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MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES
CADERNO DE INSTRUÇÃO
PRIMEIRO INTERVENTOR EM
SITUAÇÕES DE CRISE
Edição Experimental
2021
EB70-CI-11.456
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES
CADERNO DE INSTRUÇÃO
PRIMEIRO INTERVENTOR EM
SITUAÇÕES DE CRISE
Edição Experimental
2021
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CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1 Finalidade ................................................................................................... 1-1
1.2 Considerações Iniciais.................................................................................1-1
CAPÍTULO II – DEFINIÇÕES
2.1 Crise............................................................................................................2-1
2.2 Características da crise...............................................................................2-1
2.3 Gerenciamento de crise...............................................................................2-1
2.4 Alternativas táticas...................................................................................... 2-1
2.5 Negociação ................................................................................................ 2-2
2.6 Negociador ................................................................................................. 2-2
2.7 Primeiro Interventor .................................................................................... 2-2
2.8 Tipos de Negociação ................................................................................. 2-3
ANEXO A
Fluxo do Conhecimento ................................................................................ A-1
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ANEXO B
Melhorias do Cerco e Isolamento ................................................................ B-1
ANEXO C
Registro da Evolução dos Acontecimentos (REA) .......................................... C-1
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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1 FINALIDADE
- O presente Caderno de Instrução tem por finalidade apresentar os conheci-
mentos básicos sobre as condutas e procedimentos a serem adotados pelos
militares do Exército Brasileiro (EB) como Primeiro Interventor em situações tí-
picas de crise.
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CAPÍTULO II
DEFINIÇÕES
2.1 CRISE
2.1.1 Crise é toda e qualquer situação que envolve grave perturbação da ordem
ou ameaça à vida que necessitem emprego imediato e adequado da Força.
2.1.2 Numa situação de conjuntura perigosa, difícil ou decisiva, pode haver gra-
ve perturbação dos acontecimentos da vida cotidiana, rompendo padrões tradi-
cionais, de alguns ou de todos os grupos integrados na sociedade.
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d) Intervenção - uso da Força de Choque ou Combate em Recinto Confinado
(CRC).
2.4.2 TECNOLOGIA MENOS LETAL
- São todos os armamentos e munições que visam incapacitar temporariamente
uma ou mais pessoas, buscando evitar danos permanentes e a morte;
2.4.3 TIRO DE COMPROMETIMENTO
- É aquele realizado por atirador especializado com a finalidade de neutralizar um
alvo específico buscando extinguir qualquer dano colateral;
2.4.4 INTERVENÇÃO
- Pode ser realizada através da ação da Força de Choque (caso a crise se trate
de uma turba) ou da Entrada Tática, quando o espaço da crise estiver reduzido
a um aparelho ou semelhante.
2.5 NEGOCIAÇÃO
2.5.1 A negociação é a forma mais tradicional de solução de conflitos e a mais
acessível. É quando as partes, por meio do diálogo, expõem os interesses, de
forma pacífica e independente.
2.5.2 A Negociação em Gerenciamento de Crises é o processo de resolução de
conflitos desenvolvidos entre a Equipe de Negociação e um ou mais causadores
da crise, podendo haver vítimas ou não.
2.6 NEGOCIADOR
- Militar especializado com capacidade de conduzir eventos críticos através do
processo de negociação prestando apoio e suporte à estrutura de gerenciamento
de crise que foi acionada para condução e controle do evento crítico.
- Normalmente, o processo de negociação é conduzido por uma Equipe de Ne-
gociação.
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OBSERVAÇÃO: Deve-se evitar que o primeiro interventor seja o militar mais
antigo presente.
2.7.3 O primeiro interventor deve ter capacidade de identificar uma situação de
crise, conhecendo as características de um evento crítico. Deve saber como
proceder em crises com ou sem causadores e conhecer a doutrina de gerencia-
mento de crise, bem como as alternativas táticas, no intuito de prover o máximo
de informações e suporte necessário caso ocorra uma escalada da crise até a
chegada da Equipe de Negociação.
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CAPÍTULO III
MEDIDAS INICIAIS
3.1 FINALIDADE
3.1.1 GENERALIDADES
- A partir do momento em que o militar se depara com uma crise, inicia-se o pro-
cesso de comunicação inicial.
- Medidas de caráter imediato deverão ser adotadas logo nos primeiros instan-
tes, a fim de favorecer o posterior controle e a própria condução do evento.
3.1.2. A FRAÇÃO QUE PRIMEIRO IDENTIFICAR A SITUAÇÃO COMO CRISE
DEVERÁ (ACRÔNIMO CIC):
- cercar o ponto crítico (bloquear saídas);
- isolar a área problema (impedir entrada); e
- comunicar (estabelecer comunicação inicial).
Obs.: Após a solução da crise, se for o caso, os envolvidos poderão ser encami-
nhados para a autoridade judiciária competente (consultar a Assessoria Jurídica)
e/ou assistência médica adequada.
3.2 APROXIMAÇÃO
3.2.1 As situações de crise podem evoluir e tomar maiores proporções. A apro-
ximação neste caso deverá seguir o mesmo método de aproximação de uma
abordagem tática.
3.2.2 Abrigos como muros, postes, viaturas e escudos balísticos poderão ser
utilizados pelo 1º interventor. Quando no interior de aparelhos, a abordagem
deverá ser realizada na entrada do cômodo ou do cômodo anterior.
3.2.3 O risco da crise define o limite de aproximação entre o(s) causador(es) da
crise e o primeiro interventor. Deve-se buscar respeitar este espaço conforme a
exigência da situação tática, primando sempre pela própria segurança e pela de
terceiros.
3.2.4 Por meio da verbalização será possível levantar informações para escla-
recer a situação, sendo viável definir se ela se trata de uma situação de crise ou
não.
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3.3 CERCO
- O cerco de uma situação de crise tem como finalidade principal não permitir
que ele se torne móvel, ganhando proporções maiores, gerando maior número
de vítimas e ampliando o raio de ação.
3.4 ISOLAMENTO
- O isolamento de uma situação de crise tem como finalidade impedir o acesso
de pessoas externas ao local.
3.5 SEGURANÇA
- A segurança do 1º interventor deverá se constituir o aspecto principal na abor-
dagem de uma situação de crise. Deve-se sempre verificar se o militar dispõe
dos meios necessários para realizá-la.
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CAPÍTULO IV
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO INICIAL
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4.2 FASES DA COMUNICAÇÃO INICIAL
4.2.1 ESCLARECIMENTO DA SITUAÇÃO
4.2.1.1 Informações a serem levantadas
- O Primeiro Interventor deverá realizar o esclarecimento da situação do(s)
causador(es) da crise, quando for possível, levantando informações com as pes-
soas ao redor do evento, através da verbalização ou observando, devendo ser
levantadas as seguintes informações:
a) Motivo aparente da situação de crise?
b) “O que os causadores da crise estão dizendo e/ou fazendo?”
c) Por quanto tempo a situação está ocorrendo?
d) “Há quanto tempo isto está acontecendo/ Desde quando a situação está ocor-
rendo?”
e) Possui algum instrumento de retenção?
f) “Ele(s) está(ão) armado(s)(pistola, fuzil, granada, faca, facão, porrete, bastão,
entre outros)?”
g) Características gerais físicas e estado emocional do causador da crise?
1) Características físicas:
− estatura: baixa, mediana, alta;
− cor da pele: branca, preta, parda;
− cabelo: curto, longo;
− cor do cabelo: castanho, preto, loiro, branco, grisalho;
− compleição física: gordo, magro;
− sinais no corpo: tatuagens, cicatrizes;
− roupas que esteja usando;
− acessórios; e
− outras características marcantes.
2) Características psicológicas:
− emocionalmente perturbado, depressivo, alcoolizado, em surto psicótico,
agressivo, passivo, cooperativo, colaborativo etc.
h) “Quem é(são) o(s) causador(es) da crise? Como ele(s) é(são) e como ele(s)
está(ão) se comportando?”
i) Local e as características?
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j) “Onde está ocorrendo a crise/ onde o causador da crise está?”
k) Pessoas envolvidas, vítimas e feridos?
l) Quantas pessoas estão envolvidas?
m) Há pessoas sendo ameaçadas?
n) Há feridos ou mortos?
o) Há crianças, idosos, deficientes e mulheres grávidas?”
4.2.1.2 Após esclarecer a situação, o 1º interventor tem melhores condições para
informar o escalão superior e preparar a aproximação.
4.2.2 PREPARAÇÃO E APROXIMAÇÃO
4.2.2.1 Questionamentos para a aproximação
4.2.2.1.1 Levando em consideração a situação esclarecida, deverão ser consi-
derados aspectos como a segurança do 1º interventor e a segurança das pesso-
as envolvidas, inclusive do causador da crise.
4.2.2.1.2 Deverão ser respondidas as seguintes perguntas:
a) É seguro me aproximar?
(Se há riscos para o 1º interventor, para outras pessoas ou até mesmo para o
causador da crise);
b) Tenho meios para prover minha segurança?
(Abrigos, EPI, MEM, outros militares que possam realizar minha segurança);
c) Até onde posso chegar?
(Distância máxima de segurança - considerar alcance útil do armamento do cau-
sador da crise, se for o caso);
d) Por onde vou? Como vou?
(Rota de aproximação mais adequada e método para se aproximar);
e) Quando vou?
(Momento ideal para realizar a aproximação).
4.2.2.2 Realizada a aproximação, o 1º interventor irá buscar estabelecer a co-
municação inicial.
4.2.3 ESTABELECIMENTO DA COMUNICAÇÃO INICIAL
4.2.3.1 O Primeiro interventor deverá citar o próprio nome e tentar buscar o
nome do causador da crise
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EXEMPLOS DE APRESENTAÇÃO
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cialista ou recebimento de outras determinações do escalão superior.
4.2.3.7 Caso se consiga estabelecer um diálogo, o 1º interventor deverá dar
prosseguimento aplicando as técnicas de comunicação inicial.
4.2.4 TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO INICIAL
- As Técnicas de Comunicação Inicial constituem uma forma de conduzir um
diálogo de maneira a buscar solução pacífica dos conflitos.
a) Optar por perguntas abertas evitando respostas simples e diretas.
Ex: “Como...Por que... Me explique... Qual a razão...?”
b) Dar apoio emocional ao(s) causador(es) da crise, sem reforçar suas ações.
Ex: “Eu entendo seu sentimento e podemos chegar a uma solução juntos”.
c) Quando não entender, perguntar a ele ou pedir para que explique.
Ex: “Pode explicar melhor... O que seria isso... Pode repetir...?”
d) Buscar ganhar tempo repetindo a fala como resposta ao questionamento, de
forma pausada.
Ex: - Causador: “Eu quero falar com a imprensa!”
- Interventor: “Por que você quer falar com a imprensa?”
e) Diminuir a gravidade da situação.
Ex: “Isso vai passar... Podemos resolver essa situação... Isso não é o fim do
mundo...”
f) Escolher as palavras e o tom de voz adequado.
g) Adaptar a conversação, educação, vocabulário, às condições do(s)
causador(es).
h) Utilizar sempre a honestidade e credibilidade.
4.2.5 REGISTRO DOS ACONTECIMENTOS
- O primeiro interventor deve buscar registrar os acontecimentos (memória ou
escrita), que poderão fornecer subsídios para o negociador ou para a confecção
do relatório da crise.
4.2.6 TÉRMINO DA PARTICIPAÇÃO DO PRIMEIRO INTERVENTOR NA CRISE
- Fatores que caracterizam o término da participação do primeiro interventor na
crise:
a) o(s) causador(es) da crise desiste(m) de prosseguir na(s) intenção(ões);
b) o(s) causador(es) da crise acata(m) as solicitações do primeiro interventor;
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c) foi empregado o uso da força; e
d) dá-se a chegada da equipe oficial de negociação.
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ANEXO A
FLUXO DO CONHECIMENTO
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ANEXO B
MELHORIAS DO CERCO E ISOLAMENTO
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ANEXO C
REGISTRO DA EVOLUÇÃO DOS ACONTECIMENTOS (REA)
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