Você está na página 1de 20

b.

A doutrina do inimigo convencional para exercícios

(1) Generalidades

(a) Estrutura
As forças do inimigo podem conduzir acções de combate em qualquer área do
espectro da guerra, desde operações convencionais limitadas até à guerra
nuclear. O inimigo desenvolveu uma força de combate moderna, altamente móvel
e bem equilibrada, para fazer face às exigências do campo de batalha nuclear
moderno e para combater também em ambiente convencional . Acredita que o
resultado de qualquer conflito futuro só pode ser decidido pelos esforços
combinados de todos os componentes das forças armadas. Organizou as suas
forças terrestres de forma a dispor de flexibilidade no combate.
Esta flexibilidade inclui também a sua doutrina táctica.
(b) Natureza do combate
1. Relação entre a acção ofensiva e defensiva
A crença predominante do inimigo é que só a ofensiva permite obter resultados
decisivos. Contudo, reconhece que a defesa é uma forma de combate que, em
certas circunstâncias, pode ser adequadamente usada para ganhar tempo
enquanto se espera pela oportunidade para voltar à acção ofensiva, ou para
economizar forças numa área enquanto se concentra noutra. Quando as
circunstâncias completem o inimigo a assumir uma postura defensiva, ele
espera ganhar a iniciativa e voltar à ofensiva logo que possível.

2. Operações nucleares
A estratégia do inimigo é ofensiva por natureza, concebida para destruir
concentrações de tropas e criar brechas na defesa.
A acção começará com um ataque convencional de surpresa conduzido por
CC(1), EAC(2), e unidades aerotransportadas e aeromóveis. Será conduzido dia
e noite, em quaisquer condições meteorológicas, sem paragens, até derrotar o
adversário. Apesar de planear o início da guerra com armas convencionais, o
inimigo está preparado para escalar para um conflito nuclear se for incapaz de
alcançar os seus objectivos, ou se o adversário empregar armas nucleares. Se
se verificar a escalada esta será, súbita, maciça e muito provavelmente
decisiva.
3. Operações químicas
Não existem indícios de que o inimigo tenha limitações no uso de armas
químicas. Possui o mais bem treinado exército do mundo em guerra química.

( 1)
Carros de combate.
( 2)
Exércitos de armas combinadas.
1
4. Procedimento táctico normal
A coisa mais importante a saber é que o inimigo ataca normalmente em
escalões. O segundo escalão segue o primeiro a distâncias que vão até 10 Km.
O procedimento normal, quando avança, consiste em ultrapassar ou envolver
pontos ou áreas fortemente defendidos.
Estes pontos fortes ultrapassados são reduzidos pelas forças dos escalões
seguintes a quem é atribuída especificamente tal missão. O inimigo só
emprega a acção de rotura quando uma área fortemente defendida apresenta
flancos acessíveis. As operações de rotura são concebidas para destruir a
resistência numa área pequena, para romper a defesa e criar uma brecha que
pode ser explorada por forças em CC.
5. Ímpeto do ataque
O inimigo dá ênfase à surpresa e velocidade para ultrapassar obstáculos
naturais e artificiais, como linhas de água ou áreas urbanizadas, a fim de
manter o ímpeto do ataque e evitar apresentar alvos lucrativos para as armas
nucleares. O inimigo procura atravessar os obstáculos aquáticos à viva força,
sem interromper o momento do avanço. Onde uma defesa forte exigir uma
concentração de forças, o inimigo minimiza a apresentação de alvos
significativos, através da reunião rápida a partir de zonas dispersas para
efectuar um ataque de surpresa no ponto do esforço principal e continua a
avançar numa larga após romper as defesas adversas. Os comandantes
inimigos reúnem para tal tarefa a quantidade de forças que consideram dar-
lhes uma elevada probabilidade de sucesso, normalmente pelo menos um
diferencial de 3 para 1 em infantaria, 5 ou 6 para 1 em CC e até 10 para 1 em
artilharia, no local onde pretendem obter a decisão.
6. Objectivo
A tarefa primária a ser desenvolvida pelo comandante das forças do inimigo
consiste na destruição das forças adversas e na continuação do avanço de
acordo com as directivas dos comandos superiores. O inimigo baseia-se
primariamente no controlo e consolidação de pontos importantes. Isto é
evidente na doutrina para as operações ofensivas. No combate de encontro, o
inimigo procura desorganizar e dividir as forças adversas e então destruir as
forças divididas. O ataque preparado (rotura) dá ênfase à rotura das posições
defensivas mais avançadas para permitir a passagem de forças de exploração,
mantendo assim, ao máximo, o ímpeto do ataque. Na perseguição, o inimigo
procura ultrapassar as forças em retirada, cortar as colunas em segmentos e
destrui-los por partes.
A cada escalão são atribuídos os objectivos: inicial/imediato, subsequente e
final (ou direcção de avanço) quando recebe a missão do dia. Normalmente, o
objectivo subsequente dum escalão é o objectivo imediato do escalão
imediatamente superior. Por exemplo o objectivo subsequente dum batalhão
inimigo (a destruição das reservas das posições defensivas mais avançadas) é
também o objectivo imediato do regimento inimigo.
Os objectivos são considerados apenas uma orientação geral. Se a unidade
inimiga consegue alcançar os seus objectivos sequenciais, é obrigada a
continuar o avanço. À doutrina do inimigo exige que se lance uma perseguição
agressiva e continua, até que as nossas forças sejam destruídas, as forças que
efectuam a perseguição não possam ser apoiadas logisticamente ou estejam tão
estendidas que possam ser isoladas ou quando a força em retirada conseguir
estabelecer uma posição defensiva forte.

2
7. Linha de contacto/Área de batalha
Dada a velocidade e a área coberta pelas forças inimigas será difícil determinar
a localização das áreas exactas de ataque tanto das forças atacantes como
defensora. As linhas tradicionais do tipo OAZR(3) ou objectivos, não existirão.
Em vez disso as forças inimigas considerarão a área geral do ataque como
área de batalha principal e as linhas onde as forças estão empenhadas como
linhas de contacto. Só se o ataque for detido e as forças inimigas se instalarem
defensivamente se atingirá uma estabilização que permite determinar uma
OAZR.
8. Surpresa
Espera-se que os comandantes aproveitem todas as oportunidades para
actuar quando, onde e de tal forma que colham o adversário de surpresa. O
inimigo pensa que não é essencial que as nossas tropas sejam completamente
surpreendidas mas que sejam apanhadas de forma a que seja tarde para reagirem
adequadamente.
O inimigo acredita que a introdução das armas nucleares tornou a surpresa
decisiva nas operações contemporâneas. Apesar da evolução das técnicas e
equipamento de vigilância do campo de batalha ter fornecido ao comandante
meios para evitar a surpresa, um comandante engenhoso e astuto pode
obtê-la. De forma geral, o método comum para obter a surpresa baseia-se do
emprego de técnicas e procedimentos que sejam ou pouco familiares às
nossas forças, ou não esperados, face à evolução da situação previsível.
Mais especificamente, as medidas através das quais os comandantes inimigos
esperam obter a surpresa incluem:
a. Manutenção do segredo durante o planeamento operacional;
b. Concentração rápida de armas e forças superiores no sector do esforço
principal (massa);
c. Uso extensivo de operações nocturnas;
d. Escolha do momento e local adequados ao lançamento do ataque;
e. Velocidade de manobra na execução do ataque para atingir a retaguarda
das nossas posições defensivas;
f. Introdução de armas e equipamento não familiares às nossas forças;
g. Adopção de medidas de decepção;
h. Exploração oportuna e agressiva dos pontos fracos e erros das nossas
forças;
i. Emprego não esperado de armas nucleares, fogos aéreos e de artilharia
convencional;
9. Cobertura e decepção
A doutrina do inimigo realça a importância da adopção de medidas de
cobertura e decepção em todas as situações e em todos os escalões em que
isso seja vantajoso. É dada ênfase à cobertura e decepção como forma de
obter economia de forças, para concentrar potencial de combate para o
ataque, e para causar o enfraquecimento ou diminuição do potencial de fogo
adverso, das forças de manobra e da observação. Os métodos de cobertura
incluem o emprego extensivo de camuflagem e fumos.
Os métodos preferidos de decepção incluem o uso de acções electrónicas,
visuais e sonoros.
O inimigo faz uso pleno da sua capacidade excelente para combater à noite
conjugada com rigorosa disciplina nas transmissões, decepção e
movimentação rápida das zonas de reunião para as formações de ataque. Os
( 3)
Orla anterior da zona de resistência.
3
ataques nocturnos são cuidadosamente planeados e treinados. Os nossos
esforços de cobertura e decepção são enfatizados através da instrução
intensiva acercados nossos conceitos. Após ter usado a segurança para criar
uma situação favorável à decepção, o inimigo aplica grandes esforços e tempo
para iludir acerca das suas reais intenções a fim de que o adversário, adopte
acções erradas ou não possa adoptar qualquer acção.
Cobertura Decepção
• Camuflagem • Electrónica
• Fumo • Visual
• Combate nocturno • Sonora
• Disciplina de transmissões • Velocidade e surpresa
• Disciplina • Contra-informações
(c) Doutrina para o emprego das armas combinadas
1. Armas combinadas
O sucesso das operações militares inimigas depende do emprego integrado de
todas as armas. A unidade táctica básica para a execução de operações auto-
suficientes é a divisão de atiradores mecanizada (DAtMec). A DAtMec é um
conjunto integrado de armas combinadas contendo elementos de atiradores
mecanizados, de CC, e artilharia apoiada por outros meios.
As armas nucleares, os aviões e a artilharia atribuída aumentam o poder de
fogo da DAtMec e as forças de CC fornecem poder de manobra, fogos directos
maciços e acção de choque. O inimigo tem uma força aérea independente; ela
é uma componente do seu exército (EAC(4) ou ECC(5)). Por isso, o comandante
de exército (EAC ou ECC) controla o apoio aéreo próximo e o reconhecimento
aéreo.
As unidades do inimigo podem ser empregues com reforços ou forças
atribuídas. O inimigo emprega as suas forças articuladas, normalmente, em
primeiro e segundo escalão e uma pequena reserva. São feitas atribuições de
forças de acordo com o necessário; incluindo unidades de CC para as
unidades de atiradores mecanizados, de atiradores mecanizados às unidades
de CC, etc. O tipo e quantidade de forças atribuídas são determinados face à
missão, forças adversárias, terreno e forças disponíveis.
Tropas de atiradores mecanizados (Infantaria). As tropas de atiradores
mecanizadas são consideradas o componente básico e mais versátil das forças
armadas. A doutrina considera as tropas de atiradores mecanizados capazes
de serem empregues em qualquer tempo, em todas as condições de clima ou
de terreno. O inimigo não considera que a guerra nuclear tenha diminuído o
significado da função da infantaria. Esta arma é completamente mecanizada
para dispor de mobilidade e as suas possibilidades relativas a poder de fogo,
capacidade anti-carro, e anti-aérea, bem como quanto a meios de transmissão
foram também, simultaneamente, melhoradas.
Contrariamente ao que se pensa normalmente, o inimigo não emprega a
infantaria em acções tipo "mar humano". As unidades de atiradores
mecanizados são poucas vezes empregues sem um forte apoio de artilharia,
CC e engenharia, constituindo agrupamentos de armas combinadas.
As missões específicas da infantaria dos agrupamentos de armas combinadas
são a destruição das forças adversas, controlo de pontos importantes na
ofensiva, e defesa de áreas importantes na defensiva.

( 4)
Exército de armas combinadas.
( 5)
Exército de carros de combate.
4
2. Carros de combate
Os CC são empregues tanto em pequenos grupos, para apoio da infantaria,
como em grandes formações do tipo exercito de CC. Os CC encontram-se em
todos os escalões tácticos e são empregues em cooperação com as outras
armas.
A função principal dos CC é a execução da exploração. No ataque, os CC são
empregues em massa, apoiados por armas nucleares, para conquistar
objectivos profundos, As unidades de CC procuram conquistar tais objectivos
antes que as forças adversas sejam capazes de se reorganizar para executar
uma defesa ou um contra-ataque.
Na defesa, os CC são normalmente mantidos em reserva para serem
empregues em contra-ataques e destruir penetrações a fim de que o inimigo
possa voltar à ofensiva.
Os CC podem executar tanto fogos directos como indirectos. O combate carro
contra carro é um princípio aceitável na doutrina do inimigo, especialmente na
defesa.
3. Artilharia
A artilharia é uma componente principal dos agrupamentos de armas
combinadas e é empenhada em apoio de todos os escalões tácticos. A
artilharia do inimigo fornece apoio do tipo convencional ou nuclear às forças
terrestres. Empregue em grandes números, todas as ofensivas incluem uma
preparação de artilharia volumosa (com poucas excepções).
Nota: O inimigo considera como artilharia os morteiros acima de 120 mm e todos os
lança-foguetes múltiplos.
O apoio de fogos é caracterizado pela tendência de saturar áreas com
barragens maciças procurando assegurar que nenhum alvo provável, escapa
ao fogo. Também emprega doutrinariamente o conceito de "fogos de manobra''
que consiste num bombardeamento intenso e violento conduzido por todas as
armas de artilharia para derrotar o adversário sem emprego de forças
terrestres. Os fogos directos empregam-se frequentemente sobre alvos de
oportunidade, fortificações e para apoiar os ataques de atiradores
mecanizados e CC.
A doutrina do inimigo alterou-se recentemente no sentido em que já não utiliza
a concentração "lado-a-lado" de grandes quantidades de armas, mas procura
alcançar o efeito de concentração de fogos através de melhores procedimentos
de direcção de tiro e de melhores armas.
Na defensiva, a artilharia do inimigo bate desde de cedo as forças atacantes e
mantém-nas sob um crescente volume de fogos à medida que estas se
aproximam das faixas defensivas.
Normalmente o inimigo emprega a artilharia anti-aérea (AAA) na sua função
própria, mas também a emprega para executar fogos directos em apoio da
infantaria e dos CC. O inimigo considera os mísseis ACar (6) como o meio mais
eficiente para combater os CC. A artilharia ACar é empregue como artilharia de
campanha quando não existe uma ameaça imediata de blindados. Mantém
normalmente em reserva uma parte das armas ACar para repelir ataques não
esperados de CC.
4. Estrutura das unidades
As unidades de manobra do inimigo são talhadas para facilitarem as acções de
massa e manobra. Cada unidade é organicamente um elemento de armas
combinadas, pesado em CC, artilharia e armas automáticas para fornecer
maior poder de fogo. A estrutura da unidade é concebida para se adaptar
facilmente às necessidades variáveis de combate, através da atribuição de
maior número de unidades de apoio incluindo artilharia, de CC, de engenharia
( 6)
Anticarro.
5
e de meios químicos. A unidade também pode ser dividida em "forças-tarefa"
se for necessário.
5. Escalões e reservas
O inimigo emprega normalmente as suas forças em escalões, tanto na
ofensiva como na defensiva. Cada nível táctico, até ao batalhão, determina
face à situação, o número de escalões necessários a uma operação particular.
A cada escalão é então atribuída uma missão que auxilia o cumprimento da
missão geral da unidade.
É normal a constituição de dois escalões na ofensiva. Dado que cada unidade
ataca em escalões, cada um com um objectivo próprio e esquema de manobra
pré-planeada, verifica-se que no seu conjunto a ofensiva parece ao defensor
como uma série de vagas atacantes. Constitui-se só um escalão com todas as
unidades subordinadas em linha quando o defensor é fraco a área de
operações vasta e em ambiente nuclear. O inimigo constitui três escalões, com
as unidades subordinadas em coluna, quando o defensor é forte, a área
operacional estreita, e em ambiente nuclear ou com poucas armas nucleares
disponíveis.
Na defensiva, é normal a constituição de dois escalões. O inimigo defende num
só escalão quando a frente é muito extensa, quando dispõe de poucas forças,
o atacante é fraco, ou o terreno assim o dita. De forma semelhante, o inimigo
defende em três escalões quando se verificam as seguintes condições: frente
muito estreita, forças atacantes excepcionalmente fortes o forças defensivas
disponíveis em quantidade suficiente. Estes escalões na defesa aparecem ao
atacante como uma série de posições defensivas escalonadas em
profundidade.
Além do escalonamento, o comandante inimigo constitui uma pequena reserva,
excepto no escalão companhia. A reserva pode consistir em unidades de
atiradores mecanizados ou CC e reservas de artilharia (ACar e AAA),
engenharia, tropas químicas ou outros tipos de unidades, de acordo com a
situação táctica. O volume da reserva varia consideravelmente, de acordo com
a forma como o comandante avalia a ameaça, mas é normalmente
relativamente pequena, correspondente a um pelotão a nível batalhão, uma
companhia por regimento, um batalhão por divisão e um regimento por
exército. No escalão Frente pode ser mantida em reserva uma DAtMec ou
DCC. Na ofensiva o comandante pode manter uma unidade de CC sob
controlo e úo pré-planear o seu empenhamento como parte do seu segundo
escalão, caso em que pode ser considerada a sua reserva de CC ou força de
exploração. A reserva é considerada a força de contingência do comandante,
que ele usa para substituir unidades destruídas, repelir contra-ataques, ou para
efectuar a segurança local contra ataques aeromóveis aerotransportados ou
ataques não convencionais. A reserva de CC, como força de exploração, é
usada para influenciar o resultado da operação.
(d) Princípios Tácticos
1. Ofensiva
Só a ofensiva permite obter a vitória decisiva. A velocidade e o choque são
preferíveis ao fogo e à manobra, como meios para desenvolver poder de
combate. Todas as unidades de atiradores mecanizados e de CC são
consideradas como parte da força de manobra, com menos ênfase no conceito
de poderem constituir uma "base de apoio pelo fogo".
As operações tácticas são planeadas para explorar ao máximo o poder de fogo
e respeitar os princípios básicos de mobilidade, massa, velocidade, surpresa
e segurança. A surpresa e a segurança são consideradas essenciais e são
alcançadas e mantidas pelo cuidado em não revelar o tempo, composição de
forças, localização do ataque; efectuando operações nocturnas -início do

6
ataque ou na exploração de sucesso obtido durante o dia; pelo uso efectivo da
camuflagem, decepção e rigorosa disciplina das transmissões; e através dum
bom planeamento da defesa em todas as direcções contra ataques terrestres e
aéreos, químicos e nucleares. As zonas de reunião são bem ocultas, e as
unidades deslocam-se durante a noite destas áreas para atacar, o que
complica as acções adversas de pesquisa de notícias e de alerta.
Espera-se como norma que durante o ataque haja pesadas baixas e o
isolamento de unidades.
A segurança dos flancos é melhor obtida através de um avanço agressivo e
pelo emprego de minas.
O fumo, o fogo e as contra-medidas electrónicas são normalmente empregues
em apoio das acções ofensivas.
Os meios químicos, biológicos e nucleares são empregues com a máxima
intensidade após ter sido dada autorização para o seu emprego. É conduzido
um treino intenso para acostumar as tropas ao ambiente químico/nuclear; por
exemplo os soldados são treinados a transpor obstáculos usando equipamento
de protecção química/nuclear e máscaras.
O emprego adequado das armas nucleares é considerado decisivo. O inimigo
conduz ofensivas em larga escala empregando as frentes para capturar
objectivos que podem distar 500 Km, e se a situação o permitir, continuar a
avançar mais 500 Km. A ofensiva toma a forma geral de profundas
penetrações de CC, de preferência através da parte mais fraca das forças
adversárias, combinadas com envolvimentos amplos concebidos para cercar e
destruir grande quantidade das forças opostas e causar o colapso da
resistência numa área extensa.
Quando as defesas avançadas das forças opostas tiverem sido desarticuladas
pelos EAC quer por penetrações quer por ataques de flanco, a ofensiva é
continuada por ECC e EAC. Estes batem em detalhe as reservas que podem
influenciar a batalha ou as forças isoladas nas áreas avançadas de defesa.
A frente da zona de ataque e a profundidade da formação de ataque das forças
inimigo combatendo em ambiente nuclear activo são aproximadamente duplas
das normais em ambiente não nuclear.
O movimento táctico é caracterizado pelo silêncio rádio excepto para os
relatórios de reconhecimento especiais ou alerta contra ataques aéreos
químicos ou nucleares.
2. Defensiva
A defesa é adoptada só para ganhar tempo ou para economizar forças numa
área, que podem ser aplicadas noutra. É dada ênfase à natureza temporária de
qualquer postura defensiva necessidade de alcançar a iniciativa e retomar a
ofensiva que possível.
As acções defensivas são caracterizadas por uma defesa obstinada de
posições organizadas ao longo dos eixos de aproximação das forças
atacantes, combinada com fortes contra-ataques. A finalidade da defesa é
manter o terreno e destruir as forças atacantes.
A defesa ACar é básica no conceito defensivo. Os fogos ACar constituem a
coluna vertebral dos fogos defensivos. São usados todos os possíveis meios
de protecção contra CC, incluindo obstáculos e grupos móveis ACar, na crença
firme de que, se o elemento blindado do ataque for parado o ataque foi
derrotado.
A doutrina defensiva salienta a necessidade de evitar o estabelecimento de
qualquer padrão de comportamento e incita à alteração de rotinas de
procedimento tão frequentemente quanto possível. Em termos gerais, contudo,
a defesa é organizada numa série de faixas defensivas, que são uma
combinação de posições defensivas fixas na área avançada e forças móveis
de contra-ataque na retaguarda.

7
É salientada a importância de organizar um bem elaborado sistema de
trincheiras, de fortificações e do emprego extenso de obstáculos. São
planeadas posições principais e de alternativa se a situação e o tempo o
permitirem. Enquanto as unidades empenhadas defendem as suas áreas
atribuídas, as unidades adjacentes podem ser empregues contra o flanco das
forças atacantes.
As penetrações são destruídas por contra-ataques locais. Se estes falham, a
unidade defensora, procura retardar o atacante e canalizá-lo para zonas de
morte pré-seleccionadas onde este será sujeito a fogos nucleares ou
convencionais e a contra-ataques conduzidos por elementos fortes em CC e
em armas ACar móveis.
Também se usam, normalmente, escalões na defesa, aparecendo dois
escalões em cada unidade até ao nível batalhão. Ao atacante, a defesa
aparece constituída por uma série de posições defensivas escalonadas em
profundidade.
3. Massa
O inimigo obtém a massa nas áreas decisivas através de uma rápida
concentração de homens, material, e poder de fogo. Ele junta fogos
convencionais e nucleares de pequena potência nas áreas avançadas da
batalha, complementados por fogos nucleares potentes para o ataque a
objectivos profundos. A concentração das unidades de assalto e de apoio é
normalmente feita a coberto da escuridão ou de visibilidade reduzida, pelo
movimento rápido a partir das colunas de marcha. A concentração só é
mantida durante o mínimo tempo necessário, e em ambiente nuclear são
evitadas as grandes concentrações de pessoal e material.
4. Dispersão
Quando não estão concentradas para uma determinada acção táctica, as
unidades inimigo dispersam o máximo possível de acordo com o terreno e o
emprego futuro. As zonas de reunião de batalhão são separadas por um
mínimo de 2 Km quando possível.
5. Surpresa
A surpresa visa eliminar a vontade de resistir das forças adversas e retirar-lhes
a capacidade de reagir eficazmente.
A surpresa é alcançada por:
a. Medidas rigorosas de segurança
b. Ocultação e concentração rápida de forças e material nos pontos decisivos
c. Emprego de forças aerotransportadas e lançadas do ar.
d. Emprego súbito de massas de fogos que podem ou não ser limitados - a
fogos nucleares, seguidos de acção ofensiva rápida.
e. Exploração de terreno e condições meteorológicas desfavoráveis.
f. Aplicação de novos métodos de combate.
g. Aplicação de medidas de cobertura e decepção tácticas
h. Introdução rápida de volumosas forças de CC na batalha
i. Acções de infiltração
j. Emprego de combate rádio-electrónico ou de guerra electrónica.
6. Comando
A unidade de comando é praticada em todos os escalões e uma força de
armas combinadas é comandada pelo oficial mais antigo das armas
combinadas.Todos os comandantes, incluindo os das DAtMec efectuam
reconhecimentos pessoais detalhados. Todos os comandantes exercem

8
supervisão pessoal das acções críticas, difundem ordens muito detalhadas e
efectuam um controlo próximo, das acções das unidades subordinadas.

7. Controlo
Em cada comando inimigo, o controlo é efectuado pelo estabelecimento de
vários postos de comando. Estes postos de comando são concebidos para
assegurar continuidades de controlo qualquer que seja a acção das forças
adversas. A distância entre PC é tal que só um possa ser posto fora de acção
por uma única exploração nuclear de média potência. Os comandantes
acreditam na necessidade de cuidadoso planeamento e, quando houver tempo
disponível, nada é deixado ao acaso. A coordenação é salientada. Quando
houver pouco tempo para planeamento ou reconhecimento o inimigo dispõe-se
rapidamente na formação standard,. Os comandos da frente e do exército
serão normalmente localizados em profundidade para manter o controlo sobre
as áreas de toda a frente exército. Os comandos divisionário e regimental
serão, contudo, localizados bem à frente para manter o controlo da batalha. O
PCAv da divisão, quando estabelecido, deslocar-se-á imediatamente à
retaguarda dos batalhões em 1.º escalão. Cada unidade de escalão divisão e
inferior estabelece um PC principal e um PC de alternativa a distância de
segurança nuclear um do outro, ambos completamente guarnecidos e em
operação contínua. Na prática, dado o limitado número de pessoal de EM as
divisões guarnecem o PC de alternativa com uma força reduzida que mantém
as tarefas chave. O PC de alternativa opera, à ordem ou automaticamente,
quando o PC principal ficar inoperativo.
8. Comando da Frente
O comando da Frente preocupa-se com a conduta da operação completa em
que a Frente está envolvida e considera acções do plano estratégico de prazo
mais dilatado. Ele pode ser responsável pelo controlo de operações em todo o
teatro de operações.
9. Comando do Exército
O comando do Exército recebe a sua missão da Frente. A sua preocupação
primária está ligada à conduta de operações por um período de 4 a 5 dias, e
não necessita normalmente de desenvolver planeamento para um período
mais dilatado.
10. Comando de divisão
O comando da divisão está primariamente preocupado com o dia a dia e
menos preocupado com o desenvolvimento futuro da batalha. Isto também se
aplica aos comandos regimentais. É possível que a velocidade prevista das
operações possa resultar em que qualquer comandante tenha que desenvolver
o combate por sua própria iniciativa e sem recurso a directivas de escalões
superiores. Todos os comandantes devem por isso ser conhecedores da
situação geral e das intenções do comandante superior.
(2) Defesa

(a) Generalidades
O inimigo acredita que "o ataque é a melhor defesa". Contudo, há alturas em que
se devem considerar as acções defensivas. A defesa será sempre uma medida
temporária para retomar a ofensiva. É baseada numa série de pontos fortes,
defendidos em todas as direcções, firmemente ocupados por tropas instaladas
em boas organizações de terreno. Este são apoiados por um segundo escalão
forte e móvel dispondo de grande proporção de CC para efectuar contra-ataques
e contra-penetrações. O inimigo adopta a defesa para:

9
 Economizar forças para lançar um ataque noutra área.
 Efectuar a cobertura duma operação de retirada.
 Ganhar tempo.
 Canalizar e destruir as NT criando assim uma situação que permita retomar a
ofensiva.
A doutrina defensiva contempla a organização duma zona em profundidade. Mais
do que defender uma linha fixa, o conceito de defesa refere-se à manutenção
duma área. A defesa é concebida para repelir ataques de todas as direcções e é
particularmente orientada para a acção anti-carro.
(b) Doutrina defensiva
Durante a defesa, o inimigo mantém a todo o custo todo o terreno ocupado e
inflige as mais pesadas baixas que possa à força atacante. A libertação desta
missão só pode ser dada pelo escalão superior. O inimigo considera que a
estabilidade, actividade, organização ACar, segurança em todas as direcções e
escalonamento de forças são algumas das necessidades básicas a uma defesa
com sucesso.
1. Estabilidade
É a capacidade da defesa suportar a acção de fogos químicos e nucleares,
repelir ataques concentrados de forças de CC e VBC, e de manter a todo o
custo o terreno defendido.
2. Actividade da defesa
Consiste em provocar o maior número possível de baixas nas forças atacantes
aplicando sobre elas os fogos de todas as armas, de forma crescente, à
medida que se aproximam das linhas defensivas principais.
3. Defesa ACar
É considerada a base da defesa. Os CC do adversário são considerados o alvo
principal, e os fogos de todas as armas que os podem afectar ou destruir são
dirigidos sobre eles.
4. Segurança em todas as direcções
O inimigo conclui a preparação de posições suplementares e de alternativa
dentro da área defensiva para permitir o movimento das forças nas áreas
ameaçadas, e para as posicionar para bater os flancos e retaguarda do
adversário.
5. Escalonamento de forças
É atingido desenvolvendo em profundidade as várias unidades dentro da área
defensiva. Destina-se a enfraquecer o atacante provocando-lhe baixas
crescentes à medida que ele penetra na área defensiva, e a destrui-lo e a
restabelecer a linha defensiva principal.
6. Combate rádio-electrónico
O inimigo usa de forma vasta as medidas radio-electrónicas para afectar o
comando, controlo e as transmissões dos elementos atacantes.
(c) Planeamento de defesa
1. O comando da frente estabelece normalmente a localização geral da orla
anterior da faixa defensiva principal (OAFDP), e os limites entre exércitos. O
exército designa as zonas mais importantes a defender dentro da faixa
defensiva principal (FDP), estabelece a defesa ACar em profundidade ao longo
da área, e o plano de contra-ataque. O exército também planeia a retirada de
forças das posições avançadas na FDP quando se usarem fogos nucleares
10
próximos. Os comandos da divisão seleccionam o em pormenor da AFDP. Os
planos defensivos da divisão traçado incluem a organização da defesa,
atribuição e uso da artilharia, defesa ACar, uso do apoio aéreo próximo, contra-
ataque divisionário, e prioridades para a organização defensiva.
2. Organização da defesa
A defesa é organizada em faixas sucessivas para garantir profundidade à área
defendida. A nível de exército estas consistem em zona de segurança (ZS),
faixa defensiva principal (FDP), 2.ª faixa defensiva (2.ª FD) e 3.ª faixa
defensiva (3.ª FD), cada faixa defensiva é constituída por uma série de áreas
defensivas de batalhão em apoio mútuo e auto-suficientes, estabelecidas para
serem guarnecidas por BAtMec com apoio de artilharia, morteiros e CC. É
mantida uma reserva móvel em cada faixa defensiva, normalmente em zonas
de reunião.
São instaladas zonas de obstáculos à frente e dentro das posições defensivas
de cada faixa para deter o avanço das forças atacantes, canalizá-las para
áreas favoráveis ao defensor, ou para provocar a sua concentração
constituindo assim alvos remuneradores aos fogos químicos ou nucleares.
É dada ênfase na organização da defesa, à protecção das tropas e materiais
contra os efeitos dos fogos nucleares. É também dada importância aos
acidentes de terreno que oferecem bons cobertos e abrigos para a selecção
das áreas defensivas.
a. Zona de segurança
A Zona de segurança (ZS) visa a detenção ou retardamento das forças
atacantes forçando-as a desenvolver antes de alcançarem a FDP. A ZS
localiza-se à frente da FDP. É suficientemente profunda para evitar que as
forças atacantes batam com fogos das armas divisionárias as FDP e a 2.ª
FD. Normalmente a ZS tem uma profundidade de 20 a 30 Km, mas pode ter
uma profundidade dupla se houver espaço e tropas disponíveis e se puder
efectuar uma acção retardadora.
A ZS é estabelecida e guarnecida pelo EAC. As unidades de atiradores
mecanizados e as reservas de CC em 2.º escalão do EAC, reforçadas com
artilharia e engenharia estabelecem e guarnecem as posições de
retardamento principais. Estas são as posições mais avançadas da ZS.
As forças de retardamento dispõem-se em frentes até 4 vezes superiores às
suas frentes normais. Isto significa que há uma média de um batalhão
inimigo em cada 8 a 12 Km de frente. Naturalmente, os acidentes de terreno
e as forças atacantes são considerações que influem neste padrão.
Estas forças são conhecidas por forças de "contacto e retardamento", ou
força de segurança do EAC, e são normalmente as únicas forças disponíveis
para retardar as unidades atacantes ou para cobrir a preparação e ocupação
das faixas defensivas pelas DAtMec.
Na organização das posições de retardamento, o inimigo concentra a maior
parte do potencial de combate em1,º escalão, dispondo de reservas de CC
prioritariamente para apoiar o desempenhamento das forças em1. escalão.
Quando não estão em contacto com as forças atacantes, as DAtMec
guarnecendo as FDP estabelecem PAVG na ZS a cerca de 25 Km à frente
da OAFDP. Isto em adição à força de segurança do EACIO Normalmente, é
empregue nesta tarefa o 2.º escalão da divisão (um RAtMec). Tal como no
caso da força de "contacto e retardamento", os elementos em PAVG
apresentam também um batalhão por 8 a 12 Km da frente.
Os regimentos em 1.º escalão da FDP organizam PAVC na ZS a 3 a 5 Km à
frente dos batalhões mais avançados. A sua missão consiste em evitar
ataques de surpresa, evitar o reconhecimento conduzido pelas forças
atacantes, iludir o atacante quanto à verdadeira localização dos elementos
mais avançados da área de batalha e evitar o levantamento de obstáculos.

11
Os PAVC são guarnecidos pelas unidades em 2.º escalão dos regimentos.
Geralmente um BAtMec dispõe-se ao longo de 15 Km na linha de PAVC.
Organiza as suas forças em postos avançados de segurança. Um posto
avançado de segurança é constituído por uma unidade tipo CAtMec
reforçada com metralhadoras, morteiros, armas ACar e engenharia. O
núcleo principal do posto avançado é instalado ao longo do eixo de
aproximação principal para a área de defesa do batalhão e ocupa uma área
com1 200 m de frente. As áreas não ocupadas fisicamente são cobertas por
patrulhas, PO, artilharia, e obstáculos incluindo campos de minas.
Os batalhões em1.º escalão dos regimentos em1.º escalão das Divisões da
FDP, estabelecem a sua segurança local. Para isso constituem PO, postos
de segurança e patrulhas à frente da FDP e nos espaços entre unidades. A
segurança local é mantida até 600 a 900 m além da unidade em causa.
b. Missão da faixa defensiva principal
Esta faixa é a base da defesa. É localizada em terreno com condições
defensivas naturais que garanta a máxima defesa passiva contra ataques
nucleares e contra a capacidade de vigilância das forças atacantes. É
possível que esta faixa se apoie num obstáculo natural. É estabelecida para
deter um ataque hostil e destruir as forças atacantes. Tem uma profundidade
até 15 Km. É guarnecida pelas DAtMec em1.º escalão do EAC. Dentro da
FDP situam-se as forças necessárias à conduta da defesa, incluindo,
artilharia, unidades ACar e AA, reservas divisionárias; e o PC principal e de
alternativa da divisão.
c. Missão da 2.ª faixa defensiva
Esta faixa defensiva com profundidade até l0 Km, está localizada 8 a l0 Km à
retaguarda da FDP, e normalmente dispõe, de posições preparadas mas não
ocupadas na sua área mais avançada. A 2.ª FD procura conter as forças
atacantes se estas penetraram a FDP, até que se possam lançar contra-
ataques a partir da 3.ª FD. A 2.ª FD é estabelecida e defendida pelas
DAtMec em 2.º escalão do EAC e pelas reservas, incluindo a DCC após ter
terminado a sua tarefa na ZS. Pode ser também dada uma missão
secundária à DCC prevendo o estabelecimento e ocupação de posições na
2.ª FD. Estão também localizados nesta faixa o PC principal e de alternativa
do EAC, alguma artilharia e parte da reserva do EAC.
d. Missão da 3.ª faixa defensiva
A 3.ª FD, 8 a l0 Km à retaguarda da 2.ª FD, tem uma profundidade de cerca
de l0 Km. A missão das forças desta faixa é de se prepararem para efectuar
contra-ataques. Na eventualidade do contra-ataque não poder ser lançado,
ocupam posições preparadas e procuram deter as forças atacantes.
As contra-ofensivas da frente são lançadas a partir da área da 3.ª FD.
Localizadas nesta faixa ou na sua proximidade estão a reserva do EAC,
normalmente um regimento reforçado, duma divisão em1.º escalão e o 2.º
escalão da frente, consistindo normalmente em elementos do ECC, reservas
disponíveis da frente e possivelmente um EAC disperso numa zona muito
extensa.
(c) Defesa anti-carro
1. A defesa ACar é básica no conceito de defesa do inimigo. A defesa geral ACar
é planeada e coordenada a nível exército, mas o seu planeamento específico,
é considerado um dos deveres mais importantes dos comandantes a todos os
níveis. São organizadas em profundidade através da área de defesa, defesas
ACar, regimentais e divisionárias, principalmente ao longo dos eixos de
aproximação mais vulneráveis a CC.

12
O sistema de defesa ACar do inimigo inclui unidades em pontos fortes com
armas ACar, posições de fogo preparadas para ocupação por CC e reservas
ACar, concentrações de artilharia pré-planeadas nos eixos de aproximação
vulneráveis e o emprego extenso de minas ACar e outros obstáculos.
2. Organização e conduta da defesa anticarro
O inimigo dispõe as armas ACar de forma a assegurar cobertura contínua ao
longo da frente e em profundidade; de forma a assegurar a mudança de fogos
rapidamente; e também para assegurar uma cuidadosa cobertura dos flancos e
dos mais prováveis e/ou actuais eixos de progressão dos CC das forças
atacantes. O inimigo nunca dispõe as armas ACar frontalmente em linha.
Os planos ACar incluem:
 Localização de posições defensivas em terreno não favorável à acção de
CC.
 Atribuição de unidades ACar adicionais às posições defensivas para cobrir
os eixos de aproximação mais perigosos (Em áreas em que há uma
ameaça blindada séria, podem dispor-se 23 a 35 armas ACar por cada Km
de frente).
 Lançamento de extensos campos de minas nos eixos de aproximação.
 Destruição com fogos nucleares dos blindados atacantes nas suas áreas da
retaguarda e em posições de ataque.
 Concentração de fogos de artilharia nos CC atacantes à medida que se
aproximam da posição defensiva e separação da infantaria acompanhante.
 Fogos com peças ACar e mísseis guiados com ACar sobre os CC à medida
que estes se aproximam do alcance prático.
 Emprego de artilharia, mísseis guiados a ACar, ARA, CC e peças AP em tiro
directo sobre os CC que penetram na posição defensiva.
 Contra-ataque das penetrações blindadas com CC e artilharia AP.
3. Emprego de minas e obstáculos
a. Minas
O inimigo faz uso extenso de minas explosivas (HE) e químicas tanto no
ataque como na defesa. Na ofensiva, as minas são empregues para cobrir
posições ocupadas por tropas em reconhecimento ou para proteger os
flancos. O seu maior emprego é no entanto na defensiva, contra CC,
viaturas e pessoal. São lançados campos de minas ACar com uma
densidade mínima de 1 mina por metro de frente. Dado que a distância
média entre minas é de 3 metros, três fiadas são necessárias para obter a
densidade mínima.
Na defesa, os campos de minas ACar são normalmente lançados em faixas
ao longo das áreas de aproximação prováveis de CC a cerca de 400 m à
frente da OAFDP. São colocadas nas passagens abertas nos campos, minas
explosivas (HE) e químicas controladas, detonadas por observadores a
coberto. Ao longo das vias de caminho de ferro usam-se minas de efeito
retardado, bem como em cruzamentos de vias, pontes destruídas e zonas
de reunião prováveis e noutras zonas em que as forças adversárias se
possam concentrar.
São lançadas minas anti-pessoal, explosivas (HE) e químicas nas zonas de
aproximação para e dentro dos campos de minas.
b. Obstáculos
São usados outros obstáculos além das minas nos eixos de aproximação
adversos. Empregam-se obstáculos improvisados frequentemente. Os
principais obstáculos são valas ACar, armadilhas ACar, abatizes e

13
contaminação química. Os obstáculos e os campos de minas são cobertos
pelo fogo sempre que possível.
(3) operações Retrógradas

(a) Generalidades
As forças inimigo a efectuarem uma defesa de área, executam com normalidade
roturas de contacto locais, ordenadas pelos comandos superiores, para reduzir a
vulnerabilidade aos fogos nucleares, a canalizar ou atrair as forças atacantes a
áreas onde constituem alvos remuneradores, ou a um reagrupamento de forças
mais adequar do à contenção duma penetração adversa.
O inimigo emprega 3 tipos de acções nas operações retrógradas:
 A acção retardadora
 A rotura de contacto
 A retirada
(b) Acção Retardadora
O inimigo adopta a acção retardadora para trocar espaço por tempo de forma a
provocar o máximo desgaste, sem se deixar empenhar decisivamente.
São constantemente procuradas oportunidades para efectuar emboscadas e
armadilhas às forças adversas. As forças retardadoras oferecem uma resistência
contínua de forma a evitar a infiltração e a forçar o adversário a concentrar-se
para lançar um ataque preparado. Podem usar-se em profundidade, fogos de
grande alcance, armas nucleares pré-posicionadas, minas incendiárias e
químicas e obstáculos e emboscadas para facilitar o retardamento.
As forças em primeiro escalão, que constituem a parte primordial do potencial de
combate disponível, batem o adversário às longas distâncias para causar baixas
e forçá-lo a executar desenvolvimentos demorados. À medida que o adversário
avança, é sujeito a repetidos ataques de flanco conduzidos por pequenas
unidades móveis. Quando chega ao alcance das restantes armas o volume total
de fogos aumenta. Fazem-se todos os esforços para infligir, o máximo de baixas
ao adversário, desorganizá-lo e a obrigá-lo a reorganizar ou a concentrar para
lançar o assalto. As forças concentradas são destruídas pelo fogo, e onde
apropriado, exploradas pela manobra. O emprego de obstáculos batidos pelo
fogo reforça a capacidade de retardamento da unidade. A disponibilidade de
armas nucleares de baixa potência e de sistemas de lançamento de precisão,
auxiliam o desempenhamento, e podem permitir que a força a conduzir o
retardamento aceite empenhamentos mais próximos do que seria possível
noutras circunstâncias.
Os segundos escalões e as reservas de CC são empregues em contra-ataques
ou como forças de cobertura para facilitar o desempenhamento das forças em 1.º
escalão. Também as armas nucleares de baixa potência podem ser empregues
nesta acção.
Quando ameaçado com uma acção de combate decisiva, a força a executar o
retardamento desempenha-se e executa uma rotura de combate.
(c) Rotura de Combate
O inimigo executa uma rotura de combate, quando é necessário desempenhar as
suas forças adversárias. O desempenhamento é efectuado da retaguarda para a
frente de forma similar à executada pelas NT. As primeiras unidades a romper o
contacto são os serviços da retaguarda e a artilharia do escalão da frente. Estas
unidades normalmente deslocam-se para a retaguarda a coberto da escuridão,
uma ou duas noites antes da rotura de combate dos exércitos avançados.
Uma rotura é planeada tão detalhadamente quanto o tempo o permite.
Normalmente é efectuada numa frente extensa durante a escuridão ou a coberto

14
de fumos e fogos de artilharia, incluindo fogos nucleares. A rotura pode ser
precedida de contra-ataques limitados de CC.
É sempre organizada uma segurança da retaguarda para cobrir a rotura. A
segurança da retaguarda é constituída normalmente por unidades de atiradores
mecanizados reforçados com CC e engenharia, formando grupos fortes,
agressivos e altamente móveis capazes de executar operações independentes.
A segurança da retaguarda mantém em sucessão uma série de linhas defensivas
e desloca-se de linha para linha à medida que a pressão do adversário aumenta.
Quando abandona uma linha de defesa, executa os planos preparados
previamente para diminuir o avanço do adversário, através de demolições,
destruição de pontes e cortes de itinerários. Também pode, se a situação o
permitir, detonar cargas nucleares pré-posicionadas ou minas químicas para criar
obstáculos importantes ao progresso do adversário.
O inimigo constitui também guardas de flanco para deter tentativas adversas de
envolvimento. Estas forças à base de CC e de atiradores mecanizados
reforçadas por elementos ACar e engenharia, deslocam-se ao longo dos flancos
da força e efectuam a rotura para interceptar e retardar o tempo suficiente para
permitir a rotura em condições de segurança.
Todos os pontos importantes ao longo do itinerário de rotura, incluindo
desfiladeiros, pontes, vaus e cruzamentos, são ocupados e mantidos pelos
elementos adequados até que o corpo principal das forças a efectuar a rotura
tenha passado por elas e a guarda da retaguarda os tenha alcançado.
A guarda da retaguarda, toma então controlo deles e executa a sua missão de
retardamento e destruição e por sua vez, de rotura. A engenharia apoia o
lançamento de obstáculos e a manutenção dos itinerários ao longo das vias de
rotura de forma a permitir o movimento para a retaguarda das forças amigas.
(d) Retirada
O inimigo considera a retirada como uma acção que lhe permite, após uma rotura
bem sucedida, afastar-se duma força adversa sem pressão directa.
A retirada consiste numa rotura seguida de uma marcha táctica.
A marcha táctica começa após a força principal se ter desempenhado do
adversário e de se terem constituído colunas de marcha.
A marcha táctica, que constitui o verdadeiro movimento de afastamento em
relação ao adversário, é conduzida de forma semelhante à da marcha para o
contacto.
Constitui-se uma forte guarda de retaguarda, que mantêm de forma geral, o
contacto como adversário.
A direcção do movimento é de afastamento em relação ao adversário.
O destino da força é uma zona de reunião ou local para se preparar para a
execução duma missão subsequente em vez de contactar com a força
adversária.
c. A organização do inimigo convencional

(1) Divisão de Atiradores Mecanizada


(2) Regimento de Atiradores Mecanizados

(a) Orgânica
(b) Pessoal e Equipamento
(3) O Batalhão de Infantaria Mecanizada

(a) Orgânica
(b) Pessoal e Equipamento
O PelACar dispõe de dois lanças mísseis guiados ACar SAGGER AT-3 e dois
canhões sem recuo SPG-9 de 73mm.O SAGGER é um míssil guiado por fio com

15
um alcance de 500 a 3000 m. O SPG-9 tem um poder de penetração em
blindagens de aço de cerca de 350mm e considera-se que tem um alcance
prático entre 800 e 1000 m.
A BtrMort de 6 morteiros de 120 mm. A bateria é constituída por uma secção de
comando e dois pelotões de morteiros. A secção de comando é instalada em
viatura e os morteiros são rebocados por viaturas de TG. Supõe-se que a bateria
de morteiros tem uma dotação orgânica de 240 munições do tipo explosivo (HE),
de fumos e iluminantes. Os morteiros têm um alcance que vai dos 460 a 5700m e
são normalmente instalados em posições que distam da LC entre de 500 a 1500
m. Durante o ataque seguem a infantaria e se esta desmonta, a bateria pode
instalar-se e fornecer fogo de apoio em cerca de 12 minutos. A instalação da
bateria faz-se adoptando um dispositivo linear com 150 a 250 m de frente,
embora ocasionalmente possa separar-se em dois pelotões. Apesar de
subordinada ao comandante de batalhão, a bateria de morteiros pode receber
instruções de coordenação e missões de apoio de fogo do comandante da
artilharia regimental.
O BAtMec é normalmente reforçado tanto na ofensiva como na defensiva por um
ECC. Normalmente também, os CC são posteriormente dados às CAtMec,
ficando cada uma com um PeICC a 4 CC.
Para a defesa aérea imediata, o BAtMec depende do fogo concentrado das
armas ligeiras, metralhadoras pesadas instaladas nas VBC, e nos mísseis terra-
ar SA-7 GRAIL. O BAtMec dispõe de 9 SA-7. Estes são atribuídos a cada
CAtMec, Normalmente e de acordo com a situação, em grupos de 3.
(4) A Companhia de Atiradores Mecanizada

(a) Organização
(b) Pessoal e Equipamento
Atribuídas pelo Batalhão de acordo com a situação. Os QO autorizam11 homens
por secção. No entanto o número varia entre 7 e 11 de acordo com o veículo de
que a companhia dispõe.
As três principais armas de apoio (não instaladas em viatura) do pelotão são as
ML 7,62 (RPK, PK ou PKM), o lança-granadas foguete RPC-7 de 89 mm e o
míssil terra-ar SA-7 GRAIL. Existem normalmente 3 SA-7 em cada companhia.
Cada secção tem dois homens qualificados para operar com o RPG-7. Em cada
uma das primeiras secções de cada pelotão existe um atirador equipado com a
espingarda SNIPER SVD em vez da AKM. O oficial político e o oficial (Svc de
retaguarda), do comando, podem ocupar lugar numa BMP do segundo ou
terceiro pelotões quando tiver havido baixas ou falta de pessoal.
Este arranjo permite que o comandante possa usar a secção de comando como
um elemento combatente. A secção de comando normalmente actua como
PC/PO do comandante da CAtMec.
A CAtMec é normalmente reforçada com um PCC do GCC orgânico do
regimento. Este pelotão tem 4 CC médios, e é constituído por um tenente, três
sub-oficiais (NCO) e 12 praças. Cada um destes CC médios tem uma tripulação
de 4 homens.
(c) A secção
A secção de atiradores mecanizados consiste normalmente em 8 homens
armados com seis espingardas de assalto AKMS, um RPG-7, e 2 ML RPK ou PK
de 7,62mm. A secção é deslocada no compartimento de transporte à retaguarda
da BMP. Sentados costas com costas, em bancos ajustáveis, voltados para os
lados do veículo, os atiradores estão posicionados de forma a que cada um
esteja em frente duma"janela de combate". Quando pretender fazer fogo com a
sua PKM ou AKM, o atirador em primeiro lugar fixa firmemente a arma com o
dispositivo adequado, na janela de combate e então escolhe o seu alvo olhando
ou através dum dispositivo de visão existente na estrutura da viatura acima da

16
janela de combate, ou mira directamente através do pequeno disponível acima
do cano da sua arma. Esta última forma permite-me usar o aparelho de pontaria
da arma.
As janelas de combate contêm dispositivos para melhorar a visão (defoggers)
para as operações em climas frios, e um sistema de exaustão em cada arma
remove quaisquer fumos tóxicos. Um pequeno saco ligado às armas dos
atiradores recolhe as cápsulas gastas.

(d) O Pelotão
Nos escalões mais baixos, a organização de combate do inimigo baseia-se no
conceito triangular. Assim, existem 3 secções de atiradores mecanizados no
pelotão e o comandante do pelotão desloca-se numa das secções.
Em cada pelotão, é armado um atirador com espingarda Sniper SVD.
(e) A Companhia
A CAtMec tem 3 pelotões e um elemento de comando. O comandante controla a
sua unidade primariamente através da TSF embora se dê ênfase à manutenção
do silêncio rádio, à disciplina das transmissões, e à segurança das transmissões,
enquanto se conduzem frequentes treinos de operações planeadas para reduzir
a necessidade das ligações rádio, A companhia opera numa só rede. Contudo
tem possibilidade de escutar a rede do batalhão. Durante as operações apeadas,
a rede de comando da companhia é estabelecida com os comandantes de
pelotão através de rádios portáteis. Durante as operações mecanizadas usam-se
rádios veiculares, embora durante essas operações as ligações possam ser
obtidas através dos rádios portáteis ou veiculares. A companhia também dispõe,
doutros meios de ligação como; (usadas na defesa), bandeiras, fogos de cores e
estafetas.
(d) Aspectos Particulares da Defesa
1. CAtMec
a. Missão
Quando o inimigo adopta a defesa, é atribuída uma frente de 1000 a 1500
metros à CAtMec, de acordo comas características do terreno. A sua missão
primária consiste em defender a posição atribuída destruindo o atacante por
uma atrição constante a partir da sua posição.
b. Organização defensiva
A CAtMec pertence ao primeiro ou ao segundo escalão do Bat, e fez mared,
1.º escalão, dispõe normalmente dois pelotões em1.º escalão e um pelotão
em 2.º escalão. Em regra, a CAtMec não constitui reserva. Quando faz parte
do segundo escalão do batalhão, dispõe os três pelotões em linha cobrindo
toda a extensão do sector do batalhão.
c. Responsabilidade do comandante
O comandante da companhia é responsável pelo estabelecimento dum
sistema defensivo de fogos com base nos CC, mísseis guiados ACar, VBC e
armas das secções. Estes fogos são dispostos de forma a garantir
concentração nos eixos de aproximação mais perigosos. As armas são
instaladas em abrigos e camufladas se o tempo disponível o permitir, a fim
de reduzir a sua vulnerabilidade aos fogos do atacante.
d. Posições de combate

17
As posições individuais de combate são enterradas e melhoradas
continuamente até que seja estabelecido um sistema de trincheiras entre
elas. Este sistema é constituído por duas trincheiras principais: A primeira
trincheira desenvolve-se ao longo da frente da companhia e é ocupada pelos
dois pelotões avançados; a segunda trincheira fica à retaguarda e é ocupada
pelo terceiro pelotão e pelo comando da companhia. As trincheiras são
camufladas e melhoradas com vista a acrescentar abrigos secundários para
as secções e ligação entre as trincheiras principais.
As distâncias entre pelotões vão de 300 a 500m. As secções estão
afastadas por distâncias que vão de l0 a 100 m. A área defensiva do pelotão
em ambiente nuclear cobre uma distância de 300 a 500 m ao longo da frente
e tem uma profundidade de 200 a 300 m, fazendo a área defensiva da
companhia aproximadamente de 1000 a 1500 m, ao longo da frente com
cerca de 500 metros de profundidade.
Estas distâncias podem reduzir-se a metade em condições não nucleares.
As áreas defensivas variam com o tipo de terreno, reforços e posição da
unidade em relação ao principal eixo de aproximação.
e. Armas anticarro
A CAtMec depende das armas ACar para a condução da parte mais
importante da sua acção defensiva. Estas armas são dispersas ao longo da
área principal da defesa. Os CC são instalados em abrigos, as armas ACar
são colocadas entre eles e além disso constroem-se obstáculos. Os fogos
defensivos são concentrados sobre o eixo de aproximação mais provável.
O ponto forte da companhia é normalmente localizado no pelotão da
segunda trincheira principal.
Quando existem áreas não batidas entre as companhias, empregam-se
postos avançados, patrulhas, e locais de emboscada para cobrir tais zonas.
Além das armas e equipamento atribuídos pelos QO, o inimigo utiliza outros
meios defensivos tais como, obstáculos naturais, redes de arame, minas de
todos os tipos, acções de decepção e fumos.
g. Rotura de contacto
A defesa inclui um plano de rotura de contacto. Quando tal acção é
necessária, a CAtMec retarda as forças atacantes o tempo suficiente, para
permitir ao grosso o estabelecimento de nova posição defensiva.
A rotura inicia-se normalmente durante a noite. O corpo principal rompe o
contacto enquanto a CAtMec garante cobertura através dum contra-ataque
limitado apoiado por forte concentração de fogos de artilharia. Quando a
companhia tiver cumprido a sua missão, conduz uma acção de retardamento
em direcção a nova posição defensiva e ocupa a sua posição no 2,º escalão
de defesa do regimento.
2. BAtMec
a. Generalidades
A defesa é um tipo de acção de combate, destinado a manter o controlo de
uma área pela derrota do ataque efectuado por forças superiores,
desgastando o seu potencial ofensivo e tornando-o vulnerável a uma contra-
ofensiva. É defendida primordialmente uma área em vez duma linha, o que
minimiza a vulnerabilidade a um ataque nuclear. Basicamente o batalhão
defende através de pontos fortes (posições de detenção) de nível
companhia, tendo os intervalos cobertos pelo fogo. A acção ACar constitui o
âmago da defesa. É dada prioridade à instalação e apoio mútuo das armas
ACar orgânicas e de reforço. As posições são enterradas, e
complementadas pela organização do terreno feita pela engenharia, o que
inclui construções de protecção, minas, obstáculos e camuflagem. Na
defesa, o batalhão usa extensivamente as ligações TPF.
18
b. Tipos de defesa
O inimigo usa dois tipos de defesa: a móvel ou defesa imediata e a de área
ou defesa preparada. Estes dois tipos de defesa condicionarão a forma
como a divisão irá empregar os seus regimentos e batalhões. Um batalhão
na defesa tem uma frente de 5 a 7,5 Km.
As vantagens de defesa móvel são:
 Capacidade de lançar fogos nucleares, de artilharia e aéreos sobre os
atacantes, destruindo por isso o seu potencial de combate.
 Preparação de "zonas de morte".
 Esta defesa é preparada em curto espaço de tempo.
 Permite afastar mais as unidades entre si de forma que as armas
nucleares tácticas do atacante não podem destruir tão facilmente o
potencial de combate.
 Após um contra-ataque vitorioso, o inimigo pode retomar rapidamente a
ofensiva contra um adversário enfraquecido.
As desvantagens são:
 Este tipo de defesa só raramente pode ser usado abaixo do nível divisão.
 Quando se deslocam para o contra-ataque as forças inimigo são
vulneráveis a rebentamentos nucleares.
 Se o contra-ataque falha, todo o sistema defensivo pode ruir.
As principais características da defesa de área são:
 As posições são afastadas o suficiente para evitar a destruição pelas
armas nucleares do atacante, mas estão suficientemente próximas para
repelir o atacante.
 Um sistema defensivo que recebe mais apoio de engenharia na forma de
obstáculos e melhora a protecção das tropas contra fogos nucleares do
atacante.
 Um sistema defensivo em que as armas ACar constituem a base da
defesa.
A defesa de áreas tem os seguintes pontos fracos:
 A manobra dentro da área de defesa é difícil.
 lançamento de contra-ataques é difícil
 Este tipo de defesa tem tendência de se tornar estereotipado.
Quando um batalhão inimigo se encontra numa situação defensiva e não e
não se espera um ataque adverso, os comandantes exigem que 30% das
tropas se mantenha acordado durante o dia, e 70% durante a noite. As
armas ACar, os morteiros e os CC estão permanentemente guarnecidos. É
atribuída aos comandantes de companhia a capacidade de pedir o
desenvolvimento das barragens de morteiro e de artilharia. Os comandantes
de batalhão podem pedir o desencadeamento dos fogos de barragem dos
CC. Os CC são normalmente abrigados (enterrados) para os tornar duas
vezes mais efectivos. Os CC abrigados dispararão o quádruplo do número
de tiros apontados, dos CC atacantes. O batalhão usa habitualmente
obstáculos de engenharia, particularmente campos de minas mistos
contendo minas ACar e pessoal. O inimigo considera que as armas
nucleares, quando usadas pelo atacante alargamo campo de batalha. Para
derrotar um adversário usando armas nucleares o inimigo acredita que é
necessário ocupar posições defensivas nos sectores mais críticos e mantê-
las obstinadamente. Por isso, tal como no passado, o inimigo aceita a

19
necessidade de ocupar posições a nível companhia/batalhão e de as manter
com obstinação. Acredita que qualquer posição pode ser mantida, mesmo
sob as mais difíceis condições, com tropa vigorosa firmeza e acima de tudo,
tenacidade. Em adição a isto, o batalhão deve conter o avanço do adversário
com grande flexibilidade no uso do poder de fogo, forças e equipamento.
O principal meio para derrotar um atacante e assegurar estabilidade na
defesa é um plano de fogos integrado e eficientemente organizado. O plano
de fogos inclui todas as armas mas a sua ênfase principal reside na acção
ACar. Um bom plano de fogos na defesa, prevê a criteriosa localização de
armas para garantir boas áreas de emboscadas a CC nos eixos de
aproximação; organiza zonas de densa sobreposição de todos os fogos, nas
áreas avançadas nos flancos, e em profundidade no interior da posição; e
garante a capacidade para concentrar fogos rapidamente em qualquer flanco
sector ameaçado. O objectivo é o de infligir o máximo dano no atacante. O
plano de fogos deve compelir o atacante a deslocar-se, para "áreas de
morte" das armas nucleares do comandante da divisão.
3. RAtMec
a. Desenvolvimento
Ao RAtMec em 1.º escalão é normalmente atribuída uma zona para de
fender com l0 a 15 Km da frente e 8 a l0 Km de profundidade. A defesa é
organizada em dois escalões com dois BAtMec reforçados em 1.º escalão e
um BAtMec reforçado em 2.º escalão. É constituído normalmente um AAR à
base de dois ou mais GAC e um grupo de lança-foguetes múltiplos dos
meios da divisão, que apoia cada RAtMec em 1.º escalão. Este AAR recebe
a designação do regimento que está a apoiar.
Os BAtMec em1.º escalão defendem os 4 Km mais avançados da zona
regimental. O terceiro BAtMec estabelece uma área defensiva de batalhão
na retaguarda da zona de defesa do regimento. Esta área defensiva tem
cerca de 5 Km de frente e 3 a 5 Km de profundidade. É localizada 5 a 7 Km
à retaguarda da orla anterior da faixa defensiva principal.
O AAR prepara posições principais, de alternativa e nocturnas para cada
bateria, dentro da zona defensiva do 2.º escalão do regimento. Os pelotões
da BtrAA do regimento, dispõem-se de forma a proteger as baterias do AAR.
A força de reserva do RAtMec, constituída pelo GCC (-) e por um pelotão
ACar, é localizada na proximidade do batalhão em 2.º escalão. O PC
regimental é localizado no batalhão em 2.º escalão e é protegido pelo
elemento de segurança do comando do regimento.
b. Conduta da Defesa
Os PAV mantêm a força atacante sobre contínua vigilância e um volume
constante de fogos a grandes distâncias. São adoptadas acções para iludir a
força atacante quanto à localização da faixa defensiva principal e para a
obrigar a concentrar. As unidades de artilharia colocam fogos sobre as forças
atacantes e cobrem a retirada por postos avançados à medida que estes são
forçados a retirar.
As penetrações realizadas nas posições de defesa dos batalhões, são
bloqueadas pelo 2.º escalão, e o regimento emprega pequenas forças
móveis de CC para executar contra-ataques locais e reduzir as penetrações
nos batalhões em1.º escalão. As penetrações dos sectores regimentais são
contra-atacadas pela força de contra-ataque divisionário (normalmente a
força divisionária de reserva é constituída pelo RCC, armas ACar, e outra
artilharia). Se estes contra-ataques não conseguem deter o avanço das
forças atacantes, as unidades ameaçadas podem, à ordem do comando
superior, retirar para áreas de defesa de alternativa.

20

Você também pode gostar