reduzidas.


II) ApFN
Os navios de apoio de fogo naval são capazes de desencadear um grande
volume de fogos por um curto período de tempo. A alta velocidade final dos
projetis navais tem um efeito destruidor sobre o material e desmoralizador
sobre o pessoal, o que torna esta arma apropriada também para neutralização.
III) Apoio de artilharia de campanha
É a mais apropriada às missões de neutralização, devido, principalmente, à sua
capacidade de emassar fogos, à continuidade na ação, à rapidez de execução e
à precisão.
c) Inquietação
I) ApFAe
É apropriado para a execução de inquietação, devido à velocidade, ao
armamento, à observação e à flexibilidade das aeronaves. É particularmente
apropriado para inquietação em alvos localizados a grandes distâncias.
II) ApFN
Embora o fogo naval não observado não tenha suficiente precisão para a
inquietação sobre pequenos alvos, é apropriado à inquietação sobre grandes
áreas que não estejam próximas das linhas amigas.
III) Apoio de artilharia de campanha
Os fogos de inquietação são, geralmente, executados à noite ou durante os
períodos de visibilidade reduzida. É a arma mais apropriada para a execução
desses fogos não observados nas proximidades das posições amigas e sobre
pequenos alvos precisamente localizados.
d) Interdição
I) ApFAe
É a arma mais apropriada à execução de interdições a grandes distâncias,
devido à autonomia das aeronaves e à precisão dos seus fogos, tanto visual
quanto por equipamentos.
II) ApFN
É apropriado às tarefas de interdição, quando os alvos são vistos de bordo.
Devido à dispersão dos seus fogos, não é apropriado para alvos de pequenas
dimensões.

OSTENSIVO - 7-9 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

III) Apoio de artilharia de campanha


As artilharias pesada e média são mais apropriadas do que o fogo naval para
executar fogos de interdição não observados, devido à maior possibilidade de
executar tiros indiretos mais precisos.
e) Iluminação
I) ApFAe
Tem possibilidade de prover iluminação, mas, se não for programado, é, dentre
as armas de apoio, a que mais demora a atender a esses pedidos.
II) ApFN
Possui possibilidade de executar tiros iluminativos, que poderão ser
desencadeados pelos navios em ApDto ou AçCj e controlados e/ou ajustados
pelo OBTINA ou pelo OA. A duração da iluminação depende da quantidade e
tipo de munição iluminativa disponível.
III) Apoio de artilharia de campanha
É a que tem maior possibilidade de executar iluminação de alvos tipo ponto.
Entretanto, se for necessário iluminar alvos tipo área, pode ser empregada por
tempo limitado, em face do volume de fogo necessário.
7.3 - A INTEGRAÇÃO DO APOIO DE FOGO NO ATAQUE COORDENADO
O ataque coordenado é o principal tipo de operação ofensiva e caracteriza-se pelo
emprego coordenado da manobra e do apoio de fogo, para cerrar sobre o inimigo,
destruí-lo ou neutralizá-lo. É empregado, normalmente, contra posições inimigas
organizadas ou fortificadas e necessita de adequado apoio de fogo.
É da maior importância um planejamento de fogos detalhado e integrado à ideia de
manobra. Deve ser previsto o emprego de todas as armas de apoio disponíveis,
orgânicas ou não (morteiros, artilharia, fogo naval e meios aéreos), inclusive dos meios
de apoio de fogo da reserva.
Na elaboração do PAF, os fogos devem ser empregados para neutralizar posições
inimigas que interfiram com o deslocamento do escalão de assalto em direção ao
objetivo, bem como para bloquear as prováveis vias de acesso para contra-ataques. Os
principais aspectos a serem considerados são:
- a situação, o dispositivo e o tipo de posição ocupada pelo inimigo;
- a natureza dos alvos e os efeitos desejados dos fogos;
- os tipos de apoio de fogo disponíveis e as quantidades de munição existentes;

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OSTENSIVO CGCFN-50

- horas de início, de transferência23 e de suspensão dos fogos;


- adequabilidade do emprego de fumígenos; e
- meios de comunicações necessários à coordenação do apoio de fogo da combinação de
sistemas de armas.
7.3.1 - Fases do apoio de fogo
Na ofensiva, os fogos de apoio são normalmente distribuídos em quatro fases:
- antes da preparação;
- preparação;
- apoio durante a execução do ataque; e
- apoio à consolidação do objetivo e reorganização da tropa.
Os fogos antes da preparação e os de preparação poderão não ser desencadeados
levandose em conta a necessidade de sigilo.
7.3.2 - Fogos desencadeados antes da preparação
Normalmente, antes da preparação, as armas de apoio desencadearão fogos sobre
alvos de oportunidade e para apoiar a movimentação e desdobramento de tropas.
Poderão ser desencadeados, ainda, fogos de inquietação e de interdição, para limitar
a movimentação do inimigo, interromper suas comunicações e impedir o
deslocamento de suas reservas. Dependendo da situação, nessa fase, a artilharia
efetuará a regulação dos seus tiros.
Como os elementos de combate estarão se posicionando para a realização do ataque,
os meios orgânicos serão empregados somente para autodefesa.
7.3.3 - Fogos de preparação
Visam a desorganizar os sistemas de comando e controle do inimigo, obter
superioridade sobre seus meios de apoio de fogo e destruir ou neutralizar outros
elementos que possam dificultar o ataque. Quanto ao atacante, tais fogos auxiliam na
obtenção e manutenção do ímpeto e preparação psicológica para o assalto.
O PelMrt81mm poderá ser empregado nessa fase, dependendo do grau de
aceitabilidade de sua posição ser identificada antes do início do ataque.
Os CC podem participar da intensificação dos fogos antes do ataque, observando,
todavia, sua capacidade logística, pois se esta for restrita, os CC deverão poupar seus
fogos para a fase crucial do ataque: o assalto.
Normalmente, o PelMAC e o PelMtrP não participarão da preparação.
23
Transferência de fogos é a possibilidade das armas de apoio de fogo de alongar, encurtar ou alterar a direção dos fogos,
rapidamente, sem mudança de posição.

OSTENSIVO - 7-11 - ORIGINAL


OSTENSIVO CGCFN-50

7.3.4 - Fogos durante a execução do ataque


Desencadeados para apoiar o avanço da tropa atacante. Durante o planejamento serão
selecionados alvos capazes de interferir no desenvolvimento do ataque e sobre eles
serão desencadeados fogos a pedido. Deve-se continuar a buscar a neutralização dos
meios de apoio de fogo do inimigo. Munições fumígenas poderão ser empregadas
para ocultar a aproximação da tropa e para “cegar” PO inimigos. Alvos inopinados
que surjam durante o ataque serão batidos também a pedido.
Após os elementos de manobra terem cruzado a LP, os elementos de apoio orgânicos
concentram seus fogos sobre a posição inimiga, enquanto os dos escalões superiores
são alongados, para isolá-la. Durante todo o ataque, as PçMan avançam protegidas
por esses fogos, que vão sendo aprofundados na mesma velocidade de deslocamento
dos elementos de manobra.
A partir da ocupação das PosAss, os fogos de apoio são transferidos para os flancos e
a retaguarda do objetivo. Nessa situação, são intensificados os fogos orgânicos. O
assalto deve ser uma ação rápida e bem coordenada, com rigoroso emprego do fogo e
movimento.
À medida que os elementos de manobra alcançam as linhas mais à retaguarda do
objetivo, os fogos são alongados para as posições inimigas em profundidade.
Os fogos do PelPtr serão usados para aumentar a flexibilidade dos fogos e assegurar
a continuidade do apoio de fogo durante a progressão, provendo a necessária base de
fogos. O PelMAC, durante a progressão dos elementos de 1º escalão, realizará fogos
sobre os alvos que dificultem a progressão até o máximo alcance do armamento ou
até o ponto ou linha onde seus tiros se tornem perigosos para as tropas amigas. Os
meios AC serão empregados prioritariamente contra os blindados do inimigo,
podendo ser empregados secundariamente contra outras viaturas, fortificações, ou
mesmo, no caso dos mísseis AC, helicópteros a baixa altura e com velocidade
reduzida. Deverão ser batidas as melhores VA para CC, na frente das PçMan como
um todo e em profundidade. Se as possibilidades do inimigo indicarem a ameaça de
CC, meios do PelMAC deverão reforçar as PçMan, para ampliar sua capacidade de
autodefesa. Nos setores onde sejam empregados carros de combate, poderá ser
reduzida a quantidade de meios AC alocada. Os meios designados para aprofundar a
DAC serão posicionados nas regiões de convergência de VA para os CC inimigos.
O PelMtrP deverá bater posições inimigas fortificadas e de armas automáticas. As

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Mtr poderão ser usadas, também contra Vtr sem blindagem ou Vtr com blindagem
leve, desde que utilize munição perfurante. Durante o assalto, aproveita-se dos
intervalos existentes entre as PçMan para manter o fogo sobre as posições inimigas o
maior tempo possível. Quando o terreno permitir, deve-se buscar uma posição no
flanco, de forma a apoiar o assalto sem risco para a tropa atacante.
O PelMrt81mm apoiará a montagem e o desembocar do ataque com fogos sobre as
posições inimigas, preferencialmente em locais ou em momentos onde não estejam
previstos fogos das demais armas de apoio.
As PçMan poderão contar com o apoio de viaturas blindadas de transporte de pessoal
(VBTP) de forma a aumentar a sua mobilidade. Nesse caso, o armamento orgânico
das viaturas poderá ser empregado contra alvos de oportunidade, inclusive após o
desembarque da tropa das viaturas, sem realizar o fogo sobre tropa, buscando,
quando o terreno permitir, posições de flanco. Analogamente, o PelMtrP também
poderá ser empregado para apoiar a tropa atacante.
Se houver apoio de CC, deve-se explorar ao máximo seu poder de fogo, incluindo
não só o seu armamento principal, o canhão, mas também suas metralhadoras. Eles
poderão apoiar as PçMan:
- destruindo ou neutralizando os CC e armas automáticas inimigas;
- protegendo seu deslocamento, por meio do apoio de fogo; e
- explorando sua capacidade de ação de choque contra as posições inimigas, a
depender da capacidade AC inimiga.
Deverão ser previstos fogos de proteção aos carros, quando estes tiverem que
transpor terrenos que reduzam sua velocidade e quando não existir tropa de
infantaria para cobrir o seu avanço.
7.3.5 - Fogos durante a consolidação e reorganização
O plano de apoio de fogo deve prever a proteção da tropa após a conquista do(s)
objetivo(s), de forma a permitir a reação às tentativas do inimigo de se reorganizar e/
ou contra-atacar.
Após a conquista dos objetivos, todos os meios orgânicos deverão, rapidamente, se
deslocar para frente, de forma a apoiar a consolidação. Deverão ser previstos alvos
para as armas de apoio nas VA que incidem nos Obj e em possíveis posições de onde
o inimigo possa batê-los.
Os blindados não participam, normalmente, da limpeza dos Obj, sendo empregados

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na perseguição pelo fogo e para repelir possíveis contra-ataques, particularmente


quando o inimigo possuir blindados; caso isso não seja necessário, os CC retrairão
para efetuar sua reorganização em local coberto e abrigado.
7.4 - O APOIO DE FOGO NA DEFESA DE ÁREA
A defesa de área é uma forma de manobra defensiva que requer grande coordenação dos
meios e sistemas entre si e com a manobra, uma vez que visa, inicialmente, deter o
inimigo à frente do LAADA, empregando grande volume e variedade de fogos e ações
dinâmicas de defesa, e expulsar ou destruir as forças que tenham logrado êxito na
penetração da área de defesa, utilizando o combate aproximado e contra-ataques.
7.4.1 - Integração e coordenação das medidas de defesa
A eficácia da defesa é baseada na integração e coordenação cuidadosa da manobra,
do apoio de fogo, do sistema de barreiras e da DAC. As características defensivas
naturais do terreno deverão ser aprimoradas ou suplementadas pela instalação de um
sistema de barreiras incluindo bloqueios de estradas, campos de minas, destruições
diversas, fossos anticarro, obstáculos de arame e outros, com a finalidade de
canalizar, restringir ou retardar o movimento do inimigo em áreas favoráveis ao
desencadeamento de contraataque ou de fogos de destruição. Deverão ser analisadas
todas as VA que incidam sobre a posição defensiva, que, juntamente com os
acidentes capitais, servirão de base para a observação da posição e para o
planejamento dos fogos de apoio.
O planejamento do apoio de fogo deve prever a coordenação e integração das armas
de todos os elementos participantes da defensiva, assegurar que o inimigo seja batido
a partir do seu máximo alcance de utilização explorando as características de cada
arma de apoio, cobrir barreiras e áreas não ocupadas, e apoiar ações ofensivas.
7.4.2 - Emprego dos fogos pelos postos avançados de combate (PAC)
À medida que o inimigo se aproxima da área de segurança, ele será submetido aos
fogos dos elementos dos PAC, que procurarão batê-lo com os fogos longínquos de
artilharia e morteiros, que poderão ser controlados por observadores aéreos, por
patrulhas e observadores terrestres que atuem junto aos PAC.
À medida que avançar, o inimigo deverá ser submetido a uma contínua e crescente
intensidade de fogos, que incluirão os mísseis AC e as MtrP. Esses meios se
posicionarão de modo a aproveitar o máximo de seu alcance contra CC, Vtr e
posições de armas automáticas inimigas.

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7.4.3 - Emprego dos fogos na ADA


As principais ações de combate dos elementos da ADA terão início com a condução
dos fogos em apoio ao retraimento dos PAC. A primeira e maior preocupação será
com a DAC, que procurará forçar o inimigo a dispersar seus CC, separando-os da
infantaria, e a promover o desembarque desta de suas VBTP. Enquanto isso, as
concentrações de fumaça serão utilizadas para “cegar” os PO inimigos localizados ou
suspeitos.
Quando os fogos de preparação inimigos forem suspensos, todas as armas
localizadas no LAADA deverão abrir fogo para deter o assalto inimigo antes que este
aborde a posição. É nesta fase que a integração da manobra com os fogos e os
obstáculos se faz mais necessária, de modo a maximizar o resultado a ser obtido.
Assim, os fogos realizados devem reforçar o efeito dos obstáculos e, ao mesmo
tempo, complementá-los.
Se os elementos atacantes atingirem a zona dos fogos de proteção final, as
metralhadoras transportarão seus tiros para seus alvos principais, os morteiros e a
artilharia desencadearão suas barragens principais, e as outras armas aumentarão a
intensidade dos fogos contra os alvos mais ameaçadores.
Dentro do contexto apresentado, os CmtCiaFuzNav do BtlInfFuzNav proporão a
localização das barragens de artilharia e morteiros que lhes forem distribuídas e
coordenarão os setores de tiro das metralhadoras e dos morteiros do PelPtr, em
relação aos elementos vizinhos, não permitindo a existência de lacunas no setor de
defesa e buscando reforçar os fogos de proteção final.
A principal tarefa do PelMAC na defesa será a DAC na ADA. Geralmente, as peças
serão posicionadas de maneira a cobrir, concomitantemente com as minas AC e
outros obstáculos, as melhores VA para os blindados inimigos e para atuarem
eficazmente contra os CC antes que atinjam o LAADA. As posições mais favoráveis
serão as que permitirem o fogo de flanco contra os blindados que se aproximem da
posição defensiva (PDef). As peças serão posicionadas de modo a poderem se apoiar
mutuamente.
O planejamento da DAC deverá ser intimamente coordenado com os planos de apoio
de fogo e de barreiras, considerando a transitabilidade do terreno. A defesa anticarro
deverá ser estabelecida não só na parte anterior da área de defesa, barrando as VA
que apresentem maior ameaça ao defensor, como também em profundidade. São

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planejados fogos para destruir os carros e a infantaria. Os fogos das armas de


trajetória curva serão extremamente eficazes para ampliar os efeitos causados pelos
obstáculos.
O PelMtrP será empregado para bater posições de armas automáticas inimigas ou
atiradores localizados em prédios ou casas. Poderá auxiliar a DAC, sendo empregado
contra Vtr sem blindagem ou Vtr com blindagem leve, desde que utilize munição
perfurante.
A tarefa do PelMrt81mm, no combate defensivo, consistirá em fornecer um contínuo
apoio de fogo aos elementos em primeiro escalão do CCT para cumprimento de suas
tarefas. No planejamento dos fogos de Mrt81mm, deverá ser dada prioridade para as
áreas que não possam ser batidas com armas de tiro tenso, como a contraencosta das
dobras do terreno e de construções. O Cmt do CCT estabelecerá a prioridade de
fogos para a CiaFuzNav que defender a parte mais importante do setor defensivo da
unidade, ou seja, o setor onde incidem as VA mais favoráveis ao inimigo. Quando
empregado centralizadamente, o PelMrt81mm terá capacidade de executar uma
barragem normal, podendo, ainda, ser previstas até duas barragens eventuais, cada
qual com dimensões de 100x200m.
Os blindados serão utilizados, preferencialmente, nas forças de segurança 24 e para
apoiar a execução de contra-ataques, com seu poder de choque sendo empregado
decisivamente sobre o inimigo detido nas penetrações. Caso sejam necessários para
dar maior profundidade à DAC das forças da ADA, os carros de combate deverão, a
partir de posições cobertas e abrigadas, ficar em condições de bater as melhores VA
para os blindados inimigos. As VBTP também poderão contribuir com a defesa, por
meio de seu armamento orgânico, desde que as viaturas estejam em posições
cobertas e abrigadas no interior da posição defensiva.
7.4.4 - Plano de apoio de fogo (PAF)
O planejamento do apoio de fogo deve integrar todos os meios de apoio disponíveis
na área, seja artilharia, Mrt81mm, Mrt120mm, aviação ou fogo naval.

24
Forças de segurança são destinadas a fornecer informes e alerta oportuno sobre o inimigo, impedir sua observação terrestre
sobre a ADA, iludi-lo quanto à posição defensiva e, dentro das possibilidades, retardá-lo e desorganizá-lo.

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Basicamente, deve-se prever o engajamento das forças inimigas o mais cedo


possível, por fogos longínquos. Entretanto, pode ser desejável não fazê-lo, com vistas
à obtenção de máxima surpresa e ação de choque. As áreas de alvos previamente
selecionadas devem ser mantidas sob cerrada vigilância. Para obtenção da eficiência
máxima sobre os alvos móveis, os fogos devem estar em condições de serem
desencadeados pronta e eficientemente.
A alternativa a adotar é uma decisão crítica do comandante, que deve assim dispor de
planos suficientemente flexíveis que assegurem a desejada liberdade de ação. No
caso de artilharia, deverá ser planejado o desencadeamento de uma barragem normal
e de tantas eventuais quanto se façam necessárias. Em geral, os fogos na defesa
objetivam, em sequência:
- retardar, pelo apoio aéreo, os movimentos de tropas inimigas além do LAADA,
interditando seus eixos de progressão;
- retardar e desorganizar o inimigo durante sua aproximação pela execução de fogos
de longo alcance de artilharia, de fogo naval, se possível, e pelo apoio aéreo em
missões de busca, ataque e interdição;
- desorganizar o ataque inimigo por meio de fogos de contrapreparação de toda a
artilharia e fogo naval disponíveis, além de apoio aéreo em alvos profundos;
- dificultar o ataque inimigo empregando fogos de artilharia, fogo naval e morteiro,
em largura e profundidade, imediatamente à frente da PDef;
- quebrar o ímpeto do assalto inimigo à ADA pela combinação de artilharia, fogo
naval, e morteiros, em fogos de proteção final, empregando apoio aéreo para
isolamento da área e para atacar reforços inimigos;
- limitar a penetração na PDef por meio de fogos a pedido em apoio aos núcleos de
defesa e pela previsão de meios adicionais de apoio de fogo, particularmente apoio
aéreo, para atacar alvos inopinados de acordo com a evolução da situação;
- destruir as forças inimigas canalizadas para zonas de destruição dentro da PDef,
utilizando todos os meios de ApF;
- impedir o retraimento e/ou reforço das forças inimigas remanescentes pelo
planejamento de concentrações de artilharia, fogo naval e morteiros, e por missões
aéreas a pedido, de busca ou ataque; e
- apoiar o contra-ataque utilizando todos os tipos de armas, coordenadas e integradas
entre si e com o elemento de combate apoiado.

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A concentração dos fogos, a coordenação entre as armas de apoio e a inexistência de


áreas não batidas quando da realização dos fogos de proteção final são fatores de
grande relevância para a manutenção do LAADA. Assim sendo, o traçado da LPF
deve ser criterioso, visando a possibilitar o máximo aproveitamento dos fogos à
frente da posição.
É de grande importância, também, que os obstáculos à frente da posição sejam
batidos por fogos e instalados de maneira a isolar a tropa de infantaria dos blindados
que a apoiam.

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ANEXO A
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AAAe Artilharia Antiaérea
AC Anticarro
ADbq Área de Desembarque
Anv Aeronave
AOA Área do Objetivo Anfíbio
ApAeAfs Apoio Aéreo Afastado
ApAeAprx Apoio Aéreo Aproximado
ApCj Apoio ao Conjunto
ApCmb Apoio ao Combate
ApDto Apoio Direto
ApFAe Apoio de Fogo Aéreo
ApFN Apoio de Fogo Naval
ApSvCmb Apoio de Serviço ao Combate
Bld Blindado
BtlArtFuzNav Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais
BtlCtAetatDAAe Batalhão de Controle Aerotático e Defesa Antiaérea
BtlInfFuzNav Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais
CC Carros de Combate
CCT Componente de Combate Terrestre
CDH Centro de Direção de Helicópteros
CiaApF Companhia de Apoio de Fogo
Cmb Combate
CmtGptOpFuzNav Comandante do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais
CmtPelMAC Comandante do PelMAC
CmtPelPtr Comandante do PelPtr
ComForDbq Comando da Força de Desembarque
DCAT Destacamentos de Controle Aerotático
DETEDITINA Destacamento Terrestre de Direção do Tiro Naval
DPT Direção Principal de Tiro
EqCAA Equipe de Controle Aéreo Avançado
FPF Fogos de Proteção Final

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GptOpFuzNav Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais


GRULIFONA Grupo de Ligação de Fogo Naval
GRUOBTINA Grupo de Observação de Tiro Naval
LAADA Limite Anterior da Área de Defesa Avançada
LC Linha de Contato
LO-1 Primeira Linha de Objetivos
PelMAC Pelotão de Mísseis Anticarro
PelMrt81mm Pelotão de Morteiros 81mm
PelPtr Pelotão de Petrechos
PIR Posição Inicial de Retardamento
PO Posto de Observação

OSTENSIVO - A-2 - ORIGINAL

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