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SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

CARMEM DE CASSIA SANTOS DE MATOS

A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE
NA EDUCAÇÃO INFANTIL

São José do Rio Preto SP


2021

CARMEM DE CASSIA SANTOS DE MATOS


A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE
NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Portfólio apresentado à Universidade Pitágoras


Unopar, como requisito parcial para o
aproveitamento da disciplina de Atividades
Interdisciplinar do Curso de Licenciatura em
Pedagogia.

São José do Rio Preto SP


2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................4
2 DESENVOLVIMENTO....................................................5
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................9
4 REFERÊNCIAS.............................................................11
1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem o objetivo de discutir a importância do Lúdico na


Educação Infantil, é por meio do lúdico que a criança problematiza o mundo,
desenvolve novas capacidades e expande os próprios limites.
Através deste mundo da imaginação, estimulado por jogos e brincadeiras,
elas alcançam novos estágios de autonomia, auxiliando em sua formação individual.
Esse portfólio ressalta a importância e o verdadeiro sentido das atividades
lúdicas, mostrando os significados das palavras mais usadas por crianças e por
adultos como jogos, brincadeiras e recreação, mostrará também a importância de se
trabalhar de modo a dar significado e objetivos em tudo que for realizado, com
crianças de 6 a 8 anos, na qual estão iniciando seu repertório motor mais apurado.
Para Piaget (1977), ao manifestar a conduta lúdica, a criança demonstra o
nível de seus estágios cognitivos e constrói conhecimentos.
É possível desenvolver iniciação esportiva através de atividades lúdicas,
exercícios de coordenação motora, lateralidade, ritmo, noções de regras de jogos e
de limites e, estimular o interesse das crianças na procura de novas formas de
descobrir o mundo, de relacionar-se consigo e com os outros e de iniciar- se com
dignidade como cidadão brasileiro. Como benefício físico, a ludicidade satisfaz as
necessidades de crescimento e de competitividade das crianças (KISHIMOTO,
1997).
Os jogos contribuem de forma prazerosa no desenvolvimento global da
criança; a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade. É uma
atividade social, pois depende de regras convivência e de regras imaginárias que
são discutidas pelas crianças construindo-se uma afetividade de imagem e
interpretação. Através do jogo a criança reconhece suas potencialidades e aprende
a superar seus próprios limites. Por isso que deve existir uma atitude de respeito à
capacidade criadora da criança (MELLO, 1992).
A criança, através dos jogos, aprende brincando e percebe o quanto é bom
ser ela mesma e respeitar a singularidade do outro, o que contribui para o seu
desenvolvimento social e para a formação de um adulto que sabe que tem regras a
seguir, e que se adapta mais facilmente a elas. Os jogos não devem ser fins, mas
meios para atingir objetivos. Estes devem ser aplicados para o benefício educativo e
de uma forma correta, planejada, de modo que a criança aprenda brincando e
perceba o quanto é bom ser ela mesma e respeitar a singularidade do outro.
Este trabalho abordará a importância da recreação, dos jogos e brincadeiras
na formação da criança.

2 DESENVOLVIMENTO

É importante mencionar que o lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus"
que quer dizer "jogo”. Se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se
referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a
ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano.
De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo.
Conforme Antunes (2005, p.33) “as implicações da necessidade lúdica
extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo”. Dessa forma, o lúdico
apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana. Assim, na idade
infantil e na adolescência a finalidade é essencialmente pedagógica.
De acordo com Bertoldo (2000, p.45), “a criança e mesmo o jovem opõem
uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica, não
costuma ser prazerosa”. Nesse sentido, Antunes (2005, p.56) destaca que “todas as
pessoas têm uma cultura lúdica, que é um conjunto de significações sobre o lúdico”.
Assim, é possível dizer que a cultura lúdica é produzida pelos indivíduos, a qual se
constrói a todo tempo, por meio de brincadeiras que a criança começa desde cedo.
Além disso, Antunes (2005, p.34) retrata que a concepção da cultura lúdica é
uma noção historicamente construída ao longo do tempo e, consequentemente, foi
mudando conforme as sociedades, não se mantendo da mesma forma dentro das
sociedades e épocas.
Portanto, o lúdico se expressa desde os primitivos nas atividades de dança,
caça, pesca, lutas. Segundo Antunes (2005, p.61) na Grécia antiga, Platão afirmava
que os primeiros anos de vida da criança deveriam ser ocupados por jogos.
Com o cristianismo, os jogos vão sendo deixados de lado, considerados
profanos, sem significação. Percebe-se então que a concepção de jogos e
brincadeiras nesse período partiu de uma valorização na Grécia Antiga para algo
insignificante com o cristianismo. Isso nos remete a afirmar as palavras de Antunes
(2005, p.72) que “a cultura lúdica é historicamente construída”.

Além disso, Antunes (2005, p.84) expõe que “foi a partir do século XVI que os
humanistas começam a valorizar novamente o jogo educativo, percebendo a
importância do processo lúdico na formação da criança”. Outros teóricos, ainda no
século XVI também ressaltaram a importância do lúdico na educação das crianças.
Pode-se afirmar que o lúdico é qualquer atividade que executamos e que por
dar prazer temos espontaneidade em executá-la. Nesse sentido, na visão de
Bertoldo (2000), quando fazemos é porque queremos, pôr interesse pessoal. Isto se
refere tanto à criança quanto para o adulto. A partir daí começamos a perceber a
possibilidade, a facilidade de se aprender, quando estamos brincando.
Nesse sentido, o lúdico vem ganhando atenção no meio acadêmico pela
crescente quantidade de contribuições para a sua conceituação e reflexão.
Enquanto ferramenta pedagógica, através das atividades lúdicas, as crianças
adquirem marcos de referenciais significativos que lhes permitem conhecer a si
mesmas, descobrir o mundo dos objetos e o mundo dos outros, experimentando
também, situações de aventura, ação e exploração, como características
impostergáveis da infância.
Almeida (2013) destaca que, com o jogo, as crianças fixam convicções de
justiça, solidariedade e liberdade. São resolvidas situações problemáticas,
adaptando-se de forma ativa a sociedade em que vivem.
Já Bertoldo (2000, p.44) destaca que “ao tratar do lúdico foca a abordagem
que se busca, o lúdico não como algo isolado ou associado a uma determinada
atividade”, mas como um componente cultural historicamente situado que pode
transcender aos momentos de lazer, como seu uso na Educação: “porque não atuar
com os componentes lúdicos da cultura, em outras esferas de obrigação,
notadamente... na escola?”
Portanto, sabe-se que a ludicidade é uma necessidade em qualquer idade e
não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico
facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para
uma boa saúde mental, prepara um estado interior fértil, facilita a comunicação,
expressão e construção do conhecimento.
Assim, a prática lúdica entendida como ato de brincar das crianças permite
um mergulho na sua trajetória ao longo dos tempos, acumulando informações. A
esse respeito, Almeida (2013) menciona que este processo cíclico, retratado em
cada ação e em cada jogo, permite conhecer um pouco da evolução. Portanto,
entender o brincar das crianças no cenário das civilizações é conhecer um pouco da
cultura. Com isso, a Educação pela vida da ludicidade propõe-se a uma nova
postura existencial cujo paradigma é um novo sistema de aprender brincando,
inspirando numa concepção de educação para além da instrução.
Para que isso aconteça é preciso que os profissionais da educação
reconhecem o real significado do lúdico para aplicá-lo adequadamente,
estabelecendo a relação entre o brincar e o aprender.
Na visão de Bertoldo (2000) o jogo, nas suas diversas formas, auxilia no
processo ensino-aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, isto é, no
desenvolvimento da motricidade fina e ampla, bem como no desenvolvimento de
habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de
decisão, a criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de
dados e a aplicação dos fatos.
No processo educativo, em especial, na Educação Infantil, o desenvolvimento
de atividades lúdicas deve ser considerado como prioridades no delineamento de
atividades pedagógicas contidas no planejamento escolar realizado pelos
professores e coordenadores. Essa inclusão visa, portanto, a flexibilização e
dinamização das atividades realizadas ao longo de toda a prática docente,
oportunizando a eficácia e significação da aprendizagem.
É imprescindível enxergar com novos olhos o verdadeiro universo mágico e
encantador do lúdico em sala de aula e consequentemente, entendendo- se aí toda
a prática cotidiana do aluno, visto que, é na educação infantil que as crianças são
capazes de construir a aprendizagem através do brincar, criando e imaginando
situações de representações simbólicas entre o mundo real e o mundo a ser
construído com base nas suas expectativas e anseios.
Nessa perspectiva, é através da atividade lúdica que a criança se prepara
para a vida, assimilando a cultura do meio em que vive, a ele se integrando,
adaptando-se às condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a competir,
cooperar com seus semelhantes e conviver como um ser social. Portanto, os
professores, na posição não de meros transmissores de informações e
conhecimentos sistemáticos, mas como mediadores desse conhecimento, devem
oportunizar condições para que por meio do desenvolvimento dessas atividades, a
criança possa construir de forma autônoma o seu próprio conhecimento.
Há décadas o lúdico é objeto de estudo de diversas áreas como Antropologia,
Sociologia, História, Psicologia, Educação.
A atividade lúdica surgiu como nova forma de abordar os conhecimentos de
diferentes formas e uma atividade que favorece a interdisciplinaridade.
O lúdico é reconhecido como elemento essencial para o desenvolvimento das
várias habilidades em especial a percepção da criança.
Refere-se a uma dimensão humana que evoca os sentimentos de liberdade e
espontaneidade de ação.
Abrange atividades despretensiosas, descontraídas e desobrigadas de toda e
qualquer espécie de intencionalidade ou vontade alheia, é livre de pressões e
avaliações
A atividade lúdica tem o objetivo de produzir prazer, diversão e ao mesmo
tempo em que se pratica esta atividade percebe-se que ela vem acompanhada de
inúmeras brincadeiras para enriquecer nossos conhecimentos de forma prazerosa
na educação.
Na educação infantil o lúdico propicia as crianças uma série de
desenvolvimentos favoráveis, que vai desencadeando seu aprendizado.
O lúdico na Educação Infantil l pode ser trabalhado em todas as atividades,
pois é uma maneira de aprender/ensinar, despertar o prazer e, dessa forma a
aprendizagem se realiza. No entanto, o verdadeiro sentido da educação lúdica só
estará garantido se o professor estiver preparado para realizá-lo, tendo
conhecimento sobre os fundamentos da mesma (LIBÂNEO,1996). As crianças
experimentam desejos impossíveis de serem realizados imediatamente, para
resolver essa questão à criança envolve-se num mundo imaginário onde os desejos
não-realizáveis podem ser realizados. O brincar da criança é então a imaginação e
ação sempre imitando o adulto ou outra criança. Do ponto de vista do
desenvolvimento da criança, a ludicidade traz vantagens sociais, cognitivas e
afetivas, ajudando-as no seu desenvolvimento em relação à sociedade
(Queiroz,2006).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse estudo permitiu compreender que o lúdico é significativo para a criança


poder conhecer, compreender e construir seus conhecimentos tornar-se cidadã
deste mundo, ser capaz de exercer sua cidadania com dignidade e competência.
Sua contribuição também atenta para a formação de cidadãos autônomos, capazes
de pensar por conta própria, sabendo resolver problemas e compreendendo um
mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades.
A infância é uma época importante para a prática de várias atividades físicas
e para o desenvolvimento de habilidades motoras diversas a fim de promover
atitudes saudáveis, melhorias na proficiência motora, maiores possibilidades de
aderência a um estilo de vida ativo, além de melhorar a autoestima e confiança.
Para a criança de 6 a 8 anos, sua maior especialidade é brincar e,
infelizmente, algumas escolas não estão utilizando dessa prática como conteúdo de
suas aulas para a realização do resgate da cultural popular, da sociabilização e
desenvolvimento psicomotor.
As situações lúdicas são favoráveis ao processo de aprendizagem, pois
conseguem a atenção da criança na execução do exercício de forma satisfatória e
agradável, sem deixar de destacar que além do brincar e jogar constituir um
momento de interação social bastante significativo, a sociabilidade constitui
motivação para que seja mantido o interesse pela atividade.
É de extrema importância a recreação na vida da criança, contribuindo para o
seu desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social. E através dos jogos e
brincadeiras tudo isso pode acontecer de forma natural e melhor ainda, de forma
"prazerosa", trazendo sorrisos e mudanças na vida das crianças. Em certos
momentos é necessário ter um objetivo a ser trabalhado, e a escola, através das
aulas de Educação Física, deve dar oportunidade a todos os alunos para que
desenvolvam e mostrem seus potenciais.
É preciso que haja uma conscientização dos educadores em desempenhar o
importante papel de iniciar a criança numa atividade lúdica.
O brincar de forma construtiva abre a portas para a educação, e depende de
nós deixá-la aberta.
O lúdico é uma necessidade humana e não deve ser encarada como uma
diversão qualquer.
Dessa forma, trabalhar o lúdico na Educação Infantil l ajudará desenvolver na
criança um comportamento prazeroso, pois a criança aprende brincando, se
divertindo através da imitação da socialização, da interação ou dificuldades a ser
vencida.
5 REFERÊNCIAS

ALMEIDA, A. Ludicidade como instrumento pedagógico. São Paulo: Vozes,


2013.
ANTUNES, C. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências: os jogos
e os parâmetros curriculares nacionais. Campinas: Papirus, 2005.
BERTOLDO, J. V. Jogo, brinquedo e brincadeira-uma revisão conceitual. Rev.
Psicopedagogia Online, p. 2011-01, 2000.
KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. São Paulo. Pioneira. 1997.
MELLO, A. M. O papel do brincar na Educação Infantil. Vozes: São Paulo, 1992.
PIAGET, J. O julgamento moral na criança. Trad. De Elzon Lenardon, São
Paulo: Mestre Jou, 1977.
A importância do brincar na Educação Infantil - Portal Educação Disponível
em:
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A ludicidade construindo a aprendizagem de crianças na educação ...
Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br › Home › Artigos › Educação e
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BRINCAR E APRENDER: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA ... Disponível
em: www.sinprosp.org.br\conpe3\revendo\textos

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