Você está na página 1de 7

Lembretes: copo de chá chawan

Roubou 160 iens (carro de luxo)

Jiro yamaguchi (nome fantasma)

Shigeru Matsui (médico)

Sadamachi Hirasawa (pintor)

Com a virada do ano ainda fresca pelo ar, na segunda-feira do dia 26 de janeiro

de 1948, na área suburbana da cidade de Tóquio,um homem de meia-idade

atravessou as portas do Banco de Teigen minutos antes do horário de

encerramento das atividades. Ele se apresentou como Dr. Jiro Yamaguchi,

inclusive, possuía um cartão de visitas para provar o nome, carregava uma

maleta e vestia uma braçadeira com a etiqueta do gabinete da Prefeitura de

Tóquio. Menos de uma hora mais tarde, o homem deixou o banco da mesma

maneira casual e despreocupada com que entrara.

Em instantes, o que ele deixou para trás chocaria a nação japonesa e se tornaria

um dos casos de maior repercussão do sistema judiciário.

Uma hora antes


(Fonte: Sina/Reprodução)

O médico Jiro Yamaguchi relatou aos superintendes do banco e aos seguranças

que um surto de disenteria havia se espalhado pela região e que ele havia sido

enviado para vacinar todos os funcionários do local. As pessoas rapidamente


acreditaram e deixaram que o homem cumprisse a sua missão, sobretudo pelo

fato de que o país já havia sido bombardeado com graves problemas de saúde

pública antes da Segunda Guerra Mundial e também pelos japoneses nutrirem

um respeito imenso pelas autoridades dentro da hierarquia da sociedade.

A vacina era composta por uma pílula e duas doses líquidas que seriam

aplicadas via oral e deveriam ser engolidas uma seguida da outra. Sendo assim,

o médico administrou as doses em 15 funcionários e no filho de um deles. Não

demorou mais do que dez minutos para que as 16 pessoas tombassem no chão

sob espasmos, espumando e se contraindo como se fossem molas. O que havia

nas ampolas era cianeto de potássio e apenas quatro pessoas chegaram ao

hospital a tempo de serem salvas. As outras dez, incluindo a criança, morreram

nas dependências do local e outros dois algumas horas mais tarde enquanto

internados no hospital.

O criminoso deixou o banco carregando cerca de 160 mil ienes, na época U$

1.392, roubados dos caixas e deixando mais 180 mil ienes para trás e uma

chacina total.

O pintor culpado
(Fonte: Reprodução)

As autoridades chegaram ao suspeito do atentado através do hábito dos

japoneses de trocar cartões de visitas repleto de detalhes pessoais. Mais duas

tentativas de envenenamento seguidas de roubo aconteceram em outras duas

agências bancárias, poucas semanas antes do ocorrido em Teijin. Nas duas

ocasiões, no momento de sua entrada, o homem deixará despretensiosamente o


seu cartão de visitas, sendo que em uma das ocasiões tinha o nome de Jiro

Yamaguchi (que foi descoberto ser uma pessoa fantasma), e em outra marcado

como Shigeru Matsui, empregado do Departamento de Prevenção de Doenças do

Ministério da Saúde e Bem-Estar.

Em uma busca, o proprietário do cartão possuía um álibi. Shigeru Matsui

declarou à policia que havia trocado cartões com 593 pessoas diferentes, mas

que apenas 100 destes possuíam a mesma estampa dos utilizados nos

atentados, dos quais oito permaneciam em seu poder. Shigeru havia registrado a

hora e local da troca de cartões no verso dos que havia recebido, de modo que a

polícia decidiu fazer uma busca pelos 92 cartões restantes. Chegaram a

recuperar 62 deles e seus receptores foram interrogados e liberados por falta de

conexões. 22 deles foram considerados irrelevantes. Um dos oito cartões

restantes levou os investigadores até a casa do pintor Sadamichi Hirasawa, que

certa vez trocou cartões com o homem.

O pintor disse ter sido assaltado e perdido a carteira com o cartão de visitas para

o ladrão. Em sua casa, a polícia encontrou uma quantia de dinheiro semelhante a

roubada do banco Teigin. Sadamichi se recusou a divulgar a origem da pequena

fortuna, muito embora acredita-se que fosse oriunda das telas pornográficas que

o homem desenhava, como parte de um negócio que possuía e mantinha em

segredo para que não tivesse a sua imagem manchada como artista. Com o

nome envolvido em quatro casos de fraude bancária, ele ainda por cima não

pôde contar com o álibi que seria o responsável por confirmar que ele havia

saído para dar um passeio pelas redondezas no dia 26 de fevereiro.


Com tudo indicando que Sadamichi era o autor dos crimes, ele foi preso no dia

21 de agosto de 1948 e encaminhado para que as poucas testemunhas fizessem

o seu reconhecimento. Duas delas o identificaram como sendo o envenenador e

ele passou três semanas sendo interrogado todos os dias. Em um deles, o pintor

alegou ter feito uma confissão que o incriminava apenas para que parassem de

torturá-lo. Ele retirou tudo o que disse, mas em vão.

A saída sugerida
(Fonte: Pinterest/Reprodução)

Durante o julgamento de Sadamichi Hirasawa, o plano de defesa de seus

advogados para livrá-lo de uma sentença rigorosa, foi claro: admitir ter sofrido de

psicose de Korsakoff, um distúrbio cerebral causado por uma deficiência

vitamínica induzida em pessoas alcóolatras, e em que uma das causas é a perca

de memória recente. De fato, o homem já havia sofrido com a condição num

passado desregrado e eles esperavam que isso fosse um fator atenuante para a

sua confissão, mas não foi o que aconteceu.

Sadamichi foi considerado culpado pela autoacusação, na época irrelevante se

feita dentro de um tribunal ou não ou pela forma como foi obtida, e sentenciado à

morte por enforcamento pelo assassinato das dez pessoas no banco Teigin. Os

advogados recorreram até 1955, porém a decisão permaneceu a mesma, apesar

de não existirem provas conclusivas que o ligava diretamente ao crime.

Ao longo de 32 anos, o pintor esperou a sua vez no corredor da morte, ainda que

os 33 ministros da Justiça que passaram pela cadeira jamais tenham assinado

formalmente a sua execução. Até mesmo Isaji Tanka, notório por ter condenado
mais de 15 homens à morte de uma só vez, em 13 de outubro de 1967, não

assinou por duvidar da culpa do homem. Então por que ele ainda continuou

preso, mesmo com vários advogados tendo entrado com 18 recursos diferentes

para tirá-lo detrás das grades? O que o mantinha lá?

Em adição a inocência de Sadamichi e as grandes dúvidas e suspeitas que

rodeavam a sua prisão, estudos da Universidade de Keio afirmaram que o veneno

encontrado nos corpos não era cianeto de potássio, que poderia ser obtido

facilmente pelo homem, mas acetona cianidrina, uma solução de ação lenta que

tinha sido projetada para o ambiente militar e que só existia nos laboratórios

mortais da Unidade 731. Ainda que o homem tivesse acesso ao veneno,

precisaria possuir uma capacidade muito aguçada e clínica para manipulá-lo de

maneira que não fosse imediatamente letal.

A infeliz liberdade

Escondido, enterrado nas montanhas, está uma fortaleza, um vilão, uma máquina de
cristal com coração de dragão!
Ó, asas poderosas batendo e respirando como o sol! Brilhante o suficiente para
queimar os Burgos... para queimar todos nós se vocês não o
(Fonte:

Japanese Class/Reprodução)

Em 1981, o advogado Makoto Endo alegou que, de acordo com o Código Penal

do Japão, o prazo de prescrição para a pena de morte Sadamichi já havia sido

excedido em três anos. Portanto, ele apelou pela libertação do pintor, porém o

tribunal recusou o argumento apontando no estatuto que ele só se aplicava no

momento em que o ministro assinava a sentença de morte, que nunca havia sido

feita.

Quando a Anistia Internacional ordenou ao governo japonês que o concedesse a

liberdade, a saúde do pintor já respirava os últimos segundos. Até que no dia 10

de maio de 1987, com extraordinários 105 anos de idade, Sadamichi Hirasawa

morreu de pneumonia em um hospital prisional, após carregar por 39 anos uma

pena que provavelmente não era sua, vitimado por um plano tão fatal quanto o

veneno que enrijeceu o corpo daquelas pessoas.


Dannika Graysteel. Uma meio-elfo estudiosa que veio a Dez Burgos para investigar a
natureza mística da terra. Ela deseja estudar a estranha magia que trouxe a longa noite
para Icewind Dale.

Hlin Trollbane. A caçadora de recompensas anã do escudo aposentada que veio para
Icewind Dale há algum tempo fugindo de um passado sombrio e agora assumiu a
responsabilidade de trazer justiça u durante a noite.

Me sinto bem com o meu nome, talvez tiraria o H, acho que me representa, não tenho
muitos apelidos. O que eu não gosto em mim é a falta de organização.

Você também pode gostar