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FACULDADE DE DIREITO DO VALE DO RIO DOCE

Reconhecida pelo Decreto 74.922 de 21/11/1974

TRABALHO DE DIREITO INTERNACIONAL – OUTUBRO DE 2021


8º PERÍODO NOTURNO

ALUNO: NADIA MARIA CORREIA OLIVEIRA- 30804 - 8 NOTURNO

LIVRO 1984

“Era um dia frio e luminoso de abril, e os relógios davam 13


horas.” Assim inicia o livro. A frase omite o ano da ação, mas isso seria
redundante, pois ele dá nome ao título e desencadeia uma avalanche de
associações mentais: comunismo, polícia política, nazifascimo, tortura,
acontecimentos marcantes daquela época.

Como já indica o titulo, a história se passa no ano de 1984,


onde o Estado impõe um regime extremamente totalitário para a
sociedade, através da vigilância do Grande Irmão. Aquele que pensava
contra o regime, era considerado um criminoso.

O totalitarismo é o mote que embala a narrativa passada em


Londres. No mundo ficcional criado por Orwell, existem inúmeros
televisores monitorando e controlando a população, não havendo mais
nenhum direito a privacidade.

Aqueles que não obedecem ao Partido são entregues à “Polícia


do Pensamento”. A função desse departamento é justamente fiscalizar o
comportamento, repreender e punir todos aqueles que pensam de forma
independente e contrariando o Grande Irmão.

Após uma guerra global, de escala mundial, semelhante à


segunda grande guerra, porém com mais bombas atômicas, O Big
Brother assumiu o poder.
A guerra eliminou as nações e criou três grandes estados
transcontinentais totalitários, o mundo era dividido em três nações
distintas: Oceania (onde Winston, personagem principal vivia), Eurásia e
Lestásia, territórios que se mantinham em guerra uns contra os outros.

Cada nação era governada pelo Partido, que era coordenado


pelo Grande Irmão (Big Brother) e pelos membros do Partido Interno. O
restante da população era dividido entre os membros do Partido Externo
e a prole.

Ninguém nunca o viu em pessoa e sua representação era como a


de uma autoridade monstruosa. O tirano mais opressor e mais
amedrontador devia ser abstrato, desconhecido, para que cada um
moldasse em sua mente uma imagem diferente dele, conforme seu
medo.

Os membros do Partido Interno eram pessoas ricas e com


benefícios, já o Partido Externo não possuía benefícios, mas não era
totalmente abandonado quanto à prole. O lema do Partido
era: “GUERRA É PAZ, LIBERDADE É ESCRAVIDÃO E IGNORÂNCIA
É FORÇA”.

As classes sociais eram bem definidas: os proletários, ou


proletas; os membros do Partido Externo, ao qual Winston pertencia e o
Núcleo do Partido, a elite, à qual tudo era permitido, luxo, riqueza,
poder, os cargos mais altos dentro da política. Todos usavam uniformes
e eram tratados como soldados de um exército; só os proletas não
seguiam regras.

O mundo é opressivo e não há espaço para nenhum tipo de


liberdade. Há ordens para determinar a hora que todos acordam,
dormem, o que comem, o que fazem, onde podem ir e o que podem
falar. O tempo todo as pessoas são lembradas por cartazes e outdoors
que “O Grande Irmão está de olho em você”.
Cartazes espalhados pelas ruas mostram a figura da autoridade
suprema e o slogan: “O Grande Irmão está de olho em você”. E está
mesmo, literalmente, graças às “teletelas”, espalhadas nos lugares
públicos e nos recantos mais íntimos dos lares, elas são uma espécie de
televisor capaz de monitorar, gravar e espionar a população, como um
espelho duplo.

É nesse contexto que temos o protagonista do livro, Winston


Smith, um funcionário público do Ministério da Verdade. Apesar do
nome, o trabalho da instituição é alterar o passado, falsificando dados
históricos,  com o objetivo de reafirmar o que o Big Brother diz no
momento.

Winstom Smith representa o cidadão-comum vigiado pelas


teletelas e pelas diretrizes do Partido. Orwell escolhera este nome na
soma da 'homenagem' ao primeiro-ministro Winston Churchill com o uso
do sobrenome mais comum na Inglaterra. A obra-prima foi escrita no
ano de 1948 e seu titúlo invertido para 1984 por pressão dos editores. A
intenção de Orwell era descrever um futuro baseado nos absurdos do
presente.

Por exemplo: A Oceania tem o apoio da Lestásia numa guerra


contra a Eurásia, e isso é noticiado nos jornais. Da noite para o dia,
mudam-se as peças e a Oceania agora tem o apoio da Eurásia numa
guerra contra a Lestásia.

De repente, sempre foi assim, nunca houve outra realidade.


Então, o trabalho de Smith é destruir todos os jornais já publicados e
alterar os seus registros, para que, ao serem consultados, eles afirmem
que a Oceania sempre esteve em guerra contra a Lestasia. O passado
é, então, alterado para condizer com o presente.

Winston não tinha amigos. Aliás, ninguém tinha amigos; o termo


usado era “camaradas”. Sua esposa sumiu, mas ele não a amava; o
amor não existia nem deveria existir; o que deveria existir era o culto
absoluto ao Partido e ao Grande Irmão. Seu pai, sua mãe, uma irmã da
qual ele mal se lembrava, todos sumiram inexplicavelmente.

O Partido era representado pelos quatros Ministérios, o da


Verdade, responsável por tudo que é escrito seguindo a lógica de que o
Partido é infalível e nunca errou. O Ministério da Paz, responsável pela
guerra, o Ministério da Fartura, responsável pela economia e o
Ministério do Amor, responsável pela espionagem e controle da
população. Como ferramenta de espionagem, eram usadas as teletelas
que observavam todos os membros do Partido a todo instante.

Relações amorosas e sexo fora do casamento são proibidos, os


casamentos só existem para procriação de filhos e precisam de
aprovação do Estado.

Ninguém estava a salvo de nada; volta e meia, bombas


explodiam, geralmente nos bairros proletários. Instrumentos
tecnológicos chamados de “teletelas” (semelhantes aos atuais
televisores) eram usados para espionar a população e estavam em toda
parte, ruas, residências, bares; todos eram vigiados constantemente;
mesmo os pensamentos eram crimes. Ora a Oceânia estava em guerra
com a Eurásia, ora com a Lestásia, ninguém sabia ao certo. As leis não
existiam, mas tudo era proibido.

Winston tem horror ao sistema, ele acredita que tem vagas


lembranças de um mundo diferente. Ao conhecer Julia, uma pessoa
também revoltada, ambos enxergam uma possibilidade de rebelião,
especialmente com os boatos de que há uma irmandade unida contra o
Big Brother.

É no trabalho que o solitário Winston conhece os dois


personagens fundamentais para sua vida, tanto para o bem como para o
mal: Julia e O’Brien. Os dois procuram disfarçadamente se aproximar de
Winston, mas o medo em que este vivia de ser pego pela Policia das
Ideias o mantém sempre desconfiado de todos que o cercam.
Mesmo assim, Julia, jovem de 26 anos que trabalhava no
Departamento de Ficção, consegue se declarar para Winston através de
um bilhete; mesmo correndo todos os riscos, os dois começam a se
encontrar. O que era um envolvimento banal se transforma na maior
felicidade para ambos.

No mundo em que viviam, os casamentos eram somente com


autorização do Partido e o afeto entre o casal não importava. Na medida
em que se envolvem cada vez mais, deixam de tomar cuidado com a
extrema vigilância do Partido, o que será fatal para ambos.

Com Julia, Winston percebe a falsidade do mundo em que vivia;


assim como ele, Julia tinha consciência das mentiras do Partido, mas
achava loucura lutar contra este. Para ela, o importante era burlar as
regras e sobreviver.

Romances casuais, produtos conseguidos no mercado negro (os


produtos a que os membros do Partido tinham acesso eram rações
controladas e fornecidas pelo Governo), Julia era jovem e
inconsequente, sem preocupações políticas. Antes de conhecer Julia,
Winston vivia obcecado com a ideia de encontrar a Confraria, mais um
mito que corria entre os mitos em que viviam.

A Confraria seria uma resistência armada com o objetivo de


derrubar o Partido, mas ninguém sabia ao certo se era real ou lenda. Na
opinião da pragmática Julia, tanto a Confraria quanto Goldstein, seu
suposto líder, eram mentiras inventadas pelo próprio Partido, para que
este prendesse e executasse quem bem entendesse com falsas
acusações de traições. Em muitos aspectos, Julia era mais inteligente
que Winston quanto à realidade que os cercava.

Comprar no mercado comum, usar qualquer tipo de adereço, ficar


muito tempo sozinho ou andar nos bairros onde a prole vivia eram,
também, proibidos.
Winston detestava o sistema, mas evitava desafiá-lo. O máximo
que fez até certo período, foi escrever em seu diário suas
inconformidades, Winston sabia dos riscos que corria: risco de ser pego
pela Polícia das Ideias, torturado e morto, como tantos outros. Mesmo
assim, num impulso quase suicida, vai em frente, de risco em risco, até
o fim inevitável e trágico. Quando se apaixonou por Júlia, porém, tudo
mudou.

Ela era funcionária do Departamento de Ficção. Sentindo cada


vez mais forte em si o sentimento de um transgressor, ele começou
a acreditar na possibilidade da rebelião dar certo.

A busca de Winston pela Confraria leva este e Julia a se


encontrar com O’Brien, membro do Núcleo do Partido, em tese a última
pessoa em que eles deveriam confiar. Com a desculpa de emprestar um
dicionário da Nova fala, O’Brien convida Winston a comparecer ao seu
apartamento.

É através de O’Brien que todas as verdades sobre o Partido são


reveladas. Enquanto os proletas viviam na miséria absoluta e os
membros comum do Partido tinham direito a rações controladas, os
membros do Núcleo viviam no luxo, com tudo que era negado aos
demais; inclusive, tinham o poder de desligar suas teletelas, como
O’Brien faz questão de demonstrar a Winston e Julia em seu
apartamento.

Nesse único encontro com O’Brien, Winston revela o lugar que


ele e Julia utilizam para se encontrar; é lá que ambos serão finalmente
presos e levados aos porões do Ministério do Amor.

O’Brien leva Winston a crer que existe uma Confraria, que ele
próprio é membro dessa luta armada contra o Partido. Nessa armadilha
preparada unicamente com o propósito de prender Julia e Winston,
O’Brien entrega o Livro, supostamente escrito por Goldstein com todas
as verdades sobre o Partido.
Winston e Julia são finalmente presos no quarto que alugavam do
Sr. Charrington, na verdade um membro da Polícia das Ideias. O quarto
estava com uma teletela escondida; eles estavam sendo espionados o
tempo todo.

Na prisão, o próprio O’Brien se responsabiliza pela tortura e


questionamento de Winston; todas as verdades são reveladas a este,
justamente por não ter condição nenhuma de argumentar. No entanto,
Winston permanece sem saber o principal: o Grande Irmão existe? A
Confraria existe? Golsdein realmente existiu? O’Brien, cinicamente, faz
questão de que essas sejam as poucas perguntas que não terão
respostas.

O’Brien confirma que o Livro fora escrito pelos próprios membros


do Partido, que Winston era constantemente vigiado há sete anos por
ele próprio. O’Brien se revela um fanático, mas ao mesmo tempo com
uma inteligência e capacidade de argumentação espantosa.

Mais que matar os inimigos, o objetivo da tortura e da prisão é


promover uma verdadeira lavagem cerebral nos indivíduos. Aliás, tudo
relacionado à doutrina do Partido era uma constante lavagem cerebral.
Como argumenta O’Brien, se o Partido disser que dois e dois são cinco,
assim será.

O Quarto 101 é um inferno personalizado. Como Winston tem


pavor de roedores, os torturadores colocaram uma máscara em seu
rosto com uma abertura para uma gaiola cheia de ratos famintos
separada apenas por uma portinhola. A única forma de escapar era
renegar o perigo maior ao Partido, o amos a outra pessoa acima do
Grande Irmão.

Winston não sabe quanto tempo passa na prisão; no fim,


extenuado física e mentalmente, ele capitula: aceita o Partido, aceita a
doutrina, promete a si mesmo esquecer Julia. É nesse momento que ele
é finalmente solto.
Em liberdade, Winston ganha um novo cargo no Ministério da
Verdade, mas ele nunca mais será o mesmo. Praticamente, ele se torna
um alcoólatra; reencontra Julia, que também sobreviveu, mas esta
também não é mais a mesma, nenhum dos dois será jamais o que eram
antes.

Winston, libertado, termina seus dias tomando Gim Vitória e


jogando sozinho xadrez no Castanheira Café. Ao fundo, seu rosto
aparece na teletela confessando vários crimes. Ele foi solto e teve sua
posição rebaixada para um trabalho ordinário num subcomitê. Trajetória
de milhares de pessoas de regimes totalitários, como o tcheco Thomaz
de "A Insustentável Leveza do Ser" de Milan Kundera, o caso do médico
que vira pintor de paredes ao renegar as ordens do partido não é muito
diferente daqueles que não se adaptam em suas profissões no mundo
livre S/A. Júlia escapa também do Quarto 101.

O Partido os separou e os dois só voltaram a se encontrar


ocasionalmente. Já não eram mais as mesmas pessoas. Tinham
"crescido" e se traído. Wisnton, no Café Castanheira, sorri. Está
completamente adaptado ao mundo. Finalmente ele ama o Grande
Irmão.

O fim é melancólico. Winston sabe que, mais cedo ou mais tarde,


será executado; assim lhe foi informado na prisão. Mas ele não se
importa em viver ou morrer. Ele perde a própria capacidade de
raciocinar, de formular pensamentos.

O mais famoso romance de George Orwell relata uma história


que se passa no "futuro", ano de 1984, na Inglaterra e a transformação
da realidade é o tema principal desta obra.

Disfarçada de democracia, a Oceania vive um totalitarismo desde


que o IngSoc (o Partido) chegou ao poder sob a regência do onipresente
Grande Irmão (Big Brother). O livro conta a história de Winston Smith,
membro do partido externo, funcionário do Ministério da Verdade. A
função dele era a de reescrever e alterar dados de acordo com o
interesse do Partido.

REFERENCIAS

LIVRO 1984 PDF

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