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EB70-MC-10.

XXX

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

Manual de Campanha

BRIGADA DE INFANTARIA
MECANIZADA

Edição Experimental
2021
EB70-MC-10.XXX

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

Manual de Campanha

BRIGADA DE INFANTARIA
MECANIZADA

Edição Experimental
2021
PORTARIA Nº XXX-COTER, DE ...... DE .............. DE 2021

Aprova o Manual de Campanha EB70-MC-


10.XXX) – Bridada de Infantaria Mecanizada,
Edição Experimental, 2021, e dá outras
providencias. Experimental

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da


atribuição que lhe confere o inciso III do Art. 16 das INSTRUÇÕES GERAIS
PARA O SISTEMA DE DOUTRINA MILITAR TERRESTRE – SIDOMT (EB10-
IG-01.005), 5ª Edição, aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército nº
1.550, de 8 de novembro de 2017, resolve:

Art. 1º Aprovar o Manual de Campanha EB70-MC-10.XXX Brigada


de Infantaria Mecanizada, Edição Experimental, 2021, que com esta baixa.

Art. 2° Estabelecer que a experimentação deste Ma nu al d e


Ca mp a n h a seja realizada até o término da Experimentação Doutrinária da
Infantaria Mecanizada.

Art. 3° Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de


sua publicação.

Gen Ex JOSÉ LUIZ DIAS FREITAS


Comandante de Operações
Terrestres

(Publicado no Boletim do Exército nº __, de __ de _____ de 2021)


As sugestões para o aperfeiçoamento desta publicação, relacionadas aos
conceitos e/ou à forma, devem ser remetidas para o e-mail
portal.cdoutex@coter.eb.mil.br ou registradas no site do Centro de Doutrina do
Exército http://www.cdoutex.eb.mil.br/index.php/fale-conosco

A tabela a seguir apresenta uma forma de relatar as sugestões dos leitores.

Manual Item Redação Redação Observação/Comentá


Atual Sugerida rio
FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NUMERO ATO DE PAGINAS


DATA
DE ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1 Finalidade ..................................................................................... 1-1
1.2 Considerações Básicas ................................................................ 1-1

CAPÍTULO II – A BRIGADA DE INFANTARIA MECANIZADA


2.1 Considerações Gerais .................................................................. 2-1
2.2 Conceitos Básicos ........................................................................ 2-2
2.3 Estrutura da Brigada ..................................................................... 2-8
2.4 A Brigada de Infantaria Mecanizada e o Ambiente Operacional
Moderno .............................................................................................. 2-18

CAPÍTULO III – COMANDO E CONTROLE


3.1 Considerações Gerais .................................................................. 3-1
3.2 O Ciclo do Comando e Controle................................................... 3-3
3.3 Princípios de Comando e Controle............................................... 3-5
3.4 O Comando da Brigada de Infantaria Mecanizada ....................... 3-5
3.5 O Comandante da Brigada ........................................................... 3-6
3.6 O Estado-Maior da Brigada .......................................................... 3-7
3.7 Processo de Planejamento e Condução das Operações
Terrestres (PPCOT)........................................................................... 3-10
3.8 Postos de Comando ..................................................................... 3-15
3.9 Ligações e Comunicações ............................................................ 3-19

CAPÍTULO IV – MOVIMENTO E MANOBRA


4.1 Considerações Gerais .................................................................. 4-1
4.2 Operações Básicas ....................................................................... 4-3
4.3 Operações Ofensivas ................................................................... 4-6
4.4 Operações Defensivas ................................................................. 4-62
4.5 Operações de Cooperação e Coordenação com as Agências ..... 4-121
4.6 Operações Complementares ........................................................ 4-126
4.7 Ações Comuns às Operações Terrestres ..................................... 4-186
4.8 Operações em Ambientes com Características Especiais............ 4-224
CAPÍTULO V – INTELIGENCIA
5.1 Considerações Gerais .................................................................. 5-1
5.2 Organização da Função de Combate Inteligência na Brigada de
Cavalaria Mecanizada......................................................................... 5-2
5.3 A Brigada de Infantaria Mecanizada e o Processo de Integração
Terreno, Condições Meteorológica, Inimigo e Considerações
Civis.(PITCIC)...................................................................................... 5-7
5.4 Planejamento e Execução da Obtenção de Informações.... ......... 5-17
5.5 A Integração da Inteligência com as demais Funções de
Combate ............................................................................................. 5-21
5.6 O Ciclo de Inteligência .................................................................. 5-22

CAPÍTULO VI – FOGOS
6.1 Considerações Gerais .................................................................. 6-1
6.2 Planejamento de Fogos ................................................................ 6-2
6.3 Pedidos de Apoio de Fogo …........................................................ 6-6
6.4 Coordenação de Apoio de Fogo ................................................... 6-10
6.5 Peculiaridades do Emprego do Grupo de Artilharia de
Campanha de uma Brigada de Infantaria Mecanizada...................... 6-12

CAPÍTULO VII – LOGÍSTICA


7.1 Considerações Gerais .................................................................. 7-1
7.2 Estrutura de Apoio Logístico ......................................................... 7-2
7.3 Peculiaridades do Apoio Logístico ................................................ 7-3
7.4 Função Logística Suprimento ....................................................... 7-6
7.5 Função Logística Manutenção ...................................................... 7-8
7.6 Função Logística Transporte ........................................................ 7-9
7.7 Função Logística Recursos Humanos .......................................... 7-10
7.8 Função Logística Saúde ............................................................... 7-10
7.9 Função Logística Engenharia .................….................................. 7-13
7.10 Função Logística Salvamento .................................................... 7-14

CAPITULO VIII – PROTEÇÃO


8.1 Considerações Gerais .................................................................. 8-1
8.2 Fundamentos da Proteção............................................................ 8-2
8.3 Defesa Antiaérea .......................................................................... 8-3
8.4 Apoio de Engenharia .................................................................... 8-8
8.5 Contrainteligência ......................................................................... 8-11
8.6 Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN)..... 8-13
8.7 A Guerra Eletrônica ...................................................................... 8-14
8.8 Operações de Dissimulação (Op Dsml)....................................... 8-16
8.9 Defesa Anticarro ........................................................................... 8-20
8.10 a Companhia Anticarro Mecanizada da Bda Inf Mec 8-21

ANEXOS
ANEXO A - MODELO DE MATRIZ DE SINCRONIZAÇÃO
ANEXO B - A BDA INF MEC NO ATAQUE - Exemplos de decisão e
esquema de manobra
ANEXO C - A BDA INF MEC NO APROVEITAMENTO DO ÊXITO -
Exemplos de decisão e esquema de manobra .
ANEXO D - A BDA INF MEC NA PERSEGUIÇÃO - Exemplos de
decisão e esquema de manobra
ANEXO E - A BDA INF MEC NA FORÇA DE ACOMPANHAMENTO
E APOIO - Exemplos de decisão e esquema de manobra
ANEXO F - A BDA INF MEC NA DEFESA DE ÁREA - Exemplos de
decisão e esquema de manobra
ANEXO G - A BDA INF MEC NA DEFESA DE ÁREA EM
DISPOSITIVO DE EXPECTATIVA - Exemplos de decisão e
esquema de manobra
ANEXO H - A BDA INF MEC NA DEFESA MÓVEL COMO FORÇA
DE FIXAÇÃO - Exemplos de decisão e esquema de manobra
ANEXO I - PREVENÇÃO DE INCIDENTES DE FRATRICÍDIO E DE
FOGO AMIGO NA BDA INF MEC
ANEXO J - OPERAÇÕES CONTINUADAS
GLOSSÁRIOS
REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

1.1 FINALIDADE

1.1.1 Este manual tem por finalidade orientar o planejamento, a execução, a


coordenação e a sincronização das operações conduzidas pela Brigada de
Infantaria Mecanizada (Bda Inf Mec), além de fornecer elementos que
possibilitem a normatização e a padronização do seu preparo e emprego.

1.1.2 O manual apresenta os conceitos, as concepções e as Táticas, Técnicas


e Procedimentos (TTP) relativos ao emprego da Brigada de Infantaria
Mecanizada nas situações de guerra e de não guerra.

1.1.3 As orientações contidas neste manual devem ser entendidas como um


guia, sem, contudo, restringir a flexibilidade dos planejamentos. Em combate,
cada caso deve ser resolvido por meio de um adequado Exame de Situação
(Exm Sit) e da aplicação da doutrina vigente, coerente com cada situação
tática.

1.2 CONSIDERAÇÕES BÁSICAS

1.2.1 A experiência de guerra dos exércitos modernos, envolvidos em conflitos


recentes, indica que a velocidade do combate e a falta de informação oportuna
e adequada obrigam as Forças Terrestres (F Ter), particularmente as tropas
mecanizadas, a aplicar procedimentos mais eficientes de direção e controle
especialmente projetados para o combate caracterizado por elevada
mobilidade.

1.2.2 No início do século XXI, em face da necessidade de adequação


doutrinária ao combate moderno, uma série de documentos foram expedidos
pelo Exército Brasileiro (EB), com reflexos para a F Ter, inclusive para as
tropas mecanizadas.

1.2.3 A doutrina de emprego da F Ter enfatiza como fatores decisivos para a


vitória:
a) o espírito ofensivo;
b) a importância da conquista e manutenção da iniciativa;
c) a rapidez na concepção e na execução das operações;
d) o emprego da dissimulação (Dsml) em todos os níveis e escalões;
e) a iniciativa dos subordinados;
f) a flexibilidade para alterar atitudes, missões e constituição das forças;
g) a sincronização das ações no tempo, no espaço e na finalidade; e
h) a liderança e a capacidade de decisão dos comandantes em todos os
1-1
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escalões.

1.2.4 A F Ter, como instrumento de defesa dos interesses nacionais de


preservação da soberania e integridade territorial do Estado Brasileiro, depara-
se com ambiente operacional caracterizado pela volatilidade, incertezas
complexidade e ambiguidades. A Bda Inf Mec, devido à sua capacidade de
atuação em qualquer terreno, é uma Grande Unidade (GU) apta a atuar neste
ambiente, adaptando-se às nuances que modificam constantemente os
cenários de emprego.

1.2.5 Com a finalidade de atingir os fatores decisivos para a vitória, os


conceitos operativos “Operações no Amplo Espectro” e “Guerra de
Movimento” são de fundamental importância para a tropa mecanizada e
devem nortear o preparo e o emprego das tropas mecanizadas do EB.

Fig1-1 - Conceito Operativo do Exército (exemplos de situação)

1.2.5.1 Operações no Amplo Espectro – este conceito tem como


premissa maior a combinação, simultânea ou sucessiva, de operações
ofensivas, defensivas e de cooperação e coordenação com agências,
ocorrendo em situação de guerra e de não guerra;

1.2.5.2 Guerra de Movimento – este conceito baseia-se na busca da


decisão da batalha terrestre por meio de ações ofensivas extremamente
rápidas e profundas, convenientemente apoiadas, direcionadas às
vulnerabilidades do dispositivo do inimigo e conduzidas ao longo dos
eixos existentes, em frentes amplas e descontínuas.

1.2.6 Foram definidos, como elementos do poder de combate


terrestre, as seguintes funções de combate, que interagem entre si,

1-2
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exigindo uma atuação integrada e sincronizada: Comando e


Controle; Movimento e Manobra; Inteligência, Fogos, Logística e
Proteção. O presente Manual de Campanha aborda essas funções
de combate com foco nas tropas mecanizadas.

1.2.7 As definições e os conceitos presentes neste manual e aqueles


necessários para seu entendimento estão contidos nas publicações Glossário
das Forças Armadas (MD35-G-01), 5ª Ed, 2015, e no Glossário de Termos e
Expressões para uso no Exército (EB20-MF-03.109), 5ª Ed, 2018.

1-3
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CAPÍTULO II

A BRIGADA DE INFANTARIA MECANIZADA

2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

2.1.1 A Bda Inf Mec é uma Grande Unidade (GU) básica de combinação
de armas, constituída por unidades (U) e subunidades (SU) de combate,
de apoio ao combate e de apoio logístico, com capacidade de durar na
ação e atuar de forma independente. É formada, basicamente, por três
batalhões de infantaria mecanizados como elementos de manobra.
Suas principais características são a grande mobilidade, relativa
proteção blindada, potência de fogo e comunicações amplas e flexíveis.

2.1.2 A Bda Inf Mec é uma força classificada, quanto ao tipo de GU,
como média, que emprega meios mecanizados sobre rodas no
cumprimento de suas missões, maximizando sua flexibilidade e
adaptabilidade a cenários diversos. Conta, também, com um sistema de
armas integrado às viaturas, o que permite o combate embarcado,
dispondo de potência de fogo a médias distâncias.

2.1.3 A Bda Inf Mec possui grande mobilidade, permitindo


deslocamentos rápidos, prioritariamente sobre eixos rodoviários,
atuando em condições atmosféricas desfavoráveis e com limitação de
visibilidade. Dispõe de meios com mobilidade tática, vocacionados ao
emprego em terreno com transitabilidade restritiva.

2.1.4 A Bda Inf Mec, dependendo da missão, poderá receber em apoio


(reforço ou integração) outros elementos de combate, de apoio ao
combate e de apoio logístico, sendo normalmente enquadrada por uma
Divisão de Exército (DE).

2.1.5 A Bda Inf Mec, quando empregada de forma isolada, poderá


receber em apoio (ou ter a prioridade no seu emprego) elementos dos
seguintes meios especializados: de Aviação do Exército (Av Ex); de
Operações Especiais; de Polícia do Exército; de Artilharia de
Campanha; de Artilharia de Mísseis e Foguetes; de Defesa Antiaérea;
de Engenharia de Combate; de Comando e Controle; de Guerra
Eletrônica; de Guerra Cibernética; de Inteligência Militar; de Operações
Psicológicas; de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear
(DQBRN); de Apoio Logístico; de Geoinformação; e outros. Além disso,
poderá atuar em operações interagências, em coordenação e
cooperação com agências governamentais ou não, militares ou civis,
nacionais ou internacionais.

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2.2 CONCEITOS BÁSICOS

2.2.1 CONCEITO DE EMPREGO

A Brigada de Infantaria Mecanizada possui flexibilidade de emprego


operacional porque é capaz de realizar operações ofensivas e defensivas
continuadas, sob condições meteorológicas adversas e de visibilidade
reduzida, em variados terrenos. É, particularmente, vocacionada a realizar
operações em áreas humanizadas em um ambiente operacional de amplo
espectro. Pode, também, integrar Forças que realizam operações de grande
mobilidade como envolvimento, desbordamento, aproveitamento do êxito e
perseguição. O emprego do armamento orgânico das viaturas blindadas e das
armas de apoio permitem acompanhar de forma cerrada e dinâmica a
aproximação dos meios para o combate e o apoio ao movimento dos fuzileiros
quando desembarcados.

2.2.2 MISSÃO DA BRIGADA DE INFANTARIA MECANIZADA

2.2.2.1 No ataque, cerrar sobre o inimigo a fim de destruí-lo, neutralizá-lo ou


capturá-lo, utilizando o fogo, o movimento, a ação de choque e o combate
aproximado.

2.2.2.2 Na defensiva, manter o terreno, detendo e repelindo o ataque inimigo


por meio do fogo e do combate aproximado e/ou destruindo-o ou
neutralizando-o pelo contra-ataque.

2.2.3 CAPACIDADES OPERATIVAS

2.2.3.1 Capacidade Operativa é a aptidão requerida da Bda Inf Mec


para que possa obter efeito estratégico, operacional ou tático. É obtida
a partir de um conjunto de sete fatores determinantes, inter-
relacionados e indissociáveis: Doutrina, Organização (e/ou processos),
Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura - que
formam o acrônimo DOAMEPI.

2.2.3.2 Segundo a Compreensão das Operações (COMOP), a Brigada


de Infantaria Mecanizada deverá dar suporte ao desenvolvimento das
seguintes capacidades:

2.2.3.2.1 Prontidão - Ser capaz de, no prazo adequado, empregar suas


Organizações Militares (OM) subordinadas valendo-se dos seus próprios
recursos orgânicos e meios adjudicados.

2.2.3.2.2 Combate Individual - Ser capaz de permitir ao combatente das suas


peças de manobra, em função dos seus meios blindados, armamento,
equipamentos diversos e adestramento, sobrepujar forças oponentes médias e
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leves, nos ambientes operacionais da Área de Operações Continental (AOC),


sob quaisquer condições meteorológicas.

2.2.3.2.3 Ação Terrestre - Ser capaz de executar atividades e tarefas com o


objetivo de dissuadir, prevenir ou enfrentar uma ameaça potencial ou real de
forças oponentes médias e leves, impondo a vontade da Força.

2.2.3.2.4 Manobra Tática - Ser capaz de empregar suas Organizações


Militares (OM) subordinadas, na sua Zona de Ação ou Área de Interesse, por
intermédio do movimento tático e fogos, buscando alcançar uma posição de
vantagem sobre as forças oponentes, médias e leves, enfrentando-as e
destruindo-as, cumprindo sua missão.

2.2.3.2.5 Apoio de Fogo - Ser capaz de apoiar as operações das suas peças
de manobra com fogos potentes, profundos e precisos, buscando a destruição,
neutralização ou supressão de objetivos e das forças inimigas.

2.2.3.2.6 Mobilidade e Contramobilidade - Ser capaz de, empregando sua


engenharia orgânica e suas peças de manobra, modificar o terreno
manipulando obstáculos naturais e artificiais para facilitar seu movimento e
dificultar o movimento do oponente.

2.2.3.2.7 Proteção Integrada - Ser capaz de proteger a sociedade, realizando


a garantia dos Poderes Constitucionais, a Garantia da Lei e da Ordem, a
Proteção de Estruturas Estratégicas, a prevenção e o combate às ações
terroristas e a participação da Força Terrestre em ações na faixa de Fronteira,
com ampla colaboração do setor de segurança pública.

2.2.3.2.8 Atribuições Subsidiárias - Ser capaz de cooperar para o


desenvolvimento nacional e o bem-estar social e para o apoio ao
desenvolvimento econômico e de infraestrutura.

2.2.3.2.9 Apoio à política externa em tempo de paz - Ser capaz de empregar


a Força de forma controlada, restrito ao nível aquém da violência,
concentrando meios, realizando exercícios de adestramento nas fronteiras com
países lindeiros, dentre outras ações, garantindo os interesses nacionais em
sintonia com a política externa.

2.2.3.2.10 Ações sob a égide de organismos internacionais - Ser capaz de


empregar força em defesa dos interesses nacionais, operando e cumprindo
missão de acordo com os mandatos dos organismos internacionais.

2.2.3.2.11 Planejamento e Condução - Ser capaz de realizar planejamento,


preparação, execução e avaliação contínua de Operações no Amplo Espectro
dos Conflitos, empregando meios e armamentos modernos, baseados em
Tecnologias de Informações e Comunicações (TIC), com adequada proteção.

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2.2.3.2.12 Sistemas de Comunicações - Ser capaz de estabelecer e operar


estruturas de comunicações para suportar toda a necessidade de transmissão
para a condução dos processos de apoio à decisão, as informações para a
consciência situacional do comandante nos diversos níveis e as ações para a
busca da superioridade de informações.

2.2.3.2.13 Consciência Situacional - Ser capaz de proporcionar em todos os


níveis de decisão, em tempo real, a compreensão, a interação do ambiente
operacional e a percepção sobre a situação das tropas amigas e dos
oponentes. É propiciada pela integração dos conhecimentos provenientes dos
sistemas de informações, sistemas de armas, apoiados em infraestrutura de
comunicações com o nível adequado de proteção.

2.2.3.2.14 Gestão do Conhecimento e das Informações - Ser capaz de gerir


e compartilhar o fluxo de conhecimentos coletados ou produzidos por suas
Organizações Militares (OM) subordinadas ou recebidos do escalão superior
em uma infraestrutura adequada, visando dar suporte aos Comandantes, em
todos os níveis de decisão, para o emprego da sua tropa.

2.2.3.2.15 Apoio Logístico para Forças Desdobradas - Ser capaz de


sustentar as suas Organizações Militares (OM) subordinadas, por meio do seu
Batalhão Logístico (B Log) orgânico, que constitui a fração básica responsável
pela execução das tarefas logísticas, para manter o poder de combate da
Brigada, contribuindo para o seu sucesso.

2.2.3.2.16 Interoperabilidade conjunta - Ser capaz de operar com uma força


constituída de maneira integrada, coordenada, harmônica e complementar com
as demais Forças Armadas envolvidas em operações Conjuntas.

2.2.3.2.17 Interoperabidade Interagências - Ser capaz de atuar com força


constituída de maneira integrada, coordenada, harmônica e complementar, em
ambiente interagências, para o cumprimento das missões estabelecidas.

2.2.3.2.18 Proteção ao Pessoal - Ser capaz de proteger o pessoal (militar e


civil) contra os efeitos das ações próprias, inimigas e naturais.

2.2.3.2.19 Proteção Física - Ser capaz de proteger o material, as instalações e


o território de qualquer ameaça à sua integridade em áreas definidas.

2.2.3.2.20 Segurança das Informações e Comunicações - Ser capaz de


fornecer proteção adequada, mantendo a integridade e a disponibilidade dos
sistemas e das informações armazenadas, processadas ou transmitidas, por
meio da implementação de medidas adequadas para viabilizar e assegurar a
disponibilidade, a integridade, a confidencialidade e a autenticidade de dados e
informações.

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2.2.3.2.21 Comunicação Social - Ser capaz de proporcionar ao Comandante,


em todos os níveis de decisão, melhores condições de interatividade com as
autoridades, a sociedade, a imprensa e o público interno para informar e obter
liberdade de ação no emprego dos seus meios, enquanto atrai, motiva e
mantém capital humano para a Força Terrestre.

2.2.3.2.22 Inteligência - Ser capaz de proporcionar os conhecimentos


necessários para apoiar os processos decisórios e para a proteção orgânica da
Grande Unidade (GU), das suas Organizações Militares (OM) orgânicas e
recebidas em reforço.

2.2.4 ATIVIDADES E TAREFAS

2.2.4.1 Atividade é o conjunto de tarefas afins, reunidas segundo critérios de


relacionamento, interdependência ou de similaridade, cujos resultados
concorrem para o desenvolvimento de uma determinada Função de Combate.

2.2.4.2 Tarefa é trabalho ou conjunto de ações cujo propósito é contribuir para


alcançar o objetivo geral da operação. É um trabalho específico e limitado no
tempo que agrupa passos, atos ou movimentos integrados, segundo uma
determinada sequência e destinado à obtenção de um resultado determinado.
As tarefas constituem ações a serem executadas pelos diversos sistemas e
elementos operativos.

2.2.4.3 A seleção das capacidades a empregar deve, obrigatoriamente,


considerar a premissa de que o emprego do poder de combate terrestre deve
se dar de forma gradual e proporcional ao problema militar enfrentado. Ou seja,
na quase totalidade das situações enfrentadas, os comandantes devem dar
preferência às soluções que impliquem no menor emprego da força,
resguardando as capacidades letais de sua tropa para as situações mais
críticas. Capacidades não letais que possam dissuadir o oponente ou retirar-lhe
a legitimidade das ações podem e devem ser exploradas, antes de optar-se
pelo emprego de capacidades letais. Quanto maior a precisão no levantamento
das atividades e tarefas a executar e na seleção das capacidades a empregar,
maiores serão as possibilidades de sucesso nas operações.

2.2.4.4 A F Ter emprega as Funções de Combate para facilitar o trabalho de


seleção das capacidades mais adequadas às tarefas e, em última instância, a
cada missão que executa. As tarefas balizam o processo de planejamento dos
estados-maiores terrestres, assegurando que o Estado Final Desejado (EFD)
seja alcançado.

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2.2.4.5 No seu emprego tático, a Bda Inf Mec pode executar as seguintes
atividades e tarefas, relacionadas às suas capacidades:

2.2.4.5.1 Planejar e executar medidas para evitar o fratricídio, sincronizando,


continuamente, as ações de detecção e engajamento de ameaças e alvos
hostis.

2.2.4.5.2 Planejar e executar operações ofensivas, em áreas operacionais do


continente (AOC), buscando a decisão do combate terrestre por meio de ações
extremamente rápidas e em alguns casos profundas, convenientemente
apoiadas, orientadas sobre segmentos vulneráveis dos dispositivos do inimigo
e conduzidas a cavaleiro dos eixos disponíveis em frentes amplas e
descontínuas.

2.2.4.5.3 Planejar e executar missões que assegurem a continuidade das


operações mediante a ampla utilização do combate noturno e do ataque de
oportunidade.

2.2.4.5.4 Planejar e executar manobras táticas ofensivas nas operações de


interdição visando ao isolamento do campo de batalha, podendo ocupar áreas
e faixas do terreno em profundidade.

2.2.4.5.5 Planejar e executar operações defensivas em áreas operacionais do


continente (AOC) priorizando a adoção de dispositivo de expectativa,
constituindo em fator decisivo de compatibilização entre os meios disponíveis e
a área a defender.

2.2.4.5.6 Planejar e coordenar o apoio de fogo nas operações ofensivas e


defensivas.

2.2.4.5.7 Planejar e executar ações de mobilidade e contramobilidade.

2.2.4.5.8 Planejar e executar ações para garantir a liberdade de movimento e


manobra, provendo a sua própria segurança.

2.2.4.5.9 Cooperar para realização de ações subsidiárias de apoio à defesa


civil local e no atendimento a calamidades públicas realizando ações de caráter
humanitário.a

2.2.4.5.10 Participar de operações sob a égide da Organização das Nações


Unidas (ONU) em missões de paz ou como Força Expedicionária.

2.2.4.5.11 Empregar todos os sistemas da Grande Unidade na produção de


conhecimentos para a obtenção da consciência situacional, tanto no
planejamento como na condução das operações, no apoio à obtenção da
superioridade das informações e na busca de ameaças.
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2.2.4.5.12 Planejar, coordenar e executar o apoio logístico nas funções


logísticas de suprimento, engenharia, recursos humanos, manutenção,
transporte e salvamento.

2.2.4.5.13 Proporcionar a medicina preventiva e curativa. Realizar a evacuação


de feridos.

2.2.4.5.14 Planejar e coordenar operações conjuntas, buscando sincronizar


ações e fogos de forma conjunta.

2.2.4.5.15 Planejar e coordenar operações interagências, buscando o emprego


coordenado com as agências envolvidas.

2.2.4.5.16 Realizar ações de proteção individual QBRN.

2.2.4.5.17 Adotar medidas de segurança orgânica. Adotar medidas de


segurança ativa. Estabelecer a segurança da área de operações, de bases e
de infraestruturas críticas.

2.2.4.5.18 Executar trabalhos de fortificação de campanha.

2.2.4.5.19 Executar trabalhos de camuflagem. Conduzir o gerenciamento de


risco. Desenvolver e conduzir um plano de segurança da unidade. Minimizar os
riscos.

2.2.4.5.20 Realizar a defesa antiaérea.

2.2.4.5.21 Planejar e conduzir ações de Comunicação Social.

2.2.4.5.22 Estabelecer redes e sistemas de informações. Gerenciar


informações e dados. Armazenar informações relevantes.

2.2.4.5.23 Prover prontidão de Inteligência. Obter dados e informações que


alimentam o processo de integração terreno-condições meteorológicas-inimigo-
considerações civis (PITCIC).

2.2.2.6 O Manual de Campanha EB 70-MC-10.341 – Lista de Tarefas


Funcionais, apresenta o assunto com maior detalhamento e profundidade.

2.2.5 POSSIBILIDADES

2.2.5.1 A Bda Inf Mec, em função de suas características, organização e


material de emprego militar, possui efetiva capacidade de participar de
Operações no Amplo Espectro.

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2.2.5.2 A Bda Inf Mec emprega seu poder de fogo, mobilidade e relativo poder
de choque para:
a) conduzir operações ofensivas e defensivas continuadas;
b) participar do aproveitamento do êxito e da perseguição do inimigo, atuando
como Força de Acompanhamento e Apoio;
c) conduzir operações de segurança;
d) atacar e contra-atacar sob fogo inimigo;
e) conduzir ou participar dos movimentos retrógrados e das ações dinâmicas
da defesa;
f) participar de envolvimentos;
g) conduzir desbordamentos;
h) participar de operações de junção;
i) realizar transposição imediata de cursos de água com as viaturas anfíbias;
j) ser empregado na segurança da área de retaguarda (SEGAR);
k) executar ações contra forças irregulares; e
l) participar de operações de cooperação e coordenação com agências,
particularmente, operações de garantia da lei e da ordem.

2.2.6 LIMITAÇÕES

2.2.6.1 A Bda Inf Mec incorpora as limitações próprias das tropas blindadas
médias, particularmente dos BI Mec, sendo as principais as abaixo
especificadas:
a) limitada proteção contra os efeitos de armas químicas, biológicas e
nucleares;
b) mobilidade veicular limitada pelas florestas, montanhas, áreas fortificadas,
áreas construídas e terrenos acidentados;
c) vulnerabilidade a ataques aéreos;
d) sensibilidade às condições meteorológicas adversas, com redução de sua
mobilidade;
e) sensibilidade ao largo emprego de minas anticarro e a obstáculos artificiais;
f) dificuldade de manutenção do sigilo de suas operações em virtude da poeira
decorrente do deslocamento de suas viaturas;
g) elevado consumo de combustíveis, óleos lubrificantes, munição e grande
necessidade de outros apoios, particularmente de manutenção;
h) redução de potência de fogo quando desembarcado, em razão de parte de
seu armamento ser fixo às viaturas;
i) limitada proteção blindada; e
j) limitada trafegabilidade através campo.

2.3 ESTRUTURA DA BRIGADA

2-8
EB70-MC-10.XXX

2.3.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA Bda Inf Mec

Fig 2-1 Estrutura Organizacional da Brigada de Infantaria Mecanizada

2.3.2 ORGANIZAÇÃO DOS MEIOS

2.3.2.1 Comando e o Estado-Maior

2.3.2.1.1 Comandante (Cmt)

O Cmt Bda é o responsável pelo Comando e Controle (C²) da GU,


durante o preparo e o emprego. Assessorado pelo Estado-Maior (EM),
planeja, organiza, coordena e controla as atividades da Bda.

2.3.2.1.2 Estado-Maior

a) O EM da Bda tem como missão assessorar o Cmt no exercício do


comando. O EM compreende: o Estado-Maior Geral (EMG) e o Estado-
Maior Pessoal (EMP) do Cmt.
b) Deverá estar estruturado adequadamente de forma a garantir uma
capacidade compatível com as operações continuadas.
c) As atribuições de cada um dos membros do EM Bda constam no Manual de
Campanha EB70-MC-10.225 Força Terrestre Componente e no Manual de
Campanha C 101-5 - Estado-Maior e Ordens (2ª Ed, 2003).

2.3.2.2 Elementos Subordinados

2.3.2.2.1 Generalidades

a) Para mais informações sobre a organização das U e SU


pertencentes à Bda, devem ser consultados os respectivos quadros
de organização e publicações em vigor.
b) Os BI Mec e o Esqd C Mec são os elementos de manobra da Bda Inf
Mec.

2-9
EB70-MC-10.XXX

2.3.2.2.2 Batalhões de Infantaria Mecanizados

a) Os BI Mec são unidades ternárias, organizadas com Comando e


Estado-Maior (Cmdo e EM); 1 (uma) Companhia de Comando e Apoio
(Cia C Ap) e 3 (três) Companhias de Fuzileiros Mecanizadas (Cia Fuz
Mec).
b) O Batalhão de Infantaria Mecanizado é uma unidade do tipo média,
dotada de grande mobilidade e rapidez, decorrente da sua dotação de
viaturas blindadas, particularmente em suas peças de manobra, o que
também lhe confere relativas proteção blindada e potência de fogo.
Possui flexibilidade de emprego operacional porque é capaz de realizar
operações ofensivas e defensivas continuadas, sob condições
meteorológicas adversas e de visibilidade reduzida, em variados
terrenos. É, particularmente, vocacionada a realizar operações em
áreas humanizadas em um ambiente de amplo espectro. Pode,
também, integrar Forças que realizam operações de grande mobilidade
como envolvimento, desbordamento, aproveitamento do êxito e
perseguição. O emprego do armamento orgânico das viaturas blindadas
e das armas de apoio permitem acompanhar de forma cerrada e
dinâmica a aproximação dos meios para o combate e o apoio ao
movimento dos fuzileiros quando desembarcados.

Fig 2-2 Batalhão de Infantaria Mecanizado

2.3.2.2.3 Grupo de Artilharia de Campanha Mecanizado (GAC Mec)

a) O GAC Mec da Bda Inf Mec é uma unidade ternária, organizada com
Comando e Estado-Maior (Cmdo e EM), 01 (uma) Bateria de Comando
(Bia C) e 03 (três) Baterias de Obuses (Bia O).
b) É fundamental para o sucesso de suas operações ofensivas e
defensivas, nas operações de alta mobilidade e em profundidade na
área operacional continental (AOC). Pode ser empregada de forma
centralizada ou descentralizada, sendo que os meios de apoio de fogo,
2-10
EB70-MC-10.XXX
sempre que possível, devem permanecer inicialmente centralizados,
sofrendo uma descentralização gradativa à medida que a situação
evolui.
c) As baterias do GAC Mec devem ter condições de, eventualmente e
conforme a análise dos fatores da decisão, e dos fundamentos da
organização para o combate da artilharia de campanha, deslocarem-se
e atuarem de forma descentralizada, acompanhando os elementos de
combate da Bda e fornecendo o apoio de fogo cerrado, para que
possam cumprir suas missões de combate.

Fig 2-3 Grupo de Artilharia de Campanha Mecanizado – Viatura


Blindada Obuseiro Autopropulsado Sobre Rodas de 155 mm (VBO AP
SR 155mm)

2.3.2.2.4 Batalhão de Engenharia de Combate Mecanizado (BE Cmb


Mec)
a) O BE Cmb Mec da Bda Inf Mec é organizado com Comando e
Estado-Maior (Cmdo e EM), 01 (uma) Companhia de Comando e Apoio
(Cia C Ap), 01 (uma) Companhia de Engenharia de Pontes (Cia E Pnt) e
02 (duas) Companhias de Engenharia de Combate Mecanizadas (Cia E
Cmb Mec).
b) O batalhão tem como missão principal apoiar, por intermédio de
trabalhos técnicos de Engenharia, a mobilidade, a contramobilidade e
contribuir para a proteção, caracterizando-se como um fator
multiplicador do poder de combate da Bda.

2-11
EB70-MC-10.XXX

Fig 2-4 Batalhão de Engenharia de Combate Mecanizado

2.3.2.2.5 Batalhão Logístico (B Log)

a) O B Log da Bda Inf Mec é organizado com Comando e Estado-


Maior (Cmdo e EM), 01 (uma) Companhia de Comando e Apoio (Cia
Cmdo Ap), 01 (uma) Companhia Logística de Suprimento (Cia Log Sup),
01 (uma) Companhia Logística de Manutenção (Cia Log Mnt) e 01
(uma) Companhia Logística de Transportes (Cia Log Trnp).
b) O B Log deve apoiar, cerradamente, as operações de movimento,
em profundidade, explorando ao máximo todas as possibilidades de
suas SU.

Fig 2-5 Batalhão Logístico/Bda Inf Mec

c) Deve possuir, também, a capacidade de transportar, com meios


próprios, no mínimo, uma SU completa oriunda do BI Mec, dando maior
flexibilidade à GU.
2-12
EB70-MC-10.XXX

Fig 2-6 Viatura para transporte de blindados

d) Deve possuir meios blindados sobre rodas, a fim de apoiar


adequadamente os elementos orgânicos da Bda.

Fig 2-7 Viatura para apoio logístico

2.3.2.2.6 Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (Esqd C Mec)


a) O Esqd C Mec da Bda Inf Mec é organizado com Comando e Estado-
Maior (Cmdo e EM), 01 (um) Pelotão de Comando e Apoio (Pel Cmdo
Ap) e 03 (três) Pelotões de Cavalaria Mecanizados (Pel C Mec).
b) No contexto das operações de Segurança, pode ser empregado, com
limitações, como Força de Proteção (F Ptc), como Força de Segurança
nos Postos Avançados Gerai (PAG) e nos Postos Avançados de
Combate (PAC), como Força de Defesa de Área de Retaguarda
(DEFAR) e ainda como Força de vigilância.
c) No contexto da Operações de Reconhecimento, atua como um dos
principais órgãos do sistema de inteligência da brigada, realizando operações
de reconhecimento de eixo, área ou zona, em proveito do planejamento e da
execução das operações da Bda Inf Mec.

2-13
EB70-MC-10.XXX

Fig 2-8 Esquadrão de Cavalaria Mecanizado - Viatura Blindada de


Reconhecimento (VBR-MSR)

2.3.2.2.7 Companhia de Comando (Cia Cmdo)

a) A Cia Cmdo é organizada com Comando e Seção de Comando


(Cmdo e Seç Cmdo), 01 (um) Pelotão de Comando (Pel Cmdo), 01 (um)
Pelotão de Serviço (Pel Sv), 01 (um) Pelotão de Manutenção (Pel Mnt)
e 01 (Um) Pelotão de Segurança (Pel Seg).
b) Tem como missão apoiar, em pessoal e em material, o Comando
da Brigada, bem como prover a segurança das instalações de
comando, de seu pessoal e material.

Fig 2-9 Companhia de Comando - Viatura Blindada Especial Posto de


Comando (VBEPC-MSR)

2.3.2.2.8 Companhia de Comunicações Mecanizada (Cia Com Mec)

a) A Cia Com Mec é organizada com Comando e Estado-Maior (Cmdo


e EM), 01 (um) Pelotão de Comando e Apoio (Pel Cmdo Ap) e 02 (dois)
Pelotões de Comunicações (Pel Com).

2-14
EB70-MC-10.XXX

b) Tem como missão instalar, explorar, manter e proteger os sistemas


de comunicações da brigada, assegurando o pleno exercício do C².

Fig 2.10 Companhia de Comando - Viatura Blindada Especial de


Comunicações (VBECom-MSR)

2.3.2.2.9 Bateria de Artilharia Antiaérea Mecanizada (Bia AAAe Mec)

a) A Bia AAAe Mec é organizada com Comando e Estado-Maior (Cmdo


e EM), 01 (uma) Seção de Comando (Seç Cmdo), 01 (uma) Seção de
Logística (Seç Log) e 03 (três) Seções de Artilharia Antiaérea
Autopropulsada (Seç AAAe AP).
b) Atua na Defesa Antiaérea (DA Ae) da Brigada contra vetores aéreos
a baixa altura, na área de responsabilidade da GU, normalmente
integrada à defesa aeroespacial.
c) O posto de comando, a reserva da brigada, as posições de artilharia,
as instalações de apoio logístico e os pontos críticos devem ser
considerados e priorizados no estabelecimento dessa defesa, de acordo
com as possibilidades e limitações da bateria.

Fig 2.11 Bateria de Artilharia Antiaérea - Viatura Blindada de Combate


Antiaérea (VBCAAe-MSR)

2-15
EB70-MC-10.XXX

2.3.2.2.10 Companhia Anticarro Mecanizada (Cia AC Mec)

a) A Cia AC Mec é organizada com Comando e Estado-Maior (Cmdo e


EM), 01 (um) Pelotão de Comando (Pel Cmdo), 02 (dois) Pelotões
Anticarro (Pel AC) e 02 (dois) Pelotões de Mísseis Anticarro (Pel MAC).
b) Pode atuar nas operações ofensivas nos flancos da tropa ou em
reforço aos elementos em 1º escalão, aprofundando os fogos anticarro.
c) Nas operações defensivas, a Cia AC Mec é empregada de modo a
bater o inimigo blindado o mais à frente possível da Posição Defensiva
e para aprofundar a defesa anticarro na Área de Defesa Avançada
(ADA), canalizando e destruindo os meios blindados inimigos nas áreas
de engajamento, quando a Bda Inf Mec constituir a Força de Fixação (F
Fix).
d) Nas operações de segurança, a Cia AC Mec é empregada em
apoio aos elementos de manobra das forças de cobertura, de
proteção, de vigilância, de defesa de área ou de ligação, reforçando
seus fogos anticarro ou, ainda, como reserva apta a bloquear forças
blindadas inimigas, que venham a incidir ou penetrar nos flancos e
na retaguarda da brigada, e para aprofundar o combate anticarro no
interior da área de segurança da tropa coberta ou protegida.
e) A Companhia Anticarro Mecanizada pode ter em sua constituição meios
AC do tipo canhão e/ou do tipo míssil.

Fig 2.12 Companhia Anticarro - Viaturas Blindadas de Combate Anticarro


(VBCAC-MSR)

2.3.2.2.11 Pelotão de Polícia do Exército Mecanizado (Pel PE Mec)

a) O Pel PE Mec é organizado com Comando e Grupo de Comando


(Cmdo e Gp Cmdo), 01 (um) Grupo de Perícia e Investigações Criminais
(Gp PIC), 01 (um) Grupo de Cães de Guerra (Gp CG), 01 (um) Grupo
de Segurança (Gp Seg), 01 (um) Grupo de Escolta e Guarda (Gp Esct e
Gd) e 01 (um) Grupo de Polícia do Exército (Gp PE).

2-16
EB70-MC-10.XXX

b) Exerce o poder de polícia no âmbito da Bda, garantindo a segurança,


a lei e a ordem.
c) Realiza a proteção do Cmt Bda em seus deslocamentos no interior
da Z Aç.
d) Atua de forma a dar proteção e escolta aos prisioneiros de guerra,
regula o tráfego rodoviário na Z Aç da brigada e coopera na segurança
das suas instalações, pessoal e material.

Fig 2-13 Pelotão de Polícia do Exército Mecanizado

2.3.2.3 Organização para o combate

2.3.2.3.1 A organização para o combate e as relações de comando são


ditadas pela missão, inimigo, terreno, condições meteorológicas, meios
disponíveis, tempo, considerações civis e pelas conclusões do Exame
de Situação do comandante tático, tendo em vista o emprego mais
eficaz da brigada.

2.3.2.3.2 O poder de combate da Bda Inf Mec repousa no emprego dos


BI Mec. Esses elementos de manobra terão maximizado seu poder de
combate, quando adequadamente apoiados pela Artilharia de
Campanha, engenharia de combate e companhia anticarro. A depender
da missão, a Bda Inf Mec poderá receber o apoio de aeronaves da Av Ex ou da
Força Aérea (F Ae).

2.3.2.3.3 Em determinadas situações táticas, particularmente, quando


operando isolados ou afastado do grosso da brigada, os BI Mec podem
receber em apoio direto, ou em reforço, frações da Engenharia de
Combate e da Artilharia de Campanha.

2.3.2.3.4 Na organização para o combate da Bda Inf Mec, deve-se


sempre buscar a sinergia entre todos os elementos subordinados, de
forma que as deficiências de uns sejam anuladas pelas potencialidades
dos outros, fazendo com que o resultado final das ações do conjunto
2-17
EB70-MC-10.XXX
seja maior que a soma das ações individuais das frações que o
integram.

2.3.2.3.5 Para maiores detalhes sobre as formas de apoio, missões


táticas e situação de comando da Artilharia e da Engenharia consultar
os manuais EB70-MC-10.224 - Artilharia de Campanha nas Operações
e EB70-MC-10.237 - A Engenharia nas Operações.

2.4 A BRIGADA DE INFANTARIA MECANIZADA E O AMBIENTE


OPERACIONAL MODERNO

2.4.1 APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE GUERRA

2.4.1.1 Considerações gerais

2.4.1.1.1 A adequação dos princípios de guerra à forma de combater


da Bda Inf Mec exige a profunda percepção das características do
combate moderno.

2.4.1.1.2 Esse rol não é restritivo, mas demonstrativo das


possibilidades de adequação destes princípios às características da Bda
Inf Mec.

2.4.2.2 Utilização do Fogo e Manobra

2.4.2.2.1 O emprego das forças mecanizadas baseia-se no uso do


fogo e da manobra.

2.4.1.2.2 Manobra é um meio para se colocar em posição vantajosa em


relação ao inimigo, bem como a forma de obter o máximo emprego da
potência de fogo das viaturas, quando o fuzileiro ainda estiver
embarcado.

2.4.1.2.3 A conjugação do fogo e da manobra, aliados ao terreno,


permite aos BI Mec obterem vantagens sobre o inimigo no campo de
batalha.
2.4.1.3 Obtenção e Manutenção da Iniciativa

2.4.1.3.1 A iniciativa é mantida pela contínua aplicação do poder de


combate contra os pontos fracos da defesa inimiga ou daqueles que
melhor contribuírem para o cumprimento da missão.

2.4.1.3.2 Estimula-se a iniciativa por meio de sucessivos ataques


contra pontos vulneráveis, com ações altamente móveis da Bda Inf
Mec, negando ao inimigo a oportunidade de reorganizar suas forças
para rechaçar o ataque, e pela continuação da ação ofensiva durante
2-18
EB70-MC-10.XXX
a noite.

2.4.1.3.3 É importante a preparação de planos alternativos, caso a


operação inicialmente concebida não alcance o sucesso esperado.

2.4.1.4 Exploração dos Pontos Fracos do Inimigo

2.4.1.4.1 Na condução de ações ofensivas, as tropas mecanizadas,


normalmente, buscam obter o máximo de velocidade nas ações,
valendo-se da exploração dos pontos fracos detectados no dispositivo
inimigo.

2.4.1.4.2 No contexto da defensiva, a destruição da força inimiga


também pode ser realizada pelas ações descentralizadas, explorando
as vulnerabilidades do inimigo e enfraquecendo seu ímpeto de avanço.

2.4.1.5 Emprego Máximo da Mobilidade

2.4.1.5.1 A mobilidade das forças mecanizadas deve ser explorada, de


modo a possibilitar o máximo de aprofundamento e a manutenção da
iniciativa, contribuindo, dessa forma, para a derrota do inimigo.

2.4.1.5.2 A mobilidade contribui, decisivamente, para alcançar a


surpresa, pois permite a rápida concentração e dispersão de forças, e
intensifica o efeito da manobra.

2.4.1.5.3 A mobilidade permite, ainda, o rápido desdobramento em combate


e torna possível o pronto desengajamento das forças empenhadas,
quando atuando embarcada.

2.4.1.6 Flexibilidade das Estruturas Organizacionais

2.4.1.6.1 A flexibilidade das estruturas organizacionais dos BI Mec e


do Esqd C Mec possibilita cumprir um grande número de missões.

2.4.1.6.2 O terreno, as condições meteorológicas e o inimigo podem


tornar necessária a modificação das estruturas organizacionais
básicas.

2.4.1.6.3 O Cmt deve estar capacitado para utilizar a flexibilidade que


os meios embarcados lhe concedem.

2.4.1.7 Emprego Combinado Viatura Blindada de Transporte de


Pessoal/Apoio de Fogo (VBTP Ap F) com Viatura Blindada
Transporte de Pessoal- Média Sobre Rodas (VBTP MSR)

2-19
EB70-MC-10.XXX

2.4.1.7.1 O emprego combinado da VBTP de Apoio de Fogo (VBTP


Ap F) com a VBTP MSR permite o máximo de aproveitamento das
características particulares de cada elemento. Os sistemas de armas
modernos, extremamente precisos e apoiados em avançadas
tecnologias, propiciam à Bda Inf Mec a característica de extrema
letalidade, com relativo aumento da sua potência de fogo.

2.4.1.7.2 A VBTP Ap F, dotadas de Estação de Armas calibre 30


mm, estão previstas para dotar o Pelotão de Apoio de Fogo,
orgânico da Companhia de Comando e Apoio (Cia C Ap) do
Batalhão de Infantaria Mecanizado (BI Mec). Por meio dessa fração,
o Cmt BI Mec pode intervir no combate pelo fogo.

Fig 2-14 Pelotão de Apoio de Fogo/BI Mec - Viaturas Blindadas de Combate-


Can 30mm (VBC_Can30-MSR)

2.4.1.7.3 As VBTP MSR e as VBTP Ap F (equipadas com canhões


30 mm) têm as seguintes possibilidades:
a) apoiar o ataque ou o contra-ataque;
b) destruir os blindados inimigos pelo fogo; e
c) apoiar os elementos de fuzileiros pelo fogo, manobra e ação de
choque.

2.4.1.8 Planejamento Centralizado e Execução


Descentralizada

2.4.1.8.1 As operações das forças mecanizadas caracterizam-se pelo


planejamento detalhado e, normalmente, centralizado (exceto no ataque
de oportunidade), seguido de execução agressiva e descentralizada.

2.4.1.8.2 A agressividade imprimida determina o grau de êxito da


operação, bem como a liberdade de execução descentralizada, aliado
ao perfeito entendimento da intenção do Comandante.

2-20
EB70-MC-10.XXX

2.4.1.9 Aproveitamento do Terreno

2.4.1.9.1 O terreno e as condições meteorológicas, normalmente,


condicionam o sucesso das operações militares. O controle dos
acidentes capitais, ao longo dos eixos de progressão, asseguram o uso
eficaz da rede de estradas para o apoio logístico às tropas
mecanizadas. A capacidade de durar em combate depende,
fundamentalmente, do fluxo de suprimentos.

2.4.1.9.2 É basicamente através de veículos sobre rodas que se apoia


a Bda Inf Mec, bem como sua estrutura logística, o que restringe o
movimento fora das estradas.

2.4.1.10 Atacar o Inimigo pelos Flancos ou pela Retaguarda

2.4.1.10.1 No moderno campo de batalha, as manobras devem ser


conduzidas com grande ímpeto ofensivo, buscando a decisão no menor
prazo possível e com o menor número de perdas.

2.4.1.10.2 Para isso, o inimigo, localizado no campo de batalha, deve


ser fixado e atacado em seus flancos e/ou retaguarda, onde busca-se
destruir seus sistemas de comunicações, logístico, apoio de fogo e
suas reservas, e, ainda, obrigado-o a combater em mais de uma frente.

2.4.1.11 Continuidade das Operações

2.4.1.11.1 Nos seus planejamentos, o Cmt deve enfatizar a


continuidade das operações, particularmente, após um sucesso obtido.

2.4.1.11.2 Essa continuidade deve ser buscada mediante a ampla


utilização das ações noturnas, dos ataques de oportunidade e por meio
de frequentes substituições dos elementos de 1º escalão, para a
manutenção da pressão sobre o inimigo.

2.4.1.12 Adequado Apoio Logístico

2.4.1.12.1 Um apoio logístico adequado e oportuno é essencial ao sucesso da


operação. A logística militar terrestre exige elevada capacidade de flexibilidade
quanto ao planejamento e execução da atividade logística. Diante do atual
cenário de conflitos de amplo espectro, se mostra essencial a preparação
diante da incerteza do apoio para os seguintes grupos funcionais: suprimento,
manutenção e transporte. O fluxo constante de suprimento e manutenção
assegura a continuidade das operações militares.

2-21
EB70-MC-10.XXX
2.4.1.12.2 Planejamentos detalhados de ressuprimento, evacuação e
manutenção devem preceder à operação. Deve ser dada especial
atenção com relação à elevada necessidade de ressuprimento das Classes
III e IX, assim como a manutenção das viaturas.

2.4.2 O MODERNO COMBATE DE MEIOS BLINDADOS E MEIOS


MECANIZADOS

2.4.2.1 O moderno combate de blindados possui as seguintes


características:
a) combate ofensivo, com grande ímpeto e valorização da manobra;
b) realização de ações simultâneas e sucessivas em toda a
profundidade do campo de batalha e combate não linear;
c) busca do isolamento do campo de batalha, com ênfase na
destruição da força inimiga;
d) priorização das manobras de flanco;
e) emprego máximo do poder relativo de combate, no momento e local
decisivos;
f) combate continuado, com a máxima utilização das operações
noturnas e dos ataques de oportunidade;
g) valorização da infiltração como forma de manobra;
h) busca da iniciativa, da rapidez, da flexibilidade e da sincronização
das operações;
i) valorização dos seguintes princípios de guerra: objetivo, ofensiva,
manobra, massa, surpresa e unidade de comando;
j) mínimo de perdas para as forças amigas e para a população civil
envolvida; e
k) decisão da campanha no mais curto prazo possível.

2.4.2.2 No campo de batalha moderno, o emprego das forças


mecanizadas e blindadas ganhou importância e dimensão maiores.
Em face da grande evolução tecnológica, ocorrida nos últimos
conflitos, o Cmt dessas forças não tem liberdade para manobrar seus
meios de forma independente e isolada do restante das forças em
operações.

2.4.2.3 O moderno conceito de emprego de forças Mec e Bld enfatiza a


necessidade de se empregar uma tropa capaz de enfrentar múltiplas
ameaças, que possa aglutinar em torno das tropas, Artilharia de
Campanha e Antiaérea, Engenharia de Combate, Comunicações e
armas anticarro, buscando a sinergia entre todos estes elementos, de
forma a anular as deficiências de uns e maximizar as possibilidades de
outros. Essa força não terá capacidade de manobrar e combater no
moderno campo de batalha sem contar com um eficiente sistema de C²,
com ênfase para a inteligência de combate e outros meios que podem
ser adjudicados, como é o caso da Av Ex, dos meios de Guerra
Eletrônica (GE) e outros.
2-22
EB70-MC-10.XXX

2.4.2.4 Nesse complexo campo de batalha moderno, será exigido do


Cmt Bda Inf Mec um alto grau de iniciativa, liderança, agilidade mental e
grande capacidade para sincronizar as operações e gerenciar um
elevado número de informações. Ele deve ser capaz de conquistar
rapidamente a iniciativa e conduzir as operações com ímpeto ofensivo,
rapidez, agressividade e audácia.

2.4.2.5 O êxito do Cmt Bda Inf Mec depende de sua iniciativa, da


flexibilidade e da rapidez de sua tropa para adaptar-se às situações
inesperadas e da capacidade de sincronização das operações por
intermédio do seu sistema de C².

2.4.2.6 A flexibilidade é fator preponderante para agir e reagir com


rapidez às ameaças inimigas, concentrar forças no momento e local
oportunos, explorar as vulnerabilidades do inimigo, alterar a
composição dos meios e a missão dos elementos subordinados, de
acordo com as necessidades, empregar oportunamente a reserva e
para passar de uma atitude defensiva para ofensiva e vice-versa, sem
hesitação.

2.4.2.7 A rapidez permite manobrar com velocidade e continuamente no


campo de batalha, evitando situações estáticas que ofereçam ao
inimigo a oportunidade de obter a iniciativa das ações.

2.4.2.8 A sincronização das funções de combate, com as respectivas


capacidades empregadas, no tempo, no espaço e na finalidade,
proporciona o máximo poder de combate no momento e local decisivos.
Constitui-se, portanto, em poderoso multiplicador do poder de combate
e é a base para o êxito no moderno campo de batalha.

2.4.2.9 O desenvolvimento da GE e a consequente limitação do uso dos


meios de comunicações, a grande rapidez das ações e a constante
evolução da situação tática, no moderno campo de batalha, levarão os
comandantes de Bda Inf Mec, muitas vezes, a tomarem decisões
independentemente de ligação com os seus escalões superiores.

2.4.2.10 Apesar da complexidade introduzida no campo de batalha pelo


combate moderno e da grande evolução tecnológica dos armamentos,
blindados e equipamentos diversos, a manobra clássica das forças
mecanizadas e blindadas são, cada vez mais, atuais e válidas,
caracterizando-se por empregar uma parte da força para buscar o
contato com o inimigo e fixá-lo, manobrar com o grosso dos blindados
para atacar o seu flanco ou a sua retaguarda, destruir seus sistemas de
comando e controle, logístico e de apoio ao combate, fixar sua reserva,
impedi-lo de retrair e apresentar nova defesa, tirar sua liberdade de
manobrar e destruí-lo em posição, de forma rápida e com reduzido
número de perdas para a Bda.
2-23
EB70-MC-10.XXX

2.4.3 AS OPERAÇÕES NO AMPLO ESPECTRO

2.4.3.1 As operações no amplo espectro têm como premissa maior a


combinação, simultânea ou sucessiva, de operações ofensivas,
defensivas e de cooperação e coordenação com agências, ocorrendo
em situação de guerra e de não guerra.

2.4.3.2 O menor escalão capaz de, simultaneamente, combinar atitudes


(ofensivas, defensivas e de cooperação e coordenação com agências) é
a Divisão de Exército.

2.4.3.3 A Bda Inf Mec, em função de suas características, organização e


material de emprego militar, participa de operações no amplo espectro
operando, de forma não simultânea, com as suas peças de manobra
em ação ofensiva, em atitude defensiva e em cooperação e
coordenação com agências.

2.4.4 A GUERRA DE MOVIMENTO

2.4.4.1 Guerra de Movimento é um conceito operacional que preconiza a


busca da decisão da batalha terrestre, por meio de ações ofensivas
extremamente rápidas e profundas, convenientemente apoiadas,
orientadas sobre segmentos vulneráveis do dispositivo do inimigo e
conduzidas a cavaleiro dos eixos disponíveis em frentes amplas e
descontínuas. O quadro tático, resultante da aplicação desse conceito
operacional, distingue-se por grande dinamismo, pela importância da
obtenção da surpresa, pela descentralização das operações e pelo
caráter fundamental da iniciativa, em todos os níveis de comando.

2.4.4.2 A conquista da iniciativa obriga o inimigo a reagir às ações em


uma sequência de decisões cada vez mais desordenadas e deficientes.
A pressão constante sobre as forças inimigas, impedindo-as de se
reorganizar e de apresentar qualquer forma de resistência, tem sido o
objetivo dos exércitos modernos.

2.4.4.3 Os conceitos operacionais apresentados a seguir, derivados do


conceito Guerra de Movimento, devem orientar a execução dos
combates blindados e mecanizados nas operações básicas,
complementares e nas ações comuns a todas as operações.

2.4.4.3.1 Ação Desbordante ou de Flanco

a) As Operações Ofensivas devem ser conduzidas de forma a obter-se,


o mais cedo possível, o desequilíbrio físico e psicológico do oponente,
como condição indispensável à sua posterior destruição, com um
mínimo de desgaste para a força atacante.
2-24
EB70-MC-10.XXX

b) As ações principais devem evitar as linhas de maior expectativa a


cavaleiro, das quais se concentre o grosso do poder de combate do
defensor, e incidir sobre regiões cuja posse dificulte a execução do
combate defensivo em profundidade, por parte do inimigo; paralise seu
sistema de comunicações e de comando; e interrompa seus eixos de
suprimento e seus itinerários de retraimento. Sob tais circunstâncias, o
inimigo é conduzido a um dilema: tentar abrir um corredor de
retraimento a viva força, conduzindo, sob pressão, um avanço
desequilibrado sobre uma sólida posição de bloqueio ou destacar
parcelas importantes do seu poder de combate face à ameaça,
correndo o risco de ser batido por partes.
c) Quando for inevitável a progressão inicial através de setores
densamente defendidos, as ações principais devem ameaçar, em
profundidade, objetivos alternativos que, em mãos do atacante,
comprometem a integridade do dispositivo defensivo. Dessa forma,
torna-se difícil para o inimigo emassar suas reservas a cavaleiro de uma
única direção. Nessa situação, como exemplo, a execução de uma
operação aeromóvel sobre um objetivo em profundidade pode levar o
inimigo à situação desvantajosa descrita no subitem anterior e facilitar a
progressão do escalão de ataque.
d) Após o rompimento da posição da tropa inimiga empenhada (tropa
em contato e suas reservas imediatas), somente circunstâncias
excepcionais justificam a incidência frontal das ações principais sobre
uma região do terreno fortemente defendida, mesmo que esta configure
o objetivo decisivo da força considerada. O comando atacante deve
buscar, pela manobra, tornar insustentável a resistência inimiga na
mencionada região.
e) O presente conceito operacional vincula-se, estreitamente, aos
princípios de guerra: manobra, surpresa e objetivo.

2.4.4.3.2 Iniciativa

a) O ritmo intenso das operações, seu caráter descentralizado e os


amplos espaços em que se desenvolvem, além de limitações eventuais
dos meios de comunicações, exigem que os comandos de todos os
níveis exercitem um alto grau de iniciativa.
b) Cada comandante, conhecendo precisamente a ideia de manobra do
escalão superior, deve ser capaz de solucionar os problemas táticos
locais, à luz de seu próprio critério. Esse conceito operacional decorre
do princípio de guerra: objetivo.

2.4.4.3.3 Seleção de Frente

a) Os amplos espaços em que são conduzidas as operações impõem,


normalmente, o emprego da maioria de meios do atacante em uma
frente na qual se procura obter a decisão, conduzindo-se ações
secundárias nos setores não selecionados.
2-25
EB70-MC-10.XXX

b) Constitui, no entanto, fator fundamental o emprego modular das


peças de manobra de valor unidade, que devem receber frentes
compatíveis com suas possibilidades orgânicas, em termos de fogo e de
movimento. Os maiores riscos serão admitidos pelos escalões Divisão
de Exército e superiores.
c) Esse conceito operacional resulta, particularmente, dos princípios de
guerra: massa e economia de forças.

2.4.4.3.4 Flexibilidade

a) O planejamento das operações deve incluir alternativas em face de


contingências do combate, permitindo a intervenção oportuna do
comando, no sentido de aproveitar um sucesso tático inesperado ou de
fazer reverter a seu favor o curso da batalha.
b) A formulação de hipóteses previsíveis, para fins de planejamento, e a
preservação de uma reserva tão potente e móvel, quanto possível,
contribuem para um considerável incremento da flexibilidade, ao longo
da execução do combate.
c) Em curso de operações ofensivas, o comando da força deve estar
preparado para, se necessário, modificar radicalmente seu esquema
de manobra original, alterando direções de emprego e objetivos de
suas ações principais, no sentido de aproveitar, sempre, as linhas de
menor resistência à progressão.
d) A flexibilidade reside, ainda, na agilidade mental, na criatividade e na
capacidade de improvisação dos comandos em todos os níveis.
e) Esse conceito operacional realça a observância dos princípios de
guerra: manobra, massa, segurança e ofensiva.

2.4.4.3.5 Dissimulação

a) As medidas de dissimulação tática, como fintas, demonstrações e a


dissimulação eletrônica (despistamento eletrônico), convenientemente
complementada pelo emprego da camuflagem e de fumígenos, têm
como finalidade básica iludir o inimigo, dificultando a sua condução de
fogos e induzindo-o a dispersar seus meios ou a orientar, de forma
inadequada, suas ações principais.
b) A dissimulação contribui para a preservação da integridade da força
e permite, frequentemente, que se criem ou se acentuem
vulnerabilidades no dispositivo do oponente.
c) Medidas de dissimulação proporcionais aos meios disponíveis
devem constituir parte integrante dos esquemas de manobra de
todos os escalões, quaisquer que sejam a atitude e o tipo de
operação em curso.

2-26
EB70-MC-10.XXX

d) Este conceito operacional materializa, principalmente, a aplicação


dos princípios de guerra: surpresa e segurança.

2.4.4.3.6 Ação Tridimensional

a) O largo emprego de aeronaves de asa rotativa e de asa fixa


orientadas para a ação contra as tropas terrestres, utilizando-se,
basicamente, da faixa inferior do espaço aéreo, aliado ao tradicional
emprego das forças aéreas, tornou o campo de batalha moderno
acentuadamente tridimensional.
b) A coordenação do uso do espaço aéreo do campo de batalha é
requisito fundamental para o emprego de uma F Ter, não só por um
imperativo de segurança, como também pelo acréscimo de uma nova
dimensão à manobra.
c) Operações aeroterrestres e aeromóveis contribuem para a atuação
da Bda Inf Mec, conferindo-lhe a capacidade de progredir sobre
objetivos profundos, em ritmo intenso e constante, e permitindo-lhe
obter, em curto prazo, o total desequilíbrio do oponente.
d) A disponibilidade de elementos de Av Ex permite um acréscimo às
respectivas áreas de influência, proporcional ao consequente
incremento da mobilidade e da potência de fogo.
e) O conceito enfatiza os princípios de guerra: manobra, surpresa e
ofensiva.

2.4.4.3.7 Ação em Profundidade

a) Em operações ofensivas, os êxitos iniciais devem ser aproveitados


instantaneamente e na maior profundidade possível, com a finalidade
de acentuar o desequilíbrio inicial do inimigo, restringindo-lhe a
capacidade de reagir, cerceando-lhe a liberdade de ação e
comprometendo sua vontade de lutar.
b) Operações dotadas de alto grau de mobilidade, profundas e
ininterruptas produzem, com frequência, por meio de uma pressão
constante e potente, o colapso material e anímico do inimigo, reduzindo-
o à inação e tornando iminente sua destruição.
c) O combate em profundidade compreende as operações de
interdição, visando ao isolamento do campo de batalha, o que não
permite ao inimigo concretizar suas possibilidades de reforço em
tempo útil e permite batê-lo por partes. Entre outros meios
empregados para esse fim, citam-se a guerra eletrônica, a busca de
alvos, os fogos de longo alcance, o fogo aéreo, as ações de forças
especiais, de comandos e de guerrilhas, além das incursões
profundas de elementos altamente móveis e das operações
aeromóveis e aeroterrestres.
d) Os alvos típicos do combate em profundidade são o sistema de C²
inimigo, suas instalações logísticas, meios de apoio de fogo, eixos de
suprimento e evacuação ou objetivos no terreno que caracterizem o
2-27
EB70-MC-10.XXX
isolamento do campo de batalha, impedindo que o inimigo reforce a
tropa isolada ou que ela retraia para novas posições mais à retaguarda.
e) Esse conceito realça os princípios de guerra: ofensiva e objetivo.

2.4.4.3.8 Combate Eletrônico

a) O controle do espaço eletromagnético, permitindo o seu uso


adequado pelas forças amigas, constitui fator de multiplicação do poder
de combate, conferindo maior liberdade de ação à força terrestre,
implementando sua capacidade de atuar ofensivamente com rapidez e
em profundidade e proporcionando maior flexibilidade, segurança e
dinamismo às ações defensivas.
b) A obtenção de informações, por meio do emprego de Medidas de
Apoio de Guerra Eletrônica (MAGE), deve iniciar-se mesmo antes da
deflagração das hostilidades, prosseguindo, num processo contínuo,
durante todo o ciclo de operações, com vistas a revelar, o mais cedo
possível, as intenções do inimigo, seu dispositivo, suas possibilidades,
suas limitações e vulnerabilidades.
c) A utilização de Medidas de Ataque Eletrônico (MAE) constitui
importante meio de intervenção no combate. A decisão oportuna de
emprego da interferência produz degradação sensível nos sistemas
eletrônicos de vigilância, de armas e de C² do inimigo, em momentos
decisivos da batalha. Por outro lado, o uso da dissimulação eletrônica
(despistamento eletrônico), dentro do esforço integrado preconizado no
Plano de Dissimulação da força, concorre, de forma proeminente, para
a obtenção dos efeitos desejados na aplicação dessas ações.
d) As ações de Guerra eletrônica, convenientemente aplicadas,
reforçam a capacidade de manobrar com rapidez e segurança.
e) Este conceito operacional evidencia a aplicação dos princípios de
guerra: manobra, surpresa, ofensiva e segurança.

2.4.4.3.9 Risco

a) O risco é inerente à guerra e deve ser aceito pelos comandos de


todos os níveis, sempre que o cumprimento da missão o exija ou a
transcendência do êxito esperado o justifique.
b) É necessário, entretanto, que o grau de risco que se pretende
assumir seja avaliado, em toda a sua extensão, no sentido de que, em
caso de insucesso, o comando disponha de alternativas para preservar
a integridade da força.
c) Este conceito vincula-se aos princípios de guerra: objetivo e
segurança.

2-28
EB70-MC-10.XXX

2.4.4.3.10 Combate Continuado

a) O desenvolvimento tecnológico, aliado à rápida evolução das


técnicas e táticas de combate, do apoio logístico e do apoio ao
combate, permite que as operações prossigam durante a noite com
ritmo e intensidade semelhantes às conseguidas durante o dia.
b) A continuidade da operação deverá ser assegurada mediante a
ampla utilização do combate noturno, do ataque de oportunidade e da
guerra de movimento.
c) Essas características podem exigir uma reorganização temporária na
estrutura e equipamento das forças que forem realizar este tipo de
combate, além de evidenciarem a necessidade de adestramento
específico e incremento no esforço logístico.
d) Esse conceito confere particular ênfase aos princípios de guerra:
objetivo, surpresa e ofensiva.

2.4.4.3.11 Combate Não Linear

a) O combate moderno deixou de ser realizado apenas no


compartimento de contato. Ele ocorre ao mesmo tempo no
compartimento de contato, na área de segurança e na retaguarda.
Caracteriza-se, portanto, pela não linearidade. Desse modo, o
comandante preocupa-se não apenas com o combate aproximado, mas
também com as ações profundas que pode realizar, mediante
operações aeromóveis e com blindados, aplicação de fogos maciços em
profundidade, infiltrações e incursões, ações essas que desequilibram
todo o dispositivo inimigo, forçam-no a lutar em mais de uma direção e o
isolam de seus apoios e reforços, além de ter que conservar em reserva
forças potentes e móveis face às ameaças à sua retaguarda.
b) O combate a cavaleiro dos eixos rodoviários, comum na guerra de
movimento, leva à aceitação de brechas entre as posições ocupadas
pelas tropas. Essas brechas, muitas vezes apenas vigiadas, aumentam
a não linearidade do combate, criando, no dispositivo mais fluído das
forças, vulnerabilidades que, devidamente exploradas, podem levar à
decisão mais rápida do combate. É o ambiente favorável às manobras
de flanco (desbordantes ou envolventes), às incursões profundas e à
infiltração de tropas no dispositivo inimigo.
c) Este conceito realça os princípios de guerra: manobra e surpresa.

2.4.4.3.12 Letalidade

a) Os sistemas de armas modernos, extremamente precisos e apoiados


em avançadas tecnologias, aliados a uma capacidade de “ver” melhor
por meio dos radares, equipamentos de visão noturna, veículos aéreos
não tripulados e por satélites, propiciaram ao combate moderno a
característica de extrema letalidade. No entanto, um dos fatores para o
emprego da força terrestre é a letalidade seletiva. Possuir letalidade
2-29
EB70-MC-10.XXX
seletiva implica possuir sistemas de armas precisos, de modo a
preservar a população e as estruturas civis, em perfeito alinhamento
com os princípios do DICA e de outras legislações pertinentes.
b) Este conceito vincula-se ao princípio de guerra da ofensiva.

2.4.5 A DINÂMICA DAS OPERAÇÕES MILITARES

2.4.5.1 A dinâmica das operações militares compreende o


desenvolvimento de ações no espaço e no tempo, considerando
amplitude, integração e sincronização das operações militares.

2.4.5.2 Quanto à amplitude, as operações podem constituir-se de


ações profundas, ações aproximadas e ações na retaguarda.

2.4.5.3 A integração é a ação de empregar um conjunto de forças


militares terrestres, de forma que se gerem efeitos sinérgicos,
alcançados pelo apoio mútuo e pela complementação de capacidades.

2.4.5.4 A sincronização é a coordenação das ações nas operações


militares no tempo, espaço e finalidade para produzirem o máximo
Poder Relativo de Combate (PRC) no momento e lugar decisivos.

2.4.5.5 Para mais informações sobre a dinâmica das operações


militares, deve- se consultar o item 2.8, do Capítulo II Concepções e
Conceitos das Operações Terrestres, do Manual de Campanha EB70-
MC-10.223 - Operações (5ª Ed, 2017).

2.4.6 OPERAÇÕES NA ÁREA OPERACIONAL DO CONTINENTE (AOC)

2.4.6.1 A AOC abrange a área do território nacional ao sul e oeste,


excluídas a área amazônica, do pantanal e as áreas montanhosas. Ela
possui características físicas de grande importância para o
planejamento e a condução de operações militares pela Bda Inf Mec.

2.4.6.2 Destacam-se no combate na AOC os seguintes aspectos:


a) a existência de áreas onde as frentes de combate serão muito
amplas e profundas;
b) o terreno muito plano e com pouca cobertura vegetal;
c) a existência de rios obstáculos a cada 300km em média, na direção
leste – oeste;
d) a existência de poucos eixos principais penetrantes e a quase
inexistência de malha ferroviária; e
e) a existência de reduzidos efetivos militares empregados nas
ações, se comparados a outros Teatros de Operações (TO).

2-30
EB70-MC-10.XXX

2.4.6.3 As ações militares em AOC deverão revestir-se das seguintes


características:
a) o combate deve ser conduzido de forma ofensiva, com grande
ímpeto e grande valorização da manobra. As ações devem ocorrer de
forma simultânea, em toda a profundidade do campo de batalha, e o
combate
deve ser conduzido de forma não linear, criando, com maior
frequência, defesa em todas as direções e situações onde a brigada
e seus regimentos podem ter que atuar isoladamente; e
b) as operações são conduzidas buscando-se o isolamento do
campo de batalha, atribuindo-se maior ênfase na destruição do inimigo
e maior prioridade às manobras de flanco. Os planejamentos
operacionais devem enfatizar a necessidade da busca da iniciativa,
da rapidez, da flexibilidade, da agressividade e da sincronização das
operações; o combate continuado, exigindo um adestramento da
tropa no combate noturno; e a decisão da campanha e das
operações no mais curto prazo.

2.4.6.4 A Defesa da Pátria, para a Bda Inf Mec, dá-se, em princípio, em


AOC. O combate nessa área será conduzido em um terreno onde o
deslocamento ocorre a cavaleiro dos eixos, restringindo bastante o
movimento de viaturas sobre rodas através do campo.

2-31
EB70-MC-10.XXX

CAPÍTULO III

COMANDO E CONTROLE

3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

3.1.1 O Comando e Controle (C²) é a ciência e arte que trata do funcionamento


de uma cadeia de comando. Constitui-se no exercício da autoridade e da
direção que um comandante tem sobre as Forças sob seu comando, para o
cumprimento da missão atribuída.

3.1.2 O sistema C² permite ao Cmt Bda Inf Mec visualizar o campo de batalha,
apreender a situação e dirigir as ações necessárias ao êxito das operações. A
comunicação é o elemento vital para o exercício do C² em combate.
.
3.1.3 O Comando e Controle (C²) envolve 3 (três) componentes
imprescindíveis (autoridade, processos e estrutura)
a) autoridade, legitimamente investida, da qual emanam as decisões que
materializam o exercício de comando e para a qual destinam-se as
informações necessárias ao exercício do controle;
b) processo decisório, baseado no processo doutrinário, que permite a
formulação de ordens e estabelece o fluxo de informações necessário ao seu
cumprimento; e
c) estrutura, que inclui pessoal, instalações, equipamentos e tecnologias
necessários.

3.1.4 O Comando e Controle (C²) compreende a atuação dos comandantes e


seus EM e o sistema que lhe dá suporte. Constitui-se no exercício da
autoridade e da direção que um Cmt tem sobre as forças sob seu comando,
para o cumprimento da missão. Ele é executado por meio da liderança, dos
processos de planejamento, dos meios de comunicações e das instalações de
comando. Ele está fortemente relacionado aos conceitos de liderança e de
gestão. No conceito de C², destaca-se o fato de que a ação do comando não
termina com a decisão, mas se estende ao acompanhamento das ações. Em
outras palavras, comandar não é o suficiente. É necessário fiscalizar o
cumprimento da ordem.

3.1.5 Comando é a autoridade legalmente exercida pelo comandante sobre os


subordinados, em virtude do cargo ou atribuição que lhe compete. O comando
inclui a autoridade e a responsabilidade na efetiva utilização dos recursos
disponíveis para empregar, organizar, dirigir, coordenar e controlar as forças
militares no cumprimento das missões atribuídas. Ele requer o exercício do
julgamento e o desenvolvimento da liderança.

3-1
EB70-MC-10.XXX

3.1.6 O comando tem por objetivo a tomada de decisão. Os resultados obtidos,


particularmente sobre o oponente, constituem o melhor indicador da eficácia do
comando.

3.1.7 O controle é a ciência de definir limites, calcular riscos, realocar recursos,


estabelecer requisitos e parâmetros para relatórios, avaliar o desempenho,
identificar e corrigir erros e verificar se as ações estão sendo cumpridas, de
acordo com a intenção do comandante. Controlar é o ato ou efeito de
acompanhar a execução de qualquer empreendimento por intermédio da
avaliação e da correção das atividades planejadas, de forma a não permitir que
se desvie dos propósitos estabelecidos, interferindo, quando necessário, a fim
de garantir os resultados planejados.

3.1.8 O controle tem por objetivo a eficácia do comando, ou seja, o


cumprimento da missão. Corresponde, em última instância, à obtenção dos
efeitos desejados e é basicamente exercido pelos EM.

3.1.9 O Cmt Bda Inf Mec deve usar o controle para regular forças e ações no
campo de batalha, a fim de que a sua decisão seja cumprida fielmente. O
controle tem dois componentes vitais: no primeiro, o controle obedece ao
princípio da unidade de comando, pelo qual um comandante deve controlar um
escalão abaixo e gerenciar as forças até dois escalões abaixo do seu; no
segundo, o controle deve ser compatível com o dinamismo das operações,
possibilitando ao Cmt tomar decisões oportunas.

3.1.10 Embora alguns empreguem os conceitos “comando” e “controle”


indiscriminadamente, à medida que buscam impor a sua vontade ao oponente
torna-se imperativo que o controle atue em proveito do comando.

3.1.11 O Cmt Bda Inf Mec deve posicionar-se, no campo de batalha, onde
melhor possa controlar seus elementos subordinados e expedir as ordens
necessárias para influir no combate.

3.1.12 A Bda Inf Mec combate em um ambiente onde as frentes e


profundidades são extensas, havendo incertezas sobre as ações do inimigo.
Em consequência, o comando é, normalmente, exercido de forma
descentralizada, com iniciativa responsável e disciplinada dos comandos
subordinados, alinhadas com a intenção do comandante. São incentivadas as
ordens que enfatizam aos subordinados os resultados a serem alcançados,
mas não como eles devem ser alcançados. Nesse ambiente do combate
mecanizado, é fundamental que os subordinados tenham perfeito
entendimento das tarefas críticas do combate e da intenção do comandante.

3.1.13 Em cada escalão de comando, o componente mais importante é o


pessoal. O comandante, em sua estrutura de C², deve dar mais ênfase às
características humanas do que aos equipamentos e procedimentos. O
3-2
EB70-MC-10.XXX

pessoal treinado é essencial para um sistema eficaz, ou seja, a melhor


tecnologia não suplanta o fator humano.

3.1.14 Para mais informação sobre o assunto, deve-se consultar o Capítulo II


do Manual de Campanha - EB20-MC-10.205 Comando e Controle (1ª Ed,
2015) e o Manual de Campanha - EB70-MC-10.241 As Comunicações na
Força Terrestre (1ª Edição, 2018) e EB20-MC.10.211 Processo de
Planejamento e Condução das Operações Terrestres (1ª Edição, 2014).

3.2 O CICLO DE COMANDO E CONTROLE

3.2.1 O Ciclo de Comando e Controle consiste no modelo adotado com o


intuito de possibilitar a compreensão do funcionamento da atividade de C². O
ciclo OODA (Observação-Orientação-Decisão-Ato) de avaliação e tomada de
decisão, utilizado como referência doutrinária, é um dos mais aplicáveis.
Qualquer ação integrante de um processo decisório é parte de uma das quatro
fases: observar, orientar-se, decidir e agir.

3.2.2 Fase observar - caracteriza-se por perceber o cenário no qual se deseja


atuar e se está inserido. Nessa fase, capta-se o maior número possível de
estímulos que influenciam o ambiente operacional, provenientes, por exemplo,
de sensores dos escalões superiores, dos subordinados, do escalão
considerado, ou ainda, oriundos de sensores civis. Nessa observação, devem-
se considerar os aspectos concernentes a todas as dimensões do ambiente
operacional.

3.2.3 Fase orientar-se - nessa fase, as percepções coletadas na fase anterior


são consolidadas, interpretadas e analisadas em um contexto global, a fim de
delinear um cenário atualizado da situação, com base no qual serão
identificadas ameaças prováveis ou reais, os riscos e suas consequências. A
partir dessa análise, serão formuladas as linhas de ação a serem apresentadas
ao decisor.

3.2.4 Fase decidir – nessa fase, o comandante toma decisões, baseado no


cenário formado na fase anterior e nas possíveis linhas de ação, emitindo as
ordens aos escalões subordinados.

3.2.5 Fase agir – nessa, os comandantes de escalões subordinados


transformam as ordens superiores em ações específicas, alterando a situação
do ambiente operacional e exigindo atualização de informações e,
consequentemente, iniciando um novo ciclo de C².

3.2.6 Como o ciclo OODA é um processo contínuo, todas as suas fases


ocorrerão em paralelo. O comandante recebe informações, forma sua
consciência situacional e toma decisões sobre as operações futuras, enquanto
operações correntes são executadas por meio de ações dos escalões
3-3
EB70-MC-10.XXX
subordinados.

3.2.7 O ciclo de comando e controle é executado simultaneamente pelos dois


oponentes e, também, pelos respectivos escalões subordinados, em
consonância com os aspectos estratégicos, operacionais ou táticos da missão
atribuída.

3.2.8 As decisões decorrentes de cada um desses ciclos alteram o cenário no


qual elas se baseiam, requerendo a contínua atualização da consciência
situacional (Fig 3-1).

Figura 3-1 Ciclo OODA

3.2.9 Entre dois oponentes, o comandante que completar o ciclo antes do


adversário influenciará o cenário a partir do qual as decisões do outro lado
serão tomadas, obrigando o oponente a interromper e a refazer seu ciclo,
proporcionando vantagem ao comandante que utilizá-lo mais rápido. Quanto
menor a duração desse ciclo, mais ágil será o processo decisório.

Figura 3-2 Interação dos ciclos OODA sobre o inimigo

3.2.10 A Fig 3-2 representa a interação de dois ciclos oponentes. O


representado na cor azul foi concluído mais rapidamente, o que determinou
vantagem ao seu executante, tendo em vista que o seu oponente terá que
reiniciar o respectivo ciclo, em função da nova situação que se apresenta.
3-4
EB70-MC-10.XXX

3.2.11 A velocidade na qual o ciclo será empregado não será, no entanto,


suficiente para garantir sua efetividade. Se a percepção do ambiente for falsa,
inadequada ou incompleta, se as informações forem analisadas incorretamente
ou se as ações implementadas não correspondem à decisão tomada, o ciclo
não afeta o ambiente de acordo com a intenção do comandante, pecando,
nesse caso, pela qualidade e não pela velocidade.

3.2.12 Portanto, a percepção das informações e do ambiente torna-se mais


próxima do real, à medida que os ciclos estejam apoiados em processos e em
estruturas eficientes e seguras.

3.3 PRINCÍPIOS DE C²

3.3.1 Os princípios de C² são pressupostos básicos que deverão ser


observados no planejamento e na execução da atividade de C².

3.3.2 Dependendo da situação operacional, os comandantes poderão atribuir


maior importância a alguns princípios em detrimento de outros.

3.3.3 Os princípios do C² devem ser observados no planejamento e na


execução dessa atividade. Esses princípios são: a unidade de comando,
simplicidade, segurança, flexibilidade, confiabilidade, continuidade, rapidez,
amplitude e a integração. Dependendo da situação tática, o Cmt Bda Inf Mec
pode atribuir maior importância a alguns princípios em detrimento de outros.

3.4 O COMANDO DA BRIGADA DE INFANTARIA MECANIZADA

3.4.1 O Cmdo Bda Inf Mec é constituído pelo Comandante da Brigada (Cmt
Bda), pelo Chefe do Estado-Maior (Ch EM), Estado-Maior Geral (EMG) e pelo
Estado-Maior Pessoal (EMP).

3.4.2 O Cmt Bda, assessorado pelo seu EM, planeja, organiza, coordena e
controla as atividades da GU.

3.4.3 O Ch EM Bda é, em princípio, o substituto eventual do comandante da


GU, sendo responsável pela chefia, coordenação e controle das seções do
EM. É o sincronizador das ações da Bda Inf Mec.

3.4.4 O Estado-Maior Geral (EMG) assessora o comandante, coordenando


planos, funções de combate e operações dos elementos de combate, apoio ao
combate e apoio logístico que compõem a Bda Inf Mec. Também, coordena as
atividades visando assegurar o emprego eficiente dessa Bda. É organizado em
seções que, geralmente, correspondem aos campos de atividades diretamente
relacionadas às funções de combate. Compõe-se dos chefes de seção, que
são chamados oficiais do EM geral, com seus oficiais adjuntos e demais
3-5
EB70-MC-10.XXX
auxiliares.

3.4.5 O EMP do Cmt Bda, constituído pelo Assistente Secretário (cargo


acumulado por Of Sp da OM), Auxiliar de Estado-Maior Pessoal e pelo Adjunto
de Comando, assessora e apoia o comandante em suas necessidades
pessoais, relacionadas ao comando da brigada.

3.4.6 O sistema de C² da brigada deve permitir que o Cmt e seu EM,


simultaneamente, se concentrem na condução das ações correntes e planejem
as operações futuras.

3.5 O COMANDANTE DA BRIGADA

3.5.1 O Comandante da Brigada (Cmt Bda) é o responsável pelo C² da GU,


durante o preparo e o emprego. Assessorado pelo seu EM, planeja, organiza,
coordena e controla as atividades da brigada, além de estabelecer as diretrizes
para a estruturação do sistema de comunicações e medidas de proteção
eletrônica e proteção cibernética da GU.

3.5.2 O Cmt Bda pode movimentar-se pelo campo de batalha e avaliar a


situação que é vivenciada, através do contato pessoal com seus comandantes
subordinados. A presença do comandante e a sua liderança em batalha dão
uma visão direta da situação, fator que, combinado com os planejamentos do
EM, permite o trabalho coordenado para a realização da operação. Dessa
forma, cumpre-se a intenção do comandante e do escalão superior.

3.5.3 Comandar uma Bda Inf Mec em combate exige de seu comandante
grande habilidade para, rapidamente, decidir, definir as missões, estabelecer
as prioridades, atribuir os recursos necessários ao cumprimento das missões,
empregar e manter o poder de combate de forma eficiente e dirigir os esforços
dos subordinados na consecução de objetivos claros e definidos. Requer,
também, grande liderança e capacidade para motivar e conduzir seus soldados
num combate continuado, fluido, extremamente móvel, em grandes frentes e a
grande profundidade.

3.5.4 Além dessas habilidades, o comandante da Bda Inf Mec deve ser capaz
de antecipar-se aos eventos, processar e selecionar uma grande quantidade
de informações, tomar decisões e atuar de forma mais precisa e rápida do que
o seu adversário.

3.5.5 O comandante deve ser capaz de visualizar a finalidade da operação e


transformar essa visão em diretrizes concisas e claras, de forma a orientar com
simplicidade as ações a realizar, formular o conceito da operação e
proporcionar à tropa as condições de concentrar o seu poder de combate no
ponto decisivo, com superioridade em relação ao inimigo.

3-6
EB70-MC-10.XXX

3.5.6 O comandante da Bda Inf Mec deve possuir a capacidade de traduzir


para os seus comandantes subordinados e para o seu EM, com clareza, a sua
intenção sobre o combate e os objetivos a atingir pela tropa. Deve assegurar-
se de que todos possuam um perfeito entendimento das tarefas críticas do
combate e de sua intenção.

3.5.7 Em princípio, o Cmt Bda Inf Mec poderá comandar até 05 (cinco)
Elementos de Combate, valor U, mais os elementos de Apoio ao Combate e
Apoio Administrativos, o que dependerá da ampliação da estrutura de C² da
Bda.

3.6 O ESTADO-MAIOR DA BRIGADA

3.6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

3.6.1.1 O EMG da Brigada assessora o seu comandante no planejamento, na


organização, no emprego dos comandos subordinados, na coordenação e no
controle das atividades da GU. Ele é composto pelo seu Chefe e pelo Estado
Maior Geral.

3.6.1.2 O EMG deve ter a capacidade de realizar um trabalho permanente no


controle do campo de batalha e apoiar a liderança que o comandante deve
exercer, com base em grande volume de informações e planejamento proativo,
a fim de antecipar as ações do adversário, considerando os fatores da decisão
e a busca pelos momentos culminantes da manobra.

3.6.1.3 As atuais condições do combate moderno, marcadas pelo emprego de


tropas de alta mobilidade, com massivo poder de fogo, somadas às ações
simultâneas desenvolvidas em toda a profundidade do campo de batalha,
imprimem uma dinâmica ainda maior do que a conhecida até então. Dessa
forma, o EM necessita atuar rapidamente, mesmo com informações
insuficientes.

3.6.1.4 Caso a Bda Inf Mec constitua o Cmdo de uma FTC, seu EM deve ser
organizado para constituir as células necessárias ao conveniente exercício do
Comando e Controle das Operações.

3.6.2 O ESTADO-MAIOR GERAL (EMG)

3.6.2.1 O EMG assessora o comandante, coordenando planos, funções e


operações dos elementos de combate, apoio ao combate e apoio logístico que
compõem a Bda Inf Mec. Também, coordena as atividades visando assegurar
o mais eficiente emprego da força como um todo.

3-7
EB70-MC-10.XXX

3.6.2.2 É organizado em seções que, geralmente, correspondem aos campos


de atividades diretamente relacionadas às funções de combate. Compõe-se
dos chefes de seções, que são chamados oficiais do EMG, com seus oficiais
adjuntos e demais auxiliares.

3.6.2.3 O EMG da Bda Inf Mec é constituído por seis seções: a 1ª Seção –
Pessoal; 2ª Seção – Inteligência; 3ª Seção – Operações, 4ª Seção – Logística;
Seção de Cooperação Civil-Militar; e a Seção de Doutrina e Lições Aprendidas.

3.6.3 ASSESSORES ESPECIAIS DO CMT BDA E DO ESTADO-MAIOR


GERAL

3.6.3.1 Os comandantes de todas as unidades e subunidades de apoio ao


combate e de apoio logístico da brigada e os comandantes das subunidades
do batalhão logístico são os responsáveis por prestar o assessoramento
especial ao Comandante da Brigada e ao Estado-Maior Geral nas diversas
funções de combate.

3.6.3.2 São considerados assessores especiais, também, os comandantes das


U e SU de apoio ao combate e logística, colocadas em apoio, reforço ou
integração à brigada, em suas áreas de atuação, pelo tempo em que durar
essa situação.

3.6.4 CARACTERÍSTICAS E CAPACIDADES DO ESTADO-MAIOR DA BDA


INF MEC

3.6.4.1 Os integrantes do EM de uma Bda Inf Mec devem estar capacidados à


assessorar o Cmt GU num combate dinâmico, muito móvel, conduzido em
largas frentes e grandes profundidades, no qual situação tática pode ser
alterada rapidamente, sendo necessário planejar continuamente e realizar um
cerrado controle de todas as ações da brigada. A velocidade do combate
mecanizado e a incerteza sobre as ações do inimigo exigem que o Estado-
Maior da Bda Inf Mec seja proativo, tenha a capacidade de antecipar-se às
ações do inimigo, possa processar um grande volume de informações e tenha
perfeito conhecimento das intenções de seu comandante sobre o combate.

Figura 3-3 Tarefa de Condução e Gestão do Conhecimento e das


Informações
3-8
EB70-MC-10.XXX

3.6.4.2 Essa dinâmica do combate mecanizado exige, também, que os


integrantes do EM da Bda Inf Mec tenham condições de, rapidamente, adaptar-
se às mudanças, mesmo com informações insuficientes. São capacidades
desejáveis do EM de uma Bda Inf Mec e de seus integrantes, dentre outras:
a) atuar de forma centralizada ou descentralizada;
b) planejar contínua e permanentemente;
c) possuir rápida recuperação física e mental de seus integrantes;
d) atuar segundo procedimentos padronizados, de forma a facilitar e dar
rapidez ao trabalho;
e) racionalizar o ciclo de informação, análise, tomada de decisão e ação;
f) interagir fisicamente ou de forma virtual com o Cmt GU e os Cmt
subordinados;
g) desenvolver e manter a interoperabilidade, a fim de facilitar o
relacionamento com as outras Forças Armadas, agências civis e instituições,
na busca da otimização do emprego de recursos humanos e materiais, durante
a execução de uma missão, adestramento ou instrução;
h) trabalhar constantemente com base em ordens fragmentárias e missões
pela finalidade;
i) analisar e trabalhar, simultaneamente, um grande número de informes e
informações em tempo real;
j) ter a mesma mobilidade dos elementos de combate da brigada; e
k) operar, com desenvoltura, o equipamento tecnológico apropriado para a
tomada de decisões e acompanhamento da situação tática.

3.6.4.3 O EM apoia e assessora o comandante e os comandantes


subordinados da brigada, participa da tomada de decisões e de sua
implementação, durante a condução das operações, por intermédio da
execução das seguintes tarefas básicas:
a) conduzir o processo de operações: planejar, preparar, executar e avaliar as
operações;
b) conduzir a gestão do conhecimento e o gerenciamento de informações; e
c) sincronizar os recursos relacionados à informação.

3.6.5 APOIO AO COMANDO E AO ESTADO-MAIOR

3.6.5.1 O Comando da Brigada conta, ainda, com 01 (uma) Ajudância-Geral,


01 (uma) Seção Administrativa, 01 (uma) Assessoria de Apoio para Assuntos
Jurídicos e 01 (uma) Seção de Tecnologia da Informação.

3.6.5.2 Essas seções, ajudância e assessoria apoiam administrativamente o


comando e o EM da brigada, dando o suporte em suas especialidades para a
execução do C² e funcionamento das demais seções.

3-9
EB70-MC-10.XXX

3.7 PROCESSO DE PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DAS OPERAÇÕES


TERRESTRES (PPCOT)

3.7.1 O PPCOT E O PLANEJAMENTO DA BDA INF MEC

3.7.1.1 O PPCOT constitui o meio segundo o qual o comandante da Bda Inf


Mec desenvolve uma das principais atividades da função de combate C²: o
exercício da autoridade, visando ao cumprimento de uma missão.

3.7.1.2 Alguns assuntos relacionados ao PPCOT como a intenção do


comandante, a missão pela finalidade e a sincronização serão abordados de
forma sumária neste capítulo, a fim de enfatizar a sua importância para o
planejamento e a condução do combate mecanizado.

3.7.1.3 Para mais detalhes desse processo e de sua aplicação ao


planejamento e a condução das operações da Bda Inf Mec, deve ser
consultado o Manual de Campanha – EB20-MC-10.211 Processo de
Planejamento e Condução das Operações Terrestres (1ª Ed, 2014).

Figura 3-4 Sequência do Exame de Situação do Comandante.

3.7.2 A INTENÇÃO DO COMANDANTE

3.7.2.1 No combate mecanizado, é fundamental que os comandantes


subordinados (em todos os níveis) tenham condições de prosseguir no
combate, cumprindo a missão recebida, mesmo que as ligações com o seu
comando enquadrante tenham sido cortadas em função da atuação do inimigo
ou por falha técnica dos equipamentos.

3-10
EB70-MC-10.XXX

3.7.2.2 Para que isso seja possível e se torne realidade, é necessário que
todos tenham um perfeito entendimento da intenção do comandante sobre a
missão e da forma de cumpri-la, a partir das ordens recebidas. Os
comandantes (em todos os níveis), conhecendo a intenção de seu comandante
e o conceito da operação, podem realizar suas ações com mais iniciativa e
oportunidade, com uma menor dependência dos meios de comunicações. A
intenção vincula a missão, o conceito de operações e as tarefas das unidades
subordinadas.

3.7.2.3 É importante que os comandantes das peças de manobra da brigada, e


das demais U e SU de apoio ao combate e de apoio logístico, conheçam e
tenham perfeito entendimento da intenção do seu Cmt Bda.

3.7.2.4 O Cmt Bda Inf Mec deve ter um perfeito entendimento do significado de
sua intenção para o trabalho de seu EM, desde a Fase 01 do PPCOT
(conforme Fig 3-4), e para os comandos subordinados. O comandante deve
definir pessoalmente a sua intenção, regulando o propósito; o objetivo; as
principais atividades e tarefas a executar; e, principalmente, definir claramente
o Estado Final Desejado (EFD) para a missão da brigada.

3.7.3 A MISSÃO PELA FINALIDADE

3.7.3.1 A tropa mecanizada deve ser instruída e adestrada para receber


grande parte de suas missões em combate pela finalidade, em função do ritmo
e da velocidade intensa que caracterizam o combate mecanizado.

3.7.3.2 É de grande importância para a condução do combate mecanizado que


o Cmt Bda Inf Mec, ao atribuir uma missão pela finalidade, assegure-se que as
instruções que estão sendo transmitidas estejam focadas na operação e que
deleguem aos subordinados o detalhamento das atividades, tarefas e ações
relacionadas a essa missão.

3.7.4 SINCRONIZAÇÃO

3.7.4.1 Considerações gerais

3.7.4.1.1 A Sincronização se refere ao arranjo de ações militares no tempo, no


espaço e em termos de propósito, alinhado com as funções de combate,
destinado à produção de um máximo poder relativo de combate em um dado
lugar e em um dado momento decisivo. Algumas atividades que o comandante
sincroniza em uma operação podem ocorrer antes do momento decisivo. A
sincronização visa a obter poder de combate vencedor.

3-11
EB70-MC-10.XXX

3.7.4.1.2 O dinamismo do combate mecanizado diminui os prazos disponíveis


para a tomada das decisões, tornando imprescindível a estreita sincronização
dos meios postos à disposição do Cmt Bda para a obtenção do êxito nas
operações.

3.7.4.1.3 A sincronização é um poderoso fator multiplicador do poder de


combate. O inimigo terá muito mais dificuldade em resistir às ações da Bda Inf
Mec se tiver que enfrentar, simultaneamente, seu ataque terrestre,
devidamente apoiado por meios aéreo, fogos diretos e indiretos; se as suas
redes de comando e suas comunicações sofrerem eficaz bloqueio eletrônico;
se o seu apoio de fogo for submetido a um preciso fogo de contrabateria; se as
ações da tropa mecanizada forem complementadas por assalto aeromóvel ou
aeroterrestre, a fim de isolar o campo de batalha, impedir a chegada de
reforços ou dificultar a movimentação de suas reservas; e se suas instalações
logísticas e de comando forem submetidas a preciso e constante fogo de
artilharia. O escalonamento no tempo dessas ações pode levar o inimigo ao
colapso em curto prazo, pois a soma dos efeitos será maior do que se as
ações fossem sucessivas.

3.7.4.1.4 A sincronização requer estreita coordenação entre vários elementos e


atividades que participam de uma operação. Contudo, por si só, essa
coordenação não é garantia de sincronização, a não ser que o comandante
primeiro visualize os efeitos desejados e qual a sequência de atividades que os
produzirá.

3.7.4.2 A Sincronização na Bda Inf Mec

3.7.4.2.1 O Cmt Bda Inf Mec, normalmente, sincroniza suas operações:


a) assegurando-se de que seus meios de inteligência de combate estão
ajustados às necessidades do comandante e que responderão a tempo de
influenciarem nas decisões e na operação;
b) determinando qual será o esforço principal e carreando os meios
necessários para estes elementos;
c) coordenando a manobra com os meios de apoio ao combate e de apoio
logístico disponível;
d) utilizando a estimativa logística para assegurar-se que os meios necessários
estarão disponíveis e alocados;
e) emassando rapidamente seu poder de combate no ponto decisivo para obter
a surpresa, a massa e uma efetiva ação de choque, sem demoradas
explanações e expedições de ordens;
f) planejando “à frente”, para explorar as oportunidades criadas pelo sucesso
tático;
g) permitindo uma execução descentralizada das operações;
h) utilizando as ferramentas da sincronização; e
i) conduzindo ensaios de sincronização.

3-12
EB70-MC-10.XXX

3.7.4.2.2 O Ch EM da Bda tem papel fundamental, sendo o sincronizador da


brigada e o responsável pela condução desse processo. O EM precisa
conhecer a intenção do comandante, pois é o EM que faz grande parte do
plano de sincronização acontecer. A sincronização deve estar sempre na
mente dos comandantes em todos os níveis e, a partir daí, no planejamento e
na coordenação de movimento, fogos e atividades de apoio. O objetivo da
sincronização é usar cada meio disponível onde, quando e da maneira que
possa melhor contribuir para obter a superioridade no local em momentos
decisivos. Os ensaios são importantes para o êxito de operações
sincronizadas.

3.7.4.2.3 Nas operações da Bda Inf Mec em que as distâncias entre os


diversos elementos normalmente são grandes, somente um sistema de
comunicações eficiente pode viabilizar a sincronização das ações. No entanto,
além desse fator, é fundamental que o Estado-Maior Geral e os assessores
especiais do Cmt e do EMG estejam atentos para as consequências e reflexos
das ações planejadas, de forma a alterá-las, quando necessário, para viabilizar
a desejada simultaneidade das ações.

3.7.4.2.4 No processo de sincronização da Bda Inf Mec, normalmente, são


utilizadas as seguintes ferramentas:
a) Matriz da Sincronização; e
b) Planilha de Acompanhamento do Combate.

3.7.4.2.5 Matriz da Sincronização


a) É um documento empregado pelo EM da Bda na visualização e no ensaio
de todas as ações a serem realizadas antes, durante e após o combate. Esse
documento não é padronizado, podendo ser adaptado ao sistema de trabalho
do EM da Bda ou da operação a ser conduzida. Em princípio, constitui-se
numa planilha de dupla entrada onde, na coluna vertical, são lançados os
eventos e o faseamento do combate, a situação do inimigo, as funções de
combate, os meios disponíveis e as ações de dissimulação e simulação
previstas para a operação e, na coluna horizontal, são lançados o tempo ou o
faseamento da operação. É feita uma interação destas duas colunas, reagindo-
se cada sistema com o faseamento da operação/tempo, considerando-se a
interferência do inimigo, do terreno, das condições meteorológicas e de outros
dados que podem interferir no cumprimento da missão.
b) A matriz de sincronização pode ser utilizada para suplementar o calco de
operações e ordens verbais. O preenchimento da matriz não substitui a ordem
de operações para o cumprimento da missão. O Anexo B do Manual de
Campanha EB20-MC-10.211 – Processo de Planejamento e Condução das
Operações Terrestres (1ª Ed, 2014), apresenta um exemplo de matriz de
Sincronização de uma Divisão de Exército.

3-13
EB70-MC-10.XXX

3.7.4.2.6 Planilha de Acompanhamento do Combate


a) É um documento de trabalho empregado pelas seções de EM e elementos
de combate, de apoio ao combate e logístico.
b) Nessas planilhas são sintetizadas as ações, atividades e atuações de cada
sistema operacional, visando a facilitar o acompanhamento das ações do
combate e realizar o Exame de Situação continuado e planejamentos dele
decorrentes.
c) O emprego dessas planilhas permite maior rapidez na introdução das
correções que se façam necessárias durante o combate, no planejamento
inicial.

3.7.4.2.7 O processo de sincronização na Bda Inf Mec deve ser conduzido, em


princípio, em três fases distintas:
a) durante o planejamento da operação;
b) durante o ensaio da operação; e
c) durante o combate.

3.7.4.2.8 A sincronização da manobra, do apoio ao combate e do apoio


logístico, realizada durante a fase inicial de planejamento, é conduzida pelo
comandante da Bda Inf Mec, auxiliado pelo seu EM. Nesta fase são planejadas
as ações a realizar e como estas ações ocorrerão.

3.7.4.2.9 Encerrada a fase de planejamento e com a ordem de operações já


elaborada, é realizado um ensaio da operação, conduzido pelo Ch EM e com a
presença do EM, Cmt OM e dos elementos de apoio ao combate e apoio
logístico. Nesse ensaio, todas as ações previstas para o combate interagem
com a provável atuação do inimigo, possibilitando a introdução de
modificações que venham a contribuir para a execução do planejamento inicial.
A finalidade desse ensaio, além de ajustar o planejamento, é garantir que
todos os elementos do EM, comandantes subordinados, elementos de apoio
ao combate e apoio logístico reforcem a intenção do comandante,
compreendam o conceito da operação, saibam o que fazer em todas as fases
do combate e qual a missão de todos os elementos subordinados da Bda.

3.7.4.2.10 O ensaio de sincronização tem início com o E2 expondo todos os


dados e conhecimentos disponíveis sobre o terreno, as condições
meteorológicas e o inimigo; e de que forma se espera que interfiram na
operação. Em seguida, e para cada fase da operação, os oficiais responsáveis
pelas funções de combate (manobra, apoio de fogo, engenharia, C², logística e
defesa antiaérea) e os comandantes subordinados expõem como atuarão
durante a fase considerada. O E2 passa a atuar como se fosse o comandante
inimigo (com base nos dados e conhecimentos disponíveis sobre efetivos,
equipamentos, doutrina, dentre outros), interferindo na explanação de cada
responsável por função de combate, procurando neutralizar o planejamento de
cada um destes sistemas, levando o EM a modificar o planejamento inicial. Ao
final do ensaio, e tendo certeza da viabilidade da operação e de que todos
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EB70-MC-10.XXX

sabem o que fazer, o Ch EM dá por encerrada essa fase da sincronização e


informa ao comandante da Bda os resultados obtidos, se este não tiver
acompanhado o ensaio.

3.7.4.2.11 O ensaio poderá ser apoiado por intermédio da utilização da


Simulação Construtiva.

3.7.4.2.12 Ao iniciar-se o combate, o Ch EM passa a conduzir a terceira fase


da sincronização no Posto de Comando Principal (PCP). Ele mantém-se
informado da situação tática e logística da Bda, do Esc Sp e dos elementos
vizinhos, realizando um Exame de Situação continuado, com o apoio do E2 e
dos demais elementos do EM, quando necessário. Com base neste Exame de
Situação, ele introduz modificações no planejamento inicial, após contato com
o Cmt Bda Inf Mec, agilizando a resposta dos elementos necessários, face à
mudança da situação tática ou logística.

3.8 POSTOS DE COMANDO

3.8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

3.8.1.1 Posto de Comando (PC) é a denominação genérica empregada pelas


organizações operativas, nos diversos escalões, para o exercício do comando
nas operações militares. Normalmente, os postos de comando são
desdobrados no interior de um teatro de operações ou de uma área de
operações.

3.8.1.2 O PC compreende as instalações e os meios necessários para que o


comandante e seus órgãos auxiliares possam exercer suas atividades.

3.8.2 ESCALONAMENTO DOS POSTOS DE COMANDO

3.8.2.1 O escalonamento dos postos de comando da Bda Inf Mec tem o


objetivo de estabelecer sistemas de C² específicos para operações e para
atividades logísticas. Esse escalonamento ocorre em função do tempo
disponível, das características da área de operações, das possibilidades do
inimigo e da situação tática exigida.

3.8.2.2 Os postos de comando da Bda Inf Mec podem ser escalonados em


Posto de Comando Principal e o Posto de Comando Tático e, independente do
escalonamento, deve haver um Posto de Comando Alternativo.

3.8.2.2.1 Posto de Comando Principal (PCP)


a) É o órgão de C² voltado, particularmente, para o planejamento e
coordenação das operações táticas correntes e futuras.

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b) Presta o apoio de C² recebendo todas as informações operativas, incluindo


aquelas relacionadas às atividades logísticas.

3.8.2.2.2 Posto de Comando Tático (PCT)


a) É a instalação de C² de constituição leve e com grande mobilidade, dotada
de reduzido pessoal e material, instalados em veículos com mobilidade e
proteção blindada compatível com a dos Elm de 1º Escalão.
b) A sua missão é conduzir operações em curso, fornecendo, em interação
com o PCP, informações em tempo real e a consciência situacional do campo
de batalha ao comando da Bda.

3.8.2.2.3 Posto de Comando Alternativo (PC Altn)


a) O Posto de Comando Alternativo é uma estrutura de C² prevista para
qualquer escalão e ativada mediante ordem, emergência ou eventual
destruição do Posto de Comando Principal vigente.
b) Normalmente, é o Posto de Comando ou a Zona de Reunião de um escalão
subordinado que não esteja empregado em 1º escalão.

3.8.3 POSTO DE COMANDO PRINCIPAL

3.8.3.1 Composição do PCP

3.8.3.1.1 O PCP/Bda Inf Mec é constituído, normalmente, pelo Cmt e pelo seu
EM pessoal, pelo Ch EM, pelas seções de EMG, pelo centro de coordenação
de apoio de fogo (CCAF) - composto por elementos do estado-maior geral e de
ligação, pelos oficiais de ligação e pelos elementos do escalão superior,
conforme a situação.

3.8.3.1.2 As 2ª e 3ª seções do EM da Bda, normalmente engajadas de forma


direta nas operações táticas, operam de maneira integrada no PCP. Em
situações muito dinâmicas e a critério do Cmt Bda, os chefes ou os adjuntos
dessas seções integram o PCT para acompanhar o Cmt Bda em locais mais
próximos da linha de contato (LC) ou do Limite Anterior da Área de Defesa
Avançada (LAADA) ou, ainda, o local que o Cmt Bda julgar necessário para
melhor exercício do C².

3.8.3.1.3 Na área do PCP, para apoiar o Cmt Bda e seu EM, encontram-se a
Companhia de Comando e a Companhia de Comunicações Mecanizada,
menos os elementos dessas SU, quando desdobrados, no centro de
comunicações do PC Altn e no PCT. Pode estar, também, na área do PCP
elementos do Pel PE Mec. Uma Seção da Bateria de Artilharia Antiaérea
Mecanizada (Bia AAAe Mec) estará desdobrada em posições adjacentes ao
perímetro da area do PC, provendo a DAAe.

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3.8.3.2 Localização do PCP

3.8.3.2.1 A Bda Inf Mec pode desdobrar seu PC de maneira centralizada ou


ainda desdobrar 02 (dois) Postos de Comando (Principal e Alternativo), um
para atender às operações e outro para ser ativado mediante ordem,
emergência ou eventual destruição do PCP. Nas ações de alta mobilidade é
muito comum a Bda Inf Mec desdobrar 02 (dois) Postos de Comando, com a
finalidade de manter o comando e controle, durante as mudanças de posição.

3.8.3.2.2 Cabe ao E3, assessorado pelo Oficial de Comunicações e Eletrônica


(O Com Elt), propor ao Cmt Bda a localização dos Postos de Comando para
determinada operação. Cabe ao E1, em ligação com o Comandante da
Companhia de Comando da Bda e com o O Com Elt, planejar o local exato e
selecionar a disposição das instalações do PCP.

3.8.3.2.3 A localização do PC deve permitir o exercício do C² pelo Cmt Bda.


Para isso, diversos fatores devem ser considerados, particularmente a situação
tática, o terreno, a segurança e as Comunicações.

3.8.3.2.4 Com relação à “situação tática” o PC deve buscar atender os


seguintes aspectos:
a) orientar-se na direção do esforço principal ou frente mais importante. Nas
operações de movimento, deve permitir acompanhar o deslocamento de
elemento de manobra empregado na ação principal e, se necessário, facilitar a
rocada para a ação secundária;
b) prover o apoio cerrado aos elementos subordinados;
c) proporcionar espaço para desdobramento dos elementos e outras
instalações que integram a Z Aç da Bda; e
d) estar próximo e ter acesso a local onde possa ser instalado posto de
observação para o Cmt Bda.

3.8.3.2.5 Com relação ao “terreno” o PC deve buscar atender os seguintes


aspectos:
a) ter facilidade de acesso;
b) ter boa circulação interna para pessoal e viaturas;
c) possuir área compatível para a dispersão entre as instalações do PC e OM
justapostas;
d) apresentar, se possível, instalações ou edificações;
e) estar apoiado em rede de estradas que permita deslocamentos rápidos nas
mudanças de PC e/ou desdobramento do PCT; e
f) favorecer a adoção das medidas de controle de pessoal e material.

3.8.3.2.6 Com relação à “Segurança” o PC deve buscar atender os seguintes


aspectos:
a) ter proteção de massa cobridora e ser desenfiado face ao inimigo;

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b) estar coberto ou possuir facilidades de camuflagem natural;


c) estar próximo de U ou SU de arma base;
d) permitir a dispersão de órgãos e unidades no terreno, de modo a não criar
alvos compensadores para o inimigo;
e) estar dentro da distância de segurança, medida da linha de contato em
operações ofensivas, e da orla anterior dos últimos núcleos de aprofundamento
da Bda nas operações defensivas. Para a definição desta distância, considerar
as possibilidades do inimigo, particularmente o alcance dos seus fogos
terrestres;
f) estar afastado de flancos expostos e de caminhos favoráveis à infiltração
inimiga; e
g) estar distanciado de possíveis alvos de interesse ao inimigo.

3.8.3.2.6 Com relação às “Comunicações” o PC deve buscar atender os


seguintes aspectos:
a) dispor de recursos de telecomunicações civis ou militares no local;
b) estar afastado de fontes de interferências naturais ou artificiais;
c) atender ao alcance dos meios de transmissão orgânicos;
d) permitir equilíbrio de distâncias para o sistema de comunicações da Bda;
e) não conter obstáculos ao estabelecimento dos meios de transmissão;
f) permitir instalação de sítio de antenas, atendendo às necessidades técnicas
e táticas; e
g) possuir local para o pouso de helicópteros e/ou ter acesso a aeródromo.

3.8.4 POSTO DE COMANDO TÁTICO (PCT)

3.8.4.1 O PCT deve atender primordialmente às necessidades táticas e


técnicas que justificam o seu desdobramento. Portanto, não obedece a pré-
requisitos.

3.8.4.2 Para manter a segurança e continuidade do C², o PCT/Bda pode


localizar-se em qualquer parte da Z Aç, inclusive justapor-se a um PC de
elemento subordinado.

3.8.5 POSTO DE COMANDO ALTERNATIVO (PC Altn)

3.8.5.1 O PC Altn deve ficar em condições de assumir as funções do PCP. O


PC ou Z Reu de um Elm Subd, preferencialmente de valor U, que não esteja
empregado em 1º escalão pode ser designado como PC Altn sendo, nesse
caso, reforçado em pessoal e material da Cia Com Mec. Normalmente, o PC
do GAC Mec é o PC Altn do PCP da brigada.

3.8.5.2 A designação do PC Altn deve obedecer aos mesmos princípios


observados na escolha do PCP, ainda, com fácil acesso no caso de uma
desocupação em caráter de urgência do PCP.

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3.9 LIGAÇÕES E COMUNICAÇÕES

3.9.1 LIGAÇÕES NECESSÁRIAS

3.9.1.1 As ligações necessárias são constituídas pelos contatos diretos ou


indiretos, que devem ser estabelecidos entre um determinado escalão e outros
envolvidos em uma atividade ou operação militar, indispensáveis para o
exercício do C².

Fig 3-5 Ligações necessárias

3.9.1.2 As ligações necessárias permitem o exercício do C², no âmbito da Bda


Inf Mec, a sua integração ao sistema de C² do escalão superior e a conexão
com os elementos subordinados, vizinhos, apoiados, em apoio, em reforço e,
quando for o caso, de outras forças singulares.

3.9.1.3 A responsabilidade pelas ligações necessárias obedece aos seguintes


princípios:
a) o escalão superior tem a responsabilidade pela ligação com seus escalões
diretamente subordinados, incluindo-se os recebidos em reforço ou em
integração;
b) o elemento que apoia é responsável pela ligação com o apoiado. Nas
operações de substituição, a tropa substituída fornece o apoio; e
c) entre elementos vizinhos, caso não haja instruções específicas, a
responsabilidade é do elemento da esquerda, considerando-se o observador
posicionado com a sua frente voltada para o inimigo.

3.9.1.4 As ligações têm que permitir o compartilhamento da Consciência


Situacional em todos os níveis de comando, viabilizando a Guerra Centrada
em Redes, o que somente é possível se os Sistemas de Comunicações
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estruturarem-se com interoperabilidade.

3.9.2 COMUNICAÇÕES

3.9.2.1 O Comandante da Companhia de Comunicações Mecanizada é o


Oficial de Comunicações e Eletrônica da Bda Inf Mec que assessora o Cmt e o
EM em todos os aspectos relativos às comunicações guerra eletrônica e guerra
cibernética. Além disso, planeja, coordena e supervisiona as atividades de
comunicações de todos os elementos da brigada. A Cia Com Mec é
encarregada da instalação, exploração, manutenção e proteção do sistema de
comunicações e eletrônica da GU.

3.9.2.2 O E3, perante o Cmt Bda Inf Mec, é o responsável pelo planejamento
das demandas para o Sistema de Comunicações da Brigada, contando, para
tal, com o assessoramento do Cmt Cia Com Mec.

3.9.2.3 Os meios de comunicações materializam as ligações citadas no item


3.8. O sistema de comunicações da Bda Inf Mec deve, simultaneamente,
atender a todos os princípios de emprego das comunicações, moldando-se
tecnicamente às circunstâncias táticas no contexto do amplo espectro dos
conflitos.

3.9.2.4 Esses meios têm possibilidades e limitações diferentes e são


empregados de forma complementar, aumentando a confiabilidade do sistema
de comunicações da brigada, evitando que haja dependência exclusiva de
qualquer um deles. Os meios mais empregados pela Bda Inf Mec devem ser os
que proporcionem, além da confiabilidade, o máximo de flexibilidade,
segurança e rapidez.

3.9.2.5 A composição do Sistema de Comunicações da Bda Inf Mec


compreende, basicamente:
a) os Centros de Comunicações de Comando (C Com Cmdo), instalados no
PCP e no PC Altn da Bda;
b) o sistema de enlace por meio rádio, que é estruturado pela propagação por
meio de ondas eletromagnéticas, compõe-se, basicamente, por transceptor
(transmissor-receptor) e antena. Permite maior flexilidade e rapidez de
instalação, facilitando as comunicações em operações de movimento e em
situações de emergência;
c) o meio mensageiro militar ou civil, preferencialmente treinado para conduzir
a mensagem, ou material, a pé ou utilizando qualquer meio de transporte
disponível para locomoção. Este é o mais antigo e o mai seguro meio de
comunicações;
d) os meios acústicos, considerados como meios de comunicações
suplementares;
e) os meios visuais, destinados à sinalização a curta distância, segundo um
código preestabelecido, são exemplos de meios visuais: aparelhos de
sinalização visual, produtores e receptores de radiação infravermelha,
3-20
EB70-MC-10.XXX

pirotécnicos, bandeirolas, gestos ou mesmo manobras de aviões; e


f) os meios diversos, que incluem o porta-mensagens, a mensagem lastrada e
o apanha-mensagens, além de todos os outros meios não enquadrados nas
demais classificações.

3.9.2.6 O emprego dos meios de comunicações, principalmente os emissores


eletromagnéticos de comunicações e não comunicações, deve sempre
considerar as possibilidades da Guerra Eletrônica e Guerra Cibernética do
inimigo.

Fig 3-6 Rede de Comunicações de uma Bda Inf Mec

3.9.3 A INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS

3.9.3.1 O sistema de comunicações da brigada é composto pelo Sistema de


Comunicações de Comando (SCC) e o Sistema de Comunicações de Área
(SCA) e ambos interoperam com os sistemas dos demais escalões.

3.9.3.2 As U e SU subordinadas à brigada estabelecem os respectivos


sistemas de comunicações de comando com os meios orgânicos, cabendo à
Bda Inf Mec integrá-los ao seu sistema de comunicações.

3-21
EB70-MC-10.XXX

CAPÍTULO IV

MOVIMENTO E MANOBRA

4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

4.1.1 A função de combate movimento e manobra constitui-se em um dos


elementos do poder de combate terrestre a ser aplicado para a execução de
operações militares. Caracteriza-se pela capacidade de deslocar ou dispor
forças de forma a colocar o inimigo, no momento e local adequados, em
desvantagem relativa e, assim, atingir os resultados decisivos. Dessa forma,
contribui para obter a superioridade, aproveitar o êxito alcançado e para
preservar a liberdade de ação, bem como reduzir as próprias
vulnerabilidades.

4.1.2 Ela compreende um conjunto de atividades direcionadas ao emprego


das forças operativas mediante a combinação do movimento, manobra, fogo
e combate aproximado para se alcançar uma situação de vantagem frente ao
oponente para vencer o combate.

4.1.3 A Brigada de Infantaria Mecanizada constitui-se em importante


elemento de combate da força terrestre, tendo em vista suas características
de grande mobilidade tática, relativa potência de fogo, proteção blindada e
ação de choque, com o propósito de cumprir as mais variadas missões
quando empregada nas operações militares (básicas e complementares) em
amplo espectro.

4.1.4 As operações são ações militares, expressas em ações táticas,


relacionadas e concebidas para atingir um objetivo, no todo ou em parte.

4.1.5 Nas operações, a função de combate movimento e manobra é praticada


pelo comandante da brigada, coordenando a execução das atividades
relacionadas à ela, com o intuito de posicionar de maneira vantajosa suas
forças operativas em relação ao inimigo para vencer o combate.

4.1.6 As atividades relacionadas ao movimento terão ampla participação e/ou


responsabilidade do comandante, pois essas atividades estão ligadas às
áreas de concentração estratégica, zonas de reunião para as tropas bem
como os terminais de embarque e desembarque existentes dentro de sua
área de responsabilidade.

4-1
EB70-MC-10.XXX

4.1.7 As atividades relacionadas com a manobra buscam uma vantagem


tática sobre o oponente dentro da área de responsabilidade, mediante o
emprego integrado e sincronizado dos elementos operativos, cujas
necessidades devem ser levantadas pelo comandante da brigada e seu
estado-maior.

4.1.8 Essa vantagem tática está diretamente relacionada com o poder de


combate que foi gerado e como ele se encontra disponível para o comandante,
que passa a estimar e assumir riscos, em função do ambiente operativo e do
oponente, buscando atender ao princípio de guerra da Economia de Meios.

4.1.9 As atividades da função de combate movimento e manobra devem estar


alinhadas com o conceito de operações do escalão superior. Esse alinhamento
é necessário para que haja apoio entre as forças em presença. Alguns
aspectos específicos nessa função de combate merecem atenção especial
como o deslocamento e a concentração estratégica, o desdobramento dos
elementos operativos dentro do TO/A Op, a integração dessas forças em
desdobramento e da manobra com os fogos.

4.1.10 O esquema de manobra deverá abordar todas as atividades previstas


para o emprego da Bda em determinada operação, atendendo à intenção do
comandante e privilegiando os esforços prioritários, sendo normalmente
determinados um esforço principal, esforço(s) secundário(s) e reserva(s).

4.1.11 O planejamento da função de combate movimento e manobra nas


operações consiste, portanto, na determinação da sequência de execução das
atividades, selecionando quando serão simultâneas e quando serão
sucessivas, para atingir o Estado Final Desejado (EFD).

4.1.12 O faseamento da manobra é uma ferramenta de planejamento utilizada


para dividir uma operação em etapas, conforme o esforço preponderante a ser
realizado, a fim de facilitar a sua execução. A mudança de fase normalmente
envolve uma alteração na missão, na organização para o combate ou nas
regras de engajamento.

4.1.13 A função movimento e manobra encontra-se presente no ambiente


conjunto, interagências e multinacional. Concentra-se nas atividades
relacionadas à prontidão operativa, concentração estratégica, desdobramento,
integração, manobra tática, apoio de fogo orgânico e reversão das forças.

4.1.14 A função de combate movimento e manobra, à semelhança das demais


funções descritas na doutrina em vigor, visa permitir ao componente terrestre
cumprir sua missão operativa, relacionando a modalidade de planejamento de
operações, que considera as funcionalidades das atividades às tarefas a serem
executadas na consecução do objetivo proposto. O êxito do movimento e da

4-2
EB70-MC-10.XXX

manobra está diretamente ligado à flexibilidade na organização de forças, ao


apoio logístico, ao adequado C², à mobilidade, ao grau de adestramento, à
qualidade do planejamento, à disciplina, à iniciativa e ao aproveitamento de
oportunidades no tempo e no espaço. Nas operações militares
contemporâneas, a manobra procura afetar a coesão do oponente, por meio de
variadas ações rápidas, localizadas e inesperadas. O inimigo é submetido a
uma situação de instabilidade, que provoca a deterioração da sua capacidade
de combate.

4.1.15 Outras informações sobre a função de combate Movimento e Manobra


poderão ser obtidas no Manual de campanha EB20-MC-10.203 Movimento e
Manobra, 1ª Edição, 2015.

4.2 OPERAÇÕES BÁSICAS

4.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

4.2.1.1 Os elementos da F Ter podem realizar três operações básicas:


ofensiva; defensiva e de cooperação e coordenação com agências.

4.2.1.2 As operações básicas podem ocorrer simultânea ou sucessivamente,


no amplo espectro dos conflitos, a fim de que sejam estabelecidas as
condições para alcançar os objetivos definidos e atingir o Estado Final
Desejado (EFD) da campanha.

4.2.1.3 A combinação de atitudes, a partir do escalão divisionário, confere aos


comandantes amplas possibilidades para o emprego de seus meios, exigindo
coordenação e proporcionando flexibilidade.

4.2.1.4 A intensidade dos conflitos varia em termos de tempo e espaço, sendo,


portanto, difícil descrever precisamente o tipo de operação preponderante na
campanha.

4.2.1.5 Os Manuais de Campanha EB70-MC-10.233 – Operações (5ª Ed,


2017); EB70-MC-10.202 – Operações Ofensivas e Defensivas (1ª Ed, 2017);
EB20-MC-10.201 – Operações em Ambiente Interagências (1ª Ed, 2013) e
EB70-MC-10.221 – Cooperação Civil-Militar (1ª Ed, 2017) apresentam
informações detalhadas sobre as operações militares.

4.2.2 OPERAÇÕES EM SITUAÇÃO DE GUERRA

4.2.2.1 Situação na qual o poder militar é empregado na plenitude de suas


características para a defesa da pátria, principal e mais tradicional missão das
Forças Armadas e para a qual devem estar permanentemente preparadas.

4-3
EB70-MC-10.XXX

4.2.2.2 As operações em situação de guerra utilizam todas as expressões do


Poder Nacional, com predominância da expressão militar, explorando a
plenitude de suas características de emprego da força. São as principais
operações para as quais as forças militares devem estar permanentemente
preparadas para atender conflitos que estejam no extremo do espectro
(guerra).

4.2.2.3 Para a F Ter, as operações em situação de guerra são as operações


ofensivas e defensivas (operações básicas) e se destinam à defesa da pátria.

4.2.2.4 Para a tropa blindada e mecanizada, o conceito operativo de maior


significado em situação de guerra é a “Guerra de Movimento”. Esse conceito,
junto com o conceito operativo básico do Exército Brasileiro, as “Operações no
Amplo Espectro”, condiciona toda a doutrina de emprego operacional da tropa
blindada e mecanizada.

4.2.2.5 A Guerra de Movimento preconiza a busca da decisão da batalha


terrestre por meio de ações ofensivas rápidas e profundas, convenientemente
apoiadas, orientadas sobre segmentos vulneráveis do dispositivo do inimigo e
conduzidas a cavaleiro dos eixos disponíveis, em frentes amplas e
descontínuas.

4.2.2.6 O quadro tático resultante possui grande dinamismo, conferido pela


importância da obtenção da surpresa, pela descentralização das operações e
pelo caráter fundamental da iniciativa, em todos os níveis de comando.

4.2.2.7 No conceito operativo Guerra de Movimento, o combate ocorre,


simultaneamente, no compartimento de contato, na área de segurança e na
área de retaguarda. Em função dessa característica, os comandantes não se
preocupam apenas com o combate aproximado, mas também com as ações
profundas que podem realizar, mediante operações aeromóveis e com
blindados, aplicação de fogos maciços em profundidade, infiltrações e
incursões. O que não significa que a Bda Inf Mec deve combinar atitudes, já
que o menor escalão que combina atitudes ofensivas, defensivas ou de
cooperação com agências é a DE.

4.2.2.8 Essas ações desequilibram todo o dispositivo inimigo, forçando-o a


lutar em mais de uma direção, obrigando-o a manter em reserva forças
potentes e móveis para fazer face às ameaças e, isolando-o de seus reforços e
apoios.

4.2.2.9 O combate da Guerra de Movimento é conduzido a cavaleiro dos eixos


rodoviários, o que leva à aceitação de brechas entre as posições ocupadas
pelas tropas. Essas brechas, muitas vezes apenas vigiadas, aumentam a não
linearidade do combate, criando vulnerabilidades no dispositivo das forças,

4-4
EB70-MC-10.XXX

que, devidamente exploradas, podem levar à decisão mais rápida do combate.


É o ambiente favorável às manobras de flanco, às incursões profundas e à
infiltração de tropas no dispositivo inimigo. É, também, o cenário ideal para o
emprego de tropas blindadas e mecanizadas.

4.2.2.10 No curso das operações, deve-se estabelecer um ritmo de combate


superior ao do adversário, com a finalidade de, quando o inimigo reagir, ser-lhe
apresentada uma nova ameaça para a qual não esteja preparado,
aproveitando todas as oportunidades que surjam. Estes são aspectos
fundamentais em uma guerra de manobra, a oportunidade e a surpresa,
obtidos por intermédio de um planejamento centralizado e uma execução
descentralizada, privilegiando a liberdade de ação e a iniciativa dos
comandantes, com base na consciência situacional. Nesse sentido, deve-se
dar ênfase à exploração da aproximação indireta, não meramente em termos
de movimento, mas também em termos de oportunidade, iniciativa, liberdade
de ação e definição do ponto decisivo de aplicação da força. A rapidez de
movimento das forças e a ação ininterrupta da manobra diminuem a
capacidade de reação do oponente, reduzindo a efetividade de suas ações,
podendo levá-lo a perder a iniciativa.

4.2.3 OPERAÇÕES EM SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

4.2.3.1 Em situação de não guerra, a expressão militar do Poder Nacional é


empregada de forma limitada, no âmbito interno e externo, sem que envolva o
combate propriamente dito, exceto em circunstâncias especiais, com aplicação
de partes das capacidades das forças operativas. Normalmente, o poder militar
será empregado em ambiente interagências, podendo a Bda Inf Mec não
exercer o papel principal

4.2.3.2 Em situações de não guerra, o Comando Militar de Área (C Mil A) é o


responsável pelo emprego das Forças Terrestres a ele diretamente
subordinadas (e daquelas porventura recebidas de outros comandos) e, ainda,
de tropas oriundas das outras Forças Singulares e auxiliares. Ressalta-se que
o C Mil A faz parte da estrutura da F Ter, mas não é considerado efetivamente
um escalão. É o grande comando com atribuições operacionais (preparo e
emprego), logísticas, administrativas e territoriais em sua área de
responsabilidade.

4.2.3.3 As Operações de Cooperação e Coordenação com Agências (OCCA)


são executadas, precipuamente, em situações de não guerra, mas podem ser
desencadeadas em situações de guerra, simultaneamente ou sucessivamente
com as operações ofensivas e defensivas

4-5
EB70-MC-10.XXX

4.3 OPERAÇÕES OFENSIVAS

4.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

4.3.1.1 As operações ofensivas (Op Ofs) são operações terrestres agressivas


nas quais predominam o movimento, a manobra e a iniciativa, para cerrar
sobre o inimigo, concentrar poder de combate superior, no local e no momento
decisivo, e aplicá-lo para destruir ou neutralizar suas forças por meio do fogo,
do movimento e da ação de choque. Obtido sucesso, passa-se ao
aproveitamento do êxito ou à perseguição.

Figura 4-1. Brigada de Infantaria Mecanizada empregada em Op Ofs.

4.3.1.2 A Bda Inf Mec, devido às características de suas tropas, como a grande
mobilidade, relativa proteção blindada, potência de fogo, ação de choque e
flexibilidade, além da capacidade de transposição de cursos de água, com
suas viaturas anfíbias, é apta para conduzir ações ofensivas caracterizadas
pela predominância do combate embarcado, maximizando o princípio da
surpresa, levando o combate aonde o inimigo não espera e não deseja.

4.3.1.3 A ofensiva é a ação decisiva de emprego da força militar no campo de


batalha, para impor a sua vontade sobre o inimigo que se concentra para o
combate de alta intensidade, representando o melhor caminho para se obter a
vitória.

4.3.1.4 O comandante tático deve evitar a parte mais forte do dispositivo


inimigo, atraí-lo para fora de suas posições defensivas, isolá-lo de suas linhas
de suprimento e forçá-lo a lutar numa direção não planejada e em terreno não
preparado para a defesa. Sempre que possível, deve-se procurar atuar sobre o
flanco e a retaguarda do inimigo. Somente em situações excepcionais devem
ser realizadas manobras frontais.

4-6
EB70-MC-10.XXX

4.3.1.5 As partes importantes do terreno são designadas como objetivos.


Entretanto, forças oponentes podem ser escolhidas como tal. A destruição do
inimigo é desgastante e pode ser contraproducente, pois o interesse não é,
necessariamente, derrotá-lo e sim conquistar os objetivos. O êxito será obtido
no momento em que se consiga neutralizar a sua vontade de combater com as
menores perdas amigas possíveis.

4.3.1.6 O planejamento e a execução das operações ofensivas são baseados


nos princípios de guerra, nos fatores da decisão e nos fundamentos da
ofensiva.

4.3.1.7 Os êxitos iniciais devem ser aproveitados instantaneamente e na maior


profundidade possível, com a finalidade de acentuar o desequilíbrio inicial do
inimigo, restringindo-lhe a capacidade de reagir, cerceando-lhe a liberdade de
ação e comprometendo sua vontade de lutar.

4.3.1.8 Operações de grande mobilidade, profundas e ininterruptas produzem,


com frequência, por meio de uma pressão constante e potente, o colapso do
inimigo e sua iminente destruição.

4.3.1.9 Para informações detalhadas sobre as principais características,


finalidades e fundamentos das operações ofensivas devem ser consultados os
Manuais de Campanha EB70-MC-10.233 Operações (5ª Edição, 2017) e
EB70-MC-10.222 Operações Ofensivas e Defensivas (1ª Edição, 2017).

4.3.2 TIPOS DE OPERAÇÕES OFENSIVAS

4.3.2.1 Considerações gerais - Em função de suas características, a Bda Inf


Mec pode conduzir as seguintes operações ofensivas: marcha para o combate;
reconhecimento em força; ataque; aproveitamento do êxito; e perseguição.

4.3.3 MARCHA PARA O COMBATE

4.3.3.1 Considerações Gerais

4.3.3.1.1 A Marcha para o Combate (M Cmb) é uma marcha tática que uma
força realiza na direção do inimigo, com a finalidade de obter ou restabelecer o
contato com ele e/ou assegurar vantagens que facilitem operações futuras.

4-7
EB70-MC-10.XXX

Fig 4-2 A Bda Inf Mec na Marcha para o Combate

4.3.3.1.2 O melhor aproveitamento do dispositivo, no momento do contato, é


obtido pela apropriada organização da força para o combate e pela manobra
dos seus componentes.

4.3.3.1.3 Este tipo de operação ofensiva é executado agressivamente para


apossar-se do objetivo, antes que o inimigo possa reagir.

4.3.3.1.4 A Bda Inf Mec conduz sua própria M Cmb ou a executa como parte de
uma força superior.

4.3.3.1.5 A M Cmb caracteriza-se pela execução descentralizada e pelo


emprego parcelado das forças. Normalmente, termina quando a resistência
inimiga exige o desdobramento e o esforço coordenado em uma ação
centralizada.

4.3.3.1.6 A melhor utilização da rede de estradas e do terreno é


particularmente enfatizada. São feitas previsões para a transposição de
obstáculos e para a rápida passagem em desfiladeiros.

4.3.3.1.7 A Bda Inf Mec, ao realizar uma M Cmb, avança frequentemente em


colunas múltiplas. Entretanto, quaisquer das formações básicas ou
combinações de formações podem ser empregadas pela Bda Inf Mec, sempre
considerando os fatores da decisão, bem como as vantagens e desvantagens
de cada tipo de formação a ser adotada. Os elementos orgânicos ou em
reforço adotam formações (ou variações dessas formações) que possibilitam o
cumprimento das missões que lhes forem atribuídas.

4.3.3.1.8 Preponderantemente, a iminência do contato e o terreno determinam


o grau de controle necessário. O controle deve permitir a pronta reação das
peças de manobra quando das mudanças de missão, de normas de marcha,

4-8
EB70-MC-10.XXX

de organização e de medidas de coordenação e controle.

4.3.3.1.9 A Força Aérea e Av Ex, quando empregadas em prol da Bda em


alguma forma de apoio ou conjuntamente, ampliam a segurança à frente e nos
flancos. Comumente é utilizada a missão de cobertura. Aeronaves de apoio
aerotático executam missões de reconhecimento, com a finalidade de auxiliar
na localização de unidades inimigas, obstáculos, emboscadas ou movimentos
no interior da Z Aç, e proveem informes sobre o terreno por onde a força deve
deslocar-se.

4.3.3.1.10 Forças aeromóveis, quando disponíveis, asseguram o controle de


acidentes capitais do terreno essenciais ao avanço ininterrupto da GU. A
disponibilidade de meios que permitam mobilidade aérea aumenta a
capacidade de pronta reação da reserva no decurso da operação. Elementos
de Av Ex, em apoio à Bda Inf Mec, podem ser empregados no reconhecimento
e na segurança aeromóvel.

4.3.3.2 Classificação das M Cmb

4.3.3.2.1 As M Cmb classificam-se quanto à segurança (coberta ou


descoberta), o dispositivo adotado (coluna ou linha) e a possibilidade de
contato com o inimigo (remoto, pouco provável ou iminente).

4.3.3.2.2 Para mais informações sobre essa classificação, consultar o item


3.4.9 do Manual de campanha EB70-MC-10.222 Operações Ofensivas e
Defensivas (1ª Edição, 2017).

Tabela 4-1 M Cmb com suas formações e características.

4-9
EB70-MC-10.XXX

4.3.3.3 Organização da Bda Inf Mec para uma M Cmb

4.3.3.3.1 Durante uma marcha para o combate, as tropas da brigada podem


sofrer a interferência do inimigo terrestre, naval ou aéreo, em qualquer parte do
percurso, inclusive na chegada ao objetivo. Conforme o maior ou menor grau
dessa possibilidade de interferência, a brigada pode adotar os dispositivos e
formações de coluna de marcha, coluna tática e marcha de aproximação:
a) coluna de marcha – é o dispositivo adotado pela Bda Inf Mec, quando o
contato com o inimigo é remoto, ou seja, não há possibilidade do inimigo
terrestre interferir no movimento. Nesse caso, prevalecem as medidas que
visam a facilitar e a acelerar o movimento em detrimento das medidas táticas.
O movimento é realizado preferencialmente apoiado sobre estradas ou
rodovias, e os grupamentos e unidades de marcha podem receber itinerários
distintos para os seus deslocamentos;
b) coluna tática – é o dispositivo adotado pela brigada, quando há
possibilidade do inimigo terrestre interferir no movimento, porém o contato com
ele é pouco provável. Nesse caso, prevalecem tanto as medidas táticas quanto
às administrativas. As tropas marcham grupadas, taticamente, o que facilita a
rápida adoção de dispositivo de combate, sem, no entanto, desdobrá-las. Esse
dispositivo é usado após as tropas alcançarem a Linha de Pior Hipótese (LPH)
e se encerra quando as forças atingirem a Linha de Provável Encontro (LPE); e
c) marcha de aproximação – é o dispositivo adotado pela Bda Inf Mec,
quando o contato com o inimigo é iminente, situação em que as medidas
táticas prevalecem sobre as administrativas. A tropa se desloca grupada
taticamente e desdobrada. É adotado entre a LPE e o estabelecimento do
contato com o inimigo ou a realização de um ataque contra ele.

4.3.3.3.2 A Bda Inf Mec, na M Cmb, normalmente, organiza-se em um


grupamento principal (ou grosso) e Forças de Segurança (F Seg) (forças de
cobertura ou forças de proteção). O grosso compreende a maioria do poder de
combate da brigada, que deve ser preservado para o emprego imediato pelo
comandante, além dos elementos de apoio logístico. As peças de manobra do
grosso são organizadas para o combate e colocadas em posição que lhes
permitam o máximo de flexibilidade de emprego, tanto durante o deslocamento
como após estabelecido o contato com o inimigo.

4.3.3.3.3 Força de Segurança - Força de Cobertura


a) A Bda Inf Mec poderá constituir a Força de Cobertura (F Cob) em
aproveitamento do Escalão Superior (Esc Sp) em que ela se enquadra. A Bda
Inf Mec poderá compor a Força de Cobertura Avançada, a Força de Cobertura
de Flanco ou a Força de Cobertura de Retaguarda.
b) Quando a Bda conduz a sua própria M Cmb, ela se encarrega de lançar a
sua segurança. Devido às características da operação de cobertura e da
consequente necessidade de ser realizada por uma tropa taticamente

4-10
EB70-MC-10.XXX

autônoma e capaz de atuar a grande distância, a Bda, normalmente, não


dispõe de elementos que possibilitem cumprir com eficiência a missão. O mais
usual é que a Bda, ao conduzir sua própria M Cmb, não se utilize de F Cob.

4.3.3.3.4 Força de Seg - Força de Proteção


a) A Bda Inf Mec pode constituir a Força de Proteção em aproveitamento do
Esc Sp em que ela se enquadra. A Bda Inf Mec pode compor mais de uma F
Ptç, conforme a composição da Força Principal. A Bda Inf Mec pode ser
empregada na constituição da Vanguarda, da Flancoguarda e da Retaguarda.
b) A Vanguarda é uma força de proteção que tem como missão precípua
assegurar o movimento ininterrupto do grosso da Bda Inf Mec, impedindo os
fogos diretos e ataques de surpresa sobre essa tropa. Normalmente, a
vanguarda provém do elemento de primeiro escalão do grosso e pode estar
reforçada por elementos de apoio ao combate, de acordo com as necessidades
para o melhor cumprimento da missão. Normalmente, a vanguarda opera sob o
controle do elemento de primeiro escalão do grosso e em ligação com a Força
de Cobertura de Flanco (F Cob Flc).
c) Os elementos que compõem a retaguarda e a flancoguarda devem ter poder
de combate tal que lhes possibilite bater fracos elementos inimigos ou retardar
forças de maior valor, de forma a permitir o desdobramento do grosso da
brigada. A flancoguarda e a retaguarda têm como missão precípua proteger o
grosso da Bda Inf Mec da observação terrestre, dos tiros diretos e do ataque de
surpresa.

4.3.3.3.5 Força Principal ou Grosso


a) A Força Principal compreende a maior parte do poder de combate da Bda Inf
Mec. Essa força constitui o elemento disponível a ser empregado, sem perda
de tempo, para atacar o inimigo ou conquistar o objetivo da Bda.
b) As unidades da Força Principal são organizadas para o combate e
colocadas em posições que lhes permitam o máximo de flexibilidade de
emprego, durante o movimento ou após o estabelecimento do contato.
c) Na execução da M Cmb, enquanto os elementos desdobrados em primeiro
escalão efetuam a devida proteção do grosso, este desloca-se de região de
destino em região de destino.
d) As regiões de destino localizam-se, preferencialmente, em áreas capazes de
proporcionar um mínimo de segurança contra ações inimigas e as melhores
condições para o pronto emprego dos elementos de combate e de apoio.

4-11
EB70-MC-10.XXX

Exp
ESCALÃO DE
RECONHECIMENTO
Mec

(-)
Mec
VANGUARDA

FLANCOGUARDA DA BRIGADA
(-)
DA BRIGADA Mec
ESCALÃO DE
COMBATE
Mec

(Esqd C Mec)
Log
Pac Log

Mec Mec

GROSSO DA AC A
BRIGADA [Bda
X
C Mec

Inf Mec (-)] (-) Mec


(-)
Mec Mec

Mec

Log

(-)
Mec

RETAGUARDA DA BRIGADA
(Cia Fuz Mec) Mec

Fig 4-3 Organização da Bda Inf Mec na M Cmb

4.3.3.4 Exame de Situação

4.3.3.4.1 No Exame de Situação de uma M Cmb, o Cmt Bda Inf Mec deverá ter
presente as considerações que se seguem:
a) a M Cmb, embora constitua um tipo de operação eminentemente ofensiva,
pode ser utilizada em uma fase de atitude ofensiva ou defensiva. Dessa forma,
a tropa que a realiza, normalmente, em final de missão, conquista determinada
região do terreno, visando a facilitar o desenvolvimento das operações futuras.
Os planejamentos e a regulação desse tipo de operação são feitos até os
objetivos finais;
b) a execução de uma M Cmb pode determinar as seguintes medidas de
coordenação e controle: eixo(s) de progressão, para os elementos de 1º
escalão; itinerário de progressão, para o grosso; objetivo(s); hora de início de
movimento; linhas ou pontos de controle; e regiões de destino, inicial e
subsequentes;

c) a possibilidade de interferência do inimigo, durante a realização da marcha,


é sempre considerada. Entretanto, a graduação dessa interferência varia de
acordo com sua natureza e valor, no tempo e no espaço, condicionando de
forma diferente a realização da marcha; e
d) o estudo do inimigo deve ser conduzido objetivamente, no sentido de
levantar: as linhas ou regiões em que ele pode atingir; as direções mais
favoráveis para atingi-las; o prazo que ele pode cumprir; a natureza; o valor; e
a capacidade da tropa com que pode intervir, solicitando apoio ao Esc Sp, se
for o caso.

4-12
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4.3.4 RECONHECIMENTO EM FORÇA

4.3.4.1 Considerações gerais

4.3.4.1.1 O Reconhecimento em Força (Rec F) é uma operação de objetivo


limitado, executada por uma força ponderável, com a finalidade de revelar e
testar o dispositivo e o valor do inimigo ou obter outras informações.

4.3.4.1.2 A Bda Inf Mec executa um reconhecimento em força com a finalidade


de revelar e testar o dispositivo e o valor do inimigo ou obter outras
informações.

4.3.4.1.3 O Rec F permite a obtenção de informes de maneira mais rápida e


pormenorizada do que outros tipos de reconhecimento. O comandante que
conduz tal operação deve estar preparado para explorar prontamente a
descoberta de pontos fracos no dispositivo inimigo.

4.3.4.1.4 Se a situação do inimigo precisar ser esclarecida, em uma larga


frente, o Rec F deve ser realizado por meio de ações potentes, em pontos
selecionados.

4.3.4.2 Planejamento do Reconhecimento em Força

4.3.4.2.1 O comandante, ao decidir pela execução de um Rec F, deverá


considerar:
a) o conhecimento que possui sobre a situação do inimigo;
b) a urgência e importância das informações desejadas;
c) a eficiência, a rapidez e a disponibilidade de outros órgãos de busca;
d) até que ponto a realização do Rec F poderá comprometer o sigilo das
operações do Esc Sp; e
e) a possibilidade de arriscar-se a um engajamento decisivo com o inimigo.

4.3.4.2.2 O valor da força de reconhecimento deve levar o inimigo a revelar a


localização de suas forças em primeiro escalão, o seu dispositivo, o valor e a
localização de suas reservas e seus fogos de apoio.

4.3.4.2.3 Quando são buscados dados sobre uma área particular, o Rec F é
planejado e executado como um ataque com objetivo limitado. O objetivo deve
ser de importância tal que, quando ameaçado, force o inimigo a reagir.

4.3.4.2.4 A manutenção de um objetivo não é, por si só, uma finalidade do Rec


F. A profundidade da ação depende da finalidade do Rec F. Quando os dados
sobre o inimigo são obtidos, pode ser dada outra missão à força de
reconhecimento, tais como: retrair, manter o contato, realizar o aproveitamento
do êxito ou apoiar a ultrapassagem de outra força.

4-13
EB70-MC-10.XXX

4.3.4.2.5 A Bda Inf Mec poderá empregar os elementos de manobra


simultaneamente ou escalonados, no tempo e no espaço, visando a
desarticular o dispositivo inimigo e revelar os seus planos de emprego da
reserva e de apoio de fogo.

4.3.4.2.6 Os êxitos obtidos pelo elemento que realiza o Rec F devem ser
imediatamente aproveitados.

4.3.4.2.7 São feitos planos para explorar as vulnerabilidades do inimigo, assim


como, estabelecidas medidas para desengajamento e retraimento da força.

4.3.4.3 Execução do Rec F pela Bda Inf Mec

4.3.4.3.1 O Rec F pode ser executado como um ataque com objetivo limitado
ou como uma incursão:
a) ataque com objetivo limitado – a ação pode ser dirigida exclusivamente
sobre uma determinada área a respeito da qual o comando deseja rápidas e
precisas informações ou pode se traduzir em uma série de ataques, que não
passem de sondagens agressivas, desencadeados ao longo de toda a frente
ou de grande parte dela. A manutenção de um objetivo não é, por si só, uma
finalidade do reconhecimento em força. A operação tem por finalidade obter o
máximo de informes com relação ao inimigo. A profundidade de qualquer
objetivo designado depende da finalidade do Rec F.
b) incursão – é uma ação desencadeada sobre uma posição inimiga, sem a
ideia de conquistar ou de manter o terreno. Consiste em introduzir no
dispositivo inimigo uma força capaz de realizar uma ação rápida e violenta,
cujo vulto seja suficiente para forçar o inimigo a revelar suas posições, o tempo
de reação de suas reservas e seus planos de fogos. Após essa ação, segue-se
também um rápido retraimento para as linhas amigas. O Cmt Bda deve levar
em conta que esta é uma ação de difícil execução e elevado risco, quando o
inimigo já se encontra posicionado no terreno com todos os seus meios, e que
tal execução é facilitada quando o inimigo ainda cerra parte de seus meios
para a Z Aç.

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Figura 4-4. Reconhecimento em Força, tipo incursão - ataque de varredura.

4.3.5 ATAQUE

4.3.5.1 Considerações gerais

4.3.5.1.1 O ataque é uma operação que visa a derrotar, destruir ou neutralizar


o Ini.

4.3.5.1.2 Existem dois tipos de ataque: ataque de oportunidade e ataque


coordenado. A diferença entre os dois tipos de ataque reside no tempo
disponível ao Cmt e seu EM para o planejamento, a coordenação e a
preparação antes da sua execução.

4.3.5.2 Ataque de Oportunidade

4.3.5.2.1 O ataque de oportunidade pode ser executado na sequência de um


combate de encontro ou de uma defesa exitosa. Caracteriza-se por trocar
tempo de planejamento por rapidez de ação.

4.3.5.2.2 A fim de manter a impulsão ou reter a iniciativa inimiga, é dedicado


um tempo mínimo para o planejamento e para a preparação. As forças
destinadas ao ataque são aquelas que estão imediatamente disponíveis.

4.3.5.2.3 O ataque de oportunidade procura tirar partido da falta de preparação


do inimigo e envolve audácia, surpresa e rapidez para alcançar o sucesso,
antes que o inimigo tenha tempo para melhorar sua defesa. Se houver perda
de impulsão, pode ser necessária a realização de um ataque coordenado.

4.3.5.2.4 O princípio básico na condução de um ataque de oportunidade é a


obtenção e a manutenção da iniciativa, por meio da qual o comandante pode,
na sequência, adotar a melhor forma de cumprir a missão.

4-15
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4.3.5.2.5 O ataque de oportunidade caracteriza-se pela imediata expedição de


ordens fragmentárias (O Frag), destinadas aos elementos de manobra e de
apoio de fogo. Crescem de importância a atribuição de missões pela finalidade
e a necessidade de um perfeito entendimento da intenção do comandante.

4.3.5.2.6 O ataque de oportunidade deve ser realizado, quando o comandante,


após esclarecer a situação e analisar os fatores da decisão, concluir sobre a
viabilidade de realizar um ataque imediato, sem perda de impulsão, com a
finalidade de aproveitar oportunidade vantajosa oferecida pela situação.

4.3.5.2.7 Quando, após a análise dos fatores da decisão, o Cmt concluir que
necessita de mais tempo para esclarecer a situação e se organizar para o
combate, este poderá optar por um ataque coordenado.

4.3.5.3 Ataque Coordenado

4.3.5.3.1 O ataque coordenado caracteriza-se pelo emprego da manobra, da


potência de fogo e da ação de choque para cerrar sobre as forças inimigas e
destruí-las ou neutralizá-las. É empregado contra posições defensivas inimigas
sobre as quais as informações disponíveis indicam a necessidade de um
planejamento completo. O apoio aéreo, se disponível, concorre para o êxito do
ataque coordenado.

4.3.5.3.2 Um ataque coordenado é uma operação planejada que pode ser


precedida por uma marcha para o combate, por um reconhecimento em força
ou por um ataque de oportunidade, exigindo um Exame de Situação completo e
minucioso.

4.3.5.3.3 A realização de um ataque coordenado requer tempo suficiente para


permitir o planejamento, o reconhecimento e a consequente avaliação tática.

4.3.5.3.4 Os detalhes de planejamento e execução de um ataque terão


validade tanto para o ataque coordenado como para o ataque de oportunidade,
desde que adaptados às limitações de tempo e demais condicionantes do
ataque de oportunidade.

4.3.5.3.5 Em um ataque coordenado, a Bda Inf Mec reparte suas forças de


combate em três grupamentos de força: escalão de ataque, base de fogos e
reserva.

4.3.5.4 Escalão de ataque

4.3.5.4.1 O maior poder de combate possível deve ser atribuído ao escalão de


ataque. O poder de combate é maximizado com o emprego de helicópteros de

4-16
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ataque.

4.3.5.4.2 O escalão de ataque, utilizando fogo e movimento, cerra sobre o


inimigo o mais rápido e diretamente possível.

4.3.5.4.3 normalmente, é organizado de modo a que sua formação tenha


massa e profundidade e deve procurar explorar os pontos vulneráveis do
dispositivo inimigo.

Fig 4-5 A Bda Inf Mec no Ataque Coordenado

4.3.5.5 Base de fogos

4.3.5.5.1 O GAC, orgânico da Bda Inf Mec, é o elemento principal da função de


combate fogos dentro do contexto da Bda. No que tange aos fogos cinéticos,
são responsáveis pela coordenação dos fogos indiretos, realizados pelo próprio
GAC e pelos Mrt das peças de manobra (BI Mec) da Bda Inf Mec.

4.3.5.5.2 Em relação aos fogos diretos, a Companhia Anticarro Mecanizada


pode desempenhar papel essencial, quando não empregada no escalão de
ataque, seja na multiplicação do poder de fogo, seja na proteção dos flancos
dos batalhões empregados na ação principal.

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4.3.5.5.3 Podem ainda participar da base de fogos as armas de apoio da Cia C


Ap, as armas de apoio das subunidades em contato ou daquelas que se
encontram em reserva.

4.3.5.6 Reserva

4.3.5.6.1 A reserva (Res) da Bda Inf Mec deve ter, em princípio, o valor de um
Batalhão.

4.3.5.6.2 A Res da brigada poderá ter elementos participando,


temporariamente, da base de fogos (armas de apoio).

4.3.5.6.3 No ataque, a Bda Inf Mec mantém a reserva em condições de ser


empregada em ocasião e local decisivos, a fim de aproveitar o êxito ou ultimar
o cumprimento da missão. Ela proporciona ao comandante os meios com que
possa fazer face a situações imprevistas do combate e contribui para o
aumento da segurança, embora essa não seja a principal razão de sua
manutenção. As reservas podem consistir de elementos de combate
combinados com elementos de apoio ao combate (engenharia, artilharia,
QBRN etc). Deve-se evitar empregar a reserva para corrigir insucessos.

4.3.5.6.4 Missões da reserva:


a) aproveitar o êxito;
b) reforçar ou manter o ímpeto do ataque;
c) manter o terreno conquistado pelo escalão de ataque;
d) destruir ou deter contra-ataques inimigos;
e) proporcionar segurança;
f) bloquear vias de acesso e de retirada para o inimigo.

4.3.5.6.5 Localização da reserva


a) A dispersão da reserva em grupamentos de armas combinadas, distribuídos
em diferentes zonas de reunião ou colunas de marcha reduz sua
vulnerabilidade aos ataques e a outros fogos. A localização da reserva tem em
vista:
- permitir o seu deslocamento rápido para os pontos de provável emprego;
- favorecer ao ataque principal;
- proporcionar segurança;
- proporcionar o máximo de proteção contra a observação e o fogo do inimigo.
b) Maiores informações e detalhes sobre a reserva consultar o do Manual de
Campanha EB70-MC-10.222 Operações Ofensivas e Defensivas (1ª Edição,
2017).

4-18
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4.3.5.7 Formações de Combate no Ataque

4.3.5.7.1 A Bda Inf Mec pode conduzir o ataque em duas formações básicas:
em coluna ou em linha. Poderá também combinar essas duas formações:
a) a força está em coluna quando somente uma de suas frações constituídas
está à testa, seguindo-se, à retaguarda, as outras frações subordinadas;
b) a força está em linha, quando duas ou mais frações constituídas estão
justapostas à testa; e
c) os elementos subordinados à brigada poderão adotar uma formação
diferente da formação adotada pela Bda Inf Mec.

4.3.5.7.2 Formação de combate – em coluna


a) A formação em coluna proporciona profundidade ao ataque, uma vez que as
unidades são dispostas para deslocarem-se na esteira da unidade testa. Essa
possibilidade contribui para a flexibilidade e manutenção da iniciativa e da
impulsão.
b) A flexibilidade da formação em coluna permite que o Cmt adote,
normalmente, várias linhas de ação, que lhe permitem manter a iniciativa e a
impulsão do ataque, proporcionando uma rápida resposta, necessária ao
emprego em qualquer situação.
c) A manutenção da iniciativa é possibilitada, na formação em coluna, pela
manutenção de um poder de combate significativo, não empregado,
inicialmente, sob a forma de unidades em reserva. Essas podem participar da
ação em tempo e lugar da escolha do comandante.
d) A manutenção da impulsão do ataque é permitida pela formação em coluna,
pela disponibilidade de forças para reassumir a missão da unidade testa, desde
que o poder de combate desta decresça e não seja suficiente para ser
empregado na exploração do êxito.
e) A formação em coluna proporciona um alto grau de segurança aos flancos,
pela facilidade das unidades poderem intervir, em qualquer direção, além de
facilitar o controle da Bda.
f) As considerações que favorecem a adoção da formação em coluna são:
necessidade ou possibilidade de concentrar a maioria de meios sobre um ponto
específico do dispositivo inimigo, explorando uma deficiência; espaço restrito
para a manobra; defesas inimigas que devem ser atacadas em uma frente
estreita; e reservas inimigas de valor e localização que possam proporcionar
um combate de encontro antecipado.
g) O Cmt, ao empregar uma formação em coluna, deve tomar o cuidado de
não empregá-la, enfatizando indevidamente a segurança e a flexibilidade, a
custo da velocidade e da colocação do máximo poder de fogo à frente.

4.3.5.7.3 Formação de combate – em linha


a) A formação em linha é obtida pela colocação de duas ou mais unidades à
frente, liderando a formação, o que proporciona maior poder de combate sobre
a frente. Ao empregar essa formação, o Cmt desdobra seus elementos, de

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forma que seus ataques sejam apoiados mutuamente. Além disso, obtém
informes de uma larga frente muito mais rapidamente do que se empregasse
uma formação em coluna, de forma que brechas, pontos fracos ou flancos do
dispositivo inimigo são mais rapidamente descobertos.
b) A formação em linha é mais difícil de controlar do que a formação em
coluna. As considerações que favorecem a adoção da formação em linha são:
espaço adequado para a manobra; defesas inimigas pouco profundas;
necessidade de maior poder de combate para uma unidade subordinada;
necessidade de avanço rápido sobre uma larga frente; e necessidade de
esclarecer a situação.

4.3.5.7.4 Frentes de ataque


a) O Cmt seleciona, normalmente, dentro de sua Z Aç, uma frente onde
pretende empregar a sua maioria de meios e realizar as ações mais
importantes. Essa seleção visa a colocar o maior poder de combate possível
no local decisivo.
b) No restante da Z Aç, as U e/ou SU realizam ações secundárias, tais como a
manutenção do contato, fixação etc. De um modo geral, a Bda Inf Mec é mais
bem empregada em um ataque profundo e em frente estreita.

4.3.5.8 Planejamento do ataque

4.3.5.8.1 O sucesso do ataque depende, em grande parte, de um planejamento


judicioso.

4.3.5.8.2 Planos bem concebidos e energicamente executados facilitam o


cumprimento da missão.

4.3.5.8.3 Quanto maior for o tempo disponível, o planejamento será completo,


especialmente, quando as U estiverem realizando um ataque, durante o dia e
durante a noite. O comandante deve considerar o risco inerente em tais
situações. Todavia, os ataques não são interrompidos porque anoiteceu. A Bda
e todos os seus elementos que compõem o escalão de ataque planejam o
combate continuado à noite, a menos que ordem contrária seja dada.

4.3.5.8.4 O planejamento do ataque deve ser realizado conforme o previsto no


item 3.6.4 Planejamento e Execução do Ataque, do Manual de Campanha
EB70- MC-10.202 – Operações Ofensivas e Defensivas (1ª Ed, 2017) e no
capítulo V O Método de Planejamento Detalhado do Exército, do Manual de
Campanha EB20-MC-10.211 – Processo de Planejamento e Condução das
Operações Terrestres (1ª Ed, 2014).

4.3.5.8.5 Ordem de Operações


a) a ordem de operações traduz a decisão pormenorizada do Cmt para efetivar
a operação planejada;

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b) integram a ordem de operações: o calco de operações, o plano de apoio de


fogos (PAF) e outros documentos que se façam necessários quanto às
informações e à segurança, às demais medidas de coordenação e controle, ao
apoio logístico e às comunicações; e
c) a ordem pode ser verbal ou escrita. No entanto, no escalão Bda, é
aconselhável à emissão de ordens escritas, ainda que possam ser
complementadas por instruções verbais.

4.3.5.8.6 Calco de Operações


a) o calco de operações é a representação gráfica dos elementos essenciais da
Linha de Ação (LA) adotada para o cumprimento da missão da GU;
b) o calco de operações deve ser simples e permitir uma visualização clara de
como foi planejado o emprego da Bda, incluindo seu dispositivo, a localização e
previsão do movimento de suas peças de manobra até os objetivos a serem
conquistados; e
c) normalmente, um calco de operações inclui as seguintes medidas de
coordenação e controle: objetivo; zona de ação (definida por limites); linha de
partida; localização inicial da reserva; e outras julgadas necessárias, tais como
eixo de progressão, faixa de infiltração etc.

4.3.5.8.7 O Plano de Apoio de Fogo (PAF)


a) O PAF regula o emprego coordenado de todos os fogos disponíveis,
inclusive os das armas orgânicas e em reforço, da artilharia em apoio e do
apoio aerotático, tendo em vista a realização da manobra concebida pelo Cmt.
b) O comandante do GAC da Bda Inf Mec é o coordenador do apoio de fogo no
âmbito da brigada.
c) Em princípio, o PAF deve incluir a localização dos fogos, a programação dos
fogos, os tipos de fogos, as missões das unidades de apoio de fogo e a
prioridade de fogos.
d) O PAF da Bda Inf Mec será abordado com maiores detalhes no capítulo VI
deste Manual.

4.3.5.8.8 Reconhecimentos
a) antes do ataque, todo o esforço é desenvolvido objetivando a obtenção do
maior número possível de informações sobre o inimigo e o terreno. No âmbito
da Bda, o Cmt e oficiais do EM realizam seus reconhecimentos, a fim de
complementarem o Exame de Situação realizado na carta.
b) o reconhecimento terrestre é o mais eficiente. Entretanto, o Rec aéreo é de
grande valor, sobretudo na determinação de Z Reu, escolha de itinerários,
posições de ataque, entre outros. Devem ser empregados, exaustivamente, os
demais meios de busca e reconhecimento colocados à disposição, tais como
imagens de satélite, SARP, radares etc.
c) A função de combate inteligência é materializada pelo conjunto de atividades
interrelacionadas e pela execução das tarefas associadas às ações de
inteligência, reconhecimento, vigilância e aquisição de alvos (IRVA). Nesse
contexto, todos os elementos subordinados à Brigada que, por sua localização

4-21
EB70-MC-10.XXX

ou missão, possam obter dados e informações que atendam às necessidades


de inteligência (NI), poderão ser acionadas, participando, assim, da fase de
obtenção, caracterizando o emprego do conceito IRVA.

4.3.5.8.9 Ligações
a) antes do ataque, o Cmt Bda, pessoalmente ou por intermédio do seu EM e
do O Lig, estabelece as ligações necessárias com os elementos vizinhos e em
contato, a fim de obter as informações de que necessita e de ajustar medidas
de coordenação entre as respectivas forças, tendo em vista a operação a ser
desenvolvida pela GU; e
b) no caso da Bda realizar uma ultrapassagem, a ligação prévia com a tropa a
ser ultrapassada, normalmente, inclui: seleção de posições de ataque para as
U da Bda; escolha e fixação de prioridades para utilização de itinerários que
permitam cerrar os meios da Bda; reconhecimento das posições da tropa
ultrapassada; balizamento e sinalização de locais; obtenção de informações
sobre o inimigo e o terreno; coordenação dos planos de fogos; fixação do
horário de assunção de comando da Z Aç; e coordenação do apoio logístico a
ser prestado pela unidade ultrapassada.

4.3.5.8.10 Coordenação e Controle:


a) a coordenação e o controle, durante o ataque, são assegurados pelo
emprego eficiente de todos os meios disponíveis e pela adoção de medidas
destinadas a favorecer a convergência de esforços e a manutenção da direção
e do ímpeto da ação; e
b) as medidas de coordenação e controle utilizadas pela Bda no ataque podem
incluir: eixos de progressão; linha de partida; zonas de ação; pontos de
controle; objetivos; direções de ataque; pontos de ligação; hora de ataque e
faixas de infiltração.

4.3.5.9 Conduta do ataque

4.3.5.9.1 Considerações gerais


a) O ataque deve ser desencadeado com violência e com a máxima utilização
da potência de fogo disponível. Toda a potência de fogo, das viaturas
blindadas, da artilharia, dos morteiros, das armas automáticas e helicópteros
de ataque, quando disponíveis, é concentrada sobre as posições inimigas, de
acordo com o plano elaborado.
b) A Bda Inf Mec deve priorizar as manobras desbordantes, evitando incidir
sua maioria de meios onde o inimigo defende empregando o seu maior poder
de combate. A mobilidade e proteção blindada da brigada favorecerão ações
em profundidade, na busca de resultados decisivos e com menor número de
baixas.

4.3.5.9.2 Conduta do escalão de ataque


a) O escalão de ataque deve cerrar sobre o objetivo o mais rapidamente

4-22
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possível. É conveniente, portanto, que o emprego dessa força seja feito em


terreno favorável a uma rápida e contínua progressão das viaturas blindadas
da Bda. Quanto maior for o tempo de exposição do escalão de ataque aos
fogos inimigos, maiores podem ser suas perdas. A rapidez do movimento
multiplica o efeito da potência de fogo e da ação de choque do escalão de
ataque. Mesmo quando o escalão de ataque for obrigado a progredir por
lanços, o que deve ser evitado, deve fazê-lo com agressividade, assegurando
a rapidez e a continuidade do movimento.
b) Os elementos transportados em viaturas blindadas devem progredir
embarcados o maior tempo possível. Muitas vezes, desembarcam para reduzir
o inimigo não destruído pelas armas de apoio de fogo e anticarro, para
remover obstáculos ou localizar armas anticarro inimigas. Nesses casos, os
elementos a pé designam os alvos a serem batidos pelas armas de apoio de
fogo e anticarro. No entanto, sempre que as condições sejam favoráveis, os
elementos a pé embarcam em suas viaturas para continuar a progressão.
c) As armas das viaturas blindadas de transporte de pessoal, após seus
elementos terem desembarcado, são empregadas para reforçar os fogos e
apoiar a progressão dos elementos a pé.

4.3.5.9.3 Apoio de Fogos


a) A base de fogos, constituída pelos fogos de todas as armas disponíveis,
proporciona um contínuo apoio de fogo ao escalão de ataque, desde a
transposição da LP até o final da operação. Seus fogos fixam o inimigo ao
terreno e neutralizam as suas armas, de modo a permitir que o escalão de
ataque, com o mínimo de perdas possível, cerre sobre as posições inimigas. A
continuidade do apoio de fogo é assegurada pelos sucessivos deslocamentos
dos elementos de apoio de fogo.
b) A preparação dos fogos de artilharia e do apoio aerotático deve ser tão
ampla, no tempo e no espaço, quanto possível. Muitas vezes, a necessidade
de sigilo pode levar a uma curta preparação ou mesmo desaconselhar a sua
realização. Quando a necessidade de surpresa não for preponderante ou
quando o número de alvos conhecidos for insuficiente para justificar uma
preparação, pode ser desencadeada uma intensificação de fogos. Todos os
fogos de apoio devem ser desencadeados sobre as posições inimigas
reveladas, logo que o escalão de ataque cruze a LP.

4.3.5.9.4 Reserva
a) A reserva deve ser localizada em uma posição em que possa apoiar
prioritariamente o ataque principal, aproveitar o êxito, preservar seu poder de
combate dos fogos da artilharia média do inimigo, deslocar-se rapidamente
para um flanco, a fim de ampliar um desbordamento ou proporcionar
segurança.
b) O Cmt da reserva se mantém a par da situação por meio da ligação, da
observação e de frequentes visitas ao posto de comando da Bda, sendo
responsável pela formulação dos planos para emprego de sua força.
Mudanças na situação podem exigir que o comandante da reserva revise e

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atualize seus planos. Continuamente, são realizados reconhecimentos de


itinerários e estudos na carta. Os elementos integrantes da reserva devem ser
constantemente informados sobre a situação.
c) A reserva deve ser empregada, prioritariamente, para explorar o êxito e não
para corrigir insucessos.
d) Devem ser formulados planos para emprego da Res, buscando visualizar
todas as possíveis situações de emprego.

4.3.5.10 Prosseguimento do ataque

4.3.5.10.1 Após a conquista de um objetivo, a Bda Inf Mec pode continuar o


ataque imediatamente, realizar uma parada temporária para uma
reorganização, defender o objetivo conquistado ou manter o contato com o
inimigo que retrai.

4.3.5.10.2 A parada num objetivo intermediário ocorre por imposição da


missão, reação inimiga, necessidade de reorganização ou deslocamento das
armas de apoio. Quando possível, a conquista do objetivo é seguida de um
rápido prosseguimento do ataque, sendo a reorganização realizada em
movimento.

4.3.5.10.3 Como norma de ação, o tempo de permanência em um objetivo


intermediário deve ser o menor possível.

4.3.5.10.4 Consolidação da posse do objetivo:


a) a ocupação inicial do objetivo é uma das fases críticas do ataque. Isso
porque, além do controle tornar-se difícil, a ocasião é muito favorável para o
inimigo desencadear um C Atq planejado, coordenado e apoiado por todos os
fogos disponíveis. Terminado o assalto, tem início a consolidação da posse do
objetivo, cujas finalidades são a efetiva consolidação do terreno conquistado e
a reorganização da unidade, tendo em vista o desempenho de missões na área
do próprio objetivo ou o prosseguimento do ataque;
b) a consolidação do objetivo compreende todas as medidas executadas para
assegurar a sua posse e enfrentar possíveis contra-ataques do inimigo. Essas
medidas variam desde o estabelecimento de segurança local até a completa
organização para a manutenção do objetivo e, normalmente, incluem:
segurança, particularmente por meio do estabelecimento de postos de
observação e escuta e do lançamento de patrulhas, se necessário;
reconhecimento, não só para efetivar a segurança, mas também tendo em
vista o desempenho de missões imediatas ou futuras; tomada de dispositivo
adequado à manutenção do objetivo ou ao prosseguimento; e o deslocamento
de armas de apoio e realização dos fogos, tendo em vista a consolidação e o
prosseguimento do ataque, se for o caso; e
c) a reorganização compreende todas as ações realizadas para restabelecer
ao máximo a eficiência combativa e o controle da força. Tais ações incluem,

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normalmente, relatórios, recompletamento, evacuação e controle.

4.3.5.10.5 Relatórios - todas as U remetem informações ao Cmdo Bda Inf Mec


sobre as suas localizações e situações, bem como sobre os seus
planejamentos para as operações subsequentes.

4.3.5.10.6 Recompletamento - todas as U informam as baixas ocorridas e os


recompletamentos são distribuídos tão cedo quanto possível.

4.3.5.10.7 Evacuação - providências são adotadas para a evacuação de


baixas, prisioneiros de guerra e equipamentos danificados.

4.3.5.10.8 Suprimento - a munição e os equipamentos necessários são


distribuídos e os elementos de suprimento e de manutenção cerram à frente
para recompletar e prestar o apoio necessário.

4.3.5.10.9 Controle - o comando da Bda Inf Mec deve cerrar sobre o objetivo
logo que este tenha sido consolidado. Um novo planejamento para as
comunicações é realizado ou os planos existentes são revistos. As instalações
de comando cerram à frente para locais que facilitem o controle e o
prosseguimento das operações.

4.3.5.11 Ataque Noturno

4.3.5.11.1 A Bda Inf Mec, por possuir meios de visão noturna embarcados e
também dispositivos de visão noturna individuais, está apta a realizar ataques
noturnos com relativa eficiência. A eficácia do ataque, em tais condições,
estará diretamente relacionada aos aspectos dos fatores da decisão,
principalmente quando à capacidade de visão noturna do inimigo.

4.3.5.11.2 Quando bem treinada para o ataque noturno, empregando seus


meios de visão noturna, a Bda Inf Mec poderá obter relativa superioridade de
combate perante um oponente com certa deficiência em tais meios. Nesse
sentido, a brigada poderá obter vantagens táticas e psicológicas significativas
ao atacar uma força oponente à noite.

4.3.5.11.3 A execução de um combate noturno deve ser considerada em todas


as operações da Bda Inf Mec. Ataques noturnos e operações, durante à noite,
oferecem excelentes oportunidades para a obtenção da dissimulação e da
surpresa e possibilitam a condução do combate continuado e a manutenção da
pressão constante sobre o inimigo. Para sua execução, o ataque noturno exige
maior tempo de planejamento e tropas treinadas em operações noturnas.

4.3.5.11.4 Quando as condições permitirem, o ataque noturno deve prevalecer


sobre o diurno. Atualmente, o combate noturno é mais exequível em face da
larga utilização de equipamentos de visão noturna, que minimizam as

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restrições da pouca visibilidade. O combate noturno obtém a surpresa e


oferece oportunidade para o sucesso, quando as operações durante o dia são
impraticáveis, especialmente, quando as forças amigas dispõem de
inferioridade aérea. A pressão contínua, aplicada dia e noite, particularmente
contra um inimigo enfraquecido, permite a decisão da ação. Um sistemático e
implacável aproveitamento do êxito das ações nega ao inimigo o tempo
necessário para reorganizar-se e acelera a sua destruição.

4.3.5.11.5 Os movimentos de tropa, a concentração de forças, antes do ataque,


bem como a conduta do ataque, durante a noite, podem resultar num risco
mínimo para forças amigas e produzir menos baixas.

4.3.5.11.6 Operações com emprego de fumígenos, nevoeiro, neblina e outras


condições de visibilidade reduzida exigem o emprego de técnicas especiais. As
vantagens proporcionadas pelos períodos de reduzida visibilidade devem ser
aproveitadas na condução de operações ofensivas.

4.3.5.11.7 Os fundamentos aplicados nas operações noturnas são os mesmos


das operações realizadas durante o dia. Contudo, as técnicas podem variar.
Um maior número de medidas de controle pode ser imposto às unidades,
durante as operações noturnas.

4.3.5.11.8 A iluminação do campo de batalha e os equipamentos de visão


noturna e de vigilância de combate aumentam a eficiência operativa das
unidades à noite e sob condições de visibilidade reduzida, facilitando o
emprego do apoio de fogo.

4.3.5.11.9 Apesar das possibilidades da Bda Inf Mec em explorar suas


capacidades de visão noturna para o ataque em tais condições, esse tipo de
combate é caracterizado pela reduzida eficácia do tiro sobre o inimigo, tendo
em vista a diminuição do alcance de observação, bem como pela dificuldade
de movimento e de coordenação e controle. Ademais, esses fatores concorrem
para o aumento dos riscos de fratricídio.

4.3.5.11.10 O moral das tropas, tanto amigas quanto inimigas, é altamente


sensível aos fatores físicos e psicológicos. As tropas treinadas e condicionadas
às operações noturnas podem utilizar-se desses fatores como uma vantagem
para elas mesmas. O ataque noturno favorece psicologicamente o atacante
que sabe da sua realização.

4.3.5.11.11 A escuridão aumenta a dificuldade do movimento, da manutenção


da direção e do controle. O tempo necessário para a execução do movimento e
a colocação das armas em posição é muito maior à noite do que durante o dia.
Planos simples, com objetivos e itinerários bem definidos, facilitam a
coordenação e o controle e a obtenção da surpresa. Os comandantes devem

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estar bem à frente, nos escalões de ataque. O máximo emprego de meios


auxiliares de orientação ajuda na manutenção da direção.

4.3.5.11.12 As tropas atacantes, tanto quanto possível, devem estar


familiarizadas com o terreno sobre o qual vão operar. Quando possível, devem
ser realizados ensaios nas condições que mais se aproximem das condições
reais de ataque, a fim de minorar a fadiga do combate noturno, devido ao
aumento da atenção e do esforço físico e psicológico.

4.3.5.11.13 Para tropas bem treinadas em operações noturnas, a eficácia das


tropas mecanizadas que empregam equipamentos de visão noturna equivale à
eficácia das operações diurnas. A iluminação por meio de luz indireta (difusa),
em áreas de retaguarda, auxilia o movimento das tropas, as operações de
apoio logístico e as operações das armas de apoio.

4.3.5.11.14 Em geral, o planejamento para o ataque noturno é semelhante ao


do ataque diurno. Contudo, os planos são muito mais pormenorizados, com
rigorosas medidas de controle que visem a assegurar a coordenação dentro e
entre os elementos atacantes e os de apoio ao ataque. Quando a tropa não
dispuser de equipamentos de visão noturna, os planos são menos flexíveis.

4.3.5.11.15 A decisão do Cmt Bda Inf Mec de realizar um ataque noturno deve
ser difundida para os elementos subordinados o mais breve possível, para que
eles possam providenciar com oportunidade um reconhecimento diurno e um
planejamento e coordenação pormenorizados.

4.3.5.11.16 É feito um reconhecimento pormenorizado dos itinerários de


deslocamento, das posições de ataque e das posições para os projetores de
busca de alvos, durante o dia e a noite. Reconhecimentos diurnos
pormenorizados devem ser realizados, utilizando-se de todos os meios
disponíveis (elementos terrestres, SARP, aeronaves etc.). Quando uma
ultrapassagem é necessária, o reconhecimento é conduzido conjuntamente
com as unidades em contato. Ele inclui, no mínimo, a localização e a
identificação dos guias das unidades em contato, os itinerários através das
posições amigas e o conhecimento dos campos minados e dos obstáculos.
Imagens aéreas e imagens de radar das áreas sobre as quais o ataque deve
ser realizado devem ser distribuídas, ao menos até o escalão subunidade.
Ainda que a Bda Inf Mec seja dotada de equipamentos de tecnologia de
observação e busca de alvos, pode ser necessário enviar patrulhas para obter
informações detalhadas do terreno, da localização e do valor dos elementos de
segurança do inimigo. Todo esforço é realizado para localizar os campos
minados e planos são feitos para neutralizá-los, bem como a outros obstáculos,
antes do ataque.

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4.3.5.11.17 A surpresa é obtida principalmente por meio do sigilo. O sigilo e a


consequente surpresa são essenciais para que o ataque noturno seja
conduzido com um mínimo de baixas. A simplicidade dos planos facilita a
execução da operação. São medidas para manutenção do sigilo:
a) restringir o efetivo dos elementos que participam do reconhecimento e de
outras ações preparatórias;
b) conduzir ataques locais em áreas não destinadas para o ataque noturno;
c) atacar em hora e direções ainda não empregadas contra o inimigo, devendo
evitar a adoção de padrões fixos;
d) executar operações de dissimulação tática, que não na área de ataque, para
confundir o inimigo;
e) intensificar as ações de Medidas de Proteção Eletrônica (MPE),
particularmente impondo a restrição do uso do rádio, de preferência, até a
provável linha de desdobramento; e
f) conduzir o ataque não iluminado até que a força atacante fique exposta ao
inimigo ou até que ela atinja a linha de provável desdobramento.

4.3.5.11.18 Em face das dificuldades de coordenação e controle inerentes às


operações sob visibilidade restrita, em particular o ataque noturno, deve-se
evitar manobras que impliquem mudanças acentuadas da direção de ataque,
assim como ataques excessivamente profundos. Devido às dificuldades de
reorganização à noite, é desaconselhável impor-se a conquista de mais de um
objetivo pelos batalhões.

4.3.5.11.19 O ataque noturno pode ser iluminado (iluminação artificial) ou não


iluminado. A iluminação do campo de batalha permite reduzir, em parte, as
deficiências próprias do combate noturno, aumentando, com isso, a velocidade
de progressão do escalão de ataque.

4.3.5.11.20 O ataque não iluminado é realizado com mais lentidão, porém com
maior probabilidade de obtenção da surpresa. Um ataque noturno, não
iluminado, é feito sob proteção da escuridão, usando-se somente a luz natural
e os equipamentos de visão noturna veiculares e individuais. Esse tipo de
ataque necessita de grande coordenação e de rigorosas medidas de
manutenção do controle e da direção durante a escuridão. O objetivo
designado deverá ser bem definido e facilmente identificável à noite.

4.3.5.11.21 Os ataques iluminados são empregados, quando o fator sigilo não


for preponderante ou não se dispuser de equipamentos de visão noturna para a
maioria dos integrantes do escalão de ataque, sendo importante destacar os
seguintes aspectos:
a) para a iluminação do campo de batalha, são empregados artifícios
iluminativos lançados por morteiros, artilharia de campanha e pela força aérea;

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b) um ataque noturno iluminado pode ter maior profundidade que um ataque


não iluminado;
c) o prosseguimento do ataque sobre objetivos mais profundos pode ser feito
empregando-se a iluminação;
d) se houver pouca ou nenhuma possibilidade de surpreender o inimigo, a
iluminação pode ser empregada logo no início do ataque;
e) se a surpresa puder ser obtida, a iluminação fica suspensa até que o inimigo
coloque seus fogos sobre o atacante;
f) em qualquer caso, a iluminação deve ser planejada e executada, quando os
fogos inimigos começarem a cair sobre a tropa ou se o inimigo iluminar o
campo de batalha por iniciativa própria;
g) a decisão de realizar um ataque iluminado é do Cmt Bda, que a tomará em
função do valor do inimigo, do grau de preparação de suas posições, de suas
medidas de segurança, do terreno, das condições de luminosidade (fases da
lua) e, particularmente, dos meios disponíveis; e
h) quando a posição inimiga é forte, há pouca possibilidade de obtenção da
surpresa, sendo mais conveniente o ataque iluminado.

4.3.5.11.22 Os fogos de apoio são planejados e controlados da mesma


maneira que em um ataque diurno e podem ser empregados antes, durante e
após o ataque, onde se destacam os seguintes aspectos:
a) em relação ao apoio de fogo, os ataques noturnos são classificados em
apoiados e não apoiados;
b) um ataque apoiado é feito com o emprego de fogos de apoio antes, durante
e depois do ataque;
c) estes ataques, iluminados ou não, podem ser executados quando a
possibilidade de surpresa for remota;
d) um ataque não apoiado é feito para permitir que a força atacante avance até
a distância de assalto sem o auxílio dos fogos de apoio;
e) uma vez iniciado o assalto, os fogos são executados normalmente. Embora
não haja intenção de emprego, os fogos de apoio devem ser sempre
planejados tendo em vista eventuais necessidades;
f) quando o ataque é não apoiado, os fogos que já vinham sendo
desencadeados devem ser mantidos com a finalidade de manter a fisionomia
da frente;
g) as posições para as armas de apoio são reconhecidas e marcadas e os
dados de fogo são preparados durante o dia; e
h) as armas se deslocam acobertadas pela noite.

4.3.5.11.23 O rádio é o principal meio do qual dispõe o comandante para


comandar e controlar a Bda, durante o ataque. A prescrição rádio silêncio pode
ser imposta à força atacante para confundir o inimigo da intenção do
movimento dos veículos. Quando quebrado o sigilo, a restrição de rádio em
silêncio passa à prescrição rádio livre. Em qualquer caso, meios
suplementares, tais como sinais pirotécnicos, luz infravermelha e dispositivos

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eletrônicos são planejados e empregados.

4.3.5.11.24 Esquema de Manobra para o Ataque Noturno:


a) as possibilidades de manobra, durante um ataque noturno, dependem,
principalmente, da natureza do objetivo e da visibilidade. A mudança de direção
é muito difícil. Manobras complicadas são evitadas para diminuir o perigo do
fratricídio. Os ataques, normalmente, são feitos em uma única direção e em
formação relativamente cerrada para facilitar o controle. Todavia, manobras
mais complexas podem ser empregadas pelas unidades mecanizadas,
empregando meios auxiliares de orientação e equipamentos de visão noturna;
b) formações: formações simples são utilizadas em todos os escalões. As
formações em coluna são mantidas o maior tempo possível para facilitar o
controle, preferencialmente, até que a linha de provável desdobramento seja
atingida; e
c) hora do ataque: horas padronizadas de ataque devem ser evitadas para
facilitar a surpresa. Devem ser levadas em consideração a missão e a situação
do inimigo. Se o ataque é feito para conquistar um acidente capital do terreno,
a fim de favorecer o ataque durante o dia, ele deve ser desencadeado durante
as últimas horas de escuridão, para dar ao inimigo o mínimo de tempo de
interferir no ataque subsequente. Contudo, o ataque desencadeado durante as
primeiras horas da noite permite ao atacante a vantagem de um longo período
de escuridão para poder explorar a confusão do inimigo e a consequente perda
de seu controle. Os ataques podem ser iniciados durante a noite e continuarem
sem interrupção durante o dia.

4.3.5.11.25 Conduta no Ataque Noturno:


a) as forças atacantes cruzam a linha de partida na hora prescrita pela ordem
de operações. Os comandantes devem estar o mais à frente possível para
assegurar o movimento agressivo de suas unidades, a manutenção da direção
e a coordenação com outras unidades e com a base de fogos. Todos os
comandantes devem exercer um controle cerrado sobre os seus elementos
para evitar um assalto prematuro. O ideal é conduzir o ataque não iluminado o
mais à frente possível e daí passá-lo a iluminado para a consolidação do
objetivo de uma maneira semelhante ao ataque diurno;
b) as F Seg do inimigo, encontradas durante o avanço, são eliminadas pelos
elementos da testa. Essa ação pode exigir o desdobramento de forças antes
mesmo da hora planejada; e
c) o assalto noturno deve ser conduzido da mesma maneira que o assalto
diurno. Quando a surpresa não pode ser obtida, a iluminação é iniciada.

4.3.5.11.26 Ações no Objetivo Após o Ataque Noturno:


a) Elementos de segurança são enviados o mais à frente possível para alertar
se as forças inimigas estão se organizando para o contra-ataque. Para isso,
seus movimentos são cuidadosamente coordenados com a base de fogos.

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b) Deve ser dada especial atenção à utilização dos equipamentos de visão


noturna, durante a consolidação e reorganização no objetivo. Antes do clarear
do dia, todos os elementos devem estar preparados para continuar o ataque ou
defender a posição conquistada.

4.3.6 APROVEITAMENTO DO ÊXITO

4.3.6.1 Considerações gerais

4.3.6.1.1 Aproveitamento do Êxito é a operação que se segue a um ataque


exitoso e que, normalmente, tem início quando a força inimiga se encontra em
dificuldades para manter suas posições. Caracteriza-se por um avanço
contínuo e rápido das forças amigas, com a finalidade de ampliar ao máximo as
vantagens obtidas no ataque e anular a capacidade do inimigo de reorganizar-
se ou realizar um movimento retrógrado ordenado.

4.3.6.1.2 É a operação que obtém os resultados mais decisivos dentre as


operações ofensivas, pois permite a destruição do inimigo e de seus recursos
com o mínimo de perdas para o atacante. Pode-se afirmar que o Apvt Exi
permite traduzir o sucesso tático em vantagem operacional.

4.3.6.1.3 A oportunidade para o aproveitamento do êxito pode ser indicada:


a) pelo aumento do número de prisioneiros capturados e do material
abandonado; e
b) pela ultrapassagem de posições de artilharia, de instalações de comando,
de comunicações e de depósitos de suprimento do inimigo.

4.3.6.1.4 Uma força que realiza um aproveitamento do êxito organiza-se em:


a) Força de Aproveitamento do Êxito - que tem como missão conquistar
objetivos profundos na retaguarda do inimigo, a fim de cortar suas vias de
retraimento e retirada, bem como desorganizar sua capacidade de C². As
forças inimigas que possam interferir no cumprimento da missão são
ultrapassadas ou fixadas com um efetivo mínimo para, posteriormente, serem
destruídas; e
b) Força de Acompanhamento e Apoio - que segue a Força de
Aproveitamento do Êxito para assegurar a livre utilização das vias de
transporte, reduzir ou destruir forças inimigas ultrapassadas, manter acidentes
capitais do terreno, necessários para o prosseguimento da operação, bloquear
o movimento das reservas inimigas e substituir elementos da força de
aproveitamento do êxito que tenham sido deixados à retaguarda para fixar
resistências inimigas.

4.3.6.1.5 O Cmt Bda deve estar permanentemente alerta para executar o


aproveitamento de um êxito obtido. Após iniciado, o Apvt Exi deve ser
executado ininterruptamente, sem conceder ao inimigo qualquer alívio da

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pressão ofensiva, até a conquista do objetivo final.

4.3.6.1.6 O Apvt Exi é caracterizado pela execução descentralizada.


Entretanto, o comandante deverá manter um controle eficiente, de forma a
evitar que a brigada se estenda demasiadamente. Um mínimo de medidas de
controle é utilizado. Os planos das unidades de combate e de apoio ao
combate devem ser flexíveis. O Ap Log é, comumente, descentralizado.

4.3.6.1.7 Elementos da Av Ex, quando disponíveis, proporcionam segurança,


informes sobre o inimigo e o terreno e atacam tropas inimigas que possam
interferir no movimento da F Apvt Exi. Cumprem, ainda, missões de apoio ao
combate e logístico.

4.3.6.1.8 Aeronaves, quando disponíveis, atacam as reservas e as colunas


inimigas em retirada e informam a situação do inimigo.

4.3.6.1.9 Tendo em vista o grande consumo de combustível, é necessário que


sejam feitas previsões para que o suprimento se faça rápido e continuamente.
A segurança das colunas de suprimento deve ser considerada, particularmente
quando a Bda tem elementos avançados operando na retaguarda inimiga.
Nesses casos, pode ser necessário realizar o suprimento pelo ar.

4.3.6.2 Planejamento do Aproveitamento do Êxito (F Apvt Exi e F Acomp


Ap)

4.3.6.2.1 A execução descentralizada é a característica do Apvt Exi. Os planos


de Ap Log e apoio ao combate devem ser flexíveis.

4.3.6.2.2 A rede de estradas, o dispositivo e as necessidades de coordenação


e controle são fatores que devem ser considerados no planejamento da
operação de Apvt Exi.
a) rede de estradas - em face da necessidade de rapidez, uma operação de
Apvt Exi deve utilizar o maior número possível de eixos disponíveis que
demandem aos objetivos impostos, situados profundamente na retaguarda
inimiga.
b) dispositivo - a Bda Inf Mec se desloca, normalmente, com dois elementos
em primeiro escalão, apoiados por artilharia e engenharia. Os trens das
unidades deverão ser escoltados por frações de tropa.
c) coordenação e controle - um mínimo de medidas de controle é utilizado, a
fim de conceder, durante a progressão, ampla iniciativa aos comandos
subordinados, de modo a evitar retardos desnecessários e prejudiciais às
operações.

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4.3.6.2.3 Os objetivos da Bda Inf Mec situam-se:


a) nos flancos e retaguarda da posição inimiga (reservas, centros de C² e
instalações logísticas);
b) em acidentes capitais do terreno (desfiladeiros, cruzamentos de estradas,
nós ferroviários, pontes etc); e
c) em regiões favoráveis ao desembarque de forças aeroterrestres.

4.3.6.2.4 É indispensável um perfeito controle sobre o movimento das U, a fim


de tornar possível a passagem rápida da coluna de marcha para o dispositivo
de ataque. Além da observância de rigorosa disciplina de marcha e do
estabelecimento de um seguro sistema de C², a Bda fixa eixos de progressão,
linhas e pontos de controle e pontos de ligação, entre outras medidas de
coordenação e controle. Uma perfeita sincronização das funções de combate
proporcionará a sinergia necessária para o cumprimento da missão.

4.3.6.2.5 A Bda procura não se engajar com as forças inimigas encontradas, a


menos que essas possam interferir no cumprimento de sua missão ou não
possam ser desbordadas. A decisão de desbordar ou engajar forças inimigas
encontradas é do Cmt Bda. Entretanto, este pode delegar esta autorização aos
comandantes das unidades subordinadas. Normalmente, no aproveitamento do
êxito é dada liberdade de ação e estimulada a iniciativa dos Cmt subordinados.

4.3.6.2.6 Nesse tipo de operação, mais do que em qualquer outro, cresce de


importância a intenção do comandante. Cabe ao Comandante da Bda Inf Mec
estabelecer a intenção e o EFD. Tal intenção também determinará a ação
principal, a forma de manobra e guiará na designação do esforço principal. A
intenção clara e concisa possibilitará o menor número de restrições aos Esc
executantes, diminuindo o fluxo de mensagens e permitindo uma confiável e
facilitada coordenação e comunicações entre a F Apvt Exi, a F Acomp Ap e o
Cmt; maximizando, assim, o impacto da operação de Apvt Exi.

4.3.6.2.7 Geralmente, os batalhões de primeiro escalão atacam partindo da


coluna de marcha para reduzir bloqueios de estrada e pequenos bolsões de
resistência ou para executar o reconhecimento necessário ao esclarecimento
da situação.

4.3.6.2.8 As ações caracterizam-se pela agressividade, pronta utilização da


potência de fogo e emprego rápido, e sem hesitação das unidades não
empenhadas.

4.3.6.2.9 As forças inimigas que interferem ou ponham em risco a missão da


Bda são fixadas, desbordadas ou destruídas mediante um ataque de
oportunidade. Se isso não for possível, a brigada pode executar um
reconhecimento em força para esclarecer a situação e informar ao Esc Sp a
decisão tomada. Nesse caso, normalmente, centraliza as ações e executa um

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ataque coordenado.

4.3.6.2.10 O planejamento logístico deve ser antecipado, designando futuros


EPS, pontos de destacamentos logísticos, bem como o suporte médico, com
instalações médicas (PS), circuitos de ambulâncias e pontos de coleta de
prisioneiros de guerra, verificando ainda, a necessidade de aproximação do
PAA, deslocando-se da base logística de brigada (BLB).

4.3.6.2.11 No planejamento de suporte médico e apoio logístico deve ser


considerado as necessidades da população civil da A Op.

4.3.6.2.12 O Cmt Bda deverá realizar o planejamento dos meios de Av Ex e F


Ae, verificando as possibilidades e limitações, bem como o emprego desses
meios. Deverá prever a utilização das surtidas de Anv (FAe), conforme
disponibilizado pela DE/CTTO.

4.3.6.3 A Bda Inf Mec como Força de Aproveitamento do Êxito

4.3.6.3.1 A Bda Inf Mec progride em uma larga frente, desde que o terreno e a
rede de estradas o permitam. São mantidas em reserva apenas forças que
possibilitem assegurar a flexibilidade, a impulsão e a segurança. A eficiência da
operação pode ser aumentada pelo emprego de uma força de
acompanhamento e apoio, com a missão de seguir e apoiar a força designada
para realizar o Apvt Exi.

4.3.6.3.2 A Bda Inf Mec recebe, normalmente, um objetivo profundo na


retaguarda do inimigo, que corte as vias de comunicações e desorganize o C²
deste. A operação é conduzida tão vigorosamente quanto possível, para que a
grande unidade atinja rapidamente seu objetivo e tenha condições de mantê-
lo, a despeito dos esforços inimigos para retomá-lo. Quando disponíveis, são
empregadas forças aeromóveis e paraquedistas para conquistar acidentes
capitais importantes.

4.3.6.3.3 O planejamento da Operação de Aproveitamento do êxito:


a) começa durante a preparação das ações ofensivas. No intuito de evitar
perder tempo durante a transição de marcha para o combate ou para Apvt Exi,
o Cmt Bda Inf Mec deve realizar minucioso estudo das possibilidades e
limitações do inimigo, dos objetivos definidos pelo Esc Sp e da sua A Op,
visando a elencar as U que receberão tal missão.
b) pode ser realizado como uma espécie de marcha para o combate com
diversos ataques de oportunidade. O comandante geralmente realizará a
emissão de O Frag, abordando:
- a forma de movimento;
- a posição de cada elemento na forma de movimento da F Apvt Exi;
- o critério para ultrapassagem, se for o caso;

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- novas medidas de coordenação e controle que auxiliarão na manobra, bem


como os objetivos, mudanças de limites, limite para avanço da força; e
- medidas de coordenação e controle para o apoio de fogo.

Fig 4-6 F Apvt Exi da Bda Inf Mec com um Elm em 1º Esc

4.3.6.3.4 Para garantir o Apvt Exi, o planejamento de ressuprimento de óleos,


combustíveis e lubrificantes deve ter prioridade, tendo ciência de que a Força
de Apvt Exi costuma abrir mais de um E Prog para garantir a dispersão e a
continuidade das ações. Ressalta-se que durante a operação ocorre mais
movimentos à frente que nos ataques.

4.3.6.3.5 Durante a execução do Apvt Exi, a Bda desborda as forças inimigas


que não tenham poder suficiente para ameaçá-la ou interferir no cumprimento
da missão do Esc Sp. O Cmt Bda informa ao Esc Sp sobre as forças inimigas
desbordadas.

4.3.6.3.6 O Anexo C deste Manual apresenta, à guisa de exemplo, uma


redação de decisão e apresentação do esquema de manobra de uma Bda Inf
Mec como Força de Apvt Exi.

4.3.6.4 A Bda Inf Mec como Força de Acompanhamento e Apoio

4.3.6.4.1 A Bda Inf Mec assume as tarefas que possam retardar o avanço da
Força de Aproveitamento do Êxito, tais como evitar que o inimigo feche as
brechas na penetração, manter acidentes capitais conquistados durante o
ataque, manter livre as vias de comunicações e de suprimento, destruir
resistências inimigas ultrapassadas e substituir elementos da F Apvt Exi que
estejam contendo resistências inimigas desbordadas. A Bda Inf Mec, por suas
características, é especialmente apta a cumprir estas missões.

4.3.6.4.2 Como Força de Acompanhamento e Apoio, a Bda Inf Mec apoia a


Força de Apvt Exi, liberando-a das tarefas que possam retardar o seu avanço,

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como, por exemplo, evitar que o inimigo feche a brecha na penetração e


manter acidentes capitais conquistados durante o ataque. Nessa missão a Bda
Inf Mec:
a) mantém livres as vias de comunicações e suprimento;
b) apoia os elementos da Força de Apvt Exi;
c) destrói resistências inimigas desbordadas pela Força de Apvt Exi; e
d) amplia a Z Aç a cavaleiro do eixo de progressão.

4.3.6.4.3 A Força de Acompanhamento e Apoio substitui os elementos da


Força de Apvt Exi, empenhados no bloqueio do inimigo ou proteção de áreas
ou instalações, possibilitando rápido retorno a seu comando de origem,
recompondo-o para o prosseguimento da missão. Normalmente, a Força de
Acompanhamento e Apoio não se subordina à Força de Apvt Exi. Ambas são
enquadradas por um comando de DE responsável pela operação de Apvt Exi.
As relações de comando são semelhantes àquelas do apoio direto prestado por
um elemento de apoio ao combate a um elemento de combate.

4.3.6.4.4 Elementos da F Acomp Ap podem reforçar a F Apvt Exi, a fim de, em


determinadas situações, assegurar a unidade de comando. As ligações entre
os elementos das duas forças devem ser mantidas em todos os escalões.

4.3.6.4.5 As unidades empregadas como F Acomp Ap da Bda Inf Mec num


Apvt Exi, sempre que possível, devem possuir ou serem providas do mesmo
grau de mobilidade da F Apvt Exi.

Fig 4-7 A Bda Inf Mec como Força de Acompanhamento e Apoio no


Aproveitamento do Êxito

4.3.7 PERSEGUIÇÃO

4.3.7.1 Considerações Gerais

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4.3.7.1.1 A perseguição é a operação destinada a cercar e destruir uma força


inimiga que está em processo de desengajamento do combate ou tenta fugir.
Ocorre, normalmente, logo em seguida ao aproveitamento do êxito e difere
deste pela não previsibilidade de tempo e lugar e por sua finalidade principal,
que é a de completar a destruição da força inimiga. Portanto, não se planeja
nem se conta previamente com forças especificamente designadas para a sua
execução. Embora um objetivo no terreno possa ser designado, a força inimiga
é o objetivo principal.

4.3.7.1.2 A Bda Inf Mec tem limitadas possibilidades para seu emprego nesse
tipo de operação como força de pressão direta, não sendo a tropa mais apta a
executá-la.

4.3.7.1.3 A Bda Inf Mec terá melhores possibilidades de emprego nas


operações de perseguição quando enquadrada em escalões superiores, neste
caso, prioritariamente, atuando como força de cerco.

4.3.7.1.4 Eventualmente, mediante análise dos fatores da decisão, com


posterior autorização do seu escalão enquadrante, a Bda Inf Mec poderá vir a
ser empregada isoladamente em operações de perseguição.

4.3.7.1.5 A perseguição difere, portanto, do Apvt Exi porque, neste, o objetivo


principal é, geralmente, um objetivo físico situado bem à retaguarda do inimigo.
No caso do Apvt Exi, a Bda Inf Mec evita, ultrapassa ou rompe as resistências
inimigas, concentrando-se somente na conquista do objetivo que lhe foi
atribuído. Na perseguição, apesar da Bda poder orientar sua progressão para
um objetivo físico, a missão é a destruição da força principal do inimigo.

4.3.7.1.6 A perseguição é determinada quando o inimigo não tem mais


condições de manter-se em posição e procura a retirada. Nessa oportunidade,
a Bda Inf Mec muda o ritmo das operações e passa a buscar a destruição do
inimigo. Indícios importantes de fraqueza do inimigo são: o avanço contínuo em
uma direção decisiva, sem forte reação inimiga; a conquista de objetivos
críticos; o aumento do número de prisioneiros capturados, de armas
abandonadas e de mortos insepultos; a diminuição ou cessação dos fogos de
artilharia; e a ausência de outras reações ou contramedidas inimigas.

4.3.7.1.7 Não há planejamento prévio, tampouco a designação antecipada de


forças específicas para a sua execução. Embora um objetivo no terreno possa
ser designado, a força inimiga é o objetivo principal.

4.3.7.1.8 Indícios de um colapso inimigo alertam a Bda Inf Mec para a


realização de uma perseguição. As ordens preparatórias são, então, emitidas.
As forças são reagrupadas e é previsto apoio logístico adicional,
particularmente de suprimentos Classe III e V.

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4.3.7.1.9 A perseguição exige a manutenção de uma pressão constante sobre


o inimigo, impedindo-o de reorganizar-se e organizar novas defesas.

4.3.7.1.10 O transporte aéreo pode ser necessário para o lançamento de


suprimento pelo ar, particularmente das Classes III e V, permitindo ao Cmt Bda
manter a impulsão da perseguição e uma contínua pressão sobre o inimigo.

4.3.7.1.11 A DA Ae é prevista de maneira idêntica àquela de uma marcha para


o combate. Normalmente, grande parte das armas automáticas da artilharia de
DA Ae é empregada em missões de superfície.

4.3.7.1.12 A Bda Inf Mec, ao atuar como Força de Cerco, avança ao longo de
estradas paralelas às vias de retirada do inimigo, buscando atingir
desfiladeiros, pontes e outros pontos-chave, antes do grosso das forças
inimigas. Quando não puder antecipar-se ao grosso do inimigo, busca engajá-
lo pelo flanco.

4.3.7.2 Planejamento da Perseguição

4.3.7.2.1 Normalmente, o Comandante da Bda não possuirá o tempo


necessário para realizar um planejamento específico para a operação de
perseguição. No entanto, seu planejamento deverá prever a manutenção de
uma pressão constante sobre o inimigo, impedindo-o de reorganizar-se e
organizar novas defesas. Homens e equipamentos deverão ser exigidos até os
limites de suas possibilidades. O Cmt Bda deve conduzir a operação de forma
a evitar que o ímpeto do ataque seja perdido. Durante a perseguição, os
comandantes das forças empregadas deverão correr riscos maiores que em
outros tipos de operações ofensivas, a fim de obter resultados decisivos.

4.3.7.2.2 Quando a Bda Inf Mec executa uma operação de perseguição,


organiza uma Força de Pressão Direta de valor e composição suficientes para
manter uma pressão contínua e uma Força de Cerco que deve ter mobilidade
igual ou superior à do inimigo e ter capacidade para realizar uma operação
semi- independente.

4.3.7.2.3 A incapacidade de reação do inimigo reduz a necessidade de apoio


mútuo. Tanto a Força de Pressão Direta como a Força de Cerco devem ser
dotadas de elementos de engenharia, para tornar mais rápido os seus
movimentos, de adequado apoio de fogo e de comunicações.

4.3.7.2.4 O Ap Log deve merecer especial atenção. O consumo de


combustíveis, lubrificantes e munições é elevado. As unidades de primeiro
escalão podem, muitas vezes, ser supridas por via aérea.

4-38
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4.3.7.2.5 A velocidade de progressão, a possibilidade de reação inimiga e a


dispersão de forças aumenta a importância da segurança, que pode ser
equilibrada por um criterioso planejamento do emprego dos BIMec.

4.3.7.2.6 Se disponíveis para a operação da Bda, os elementos de Rec Atq da


Av Ex poderão ser empregados em missões de reconhecimento e segurança,
assim como, em ações ofensivas contra tropas e instalações inimigas em
profundidade. Aeronaves de reconhecimento (Av Ex ou F Ae) podem realizar
contínua observação das áreas vitais na retaguarda inimiga, buscando,
combinadas a outras forças, determinar a direção de retirada do inimigo,
manter o contato com as colunas em retirada e localizar os movimentos dos
reforços inimigos em sua Z Aç.

4.3.7.2.7 Devido à natureza fluída das operações de perseguição, a


coordenação do apoio aerotático com as unidades de manobra é de
importância vital para assegurar o máximo de danos aos alvos inimigos
transitórios, sem perigo para o movimento rápido das forças amigas.

Fig 4-8 Bda Inf Mec como Força de Cerco na Perseguição

4.3.7.3 Coordenação e Controle

4.3.7.3.1 A perseguição é determinada quando o inimigo não tem mais


condições de manter-se em posição e procura a retirada. Nessa oportunidade,
a Bda muda o ritmo das operações e passa a buscar a destruição do inimigo.

4.3.7.3.2 A perseguição é conduzida em uma frente tão larga quanto possível.


A pressão direta é mantida incessantemente, enquanto uma Força de Cerco
corta as vias de retirada do inimigo. Quando as condições permitirem e houver
superioridade marcante, a Bda Inf Mec deve procurar realizar o duplo
desbordamento da força que retrai e de seus componentes.

4-39
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4.3.7.3.3 Não deve ser permitido que as forças de retaguarda e flancoguarda


inimigas desviem a força principal de sua direção decisiva. Se houver
insucesso na tentativa de cortar as vias de retirada do inimigo, uma nova Força
de Cerco é rapidamente constituída.

4.3.7.3.4 Quando necessário, para desalojar rapidamente uma força inimiga, o


Cmt Bda deve atacar imediatamente, empregando suas forças, à medida que
elas estejam prontas. Para as forças empregadas na pressão direta e nas
ações de cerco são designados objetivos profundos e missões amplas. O
máximo grau de iniciativa é permitido aos elementos subordinados. Se
necessário, os meios de apoio ao combate e logístico são descentralizados.

4.3.7.3.5 A missão da Força de Pressão Direta é atacar continuamente, a fim


de evitar que o inimigo desengaje e reconstitua a sua defesa, infligindo-lhe o
máximo de baixas. Em hipótese alguma o contato deve ser rompido. Os
elementos de primeiro escalão da Força de Pressão Direta atuam
agressivamente sobre as colunas inimigas ao longo de todas as estradas
disponíveis, ultrapassam pequenas resistências que são reduzidas pela força
de acompanhamento e apoio. Durante a noite, as unidades prosseguem
atacando para manter o inimigo desequilibrado. A Força de Pressão Direta
deve, também, através da manobra, cortar a retirada e destruir partes do
inimigo, quando essas ações não ameacem sua missão principal.

4.3.7.3.6 A missão da Força de Cerco é bloquear a retirada do inimigo


derrotado para que ele possa ser destruído entre ela e a Força de Pressão
Direta. Quando há disponibilidade de meios, o Esc Sp pode realizar,
eficientemente, um envolvimento vertical sincronizado com a Força de Cerco.

4.3.7.3.7 O Anexo D deste Manual apresenta, à guisa de exemplo, uma


redação de decisão e apresentação do esquema de manobra de uma Bda Inf
Mec em Perseguição.

4.3.8 FORMAS DE MANOBRA DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS

4.3.8.1 Considerações gerais

4.3.8.1.1 Forma de Manobra é o processo que a Bda Inf Mec utiliza para
executar o seu movimento, de modo a conseguir ocupar uma posição
vantajosa para atacar o inimigo.

4.3.8.1.2 Para selecionar a forma de manobra a ser empregada pela Bda Inf
Mec, seu Comandante deve, inicialmente, orientar-se pela intenção e pela
missão definida pelo seu Esc Sp. A seguir, utiliza para definir a escolha,
parâmetros opostos, tais como: velocidade face ao tempo; frente versus
profundidade; concentração face à dispersão; e outros. São dados importantes

4-40
EB70-MC-10.XXX

para essa escolha o tempo, a segurança, a direção tática de atuação, as


características da área de operações e o dispositivo inimigo. A análise desses
fatores conduzem a definição da forma de manobra mais adequada a ser
empregada em determinada situação tática.

4.3.8.1.3 A escolha da forma de manobra tem como um dos objetivos iludir o


inimigo, fazendo-o acreditar em seus planejamentos e concentrar o poder de
combate sobre suas vulnerabilidades. Trata-se, basicamente, de iludir o inimigo
quanto aos seus pontos fortes e concentrar o poder de combate sobre suas
vulnerabilidades.
d) O comandante da Bda Inf Mec pode empregar cinco formas de manobra
tática nas operações ofensivas: envolvimento, desbordamento, penetração,
infiltração e ataque frontal.

OPERAÇÕES OFENSIVAS
TIPOS DE OPERAÇÕES FORMAS DE MANOBRA
MARCHA PARA O COMBATE -
RECONHECIMENTO EM -
FORÇA
ENVOLVIMENTO
DESBORDAMENTO
ATAQUE
PENETRAÇÃO
INFILTRAÇÃO
ATAQUE FRONTAL
APROVEITAMENTO DO ÊXITO -
PERSEGUIÇÃO -
Tab 4-2 Formas de Manobra das Operações Ofensivas

4.3.8.2 Desbordamento

4.3.8.2.1 É uma manobra ofensiva dirigida para a conquista de um objetivo à


retaguarda do inimigo ou sobre seu flanco, evitando sua principal posição
defensiva, cortando seus itinerários de fuga e sujeitando-o ao risco da
destruição na própria posição.

4.3.8.2.2 O desbordamento é executado sobre um flanco vulnerável do inimigo,


a fim de evitar o engajamento decisivo com a sua principal força defensiva. Um
ou mais ataques secundários fixam o inimigo para impedir o seu retraimento e
para reduzir sua possibilidade de reação contra o ataque principal, forçando-o
a combater simultaneamente em duas direções.

4-41
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4.3.8.2.3 O(s) ataque(s) secundário(s), sempre que possível, deve(m) iludir o


inimigo quanto à localização ou à existência do ataque principal. Nesta forma
de manobra, a Bda Inf Mec executa um ou mais ataques secundários, na parte
frontal da posição do inimigo, geralmente a parte mais guarnecida por fogos e
obstáculos, e/ou em um dos flancos dessa posição, realizando seu ataque
principal no flanco oposto da mesma. O sucesso do desbordamento depende
da surpresa, da mobilidade e da capacidade do(s) ataque(s) secundário(s) de
fixar o inimigo.

4.3.8.2.4 Os meios aéreos são de particular valor para aumentar a mobilidade


da força de desbordamento, fornecendo condições para um assalto aeromóvel,
por exemplo, a fim de facilitar a conquista rápida dos objetivos de
desbordamento. Manobras desta natureza, em larga escala, podem
caracterizar um desbordamento vertical.

4.3.8.2.5 Quando a situação permitir a escolha da forma de manobra tática, o


desbordamento deve ser a forma de manobra prioritária da Bda Inf Mec, uma
vez que oferece melhor oportunidade para a aplicação do poder de combate
com o máximo de vantagens. As formas de manobra penetração e ataque
frontal só devem ser empregadas em último caso ou em situações muito
especiais.

4.3.8.2.6 Uma variante do desbordamento é o duplo desbordamento, onde o


ataque procura contornar simultaneamente ambos os flancos do inimigo. Exige
uma grande superioridade do poder de combate e de mobilidade e é difícil de
ser controlado. A deficiência em qualquer um desses fatores pode submeter a
força atacante à derrota por partes. A força que executa um duplo
desbordamento deve ser capaz de se desdobrar em uma larga frente, contra
um inimigo que esteja em uma frente mais estreita ou que tenha limitada
mobilidade. A Bda Inf Mec raramente realiza um duplo desbordamento.

4.3.8.2.7 A fase final da manobra de desbordamento é caracterizada pelo cerco


aproximado. Esse se caracteriza pela conquista e manutenção de regiões que
cortam as principais vias de comunicações terrestres, por onde o inimigo possa
retirar meios ou carrear novos recursos em pessoal e material.

4.3.8.2.8 No cerco aproximado, o espaço de manobra deixado ao inimigo é tão


reduzido que, frequentemente, este perde a capacidade de reorganizar seus
meios e, em consequência, de reagir. Essa manobra oferece a melhor
possibilidade para a fixação do inimigo na posição e permite sua captura ou
destruição.

4-42
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4.3.8.2.9 O cerco aproximado é de difícil execução, pois requer da força


executante superioridade numérica e mobilidade muito acima do normal. Essa
superioridade amplia a ação de surpresa dos elementos que realizam o cerco.

4.3.8.2.10 Na execução de um cerco, é preferível a ocupação de todo o


perímetro, simultaneamente. Se isso não for possível, as melhores vias de fuga
são ocupadas inicialmente.

4.3.8.2.11 A condição de sucesso para o desbordamento é o inimigo possuir


um flanco vulnerável ou que o mesmo possa ser criado explorando-se uma
deficiência no seu dispositivo defensivo.

4.3.8.2.12 A fixação do inimigo em posição é obtida por meio de ataques


secundários pouco profundos.

Fig 4-9 A Bda Inf Mec no Desbordamento

4.3.8.2.13 O ataque secundário fixa o inimigo quando emprega poder de


combate capaz de ameaçar seriamente sua posição defensiva e de forçar,
prematuramente, o emprego das suas reservas. Ele também objetiva iludir o
inimigo quanto à localização e intenção do Atq Pcp. É desejável que um dos
ataques secundários possa criar condições alternativas de prosseguimento
para conquista do objetivo de desbordamento, caso o inimigo decida empregar
a sua reserva para barrar o Atq Pcp.

4-43
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4.3.8.2.14 A manobra através do flanco vulnerável é executada pela força


desbordante ou envolvente. Essa força conquista o terreno que domina as
linhas de suprimento do inimigo e seus caminhos de retirada ou que facilitem o
seu reforço.

4.3.8.2.15 A força desbordante (Atq Pcp) que executa o movimento de flanco


pode fazer uma manobra próxima ou mais afastada da força de ataque
secundário. Em uma manobra mais próxima, os elementos de apoio de fogo
são capazes de apoiar centralizadamente ambas as forças (do ataque principal
e secundário). Em uma manobra afastada, os elementos de apoio de fogo
poderão ser empregados descentralizados. A força conduzindo a manobra
afastada pode ser acompanhada pelos fogos dos seus elementos de apoio. A
conquista do objetivo por uma força em movimento de flanco pode ser seguida
de um Apvt Exi, caso esta oportunidade ocorra.

4.3.8.2.16 O sucesso dos movimentos de flanco depende, amplamente, do


grau de surpresa e da mobilidade das forças que o executam e da
possibilidade do ataque secundário para fixar o inimigo na posição. O rápido
movimento dessas forças e a execução de um ataque secundário, se
necessário, são essenciais para impedir o movimento das reservas do inimigo
na ocupação de posições previamente preparadas e que venham a interferir no
deslocamento do ataque principal.

4.3.8.2.17 O ataque secundário pode ser desencadeado no mesmo momento


que o ataque principal. No entanto, é comum ocorrer uma defasagem no
horário do ataque principal, a fim de aumentar a dissimulação e de dificultar o
emprego da reserva inimiga nessa frente, haja vista a sua atração pelo ataque
secundário.

4.3.8.2.18 Pode não haver uma preparação de artilharia em apoio ao ataque da


força desbordante ou envolvente, no interesse de se manter o sigilo da
operação. Se executada, a preparação deve ser intensa e de curta duração.
Um ataque secundário, conduzido agressiva e violentamente, pode
proporcionar a oportunidade de converter-se em uma penetração exitosa.

4.3.8.2.19 A força de desbordamento move-se rápida e diretamente para o


objetivo, contornando as forças inimigas que não podem intervir na execução
da missão.

4.3.8.2.20 Os contra-ataques inimigos que ameacem a execução da missão da


força principal são engajados de maneira semelhante ao combate de encontro.

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4.3.8.3 Envolvimento

4.3.8.3.1 No envolvimento, a Bda Inf Mec deve contornar a principal força


inimiga para conquistar objetivos profundos em sua retaguarda, forçando-a a
abandonar sua posição ou a deslocar forças ponderáveis face à ameaça
envolvente.

4.3.8.3.2 O envolvimento difere do desbordamento por não ser dirigido para


destruir o inimigo em sua posição defensiva. Normalmente, a força envolvente
fica fora da distância de apoio de qualquer outra força terrestre atacante,
devendo ter mobilidade e poder de combate suficientes para executar
operações independentes.

4.3.8.3.3 Mobilidade superior à do inimigo, bem como o sigilo e a dissimulação


aumentam a possibilidade de êxito na realização de um envolvimento.
d) O envolvimento, devido à sua finalidade, ao poder de combate empregado,
ao grau de descentralização e à amplitude do movimento, é uma forma de
manobra normalmente realizada pelo escalão Divisão de Exército.

4.3.8.3.4 A fase final do envolvimento configura o cerco afastado. Nessa


modalidade de cerco, deixa-se considerável espaço de manobra para o
inimigo.

Fig 4-10 A Bda Inf Mec no Envolvimento

4-45
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4.3.8.3.5 Normalmente, torna-se necessária a realização de ações


complementares para a sua destruição.

4.3.8.3.6 A manobra através do flanco vulnerável é executada pela força


envolvente. Essa força conquista o terreno que domina as linhas de suprimento
do inimigo e seus caminhos de retirada ou que facilitem o seu reforço.
Dificilmente, a Bda Inf Mec realiza isoladamente uma manobra de
envolvimento, mas atua como integrante de uma força superior enquadrante,
na qual a brigada realiza o ataque secundário para fixar o inimigo ou atua como
força principal envolvente.

4.3.8.4 Penetração

4.3.8.4.1 A penetração é a forma de manobra que busca romper a posição


defensiva inimiga, atravessar e desorganizar seu sistema defensivo para atingir
objetivos em profundidade. A principal finalidade dessa forma de manobra é
dividir o inimigo e derrotá-lo por partes.

4.3.8.4.2 Para ser bem-sucedida, ela exige a concentração de forças


superiores no local selecionado para romper a defesa do adversário.

Fig 4-11 A Bda Inf Mec na Penetração

4.3.8.4.3 A forma de manobra penetração, em princípio, só deverá ser


empregada pela Bda Inf Mec quando:
a) os flancos do inimigo são inacessíveis;

4-46
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b) o inimigo está em larga frente;


c) o terreno e a observação são favoráveis; e
d) a brigada dispõe de forte apoio de fogo.

4.3.8.4.4 Se houver flagrante superioridade no poder de combate, uma múltipla


penetração pode ser realizada. Em tal caso, as forças atacantes podem
convergir para um objetivo único e profundo ou conquistar objetivos
independentes. Quando for impraticável prosseguir com mais de uma
penetração, a que apresentar maior possibilidade de sucesso deve ser
explorada.

4.3.8.4.5 Depois do rompimento da posição avançada inimiga, forças são


empregadas para alargar a brecha, destruir as guarnições de defesa e
aproveitar o êxito por meio da conquista de objetivos vitais na retaguarda
inimiga.

4.3.8.4.6 As U da Bda Inf Mec participam de uma penetração despendendo


todo o esforço para manter a violência e a impulsão do ataque. Para romper as
posições do inimigo ou para executar um ataque em profundidade na sua área
de retaguarda, que quebre a continuidade de sua defesa, são necessárias
forças relativamente mais móveis do que as do inimigo.

4.3.8.4.7 Logo que a ruptura esteja completa, o ritmo do ataque é aumentado,


a fim de criar a oportunidade para aproveitar o êxito. Normalmente, a força que
recebe a missão de aproveitar o êxito na penetração não é empregada até que
a ruptura esteja completa, mas pode ser empregada para completar essa
penetração. Em último caso, é executada uma ultrapassagem da força que
executa a ruptura para continuar o ataque com inflexível pressão sobre o
inimigo.

4.3.8.5 Infiltração

4.3.8.5.1 A infiltração é uma forma de manobra tática ofensiva que procura


desdobrar uma força à retaguarda de uma posição inimiga, por meio de um
deslocamento dissimulado, com a finalidade de cumprir uma missão que
contribua diretamente para o sucesso da manobra do escalão que enquadra a
força que se infiltra. A forma de manobra infiltração só deverá ser empregada
pela Bda Inf Mec em situações muito particulares ou especiais. O emprego de
uma tropa mecanizada, nessa forma de manobra, deve ser considerado como
uma conduta de combate, quando não se dispuser de nenhuma outra tropa que
possa realizá-la em melhores condições.

4.3.8.5.2 É essencial que o movimento através das linhas do inimigo não seja
pressentido ou não possa por ele ser evitado. As missões atribuídas a uma
força de infiltração podem compreender:

4-47
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a) conquista de terreno decisivo para o contexto das operações;


b) ataque a posições sumariamente organizadas e pontos fortes nos flancos e
retaguarda do inimigo;
c) destruição de instalações vitais do inimigo, ataques às suas reservas, aos
seus meios de apoio de fogo, de C² e logísticas;
d) obtenção de informes;
e) inquietação e desgaste do inimigo; e
f) interdição de áreas na retaguarda do inimigo, visando restringir o movimento
de tropas.

4.3.8.5.3 O ataque precedido por infiltração permite a destruição de unidades e


instalações inimigas, sem se recorrer ao apoio de fogo de artilharia, aéreo ou
naval, e desaconselha a utilização, pelo inimigo, desses fogos, devido à falta
de alvos compensadores.

4.3.8.5.4 As unidades da Bda Inf Mec não são aptas a realizarem uma
infiltração, tendo em vista o material de que são dotadas. Os BI Mec devem ser
preservados para as manobras de movimento, particularmente pelos flancos.
No entanto, a situação tática poderá forçar o emprego dessa forma de
manobra. Nessas situações, a brigada lança mão dos BI Mec desembarcados
de suas viaturas blindadas, para realizar uma infiltração de forma limitada.

4.3.8.5.5 Essa infiltração realizada por tropa da Bda Inf Mec pode ter a
finalidade de conquistar um acidente do terreno importante para a operação
ofensiva a ser realizada a seguir, de onde poderá apoiar, em melhores
condições, a realização dessa operação ofensiva.

4.3.8.5.6 Com os meios de vigilância terrestres e aéreos empregados


atualmente no campo de batalha, dificilmente a Bda Inf Mec pode realizar uma
infiltração com a tropa embarcada em suas viaturas blindadas.

4.3.8.5.7 Uma infiltração bem planejada e conduzida pode, frequentemente,


permitir a colocação de uma força com certo poder de combate na retaguarda
do inimigo, sem que este se aperceba do movimento. Para a execução da
infiltração, é fundamental a manutenção do sigilo, a fim de permitir a obtenção
da surpresa.

4.3.8.5.8 O êxito de uma infiltração depende da existência de terreno adequado


ou de brechas no dispositivo inimigo, ou de ambos, para que o movimento de
forças de infiltração, através das defesas avançadas inimigas, não seja
pressentido.

4.3.8.5.9 A infiltração é facilitada pelo aproveitamento do terreno em que a


observação e a vigilância inimiga sejam limitadas. Regiões matosas, pântanos
e terreno muito dobrado são exemplos de áreas adequadas à infiltração.

4-48
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Nessas regiões, itinerários adequados para o movimento de pequenos grupos


são selecionados pela fração que realiza a infiltração. As condições de
visibilidade reduzida, escuridão, neblina e nevasca facilitam o movimento oculto
de grupos de infiltração. Tais condições, entretanto, alertam o inimigo para
aumentar a sua vigilância.

4.3.8.5.10 Uma força inimiga largamente dispersa, com intervalos não


ocupados, entre as suas posições defensivas, pode sofrer infiltração. A
infiltração contra um inimigo alerta, equipado com meios de detecção de
movimento, exige um cuidadoso emprego de medidas diversionárias e de
dissimulação, de contramedidas eletrônicas e de medidas de segurança
passiva.

4.3.8.5.11 As medidas de controle devem ser bastante pormenorizadas, já que


a infiltração é executada durante períodos de reduzida visibilidade e,
normalmente, através de terreno restritivo. Objetivos adequados para o ataque
subsequente a uma infiltração são os acidentes capitais do terreno,
especialmente aqueles que restringem o movimento das reservas inimigas ou
isolam suas posições defensivas, as reservas, os meios de apoio de fogo, as
instalações de C² e as instalações logísticas mais importantes. Os objetivos
devem contribuir para o cumprimento da missão da Bda Inf Mec e não devem
resultar em dispersão de efetivos. Quando a unidade de infiltração estiver sob o
controle da brigada, os planos de junção são feitos pelo escalão brigada, para
facilitar esta fase da operação. Na ocasião da junção, o controle da unidade de
infiltração passa para a unidade que realiza a junção.

4.3.8.5.12 A infiltração é uma operação de difícil controle e complexa


coordenação dos elementos após terem iniciado o movimento. São
necessários planos para a junção com outras forças atacantes ou para o
retraimento, evacuação, resgate ou para prosseguimento do ataque. Os planos
de junção devem proporcionar adequados meios de reconhecimento e unidade
de comando, logo que a junção tenha sido efetuada.

4.3.8.5.13 Dentro da área de infiltração, o comando que controla a operação


designa uma série de faixas de infiltração de suficiente largura para permitir
que os grupos de infiltração se desloquem sem serem pressentidos pelo
inimigo. As faixas de infiltração, em conjunto com as designações em código
dos grupos de infiltração e sua provável sequência de movimento, os pontos e
as linhas de controle proporcionam os meios para facilitar a informação quanto
à progressão da operação e para a coordenação dos fogos com o movimento
dos grupos. Outras medidas de controle usadas são as posições de ataque, os
objetivos, os pontos e áreas de reagrupamento e os pontos de liberação.

4.3.8.5.14 São previstas comunicações adequadas para uso no âmbito das


unidades ou elementos de infiltração; e entre tais unidades ou elementos com o
comando que as controla. As forças de infiltração observam as medidas de

4-49
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segurança das comunicações e limitam suas transmissões ao mínimo possível.

4.3.8.5.15 Os grupos de infiltração, deslocando-se a pé, dispõem apenas de


armas individuais e coletivas portáteis. Consequentemente, devem ser providos
de apoio de fogo adicional pelos meios da Bda Inf Mec (Mrt P, Art Cmp etc).
Isso exige boa observação, comunicações adequadas e um eficiente sistema
de pedido de fogos.

4.3.8.5.16 Quando disponível o apoio de helicópteros de manobra da Av Ex,


pode ser planejado o emprego do deslocamento de parte ou todo o efetivo da
infiltração pelo ar.

4.3.8.5.17 Embora os grupos que se deslocam pelo ar possam levar maior


quantidade de armas e de maior porte, frequentemente, estes também
necessitam de apoio de fogo suplementar.

4.3.8.5.18 Devem ser preparados planos para o lançamento, pelo ar, de armas
mais pesadas para essa tropa que realiza a infiltração, na área do objetivo, a
fim de lhe proporcionar apoio suplementar às operações subsequentes.

Fig 4-12 Infiltração tática utilizando duas faixas de infiltração

4.3.8.5.19 O desencadeamento de uma operação de infiltração requer rigorosa


sincronização das ações de todos os escalões presentes no campo de batalha.
É uma operação de difícil realização, exigindo medidas eficientes de
coordenação e controle, visto que, uma vez desencadeada, será muito difícil a
introdução de modificações no planejamento inicial. Sinais de reconhecimento
adequados, tanto visuais quanto acústicos, são convencionados entre todas as
unidades operando na área de provável junção, para evitar riscos de fratricídio.

4.3.8.5.20 A tropa que realiza a infiltração deve ser dividida em grupos


menores, que passam através ou em torno das posições avançadas de defesa
do inimigo ou sobre elas, evitando serem descobertos. Esses grupos de
infiltração devem mover-se, normalmente, em faixas de infiltração múltiplas,

4-50
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para posições de ataque na área da ação decisiva. A passagem dos grupos


através da posição inimiga e seu movimento para suas posições de ataque
podem ser acompanhados por fintas e demonstrações.

4.3.8.5.21 Depois de chegarem às posições de ataque, os grupos de infiltração


se organizam em formações de ataque e, numa hora determinada, a força de
infiltração executa sua missão e se prepara para as ações subsequentes
planejadas.

4.3.8.5.22 Os grupos que perderem a direção ou não puderem atingir suas


posições de ataque prosseguem para os pontos ou áreas de reagrupamento.
Planos de emergência orientam suas ações subsequentes, incluindo sua
evacuação, ou seu retraimento, ou seu resgate.

4.3.8.5.23 As forças de infiltração, que tenham penetrado profundamente ou


que tenham de permanecer na retaguarda do inimigo por período prolongado,
exigem suprimento que, algumas vezes, é realizado pelo ar. Pode ser prevista
a utilização de suprimentos capturados.

4.3.8.6 Ataque Frontal

4.3.8.6.1 O ataque frontal é a forma de manobra que consiste em atacar, em


toda a frente da Z Aç, com a mesma intensidade, sem que isso implique o
emprego de todos os elementos em linha. A finalidade do ataque frontal é
destruir ou capturar um inimigo fraco na posição ou fixá-lo, a fim de apoiar
outra forma de manobra.

4.3.8.6.2 Devido à grande probabilidade de insucesso, o ataque frontal é a


forma de manobra menos desejável e deve, sempre que possível, ser evitada,
pelo grande número de baixas e perda de material que normalmente ocorrem.
c) A Bda Inf Mec poderá considerar a realização de um ataque frontal quando:
a) o inimigo for reconhecidamente fraco, não possuindo forças concentradas à
retaguarda;
b) for determinada a conquista de objetivos pouco profundos e possuidores de
mesma importância;
c) a brigada possuir poder relativo de combate muito superior;
d) o tempo e a situação exigirem uma reação imediata à ação do inimigo; e
e) a missão for iludir o inimigo quanto ao ataque principal do escalão superior.

4-51
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4.3.8.6.3 A Bda Inf Mec raramente realiza um ataque frontal, a não ser como
parte de um ataque do Esc Sp e mesmo assim em situações excepcionais.

Fig 4-13 A Bda Inf Mec no Ataque Frontal

4.3.9 OUTRAS AÇÕES OFENSIVAS

4.3.9.1 Combate de Encontro

4.3.9.1.1 O combate de encontro é a ação que ocorre quando uma força em


deslocamento, ainda não desdobrada para o enfrentamento, engaja-se com
uma força inimiga, em movimento ou parada, sobre a qual dispõe de poucas
informações. Sua possibilidade deve ser sempre prevista.

4.3.9.1.2 Na execução de uma operação de segurança, como a cobertura ou a


proteção, em uma marcha para o combate, em aproveitamento do êxito, na
perseguição ou em outras situações de movimento, a Bda Inf Mec pode ter de
combater em situações em que não se encontra desdobrada, engajando-se
com uma força inimiga, parada ou em movimento, sobre a qual dispõe de
poucas informações. Em tais encontros, as ordens breves, as ações rápidas,
agressivas e a ação de choque tornam-se imprescindíveis para conquistar e
manter a iniciativa das ações.

4.3.9.1.3 No campo de batalha moderno, podem ocorrer operações e ações


diversas à frente, nos flancos e na retaguarda da Bda Inf Mec, de forma
contínua ou não, desencadeadas por forças convencionais ou irregulares, com
esses atores tomando parte na fluidez do combate. Diante desse cenário de

4-52
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incertezas, agentes descaracterizados (ou infiltrados na população) e forças


altamente móveis e potentes apresentam-se como as maiores ameaças à tropa
mecanizada da Bda Inf Mec. Essas forças podem estar dispersas, em amplos
espaços, atuando primordialmente ao longo dos eixos rodoviários. Os
combates de encontro podem ocorrer, frequentemente, desde o nível brigada
até o mais baixo escalão de comando.

4.3.9.1.4 No combate de encontro, o comandante da Bda Inf Mec (força em


deslocamento) depara-se, normalmente, com três linhas de ação:
a) procurar romper o contato e desbordar a força inimiga;
b) atacar diretamente, partindo do dispositivo de marcha, tão logo as forças
possam ser lançadas ao combate; e
c) reconhecer e conter a força inimiga, retardando a ação decisiva até que o
grosso de sua força possa ser empregado em um esforço coordenado, seja
ofensiva, seja defensivamente.

Fig 4-14 A Bda Inf Mec no Combate de encontro – Desbordamento

4.3.9.1.5 O objetivo principal do Cmt Bda Inf Mec é a obtenção e a manutenção


da iniciativa. Sem a iniciativa, ele poderá apenas reagir às ações inimigas. O
sucesso exige que o inimigo seja mantido em uma situação de desequilíbrio
que inviabilize o desencadeamento de ações ofensivas. Mantendo a iniciativa,
o comandante pode adotar a melhor LA para o cumprimento de sua missão.

4.3.9.1.6 As seguintes ações auxiliam o Cmt Bda Inf Mec a manter a iniciativa:
a) realizar um reconhecimento imediato e agressivo;
b) realizar um rápido Exame de Situação e emitir ordens fragmentárias;
c) organizar a vanguarda com forças móveis capazes de reconhecer pelo fogo,
desdobrar-se rapidamente e atacar com velocidade;
d) atacar o inimigo partindo direto da coluna de marcha, conforme as unidades
cerrem à frente e tornem-se disponíveis para o emprego; e

4-53
EB70-MC-10.XXX

e) posicionar a artilharia na coluna, de forma a assegurar fogos de apoio,


durante a ação inicial.

Fig 4-15 A Bda Inf Mec no Combate de encontro – Atq de Oportunidade

4.3.9.1.7 A ação vigorosa e agressiva da brigada pode revelar a situação


inimiga. O desbordamento por um flanco exposto, geralmente, revela o
dispositivo inimigo mais rapidamente do que um ataque frontal e dá maior
oportunidade para a surpresa tática e para a obtenção de resultados decisivos.

4.3.9.1.8 Quando o inimigo se encontra em posição, pode-se, deliberadamente,


evitar o engajamento. Nessas condições, se a força inimiga não é
suficientemente forte para comprometer o cumprimento da missão, a
resistência deve ser fixada por um mínimo de elementos e, em seguida,
desbordada. Tal conduta é mais indicada quando existem à retaguarda forças
disponíveis que podem incumbir-se da redução dos elementos ultrapassados,
quando a missão requer um avanço rápido e contínuo ou quando não couber à
tropa que avança realizar a limpeza de sua Z Aç. Caso contrário, a resistência
inimiga é fixada e, em seguida, atacada de preferência em seus flancos, a fim
de obter a surpresa e, desde logo, determinar a frente e a profundidade dela.

Fig 4-16 A Bda Inf Mec no Combate de encontro – Ataque Coordenado

4-54
EB70-MC-10.XXX

4.3.9.1.9 Se o inimigo também estiver em movimento, ataques parcelados são


desencadeados sobre seus flancos, com a finalidade de obter a surpresa e a
iniciativa, revelando, ao mesmo tempo, o valor e o dispositivo de suas forças.
Quando o encontro se der com forças inimigas superiores, adota-se,
rapidamente, um dispositivo defensivo, proporcionando tempo suficiente para
que outras forças amigas se preparem para prosseguir o movimento. Os Esc
Sp e vizinhos são informados a respeito do estabelecimento do contato, bem
como da decisão tomada.

Fig 4-17 A Bda Inf Mec no Combate de encontro – Dispositivo Defensivo

4.3.9.1.10 Os Cmt de cada escalão fornecem aos comandos vizinhos e


superiores informes relativos à situação e ao seu plano de manobra. Em todas
as oportunidades, os comandantes dos elementos de manobra da brigada
devem estar continuamente informados sobre o dispositivo de outras forças e
preparados para reagirem rapidamente a qualquer situação.

4.3.9.2 Incursão

4.3.9.2.1 A incursão é uma ação ofensiva que se caracteriza por rápidas ações
em área controlada pelo inimigo, contra objetivos específicos importantes,
desorganizando-o e infligindo-lhe perdas na sua capacidade operativa. A
incursão é baseada na abordagem indireta do combate, onde as funções de
combate do inimigo são destruídas separadamente, tornando-o vulnerável.

4.3.9.2.2 É uma ação ofensiva de pequena escala, na qual não há ideia de


conquista ou manutenção de terreno.

4.3.9.2.3 Após a ação no objetivo, a tropa é retirada mediante uma exfiltração


aeromóvel ou terrestre, previamente planejada. A recuperação de pessoal e/ou
captura de prisioneiros podem também ser realizadas.

4-55
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4.3.9.2.4 Pode ocorrer em qualquer tipo de operação ofensiva, particularmente,


no ataque, no reconhecimento em força e no aproveitamento do êxito.

4.3.9.2.5 Uma situação favorável ao emprego pela Bda Inf Mec de ações de
incursão pode surgir quando:
a) existir espaço suficiente para a manobra;
b) for identificada uma baixa densidade ou inexistência de forças inimigas em
determinado local do campo de batalha, permitindo a infiltração ou o
desbordamento do inimigo;
c) os eixos de comunicações e suprimento do inimigo estiverem muito
distendidos;
d) houver disponibilidade de apoio aéreo e/ou aeromóvel e apoio de fogo de
artilharia; e
e) a disponibilidade de informações sobre o inimigo permitir um planejamento
detalhado e meticuloso da ação.

4.3.9.2.6 Os requisitos básicos para uma ação de incursão são a surpresa, a


dissimulação, a mobilidade e a existência de superioridade aérea local.

4.3.9.2.7 Nesse tipo de ação, é necessária uma cuidadosa coordenação da


força de incursão com os meios de apoio de fogo.

4.3.9.2.8 Uma ação de incursão pode ser empreendida com as seguintes


finalidades:
a) fixar as reservas do inimigo, impedindo que possam intervir no combate;
b) impedir ou dificultar o desengajamento ou retraimento da força principal do
inimigo, ocupando temporariamente posições importantes à retaguarda
daquela força;
c) realizar junção, apoiar, reforçar ou contribuir para a exfiltração de forças
aeromóveis ou paraquedistas;
d) bloquear vias de acesso importantes no campo de batalha, à retaguarda ou
nos flancos do inimigo ou em profundidade, impedindo ou dificultando o
movimento de suas reservas;
e) cobrir o flanco de uma outra força, durante uma ação ofensiva de
desbordamento ou envolvimento;
f) iludir ou desgastar o poder de combate do inimigo;
g) obter informações para o planejamento do escalão superior;
h) destruir instalações de C², instalações logísticas, posições de artilharia de
campanha e antiaérea e meios de engenharia na área de retaguarda do Ini; e
i) atuar contra os eixos de suprimento e de comunicações do inimigo.

4.3.9.2.9 Normalmente, a Bda Inf Mec, como um todo, não realiza uma
incursão. Todavia, pode ser encarregada pelo Esc Sp ou executá-la por
iniciativa própria, empregando elementos de manobra subordinados. Em

4-56
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qualquer caso, as incursões podem ser conduzidas dentro ou fora da distância


de apoio do escalão imediatamente superior às forças de incursão.

4.3.9.2.10 A força que realiza uma incursão retrai após o cumprimento da


missão, sendo esta a parte mais difícil da operação, o que exige cuidado no
planejamento e na condução. A segurança é vital, porque a força que
incursiona fica exposta ao ataque do inimigo em todas as direções.

4.3.9.2.11 As incursões são planejadas e executadas à semelhança de


qualquer tipo de ataque, ressaltando-se a surpresa e a velocidade de execução
como fatores de importância capital.

4.3.9.2.12 Normalmente, as incursões são limitadas no tempo e no espaço,


ficando o Ap Log restrito ao que possa ser conduzido nas viaturas blindadas e
em reduzido número de viaturas logísticas que podem acompanhar a força
incursora. Entretanto, planos alternativos de ressuprimento devem ser
elaborados. O apoio de manutenção fica limitado a pequenos reparos. A
evacuação médica é feita nas viaturas blindadas ou pelo ar.

4.3.9.2.13 Nesse tipo de operação, é necessária uma cuidadosa coordenação


da força de incursão com os meios de apoio de fogo. A força de incursão a ser
empregada pela Bda Inf Mec deve ser de tal valor que constitua uma autêntica
ameaça para o inimigo, forçando-o a destacar considerável parcela de suas
forças para fazer frente à operação.

4.3.9.2.14 A força de incursão deve ser tática e logisticamente autossuficiente


para o período de duração da missão, sendo capaz de sobreviver com
reduzido apoio logístico e operar com elevada rapidez e letalidade, devendo
ser integrada por elementos de apoio de fogos orgânicos dos elementos de
manobra, engenharia de combate, defesa antiaérea e, se possível, por
artilharia de campanha autopropulsada. Os BI Mec devem cumprir este tipo de
missão reforçados por outras peças de manobra, quando disponíveis.

Fig 4-18 Incursão realizada pelo BI Mec e coordenada pela Bda Inf Mec

4-57
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4.3.9.2.15 Em situações particulares do combate, em face de um inimigo que


não disponha de força blindada, os BI Mec poderão realizar incursões
limitadas, recebendo apoio de Vtr Bld Ap Fg (Can 30mm etc), elementos de
engenharia mecanizada, artilharia antiaérea mecanizada e por artilharia de
campanha mecanizada.

4.3.9.2.16 A operação de incursão pode comportar uma ultrapassagem. Essa


ação deve ser cuidadosamente coordenada com a tropa a ser ultrapassada.
Caso a incursão seja iniciada com uma infiltração, a operação deve seguir as
táticas e procedimentos normais para essa forma de manobra.

4.3.9.2.17 A força incursora deverá concentrar sua atuação sobre o objetivo


que lhe foi atribuído, procurando explorar a surpresa e a velocidade, evitando
qualquer tipo de engajamento desnecessário com o inimigo. Quando a incursão
é realizada durante o dia, na aproximação do objetivo, tanto quanto possível,
deverão ser utilizados itinerários cobertos.

4.3.9.2.18 O itinerário de retraimento, em princípio, não deve ser o mesmo


utilizado na aproximação do objetivo. Os nós rodoviários e os acidentes do
terreno de importância devem ser evitados. Destacamentos de segurança e
fogos de proteção podem ser empregados para manter livres os itinerários de
retraimento.

4.3.9.2.19 O retraimento deve ser feito sem perda de tempo. Um cuidadoso


planejamento e uma coordenação antecipada facilitam o acolhimento através
das linhas amigas, que se realiza de forma semelhante a uma operação de
junção.

4.3.9.2.20 Devem ser planejadas ações, tal como o contra-ataque de


desaferramento, que visem a impedir um engajamento decisivo da tropa que
realiza a incursão.

4.3.10 A BDA INF MEC NA TRANSIÇÃO DE OPERAÇÕES OFENSIVAS


PARA OUTRAS OPERAÇÕES

4.3.10.1 Considerações gerais

4.3.10.1.1 A transição entre uma Op Ofs e uma Op Def, ou operações de


cooperação e coordenação com agências, requer uma cuidadosa avaliação do
Cmt Bda Inf Mec, um detalhado planejamento prévio do EM e a preparação da
Bda para essa transição.

4-58
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4.3.10.1.2 Essa transição poderá ocorrer ao final da Op Ofs, numa determinada


fase dessa operação por ordem do escalão superior ou, a qualquer momento,
por imposição do inimigo.

4.3.10.1.3 As operações ofensivas realizadas pela Bda Inf Mec devem ser
decisivas e dirigidas ininterruptamente até ao atingimento do EFD. Entretanto,
em algumas situações, esta operação ofensiva pode ter alterado o seu rumo
inicial, sendo interrompida, antes de atingido o EFD, seja por ordem do escalão
superior, seja pela ação direta do inimigo ou ainda fatores diversos.

4.3.10.1.4 Quando uma operação ofensiva não logra o atingimento do seu EFD
de forma contínua, isso se deve ao fato de que alcançou o seu ponto
culminante. Normalmente, uma tropa perde o ímpeto ofensivo quando as forças
amigas presentes no combate também já perderam a capacidade de contornar
áreas fortemente defendidas ou de suplantar um inimigo mais aguerrido (ou
que tenha valor superior ao seu).

4.3.10.1.5 Essa mudança poderá ocorrer também de forma abrupta e


repentina, com a brigada passando rapidamente de sua operação ofensiva
para a execução de ações de segurança e de controle de uma zona de ação,
exigindo o emprego da tropa em ações de controle da população, de
prisioneiros de guerra, de restabelecimento de serviços essenciais e de
segurança contra franco-atiradores, agitadores etc. A Bda Inf Mec deve
elaborar planejamento prévio, com preparação mínima da tropa para essas
prováveis situações ao término do combate.

4.3.10.1.6 Além disso, as operações ofensivas da Bda Inf Mec podem atingir
um ponto culminante, que conduza a uma transição quando: o reabastecimento
de combustível, munição e outros suprimentos não conseguem acompanhar o
consumo destes itens pelas peças de manobra engajadas no combate; os seus
soldados ficam fisicamente exaustos; as baixas e as perdas de equipamentos
aumentam; ou quando os reparos e substituições não acompanham as perdas
em combate.

4.3.10.1.7 As operações ofensivas também diminuem o seu ímpeto quando as


reservas não estão disponíveis para continuar o avanço, o defensor recebe
reforços ou o defensor contra-ataca com novas tropas.

4.3.10.2 Planejamento da transição das operações

4.3.10.2.1 O Momento da Transição


a) Quando uma operação ofensiva é suspensa, a Bda Inf Mec pode recuperar
seu ímpeto, mas, normalmente, isso só acontece após uma luta difícil ou após
uma pausa operacional para a sua reorganização.

4-59
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b) Iniciada a operação ofensiva da brigada, o seu comandante deve tentar


perceber quando as suas unidades subordinadas alcançarem, ou estiverem
prestes a atingir, seus respectivos pontos culminantes.
c) A Bda Inf Mec deve planejar e executar essa pausa na operação ofensiva
para reabastecer suas viaturas, recuperar seu poder de combate e preparar a
continuação ou a transição para outra operação, de acordo com a situação
tática existente, nas situações em que esta não consiga atingir seus objetivos
decisivos levantados no planejamento inicial, antes que suas peças de
manobra atinjam seus respectivos pontos culminantes e imponham uma
parada não prevista ou a transição da operação ofensiva para uma defensiva.
d) Ao identificar esse momento crítico da operação, o Cmt Bda Inf Mec tem
maior liberdade de ação para escolher onde e quando parar o ataque (ou outra
operação ofensiva) e em que condições isso se dará.
e) Situações estáticas muito demoradas ou longos períodos sem ação dos
contendores, geralmente, indicam a possibilidade de ocorrer uma transição nas
operações.

4.3.10.2.2 Ações do Estado-Maior Geral (EMG)


a) O Estado-Maior da Bda Inf Mec - deve permanecer atento às mudanças na
situação logística (particularmente no que refere ao suprimento Classe III e V),
ao aumento no número de baixas em combate, à dificuldade em atingir os
objetivos previstos nos prazos do planejamento e à mudança na situação tática
e no poder de combate da tropa inimiga em contato ou na área de interesse da
brigada. A rápida deterioração da situação logística ou uma inesperada
mudança no poder de combate do inimigo poderão indicar o momento de uma
parada na operação ofensiva.
b) O Oficial de Logística (E4) - deve monitorar constantemente a situação dos
níveis de segurança estabelecidos para os suprimentos críticos para a
operação (Classes III e V), relacionando-os com a capacidade da brigada em
ressuprir os elementos em combate.
c) O Oficial de Pessoal (E1) - deve monitorar durante toda a operação o
número de mortos e feridos em cada fase do combate, verificando se
permanecem dentro dos níveis previstos, relacionando-os com a capacidade
das unidades em continuar a cumprir as suas missões e a capacidade da Bda
em repor essas baixas.
d) O Oficial de Inteligência (E2) - deve atentar para mudanças inesperadas
no dispositivo inimigo ou no seu poder de combate. Essas modificações podem
indicar uma mudança na relação de forças no combate e alterar a capacidade
da Bda em atingir os objetivos previstos.

4.3.10.3 Planejamento e execução da parada da Operação Ofensiva

4-60
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4.3.10.3.1 Identificado o momento crítico, o Cmt Bda Inf Mec pode planejar em
melhores condições as atividades futuras da brigada e as ações onde deve
adotar uma atitude defensiva, suspendendo a operação em curso.

4.3.10.3.2 Caso sua decisão seja pela adoção de uma parada na operação
ofensiva, deve visualizar o que precisa ser feito para minimizar as
vulnerabilidades apresentadas pelas suas peças de manobra, o que deve ser
feito para recuperar o poder de combate e o ímpeto ofensivo de sua brigada e
em que momento retomar a operação em andamento.

4.3.10.3.3 Após avaliar a situação tática, o comandante da brigada deve


determinar que tarefas e missões são aplicáveis e a prioridade de cada uma.
Deve, também, ajustar o conceito da operação e a combinação de missões e
tarefas atribuídas aos elementos subordinados.

4.3.10.3.4 Simultaneamente, o Cmt Bda Inf Mec deve tentar impedir que o
inimigo tome conhecimento da situação de suas peças de manobra (tornaram-
se sobrecarregadas e impedidas de prosseguir na sua missão). Caso fracasse
nessa ação, pode comprometer toda a operação e o seu resultado.

4.3.10.3.5 O Cmt Bda Inf Mec e seu EM, ao anteciparem o término de uma
operação ofensiva, devem preparar ordens que incluam o tempo ou as
circunstâncias sob as quais ocorre a transição da operação ofensiva atual para
uma parada nas operações ou uma mudança de atitude ofensiva para
defensiva, as novas tarefas, missão e localização dos elementos subordinados
e as medidas de controle que entrarão em vigor.

4.3.10.3.6 A brigada, à medida que passa de uma atitude ofensiva para uma
atitude defensiva, deve manter o contato e a vigilância sobre o inimigo, usando
uma combinação de forças de reconhecimento, F Seg e de meios eletrônicos
de vigilância para desenvolver as informações necessárias para o
planejamento das operações futuras. O Cmt Bda Inf Mec deve, também,
estabelecer uma área de segurança e medidas de segurança para a sua tropa.

4.3.10.3.7 Algumas peças de manobra que estiverem em 2º escalão ou na


reserva da brigada podem deslocar-se e ocupar posições de combate
defensivas (ou de retardamento), antes mesmo que a brigada conclua sua
operação ofensiva, a fim de começar a preparação para a nova atitude
defensiva subsequente.

4.3.10.3.8 A Bda Inf Mec pode escalonar seus meios logísticos para
estabelecer uma nova Base Logística de Brigada (BLB). Essa nova BLB pode
servir para evitar a sobrecarga das linhas de comunicação e de suprimento que
estiverem muito estendidas, resultando em deslocamentos muito longos e
vulneráveis entre as peças de manobra apoiadas e a base logística.

4-61
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4.3.10.3.9 Ao final de uma operação ofensiva, com a destruição ou a rendição


do inimigo, uma transição ocorrerá para a nova fase das operações, voltada
para o controle e a administração da população e da área que estava sob
controle do inimigo. Nesse caso, normalmente, a organização da brigada
permanece inalterada por um considerável tempo, apesar das mudanças
repentinas na missão, nas tarefas e nas regras de engajamento. O
planejamento da transição deve levar em conta também as mudanças na
missão futura da brigada.

4.3.10.3.10 O Cmt Bda Inf Mec não pode esquecer suas responsabilidades
para com a população civil de sua área de operações ou zona de ação (amiga
ou inimiga). Nos períodos de transição ou sem atividades de combate, a
população civil tende a sair de seus abrigos e solicitar assistência às tropas. A
brigada deve planejar como minimizar essa interferência civil nas operações de
combate, durante a fase crítica da transição de uma operação ofensiva para
outro tipo de operação e, se for o caso, como fará para proteger esses civis de
futuras ações hostis inimigas.

4.3.10.3.11 Também deve ser considerada, no planejamento da Bda Inf Mec, a


ameaça que os civis representam para as suas tropas e para as operações,
durante esses períodos de transição ou de calmaria nas ações de combate,
haja vista a grande possibilidade da presença de agentes inimigos ou
sabotadores infiltrados no meio dos civis, o que pode comprometer a
segurança das tropas amigas em presença, particularmente, no caso de existir
área urbana de tamanho considerável na zona de ação da Bda.

4.4 OPERAÇÕES DEFENSIVAS

4.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

4.4.1.1 Operações defensivas (Op Def) são operações realizadas para


conservar a posse de uma área ou território, ou negá-los ao inimigo, e,
também, para garantir a integridade de uma unidade ou meio. Normalmente,
neutraliza ou reduz a eficiência dos ataques inimigos sobre meios ou territórios
defendidos, causando-lhes o máximo de desgaste e desorganização, buscando
criar condições mais favoráveis para a retomada da ofensiva.

4.4.1.2 As operações defensivas podem ser impostas pela impossibilidade de


se realizarem ações ofensivas. Entretanto, o comandante pode,
deliberadamente, empreender operações defensivas em combinação com a
dissimulação, por exemplo, para destruir o inimigo. Ocorrem normalmente sob
condições adversas, tais como inferioridade de meios e/ou limitada liberdade
de ação.

4-62
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4.4.1.3 São fundamentos das operações defensivas:


a) apropriada utilização do terreno;
b) segurança;
c) apoio mútuo;
d) defesa em todas as direções;
e) defesa em profundidade;
f) flexibilidade;
g) máximo emprego de ações ofensivas;
h) dispersão;
i) utilização do tempo disponível; e
j) integração e coordenação das medidas de defesa.

4.4.1.4 Nas operações defensivas, outras ações táticas e técnicas podem ser
executadas tais como as ações dinâmicas da defesa e adoção de um
dispositivo de expectativa em larga frente, a defesa elástica, a defesa em ponto
forte, a defesa circular ou defesa em perímetro, a defesa contra
reconhecimento e a defesa contra tropa aeroterrestre e aeromóvel.

4.4.1.5 A mudança deliberada da defensiva para a ofensiva, ou vice-versa,


pode ocorrer rapidamente e com frequência considerável. Os defensores usam
de todas as oportunidades para fazer a transição para o ataque, mesmo se
apenas temporariamente. À medida que as perdas dos atacantes aumentam, a
iniciativa muda para os defensores. Estas situações são favoráveis aos C Atq.
Os elementos de uma força podem estar defendendo, retardando, vigiando,
atacando, realizando fintas ou executando fogos como parte do esforço da
defesa.

4.4.1.6 As operações defensivas constituem-se em atitudes temporárias


adotadas pela F Ter até que, criadas condições favoráveis, possa tomar ou
retomar a ofensiva o mais rápido possível.

4.4.1.7 O espírito ofensivo é a base para o êxito da defesa, por meio do


planejamento e execução de ações dinâmicas. Uma vitória decisiva só é obtida
se houver transição da operação defensiva para ofensiva.

4.4.1.8 Ao cumprir missões de segurança no aproveitamento do êxito (Apvt Exi)


e na perseguição (Prsg), a brigada, muitas vezes, por curtos períodos, precisa
adotar dispositivo defensivo.

4.4.1.9 As largas frentes atribuídas, a uma Bda Inf Mec impõem uma judiciosa
seleção das frentes a defender, retardar ou vigiar e adequada articulação de
seu dispositivo. Isso requer cuidadoso exame de situação, planejamento
eficiente e correta execução pelos elementos subordinados.

4-63
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4.4.1.10 Quando o inimigo dispõe de unidades blindadas, o planejamento da


Defesa Anticarro (DAC).

4.4.1.11 Durante a execução da defesa, após obtida a iniciativa, o defensor


deve esforçar-se para não perdê-la. Deve ser aproveitada toda oportunidade
para conquistar e manter a iniciativa e destruir o inimigo. A iniciativa é obtida:
selecionando a área de combate; forçando o inimigo a reagir de acordo com o
plano defensivo; explorando as vulnerabilidades e os erros inimigos, por meio
de ações ofensivas; e contra-atacando as forças inimigas.

4.4.1.12 Quando o inimigo é constituído por uma força de natureza mecanizada


ou blindada, as forças da área de defesa avançada devem possuir com meios
suficientes em armas anticarro, tanto para repelir o atacante como para destruir
suas forças.

4.4.1.13 Nas operações defensivas, a Bda Inf Mec emprega todos os meios
disponíveis para buscar uma vulnerabilidade inimiga e manter suficiente
flexibilidade em seu planejamento, tendo por finalidades principais:
a) ganhar tempo, criando condições mais favoráveis às operações futuras;
b) impedir o acesso do inimigo a determinada área ou infraestrutura;
c) destruir forças inimigas ou canalizá-las para uma área onde possam ser
neutralizadas;
d) reduzir a capacidade de combate do inimigo;
e) economizar meios em benefício de operações ofensivas em outras áreas;
f) produzir conhecimento necessário ao processo decisório;
g) proteger a população, ativos e infraestruturas críticas;
h) obrigar uma força inimiga a concentrar-se, tornando-a mais vulnerável às
forças empregadas na defesa; e
i) distrair a atenção do atacante, enquanto se preparam operações em outras
áreas.

4.4.1.14 Em largas frentes, a adoção de um dispositivo de expectativa pode


constituir-se em um fator decisivo de compatibilização entre os meios disponíveis
e a área a defender.

4.4.1.15 A Bda Inf Mec pode conduzir, isoladamente ou integrando um Esc Sp,
os diferentes tipos de operações defensivas, possuindo maior aptidão para os
movimentos retrógrados e para as ações dinâmicas da defesa.

4.4.1.16 Os principais conceitos, definições, características e fundamentos das


operações defensivas são abordados nos Manuais de Campanha EB70-MC-
10.233 Operações; e EB70-MC-10.202 Operações Ofensivas e Defensivas; e
EB70-MC-10.228 A Infantaria nas Operações .

4-64
EB70-MC-10.XXX

4.4.2 TIPOS DE OPERAÇÕES DEFENSIVAS

4.4.2.1 Considerações gerais

4.4.2.1.1 As operações defensivas, em seu sentido mais amplo, abrangem


todas as ações que oferecem certo grau de resistência a uma força atacante.
São dois os tipos de operações defensivas: defesa em posição e movimento
retrógrado.

4.4.2.1.2 Nas operações defensivas, o comandante pode empregar cinco


formas de manobra tática: defesa de área e defesa móvel (na defesa em
posição); retraimento, ação retardadora e retirada (no movimento retrógrado).

OPERAÇÕES DEFENSIVAS
TIPOS DE OPERAÇÕES FORMA DE MANOBRA
DEFESA DE ÁREA
DEFESA EM POSIÇÃO
DEFESA MÓVEL
AÇÃO RETARDADORA
MOVIMENTO
RETRAIMENTO
RETRÓGRADO
RETIRADA
Fig 4-21 Tipos de Operações Defensivas e formas de manobra

4.4.2.2 Defesa em Posição

4.4.2.2.1 A defesa em posição é um tipo de operação defensiva onde uma


força procura contrapor-se à força inimiga atacante numa área organizada em
largura e em profundidade e ocupada, total ou parcialmente, por todos os
meios disponíveis. Tem as finalidades de:
a) dificultar ou deter a progressão do atacante, em profundidade, impedindo o
seu acesso a uma determinada área;
b) aproveitar todas as oportunidades que se lhe apresentem para desorganizar,
desgastar ou destruir as forças inimigas; e
c) assegurar condições favoráveis para o desencadeamento de ações
ofensivas.

4.4.2.2.2 A defesa em posição possui duas formas de manobra: a defesa de


área e a defesa móvel.

4.4.2.2.3 A defesa de área tem por objetivo a manutenção ou o controle de


uma determinada região específica, por um determinado período de tempo. O
comandante deve tomar por base a capacidade dos fogos e das forças
empregadas na área de defesa avançada (ADA), para engajar e repelir o
atacante.

4-65
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Fig 4-22 Bda Inf Mec na Defesa de Área

4.4.2.2.4 A defesa móvel emprega uma combinação de ações ofensivas,


defensivas e retardadoras. Nela o comandante utiliza um menor poder de
combate à frente, na ADA, e vale-se da manobra, dos fogos e da organização
do terreno para recuperar a iniciativa.

Fig 4-23 Bda Inf Mec na Defesa Móvel

4.4.2.3 Movimentos Retrógrados

4.4.2.3.1 Nos Movimentos Retrógrados (Mov Rtg), a Bda Inf Mec realiza
movimentos táticos organizados para a retaguarda ou para longe do inimigo,
seja forçado por este, seja executado voluntariamente, como parte de um
esquema geral de manobra, quando uma vantagem marcante possa ser obtida.

4.4.2.3.2 Em qualquer caso, devem ser aprovados pelo comandante do


escalão imediatamente superior e são planejados com antecedência. Os Mov
Rtg são caracterizados pelo planejamento centralizado e pela execução
descentralizada. Devido ao efeito sobre o moral da tropa, sua execução exige
liderança e iniciativa em todos os escalões.

4-66
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4.4.2.3.3 Os Mov Rtg visam preservar a integridade da força, a fim de que, em


uma ocasião futura, a ofensiva seja retomada. Pode ter uma ou mais das
seguintes finalidades:
a) inquietar, exaurir e retardar o inimigo, infligindo-lhe o máximo de baixas;
b) conduzir o inimigo a uma situação desfavorável;
c) permitir o emprego da força ou de uma parte dela em outro local;
d) evitar o combate sob condições desfavoráveis;
e) ganhar tempo, sem se engajar decisivamente em combate;
f) desengajar-se ou romper o contato;
g) adaptar-se ao movimento de outras tropas amigas; e
h) encurtar os eixos de transporte e suprimento.

4.4.2.3.4 Havendo dificuldades para a defesa de largas frentes, é mais


apropriado atrair o inimigo a uma situação desfavorável, utilizando-se um Mov
Rtg para o estabelecimento de uma P Def em melhores condições, partindo-se,
então, para contraofensiva. Essas dificuldades poderão ser reduzidas quando a
Bda Inf Mec for apoiada por elementos da Av Ex (em Ref ou Ct Op), o que
permitirá ampliar a sua capacidade e velocidade nas ações do Mov Rtg.

4.4.2.3.5 O Cmt estabelece o tipo de operação defensiva que melhor se ajuste


à situação e, ao fazê-lo, revela como pretende conduzir sua manobra e
estabelece a sua intenção. No escalão Bda, a liberdade de escolha é
frequentemente limitada pelo plano do escalão superior que a enquadra.

4.4.2.3.6 Assim como na defesa em posição, a possibilidade de emprego da


dissimulação tática por parte do inimigo deve ser considerada pelo Cmt Bda Inf
Mec e pelo EM por ocasião do Exame de Situação.

4.4.3 FORMAS DE MANOBRA TÁTICA NA DEFESA EM POSIÇÃO

4.4.3.1 Defesa de Área

4.4.3.1.1 Considerações gerais


a) A defesa de área tem por objetivo a manutenção ou o controle de uma
determinada região específica, por um determinado período de tempo.
b) O comandante deve tomar por base a capacidade dos fogos e das forças
empregadas na Área de Defesa Avançada (ADA) para engajar e repelir o
atacante.
c) No planejamento da defesa, o Cmt Bda Inf Mec procura correlacionar os
meios disponíveis e o terreno para o cumprimento da missão. O defensor tem,
normalmente, a vantagem inicial de poder reconhecer o terreno e selecionar a
área a ser defendida. Adicionalmente, pode dispor suas forças no terreno e
empregá-las sincronizadamente, de modo a forçar o inimigo a emassar-se e,
consequentemente, levá-lo a apresentar-se como um alvo compensador em
áreas batidas por fogos planejados ou favoráveis ao contra-ataque. Por outro
lado, o atacante tem a vantagem de escolher a oportunidade e o local para sua

4-67
EB70-MC-10.XXX

manobra ofensiva.
d) O planejamento defensivo é desenvolvido como resultado do Exame de
Situação. Todas as funções de combate são consideradas e empregadas de
maneira integrada e sincronizada, visando a assegurar a utilização máxima dos
meios disponíveis.
e) O planejamento defensivo é contínuo e inclui o esquema de manobra e o
plano de apoio de fogo, inclusive o de defesa antiaérea e anticarro, além do
plano de barreiras, de C Atq e de apoio logístico, entre outros, conforme cada
situação.
f) Planos alternativos são elaborados simultaneamente com o plano básico e a
transição para um deles é considerada na conduta da defesa.
Os planos devem ser simples, flexíveis e condizentes com as possibilidades
das forças disponíveis na ocasião em que devem ser postos em execução.
g) A defesa de área tem por objetivo a manutenção ou o controle de uma
determinada região específica. É a forma de manobra defensiva que tira o
máximo de proveito dos obstáculos existentes, reduz a possibilidade do ataque
noturno, ou da infiltração, e força o atacante a empregar o máximo poder de
combate para romper a posição defensiva.
h) A Bda Inf Mec estabelece uma defesa de área quando isso lhe for
especificamente ordenado ou quando condições do terreno, ou da missão,
impuserem essa forma de manobra. Deve-se considerar, todavia, que a Bda Inf
Mec não obtém o aproveitamento mais adequado de suas características de
mobilidade, potência de fogo e flexibilidade ao conduzir uma defesa de área.
i) As capacidades do atacante, relacionadas aos sistemas de inteligência,
vigilância, reconhecimento e aquisição de alvos, conjugadas com armas de
longo alcance e acurada precisão, dificultam, significativamente, a ocupação do
terreno a defender, bem como o estabelecimento linear de posições. Somado a
isto, existe a possibilidade do atacante de obter e difundir informações, em
tempo real, e concentrar um significativo poder de combate em um curto
espaço de tempo – mediante a combinação de manobras de superfície com o
envolvimento ou desbordamento verticais (aeromóvel ou aeroterrestre).

4.4.3.1.2 Organização para a Defesa


a) A defesa em posição, tanto na forma de manobra defesa de área como
também na defesa móvel, é escalonada em três áreas: a área de segurança, a
área de defesa avançada (ADA) e a área de reserva. As forças distribuídas a
cada uma delas variam em natureza e valor, de acordo com os fatores da
decisão, incluindo-se os apoios ao combate e logístico. A ADA e a área de
reserva constituem a Posição Defensiva (P Def) propriamente dita.
(1) Área de Segurança (A Seg)
(a) A área de segurança começa no Limite Anterior da Área de Defesa
Avançada (LAADA) e se estende para a frente e para os flancos em função do
valor dos elementos empregados no escalão de segurança. A profundidade
desta área pode ser limitada à frente pela presença de forças de segurança (F
Seg) do Esc Sp. Nesta área, a Bda estabelece os seus Postos Avançados de

4-68
EB70-MC-10.XXX

Combate (PAC). A Bda Inf Mec pode constituir os Postos Avançados Gerais
(PAG) ou ainda a Força de Cobertura (F Cob) de um escalão enquadrante. As
forças que guarnecem a área de segurança constituem as F Seg (ou o escalão
de segurança).

Fig 4-24 Escalonamento da Defesa

(b) A missão do escalão de segurança é fornecer informações e alerta


oportuno da aproximação do inimigo e, dentro de suas possibilidades, iludi-lo
quanto à verdadeira localização da posição defensiva, retardá-lo, canalizá-lo,
desorganizá-lo, reduzir seu poder de combate e negar-lhe a observação
terrestre direta sobre a ADA, proporcionando uma cortina de
contrarreconhecimento (C Rec). Suplementarmente, o escalão de segurança
localiza alvos reais e prováveis para o defensor e pode receber a missão de
deixar elementos à retaguarda do inimigo para conduzir fogos, fornecer
informes e desorganizar suas operações. As F Seg da Bda Inf Mec podem ser
fornecidas pelos elementos de sua ADA, sob controle das forças que a ocupam
ou serem constituídas por forças fornecidas pela reserva, sob controle dos
elementos avançados adequados ou sob controle centralizado da Bda.
(c) O escalão de segurança pode ser reforçado com meios de reconhecimento
e observação de longo alcance, terrestres e aéreos, de apoio de fogo, de
engenharia e de comunicações e guerra eletrônica. Na área de segurança,
podem operar outros elementos dos Esc Sp, tais como forças de cobertura, de
vigilância aeromóvel e de segurança dos flancos e de retaguarda.
(2) Área de Defesa Avançada (ADA)
(a) A ADA estende-se para a retaguarda desde o seu limite anterior até o limite
de retaguarda das unidades da Bda Inf Mec empregadas em primeiro escalão.
As forças de defesa avançada ocupam a ADA ao longo do LAADA e recebem a
missão de impedir o acesso do inimigo à referida área ou de, mediante um
retardamento, canalizá-lo para uma região favorável, onde, com o fogo e a
manobra, pretenda destruí-lo. A composição das forças na ADA depende da
forma de manobra defensiva adotada: defesa de área ou defesa móvel.
(b) Quando a defesa é baseada na manutenção do controle do terreno, como
na defesa de área, o grosso do poder de combate é, normalmente, empregado
para organizar e ocupar a ADA. A reserva é necessária para manter a
continuidade da defesa.

4-69
EB70-MC-10.XXX

(c) As forças da área de defesa avançada são organizadas para cumprir a


missão básica de defender, retardar ou, em último caso, vigiar.
(d) A Bda Inf Mec designa o traçado do seu LAADA e atribui responsabilidade
aos Cmt subordinados, ao longo desse limite, pelo estabelecimento de limites e
pontos-limite.
(e) Na defesa de área, a Bda Inf Mec organiza a ADA em núcleos de defesa
para obter bons campos de tiro e de vistas, tirando proveito do valor defensivo
natural do terreno. Ela prepara núcleos de defesa que bloqueiam as vias de
acesso (VA) no limite anterior da área e em profundidade. Para controlar a área
e aumentar o valor defensivo natural do terreno utiliza, ainda, obstáculos
artificiais, fortificações de campanha e barreiras.
(f) Os intervalos porventura existentes na ADA são cobertos pela vigilância,
pelos fogos e pelos obstáculos. As unidades que compõem a Bda dispõem
suas forças na ADA de acordo com a missão e com a maior ou menor
facilidade de defesa oferecida pelo terreno.
(g) As forças na área de defesa avançada organizam-se em núcleos
defensivos. Esses núcleos devem dispor de bons campos de tiro e condições
naturais de defesa. Cada núcleo de defesa é organizado em determinado
número de posições. As forças dessas posições devem estar apoiadas
mutuamente pelo fogo, dispostas em largura e em profundidade e organizadas
para a defesa em todas as direções.
(h) Os núcleos de defesa são distribuídos em profundidade, visando:
- proporcionar apoio mútuo;
- limitar penetrações inimigas nas áreas avançadas;
- diminuir os efeitos do fogo inimigo;
- proporcionar continuidade para a defesa; e
- manter posições, a partir das quais os C Atq possam ser lançados.
(i) o Cmt Bda designa as Z Aç, estabelecendo limites e responsabilidades.
Esses limites são prolongados para a frente, até o limite do alcance útil das
armas de apoio e para a retaguarda, até incluir o local das reservas dos
elementos subordinados. Os intervalos entre os núcleos de defesa são
cobertos por fogos e obstáculos. O dispositivo e os fogos são coordenados
entre as unidades vizinhas pelo estabelecimento de pontos limite; e
(j) são atribuídas Z Aç aos elementos subordinados, de tal modo que uma via
de acesso e os acidentes capitais que a controlam sejam designados para um
mesmo elemento. Isso proporciona unidade de comando para a defesa em tais
locais críticos. Os limites entre as Z Aç são localizados em regiões de fácil
identificação. Deve-se considerar a conformação topotática do terreno para a
definição de limites.

(k) As características defensivas do terreno devem ser maximizadas, de acordo


com o pessoal, armamento, material e o tempo disponível, podendo incluir:
- a construção de tocas e espaldões para proteção da tropa;
- armamento e viaturas;

4-70
EB70-MC-10.XXX

- o lançamento de campos de minas e obstáculos de arame;


- a construção de obstáculos artificiais;
- a proteção dos postos de comando e postos de observação;
- a designação de posições alternativas para as armas;
- a construção de falsos espaldões;
- a melhoria da camuflagem;
- a limpeza dos campos de tiro e de vistas; e
- a proteção das instalações de suprimento.
(3) Área de Reserva (A Res)
(a) A área de reserva se estende desde o limite de retaguarda das tropas de
defesa avançada até o limite de retaguarda da Bda Inf Mec.
(b) A reserva é constituída dos elementos de manobra não empregados
inicialmente na ADA, mantidos sob o controle da brigada, para emprego na
oportunidade e no local decisivos.
(c) A reserva dá profundidade à posição defensiva e é o principal meio pelo
qual o Cmt Bda Inf Mec pode influir no combate defensivo e retomar a
iniciativa, seja atuando no interior ou à frente da ADA. Sendo a brigada
reforçada, eventualmente, com carros de combate, esses, em princípio,
deverão constituir a reserva.
(d) A localização da reserva é baseada no seu provável emprego. Quando a
reserva é reduzida, ou a natureza do terreno, as condições meteorológicas e as
possibilidades do inimigo possam interferir no seu movimento, torna-se
necessário localizá-la nas proximidades das regiões de emprego mais
provável. A mobilidade da reserva aumenta a sua capacidade ofensiva.
(e) A reserva proporciona, ainda, flexibilidade ao Cmt Bda Inf Mec para a
retomada da iniciativa por meio de ações ofensivas. O emprego da reserva no
ponto decisivo, com oportunidade, é fundamental para o êxito da defesa.
Quando empregada, a reserva deve ser a ação principal.
(f) Quando a brigada não puder contra-atacar, pode empregar a reserva em
uma missão de bloqueio para conter a penetração realizada pelo inimigo.
(g) Um comando de BI Mec, normalmente, é designado para comandar a
reserva.
(h) As missões normais da reserva na defesa de área são:
- contra-atacar para restabelecer o LAADA;
- auxiliar no desengajamento de forças;
- aprofundar a defesa;
- reforçar unidades pressionadas;
- substituir elementos da ADA;
- manter regiões importantes do terreno;
- proporcionar segurança aos flancos e a retaguarda;
- agir ofensivamente contra guerrilheiros, paraquedistas, elementos
infiltrados, forças aeromóveis e aeroterrestres, quando o poder de combate do
inimigo extrapolar as possibilidades da Força de Defesa de Área de
Retaguarda (DEFAR); e
- guarnecer os PAC, quando estiverem sob controle da Bda.

4-71
EB70-MC-10.XXX

4.4.3.1.3 Organização para o Combate


a) A organização para o combate é o ato de agrupar adequadamente para uma
missão os elementos de manobra, Ap Cmb e Ap Log, designando- lhes uma
subordinação ou missão tática.
b) O Cmt Bda Inf Mec decide pela organização para o combate, após realizar o
Exame de Situação, utilizando-se, particularmente, do processo das cinco
fases, conforme previsto no item 4.9 do Manual de Campanha EB70-MC-
10.202 – Operações Ofensivas e Defensivas (1ª Ed, 2017). O Cmt define,
então, os meios que serão empregados na área de segurança, na ADA e na
área de reserva.
c) O plano da Bda Inf Mec para a defesa inclui a organização pormenorizada
para o combate, tendo em vista executar o esquema de defesa. A distribuição
de forças para os principais comandos táticos é, normalmente, prevista na
composição dos meios do plano (ou da ordem) de operações.
d) As forças são apropriadamente compostas para a execução das ações
visualizadas pelo comandante. Os meios disponíveis são comparados com as
necessidades para estabelecer a força de segurança, ocupar as posições da
ADA, organizar a reserva e executar missões para atender a situações de
emergência. O Cmt reforça com elementos de combate às principais unidades
subordinadas na proporção mais adequada para o cumprimento da missão. Os
elementos de apoio ao combate e apoio logístico apoiam ou reforçam os
diversos escalões, segundo as necessidades. Tais elementos são fornecidos
às F Seg, às unidades da área de defesa avançada e à reserva. As forças que
não forem assim distribuídas são mantidas diretamente sob o controle da Bda
Inf Mec.
e) Na defesa de área, a prioridade de força é atribuída à ADA, onde é
empregado o grosso do poder de combate. A reserva recebe suficiente força
para assegurar a continuidade da defesa.

4.4.3.1.4 Segurança
a) A Segurança é estabelecida pelas forças de segurança, podendo ser
estabelecidos a Força de Cobertura (F Cob), os Postos Avançados Gerais
(PAG), os Postos Avançados de Combate (PAC), os Postos de Observação e
de Escuta, as patrulhas e as Forças de Segurança da Área de Retaguarda
(SEGAR).
b) A Força de Cobertura (F Cob)
(1) a F Cob é organizada para assinalar a aproximação do inimigo, destruí-lo,
se possível, retardar, desorganizar e canalizar o seu avanço e iludi-lo quanto à
localização da área de defesa;
(2) a Bda Inf Mec poderá, eventualmente, receber a missão de constituir a F
Cob do Esc Sp que a enquadre, ou ter parte de seus elementos empregados
em tal missão; e
(3) as técnicas usadas pela Bda como F Cob estão descritas neste Capítulo.
c) Os Postos Avançados Gerais (PAG)

4-72
EB70-MC-10.XXX

(1) normalmente, a DE ou o escalão enquadrante da Bda organiza e controla


os PAG, a fim de interceptar, engajar, retardar, desorganizar, canalizar, iludir e
desgastar o poder de combate do inimigo antes que ele possa atacar;
(2) a missão precípua dos PAG é a de retardar o inimigo à frente do LAADA por
um prazo determinado;
(3) quando esse tempo não for fixado, a força dos PAG executa o máximo
retardamento possível;
(4) os PAG proveem segurança por meio da observação, do reconhecimento,
de ações ofensivas e defensivas ou, ainda, pela combinação destas ações;
(5) as ações da Bda Inf Mec, quando em PAG, são essencialmente as mesmas
de uma F Cob;
(6) salvo quando os PAG têm a missão de se manterem por um prazo definido,
eles iniciam seu retraimento tão logo tenham conhecimento de que uma força
inimiga superior esteja desdobrada para agir e haja possibilidade de um
engajamento decisivo;
(7) a ação em cada posição de retardamento é executada com a finalidade de
canalizar, tanto quanto possível, o ataque do inimigo e obrigá-lo a desdobrar o
maior número de unidades; e
(8) os PAG podem receber a missão de estabelecer uma cortina de vigilância à
frente do LAADA.
d) Os Postos Avançados de Combate (PAC)
(1) são uma série de postos de observação avançados, cobrindo a parte
anterior da ADA;
(2) sua missão consiste em proporcionar alerta oportuno sobre a aproximação
do inimigo e em impedir que ele realize a observação terrestre aproximada e
fogos diretos para o interior da área de defesa;
(3) são organizados pela Bda Inf Mec, que pode prescrever sua localização
geral e determinar seu valor e sua composição;
(4) o controle dos PAC pode ser feito pela própria brigada ou pelos BI Mec de
primeiro escalão;
(5) os elementos que constituem os PAC podem ser retirados da reserva da
Bda Inf Mec ou das reservas dos BI Mec de primeiro escalão;
(6) sua localização deve permitir o apoio de fogo da Bda ou dos BI Mec de
primeiro escalão. O valor e a composição dos PAC variam de um pelotão
reforçado até uma companhia reforçada, por BI Mec de primeiro escalão;
(7) quando estiverem localizados além da distância de apoio das armas das
unidades da ADA ou houver pouco tempo para a preparação da P Def ou,
ainda, os BI Mec de primeiro escalão estiverem com meios insuficientes, os
PAC podem ser controlados pela Bda, que utilizará de sua reserva para
guarnecê-los; e
(8) quando a Bda estiver enquadrada por um comando divisionário,
normalmente, a linha dos PAC será prescrita por esse comando.
e) Maiores detalhes sobre segurança constam no Manual de Campanha EB70-
MC-10.202 – OPERAÇÕES OFENSIVAS E DEFENSIVAS, nos tópicos que
tratam sobre Graus de Segurança e Operações de Segurança.

4-73
EB70-MC-10.XXX

4.4.3.1.5 Planejamento da Defesa


a) Durante a concepção dos planos, os fundamentos da defesa devem ser
permanentemente considerados. Esses fundamentos estão estreitamente
correlacionados e se constituem parte integrante do processo de planejamento.
b) No estudo do terreno e das condições meteorológicas da área a ser
defendida, é considerado o melhoramento das condições naturais de defesa do
terreno, em consonância com os planos para as operações subsequentes. Os
obstáculos naturais são ampliados ou agravados com o lançamento de
obstáculos artificiais.
c) Durante o Exame de Situação, são consideradas as áreas de prováveis
alvos para interdição. Essas, normalmente, são desfiladeiros nas prováveis
vias de acesso do atacante, Z Reu, Pos Atq e outras regiões favoráveis ao
desdobramento dos meios de combate, apoio ao combate e apoio logístico da
força atacante.
d) O planejamento pode incluir a previsão de execução do contra-ataque de
desorganização, à frente da posição defensiva, com a finalidade de desarticular
ou destruir parcela da força inimiga, seus meios de apoio ao combate e apoio
logístico, ou impedir a observação terrestre sobre a área de defesa. Na conduta
da defesa, o defensor procura reduzir a eficiência combativa do inimigo, por
meio da máxima utilização de seu poder de combate.
e) O Cmt Bda Inf Mec expede planos de C Atq separadamente e os referencia
ou anexa aos planos ou ordens de operações.
f) Ordens ou planos logísticos separados não são comuns no escalão brigada.
Normas gerais de ação são aplicáveis, observadas as modificações ou
instruções específicas contidas no parágrafo 4 (quatro) do plano ou da ordem
de operações. Quando essas instruções forem muito extensas, podem ser
expedidas como um anexo.
g) O Cmt Bda Inf Mec deve dar atenção à possibilidade de um insucesso por
parte das forças da defesa ou de aplicação de um poder de combate
inesperado pelo inimigo. Os planos devem ser suficientemente flexíveis para
assegurar oportuna reação e para preservar forças. A menos que seja
autorizado, uma posição defensiva não pode ser abandonada. O planejamento
para situações de emergência deve considerar esses fatores e possuir
suficiente flexibilidade em face de situações inesperadas.
h) O planejamento da defesa deverá ser realizado conforme o previsto no
item 4.8 Planejamento e Execução da Defesa, do Manual de Campanha
EB70-MC-10.202 - Operações Ofensivas e Defensivas; e no capítulo V O
Método de Planejamento Detalhado do Exército, do Manual de Campanha
EB20-MC-10.211 - Processo de Planejamento e Condução das Operações
Terrestres.

4.4.3.1.6 Apoio de Fogo


a) A brigada prepara planos de apoio de fogo para apoiar o esquema da
defesa, incluindo prescrições sobre fogos de longo alcance destinados a bater

4-74
EB70-MC-10.XXX

o inimigo tão cedo quanto possível, bem como fogos em apoio imediato às
forças da posição defensiva. Prescrições específicas são feitas para a
prestação de apoio de fogo aproximado às forças de segurança, às forças da
ADA e à reserva, quando da execução de contra-ataques.
b) O plano de apoio de fogo da brigada inclui todos os fogos de apoio, tanto
dos elementos orgânicos como também dos demais elementos em reforço. Os
planos de apoio de fogo das unidades de manobra da brigada são integrados
no seu plano de apoio de fogo. Os fogos são coordenados com os elementos
vizinhos e o plano inclui prescrições para a coordenação de fogos de
elementos subordinados.
c) Na área de defesa avançada, a artilharia de campanha da brigada deve ser
localizada de forma a bater à frente do LAADA e a uma profundidade que
permita, pelo menos, atirar sobre as áreas favoráveis à tomada do dispositivo
de ataque pelo inimigo e à frente dos últimos núcleos de aprofundamento da
brigada. Quando não é possivel atender, simultaneamente, essas tarefas de
uma única posição, é necessário a escolha de posição(ões) de manobra. Para
bater o inimigo o mais longe possível e apoiar o acolhimento de forças de
segurança são, normalmente, ocupadas posições provisórias, à frente do
LAADA ou no interior da ADA.
d) O GAC, orgânico da brigada, normalmente é insuficiente para atender a
todas as necessidades de apoio na defesa. A artilharia divisionária e as
artilharias de escalões superiores aumentam o apoio de fogo proporcionado
pela artilharia orgânica das brigadas, reforçando seus fogos, atribuindo meios
em reforço ou, ainda, prestando o apoio de fogo adicional por solicitação da
brigada.
e) O comandante da brigada não emprega, normalmente, os meios de apoio
de fogo orgânicos dos elementos de manobra subordinados, mas dispõe de
competência para fazê-lo.
f) Apoio de fogo específico é, também, proporcionado pela companhia
anticarro orgânica da brigada.
g) Helicópteros de ataque, da Av Ex, quando disponibilizadas à brigada,
podem fornecer apoio de fogo direto em áreas que não possam ser batidas por
outros fogos.
h) O apoio aéreo aproximado pode ser necessário quando os alvos estão além
do alcance ou das possibilidades de outros meios de apoio de fogo.
i) O fogo naval, quando disponível, pode fornecer um considerável volume de
fogos em determinadas áreas.
j) O assunto relacionado ao apoio de fogo encontra-se mais detalhado nesse
manual, no capítulo VI – FOGOS.

4.4.3.1.7 Comando, Controle e Comunicações


a) Para manutenção da consciência situacional, a Bda Inf Mec emprega todos
os meios de comunicações, dentro de suas possibilidades e de acordo com as
normas apropriadas, visando particularmente à segurança e ao sigilo da
operação.

4-75
EB70-MC-10.XXX

b) De um modo geral, na defesa de área, o sistema de comunicações da Bda


Inf Mec atinge o seu estágio de maior desenvolvimento.
c) A estruturação das comunicações amplas e flexíveis da Brigada é de
responsabilidade da Companhia de Comunicações, subunidade independente,
orgânica dessa Grande Unidade, cuja organização permite instalar, explorar,
manter e proteger a estrutura de C² na Área de Operações da Bda Inf Mec,
valendo-se dos seus meios (pessoal e material) para ampliar e defender
sistemas e redes de informação, garantindo o complexo fluxo das ordens e dos
relatórios.
d) A Companhia de Comunicações possui sistemas de comando (centros de
comunicações) aptos a integrarem-se aos sistemas de comando e de área
(centros nodais e nós de acesso) do escalão superior, bem como promover as
ligações necessárias com os escalões diretamente subordinados e com os
elementos apoiados, independentemente das configurações do terreno e das
condições meteorológicas, visando a proporcionar uma estrutura de C²
adaptável (100% móvel) e modular, com alcance e pontos de acesso
compatíveis à missão da Brigada.
e) O comandante da Companhia de Comunicações é o Oficial de
Comunicações e Eletrônica da Brigada, assessorando o comandante e o
Estado-Maior da Grande Unidade sobre o emprego dos meios de
comunicações, particularmente em questões que envolvam a segurança das
comunicações, as proteções eletrônica e cibernética, a localização dos postos
de comando e dos centros de C², a apropriação e o uso de recursos locais de
comunicações.
f) Para o estabelecimento do sistema de C², a Bda Inf Mec estará inserida
dentro do Sistema de Comunicações de Área, com a devida distribuição de
centros nodais e nós de acesso, de acordo com a necessidade e viabilidade da
operação. Os centros nodais proporcionam apoio de comunicações a todos os
comandos localizados em uma determinada área. São modulares, leves,
transportáveis, veiculares, visando a um desdobramento rápido e flexível,
adaptando-se às variações das operações.
g) A estrutura dos centros nodais (sistemas e meios de comunicações) varia,
conforme a tecnologia disponível, permitindo o estabelecimento de ligações
seguras e confiáveis para qualquer ponto da Zona de Ação da Bda.
h) A Brigada não possui elemento orgânico de GE, devendo receber esse
apoio do seu escalão superior, particularmente nos ramos de atuação das
MAGE e MAE.
i) Para as ações das MPE, o comandante e o Estado-Maior da Brigada,
assessorados pelo comandante da companhia de comunicações, orgânica da
Brigada, são responsáveis pela proteção eletrônica e cibernética em toda sua
Zona de Ação.
j) Quando a atitude defensiva é adotada em um curto espaço de tempo, com
pequeno espaço de transição, os meios de comunicações e eletrônica
instalados inicialmente serão suplementados à medida que o tempo e a

4-76
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situação tática permitirem.


k) Em princípio, devem ser estabelecidas as redes-rádio típicas do escalão
brigada. Atenção especial deve ser dada à instalação e à operação dos postos
rádio pertencentes às redes dos escalões superiores – redes externas.
l) Em princípio, o PCP da Bda Inf Mec fica localizado à retaguarda dos últimos
núcleos de aprofundamento da defesa, a uma distância de segurança que será
em função do alcance da artilharia leve inimiga, bem como que evite
deslocamentos motivados pela ação ofensiva do inimigo.
m) No tocante às prescrições, o rádio é mantido em silêncio até o contato com
o inimigo. À medida que a posição é abordada pelo inimigo, diminui a
necessidade de sigilo, particularmente pelos elementos de primeiro escalão,
podendo mudar para prescrições menos restritivas, conforme as circunstâncias
da operação. É normal o rádio passar a restrito quando forem desencadeados
fogos de preparação pela artilharia inimiga, para os elementos em primeiro
escalão (inclusive a SU anticarro, a artilharia de campanha e engenharia)
passando a livre a esses elementos por ocasião da abordagem do LAADA pelo
inimigo.
n) Desde que autorizado pelo escalão superior, utiliza-se a prescrição restrito
durante as ações de acolhimento.
o) Desde que autorizado pelo escalão superior, redes-rádio utilizando
equipamentos de pequeno alcance podem ser empregadas para facilitar a
coordenação e o controle da preparação da posição defensiva. Esta
autorização, em princípio, dependerá da distância provável do inimigo e das
informações sobre suas atividades de guerra eletrônica.
p) Nas operações defensivas, os circuitos físicos recebem maior prioridade e é
o mais completo possível. São exemplos de meios físicos, a linha bifilar, fibra
ótica, cabo de par trançado (UTP), cabo múltiplo e coaxial.
q) Havendo circuitos físicos já instalados, a Companhia de Comunicações
deverá planejar a utilização dos mesmos, particularmente quando houver
premência de tempo.
r) Se a Bda Inf Mec dispõe de pouco tempo para a instalação dos circuitos
físicos, o O Com Elt do escalão superior deve considerar a possibilidade de
apoiá-la. Poderá construir ou determinar que seja construído, com
antecedência, o total ou parte dos circuitos, seja empregando elementos de
comunicações de seus escalões, seja atribuindo essa missão a um elemento
que já esteja na zona de ação.
s) Em qualquer caso, os circuitos já instalados são aproveitados tanto quanto
possível. Os reajustamentos e ampliações devem ser realizados sem quebra
da continuidade.
t) Respeitando o fator tempo, procura-se estabelecer todas as ligações,
mesmo as de mais baixa prioridade. É dada a ênfase à construção de circuitos
físicos, inclusive substituindo ligações realizadas por outros meios.
u) A utilização de mensagens preestabelecidas é uma boa prática para facilitar
a coordenação e controle durante a evolução dos acontecimentos.

4-77
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4.4.3.1.8 Medidas de Coordenação e Controle


a) As medidas de coordenação e controle utilizadas nas operações defensivas
incluem limites, pontos-limite, linhas de segurança e coordenação de fogos e
outras medidas que se tornem necessárias. As medidas de controle adicionais,
empregadas nos C Atq, são apresentadas no item específico.
b) Os pontos limites estabelecidos pelo escalão imediatamente superior
indicam o LAADA. Quando esse limite não puder ser definido por acidentes
característicos do terreno, pode ser mostrado em carta ou em calco, por meio
de uma linha entre os pontos limites e representando o traçado geral do limite
anterior da ADA. Ele é localizado de modo a tirar partido dos obstáculos
naturais na área e, frequentemente, ao longo de uma barreira adequada.
c) O Cmt Bda Inf Mec designa limites para definir a responsabilidade das
principais unidades subordinadas.
d) Os limites estendem-se para frente até o alcance dos fogos de apoio direto
ou até o limite da observação terrestre, se este for maior do que aquele, e
indicam o limite mais avançado da responsabilidade territorial.
e) Os limites (laterais) entre as forças da ADA se estendem para a retaguarda
para definir a área de responsabilidade de cada unidade ou elemento da área
de defesa avançada. Devem fornecer espaço suficiente para permitir adequada
manobra e dispersão das forças nas áreas de defesa.
f) O estabelecimento do limite de retaguarda define, com mais clareza, as
responsabilidades por áreas específicas do terreno.
g) Os limites laterais são também utilizados como medidas de controle e
coordenação de fogos.
h) Ao estabelecer limites entre os principais comandos subordinados, o Cmt
deve evitar a divisão de responsabilidade por acidentes capitais e vias de
acesso.
i) Pontos limites são designados em pontos nítidos do terreno para a
coordenação dos fogos e da manobra entre unidades vizinhas. São indicados
sempre que um limite cruza o limite anterior da área de defesa avançada e a
linha das F Seg.
j) A Bda Inf Mec controla a localização geral da reserva pela designação de
sua(s) zona(s) de reunião. A brigada designa posições de bloqueio (núcleos)
que devem ser preparados e ocupados, mediante ordem, por elementos da
reserva.
k) A matriz de sincronização é uma apropriada ferramenta de comando e
controle para tal coordenação. Contribui para a melhor sincronização dos
elementos de manobra com as atividades de combate e apoio ao combate.

4.4.3.1.9 Apoio Logístico


a) Na defensiva, as necessidades de segurança e continuidade do apoio têm
grande influência na localização da Base Logística de Brigada (BLB).

4-78
EB70-MC-10.XXX

b) O consumo de grandes quantidades de suprimento classe IV (material de


construção), de suprimento classe V (munições, minas e explosivos) e,
relativamente, também de Cl III (combustíveis e lubrificantes), ainda que com
perfil de consumo menor do que em operações ofensivas, exige planejamentos
minuciosos e meticulosos.
c) Mediante o estudo dos fatores da decisão, bem como após uma minuciosa
Análise de Logística, a BLB poderá vir a empregar o Destacamento Logístico
(Dst Log), que é uma estrutura flexível, modular e adaptada as necessidades
logisticas do elemento apoiado, podendo proporcionar apoio logistico cerrado
ou manter a continuidade do apoio. Dessa forma, o Dst Log contribui para
manter ou aumentar o poder de combate e a capacidade de durar na ação da
brigada.
d) Esse emprego permite cumprir tarefas específicas das Funcões Logísticas,
particularmente as relacionadas ao suprimento e à manutenção no momento,
no local e no prazo oportuno.

4.4.3.1.10 Execução da Defesa de Área


a) A defesa de área dá enfase à manutenção ou ao controle de um terreno
específico, por um determinado período de tempo. Nesse aspecto, a Bda Inf
Mec desdobra a maioria do seu poder de combate na área de segurança, na
ADA e na área de reserva. Nessa divisão do poder de combate, a Bda prioriza
a ADA, distribuindo a maioria dos seus meios nessa área.
b) Para deter a força atacante à frente do LAADA conduz contra-ataques para
expulsar ou destruir forças inimigas que penetrarem naquela área e para
retomar o controle da mesma ou do terreno que a defesa deseja conservar.
c) O defensor depende da potência dos fogos e das forças empregadas na
área de defesa avançada para deter e repelir o atacante. Logo, a ADA tem
maior prioridade na distribuição do poder de combate.
d) Na defesa de área, a Bda Inf Mec planeja aceitar um engajamento decisivo
e cumprir sua missão pelo engajamento do atacante ao longo do LAADA,
contando com grande volume e variedade de fogos. A Bda pode não possuir
capacidade para ocupar todos os acidentes capitais do terreno da posição
defensiva. No entanto, emprega suficiente poder de combate à frente para
dominar a área.
e) A ADA deve ser organizada com núcleos de defesa para obter bons campos
de tiro e de vistas, tirando proveito do valor defensivo natural do terreno. A Bda
prepara núcleos de defesa que bloqueiam as vias de acesso na ADA e em
profundidade. Para controlar a área e aumentar o valor defensivo natural do
terreno utiliza, ainda, obstáculos artificiais, fortificações de campanha e
barreiras.
f) Para maiores conhecimentos sobre o preparo dos núcleos de defesa
consultar o MC EB70-MC-10.202 - Operações Ofensivas e Defensivas.

4-79
EB70-MC-10.XXX

4.4.3.1.11 Conduta da Defesa de Área


a) A defesa de área tem em vista manter a posse do terreno por um período de
tempo. As F Seg, depois de acolhidas, recebem outras missões no conjunto da
defesa.
b) A missão das unidades na ADA é deter o inimigo à frente do LAADA e não
permitir nenhuma penetração. Isso é obtido pela utilização dos fogos terrestres
e aéreos disponíveis e dos obstáculos.
c) Se o inimigo for bem-sucedido, ao realizar uma penetração na ADA,
ultrapassando ou desbordando uma posição organizada, sua progressão é
bloqueada por outra posição organizada em profundidade ou pelo emprego de
reservas locais. Quando a penetração tiver sido contida, diminuída no seu
ímpeto ou desorganizada, a reserva da Bda ataca para restabelecer o LAADA.
d) As posições avançadas somente são evacuadas com a aprovação do Esc
Sp. O LAADA deve ser mantido e os planos devem incluir instruções
pormenorizadas para reduzir o ímpeto da progressão do inimigo, antes do
lançamento do C Atq. Os planos de C Atq devem visualizar a ação das
reservas dos escalões subordinados, que têm, particularmente, a missão de
conter as penetrações inimigas. Dessa forma, elas atuam normalmente como
forças de contenção e como uma base de fogos, enquanto a reserva da Bda
executa o C Atq.
e) A finalidade do C Atq é destruir ou rechaçar o inimigo e restabelecer a
posição defensiva. A conduta da defesa deve ser agressiva, por esta razão, o
C Atq é um elemento decisivo no combate defensivo. A execução dos C Atq
segue os mesmos princípios e normas empregados na defesa móvel.
Entretanto, na defesa de área, o C Atq, normalmente, é executado dentro da
ADA, para reduzir uma penetração inimiga e restabelecer o LAADA.

4.4.3.1.12 Contra-ataque
a) As ações ofensivas mais frequentemente atribuídas à reserva, na defesa,
são:
- contra-ataques de desorganização;
- contra-ataques para restabelecimento da posição; e
- contra-ataques para destruir parte das forças inimigas;

b) Contra-ataque de desorganização
(1) É uma manobra tática com o fim de comprometer um ataque inimigo,
enquanto este está em fase de organização.
(2) É, normalmente, realizado por blindados orgânicos, através de um ataque
limitado às zonas de reunião do inimigo e não recebe terreno a conquistar;
(3) O C Atq de desorganização é uma ação ofensiva, dirigida para um objetivo
limitado, à frente da Posição Defensiva (P Def).

4-80
EB70-MC-10.XXX

c) Contra-ataque para restabelecimento da posição


(1) É um ataque executado por parte da força de defesa contra uma força
atacante inimiga com a finalidade específica de retomar o terreno perdido.
(2) É dirigido contra objetivos limitados no interior da posição e cuja conquista
caracteriza o seu restabelecimento; e

d) Contra-ataque para destruir parte das forças inimigas


(1) É um ataque executado com a finalidade de destruir os elementos inimigos
que tenham penetrado ou se infiltrado na posição.
(2) O objetivo desta ação é a própria força inimiga.

e) Considerações do planejamento
(1) É confeccionado um planejamento separado para o C Atq na mais
importante penetração inimiga. O Esc enquadrante da Bda baixa diretriz
contendo, no mínimo, a indicação da área prevista para a penetração inimiga e
a prioridade de preparação de planos para cada previsão feita. Planos
detalhados são desenvolvidos pelo Cmdo da Bda;
(2) é estabelecida uma prioridade para a preparação desses planos, de acordo
com o efeito que cada penetração deve ter na missão do Esc Sp e a devida
consideração dos fatores da decisão;
(3) cada plano inclui ordens preparatórias para a reserva, a fim de cobrir a
eventualidade de penetrações secundárias em outras vias de acesso, que
podem ocorrer simultaneamente com uma penetração principal;
(4) o planejamento deve prever um mínimo de tempo ocorrido entre a decisão
de lançar o C Atq e o momento de sua execução. Planos pormenorizados de
apoio de fogo são preparados para cada plano de C Atq. Tais fogos são
sincronizados com o esquema de manobra; e
(5) os planos de C Atq devem ser disseminados a todos os escalões
subordinados, em tempo que permita um completo Exame de Situação e um
reconhecimento minucioso pelos comandantes subordinados. Os planos
devem prever a transmissão à reserva das informações sobre o inimigo, logo
que disponíveis.

f) Formação
(1) as considerações que se prestam à determinação das formações a serem
empregadas incluem: a missão, o terreno, os dispositivos amigo e inimigo no
momento do C Atq, o valor e a composição da F C Atq, as restrições impostas
pelas medidas de controle e o tempo disponível;
(2) normalmente, o C Atq é realizado em uma frente estreita, com o máximo de
profundidade, para manter a impulsão; e
(3) as mesmas considerações que determinam as formações para a ofensiva
se aplicam no caso do C Atq.

4-81
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g) Planejamento
(1) o planejamento de C Atq é desenvolvido simultaneamente com outras fases
do planejamento da defesa. A conduta do C Atq varia com a forma de manobra
de defesa em posição executada, mas as técnicas de planejamento, tanto na
defesa móvel como na defesa de área, são essencialmente as mesmas;
(2) na defesa de área, os planos de C Atq são preparados e visam,
prioritariamente, conter e eliminar as penetrações porventura realizadas pelo
inimigo no interior da área de defesa. Os principais fatores considerados, ao se
visualizar a penetração inimiga prevista, são a natureza e o valor das forças
que o inimigo pode empregar na via de acesso, consideradas as
características do terreno na área de penetração; a possibilidade da força da
ADA de controlar os limites da penetração e a capacidade de pronta resposta,
o valor e a composição da reserva. A prioridade de preparação de tais planos é
baseada no efeito de cada penetração sobre a missão da Bda;
(3) os planos básicos de C Atq são preparados pela Bda e distribuídos aos
comandos subordinados, em tempo que lhes permita realizar o planejamento
detalhado.
(4) Quando possível, os planos de C Atq são distribuídos com o a ordem de
operações. O planejamento pormenorizado do C Atq é da responsabilidade do
Cmt da reserva, inclusive o reconhecimento, a seleção de itinerários, a
determinação dos fatores de tempo e espaço e a coordenação com os
elementos da ADA. O Cmt da reserva realiza ensaios diurnos e noturnos,
visando obter conhecimento completo do terreno e do esquema de manobra
previsto para o C Atq. Com base nesses treinamentos, faz os ajustes
necessários para o controle, a coordenação e a sincronização da manobra e
aperfeiçoa os planos de C Atq; e
(5) o planejamento dos C Atq deve buscar a simplicidade e a flexibilidade,
tendo em vista que a realidade do combate raramente corresponderá
exatamente ao que foi planejado.

h) O plano de C Atq da Bda


(1) Esse plano deve incluir todos os elementos constantes de uma ordem de
operações, inclusive a(s) hipótese(s) que fundamenta(m) o planejamento.
(2) Missão - uma breve definição da missão atribuída pelo Esc Sp;
(3) Hipóteses - devem ser considerados os seguintes aspectos:
- dimensão (área) prevista da penetração;
- valor e composição da força inimiga na penetração e sua situação;
- situação dos meios na área de defesa avançada, incluindo sua
possibilidade de conter a penetração;
- valor, localização, situação e aptidão da reserva, no momento da
execução do C Atq;
- disponibilidades e possibilidades em Classe V e fumígenos; e
- outras hipóteses pertinentes à situação existente; e
(4) Conceito da operação - o objetivo geral do C Atq é o de destruir o inimigo

4-82
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que realizou a penetração ou o de restabelecer o LAADA ou as posições de


primeiro escalão submergidas.
(5) Após formular hipóteses sobre as quais se baseia o plano de C Atq, o Cmt
estabelece conceito da operação para cumprir o objetivo geral do C Atq.
(6) As considerações relacionadas com a missão, com a organização da Bda,
com o terreno e com as possibilidades do inimigo permitem a determinação de
contra-atacar, de preferência, nos flancos. O conceito da operação inclui o
esquema de manobra e o apoio de fogo, de aviação e de meios eletrônicos.

i) Medidas de coordenação e controle


(1) Objetivo - a Bda, normalmente, designa um único objetivo para a Força de
C Atq. O objetivo deve contribuir para a finalidade geral do C Atq e sua
conquista ou destruição deve estar dentro das possibilidades dessa força.
(2) Direção de C Atq - uma direção de ataque, normalmente, é fixada para
orientar o esforço principal da força de C Atq. Normalmente, a direção de C Atq
é dirigida sobre o flanco inimigo.
(3) Linha de partida - o Cmt prescreve uma linha de partida para fins de
planejamento e ensaio. Ela é selecionada com base na localização prevista da
força na ADA e na localização de acidentes do terreno facilmente identificáveis.
Sua localização pode ser modificada, posteriormente, para melhor atender à
situação, no momento da execução do C Atq. A linha de partida pode ser a
linha de contato.
(4) Limites - se necessário, o Cmt modifica os limites para as ações de C Atq,
de modo a facilitar a coordenação e o controle, bem como proporcionar
suficiente espaço para a manobra da F C Atq. É desejável fazer o mínimo
possível de mudanças nos limites existentes. O Cmt da F C Atq assume o
controle das forças da ADA dentro dos novos limites.
(5) Hora do C Atq - na fase de planejamento, a hora do C Atq não pode ser
estabelecida. Entretanto, os prazos de que a reserva necessita para iniciar a
sua execução, após ser acionada, devem ser estimados.
(6) Outras medidas de coordenação e controle - algumas das medidas de
coordenação e controle utilizadas no ataque podem ser aplicadas ao C Atq, tais
como pontos e linhas de controle, posição de ataque, itinerário para
deslocamento da reserva, composição dos meios etc.
(7) as medidas de coordenação e controle podem ser alteradas pela aplicação
das ordens fragmentárias que alterem o C Atq em face da evolução do
combate.

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Fig 4-25 Medidas de coordenação e controle de um plano de C Atq

j) Ordens aos elementos subordinados


(1) tais ordens devem conter os pormenores que permitam a execução do
conceito da operação do Cmt Bda.
(2) é necessária a definição clara das ligações de comando entre as forças da
ADA e as de C Atq.
(3) o plano deve, também, conter ordens com relação à reconstituição da
reserva da Bda, quando a reserva original ou parte desta for empregada.

k) Apoio de fogo
(1) o PAF é preparado para cada plano de C Atq;
(2) o emprego do fogo é planejado à frente do LAADA e no interior da posição
defensiva; e
(3) A F C Atq deve ter a prioridade de fogos.

l) O sucesso de um C Atq depende da habilidade do Cmt e do EM em


visualizar o máximo de situações que possam ocorrer, de forma que, quando
se efetivar o ataque inimigo, seja selecionada a LA mais adequada. Os planos
básicos de C Atq devem ser altamente flexíveis, para que possam ser
prontamente adaptados à situação que se apresenta. Leva-se em
consideração, também, a possibilidade de penetrações múltiplas e cada plano
deve incluir instruções à F C Atq, tendo em vista atender a essa eventualidade.
m) O processo mais eficiente é a eliminação dessas penetrações em função da
importância da ameaça. Os C Atq simultâneos dividem o poder de combate
disponível para a reserva e devem ser evitados, embora possam ser
necessários em algumas situações.
n) O planejamento da defesa pode incluir C Atq de desorganização, visando
impedir ou retardar os ataques inimigos. Esses, normalmente, são realizados
por uma força defensora contra forças inimigas que se preparam para um
ataque.
o) Os Cmt preparam e coordenam os planos para um C Atq de desorganização
com a mesma técnica que o fazem quando de um ataque coordenado.

4-84
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p) O C Atq de desorganização apresenta as seguintes características:


- tem como finalidades: destruir parte da força atacante, desarticular o
dispositivo inimigo e retardá-lo, conquistar terreno no qual possa ser
desencadeado um ataque ou impedir a observação e a vigilância terrestres
inimigas sobre a ADA;
- os objetivos selecionados devem facilitar o cumprimento da missão
defensiva;
- o Cmt deve avaliar os riscos envolvidos, em relação a seus efeitos sobre o
cumprimento da missão principal; e
- a força que o realiza deve possuir grande mobilidade e forte apoio de fogo.

Fig 4-26 A Bda Inf Mec, integrante de uma DE, realizando um C Atq de
desorganização

q) Conduta do Contra-ataque
(1) o C Atq deve ser desencadeado no momento em que a força atacante
esteja mais vulnerável. A oportunidade para o seu desencadeamento é uma
grave decisão a ser tomada pelo comandante. A eficácia do C Atq está
intimamente ligada às condições de tempo e espaço;
(2) como regra, o C Atq situa-se dentro do alcance da artilharia em apoio.
Entretanto, se a situação e o tempo permitirem, a artilharia pode deslocar-se
para posições de manobra, de acordo com planos previamente preparados,
que podem ser alterados em face de situações específicas;
(3) a mobilidade da F C Atq e o apoio de fogo são essenciais ao êxito do C Atq.
(4) as limitações quanto à profundidade do C Atq não impedem a F C Atq de
procurar oportunidades para destruir reservas e elementos de apoio do inimigo;
(5) surpresa, audácia, rapidez e violência na execução são as principais
características de um C Atq destinado a ter êxito. Os C Atq são apoiados com
o máximo de fogos terrestres e aéreos;
(6) A decisão de executar o C Atq, assim como a determinação da hora do seu
desencadeamento, devem ser cuidadosamente analisadas, tendo em vista não
interferir no cumprimento da missão da Bda ou do Esc Sp;

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Fig 4-27 Contra-ataque de desorganização, realizado pelo BI Mec

(6) Os objetivos selecionados para o C Atq são escolhidos sobre acidentes do


terreno perfeitamente identificáveis. A conquista destes objetivos deve
concretizar a finalidade mencionada para cada tipo de C Atq que venha a ser
realizado. Os objetivos, coincidentemente, são relacionados às posições
previamente ocupadas. A conquista do terreno destinado a restabelecer o
LAADA não é válida como um objetivo, a não ser que a retomada de tais
posições contribua para a destruição do inimigo;
(7) se possível, o C Atq é lançado antes que o inimigo tenha tido oportunidade
de ganhar impulsão no ataque;
(8) se as informações indicarem que o inimigo está se reunindo para o ataque e
as condições forem favoráveis, o C Atq pode ser lançado contra esta posição;
(9) caso o inimigo obtenha sucesso ao efetuar penetrações múltiplas na ADA,
pode ser necessário fazer frente a essas penetrações simultaneamente. Em
tais casos, a ameaça maior deve ser determinada e a F C Atq empregada para
com os seguintes objetivos: restabelecimento da posição; para desaferramento
do inimigo; para desorganização do inimigo; ou destruição do inimigo. Para
conter as ameaças secundárias, pode ser necessário empregar uma parte da
reserva ou de elementos de apoio para reforçar outro elemento e auxiliar na
contenção do inimigo. Essa divisão de forças, destinadas a fazer frente a
penetrações múltiplas, não é considerada emprego parcelado da reserva.

4.4.3.2 Defesa Móvel

4.4.3.2.1 Considerações Gerais


a) Na defesa móvel, um mínimo essencial de forças é atribuído à ADA. A
reserva, como elemento principal da defesa, tem prioridade na distribuição dos
meios.
b) A defesa móvel é a defesa em uma área ou em uma série de posições
dispostas em largura e em profundidade, em que a manobra, coordenada com
os fogos e a utilização do terreno, é empregada para destruir o inimigo.
c) A defesa móvel não visa defender o terreno como tal, mas é conduzida de
modo a manter a integridade da força defensiva e a não conceder ao inimigo

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seus objetivos decisivos de ataque.


d) A defesa móvel faz o máximo emprego do poder de combate móvel das
unidades blindadas e mecanizadas. É uma defesa ativa, que emprega ações
ofensivas e de retardamento, assim como medidas defensivas, visando manter
a capacidade ofensiva.
e) A defesa móvel emprega uma combinação de ações ofensivas, defensivas e
retardadoras. Nesta forma de manobra tática defensiva, o comandante
emprega um menor poder de combate à frente, na ADA, e vale-se da manobra,
dos fogos e da organização do terreno para recuperar a iniciativa. A defesa
móvel visa destruir as forças inimigas e, para isso, a Bda Inf Mec utiliza suas
tropas mecanizadas, que são suas forças ofensivas dotadas de elevada
mobilidade e ação de choque.
f) No âmbito de uma força maior, as operações dos vários elementos
subordinados englobam tanto operações defensivas estáticas quanto ações
retardadoras, sendo que certos elementos podem receber, ainda, missões
fundamentalmente ofensivas. Quando as circunstâncias determinarem que
parte da força conduza uma defesa móvel, enquanto os elementos vizinhos
realizam uma defesa de área, as forças da ADA das unidades que realizam a
defesa móvel não podem expor os flancos dos elementos vizinhos.
g) As forças desdobradas na ADA, na defesa móvel, devem ter possibilidade
de desorganizar, forçar o desdobramento, retardar e canalizar o inimigo para
áreas adequadas ao emprego da força de C Atq Força de Choque (F Ch) ou
para forçar o inimigo a emassar-se. Esses elementos devem receber apoio de
fogo de longo alcance e possuir um grau de mobilidade igual ou superior ao do
inimigo.
h) Normalmente, a DE é o menor escalão capaz de executar uma defesa
móvel, devido à necessidade de uma reserva com elevado poder de combate
capaz de realizar um C Atq decisivo.
i) Na defesa móvel, o defensor (selecionando no interior da posição defensiva a
área onde deseja aceitar o engajamento decisivo) procura forçar o inimigo a
reagir, de acordo com o plano de defesa, que é baseado no movimento e nos
fogos. A iniciativa das ações é obtida explorando-se as vulnerabilidades do
inimigo e aproveitando todas as oportunidades para destruir as forças inimigas
pela ação ofensiva.
j) O Cmt que realiza a defesa móvel considera o planejamento do C Atq e da
defesa, simultaneamente.
k) O C Atq de destruição é a chave do sucesso da defesa móvel.
l) Na defesa móvel, quando o Cmt do escalão superior está convicto de que a
força de fixação, que ocupa as posições de bloqueio (sejam elas as principais,
alternativas ou suplementares), é capaz de cumprir sua missão, sem
necessidade de reforço, ele emprega a totalidade de sua reserva para realizar
o C Atq. A finalidade é a destruição do inimigo e não o restabelecimento da
posição.
m) Normalmente, o C Atq na defesa móvel é lançado contra um objetivo
limitado. O ideal é que incida sobre o inimigo à frente do LAADA, após a força
de fixação tê-lo forçado a se emassar.

4-87
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n) Na defesa móvel, os comandos das forças de defesa avançada organizam


suas áreas estabelecendo núcleos de defesa. Os núcleos são áreas
organizadas, normalmente, para a defesa em todas as direções. Sua
localização deve permitir o controle do terreno e o domínio das vias de acesso
e repelir, retardar ou canalizar as forças atacantes. O escalão de defesa
avançada tem um mínimo essencial de forças para cumprir sua missão e essas
forças necessitam de mobilidade igual ou maior do que a das forças
oponentes.

4.4.3.2.2 A Bda Inf Mec como Força de Segurança


a) A Bda Inf Mec poderá, eventualmente, receber a missão de constituir a F
Cob do Esc Sp que a enquadre, ou ter parte de seus elementos empregados
em tal missão.
b) Quando o Esc enquadrante da Bda Inf Mec conduz uma defesa móvel, nem
sempre determina o estabelecimento de PAC devido, em particular, ao número
limitado de unidades destinadas à ADA. Normalmente, somente as unidades,
com a missão de defender, estabelecem PAC. Aquelas que têm como missão
retardar podem empregar postos de observação e de escuta à frente do
LAADA, em vez de PAC.
c) As ações da Bda Inf Mec, quando em PAG, são essencialmente as mesmas
de uma F Cob.
d) Salvo quando os PAG têm a missão de se manterem por um prazo definido,
eles iniciam seu retraimento tão logo tenham conhecimento de que uma força
inimiga superior esteja desdobrada para agir e haja possibilidade de um
engajamento decisivo.
e) A ação em cada posição de retardamento é executada com a finalidade de
canalizar, tanto quanto possível, o ataque do inimigo e obrigá-lo a desdobrar o
maior número de unidades.
f) Os PAG podem receber a missão de estabelecer uma cortina de vigilância à
frente do LAADA.
g) O planejamento e emprego da Bda Inf Mec nas operações de segurança
encontram-se mais detalhadamente descritos, nesse manual de campanha, no
subitem Operações de Segurança, no tópico 4.6 Operações Complementares.

4.4.3.2.3 A Bda Inf Mec como Força de Fixação


a) As forças de fixação são constituídas pelos elementos localizados na ADA
de uma defesa móvel com a missão de: retardar, desorganizar e infligir a
máxima destruição ao inimigo; forçá-lo a emassar-se, por ações ofensivas ou
defensivas; e canalizá-lo para uma área apropriada ao Contra-ataque (C Atq)
do Esc Sp.
b) As forças de fixação cumprem suas missões desdobrando F Seg, ocupando
posições de bloqueio, realizando ações ofensivas limitadas, bem como ações
de retardamento.

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c) Considerações de planejamento:
- quando a Bda Inf Mec recebe a missão de força de fixação na defesa
móvel, o Cmt planeja e organiza a Bda de modo a tirar toda a vantagem do
terreno. Consequentemente, um completo reconhecimento da Z Aç é realizado,
incluindo a seleção de acidentes capitais que dominam as vias de acesso do
inimigo e dos itinerários para o movimento das forças defensivas entre as
posições e entre a área da reserva e a ADA.
- esse reconhecimento deve ser realizado tendo em vista a oposição aos
possíveis ataques de blindados inimigos.
- todo o apoio de fogo disponível deve ter seu planejamento integrado e
sincronizado.
- os C Atq, o emprego de fumígenos, de fogos e de barreiras são planejados
sincronizadamente.
- o planejamento da força de fixação deve ser suficientemente flexível para
evoluir de acordo com a atuação do inimigo.

Fig 4-28 Bda Inf Mec (F Fix) participando de uma defesa móvel no âmbito de
uma DE

4.4.3.2.4 Organização do terreno


a) a eficiência da Bda Inf Mec na defesa móvel depende de sua aptidão para
manobrar os elementos subordinados rapidamente e para conduzir sua relativa
potência de fogo emassada contra o inimigo.
b) a preparação dos itinerários de C Atq, no interior e à frente da posição
defensiva e dos itinerários, entre posições sucessivas, com a melhoria dos
campos de tiro, assume alta prioridade.
c) as posições de bloqueio são organizadas em profundidade e reforçadas pela
construção de obstáculos. Entretanto, todo o cuidado deve ser tomado, a fim
de que nenhum obstáculo seja construído, de modo a interferir no livre
movimento da reserva ou da força de fixação.

4-89
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d) fumígenos podem ser empregados para proteger flancos ou dificultar o


acesso inimigo às áreas críticas.

4.4.3.2.5 Conduta da força de fixação:


a) após o acolhimento da F Seg, a força de fixação prepara-se para deter ou
diminuir o ímpeto do ataque inimigo, dependendo da missão específica imposta
pelo comandante.
b) a massa de fogos disponíveis é concentrada sobre o inimigo para
desorganizar e deter seu ataque, bem como para forçá-lo a se emassar.

4.4.3.2.6 O plano de defesa


a) pode conter prescrições, estabelecendo que as forças ocupantes de certas
posições de bloqueio, quando atacadas, possam retrair para posições
alternativas, a fim de possibilitar a aplicação mais eficiente de um C Atq
planejado.
b) as forças que ocupam posições de bloqueio devem proporcionar o tempo
suficiente à reserva lançar seu C Atq. Elas podem receber a missão de manter
a posição, a fim de forçar o inimigo a se emassar e apresentar um alvo
compensador.
c) A reserva da Bda Inf Mec pode ser empregada para reforçar posições de
bloqueio, ocupar outras posições ou conduzir C Atq contra objetivos limitados e
de desengajamento, integrando ou não a reserva do Esc Sp.

4.4.4 FORMAS DE MANOBRA TÁTICA NOS MOVIMENTOS RETRÓGRADOS

4.4.4.1 Ação Retardadora

4.4.4.1.1 Considerações Gerais


a) A Ação Retardadora (Aç Rtrd) é um movimento retrógrado onde uma força
terrestre, sob pressão, troca espaço por tempo, procurando causar ao inimigo
o máximo de retardamento e o maior desgaste possível, sem se engajar
decisivamente no combate.
b) Na execução de uma Aç Rtrd, o mínimo de espaço é trocado pelo máximo
de tempo.
c) Apesar do caráter defensivo de que se reveste, na execução de uma Aç Rtrd
são realizadas, também, ações ofensivas. A defesa em cada posição deve
obrigar o inimigo a desdobrar-se prematuramente e a perder tempo na
preparação do seu ataque.
d) As características da Bda Inf Mec permitem impor ao inimigo um
retardamento contínuo, mesmo em movimento. A Bda utiliza o alcance de suas
armas e a proteção blindada de suas viaturas, a fim de forçar o inimigo a
desdobrar-se, reconhecer, manobrar e tomar outras medidas que demandem
tempo. O inimigo é colocado sob fogo contínuo, a fim de que reduza sua
velocidade de progressão e sofra o máximo de perda de poder de combate.

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e) É desejável que o retardamento é conseguido tanto nas posições como


entre elas. A força de retardamento mantém o contato permanente com o
inimigo e o retarda continuamente. São executadas ações ofensivas limitadas
em todas as oportunidades que se apresentem, inclusive como meio de
dissimulação ou para desaferrar tropas engajadas decisivamente no combate.
f) As posições de retardamento das U, normalmente, não são organizadas em
grande profundidade. O grosso da Bda, concentrado em primeiro escalão,
utiliza ao máximo a potência de fogo de seus elementos sobre as prováveis
vias de acessos do inimigo, como medida inicial para evitar engajamento
decisivo no combate.
g) Uma força encontra-se decisivamente engajada no combate quando perde a
liberdade de ação e não tem possibilidade de realizar, seja pelo fogo ou pela
manobra, qualquer ação anteriormente planejada. Elementos da Bda podem
ficar decisivamente engajados sem que a Bda, como um todo, tenha perdido a
liberdade de manobrar.
h) O planejamento da operação é centralizado e sua execução
descentralizada. Dentro do planejamento da Bda, deve ser concedido o
máximo de liberdade de ação aos Cmt U. Esta liberdade permite explorar a
iniciativa dos Cmt e o aproveitamento de qualquer vantagem que possa surgir
nos escalões subordinados.

4.4.4.1.2 Fundamentos
a) Controle centralizado e ação descentralizada - uma Aç Rtrd é caracterizada
por operações em larga frente, com o máximo de forças em contato e um
mínimo em reserva. Disso resulta uma série de ações independentes dos
elementos de manobra, ao longo de toda a frente, onde os Cmt devem ter
liberdade de ação para conduzi-las.

b) Conduta do retardamento - o movimento para a retaguarda deve ser


coordenado meticulosamente. Isso assegura que o inimigo não ultrapasse,
desborde ou envolva qualquer elemento da força de retardamento; ou obtenha
uma penetração que possa comprometer o sucesso da missão de
retardamento.

c) Máximo emprego do terreno


(1) O máximo de aproveitamento do terreno deve ser feito durante as ações do
retardamento do inimigo, não lhe permitindo que avance grandes distâncias
sem resistência.
(2) As posições de retardamento são selecionadas em regiões que permitam o
domínio das prováveis vias de acesso do inimigo e de forma a atingi-lo, pelos
fogos, a maior distância.

d) Forçar o inimigo a desdobrar-se e a manobrar


(1) O inimigo deve ser engajado no alcance máximo de todas as armas de tiro
indireto e no alcance útil das armas de tiro direto. Essa ação deve obrigar o

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inimigo a perder tempo no desdobramento, no esclarecimento da situação e em


movimentos ofensivos contra a força de retardamento em posição.
(2) O emprego repetido desta técnica retarda a progressão do inimigo e troca
espaço por tempo.
(3) Em algumas situações, no entanto, os fogos de longo alcance podem ser
deliberadamente contidos para fins de dissimulação.

e) Máximo emprego de obstáculos


(1) o emprego de obstáculos naturais e artificiais é explorado ao máximo para
retardar o inimigo.
(2) obstáculos são empregados para canalizar e retardar a progressão e
proporcionar segurança de flancos à força que retarda.
(3) para obter-se a máxima eficiência, os obstáculos devem ser batidos por
fogos.

f) Manutenção do contato com inimigo


(1) Contínuos reconhecimentos devem ser conduzidos, visando estabelecer e
manter o contato com o inimigo.
(2) Forças inimigas, móveis e potentes, com frequência, tentam desbordar ou
penetrar entre as unidades que estão conduzindo o retardamento.
(3) para evitar penetrações ou desbordamentos, o contato deve ser mantido
com toda a força inimiga.

g) Evitar o engajamento decisivo


(1) Na Aç Rtrd, posições são ocupadas por determinados períodos de tempo
para obrigar o inimigo a desdobrar seus meios, esclarecer a situação e
manobrar para atacar cada posição.
(2) A força retardadora retrai para posição seguinte antes de tornar-se
decisivamente engajada com o inimigo.

4.4.4.1.3 Processos de Execução


a) Ação Retardadora em Posições Sucessivas
(1) É a maneira mais comum da Bda conduzir uma Aç Rtrd e, nesse caso,
emprega a maioria de seus meios em primeiro escalão.
(2) O Retardamento em Posições Sucessivas processa-se ocupando e
melhorando cada posição de retardamento natural existente. Entretanto, o
retardamento é imposto não apenas nas posições sucessivas, mas, também,
entre elas. Nunca é cedido terreno desnecessariamente e toda oportunidade de
retardar que surgir é aproveitada.
(3) Em alguns casos, a posição inicial de retardamento é ocupada antes do
contato com o inimigo, o que é desejável. Em tais casos, elementos de cada
peça de manobra de primeiro escalão são enviados à frente para estabelecer
contato e retardar o inimigo que avança sobre a posição inicial. A artilharia de
longo alcance e as unidades da posição inicial de retardamento engajam o
inimigo sob seus fogos o mais longe possível. Esse fogo inflige baixas ao

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inimigo, força seu desdobramento prematuro e exige que ele tome outras
medidas que consomem tempo para cerrar sobre a posição.

Fig 4-29 A Bda Inf Mec na ação retardadora em posições sucessivas

(4) Cada posição ocupada por um BI Mec de primeiro escalão é defendida, até
que o inimigo ameace aferrá-la ou desbordá-la. Quando o máximo de
retardamento tiver sido conseguido e o prosseguimento na posição pode,
provavelmente, resultar no aferramento do BI Mec, o Ret é iniciado, mediante
ordem do Cmt Bda.
(5) Quando o ataque inimigo se aproxima do ponto em que os fogos das suas
armas individuais se tornam eficazes ou quando o Cmt de cada escalão
considera ser grande o risco de perder a liberdade de manobra, considera-se
que um engajamento decisivo é iminente. Nesse caso, o Ret dos BI Mec deve
ser iniciado, de acordo com os planos previamente elaborados, contudo com
autorização prévia do Cmt Bda. O Ret de cada BI Mec é coordenado com o das
unidades vizinhas.
(6) Quando a ordem de Ret é recebida, uma parte do BI Mec se desloca
diretamente para retaguarda e ocupa a posição de bloqueio anteriormente
designada. O restante do BI Mec mantém contato com o inimigo e continua a
impor o retardamento entre a primeira posição e a posição de bloqueio
seguinte, aproveitando todo o terreno favorável. As forças que permanecem em
contato devem ser compostas por adequada potência de fogo, para que
possam provocar considerável retardamento e desgaste ao inimigo. Estas
forças, quando ameaçadas por engajamentos decisivos, retraem para a
posição seguinte, empregando o fogo e o movimento.
(7) Quando o inimigo se coloca dentro do alcance das armas da posição de
retardamento à retaguarda, ele é submetido ao fogo de todos os elementos que
ocupam aquela posição. Esses elementos cobrem, pelo fogo, as forças de

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retardamento que tenham permanecido em contato e, após acolhidas,


retornam às unidades a que pertencem, ocupando a segunda posição
preparada. O Cmt emprega, então, toda a potência de fogo disponível, para
manter a posição o maior tempo possível. Quando tal manutenção não for mais
possível, sem que se torne decisivamente engajado na posição, o processo de
Ret é repetido.
(8) A Bda Inf Mec, conduzindo uma Aç Rtrd em posições sucessivas, deve, em
princípio, manter uma reserva. Geralmente, essa reserva é pequena e
composta pelos elementos mecanizados da brigada com o devido apoio de
fogo orgânico. Ela pode ser empregada das seguintes formas: como uma F C
Atq; na segurança de um flanco ameaçado e de áreas críticas à retaguarda; ou
ainda para cobrir pelo fogo o Ret de uma unidade.
(9) A reserva, frequentemente, realiza C Atq de desaferramento, a fim de
auxiliar o desengajamento de um elemento aferrado. Tais ações podem ser
executadas sob a forma de um ataque de varredura, orientado sobre o flanco
da unidade inimiga em contato, não procurando conquistar terreno. A impulsão
do ataque deve ser mantida, no sentido de conduzir a força através das
colunas inimigas e retornar para o interior da posição amiga. A violência e a
ação de choque, empregadas em tais ataques, além de criarem condições
para o desaferramento da unidade ameaçada, resultam em consideráveis
danos para o inimigo e aumentam o retardamento que lhe é imposto. O C Atq,
com a finalidade de atingir um flanco inimigo contribui para causar perdas e
retardar o inimigo.

b) Ação Retardadora em Posições Alternadas


(1) Quando estiver atuando em uma frente estreita ou quando as posições de
retardamento forem razoavelmente próximas umas das outras, a Bda Inf Mec
pode decidir retardar em posições alternadas. Ao empregar essa técnica, a Bda
é dividida em dois grupamentos. O primeiro organiza e ocupa a posição inicial
de retardamento, enquanto o segundo ocupa e organiza a segunda posição de
retardamento.
(2) Os BI Mec que ocupam a posição inicial de retardamento, quando forçados
a retrair, retardam o inimigo entre a PIR e a P2. Ao atingirem a P2, estes
batalhões retraem através das tropas que a ocupam ou pelos seus flancos e
prosseguem para a P3, iniciando seu preparo e ocupação. A responsabilidade
de retardamento do inimigo é assumida pelos BI Mec da segunda posição de
retardamento, assim que os primeiros elementos tenham retraído através de
sua posição.

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Fig 4-30 A Bda Inf Mec na ação retardadora em posições alternadas

(3) O processo de retardamento se repete e cada grupamento em contato é


responsável pela obtenção do retardamento necessário. Os elementos que não
estiverem em contato são responsáveis pela melhoria e ocupação de posições
à retaguarda e pela cobertura do Ret das forças em contato.
(4) A Bda Inf Mec, quando está conduzindo um retardamento em posições
alternadas, normalmente, não constitui uma reserva específica. As forças que
não estão em contato, enquanto organizam a próxima posição de
retardamento, ficam em condições de serem empregadas em missões que
caberiam a uma reserva, durante a conduta da Aç Rtrd.
(5) O retardamento em posições alternadas tem a vantagem de proporcionar
maior prazo para a melhoria das posições de retardamento e para a execução
da manutenção do material. Este tipo de retardamento também permite que as
tropas tenham períodos de descanso entre os combates, diminuindo a fadiga.
(6) Entretanto, como desvantagem, exige a repartição dos meios, reduzindo,
portanto, o poder de combate disponível para a defesa de cada posição.
(7) A Bda Inf Mec raramente opera em frentes suficientemente estreitas para
permitir o retardamento em posições alternadas.

c) Pela Combinação Desses Processos - A Bda Inf Mec poderá vir a empregar,
também, a combinação de ambos os processos. A decisão e planejamento
para tal combinação estará condicionada aos fatores da decisão, bem como às
condicionantes para o emprego de cada processo, conforme descrito nos itens
anteriores.

4.4.4.1.4 Planejamento
a) Seleção das Posições de Retardamento
(1) As posições de retardamento são selecionadas pelo Cmt Bda, que pode ou
não receber do Esc Sp a localização da Posição Inicial de Retardamento (PIR).

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Quando não recebê-la, deve estabelecê-la em linha apoiada em um obstáculo


de vulto.
(2) Uma posição ideal é aquela que permite, com um mínimo de forças
desdobradas, forçar o inimigo a concentrar-se e apresentar-se como alvo
compensador.
(3) O terreno favorável a uma boa posição de retardamento deve oferecer uma
ou mais das características abaixo indicadas, que permitem infligir maior
degradação no poder de combate do inimigo, além de reduzir ao máximo o seu
espírito ofensivo:
- linha de alturas transversal às prováveis vias de acessos do inimigo;
- obstáculos naturais, tais como rios, pântanos, lagos e outros, tanto à frente
quanto nos flancos;
- elevações que permitam boa observação e campos de tiro profundos;
- itinerários desenfiados para os Ret; e
- rede de estradas em boas condições de trafegabilidade, através do
campo, para os Ret.
(4) No intervalo entre as posições de retardamento selecionadas, o Cmt Bda
pode estabelecer linhas de controle, a fim de coordenar e controlar o
movimento de suas U, podendo transformar-se, em caso de necessidade, em
posições de retardamento.
(5) Normalmente, o Esc Sp estabelece o prazo a ganhar na missão como um
todo. Cabe ao Cmt Bda determinar o prazo a ganhar em cada posição de
retardamento selecionada.
(6) A distância entre duas posições de retardamento consecutivas deve
permitir o completo Ret durante a noite; obrigar a artilharia inimiga a um novo
desdobramento, para bater a posição de retardamento seguinte; e induzir o
inimigo a retomar o movimento como em uma M Cmb.
(7) As posições de retardamento são organizadas com profundidade limitada,
tendo em vista a tarefa principal ser desgastar o inimigo com os fogos de longo
alcance da artilharia e com a cortina de fogos das armas em primeiro escalão.

b) Organização do Terreno e Limites


(1) No planejamento de uma Aç Rtrd, o Cmt Bda define a Z Aç de cada
elemento de manobra empregado, por meio de limites.
(2) Os limites entre os elementos de manobra são estabelecidos em função
dos seguintes fatores:
- largura da Z Aç;
- áreas consideradas passivas;
- áreas consideradas secundárias;
- número de penetrantes e de vias de acesso, para o inimigo, que incidem
na posição de retardamento;
- prosseguimento das penetrantes e das vias de acessos no interior da Z Aç
da Bda;
- malha rodoviária; e
- obstáculos existentes.

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(3) Os limites podem estender-se em toda a profundidade da Z Aç da Bda,


desde o alcance de utilização das armas das tropas desdobradas na PIR até a
linha do terreno onde a Bda é acolhida ou termina sua missão. Entre duas
posições consecutivas, caso não seja constituída uma F Seg da Bda, os limites
estendem-se por toda a profundidade da Z Aç. Nessa situação, os elementos
de manobra retardam o inimigo entre as posições dentro das respectivas Z Aç.
Quando houver F Seg, os limites estendem-se até a linha de acolhimento.
(4) Ao designar as Z Aç para as U, o Cmt Bda procura, sempre que possível,
não atribuir a responsabilidade de retardamento sobre uma penetrante ou via
de acesso inimiga a mais de uma unidade.
(5) Os limites são traçados de modo que os acidentes capitais que controlam a
observação e o fogo, dentro de uma determinada Z Aç, fiquem sob
responsabilidade da unidade a quem a zona foi atribuída. Pontos de
coordenação são designados para facilitar a coordenação e dar continuidade à
posição.
(6) Caso o Cmt Bda Inf Mec designe uma Z Aç para um elemento de apoio de
Av Ex, em Ref ou Ct Op, deve levar em conta que esse tipo elemento de apoio
não mantém o terreno, executando somente a vigilância ou a manutenção do
contato com o inimigo.
(7) Os obstáculos naturais são agravados na organização das posições. São
também utilizados obstáculos artificiais, a fim de melhorar as posições, com o
material e mão de obra disponíveis dentro do prazo previsto. Embora
importante, um obstáculo, por si só, não deve ser considerado como capaz de
conter a progressão de inimigo. Nenhum terreno é intransponível para um
inimigo decidido, bem equipado, treinado e agressivo. Ele busca alcançar a
surpresa, atacando por terreno considerado intransponível. Por isso, em
princípio, todos os obstáculos naturais e artificiais, devem ser batidos pelo
fogo, a fim de causar o máximo de retardamento.
(8) As posições de retardamento são organizadas em largura e com
profundidade limitada.

c) Ocupação das Posições de Retardamento


(1) Como foi visto, o Cmt Bda seleciona posições de retardamento, podendo
também determinar linhas de controle entre as posições que, se necessário,
serão utilizadas como posições de retardamento.
(2) Quando o Esc Sp estabelece um prazo a ganhar na missão como um todo,
o Cmt Bda estima um prazo a ser ganho em cada posição de retardamento. O
esforço deve ser no sentido de ganhar o maior prazo nas posições mais
avançadas, especialmente na PIR, o que proporciona maior flexibilidade. Se
não for estabelecido o prazo a ser ganho pelo Esc Sp, são selecionadas
apenas linhas de controle.
(3) Para o Cmt Bda estimar o prazo a ser ganho em cada posição de
retardamento, deve levar em conta, particularmente, o terreno, como, por
exemplo:
- valor do obstáculo (se houver) à frente e nos flancos das posições;
- linhas favoráveis ao retardamento entre as posições;

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- penetrantes e vias de acessos para o inimigo;


- largura e profundidade da Z Aç etc.
(4) Todavia, o valor e a natureza do inimigo, as condições meteorológicas e o
fator tempo devem ser considerados.
(5) A preparação da posição prossegue enquanto o inimigo não representar
ameaça aos elementos desdobrados. São selecionadas posições principais, de
muda e suplementares para cumprimento das missões específicas do
retardamento em posição. Os Cmt e motoristas de VBTP devem conhecer
perfeitamente os caminhos para estas posições. As VBTP são posicionadas,
inicialmente, com desenfiamento de torre e devidamente cobertas, avançando
para uma posição com desenfiamento de couraça no momento do tiro. Suas
metralhadoras são integradas no plano de fogos das SU. Deve ser feito o
máximo emprego das armas coletivas.
(6) As posições de tiro, normalmente, localizam-se próximas à crista
topográfica das elevações, de modo a obter extensos campos de tiro. Deve-se
observar, também, o fácil acesso destas posições aos itinerários de retraimento
abrigados. Posteriormente, durante a ação, a VBTP poderá utilizar as posições
de tiro de muda e as posições suplementares.
(7) As viaturas não empregadas no retardamento são colocadas em local
coberto e abrigado à retaguarda da posição. As viaturas PC, de manutenção e
de saúde são, normalmente, colocadas à retaguarda da posição de
retardamento posterior, para assegurar apoio contínuo durante o período crítico
do retraimento da posição.
(8) Na última posição de retardamento, procura-se empregar o máximo de
meios à frente, podendo a reserva, nessa situação, ser de menor valor.
(9) Os Cmt BI Mec podem selecionar posições de retardamento entre as
posições da Bda. Normalmente, as peças de manobra valor SU não
estabelecem posições intermediárias entre as do BI Mec enquadrantes, mas
núcleos de pelotões à frente e em profundidade.
(10) A Fig 4-11 mostra, esquematicamente, a visualização do dispositivo de
uma Bda Inf Mec na Aç Rtrd. Nesse caso, o Cmt Bda selecionou três posições
de retardamento (PIR, P2 e P3) e os comandos subordinados núcleos de
defesa na PIR.

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Fig 4-31 Visualização do dispositivo de uma Bda Inf Mec na ação retardadora

4.4.4.1.5 Conduta da Bda Inf Mec


a) Tão logo o inimigo entre no alcance máximo da artilharia e dos morteiros, os
fogos são desencadeados.
b) Ao cerrar sobre a posição, o inimigo é colocado sob o máximo volume de fogos
de todas as armas da força retardadora, de modo a obrigá-lo a desdobrar-se,
executar reconhecimentos e outras manobras que consumirão tempo.
c) Os fogos aproximados devem bater os acidentes capitais e as Via A, com a
maior eficácia possível.
d) O êxito da missão de retardamento depende, em grande parte, de uma
judiciosa distribuição do tempo a ganhar. Esta distribuição do tempo resulta de
um minucioso reconhecimento, de segurança apropriada e oportunos informes
de combate.
e) O escalão imediatamente superior deverá ser mantido informado da situação
da força, de modo que seja assegurado o recebimento da ordem de
retraimento antes que a força se torne decisivamente engajada. Os BI Mec não
retraem sem autorização do Cmt Bda.
f) Ao receber a ordem para iniciar o retraimento de uma posição, o BI Mec
executa um retardamento contínuo até a próxima posição de retardamento ou
até uma linha de acolhimento, ao retrair da última posição. Embora elementos
de manobra tenham considerável liberdade de manobra dentro de suas Z Aç, o
Cmt Bda coordena seus movimentos, de modo que um elemento de manobra
não seja colocado em perigo como consequência de um retraimento
demasiadamente rápido de um elemento de manobra vizinho. Todo o terreno
favorável deve ser aproveitado para infligir o máximo de danos ao inimigo e
retardá-lo o maior tempo possível. Os elementos que já estiverem na posição
de retardamento seguinte, à aproximação do grosso do BI Mec, tomam o
inimigo sob seus fogos, realizando tiros sobre a tropa amiga, caso não haja
uma força de proteção atuando como retaguarda. Quando acolhidos na
posição de retardamento, os elementos do grosso reorganizam a constituição
dos BI Mec e passam a retardar nessa posição durante o prazo previsto.

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g) O combate aproximado é, em princípio, evitado, sendo empregado somente


quando for absolutamente necessário.
h) Na conduta da ação retardadora são obedecidas todas as prescrições
referentes ao retraimento e à retirada.
i) O comando, o controle e o horário para o desencadeamento do C Atq são
fatores particularmente críticos. O comandante deve exercer cuidadosa
vigilância, de modo a evitar que suas peças de manobra venham a se tornar
tão engajadas com o inimigo que não possam romper o contato.
j) C Atq para restabelecimento da posição são realizados visando à conquista
de objetivos limitados e são apoiados por artilharia, morteiros, e elementos da
força retardadora. Do mesmo modo, os BI Mec poderão executar C Atq pelas
mesmas razões, mas em escala mais limitada em relação à Bda.

4.4.4.2 Retraimento

4.4.4.2.1 Considerações Gerais


a) O retraimento é um movimento retrógrado, por meio do qual o grosso de
uma força engajada rompe o contato com o inimigo, de acordo com a decisão
do escalão superior.
b) Parte das forças permanece em contato para evitar que o inimigo persiga o
grosso das forças amigas e para infligir-lhe danos, pelo fogo e por uma
manobra adequada.
c) O retraimento pode ser realizado de dia ou de noite, com ou sem pressão do
inimigo.
d) O Ret diurno ou em horário próximo ao Início do Crepúsculo Matutino
Náutico (ICMN) deve ser evitado, sempre que possível, para fugir aos fogos
observados do inimigo e à atuação de sua força aérea, ambos capazes de
causar pesadas baixas ou provocar a perda da liberdade de manobra.
e) É desejável que o Ret inicie e termine em período de pouca visibilidade.
Contudo, a relativa proteção blindada e a mobilidade e o alcance do
armamento das unidades tornam as forças, relativamente, capazes de conduzir
o Ret diurno com mais sucesso do que as unidades que não tenham essas
características.
f) Quando o Ret diurno for inadiável, faz-se necessário o emprego de
obstáculos e do apoio de fogo de artilharia e aerotático.
g) Os Ret sem pressão do inimigo são vantajosos em relação aos executados
sob tal pressão, pois o Cmt conserva a iniciativa e pode escolher o momento
de sua realização. A dissimulação é facilitada e a eficiência dos fogos
observados do inimigo é reduzida, uma vez que o comando da força que retrai
pode beneficiar-se ao máximo da escuridão noturna e dos períodos de
visibilidade reduzida.
h) Em qualquer das situações em que o Ret é executado, o contato físico ou
visual com o inimigo deve ser mantido. Isso proporciona dissimulação,
segurança e contribui para evitar um rápido avanço do inimigo. Uma parcela da
Bda, atuando como destacamento de contato ou F Seg, provê segurança e

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dissimulação para que as demais U possam executar seu retraimento, sem que
o inimigo cerre rapidamente sobre elas.
i) Quando o Esc Sp realiza um Ret, a Bda Inf Mec pode ser empregada como F
Seg dele, fornecendo a segurança necessária para que o restante da DE ou
Corpo de Exército retraia.
j) No planejamento de um Ret devem ser previstos planos alternativos para as
U subordinadas. Assim, mesmo que a previsão seja de um Ret sem pressão do
inimigo, deve ser formulado um plano alternativo para o caso de executar-se o
movimento sob pressão e vice-versa.
k) No planejamento de um Ret noturno, deve ser previsto o emprego de
iluminação artificial para a eventualidade da perda do sigilo da operação. Caso
ocorra essa perda do sigilo e o retraimento esteja sendo executado sem
pressão, o Ret deverá passar a ser executado com as técnicas de um Ret sob
pressão.
l) Em qualquer dos Ret, todos os meios capazes de reduzir a observação
inimiga devem ser utilizados, tais como os fumígenos.
m) O Ret pode ser facilitado pela execução de C Atq.
n) Os planos e as ordens para um Ret devem ser preparados
pormenorizadamente e tempo suficiente deve ser proporcionado às U
subordinadas para a execução de reconhecimentos diurnos.

4.4.4.2.2 Retraimento Sem Pressão do Inimigo


a) Um Ret sem pressão do inimigo exige o emprego de contrainteligência
eficaz e depende, principalmente, do controle, da segurança e da
dissimulação. O controle e a segurança são proporcionados pela preparação
completa e minuciosa de planos pormenorizados. Já a simulação de tráfego
rádio, de fogos e de outras atividades normais permitem boa dissimulação.
b) Tão logo o conceito da operação seja formulado, o Cmt emite uma ordem
preparatória com os detalhes necessários para que os comandos subordinados
possam realizar seus reconhecimentos e planejamentos durante o dia.
c) A hora do Ret, normalmente, é determinada pelo Esc Sp. Quando não for, o
Cmt Bda a determinará para suas U. Pode ocorrer furtivamente ou após um
ataque realizado para desviar a atenção do inimigo. O início do Ret noturno
deve ser planejado de maneira que o movimento seja completado ainda antes
do amanhecer.
d) A fim de assegurar um Ret tão rápido quanto possível, os elementos não
imprescindíveis à operação retraem antecipadamente, por infiltração, a fim de
evitar congestionamento desnecessário nas rodovias quando o grosso da Bda
retrair.
e) O Cmt Bda, a princípio, determina o valor, a composição e o dispositivo das
forças a serem deixadas em contato durante o Ret do grosso. Essas forças são
chamadas Destacamento de Contato. É designado, também, um oficial do
comando da Bda para controlar a operação e prosseguir com o tráfego de
mensagens, de tal forma que permaneça semelhante ao que vinha sendo
realizado.

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f) O sucesso de um Ret sem pressão depende, particularmente, da


dissimulação. Sob certas circunstâncias, tal como uma pressão antecipada do
inimigo e sem condições de interferência por parte do Esc Sp, a Bda pode
ocupar uma posição com a reserva, que passa a proporcionar segurança e
proteger o retraimento do grosso.
g) O Destacamento de Contato tem por missões:
(1) manter a fisionomia da frente (comunicações, fogos e outras atividades);
(2) retardar e iludir o inimigo, de forma a evitar sua interferência durante o
retraimento; e
(3) ficar em condições de atuar como retaguarda do grosso da Bda.

Fig 4-32 A Bda Inf Mec no retraimento sem pressão do inimigo (1ª fase)

h) O planejamento normalmente prevê o Ret simultâneo da maioria dos


elementos das U empregadas à frente. Os elementos que compõem a brigada
destacam parte de suas forças, inclusive elementos de manobra e de apoio ao
combate, para comporem o destacamento de contato, que passam a constituir
uma força à parte, sob o controle da Bda. Ao se designar os elementos que
devem manter o contato, todo o esforço deve ser feito para que eles tenham
uma mobilidade superior à do inimigo. Dentro de cada elemento que compõe a
Bda, a composição, normalmente, é de cerca de um terço dos elementos de
manobra e de um terço à metade das armas de apoio orgânicas.
i) Após o Ret das unidades em primeiro escalão, o Destacamento de Contato
assume a responsabilidade pela Z Aç da Bda.
j) O Ret do Destacamento de Contato deve ser iniciado a tempo de permitir que
o seu movimento também seja executado sem pressão do inimigo.
k) Ao iniciar o Ret, o Destacamento de Contato atua como força de proteção de
retaguarda. Sua intenção não será mais de manter a fisionomia da frente, mas
de impedir que o inimigo cerre sobre o grosso que retrai. Esse destacamento
mantém o contato com o inimigo e combate, se necessário, até uma outra
posição à retaguarda ou até uma linha de acolhimento estabelecida pela Bda.

4-102
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Fig 4-33 A Bda Inf Mec no retraimento sem pressão do inimigo (2ª fase)

l) Se o Ret for noturno, os fogos devem ser utilizados para abafar o ruído dos
motores das viaturas.
m) Normalmente, parte da reserva da Bda, cerca de um terço, permanece na
posição, com a finalidade de simular um sistema de comunicações e atividades
normais de uma reserva, bem como apoiar o Ret do Destacamento de Contato.
n) As Z Reu são, normalmente, designadas até o escalão unidade, a fim de
assegurar o controle das forças, antes de entrarem em formação de coluna de
marcha. Essas Z Reu são previamente selecionadas e ocupadas pelo menor
espaço de tempo possível. Não é normal a designação de uma Z Reu para a
Bda, antes de seu acolhimento por uma tropa amiga.
o) Os planos devem incluir previsões para a eventualidade da ação do inimigo
por meio do emprego de tropas aeroterrestres, aeromóveis ou infiltradas.
p) Se o Ret for detectado pelo inimigo, a Bda passa a executá-lo dentro das
técnicas de um retraimento sob pressão. Para isso, todos os comandos
subordinados devem ter os seus planos alternativos.

Fig 4-34 A Bda Inf Mec no retraimento sem pressão do inimigo (3ª fase)

4-103
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4.4.4.2.3 Retraimento Sob Pressão do Inimigo


a) Um Ret sob pressão do inimigo, pelo fato de estar sujeito à observação das
forças oponentes, depende, para ter sucesso, da mobilidade, dos meios de
GE, do apoio de fogo, do controle, do emprego de F Seg e da superioridade
aérea local.
b) No Ret sob pressão do inimigo, elementos da força retraem combatendo,
utilizando táticas de retardamento. Essa ação é mais bem executada por
elementos mecanizados e blindados, em razão de sua proteção blindada,
mobilidade e potência de fogo.
c) Todos os fogos disponíveis devem ser empregados contra os elementos
avançados do inimigo que estejam engajados com as forças de retardamento.
d) Um alto grau de coordenação e uma eficaz utilização do terreno e dos
obstáculos são essenciais ao sucesso da operação. A autorização para retrair
deve ficar a cargo do mais baixo escalão de comando que tenha a missão de
coordenar esforços.
e) As medidas de controle e coordenação, utilizadas nesse movimento, são
similares às medidas do Ret sem pressão do inimigo.

Fig 4-35 A Bda Inf Mec no retraimento sob pressão do inimigo (1ª fase)

f) O Cmt Bda Inf Mec decide se constitui uma F Seg com sua reserva ou se
realiza o movimento sem uma segurança a cargo da Bda. A Bda Inf Mec, por
suas características de mobilidade, flexibilidade, relativa potência de fogo e
proteção blindada, pode prescindir da F Seg para cobrir um Ret sob pressão do
inimigo.
g) A decisão em constituir ou não uma F Seg é tomada em função:
- das forças disponíveis para constituir a F Seg;
- do tempo disponível para o desdobramento de uma F Seg;
- do terreno;
- da existência ou não de uma força de F Seg do Esc Sp;
- das possibilidades do inimigo; e
- da duração da missão.

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h) A F Seg deve ser constituída de adequado apoio de fogo e receberá a


denominação de Força de Proteção (F Ptç). Após o acolhimento pela F Seg, se
for o caso, o grosso da Bda forma as colunas de marcha, em geral sem
designação de Z Reu, e se desloca diretamente para a retaguarda.
i) A F Ptç assegura o movimento dos elementos avançados que retraem sem
deixar elementos em contato. A estreita coordenação entre essas forças é uma
necessidade.
j) São missões da F Seg:
- proteger o Ret dos elementos da Bda que estejam engajados;
- retardar o inimigo e evitar a sua interferência no Ret do grosso; e
- estar em condições de atuar como retaguarda da força principal.
k) Quando a Bda não constituir uma F Seg, ela executa uma ação retardadora
até que o contato com o inimigo seja rompido ou que ela ocupe novas
posições.

Fig 4-36 A Bda Inf Mec no retraimento sob pressão do inimigo (2ª Fase)

l) No Ret sob pressão, as reservas são desdobradas bem à frente, para


proporcionar cobertura ao Ret das forças avançadas, ou mesmo para auxiliar
tais forças a romperem contato com o inimigo e a executarem o retardamento
entre as posições.
m) Quando não for possível realizar um Ret simultâneo de suas U, o Cmdo da
Bda deve determinar a sequência de realização. Essa decisão deve atender ao
melhor plano para preservar a integridade da Bda e a melhor maneira de
cumprir a missão. Normalmente, as unidades menos engajadas são as
primeiras a retraírem.
n) Condições adversas, nessa forma de Ret, acarretam aumento no número de
baixas. Por isso, é mais favorável sua realização à noite ou sob condições de
visibilidade reduzida. Uma forte defesa permite atrasar o Ret até que as
condições de visibilidade favoreçam a sua execução.

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o) Um retraimento sob pressão do inimigo, pelo fato de estar sujeito à


observação das forças inimigas, normalmente, depende, para ser exitoso, da
mobilidade, dos meios de guerra eletrônica, do apoio de fogo, do comando e
controle, do emprego de forças de cobertura e da superioridade aérea local. O
alto grau de coordenação e o judicioso emprego de obstáculos são essenciais
em tais circunstâncias.
p) Todos os fogos disponíveis devem ser empregados contra os elementos
avançados do inimigo que estejam engajados com as forças de retardamento.
As forças mais avançadas deslocam-se para a retaguarda pelo emprego das
técnicas de ação retardadora.

Fig 4-37 A Bda Inf Mec no retraimento sob pressão do inimigo (3ª fase)

q) Para assegurar a rapidez do Ret, os elementos não imprescindíveis à


operação retraem antecipadamente, por infiltração, o que evita o
congestionamento dos eixos rodoviários, quando o grosso da Bda retrair.

4.4.4.3 Retirada

4.4.4.3.1 Considerações Gerais - A retirada é um movimento retrógrado


realizado sem contato com o inimigo e, segundo um plano bem definido, com a
finalidade de evitar um combate decisivo, em face da situação existente. Pode
ser executada em seguida a um retraimento ou quando não houver contato
físico com o inimigo.

4.4.4.3.2 Planejamento
a) A segurança é consideração importante na execução dessa forma de
manobra defensiva. Deve ser dada ênfase aos movimentos noturnos, devendo
os diurnos ser realizados apenas pela exfiltração de pequenos grupos.

4-106
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b) No início da retirada, elementos da força podem separar-se e deslocar-se


em grupos dispersos para zonas de reunião preestabelecidas.
c) A força em retirada combate apenas quando isso for exigido pela missão.
d) As medidas de segurança das comunicações e eletrônica, especialmente o
silêncio rádio, devem ser empregadas ao máximo.
e) Quando um Ret precede à Retirada, esta começa depois que o grosso da
Bda Inf Mec tenha rompido o contato com o inimigo e as colunas de marcha
tenham sido formadas.
f) Na retirada, a Bda se organiza de modo inverso ao da M Cmb.
g) A Retirada pode ser realizada com as seguintes finalidades:
- ampliar a distância entre o inimigo e a força amiga;
- reduzir a distância de apoio entre forças amigas;
- assegurar um terreno mais favorável;
- adaptar-se a um reajustamento de dispositivo do Esc Sp; e
- permitir o emprego da força em outro local.
h) A Bda estabelece itinerários e objetivos de marcha, ou posições à
retaguarda, para cada elemento de manobra que se desloca com o grosso.
i) Durante o estágio inicial da retirada, o controle pode ser descentralizado para
os Cmt subordinados. Entretanto, à medida que a Bda se afasta do inimigo,
seu Cmt reassume o controle centralizado.

4.4.4.3.3 Conduta da Bda Inf Mec


a) A força em retirada pode ser submetida a ataques de forças irregulares,
incursões aeromóveis e/ou aeroterrestres, a fogos de longo alcance e a
operações de informação do inimigo.
b) A segurança da Bda é realizada de maneira semelhante à da M Cmb. Ela é
proporcionada pela vanguarda, flancoguardas e retaguarda.
c) Quando a retirada é precedida por um Ret, normalmente, é necessário
constituir uma retaguarda reforçada por armas AC e apoiada por artilharia de
campanha, antiaérea e engenharia.
d) A retaguarda emprega técnicas de retardamento para evitar a interferência
do inimigo no movimento do grosso.
e) O Cmt Bda deve estar atento quanto à possibilidade de envolvimento de sua
força por parte do inimigo.

4.4.5 OUTRAS AÇÕES, TÁTICAS E TÉCNICAS DEFENSIVAS

4.4.5.1 Considerações Gerais

4.4.5.1.1 As operações defensivas não se limitam aos tipos e formas de


manobra clássicas.

4.4.5.1.2 Valendo-se de táticas e técnicas diversas, outras ações podem ser


executadas, visando à condução do combate continuado e não linear, com
ênfase nas manobras que apliquem a mobilidade e a ação de choque.

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4.4.5.1.3 As outras ações defensivas são as ações dinâmicas da defesa;


dispositivo de expectativa; defesa elástica; defesa em ponto forte; defesa
circular; defesa em contra encosta; defesa contra assaltos aeroterrestres,
aeromóveis e forças irregulares; e defesa contra ataques aéreos.

4.4.5.2 Ações Dinâmicas da Defesa

4.4.5.2.1 São ações ofensivas, no contexto de uma operação defensiva, com a


finalidade de dificultar a preparação do ataque do inimigo, prejudicando a
concentração do seu poder de combate nas posições de ataque, destruindo
suas forças de reconhecimento, isolando unidades e desorganizando seus
sistemas e formações em profundidade.

4.4.5.2.2 As forças defensivas devem se manter alertas para aproveitar todas


as oportunidades de retomar a iniciativa e destruir o inimigo. Patrulhamentos
agressivos, incursões e, principalmente, contra-ataques apoiados por fogos e
pela guerra eletrônica são, normalmente, a melhor maneira de manter o
espírito ofensivo na defensiva.

4.4.5.3 Dispositivo de Expectativa

4.4.5.3.1 Considerações Gerais


a) No âmbito de uma defesa em posição, a insuficiência de informações sobre
o inimigo e a exiguidade dos meios disponíveis, ante os amplos espaços a
bloquear, exigem, frequentemente, a adoção de um dispositivo de expectativa.
Isso é particularmente útil quando não houver informações suficientes sobre a
direção por onde o inimigo emprega a maioria de seus meios.
b) O dispositivo de expectativa permite que os meios necessários sejam
orientados, em curto prazo, na direção para a qual o inimigo tenha dirigido seu
esforço. Essa possibilidade é particularmente útil quando se opera em AOC.
c) Tal opção implica preservar, inicialmente, na área de reserva, o grosso do
poder de combate da Bda, a fim de empregá-lo no momento e no local
decisivos e com adequado poder relativo de combate, tão logo seja possível
detectar a orientação da maioria dos meios do inimigo.
d) A F Cob, à frente da posição defensiva, deve ser empregada para:
(1) alertar sobre a aproximação do inimigo;
(2) retardar e desgastar o inimigo;
(3) levantar o valor, o dispositivo e a orientação da maioria de seus meios; e
(4) canalizá-lo para a região mais favorável à condução da defesa.

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Fig 4-38 A Bda Inf Mec num dispositivo de expectativa

4.4.5.3.2 Planejamento
a) Durante a fase do planejamento, o Cmt e o EM da Bda Inf Mec devem estar
atentos ao fator tempo. Há que ser considerado o tempo disponível para o
desdobramento da Bda, após a definição da orientação da maioria dos meios
do inimigo.
b) Na ADA, bloqueando as vias de acessos de provável utilização pelo inimigo,
devem ser preparados e não ocupados núcleos defensivos para elementos
com o valor necessário para repelir o ataque do inimigo ou destruí- lo.
Inicialmente, um mínimo de meios é desdobrado na ADA até que se defina a
orientação da maioria dos meios do inimigo. Após essa definição, o grosso dos
meios da Bda Inf Mec ocupa a posição defensiva como um todo, de acordo
com o planejamento realizado.
c) O Cmt Bda deve empregar os BI Mec de forma modular, isto é, deve evitar
atribuir frentes e profundidades que superem as ideais, o que equivale a diluir
os meios da defesa, contrariando o propósito essencial do dispositivo adotado.

4.4.5.3.3 Conduta
a) Caracterizada a faixa do terreno por onde o atacante realiza sua ação
principal, parte dos meios mantidos à retaguarda desloca-se para essa área e
ocupa, de acordo com o planejamento, a posição já preparada e, até então,
ocupada apenas por um efetivo reduzido. O dispositivo de expectativa, em sua
situação final, evolui para uma defesa de área ou defesa móvel.
b) A reserva da Bda é mantida à retaguarda, em condições de realizar as
ações dinâmicas de defesa em um quadro de defesa de área ou de defesa
móvel, atuando como força de fixação.
c) O dispositivo de expectativa confere um caráter essencialmente dinâmico à
manobra defensiva, cuja execução orienta-se para a busca da decisão, por
meio da retomada da atitude ofensiva. Assim, o defensor deve articular sua
reserva de tal forma que lhe seja possível empregá-la, quer no interior da
posição defensiva, para destruir parcela do poder de combate oponente, quer
em ações profundas sobre as reservas, os sistemas de coordenação e
controle, de apoio de fogo e de Ap Log do inimigo.

4-109
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4.4.5.4 A Defesa Elástica

4.4.5.4.1 Considerações Gerais


a) A defesa elástica é uma técnica que admite a penetração do inimigo em uma
região selecionada da ADA, para, em seguida, emboscá-lo e atacá-lo pelo fogo
ao longo de todo seu dispositivo. A posição é ocupada por tropas desdobradas
em profundidade, para permitir o ataque em toda a extensão da formação
inimiga.
b) A adoção de uma defesa elástica está condicionada, preponderantemente,
às características do terreno. Pode ser empregada, por exemplo, quando o
terreno dificultar a defesa junto ao LAADA e permitir, em boas condições, o
bloqueio do inimigo em profundidade. Deve permitir o estabelecimento de
áreas de engajamento, sem, contudo, indicar a realização de uma defesa
móvel.

4.4.5.4.2 Área de Engajamento (AE)


a) É uma área crítica, selecionada ao longo das vias de acessos do inimigo,
onde suas formações de ataque tornam-se, particularmente, vulneráveis ao
efeito dos fogos diretos e indiretos.
b) Uma AE deve dispor de posições de tiro e de observação que permitam
otimizar o poder de destruição dos fogos. Deve contar, ainda, com obstáculos
naturais e artificiais para reduzir a mobilidade do inimigo.
c) A preparação de uma AE segue os seguintes passos:
- visualizar o ataque inimigo;
- selecionar “onde” e determinar “como” o inimigo será destruído;
- preparar obstáculos para apoiar a realização dos fogos diretos;
- planejar os fogos indiretos; e
- posicionar as forças para destruir o inimigo pela realização de fogos.
d) As dimensões de uma AE, no contexto da defesa elástica, devem permitir
que os fogos dos núcleos de defesa e das armas de apoio tenham condições
de destruir o inimigo que penetrou a ADA. Deve ser compatível com o escalão
considerado e com o poder de combate da força inimiga.

4.4.5.4.3 Planejamento e Condução de uma Defesa Elástica


a) Na defesa elástica, normalmente, a destruição do inimigo é obtida pela
concentração dos fogos de todas as armas sobre uma AE. Podem ser
planejados C Atq contra os flancos ou contra a retaguarda do inimigo.
b) Há necessidade de grande poder de fogo, principalmente de armas
anticarro, artilharia, metralhadoras, aerotático e de helicópteros.
c) Explora o combate em toda a profundidade da ADA, tirando o máximo
proveito do terreno e da surpresa.
d) O inimigo deve ser canalizado para o interior da ADA, onde será destruído
pelo fogo dos núcleos de defesa, da artilharia e armas de apoio em uma área
de engajamento. Deve-se buscar a separação dos fuzileiros e dos carros de
combate inimigos, facilitando a destruição do inimigo por partes.

4-110
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e) O sucesso na condução da defesa elástica depende, em grande parte, da


habilidade em selecionar e preparar uma AE.
f) A defesa elástica é conduzida, normalmente, na seguinte sequência:
- acolhimento dos elementos da força de segurança e canalização da força
inimiga para as AE;
- destruição pelo fogo da força inimiga nas AE; e
- contenção da força inimiga nas AE, através de C Atq, impedindo que saia
das áreas de engajamento ou desborde a posição defensiva.

g) A posição defensiva deverá ser estabelecida de forma que o inimigo seja


canalizado para o interior das AE. Essa canalização poderá ser obtida:
- pelo emprego de obstáculos artificiais e pelo aproveitamento de obstáculos
naturais;
- pelo posicionamento dos núcleos de defesa; e
- pela ação das F Seg à frente do LAADA.

Fig 4-39 A Bda Inf Mec numa Defesa Elástica

h) O posicionamento dos núcleos defensivos deve permitir o bloqueio do


inimigo no interior da AE. O valor da força inimiga deve ser compatível com o
poder de combate da Bda Inf Mec.
i) A destruição do inimigo é realizada pelos fogos dos núcleos de defesa, pelos
fogos indiretos da artilharia e dos morteiros e pelos fogos das aeronaves de
apoio aerotático e helicópteros da Av Ex sobre a área de engajamento.
j) Na fase da destruição deve ser buscada a maior profundidade possível no
dispositivo inimigo, facilitando a ação sobre seus flancos.
k) Os PAC são empregados, inicialmente, para vigiar a frente da Z Aç da Bda
Inf Mec, informando sobre a aproximação do inimigo, iludindo-o quanto à
localização da P Def, ajustando os fogos de apoio e, dentro do possível,

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desgastando a força inimiga que aborda o LAADA. Os PAC, com as demais F


Seg (F Cob e/ou PAG), devem canalizar o inimigo para a AE. Após acolhidos,
os PAC passam a integrar a reserva da Bda ou os BI Mec de 1º escalão.
l) As armas anticarro são, inicialmente, instaladas em posições avançadas,
próximas ao LAADA, engajando o inimigo desde seu alcance máximo e
procurando retardá-lo, desorganizá-lo e forçar o desembarque dos fuzileiros
blindados e/ou mecanizados inimigos.
m) O uso de obstáculos reforça a posição defensiva, canaliza o inimigo para a
AE e assegura a máxima eficiência dos fogos anticarro. Mediante ordem, as
armas anticarro deslocam-se para posições de onde participarão da destruição
do inimigo no interior da AE.
n) A Bda Inf Mec deve tirar proveito do terreno compartimentado para reduzir a
impulsão do inimigo. Esse tipo de terreno torna o inimigo vulnerável a ataques
múltiplos nos flancos, que o enfraquecem antes de chegar à área selecionada
para a sua destruição.
o) A defesa elástica se assemelha a uma grande emboscada, onde a surpresa,
os ataques violentos e com grande poder de destruição e o emprego de fogos
ajustados conduzirão ao êxito.

4.4.5.5 Defesa em Ponto Forte

4.4.5.5.1 Considerações Gerais


a) A missão de estabelecer e defender um ponto forte implica deter, dividir ou
desviar a direção de forças inimigas de considerável valor. Normalmente, os
pontos fortes são estabelecidos ao longo de vias de acesso de grande valor
para o inimigo, devendo apoiar-se em terreno restritivo ao movimento.
b) O defensor, por outro lado, ao decidir por estabelecer-se em um ponto forte,
também se desgasta. A instalação requer grande quantidade de mão de obra,
recursos de engenharia para obras de fortificação, construção de obstáculos
anticarro, espaldões para viaturas, armas e pessoal. Um ponto forte, como
resultado dos trabalhos de organização do terreno, deve ter condições de
suportar maciços fogos de artilharia.

4.4.5.5.2 Planejamento
a) O ponto forte é, essencialmente, uma posição defensiva circular de difícil
conquista, com grande apoio mútuo, menor dispersão e com consideráveis
trabalhos de organização do terreno. O inimigo não pode ultrapassar um ponto
forte sem sofrer grande desgaste.
b) Por suas características, o ponto forte deve ser localizado em terreno
favorável à defesa, que não pode ser desbordado facilmente. O ponto forte
adota o dispositivo de defesa circular, descrito a seguir.

4.4.5.6 Defesa Circular

4.4.5.6.1 Considerações Gerais

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a) A defesa circular é uma variante da defesa de área, onde a unidade é


disposta de modo a fazer face, simultaneamente, a um ataque inimigo
proveniente de qualquer direção.
b) A defesa circular pode ser empregada nas seguintes situações:
- missões independentes;
- na defesa de posições isoladas no interior das linhas inimigas;
- na defesa de pontos fortes; e
- em terreno restritivo (montanhoso ou de densa cobertura vegetal) que
impeça a organização de um dispositivo de defesa clássico.
c) Em princípio, o perímetro da posição defensiva circular é dividido em setores
de batalhões.
d) Normalmente, os elementos de comando, de apoio ao combate e apoio
logístico são localizados no interior do perímetro defensivo.
e) A defesa circular caracteriza-se, particularmente, por:
- máxima potência de fogo à frente do LAADA;
- grande apoio mútuo; e
- pequeno espaço de manobra.

4.4.5.6.2 Planejamento
a) Área de segurança
(1) Os elementos que guarnecem os PAC fornecem alerta oportuno da
aproximação do inimigo, impedem sua observação direta sobre as posições e,
dentro de suas possibilidades, retardam, causam baixas e desorganizam as
forças inimigas.
(2) Os PAC são localizados em regiões que ofereçam boa observação e
impeçam a observação e tiros diretos do inimigo sobre a posição. Devem estar
dentro da distância de apoio do LAADA.

b) Área de Defesa Avançada


(1) Na defesa circular, os elementos de primeiro escalão recebem
responsabilidade de organizar e defender uma parte específica do perímetro. A
frente designada para cada BI Mec de primeiro escalão dependerá dos fatores
da decisão.
(2) Quando o inimigo não for esperado de uma direção particular, o Cmt
organiza a defesa por meio de uma distribuição homogênea dos elementos
subordinados no perímetro. As armas de apoio ficam em condições de apoiar
igualmente todo o perímetro defensivo. Quando for conhecida a direção
provável do ataque inimigo ou quando parte do perímetro for particularmente
perigosa para a defesa, o Cmt atribui uma frente mais estreita para o elemento
que defende a via de acesso mais importante. Nesse caso, procura dar maior
profundidade ao dispositivo nesta parte do perímetro e as armas de apoio são,
inicialmente, orientadas nesta direção.
(3) Como os intervalos entre os elementos de primeiro escalão devem ser
evitados, particularmente, em terreno coberto, as frentes e profundidades são
grandemente reduzidas. Devido à pouca profundidade e falta de espaço de
manobra, o comandante procura, ao máximo, evitar penetrações na posição.

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Desse modo, o grosso dos seus meios deve ser localizado no perímetro
defensivo, restando uma pequena reserva.
(4) A Fig 4-20 apresenta esquematicamente o dispositivo de uma Bda Inf Mec
na defesa circular. Esse dispositivo pode variar, de acordo com a definição da
provável direção de ataque inimigo, o terreno e os planos para operações
futuras.

Fig 4-40 A Bda Inf Mec na Defesa Circular

c) Área de Reserva
(1) Os elementos de comando, apoio ao combate e apoio logístico são
localizados na área de reserva.
(2) A reserva da Bda pode ser constituída desde SU hipotecadas dos BI Mec,
até um BI Mec ou pelo Esqd C Mec.
(3) As posições de aprofundamento devem ser preparadas em face a um
ataque a qualquer parte do perímetro defensivo. A reserva pode ocupá-las
desde logo, particularmente, as posições que bloqueiam as direções mais
perigosas para defesa.

d) Apoio de fogo
(1) O emprego dos elementos de apoio de fogo, de um modo geral, assemelha-
se ao de uma defesa de área.
(2) As armas AC batem a formação inimiga o mais à frente possível,
procurando obrigar o desembarque prematuro dos fuzileiros.
(3) São preparadas posições de tiro (e itinerários para atingi-las), de modo a
bater todas as VA e facilitar a reunião para o apoio ou execução dos C Atq.
(4) As armas de tiro indireto devem bater o inimigo o mais longe possível do
LAADA e em qualquer direção.
e) Apoio Logístico
(1) Na defesa circular, o suprimento, normalmente, é executado por transporte
aéreo. A seleção ou construção de uma zona de aterragem (ou de lançamento)
é uma necessidade prioritária na preparação da posição. A zona de aterragem
deve ser protegida da observação e do fogo inimigo.
(2) Tendo em vista que o suprimento aéreo depende das condições

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meteorológicas e é mais vulnerável à ação inimiga, deve ser dada atenção à


economia dos suprimentos disponíveis e à construção de abrigo.
(3) Sempre que possível, deve-se utilizar o apoio de fogo das armas
localizadas fora do perímetro defensivo, poupando a munição das armas no
seu interior.

4.4.5.6.3 Conduta
a) A conduta da defesa circular é semelhante a uma defesa de área.
b) Na Força de Segurança os PAC devem ser estabelecidos, de modo a cobrir
as VA, alertando sobre a aproximação do inimigo, conduzindo fogos de apoio,
iludindo o inimigo quanto à localização da P Def e, dentro do possível,
retardando a progressão da força inimiga.
c) Na Força da ADA, os elementos de primeiro escalão devem procurar obter o
máximo apoio mútuo entre os núcleos. Esses elementos devem manter
disciplina adequada, a fim de impedir a localização prematura do LAADA.
d) A defesa procura evitar penetração nas posições, uma vez que os C Atq são
de difícil execução.
e) Se o inimigo penetrar na posição, a reserva pode ser empregada para limitar
a penetração ou para contra-atacar, a fim de restabelecer a posição. Pode,
também, ser necessário o emprego de elementos não engajados em outras
partes do LAADA como F C Atq. Nesse caso, um elemento de valor adequado
deve ser mantido nas posições de onde foram retirados os meios que
executarão o C Atq.

4.4.5.7 Defesa em Contra Encosta

4.4.5.7.1 Considerações Gerais


a) A defesa em contra encosta visa utilizar uma crista topográfica para proteger
o defensor da observação terrestre e do fogo direto do inimigo. É
particularmente útil quando a ADA está dominada por alturas de posse do
inimigo.
b) É uma técnica que tira o máximo proveito da surpresa e obriga o inimigo a
empregar parceladamente seus meios. Além disso, reduz o efeito das armas
de longo alcance do inimigo e tira o máximo de proveito das armas de curto
alcance das unidades em posição.

4.4.5.7.2 Planejamento
a) São empregadas medidas de simulação para levar o inimigo a crer que o
defensor está na encosta da elevação. À medida que o inimigo se aproxima, é
engajado no alcance máximo dos viaturas blindadas de combate (VBC) e das
armas. São empregadas patrulhas para atacar os flancos do inimigo, durante
seu movimento para o ataque, e construídas posições falsas na encosta, com
a finalidade de fazer o atacante desdobrar suas forças para atacá-las.
b) A maior parte das forças do defensor é disposta na contra encosta, de onde
pode engajar o inimigo que atingir a crista topográfica, onde deve ser detido e
desorganizado pelo emprego de fogos ajustados e obstáculos. Isso permite ao

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defensor engajar parceladamente o inimigo que transponha a crista.


c) Os fogos indiretos são empregados para atingir o inimigo que ainda se
encontra na encosta da elevação e para retardar sua progressão para a crista
topográfica.
d) Aspectos importantes a serem observados em uma defesa em contra
encosta:
(1) o defensor que está com suas tropas desdobradas em regiões dominadas
pelo inimigo deve contar com bons campos de tiro;
(2) o defensor abre mão do efeito das armas de fogo direto de longo alcance;
(3) essa técnica deve explorar ao máximo o emprego da surpresa e de
medidas de proteção da força, evitando que o defensor seja engajado por
fogos diretos de longo alcance do inimigo; e
(4) a força inimiga deve ser engajada de forma parcelada ao expor sua silhueta
na crista topográfica.

4.4.5.8 Defesa Contra Assaltos Aeroterrestres, Aeromóveis e Forças


Irregulares

4.4.5.8.1 Considerações Gerais - Medidas efetivas devem ser adotadas contra


ameaças de forças inimigas aeroterrestres, aeromóveis e irregulares, de modo
que a Bda concentre-se na missão principal da defesa.

4.4.5.8.2 Planejamento
a) Deve ser estabelecido um sistema de alarme, utilizando elementos de
segurança. Reconhecimentos detalhados para localizar zonas de lançamento e
de desembarque de tropas devem ser realizados.
b) Podem ser empregadas patrulhas, dispositivos de alarme, bloqueios de
estrada, PO e radares para cobrir toda a área. Quando o poder de combate das
forças de DEFAR não for suficiente para neutralizar essas ações, toda ou parte
da reserva deve ser empregada para destruir o inimigo.

4.4.5.9 Defesa Contra Ataques Aéreos - Além do emprego da AAAe orgânica


da Bda, outras medidas de DAAe podem ser adotadas como:
a) medidas passivas de proteção;
b) estabelecimento de um sistema de alarme; e
c) emprego do armamento orgânico das unidades contra helicópteros e
aeronaves de voo lento, seguramente identificados como inimigos.

4.4.6 A BDA INF MEC NA TRANSIÇÃO DE OPERAÇÕES DEFENSIVAS


PARA OPERAÇÕES OFENSIVAS

4.4.6.1 Considerações Gerais

4.4.6.1.1 Durante o planejamento de qualquer operação, os comandantes em


todos os níveis da Bda devem levantar quais são as possíveis missões de

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acompanhamento e começar a planejar como pretendem alcançá-las. As


principais preocupações são as mesmas durante a transição.

4.4.6.1.2 Quando a Bda estiver concluindo uma operação ofensiva ou


defensiva, ela deve fazer uma pausa para consolidar e reorganizar antes da
próxima operação. Uma defesa bem-sucedida, geralmente, permite que a Bda
faça a transição para uma ação ofensiva ou de segurança.

4.4.6.1.3 A transição para a ofensiva depende de derrotar o inimigo


decisivamente e informar essa situação de imediato ao Esc Sp. Os
comandantes nos diversos níveis devem acompanhar e informar ao Esc Sp as
condições de degradação do inimigo, indicando uma possível transição para a
ofensiva ou segurança.

4.4.6.1.4 As Op Def constituem-se em atitudes temporárias adotadas pela Bda


Inf Mec até que, criadas condições favoráveis, possa tomar ou retomar a
ofensiva o mais rápido possível. A Bda deve estar atenta à situação tática,
avaliando cuidadosamente as informações e os indícios do momento em que
tais condições serão criadas para a transição da defensiva para a ofensiva,
devendo seus elementos subordinados estarem prontos para tal transição.

4.4.6.1.5 Em uma Op Def, a Bda e suas unidades subordinadas, geralmente,


passam de uma fase da operação para outra de forma sequencial ou
simultânea. Já na transição de uma defensiva para uma ofensiva, a Bda
deverá, se necessário, manter alguns elementos de manobra executando a Op
Def, enquanto outros iniciam a Op Ofs. Além da alteração na forma de se
realizar a mudança, haverá a mudança de foco do apoio logístico e de ações
táticas dos diversos elementos subordinados à Bda.

4.4.6.1.6 Um planejamento prévio para a transição, por parte da Bda e das OM


subordinadas, diminuirá o tempo necessário para ajustar-se o andamento das
operações de combate, quando a Bda passar da defensiva para a ofensiva.
Esse planejamento antecipado da transição permitirá que as unidades
subordinadas planejem e se preparem simultaneamente para as operações
subsequentes.

4.4.6.1.7 O comandante da Bda, em princípio, deverá suspender a Op Def em


curso somente quando:
a) ela atingir o EFD;
b) se verificar a ocorrência de um ponto culminante no combate; ou
c) quando receber do escalão superior ordem para a mudança na missão.

4.4.6.2 Consolidação

4.4.6.2.1 Antes de realizar a transição de uma operação defensiva para


qualquer outra, é necessário que algumas situações do combate estejam

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consolidadas. Algumas das consolidações, como o restabelecimento da


comunicação, a segurança e a manutenção do contato, são facilmente obtidas
após uma defesa de área bem-sucedida. Entretanto, depois de uma defesa
móvel ou movimento retrógrado, as consolidações citadas podem exigir mais
tempo para serem alcançadas. Os comandantes precisam dessas
consolidações para reorganizarem-se, prepararem-se para um contra-ataque
inimigo ou darem tempo para o movimento de unidades vizinhas.

4.4.6.2.2 A Bda Inf Mec pode, se necessário, selecionar uma tropa para manter
contato com o inimigo, reorganizar os meios de reconhecimento e segurança,
direcionar pequenas patrulhas e conduzir ataques com objetivos limitados. Em
algumas situações, a Bda pode manter o controle de sua Z Aç ou concluir sua
limpeza, enquanto desencadeia o restante das transições para uma nova
operação.

4.4.6.3 Reorganização

4.4.6.3.1 Todas as unidades realizam atividades de reorganização durante as


Operações, pois é esta fase que permite a manutenção e a eficácia do
combate. Depois que a Bda responde a um ataque inimigo, uma reorganização
mais extensa pode ocorrer.

4.4.6.3.2 A reorganização inclui todas as medidas tomadas pelo comandante


para manter a eficácia do combate. À medida que ocorram perdas, a Bda deve
ser informada pelas tropas subordinadas, para que o movimento de
reabastecimento necessário ou as substituições possam começar prontamente.

4.4.6.3.3 As tarefas de reorganização incluem o seguinte:


a) restabelecer a cadeia de comando, as principais posições de pessoal e as
instalações do posto de comando;
b) tratar e evacuar vítimas;
c) recuperar e reparar os equipamentos danificados, conforme necessário;
d) restabelecer a conectividade digital, se necessário;
e) realizar operações de reabastecimento;
f) reposicionar instalações de comando de missão, ativos de comunicação e
logística para operações futuras; e
g) reorganizar as frações.

4.4.6.4 Planejamento da Transição das Operações

4.4.6.4.1 Na conclusão de uma missão, a Bda e suas Unidades subordinadas


podem continuar a defesa ou passar para operações ofensivas ou de
segurança.

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4.4.6.4.2 Todos os comandantes, nos diversos níveis, devem considerar a


intenção de seu comandante, suas capacidades atuais e a situação do inimigo
ao tomar essa decisão.

4.4.6.4.3 Todas as missões devem incluir planos para aproveitar o êxito, bem
como assumir uma posição mais defensiva.

4.4.6.4.4 O Cmt Bda pode ordenar que suas unidades subordinadas conduzam
um ataque de aproveitamento do êxito, um movimento para buscar o contato
com o inimigo ou um reconhecimento avançado do terreno. Em alguns casos, a
operação defensiva pode se transformar imediatamente em uma Perseguição.
Se a reorganização for necessária, a Bda deve manter pressão sobre o inimigo
por meio de fogos de artilharia, ataques aéreos e ataques com objetivos
limitados, enquanto procede a reorganização necessária.

4.4.6.4.5 Recebida a ordem para a transição, ou quando o Cmt Bda Inf Mec
identificar as condições necessárias para que a transição aconteça, esta
deverá ser realizada o mais rápido possível, com o ataque (Op Ofs) sendo
desencadeado quando o inimigo estiver mais vulnerável, não dando tempo
para que ele perceba a mudança de atitude e possa se reorganizar para
enfrentar a ofensiva da Bda.

4.4.6.4.6 A Bda Inf Mec procura antecipar o momento em que o inimigo atingirá
seu ponto culminante (esforço máximo) ou quando deve realizar uma pausa
operacional, antes que possa continuar seu ataque. Será nesse momento que
o combate, provavelmente, penderá para os defensores, criando as condições
necessárias da mudança para a ofensiva.

4.4.6.4.7 As seguintes ações do inimigo poderão indicar que ele atingiu seu
ponto culminante (esforço máximo); ou seu ataque não obteve êxito; ou ele
está vacilante:
a) realiza uma transição do ataque para a defesa;
b) sofreu pesadas perdas em seu ataque;
c) demonstra estar passando por dificuldades logísticas, particularmente na
redução do suprimento classe III, limitando o movimento de suas viaturas, e do
suprimento classe V, com a diminuição de seus fogos;
d) forças amigas vizinhas obtém um sucesso inesperado sobre as forças
inimigas, obrigando o seu retraimento ou rendição;
e) aumento no número de prisioneiros de guerra inimigos;
f) falta de coerência em suas ações táticas; e
g) redução do seu poder de combate nos ataques recentes.

4.4.6.4.8 O comandante da Bda deve ter cuidado para não ser alvo de
atividades de desinformação por parte do inimigo, destinadas a encorajá-lo a
abandonar as vantagens de lutar a partir de P Def preparadas e partir para o

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ataque.

4.4.6.4.9 Identificado o ponto culminante do ataque inimigo ou as situações


citadas, a Bda não pode esperar muito tempo para fazer a transição da defesa
para a ofensiva. Não pode permitir que o inimigo estabeleça uma posição
sumariamente organizada. Deve aproveitar o choque psicológico do fracasso
nos soldados inimigos, que terão que realizar uma defesa nas piores
condições, e maximizar o efeito psicológico nas suas tropas ao deixarem a
defensiva e passarem ao ataque.

4.4.6.4.10 A Bda Inf Mec pode utilizar dois processos para realizar a transição
para uma Op Ofs:
a) 1º Processo: atacar o inimigo utilizando forças que não estavam
empenhadas na ADA:
(1) esse processo tem a vantagem de usar forças descansadas, que estavam
na reserva ou numa operação de segurança, em princípio, menos desgastadas
que aquelas da ADA, que enfrentavam a ação ofensiva do inimigo;
(2) a desvantagem apresentada por esse processo será a necessidade de, em
princípio, ter de realizar ultrapassagem das forças que estão em 1º escalão,
nos núcleos de defesa da ADA;
(3) outra desvantagem do processo será a possibilidade da inteligência do
inimigo identificar o movimento das forças de reserva pela ADA, para iniciar o
ataque; e
(4) o Cmt Bda Inf Mec, ao adotar esse processo, deverá reunir rapidamente, no
local decisivo, um poder de combate suficiente para atacar e derrotar o inimigo.
b) 2º Processo: realizar a ação ofensiva empregando as forças da ADA:
(1) este processo tem a vantagem de ser executado mais rapidamente e,
portanto, estar mais propenso a surpreender o inimigo.
(2) A velocidade de execução nesse processo resulta do fato de não ter que
realizar uma aproximação da área de reserva até o LAADA;
(3) a velocidade proporcionada por esse processo também resulta de não ter
que conduzir ultrapassagem da força que ocupa os núcleos de defesa da ADA,
executando as ligações necessárias para estabelecer uma consciência
situacional comum que inclua o conhecimento dos padrões de operação da
força inimiga, reconhecimentos etc; e
(4) a principal desvantagem desse processo é que a força que o realiza está
mais desgastada pelo combate defensivo e pode necessitar de reforço ou
substituição rapidamente caso a ação ofensiva não seja bem-sucedida.

4.4.6.4.11 Se a decisão da Bda Inf Mec for empregar a tropa da ADA no


ataque, deverá ser planejada a manutenção de um efetivo suficientemente forte
nas P Def para iludir o inimigo quanto à realização do ataque e manter a defesa
da posição. O Cmt Bda poderá reforçar a ADA com parte da F Res para que
possam executar o ataque. Para concentrar o poder de combate suficiente para
o ataque, poderá, também, reajustar os limites entre as unidades da ADA, de

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modo que unidades inteiras possam retirar-se e concentrar-se para o ataque.

4.4.6.4.12 Para realizar a transição, o Cmt Bda Inf Mec deverá reorganizar a
sua tropa e ressupri-la, simultaneamente, com as atividades táticas de
transição. Isso irá requerer uma mudança no foco do esforço logístico, que
estava voltado para uma defensiva e, rapidamente, deverá estar em condições
de apoiar uma ofensiva. Por exemplo, na defensiva, o esforço logístico estava
concentrado no suprimento de itens das Classes IV e V (munição), sendo a
demanda por manutenção e recuperação de viaturas reduzida. Na ofensiva, o
esforço logístico deverá estar focado no suprimento de Classes III e IX, num
maior apoio de manutenção e num provável aumento na demanda por
evacuação de feridos.

4.5 OPERAÇÕES DE COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO COM AGÊNCIAS

4.5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

4.5.1.1 A Bda Inf Mec poderá conduzir e participar de Operações de


Cooperação e Coordenação com Agências, que são operações executadas em
apoio aos órgãos ou instituições (governamentais ou não, militares ou civis,
públicos ou privados, nacionais ou internacionais), definidos genericamente
como agências.

4.5.1.2 Em que pese não ser essa a missão precípua dos elementos da F Ter,
essas operações destinam-se a conciliar interesses e coordenar esforços para
a consecução de objetivos ou propósitos convergentes que atendam ao bem
comum. Buscam evitar a duplicidade de ações, a dispersão de recursos e a
divergência de soluções, levando os envolvidos a atuarem com eficiência,
eficácia, efetividade e menores custos.

4.5.1.3 Este assunto pode ser aprofundado em espécies normativas do


ordenamento jurídico brasileiro, algumas citadas no decorrer desse subtítulo;
no Manual de Operações Interagências - MD33-M-12 (2ª Ed, 2017), que fixa as
diretrizes para o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem;
no Manual de Campanha EB20-MC-10.201 - Operações em Ambiente
Interagências (1ª Ed, 2013); e no Manual de Campanha EB70-MC-10.242 -
Operação de Garantia da Lei e da Ordem (1ª Ed, 2018).

4.5.2 TIPOS DE OPERAÇÕES

4.5.2.1 Estas operações, normalmente, ocorrem nas situações de não guerra,


onde o emprego do poder militar é usado no âmbito interno e externo, mas
podem ser desencadeadas em situações de guerra, simultaneamente com as
operações ofensivas e defensivas.

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4.5.2.2 A Bda Inf Mec pode participar das seguintes operações de cooperação
e coordenação com agências:
a) garantia dos poderes constitucionais;
b) garantia da lei e da ordem;
c) atribuições subsidiárias;
d) prevenção e combate ao terrorismo;
e) atuação sob a égide de organismos internacionais;
f) atuação em apoio à política externa em tempo de paz ou crise;
g) outras operações em situação de não guerra.

4.5.2.3 A Bda Inf Mec pode, conforme legislação específica e quando


determinado, apoiar as seguintes atividades:
a) segurança de grandes eventos e de chefes de Estado - em virtude da
visibilidade e exposição da imagem do país, no âmbito nacional e internacional,
tais eventos requerem operações de segurança complexas, envolvendo
vetores civis e, muitas vezes, militares;
b) garantia da votação e apuração (GVA);
c) apoio ao cumprimento da legislação vigente e verificação de acordos sobre
controle de armas e produtos controlados;
d) salvaguarda de pessoas, dos bens, dos recursos brasileiros ou sob a
jurisdição brasileira, fora do território nacional; e
e) Patrulha fluvial - implementação e fiscalização do cumprimento de leis e
regulamentos, em águas interiores jurisdicionais brasileiros, respeitados os
tratados, convenções e atos internacionais ratificados pelo Brasil.

4.5.3 CARACTERÍSTICAS

4.5.3.1 Nas operações de cooperação e coordenação com agências, a


liberdade de ação do comandante de força está limitada pela norma legal que
autorizou o emprego da tropa. Assim, o emprego é episódico e limitado no
espaço e tempo.

Fig 4-41 Exemplos de agências

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4.5.3.2 São características dessas operações:


a) uso limitado da força;
b) coordenação com outros órgãos governamentais e/ou não governamentais;
c) execução de tarefas atípicas;
d) combinação de esforços políticos, militares, econômicos, ambientais,
humanitários, sociais, científicos e tecnológicos;
e) caráter episódico;
f) não há subordinação entre as agências, e sim cooperação e coordenação;
g) interdependência dos trabalhos;
h) maior interação com a população;
i) influência de atores não oficiais e de indivíduos sobre as operações; e
j) ambiente complexo.

4.5.4 PLANEJAMENTO, PREPARAÇÃO E EXECUÇÃO

4.5.4.1 A decisão de emprego de elementos da F Ter, em Operações de


Cooperação e Coordenação com Agências, no âmbito do EB, cabe ao
Comandante da Força, por determinação do Presidente da República, por meio
do Ministro da Defesa.

4.5.4.2 Compete ao Ministério da Defesa tomar as providências necessárias à


ativação e à implementação do emprego das FA, bem como controlar e
coordenar suas ações, inclusive com respeito aos componentes dos demais
órgãos não integrantes da sua estrutura.

4.5.4.3 A F Ter atua conforme a diretriz presidencial ou da autoridade


responsável, que formaliza as condições desse emprego, e nela deve detalhar
a ativação, a finalidade e as orientações consideradas indispensáveis à sua
execução, inclusive quanto à participação de outros órgãos não integrantes da
estrutura do Exército.

4.5.4.4 A F Ter organiza seus meios, conforme a hipótese de emprego e as


características específicas da Operação de Cooperação e Coordenação com
Agências.

4.5.4.5 A Bda Inf Mec pode descentralizar as ações de coordenação e


cooperação com agências, conforme a análise das condições para o eficaz
cumprimento das atividades. É fundamental que as ações realizadas pelas
tropas subordinadas atendam ao planejamento unificado, conduzido pela
Seção de Comunicação Social e Assuntos Civis em coordenação com as
frações do EM.

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4.5.5 ASPECTOS LEGAIS -

4.5.5.1 Para que as ações realizadas nas operações desencadeadas no


ambiente interagências possam funcionar como instrumento efetivo do Poder
Nacional, seja na situação de guerra como na de “não guerra”, é preciso que
estejam dentro do devido amparo legal, devendo dessa forma contar com um
apoio jurídico efetivo, normalmente em face da complexidade que envolve tais
ações.

4.5.5.2 O assessor jurídico da Bda Inf Mec deve dispor de entendimento


abrangente das leis nacionais e do Direito Internacional, bem como dos
regulamentos e normas aplicáveis às forças militares e às agências civis. Deve
participar ativamente das diversas fases (planejamento, preparação, execução
e avaliação) a fim de fornecer a devida sustentabilidade legal à operação, bem
como ficar em condições de prestar os devidos assessoramentos jurídicos,
preservando a autoridade do Coordenador das Ações e dos integrantes dos
diversos vetores (civis e militares) envolvidos.

4.5.5.3 Os assessores jurídicos, no ambiente interagências, devem estar aptos


a lidar com as seguintes questões: autoridade legal para participação e apoio
do Ministério da Defesa; Direito Internacional; deslocados e/ou refugiados civis;
imunidade e asilo; alegações; investigações; crimes de guerra e questões
conexas; prisões e detenções; orçamento e assuntos fiscais; contratos;
restrições ambientais; e limitações no emprego de forças militares.

4.5.5.4 Dentre os aspectos legais gerais afetos ao emprego da Bda Inf Mec o
Art. 142 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, prevê que
as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas
com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do
Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

4.5.5.5 O § 1º, do Art 142 da Constituição, prevê que Lei Complementar


estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no
preparo e no emprego das Forças Armadas. Tal lei se caracteriza pela Lei
Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999 (alterada e/ou
complementada pela Lei Complementar nº 136, de 25 de agosto de 2010
e pela Lei Complementar nº 117, de 02 de setembro de 2004), que
dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego
das Forças Armadas. Nessa lei, estão previstos aspectos legais
relacionados ao emprego das Forças Armadas, particularmente do
Exército Brasileiro, nos tipos de operações anteriormente enumerados,
quais sejam:

4-124
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- garantia dos poderes constitucionais;


- garantia da lei e da ordem;
- participação em operações de paz;
- atribuições subsidiárias; e
- ações na faixa de fronteira (definida pela Lei Nr 6.634, de 2 de maio
de 1979, que altera o Decreto- Lei Nr 1.135, de 03 de dezembro de 1970)

4.5.5.6 O Livro Branco da Defesa, a Política Nacional de Defesa e a Estratégia


Nacional de Defesa são documentos que contém aspectos legais para a
atuação das Forças Armadas em apoio à política externa em tempo de paz ou
crise. Exemplo de missões dessa natureza é a evacuação de não combatentes,
conforme regulado no Manual de Operações de Evacuação de Não
Combatentes.

4.5.5.7 Além das principais normas anteriormente descritas, que regem o


emprego do Exército e, por conseguinte, da Bda Inf Mec, em ações e
atividades relacionadas às operações de cooperação e coordenação com
agências, existem demais normas específicas que regulam aspectos mais
detalhados para sua atuação, que deverão ser observadas pelo assessor
jurídico durante o emprego.

4.5.5.8 Dado o caráter multinacional das operações de paz, além dos aspectos
jurídicos internos do Brasil, descritos na Lei Complementar 97, os diferentes
países contribuintes de tropas, em uma determinada missão, poderão ter, em
virtude de diferentes arcabouços jurídicos nacionais, distintas obrigações
jurídicas.

4.5.5.9 Em uma operação de paz, o marco jurídico e as normas aplicáveis são


determinados pela situação na qual as tropas se encontram empregadas.
Dessa forma, o mandato da missão, as regras de engajamento e os acordos
sobre o emprego da Força (as normas jurídicas com relação às tropas
estrangeiras em função do país anfitrião) constituirão instrumentos importantes
de orientação para a conduta das ações por parte das tropas da ONU.

4.5.5.10 O Direito Internacional dos Conflitos Armados (DICA) é aplicado nas


operações de paz na medida em que se concretizem situações nas quais se
configurem como Conflitos Armados Internacionais ou Não Internacionais,
estando as forças da ONU ativamente engajadas como forças combatentes e
enquanto durarem as hostilidades. O Manual MD34-M-03, Manual de Emprego
do Direito Internacional dos Conflitos Armados (DICA) nas Forças Armadas,
trata do assunto com maiores detalhes.

4.5.6 REGRAS DE ENGAJAMENTO

4.5.6.1 Toda operação em ambiente interagências deve estabelecer


prescrições sobre a conduta dos integrantes de todos os vetores (civis ou militares)

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que tenham contato direto com a população local, no TO ou A Op. Regras de


engajamento específicas, quando aplicáveis, estão entre essas prescrições.

4.5.6.2 Baseada nas normas recebidas, a F Ter elabora seu próprio documento
contendo as regras de engajamento, com a finalidade de orientar o preparo e o
emprego da tropa.

4.5.6.3 Os Comandantes, em cada nível, estabelecem regras específicas, de


acordo com as ações a serem empreendidas por suas tropas. Elas poderão ser
mais restritivas, quanto às ações, quando a situação requerer.

4.5.6.4 As regras deverão ser específicas, considerando as peculiaridades de


cada operação e observando os princípios da proporcionalidade, razoabilidade e
legalidade. Dentre outras prescrições, as regras devem incluir:

4.5.6.4.1 definição de procedimentos para a tropa, buscando abranger o maior


número de situações possíveis;

4.5.6.4.2 proteção prevista para os integrantes dos vetores (civis e militares)


envolvidos; e

4.5.6.4.3 preservação da integridade da população local e de bens na A Op/ TO.

4.5.6.5 Deve-se consolidar essas regras em documento próprio – Anexo ao Plano


de Coordenação Interagências, com difusão para todos os militares e civis
envolvidos na operação.

4.6 OPERAÇÕES COMPLEMENTARES

4.6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

4.6.1.1 As operações complementares são executadas pela F Ter,


normalmente, no contexto das operações básicas. Por definição, são
operações destinadas a ampliar, aperfeiçoar e/ou complementar as operações
básicas, a fim de maximizar a aplicação dos elementos do poder de combate
terrestre. São operações, normalmente, de grande vulto, realizadas em
proveito do escalão superior, exigindo tropa de considerável escalão (brigada
ou superior) ou especialização.

4.6.1.2 As operações complementares são as seguintes: aeromóveis,


aeroterrestres, segurança, contra forças irregulares, dissimulação, informação,
especiais, busca, combate e salvamento, evacuação de não combatentes,
junção, interdição, transposição de curso de água, anfíbia, ribeirinha, contra
desembarque anfíbio, abertura de brecha e área edificada.

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4.6.1.3 Em função de suas características e possibilidades, a Bda Inf Mec


participa somente de algumas dessas operações complementares. Neste
Manual de Campanha, serão abordadas apenas aquelas para as quais a Bda
Inf Mec é mais vocacionada.

4.6.2 OPERAÇÕES DE SEGURANÇA

4.6.2.1 Considerações Gerais

4.6.2.1.1 É a operação militar que tem por objetivo geral a manutenção da


liberdade de manobra e a preservação do poder de combate necessário ao
emprego eficiente da força principal.

4.6.2.1.2 As operações de segurança têm como finalidades:


a) negar ao inimigo o uso da surpresa e do monitoramento;
b) impedir que o inimigo interfira, de modo decisivo, nas ações da força
principal;
c) restringir a liberdade de atuação do inimigo nos ataques a pontos sensíveis;
d) manter a iniciativa das ações da força principal; e
e) preservar o sigilo das operações.

4.6.2.1.3 Os graus de segurança proporcionados a uma força pela operação de


segurança são: cobertura, proteção e vigilância.

4.6.2.1.4 A operação de segurança é realizada em proveito do escalão superior


que enquadra a tropa que a executa. Dependendo do grau de segurança
desejado pela força principal ou grosso, em proveito da qual é realizada, a
segurança será proporcionada por forças de cobertura, forças de proteção e
forças de vigilância, que atuam para cobrir os movimentos do grosso, proteger
essa força da ação inimiga ou vigiar a ação do inimigo, em proveito dessa força
principal. A infantaria mecanizada pode integrar qualquer uma dessas forças.
Porém, é mais apta para operar como força de proteção (vanguarda,
flancoguarda e retaguarda).

4.6.2.1.5 Uma operação de segurança deve pautar-se pela detecção


antecipada de uma ameaça, para que a força principal possa evitá-la ou reagir
a ela, neutralizando-a ou destruindo-a. A operação de segurança compreende
o conjunto de medidas adotadas por uma força, visando preservar-se contra a
inquietação, a surpresa e a observação por parte do inimigo.

4.6.2.1.6 A força que proporciona segurança a uma tropa deve ser


suficientemente forte e apropriada para fornecer-lhe o tempo necessário para
que possa reagir. De acordo com suas possibilidades, as forças de segurança
(F Seg) engajam o inimigo apenas o tempo suficiente para cumprirem suas
missões.

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4.6.2.1.7 As ameaças terrestres para a segurança de uma tropa incluem o


reconhecimento, o fogo, o ataque por forças terrestres, infiltrações, forças de
guerrilhas, sabotadores, forças aeromóveis e aeroterrestres. As F Seg devem
aproveitar o terreno e os obstáculos para o cumprimento de suas missões. A
segurança contra os ataques terrestres é proporcionada:
a) pelos reconhecimentos aéreo e terrestre;
b) pelas forças de cobertura, de proteção e de vigilância;
c) por elementos locais de segurança; e
d) por fogos de interdição.

4.6.2.1.8 As missões de segurança podem ser executadas à frente, nos flancos


e à retaguarda de uma força amiga. O valor e a composição das F Seg
dependem dos fatores da decisão.

4.6.2.1.9 A operação de segurança, realizada por uma tropa especializada em


proveito do seu escalão superior, não deve ser confundida com a
SEGURANÇA, ação comum a todas as operações, realizadas por todas as
forças em combate, em proveito próprio.

4.6.2.1.10 As características necessárias, ou desejáveis, às tropas de


Infantaria que realizam operações de segurança são:
a) mobilidade;
b) comando e controle;
c) potência de fogo;
d) observação longínqua;
e) proteção blindada;
f) autonomia tática; e
g) logística para operar a grandes distâncias.

4.6.2.1.11 Embora possa vir a participar ou conduzir uma operação de


segurança, a Bda Inf Mec não é a tropa mais apta para tal atividade. O Manual
de Campanha EB70-MC-10.222 - A Cavalaria nas Operações (1ª Ed, 2018),
em seus itens 4.4.5 e 4.4.6, cita que as tropas de cavalaria mecanizada são as
mais vocacionadas para realizar a operação de segurança em função da sua
organização e dos seus meios orgânicos, particulrmente, os elementos de
manobra (RCB e RC Mec).

4.6.2.2 Fundamentos

4.6.2.2.1 A tropa que recebe uma missão de segurança deve orientar o seu
planejamento e a execução da operação pelos fundamentos desta operação
complementar.

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4.6.2.2.2 Os fundamentos das operações de segurança são:


a) proporcionar alerta preciso e oportuno ao escalão superior;
b) garantir tempo e espaço para manobra;
c) orientar a execução da missão em função da força em proveito da qual
opera;
d) executar um contínuo reconhecimento; e
e) manter o contato com o inimigo.

4.6.2.3 Critérios para a avaliação da Segurança - São critérios para se


avaliar uma operação de segurança:

4.6.2.3.1 Foco
a) A F Seg deve concentrar todas suas ações em proteger a força ou a
instalação.
b) O conhecimento das ações e do esquema de manobra do grosso são
essenciais para a definição das ações da F Seg.
c) O valor do terreno dependerá do grau de segurança exigido.

4.6.2.3.2 Objetivo da Segurança


a) O objetivo da F Seg consiste na definição das ações a serem realizadas
para que seja alcançado o efeito desejado.
b) As ações de segurança podem consistir em ações ofensivas
(contrarreconhecimento), prover alerta antecipado ao grosso ou negar a
observação inimiga.

4.6.2.3.3 Tempo de Segurança


a) Trata-se do espaço de tempo necessário para conduzir as ações de
segurança dentro do grau desejado.
b) O tempo adotado em cada grau de segurança está diretamente relacionado
ao efeito desejado.

4.6.2.3.4 Critério de Engajamento


a) O critério de engajamento deve ser analisado sobre duas vertentes:
- em que condições a F Seg deve atacar o inimigo; e
- quais as capacidades da F Seg para realizar essas ações de caráter
ofensivo.
b) A F Seg deve verificar se seus critérios de engajamento são:
- restritivos: o sigilo precede sobre as ações de destruição ou neutralização
do escalão de reconhecimento inimigo; ou
- irrestritos: as ações de destruição ou neutralização do escalão de
reconhecimento do inimigo têm precedência sobre o sigilo.

4.6.2.3.5 Mudança de Atitude


a) Os critérios para a mudança de atitude permitem ao comandante da F Seg
liberdade para adotar a organização e o emprego dentro das necessidades do

4-129
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corpo principal.
b) Os critérios balizam as necessidades de segurança do corpo principal que
podem ser atendidas com graus de segurança ou técnicas de segurança
variadas.

4.6.2.4 Graus de Segurança

4.6.2.4.1 A segurança é proporcionada em distintos graus. Cada um deles


condiciona o rol de tarefas que a F Seg deve estar apta a cumprir. Os graus de
segurança são a cobertura, a proteção e a vigilância.

4.6.2.4.2 COBERTURA - é a ação que proporciona segurança à determinada


região ou força, com elementos distanciados ou destacados, orientados na
direção do inimigo e que procuram interceptá-lo, engajá-lo, desorganizá-lo ou
enganá-lo, antes que ele possa atuar sobre a região ou força coberta.

4.6.2.4.3 PROTEÇÃO - é a ação que proporciona segurança à determinada


região ou força, pela atuação de elemento no flanco, frente ou retaguarda
imediatos, com a finalidade de impedir a observação terrestre, o fogo direto e o
ataque de surpresa do inimigo sobre a região ou força protegida.

4.6.2.4.4 VIGILÂNCIA - é a ação que proporciona segurança à determinada


força ou região, pelo estabelecimento de uma série de postos de observação,
complementados por adequadas ações, que procuram detectar a presença do
inimigo, logo que ele entre no raio de ação ou no campo dos instrumentos
óticos, ou sensores eletrônicos, do elemento que a executa.

4.6.2.5 Forças de Segurança

4.6.2.5.1 São Forças de Segurança:


a) as Forças de Cobertura (F Cob);
b) as Forças de Proteção (F Prot); e
c) as Forças de Vigilância (F Vig).

4.6.2.5.2 São também consideradas F Seg aquelas que:


a) estabelecem a ligação entre duas forças de maior valor, visando preencher
áreas não ocupadas ou tamponar brechas, chamadas de Forças de Ligação;
b) as que realizam a segurança de uma determinada área (F Seg A):
- Força de Segurança da Área de Retaguarda (SEGAR);
- Força de Segurança dos Postos Avançados Gerais (PAG); e
- Força de Segurança dos Postos Avançados de Combate (PAC).

4.6.2.5.3 As GU e U Inf Mec organizam seus elementos de manobra, de apoio


ao combate e de apoio logístico (orgânicos ou em reforço), de acordo com o
grau de segurança que devem proporcionar.

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4.6.2.5.4 A extensão da frente atribuída a uma F Seg depende de vários


fatores, tais como:
a) o grau de segurança desejado;
b) os prazos impostos pela missão;
c) as possibilidades do inimigo, particularmente a sua doutrina de emprego e
meios;
d) o terreno (dando-se ênfase às vias de acesso e eixos penetrantes); e
e) as condições meteorológicas e as possibilidades da força de segurança.

4.6.2.5.5 O escalão superior pode atribuir frentes mais extensas às F Seg que
contam com o apoio de U/SU de Av Ex ou FT Amv.

4.6.2.6 Força de Cobertura

4.6.2.6.1 Considerações Gerais


a) A F Cob é uma força de segurança taticamente autônoma, que opera a uma
considerável distância à frente, no flanco ou à retaguarda de uma tropa amiga
estacionada ou em movimento, orientada na direção do inimigo. Em função de
sua localização em relação à força que proporciona segurança, caracteriza-se
como F Cob avançada, força de cobertura de flanco ou força de cobertura de
retaguarda.
b) Uma F Cob recebe, normalmente, missões de natureza ampla que podem
incluir:
- esclarecimento da situação;
- destruição de forças inimigas;
- conquista de acidentes capitais do terreno; ou
- ações que objetivam iludir, retardar, canalizar, desorganizar forças
inimigas e degradar seu poder de combate.
c) Quando empregada como F Cob, a Bda recebe, normalmente, a mesma Z
Aç da Divisão de Exército ou do Corpo de Exército que a enquadra.
d) Na cobertura, a Bda Inf Mec é organizada para o combate em função,
particularmente, da Z Aç recebida, do valor e da distância a que se encontra o
inimigo e da rede de estradas.

4.6.2.6.2 Força de Cobertura Avançada


a) Na Ofensiva
(1) No movimento para frente, a Bda Inf Mec atua, com as SU dos BI Mec e
com o Esqd C Mec, empregando técnicas, táticas e procedimentos (TTP)
semelhantes aos utilizados nas ações de reconhecimento de zona ou de eixo.
(2) A progressão é feita em larga frente, aproveitando ao máximo a rede de
estradas.
(3) Estabelecido o contato, a operação da Bda Inf Mec deve visar buscar,
sobretudo, a posse de acidentes capitais ou de linhas do terreno que
assegurem o cumprimento da missão.

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(4) A princípio, a Bda Inf Mec, como F Cob, não executará ataques, mantendo
uma postura que evite o engajamento decisivo devido ao risco de ficar isolada
do grosso.”
(5) Autorizada a desbordar uma força inimiga, a Bda Inf Mec deve destacar
uma fração de tropa compatível, para manter o contato com a mesma.

Fig 4-42 Força de cobertura avançada na ofensiva

b) Na Defensiva
(1) Quando empregada em proveito de uma força que conduz uma operação
defensiva, a Bda Inf Mec procede, inicialmente, como na ofensiva.
(2) Não tendo mais condições de prosseguir no movimento ou tendo ganhado
o tempo e o espaço necessário à manobra do grosso, a brigada passa a
realizar uma ação retardadora.

Fig 4-43 Força de cobertura avançada na defensiva

4.6.2.6.3 Força de Cobertura de Flanco


a) A F Cob de flanco é uma força de segurança que opera a considerável
distância, no flanco de uma força estacionada ou em movimento. No
cumprimento de sua missão, ela pode empregar tanto ações ofensivas como
defensivas. A F Cob de flanco pode ser fixa ou móvel, dependendo da situação
da força coberta, se estacionada ou em deslocamento.

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Fig 4-44 Cobertura de flanco (duas unidades em coluna)

b) Por suas características, a Bda Inf Mec não é a tropa mais apta para tal
missão, sendo a Bda C Mec a mais apta ao cumprimento de missões de
cobertura de flanco em proveito de uma DE ou Corpo de Exército, de acordo
com o EB70-MC-10.309 - Brigada de Cavalaria Mecanizada, 3ª Ed, 2019.
c) A Bda Inf Mec recebe, nesse caso, a mesma profundidade do Esc Sup que
a enquadra.
d) Quando a Bda Inf Mec cumpre a missão em proveito de uma força em
deslocamento, pode adotar dois dispositivos:
- os BI Mec em coluna; e
- os BI Mec em escalão.
e) O BI Mec em primeiro escalão se comporta como vanguarda da Bda Inf
Mec, mantendo ligação com a vanguarda do grosso. O outro BI Mec fica em
condições de barrar qualquer penetração inimiga pelo flanco e de destruir as
resistências que se apresentarem.
f) Quando o grosso se detém e adota atitude defensiva, a brigada se desdobra
no terreno face ao flanco a ser coberto. Excepcionalmente, pode ser atribuída
à Bda Inf Mec a cobertura dos dois flancos.
g) Há três processos básicos de deslocamento: lanços alternados, lanços
sucessivos e marcha contínua. O processo selecionado depende da
velocidade da progressão da força coberta e da situação do inimigo.
h) A área de responsabilidade da F Cob de flanco vai da retaguarda da
vanguarda do grosso até os últimos elementos deste.
i) Planejamento e conduta
(1) Inicialmente, é feito um reconhecimento na carta (com o apoio de imagens
de satélite e outras, se disponíveis) e selecionadas as vias de acesso e as
penetrantes mais favoráveis para aproximação do inimigo. Também são
selecionadas posições de bloqueio no flanco, geralmente paralelas ao eixo de
progressão da força coberta. As posições devem ser localizadas em terreno
com boas características defensivas, que dominem as prováveis vias de
acesso e penetrantes do inimigo e que neguem ao inimigo a possibilidade de
execução dos fogos de artilharia de campanha sobre a força coberta.
(2) Seleciona-se o itinerário de progressão, que deve estar afastado
suficientemente do eixo de progressão da força coberta para evitar a
interferência da F Cob com a manobra daquela força.

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(3) Em seguida, estabelece-se um esquema de manobra que permita ocupar e


manter as posições de bloqueio selecionadas e cobrir a área entre o eixo de
progressão da força coberta e as posições de bloqueio.
(4) São estabelecidos limites entre os BI Mec que mantém as posições de
bloqueio no flanco e linhas de controle transversais à direção do movimento.
(5) Finalmente, é selecionada uma formação que permita rápido emprego
contra ameaça inimiga. A formação deve ser flexível para permitir rápida
resposta a qualquer mudança de situação. A formação em coluna proporciona
o melhor controle e a melhor flexibilidade. A F Cob provê a sua própria
segurança. Aeronaves podem ser empregadas para prover a segurança da F
Cob e ampliar o reconhecimento.

Fig 4-45 Cobertura de flanco (duas unidades em escalão)

(6) Durante as operações de uma F Cob móvel, o BI Mec em primeiro escalão


atua como vanguarda e provê a segurança da área entre a força coberta e a
linha de posições de bloqueio da Bda. Os demais BI Mec deslocam-se
preparados para ocuparem as posições de bloqueio, mediante ordem. A
decisão de ocupar essas posições depende da velocidade com que a força
coberta avança e a situação do inimigo no flanco exposto.
(7) Se a F Cob se depara com uma força inimiga superior, conduz uma ação
retardadora em relação ao itinerário de deslocamento do grosso. Linhas de
controle, longitudinais ao movimento, se necessário, podem ser utilizadas
como posições de retardamento.
(8) Atuando como a F Cob de flanco na defesa, a Bda Inf Mec ocupa uma série
de posições de bloqueio no flanco considerado. As posições de bloqueio são
localizadas em acidentes do terreno que dominam as prováveis vias de acesso
e penetrantes do inimigo para o interior da Z Aç. No cumprimento da missão, a
Bda Inf Mec emprega táticas defensivas ou retrógradas. Se fortemente
pressionada em suas posições, realiza uma ação retardadora, proporcionando

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tempo e espaço para que o Cmt que conduz a defesa possa reagir à ameaça
inimiga.

Fig 4-46 Cobertura de um movimento retrógrado

4.6.2.6.4 Força de Cobertura de Retaguarda


a) Normalmente, quando designada como força de cobertura de retaguarda, a
Bda Inf Mec atua em proveito de uma força que realiza um retraimento ou uma
retirada.
b) Nessa situação, a brigada pode utilizar a própria linha anteriormente
ocupada pela tropa coberta, ou uma linha próxima, para estabelecer a sua
posição inicial. As técnicas utilizadas são semelhantes àquelas empregadas na
ação retardadora.

4.6.2.7 Força de Proteção

4.6.2.7.1 As forças de proteção são as F Seg que operam à frente, no flanco


ou à retaguarda de uma força estacionada ou em movimento, a fim de protegê-
la contra a observação terrestre, os tiros diretos e os fogos de surpresa do
inimigo. De acordo com suas possibilidades, podem repelir, destruir ou retardar
o inimigo que ameaça a força protegida. As forças de proteção operam
dentro do alcance dos fogos de apoio da força protegida, constituindo a
vanguarda, flancoguarda ou retaguarda dessa força.

4.6.2.7.2 As forças de proteção são constituídas, normalmente, de unidades da


força protegida ou que a estejam reforçando. A Bda Inf Mec, normalmente, não
cumpre missão de força de proteção, porém, constitui forças de proteção em
seu próprio benefício. Essas forças têm por base os BI Mec, reforçados, se
necessário.

4.6.2.7.3 A Bda Inf Mec pode, dentro do contexto da manobra do Esc Sup,
receber a missão de constituir uma F Prot, podendo ser empregada
simultaneamente na execução de uma vanguarda e de uma flancoguarda, ou,

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ainda, dependendo da profundidade do corpo principal, desempenhar a missão


de flancoguarda em toda a extensão de seu flanco.

4.6.2.7.4 As F Prot negam aos elementos terrestres inimigos a capacidade de


acessar a área entre a tropa e o corpo principal sem serem detectados. As F
Prot destroem ou provocam a retirada de todas as patrulhas de
reconhecimento inimigas; mantém contato e relatam as atividades do inimigo,
durante toda a operação; e impedem os fogos diretos sobre a força principal.

4.6.2.7.5 São Forças de Proteção as Forças de Vanguarda, Forças de


Flancoguarda e Forças de Retaguarda.

4.6.2.8 Força de Vigilância

4.6.2.8.1 A Força de Vigilância (F Vig) é a força de segurança que estabelece


uma cortina de vigilância, com a finalidade básica de dar o alerta oportuno
sobre a aproximação do inimigo. Essa cortina de vigilância é materializada pela
instalação de uma série de postos de observação.

4.6.2.8.2 A Bda Inf Mec, como F Vig, terá por missões:


a) alertar sobre a aproximação do inimigo;
b) manter o contato visual e informar sobre todos os movimentos e valor do
inimigo;
c) destruir ou repelir os elementos de reconhecimento inimigos (ação de
autorreconhecimento); e
d) dificultar o avanço das forças inimigas pelo emprego de fogos de longo
alcance, tanto os de apoio como os orgânicos.

4.6.2.8.3 Uma força de vigilância proporciona um alerta, o mais cedo possível,


pela observação sobre uma área estendida à frente, no flanco ou à retaguarda
de uma força estacionada ou em movimento.

4.6.2.8.4 Uma missão de vigilância é realizada quando uma extensa área deve
ser mantida sob observação e há poucos meios disponíveis. Patrulhas a pé,
motorizadas ou aeromóveis reconhecem aquelas áreas que não podem ser
observadas dos postos de observação ou por outros meios.

4.6.2.8.5 O Cmt da força que está sendo protegida designa o traçado geral da
linha de vigilância, as unidades a serem protegidas e a responsabilidade pela
área entre a força de vigilância e a(s) força(s) protegida(s).

4.6.2.8.6 Uma vez estabelecido o contato visual com o inimigo, este deve ser
mantido.

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4.6.2.8.7 Os postos de observação informam com precisão e oportunidade,


podendo conduzir os fogos para destruir as forças inimigas.

4.6.2.8.8 Se for autorizado o retraimento, a força de vigilância desloca-se por


lanços, mantendo o contato visual com o inimigo e continuando a ajustar os
fogos de apoio.

4.6.2.8.9 Sob determinadas circunstâncias, a força de vigilância pode permitir


infiltrações de pequenas frações inimigas, desde que necessário, para que
forças inimigas de grande valor possam ser observadas. Precauções devem
ser tomadas para assegurar que os elementos que se infiltrarem não se
reúnam com outras forças infiltradas e, dessa forma, ameacem a força de
vigilância.

4.6.2.8.10 A força de vigilância combate para sua própria segurança e somente


procura destruir ou repelir forças inimigas de pequeno valor, quando
necessário ao prosseguimento da missão.

4.6.2.9 Força de Ligação

4.6.2.9.1 Considerações Gerais


a) Ligação é a ação que visa ocupar um espaço vazio entre duas forças
amigas, ou seja, tamponar uma brecha.
b) O comando de uma DE ou de um escalão superior pode atribuir a uma Bda
Inf Mec, tanto na ofensiva como na defensiva, a missão de tamponar uma
brecha.

4.6.2.9.2 Planejamento e Execução


a) A amplitude do intervalo, o terreno e as possibilidades do inimigo
condicionam o dispositivo a adotar.
b) Na ofensiva, a cada elemento em primeiro escalão é atribuído,
normalmente, um eixo de progressão. Há necessidade de manter o contato
físico com grandes unidades vizinhas e o planejamento deve estar
perfeitamente coordenado com os dessas forças. Entre as unidades da Bda Inf
Mec, o contato pode ser físico, visual ou pelo rádio.
c) Na defensiva, a Bda Inf Mec cumpre a missão de tamponamento de uma
brecha, realizando uma vigilância, executando um movimento retrógrado ou
tomando a seu cargo a defesa de uma área, quando, normalmente, utiliza as
técnicas de defesa móvel.

4.6.2.10 Força de Segurança de Área


a) A segurança de área é uma tarefa conduzida para proteger forças amigas,
instalações, rotas e ações dentro de uma área especificada.

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b) A Bda Inf Mec conduz a segurança da área para preservar a liberdade de


manobra do comandante, a capacidade de movimentar reservas, o
posicionamento do apoio de fogo e realizar operações logísticas.
c) A segurança de área degrada a capacidade do inimigo afetar a manobra ao
negar o acesso, a observação e os fogos diretos sobre uma área.
d) A segurança de área incluem as ações referentes à SEGAR, aos PAG e aos
PAC.

4.6.2.11 Segurança da Área de Retaguarda

4.6.2.11.1 Considerações Gerais


a) A SEGAR refere-se às ações realizadas pelas forças da área de retaguarda
para prevenir, neutralizar ou reduzir os efeitos das ações inimigas ou das
catástrofes da natureza. A SEGAR compreende dois tipos de ações: a Defesa
de Área de Retaguarda (DEFAR) e o Controle de Danos (CD).
b) Denomina-se Área de Retaguarda ou Área de Reserva (nas operações
defensivas, a área de retaguarda confunde-se, territorialmente, com a área de
reserva) o espaço geográfico - porção da Z Aç atribuída à Bda Inf Mec -
destinado ao desdobramento da reserva, dos elementos de apoio ao combate
e do apoio logístico. Está compreendida entre os limites de retaguarda dos BI
Mec de primeiro escalão e o limite de retaguarda da brigada. O limite de
retaguarda da Bda Inf Mec pode excluir o espaço necessário ao
desdobramentos dos meios de Ap Log, quando houver conveniência de
centralizar as ações de DEFAR no escalão divisão.
c) As atividades de DEFAR são orientadas para as forças inimigas, cuja
localização e destruição são procuradas antes que estas possam atacar
as unidades e instalações amigas. As atividades de CD são orientadas para as
instalações.
d) A responsabilidade pela SEGAR, normalmente, é atribuída pelo Cmt Bda Inf
Mec a um determinado Cmt subordinado - designado controlador de SEGAR -
a quem cabe estabelecer planos e supervisionar a execução de todas as
operações necessárias.
e) O E4 da Bda Inf Mec é responsável pela supervisão e controle de EM do
planejamento de SEGAR.
f) Apesar de se constituírem em dois planejamentos distintos, ambos
realizados pelo controlador de SEGAR, os planos de DEFAR e de CD se
complementam nas providências a serem realizadas, uma vez que a finalidade
de ambos é a preservação das unidades, das instalações, das atividades de
Ap Log e das vias de transporte na área de retaguarda.

4.6.2.11.2 Defesa de Área de Retaguarda (DEFAR)


a) As medidas de DEFAR compreendem todas as ações executadas para
prevenir, neutralizar ou reduzir as ameaças inimigas (sabotadores,
guerrilheiros e elementos infiltrados) contra unidades, atividades e instalações

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na área de retaguarda, exceto as operações de vulto que possam


comprometer as forças como um todo, tais como: assaltos aeroterrestres,
aeromóveis e anfíbios de forças consideráveis. Essas ações consubstanciam-
se em duas fases: a preventiva e a repressiva.
b) Enquanto a ameaça inimiga não comprometer a segurança das forças como
um todo, cabe ao controlador de SEGAR a responsabilidade pelo planejamento
e pela supervisão da execução das atividades que visem prevení-las,
neutralizá-las ou reduzí-las.
c) A partir do momento em que a ameaça inimiga não possa ser neutralizada
ou reduzida pelas medidas de DEFAR postas em execução, comprometendo a
segurança da operação como um todo, cabe ao E3 a supervisão das ações a
serem realizadas.
d) Os principais tipos de ameaças inimigas, normalmente enfrentadas em
ações de DEFAR, compreendem as ações aeroterrestres, aeromóveis e
anfíbias de pequeno efetivo, os elementos inimigos infiltrados por terra, por
água e por ar e as ações realizadas por guerrilheiros e sabotadores.
e) Cada Cmt é responsável pelas operações de DEFAR dentro de sua área de
retaguarda.

4.6.2.11.3 Planejamento da Defesa de Área de Retaguarda


a) A responsabilidade pelo planejamento e pela supervisão da execução das
operações de DEFAR cabe ao controlador de SEGAR que recebe do Cmt Bda
os elementos necessários à sua consecução.
b) Os elementos mais aptos à execução das operações de DEFAR são os de
combate. No caso de não ser possível a utilização desses elementos, podem
executar a DEFAR elementos de Ap Cmb e de Ap Log, estes últimos
desde que reforçados por elementos de combate.
c) Considerações para o planejamento da DEFAR:
- Número de comandos: a quantidade de comandos posta à disposição do
controlador de SEGAR condiciona o número de subáreas em que será dividida
a área de retaguarda.
- Localização das unidades: ao receber do Cmt Bda a autorização para o
emprego de elementos nas ações de DEFAR, o controlador de SEGAR deve
verificar a localização destes elementos, quando executar a repartição da área
de retaguarda, de forma a atribuir o comando da subárea à unidade que já
esteja na região.
- Inicialmente é feito um estudo do terreno sob o ponto de vista de
compartimentação, vegetação, rede rodoviária, faixas de infiltração, regiões
favoráveis a homizio, zonas de aterragem e zonas de lançamento, de forma a
repartir a área de retaguarda em subáreas. Essa divisão visa descentralizar as
medidas iniciais de DEFAR, possibilitando a imediata intervenção do
responsável pela subárea, quando da ocorrência de ações por parte do inimigo.
- Todos os comandos disponíveis devem ser aproveitados, de modo a
permitir uma diminuição na extensão das subáreas.

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4.6.2.11.4 Constituição da Força de DEFAR


a) A força de DEFAR é constituída pelas unidades de combate, apoio ao
combate e apoio logístico com responsabilidade por subárea e por uma
reserva.
b) A missão dessa força é destruir o inimigo, impedir ou dificultar a sua ação.
c) Reserva: cabe ao controlador de SEGAR organizar a reserva, após reforçar
os comandos de subárea, se for o caso. A reserva da força de DEFAR fica
subordinada diretamente ao controlador de SEGAR, devendo situar-se em uma
região central da área de retaguarda, de forma que possa acorrer a qualquer
subárea, sem perda de tempo, para neutralizar ou destruir o inimigo.
d) A natureza e o valor da reserva dependem, entre outros, dos aspectos que
se seguem:
- possibilidade de atuação do inimigo na área de retaguarda;
- extensão da área de retaguarda e rede de estradas;
- disponibilidade de meios; e
- facilidade ou dificuldade que o terreno possa apresentar para o
cumprimento das missões de DEFAR.
e) Quando a Bda Inf Mec estiver empenhada em operações ofensivas,
particularmente, no ataque coordenado, o limite de retaguarda deve englobar a
sua Base Logística de Brigada (BLB). Nesse caso, a brigada realiza a DEFAR
com os seus próprios meios ou pode ser reforçada por uma unidade de
combate oriunda do Esc Sp.
f) Quando a Bda Inf Mec estiver participando de uma transposição de cursos
de água preparada, ou de operações defensivas, é normal que sua BLB situe-
se na área de retaguarda da divisão. Nesses casos, a área de retaguarda é de
pequena extensão e tem como finalidade atender às necessidades territoriais
para localização da reserva e dos elementos de apoio ao combate. Nessas
situações, não há necessidade de divisão da área de retaguarda da brigada
em subáreas, em decorrência das considerações que se seguem:
- o desdobramento da reserva e dos elementos de apoio ao combate já
ocupa quase a totalidade da área de retaguarda da Bda Inf Mec; e
- o controlador de SEGAR determina que essas unidades planejem a
defesa local de suas instalações, a par das demais medidas preventivas.
Esses planejamentos devem ser remetidos àquele controlador, para efeito de
coordenação.

4.6.2.11.5 Plano de Defesa de Área de Retaguarda


a) O plano de DEFAR é um anexo ao plano de operações ou um apêndice ao
anexo de Ap Log.
b) Sua confecção é similar a de um plano de operações, devendo, portanto,
conter os mesmos parágrafos.

4.6.2.11.6 Execução das Operações de DEFAR


a) As operações da 1ª fase (preventiva) da DEFAR são executadas,

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continuadamente, visando impedir a ação do inimigo sobre as instalações, vias


de transporte, atividades de Ap Log, PC, instalações das unidades de combate
ou de apoio ao combate, desdobradas na área de retaguarda.
b) Após a repartição da área de retaguarda em subáreas e a expedição do
plano de DEFAR, cada elemento responsável por uma subárea realiza, por sua
vez, o planejamento da defesa específica para a sua subárea. Para tanto,
devem ser adotadas as providências que se seguem:
- aproveitar o terreno para a defesa local;
- estabelecer um sistema de vigilância e alarme; e
- estabelecer um sistema de patrulhas e de proteção aos comboios que
transitem pela subárea.
c) Os planos de DEFAR, após confeccionados pelos Cmt de cada subárea,
são remetidos ao controlador de SEGAR que os examina e coordena as
medidas propostas, de modo que haja uniformidade nas providências tomadas
em cada subárea.
d) A reserva da F DEFAR é acionada toda vez que um Cmt de subárea não for
capaz de, por si só, resolver os problemas em sua área de responsabilidade.
e) O BI Mec reserva da Bda Inf Mec deve integrar o planejamento da defesa de
suas instalações ao planejamento do responsável pela subárea onde estiver
localizada sua Z Reu.

4.6.2.11.7 Controle de Danos (CD)


a) Controle de danos compreende as medidas preventivas e de controle
adotadas para reduzir ao mínimo os efeitos dos bombardeios inimigos e para
assegurar a continuidade ou restabelecer o Ap Log, após esses bombardeios.
Tais medidas são executadas antes, durante e após a ocorrência dos
bombardeios. Elas aplicam-se, também, no caso de grandes desastres ou de
catástrofes da natureza e incluem o restabelecimento do controle, os primeiros
socorros e a evacuação de feridos, o isolamento de áreas perigosas, o
combate a incêndio etc.
b) A responsabilidade pelo planejamento e pela supervisão da execução das
operações de controle de danos cabe ao controlador de SEGAR.

4.6.2.11.8 Meios para o Controle de Danos


a) Os principais meios disponíveis para o CD na área de retaguarda são o
pessoal e os equipamentos dos elementos de Ap Log e de Engenharia. O
emprego do pessoal e do equipamento no controle de danos, entretanto, deve
ser bem avaliado, a fim de não comprometer o funcionamento do apoio
logístico e do apoio ao combate.
b) Em determinadas ocasiões, o controlador de SEGAR pode contar também
com recursos locais e com auxílio de unidades não localizadas na área.
c) Os meios disponíveis são aproveitados para a constituição de
destacamentos de CD em função da natureza do incidente a ser enfrentado.
Normalmente, são constituídos os seguintes destacamentos:
- Destacamento de Controle e Avaliação: tem a missão de verificar e
informar o número e o tipo de baixas e a situação da eficiência operacional das

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unidades atingidas, além de tomar medidas para o restabelecimento da missão


de apoio das subunidades de serviço atingidas, logo que possível;
- Destacamento de Socorro Leve: geralmente organizado pelas unidades
estacionadas na Área de Retaguarda, este tem a missão de deslocar-se para a
área atingida, a fim de remover baixas para as áreas de reunião e proporcionar
socorros de urgência;
- Destacamento de Socorro Pesado: organizado pela companhia logística
de manutenção do batalhão logístico, reforçada por elementos de engenharia.
Tem a missão de auxiliar na recuperação e remoção de baixas e no
salvamento de material danificado;
- Destacamento de Mão de Obra: tem a missão de remover os escombros
e os suprimentos utilizáveis, cooperando na procura e no socorro aos feridos e
no controle de trânsito; e
- Destacamento de Saúde: tem a missão de estabelecer um posto de
saúde na periferia da área atingida e prestar imediata assistência médica ao
pessoal. Este destacamento, normalmente, é constituído por elementos de
saúde do Posto de Atendimento Avançado (PAA) em reforço à Bda e sob
controle do B Log.

4.6.2.11.9 Operação de Controle de Danos


a) As operações de CD são desencadeadas em fases distintas. Inicialmente,
prevalecem as medidas preventivas e, posteriormente, são adotadas medidas
face ao dano ocorrido.
b) Medidas preventivas:
- dispersão das instalações e dos elementos de Ap Log;
- construção ou utilização de abrigos para essas instalações e elementos;
- adoção de sistema de alarmes; e
- ênfase nas medidas de contrainteligência.
c) Medidas adotadas quando da ocorrência do dano:
- identificação da área atingida;
- avaliação da extensão dos danos;
- estabelecimento de prioridades, se for o caso, para emprego dos
destacamentos, turmas ou equipes de controle de danos; e
- atribuições de missões e envio de destacamentos para o(s) local(is)
atingido(s).
d) A atuação dos elementos de controle de danos, normalmente consiste em:
- assumir a direção das atividades de CD locais, onde os responsáveis
tiverem perdido o controle da situação; caso contrário, auxiliá-los em todas as
medidas necessárias para a mais rápida normalização dos trabalhos
interrompidos;
- avaliar a extensão real dos danos e as providências necessárias para o
seu controle;
- acionar todos os meios disponíveis para o combate às consequências do
bombardeio inimigo, evento destruidor ou catástrofe da natureza;
- cooperar para o estabelecimento ou funcionamento do sistema de

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evacuação de feridos do local;


- cooperar para a localização, identificação e evacuação de mortos, de
acordo com as normas estabelecidas; e
- restabelecer as condições de funcionamento das instalações ou dos
elementos atingidos, imediatamente.

4.6.2.11.10 Levantamento de Danos


a) O levantamento de danos é uma providência inicial importante da segunda
fase das operações de CD. Consiste no exame direto da área afetada, a fim de
estimar os danos causados. O levantamento de danos constitui a base para as
ações subsequentes de CD.
b) Baseado no levantamento dos danos causados pelo incidente, o Cmt da
área ou subárea de retaguarda determina as equipes necessárias para a
execução das operações de CD.
c) Essas equipes, formadas com elementos, seções, grupos ou pelotões
pertencentes às unidades e subunidades de Ap Cmb, de Ap Log e elementos
civis, são organizados de modo funcional, isto é, orientadas para os diversos
tipos de incidentes que podem ocorrer no CD. Em princípio, as equipes
permanecem juntas às U ou SU de origem, realizando os seus trabalhos
normais e são acionadas, conforme as necessidades das operações de CD. É
importante para a manutenção da eficiência das equipes que elas sejam
organizadas e empregadas por frações constituídas.

4.6.2.12 Postos Avançados Gerais (PAG)

4.6.2.12.1 A Bda Inf Mec pode receber a missão de constituir os PAG em


proveito de uma tropa instalada defensivamente no terreno.

4.6.2.12.2 As missões normais de uma força em PAG são aquelas inerentes a


um escalão de segurança, isto é, fornecer alerta oportuno da aproximação do
inimigo e, dentro de suas possibilidades, iludir, retardar, canalizar,
desorganizar, destruir suas formações e degradar seu poder de combate.

4.6.2.12.3 A frente de uma Bda Inf Mec em PAG varia em função do valor
defensivo do terreno e, sobretudo, do número de eixos que o inimigo possa
utilizar para aproximar-se da posição defensiva.

4.6.2.12.4 Uma brigada em PAG organiza-se no terreno em:


a) área de segurança, onde lança patrulhas e instala postos de vigilância à
frente da linha dos PAG;
b) Área de Defesa Avançada (ADA), constituída de posições de bloqueio de
valor subunidade, barrando as principais vias de aproximação do inimigo, junto
à linha de resistência e em profundidade (assemelha-se a uma defesa em
larga frente); e

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EB70-MC-10.XXX

c) área da reserva, normalmente de pequeno valor.

4.6.2.12.5 A missão de uma força em PAG só está concluída, após o seu


acolhimento na ADA. Entretanto, o tempo ganho no retardamento do inimigo,
entre as linhas dos PAG e do Limite Anterior da Área de Defesa Avançada
(LAADA), não é considerado no planejamento daquela força.

4.6.2.13 Emprego de meios aéreos da Av Ex em apoio às F Seg

4.6.2.13.1 A Bda Inf Mec pode contar com o apoio de elementos da Av Ex no


cumprimento de suas missões de segurança. Essas frações da Av Ex podem
executar missões de combate, de apoio ao combate ou de apoio logístico.

4.6.2.13.2 Apoio da Av Ex à Força de Cobertura ou Força de Proteção - A


Força de Helicópteros (F Helcp) da Av Ex que apoia uma F Cob conduzida
pela Bda Inf Mec ou pelos seus elementos de manobra pode ser empregada
em:
a) reconhecimento aeromóvel à frente e nos flancos;
b) vigilância aeromóvel à frente e entre as posições ocupadas pela tropa;
c) ataque aeromóvel para neutralizar, destruir ou desorganizar o inimigo;
d) ligação de comando para facilitar a coordenação e o controle da manobra e
para manter a ligação com as forças de proteção e cobertura; e
e) transporte tático de tropa e transporte de material e pessoal em benefício da
manobra.

4.6.2.13.3 Apoio à Força de Vigilância


a) Na execução de uma operação de vigilância, quando a Bda Inf Mec contar
com o apoio de elementos da Av Ex, pode-se constituir uma força-tarefa
Aeromóvel (FT Amv), composta por suas peças de manobra (ou frações das
mesmas) e forças de helicópteros (F Helcp).
b) Para esse emprego, devem ser consideradas as limitações das aeronaves,
particularmente, quanto às condições meteorológicas adversas e as
consequentes dificuldades que elas têm para manter a continuidade das ações
quando a visibilidade for reduzida.
c) As frações da Av Ex podem ser empregadas, entre outras tarefas:
- realizando um reconhecimento aeromóvel à frente e nos flancos da F Vig
(linha de PO);
- vigilância aeromóvel entre a F Vig e a força protegida;
- ataque aeromóvel para neutralizar, destruir ou desorganizar o inimigo que
tenha penetrado na Z Seg;
- ligação de comando, para facilitar a coordenação e o controle da manobra
e para manter a ligação entre os elementos da F Vig; e
- transporte tático e logístico em apoio à F Vig.

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d) Quando a Bda Inf Mec receber um Elm Av Ex em apoio, deve ter


conhecimento das Medidas de Coordenação e Controle do Espaço Aéreo
(MCCEA) estabelecidas (pela DE ou Corpo de Exército), para facilitar as ações
aéreas e evitar o fratricídio.
e) Igualmente, devem ser de conhecimento da tropa terrestre as ações que
são desencadeadas pelas frações da Av Ex em sua Z Aç, ampliando a
capacidade de apoio mútuo e a segurança.
f) Para maiores informações sobre o apoio da Av Ex a uma F Cob ou F Prot da
Bda Inf Mec deve ser consultado o Manual de Campanha EB70-MC-10.204 - A
Aviação do Exército nas Operações (1ª Ed, 2019).

4.6.2.14 Reconhecimento

4.6.2.14.1 Considerações Gerais


a) Na doutrina atual (Manuais de Campanha Operações, A Infantaria nas
Operações e outros), RECONHECIMENTO não é uma operação, nem básica
nem complementar, sendo entendido como uma ação que faz parte da
Operação de Segurança. O Rec é um conjunto de técnicas, táticas e
procedimentos (TTP) empregados pelas Cia e Pel Fuz Mec dos BI Mec da Bda
Inf Mec com o propósito de obter informes sobre o inimigo e a área de
operações, a fim de subsidiar o planejamento operativo e a preparação do
escalão superior.
b) Como já citado neste Manual de Campanha, o reconhecimento e a
segurança se complementam e estão intimamente ligados. Uma missão de
reconhecimento proporciona certo grau de segurança, notadamente nas
missões de reconhecimento que objetivem a busca de informes sobre o
inimigo.
c) A Bda Inf Mec não realiza operações ou ações de reconhecimento, assim
como os seus BI Mec. O BI Mec executa uma operação de segurança e parte
de seus elementos subordinados podem executar missões ou ações de
reconhecimento, durante toda a Op Seg ou em parte daquela operação.
d) Somente em situações muito particulares e específicas do combate um BI
Mec de Bda Inf Mec recebe a missão de executar uma ação de
reconhecimento (particularmente em AOC ou em TO com características
semelhantes).
e) Em princípio, aos BI Mec da brigada são atribuídas as missões de constituir
ou integrar uma F Seg (Cobertura, Proteção, Vigilância etc). Durante o
cumprimento dessa operação de segurança (particularmente na AOC), as
subunidades e frações menores da infantaria mecanizada poderão conduzir,
em parte ou durante toda a operação de segurança, as ações de
reconhecimento.
f) Esse reconhecimento, executado, normalmente, por tropas de cavalaria ou
infantaria mecanizada (Cia e Pel Fuz Mec dos BI Mec) não devem ser
confundidos com a ação comum a todas as operações, denominada
reconhecimento (a ser abordada mais adiante neste Manual de Campanha),

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executada por todas as OM operacionais em situações de guerra e de não


guerra, em proveito próprio ou não do seu escalão superior. São exemplos
dessa ação comum de reconhecimento na Bda Inf Mec, o reconhecimento
executado pelo Pel Exp do BI Mec e o realizado pelos Pel Fuz Mec dos BI
Mec, em proveito de seus batalhões, das operações dessas OM e não do seu
escalão superior.
g) A Bda Inf Mec e o BI Mec, ao realizarem uma operação de segurança,
buscam estabelecer contato com o inimigo por meio de ações de
reconhecimento, conduzidas pelos elementos de manobra desse regimento.
Apesar de não ser uma operação, o Rec é ainda denominado na tropa como
tal.
h) As Cia e Pel Fuz Mec dos BI Mec e o Esqd C Mec são os elementos de
manobra da F Ter mais vocacionados para realizar ações de reconhecimento
na Bda Inf Mec, devido às peculiaridades dos meios mecanizados e à
organização de suas frações, que asseguram grande flexibilidade e
mobilidade.

4.6.2.14.2 Fundamentos
a) As ações de reconhecimento tem por base os seguintes fundamentos:
- orientar-se segundo os objetivos de informações;
- participar, com rapidez e precisão, todos os informes obtidos;
- evitar o engajamento decisivo;
- manter o contato com o inimigo; e
- esclarecer a situação.
b) Informações mais detalhadas sobre os fundamentos do reconhecimento
podem ser consultadas no Manual de Campanha EB70-MC-10.228 - A
Infantaria nas Operações (1ª Ed, 2018).
c) Características do Reconhecimento:
- planejamento centralizado e execução descentralizada;
- execução rápida e agressiva, evitando, tanto quanto possível, a
interrupção do movimento;
- segurança compatível durante o movimento;
- ênfase na utilização da rede viária mais adequada;
- máxima iniciativa dos comandos subordinados;
- rápida transmissão ao Esc Sp dos informes obtidos;
- carência de informações sobre o inimigo; e
- máximo acionamento dos órgãos de busca.

4.6.2.14.3 O Reconhecimento Terrestre na Bda Inf Mec


a) Os órgãos terrestres de reconhecimento incluem pessoal e tropas
especialmente organizadas e instruídas para executar missões de
reconhecimento (parte da Operação de Segurança). Os elementos
especificamente organizados e equipados para execução de missões de
reconhecimento da Bda Inf Mec são as subunidades e os pelotões dos BI Mec
(busca de informes e dados para o escalão superior), bem como o Esqd C

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Mec.
b) As ações de reconhecimento, conduzidas pelos órgãos terrestres da Bda Inf
Mec, têm o propósito de obterem dados e informes relacionadas ao inimigo, ao
terreno (físico e humano) e às condições meteorológicas, dentre outros
aspectos relacionados à área de operações.
c) Há três tipos de reconhecimento, normalmente, executados pelos órgãos
terrestres de reconhecimento da Bda Inf Mec (Cia e Pel Fuz Mec dos BI Mec e
pelo Esqd C Mec): reconhecimento de eixo, de área e de zona. O tipo de
reconhecimento mais adequado a cada situação de combate é selecionado
com base nos dados e informes a serem obtidos, onde esses dados devem ser
buscados/coletados, no tempo disponível para obtê-los e no valor da força
necessário para obtê-los (além de outros, em cada situação tática).
(1) Reconhecimento de Eixo: visa a obtenção de informes sobre um
determinado eixo, o terreno a ele adjacente e/ou inimigo que dele se utiliza.
(2) Reconhecimento de Zona: busca obter informes detalhados sobre o inimigo
e/ou região de operações, ao longo de uma faixa do terreno definida em
largura e profundidade.
(3) Reconhecimento de Área: objetiva a coleta de informes detalhados sobre o
inimigo e/ou terreno, dentro de uma área específica e perfeitamente definida
em seu perímetro.

4.6.2.14.4 O Reconhecimento Aéreo na Bda Inf Mec


a) Força Aérea e Aviação do Exército
(1) A Bda Inf Mec pode utilizar os dados e os informes obtidos por meios
aéreos da F Ae, da Av Ex e pelas aeronaves remotamente pilotadas (ARP) de
suas peças de manobra e de outros elementos subordinados ou recebidos em
reforço ou controle operacional.
(2) A Bda Inf Mec utiliza os informes e os dados obtidos por reconhecimento
aéreo para reduzir a incerteza e facilitar a rápida tomada da decisão. Eles
auxiliam o comando da brigada a entender a situação, visualizar o campo de
batalha, reduzir riscos e moldar as decisões, contribuindo para reduzir o tempo
de reação, espaço para a manobra e para o uso do poder de combate.
(3) O Cmt Bda Inf Mec, por intermédio do oficial de inteligência de seu EM,
deve explorar todos os meios de reconhecimento aéreo disponíveis. Os
pedidos das unidades subordinadas para missões de reconhecimento armado,
realizados pela F Ae e pela Av Ex são recebidos, processados e coordenados
pelo E2 da Bda e transmitidos ao centro de operações táticas da divisão ou
Esc Sp, conforme o caso, para aprovação. Aqueles que não possam ser
cumpridos são remetidos ao Esc Sp.
(4) Aeronaves da Av Ex, quando disponíveis, apoiam o reconhecimento
terrestre, cobrindo rapidamente grandes áreas, permitindo que os elementos
de reconhecimento terrestres concentrem-se em áreas com maior
probabilidade de informes.
(5) As possibilidades de reconhecimento aéreo das aeronaves do componente
aéreo do TO complementam as das aeronaves da Av Ex. Aquelas aeronaves
possuem grande variedade de sensores e podem realizar o mapeamento por

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meio de radar, fotografias aéreas, observação eletrônica e reconhecimento das


condições meteorológicas. Esses elementos de reconhecimento aéreo
realizam missões de reconhecimento sobre a área avançada da zona de
combate e penetram no espaço aéreo sobrejacente às forças avançadas do
inimigo e à sua retaguarda. A maior velocidade e capacidade dos sensores das
aeronaves permitem cobrir extensas áreas, de forma mais rápida do que as da
Av Ex, todavia, a velocidade exige que operem em maiores altitudes, o que
implica a redução da quantidade de informes obtidos pela observação visual.

Fig 4-47 Canais de pedidos de reconhecimento aéreo

(6) Quando disponível, a equipe de controle aerotático realiza o


assessoramento ao comando da Bda Inf Mec e fornece informações
pormenorizadas referentes ao emprego dos meios de reconhecimento da F Ae.
(7) Quando a Bda Inf Mec for apoiada por um elemento da Av Ex, ela pode
solicitar que este realize missões de Reconhecimento Aeromóvel (Rec Amv),
com a finalidade e as vantagens já citadas.
(8) A execução de operações de Rec Amv, à frente ou nos flancos de uma Bda
Inf Mec, proporciona aumento da velocidade de progressão e dos informes
obtidos. Em contrapartida, é exigida uma estreita coordenação entre as forças
envolvidas. A(s) fração(ões) da Av Ex em apoio à Bda Inf Mec podem estar em
reforço, integração ou controle operativo da brigada.

b) Aeronaves Remotamente Pilotadas dos Elementos Subordinados ou em


Apoio à Bda Inf Mec
(1) O E2 da Bda Inf Mec, em princípio, deve realizar o planejamento de
emprego do sistema de aeronave remotamente pilotada (SARP) para a Bda

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Inf Mec. Esse planejamento, em algumas situações, pode ficar a cargo das
OM subordinadas.
(2) Cabe ao E2 selecionar quando deve ser realizado o emprego das ARP e
que tipos de informes ou dados devem ser obtidos.
(3) O emprego dos ARP complementa e reforça as capacidades militares
terrestres, tanto dos elementos de emprego das unidades de arma base
quanto das próprias unidades da Av Ex. Neste último caso, são empregados
em situações em que o risco ao emprego de aeronaves seja elevado ou
inaceitável ou, ainda, como substitutos das aeronaves tripuladas nas missões
que possam causar excessivo desgaste aos meios da Av Ex, preservando-os
para situações de emprego em que sejam essenciais.
(4) As aplicações típicas para emprego das ARP da Bda Inf Mec (ou de tropa
de inteligência em reforço ou apoio) estão relacionadas à obtenção de
informações e à aquisição de alvos, além da visada direta e em profundidade,
possibilitadas pela capacidade desses meios de sobrevoar zonas hostis,
segundo a ótica dos beligerantes ou das condições ambientais.
(5) As ARP são componentes essenciais para ampliar o alcance e a eficácia
das operações terrestres, pois, atuando como multiplicadores do poder de
combate, possibilitam à Bda Inf Mec antecipar-se às mudanças nas
condicionantes de um ambiente operativo que se mantém em constante
evolução. Ademais, permitem aos comandantes obterem vantagens
significativas sobre o oponente, sendo a principal delas a superioridade das
informações.
(6) Imagens obtidas pelas ARP podem ser utilizadas pela Bda Inf Mec com a
finalidade de obter informações em tempo real, de observar objetivos,
planejados ou não, de avaliar danos, entre outros, permitindo realizar
reconhecimentos sem expor as tropas em solo.
(7) Nas ações típicas de reconhecimento, as ARP podem ser empregadas
antecedendo a tropa terrestre da Bda Inf Mec, inclusive em condições de baixa
visibilidade, possibilitando maior agilidade no cumprimento de suas missões.

4.6.3 OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS IRREGULARES

4.6.3.1 A operação contra forças irregulares (F Irreg) compreende um conjunto


abrangente de esforços integrados (civis e militares) desencadeados para
derrotar forças irregulares (caracterizadas por organização não
institucionalizada), nacionais ou estrangeiras, dentro ou fora do território
nacional.

4.6.3.2 Ao participar desse tipo de operação, a Bda Inf Mec contribui para
derrotar ou neutralizar militarmente as F Irreg, permitindo iniciar ou retomar o
funcionamento do Estado em áreas outrora contestadas ou controladas por tais
forças.

4.6.3.3 Nesse tipo de operação, a Bda Inf Mec contribui para erradicar a
ameaça proveniente das F Irreg, sobretudo seu braço armado, isolando-a de

4-149
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seus apoios locais, desmantelando sua infraestrutura e neutralizando seu


poder de combate.

4.6.3.4 A Bda Inf Mec, nas operações contra F Irreg, deve estar em condições
de realizar as seguintes atividades: operações tipo polícia; operações de
combate; interdição do apoio externo; atividades de assuntos civis; e
planejamento e preparação.

4.6.3.4.1 Operações tipo polícia - realizadas com a finalidade de assegurar o


controle da população e prover a segurança das tropas, instalações, vias de
transporte e núcleos urbanos.

4.6.3.4.2 Operações de combate – realizadas com a finalidade de inquietar,


destruir ou capturar integrantes da força irregular.

4.6.3.4.3 Interdição do apoio externo – realizada com a finalidade de impedir


que a força irregular receba qualquer tipo de apoio de potências estrangeiras,
limítrofes ou não com o território nacional.

4.6.3.4.4 Atividades de assuntos civis – realizadas com a finalidade de


contribuir, de forma acentuada, para o êxito das operações contra forças
irregulares; no seu conjunto, abrangem as relações entre a comunidade civil e
as forças legais, garantindo uma ação integral contra o movimento
revolucionário; e

4.6.3.4.5 Planejamento e preparação – realizados com afinalidade de orientar,


instruir e auxiliar unidades locais em operações contra forças irregulares.

4.6.3.5 Devido à execução descentralizada desse tipo de operação, a Bda Inf


Mec é, normalmente, reforçada com elementos de combate e de apoio. Os
carros de combate, quando em reforço à Bda Inf Mec, podem ser empregados
como um meio ideal de demonstração de força, juntamente com os meios
mecanizados.

4.6.3.6 É conveniente que a Bda Inf Mec, realizando operações contra F Irreg:
a) possua maior mobilidade do que as forças irregulares. Essa mobilidade
pode ser obtida, naturalmente, mediante a utilização de viaturas adequadas ao
terreno e de própria dotação da infantaria mecanizada, bem como de
aeronaves, principalmente helicópteros, além da redução da carga individual
do combatente, substituindo seu equipamento por outro de menor peso e
volume;
b) disponha de grande potência de fogo, particularmente pela utilização de
armamentos mais adequados às condições peculiares da operação;
c) disponha de meios de comunicações eficientes e seguros em todos os seus
escalões, que permitam a realização de operações independentes ou semi-

4-150
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independentes;
d) possua instrução e treinamento específicos das táticas e técnicas da guerra
irregular; e
e) esteja sempre bem informada a respeito das forças irregulares, das
populações locais e das instalações críticas e vulneráveis existentes em sua
área de operações.

4.6.3.7 A Bda Inf Mec, durante as operações contra F Irreg, deve estar atenta
às principais características inerentes a este tipo de operação, tais como:
a) manutenção da continuidade das ações – exercendo uma pressão contínua
sobre as forças irregulares. Sempre que o contato for perdido, todos os
esforços devem ser feitos para restabelecê-lo o mais cedo possível. Dessa
forma, as forças irregulares são mantidas em constante movimento, além do
que a sua segurança e organização são rompidas e o seu moral afetado;
b) busca pela surpresa em todas as ocasiões – pode ser obtida pela contínua
variação da maneira de operar e pelo emprego de táticas e técnicas inusitadas;
c) exploração da mobilidade – tendo em vista a obtenção da surpresa e para
fazer face à mobilidade das forças inimigas;
d) descentralização das ações – a fim de se contrapor à fluidez das ações da
força de guerrilha e aos grandes espaços geográficos através dos quais ela se
dissemina;
e) manobrar sempre que possível – para vencer as dificuldades decorrentes da
atuação das forças irregulares em amplos espaços geográficos, em terrenos
por eles escolhidos e dos quais são profundos conhecedores. A manobra
permite que a Infantaria preserve sua liberdade de ação e reduza suas
vulnerabilidades; e
f) observância das medidas de segurança da força – a segurança diminui as
perdas, eleva o moral e desencoraja as ações dos irregulares. Pode ser obtida
por meio de informações e da contrainformação, da dissimulação, da
inquietação do inimigo, dos patrulhamentos, da vigilância e alarme dos
destacamentos de segurança, dos reconhecimentos e da variação das técnicas
e táticas empregadas.

4.6.3.8 Informações mais detalhadas sobre as operações contra forças


irregulares podem ser consultadas no Manual de Campanha EB70-MC-10.212
- Operações Especiais (3ª Ed, 2017).

4.6.4 OPERAÇÕES DE DISSIMULAÇÃO

4.6.4.1 A dissimulação é uma operação complementar que consiste em um


conjunto de atividades destinadas a induzir o oponente ao erro, contribuindo
para o êxito das nossas operações. O decisor oponente será deliberadamente
induzido a reagir, conforme a nossa vontade, agindo ou deixando de agir.

4.6.4.2 A finalidade desta operação é iludir o inimigo, levando-o a levantar de


forma incompleta o dispositivo das tropas amigas, suas possibilidades e

4-151
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intenções, de tal forma que reaja de uma maneira que lhe seja desvantajosa.
Quando não for possível negar informações ao inimigo, este deve recebê-las
em grande volume, adicionando conceitos falsos ou errôneos que distorçam ou
ocultem a situação real, a fim de induzi-lo a proceder de forma inadequada.

4.6.4.3 O emprego da dissimulação é decorrente de uma oportunidade ou de


uma vulnerabilidade do oponente que deve ser explorada. A integração entre a
Operação Militar e a dissimulação deve ocorrer na fase inicial dos
planejamentos, com a finalidade de aumentar as chances de sucesso e
assegurar a sincronização das atividades e tarefas.

4.6.4.4 A Operação de Dissimulação contribui para a segurança, para a


surpresa e aumenta a probabilidade de sucesso, no contexto de uma operação
de maior vulto. Ela pode ser usada para compensar um poder relativo de
combate desfavorável e permitir o emprego judicioso de meios e tempo.

4.6.4.5 O plano de dissimulação é parte integrante do planejamento da


operação do escalão superior, devendo ser coordenado com todos os
participantes dessa operação, a fim de assegurar a harmonização de suas
ações.

4.6.4.6 Para o sucesso de uma Operação de Dissimulação, é fundamental que


a tropa que executa disponha de informações sobre os meios de detecção do
inimigo, que são suscetíveis de serem enganados, ou aqueles de quem se
deve esconder certas informações. A contribuição da inteligência no
conhecimento da situação é vital para essa operação.

4.6.4.7 A Bda Inf Mec, face às peculiaridades e características de seus


elementos subordinados, pode deslocar, concentrar e dispersar meios com
rapidez, o que lhe permite conduzir ou participar de operações de
dissimulação. Normalmente, essa dissimulação é realizada por intermédio de
fintas e demonstrações.

4.6.4.8 A brigada realiza uma finta com a finalidade de iludir o inimigo quanto à
frente em que é realizado o ataque principal. Normalmente, a finta se constitui
em um ataque pouco profundo, de objetivo limitado, podendo variar desde uma
pequena incursão até um ataque secundário, com a finalidade de forçar o
inimigo ao emprego inadequado de suas reservas, orientar o fogo de apoio
inimigo para longe do ataque principal; forçar o inimigo a revelar os fogos
defensivos ou acostumá-lo a ataques pouco profundos, de modo a obter
surpresa quando for executada a ação decisiva.

4.6.4.9 Já a demonstração a ser realizada pela Bda Inf Mec é uma atuação ou
uma apresentação de forças em uma determinada área sem que haja o
engajamento em combate. Essa ação ofensiva difere da finta porque não há

4-152
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progressão das peças de manobra contra o inimigo. A Bda Inf Mec deve
empregar seus fogos, fumaça e outros artifícios, a fim de iludir o inimigo quanto
às suas reais intenções e possibilidades. A demonstração é mais eficiente
quando houver um obstáculo entre o inimigo e a tropa da brigada.

4.6.4.10 Informações mais detalhadas sobre as operações de dissimulação


podem ser consultadas no Manual de Campanha EB20-MC-10.215 - Op de
Dissimulação, 1ª Ed, 2014.

4.6.5 OPERAÇÕES DE EVACUAÇÃO DE NÃO COMBATENTES

4.6.5.1 A Bda Inf Mec deve estar em condições de executar operação de


evacuação de não combatentes (Op Ev N Cmb), em apoio às operações
especiais, por meio das seguintes tarefas e ações:
a) operar Posto de Controle de Civis (PCC);
b) prestar o acolhimento inicial e apoio logístico;
c) realizar segurança de deslocamentos;
d) ficar em condições de coordenar meios recebidos para deslocar os
refugiados e não combatentes; e
e) estabelecer medidas de coordenação e controle para garantir a segurança
de refugiados e não combatentes.

4.6.5.2 Informações mais detalhadas sobre as operações de evacuação de não


combatentes podem ser consultadas no Manual do Ministério da Defesa
MD33-M-08 - Op de Evacuação de Não Combatentes (2ª Ed, 2013) e no
Manual de Campanha EB70-MC-10.212 - Operações Especiais (3ª Ed, 2017).

4.6.6 OPERAÇÃO DE JUNÇÃO

4.6.6.1 A junção é uma operação que envolve a ação de duas forças terrestres
amigas que buscam se ligar diretamente. Pode ser realizada entre uma força
em deslocamento e outra estacionária ou entre duas forças em movimentos
convergentes.

4.6.6.2 A operação de junção pode ocorrer com a Bda Inf Mec integrando uma
força maior (DE, Corpo de Exército, etc). A brigada pode realizar esta operação
como um todo, ou seja, isolada, ou apenas por uma de suas peças de
manobra.

4.6.6.3 A Bda Inf Mec pode realizar uma operação de junção com forças de
operações aeroterrestres ou aeromóveis, na substituição de uma força isolada,
em um ataque para juntar-se a uma força de infiltração, na ruptura do cerco a
uma força, no auxílio a uma força dividida, na convergência de forças
independentes e no encontro com forças de guerrilha amigas.

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4.6.6.4 Quando a Bda Inf Mec realizar uma operação de junção com uma força
estacionária, deve executar uma ação ofensiva com a finalidade de buscar o
contato físico com aquela força (estacionada). Essa ação ofensiva da brigada é
executada ao mesmo tempo que uma ação predominantemente defensiva,
realizada pela força estacionária, com a finalidade de manter a posse da região
onde é feita a junção.

Fig 4-48 Fase inicial da Junção

4.6.6.5 Quando a Bda Inf Mec realizar uma junção com outra força em
movimento, as medidas de coordenação e controle devem ser intensificadas.
Após a realização da junção, as duas forças continuam no cumprimento de
suas missões.

4.6.6.6 Considerando o elevado risco de fratricídio em operações de junção, o


planejamento da Bda Inf Mec para essa operação deve privilegiar o
detalhamento das seguintes medidas de coordenação e controle:
a) definição das relações e responsabilidades de comando;
b) ligações de comando e de Estados-Maiores;
c) coordenação dos esquemas de manobra;
d) medidas de coordenação do apoio de fogos;
e) compatibilização dos sistemas de comando e controle;
f) coordenação e troca de planos de comunicações;

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g) estabelecimento de um sistema de reconhecimento mútuo; e


h) ações a serem realizadas após a junção.

Fig 4-49 Junção propriamente dita

4.6.6.7 O plano de junção deve ser coordenado, antecipadamente, entre as


duas forças envolvidas na operação, a força de junção e a força estacionada
ou em movimento. É de suma importância que esse planejamento seja
atualizado continuamente, acompanhando a evolução da situação tática. Para
que isso ocorra, deverão ser adotadas, dentre outras, as seguintes medidas:
a) definição das relações e responsabilidades de comando - as forças que
participam da operação devem permanecer sob o controle do Comandante que
a determinou, podendo uma força passar ao controle e coordenação da outra;
b) ligações de comando - as ligações de comando e de Estados-Maiores,
estabelecidas durante o planejamento, devem continuar durante toda a
operação. Quando a distância entre as forças diminui, elementos de ligação
adicionais são trocados. Os meios aéreos da Av Ex poderão, se disponíveis,
aumentar e facilitar essa troca;
c) coordenação dos esquemas de manobra;
d) medidas de coordenação de fogos;
e) compatibilização dos sistemas de comando e controle; e
f) estabelecimento de um sistema de reconhecimento mútuo - para impedir a
sobreposição de fogos entre tropas amigas - devem ser estabelecidas medidas

4-155
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de coordenação e controle, além de sinais de reconhecimento, como artigos


pirotécnicos, sinais de braço e mão, marcação de veículos, painéis, fumígenos
coloridos, dispositivos de iluminação, sinais infravermelhos e sinais
convencionados.

Fig 4-50 Medidas de coordenação e controle de fogos na Operação de Junção

4.6.7 OPERAÇÃO DE INTERDIÇÃO

4.6.7.1 A Bda Inf Mec pode realizar uma operação de interdição para dificultar
ou impedir que o inimigo se beneficie de determinada região, de instalações ou
de materiais. As ações realizadas nessa operação abrangem, normalmente, o
emprego de fogos aéreos e de artilharia, ocupação da área, infiltração de
tropas, sabotagens e barreiras.

4.6.7.2 Nas operações de interdição, a Bda Inf Mec restringe o movimento e a


manobra do inimigo e investe, direta ou indiretamente, contra o sistema
logístico e de comando e controle. Aplica forças e fogos em profundidade,
destrói forças inimigas, retarda o movimento do adversário, desorganiza sua
manobra e impede que o inimigo concretize o reforço da tropa empenhada com
novos meios, de modo a possibilitar sua derrota por partes.

4.6.7.3 A Bda Inf Mec, por sua natureza, possui as características desejáveis
para executar esse tipo de operação, tais como:
a) mobilidade;
b) apoio logístico eficiente;
c) apoio de fogo longínquo; e
d) eficiência das comunicações.

4.6.7.4 Devido às suas características, as tropas aeroterrestres e aeromóveis


são as mais aptas a realizar esse tipo de operação. A infantaria mecanizada

4-156
EB70-MC-10.XXX

pode realizar uma operação de interdição, conforme o alcance dos seus fogos
indiretos.

4.6.7.5 A Bda Inf Mec realiza as operações de interdição, desde o mais longe
possível, concentrando-se sobre os eixos que incidem no TO/A Op, mediante o
emprego, dentre outras, das seguintes ações:
a) maciço emprego de fogos terrestres de longo alcance (negação de área);
b) destruição de instalações de comando, controle e logísticas do inimigo;
c) destruição ou neutralização de instalações de defesa antiaérea e de guerra
eletrônica;
d) interrupção de linhas de suprimento, mediante emboscadas a comboios,
destruições de obras de arte e abertura de crateras sobre os eixos terrestres; e
e) imposição de retardo ao movimento de forças inimigas pela realização de
ações de destruição de pontes, lançamento de obstáculos, ações de
inquietação etc.

4.6.7.6 A Bda Inf Mec deve empregar todos os meios de inteligência, vigilância,
reconhecimento e aquisição de alvos, de modo a obter a superioridade de
informações e condições mais favoráveis possíveis.

4.6.7.7 Informações mais detalhadas sobre as operações de interdição podem


ser consultadas no Manual do Ministério da Defesa MD33-M-11 - Apoio de
Fogo em Operações Conjuntas (1ª Ed, 2013); no Manual de Campanha EB70-
MC-10.224 - Artilharia de Campanha nas Operações (1ª Ed, 2019); e no
Manual de Campanha EB70-MC-10.346 - Planejamento e Coordenação de
Fogos (3ª Ed, 2017).

4.6.8 OPERAÇÃO DE TRANSPOSIÇÃO DE CURSO D’ÁGUA

4.6.8.1 Considerações Gerais

4.6.8.1.1 A operação de transposição de cursos de água visa levar o poder de


combate para a margem oposta, transpondo um obstáculo aquático,
assegurando a integridade e a impulsão das forças.

4.6.8.1.2 Os cursos de água obstáculo impõem restrições ao movimento e à


manobra nas operações ofensivas e constituem linhas naturais de resistência
para o defensor nas operações defensivas.

4.6.8.1.3 Na transposição preparada, a tropa atacante é obrigada a uma


parada para a concentração das forças e dos meios de travessia necessários,
caracterizando perda de impulsão. Esse tipo de transposição é realizada
somente pelas DE, tendo em vista a necessidade de concentração de meios
aéreos, de artilharia, de engenharia etc. Em cursos de água obstáculo de
grande vulto realiza-se somente transposição preparada.

4-157
EB70-MC-10.XXX

4.6.8.2 Considerações sobre o planejamento

4.6.8.2.1 A Bda Inf Mec, ao planejar uma transposição de curso de água,


durante operações ofensivas ou nas operações de segurança, deve prever o
emprego de suas peças de manobra na execução das seguintes tarefas, de
forma a aumentar a rapidez da operação e contribuir para o êxito dela:
a) reconhecimento dos eixos que conduzem ao curso de água e aos locais de
travessia;
b) conquista de pontes e meios descontínuos de travessia intactos;
c) conquista dos locais de travessia;
d) conquista e manutenção de objetivos que dominem os locais de travessia;
e) realização de ações de dissimulação; e
f) contra-ataques para neutralizar penetrações do inimigo na cabeça de ponte,
caso tenha sido estabelecida.

4.6.8.2.2 No aproveitamento do êxito, o planejamento para a transposição de


um curso de água obstáculo pela Bda Inf Mec deve prever:
a) o avanço da tropa, sem paradas ou concentrações de valor significativo em
ambas as margens;
b) prioridade para a conquista de regiões de passagens; e
c) a aproximação do curso de água deve ser feita com a máxima velocidade e
em larga frente, buscando a surpresa.

4.6.8.2.3 O planejamento da Bda Inf Mec para a transposição de curso de água


obstáculo, durante a execução de um movimento retrógrado, requer
planejamento tão detalhado quanto possível e controle centralizado.
Dependendo das ações do inimigo, a existência de uma força de segurança na
segunda margem pode tornar-se imprescindível para o sucesso da
transposição pela tropa que realiza o movimento retrógrado. Na oportunidade
em que os últimos elementos rompem o contato com o inimigo e executam a
transposição, cresce de importância o apoio de fogo.

4.6.8.2.4 No planejamento da transposição de cursos de água obstáculo, em


todos os tipos de operações, a Bda Inf Mec deve priorizar a obtenção da
surpresa e o aproveitamento de todas as oportunidades para atacar e
conquistar pontes intactas. Na conquista de uma ponte intacta, a brigada deve
empregar seus meios de apoio de fogo para a neutralização dos meios de
defesa do inimigo. As vantagens obtidas pela captura de uma ponte devem
ser exploradas. Medidas de dissimulação podem ser realizadas, a fim de iludir
o inimigo quanto ao principal local de travessia.

4.6.8.2.5 Quando não for possível conquistar pontes intactas, a Bda Inf Mec
busca realizar transposição imediata em larga frente, tirando proveito das
características anfíbias das viaturas orgânicas mecanizadas. Caso seja

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apoiada por CC, estes podem apoiar pelo fogo a transposição dos primeiros
elementos, até que sejam criadas as condições para sua própria transposição.

4.6.8.2.6 Para informações detalhadas acerca do planejamento das operações


de transposição de cursos de água, consultar o Manual de Campanha C 31-
60 Operações de Transposição de Cursos de Água (2ª Ed, 1996) e o Manual
de Campanha EB70- MC-10.237 A Engenharia nas Operações, 1ª Edição,
2018.

4.6.9 OPERAÇÃO CONTRA DESEMBARQUE ANFÍBIO

4.6.9.1 A Bda Inf Mec pode realizar uma operação contra desembarque anfíbio
(Op C Dbq Anf), utilizando das mesmas técnicas, táticas e procedimentos de
uma defesa de área. É uma operação eminentemente conjunta, executada por
forças destinadas à defesa do litoral contra ações de desembarque anfíbio
inimigo.

4.6.9.2 Para se contrapor a um desembarque anfíbio inimigo, a Bda Inf Mec


deve utilizar de força capacitada a impedir a abordagem da praia, limitar a
cabeça de praia e repelir os invasores.

4.6.9.3 A Bda Inf Mec, ao realizar Op C Dbq Anf, além da mobilidade que lhe é
peculiar, deve atuar com:
a) poder de combate suficiente para se contrapor ao invasor;
b) forte apoio de fogo; e
c) flexibilidade que lhe permita ajustar-se continuamente à situação.

4.6.9.4 Como toda operação defensiva, a Op C Dbq Anf deve ser encarada
como transitória. O espírito ofensivo constitui a base para o seu sucesso,
através da previsão e da larga utilização das ações dinâmicas.

4.6.9.5 Para informações detalhadas acerca do planejamento das operações


contra desembarque anfíbio, consultar o Manual de Campanha IP 31-10
Operações Contra Desembarque Anfíbio (2ª Ed, 1998).

4.6.10 OPERAÇÃO DE ABERTURA DE BRECHA

4.6.10.1 A operação de abertura de brecha consiste na preparação e execução


de uma passagem ou caminho que se abre através dos obstáculos inimigos
para permitir a progressão de pessoal ou tropas.

4.6.10.2 Durante as ações ofensivas, é normal e esperado que as tropas


encontrem obstáculos ou barreiras batidos pelos fogos do inimigo. Da mesma
forma, é esperado que, quanto maior a concentração de meios para a ação
ofensiva, maior a quantidade de obstáculos lançados pelo inimigo em sua
defesa. Assim, a operação de abertura de brecha, normalmente, apresenta as

4-159
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seguintes condicionantes:
a) necessidade de grande quantidade de equipamento peculiar e de pessoal
especializado;
b) superioridade aérea, nos momentos e locais escolhidos para a abertura de
passagens; e
c) maciça superioridade de poder de combate, particularmente, no que se
refere ao apoio de fogo e engenharia.

4.6.10.3 Devido a essas condicionantes, a Bda Inf Mec pode executar, em


conjunto com outras tropas, uma operação de abertura de brecha. Porém, por
suas características operacionais e de emprego, não é a tropa adequada para
esse fim. De qualquer forma, os conceitos aplicados para essa operação são
válidos para quaisquer transposições de obstáculos, seja quando se busca o
contato com o inimigo, seja em perseguição e aproveitamento do êxito.

4.6.10.4 A sequência de trabalhos de uma operação de abertura de brecha é


muito similar à sequência das operações de transposição de cursos de água.
Na verdade, é muito comum que ambas operações aconteçam em
conjunto, tendo em vista os cursos de água serem obstáculos naturais
facilmente agravados. Isso aumenta a importância dos trabalhos de
transposição, executados pela Engenharia divisionária, liberando a Engenharia
das brigadas para os trabalhos de limpeza e balizamento dos obstáculos
subsequentes.

4.6.10.5 A sequência de trabalhos inclui, normalmente: a abertura de trilhas


para passagem de tropa a pé, visando à neutralização dos fogos diretos do
inimigo e à abertura de brechas, para passagem das viaturas blindadas e
consolidação do objetivo. Durante essas fases, as cortinas de fumaça devem
ser amplamente empregadas, visando a não permitir a observação direta sobre
os trabalhos de engenharia e os locais de passagem.

4.6.10.6 Para abertura das trilhas, normalmente, são usados detectores de


metais e ferramentas de sapa, que mantém o sigilo da operação, porém
demandam tempo. Ou, ainda, podem ser usados dispositivos explosivos,
prontos ou improvisados, que denunciam a posição das trilhas, mas produzem
efeitos imediatos, além de causar impacto psicológico na tropa inimiga.

4.6.10.7 Para a abertura de brechas, normalmente, são usados implementos


(lâmina, arado, rolo, correntes, entre outros) das viaturas blindadas especiais
de engenharia ou dos carros de combate, trabalhos de sapa ou equipamentos
de aberturas de brecha com fitas explosivas, lançados por veículos
específicos. Tendo em vista que as brechas, normalmente, constituem uma
segunda fase da operação, deve-se avaliar a validade do uso de cada meio,
considerando-se a disponibilidade e a possibilidade de cobertura.

4-160
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4.6.10.8 Para informações detalhadas acerca de abertura de brecha, consultar


o Manual de Campanha EB70-MC-10.237 - A Engenharia nas Operações (1ª
Ed, 2018) e o Manual de Campanha EB70-MC-10.224 - Artilharia de
Campanha nas Operações (1ª Ed, 2019).

4.6.11 OPERAÇÃO EM AMBIENTE URBANO

4.6.11.1 Considerações Gerais

4.6.11.1.1 A Operação em Ambiente Urbano (Op Ambi Urb) é aquela realizada


com o propósito de obter e manter o controle de parte ou de toda uma área
urbana ou para negá- la ao inimigo.

4.6.11.1.2 O Manual de Fundamentos EB20-MF-03.109 - Glossário de Termos


e Expressões para Uso no Exército (5ª Ed, 2018) define área edificada como
sendo áreas geográficas em que estão inseridos elementos distintos que se
inter-relacionam de forma intensa, tais como: população, infraestruturas,
terreno, meios de comunicação de massa. Da mesma forma, define ambiente
urbano como o conjunto das condicionantes físicas, sociais e humanas em um
espaço ocupado por uma cidade, caracterizado pela edificação contínua e pela
existência de infraestrutura urbana, que compreende o conjunto de serviços
públicos que possibilitam a vida da população.

4.6.11.1.3 O ambiente operacional urbano (Ambi Op Urb) possui


peculiaridades que influenciam decisivamente nas táticas a serem
empregadas, na logística e nas condições físicas e psicológicas da tropa.

4.6.11.1.4 A Inteligência e as Considerações Civis avultam de significado nas


Op Ambi Urb, pela influência que poderão causar no decorrer das ações. A
busca de dados sobre o inimigo, o terreno e as edificações, não só auxilia o
planejamento das ações, como também colabora para a minimização dos
danos colaterais que possam ser causados à população. As atividades de
comunicação social com ações de operações psicológicas, desencadeadas
antes, durante e depois do combate, também colaboram para a minimização
desses danos colaterais e, ainda, orientam os não combatentes envolvidos no
conflito como devem proceder durante o período de crise, angariando destes,
no mínimo, a neutralidade.

4.6.11.1.5 Quanto ao aspecto físico, as áreas urbanas revestem-se de


características peculiares, que fazem delas um ambiente operacional
totalmente diferenciado. As áreas edificadas, contendo estruturas resistentes
de alvenaria, de concreto armado e aço, modificadas para fins defensivos,
assemelham-se a posições defensivas fortificadas, sendo que, se reduzidas a
escombros mantêm seu valor defensivo e, ainda, dificultam o emprego de
tropas motorizadas, mecanizadas ou blindadas.

4-161
EB70-MC-10.XXX

4.6.11.1.6 As características multidimensionais do terreno influenciam o


desenvolvimento das operações. Os comandantes devem se preocupar não
apenas com a superfície e o espaço aéreo. Em ambiente urbano, é preciso
incluir as áreas sobre a superfície e o espaço subterrâneo. Embora separadas
no espaço físico, cada área pode ser usada como uma via de acesso ou
corredor de mobilidade, linha de comunicações ou área de engajamento (Fig 4-
10).

Fig 4-51 Subdivisão de uma área urbana

4.6.11.1.7 Áreas edificadas caracterizam-se como acidentes capitais,


normalmente, em função do controle de vias de transporte e passagem sobre
rios obstáculos, de domínio de vias fluviais navegáveis, da existência de porto
ou aeroporto, da existência de parque industrial e tecnológico, entre outros.

4.6.11.1.8 Por se desenvolver em terreno humanizado, destaca-se a


importância do estudo dedicado às considerações civis, durante o
planejamento e a condução das operações, o que será mais detalhado adiante.

4.6.11.1.9 As áreas edificadas e a população conferem às operações de


combate em ambiente urbano as seguintes características principais:
a) canalização do movimento;
b) dificuldade de prover apoio mútuo;
c) ações táticas descentralizadas e executadas por pequenas frações, mas
que, na visão de conjunto, requerem um grande efetivo;
d) predomínio do combate aproximado;
e) dificuldade de localizar e identificar o inimigo;
f) preocupação com efeitos colaterais;
g) menor velocidade nas operações, o que consome mais tempo em sua
execução;
h) observação e campos de tiro reduzidos, sendo que o terreno modifica o
efeito de armas e munições;

4-162
EB70-MC-10.XXX

i) maior necessidade de segurança em todas as direções;


j) importância do apoio da população;
k) dificuldade de comando e controle;
l) redução das vantagens de uma força tecnologicamente superior, nas
cidades;
m) normalmente, maior número de baixas civis e militares;
n) emprego de regras de engajamento mais restritivas;
o) maiores e diferentes necessidades de apoio logístico na área urbana; e
p) normalmente, a área urbana proporciona vantagens para defensores,
insurgentes e terroristas.

4.6.11.1.10 As infraestruturas críticas (água, energia elétrica, saúde,


combustíveis, alimentação, comunicações, entre outras) são objetivos
importantes e, sempre que possível, devem estar sob controle e proteção das
forças da Bda Inf Mec.

Fig 4-52 Infraestrutura urbana.

4.6.11.2 Aspectos Humanos Relacionados ao Ambiente Urbano

4.6.11.2.1 Os aspectos humanos no ambiente operacional urbano são de tal


maneira importantes que as “considerações civis” passaram a se constituir em
um dos fatores de decisão.

4.6.11.2.2 Embora complexa, a compreensão dos aspectos humano é de


grande importância para o sucesso de operações urbanas, pois neste
ambiente operacional a força terrestre irá operar em estreita proximidade com
2
uma alta densidade de civis por km . A presença da população, suas atitudes,
ações, comunicações com a mídia e suas necessidades podem afetar
decisivamente as operações militares.

4.6.11.2.3 O planejador militar deve compreender a população de uma área


urbana. Esta tarefa envolve vários aspectos, destacando-se, como críticos para
o sucesso operacional, o conhecimento de que grupos vivem em determinada
área urbana, quais as relações existentes entre eles e como cada grupo
populacional irá responder às ações das forças amigas e inimigas. A

4-163
EB70-MC-10.XXX

compreensão sócio-cultural também é essencial para que o comandante e seu


estado-maior vejam a cidade da mesma forma que seus habitantes. Além de
aspectos demográficos, outras categorias de conhecimento podem ser
levantadas como: saúde, história, lideranças, etnia, cultura, religião, governo e
política.

Fig 4-53 Aspectos-chave da sociedade urbana

4.6.11.2.4 Para influenciar ou controlar o comportamento da população, deve-


se primeiro buscar entender a natureza da complexa sociedade na qual a ação
militar será desencadeada. Com esta consciência, os comandantes, em todos
os níveis, devem buscar desenvolver as seguintes ações:
a) coordenar e planejar operações;
b) implementar programas eficazes de controle da população; e
c) tomar decisões imediatas e necessárias para manter o apoio da população,
neutralizar ou obter o apoio de facções hostis ou neutras, ou, ainda, fazer
qualquer combinação destas atividades para alcançar efeitos precisos e
cumprir a missão.

Figura 4-54 Aspectos-chave dos grupos sociais

4.6.11.3 Fundamentos

4.6.11.3.1 Desempenho focado no apoio da população.

4-164
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a) As operações militares têm sido cada vez mais impactadas pelo efeito
causado pelas informações sobre a opinião pública nacional e internacional,
particularmente quando essas operações ocorrem em ambiente urbano. A
tecnologia no campo das comunicações, amplamente disponível a todos, a
baixo custo, tem permitido a difusão de um imenso volume de informações,
praticamente de forma instantânea, em escala global.
b) A proliferação de telefones celulares, as mídias sociais, a capacidade da
internet e a exposição trazida pela imprensa determinam uma observação
cerrada sobre as atividades militares. Como as fontes de informação produzem
rápida difusão, a Comunicação Social deverá ser capaz de avaliar mais
rapidamente as informações, tudo em sincronia e coordenação com sistema de
inteligência militar. As forças militares deverão ser rigorosas na integração das
operações de inteligência em cada nível, prevenindo-se contra os impactos
negativos.

4.6.11.3.2 Combate Aproximado


a) As estatísticas apontam que, no contexto de uma operação urbana, apenas
5% dos alvos que se apresentam surgem além de 100 metros de distância e
90% encontram-se a uma distância de 50 metros ou menos. As forças
oponentes, em média, são engajadas na faixa dos 35 metros. Além disso,
normalmente, os alvos se apresentam por poucos segundos e frequentemente
apenas pequena parte do alvo fica exposto.
b) Embora o combate aproximado seja inerente às operações militares
conduzidas em ambiente urbano, particularmente nas de caráter ofensivo e
defensivo, ele deve ser destinado à obtenção de resultados decisivos e,
quando possível evitado, a fim de minimizar o desgaste da tropa, diminuir o
número de baixas e os danos colaterais.

4.6.11.3.3 Evitar o atrito


a) O atrito pode resultar em danos colaterais significativos, operação longa,
incompatibilidade com a situação política e com os objetivos estratégicos. As
forças oponentes que defendem as áreas urbanas querem que as atacantes
adotem essa abordagem, por causa do uso intensivo de recursos.
b) Os comandantes devem considerar essa abordagem para o combate
urbano apenas como uma exceção justificada por circunstâncias únicas.

4.6.11.3.4 Controlar o essencial


a) Muitas áreas urbanas são grandes demais para serem completamente
ocupadas ou efetivamente controladas por uma força militar. As forças militares
devem objetivar somente o necessário para o cumprimento da missão. No
mínimo, isso requer o controle de pontos chaves do terreno (acidentes capitais)
cuja posse ou controle proporciona uma vantagem marcante para um dos
lados.
b) No ambiente urbano, os comandantes determinam os acidentes capitais
analisando-se as funções política, econômica ou significância social daqueles
pontos.

4-165
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4.6.11.3.5 Minimizar os danos colaterais


a) As forças devem utilizar a precisão dos fogos, operações de inteligência e,
quando possível, sistemas táticos menos letais para diminuir os danos
colaterais no cumprimento da missão.
b) Devem ser desenvolvidas regras de engajamento próprias para cada
combate urbano e prover a necessária restrição ao uso do poder de fogo. As
operações de inteligência e sistemas de armas menos letais podem compensar
estas restrições.
c) Deve-se observar, continuamente, os efeitos do poder de fogo a curto e em
longo prazo na população, infraestrutura, missões subsequentes e objetivos
táticos.

4.6.11.3.6 Separar não combatentes de combatentes


a) A separação dos não-combatentes e combatentes torna a operação mais
eficiente e diminui algumas das vantagens assimétricas da ameaça.
b) Essa separação também pode reduzir as restrições sobre o uso do poder de
fogo, melhorar a proteção da força e tirar a ameaça da base de apoio popular.

4.6.11.3.7 Restaurar os serviços essenciais - O planejamento das operações


em ambiente urbano deve contemplar o restabelecimento dos serviços
essenciais, que podem deixar de funcionar antes ou durante uma operação. Os
serviços essenciais incluem energia, alimentos, água, saneamento, cuidados
médicos e aplicação da lei. Normalmente, o trabalho interagências é uma
forma eficaz para a condução de tal tarefa.

4.6.11.3.8 Preservar as infraestruturas críticas


a) Os comandantes devem analisar a área urbana para identificar
infraestruturas críticas. Eles devem procurar preservar os elementos essenciais
para sustentação do pós-combate.
b) Mais do que evitar provocar danos colaterais, as forças podem iniciar ações
para prevenir o oponente ou um grupo hostil civil quanto à remoção ou
destruição de infraestruturas críticas, que podem incluir patrimônios culturais,
tais como locais religiosos e históricos.

4.6.11.3.9 Entender a dimensão humana e conhecer a população - Deve-se


considerar e gerenciar cuidadosamente as percepções, as tradições e os
valores morais dos civis. Suas avaliações sobre o ambiente necessitam
identificar as atitudes das pessoas perante as forças militares. As diretrizes
para os militares subordinados - incluindo regras de engajamento, proteção,
operações logísticas e tratamento com o inimigo - são baseadas nessa
avaliação.

4.6.11.3.10 Controlar a transição - Devido às suas características, como os


impactos causados sobre a população civil e o intenso consumo de recursos,

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as operações em ambiente urbano devem ser planejadas para terminarem o


mais rápido possível, mas de forma coerente com o cumprimento da missão
bem sucedida. Em termos gerais, o estado final desejado é a transferência do
controle da área urbana para outra agência ou para o controle civil legítimo.

4.6.11.4 A Bda Inf Mec no Ataque em Ambiente Urbano

4.6.11.4.1 Considerações Gerais


a) No ambiente urbano, as capacidades do atacante, em termos de material,
pessoal, pleno conhecimento da área de operações etc, são reduzidas. Tal
situação, normalmente, gera vantagens ao defensor.
b) O sucesso das operações ofensivas em área urbana depende da
combinação da doutrina ofensiva convencional com o perfeito entendimento
deste ambiente peculiar (terreno, sociedade e infraestrutura).
c) A Bda Inf Mec pode ter de combater em áreas urbanas, particularmente,
para:
- destruir as forças inimigas;
- eliminar ameaças ao governo e à população locais;
- conquistar áreas da localidade que sejam importantes para as operações
em curso;
- privar as forças oponentes de recursos essenciais que podem ser obtidos
nas cidades; e
- manter abertas as vias de comunicações terrestres críticas.
d) Quando possível, as áreas urbanas devem ser desbordadas e isoladas.
e) No ataque a uma área urbana, a Bda Inf Mec, caso seja reforçada com CC,
deverá priorizar o emprego das FT SU Mec e CC, no investimento e na
progressão no interior da área edificada, na zona de ação mais importante ou
onde o inimigo provavelmente emprega seus blindados, em função da maior
maneabilidade e proteção blindada de suas viaturas blindadas sobre lagarta.
f) Normalmente, nas operações de grande envergadura, a Bda Inf Mec
executa, em ambiente urbano, ataques coordenados, que é dividido em três
etapas: o isolamento da localidade, a conquista de uma área de apoio em sua
periferia e a progressão no interior da localidade.
g) O isolamento é feito mediante a conquista de regiões que dominem as vias
de acesso à localidade e que possibilitem o apoio, particularmente de fogo, ao
investimento e progressão em seu interior. Seu principal objetivo é impedir que
inimigo receba reforços ou seja ressuprido.
h) A conquista de uma área de apoio na periferia da localidade consiste na
captura de prédios em sua orla anterior ou acidentes capitais, a fim de eliminar
ou reduzir a observação terrestre e o tiro direto do defensor, permitindo ao
atacante o deslocamento de suas armas de apoio e reservas.
i) A terceira etapa consiste na progressão no interior da localidade, que poderá
adotar três métodos de progressão:
- o seletivo: conduzido, se a situação permitir, por intermédio de uma rápida
penetração para conquistar regiões chave da posição defensiva inimiga para,
em seguida, executar a limpeza dos pontos fortes.

4-167
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- sistemático: será uma abordagem casa por casa, prédio por prédio,
quarteirão por quarteirão, através da área edificada. Nesse caso, é
imprescindível que todos os prédios sejam completamente vasculhados, para
que a progressão possa continuar sem focos de resistência à retaguarda.
- misto: em função do dispositivo inimigo, em alguns setores, poder-se-á
exigir uma abordagem seletiva e em outros uma abordagem sistemática.

4.6.11.4.2 Emprego dos blindados


a) Nas áreas urbanas, quando a Bda Inf Mec receber apoio em CC, esses
carros de combate devem ser empregados na constituição de Forças-Tarefas
(FT) com as peças de manobra orgânicas da Bda Inf Mec. O binômio fuzileiro-
carro possibilita um incremento nas possibilidades dessas tropas e reduz suas
limitações. A tropa de infantaria mecanizada, quando empregadas em áreas
urbanas, deve atuar desembarcada, para que se obtenha maior segurança
nesse tipo de ambiente operacional.
b) As características das VBTP, como relativo poder de fogo, ação de choque,
mobilidade e relativa proteção blindada, auxiliam a ofensiva em uma área
edificada. A precisão do sistema de controle de tiro e a ampliada capacidade
de observação dos blindados oferecem vantagens em relação a outros tipos de
tropa. Entretanto, os campos de tiro restritos, os escombros e entulhos e a
impossibilidade de se impor grandes velocidades dentro das áreas construídas
fazem com que um estudo judicioso dos fatores da decisão seja determinante
no resultado do emprego de blindados, em um ataque nesse tipo de ambiente.
Deve-se levar em conta que a capacidade de concentração e dispersão dos
meios blindados, em determinados pontos da zona de ação, aumenta o poder
relativo de combate no local e no momento decisivos para a manobra.
c) As VBTP, da infantaria mecanizada, por possuírem sistema de controle de
tiro avançado, podem executar tiros com alto grau de precisão, evitando efeitos
colaterais e contribuindo para o cumprimento das regras de engajamento. Os
equipamentos de visão noturna e termal (optrônicos) das viaturas blindadas
são extremamente úteis para busca e localização de alvos, bem como para
vigilância e observação de setores e vias de acesso.
d) Tendo em vista a heterogeneidade do ambiente e dos combates, convém
que no menor escalão os comandantes possam dispor oportunamente dos
meios necessários ao cumprimento da missão. Nesse aspecto, a Bda Inf Mec
pode vir a receber sob controle operacional, ou reforço, equipes de apoio que
multiplicam seu poder de combate.
e) A baixa velocidade de progressão no método sistemático e as ameaças em
todas as direções, dentro de uma área edificada, deixam as viaturas blindadas
muito vulneráveis, durante o avanço casa a casa. Dessa forma, o emprego da
tropa desembarcada, prestando apoio mútuo aos blindados, torna-se
imprescindível nesse tipo de situação.
f) A progressão das VBTP deve ser realizada junto aos fuzileiros e dos
exploradores desembarcados. Nesse deslocamento, o avanço das VBTP deve
ser de quarteirão em quarteirão para que a tropa a pé execute a limpeza das

4-168
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edificações à medida que as VBTP avançam. A distância entre as VBTP e os


fuzileiros (e/ou exploradores) desembarcados não pode ser grande, a ponto do
apoio mútuo ser perdido e as viaturas blindadas serem destruídas por forças
AC inimigas.

Fig 4-55 Observação restrita das VBTP (de acordo com o tipo de armamento
na torre)

g) O apoio dos fuzileiros e dos exploradores na segurança aproximada das


viaturas blindadas visa, também, diminuir a limitação dos blindados quanto à
realização de tiros em andares mais elevados ou nas partes inferiores das
edificações que se encontram mais próximas. A tropa desembarcada tem
melhor capacidade de observação nessas direções e devem proteger as
viaturas blindadas contra os fuzileiros inimigos e suas armas AC.

Fig 4-56 VBTP Can 30mm apoiando a progressão dos Fuz desembarcados

4-169
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h) Em situações onde os fuzileiros desembarcados estejam se deslocando à


frente das VBTP, deve-se priorizar o avanço da tropa a pé por dentro das
edificações, de modo que as ruas fiquem livres para o apoio de fogo dos carros
de combate e/ou das VBTP dotadas de armamento na torre. Nesse caso, deve
haver uma coordenação cerrada entre essas tropas para que o avanço no
interior das edificações seja acompanhado pelas VBTP na rua. O
direcionamento dos fogos das VBTP, caso existam fuzileiros progredindo na
sua frente, será nos andares mais altos das edificações à frente da tropa,
proporcionando relativa segurança para a tropa desembarcada realizar o
assalto dessas posições.
i) Dentro de áreas edificadas (construídas) as ações de combate serão, muitas
vezes, abaixo do escalão SU. Deve-se ter em mente que a obrigatoriedade de
se cumprir diferentes missões na zona de ação, com inimigos fortemente
equipados, pode acarretar na necessidade de se constituir FT (quando
apoiado por CC), inclusive no nível pelotão.
j) Nas áreas abertas existentes na área urbana, deve haver coordenação para
garantir-se o apoio mútuo entre a tropa desembarcada e os carros de combate,
se em apoio. O emprego de fumígenos nessas áreas deve ser executado para
que os deslocamentos sejam cobertos da visada do inimigo.
k) A logística para o emprego de blindados em área urbana deve estar mais
cerrada aos elementos de manobra. Em situações onde o blindado venha a
ser imobilizado, deve-se ter a capacidade de retirá-lo rapidamente desse local
com outras viaturas blindadas, para que ele não venha a se constituir em um
alvo estático e seja destruído por equipes de armas anticarro do inimigo.

Fig 4-57 Apoio dos fuzileiros blindados às VBTP

l) Para mais detalhes sobre o emprego de blindados no ataque a uma área


edificada, consultar os Manuais de Campanha EB70-MC-10.303 - Operações

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EB70-MC-10.XXX

em Áreas Edificadas (1ª Ed, 2018); C 17- 20 - Forças-Tarefas Blindadas (3ª


Ed, 2002); e o Caderno de Instrução EB70-CI-11.434 - Técnicas, Táticas e
Procedimentos para Operações em Ambientes Urbanos (Ed Experimental,
2020).

4.6.11.4.3 Planejamento e Execução

a) Considerações Gerais
(1) A Bda Inf Mec ataca uma área urbana empregando, com seus meios, uma
força de isolamento e uma força de investimento.
(2) No caso de vir a enquadrar o ataque de um escalão superior, poderá vir a
compor, com seus meios, somente a força de isolamento ou somente a força
de investimento.
(3) A força de isolamento conquista as regiões que cortam as vias de entrada e
saída, bloqueando a área urbana e as que permitem apoiar o investimento.
Essa força tem como missão destruir as forças inimigas que tentem entrar ou
sair da localidade, bem como apoiar a força de investimento.
(4) A força de investimento constitui-se, basicamente, de fuzileiros (e
exploradores), podendo ser reforçados por CC/VBTP GUARANI. É a força que
progride no interior da área edificada. Os objetivos no interior da área edificada
são selecionados para dividir a defesa inimiga.

b) Análise dos fatores da decisão


(1) Missão
(a) As operações ofensivas em ambiente urbano caracterizam-se, inicialmente,
pelo isolamento da área urbana e, em sequência, o investimento. Nem sempre
o objetivo da operação será a destruição do inimigo. Por vezes, o controle de
regiões-chave pode determinar o sucesso da operação e a neutralização das
forças inimigas.
(b) As dimensões da área urbana restringem a amplitude das ações táticas. No
ataque a povoações e vilas, por exemplo, o objetivo do ataque poderá ser a
própria localidade. De outro lado, no ataque a grandes cidades, os objetivos,
em função da restrição de meios, serão regiões estratégicas no seu interior,
como estações ferroviárias, edifícios públicos, de administração civil e
instalações militares.
(c) O estudo da missão auxilia o estado-maior a definir se o isolamento a ser
adotado será em todo o entorno da localidade ou se será, inicialmente, deixada
uma via aberta para a saída da população e, mesmo, fuga do elementos das
forças oponentes. Ademais, permite avaliar se as ações a serem conduzidas
devem usar o método de progressão sistemático, seletivo ou misto.
(d) Para apoiar esta decisão, convêm os seguintes questionamentos
relacionados ao cumprimento da missão:
- É necessária a limpeza de todas as construções?
- A limpeza de certos quarteirões é suficiente?
- O controle de certas áreas garante a neutralização das forças inimigas?
- Os riscos assumidos em termos de segurança e efeitos colaterais são

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aceitáveis?

(2) Forças Oponentes - As considerações relativas ao dispositivo, à


composição, ao valor, às atividades importantes recentes e atuais e às
peculiaridades e deficiências das forças adversas devem ser interligadas ao
estudo da infraestrutura e da sociedade urbana, para permitir a formulação das
linhas de ação das forças adversas, bem como identificar o seu centro de
gravidade.

Fig 4-58 Ambiente Urbano

(3) Terreno
(a) O estudo do terreno para as operações em ambiente urbano requer um
estudo peculiar para identificar a sua influência sobre a observação e campos
de tiro, as cobertas e abrigos, os obstáculos, os acidentes capitais e as vias de
acesso.
(b) O combate deve ser conduzido explorando o uso das três dimensões de
uma área urbana: a rua, os subterrâneos e o nível superior dos edifícios.

(4) Meios
(a) É necessário considerar eventual apoio a ser prestado por outras forças
singulares, tais como os apoios aéreo e naval, este último, quando possível.
(b) Além disso, as peculiaridades do ambiente urbano e as linhas de ação do
inimigo devem ser levadas em consideração. Por exemplo, poderá ser
necessário empregar armas AC para abrir brechas nas paredes das
instalações que devem ser revistadas, tendo em vista a colocação de
armadilhas nas aberturas por parte do inimigo.
(c) Os veículos blindados sobre rodas têm dificuldades em progredir nas vias
em que há escombros e obstáculos, enquanto os sobre lagartas conseguem
superar estes obstáculos com maior facilidade.
(d) Também, as características técnicas de muitos armamentos restringem seu
emprego por limitações de ângulo de tiro e, mesmo, letalidade da munição.
(e) As restrições impostas pelo ambiente urbano, quando integradas às
possibilidades e limitações dos equipamentos e armamentos, indicam a
necessidade de que, em todos os níveis, os diversos sistemas sejam
combinados. Assim, é aconselhável a formação de forças-tarefa nível
subunidade e unidade dispondo de meios oriundos de todas as funções de

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combate.
(f) Dessa forma, no caso da brigada vir a ser reforçada com outros meios,
dentre eles CC, a organização dos meios da Bda Inf Mec deve ser constituída
com tropas de infantaria, atiradores de elite, carros de combate, pelotões de
morteiros, pelotões de engenharia com equipamento leve e pesado,
destacamentos dos diversos sistemas logísticos, ARP nível tático,
equipamentos de comando e controle e apoio aéreo. Trata-se de verdadeiros
grupamentos táticos interarmas com autonomia suficiente para atuar de forma
descentralizada no interior da localidade.

(5) Tempo
(a) O fator tempo é composto por atributos como: oportunidade, sequência,
ritmo e duração.
(b) A oportunidade está mais relacionada ao desencadeamento das ações.
Muitas vezes, entretanto, em se tratando de ambiente urbano a situação e a
ausência de informações detalhadas sobre a área de operações e o inimigo
podem indicar a necessidade de um atraso no início da operação, tendo em
vista a necessidade crescente de localizar o inimigo, fixá-lo e atacá-lo nos
planos físico e moral.
(c) Além disso, em determinadas situações, a resistência inimiga e a previsão
de efeitos colaterais amplos podem exigir que o atacante induza a população
local a abandonar a cidade para que obtenha maior liberdade de ação. A
evacuação da população requer tempo e coordenação, podendo atrasar
significativamente o início da ofensiva.
(d) Uma vez iniciada a operação ofensiva, normalmente com o isolamento da
localidade, as demais etapas são desencadeadas de forma sequenciada,
buscando, no mais curto prazo, derrotar o inimigo e retornar a uma situação de
normalidade. Portanto, em virtude das repercussões políticas e dos efeitos
sobre a opinião pública, o ataque a uma localidade pode exigir um tempo de
preparação dilatado para garantir uma execução rápida e precisa, diminuindo
os efeitos colaterais sobre as infraestruturas e, principalmente, sobre a
população urbana.
(e) O ataque que adota o método de progressão sistemático, normalmente é
bastante demorado. Dependendo das dimensões e da densidade da
população, serão necessárias mais de uma jornada para a operação. Ainda
que a tropa disponha de óculos de visão noturna, convém que ao final do dia,
antes do anoitecer, o avanço cesse e as tropas se estabeleçam
defensivamente, lançando postos de vigilância. Qualquer deslocamento
noturno, mesmo patrulhas em vias, não é indicado em um ambiente urbano
com atuação do inimigo e que não foi ocupado pelas forças amigas.

(6) Considerações civis


(a) A vitória militar pode se tornar uma grande derrota política em virtude dos
efeitos colaterais produzidos sobre a população urbana pelas operações.
(b) A avaliação destes efeitos, bem como a minimização deles, requer a
perfeita compreensão da sociedade que ocupa a área urbana alvo das ações

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militares. É um estudo complexo realizado por especialistas e, conforme


descrito no fator inimigo, deve fazer parte de um detalhado estudo de
inteligência.

c) Fases do ataque a uma área urbana


(1) O ataque a uma área edificada realiza-se em três fases: isolamento da área
edificada, conquista de uma área de apoio na periferia da área edificada e
progressão no interior dessa área.
(2) A primeira fase (isolamento da área urbana) destina-se a isolar a área
edificada pela posse dos acidentes capitais que a dominam. O atacante ocupa
posições fora da área edificada, de onde possa fornecer apoio de fogo à
entrada dessa área e à progressão através dela.

Fig 4-59 Conquista dos objetivos de isolamento com apoio de CC

(3) A segunda fase (conquista de uma área de apoio na periferia da área


urbana) consiste na progressão das forças do escalão de ataque para a área
edificada e a conquista de prédios ou áreas de apoio na orla anterior da área
edificada, para eliminar ou reduzir a observação terrestre e o tiro direto do
defensor sobre as vias de acesso. As cobertas e abrigos oferecidos por esses
prédios, conquistados na periferia da cidade (área de apoio), permitem ao
atacante descentralizar o controle e deslocar para a frente as armas de apoio e
as reservas.

(4) A terceira fase (progressão no interior da área urbana) consiste na


progressão da tropa ao longo de sua Z Aç, no interior da área edificada. Ela
pode ser feita por um investimento sistemático, seletivo ou misto.

d) Tipos de Investimento da Área Urbana


(1) Investimento sistemático
(a) Ocorre quando é empregada a forma de manobra tática: ataque frontal.
(b) Tradicionalmente, esse método preconiza a realização de uma limpeza em

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toda a zona de ação.


(c) Atualmente, realizada por Forças-Tarefas blindadas e mecanizadas, a
limpeza não necessariamente precisa ser executada casa a casa.
(d) O atacante pode progredir de forma sistemática e organizada, revistando
somente as casas e prédios identificados previamente pela inteligência como
suspeitos de estarem sendo utilizados pelo inimigo.

Fig 4-60 Método sistemático Bda Inf Mec Ref (Obj no interior e orla posterior da
localidade)

(2) O investimento seletivo


(a) Difere da progressão sistemática, pois tem como foco a manobra, em vez
de conquistar e manter o terreno. Difere, ainda, nos tipos de manobras táticas
utilizadas: enquanto o sistemático vale-se do ataque frontal, o seletivo utiliza a
infiltração, a penetração, o desbordamento e o envolvimento.
(b) O centro de gravidade do inimigo deve ser localizado e atacado, por meio
de incursões em profundidade, no interior da cidade, empregando o escalão de
ataque embarcado, por eixos de progressão, somente desembarcando quando
necessário.
(c) A limpeza das áreas ultrapassadas é realizada pela reserva.

Figura 4-61 Método seletivo executado por uma Bda Inf Mec Ref

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(3) O investimento misto


(a) É a combinação dos outros dois tipos e pode ser utilizado quando a força
atacante realiza os dois tipos ao mesmo tempo ou quando inicia o seu ataque
com um tipo e, posteriormente, surge a necessidade de passar para o outro.
(b) É sempre desejável evitar a frente onde o inimigo possui maior poder de
combate.
(c) No combate em ambiente urbano, permanece a necessidade de selecionar
um esforço principal e esforços secundários.

(4) Alteração no tipo de investimento, durante a progressão


(a) A Bda Inf Mec pode iniciar seu ataque realizando um tipo de investimento e
ter que alterar para o outro, ou conduzir um investimento sistemático, para fixar
a frente principal do inimigo, possibilitando um investimento seletivo na frente
mais fraca, com a finalidade de conquistar objetivos importantes, no interior da
localidade.
(b) Uma manobra em que o inimigo escolha empregar maior quantidade de
tropa em um quarteirão, em detrimento de outros, dentro da mesma área, pode
exigir da força atacante a execução de um investimento misto.
(c) Na porção considerada mais importante pelo inimigo, que se encontra
fortemente defendida, o atacante pode realizar a progressão sistemática; e na
porção considerada menos importante, utilizar o investimento seletivo.

e) Medidas de Coordenação e Controle.


(1) Quando a Bda Inf Mec constituir ou integrar o elemento encarregado
apenas do investimento da localidade, enquanto outros elementos a
desbordam ou isolam, recebe objetivos definidos e limitados no interior dessa
área. Quando, entretanto, a área edificada estiver contida por inteiro na sua
zona de ação, ela pode constituir o objetivo de uma das unidades, enquanto
outros elementos a isolam.
(2) Caso seja necessário empregar mais de uma unidade para a conquista da
área edificada, a Bda Inf Mec deve marcar objetivos de U em seu interior.
(3) Quanto à sua posição relativa, os objetivos marcados aos elementos
subordinados podem estar situados fora da área edificada, em acidentes
capitais dominantes das vias de acesso, para os elementos encarregados de
isolá-la; ou nas orlas anterior e posterior da área e, às vezes, entre ambas as
orlas, para os elementos encarregados da limpeza da área edificada.

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Figura 4-62 Objetivos na orla anterior da localidade

(4) No interior da área edificada podem ser designados como objetivos:


instalações de utilidade pública, tais como estações de estrada de ferro, usinas
de energia elétrica, estações elevatórias ou de captação e tratamento de água,
postos telefônicos, portos, aeródromos, pontes etc; instalações militares, como
quartéis, fortificações etc; edifícios da administração pública; pontos
dominantes; e edificações de importância para o cumprimento da missão da
unidade.
(5) A forma geométrica da maioria das áreas edificadas facilita a designação
de objetivos. O objetivo da orla anterior permite ao atacante reajustar seu
dispositivo, cerrar à frente as armas de apoio e descentralizar o controle, tendo
em vista a progressão no interior dessa área. O objetivo da orla posterior,
caracterizando a ultimação da limpeza da área edificada, possibilita, se for o
caso, o reajustamento e os reconhecimentos para o desembocar dessa área,
no prosseguimento das operações. Os objetivos entre as orlas anterior e
posterior atendem às necessidades de coordenação, limpeza e segurança.
(6) Em virtude da extrema compartimentação da área edificada e das
consequentes dificuldades de observação e de ligação, o controle tende a
descentralizar-se até os menores escalões de comando, como o pelotão e
mesmo os grupo de combate ou de exploradores, transformando-se o combate
em uma série de pequenas ações independentes.
(7) Os BI Mec devem assegurar o controle das operações, marcando linhas de
controle, geralmente em ruas. As linhas de controle dispensam os objetivos
marcados entre as orlas anterior e posterior da área edificada com o propósito
de coordenação. Tais linhas têm papel preponderante no controle do ataque,
particularmente, durante a terceira fase, e serão designadas pelos diversos
comandos até o escalão pelotão, inclusive.

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(8) Nas zonas densamente construídas, os limites passam, normalmente, por


um dos lados da rua, ficando a área da rua incluída na zona de ação de um
único elemento. Nas demais zonas da área edificada, os limites passam por
dentro dos quarteirões, pelos quintais, de sorte que ambos os lados da rua
ficam incluídos na zona de um mesmo elemento.

f) Execução do Ataque a uma Área Urbana


(1) O ataque se desenvolve na sequência das três fases que comporta o seu
planejamento. Não há, quanto à execução, demora prolongada entre a
segunda e terceira fases. Uma vez conquistada a área de apoio e cerrados os
meios à frente, tem início a terceira fase, como natural prosseguimento da
segunda.
(2) Um plano de ataque detalhado pode ser confeccionado com base em
plantas atualizadas da cidade e por intermédio de informações
complementares, fornecidas por desertores e civis que tenham vivido na área
edificada.
(3) As operações em áreas urbanas podem tomar uma característica
dimensional favorável ao atacante. Pode-se, algumas vezes, ultrapassar
quarteirões fortemente defendidos, progredindo por baixo desses, utilizando
redes de esgotos, metrôs ou outras passagens subterrâneas. Outras vezes,
podem ser utilizados os tetos, terraços ou sótãos dos edifícios. O processo a
utilizar varia em cada caso, pois espera-se que o defensor tome as medidas
para bloquear vias de acesso às suas posições.
(4) A conquista da área de apoio processa-se de maneira semelhante ao
ataque a uma posição organizada em qualquer terreno. A fim de neutralizar as
vantagens do defensor quanto à observação, campos de tiros e abrigos, a
progressão para a orla da cidade faz-se sob a proteção de fogos intensos de
metralhadoras, morteiros, carros de combate, artilharia e fogos aéreos, se
disponíveis. Empregam-se fumígenos com frequência, seja para cegar
observatórios, seja para encobrir movimentos em terrenos descobertos.
(5) Após a conquista da área de apoio, na orla, o escalão de ataque deve ser
reorganizado, de sorte a permitir o reajuste do dispositivo, os deslocamentos
das armas de apoio e das reservas para a orla da área edificada. A demora na
área de apoio deve ser reduzida ao estritamente necessário a essa
reorganização.
(6) Durante a progressão no interior da área edificada, as ações se
descentralizam para os comandos subalternos até o escalão pelotão e, muitas
vezes, grupo de combate ou similar. A progressão é lenta e coberta pelo fogo.
Se possível, o escalão de ataque evita progredir pelas ruas, porque estas são
batidas pelos fogos inimigos. Sua progressão é feita através dos quintais ou
dos quarteirões, através dos prédios, por brechas nas paredes ou pelos
telhados. As ruas transversais, mesmo que não tenham sido designadas como
linhas de controle, apresentam, às pequenas unidades, uma ocasião de
reajustamento do dispositivo, antes de prosseguir para a conquista do
quarteirão seguinte. As reservas das U subordinadas devem progredir o mais à

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frente possível para maior segurança do escalão de ataque, não apenas nos
flancos mas, também, à retaguarda, ocupando prédios já conquistados, para
impedir a sua retomada pelo inimigo.
(7) Nas áreas edificadas fortemente defendidas, a limpeza é feita casa a casa,
quarteirão por quarteirão, pelo escalão de ataque, à medida que progride.
(8) Nas áreas edificadas fracamente defendidas, o primeiro escalão progride
rapidamente através da área edificada para conquistar as saídas na orla
posterior. A reserva toma a seu cargo a limpeza da área.
(9) As restrições do combate no interior das áreas edificadas e as dificuldades
de movimento, observação e comunicações tornam maiores as necessidades
de reservas nos escalões inferiores do que nos superiores. Em consequência,
a reserva da Bda Inf Mec é, normalmente, menor que a do combate normal.
Ela deve ter como missões básicas repelir contra-ataques e realizar a limpeza
das resistências desbordadas, podendo, ainda, receber missão de: proteger
um flanco exposto; atuar no flanco, sobre resistência inimiga que detenha uma
unidade do escalão de ataque, beneficiando-se da progressão da unidade mais
avançada; substituir um elemento do escalão de ataque; e corrigir erros de
direção.

g) Emprego do GAC Mec no Apoio ao Ataque da Bda Inf Mec a uma Área
Urbana
(1) Durante o combate em áreas urbanas, a artilharia de campanha pode ser
empregada em apoio geral à sua brigada e/ou em apoio direto aos BI Mec, de
acordo com a análise dos fatores da decisão.
(2) Neste ultimo caso, o emprego da artilharia deve aproveitar ao máximo a
mobilidade do material para atender as necessidades da tropa apoiada.
(3) Ao empregar o GAC Mec em uma área urbana o planejador deve ponderar
ao possíveis efeitos colaterais proveniente do uso dos fogos sobre edificações.
(4) Na 1ª fase do ataque (isolamento), a artilharia de campanha da Bda Inf Mec
apoia com seus fogos a conquista ou a ocupação dos acidentes capitais que
permitem isolar a área e pode executar fogos sobre posições inimigas,
localizadas na orla anterior e que estejam executando alguma ação sobre as
tropas que estão isolando a área urbana.
(5) Na 2ª fase do ataque (conquista da área de apoio), a artilharia pode ser
empregada para manter isolada a área, colocando seus fogos sobre as vias de
acesso que conduzem aos acidentes capitais que dominam a área, nas saídas
da área urbana, para evitar a chegada de reforços ou suprimentos para a
guarnição que defende a cidade, e para destruir os elementos que tentem se
evadir dela.
(6) Na 3ª fase do ataque (progressão no interior da área), podem ser
realizados tiros previstos sobre cruzamentos de ruas ou edifícios destacados.
Todavia, a eficácia do apoio de artilharia decresce sensivelmente em virtude
da precariedade de observação e da proximidade das tropas amigas em
relação aos alvos, podendo ser necessário um recuo da tropa atacante para
que a artilharia atire sobre uma posição obstinadamente defendida. Tal
procedimento é perigoso por permitir que o inimigo reocupe os edifícios que

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foram evacuados. A descentralização da artilharia, chegando até a situação de


reforço, é mais frequente em virtude da necessidade de uma ligação e
coordenação mais efetiva com os elementos de 1º escalão.
(7) Nesse tipo de combate, as medidas de coordenação de fogos devem ser
cuidadosamente planejadas devido à proximidade entre as forças amigas e
inimigas. Ao planejar o apoio direto de uma Bia O aos BI Mec em combate
numa área edificada, o comandante do BI Mec e seu Cmt Bia O, devem atentar
para o terreno dessa área, que fornece maior número de posições cobertas e
abrigadas que um terreno aberto; a limitação que a área edificada impõe a
observação terrestre; a difícil execução da condução e da correção do tiro, pelo
bloqueio das áreas dos alvos pelos edifícios e outras construções; a
dificuldade da aquisição de alvos, em função das muitas posições e itinerários
de deslocamento cobertos e abrigados do inimigo; a dificuldade dos
observadores avançados determinarem os espaços mortos proporcionados
pelas edificações (ângulos mortos); e o emprego eficaz dos tiros tempo para
limpar posições de caçadores nos telhados dos prédios.
(8) No combate em área edificada, deve ser considerada a necessidade de se
estabelecer medida de coordenação de fogos restritivas (linha de restrição de
fogos, área de restrição de fogos ou áreas de fogo proibido), a fim de se
proteger locais ocupados por civis ou instalações críticas no interior da
localidade.

h) Emprego da Bia AAAe Mec no Ataque a uma Área Urbana


(1) Os meios antiaéreos da Bia AAAe da Bda Inf Mec podem ser empregados
em missões de superfície no ataque a uma área urbana, dada a precisão de
seus meios, desde que, sem prejudicar a sua missão principal de defesa
antiaérea.
(2) As frações AAe da bateria podem ser empregadas para neutralizar
posições inimigas fora dos prédios, nos telhados das edificações e em
posições próximas às áreas ocupadas por tropas amigas.
(3) O impacto sobre a população local e sobre a imprensa acerca da queda de
uma aeronave nas proximidades da cidade é muito grande e deve ser
considerado no momento de abater uma aeronave.

i) Emprego do BE Cmb Mec no Ataque da Bda Inf Mec à Área Urbana


(1) A engenharia da brigada pode ser empregada para realizar: a limpeza de
campos de minas AC e AP e de armadilhas nas vias de acesso e outras áreas;
a limpeza de destroços e outras barreiras nas principais ruas e estradas; e a
execução de demolições.
(2) Normalmente, os BI Mec que realizam o ataque devem receber um pelotão
de engenharia em apoio direto.
(3) As VBE Eng podem atuar junto aos elementos de 1º escalão, contribuindo
para aumentar a velocidade de progressão das viaturas blindadas,
atuando cerradamente na desobstrução das ruas, construindo passagens nas
valas anticarro e apoiando os trabalhos do Pel E em apoio aos elementos de

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manobra que realizam o ataque.

j) Emprego da Cia AC Mec da Bda Inf Mec no Ataque a uma Área Urbana
(1) A Cia AC Mec pode ser empregado de forma descentralizada, apoiando os
elementos de 1º escalão nas três fases do ataque à área urbana.
(2) Pode ser mantido como apoio de fogo da reserva da brigada (centralizada
ou articulada).
(3) Pode, também, ser empregado em apoio a um dos BI Mec na F Prot, com a
missão de barrar forças blindadas inimigas que se desloquem para a área do
ataque, a fim de reforçar os defensores.

4.6.11.5 A Bda Inf Mec na Defesa de uma Área Urbana

4.6.11.5.1 Considerações Gerais


a) As áreas urbanas constituem obstáculos ao movimento, não só das forças
amigas de C Atq como das inimigas que atacam. Deve ser considerada a
possibilidade de conduzir a defesa fora da área urbana, em regiões adjacentes.
Muitas vezes, elementos de uma Bda Inf Mec podem manter uma área urbana,
enquanto o restante realiza C Atq fora dela.
b) A defesa de uma área urbana é organizada em torno de acidentes capitais
do terreno e de partes importantes da área edificada que possibilitem a
manutenção da integridade da defesa e proporcionem facilidades ao
movimento ou à liberdade de ação do defensor. Sistemas subterrâneos podem
facilitar o movimento das forças e proporcionar abrigos contra fogos inimigos. É
feito o máximo emprego dos escombros e outros obstáculos; e a defesa é
organizada em profundidade.
c) Na defesa de uma área urbana, a Bda Inf Mec deve priorizar o emprego de
seus BI Mec na F Prot e na ocupação de setores da ADA, em função das
características de suas viaturas blindadas sobre rodas. Caso receba elementos
CC em apoio, esses devem ser preservados no todo ou em parte para
constituir a reserva da F Def ou para ocupar o setor mais importante ou com
maior probabilidade de emprego de carros de combate do inimigo.

4.6.11.5.2 Emprego de Blindados na Defesa de uma Área Edificada


a) Em uma defesa, os carros de combate, quando em apoio à Bda Inf Mec, são
empregados, prioritariamente, contra os CC inimigos. As informações sobre os
meios blindados, listadas no capítulo anterior, servem para auxiliar o
planejamento de seu emprego, quando esses meios estiverem à disposição do
defensor dentro de uma área urbana.
b) Caso possível, os blindados devem ser utilizados para repelir o ataque antes
da aproximação do inimigo no perímetro da área urbana. Os meios blindados
podem ser utilizados em contra-ataques de desorganização em terreno aberto,
com a finalidade de debilitar o inimigo na fase de preparação para o ataque
(zona de reunião, posição de assalto etc) e antes que ele possa realizar o
isolamento da localidade.

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c) O entorno da localidade, quando possível, deve ser explorado ao máximo


pelos carros de combate e pelas viaturas blindadas, antes da entrada do
inimigo na área construída. Dessa maneira, a mobilidade, o poder de choque e
a capacidade ampliada de observação oferecidos pelos blindados serão
empregados em terreno mais favorável e com campos de tiro mais amplos e
profundos.
d) Em uma localidade isolada, os carros de combate devem ser utilizados para
compor a reserva. Dessa forma, deve-se empregar os CC em contra-ataques
de destruição ou de restabelecimento de posição.
e) O sistema de arma remotamente controlado (SARC), existente em algumas
viaturas blindadas da infantaria mecanizada, permite maior precisão do tiro e
diminui a exposição de militares aos fogos inimigos. Dessa forma, devem ser
previstas posições defensivas, onde o blindado permaneça abrigado, enquanto
utiliza o SARC para engajar o inimigo.
f) Os meios blindados, tanto os CC quanto as VBTP da Bda Inf Mec, em uma
defesa dentro de áreas edificadas, não podem ser empregados na sua
plenitude, apesar das edificações/construções oferecerem vantagens ao
defensor. Entretanto, em um combate de características assimétricas, sem
apoio aéreo, essas edificações dão maior proteção para as viaturas blindadas.

Fig 4-63 VBTP Can 30mm engajando viatura blindada inimiga

g) Dentro de uma área edificada, as ruas e avenidas devem ser preparadas, a


fim de que a observação aérea nessas regiões possa ser bloqueada. A
utilização de redes de camuflagens, presas nas edificações, de ambos os
lados das ruas, passando por sobre esses locais, é um exemplo simples do
que pode negar a observação aérea e a identificação dos meios blindados que
estiverem posicionados sobre esses eixos. Os blindados podem, também,
ocupar áreas de espera nos pisos inferiores das edificações, dentro de
garagens e túneis para minimizar essa observação aérea sobre eles.

4-182
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h) Em uma área edificada isolada, as VBC CC, se em apoio à Bda Inf Mec,
devem ser utilizadas para compor a reserva. Desta forma, busca-se empregar
os CC em contra- ataques de destruição ou de restabelecimento de posição.
i) A análise das forças oponentes é um dos fatores que baliza o emprego dos
meios blindados dentro da área urbana. Caso elas não disponham de armas
anticarro ou carros de combate, os blindados da força de defesa podem ser
utilizados de maneira estática com a finalidade de barrar vias de acesso no
interior da área. Caso contrário, o emprego dos blindados deve ser,
prioritariamente, planejado para as ações móveis.
j) Na defesa de uma área urbana serão poucas as oportunidades de manobrar
com os CC em apoio e com as VBTP. Sua participação em contra-ataques,
integrando a reserva ou as peças de manobra da Bda Inf Mec, é realizada, ao
longo das ruas e avenidas, realizando o fogo direto contra alvos inimigos no
interior da posição e em apoio ao ataque dos fuzileiros e exploradores
desembarcados. As características da área edificada e os escombros dos
edifícios limitam as possibilidades de manobra dessas viaturas blindadas.

4.6.11.5.3 Planejamento e execução da Defesa em uma Área Urbana

a) Considerações Gerais
(1) Quando a Bda Inf Mec receber a missão de defender uma área urbana,
sempre que possível, deve procurar destruir o inimigo fora dessa área,
empregando ações móveis e potentes.
(2) Características da Defesa em uma Área Urbana:
- utilização de prédios ou grupo de edifícios como pontos fortes;
- máximo de abrigos, cobertas e obstáculos;
- observação e campos de tiro reduzidos, limitando-se às ruas e praças;
- as ruas constituem faixas de aplicação de fogos que restringem e
canalizam os movimentos de viaturas;
- a área edificada limita a aplicação do princípio da massa pelo atacante;
- emprego pouco eficaz das armas de apoio pelo atacante;
- descentralização do combate; e
- facilidade de movimento no interior da posição e de aprofundamento da
defesa.

b) Planejamento da Defesa
(1) O planejamento da defesa da Bda Inf Mec, em uma área urbana, deve
desenvolver-se de maneira idêntica ao previsto para uma defesa de área.
(2) Em função do tamanho da área urbana a ser defendida, a Bda Inf Mec tem
de selecionar onde realiza a defesa, priorizando as áreas a serem
defendidas pelos BI Mec, pois dificilmente tem condições de ocupar a área
como um todo.
(3) O LAADA de uma defesa em área urbana pode ser situado na orla desta
área ou à retaguarda da orla anterior desta. Sempre que possível, deve ser
traçado na orla da área, evitando que o inimigo atinja a primeira linha de
edificações e concentre suas tropas e armas de apoio sob a proteção da área

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edificada. O LAADA escolhido não deve revelar uma linha claramente definida
sobre a qual o atacante possa concentrar seus fogos. O LAADA, normalmente,
passa ao longo das ruas.
(4) As frentes e profundidades, atribuídas aos elementos de manobra da
brigada, são menores que as designadas em terreno normal.
(5) A largura da frente a defender e a natureza da área urbana condicionam o
dispositivo dos BI Mec. Cada elemento de manobra deve receber uma área de
defesa claramente definida, organizando-se como elemento autossuficiente.
Esses elementos apoiam-se mutuamente e devem ser aptos à defesa em
todas as direções. Para melhor aproveitar os campos de tiro, as áreas
descobertas no interior da área edificada, tais como praças, largos, avenidas e
pátios, são defendidas do lado oposto do provável avanço do inimigo.
(6) Os limites, geralmente, passam ao longo das ruas que sejam
perpendiculares ao LAADA e estendem-se pelas que lhes sejam paralelas. Os
pontos limites são, normalmente, localizados nos cruzamentos de ruas.
(7) A Bda Inf Mec deve constituir uma reserva (um BI Mec, ou uma SU
formando FT ou não etc) com missões idênticas às de uma defesa de área.
Essa reserva deve preparar posições à retaguarda da área de defesa dos BI
Mec, de modo a dar profundidade à defesa da brigada e proporcionar proteção
aos flancos. Depois de preparadas as suas posições, os elementos da reserva
preparam itinerários cobertos para os contra-ataques, abrindo passagens
através dos edifícios, quando necessário. Os planos de contra-ataque da
reserva devem ser preparados em função das hipóteses de penetração inimiga
na posição, dando-se prioridade mais elevada às áreas que, se conquistadas,
tornam crítica a defesa do conjunto.

Fig 4-64 Defesa de área em área edificada com apoio de CC

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c) Execução da Defesa em Área Urbana


(1) A defesa no interior de uma área urbana é, basicamente, conduzida de
maneira idêntica à defesa de área.
(2) Deve-se atentar para a característica descentralizada do ataque, por parte
do inimigo, a uma área urbana.

d) Apoio de Fogo na Defesa em uma Área Urbana


(1) O desdobramento do GAC Mec deve aproveitar ao máximo a proteção
blindada proporcionada pelo material.
(2) A artilharia de campanha da brigada deve, em princípio, ficar localizada fora
dos limites da área urbana, em posição central e escalonada em profundidade,
permitindo realizar o apoio de fogo em toda a área (fogo em 360º).
(3) As concentrações de fogos devem ser planejadas para bater as Z Reu
inimigas e as vias de acesso para a área urbana e no seu interior, servindo
para limitar as penetrações e apoiar os contra-ataques.
(4) Os fogos de interdição, realizados em coordenação com as barreiras
previstas no Plano de Barreiras, são localizadas sobre as vias de acesso, tais
como: ruas longitudinais, áreas descobertas e áreas de pequena densidade de
edificações.
(5) Os morteiros orgânicos dos BI Mec devem ser amplamente utilizados para
bater ângulos mortos, onde o atacante possa se concentrar e se reorganizar.

e) Emprego da Bia AAAe Mec na Defesa de uma Área Urbana - Os meios


antiaéreos da Bia AAAe da Bda Inf Mec, excepcionalmente, podem prestar
apoio às missões de superfície de proteção da área a ser defendida, desde
que, não haja prejuízo à sua missão principal de DAAe.

f) Emprego do BE Cmb Mec na Defesa de uma Área Urbana


(1) A engenharia de combate é empregada em apoio aos elementos em 1º
escalão, na preparação da posição defensiva e na execução dessa defesa,
além de apoiarem a F Prot da Bda Inf Mec.
(2) As vias de acesso à área urbana e no seu interior devem ser bloqueadas
por obstáculos e batidas por fogos. O número e tipo de obstáculos a empregar
são limitados apenas pelo tempo, materiais, equipamentos e mão de obra
disponíveis.
(3) Devem ser construídos obstáculos anticarro pela abertura de grandes
crateras, pela demolição de paredes, tombamento de trens, tombamento de
veículos, utilização de destroços de demolições e outros obstáculos diversos.
Esses obstáculos devem ser reforçados por minas AC e protegidos por minas
AP (observados os protocolos internacionais que tratam do assunto),
envolvendo o duplo propósito de deter elementos blindados, motorizados e a
pé.
(4) As vias subterrâneas (metrô, esgotos etc) que não forem utilizadas para
contra-ataques e para outras finalidades pela Bda Inf Mec devem ser
bloqueadas, para negar seu uso ao inimigo.

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g) Emprego da Cia AC Mec na Defesa em Área Urbana


(1) A Cia AC Mec da Bda Inf Mec deve operar em largura e profundidade na
área defendida, dando apoio aos elementos no LAADA e provendo
profundidade à DAC.
(2) A DAC da brigada deve ser capaz de deter o ataque de carros, impedindo-
os de entrar nas ruas e destruindo aqueles que conseguirem penetrar na área
urbana.
(3) Essa defesa deve ser organizada em profundidade e deve barrar,
prioritariamente, as vias de acesso mais favoráveis aos carros de combate
inimigo.
(4) A Cia AC Mec deve ser empregada, inicialmente, em apoio à F Prot da
defesa. Na execução da defesa, em princípio, é empregado de forma
descentralizada em apoio às peças de manobra no LAADA. Se possível, a
brigada deve manter uma reserva anticarro móvel.

h) A Logística na Defesa em Área Urbana


(1) Todas as classes de suprimento são dispersas e estocadas em diferentes
áreas de defesa, em quantidade suficiente para permitir que os BI Mec e os
elementos de apoio ao combate possam manter-se por um período prolongado
quando isolados.
(2) O suprimento e a distribuição de água, para o pessoal e para o combate ao
incêndio, podem tornar-se problemas de capital importância, pela
contaminação ou destruição das fontes de suprimento.

(3) O plano logístico deve prever a utilização dos meios aéreos disponíveis
para o transporte de suprimento e para a realização de evacuação aeromédica.

i) Para mais detalhes sobre o emprego de blindados no ataque e na defesa a


uma área edificada, consultar os Manuais de Campanha EB70-MC-10.303 -
Operações em Áreas Edificadas (1ª Ed, 2018); C 17- 20 - Forças-Tarefas
Blindadas (3ª Ed, 2002); e Caderno de Instrução EB70-CI-11.434 - Técnicas,
Táticas e Procedimentos para Operações em Ambientes Urbanos (Ed
Experimental, 2020).

4.7 AÇÕES COMUNS ÀS OPERAÇÕES TERRESTRES

4.7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

4.7.1.1 No contexto das operações terrestres, existe um rol de ações comuns às


operações que podem ser realizadas por tropas de qualquer natureza, desde
que estas tenham as capacidades necessárias. Essas ações relacionam-se às
funções de combate e às atividades e tarefas a serem conduzidas pelos
elementos da Inf Mec, apresentando um grau de intensidade variável, de

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acordo com a operação militar planejada e conduzida.

4.7.1.2 Considerando o grau de coordenação que requerem e a sua


abrangência, as ações que mais se enquadram no escopo das capacidades da
Bda Inf Mec são:
a) reconhecimento, vigilância e segurança;
b) coordenação e controle do espaço aéreo;
c) planejamento e coordenação do apoio de fogo;
d) substituição de unidades de combate;
e) cooperação civil-militar;
f) defesa química, biológica, radiológica e nuclear;
g) operações psicológicas;
h) guerra eletrônica;
i) defesa antiaérea; e
j) comunicação social.

4.7.1.3 Para mais informações sobre as ações comuns às operações terrestres


abordadas neste Manual de Campanha e sobre as demais ações comuns,
deve-se consultar os Manuais de Campanha EB70-MC-10.233 - Operações (5ª
Ed, 2017); EB70-MC-10.217 - Operações Aeroterrestres (1ª Ed, 2017); EB70-
MC-10.218 - Operações Aeromóveis (1ª Ed, 2017); EB20-MC-10.215 -
Operações de Dissimulação (1ª Ed, 2014); EB70-MC-10.212 - Operações
Especiais (3ª Ed, 2017); EB70-MC-10.228 - A Infantaria nas Operações (1ª Ed,
2018); EB70-MC-10.202 – Operações Ofensivas e Defensivas (1ª Ed, 2017) e
outros manuais específicos da F Ter que apresentam informações sobre as
ações comuns às operações terrestres.

4.7.2 RECONHECIMENTO, VIGILÂNCIA E SEGURANÇA

4.7.2.1 Considerações Gerais

4.7.2.1.1 A Bda Inf Mec também realiza as ações de reconhecimento (Rec),


vigilância (Vig) e segurança (Seg) em todas as operações, sejam elas
ofensivas, defensivas ou de coordenação e cooperação com as agências.

4.7.2.1.2 As ações comuns às operações terrestres de Rec, Vig e Seg são


realizadas por todas as tropas presentes em um teatro de operações ou área
de operações, em proveito próprio e por sua própria iniciativa. Elas objetivam a
aquisição de informações sobre o inimigo, o terreno na zona de ação dessas
tropas, a proteção de suas instalações, as posições, o material e o seu
pessoal.

4.7.2.1.3 As ações de Rec, Seg e Vig complementam-se. Os dados e a


segurança obtida propiciam melhores condições para a tomada de decisão e
uma maior proteção à tropa.

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4.7.2.1.4 Diferentes das demais ações comuns a todas as operações, as ações


de Rec, Vig e Seg são executadas em proveito da própria tropa que as realiza
e não do seu escalão superior. Essas ações não devem ser confundidas com a
operação de segurança (nos graus de cobertura, proteção e vigilância),
realizada pela Bda Inf Mec e pelas suas peças de manobra, em proveito do seu
escalão superior (DE, Corpo de Exército etc.). Da mesma forma, a ação
comum de reconhecimento (realizada em proveito próprio da OM que a
executa) não pode ser confundida com a ação de reconhecimento, integrante
da operação de segurança (realizada em prol do escalão superior),
normalmente, pelo Esqd C Mec Bda ou pelo Pel Exp dos BI Mec, também
podendo ser atribuida essa missao aos Pel dos BI Mec.

4.7.2.2 Reconhecimento

4.7.2.2.1 A ação comum de reconhecimento é conduzida por qualquer tropa,


com o propósito de obter informes sobre o inimigo e o terreno em sua zona de
ação, em proveito próprio, para o seu próprio planejamento operacional.

4.7.2.2.2 Normalmente, a ação comum de reconhecimento é executada


segundo os mesmos fundamentos do reconhecimento, como parte de uma
operação complementar.

4.7.2.2.3 Deve-se buscar dados e informações dos seguintes aspectos:


a) localização de armas anticarro, artilharia antiaérea, campo de minas e
obstáculos naturais e artificiais;
b) vias de acesso, eixos de suprimento, retraimento e comunicações; e
c) mudanças em relação à situação do inimigo (dispositivo, composição, valor,
atividades recentes e atuais e peculiaridade).

4.7.2.2.4 Os Pel C Mec do Esqd C Mec da Bda e os Pel Exp dos BI Mec são as
frações que realizam a ação comum de reconhecimento em proveito de seus
próprios escalões de comando. Os informes obtidos por essas frações, durante
a execução das ações de Rec, em proveito de suas OM, podem ser, também,
úteis ao planejamento das ações de sua brigada, ajudando a compor o quadro
de situação do inimigo ou sobre o terreno em uma determinada parte da Z Aç
da Bda Inf Mec.

4.7.2.3 Vigilância

4.7.2.3.1 A ação comum de vigilância (também denominada vigilância de


combate) é executada por todas as OM em todas as operações, por ordem de
seus comandantes, com base em suas necessidades operacionais, com o
propósito de detectar, registrar e informar o ocorrido em determinado setor de
observação sob sua responsabilidade, protegendo ou alertando sua OM, com
antecedência, sobre alguma ação inimiga. Os dados e informes obtidos devem

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ser informados ao escalão superior, que pode utilizá-los em suas operações ou


para compor a consciência situacional em sua A Op.

4.7.2.3.2 Os Pel Fuz Mec e Pel Exp dos BI Mec e os Pel C Mec do Esqd C Mec
são as frações mais aptas a realizarem a ação comum de vigilância em
proveito de seus batalhões ou do esquadrão, em qualquer tipo de operação,
em situações de guerra ou de não guerra.

4.7.2.3.3 Essa vigilância compreende todas as técnicas disponíveis na OM


para realizar uma contínua e sistemática observação sobre o campo de batalha
em sua zona de ação, em particular de áreas críticas, estradas, pontes, áreas
de lançamento e de aterragem. São tipos dessa vigilância a visual, a eletrônica
e a vídeo-fotográfica, sendo que seus conceitos encontram-se detalhados no
Manual de Campanha EB70-MC-10.223 - Operações (5ª Ed, 2017) e no
Manual de Campanha EB70-MC-10.228 - A Infantaria nas Operações (1ª Ed,
2018).

4.7.2.3.4 A vigilância de combate constitui uma das principais formas para a


identificação e localização de alvos e monitoramento de atividades do oponente
na Z Aç de uma determinada OM.

4.7.2.3.5 Em determinadas situações táticas, a Bda Inf Mec pode valer-se da


vigilância de combate, realizada por seus elementos subordinados, enquanto
conduzem outras operações, orientando essa ação comum na:
a) determinação, por meio da observação, de atividade com significação militar
(mesmo as realizadas por civis) ou ausência dessas atividades, em
determinadas áreas;
b) localização de alvos para serem atacados pela força aérea, fogos de
artilharia, agentes químicos e outros;
c) observação e controle dos fogos indiretos orgânicos e não orgânicos ou
aéreos;
d) avaliação de danos;
e) localização e identificação de unidades inimigas, em movimento ou
estacionadas, no interior da área de operações;
f) observação de via de acesso do inimigo e vias de transportes; e
g) observação de eixos e acidentes importantes do terreno, no interior da área
de retaguarda.

4.7.2.3.6 As unidades da Bda Inf Mec podem valer-se das seguintes


orientações para o planejamento de suas ações de vigilância de combate:
a) adotar as técnicas e os procedimentos semelhantes àquelas utilizadas no
desempenho das missões de vigilância (grau da segurança, operação
complementar);
b) prever a substituição periódica dos elementos nela engajados, seja pela
rotatividade de missões, seja pela atribuição de frentes que permitam o rodízio
entre os elementos subordinados. O emprego dessa técnica proporciona uma

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Vig mais eficiente, durante um longo período. As unidades da Bda Inf Mec
podem realizar uma Vig Cmb eficiente, sobre uma extensa área, desde que
respeitadas as substituições periódicas de pessoal e material designado;
c) utilizar postos de observação, de escuta e patrulhas para proporcionar
observação contínua e sistemática. Uma F Vig não é constituída para oferecer
uma forte resistência ao inimigo, contudo, ela deve ser capaz de dispor de Seg
própria;
d) adotar um dispositivo linear, relativamente estático;
e) utilizar apenas para sua própria Seg. Quando, no desenrolar das operações,
for exigido o emprego de uma força de maior valor do que a necessária às
ações de autoproteção, o Cmt deve solicitar redução da frente anteriormente
atribuída. O aumento progressivo das forças inimigas em contato pode obrigar
a redução da Z Aç ou à execução de retraimento;
f) empregar, nas operações diurnas, particularmente a Vig visual. À noite, as
operações exigem tanto a Vig de escuta como o emprego de meios
fotográficos e eletrônicos, como os equipamentos optrônicos (termais e
intensificadores de imagem) das viaturas blindadas. Todos os dados obtidos
pela observação na área vigiada são transmitidos sem perda de tempo; e
g) na área de retaguarda, limitar-se, em princípio, à instalação de postos de
observação ou escuta. O patrulhamento de rodovias é incluído, normalmente,
na missão de defesa de área de retaguarda. A Vig Cmb é uma missão
eminentemente passiva. Entretanto, a força que a realiza pode, algumas vezes,
receber pequenas tarefas, como, por exemplo, bloqueios de estradas, desde
que não a obrigue ao emprego permanente de parte de seu efetivo.

4.7.2.3.7 Os fatores principais que influenciam a execução da vigilância de


combate são:
a) condições de visibilidade;
b) terreno;
c) cobertas naturais e artificiais;
d) ameaça aérea; e
e) características dos próprios equipamentos de vigilância.

4.7.2.4 Segurança

4.7.2.4.1 Considerações Gerais


a) A ação comum de segurança compreende o conjunto de medidas adotadas
por uma tropa, visando prevenir-se e proteger-se da inquietação, da surpresa e
da observação por parte do oponente.
b) Essa ação comum de segurança não deve ser confundida com a operação
de segurança (normalmente executada pelos BI Mec ou pelo Esqd C Mec, em
prol do escalão superior). A principal diferença entre a segurança, enquanto
operação complementar, e a segurança, como ação comum a todas as
operações, está na finalidade de sua execução. A operação de segurança é
executada por determinação do escalão superior em benefício de suas

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operações. Já a segurança, ação comum a todas as operações, é executada


por iniciativa de cada OM presente no TO, independente de ordem do escalão
superior e em proveito próprio.
c) São ações comuns de segurança:
- segurança de área de retaguarda;
- ações contra blindados;
- ações contra forças aeroterrestres e forças aeromóveis;
- ações contra forças de infiltração;
- ações contra forças irregulares; e
- ações de contrarreconhecimento.
d) A Bda Inf Mec pode coordenar a execução de todas essas ações comuns de
segurança ou determinar que cada OM subordinada as execute (por iniciativa
própria), quando a situação tática exigir, para proteger-se da inquietação, da
surpresa e da observação por parte do inimigo, para preservar o sigilo de suas
operações, manter a iniciativa delas e obter sua liberdade de ação.
e) Algumas dessas ações comuns de segurança são executadas desde as
frações mais elementares em 1º escalão até a reserva e as OM de apoio ao
combate e de apoio logístico na área de retaguarda da Bda Inf Mec, devendo
ser planejadas, integradas e coordenadas pela Bda Inf Mec, como, por
exemplo a defesa contra blindados ou defesa anticarro numa operação
defensiva.
f) A segurança proporcionada pelas ações comuns de segurança é obtida,
efetivamente, pela detecção antecipada de ameaça, o que proporcionará
tempo e espaço suficientes para manobrar e reagir contra esta ameaça. É,
também, proporcionada pelas informações oportunas e precisas, bem como
pelo movimento rápido e agressivo.

4.7.2.4.2 Segurança de Área de Retaguarda (SEGAR)


a) São ações executadas na área de retaguarda de todas as OM, no TO/A Op
(independente do escalão), para evitar interferência do inimigo ou para mitigar
seus efeitos, além de controlar os efeitos de uma catástrofe (naturais ou
provocadas pelo homem), visando preservar o poder de combate dessa tropa.
b) No transcurso das operações, a área de retaguarda de uma força pode,
rapidamente, se tornar vulnerável a possíveis ações inimigas. Assim, no
planejamento da SEGAR, devem ser considerados os seguintes aspectos:
- extensão das frentes com espaços não ocupados (largas frentes);
- diversos tipos de ameaças;
- ações em profundidade;
- não linearidade do campo de batalha; e
- descontinuidade do campo de batalha.
c) A segurança de área de retaguarda, ação comum executada por todas as
OM, assemelha-se à segurança executada pela Bda Inf Mec em sua área de
retaguarda, com as adaptações necessárias. A operação planejada pela Bda
Inf Mec (item 4.6.2.10 Força de Segurança de Área, deste Manual de
Campanha) em sua área de retaguarda, ou o seu emprego constituindo uma
força de segurança de área de retaguarda do escalão superior (DE, Corpo de

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Exército etc), segue os mesmos princípios e fundamentos que devem ser


empregados pelas diversas OM, no planejamento da segurança de suas áreas
de retaguarda.
d) Para mais informações sobre a execução da SEGAR, consultar os Manuais
de Campanha EB-70-MC-10.223 - Operações (5ª Ed, 2017), EB-70-MC-10.202
- Operações Ofensivas e Defensivas (1ª Ed, 2017) e EB70-MC-10.228 - A
Infantaria nas Operações (1ª Ed, 2018).

4.7.2.4.3 Ações Contra Blindados


a) São ações que permeiam todo o dispositivo da Bda Inf Mec, seja em
operações ofensiva, em operações defensiva ou nas operações
complementares.
b) O planejamento de combate contra blindados da Bda Inf Mec deve envolver
o emprego dos Pel C Mec do Esqd C Mec, da Cia AC Mec, da Res da brigada
e de todas as demais unidades e subunidades da brigada em suas zonas de
ação ou áreas de responsabilidade, empregando todo o seu armamento
orgânico (granadas de bocal anticarro, lança-rojões, lança-granadas, canhões
das viaturas blindadas, mísseis anticarro, morteiros pesados, artilharia de
campanha e, se disponível, o apoio de fogo da F Ae e da Av Ex).
c) Em uma operação defensiva, esse planejamento deve abordar a destruição
de blindados pela força de segurança (cobertura, proteção, PAG ou PAC),
pelas unidades em 1º escalão, cobrindo as prováveis vias de acesso de
blindados inimigos, inclusive as áreas do terreno aparentemente desfavoráveis
ao seu emprego (à frente, flancos e retaguarda); a destruição de blindados nas
áreas de engajamento (AE); e em toda a área de retaguarda da brigada pela
reserva e pelos elementos de apoio ao combate e de apoio logístico. É uma
ação em profundidade, que envolve toda a brigada, em toda a sua Z Aç.
d) De modo semelhante ao da defensiva, o planejamento da defesa contra
blindados, nas operações de segurança (cobertura ou proteção) ou nas
operações ofensivas, deve engajar os elementos em 1º escalão e os demais
integrantes da operação. A Bda Inf Mec deve tirar proveito da capacidade AC
do(s) BI Mec e/ou Esqd C Mec e da Cia AC empregado(s) na F Cob ou de
proteção (à frente, flancos ou retaguarda da brigada), força de aproveitamento
do êxito ou força de perseguição, posicionando-os de forma a barrar ações de
blindados não visualizadas no planejamento inicial da operação, atuando,
particularmente, entre os elementos da F Seg (Apvt Exi ou perseguição) e o
grosso da brigada ou nos flancos e retaguarda de todo o dispositivo da brigada
na operação ofensiva.
e) O planejamento contra blindados da Bda Inf Mec deve tirar o máximo
proveito dos obstáculos naturais, das crateras e dos campos de minas
anticarro, para facilitar a destruição dos meios do adversário ou para canalizá-
los para as AE e para os campos de tiro das armas anticarro.
f) Todas as OM de apoio ao combate e de apoio logístico devem estar em
condições de realizar a defesa anticarro de suas instalações ou áreas sob sua
responsabilidade, empregando seu armamento orgânico e/ou valendo-se da

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proteção anticarro proporcionada por eventual proximidade da localização da


reserva da brigada.

4.7.2.4.4 Ações Contra Forças Aeroterrestres e Aeromóveis


a) As ações contra um envolvimento aeroterrestre ou um assalto aeromóvel
iniciam-se com o estudo para identificar possíveis zonas de lançamento (ZL),
zonas de desembarque (Z Dbq), locais de aterragem (Loc Ater), zonas de
pouso de helicópteros (ZPH) e campos de pouso.
b) O plano de fogos deve incluir concentrações nessas áreas, e o plano de
barreiras deve prever o lançamento de obstáculos para interditar tais locais e
para bloquear as vias de acesso, orientadas para o interior da posição
defensiva.
c) Identificado o risco do emprego dessas forças, deve-se estabelecer um
sistema de vigilância para dar o alerta antecipado. A rapidez na contenção e no
contra-ataque, sobre o inimigo que conseguiu realizar um envolvimento vertical
ou um assalto aeromóvel, é vital para impedir a sua reorganização.
d) A defesa contra forças aeroterrestres e aeromóveis (F Aet e F Amv) inclui
sistemas de armas de defesa aérea, medidas de identificação e alarme, tropas
em condições de defender prováveis ZL e Z Dbq e uma reserva com
mobilidade tática. Forças blindadas e mecanizadas são eficientes contra F Aet
e Amv Ini, particularmente, no momento do desembarque. É uma ação que
deve ser planejada e controlada pela Bda Inf Mec.

4.7.2.4.5 Ações Contra Forças de Infiltração


a) O planejamento da Bda Inf Mec contra forças de infiltração deve considerar,
particularmente:
- a não linearidade e não continuidade da Z Aç;
- o aumento da dispersão de meios nas operações ofensivas, em
profundidade ou em larga frente, facilitando a infiltração de forças inimigas
entre os elementos de manobra da brigada e entre estes e os elementos de
apoio ao combate e apoio logístico; e
- as forças de infiltração do inimigo que visam, especialmente, a área de
retaguarda para atacar, destruir e causar confusão nas instalações de
comando e controle de apoio logístico.
b) As áreas passíveis de infiltração por forças inimigas devem ser monitoradas
pelo emprego de patrulhas de combate, medidas de contrainteligência,
obstáculos antipessoal e dispositivos de alarme e vigilância aéreos e terrestres.
c) Por ocasião dos planejamentos das ações devem ser enfatizados esforços
no sentido de identificar as prováveis zonas de reunião na área de retaguarda
da brigada, assim como, a prioridade para a destruição ou a neutralização
dessas forças antes mesmo que possam organizar-se e desencadear suas
ações.

4.7.2.4.6 Ações Contra Forças Irregulares


a) As forças e as infraestruturas localizadas na área de retaguarda da Bda Inf
Mec são vulneráveis às ações de forças irregulares. A brigada deve dar

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atenção às medidas para impedir o apoio externo a essas forças, em


coordenação com o planejamento da SEGAR.
b) A efetividade das ações das forças irregulares depende, em grande parte,
do apoio da população da área e de informações atualizadas sobre as
operações da Bda Inf Mec, exigindo atenção à segurança das comunicações.
c) Para impedir ou neutralizar a ação de forças irregulares, é importante que a
brigada localize as possíveis áreas para o estabelecimento de suas bases,
identifique seus líderes e colaboradores e negue o uso de suas fontes de
suprimento e meios de comunicações.

4.7.2.4.7 Ações de Contrarreconhecimento


a) Considerações Gerais
(1) As ações de contrarreconhecimento (C Rec) são essenciais para o sucesso
de uma força no campo de batalha moderno. Impedir que as ações de
reconhecimento do inimigo tenham sucesso é a primeira e, possivelmente, a
mais importante tarefa que uma força deve realizar para que possa executar
sua missão com sucesso.
(2) As ações de C Rec são ações táticas, adotadas por uma força destinada a
impedir, pelo combate, os esforços de reconhecimento do inimigo, sobre suas
forças ou região coberta, protegida ou vigiada. Elas são componente
importante de todas as operações de segurança. Suas ações podem ser de
natureza ofensiva ou defensiva, entretanto, sua atuação é sempre ofensiva,
buscando neutralizar ou destruir o Rec inimigo.

b) Contrarreconhecimento Ofensivo
(1) O C Rec ofensivo busca deliberadamente o contato com os elementos de
reconhecimento do inimigo, a sua destruição ou neutralização, pelo combate
aproximado ou pelo emprego de fogos diretos e indiretos.
(2) Sua atuação é, em princípio, à frente da zona de segurança da F Cob ou F
F Ptç, com a finalidade de impedir que o inimigo se aproxime da linha de
segurança (limite avançado da Z Seg).
(3) A finalidade principal do C Rec ofensivo é impedir que elementos de
reconhecimento inimigo ocupem posições à frente da força de segurança (F
Ptç ou F Cob), de onde possam obter informações sobre a tropa coberta ou
protegida, empregando meios optrônicos de observação de longa distância,
ARP, caçadores ou elementos tradicionais de reconhecimento terrestre. Seus
principais objetivos são essas equipes e tropas de Rec inimigo.

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EB70-MC-10.XXX

Fig 4-65 Contrarreconhecimento ofensivo

c) Contrarreconhecimento Defensivo
(1) A Força de C Rec defensiva é composta da mesma forma que a F C Rec
ofensiva, sendo disposta em profundidade dentro da zona coberta ou
protegida, entre a F Cob ou F Ptç e o grosso da tropa.
(2) Essa força procura evitar que o Rec inimigo penetre na zona de segurança
e se aproxime da força coberta ou protegida para obter informações sobre ela.
(3) O C Rec Def é, normalmente, conduzido à retaguarda de obstáculos
naturais ou artificiais.
(4) O C Rec Def procura canalizar as linhas de infiltração do Rec inimigo para
áreas de engajamento onde esses elementos são destruídos ou neutralizados.

Fig 4-66 Contrarreconhecimento defensivo

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d) Plano de Contrarreconhecimento
(1) A Bda Inf Mec é o escalão que deve planejar e controlar a execução das
ações de contrarreconhecimento em uma operação de segurança, operação
ofensiva ou operação defensiva. A brigada possui as condições necessárias
para realizar o planejamento e o controle, os meios de combate para constituir
a F C Rec e para cumprir as demais ações da missão de segurança, além dos
meios de apoio ao combate para apoiar essas ações.
(2) Excepcionalmente, os BI Mec, atuando como uma F Cob, F Ptç ou F Vig,
podem receber a missão de planejar, controlar e executar as ações de C Rec,
durante a execução daquelas missões de segurança. Nesses casos, devem ser
reforçados com meios de apoio ao combate (engenharia de combate, artilharia
de campanha etc).
(3) Em princípio, C Rec é missão a ser executada no mínimo pelo escalão
unidade (BI Mec). Os BI Mec possuem os efetivos e os meios para organizar
tanto o Elm Obs (com capacidade de executar essa tarefa em uma frente
extensa), como o Elm Cmb (com capacidade para destruir o Rec inimigo), além
de contar com apoio de fogo orgânico, sistemas de vigilância e observação
terrestre e sistemas de aeronaves remotamente pilotadas (quando em apoio à
Bda), de importância fundamental para essa missão.

(4) As Cia Fuz Mec ou o Esqd C Mec da Bda poderão conduzir ações de C Rec
em zonas de ação reduzidas, se devidamente apoiados pelo seu batalhão ou
pela brigada. Já os pelotões (Fuz Mec, C Mec e de Exp) não têm o efetivo e
nem os meios necessários para executar ações de C Rec simultaneamente
(observação e combate).

e) Escolha do Processo de Emprego da Tropa nas Ações de C Rec


(1) Existem, basicamente, dois processos para emprego da tropa nas ações de
C Rec:
- os elementos de manobra em 1º escalão (BI Mec) executam as ações
previstas para a F Seg e organizam a F C Rec com seus próprios meios,
empregando-a em sua Z Aç; e
- os elementos de 1º escalão executam as missões F Seg. O escalão
enquadrante (brigada ou batalhão, excepcionalmente) organiza uma F C Rec
(com outro elemento de manobra) que atua em toda a zona de ação desse
escalão enquadrante. Nesse caso, os elementos em 1º escalão podem compor
ou integrar o Elm Obs da F C Rec.
(2) A Bda Inf Mec deve definir, com base na frente e nas missões atribuídas às
suas peças de manobra, a responsabilidade pelas ações de C Rec, definindo,
se for o caso, o processo a ser adotado. A brigada deve organizar os apoios
necessários (Art, Eng, Intlg, entre outros), conforme as capacidades da peça de
manobra escolhida para a missão. O primeiro processo deve ser, em princípio,
o empregado pela Bda Inf Mec na maioria das situações táticas na Área
Operacional do Continente (AOC) ou no TO com as mesmas características.

4-196
EB70-MC-10.XXX

f) Planejamento das Ações de C Rec


(1) O plano de C Rec da Bda Inf Mec não difere dos demais planos
operacionais. Ele deve organizar a tropa para a missão, fornecer as
informações disponíveis sobre o inimigo, as tropas amigas e o terreno na Z Aç
do BI Mec ou da SU, definir a missão da F C Rec, como essa força executa a
missão, como e quem deve apoiá-la e outros aspectos ligados à logística,
comunicações etc. Ele deve abordar como a F C Rec deve adquirir, neutralizar
ou destruir o Rec inimigo.
(2) A F C Rec é organizada para cumprir sua missão, de acordo com o inimigo
esperado na Z Aç do BI Mec (ou excepcionalmente das SU). Seja qual for o
processo selecionado pelo comandante para a execução das ações de C Rec,
o combate contra o Rec inimigo deve ser firmemente controlado e monitorado
pelo BI Mec, coordenado o mais cedo possível, ensaiado e agressivamente
executado.
(3) Todos os elementos envolvidos nas ações de C Rec devem atualizar
constantemente a localização de suas forças, de modo a reduzir o risco de
incidentes de fratricídio ou de fogo amigo, particularmente, com os elementos
da F C Rec atuando à frente da linha de segurança.
(4) A manutenção do contato rádio com os elementos da F C Rec, que atuam à
frente da linha de segurança, deve ser mantido a todo custo, para que em uma
eventual falha de comunicações não sejam confundidos com elementos do Rec
inimigo. As informações devem poder ser transmitidas no momento em que
forem obtidas ou forem necessárias. Devem ser dobrados os meios de
comunicações para o contato entre as forças de Seg e C Rec.
(5) Os Elm Obs da F C Rec (ou F Seg) devem conhecer em detalhe o
planejamento de emprego dos Elm Cmb, a necessidade de coordenarem as
suas ações, as medidas de coordenação de fogos em conjunto e coordenar o
estabelecimento de medidas comuns contra incidentes de fratricídio ou fogo
amigo.
(6) Todos os envolvidos nas ações de C Rec devem participar dos ensaios,
antes da execução dessas ações.
(7) O planejamento deve conter as orientações para as ações a serem
executadas pela F C Rec quando esta for pressionada pelo inimigo, tais como:
manter suas posições até ser reforçada ou substituída; iniciar um retraimento;
ou passar a executar uma ação retardadora desse inimigo, em direção à força
coberta ou protegida.
(8) Também deve ser previsto no planejamento as ações a serem executadas
pela F C Rec quando esta cessar a sua missão de C Rec e passar a cumprir as
missões da F Seg.

g) Para mais detalhes sobre o C Rec, deve-se consultar os Manuais de


Campanha EB-70-MC-10.223 - Operações (5ª Ed, 2017) e EB-70-MC-10.202 -
Operações Ofensivas e Defensivas (1ª Ed, 2017).

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4.7.3 PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO DE APOIO DE FOGOS

4.7.3.1 A fim de coordenar o emprego dos meios de Artilharia de Campanha


disponíveis, o Cmt do GAC orgânico da Bda, que é o Coordenador do Apoio de
Fogo da Bda (CAF/Bda), é o responsável pela consolidação, publicação e
distribuição do Plano de Apoio de Fogo (PAF), após compilar e ajustar os
dados constantes do Plano de Fogos de Artilharia (PFA) e dos Planos de
Fogos de Morteiro (PFM) das Unidades. Este é consolidado por meio da
confecção de uma parte escrita, uma lista de alvos, um calco de alvos e uma
ou mais tabelas de apoio de fogo de artilharia.

4.7.3.2 Para a elaboração desse plano, deve-se observar o emprego judicioso


dos meios de apoio de fogo disponíveis, optando-se por utilizar o menor calibre
para bater os alvos, sempre que possível. As duplicações também devem ser
eliminadas, permitindo a economia de munição e a otimização do apoio. Ainda,
são estabelecidas as medidas de Coordenação do Apoio de Fogo, no nível de
cada escalão.

4.7.3.3 A confecção do PFA da Bda, bem como a de seus componentes, é


regulada pelo Manual de Campanha EB70-MC-10.346 - Planejamento e
Coordenação de Fogos (3ª Ed, 2017).

4.7.3.4 Nas situações nas quais houver a necessidade de maior rapidez no


planejamento do apoio de fogo, como em um contra-ataque, pode-se utilizar o
Plano Sumário de Apoio de Fogo de Artilharia (PSAFA). Esse plano é
elaborado na Central de Tiro do GAC orgânico da Bda Inf Mec e é composto
por tabelas de apoio de fogo que contém informações sobre os alvos
provenientes das Listas de Alvos dos O Lig das unidades e da Bda.

4.7.3.5 O assessoramento ao Cmt Bda para o emprego eficiente dos meios de


apoio de fogo disponíveis, para o engajamento de alvos inopinados e para a
resolução de conflitos eventuais entre os diversos meios de apoio dá-se
através do CCAF, em coordenação com o E3 da Bda. O CCAF localiza-se no
PC da Bda. É composto pelo Oficial de Ligação de Artilharia (O Lig Art),
adjunto do CAF, pelos representantes das armas de apoio e pelo pessoal
necessário para conduzir as operações e informações sobre alvos e
comunicações.

4.7.3.6 O processo de planejamento do apoio de fogo deve considerar todos os


sistemas de armas superfície-ar, ar-superfície e superfície-superfície
disponíveis. Esses sistemas são compostos de armas de tiro tenso, morteiros,
artilharia, fogo aéreo e naval, sendo uma atividade claramente conjunta.

4-198
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4.7.3.7 Os OFSU de artilharia do GAC orgânico da Bda são destacados para


apoiar às subunidades da arma-base, sendo responsáveis por assessorar o
comandante quanto às possibilidades e às limitações dos meios de fogos do
GAC, bem como o apoio que a sua unidade e escalões superiores de artilharia
podem prestar à subunidade.

4.7.3.8 O O Lig Art é designado pelo GAC orgânico para compor os CCAF das
U e da Bda e têm por responsabilidade:
a) atuar como CAF no nível U e Bda;
b) assessorar o Cmt U sobre as possibilidades e limitações da Art, bem como
sobre o apoio que sua U, o Esc Sp de Art e os demais meios de Ap F podem
prestar à U (Mrt, F Ae, F Nav etc);
c) assessorar o Cmt na elaboração da LAAC e das diretrizes de fogos;
d) difundir para os integrantes do CCAF e para os OFSU as NGA de Plj F,
asmedidas de Coor Ap F já estabelecidas e as informações sobre o Ini;
e) introduzir missões de tiro nos planos (PPAA e PPFM) ou solicitá-las sobre
alvosde interesse do Cmt U;
f) solicitar o desencadeamento de alvos prioritários, podendo delegar
essaatribuição para o OFSU;
g) sugerir MCAF ao CCAF Bda na Z Aç da U;
h) receber o posicionamento dos elementos mais avançados das SU dos
OFSU afim de propor, se for o caso, a atualização das medidas de Coor Ap F;
e
i) elaborar o PPAA à U em Coor com o PPFM (remetido pela C Tir
Mrt),remetendo-o para a C Tir do GAC.

4.7.3.9 A distribuição dos OFSU e O Lig Art na Bda Inf Mec é definida na
tabela abaixo:

DISTRIBUIÇÃO DE OA OFSU E O LIG


Unidade O Lig SU OA
Cia Inf Mec OA 1
Cia Inf Mec OA 2
BIMec O Lig 1
Cia Inf Mec OA 3
Cia Inf Mec OA 4
Cia Inf Mec OA 5
Cia Inf Mec OA 6
BIMec O Lig 2
Cia Inf Mec OA 7
Cia Inf Mec OA 8
Cia Inf Mec OA 9
Cia Inf Mec OA 10
BIMec O Lig 3
Cia Inf Mec OA 11
Cia Inf Mec OA 12
Esq C Mec - - OA 13
CCAF Bda OLig 4 - -
Fig 4-69 Distribuição de OFSU e O Lig em uma Bda Inf Mec

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4.7.3.10 Quando a Bda Inf Mec estiver atuando como o escalão designado
como Força Terrestre Componente (FTC) do Comando Operacional deverá
constituir uma Célula de Fogos, composta pelo Elemento de Coordenação e
Apoio de Fogo (ECAF), cujo chefe comandará a Célula de Fogos, por
representantes da Célula de Coordenação Naval (CCN) e da Equipe de
Controle Aerotático/Oficial de Ligação Aérea (ECAT/OLA), bem como outros
representantes necessários ao cumprimento da sua missão.

4.7.3.11 Cabe à Célula de Fogos coordenar as atividades e sistemas que


propiciam a utilização coletiva e coordenada dos fogos indiretos, coordenar o
apoio de fogo da Bda com outros meios de Apoio de Fogo Conjunto e conduzir
o processo de coordenação do emprego de atuadores não cinéticos por
intermédio das atividades do Grupo de Integração de Seleção e Priorização de
Alvos. A composição e finalidade da Célula de Fogos é regulada pelo Manual
de Campanha EB70-MC-10.225 - Força Terrestre Componente (1ª Ed, 2019).

MEDIDAS DE COORDENAÇÃO DE APOIO DE FOGO


PERMISSIVAS RESTRITIVAS
Linha de Segurança de Apoio
Linha de Restrição de Fogos(LRF)
de Artilharia (LSAA)
Linha de Coordenação de Apoio
Área de Restrição de Fogos (ARF)
de Fogo (LCAF)
Área de Fogo Livre (AFL)
Área de Fogo Proibido (AFP)
Quadrícula de Interdição
Fig 4-70 Medidas de Coordenação de Apoio de Fogo

4.7.3.12 Durante o planejamento do apoio de fogo serão estabelecidas


medidas de coordenação, a fim de otimizar o apoio à manobra e propiciar
segurança às tropas no terreno.

4.7.3.13 Nas ações de segurança, as seguintes características gerais do apoio


de Artilharia destacam-se como prioritárias:
a) prestar apoio cerrado às forças de segurança;
b) dotar as forças de segurança com meios de apoio de fogo, com mobilidade
igual ou superior às próprias forças; e
c) dotar elementos de apoio de fogo com meios de comunicações flexíveis.

4.7.3.14 A execução das ações de segurança caracteriza-se por um elevado


grau de descentralização. Tal característica impõe à Artilharia a necessidade
de empregar seus meios também de forma mais descentralizada, visando o
apoio adequado às peças de manobra.

4.7.3.15 Os meios de apoio de fogo, sempre que possível, devem permanecer


inicialmente centralizados, sofrendo uma descentralização gradativa à medida

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que a situação evolui.

4.7.3.16 Para maiores detalhes sobre planejamento e coordenação de apoio


de fogos consultar os manuais de campanha EB70-MC-10.346 - Planejamento
e Coordenação de Fogos (3ª Ed, 2017) e EB70-MC-10.224 - Artilharia de
Campanha nas Operações (1ª Ed, 2019).

4.7.4 SUBSTITUIÇÃO DE UNIDADES DE COMBATE

4.7.4.1 Considerações Gerais

4.7.4.1.1 As tropas da Bda Inf Mec realizam ações de substituição de unidades


de combate quando assumem a zona de ação ou a missão de outra unidade
em qualquer missão de combate.

4.7.4.1.2 A substituição (Subst) de unidades empregadas em combate é


realizada para conservar o poder de combate, manter a eficiência operativa,
atender imposições dos planos táticos e reequipar, reinstruir e treinar/ensaiar
forças para operações futuras e manter a impulsão do ataque em operações
ofensivas.

4.7.4.1.3 Os tipos de substituições são os seguintes:


a) substituição em posição;
b) ultrapassagem; e
c) acolhimento.

4.7.4.1.4 Quando as operações táticas desenvolvem-se por um período


prolongado de tempo, ou mesmo no combate continuado, as substituições
devem ocorrer com frequência.

4.7.4.1.5 A Bda Inf Mec pode participar de uma operação de Subst ou pode,
ela mesma, conduzir e controlar esse tipo de operação.

4.7.4.1.6 O congestionamento resultante dessas operações requer que toda a


precaução seja tomada para reduzir a vulnerabilidade das forças às ações do
ataque inimigo, durante a operação. São essenciais para o êxito da ação a
estreita coordenação de planos e a cerrada cooperação entre as forças que
executam a Subst.

4.7.4.1.7 As operações de Subst devem ser executadas de maneira rápida e


ordenada.

4.7.4.1.8 Sempre que possível, as substituições são executadas durante


períodos de visibilidade reduzida.

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4.7.4.1.9 Deve ser proporcionado tempo adequado para o planejamento e os


reconhecimentos.

4.7.4.1.10 Os planos devem ser minuciosos, simples e bem coordenados entre


todos os escalões das forças que substituem e das forças substituídas.

4.7.4.1.11 Os planos de dissimulação devem incluir todas as medidas que


permitam assegurar o sigilo e a surpresa.

4.7.4.1.12 Devem ser tomadas todas as precauções para reduzir a


vulnerabilidade ao ataque inimigo, durante a substituição.

4.7.4.1.13 As forças que substituem e as substituídas mantêm estreitas


ligações.

4.7.4.1.14 Os elementos de apoio ao combate devem ser substituídos em


oportunidades diferentes das forças que apoiam.

4.7.4.1.15 A hora da passagem de comando entre a força substituída e a


substituta e outras condições necessárias à operação são estabelecidas
entre os dois comandantes interessados ou determinadas pelo comandante
imediatamente superior.

4.7.4.2 Substituição em Posição

4.7.4.2.1 Considerações Gerais


a) A substituição em posição é uma operação na qual uma força ou parte dela
é substituída por outra em uma posição defensiva. É realizada para o
prosseguimento da defesa ou para a preparação de uma operação ofensiva
subsequente.
b) O comandante de uma força que está sendo substituída é responsável pela
defesa de sua área até a passagem do comando. Normalmente, isso ocorre
quando os comandantes das forças da ADA assumem a responsabilidade
pelas respectivas áreas e são estabelecidos os meios adequados de comando
e controle em toda a Z Aç.
c) A força que substitui deve adaptar-se ao plano geral de defesa da força
substituída, até a passagem do comando.
d) As responsabilidades pela missão de combate e pela Z Aç das forças
substituídas são assumidas pela força que a substitui. A força ou parte da
força que substitui continua a operação, conforme for determinado. Quando a
Subst em posição é executada para continuar a defesa, esta deve ser feita na
base de unidade por unidade, subunidade por subunidade, homem a homem,
arma por arma. O Cmt da força que substitui adota um dispositivo que se
ajuste ao plano do comandante da organização substituída. As modificações

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no plano de defesa somente podem ser introduzidas pelo Cmt substituto, após
ser completada a Subst.
e) Quando é realizada uma Subst em posição para prosseguir ou retomar um
ataque, o Cmt substituto a procede a Subst somente em determinada(s)
parte(s) da Z Aç, visto que sua missão principal é a de se preparar para o
ataque e dar prosseguimento a ele. Assume, contudo, a responsabilidade pela
defesa de toda a área. As suas forças devem adotar um dispositivo que facilite
a retomada ou desencadeamento do ataque. Na maioria das vezes, adota um
dispositivo que permita aos principais comandos subordinados executarem
seus planos de ataque ou que permita uma mudança de direção deles.

4.7.4.2.2 Planejamento
a) Quando a Bda Inf Mec realiza a Subst de outra GU em posição, recebe, do
Esc Sp, uma ordem preparatória que deve especificar a hora do início e do
término da Subst, bem como as condições de execução, quanto aos aspectos
relacionados com a visibilidade, prazos e as prioridades para utilização das
estradas e itinerários necessários aos deslocamentos.
b) Após receber a ordem do Esc Sp, o Cmt Bda, com o seu EM, analisa a
missão, expede suas ordens e estabelece as ligações necessárias com a
GU a ser substituída.
c) O Cmt Bda Inf Mec, normalmente, estabelece seu PC nas vizinhanças do
PC da GU a ser substituída.
d) Trabalhos conjuntos são executados entre o Cmt e EM da Bda Inf Mec e da
GU que é substituída, visando os pormenores da ação e o estabelecimento de
critérios que não tenham sido definidos pelo Esc Sp.

4.7.4.2.3 Coordenação
a) Há troca de planos e de pessoal de ligação, durante as ações de
susbtituição.
b) A GU substituída deve fornecer à Bda Inf Mec todas as informações
necessárias, dispositivos e planos defensivos existentes, inclusive os planos
de fogos, de barreiras e de C Atq. A força substituída, normalmente, fornece
elementos de ligação à brigada e estes são distribuídos em cada PC a partir do
escalão SU.
c) O efetivo do pessoal de ligação e a duração de sua permanência com a Bda
Inf Mec variam com a situação e se estendem, normalmente, até o domínio da
situação pelos diversos escalões substitutos.
d) A sequência da Subst, tendo em vista não enfraquecer a defesa, durante a
sua realização, e quando não especificada pelo comando que ordena a
operação, é executada por fases, da retaguarda para a frente ou da frente para
a retaguarda.
e) Para a determinação da sequência da Subst devem ser consideradas a
missão subsequente atribuída à Bda Inf Mec que está executando a Subst; as
características da área de operações; o efetivo e a eficiência de combate da
unidade substituída; as possibilidades do inimigo tomar conhecimento da Subst
e de reagir contra ela; a necessidade de variar os padrões ou processos de

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Subst; o valor e o tipo dos elementos envolvidos na Subst; e a necessidade de


manter o sigilo.

4.7.4.2.4 Passagem do Comando


a) A ocasião e as circunstâncias em que o Cmt Bda Inf Mec assume a
responsabilidade pela área devem ser claramente estabelecidas por acordo
mútuo ou pelo Esc Sp.
b) Até que se realize a Passagem do Comando, a GU substituída é
responsável pela área e pelo cumprimento da missão e exerce o controle
operacional sobre todos os elementos subordinados da Bda Inf Mec que
tenham completado sua parte na Subst. Durante esse período, as unidades
substitutas devem se enquadrar aos planos de defesa do elemento que está
sendo substituído.
c) Normalmente, o Cmt Bda Inf Mec assume o Comando quando os seus
comandantes subordinados tiverem assumido as responsabilidades das
unidades substituídas e quando os meios adequados de comunicações para
controlar toda a Z Aç já tiverem sido estabelecidos. Após a Passagem do
Comando, o Cmt Bda Inf Mec assume o controle operacional de todas as
unidades que devem sair e que, ainda, não tenham sido substituídas.

4.7.4.2.5 Reconhecimento
a) Um completo reconhecimento diurno, sempre que possível, deve ser
realizado pelo Cmt Bda Inf Mec, seu EM e todos os Cmt de elementos
envolvidos na Subst.

b) Os reconhecimentos devem incluir o terreno à frente da posição; as


instalações defensivas; os itinerários de Subst; as Z Reu; as posições dos
elementos de apoio ao combate e as instalações de Ap Log.

4.7.4.2.6 Segurança
a) Deve ser feito o máximo de esforço para evitar que o inimigo tome
conhecimento da Subst.
b) A substituição deve ser realizada durante os períodos de visibilidade
reduzida.
c) As atividades normais na área de operações devem ser mantidas durante a
Subst. A Bda mantém os fogos de inquietação e interdição, patrulhas, tráfego
de comunicações e movimentos anteriormente empregados pela GU que sai.
d) Devem ser adotadas restrições iniciais quanto ao valor dos destacamentos
avançados e de reconhecimento da Bda. Tais destacamentos deslocam-se
para a área de operações por infiltração.
e) As redes de comunicações da GU substituída são utilizadas até que a
operação de Subst seja completada.
f) Os registros e os repertórios de tiro das forças que substituem são
coordenados pela força que é substituída, até que se realize a passagem do
comando.

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g) Um plano integrado de dissimulação é executado, tanto pela Bda Inf Mec


como pela GU substituída.
h) A ADA fica permanentemente em alerta e em condições de atuar durante a
Subst.

4.7.4.2.7 Controle de movimento


a) A Bda Inf Mec e a GU substituída estabelecem um único Comando de
trânsito, para o controle das unidades que se deslocam para dentro e para
fora da área.
b) Esse controle deve incluir os itinerários a serem utilizados e prioridades para
o seu uso, a responsabilidade pelo controle do trânsito, a localização de Z Reu,
o fornecimento de guias para as unidades que substituem e a utilização comum
dos meios de transporte.

4.7.4.2.8 Inteligência - A GU substituída transfere para a Bda Inf Mec todas as


informações relacionadas ao inimigo e à área de operações, além de outras
informações adicionais necessárias.

4.7.4.2.9 Apoio de fogo


a) O processo de substituição das unidades de apoio de fogo deve ser
claramente estabelecido. A unidade de artilharia substituída permanece em
posição até que as unidades de primeiro escalão tenham sido substituídas.
Esse procedimento permite que a unidade de artilharia que está familiarizada
com os PAF e com a área de operações permaneça em condições de atirar,
durante o período crítico da Subst das unidades avançadas.
b) Caso a artilharia substituta não venha a ocupar as mesmas posições da
artilharia substituída, deve ocupar posições por bateria, sob o controle do GAC
e em condições de assumir as missões de tiro, antes que a artilharia
substituída desocupe as posições.
c) Quando não existirem outras posições de tiro, a artilharia pode ser
substituída na própria posição. Nesse caso, é necessário executar a Subst por
seções ou peças, para evitar congestionamento e emassamento do pessoal e
material.
d) Os O Lig e os OFSU da unidade que substitui juntam-se, o mais cedo
possível, às unidades que saem, para familiarizarem-se com os planos de
fogos.
e) Até que o Comando seja passado, os fogos de regulação e demais fogos da
unidade de artilharia que substitui são controlados pelo Cmt da artilharia
substituída.

4.7.4.2.10 Troca de equipamentos


a) Em virtude da dificuldade na Subst do armamento coletivo durante a noite,
o Cmt da GU substituída e o da Bda Inf Mec acertam a troca das armas que
não podem ser facilmente removidas ou que sejam necessárias para assegurar
o emprego eficiente dos fogos.

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b) Ordens são expedidas aos Cmt subordinados para que, de acordo com seus
planejamentos, executem as trocas que julgarem necessárias, tais como os
reparos das metralhadoras pesadas e as placas-base dos morteiros. A troca
é na base de arma por arma.

c) As unidades subordinadas devem deixar na posição os suprimentos


volumosos e em excesso, tais como munições, materiais de fortificação de
campanha, fios telefônicos já lançados e outros suprimentos e equipamentos
de difícil remoção.

4.7.4.2.11 Apoio logístico - a Bda Inf Mec e a GU substituída coordenam: a


transferência de suprimento; o uso das instalações; a transferência de PG; o
controle de refugiados; o desdobramento dos órgãos de apoio; o uso dos meios
de transporte; e o controle de trânsito.

4.7.4.2.12 Planejamento simultâneo


a) A Bda Inf Mec e a GU substituída expedem ordens de operações
determinando as Subst, de acordo com os procedimentos coordenados na fase
de planejamento.
b) Antes da expedição de ordens de operações, são distribuídas ordens
fragmentárias às unidades subordinadas, para permitir o planejamento
simultâneo em todos os escalões interessados.

4.7.4.2.13 Execução
a) Sequência da substituição
(1) A Substituição na posição é executada em etapas, a fim de permitir a
preservação do poder de combate durante a operação.
(2) As reservas podem ser substituídas em primeiro lugar, seguidas pela Subst
dos elementos avançados ou vice-versa.
(3) Normalmente, quando a maioria das forças está desdobrada no LAADA, a
Subst é conduzida da frente para a retaguarda.
(4) A possibilidade de o inimigo descobrir ou interferir na operação, aliada às
características da região de operações e ao prazo disponível para a execução
da Subst, são os fatores que o Cmt Bda Inf Mec considera na escolha do
processo de Subst dos elementos desdobrados no LAADA.

b) Processo de Substituição dos elementos desdobrados no LAADA - a


Substituição na posição pode ser conduzida pelos seguintes processos:
(1) quando duas unidades estão desdobradas à frente, a Subst de uma delas
deve ser completada antes de se iniciar a Subst da seguinte;
(2) quando três unidades forem desdobradas à frente, a Subst de duas
unidades de flanco deve ser feita simultaneamente, seguida pela Subst da
unidade do centro. Dependendo das circunstâncias, pode-se inverter a ordem;
e

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(3) Substituição simultânea de todas as unidades desdobradas à frente da


posição.

Fig 4-71 Substituição em posição executada por uma Bda Inf Mec

c) Procedimentos durante a substituição


(1) A fim de reduzir a vulnerabilidade a que são expostas as tropas, durante a
execução da substituição, medidas apropriadas de contrainteligência devem
ser empregadas para evitar que a operação seja revelada. Devem ser previstas
medidas de GE e a continuidade de atividades normais, tais como fogos de
apoio, utilização do rádio, tráfego de veículos e outras.
(2) Os fogos da GU substituída e da Bda Inf Mec devem assegurar o sucesso
da operação e neutralizar a reação do inimigo, no caso da operação ser
descoberta.
(3) O EM da Bda deve elaborar um meticuloso planejamento a ser seguido nas
Subst executadas pelas unidades subordinadas, a fim de reduzir ao mínimo o
movimento de tropas na área de operações.
(4) As substituições, durante o período diurno, são evitadas, sempre que
possível. Contudo, fumígenos podem ser empregados no local ou sobre
observatórios inimigos para impedir a observação sobre a operação.
(5) A Subst é conduzida tão rapidamente quanto possível, para assegurar o
controle e o sigilo. A tropa da GU substituída fornece segurança e vigilância,
durante a execução da operação.
(6) A coordenação com as GU vizinhas e com os elementos de apoio de fogo e
logístico é de responsabilidade da Bda Inf Mec.
(7) A Bda Inf Mec designa Z Reu para seus elementos subordinados. As Z Reu
são separadas para diminuir a vulnerabilidade aos fogos inimigos. A
permanência excessiva dentro das Z Reu é evitada.
(8) A operação propriamente dita consiste em uma série de substituições a
serem realizadas por unidades subordinadas e controladas pela Bda. O
planejamento é centralizado e a execução é descentralizada.

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(9) Uma vez iniciada a Subst em posição, o EM da Bda Inf Mec tem como
tarefas principais supervisionar o horário e o movimento das unidades
subordinadas, coordenar a utilização conjunta dos meios de transporte,
supervisionar o controle de trânsito, preparar-se para exercer o controle geral
da operação, após a passagem de comando, e permanecer a par da situação,
de forma a poder auxiliar o Cmt a reagir rapidamente a qualquer modificação
no plano para a Subst.
(10) Durante a Subst, os Cmt de cada escalão justapõem os seus PC e PO aos
da força substituída.
(11) Quando da passagem do comando da Z Aç, o Cmt Bda Inf Mec assume
o controle de todas as unidades na Z Aç, inclusive daquelas que ainda não
foram substituídas.
(12) Se ocorrer um ataque, antes de o Cmt Bda Inf Mec ter assumido a
responsabilidade pela Z Aç, os elementos já desdobrados passam ao controle
operacional da GU a ser substituída, face à ação inimiga.
(13) As mudanças na organização da defesa somente são iniciadas após a
troca de responsabilidade pela Z Aç.

4.7.4.3 Ultrapassagem

4.7.4.3.1 Considerações Gerais


a) A ultrapassagem é uma operação em que uma força ataca através de outra
que se encontra em contato com o inimigo. É executada por uma força para
substituir outra desfalcada, dispersa ou sem condições de prosseguir ou de
iniciar um ataque.
b) Os elementos da força em contato com o inimigo permanecem em posição e
apoiam a força que ultrapassa, até que seus fogos tornem-se ineficazes. A
força ultrapassada pode permanecer em posição ou ser empregada em outra
ação.
c) A Bda Inf Mec executa uma Ultr para:
- manter a impulsão do ataque;
- realizar uma mudança de direção de ataque;
- explorar pontos fracos da posição do inimigo, por meio do emprego da
reserva; e
- iniciar uma ofensiva em frente onde havia estabilização.
d) A Ultr exige planejamento cuidadoso e coordenação cerrada entre as forças
que participam da operação.
e) A tropa em contato provê todo o apoio possível à força que vai ultrapassá-
la.

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Fig 4-72 Bda Inf Mec na ultrapassagem de uma força em contato

4.7.4.3.2 Planejamento
a) Considerações Gerais
(1) As normas de planejamento de uma Ultr são semelhantes às de uma Subst
em posição.
(2) O Cmt e o EM da Bda Inf Mec, ao receberem uma ordem preparatória para
uma operação que exija Ultr, ligam-se, o mais cedo possível, com a GU a ser
ultrapassada.
(3) O PC da Bda Inf Mec deve ser estabelecido nas vizinhanças do PC da GU a
ser ultrapassada.
(4) Imediatamente após o recebimento da ordem preparatória, os elementos
que vão realizar a Ultr e os que estão em contato organizam uma reunião de
planejamento para acertarem os pormenores da operação.

b) Coordenação
(1) Durante o planejamento, os pormenores, abaixo especificados, devem ser
coordenados pelos Cmt e EM envolvidos na operação, e normas devem ser
estabelecidas para que os comandos subordinados, dentro das respectivas Z
Aç, possam efetuar as ligações necessárias.
(2) Existe intensa troca de dados, na qual a GU em contato fornece todas as
informações possíveis, do inimigo e do terreno, para a Bda Inf Mec. Esses
informes devem incluir o valor, dispositivo e composição das forças inimigas,
bem como a localização de seus blindados, das armas anticarro e dos

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obstáculos.
(3) Trocas de planos táticos são executadas entre a Bda Inf Mec e a GU a ser
ultrapassada.

c) Reconhecimento
(1) Um completo reconhecimento deve ser feito pelo Cmt e EM da Bda, bem
como pelos Cmt subordinados, até o nível pelotão. O reconhecimento deve
abranger os itinerários para os locais de Ultr, o local propriamente dito e a
localização das tropas em posição.
(2) Um reconhecimento visual deve ser feito da área à frente da posição. Tal
reconhecimento poderá ser aéreo ou aeromóvel.
(3) Durante o reconhecimento, deve-se tomar o cuidado de não alertar o
inimigo sobre a operação que será realizada. Para isso, pode ser necessário
limitar os efetivos a serem empregados e a utilização de viaturas das unidades
de contato.

d) Segurança
(1) Deve ser feito o máximo esforço para evitar que o inimigo tome
conhecimento da Ultr.
(2) O movimento, através das posições, deve ser conduzido à noite, o que
exige um estrito controle e reconhecimento antecipado.
(3) O fogo de artilharia deve ser empregado, durante o movimento, para
encobrir o ruído das viaturas.
(4) Se o movimento através das posições for conduzido durante o dia,
fumígenos podem ser empregados sobre os PO identificados e à frente das
posições inimigas.
(5) Enquanto a Ultr está se realizando, a concentração de tropa apresenta um
excelente alvo para o inimigo. Assim, a Ultr deve ser realizada o mais
rapidamente possível. Durante o período de concentração de tropa, medidas
de defesa contra os ataques aéreos devem ser tomadas.

e) Seleção das áreas de ultrapassagem


(1) Quando possível, as áreas selecionadas para Ultr não devem estar
ocupadas, mas localizadas entre os elementos das unidades em posição ou
em seus flancos.
(2) Esse procedimento reduz a vulnerabilidade que se cria, quando uma força
ultrapassa diretamente através de posições ocupadas por outras tropas.
(3) Pode ser necessário que a GU em contato reajuste seu dispositivo, a fim de
permitir uma Ultr mais satisfatória.

f) Prioridade para utilização de itinerários e áreas


(1) O comando que dirige a Ultr, normalmente, estabelece uma prioridade nas
estradas e em determinadas áreas.
(2) A força que vai ultrapassar deve ter prioridade para a utilização de
itinerários que conduzam à área da tropa que está sendo ultrapassada.

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(3) Informações detalhadas sobre as estradas a serem utilizadas e áreas a


serem ocupadas, devem ser difundidas o mais cedo possível.
(4) Os itinerários estabelecidos, para os deslocamentos através da posição,
devem ser bem sinalizados e controlados. O ideal é que a Bda Inf Mec e a GU
em contato proporcionem guias até o escalão pelotão.
(5) O controle do trânsito na área da GU ultrapassada é de responsabilidade
desta, até que a responsabilidade pela Z Aç seja transferida para a Bda Inf
Mec.

g) Passagem do Comando
(1) A hora e as condições em que a responsabilidade pelo controle da Z Aç é
transferida devem resultar de um acordo entre os dois comandantes
interessados ou serem determinadas pelo Esc Sp.
(2) Normalmente, o Cmt Bda Inf Mec assume a responsabilidade pela Z Aç na
hora do ataque. A responsabilidade pela Z Aç pode ser transferida na ocasião
do desencadeamento dos fogos de preparação, ou mais cedo, mediante ordem
do comando que determina a Ultr.
(3) Em princípio, o Cmt da GU em contato exerce o controle operacional sobre
os elementos da Bda Inf Mec em sua Z Aç, até que a responsabilidade por
essa área seja transferida. Nessa ocasião, o Cmt Bda Inf Mec assume o
controle das operações táticas de ambas as forças, até que seja completada a
Ultr.

h) Apoio ao combate
(1) A GU em contato proporciona todo o apoio à Bda Inf Mec, particularmente
em relatórios de campos de minas, fornecimento de guias, apoio de fogo e
outros apoios ao combate.
(2) Os elementos de apoio de fogo das unidades em contato são,
normalmente, integrados aos PAF da Bda Inf Mec, que, por sua vez, estão em
consonância com a matriz de sincronização da Bda. A artilharia da tropa
ultrapassada deve reforçar os fogos do GAC da Bda após o início da operação.
(3) O O Lig de artilharia, os OA e o Oficial de Ligação Aérea (OLA) da Bda Inf
Mec devem manter contato com seus correspondentes para a troca de
informações e tomar conhecimento dos pormenores do PAF.
(4) Devido às dificuldades de coordenação e controle, apenas os meios de
fogos indiretos das unidades em contato devem ser empregados para apoiar a
Bda Inf Mec, durante a realização da Ultr propriamente dita.

i) Apoio logístico - Dentro de suas possibilidades, a GU que está sendo


ultrapassada fornece o Ap Log para a Bda Inf Mec, durante e imediatamente
após a Ultr. Esse apoio pode incluir a condução de PG, o controle de trânsito, o
controle de extraviados e o auxílio no manuseio de mortos.

j) Outras coordenações
(1) Balizamento de brechas, através de campos minados e obstáculos amigos,

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para permitir uma rápida Ultr, é executada pela GU que está sendo
ultrapassada.
(2) Planos de dissimulação, para manter o sigilo e facilitar a obtenção da
surpresa, devem ser realizados entre a Bda Inf Mec e a GU a ser
ultrapassada.

4.7.4.3.3 Execução da Ultrapassagem


a) Os elementos de manobra da Bda Inf Mec iniciam seus deslocamentos da Z
Reu para a LP, na ocasião prevista. Cuidadosos cálculos de marcha devem ser
feitos para que as unidades ataquem na hora determinada, sem necessidade
de usar posições de ataque. Esse procedimento reduz ao mínimo o tempo de
concentração de tropas na área avançada.
b) Em algumas situações, é preferível deslocar as reservas da GU em contato
para Z Reu à retaguarda, imediatamente antes do início da Ultr, para reduzir a
densidade de tropas durante a operação. Tal procedimento, normalmente, é
prescrito pelo comando que ordena a Ultr.

4.7.4.4 Acolhimento

4.7.4.4.1 Considerações Gerais


a) Acolhimento (Aclh) é uma operação na qual uma força, em Mov Rtg, passa
através da Z Aç de outra que ocupa posição defensiva ou retardadora à sua
retaguarda. A força acolhida realiza um retraimento através de uma posição.
b) No Aclh, a força em posição apoia a força que retrai. Esta tem prioridade
nos itinerários e nas instalações. As áreas ou pontos selecionados para a
passagem das tropas a serem acolhidas devem estar desocupados e
localizados entre os elementos da força em posição ou em seus flancos.
c) Quando possível, os itinerários de retraimento, particularmente dos meios
blindados e mecanizados, devem evitar locais organizados da posição
defensiva. Um plano de reconhecimento é preparado e coordenado entre a
força que retrai e a que se encontra em posição.
d) O Aclh pode ocorrer com ou sem contato com o inimigo. Quando conduzido
em contato com o inimigo, este perdura até que as forças que retraem se
coloquem sob a proteção dos fogos do elemento que executa o Aclh.
e) O objetivo dessa operação é a Subst de uma tropa exaurida ou empregada
em uma ação além de sua capacidade. Pode, também, ser realizada como
parte de um Mov Rtg ou para permitir à força que retrai o cumprimento de outra
missão.
f) Após acolhida, a força que retrai pode deslocar-se para área de repouso, a
fim de reorganizar-se e passar por novo período de instrução, cobrir o
retraimento de outra força e deslocar-se para outra área, a fim de ser
empregada em nova missão.

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Fig 4-73 Bda Inf Mec acolhida por uma Bda Inf Bld

4.7.4.4.2 Planejamento
a) Coordenação
(1) Nenhum Cmt, seja o que retrai, seja o que se encontra em posição, exerce
o comando sobre o outro, mas cada força pode apoiar a outra pelo fogo e pela
manobra.
(2) Após o recebimento da ordem preparatória, o Cmt e o EM da Bda Inf Mec
estabelecem ligações com seus correspondentes da GU em posição, para
coordenar o planejamento da operação. A troca de elementos de ligação é feita
até o nível pelotão e esses, no âmbito de seus respectivos escalões,
coordenam os pormenores da operação.
(3) Um plano detalhado de reconhecimento deve ser elaborado e
cuidadosamente coordenado entre a Bda Inf Mec e a GU que se encontra em
posição.

b) Seleção das áreas de passagem


(1) Sempre que possível, as áreas ou pontos selecionados para a passagem
das tropas que retraem devem estar desocupados e localizados entre os
elementos da força em posição ou em seus flancos.
(2) O dispositivo na posição defensiva, os planos de fogos, a segurança, a
vulnerabilidade e a missão subsequente da Bda Inf Mec devem ser levados
em consideração na seleção das áreas ou pontos de passagem.
(3) A vulnerabilidade aos ataques do inimigo pode ser reduzida pela seleção de
áreas ou de pontos que possibilitem à Bda Inf Mec passar pelos flancos ou
áreas desocupadas da GU em posição.

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c) Itinerários de retraimento
(1) A Bda Inf Mec deve utilizar vários itinerários de retraimento e evitar a
utilização de Z Reu ou paradas dentro da posição ou área de retaguarda da
GU que faz o acolhimento.
(2) A Bda Inf Mec deve ter prioridade na utilização dos itinerários e instalações.
(3) Quando possível, os itinerários de retraimento devem evitar locais
organizados da posição defensiva (núcleos de defesa).
(4) O Cmt Bda Inf Mec é o responsável pelo controle do tráfego à frente da
posição defensiva. O Cmt da força em posição é responsável pelo controle do
tráfego no interior da posição defensiva.

d) Passagem de comando
(1) A hora e as condições em que a responsabilidade pelo controle da Z Aç é
transferida para o Cmt da GU em posição são determinadas por entendimentos
entre os dois Cmt interessados ou fixadas pelo Esc Sp.
(2) Normalmente, em uma operação de Aclh, o Cmt da GU em posição assume
a responsabilidade pelo controle da Z Aç no momento em que a tropa que
retrai atinja uma linha de segurança de apoio de artilharia ou uma linha de
controle designada. Pode ser, também, em uma hora predeterminada.
(3) Na Aç Rtrd, a responsabilidade pela Z Aç, por parte da Bda Inf Mec, termina
por ocasião de seu Aclh na posição. A cooperação e a coordenação são
essenciais para que o retraimento se processe em boas condições.

e) Apoio ao combate em posição


(1) A Bda Inf Mec deve receber todo o apoio possível por parte da GU em
posição.
(2) O apoio de fogo prestado pela GU em posição é de grande importância,
especialmente com relação à cobertura a ser dada aos destacamentos
deixados em contato com o inimigo.
(3) Os fogos devem ser coordenados entre as duas forças participantes da
operação.

f) Apoio logístico em posição - Áreas de abastecimento devem ser localizadas


à retaguarda dos elementos que farão o acolhimento, para proporcionar
abastecimento de emergência, quando necessário.

4.7.4.4.3 Medidas de Coordenação e Controle


a) É necessário rigoroso controle para um retraimento ordenado através de
uma posição à retaguarda.
b) As medidas por meio das quais a operação deve ser controlada e
coordenada são previstas pelo Esc Sp ou acertadas entre os comandantes
interessados.
c) Qualquer alteração das medidas de controle planejadas deve ser
coordenada entre os comandos envolvidos e levada ao conhecimento de todos

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os elementos interessados.

d) As medidas de coordenação e controle, normalmente usadas, são: os


pontos de ligação, os pontos de passagem, os itinerários de retraimento, a
hora de passagem e os sinais de reconhecimento.

e) Pontos de ligação (P Lig)


(1) Nesse tipo de operação, são designados pelo comando enquadrante ou por
combinação entre os Cmt envolvidos na operação.
(2) Para assegurar uma perfeita coordenação, um ponto de ligação principal e
outro alternativo devem ser designados em cada setor de unidade. Esses
pontos são efetivados pelos elementos de ligação e são localizados dentro do
alcance das armas do LAADA ou posição de retardamento. Os comandos
subordinados devem, dentro de suas respectivas Z Aç, estabelecer P Lig para
suas peças de manobra.
(3) Os elementos da área de defesa avançada, ou posição de retardamento,
enviam patrulhas de ligação, equipadas com rádio e guias para os P Lig.

f) Pontos de passagem
(1) Esses pontos são localizados no limite anterior da ADA ou posição de
retardamento e através deles as forças são acolhidas. Devem ser
reconhecidos pelas forças que retraem.
(2) Os pontos de passagem são também empregados para proporcionar um
meio de referenciar locais específicos e informações para o controle das
unidades.
(3) Os guias das unidades que realizam o Aclh, normalmente, encontram os
elementos que executam o retraimento no P Lig e os guiam através dos pontos
de passagem sobre o limite anterior da ADA ou posição de retardamento e daí
para a retaguarda da unidade.

g) Itinerários de retraimento
(1) São caminhos designados através da posição à retaguarda que facilitam
um retraimento ordenado e contínuo.
(2) No interior da posição, é obrigatório que as tropas se mantenham sobre os
itinerários prescritos.

h) Hora da passagem
(1) A hora da passagem é designada pelo Cmt que ordenou a operação.
Horas específicas são designadas para cada unidade.
(2) Um representante de cada unidade que retrai, com rádio, precede a
unidade de marcha no ponto de passagem. Esses representantes informam à
unidade que acolhe o número de veículos que estão retraindo e a identificação
do último veículo a retrair.

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i) Sinais de reconhecimento
(1) São incluídos na ordem de operações e devem ser baseados nas
instruções para a exploração das comunicações e eletrônica (IE Com Elt) e nas
normas gerais de ação das forças interessadas.
(2) Os sinais de reconhecimento são acertados entre as duas forças e,
normalmente, cobrem tanto o retraimento diurno quanto o noturno.

4.7.4.4.4 Execução do Retraimento


a) Na hora prevista, os elementos da Bda Inf Mec iniciam o deslocamento
para a retaguarda, dentro de suas respectivas Z Aç. Esse deslocamento deve
ser realizado durante períodos de visibilidade reduzida, evitando-se a utilização
de Z Reu e paradas na área de retaguarda da GU em posição, uma vez que
isso provoca um aumento de densidade de tropas na área de operações.
b) Os Cmt das unidades subordinadas são os responsáveis pela identificação
do último elemento de sua organização a passar através da unidade em
posição.
c) A fim de reduzir a densidade de tropas durante o Aclh, é conveniente que o
retraimento seja executado na seguinte sequência: os elementos de Ap Log, a
reserva, os elementos de comando e controle, de apoio ao combate e de
combate.

4.7.5 COOPERAÇÃO CÍVICO-MILITAR

4.7.5.1 A cooperação civil-militar (CIMIC, sigla em inglês de civil-military


cooperation) caracteriza-se por atividades que buscam estabelecer, manter,
influenciar ou explorar as relações entre as forças militares, as agências, as
autoridades e a população, em uma área operacional amigável, neutra ou
hostil. Contribui para atingir os objetivos militares e garantir um ambiente
seguro e estável, de acordo com a natureza da missão. Compreende ações
comunitárias e de coordenação com organizações não-governamentais,
organizações internacionais e, eventualmente, organizações governamentais.

Fig 4-74 - Ações de CIMIC

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4.7.5.2 A Bda Inf Mec pode planejar e executar ações de cooperação civil-
militar no sentido de contribuir para a consecução dos objetivos militares e para
garantir um ambiente seguro e estável, de acordo com a natureza da missão.

4.7.5.3 As ações de CIMIC ocorrem nos níveis operacional e tático (Bda Inf
Mec). Decorrem das diretrizes estabelecidas pelos Assuntos Civis, que são
normatizados nos níveis político e estratégico e destinam-se a atender aos
interesses do Estado no TO/A Op, por intermédio de atores civis e militares.

4.7.5.4 As atividades CIMIC abrangem o apoio à missão e às comunidades,


incluindo reparações e reconstrução de infraestruturas, incremento das
condições da saúde pública e apoio à administração civil, o que possibilita a
conquista da confiança da população.

4.7.5.5 A contrapartida das atividades CIMIC, efetuadas pela tropa em


benefício da população, consiste no apoio desta e das autoridades às operações
militares, principalmente no que diz respeito à obtenção de informações e ao uso
de áreas, instalações e recursos locais. Esse apoio proporciona legitimidade de
atuação e liberdade de ação para as tropas da Bda Inf Mec.

4.7.5.6 A 9ª Seção do EM, do Esc Sp, é responsável por coordenar a aplicação das
capacidades civis, adequando-as às necessidades militares (CIMIC), vindo a
serem emitidas, a partir daí, diretrizes para o emprego da Bda Inf Mec nas
ações específicas ligadas à CIMIC. Para tanto, a Bda Inf Mec estabelece um
encarregado de CIMIC para tais coordenações.

4.7.5.7 Uma das típicas atividades de CIMIC a ser executada pela Bda Inf Mec
é a Ação Cívico-Social (ACISO), que pode ser executada nos níveis mais
elementares de comando, com o aproveitamento dos recursos em pessoal,
material e técnicas disponíveis, para resolver problemas imediatos e
prementes. Compreende ações de apoio à população, com a finalidade de
atender aos objetivos operacionais e táticos do escalão considerado.

Fig 4-75 - Briefing sobre execução das atividades CIMIC

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4.7.5.8 Normalmente, as necessidades do componente civil, que poderão


requerer envolvimento da Bda Inf Mec, são:
a) estabelecimento de perímetro de segurança;
b) proteção;
c) reparação da infraestrutura básica;
d) apoio à população;
e) socorro à população; e
f) apoio a deslocados e refugiados.

4.7.5.9 A intensidade das ações CIMIC aumenta conforme a população passa


a sofrer os reflexos do conflito. Normalmente, a infraestrutura de bem-estar e
as necessidades básicas para atender a população encontrar-se-ão
deterioradas, necessitando de um período para a reconstrução e para a
reorganização das atividades socioeconômicas. Assim, as ações CIMIC,
normalmente, prolongam-se após o cessar fogo.

4.7.5.10 A figura 4-10, abaixo, projeta a relação entre as ações CIMIC e o


espectro das operações militares.

Fig 4-76 - Intensidade da CIMIC no espectro das operações militares

4.7.5.11 Para mais detalhes sobre cooperação civil-militar, deve-se consultar


os Manuais de Campanha EB-70-MC-10.223 - Operações (5ª Ed, 2017) e
EB70-MC-10.221 - Cooperação civil-militar (1ª Ed, 2017).

4.7.6 DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR (DQBRN)

4.7.6.1 A DQBRN compreende as ações relacionadas ao reconhecimento, à


detecção e à identificação de agentes químicos, biológicos, radiológicos e
nucleares, bem como à descontaminação de pessoal e de material expostos a
tais agentes.

4.7.6.2 As atividades relacionadas à DQBRN compreendem desde ações

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básicas de proteção realizadas por todo o efetivo da Bda Inf Mec (uso de
equipamentos de proteção individual, por exemplo), até aquelas que exijam o
emprego de OM especializadas (identificação de agentes QBRN, por exemplo),
que poderão vir a apoiar, eventualmente, ações específicas da Bda.

4.7.6.3 As Atividades da DQBRN são: o sensoriamento QBRN, a segurança QBRN


e a sustentação QBRN. Estas atividades são coordenadas pelo Sistema QBRN (Fig
4-11).

Fig 4-77 - Atividades da DQBRN

4.7.6.4 O sensoriamento QBRN (detecção de agentes QBRN) consiste na


atividade de determinar a presença ou não de agente QBRN em determinado
local ou área, para contribuir com o objetivo de evitar a contaminação.

4.7.6.5 A segurança QBRN (proteção), uma das formas de evitar a


contaminação, deve ser adotada pela Bda Inf Mec no caso da iminência de uso
de substâncias QBRN, ou da presença confirmada dessas substâncias. Pode
ser de ordem individual, coletiva ou tática.

4.7.6.6 A sustentação QBRN (descontaminação) compreende todos os


trabalhos realizados com a finalidade de tornar inofensivos, dentro do possível,
os agentes QBRN que se tenham acumulado sobre pessoal, material,
equipamentos, viaturas e até mesmo áreas reduzidas na A Op da Bda Inf Mec.

4.7.6.7 O emprego da Bda Inf Mec em ambientes contaminados por agentes


QBRN implica:
a) na utilização de equipamentos de proteção coletiva para as guarnições das
viaturas;
b) na necessidade do apoio de equipes especializadas em defesa QBRN para
os trabalhos de descontaminação;

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c) no emprego da tropa desembarcada somente com a utilização de


equipamentos especiais de defesa QBRN, como máscaras contra gases e
roupas protetoras;
d) na necessidade de dotação de detectores de agentes QBRN, além de
estojos de primeiros socorros individuais mais complexos, com vacinas e
antídotos contra agentes biológicos;
e) no maior grau de complexidade na operação do armamento e de
equipamentos diversos, na condução de viaturas e na observação do campo
de batalha, em função das restrições impostas pelos equipamentos de
proteção individual contra agentes QBRN; e
f) na redução do ritmo das operações e na maior dificuldade para execução
das ações táticas planejadas.

4.7.6.8 O Oficial de ligação (O Lig) de DQBRN poderá ser destacado em apoio


à Bda Inf Mec, com a finalidade de prestar assessoramento ao Cmt Bda para
atividades de DQBRN e trabalhar em coordenação com o estado-maior. Além
do que, serve como elo entre o comando da Bda e os elementos de DQBRN
em eventual apoio.

4.7.6.9 Maiores detalhes sobre o emprego, planejamento, responsabilidades do


EM da Bda e do O Lig DQBRN da Bda, bem como modelo de anexo DQBRN à
O Op, dentre outros, consultar o Manual de Campanha EB70-MC-10.234 -
Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear nas Operações (1ª Ed,
2017).

4.7.7 OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS

4.7.7.1 Considerações Gerais

4.7.7.1.1 As Operações Psicológicas (Op Psc) são aplicáveis às operações


militares desencadeadas no amplo espectro dos conflitos, nas situações de
guerra e de não guerra, o que inclui ações que precedem ou independem da
ativação de Teatro de Operações/Área de Operações (TO/AO), tais como:
evacuação de não combatentes; ajuda humanitária; ações na faixa de fronteira;
dentre outras.

4.7.7.1.2 O espectro de emprego das operações psicológicas abrange os


níveis tático, operacional, estratégico e político. São conduzidas não apenas
em função das operações especiais, mas também nas operações básicas e
complementares, seja em tempo de paz, de crise ou de conflito.

4.7.7.1.3 O papel dos especialistas de Op Psc é muito relevante, pois o mesmo


poderá assessorar o Cmt Bda sobre o potencial impacto das atividades
desenvolvidas pela tropa sobre os Pub A.

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4.7.7.1.4 As Op Psc integradas a outras capacidades relacionadas à


informação (CRI), por meio das Op Info, são realizadas em todos os níveis de
planejamento e condução das operações militares visando atingir o estado final
desejado (EFD). Poderão, também, ser usadas como parte de atividades em
ambiente interagências com outros instrumentos do Poder Nacional para
atingir objetivos estabelecidos.

4.7.7.1.5 Para mais informações sobre Op Psc, consultar o Manual de


Campanha de Operações Psicológicas (EB70-MC-10.230), 4ª Ed, 2017 e o
Manual de Operações de Informação (EB70-MC-10.213), 2ª Ed, 2019.

4.7.7.2 Operações Psicológicas (Op Psc) na Bda Inf Mec

4.7.7.2.1 As Op Psc podem ser planejadas e conduzidas nos diversos níveis,


entretanto é fundamental que haja coerência e harmonia entre esses
planejamentos. Por isso, as Op Psc são planejadas centralizadamente, a partir
dos níveis mais elevados de decisão.

4.7.7.2.2 Normalmente, a Bda Inf Mec cumprirá as atividades de Op Psc


planejadas pelos escalões superiores e poderá, caso seja julgado necessário,
receber elementos de Op Psc para atuar em seu proveito ou orientar nos
trabalhos a serem desenvolvidos.

4.7.8 GUERRA ELETRÔNICA

4.7.8.1 É uma capacidade relacionada à informação (CRI) transversal às


funções de combate, principalmente C2, Inteligência, pela ação das Medidas
de Apoio de GE (MAGE), Fogos, pela ação das Medidas de Ataque Eletrônico
(MAE) e Proteção, por meio das Medidas de Proteção Eletrônica (MPE).
Destarte, a GE deve ser empregada em todos os tipos e formas de manobra,
nas Op complementares e demais ações comuns.

4.7.8.2 Está intimamente vinculada às Op Info no que se refere à degradação


do processo decisório de potenciais oponentes, ao mesmo tempo em que é
utilizada para proteger o das forças amigas. Serve ainda para evitar, impedir ou
neutralizar os efeitos das ações adversárias na dimensão informacional. As
atividades de GE são planejadas por especialistas e conduzidas por frações de
GE, que poderão vir, eventualmente, a apoiar as ações da Bda Inf Mec, ou
compondo seus meios temporariamente ou os meios do escalão superior.

4.7.8.3 No que tange ao emprego da GE em apoio às ações da Bda Inf Mec,


aquela deve ter mobilidade igual ou superior a esta, visto que, por razões
técnicas atinentes ao rendimento dos meios de GE, a fração de apoio deslocar-
se-á ou ocupará a frente do dispositivo da GU.

4-221
EB70-MC-10.XXX

4.7.8.4 A dosagem mínima de apoio recomendada é de 01 (um) Pel GE para a


Bda Inf Mec, preferencialmente dotados dos sistemas de MAGE e MAE.

4.7.9 DEFESA ANTIAÉREA

4.7.9.1 A defesa antiaérea é o conjunto de ações de defesa aeroespacial ativa


desencadeada da superfície, visando impedir, anular ou neutralizar a ação de
vetores aéreos hostis, tripulados ou não.

4.7.9.2 Todos os elementos, em seus respectivos escalões, contribuem para o


sistema de defesa antiaérea ao proceder constante vigilância do espaço aéreo
sobrejacente à sua área de responsabilidade, provendo alerta oportuno sobre
qualquer ação de vetores aéreos hostis.

4.7.9.3 A DAAe atuará em proveito da F Ptç realizando a busca, detecção,


identificação de plataformas aéreas tripuladas e não tripuladas, destruindo
aquelas julgadas hostis.

4.7.9.4 Atualmente, o domínio da dimensão aeroespacial dita o ritmo das


campanhas militares. A possibilidade de obtenção de uma superioridade aérea,
ainda que temporária e geograficamente restrita, é determinante para a
condução das operações, sobremaneira em relação à Bda Inf Mec, por ser uma
tropa bastante suscetível a ataques aéreos.

4.7.9.5 Normalmente, complementa o esforço da defesa aérea a cargo da


Força Aérea Componente (FAC).

4.7.9.6 Para sua atuação, estabelecerá as prioridades dos meios a serem


protegidos, baseadas na importância, vulnerabilidade, recuperabilidade e
possibilidade do Ini Ae, segundo critérios estabelecidos pelo comando das
operações.

4.7.9.7 Sua execução segue o princípio da complementaridade, sendo exercida


em diversos níveis, determinados pela existência de sistemas de busca,
detecção, alarme antecipado, alcance e a precisão do armamento.

4.7.9.8 É mais eficiente quando empregada por elementos de artilharia


antiaérea, por intermédio da Bia AAAe da Bda, que constituem-se em um
sistema específico para a DAAe.

4.7.9.9 Demais detalhes acerca da DAAe são regulados pelos Manuais de


Campanha EB70-MC-10.231- Defesa Antiaérea (1ª Ed, 2017) e EB70-MC-
10.235 – Defesa Antiaérea nas Operações (1ª Ed, 2017).

4-222
EB70-MC-10.XXX

4.7.10 COMUNICAÇÃO SOCIAL

4.7.10.1 A comunicação social (Com Soc) é o processo pelo qual se exprime


ideias, sentimentos e informações, visando ao estabelecimento de relações e
soma de experiências. Compreende as áreas de relações públicas, assessoria
de imprensa e divulgação institucional.

4.7.10.2 As Unidades da Bda Inf Mec podem conduzir ou participar de


atividades de Com Soc, por meio do desenvolvimento de ações cívico-sociais
(ACISO), influenciando a opinião pública local e, dessa maneira, contribuindo
para o esforço das Op Info em proveito da Bda.

4.7.10.3 Nesse contexto, ainda, elementos da Bda Inf Mec podem prover
segurança aos elementos especializados de Com Soc por meio do emprego de
seus meios orgânicos, oferecendo relativa proteção blindada a esse pessoal
enquanto atuam na área de operações.

4.7.10.4 A Bda Inf Mec, eventualmente, pode vir a ser apoiada por um
destacamento de comunicação social (Dst Com Soc), de constituição variável e
com estrutura temporariamente ativada, com meios mobilizados do Sistema de
Comunicação Social do Exército (SISCOMSEx), responsável por executar as
atividades de comunicação social.

Fig 4-78 - Modelo de Estrutura do Destacamento de Comunicação Social

4.7.10.5 Demais detalhes acerca da comunicação social são regulados pelo


Manual de Fundamentos EB20-MF-03.103 - Comunicação Social (2ª Ed, 2017)
e no Caderno de Instrução CI 45-01 - Ação Cívico-Social (1ª Ed, 2009).

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EB70-MC-10.XXX

4.8 OPERAÇÕES EM AMBIENTES COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

4.8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

4.8.1.1 Ambiente operacional é o conjunto de condições e circunstâncias que


afetam o emprego das forças militares e influem nas decisões do comandante.
A Bda Inf Mec pode vir a realizar operações em ambientes operacionais com
características tão peculiares que exigem das tropas táticas, técnicas e
procedimentos específicos para o cumprimento da missão.

4.8.1.2 Esses ambientes, por conta de suas especificidades, principalmente


quanto aos aspectos fisiográficos (dimensão física do ambiente operacional),
são denominados ambientes com características especiais e requererem
adaptação e aclimatação da tropa, bem como a utilização de material e
equipamento especiais.

4.8.1.3 Para fins de preparo e emprego da Bda Inf Mec, os ambientes com
características especiais estão divididos nos seguintes tipos:
a) ambiente operacional de selva, matas densas e bosques;
b) ambiente operacional de pantanal;
c) ambiente operacional de caatinga; e
d) ambiente operacional de montanha.

4.8.2 AMBIENTE OPERACIONAL DE SELVA, MATAS DENSAS E BOSQUES

4.8.2.1 Considerações Gerais

4.8.2.1.1 O ambiente operacional de selva possui as seguintes características


gerais:
a) largas áreas de floresta densa;
b) clima tropical úmido;
c) biodiversidade de flora e fauna;
d) elevados índices de temperatura e umidade;
e) vasta rede hidrográfica, sujeita à sazonalidade do regime pluvial;
f) rede rodoviária rarefeita, ou mesmo inexistente;
g) presença de moléstias tropicais; e
h) baixa densidade populacional.

4.8.2.1.2 A densa cobertura florestal dificulta o movimento de tropa e a


observação. Além disso, torna os campos de tiro restritos e dificulta as
comunicações, restringindo a capacidade de coordenação e controle das
forças.

4.8.2.1.3 Demais detalhes acerca do ambiente operacional de selva são


regulados pelo Manuais de Campanha EB70-MC-10.228 - A Infantaria nas

4-224
EB70-MC-10.XXX

Operações (1ª Ed, 2018); EB70-MC-10.223 - Operações (5ª Ed, 2017) e nas
Instruções Provisórias IP 72-1 - Operações na Selva (1ª Ed, 1997).

4.8.2.2 Características das Operações em Ambiente de Selva

4.8.2.2.1 As condições de clima e vegetação conferem às operações


desenvolvidas nesse tipo de ambiente operacional as seguintes características
principais:
a) emprego de pequenas frações;
b) restrições ao emprego de meios de transporte motorizados, mecanizados e
blindados;
c) importância do controle das localidades;
d) ações táticas descentralizadas;
e) restrições ao emprego de meios de comunicações;
f) restrições de apoio de fogo;
g) necessidade de apoio logístico cerrado, de modo a permitir, se necessário, o
suprimento direto às pequenas frações;
h) importância do emprego de meios fluviais e aéreos; e
i) dificuldade de orientação.

4.8.2.2.2 Em consequência das restrições à mobilidade, e em consonância com


as características de emprego da Bda Inf Mec, bem como suas possibilidades e
limitações, as principais ações táticas são conduzidas ao longo dos eixos,
sejam eles terrestres ou fluviais. Assim, crescem de importância os acidentes
do terreno que permitem o controle da circulação de meios, tais como: as
localidades, os nós rodo-ferroviários, a confluência de rios, os ancoradouros e
os campos de pouso.

4.8.3 AMBIENTE OPERACIONAL DE CAATINGA

4.8.3.1 Considerações Gerais

4.8.3.1.1 Características do ambiente operacional de caatinga:


a) baixa pluviosidade;
b) pouca umidade;
c) altas temperaturas diurnas;
d) solo predominantemente pedregoso; e
e) vegetação emaranhada, retorcida, espinhosa e de baixa altura.

4.8.3.1.2 Demais detalhes acerca do ambiente operacional de caatinga são


encontrados pelo Manuais de Campanha EB70-MC-10.228 - A Infantaria nas
Operações (1ª Ed, 2018) e EB70-MC-10.223 - Operações (5ª Ed, 2017).

4.8.3.2 Características das Operações em Ambiente de Caatinga

4.8.3.2.1 São características principais das operações militares desenvolvidas

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EB70-MC-10.XXX

no ambiente de caatinga:
a) importância do controle das localidades;
b) dificuldade de identificação de acidentes capitais;
c) restrição ao movimento de tropa a pé em determinadas áreas;
d) ações táticas descentralizadas;
e) dificuldade de observação direta e de realização de tiro tenso;
f) particularidade do apoio logístico no tocante à grande necessidade de
suprimento de água; e
g) dificuldade de orientação.

4.8.3.2.2 Aspectos Militares do Terreno que Influenciam o Emprego da Bda Inf


Mec no Ambiente Operacional de Caatinga
a) Obstáculos - Açudes e barragens, por suas dimensões, constituem-se
obstáculos de vulto. O leito seco dos rios temporários não é obstáculo para
tropa a pé, podendo constituir obstáculo para viaturas. A vegetação da caatinga
é obstáculo impeditivo para viaturas motorizadas e obstáculo restritivo para
viaturas mecanizadas e blindadas.

b) Espaço para manobra - A vegetação da caatinga restringe a manobra, o


apoio de fogo e o apoio logístico.

c) Facilidade de movimento - As vias de circulação terrestres facilitam o


movimento. O combate tende a ocorrer ao longo das rodovias, na margem das
quais se desenvolvem as localidades, o que seria a forma de emprego mais
apropriada para as VBTP da Bda Inf Mec.

d) Rede viária - A caatinga é entrecortada por boa malha rodoviária


pavimentada, o que possibilita o deslocamento de grandes efetivos. A
transitabilidade nas estradas não pavimentadas também é boa, sendo
prejudicada apenas nos períodos de fortes chuvas. Logo, possui uma rede
viária, em geral, apropriada para o emprego dos meios da Bda Inf Mec.

4.8.4 AMBIENTE OPERACIONAL DE SERRAS E TERRENOS


MONTANHOSOS

4.8.4.1 Considerações Gerais

4.8.4.1.1 O terreno montanhoso é usualmente definido como aquele que


apresenta elevações superiores a 300 metros em relação às terras adjacentes.
Por isso, apresenta-se geralmente como um obstáculo de vulto, favorecendo
aquele que adota uma atitude defensiva.

4.8.4.1.2 No entanto, o emprego de forças adestradas para operar nesse tipo


de ambiente, aliado a adequado sistema de apoio, pode superar as vantagens
originalmente oferecidas ao defensor.

4-226
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4.8.4.2 Características das Operações em Ambiente de Montanha

4.8.4.2.1 As operações militares realizadas em ambiente operacional de


montanha possuem as seguintes características principais:
a) acentuada restrição ao movimento de tropas de qualquer natureza;
b) restrições ao emprego de meios de comunicações;
c) dificuldade de manutenção do fluxo de apoio logístico;
d) ações táticas descentralizadas;
e) importância do emprego de helicópteros; e
f) importância da conquista de regiões de passagem e de pontos de dominância
sobre o terreno.

4.8.4.2.2 As trilhas e estradas se constituem, na maior parte das vezes, nos


únicos itinerários de movimento, sendo que favorecerem a realização de
emboscadas. Além disso, a escassez de estradas e caminhos, aliada à
possibilidade de aumento de tráfego e às condições meteorológicas adversas,
determina o aumento nos trabalhos de conservação da rede mínima de
estradas. Tais características afetam, sobremaneira, a mobilidade da Bda Inf
Mec, acarretando em pouca efetividade no seu emprego em tais terrenos.

4.8.5 AMBIENTE OPERACIONAL DE PANTANAL

4.8.5.1 Considerações Gerais

4.8.5.1.1 O pantanal possui escassa rede viária, vasta cobertura vegetal de


diversos tipos e extensa rede hidrográfica, com cursos de água não vadeáveis
que apresentam-se como obstáculos nesse ambiente.

4.9.5.1.2 O terreno, por sua vez, apresenta-se levemente ondulado, marcado


por raras elevações isoladas e rico em depressões rasas.

4.8.5.2 Características das Operações em Ambiente de Pantanal

4.8.5.2.1 São características principais das operações militares desenvolvidas


no ambiente de pantanal:
a) acentuada restrição ao movimento de tropas por meios de transporte
rodoviário;
b) importância do controle das localidades;
c) prevalência de meios aquáticos de deslocamento de tropas;
d) dificuldade de manutenção do fluxo de apoio logístico;
e) emprego de pequenas frações;
f) ações táticas descentralizadas; e
g) importância do emprego de meios aéreos.

4-227
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4.8.5.2.2 O emprego da Bda Inf Mec, nesse ambiente operacional, seria mais
apropriado no interior de áreas urbanas, em vista dos seguintes aspectos
relacionados ao terreno:
a) as vias de circulação terrestres (estradas, trilhas e regiões desmatadas)
facilitem o movimento, são escassas;
b) a rede viária é incipiente;
c) muitas pontes são construídas de madeira, diminuindo a capacidade de
tráfego; e
d) durante a época das chuvas, algumas estradas tornam-se intransitáveis.

4-228
EB70-MC-10.XXX

CAPÍTULO V

INTELIGÊNCIA

5.1 A FUNÇÃO DE COMBATE INTELIGÊNCIA

5.1.1 A função de combate inteligência compreende o conjunto de atividades,


tarefas e sistemas inter-relacionados, empregados para assegurar a
compreensão sobre o ambiente operacional, as ameaças (atuais e potenciais),
o inimigo, o terreno e as considerações civis. Com base nas diretrizes do
comandante, normalmente expressas em necessidades identificadas, são
executadas as tarefas associadas às operações de Inteligência,
Reconhecimento, Vigilância e Aquisição de Alvos (IRVA). Essas atividades e
tarefas subsidiam o planejamento e a condução de operações militares, além
de identificar e contribuir para a neutralização das ameaças, bem como para o
planejamento e o emprego eficaz da tropa.

5.1.2 É uma atividade particularmente complexa, que abrange as demais


funções de combate e que deve considerar número elevado de variáveis, de
forma a possibilitar ao comando obter plena consciência situacional do entorno
operativo no qual se desdobram as forças militares.

5.1.3 No nível tático, a inteligência contribui para a consciência situacional do


comandante operativo, pois permite o conhecimento do ambiente operacional e
das ameaças presentes. É no nível tático que a função de combate inteligência
tem aplicação plena, podendo influenciar no campo de batalha de forma
imediata.

5.1.4 Esse planejamento exige conhecimento profundo da organização das


forças oponentes, das suas capacidades, das suas limitações e das suas
vulnerabilidades, das características técnicas de seus materiais, das formas de
emprego, bem como do terreno, do clima, além das peculiaridades sociais,
políticas e econômicas da população local e do ambiente operacional.

5.1.5 Os combates modernos têm se caracterizado pelo uso maciço de


tecnologia, pela presença de civis e da mídia no ambiente operacional, pelo
emprego de estruturas de combate com maior proteção coletiva, velocidade e
letalidade seletiva, pela utilização de aeronaves remotamente pilotadas e pela
capacidade de operar no espaço cibernético.

5.1.6 Um dos aspectos a ser levado em conta é que a dinâmica e velocidade


das batalhas alteram a situação tática constantemente, ocasionando eventos
que podem afetar diretamente a manobra da Bda Inf Mec.

5-1
EB70-MC-10.XXX

5.1.7 Desta forma, cresce de importância o princípio da oportunidade, uma vez


que as novas condições do ambiente operacional e do espaço de batalha
obrigam o Comandante a reavaliar a situação e rever suas decisões com maior
frequência, exigindo que o ciclo de inteligência seja permanentemente
atualizado.

5.1.8 A função de combate inteligência é muito mais que a simples obtenção de


dados e informações. É um processo contínuo que integra a análise da
informação com o desenvolvimento das operações, de maneira que se possa
visualizar e entender a situação. O seu papel mais importante é o de servir de
base para o desenvolvimento das operações, apoiando o processo decisório,
em uma atividade contínua e dinâmica.

5.2 ORGANIZAÇÃO DA FUNÇÃO DE COMBATE INTELIGÊNCIA NA


BRIGADA DE INFANTARIA MECANIZADA

5.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

5.2.1.1 A Bda Inf Mec desenvolve suas ações no nível tático e,


consequentemente, toda informação relativa ao oponente, terreno e condições
meteorológicas e considerações civis é oriunda da Inteligência, que tem a
capacidade de influir no resultado da missão de forma imediata.

5.2.1.2 As informações em tempo real da situação tática atualizada e o


conhecimento detalhado sobre as características, capacidades, limitações e
vulnerabilidades do adversário, conjugadas com o terreno e as condições
climáticas, permitem ao comandante da Bda Inf Mec, e seu EM, compor a
consciência situacional atualizada, especialmente em relação às possibilidades
do inimigo, elaborando, continuamente, linhas de ação que possibilitam à Bda
Inf Mec adequar sua manobra para superar o inimigo por meio da flexibilidade,
velocidade, mobilidade, ação em profundidade, potência de fogo e composição
de meios.

5.2.1.3 Para a Inteligência, as fontes humanas são insubstituíveis na produção


de conhecimento, em especial na análise e avaliação, sendo apoiadas pela
tecnologia.

5.2.1.4 Os reconhecimentos por meios eletrônicos, digitais, meios aéreos não


tripulados, satélites ou outros dispositivos dessa natureza são fundamentais
para complementar o esforço de busca da Bda Inf Mec.

5.2.1.5 O excesso de informações não confirmadas também sobrecarrega o


ciclo de produção de conhecimento, contribuindo, em parte, para as incertezas

5-2
EB70-MC-10.XXX

do combate. Por isso, aumenta de importância o trabalho contínuo do EM na


seleção e confirmação das informações primordiais para a decisão dos
comandantes.

5.2.1.6 Todas as OM são responsáveis por transmitir ao Esc Sp,


oportunamente, os dados e conhecimentos obtidos sobre o inimigo, terreno e
espaço de batalha.

5.2.1.7 Todos os integrantes da Bda Inf Mec devem estar conscientes da


importância de seu papel como vetor de obtenção de dados para a Inteligência
e também da necessidade de comunicar a seus comandantes, imediatamente,
os fatos e as circunstâncias observadas acerca do inimigo, do terreno e do
ambiente operacional. Desta forma, todo militar é um potencial agente de
obtenção de dados e de informações.

5.2.1.8 A função de combate inteligência não inclui apenas os meios que a


integram de forma específica. Dela também fazem parte todos aqueles que
realizam, em determinado momento, de uma forma ou de outra, atividades
inerentes a ela. Assim, ressalta-se a importância da ação de comando em
todos os níveis e a instrução/adestramento de tropa. Cabe ressaltar a
importância de um sistema em que os dados, levantados de forma contínua
pela tropa desdobrada no terreno, cheguem com oportunidade aos elementos
especializados.

5.2.2 A SEÇÃO DE INTELIGÊNCIA

5.2.2.1 A 2ª Seção da Bda Inf Mec é a responsável por planejar, orientar,


coordenar e supervisionar todas as atividades de inteligência na sua área de
responsabilidade.

5.2.2.2 A Seção de Inteligência, baseando-se nos dados, informações e


conhecimentos reunidos, realiza o Exame de Situação de Inteligência,
formulando análises de Inteligência ligadas à situação existente, expressando
as possíveis LA das ameaças, atuais e potenciais, e as suas vulnerabilidades.
Simultaneamente, realiza o Exame de Situação de Contrainteligência, que
determina e prioriza as possibilidades da Inteligência da ameaça e suas
repercussões sobre as LA da Bda. Esse trabalho deve ser utilizado pelas
demais seções do EM para estimarem os efeitos das ameaças sobre suas
áreas de responsabilidade, em particular pela Seção de Operações (Seç Op),
devido à existência de um constante fluxo de comunicação entre a Inteligência
e as operações.

5.2.2.3 A Seção de Inteligência da Bda Inf Mec assegura a compreensão sobre


o ambiente operacional, as ameaças (atuais e potenciais), os oponentes, o
terreno e as considerações civis, ampliando a consciência situacional do
comandante, a fim de apoiar a manobra. Toda sua produção é registrada em

5-3
EB70-MC-10.XXX

documentos previamente moldados à finalidade do assunto ou característica do


conteúdo, priorizando a segurança do conteúdo e a oportunidade de difusão.

5.2.2.4 Deve incorporar pessoal e meios que possibilitem a máxima integração


e a adequada análise de dados provenientes das diversas fontes, com o foco
na manutenção da compreensão dos Comandantes, em todos os níveis,
acerca do espaço de batalha e do oponente. Para isso, coordena o emprego
dos meios de obtenção disponíveis e estabelece a prioridade e a urgência para
obtenção de dados, especificando a fonte mais adequada, sempre que isso for
possível.

5.2.3 O OFICIAL DE INTELIGÊNCIA DA BDA INF MEC

5.2.3.1 O E2 é o principal assessor do Cmt Bda Inf Mec em assuntos de


inteligência e contrainteligência. Ele orienta e auxilia outros oficiais do EM,
inclusive o Oficial de Comunicações e Eletrônica (OCE) e o de Guerra
Eletrônica (OGE), quando tal tipo de tropa especializada estiver em apoio à
Bda Inf Mec, no trato da produção de conhecimentos de inteligência em suas
áreas funcionais.

5.2.3.2 Como principal assessor, cabe ao oficial de inteligência da Bda Inf Mec:
a) estabelecer e manter atualizado banco de dados que compreenda todas as
informações relevantes sobre o ambiente operacional e as ameaças, por meio
do levantamento dos Elementos Essenciais de Informação (EEI);
b) identificar as características da área de operações, incluindo as
considerações civis, que influenciarão as nossas operações e as do inimigo;
c) estabelecer a área de interesse, de acordo com as diretrizes do comandante;
d) levantar e consolidar as necessidades de inteligência;
e) monitorar e difundir previsões contínuas sobre as condições meteorológicas,
determinando as suas influências nas operações correntes e planejadas;
f) identificar os riscos existentes na área de operações, incluindo riscos de
doenças e materiais industriais tóxicos;
g) identificar as características do ambiente informacional que poderão ser
influenciadas pelas operações do inimigo;
h) determinar a doutrina, técnicas, táticas e procedimentos empregados pelo
inimigo;
i) identificar as possibilidades do inimigo, as matrizes doutrinárias e apoiar a
identificação dos alvos de alto valor;
j) determinar as diversas LA possíveis do inimigo, antecipando suas ações
futuras, capacidades ou situações;
k) integrar as informações do Processo de Integração Terreno, Condições
Meteorológicas, Inimigo e Considerações Civis (PITCIC) no Exm Sit; e
l) planejar, em conjunto com todos os oficiais do EM, as atividades de
Inteligência, Reconhecimento, Vigilância e Aquisição de Alvos (IRVA).

5-4
EB70-MC-10.XXX

5.2.4 MEIOS EMPREGADOS PELA INTELIGÊNCIA PARA OBTENÇÃO DE


DADOS E INFORMES

5.2.4.1 Todas as unidades têm a responsabilidade de transmitir, com


oportunidade, dados e conhecimentos sobre o inimigo para o Esc Sp. Na Bda
Inf Mec, devido às suas características, ainda que os BI Mec possuam relativa
capacidade e tecnologia capaz de realizar a busca de dados sobre o inimigo e
o terreno, o Esqd C Mec é a tropa mais apta para tal atividade.

5.2.4.2 Atuando em proveito de suas próprias unidades, os Pel Exp dos BI Mec
e os Gp Exp do Esqd C Mec são as tropas mais aptas para a atividade de
Inteligência, por terem a capacidade de reconhecer eixos, Z Aç, bases de fogos
e locais de passagem, além de estabelecer postos de observação e vigia.

5.2.4.3 Com relação à inteligência de imagens, os meios disponíveis para a


busca de dados nas unidades da Bda Inf Mec podem incluir o SARP (quando a
Bda tiver recebido tal meio e pessoal especializado em apoio) e os meios
optrônicos das VBTP, responsáveis pela obtenção de imagens de média e alta
resolução de toda a A Op, que permitirão a visualização desta área em tempo
real ou quase real, dando resposta às necessidades de inteligência do Cmt.

5.2.4.4 Quando não existirem cartas militares e mapas, as imagens produzidas


pelo SARP poderão ser utilizadas em sua substituição, servindo também para a
atualização de cartas militares e mapas existentes, além de auxiliarem a
execução metodológica de tarefas relativas à integração do Terreno,
Condições Meteorológicas, Inimigo e Considerações Civis.

5.2.4.5 A busca de dados sobre o inimigo conta, ainda, com o emprego do


radar de vigilância terrestre, operado pela Seção de Vigilância Terrestre e
Observação, orgânica das U de Infantaria e Cavalaria da Bda Inf Mec. Essa
seção possui a capacidade de executar operações de vigilância, aquisição,
classificação, localização, rastreamento e exibição gráfica automática de alvos
em terra, tais como, indivíduos em solo, tropas, blindados, caminhões e trens.

5.2.4.6 Os meios de GE do Esc Sp devem, sempre que possível, apoiar as


operações da Bda Inf Mec, ampliando a capacidade de busca de informações
sobre o inimigo e disponibilizando estes dados.

5.2.4.7 A função de combate inteligência não inclui apenas os meios que a


integram. Dela também fazem parte todos aqueles que realizam atividades de
inteligência. Todo militar é uma fonte de obtenção de dados em potencial.
Assim, ressalta-se a importância da ação de comando em todos os níveis e a
instrução/adestramento de tropa. Cabe ressaltar a importância de um sistema
em que os dados, levantados de forma contínua pela tropa desdobrada no
terreno, cheguem com oportunidade aos especialistas.

5-5
EB70-MC-10.XXX

5.2.4.8 As turmas de caçadores, orgânicas dos BI Mec, também devem ser


utilizadas como fonte de dados de inteligência. As informações do inimigo,
levantadas por essas frações, devem ser repassadas com oportunidade para o
EM Bda Inf Mec, a fim de auxiliar no processo de tomada de decisão da GU.

5.2.4.9 Neste contexto, a tropa deve ser instruída acerca do trato não
especializado com as fontes humanas, particularmente no que se refere ao
inimigo, população local, membros de Organizações Não Governamentais
(ONGs), policiais e demais pessoas envolvidas no conflito.

5.2.4.10 Maiores informações a respeito dos meios empregados pela


inteligência para a obtenção de dados e informes podem ser consultadas nos
Manuais de Campanha EB20-MC-10.209 - Geoinformação (1ª Ed, 2014);
EB20-MC-10.207 - Inteligência (1ª Ed, 2015); EB70-MC-10.307 - Planejamento
e Emprego da Inteligência Militar (1ª Ed, 2016); e EB70-MC-10.211 - Processo
de Planejamento e Condução das Operações Terrestres (2ª Ed, 2020).

5.2.5 ORGANIZAÇÕES SUBORDINADAS À BDA INF MEC EMPREGADAS


PELA INTELIGÊNCIA PARA A OBTENÇÃO DE DADOS E INFORMES

5.2.5.1 Elementos de manobra da Bda Inf Mec

5.2.5.1.1 O Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (Esqd C Mec) é o principal


elemento de obtenção de dados da Bda Inf Mec, pois, efetivamente, ocupa o
terreno com os seus Pel C Mec e entram em contato com o espaço de batalha,
constituindo vetores importantes para a obtenção de dados e informações.

5.2.5.1.2 Os Batalhões de Infantaria Mecanizado (BI Mec), quando


desdobrados no terreno em 1º escalão, empregam seus Pel Exp e,
eventualmente, seus Pel Fuz Mec, entrando em contato com o espaço de
batalha e o inimigo, constituindo-se, também, em valioso elemento para a
busca de dados e informes para a Inteligência da Bda Inf Mec. No tocante ao
Pel Exp, esta fração é apta para a atividade de Inteligência, por ter a
capacidade de reconhecer eixos, zonas de ação, bases de fogos e locais de
passagem, além de estabelecer postos de observação e vigia.

5.2.5.1.3 Além das fontes humanas, os BI Mec possuem uma Seção de


Vigilância Terrestre e Observação com equipamentos eletrônicos que
contribuem para ampliar a atuação em prol da Inteligência.

5.2.5.1.4 Os radares da Seção de Vigilância Terrestre e Observação possuem


a capacidade de executar operações de vigilância, aquisição, classificação,
localização, rastreamento e exibição gráfica automática de alvos em terra, tais

5-6
EB70-MC-10.XXX

como, indivíduos em solo, tropas, blindados, caminhões e trens.

5.2.5.1.5 Os Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP), quando


em apoio à Bda, são responsáveis pela obtenção de imagens, vídeos e fotos
da área de operações, possibilitando a visualização desta área em tempo real
ou a gravação para uso posterior, dando resposta oportuna às necessidades
de inteligência do comandante. Quando não existirem cartas militares, as
imagens proporcionadas pelo SARP podem ser utilizadas em sua substituição,
servindo também para a sua atualização, além de auxiliar nos trabalhos de
integração do Terreno, Condições Meteorológicas, Inimigo e Considerações
Civis.

5.2.5.2 Elementos de Apoio ao Combate da Brigada

5.2.5.2.1 O Grupo de Artilharia de Campanha Mecanizado e a Bateria de


Artilharia Antiaérea Mecanizada, orgânicos da Brigada, possuem meios de
busca de alvos que devem ser, também, utilizados pela função de combate
Inteligência para a coleta de dados e informes sobre o inimigo e as condições
meteorológicas na Zona de Ação da Bda Inf Mec.

5.2.5.2.2 O Batalhão de Engenharia de Combate Mecanizado, ao desdobrar


seus Pel Eng em apoio à tropa em 1º escalão, constitui-se, também, em
elemento de busca de dados sobre a Z Aç e sobre o inimigo.

5.2.5.3 Outros Elementos

5.2.5.3.1 A capacidade de inteligência da Bda Inf Mec pode, ainda, ser


ampliada pelo aporte de meios do Esc Sp em apoio ou reforço. Elementos da
Artilharia Divisionária (AD), Av Ex, D Ciber, GE e outros podem complementar
os dados obtidos pelos elementos orgânicos da brigada. Essa possibilidade
amplia, sobremaneira, a capacidade da Bda Inf Mec em obter dados e produzir
conhecimento útil para o cumprimento de suas missões e também contribuir
com a missão do Esc Sp.

5.2.5.3.2 Os meios de GE do Esc Sp devem, sempre que possível, apoiar as


operações da Bda Inf Mec, ampliando a capacidade de busca de informações
sobre o inimigo e disponibilizando estes dados.

5.3 A BRIGADA DE INFANTARIA MECANIZADA E O PROCESSO DE


INTEGRAÇÃO TERRENO, CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS, INIMIGO E
CONSIDERAÇÕES CIVIS

5.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

5.3.1.1 O Exame de Situação de Inteligência é parte fundamental em qualquer


processo decisório. Quando em operações militares, a sua condução é

5-7
EB70-MC-10.XXX

caracterizada pela execução metodológica de tarefas relativas ao Processo de


Integração Terreno, Condições Meteorológicas, Inimigo e Considerações Civis,
também conhecido pela sigla PITCIC.

5.3.1.2 O PITCIC é um processo cíclico de caráter gráfico que permite,


mediante análise integrada, a visualização de como o terreno, as condições
meteorológicas e as considerações civis condicionam as próprias operações e
as do inimigo, fornecendo dados reais e efetivos para auxiliar a tomada de
decisões adequadas. É um processo de apoio ao Exame de Situação de
Inteligência, particularmente durante a montagem das LA.

5.3.1.3 Apesar do oficial de inteligência da Bda Inf Mec ser o responsável pela
condução do PITCIC, tal processo exige a participação de todos os membros
do EM. Por sua vez, o EM necessita do apoio de todos os elementos que
possam proporcionar dados, podendo este apoio ser materializado por outros
organismos e unidades, tais como os engenheiros especialistas em análise do
terreno, equipes meteorológicas, escalão superior, unidades vizinhas etc.

5.3.1.4 O fluxo de informações e os relatórios dos elementos subordinados são


vitais para a obtenção da consciência situacional. Desta forma, todo militar,
desde os integrantes dos menores escalões, pode fornecer informações úteis,
o que caracteriza o conceito IRVA. O fluxo constante dessas informações é
imprescindível para que os produtos do PITCIC possam ser mantidos
atualizados.

5.3.2 O PITCIC E O PLANEJAMENTO DAS OPERAÇÕES DA BRIGADA DE


INFANTARIA MECANIZADA

5.3.2.1 O PITCIC integra todo o Processo de Planejamento e Condução das


Operações Terrestres, desde a identificação dos conhecimentos necessários
até o apoio ao processo decisório, sendo revisado e atualizado durante a
execução das operações. Os conhecimentos que não estão disponíveis são
identificados durante o PITCIC, o que serve para orientar os esforços dos
diversos meios de obtenção existentes na Bda Inf Mec.

5.3.2.2 Os Cmt e os EM empregam o Exame de Situação para desenvolver LA


para a decisão e produção de planos ou ordens. Os produtos do PITCIC são
essenciais para apoiar esse processo decisório.

5.3.2.3 Durante o recebimento da missão, a 2ª Seção realiza uma avaliação


dos dados disponíveis para identificar lacunas no conhecimento. Da mesma
forma, o EM busca atualizar os bancos de dados, em suas áreas funcionais,
com dados de diversas fontes.

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EB70-MC-10.XXX

5.3.2.4 A 2ª Seção deve inteirar-se da ordem de operações do Esc Sp e do seu


Anexo de Inteligência. Além disso, deve iniciar a confecção dos calcos das
forças inimigas, com base nos bancos de dados, estimativas da situação atual
do inimigo e nos dados do terreno e condições meteorológicas. A confecção ou
atualização, de forma antecipada, dos calcos das forças inimigas facilitará os
trabalhos da seção no prosseguimento do Exame de Situação.

5.3.2.5 Durante a primeira fase do Exame de Situação, o EM realiza a primeira


fase do PITCIC, além da definição do ambiente operacional, com a
identificação da Z Aç e determinação da área de interesse. Além disso, a seção
de inteligência verifica as condições de execução da operação, especialmente
em relação aos seguintes itens:
a) plano de dissimulação tática do escalão superior;
b) considerações iniciais sobre a A Op;
c) condicionantes e riscos relacionados à inteligência;
d) facilidades e restrições ao planejamento da operação e de inteligência;
e) meios de inteligência e reconhecimento recebidos;
f) influência dos fatores operativos (políticos, econômicos, social, infraestrutura,
informações, ambiente físico e tempo);
g) considerações iniciais sobre o inimigo presente;
h) considerações civis preliminares;
i) atualização das estimativas correntes; e
j) proposta inicial das necessidades de inteligência.

5.3.2.6 Durante a análise da missão, todas as seções do EM da Bda Inf Mec


devem iniciar a definição dos elementos essenciais de informação (EEI) que
serão necessários para o planejamento da operação em suas áreas funcionais.
Mesmo durante o planejamento, podem surgir EEI não observados
anteriormente que contribuam para o desenvolvimento das nossas LA, bem
como as do inimigo.

5.3.2.7 Durante a segunda fase do Exame de Situação, a 2ª Seção realiza,


também, a segunda fase do PITCIC, com a identificação dos efeitos ambientais
sobre as operações, e inicia a terceira fase de avaliação da ameaça. Nessa
oportunidade, a seção deve realizar as seguintes atividades:
a) retificar ou ratificar a determinação da área de operações, em coordenação
com os demais integrantes do EM;
b) levantar os dados disponíveis acerca da A Op;
c) confeccionar o Calco de Restrição ao Movimento;
d) confeccionar o Calco de Vias de Acesso;
e) realizar a análise do terreno e das condições meteorológicas;
f) analisar as considerações civis;
g) atualizar os Calcos Doutrinários do Inimigo;
h) analisar a situação do Inimigo e produzir os calcos respectivos;
i) apoiar o EM na determinação dos alvos de alto valor e alvos altamente

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compensadores;
j) identificar as vulnerabilidades críticas do inimigo;
h) levantar os fatores de força e fraqueza do inimigo;
i) analisar o PRC, em conjunto com o oficial de operações;
j) atualizar as estimativas correntes;
k) consolidar as necessidades de inteligência; e
l) expedir matrizes do Plano de Obtenção de Conhecimento (POC) para as OM
da Bda Inf Mec, direcionando o esforço de obtenção.

5.3.2.8 A descrição dos efeitos do ambiente operacional identifica restrições às


possíveis LA da Bda Inf Mec e aspectos essenciais do ambiente operacional,
como VA, AE e Zonas de Aterragem (Z Ater).

5.3.2.9 A avaliação do inimigo fornece informações detalhadas sobre seu


dispositivo, composição, valor, atividades recentes e atuais, peculiaridades e
deficiências, dados fundamentais para o planejamento do EM. Deve
proporcionar clara compreensão do Centro de Gravidade (CG) do inimigo, para
que possa ser explorado pelas nossas forças.

5.3.2.10 As capacidades e vulnerabilidades do inimigo, identificadas durante a


3ª fase do PITCIC (Avaliação da Ameaça), permitem ao Cmt e ao EM da Bda
Inf Mec estabelecer hipóteses sobre o poder relativo de combate entre as
nossas forças e o inimigo.

5.3.2.11 A avaliação do inimigo e a determinação das suas LA são facilitadas


quando cada integrante do EM da Bda Inf Mec utiliza os conhecimentos de sua
função de combate nestas atividades. Um esforço combinado de todo o EM
reduz o prazo inicial para executar o PITCIC e permite ao Cmt decidir em
menos tempo.

5.3.2.12 Após analisar a situação, tendo a compreensão do inimigo e de


nossas forças, inicia-se a fase de estudo das possibilidades do inimigo com o
objetivo de chegar às suas possíveis LA e, na sequência, levantar as nossas
próprias LA.

5.3.2.13 O EM da Bda Inf Mec formula LA para cumprir a missão, baseado nas
análises realizadas no PITCIC e fases anteriores do Exame de Situação. O
emprego dos resultados do PITCIC na formulação das nossas LA assegura
que cada uma delas tire proveito das vantagens que o ambiente operacional e
a situação do inimigo oferecem.

5.3.2.14 Uma vez que o PITCIC é um processo cíclico e contínuo, as LA do


inimigo são estabelecidas inicialmente, mas devem ser revisadas e atualizadas
continuamente. A realização de uma análise detalhada do inimigo permite que

5-10
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o EM levante de forma antecipada as suas ações.

5.3.2.15 A 2ª Seção deve determinar a maior quantidade possível de LA do


inimigo, de acordo com o tempo disponível, iniciando pela LA mais provável e
pela LA mais perigosa. Ao considerar todas as opções disponíveis para o
inimigo, o EM assegura-se de que o planejamento possui flexibilidade, de
forma a se adaptar as diversas situações que o inimigo possa criar.

5.3.2.16 Prosseguindo no planejamento, o EM confronta cada uma das LA da


Bda Inf Mec com todas as LA do inimigo, no chamado jogo da guerra. Nessa
oportunidade, o oficial de inteligência desempenha o papel de comandante
inimigo. As conclusões obtidas no confronto das LA, permitem o
aperfeiçoamento destas e proporcionam a base para que, na fase seguinte,
tenham suas vantagens e desvantagens devidamente relacionadas.

5.3.2.17 Baseado nos resultados do confronto de cada uma das LA com as LA


do inimigo, o EM será capaz de:
a) preparar o Calco de Apoio à Decisão e sua matriz;
b) aperfeiçoar as necessidades de inteligência;
c) selecionar os alvos de alta prioridade, considerados muito compensadores, a
partir dos alvos de alto valor identificado;
d) aperfeiçoar os calcos de situação e de eventos, assim como, suas matrizes,
incluindo Regiões de Interesse para a Inteligência (RIPI) em apoio aos pontos
de decisão;
e) priorizar as LA do inimigo, de acordo com a sua probabilidade de adoção; e
f) considerar todas as capacidades relevantes das funções de combate do
inimigo, seus pontos de decisão, estado final desejado (EFD) e
vulnerabilidades.

5.3.2.18 Após o jogo da guerra, o E2 finalizará o seu estudo de Inteligência. O


EM compara as nossas LA para identificar a que tem maior probabilidade de
sucesso contra o conjunto das LA do inimigo. O oficial de inteligência compara
as nossas LA, baseado na capacidade de apoiar a operação com os meios de
Inteligência disponíveis na Bda Inf Mec.

5.3.2.19 Por fim, após a avaliação das vantagens de cada LA, com base nas
análises apresentadas pelo seu EM, o Cmt Bda Inf Mec selecionará aquela
que, a seu ver, melhor atenda ao cumprimento da missão.

5.3.2.20 O E2 deve priorizar a lista das necessidades de inteligência,


apresentando-a ao Cmt para aprovação e definição dos Elementos Essenciais
de Inteligência iniciais. O Calco de Eventos e sua matriz, o Calco de Apoio à
Decisão e a Matriz de Sincronização de Inteligência são concluídos após a
decisão do Cmt. Além disso, o planejamento de IRVA também é finalizado,
sendo materializado no POC.

5-11
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5.3.2.21 Os produtos do PITCIC devem ser disseminados o mais rápido


possível, de forma a permitir o planejamento das OM da Bda Inf Mec nas
melhores condições e dentro do tempo previsto.

5.3.3 A COMPREENSÃO DO AMBIENTE OPERACIONAL DA BDA INF MEC

5.3.3.1 Ambiente Operacional é o conjunto de condições e circunstâncias que


afetam o emprego das forças militares e influenciam nas decisões do
comandante. A Bda Inf Mec, pelas características dos seus meios, é capaz de
permitir ao combatente mecanizado sobrepujar o oponente e combater em
ambientes operacionais favoráveis ao seu emprego, evitando terrenos
impeditivos ou restrições climáticas.

5.3.3.2 A Bda Inf Mec possui flexibilidade de emprego operacional, sendo


capaz de realizar operações ofensivas e defensivas continuadas, sob
condições meteorológicas adversas e de visibilidade reduzida, em variados
terrenos. É, particularmente, vocacionada a realizar operações em áreas
humanizadas, em ambiente de amplo espectro. Pode, também, integrar Forças
que realizam operações de alta mobilidade como envolvimento,
desbordamento, aproveitamento do êxito e a perseguição.

5.3.3.3 A identificação das características significativas do ambiente


operacional no qual a Bda Inf Mec atuará permitirá focar os esforços de coleta
e de busca nas áreas e características que influenciarão no cumprimento da
missão, economizando tempo e recursos.

5.3.4 O TERRENO

5.3.4.1 O terreno terá influência fundamental sobre o emprego da Bda Inf Mec
e, portanto, uma análise detalhada com o levantamento da observação e
campos de tiro, cobertas e abrigos, obstáculos naturais e artificiais, direções de
aproximação, consistência do solo e espaço para a manobra permitirá ao E2
concluir sobre a provável atuação do inimigo e, ao E3, desenvolver a LA mais
adequada ao emprego da Bda.

5.3.4.2 O terreno determinará, ainda, a organização para o combate do inimigo,


a localização do seu esforço principal, o provável eixo prioritário de transporte e
a provável localização das suas unidades de apoio ao combate e logísticas.

5.3.4.3 O estudo detalhado do terreno permitirá também ao E3 e aos


comandantes subordinados planejarem suas ações respectivas e visualizarem
o desenvolvimento provável dos combates, especialmente no que se refere ao
uso dos meios mecanizados, suas formações de combate iniciais e suas

5-12
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mudanças previsíveis.

5.3.4.4 Na observação e campos de tiro deverão ser consideradas as


elevações e a vegetação. Quanto às cobertas e abrigos, incluir, para ambos os
lados, as condições de desenfiamento e disfarce proporcionadas pela
existência de vegetação, edificações e elevações.

5.3.4.5 Em virtude das características da Bda Inf Mec, torna-se imprescindível


a verificação, na A Op da Bda, da existência de obstáculos naturais e artificiais,
tais como pântanos, matas, rios e localidades.

5.3.5 O INIMIGO E AS AMEAÇAS ATUAIS E POTENCIAIS

5.3.5.1 A ameaça é parte fundamental de um ambiente operacional. Pode ser


definida como a conjunção de atores, estatais ou não, entidades ou forças com
intenção e capacidade de realizar ação hostil contra o país e seus interesses
nacionais com possibilidades de causar danos à sociedade e ao patrimônio.

5.3.5.2 As ameaças híbridas caracterizam-se quando as ações de combate


convencional são aglutinadas, no tempo e no espaço, com operações de
guerra irregular, de guerra cibernética e de operações de informação, dentre
outras, com atores estatais e não estatais, no ambiente real e informacional,
incluindo as redes sociais. Combinam táticas convencionais e não
convencionais para evitar nossos pontos fortes, como a mobilidade, a vigilância
de longo alcance e os fogos de precisão, enquanto buscam atacar nossas
vulnerabilidades.

5.3.5.3 O inimigo mais provável de uma Bda Inf Mec são tropas blindadas e
mecanizadas, que podem deslocar-se pelo campo de batalha. Neste sentido, a
Bda Inf Mec buscará manter atualizado os antecedentes referentes às
características, capacidades, limitações e vulnerabilidades do inimigo, bem
como a doutrina do emprego, técnica, tática e procedimentos de combate, de
forma a levantar as suas frentes e profundidades, a velocidade de progressão e
formações de combate adotada e os elementos que permitirão elaborar os
modelos doutrinários do adversário. Ressalta-se a importância de identificação
dos meios de apoio de fogo do inimigo e suas possíveis posições no terreno.

5.3.5.4 Na composição do inimigo, deverão ser incluídas todas as unidades,


inclusive forças irregulares, de apoio, aéreas e navais, com suas respectivas
identificações, que podem influenciar no cumprimento da missão da Bda Inf
Mec.

5.3.5.5 Deverão ser consideradas, ainda, suas unidades de apoio de fogo


terrestres, empregadas contra as nossas tropas, e que podem se opor a
qualquer LA selecionada pelo comandante do escalão considerado.

5-13
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5.3.5.6 As tropas em condições de reforçar deverão ser listadas, incluindo a


identificação e sua provável localização, levando em consideração os fatores
de análise, espaço e tempo.

5.3.5.7 Levantar se o inimigo tem condições de realizar operações químicas,


biológicas e nucleares (quando for o caso), realizando a estimativa, conforme o
caso, do número, tipo, potência e sistema de lançamento de armas nucleares e
de agentes químicos e biológicos disponíveis do inimigo.

5.3.5.8 Com base no conhecimento da doutrina, das práticas anteriores, dos


princípios de guerra do inimigo, da A Op e da situação inimiga, o E2 relacionará
os assuntos que permitam o levantamento de vulnerabilidades e a
determinação da possibilidade relativa de adoção das LA inimigas.

5.3.6 AS CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

5.3.6.1 A análise das condições meteorológicas implica em descrever as


previsões da temperatura, velocidade do vento, precipitações e visibilidade em
local e momento específicos, com a finalidade de apoiar as operações futuras
da Bda Inf Mec. Os elementos meteorológicos a serem analisados serão o
crepúsculo, as fases da lua, temperatura, umidade, nebulosidade, precipitações
e ventos.

5.3.6.2 O acompanhamento das alterações das condições meteorológicas será


fundamental, pois, ocorridas em determinados locais e períodos de tempo,
poderão alterar as características do terreno e influenciar a atuação das nossas
tropas mecanizadas e também do inimigo.

5.3.6.3 Para a obtenção de dados relativos a este fator, será de suma


importância contar com o boletim meteorológico informado pelo escalão
superior.

5.3.7 AS CONSIDERAÇÕES CIVIS

5.3.7.1 Por considerações civis se entende o conjunto de atividades referentes


ao relacionamento do comandante e dos demais componentes de uma
organização ou força militar com as autoridades civis e a população da área ou
território, sob a responsabilidade ou jurisdição do comandante desta
organização ou força.

5.3.7.2 Devem ser voltadas para analisar a influência da cultura e das


atividades da população local sobre a A Op da Bda e a condução das
operações sobre civis. Nessas considerações, incluem-se os efeitos da
infraestrutura, das instituições e organizações civis e da liderança política/civil

5-14
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local. As considerações civis compreendem seis vetores: áreas, estruturas,


capacidades, organizações, pessoas e eventos (AECOPE)

5.3.7.3 O E2 da Bda Inf Mec deve analisar e avaliar, como as considerações


civis podem afetar as operações e que apoio pode ser obtido por parte das
autoridades civis.

5.3.7.4 A construção da consciência situacional considera a cultura (a própria e


a dos outros atores existentes no TO/A Op), as crenças, valores, normas de
conduta social, costumes e tradições e seus possíveis reflexos sobre as
operações. O que uma cultura considera ético e racional, outra pode considerar
irracional ou antiético. Compreender a cultura de determinada sociedade ou
grupo social produz reflexos diretos no modo como a força cumprirá a missão.

5.3.7.5 Os aspectos, a serem levantados por ocasião do estudo sobre as


considerações civis, buscarão responder a quatro questões:
a) como nossa própria cultura afeta a percepção sobre a situação?
b) quais os principais aspectos culturais na região onde são realizadas as
operações?
c) que aspectos históricos são relevantes para entender a cultura da região
onde são realizadas as operações?
d) quais as diferenças de cultura organizacional e modus operandi das demais
agências (civis e militares) envolvidas nas operações?

5.3.7.6 É igualmente importante a compreensão da cultura organizacional de


órgãos governamentais e não governamentais nas operações em ambiente
interagências. Com o objetivo de obter unidade de esforços entre todos os
vetores participantes da operação, é crucial conhecer essas culturas para a
construção da confiança mútua, entendimento da situação e tomada de
decisões.

5.3.7.7 Novas capacidades têm sido requeridas na formulação de soluções aos


problemas militares. As operações militares desencadeadas em áreas
humanizadas induzem à preponderância do elemento humano do Espaço de
Batalha que, de forma crescente, tem tido o seu protagonismo ressaltado.

5.3.7.8 Sem atribuir a devida relevância às considerações civis, corre-se o risco


de o EFD não ser alcançado. Outros aspectos significativos relacionados às
considerações civis são as questões jurídicas e o direito internacional, que se
aplicam à considerável parcela das operações militares. A legitimidade, no
ambiente operacional contemporâneo, é um dos princípios mais importantes
em relação à conquista do apoio interno e/ou internacional.

5.3.7.9 Ao final de todo processo de integração, o oficial de inteligência


apresentará ao Cmt as LA mais prováveis e mais perigosas do inimigo e irá

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dispor de metodologia que permita o acompanhamento da evolução da


situação do inimigo para outra LA e facilite o esforço de busca de dados.

5.3.7.10 A metodologia empregada na fase da integração evitará que o


comandante e o seu EM sejam surpreendidos com ação inimiga inesperada. O
EM será capaz de passar rapidamente de uma LA inimiga, escolhida como
prioritária, para outra.

5.3.8 O ESTUDO DE SITUAÇÃO DO OFICIAL DE INTELIGÊNCIA SOBRE O


INIMIGO

5.3.8.1 A possível atitude do inimigo (ataque, defesa, retardamento etc) será


definida no estudo do inimigo, sendo a base para determinar seus prováveis
objetivos. Quanto mais clara for a intenção do adversário, menor será o número
de LA.

5.3.8.2 Os objetivos são suposições baseadas no estudo do inimigo e nas


conclusões sobre o terreno, condições meteorológicas e considerações civis.
Esses objetivos poderão ser lançados no(s) futuro(s) calco(s) de LA do inimigo
ou no calco das VA.

5.3.8.3 O oficial de inteligência da Bda Inf Mec deverá colocar-se no lugar do


Cmt e do EM inimigo no levantamento dos prováveis objetivos. Da mesma
forma, deve determinar qual o EFD pelo inimigo.

5.3.8.4 Estando o inimigo na defensiva, serão consideradas, normalmente, as


regiões favoráveis à defesa (que barram as VA levantadas), as linhas de
defesa e os locais favoráveis aos contra-ataques.

5.3.8.5 Nas Op Ofs do inimigo, poderão ser considerados os objetivos


favoráveis ao lançamento de forças aeromóveis, os objetivos iniciais, bem
como os possíveis objetivos intermediários e finais e o seu relacionamento com
a reserva.

5.3.8.6 O conhecimento de operações anteriores do inimigo pode auxiliar na


determinação de seus prováveis objetivos e EFD. Objetivos políticos, sociais e
econômicos podem ser tão importantes quanto objetivos militares e podem ter
uma influência direta nas LA do inimigo.

5.3.8.7 Maiores informações a respeito do processo de integração terreno,


inimigo, condições meteorológicas e considerações civis consultar os Manuais
de Campanha EB70-MC-10.307 - Planejamento e Emprego da Inteligência
Militar (1ª Ed, 2016) e EB70-MC-10.211 - Processo de Planejamento e
Condução das Operações Terrestres (2ª Ed, 2020).

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5.4 PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES

5.4.1 A busca de informações é orientada de acordo com os EEI constantes do


Plano de Obtenção de Conhecimentos, que deve indicar onde e quem irá obtê-
los, as prioridades na exploração das diferentes áreas e o que explorar
detalhadamente. São exemplos de EEI: localização de objetivos; posições de
fogo de artilharia; localização das reservas; postos de comando; instalações
logísticas; entre outros.

5.4.2 Todas as unidades que realizem missões de obtenção devem canalizar


os dados obtidos para o comando da Bda Inf Mec, mais especificamente, para
a 2ª Seção, a fim de contribuir para a produção de conhecimento necessário ao
comandante na tomada de decisões acertadas e oportunas.

5.4.3 No nível tático, a produção de conhecimento tem valor imediato de curto


prazo, solicitando trabalho rápido para obter resultados, especialmente,
considerando-se as características de mobilidade e velocidade dos meios de
manobra da Bda Inf Mec.

5.4.4 Por outro lado, quando o E2 da Bda Inf Mec propuser que uma unidade
cumpra missão específica de obtenção, deve considerar aspectos
fundamentais, como:
a) as unidades da Bda Inf Mec necessitam de informações sobre os objetivos
em profundidade do inimigo;
b) a rapidez, a oportunidade e a continuidade de difusão das informações para
as U da Bda Inf Mec é fator permanente;
c) o ajuste entre o alcance dos meios de busca e o sistema de comunicações
das U da Bda Inf Mec deve ser de acordo com as necessidades e exigências
peculiares, de modo a atender de forma oportuna, eficaz e segura; e
d) a compartimentação do terreno e as condições de propagação dos sinais
são fatores que influenciarão, diretamente, a eficácia dos meios de
reconhecimento; e, sempre que possível, o reconhecimento terrestre e o aéreo
devem complementar-se, bem como integrar-se com outros meios técnicos de
apoio, tais como sensores e radares.

5.4.5 De nada servirá obter informações se a difusão não ocorrer


oportunamente para as U da Bda Inf Mec. Geralmente, os acontecimentos
ocorrem com maior rapidez do que a produção de conhecimento. A experiência
indica que pode haver a necessidade do dado ser difundido de forma paralela
ao trabalho da 2ª Seção, neste caso, alertando-se para o fato de não ter sido
suficientemente analisado.

5.4.6 Nas operações ofensivas, em geral, deve-se buscar informações que


esclareçam dúvidas sobre o dispositivo inimigo, especialmente aquelas que

5-17
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afetam diretamente a manobra definida pelo Cmt Bda Inf Mec, tais como
localização das armas anticarro; meios de apoio de fogo de morteiros e
artilharia, obstáculos artificiais; trabalhos de engenharia (áreas ou campos
minados, fossos anticarro etc); dentre outros. Inicialmente, é necessário
conhecer o dispositivo inimigo na frente da Bda Inf Mec, bem como a sua
profundidade. Além disso, é importante obter informações sobre o terreno,
especialmente, quando a operação ocorrer em território desconhecido.

5.4.7 Nas operações defensivas, geralmente, deve-se obter informações que


respondam às dúvidas sobre o esforço principal do inimigo, pois a lógica da
atitude defensiva é coordenar ações das forças para que o inimigo seja
retardado, destruído e canalizado para a área de engajamento planejada, o que
exige conhecimento detalhado sobre o terreno escolhido.

5.4.8 Em função das características das diversas situações em que uma U é


empregada e daquelas inerentes à Inteligência, é essencial que todos os
escalões de comando desenvolvam atividades que visem satisfazer as
necessidades de conhecimentos a serem produzidos pela Inteligência. Como o
planejamento e a condução de uma operação caracterizam-se pela existência
de sucessivas decisões, sem solução de continuidade, o estabelecimento dos
conhecimentos necessários e a sua produção também se constituem em
processo contínuo e permanente no tempo.

5.4.9 A execução da atividade de Inteligência, visando à produção dos planos


táticos, segue a mesma metodologia de planejamento dos níveis estratégico e
operacional, sendo realizada pela função de combate Inteligência. A Seção de
Inteligência da Bda elabora a análise de Inteligência e o Anexo de Inteligência
dos seus planos táticos. Ao final do processo, são relacionadas as
necessidades de inteligência e é elaborado o Plano de Obtenção de
Conhecimentos, visando adequar e priorizar tais necessidades.

5.4.10 Uma atividade importante da função de combate Inteligência é a


salvaguarda dos planos, ordens e conhecimentos produzidos. O ramo
Contrainteligência (C Intlg) tem a responsabilidade de negar à força oponente o
acesso a estes dados e conhecimentos sensíveis. Para isso, realiza atividades
de detecção, identificação e neutralização da Inteligência oponente.

5.4.11 A Seção de Inteligência, baseando-se nos dados, informações e


conhecimentos reunidos, realiza o Exame de Situação de Inteligência,
formulando análises de Inteligência ligadas à situação existente, expressando
as possíveis LA das ameaças, atuais e potenciais, e as suas vulnerabilidades.
Realiza, também, o Exame de Situação de Contrainteligência, que determina e
prioriza as possibilidades da Inteligência da ameaça e suas repercussões sobre
nossas LA.

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5.4.12 Em consequência dos conhecimentos produzidos pelos ramos de


Inteligência e Contrainteligência e da decisão do Cmt, a Seç Op elabora uma
série de documentos (planos, estudos, cartas, esquemas), materializando as
necessidades de inteligência, com o objetivo de confirmar ou não as hipóteses
estabelecidas sobre as ameaças.

5.4.13 O conceito IRVA remete ao processo de integração das atividades e


tarefas de reconhecimento, vigilância e aquisição de alvos com a Inteligência
Militar, com a finalidade de melhorar o entendimento da situação pelos
comandantes em todos os níveis (consciência situacional) e,
consequentemente, os seus processos decisórios. A obtenção de
dados/informação é a principal tarefa do IRVA. O esforço de obtenção deve
estar orientado para atender às necessidades de inteligência.

5.4.14 Nesse contexto, as ações de Inteligência tratam da gestão das


necessidades de inteligência, do acionamento e exploração dos seus diversos
sensores (fontes tecnológicas, banco de dados, operações de Inteligência,
reconhecimento e vigilância) e colaboradores (de outras agências e órgãos
com objetivos convergentes); da obtenção dos dados; e da elaboração e
difusão dos conhecimentos, tarefas fundamentais do sistema.

5.4.15 Superioridade de Informações é a capacidade de coletar, controlar,


processar, explorar e proteger as informações, enquanto se nega ou se dificulta
ao adversário a capacidade de fazer o mesmo. À semelhança da superioridade
aérea, que permite o controle do espaço aéreo por determinado tempo e lugar,
a superioridade de informação no espaço informacional (incluídos aí os
espectros eletromagnético, cibernético etc) pode ser local e limitada no tempo.

5.4.16 É por meio da superioridade de informações que é possível obter a


iniciativa das ações. O esforço para a busca da superioridade de informações
objetiva proporcionar aos comandantes dos diversos níveis, capacidade de
reagir consistentemente a uma situação e tomar decisões adequadas, com a
necessária celeridade e com efetividade, para permitir a atuação com ações ou
respostas proporcionais à ameaça.

5.4.17 APOIO NA BUSCA DE AMEAÇAS

5.4.17.1 É a atividade que caracteriza o papel preventivo e analista da


Inteligência no campo das operações do chamado amplo espectro dos
conflitos.

5.4.17.2 O trabalho de busca e definição das verdadeiras ameaças para a Bda


Inf Mec é metódico, ininterrupto e determinado por capacidade de integração e
sincronização dos diversos sensores disponíveis para a Inteligência.

5-19
EB70-MC-10.XXX

5.4.17.3 É no exercício desta atividade que a inteligência provará a sua


eficácia, eficiência e efetividade quando da detecção dos meios que possam
provocar um desequilíbrio na Bda Inf Mec.

5.4.17.4 As tarefas inerentes a esta atividade são:


a) proporcionar apoio de Inteligência à busca continuada de ameaças; e
b) proporcionar apoio de Inteligência à detecção continuada de ameaças.

5.4.17.5 A tabela 5-1 ilustra a relação entre atividades e tarefas da função de


combate inteligência.

ATIVIDADE TAREFA
- Prover prontidão de Inteligência
- Estabelecer a arquitetura de Inteligência
Produzir conhecimentos
- Configurar os meios de Inteligência
continuamente em apoio ao
- Obter dados e informações que alimentem o
planejamento da Força
PITCIC
- Gerar Conhecimentos de Inteligência
- Executar a sincronização das ações de IRVA
- Executar a integração de atividades IRVA
- Conduzir Reconhecimentos
Executar ações de Inteligência,
- Conduzir Vigilância
Reconhecimento Vigilância, e
- Conduzir outras operações e missões
Aquisição de Alvos (IRVA)
relacionadas à Inteligência
- Proporcionar apoio de Inteligência à Busca de
Alvos
- Executar o processo de integração terreno -
condições meteorológicas - inimigo e
considerações civis (PITCIC)
Apoiar a obtenção da
- Acompanhar o desenvolvimento da situacional
consciência situacional
situação
- Executar ações de Desenvolvimento da
Contrainteligência em apoio à F Ter
- Prover apoio de Inteligência às capacidades
Apoiar a obtenção da relacionadas às informações da F Ter
Superioridade de Informações - Proporcionar apoio de Inteligência às atividades
de avaliação das operações
- Proporcionar apoio de Inteligência à busca
continuada de ameaças
Apoio na busca de ameaças
- Proporcionar apoio de Inteligência à detecção
continuada de ameaças
Tab 5-1 Atividades e Tarefas da F Cmb Intlg

5.4.17.6 Outras informações sobre as atividades e tarefas funcionais de


inteligência podem ser obtidas nos Manuais de Campanha EB70-MC-10.341 -
Lista de tarefas funcionais (1ª Ed, 2016); EB20-MC-10.207 - Inteligência (1ª Ed,

5-20
EB70-MC-10.XXX

2015); e informações sobre planejamento e obtenção de informações no


Manual de Campanha EB70-MC-10.307 - Planejamento e Emprego da
Inteligência Militar (1ª Ed, 2016).

5.5 A INTEGRAÇÃO DA INTELIGÊNCIA COM AS DEMAIS FUNÇÕES DE


COMBATE

5.5.1 A função de combate Inteligência permeia o papel das demais funções de


combate, pois todos os participantes de um ambiente operativo são fontes de
dados que, com a devida integração e análise, produzem conhecimentos
significativos para o Cmt Bda Inf Mec.

5.5.2 A Inteligência e a Manobra são atividades inseparáveis e


complementares na dinâmica do combate, pois a sua aplicação conjunta requer
efetiva integração, permitindo ao comandante dispor melhor de seus meios por
conta da gama de informações disponíveis, que propiciam ambiente conhecido
e favorável a melhor execução do Movimento e da Manobra.

5.5.3 A integração do C² com a atividade de Inteligência é impositiva, pois os


meios de Tecnologia da Informação (TI) que viabilizam a comunicação no
espaço de batalha são determinantes para o trabalho de análise de dados e
para a integração de conhecimentos. Além disso, as tarefas abrangidas pela CI
estão intimamente ligadas à eficácia operativa do C², uma vez que estão
balizadas pela capacidade de negar às forças adversas dados sobre nossos
meios e de interferir nas comunicações do oponente.

5.5.4 A integração das funções de combate Inteligência e Fogos é


materializada, particularmente, no que se refere à aquisição, identificação e
designação de alvos. Conhecer o dispositivo inimigo e suas capacidades é
fundamental para que o emprego dos fogos seja preciso e decisivo.

5.5.5 As funções de combate Proteção e Inteligência se integram quando se


antevê as potenciais vulnerabilidades das tropas amigas, adotando as medidas
protetivas. A contrainteligência tem por objetivo proteger os sistemas
operativos e as estruturas de Inteligência das tropas. Os meios de guerra
eletrônica e defesa cibernética, quando em apoio às atividades de Inteligência,
representam ferramentas de proteção das tropas amigas e negação de dados
ao oponente.

5-21
EB70-MC-10.XXX

Fig 5-1 Integração das funções de combate

5.5.6 A relação existente entre a Logística e a Inteligência está baseada na


disponibilidade de dados para que o apoio logístico seja eficaz para as tropas
da Bda empregadas no combate. De igual forma, presta-se a atender os meios
logísticos com informações que proporcionam proteção durante o combate.

5.5.7 Outras informações sobre as integrações da inteligência com as demais


funções de combate podem ser obtidas no manual de campanha EB20-MC-
10.207 - Inteligência (1ª Ed, 2015).

5.6 O CICLO DE INTELIGÊNCIA

5.6.1 O Ciclo de Inteligência Militar é definido como uma sequência ordenada


de atividades, segundo a qual dados são obtidos e conhecimentos são
produzidos e colocados à disposição dos usuários de forma racional.

5.6.2 O faseamento do Ciclo de Inteligência compreende a orientação, a


obtenção, a produção e a difusão para o comandante, seu EM e para outros
decisores. O manual de campanha EB70-MC-10.307 - Planejamento e
Emprego da Inteligência Militar (1ª Ed, 2016) detalha todo o Ciclo de
Inteligência.

5-22
EB70-MC-10.XXX

Fig 5-2 Ciclo de Inteligência

5.6.3 Para que o produto da Inteligência Militar seja efetivo, é necessário que
haja constante realimentação no ciclo, envolvendo direta e indiretamente todos
os integrantes da F Ter, de modo que ele se mantenha atualizado e capaz de
responder às necessidades do usuário.

5.7 A INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES MILITARES DE GUERRA

5.7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

5.7.1.1 As operações militares de guerra são as principais e tradicionais


missões das forças militares e para a qual devem estar permanentemente
preparadas, sob pena de se tornarem ineficazes quando forem chamadas para
enfrentar conflitos que estejam no extremo do espectro. Neste caso, perderia o
seu poder dissuasório contra eventuais ameaças e sua capacidade de
preservação dos interesses nacionais.

5.7.1.2 No nível operacional, as principais operações de guerra são as


ofensivas e defensivas, nas quais a função de combate inteligência possui
largo campo de emprego, sendo mesmo imprescindível ao processo decisório.

5-23
EB70-MC-10.XXX

5.7.2 A INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES BÁSICAS

5.7.2.1 Considerações Gerais

5.7.2.1.1 A Bda Inf Mec pode ser empregada em três operações básicas:
ofensivas, defensivas e cooperação e coordenação com agências. As
operações básicas são entendidas como a ação coordenada de elementos da
Força em uma fase da campanha militar para alcançar objetivos operacionais.

5.7.2.1.2 De acordo com a situação, as ações militares apresentam a


predominância de uma operação (ofensiva, defensiva ou de cooperação e
coordenação com agências), simultaneamente às demais tarefas, podendo
variar ao longo do tempo e do espaço.

5.7.2.2 A Inteligência nas Operações Ofensivas

5.7.2.2.1 As operações ofensivas necessitam de inteligência efetiva que ajude


o comando operativo a evitar o esforço principal do inimigo e a surpreendê-lo.

5.7.2.2.2 Neste tipo de operação, a função de combate inteligência deve


proporcionar ao comando operativo adequada consciência situacional, fruto da
realização do processo de integração terreno, condições meteorológicas,
inimigo e considerações civis (PITCIC), além da avaliação continuada da
situação, com a oportunidade necessária.

5.7.2.2.3 Nas operações ofensivas, as necessidades de conhecimento de


inteligência do comando operativo estão centradas, de modo geral, na
complementação e confirmação de informações sobre o dispositivo defensivo
inimigo, suas reservas, postos de comando e sistemas de apoio de fogo, além
das suas vulnerabilidades.

5.7.2.3 A Inteligência nas Operações Defensivas

5.7.2.3.1 Nesse tipo de operação, a Inteligência deve determinar a capacidade


e o poder militar das forças inimigas, assim como de suas linhas de ação.

5.7.2.3.2 Da mesma forma como ocorre nas operações ofensivas, a função de


combate inteligência deve apoiar o comando operativo no planejamento de
suas ações defensivas por meio da realização do PITCIC, quando são
identificadas as vias de acesso de aproximação do inimigo e seus possíveis
objetivos, suas vulnerabilidades, sua capacidade de realizar ataques aéreos,
de empregar armas de destruição em massa etc.

5-24
EB70-MC-10.XXX

5.7.2.4 A Inteligência nas Operações de Cooperação e Coordenação com


as Agências

5.7.2.4.1 As operações de cooperação e coordenação com as agências


compreendem o apoio prestado por elementos da F Ter, por meio da interação
com outras agências governamentais, definido em diploma legal, com a
finalidade de conciliar interesses e coordenar esforços para a consecução de
objetivos convergentes com eficiência, evitando a duplicidade de ações, a
dispersão de recursos e a divergência de soluções.

5.7.2.4.2 Normalmente, o apoio é prestado em atividades relacionadas à


proteção de estruturas estratégicas e da sociedade, à cooperação com o
desenvolvimento nacional e o bem-estar social e ao apoio ao desenvolvimento
econômico e de infraestrutura, exemplificadas nas situações, dentre outras,
abaixo relacionadas:

ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS
TAREFAS
FORMAS DE APOIO
- Garantir os Poderes
Constitucionais
- Garantir a Lei e a Ordem
- Proteção Integrada - Proteger Estruturas Estratégicas
- Realizar Ações na Faixa de
Fronteira
- Prevenir e combater o terrorismo
- Ações sob a égide de organismos
internacionais
- Emprego em apoio à política externa, em
tempo de paz ou crise - De acordo com o diplomas legais
- Atribuições subsidiárias
- outras formas de apoio designadas ou
funções atribuídas por lei

Tabela 5-2 Formas de cooperação com agências

5.7.2.4.3 A função de combate inteligência, de modo semelhante ao verificado


nos outros tipos de operações militares, deve produzir conhecimentos de
inteligência, desde o período de normalidade, acerca das ameaças
identificadas pelo Sistema de Inteligência do Exército (SIEx) que possam
comprometer a segurança, o patrimônio ou os interesses do país.

5-25
EB70-MC-10.XXX

5.7.2.4.4 Esses conhecimentos apoiarão o decisor na definição da


configuração da força a ser empregada, nas capacidades de que deverá ser
dotada, na identificação de ações planejadas por agentes perturbadores da
ordem pública etc.

5.7.3 A INTELIGÊNCIA NAS OPERAÇÕES COMPLEMENTARES

5.7.3.1 São aquelas operações, já citadas no Cap IV deste manual, que se


destinam a ampliar, aperfeiçoar ou complementar as operações básicas no
amplo espectro, a fim de maximizar a aplicação dos elementos do poder de
combate terrestre e, por suas peculiaridades, obter melhores resultados.

5.7.3.2 Abrangem, também, operações que, por sua natureza, características e


condições em que são conduzidas, exigem especificidades quanto ao
planejamento, à preparação e à condução.

5.7.3.3 A função de combate inteligência participa de todas essas operações,


apoiando o EM da Bda durante a realização do exame de situação e da análise
de inteligência.

5.7.3.4 Apoia-o, também, durante o desenrolar da operação, produzindo e


difundindo conhecimentos de inteligência que reduzam as incertezas, acerca
das ameaças e do ambiente operativo, ampliando a consciência situacional do
comandante.

5-26
EB70-MC-10.XXX

CAPÍTULO VI

FOGOS

6.1 FUNDAMENTOS

6.1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

6.1.1.1 O Comando da Bda Inf Mec é responsável pelo emprego eficiente de


todos os elementos de manobra e de apoio de fogo que integram a grande
unidade, ou que forem postos sob seu controle direto. Ainda, é de sua
responsabilidade a coordenação dos fogos com a manobra, assessorado pelo
Coordenador de Apoio de Fogo (CAF) da Bda (Cmt GAC orgânico).

6.1.1.2 O apoio de fogo de que dispõe a Bda é fornecido pelo grupo de


artilharia de campanha 155 mm mecanizado, orgânico, que coordena os fogos
dos morteiros pesados dos BI Mec, e que poderá ser ampliado pelos fogos de
outras unidades de artilharia do Esc Sp, por fogos de morteiros, por armas
anticarro, por fogos de armas coletivas, além do apoio aerotático e pelo fogo
naval, quando disponíveis.

6.1.1.3 A sincronização do fogo com a manobra é fator essencial para o


sucesso das operações e deve ser buscada durante todas as fases das
operações.

6.1.2 ORGANIZAÇÃO PARA O COMBATE

6.1.2.1 Generalidades

6.1.2.1.1 A organização para o combate e as relações de comando são ditadas


pelos fatores da decisão e pelas conclusões do exame de situação do
comandante tático, tendo em vista o emprego mais eficaz da Bda Inf Mec.

6.1.2.2 Fatores adicionais a serem considerados

6.1.2.2.1 Condições de emprego - A ordem de integração, reforço, comando ou


controle operacional deve especificar o prazo de permanência nessa situação
e quaisquer limitações ou condições quanto ao seu emprego.

6.1.2.2.2 Oportunidade - As modificações na organização para o combate

6-1
EB70-MC-10.XXX

devem ser planejadas e reguladas cuidadosamente para evitar a interferência


desnecessária nas operações de combate. Um elemento não deve ser retirado
enquanto estiver engajado com o inimigo ou quando isso possa prejudicar o
cumprimento da missão da unidade à qual está incorporado. Sempre que
possível, as principais modificações exigidas na organização para o combate
devem ser efetivadas enquanto a Bda ou os elementos considerados estejam
em reserva, em períodos de baixa atividade de combate ou quando for mínima
a interferência do inimigo.

6.1.2.2.3 Logística - Os elementos designados para integrar, reforçar ou apoiar


outra unidade devem preparar-se o mais cedo possível para o cumprimento de
suas missões. Esta preparação inclui os recompletamentos, bem como, a
manutenção de equipamentos e armamentos.

6.1.2.2.4 Coordenação - O comandante da fração integrante, em reforço ou em


apoio, deve ligar-se imediatamente com o comandante da unidade integrada,
reforçada ou apoiada para as necessárias ordens e coordenação e, também,
com as seções do EM interessadas para orientação e instruções adicionais,
inclusive sobre o apoio logístico necessário.

6.1.2.2.5 Comunicações - O sistema de comunicações do elemento integrante,


em reforço ou apoio, deve estar consoante ao da unidade integrada, reforçada
ou apoiada. Em certos casos, equipamentos adicionais devem ser fornecidos
para o cumprimento dessa exigência.

6.2 PLANEJAMENTO DE FOGOS

6.2.1 PLANEJAMENTO DE APOIO DE FOGO DA BDA INF MEC

6.2.1.1 Sistema de Apoio de Fogo

6.2.1.1.1 A sincronização dos fogos com a manobra é chave para o êxito das
operações. O sistema de apoio de fogo sincroniza os fogos orgânicos e os
fogos aéreos e navais com a manobra planejada. Proporciona ao Cmt a
capacidade de tirar o máximo proveito da aplicação de fogos em toda a
profundidade do campo de batalha.

6.2.1.1.2 O Cmt Bda, assessorado pelo CAF, planeja e coordena seu apoio de
fogo para neutralizar ou destruir o inimigo.

6.2.1.1.3 A artilharia e os morteiros proveem o apoio dos fogos indiretos


orgânicos, contribuindo para a destruição ou neutralização do inimigo e
favorecendo a manobra das unidades.

6-2
EB70-MC-10.XXX

6.2.1.1.4 A Força Aerotática provê fogos adicionais aos meios terrestres. A


Brigada normalmente recebe um Oficial de Ligação Aérea (OLA).

6.2.1.2 Plano de Apoio de Fogo e Plano de Fogos

6.2.1.2.1 O plano de apoio de fogo (PAF) é elaborado pelo coordenador do


apoio de fogo, e espelha a intenção do Cmt no tocante ao apoio de fogo.
Contém os pormenores necessários para a coordenação, integração e
execução dos fogos, em total harmonia com a manobra.

6.2.1.2.2 A formalidade do desenvolvimento do PAF varia com o escalão de


comando e com o tempo disponível para o planejamento. Pode constar da
ordem (plano) de operações da Bda Inf Mec, no subparágrafo “apoio de fogo”
do parágrafo terceiro, ou ser expedido como um anexo a essa ordem, caso as
prescrições relativas ao apoio de fogo sejam em grande número. Deve-se
mostrar aos elementos subordinados como o comandante da brigada
organizou o apoio de fogo disponível, suas prioridades, como obter esse apoio
de fogo, as limitações existentes e as medidas de coordenação necessárias.

6.2.1.2.3 O E3, assim como todo o EM da Bda Inf Mec, deve atentar para a
coordenação geral daquele plano com o esquema de manobra ou plano de
defesa, de acordo com a intenção do Cmt. Os representantes de todos os
meios de apoio de fogo e o E3 trabalham juntos nessa integração.

6.2.1.2.4 O plano de fogos é um documento específico referente a um


determinado meio de apoio de fogo, indicando seu emprego. Assim, poderá
haver planos de fogos de artilharia (PFA) , plano de fogos de morteiro (PFM),
plano de fogos navais (PF Nav) etc. Estes planos de fogos são expedidos
como anexos à ordem de operações, se o PAF estiver no corpo da ordem de
operações, ou em apêndices ao PAF, se este for um anexo à ordem de
operações.

6.2.1.2.5 No nível SU, o plano pode conter apenas uma lista de alvos. No
escalão Unidade, o plano mais formal e inclui os fogos de morteiros, de
metralhadoras, anticarro, de mísseis etc (de acordo com o seu armamento
orgânico), além dos fogos de artilharia, de apoio aéreo e naval, se for o caso.
Ressalta-se que os fogos de apoio aéreo e naval não são incluídos,
normalmente, nos PAF de escalões inferiores à GU.

6.2.2 PLANEJAMENTO DE FOGOS DE ARTILHARIA

6.2.2.1 O planejamento de fogos de artilharia tem início no nível SU, com os


observadores avançados de artilharia, que preparam as respectivas listas e
calcos de alvos de artilharia, orientados pelos comandantes de SU. Estas

6-3
EB70-MC-10.XXX

listas, após aprovadas pelo comandante de SU, são remetidas para os


respectivos oficiais de ligação de artilharia, no centro de coordenação de apoio
de fogo (CCAF) dos Batalhões.

6.2.2.2 No CCAF do Batalhão, o oficial de ligação de artilharia prepara o plano


provisório de apoio de artilharia (PPAA) à unidade, coordenando-o com o PFM,
após o exame das listas dos observadores avançados. As necessidades do
Batalhão incluem, normalmente, alvos situados além dos objetivos das
Companhias e de interesse do Btl como um todo. Pedidos de apoio de fogo
para outros meios disponíveis, tais como a força aérea, são encaminhados
pelos canais específicos. Após aprovado pelo comandante do Batalhão, o
plano provisório de apoio de artilharia é encaminhado à central de tiro (C Tir)
do GAC orgânico.

6.2.2.3 No CCAF da Bda, o coordenador do apoio de fogo, ou seu


representante (O Lig 4), elabora e remete à C Tir do GAC orgânico o plano
provisório de apoio de artilharia da Bda, que contém as necessidades de apoio
de artilharia à Bda.

6.2.2.4 Na C Tir do GAC orgânico é organizado o plano de fogos de artilharia


(PFA), como resultado da consolidação dos planos provisórios de apoio de
artilharia recebidos dos CCAF dos elementos de manobra e da Bda, após a
eliminação das duplicações.

6.2.2.5 O PFA é então enviado ao CCAF da Bda, este remete ao elemento


coordenador do apoio de fogo (ECAF) do centro de operações táticas da
divisão de exército (COT/DE) uma lista de alvos (sob a forma de calco), que a
devolve, após consolidada. Só então o PFA da Bda é definitivamente
organizado e submetido à aprovação do comandante da brigada. Os alvos que
não possam ser eficientemente batidos pelo GAC orgânico são remetidos ao
COT da artilharia divisionária (AD), para incluí-los no PFA/DE. A figura 1
mostra o fluxo do planejamento de fogos de artilharia. Os manuais EB 20-MC-
10.206 – Fogos (2015), C-100-25 – Planejamento e Coordenação de Fogos e
EB60-ME-12.360 – GAC nas Operações de Guerra, estabelecem os princípios,
processos, métodos e técnicas do planejamento e coordenação de fogo em
apoio às operações terrestres, detalhando tais procedimentos.

6-4
EB70-MC-10.XXX

Fig 6-1 Fluxo do planejamento de fogos de artilharia

6.2.3 PLANEJAMENTO DE APOIO DE FOGO AÉREO

6.2.3.1 O planejamento do apoio de fogo aéreo (pré-planejado) é processado


entre os S3 dos Batalhões e o E3 do Ar da Bda, em conjunto com os
coordenadores do apoio de fogo, com base nos pedidos pré-planejados de
apoio de fogo aéreo aprovados. O plano de fogos aéreos (PFAe) é integrado
com os demais planos de fogos e expedido à semelhança do PFA. O manual
MD 33-M-11 (Apoio de Fogo em Operações Conjuntas, 1ª Ed, 2013) apresenta
pormenores sobre o planejamento do apoio de fogo aéreo.

6.2.3.2 Para mais informações sobre o assunto, consultar o Manual de


Campanha Planejamento e Coordenação de Fogos (EB70-MC-10.346), 3ª Ed,
2017.

6.2.4 PLANEJAMENTO DE APOIO DE FOGO NAVAL

6.2.4.1 Quando a Bda dispõe de navios de apoio de fogo, em ação de conjunto


ou apoio direto, recebe da força naval elementos de ligação e observadores de
fogo que assessoram a Bda e Batalhões subordinados quanto às
possibilidades e limitações do apoio de fogo naval. O plano de fogos naval (P F
Nav) é elaborado pelos representantes do apoio de fogo naval junto aos CCAF
da Bda e dos Btl. O manual MD 33-M-11 (Apoio de Fogo em Operações
Conjuntas, 1ª Ed, 2013) apresenta pormenores sobre o planejamento do apoio
de fogo naval.

6.2.4.2 Para mais informações sobre o assunto, consultar o Manual de

6-5
EB70-MC-10.XXX

Campanha Planejamento e Coordenação de Fogos (EB70-MC-10.346), 3ª Ed,


2017.

6.3 PEDIDOS DE APOIO DE FOGO

6.3.1 FOGOS DE ARTILHARIA

6.3.1.1 Os pedidos destes fogos são feitos pelo Oficial da Subunidade (OFSU),
de acordo com as necessidades da Cia Inf Mec apoiada, e transmitidos, logo
após, diretamente à C Tir do GAC. Os pedidos de fogos de artilharia originados
dos Btl e da Bda são remetidos, também, diretamente à C Tir do GAC. O O Lig,
no CCAF da Bda, analisa esses pedidos, só intervindo quando alterações no
pedido ou medidas de coordenação adicionais sejam necessárias. A C Tir do
GAC solicita as necessidades de fogos exigidos à unidade de artilharia em
reforço, quando for o caso, ou ao COT da AD. (Fig 6-4)

Fig 6-2 Canais de pedido de apoio de fogo de artilharia

6.3.1.2 O fluxo de coordenação do pedido do apoio de fogo de artilharia, no


âmbito de uma GU, é apresentado com maiores detalhes na figura abaixo.

6-6
EB70-MC-10.XXX

Figura 6-3 Fluxo de Coordenação do Apoio de Fogo, no âmbito de uma GU

6.3.1.3 O fluxo de coordenação do pedido de apoio de fogo de artilharia, no


âmbito de um G Cmdo Op, é apresentado, com maiores detalhes, na figura
abaixo.

Figura 6-4 Fluxo de coordenação no nível G Cmdo Op.

6-7
EB70-MC-10.XXX

6.3.2 FOGO AÉREO

6.3.2.1 Os pedidos pré-planejados para o Ap Ae são processados pelos Btl e


pela Bda, da mesma forma que para os outros fogos. Tais pedidos são
transmitidos através dos canais de pedido aéreo pelo E3 do Ar da Bda ao
elemento de apoio aerotático no COT da DE. Após aprovação no COT, o
pedido avaliado recebe uma prioridade e é consolidado antes de ser submetido
ao COT da FTC. Normalmente, o COT da FTC realiza a seleção final sobre
todos os pedidos pré-planejados e submete os aprovados e consolidados ao
COAT da FAT para fins de execução.

6.3.2.2. Os pedidos para Ap Ae imediato se originam no Btl e são transmitidos


pelo controlador aéreo avançado (CAA) diretamente ao E3 do Ar da DE. O E3
do Ar da Bda não toma qualquer providência, a menos que o pedido seja
desaprovado pelo seu Cmt, caso em que o E3 do Ar entra na rede de pedidos
aéreos para comunicar a desaprovação. A figura 12 ilustra os canais de pedido
de Ap Ae.

Fig 6-5 Canais de pedido de apoio aéreo aproximado (missões imediatas)

6.3.2.3 Pedidos imediatos podem ser expedidos diretamente do Btl ao Centro


de Operações Aéreas do Teatro (COAT) se o controlador aéreo avançado
(CAA), dotado com adequados meios de comunicações, estiver presente. Em
tal situação, a equipe de controle aerotático da unidade funciona da mesma
maneira que as equipes de controle aerotático de comandos intermediários.

6-8
EB70-MC-10.XXX

6.3.2.4 Quando o apoio aéreo naval estiver disponível, os pedidos são feitos
através do elemento de apoio de fogo aeronaval à disposição da Bda Inf Mec.

6.3.3 FOGO NAVAL

6.3.3.1 Os pedidos das unidades de combate para fogo naval são submetidos
através do pessoal de ligação do fogo naval à disposição da Bda Inf Mec.
Quando o fogo naval é empregado, sua execução é feita pelos navios de apoio
direto ou ação de conjunto de acordo com as normas de apoio de fogo naval.

6.3.3.2 O apoio do Componente Naval do Comando Operacional a outras


forças inclui o fogo naval, os fogos desencadeados pelos meios aéreos
orgânicos das forças navais, o emprego da artilharia de campanha de fuzileiros
navais e outros determinados pelo Cmt Op.

6.3.3.3 Um representante do apoio de fogo naval está presente no CCAF Bda


Inf Mec. Nas unidades do Componente Naval do Comando Operacional, há
observadores de tiro naval, adjudicados pela FNC para trabalho junto às
subunidades.

6.3.3.4 Nos Btl nf Mec, o controle do apoio de fogo naval é executado pelo
Destacamento Terrestre de Direção de Tiro Naval (DETEDITINA) composto do
Grupo de Ligação de Fogo Naval (GRULIFONA), que opera no CCAF, e de um
Grupo de Observação de Tiro Naval (GRUOBTINA), cuja missão é solicitar,
controlar e ajustar o fogo naval, em apoio às subunidades em 1º escalão.

6.3.3.5 Normalmente, o apoio de fogo naval é proporcionado nas seguintes


bases:
a) navios em ação conjunta (com maior poder de fogo) – em apoio a mais de
uma GU ou a um G Cmdo Op; e
b) navios em apoio direto (menor poder de fogo) – em apoio a uma unidade de
manobra.

6.3.3.6 Os pedidos de tiro são feitos diretamente aos navios de apoio direto por
meio dos seguintes elementos da equipe:
a) Observador do Tiro Naval (OBTINA);
b) Observador Aéreo de Apoio de Fogo Naval; e
c) Oficial de Ligação de Fogo Naval (OLIFONA) das unidades de manobra.

6.3.3.7 Os OA e aéreos da artilharia de campanha da força terrestre podem


solicitar diretamente o apoio de fogo naval, caso seus meios de comunicações
possuam condições técnicas para o contato direto com o navio. Caso contrário,
os pedidos de fogos serão feitos por meio do OLIFONA do escalão
considerado.

6-9
EB70-MC-10.XXX

6.3.3.8 Os pedidos de apoio de fogo para os navios em ação de conjunto são


conduzidos a partir do escalão grande unidade e superiores.

6.3.3.9 Para a coordenação e o controle do apoio de fogo conjunto, em


operação típica superfície-superfície, são necessárias ligações previstas entre
a FNC e a FTC.

6.4 COORDENAÇÃO DE APOIO DE FOGO

6.4.1 A eficiência com que um Cmt emprega o apoio de fogo disponível pode
ser um fator decisivo para o sucesso da operação planejada. O fogo e a
manobra são interdependentes e devem ser planejados simultaneamente,
cabendo a responsabilidade da coordenação ao Cmt de cada escalão.

6.4.2 O objetivo da coordenação do apoio de fogo é obter dos meios


disponíveis o melhor rendimento possível, evitando duplicações de esforço ou
interferência, bater os alvos com os meios mais adequados, e proporcionar
segurança à força amiga, através da adequada integração dos fogos com a
manobra.

6.4.3 Os procedimentos para execução da coordenação do apoio de fogo


variam com o escalão, com o volume e o tipo de apoio de fogo disponível,
devendo ser considerado ainda o tipo de operação.

6.4.4 O artilheiro é o CAF em todos os escalões, exceto no nível SU, onde a


coordenação compete ao seu próprio comandante. Na Bda, o CCAF, localizado
no PC Pcp da Bda, em íntima ligação com o E3, é o órgão responsável pelas
minúcias desta coordenação, pela preparação do PAF e pela supervisão da
sua execução.

6.4.5 A composição básica do CCAF de brigada é a seguinte: Adjunto do CAF


(O Lig Art), pessoal para conduzir as operações, equipe de análise de alvos e
equipe de informações sobre alvos. Quando for o caso, participam do CCAF o
E3 do Ar, as equipes de controle aerotático/oficial de ligação aérea
(ECAT/OLA) e os representantes do apoio de fogo naval (grupo de ligação de
fogo naval – GRULIFONA).

6.4.6 Sempre que o apoio de fogo é solicitado, o CCAF do escalão considerado


verifica se sua execução não afeta a segurança da tropa amiga ou interfere na
execução de outros fogos ou nas operações de forças vizinhas. A coordenação
deve ser planejada através de medidas de coordenação e controle propostas
pelo CAF, facilita o desenvolvimento das operações e diminui o tempo de
resposta dos meios de apoio de fogo.

6-10
EB70-MC-10.XXX

6.4.7 As medidas de coordenação do apoio de fogo devem ser adotadas


sempre que necessárias, sendo imprescindíveis no combate não-linear, onde
as peças de manobra atuam escalonadas, dentro da mesma Z Aç. Pelo
estabelecimento de normas a serem seguidas, durante um determinado
período de tempo, facilitam-se as operações e evita-se a necessidade de
contínua coordenação do apoio de fogo. Na Bda, além dos limites de sua
própria Z Aç, a medida de coordenação normalmente estabelecida é a linha de
segurança de apoio da artilharia (LSAA). O manual MD 33-M-11 – Apoio Fogo
em Operações Conjuntas e o Manual EB70-MC-10.346 – Planejamento e
Coordenação de Fogos, apresenta pormenores sobre o emprego de medidas
de coordenação do apoio de fogo.

6.4.8 MEDIDAS DE COORDENAÇÃO DE APOIO DE FOGO

6.4.8.1 As MCAF são medidas utilizadas para definir áreas e volumes do


campo de batalha onde as ações podem ser realizadas com certa liberdade,
porém de forma previamente coordenada, a fim de evitar conflitos no espaço
aéreo, fratricídios, desperdício de meios, bem como para maximizar a utilização
dos vários sistemas de apoio de fogo. Dividem-se em medidas permissivas e
medidas restritivas.

6.4.8.2 Dentre todas as medidas permissivas listadas no Manual EB70-MC-


10.346, a Bda Inf Mec pode estabelecer a Linha de Segurança de Apoio de
Artilharia (LSAA). As demais poderão ser estabelecidas pela Bda Inf Mec se ela
for a FTC.

6.4.8.3 As medidas restritivas visam prover maior segurança, definindo que


qualquer engajamento requer uma coordenação prévia. Das medidas restritivas
listadas no Manual EB70-MC-10.346, a Bda Inf Mec pode estabelecer a Linha
De Restrição De Fogos (LRF) e a Área De Restrição De Fogos (ARF). As
demais poderão ser estabelecidas pela Bda Inf Mec se ela for a FTC.

6.4.8.4 Assim, pelo estabelecimento de normas a serem seguidas nessas


áreas, durante um determinado período de tempo, facilitam-se as operações e
se evita a necessidade de procedimentos adicionais de coordenação do apoio
de fogo. Essas medidas definem, ainda, espaços vedados às trajetórias, a fim
de que se possa garantir a segurança das aeronaves amigas e evite-se o
fratricídio.

6.4.8.5 A implementação das MCAF deve ser disseminada eletronicamente por


mensagem, por atualização de banco de dados e sistemas informatizados e/ou
inseridas através de ambos os comandos e canais de apoio de fogo conjunto
para as unidades de apoio e manobra nos níveis acima, abaixo e adjacentes. O
conhecimento das várias MCAF usadas por cada componente é necessário
para a aplicação efetiva do apoio de fogo conjunto. O Plano de Coordenação
do Espaço Aéreo (PCEA) é o documento que dissemina as medidas a serem

6-11
EB70-MC-10.XXX

adotadas na fase de planejamento da campanha e, na fase de execução da


campanha, a disseminação das MCAF se dará através das Ordens de
Coordenação do Espaço Aéreo (OCEA) ou através de Instruções Especiais
(INESP).

6.4.8.6 A Requisição de Acionamento de Medida de Coordenação (RAMC), é o


documento por meio do qual qualquer comando que empregue meios no
espaço aéreo solicita uma MCCEA ou uma MCAF necessária para o
desenvolvimento de suas ações. O resultado desse pedido será a criação,
ativação ou desativação de uma medida por intermédio de uma OCEA para um
período determinado, ou ainda, a emissão de uma INESP no caso de missões
imediatas.

6.5 PECULIARIDADES DO EMPREGO DO GRUPO DE ARTILHARIA


ORGÂNICO DA BRIGADA DE INFANTARIA MECANIZADA

6.5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

6.5.1.1 Devido à natureza das operações da Bda Inf Mec, e também à essa
concepção, o grupo de artilharia orgânico mecanizado apresenta algumas
peculiaridades de emprego, particularmente no que se refere à organização
para o combate, ao desdobramento, à segurança, à organização e conduta do
tiro, à observação avançada e ao planejamento de fogos. Particularidades de
cada tipo de operação, especificamente, encontram-se nos manuais que
regulam o emprego da artilharia de campanha e do GAC.

6.5.2 ORGANIZAÇÃO PARA O COMBATE

6.5.2.1 A organização para o combate mais convencional é o GAC em


Apoio Geral à Bda Inf Mec, com intuito de preservar os princípios da
massa e centralização dos fogos. No entanto, pelas características de
emprego da Bda Inf Mec, é normal a articulação de Baterias de Obuses
em Apoio Direto ou mesmo passando a Bia O em reforço às FT ou aos
Btl, a fim de atender às largas frentes e ao apoio cerrado e contínuo da ação
desses elementos pelos diversos eixos de progressão. Assim, as baterias
devem estar em condições de atuar com um maior grau de autonomia,
desdobrando-se fora da posição do grupo, deslocando-se por itinerários
diferentes, reconhecendo, ocupando posição e atirando com sua própria CTir.

6.5.2.2 Em operações de movimento é normal o emprego parcelado ou


descentralizado do GAC, sendo que a artilharia desloca-se de acordo com a
possibilidade de contato com o inimigo. Se o contato for remoto, desloca-se
com a formação de coluna de marcha, segundo as técnicas e princípios
adotados nas marchas administrativas. Se for pouco provável, visando a não

6-12
EB70-MC-10.XXX

retardar os trabalhos de reconhecimento, escolha e ocupação de posição e a


posterior abertura do fogo, articula-se na coluna da Bda, lançando à frente os
seus reconhecimentos e seus grupos de ligação e observação avançada.

6.5.2.3 Quando o contato é iminente, articula-se no dispositivo da Bda visando


apoiar, inicialmente, as ações da vanguarda, proteger o desdobramento do
grosso e, finalmente, apoiar as ações da Bda como um todo.

6.5.2.4 O recebimento de meios adicionais de artilharia é frequente,


particularmente quando as operações são descentralizadas. Neste caso, o
meio em reforço pode atuar centralizado com o grupo orgânico, receber a
missão de apoio direto ou mesmo reforçar um elemento de manobra da Bda.

6.5.3 DESDOBRAMENTO

6.5.3.1 A rapidez das ações, típica da Bda Inf Mec, e a constante possibilidade
de receber fogos de contrabateria impõem as mudanças de posição com uma
frequência muito maior do que em outras operações.

6.5.3.2 Os elementos apoiados atingem, em curto prazo, o alcance máximo do


material, acarretando o constante deslocamento para sucessivas posições de
manobra, próximas aos eixos de progressão, a fim de possibilitar a
continuidade do apoio.

6.5.3.3 Os elementos de reconhecimento do grupo e das baterias se


posicionam o mais à frente possível, reconhecendo as prováveis áreas de
desdobramento levantadas na carta e realizando, se for o caso, o
reconhecimento minucioso e mesmo o preparo de posições que possibilitem a
rápida ocupação e abertura do fogo.

6.5.3.4 A proteção blindada oferecida pelo material autopropulsado


mecanizado possibilita a ocupação de posições mais avançadas e próximas à
LC.

6.5.3.5 A tabela abaixo traduz a área de posição para desdobramento


convencional do apoio de fogo de artilharia orgânico da Bda Inf Mec:

ÁREAS DE POSIÇÃO
Área de Posição de Grupo 1.600 m x 800 m

Área de Posição de Bateria 300m x 300m

Tabela 6-1 Dimensões RPP – DAMEPLAN (EB60-ME-11401)

6-13
EB70-MC-10.XXX

6.5.3.6 O desenvolvimento de novas armas, aliado à necessidade de


sobreviver no campo de batalha diante de uma ameaça aérea, geraram uma
maior dispersão das tropas.

6.5.3.7 A ameaça aérea está presente em todos os teatros de operações, é


extremamente poderosa e representa o maior perigo que todas as forças em
operação têm de enfrentar, pois podem empregar um variado portfólio de
armas de todos os tipos e atacar qualquer alvo, desde submarinos e forças
terrestres até alvos estratégicos e outras aeronaves.

6.5.3.8 Para a Artilharia, essa nova realidade impõe a necessidade de uma


maior dispersão das peças no campo de batalha, implicando, por conseguinte,
no aumento das dimensões da Região de Procura de Posição de Bateria de
Obuses.

6.5.3.9 O distanciamento entre as peças na ocupação das RPP, bem


como a necessidade de atirar e trocar de posição, crescem de
importância tendo em vista os radares de contrabaterias e radares de
vigilância terrestres, que propiciam condições de fogos de contrabateria
do inimigo sobre nossas posições, favorecendo a sobrevivência no campo
de batalha e contribuindo para a continuidade do apoio de fogo.

6.5.3.10 Sugere-se três formas de desdobramento, de acordo com os meios


computadorizados disponíveis, conforme as figuras abaixo:

Figura 6-6 Formação Linear

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Figura 6-7 Formação por Binômio de Peças

Figura 6-8 Formação por peças isoladas

6.5.3.11 As tabelas abaixo apresentam vantagens e desvantagens dos


desdobramentos supracitados:

PECULIARIDADES DA FORMAÇÃO LINEAR


QUADRO DE ASPECTOS
VANTAGENS INCONVENIENTES
EMPREGO PARTICULARES
Ameaça de
Posições de tiro
contrabateria
mais previsíveis. Frente a expandir
ou Simplicidade
Necessita terreno de acordo com a
ataques aéreos de logística
relativamente ameaça
de baixa
aberto
altitude
Tabela 6-2 Desdobramentos das baterias – Formação Linear

6-15
EB70-MC-10.XXX

PECULIARIDADES DA POSIÇÃO DE SEÇÃO POR BINÔMIO DE PEÇAS


QUADRO DE ASPECTOS
VANTAGENS INCONVENIENTES
EMPREGO PARTICULARES
Característica
s do terreno
Um mesmo tiro
incompatíveis
por dupla de
(área peça
Vários tiros
montanhosa) Autonomia
simultaneamente (binômio)
Forte ameaça
Verificação de
de
altitude
contrabateria
ou aérea
Tabela 6-3 Desdobramentos das baterias – Seção por binômio de peças

PECULIARIDADES DA POSIÇÃO DE BATERIA POR PEÇAS ISOLADAS


QUADRO DE ASPECTOS
VANTAGENS INCONVENIENTES
EMPREGO PARTICULARES
Reconhecimentos
longos.
Desdobrament Impossibilidade de Um mesmo tiro por
o menos transferência de dupla de peças
Variação da
previsível. munição de (binômio).
anterior
Recobrimento uma peça a outra Verificação de
de cargas em caso de altitude
problemas
técnicos
Tabela 6-4 Desdobramentos das baterias – Peças isoladas

6.5.3.12 Apesar das possibilidades de diferentes formações e


desdobramentos das peças da Bia O, a fração mínima de emprego
tático ainda permanece por Bateria, sem que haja, até o presente
momento, a atuação por seções da Bia O.

6.5.4 SEGURANÇA

6.5.4.1 Devido ao desdobramento em posições avançadas e à natural fluidez


das operações da Bda Inf Mec são maiores os problemas de segurança, seja
nos deslocamentos, seja em posição durante a execução dos fogos.

6.5.4.2 Caso o inimigo possua meios de busca de alvos, devem ser adotadas
medidas que reduzam a vulnerabilidade do grupo, tais como: deslocamento

6-16
EB70-MC-10.XXX

das baterias, para ocupar posição, por diferentes itinerários desenfiados e com
escalonamento de tempo; menor tempo de permanência na posição após a
realização de fogos; realização de regulações apenas quando extremamente
necessárias, e a utilização de trajetória mais tensa e com menor duração do
trajeto, evitando, assim, a localização e identificação pelos radares inimigos.

6.5.5 CONDUTA DO TIRO

6.5.5.1 A velocidade das operações, acarretando mudanças de posição


frequentes e a curto prazo, exige, normalmente, a execução de
reconhecimento, escolha e ocupação de posição com tempo restrito, o
emprego de mensagens de tiro e regulação abreviadas e a adequação da
prancheta de tiro às possibilidades do levantamento topográfico e ao tempo
disponível.

6.5.5.2 O levantamento topográfico deve ser sempre realizado com a maior


precisão possível, dentro do tempo disponível e de acordo com o material de
levantamento topográfico existente.

6.5.5.3 Existe uma preponderância de fogos inopinados sobre os fogos


previstos precedidos de levantamento topográfico, sondagens meteorológicas
e correções especiais.

6.5.5.4 A grande profundidade e a larga frente em que normalmente atua a


Bda Inf Mec fazem com que a artilharia tenha que trabalhar com cartas em
escalas não adequadas à técnica de tiro e, muitas vezes imprecisas, bem
como fotografias aéreas, esboços e mapas.

6.5.6 OBSERVAÇÃO AVANÇADA - A natureza das operações requer o


embarque do OFSU em viatura especializada, próximo ao Cmt Esqd
Cia Fuz Mec. A condução do tiro do interior da viatura, mesmo em
movimento, exige uma preocupação constante do OFSU em manter-se
sempre orientado. É pouco frequente a ocupação de postos de
observação fixos ou instalados no terreno.

6.5.7 EXECUÇÃO DOS FOGOS

6.5.7.1 Os fogos em apoio à Bda Inf Mec são desencadeados prioritariamente


contra as armas anticarro do inimigo, seus postos de observação, radares e
meios de apoio de fogo.

6.5.7.2 A munição fumígena é frequente empregada com o objetivo de cegar a


observação inimiga, impedir a pontaria e o guiamento de armamento anticarro
ou proteger nosso movimento, cobrindo e dissimulando a progressão de
unidades ou a travessia de cursos de água.

6-17
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6.5.7.3 Os fumígenos, inclusive, podem ser empregados à noite, a fim de


neutralizar alguns dispositivos de visão noturna.

6.5.7.4 Durante o movimento, particularmente nos assaltos embarcados,


podem ser desencadeadas concentrações, com tiro de tempo, poucos metros
à frente ou mesmo sobre os nossos carros de combate a fim de manter o
inimigo abrigado no interior de espaldões, impedindo de atirar contra a força
atacante.

6.5.7.5 Emprego De Morteiros

6.5.7.5.1 O pelotão de morteiros pesados orgânicos dos Btl Inf Mec, podem
aumentar o poder de fogo, realizando fogos indiretos (tiro vertical).

6.5.7.5.2 O pelotão de morteiros fornece apoio de fogo próximo e rápido para


as unidades de vanguarda. Esses fogos podem dispersar, neutralizar e destruir
as formações de ataque e defesa inimigas, obscurecer a visão do inimigo e
inibir a capacidade de manobra do inimigo.

6.5.7.5.3 Os morteiros podem ainda fazer uso de munições autoexplosivas,


fumígenas e iluminativas.

6.5.7.6 Observador de Qualquer Arma

6.5.7.6.1 O Observador de artilharia nem sempre estará em condições de


conseguir um posto de observação que lhe permita ver todos os objetivos que
apareçam na área sob sua responsabilidade.

6.5.7.6.2 O combatente de qualquer arma poderá preencher as lacunas


existentes no sistema de observação.

6.5.7.6.3 Estas lacunas poderão verificar-se de uma região situada nos limites
entre as unidades ou em qualquer área sobre a qual o respectivo observador
avançado não disponha de vistas.

6.5.7.6.4 A torre REMAX, sendo dotada com os optrônicos adequados, poderá


transformar cada VBTP Guarani em um buscador de alvos, capaz de observar
e ajustar os tiros de artilharia, além de fornecer listas de alvos por meios
informatizados diretamente aos CAF em seus diversos níveis.

6-18
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CAPÍTULO VII

LOGÍSTICA

7.1 FUNDAMENTOS

7.1.1 A função de combate logística desempenha papel fundamental no


sucesso das operações da Bda Inf Mec. Deve estar delineada para o apoio às
operações no amplo espectro, em situações de guerra e não guerra, dispondo
de uma estrutura compatível, capaz de evoluir rapidamente e com um mínimo
de adaptações, de uma situação de paz para a de guerra/conflito armado.

7.1.2 A organização da logística da Bda Inf Mec deverá ser pautada pela
flexibilidade, adaptabilidade, modularidade, elasticidade e sustentabilidade,
sintetizados pelo acrônimo FAMES.

7.1.3 As estruturas de apoio logístico desdobradas devem ser resilientes e


responsivas, ou seja, capazes de atender a demandas adicionais ou
imprevistas.

7.1.4 A Estimativa Logística é o processo utilizado para analisar a influência do


Ap Log em cada Ação Tática Planejada. Deve ser aplicada por meio dos
Dados Médios de Planejamento confiáveis e atualizados, desde o tempo de
paz, prevendo a evolução para as Linhas de Ação da Função Manobra e
Movimento, dos quais se destacam:
a) o transporte;
b) o suprimento das classes I, III, V (Mun) e VIII (inclusive sangue);
c) a evacuação de pessoal e a hospitalização; e
d) o salvamento e a manutenção.

7.1.5 O elemento básico da estrutura do Ap Log na Bda Inf Mec é o Batalhão


Logístico (B Log). Esta OM apresenta organização modular e adaptada ao
ambiente operacional de emprego da GU, devendo ser apta a constituir os
módulos logísticos a serem desdobrados, conforme a situação tática exigir.

7.1.6 De forma geral, o B Log pode ser constituído pelas seguintes


subunidades (ou frações destas):
a) Companhia de Comando e Apoio, responsável pela logística interna do
Batalhão Logístico;
b) Companhia Logística de Suprimento, executando as tarefas da função
logística suprimento;
c) Companhia Logística de Transporte, executando as tarefas da função

7-1
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logística transporte;
d) Companhia Logística de Manutenção, executando as tarefas da função
logística manutenção;
e) Companhia Logística de Recursos Humanos (a ser recebido, em controle
operativo, do Batalhão de Recursos Humanos), executando as tarefas da
função logística recursos humanos; e
f) Companhia de Segurança (a ser desdobrada em operações com meios
recebidos em reforço).

7.1.7 Em relação à execução das tarefas logísticas das funções logísticas


recursos humanos e saúde, os B Log não possuem estrutura fixa ou fração
para o apoio às OM da Bda. A GU recebe do escalão apoiador, normalmente
em controle operativo, frações para a execução das tarefas destas funções
logísticas.

7.1.8 Maiores informações sobre a logística na brigada, bem como sobre as


funções logísticas, podem ser encontradas nos Manuais de Campanha EB70-
MC-10.238 – Logística Militar Terrestre (1ª Ed, 2018) e EB70-MC-10.216 – A
Logística nas Operações (1ª Ed, 2019).

7.2 ESTRUTURA DO APOIO LOGÍSTICO

7.2.1 O Ap Log na Bda Inf Mec, de um modo geral, segue a mesma sistemática
e estrutura adotadas para as demais Bda da F Ter, sendo desdobrados os
meios orgânicos do B Log em área denominada Base Logística de Brigada
(BLB). Nessa área, são reunidos todos os recursos necessários ao apoio à GU.
Sua organização é modular e fundamentada em meios dotados de mobilidade
tática, de modo a possibilitar o apoio logístico às operações e assegurar
autonomia à força apoiada.

7.2.2 As características de emprego da Bda Inf Mec exigem a adoção de


técnicas e soluções que permitam maior flexibilidade no emprego do B Log. O
Cmt B Log deve ter condições de descentralizar os elementos das diversas SU
logísticas, empregando-os para apoiar situações específicas ditadas pela
manobra. É normal, nesse caso, a utilização de processos especiais de
suprimento e o emprego de Destacamentos Logísticos (Dst Log).

7.2.3 O Dst Log é uma estrutura flexível, modular e adaptada às necessidades


logísticas do elemento apoiado, sendo constituído a partir dos meios do B Log,
a fim de proporcionar apoio logístico cerrado e contínuo aos elementos
integrantes do escalão operacional.

7.2.4 Os Dst Log são desdobrados temporariamente em posições mais


avançadas na ZC, constituídos por elementos de C² e um número variável de

7-2
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módulos logísticos adaptados à tarefa a cumprir. Sua organização depende,


dentre outros fatores, da natureza e do valor da força a apoiar, do tipo de
operação, da possibilidade de atuação do inimigo, do tempo disponível para o
desdobramento e a operação dessa instalação e de outras considerações
relacionadas aos fatores da decisão e da Análise de Logística.

7.2.5 A figura a seguir apresenta um exemplo esquemático de desdobramento


dos elementos de apoio logístico na BLB.

Fig 7-1 Exemplo esquemático de desdobramento do B Log

7.3 PECULIARIDADES DO APOIO LOGÍSTICO

7.3.1 Nas situações de movimento, a necessidade de prestar apoio cerrado a


todos os elementos da Bda implica constantes mudanças de posição da BLB.
Tais mudanças ocorrem para regiões previamente selecionadas, de acordo
com os fatores para localização da BLB e de forma sincronizada com a
manobra tática da GU.

7.3.2 A sincronização das mudanças da BLB com as operações deve ser feita
por meio de linhas de controle, estabelecidas pelo E3 para controle do
movimento tático. Havendo necessidade, o E4 propõe ao E3 o traçado de
linhas de controle necessárias à sincronização do movimento do B Log com a

7-3
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manobra tática. Na figura 7-2, a título de ilustração, considera-se que o B Log


posicionado na Área “A”, necessitando cerrar o apoio para acompanhar o
movimento da GU, planejou ocupar a Área “B”.

Fig 7-2 Sincronização da mudança da BLB com a manobra tática

7.3.3 Essa segunda área, que obedece à distância de segurança, em relação à


L Ct VERDE, só é ocupada quando os elementos de primeiro escalão da Bda
ultrapassarem a referida linha. Procedimento análogo é adotado para outras
mudanças de BLB, que se fizerem necessárias, até o final do movimento da
GU.

7.3.4 As necessidades de rapidez para o ataque variam, conforme a maior ou


menor intensidade da ação projetada, exigindo fluxo constante de meios e
implicando no transporte de tonelagens elevadas de suprimentos,
particularmente de Classes I (subsistência), III (combustíveis, óleos e
lubrificantes) e V (munições). A reunião dos recursos e a realização dos
trabalhos indispensáveis ao desembocar do ataque exigem tempo, sendo
condicionados pelas vias e meios de transporte, pessoal e equipamentos
disponíveis.

7.3.5 A descentralização seletiva dos meios de apoio e a utilização de


processos especiais de suprimento constituem-se em uma alternativa para
proporcionar o apoio cerrado e contínuo às U da Bda, ao mesmo tempo em
que reduz a necessidade de deslocamentos do B Log como um todo.

7.3.6 Os deslocamentos executados pelas unidades da Bda Inf Mec nas


operações de movimento fazem com que as distâncias entre a BLB e as Áreas
de Trens de Estacionamento (ATE) ou Área de Trens (AT) aumentem
rapidamente. Admite-se, nesse tipo de operações, que o apoio logístico seja

7-4
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executado a distâncias que se aproximem do valor da Distância Máxima de


Apoio (DMA), tendo em vista não prejudicar a continuidade do apoio.

Fig 7-3 Distância máxima de apoio e distância de segurança

7.3.7 Para acompanhar os deslocamentos rápidos e contínuos da Bda, em


função do ritmo das operações, o B Log deixa de ocupar algumas das regiões
previamente selecionadas nos planejamentos logísticos ou nelas desdobra-se
parcialmente, ficando na iminência de ali permanecer por tempo muito
reduzido. Nessa situação, fica em condições de pronto deslocamento, ocasião
em que mantém a maioria dos seus meios embarcados em viaturas.

7.3.8 A utilização de um destacamento logístico ocorre com maior frequência


nas operações de movimento, podendo ocorrer, também, nos demais tipos de
operações, de acordo com a Análise de Logística e os fatores da decisão.
Nesses casos, embora mantenha vínculos de subordinação com o B Log
respectivo, o Dst Log pode ser apoiado diretamente pelo Esc Sp.

7.3.9 Na defesa em posição, as necessidades de segurança e de continuidade


do apoio têm grande influência na seleção de regiões para a localização da
BLB. Frequentemente, o desdobramento do B Log realiza-se na área de
retaguarda da Divisão de Exército enquadrante, objetivando diminuir a
concentração de meios na posição defensiva e evitar a necessidade da

7-5
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realização de mudanças para a retaguarda, em virtude das flutuações do


combate.

7.3.10 Em qualquer situação, os movimentos dos elementos de manobra, em


particular da reserva, não devem sofrer interferência do tráfego decorrente do
fluxo logístico. Sempre que possível, esse fluxo deve ocorrer em estradas
distintas daquelas utilizadas para o deslocamento da reserva, principalmente
nas vias de pequena capacidade. Não havendo alternativas, é necessário o
estabelecimento de um rigoroso controle de trânsito.

7.3.11 Todos os elementos de apoio logístico, onde quer que estejam, devem
prever a possibilidade de atuação do inimigo e o consequente risco de danos
ao pessoal e ao material. Medidas adicionais de segurança das instalações e
do fluxo logístico devem ser tomadas, visando a neutralizar ou mesmo impedir
a essa atuação.

7.3.12 Quando a Bda está em Z Reu, as atividades logísticas são executadas


com a maior intensidade possível, de acordo com o tempo disponível e em
função da situação tática. É a oportunidade mais favorável para o apoio, uma
vez que as unidades estão próximas e ultimando seus preparativos para o
cumprimento da missão. Nessa situação, os elementos de Ap Log se
empenham em colocar o material com maior índice possível de disponibilidade
e em executar ao máximo as atividades e serviços de campanha.

7.4 FUNÇÃO LOGÍSTICA SUPRIMENTO

7.4.1 O processo a ser empregado na distribuição do suprimento decorre,


particularmente, da avaliação de fatores relacionados:
a) ao risco logístico admitido;
b) ao nível de serviço necessário;
c) à natureza, profundidade e duração provável da operação;
d) à disponibilidade de meios e condições das vias de transporte; e
e) ao atendimento de restrições operativas e/ou técnicas.

7.4.2 Na Bda Inf Mec é utilizado, em princípio, o processo de distribuição de


suprimento na U. Excepcionalmente, pode também ocorrer a distribuição em
instalação de suprimento, já prevista quando a Bda está em Z Reu, em função
da situação e da necessidade de emprego combinado dos meios de transporte
do B Log e das U de modo a não onerar a organização apoiada com encargos
logísticos de transporte até posições à retaguarda de sua zona de ação.

7.4.3 Os processos especiais de suprimento são largamente utilizados em


operações de movimento, quando se deve ter especial atenção à possibilidade
de interrupção do fluxo de suprimento. Tais processos podem ocorrer por meio

7-6
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de: comboio especial; posto de suprimento móvel; reserva móvel; e suprimento


por via aérea.

7.4.3.1 comboio especial - consiste no transporte do suprimento, executado


com os meios da instalação ou da unidade provedora, até um ponto
predeterminado, onde o suprimento será entregue.

7.4.3.2 posto de suprimento móvel - consiste no transporte de suprimento


através de viaturas, com tambores e camburões, que acompanham as U/SU
por lanços. Normalmente é utilizado quando há falta de segurança no eixo de
suprimento.

7.4.3.3 reserva móvel - consiste no suprimento necessário para uma


determinada missão ou operação, acompanhando uma determinada unidade,
subunidade ou até uma fração, embarcado em viaturas da instalação ou da
unidade provedora. Normalmente é empregado em operações ofensivas.

7.4.3.4 suprimento por via aérea (considerando-se para sua execução a


segurança dos recursos e a disponibilidade de meios de transporte) - consiste
no transporte aéreo do suprimento que poderá ser lançado de pára-quedas ou
depositado no solo com o pouso das aeronaves.

7.4.4 Em situações eventuais, de acordo com as características da operação


ou do terreno, a Bda Inf Mec pode receber apoio do Esc Sp, por meio do
desdobramento de destacamentos logísticos, oriundos da Base Logística
Terrestre (BLT), com módulos de Classe III e/ou Classe V (Mun).

7.4.5 A reserva orgânica de todas as classes de suprimento deve estar


completa no início de cada operação e, caso seja consumida ainda que
parcialmente, torna-se imperioso o seu recompletamento no menor prazo
possível, para garantia das condições necessárias ao prosseguimento da GU
em combate.

7.4.6 Tendo em vista a descentralização das ações, a distância entre os


objetivos e as áreas de trens e a facilidade de preparação, deve ser dada
prioridade ao consumo de Classe I operacional, aumentando assim a
autonomia das frações. Sempre que a situação permitir, deve ser servida a
ração normal de campanha, pelo menos para uma das refeições.

7.4.7 Há um grande consumo de suprimento Classe III, principalmente no que


se refere a combustíveis, devido à distância a ser percorrida por uma fração
até o atingimento dos objetivos da operação. Nesse caso, bem como no
suprimento de Classe V (Mun), que também tem alto consumo nas operações,
pode ser dada prioridade aos processos especiais de suprimento e o emprego

7-7
EB70-MC-10.XXX

de destacamentos logísticos, visando ao fornecimento mais rápido de


suprimentos.

7.4.8 O reabastecimento das viaturas pode ser realizado durante os altos, em


final de jornada ou na região de destino. Normalmente, o suprimento para
atender a outros consumos é realizado em final de jornada. A reserva orgânica
deve estar completa antes da transposição da Linha de Provável Encontro
(LPE).

7.4.9 Principalmente nas operações ofensivas, há grande demanda por


suprimento Classe VIII, devido à possibilidade do número elevado de baixas.
Deve ser levado em conta eventuais ressuprimentos de medicamentos,
prioritariamente para a fração que estiver no esforço principal, sempre
aproveitando o movimento das ambulâncias.

7.4.10 Para o suprimento de peças e conjuntos de reparação das Classes II,


IV, V (Armt), VI, VII, IX e X, deve ser dada prioridade aos conjuntos completos
de reparação, tendo em vista reduzir o tempo gasto na manutenção.

7.5 FUNÇÃO LOGÍSTICA MANUTENÇÃO

7.5.1 Nas operações em que a Bda Inf Mec opera com extrema rapidez do
movimento, a atividade de manutenção tem sua execução muito dificultada.
Por conseguinte, essa função logística deve ser executada tão à frente quanto
permitam a situação tática e a disponibilidade de tempo e de recursos. Isso é
feito sob a forma de descentralização do apoio, com frações de manutenção
sendo lançadas à frente, normalmente em reforço aos elementos de primeiro
escalão.

7.5.2 A função logística manutenção deve ser desenvolvida de modo que seja
reduzido o tempo em que a OM apoiada fique sem seu material, seja este uma
viatura, armamento ou outro item indisponível.

7.5.3 Há necessidade de que seja aumentada a quantidade de peças e de


conjuntos de reparação transportados nas viaturas oficinas, visto que ocorre
um desgaste maior das viaturas da GU, em virtude do alongamento das
distâncias e do terreno (fora de estrada) a ser percorrido.

7.5.4 Por esse motivo, o apoio de manutenção em operações caracteriza-se


por uma acentuada redução nos trabalhos em oficina. Devem ser priorizadas a
manutenção no local e o serviço de manutenção de emergência, ao longo das
vias de acesso e eixos de progressão, a fim de desimpedi-los. O material
reparado deve ser evacuado (no sentido do movimento). Aquele que exigir
manutenção mais complexa e demorada pode ser deixado para os elementos

7-8
EB70-MC-10.XXX

localizados mais à retaguarda.

7.5.5 Outra característica é a intensificação da manutenção no local. Nessa


situação, normalmente são descentralizadas Seções Leve de Manutenção do
Pelotão Leve de Manutenção (Pel L Mnt) às OM em 1º escalão apoiadas, a fim
de prestar o apoio de manutenção durante toda a operação. Uma Seção Leve
de Manutenção (Seç L Mnt) pode acompanhar cada U de combate ou de apoio
ao combate que, a princípio, desloca-se com os trens da unidade apoiada.
Para isso, a Seç L Mnt deve ter condições de acompanhar o deslocamento dos
meios da Área de Trens do elemento apoiado.

7.6 FUNÇÃO LOGÍSTICA TRANSPORTE

7.6.1 A grande tonelagem de suprimentos a ser transportada, a evacuação do


material salvado e capturado, além de prazos muito exíguos, exigem a
elaboração de um plano minucioso de emprego dos meios de transporte, bem
como uma eficiente coordenação e controle da circulação na área da GU, a fim
de não deixar o eixo principal de suprimento e vias secundárias intransponíveis
ao apoio logístico. Caso necessário, o Cmt B Log solicita ao escalão superior
reforço em meios e pessoal.

7.6.2 Para o transporte de cargas em geral e na execução da tarefa de


distribuição de suprimentos, torna-se imprescindível a utilização de viaturas
aptas aos deslocamentos através campo, visando a evitar retardos prejudiciais
à mobilidade dos elementos de manobra.

7.6.3 Para fins logísticos, os meios de transporte disponíveis na Bda Inf Mec
são os existentes na Companhia Logística de Transporte (Cia Log Trnp) do
Batalhão Logístico (B Log). O B Log está estruturado para enquadrar módulos
de transporte recebidos do Esc Sp.

7.6.4 A função logística transporte torna-se crítica, em particular, no que tange


aos suprimentos Classes III e V (Mun), em face da mobilidade das operações.
É normal a utilização de processos especiais de suprimento e o reforço de
meios.

7.6.5 Por suas características de emprego, a Bda Inf Mec tende a necessitar
de maior quantidade de meios para transporte e evacuação de pessoal
(mortos, feridos e prisioneiros de guerra) e de material (salvado e capturado). É
normal a utilização de eixos rodoviários, o que exige atenção especial à
existência de dois grandes óbices: largura e gabarito dos túneis, e capacidade
das pontes.

7-9
EB70-MC-10.XXX

7.7 FUNÇÃO LOGÍSTICA RECURSOS HUMANOS

7.7.1 O emprego da Bda Inf Mec de forma descentralizada e em operações


com maiores velocidades, acarreta dificuldades para a execução de algumas
tarefas dessa atividade, exigindo um planejamento minucioso e o correto
entendimento das ações a realizar, o que permitirá sincronizar as ações
operacionais com as atividades logísticas.

7.7.2 A Companhia Logística de Recursos Humanos (Cia Log Rcs Hum) tem
seu trabalho facilitado ou dificultado, de acordo com a operação que a Bda Inf
Mec estiver realizando, o menor ou maior número de baixas em operações
defensivas ou ofensivas e a duração do tipo de operação.

7.7.3 Há necessidade de uma perfeita integração entre o E1 da GU, os S1 das


U apoiadas e o comando do B Log, com a finalidade de recompletar as perdas
e evitar a redução do poder de combate da tropa.

7.7.4 As perdas de pessoal são a base para a execução dos


recompletamentos no âmbito da GU. A 1ª Seção da Bda deve manter
atualizadas as informações sobre as perdas ocorridas nas diversas OM
subordinadas. O E1 pode estabelecer níveis de alerta para que as U informem
de imediato quando seus efetivos atingirem valores que impliquem na perda do
poder de combate, a fim de que haja tempo suficiente para que sejam
providenciados os recompletamentos. Tais ações visam a impedir que o poder
de combate das U seja degradado ao nível de comprometer o cumprimento da
missão por parte da Bda.

7.8 FUNÇÃO LOGÍSTICA SAÚDE

7.8.1 O Apoio de Saúde em operações será prestado, em 2º escalão, pela


Companhia de Saúde Avançada, destacada pelo Batalhão de Saúde
desdobrado na BLT, e, em profundidade, por uma Organização Militar de
Saúde e por Instalações Sanitárias Operativas ou níveis assistenciais,
classificados de acordo com a capacidade de tratamento e numerados
progressivamente de 1 a 4 (da menor para a maior capacidade). Cada Escalão
de Saúde deve ser capaz de assumir as funções do nível inferior, podendo ser
reforçado para adequar-se às demandas de uma missão específica.

7.8.2 Todos os elementos subordinados à brigada, a partir do escalão


subunidade (independente), possuem uma fração de Saúde (Pel, Seç etc.)
com a missão de prestar o atendimento inicial de Saúde para essa OM. Essas
frações do 1º Escalão de Saúde têm capacidade limitada de retenção,
tratamento e evacuação de feridos e doentes, sendo responsáveis pela

7-10
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execução da medicina preventiva (exceto apoio de veterinária preventiva e


apoio farmacêutico) e do atendimento primário, exceto cirurgia de controle de
danos.

7.8.3 O B Log da Bda Inf Mec não conta em sua estrutura organizacional com
uma Subunidade de Saúde para apoio à brigada. Esse apoio será prestado,
pelo Batalhão de Saúde do escalão superior, que deve desdobrar, na Base
Logística da Brigada, 01 (uma) Companhia de Saúde Avançada (Cia Sau Avç),
que instala e opera um Posto de Atendimento Avançado (PAA).

7.8.4 Essa Cia Sau Avç e seu PAA, integrante do 2º Escalão de Saúde, tem
capacidade intermediária de retenção, tratamento e evacuação de feridos e
doentes, sendo responsável pela execução da medicina preventiva (exceto
apoio de veterinária preventiva e apoio farmacêutico) e pelo atendimento
primário, tratamento de doentes e feridos (quando reforçada), além do
tratamento a atingidos por agentes QBRN.

7.8.5 A evacuação, no âmbito da brigada, é realizada utilizando-se as


ambulâncias do pelotão de evacuação, orgânico da companhia de saúde
avançada do Batalhão de Saúde. Meios de evacuação não permanecem em
reserva.

7.8.6 A missão principal do pelotão de evacuação (Pel Ev) da companhia de


saúde avançada é a evacuação das baixas dos postos de socorro (PS) das
unidades para o Posto de Atendimento Avançado (PAA), através dos meios de
transporte mais adequados (terrestres, aéreos ou fluviais), proporcionando
assistência médica contínua durante toda a evacuação.

7.8.7 Como missão secundária, o Pel Ev pode transportar suprimento de saúde


do posto de distribuição de suprimento classe VIII para as unidades.

7.8.8 O escalão superior realiza a evacuação, desde as instalações de saúde


das brigadas e divisões de exército, através de comboios ou surtidas de meios
de evacuação, em horários preestabelecidos ou mediante solicitação das GU.

7-11
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Socorrista
Posto de
1º Socorro
Es Ponto de Z
Concentração
de Feridos
(PCF)

Posto de
2º Atendimento ZC –
Avançado
Es

Z
3º Hospital de C
Es Campanha Z


H Mil Z
Es

Fig 7-4 Cadeia de Evacuação na Brigada

7.8.10 Como a tropa do 2º Escalão de Saúde que apoia a Bda Inf Mec não
pertence ao seu B Log, a atividade logística de saúde deve receber uma
atenção especial e ser cuidadosamente planejada pelo EM da Bda, tendo em
vista sua influência no moral da tropa. É fundamental um contato prévio entre o
EM Bda e o B Sau do escalão superior, de forma que sejam apresentadas,
àquela OMS, as operações a serem realizadas pela brigada, bem como as
peculiaridades e características dessas operações e da tropa que as executa,
como a elevada mobilidade, a descentralização das ações, as operações em
grandes velocidade e profundidade. É fundamental que o B Sau entenda essas
peculiaridades da Bda Inf Mec para que possa apoiar corretamente a tropa da
brigada em operações.

7.8.11 A rapidez com que um ferido venha a receber os primeiros cuidados


médicos pode ser decisiva para a sua sobrevivência. As operações
descentralizadas e de grande mobilidade dificultam a ação do pessoal
especializado no atendimento aos feridos, bem como a tarefa de evacuação de
pessoal é dificultada pela velocidade das ações e profundidades dos meios
atribuídos à Bda Inf Mec, seja pelo alongamento das distâncias de apoio, seja
pelos deslocamentos em terreno desprovido de estradas.

7.8.12 O apoio cerrado de saúde deve ser um objetivo permanente da Cia Sau
Avç/PAA em apoio à Bda Inf Mec, a fim de que o pronto atendimento aos
feridos seja prestado de modo adequado. As características das operações
das Bda Inf Mec e as peculiaridades de sua tropa necessitam de um apoio de
saúde dotado de instalações de saúde sobre rodas, montadas, se possível, em

7-12
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viaturas blindadas, dotadas de recursos materiais e de pessoal, que permitam


o atendimento ao ferido o mais próximo possível das U apoiadas, bem como
uma elevada prioridade de apoio para a realização de evacuação aeromédica.

7.9 FUNÇÃO LOGÍSTICA ENGENHARIA

7.9.1 Reúne o conjunto de atividades referentes à logística de material de


engenharia, ao tratamento de água, à gestão ambiental e à execução de obras
e serviços de engenharia, com o objetivo de obter, adequar, manter e reparar a
infraestrutura física que atenda às necessidades de apoio logístico às OM
orgânicas da Bda Inf Mec.

7.9.2 Deve ser executada pelo Batalhão de Engenharia Mecanizado orgânico


da Bda Inf Mec, principalmente, no que se refere à adequação e reparação da
infraestrutura da rede de estradas para apoio, tendo em vista possuir maiores
capacidades para realizar tal função e com a possibilidade de receber Apoio
Suplementar do Escalão Superior de Engenharia (ECEx e Gpt E das DE).

7.9.3 As atividades desse grupo funcional abrangem a previsão e a provisão de


material das Classes IV e VI, o planejamento e a execução do tratamento de
água, a obtenção e o controle dos bens imóveis, o planejamento e a execução
de obras e serviços de engenharia e a gestão ambiental de interesse militar.

7.9.4 Normalmente, os equipamentos destas classes são manutenidos em OM


Log de manutenção, contando para tal com especialistas de engenharia para
assessoria técnica especializada. Todavia, as especificidades desses materiais
podem indicar a necessidade de execução da manutenção em órgãos
especialmente contratados/mobilizados para este fim.

7.9.5 O tratamento de água compreende a produção, realizada por elementos


de engenharia existentes no B Log, e a distribuição (envasada ou a granel) de
suprimento Classe X (água), por meio da atuação integrada de equipes do
grupo funcional suprimento e transporte. Essa atividade tem papel fundamental
na operacionalidade de toda a Brigada. Ela envolve, ainda, a reparação e
manutenção da infraestrutura civil de abastecimento de água em benefício da
tropa da Bda, incluindo, entre outras, a análise, a purificação e o tratamento de
águas superficiais e residuais.

7.9.6 Uma das peculiaridades da Engenharia consiste no emprego de suas


unidades em trabalhos de apoio às atividades logísticas. Esse emprego varia
em função do escalão considerado, estando presente tanto na ZA, como na
ZC.

7-13
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7.9.7 Na ZC encontram-se a ECEx, os Gpt E das DE e as tropas de


Engenharia orgânicas das brigadas (E Bda), que realizam, em maior ou menor
grau, tarefas em apoio à Função de Combate Logística.

7.9.8 Meios especializados de Engenharia podem integrar o B Log da Bda Inf


Mec, de modo a prestar o apoio nas atividades da Função Logística
Engenharia.

7.10. FUNÇÃO LOGÍSTICA SALVAMENTO

7.10.1 Em função das características de emprego da Bda Inf Mec, aliadas ao


grande número de eixos e vias de acesso, e à extensão da Z Aç, é comum o
apoio do Esc Sp para a execução da evacuação do material salvado e/ou
capturado.

7.10.2 Para a realização da coleta e evacuação do material salvado e


capturado, a Companhia Logística de Manutenção (Cia Log Mnt) do B Log
instala e opera um Posto de Coleta de Salvados.

7.10.3 A estimativa de maior ou menor densidade do material a ser evacuado,


as prioridades para artigos críticos, bem como as disponibilidades de meios
devem ser levados em conta no planejamento.

7.10.4 A evacuação de material será mais intensa quanto maior for a


mobilidade e a rapidez das operações, tendo em vista a previsão de captura de
grandes quantidades de material inimigo.

7.10.5 A adoção de medidas para o reaproveitamento do material salvado, a


partir dos menores escalões, tem resultado direto na redução das
necessidades de manutenção, evitando-se a excessiva evacuação de material,
não interferindo, assim, na mobilidade da tropa.

7-14
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CAPÍTULO VIII

PROTEÇÃO

8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

8.1.1 A Função de Combate Proteção (F Cmb Ptç) representa o conjunto de


atividades, tarefas e sistemas inter-relacionados empregados na preservação
da força, permitindo que os comandantes disponham do máximo poder de
combate para emprego. As tarefas dessa função de combate permitem
identificar, prevenir e mitigar ameaças às forças e aos meios vitais para as
operações, de modo a preservar o Poder Relativo de Combate (PRC) e a
liberdade de ação. Permitem, também, preservar populações civis e
infraestruturas civis.

8.1.2 A Função de Combate Proteção não deve ser encarada como função de
combate adicional ou separada, mas sim como elemento essencial e integrado
dentro do planejamento das operações terrestres.

8.1.3. É uma função de combate multidimensional por natureza, pois inclui


tarefas em todas as dimensões do Espaço de Batalha (ar, mar, terra, espectro
eletromagnético e espaço cibernético). Sua efetividade está diretamente
relacionada à seleção e aplicação das tarefas mais adequadas à situação e ao
tipo de operações executadas.

8.1.4 Para que seja eficaz, a proteção da força requer integração de várias
capacidades. Em função de suas abrangências, merecem destaque as
capacidades relacionadas à Defesa Antiaérea, Defesa Química, Biológica,
Radiológica e Nuclear (DQBRN), Antiterrorismo, Operações de Informação de
caráter defensivo, Segurança dos Meios e Proteção dos Elementos Operativos
(unidades e meios), Recuperação de Pessoal e Internação de Capturados e
Controle de Deslocados (população civil deslocada e/ou refugiados).

8.1.5 A colaboração, integração e sincronização entre as funções de combate -


comando e controle, movimento e manobra, inteligência, fogos, logística e
proteção - auxiliam na identificação e prevenção de ameaças e perigos e na
mitigação de seus efeitos.

8.1.6 Os recursos disponíveis na Bda Inf Mec para a função de combate


proteção devem ser articulados de modo a permitir:
a) a execução de medidas ativas de defesa para proteger as informações, as
suas instalações, a infraestrutura crítica e linhas de comunicação ou um ataque
do oponente;

8-1
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b) a execução de medidas defensivas passivas para conquistar a população e


dificultar a localização e destruição dos sistemas e instalações;
c) a aplicação da tecnologia de processos para reduzir o risco de fratricídio; e
d) o gerenciamento da resposta de emergência para reduzir a perda de
pessoal e capacidades devido a acidentes, ameaças à saúde e/ou desastres
naturais.

8.1.7 A função de combate proteção encontra-se detalhada no Manual de


Campanha EB70-MC-10.208 - Proteção (1ª Ed, 2015).

8.2 FUNDAMENTOS DA PROTEÇÃO

8.2.1 PRINCÍPIOS DA PROTEÇÃO

8.2.1.1 Os princípios da proteção são a base para o planejamento e a


condução das atividades da proteção em campanha.

8.2.1.2 Eles permitirão aos planejadores, em todos os escalões, compreender


em que contexto as operações estão sendo realizadas.

8.2.1.3 Os princípios da proteção são cinco: abrangência, integração,


complementaridade, redundância e permanência.

8.2.2 AMEAÇA

8.2.2.1 Ameaça é o conjunto de atores, motivação e capacidade de realizar


ação hostil real ou potencial, com possibilidade de, por intermédio da
exploração de deficiências, comprometer as informações, afetar o material, o
pessoal e seus valores, bem como as áreas e instalações, podendo causar
danos.

8.2.2.2 As ameaças à Bda Inf Mec, em operações, podem ter origem na ação
de forças oponentes (principal foco do planejamento das ações da brigada);
nas condições ambientais adversas (temperaturas e umidades extremas,
chuvas, ventos, zoonoses e outras); nas ações conduzidas pelas forças
amigas (ações que possam conduzir a acidentes, incidentes ou fratricídio); e
nos elementos alheios às operações militares e suas respectivas estruturas
(principalmente o combate urbano e em meio à população civil).

8.2.3 MEIOS CRÍTICOS

8.2.3.1 Meios críticos são aqueles que, por diversos motivos, devem ser
defendidos sob pena de comprometer o cumprimento da missão, constituindo-
se no foco do planejamento e condução das atividades da F Cmb Ptç.

8-2
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8.2.3.2 Os meios considerados críticos podem ser de qualquer natureza, tais


como militares especializados, equipamentos e instalações da tropa ou ainda
áreas do terreno, que nas mãos do inimigo possam influenciar de maneira
decisiva a manobra. A prioridade para proteção desses meios deverá ser
definida pelo Cmt Bda Inf Mec, assessorado por elementos que constituam a
estrutura de proteção da brigada, com base no estudo das ameaças, e em
função da disponibilidade de meios existentes.

8.2.4 ATIVIDADES DE PROTEÇÃO

8.2.4.1 Atividade de proteção é o conjunto de tarefas afins, reunidas segundo


critérios de relacionamento, interdependência ou similaridade, cujos resultados
concorrem para o desenvolvimento da F Cmb Ptç na Bda Inf Mec.

8.2.4.2 Pode ser executada individualmente, através da utilização de


equipamentos de proteção individual (EPI) ou o emprego de alguma técnica
específica, caracterizando a proteção individual. Normalmente, será executada
de forma coletiva, dando origem a proteção orgânica, que pode ser conduzida
com o emprego de pessoal ou equipamento especializado – proteção orgânica
especializada – ou por elementos de qualquer natureza.

8.2.4.3 As atividades de proteção mais importantes realizadas na Bda Inf Mec


são a defesa antiaérea; o apoio de engenharia; a contrainteligência; as
medidas de defesa química, biológica, radiológica e nuclear; as medidas de
guerra eletrônica; as medidas de guerra cibernética; as medidas de
dissimulação; e a defesa anticarro.

8.3 DEFESA ANTIAÉREA

8.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

8.3.1.1 A Defesa Antiaérea (DA Ae) é uma atividade da função de combate


proteção, que visa coordenar as atividades relacionadas, ativas e passivas, de
todos os elementos subordinados à Bda Inf Mec, integradas ao sistema similar
do Esc Sp, conduzindo a execução das medidas de coordenação e controle do
espaço aéreo determinadas por aquele escalão.

8.3.1.2 A Missão (Mis) principal da AAAe tem por finalidades:


a) impedir ou dificultar o reconhecimento aéreo inimigo;
b) impedir ou dificultar ataque aéreo inimigo a fim de:
- na Zona no Interior (Zl), possibilitar o funcionamento de órgãos e
instalações vitais sediadas no Teatro Nacional (TN); e
- no TO, permitir a liberdade de manobra para elementos de combate, o livre
exercício do Comando (Cmdo) e maior disponibilidade e eficiência das
unidades (U) de Apoio ao Combate (Ap Cmb) e Ap Log.

8-3
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c) em determinadas situações, dificultar a utilização pelo Ini de porções do EA,


na ZI ou no TO; e
d) durante as operações de não-guerra, impedir ou dificultar a utilização de
vetores aeroespaciais (Aepc) hostis convencionais ou não pelo Ini.

8.3.1.3 Para a sua DA Ae, a Bda Inf Mec emprega a bateria de artilharia
antiaérea orgânica e os meios que estejam em reforço de fogos ou em reforço,
que, normalmente, são numericamente insuficientes para a defesa de todas as
peças de manobra, de apoio ao combate e logística. Por esta razão, estes
elementos devem se utilizar das medidas passivas de defesa antiaérea, em
especial a camuflagem e a dispersão. Em última instância, devem empregar o
fogo das armas individuais e coletivas.

8.3.1.4 Como parte mais significativa da DA Ae, a AAAe emprega seus


sistemas de armas, de controle e alerta, de comunicações e de Ap Log para
proporcionar à Bda Inf Mec a segurança necessária contra a ameaça aérea.

8.3.1.5 O eficiente funcionamento do sistema de DA Ae é fundamental para


assegurar liberdade de manobra para a Bda Inf Mec, proporcionando o livre
exercício do comando, além de maior disponibilidade e eficiência das unidades
de apoio ao combate e apoio logístico.

8.3.1.6 Os meios antiaéreos da Bda Inf Mec devem possuir mobilidade igual ou
superior a dos seus elementos, sendo, normalmente, empregados canhões,
mísseis autopropulsados e mísseis portáteis.

8.3.1.7 O Cmt da Bia AAAe orgânica assessora o Cmt Bda Inf Mec quanto ao
estabelecimento de prioridades de DA Ae, ao planejamento e ao emprego da
AAAe; e na coordenação da autodefesa antiaérea.

8.3.1.8 A critério do Cmt Bda Inf Mec e considerando as possibilidades da


ameaça aérea, os meios antiaéreos podem cumprir, em situações extremas,
missões de superfície, sobretudo, contra blindados.

8.3.2 A AMEAÇA AÉREA

8.3.2.1 O universo que hoje engloba a moderna ameaça Ae, cujo emprego tem
se tornado crucial em qualquer conflito moderno, tem o propósito de orientar os
Cmt, oficiais e praças cujas funções estejam relacionadas à AAAe.

8.3.2.2 No transcurso das operações ofensivas e defensivas, o inimigo aéreo


realiza missões de cobertura, de ataque, de reconhecimento armado e de
reconhecimento aéreo, incidindo sobre colunas de marcha, pontos sensíveis
nos itinerários, blindados, órgãos de comando e controle, elementos de apoio
de fogo e órgãos de apoio logístico.

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8.3.2.3 Particularmente nas situações de movimento, tais como na marcha


para o combate, no aproveitamento do êxito e nos movimentos retrógrados,
avulta de importância o emprego eficiente de todos os meios antiaéreos e de
autodefesa antiaérea.

8.3.3 NECESSIDADES VERSUS PRIORIDADES DE DEFESA ANTIAÉREA

8.3.3.1 As necessidades de DA Ae são levantadas considerando o tipo de


operação, as características das tropas que integram a brigada, o terreno e as
possibilidades do inimigo aéreo.

8.3.3.2 Para o estabelecimento de prioridades de DA Ae, os seguintes fatores


devem ser considerados: importância, vulnerabilidade, recuperabilidade do
elemento defendido e possibilidades do inimigo aéreo.

8.3.3.2.1 Importância - A importância de cada objetivo a defender deve ser


avaliada em relação aos demais, tendo em vista o valor relativo ao curso das
operações bélicas e seu potencial político, econômico e militar. No território
nacional essa avaliação cabe ao Cmdo Supremo, e, no TO, cabe ao Cmt de
cada Esc, conforme o interesse das respectivas manobras, as diretrizes e a
intenção do Esc Sp.

8.3.3.2.2 Vulnerabilidade - É o grau de danos que um determinado objetivo


pode sofrer, devido a um ataque aéreo. Dependerá das possibilidades de
dispersão, disfarce, mobilidade, proteção e dos meios orgânicos de A Def AAe
de cada objetivo a defender.

8.3.3.2.3 Recuperabilidade - É a maior ou menor facilidade e rapidez que


determinado objetivo requer para sua recuperação, após um ataque aéreo.
Dependerá da facilidade de reposição, de reparação e de soluções alternativas
(substituição).

8.3.3.2.4 Possibilidades do inimigo aéreo - É preciso que se conheçam as


possibilidades do inimigo aéreo, pois as características do objetivo e do
terreno, conjugadas com os aspectos levantados durante a AIC, determinarão
o grau de probabilidade de realizar um ataque. Os aspectos do inimigo
levantados durante a AIC são:
a) tipos de aeronaves em operação;
b) raio de ação das Anv;
c) armamento empregado;
d) táticas e técnicas de ataque que domina;
e) número de surtidas por aeronaves;
f) localização de suas bases;
g) reabastecimento em voo (REVO);

8-5
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h) capacidade de empregar guerra eletrônica.


i) capacidade de lançamento de mísseis balísticos e de cruzeiro;
j) capacidade de executar reconhecimentos táticos e estratégicos;
k) capacidade de supressão de DAAe.

8.3.3.3 Em face das possibilidades do inimigo aéreo, normalmente as F Seg,


os elementos em primeiro escalão, os meios de apoio de fogo, os órgãos de
apoio logístico, os órgãos de comando e controle, as reservas e os pontos
sensíveis nos itinerários constituem necessidades de DA Ae.

8.3.3.4 Após o levantamento das necessidades, é estabelecida uma prioridade


de DA Ae em consonância com a importância de cada elemento para a
manobra da Bda Inf Mec, sua vulnerabilidade, sua recuperabilidade e as
possibilidades do inimigo aéreo de infligir danos.

8.3.3.5 Especial atenção deve ser dedicada à DA Ae dos veículos


mecanizados, por se constituírem em alvos prioritários para o inimigo aéreo.

8.3.3.6 Os dados necessários para o adequado estabelecimento das


prioridades de DA Ae são obtidos por meio da análise de inteligência de
combate, realizada durante o Exame de Situação de artilharia antiaérea.

8.3.4 PLANEJAMENTO E EMPREGO DA ARTILHARIA ANTIAÉREA

8.3.4.1 Provavelmente, as primeiras ações inimigas, após o início das


hostilidades, serão realizadas pelo ar e a AAAe estará incluída entre os
responsáveis pela defesa. Caberá, portanto, aos meios antiaéreos a missão de
defender aeródromos, instalações logísticas e outros alvos vitais que o inimigo
desejará destruir inicialmente. O emprego da AAAe orgânica, em reforço de
fogos ou em reforço, é definido pelo comandante da Bda Inf Mec, assessorado
pelo Cmt da Bia AAAe, a quem cabe propor a organização para o combate e a
atribuição de meios antiaéreos para a execução da DA Ae dos elementos
definidos como prioritários.

8.3.4.2 Os princípios de defesa antiaérea são: a centralização, a dosagem


adequada, a prioridade adequada, a flexibilidade, a facilitação de operações
futuras e a manutenção de meios em reserva.

8.3.4.3 Sempre que possível, os meios de AAAe terão seu emprego


centralizado, sob controle da Bda. Em operações descentralizadas ou para
missão de superfície, poderão reforçar peças de manobra das brigadas.

8.3.4.4 Para o emprego eficaz da AAAe, deve ser acuradamente planejado o


desdobramento do sistema de controle e alerta, a fim de permitir a cobertura

8-6
EB70-MC-10.XXX

radar de toda a manobra da Bda Inf Mec, garantindo, assim, o alerta


antecipado aos meios AAe.

8.3.4.5 Os fundamentos são um conjunto de proposições e de ideias gerais e


simples de onde se extraem os conhecimentos de determinada área ou
atividade.

8.3.5 COORDENAÇÃO E CONTROLE

8.3.5.1 Os procedimentos para a coordenação e controle do espaço aéreo são


emitidos pelo Esc Sp e aplicados na Bda Inf Mec pelo E3, assessorado pela
Equipe de Controle Aerotático (ECAT) que trabalha junto ao CCAF da Bda e
que são constituídas basicamente por Oficiais de Ligação Aérea e auxiliares.
Durante os planejamentos, o E3 deve considerar a influência destes
procedimentos sobre o esquema de manobra da Bda Inf Mec.

8.3.5.2 A coordenação e o controle da AAAe orgânica da Bda Inf Mec e em


reforço são exercidos pela AAAe do Esc Sp considerado por meio da ligação
entre o Centro de Operações Antiaéreas Principal (COAAe P) e o Centro de
Operações Antiaéreas Secundário (COAAe S), normalmente o da Bia AAAe.

8.3.5.3 O COAAe da Bia AAAe controla a ação da DA Ae, estabelecida por


meio da transmissão do alerta antecipado e do estabelecimento dos estados
de ação, do estado de alerta e de outras medidas de coordenação necessárias
para a adequação desta ação à coordenação do uso do espaço aéreo
determinada pelo Esc Sp.

8.3.5.4 A integração da DA Ae com a manobra em curso é efetivada por meio


da ligação do COAAe da Bia AAAe com o CCAF da Bda Inf Mec.

8.3.6 A AUTODEFESA ANTIAÉREA

8.3.6.1 Principalmente nas situações de movimento, a redução da eficiência do


alerta aéreo antecipado impõe a necessidade de que medidas ativas e
passivas de autodefesa antiaérea estejam perfeitamente assimiladas pela
tropa.

8.3.6.2 Quanto ao fator “defesa passiva”, leva a que sejam escolhidas posições
que proporcionem cobertura contra a observação terrestre e aérea. Busca-se o
emprego de camuflagem natural e organização do terreno, bem como o
afastamento do radar de pontos nítidos e elevações muito destacadas ou
acidentes que possam ser usados como referência para a navegação aérea.
As guarnições dos veículos mecanizados devem priorizar as medidas passivas
de DA Ae, sobretudo o uso de fumígenos, de cobertas e de abrigos e o largo
emprego da dispersão.

8-7
EB70-MC-10.XXX

8.3.6.3 Os órgãos, instalações ou unidades que, pelo grau de prioridade que


lhes for atribuído, não puderem dispor de DA Ae deverão prover sua
autodefesa antiaérea com o armamento orgânico. Nesse caso, passarão a
merecer ênfase as medidas de defesa antiaérea passivas.

8.3.6.4 As medidas ativas serão executadas, preferencialmente, por tropa


desembarcada e, se possível, abrigada.

8.3.6.5 Para mais informações sobre o assunto Defesa Antiaérea, consultar os


Manuais de Campanha EB70-MC-10.231 - Defesa Antiaérea (1ª Ed, 2017), e
EB70-MC-10.235 - Defesa Antiaérea nas Operações (1ª Ed, 2017).

8.4 APOIO DE ENGENHARIA

8.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

8.4.1.1 O apoio de engenharia na função de combate proteção pode ser


entendido como o conjunto de trabalhos que visam a reduzir ou anular os
efeitos das ações do inimigo e das intempéries sobre a tropa e o material,
proporcionando abrigo, segurança e bem-estar, além de ampliar a capacidade
de sobrevivência das forças em campanha. Os engenheiros, em função do
conhecimento técnico e do pessoal e materiais especializados, prestam
assistência às tropas em combate ou realizam trabalhos de fortificações,
camuflagem e instalações, que aumentem o valor defensivo das posições.

8.4.1.2 Na Bda Inf Mec, o Batalhão de Engenharia de Combate Mecanizado


(BE Cmb Mec) é a OM que deverá prover e prestar o apoio técnico para a
Proteção, no que tange aos trabalhos de engenharia. Estes trabalhos serão
realizados pelos pelotões de engenharia de combate, por meio do apoio direto
ou reforço aos elementos empregados em primeiro escalão ou por meio do
apoio ao conjunto aos demais elementos subordinados à Bda Inf Mec.

8.4.1.3 Quando os meios de engenharia orgânicos da Bda Inf Mec não forem
suficientes, a Engenharia do escalão superior pode realizar os trabalhos de
proteção por meio do apoio suplementar específico - quando executa um
trabalho pontual - ou por meio do apoio suplementar por área - quando assume
todos os trabalhos à retaguarda do Limite Avançado dos Trabalhos (LAT),
liberando o BE Cmb Mec para o apoio de engenharia mais à frente possível.

8-8
EB70-MC-10.XXX

8.4.1.4 Para os trabalhos de proteção, assim como nos trabalhos de apoio à


mobilidade e contramobilidade, especificamente no emprego da engenharia,
deverão ser respeitados os princípios gerais de emprego da arma:
a) emprego como arma técnica;
b) emprego centralizado;
c) permanência nos trabalhos;
d) utilização imediata dos trabalhos;
e) manutenção dos laços táticos;
f) engenharia em reserva;
g) prioridade e urgência; e
h) emprego por elementos constituídos.

8.4.2 TAREFAS DA ENGENHARIA NA PROTEÇÃO

8.4.2.1 As tarefas da Engenharia na Proteção são as seguintes:


a) limpeza de campos de tiro;
b) construção de locais para tiro (posições para atirador deitado, espaldões
para metralhadora leve e pesada, espaldões tipo antiaéreo, para morteiros e
para blindados);
c) instalações para órgãos de comando (postos de comando enterrados);
d) instalações de observação;
e) abrigos para o pessoal, unidades de combate, apoio ao combate e de
logística; e
f) lançamento de obstáculos naturais e artificiais na zona de ação da Bda Inf
Mec.

8.4.2.2 O apoio de engenharia pode ocorrer, ainda, para a realização dos


seguintes trabalhos:
a) camuflagem;
b) reconhecimentos de engenharia;
c) lançamento de campos de minas, obstáculos de arame, armadilhas e
demais obstáculos para proteção de áreas de interesse;
d) remoção e destruição de engenhos falhados; e
e) desativação e destruição de artefatos explosivos improvisados.

8-9
EB70-MC-10.XXX

Figura 8-1. VBTP Guarani em espaldão para carros

8.4.3 PLANEJAMENTO DO EMPREGO DA ENGENHARIA NA PROTEÇÃO

8.4.3.1 A organização da Engenharia tem por base a centralização dos meios


nos escalões mais elevados, a fim de que este possa alocar os mais variados
materiais específicos para cada missão. A centralização permite que estes
escalões possam suprir as deficiências de Engenharia dos elementos
subordinados, em face das necessidades únicas de cada situação e, ainda,
atender ao apoio em profundidade, de modo a liberar os escalões
subordinados de encargos na retaguarda, proporcionando a versatilidade e a
flexibilidade necessárias para uma determinada operação.

8.4.3.2 O apoio de engenharia nos trabalhos de proteção na Bda Inf Mec, será
realizado pelos Pelotões de Engenharia de Combate Mecanizados (Pel E Cmb
Mec) orgânicos do BE Cmb Mec da brigada, que se encontram em apoio direto
ou em reforço às U Inf Mec e ao Esquadrão de Cavalaria Mecanizado
empregados em primeiro escalão;

8.4.3.3 Os trabalhos também poderão ser realizados pelos Pel E Cmb Mec
orgânicos do BE Cmb Mec da brigada que se encontram trabalhando em Apoio
ao Conjunto aos diversos elementos subordinados à Bda Inf Mec, ou em apoio
a esta, que se encontram atuando na sua Z Aç.

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Figura 8-2. Exemplo do Limite Avançado dos Trabalhos – LAT

8.4.3.4 Assim, deverá continuar sendo observado que a Engenharia é


organizada em elementos de trabalho, cada qual com capacidades de realizar
tarefas com volumes e tipos específicos. O Pel E Cmb Mec é a fração básica
de emprego para os trabalhos de Engenharia na Proteção.

8.4.3.5 Para detalhamento sobre o emprego da Engenharia deverá ser


consultado o Manual de Campanha EB70-MC-10.237 - A Engenharia nas
Operações (1ª Ed, 2018).

8.5 CONTRAINTELIGÊNCIA

8.5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

8.5.1.1 A contrainteligência é uma atividade especializada que visa obstruir e


neutralizar a atuação da inteligência adversa ou qualquer ator hostil. Suas
ações visam salvaguardar dados, informações, pessoal e material das forças
amigas.

8.5.1.2 Por terem ligação direta, o planejamento e a execução das tarefas de


contrainteligência, devem ser coordenados com a função de combate
inteligência, aumentando as capacidades da Bda Inf Mec.

8.5.1.3 A contrainteligência atua em situação de paz, guerra e não guerra,


tendo as seguintes finalidades: impedir que uma força inimiga, real ou
potencial, adquira conhecimentos sobre a ordem de batalha, a situação do

8-11
EB70-MC-10.XXX

material, pessoal, planos, vulnerabilidades e possibilidades; impedir ou reduzir


os efeitos das atividades de espionagem, sabotagem, desinformação,
propaganda adversa e terrorismo contra as forças amigas; proporcionar
liberdade de ação para o Comando; contribuir para a obtenção da surpresa;
impedir ou limitar as ações que possibilitem à força inimiga obter a surpresa;
impedir ou neutralizar ações hostis que possam afetar o potencial das forças
amigas; e induzir o centro de decisão adversário à tomada de decisões
equivocadas.

8.5.1.4 Para proteger as forças amigas, a Contrainteligência (C Intlg) deve


detectar, identificar e analisar a ameaça inimiga oriunda das fontes humanas,
de sinais, de imagens, cibernética e outras, planejando ações para neutralizá-la
ou eliminá-la.

8.5.1.5 Os principais processos pelos quais o inimigo pode obter dados e/ou
conhecimentos são por meio de(a): observação e reconhecimento; agentes de
inteligência, informantes, colaboradores, documentação e material, noticiário
dos órgãos de mídia, transmissões eletromagnéticas e atividades cibernéticas;
população em geral e prisioneiros de guerra; e refugiados.

8.5.2 PLANEJAMENTO DO EMPREGO DA CONTRAINTELIGÊNCIA NA


PROTEÇÃO

8.5.2.1 O planejamento de C Intlg deve estar baseado em negar às forças


inimigas a possibilidade de obter dados e/ou conhecimentos sensíveis e em
eliminar ou neutralizar ações de sabotagem, propaganda adversa, espionagem,
terrorismo e desinformação.

8.5.2.2 No âmbito da Bda Inf Mec, o E2 é o responsável pelo planejamento de


C Intlg, realizado simultaneamente com o planejamento e com a execução dos
demais planos/ordens de operações, tendo o Oficial de Inteligência a
incumbência de propor as medidas a serem adotadas para alcançar o grau de
segurança necessário em todo o seu espectro de execução. Para isto, a
realização do Exame de Situação de C Intlg obterá o necessário embasamento
para a confecção do Plano de Contrainteligência.

8.5.2.3 A atividade de planejamento de contrainteligência encontra-se


detalhada no Manual de Campanha EB70-MC-10.307 - Planejamento e
Emprego da Inteligência Militar (1ª Ed, 2016).

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8.6 DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR (DQBRN)

8.6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

8.6.1.1 A DQBRN é uma atividade da função de combate proteção e


compreende as ações relacionadas ao reconhecimento, à detecção e à
identificação de agentes químicos, biológicos, radiológicos e nucleares, bem
como à descontaminação de pessoal e de material expostos a tais agentes.

8.6.1.2 Compreende desde ações básicas realizadas por todo um efetivo (uso
de equipamentos de proteção individual, por exemplo) até aquelas que exijam
o emprego de OM especializadas do escalão superior (identificação de agentes
QBRN, por exemplo), que poderão ser empregadas em apoio às operações da
brigada (ou apenas em uma determinada fase das operações).

8.6.1.3 As atividades da DQBRN, coordenadas pelo Sistema QBRN do teatro


de operações, são as seguintes:
a) o sensoriamento QBRN - que visa determinar a presença ou não de agente
QBRN em determinado local ou área;
b) a segurança QBRN - para evitar-se a contaminação; e
c) a sustentação QBRN - a fim de tornar inofensivos, dentro do possível, os
agentes QBRN que se tenham acumulado sobre o pessoal, material,
equipamentos, viaturas e até mesmo áreas reduzidas.

8.6.2 PLANEJAMENTO DO EMPREGO DA DQBRN NA PROTEÇÃO

8.6.2.1 A Bda Inf Mec, por sua natureza de emprego, normalmente na


vanguarda, é extremamente suscetível à ação de agentes QBRN pelo inimigo.
Por isso, é de suma importância que a DQBRN atue em proveito da Bda Inf
Mec, realizando o reconhecimento, a detecção e a descontaminação de
pessoal e material expostos a agentes QBRN.

8.6.2.2 As tarefas de DQBRN exigem material, técnicas e procedimentos


especializados, além de treinamento prévio para sua correta e eficiente
utilização. Para maiores informações consultar os cadernos de instrução EB70-
CI-11.409 - Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (1ª Ed, 2017),
EB70-CI-11.430 - Reconhecimento e Vigilância QBRN (Ed Expr, 2020), EB70-
CI-11.431 - Proteção QBRN (Ed Expr, 2020), EB70-CI-11.432 -
Descontaminação QBRN (Ed Expr, 2020), EB70-CI-11.433 - Capacitação
Intermediária DQBRN (Ed Expr,2020).

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EB70-MC-10.XXX

8.7 A GUERRA ELETRÔNICA

8.7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

8.7.1.1 A Guerra Eletrônica (GE) coopera com a Força de Combate Proteção (F


Cmb Ptç), executando procedimentos operacionais e empregando tecnologias
de proteção eletrônica, que proporcionam o uso efetivo do espectro
eletromagnético e resguardam a integridade dos meios eletrônicos amigos, a
despeito do emprego de ações ativas e passivas de GE pelo oponente.

8.7.1.2 O E3, assessorado pelo Oficial de Ligação de GE (O Lig GE), é o


responsável por planejar e coordenar o apoio de GE e preparar as instruções
de GE do parágrafo 3º da Ordem de Operações.

8.7.1.3 O Cmt Cia Com Mec, Oficial de Comunicações e Eletrônica (O Com


Elt), é responsável por planejar, coordenar e controlar os procedimentos das
medidas de proteção eletrônica que envolvam a emissão de energia
eletromagnética no âmbito da Bda Inf Mec.

8.7.2 PLANEJAMENTO DO EMPREGO DA GUERRA ELETRÔNICA NA


PROTEÇÃO

8.7.2.1 O planejamento de GE segue o processo normal de planejamento de


Estado-Maior (EM), começando com a missão e a diretriz do comandante, que
levam ao desenvolvimento do exame de situação e dos demais documentos de
GE.

8.7.2.2 Caso a Bda Inf Mec tenha na sua composição dos meios algum Elm
GE, o EM da Bda Inf Mec contará com um Oficial/Elemento de GE. Esse
Elemento é o responsável, no âmbito do EM, pelo planejamento e coordenação
das atividades nos três ramos de atuação da GE:
a) Medidas de Apoio de Guerra Eletrônica (MAGE);
b) Medidas de Ataque Eletrônico (MAE); e
c) Medidas de Proteção Eletrônica (MPE).

8.7.2.3 Caso a Bda Inf Mec não tenha na sua composição dos meios algum
Elm GE, que é a situação mais comum, a ênfase do Plj de GE dar-se-á no
ramo das MPE, no que recai sobre o O Com Elt (Cmt Cia Com Mec) o Plj
sistêmico desse ramo.

8.7.3 MEDIDAS DE PROTEÇÃO ELETRÔNICA (MPE)

8.7.3.1 Considerações gerais

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8.7.3.1.1 As ações das MPE visam assegurar a utilização eficaz e segura das
próprias emissões eletromagnéticas, a despeito da existência de ações
ofensivas de GE, empreendidas pela ameaça e/ou pelas forças amigas, ou,
ainda, de fontes de interferência não intencionais.

8.7.3.1.2 As MPE são realizadas por todas as tropas que utilizam sistemas
radiantes de energia eletromagnética, não se constituindo, portanto, em ações
especializadas e exclusivas de sistemas e elementos de GE.

8.7.3.1.3 As ações das MPE têm o objetivo de salvaguardar pessoal e material


dos efeitos decorrentes do uso do espectro eletromagnético que degradem,
destruam ou inviabilizem a capacidade de combate das forças amigas. Essas
ações envolvem o gerenciamento das emissões, o emprego de recursos
tecnológicos e o planejamento e adoção de procedimentos operacionais.

8.7.3.1.4 Tipos de ação de MPE:


a) ações anti-MAGE têm por finalidade negar ao oponente efetividade nas suas
ações de busca de interceptação, monitoração, localização eletrônica, registro
e análise das emissões amigas.

b) As ações anti-MAE visam anular ou minimizar o efeito das MAE oponentes


ou, ainda, reduzir os danos colaterais decorrentes do emprego das MAE por
parte das forças amigas.

8.7.2.4.4 As ações e os objetivos das MPE estão descritas no Manual de


Campanha EB70-MC-10.201 - A Guerra Eletrônica na Força Terrestre (1ª Ed,
2019) e particularizadas no Caderno de Instrução EB70-CI-11.403 - Medidas de
Proteção Eletrônica (1ª Ed, 2014).

8.7.3 MEDIDAS DE GUERRA CIBERNÉTICA (G Ciber)

8.7.3.1 A G Ciber atuará em proveito da F Cmb Ptç da Bda Inf Mec, executando
ações de Proteção Cibernética, a fim de garantir o uso efetivo dos meios de
comunicações que integram a rede de dados.

8.7.3.2 O pessoal especializado em G Ciber da Companhia de Comunicações


da GU executará essas ações, fazendo parte do esforço da Etta G Ciber
estabelecida.

8.7.3.3 Para mais informações sobre o assunto, consultar o Manual de


Campanha EB70-MC-10.232 - Guerra Cibernética (1ª Ed, 2017).

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8.8 OPERAÇÕES DE DISSIMULAÇÃO (OP DSML)

8.8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

8.8.1.1 A dissimulação é um processo de camuflagem ou medida de defesa


aeroespacial passiva que consiste na colocação de materiais de camuflagem,
acima, ao lado ou em volta do objeto, de tal modo que o conjunto dê a
impressão de ser parte integrante do meio ou do terreno, evitando a detecção
do objeto, pela alteração da aparência normal da posição.

8.8.1.2 No tocante às operações militares, existe o conceito de Dissimulação


Militar (Dsml Mil) que consiste em um conjunto de atividades destinadas a
induzir o oponente ao erro, contribuindo para o êxito das nossas operações. O
decisor oponente será deliberadamente induzido a reagir conforme a nossa
vontade, agindo ou deixando de agir.

8.8.1.3 Normalmente, a Dsml Mil está associada a uma operação de maior


vulto, contribuindo como elemento multiplicador do poder de combate para a
ação principal. Seu emprego é decorrente de uma oportunidade ou de uma
vulnerabilidade do oponente que deva ser explorada.

8.8.1.4 As operações de dissimulação têm os seguintes objetivos:


a) causar ambiguidade, confusão ou erro nas percepções adversárias acerca
das informações críticas amigas, como identificação de unidades, localizações,
movimentos, dispositivos, fraquezas, capacidades, poder de combate, situação
logística e intenções;
b) induzir o oponente a alocar pessoal, recursos materiais e financeiros de
forma que crie situação vantajosa para as forças amigas;
c) condicionar o oponente a padrões de comportamento particulares por parte
da tropa amiga, a fim de atrair o oponente a percepções que possam ser
exploradas;
d) induzir o oponente a revelar seu poder de combate, localização e intenções
futuras; e
e) levar o oponente a desperdiçar poder de combate em ações desnecessárias
ou que consumam vultosos meios por longo período e de forma inapropriada.

8.8.1.5 A Dsml Mil possui os seguintes princípios que orientam o planejamento


e a aplicação das operações de dissimulação:
a) Foco - a Dsml Mil deve ter como objetivo o decisor adversário capaz de
iniciar a ação (ou inação) desejada;
b) Objetivo - levar o oponente a adotar (ou não adotar) ações específicas e não
apenas a acreditar em determinada informação;

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c) Planejamento e controle centralizado - as Op Dsml devem ser planejadas e


conduzidas de forma centralizada;
d) Segurança - negar o conhecimento acerca da intenção de dissimular e da
execução das ações de Dsml ao oponente;
e) Oportunidade - as Op Dsml requerem senso de tempo e oportunidade
cuidadoso; e
f) Integração - a Op Dsml deve estar totalmente integrada à operação apoiada.

8.8.1.6 Os fundamentos fornecem as bases para apoiar o trabalho de


planejamento e execução das Op Dsml, sendo alicerçados nas campanhas
militares realizadas. Servem para balizar a concepção das ações de
dissimulação e para auxiliar a contradissimulação (C Dsml). Os fundamentos
das operações de dissimulação são os seguintes:
a) reforço de Predisposições;
b) associação por Amostragem
c) suscetibilidade ao condicionamento
d) falso Alarme
e) dilema da confirmação
f) aumento ou diminuição da escolha
g) dilema do sigilo
h) regra da sequência
i) importância da confirmação
j) reversão
k) previsibilidade

8.8.1.7 O Manual de Campanha EB70-MC-10.215 - Operações de


Dissimulação (1ª Ed, 2014) possui o conceito e exemplos históricos da
aplicação de cada um dos fundamentos apresentados.

8.8.2 PLANEJAMENTO DO EMPREGO DAS OP DSML NA PROTEÇÃO

8.8.2.1 Concepção Geral

8.8.2.2.1 As Op Dsml são fundamentais para a obtenção da surpresa e


possibilitam a proteção das estruturas críticas para as atividades.

8.8.2.2.2 O Of Dsml diligencia a constituição de um Grupo de Integração de


Dissimulação Militar (GIDM) que irá congregar as especialidades necessárias
ao planejamento e à execução de uma Op Dsml.

8.8.2.2.3 Depois dos estudos preliminares, o comandante (Cmt) da operação


militar, assessorado por seu Estado-Maior (EM), define a finalidade e os
objetivos da dissimulação e baixa diretriz para o trabalho do GIDM. Ato

8-17
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contínuo, esse Grupo passa ao estudo detalhado, e, após, analisar o oponente


e os meios disponíveis para execução da Dsml, formula as possíveis linhas de
ação.

8.8.2.2.4 No estudo do oponente, levanta as deficiências e vulnerabilidades e


os preconceitos possíveis de serem explorados na montagem da Op Dsml. O
GIDM conjectura como o alvo de dissimulação deve comportar-se para que os
objetivos estabelecidos pelo Cmt sejam atingidos, preparando a estória de
dissimulação.

8.8.2.2.5 A estória de dissimulação é preparada como a montagem de um


cenário fictício, composto de eventos que irão induzir o oponente a adotar uma
postura favorável às nossas ações. Esse cenário é fragmentado em ações, que
são expostas, por meio de vetores, ao sistema de Inteligência do oponente. Em
outras palavras, o cenário fictício é apresentado ao oponente fracionado ou
desmontado em partes, para que seja percebido, coletado e remontado por ele,
durante a sua análise de inteligência.

8.8.2.2.6 O GIDM deve analisar os riscos e os benefícios para execução da Op


Dsml, pois os esforços e os recursos são significativos e sempre existe a
possibilidade de insucesso. Em seguida, é realizado o estudo detalhado do
tempo para assegurar que a operação atinja o objetivo com oportunidade,
gerando os efeitos desejados.

8.8.2.2.7 O Comandante, ciente dos riscos, dos benefícios, do tempo


disponível e da estória, deve decidir pela Linha de Ação de Dissimulação
(LADsml) que melhor atenda à operação principal. O decisor oponente (alvo),
induzido pela estória de dissimulação, deverá reagir conforme nossas
expectativas.

8.8.2.2.8 A fase de conclusão da dissimulação deve caracterizar o atendimento


da finalidade da operação. O alvo não deve ficar sabendo que foi enganado, a
fim de facilitar futuras Op Dsml. Caso contrário, as oportunidades para ludibriar
o oponente tornar-se-ão, de forma crescente, restritas. A operação deve ser
encerrada de forma a garantir o sigilo da Dsml.

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Fig 8-3 Concepção Geral da Dissimulação

8.8.2.3 A Dissimulação Militar e a Segurança das Operações

8.8.2.3.1 A Segurança das Operações (Seg Op) é uma atividade utilizada para
negar informações críticas ao oponente. Diferentemente de programas de
segurança que buscam proteger informações sigilosas, as medidas de Seg Op
buscam identificar, controlar e proteger evidências não sigilosas, em geral, que
sejam associadas a operações e atividades sensíveis. Essas informações não
sigilosas são denominadas indicadores da segurança das operações, que são
atividades amigas detectáveis e oriundas de fontes abertas que podem ser
interpretadas ou integradas pelo oponente para a obtenção de informações
críticas.

8.8.2.3.2 A Seg Op e a Dsml Mil têm muito em comum porque as duas buscam
limitar a capacidade adversária de detecção e utilização de informações pela
simples observação das atividades amigas. A Dsml Mil também busca criar ou
aumentar a probabilidade de detecção de certos indicadores que possam levar
o oponente a chegar a uma conclusão prevista/previsível.

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8.8.2.3.3 As Op Dsml podem apoiar diretamente a Seg Op pela criação de


falsos indicadores. As estórias de cobertura, por exemplo, proporcionam
explicações plausíveis para atividades que são de impossível ocultação.

8.8.2.3.4 As Op Dsml, normalmente, necessitam de medidas específicas de


Seg Op. A existência da Dsml, por si só, pode levar a indicadores de segurança
das operações que revelem ao comandante oponente as reais intenções
amigas. É necessário que se analise o Plano de Dissimulação pela perspectiva
da Seg Op, a fim de prevenir a ocorrência de um desfecho inadvertido ou não
intencional. Uma Seg Op de Dsml ineficiente pode comprometer as ações e
redirecionar os esforços dos elementos de inteligência do oponente para a
operação real.

8.8.2.4 A Dissimulação Militar e a Segurança das Informações

8.8.2.4.1 A Segurança das Informações é um elemento crítico para as Op


Info, pois busca a proteção e a defesa das informações, bem como dos
sistemas de informação, assegurando a sua disponibilidade, integridade,
autenticidade e confidencialidade.

8.8.2.4.2 No tocante à Dsml Mil, a Segurança das Informações serve para


detectar, proteger e suplantar tentativas de Dsml do oponente, ao mesmo
tempo, busca a salvaguarda das informações e indicadores que possam
revelar as Op Dsml amigas.

8.8.2.5 O Manual de Campanha EB70-MC-10.215 - Operações de


Dissimulação (1ª Ed, 2014) possui mais informações sobre o assunto.

8.9 DEFESA ANTICARRO (DAC)

8.9.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

8.9.1.1 O principal objetivo da Defesa Anticarro (DAC) é a neutralização ou


destruição de viaturas blindadas inimigas, que se constituam em ameaça aos
objetivos da Bda Inf Mec.

8.9.1.2 Para a DAC, a Bda Inf Mec pode empregar meios passivos e ativos de
defesa, de maneira coordenada e sincronizada. Os meios passivos
compreendem todos os conjuntos de obstáculos naturais que impedem ou
retardam o movimento das viaturas blindadas. Os ativos compreendem o
emprego de fossos e armamentos AC.

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8.9.2 PLANEJAMENTO DO EMPREGO DAS DAC NA PROTEÇÃO

8.9.2.1 O emprego planejado de todo o armamento anticarro orgânico da Bda


Inf Mec, em coordenação com o sistema de apoio de fogos contra os meios
blindados e mecanizados do inimigo, constitui o combate anticarro.

8.9.2.2 Nas operações ofensivas, o combate anticarro constará do Plano de


Operações. Nas operações defensivas, o combate anticarro deve ser
consolidado no plano de Defesa Anticarro (DAC). O principal objetivo da
defesa anticarro é a neutralização ou destruição de viaturas blindadas e
mecanizadas inimigas que se constituam em ameaça aos objetivos da Bda Inf
Mec.

8.9.2.3 A DAC deve ser entendida como um sistema que é desdobrado em


largura e em profundidade em toda a Z Aç e empregado em todas as
operações realizadas pela Bda Inf Mec.

8.9.2.4 Cabe ao Cmt Bda, assessorado pelo Cmt dos BI Mec, coordenar o
emprego eficiente de todos os meios anticarro disponíveis na Bda. A DAC deve
ser complementada pelo plano de fogos dos armamentos indiretos e diretos, o
plano de barreiras e o emprego da aviação, a fim de assegurar o apoio mútuo.

8.9.2.5 O plano de DAC é preparado pelo E3, mediante a integração,


consolidação e sincronização na execução das ações constantes dos planos
de DAC das unidades subordinadas, do plano de barreiras e do PAF.

8.9.2.6 Para a DAC, a Bda pode empregar meios passivos e ativos de defesa,
de maneira coordenada e sincronizada. Os meios passivos compreendem
todos os conjuntos de obstáculos naturais que impedem ou retardam o
movimento das viaturas blindadas e mecanizadas. Os ativos compreendem o
emprego de fossos e armamentos AC.

8.9.2.7 O sistema AC deve ser reforçado pelos fogos do sistema de apoio de


fogo da Bda Inf Mec. Esse sistema poderá ser reforçado também pelos fogos
das aeronaves da Av Ex e da F Ae, quando disponíveis para a brigada e, em
situações extremas e críticas, com os fogos da Bia AAAe da brigada.

8.10 A COMPANHIA ANTICARRO MECANIZADA DA BDA INF MEC

8.10.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

8.10.1.1 A Cia AC Mec é caracterizada pela sua velocidade, mobilidade,

8-21
EB70-MC-10.XXX

flexibilidade e capacidade de engajar alvos a longas distâncias de forma


dissimulada e com eficiência. Por estas características, constitui-se,
juntamente com os ataques aéreos e os fogos dos carros de combate, um
recurso de alta letalidade para a brigada enfrentar as unidades blindadas e
mecanizadas inimigas.

8.10.1.2 A Cia AC Mec é elemento capacitado e equipado para conduzir o


combate anticarro a relativa distância, tendo como alvos os veículos blindados
e mecanizados inimigos, particularmente os carros de combate adversários.

8.10.1.3 O comandante da Cia AC Mec é o assessor da Bda para assuntos


relacionados com a defesa anticarro.

8.10.2 O EMPREGO DA COMPANHIA ANTICARRO

8.10.2.1 O emprego da Cia AC Mec pode ser ofensivo ou defensivo e seu


maior desempenho é obtido pela combinação de suas ações com o armamento
das VBC CC e VBR amigas. O uso maciço de seu armamento AC pode
retardar a progressão do inimigo e desorganizar suas formações de combate.

8.10.2.2 Normalmente, a Cia AC Mec é empregada de forma centralizada em


Ação de Conjunto (Aç Cj), sob o controle do Cmt Bda Inf Mec. Também pode
ser empregado de forma descentralizada, em Apoio Direto (Ap Dto) às peças
de manobra ou em uma combinação destas duas formas. Dependendo da
situação tática, o Cmt Bda Inf Mec pode reforçar as unidades orgânicas com
frações da Cia AC Mec. O pelotão anticarro é a menor fração de emprego.

8.10.2.3 A Cia AC Mec pode ser empregado nos flancos da Bda Inf Mec
(atuando de forma isolada ou em conjunto com os BI Mec) em suas operações
em profundidade, em reforço às peças de manobra nas operações ofensivas
ou dando profundidade à defesa anticarro, na defensiva (Mov Rtg ou Def Mv).

8-22
EB70-MC-10.XXX

ANEXO A

MATRIZ DE SINCRONIZAÇÃO DA BDA INF MEC

EXEMPLO DE MATRIZ DE SINCRONIZAÇÃO NÍVEL BRIGADA – ATAQUE COORDENADO


Desembocar Transposição Conquista Conq Obj Pross até Conq
FASES DO ATAQUE Z Reu – P Atq do atq da LP 1ª L Altu Intermediários Obj finais
- Monitorar - Realizar a defesa - Empregar - Iniciar a retirada dos - Ini em retirada e - Ini atinge ponto
FORÇA OPONENTE
os movimentos e de área a reserva meios para barreiras de fogos culminante,
(FOROP) / Ini
patrulhas retaguarda prisioneirtos etc
- Evacuação - Evacuação - Evacuação - Evacuação - Evacuação ordenada - Evacuação ordenada
CIVIS
ordenada da A Op ordenada da A Op ordenada da A Op ordenada da A Op da A Op da A Op
- Dslc desenfiado - Transpor LP – - Conq Obj ALFA - Iniciar o Apvt Exi - Ocupar Obj
Z Reu– LP, tropa Direção Obj ALFA para Conq Obj intermediário
30º BI Mec embarcada ada, se condições - Ficar ECD de se DELTA FOXTROT e Rlz
permitirem contrapor aos C Atq varredura
das FOROP
- Dslc desenfiado - Transpor LP – - Conq Obj BRAVO – - Ocupar e pacificar o - Ocupar Obj
Z Reu– LP, tropa Direção Obj Localidade X Obj BRAVO – intermediário GOLF
embarcada BRAVO, VBTP Localidade X e Rlz varredura
MOVIMENTO 33º BI Mec base de fogos, - Ficar ECD de se
E tropa embarcada, contrapor aos C Atq
MANOBRA se condições das FOROP
permitirem
- Dslc desenfiado - Transpor LP – - Conq Obj CHARLIE - Consolidar Obj - Ficar ECD atuar em
Z Reu– LP, tropa Direção Obj CHARLIE e passar a qualquer frente da Bda
embarcada CHARLIE, VBTP - Ficar ECD de se reserva
34º BI Mec base de fogos, contrapor aos C Atq
tropa embarcada, das FOROP
se condições
permitirem

A-1
EB70-MC-10.XXX

Desembocar Transposição Conquista Conq Obj Pross até Conq


FASES DO ATAQUE Z Reu – P Atq Intermediários
do atq da LP 1ª L Altu Obj finais
FORÇA OPONENTE - Monitorar os - Realizar a - Empregar - Iniciar a retirada - Ini em retirada e - Ini atinge ponto
movimentos e defesa de área a reserva dos meios para barreiras de fogos culminante,
(FOROP) / Ini patrulhas retaguarda prisioneirtos etc
- Permanecer em - Permanecer em Z - Dslc da Z Reu para - Iniciar o Apvt Exi para - Pross Apvt Exi e
Z Reu Reu ultrapassagem Conq Obj ECO destruição F Ini em
retirada
MOVIMENTO
- Ficar ECD
E (Reserva)
emprego em
MANOBRA qualquer parte de
frente
- Prio Aç Pcp
- Manter a busca - Manter a busca - Manter a busca de - Manter a busca de - Manter a busca de
- Gerar o de ameaças às de ameaças às ameaças às ameaças às operações ameaças às
conhecimento de operações e operações e operações e levantar e levantar as operações e levantar
INTELIGÊNCIA inteligência com os levantar as levantar as as possibilidades do possibilidades do Ini e as possibilidades do
últimos dados para possibilidades do possibilidades do Ini e poder relativo poder relativo Cmb Ini e poder relativo
o ataque Ini e poder relativo Ini e poder relativo Cmb Cmb
Cmb Cmb
- Realizar fogos Realizar fogos em Realizar fogos sobre
- Realizar a busca nos Obj Aprofundar os proveito das ações as Barreiras XX-099
de alvos fogos nas Pcp VA
- Prioridade de e XX-080
- Realizar os das reservas das
fogos para FT
fogos de FOROP
20º BIB - Rlz fogos de
preparação em - Conduzir fogos
FOGOS - Conduzir destruição sobre os
26º GAC H-5, na Rg Altu
fogos de de contrabateria itinerários de retirada
do P Cot XX - Interditar do Ini
contrabateria
- Apoiar aberturas entroncamento da
- Neutralizar Cia Inf
de passagens do Rdv XX com a Rdv
L
5º BE Cmb Bld XX impedindo C Atq
Ini

A-2
EB70-MC-10.XXX

Desembocar Transposição Conquista Conq Obj Pross até Conq


FASES DO ATAQUE Z Reu – P Atq
do atq da LP 1ª L Altu Intermediários Obj finais
- Monitorar - Realizar a defesa - Empregar a - Iniciar - Ini em retirada e - Ini atinge ponto
FORÇA OPONENTE os movimentos e de área reserva a retirada dos barreiras de fogos culminante,
(FOROP) / Ini patrulhas meios para prisioneirtos etc
retaguarda
- Idt e destruir CC - Idt Itn de retirada e - Idt Itn de retirada e
- Rlz o Ap AC Ini ou aeaças às - Idt Pcp Itn de CC destruir o máximo CC destruir o máximo
FOGOS 15ª Cia AC cerrado no Dsloc VBTP e destruir ameaças Ini CC Ini
às VBTP
- Prover a - Prover a SEGAR - Prover a SEGAR -Prover a SEGAR
-Prover a SEGAR SEGAR - Atuar como F Chq
- Rlz Rec da e participar das Aç
5º Esqd C Mec frente - Atuar como F Chq
e participar das Aç de C Atq
- Manter o Ctt
de C Atq
- Garantir a - Manter a Seg das
- Manter a Seg - Manter a Seg das - Manter a Seg das
proteção das emissões
das emissões emissões emissões
informações, eletromagnéticas
Guerra Eletrônica eletromagnéticas eletromagnéticas eletromagnéticas
priorizando a Z
Aç do 33º
PROTEÇÃO
BIMec
- Prover a Def - Prover a Def AAe - Prover a Def AAe e - Prover a Def AAe e
- Prover a Def
AAe e Idt os e Idt os principais Idt os principais Idt os principais
AAe e Idt os
principais corredores de corredores de corredores de
principais
corredores de aproximação de aproximação de Anv aproximação de Anv
corredores de
aproximação de Anv que ameacem que ameacem o que ameacem o
AAAe aproximação
Anv que a transposição da Pross do Atq, bem Pross do Atq, bem
de Anv que
ameacem o LP, bem como Prot como Prot do PC e como Prot do PC e
ameacem o
desembocar do do PC e BLB BLB BLB
Dsloc das
Atq, bem como
VBTP
Prot do PC e BLB

A-3
EB70-MC-10.XXX

Desembocar Transposição Conquista Conq Obj Pross até Conq


FASES DO ATAQUE Z Reu – P Atq
do atq da LP 1ª L Altu Intermediários Obj finais
- Monitorar - Realizar a defesa - Empregar a - Iniciar - Ini em retirada e - Ini atinge ponto
FORÇA OPONENTE os movimentos e de área reserva a retirada dos barreiras de fogos culminante,
(FOROP) / Ini patrulhas meios para prisioneirtos etc
retaguarda
- Monitorar, Idt e Rec - Monitorar, Idt e Rec
- Monitorar, Idt e - Monitorar, Idt e - Monitorar, Idt e possíveis ameaças possíveis ameaças
DQBRN
PROTEÇÃO Rec possíveis Rec possíveis Rec possíveis QBRN QBRN
(Qdo em Rfr) ameaças QBRN ameaças QBRN ameaças QBRN

- Completar níveis - Recompletar os - Recompletar os - Deslocamento da - Ocupar a nova - Ressuprir elementos


em H– 72 níveis e manutenir níveis e manutenir BLB e lançamento de posição da BLB de Man durante
o material avariado o material avariado um P Sup Mv consolidação
LOGÍSTICA - Lançar Pac Log para
Aç Pco(33º BI Mec)
- Realizar a - Realizar a
evacuação de evacuação de
feridos feridos
- Rádio em silêncio - Rádio em silêncio - Rádio livre - Dsloc PC tático - Dslc PC tático
absoluto
C2 - Ficar ECD apoiar - Apoiar as Com e -Manter e/ou -Manter e/ou
- Manter as Lig PC PC tático Lig para Op do PC reestabelecer as Com reestabelecer as Com
na rede Op tático
- Finalizar o - Lançamento de - Distribuição de - Distribuição de - Distribuição de
COMANDO
levantamento e panfletos e notícias panfletos para a panfletos para a panfletos para a
E via rádio para a população da população da população da
avaliação de alvos
CONTROLE rendição localidade X em localidade X em apoio localidade X em apoio
para as Op Info
apoio às forças às forças amigas às forças amigas
Op Info amigas
- Lançamento de
panfletos e notícias
via rádio para a
rendição

A-4
EB70-MC-10.XXX

Desembocar Transposição Conquista Conq Obj Pross até Conq


FASES DO ATAQUE Z Reu – P Atq
do atq da LP 1ª L Altu Intermediários Obj finais
- Monitorar - Realizar a defesa - Empregar a - Iniciar - Ini em retirada e - Ini atinge ponto
FORÇA OPONENTE os movimentos e de área reserva a retirada dos barreiras de fogos culminante,
(FOROP) / Ini patrulhas meios para prisioneirtos etc
retaguarda
- Conduzir - Auxiliar na - Apoiar a ocupação - Evacuar civis e
- Evacuar civis e
negociações com e evacuação de civis da localidade X e aos estabelecer o controle estabelecer o controle
entre agências civis residentes do fluxo de deslocados
As Civ do fluxo de deslocados e refugiados
governamentais e e refugiados
não
governamentais
- Divulgar - Alcançar a - Divulgar - Divulgar nas mídias - Divulgar nas mídias
dentro do país a narrativa das orientações à diversas os resultados diversas os resultados
COMANDO Com Soc finalidade das ações e população da Loc X positivos da operação e positivos da operação e
E operações que legitimizar as sobre o objeto das respeito ao DICA respeito ao DICA
CONTROLE se iniciam ações da Bda. operações (legitimidade) (legitimidade)
- Realizar - Realizar - Realizar Aç de - Realizar Aç de - Realizar Aç de
dissimulação Elt dissimulação Elt MAGE e bloquear MAGE e bloquear MAGE e bloquear
para despistar Aç para despistar Aç Com Ini Com Ini Com Ini
Pcp 33º BI Mec Pcp 33º BI Mec
Guerra Eletrônica - Monitorar C2 Ini e - Monitorar C2 Ini e - Monitorar C2 Ini e
- Monitorar C2 Ini - Monitorar C2 Ini levantar suas levantar suas levantar suas
e levantar suas e levantar suas possíveis ações Mdt possíveis ações Mdt possíveis ações Mdt
posições posições o Atq o Atq o Atq

A-5
EB70-MC-10.XXX

ANEXO B

A BDA INF MEC NO ATAQUE


(Exemplos de decisão e esquema de manobra)

1. DECISÃO

a. A fim de cooperar com a _____ DE na Conq de ________, Ultr Elm da ____


Bda C Mec e atacar, em D+4/0600, na Dire TRACAJÁ (794-584) – P (774-
558), empregando:
- o 523º BI Mec, a SE, para Conq e Mnt a R de MORRO CARECA (788-568)
(O1) e R do COSTÃO (790-592) (O4);
- o 522º BI Mec [522º BI Mec + 1ª/524º BIMec], ao centro, realizando o Atq
Pcp, para Conq a R Altu 630 NE de Faz MARRECO (784-570) (O2) e R de
PORTÃO (760-552) (O5);
- o 52º Esqd C Mec, a NW, Rlz um Atq Limitado, para Conq e Mnt a Rg P Cot
651 (782-572) (O3).

b. Manterá em reserva o 524º BIMec[524º BIMec(-1ª Cia Fuz Mec)]

c. Prioridade de fogos para o 522º BIMec.

d. Após a conquista de O4-O5, ficar ECD Pross para Conq e Mnt a Rg Psg da
Rdv 333 (768-562) sobre o Rio TORMENTA (744-562) e Rlz a Jç com a FT
Amv 312º BIL na Rg Psg da Rdv 333 sobre o Rio REMANSO-TROMBETAS,
mantendo-a; ou, na impossibilidade do Estb da C Pnt Amv pela FT Amv 312º
BIL, Conq e Mnt a Rg Psg da Rdv 333 sobre o Rio REMANSO-TROMBETAS.
Mdt O, Pross Apvt Exi para Conq e Mnt Loc MARITAU (760-532) pelo E Prog
LUA.

B-1
EB70-MC-10.XXX

2. ESQUEMA DE MANOBRA

B-2
EB70-MC-10.XXX

ANEXO C

A BDA INF MEC NO APROVEITAMENTO DO ÊXITO


(Exemplos de decisão e esquema de manobra)

1. DECISÃO

- Participar do isolamento da localidade___________, como força de


aproveitamento do êxito da _____DE, em D+4 / 1500, a partir da Rg Psg
sobre o Rio ________________, empregando:

a. Em 1º escalão:

1) o 231º BI Mec, pelo E Prog BAIONETA, para conquistar a região de


____________(XX-XX) (O1);
2) o 232º BI Mec, pelo E Prog FIBRA, para conquistar a região
de_____________(XX-XX) (O2); e
3) o 23º Esqd C Mec, pelo E Prog FIBRA, para proteger o flanco sul da
brigada a partir da L Ct ONÇA.

b. Manter em reserva o 233º BI Mec, deslocando-se pelo E Prog BAIONETA.

c. Após a conquista de O1 e O2 apoiar a ultrapassagem de Elm da 15ª Bda Inf


Mec, que investirão sobre a localidade__________.

d. Deslocar o restante da Brigada pelo E Prog BAIONETA.

e. Prioridade de fogos para o 231º BI Mec.

C-1
EB70-MC-10.XXX

2. ESQUEMA DE MANOBRA

C-2
EB70-MC-10.XXX

ANEXO D

A BDA INF MEC NA PERSEGUIÇÃO


(Exemplos de decisão e esquema de manobra)

1. DECISÃO

a. A fim de cooperar com a _____ DE na perseguição, visando a destruição


das Forças Ini, permitindo, assim, que a ______Bda Bld atue como força de
pressão direta sobre o mesmo, pelo E Prog AÇO, impedindo-o de se
reorganizar, bem como de organizar novas defesas, a 53ª Bda Inf Mec atuará
como força de cerco empregando, sucessivamente:

1) o 532º BI Mec, pelo E Prog GUARANI, em 1º escalão, para conquistar a


região de P Cot 455 (XX-XX) (O1), impedindo o acesso do inimigo para norte;
2) o 533º BI Mec, pelo E Prog GUARANI, em 2º escalão, para conquistar a
região de P Cot 447 (XX-XX) (O2), impedindo o acesso do inimigo para norte;
e
3) o 53º Esqd C Mec, pelo E Prog GUARANI, para proteger o flanco
norte da brigada a partir da L Ct ONÇA.

b. Manter em reserva o 531º BI Mec, deslocando-se pelo E Prog GUARANI.

c. Após a conquista de O1 e O2, impedir o acesso do Ini para norte e ficar


ECD apoiar a ultrapassagem de Elm da ____Bda Bld.

d. Deslocar o restante da Brigada pelo E Prog GUARANI.

e. Prioridade de fogos para o 532º BI Mec.

D-1
EB70-MC-10.XXX

2. ESQUEMA DE MANOBRA

D-2
EB70-MC-10.XXX

ANEXO E

A BDA INF MEC NA FORÇA DE ACOMPANHAMENTO E APOIO


(Exemplos de decisão e esquema de manobra)

1. DECISÃO

- Participar do Apvt Exi da ___________DE, como F Acomp Ap, em D+4 /


1500, a partir da Rg Psg sobre o Rio ________________, empregando:

a. Em 1º escalão:

1) o 531º BI Mec, pelo E Prog BAIONETA, para acompanhar apoiar a


41ª Bda Bld na conquista da região de ____________(XX-XX) (O1);
2) o 532º BI Mec, pelo E Prog FIBRA, para acompanhar e apoiar a 41ª
Bda Bld na conquista da região de_____________(XX-XX) (O2); e

b. Manter em reserva o 533º BI Mec, deslocando-se pelo E Prog BAIONETA.

c. Após a conquista de O1 e O2, pela 41ª Bda Bld, apoiar a ultrapassagem de


Elm da 15ª Bda Inf Mec, que investirão sobre a localidade__________.

d. Deslocar o restante da Brigada pelo E Prog BAIONETA.

e. Prioridade de fogos para o 531º BI Mec.

E-1
EB70-MC-10.XXX

2. ESQUEMA DE MANOBRA

E-2
EB70-MC-10.XXX

ANEXO F

A BDA INF MEC NA DEFESA DE ÁREA


(Exemplos de decisão e esquema de manobra)

1. DECISÃO

a. A fim de impedir o acesso do Ini às Altu que por S dominam __________


(XX-XX):

b. estabelecer PAC na linha de alturas de P Cot 434 (XX-XX), P Cot 411 (XX-
XX), P Cot 397 (XX-XX), P Cot 356 (XX-XX), P Cot 363 (XX-XX) e P Cot 348
(XX-XX), com o valor máximo de 1 SU Ref por U e de 1 Pel Ref por SU da
ADA;

c. defender, no corte do Rio ALFA (XX-XX), a Z Aç compreendida entre o Rio


FOXTROT (XX-XX) e o Corg DELTA (XX-XX), empregando na ADA:

- o 53º Esqd C Mec a norte (N), entre o Rio FOXTROT e o Corg JABUTI (XX-
XX);
- o 532º BI Mec ao sul (S), entre os Corg DELTA e Corg GUARANI (XX-XX); e
- o 533º BI Mec (+1ª/531º BI Mec), ao centro (C), entre os Corg JABUTI e o
Corg GUARANI;

2 acolher Elm da 20ª Bda C Mec que retraírem através da Z Aç da Bda;

3 ficar ECD aprofundar a defesa nos núcleos de "a" até "f";

4 manter em reserva o 531º BI Mec (-1ª Cia Fuz Mec);

5 prioridade de fogos para o 533º BI Mec.

F-1
EB70-MC-10.XXX

2. ESQUEMA DE MANOBRA

F-2
EB70-MC-10.XXX

ANEXO G

A BDA INF MEC NA DEFESA DE ÁREA EM DISPOSITIVO DE


EXPECTATIVA
(Exemplos de decisão e esquema de manobra)

1. DECISÃO

A 53ª Bda Inf Mec defenderá a sua Z Aç, adotando inicialmente um


dispositivo de expectativa, com o LAADA apoiado no Rio ALFA (XX-XX), entre
o Rio ___________ (XX-XX) e o Corg _____________ (XX-XX). Para isso:
a. Estabelecer PAC na linha de alturas de P Cot XXX (XX-XX), P Cot XXX
(XX-XX), P Cot XXX (XX- XX), P Cot XXX (XX-XX), P Cot XXX (XX-XX) e P
Cot XXX (XX-XX), com o valor máximo de 1 SU Ref por U e de 1 Pel Ref por
SU da ADA.
b. Emp na ADA, inicialmente:
- o 53º Esqd C Mec ao N;
- o 532º BI Mec ao S, com o valor de 1 (uma) Cia Fuz; e
- o 533º BI Mec (+1ª/531º BI Mec) ao C, com o valor de 1 (uma) Cia Fuz.

c. Manter em expectativa:
- o 532º BI Mec (- 1 Cia Fuz), ficando ECD defender a faixa S, devendo,
assim, assumir o Cmdo do 53º Esqd C Mec, que se encontra desdobrado na
ADA; e
- o 533º BI Mec (- 1 Cia Fuz), ficando ECD defender a faixa N, devendo,
assim, assumir o Cmdo do 53º Esqd C Mec, que se encontra desdobrado na
ADA;

d. Acolher elementos da F Cob que retraírem através de sua Z Aç.

e. Manter em reserva o 531º BI Mec (-1ª Cia Fuz Mec).

f. Ficar ECD ocupar os núcleos de “a” a “f”.

g. Prio F para o 533º BI Mec.

H-1
EB70-MC-10.XXX

2. ESQUEMA DE MANOBRA

G-2
EB70-MC-10.XXX

ANEXO H

A BDA INF MEC NA DEFESA DE MÓVEL COMO FORÇA DE FIXAÇÃO


(Exemplos de decisão e esquema de manobra)

3. DECISÃO

- A fim de criar condições para a destruição do inimigo pela 11ª DE:

a. estabelecer PAC, com o valor máximo de 1 SU Ref por U da ADA;

b. defender sua Z Aç, empregando:


- o 531º BI Mec (+1ª/533º BI Mec) ao N;
- o 532º BI Mec ao C; e
- o 231º BI Mec (em Ref) ao S;

c. acolher Elm da F Cob que retraírem através de sua Z Aç;

d. Mdt O, retardar o Ini até a L Ct ARREMATE, devendo manter os núcleos


de "a" a “i”;

e. Mdt O, Ap C Atq da 11ª DE;

f. ficar ECD conduzir ações de DEFAR empregando o 53º Esqd C Mec;

g. ficar ECD integrar Elm Subrd à F Chq;

h. manter em Res:
- Até a L Ct ARREMATE:
- 533º BI Mec (- 1ª Cia Fuz Mec); e
- Após a L Ct ARREMATE:
- 533º BI Mec.

i. prioridade de fogos, inicialmente, para o 531º BI Mec e, Mdt O, para o 532º


BI Mec.

H-1
EB70-MC-10.XXX

2. ESQUEMA DE MANOBRA

H-2
EB70-MC-10.XXX

ANEXO I

PREVENÇÃO DE INCIDENTES DE FRATRICÍDIO


E DE FOGO AMIGO NA BDA INF MEC

1. GENERALIDADES

1.1 O campo de batalha moderno é mais letal que qualquer um da história


conhecida. O ritmo das operações é muito rápido e a sua natureza não linear
cria desafios para o comando e controle das forças.

1.2 A precisão e a letalidade das armas modernas tornaram possíveis o


engajamento e a destruição de alvos a grandes distâncias. Porém, ao mesmo
tempo em que a tropa possui uma grande capacidade para adquirir alvos com
equipamentos de imagem térmica e outros sistemas de visão sofisticados, por
vezes, faltam-lhe as condições de identificar com precisão estes alvos como
amigo ou inimigo. Em consequência, forças amigas podem ser engajadas e
destruídas inadvertidamente em poucos segundos, sem que o engano seja
percebido.

1.3 Soma-se ao descrito acima o obscurecimento do campo de batalha, em


função da destruição de viaturas, da queima de combustível, das explosões de
granadas, do uso de fumígenos, entre outros. Esse problema torna-se crítico
quando equipamentos de visão térmica são empregados na localização
identificação de alvos. A chuva, a poeira, a névoa e a fumaça também
degradam a capacidade de identificação, reduzindo a intensidade das imagens
térmicas.

1.4 No campo de batalha moderno, a identificação visual não pode ser critério
exclusivo de comprovação de alvos situados a mais de 1.000 metros, sob o
risco de a tropa envolver-se em um incidente de fratricídio. O perfeito
conhecimento da situação é a chave para se evitar este tipo de incidente.

1.5 O fratricídio resulta em perdas inaceitáveis e aumenta o risco do não


cumprimento da missão. Além dessas perdas, o fratricídio pode gerar diversos
outros efeitos, como por exemplo:
a) perda de confiança na liderança da unidade;
b) aumento da incerteza entre os comandantes;
c) hesitação no emprego de elementos de apoio ao combate;
d) supervisão excessiva de unidades subordinadas;
e) hesitação na condução de operações noturnas;
f) perda de agressividade na manobra (fogo e movimento);

I-1
EB70-MC-10.XXX

g) perda da iniciativa;
h) interrupção excessiva das Operações; e
i) perda da coesão, moral e poder de combate das unidades.

2. DEFINIÇÕES BÁSICAS

2.1 INCIDENTE DE FRATRICÍDIO - Um incidente de fratricídio ocorre quando


armas amigas são empregadas com a intenção de matar o inimigo, destruir
seu equipamento ou suas instalações mas, de forma imprevista e não
intencional, resultam em morte ou sério dano a pessoal amigo.

2.2 INCIDENTE DE FOGO AMIGO - Incidente de Fogo Amigo é um ataque


sofrido por homem ou unidade, onde o atacante pertence ao mesmo comando
ou ao comando aliado, confundindo a tropa amiga com o inimigo, sem causar
baixas ou danos sérios.

2.3 CONSCIÊNCIA SITUACIONAL

2.3.1 Para a redução de incidentes de fratricídio e de fogo amigo, a


Consciência Situacional é o conhecimento e a compreensão imediata da
situação tática na zona de ação da tropa considerada, nas zonas de ação
vizinhas ou áreas de interesse para determinada tropa.

2.3.2 O conhecimento e compreensão da situação tática devem ser


constantemente buscados por todos os integrantes da Bda Inf Mec,
particularmente, pelos integrantes das OM em 1º escalão.

2.3.3 A Consciência Situacional dá condições para que todos os integrantes de


uma tropa realizem a avaliação oportuna, precisa, atualizada e relevante na
identificação e avaliação de alvos e forças inimigas, de forças amigas e de
elementos neutros.

2.4 IDENTIFICAÇÃO DO ALVO

2.4.1 Identificação do Alvo é a caracterização precisa e oportuna de um objeto


detectado na zona de ação de uma tropa ou nas zonas de ação vizinhas, como
inimigo, neutro ou inimigo.

2.4.2 Essa identificação deve ser feita em tempo oportuno e servirá de apoio à
decisão do comandante da tropa considerada, para ordenar a abertura ou não
de fogo sobre esse alvo.

2.5 IDENTIFICAÇÃO DE COMBATE - Identificação de Combate é o processo


de obtenção de características de um alvo, tropa, equipamento ou elemento

I-2
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desconhecido, localizado ou identificado precisamente como amigo, inimigo ou


neutro na zona de ação da tropa considerada ou nas zonas de ação de tropas
vizinhas (ou áreas de interesse da mesma), relacionado com a consciência
situacional do comandante, de forma a garantir, com segurança, a tomada de
decisão para destruí-lo ou neutralizá-lo se for o caso.

2.6 DETECTAR, IDENTIFICAR, DECIDIR, ENGAJAR E AVALIAR (DIDEA)

2.6.1 O DIDEA é um processo sistematizado e padronizado de cinco etapas,


empregado na abordagem, identificação e engajamento de alvos. Sua
finalidade é evitar o tiro impulsivo sobre um alvo não corretamente identificado,
ou que não possa ser precisamente caracterizado como inimigo, num ambiente
com a presença de forças amigas.

2.6.2 Esse processo deve ser empregado por todos os integrantes da Bda Inf
Mec, de forma individual, pelas guarnições de armas coletivas e pelas tropas
em 1º escalão, constituindo-se em efetiva medida de prevenção de incidentes
de fratricídio e de fogo amigo. Deve ser objeto de verificação nos ensaios.
Recomendações sobre o seu emprego devem constar do planejamento para
redução de incidentes de fratricídio ou de fogo amigo.

2.6.3 O processo deve ser treinado e verificado por ocasião dos ensaios para a
missão, particularmente, pelos elementos de manobra da Bda Inf Mec e pelos
observadores avançados dos fogos de apoio.

3. PLANEJAMENTO DA BRIGADA DE INFANTARIA MECANIZADA PARA A


REDUÇÃO DE INCIDENTES DE FRATRICÍDIO E DE FOGO AMIGO

3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

3.1.1 No combate moderno, é provável que as forças F Ter atuem em conjunto


com Forças Aéreas e Forças Navais. Essas operações de combate forçarão a
aproximação de unidades do Exército de outras unidades das demais Forças
Armadas. O conhecimento sobre o equipamento, uniforme e a forma de
emprego das forças amigas e do inimigo, somados às medidas de prevenção
de incidentes de fratricídio e de fogo amigo, às táticas, técnicas e
procedimentos de identificação de combate e às regras de engajamento de
alvos serão de grande importância nesse contexto.

3.1.2 Em uma operação ofensiva, muitas vezes, o objetivo da Bda Inf Mec será
outra tropa mecanizada ou blindada, e não uma região do terreno ou uma tropa
aferrada a ele. Essa tropa inimiga, durante a operação, poderá deslocar-se
pela zona de ação, alterando a localização inicial do objetivo da Bda Inf Mec,
impondo que a direção da ação ofensiva seja também alterada, levando à

I-3
EB70-MC-10.XXX

necessidade de serem, rapidamente, reajustadas as medidas de coordenação


e controle da operação. Essa rapidez com que o combate blindado evolui
poderá levar a incidentes de fratricídio ou de fogo amigo, exigindo um
planejamento para a sua redução e treinamento da tropa para um combate
com essas características.

3.1.3 Para reduzir os riscos desses incidentes, é impositivo que a Bda Inf Mec
elabore antes das operações um planejamento e realize o treinamento de suas
tropas visando a reduzir ao máximo esses incidentes.

3.2 PLANEJAMENTO DA BDA INF MEC PARA A REDUÇÃO DE


INCIDENTES DE FRATRICÍDIO E DE FOGO AMIGO

3.2.1 Não existe um modelo fixo a ser seguido na elaboração desse


planejamento. Entretanto, ele deverá conter, no mínimo, os itens que serão
apresentados a seguir:

3.2.1.1 Forças Amigas:


a) informações sobre características do uniforme, equipamento, armamento,
viaturas e aeronaves utilizadas pelas Forças Amigas na operação em que a
Bda Inf Mec tomará parte;
b) Informações sobre a forma de emprego ou características do emprego das
tropas amigas, particularmente daquelas que irão operar em zonas de ação
vizinhas à da Bda Inf Mec, ou que a brigada deverá ultrapassar; e
c) medidas de coordenação e controle empregadas na condução da operação
pelo escalão superior, que possam aproximar a Bda Inf Mec e suas tropas das
forças amigas (pontos de ligação, pontos de coordenação de fogos, áreas de
engajamento etc.).

3.2.1.2 Forças Inimigas:


a) dados conhecidos sobre uniforme, equipamento, armamento, viaturas e
aeronaves empregadas pelo inimigo; e
b) natureza da tropa e características da forma de emprego do inimigo
esperado na Z Aç da Bda Inf Mec.

3.2.1.3 Identificação do Risco de Fratricídio e Avaliação da Taxa de Risco


da Operação:
a) a identificação do risco de fratricídio deve ser realizada na fase de
planejamento da operação e mantida durante a sua preparação e execução.
Os riscos identificados devem ser analisados e informados à tropa. Dessa
análise, a Ordem de Operações pode fornecer diversos indícios do risco de
fratricídio de determinada operação; e

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b) a avaliação da taxa de risco de uma operação deve ser cuidadosamente


administrada sempre que fatores de risco de fratricídio forem identificados.
Normalmente são empregadas tabelas para levantar essa taxa de risco.

3.2.1.4 Normas para Enfrentar Incidentes de Fratricídio e de Fogo Amigo


na Operação:
a) a Bda Inf Mec deve estabelecer para as suas OM subordinadas essas
normas em função da situação tática e do tipo de operação a ser realizada; e
b) o escalão superior poderá baixar normas sobre esse assunto, que deverão
ser incluídas nas normas a serem estabelecidas pela brigada.

3.2.1.5 Identificação de Combate:


a) a maioria dos incidentes de fratricídio e de fogo amigo ocorre por falhas de
identificação em combate. Essas falhas podem ocorrer entre forças terrestres e
entre essas e aeronaves amigas; e
b) a Bda Inf Mec deve estabelecer normas sobre essa identificação e enfatizar
as TTP mais importantes em seu planejamento.

3.2.1.6 Regras para Engajamento de Alvos:


a) essas regras são normalmente estabelecidas pelo mais alto escalão
presente no Teatro de Operações, devendo constar do planejamento da Bda
Inf Mec; e
b) elas estabelecem as circunstâncias e limitam o engajamento de outras
forças que poderão ser encontradas na Z Aç da Bda Inf Mec.

3.2.1.7 Treinamento da Tropa para a Redução de Incidentes de Fratricídio


e de Fogo Amigo:
a) a Bda Inf Mec deve estabelecer o que deve constar desses treinamentos;
quando ele deverá ser realizado; quem deve, obrigatoriamente, participar dos
treinamentos e quais padrões devem ser atingidos por todas as OM
subordinadas;
b) nos treinamentos, deve ser enfatizado o processo do DIDEA,
particularmente para os elementos em 1º escalão, guarnições e observadores
do tiro de armas coletivas e de apoio de fogo; e
c) a realização de treinamentos realísticos possibilitará a identificação e
correção dos erros da tropa. Os ensaios devem ser repetidos até que os riscos
sejam eliminados.

3.2.1.8 Outros Assuntos - A experiência em combate, a vivência dos


comandantes em todos os níveis e as lições aprendidas pela Bda e demais
forças amigas ditarão outros assuntos a serem acrescentados nos
planejamentos de redução do risco de incidentes de fratricídio e de fogo amigo.

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4. IDENTIFICAÇÃO DO RISCO DE FRATRICÍDIO E MEDIDAS


PREVENTIVAS

4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

4.1.1 A redução do risco de fratricídio começa na fase de planejamento de uma


operação e continua durante sua preparação e execução. A identificação do
risco de fratricídio deve ser preocupação constante de todos os escalões de
comando. Os riscos identificados devem ser comunicados claramente à cadeia
de comando, de forma que a taxa de risco da operação possa ser minimizada.

4.1.2 A seguir, serão abordadas algumas considerações que influem na


identificação do risco, bem como algumas medidas que o comandante da
brigada pode implementar para que o levantamento do risco possa ser mais
efetivo, impedindo que os incidentes de fogo amigo ocorram na Bda Inf Mec.

4.2 NA FASE DE PLANEJAMENTO

4.2.1 Quando o planejamento completo da operação é bem compreendido por


todos os envolvidos, a probabilidade da ocorrência de fratricídio é minimizada.
As seguintes considerações indicam ao Cmt e seu Estado-Maior o potencial
para fratricídio de uma determinada operação:
a) o esclarecimento da situação inimiga;
b) o esclarecimento da situação amiga;
c) a clara intenção do Cmt;
d) a complexidade da operação; e
e) o tempo de planejamento disponível para cada escalão.

4.2.2 Os calcos de operações são as ferramentas básicas para os


comandantes de todos os escalões aclararem a sua intenção. Esses
documentos devem representar fielmente o conceito da operação, utilizando
convenções gráficas e medidas de coordenação e controle regulamentares, de
forma que os subordinados possam compreendê-las corretamente. Os calcos
são uma ferramenta bastante útil na redução do risco de fratricídio.

4.3 NA FASE DE PREPARAÇÃO

4.3.1 Os seguintes aspectos podem influir no grau de risco de fratricídio,


durante a fase preparação:
a) a quantidade e os tipos de ensaios realizados;
b) o nível de treinamento e de eficiência em combate das peças de manobra e
de seus integrantes;

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c) a existência de laços táticos e de relacionamento habitual entre as unidades


e subunidades que realizarão a operação;
d) o estado físico (resistência) das tropas que realizarão a operação;
e) a realização de reuniões de coordenação e de sincronização; e
f) as medidas de coordenação do apoio de fogo.

4.3.2 A matriz de sincronização é uma ferramenta fundamental nesta fase.


Nessas reuniões devem ser destacados os aspectos que poderão suscitar
dúvidas, frisando-se as partes julgadas complexas ou que possam gerar erros
nos planejamentos. Deve-se priorizar a clareza, precisão e concisão das
ordens expedidas e a compreensão da intenção do Cmt Bda.

4.4 NA FASE DE EXECUÇÃO

4.4.1 Durante a execução de uma operação, ao se enfrentar situações


imprevistas, é fundamental a capacidade de rapidamente se analisar o risco de
fratricídio e intervir para impedi-lo. Na avaliação desse risco de fratricídio, após
o início das operações, devem ser consideradas:
a) a visibilidade entre unidades vizinhas;
b) o nível de obscurecimento do campo de batalha;
c) a habilidade ou inabilidade para identificar corretamente os alvos;
d) as semelhanças e as diferenças de equipamento, veículos e uniformes entre
as forças amigas e o inimigo;
e) a densidade de veículos no campo de batalha; e
f) o ritmo do combate.

4.4.2 O acompanhamento do combate e a informação contínua de sua


evolução, para todos os escalões envolvidos, é fator-chave na redução do risco
de fratricídio. Neste processo de acompanhamento da situação do combate, as
medidas que auxiliam os comandantes podem incluir permanente escuta da
rede do escalão superior, perfeita comunicação entre tropas vizinhas,
conhecimento preciso da localização de todas as forças vizinhas e o escalão
superior.

5. AVALIAÇÃO DA TAXA DE RISCO DE UMA OPERAÇÃO

5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS - A taxa de risco de uma operação deve ser


cuidadosamente administrada por todos os escalões durante cada uma das
fases da operação. Os fatores de risco identificados são informados a todos os
escalões, de modo que medidas para a sua redução possam ser
implementadas com oportunidade.

5.2 TABELA REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO DA TAXA DE RISCO DE


UMA OPERAÇÃO - A tabela de referência para avaliação de taxa de riso de

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uma operação, bem como diversas considerações sobre o assunto encontram-


se no apêndice 1 deste anexo.

5.3 QUESTIONÁRIO SOBRE O RISCO DE FRATRICÍDIO DE UMA OPERAÇÃO

5.3.1 ESTRUTURA - A título de exemplo, no questionário abaixo é traçado um


paralelo com os cinco primeiros parágrafos de uma Ordem de Operações,
levantando-se considerações importantes para a redução do risco de fratricídio.
Este questionário não esgota o assunto, cabendo ao estado-maior realizar o
levantamento de outras considerações julgadas pertinentes.

5.3.2 SITUAÇÃO

5.3.2.1 Forças Inimigas:


a) há semelhanças entre o nosso idioma, uniforme, viaturas, armamento e
equipamento com os do inimigo que poderiam aumentar o risco de fratricídio
durante as operações?
b) que idioma falam as forças inimigas? Este idioma é tão semelhante ao
nosso que poderia contribuir para o risco de um fratricídio?
c) qual é a capacidade de dissimulação do inimigo? Há registro de atividades
anteriores de dissimulação?
d) nós sabemos com precisão a localização das forças inimigas?

5.3.2.2 Forças Amigas:


a) existem semelhanças entre o idioma, uniforme, viaturas e equipamentos de
alguma força amiga com os do inimigo (nas operações conjuntas ou
combinadas), que podem aumentar o risco de fratricídio?
b) quais diferenças, em equipamento e uniformes, entre nossas forças e as
forças amigas, devem ser ressaltadas para a tropa, a fim de se prevenir o
fratricídio?
c) qual é o plano de dissimulação de nossas forças amigas (e vizinhas)?
d) qual a localização exata de nossas forças vizinhas (à esquerda, à direita, à
retaguarda e à frente)?
e) existem grupos neutros, de não combatentes, civis refugiados, entre outros,
em nossa zona de ação ou próxima dela? Qual a localização exata desses
grupos?
f) qual é o nível de desgaste, eficiência e confiança do equipamento das forças
amigas?

5.3.2.3 Nossas Forças


a) qual é o nível de adestramento das OM de nossa brigada, dos elementos
em reforço ou em apoio? Nossa tropa possui experiência de combate? Qual a
eficiência em combate de nossa brigada?

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b) qual o nível de desgaste e de fadiga de nossa tropa? Existe um plano eficaz


de "sono" (descanso) em andamento?
c) nossa Bda e as forças amigas estão aclimatadas a essa região? Possuem
uniforme adequado?
d) Qual é o nível de desgaste, eficiência e confiança de nosso equipamento?
Foi distribuído algum equipamento novo à Bda, recentemente?
e) Qual a situação do adestramento da tropa com este novo equipamento?

5.3.2.4 Meios Recebidos e Retirados:


a) os elementos recebidos possuem completo conhecimento da situação, do
equipamento, do uniforme e das demais informações sobre as forças amigas e
inimigas?
b) os elementos retirados receberam informações corretas sobre a força que
passarão a integrar?

5.3.2.5 Condições Climáticas:


a) quais são as condições esperadas de visibilidade para a operação?
b) que efeitos terão o calor, o frio ou a chuva sobre os soldados, o
equipamento, o armamento e as viaturas?

5.3.2.6 Informações Sobre o Terreno:


a) nós conhecemos, perfeitamente, a topografia e a vegetação da área onde
operaremos (áreas urbanas, regiões pantanosas ou alagadiças, campos,
cerrados, áreas de mata, regiões de bosques, cursos de água, represas, lagos
etc.)?
b) avaliamos corretamente o terreno com base no Processo de Integração
Terreno, Condições Meteorológicas, Inimigo e Considerações Civis (PITCIC)?

5.3.3 MISSÃO:
a) nossa missão (bem como todas as ações a executar, as responsabilidades
logísticas, de apoio de fogo, de apoio da engenharia etc.) está claramente
compreendida?
b) a intenção do comandante é do conhecimento de todos?

5.3.4 EXECUÇÃO

5.3.4.1 Organização da Bda Inf Mec


a) as tropas que estão reforçando a Bda já trabalharam conosco em alguma
operação de combate?
b) as NGA da Bda são compatíveis com as NGA das forças que reforçam a
Bda? Estas forças já foram instruídas sobre as nossas NGA?
c) são necessárias marcas ou símbolos especiais para a identificação das
viaturas, dos uniformes ou dos equipamentos da Bda (tipo sinais
representativos das U, painéis, códigos de letras e números nas viaturas,
faixas ou sinais afixados nos uniformes etc.)?

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d) Serão empregados nas operações novas viaturas, equipamentos ou


armamentos? Eles são semelhantes aos do inimigo?

5.3.4.2 Conceito Da Operação

5.3.4.2.1 Manobra:
a) foram identificados riscos de fratricídio nas zonas de ação das unidades que
realizarão a ação principal e as ações secundárias?
b) a tropa tem consciência destes riscos e foram tomadas medidas para evitá-
los?

5.3.4.2.2 Fogos (diretos e indiretos):


a) as prioridades de fogos estão bem identificadas?
b) foram confeccionadas as listas de alvos?
c) os procedimentos para desencadeamento dos fogos são do conhecimento
de todos?
d) as áreas restritas foram identificadas e são de conhecimento da tropa
(campos de minas, áreas com restrições de fogos etc.)?
e) existe previsão de apoio aereo tático ou da aviação do exército para a
operação da Bda? Os objetivos das aeronaves estão claramente definidos?
f) foram planejados sinais de identificação para as viaturas e instalações da
Bda? Existe coordenação do espaço aéreo sobre a zona de ação da Bda?
g) o apoio de fogo foi sincronizado com a manobra?
h) os limites de cada zona de ação foram identificados pelas unidades?
i) foram realizados ensaios para um perfeito funcionamento do sistema de
apoio de fogo?
j) A as comunicações do sistema de apoio de fogo foram testadas? Existem
meios alternativos para as comunicações entre os elementos do sistema de
apoio de fogo?
k) as Medidas de Coordenação do Apoio de Fogo foram estabelecidas e estão
sendo seguidas?

5.3.4.2.3 Missão das Unidades:


- As missões das unidades estão coerentes com as suas possibilidades?

5.3.4.2.4 Engenharia:
a) o apoio de engenharia do escalão superior é suficiente para apoiar a
manobra da Bda?
b) foram estabelecidas missões e prioridades de apoio para a engenharia?
c) os obstáculos e campos de minas lançados pelo inimigo foram
identificados? Há um plano para abertura de brechas?

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d) Foi estimado o tempo necessário para a abertura de brechas nos obstáculos


identificados?

5.3.4.2.5 Prescrições Diversas:


a) Serão realizados ensaios?
b) Estão previstas reuniões coordenadas pelo Ch EM Bda, com a participação
de todos os comandantes diretamente subordinados e dos chefes de seções
do estado-maior, para a sincronização da manobra, do apoio ao combate e do
apoio logístico?
c) As guarnições de blindados praticam os exercícios de identificação de alvos
(silhuetas características e particularidades dos blindados inimigos e amigos)?
d) As unidades conhecem perfeitamente os procedimentos a serem realizados
caso sejam surpreendidas por fogo amigo? Conhecem os sinais visuais, rádio
ou pirotécnicos para a sinalização de "CESSAR FOGO" e "SOMOS AMIGOS"?
Estes procedimentos foram ensaiados?

5.3.5 LOGÍSTICA:
a) a localização das ATU, das EPS e das Z Aç de cada unidade são do
conhecimento das frações de apoio logístico e dos elementos encarregados da
execução da Manobra Logística?
b) os sinais de reconhecimento foram difundidos a todos os elementos
encarregados de executar o apoio logístico?
c) a localização dos postos de socorro das unidades e do Posto de
Atendimento Avançado da brigada são do conhecimento de todos?
d) os elementos logísticos possuem equipamentos optrônicos para
deslocamento noturno (OVN, termal etc.)?

5.3.6 COMANDO E CONTROLE

5.3.6.1 Postos de Comando:


a) onde estarão o comandante, o Estado-Maior e os demais elementos-chave
da Bda, durante a operação?
b) a cadeia de comando é do conhecimento de todos? Quem assumirá as
funções de comando e controle, de apoio ao combate e de apoio logístico, no
impedimento dos titulares destas funções?

5.3.6.2 Comunicações:
a) as IE Com Elt incluem palavras códigos e sinais visuais para as situações de
emergência?
b) constam das IE Com Elt os sinais e códigos para a identificação de
aeronaves e forças amigas?
c) todos os elementos que se utilizam do rádio ou necessitam conhecer sinais
e códigos de identificação de forças amigas possuem cópias das IE Com Elt ou
foram instruídos sobre este assunto?

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6. MEDIDAS PARA A REDUÇÃO DE RISCO DE FRATRICÍDIO

6.1 As medidas citadas abaixo são um guia para a redução do risco de


fratricídio. Não são impositivas ou restritivas, devendo ser aplicadas com base
nos fatores da decisão e no estudo da situação tática.

6.2 No âmbito da brigada, a redução do risco de fratricídio passa,


normalmente, pela aplicação das seguintes medidas:
a) identificação e avaliação do risco real de fratricídio durante o Exame de
Situação. Esse risco deve ser expresso na Ordem de Operações ou nas
Ordens Fragmentárias;
b) manutenção do pleno conhecimento sobre a evolução da situação tática,
particularmente sobre a localização das peças de manobra, de áreas restritas
(minas, obstáculos, fogos etc.), de áreas contaminadas por agentes químicos
(gás, fumaça etc.), bem como as alterações nos fatores da decisão;
c) correta identificação dos alvos. A tropa deve ter perfeito conhecimento das
características, assinaturas térmicas e silhuetas das viaturas blindadas e dos
principais armamentos do inimigo e das forças amigas. É importante saber a
que distância é possível a identificação correta das viaturas blindadas do
inimigo, considerando-se o tipo de terreno e as condições climáticas;
d) efetivo controle de fogo. Os comandos de fogo das armas coletivas e das
Vtr Bld devem ser precisos, concisos e claros. Inclusão nas NGA da Bda, como
conduta obrigatória, que as guarnições de armas coletivas e das Vtr Bld,
quando não entenderem com clareza todo o comando de tiro, solicitem a
repetição completa do comando. Ênfase na importância da cadeia de comando
no processo de controle de fogo. Os atiradores das Vtr Bld e das armas
coletivas de tiro tenso devem solicitar a confirmação do reconhecimento do
alvo e a permissão para realizarem o tiro aos seus comandantes carro das Vtr
Bld e chefes de peça, antes de engajarem um alvo que presumam ser inimigo;
e) ênfase na prevenção de fratricídio. Colocar-se em prática as medidas de
proteção contra o fratricídio, conforme previstas nas NGA. Os comandantes de
todos os escalões supervisionam a execução das ordens e verificam,
constantemente, se o desempenho individual e o das frações estão conforme a
padronização da Bda, a fim de evitar que os efeitos do combate, a tensão
emocional e o desgaste físico possam comprometer a segurança da tropa.
Quanto menor a experiência de combate da Bda, maior atenção deve ser dada
aos desvios de conduta por tensão emocional e fadiga de combate;
f) manutenção da coesão da tropa e busca do reconhecimento dos sinais de
tensão, atuando-se rápida e efetivamente para aliviá-la;
g) programação de instruções individuais, coletivas e para os comandantes
dos diversos escalões sobre risco de fratricídio, identificação e reconhecimento
de alvos e disciplina de fogo;

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h) estabelecimento de um plano de operações simples, claro e coerente com


as possibilidades da Bda e de suas unidades;
i) ordens claras, concisas e precisas;
j) utilização das NGA da Bda. Periódica atualização das normas, verificando se
sua coerência com a doutrina em vigor, se adota as normas, símbolos e
convenções cartográficas regulamentares, e se está de acordo com as ordens
emanadas pelo escalão superior;
k) busca do máximo de tempo para planejamento, seja para o comando da
Bda, seja para os escalões subordinados;
l) utilização de terminologia prevista na doutrina, de medidas de coordenação e
controle padronizadas e de vocabulário corrente, de fácil entendimento pela
tropa;
m) perfeita compreensão da intenção do comandante e do planejamento
expedido para a operação por todos os escalões envolvidos;
n) planejamento de emprego das comunicações claro e correto, com previsão
da duplicação dos meios de comunicações para situações de emergência,
principalmente nas ligações com os meios de apoio de fogo;
o) localização do Posto de Comando Tático em local onde o Cmt Bda possa
efetivamente intervir na condução do combate;
p) designação e emprego de Oficiais/Elementos de Ligação, sempre que
necessário;
q) estabelecimento de objetivos claros e compatíveis com o valor e a natureza
da tropa que deverá conquistá-los;
s) realização de ensaios sempre que o tempo disponível o permitir;
t) durante o combate, pleno conhecimento da posição do Cmdo Bda, dos
elementos subordinados e dos elementos vizinhos. Manutenção do
deslocamento tático das peças de manobra sempre sincronizado. No caso de
desorientação durante o combate, solicitação imediata da ajuda de auxiliares,
dos elementos subordinados ou do escalão superior;
u) discussão sobre incidentes de fratricídio nas críticas após o combate,
explorando-se as experiências dos subordinados e colhendo-se ensinamentos
para operações futuras; e
v) inclusão da análise do risco de fratricídio, durante o Exame de Situação.

7. ENFRENTANDO UM INCIDENTE DE FOGO AMIGO

7.1 A Bda, ou uma de suas peças de manobra, pode ser envolvida em um


incidente de fogo amigo de três maneiras: como vítima do fogo amigo, como
elemento realizador do fogo ou como um observador que intervém em um
ataque de uma força amiga sobre outra.

7.2 As medidas recomendadas para a tropa que for vítima de fogo amigo e que
devem constar do Planejamento de Redução de Incidentes de Fratricídio e de
Fogo Amigo da Bda Inf Mec são as seguintes:

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a) executar ações imediatas para proteger os soldados e os equipamentos;


b) utilizar os sinais convencionados para o reconhecimento visual, na direção
da tropa que realiza os disparos, na tentativa de fazê-la cessar fogo;
c) informar ao escalão superior que sua tropa está recebendo fogo amigo; e
d) informar a localização e a direção dos veículos ou da força que realiza os
disparos e se a força que atira já foi identificada.

7.3 São medidas a serem adotadas quando a tropa engaja pelo fogo uma força
amiga:
a) Cessar Fogo.
b) Informar ao Esc Sp:
- a identificação da força amiga engajada (se não for identificada, informar o
seu valor, o tipo de viaturas etc.);
- a localização da sua tropa e da força amiga engajada;
- a direção e a distância dos elementos engajados;
- o tipo de fogo realizado; e
- o efeito dos fogos nos alvos atingidos.

7.4 São ações recomendadas para uma força que observa um incidente de
fogo amigo:
a) buscar cobertura e proteção para sua tropa;
b) usar o sinal de reconhecimento visual “cessar fogo”, na direção da força que
dispara; e
c) informar ao Esc Sp:
- a identificação da força amiga comprometida (se não for identificada,
informar os tipos, a quantidade de veículos etc.);
- a localização do incidente;
- a direção e a distância da tropa engajada e da força que atira;
- o tipo de fogo; e
- o efeito dos fogos nos alvos atingidos.
d) Providenciar auxílio, se necessário (quando a sua tropa já estiver em
segurança).

7.5 RESPONSABILIDADE DOS COMANDANTES

7.5.1 Em todas as situações que envolvem o risco de fogo amigo, os


comandantes devem estar preparados para entrar em ação imediatamente, a
fim de evitar vítimas, danos ou destruição dos equipamentos.

7.5.2 As seguintes ações são recomendadas em situações de fratricídio:


a) identificação do incidente e ordem às partes envolvidas para cessar fogo;
b) rápida avaliação da taxa de risco da situação; e

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c) identificação e implementação de medidas que impeçam a repetição do


incidente.

8. IDENTIFICAÇÃO DE COMBATE

8.1 MEDIDAS DE IDENTIFICAÇÃO DE COMBATE

8.1.1 As medidas de identificação de combate, normalmente, são


estabelecidas pelo mais alto escalão da Força Terrestre no Teatro de
Operações ou Área de Operações, devendo constar do Planejamento de
Redução de Incidentes de Fratricídio e de Fogo Amigo da Bda Inf Mec. Caso
não sejam estabelecidas por aquele escalão, a brigada estabelecerá essas
medidas para os seus elementos subordinados, antecedendo os
planejamentos operacionais. Todos os elementos da brigada devem estar de
posse dessas medidas antes da emissão de suas ordens de operações, de
forma os elementos subordinados possam entendê-las corretamente e ter a
oportunidade de implementar todas as medidas estabelecidas antes de entrar
em combate. Elas devem ser difundidas pela brigada para todos os seus
elementos subordinados, para as tropas vizinhas e às em apoio.

8.1.2 As medidas de identificação de combate devem ser coerentes com as


regras de engajamento estabelecidas e não devem interferir indevidamente
nas unidades de combate, tolhendo a iniciativa e a responsabilidade individual
no engajamento de ameaças ou do inimigo.

8.1.3 O planejamento e o emprego de medidas e procedimentos de


identificação de combate pode contribuir para uma maior eficácia em combate
e para a redução do risco de fratricídio e de fogo amigo.

8.1.4 Um sistema de identificação de combate deve incluir:


a) a consciência situacional;
b) a compreensão da doutrina;
c) as táticas, técnicas e procedimentos adotados;
d) as regras de engajamento padronizadas; e
e) a tecnologia disponível (equipamentos) para a abordagem direta da
prevenção do fratricídio. Embora já existam tecnologias eficazes para auxiliar
na identificação de combate, deve ser considerado que nem todas as forças
presentes num teatro ou área de operações, ou numa determinada zona de
ação, podem dispor desses equipamentos.

8.1.5 Outra consideração importante é que a atual tecnologia permite,


identificar o amigo por intermédio do sistema de gerenciamento do campo de
batalha (GCB) por todos os postos em uma mesma rede. Em relação ao
inimigo, é possível ser lançado (locado) no GCB, após ter sido identificado, e
compartilhado com todos os amigos na mesma rede rádio.

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8.2 SISTEMAS DE IDENTIFICAÇÃO DE COMBATE

8.2.1 EQUIPAMENTOS DISPONÍVEIS PARA A IDENTIFICAÇÃO DE


COMBATE

8.2.1.1 Atualmente, estão disponíveis uma grande quantidade de


equipamentos e sistemas de identificação de combate, dos mais sofisticados
empregando tecnologia de ponta até os mais acessíveis, empregando
soluções simples e baratas. São exemplos de dispositivos de identificação (ou
de marcação) disponíveis atualmente:
a) os painéis de identificação de combate (marcação das viaturas blindadas
com painéis que permitem a identificação da fração ou da unidade a que
pertencem), sensíveis à luz infravermelho ou não;
b) os painéis de identificação térmica (com a mesma finalidade do anterior, só
que com dispositivos de emissão de calor que permitem a observação apenas
com as câmeras de imagem térmica veiculares ou portáteis);
c) bastões de luz química (tipo cyalume), emissores de luz infravermelha ou
comum (para viaturas, equipamentos ou soldados a pé); e
d) dispositivos de reconhecimento de alvo automatizados, tipo IFF
(identificação amigo – inimigo).

8.2.1.2 O sistema de identificação hoje disponível para a Bda Inf Mec é o que
emprega painéis de identificação de combate visíveis à luz do dia (ou artificial).
Esses painéis são, normalmente, faixas de tecido, plástico ou outro material,
adesivo ou não, fixados na lateral, na parte traseira ou superior da viatura
blindada, formando sinais, letras, números etc., que identifiquem as frações, as
subunidades, unidades e a brigada, permitindo assim a sua identificação em
combate a considerável distância, reduzindo os riscos de incidentes de fogo
amigo e de fratricídio.

8.2.1.3 Os sinais de identificação formados por esses painéis podem ser fixos,
isso é, permanecerem os mesmos para cada fração/tropa durante toda a
operação ou, serem alterados, como um código, de acordo com o período do
dia, um dia, uma semana, um mês ou uma fase de uma operação. Quem
estabelece os sinais que identificam as viaturas de uma tropa é o seu escalão
enquadrante.

8.2.1.4 A adoção desses painéis de identificação de combate é uma medida


que contribui para reduzir o risco de fratricídio mas, também, aumenta a
possibilidade de identificação da viatura pelo inimigo. Seu uso e emprego
devem ser bem avaliados pela brigada, só devendo ser empregado em
situação de alto risco de incidentes de fratricídio.

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8.2.2 UTILIZAÇÃO DE MARCAS E SINAIS DE IDENTIFICAÇÃO DE


COMBATE NAS VIATURAS DA BDA INF MEC

8.2.2.1 Considerações Gerais

8.2.2.1.1 Para evitar falhas de identificação e prevenir incidentes de fratricídio e


de fogo amigo, poderão ser empregadas pela Bda Inf Mec as marcas e sinais
de identificação, nas viaturas dos elementos em 1º escalão ou em todas as
viaturas da brigada, se necessário.

8.2.2.1.2 A identificação mais simples e disponível é a que emprega os painéis


de identificação de combate, constituídos, normalmente, de faixas de tecido, de
plástico ou outro material, adesivo ou não, formando sinais convencionados
que identificam a que tropa pertence a viatura, possibilitando a sua
identificação a uma considerável distância.

8.2.2.1.3 Os sinais convencionados de identificação a serem fixados nas


viaturas deverão ser estabelecidos pelo Comando da Bda Inf Mec.

8.2.2.1.4 Esses sinais (códigos) podem ser fixos, permanecendo em vigor


durante toda a operação, podem ser alterados de acordo com o período do dia,
o dia de uma semana ou uma fase da operação. Ao estabelecer esse código
de sinais a brigada deve estabelecer, também, o período em que serão
empregados.

8.2.2.1.5 As dimensões dos sinais e o local onde deverão ser afixados nas
viaturas devem, também, ser determinados pela brigada. Uma modificação no
tamanho desses sinais, uma alteração do local onde devem ser fixados na
viatura ou a sua utilização fora do período determinado poderão levar a uma
identificação positiva de alvo inimigo, acarretando um incidente de fogo amigo.

8.2.2.2 Emprego dos Sinais e Marcas de Identificação

8.2.2.2.1 Os sinais e marcas a serem utilizados na identificação de combate


das viaturas da Bda Inf Mec poderão representar os BI Mec e o Esqd C Mec,
as suas FT SU Mec e seus Pel. Na figura abaixo, exemplos de sinais que
poderão ser utilizados para representar as citadas tropas em suas viaturas.

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Fig I-1 Exemplo de figuras utilizadas para representar tropas da Bda Inf Mec

8.2.2.2.2 Os sinais e marcas de identificação poderão representar também


números. Esses sinais colocados nas viaturas poderão indicar a sua ordem
num comboio, as frações de uma subunidade, subunidades de uma unidade
etc.

Fig I-2 Exemplo de figuras para representar a números ou a numeração de


tropas da Bda Inf Mec

8.2.2.2.3 Num mesmo sinal de identificação poderão ser representados uma


determinada FT U Mec, com o sinal ou marca atribuído à OM, e a sua FT SU
Mec, representados por barras acrescidas àquele sinal, ou uma FT SU Mec
com os seus pelotões. No exemplo abaixo estão representados os sinais de
identificação das FT SU Mec de uma FT Mec, utilizando o sinal atribuído ao
batalhão pela sua brigada (<), acrescido de barras que identificam as suas FT
SU Mec (/). As barras identificadoras da numeração podem ser previstas todas
numa mesma posição no símbolo ou em locais diferentes para cada tipo de
SU, por exemplo.

Fig I-3 Sinais de identificação de Combate das FT SU Mec e da Cia C Ap de


uma FT Mec

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8.2.2.3 Posicionamento do Sinal ou Marca de Identificação na Viatura

8.2.2.3.1 O Planejamento de Redução de Incidentes de Fratricídio e de Fogo


Amigo da Bda Inf Mec, na parte referente à identificação de combate, deve
estabelecer o código de símbolos de identificação que serão utilizados pelos
elementos subordinados, na elaboração dos painéis de identificação de
combate. Esse documento deve prever o tamanho dos painéis, o seu tempo de
utilização e o local onde deverão ser fixados nas viaturas.

8.2.2.3.2 Esses símbolos devem ser fixados nos dois lados (maiores) da
viatura, só no chassi, só na torre ou em ambos.

8.2.2.3.3 Nas VBTP dotadas da torre UT30, a marcação pode ser feita,
também no tubo de seus canhões.

Fig I-4 Exemplo de identificação de combate no chassi

8.2.2.3.4 A Bda Inf Mec poderá determinar a identificação de combate de seus


elementos de manobra blindados de duas formas:
a) pela U ou FT U Mec que integram, o mesmo podendo ocorrer nas SU Mec.
Nesse caso, todas as SU ou FT SU Mec que integram uma U ou FT U Mec
utilizarão a mesma marca dessa U ou FT U Mec atribuída pela Bda Inf Mec; ou
b) por OM subordinada. Nesse caso, as SU Mec ou FT SU Mec, quando
integrarem uma U ou FT U Mec, continuarão a utilizar a marca atribuída à sua
OM Mec de origem.

8.2.2.4 Identificação da Unidade ou Subunidade de uma FT U Mec ou FT


SU Mec no Tubo do Canhão dos seus carros

8.2.2.4.1 A identificação da numeração dos escalões (SU ou U) poderá ser


feita, também, pela colocação de faixas bem visíveis no tubo dos canhões. O
número de faixas no tubo poderá indicar a 1ª, 2ª ou 3ª Cia Fuz Mec de um

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batalhão, dos Pel Ap F de cada U Mec, ou dos Pel Msl AC/Pel AC da Cia AC
da Bda Inf Mec.

8.2.2.4.2 De forma idêntica à marcação do chassi e da torre, a marcação no


tubo deverá ser regulada pela Bda Inf Mec, que definirá o local, as dimensões
e o período de utilização dessas marcas.

Fig I-5 Exemplo de identificação de combate do BI Mec pela marcação do tubo


nos canhões UT30

8.2.2.5 Identificação da Numeração da Tropa e de sua Subordinação por


Painéis

8.2.2.5.1 A identificação das viaturas de uma subunidade (ou FT SU Mec)


poderá ser realizada, também, pela fixação de painéis removíveis na
retaguarda da torre ou do chassi das viaturas (ou em sua parte frontal).

8.2.2.5.2 Esses painéis podem conter um código de identificação para cada


viatura ou o indicativo numérico (ou alfa-numérico) do pelotão e da subunidade
enquadrante (ou da SU e da unidade).

8.2.2.5.3 Esse tipo de identificação permite que uma tropa à retaguarda


(identificação na parte traseira das viaturas), ou uma tropa que irá realizar o
acolhimento (identificação na parte frontal das viaturas), possa identificar
claramente as Vtr.

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Fig I-6 Identificação das Vtr Bld por painéis com um código numérico ou alfa-
numérico

8.2.2.6 Identificação de Viaturas para Situações de Apoio Aéreo e/ou


Evacuação Aeromédica

8.2.2.6.1 As viaturas podem ser identificadas por painéis coloridos, com ou


sem a identificação de código ou da numeração da tropa a que pertencem,
para as situações de combate que envolvam o apoio aéreo aproximado e/ou
uma evacuação aeromédica, a fim de evitar o fogo amigo e permitir a
aproximação segura de um helicóptero ou a correta identificação da tropa por
uma aeronave de ataque.

8.2.2.6.2 A utilização desses painéis na parte superior da viatura deve ser bem
avaliada, pois facilita a observação e a identificação das posições da tropa pela
aviação inimiga.

8.2.2.7 Identificação das Viaturas para Operações de Ultrapassagem

8.2.2.7.1 Nas operações de ultrapassagem em posição, quando uma U Mec


(ou SU Mec) for ultrapassar uma tropa que está em posição, a fim de se evitar
situações de fogo amigo, as viaturas podem ser identificadas com painéis
convencionados (coloridos, com ou sem código) fixados na retaguarda das
viaturas, nas operações diurnas.

8.2.2.7.2 Nas operações de ultrapassagem noturna, as viaturas poderão ser


identificadas por bastões de luz química, fixados na parte traseira das viaturas.
A cor, a quantidade e o local para fixação desses bastões devem ser
estabelecidos pelo escalão que coordena a ultrapassagem.

8.3 REGRAS DE ENGAJAMENTO DE ALVOS

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8.3.1 As Regras de Engajamento de Alvos definem as circunstâncias e


limitações sob as quais uma tropa (ou seus integrantes) poderá iniciar e/ou
continuar um engajamento com outras forças encontradas em sua zona de
ação. Caso não sejam previstas pelo escalão superior à Bda Inf Mec, esta
deverá fazê-lo e informar aos elementos vizinhos de sua zona de ação.

8.3.2 As Regras de Engajamento de Alvos refletem as legislações


internacionais e outras considerações operacionais, tendo como principal
preocupação as restrições sobre o uso da força. As Regras de Engajamento de
Alvos são o principal instrumento utilizado pela Bda Inf Mec para transmitir as
orientações legais, políticas, diplomáticas e militares aos seus elementos
subordinados sobre o emprego da força e de seu armamento. Os BI Mec e o
Esqd C Mec devem planejar e executar treinamentos sobre sua aplicação,
certificando-se que seus subordinados conhecem e possuem perfeito
entendimento dessas normas e regras, antes de envolvê-los em qualquer ação
de combate.

8.3.3 Durante a condução das operações, os comandantes, em todos os níveis


na Bda Inf Mec, devem garantir que seus subordinados apliquem
adequadamente as Regras de Engajamento de Alvos e não realizem ações
inadequadas. Em ações de não guerra ou em operações de guerra em áreas
com presença de civis, um disparo de arma de fogo intencional e ferimentos
provocados por esse disparo poderão degradar as relações com a população
local, a imprensa e o governo, prejudicando toda a operação.

8.3.4 Dependendo do ambiente operacional onde a Bda Inf Mec irá operar, o
conhecimento e a aplicação exata dessas Regras de Engajamento de Alvos
será de fundamental importância para o êxito da missão. Em função disso, os
comandantes de todas as OM da brigada e das recebidas em apoio ou em
reforço devem realizar exaustivos treinamentos de reação a engajamento com
forças adversas/inimigos, explorando as Regras de Engajamento de Alvos para
o ambiente operacional onde irão atuar. Devem constar desses treinamentos
situações extremas e complexas, mais realísticas possíveis, para preparar a
tropa para as situações reais da operação a ser executada.

8.4 IDENTIFICAÇÃO DE ALVOS E MARCAÇÃO DE POSIÇÃO DA TROPA


AMIGA EM OPERAÇÕES COM APOIO DA AVIAÇÃO (Av Ex OU F Ae)

8.4.1 Nas operações com apoio aerotático podem acontecer grande parte dos
incidentes de fogo amigo e de fratricídio, em função da velocidade das
aeronaves, de condições climáticas adversas e de falhas na identificação da
posição da tropa amiga.

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8.4.2 Para maximizar os efeitos dos sistemas de armas das aeronaves e


reduzir a incidência de fratricídio ou de fogo amigo, deve ser estabelecido um
eficiente sistema de identificação da tropa amiga nas ações onde for previsto o
apoio aéreo tático ou o emprego de aeronaves. Esse sistema deve garantir que
a tripulação da aeronave possa realizar uma identificação positiva de alvos
terrestres e das posições amigas, antes de disparar suas armas. Essa
capacidade é um fator crítico na redução do fratricídio e de incidentes de fogo
amigo.

8.4.3 A coordenação entre a tropa terrestre e o elemento aéreo requer o


conhecimento prévio de todos os procedimentos necessários de marcação e
identificação da posição do alvo e da tropa amiga, com base em vários fatores
táticos, como:
a) o sinal ou combinação de sinais utilizados devem ser feitos com itens
normalmente transportados pela força terrestre (verificar se a tropa conduz
para a operação a sinalização correta para o caso de um apoio aéreo);
b) os sinais convencionados devem ser observados a olho nu ou por meio de
equipamentos optrônicos;
c) os sinais convencionados devem ser treinados pela tropa terrestre; e
d) considerar sempre a influência de eventos atmosféricos na visibilidade da
aeronave para o alvo e para a posição da tropa amiga (colocar-se na posição
do piloto da aeronave e não na posição da tropa amiga, para verificar se
existem as condições necessárias para uma observação positiva: nuvens,
neblina, chuva, etc.

8.4.4 Qualquer que seja o método preestabelecido pela Bda Inf Mec para
emprego nessas situações, eles devem sempre ser adaptados à situação tática
existente no momento do apoio aéreo. A comunicação solo/ar é essencial para
coordenar e autenticar os procedimentos de marcação do alvo e da tropa
amiga.

8.4.5 Muitas vezes, os métodos mais simples e expeditos são os que


funcionam melhor. Dispositivos tradicionais de sinalização como fumígenos,
munição traçante, bastões de luz química ou luzes de sinalização, espelhos de
sinalização e painéis de identificação de combate no solo podem ser, às vezes,
mais eficazes na marcação de posições amigas que sofisticados equipamentos
optrônicos. Fatores existentes no local do apoio, como a iluminação do solo,
contraste térmico e obstruções intermediárias podem influenciar a eficácia
desses dispositivos luminosos.

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8.5 O TREINAMENTO PARA A REDUÇÃO DO FRATRICÍDIO E DO FOGO


AMIGO

8.5.1 O princípio fundamental para o treinamento da prevenção do fratricídio é


simples: Os BI Mec e o Esqd C Mec, as suas SU e frações menores devem
saber, a todo momento, quem são e onde estão os seus comandados, as
forças amigas e os inimigos que querem destruir ou neutralizar.

8.5.2 O risco de fratricídio só será reduzido por meio de treinamentos e de


ensaios, assegurando que a tropa atinja os padrões estabelecido pela Bda. Um
treinamento o mais realístico possível permite que a tropa cometa erros,
possibilitando que correções e repetições sejam feitas, até que seja possível
reduzir ou eliminar risco de erros que podem ocorrer em combate.

8.5.3 É fundamental nesse treinamento para redução do risco de fratricídio e


do fogo amigo que todos os envolvidos saibam em quem atirar e quando atirar.
A tropa deve aprender e praticar todas as fases do DIDEA, controlando-se
seus integrantes quando sob fogo desconhecido, de forma a terem a
necessária calma para detectar de onde estão recebendo os disparos e
identificar quem atira. Dessa forma poderão decidir com segurança se devem
ou não responder a esse fogo. Após engajar o alvo, devem realizar uma
avaliação sumária desse engajamento e dos resultados obtidos.

8.5.4 A Brigada deve intensificar os treinamentos para os seus comandantes


de viaturas blindadas de forma a sempre confirmarem a identidade de um alvo
como hostil/amigo/neutro, antes de emitir e executar qualquer comando de
fogo com o armamento coletivo de sua viatura. Essa ordem de engajamento
deve ser clara e empregar linguagem padronizada para evitar erros no
emprego do armamento.

8.5.5 O planejamento e os treinamentos previstos pela Bda Inf Mec devem


enfatizar que todos os comandantes de frações devem conhecer em detalhes o
programa de treinamento para a redução do fratricídio e do fogo amigo e os
padrões e normas estabelecidas pela brigada. Nos treinamentos e ensaios
devem esforçar-se para atingir esses padrões, certificando-se que seus
comandados conhecem e sabem aplicar as normas e regras previstas para a
operação ou as constantes das NGA de suas OM enquadrantes.

8.5.6 Abaixo são apresentados alguns assuntos que devem constar de um


programa de treinamento da Bda Inf Mec para redução de incidentes do
fratricídio ou de fogo amigo:
a) realizar o treinamento das fases do DIDEA com todos os integrantes das
frações dos elementos de manobra da brigada. O padrão a ser estabelecido

I-24
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pela brigada deve exigir que todos saibam como detectar, identificar, decidir
sobre o engajamento ou não de um alvo, como engajar e avaliar o resultado
dos tiros de suas frações (ou do armamento individual) sobre esse alvo;
b) realizar treinamento intensivo sobre identificação de viaturas, armamentos,
equipamentos diversos, aeronaves e uniformes empregados pelas forças
amigas e pelo inimigo, na Z Aç da Bda Inf Mec, em situações variadas de
luminosidade e distâncias;
c) treinar os comandantes de viaturas blindadas e atiradores do armamento
coletivo na transmissão e correta execução dos comandos de tiro do seu
armamento;
d) treinar, em situações diversas, a aplicação das medidas padronizadas para
relatar e parar um incidente de fogo amigo;
e) treinar o correto entendimento e a aplicação das medidas de coordenação e
controle de fogo;
f) intensificar o treinamento da orientação e da navegação, particularmente a
embarcada e escotilhada;
g) treinar e ensaiar as regras para engajamentos de alvos, prevista no
planejamento da Bda Inf Mec;
h) realizar treinamentos de pedidos de tiro de morteiros e de artilharia de
campanha e a correção desses tiros;
i) realizar treinamentos que levem à correta e detalhada identificação numa
carta militar, de posições ocupadas pela tropa no terreno e à avaliação de
distâncias por processos expeditos; e
j) realizar treinamentos que permitam a identificação pela tropa de tiros de
metralhadora, canhão, morteiros e artilharia de campanha.

8.5.7 Todas as SU, dos elementos de manobra, devem saber identificar


claramente:
a) os tiros do armamento de dotação dessa SU e os tiros das armas colocadas
em apoio às suas operações;
b) a silhueta das viaturas utilizadas pelas tropas amigas e empregadas pelo
inimigo; e
c) o uniforme, armamento e equipamentos individuais diversos, utilizados pelas
tropas amigas e os empregados pelo inimigo em sua Z Aç.

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APÊNDICE 1 AO ANEXO I

TABELA REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO


DA TAXA DE RISCO DE UMA OPERAÇÃO

CATEGORIAS DE RISCOS POTENCIAIS


FATORES CRÍTICOS QUE (COM CONDIÇÕES VARIÁVEIS E PONTUAÇÃO)
AFETAM O FRATICÍDIO BAIXO RISCO MÉDIO RISCO ALTO RISCO
(01 ponto) (02 pontos) (03 pontos)
COMPREENSÃO DO PLANEJAMENTO
Intenção do comandante clara vaga
Complexidade simples complexa
Situação das ameaças conhecida desconhecida
Situação das forças amigas conhecidas desconhecidas
Regras de engajamento claras não claras
Regras e normas para emprego
claras não claras
com forças amigas
FATORES AMBIENTAIS
Visibilidade entre os
favorável desfavorável
participantes da operação
Obscurecimento claro escuro
Ritmo das operações lento rápido
Identificação positiva dos
100 % nula (0%)
alvos
MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE
mesma unidades
Relação entre comandos
unidade distintas
baixo e não
Comunicação rádio alto e claro
claro
facilmente difícil
Comunicação visual
visível localização
não
Comunicação gráfica padronizada
padronizada
Procedimentos operacionais
utilizados não utilizados
padronizados
sem
Elementos de ligação eficientes
treinamento
Localização, orientação,
segura Não segura
navegação
EQUIPAMENTOS
Forças amigas similar diferente
Ameaças - inimigo diferente Similar
TREINAMENTO
Certificação padronizada realizada e
não realizada
individual aprovada
Certificação padronizada realizada e
não realizada
coletiva aprovada
Tab I-1 (Apd 1) Avaliação na taxa de risco

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A tabela acima é um referencial na avaliação da taxa de risco de


fratricídio de uma operação. Nesta tabela, são apresentados alguns aspectos
importantes, que influem no grau de risco de fratricídio.

O risco potencial em cada um dos aspectos é avaliado, atribuindo-se


um conceito e um valor numérico: baixo (um ponto), médio (entre 1 e 3 pontos)
ou alto (três pontos).

Somando-se as avaliações parciais, chegar-se-á a um parâmetro, o


qual estima a taxa de fratricídio global. Esta taxa de risco resultante deve ser
utilizada apenas como um guia.

A taxa global será baseada em aspectos observáveis, como os da


tabela, e no discernimento do planejador para os fatores imensuráveis que
afetam a operação. Nota-se que, na tabela, somente estão listados os valores
(conceitos) extremos.

Os oficiais do Estado-Maior da Bda determinarão qual a interpolação a


ser feita e qual a graduação (entre 1 e 3) a ser atribuída a cada aspecto na
coluna do risco médio.

Cálculo da Taxa de Fratricídio Global:


a) BAIXA: 21 a 36 pontos;
b) MÉDIA: 37 a 48 pontos;
c) ALTA: 49 a 63 pontos.

A soma total dos pontos pode não refletir o risco de fratricídio com
precisão, devendo ser utilizada apenas como base de referência na avaliação
do risco real.

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GLOSSÁRIO

ABREVIATURAS E SIGLAS

A
Abreviaturas/Siglas Significado
A Res Área de reserva
A Op Área de operações
A Rspnl Área de responsabilidade
A Seg Área de segurança
AAAe Artilharia antiaérea
AAe Antiaéreo
AC Anticarro
Aç Ação
Aç Cj Ação de conjunto
Aç Rtrd Ação retardadora
Aclh Acolhimento
AD Artilharia divisionária
ADA Área de defesa avançada
AE Área de engajamento
Aet Aeroterrestre
AFL Área de fogo livre
AFP Área de fogo proibido
Amv Aeromóvel
AP Antipessoal
Ap Cmb Apoio ao combate
Ap F Apoio de fogo
Ap Log Apoio logístico
Aprv Aprovisionamento
Apvt Exi Aproveitamento do êxito
ARF Área de restrição de fogos
Armt Armamento
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Abreviaturas/Siglas Significado
ARP Aeronave remotamente pilotada
Art Cmp Artilharia de campanha
ATC Área de trens de combate
ATE Área de trens de estacionamento
Atq Ataque
Atq Coor Ataque coordenado
Atq Frt Ataque frontal
Atq Oport Ataque de oportunidade
Atq Pcp Ataque principal
Atq Scd Ataque secundário
ATSU Área de trens de subunidade
ATU Área de trens de unidade
Av Ex Aviação do exército
Avçd Avançado

B
Abreviaturas/Siglas Significado
Bda C Mec Brigada de Cavalaria Mecanizada
Bia AAAe Bateria de artilharia antiaérea
Bia O Bateria de obuses
BLB Base logística de brigada
Bld Blindado
BLT Base logística terrestre

C
Abreviaturas/Siglas Significado
C Com Centro de comunicações
C Dan Controle de danos
C Intlg Contrainteligência
C Ap Comando e apoio
C Atq Contra-ataque

Abreviaturas/Siglas Significado
C Op Centro de operações
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C Rec Contrarreconhecimento
C Tir Central de tiro
C2 Comando e controle
CAA Controlador aéreo avançado
CAF Coordenador de apoio de fogo
CC Carro de combate
CC2 Centro de comando e controle
CCAF Centro de coordenação de apoio de fogo
Cl Classe
CLA Câmera de longo alcance
Cmb Combate
Cmdo Comando
Cmt Comandante
CO Capacidade operativa
Cob Cobertura
COL Centro de operações logísticas
Com Comunicações
COT Centro de operações táticas
Ctt Contato

D
Abreviaturas/Siglas Significado
DAC Defesa anticarro
DE Divisão de Exército
Def Defesa, defensiva
Def A Defesa de área
Def Mv Defesa móvel
Def Pos Defesa em posição
DIDEA Detectar, identificar, decidir, engajar e avaliar
DMA Distância máxima de apoio
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Abreviaturas/Siglas Significado
DO Dotação orgânica
DQBRN Defesa química, biológica, radiológica e nuclear
Dsb Desbordamento
Dslc Deslocamento
Dsml Dissimulação
Dst Ctt Destacamento de contato

E
Abreviaturas/Siglas Significado
E Sup Ev Eixo de suprimento e evacuação
E Rec Eixo de reconhecimento
E Sup Eixo de suprimento
EB Exército Brasileiro
EEI Elementos essenciais de inteligência
EFD Estado final desejado
Elm Elemento
EM Estado-maior
EMG Estado-maior geral
Eng Engenharia
Env Envolvimento
EPS Estrada principal de suprimento
Esc Sp Escalão superior
Esqd C Ap Esquadrão de comando e apoio
Esqd C Mec Esquadrão de cavalaria mecanizada
Exp Explorador

F
Abreviaturas/Siglas Significado
F Força
F Acmp Ap Força de acompanhamento e apoio
F Ae Força Aérea

Abreviaturas/Siglas Significado
F Apvt Exi Força de aproveitamento do êxito
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F Chq Força de choque


F Cob Força de cobertura
F Cob Avçd Força de cobertura avançada
F Cob Flc Força de cobertura de flanco
F Cob Rtgd Força de cobertura de retaguarda
F Fix Força de fixação
F Jç Força de junção
F Ptç Força de proteção
F Ptg Força protegida
F Seg Força de segurança
F Ter Força terrestre
F Vig Força de vigilância
Fg Flancoguarda
FT Força-tarefa
Fuz Mec Fuzileiro mecanizado

G
Abreviaturas/Siglas Significado
GAC Grupo de Artilharia de Campanha
GC Grupo de Combate
GE Guerra eletrônica
GLO Garantia da lei e da ordem
Gp ARP Grupo de aeronaves remotamente pilotadas
Gp Cmdo Grupo de comando
Gp Exp Grupo de exploradores
Gp Log Grupo logístico
Gp Vig Ter Grupo de vigilância terrestre
Gpt Log Grupamento logístico
Guer Guerrilha
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Abreviaturas/Siglas Significado
IE Com Elt Instruções para exploração das comunicações e eletrônica
Infl Infiltração
Ini Inimigo
Intlg Inteligência
IODT Instrumentos óticos e de direção de tiro
IP Com Elt Instruções padrão de comunicações e eletrônica
IRVA Inteligência, reconhecimento, vigilância e aquisição de alvos
Itd Interdição
Itn Itinerário
Itn Prog Itinerário de progressão
Itn Ret Itinerário de retraimento

L
Abreviaturas/Siglas Significado
L Aç Linha de Ação
L Ct Linha de Controle
LAADA Limite anterior da área de defesa avançada
LC Linha de contato (Log)
LCAF Linha de coordenação de apoio de fogo
Lim Limite
Loc Ater Local de aterragem
LP Linha de partida
LPE Linha de provável encontro
LRF Linha de restrição de fogos

M
Abreviaturas/Siglas Significado
M Cmb Marcha para o combate
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Abreviaturas/Siglas Significado
M Tat Marcha tática
M2 Movimento e manobra
MAE Medidas de ataque eletrônico
MAGE Medidas de apoio de guerra eletrônica
MC Manual de campanha
Mdd Coor Ct Medidas de coordenação e controle
MDE Mensagem diária de efetivo
Mdt O Mediante ordem
Mnt Manutenção
Mod Ap Módulo de apoio
MPE Medidas de proteção eletrônica
Mrt Morteiro
Mrt Me Morteiro médio
Mtr Metralhadora
Mv Móvel
Mvt Movimento
Mvt Rtg Movimento retrógrado

N
Abreviaturas/Siglas Significado
N Com Não comunicações
NGA Normas gerais de ação
NI Necessidades de inteligência

O
Abreviaturas/Siglas Significado
O Alr Ordem de alerta
O Eng Oficial de engenharia

Abreviaturas/Siglas Significado
O Frag Ordem fragmentária
O Lig Oficial de ligação
O Op Ordem de operações
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Abreviaturas/Siglas Significado
OA Observador avançado
Obj Objetivo
Obs Observação
OCCA Operações de cooperação e coordenação com agências
Of Oficial
Of DAAe Oficial de defesa antiaérea
Ofs Ofensiva
Op Operação
Op Cmpl Operações complementares
OT Organização do terreno

P
Abreviaturas/Siglas Significado
P Atq Posição de ataque
P Blq Posição de bloqueio
P Cmb Poder de combate
P Ct Ponto de controle
P Def Posição defensiva
P Distr Posto de distribuição
P Lig Ponto de ligação
P Lim Ponto limite
P Obs Posto de observação
P Rtrd Posição de retardamento
P Vig Posto de vigilância
PAC Postos avançados de combate
PAF Plano de apoio de fogo
PAG Postos avançados gerais
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Abreviaturas/Siglas Significado
PBCE Posto de bloqueio e controle de estradas
PC Posto de comando
PC Altn Posto de comando alternativo
Pç Ap Peça de apoio
PCP Posto de comando principal
PCT Posto de comando tático
Pel Pelotão
Pel C Pelotão de comando
Pel C Mec Pelotão de cavalaria mecanizado
Pel Com Pelotão de comunicações
Pel E Pelotão de engenharia
Pel Mnt Pelotão de manutenção
Pel Mrt P Pelotão de morteiros pesados
Pel Sal Pelotão de saúde
Pel Sup Pelotão de suprimento
PFA Plano de fogos de artilharia
PFM Plano de fogos de morteiro
PG Prisioneiro de guerra
PIL Ponto intermediário logístico
PIR Posição inicial de retardamento
Processo de integração terreno, condições
PITCIC
meteorológicas, inimigo e considerações civis
Pl Op Plano de operações
PMA Penetração máxima admitida
Pntr Penetração
PPAA Plano provisório de apoio de artilharia
PPCOT Processo de condução das operações terrestres
PPFM Plano provisório de fogos de morteiro
Pqdt Paraquedista
Prio F Prioridade de fogos
Provs Provisório
Prsg Perseguição
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Abreviaturas/Siglas Significado
PS Posto de socorro
Ptç Proteção
P Col Slv Posto de coleta e salvados
PCF Ponto de concentração de feridos
P Col Slv Posto de coleta de salvados
P Rem Posto de remuniciamento
PCF Posto de concentração de feridos
PSR Posto de socorro regimental
P Col Mor Posto de coleta de mortos
P Col Posto de coleta

R
Abreviaturas/Siglas Significado
R Dstn Região de destino
RC Mec Regimento de cavalaria mecanizado
RCB Regimento de cavalaria blindado
RCC Regimento de carros de combate
REA Regra de engajamento de alvos
Rec Reconhecimento
Rec A Reconhecimento de área
Rec E Reconhecimento de eixo
Rec F Reconhecimento em força
Rec P Reconhecimento de ponto
Rec Z Reconhecimento de zona
Ref Reforço
Res Reserva
Ret Retirada
Rgt Regimento
RH Recursos humanos
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Abreviaturas/Siglas Significado
RIPI Região de interesse para inteligência
Rtgd Retaguarda
Rtr Retraimento
RVT Radar de vigilância terrestre

S
Abreviaturas/Siglas Significado
S Cmt Subcomandante
SARP Sistemas de aeronaves remotamente pilotadas
Seç Cçd Seção de caçadores
Seç Cmdo Seção de comando
Sec L Mnt Seção leve de manutenção
Seç Mnt Ap Dto Seção de manutenção em apoio direto
Seç Msl AC Seção de mísseis anticarro
Seç VBR Seção de viaturas blindadas de reconhecimento
Seg Segurança
SEGAR Segurança de área de retaguarda
Sgt Sargento
SU Subunidade
SUDIP Sumário diário de pessoal
Sup Suprimento
SVTO Seção de vigilância terrestre e observação

T
Abreviaturas/Siglas Significado
TC Trens de combate
TE Trens de estacionamento
Temp Temporário
TO Teatro de operações
TSU Trens da subunidade
TTP Táticas, técnicas e procedimentos
Tu Turma
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U
Abreviaturas/Siglas Significado
U Unidade
Ultr Ultrapassagem

V
Abreviaturas/Siglas Significado
VA Via de acesso
VB Viatura blindada
VBR Viatura blindada de reconhecimento
Vtr Viatura

Z
Abreviaturas/Siglas Significado
Z Aç Zona de Ação
Z Reu Zona de Reunião
ZL
Z Dbq
ZPH
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GLOSSÁRIO

PARTE II – TERMOS E DEFINIÇÕES

Ameaça – é a conjunção de atores, estatais ou não, entidades ou forças com


intenção e capacidade de realizar ação hostil contra o país e seus interesses
nacionais com possibilidades de causar danos à sociedade e ao patrimônio.

Ambiente Operacional– é um conjunto de fatores que interagem entre si, de


forma específica em cada situação, a partir de três dimensões: a física, a
humana e a informacional.

Atividades de proteção – são o conjunto de tarefas afins, reunidas segundo


critérios de relacionamento, interdependência ou similaridade, cujos resultados
concorrem para o desenvolvimento da proteção.

Clima – é a prevalência de padrões de temperatura, vento e precipitações, em


uma área específica, por um longo período.

Condições Meteorológicas – descrevem as condições de temperatura,


velocidade do vento, precipitações e visibilidade em um local e momento
específicos.

Consciência Situacional – é um estado mental alcançado pelo decisor que


aproxima a situação percebida da situação real.

Considerações Civis – conjunto de atividades referentes ao relacionamento


do comandante e dos demais componentes de uma organização ou força
militar com as autoridades civis e a população da área ou território, sob a
responsabilidade ou jurisdição do comandante desta organização ou força.

Contrainteligência – ramo da atividade de inteligência voltado para a detecção,


identificação, neutralização, obstrução e prevenção da atuação da Inteligência
adversa e das ações de qualquer natureza que constituam ameaças à
salvaguarda de dados, conhecimentos e seus suportes de interesse da
sociedade e do Estado.

Contradissimulação – visa a identificar e explorar as tentativas do oponente de


desorientar as nossas forças, protegendo a força amiga da dissimulação do
inimigo.

Contramobilidade – trabalhos realizados pela engenharia e que proporcionam


maior valor defensivo ao terreno, principalmente pela construção de obstáculos
e que visam a deter, retardar ou a canalizar o movimento das forças inimigas
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para, em princípio, contribuir na destruição dessas forças.

Defesa Antiaérea – ações de defesa aeroespacial ativa, desencadeadas da


superfície, visando a impedir, anular ou a neutralizar a ação de vetores aéreos
hostis, tripulados ou não.

Destacamento Logístico – estrutura flexível, modular e adaptada às


necessidades logísticas do elemento apoiado, sendo constituído a partir dos
meios do B Log, a fim de proporcionar apoio logístico cerrado e contínuo aos
elementos integrantes do escalão operacional.

Dissimulação Militar – consiste em um conjunto de atividades destinadas a


induzir o oponente ao erro, contribuindo para o êxito das operações da tropa
amiga.

Espaço de Batalha – é a dimensão física e virtual onde ocorrem e repercutem


os combates, abrangendo as expressões política, econômica, militar, científico-
tecnológica e psicossocial do poder, que interagem entre si e entre os
beligerantes.

Inteligência – ramo da Atividade de Inteligência voltado para a obtenção e a


análise de dados e para a produção e a disseminação de conhecimentos de
Inteligência, dentro e fora do território nacional, sobre fatos e situações de
imediata ou potencial influência sobre o processo decisório e a ação
governamental e sobre a salvaguarda da sociedade e do Estado Interagências.

Meios críticos – são aqueles que, por diversos motivos, devem ser defendidos,
sob pena de comprometer o cumprimento de sua missão.

Mobilidade – trabalhos realizados pela engenharia para preservar a liberdade


de manobra das forças amigas, incluindo a abertura de trilhas e brechas nos
obstáculos inimigos, a melhoria da circulação no campo de batalha, a
construção de meios para transposição de cursos de água obstáculos e as
medidas para controle de tráfego e circulação e a utilização de aeronaves.

Modus operandi – “modo de operação” (latim); maneira que determinada


pessoa utiliza para trabalhar ou agir, ou seja, as suas rotinas e os seus
processos de realização.

Poder relativo de combate – capacidade global de uma organização para


desenvolver o combate, a qual resulta da combinação de fatores mensuráveis
e não mensuráveis que intervêm nas operações, considerando-se a tropa com
seus meios, valor moral, nível de eficiência operacional atingido e o valor
profissional do comandante.
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Plano de Apoio de Fogo – é o documento elaborado pelo coordenador do apoio


de fogo, de acordo com as diretrizes do comandante, para que haja completa
coordenação e integração entre os fogos e a manobra. Esse plano pormenoriza
a participação dos meios de apoio de fogo no conceito da operação do
comandante, fornecendo informações e instruções específicas no que lhe diz
respeito.

Ponto Intermediário Logístico – ponto predefinido onde a OM logística e a OM


suprida encontram-se, a fim de aumentar a distância máxima de apoio.

Proteção – é a preservação da eficácia e da capacidade de sobrevivência dos


militares e civis relacionados com a missão, equipamentos, instalações,
informações e infraestrutura implantada ou localizada dentro ou fora dos limites
de uma determinada área operacional.

Superioridade de informações – vantagem operativa derivada da habilidade


de coletar, processar, disseminar, explorar e proteger um fluxo ininterrupto de
informações aos comandantes em todos os níveis, ao mesmo tempo em que
se busca tirar proveito das informações do oponente e/ou negar-lhe essas
habilidades.
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REFERÊNCIAS

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4ª Ed. Brasília, DF: Ministério da Defesa, 2007.

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Convenções Cartográficas das Forças Armadas. MD33-M-02. 3ª Ed.
Brasília, DF: Ministério da Defesa, 2008.

BRASIL. Ministério da Defesa. Manual de Operações Interagências. MD33-


M-12. 2ª Ed. Brasília, DF: Ministério da Defesa, 2017.

BRASIL. Ministério da Defesa. Manual de Emprego do Direito Internacional


dos Conflitos Armados (DICA) nas Forças Armadas. MD34-M-03. 1ª Ed.
Brasília, DF: Ministério da Defesa, 2011.

BRASIL. Ministério da Defesa. Op de Evacuação de Não Combatentes.


MD33-M-08. 2ª Ed. Brasília, DF: Ministério da Defesa, 2013

BRASIL. Ministério da Defesa. Apoio de Fogo em Operações Conjunta.


MD33-M-11. 1ª Ed. Brasília, DF: Ministério da Defesa, 2013

BRASIL. Exército. Glossário de Termos e Expressões para uso no Exército


– C20-1. Brasília, DF: Comando do Exército, 2009.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Instruções Gerais para as Publicações


Padronizadas do Exército. EB10-IG-01.002. Brasília, DF: Estado-Maior do
Exército, 2011.

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convenções cartográficas. C 21-30. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército,
2002.

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BRASIL. Exército. Estado-Maior. Doutrina Militar Terrestre. EB20-MF-10.102.


Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2014.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Força Terrestre Componente. EB20-MC-


10.202. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2014.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Processo de Planejamento e Condução


das Operações Terrestres – EB20-MC-10.211. 1ª Ed. Brasília, DF: Estado-
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Maior do Exército, 2014.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Planejamento e


Coordenação de Fogos. EB70-MC-10.346. 3ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2017.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Planejamento e


Emprego da Inteligência Militar. EB70-MC-10.307. 1ª Ed. Brasília, DF:
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BRASIL. Exército. Estado-Maior. Movimento e Manobra – EB20-MC-10.203.


Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2015.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Comando e Controle. EB20-MC-10.205. 1ª


Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2015.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Fogos. EB20-MC-10.206. 1ª Ed. Brasília, DF:


Estado-Maior do Exército, 2015.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Inteligência – EB20-MC-10.207. Brasília, DF:


Estado-Maior do Exército, 2015.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Proteção – EB20-MF-10.208. Brasília, DF:


Estado-Maior do Exército, 2015.

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Estado-Maior do Exército, 2014.

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BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. A Logística nas


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BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Operações. EB70- MC-


10.223. 5ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2017.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Operações Ofensivas


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BRASIL. Exército. Estado-Maior. A Força Terrestre Componente nas


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BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. As Comunicações na


Força Terrestre. EB70-MC-10.241 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2018.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. A Guerra Eletrônica


EB70-MC-10.XXX

na Força Terrestre. EB70-MC-10.201. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2019.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Operações de Informações. EB20-MC-


10.213. 1ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2014.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Operações de Dissimulação. EB20-MC-


10.215. 1ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2014.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Infantaria nas


Operações. EB70-MC-10.228. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2018.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. A Artilharia de


Campanha nas Operações. EB EB70-MC-10.224. 1ª Ed. Brasília, DF:
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BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Defesa Antiaérea nas


Operações. EB70-MC-10.235. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2017.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. A Engenharia nas


Operações. EB EB70-MC-10.237. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2018.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. A Defesa Química,


Biológica, Radiológica e Nuclear nas Operações. EB70-MC-10.234. 1ª
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BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. A Defesa Antiaérea


nas Operações. EB70-MC-10.235. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2017.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Operações de Garantia da Lei e da Ordem.


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BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Operações em Área


Edificada. EB70-MC-10.303. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2018.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Operações em


Ambiente Interagências. EB EB20-MC-10.201. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER,
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Água. C31-60. 2ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 1996.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Operações


Aeroterrestres. EB70-MC-10.218. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2017.
EB70-MC-10.XXX

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Operações


Aeromóveis. EB20-MC-10.215. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2017.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Operações Especiais.


EB70-MC-10.212. 3ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2017.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Operações


Psicológicas. EB70-MC-10.230. 4ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2017.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Guerra Cibernética.


EB70-MC-10.232. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2017.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Defesa Química,


Biológica, Radiológica e Nuclear. EB70-MC-10.233. 1ª Ed. Brasília, DF:
COTER, 2016.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Defesa Química,


Biológica, Radiológica e Nuclear nas Operações. EB70-MC-10.234. 1ª Ed.
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BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Defesa Antiaérea.


EB70-MC-10.231. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2017.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Vetores Aéreos da Força Terrestre. EB20-


MC-214. 1ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2014.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Cooperação Civil-


Militar. EB70-MC-10.221. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2017.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Medida de Proteção


Eletrônica. EB70-CI-11.403. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2014.

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Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2020.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Brigada de Infantaria. EB70-MC10.XXX. 2ª


Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2020.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Brigada de Cavalaria


Mecanizada. EB70-MC-10.309. 3ª ed. Brasília, DF: COTER, 2019.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Forças Tarefas Blindadas. EB70-


MC10.XXX. 3ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2002.

______. Headquarters, Department of the Army. Brigade Combat Team –


ATP 3-96. Washington, DC, 2015.
EB70-MC-10.XXX

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES


CENTRO DE DOUTRINA DO EXÉRCITO
Brasília, DF, XX de xxxx de 202X
www.cdoutex.eb.mil.br

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