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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ - UNOPAR

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


PEDAGOGIA

ELAINE CRISTINA DOS SANTOS FERREIRA

TRABALHANDO A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO


INFANTIL POR MEIO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

Pará de Minas
2021
ELAINE CRISTINA DOS SANTOS FERREIRA

TRABALHANDO A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO


INFANTIL POR MEIO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Projeto Educativo apresentado à Universidade


Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito
parcial à conclusão do Curso de Pedagogia.

Docente supervisor: Prof. Lilian Amaral da


Silva Souza

Pará de Minas
2021
INTRODUÇÃO

A escola, no seu papel de formar cidadãos, é o espaço ideal para a


formulação e o desenvolvimento de conceitos e atitudes que levem os alunos à
compreensão do seu papel no meio social, visando uma sociedade mais igualitária e
justa.
As discussões a respeito do preconceito étnico-racial, de gênero, dentre
outros, têm se intensificado, tornando necessário que a educação adote um currículo
que inclua a diversidade racial e a pluralidade cultural, sobretudo na Educação
Infantil, que é a etapa na qual a identidade da criança está sendo construída. A Base
Nacional Comum Curricular, a BNCC, apresenta propostas que auxiliam os
professores a incluírem esse tema nas práticas pedagógicas cotidianas.
As sequências didáticas obrigam o professor a pensar e planejar
antecipadamente, sobre nossas ações e planejamentos nos quais não cabe a
improvisação. A leitura de histórias, o filme, o desenho e as brincadeiras são
atividades planejadas e, portanto, possuem finalidades pedagógicas específicas.
Portanto, adotá-la como estratégia de ensino é uma opção consciente.
Este projeto se constitui em uma boa estratégia para se trabalhar temas como
o racismo, o preconceito, e pode ser trabalhado na comemoração do Dia da
Consciência Negra, em 20 de novembro, ou mesmo em qualquer época do ano.
Espera-se com este projeto levar os alunos a refletir e compreender sobre a
importância da cultura africana, assim como o papel desse povo no desenvolvimento
da identidade da cultura brasileira.

JUSTIFICATIVA

A escola possui um importante papel no desenvolvimento e formação das


crianças e adolescentes, pois tem o dever de compreender e propiciar os recursos
adequados para que estas possam compreender os processos intrínsecos ao seu
desenvolvimento cognitivo, físico, emocional e social.
Segundo Rangel (2013, p. 17):
Podem sentir-se “desiguais” os sujeitos considerados estranhos, por não
corresponderem a modelos ou padrões tradicionalmente aceitos como
“normais”. E, por serem estranhos, porque não correspondem a esses
padrões, sua proximidade causa resistência e, por isso, tornam-se (com
maior ou menor intensidade dessas resistências) 14 perigosos,
ameaçadores, por conseguinte, “marginais”, ou seja, à margem dos espaços
(ambientes, contextos, relações) reservados aos “normais”: um qualificativo
que se constrói nos meandros das redes de poder. (RANGEL, 2013, p. 17).

Compreende-se que o trabalho com a diversidade na escola é essencial para


um desenvolvimento saudável que deve ensinar a valorização do ser humano
independentemente da cor, raça, religião, oferecendo segurança para o
enfrentamento das diversas situações que surgem no decorrer da vida.
A aplicação de projetos com o tema diversidade traz oportunidades de
discussões e abordagens que demonstram o posicionamento da escola diante do
preconceito discriminação de qualquer tipo. Para tanto, é necessária a prática do
respeito, tolerância e empatia por todos dentro do espaço escolar, bem como
oferecer oportunidades para que as crianças possam se expressar e falar sobre
seus sentimentos e suas experiências e vivências no dia a dia.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Refletir sobre as diferenças e a diversidade na escola para o desenvolvimento


da valorização das diferenças raciais e do respeito ao próximo, independentemente
de raça, cor, sexo ou qualquer outro aspecto que difere um ser humano do outro.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Reconhecer as diferenças na escola, na família e no meio social;


 Desenvolver um olhar de respeito sobre a diversidade;
 Combater o preconceito racial;
 Apresentar uma sequência didática utilizando o livro “Menina bonita do laço
de fita”.
PROBLEMATIZAÇÃO

Diante das lutas por igualdade e respeito às diferenças em vários setores da


sociedade, dentre eles, o mais importante é o ambiente escolar, que se apresenta
como local de formação do ser humano desde a infância, de mudança, das falas
diversas, de transformações. Surgiu então a seguinte problemática: como trabalhar a
diversidade com as crianças na Educação Infantil?
O respeito e a valorização das diferenças devem ser trabalhados desde a
mais tenra idade para que a criança aprenda a se posicionar diante de situações de
racismo e preconceitos.

REFERENCIAL TEÓRICO

O professor, no seu papel de educador deve trabalhar a diversidade na sala


de aula, visando conduzir as crianças ao aprendizado do respeito mútuo a partir das
particularidades de cada indivíduo. Para trabalhar a diversidade no ambiente
escolar, o educador pode começar a buscar por nossas próprias origens, como
etnia, modo de falar, descendência e ascendência, discutindo-as por meio de uma
globalidade de definições e conceitos que esclareçam e fortaleçam as relações
humanas e sociais.
Vygotsky defende que “as crianças são o resultado de suas experiências e da
troca com o outro”. Ou seja, o espaço em que elas vivem e a forma como que
constroem significados e sua aprendizagem devem ser considerados quanto ao seu
desenvolvimento. Compreende-se que a aprendizagem não depende apenas da
estrutura biológica, mas também do meio em que ela vive suas experiências e da
qualidade dos estímulos que ela recebe desde a infância.
Perrenoud (2000, p. 90), afirma que enfrentar o desafio de se propor e efetivar
um ensino que desenvolva o respeito à cultura da comunidade significa constatar
cada realidade social e cultural com a preocupação de traçar um projeto pedagógico
para atender a todos sem exceção. 
Portanto, para que a criança aprenda a lidar com as diferenças é fundamental
que elas se familiarizem com a diversidade em situações variadas em seu cotidiano
escolar, integrando assim, a temática da teoria com a prática pedagógica a partir de
experiências contextualizadas.
Nesse sentido, este projeto visa demonstrar às crianças que diversidade não
significa desigualdade, promovendo-se assim o resgate da raiz da pluralidade de
línguas, raças e condutas que não podem ser prejulgadas.

A escola possui papel fundamental na formação de indivíduos para o


exercício pleno da cidadania a qual exige convivência social saudável para que se
estabeleça uma sociedade justa e democrática. Segundo Chalita (2008, p. 201)

A escola é um lugar que reúne muita gente. Diferentes olhares, gostos,


caprichos, talentos, sentimentos, sonhos, necessidades, histórias de vida,
contextos. E esse lugar tão especial também guarda uma missão
igualmente especial: fazer toda essa gente feliz, com princípios de justiça e
equidade social. Essa missão pode parecer óbvia, mas não é nada simples,
pois cada pessoa tem sua maneira peculiar de ser feliz. Todavia, desejam
ser felizes, mas ninguém alcança a felicidade sozinho. (CHALITA, 2008,
p.201).

É papel da escola trabalhar a diferença, por meio de socialização em que haja


uma aproximação do docente com o discente baseada na transparência e um clima
de amizade, independentemente, da condição professor e aluno.
De acordo com Barbosa e Moura (2013), a aprendizagem ativa acontece com
a interação entre o aluno e o assunto em estudo, ou seja, ouvindo, falando,
perguntando, discutindo, fazendo e ensinando, bem como, sendo estimulado a
construir o conhecimento ao invés de recebê-lo de maneira passiva do professor.
“Em um ambiente de aprendizagem ativa, o professor atua como orientador,
supervisor, facilitador do processo de aprendizagem, e não apenas como fonte única
de informação e conhecimento” (BARBOSA; MOURA, 2013, p.55). A
A sequência didática é um conjunto sistematizado de atividades ligadas entre
si, planejadas para ensinar um conteúdo etapa por etapa. Essa proposta envolve
atividades de aprendizagem e avaliação, organizadas de acordo com os objetivos
que o professor quer alcançar. É uma forma de planejamento.
De acordo com Moran (MORAN, 2017, p. 18), as metodologias ativas:
“Exigem pesquisar, avaliar situações, pontos de vista diferentes, fazer escolhas,
assumir alguns riscos, aprender pela descoberta, caminhar do simples para o
complexo”. As atividades devem ser planejadas, monitoradas e avaliadas. Dessa
forma, elas contribuem com a mobilização de competência s intelectuais, emocionais
e comunicacionais.

MÉTODO

Serão desenvolvidas as seguintes situações didáticas que irão compor a


sequência didática proposta:

- Rodas de conversas no início das aulas sobre o tema e leitura da história “Menina
Bonita do laço de fita”, dentre outras que abordem o tema diversidade;
- Utilizar diferentes estratégias para a contação da história
- Contemplar o tema “diferenças” nas aulas com atividades diversificadas;

1ª etapa:
Contar a história utilizando diferentes estratégias: fantoches de uma boneca negra
com as características da Menina Bonita e com um coelhinho branco; leitura com a
utilização de gravuras; caixa surpresa contendo os elementos da história;

2ª etapa:
Em uma roda de conversa, questione as crianças e as conduza à expressão de suas
opiniões, relendo trechos da história se necessário; no decorrer da conversa,
enfatizar a importância do respeito às diferenças, destacando que o importante é ser
diferente, indagando: Já pensaram como seria se todos nós fôssemos iguais?

3ª etapa:
- Conversar sobre a cultura africana;
- Apresentar para as crianças atividades e brincadeiras de origem africana e deixar
que escolham alguma para brincarem.
- Solicitar que as crianças que desenhem: a menina do laço de fita e a mãe; o coelho
e sua nova família; suas famílias.
- Propor o reconto e o registro da história pelas crianças e a confecção de dedoches
para que possam utilizar e brincar (o professor deverá ter os modelos)
CULMINÂNCIA
Construção coletiva de cartazes que serão colados na sala de aula ou no mural da
escola, sobre as diferenças entre as pessoas. Auxiliar as crianças na elaboração de
um título para esse trabalho.

CRONOGRAMA

O projeto terá a duração de uma semana (5 dias), podendo ser prorrogado


por mais tempo. Muitas das tarefas poderão ser realizadas de forma paralela e
interdisciplinar.

Etapas do Projeto Período


1. Planejamento 1 semana para planejamento
2. Execução 5 dias (uma semana)
3. Avaliação Durante todo o projeto e no
final

RECURSOS

O professor pode utilizar de diferentes recursos para contar a história e


trabalhar o tema em sala de aula:

- Livro da história, vídeo da história, fantoche dos personagens,


- Para a confecção de dedoches ou palitoches: papel metro, cola, pincel, jornais,
revistas, encartes, tesoura, palitos de picolé ou de churrasco; EVA nas cores dos
personagens;
- Para as atividades escritas em sala de aula: lápis de cor, giz de cera;

AVALIAÇÃO

 Realizada durante o todo o trabalho que será registrado frequentemente


através de fotografias, filmagens e anotações. Dessa forma pode se fazer a
avaliação individual e contínua de cada um e determinar o grau e quantidade de
resultados alcançados em relação aos objetivos. Primeiramente, avalia-se a
interação que a criança teve com a proposta aplicada. E, posteriormente, se o
material desenvolvido por ela foi coerente com tal proposta. Analisa-se também se
não houve nenhum de tipo de discriminação ocorrida durante a atividade, tanto com
relação ao trabalho, quanto com os colegas.
O critério de avaliação do professor também tem que ser coerente com a
proposta, sempre valorizando o contexto em que a atividade foi realizada.
É importante se fazer perguntas do tipo: 
- A criança passou a se perceber como diferente em atitudes e relações com os
colegas e com você?
- A criança trata os colegas com respeito e valoriza as características que são
diferentes das suas próprias?

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta de situações educativas auxilia a criança a vivenciar os objetivos e


valores que desenvolvam o respeito pela diversidade, O papel do educador é
fundamental como mediador e observador que registra os pontos fortes e as
dificuldades que cada criança buscando, no coletivo, estratégias metodológicas para
auxiliar na superação dessas dificuldades.
Conclui-se que as sequencias didáticas são recursos estratégicos que
facilitam a abordagem de temas na Educação Infantil de forma natural e prazerosa.
A escola como ambiente de diversidade se torna o melhor local para o
desenvolvimento de valores como respeito e valorização das diferenças.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, E. F. & MOURA, D. G. Metodologias ativas de aprendizagem na


Educação Profissional e Tecnológica. B. Tec. Senac, Rio de Janeiro, v. 39, n.2,
p.48-67, maio/ago. 2013.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília,
2018.

CHALITA, Gabriel. Pedagogia da amizade: o sofrimento das vítimas e dos


agressores. São Paulo: Gente, 2008.

MACHADO. Ana Maria: Menina bonita do laço de fita. 7º edição. São Paulo. Ártica,
2005.

MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. IN:
BACICH, Lilian; MORAN, José. Metodologias ativas para uma educação inovadora:
Uma abordagem teórico-prática. 2017.

PERRENOUD, Philippe. Pedagogia diferenciada: das intenções às ações. Porto


Alegre: Artemed, 2000.

RANGEL, Mary (Org). A escola diante da diversidade. Rio de Janeiro: Wak, 2013.

VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes,


1984.

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