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O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Maria Angélica Góes do Paraíso1

RESUMO: Este artigo tem como objetivo fazer uma reflexão sobre o lúdico e mostrar
como este artifício é de grande importância para o desenvolvimento da criança na
Educação Infantil tanto no campo da formação social quanto nos campos da
cognição e da afetividade. Assim levar o educador a refletir sobre suas práticas
pedagógicas bem como na utilização dos jogos e brincadeiras no processo de
ensino-aprendizagem. E para isso utilizou-se de subsídio textos Kishimoto,
Friedmann, Dornelles, Bujes, Fernández entre outros. Em um primeiro momento
analisaremos um pouco sobre a história da infância, em seguida abordaremos
sobre o lúdico na educação e em sequência o lúdico como prática-pedagógica.
Diante desse cenário conclui-se que o lúdico na Educação Infantil é um instrumento
indispensável no processo de ensino-aprendizagem, pois é um facilitador no
desenvolvimento integral da criança.

PALAVRAS-CHAVE: lúdico, educação infantil, práticas pedagógicas.

1 INTRODUÇÃO

O lúdico é uma grande ferramenta no desenvolvimento infantil. Através dele,


a criança descobre uma forma de se expressar e de se colocar no meio que a
envolve. Por conta disso, é de grande relevância que o educador olhe e analise a
criança enquanto ela executa atividades lúdicas, momento em que se mostra mais
transparente e revela suas necessidades, seus pensamentos, objetivos, dificuldades
e diferenças. Porém, para que a criança possa realizar tal atividade, a escola
necessita proporcionar estrutura suficiente para ela agir livremente.
O lúdico é uma maneira diferente de educar, pois traz elementos do dia a dia
dos alunos associados ao prazer. Quando a criança brinca espontaneamente, expõe
seus sentimentos, medos, curiosidades, interesses e necessidades. Os conteúdos
ensinados tornam-se mais interessantes, pois vêm acompanhados de linguagens
diferentes – música, desenho, dança -, e esse momento se transforma em uma
forma de conhecer o perfil afetivo, social e econômico do educando.
A criança modifica-se o tempo todo e carece ser vista como um ser integral e
que vive em um contexto social específico: uma época, um local, uma família, uma

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Graduação em Letras e Pedagogia, Especialização em Educação Infantil pela Instituição
Faculdade São Luís E-mail do autor: angélica_tete@hotmail.com Orientador: Juliana Ferreira Pinto
Rocha
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história de vida. Assim, o educador precisa vislumbrar e compreender os diferentes


aspectos da vida dessa criança – social, econômico, cultural e afetivo – que levam a
ser como é. Sabe-se que crianças que não desenvolveram bem a psicomotricidade
– seu movimento –, por exemplo, terão problemas na aprendizagem em diferentes
áreas do conhecimento. A criança não distingue as ações corporais das atividades
mentais. Quando uma criança não tem experiências com seu corpo para aprender
um conteúdo, ela não integra aquele conteúdo ao que já sabia anteriormente de uma
forma criativa, algo essencial para a sua aprendizagem.
A ação lúdica que se encontra nos jogos, nos brinquedos e na brincadeira é
uma das principais formas de tornar possível o desenvolvimento da criança na
educação infantil. Além de instigar o desenvolvimento em diversas esferas, pode ser
usada para o aprendizado de diferentes áreas do conhecimento.
A utilização de jogos e brincadeiras como recurso na prática pedagógica
transforma os conceitos mais acessíveis e significativos para as crianças, por ser
uma das únicas formas de trabalhar com diferentes tipos de linguagens ao mesmo
tempo. Pois é de suma importância o desenvolvimento das linguagens infantis nos
primeiros anos de vida.

2 UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA DA INFÂNCIA

Historicamente, é significativo ressaltar que, da Idade Média até a


Modernidade, ocorreu uma evolução para ideia de infância tal como a entendemos
hoje, ou seja, uma fase da vida diferente do mundo adulto, devendo inclusive ser
educada e cuidada por este. Isto é efeito de um conceito pioneiro sobre o que é a
infância, a qual foi se “afirmando cada vez mais em épocas como o Renascimento,
para se consolidar a partir do Século das Luzes” (Dornelles, 2005, p. 14).
Ariés (1981, p.28) determina algumas datas que posicionam a noção de
infância como condição praticamente inexistente até o século XIII. A compreensão
de um tempo determinado para os sujeitos de uma faixa etária específica, nomeada
infância, avançou, segundo suas constatações, na arte e na iconografia dos séculos
XV e XVI, “mas os sinais de seu desenvolvimento tornaram-se particularmente
numerosos e significativos a partir do fim do século XVI e durante o século XVII”.
Até a Idade média não existia uma ideia de um universo infantil, com
peculiaridades próprias que distinguissem das do mundo adulto. Desse modo, a
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criança medieval tinha ao seu alcance toda forma de conhecimento social e cultural
dos adultos. Segundo Postman (1999), inexistia o sentimento de infância
relacionada à educação. Esse autor também se utiliza de Ariès em sua discussão
sobre a invenção desta.

O que podemos dizer, então, com certeza é que no mundo medieval


não havia nenhuma concepção de escolarização, de pré-requisitos de
aprendizagem sequencial, nenhuma concepção de escolarização como
preparação para o mundo adulto. Como resume Ariès, “a civilização
medieval tinha esquecido a ‘paidea’ dos antigos e ainda não sabia
nada sobre educação moderna”. Esta é a questão principal: não tinham
ideia alguma de educação. Se um menino da Idade Média ia à escola,
começava aos dez anos de idade, provavelmente mais tarde. Vivia
sozinho em alojamentos na cidade, longe da família. Considerava
normal encontrar adultos de todas as idades na sua turma e não se
julgava diferente deles. (POSTMAN, 1999, p.29)

No mundo medieval, crianças e adultos coabitavam com todos os


acontecimentos de uma vida social, já que não havia a distinção de conhecimentos
que eram consentidos somente para adultos e dos quais as crianças deviam ser
preservadas. Sem noção de educação para a infância separada dos adultos, não
existia discernimento quanto ao que as crianças deveriam ou não aprender.
Apenas com a chegada da Modernidade é que se vê surgir o conceito de
infância. Consequentemente, esta é uma história recente, onde é possível
reconhecer que a infância não é apenas uma questão biológica ou cronológica, mas
o produto de uma constituição cultural e social. A cultura moderna forma o sujeito
infantil com base num discurso no qual ele é diferente do outro, outro este que é o
adulto. Dessa forma, seria necessário preparar esse sujeito, educá-lo para a vida
adulta, como bem observa Bujes(2000):

Adulto e criança se diferenciam e se distanciam, numa operação que


se constitui a justificativa para a intervenção familiar e para a prática da
educação institucionalizada. É preciso garantir o mito da inocência, a
realidade quimérica da infância (ou pelo menos, a sua narrativa) e,
sobretudo, inseri-la em processos de controle e regulação, cada vez
mais sofisticados, porque invisíveis e consentidos. (BUJES, 2000 p.28)

Como a ideia moderna de infância se fortaleceu também a ideia da família


moderna – que se tornou “instrumento privilegiado, para o governo da população”
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(FOUCAULT, 2002 p. 117) -, bem como a ideia de escola moderna, que se formou,
após isso em uma maquinaria de constituição de alunos. Esse sujeito infantil, aluno,
aprendiz, que precisa ser orientado para a vida, passa, então, a ser governado por
essas instituições e a “infância emerge como objeto de saberes específicos, como
objeto de conhecimentos necessários à sua gestão e governo” (DORNELLES, 2005,
p. 16).
A concepção de infância empregada atualmente pela pedagogia vem no
caminho dessa evolução, apresentando ainda marcas que nos aludem a sua
formação original. Essas marcas são perceptíveis, sobretudo, no que refere à ideia
de uma natureza infantil, que estabelece a criança com um ser abstrato e universal,
desassociado de suas reais condições de existência. Dessa maneira, a infância é
considerada como um tempo à parte na vida do homem, fase da vida em que ele
guarda sua pureza original. A educação aparece como a possibilidade de
transformar esse ser, moldando-o de acordo com os princípios da sociedade da qual
virá a participar.

3 O LÚDICO NA EDUCAÇÃO

De acordo com Costa (2005, citado por Rau 2011.p.30) “a palavra lúdico vem
do latim ludus e significa brincar. O lúdico faz parte da atividade humana e
caracteriza-se por ser espontâneo, funcional e satisfatório. Nesse brincar estão
incluídos os jogos, brinquedos e brincadeiras e a palavra é relativa também à
conduta daquele que joga, que brinca e que se diverte”. Na atividade lúdica não
importa somente o resultado, mas a ação, o movimento vivenciado.
A atividade lúdica tem a finalidade de causar prazer e diversão ao mesmo
tempo quem pratica esta atividade percebe que ela vem acompanhada de diversas
brincadeiras para enriquecer nossos conhecimentos de forma prazerosa.
Por sua vez, o jogo possibilita a aprendizagem do sujeito e o seu pleno
desenvolvimento, já que conta com temas do cotidiano, como as regras, as
interações com objetos e o meio e a variedade de linguagens envolvidas em sua
prática. Dessa forma, com base na suposição de que a prática pedagógica possa
oportunizar alegria aos alunos no processo de aprendizagem, o lúdico deve ser
levado a sério na escola, oferecendo o aprender por meio do jogo e, logo, o
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aprender brincando. Conclui-se, assim, que a formação lúdica do professor favorece


essa prática.
A ludicidade se explica pelas atuações do brincar que são organizadas em
três eixos: o jogo, o brinquedo e a brincadeira. O lúdico na educação infantil permite
que a criança tenha um desempenho contínuo na sua educação, contribui no seu
comportamento, desempenha papéis sociais (papai e mamãe) nas suas
representações, desenvolvem a imaginação, criatividade e capacidade motora de
raciocínio. Ensinar por da ludicidade é considerar que a brincadeira faz parte da vida
do ser humano e que, por isso, traz referenciais da própria vida do sujeito.
Ao salientar a relevância do papel da educação sobre a sociedade, os
estudos de Friedmann (1996, p. 43) explicitam que muitas vezes as atividades
desenvolvidas na escola se dão de forma fragmentada: “uma hora para o trabalho
com coordenação motora, outra para a expressão plástica, outra para o brincar
orientado pelo professor e assim por diante”.
Friedmann (1996) argumenta que

a escola é um elemento de transformação da sociedade, sua função é


contribuir, junto com outras instâncias da vida social, para que essas
transformações se efetivem. Nesse sentido, o trabalho da escola deve
considerar as crianças como seres sociais e trabalhar com elas no
sentido de que sua integração seja construtiva. (FREIDMANN, 1996,
p.54)

A educação é um recurso historicamente constituído, e o professor tem um


papel determinante nesse processo, devendo encorajar o educando a encontrar sua
identidade e interagir de forma crítica e reflexiva na sociedade. Através dos jogos e
brincadeiras a criança interage com a realidade de mundo em que vive, ao brincar a
criança reflete a expressão cultural de diversas sociedades. E esse enfoque nos
jogos e brincadeiras impele pesquisadores e educadores a servirem-se desses
dispositivos como auxílio pedagógico a fim de propiciar a aprendizagem e
desenvolvimento infantil
Nas palavras de Kishimoto (2008)

O jogo é instrumento pedagógico muito significativo. No contexto


cultural e biológico é uma atividade livre, alegre, que engloba uma
significação. É de grande valor social, oferendo inúmeras
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possibilidades educacionais, pois favorece o desenvolvimento corporal,


estimula a vida psíquica e a inteligência, contribui para a adaptação ao
grupo, preparando a criança para viver em sociedade, participando e
questionando os pressupostos das relações sociais tais como
postos.(KISHIMOTO, 2008 p.37)

De acordo a autora anteriormente citada (2008, p. 63), o lúdico é uma


ferramenta de aperfeiçoamento da linguagem e do imaginário, ligado a atualidade
como “um meio de expressão de qualidades espontâneas ou naturais da criança, um
momento adequado para observar esse indivíduo, que expressa através dele sua
natureza psicológica e suas inclinações”. Este conceito trata o jogo à margem da
prática educativa, porém destaca sua espontaneidade. A autora ressalta que se o
propósito é desenvolver indivíduos inventivos, críticos e capazes para tomar
decisões, uma das exigências é o enriquecimento do dia-a-dia infantil com a
inclusão de contos, lendas, brinquedos e brincadeira.
Para que isso se torne realidade no contexto escolar, faz-se necessário
refletirmos sobre a formação lúdica dos professores da educação infantil e dos anos
iniciais do ensino fundamental.
Os educadores que buscam metodologias criativas para desenvolver seu
trabalho na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental vêm
observando que as crianças aprendem quando brincam, pois a ludicidade envolve
as habilidades de memória, atenção e concentração, além do prazer da criança em
participar de atividades pedagógicas de maneira diferente e divertida.
Um dos fatores que fundamenta a ludicidade na educação básica é
exatamente a possibilidade de aproveitamento de recursos pedagógicos que
venham ao encontro dos diversos estilos de aprendizagem vistos em sala de aula, o
que hoje em dia é um grande desafio para o professor da educação infantil e dos
anos iniciais do ensino fundamental.
O lúdico como artifício pedagógico demonstra que os educandos, na maioria
das vezes, compreendem suas capacidades e suas dificuldades. Compete ao
professor detectar tais capacidades de maneira a propiciar a inserção de todas as
áreas de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos.
As palavras de Fernández (2001) assinalam a conexão entre a aprendizagem
e o brincar de forma fascinante:
Aprender é apropriar-se da linguagem, é historiar-se, recordar o
passado para despertar-se ao futuro; é deixar-se surpreender pelo já
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conhecido. Aprender é reconhecer-se, admitir-se. Crer e criar. Arriscar-


se a fazer dos sonhos textos visíveis e possíveis. Só será possível que
as professoras e professores possam gerar espaços de brincar-
aprender para seus alunos quando eles simultaneamente construírem
para si mesmo. (FERNÁNDEZ, 2001, p.37)

4 O JOGO, O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA

O Jogo segundo os estudos feitos por Kishimoto (1994, p.4) o definem como
“uma ação voluntária da criança, um fim em si mesmo, não pode criar nada, não visa
um resultado final [sic]. O que importa é o processo em si de brincar que a criança
se impõe.”
No jogo, os acontecimentos se definem por um cenário no qual a realidade
interna se sobressai a externa. A lógica habitual é transformada em uma nova,
colocando a imaginação em ação; há o prazer e alegria, “as crianças estão mais
dispostas a buscar novas combinações de ideias de comportamentos em situações
de jogo do que em outras atividades não recreativas” (KISHIMOTO, 1994 p.15). o
jogo só pode ser jogo quando a criança tem a liberdade de escolhe-lo livre e
espontaneamente; caso contrário, é trabalho ou ensino.
Já o brinquedo, definido por Kishimoto (1994), é compreendido como um
objeto, instrumento de suporte da brincadeira ou do jogo, tanto no sentido concreto,
como no ideológico.
Documentadamente, o brinquedo como objeto não pertence a uma única
esfera, ele se manifesta de formas variadas, como a produção com materiais
perecíveis, esquecidos, como galhos, folhas, pedras e também objetos do mundo
familiar, que passam a ter sentido de brinquedo quando cai sobre eles o papel
lúdico.
Para Kishimoto (1994), o brinquedo é o alicerce da brincadeira quando auxilia
a uma atividade espontânea, sem um propósito inicial, que se amplifica de acordo
com a imaginação, a uma prática lúdica que possui um sistema de regras que
organizam as ações.
Ao analisar os objetos utilizados pelas crianças, como brinquedos,
percebemos que elas expressam suas preferências. Por exemplo: um bebê explora
todo e qualquer objeto, primeiro levando-o à boca, produzindo sons, tentando
encaixar, formando torres, entre outras ações. Nos primeiros anos de vida da
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criança, é importante que o adulto a auxilie nessa exploração, pois, assim, ela
conseguirá distinguir mais facilmente texturas, formas cores, e tamanhos.
A variedade de materiais oferecidos possibilita que as brincadeiras das
crianças sejam ricas em imaginação. Os brinquedos, nessas circunstâncias, nada
mais são do que a imaginação sendo posta em prática, uma rica exploração. São as
atividades sensoriais, motoras, simbólicas e culturais sendo exploradas ao máximo.
Representações culturais que apresentam o significado da vida de cada criança, de
sua família e da sua comunidade.
No que diz respeito à brincadeira encontra explicação na fala de Kishimoto
(1994), quando é assinalada como uma atividade espontânea da criança, sozinha ou
em grupo. Ela cria uma ponte entre a fantasia e a realidade, o que a conduz a
enfrentar dificuldades psicológicas complexas, como a vivência de papéis e
acontecimentos não bem entendidos e aceitos em seu universo infantil. A
brincadeira na infância leva a criança a desvendar conflitos por meio da imitação,
ampliando suas possibilidades linguísticas, psicomotora, afetiva, sociais e cognitivas.
A brincadeira infantil oferece a possibilidade de a criança atuar através da
imitação diferentes papéis, comuns no seu dia-a-dia, essa ação auxilia na expressão
de sentimentos e nas relações que estabelece com as pessoas do seu convívio. A
imitação também é um elemento que assegura à criança experienciar atitudes que,
se fossem realizadas de forma verdadeira, muitas vezes poderiam colocá-la em
situação de risco, como nas brincadeiras de cozinhar, dirigir, consertar móveis e
aparelhos eletrônicos. Quando brinca de faz de conta, a criança age e enfrenta
desafios, organiza o pensamento e cria suas regras, o que facilita a transposição do
mundo adulto para o seu universo.

5 O LÚDICO COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA

A criação de saberes a respeito da infância (desenvolvimento psicológico,


afetivo, cognitivo, entre outros, que nomeia e diz como deve ser uma criança)
possibilitou sua escolarização. Criou-se, assim um discurso sobre como precisa ser
essa etapa da vida do sujeito. A instituição escolar, com esse objetivo, teve um
papel fundamental no estabelecimento do olhar pedagógico para a criança. Para
Foucault (2003, p. 122), “a pedagogia se formou a partir das próprias adaptações da
criança às tarefas escolares, adaptações observadas e extraídas do seu
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comportamento para tornarem-se em seguida leis de funcionamento das instituições


e forma de poder exercido sobre a criança”.
É crucial compreender que a utilização do lúdico como recurso pedagógico na
sala de aula pode constituir-se em um caminho possível que vá ao encontro da
formação integral das crianças e do atendimento ás suas necessidades. Ao pensar
em atividades significativas que respondam às necessidades das crianças de forma
integrada, articula-se a realidade sociocultural do educando ao processo de
construção de conhecimento, valorizando-se o acesso aos conhecimentos do mundo
físico e social.
Ao examinar a criança e conferir-lhe significados e propriedades, o processo
de escolarização, além de proporcionar “um exercício de poder sobre os infantis,
esteve associado a um complexo processo de produção de saberes sobre essa
etapa da vida dos sujeitos” (BUJES, 2005, p.191). Consegue-se debater essa
questão refletindo, contemporaneamente, na quantidade de livros, pesquisas e
periódicos publicados cotidianamente no intuito de auxiliar os professores a
descobrirem como agir, educar e ensinar as crianças pequenas.
A ludicidade e o brincar são, indubitavelmente, fundamentos considerados
essenciais no planejamento das atividades para a educação infantil, e debater sobre
eles não significa menosprezar sua relevância, pelo contrário, é importante refletir
como, por vezes, eles são empregados também como poderes reguladores das
crianças.
O brincar e os brinquedos têm suas representações históricas e sociais, bem
como condizem a culturas certamente diferentes entre si. O que não se pode negar
é que, especialmente na instituição de educação infantil, não somente a cultura
infantil entra em ação, mas também a formação cultural dos educandos que
trabalham com crianças.
Segundo Bujes (2004, p.211), “o que torna o brinquedo parte de nossa cultura
são as práticas sociais às quais ele vai ser associado”, e com isso lhe atribuímos
significados. Desde cedo aprendemos o que são brinquedos e brincadeiras de
meninas e de meninos, de quem é a cor azul e de quem é a cor rosa. Essas
perspectivas não nascem naturalmente com a criança, mas vão sendo gravadas nas
crianças pelos adultos que com elas interagem, pela mídia, pela indústria de
brinquedos e de entretenimentos, entre outros. Não se vê meninos em propagandas
de bonecas. Isso se realiza como efetivo exercício de aprendizagem, na qual aos
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poucos nos constituímos enquanto homens e mulheres por meio, até, de aparentes
inocentes brincadeiras.
Ponderando que o sistema de educação é permeado por dispositivos de
controle, a ludicidade também é um campo suscetível a armadilhas. Assim podemos
aqui perguntar: Assim fica um questionamento: Que tipo de liberdade é oferecida às
brincadeiras livres?
Existem dois movimentos que devem ser registrados: um das atividades
dirigidas, que certamente precisam existir, e outro de brincadeiras livres e criativa,
que por vezes são usadas como um momento de regulação se houver interferência
em como ela deve acontecer. Se a brincadeira for de casinha, por opção das
crianças, talvez seja o montar a casinha o brincar principal, não significando que as
crianças posteriormente queiram brincar dentro dela ou de casinha. Isso às vezes
escapa à lógica ordenadora dos adultos, que em muitas ocasiões interferem dizendo
como deve ser a continuidade deste brincar, ou seja, dentro da casinha.
A criança da educação infantil é também um aluno e, por vezes, o exagero de
escolarização nas atividades oferecidas prejudica potencialidades que devem ser
estimuladas, no entanto somente serão conseguidas se tiver espaço para suas
decisões e atos de criação. A ludicidade é importante para a infância, como já
constatado anteriormente, porém deve-se sempre pensar na prática e quanto se
transforma esse tempo em algo lúdico ou em mais um momento regulado pela
escolarização.
Segundo Dornelles:

No governo dos infantis, são exercidos não só os conhecimentos


produzidos sobre as crianças, mas também o modo de inventar sua
vida, sua cotidianeidade e, consequentemente, sua forma de brincar.
Os saberes e poderes fabricados para que se governem os infantis são
atravessados por práticas discursivas que fazem parte do mundo das
crianças e adultos e são materializados através dos brinquedos, das
revistas, dos materiais escolares, das roupas, dos enfeites, etc., ou
seja, das coisas necessárias para se estar no mundo hoje.
(DORNELLES, 2003 p.18)

Ao refletir sobre o ensino para as crianças, nota-se que uma das alternativas
usadas para apresentar novos conhecimentos é o brincar. Essa atividade de uma
forma geral abrange a expressão e a criação da criança e do educador, e o
desenvolvimento da criança.
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Entretanto, apesar de ser um artefato natural e garantido por lei, o brincar fica
em segundo plano dentro da escola, que se atribui apenas pela formação de uma
cultura geral a partir de papéis sociais definidos.
Para alterar um pouco esse pensamento, temos de refletir no papel do fazer
pedagógico e nas atividades que inclui tanto o profissional quanto o espaço e o
aluno. É necessário pensar na realidade do aluno e na do profissional, bem como
em um modo de uni-las dentro da escola, procurando um convívio que utilize as
brincadeiras e a expressão corporal como um aprendizado diferenciado.
Ao reconhecer o movimento do corpo e da cultura envolvida nesse ato,
poderíamos ver transformações efetivas nas instituições e nas crianças, que não
teriam os seus espaços e as suas expressões tão restritas. Entretanto o que se
observa é a predileção pelo espaço reduzido das salas de aula e pelo resultado
obtido após a transferência de conteúdos básicos e gerais, o que não exige da
criança a utilização de expressão corporal. A criança tem de pensar e se movimentar
menos.
Refletindo sobre a situação do educador é imprescindível pensar na formação
que esse profissional teve e no que representa para ele o brincar, observando se ele
está preparado a trabalhar com atividades corporais e se, sobretudo, avalia como
necessário o aprendizado e o uso de brincadeiras. Ele necessita ter em mente que o
brincar não é apenas uma atividade física, mas uma atividade que leva a criança a
pensar e, com isso, a aprender.
A educação infantil, assim com a educação em outros níveis, transformou-se
em sistemática, e as práticas pedagógicas compreendidas nesse processo também
se tornaram limitadas. Conservaram a expressão e a movimentação corporal com
menor destaque. Essa organização fez com que o corpo não apresentasse tanta
relevância para a formação do indivíduo, o que é um erro, pois se podem amplificar
as capacidades motoras e cognitivas por meio da manifestação corporal, além de
conseguir satisfazer as necessidades emotivas.
Ao invés disso depara-se com um espaço escolar que enfatiza a transmissão
de conteúdos que não poderão não ser postos em prática dentro do cotidiano da
criança, que guarda esse conhecimento apenas para a sua formação escolar. Pode-
se concluir então que o ensino é sistemático, metódico e disciplinar, porque ele
proporciona ao aluno uma série de conhecimentos já instituídos e difundido de
acordo com uma determinada ordem, com a intenção de disciplinar e instruir.
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O brincar estaria nesse cenário para entreter e, concomitantemente, para


desenvolver o aprendizado sobre assuntos específicos. A expressão corporal é uma
atividade extra e complementar que faz a criança ter um desenvolvimento maior. O
brincar corporal é uma ferramenta pedagógica que precisa ser melhor estudada,
explorada e avaliada quanto à sua ação no desenvolvimento infantil e humano.
Com brincadeiras e as expressões corporais, a criança pode explorar melhor
o seu próprio corpo – descobrindo aptidões e se dedicando a atividades físicas de
que gosta –, interagir com as outras crianças – aumentando o círculo de amizades e
se relacionando afetivamente com os colegas – e descobrir novas brincadeiras e
linguagens (corporais e culturais). Mas isso só pode ser posto em prática se a
instituição der espaço e se o professor tiver condições para trabalhar. O brincar pode
acontecer com a utilização de brinquedos (objetos destinados à diversão), por meio
das brincadeiras (atividades que façam com que as crianças interajam sem que haja
uma regra imposta) ou dos jogos (brincadeiras que trazem regras definidas).
A escola e o profissional pedagógico, ao trabalhar com o brincar corporal,
podem levar as crianças a exercitar as suas qualidades intelectuais e motoras, que
ajudarão a formar nelas, também, as suas noções sociais. Brincando, as crianças
aprendem mais sobre elas e sobre o espaço onde convivem, seja ele o escolar ou,
mais amplamente, o social.

O brincar pode ser entendido como a capacidade de criar da criança e está


relacionado com as suas vivências. Toda brincadeira é uma imitação transformada,
no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente experienciada.
No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e têm um
significado diferente daquele que aparentam ter. a brincadeira favorece na criança a
melhoria da autoestima e contribui para a interiozação de determinados modelos de
adulto presentes nos diversos grupo sociais (MARINHO et al., 2012, p.84).

O professor compreende que, através das brincadeiras, as crianças


organizam suas ações, emoções e a socialização. É imprescindível analisar a
independência e a autonomia dos alunos, e, em uma avaliação de sua prática o
professor verificar se consegue propiciar diversas situações para o desenvolvimento
motor, cultural, político e social das crianças.
Ferreira (2001) evidencia cinco atributos essenciais do desenvolvimento que o
professor necessita compreender:

1. Não se dá por acaso ou automaticamente precisa de estímulos.


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2. O desenvolvimento das áreas é simultâneo.


3. Se o desenvolvimento de uma área é prejudicado, o desenvolvimento das
outras áreas também pode se prejudicar.
4. O desenvolvimento se dá na interação da criança com o meio.
5. A criança é autora do seu próprio desenvolvimento, mas precisa contar com
uma mediação, cuja principal figura é o professor. (FERREIRA, 2001 p.13).

É importante também que o professor não se esqueça de levar em


consideração as características de cada criança (cognitiva, afetiva, social, linguística
e psicomotora) como propulsora de seu desenvolvimento. Todas as áreas se
relacionam.
A forma como o professor encara o lúdico é um passo importante para que as
atividades lúdicas sejam levadas mais a sério nas escolas e passe a ser mais
utilizadas. Pois é por intermédio delas que o aluno se relaciona com diferentes
meios, como conteúdos do seu próprio dia-a-dia, as diversas linguagens que podem
ser manifestadas, tornando o seu aprendizado mais plural, alegre e dinâmico.
Ao propor uma atividade lúdica às crianças, o educador precisa garantir que
elas terão liberdade de desenvolver a seu modo os acontecimentos. Assim é função
do educador juntar os seus conhecimentos práticos e teóricos sobre a ludicidade e
articulá-los em um jogo lúdico que seja pertinente ao contexto da criança e de suas
necessidades. A partir do momento em que a criança escolhe a atividade para
brincar, ela precisa ter sua autonomia garantida para fazer suas opções de acordo
com os seus valores e ideias e, dessa forma, obter autoconhecimento e habilidade
reflexiva.
O jogo na esfera educativa já é antigo. Existe desde a Roma e a Grécia
antigas, quando se faziam doces com formatos de letras para a alfabetização dos
alunos. O jogo educativo possui como propósito o equilíbrio de duas funções. A
primeira é a função lúdica, cuja experiência deve ser escolhida voluntariamente pela
criança para que lhe sejam proporcionados diversão e prazer. Já a segunda seria a
função educativa, que se realiza quando a sua prática proporciona ao aluno uma
maior compreensão e apreensão de mundo. Ou seja, quando há equilíbrio entre as
duas funções, o aluno aprende de forma consistente e, ao mesmo tempo, divertida.
Ao jogar, a criança traça seus objetivos, prepara estratégias e faz escolhas,
raciocina, lida com diversas emoções, vivencia outros papéis e, no fim de tudo,
sintetiza a experiência, ou seja, observa onde errou e onde acertou, no que ganhou
e no que perdeu.
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Como qualquer modo de aprendizado, o jogo também traz necessidade de


superação de problemas. Em uma sala de aula, por exemplo, surgirão as mais
diversas dificuldades, que podem ser cognitivas, motoras, afetivas ou sociais. Ás
vezes, o educador planeja uma atividade que lhe parece adequada, mas quando a
aplica em sala acontecem reações ou dificuldades não esperadas. Para que isso
não aconteça o professor precisa ter conhecimento sobre o jogo aplicado e garantir
que ele atenda os objetivos planejados e atenda as necessidades dos alunos, assim
conseguirá lidar com conflitos e também conseguirá observar os avanços e as
dificuldades dos educandos.
Tem-se que levar em consideração também que o uso do brincar, do jogo
sem uma função definida ou de maneira autoritária tem o resultado oposto, ou seja,
tira da criança a curiosidade e o interesse sobre o conteúdo envolvido e cria
resistência e dificuldades no aprendizado. Não é todo conhecimento que ser
transferido de maneira lúdica, com jogos e brincadeiras. Como o educador é o
responsável pela dinâmica com as crianças, é dele a responsabilidade de escolha
dos conteúdos e dos pontos que quer trabalhar durante as brincadeiras. É ele quem
delimita a atividade e que dá a ela uma função. O educador precisa compreender
que as crianças têm vivências variadas e que cada tem uma especificidade que
pode ser trabalhada em conjunto.
Para que aconteça a aprendizagem, não basta um parque ou bons
brinquedos. É necessário um planejamento que inclua o brincar. É importante
ressaltar que o brincar livre é um momento significativo da educação infantil,
especialmente em escolas de período integral, porque, nesses casos, a criança
passa uma grande parte de seu dia nesse local. É importante também pensar sobre
a importância do brincar para a criança, especialmente para que o movimento
corporal faça parte dessa brincadeira e dê suporte a um desenvolvimento
harmonioso e pleno.
Atitudes como esparramar brinquedos ou liberar o pátio da escola para as
crianças brincarem não são suficientes para o processo de aprendizagem e
desenvolvimento. É necessário pensar na interação do adulto com a criança de
forma lúdica (não só vigiando e limitando), na preparação do espaço, na qualidade
do tempo. Dessa forma, o educador passa de vigilante a participante. As “atividades
livres” ficam ainda mais livres, e a correria, os pulos e os gritos das crianças não
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incomodam tanto. Essa brincadeira corporal depende muito do espaço disponível, e


são as condições da escola que possibilitarão que esse brincar possa acontecer.
Por conta disso, muitas vezes a escola não consegue efetivar sua função de
ensinar, pois não é capaz de compreender os diferentes anseios de seus alunos.
Eles, por sua vez, ainda não possuem maturidade suficiente para refletir sobre seus
problemas e solucioná-los. A estruturação do currículo escolar também não estimula
o desenvolvimento de habilidades relacionadas à construção do conhecimento e da
reflexão.
É função de o bom educador proporcionar um ambiente à criança no qual ela
possa entrar em contato com atividades lúdicas que permitam a construção contínua
de suas habilidades corporais, emocionais, psíquicas e sociais.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O lúdico é parte integrante de nossas vidas no período de formação, através


de jogos, brincadeiras e brinquedos, experimentamos e conhecemos o mundo,
exploramos a nossa subjetividade e a conviver com os outros.
É importante destacar a importância da permanência do lúdico ao longo da
formação escolar como elemento fundamental na relação de ensino e
aprendizagem, podendo atuar na integração de todas as áreas do conhecimento
abordadas pela escola e favorecendo a relação professor e aluno, na medida em
que favorece o contato, a percepção do outro e estabelece vínculos.
Para além da criança, é importante considerar a necessidade do adulto rever
seus conceitos e preconceitos em relação ao brincar na escola, para que ele se
coloque inteiro com a criança ao longo da atividade lúdica. E para que essa
integração ocorra é indispensável conhecer as diferenças entre a manifestação do
lúdico e da criatividade na criança e no adulto.
Podemos concluir, portanto, que a ludicidade como recurso pedagógico é
muito mais do que um método de ensino na educação infantil; é a possibilidade de
dar ao educando a descoberta e a construção livre de sua personalidade e de seu
olhar crítico com o meio ao qual pertence.
O professor da educação infantil, primordialmente, deve ser capaz de
desenvolver a sua habilidade de ouvir. Ouvir no contexto de compreender, de
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identificar à necessidade das crianças. Ouvir sendo ativo não como figura que está
no ambiente para intervenções constantes, mas motivando através da palavra, do
gesto, da mímica, os que mais necessitam ou solicitam ajuda.
Quando o professor interage, brinca com o aluno, ao invés de somente
supervisionar a criança e limitar seu tempo, seu espaço e suas atitudes, nascem
possibilidades de desenvolvimento para ambos, pois caminham em direção a forma
mais aprimoradas de brincar. Cabe ressaltar ainda que não deve se separar tanto o
brincar do aprender, mas também não devemos usar o brincar somente com a
finalidade do aprendizado. O lúdico tem finalidades diferentes, como a expressão e a
relação entre as crianças e não se trata somente de instrumento escolar.
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