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RITUAL DE EMULAÇÃO

O GRAU DE COMPANHEIRO MAÇOM


À Glória do G.A.D.U.
FABIO MENDES

RITUAL DE EMULAÇÃO
O GRAU DE COMPANHEIRO MAÇOM

1ª edição

Sorocaba-SP
Edição do Autor
2012
RITUAL DE EMULAÇÃO
O Grau de Companheiro Maçom
Copyright © 2012, Fábio Mendes.
Capa/Figuras-Imagens/Diagramação:
Fábio Mendes
Publicação e venda:
Clube de Autores: www.clubedeautores.com.br
Impressão:
AlphaGraphics: www.alphagrafics.com.br
Original revisado em:
16.04.2014

MENDES, Fábio.
RITUAL DE EMULAÇÃO – O Grau de Companheiro
Maçom/Fábio Mendes. Sorocaba (SP): Editado pelo Autor, 2012.
148 p.
ISBN: 978-85-910509-3-2
Inclui fontes e bibliografia
1. Maçonaria – Simbolismo. 2. Ritual – Procedimentos. I. Título.
CDD 366.1
CDU 061.236.6
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico,
inclusive por meio de processos xerográficos, incluindo ainda o uso da internet, sem a permissão expressa do autor, o
editor desta obra. (Lei n.º 9.610, de 19.2.98).
Todos os direitos desta edição reservados ao Editor:
Fábio Mendes
Ritual Emulação – A Maçonaria Inglesa no Brasil
www.ritualemulacao.com
contato@ritualemulacao.com
“É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa.
Mas graça das graças é não desistir nunca.”
Dom Hélder Câmara
AGRADECIMENTOS E DEDICATÓRIAS
Novamente, como não poderia deixar de ser, agradeço e dedico
esta obra a todos os Irmãos que diariamente me escrevem e-mails, seja
questionando, sugerindo, parabenizando ou até mesmo criticando, nesta obra
os que tanto me cobraram para que fosse logo publicada. Estes contatos –
vocês - são o meu combustível, a minha maior motivação de continuar os
estudos e pesquisas em relação ao Ritual de Emulação.
Dedico, outrossim, a todos os Irmãos espalhados pelos quatro
cantos do Brasil e do mundo. Agradeço a Deus, o nosso Grande Arquiteto do
Universo, por me conceder a luz, a sabedoria e o discernimento, nesta minha
caminhada em favor da Ordem, em todos os aspectos de minha vida.
Seria aqui injusto que eu fizesse nesta obra agradecimentos
nominais, pois fatalmente me esqueceria de alguém, o que seria imperdoável.
Assim, de uma forma geral faço o agradecimento a todos os Irmãos que me
apoiam, torcem e querem o meu bem. Que Deus abençoe a todos e às suas
respectivas famílias.
Um grandioso e fraterno abraço,
O Autor.
Sorocaba (SP), julho de 2012.
ÍNDICE:
PREFÁCIO DO AUTOR
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO AO GRAU DE COMPANHEIRO MAÇOM
CAPÍTULO 2: O CANDIDATO À PASSAGEM
2.1. INTERVALO ENTRE OS GRAUS
2.2. O CANDIDATO
CAPÍTULO 3: A CERIMÔNIA DE PASSAGEM
3.1. A PREPARAÇÃO DO CANDIDATO
3.2. AS PERGUNTAS QUE ANTECEDEM A PASSAGEM
3.3. DA ABERTURA NO GRAU DE COMPANHEIRO PARA CERIMÔNIA DE PASSAGEM
3.4. OS OFICIAIS RESPONSÁVEIS PELA CERIMÔNIA
3.4.1. Do Cobridor
3.4.2. Do Guarda Interno
3.4.3. Dos Diáconos
3.4.4. Do Capelão
3.4.5. Dos Vigilantes
3.4.6. Do Venerável Mestre Imediato - V.M.I.
3.4.7. Do Venerável Mestre - V.M.
3.4.8. Um Ex-Venerável Mestre - Um E.V.M.
3.5. PECULIARIDADES DA CERIMÔNIA DE PASSAGEM
3.5.1. O juramento e as penalidades
3.5.2. Chamada para Descanso e para Trabalho
3.5.3. Delegação de passagens do ritual
3.5.4. Sobre a explanação da Tábua de Delinear do Segundo Grau na Cerimônia de Passagem
3.5.5. Assento do Companheiro em Loja, após a cerimônia.
3.5.6. O Companheiro no Jantar Festivo.
CAPÍTULO 4: O GRAU DE COMPANHEIRO MAÇOM
4.1. O COMPANHEIRO NA MAÇONARIA OPERATIVA
4.2. O COMPANHEIRO NA MAÇONARIA ESPECULATIVA
4.3. O SN. E O T. DO COMPANHEIRO
4.4. O AVENTAL DO COMPANHEIRO
4.5. A PEDRA ESQUADRADA
4.6. A LETRA “G”
4.7. A ESCADA EM CARACOL (OU ESPIRAL/SINUOSA)
4.8. AS SETE ARTES LIBERAIS
4.8.1. Gramática
4.8.2. Retórica
4.8.3. Lógica
4.8.4. Aritmética
4.8.5. Geometria
4.8.6. Música
4.8.7. Astronomia
4.9. AS CINCO NOBRES ORDENS DE ARQUITETURA
4.9.1. A Ordem Toscana
4.9.2. A Ordem Dórica
4.9.3. A Ordem Jônica
4.9.4. A Ordem Coríntia
4.9.5. A Ordem Compósita
4.9.6. Influência na Maçonaria Operativa
4.9.7. Simbolismo Maçônico das Ordens
4.9.8. Influência na Maçonaria Especulativa
4.10. A CÂMARA DO MEIO
4.11. FERRAMENTAS DE TRABALHO DO C. M.
4.11.1. O Esquadro
4.11.2. O Nível
4.11.3. O Prumo
4.12. A COLUNA “J”
4.12.1. O Globo Celeste sobre a Coluna J
4.13. A TÁBUA DE DELINEAR (OU TRAÇAR)
4.13.1. Explanação da Tábua de Delinear do Companheiro
CAPÍTULO 5: A RITUALÍSTICA NO GRAU DE COMPANHEIRO
5.1. ABERTURA NO GRAU DE COMPANHEIRO
5.2. O VOLUME DA LEI SAGRADA (V.L.S.)
5.3. ENCERRAMENTO DO GRAU DE COMPANHEIRO
5.4. OUTRAS CONSIDERAÇÕES
APÊNDICE
A1. A PRELEÇÃO DO COMPANHEIRO MAÇOM
A Preleção do Segundo Grau
A2. CARTA AO COMPANHEIRO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PREFÁCIO DO AUTOR

Em 2010 lancei-me no desafio de ser escritor maçônico. Confesso que


sentia um grande frio na barriga, com medo das críticas, tudo porque não iria
ser mais um a “chover no molhado”, ou seja, não iria escrever algo que
outros (no Brasil) já tivessem escrito, não escreveria sobre um sistema de
trabalho maçônico popular como o REAA, mas sobre um sistema de trabalho
oriundo da Inglaterra, adotado pelo Brasil por diversas potências, mas que
estava com muitas impropriedades, e este era o grande problema, teria que
apontar os erros, de forma fundamentada, para convencer seus praticantes
que haviam de voltar no caminho percorrido, para pegarem o rumo certo, mas
desta vez sólido e bem fundamentado.
No ano citado dei uma singela contribuição à Ordem, decidi lançar
um livro, Ritual de Emulação – A Maçonaria Inglesa no Brasil. Foi um
livro considerado por mim como “emergencial”, pois diariamente respondia
diversos e-mails de irmãos de todo o Brasil, e sentia que havia uma procura,
uma necessidade de informação. Com o livro poderia atingir muitos irmãos, e
contribuir ainda mais, porque eu não poderia colocar em suas cabeças
dúvidas do que faziam de errado apenas por e-mail, mas com o livro sim,
poderia despertá-los a buscar mais informações, e mais fundamentações.
Graças a Deus, foi um sucesso e muito bem aceito.
Com os sinais positivos de aceitação decidi lançar-me num desafio
ainda maior, esmiuçar o Ritual de Emulação, grau por grau. Foi então
lançado o segundo livro, Ritual de Emulação – O Grau de Aprendiz
Maçom. Um trabalho de pesquisa mais profundo e focado, justamente do
grau onde tudo acontece numa Loja de Emulação. A aceitação foi ainda
maior, e a certeza de que estava no caminho certo. E melhor, que meu
trabalho estava realmente ajudando muitos irmãos interessados e
preocupados, por todo o nosso Brasil. O melhor foi que meus livros
chegaram a irmãos de outros países, como Paraguai, Chile, Bolívia,
Argentina e Portugal.
Visando sanar outra lacuna no interesse de muitos irmãos, editei junto
com o Irmão Ronaldo Camillo o ritual para uso em Lojas, dos três graus,
vendido por mim e por ele diretamente. Outro sucesso de aceitação.
Agora, dando continuidade ao trabalho de pesquisa, venho apresentar
o Ritual de Emulação – O Grau de Companheiro Maçom, um estudo mais
profundo e exclusivo do Grau de Companheiro Maçom, um grau fabuloso,
que convida o Maçom a uma viagem de conhecimento e aprimoramento de
seu intelecto.
O grau de Companheiro Maçom é um grau que prioriza o
conhecimento, tanto para aprimoramento pessoal como para ser um melhor
construtor social.
Nesta obra o Irmão poderá continuar seus estudos, sanar muitas
dúvidas e expandir seus horizontes maçônicos, com informações que muitas
vezes chegam a ser exclusivas, e muito bem fundamentadas, justamente pelo
material de pesquisa disponível ao autor.
Esta é uma obra que traz a mesma preocupação com a qualidade das
informações, cujo único intuito é contribuir para Ordem, ajudando na boa
prática deste Sistema de Trabalho Maçônico, que conforme já amplamente
explicado, é tradicional e com referência forte de uma Loja de Instrução, a
Emulation Lodge of Improvement.
Esta obra é pra vocês, meus Irmãos.
Uma ótima leitura!
Um grande e Fraterno abraço.

O Autor,
Sorocaba (SP), julho de 2012.
RITUAL DE EMULAÇÃO
O Grau de Companheiro Maçom
CAPÍTULO 1:
INTRODUÇÃO AO GRAU DE
COMPANHEIRO MAÇOM
Até 1730 existiam apenas dois graus na Franco-maçonaria, ou no
Sistema Maçônico Inglês[1]. Estes eram o Grau de Aprendiz e o de
Companheiro (Fellow Craft – or Fellow of the Craft)[2]. E era então da Loja
de Companheiros que o Mestre da Loja era eleito a cada ano, cujo requisito a
ser cumprido era o de ter servido como Vigilante no mínimo por um ano.
Hodiernamente nós temos três graus na Franco-maçonaria, e este terceiro
tornou-se com o Grau de Mestre Maçom.
Como já foi estudado no livro que antecedeu este volume, no Primeiro
Grau foram ensinados ao Aprendiz, os deveres dele perante Deus e para com
as criaturas que nos circundam, mormente nossos semelhantes, esta
Divindade é referida na Franco-maçonaria por “G.A.D.U. – O Grande
Arquiteto do Universo”.
Neste Grau de Companheiro, busca-se o aprimoramento dos
relacionamentos humanos e deste com o mundo que vivemos e cujo qual fora
criado pelo G.A.D.U.
Veremos, neste volume, que durante a Cerimônia de Passagem, o
candidato é informado que a partir daquele momento ele tem “permissão”
para estender suas pesquisas, de forma a aprofundar-se nos mistérios da
Natureza e da Ciência. É curiosa esta terminologia “permitir”. O Segundo
Grau assume que lhe sendo ensinado no Primeiro Grau, seus deveres para
com Deus e seus semelhantes, que agora ele é suficientemente responsável e
maduro para aprender sobre o Universo que vivemos, sendo capaz de usar
seus dons para o benefício de todos e não de forma abusada em benefício
próprio.
Conhecimento sem moral pode ser uma coisa muito perigosa! Afinal,
a aplicação do conhecimento pode ser para o benefício ou malefício da
sociedade, visando interesses próprios. A moral é que será a delimitadora e,
por que não, o filtro de aplicação do conhecimento. Quantos casos
conhecidos de pessoas muito inteligentes e que usam todo o seu
conhecimento para prejudicar outrem? Ex.: Hackers, Médicos, Advogados,
Engenheiros, Políticos. etc.
Enfim, no Grau de Companheiro veremos que há um aprofundamento
nos mistérios da Ordem, mas que o Irmão está apenas na metade do caminho,
como o próprio nome da cerimônia sugere, é a Passagem, uma grande ponte
que serve de ligação entre o Aprendiz e o Mestre.
CAPÍTULO 2:
O CANDIDATO À PASSAGEM

A Passagem do Aprendiz ao Grau de Companheiro marca o seu


progresso dentro da Ordem. Lógico que parte disso é seu mérito, mas outra
parte é o progresso natural externo que já foi mencionado no Livro deste
autor sobre o Grau de Aprendiz. A responsabilidade pelo progresso natural
interno não depende de ninguém mais que o próprio Maçom. Como membro
da Ordem, e/ou da sociedade, devemos ter em mente sempre buscar o
crescimento, aprimorando nossos valores, dedicando-nos aos estudos, entre
outras coisas.
Há, sem dúvida, os que apenas se preocupam com os rótulos, ou seja,
alcançar o mais rápido possível altos graus, e sentir-se melhor que os outros.
Para este, o Ritual de Emulação não é o Sistema ideal, visto que a grande
importância neste sistema é ao simbolismo, ou seja, a Craft, digo, Graus de
Aprendiz, Companheiro e Mestre. Primeiro, Segundo e Terceiro Graus, nada
mais que a chamada Blue Lodge. Depois disso, não há mais graduação, e isto
já fora explicado em outra obra, quando foi discorrido sobre a diferença entre
Rito e Ritual[3].
Depois do grau de Mestre, o passo mais importante é o Capítulo do
Santo Arco Real. Mas isto é um assunto para a próxima obra, sobre o Grau de
Mestre, que será lançada após esta, se Deus quiser.
É importante a consciência de que o Maçom, passado ao Grau de
Companheiro, está na metade do caminho na Franco-maçonaria. O Grau de
Companheiro é este elo entre o princípio e a conclusão dos Graus da Ordem,
do Ofício, enfim, da Craft. Deve ele, portanto, dedicar-se neste grau, explorar
seus conhecimentos, que são muito belos, e priorizam o intelecto. Muitos não
dão a importância a este grau como ele merece, acabam “queimando” esta
etapa tão importe no progresso. Enquanto Aprendizes, os maçons visam logo
o Grau de Mestre, para poderem exercer cargos de “importância”, querem
logo ser o Mestre da Loja[4], mas não percebem que este ímpeto é fruto de
vaidade, e que não se pode ter pressa. Um bom Mestre da Loja é aquele que
passou bem por todas as etapas até ocupar a Cadeira da Loja, pois ali é o
assento de onde subentende-se vir o conhecimento, a Luz. O conhecimento
não vem pela simples honraria externa, mas é buscado internamente, pelo
interesse em aprender, e em atos de aprendizado, sustentados pela humildade.
2.1. INTERVALO ENTRE OS GRAUS
Diferentemente dos outros sistemas de trabalho maçônico, pelo
sistema inglês, no nosso caso de estudo, o Ritual de Emulação, não é
necessário um intervalo muito grande para se conferir os graus ao membro da
Ordem. No Brasil, costuma-se deixar o Aprendiz anos nesta graduação, para
só então ser-lhe conferido o Grau de Companheiro, depois de receber
TODAS as Preleções, e ainda apresentar “trabalhos”.
Já falei no livro sobre o Grau de Aprendiz, que as Preleções não são
dadas em Loja na Inglaterra, e que também NÃO EXISTE a prática de
trabalhos aos maçons[5]. Agora esta informação pode aqui ser corroborada,
pois pela regra nº 172, do Livro das Constituições[6], o intervalo para
conferir um Grau ao maçom não deve ser menos que 04 (quatro) semanas,
ou seja, um mês. Sim, o Irmão que fora iniciado, em um mês pode ser
passado ao Grau de Companheiro, e depois de mais um mês, ao grau de
Mestre. Diz ainda a regra, que a Cerimônia que for realizada sem a sua
observação será nula. No entanto, pode o Grão-Mestre, sob recomendação do
Grande Secretário, validar uma cerimônia que não tenha observado esta
regra, desde que ele observe nela condições adequadas para a sua validação.
Ou seja, é estritamente de caráter subjetivo, e pode ser conferido grau
superior com menos de 4 semanas, se assim for necessário, dependendo do
caso.
Porquanto, como toda regra tem a sua exceção, a regra 172 do Livro
das Constituições tem sua exceção na regra nº 90 deste mesmo dispositivo
legal, que prevê a dispensa para conferir graus em intervalos curtos, não
sendo este menor que uma semana, se for autorizado – em casos justificados
à urgência – pelo Grão-Mestre Distrital, se a Loja estiver sob jurisdição
Distrital, ou pelo Grão-Mestre, se a Loja não estiver jurisdicionada a algum
Distrito.
Então, num pensamento lógico, como seria possível – e ser um pré-
requisito – o ministrar de Preleções, e ainda mais exigir um trabalho para
isso, se o intervalo de tempo para conferência de grau é tão curto? A resposta
é simples, no sistema inglês, não se utiliza esta prática adotada no Brasil.
2.2. O CANDIDATO
O candidato à passagem é o Aprendiz, que como dito acima, tenha
sido iniciado há pelos menos quatro semanas, ou em casos excepcionais, há
não menos que uma semana. Este candidato deve ser, assim como na
iniciação, proposto e secundado em Loja aberta, e a sua passagem tem de ser
aprovada.
Deve também constar das minutas, ou Livro de Atas, que o candidato
foi proposto, secundado e aprovado em Loja Aberta, já consignando nesta
ata, qual será o dia de sua cerimônia.
Outro ponto de suma importância é que este candidato à Passagem,
tão logo sua aprovação em Loja, seja advertido que no dia da Cerimônia,
porém, antes dela, será submetido a uma bateria de perguntas, as quais se
espera que saberá responder de forma clara, objetiva e segura. Talvez este
seja o grande teste no sistema inglês para habilitar o Aprendiz a ser passado
ao Grau de Companheiro. Falaremos melhor deste assunto mais adiante.
Um requisito importante está previsto na regra nº 173 do L.C.[7], que
diz que nenhuma Loja conferirá graus, mediante Passagem ou Elevação[8], a
quem tenha sido iniciado em outra Loja, que não aquela cujo grau será
conferido. Apenas caberá a exceção se for encaminhado um requerimento por
escrito do Mestre (ou em sua ausência, um dos Vigilantes) e do Secretário da
Loja na qual o candidato tenha sido iniciado. Via de regra, o maçom deve ser
iniciado, passado e elevado na mesma Loja, e não em Lojas diferentes.
Porém, o mundo está globalizado, e mesmo em menor escala, dependendo da
profissão do Irmão, o faz um nômade profissional, permanecendo pouco
tempo em cada lugar, ou intervalos de tempo, o que faz com que sua vida
maçônica seja sempre reorganizada. Ademais, pode advir outras
circunstâncias impeditivas ao progresso na mesma Loja, assim, a norma
prevê uma adequação, garantindo o progresso do Irmão.
De qualquer forma, o Irmão que tenha sido passado ou elevado nestas
condições (em lojas diferentes de sua iniciação) deverá ter seu Certificado
enviado ao Grande Secretário e à Loja de onde provém.
CAPÍTULO 3:
A CERIMÔNIA DE PASSAGEM
Como começamos a dizer na Introdução, antes de 1730, havia apenas
dois graus na Maçonaria, os de Aprendiz e de Companheiro, e era a partir da
Loja do Grau de Companheiro que o Mestre da Loja era eleito a cada ano,
desde que ele tivesse servido, pelo menos, um ano como Vigilante.
Atualmente temos três graus, sendo o terceiro o de Mestre Maçom. Durante o
Primeiro Grau são ensinados os deveres para com Deus e aos seus
semelhantes, a divindade sendo referido como “G.A.D.U.” Neste Grau de
Companheiro o Candidato é ensinado sobre a relação do homem com o
mundo em que vivemos e que foi criado pelo “G.A.D.U.” Ele é informado
durante a cerimônia que estava a partir de então “permitido” a estender suas
pesquisas sobre os mistérios ocultos da Natureza e da Ciência.
Observamos a curiosa terminologia “permitido”. O Segundo Grau
assume que, tendo sido ensinado no Primeiro Grau os seus deveres para com
Deus e seus semelhantes, agora o Candidato torna-se responsável e maduro o
suficiente para aprender sobre o Universo em que vivemos, para usar seus
dons para o benefício de todos e não abusar deles e proveito próprio.
Conhecimento sem a moral pode ser uma coisa muito perigosa! Como já dito.
Assim como os Maçons Operativos tinham que provar sua
proficiência em um nível de trabalho, deste modo é que o Candidato prova
sua competência como Maçom Especulativo Livre e Aceito, e conquista a
oportunidade de ser “passado” para o Grau de um Companheiro Maçom. O
nível de progresso neste grau é marcado pelo posicionamento do Esquadro e
Compasso sobre o V.L.S., que é diferente do Primeiro Grau.
A Cerimônia de Passagem é a mais curta das três Cerimônias, mas
nem por isso pode ser considerada a menos importante delas, ao contrário,
todas as três estão no mesmo nível de importância e valor, tendo em vista que
é um progresso, e não se chega ao fim do caminho, pulando algumas etapas.
Embora a Iniciação tenha sido, obviamente, muito importante ao
Candidato, por ter sido a sua recepção na Maçonaria, o principal objetivo do
Segundo Grau é imprimir no Candidato sobre a importância de desenvolver a
sua capacidade intelectual, estudando os mistérios ocultos da natureza e da
ciência, ou seja, as chamadas “Artes Liberais”: Gramática, Retórica,
Lógica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia. Em outras palavras,
ser aberto à aprendizagem ao longo da sua vida.
O objetivo do Segundo Grau é em primeiro lugar, reconhecer o
progresso que o Maçom fez na Ordem e, em segundo lugar, construir sobre o
seu conhecimento, abrindo o caminho para continuar a aprender.
3.1. A PREPARAÇÃO DO CANDIDATO
Assim como a Cerimônia de Iniciação, a Cerimônia de Passagem tem
o seu simbolismo e um objetivo a ser alcançado, mormente na modificação
de condição do membro da Loja. Desta feita, não poderá passar o Candidato
pela cerimônia de forma igual ao que habitualmente participa das sessões da
Loja, ou seja, ele precisará ser preparado em seus trajes, de forma a estar apto
a ser submetido à Passagem. Muda-se externamente como parte de um
simbolismo a objetivar a mudança interna.
Portanto, a preparação do candidato para a Passagem deve, assim
como na iniciação, ser feita pelo Cobridor, em uma sala contígua à Loja e
consiste em:
1) Ser desp. dos met...s;
2) O...os NÃO vend...s;
3) B...o e p...to esq., e j. dir. desn...s;
4) P. esq. calçado com ch.
Existe também – como na Iniciação - o costume antigo nas Lojas
Inglesas que é a prática de despir o candidato de suas vestes habituais e vesti-
lo com um pijama branco, próprio da Loja, sendo preparado da mesma
forma descrita acima, somente diferenciando que neste caso, ambos os pés
são calçados com chinelos.
Vale lembrar, como dito na obra do Grau de Aprendiz, que a prática
de trotes e brincadeiras deselegantes é dispensável também no momento que
antecede esta Cerimônia, e que na visão deste autor, deveria ser por completo
abolida esta prática no seio de nossa Ordem.
Talvez nem tanto quanto na Iniciação, mas o Candidato à Passagem
pode estar nervoso, eis que mesmo sendo membro, passará por momentos
que desconhece, e também pode estar emocionado com seu progresso, por
isso é altamente recomendado tratar-lhe com respeito e dar-lhe todo o suporte
necessário para que se sinta o mais relaxado, e que assim absorva o máximo
do simbolismo empregado na Cerimônia.
3.2. AS PERGUNTAS QUE ANTECEDEM A PASSAGEM
Antes da Cerimônia de Passagem, o Candidato passará por um
pequeno teste, cujo êxito o habilitará por completo a ser passado ao Grau de
Companheiro. Este teste consiste em responder, diretamente ao V.M.
algumas perguntas, como requisito de prova da sua proficiência no Grau
anterior.
O Mestre da Loja (V.M.) deve ter certeza de que o candidato a ser
passado tenha sido advertido que será requisitado a responder certas questões.
É impensável que o candidato falhe neste quesito por falta de preparo e
ensaio pelo Cobridor, seu proponente, seu secundador, padrinhos, ou por
qualquer outro de seus amigos, que se congratulam com este momento de
progresso na Ordem. Alguém tem que orientar o Candidato, tão logo seja ele
aprovado em Loja, que deverá estudar as questões a serem respondidas no dia
de sua Passagem. Seria muito embaraçoso que ele fosse pego de surpresa
quando do anúncio do V.M. e se virasse ao Diácono e dissesse: “Questões?
Que questões?”. Dá pra imaginar o constrangimento, não é?
Um ponto importante é que estas perguntas são feitas ao Candidato
com a Loja aberta no Grau de Aprendiz, e não é necessário que os
Aprendizes deixem a Loja, pelo contrário, é até recomendado que presenciem
as perguntas e respostas, como forma de aprendizado e um pré-treino aos
seus próprios futuros testes.
Normalmente o V.M. anuncia que o próximo item da Ordem do Dia é
a passagem do Ir. “Fulano de Tal”. Este Irmão, após o anúncio do V.M. se
levanta, o 2º Diácono dirige-se até ele e o conduz ao N. do p. do 1º Vigilante,
e ambos ficam voltados ao L.
Abaixo, as tais questões que ele deverá responder.
Perguntas antes da Passagem
V.M. Onde primeiramente foi preparado para ser feito Maçom?
Can. Em meu cor.
V.M. Onde em seguida?
Can. Numa sala conveniente, contígua à Loja.
V.M. Descreva a maneira pela qual foi preparado.
Can. Fui desp. dos m...s, meus o...s foram vend...s. Meu b...o d...o, p...o es...o
e j. es...o foram desn...s, meu p. d. foi calç...o com ch...o, e uma c...a
com nó cor...o foi colocada em meu p...o.
V.M. Onde foi feito Maçom?
Can. No seio de uma Loja justa, perfeita e regular.
V.M. E quando?
Can. Quando o sol estava em seu meridiano.
V.M. Neste país as Lojas de Franco-maçons geralmente se reúnem à noite;
que explicação se pode dar a isto, que à primeira vista parece um
paradoxo?
Can. Girando constantemente a Terra, sobre seu eixo, em sua órbita ao redor
do Sol e, estando a Franco-maçonaria universalmente espalhada sobre
sua superfície, segue-se necessariamente que o Sol deve sempre estar
em seu meridiano em relação à Franco-maçonaria.
V.M. O que é Franco-maçonaria?
Can. Um sistema peculiar de moralidade, velado por alegorias e ilustrado por
símbolos.
V.M. Indique os grandes princípios sobre os quais está fundamentada a
Ordem.
Can. Amor fraternal, caridade e verdade.
V.M. Quais são as pessoas dignas e aptas para serem feitas Maçom?
Can. Homens justos, honrados e livres, de maior idade, bom senso e rigorosa
moral.
V.M. Como você sabe que é Maçom?
Can. Pela regularidade de minha iniciação, repetidas provas e aprovações, e a
disposição de a qualquer tempo submeter-me a um exame quando
devidamente convidado.
V.M. Como demonstra aos outros ser um Maçom?
Can. Por Sns. Ts. e os pontos perfeitos de minha entrada.
3.3. DA ABERTURA NO GRAU DE COMPANHEIRO PARA
CERIMÔNIA DE PASSAGEM
Quando consta da Ordem do Dia a Cerimônia de Passagem, algumas
modificações ocorrem, primeiro que antes da abertura da Loja no Grau de
Companheiro, são realizadas algumas perguntas ao Candidato, conforme
explicado no tópico acima. Após serem realizadas as perguntas, o V.M.
solicita a cobertura da Loja para os Aprendizes, o que significa que todos eles
deverão ser conduzidos para fora da sala da Loja. Esta tarefa é do Diretor de
Cerimônias. Lá fora, o Cobridor deve ter a preocupação de acomodar os
Aprendizes em um local que se distancie ao máximo da porta da Loja, porque
haverá passagens ritualísticas que não podem ser presenciadas ou ouvidas por
eles.
Pois bem, após a cobertura da Loja, segue-se com a abertura no
Segundo Grau, porém, como será realizada um cerimônia, e o Candidato está
lá fora, provavelmente à porta da Loja, o final da abertura é conduzido de
forma diferente, e isto normalmente é previsto no Ritual, que menciona que
as b...s são dadas de forma silenciosa. Os Vigilantes com baixa intensidade
nos malhetes, e o G.I. não dá as b...s do Grau na porta da Loja, como de
costume, mas sim com sua m. d. em sua manga esq...a, sem nem ao menos
que seja necessário sair do seu lugar. Uma pequena modificação, mas que faz
toda a diferença em respeito à ritualística e cobertura do Grau, mas que
muitos acabam se esquecendo e promovendo a abertura no segundo sem estes
cuidados, acabando assim por revelar os segredos do grau a quem não deve
(aprendizes) e antecipando estes a quem poderia recebê-los em momento
oportuno (candidato).
É o que eu já disse, para as Cerimônias são necessários treinos,
dedicação e leitura detalhada do Ritual. Tem que se doar, fazer o melhor de
si, para que a Cerimônia seja coroada de êxito e beleza. Tudo em respeito ao
próprio ritual, mas principalmente à Loja e ao Candidato.
3.4. OS OFICIAIS RESPONSÁVEIS PELA CERIMÔNIA
Aqui valem as mesmas observações que já foram feitas na obra sobre
o Grau de Aprendiz, deste mesmo autor, e que se o Irmão leitor desta, como
se espera, tratar-se de um Irmão estudioso e preocupado com um “crescer” no
conhecimento, fatalmente deve ter adquirido aquela obra, pois esta é
continuidade, dispensando a repetição do que já fora dito.
Uma Cerimônia é um dos momentos mais importantes na sessão de
uma Loja, seja de que Sistema de Trabalho Maçônico for, pois é um
momento sublime onde mistérios da Ordem são revelados, onde um
simbolismo oculto é apresentado ao candidato, levando-o a uma viagem ao
seu interior, por isso se espera dos oficiais responsáveis pela condução da
cerimônia um comprometimento ao trabalho desenvolvido, respeito ao Ritual
e ao Candidato. Mas de que forma se atinge estes requisitos,
comprometimento e respeito? Simples, assumindo a responsabilidade que lhe
cabe, cumprindo fielmente seu encargo. Como é dito, se cada oficial tiver a
sua parte do ritual bem assimilada, e uma visão geral do todo, a chance da
cerimônia beirar a perfeição será muito grande, e erros serão ínfimos e,
talvez, imperceptíveis.
Da Cerimônia de Passagem participam dez oficiais (Cobridor, G.I.,
P.D., S.D., Capelão, P.V., S.V., V.M.I., V.M. e um Ex-V.M.), ou seja, um a
mais que na Cerimônia de Iniciação, porém, não há problema algum, se a
Loja tiver o costume sadio e recomendado de praticar ensaios, tudo dará
certo. Ensaios servem justamente para harmonizar as funções de cada um,
para que o todo seja sinérgico.
Vamos então discorrer sobre as funções de cada Oficial na Cerimônia
de Passagem.
3.4.1. Do Cobridor
Cabe-nos, novamente, iniciar a observação deste cargo salientando
que o seu ocupante deve ser um Irmão experiente, ao menos na Cerimônia de
Passagem, pois a ele cabem os primeiros encargos - pré-cerimônia – dentre os
quais, o de treinar com o Candidato as respostas para as perguntas antes da
passagem (vide item 3.2.), se os proponente e secundador assim já não o
fizeram; e preparar o Candidato para a Cerimônia, após as respostas, quando
ele deixar a sala da Loja, para que ela seja aberta no Segundo Grau. A
preparação deve ser estritamente como mandam os antigos costumes, ou com
o uso de pijamas, como adotam muitas Lojas Inglesas (vide item 3.1.).
Importante ressaltar que no Ritual de Emulação NÃO HÁ surpresas,
ou seja, TODOS os membros da Loja já sabem de antemão a Ordem do Dia,
e que nela há a Cerimônia de Passagem, pois espera-se que tenham sido
devidamente convocados pelo Secretário da Loja. Assim, como a Cerimônia
de Passagem segue da Loja já previamente aberta no Grau de Aprendiz, e o
Candidato só sai para ser preparado depois de responder às perguntas, deve o
Cobridor certificar-se antes da Loja ser aberta, que o Candidato treinou as
respostas, junto a ele ou de seus proponente e secundador.
Pois bem, a primeira coisa que o Cobridor deve lembrar é que na
abertura da Loja no Segundo Grau o procedimento é diferenciado, e que ele
não precisa ficar à porta da Loja, esperando para retribuir as batidas do G.I.,
pois estas não ocorrerão, uma vez que há um Candidato à Passagem consigo,
e que a ele ainda não é o momento der ser revelado tal mistério[9]. Sua
preocupação quando o Candidato se retira para ser preparado é apenas com
ele, e também em acomodar os aprendizes que igualmente tiveram de se
retirar, em um local apropriado, que não acompanhem a preparação do
Candidato e que não percebam a abertura da Loja no Segundo Grau. Como
dito, há mistérios neste procedimento que ainda não podem ser revelados.
Quando enfatizamos que o Cobridor deve ser um Maçom experiente,
não é por acaso, pois quando terminar de preparar o Candidato, sua
experiência é que lhe dará a segurança necessária para efetuar as b...s de
Aprendiz na porta da Loja, estando certo que a Loja já se encontra aberta no
Segundo Grau, e então já pode dar este sinal, de que o Candidato encontra-se
devidamente preparado. Estar devidamente preparado significa além do
aspecto físico, pois, convém ainda, que o Cobridor treine com o Candidato o
T. de P. e a P. de P. que ele recebeu do V.M. antes de deixar a Loja, após as
respostas das perguntas. Estes itens serão solicitados pelo G.I. na porta da
Loja.
Como na Cerimônia de Iniciação, o diálogo na porta da Loja com o
G.I. deve ser audível em seu interior. Pois bem, a participação do Cobridor na
Cerimônia de Passagem efetivamente começa com as b...s de Aprendiz na
porta da Loja, avisando com isso que um Candidato à Passagem encontra-se
na porta.
A nova atuação do Cobridor dar-se-á quando o Candidato se retira da
Loja para retomar seu conforto pessoal. Neste momento, fora da sala da Loja,
o Cobridor auxilia o Candidato a vestir-se de forma adequada, inclusive com
o Avental de C.M. Mas tão importante, ou mais, e aqui novamente se faz
necessária a experiência do Cobridor, é que ele repasse com o Candidato os
Sns. Ts. e Pls., ou seja, os mistérios recebidos antes de se retirar, pois na volta
isto ser-lhe-á cobrado. Somente após de, principalmente, ter certificado que
os Sns. estão bem assimilados pelo Candidato, e que o mesmo encontra-se
devidamente vestido – inclusive com a insígnia – é que o Cobridor dá as b...s
de C.M. na porta da sala da Loja, avisando que o Candidato está apto a
retornar.
Na Cerimônia de Passagem, essencialmente, esta é a participação do
Cobridor.
3.4.2. Do Guarda Interno
A participação do G.I. é complementar a atuação do Cobridor, e muito
semelhante à forma que atuou na Cerimônia de Iniciação. Por isso, além de
estudar bem a sua parte do Ritual, seria de bom tom que mantivesse uma
sintonia com o Cobridor, sabendo o diálogo que manterá com ele por
completo, e não só a sua parte.
O que é importante ressaltar é que o G.I. não pode esquecer-se de que
na abertura da Loja no Grau de Companheiro – para cerimônia de passagem –
o procedimento é diferente, e ele não dará as b...s do grau na porta da sala da
Loja, como de costume, mas sim com a m. dir. em sua m...a esq. da camisa,
sem nem mesmo sair do seu lugar/assento. Na abertura do Segundo Grau para
Cerimônia de Passagem, as b...s são inaudíveis, como já explicado. Basta
atenção para não esquecer.
Quando o G.I. abre a porta para verificar os motivos das b...s, onde
manterá o diálogo com o Cobridor, não pode esquecer que ele não sai da
Loja, e mantém a porta entreaberta, sob seu controle.
O G.I. também deve ser um Irmão experiente, pois da primeira vez
que abre a porta, cabe-lhe verificar se o Candidato foi devidamente
preparado, ou seja, a ele cabe “auditar” o trabalho do Cobridor. Se algo
estiver em desacordo, deve o mesmo avisar ao Cobridor, fechando a porta
para que seja corrigido, devendo o procedimento ser repetido.
Antes, porém, de todo o procedimento, inclusive sendo recomendado
que, até mesmo antes da abertura da Loja, o G.I. certifique-se que consigo, ou
próximo a si, esteja o Esq., pois no momento oportuno ele será aplicado ao
Candidato, conforme preconiza o ritual, e não poderá em hipótese alguma
faltar este instrumento ao seu alcance, sob pena de prejudicar a dinâmica da
cerimônia. Por isso é tão importante o ensaio, eis que todos estes detalhes são
observados, e se necessários corrigidos e/ou enfatizados.
Deverá, por fim, o G.I. estar bem familiarizado com o T. de P. e a P.
de P., pois receberá estes do Candidato antes de sua admissão, e se necessário
for, deverá fazer a devida correção.
O G.I. volta a atuar na cerimônia quando da retirada do Candidato
para retomar seu conforto pessoal, e depois quando do seu reingresso. Neste,
há uma observação a fazer, e que diz respeito à atenção do G.I. para só se
dirigir à porta quando o 1º D. chegar até si, indo ambos à porta.
O G.I. não pode esquecer que durante a explanação da T.D. do
Segundo Grau, ele não participa em pé com os demais, pelo contrário, ele
permanece sentado em seu lugar, pois é o guardião da porta, deve estar atento
a uma possível comunicação do Cobridor.
3.4.3. Dos Diáconos
Como na Cerimônia de Iniciação, os dois Diáconos participam da
Cerimônia de Passagem, porém, a maior responsabilidade e participação são
do Primeiro Diácono, contrariando o que ocorreu na Cerimônia de Iniciação,
onde quase não participou, e foi mero auxiliar do Segundo Diácono. Neste
ele é quem conduz o Candidato durante toda a Cerimônia. O Segundo
Diácono apenas auxilia o Primeiro em alguns momentos da Cerimônia, por
isso deve ter muita atenção nos momentos em que a sua participação é
necessária, não esperando ser convocado a participar, mas que se apresente
nos momentos em que seu auxílio ou participação são necessários.
Comecemos então pela participação do Primeiro Diácono na
Cerimônia de Passagem, que se divide em duas etapas, uma pré-cerimônia,
com as perguntas antes da passagem, e outra sendo na cerimônia em si.
Na primeira parte, quem atua é o Segundo Diácono, talvez sendo
assim justificado porque o Candidato ainda é um Aprendiz.
Na segunda etapa, a primeira tarefa do Primeiro Diácono é logo em
seguida ao comando do V.M. para que o Candidato seja admitido.
Prontamente ele se dirige à porta da Loja, recebendo o Candidato e
conduzindo-o ao genuflexório – que já deve estar em posição, colocado pelo
Segundo Diácono – onde será realizada a prece.
Talvez, a tarefa do Primeiro Diácono na condução, seja um pouco
mais fácil nesta Cerimônia, visto que o Candidato não se encontra vend...o
como na Iniciação, mas mesmo assim, ele não sabe o que vai acontecer, e
deverá ser corretamente instruído e conduzido. O que o Primeiro Diácono
deve observar é a obrigação de seguir estritamente os mandamentos do ritual,
ou seja, falar em voz alta quando assim tiver que ser, e em voz baixa quando
assim também for requisitado. Já vi muitos Diáconos se confundirem, porque
não estudaram suficientemente o ritual, e não prestaram atenção no ensaio,
quando, e se, ensaiam.
Um momento muito importante na cerimônia, de uma simbologia
muito grande, e que denunciará se o Primeiro Diácono dedicou-se ou não
para ela, é a hora em que vai ensinar ao Candidato como avançar para o L. na
devida forma. O que ele fizer – certo ou errado – o Candidato vai copiar, e
seria muito vexatório que depois da demonstração ele fosse corrigido pelo
V.M. ou por outro Oficial, porque fez algo errado. Isto estragaria o
simbolismo deste momento, e seria vergonhoso ao Irmão Diácono ter que se
corrigir, não só na frente do Candidato, mas perante a Loja toda, o que inclui
visitantes, muitas vezes ilustres.
O Primeiro Diácono demonstra o avançamento ao L. como que
subindo uma esc...a em car...l, ele não pode esquecer que ele “sobe” e depois
“desce” para retornar ao Candidato. Quantos não são os Diáconos que
“sobem” e depois fazem como que se ela (a esc...a em car...l) não existisse,
sem prestarem atenção que o ritual MANDA “subir” e depois “descer”.
O Primeiro Diácono deve se lembrar de no momento oportuno, pegar
da mão do V.M.I. o Esq., e passá-lo ao Segundo Diácono POR TRÁS do
Candidato, e não pela frente. Muitos erram neste ponto também. No
momento do Jur...o, quando cruzarem as varas sobre o Candidato, apenas o
Primeiro Diácono fará o Sn. de F., pois o Segundo Diácono estará
impossibilitado, como a adiante veremos.
Na revelação dos mistérios do grau pelo V.M. ao Candidato, deverá o
Primeiro Diácono prestar muita atenção, para em momentos oportunos, dar o
devido auxílio, ajudando na execução e compreensão do Candidato. Quando
da aferição destes mistérios aos Vigilantes, nas perambulações seguintes, em
certos momentos o Primeiro Diácono deverá soltar sua vara, e é importante
que ele não mude de mão, pois como manda o ritual, ela é repousada no solo
e em seu ombro direito.
Quando o Candidato retorna, tendo retomado seu conforto pessoal, ele
receberá a instrução ou explanação sobre a T.D. do Segundo Grau. É
importante que o Primeiro Diácono o coloque exatamente onde o ritual
preconiza, pois ele é o personagem principal, a quem a explicação é
destinada, portanto, deve estar na posição privilegiada, onde conseguirá
observar atentamente a T.D. Já vi Cerimônias em que a vista do Candidato é
preterida aos demais, e ele não se corrigirá sozinho, pois está sendo
conduzido, onde for colocado pelo Primeiro Diácono, permanecerá. Isto não
pode acontecer, de forma alguma.
O encargo do Primeiro Diácono termina quando a explanação sobre a
T.D. do Segundo Grau é concluída, com a condução do Candidato ao seu
assento em Loja, que é no assento mais próximo ao canto SE da Loja, ou
qualquer deles que esteja vago na parte Sul da sala da Loja.
O Segundo Diácono é o protagonista na etapa pré-cerimônia, ou seja,
nas perguntas antes da passagem, e coadjuvante na Cerimônia. Mas nem por
isso, como veremos, sua participação e empenho devem ser relaxados.
A participação do Segundo Diácono começa com ele indo até o
Candidato e conduzindo-o pela m. d. ao N. do ped. Do Primeiro Vigilante, de
onde ele responderá às questões a serem recitadas pelo V.M., por isso, ambos
– S.D. e Cand. – ficam voltados ao L.; é importante que o Segundo Diácono
esteja afinado com as questões, pois se for necessário, ele é quem ajudará o
Candidato nas respostas.
Finalizadas as perguntas e respostas, o Segundo Diácono conduz o
Candidato ao N. do ped. Do V.M., onde o mesmo receberá o T. de P. e a P.
de P., que serão usadas em momentos oportunos da Cerimônia. Toda esta
instrução tem como auxílio a participação do Segundo Diácono, que após
este momento, conduz o Candidato à porta da Loja, para ele que possa sair e
ser preparado pelo Cobridor.
Há a participação normal do Segundo Diácono na abertura do
Segundo Grau, com a parte que lhe cabe no ritual.
A primeira participação do Segundo Diácono na Cerimônia,
propriamente dita, é quando da invocação pelo V.M.; nesta hora, sem esperar
que alguém o lembre, ele deve prontamente posicionar o genuflexório[10], e
acompanhar o Primeiro Diácono até a porta, para a recepção do Candidato.
Observando sempre que ele deve ficar à esquerda e o Primeiro Diácono à
direita, como preconiza o ritual.
Após a prece, prontamente o Segundo Diácono deve remover o
genuflexório, dando passagem ao Primeiro Diácono e Candidato, que farão a
perambulação. A partir da perambulação, o Segundo Diácono torna-se mero
expectador, pois volta ao seu lugar, de onde aguardará sua próxima partição
na cerimônia. Esta participação vai ocorrer quando da chegada do Candidato
ao ped. do V.M., após avançar ao L. de forma apropriada, ensinado pelo
Primeiro Diácono, como que subindo uma esc...a em car...l. É importante que
o Segundo Diácono chegue junto com o Candidato e o Primeiro Diácono,
com sincronismo, para beleza do ato.
No momento do Jur...o, o Segundo Diácono deve prestar bastante
atenção, pois com o Esq...o recebido por trás do Candidato, pelo Primeiro
Diácono, ele sustentará o br...o do Candidato, com o ângulo, como no Sn. de
Acl. ou Per. do Segundo Grau. Este Sn. só estará correto com o auxílio direto
do Segundo Diácono.
O Segundo Diácono, após o Jur...o volta a ser expectador, tendo nova
participação apenas quando da explanação da T.D. do Segundo Grau, onde
seguindo o Ritual, ele vai entregar a sua vara ao V.M. – ou quem ele delegar
esta função – para que com ela ele possa ir apontando na T.D. os símbolos,
conforme decorre a explanação.
Terminada a explanação da T.D. do Segundo Grau, terminada está a
participação do Segundo Diácono, que após receber a vara de volta, retorna
ao seu assento.
3.4.4. Do Capelão
O Capelão, como sabemos, e como já foi dito na obra sobre o Grau de
Aprendiz, é o responsável pelas preces em Loja e no Jantar Festivo. Na
Passagem não é diferente. Há uma prece a ser realizada no início da
Cerimônia, logo após o Candidato ser recepcionado pelos Diáconos e
ajoelhar-se no genuflexório. Quem a faz é o Capelão. Como é um cargo não
sucessório, e até mesmo dispensável, muitas Lojas não o possuem
preenchido, neste caso, quem deve fazer a prece é o V.M.[11], da mesma
forma que foi explicado na Cerimônia de Iniciação. Vale lembrar que em
hipótese alguma esta função é do V.M.I. Como já exaustivamente dito, cada
cargo tem a sua função pré-definida. Não precisa fazer confusão, misturando
uma com a outra.
Se a Loja tem Capelão, todas as preces são dele. Se não tem, quem
executa este encargo é o V.M.
3.4.5. Dos Vigilantes
A função dos Vigilantes na Cerimônia de Passagem é praticamente
idêntica à da Iniciação, e se resume na tomada dos Sns. Ts. e Pls. do
Candidato durante a Cerimônia, nas vezes em que este se posiciona em seus
pedestais. Ademais, funcionam também na aferição ritualística do Candidato,
como convenientemente preparado e pessoa digna e apta a ser passada ao
Grau de Companheiro Maçom (-Passai, ...).
Quem se destaca, novamente, é o Primeiro Vigilante, que investe o
Candidato com a insígnia distintiva de um Companheiro Maçom, assinalando
o progresso feito na ciência.
Um ponto a ser observado pelos Vigilantes é que quando da
explanação sobre a T.D. do Segundo Grau, eles permanecem em seus lugares,
ou seja, não participam ao redor da T.D. juntamente com os demais da Loja.
Isto se deve porque no fim da explanação é de responsabilidade deles dar as
batidas com o malhete, como preconiza o ritual, acompanhando a batida que
vem do L.
3.4.6. Do Venerável Mestre Imediato - V.M.I.
Como já foi dito em obra anterior, o V.M.I. é o antecessor daquele
que está ocupando o posto de Venerável Mestre (Mestre da Loja) e
presidindo a Cerimônia, não por acaso tem o assento logo à esquerda, para
que em sendo necessário preste o devido auxílio.
A principal função do V.M.I. na Cerimônia de Passagem, assim como
na de Iniciação, é a de posicionar no pedestal do V.M. as ferramentas de
trabalho do Companheiro, para que sejam feitas a apresentação e explanação
das mesmas, em momento oportuno da Cerimônia de Passagem.
Ao critério exclusivo do V.M. a função do V.M.I. pode ter um ligeiro
acréscimo, pois poderá ser-lhe delegada a explanação da Tábua de Delinear
(ou Traçar), bem como outras partes do Ritual, se assim o V.M. quiser. Na
Emulation Lodge of Improvement, quem faz a explanação é o V.M., mas nas
Lojas privadas, esta função pode ser delegada[12], a qualquer ex-V.M. ou ao
V.M.I.
3.4.7. Do Venerável Mestre - V.M.
O Venerável Mestre, como presidente da Loja, tem a função na
Cerimônia de transmitir ao Candidato os mistérios do Grau, sendo estes os
Sns. Ts. e Pls. Mas sua função, em verdade, começa antes da cerimônia
propriamente dita, com as Perguntas antes da Passagem.
Não pode o V.M. ser desatento nesta fase pré-Cerimônia, pois, nas
perguntas, é aconselhável que os Aprendizes permaneçam na sala da Loja,
para ouvi-las, e assim irem se familiarizando e se preparando para que eles
mesmos um dia passem por esta provação. Ocorre que, em determinado
momento, após a realização das perguntas, o V.M. transmitirá ao Candidato a
P. de P. e o T. de P., devendo prestar atenção que antes tenha solicitado a
cobertura em relação aos Aprendizes.
Embora não precisasse, é importante salientar que o V.M. deve ter
pleno controle da cerimônia, mormente ao que lhe cabe, pois de dele emana a
“Luz da Sabedoria”, como se presume, e seria vexatório que tão alto cargo
derrapasse na ritualística.
Quando da explanação da T.D., se esta não for delegada, o V.M. deixa
seu pedestal SEMPRE pelo lado esquerdo – Sul da Loja – e posiciona-se ao
L. da T.D., quando retornar, retoma seu pedestal pelo lado direito – Norte da
Loja – e senta-se. Na explanação da T.D. ele vai receber a vara do Segundo
Diácono, e com ela, conforme vai explanando, vai apontando os correlatos na
T.D.
3.4.8. Um Ex-Venerável Mestre - Um E.V.M.
Aqui um dado interessante, pois somente haverá lugar para um
E.V.M. na Cerimônia de Passagem se, no momento da explanação da T.D. do
Segundo Grau, o próprio V.M. a fizer, pois no fim da explanação haverá três
b...s simples de malhete, uma advinda do L., outra do S. e outra do O., e
como a cadeira do V.M. poderá estar vazia, pois este poderá estar proferindo
a explanação da T.D., faz-se necessário que um E.V.M. ocupe
transitoriamente a Cadeira, apenas para dar uma batida de malhete, como
determina o ritual, e esta será acompanhada pelos 1º e 2º Vigilantes,
respectivamente.
Contudo, se o V.M. delegar esta parte do ritual na Cerimônia, qual
seja, a explanação da T.D., não haverá lugar para um Ex-V.M. atuar.
3.5. PECULIARIDADES DA CERIMÔNIA DE PASSAGEM
As Cerimônias são um momento diferencial na sessão do Ritual de
Emulação. Quando está previsto na Ordem do Dia uma cerimônia, a dinâmica
da sessão muda, mas mesmo neste momento, o ritual não se distância da
objetividade e praticidade.
Na Cerimônia de Passagem, algumas peculiaridades devem ser
observadas, ou seja, os pontos que naturalmente se diferenciam de outros
sistemas de trabalho maçônico, e é delas que trataremos agora.
3.5.1. O juramento e as penalidades
Assim como já foi evidenciado na Cerimônia de Iniciação, na obra
anterior a esta, conforme o prefácio do Ritual de Emulação, editado pela
Emulation Lodge Of Improvement, 12ª Ed. 2007, a Grande Loja Unida da
Inglaterra resolveu em 11 de junho de 1986, que todas as referências às
penalidades físicas fossem retiradas dos Juramentos prestados pelos
Candidatos nos três Graus e pelo Mestre Eleito em sua Instalação, mas
colocadas noutros pontos das respectivas cerimônias.
Esta foi a mudança de caráter mais significativo, em 170 anos de
existência (1816-1986). A mudança ocorrida nos Rituais Ingleses não foi uma
mudança de cunho filosófico, pois as penalidades no juramento não tinham
este aspecto, mas sim intimidatório.
Então, o juramento também na Cerimônia de Passagem é feito sem a
alusão às penalidades físicas, mas mesmo assim é dito ao candidato como era
o juramento em sua integralidade.
Um ponto a se destacar e que, normalmente passa despercebido na
Cerimônia de Passagem, é que quando do selamento do juramento, os l...s do
Candidato agora tocam duas vezes o V.L.S., e não apenas uma, como na
Iniciação.
Outra coisa, nesta Cerimônia, durante o Juramento, TODOS ficam em
pé, com o P. e o Sn. de F., que é o Sn. apropriado do Segundo Grau, e reforça
a tese de que ele jamais pode ser feito no encerramento da Loja, quando esta
está aberta no Primeiro Grau.
3.5.2. Chamada para Descanso e para Trabalho
Reforçando o que já foi dito na Cerimônia de Iniciação, na obra que a
esta antecedeu, as sessões no Ritual de Emulação normalmente são rápidas,
não são extensas, ou com muitos tópicos a serem debatidos, e também a
abertura e encerramento ritualístico contribuem para a sua brevidade.
No entanto, quando na Ordem do Dia há a previsão de uma
Cerimônia, como no caso do tema abordado por este Livro de Companheiro,
a Cerimônia de Passagem, a duração da sessão é consideravelmente maior,
não tanto de quando há uma Cerimônia de Iniciação, mas é maior que o
normal.
Existe um mecanismo, por assim dizer, no Ritual de Emulação que
pode (e faz jus) ser utilizado pelo V.M. que é a Chamada para Descanso.
Significa impor uma pausa no decorrer da sessão ou da cerimônia, para
possibilitar aos Irmãos presentes uma tomada de fôlego, a utilização do
toilette (toalete), tomar uma água, um drink, enfim, descansar um pouco,
como o nome sugere.
Normalmente, nas Cerimônias ele é feito quando o Candidato se retira
para retomar o conforto pessoal, e não dura mais do que cinco minutos, em
média. A retomada aos trabalhos é feita pela Chamada para o Trabalho,
ambas têm sua própria ritualística, que consta nos rituais, e deve ser seguida
conforme o preceituado nele.
3.5.3. Delegação de passagens do ritual
Como já vimos, e aqui reforçamos, nas Cerimônias o V.M. pode
delegar passagens do Ritual (vide item 3.3.7 do Livro sobre o Grau de
Aprendiz[13]) a um Ex-V.M. para lhe auxiliar durante a Cerimônia. Muitas
Lojas adotam este procedimento, e isto auxilia o V.M. nas suas funções.
Normalmente são delegadas passagens como a Explanação da Tábua de
Delinear, ou sobre as Ferramentas de Trabalho.
Já assisti à sessões/cerimônias em Lojas Inglesas, que, além de outras
partes, até a apresentação das Ferramentas de Trabalho foi delegada. Isto
deve ser definido por cada Loja, e depende de cada V.M.. Há os que preferem
dar conta do recado sozinhos.
Vai de cada um, já que este ponto do ritual tem caráter discricionário,
então o V.M. tem liberdade para delegar ou não.
3.5.4. Sobre a explanação da Tábua de Delinear do Segundo Grau na
Cerimônia de Passagem
Ao contrário da Cerimônia de Iniciação, onde de acordo com o livro
do Ritual de Emulação editado pela Emulation Lodge of Improvement, pág.
245, da 12ª Edição - 2007, a explanação sobre a Tábua de Delinear ou Traçar
do Primeiro Grau, durante a Cerimônia de Iniciação está em desuso, pois será
feita a explanação desta na Primeira Preleção, na Cerimônia de Passagem, a
explanação é parte da Cerimônia, e não deve ser suprimida em hipótese
alguma, ainda mais porque não só o Candidato, mas todos os presentes
participam da explanação.
Esta, inclusive, pode ser uma tarefa a ser delegada a outro Irmão, se
assim o V.M. julgar conveniente.
3.5.5. Assento do Companheiro em Loja, após a cerimônia.
No término da Cerimônia de Passagem, o Companheiro é conduzido
pelo Primeiro Diácono até o assento disponível no lado S., se for possível, no
canto SE da Loja.
Este canto é exaltado no ritual, como sendo símbolo de seu progresso
na Ordem.
3.5.6. O Companheiro no Jantar Festivo.
Reforçando o que já dissemos em outra obra, o Jantar Festivo –
Festive Board – é uma espécie de jantar que ocorre na maioria das Lojas
Inglesas, ao final das reuniões, especialmente após as Cerimônias (Iniciação,
Passagem, Elevação e Instalação), variando entre os diversos tipos de
“Buffet” e banquete, sempre de acordo com o desejo de seus membros.
Algumas Lojas adotam o mesmo privilégio quando se é passado um
membro ao Grau de Companheiro, ou seja, nesta ocasião ele tem a honra de
sentar-se do lado direito[14] do V.M.
CAPÍTULO 4:
O GRAU DE COMPANHEIRO MAÇOM

O Grau de Companheiro Maçom, coroado pela Cerimônia de


Passagem, tem o seu simbolismo pautado pelo progresso do Obreiro na
Ordem e sua habilitação para aprofundar-se nos mistérios da natureza e da
ciência. É, o Grau de Companheiro Maçom, um grau que evidencia o
crescimento intelectual do membro da Ordem, e neste aspecto ele é
estimulado, quando que lhe é apresentado todos os benefícios de se
aprofundar intelectualmente.
COMPANHEIRO é um substantivo masculino (do latim: cumpanis,
onde cum é a preposição “com” e panis é o substantivo masculino “pão”,
significando então “participantes do mesmo pão”). Este termo em português
vem do inglês FELLOW CRAFT (F.C.), que ao pé da letra poderia ser
traduzido como o companheiro/colega/camarada do ofício.
É um termo que, assim como APRENDIZ, remonta ao período
medieval, como também a Maçonaria, que teve seu início neste período (ou
até antes) em sua forma Operativa. Por isso, é sob este foco que
começaremos a estudá-lo.
4.1. O COMPANHEIRO NA MAÇONARIA OPERATIVA

Como já falamos em outra obra, a Maçonaria Operativa, é um termo


que nos conduz ao pensamento de “operários”, e é isso mesmo, nossos
antecessores eram operários da construção civil, em termos mais simples e
atuais. Como é cediço, os maçons operativos eram construtores de templos,
igrejas, castelos, e detinham a técnica apurada para estas construções.
O Aprendizado na Inglaterra durava em média 7 anos, após este
período é que o trabalhador tornava-se realmente um operário, um
assalariado. Este outro nível profissional era o de Companheiro. Interessante
que no século XV, na França, esta classe operária tinha outros nomes, como
valet e sergent que tinham a conotação de criado.
O companheiro era um operário que gozava de alguns benefícios, tais
como um contrato de locação de sua mão-de-obra, e este era celebrado com o
Mestre, especificando suas condições de trabalho, o valor que lhe seria pago
e também a duração do contrato. A duração do contrato era muito relativa,
podia ser de um dia, uma semana, uma temporada, um ano, etc...ou seja, era
de acordo com a necessidade do Mestre. A equipe de operários era como uma
família, e o companheiro fazia parte dela. Em determinadas ocasiões o
companheiro poderia exercer a função de chefe da Oficina, o que à época era
considerado uma espécie de contramestre.
Era permitido a um operário tornar-se companheiro mediante prova da
condição de aprendiz, pelo tempo mínimo exigido. Isto se fazia com a
apresentação do certificado que o Mestre outorgava ao aprendiz, com este, o
aprendiz era apto a tornar-se companheiro.
O companheiro costumava trabalhar no verão das cinco da manhã às
sete da noite. No inverno, das seis da manhã às seis da noite. Ou seja, uma
média de 14 horas no verão e 12 horas no inverno. Existia uma interrupção
para seu descanso e refeição, sendo de uma a duas horas durante a jornada.
O trabalho dos companheiros não eram fáceis, mas gozavam de certa
independência, pois pelo conhecimento que detinham, depois de anos no
aprendizado, estavam livres para celebrar contratos com os Mestres. Eles
tinham a liberdade de negociar a sua mão-de-obra, que já era especializada.
O termo “Fellow” foi primeiramente encontrado no final do século
XIV, e era usado para designar o membro de uma corporação ou de uma
fraternidade. O companheiro, assim advindo do termo “Fellow”, gozava de
um estado legal acima do de um mero Pedreiro. Aliás, o companheiro era o
responsável por aliciar meros pedreiros nas obras. Um encargo importante.
4.2. O COMPANHEIRO NA MAÇONARIA ESPECULATIVA
Até pouco antes de 1730 existiam apenas dois Graus na Maçonaria
Especulativa, Aprendiz e Companheiro, e o Mestre da Loja (ou V.M. como
forma de tratamento) saia a cada ano (de forma eleita) de um dos
Companheiros que tivessem servido a Loja como Vigilante, por no mínimo
um ano.
Assim como na Maçonaria Operativa o progresso na profissão era
provado por meio de proficiência em um determinado nível de trabalho, na
Maçonaria Especulativa ou na Ordem dos Livres e Aceitos, o Maçom deve
também provar sua proficiência para ser “passado” ao Grau de companheiro
Maçom.
É importante relembrar que neste Grau o candidato já era maçom, por
isso não há necessidade dele ser vend...o ou que se utiliza-se de um l. de c...a
para impedir uma possível invasão da Loja antes de ser iniciado.
A proposta deste grau é primeiramente reconhecer o progresso que o
maçom fez na ordem. Em segundo lugar, aproveitar do conhecimento
adquirido no grau anterior, para abrir caminho ao novo aprendizado, com
conhecimentos específicos e maiores.
O Companheiro Maçom encontra-se na metade do caminho do
aprendizado maçônico, que é feito pela educação nos três graus maçônicos.
De qualquer forma, o aprendizado maçônico em si é algo que se leva uma
vida em estudos, para uma compreensão considerável da Ordem.
Este nível de progresso é ilustrado pela posição do Esq. e Comp. no
V.L.S. Uma das pontas do Comp. é exposta, implicando que o Maçom está
no meio do caminho da Franco-maçonaria. Ou seja, acima do Aprendiz,
porém inferior ao Grau de Mestre Maçom.
Igualmente, o Grau de Companheiro Maçom é identificado pelo novo
avental utilizado, ainda branco, mas adornado com duas rosetas.
Já foi dito que a Cerimônia de Passagem é a mais curta das três
cerimônias da Loja-base. Isto é um tanto quanto perigoso ao entendimento de
muitos irmãos, porque induz erroneamente ao pensamento de que por ser a
mais curta, seja a menos importante. O que está errado. Todas as três
cerimônias são importantes, pois se tratam de um progresso. Assim como a
iniciação foi de suma importância, pois abriu a porta da Ordem ao ingresso
do profano, e como na Cerimônia de Elevação virá a consagração do
aprendizado, na Cerimônia de Passagem, a importância da conquista do
Segundo Grau é impressa pelo desenvolvimento da habilidade intelectual,
que se dá pelo estudo dos mistérios ocultos da natureza e da ciência, assim
chamadas de Gramática, Retórica, Aritmética, Geometria, Música e
Astronomia.
Em outras palavras, o Grau de Companheiro tenta imprimir a
consciência que o aprendizado é pelo resto da vida. Mas que para isso seja
possível, a mente deve estar aberta, e o Grau de Companheiro se encarrega
disso, ou seja, de abrir mais a mente do maçom. Como? Com o
conhecimento. Não há nada mais libertador que o conhecimento.
O trabalho a ser desenvolvido no Segundo Grau é especificamente
filosófico, consistindo em uma profunda autoanálise psicológica.
Enfim, este que por muito tempo foi o ápice da maçonaria
especulativa hoje é apenas o meio do caminho, do progresso de um maçom
na Ordem. Tanto assim que hoje o Companheiro Maçom não pode exercer
outro cargo em Loja senão o de Mordomo, e apenas quando tornar-se um
Mestre Maçom é que poderá ocupar os cargos de maior responsabilidade em
Loja, onde se iniciará outra jornada, esta rumo a Cadeira da Loja, ao Cargo
de Venerável Mestre.
4.3. O SN. E O T. DO COMPANHEIRO
O Grau do Companheiro Maçom traz uma pequena complexidade no
que diz respeito ao Sn. e Ts. Isto porque o Sn. é dado de forma tríplice, como
é narrado no ritual. Já em relação aos Ts. são dois, um T. de P. que utilizado
em conjunto com uma P. de P. conduz do Primeiro ao Segundo Grau e o T.
do Grau. Ou o T. de Companheiro.
Sobre o Sn. de Comp. eu queria ressaltar que uma das três partes é
justamente o Sn. de F., que muitos maçons e muitas Lojas o usam no
encerramento da Loja, no Grau de Aprendiz, quando o V.M.I. diz “F.F.F.”, e
não está correto, pois o Sn. de F. é usado para formar o Sn. de Comp., por
isso não pode ser dado no Primeiro Grau.
O T. de P. – juntamente com a P. de P. - é recebido pelo Candidato do
V.M. após responder as perguntas antes da Passagem, e antes de sair da sala
da Loja para ser preparado, e é usado apenas na Cerimônia de Passagem, em
momento oportuno. Existe um erro clássico, talvez de tradução, que faz com
que o T. seja dado de forma errada, pois trocaram “juntas” por “falanges”.
Então o correto é dar este T. de P. por uma pressão sensível entre a pr...a e
s...da j...tas da m.
Da mesma forma, o T. de Companheiro também é dado de forma
errada. O erro se deu por trocar “juntas” por “falanges”. O T. é dado por uma
pressão sensível do p. na s...da j. da mão, e não entre a pr...a e s...da f...s do d.
méd., ou como alguns dizem, na pr...a f...ge do dedo méd. Este é um erro
grave, que não deve persistir.

4.4. O AVENTAL DO COMPANHEIRO


O avental do Companheiro Maçom indica o progresso do Maçom na
Ordem, ou seja, de Aprendiz a Companheiro. O novo avental é muito
parecido com o Avental de Aprendiz, diferindo apenas com o adorno de duas
rosetas. Uma no canto inferior direito e outra no esquerdo.

As rosetas no avental tem o objetivo de simbolizar o progresso,


tratando-se simplesmente de um adorno, sem significado maçônico relevante.
São duas por simbolizar que o Maçom passou ao Segundo Grau. São assim
denominadas pela semelhança com rosas.
Com a união das duas Grandes Lojas rivais houve a padronização da
vestimenta maçônica, e assim foram adotadas duas para o avental do
companheiro e três para o avental de mestre.
Para Harry Carr[15], pode-se até esboçar um simbolismo na utilização
de rosetas nos aventais, porém, o mais aceitável é que as rosetas são usadas
do mesmo modo como dois ou três “galões” no Exército.
4.5. A PEDRA ESQUADRADA

A Pedra Esquadrada é uma tradução mais maçônica que este autor


utilizou-se neste trabalho, porque em uma tradução literal, o termo foi outro.
O termo em Inglês (maçonaria inglesa-britânica) é “Perfect ashlar”. Pelo
dicionário Michaelis, Inglês, Português, Espanhol, a tradução é: n
Arquitetura. 1 pedra de cantaria, silhar. 2 obra de cantaria.
Antes de entrarmos na questão esotérica e seu significado maçônico,
uma breve explicação retirada da internet[16] diz que pedra de cantaria:
“...é a pedra que, tendo sido afeiçoada manualmente, com o uso de
ferramentas adequadas, apresenta-se pronta para ser utilizada em
construções e equipamentos. Atua ora como elemento estrutural, ora como
ornamentação e, muitas vezes, atende às duas funções.”
Em outro tópico da internet[17], o termo cantaria, ou pedra de cantaria
tem a seguinte definição:
“A cantaria é a pedra talhada de forma a constituir sólidos
geométricos, normalmente paralelepípedos, para utilização na construção de
edifícios ou de muros. Os profissionais que talham a pedra denominam-se
canteiros.”
Pois bem, podemos concluir que a nomenclatura “esquadrada”
atenderia melhor a tradução do termo. Sendo que “polida” diz respeito a
acabamento em que nem sempre pode estar presente. Eu prefiro chamar de
Pedra esquadrada. Acho que atende melhor sua finalidade.
Maçonicamente, vimos que com a pedra bruta, ou imperfeita, somos
lembrados do nosso estado rude e imperfeito por natureza; agora, pela Pedra
Esquadrada, somos inspirados por este estado de perfeição, cujo qual um dia
esperamos chegar, por uma educação virtuosa, por nossos próprios esforços e
com as bênçãos de Deus, o G.A.D.U.
A Pedra Esquadrada, na Maçonaria Operativa, significava aquela
pedra que havia sido lavrada, ou seja, depois de ter sido uniformizada e
suavizada, pelo uso de instrumentos de trabalho, como o Malho comum e o
cinzel. Somente depois é que esta pedra era aperfeiçoada e ajustada por um
pedreiro mais experiente, de maneira que ela atingisse a forma adequada para
ser utilizada na estrutura de um edifício arquitetônico.
Na Maçonaria Especulativa, a Pedra Esquadrada é uma alegoria para
um maçom, onde, através da educação maçônica, trabalha para conseguir ter
uma vida íntegra e diligentemente se esforça para obter mais luz[18].
O interessante é que no Grau de Companheiro, muita coisa aprendida
é unida a do grau anterior, o que mostra o silogismo do aprendizado
maçônico. É-nos ensinado que todas as pedras brutas têm dentro de si
potencial para tornarem-se pedras esquadradas e perfeitas. Muito desta
conquista depende da forma como ela for desbastada. As ferramentas e a
habilidade do pedreiro são fundamentais.
Trazemos isso para nós, seres humanos, maçons, pedreiros de nós
mesmos. Todos nós surgimos na natureza como pedras brutas, imperfeitos,
rústicos, e temos potencial para evoluirmos, crescermos. A maçonaria é
apenas uma das tantas ferramentas da vida para nos desbastarmos. Temos que
ter habilidade e saber usar em nosso proveito as ferramentas certas. Sermos
pedras esquadradas significa dizer que somos pessoas aptas a sermos de
alguma forma útil na sociedade. A sociedade está constantemente em
construção, cada ser humano é uma pedra utilizada nesta edificação. Uma
pedra errada, ou mal assentada compromete toda a estrutura, por isso esta
consciência maçônica de servirmos na sociedade, buscarmos sempre o
aperfeiçoamento, tanto para nós quanto para a sociedade.
Uma pedra bem esquadrada e perfeita, mas que fica de lado e não é
utilizada na construção é inócua, não serve para nada e não cumpre sua
função natural. Assim somos nós, por mais que cresçamos e evoluímos, se
não nos inserimos na sociedade e não ajudamos, de nada serve, por mais
perfeitos que sejamos.
A pedra escolhida para ser trabalhada e usada na edificação, deve ser
de um material sólido, e conter um mínimo de caracteres falhos, pois com
muitas falhas esta pedra pode por em risco todo o edifício. Também por isso,
simbolicamente, os candidatos são pesquisados sobre suas qualificações e
caráter, além de, principalmente, o porquê de quererem se tornar maçons.
O candidato deve ter potencial tanto para servir quanto apoiar a
Fraternidade. Ele deve ser cuidadosamente inspecionado, assim como cada
pedra bruta é cuidadosamente escolhida e avaliada pela qualidade, a fim de
que possa perfeitamente se encaixar nos princípios e objetivos da Maçonaria,
que são compatíveis com as leis de Deus.
Uma pedra imperfeita pode ser um dia perfeita, porém, grandes falhas
são difíceis de superar, e quando são montadas na estrutura, toda a estrutura
pode ser enfraquecida, justamente pelo uso indevido de uma pedra com
grandes imperfeiçoes. Isto é a mais pura verdade, tanto para homens quanto
para pedras.
4.6. A LETRA “G”

A letra G é um dos grandes símbolos do Segundo Grau. Ela pode ser


encontrada na explanação da Tábua de Delinear deste grau, e chama a
atenção para a Câmara do Meio, onde a mesma aparece em substituição a
certos caracteres.
Em Loja não há uma regra específica sobre sua posição na sala, a
única regra a prestar atenção é que a mesma deve ser legível do Oeste. Seu
posicionamento varia muito de loja para loja, e algumas lojas sequer a
possuem.
Algumas Lojas colocam sua letra G no centro da Loja, mas o mais
usual é que a mesma fique acima do pedestal do V.M.
A letra G é um simbolismo bastante antigo na Maçonaria, onde
encontram-se citações em obras datadas do século XVIII. No início, o seu
significado era apenas GEOMETRIA, ou como é chamada a quinta essência.
Posteriormente, graças a Maçonaria Inglesa (britânica), somada ao teísmo da
Igreja Anglicana, fora introduzido um novo significado para a letra G: “God”
(Deus). Em muitas línguas a palavra Deus inicia-se com a letra G, uma
enorme coincidência.
A base da Maçonaria é a construção, e a arquitetura a ciência aplicada
à obra, portanto fácil foi de o G representar o Grande Geômetra do Universo,
ou seja, Deus. Fato notado nas preleções do Segundo Grau.
A letra G usada isoladamente e maiúscula substitui o IOD hebraico e
serve assim de logotipo ou emblema para evidenciar a presença de um
maçom.
Para a Maçonaria a letra G tem uma grande importância ao redor do
mundo, pois pode ser encontrada em uso em diversas conformações que a
colocam entre os esquadros e os compassos unidos, como parte dos principais
símbolos ligados à Maçonaria. Na mente do Maçom a letra G deve significar
Deus, por sua representação como o Grande Geômetra do Universo.
É muito difícil determinar com precisão e exatidão referendada sobre
quando a letra G foi introduzida ao simbolismo da Maçonaria Especulativa.
Segundo Mackey[19] uma coisa é certa, ela não adveio dos Maçons
operativos da idade média, eis que jamais fora encontrada adornando o
interior de qualquer Catedral por eles construída.
De qualquer forma, este simbolismo pode ter sido introduzido sob
influência dos Rosa-cruzes ou Cabalistas que se uniram à Ordem na metade
do século 17, ou talvez tenha sido introduzida em alguma época após 1717,
quando a primeira Grande Loja foi fundada em Londres.
O significado maçônico da letra G nunca foi esotérico[20]. em todo o
mundo tem sido dito que o símbolo provém do fato de a letra G ser a inicial
de Geometria. Isto o torna um resumo simbólico dentro de todo o sistema
maçônico.
O coração da Franco-maçonaria é uma doutrina esotérica, fundada na
ciência da geometria, e expressada pelos significados das figuras (ou formas)
geométricas e teoremas. Nas antigas Constituições Maçônicas isto é
especificamente sedimentado que Maçonaria e geometria são únicas e a
mesma coisa. Igualmente, não há nenhum segredo sobre a letra G ser um
símbolo da Divindade. Isto só acontece por em inglês “God” é nome do
Grande Arquiteto do Universo. Isto não quer dizer que só porque a letra G
seja a primeira letra da palavra “God” (Deus) seja a única ligação entre o
símbolo e a Divindade.
Portanto, concluindo e resumindo, a letra G pode ter um duplo
significado: 1) como sendo a primeira letra para o nome de Deus em inglês
(God), visto que praticamos um Ritual estabelecido na Inglaterra, de cuja
existência entre os maçons têm a fé professada; 2) como sendo a inicial de
Geometria, considerada como a ciência básica da Maçonaria Operativa, e que
agora simboliza aos maçons especulativos as leis naturais imutáveis que
regem todo o universo material. Juntos eles simbolizam Deus como a grande
inteligência que rege o universo. Isto consiste em como o Grau de
Companheiro inteiro faz seu apelo ao intelecto.
4.7. A ESCADA EM CARACOL (OU ESPIRAL/SINUOSA)
O símbolo mais marcante do Grau de Companheiro é a subida da
escada em caracol (ou sinuosa, ou em espiral). No livro dos Reis (1 Reis, 6:8)
encontramos: “Eles subiram pela escada em espiral para a câmara do meio”.
Nós vamos para cima “pela escada em espiral” para “Câmara do Meio do
Templo do Rei Salomão”. Também viajamos subindo a escada em caracol da
vida, e chegamos, se subirmos com firmeza, na câmara do meio da
existência, a qual é oriunda – ou advinda - da infância e da juventude, pelas
etapas de conhecimento e experiência.
Há um simbolismo no fato de a escada ser sinuosa, ou em espiral. A
escada reta requer apenas força física para sua ascensão. Nós conhecemos seu
cumprimento, por isso somos capazes de ver seu topo, e assim podemos
calcular e regular a velocidade de nossa subida em conformidade. Nesta,
nenhum elemento do espiritual está envolvido.
A escada em espiral, no entanto, é simbólica da vida. O objetivo não é
o que se vê, mas sabemos que existe um objetivo – tem que haver. Nós não
sabemos o quão perto ou longe está, mas sabemos que existe. Nós podemos
ver apenas uma pequena parte do caminho agora, não muito podemos
enxergar e o nem quão longe podemos ir. Assim começamos a subida, um
passo de cada vez, na fé de que cada etapa do progresso se desenvolverá uma
nova visão, dando-nos uma nova inspiração, nova coragem e nova força.
Assim, a fé aumenta a nossa compreensão e o alcance da nossa capacidade,
até que, finalmente, chegamos a uma Câmara do Meio, ou um lugar de luz,
apenas para descobrirmos que isso não era em si a nossa meta, mas apenas
um outro ponto de partida, de cuja vista vemos diante de nossos olhos uma
visão mais ampla, que nos leva sempre para cima.
Somos ensinados que devemos usar os cinco sentidos que Deus nos
deu para galgar os sete degraus da escada, que podemos designar como as
setes Artes Liberais e Ciências. Quando nos elevamos pela gramática e
retórica, é preciso considerar que elas representam não só a linguagem, mas
todos os métodos de comunicação. O degrau da lógica significa um
conhecimento não só de todos os métodos de raciocínio, mas de todo o
raciocínio que os lógicos têm realizado. Quando ascendemos pela aritmética
e geometria, devemos visualizar toda a ciência. O degrau denominado
música, significa não somente sons doces e harmoniosos, mas toda a beleza,
poesia, arte, natureza e encanto de qualquer tipo. Quanto ao sétimo degrau,
da astronomia, certamente ele não sugere apenas o estudo do sistema solar e
das estrelas, mas que eles simbolizam um poder supremo criativo e de
sabedoria, sem o qual o universo não poderia existir.
Jovem, adulto e idoso (maturidade) são três estágios de nossa vida. Da
mesma forma, em analogia, os três graus do progresso Maçônico vão da
juventude à idade adulta e desta à maturidade. O Grau de Aprendiz constrói
uma base no Amor Fraterno, Caridade e Verdade. O Grau de Companheiro
nos leva à idade adulta bem sucedida, com um ouvido atento, uma língua
instrutiva e um peito cheio de fé. O Grau de Mestre nos ensina, entre outras
coisas, que o tempo e a paciência habilitam-nos a conquistar tudo.

Nós avançamos pela vida como se estivéssemos subindo uma escada


em espiral (ou caracol). Nós não conseguimos ver muito adiante. Nosso
progresso exige coragem de nos impor sobre crescer e amadurecer.
Em primeiro lugar, nos encontramos com as três etapas na Maçonaria.
Em seguida, nós dominamos nossos cinco sentidos sobre como observamos
no mundo. E então subimos os sete degraus das Artes Liberais e Ciências. Da
mesma forma, educação é um processo de subir os degraus da escada em
espiral. Na primeira fase escolar aprendemos a ler e escrever ideias simples,
depois progredimos nas outras fases da escolaridade através de conceitos e
ideias abstratas.
Existem muitos campos do conhecimento que poderiam ter sido
listados, tais como: história, química ou literatura. No entanto, esta lista atual
das sete artes e ciências nos chama a atenção e requer a nossa consideração.
Por que gramática? Por que retórica? Podemos muito bem perguntar: Por que
esta lista e não outra?
4.8. AS SETE ARTES LIBERAIS
Ao longo de nossas vidas, certamente ouvimos sobre as artes liberais
e as ciências, porém, muito pouco nelas nos aprofundamos, até que elas
tenham sido apresentadas como Preleção da Escada em Caracol. Assim, só
nos restava uma vaga noção do que elas realmente consistiam.
O Grau de Companheiro incita o Maçom a estudar as sete Artes
Liberais e Ciências, que são:
(1) Gramática
(2) Retórica
(3) Lógica
(4) Aritmética
(5) Geometria
(6) Música
(7) Astronomia
As Sete Artes Liberais e Ciências são compreendidas em dois grupos
de estudo: o trivium e o quadrivium. Os estudos no trivium envolve
gramática, lógica (dialética) e retórica; os estudos no quadrivium envolve
aritmética, música, geometria e astronomia.
O termo “liberal” em Artes Liberais deriva da palavra latina
“liberalis”, significando “apropriado ao homem livre” (elites sociais e
políticas), e elas são contrapostas às Artes de Servis. As Artes Liberais, desta
forma, representava os tipos de habilidades e conhecimentos gerais
necessários ao alto escalão da elite social, considerando, então, que as Artes
Servis representava habilidades de homens do ofício especializados, dos
quais as pessoas da elite necessitavam empregar. As Sete Artes Liberais são
parte da instrução do Grau de Companheiro Maçom.
Quando nos propomos a estudar e buscar o fundamento histórico
desta lista, nós descobrimos as camadas dos significados Maçônicos para nós
em cada uma das sete áreas do conhecimento.
Parte lista original remonta a Grécia antiga. Pelos períodos medievais,
a lista completa tornou-se o principal assunto de educadores e escolásticos.
A notável gravura seguinte capta simbolicamente a relação do
conhecimento para a Ordem.

Esta gravura é alemã, datando de aproximadamente 1.500 d.C. Ela


nos mostra uma Deusa segurando em uma das mãos um livro, e na outra um
cajado. Esta Deusa é chamada de Sabedoria ou Sophia. O amor à sabedoria
ou a “philio de Sophia” é o significado de Filosofia. Nós podemos observar a
seiva da Sabedoria sendo derramada em todas as artes e ofícios simbolizados
por homens jovens. Todo o conhecimento está reunido nesta ilustração.
Pintores, arquitetos, músicos e soldados recebem Sabedoria.
Provérbios 9:1 diz, “A Sabedoria edificou sua casa, talhou sete
colunas (ou pilares)”. Religiosos estudiosos têm especulado largamente sobre
os sete pilares da sabedoria. A Sabedoria é distribuída em sete vocações ou
chamados. A Sabedoria também é vista presidindo sobre os ramos do
conhecimento.
Isto nos leva a apreciar uma segunda gravura, também de origem
alemã, e contemporânea à gravura anteriormente citada. Esta já possui
palavras gravadas bem claras que representam as Sete Artes Liberais e
Ciências. Podemos novamente notar a presença de um livro e um cajado,
símbolos sabidamente atribuídos a um professor ou mestre, que são
segurados por uma Sabedoria de três cabeças aladas. Ela supervisiona/vigia
três donzelas.
No A.D. (Anno Domini) de 420, Marciano Capella escreveu em
Cartago uma alegoria de Phoebus-Apollo, Deus do Sol, apresentando as Setes
Artes Liberais como empregadas (amas) de sua noiva Filologia, uma amante
das palavras. A partir daí, os artistas têm ilustrado as Sete Artes Liberais e
Ciências como empregadas (amas). Estas empregadas se reúnem em torno da
Sabedoria.
O Conhecimento é descrito e desenhado dentro de um círculo. Acima
da Sabedoria estão a Moral e a Teologia. Nos cantos inferiores estão
Aristóteles e, possivelmente Platão. Mas as figuras centrais, certamente são
as Sete Artes Liberais.
A História da Lista
A frase “Artes Liberais” vem do latim “artis liberalis” . Líber pode ser
traduzido tanto como livre/gratuito, como livro. Grande parte dos “bem-
educados” ou “cultos” da antiguidade não gostavam de trabalho. Se você por
acaso fosse contratado como aprendiz, não teria liberdade para estudar o que
quisesse. Você tinha que fazer apenas o que lhe fora assinalado.
Os artis liberalis eram profissionais estudiosos voltados aos fins
econômicos, tais como ser um pedreiro. Por isso é intrigante que a Maçonaria
especulativa nos incentive a estudar as artes liberais e ciências, porque na
origem, isto não era realizado.
A história das sete artes liberais é intricada, mas principalmente
Pitágoras, Platão e Santo Agostinho têm um papel fundamental na sua
definição.
Pitágoras, ilustrado acima, não era apenas um grande matemático e
filósofo, ele era um mestre da Teologia Grega. Seus alunos na academia
buscaram por conecções entre a Geometria e o Divino. Seus discípulos
procuravam relações na música, aritmética e astronomia. Pitágoras é
associado com os quatro últimos na lista das Sete Artes Liberais e Ciências, e
ele estava em seu auge por volta de 520 a.C.

Por volta de 400 a.C., Platão escreveu sobre a importância da


educação dos cidadãos em “A República”. Platão (ilustrado na estatua acima)
enfatizou a lógica, a filosofia e a dialética. Para Platão, a lógica representava
a nossa mais alta faculdade cognitiva. Para se ver ambos os lados de um
argumento, o pró e o contra, e então compreendê-lo.

Santo Agostinho de Hipona deixou um legado de 5 milhões de


palavras que existem até hoje. Embora tenha vivido no século 300 A.D., ele
foi o maior professor de retórica no mundo conhecido. Ele declarou que se
alguém deseja defender a verdade, este alguém precisa ser eloquente para
refutar a falsidade através do poder da oratória. Ele completou as Sete Artes
Liberais e Ciências com sua ênfase na gramática e na retórica.
Uma Lista Ordenada
Há sabedoria na ordem dos itens na lista das Sete Artes Liberais e
Ciências. Professores e escolásticos descobriram nestas sete e sua ordem
geral, um fator que pode ser de grande utilidade. Muitos estudiosos ou
autodidatas hoje estão retornando para esta lista para começar com gramática
e retórica sua educação.
Quando crianças, somos incapazes de falar. Nós precisamos aprender
palavras para descrever tudo. Palavras organizam nossos pensamentos. A
linguagem é essencial para aprendizagem. Conforme progredimos na escada
em espiral, nós aprendemos a falar com eloquência e graça, o que é retórica.
Nós aprendemos a usar a lógica para produzir nossos argumentos persuasivos
e convincentes.
Nós progredimos nas lições para os mais altos níveis da aritmética,
geometria e música. Estes requerem pensamentos abstratos e maiores níveis
de concentração. Quando maduros na vida, nós conquistamos perspectiva e
sabedoria, como se tivéssemos um outro olhar para apreciar as gloriosas
obras da criação, as estrelas e planetas, astronomia, e o Divino. A ordem
destes tópicos foi desenvolvida há mais de mil anos. E mesmo assim, eles
continuam a atrair nossa atenção até hoje.
O Trivium
O Trivium é uma palavra que tem sua origem no Latim, e que
significa Três Vias ou Caminhos. As primeiras três das Sete Artes Liberais e
Ciências representam um cruzamento ou intersecção que o público se
encontra. Nós podemos chamá-lo de esquina pública onde o publico se
encontra para discutir os tópicos usuais do dia. Ex.: o tempo e a colheita.
Aqueles que se destacam na rápida lembrança da experiência comum são
bons na “trivia” ou no “trivial”, como conhecemos. Trivia, ou trivialidades
(bagatelas) está no centro de todo o conhecimento cotidiano. O Trivium
consiste na Gramática, Retórica e Lógica.
4.8.1. Gramática
Em Genesis, o primeiro trabalho dado a Adão foi nomear todas as
coisas. A Adão foi dito para nomeá-las e ter domínio sobre toda a criação.
Sabendo o nome de todas as coisas, dá ao homem autoridade para falar e
compreender.
No ensino fundamental, ou Escola de Gramática, nós aprendemos a
recitar o alfabeto, números e cores. Gramática envolve palavras e seus
significados. As primeiras lições em falar envolvem repetição e aliteração
(repetição das mesmas sílabas, no mesmo verso ou em versos seguidos).
Dizemos trava-línguas e recitamos frases para aprender a falar, entre outros
exercícios de articulação das palavras. As crianças aprendem sua própria
língua (idioma), bem como línguas estrangeiras. Para aprender uma outra
língua, a gramática e sua estrutura são essenciais.
A Gramática pode ser dividida entre gramática técnica e gramática
exegética. Gramática técnica é aquela que a maioria de nós associa à
gramática de palavras – diagramando sentenças com sujeitos e verbos.
Gramática envolve aprender as declinações de verbos e substantivos. Mas, a
gramática exegética envolve aprender o significado das palavras, suas
nuanças, e como elas se encaixam em diferentes contextos.
Nós aprendemos que uma linguagem diferencial é apropriada para
usar para falar àquela autoridade acima de nós. Somos instruídos a manter
uma língua de boa fama e reputação na Instrução do Companheiro Maçom. A
preleção histórica do Companheiro Maçom nos leva a termos uma língua
instrutiva, para que nos tornemos homens melhores. Assim, a Gramática nos
ensina a falar de forma clara e concisa.
4.8.2. Retórica
Um sinônimo para retórica é persuasão. Estudar retórica é estudar
para falar e escrever para persuadir os outros. Com muita frequência nós
pensamos em retórica como sem importância, como na linha dos
descartáveis, “foi bem um comentário retórico”. Mas Retórica é um negócio
sério: ela tem conteúdo. Retórica é essencial no estudo das leis e
regulamentos. Roscoe Pound, Albert Mackey e Allen Roberts foram alguns
dos maiores escritores na jurisprudência Maçônica. Eles eram escritores
maravilhosamente bem persuasivos.
Romanos influentes aprenderam a falar em público com oratória e
fluência. Os recém-iniciados Aprendizes Maçons são convidados a falar em
Loja em qualquer que seja a forma que está em seus corações. Falar em
público é terrível para alguns. Mas para nós Franco-maçons, nós aprendemos
tanto a falar como ouvir os outros.
Retórica adiciona força e elegância aos nossos pensamentos. Quando
nos aperfeiçoamos na retórica, cativamos os ouvintes com a força de nossos
argumentos e com a beleza de nossa expressão. Nosso domínio da retórica
nos ensina a rogar e exortar nossos irmãos a atos de caridade. Uma Retórica
hábil usa o tato (sensibilidade) para admoestar os nossos irmãos. Elogios
retóricos tecem aplausos à excelência na conduta ou comportamento.
A discussão em Loja nos dá a prática em ouvir para treinar o ouvido.
À medida que subimos a escada em espiral, nós precisamos conquistar o
domínio dos nossos cincos sentidos. Um dos princípios morais ensinados no
Grau de Companheiro é ter um ouvido atento. Escutar nos ensina a ouvir a
poesia da linguagem e a ordem das palavras. Sabemos que de alguma forma
Fé, Esperança e Caridade soa melhor que Caridade, Fé e Esperança.
Discussões de Loja oferecem oportunidades para explorar estilos de
aprendizagem. Nossos juramentos e promessas são ouvidas e repetidas. Nós a
preparamos em nossa declaração. Nós ouvimos preleções históricas, orações,
ou conversas na Maçonaria especulativa. Os vários toques em nosso ritual
são lições em ouvir. É-nos perguntado se queremos ou não entrar, e ao ouvir,
ouvimos a palavra e damos a resposta adequada. Como falamos e ouvimos
um ao outro em Loja, nós crescemos na apreciação do debate e exortação.
Somos Irmãos, falando e ouvindo uns aos outros.
4.8.3. Lógica
Lógica é o terceiro degrau do Trivium. A Lógica nos direciona e nos
guia além da verdade. Isto consiste de um treino regular do argumento onde
nós deduzimos ou inferimos dos fatos. A Lógica nos conduz a conclusões
baseadas em nosso próprio conhecimento.
Nós usamos todas as nossas faculdades de convencimento,
julgamento, razoabilidade, raciocínio e disposição das questões perante nós.
A Lógica treina a mente para pensar de forma mais clara. Nós somos
instruídos a sermos homens bons e verdadeiros. Sinceridade e conduta reta
devem distinguir qualquer Maçom.
Dialética é o termo usado para descrever o pensamento crítico. Nós
ponderamos os prós e os contras para encontrar a melhor escolha. Nós
observamos o mundo. Quando vemos padrões e relacionamentos, nós
começamos a fazer previsões usando o raciocínio indutivo. Dialética nos guia
na construção de provas ou silogismos.
Inicialmente, achamos que podemos refutar afirmações mais fácil do
que prová-las. Reducio ad absurdum (reduzido ao absurdo) significa
encontrar a contradição a que as provas se opõem. Isso é fácil de refutar,
“todos elefantes podem voar”, simplesmente por encontrar um que não pode.
Uma observação isolada prova que, “nem todos elefantes podem voar”.
A educação de nossas mentes incluem provas e raciocínio dedutivo.
Nós começamos a notar ações que ajudam uma pessoa, podem não ajudar
todas. Nós aprendemos a evitar ou repelir argumentos de que alguma coisa é
verdadeira ou falsa simplesmente por quem a diz, ao invés de sua verdade
inerente.
Conforme avançamos na lógica, nós começamos a pensar em relação
às provas da existência de Deus. Nós vemos a beleza de uma folha de outono,
tão intricada e perfeita. A prova teológica da existência de Deus é o traçado
da natureza, que prova que precisaria ter existido um arquiteto, o nosso
G.A.D.U.
Gramática, retórica e lógica são o trivium, ou os primeiros três, das
Sete Artes Liberais e Ciências. Nós somos instruídos a polir e adornar nossas
mentes pelo estudos destas Sete Artes Liberais e Ciências.
O Quadrivium
O Quadrivium é uma palavra que tem sua origem – também - no
Latim, e que significa Quatro Vias ou Caminhos. Onde as quatro estradas
convergem é o centro do munícipio ou da cidade. Deixamos o vilarejo de três
estradas e progredimos a um nível mais avançado da cidade.
Uma mente robusta progride como se sobre estradas ou caminhos para
os segredos da sabedoria. Um homem sábio passeia pelos caminhos da
ciência.
O Quadrivium é associado com ciência e aprendizado dos mistérios
do universo. Pitágoras é o principal responsável por estes quatro ramos da
ciência: aritmética, geometria, música e astronomia.
4.8.4. Aritmética
Aritmética envolve computação ou cálculo com números. A
ignorância com números leva ao não entendimento de muitas coisas. Para
perceber o mundo de forma precisa, nós precisamos facilitar com a contagem
e mensuração das coisas.
A Matemática é ensinada passo-a-passo. Nós primeiro aprendemos a
contar antes de aprender a somar e subtrair. Assim como a ciência, ela é
progressiva pela construção das habilidades e familiaridade através da prática
frequente.
Nós desenvolvemos operações abstratas tais como adição e
multiplicação.
Um número considerável de escritores Maçônicos têm disponibilizado
uma lição de moral extremamente útil: Para o Franco-maçom, a aplicação
desta ciência é para:

“SOMAR ao seu conhecimento,

nunca SUBTRAIR o seu caráter de seu próximo,

MULTIPLICAR sua benevolência para com seus semelhantes,

e DIVIDIR seus recursos com todos aqueles que necessitem.”

A Aritmética oferece um sistema estruturado. Nela tem regras, ordens


e operações em termos e equações. Balanço e igualdade são princípios
aprendidos na aritmética que devem ser lembrados por nós quando agirmos
no nível. Existe beleza na aritmética e na matemática.
Nós descobrimos a simetria e a proporção das coisas. Os números nos
fascinam. Leonardo Fibonacci em 1201 A.D., descobriu que os coelhos se
reproduziam em séries de 1, 2, 3, 5, 8 e 13. As relações entre quaisquer dois
números leva à Média de Ouro, que é 1.618. O inverso de 1.618 é .618. Os
mesmos dígitos reaparecem. O Parthenon[21] foi construído na mesma
proporção de 161,8% do comprimento para a altura. Sentimo-nos espantados
e admirados com a beleza da matemática.
Encontramos padrões fractais na biologia, química e física que se
repetem. A espiral de Fibonacci é encontrada e ilustrada em conchas,
trazendo de forma exemplar a razão acima citada, como vemos na figura a
seguir.

A Matemática demonstra que algumas proporções são corretas e


outras são erradas. Indiretamente nos ensina sobre a moralidade. Não há
relatividade moral aqui. O Maçom deve ter moral absoluta, e não mais ou
menos.
4.8.5. Geometria
A Geometria concatena “geo” e “métrica”, ou mensuração da terra,
dentro dela. A Geometria descobre imensuradas áreas pela comparação destas
com áreas que já foram mensuradas. Ela é sinônimo de autoconhecimento, o
entendimento básico da substância ou essência de seu próprio ser. A Franco-
maçonaria coloca uma ênfase especial na geometria.
As ferramentas da geometria são prumos, esquadros e níveis. Elas
foram as ferramentas básicas dos Maçons operativos. Nós a usamos na
Maçonaria especulativa para ensinar lições de comportamento correto,
retidão e veracidade. Nosso condutor no Grau de Companheiro nos conduz
muito mais do que o aprendiz é conduzido por um Mestre em seu ofício.
O sentido da visão é desenvolvido na Geometria. Nós crescemos na
percepção de quais estruturas são bem organizadas e quais não são.
Reconhecemos que a geometria é a base da arquitetura.
4.8.6. Música
A Música é a sexta das Sete Artes Liberais e Ciências. Pitágoras e
seus discípulos é que tiveram interesse em estudar a música como ciência.
A música faz parte de nós. Nosso batimento cardíaco é o padrão
básico, com os sons que vão desde o choro de um bebê até o último suspiro
de nossa respiração. O sentido da audição é aprimorado, de modo que
possamos reconhecer cantigas, ritmos e sincopados. Palmas e cantos são
parte de quem somos como seres humanos, é muito peculiar à nossa espécie.
Vibrações causam sons. A altura do som em seu pico é determinada
pela frequência das vibrações. Nós aprendemos a ouvir escalas maior, menor
e cromáticas. Nós tentamos combinar o tom ao do vocalista. Isto requer
disciplina, mas nós alcançamos a harmonia. Muitos têm buscado ouvir os
sons do universo em frequência de rádio. Pedaços inteiros de música têm sido
dedicados à músicas das esferas.
O Primeiro Vigilante é algumas vezes associado a esta ciência, como
Vigilante zela e pede pela harmonia na Loja.
4.8.7. Astronomia
A Astronomia é a última nesta lista das Sete Artes Liberais e Ciências,
e é como nós contemplamos as estrelas e planetas, e assim, o G.A.D.U.
Tempo e espaço nos parecem pequeninos. Nos sentimos minúsculos
quando olhamos a Via Láctea. Muitas vezes se diz que o “Temor de Deus é o
princípio da Sabedoria”. Olhando para o universo ajuda a incutir o medo e a
sensação de glória do universo.
Os Globos na Loja ensinam-nos a entender a rotação da Terra em
volta do Sol e a rotação diurna da Terra. A Luz do dia é mais curta durante os
dias que antecedem 22 de Dezembro, e após esta data ela começa a se
alongar. Lógico que depende muito da região do planeta, pois aqui no Brasil,
por exemplo, este fenômeno ocorre mais cedo, eis que temos o horário de
verão, justamente para aproveitar mais esta Luz do dia, que é um pouco mais
alongada.
Nosso horário de verão começa em Outubro, normalmente. Nós
podemos observar isso. Tempos e Estações são entendidos pela contemplação
da astronomia.
4.9. AS CINCO NOBRES ORDENS DE ARQUITETURA
As cinco Nobres Ordens de Arquitetura são mencionadas na Preleção
do Segundo Grau, especificamente na seção 4 desta.
Neste tópico, vamos tentar acrescentar um pouco mais de
conhecimento ao que já foi mencionado na seção 4 da Segunda Preleção,
aprofundando um pouco mais.
Primeiramente, chama-se a atenção ao termo “Nobre”. Muitas
enciclopédias, dicionários e livros de arquitetura têm falhado na revelação do
termo e sugerem que este é um termo apenas usado na Literatura Maçônica,
algo que não chega a ser conclusivo.
De qualquer forma, muitos guias e manuais de arquitetura referem-se
a estas cinco Ordens como “Clássicas”, sugerindo que ambos os termos
(Nobres e Clássicas) sejam sinônimos.
Mas então, o que é uma Ordem? Uma Ordem é um termo
arquitetônico que compreende uma coluna clássica com seu capitel e seu
entablamento sobreposto horizontal[22]. A coluna – ou pilar – por si só não é
uma Ordem.
Existem regras rígidas que ditam a relação entre o diâmetro e altura
das colunas de cada Ordem, e as proporções de intercolúnio[23].
A coluna, propriamente dita, é divida em três partes, assim
denominadas:
1) Base – uma série de armilas, ou anéis emoldurados. A porção da
coluna na qual o eixo é colocado.
2) Eixo – tanto pode ser canelado (com longos sulcos redondos) ou não
canelado ou liso como são os eixos da Freemason’s Hall (Palácio
Maçônico na Inglaterra, a sede da Maçonaria Britânica).
3) Capitel – a cabeça esculpida ou a parte superior de uma coluna,
sobreposta ao eixo, que por sua concepção, é a forma pela qual cada
Ordem é reconhecida e distinguida.
Outrossim, vale a pena conhecermos os outros termos arquitetônicos
que compõem o estudo, como segue:
1) Entablamento – toda a superestrutura horizontal suportada pela linha
de colunas e na qual o arco do teto está montado, compreendendo a
arquitrave, friso e cornija (distintas camadas horizontais, uma em cima
da outra, em todo o comprimento do entablamento).
2) Pilastra – um pilar quadrado, projetando a partir de uma parede.
3) Ábaco – um membro quadrado ou retangular interposto entre o capitel
de uma coluna e a superestrutura que suporta (em outras palavras,
semelhante a um calço).

Segundo o Ir. Alex Horne[24], a Ordem em arquitetura pode ser


traçada desde a primeira formação da sociedade. Era época em que o rigor
das estações obrigava os homens a terem abrigos à inclemência do tempo, e
assim aprendemos que eles primeiro plantavam árvores do final, e depois elas
eram colocadas deitadas através de outras, para apoiar uma cobertura. As
bandas que ligavam as árvores em cima e em baixo são ditas terem dado
origem da ideia de base e capitel dos pilares, e então, a partir destas dicas
simples, originalmente procede à arte mais aprimorada da arquitetura.
As cinco Nobres Ordens de Arquitetura, assim classificadas são:
Toscana, Dórica, Jônica, Coríntia e Compósita.
As Ordens Dórica, Jônica e Coríntia são as três Ordens originalmente
inventadas pelos Gregos e são consideradas como representação de Força,
Sabedoria e Beleza. As Ordens Toscana e Compósita são de origem Romana.
As Ordens, assim usadas pelos Gregos, eram essencialmente
construtivas. Os Romanos, por outro lado, as usavam puramente como
objetos de decoração, sem qualquer valor estrutural; embora continuassem a
usá-las de forma construtiva, como nas colunas de Fóruns e Templos.
4.9.1. A Ordem Toscana
A Toscana é a primeira das cinco Nobres Ordens de Arquitetura.
Ela é a mais simples e sólida das cinco ordens. Foi inventada em
Toscana, de onde deriva seu nome. Sua coluna é de sete vezes o diâmetro de
altura; e seu capitel, base e entablamento tem poucos moldes.
A simplicidade de construção desta coluna a torna elegível onde o
ornamento seria supérfluo. Ou seja, onde o que importa é a funcionalidade e
não a beleza. Sua função primordial é sustentar uma estrutura e não adornar
uma construção.
4.9.2. A Ordem Dórica

A Dórica é a segunda das cinco Ordens de Arquitetura, e a primeira e


mais simples das três Ordens Gregas. Ela é plana e natural e é a mais antiga.
Sua coluna tem oito vezes o diâmetro de altura e raramente tem quaisquer
ornamentos na base ou no seu capitel, exceto moldes, embora o friso seja
distinguido por triglifos e métopas, e os triglifos compõem os ornamentos do
friso.
A composição sólida desta ordem dá preferência em estruturas em que
a força e uma nobre simplicidade são principalmente necessárias.
A Dórica é a mais bem proporcionada de todas as ordens.
Sua tradição histórica remonta a algo em torno de 1000 a.C., onde os
Dóricos, uma tribo da região norte do Golfo Coríntio, invadiram e
conquistaram o sul da Grécia. Os Dóricos, em seguida, por serem uma raça
dominante, deram seu nome para o estilo de arquitetura.
4.9.3. A Ordem Jônica

A Jônica é a terceira das Ordens de Arquitetura, e a segunda das três


Ordens Gregas. Ela é portadora de uma espécie de proporção média entre as
ordens mais sólidas e delicadas. Sua coluna é de nove vezes o diâmetro de
altura; seu capitel é adornado com volutas e sua cornija tem dentículos.
Existe tanto delicadeza quanto ingenuidade disposta neste pilar; a
invenção cuja qual é atribuída aos Jônios, como o famoso Templo de Diana
em Éfeso foi desta ordem.
Diz-se que fora formada a partir do modelo de uma mulher jovem e
agradável, de uma forma elegante, vestida em seu cabelo; como um contraste
a ordem dórica, que foi formada a partir do modelo de um homem forte e
robusto.
4.9.4. A Ordem Coríntia

Ela é a quarta das cinco Ordens de Arquitetura e a terceira das Ordens


Gregas.
A Coríntia é a mais rica das cinco Ordens, é considerada uma obra-
prima de arte. e foi inventada por Coríntio e Calímaco. Esta coluna é dez
vezes o diâmetro de altura, e seu capitel é adornado com duas fileiras de
folhas, e oito volutas ou rolos parecidos com chifre de carneiro, os quais
sustentam o ábaco. Os frisos são ornamentados com dispositivos raros, a
cornija com dentículos e modilhões. Esta ordem é usada em estruturas
imponentes e soberbas.
Diz a Lenda que foi uma circunstância marcante que inspirou
Calímaco na concepção do capitel desta coluna:
“Passando acidentalmente pela sepultura de uma jovem, teve a
atenção voltada a uma cesta com brinquedos, ali deixada por sua ama,
coberta por uma lajota e colocada sobre uma raiz de acanto; à medida que
as plantas cresciam, as folhas envolveram a cesta, chegando até a lajota que
fazia com que se dobrassem para baixo. Calímaco, admirado com o objeto,
pôs-se a imitar a figura; o vaso do capitel representa a cesta; o ábaco
imitando a lajota; as volutas imitando as folhas dobradas.”
4.9.5. A Ordem Compósita

A Compósita, inventada pelos Romanos, é a última das cinco Ordens


de Arquitetura. Ela é composta de duas outras ordens. Seu Capitel tem as
duas fileiras de folhas da Coríntia e as volutas da Jônica e os cantos em volta
com detalhes arredondados das Ordens Toscana e Dórica. Sua coluna tem dez
vezes o diâmetro de altura e a cornija tem dentículos ou modilhões simples.
Esta Ordem é usada principalmente em estruturas que apresentam solidez,
elegância e beleza.
De acordo com Horne, as antigas e originais Ordens de Arquitetura,
reverenciadas pelos Maçons, não são além de três, a Dórica, a Jônica e a
Coríntia. Para as Romanas foram adicionadas duas, a Toscana, a qual fizeram
mais plana que a Dórica, e a Compósita, que era mais ornamental, mas não
mais bonita que a Coríntia. As primeiras três ordens em particular, no
entanto, mostram invenção e caráter particular, e essencialmente diferem
umas das outras: as duas outras nada têm além do que é emprestado, e
diferem apenas acidentalmente, a Toscana é a Dórica em seu estado inicial, e
a Compósita é a Coríntia enriquecida com a Jônica. Aos os Gregos, e não aos
Romanos, somos gratos pelo que é grande, criterioso e distinto na arquitetura.
4.9.6. Influência na Maçonaria Operativa
Qual foi o impacto destas cinco Ordens de Arquitetura no Ofício
Maçônico? Apesar de não serem bem compreendidas de fora, foi de pouco
entusiasmo (e nem sempre por eles). As cinco Ordens exerceu um fascínio
considerável, mesmo que às vezes de forma indireta nos artesãos de todos os
tipos, além de arquitetos e decoradores de interiores.
A era Agostiniana (1770-1750) teve um intenso interesse na
Arquitetura. Para satisfazer as necessidades de arquitetos e construtores, e a
curiosidade dos diletantes, existiam inúmeros livros sobre o assunto, e
continuavam sendo publicados. Muitos, na verdade, foram dedicados ao
único assunto das Ordens, e deram grandes detalhes de suas dimensões,
relações, proporções modulares e assim por diante. Anderson, em suas
Constituições exaltou as virtudes do “Estilo Agostiniano” e verteu com
desdém a “Ignorância Gótica” e a “Confusão e impropriedade das edificações
Góticas”.
4.9.7. Simbolismo Maçônico das Ordens
Qual destas Ordens de Arquitetura são intimamente ligadas com a
Maçonaria especulativa? Por que nós vemos réplicas delas em nossas Lojas,
lemos sobre elas em nossos rituais e as vemos como parte de nossa mobília?
Nós temos que lembrar da íntima conexão entre os inicialmente
aceitos e a Franco-maçonaria especulativa, onde de um lado temos a
Maçonaria operativa e o do outro a arquitetura.
Os homens inteligentes e educados do século XVIII, assim tiveram
um grande interesse na construção e no desenvolvimento e aperfeiçoamento
dos estilos do Renascimento, e não é de se estranhar que muitos deles, como
patronos de obras, sem dúvida, devem ter sido atraídos para os Maçons e a
Franco-maçonaria. Igualmente, não seria surpreendente, dada as
circunstâncias, que as cinco nobres ordens de arquitetura, devam ter sido
enxertadas no desenvolvimento do sistema da maçonaria especulativa.
Maçons operativos, e os aceitos da Franco-maçonaria seguiram isso,
haja vista já terem a tradição de pilares e colunas. Existiam dois pilares nas
Instruções Antigas, aquele que não iria queimar, e outro que não podia
afundar, os quais eram o meio de preservar as Setes Artes e Ciências Liberais
para a posteridade da vingança de Deus por fogo e água. Em seguida, houve a
importância básica de, e interesse nos pilares do Pórtico do T. do R.S. Para
estes pilares os Agostinianos e especulativos Franco-maçons passaram a
adicionar as colunas das cinco nobres Ordens, e desenvolveram seus
simbolismo, especialmente o das três mais célebres, a Dórica, a Jônica e a
Coríntia, como suportes tradicionais da Loja.
4.9.8. Influência na Maçonaria Especulativa
Com o advento do Renascimento e da Reforma, a mente intelectual e
religiosa da Europa tinha tomado um novo rumo, e a fundação da Grande
Loja em 1717 tinha trazido consigo, quase que inevitavelmente, a inserção na
nova Maçonaria especulativa dos elementos, não dos “bárbaros” e então
impopular Góticos, mas da arquitetura clássica reavivada e universalmente
aclamada, da qual as Cinco Nobres Ordens de Arquitetura eram ao mesmo o
símbolo, o exemplo e expressão.
A influência dos maçons “especulativos” ou “aceitos” foi um sinal
dos tempos e uma reflexão genuína do espírito intelectual do período. Nos
séculos XVII e XVIII, o conhecimento da arquitetura, mais particularmente
das Ordens, foi considerado como uma parte essencial da educação de todos
os cavalheiros.
Provavelmente foi este interesse na arte de construir que induziu os
cavalheiros da época a se juntarem às Lojas; e este interesse geral da época
em arquitetura (comparável, digamos, ao interesse atual na música em geral)
pode explicar porque, de todas as artes medievais, era o ofício de pedreiro, e
não de qualquer outro, que foi aproveitado pelos cultos senhores da época e
transformado por eles em uma ciência especulativa.
Pesquisadores maçônicos sugerem que William Preston[25] foi o
responsável pela introdução das Cinco Ordens no sistema Maçônico.
Algumas evidências mostram esta influência, e poderíamos começar citando
parte da explanação da Tábua de Delinear do Segundo Grau: “...os cinco que
constituem uma Loja são o Mestre, dois Vigilantes e dois Cs. M. ... Cinco
constituem a Loja em alusão às cinco nobres ordens de arquitetura, assim
chamadas de Toscana, Dórica, Jônica, Coríntia e Compósita.”
Outra alusão às cinco Ordens aparece no Certificado da Grande Loja
Unida da Inglaterra (pela sigla em inglês UGLE). Desde meados do século
XVIII os certificados foram emitidos aos Irmãos. em 1819 a Grande Loja
Unida da Inglaterra usou pela primeira vez um desenho com três pilares em
linha através do certificado, formando dois painéis. Assim o certificado ficou
conhecido como o “Certificado dos Pilares” e, salvo pequenas modificações,
este modelo é usado até hoje.
Também é muito comum a nomeação de Loja com os nomes das
Ordens de Arquitetura, isto em se falando logicamente de Lojas inglesas,
sendo as mais comuns são a Dórica, Jônica e/ou Coríntia. Enfim, as Ordens
de Arquitetura são muito importantes para o simbolismo maçônico.

4.10. A CÂMARA DO MEIO


A Câmara do Meio, que é tão evidente no segundo grau, tanto na
Cerimônia, quanto nas preleções, tem muitos significados, maçônicos e
filosóficos.
Entre outros, é um símbolo da sabedoria. Pela experiência dos cinco
sentidos, através do conhecimento adquirido das Artes Liberais e Ciências, o
candidato é chamado a avançar, como que subindo uma escada em caracol ou
espiral, para que uma sabedoria de vida equilibrada com os sentidos,
emoções, intelecto, trabalho, caráter, ações, hábitos e da alma de um homem
estejam interligadas em unidade, equilíbrio e estabilidade.
A Câmara do Meio tem um significado filosófico muito interessante.
Se lembrarmos da Preleção, para que os Companheiros subiam pela escada
em caracol para chegar à Câmara do Meio? Para receberem o que lhes era
devido. E faziam assim sem escrúpulos ou receio, pois sabiam que mereciam.
Então, era a ordem natural das coisas no ambiente de trabalho, pois, tinham
feito por onde, tinham realizado seus trabalhos, e assim não tinham qualquer
objeção moral para buscar sua contraprestação.
Somo assim na vida. Ou, pelo menos, devemos ser. Devemos
progredir e saber buscar o que é nosso por merecimento, não devemos ter
receio, nem escrúpulos, ou seja, o que é nosso tem que ser buscado, com
ética, moral e honestidade. Buscamos progredir através do conhecimento para
alcançarmos coisas boas na vida, então, jamais podemos desistir do que é
nosso, sendo isto justo.
4.11. FERRAMENTAS DE TRABALHO DO C. M.
As ferramentas de um Aprendiz Maçom são aquelas usadas para
preparar a pedra – em seu estado bruto – para um operário de mãos mais
habilidosas, que então irá ajustá-la.
No sistema maçônico inglês existem três ferramentas de trabalho para
o Companheiro Maçom, onde tais ferramentas são emprestadas da Maçonaria
Operativa para serem utilizadas no sentido especulativo. Ou seja, como não
somos mais Maçons Operativos, mas sim livres e aceitos, utilizamos os
ensinamentos destas ferramentas à nossa moral. As três ferramentas do
Companheiro Maçom são: O Esquadro, O Nível e o Prumo.
As ferramentas deste grau são do homem do Ofício mais perito, do
Maçom mais habilidoso, responsável pela interpretação mais correta e precisa
do desenho arquitetônico. Estas então são as mais importantes de todas as
ferramentas e, embora a forma pelas quais elas são apresentadas ao candidato
na Passagem, seja uma das mais simples, no entanto, é carregada de
significado e simbolismo de todas as passagens de todo o nosso ritual
Maçônico.
Se o candidato, e posteriormente, Companheiro Maçom, realmente
absorver a filosofia contida nelas, ele não será capaz de falhar em tornar-se
um notável Maçom, e creditar muito à sociedade, por toda a sua vida.
4.11.1. O Esquadro

O esquadro serve para provar e ajustar cantos retangulares de edifícios


ou construções, e ajudar a transformar a matéria bruta na devida forma.
Lembrando, porém, o que já foi dito no livro anterior, sobre o Grau de
Aprendiz, o esquadro também denota, maçonicamente, o Grande Arquiteto, e
simboliza a moralidade. O esquadro, simbolicamente, serve para regular as
nossas condutas.
Em Loja, o esquadro faz parte do mobiliário (ou Joia) móvel, e é
usado como joia pelo Mestre da Loja. O importante é não confundir o
instrumento como ferramenta de trabalho com o instrumento mobiliário.
Acrescenta-se, que ele nos ensina a regular nossas vidas e ações de
acordo com a linha e normas Maçônicas e, harmonizar nossa conduta nesta
vida, de tal modo que possamos ser aceitos pelo Ser Divino, de quem emana
toda a bondade e a quem devemos dar conta de nossas ações.
O Grau de Companheiro Maçom é um convite mais profundo a esta
reflexão. O companheiro é instigado a expandir seu intelecto, e sua
obrigação, ou parte dela, é absorver este ensinamento filosófico, aplicando
em seu cotidiano, em suas relações interpessoais. Em conclusão, o esquadro
ensina moralidade.
4.11.2. O Nível

O Nível serve para fazer nivelamentos e provar horizontais.


Filosoficamente, o nível vem nos ensinar igualdade.
Da mesma forma, já foi discorrido sobre esta ferramenta no livro
lançado anteriormente por este autor, sobre o Grau de Aprendiz, por isso,
vale a pena aqui complementarmos relembrando o que foi dito naquela obra.
Ele também faz parte do mobiliário (ou Joia) móvel da Loja, e é usado
como joia pelo Primeiro Vigilante. Mas o seu ensinamento moral demonstra
que viemos da mesma origem, participantes da mesma natureza e dividimos a
mesma esperança; e, embora as distinções entre os homens sejam necessárias
para preservar a hierarquia, que a eminência dos cargos (ou da situação) não
nos faça esquecer que somos Irmãos, porque aquele que está no degrau mais
baixo da roda da fortuna é igualmente digno de nossa estima e consideração;
pois virá um tempo – e os mais sábios de nós não sabem quão breve – em que
todas as distinções, salvo as da bondade e da virtude, e a Morte, a grande
niveladora de toda a grandeza humana, nos reduzirá à mesma condição.
4.11.3. O Prumo

O Prumo serve para verificar e ajustar verticais, quando fixando-as


nas devidas bases. Filosoficamente, o prumo nos ensina justiça e retidão na
vida e nas ações.
Igualmente, o Prumo faz parte do mobiliário (ou Joia) móvel da Loja,
e é usado como joia pelo Segundo Vigilante, e sobre ela também já
discorremos na primeira obra, do Grau do Aprendiz, então aqui vamos
relembrar.
O Prumo, moralmente, ensina-nos por sua infalibilidade, assim como
a escada de Jacó, liga os Céus e a Terra e é critério de retidão e verdade, a
caminhar com justiça e correção diante de Deus e do homem, sem nos
desviarmos para a direita ou para a esquerda dos caminhos da virtude.
Não ser nem entusiasta, rigoroso, nem difamador da religião, nem se
deixar desviar para avareza, injustiça, maldade, vingança, e nem ser um
invejoso e revoltado da humanidade mas, livrar-se de toda a propensão
egoísta que possa prejudicar os outros.
Conduzir o barco desta vida sobre os mares da paixão, sem baixar o
escudo da retidão, é a mais alta perfeição que a natureza humana pode atingir.
Todo Maçom deve orientar sua conduta neste mundo como o
construtor que levanta sua coluna pelo nível e pela perpendicular; observar
um meio termo entre a avareza e o desperdício; segurar a balança da justiça
com equilíbrio; fazer suas paixões e preconceitos coincidirem com a linha
justa de sua conduta; e procurar ter a Eternidade em todas as suas obras.
4.12. A COLUNA “J”
Assim como no Grau de Aprendiz, numa Loja de Emulação, o
Companheiro Maçom, ou Franco-maçom, ainda na Cerimônia de Passagem,
toma conhecimento da Coluna “J”, a segunda coluna da Loja, pois a Coluna
“B” ele havia conhecido na Cerimônia de Iniciação. Esta Coluna “J” fica na
entrada da Loja, mas não do lado de fora, como já foi dito na obra anterior.
Podemos observar a foto abaixo, de uma Loja Inglesa:

Loja Inglesa “Prince of Wales” nº 1338. Jurisdicionada à UGLE. Nota-se que olhando do Leste, à
esquerda a Coluna J, com o Globo Celeste, e à direita, a Coluna B, com o Globo Terrestre. Ao
fundo, no Oeste, o ped. do P.V.

Em alusão a esta coluna, é-lhe dada uma palavra, a palavra do Grau,


que lhe será exigida durante a Cerimônia, em uma de suas perambulações. A
palavra deriva justamente desta coluna. Ele então responde: “-Esta palavra
deriva da Col. e. do p. ou e. do T. do R.S., assim chamada em recordação a
......, o Assistente do Sumo Sacerdote que oficiou a sua dedicação...”.
E o interessante é que a apresentação desta Coluna “J” ao candidato
não é isoladamente, pois ele é incitado a lembrar-se da Coluna e Palavra do
Grau anterior, pois uma complementa a outra, dando um novo significado
quando reunidas, ele então termina assim: “...O significado da palavra é
est...r; e quando reunida com a do Grau anterior est...e, pois Deus disse, ‘Em
f...a Eu est...i esta Minha casa para permanecer firme para sempre’.”
Na obra anterior, lançada por este mesmo autor, existe uma narração
completa e aprofundada sobre as Colunas “B” e “J”, sendo, portanto,
dispensada aqui sua repetição. Espero que o leitor tenha adquirido a primeira
obra, se não, que sirva de estímulo para adquiri-la, para o bem do estudo.
4.12.1. O Globo Celeste sobre a Coluna J
A Coluna “J” ou como alguns autores e Lojas chamam de “Pilar ‘J’”,
tem em seu topo (capitel), ao contrário da descrição das Colunas do Templo
do Rei Salomão, conforme passagem bíblica citada, um Globo Celeste,
enquanto que a Coluna “B” tem um Globo Terrestre.

Globo Celeste da Coluna “J”


da Loja Inglesa “Prince of Wales”

Toda a narração histórica e justificação sobre a utilização dos Globos


nos Pilares das Lojas está no Livro RITUAL DE EMULAÇÃO – O Grau de
Aprendiz Maçom[26], de autoria deste autor. Assim, como entendo que o
estudo é realizado pelo leitor de forma sistemática e com silogismo, permito-
me pensar que o mesmo já adquiriu aquele exemplar antes deste. Assim, não
copiarei aqui a narração contida lá. Caso não tenha adquirido, que este ato
sirva de estímulo à aquisição, ao bem do estudo.
4.13. A TÁBUA DE DELINEAR (OU TRAÇAR)
Novamente, peço licença ao leitor para explicar que a história das
Tábuas de Delinear adotadas pela Emulation Lodge of Improvement, como
oficiais ao Ritual de Emulação, já fora narrada e fundamentada no Livro do
Grau de Aprendiz, lançado antes deste. Aqui devo ser mais sucinto e apenas
preencher as lacunas no que diz respeito ao breve histórico da T.D. do
Segundo Grau, que na verdade se mistura com a história já narrada, visto que
os pintores tinham por costume pintar as Ts.D. dos três graus.
Como sabido, em 1845, a Emulation Lodge of Improvement criou uma
espécie de concorrência ou concurso entre os pintores renomados da época,
sendo que este concurso foi vencido pelo pintor John Harris, e as Tábuas de
Delinear pintadas por ele neste ano foram aprovadas e adotadas como as
oficiais do Ritual de Emulação (vide fig. 4).
As ilustrações que ele apresentou no concurso foram baseadas em
seus próprios modelos anteriores (figs. 2 e 3), mas foram alteradas
posteriormente por sugestão do Comitê, resultando na pintura atual (fig. 4).
A única maior mudança ocorrida nas pinturas foi justamente na Tábua
de Delinear do Segundo Grau, cuja qual foi ajustada para demonstrar as
vistas das duas entradas do Templo (fig. 4). Estas Tábuas foram aprovadas
pelo Comitê precisamente em 16 de maio de 1845.
Na Tábua de Delinear do Segundo Grau aprovada, a grande maior
mudança foi a inclusão de uma figura humana, presumidamente para dar
maior noção de proporção. Esta mudança substancial na Tábua do Segundo
Grau parece refletir a mudança de pensamento que estava acontecendo
naquele momento em relação ao estilo e estrutura do Templo do Rei
Salomão.
Podemos ver a evolução das Tábuas ao longo das décadas. Uma das
primeiras Tábuas adotadas pela Emulation Lodge of Improvement – com o
detalhe de ser colorida, pois antes disso as gravuras eram em preto e branco –
foi uma pintura de Josiah Bowring, em 1819 (fig.1). Depois em 1825, foi
adotada a Tábua pintada por John Harris (fig. 2), que evoluiu para uma obra
também de sua autoria em 1845 (fig. 3) para chegar ao trabalho final, também
em 1845 (fig. 4), com o qual venceu o concurso, e com a adaptações
sugeridas pelo Comitê.
Fig. 1. Tábua de Delinear do Segundo Grau – Pintada à mão na madeira por Josiah Bowring – 1819
Fig. 2. Tábua de Delinear do Segundo Grau - Pintada por John Harris, Inglaterra em 1825.
Fig. 3. Tábua de Delinear do Segundo Grau - revisada e pintada por John Harris, em 1845.
Fig. 4. Tábua de Delinear do Segundo Grau – Pintada por John Harris e adotada pela
Emulation Lodge of Improvement em 1845.
4.13.1. Explanação da Tábua de Delinear do Companheiro
(Conforme “Emulation Ritual”, 12ª Edição, de 2007.)
Quando o Templo de Jerusalém foi terminado pelo Rei Salomão, sua
opulência e esplendor tornaram-se objeto de admiração das nações
circunvizinhas e sua fama espalhou-se aos recantos mais remotos do mundo
então conhecido. Nada havia, no entanto, em relação à sua estrutura
magnificente mais notável, ou que mais particularmente chamasse a atenção,
do que as duas grandes Colunas que foram colocadas no pórtico ou entrada.
A da esquerda chamava-se ...., que significa em ....; a da direita ...., que
significa ....; e quando unidas ....; pois Deus disse: “Em ...... Eu est.....i esta
Minha casa para permanecer firme para sempre”.
A altura dessas Colunas era de dezessete cúbitos e meio cada, sua
circunferência doze, seu diâmetro quatro. Foram feitas ocas, para melhor
servirem como arquivos para a Maçonaria, pois nelas foram depositados os
documentos constitucionais. Sendo ocas, a borda ou casca, tinha quatro
polegadas, ou a largura de uma mão. Foram feitas em metal fundido, e
moldadas na planície do Jordão, no terreno argiloso entre Sucot e Zeredatá,
onde o Rei Salomão ordenou que elas e todos os seus vasos sagrados fossem
moldados. O superintendente da fundição foi H. A.
Essas Colunas eram adornadas com dois capitéis de cinco cúbitos de
altura cada; os capitéis eram enriquecidos com uma rede, lírios trabalhados e
romãs. A rede pela conexão de suas malhas denota união; os lírios
trabalhados, pela sua alvura, paz; e as romãs, pela exuberância de suas
sementes, denotam abundância. Havia duas fileiras de romãs em cada capitel,
cem em cada fileira. Além disso, essas Colunas foram ornadas com duas
esferas, nas quais estavam delineados os mapas dos globos celeste e terrestre,
significando Maçonaria universal. Elas foram consideradas terminadas
quando a rede ou dossel foi estendido sobre elas.
Foram erguidas como um memorial para os filhos de Israel, daquela
miraculosa coluna de fogo e nuvem que teve dois efeitos maravilhosos. O
fogo iluminou os Israelitas durante a sua fuga da escravidão Egípcia, e a
nuvem produziu trevas para o Faraó e seus seguidores quando tentaram
alcançá-los.
O Rei Salomão ordenou que fossem colocadas na entrada do Templo,
por ser aquele o local mais próprio e conspícuo para que os filhos de Israel
tivessem, continuamente diante de seus olhos, a feliz libertação de seus
antepassados quando fossem ou retornassem do culto Divino.
Na construção do T. do R. S. foi empregado um imenso número de
Maçons. Consistiam de Aps. e Cps. Os Aps. recebiam semanalmente uma
provisão de trigo, vinho e azeite; os Cps. tinham seus salários pagos em
espécie, que iam receber na câmara do meio do Templo. Chegavam lá pelo
pórtico ou entrada do lado sul. Depois que nossos antigos irmãos passavam
pelo pórtico, chegavam ao pé da escada em caracol que conduzia à câmara do
meio. Sua subida era impedida pelo 2ºV, que lhes exigia o t. de p. e a p. de p.
que conduz do Primeiro ao Segundo Grau. Todos vós estais de posse do t. de
p., e a p. de p., atrevo-me a recordar-vos é ......; ...... significa ....., e é aqui
representada por uma e...a de t...o próxima a uma q...a d’á.... A palavra ......
teve sua origem na ocasião em que um exército de Efraemitas cruzou o Rio
Jordão, em uma atitude hostil contra Jefta, o renomado general Gileadita. O
motivo que eles deram para tão desagradável visita foi o de não terem sido
chamados para participarem das honras da guerra Amonita, mas seu
verdadeiro objetivo era o de participar dos ricos despojos com os quais, em
consequência desta guerra, Jefta e seu exército estavam então carregados. Os
Efraemitas sempre foram considerados um povo clamoroso e turbulento, mas
naquela ocasião manifestaram-se violentamente, e após vários e graves
insultos aos Gileaditas em geral, ameaçaram destruir seu vitorioso
comandante e sua casa pelo fogo. Jefta, de sua parte, tentou todos os meios
suaves para apaziguá-los, mas encontrando-os ineficazes, recorreu aos
rigorosos. Ele então mobilizou o seu exército, deu combate aos Efraemitas,
derrotou-os e colocou-os em fuga; e para tornar sua vitória decisiva, e
precaver-se contra semelhante incômodo no futuro, enviou destacamentos de
seu exército para guarnecerem as passagens do Rio Jordão, pelas quais sabia
que os insurgentes deveriam necessariamente tentar usar para regressar à sua
terra, dando ordens estritas aos seus guardas para que se um fugitivo viesse
por aquele caminho, e se declarasse um Efraemita, deveria ser imediatamente
morto; mas se prevaricasse ou negasse, que uma palavra de prova lhe fosse
pedida para pronunciar - a palavra ...... Eles, por um defeito de aspiração
peculiar ao seu dialeto, não podiam pronunciá-la devidamente, mas diziam
“Zi...é”, esta pequena variação denunciava sua origem e custava-lhes a vida.
E as Escrituras nos informam que tombaram naquele dia, no campo de
batalha e às margens do Jordão, quarenta e dois mil Efraemitas; e como ......
era então uma palavra de prova para distinguir amigos de inimigos, o R.S.
posteriormente resolveu adotá-la como uma palavra de passe em uma Loja de
Cps., para evitar que qualquer pessoa não qualificada subisse a escada em
caracol que conduzia à câmara do meio do Templo.
Depois que nossos antigos irmãos davam essas provas convincentes
ao 2ºV., ele dizia “Passai ......”. Eles então subiam a escada em caracol,
consistindo de três, cinco, sete ou mais degraus. Três governam uma Loja,
cinco mantém uma Loja, sete ou mais a tornam perfeita. Os três que
governam uma Loja são: o Mestre e seus dois Vigilantes; os cinco que
mantém uma Loja são o Mestre, dois Vigilantes e dois Cps.; os sete que a
tornam perfeita são dois Aps. acrescidos aos cinco precedentes.
Três governam uma Loja porque houve apenas três Grãos Mestres que
governaram durante a construção do primeiro T. de Jerusalém, a saber, S. R.
de I., H. R. de T. e H. A. Cinco mantém uma Loja em alusão às cinco nobres
ordens de arquitetura, a saber, Toscana, Dórica, Jônica, Coríntia e Compósita.
Sete ou mais tornam uma Loja perfeita, porque o R. S. despendeu sete
anos em construir, completar, e dedicar o T. de J. ao serviço de Deus. Há
igualmente ainda uma alusão às sete Artes liberais e Ciências, a saber,
Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia.
Depois que nossos antigos Irmãos atingiam o topo da escada em
caracol, eles chegavam à porta da câmara do meio que encontravam aberta,
porém devidamente coberta contra todos abaixo do Grau de Cp. pelo 1ºV.,
que lhes exigia o Sn., T. e P. de um Cp. Depois que eles davam estas provas
convincentes ele dizia “Passai ......”. Então eles entravam na câmara do meio
do Templo, onde iam receber os seus salários, o que faziam sem escrúpulos
ou receios: sem escrúpulos, pois sabiam ter a eles todo direito, e sem receios
pela grande confiança que depositavam na integridade de seus chefes,
naqueles dias.
Quando nossos antigos Irmãos estavam na câmara do meio do Templo
sua atenção era particularmente atraída para certos caracteres Hebreus, aqui
representados pela letra G.
CAPÍTULO 5:
A RITUALÍSTICA NO GRAU DE
COMPANHEIRO

No Ritual de Emulação, a Loja é sempre aberta e encerrada no Grau


de Aprendiz. É neste Grau que praticamente tudo acontece, pois no sistema
Inglês, todos participam. Não existe o encerramento da Loja por “golpe de
malhete” (imposição do V.M.) em outros graus que não o primeiro, ou, o
Grau de Aprendiz. Mais detalhes sobre a ritualística no Grau de Aprendiz já
foram dados no livro lançado antes deste. Vale a pena sua leitura.
Assim, a abertura da Loja em outros graus é feita somente com
motivos muito específicos para que isso ocorra, seja para Cerimônia (ou seu
ensaio) ou para Instrução, ou seja, Preleções. Ou ainda, especificamente no
Grau de Mestre, por ocasião dos dois motivos anteriores, mas também para
Instalação.
No caso em questão, como estamos a estudar o Grau de Companheiro,
outros não são os motivos para sua abertura, a não ser a Cerimônia de
Passagem ou a instrução pelas Preleções do Grau. Inexiste outro motivo para
que a Loja trabalhe no Grau de Companheiro. Por isso mesmo, o uso da
reversão é quase que inapropriado como já dito na obra anterior (item 6.15.,
págs. 238-241, do livro de aprendiz).

5.1. ABERTURA NO GRAU DE COMPANHEIRO


A abertura da Loja no Segundo Grau é conforme o procedimento
ritualístico contido no Ritual de Emulação. Nele o procedimento é bem
direto.
Antes da abertura no Segundo Grau, o primeiro cuidado a ser tomado
é cobrir a Loja em relação aos Aprendizes. Ou seja, o V.M. pede aos
Aprendizes que se retirem, e que o D.C. os conduza até a porta da Loja, onde
o G.I. a abrirá e possibilitará a saída. Fora da sala da Loja eles são
recepcionados pelo Cob. que se encarregará de acomodá-los num local onde
não seja possível escutar o que se passa dentro da sala da Loja.
Já vi alguns Vs.Ms. se esquecerem de tal procedimento,
principalmente em início de gestão, onde ainda estão se habituando ao cargo.
Mas para isso deve contar com o apoio dos outros Irmãos, mormente o
V.M.I., que deve estar ali ao seu lado para auxiliá-lo, ou até mesmo o próprio
D.C.. Já falei que o sucesso da reunião da Loja está no conjunto das
responsabilidades, todos concentrados e prontos para exercerem seu encargo,
se possível, ajudando os outros Irmãos.
Além da ritualística, as únicas mudanças físicas na sala da Loja
ocorrem no Esq. e Comp. no V.L.S. e na mudança da T.D. pelo S.D., e mais
nada é modificado fisicamente.

5.2. O VOLUME DA LEI SAGRADA (V.L.S.)


Na abertura do Segundo Grau, em momento apropriado, o V.M.I. não
mexerá no V.L.S., mas apenas no Esq. e no Comp., modificando-os na forma
do Segundo Grau, ou seja, uma das pontas do Comp. ficará exposta. Um
detalhe que o V.M.I. jamais pode esquecer na hora de arrumar o Esq. e
Comp. sobre o V.L.S. é que as pontas do Compasso continuam voltadas para
o pé da página direita do V.L.S. aberto. E, preferencialmente, a ponta a ser
exposta será a do lado direito. Vejamos a ilustração abaixo:

E como Já foi dito, o V.L.S. é aberto em qualquer ponto, não existe


um termo (passagem bíblica) ou qualquer outro item preferencial.
Normalmente, o V.L.S. é aberto no meio, por questão convencional, e para
melhor acomodar o Esq. e Comp.
Outra coisa, que vale a pena lembrar, é que o V.L.S. já estará aberto
desde a abertura da Loja no Primeiro Grau, na abertura do Segundo Grau, o
único trabalho do V.M.I. é arrumar o Esq. e Comp., expondo uma das pontas
do Comp. conforme ilustrado acima. Do mesmo modo, ele (V.L.S.) não é
lido por ninguém, mas fica na posição de leitura do V.M. Então, não há o que
mexer nesta hora, o V.L.S. não sai da posição e não é aberto em outra
passagem bíblica, fica onde está.
5.3. ENCERRAMENTO DO GRAU DE COMPANHEIRO
O encerramento da Loja no Grau de Companheiro, na verdade, é
somente o encerramento do Grau, e não da Loja. Jamais a Loja poderá ser
encerrada em outro grau que não seja o de Aprendiz.
E lembrando, é proibido encerrar o grau por meio de reversão, isto já
foi explicado no livro anterior, o de aprendiz.
Assim, no momento apropriado conforme o ritual, o V.M.I. volta a
esconder ambas as pontas do Comp. e o S.D. troca novamente a T.D.,
substituindo a do Segundo Grau pela do Primeiro.
5.4. OUTRAS CONSIDERAÇÕES
Tudo que estiver previsto a ocorrer no Grau de Companheiro estará na
Ordem do Dia, que é seguida normalmente, como no Primeiro Grau. A
Ordem do Dia nada mais é – como já bastante debatido – a relação dos
assuntos ou tarefas da reunião.
Se acontecer de chegar um Irmão atrasado, justamente com a Loja
aberta no Grau de Companheiro, o Cob. se encarregará de certificar-se se o
Irmão é apto a adentrar, ou seja, tem que ser no mínimo Companheiro
Maçom. O procedimento de entrada de RETARDATÁRIOS na Loja está
previsto no Ritual, e também é descrito no livro anterior a este, do Grau de
Aprendiz, item 6.5.
Enfim, nenhum outro ponto pode ter ocorrência, do ponto de vista
ritualístico, no Grau de Companheiro Maçom.
APÊNDICE
A1. A PRELEÇÃO DO COMPANHEIRO MAÇOM

Como já dito na obra antecessora, sobre o Grau de Aprendiz Maçom,


embora as Preleções sejam trabalhadas com muito menos frequência hoje do
que em épocas anteriores, elas fazem restituir o estudo, pois elas contêm
muitas passagens bonitas do ritual, a maioria das quais não tenham se
adquirido o ar de familiaridade àqueles de um padrão mais exigente. A Loja
que se encontra sem um candidato tem uma boa oportunidade para fazer uso
das Preleções, quer como um meio de ensaiar as cerimônias (seu propósito
original), ou para ampliar os horizontes maçônicos dos seus membros.
Em uma Loja regular, elas são sempre trabalhadas nos respectivos
graus a que as Preleções se referem. Cada seção é introduzida pelo Mestre
com a frase “Irmão Primeiro Vigilante” - o Primeiro Vigilante permanece
em seu lugar, “- Poderia ajudar o Ir... (um Ex-Venerável) ... [ou a mim]
trabalhar na seção ... da -....Preleção?”. O Primeiro Vigilante responde: “-
Eu farei o meu melhor, Venerável Mestre”. Ele então dá um P. e dá o Sn.
do grau em que a Loja está aberta - não o Sn. do grau em que a Preleção está
prestes a ser trabalhada. Se a Preleção é trabalhada com a ajuda do Segundo
Vigilante, o mesmo procedimento é adotado, mas se com o auxílio de outro
Oficial ou Irmão, o assistente é dirigido pelo cargo ou nome, conforme o
caso, e dá a mesma resposta, mas não saúda o V.M. até que ele assuma sua
posição em frente ao Guarda Interno.
Na conclusão da última seção da Segunda Preleção, no entanto,
quando todos os Irmãos se colocam de pé, alguns momentos antes que o
“Tiro ou Fogo” seja plenamente dado; ele é idêntico ao que é dado após cada
brinde maçônico no jantar, mas em um ritmo mais sereno, de forma que o Sn.
possa ser dado do próprio lugar. O assistente, em seguida saúda novamente e
retoma seu lugar.
Uma observação importante é que ao final da Preleção do
Companheiro, ou seja, da Segunda Preleção, o “Fogo” maçônico é dado com
o Sn. de Apr., e não com o de C.M.
A seguir, trazemos aqui a Preleção de Companheiro, traduzida do
original inglês, nos seguintes termos:
A Preleção do Segundo Grau
Seção 1 da Segunda Preleção
P. Onde você foi passado ao grau de C. M.?
R. Numa Loja de Cs. Ms.
P. Consistindo de quantos?
R. Cinco.
P. Sob quais denominações?
R. O V.M., seus dois Vigilantes, e dois Cs. Ms.
P. Como você foi passado?
R. Pela submissão de um exame prévio em Loja aberta, sendo confiado a
uma prova de mérito que conduz a esse grau.
P. E para então onde foi conduzido?
R. A uma sala conveniente, contígua à Loja de Cs. Ms., com o propósito de
ser preparado.
P. Como foi preparado?
R. De uma maneira muito semelhante à forma anterior, salvo que nesse grau
não me vend. os o..s, desn. o b...o esq...o, p...o esq...o e j...o dir...o, e meu p.
esq...o foi calçado de chinelo.
P. O que lhe habilitou a ser admitido numa Loja de Cs. Ms.?
R. A ajuda de Deus, o auxílio do Esq. e o benefício de uma P. de P.
P. Como foi admitido?
R. Pelas b...s de Apr. M.
P. Em que foi admitido?
R. No E.
P. O que é um E.?
R. Um ângulo de 90 graus ou a quarta parte de um círculo.
P. Quais são os objetivos peculiares de pesquisa neste Grau?
R. Os mistérios ocultos da natureza e da ciência.
P. Quando foi admitido na Loja, como você foi disposto?
R. Fui conduzido entre os D...s e colocado à esq. do 1º V., e orientado a
avançar como um Maçom.
P. E o que lhe foi solicitado então?
R. A ajoelhar, para receber o benefício de uma prece Maçônica.
V.M. (!) 1º V. (!) 2º V. (!)
(TODOS - levantam-se com o Sn. de Rev.).
R. Suplicamos a continuidade de Teu auxílio, Ó Senhor Misericordioso, em
nosso favor e deste que se ajoelha diante de Ti; possa o trabalho iniciado em
Teu nome ser continuado para a Tua Glória e eternamente estabelecido entre
nós em obediência aos Teus preceitos.
V.M.I. - Assim seja.
(TODOS - baixam o Sn. de Rev., e sentam-se).
P. Após a recitação desta prece, como você foi disposto?
R. Fui conduzido duas vezes ao redor da Loja.
P. O que lhe foi solicitado na primeira perambulação?
R. Saudar o V.M. como Maçom, avançar ao 2º V., como tal, mostrando o Sn.
e comunicando o T. e a P.
P. Para o que então os Irmãos chamaram sua atenção?
R. Que eu, que fui regularmente iniciado na Franco-maçonaria, iria passar
diante deles para mostrar que eu era um candidato devidamente preparado
para ser passado ao grau de C. M.
P. O que lhe foi solicitado na segunda perambulação?
R. Saudar o V.M. e o 2º V. como Maçom, avançar ao 1º V. como tal,
mostrando o Sn. e comunicando o T. de P. e a P. de P. que conduzem do
Primeiro ao Segundo Grau.
P. Como procedeu o 1º V. ?
R. Ele apresentou-me ao V.M. como um candidato devidamente preparado
para ser passado ao Segundo Grau.
P. O que o Mestre então ordenou?
R. Que o 1º V. ordenasse o 1ºD. a instruir-me a avançar ao L. na devida
forma.
P. Solicito-lhe mostrar o método de avançar do O. para o L., neste grau.
R. (Isto é feito, dirigindo-se ao L., avançando como que se subindo por uma
esc. em c...l, após então retornando ao seu lugar).
P. Quando colocado diante do Mestre no L., como ele se dirigiu a você?
R. Como em todos os casos, cada grau na Franco-maçonaria deve ser
mantido exclusiva e separadamente, um outro Jur. Será agora exigido de
você, em muitos aspectos similar ao anterior, Você quer prestá-lo? – Ao
qual dei minha resposta afirmativa.
P. O que o Mestre lhe solicitou a seguir?
R. Aj...r sobre o meu j...o dir...o, meu p. esq. formando um Esq., colocar
minha m. dir...a sobre o V.L.S., enquanto o meu b...o esq...o foi sustentado no
ângulo do Esq.
P. Nesta posição o que você fez?
R. Prestei o Sol. Jur. de C. M.
P. Solicito-lhe fazê-lo agora.
V.M. (!) 1º V. (!) 2º V. (!)
(TODOS - Levantam-se, com Sn. de F.)
R. Eu, (nome completo), na presença do Grande Geômetra do Universo e
desta digna e Venerável Loja de Cs. Franco-maçons, regularmente
constituída, reunida e devidamente consagrada, de minha livre e espontânea
vontade, por e sobre este livro, solenemente prometo e juro que sempre
guardarei, ocultarei e nunca indevidamente revelarei quaisquer dos segredos
ou mistérios de ou pertencentes ao Segundo Grau na Franco-maçonaria,
denominado Grau de Comp., para aquele que seja apenas um Ap. como
tampouco divulgarei quaisquer deles aos que não sejam Maçons. Ainda
mais, prometo solenemente agir como verdadeiro e fiel Comp., responder aos
Sinais, atender às Convocações e manter os princípios estabelecidos no Grau
anterior. Estes diversos pontos eu solenemente Juro observar, sem evasivas,
equívocos ou reserva mental de qualquer natureza. Assim me ajude Deus
Onipotente, mantendo-me firme neste Solene Jur. de Comp. Franco-maçom.
(TODOS - Cortam o Sn. e sentam-se)
P. Tendo prestado o Sol. Jur. de Comp. M., o que o Mestre solicitou de você?
R. Que, como penhor de minha fidelidade e para tornar solene esse
Juramento, que de outra forma poderia ser considerado apenas como uma
séria promessa, que eu o sel...e com os meus l...s, duas vezes, no V.L.S.
P. Como ele então se dirigiu a você?
R. Seu progresso na Maçonaria é assinalado pela posição do Esq. e do
Comp.. Quando foi feito Ap. ambas as pontas estavam ocultas; neste grau,
uma está exposta, implicando que agora esta a meio caminho da Franco-
maçonaria, superior a um Ap. mas inferior àquele que no futuro confio que
atingirá.
P. Como procedeu então o Mestre?
R. Ele amigavelmente tomou a minha m. d. e disse: – “Levante-se, recém-
juramentado Comp. Franco-maçom.”
P. Como ele então se dirigiu a você?
R. Tendo prestado o Sol. Jur. de um C.M., vou confiar-lhe os segredos do
Grau. Portanto, deve você avançar a mim como na sua Iniciação.
P. O que o Mestre lhe solicitou então?
R. A dar um outro passo curto na sua direção, com o meu p. esq., colocando
o calc. do p. dir. na c. do p. esq., como antes. Este, me informou ele, ser o
seg. p. r. na Franco-maçonaria, e é nesta posição que são comunicados os
seg...s do Grau.
P. De que consistem esses seg...s?
R. Como no precedente, consistem em Sn., T. e P. com a diferença de que
neste Grau o Sn. é de uma tríplice natureza.
P. Eu lhe solicito fazer a primeira parte do Sn. tríplice.
R. (Faz o Sn.)
P. O que é isto?
R. O Sn. de F., emblematicamente para proteger o repositório dos meus
segredos contra os ataques dos insidiosos.
P. A segunda parte.
R. (Faz o Sn.)
P. O que é isso?
R. O Sn. de Acl. ou de Per.
P. Quando ele teve origem?
R. Na ocasião em que Josué travava as batalhas do Senhor. Nesta posição
rezava fervorosamente ao Onipotente para manter a luz do dia, permitindo-
lhe completar a derrota de seus inimigos.
P. A terceira parte.
R. (Faz o Sn.).
P. O que é isso?
R. O Sn. P.
P. A que ele alude?
R. À penalidade simbólica, antigamente inclusa no Jur. deste Grau,
implicando que, como homem honrado, um Comp. Franco-maçom preferiria
ter o c. a. do p. (ilustra) do que indevidamente revelar os segredos confiados
a ele. A penalidade completa era a de ter o p. esq. ab., o c. a., dilacerado e
atirado às aves de rapina ou às feras devoradoras da selva como uma presa.
P. Comunique o T. ao Ir. ... .
R. (O que é feito).
P. Está correto?
R. (Pelo Ir. que foi comunicado; com o Sn. do Grau em que a Loja está
aberta). -Está V.M.
P. O que exige ele?
R. Uma palavra.
P. Dê-me esta palavra.
R. Ensinaram-me a ser cauteloso neste Grau como no anterior. Eu a
soletrarei ou dividirei com você.
P. Como quiser e comece.
R. (Aqui a palavra é dada dividida).
P. De onde se deriva esta palavra?
R. Da c. do l. d. do pór...o ou ent...a do T. do R. S., assim chamada em
recordação de ........ , o S. S. Assist. que oficiou em sua dedicação.
P. Qual o significado da palavra?
R. E...r .
P. E quando unida com a do Grau anterior?
R. E...e, pois Deus disse: - “Em ... , Eu ...ei esta Minha casa para ficar firme
par sempre.”
P. Tendo sido Juramentado e recebido os Segs., você foi investido?
R. Sim, fui investido com a insígnia distintiva de um Comp. Franco-maçom,
cuja qual informou-me o 1º V., para marcar o progresso que eu tinha feito
na ciência.
P. Repita então as palavras dirigidas a você pelo Mestre.
R. Deixe-me acrescentar ao que foi dito pelo 1º V. que a insígnia com a qual
foi agora investido indica que, como Comp., espera-se que fará das Artes
Liberais e das Ciências o seu futuro estudo, para estar mais bem habilitado
a cumprir os seus deveres como Maçom e melhor avaliar as maravilhosas
obras do Onipotente.
P. Onde foi colocado a seguir?
R. Na parte SE da Loja.
P. Solicito-lhe repetir a exortação.
R. Sendo a Maçonaria uma ciência progressiva, quando feito um Ap. foi
colocado no canto NE da Loja para indicar ter sido admitido recentemente;
está sendo agora colocado na parte SE para assinalar o progresso que fez
na Ciência. Você, agora em pé, aparenta um justo e honesto Comp. Franco-
maçom, e eu lhe recomendo, firmemente, a sempre continuar a agir como
tal; e como acredito que o teor da última preleção não está e nunca estará
apagado de sua memória, contento-me em observar que, como no grau
anterior, tomou conhecimento dos princípios da Verdade Moral e da
Virtude, Você tem agora permissão para estender as suas pesquisas nos
mistérios ocultos da Natureza e da Ciência.
P. O que então o Mestre lhe apresentou?
R. Os instrumentos de trabalho de um Comp. Franco-maçom, que são o
Esq., o Ní. e o Pr.
P. Para que servem?
R. O Esq. serve para verificar e ajustar os cantos retangulares das
edificações e auxiliar a dar a devida forma à matéria bruta; o Ní., para
fazer nivelamentos e provar horizontais; o Pr. , para verificar e ajustar as
verticais, enquanto fixando-as em suas devidas bases.
P. Porém, como nem todos somos Maçons operativos, mas, mais
especialmente, livres e aceitos ou especulativos, como aplicamos esses
instrumentos à nossa moral?
R. Neste sentido, o Esq. ensina moralidade, o Ní., igualdade e o Pr. , justiça
e retidão na vida e nos atos. Assim, por conduta esquadrada, passos
nivelados e intenções retas, esperamos ascender àquelas mansões imortais,
de onde emana toda a bondade.
P. Qual a permissão que lhe foi dada?
R. A retirar-me, para retomar o meu conforto pessoal, e o V.M., informou-
me que no meu regresso à Loja, ele chamaria minha atenção para uma
explanação da Tábua de Delinear.
V.M.I. -Irmãos, aqui termina a primeira seção da segunda preleção, a
EXORTAÇÃO é:
“A todos os Comp...s Franco-maçons justos e retos”.
À ordem, Irmãos!
(TODOS - sentados, Peito, Mão e Avental, 5 vezes.)
NOTA: Uma seção simples do “Ritual”, sem complicações especiais. Todos
se levantam com o sinal apropriado, quando o Mestre e Vigilantes dão as
batidas para a Prece e o Juramento. O mesmo procedimento é observado para
comunicar o T. como na Terceira Seção da Primeira Preleção.
Seção 2 da Segunda Preleção
P. Por que você foi passado para o Grau de C. M.?
R. Por causa da Geometria ou a quinta ciência, sobre a qual esta
fundamenta a Maçonaria.
P. O que é Geometria?
R. É a ciência pela qual descobrimos o conteúdo de corpos não mensurados
por sua comparação com outros já medidos.
P. Quais são seus tópicos peculiares?
R. Grandeza e Extensão, ou a progressão normal da ciência, de um ponto
para uma linha, da linha para uma superfície e desta para um sólido.
P. O que é um ponto?
R. O início da questão geométrica.
P. Uma linha?
R. A continuação deste mesmo.
P. Uma superfície?
R. É comprimento e largura, sem uma dada espessura.
P. Um sólido?
R. Comprimento e largura com uma certa espessura, que forma um cubo e
compreende o todo.
P. Onde a Geometria foi considerada como uma ciência?
R. Em Alexandria, no Egito.
P. Qual a razão dela ter nascido ali?
R. As inundações anuais do Rio Nilo obrigavam os habitantes de suas
margens a procurar refúgio nas partes altas e montanhosas do país. Quando
as águas baixavam, eles retornavam às suas habitações; mas as inundações,
frequentemente apagavam os marcos de limitação e identificação das terras,
causando sérias disputas entre eles, o que sempre terminava em guerra civil.
Tomando conhecimento da existência de uma Loja Maçônica em Alexandria,
capital de seu país, presidida por Euclides, os habitantes enviaram uma
delegação a ele, apresentando-lhe seus problemas. Este, com a ajuda de
seus Vigilantes e demais Irmãos, reuniram os elementos dispersos da
Geometria, assimilando e ordenando-os em um sistema regular, tal como
praticado então pela maioria das nações e que, atualmente, é ampliada com
o uso de flexões, seções cônicas e outros melhoramentos. Pela ciência da
Geometria, ele ensinou os egípcios a medir e determinar os diferentes
distritos de suas terras, o que significou pôr fim às suas disputas e resolver
amigavelmente as suas diferenças.
P. Eu lhe solicito mencionar as vantagens morais da Geometria.
R. Geometria, a primeira e mais nobre das ciências, é a base sobre a qual
está erigida a superestrutura da Maçonaria. Com a Geometria podemos
cuidadosamente acompanhar a natureza através de suas várias ramificações
até os seus mais profundos recantos. Com ela podemos discernir o poder, a
sabedoria e a bondade do Grande Geômetra do Universo e, visualizar com
maravilhosa admiração as belas proporções que ligam e embelezam este
vasto mecanismo. É com ela que podemos descobrir como os planetas se
movem em suas órbitas e demonstrar matematicamente suas variadas
revoluções. Com ela, ainda, podemos prever racionalmente as estações do
ano e a variedade de cenários que cada uma proporciona aos nossos olhos.
Temos um número infinito de mundos à nossa volta, todos formados pelo
mesmo artista Divino e que orbitam no vasto espaço, regidos pela mesma
invariável lei da natureza. Enquanto atentamos para esses elementos é que
nos capacitamos do quanto que temos de nos aperfeiçoar e de quão grandes
ideias deve tal conhecimento ajustar em nossas mentes. Foi a pesquisa da
natureza e uma observação das suas belas proporções que primeiro
induziram os homens a imitar o plano Divino e a estudar simetria e ordem.
Disto deu crescimento à sociedade e foram geradas todas as artes úteis. O
arquiteto começou a desenhar; e os projetos que concebeu, aperfeiçoados no
tempo e pela experiência, produziram algumas das excelentes obras que têm
sido admiradas em todos os tempos.
P. Você já viajou?
R. Os meus antepassados viajaram.
P. Para onde eles viajaram?
R. Devidamente ao L. e ao O.
P. Quais foram os objetivos das viagens?
R. Eles viajaram ao L. em busca de instrução e ao O. para propagar o
conhecimento que haviam adquirido.
P. Alguma vez você trabalhou?
R. Meus antigos Irmãos trabalharam.
P. Onde eles trabalharam?
R. Na construção do T. do R. S. e muitos outros edifícios majestosos.
P. Se eles trabalharam, presumo que tenham recebido salários. Por quanto
tempo, primeiro?
R. Seis dias ou menos.
P. Por que não no sétimo?
R. Porque o Onipotente ficou satisfeito em ter levado seis dias na criação dos
Céus e da Terra, com todas as coisas que deles e neles contidos; e descansou
no sétimo.
P. Uma bela Ilustração dos seis períodos da Criação e que lhe solicito seja
relatado.
R. Quando consideramos que a formação do mundo foi obra daquele ser
Onipotente que criou este admirável sistema do Universo, mantendo toda a
natureza sob Seu cuidado e proteção, devemos magnificar e adorar o Seu
Santo nome por Sua infinita sabedoria, bondade e misericórdia aos filhos
dos homens! Antes que aprouvesse ao Onipotente colocar em existência esta
imensidão, os elementos e materiais da Criação estavam aglomerados sem
forma ou distinção. As trevas cobriam o imenso abismo quando o Espírito de
Deus se movia sobre a face das águas. E, como um exemplo aos homens de
que as coisas do momento devem ser feitas com devida deliberação, Ele
levou seis dias para transformar o caos em perfeição.
O primeiro período do Seu poder supremo foi manifestado ao ordenar que
fosse feita a Luz. E satisfazendo-se com o resultado de Sua divina bondade,
Ele deu à ela Sua santa aprovação e a distinguiu dando-lhe um nome; à Luz
Ele chamou “dia” e às trevas Ele chamou “noite”.
Para manter este recém-formado material dentro dos limites justos, Ele
ocupou o segundo período na formação dos Céus, que Ele chamou de
firmamento, destinado a conter as águas dentro das nuvens, separadas das
que estavam debaixo do firmamento.
O terceiro período foi empregado em ordenar que as águas abaixo do
firmamento se juntassem num só lugar, fazendo aparecer o solo firme e seco,
a que Ele chamou “Terra” e ao ajuntamento das águas “Mar”. A Terra
ainda era irregular e sem cultivo, Deus ordenou, e imediatamente ela foi
coberta de um tapete de grama, para servir de pastagem à criação rude; a
isso se seguiram as ervas, plantas, flores, arbustos e árvores de todos os
tipos, para dar frutos e sementes maduras e perfeitas.
No quarto período foram criados aqueles dois grandes luminares, o Sol e a
Lua, um para regular o dia e o outro para governar a noite. Informa-nos
ainda o historiador sagrado, que eles foram destinados para marcos e
estações, para dias e anos. Além do Sol e da Lua, aprouve ao Onipotente
enfeitar o côncavo etéreo com uma imensidão de Estrelas, para que o
homem, que Ele pretendia fazer, pudesse contempla-lo e admirar a
majestade e a glória do Seu criador.
No quinto período Ele criou as aves para voar nos céus, para alegrar os
olhos e ouvidos do homem - deliciando-se com a bela plumagem e instintos
raros de umas e, de outras, por seu canto melodioso. Ao mesmo tempo Ele
encheu as águas com uma grande variedade de peixes; e, para impressionar
o homem e fazê-lo reverenciar a Sua divina onipotência, Ele criou as
grandes baleias e outros habitantes das profundezas, fazendo-os multiplicar
e crescer segundo as suas espécies.
No sexto período Ele criou os animais selvagens e os répteis que rastejam no
solo. E aqui, podemos perceber claramente a sabedoria e bondade do
Onipotente, manifesta em todas as Suas obras, produzindo todos os efeitos
desejados sem a ajuda de causas naturais – tais como, dando luz ao mundo
antes de Ele criar o Sol, e fazendo a terra tornar-se frutífera sem a influência
dos Corpos Celestes. Ele não criou os animais selvagens sem antes prover
suficientes pastagens para o seu sustento, nem criou o homem antes que Ele
tivesse completado o restante de Suas obras, terminando e dando-lhe uma
morada para a vida e o prazer. Então, para ainda mais dignificar o trabalho
de Suas mãos, Ele criou o homem, que veio ao mundo com maior esplendor
do que qualquer outra criatura que o precedeu; todos passaram a existir por
nada mais que uma simples ordem – Deus falou e estava feito, com exceção
do homem, para cuja formação houve uma consulta. Deus disse
expressamente: façamos o homem: que foi formado do pó da terra, ele
recebeu o sopro da vida nas narinas, e o homem tornou-se uma alma viva. E
nesta criatura foi concentrado tudo que havia de melhor em toda a criação;
a qualidade ou substância de animal criado, a vida das plantas, o sentido das
feras e acima de tudo, a compreensão dos Anjos; criado imediatamente à
imagem de Deus, com a retidão do corpo e juntando assim, a integridade e
retidão que sempre devem influenciá-lo a adorar o seu Benemérito Criador,
que deliberadamente o agraciou com a faculdade da fala e enriqueceu-o com
aquele nobre instinto chamado razão.
O Onipotente, em Seu último e melhor presente ao homem, criou a mulher;
sob Suas mãos criadoras cresceu uma criatura, parecida ao homem, mas
com diferente sexo, tão atraente que suplantava tudo que antes parecia belo.
Ela chegou, trazida por seu Divino Criador, embora invisível, guiada por
Sua voz, adornada com tudo que a terra ou Céu pudessem conferir para fazê-
la amistosa; havia graça nos seus passos, o Céu no seu olhar, dignidade e
amor em cada gesto. Os trabalhos de Deus haviam sido terminados no sexto
período, no sétimo Ele descansou de Seu labor; Ele então santificou,
abençoou e agraciou o sétimo dia, deixando aos homens uma lição útil – a
trabalhar seis dias aplicadamente no seu sustento e no de suas famílias,
ordenando estritamente a descansar no sétimo dia, para melhor contemplar
os trabalhos da criação e adora-lo como o seu Criador; a entrar no Seu
santuário para agradecer-lhe pela sua preservação, bem-estar e todas as
outras bênçãos liberalmente recebidas de Suas mãos.
V.M.I. - Aqui termina a segunda seção da segunda preleção, a
EXORTAÇÃO é:
“Possa a lembrança dos seis períodos da Criação estimular os
Companheiros a atos de atividade”.
À Ordem, Irmãos!
(TODOS – sentados, Peito, Mão e Avental por 5 vezes.)
NOTA: Uma linda, totalmente “não-ritualística” seção, que merece uma
preparação cuidadosa a respeito. Como de praxe qualquer função exercida na
Loja, a beleza está sempre no preparo de seus agentes.
Seção 3 da Segunda Preleção
P. Quais eram os nomes das duas grandes Col...s do pórtico ou entrada do T.
do R. S.?
R. A da esquerda era chamada ... e da direita, ... .
P. Quais são os seus significados quando separadas e unidas?
R. A primeira significa ... e a outra ... e quando unidas ... , pois Deus disse: “
– Em ... Eu .... esta minha casa para que fique firme para sempre.”
P. Qual era a altura dessas Col...s?
R. Dezessete côvados e meio, cada uma.
P. Suas circunferências?
R. Doze.
P. Seus diâmetros?
R. Quatro.
P. Foram fundidas ocas ou sólidas?
R. Ocas.
P. Por que foram feitas ocas?
R. Para melhor servirem como arquivos para a Maçonaria, pois nelas foram
depositados os rolos (documentos) constitucionais.
P. Sendo ocas, qual era a espessura da borda externa ou casca?
R. Quatro polegadas, ou a largura da mão.
P. De que foram feitas?
R. Bronze fundido.
P. Onde foram fundidas?
R. Na planície da Jordânia, no terreno argiloso entre Sucote e Zeredatá,
onde o R. S. ordenou fossem fundidos estas e todos os seus vasos sagrados.
P. Quem foi o superintendente da fundição?
R. H. A.
P. Como foram adornadas as Col...s?
R. Com dois capitéis.
P. Qual era a altura desses capitéis?
R. De cinco côvados cada.
P. Como foram enriquecidas?
R. Com uma rede trabalhada, lírios e romãs.
P. O que significam a rede trabalhada, os lírios e as romãs?
R. A rede trabalhada, pela conexão de suas malhas significa união; os lírios,
pela sua brancura, paz; e as romãs, pela exuberância de suas sementes,
significa abundância.
P. Quantas fileiras de romãs foram colocadas em cada capitel e quantas em
cada fileira?
R. Duas fileiras de romãs em cada capitel e cem em cada fileira.
P. Como mais foram adornadas?
R. Com duas esferas.
P. O que estava delineado nelas?
R. Os mapas dos globos Celeste e Terrestre.
P. A que alude isso?
R. À Maçonaria Universal.
P. Quando foram consideradas prontas?
R. Quando a rede trabalhada ou dossel foi estendida sobre elas.
P. Onde se ordenou fossem colocadas?
R. Na entrada do Templo, como recordação aos filhos de Israel, daquela
milagrosa coluna de fogo e nuvem que teve dois efeitos maravilhosos. O fogo
iluminou os israelitas durante a sua fuga da escravidão egípcia e a nuvem
produziu escuridão para o Faraó e seus seguidores quando tentaram
alcançá-los. O R. S. ordenou que fossem colocadas na entrada do Templo
por ser o local mais apropriado e conspícuo para que os filhos de Israel
tivessem a felicidade da libertação de seus antepassados continuamente
diante de seus olhos, quando fossem e voltassem da adoração Divina.
P. Onde os nossos antigos Irmãos recebiam os salários?
R. Na câmara do meio do T. do R. S.
P. Como chegavam até lá?
R. Pelo pórtico ou entrada do lado Sul.
P. Após terem entrado pelo pórtico, aonde eles chegavam?
R. Ao pé da escada em caracol que conduzia à câmara do meio.
P. Quem impedia suas subidas?
R. O 2º Vig.
P. O que ele pedia aos nossos antigos Irmãos?
R. O T. de P. e a P. de P. que conduzem do Primeiro ao Segundo Grau.
P. Comunique o T. de P. ao Irmão ... .
R. (O que é feito).
P. Está correto?
R. (Pelo Irmão a quem foi comunicado; com o Sn. do Grau em que a Loja
estiver aberta.) - Sim, V.M.
P. O que exige ele?
R. Uma P. de P.
P. Dê-me essa P. de P.
R. (A qual é dada).
P. O que ........ significa?
R. Ab...a.
P. Como é representada em nossas Lojas?
R. Por uma esp...a de tr...o junto a uma q...a d’á...a.
P. Quando essa palavra teve sua origem?
R. A palavra .... teve sua origem na ocasião em que um exército de
Efraemitas atravessou o Rio Jordão, em atitude hostil contra Jeftá, o
renomado general Gileadita. O Motivo que eles deram para essa visita hostil
foi a de não terem sido chamados a participar das honras da guerra
Amonita, mas o seu verdadeiro objetivo era o de participar dos ricos
despojos com que, em consequência daquela guerra, Jeftá e seu exército
estavam então carregados. Os Efraemitas sempre foram considerados um
povo clamoroso e turbulento, mas naquela ocasião, manifestaram-se
claramente violentos e após graves insultos contra os Gileaditas em geral,
ameaçaram destruir seu vitorioso comandante e sua casa pelo fogo. Jeftá, de
sua, tentou apaziguá-los por meios suaves, mas sendo ineficazes, recorreu a
métodos mais rigorosos. Ele então mobilizou o exército, deu combate aos
Efraemitas, derrotou-os e colocou-os em fuga; e para tornar decisiva sua
vitória e resguardar-se de incômodos semelhantes no futuro, ele enviou
destacamentos de seu exército para guarnecerem as passagens do Rio
Jordão, por onde sabia que os insurgentes seriam obrigados a passar ao
tentarem regressar à sua terra natal, dando ordens estritas aos seus guardas
que se qualquer fugitivo viesse por aquele caminho, declarando-se
Efraemita, deveria ser imediatamente assassinado; mas, se prevaricasse ou
negasse, que lhe fosse solicitado pronunciar uma palavra de teste: a palavra
... . Eles, por um defeito de aspiração, peculiar ao seu dialeto, não podiam
pronunciá-la corretamente, e diziam “Zi...é”, esta pequena variação
denunciava sua origem e lhes custava a vida. E as Escrituras nos informam
que naquele dia tombaram, no campo de batalha e às margens do Jordão,
quarenta e dois mil Efraemitas; e como ..... era então uma palavra de prova
para distinguir amigos de inimigos, o R. S. posteriormente resolveu adotá-la
como uma palavra de passe numa Loja de Comp...s, para evitar que
qualquer pessoa não qualificada subisse a escada em caracol que conduzia à
câmara do meio do Templo.
V.M.I. - Irmãos, aqui termina a terceira seção da Segunda Preleção, a
EXORTAÇÃO é:
“Possa a Paz, a Abundância e a Unanimidade subsistir sempre entre os
Comp...s”.
À Ordem, Irmãos!
(TODOS - sentados, Peito, Mão, Avental – 5 vezes)
NOTA: Esta é essencialmente a primeira parte da explicação da Tábua de Delinear do segundo grau,
prestados em forma de catequese. Há uma ligeira armadilha na resposta à pergunta: “Onde eles estavam
ordenados para serem colocados?”. Devido a uma diferença na formulação da que a utilizada na
Explicação da Tábua de Delinear, uma desatenção momentânea pode levar à maior parte da resposta ser
omitida. O procedimento para comunicar a P. de P. é a mesma que para o T. na primeira seção da
Preleção, exceto que nenhum Irmão dá o passo.

Seção 4 da Segunda Preleção


P. Depois que os nossos antigos Irmãos davam essas provas convincentes ao
2º V., o que ele lhes dizia?
R. Passai, .... .
P. Para onde então eles passavam?
R. Eles subiam a escada em caracol.
P. De quantos degraus consistia ela?
R. De três, cinco, sete ou mais.
P. Por que três?
R. Para governar uma Loja.
P. Por que cinco?
R. Para constituir uma Loja.
P. Por que sete ou mais?
R. Para tornarem-na perfeita.
P. Quem são os três que governam uma Loja?
R. O V.M., e seus dois Vigs.
P. Quem são os cinco que constituem uma Loja?
R. O V.M., dois Vigs., e dois Comp...s.
P. E quem são os sete que a tornam perfeita?
R. Dois Apr...s somados aos cinco anteriores.
P. Por que três governam uma Loja?
R. Porque somente três Grão-Mestres chefiaram na construção do primeiro
T. em Jer...m, a saber : S., R. de Is...l; H., R. de T...o e H. A.
P. Por que cinco constituem uma Loja?
R. Em alusão às cinco nobres ordens da Arquitetura, nomeadas, Toscana,
Dórica, Jônica, Coríntia e Compósita.
P. Eu solicito-lhe dissertar sobre a origem dessas ordens.
R. Na história do homem, nada existe de mais extraordinário do que a
Maçonaria e a civilização, que como irmãs gêmeas, têm caminhado de mãos
dadas. As Ordens de Arquitetura marcam o seu progresso e
desenvolvimento. Escuros, tristes e desconfortáveis foram aqueles dias,
enquanto a Maçonaria não tivesse lançado seu plano ou estendido sua
abrangência. A raça humana, no uso pleno da sua liberdade incontrolada,
mutuamente temerosos e ofendendo uns aos outros, refugiavam-se no meio
das florestas ou em grutas e cavernas da Terra. Nesses esconderijos pobres e
de sombria solidão que a Maçonaria os encontrou e o Grande Geômetra do
Universo, penalizado pela sua desolada condição, instruiu-os a construírem
moradias para o seu descanso, defesa e conforto. É fácil conceber que
naquele estágio inicial da sociedade a genialidade pouco se expandiu. Os
primeiros esforços foram pequenos e as estruturas eram simples e rudes -
nada além de alguns troncos juntados no topo em forma de cone,
entrelaçados com ramos e para completar a obra, coberto de barro para
proteção contra os ventos.
Neste estágio inicial, podemos supor que cada um desejava fazer sua
habitação mais adequada do que a do vizinho, sempre melhorando o que já
havia sido feito. Assim, ao longo do tempo, a observação e a sagacidade
natural inerente até às mentes menos desenvolvidas, levou-os a considerar as
inconveniências das habitações redondas e procurar fazer outras mais
convenientes e espaçosas, de forma quadrada, pela colocação de troncos de
árvores perpendiculares ao solo para formar os lados, preenchendo seus
espaços com ramos, firmemente entrelaçados e cobertos de argila. Vigas
horizontais foram colocadas sobre os troncos verticais que amarrados com
firmeza nos ângulos, mantinham firmes os lados, servindo pra suportar a
cobertura composta de travessas sobre as quais eram colocadas camadas de
ramos, folhas e argila. Sim, por mais deselegantes e rudes que fossem, essas
construções tiveram um efeito salutar; pela agregação da Humanidade, elas
abriram caminho para novos aperfeiçoamentos das artes e da civilização –
os materiais mais duros seriam polidos com o atrito e as maneiras mais
rudes pelo companheirismo e miscigenação. Em estágios, a humanidade se
desenvolveu na arte de construir e inventou métodos para tornar as suas
moradias mais duráveis, bonitas e cômodas. Removeram os nós e saliências
dos troncos que formavam os lados das construções, elevaram-nas sobre
pedras para afasta-las do solo e da umidade, cobrindo-as com pedras finas e
planas como telhas para proteção contras as chuvas. Os espaços entre as
extremidades das travessas foram fechados com argila ou outras substâncias
e o acabamento com tábuas em forma de beiral. A forma dos telhados
também sofreu alteração, pois sendo planos, eram inadequados para
suportar as águas que caíam em abundância nas estações chuvosas, eles
então, levantaram os telhados no meio, dando-lhe a forma de telhado
empenado, colocando esteios nas travessas para suportar o peso da argila e
outros materiais que compunham a cobertura.
As Ordens de Arquitetura tiveram a sua origem nessas formas simples;
quando os homens começaram a erigir edificações de pedra, mais sólidas e
imponentes, abandonando as construções de madeira, imitaram as partes
que a necessidade havia introduzido em suas moradias primitivas e
adaptando-as aos seus Templos que, simples e rudes a princípio, foram ao
longo do tempo sendo modeladas e melhoradas pela engenhosidade dos
arquitetos, e a tal graus de perfeição em seus diferentes modelos, que cada
uma foi denominada “ORDEM”, em razão de sua eminência.
Das Ordens, três são de origem grega e chamadas de Ordens Gregas. Elas
são distinguidas pelos nomes de Dórica, Jônica e Coríntia, exibindo três
características de composição, sugeridas pela diversidade de formas da
estrutura humana. As outras duas são de origem italiana e são referidas por
Ordens Romanas, distinguindo-se pelos nomes de Toscana e Compósita.
A Ordem Toscana é a mais simples e robusta, constando em primeiro lugar
na lista das cinco Ordens da Arquitetura em razão de sua forma simples e
despojada. A altura da sua coluna equivale a sete vezes o seu diâmetro. Sua
base, capitel e entablamento não apresentam outros ornamentos além de
algumas molduras, e por isto, tem sido comparada a um robusto
trabalhador, vestido com roupas simples. Esta Ordem nada mais é do que a
Dórica simplificada ou desprovida de seus ornamentos, para atender a
certas finalidades e adaptadas pelos habitantes da região da Toscana, na
Itália, que eram uma colônia dos Dóricos. Mas, na sua simplicidade há uma
beleza peculiar que a valoriza e a torna adequada na aplicação em
estruturas nas quais as Ordens mais elaboradas poderão parecer supérfluas.
A Dórica é a primeira das Ordens Gregas e consta em segundo lugar entre
as cinco Ordens de Arquitetura. Sua coluna, de proporções mais modernas,
equivale a oito vezes o seu diâmetro. Não possui outros ornamentos além das
molduras em sua base ou capitel. Seu friso é caracterizado por tríglifos e
métopes, e sua cornija por mútulos. Sendo a mais antiga de todas as ordens,
conserva mais do que as outras o estilo das moradias primitivas. Os tríglifos
no seu friso representam as pontas das travessas e os blocos que se projetam
na cornija as vigas. A composição desta Ordem é nobre e grandiosa. Sua
composição é nobre e grandiosa. Sua forma, inspirada no modelo musculoso
de um homem adulto, rejeita ornamentos refinados em sua solidez
característica. Tem grande sucesso pela regularidade de suas proporções e
sua aplicação é adequada em estruturas sóbrias, em que se requer
resistência e simplicidade nobre.
Naquela era, embora as construções tivessem sido calculadas
admiravelmente para a solidez e conveniência, procuravam algo em graça e
elegância, cuja qual pela contínua observação do sexo frágil fora suprida;
pelos os olhos atentos à simetria que se conscientizam da beleza e elegância
das mulheres. Isso deu origem à Ordem Jônica. A altura de sua coluna
equivale a nove vezes o diâmetro; seu capitel é adornado com volutas e sua
cornija com dentículos. A história nos informa que o famoso Templo de
Diana, em Éfeso, (cuja construção levou mais de duzentos anos) foi
composto com colunas desta Ordem. A elegância e engenhosidade
despontaram na criação desta coluna. Tendo por modelo uma bela mulher
jovem de porte elegante, vestida em seus próprios cabelos, contrastando com
a Dórica, que representa o homem forte e robusto.
Então, o gênio humano começou a brotar cada folha e cada flor atingindo a
perfeição e produzindo os mais refinados e admiráveis frutos – todas as artes
liberais, todas as ciências engenhosas que pudessem civilizar, refinar e
exaltar a humanidade. E foi então, que a Maçonaria vestiu o seu mais fino
manto e revestiu-se com a mais brilhante indumentária. Um novo capitel foi
criado por Calímaco, no Corinto, dando origem à Coríntia, considerada a
mais rica das Ordens e uma e uma obra prima da arte. A sua coluna tem dez
diâmetros de altura; seu capitel é ornado com duas fileiras de folhas, e oito
volutas que sustentam o ábaco. Esta ordem é usada principalmente em
estruturas notáveis e majestosas. Foi uma circunstância marcante que
inspirou Calímaco na concepção do capitel desta coluna. Passando
acidentalmente pela sepultura de uma jovem, teve a atenção voltada a uma
cesta com brinquedos, ali deixada por sua ama, coberta por uma lajota e
colocada sobre uma raiz de acanto; à medida que as plantas cresciam, as
folhas envolveram a cesta, chegando até a lajota que fazia com que se
dobrassem para baixo. Calímaco, admirado com o objeto, pôs-se a imitar a
figura; o vaso do capitel representa a cesta; o ábaco imitando a lajota; as
volutas imitando as folhas dobradas.
A Maçonaria, ainda não satisfeita com essa magistral criação de seus
poderes, empunhou a sua tocha e iluminou todo o círculo das artes e das
ciências. Isto deu origem à Ordem Compósita, assim chamada porque é
composta de partes das outras Ordens. Seu capitel é adornado com duas
fileiras de folhas da Coríntia, as volutas da Jônica e os cantos em volta com
detalhes arredondados das Ordens Toscana e Dórica. Sua coluna tem dez
diâmetros de altura e a cornija tem dentículos ou modilhões simples. Esta
Ordem é usada principalmente em estruturas que apresentam solidez,
elegância e beleza.
A Pintura e a Escultura tiveram que se esforçar ao extremo para adornar as
construções erigidas pela admirável ciência, enquanto as mãos hábeis e
destras contribuíram com o mobiliário e tapeçaria, embelezando e
adornando-as com MÚSICA, ELOQÜÊNCIA, POESIA; TEMPERANÇA,
ENERGIA, PRUDÊNCIA, JUSTIÇA; VIRTUDE, HONRA, MISERICÓRDIA;
FÉ, ESPERANÇA, CARIDADE e muitos outros emblemas Maçônicos, mas
nenhum deles, no entanto, brilha com esplendor maior do que o AMOR
FRATERNAL, a CARIDADE e a VERDADE.
P. Por que sete ou mais fazem uma Loja perfeita?
R. Porque o R. S. levou sete anos e mais, para construir, completar e dedicar
o T. de Jer...m a serviço de Deus.
P. Eles têm outra alusão?
R. Aludem às sete artes liberais e ciências, nomeadas, Gramática, Retórica,
Lógica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia.
P. Solicito-lhe definir a GRAMÁTICA.
R. A Gramática ensina a combinação apropriada das palavras conforme o
idioma ou dialeto de determinado país ou povo e a perfeição da pronúncia
que possibilita a falar e escrever a linguagem com correção e precisão,
adequada à razão, autoridade e às estritas regras da literatura.
P. RETÓRICA.
R. Ensina-nos a falar copiosamente e fluentemente sobre qualquer tema –
não apenas com precisão, mas com todas as vantagens do vigor e da
elegância; articulando com sabedoria para cativar o ouvinte pela solidez de
argumentação e beleza de expressão, quer seja para instruir, exortar,
admoestar ou aplaudir.
P. LÓGICA.
R. Ensina-nos a guiar de forma direcionada a nossa razão no conhecimento
geral das coisas e a direcionar as nossas indagações para a busca da
verdade; tanto para instruir aos outros quanto para o nosso próprio
aperfeiçoamento. Consiste na sucessão regular de argumentos pelos quais
nós inferimos, deduzimos e concluímos e concordamos com certas premissas
impostas, admitidas ou reconhecidas. Nela são empregadas as faculdades de
conceber, arrazoar, julgar e dispor, todas num encadeamento natural e
gradual até que seja finalmente determinado o ponto em questão.
P. ARITMÉTICA.
R. Ensina as forças e propriedades dos números pelo significado das letras,
tabelas, figuras e instrumentos. Por esta arte são dadas razões e feitas
demonstrações para encontrar determinado número que tenha relação ou
afinidade com outro já conhecido.
P. GEOMETRIA.
R. Trata dos poderes e propriedades das grandezas em geral, em que são
considerados comprimento e largura ou, comprimento, largura e espessura.
Por esta ciência, o Arquiteto é capaz de executar os seus projetos e estimar
os seus planos, o General a coordenar os seus comandados, o Engenheiro a
marcar o solo para os acampamentos, o Geógrafo a determinar as
dimensões do mundo, a delinear a extensão dos oceanos e a especificar as
divisões das nações, países e províncias. Por ela, também o astrônomo é
capaz de fazer suas observações para calcular e fixar a duração do tempo,
estações, anos e ciclos. Enfim, a Geometria é o fundamento e a raiz da
matemática.
P. MÚSICA.
R. Ensina-nos a arte de formar acordes e gerar uma agradável harmonia
pelo arranjo proporcional e matemático de sons graves, agudos e
combinados. Esta arte, por uma variedade de experimentações, redunda em
uma ciência demonstrativa com respeito aos tons e intervalos de sons.
Questiona a natureza das concordâncias e discordâncias, capacitando-nos a
encontrar a devida proporção entre elas por números, e jamais sendo
empregada com mais adequação do que para louvar o G. G. do U.
P. ASTRONOMIA.
R. É aquela arte Divina pela qual somos ensinados a ler a Sabedoria, Força
e Beleza do Criador Onipotente nas páginas sagradas do hemisfério celeste.
Com a ajuda da Astronomia podemos observar os movimentos, medir as
distâncias, compreender as grandezas e calcular os períodos e eclipses dos
Corpos Celestes; é também por ela que aprendemos a usar os Globos, o
sistema do Mundo e as leis da Natureza; e enquanto nos aplicando no estudo
desta ciência, podemos perceber casos sem paralelos, que marcam a
sabedoria e a bondade do Glorioso Criador em Suas obras.
V.M.I. – Irmãos, aqui termina a Quarta Seção da Segunda Preleção, a
EXORTAÇÃO é:
“Que o estudo das sete Artes Liberais e Ciências nos faça sempre suscetíveis
à bondade de um Ser Supremo!”
À Ordem, Irmãos!
(TODOS - sentados, Peito, Mão e Avental, 5 vezes.)
NOTA: Esta, mais do que qualquer outra, é a seção só para os adeptos. É
muito longa. As explicações de algumas das Ordens da Arquitetura são
suficientemente semelhantes para fornecer um risco de serem confusas, e que
exige concentração considerável para assegurar que sejam exatamente
prestadas, bem como colocar mais de um modo de falar, com vários
assistentes, para reter a atenção dos ouvintes.
Seção 5 da Segunda Preleção
P. Depois que nossos antigos Irmãos atingiam o topo da escada em caracol,
aonde eles chegavam?
R. Na porta da câmara do meio do Templo.
P. Como eles encontravam aquela porta?
R. Aberta, mas devidamente coberta.
P. Estava coberta por quem?
R. Pelo 1º V.
P. Contra quem?
R. Contra todos abaixo do Grau de C. M.
P. O que ele exigia aos nossos antigos Irmãos?
R. O Sn., T., e a P. de um C. M.
P. Depois que eles haviam lhe dado provas convincentes, o que ele lhes
dizia?
R. Passai, ... .
P. Para onde eles passavam, então?
R. Para dentro da Câmara do Meio do Templo.
P. Para que eles se dirigiam para lá?
R. Para receber os seus salários.
P. Como eles os recebiam?
R. Sem escrúpulos ou receio.
P. Por que dessa maneira peculiar?
R. Sem escrúpulos, porque bem sabiam que eles tinham todo o direito, e sem
receio pela grande confiança que depositavam na integridade de seus chefes,
naquela época.
P. Antes de proceder à finalização da Preleção gostaria de saber em quantas
classes se dividiam os trabalhadores.
R. O R. S. dividiu os vários artífices em três classes, uma circunstância
particularmente adotada pelos Maçons, pois isto foi a partir dos planos do
monarca para levar adiante de construção da magnífica estrutura, que
deduzimos ser a origem do nosso atual sistema de administração.
P. Nomeie as classes.
R. Governadores ou diretores gerais, Supervisores ou consoladores do povo,
e Obreiros ou executores do trabalho.
P. Especifique os números em cada classe.
R. Havia trezentos Governadores, três mil e trezentos Supervisores e oitenta
mil Obreiros. Os Governadores e Supervisores eram todos trabalhadores
qualificados ou homens de ciência. Para a finalidade de instrução e para
dividir o emprego dos Obreiros, foram organizados em companhias ou Lojas
(Alojamentos), consistindo de sete Apr...s e cinco Cs. Ms., cada Loja
presidida por um Obreiro qualificado.
P. Por que dessa divisão?
R. Porque esta tripla divisão, além de ser simbólica, foi a melhor deliberada
para assegurar promoções por mérito, preservar a devida subordinação e
evitar confusão no trabalho.
P. Havia outros que foram empregados na construção?
R. Foram empregados outros setenta mil, consistindo de carregadores e
cortadores de pedra, sob a superintendência de Adoniran, um artista
engenhoso que por seu zelo e fidelidade atingiu as mais altas honrarias. O
número total dos empregados na construção foi de cento e cinquenta e três
mil e seiscentos.
P. Por quanto tempo eles estiveram empregados?
R. Por sete anos e seis meses, pois o trabalho foi iniciado no quarto ano do
reinado do R. S., no segundo dia do segundo mês, e foi completado no
décimo primeiro ano do seu reinado. No ano seguinte foi dedicado a Deus
pelo R. S., na presença das doze tribos de Israel e uma imensa plateia de
espectadores das nações vizinhas, com todo o esplendor e a magnificência
que o gênio humano poderia conceber para reconhecer a bondade e dispor à
glória de seu Criador. A oração usada nessa ocasião solene ainda consta em
registros sagrados.
P. Quando os nossos antigos Irmãos estavam na câmara do meio do Templo,
para o que tinham a sua atenção particularmente atraída?
R. Para certos caracteres Hebreus, que agora são representados em uma
Loja de Cs. Ms. pela letra “G”.
V.M. (!) 1º V. (!) 2º V. (!)
(TODOS - Levantam-se.)
P. O que significa a letra “G”?
R. Deus, (TODOS - Sn. de Rev.) o Grande Geômetra do Universo, a quem
todos devemos nos submeter e a quem devemos adorar com humildade.
(TODOS. Baixam o Sn.)
V.M.I. - Irmãos, aqui termina a Quinta Seção e a Segunda Preleção, a
EXORTAÇÃO é:
O Venerabilíssimo Grão-Mestre
À Ordem, Irmãos!
AG
EE DF
AG
EE DF
AG
EE DF
UM DOIS ðSn.
Sn.ð ð ð
Sn.ð ð ð
ð ð ð
(O encerramento da última seção da segunda preleção é usualmente feita
pelo que é conhecido como o Fogo Maçônico. Todos em pé, o fogo é dado da
mesma maneira que no encerramento da preleção de Aprendiz, inclusive com
o Sn. de Apr. antes de cada um dos últimos grupos de três ð = palmas).
NOTA: Todos os irmãos ficam de pé, ao se aproximar do final da Preleção,
de modo que eles estejam de pé para o sinal (que não deve ser feita antes da
Palavra) e quando o “Fogo” é dado.
A2. CARTA AO COMPANHEIRO
Congratulações meu Irmão, está agora no meio do caminho de seu
aprendizado básico maçônico. Como deve ter percebido, este grau de
companheiro é rico em simbolismo, alegoria e conhecimento, e o convida a
aprimorar-se ainda mais.
É importante que tenha em mente que o aprendizado jamais termina a
quem é aberto ao conhecimento, e tem a humildade de admitir que, por mais
que estude, jamais saberá tudo, e que deve saber ouvir e saber falar na hora
certa.
Que o avançamento neste grau, pela Cerimônia de Passagem, a que
acabou de ser submetido lhe proporcione a dimensão mais expandida de
nossa Ordem, de sua beleza e de sua importância a nós homens de bem, livres
e aceitos, e construtores sociais. Ainda mais, que este progresso lhe sirva de
estímulo a continuar aprendendo, para um dia poder ensinar àqueles que vêm
depois de ti.
A vida é assim, o velho dá lugar ao novo, mas ambos podem viver em
perfeita harmonia, pois um precisa do outro. O velho, do vigor do novo, e
este do conhecimento e experiência do velho.
O caminho continua, logo será Mestre Maçom, e neste grau começa a
caminhada rumo ao mais sublime cargo dentro de uma Loja: O Venerável
Mestre. Pegue para ti este estímulo, eis que na vida temos que ter uma
ambição sadia, pois ambicionar progredir não faz mal, desde que o progresso
não seja em detrimento do bem-estar do semelhante. Progredir por nossos
méritos é uma honra, e o maçom, o verdadeiro, sabe dar este exemplo.
Sede perseverante. Eu lhe digo, vale a pena e o sacrifício. O
conhecimento não vem a nós sozinho, apesar de muitas vezes nos ser
apresentado, porém, o processo cognitivo depende de você, e ninguém mais.
Seja bem-vindo, muito sucesso e confiança para continuar galgando
os próximos degraus. Eles estão à sua frente, a Maçonaria lhe indicará o
caminho, mas subi-los dependerá somente de ti.
O Autor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Editora Maçônica “A TROLHA”Ltda. 2a Ed. 2003. Volumes I, II, III e IV.
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REDMAN, Graham (P.G.Swd.B. Assistant Grand Secretary; Member of the Committee of Emulation
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Eletrônicos:
DIC MICHAELIS. Dicionário e Tradutor Eletrônico: Português, Inglês e Espanhol. Amigo Mouse
Software Ltda.
O NOVO DICIONÁRIO AURÉLIO ELETRÔNICO. Versão 5.0.40. POSITIVO INFORMÁTICA.
Internet:
GOOGLE TRADUTOR ONLINE.
http://translate.google.com/translate_t?hl=pt#.
THE UNITED GRAND LODGE OF ENGLAND.
http://www.ugle.org.uk/

[1] Jamais confundir Sistema Maçônico Inglês como oriundo de qualquer país que não seja a Inglaterra e o País de Gales. Só este
aspecto já seria suficiente para que nunca fosse confundido com o Rito York, que tem sua origem nos EUA. Sistema Maçônico
Inglês = Inglaterra.
[2] Em tradução livre, ao “pé da letra”, significa Companheiro (Camarada) da Ordem, ou do Ofício. No Brasil, a tradição tornou
comum a expressão simples “Companheiro Maçom”, a qual este autor não vê qualquer objeção.
[3] Ritual de Emulação – O Grau de Aprendiz Maçom (2011). Págs. 54-60.
[4] Mestre da Loja (Master of Lodge) = nome do cargo; Venerável Mestre (Worshipful Master) = forma de tratamento, em Loja
aberta, quando a ele se dirige qualquer outro membro.
[5] Ritual de Emulação – O Grau de Aprendiz Maçom. Págs. 232-234.
[6] Book of Constitutions. É como se fosse na nossa Constituição da Potência, aqui no Brasil, ou seja, a mais alta legislação de
organização de uma Potência e suas respectivas Lojas jurisdicionadas.
[7] Livro das Constituições – UGLE.
[8] Cerimônia pela qual é conferido o Grau de Mestre no Ritual de Emulação (Sistema Inglês).
[9] As b...s do grau fazem parte dos mistérios deste. Muitos acham que não, mas estão equivocados.
[10] Alguns preferem chamar de banqueta de ajoelhar. Não faz diferença, o objeto e sua finalidade são as mesmas.
[11] Conforme ensinam Graham Redman - Emulation Working Today/Herbert F.Inman - Emulation Working Explained.
[12] Conforme explicação no Emulation Ritual, 12ª Ed. 2007 (Lewis Masonic). Pág. 19.
[13] Ritual de Emulação – O Grau de Aprendiz Maçom. 1ª Ed. 2011 (Clube de Autores).
[14] Vide o livro Ritual de Emulação – O Grau de Aprendiz Maçom, e onde há o “X” entenda-se como o assento do C.M. no
Jantar Festivo.
[15] The Freemason at work. Lewis Masonic.
[16] http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.041/646
[17] http://pt.wikipedia.org/wiki/Cantaria
[18] Esta “luz” pode ser entendida como clareamento de ideias, por meio de conhecimento.
[19] Enciclopédia da Franco-maçonaria. Albert Mackey.
[20] Esotérico = fechado, oculto, interno. Exotérico = o que está fora, aberto, revelado.
[21] ou Partenão foi um templo da Deusa Grega Atena, construído no século V a.C., na acrópole de Atenas. Fonte Wikipédia.
[22] George Savage, em “Extract from Dictionary of Antiques”.
[23] Em arquitetura é o espaço entre colunas que suporta um arco ou um entablamento (um conjunto de moldes e faixas que
formam a mais baixa viga horizontal de um telhado).
[24] Prestonian Lecture, 1964.
[25]
(1742-1818) Era um escocês nascido em Edimburgo. Em 1760 mudou-se para Londres e dois ou três anos depois iniciou-se
na Maçonaria. Fascinado pela Ordem, Preston começou a se aprofundar nos estudos maçônicos, visitando inúmeras Lojas,
pesquisando antigos documentos, estatutos, manuscritos e livros, e trocando correspondências com os maiores estudiosos de
maçonaria da época. Em 1774, Preston se tornou Venerável Mestre da “Lodge of Antiquity n.º1” a mais antiga das quatro Lojas
fundadoras da Primeira Grande Loja da Inglaterra (1717).
[26] Item 4.8.1., página 145.

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