Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
APENAS 2 SEGUNDOS
Usando o tempo e o espaço para repelir assassinos
RESUMO
“Esta não é a hora para pensar, nem para planejar. Esta é a hora de agir”.
- Moment of Commitment (Momento do Compromisso):
É o momento que marca o início de um ataque. É o instante em que a ameaça faz
uma ação que revelará sua intenção: sacar uma arma, avançar no meio da multidão com
uma faca, dentre outras. A ameaça sabe que após isso não voltará para casa quando
terminar sua ação. Começa a corrida entre segurança e letalidade.
- Moment of Recognition (Momento do Reconhecimento):
É o instante onde os agentes voltam suas mentes para o que está acontecendo.
Começa a leitura do ambiente, tomada de decisão e ação a ser executada em segundos ou
centésimos de segundos.
A maioria dos ataques públicos, do Momento do Compromisso até o final do
ataque, teve duração menor que 5 segundos. Ou seja, todo dano que poderia ter sido
causado, foi feito dentro desse tempo.
Muitos fatores influenciam o Momento do Compromisso:
- Quando o alvo entrará na zona de matar?
- Quanto tempo permanecerá lá?
- Os seguranças estão perto do atacante?
- Quando o alvo estará perto?
- A multidão está obstruindo meu ataque?
Estratégias efetivas de proteção podem influenciar a ameaça, retardando o
atentado, adiando o atentado ou até mesmo o cancelando. Estudos mostram que a maioria
dos atentados foi realizada a uma distância menor que 25 pés (aproximadamente 8
metros). Isso mostra que o foco dos agentes deve estar voltado para curtas distâncias e
não procurando atiradores em telhados.
Certo é que 100% dos atentados aconteceram ao mesmo tempo: Agora. E esse é o
único momento onde alguma coisa pode acontecer, ou seja, no presente. O resto é uma
memória (passado) ou uma fantasia (futuro), e nada no passado ou no futuro podem ferir
a autoridade. Focar a atenção no agora é a única maneira de estar presente e pronto no
evento para o momento do atentado e não apenas como um espectador assistindo ao
evento. O agente pode se colocar na posição perfeita para repelir um atentado e mesmo
assim não estar presente ou em condições de repeli-lo.
Agentes de Segurança sabem manter sua prontidão física, mas sua mente deve
estar preparada também. É ela que controla suas mãos, braços, pernas e olhos. Focar no
agora o deixa mais leve e ágil, ao passo que pensar em outras coisas o deixa mentalmente
pesado.
O disparo e o Momento do Reconhecimento são raramente simultâneos. Um
grande conflito é gerado nos agentes: agir prematuramente e ficar constrangido ou agir
tarde e arriscar tudo? O Momento do Reconhecimento é diferente de pessoa para pessoa.
Mas, certamente, para desvendar o quebra-cabeça antecipadamente sua atenção deve estar
focada no Agora. Se o agente está pensando em outra coisa, quando ele for chamado de
volta ele precisará de tempo para pousar, avaliar, concluir e agir perante o atentado ou ato
hostil.
A partir do Momento do Reconhecimento, os agentes estão enraizados no presente
e a uma terrível montanha-russa de decisões a tomar: cobrir a autoridade, parar o ataque,
subjugar o atacante, retirar a autoridade do local? Se a autoridade não foi atingida, sua
prioridade é tirá-la dali ou cobri-la. Se você está próximo do atacante seu objetivo passa
a ser cobrir a visão do atirador. Se a autoridade foi atingida, sua prioridade além de tirá-
la dali, deverá ser de estancar a hemorragia e levá-la aos cuidados médicos, além de
impedir que possa receber outro tiro.
Abaixo, segue um método que todo agente precisa conhecer e adotar em sua
carreira de segurança de autoridades, como se fosse um checklist:
Neste capítulo, vemos que atacantes são prejudicados pelo tempo e os agentes
devem estar mentalmente presentes e posicionados para, quase sempre, obter vantagens.
A ameaça é profundamente influenciada pelo tempo, e os agentes de segurança
que estiverem mentalmente presentes podem se prevalecer, quase sempre.
Imagine que você está prestes a ser testado. Na sua visão periférica, à direita, você
vê o vulto da autoridade. Sua atenção está voltada à esquerda, para um homem de
aparência atlética numa jaqueta esportiva que se encontra a 15 pés de distância
(aproximadamente 4,5 metros). Existem algumas pessoas atrás dele, mas você sabe que
este homem está prestes a sacar uma arma. O alvo, com certeza, é a autoridade. Ele está
tentando parecer casual. Você está se perguntando o que fará quando a arma for sacada,
o que está prestes a acontecer. Você pensa em se aproximar mais da ameaça, mas alguma
coisa te deixa enraizado pensando. A autoridade não será capaz de se mover sozinha para
fora do perigo e a ameaça saca arma. Em apenas 1 segundo seus batimentos cardíacos
chegam a 150 BPM, bombeando sangue para todo seu corpo, fazendo com que você se
mova em direção ao atirador. Você colide com ele, empurrando a arma para baixo. A
arma continua atirando com vocês dois no chão. Todos ali presentes assistiram a tudo
com maior atenção e viram que você se movimentou mais rápido que qualquer um. Todos
vão concordar que se você tivesse se movimentado mais devagar, o atirador teria feito
mais estragos. Qualquer observação agora, pouco importa. A autoridade levou um tiro na
cabeça.
Após um ataque bem sucedido, os agentes de segurança querem outra chance. Só
que desta vez você estará a 7 pés de distância (aproximadamente 2 metros) e a chance de
alcançar o atirador antes que comece a atirar será maior.
- Este exercício é chamado TAD – Time and Distance (Tempo e Distância).
O exercício é o seguinte:
O aluno no papel de ameaça recebe uma arma com 6 munições de Simunition
(uma munição a base de tinta para treinamentos). Ele se coloca a aproximadamente 20
pés (6 metros) da autoridade (representado por um alvo de papelão). Sua missão é
surpreender o outro aluno no papel de agente de segurança, sacando a arma o mais rápido
possível e disparando o máximo de disparo contra a autoridade antes de ser atingido pelo
agente de segurança. Ao aluno no papel de agente de segurança é dito que em 30 segundos
alguém sacará uma arma e tentará acertar a autoridade. Sua missão é reconhecer quando
irá acontecer e impedir que ele realize algum disparo.
TAD traz a oportunidade de estudar cada parte do ataque.
Os alunos como agentes sabem que qualquer movimento súbito é, certamente, o
Momento do Comprometimento e não há nada a pensar antes do Momento do
Reconhecimento.
No TAD, mesmo os agentes com a desvantagem de agir após os atacantes, se
estiverem posicionados próximos à ameaça, são capazes de impedir o ataque na maioria
das vezes.
Nos testes, citados no livro, o atacante era um instrutor de tiro altamente treinado
e capaz, ou seja, muito mais preparado que qualquer ameaça que for tentar um ataque. E
mesmo assim, quando o agente de segurança estava bem posicionado, ele conseguia
repelir o ataque. Estar “bem posicionado” é a lição a aprender nesse exercício.
- Primeiro round:
- O agente se encontra a 15 pés (4,5 metros) da ameaça:
- Segundo round:
- O agente se encontra a 7 pés (2 metros) da ameaça:
- Terceiro round:
- O agente se encontra próximo da ameaça (alcance do braço):
- Quarto round:
- O agente se encontra próximo da ameaça (alcance do braço), mas com os braços
pré-posicionados:
Normalmente este exercício é executado duas vezes, uma com o agente do lado
da mão dominante da ameaça, outra com o agente do lado da mão não dominante da
ameaça. Depois desses exercícios, é executado novamente adicionando mais um agente
na cena. Este agente fica próximo à autoridade e sua missão é cobri-la ou retirá-la dali.
Depois de cada round, os instrutores contabilizam a quantidade de tiros disparados, tiros
que acertaram a autoridade e onde acertaram (cabeça, pernas, tronco).
Nos atentados reais é difícil identificar precisamente os motivos da falha. Pode ser
a intervenção dos agentes, pode ser o erro ou falta de habilidade do atirador. No TAD,
quando um ataque falha é por causa da ação dos agentes de segurança, todas as outras
influências foram removidas. Quando a autoridade não é atingida significa que o agente
de segurança teve sucesso. Quando algum disparo atingiu a autoridade significa que o
sucesso foi da ameaça.
Como resultado, esse exercício mostrou que a 15 pés a probabilidade de sucesso
é da ameaça; a 7 pés a probabilidade é a mesma, tanto para a ameaça quanto para o agente
de segurança; a 0 pés os agentes de segurança quase sempre tem sucesso; Numa distância
de 15 pés pode-se observar mais pessoas na multidão, porém a probabilidade de sucesso
da ameaça é grande; na distância de 7 pés você pode além de observar muitas pessoas, ter
maior probabilidade de sucesso; no alcance de um braço ou com eles já pré-posicionados
além de ter quase 100% de chances de sucesso, o poder de dissuasão é grande e a ameaça
provavelmente nem atacará.
A probabilidade de sucesso dos agentes de segurança será muito maior num ataque
real do que no TAD pelos seguintes motivos: a habilidade da ameaça no TAD é muito
maior que de uma ameaça real; a autoridade provavelmente estará se movendo; o nível
de stress da ameaça real estará muito mais elevado.
Mesmo a ameaça no TAD tendo menos stress que uma ameaça real, verifica-se
que eles se desestabilizam quando os agentes de segurança estão indo em sua direção.
Conclui-se que, mesmo antes de alcançar a ameaça, o movimento do agente e o grito de
arma já estão trazendo benefícios para repelir o ataque. Isto acontece devido aos
batimentos cardíacos da ameaça aumentarem quando verificam que tem alguém tentando
impedir o ataque e a precisão no tiro está diretamente ligada a isso.
Outro exercício de TAD é fazendo com que a ameaça ataque em 10 minutos ao
invés de 30 segundos. Esse longo período pode fazer com que o desempenho do agente
diminua, por não conseguir permanecer tão atencioso por tanto tempo. Mas não é o que
acontece. Os agentes no TAD de 10 minutos tem mais sucesso que no TAD de 30
segundos. Isso se deve ao fato de ter mais tempo para ler o ambiente e verificar as pessoas
ali presentes. Além de já poder traçar estratégias caso alguma coisa aconteça. Com isso
foi verificada a necessidade dos agentes de segurança de se familiarizarem com o
ambiente e as pessoas ali antes da chegada da autoridade.
A segunda fase do TAD insere mais um agente na cena, com o objetivo de cobrir
e evacuar a autoridade no caso de um atentado. Inicialmente coloca-se o agente que vai
cobrir a autoridade a 7 pés e depois no alcance de um braço, conforme figura abaixo.
Dessa maneira, a possibilidade de sucesso dos agentes de segurança aumenta
substancialmente, mesmo tendo um agente a 15 pés de distância da ameaça. Um agente
foca na ameaça e o outro na autoridade (2 módulos). Uma coisa é certa, se o agente estiver
longe da autoridade (acima de 25 pés) em nada poderá interferir.
O sucesso da ameaça e que é comum nos cenários atuais, resume-se a três
condições: autoridade no centro do palco; agentes de segurança na lateral do palco;
nenhum agente próximo da ameaça. Para que isso não aconteça, o risco pode ser
diminuído se a autoridade se colocar ao lado do palco. Assim teremos agentes na lateral
do palco, inclusive longe das vistas do público. Deixar a autoridade a pelo menos 25 pés
(7,5 metros) do público, ter um agente de segurança a menos de 25 pés da autoridade, ter
um agente de segurança a menos de 25 pés do público, também se torna eficaz.
Nesse capítulo, certas lições para o agente de segurança são passadas: estar
presente; manter um pé na frente do outro; postura de prevenção; avançar contra a
ameaça; interromper o ataque é o objetivo principal; ganhar o controle da arma é um
objetivo secundário; agarrar a arma não é um componente do sucesso; buscar o meio do
braço, isso vai trazer uma probabilidade maior de sucesso; estar perto da ameaça; manter
a autoridade em movimento e não jogá-la no chão, para não mantê-la parada.
Algumas razões para mover a autoridade:
- A ameaça perde precisão quando tem necessidade de acompanhar a autoridade.
- Os agentes não sabem se não existe outra ameaça ou perigo. O atentado pode
não ter terminado.
- É difícil manter a ordem após um atentado. É impossível controlar a reação das
pessoas ali presentes.
- Após um atentado, mesmo que mal sucedido, os agentes precisam de tempo para
se reagrupar e recuperar a prontidão. Um atentado consome muita energia dos agentes.
- Uma lesão pode não aparecer imediatamente, como no caso do atentado contra
Ronald Reagan. Existem alguns casos em que as vítimas, mesmo feridas, não perceberam
imediatamente que se tratava de um atentado.
- Fora das vistas do público será mais fácil avaliar o impacto do incidente (o
embaraço de uma torta na cara, uma briga com paparazzi, etc.).
Uma ameaça quer o máximo de tempo possível entre o Momento do
Comprometimento e o Momento do Reconhecimento. Como os atentados envolvem
barulho (tiros, gritos), é difícil não chamar a atenção. Esse reconhecimento é um processo
mental estimulado por um evento físico.
Falando em termos gerais, existem dois tipos de agentes: os projetivos e os
protetores. Agente projetivo é aquele que vai se projetar contra a ameaça. Vai tomar
medidas ofensivas. Agente protetor é aquele que está mais próximo da autoridade e vai
protegê-la (cobrir, evacuar, etc.). Vai tomar medidas defensivas.
Ações projetivas são as que têm mais probabilidade de serem decisivas num
atentado. Se o agente estiver na mesma distância entre autoridade e ameaça é melhor
tentar alcançar a ameaça.
Durante um atentado, alcançar a autoridade e levá-la para longe do perigo gasta
mais tempo e esforço do que alcançar o braço da ameaça e interromper o ataque. O
admirável fato de se colocar na frente da autoridade para protegê-la só será possível se
outro agente avançar sobre a ameaça.
Se puder escolher, escolha estar perto da ameaça. Suas chances de sucesso serão
muito maiores. No caso de atentados com armas longas, onde a ameaça está longe e o que
estimula o seu Momento de Reconhecimento é o barulho do tiro, você terá apenas
medidas protetoras, sendo impossível se projetar contra a ameaça. Claro que a melhor
situação é termos agentes em ambas as funções: Projetivas e Protetoras.
Pode-se concluir que ações projetivas e protetoras são muito importantes e, se
combinadas, podem ser decisivas.
Capítulo 3
MIND (Mente)
Esse capítulo mostra que a memória é um bom servo, mas um mestre terrível. A
mente deve estar preparada para estar presente no único momento que alguma coisa pode
acontecer: Agora.
Para o agente reconhecer um ataque, ele deve estar lá mentalmente, não apenas
fisicamente. Prontidão existe só quando ambos, mente e corpo, estão preparados.
Atribuições periféricas podem tirar o foco.
A mente é construída para colocar e responder perguntas, para contar histórias,
para explicar coisas, para tomar conclusões. A mente é uma linha de montagem constante
que produz milhares de aplicativos inúteis e raramente produz algum de valor.
Quando um agente está perdido em pensamentos, ele está literalmente perdido no
momento presente. Estar presente no espaço é uma coisa, mas estar lá no tempo é o
principal. A mente deve ser domada e persuadida a ficar no momento atual,
principalmente no trabalho de segurança.
A grande questão/desafio é: Como estar no momento presente?
A resposta é: comprometimento, preparo físico, condicionamento da mente e a
prática de ver cada novo evento como, realmente, novo.
Poucas coisas removem a pessoa do momento presente tão completamente como
um desejo. No trabalho como agente de segurança, vício é definido como qualquer hábito
que leva ao desejo. Esse desejo pode tomar a atenção e só cessará quando for conseguido,
sendo que essa cessação é temporária. Nicotina, cafeína e açúcar são os produtos que as
pessoas mais anseiam, mas o que o corpo realmente quer é nutrição.
Permanecer no Agora significa livrar-se de sua mente e focar nos seus sentidos,
assim você perceberá o que está acontecendo em sua volta.
E se o exercício TAD de 30 segundos mudasse para 30 minutos?
Por um lado seria melhor, pois teria mais tempo para observar as pessoas no
ambiente, por outro lado ficaria mais difícil de manter-se focado por tanto tempo. Sua
mente quer fazer o que ela melhor sabe fazer: PENSAR. E pensar é muito diferente de
observar. Imagine aumentar o tempo de 30 minutos para 30 dias. Com certeza manter-se
focado o tempo todo seria impossível.
A tarefa de um agente é estar atento o tempo todo e manter-se assim por longos
períodos causa ansiedade, tensão e fadiga. E, assim, começa a prejudicar a capacidade de
perceber.
A mente não se aquieta. Sua missão é aprender, pensar, coletar informações e,
como crianças, ter sua atenção. Por isso as pessoas procuram paz de espírito, mas mente
e paz são opostos. Muitas pessoas são relutantes em ver sua mente como obstáculos. A
mente está entre a percepção de alguma coisa e a resposta.
Quando se escuta um barulho parecido com tiro existem vários passos até definir
se é um tiroteio ou não. Tem a vibração do tiro, o caminho neural até o cérebro, a
avaliação e a conclusão. Não se percebem essas etapas, percebem-se apenas os seus
efeitos combinados. Cada percepção inclui esses passos. Entretanto, quando se conclui
que se trata de um tiroteio, é necessário respeitar essa conclusão e agir sem pensar. Se
continuar a pensar em algo, a mente questionará a conclusão.
Capítulo 4
SPACE (Espaço)
Já neste capítulo veremos que cada local tem vantagens e desvantagens e as ações
podem ser melhores ou piores dependendo da maneira como o agente avança ou se
posiciona.
A maioria dos ataques a pessoas protegidas são sobre objetos em movimento
através do espaço, mas geralmente os objetos são projéteis.
O espaço também é relevante para a missão de segurança em vários aspectos
importantes que são independentes do tempo:
1. Precisão – a quantidade de espaço entre atacante e alvo influencia
profundamente a precisão do atacante. Atacantes que dispararam com armas curtas contra
alvos dentro de 25 pés (6 metros) normalmente atingem os seus objetivos.
2. Método de ataque - distância ajuda a limitar os métodos de ataque disponíveis.
À curta distância, um atacante pode usar com sucesso uma faca, revólver, arma longa,
espada, dispositivo de injeção, martelo, machado, explosivo, veneno, ou punho - mas se
ele está a mais que 25 pés, a lista de opções de ataque restringe profundamente.
3. Controle de acesso - o uso estratégico do espaço permite aos agentes obrigar as
pessoas a estarem longe da autoridade (por exemplo, controle de acesso nos bastidores de
um evento, o que limita o acesso à parte da frente do palco, controle de acesso no local
de trabalho da autoridade, ou em casa, impondo limites tripulados ao redor da autoridade
enquanto se move em público).
4. Vantagem - vantagem é o comandamento perspectivo e visão abrangente que
pode proporcionar vantagem. Ao avaliar a vista, pergunte a si mesmo: Quem tem a maior
elevação? Que obstáculos estão entre atacante e alvo que possa beneficiar um ou outro?
Quem é ajudado pela iluminação relativa (por exemplo, é o alvo iluminado e o atacante
no escuro)?
5. Ocultação - situações e configurações que permitem que um atacante se esconda
ou esconde sua intenção e tenha a oportunidade de atacar sem o envio de um sinal de
grande parte do local do evento.
Ao contrário de tempo, que é uma constante imutável, cada um destes fatores
acima referidos podem ser influenciados pelos agentes durante a formatação do evento,
como por exemplo, na escolha da sala segura, rotas de fugas, acomodações temporárias,
e o mais importante, a área de embarque e desembarque em público.
Os agentes nem sempre podem convencer as autoridades a tomar as posições que
são mais seguras, mas geralmente têm uma influência substancial sobre a sua própria
posição. Segundo o TAD, quanto mais próximo do atacante o agente estiver, mais fácil é
para reagir ao ataque. O mais importante não é algemar ou prender o agressor e sim, em
um primeiro momento, atrapalhar o atacante de realizar sua ação.
Treinamentos mostraram que é melhor para agentes se posicionarem do lado
esquerdo dos atacantes, porque atacantes consistentemente têm desempenho mais fraco
quando são surpreendidos por um agente a partir de seu lado não dominante - e para a
maioria das pessoas, isso é sua esquerda.
Quanto mais longe um atacante estiver quando ele for cometer um atentado,
melhor é para o agente, pois significa mais tempo de resposta. Cordões (unifilas) não
impedem as pessoas de entrarem em um espaço, mas quando entram enviam uma
mensagem clara: "Estou violando as regras”.
Nem sempre é possível perceber um grande espaço em branco, por exemplo, em
aparições em público e, quando isso ocorrer, deve-se criar um espaço através um cordão
de agentes ao redor da autoridade.
Por fim, neste último capítulo veremos como identificar e avaliar os melhores
suspeitos, pois eles sempre estão presentes. É necessário identificar e analisar os maiores
suspeitos.
Como exemplo, temos o caso da tenista Mônica Seles, a qual sofreu um atentado
com faca ao entrar em quadra, no início da década de 90. Ela possuía dois seguranças,
porém esses eram profissionais de outras áreas, não possuindo a devida qualificação. Eles
até são capazes de identificar e localizar os suspeitos, mas não conseguem agir de maneira
eficiente para evitar o ataque. Nesse caso, um dos seguranças disse que suspeitou do
agressor, que andava de maneira estranha e olhava de maneira suspeita. No entanto, não
souberam como proceder. Como conclusão do autor, faltou aos seguranças manter uma
distância adequada de quem era suspeito, de maneira a serem capazes de tomar alguma
atitude.
Qualquer pessoa que chame a atenção de alguma forma e mereça cuidado é um
suspeito em potencial. Suspeitar de alguém muitas vezes tem uma conotação ruim. No
entanto, como seguranças a mentalidade deve ser: alguém nos escolhe para suspeitar!
Olhar é muito importante, mas será a atitude para impedir que o ataque ocorra que
fará a diferença na vida de um segurança.
Muitos ataques são evitados quando o agressor não se sente seguro ou preparado
para que o ataque ocorra. Se o agente estiver na melhor posição possível em relação ao
agressor, certamente ele não se sentirá seguro.
Vale salientar que suspeitos existem em todos os lugares.
Caso identifique um suspeito, mande uma “mensagem” para essa pessoa de que
você está atento nas atitudes e movimentos que ela possa vir a fazer, intimidando-a. Não
subestime a capacidade dessa pessoa. Estar ciente do suspeito e estar mais bem
posicionado lhe deixarão em vantagem sobre o agressor.
Se o agente achar que não há suspeito, tente novamente. Deve haver. É preciso
encontrá-lo. Achando, posicione-se de maneira a prejudicar o momento do
comprometimento desse possível agressor, atrasando-o, e o mantendo preocupado com a
sua presença. É melhor o agente estar errado por 4 pessoas distantes, do que por quatro
horas de distância. Ou seja, é melhor estar perto da pessoa errada, mas estar presente
(NOW), do que perto da pessoa certa, mas perdido em pensamentos.
Alguns indicativos são fáceis de serem notados quanto à atitude do suspeito,
como: mãos fora da posição, respiração alterada, manutenção rígida da posição e
cruzando frequentemente com a autoridade protegida.
É preciso observar e monitorar a plateia e sempre suspeitar de determinadas
atitudes, como: pessoa com casaco e suando de calor, pessoa que constantemente organiza
a bolsa e pessoa mais atenta ao segurança do que ao próprio show.
Um assassino não tem medo de ser preso, mas tem medo de falhar. São na maioria
das vezes atrevidos e destemidos.
Existe uma tendência natural para que um segurança, após permanecer atento um
bom tempo observando um suspeito sem que o mesmo agrida alguém, relaxe a sua
atenção para esse suspeito. No entanto, quando a leitura do ambiente foi bem feita, a
atitude deve ser contrária. Deve-se redobrar a atenção porque o ataque deve estar se
aproximando.
Não se pode abrir mão do instinto!
Como citado no início desse resumo, vimos um pouco da história da tentativa de
assassinato do ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, bem como formas de
treinamento dos agentes de segurança presidencial, focadas em vários fatores que
auxiliam e interferem na atividade de segurança de autoridades.
O livro traz um contexto rico em detalhes desta atividade que envolve grande risco
e demanda muito profissionalismo e resiliência, a segurança de autoridades.
Vimos, também, em seus cinco capítulos, cinco detalhes importantíssimos e que
devem ser levados em consideração durante os treinamentos, bem como durante todo o
exercício da atividade. O agente precisa estar focado no agora; o tempo tem grande
influência e precisa ser usado a favor dos agentes; a mente deve estar sempre no presente;
o espaço traz vantagens e desvantagens, tanto para agentes, quanto para a ameaça e, por
fim, é necessário identificar e avaliar os melhores suspeitos.
Mais uma vez, vale observar que este resumo não trata apenas de um resumo de
um livro, mas serve também como uma espécie de cartilha para a formação, aprendizado
e constante fonte de consulta para o agente de segurança de autoridades.