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INTENCIONALMENTE EM BRANCO

EB60-ME-13.401

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO

MANUAL DE ENSINO
COMPANHIA LOGÍSTICA DE MANUTENÇÃO
DO BATALHÃO LOGÍSTICO

1ª Edição
2020
Grupo de Trabalho responsável pela elaboração do Manual de Ensino Companhia
Logística de Manutenção do Batalhão Logístico (EB60-ME-13.401), 1ª Edição, 2020.

1. Órgão Gestor
- DECEx: Gen Bda R1 João Henrique Carvalho de Freitas
Cel R1Alexandre Maximiano Pereira
2º Sgt QE Rodolfo Marques da Silva

2. Órgão Elaborador
- AMAN Gen Bda Gustavo Henrique Dutra de Menezes

3. Órgão Executor
- AMAN: Cel R1 José Benedito Cruz Júnior
Cap QMB Victor Artur Baldissera

4. Órgãos Apoiadores
- ECEME TC Int Marcelo Peçanha

- EsAO Maj Inf Leandro Bastos Pereira


Maj MB Joelson Suzena Rosa
Cap Int João de Vasconcellos Accioli da Silva

- EsSLog Maj QMB Lindemberg Castilho da Silva


Cap Int Luciano de Brito Ninck Mendonça Júnior
PORTARIA Nº 62 , de 12 de março de 2020.

Aprova o Manual de Ensino Companhia Logística de


Manutenção do Batalhão Logístico (EB60-ME-13.401).
1ª Edição, 2020, e dá outras providências.

O CHEFE DO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO, no


uso das atribuições que lhe confere o artigo nº 44 das Instruções Gerais para as Publicações
Padronizadas do Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria do Comandante do
Exército nº 770, de 7 de dezembro de 2011, e de acordo com o previsto no subitem 6.3 da
Diretriz para o Desenvolvimento da Doutrina Militar Terrestre para o ano de 2020 (EB20-D-
03.011), aprovada pela Portaria nº 274-EME, de 10 de setembro de 2019, resolve:

Art. 1º Aprovar o Manual de Ensino Companhia Logística de Manutenção do Batalhão


Logístico (EB60-ME-13.401), 1ª Edição, 2020.

Art. 2º Revogar o Manual de Campanha C 9-17 - EME, 1ª Edição, 1982 (Companhia


de Material Bélico do Batalhão Logístico), aprovado pela Portaria nº 059/EME, de 8 de
setembro de 1982.

Art. 3º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação.

Gen Ex TOMÁS MIGUEL MINÉ RIBEIRO PAIVA


Chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército

(Publicada no Boletim do Exército Nº 13, de 27 março de 2020)


As sugestões para o aperfeiçoamento desta publicação, relacionadas aos
conceitos e/ou à forma, devem ser remetidas para o e-mail adout-ch@decex.eb.mil.br

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Manual
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FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NÚMERO DE ATO DE PÁGINAS


DATA
ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
‘-ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1 Finalidade................................................................................................................................. 1-1
1.2 Considerações Gerais.............................................................................................................. 1-1
1.3 Peculiaridades do Apoio de Manutenção................................................................................. 1-1
1.4 Peculiaridades da Distribuição de Peças e Conjuntos de Reparação..................................... 1-1
1.5 Peculiaridades do Apoio de Salvamento.................................................................................. 1-1
1.6 Peculiaridades do Apoio de Remoção e Destruição de Artefatos Explosivos.......................... 1-2

CAPÍTULO II – COMPANHIA LOGÍSTICA DE MANUTENÇÃO


2.1 Missão....................................................................................................................................... 2-1
2.2 Organização.............................................................................................................................. 2-1
2.3 Emprego Geral da Companhia........................................................................................................... 2-1
2.4 Possibilidades....................................................................................................................................... 2-2

CAPÍTULO III – COMANDO E SEÇÃO DE COMANDO


3.1 Comando.................................................................................................................................. 3-1
3.2 Seção de Comando.................................................................................................................. 3-1

CAPÍTULO IV – PELOTÃO DE APOIO DE MATERIAL BÉLICO


4.1 Missão....................................................................................................................................... 4-1
4.2 Organização.............................................................................................................................. 4-1
4.3 Possibilidades........................................................................................................................... 4-1
4.4 Comando.................................................................................................................................. 4-2
4.5 Grupo de Recepção e Controle da Produção........................................................................... 4-2
4.6 Grupo de Distribuição de Material Bélico ................................................................................. 4-3
4.7 Grupo de Salvamento............................................................................................................... 4-5

CAPÍTULO V – PELOTÃO PESADO DE MANUTENÇÃO.


5.1 Missão....................................................................................................................................... 5-1
5.2 Organização.............................................................................................................................. 5-1
5.3 Possibilidades........................................................................................................................... 5-1
5.4 Comando.................................................................................................................................. 5-2
5.5 Grupos de Manutenção............................................................................................................ 5-2
5.6 Operações................................................................................................................................ 5-2

CAPÍTULO VI – PELOTÃO LEVE DE MANUTENÇÃO


6.1 Missão....................................................................................................................................... 6-1
6.2 Organização.............................................................................................................................. 6-1
6.3 Possibilidades........................................................................................................................... 6-1
6.4 Comando.................................................................................................................................. 6-1
6.5 Seções Leves de Manutenção.................................................................................................. 6-2
6.6 Operações................................................................................................................................ 6-2
CAPÍTULO VII – EXAME DE SITUAÇÃO E PLANEJAMENTO
7.1 Generalidades........................................................................................................................... 7-1
7.2 Exame de Situação.................................................................................................................. 7-1
7.3 Planejamento............................................................................................................................ 7-2

CAPÍTULO VIII – DESDOBRAMENTO, EMPREGO E FUNCIONAMENTO DA COMPANHIA


8.1 Conceitos Gerais...................................................................................................................... 8-1
8.2 Reconhecimento....................................................................................................................... 8-1
8.3 Deslocamentos......................................................................................................................... 8-3
8.4 Planejamento e Execução do Deslocamento........................................................................... 8-3
8.5 Desdobramento da Companhia................................................................................................ 8-4
8.6 Plano de Desdobramento da Companhia................................................................................. 8-4
8.7 Ocupação da Área de Desdobramento................................................................................... 8-5
8.8 Mudança de Área de Desdobramento...................................................................................... 8-6
8.9 Descentralização de Meios para Destacamento Logístico. (Dst Log)...................................... 8-7
8.10 Emprego da Companhia........................................................................................................... 8-7
8.11 Desenvolvimento das Atividades de Manutenção e de Distribuição de Lubrificantes, Peças
e Conjuntos de Reparação....................................................................................................... 8-7
8.12 Gestão Ambiental..................................................................................................................... 8-12

CAPÍTULO IX – A COMPANHIA LOGÍSTICA DE MANUTENÇÃO EM OPERAÇÕES


9.1 Operações Ofensivas............................................................................................................... 9-1
9.2 Operações Defensivas............................................................................................................. 9-5
9.3 Operações de Cooperação e Coordenação com Agências..................................................... 9-12
9.4 Operações Complementares.................................................................................................... 9-14
9.5 Ações Comuns às Operações Terrestres................................................................................. 9-16
9.6 Operações em Ambientes com Características Especiais....................................................... 9-16

CAPÍTULO X – SEGURANÇA NAS ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO


10.1 Considerações Iniciais.............................................................................................................. 10-1
10.2 Análise de Risco....................................................................................................................... 10-1
10.3 Responsabilidade Pelo Pessoal............................................................................................... 10-1

CAPÍTULO XI – INSPEÇÕES
11.1 Generalidades.......................................................................................................................... 11-1
11.2 Finalidade................................................................................................................................. 11-1
11.3 Inspeções de Comando............................................................................................................ 11-1
11.4 Inspeções Técnicas de Manutenção................................................................................... 11-2
11.5 Inspeções Inopinadas......................................................................................................... 11-2
11.6 Inspeções Realizadas por Visitas Técnicas......................................................................... 11-3

ANEXO A - EXAME DE SITUAÇÃO DO COMANDANTE DA COMPANHIA LOGÍSTICA DE


MANUTENÇÃO
ANEXO B - MEMENTO DE RECONHECIMENTO DA COMPANHIA LOGÍSTICA DE MANUTENÇÃO
ANEXO C - MEMENTO DE RECONHECIMENTO DE ITINERÁRIO
ANEXO D - MEMENTO DE RECONHECIMENTO DE RECURSOS LOCAIS
ANEXO E - RELATÓRIO PERIÓDICO DAS OPERAÇÕES DE MATERIAL BÉLICO
ANEXO F - RELATÓRIO DE CAPTURADOS
ANEXO G - RELATÓRIO DE LOCALIZAÇÃO DE ARTEFATO EXPLOSIVO
ANEXO H - RELATÓRIO PERIÓDICO DAS OPERAÇÕES DE REMOÇÃO E DESTRUIÇÃO DE
ARTEFATOS EXPLOSIVOS
ANEXO I - RELATÓRIO DE INFORMAÇÕES TÉCNICAS (RIT)
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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO

1.1 FINALIDADE

Este manual tem por finalidade estabelecer os fundamentos doutrinários para o


emprego da Companhia Logística de Manutenção (Cia Log Mnt), orgânica dos Batalhões
Logísticos (B Log).

1.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS

O manual trata da organização, missão, possibilidades, limitações e emprego da Cia Log


Mnt e de suas frações, bem como das particularidades do estudo de situação do
comandante da subunidade (Cmt SU). Estabelece os aspectos dos serviços técnicos
especializados, das inspeções e do gerenciamento das atividades de material bélico afetas
à companhia, consoante com os manuais que prescrevem o emprego do material bélico.

1.3 PECULIARIDADES DO APOIO DE MANUTENÇÃO

A manutenção de 1º e 2º escalões deve ser executada pela substituição imediata dos


componentes defeituosos, a fim de reduzir ao mínimo o tempo de indisponibilidade do
material.
Deve ser evitada a quantidade excessiva de trabalhos que demandem muito tempo, ou
que não sejam essenciais para o combate, pois os mesmos podem restringir a mobilidade.
A subunidade deve executar todas as tarefas dentro de suas possibilidades, inclusive
as de instrução e assistência técnica aos elementos de primeiro escalão das unidades
apoiadas, reduzindo as necessidades de trabalhos de segundo escalão.
O material danificado deve ser reparado e enviado à frente o mais breve possível, com
o objetivo de manter o poder de combate da tropa apoiada. O apoio de manutenção deve
estender-se até os limites mais avançados do TO.
A reparação do material deve ser realizada no local, destacando elementos de apoio
junto ao material ou à unidade apoiada. Os trabalhos que não puderem ser realizados no
local, quando autorizados, serão evacuados para a área da Cia Log Mnt, ou para o
elemento de manutenção do escalão superior.

1.4 PECULIARIDADES DA DISTRIBUIÇÃO DE PEÇAS E CONJUNTOS DE REPARAÇÃO

As atividades da função logística manutenção e da função logística suprimento são


interdependentes. A manutenção inadequada impõe um aumento das necessidades de
suprimento e, inversamente, as deficiências de suprimento exigem maior esforço de
manutenção. O planejamento das atividades de manutenção e suprimento deve ser
perfeitamente integrado e coordenado. Logo, a Cia Log Mnt deve manter estreita ligação com
a Cia Log Sup, visando à coordenação e controle deste item, incluindo os óleos e
lubrificantes.
A Cia Log Mnt deve realizar a armazenagem, a distribuição e o controle de estoque de
lubrificantes, peças e conjuntos de reparação e outros itens empregados nas atividades da
subunidade, que, devido às suas peculiaridades, são objeto de normas específicas,
cabendo à Cia Log Mnt o gerenciamento desses itens de suprimento.

1.5 PECULIARIDADES DO APOIO DE SALVAMENTO

O apoio de salvamento compreende o conjunto de atividades que são executadas,


visando preservar e resgatar os recursos materiais, suas cargas ou itens específicos por
diversos meios, no momento oportuno e para locais predeterminados, a fim de atender às
necessidades dos elementos apoiados.

1-1
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Cabe à Companhia Logística de Manutenção as atividades da Função Logística


Salvamento referente ao material no âmbito da brigada, sendo elas, o controle de avarias,
a remoção, o reboque, o resgate, o desencalhe ou reflutuação e a evacuação de recursos
materiais acidentados, salvados e capturados ou cargas ou itens específicos em proveito
dos elementos apoiados.

1.6 PECULIARIDADES DO APOIO DE REMOÇÃO E DESTRUIÇÃO DE ARTEFATOS


EXPLOSIVOS

A remoção e destruição de artefatos explosivos correspondem às atividades de


detecção, localização, acesso, identificação, avaliação, mitigação de risco, neutralização,
recuperação de itens, confecção de relatórios, destruição e destinação final de engenhos
falhados, munições e explosivos não acionados em sistemas de armas, restos de guerra e
de artefatos explosivos improvisados.
Engenhos falhados são as munições e explosivos acionados, disparados, lançados ou
projetados que ainda permanecem não detonados por mau funcionamento, erro de projeto
ou por qualquer outro motivo.
Munições e explosivos não acionados em sistemas de armas referem-se aos artefatos
que não foram usados durante um conflito, operação ou adestramento e que precisam ser
descartados.
Restos de guerra são munições e explosivos capturados ou apreendidos durante uma
operação e os abandonados por uma das partes envolvidas em um conflito armado.
Artefatos explosivos improvisados são dispositivos fabricados, acionados ou
empregados de maneira não convencional, incorporando substâncias químicas,
biológicas, radiológicas, nucleares, pirotécnicas ou incendiárias destinadas a matar,
destruir, incapacitar, negar mobilidade ou distrair.
O apoio de remoção e destruição de artefatos explosivos é uma atividade fundamental
na proteção da população civil, de militares, de infraestruturas e instalações e de meios
relevantes. Engenhos falhados, munições e explosivos não acionados em sistemas de
armas, restos de guerra e artefatos explosivos improvisados estão presentes durante
todas as fases das operações. Dessa forma, devem ser considerados durante o
planejamento e execução das operações em todos os níveis

1-2
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CAPÍTULO II
COMPANHIA LOGÍSTICA DE MANUTENÇÃO

2.1 MISSÃO

A Cia Log Mnt possui a missão de proporcionar:


a) apoio de manutenção de 2º escalão e complementar a manutenção de 1° escalão
dos elementos apoiados, exceto nos equipamentos e materiais: de saúde; de aviação; de
engenharia das Organizações Militares (OM) de Engenharia; e de comunicações,
eletrônica e guerra eletrônica das OM de Comunicações;
b) distribuição de peças e conjuntos de reparação das classes II, V (A), VI, VII, IX e X
e outros itens empregados nas atividades da subunidade;
c) apoio de salvamento aos elementos apoiados referente ao material;
d) apoio de remoção e destruição de artefatos explosivos, que compreende as
atividades de detecção, localização, acesso, identificação, avaliação, mitigação de risco,
neutralização, recuperação de itens, confecção de relatórios, destruição e destinação final
de engenhos falhados, munições e explosivos não acionados em sistemas de armas e
restos de guerra e de artefatos explosivos improvisados; e
e) apoio técnico sobre combustíveis, óleos lubrificantes, munições, explosivos,
armamentos, motomecanizados, transporte especializado, salvamento, remoção e
destruição de artefatos explosivos, inclusive do material capturado.

2.2 ORGANIZAÇÃO

A Cia Log Mnt estrutura-se em Comando, Seção de Comando (Seç Cmdo), Pelotão de
Apoio de Material Bélico (Pel Ap MB), Pelotão Pesado de Manutenção (Pel P Mnt) e
Pelotão Leve de Manutenção (Pel L Mnt).

Figura 2-1 Companhia Logística de Manutenção

2.3 EMPREGO GERAL DA COMPANHIA

A Cia Log Mnt desdobra-se no interior da Base Logística de Brigada (BLB), mantendo
nessa, em princípio, além de seus órgãos de comando, todas as frações da SU, exceto os
elementos destacados em apoio cerrado aos elementos apoiados. Desdobra,
normalmente, as seções leves de manutenção (Sec L Mnt), do Pel L Mnt, os seus grupos
e as suas turmas na ATE/AT dos elementos apoiados, empregando-as conforme a
situação tática.
A SU presta apoio ao conjunto, realizando os trabalhos de interesse do escalão
enquadrante, reduzida dos elementos empregados em apoio direto ou em reforço aos
elementos apoiados.
As frações da companhia não ficam em reserva. A flexibilidade na conduta do combate
é conseguida mantendo-se meios leves de Material Bélico centralizados na companhia,
em apoio ao conjunto. Quando necessário, a totalidade ou parte desses meios poderá
receber missões de atender às necessidades decorrentes da evolução do combate,
prestando um apoio mais cerrado aos elementos em 1º escalão.

2-1
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Quando necessário, o B Log pode ser apoiado pelo escalão superior, com o emprego de
meios logísticos de material bélico em apoio suplementar, complementando as atividades da
companhia.

2.4 POSSIBILIDADES

As possibilidades da Cia Log Mnt são:


a) realizar a manutenção de 2º escalão e complementar a manutenção de 1° escalão
dos elementos apoiados, exceto nos equipamentos e materiais: de saúde; de aviação; de
engenharia das OM de Engenharia; e de comunicações, eletrônica e guerra eletrônica das
OM de Comunicações;
b) realizar o controle de avarias, a remoção, o reboque, o resgate, o desencalhe ou
reflutuação e a evacuação de recursos materiais acidentados, salvados e capturados ou
cargas ou itens específicos em proveito dos elementos apoiados;
c) armazenar, distribuir e controlar os estoques de lubrificantes, peças e conjuntos de
reparação e outros itens empregados nas atividades da subunidade;
d) instalar e operar o Posto Técnico de Material Bélico (P Tec MB), o Posto de
Distribuição de Suprimento de Peças e Conjuntos de Reparação de Material Bélico (P
Distr MB), o Posto de Coleta de Salvados (P Col Slv) e o Posto de Remoção de
Destruição de Artefatos Explosivos (PRDAE) e uma Área de Manutenção;
e) realizar inspeções técnicas e prestar informações técnicas sobre combustíveis,
óleos lubrificantes, munições, explosivos, armamentos, motomecanizados, transporte
especializado, salvamento, remoção e destruição de artefatos explosivos, inclusive do
material capturado;
f) realizar o apoio de remoção e destruição de artefatos explosivos, que compreende
as atividades de detecção, localização, acesso, identificação, avaliação, mitigação de
risco, neutralização, recuperação de itens, confecção de relatórios, destruição e
destinação final de engenhos falhados, munições e explosivos não acionados em sistemas
de armas, restos de guerra e de artefatos explosivos improvisados;
g) receber e enquadrar meios civis especializados mobilizados e grupos
especializados, recebidos em reforço ou controle operativo;
h) destacar até quatro Seções Leves de Manutenção em apoio aos elementos em 1º
escalão da brigada;
i) destacar a Seção de Remoção e Destruição de Artefatos Explosivos (Seç RDAE)
ou Grupos de Remoção e Destruição de Artefatos Explosivos (Gp RDAE) para realizar o
apoio de remoção e destruição de artefatos explosivos aos elementos em 1º escalão;
j) destacar Turmas de Salvamento (Tu Slv) em apoio aos elementos em 1º escalão; e
k) compor com frações de material bélico os Destacamentos Logísticos desdobrados
pelo B Log.

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CAPÍTULO III
COMANDO E SEÇÃO DE COMANDO

3.1 COMANDO

O Cmt Cia Log Mnt é o responsável pelo planejamento e execução das operações e pela
instrução e disciplina da subunidade. É, também, o assessor do Cmt B Log para os
assuntos de Material Bélico.
As missões do Cmt Cia Log Mnt são:
a) assessorar o Comandante e o Estado-Maior (EM) do Batalhão Logístico sobre os
assuntos de material bélico;
b) fixar, quando determinado, normas para recebimento, estocagem e distribuição de
suprimentos das classes de material bélico;
c) manter um registro do suprimento de reposição;
d) exercer a supervisão em relação à instrução técnica sobre combustíveis, óleos lubrifi-
cantes, munições, explosivos, armamentos, motomecanizados, transporte especializado,
salvamento, remoção e destruição de artefatos explosivos e sobre a identificação e
emprego de material bélico inimigo; e
e) planejar e supervisionar as operações quanto à (ao):
1) controle de avarias, remoção, reboque, resgate, desencalhe ou reflutuação e
evacuação de recursos materiais acidentados, salvados e capturados ou cargas ou itens
específicos em proveito dos elementos apoiados, quando tais atividades estiverem além das
possibilidades dos elementos de salvamento das unidades apoiadas;
2) inspeção técnica e prestação de informação técnica sobre combustíveis, óleos lubri-
ficantes, munições, explosivos, armamentos, motomecanizados, transporte especializado,
salvamento, remoção e destruição de artefatos explosivos, inclusive do material capturado;
3) gerenciamento de lubrificantes, peças e conjuntos de reparação das classes II, V
(A), VI, VII, IX e X e outros itens empregados nas atividades da subunidade;
4) emprego dos meios da Cia e dos recebidos em reforço ou controle operativo do
escalão superior, em conjunto com o Centro de Operações Logísticas (COL);
5) exame e destino do material salvado ou capturado;
6) continuidade do apoio de Material Bélico durante as operações;
7) atividade de detecção, localização, acesso, identificação, avaliação, mitigação de
risco, neutralização, recuperação de itens, confecção de relatórios, destruição e destinação
final de engenhos falhados, munições e explosivos não acionados em sistemas de armas,
restos de guerra e de artefatos explosivos improvisados; e
8) atividade de segurança dos comboios e da defesa da SU.
O subcomandante (S Cmt) da Cia Log Mnt é o principal auxiliar e substituto eventual do
Cmt Cia Log Mnt. Coordena as medidas administrativas internas da Cia, sendo responsável
pelos trens da SU.

3.2 SEÇÃO DE COMANDO

A Seção de Comando (Seç Cmdo) compreende o pessoal e o material necessários ao


exercício do comando e à execução dos encargos administrativos no âmbito da SU.
Instala, opera e provê a segurança do PC e da AT da SU.
A seção organiza-se em: Chefia; Grupo de Comando, composto por Turma de Comando,
Turma de pessoal e Turma de Comunicações; e Grupo de Logística, composto por Turma
de Suprimento e Turma de Manutenção.

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Figura 3-1 Seção de Comando

3-2
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CAPÍTULO IV
PELOTÃO DE APOIO DE MATERIAL BÉLICO

4.1 MISSÃO

As missões do Pelotão de Apoio de Material Bélico são:


a) gerenciar a produção da Cia Log Mnt;
b) realizar inspeções, recepção e remessa do todo o material recolhido ou entregue
para a companhia;
c) controlar as atividades de manutenção, distribuição de lubrificantes, peças e
conjuntos de reparação, salvamento e remoção e destruição de artefatos explosivos,
buscando sua integração no planejamento e execução do apoio de material bélico;
d) distribuir lubrificantes, peças e conjuntos de reparação das classes II, V (A), VI, VII,
IX e X e outros itens empregados nas atividades da subunidade;
e) realizar o apoio de salvamento aos elementos apoiados referente ao material; e
f) realizar a remoção e destruição de artefatos explosivos.

4.2 ORGANIZAÇÃO

O Pelotão de Apoio de Material Bélico (Pel Ap MB) organiza-se em: Comando; Grupo
de Comando (Gp Cmdo); Grupo de Recepção e Controle da Produção (GRCP); Grupo de
Distribuição de Material Bélico (Gp Distr MB); e Grupo de Salvamento (Gp Slv).

Figura 4-1 Organização do Pelotão de Apoio de Material Bélico

O Pel Ap MB é totalmente motorizado e possui viaturas especializadas para o transporte


e o controle de suprimento, para o salvamento de material e para a remoção e destruição de
artefatos explosivos.

4.3 POSSIBILIDADES

As possibilidades do Pelotão de Apoio de Material Bélico são:


a) realizar a armazenagem, a distribuição e o controle de estoque de lubrificantes,
peças e conjuntos de reparação e outros itens empregados nas atividades da subunidade;
b) realizar o controle de avarias, a remoção, o reboque, o resgate, o desencalhe ou
reflutuação e a evacuação de recursos materiais acidentados, salvados e capturados ou
cargas ou itens específicos em proveito dos elementos apoiados;
c) realizar as atividades de detecção, localização, acesso, identificação, avaliação,
mitigação de risco, neutralização, recuperação de itens, confecção de relatórios,
destruição e destinação final de engenhos falhados, munições e explosivos não acionados
em sistemas de armas, restos de guerra e de artefatos explosivos improvisados;
d) instalar e operar o Posto Técnico de Material Bélico (P Tec MB), o Posto de
Distribuição de Suprimento de Peças e Conjuntos de Reparação de Material Bélico (P
Distr MB) e o Posto de Coleta de Salvados (P Col Slv);
e) destacar turmas de distribuição de material bélico em apoio aos elementos empre-
gados junto às forças em 1º escalão;

4-1
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f) destacar equipes para realizar o apoio de remoção e destruição de artefatos explosi-


vos aos elementos em 1º escalão; e
g) destacar turmas de salvamento em apoio aos elementos em 1º escalão.

4.4 COMANDO

O Cmt Pel Ap MB é o Oficial de Recepção e Controle da Produção (ORCP), sendo


responsável por: controlar a produção da companhia; coordenar as atividades de distribuição
de lubrificantes, peças e conjuntos de reparação das classes II, V (A), VI, VII, IX e X e outros
itens empregados nas atividades da subunidade; coordenar as atividades de salvamento da
Cia Log Mnt; e acompanhar as atividades de remoção e destruição de artefatos explosivos.
O ORCP possui os seguintes encargos:
a) controlar a quantidade e a qualidade da produção;
b) gerenciar a recepção e a remessa de todo o material recolhido ou entregue para a
companhia;
c) supervisionar o recolhimento do material;
d) realizar o registro dos trabalhos realizados;
e) conhecer o estado do material que estiver sendo reparado; e
f) assegurar a continuidade do apoio de material bélico.

4.5 GRUPO DE RECEPÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

O GRCP possui as seguintes missões:


a) instalar e operar o P Tec MB da Bda;
b) realizar as inspeções, a recepção e a remessa do todo o material recolhido ou
entregue para a companhia;
c) controlar as atividades de manutenção, distribuição de lubrificantes, peças e conjuntos
de reparação, salvamento referente ao material e remoção e destruição de artefatos explosi-
vos, buscando sua integração no planejamento e execução do apoio de material bélico; e
d) prestar assistência técnica e realizar inspeções técnicas quando solicitado.
A chefia é exercida pelo graduado mais antigo do GRCP. Esse militar também exerce a
função de inspetor técnico e é o responsável pela escrituração dos registros e pela
preparação da documentação de remessa do material manutenido.
O GRCP deve manter ligação constante com ORCP, a fim de subsidiar o melhor emprego
dos meios da companhia.

4.5.1 POSTO TÉCNICO DE MATERIAL BÉLICO

O P Tec MB é a instalação logística da SU, desdobrada pelo GRCP, que tem por finali-
dade coordenar as atividades de material bélico da Cia Log Mnt em campanha.
O ORCP, acumulando com os encargos que já desempenha, é o oficial que gerencia as
atividades do P Tec MB.
O P Tec MB, quando desdobrado para apoio às operações militares, além de desempe-
nhar os encargos do GRCP, executa as missões de:
a) controlar as operações do P Distr MB e do P Col Slv;
b) realizar os respectivos registros das atividades desenvolvidas pela companhia em
campanha;
c) conhecer o estado do material que estiver sendo reparado e ordenar para
substituição de peças e conjuntos;
d) assessorar o Cmt Cia sobre os meios para assegurar a continuidade do apoio de
material bélico durante as operações;
e) elaborar o Relatório Periódico das Operações de Material Bélico (Anexo E); e
f) assessorar o Cmt Cia quanto ao emprego do Pel L Mnt.
Em princípio, o P Tec MB é desdobrado na área da Cia Log Mnt, no interior da BLB. Na
localização do P Tec MB, os seguintes aspectos devem ser considerados:
a) proximidade da entrada da área de desdobramento da Cia Log Mnt;
b) proximidade da estrada principal de suprimento (EPS), com fácil ligação com a mesma;
c) disponibilidade de local amplo, coberto e abrigado; e
d) possibilidade de utilização de construções.

4-2
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4.5.2 FUNCIONAMENTO DO P Tec MB

O P Tec MB é composto por inspetores técnicos mecânicos de viatura, armamento,


equipamentos elétrico/eletrônicos, instrumentos óticos e instrumentos de precisão.
O material recolhido para a manutenção é recebido no posto pelos inspetores técnicos
que executam a inspeção inicial do material recolhido na sua chegada. Nessa inspeção,
todos os serviços a serem executados são transcritos em uma ordem de serviço (OS).
Em seguida, o material é encaminhado para a oficina de manutenção adequada, de
acordo com a natureza dos serviços, sendo considerados, na ocasião, a técnica necessária,
o espaço e o tempo disponíveis. O suprimento necessário é providenciado pelo P Tec MB
junto ao P Distr MB e encaminhado ao grupo encarregado dos reparos. O chefe do grupo de
manutenção, do Pelotão Pesado de Manutenção, solicita ao P Distr MB o suprimento
complementar que se fizer necessário durante os trabalhos, com o devido conhecimento do
P Tec MB. Todas as informações de suprimento devem ser lançadas na ordem de serviço
que acompanha o material durante a realização da manutenção.
Terminada a manutenção, o chefe do grupo inspeciona o material, preenche a OS e o
entrega de volta ao P Tec MB. No posto, os inspetores técnicos procedem à inspeção final e
o chefe do GRCP emite a guia de remessa do material ao usuário.
Todas as informações da OS devem ser arquivadas de maneira adequada e cronológica, ou
lançadas num banco de dados, a fim de possibilitar a emissão de relatórios, quando necessário.
O material recuperado no âmbito do Pel L Mnt (Sec L Mnt ou Gp Mnt), quando em apoio
direto ou em reforço a uma unidade, não dá entrada no P Tec MB. Entretanto, este deve
manter um controle dos trabalhos realizados pelo pelotão, para fins estatísticos de controle
da produção e da situação do material no âmbito da brigada.
Cabe, ainda, ao P Tec MB manter controle de todas as atividades de salvamento e
remoção e destruição de artefatos explosivos realizadas pelas frações da companhia

4.6 GRUPO DE DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAL BÉLICO

O Grupo de Distribuição de Material Bélico possui as seguintes missões:


a) receber, armazenar, distribuir e controlar o estoque de lubrificantes, peças e
conjuntos de reparação e outros itens empregados nas atividades da subunidade. Nessa
missão incluem-se as funções de transporte da reserva orgânica desses suprimentos.
Incluem-se nesse suprimento as peças de reposição do material das classes Cl II
(intendência), III (óleos, lubrificantes e afins), V (armamento), VI (engenharia), VII
(comunicações), IX (motomecanização) e X (outras classes); e
b) instalar e operar o P Distr MB da Bda.
O Gp Distr MB mantém um estoque equilibrado de artigos de grande consumo dos
elementos apoiados. A quantidade e o tipo do material a ser estocado são determinados com
base em fatores de consumo.

Figura 4-2 Organização do Grupo de Distribuição de Material Bélico

4.6.1 POSTO DE DISTRIBUIÇÃO DE SUPRIMENTO DE PEÇAS E CONJUNTOS DE


REPARAÇÃO DE MATERIAL BÉLICO

O P Distr MB opera embarcado em viaturas especializadas. Como medida de segurança,


cada viatura deve transportar um estoque equilibrado de suprimentos com itens de todas as
classes, a fim de se evitar, com a perda de uma viatura, o extravio total de um ou mais tipos
de suprimento. Esse procedimento facilita, também, a abertura do P Distr MB em situações

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EB60-ME-13.401

onde se necessita a descentralização do suprimento.


Para a instalação do P Distr MB devem ser considerados, entre outros, os aspectos que
seguem: proximidade da EPS e facilidade de ligação com a mesma; proximidade do P Tec
MB e da Área de Manutenção; e disponibilidade de área ampla, coberta e abrigada e, quan-
do possível, com edificações.
Como as Sec L Mnt transportam parte do suprimento da companhia, o pelotão ou suas
frações tornam-se verdadeiros P Distr MB móveis em apoio cerrado aos elementos apoia-
dos, não havendo necessidade, normalmente, de desdobramento de elementos do Gp Distr
MB destacado.
Eventualmente, pode ser aberto um P Distr MB fora da BLB, para um apoio mais
cerrado, por curto espaço de tempo.

4.6.2 DISTRIBUIÇÃO DE LUBRIFICANTES, PEÇAS E CONJUNTOS DE REPARAÇÃO

O Gp Distr MB possui, em sua organização, o material e o pessoal necessários à


realização das operações de recebimento, armazenagem, distribuição e controle do estoque
de lubrificantes, peças e conjuntos de reparação e outros itens empregados nas atividades
da subunidade.
A distribuição do suprimento de material bélico no âmbito da Bda é organizada e
processada:
a) pelos pedidos formais ao Centro de Operações Logísticas (COL) do Batalhão Logístico;
b) pelo sistema de troca direta (a troca é realizada na base de uma peça em mau
estado por outra em bom estado) entre o escalão apoiado e o apoiador, o que resulta em
um processo rápido;
c) em atendimento às demandas dos elementos apoiados verificadas pelas frações
responsáveis pelo suprimento de material bélico desdobrados em posições mais avançadas;
d) pelos pedidos de suprimento das Seções Leves de Manutenção em apoio direto e
reforço; e
e) pelos estudos e levantamentos de necessidades realizados pelo Gp Distr MB.
O Pel L Mnt ou suas Seções, quando empregado sob as formas de apoio direto ou
reforço, transportam, com seus próprios meios, parte do suprimento constante do nível
operacional da Cia Log Mnt para a realização dos trabalhos relativos ao pelotão (2º escalão)
e para o ressuprimento do elemento apoiado (1º escalão).
O recompletamento de níveis e o fornecimento dos itens pedidos pelas unidades da
Bda serão realizados, preferencialmente, por uma Seç L Mnt em apoio direto.
Quando o Pel L Mnt ou uma de suas Seções, em apoio a uma unidade, não puder
atender ao pedido de suprimento a ele encaminhado, providenciará pedido à companhia, a
fim de satisfazer a demanda do suprimento.
Nas operações de grande mobilidade, de largas frentes e descentralizadas, deve ser feito
o planejamento cuidadoso do nível operacional a ser transportado pelos elementos em apoio
direto ou reforço, levando-se em conta a mobilidade exigida, a facilidade na obtenção do
suprimento para recompletamento, o tempo e os meios disponíveis. Em alguns tipos de
operações, os elementos em apoio direto poderão ser autorizados a retirar peças perfeitas
de materiais indisponíveis (canibalização ou troca controlada), a fim de superar momenta-
neas faltas de suprimento.
O suprimento destinado à área de manutenção da companhia é fornecido diretamente
pelo Gp Distr MB mediante pedido das oficinas, fazendo constar na ordem de serviço todo
suprimento recebido.
Os artigos controlados e regulados somente serão distribuídos mediante autorização do
Chefe do COL.

4.6.3 ADMINISTRAÇÃO DO SUPRIMENTO

Para a administração eficiente da distribuição de lubrificantes, peças e conjuntos de


reparação devem ser atendidos os seguintes procedimentos básicos relativos ao
gerenciamento, confecção de relatórios e registro e controle.

a. Gerenciamento

O Pel Ap MB emite os pedidos de recompletamento de níveis, logo que os estoques dos


diferentes itens atinjam os níveis de ressuprimento. Cabe ao sargento controlador-chefe de

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suprimento, chefe do Gp Distr MB, manter o controle e emitir os pedidos de recompletamento


de níveis.
Emitido um pedido ao escalão superior, este faz a entrega do suprimento diretamente à
Cia Log Mnt.
Os pedidos de suprimento de MB para o escalão superior resumem-se àqueles destina-
dos a recompletar os níveis da Cia Log Mnt. Assim, não há uma consolidação de pedidos, a
não ser, eventualmente, em situações de crise (perda total ou parcial dos suprimentos de
posse das unidades ou da companhia) ou em decorrência da evolução da situação tática ou
de novas missões atribuídas.

b. Confecção de relatórios

Periodicamente, serão confeccionados relatórios referentes aos itens em estoque. Em prin-


cípio, deverão conter a situação dos níveis de suprimento, seu estado (inclusive dos
suprimentos que estiverem em manutenção) e a especificação das demandas não satisfeitas.
Alguns artigos constarão de relatórios diários, a critério do comando da Bda; normal-
mente, são os artigos controlados, regulados e outros que tenham se tornado críticos.
Os relatórios referentes às operações normais de suprimento deverão ser encaminhados
ao P Tec MB para fins de confecção do Relatório Periódico das Operações de Material Bélico.

c. Registro e controle

O Gp Distr MB deve manter um fichário com todos os itens de MB separados, conforme


as listas de estoque autorizado (LEA) e as listas de suprimentos controlados e regulados.
Em princípio, deve haver também um arquivo separado para cada unidade apoiada, no
qual constem as listas de estoque autorizado, os pedidos de suprimento atendidos e não
atendidos e as autorizações especiais de fornecimento de suprimento.
Quando a responsabilidade de apoio a uma unidade for transferida para outro elemento
de suprimento, o arquivo da unidade também deve ser transferido.
Deverá ser mantido o controle diário de todos os itens de Sup MB fornecidos para
aplicação nas oficinas da companhia ou para aplicação nas unidades apoiadas.
O Cmt Pel Ap MB determina, periodicamente, a elaboração de inventários do material
existente em estoque. Em campanha, essa atividade, normalmente, é realizada quando a
GU está em zona de reunião.
Os registros devem ser atualizados, no mínimo, a cada 180 dias. Entretanto, deve haver o
controle diário para verificação dos itens que tenham atingido os níveis de ressuprimento,
para elaboração dos respectivos pedidos.

4.7 GRUPO DE SALVAMENTO

O Grupo de Salvamento (Gp Slv) possui as seguintes missões:


a) realizar o controle de avarias, a remoção, o reboque, o resgate, o desencalhe ou
reflutuação e a evacuação de recursos materiais acidentados, salvados e capturados ou
cargas ou itens específicos em proveito dos elementos apoiados;
b) realizar a classificação e avaliação do material salvado e capturado e, quando
solicitado, confeccionar Relatotórios de Informações Técnicas (RIT);
c) instalar e operar o Posto de Coleta de Salvados (P Col Slv); e
d) neutralizar e/ou destruir engenhos falhados, munições e explosivos não acionados
em sistemas de armas, restos de guerra e artefatos explosivos improvisados;

4.7.1 POSTO DE COLETA E SALVADOS

O Gp Slv instala e opera o P Col Slv da Bda, desdobrado à retaguarda da área da Cia
Log Mnt e, se possível, próximo à EPS. Se possível, conta com utilização de edificações
para a guarda de salvados de pequeno volume, tais como rádios, equipamentos
eletrônicos, armamento leve, etc.
O Gp Slv, através dos meios desdobrados no P Col Slv, executa a missão de
salvamento de todo o material salvado e capturado na zona de ação da brigada, bem
como a evacuação deste material. Realiza, ainda, o manuseio do material pesado dentro
da área de manutenção e, quando autorizado, executa operações de aproveitamento de
peças, enviando-as ao Gp Distr MB.

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No P Col Slv, deve-se realizar a classificação e avaliação de todo material salvado e


capturado recolhido na zona de ação da brigada. Quando solicitado, nessa instalação,
ocorre a confecção dos Relatórios de Informações Técnicas (RIT).

4.7.2 OPERAÇÕES DE SALVAMENTO DE MATERIAL

No decorrer das operações militares, o Gp Slv desdobra o P Col Slv e é o responsável


pelo salvamento de todo material salvado e capturado na zona de ação da brigada. O Gp
Slv pode receber meios de salvamento de material da OM de Material Bélico do escalão
superior em reforço, de acordo com as demandas impostas pelas operações.
O material evacuado para o P Col Slv, cuja manutenção não é da responsabilidade da
Cia Log Mnt, deve ser encaminhado ao elemento responsável.
O material inimigo capturado deve, também, ser evacuado para o P Col Slv, para fins
de informações técnicas, conforme diretrizes do Cmt Bda.
Como o Posto de Atendimento Avançado (PAA), da Companhia de Saúde Avançada do
Batalhão de Saúde (B Sau) é uma boa fonte de salvados, devem ser feitas coletas de
armas e equipamentos deixados pelas baixas evacuadas para o escalão superior.
No P Col Slv, o Gp Slv identifica, classifica e avalia o material, retornando os suprimentos
em bom estado para a cadeia de suprimento, por intermédio do P Distr MB ou da Cia Log
Sup, dependendo do material. Faz o processamento do restante do material para reparação
no âmbito da companhia, ou então solicita a evacuação ao escalão superior.
Nas operações ofensivas de movimentos rápidos e profundos, normalmente, os trabalhos
de salvamento de material excedem às possibilidades da Bda. Nesses casos, o material
deve ser evacuado para P Col Slv avançados, que serão desdobrados e coordenados pela
Cia Log Mnt de acordo com as necessidades, ou para locais junto à EPS (ou eixo de
progressão da unidade) onde serão apanhados pelo Gp Slv. Este procedimento também é
realizado quando a capacidade de manutenção ultrapassar as possibilidades das Sec L Mnt
da Cia Log Mnt.
Nos movimentos retrógrados, o problema do salvamento do material é influenciado pelo
tempo disponível para manutenção, exigindo meios de salvamento na razão inversa da
disponibilidade do material. Dessa maneira, o apoio do Gp Slv se faz mais necessário
junto às unidades. Nessas operações, é normal o reforço às unidades apoiadas com
elementos do Gp Slv. Os trabalhos de evacuação do material, mais do que nas outras
operações, deve ser realizado segundo as prioridades de salvamento. O material que
estiver em local de difícil acesso ou em vias de ser capturado pelo inimigo deve ser
destruído, segundo as diretrizes estabelecidas pelo escalão superior.
Todos os elementos do Gp Slv devem estar familiarizados com as técnicas de remoção
dos Produtos de Defesa (PRODE) em campanha e com os cuidados no trato com o
material inimigo abandonado, tendo em vista que o mesmo pode estar armadilhado. Os
artefatos explosivos encontrados durante as operações de salvamento devem ser
deixados no local, sendo tal fato comunicado à Seç RDAE/Cia Log Mnt.

4.7.3 REMOÇÃO E DESTRUIÇÃO DE ARTEFATOS EXPLOSIVOS

Nas últimas décadas, o cenário internacional de conflitos armados tem apontado para a
condução de conflitos de natureza irregular, em campos de batalha não lineares e com
ações táticas no amplo espectro. Neste contexto, a atuação de atores não estatais e o
combate no meio do povo têm proporcionado a utilização de artefatos explosivos em larga
escala.
O desenvolvimento contínuo de munições de alta tecnologia, que dispersam numerosas
submunições e munições de negação de área, levou à proliferação de engenhos falhados.
Essas munições estão disponíveis para uma variedade de sistemas de armas, incluindo
artilharia, mísseis balísticos e de cruzeiro, foguetes e bombas de aviação. No campo de
batalha, os artefatos explosivos podem ser munições convencionais, explosivos não
acionados em sistemas de armas, restos de guerra e artefatos explosivos improvisados.
Na missão de remoção e destruição de artefatos explosivos, são realizadas as
seguintes tarefas:
a) detectar, localizar e identificar artefatos explosivos;
b) realizar a avaliação e a mitigação dos riscos envolvendo artefatos explosivos;
c) neutralizar e/ou destruir engenhos falhados, munições e explosivos não acionados
em sistemas de armas, restos de guerra e artefatos explosivos improvisados;

4-6
EB60-ME-13.401

d) destruir munições militares inservíveis;


e) confeccionar relatórios e assessorar quanto à destinação final de restos de guerra;
f) apoiar o Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados na destruição de
explosivos comerciais apreendidos; e
g) prestar informações a respeito de artefatos estrangeiros e artefatos explosivos
improvisados.

Operações de remoção e destruição de artefatos explosivos (Op RDAE)

O apoio de remoção e destruição de artefatos explosivos perpassa todas as funções de


combate, particularmente, proteção, inteligência e logística. As capacidades de RDAE
integram principalmente a função de combate proteção. O Gp Slv tem a capacidade de
neutralizar e/ou destruir todos os artefatos explosivos, exceto minas terrestres em campos
minados, fornecendo suporte direto às unidades de manobra.
O apoio de RDAE é uma atividade fundamental na proteção da população civil, de milita-
res, de infraestruturas e instalações e de meios relevantes. Engenhos falhados, munições e
explosivos não acionados em sistemas de armas, restos de guerra e artefatos explosivos
improvisados estão presentes durante todas as fases das operações. Assim, devem ser
considerados durante o planejamento e execução das operações em todos os níveis.
No decorrer das operações militares, caso necessário, o Gp Slv, quando reforçado por
grupos RDAE da OM de Material Bélico do escalão superior, pode desdobrar uma
instalação específica para tratar da neutralização e/ou destruição de engenhos falhados,
munições e explosivos não acionados em sistemas de armas, restos de guerra e artefatos
explosivos improvisados na zona de ação da brigada.
Nas operações ofensivas de movimentos rápidos e profundos, normalmente, a Seç
RDAE deve estar em condições de realizar a destruição dos produtos de defesa que foram
abandonados, em ligação com elementos do P Col Slv, principalmente, quanto aos
cuidados no trato com o material inimigo, tendo em vista que o mesmo pode estar
armadilhado. Nesse tipo de operação, aumenta a possibilidade de serem encontradas
munições não deflagradas, explosivos não acionados, restos de guerra e artefatos
explosivos improvisados.
Nos movimentos retrógrados, o apoio RDAE deve ficar em condições de realizar a
destruição dos suprimentos (menos os de saúde) e de equipamentos que tiverem que ser
abandonados na BLB ou nos eixos de progressão.
Relatar a presença de um artefato explosivo, no campo de batalha, requer informações
oportunas e precisas. O relatório inicial da fração que encontrou o material explosivo
fornece as informações necessárias para desencadear o emprego do Gp Slv. Este
relatório é enviado pela unidade que encontrou o artefato para o B Log, que aciona a Cia
Log Mnt por intermédio do COL.
O relatório de localização de artefato explosivo, usado para solicitar suporte RDAE,
deve conter as seguintes informações:
a) grupo data/hora da localização;
b) localização;
c) tipo de artefato explosivo;
d) recursos ameaçados, se for o caso;
e) impacto na missão;
f) medidas de proteção tomadas; e
g) prioridade recomendada (Imediata, indireta, secundária ou nenhuma ameaça).

4-7
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
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CAPÍTULO V
PELOTÃO PESADO DE MANUTENÇÃO

5.1 MISSÃO

As missões do Pel P Mnt são:


a) proporcionar apoio de manutenção de 2º escalão e complementar a manutenção de
1° escalão dos elementos apoiados;
b) reforçar o Pel L Mnt com grupos e turmas de manutenção; e
c) desdobrar a Área de Manutenção da Cia Log Mnt.

5.2 ORGANIZAÇÃO

O Pelotão Pesado de Manutenção (Pel P Mnt), normalmente, organiza-se em: Comando;


Grupo de Armamento (Gp Armt); Grupo de Material Motomecanizado (Gp MM); Grupo de
Material de Intendência (Gp Mat Int); Grupo de Instrumentos (Gp Itm); Grupo de Reparação
de Equipamentos (Gp Rep Eqp); Grupo de Manutenção de Material de Comunicações e
Eletrônica; Grupo de Ferramental (Gp Frmt); e Grupo de Serviços (Gp Sv), composto por
Turma de Usinagem, Turma de Soldagem e Pintura e Turma de Apoio.
O Pel P Mnt é totalmente motorizado. Os seus grupos possuem pessoal e equipamento
especializados para realizar a manutenção em viaturas, equipamentos, instrumentos e
armamentos, além de serviços de soldagem, lanternagem, usinagem e outros.

Figura 5-1 Organização do Pelotão Pesado de Manutenção

5.3 POSSIBILIDADES

As possibilidades do Pel P Mnt são:


a) desdobrar a Área de Manutenção da Cia Log Mnt em apoio ao conjunto aos
elementos apoiados;
b) realizar a manutenção de 2º escalão e complementar a manutenção de 1° escalão
dos elementos apoiados, exceto nos equipamentos e materiais: de saúde; de aviação; de
engenharia das OM de Engenharia; e de comunicações, eletrônica e guerra eletrônica das
OM de Comunicações;
c) prestar assistência técnica e realizar inspeções técnicas quando solicitado;
d) enquadrar grupos especializados, recebidos em reforço ou controle operativo;
e) destacar grupos ou turmas de manutenção, em apoio suplementar, para outras OM
logísticas; e
f) destacar grupos ou turmas de manutenção, em reforço, para o Pel L Mnt.

5-1
EB60-ME-13.401

5.4 COMANDO

O Cmt Pel P Mnt é o oficial de manutenção da companhia. Entre os seus deveres


destacam-se:
a) realizar a distribuição dos trabalhos entre os grupos;
b) coordenar as necessidades dos vários grupos de manutenção;
c) supervisionar os trabalhos de manutenção dos diversos grupos;
d) estabelecer os padrões de rendimento do trabalho;
e) fazer cumprir as normas de segurança do trabalho durante as operações de
manutenção;
f) conduzir as inspeções técnicas;
g) assessorar o comandante da companhia quanto à situação e à continuidade dos
trabalhos de Mnt durante as operações;
h) organizar e conduzir o treinamento dos elementos de manutenção da subunidade; e
i) supervisionar a manutenção orgânica e preventiva do equipamento de material
bélico da própria subunidade.

5.5 GRUPOS DE MANUTENÇÃO

O Pel P Mnt é dividido em grupos e estes em turmas, sendo a turma o elemento básico
de trabalho do pelotão.
Quando reunidos em uma Área de Manutenção, os grupos constituem a oficina de
manutenção da Cia. As Seções Leves de Manutenção do Pel L Mnt, quando reunidas na
área de manutenção, integram-se à oficina de manutenção. Essa oficina, portanto, consiste
no arranjo dos vários grupos para a execução e o controle de uma operação integrada.
Os grupos devem ser dispostos de forma a proporcionar um fluxo lógico e ordenado do
trabalho, desde o seu recebimento até o término da manutenção.
Na localização dos diversos grupos, deve-se levar em conta, ainda, o tipo de manutenção
que será executada em cada um dos grupos (manutenção de motomecanização, de
armamento, de instrumentos e de serviços diversos).
Os chefes de grupo são os responsáveis pela supervisão imediata da eficiência de seus
grupos, incluindo o estado e a conservação do equipamento, bem como pelo treinamento
dos especialistas e a presteza operacional de suas frações. Agem como inspetores e
determinam a melhor maneira de reparar o material sob sua responsabilidade.
Para o melhor aproveitamento dos meios e do pessoal disponível, os chefes de grupo
deverão: organizar o grupo em turmas homogêneas, a fim de que cada uma delas tenha as
hábilidades necessárias para a execução das operações relativas ao grupo; e prever
espaço e equipamentos suficientes para cada turma, de modo a empregar adequadamente
todos os seus membros.
Especial atenção deve ser dada à localização do Gp Sv, uma vez que o mesmo é
constituído por especialistas que realizam trabalhos comuns aos demais grupos. Da mesma
forma, o Gp Mnt Itm deve ser localizado numa área relativamente livre de poeira, separado
dos demais grupos.

5.6 OPERAÇÕES

O Pel P Mnt, normalmente, opera centralizado na Área de Manutenção, sob a forma de


apoio ao conjunto, deslocando-se juntamente com a Cia.
Eventualmente, poderá reforçar os elementos do Pel L Mnt com grupos ou turmas de
manutenção. Dependendo da situação tática, pode ser mais vantajoso, algumas vezes,
recuperar carros de combate e artilharia autopropulsada no local onde se der a indisponibi-
lidade, economizando-se, assim, tempo e esforço no transporte do equipamento pesado
para a oficina de manutenção.
Os trabalhos de manutenção que ficarem afetos ao pelotão serão designados pelo P Tec
MB, por intermédio de uma ordem de serviço (OS). Ao receber a OS, o Cmt Pel distribui o
serviço para a grupo designado, de acordo com o seu planejamento gerencial. Os chefes de
grupo supervisionam o serviço que estiver sendo executado pelo seu pessoal.

5-2
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O Cmt Pel deve manter-se constantemente a par da situação, a fim de evitar a


interrupção de trabalhos, particularmente nas operações de movimento e de mudanças de
área. Quando não for possível terminar os serviços antes da hora do deslocamento, deve-se
informar o fato ao P Tec MB, a fim de serem tomadas providências quanto ao abandono do
material ou para que o escalão de manutenção superior tome para si o trabalho.
Dependendo da situação tática, poderá ser necessário deixar elementos de manutenção no
local para a conclusão de serviços em andamento. Nesse caso, o Cmt Pel deve assegurar
proteção adequada a esse pessoal.
O Cmt Pel, ao desempenhar a sua missão, deve estar atento quanto à execução,
movimentação e controle dos trabalhos, devendo, entre outras atividades:
a) coordenar a distribuição dos trabalhos, de modo a igualar as tarefas atribuídas aos
vários grupos;
b) manter o P Tec MB informado sobre o desenvolvimento e a situação de cada serviço;
c) informar ao P Tec MB quanto à sobrecarga na execução dos trabalhos;
d) solicitar material quando o mesmo não houver sido previsto na inspeção inicial; e
e) redistribuir o pessoal, em coordenação com o P Tec MB, de um para outro serviço, a
fim de obter o melhor rendimento dos trabalhos, ou para atender a trabalhos de prioridade
mais alta.

5-3
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
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CAPÍTULO VI
PELOTÃO LEVE DE MANUTENÇÃO

6.1 MISSÃO

As missões do Pel L Mnt são:


- proporcionar apoio cerrado de manutenção de 2º escalão e complementar a
manutenção de 1° escalão dos elementos apoiados; e
- prestar assistência técnica e realizar inspeções técnicas quando solicitado.

6.2 ORGANIZAÇÃO

O Pelotão Leve de Manutenção (Pel L Mnt) é constituído por três Seções Leves de
Manutenção (Seç L Mnt). Nas brigadas quaternárias, é composto por quatro Seç L Mnt.

Figura 6-1 Organização do Pelotão Leve de Manutenção

6.3 POSSIBILIDADES

As possibilidades do Pel L Mnt são:


a) operar, em apoio ao conjunto, na área de manutenção da Cia Log Mnt;
b) operar, em apoio direto, reforço ou controle operativo, nas áreas de trens das
unidades;
c) realizar a manutenção de 2º escalão e complementar a manutenção de 1° escalão
dos elementos apoiados, exceto nos equipamentos e materiais: de saúde; de aviação; de
engenharia das OM de Engenharia; de comunicações, eletrônica e guerra eletrônica das
OM de Comunicações;
d) prestar assistência técnica e realizar inspeções técnicas quando solicitado;
e) enquadrar grupos especializadas, recebidos em reforço ou controle operativo; e
f) distribuir e controlar, com limitações, os Sup Pç Cj Rep destinados ao elemento
apoiado.

6.4 COMANDO

O Cmt Pel L Mnt é o responsável pelas atividades administrativas do pelotão, pelo


controle e coordenação da produção das Seç L Mnt e o principal assessor do Cmt Cia no
que tange ao planejamento e emprego das Seções Leves de Manutenção.

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6.5 SEÇÕES LEVES DE MANUTENÇÃO

O Cmt Seç L Mnt será o oficial responsável por supervisionar, coordenar e dirigir as
atividades técnicas e o emprego de sua seção. Deve estar constantemente atualizado
quanto aos conhecimentos básicos das atividades de MB, particularmente, de: manutenção;
suprimento; remoção e destruição de artefatos explosivos; salvamento; e transporte
especializado. Quando atuando junto às unidades, os Cmt Seç L Mnt tornam-se os
principais assessores dos Cmt das unidades, quanto aos assuntos de material bélico.

6.6 OPERAÇÕES

O Pel L Mnt, normalmente, presta apoio de manutenção por intermédio de suas


seções ou grupos, sob a forma de apoio direto. Dependendo da situação, o apoio poderá
ser prestado, ainda, sob as formas de reforço, controle operativo ou apoio ao conjunto
(quando atuando na área de manutenção da companhia).
Os grupos de manutenção são a célula base de emprego do Pel L Mnt, podendo
serem enviados em apoio direto ou reforço a uma unidade ou subunidade apoiada. Neste
caso, o grupo será destacado para realizar um trabalho específico de manutenção.
A Cia Log Mnt pode destacar uma Gp ou Seç L Mnt em apoio a cada SU/U de
combate ou de apoio ao combate. Na distribuição das missões pelas seções, o Cmt Cia
deve levar em conta o princípio da manutenção dos laços táticos entre os elementos
apoiados e o apoiador.
As seções são constituídas com os grupos de manutenção necessários à natureza
do trabalho a realizar. Entretanto, elas podem receber o reforço de grupos destacadas
pela Cia Log Mnt, quando a natureza do serviço a realizar ou a constituição do elemento
apoiado exigir o emprego de elementos especializados não existentes no Pel L Mnt.
As Seç L Mnt, em princípio, desdobram-se na área de trens de estacionamento
(ATE) ou área de trens (AT) das unidades apoiadas, sendo passadas em apoio direto,
controle operativo ou reforço.
Todos os elementos da Bda podem receber apoio das Sec L Mnt ou do próprio Pel L
Mnt como um todo, durante determinado período, para atender a uma operação ou
mesmo a um plano preventivo de manutenção.

6-2
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CAPÍTULO VII
EXAME DE SITUAÇÃO E PLANEJAMENTO

7.1 GENERALIDADES

O exercício do comando de uma subunidade de MB nada difere dos princípios que orien-
tam o comando de subunidade de qualquer outra natureza. Entretanto, o comandante de
subunidade de MB frequentemente é chamado a colaborar no exame de situação do estado-
maior do B Log, indicando:
a) como a missão do batalhão pode ser cumprida, tendo em vista a situação dos meios
de manutenção, salvamento e remoção e destruição de artefatos explosivos existentes;
b) a(s) linha(s) de ação que pode(m) contar com o melhor apoio da companhia;
c) os inconvenientes da adoção de determinadas linhas de ação; e
d) os principais problemas e restrições de manutenção, salvamento e remoção e destrui-
ção de artefatos explosivos que devem ser levados ao conhecimento do comandante, propon-
do soluções para tais problemas.
Numa segunda etapa, após a decisão do comandante do batalhão, O Cmt Cia Log Mnt
realiza o seu estudo de situação, levantando linhas de ação para o emprego da subunidade
e, finalmente, decidindo sobre:
a) quem apoia quem (atribuição de seções, grupos ou turmas da subunidade aos elemen-
tos de combate e de apoio ao combate da Bda);
b) de onde apoiar (localização das instalações da subunidade no interior da área que lhe
cabe);
c) como apoiar (formas de emprego de suas frações);
d) missões a atribuir aos elementos subordinados; e
e) localização das instalações logísticas, do P Tec MB, do P Col Slv e P Distr MB.

7.2 EXAME DE SITUAÇÃO

O exame de situação é um método de raciocínio lógico e continuado, que conduz o


comandante a uma linha de ação para executar sua missão e que culmina em uma
decisão. Baseia-se na decisão do comandante do B Log, nas informações disponíveis e
no reconhecimento pessoal ou de seus elementos subordinados.
O EB60-ME-13.301, Manual de Ensino Trabalho de Comando, 2ª Edição, 2019,
apresenta, detalhamente, a metodologia de planejamento conhecida como Trabalho de
Comando de subunidades (SU) e escalões inferiores, com a qual o comandante deve
conduzir o processo de planejamento, preparação, execução e avaliação das operações
sem o suporte de um estado-maior.
O Anexo A, Exame de Situação do Cmt Cia Log Mnt, reúne aspectos importantes a
serem abordados.
Ao receber a ordem preparatória do batalhão, o Cmt SU determina suas medidas
preliminares aos subordinados e participa, como assessor de assuntos referentes ao material
bélico, do estudo de situação do EM/B Log. Em seguida, realiza o seu reconhecimento e o
seu exame de situação, simultaneamente, para determinar como poderá melhor cumprir sua
missão, considerando os seguintes aspectos:
a) o esquema de manobra da Bda e a missão do B Log;
b) o terreno, quanto à existência de cobertas e abrigos para utilização em favor de suas
instalações e eixos para salvamento de materiais;
c) possibilidades de itinerários para deslocamentos de seus meios;
d) situação e localização das instalações logísticas das unidades apoiadas;
e) a situação de seus meios;
f) a situação e possibilidades do inimigo, particularmente quanto à atuação de guerrilhe-
iros, sabotadores, artilharia de foguetes e o inimigo aéreo; e
g) outros aspectos eventuais.
Considerando esses aspectos, o comandante da subunidade estará em condições de
responder às seguintes perguntas:
a) onde estão os elementos a apoiar e suas instalações logísticas?
b) quais são as possibilidades do inimigo?

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c) quais são as possibilidades de apoio da subunidade?


d) como devem ser empregados os elementos de apoio para cumprir a missão com efi-
ciência e eficácia?
e) por onde devem ser deslocados os meios da subunidade?
f) por onde e para onde devem ser evacuados os materiais salvados e capturados?
g) onde serão desdobradas as instalações da subunidade?

7.3 PLANEJAMENTO

Por ocasião do recebimento da ordem preparatória, o Cmt Cia Log Mnt toma as seguin-
tes medidas preliminares:
a) estudo pormenorizado utilizando carta, mosaico, fotografia aérea, produtos da geointe-
ligência, plataformas de sistemas geográficos informatizados e outros documentos disponí-
veis. Com o objetivo de planejar seu reconhecimento no terreno, particularmente, no que se
refere à área a ser ocupada e a eixos de manutenção e salvamento; e
b) definição da turma de reconhecimento e expedição das instruções necessárias, abran-
gendo medidas de sigilo a serem observadas durante a realização do reconhecimento.
O reconhecimento do Cmt, efetuado com o auxílio da turma de reconhecimento, deve
abranger os seguintes aspectos:
a) ligação com elementos de segurança a fim de obter informações recentes sobre as
posições e atividades do inimigo, particularmente, o guerrilheiro e o aéreo;
b) escolha dos locais das instalações da subunidade na(s) área(s) de apoio seleciona-
da(s) pelo batalhão e dos itinerários no seu interior, que se constituirão na rede de circula-
ção interna;
c) verificação da situação das estradas escolhidas para EPS e seleção de possíveis es-
tradas alternativas;
d) reconhecimento e balizamento dos itinerários da Z Reu ou da antiga área até as
instalações escolhidas na área de desdobramento; e
e) levantamento das necessidades de trabalhos específicos de engenharia, tanto no
interior da área de desdobramento quanto nos locais das instalações dos elementos em
apoio direto, como também sobre os eixos de manutenção e salvamento.
Após completar seu reconhecimento e o estudo de situação, o Cmt Cia Log Mnt decide
como empregar a sua subunidade. De acordo com a ordem de operações do comandante do
batalhão e baseado no seu exame de situação, o Cmt Cia Log Mnt traça o seu plano de
apoio, traduzindo-o sob a forma de ordens aos seus subordinados e fiscalizando continua-
mente a execução dessas ordens.
A situação, normalmente, permite que o Cmt Cia Log Mnt reúna seus oficiais subalternos
para tomarem conhecimento da ordem de operações, proporcionando orientação geral e,
em seguida, reúna a subunidade para a expedição de suas ordens particulares.
Caso o tempo seja limitado ou, ainda, se os comandantes subordinados não puderem ser
reunidos, o Cmt Cia Log Mnt expedirá ordens particulares mediante contato pessoal, por
meio de agentes de ligação, de mensageiros ou de mensagens de rádio ou por meio
eletrônico. As ordens devem ser precisas, claras e conter todos os pormenores que os
subordinados necessitam saber para o exato cumprimento da missão.

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CAPÍTULO VIII
DESDOBRAMENTO, EMPREGO E FUNCIONAMENTO DA COMPANHIA

8.1 CONCEITOS GERAIS

Compreende-se como área de desdobramento da Cia Log Mnt o espaço físico delimitado
no interior de uma BLB, onde se dispõem todas as instalações da companhia, de forma a
lhe dar condições de prestar o apoio às unidades.
Em face do princípio da continuidade do apoio, em qualquer situação, mesmo em zona
de reunião, a companhia estará desdobrada, prestando apoio. A situação tática determinará
a amplitude do desdobramento e, principalmente, o dispositivo a adotar.
O desdobramento da companhia será total (ou amplo) quando todas as instalações
estiverem desembarcadas, dispostas no terreno e em condições de pleno funcionamento.
Será parcial quando a maioria das instalações estiver funcionando embarcada (sobre rodas).
As necessidades impostas pela situação tática determinarão as instalações que deverão
prestar o apoio desembarcadas.
O desdobramento da companhia é da responsabilidade do seu comandante e exige a
observância de condicionantes, dentre as quais se destacam:
a) manobra da Bda apoiada;
b) diretrizes do comandante do batalhão logístico;
c) necessidades e disponibilidades de apoio;
d) reconhecimentos contínuos;
e) previsão de mudança de área, visando a atender às missões futuras;
f) medidas de segurança; e
g) adoção de NGA, visando à maior rapidez dos trabalhos e à simplificação das ordens
aos subordinados.
A atribuição da localização da área da Cia no interior da BLB é do S-3 do B Log, com o
assessoramento do Cmt Cia. A escolha do local exato das instalações é responsabilidade do
Cmt Cia Log Mnt.

8.2 RECONHECIMENTO

O Cmt Cia recebe do Cmt B Log um planejamento pormenorizado sobre a ocupação das
futuras áreas de desdobramento, consubstanciado em um calco de desdobramento.
Baseado neste plano, o Cmt Cia executa o seu reconhecimento.
O reconhecimento tem por finalidade possibilitar o conhecimento da região de operações.
Sua execução deve ser contínua, progressiva e, na medida do possível, minuciosa.
Por medida de segurança, o escalão de reconhecimento deve ter o efetivo necessário,
utilizando uma quantidade mínima indispensável de viaturas.
Os prazos atribuídos para o reconhecimento devem incluir algumas horas de luz.
A Cia Log Mnt executa, com mais frequência, os reconhecimentos de eixos de manuten-
ção e salvamento, de locais para o desdobramento das instalações e de itinerários para a
circulação interna na área de desdobramento.
No decorrer das operações, o comandante executa contínuos reconhecimentos das pro-
váveis áreas de desdobramento, tendo em vista a evolução da situação tática. À medida que
as distâncias de apoio se aproximam dos limites máximos, os reconhecimentos complemen-
tares devem ser intensificados, tendo em vista a iminência da mudança de área.
Ao término do reconhecimento, o comandante apresenta, normalmente sob a forma
verbal (complementado por um croqui de desdobramento), um relatório ao Cmt B Log.
Os trabalhos preparatórios para o reconhecimento são realizados sobre uma carta,
mosaico, fotografia aérea, produtos da geointeligência ou por meio de plataformas de
sistemas geográficos informatizados, com o objetivo de orientar os elementos executantes
para as ações a realizar. Devem ser consideradas, nesse trabalho, as informações
existentes sobre a situação logística e tática. São elas:
a) as regiões que devem ser reconhecidas;
b) os informes a serem obtidos;
c) a determinação do escalão de reconhecimento (pessoal e meios);
d) as medidas administrativas necessárias;

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e) o prazo para conclusão;


f) as prioridades dos trabalhos; e
g) a orientação para a apresentação de relatórios.

No escalão companhia, não existe, propriamente, um plano de reconhecimento. Os dados


a serem considerados poderão ser fornecidos verbalmente ou através de uma ordem de
reconhecimento, por escrito.

8.2.1 ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO DO RECONHECIMENTO

O reconhecimento da companhia é, normalmente, realizado em um único escalão,


orientado pelo S-2/S-3 do batalhão.
A organização e os procedimentos a serem adotados em um reconhecimento devem
constar das NGA. Entretanto, em função da situação e de restrições impostas, esses dados
poderão ser alterados, particularmente, no que se refere à constituição do escalão de
reconhecimento. A constituição do escalão de reconhecimento é variável, determinada pelo
Cmt Cia, conforme a situação logística e tática.
O subcomandante da companhia, normalmente, não se desloca para os reconhecimentos;
permanece na BLB ou zona de reunião, a fim de dar continuidade à missão de apoio e à
preparação dos meios.
O reconhecimento deverá ser executado utilizando-se informações levantadas pelos
elementos em 1° escalão e pelo sistema de inteligência.
Os integrantes do escalão de reconhecimento da companhia devem executar tarefas
específicas durante essa atividade.
O escalão de reconhecimento pode ter a constituição abaixo e as tarefas podem ser
dividas da seguinte maneira:
a) Comandante da Cia Log Mnt:
1) identifica a área que lhe caberá no interior da BLB selecionada pelo escalão superior;
2) divide a área pelos seus pelotões, seção de comando e elementos logísticos
recebidos em reforço;
3) reconhece a rede viária existente no interior da área;
4) relaciona os trabalhos de engenharia a serem solicitados para melhoria da rede
viária interna; e
5) faz um esboço preliminar da circulação no interior da área, considerando os
acessos à BLB e o P Lib selecionados pelo escalão superior.
b) Comandante da Seção de Comando:
1) reconhece a área selecionada para a instalação dos meios administrativos da Cia;
2) reconhece a área selecionada para a instalação do PC da Cia; e
3) faz sugestões quanto à localização de cozinhas, sanitários, locais de banho, etc.
c) Comandante do Pel Ap MB:
- reconhece a área para instalação do P Tec MB, do P Distr MB e do P Col Slv.
d) Comandante do Pel P Mnt:
- reconhece a área de oficinas escolhida.
e) Comandante do Pel L Mnt:
- reconhece a área do PC do pelotão.
f) elemento de comunicações:
- verifica a viabilidade de execução do plano de comunicações previamente preparado.
O escalão de reconhecimento deverá observar principalmente aspectos relacionados à
área de desdobramento, aos eixos de manutenção e salvamento e aos itinerários no interior
da área.
O reconhecimento de área de desdobramento visa à escolha dos locais onde deverão
ficar as instalações da companhia, itinerários de acesso a esses locais e a melhor forma de
abordagem e ocupação da área. O plano de segurança da área da companhia é esboçado
durante esse reconhecimento, particularmente no que se refere aos postos de vigilância.
O reconhecimento de itinerários no interior da área busca a seleção de estradas ou
caminhos existentes no interior da área destinada à Cia, a fim de permitir a esquematização
da circulação interna entre as instalações. Esse esquema é consolidado pelo S-3 do B Log,
no plano de circulação interna da BLB.
O Cmt Cia, em coordenação com o S-2 e o S-3 do B Log, deve destacar elementos da
Cia para realizar o reconhecimento dos eixos de manutenção e salvamento. Caso não seja

8-2
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possível que elementos da Cia Log Mnt executem essa missão, o Cmt Cia deve buscar,
junto ao sistema de inteligência, o máximo de informações, a fim de definir as melhores
linhas de ação para o emprego da subunidade.
O reconhecimento dos eixos de manutenção e salvamento é realizado desde a posição
em que se encontram os elementos apoiados até as instalações do escalão superior, com
as seguintes finalidades:
a) seleção dos itinerários principal e alternativo a serem utilizados e áreas para manobra
de viaturas;
b) verificação da existência de pontos críticos sobre os eixos, que possam vir a influir na
manutenção e salvamento; e
c) levantamento de locais às margens dos eixos, que permitam o trabalho de eventuais
elementos de manutenção e salvamento.

8.3 DESLOCAMENTOS

Todos os deslocamentos exigem medidas de controle. As medidas mais comuns são:


a) organização da tropa em grupamentos e unidades de marcha para explorar, ao má-
ximo, os meios de transporte;
b) embalagem, marcação e carregamento do material;
c) reunião da tropa, deslocamento desta até o meio de transporte e designação dos lu-
gares dos homens;
d) prescrições para alimentação, cuidados médicos e repouso durante o deslocamento; e
e) reunião da tropa e do material no ponto de destino.
Algumas medidas administrativas variam de acordo com os meios de transporte a
utilizar. Os pormenores peculiares aos diversos tipos de transporte estão listados a seguir:
a) para os movimentos em rodovias: distribuição de viaturas; prioridades de desloca-
mento; reunião e embarque; escolha, o balizamento e as condições das estradas; controle
do movimento e do trânsito; comunicações; abastecimento e a manutenção das viaturas; e
áreas de estacionamento e de evacuação de feridos;
b) para os movimentos em ferrovias: organização dos documentos de embarque; deter-
minação do número e do tipo de comboios e vagões; embarque do pessoal, do material e
das viaturas; carregamento dos suprimentos especiais; ordem de urgência no embarque;
escolha dos locais de embarque, de desembarque e de estacionamento; e controle de
trânsito e pontos de controle;
c) para os movimentos aéreos: designação de aviões para pessoal e material; embala-
gem e carregamento dos suprimentos e das bagagens; escolha dos locais de embarque e
desembarque, das áreas de estacionamento e do transporte até o local de embarque; e
escolha de itinerários para deslocamento após o desembarque; e
d) para movimentos marítimos e fluviais: determinação do tipo e da capacidade dos
meios de transporte a serem empregados; quantidade e tipo de suprimento para acom-
panhar a tropa; processo de carregamento; deslocamento para os pontos de embarque;
estacionamento das unidades nos pontos de embarque; utilização dos meios existentes no
porto; influência da maré na utilização do porto; pormenores sobre a descarga; e provisões
das unidades para as ações no porto.

8.4 PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO DESLOCAMENTO

O planejamento, a ordem para a sua execução e a conduta nos movimentos administra-


tivos ou operativos exigem a adoção de normas gerais de ação.

8.4.1 NOS DESLOCAMENTOS ADMINISTRATIVOS

Nos deslocamentos administrativos, quando realizados no âmbito do B Log, a Cia Log


Mnt, usualmente, desloca-se como um todo (como um grupamento de marcha) à exceção
dos elementos necessários para apoiar as unidades da Bda em seus deslocamentos. Em
alguns casos, pode se tornar necessário lançar elementos da Cia precedendo a Bda, a fim
de serem estabelecidos postos de manutenção (fixos ou móveis) e de salvamento de
material em pontos críticos ao longo dos itinerários.

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8.4.2 NOS DESLOCAMENTOS OPERATIVOS

Nos deslocamentos operativos, as medidas de segurança constituem a principal


preocupação dos comandantes da tropa que os executam. Tomada a decisão sobre o
movimento da Cia, uma ordem preparatória deve ser expedida aos pelotões e aos
elementos em reforço ou sob controle operativo, com o fim de permitir-lhes o máximo de
tempo para os seus preparativos. Esta ordem deve conter as informações essenciais: quem,
que, quando, para onde, como e para que o movimento vai ser executado.
Um destacamento precursor deve fazer um reconhecimento pormenorizado do itinerário,
obtendo as informações cabíveis para determinar a necessidade de balizadores e guias,
bem como a necessidade de trabalhos de engenharia indispensáveis.
O Cmt Cia dirige a organização da coluna de acordo com os dados constantes da ordem
de marcha do escalão superior (formação, distâncias, etc). As viaturas são organizadas em
unidades de marcha para fins de controle. As unidades de marcha são organizadas de
acordo com a missão da companhia e a previsão do futuro emprego dos pelotões.
As formações que as viaturas podem adotar são: coluna cerrada, coluna aberta,
infiltração ou qualquer combinação das três formações.
A ordem de movimento estabelece o itinerário, o ponto de destino, o horário, a velocidade,
a formação, os intervalos de tempo, a organização da coluna e outras particularidades de
marcha que não estejam previstas nas normas, calcos e quadros de movimento.

8.4.3 NAS MUDANÇAS DE ÁREA DA BLB

Recebido o plano para a mudança de área da BLB e o quadro de movimento regulando o


deslocamento do batalhão, o comandante organiza sua subunidade para o movimento. De
acordo com o quadro de movimento, a Cia desloca-se até o P Lib, ponto a partir do qual,
orientadas pelos seus guias, as frações seguem até suas áreas de desdobramento.
Caso necessário, elementos de manutenção e suprimento podem permanecer na antiga
posição até o término dos serviços em execução a fim de manter a continuidade do apoio.
Essas frações realizam seu deslocamento de forma isolada até a nova posição, devendo
atender às prescrições estabelecidas.
No caso de receber ordem para se deslocar isoladamente, o próprio Cmt elaborará o
quadro de movimento, baseado nas diretrizes e ordens emitidas pelo Cmt B Log.

8.5 DESDOBRAMENTO DA COMPANHIA

A Cia desdobra-se no interior da BLB, mantendo nesta, além de seus órgãos de


comando, o Pel Ap MB, o Pel P Mnt e o Pel L Mnt, excetuando-se os elementos
destacados para as unidades apoiadas.
A Cia Log Mnt é considerada desdobrada quando está com as suas instalações
logísticas (P Distr MB, P Tec MB, P Col Slv, Área de Oficinas), o PC e a área de trens
convenientemente dispostos no terreno e em condições de pleno funcionamento.
A Cia Log Mnt do B Log, normalmente, desdobra as Seç L Mnt na área de trens das
unidades em 1º escalão, para proporcionar apoio cerrado a essas unidades e a outras que
estejam nas proximidades.
As Seç L Mnt, quando em reforço, controle operativo ou apoio direto, realizam suas
atividades na área de trens das unidades ou, quando for conveniente, no próprio local,
como no caso das unidades de artilharia em posição ou de viaturas sobre lagartas
indisponíveis. Os produtos de defesa que necessitam de reparação demorada são
evacuados para a Cia Log Mnt. Mesmo em reserva, as unidades de combate poderão
receber uma Seç L Mnt para apoiá-las.

8.6 PLANO DE DESDOBRAMENTO DA COMPANHIA

O plano de desdobramento é um documento interno da Cia, que tem por finalidade por-
menorizar, para os elementos subordinados, a organização para o apoio. É preparado pelo
comandante após o recebimento do plano de emprego do batalhão. São premissas
fundamentais para o seu preparo:
a) a manobra tática da GU;

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b) o plano de desdobramento do B Log;


c) simplicidade; e
d) continuidade do apoio.
O plano de desdobramento da companhia é um documento gráfico, elaborado em calco
sobre carta, mosaico, fotografia aérea, produtos da geointeligência ou plataformas de
sistemas geográficos informatizados utilizadas na operação. Deve ser sucinto, claro, preciso
e objetivo, e conter:
a) cabeçalho e fecho;
b) perímetro da BLB com a divisão pelas companhias;
c) indicação por símbolos dos locais do PC Cia Log Mnt, do P Tec MB, do P Distr MB,
do P Col Slv, do PRDAE da área de manutenção, dos PC dos pelotões e de outras
instalações em reforço (se for o caso);
d) a rede de circulação interna da Cia Log Mnt;
e) indicação do PC Cmt B Log;
f) a(s) EPS e pontos críticos do terreno;
g) locais das prováveis e futuras áreas de desdobramento; e
h) outras indicações julgadas necessárias.
Para facilitar as comunicações no decorrer das operações de movimento e a fim de simpli-
ficar as mensagens e assegurar o sigilo, deve ser elaborado um código para referenciar os
pontos críticos, as áreas de desdobramento e outros pontos característicos de interesse para
o apoio. Tal código deve constar das IE Com Elt do B Log.

8.7 OCUPAÇÃO DA ÁREA DE DESDOBRAMENTO

Para cada área de desdobramento reconhecida, o Cmt Cia elabora um plano de ocupa-
ção, indicando a localização de todas as suas instalações e a rede de circulação interna.
Considerando-se o efetivo, a quantidade de viaturas de suprimento e de manutenção e
a quantidade de viaturas que, simultaneamente, poderão estar em manutenção, sendo
evacuadas ou recebendo suprimento, estabelece-se a dimensão necessária para a área
de desdobramento da Cia. O terreno, os meios, o inimigo e o tipo de operação, também,
têm influência na dimensão da área escolhida.
A área destinada ao desdobramento da subunidade deve:
a) permitir a dispersão apropriada das viaturas e, se possível, com abrigos adequados
à proteção contra o inimigo terrestre e aéreo;
b) possuir dimensão compatível com a quantidade de viaturas, armamentos e
equipamentos a serem reparados e movimentados na área;
c) comportar as instalações de suprimento, da vida administrativa da Cia, as barracas
para alojamento; e
d) facilitar a coordenação dos trabalhos, de modo que as instalações das oficinas dos
Pel P Mnt e Pel L Mnt (-) sejam contíguas e próximas das instalações de suprimento.

Figura 8-1 Exemplo de desdobramento da Companhia Logística de Manutenção


8-5
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A ocupação da área selecionada inicia-se após a passagem no P Lib. Tantos guias


quantos se fizerem necessários serão localizados nos pontos de entrada de cada área de
pelotão, pelo destacamento precursor. O emprego adequado dos guias permitirá que a Cia
ocupe sua área em tempo pouco maior que o próprio tempo de escoamento da coluna,
previsto no quadro de movimento.
Os seguintes aspectos devem ser considerados no desdobramento da companhia:
a) locais descobertos devem ser evitados, salvo no caso de não existir possibilidade de
atuação do inimigo aéreo. Da mesma forma, os pontos de acesso às áreas de manutenção
e suprimento não poderão denunciar a localização exata das mesmas;
b) regiões de bosque em terreno firme que possuem estradas penetrantes constituem
um bom local para as instalações da companhia. Não deve deixar de ser considerado que
os terrenos planos são de difícil drenagem e, em caso de chuvas prolongadas,
transformam-se em lamaçais. Assim sendo, os bosques em encostas devem ser preferidos
para o desdobramento;
c) áreas de manutenção e suprimento devem possuir fácil acesso à EPS, não devendo
ser localizadas exatamente sobre ela. A área da Cia Log Mnt deve ser organizada, incluindo
a área de serviços da Cia, de forma a se evitar o congestionamento do trânsito no seu
interior. Deve haver, pelo menos, uma entrada e uma saída da área, não coincidentes;
d) como o excesso de pó e de lama dificultam seriamente as atividades de manutenção,
deve-se procurar a máxima proteção contra a lama e poeira, particularmente nas oficinas de
manutenção de instrumentos e na área de estacionamento de viaturas;
e) sob certas condições desfavoráveis de tempo, muitos tipos de reparos não podem
ser realizados eficientemente fora de abrigo. A menos que alguma previsão seja feita para
proteção contra chuva e ventos fortes, pode ocorrer uma redução na quantidade e na
qualidade da manutenção. Esta redução pode refletir-se no aumento de demanda no
sistema de suprimento e falhas prematuras no equipamento;
f) as viaturas-oficina ou os reboques-oficina oferecem proteção a pequenos trabalhos
em reparação. Como os itens volumosos (carros de combate, viaturas blindadas, obuses,
etc) não podem ser acomodados em oficinas volantes, devem ser utilizados hangares,
depósitos, celeiros, galpões ou outras construções para abrigá-los das condições
atmosféricas adversas. Tais instalações são especialmente valiosas para o desempenho
da manutenção em linha de produção. Quando necessário, barracas são usadas para a
proteção dos trabalhos de manutenção;
e) quando possível, são preparadas áreas especiais para permitir operações noturnas de
manutenção;
f) quando possível e com autorização do escalão superior, os recursos locais da região
podem ser empregados; e
g) sempre que possível, as oficinas e depósitos de suprimento da companhia devem ser
instalados em construções já existentes na região. A decisão para a utilização de edifica-
ções existentes deve ser tomada se:
1) as viaturas puderem trafegar por entre as edificações com segurança;
2) os locais forem suficientes, no interior ou nas proximidades dos prédios, para aco-
modar o suprimento, o equipamento completo, o pessoal das oficinas e os materiais em
reparação; e
3) facilitar a identificação, por parte das unidades usuárias, dos itinerários de acesso
às oficinas e instalações de suprimento.

8.8 MUDANÇA DE ÁREA DE DESDOBRAMENTO

As mudanças de área ocorrem em qualquer tipo de operação. No entanto, nas operações


de movimento (marcha para o combate, aproveitamento do êxito, perseguição e
movimentos retrógrados), as mudanças de área podem ocorrer com maior frequência.
Torna-se necessário, nesses casos, um planejamento pormenorizado e contínuo, a fim de
que uma instalação ou atividade logística permaneça fora de ação o menor tempo possível.
O processo a utilizar na mudança de área e a decisão do Cmt Cia dependem das
diretrizes e ordens recebidas do Cmt B Log que, por sua vez, deve se basear no esquema
de manobra da tropa apoiada, nas situações tática e logística existentes, no terreno e nas
atividades do inimigo.

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A companhia, sempre que possível, deve executar a mudança de área como um todo,
para maior facilidade de coordenação e controle, particularmente, quando o movimento é
realizado durante a noite.
Uma coordenação estreita entre o comandante e o subcomandante torna-se
imprescindível quando a companhia necessita deslocar-se por escalões (parte da mesma
continua a apoiar da antiga área, por determinado tempo). Nesse caso, o comandante
desloca-se para a nova área, a fim de coordenar e controlar sua ocupação. O
subcomandante permanece com o segundo escalão, orientando e dirigindo a execução
das atividades logísticas em andamento, bem como o deslocamento para a nova área.
Durante as operações de mudança de área, as comunicações com os elementos
apoiados e com os escalões táticos e logísticos superiores devem ser mantidas.

8.9 DESCENTRALIZAÇÃO DE MEIOS PARA DESTACAMENTO LOGÍSTICO (Dst Log)

Quando da abertura de um Dst Log, a Cia Log Mnt pode desdobrar e instalar as
seguintes instalações: um P Tec MB Avçd, um P Distr MB Avçd, um P Col Slv Avçd, um
PRDAE Avçd e uma Área de Manutenção Avançada. Outros Elm poderão ser
desdobrados, e sua organização dependerá das necessidades do Elm apoiado.
A Cia pode compor os Dst Log estando desdobrada em uma BLB sempre que a
situação tática exigir (por exemplo, cerrar o apoio) ou, ainda, quando, durante a análise
logística, chegar-se à conclusão de que não é indicada ou possível a sua ativação em
uma BLB.

8.10 EMPREGO DA COMPANHIA

Em princípio, os elementos da companhia não ficam em reserva. A flexibilidade no


apoio é conseguida pelo emprego de meios leves de apoio de material bélico. Quando
necessário, a totalidade ou parte desses meios poderá receber missões para atender às
necessidades decorrentes da evolução do combate.
O Cmt Cia deve se manter, permanentemente, atualizado quanto à situação tática e
logística, a fim de recuperar seus elementos que cumpriram uma missão ou que, tendo
executado seu trabalho, possam ser empregados em nova missão.
O Pel P Mnt pode ser empregado complementando o trabalho do Pel L Mnt na
execução de tarefas específicas, para liberar os elementos em apoio direto,
particularmente, nas operações de movimento.
Quando necessário, o B Log pode ser apoiado pelo escalão superior, com o emprego
de meios logísticos de material bélico em apoio suplementar, complementando as ativida-
des da companhia.

8.11 DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO E DE DISTRUBUIÇÃO


DE LUBRIFICANTES, PEÇAS E CONJUNTOS DE REPARAÇÃO

8.11.1 CICLO DE FUNCIONAMENTO

A unidade apoiada entrega o material, seu livro ou ficha registro e a guia de recolhimen-
to ao GRCP.
O GRCP recebe o PRODE, devolve a 2ª via da guia de recolhimento com o recebido da
OM Mnt para a OM apoiada e prepara a Ordem de Serviço (OS), em duas vias. Registra a
ordem de serviço no livro/arquivo correspondente. Envia as duas vias da OS e o PRODE
para a inspeção.
A partir desse momento, o GRCP controla o material, por meio do quadro de controle
da produção ou arquivo digitalizado, conforme a sua situação: inspeção inicial,
aguardando suprimento, aguardando oficina, em execução, lavagem e limpeza, inspeção
final, aguardando entrega.
O inspetor executa a inspeção inicial, lança os trabalhos a executar na ordem de
serviço e elabora o pedido de suprimento interno em duas vias, enviando-o ao Grupo de

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Distribuição de Material Bélico. Prepara um envelope colocando no seu interior uma via da
OS e o livro/ficha registro do material.
O Grupo de Distribuição de Material Bélico recebe o pedido, verifica a existência e
separa os suprimentos para a execução do serviço. Restitui a primeira via do pedido de
suprimento ao GRCP, mantendo a segunda via junto ao suprimento separado.
Havendo vaga na oficina, o GRCP envia o PRODE, uma via da ordem de serviço e do
pedido de suprimento para a grupo de manutenção correspondente.
Recebendo o material, o grupo de manutenção apanha os suprimentos e passa recibo
na segunda via do pedido de suprimento. Executa os trabalhos indicados na OS e outros
serviços que não foram anotados durante a inspeção inicial, podendo inclusive realizar
um pedido complementar de suprimento. Após o lançamento na OS das informações
relevantes relativas à manutenção, o chefe do grupo rubrica a OS e a envia, juntamente
com o material manutenido, para o GRCP.
Recebendo o PRODE, o GRCP determina a execução da inspeção final. Em seguida,
faz contato com o COL para informar à unidade apoiada que o material pode ser
apanhado, e prepara a guia de remessa. Lança as informações constantes da segunda
via da OS na primeira via e no livro/arquivo registro das ordens de serviço.
A unidade apoiada recebe o PRODE e a documentação (livro/ficha registro de
material e a primeira via da OS), e o seu representante assina no local apropriado da
segunda via da ordem de serviço, bem como na guia de remessa. O GRCP arquiva a
segunda via da OS, a primeira via do pedido de suprimento, as fichas de inspeção e
completa os dados em falta no livro registro das ordens de serviço.
Em operações, as guias de recolhimento e remessa são substituídas pela ficha de
controle de material, a cargo do P Tec MB.
Sempre que possível, devem ser utilizados sistemas de tecnologia para otimizar e
tornar mais eficiente as atividades de manutenção e suprimento da Cia.

8.11.2 DOCUMENTOS E FERRAMENTAS DE CONTROLE E REGISTRO DA PRODUÇÃO

Para viabilizar o controle e registro da produção, é fundamental a adoção de uma série


de documentos e ferramentas. Todas as atividades da Cia devem ser registradas e
arquivadas para compor um histórico e auxiliar em futuros processos decisórios e análises
logísticas.
O controle da produção pode ser feito por meio dos seguintes documentos: Quadro de
Controle da Produção, Ordem de Serviço, Registro das Ordens de Serviço, Ficha de
Pedido de Suprimento Interno e Ficha de Controle de Material.

a) Quadro de Controle da Produção

O Quadro de Controle da Produção é um meio usado pelo P Tec MB/GRCP para


apresentar, de modo visual, informações atualizadas sobre a localização dos serviços e o
volume de trabalho nas várias oficinas da companhia. Apresenta um retrato preciso da
distribuição do trabalho pelos grupos de manutenção, além de ser um guia útil na
orientação ou redistribuição dos trabalhos.
Confeccionado de acordo com as necessidades da companhia, é dividido pelas frações
e subdividido pelas seções e grupos dos pelotões.
Pode ser utilizado um sistema de cores diferentes para representar prioridades.
Vermelho indica serviços críticos ou de alta prioridade. Amarelo indica serviços que estão
sendo realizados normalmente. Verde aponta os serviços a serem realizados quando o
volume de trabalho não ultrapassar o nível de manutenção.
O quadro de controle da produção pode ser físico ou digital, de acordo com os meios e
necessidades da subunidade.

8-8
EB60-ME-13.401

EQUIPES DE MANUTENÇÃO
ENTRADA Mat SAÍDA
VIATURAS Armt Itm SERVIÇOS
Eng

TURMA 11 - MOTOR DE POPA


AGUARDANDO SUPRIMENTO

TURMA 13 - LANTERNAGEM

TURMA 14 - BORRACHARIA
PEDIDO DE SUPRIMENTO

TURMA 10 - GERADORES
TURMA 9 - Itm PRECISÃO

TURMA 17 - EVACUAÇÃO

AGUARDANDO DESTINO
TURMA 7 - Armt PESADO

TURMA 19 - CORREARIA
TURMA 15 - SOLDAGEM
AGUARDANDO OFICINA

TURMA 12 - USINAGEM
LAVAGEM OU LIMPEZA

TURMA 8 - Itm ÓTICOS


TURMA 5 - REBOQUE

TURMA 6 - Armt LEVE

TURMA 16 - PINTURA
INSPEÇÃO INICIAL

TURMA 18 - RDAE

INSPEÇÃO FINAL
LUBRIFICAÇÃO
TURMA 1 - VSR

TURMA 2 - VSR

TURMA 3 - VSL

TURMA 4 - VSL

GRCP / P Tec MB

PELOTÃO DE APOIO DE MATERIAL BÉLICO

PELOTÃO LEVE DE MANUTENÇÃO

PELOTÃO PESADO DE MANUTENÇÃO

Figura 8-2 Modelo de Quadro de Controle da Produção

b) Ordem de Serviço

É um documento que serve para anotações sobre a execução dos trabalhos, desde a
entrada do material até a sua entrega e posterior registro.
É elaborada em duas vias. A primeira via permanece no P Tec MB e a segunda via
acompanha o material.
Indicativo da
Ordem de Serviço Nr
OM
Data da emissão: Unidade solicitante:
Identificação do material
Registro ou número

Nr Serviços a executar

Tipo de manutenção: ( ) Preventiva ( ) Corretiva ( ) Preditiva


Equipamento, ferramental e suprimento:

Resíduos recolhidos:

Suprimento empregado
Nr Req Sup Descrição Valor (R$)

Valor Total
Figura 8-3 Modelo da Ordem de Serviço (frente)

8-9
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Nr Serviços Terceirizados Valor (R$)

Descrição dos custos Valor (R$)


Custo da mão de obra direta
Custo do suprimento próprio
Custo do suprimento adquirido
Custo do serviço terceirizado
Custos indiretos
Custo total

Período de Mnt Período de espera


Início Término Início Término Motivo Gp Mnt

Início da Mnt (GDH) Término da Mnt (GDH) Reprogramação (GDH)

Fechada em _______/_______/_______
Assinatura:
_______________________________
Cmt Gp Mnt
Figura 8-4 Modelo da Ordem de Serviço (verso)

c) Registro das Ordens de Serviço

É usado para lançamento de todas as ordens de serviço aprovadas, na ordem numérica


crescente. Constitui um valioso instrumento para a preparação de relatórios e para a
constatação de que todos os meios de controle estão sendo usados corretamente.
Funciona, ainda, como um índice para localizar rapidamente as ordens de serviço ativas e
arquivadas, quando necessário.

Número da OS
Unidade solicitante
Data de entrega
Identificação do
material
Registro ou número
Descrição sumária
dos trabalhos
realizados
Grupos executantes
Homens-hora gastos
Valor dos
suprimentos
aplicados
Data da inspeção final
Destino
Data de saída
Responsável pelo
registro
Observações
Figura 8-5 Modelo do Registro das Ordens de Serviço.

8-10
EB60-ME-13.401

d) Ficha de Pedido de Suprimento Interno

É usada pelo P Tec MB/GRCP ou pelo mecânico-chefe para indicar os suprimentos


necessários ao serviço, em duas vias.

COMPANHIA LOGÍSTICA DE MANUTENÇÃO Aprovo

P Tec MB/GRCP
Pedido de Suprimento Nr OS Nr Unidade solicitante

Identificação do material Registro ou número GDH do pedido

Valor Recibo do chefe de


Nr de Identificação do Quantidade
unitário grupo
estoque item
Pedido Fornecido

Valor total:
Observações

Aprovo

____________________
P Dist MB/Gp Distr MB

Figura 8-6 Modelo da Ficha de Pedido de Suprimento Interno

e) Ficha de Controle de Material

É utilizada em operações e preenchida no ato do recebimento do material pelo P Tec


MB, em duas vias. A primeira acompanha o material durante o seu percurso nas oficinas
da subunidade até o momento da devolução à unidade. A segunda é entregue ao
representante da unidade. Substitui as guias de recolhimento e remessa utilizadas em
situações de normalidade.

Indicativo da OM Ap MB Ficha de Controle de Nr


Material
Unidade solicitante:
Identificação do material:
Registro ou número:
Documentação e itens
recebidos:
Outras informações

GDH da emissão:
Local:
P Tec MB/GRCP Unidade solicitante

Posto/Graduação:___________________ Posto/Graduação:___________________
Nome:_____________________________ Nome:_____________________________
Assinatura:_________________________ Assinatura:_________________________
Figura 8-7 Modelo da Ficha de Controle de Material

8-11
EB60-ME-13.401

Os documentos, anteriormente apresentados, constituem uma proposta para o controle


e registro da produção, mas podem ser aperfeiçoados e adaptados às situações logísticas
e táticas da Cia durante as operações de guerra e não guerra.
Quando possível, devem ser utilizados sistemas de tecnologia da informação e
comunicações para otimizar e tornar mais eficiente o controle e registro da produção.
Também são de fundamental importância o emprego de ferramentas da administração,
engenharia da produção e pesquisa operacional para o controle e gestão da produção,
fazendo com que as atividades sejam mais eficientes e eficazes.
O emprego dessas ferramentas dependerá da situação tática e logística impostas à
subunidade. Nas operações de movimento e de contato iminente do inimigo, o seu uso
ocorrerá em menor grau. O principal objetivo da Cia deve ser manter a capacidade de
combate dos elementos apoiados.

8.12 GESTÃO AMBIENTAL

A preservação ambiental apresenta-se como um fator de decisão para as atividades


militares. Assim, a Cia Log Mnt deve buscar o cumprimento das leis ambientais, tanto em
tempo de paz, quanto em operações.
A Companhia Logística de Manutenção, manipuladora de produtos classificados como
perigosos pela legislação ambiental, deve empenhar-se na conservação ambiental da área
em que estiver desdobrada. Assim, além de manter o local preservado, descaracterizará a
passagem pela área do B Log, contribuindo também para o sigilo das operações.
A destinação correta do material da classe de MB descartado como pós-consumo, no
âmbito da brigada, deverá ser gerenciado pelo P Tec MB/GRCP, que se encarregará da
sua classificação e recolhimento ao Esc Sp.
A logística reversa do material da classe de MB deverá ocorrer por meio das Seç L Mnt
e demais frações em apoio direto ou reforço, que ao retornarem para a área da Cia devem
transportar o material descartado como pós-consumo.
O Oficial de Recepção e Controle da Produção (ORCP) deve manter contato constante
com o Chefe do Centro de Operações Logísticas, a fim de que as viaturas da Companhia
Logística de Transporte complementem o transporte do material da classe de MB
descartado como pós-consumo.
Para o recolhimento ao Esc Sp o material classificado como pós-consumo poderá ser
pré-posicionado no terreno para recolhimento futuro, ou conduzido aos postos de
recolhimento designados pelo Esc Sp.

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CAPÍTULO IX
A COMPANHIA LOGÍSTICA DE MANUTENÇÃO EM OPERAÇÕES

9.1 OPERAÇÕES OFENSIVAS

As operações deste tipo caracterizam-se pela grande demanda de apoio logístico, reque-
rendo a antecipação de necessidades nos locais mais prováveis de ocorrência de atividades
e o estabelecimento de níveis de serviços diferenciados e prioritários às organizações que
participam do esforço principal e/ou da ação decisiva. Normalmente, há necessidade de
cerrar o apoio, visando reduzir o tempo de resposta às demandas e, consequentemente,
aumentar o poder de combate e a prontidão operativa da tropa.
A manutenção da iniciativa e da liberdade de ação é essencial, o que exige soluções
flexíveis e responsivas, bem como a estreita coordenação e integração entre os planejadores
logísticos em todos os escalões. Os recursos mais importantes são colocados sob a forma
de apoio e/ou situação de comando mais aptas a assegurar a continuidade do apoio às
operações de movimento.
Neste tipo de operação, é comum ocorrer o alongamento das distâncias em curto prazo,
combinado à grande dispersão das forças.
Os deslocamentos executados pelas unidades apoiadas fazem com que a distância entre
as Bases e as áreas de trens de estacionamento (ATE), ou área de trens (AT), aumente
rapidamente. Admite-se que o apoio logístico seja executado a longas distâncias, devendo
os planejadores manter o foco na continuidade do apoio e no risco logístico admitido.
Os tipos de operações ofensivas, seus conceitos e considerações gerais sobre o planeja-
mento e sua execução são estudados em manuais específicos. O presente capítulo trata das
peculiaridades de emprego da Cia Log Mnt na marcha para o combate, no reconhecimento
em força, no ataque, no aproveitamento do êxito e na perseguição.

9.1.1 MARCHA PARA O COMBATE

A marcha para o combate tem por finalidade obter ou restabelecer o contato com o
inimigo e/ou assegurar vantagens que facilitem operações futuras. Desta forma, há uma
grande incerteza sobre o desenvolvimento das operações e é dada ênfase à rapidez, para
se apossar do objetivo antes que o inimigo possa reagir.
As características da marcha para o combate que mais influem no apoio de material bélico são:
a) incerteza sobre o desenvolvimento das operações;
b) evolução de ações descentralizadas para centralizadas;
c) centralização do planejamento e descentralização das ações; e
d) atuação em largas frentes e em grandes profundidades.
A missão da Cia Log Mnt dos B Log nas marchas é apoiar o deslocamento da brigada,
realizando suas atividades antes, durante e após os movimentos.
Cabe à Cia a realização do apoio de manutenção, suprimento e salvamento em toda a
extensão do deslocamento. Assim, todas as colunas ou unidades de marcha podem contar
com elementos da companhia, de modo a estarem prontamente disponíveis para a execução
dos trabalhos durante o deslocamento nos diversos eixos utilizados. Quando a brigada se
desloca por um único eixo, a Cia desloca-se como um todo à retaguarda da coluna, podendo
destacar elementos de Mnt e Slv junto às unidades de marcha.

a. Articulação e desdobramento

Nestas operações, frequentemente, há a necessidade de mudança da localização das


bases. De acordo com as diretrizes do Cmt, pode-se privilegiar o apoio cerrado, em razão
da ausência de forças inimigas de grande valor durante a maior parte da operação, ou a
continuidade do apoio, viabilizada por intermédio do mínimo de mudanças das bases.
Normalmente, a Cia atua de modo centralizado no início das operações, considerando
os seguintes fatores: possibilidade da rede viária; largura da zona de ação; afastamento
entre eixos; segurança para a manutenção do fluxo de suprimento; e dispositivo e efetivo
previstos para a realização da marcha.
Dependendo da distância a ser percorrida, da Z Reu até a região de operações, e da
possibilidade de encontro com o inimigo, a Cia poderá deslocar-se na esteira da coluna de
marcha da Bda apoiada, ou por lanços, desdobrando seus meios. Nesse último caso, a Z Reu

9-1
EB60-ME-13.401

da Bda poderá constituir a BLB inicial, de onde a operação é apoiada pela Cia Log Mnt até ao
limite da distância máxima de apoio.
Na nova BLB, a Cia pode ou não desdobrar totalmente os seus meios no terreno. Isso será
determinado pelo tempo de permanência das tropas apoiadas. Se não for conveniente o
desdobramento total, a Cia fica em condições de pronto deslocamento, conservando-se sobre
rodas. Dessa posição, presta o Ap Log até que, novamente, os elementos avançados da
brigada estejam próximos do limite da distância máxima de apoio. Então, outro deslocamento
se torna impositivo.
Quando o contato é remoto, o apoio da companhia se processa como nos movimentos
administrativos, com a manutenção sendo realizada nos grandes altos ou em final de
jornada, conforme a natureza dos trabalhos.
No contato pouco provável, com as unidades já grupadas taticamente, o dispositivo a ser
adotado pela companhia depende, essencialmente, da rede de estradas e da missão
atribuída às unidades. Inicia-se a descentralização dos meios com as Seç L Mnt deslocando-
se junto aos trens das unidades apoiadas.
Ao se configurar o contato iminente, deve haver maior descentralização dos meios da com-
panhia. O apoio aos elementos lançados à frente do grosso, em geral, se processa com ele-
mentos do Pel L Mnt e, normalmente, com uma seção em reforço ou controle operativo. Uma
seção pode acompanhar cada unidade de combate, deslocando-se com os trens da unidade
apoiada. O pessoal restante da companhia realiza a marcha deslocando-se com o B Log, por
lanços, à retaguarda da Bda, mantendo os seus elementos em condições de aumentar o
apoio às outras unidades lançadas por novos eixos, na segurança de flancos ou retaguarda.

b. Peculiaridades do Apoio Logístico

A marcha para o combate, sob o ponto de vista de apoio de material bélico, caracteriza-se
por grande aumento nas necessidades de manutenção e salvamento, principalmente ao
longo dos eixos de deslocamento.
Em relação à manutenção, o apoio logístico apresenta as seguintes peculiaridades:
1) cresce de importância a realização da manutenção preventiva quando a Bda se
encontra ainda em Z Reu, antes do início dos deslocamentos;
2) durante as marchas para o combate, o apoio de manutenção caracteriza-se por uma
acentuada redução nos trabalhos em oficina. Há maior ênfase na manutenção no local e no
serviço de manutenção de emergência ao longo dos eixos de progressão, a fim de
desimpedi-los;
3) o material de difícil reparação no local deve ser evacuado no sentido do movimento
ou deixado para os elementos de manutenção mais à retaguarda, que realizam os trabalhos
mais complexos;
4) a manutenção deve ser executada tão à frente quanto permitir a situação tática e a
disponibilidade de tempo e recursos. É preferível a ida do pessoal de manutenção ao
encontro do material do que proceder em sentido inverso, reduzindo a necessidade de
remoção, reboque ou resgate;
5) quando a situação tática permitir, podem ser instalados postos de manutenção de
emergência ao longo do itinerário, compostos por turmas de manutenção e/ou salvamento de
viaturas; e
6) após o fim do movimento, devem ser realizados novos esforços de manutenção, a fim
de recolocar os materiais avariados durante a marcha em condições de uso.
No que diz respeito à Distribuição de Lubrificantes, Peças e Conjuntos de Reparação, as
seguintes peculiaridades são evidenciadas:
1) o consumo de peças e conjuntos de reparação cresce consideravelmente durante a
preparação das viaturas, armamentos e equipamentos. Todos os esforços devem ser
realizados, ainda em Z Reu, a fim de repor os suprimentos consumidos nesse período de
preparação, para que todas as Unidades iniciem o movimento com as dotações completas de
material e de suprimentos para manutenção de 1º escalão;
2) durante a execução das marchas para o combate, as Seç L Mnt e grupos de
manutenção de emergência devem conduzir uma quantidade suficiente de peças e conjuntos
de reparação para troca direta, em virtude do pouco tempo para a realização dos reparos; e
3) após o fim do movimento, ocorrerá novamente um aumento do consumo de peças e
conjuntos de reparação, a fim de serem executados os trabalhos de manutenção necessários.
Em relação ao Salvamento do material, há as seguintes peculiaridades:

9-2
EB60-ME-13.401

1) durante a execução dos movimentos, as turmas de salvamento podem reforçar as


Seç L Mnt, a fim de desobstruir os eixos de deslocamento;
2) a evacuação, em princípio, deve ocorrer no sentido do movimento da tropa, isto é,
da retaguarda para frente. As viaturas, materiais e equipamentos devem ser evacuados
para a região de destino ou BLB a ser ocupada pela tropa após o término da marcha; e
3) em consequência das rápidas mudanças de BLB, deve ser solicitado ao Escalão
Superior que os materiais evacuados pela Cia Log Mnt que limitem a mobilidade da SU
sejam guarnecidos, locados e evacuados para a Base Logística Terrestre (BLT).

9.1.2 RECONHECIMENTO EM FORÇA

O apoio da Cia Log Mnt para o reconhecimento em força ocorre de forma semelhante
ao conduzido para um ataque coordenado com objetivo limitado.

9.1.3 ATAQUE

A eficiência do Ap Log, essencial à tropa que ataca, é parcialmente obtida pelo


desdobramento máximo e oportuno dos meios e pelo seu posicionamento cerrado aos
elementos apoiados. A conquista sucessiva de objetivos em profundidade pode indicar
mudanças de posição para que seja mantido o apoio cerrado à brigada.
As características do ataque coordenado que mais influem no apoio de MB são:
a) situação mais ou menos definida, devido aos intensos reconhecimentos;
b) esforços coordenados no tempo e no espaço;
c) concentração máxima de meios na direção decisiva; e
d) conquista de objetivos sucessivos, com progressão em profundidade.
O planejamento antecipado do emprego dos meios de manutenção é de particular impor-
tância. Ao realizar seu planejamento para determinada fase da operação, o comandante da
Cia Log Mnt deve se preocupar com o desenrolar da fase seguinte, antecipando-se, quando
necessário, aos planejamentos em curso no Estado-Maior do B Log ou da brigada a que
pertence. Tal necessidade decorre do condicionamento, muitas vezes, exercido pelo posterior
emprego dos meios, convindo que a sua articulação (ou desdobramento) inicial facilite as
necessidades futuras de apoio. Além disso, é normal, nessa situação, o emprego de meios
dos escalões superiores em apoio à companhia. Somente o planejamento antecipado evitará
retardos na prestação desse apoio.
Após o levantamento das necessidades para apoiar os elementos de manobra, os meios
da companhia são atribuídos às unidades, visando a atendê-las até a conquista dos objetivos
impostos. Com a evolução do combate, impõe-se uma atenta supervisão por parte do coman-
dante da subunidade, a fim de recuperar elementos cujos encargos já hajam terminado ou
que se tornarem secundários, em face das novas exigências de apoio. A conquista dos obje-
tivos previstos ou a modificação da organização para o combate (emprego de reservas, etc)
poderá implicar o reajustamento do dispositivo e das missões dos elementos da companhia.
O apoio de MB aos elementos em primeiro escalão é feito sob a forma de apoio direto,
reforço ou controle operativo. A adoção de uma dessas formas é função, entre outros
fatores, do grau de centralização da operação.
Os elementos em apoio direto, reforço ou controle operativo deslocam-se por lanços à
retaguarda dos elementos apoiados, prestando o apoio em manutenção e realizando o
ressuprimento mediante o processo de troca direta. Para isso, aproveitam as paradas nos
objetivos, as pausas do combate e os períodos de pouca visibilidade, executando, tanto
quanto possível, a manutenção no local.

Peculiaridades do Apoio Logístico

No ataque, as atividades da logística do material sofrem variações em função das


condições do terreno, da natureza da posição defensiva do inimigo e, particularmente, da
natureza da GU empenhada (Bld, Mec, Mtz, etc). De modo geral, há uma tendência para o
aumento das panes em viaturas, particularmente em virtude da ação do inimigo, bem como
panes em armamentos e demais equipamentos.
Em relação à manutenção, o apoio logístico apresenta as seguintes peculiaridades:
1) cresce de importância a realização da manutenção preventiva e corretiva na prepa-
ração para o ataque. Todos os esforços devem ser realizados no sentido de disponibilizar
a maior quantidade possível de material, de acordo com as prioridades determinadas pelo

9-3
EB60-ME-13.401

escalão superior e as disponibilidades de pessoal, suprimentos e ferramental;


2) sempre que possível, o material deve ser reparado no local, principalmente no caso
de equipamentos pesados e de difícil remoção, tais como Vtr Bld e Art;
3) se necessário, podem ser destacadas turmas de manutenção para a realização de
trabalhos específicos;
4) durante a execução do ataque, devem ser priorizados os serviços de manutenção de
emergência e a troca direta, que recoloquem o material e os equipamentos em condições
de uso no menor tempo possível; e
5) se possível, a manutenção de emergência pode ser realizada aproveitando a ocasião
da conquista dos objetivos intermediários, ou até mesmo aproveitando-se de pequenas
paradas no ritmo das operações da brigada.
No que diz respeito à Distribuição de Lubrificantes, Peças e Conjuntos de Reparação, as
seguintes peculiaridades são evidenciadas:
1) durante a preparação para o ataque, devem ser recompletadas todas as dotações de
peças e conjuntos de reparação, considerando-se ainda as necessidades da manutenção
preventiva e corretiva realizadas nessa ocasião;
2) durante o ataque, deve-se dar maior prioridade às peças e conjuntos de reparação
para troca direta; e
3) as seções leves de manutenção destacadas em apoio direto, reforço ou controle
operativo podem fornecer uma quantidade limitada de peças e/ou conjuntos de reparação
às unidades apoiadas.
Em relação ao Salvamento do material, há a seguinte peculiaridade: durante a execução
do ataque, as turmas de salvamento podem ser dispostas em locais de onde possam atuar
rapidamente em qualquer local onde sejam necessárias, ou junto às Seç L Mnt que estejam
em apoio direto, reforço ou controle operativo. Tais turmas devem ser constituídas por
meios de salvamento disponíveis e/ou recebidos do escalão superior, de acordo com a
natureza da Brigada.

9.1.4 APROVEITAMENTO DO ÊXITO E PERSEGUIÇÃO

Há um aumento considerável na velocidade de progressão, trazendo reflexos para os


elementos de apoio, que realizam um maior esforço para manter o fluxo de suprimento e
os trabalhos de manutenção. O salvamento cresce de intensidade no que se refere ao
material inimigo capturado.
As características do aproveitamento do êxito e perseguição que mais influem no apoio
de MB são:
a) situação tática definida;
b) centralização do planejamento e descentralização em alto grau da execução;
c) atuação em largas frentes e grandes profundidades; e
d) movimento ininterrupto, dia e noite, sem levar em conta as condições meteorológicas,
até a conquista dos objetivos e a destruição do inimigo.
No aproveitamento do êxito e na perseguição, o apoio da companhia reveste-se de
aspectos semelhantes aos abordados na marcha para o combate, no que se refere aos
elementos lançados à frente do grosso. Entretanto, é importante notar que o grosso da
tropa apoiada poderá, ainda, estar empenhado em ações táticas (limpeza, redução de
posições, etc) não podendo, muitas vezes, prescindir do apoio de elementos da
companhia. Nesses casos, é normal o apoio do escalão superior, particularmente para
aumentar as possibilidades de apoio direto, apoio de emergência ao longo dos eixos e
salvamento de material, liberando os meios de apoio da companhia para apoiar os
elementos da força lançados à frente.
Nessas operações, normalmente, é adotada a forma de emprego reforço ou controle
operativo, em face das longas distâncias de apoio. As atividades logísticas são
executadas de modo descentralizado.

a. Articulação e Desdobramento

Face à grande mobilidade dos meios empregados nesse tipo de operação, a Cia Log Mnt
desdobrará parcialmente suas instalações (sobre rodas), devendo, na medida do possível,
ocupar locais anteriormente ocupados pelos meios de apoio logístico internos das OM
apoiadas.

9-4
EB60-ME-13.401

Normalmente, são utilizados processos especiais de suprimento e/ou destacamentos


logísticos, considerando-se, para sua execução, a segurança dos recursos logísticos e a
disponibilidade de meios de transporte e de C2.
A presença do inimigo nas proximidades poderá dificultar ou impedir as operações de
manutenção, suprimento e salvamento.
Uma vez procedida a limpeza do terreno pela força de acompanhamento e apoio, o B Log
passa a ter condições de segurança para cerrar e desdobrar a BLB, e, consequentemente, a
Cia Log Mnt ocupará a porção da BLB necessária ao desdobramento de suas instalações.

b. Peculiaridades do Apoio Logístico

Como já dito, nas operações de aproveitamento do êxito e perseguição, o apoio da Cia Log
Mnt reveste-se de aspectos semelhantes aos abordados na marcha para o combate. Verifica-
se, também, um grande aumento nas necessidades de manutenção e salvamento, principal-
mente ao longo dos eixos de deslocamento, bem como do material inimigo capturado.
Em relação à manutenção, o apoio logístico apresenta as seguintes peculiaridades:
1) todos os esforços devem ser realizados a fim de manter a impulsão do movimento da
Bda, principalmente no que se refere às tropas da vanguarda;
2) se for necessário, o material de difícil reparação pode ser deixado para ser manutenido
pelos elementos que se deslocam na força de acompanhamento e apoio; e
3) da mesma forma que na marcha para o combate, o apoio de manutenção caracteriza-
se por uma acentuada redução nos trabalhos em oficina. Há maior ênfase na manutenção no
local e no serviço de manutenção de emergência ao longo dos eixos de progressão, a fim de
desimpedi-los.
No que diz respeito à Distribuição de Lubrificantes, Peças e Conjuntos de Reparação, as
seguintes peculiaridades são evidenciadas:
1) nas operações de aproveitamento do êxito e perseguição, o consumo de peças e
conjuntos de reparação, principalmente itens para troca direta, é elevado, exigindo um
planejamento cuidadoso e uma previsão a mais precisa possível;
2) as Seç L Mnt destacadas em reforço ou controle operativo devem conduzir uma
quantidade suficiente de peças e conjuntos de reparação para troca direta, em virtude do
pouco tempo para a realização dos reparos; e
3) após o término do movimento, ocorrerá novamente um aumento do consumo de peças
e conjuntos de reparação, a fim de serem executados os trabalhos de manutenção
necessários.
Em relação ao Salvamento do material, há as seguintes peculiaridades:
1) durante as operações de aproveitamento do êxito e perseguição, cresce de intensidade
o salvamento de material inimigo capturado. Tal material pode servir de importante fonte de
informações a respeito da situação do inimigo, razão pela qual deve ser convenientemente
recolhido ao escalão superior. O pessoal das turmas de salvamento deverá ser alertado
quanto à possibilidade de o material abandonado pelo inimigo estar armadilhado;
2) aumenta de importância a segurança das turmas de salvamento, uma vez que elemen-
tos avançados do inimigo podem estar operando atrás de forças inimigas ultrapassadas;
3) as turmas de salvamento podem reforçar as Seções Leves de Manutenção, a fim de
facilitar os trabalhos e desobstruir os eixos de deslocamento; e
4) a evacuação, em princípio, deve ocorrer no sentido do movimento da tropa, isto é, da
retaguarda para frente. As viaturas, materiais e equipamentos devem ser evacuados para a
região de destino ou BLB a ser ocupada pela tropa após o término da marcha.
Durante as operações de aproveitamento do êxito e perseguição, cresce de intensidade a
remoção de munições e explosivos capturados. Tal material pode servir de importante fonte
de informações a respeito da situação do inimigo, razão pela qual deve ser confeccionado o
relatório de Informações Técnicas (RIT). O Gp Ev deverá ser acionado para inspecionar o
material abandonado pelo inimigo.
O Gp Ev pode reforçar as Seções Leves de Manutenção, a fim de facilitar os trabalhos de
remoção e destruição de artefatos explosivos nos eixos de deslocamento.

9.2 OPERAÇÕES DEFENSIVAS

São operações realizadas para conservar a posse de uma área ou território, ou negá-los
ao inimigo, e, também, garantir a integridade de uma unidade ou meio. Normalmente,

9-5
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neutraliza ou reduz a eficiência dos ataques inimigos sobre meios ou territórios defendidos,
infligindo-lhe o máximo de desgaste e desorganização, buscando criar condições mais
favoráveis para a retomada da ofensiva.
O apoio logístico, neste tipo de operação, requer maior centralização dos recursos, com a
descentralização seletiva de meios aos elementos de emprego em primeiro escalão.
A maior estabilidade das ações proporciona mais tempo para a organização do apoio
logístico e maior permanência das instalações logísticas em uma mesma posição. Todavia,
os prazos para o desdobramento das estruturas logísticas estão condicionados às ações do
inimigo, o que aumenta a necessidade de medidas ativas e passivas de proteção dos
recursos logísticos.
Normalmente, as instalações logísticas são desdobradas em posições mais à retaguarda.
O esforço principal do apoio logístico é dirigido às unidades desdobradas em primeiro
escalão. A análise de logística pode indicar a necessidade de desdobramento de instalações
avançadas com maior mobilidade, como Destacamento Logístico, visando a garantir certo
grau de autonomia às tropas de combate e apoio ao combate em primeiro escalão.
Os tipos de operações defensivas, seus conceitos e considerações gerais sobre o planeja-
mento e sua execução são estudados em manuais específicos. O presente capítulo trata das
peculiaridades de emprego da Cia Log Mnt na defesa em posição e no movimento retrógrado.
As características da defensiva que mais influem no apoio de MB são:
a) manobra definida em linhas gerais;
b) dispositivo em largas frentes, no caso de Mvt Rtg;
c) situação de relativa estabilidade;
d) aspectos dinâmicos nas ações de defesa; e
e) possibilidades de passar à contraofensiva.

9.2.1 DEFESA EM POSIÇÃO

A defesa em posição pode ocorrer nas seguintes formas de manobra tática:


a) defesa móvel: é aquela em que o mínimo de forças é desdobrado à frente, para
alertar sobre um ataque inimigo iminente, canalizar o atacante para um terreno que lhe seja
menos favorável e assim impedir seu ataque, inquietá-lo e desorganizá-lo. A maior parte
das forças de defesa é empregada em vigorosa ação ofensiva e visa a destruir o inimigo em
momento e local decisivos. A defesa móvel é, normalmente, conduzida pelo escalão Divisão
de Exército ou superiores; e
b) defesa de área: é aquela baseada na manutenção de determinada faixa do terreno.
Essa forma de defesa, normalmente, tira o máximo partido dos obstáculos existentes, reduz
a possibilidade do ataque noturno ou por infiltração e impõe ao atacante o emprego do
máximo de poder de combate para tentar a penetração.
As características da defesa em posição que mais influem no apoio de MB são:
a) máxima centralização do apoio devido aos problemas de segurança e para facilitar
as ações dinâmicas da defesa;
b) amplo desdobramento dos meios em largura e em profundidade, possibilitado pela
estabilidade das operações;
c) maior necessidade de segurança contra a artilharia, força aérea e elementos
inimigos infiltrados;
d) flexibilidade que permita atender às mudanças de atitude e às flutuações de
combate;
e) maior rendimento dos meios, em função da estabilidade da situação; e
f) necessidade de apoiar os elementos (PAG e PAC) à frente do limite anterior da área
de defesa avançada (LAADA).
Como na ofensiva, o planejamento do apoio logístico é conduzido em fases,
concomitantemente com o planejamento das operações. O comandante da SU,
obedecendo às diretrizes do Cmt B Log, prepara prescrições para o apoio logístico e
estabelece prioridades para a prestação do apoio às forças de segurança, às forças da área
de defesa avançada e à reserva, na execução de contra-ataques. Considerando que se
baseia em estimativas dos prazos disponíveis, o planejamento deve ser continuado e prever
trabalhos a serem realizados ou suprimidos, caso as estimativas não se concretizem.
A região a ser defendida é constituída por três áreas distintas:
a) área de segurança (A Seg), onde atuam a força de cobertura (F Cob), os postos
avançados gerais (PAG) e os postos avançados de combate (PAC);

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b) área de defesa avançada (ADA); e


c) área da reserva (A Res).
A Companhia Logística de Manutenção deve ter condições de apoiar a brigada em
qualquer desses escalões da defesa.

a. Articulação e Desdobramento

A probabilidade de penetração inimiga na área de defesa avançada requer uma


organização e localização dos meios, de modo a não interferir com a manobra operativa.
Isso é mais verdadeiro se levarmos em conta, ainda, a importância da missão atribuída às
reservas.
As necessidades de segurança e continuidade do apoio têm particular influência na
localização da BLB.
Em geral, o comandante da SU deve prever a máxima centralização dos meios com
vistas ao controle, à coordenação, à eficiência do apoio e à flexibilidade.
O desdobramento e a instalação dos órgãos de apoio do B Log e da SU são, em
princípio, feitos ao longo das vias de transporte, desde que satisfeitas as imposições de
segurança, sigilo e camuflagem.
O desdobramento deve permitir o funcionamento centralizado dos meios de apoio logísti-
co, mantendo-se a flexibilidade indispensável aos contra-ataques ou à passagem à ofensiva.
Quando do apoio aos elementos em PAG e PAC, a SU poderá destacar elementos em
apoio direto, reforço ou controle operativo.
Na conduta da defesa, o Cmt SU acompanha a evolução da situação, apoiando os
contra-ataques, realizando os diversos trabalhos técnicos e atividades logísticas, segundo
o planejamento realizado e atendendo às necessidades de apoio que se apresentam.
A Cia Log Mnt de uma Bda em reserva presta o apoio de modo centralizado (apoio ao
conjunto). Por ocasião dos contra-ataques, poderão ser colocados elementos em apoio
direto, reforço ou controle operativo às peças de manobra.
Dependendo do esquema de manobra adotado, poderá haver uma descentralização
inicial dos meios de manutenção e salvamento, para o apoio às forças de segurança nas
ações preliminares do combate.
A segurança da área da SU é dada, principalmente, pela adequada utilização do terreno,
da camuflagem e do sigilo. Devem ser aproveitadas as áreas cobertas pela defesa
antiaérea e, na sua ausência, o afastamento de pontos facilmente identificáveis pelo inimigo.
Nas operações defensivas, crescem de vulto as missões de combate, principalmente na
defesa de área de retaguarda, tais como escolta de comboios, patrulhamento de eixos e
áreas e ocupação de postos de vigilância e postos de observação.
Os planos de defesa da área da SU devem prever a defesa em todas as direções e o
apoio mútuo entre as instalações. A organização da defesa deve sofrer um aperfeiçoamento
progressivo e continuado e estar bem coordenada e integrada ao plano de defesa do B Log.
Em situações críticas, a SU pode combater como infantaria em defesa da BLB e em
ações de DEFAR.

b. Apoio às Forças de Segurança

O desdobramento e a localização dos elementos em apoio logístico às forças de


segurança são em função das seguintes condicionantes:
a) valor da tropa a apoiar;
b) profundidade da área de segurança;
c) duração da missão da força de segurança; e
d) terreno (obstáculos existentes entre o apoio logístico e a tropa apoiada).
O apoio logístico aos PAG e PAC deve ser prestado, tanto quando possível, de modo
centralizado. Se necessário, podem ser desdobrados à frente elementos de manutenção e
salvamento. O apoio de manutenção e salvamento de material é feito por meio de reforço
(ou apoio direto) de seções leves de manutenção.
Caso necessário, pode ser desdobrada uma BLB no interior da área de segurança
(entre os PAG e o LAADA). Entretanto, quando isso ocorrer, a área ocupada não deve
interferir nos preparativos e na manobra dos elementos em primeiro escalão na ADA.
Quando no interior da ADA, a BLB pode cerrar à frente até à altura das reservas das Bda
em primeiro escalão.

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c. Apoio à Área de Defesa Avançada

Deve ser centralizado numa única BLB, observando-se, ainda, a flexibilidade de apoiar
as ações dinâmicas da defesa. Para isso, a BLB deve localizar-se à retaguarda,
guardando a distância de segurança a partir dos últimos núcleos de aprofundamento e
evitando mudanças decorrentes das condutas de defesa.

d. Apoio à Área de Reserva

Nesse escalão de defesa, o apoio à Bda assemelha-se ao executado nas zonas de


reunião (Z Reu). Entretanto, o Cmt Cia deve elaborar planos, devido ao futuro emprego da
GU, o que poderá resultar em atitude ofensiva ou defensiva, ocupando uma parte do
LAADA.

e. Apoio na Defesa Móvel

Quando a Bda participa de uma defesa móvel, pode estar realizando o bloqueio e a
canalização do inimigo, ou ser empregada como força de choque. No primeiro caso, o apoio
logístico é semelhante ao prestado às forças da ADA e, no segundo, o apoio é semelhante
ao prestado nas operações de ataque coordenado. Em qualquer caso, a BLB deve manter
uma distância de segurança, contada a partir da penetração máxima admitida.
O apoio logístico deve ser organizado de forma a priorizar o apoio aos elementos
móveis (força de choque) e aos apoios de fogo. Para isso, devem ser mantidos elementos
de apoio logístico capazes de apoiar a reserva (força de choque) quando empregada, em
função de seu efetivo e de sua mobilidade.

f. Peculiaridades do Apoio Logístico

Para o defensor, a ação defensiva implica em dispor as suas forças e realizar


planejamentos para fazer face ao maior número possível de situações, uma vez que o
atacante pode escolher onde, quando e com que valor atacar. O êxito de uma operação
defensiva depende, portanto, da flexibilidade mantida pelo defensor, a fim de ganhar e
manter um máximo de iniciativa durante o combate.
A Cia Log Mnt de uma Bda apoia os elementos orgânicos e em reforço à Bda, quer
sejam empregados nas forças de segurança, quer na área de defesa avançada ou na
situação de reserva.
O apoio do escalão superior à Cia Log Mnt pode ser prestado pelo reforço às ações da
Bda, como força de segurança, ou de apoio suplementar quando nas demais situações.
Em relação à manutenção, o apoio logístico apresenta as seguintes peculiaridades:
1) na defensiva, a estabilidade das ações favorece a Cia Log Mnt, pela possibilidade
que apresenta de maior permanência nos locais de trabalho, facilitando a maior
centralização e desdobramento dos meios;
2) o tempo disponível para o planejamento e a execução dos trabalhos antes da
abordagem da posição pelo inimigo determina o estabelecimento de prioridades e a
urgência dos trabalhos;
3) considerando-se que o planejamento é feito à base da estimativa de prazos
prováveis de intervenção do inimigo, deve o mesmo ser continuado, prevendo os trabalhos
a serem realizados ou suprimidos, caso aquela estimativa não se concretize; e
4) todo esforço deve ser feito a fim de disponibilizar o material para a defesa antes da
ação do inimigo.
No que diz respeito à Distribuição de Lubrificantes, Peças e Conjuntos de Reparação, a
seguinte peculiaridade é evidenciada: a estabilidade das ações diminui o consumo dos
suprimentos destinados às viaturas, mas deve aumentar o consumo de peças de
reposição para armamentos e instrumentos. No caso de defesa móvel, pode haver um
aumento do consumo das classes V(A) e IX, a fim de manter a alta disponibilidade do
material.
Em relação ao Salvamento do material, há as seguintes peculiaridades:
1) o salvamento de material também será facilitado, particularmente em virtude da
redução das distâncias de evacuação e pelo decréscimo do material inimigo capturado; e
2) a defesa móvel e as ações preliminares do combate podem determinar um
acréscimo dos trabalhos dessa atividade.

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9.2.2 MOVIMENTOS RETRÓGRADOS

Os movimentos retrógrados são aqueles realizados para a retaguarda ou para longe do


inimigo. Pode ser executado sob pressão ou voluntariamente, isto é, sem pressão do inimigo.
As formas dos movimentos retrógrados são: retraimento, ação retardadora e retirada.
Em quaisquer dos tipos de movimentos retrógrados, os princípios de emprego da Cia
Log Mnt, de um modo geral, são os mesmos. Variações são decorrentes do fato de o
movimento se realizar com ou sem pressão do inimigo.
Uma das maiores preocupações nesse tipo de operação é a manutenção do poder
relativo de combate da tropa que executa o movimento retrógrado, o qual depende, em
grande parte, da regularidade e da eficiência do apoio logístico prestado às forças.
Deve ser planejado um dispositivo flexível dos elementos de manutenção, de modo a
assegurar o apoio eficiente, tanto nas missões de segurança, quanto nas ações em
posições de retardamento ou durante os retraimentos e retiradas.
As características do movimento retrógrado que mais influem no apoio de MB são:
a) frentes e profundidades amplas;
b) natureza dispersa das ações;
c) execução sob reduzidas condições de visibilidade;
d) formação linear;
e) rápidas mudanças de situação de combate; e
f) probabilidade de interdição das vias de retraimento pelo inimigo.
Devido às largas frentes nas quais, normalmente, são realizados os movimentos
retrógrados, o C2 fica prejudicado. Essa característica indica a necessidade de empregar as
Seç L Mnt em reforço ou controle operativo aos elementos de manobra. Além disso, os
planos devem ser minuciosos, a fim de proporcionar aos comandos subordinados uma
completa compreensão da operação, de forma que a missão seja cumprida, a despeito de
eventuais falhas no sistema de comunicações.
A execução de um movimento retrógrado, embora precedido de um planejamento cuida-
doso, pode apresentar sérios problemas logísticos, particularmente pela intervenção do inimi-
go, que mantém a iniciativa.
Durante o planejamento, devem ser levadas em consideração as dificuldades que
surgem com os movimentos de civis que permaneceram à retaguarda das posições.
Nos movimentos retrógrados, alguns fatores (as possibilidades da rede rodoviária, a
largura e a profundidade da zona de ação, o afastamento entre os eixos, a segurança do
fluxo de suprimento e das instalações e o dispositivo e o efetivo previstos para a realização
da operação) interferem na organização do apoio logístico, obrigando, muitas vezes, a
descentralização dos meios. Essa descentralização é realizada, principalmente, com os
meios de manutenção e salvamento, podendo ocorrer o desdobramento de um destaca-
mento logístico.

a. Articulação e Desdobramento

O planejamento deve levar em consideração a:


a) evacuação rápida e progressiva da maior parte das instalações, de modo a não inter-
ferir com os movimentos da tropa;
b) previsão das condições de retraimento para a(s) nova(s) base(s);
c) redução, ao mínimo possível, dos movimentos de suprimento para a frente;
d) entrega de suprimento em quantidades mínimas;
e) redução das instalações, deixando na posição que deve ser abandonada apenas os
elementos que possam ser deslocados, rapidamente, por estradas; e
f) destruição dos suprimentos e de equipamentos que tiverem que ser abandonados.
As características táticas dos movimentos retrógrados trazem os seguintes reflexos
imediatos para o apoio logístico:
a) planejamento e execução adequados de um dispositivo que assegure o apoio eficiente du-
rante o movimento, nas novas posições, aos elementos destacados em missão de segurança;
b) retraimento antecipado de instalações e meios pesados de apoio logístico;
c) planejamento flexível, com o desdobramento mínimo de meios permitindo a mudança
rápida de órgãos e instalações, visando ao apoio rápido e eficiente; e
d) alongamento inicial das distâncias de apoio, criando problemas de segurança dos flu-
xos e das próprias instalações e ocasionando a descentralização inicial dos meios, tendendo
para uma centralização progressiva.

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Quando a brigada realiza uma ação retardadora em posições sucessivas, a Cia atua
nessas posições com Seç L Mnt em apoio direto, reforço ou controle operativo às diferentes
unidades da Bda na área a defender, e a Cia(-) em apoio ao conjunto.
Quando a Bda retrai de uma posição, os destacamentos retardadores (força de segurança)
devem contar com meios em reforço (Seç ou Tu Mnt Slv) que retraem com esses elementos.
Na retirada, a Cia é empregada de modo semelhante à marcha para o combate. Cada
coluna de marcha deve receber um reforço de elementos da companhia (do Pel L Mnt e do
Gp Slv), de valor compatível. A Cia(-), à retaguarda da brigada, deverá ficar em condições
de atendê-la como um todo.
O controle do movimento da SU para a retaguarda é balizado pela designação do ponto
inicial (PI), do ponto de liberação (P Lib), de locais a ocupar na nova posição, da hora de
início, da sequência para cada elemento, dos itinerários de retirada ou retraimento, das
linhas ou pontos de controle.
Como norma geral, o retraimento para uma nova posição é precedido da reunião dos ele-
mentos da SU. Os elementos que estejam destacados, apoiando as unidades da Bda/DE,
retrairão mediante coordenação do Cmdo SU e da OM apoiada.
Mediante a execução do planejamento previsto em um quadro de movimento do Btl, a
companhia retrai para a posição já reconhecida previamente.
O grosso das instalações e das frações da SU deslocam-se para a retaguarda, prece-
dendo os elementos das unidades de combate, para evitar o congestionamento do trânsito
nas estradas.
Na escolha da região para o desdobramento, deve ser considerada a necessidade de
apoio em todos os eixos de retraimento ou retirada. As prioridades, horários e condições de
utilização das estradas devem ser coordenados. As probabilidades de interdição das estra-
das por ação do inimigo, por modificação das condições meteorológicas ou por congestiona-
mento dos itinerários, exigem a previsão de itinerários alternativos pela Cia.
No planejamento da defesa da SU, deve ser prevista, também, a segurança contra a
infiltração de forças especiais, guerrilheiros e sabotadores.

b. Peculiaridades do Apoio Logístico

Nesse tipo de operação, os fatores tempo e espaço são características preponderantes


e, como tal, revestem-se de grande importância para o planejamento da manutenção, do
suprimento e do salvamento do material. A continuidade do apoio é preocupação constante
desde o início do planejamento até o final da operação.
Apesar de o planejamento ser pormenorizado e centralizado, o Cmt Cia Log Mnt guarda
suficiente liberdade na execução de sua missão, conduzindo as suas atividades logísticas
de acordo com a evolução dos acontecimentos e de modo a explorar as oportunidades
que surgirem no nível das frações elementares. No seu planejamento, o comandante da
Cia Log Mnt deve levar em conta, principalmente, o esquema de manobra da brigada, bem
como os meios disponíveis para o apoio e os prazos. Mais que em qualquer outra
operação convencional, o planejamento deve ser pormenorizado.
Todos os esforços devem ser empreendidos no sentido de se evitar que viaturas,
armamento, equipamentos de comunicações e suprimentos sejam capturados pelo inimigo.
De acordo com as diretrizes do Cmt B Log, o Cmt Cia Log Mnt deve executar o plano de
destruição do material que não puder ser salvado.
Durante os movimentos para a retaguarda, as Seç L Mnt, reforçadas, normalmente, por
elementos de salvamento, operam junto às ATE das unidades. Quando as unidades
apoiadas tiverem itinerários de retraimento diferentes, o que é normal, esses itinerários
também devem ser mobiliados por turmas de manutenção e salvamento, segundo as
prioridades estabelecidas pelo comandante da tropa apoiada. Para tanto, a Cia Log Mnt dos
batalhões logísticos das brigadas mecanizadas e blindadas (normalmente empregadas
nesse tipo de operação) possui meios adicionais de salvamento de material.
A Cia Log Mnt(-) permanece prestando o apoio por área até o momento em que se
inicia o retraimento das ATE. Elementos do Pel P Mnt ficam à retaguarda, a fim de apoiar
o deslocamento do restante da brigada, ou seja, do PC, unidades de apoio ao combate e
do próprio B Log, até suas novas posições.
Quando necessário, deve ser solicitado o apoio do escalão superior, sob as formas de
reforço ou apoio suplementar.
Em relação à manutenção, o apoio logístico apresenta as seguintes peculiaridades:

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1) a Cia Log Mnt(-), desdobrada com a maioria de meios sobre rodas na BLB, realiza o
apoio sob a forma de apoio ao conjunto;
2) a manutenção deve ser intensificada ao máximo antes da execução de um movimen-
to retrógrado. Nessa fase, o apoio deve ser centralizado, a fim de aumentar o rendimento
dos meios e facilitar o controle das frações da Cia Log Mnt;
3) antes do início do movimento retrógrado ou, mais especificamente, antes da ocupa-
ção da posição inicial de retardamento (PIR), e durante a execução do movimento para a
retaguarda, as atividades de manutenção devem incidir sobre o material, respeitadas as
prioridades estabelecidas pelo comandante do B Log. Essas prioridades também são
aplicadas para o salvamento do material;
4) para o estabelecimento das prioridades, o Cmt B Log, assessorado pelo Cmt Cia,
deve levar em conta, principalmente, a importância do material para o cumprimento da
missão e a sua recuperabilidade, isto é, o grau de dificuldade para sua obtenção e
recompletamento. Como o sucesso desse tipo de operação repousa, particularmente, sobre
as viaturas blindadas, artilharia e comunicações, normalmente, esses itens devem receber
as maiores prioridades;
5) durante os movimentos entre posições de retardamento ou regiões de destino, os tra-
balhos restringem-se ao serviço de manutenção de emergência, que visa a complementar a
manutenção executada pelas unidades, de modo a evitar qualquer embaraço no fluxo do
trânsito de viaturas nas estradas que conduzem à retaguarda. Esse serviço atende não
somente às viaturas e ao material orgânico da Bda/DE, mas também a todas as viaturas que
passarem pelos postos de manutenção fixos (ou móveis) estabelecidos pela Cia Log Mnt;
6) estes postos, normalmente operados por elementos do Pel L Mnt, reforçados por
turmas de salvamento (remoção, reboque e resgate), situam-se nas imediações dos
postos de controle de trânsito, trabalhando em íntima ligação com os elementos de PE, a
fim de se manterem informados quanto ao escalonamento das colunas. Constituem-se de
elementos de manutenção móveis, atuando como verdadeiras patrulhas que executam a
manutenção de viaturas e armamento, no local onde for necessário;
7) se os mecânicos das subunidades e unidades apoiadas verificam que não é possível
fazer uma reparação imediata, a viatura deve ser rebocada e posteriormente reparada, ou
pode ser, ainda, deixada na estrada para ser atendida pelo pessoal de manutenção dos
postos de manutenção de emergência da Cia Log Mnt. Em todo caso, a decisão de
abandono provisório ou definitivo (destruição) caberá ao Cmt da fração considerada, dentro
das normas estabelecidas pelo escalão superior. Nessa decisão influem, particularmente, o
tipo de reparação, a estrada, as condições de trânsito e a distância da região de destino
(nova posição de retardamento). Quando o abandono é provisório, o motorista permanece
com a viatura. Deve-se, entretanto, considerar a possibilidade de se perder o pessoal e o
material assim deixado, face à atuação do inimigo. Antes de abandonar uma viatura, as
unidades devem transferir a carga essencial ao combate para outra;
8) antes do movimento de uma posição retardadora para outra, o comandante da Cia
determina a intensificação dos trabalhos de manutenção, segundo as prioridades
previamente estabelecidas, a fim de que se reduzam as possibilidades de panes durante os
deslocamentos; e
9) à noite ou nos períodos de visibilidade restrita, quando houver pessoal de manu-
tenção trabalhando nas margens da estrada, devem ser colocados guias, guardas ou
qualquer sinalização a fim de orientar o fluxo de trânsito.
No que diz respeito à Distribuição de Lubrificantes, Peças e Conjuntos de Reparação,
as seguintes peculiaridades são evidenciadas:
1) o consumo de suprimento das classes de material bélico é acentuado antes do
início do movimento, em virtude da intensificação da manutenção;
2) nos movimentos retrógrados, as necessidades restringem-se às quantidades mínimas
de suprimento a serem mantidas nas áreas avançadas. Pode ser conveniente a estocagem
de pequenas quantidades de suprimento ao longo dos itinerários de retraimento ou retirada;
3) é normal a estocagem prévia dos suprimentos mais urgentes nas posições de retar-
damento, de acordo com as necessidades exigidas. O planejamento cuidadoso evita o
transporte desnecessário, a destruição e a perda de suprimento; e
4) em virtude das dificuldades de salvamento, face à rapidez das ações, os suprimentos
que não possam ser salvados devem ser destruídos. Assim, na perspectiva de um
movimento retrógrado, os elementos de primeiro escalão, ao serem acolhidos, podem
transferir suprimentos para os destacamentos de contato ou para a força de segurança.

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Em relação ao Salvamento do material, há as seguintes peculiaridades:


1) durante os movimentos retrógrados, o salvamento do material apresenta muitos
problemas, devido às suas características táticas e às horas de limitada visibilidade em
que normalmente são realizados;
2) a Cia Log Mnt deve prever viaturas em reserva para tracionar o armamento
autorrebocado cujas viaturas tratoras se tornem indisponíveis. Assim, uma ou mais
viaturas, além das viaturas-socorro especializadas, deslocando-se na cauda de cada
unidade, devem ser reservadas para reboque ou para o transbordo de carga. É de
extrema importância que as estradas se conservem desobstruídas. Assim sendo, as
viaturas abandonadas devem ser retiradas do leito da estrada;
3) a atividade de remoção, reboque e resgate do material pode ser agravada, em face da
maior rapidez dos deslocamentos, da largura das zonas de ação e da interferência do inimi-
go. Elementos do Gp Slv devem trabalhar em íntima ligação com as turmas e seções de ma-
nutenção e nos postos de manutenção ao longo dos itinerários de retraimento ou retirada; e
4) durante os movimentos retrógrados, os armamentos, munições e explosivos que não
puderem ser salvados ou transportados são destruídos.

9.3 OPERAÇÕES DE COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO COM AGÊNCIAS

9.3.1 GENERALIDADES

Nesse tipo de operação, os recursos logísticos da F Ter podem ser integrados aos
recursos de outras agências, de modo a obter sinergia e unidade de esforços decorrentes
da complementaridade de capacidades e competências logísticas.
Em que pese as operações de cooperação e coordenação com agências terem um
perfil de emprego de menor intensidade, a proteção dos recursos logísticos permanece
sendo uma prioridade.
A capacidade da estrutura logística apoiadora é montada a partir das OM logísticas exis-
tentes em tempo de paz, podendo ou não haver a necessidade de seu desdobramento no
terreno fora do aquartelamento, observando-se o princípio da “Logística na Medida Certa”.

9.3.2 GARANTIA DOS PODERES CONSTITUCIONAIS

São operações que se destinam a assegurar o livre exercício dos poderes da República
e apresentam como principais características que influenciam no emprego da Cia Log Mnt:
a) planejamento, execução e controle centralizados;
b) apoio cerrado;
c) centralização dos meios;
d) maior permanência da instalação logística em um mesmo local;
e) utilização das instalações existentes, prioritariamente as militares, para fins de
suporte à tropa empregada;
f) utilização de módulos logísticos;
g) utilização de recursos locais; e
h) adoção de processos e métodos de apoio não convencionais.

9.3.3 GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

É uma operação militar conduzida pelas Forças Armadas, de forma episódica, em área
previamente estabelecida e por tempo limitado. Tem por objetivo a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
A Cia Log Mnt apoia as tropas engajadas, reforçando-as em manutenção, remoção de
artefatos explosivos e salvamento. Com relação à escolha dos locais de estacionamento,
devem-se evitar as regiões de concentração industrial, que ofereçam risco de contaminação.
A restrição de espaços na área urbana induz ao fornecimento de maior autonomia às
tropas que atuam de forma dispersa, estabelecendo níveis de segurança em todos os
escalões. Grande parte dos meios logísticos é disponibilizada para esse fim e requerem
uma coordenação estreita em todos os níveis de comando. O dimensionamento do sistema,
as ligações necessárias e a segurança dos meios desdobrados e das unidades logísticas
são indispensáveis para que o apoio à força e à população, se for o caso, seja o mais
adequado.

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Diante da diversidade de missões que podem ser atribuídas ao Exército, somente por meio
de uma análise logística acurada é possível a realização de um apoio logístico adequado.

9.3.4 ATRIBUIÇÕES SUBSIDIÁRIAS

Da mesma forma que nas Op GLO, a diversidade de missões que podem ser atribuídas
ao Exército exige uma análise logística acurada para que seja possível a realização do
apoio logístico adequado.
A companhia pode auxiliar nas ações de fiscalização de produtos controlados, principal-
mente, explosivos comerciais.

9.3.5 PREVENÇÃO E COMBATE AO TERRORISMO

As operações realizadas nesse contexto apresentam como principal característica que


influencia no emprego da Cia Log Mnt a utilização de materiais Cl II, V e VII não provenientes
da cadeia de suprimento, requerendo apoio logístico específico e especializado.
Por causa de sua visibilidade, os elementos e instalações de logística são particular-
mente vulneráveis à ameaça do terrorismo. Todas as unidades de logística devem estar
cientes dessa ameaça e das medidas defensivas necessárias para reduzir sua
vulnerabilidade. Os planos de logística devem incluir medidas específicas contra o
terrorismo, alinhados às respectivas ordens de operações.
A Cia Log Mnt pode auxiliar nas ações de prevenção e combate ao terrorismo, princi-
palmente nas varreduras e, SFC, na remoção ou destruição de artefatos explosivos.

9.3.6 AÇÕES SOB A ÉGIDE DE ORGANISMOS INTERNACIONAIS

O apoio logístico às operações realizadas nesse contexto apresenta as seguintes


particularidades:
a) pode ser singular, conjunto, combinado, realizado por um organismo internacional
ou país definido pela coalização, priorizando a utilização de recursos existentes na A Op,
desde que não impactem substancialmente a economia local;
b) a logística nas operações de arranjos internacionais de defesa coletiva pode
assemelhar-se às operações ofensivas e defensivas; e
c) a Análise de Logística cresce de importância diante da diversidade de missões que
podem ser atribuídas à F Ter no contexto dessas operações.
O plano de suporte logístico deve ser baseado em dados de consumo conhecidos para
operações similares. Os estoques iniciais devem ser suficientes para suportar a situação
mais crítica imaginada. Mudanças mínimas devem ser permitidas durante o início das
operações, até que padrões de demandas sejam estabelecidos.
A Cia Log Mnt pode auxiliar nas ações de destruição de engenhos falhados, na inspeção
de paióis, remoção e destruição de munições e explosivos capturados e no treinamento de
forças locais.

9.3.7 EMPREGO EM APOIO À POLÍTICA EXTERNA EM TEMPO DE PAZ OU CRISE

A condução do apoio logístico nas operações em apoio à política externa em tempo de


paz ou de crise demanda estreita coordenação com elementos da Função de Combate
Movimento e Manobra. As tarefas a serem executadas são orientadas pelo diploma legal
que estabeleceu a missão.
A Análise de Logística cresce em importância diante das peculiaridades de missões que
podem ser atribuídas à FTC no contexto dessas operações.

9.3.8 OUTRAS AÇÕES DE COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO COM AGÊNCIAS

A Cia Log Mnt, também, poderá apoiar a brigada em outras atividades de cooperação,
como: segurança de grandes eventos e de chefes de Estado; garantia da votação e
apuração; apoio relativo a acordos sobre controle de armas e produtos controlados;
salvaguarda de pessoas, dos bens, dos recursos brasileiros ou sob a jurisdição brasileira,
fora do território nacional; e patrulha fluvial.
Pela diversidade das missões, uma análise logística específica e detalhada para cada uma
delas permitirá atingir o estado final desejado sem carência ou desperdício de meios e
recursos.

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9.4 OPERAÇÕES COMPLEMENTARES

Os elementos da Força Terrestre executam as operações complementares,


normalmente, inseridas no contexto das operações básicas.

9.4.1 OPERAÇÕES AEROMÓVEIS

A Op Amv é caracterizada por um aumento das necessidades de manutenção e


evacuação de material salvado e capturado.
A natureza dispersa das operações em sua fase inicial, a dificuldade de definição do
inimigo e a atuação em terreno desconhecido, longe da base de partida, refletem-se no
apoio da Cia Log Mnt, trazendo os seguintes reflexos: necessidade de apoiar todos os
grupamentos de forças; descentralização inicial do apoio logístico; necessidade de
conservar meios disponíveis para o apoio em todas as fases da operação; e dificuldade de
determinação exata dos meios necessários.
No assalto aeromóvel, o escalão de acompanhamento e apoio conduz para a área da
cabeça de ponte aérea os meios de Ap Log necessários ao imediato emprego na missão,
a fim de manter o fluxo normal das atividades logísticas e preservar a capacidade de
combate da F Spf.
O escalão recuado da F Spf conduz os demais meios de apoio logístico para as forças
desdobradas na cabeça de ponte aérea.
A F Spf tem limitada capacidade (48 horas) de durar na ação com seus meios
orgânicos após o desembarque, empenhando a F Helcp e demais meios aéreos
disponíveis a realizarem missões de apoio logístico em proveito da F Spf que se encontra
na cabeça de ponte aérea, até o momento da junção ou exfiltração (terrestre e/ou aérea),
conforme o desenrolar do combate.
O problema da manutenção é ampliado pelo limitado número de tropas de material bélico
na área do objetivo. A fim de reduzir ao mínimo as necessidades, deve ser realizada antes
da partida uma manutenção intensiva para assegurar o mais elevado grau de prontidão
operacional de todo o equipamento que deve ser encaminhado à área do objetivo. A
manutenção durante o assalto inicial é normalmente executada pelo pessoal de material
bélico orgânico das unidades apoiadas, complementada por elementos do Pel L Mnt.
Maiores detalhes sobre o apoio logístico nas operações aeromóveis, como as
especificações técnicas das aeronaves, podem ser obtidos no Manual de Campanha
EB70-MC-10.218 – Operações Aeromóveis.

9.4.2 OPERAÇÕES AEROTERRESTRES

Uma operação aeroterrestre, em termos de demandas para a Cia Log Mnt, é


caracterizada pela grande necessidade de manutenção e de evacuação de material
salvado e/ou capturado.
O apoio a este tipo de operação possui as seguintes peculiaridades: apoio logístico
descentralizado; dificuldade de realizar evacuações terrestres antes da junção; e alta
dependência da força aérea para execução do apoio logístico.
Maiores detalhes sobre o apoio logístico nas operações aeroterrestres podem ser
obtidos no Manual de Campanha EB70-MC-10.217 – Operações Aeroterrestres.

9.4.3 OPERAÇÕES DE SEGURANÇA

Essas operações são caracterizadas pelo aumento nos trabalhos de manutenção de


veículos (Cl IX). Uma manutenção preventiva criteriosa deve ser realizada antes da operação,
visando reduzir a demanda por serviços de manutenção de viatura durante o movimento.

9.4.4 OPERAÇÕES CONTRA FORÇAS IRREGULARES

O apoio logístico às Operações Contra Forças Irregulares tem características especiais


e sua execução é descentralizada e, via de regra, necessita de apoio da população local
para ser bem sucedido. Portanto, exige maior segurança no fluxo de suprimentos e das
instalações logísticas, além de apoio de elementos especializados em operações de
informação e comunicação social.

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9.4.5 OPERAÇÕES DE DISSIMULAÇÃO

Diversas ações podem ser planejadas para iludir o inimigo, e a Cia Log Mnt deve
realizar o desdobramento como normal, inclusive destacando os elementos, visando
contribuir com a brigada na missão de iludir o inimigo.

9.4.6 OPERAÇÕES DE INFORMAÇÃO

Além do apoio logístico normal à brigada, os elementos da Cia Log Mnt podem
contribuir com as capacidades relacionadas à informação (CRI), conforme determinação
ou necessidade do seu escalão enquadrante. Como exemplo, pode-se contribuir com a
inteligência no repasse de dados relativos ao material capturado do inimigo, que dá
entrada no P Col Slv.

9.4.7 OPERAÇÕES ESPECIAIS

A Cia Log Mnt, normalmente, não apoia as operações especiais, que já possuem sua
própria estrutura de apoio logístico. Entretanto, pode receber algum encargo específico de
apoio à Base de Operações Especiais que não esteja em ambiente hostil, negado ou
politicamente sensível.

9.4.8 OPERAÇÕES DE BUSCA, COMBATE E SALVAMENTO

Nessas operações, a Cia Log Mnt poderá destacar elementos para apoiar no
salvamento (remoção, reboque ou resgate) de material. É comum o aerotransporte de
material e pessoal para o local da operação.

9.4.9 OPERAÇÕES DE EVACUAÇÃO DE NÃO COMBATENTES

A Cia Log Mnt deve ter condições de apoiar a força responsável pela Op Ev N Cmb.
Neste tipo de operação, podem ser necessários o desdobramento de Dst Log e a
contratação de meios e serviços locais.

9.4.10 OPERAÇÕES DE JUNÇÃO

Uma das finalidades da junção é estabelecer a ligação terrestre contínua, visando ao


apoio logístico à força estacionária. A Cia Log Mnt dessa força restabelece a sistemática
normal de apoio de suas atividades após a retomada da ligação terrestre.
A Cia Log Mnt da tropa que realiza a junção poderá receber a missão de prestar o
apoio logístico à força estacionária, caso o efetivo desta seja valor unidade ou inferior.
Para isso, a companhia poderá ser reforçada pelo Esc Sp naquilo que for necessário.
Os manuais EB70-MC-10.218 (Op Aeromóveis) e EB70-MC-10.217 (Op Aeroterrestres)
abordam mais detalhadamente a apoio logístico à força estacionária, quando esta for
aeromóvel ou aeroterrestre, respectivamente.

9.4.11 OPERAÇÕES DE INTERDIÇÃO

Devido ao emprego de fogos de artilharia, a Cia Log Mnt deve estabelecer prioridade para
a manutenção do armamento pesado das unidades apoiadas.

9.4.12 OPERAÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DE CURSO D’ÁGUA

A manutenção é intensificada na preparação das transposições. Turmas de manutenção


devem estar disponíveis nas áreas de travessia, a fim de realizar consertos de emergência
nos equipamentos para diminuir os retardos, principalmente nos materiais de engenharia.
Turmas de salvamento devem ser destacadas próximas à área de travessia, uma vez
que é comum a necessidade de reboque de viaturas nas rampas de acesso ao rio.

9.4.13 OPERAÇÕES ANFÍBIAS

A Cia Log Mnt deverá, em princípio, destacar elementos de manutenção de armamento


e de comunicações junto aos elementos de primeiro escalão.

9-15
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9.4.14 OPERAÇÕES RIBEIRINHAS

A Cia Log Mnt deverá prever os meios fluviais necessário para determinadas atividades,
como o desencalhe e reflutuação de embarcações. Estima-se maior demanda por
manutenção do armamento, de embarcações e de materiais de comunicações.

9.4.15 OPERAÇÕES CONTRA DESEMBARQUE ANFÍBIO

O apoio logístico da Cia Log Mnt seguirá princípios similares ao da defesa em posição.

9.4.16 OPERAÇÕES DE ABERTURA DE BRECHA

A Cia Log Mnt deve destacar elementos de manutenção e salvamento para a unidade
que realiza a abertura da brecha, visando à rápida desinterdição de uma brecha, já aberta.

9.4.17 OPERAÇÕES EM ÁREA EDIFICADA

Os reflexos para o apoio da Cia Log Mnt são: planejamento, execução e controle centra-
lizados; ampla utilização de recursos locais; maior permanência das instalações nos locais
de desdobramento; e ênfase na segurança das instalações e das atividades logísticas.

9.5 AÇÕES COMUNS ÀS OPERAÇÕES TERRESTRES

Essas ações não trazem reflexos diferentes dos já abordados para o apoio prestado
pela Cia Log Mnt. Durante o planejamento e o emprego de seus elementos, o Cmt Cia Log
Mnt deve atentar para a necessidade de executar algumas dessas ações para favorecer o
cumprimento da missão da companhia.

9.6 OPERAÇÕES EM AMBIENTES COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

9.6.1 AMBIENTE OPERACIONAL DE SELVA

A função logística manutenção possui os seguintes reflexos:


a) o 3° escalão de manutenção, particularmente dos itens de emprego direto das
tropas em combate, deve ser deslocado para próximo do usuário, evitando que o material
vá para a retaguarda, dando-lhe maior permanência na área de combate;
b) aumenta a importância das Seções Leves em apoio direto às unidades, para evitar,
ao máximo, o recolhimento de materiais para manutenção na retaguarda; e
c) grande demanda de manutenção de materiais de comunicações, armamento e de
engenharia (motores de popa e embarcações).

9.6.2 AMBIENTE OPERACIONAL DE PANTANAL

As peculiaridades do apoio logístico em ambiente operacional de pantanal são similares


ao ambiente operacional de selva, sendo necessário, portanto, que se atente para os
mesmos cuidados descritos no item anterior.

9.6.3 AMBIENTE OPERACIONAL DE CAATINGA

Este ambiente operacional não apresenta significativos reflexos para a Cia Log Mnt, à
exceção do excesso de pó, que exige cuidados especiais dos elementos que realizam a
manutenção de instrumentos de observação, direção e controle de tiro.

9.6.4 AMBIENTE OPERACIONAL DE MONTANHA

Neste tipo de operação, aumenta a importância das Seç L Mnt em apoio direto, reforço,
ou controle operativo das unidades, para evitar, ao máximo, o recolhimento de materiais
para manutenção à retaguarda.

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CAPÍTULO X
SEGURANÇA NAS ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO

10.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A segurança da área de retaguarda já foi abordada nos manuais de nível superior. Assim,
neste capítulo, será abordada somente a segurança nos trabalhos de manutenção em
operações.
No que concerne à segurança nos trabalhos de manutenção, as perdas fora de combate,
em acidentes de trabalho que poderiam ser evitados, são extremamente prejudiciais ao
funcionamento adequado da Cia Log Mnt e ao moral da tropa.

10.2 ANÁLISE DE RISCO

As operações normais de manutenção impõem o uso de ferramentas, equipamentos e


substâncias potencialmente perigosas, cujo manuseio inadequado pode causar danos pes-
soais e materiais, prejudicando seriamente as operações. Uma análise de risco efetiva deve
ser realizada em cada oficina, a fim de identificar os pontos críticos, passíveis de acidentes,
para que sejam tomadas as providências necessárias com relação à segurança das
atividades, como o uso obrigatório do Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado.
A análise de risco deve enquadrar todas as fases das operações. Todo o pessoal deve
estar ciente dos riscos inerentes às atividades, das normas de segurança a serem
observadas (quer usando ferramentas, máquinas ou viaturas), e das precauções
necessárias ao manuseio e armazenagem dos materiais perigosos.
O ORCP é o oficial de segurança da subunidade, sendo o responsável pela análise de
risco da subunidade.
O Cmt Cia, junto com o ORCP, deve buscar nas legislações específicas todas as Normas
Regulamentadoras (NR) sobre Segurança no Trabalho, relacionando as atividades com os
equipamentos de proteção individual necessários para a realização das tarefas da Cia.
O Cmt Pel é o responsável pela supervisão e coordenação de todas as atividades de
segurança dentro de sua fração, devendo inspecionar o correto e obrigatório uso dos EPI,
assim como realizar o pedido de novos EPI, quando for necessário.

10.3 RESPONSABILIDADE PELO PESSOAL

Comandante da Cia – assegurar que todas as atividades de sua subunidade sejam


conduzidas de acordo com as normas de segurança estabelecidas, inclusive, providenciando
a aquisição dos EPI necessários, assim como suas reposições. O Cmt Cia é o responsável
pela determinação das causas dos acidentes e pelas providências corretivas, a fim de
prevenir suas repetições. Ele deve seguir prioritariamente tudo que está previsto nas Normas
Regulamentadoras, porém, quando não existir em normas de segurança aplicáveis ou
quando houver necessidade de modificação de uma determina norma, o Cmt Cia deve
remeter uma proposta ao Cmt Btl para aprovação, incluindo especificações completas, planos
pormenorizados e particulares.
Oficial de segurança – é o responsável, perante o comandante da companhia, pela
indicação e supervisão do pessoal de segurança, pela preparação do plano, pelo
estabelecimento das normas de segurança, pela investigação de acidentes, pela execução de
medidas preventivas e pela manutenção de um continuado interesse para o sucesso do
programa de segurança.
Chefes de seção e supervisores – exercem supervisão diária sobre os operadores. Em
seus contatos diários com o pessoal na oficina, eles observam as condições de trabalho e os
perigos a que estão expostos os operadores. Eles são os elementos que averiguam as
aplicações das medidas preventivas de acidentes nas operações cotidianas. Devem convocar
reuniões frequentes e regulares para dar ciência a todo o pessoal das normas de segurança,
para obter sugestões no seu aperfeiçoamento ou para divulgar a adoção de qualquer
procedimento novo. Tais reuniões devem ser realizadas nos próprios locais de trabalho. Seu

10-1
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objetivo é cientificar a todo o pessoal das normas de segurança na oficina durante a execução
de trabalhos de rotina, não usuais ou novos, e convencer os operadores da necessidade de
constante observação das medidas de segurança, a fim de que a familiaridade com certas
operações não resulte na aplicação de processos imprudentes ou negligentes na execução
dos trabalhos, os quais podem resultar em aumentos da taxa de acidente.
Tropa – toda a tropa deve compreender que as normas de segurança foram estabelecidas
para a sua proteção e bem-estar. É da responsabilidade de cada um seguir todas as
instruções e proteger-se contra acidentes no uso de ferramentas, máquinas e equipamentos.
A cooperação é essencial entre os operadores no desenvolvimento e na prática de hábitos de
trabalho em segurança.
Todo o pessoal da subunidade deve estar familiarizado com as precauções necessárias ao
manuseio do equipamento, ferramentas e suprimentos, particularmente, gasolina, munições e
artigos tóxicos, devendo procurar maiores esclarecimentos nos manuais e boletins técnicos
apropriados. Se necessário, o supervisor deve ser consultado sobre os pontos duvidosos.

10-2
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CAPÍTULO XI
INSPEÇÕES

11.1 GENERALIDADES

A eficiência e o adequado apoio de material bélico podem ser constatados pelo estado
de conservação do equipamento das unidades apoiadas e também pela rapidez com que
a Cia Log Mnt atende às necessidades dessas unidades.
As unidades apoiadas são responsáveis pela conservação, operação e manutenção do
seu equipamento. Os elementos de apoio devem proporcionar às unidades apoiadas os
conhecimentos necessários à execução de suas responsabilidades e atender a tempo e
de maneira adequada às solicitações de suprimento e de reparação dessas unidades.
As inspeções do material distribuído à tropa podem ser realizadas pelos elementos de apo-
io, sob a responsabilidade dos comandantes das unidades usuárias ou por ordem do Cmt Bda.
No que tange as inspeções, a frequência deve ocorrer de acordo com o planejamento
da brigada ou em situações que a OM apoiada sentir necessidade de um apoio técnico.
Deve ser realizado imediatamente antes ou após o combate, não tendo caráter de
substituir outro tipo de inspeção.
As inspeções, no âmbito da Cia Log Mnt, são realizadas de duas formas: pelo Cmt Cia
Log Mnt em sua própria subunidade ou nas unidades apoiadas, por meio de visitas
técnicas realizadas pelo Pel L Mnt.

11.2 FINALIDADE

As inspeções possuem as seguintes finalidades:


a) possibilitar ao comandante verificar a operacionalidade de sua unidade;
b) informar ao comandante a eficiência das operações de manutenção, de suprimento
e a habilidade do pessoal para cumpri-las;
c) informar ao comandante as condições do equipamento distribuído à sua tropa;
d) facilitar as relações entre a unidade de apoio e a apoiada;
e) fornecer dados para a previsão de suprimentos;
f) possibilitar a constatação de pequenos defeitos antes que o equipamento se torne
indisponível;
g) verificar a capacidade técnica de pessoal com o objetivo de prever instruções;
h) fornecer informações para a tomada de decisões;
i) obter dados para planejar e executar um apoio eficiente;
j) informar as condições dos locais de manutenção (oficinas, reservas de armamento,
depósitos, etc);
l) verificar o emprego do material e seu acondicionamento;
m) verificar a estrutura de manutenção; e
n) verificar os registros e documentos referentes à manutenção.
Qualquer sistema que resulte em muitas inspeções satura a unidade inspecionada e reduz
a sua eficiência. As inspeções devem ser programadas de tal forma que assegurem um
minimo de interferência na rotina, instrução e operações das unidades. Pela coordenação da
programação das inspeções, pode-se evitar que haja duplicidade ou inoportunidade das
mesmas.
Os padrões para inspeção devem ser estabelecidos levando-se em conta a situação
tática, as condições e as missões da unidade. A inspeção deve traduzir as reais condições
da unidade inspecionada.
Durante a inspeção, deve ser verificado se as deficiências anteriormente encontradas -
por meio de levantamento de dados, confecção de relatórios e outras inspeções - foram
sanadas e suas causas eliminadas.

11.3 INSPEÇÕES DE COMANDO

São executadas pelo comandante, ou seus representantes, para: determinar se os pro-


cessos de manutenção, de administração e de suprimento da OM estão de acordo com as

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normas; determinar o estado dos equipamentos e sua utilização correta; indicar os setores
em que são necessárias instruções adicionais; avaliar a eficiência das operações; verificar se
as diretrizes estabelecidas estão sendo cumpridas; e determinar a capacidade operativa do
equipamento e do pessoal.
Em resumo, as inspeções de comando são executadas para determinar se a OM é
capaz de cumprir suas missões específicas. Nessas inspeções, será dada ênfase aos
setores com maiores deficiências, verificadas em inspeções anteriores.
As inspeções podem ser realizadas durante as atividades normais da unidade, com o
pessoal ao lado do equipamento pelo qual é responsável, ou durante um deslocamento de
uma área para outra, a fim de que possa ser observada a rapidez e a eficiência com que a
unidade deixa uma área na qual estava estacionada, desloca-se para outra, estaciona e
retorna a suas operações normais.
As inspeções de comando podem ser formais ou informais. As inspeções permitem ao
comandante ver seu equipamento em operação e determinar a eficiência do pessoal no
desempenho de suas atividades. As inspeções formais de uma subunidade realizada pelo
seu comandante são, no mínimo, semestrais. As inspeções inopinadas são feitas a critério
do comandante.
O Cmt Cia Log Mnt, na inspeção de sua subunidade, deve preparar uma lista de
verificações em que constem todos os assuntos ou artigos que ele deseja inspecionar.
Essas inspeções englobam todos os aspectos das operações da subunidade, inclusive a
administração e o aproveitamento na instrução. As observações são dirigidas para:
a) o estado do equipamento orgânico e o processamento da manutenção orgânica;
b) o funcionamento das operações de suprimento, inclusive a eficiência do pessoal;
c) a escrituração de registros de manutenção;
d) os processos de estocagem e a interação com as atividades de manutenção;
e) a eficiência da operação de controle da produção, incluindo o uso adequado das
normas de controle e registros;
f) a eficiência e métodos de operação da seção de suprimento interno;
g) o funcionamento das oficinas de manutenção, incluindo a harmonia dos processos
de manutenção;
h) a perfeição e a exatidão dos registros;
i) a prática das regras de segurança;
j) a concordância com os princípios de economia de suprimento;
l) a utilização e o treinamento adequado dos mecânicos; e
m) verificar a capacidade de seus militares em apoiar com instrução as OM apoiadas.

11.4 INSPEÇÕES TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO

Inspeções técnicas de manutenção destinam-se a propiciar aos comandantes, em


todos os níveis, uma indicação da eficiência operacional da manutenção em cada unidade
ou organização militar subordinada, da validade e situação dos arquivos de relatórios de
disponibilidade de equipamentos, e possibilitar avaliação da proficiência e da efetividade
da manutenção orgânica e de serviço de cada unidade ou organização militar. Este tipo de
inspeção também abrange os trabalhos relativos ao suprimento para a manutenção,
sobressalentes, ferramentas especiais, acessórios e publicações sobre manutenção.
A Cia Log Mnt está sujeita a sofrer tal tipo de inspeção. Pode também realizar ou
fornecer pessoal para a constituição das seções, grupos ou turmas de inspeção, por
determinação dos escalões superiores. Durante a inspeção, pode ser proporcionada
assistência técnica, desde que não interfira na execução daquela.
As inspeções técnicas de manutenção, realizadas anualmente, ou imediatamente antes
e após o combate, podem ser executadas simultaneamente com outras inspeções
previstas no calendário, não tendo o caráter de substituir outros tipos de inspeção.

11.5 INSPEÇÕES INOPINADAS

A inspeção inopinada é uma inspeção em que se verifica o estado geral do material. É


realizada com a finalidade de verificar a adequada eficiência das operações orgânicas de
manutenção e de suprimento e detectar inícios de panes que, se não corrigidas
imediatamente, poderão acarretar a indisponibilidade do material.

11-2
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O comandante da Cia Log Mnt é o responsável pela realização desse tipo de inspeção
perante o comandante do B Log. Além disso, deve fornecer o pessoal para a realização da
inspeção. Todas as seções que realizam esse tipo de trabalho devem estar sob a direção de
um oficial.
O equipamento é inspecionado como prescrevem os manuais técnicos e os boletins
técnicos referentes aos diversos artigos.
A inspeção inopinada de oficinas inclui a verificação:
a) da eficiência do controle dos arquivos;
b) do uso adequado das publicações técnicas;
c) da eficiência do pessoal de oficina, o manuseio, o uso, a conservação e a eficiência
dos equipamentos, ferramentas e suprimento; e
d) da segurança e dos conhecimentos técnicos do pessoal de oficina.
A inspeção inopinada das operações de suprimento serve para determinar:
a) a eficiência do controle de registros;
b) o uso adequado das publicações de suprimento;
c) a ocorrência de excesso ou falta de suprimento e a correspondente providência
tomada a fim de que seja sanada essa deficiência;
d) se as peças inservíveis ou salvados estão sendo evacuados para o escalão
superior, regularmente;
e) se o conhecimento técnico do pessoal de suprimento é adequado; e
f) a eficiência dos procedimentos de estocagem, identificação e conservação.
O oficial que comanda a inspeção determina a reparação, a evacuação ou a
substituição do material, cujo uso pode comprometer a segurança dos seus usuários ou
pode causar danos maiores ao equipamento.

11.6 INSPEÇÕES REALIZADAS POR VISITAS TÉCNICAS

A visita técnica é atividade que visa apoiar logisticamente uma OM. São realizadas
pelas seções do Pel L Mnt.
A visita técnica atua em quatro vertentes: assessoramento gerencial; instrução;
manutenção de 1º e 2º escalão; e inspeções.
Ao final da visita é confeccionado um relatório que reporta as atividades feitas e
suprimentos aplicados.
Durante as visitas técnicas, os seguintes aspectos devem ser observados:
a) verificar o perfeito funcionamento dos materiais das OM apoiadas. As viaturas e os
armamentos são analisados não apenas em seu estado de conservação ou ferramental,
mas em seu funcionamento propriamente dito através de testes de estrada e tiro técnico;
b) verificar os locais de oficinas e reservas de armamento, com a finalidade de
averiguar a adequabilidade para as operações de manutenção e guarda;
c) verificar a existência e o grau de conservação das ferramentas e acessórios;
d) verificar os depósitos e armazéns, parar averiguar se os materiais estão
acondicionados corretamente;
e) verificar a capacidade técnica do pessoal de manutenção e operadores dos MEM, a
fim de levantar necessidade de instrução;
f) verificar a eficiência do plano de manutenção e o registro de manutenção;
g) confrontar a disponibilidade dos MEM da OM com os dados do COL; e
h) verificar as documentações referente aos materiais: Livro Registro da Viatura,
manuais, Livro Registro da Peça e Fichas Registro de Alteração do Armamento Leve
(FRAAL).
Ao final da visita técnica, o oficial responsável deve confeccionar um relatório e
apresentá-lo ao Cmt OM apoiada, a fim de que possa ajudá-lo a tomar ciência da
operacionalidade de sua unidade e das capacidades de sua equipe de manutenção.
Esse documento deve ser levado à OM apoiadora para levantamento de dados e
confecção de um histórico. Da mesma forma, os relatórios da visita técnica devem ser
encaminhados ao comando da brigada para informar a situação dos MEM das Unidades.

11-3
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
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LISTA DE DISTRIBUIÇÃO

1. ÓRGÃOS INTERNOS EXEMPLARES


- Asse Dout ........................................................................................ 01
- DES Mil ……………………………………..…..….………………..…. 01
- DET Mil ............................................................................................ 01
- ECEME ……………………………………………………………..…... 01
- EsAO………………………………………………….……………..….. 01
- AMAN …………………………………………...……..………............ 01
- EsSLog ............................................................................................. 01

2. ÓRGÃOS EXTERNOS
- C Dout Ex ....................................................................................... 01
- CMSE ............................................................................................ 01
- CMS .............................................................................................. 01
- CMO .............................................................................................. 01
- CMP................................................................................................ 01
- CML ............................................................................................... 01
- CMNE ............................................................................................ 01
- CMN .............................................................................................. 01
- CMA .............................................................................................. 01
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COMANDO DO EXÉRCITO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO

Rio de Janeiro, RJ, 27 de março de 2020.


http://doutrina.decex.eb.mil.br

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