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DIRETORIA DE ENSINO
CENTRO DE ENSINO
CURSO DE GERENCIAMENTO DE CRISES
OBJETIVOS
Criar uma nova postura nos Organismos do Sistema de Defesa Social no trato das
ocorrências críticas;
• Servir de orientação para os Executivos de Polícia.
Estabelecer normas de procedimentos que possibilitem minimizar riscos à vida e à
integridade física das pessoas envolvidas (reféns, policiais e criminosos);
Empregar os meios humanos e materiais necessários ao controle total da
ocorrência;
Definir a ordem das ações e procedimentos gerais a serem adotados no local da
ocorrência;
Disciplinar o envolvimento de pessoas estranhas à ocorrência, assim como das
forças policiais, autoridades e imprensa.
ANTECEDENTES HISTÓRICOS
RESPOSTA
Responsabilidade da Polícia;
Crise é não seletiva e inesperada;
Ação da mídia;
O resultado da incompetência é imediato.
ACEITABILIDADE MORAL
Cada sociedade, cada instituição, cada pessoa tem seus princípios morais. Ao
administrador de crise não se permite tomar decisões que contrarie princípios morais.
Não se admite por exemplo, o atendimento de favorecimento sexual para os causadores
do evento crítico.
ACEITABILIDADE ÉTICA
Todas as sociedades e todas as instituições têm seus princípios éticos. Não é ético
um comandante determinar a seu subordinado para que coloque em risco sua vida para
distrair a atenção dos causadores do evento crítico,
Como não seria ético aceitar voluntários ou determinar que subordinados se
coloquem como reféns substitutos de quem quer que seja. A vida de qualquer pessoa é
valiosa, independente de sua idade, sexo, situação econômica ou posição política.
GRAUS DE RISCO
ALTO RISCO - Assalto a banco sem reféns;
ALTÍSSIMO RISCO - Assalto a banco com reféns;
AMEAÇA EXTRAORDINÁRIA - Terroristas com explosivos e reféns; e
AMEAÇA EXÓTICA - Envenenamento
NÍVEIS DE RESPOSTA
1. A crise pode ser deliberada com recursos locais;
2. Exige recursos especializados (GET);
3. GET e também recursos de apoio; e
4. Requer o emprego dos recursos do nível três e recursos exógenos.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DE INTELIGÊNCIA
CAUSADORES: Número, motivação, estado mental, habilidade com armas,
experiências anteriores, estado de saúde, discrição física, etc.
REFÉNS: Número, idade, estado físico e mental, localização, discrição física, etc.
PONTO CRÍTICO: Localização, tamanho, estrutura, peculiaridades, etc.
ARMAS: Quantidade, tipo, letalidade, localização, etc.
FONTES DE INTELIGÊNCIA
Reféns Liberados;
Os Negociadores;
Policiais Observadores (Sniper);
Documentos a respeito dos seqüestradores;
Vigilância Eletrônica
Exploração Tática;
Vizinhos, Amigos, Parentes;
Imprensa.
MEDIDAS BÁSICAS
•CONTER - •ISOLAR •NEGOCIAR
CONTER
Ação policial que visa evitar o agravamento da situação ou que ela se alastre.
Impedir que os causadores:
Aumentem o número de reféns;
Ampliem sua área de controle;
Conquistem posições mais seguras;
Tenham acesso a recursos que facilitem ou ampliem o seu potencial ofensivo.
É o “congelamento” do objetivo;
Interromper o contato dos causadores. e reféns com o exterior;
A Polícia assume o controle como único veículo de interlocução;
Quanto melhor for o isolamento, melhores as possibilidades de negociação.
PROCEDIMENTOS INICIAIS
Identificar e localizar o problema;
Acionar os apoios necessários;
Prestar Socorros de urgência;
Orientar o tráfego local;
Montar o Posto de Comando;
Estabelecer comunicações;
Definir Perímetros Táticos;
Posicionar o Grupo Especial Tático.
Informações sobre os causadores;
Iniciar as negociações;
Cortar o contato com o exterior;
Eleger o porta-voz da Polícia;
Entrevistar pessoas que escaparam.
PERÍMETROS TÁTICOS
Ambos delimitados pelo Gerente da Crise;
Nada acontece no interior dos Perímetros sem o aval do Gerente da Crise;
INTERNO:
Área onde só permanecem: reféns, causadores, negociadores e Grupo Tático;
EXTERNO:
Posto de Comando e apoio operacional.
POSTO DE COMANDO TÁTICO
INTRODUÇÃO
Quando uma situação de refém ocorre, o Time de Gerenciamento de Crise (TGC)
DEVE estabelecer um Posto de Comando Tático (P.C.T.) para poder de forma eficaz
monitorar a situação e também comandar e controlar os aspectos do time. Este Posto de
Comando geralmente estaria separando do Centro de Operações Táticas. O P.C.T. deve
ser capaz de se manter funcionando 24 horas pôr dia até que a situação seja resolvida.
LOCALIZAÇÃO
O Posto de Comando Tático do Time de Gerenciamento de Crises deve ser
situado o mais próximo possível do cativeiro por razões de coleta de informações, tomada
de decisões e resposta rápida, porém longe o suficiente para não ser comprometido pelos
suspeitos. Rotas de entrada e saída do P.C.T. devem ser controlados e não podem ser
visíveis ao cativeiro. Localizando o P.C.T. entre o perímetro interno e externo ajuda a
aumentar a segurança e reduz as distrações causadas pela imprensa e população em
geral.
INSTALAÇÕES
A melhor opção seria ter acesso a uma edificação já existente nas proximidades do
cativeiro que comportaria este tipo de operação. Este local incluiria, sala de reunião, área
de comando, área de comunicações, área de inteligência e instalações sanitárias. Se isto
não for disponível, então um Posto de Comando Móvel deve ser providenciado.
SEGURANÇA
Isto inclui medidas de segurança física e operacional para proteger o P.C.T. de
civis curiosos, mídia e ações hostis direcionados ao cativeiro. Controle de acesso é crítico
para reduzir congestionamento e confusão no P.C.T. e prevenir vazamento de
informações em relação a planos e intenções. Isto pode incluir barreiras físicas, crachás
de acesso e guardas para verificar autorização de acesso para todo o pessoal.
AMBIENTE DE TRABALHO
O P.C.T. deve ser montado e gerenciado de uma maneira que seja adequado a
um ambiente de baixos níveis de estresse. Barulho e distrações devem ser mantidos ao
mínimo e a área de trabalho deve ser limpa, espaçosa e desimpedida de entulhos.
Informações importantes devem ser disponíveis facilmente ao comandante através do
uso de pranchetas de situação, mapas, e diários de informações. O P.C.T. deve ser um
ambiente adequado para pensar, julgar e tomar decisões.
COMUNICAÇÕES
O P.C.T. do TGC deve ser capaz de comunicar-se de forma relativamente rápida
com o Comando Superior, organizações de apoio e com suas próprias células
subordinadas. O meio normal de comunicação é o HT em canais seguros com apoio
telefônico como forma de comunicação de reserva.
O P.C.T. também deveria ter meios de executar vigilância eletrônica dos
movimentos dos suspeitos. Rádio e televisão comercial são recomendados para ficar
cientes do que a mídia está transmitindo sobre a situação, em especial sobre assuntos
que podem comprometer a segurança operacional do TGC. A inteligência pode gravar
estas transmissões também pode ser útil em caso de processos legais.
FUNCIONAMENTO 24 HORAS
O P.C.T. deve ser capaz de funcionar 24 horas por dia se necessário. Para o caso
de operações de curta duração, turnos de 12 horas seriam apropriados. Para operações
mais longas, então três turnos de 8 horas seriam o suficiente. Horários sobrepostos são
importantes para garantir que o novo turno está atualizado com a situação atual. Serviços
de refeições e salas de descanso devem ser localizados próximos do P.C.T. para ajudar
numa rápida chamada de pessoal caso necessário. Geradores de apoio são necessários
em caso de queda de energia.
TRANSPORTE
O TGC precisará de veículos para o transporte de pessoal e equipamento. O
Comandante deve ter um veículo exclusivo para que ele possa deslocar-se livremente. O
pessoal de logística pode ter a necessidade de transportar provisões e talvez seja
necessário caminhões para tal propósito. Poderão também ser necessários helicópteros
para vigilância e coleta de informações.
ESTRUTURA DE UM POSTO DE COMANDO
O Posto de Comando Tático de um TGC tem três responsabilidades principais:
1. Tomar decisões;
2. Direcionamento e planejamento das operações;
3. Apoio para os elementos operacionais.
COMANDO
O elemento comando é normalmente composto pelo Gerente da Crise, pelo
Comandante do Time Tático e o Comandante do Time de Negociação.
OPERAÇÕES
Este elemento é responsável pela coleta de informações, planejamento
operacional e controle detalhado da operação de acordo com as ordens do comandante.
É normalmente composto da Seção de Inteligência, Time Tático e snipers.
APOIO
Este elemento é responsável por sustentar todos os elementos da operação.
Fornecendo pessoal e conselhos em termos de logística para o Comandante e também
adquirir e distribuir material e serviços.
ISOLAMENTO DO PONTO CRÍTICO
Maior controle da área e da situação;
Melhor implementação de uma cadeia de comando;
Maior isolamento dos causadores da crise;
Maior privacidade para o Posto de Comando;
Maior facilidade para as manobras táticas;
Maior segurança para os circundantes;
Maior garantia de execução da resolução conforme o planejamento.
EXIGÊNCIAS
EXIGÊNCIAS NEGOCIÁVEIS
Antes de considerar que exigências são geralmente negociáveis ou não, lembre-
se que cada situação de refém é única, e a discussão seguinte só provem um guia geral.
Podem surgir situações que não permitam que a Polícia não siga esse modelo. Lembre-
se, seguir o julgamento experiente e qualificado do time de resposta é o único modelo
peculiar a todas as situações.
DINHEIRO – Como o transporte, o dinheiro pode ser negociado sem ser dado.
Problemas inerentes, em obter grandes somas de dinheiro em curto período pode ser
usado para prolongar as negociações e levar a resolução de outros pontos difíceis. De
fato, o dinheiro deve ser dado ao seqüestrador como uma mostra de fé e para obter a
libertação de reféns. O seqüestrador está seguro e não vai a lugar nenhum, então
qualquer dinheiro dado será recuperado até a resolução do incidente.
PERFIL DO NEGOCIADOR
Conhecimento global da doutrina;
Respeitabilidade e confiança;
Fleuma e paciência;
Espírito de equipe;
Autoconfiança e autocontrole;
Comunicabilidade; e
Perspicácia.
O GRUPO ESPECIAL TÁTICO
“Quando a população tem problemas, chama a Polícia. E quando a Polícia tem
problemas, chama a S.W.A.T.”;
Formado por atiradores de precisão e assaltantes”;
Comandado pelo comandante do Grupo Tático.
FUNDAMENTOS:
É uma Unidade de pequeno porte;
Fundamenta-se na hierarquia, disciplina e lealdade;
O recrutamento é baseado no voluntariado;
Treinamentos constantes e realísticos;
Dedicação exclusiva ao grupo;
Assumem o compromisso de matar.
FUNDAMENTOS ÉTICOS
Responsabilidade coletiva;
Fidelidade aos objetivos doutrinários;
Voluntariado;
O dever do silêncio.
ALTERNATIVAS TÁTICAS
Negociação;
Técnicas Menos que Letais;
Sniper (tiro de comprometimento);
Assalto Tático.
SOLUÇÕES POLICIAIS PARA A CRISE
SOLUÇÃO NEGOCIADA
É a opção prioritária da Crise;
Mais de 90% das Crises são solucionadas pela negociação;
A exigências estavam dentro do razoável;
Concessões para ambos os lados;
É o que os reféns mais desejam.
SOLUÇÃO TÁTICA
A decisão é irreversível;
Chega ao fim com a neutralização dos causadores;
Seqüelas traumatizantes para todos os envolvidos;
Aumenta o risco de vida para TODOS envolvidos.
ASSALTANTE LIBERTA REFÉNS E SE ENTREGA EM SP
SÃO PAULO - Após manter reféns durante quatro horas dentro de uma loja da
Telesp Celular, no bairro do Belenzinho, na Zona Leste da capital paulista, um rapaz de
16 anos acaba de se entregar. Os dois últimos reféns - um homem, que seria um dono de
corretora de seguros, e sua secretária - foram libertados.
A polícia cercou o local durante a manhã, mas as negociações foram difíceis pois o
menor, além de armado, parecia estar drogado. O assaltante pediu a presença de um
advogado, da mãe e de um padre para libertar as duas vítimas. Mais cedo, outros três
reféns foram liberados.
O padre Júlio Lancelotti participou das negociações. O religioso trabalha com a
população de rua e com adolescentes infratores.
Ao chegar à loja, o ladrão estava acompanhado de outros dois, que conseguiram fugir.
Eles tentavam assaltar o estabelecimento, localizado na Rua Júlio de Castilho, 996, mas
foram impedidos por policiais que passavam pelo local.
Cerca de uma hora antes, outros quatro passageiros haviam sido liberados. Um deles
tinha problemas cardíacos.
Perseguição
A perseguição policial com carros e helicópteros foi mostrada pelas emissoras de TV
alemãs.
O ônibus foi parado quatro horas depois do início do seqüestro em uma das principais
estradas de ligação entre o norte e o sul do país.
O seqüestrador aparentava ter entre 25 e 30 anos e foi descrito pelos policiais como
"sulista", uma vaga definição usada por eles para se referir a moradores da região do
Mediterrâneo, de países árabes ou asiáticos.
Histórico
O ônibus pertencia ao sistema de transporte público de Bremen. Até agora, não se sabe
o motivo do seqüestro.
Na semana passada, outro veículo foi levado por um assaltante de banco em Berlim. A
polícia libertou os dois reféns depois de atirar no ombro do seqüestrador.
O novo seqüestro traz lembranças dolorosas aos alemães. Em 1988, duas mulheres
mantidas reféns foram mortas por um assaltante de banco que também foi perseguido em
estradas durante dois dias. O crime ocorreu na cidade de Gladbeck. 25 de abril, 2003
ASSALTANTES LIBERTAM REFÉNS E SE ENTREGAM EM RECIFE
Os dois assaltantes que mantinham quatro pessoas reféns desde a noite de
ontem, em uma padaria no bairro Boa Viagem, em Recife (PE), libertaram as vítimas e se
entregaram.
Josenildo Arlindo da Silva, 22, e José Francisco da Silva, 39, invadiram o local, por volta
das 20h, e renderam funcionários e clientes. A polícia foi acionada por testemunhas e
cercou o local.
O dono da padaria e dois funcionários conseguiram fugir. Por volta das 22h, os
criminosos libertaram uma refém.
Por volta das 3h, após negociação, os assaltantes se entregaram. Ninguém ficou ferido.
11/04/2003
Um refém disse ao Pravda.Ru que “Os terroristas sabiam que se utilizaria gás e tiveram
máscaras. Se o gás não tivesse sido suficientemente forte, teriam tido o tempo
necessário para acionaram os seus explosivos”.
No Domingo, um grande número de reféns tiveram alta dos hospitais de Moscou onde
foram internados, depois de um tratamento adequado. 200 dos 329 reféns a serem
tratados no hospital Nº 13 de Moscou, o melhor equipado, terão alta no Domingo, de
acordo com declarações prestadas à imprensa por Leonid Aranov, o Diretor do Hospital.
Declarações por fontes internacionais que os parentes das vítimas não têm acesso em
visita são falsas.
Começa a circular rumores entre os reféns de que alguns dos terroristas eram tóxico-
dependentes, pois foram encontradas seringas junto aos corpos.
Segundo a emissora de televisão russa NTV, duas estrangeiras - seriam uma mulher da
Holanda e uma menina de 13 anos, do Cazaquistão - morreram intoxicadas pelo gás. A
emissora atribuiu a informação a médicos que atenderam as vítimas. Apesar da
crescente pressão para que o governo revele a natureza do gás usado na operação,
Moscou insiste em descrevê-la como 'uma substância especial'. O Ministério do Interior
nega que tenham ocorrido mortes de reféns por causa da substância.
Eles diziam-se membros 29ª divisão do Exército checheno e pediam o fim da ocupação
da república pelas forças russas. Toda a platéia foi feita refém. Crianças foram liberadas
pouco depois. Os seqüestradores - alguns dos quais morreram com explosivos atados
aos corpos - minaram o local.
Pouco antes do fim do prazo, foram ouvidas explosões próximas ao prédio e disparos de
tiros.
Olga Chernyak, uma jornalista que assistia ao musical e foi feita refém, contou, do
hospital, que os momentos finais do seqüestro, que acabaram no banho de sangue que
se viu depois, começaram quando um menino desesperou-se.
- Ele correu em direção à saída gritando: 'mamãe, eu não sei o que fazer'. Eles abriram
fogo contra ele, mas acertaram pessoas que estavam sentadas. Um homem foi atingido
no olho. Havia muito sangue, sangue jorrando. Uma menina foi atingida no lado. Eles nos
disseram: 'não se preocupem. Está tudo bem.''
Não estava, momentos depois centenas de soldados de tropas de elite russas invadiram
o lugar, achando que os chechenos haviam começado a cumprir a promessa de matar os
reféns. 27/10/2002
O BATISMO DE FOGO:
Era madrugada e fomos solicitados pelo 15o BPM, tratava-se de uma ocorrência com
reféns num motel.
Um casal de assaltantes entrou no motel e renderam a segurança, um dos clientes
desconfiou da situação e telefonou para a Brigada Militar o local foi cercado houve troca
de tiros e os assaltantes pegaram oito casais que estavam nos quartos, fazendo-os
reféns e ameaçando tirar a vida dos mesmos.
Chegamos no local e começamos a recolher informações sobre o fato, criminosos,
quantidade e características dos reféns e planta do local, enquanto instalávamos o grupo
de segurança, sniper e seu auxiliar.
Após todos os itens importantes registrados iniciamos o planejamento de negociação e
preparação do grupo de assalto, em virtude da situação decidimos empregar a técnica de
assalto por confinamento pois não sabíamos qual dos quatro andares encontrava-se os
criminosos e seus reféns, para depois de confinados iniciarmos a negociação. Já havia
passado a FASE AFETIVA, a mais crítica, porém não tínhamos contato visual ou auditivo
com os criminosos.
Iniciamos o assalto, primeiro andar revistado e limpo, segundo piso primeiro contato e
fomos alvejados por vários tiros de pistola 7.65, tentamos negociar, mas os assaltantes
assustados subiram para o terraço (neste contato não respondemos aos disparos por
causa dos reféns, só tomamos posição e nos abrigamos) nesta fuga para os andares
superiores os criminosos deixaram para traz 06 casais, ficando apenas com quatro
pessoas. Após revistarmos os reféns e recolhermos mais informações reiniciamos o
confinamento. Terceiro andar revistado e limpo, só restava o terraço.
Cobertura pronta, inicia a progressão do primeiro homem no terraço, após chegada a seu
ponto, o segundo homem inicia a progressão e novamente somos alvejados por tiros,
sentindo-se cercado o criminoso concorda em conversar (o Ten. Mamede, junto com sua
equipe inicia tratativas).
Conseguindo romper parte das defesas e desconfianças do criminoso, criou-se um fino
laço de confiança, momento que o casal de criminosos decide liberar duas pessoas,
ficando agora com apenas dois reféns atrás das caixas de reservatório de água,
passadas algumas horas o criminoso muda completamente sua posição e começa a
gritar que vai morrer pois sua vida não tem mais sentido, mas antes vai matar os reféns,
engatilha sua pistola e quando começa a se virar para os reféns decido que é hora do
assalto final.
Assalto final:
Tenho várias imagens de ações em minha mente até hoje, esta é uma delas; Fiz o sinal
de ataque com a mão esquerda e com a direita lancei uma granada de luz e som, quando
ela explodiu quatro componentes do CT9 e eu estávamos em volta do casal de
assaltantes com nossas armas apontadas para suas cabeças. Os criminosos atordoados
e assustados com a ação rápida e inesperada, obedeceram rapidamente às ordens de
largar suas armas e colocarem suas mãos sobre a cabeça. O senhor e a senhora que
estavam como reféns nada sofreram, apenas a senhora que estava nua enrolada em um
lençol com o susto urinou-se "mas isto o CT9 não era treinado para evitar". Porto Alegre,
14 de Abril de 2001.
LOCALIDADE:
Município de Eusébio, a 30 quilômetros de Fortaleza/CE.
PONTO CRÍTICO:
Instituto Penal Paulo Sarasate (considerado de segurança máxima).
NÚMERO DE PERPETRADORES:
12 (doze), capitaneados por um tal “CARIOCA”, possivelmente ligado ao chamado
“Comando Vermelho”, do Rio de Janeiro.
CLASSIFICAÇÃO DO EVENTO:
Crise de segundo grau, ou ALTÍSSIMO RISCO, de acordo com a escala do FBI.
Nessa classificação, levou-se em consideração a quantidade de reféns, a
relevância social de um deles (Dom ALOISIO LORSCHEIDER) e a idade e o estado de
saúde do cardeal-arcebispo. O fato de alguns dos bandidos estarem dispondo de armas
de fogo também influenciou na classificação.
NÍVEL DE RESPOSTA:
As autoridades cearenses responderam a essa crise com o mais alto nível de
resposta de que poderiam dispor, com o emprego de recursos exógenos, como foi o caso
do COT da Polícia Federal e de um grupo de policiais do GER (Grupo Especial de
Resgate) da polícia civil de São Paulo, chefiados pelo Delegado FLÁVIO DALMASSO.
Nessas condições, pode-se afirmar que houve uma resposta de NÍVEL QUATRO,
de acordo com a escala adotada pelo FBI.
ISOLAMENTO DA ÁREA:
Muito bom, tendo em vista que o ponto crítico se situava numa penitenciária.
CONTENÇÃO DA CRISE:
Muito ruim, pois os policiais que participaram inicialmente do evento permitiram
que bandidos lhes tomassem as armas de fogo, o que veio a contribuir para aumentar o
grau de risco da crise.
DURAÇÃO DA CRISE:
Aproximadamente 19 (dezenove) horas, divididas em duas fases. A primeira delas
no interior da penitenciária, com duração de aproximadamente 13 (treze) horas, e a
segunda no interior do carro-forte utilizado na fuga, com uma duração de
aproximadamente 6 (seis) horas. Os últimos reféns foram libertados exatamente às 5h
15min, do dia 16.Março.1994, no interior de um sítio localizado no Município de Quixadá,
a cerca de uns 250 quilômetros da capital.
SOLUÇÃO ADOTADA:
O atendimento total das exigências dos perpetradores, com a subseqüente
perseguição ao carro-forte em que eles fugiram com os reféns.
APRECIAÇÃO DO GERENCIAMENTO:
A mais perfunctória análise dessa crise leva à inevitável conclusão de que ela foi
em todas as suas etapas, muito mal gerenciada.
O seu desfecho, com a libertação de todos os reféns são e salvos, não representa,
por si só, uma vitória a ser comemorada pelos responsáveis pelo gerenciamento desse
evento. Muito embora a preservação da vida seja o princípio fundamental da doutrina de
gerenciamento de crises, não se pode daí deduzir que, em nome desse princípio, se deva
atender a todas as exigências dos bandidos (inclusive a inadmissível entrega de armas)
e, de resto, ficar se rezando para que eles soltem os reféns incólumes e em paz.
A prevalecer tal ponto de vista (em cujo âmago não deixa de vislumbrar um certo
comodismo), desnecessário se tornaria qualquer trabalho de gerenciamento na
eventualidade de eclosão de qualquer crise com tomada de reféns e, com isso, não mais
restaria às autoridades outra alternativa senão a de ceder sempre e em tudo, nessas
ocasiões. Ora, se esse entendimento laxista passasse a vigorar como regra geral, tornar-
se-ia inútil qualquer ação policial nesses eventos cruciais e a sociedade, como todo,
ficaria exposta à sanha dos marginais, que, animados pelo fenômeno do mimetismo,
passariam a ações cada vez mais ousadas, motivados pelo sucesso obtido em eventos
críticos anteriores.
Há que haver uma doutrina. Há que haver passos e rotinas a serem seguidos
pelas autoridades em situações dessa natureza, visando a assegurar aquilo que, por
consagrada definição, se denomina de “solução aceitável”.
A solução precipitadamente dada pelas autoridades cearenses não pode nem deve
ser classificada como aceitável, pois a vitória alcançada pelos bandidos, providos de tão
parcos e artesanais recursos, servirá certamente de modelo a ser imitado mimeticamente
por outros bandidos em outras penitenciárias.
A compreensível angústia das autoridades pelo fato de haver entre os reféns uma
personagem da proeminência de Dom ALOISIO LORSCHEIDER, cuja morte naquela
ocasião teria inevitáveis repercussões negativas para o país, não justifica o açodamento
com que foram violados e esquecidos os mais elementares princípios doutrinários de
gerenciamento de crises, processo científico cuja gênese não está nas fantasias de
alguns burocratas ou técnicos de polícia, mas na experiência quase sempre cruenta,
advinda dos casos semelhantes vivenciados por policiais do mundo inteiro, ao longo de
décadas.
REFÉNS
Número total de 26 (homens e mulheres)
Iranianos, ingleses e paquistaneses
O policial Trevor Locke estava no local com um revólver e seis munições; ele quem
passava as informações e acalmava os reféns.
ARMAMENTO
02 Pistolas polonesas
03 Pistolas Browing High Power
01 Revólver
05 Granadas de mão russas
400 Munições
1º DIA
Tensão em todos os envolvidos
Reféns separados
Exigências:
1. soltura de 91 prisioneiros árabes
2. independência para Khuzestan
3. aeronave pronta para partir em 24 horas
Terroristas colocavam barricadas nas janelas e escadarias
Achavam que o assalto seria pelo teto
Foi colocado dispositivo de escuta no apartamento vizinho
2º DIA
50 cafés da manhã são entregues
HT foram entregues para negociação
09:00 – tiro disparado dentro da Embaixada
11:25 – refém masculino é solto (simula doença)
12:00 – primeiro prazo final expira
14:00 – novo prazo final
Mudaram a rota das aeronaves passando por cima da Embaixada para encobrir o
barulho das escavações
Trouxeram uma tradutora que ficou em estado de choque, não suportou a tensão e
acabou sendo dispensada
Novas exigências
solicitada presença dos embaixadores de Iraque e Argélia
3º DIA
Reféns relocados
Terroristas encontram-se com a TV BBC
Terroristas planejam fuga
Terroristas informados sobre a cobertura da mídia
Vigilância eletrônica estabelecida dentro da embaixada
Mulher iraniana informa ter ouvido barulhos
4º DIA
Refém solto em troca da cobertura da mídia
Cigarros são entregues no cativeiro
Mulher paquistanesa solta por estar estocolmizada
Reféns relocados
Descobre que Iraque financiou os terroristas
5º DIA
Terroristas começam a discutir entre si
Lovansani (refém) chama atenção
Último refém foi solto
Embaixador iraquiano recusa-se se encontrar com terroristas
Terroristas passam recado ao policial Locke
Lovasani é morto (ele era refém pró Aiatolá Khomeini)
Mulla (religioso) conversa com terroristas
Mais tiros – corpo de Lovasani jogado para fora
Controle da operação passa para o SAS
AÇÕES DO SAS
30 de abril
12:00 terroristas são avisados pela BBC que SAS assumiu o controle
13:03 aviso da Scotland Yard
15:00 grupo precursor do SAS voa para Londres
17:00 grupo do SAS recebe briefing
19:30 Time antiterror é chamado
23:59 Time antiterror chega a Londres
01 de maio
02:30 SAS estabelece perímetro
03:30 SAS em Stand by
02 de maio
vigilância eletrônica
Briefing de reféns soltos
Construção de cargas explosivas
Cabos posicionados no telhado
Ensaios
Planos atualizados constantemente
Outras opções planejadas
Troca de times
Repouso dos homens
OPERACIONAIS DO SAS
Total de 44 operacionais
14 homens para recepção de reféns
04 entraram pela frente
06 entraram pelos fundos do 1º andar
04 entraram pelos fundos do porão
08 entraram pelos fundos do 3º andar
04 entraram pelos fundos do 4º andar
02 fizeram a cobertura frontal
02 fizeram a cobertura nos fundos
LIÇÕES
Chegar o mais rápido no local da crise
Pouca informação passada aos operacionais
Mecanismos de distração/gás (faca de dois gumes)
Controlar reféns
Entrada explosiva é essencial
Cabos novos não são confiáveis
Vestir operacionais iguais
Planos simples (exercícios básicos)
NEGOCIAÇÕES
Havia 29 pessoas na embaixada quando os terroristas a tomaram: quatro ingleses
e 25 iranianos, homens e mulheres, três dos quais conseguiram escapar nos primeiros
minutos. Inicialmente, os rebeldes queriam que 91 prisioneiros arabistaneses fossem
soltos pelo aiotolá, com prazo final marcado para as 12 horas da quinta-feira, 1º de maio.
Nessa noite, conseguiram contato com a Polícia de Londres e com a imprensa.
Um dos reféns, uma mulher iraniana estava doente, foi solta na noite de quarta-
feira. Um inglês, igualmente doente, saiu na manhã seguinte. Conseguiu-se um
adiamento do prazo dado pelos terroristas quando a Polícia concordou em transmitir uma
mensagem deles para a imprensa. Assim, a hora fatal – 14 horas na quinta-feira- passou
sem que nenhum dos lados tivesse alguma iniciativa.
Na Sexta-feira de manhã, haviam sido feitos muitos contatos entre a Polícia e os
terroristas, mas as vidas dos reféns continuavam sendo ameaçadas. As negociações
continuaram por todo o sábado e conseguiram a libertação de outros dois reféns em
troca de uma transmissão pelo rádio dos motivos e objetivos dos rebeldes.
Um desses reféns foi solto no início da noite de Sábado, mal começou a
transmissão pelo noticiário das 21 horas da BBC. Depois que os terroristas confirmaram
que sua mensagem fora reproduzida palavra por palavra, o outro refém saiu. O clima
dentro da embaixada melhorou, ainda mais depois do jantar, uma boa refeição enviada
pela Polícia.
Ao longo do domingo, o governador inglês discutiu o problema com vários
embaixadores árabes, mas não houve solução. Dentro da embaixada, o fato de maior
importância até então foi a libertação de um refém iraniano que começou a passar muito
mal.
Na segunda-feira, os terroristas estavam evidentemente nervosos. Uma discussão
aos berros entre dois reféns ingleses e a Polícia, por volta do meio-dia, certamente não
ajudou em nada. Ás 13h30min a paciência do líder rebelde Oan aparentemente se
esgotou - e houve um tiro: o próprio Oan atirou em Abbas Lavasani, do corpo de
funcionários da embaixada, durante uma discussão pelo telefone com a Polícia. Foi a
gota d’água. Havia dúvidas sobre se o refém tinha sido morto ou não - mas só até às 19
horas, quando o corpo de Lavasini foi atirado à rua pela porta da frente da embaixada.
Os homens do SAS tinham observado o local já no primeiro dia da invasão, e
estavam o tempo todo acampados em barracas a cerca de 03km dali. A Polícia de
Londres tinha descoberto em que parte da embaixada os terroristas e suas vítimas
estavam e o que eles estavam fazendo. Assim, os homens do SAS foram bem
informados sobre a situação quando a Polícia pediu ajuda.
O RESGATE
No plano original, agiriam doze homens dividido em três grupos – formação
costumeira. Dois grupos entrariam por trás do prédio pelo telhado e desceriam por
cordas. Quatro desses homens iriam até o chão, e os outros tentariam entrar pelo balcão
do primeiro andar. O terceiro grupo entraria pela lateral do prédio a partir do balcão do
prédio vizinho. Uma vez na embaixada, os três grupos tentariam libertar os reféns sem
que fossem feridos.
Tudo foi preparado para que o impacto da entrada, assim que percebida, fosse o
maior possível. Os doze homens se vestiriam de preto, dos pés à cabeça, incluindo
máscaras contra gás de borracha preta. Entrariam usando cargas explosivas, granadas
de atordoamento (flash bangs) e bombas de gás lacrimogêneo CS. A combinação de
explosão, barulho, fumaça, velocidade de ação e a própria aparência dos homens deveria
funcionar perfeitamente. Para isso, os SAS tiveram de estudar detalhadamente a planta
do prédio e gastar algumas horas decorando o rosto de cada refém.
Precisamente às 19h26, os homens da retaguarda começaram a descer do
telhado. Os dois primeiros não tiveram o menor problema mas um dos homens do
segundo par teve sua corda travada, acidente comum nesse tipo de ação. Na frente, os
SAS apareceram no balcão do prédio número 15 e rapidamente passaram à embaixada
(nº 16) - imagem registradas nas fotos da imprensa. Ao mesmo tempo a Polícia falava ao
telefone com os terroristas para distraí-los. Foi então que as granadas atordoantes
explodiram, as luzes se apagaram e tudo virou confusão para os rebeldes. Irromperam
alguns incêndios, provocados pelas bombas e granadas e então alguns homens da parte
de trás estavam ainda nas cordas - que imediatamente cortaram, atirando-se ao balcão,
risco preferível ao de ser queimado.
Os SAS irromperam rapidamente na sala. Dois terroristas foram mortos no ato: um
deles começou a atirar nos reféns de uma sala do andar de cima, mas só provocou
alguns ferimentos. Em poucos minutos, cinco dos seis homens armados estavam mortos,
enquanto o sexto se protegia entre os reféns. Então, todos os sobreviventes foram
levados para o jardim. Nenhum refém foi morto na ação.
CASO RAMO DAVIDIAN – WACO – TEXAS
O ASSALTO
04 agentes ATF mortos
16 agentes ATF feridos
Várias pessoas mortas
51 dias de cativeiro
75 mortos ao final (homens, mulheres e crianças)
Ataque pelo Exército americano
Compra de armas automáticas pelos correios (seguidores da seita)
JUNHO 1992
ATF inicia investigações
JANEIRO 1993
ATF inicia vigilância
PLANO DE ASSALTO
Corpo inicial: 75 agentes
Entrada dinâmica
Caminhão de gado utilizado para aproximação e penetrar no local
Helicópteros
Posto de Comando distante 03 milhas do rancho
03 dias de treinamento numa base do Exército próximo
artigo no jornal (chamaram a imprensa para publicidade, promoção pensando que iria dar
tudo certo)
27 Fev 93
Artigos publicados em jornais
Nenhuma mudança de rotina no cativeiro
153 quartos de hotel para pessoal de apoio
policial/médico deu a dica para um repórter
28 Fev 93
80 veículos no comboio
07:00 mídia chega ao local da crise
07:30 saíram da base do Exército ao local da crise
Carteiro avisou a Koresh que Polícia estava chegando
Plano comprometido
Caminhões e helicópteros sob fogo
ATF sai e entra FBI
A TOMADA
Incidente de barricada
Armamento, comida, água, tinham tudo no cativeiro
Guerra psicológica
O PLANO DE GÁS
Crianças, idosos e mulher grávida
Incêndios
JUSTIFICAÇÃO
Condição de higiene (pessoas feridas, mortos, faltava comida, sem luz)
Promessas não cumpridas
18 Abr 93
Presidente dos EUA foi informado e autorizou
Início do gás: 06:00
Sai o último sobrevivente: 15:30
RESULTADOS
ATF/FBI demonstram falta de preparo
15 reuniões no Congresso
FBI re-estrutura doutrina de Gerenciamento de Crises
Bomba de Oklahoma 02 anos depois houve críticas de grupos anti-governo porcausa de
Waco
LIÇÕES
Estrutura de comando e controle
Experiência dos comandante e líderes de times
Considerar todas as opções
Documentar ordens operacionais
CASO DA EMBAIXADA JAPONESA NO PERU
Num rápido e brutal assalto, as tropas de Fujimori resgataram todos, menos um
dos 72 reféns.
Os Comandos peruanos esperaram toda noite embaixo da residência do
embaixador japonês em Lima, fossilizaram-se dentro de um tortuoso túnel rodeado de
aço, carregados com armas, munições e coletes, eles ainda tinham uma sala suficiente
para descansar e tentar dormir. Os túneis eram trabalho de mineiros profissionais e as
tropas podiam caminhar eretos, de duas em duas pessoas andando lado a lado, através
de câmaras iluminadas e ventiladas. Pela manhã, depois de uma sessão final de
planejamento, os oficiais chegaram escorregando através das edificações vizinhas e de
dentro dos túneis para juntarem as Forças de Operações Especiais do Exército, Marinha
e Força Aérea no subsolo para o ataque.
O Coronel Juan Valez Sandoval, líder de uma Esquadra, sentou para escrever
uma carta de despedida para os homens que ele treinou por meses. “Se amanhã vocês
lerem esta carta é porque eu já estarei morto”.
Além disso os oficiais de inteligência estavam ouvindo aos microfones que eles
tinham infiltrado na residência, rasteando os movimentos dos 14 guerrilheiros do Tupac
Amaru e seus 72 reféns Vips. Os oficiais sabiam o que aguardar: ao meio dia os reféns
estariam no quarto do primeiro andar e os rebeldes que estavam retendo os prisioneiros
teriam começado seu regular jogo de futebol, provisoriamente na sala de estar do térreo.
Foi mais ou menos dessa forma que às três horas da tarde, os ouvidores escutaram oito
guerrilheiros, inclusive seu comandante Nestor Cerpa Cartolini, deixando seus fuzis e
começado uma gritaria, um jogo de golpes.
O Exército passou a palavra rapidamente ao Presidente Alberto Fujimori, que
estava do outro lado da cidade com sua mulher Suzana. Instantaneamente ele deu a
ordem para atacar. “Nós sabíamos que era o momento de menor risco”.
Ainda era um risco. O assalto poderia tornar-se um desastre sangrento. Mas não
foi. Foi um triunfo para Fujimori e seus mais criticados militares. Somente 15 minutos
após os comandos de explosão e tiros dentro da residência, 71 reféns estavam livres,
todos os guerrilheiros estavam mortos e apenas um refém e dois soldados estavam
mortos.
Fujimori nunca teve uma oportunidade de resolver o problema pacificamente. Do
começo, dia 17 de dezembro quando os rebeldes invadiram a residência do Embaixador
durante um coquetel de gala, Cerpa tinha demandado notícia de 400 dos seus
camaradas em prisões peruanas. Então, Fujimori disse que nunca iria concordar. Fez
mais uma tentativa de negociação só para encobrir as preparações para o assalto. Ele
arranhava a promessa de passagem segura para Cuba para os rebeldes, se eles
quisessem e apontou o Arcebispo Juan Luís Cipriani como negociador especial. Depois
da incursão, como o Arcebispo expressou sua simpatia para com as famílias dos mortos,
ele cobriu seus olhos com sua mão.
Cerpa deixou centenas de reféns caminharem fora da porta, mas ele mantinha
justamente, os 72 reféns de maior valor: Oficiais Seniores peruanos, o irmão de Fujimori,
Diplomatas estrangeiros e o Embaixador Japonês. O Presidente peruano assumiu que
eventualmente teria que combater para tê-los de volta. “As conversas com os
guerrilheiros não iriam chegar a lugar nenhum”, disse um oficial militar de alta patente.
“Assim que os túneis e os Comandos estavam prontos, eles agiram”. Os Estados Unidos
ofereceram ajuda, como também os britânicos, germânicos e israelenses, mas todos eles
foram negados. Embora Fujimori tivesse prometido informar o Governo Japonês antes de
fazer qualquer ação militar, ele não o fez, presumindo que o 1º Ministro Hyutaro
Hashimoto diria “não”.
Fujimori prosseguiria sozinho. Ele articulou o dia 15 de fevereiro como o dia “D”
para o assalto, o oficial militar disse à TIME. Mas o ataque de fevereiro foi abortado
porque os guerrilheiros e os reféns estavam trocando de posições dentro da embaixada e
o serviço de inteligência não podia localizá-los. Então ele escolheu uma data no início de
março, que foi novamente adiada devido a Cerpa ter ouvido o barulho das construções
dos túneis – o Exército tentou encobri-las colocando caixas de som tocando música
marcial – prevenindo-se da escavação, Cerpa cessou as conversas com os mediadores
do Governo e transportou os reféns para o primeiro andar.
Depois que Fujimori articulou a data para a última semana de março para o
assalto, o Exército foi remanejado para infiltrar no mínimo 11 terminais de escutas dentro
da Embaixada. Alguns eram pequenos microfones infiltrados que permitia os oficiais de
inteligência comunicarem-se com o Comandante do Exército e da Polícia que estavam
sendo mantidos lá dentro. Os microfones foram levados para Embaixada quatro dias
antes da incursão pelos agentes de inteligência postos lá como doutores para checar a
saúde dos reféns. Os terminais foram cedidos pela C.I.A., de acordo com o oficial militar,
e foram ocultadas em peças pessoais como livros, violões e garrafas térmicas, que
supostamente foram enviadas pelas famílias. Os reféns sinalizavam abrindo as cortinas
quando era seguro comunicar-se.
Então, Fujimori deu a ordem para agir na semana passada, os Comandos não
atacaram imediatamente. Eles falaram com seus colegas lá dentro, contando a eles que
teriam 10 minutos para transmitir a notícia para os outros reféns que descessem e
cobrissem. E eles tinham uma solicitação especial: “tentem abrir uma porta pesada de
metal reforçada que conduz para a sacada do lado de fora do quarto principal”. Os
peruanos sussurravam suas advertências aos outros, incluindo o Embaixador Boliviano
Jorge Gumucio Granier. As notícias assustaram Gumucio, que lembrou-se
instantaneamente que os guerrilheiros praticaram mais de vinte vezes como eles
reagiriam a uma incursão – jogando granadas nos quartos ocupados por reféns. Gumucio
não lembrou-se depois quantos minutos ele esperou para o ataque começar, mas ele
disse: “para mim foi uma eternidade”. Juan Julio Wicht, um padre jesuíta que esteve na
embaixada, embora com uma oferta de liberdade, sustentou a palavra que os Comandos
estavam vindo.
Os 126 de mais aborrecimento do que terror, de comidas mal realizadas e sem
banhos, reduziram o moral dos rebeldes e dos prisioneiros igualmente. Mas tornou-se
pior para os rebeldes, que tornaram-se desanimados e desatentos. “Isto nunca acabará”,
disse Gumucio. “Eles nunca esperariam algo em plena luz do dia”.
Assim que os guerrilheiros jogando fulbito (mini – futebol) estavam gritando “gol!”,
o chão explodiu embaixo de seus pés. Cinco foram mortos instantaneamente, e os outros
disputaram sua armas em direção à escada. No mesmo momento outra carga de
explosivos plásticos explodiram abrindo mais entradas dos túneis para o interior da
embaixada. Ainda outras explodiram do lado da fora da embaixada, e uma destruiu o
quintal. “A casa inteira balançou como papelão” , diz um tenente do Exército, e a fumaça
rolou no céu assim que as armas automáticas começaram a fazer barulho.
Comandos saíram dos túneis atirando. No balcão do lado de fora do quarto principal, os
Comandos encontraram uma porta exterior de madeira ainda trancada, ainda que os
reféns tenham aberto o interior do painel de metal. Um dos rebeldes atirou com sua AK-
47 através da madeira e matou o tenente-coronel Valer. Este não é o relato da morte de
Valer dada por Fujimori, mas é a reportagem de um oficial que guerreou próximo ao
coronel. As tropas de Valer não golpearam a porta abrindo com uma granada e atacaram.
O ministro estrangeiro Francisco Tudela Van Bruegal-Douglas foi ferido na perna ao
escapar. O Comandos, interceptaram os guerrilheiros ao vir da sala de estar, atiraram
neles na escada.
Numa outra sala no primeiro andar, um rebelde atirou num representante da
Suprema Corte da Justiça Carlos Giusti Acuña. Giusti morreu a caminho do hospital,
possivelmente de um ataque cardíaco. Durante um violento tiroteio em que o tenente-
coronel Raul Jimenez Salazar foi morto, outro refém, Ministro da Agricultura Rodolfo
Muñante Sanguinette, teve uma vista fechada. Um guerrilheiro entrou de forma violenta
no quarto ele estava se escondendo com outros e levantou seu fuzil, mas ele não apertou
o gatilho. “Ele saiu sem atirar ou jogar uma granada em nós” , Muñante relembrou. “Eu
tive a impressão que o rapaz subitamente sentiu-se mal sobre o que ele e os rebeldes
tinham feito”. Fujimori, mudando a voz, louvou Jimenez depois por sua liderança,
dizendo, “ele foi o primeiro a abrir o caminho para os seus companheiros”.
Todos os 14 guerrilheiros foram mortos e as conseqüências foram acusações, ou
no mínimo suspeita que alguns tentaram se render mas foram executados. Fujimori
bravamente negou que tivesse emitido a ordem de atirar para matar. “Minha única
ordem”, ele contou aos repórteres, “foi de resgatar os 72 reféns”. É quase a mesma coisa,
claro. Tropas de Operações Especiais são treinadas para matar rapidamente, para deter
o cumprimento de suas ameaças aos seus reféns. Comandos freqüentemente consagram
seus reféns. Comandos freqüentemente avisam os reféns para deitarem-se porque eles
atiram em quem se levantar. Quando as tropas especiais usando máscaras de gás
arrebentaram a fumaça grossa dos corredores da embaixada semana passada, eles
tiveram a preocupação de distinguir reféns de guerrilheiros. Um tenente-coronel gritou;
“quem se mover receberá um tiro”. Ele quase atirou num refém que agarrou sua mão.
Assim que a fumaça começou a clarear lá dentro, os Comandos organizaram uma
fileira de reféns nas suas mãos e joelhos como rastro de formiga, como elas se colocam
em fila. Eles rastejaram para o balcão do quarto e embaixo do lado de fora para a escada
por segurança. “Manti meu nariz no chão”, disse Gumucio, “mas sabia que naquele
momento parar-nos era a última coisa que os rebeldes poderiam fazer”.
Verdade, eles estavam mentindo em relação a multidão ensangüentada em volta
da residência. Cada vez que um Comandos passando por um dos corpos, um oficial do
exército contou à TIME, ele bombeara-o com mais uma bala para certificar-se. “ Cada
terrorista deveria ter levado 500 tiros quando tudo acabasse”, disse o oficial. “As cabeças
deles estavam destruídas”.
Se o Tupac Amaru que operava desde 1982, será destruído é menos certo.
Fujimori reivindicou antes, e foi desaprovado a captura da residência do embaixador em
dezembro. Agora ele não está tão confiante. “Eles não estão necessariamente
eliminados”, disse ele. “Há outros terroristas lá fora, e manteremos os olhos com mais
cuidados neles”. Se eles pudessem, aqueles guerrilheiros iriam tentar mostrar Que ainda
estavam no negócio com outro ataque”. Outra grande organização peruana, Conduta
Reluzente, provavelmente gostaria de pôr outro ultraje para embaçar a vitória de Fujimori.
A popularidade do presidente pulo de 38% para 67% numa pesquisa feita semana
passada, durante a crise dos reféns. Mas se Fujimori quer disputar com sucesso a
eleição daqui a três anos, terá que fazer mais que perseguir guerrilheiros. Ele governa
com um quieto e frígido autoritarismo que terá de suavizar-se se for fazer sala para as
reformas sociais e democracia adicional que ele prometeu. Mas, semana passada, com
seu rigor antiquado, deslumbrou-se ao ver o corpo de Cerpa na subida da escada,
inquestionavelmente trabalho feito.
O ÔNIBUS 174
Todos puderam acompanhar de perto, pela a televisão, em 12 de junho do de 2000, o
assaltante Sandro do Nascimento, sobrevivente da chacina da Candelária, em 1993,
seqüestrou um ônibus da linha 174 (Gávea-Central), no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio
de Janeiro .
Dez passageiros foram feitos reféns, entre eles, a professora Geisa Firmo Gonçalves,
morta ao final do incidente, assim como o próprio assaltante.
Sandro entrou no ônibus com um revólver calibre 38 e pulou a roleta. Vinte minutos
depois, dois policiais que passavam pela rua em uma viatura interceptaram o veículo,
alertados pelo sinal de um passageiro.
O motorista, o cobrador e outras pessoas conseguiram fugir, mas dez passageiros
ficaram retidos. A negociação para libertar os reféns teve início uma hora mais tarde,
quando o Batalhão de Operações Especiais chegou ao local com dezoito homens.
Sandro obrigou uma mulher a escrever mensagens nos vidros dos ônibus, simulou a
execução dela e colocou o revólver na boca de outras duas.
Às 18h49, o assaltante deixou o veículo usando a professora Geisa como escudo. Um
policial disparou um tiro que deveria atingir Sandro, a bala acertou ele. O bandido, então,
atirou na professora à queima-roupa, atingindo-a duas vezes nas costas e uma no
tronco.
Ele foi imobilizado e levado, ileso, para um camburão. Dez minutos depois, foi asfixiado e
morto por um policial.
Uma equipe de TV da rede Globo chegou a preparar uma reportagem sobre esse
fenômeno, mas na ultima hora foi cancelada. O que aconteceu foi que depois de um mês
rodando após o incidente, o ônibus quebrou e nunca mais voltou a rodar. Estava parado
na oficina da empresa servindo de sucata e tendo suas peças reutilizadas em outros
ônibus.
A superstição sobre o 174 ficou tão forte que a empresa teve de acabar coma linha, no
lugar entrou a linha 158 (Gávea - Central), que faz o percurso idêntico.
Das vítimas fatais, 90 são civis e 50, militantes tchetchenos. A operação teve início hoje
pouco antes de 6h (23h de sexta-feira, em Brasília), quando os rebeldes começaram a
matar os reféns como resposta ao não-cumprimento de sua exigência: a retirada russa do
território da Tchetchênia.
Os tiros e algumas explosões deflagraram a operação, fazendo com que forças especiais
russas utilizassem gás paralisante e invadissem o teatro.
Três militantes foram presos pelo FSB (serviço secreto russo) e outros dois teriam
escapado, misturando-se aos civis. Centenas de pessoas foram levadas a hospitais de
Moscou --algumas em estado grave.
Apesar de o alto número de mortos, a ação foi considerada bem-sucedida pelos políticos
do país.
Logo após o resgate, o vice-ministro do Interior, Vladimir Vasiliev, disse que sentia pela
morte dos reféns, mas que "mais de 750 pessoas" foram salvas.
Já o presidente Vladimir Putin, em pronunciamento à nação, pediu desculpas aos
parentes das vítimas. Porém, segundo ele, a crise teria mostrado que a Rússia "não pode
ser forçada a se ajoelhar".
"Em nenhum lugar do mundo as pessoas podem se sentir seguras até que ele (o
terrorismo) seja derrotado. Mas ele deve ser derrotado. E será derrotado", afirmou Putin.
Crise
Em dezembro de 1994, a Rússia deu início à guerra contra a república da Tchetchênia. O
conflito durou 21 meses, deixou milhares de mortos e terminou com a retirada dos russos.
A Tchetchênia passou a gozar de ampla autonomia.
Após quase três anos de combates, Moscou domina a maior parte da região, incluindo a
capital, Grosni, e as principais cidades.
M.R.C., vestida com blusa e saia vermelhas, foi a integrante do grupo que deu início ao
assalto. Segundo o delegado-seccional Jorge Carrasco, os ladrões confessaram ter
usado M.R.C., "uma conhecida", na ação, por ela ter "boa aparência". Os outros dois
ladrões também usavam trajes sociais, como terno e camisa.
M.R.C. tocou a campainha da sala e, com um punhal, rendeu a funcionária que abriu a
porta. Depois dela, os outros dois homens renderam os demais funcionários, trancando-
os numa sala. Eles queriam as chaves do cofre, que não estavam em poder de nenhum
dos funcionários que trabalhavam na hora do assalto.
Só que nenhum dos três assaltantes sabiam que dentro da joalheria havia um circuito
interno de televisão e todas as suas ações eram vistas por um PM através de um monitor
instalado no quarto e último andar do edifício.
Os ladrões afirmaram, em depoimento, que um deles havia engolido três pedras. O outro,
quatro. A adolescente negou que tivesse engolido qualquer diamante. Os três foram
encaminhados, no início da tarde, ao pronto-socorro do hospital municipal da Glória para
a realização de exame de raios-X.
No exame ficou constatado que José Wagner dos Santos, 51, conhecido como
Wagninho, engoliu seis anéis. Francisco Rodrigues do Prado Filho, 37, pelo menos mais
seis. Nos exames de M.R.C. nada foi encontrado.
Com a ajuda de laxantes, 4 dos pelo menos 12 anéis foram expelidos pelos dois
assaltantes, que irão responder pelos crimes de roubo qualificado, cárcere privado e
corrupção de menor. Condenados, podem ficar presos por até 19 anos. M.R.C. foi
encaminhada ao SOS Criança.
CAMBOJA: SEQÜESTRADORES COMETEM SUICÍDIO EM HOSPITAL
PHNOM PENH - Dois seqüestradores que mantinham vinte pessoas reféns em um
hospital na localidade de Bontey Meanchey, cerca de 200 quilômetros da capital
cambojana, cometeram suicídio após um enfrentamento de cinco horas com a polícia.
04/11/02
DISCIPLINA: RADIOGRAFIA DO SEQÜESTRO
A ESCALADA DO SEQÜESTRO NO BRASIL
1ª Fase: Fins dos anos 60
Seqüestros Políticos - 04/09/69
Rio - Charles Elbrick - E.U.A
Movimento Revolucionário. – 08 de outubro e Aliança Libertadora Nacional
2ª Fase: Anos 80
Grandes Empresários - Alvo
Interesses Financeiros
07/11/86 - São Paulo - Banqueiro
Antônio Beltran Martinez
3ª Fase: Comerciantes
Profissionais Liberais, Pequenos Empresários.
Valor do resgate diminui e número de casos aumenta.
4ª Fase: Banalização
Insignificância do resgate.
Geladeiras, TVs, Freezer, etc..
O pavilhão está vazio, assim como toda a Casa de Detenção, que foi desativada dia 15
de setembro. Um parque público, com centros de cultura, lazer e de formação
profissional, vai ocupar o espaço da antiga penitenciária.
As lembranças ficaram nas paredes das celas, na memória dos sobreviventes e dos
familiares dos mortos. Alguns presos se misturaram aos cadáveres para fingir que
estavam mortos e tentar sobreviver.
Tumulto e intervenção
O tumulto na Casa de Detenção, há dez anos, teve início envolvendo dois presos no
segundo andar do Pavilhão 9. Agentes penitenciários levaram os feridos para a
enfermaria, no pavilhão 4, e trancam a grade de acesso ao segundo andar.
Todos os presos que estavam no primeiro andar foram mortos. No segundo andar,
morrem 60% dos detentos.
O número total da chacina só foi divulgado oficialmente no dia seguinte, meia hora antes
do encerramento das eleições municipais. Folha Online (02/10/2002)
O PCC (Primeiro Comando da Capital), que está por trás das rebeliões nos presídios do
Estado de São Paulo, começou a funcionar em SP no ano passado como um "braço" dos
traficantes de armas e drogas do Rio. Há duas teses para sua origem:
1ª) o PCC seria uma ramificação do Terceiro Comando (TC), organização que teria se
rebelado no inicio da década de 90 contra sua matriz, o Comando Vermelho (CV)
_principal distribuidor de drogas e armas no país;
2ª) o PCC seria uma nova dissidência, que se rebelou contra o já "rebelado" Terceiro
Comando, em 93 ou 94 (não há consenso sobre a data), embora só tenha entrado para
valer nos grandes presídios paulistas no ano passado.
Na verdade a polícia não tem certeza se esses grupos são mesmo "inimigos" ou se estão
apenas descentralizados para dificultar o combate aos seus crimes.
A maioria dos "produtos" chegava ao Rio pelo mar. Ali ocorria o primeiro e maior
pagamento de propina: supostamente para policiais marítimos que faziam vista grossa
aos descarregamentos.
Mudando a base de operações para São Paulo, todos os carregamentos, que costumam
partir de países como o Paraguai rumo ao Sul do Brasil e, depois, por via marítima, para
o Rio, passaram a entrar em São Paulo por rodovias _para só então serem enviados ao
Rio.
O estatuto prevê ainda que todo membro que não seguir à risca as determinações
será condenado à morte, sem perdão.
Leia abaixo a íntegra do estatuto reproduzida fielmente como foi escrita pelas
lideranças da organização criminosa.
ESTATUTO DO PCC
1.Lealdade, respeito, e solidariedade acima de tudo ao Partido
4.A contribuição daqueles que estão em Liberdade com os irmãos dentro da prisão
através de advogados, dinheiro, ajuda aos familiares e ação de resgate
5.O respeito e a solidariedade a todos os membros do Partido, para que não haja
conflitos internos, porque aquele que causar conflito interno dentro do Partido, tentando
dividir a irmandade será excluído e repudiado do Partido.
6.Jamais usar o Partido para resolver conflitos pessoais, contra pessoas de fora.
Porque o ideal do Partido está acima de conflitos pessoais. Mas o Partido estará sempre
Leal e solidário a todos os seus integrantes para que não venham a sofrerem nenhuma
desigualdade ou injustiça em conflitos externos.
8.Os integrantes do Partido têm que dar bom exemplo a serem seguidos e por isso
o Partido não admite que haja assalto, estupro e extorsão dentro do Sistema.
9.O partido não admite mentiras, traição, inveja, cobiça, calúnia, egoísmo,
interesse pessoal, mas sim: a verdade, a fidelidade, a hombridade, solidariedade e o
interesse como ao Bem de todos, porque somos um por todos e todos por um.
11. O Primeiro Comando da Capital PCC fundado no ano de 1993, numa luta
descomunal e incansável contra a opressão e as injustiças do Campo de concentração
"anexo" à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, tem como tema absoluto à
"Liberdade, a Justiça e Paz".
16. O importante de tudo é que ninguém nos deterá nesta luta porque a semente
do Comando se espalhou por todos os Sistemas Penitenciários do estado e conseguimos
nos estruturar também do lado de fora, com muitos sacrifícios e muitas perdas
irreparáveis, mas nos consolidamos a nível estadual e a médio e longo prazo nos
consolidaremos a nível nacional. Em coligação com o Comando Vermelho - CV e PCC
iremos revolucionar o país dentro das prisões e nosso braço armado será o Terror "dos
Poderosos" opressores e tiranos que usam o Anexo de Taubaté e o Bangu I do Rio de
Janeiro como instrumento de vingança da sociedade na fabricação de monstros.
Com tantos lances cinematográficos na vida real e até no próprio enterro, Pareja
vai ressuscitar nas telas em um longa-metragem dirigido pelo ator Reginaldo Farias, que
encarnou o bandido Lúcio Flávio Villar Lírio numa produção do final da década de 70. Tão
espetacular quanto à história de Lúcio Flávio, o passageiro da agonia, o roteiro do filme
policial de Pareja contou com a colaboração do personagem principal ao longo do últimos
meses. Admirador de Al Pacino, Pareja inspirou- se no filme Scarface para levar sua vida
bandida. "Ele era um bandido cruel e humano ao mesmo tempo", dizia Pareja, o menino
classe média, que falava inglês e teve aulas de piano, mas escolheu como cenário o
mundo do crime.
Os dois bandidos que tentaram resgatar o preso tinham uma metralhadora e dispararam
contra os guardas da cadeia. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária,
houve intenso tiroteio quando o helicóptero em que eles estavam pousou na laje do
presídio.
O piloto do helicóptero teria sido feito refém pelos bandidos e obrigado a pousar sobre a
laje do Adriano Marrey. Policiais efetuaram vários disparos contra o aparelho. O piloto,
dois suspeitos da tentativa de resgate de presos e o detento que seria resgatado ficaram
feridos.
Os visitantes que estavam no presídio ficaram muito assustados com os tiros. Eles estão
sendo liberados de dois em dois. Alguns saem do local chorando. A situação já se
normalizou.
Uma equipe de reportagem do WSCOM Online está no local e trará mais informações
em instantes.
Dos cinco pavilhões que existem no Róger, três já foram dominados pelos presidiários. E
como hoje é dia de visita convencional e íntima, vários familiares dos presos encontram-
se na parte interna do presídio.
O clima é tenso no Presídio do Roger onde foi iniciada uma rebelião aproximadamente às
12h30 de hoje. A direção da unidade prisional informou que os amotinados tinham a
intenção de empreender uma fuga em massa e portavam, no início da rebelião, duas
armas. Eles renderem e balearam três agentes penitenciários e tomaram mais três
revólveres.
Como o domingo é dia de visita convencional e íntima, o coronel Morais, da PM, informou
que todas as celas receberam familiares e amigos dos detentos, que estão sendo
mantidos como reféns. Ele não soube explicar como as armas chegaram até os
amotinados. "Nós cuidamos da segurança externa. A interna cabe à direção do presídio",
resumiu.
Do lado de fora, há muita comoção entre parentes dos presos. Alguns deles foram
libertados após o início do motim, mas há informações dando conta da presença de
muitos visitantes no interior da unidade, dentre eles, mulheres e crianças.
Parte dos reféns são liberados e juíza chega para negociar com presos [01/12/02 -
15h03]
Parte dos familiares que estavam no Presídio do Roger no momento do início da tentativa
de fuga, na hora do almoço, foram liberados pelos detentos pouco antes das 15h. Cerca
de 30 pessoas, entre elas crianças de até 3 anos, estavam no local. A juíza Maria das
Neves do Egypto chegou pouco depois da saída dos familiares dos detentos.
A reunião entre os juízes Paulo Régis e Maria das Neves do Egypto com o Capitão
Eduardo, diretor do Presídio do Roger prossegue. O Coronel Morais, da Polícia Militar,
disse ao WSCOM Online estar preparado para invadir o local. "Nosso efetivo está de
prontidão. Esperamos apenas ordens superiores. Se a determinação for de invadir o
presídio, vamos faze-lo".
Gilberto informou ao coronel que o grupo de rebelados é composto por ele e mais nove
presos. Eles assumem a responsabilidade do planejamento e execução do motim.
O Coronel Morais aguarda novo contato do representante dos detentos, informando quais
as reivindicações deles para por fim à rebelião.
"Nossa intenção é negociar uma solução para a rebelião da forma mais pacífica
possível", argumento o juiz Paulo Régis.
Gilberto também disse ao militar ter conversado por telefone celular com o advogado
dele, residente em Recife. O preso pediu que seu representante jurídico se deslocasse a
João Pessoa para acompanhar o desfecho da rebelião.
A informação não foi confirmada pela polícia nem pela direção do Presídio. O visitante
não soube precisar se o morto era detento ou refém.
Presos não entregam armas e clima volta a ficar tenso no Róger [01/12/02 - 17h38]
Os presos se negam a entregar armas sem a presença de um padre ou representante
dos direitos humanos e clima volta a ficar tenso no presídio.
Mesmo com a garantia de vida, dada pelo Coronel Morais, da PM,o grupo de presos se
negam a qualquer tipo de negociação.
A rebelião no presídio do Roger teve início por volta das 12h30, quando familiares dos
presos entravam para o horário da visita, e já dura mais de cinco horas.
Detentos solicitam a presença da Imprensa [01/12/02 - 18h05]
O grupo de dez presos, que se encontram amotinados no presídio do Roger desde ás
12h30 de hoje, voltam a fazer novas exigências. O preso Gilberto, que lidera a rebelião e
negocia com o Coronel Morais, da PM, desta vez solicitou a presença da imprensa.
Três, dos dez presos que iniciaram o motim já se renderam. Também já se encontra em
poder da polícia, duas das armas que estavam em poder dos detentos.
O detento Gilberto, líder dos rebelados, exigiu junto ao Coronel Morais, da PM, e ao
diretor do presídio, a sua transferência para o Estado de São Paulo. Daí o impasse para o
fim da rebelião.
Presos não entregam armas e clima volta a ficar tenso no Róger [01/12/02 - 19h46]
Os presos amotinados no Róger negam a entrega das armas sem a presença de um
padre ou representante dos direitos humanos e clima voltou a ficar tenso no presídio.
Mesmo com a garantia de vida, dada pelo Coronel Morais, da PM, o grupo de presos
recusa qualquer tipo de negociação.
A rebelião no presídio do Roger teve início por volta das 12h30, quando familiares dos
presos entravam para o horário da visita. O motim já dura mais de cinco horas.
OBJETIVOS
DISCUTIR a negociação no contexto do Gerenciamento de Crises;
INTERPRETAR o papel da Negociação em Crises como elemento do Sistema de
Gerenciamento de Crises;
ADEQUAR os conhecimentos das Ciências Comportamentais às necessidades
das Técnicas de Negociação.
PREMISSAS INICIAIS
Qualquer que seja a exigência inicial, deve-se ter em mente que não é incomum a
aceitação de um acordo que implique em modificação da mesma!
É virtualmente impossível a retomada da Negociação após uma tentativa frustrada
de assalto tático.
OS VÁRIOS ASPECTOS DE NEGOCIAÇÃO COM REFÉNS INCLUEM:
1) Características de um incidente negociável;
2) Quais são as razões comuns para fazer reféns;
3) Que tipo de pessoa faz refém;
4) Síndrome de Estocolmo e comportamento do refém;
5) O processo de negociação;
6) Considerações ao selecionar um negociador;
7) Ritual de rendição.
INCIDENTE NEGOCIÁVEL
1 - Deve haver vontade de viver por parte do causador da crise;
2 - Deve haver demonstração de força por parte das autoridades;
3 - Deve haver comunicação entre causador e autoridades;
4 - Deve haver um líder nas negociações;
5 - Deve haver exigências;
6 - Deve haver isolamento;
7 - Deve haver tempo para negociar;
8 - Deve haver um negociador das autoridades que pode ferir ou matar o causador mas
que indica o caminho para salvá-lo.
TERRORISMO
Querem demonstrar ao público a ineficiência dos mecanismos governamentais de
proteção;
A captura de pessoas garante imediata repercussão e acesso à mídia;
Induz as autoridades governamentais a tomar medidas drásticas e que afetem
significativamente parcelas da população.
CRIME COMUM
O captor busca assegurar a própria incolumidade física;
A captura é uma oportunidade de conseguir novas e maiores vantagens.
CAUSAS PSICOLÓGICAS
O indivíduo mentalmente perturbado busca reparar o que percebe estar errado;
Imagina que tem uma missão sagrada;
Tenta realizar algo de grande importância.
PARANÓICOS ESQUIZOFRÊNICOS
Pensamento distorcido;
Escuta ou vê coisas que na realidade não existem;
Seu sistema de crenças não tem amparo na realidade;
Captura pessoas buscando realizar um “grande plano” ou obedecendo ordens de
alguma “pessoa superior”;
Usualmente demonstra inteligência – em certos casos, acima da média;
Capacidade de manipular pessoas e arregimentar asseclas.
PARANÓICOS ESQUIZOFRÊNICOS (NEGOCIAÇÃO)
Cuidado ao tentar truques e mentiras;
Aceite as declarações do captor e não tente provar que são erradas;
Não busque empatia afirmando escutar ou ver as mesmas coisas que o captor!
MANÍACOS DEPRESSIVOS
A perda do contato com a realidade é causada pela depressão aguda
Indivíduo pode se considerar não merecedor de continuar vivendo, sentir culpa por
eventos ou pecados passados existentes ou não
Sente-se culpado pelos pecados do mundo
Alto potencial para o suicídio
Alto potencial de violência ou assassínio do refém
As pessoas capturadas são, muitas vezes membros da família ou conhecidos do
seqüestrador, que acredita estar lhes fazendo um favor ao matá-los, livrando-os desse
“mundo cão”.
MANÍACOS DEPRESSIVOS (NEGOCIAÇÃO)
Procure identificar o momento pelo qual passa o captor: excitação ou depressão?
Ressalte, constante e freqüentemente, o valor do captor
Convença-o a falar sobre interesses, hobbies ou qualquer outra coisa positiva
relacionando-as com potencialidades do captor
Fique atento a declarações espontâneas do tipo “tudo bem-acho que já sei o que
vou fazer” (pode indicar suicídio)
Não se incomode em discutir com o captor a respeito de suicídio
Após o estabelecimento do rapport, seja mais direto e use frases como “ei, fulano,
acho que agora você já pode confiar em mim. Eu gostaria que você saísse e se
encontrasse comigo. Eu posso te ajudar”.
PERSONALIDADE ANTI-SOCIAL
Ausência de qualquer sentimento de culpa ou de consciência (indivíduo que não
incorpora valores e moral da sociedade em que vive);
Pode exibir excelente aparência, ser bem falante e os capturados o verão como
“um jovem agradável que as autoridades perseguem”;
É impulsivo e exige satisfação imediata de seus desejos;
Busca manipular os outros com vistas a algum ganho material para si próprio.
PERSONALIDADE ANTI-SOCIAL (NEGOCIAÇÃO)
Durante a negociação, lembre-se que este indivíduo é egoísticamente voltado para
si mesmo: ele tentará manipular as coisas a seu favor;
Desconfiado, ele espera que você tente enganá-lo. É provavelmente esperto e tem
experiência com Policiais;
Não faça promessas que você não tem condições de cumprir;
Esse tipo de captor necessita de freqüente estimulação: Se o negociador não a
der, ele se voltará contra os capturados;
Evite prolongados lapsos de tempo sem atividade para o captor.
PERSONALIDADE DESAJUSTADA
Elementos que mostram, no decorrer de suas vidas, respostas ineficientes ou
inadequadas às situações de stress físico, emocional ou social
Elemento que se vê como um perdedor contumaz
A captura pode ser sua última tentativa de provar a alguém (esposa, pais, filhos,
namoradas...) que pode obter sucesso em alguma atividade
Usa frase como “vou mostrar a eles que eu realmente posso fazer alguma coisa!”,
ou “vou mostrar a todo mundo que eu não sou mais aquele otário”
Seu pensamento é claro (tem vínculo com a realidade) – ele pode entender as
conseqüências de seus atos!
PERSONALIDADE DESAJUSTADA (NEGOCIAÇÃO)
A negociação é relativamente simples;
Ofereça compreensão e aceitação – um meio de “sair dessa” sem “falhar
novamente”;
Não traga ao local pais, amigos, namoradas, parentes, etc.;
Isso pode provocar reações imprevisíveis, do tipo “vou mostrar que posso fazer
algo realmente grande”.
CRIMINOSOS APANHADOS EM FLAGRANTE
Procure determinar se o captor é ou não portador de algum tipo de distúrbio
mental;
Caso positivo, monte uma estratégia baseada nas características do captor;
Caso negativo, esteja alerta para o fato de que o captor sabe o que esperar da
Polícia;
Também sabe do que precisa para sair vivo da situação.
ADVERTÊNCIA!!!!
JAMAIS FORNEÇA QUALQUER COISA SEM RECEBER ALGO EM TROCA!
CUIDADO COM DECLARAÇÕES À MÍDIA, O CAPTOR PODE DISPOR DE
RÁDIOS, TV (PILHA) OU CELULAR!
REFÉM = VÍTIMA?
REFÉM:
Há exigências;
Há ameaças em caso de não atender as exigências.
VÍTIMA:
Pessoa significativa para o captor;
Não há exigências objetivas;
Real possibilidade de homicídio - suicídio.
OBJETIVOS DE CONTER A CRISE
1 - Prevenir que a ameaça possa espalhar;
2 - Limitar os efeitos danosos a propriedade e pessoas;
3 - Prevenir a fuga dos causadores da crise;
4 - Prevenir a intrusão de pessoas não autorizadas;
5 - Isolar os causadores do resto do mundo;
6 - Colocar pressão sobre os causadores.
TEMPO POSITIVO
Aumenta as necessidades humanas básicas;
Reduz o estresse e ansiedade;
Aumenta a racionalidade;
Permite que surja a Síndrome de Estocolmo;
Aumenta a possibilidade de fuga dos reféns;
Melhores decisões são tomadas;
Maiores informações sobre o incidente;
Surge rapport entre negociador-seqüestrador;
Reduz as expectativas dos seqüestradores.
TEMPO NEGATIVO
Exaustão; Aborrecimento; Ferimentos; Mau estar; Pressão alta; Pressão para
resolver logo; Despesa: Mão de obra, muitas pessoas; Policiais tomam drogas para
ficarem acordados; Atenção do público e da mídia; Tráfego; Considerações táticas -
operacionais cansados, estressados, desmotivados, “saco cheio”, “chatice”.
OBJETIVOS DA NEGOCIAÇÃO
Ganhar tempo;
Abrandar exigências;
Colher informações;
Prover um suporte tático;
Libertar os reféns.
TIME DE NEGOCIAÇÃO
NEGOCIADOR PRINCIPAL
NEGOCIADOR AUXILIAR/SECUNDÁRIO
NEGOCIADOR TERCIÁRIO/ANOTADOR
PSICÓLOGO/PSIQUIATRA
NEGOCIADOR PRINCIPAL:
Conversa com o sujeito;
Desenvolve inteligência.
NEGOCIADOR SECUNDÁRIO:
Monitora as negociações;
Fornece ao principal: tópicos e assuntos para conversar;
Mantém um relatório das coisas importantes;
Fornece apoio emocional ao negociador principal;
Substitui o principal a qualquer momento.
TÉCNICA DE NEGOCIAÇÃO (CONTATO INICIAL)
Meu nome é......e gostaria de ajudar.
Como posso chamá-lo?
Estou aqui para ajudá-lo.
Você pode me dizer o que está havendo?
Calma, que resolveremos juntos numa boa!
TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO (inadequado)
O que você quer?
Estas pessoas estão sendo mantidas como reféns?
Quais são suas exigências?
Quanto tempo temos para satisfazer suas exigências?
Como você está, malandro?
Saia e entregue-se senão eu vou aí buscar você!
Vai sair por bem ou por mal?
Entregue-se, pois você é um homem morto!
Não tenho tempo para ficar escutando seus problemas!
Estou saindo de serviço e não quero demorar aqui!
ERROS COMUNS NA NEGOCIAÇÃO
Falta de comunicação entre negociadores e Time Tático;
Falta de confiança entre negociadores e Tático pela falta de compreensão dos
papéis;
Levantamento de informações e distribuição será inadequado;
Permitir que o negociador engaje cara-a-cara com o suspeito armado na rendição;
Permitir que um psicólogo se torne o negociador principal;
EFEITOS DA NEGOCIAÇÃO
Medo de falhar;
Problemas de ego – vai sentir que é bom demais;
Preocupação com negociação mesmo quando não está negociando;
Tomar responsabilidades de comando – dizendo para as pessoas o que e como
fazer;
Culpa – por situações que não conseguiu resolver.
O COMANDANTE COMO NEGOCIADOR
Não tem muita objetividade – não vai querer deixar o tempo passar;
Comanda toda a situação;
Não deixa a situação “rolar”;
Autoridade demais;
Dificuldade em manter o “rapport” – acostumado a dar ordens;
Personalidade de comando;
Pouca experiência – faz tempo que saiu das ruas;
Negociadores não comandam e comandantes não negociam!
INDICADORES DE ALTO RISCO
O sujeito comete deliberadamente uma ação que ele sabe que vai provocar uma
resposta ou uma confrontação com a Polícia;
A vítima é conhecida do sujeito e foi escolhida especificadamente, principalmente
se teve um caso amoroso ou se a vítima for membro da família;
Se houver uma história de passado com problemas entre o sujeito e a vítima, um
passado severo para garantir a intervenção da Polícia, especialmente história de abuso
sexual ou se a vítima encontrou alguma queixa;
São feitas ameaças de ferimentos contra a vítima;
INDICADORES DE SUICÍDIO
O seqüestrador prepara um plano para sua própria morte;
O seqüestrador insiste nas negociações face-a-face ( isto é, provocando a Polícia
a matá-lo);
Um seqüestrador negando pensamentos de suicídio ( ele está mentindo para o
negociador e preparando o “suicídio em virtude da presença do policial”. Como Strentz
diz, “um homicídio procurando uma vítima”).
O seqüestrador conversando sobre a disposição de seus pertences.
INTERVALO NAS NEGOCIAÇÕES
Para rever o que foi ouvido ou aprendido;
Para pensar em questões para perguntar;
Para explorar alternativas possíveis;
Fazer uma revisão das estratégias que esteja usando;
Determinar como você reagiria para novas exigências;
Consultar especialistas, comandantes e pessoal tático;
Descansar;
Analisar quaisquer mudanças nas exigências, comportamentos ou atitudes.
MEMBROS DA FAMÍLIA
Desconhece a dinâmica daquela família;
Despertar complicações psicológicas;
Um vê a perspectiva diferente do outro sobre o caso;
Pode estar querendo dizer adeus antes de matar e suicidar e quer que aquela
pessoa veja a cena.
NEGOCIADORES NÃO POLICIAIS
Considerações éticas que podem impedir o progresso nas negociações;
Sob estresse eles podem responder de forma inadequada;
Não são treinados;
Não estão acostumados à violência;
Não estão acostumados a conversar com pessoas violentas especialmente em
situações de crise;
Não estão acostumados aos procedimentos e táticas policiais;
Faz com que se perca o controle da situação;
Pode ter sistemas de valores diferentes;
A Polícia é responsável por esta pessoa;
É uma entidade completamente desconhecida para você.
NEGOCIAÇÃO FACE-A-FACE
Consiga promessa de segurança para o negociador;
Não tão cedo na situação, escolha o momento certo;
Não negocie com uma arma apontada para você;
Não dê as costas ao sujeito;
Sempre tenha uma rota de fuga;
Nunca negocie com mais de um sujeito ao mesmo tempo;
Tenha ciência do espaço corporal;
Troque suas descrições físicas antes do contato;
Mantenha sempre o contato visual;
Nunca se exponha completamente ao seqüestrador;
Use colete balístico;
Porte sua arma;
Sempre coordene com o Time Tático um homem de segurança.
PROGRESSO NAS NEGOCIAÇÕES
Há menos conteúdo violento nas conversas do seqüestrador;
O seqüestrador conversa mais freqüentemente e em um período mais longo com o
negociador;
O seqüestrador fala mais vagarosamente e seu tom de voz e volume é mais baixo;
O seqüestrador fala sobre questões pessoais;
Uma ameaça de morte passa e não há incidente;
As ameaças do seqüestrador diminuem;
Reféns são soltos; e
Ninguém é morto ou ferido desde o começo das negociações
RITUAL DE RENDIÇÃO
O sujeito deve render-se mas não deve saber como está fazendo tal ato;
Enfatize o que ele tem a ganhar desistindo neste instante;
Minimize os danos neste ponto;
Discuta o plano de prisão com o Tático logo no início do incidente;
Pergunte quais as garantias que ele precisa;
Descreva para o seqüestrador o que ele vai ver quando sair;
Na rendição primeiro sai os reféns com as mãos para cima atrás da cabeça;
Mantenha o ritual de rendição em mente;
Continue dizendo “quando” e não “se” você sair/aparecer;
Nunca tome a arma da mão do sujeito;
Se o seqüestrador se render para você, diga que verá o Tático que o levará preso.
CONDUTAS BÁSICAS DE NEGOCIAÇÃO
Escolher a ocasião correta para fazer contato.
O negociador é o único canal de comunicação dos causadores com o resto do
mundo.
Procurar neutralizar os meios de comunicação externos.
Se a situação é estática, não permitir que se torne móvel , a não ser que haja
vantagem tática.
Nenhum negociador deve negociar armado.
Evitar oferecer alguma coisa ao indivíduo.
Evitar a presença de policiais mostrando armas ostensivamente.
Não supervalorizar a situação.
Evitar dirigir a atenção às vítimas com muita freqüência.
Evitar chamar as pessoas de “reféns”.
Trate todos pelo nome que mais gosta de ser tratado.
Ser tão honesto quanto possível e evitar truques.
Evitar deixar de atender as exigências (dentro do razoável), por menor que seja.
Evitar dizer “não”, “nunca” ou “jamais”.
Ao encontrar parentes dos causadores no público, sondá-los previamente sobre a
aceitação ou não do mesmo.
Procurar abrandar as exigências.
Nunca estabelecer um prazo fatal e procurar não aceitá-lo.
Evitar fazer sugestões alternativas que possam irritar os causadores.
Evitar envolver pessoas não policiais no processo de negociação.
Antes da estabilização da situação, manter contato abrigado ou por telefone.
Jamais aceitar a troca de reféns, salvo em casos graves de saúde.
Ser receptivo e flexível ao lidar com exigências.
Deixar o captor fazer a primeira oferta.
Esforçar para obter do captor algo em troca daquilo que for cedido, mesmo que
seja uma promessa de mudança de comportamento.
Deixar o captor lidar com tudo o que receber.
Anotar todas as concessões, lembrando-o se necessário.
Não aumentar as expectativas do captor cedendo-lhe muita coisa antes do tempo.
Não ressuscitar exigências passadas, a menos que sejam vantajosas.
Estar preparado para sugerir alternativas.
Não considerar nenhuma exigência insignificante.
Manter o captor tomando decisões, mas evitar irritá-lo.
Fazer algumas concessões como prova de boa vontade.
Evitar medidas extremas.
Manter-se honesto, caso contrário, o processo de negociação estará severamente
prejudicado.
Não perguntar o que ele quer, deixá-lo fazer o seu pedido.
Dar prioridade a reféns feridos, crianças e mulheres em suas barganhas.