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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS

JUAN MATHEUS MOREIRA DA SILVA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO
(Educação Infantil)

Taubaté | São Paulo


2021

JUAN MATHEUS MOREIRA DA SILVA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO
(Educação Infantil)

Relatório de estágio (Educação Infantil)


apresentado como parte dos requisitos para
colação de grau no curso de Pedagogia.

Taubaté | São Paulo


2021

INTRODUÇÃO

O estágio supervisionado é o momento em que as teorias aprendidas e a


práxis se unem, com vistas a experimentar o futuro profissional, e fazer com que ele
experimente a realidade de sua profissão, atuando em seu campo de formação.
Segundo Franco (2012, p. 203-204), a prática docente leva o profissional à ação
crítica e reflexiva sobre a realidade, “uma vez que as teorias são explicações sempre
provisórias” (PIMENTA; LIMA, 2012, p. 43) da mesma, sendo que a pesquisa e a
reflexão, diante dessa ação, tornam-se um processo cognitivo que favorece a
construção de novos saberes e suporta a mobilização dos já conhecidos.
Diante do exposto, pode-se inferir os motivos pelos quais é tão importante
a proposta de realização de um estágio supervisionado, principalmente no contexto
de pandemia, porque, durante este período, os professores da educação básica
tiveram que exercitar ainda mais sua criatividade por meio da ação crítica e reflexiva,
a fim de conseguirem superar os obstáculos impostos pela COVID-19. Dessa forma,
pôde-se levantar o seguinte questionamento: quais seriam as dificuldades de
atuação na Educação Infantil (EI) em tempos pandêmicos?
Para responder a tal pergunta recorreu-se à construção de objetivos
gerais claros, apresentados em um plano de estágio, estruturado pelo próprio
proponente deste relato, que apontava os seguintes tópicos de pesquisa: 1)
Caracterizar a instituição de ensino; 2) Observar e conhecer os processos de
organização do cotidiano escolar; 3) Observar e conhecer a prática docente na EI; 4)
Analisar e construir um plano de aula.
Como objetivos específicos em cada tópico, devido às restrições
instituídas pelo período de quarentena, apresentavam-se entrevistas remotas,
participação em ao menos uma aula on-line, bem como o recebimento e análise de
planos de aula, semanários e projetos políticos pedagógicos.
Com todo este arcabouço de informações seria possível realizar um
estágio supervisionado remoto, a fim de entender como os professores da EI
estariam montando suas estratégias de superação e, também, como os alunos
estariam demonstrando seu aprendizado diante da quebra abrupta de sua rotina
escolar.

1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Através de um documento de Word, enviado via WhatsApp, no dia 13 de


junho de 2021 (QUINTAS, 2021c), Luciene Monteiro Pimentel Quintas, respondeu a
algumas perguntas referentes a este relatório de estágio.
Luciene é professora, coordenadora e diretora pela Rede Municipal de
Educação de Paraibuna/SP e pela Rede Estadual de São Paulo/SP, atendendo ao
Ensino Infantil (EI), Fundamental II e Médio. Em Paraibuna, ela atende a crianças
pequenas de 4 a 5 anos e 11 meses, pela Creche Municipal da Prefeitura, localizada
no centro da cidade.
A creche de EI atende bebês de 0 a 1 ano, crianças bem pequenas de 1
ano e 7 meses, até crianças pequenas entre 4 a 5 anos e 11 meses. Ela possui boas
instalações, salas amplas com solário em todas elas, banheiro infantil e uma
diversidade de materiais pedagógicos para o trabalho. Conta também com uma
brinquedoteca e um parquinho, um refeitório, uma sala de vídeo, uma despensa,
uma lavanderia, uma secretaria, uma sala da direção, um lactário e uma quadra
coberta.
Tendo 20 salas de aula em suas instalações, atende por volta de 180
alunos matriculados e 15 professoras contratadas, além de 15 auxiliares de
desenvolvimento infantil (ADIs), uma diretora, uma coordenadora, uma faxineira e
duas secretárias. Seu horário de atendimento acontece das 7h30 às 16h00.
O Projeto Político Pedagógico (PPP) da creche está assentado em dois
pilares: 1) O atendimento individualizado aos alunos e às famílias e 2) A reflexão
constante sobre o processo educativo. Como instituição de ensino entende que
cada aluno é único, tendo o cuidado de acompanhar o tempo individual de
aprendizado de cada um, para que todos possam viver integralmente cada desafio.
Além disso, a creche também enxerga o aluno como "sujeito ativo" de sua
própria aprendizagem. Ele aprende através da ação e da interação, desenvolvendo-
se não somente pela espontaneidade, mas principalmente pelos desafios, que o
ambiente e o meio em que vive, lhe oferece, por isso, acredita que todos os
envolvidos têm seu papel no processo educacional. Desta forma, procura criar um
ambiente onde todos se sintam responsáveis pelo trabalho e utilizem os meios a seu
alcance para atingir sua melhor formação, valorizando as diferenças e sempre

partindo do pressuposto de que qualquer indivíduo é capaz de aprender, se lhes


forem oferecidas as oportunidades adequadas.
Buscando transformar informações em conhecimento, a creche
desenvolve processos em que sejam valorizados o respeito, a participação, a
criatividade, a amizade e as descobertas. A sala de aula é um cenário mutável,
flexível e adaptado ao tipo de interação que se deseja promover em cada proposta
de trabalho, pensando sempre em assegurar o pleno desenvolvimento dos alunos.

2. PROCESSOS DE ORGANIZAÇÃO DO COTIDIANO ESCOLAR

Em entrevista, concedida via Google Meet no dia 11 de junho de 2021


(QUINTAS, 2021b), a professora Luciene apontou mais algumas informações a fim
de contribuir com este relatório de estágio.
Estando em atuação como coordenadora e professora do Maternal II da
Creche Municipal da Prefeitura de Paraibuna/SP, disse que a instituição, durante a
Pandemia de COVID-19, tem marcado a presença dos alunos mediante as
devolutivas de atividades realizadas durante a semana. Luciene comentou que,
devido a este aspecto, gosta muito de trabalhar com as crianças pequenas, porque
elas dão muitas devolutivas, o que favorece o seu planejamento e replanejamento.
Ela disse também que algumas mães enviam fotos e vídeos dos filhos realizando as
atividades propostas, o que auxilia muito a avaliação constante das metodologias
utilizadas e do seu processo pedagógico.
Para Luciene, no Ensino Infantil (EI), os professores e professoras
precisam desenvolver atividades que estimulem a criança a responder diante de um
questionamento. É importante pensar em nunca dar as coisas prontas aos alunos, e
para que isto seja efetivo, o educador precisa ter criatividade, ou seja, dar a melhor
aula com aquilo que ele tem em mãos no momento. Nas palavras da própria
professora “nem sempre o mais inteligente é o que vai ter mais sucesso na carreira,
mas sim o mais criativo” (QUINTAS, 2021b).
A professora também confessou que a nova realidade é a educação
virtual, pelo menos a contraturno, porque mesmo que a pandemia acabe, esse tipo
de recurso vai persistir. Por isso é muito importante ao futuro pedagogo pensar em
uma formação complementar na área de educação remota. A Pandemia de
COVID-19, segundo Luciene, está sendo um período de desafios muito grandes aos

professores da EI, porque, presencialmente, os professores conseguem organizar


uma rotina, ao passo que, remotamente, eles trabalham com atividades e
devolutivas, que, apesar de abundantes na EI, dependem muito do incentivo da
família.
Por isso, nessa creche, todas as segundas-feiras pela manhã as 5
professoras do Maternal II fazem o planejamento juntas. Elas organizam as tarefas
que serão postadas na plataforma com antecedência de 15 dias, sendo que esses
vídeos devem ter a duração máxima de 5 minutos para não dispersar as crianças. A
sequência didática que elas seguem para a construção das atividades é baseada na
Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com o requisito de que devem ser
acessíveis e baratas às famílias, porque a creche também atende a alunos de baixa
renda que moram em zonas rurais da cidade.
Às sextas-feiras as professoras colhem informações sobre as atividades
que as crianças mais gostaram durante a semana, para que, assim, tenham a
oportunidade de revisar suas ações. Luciene disse que durante a pesquisa, no
decorrer do primeiro semestre de 2021, as crianças disseram gostar mais das
atividades que envolviam música e artes, por isso, as atividades futuras estão sendo
construídas considerando a implementação de tais temáticas.
Quando questionada se havia uma sequência fixa de atividades
semanais, segundo suas temáticas, Luciene forneceu as seguintes informações:

SEGUNDA-FEIRA: Dia da Leitura;


TERÇA-FEIRA: Dia de Brincadeiras;
QUARTA-FEIRA: Dia de Jogos;
QUINTA-FEIRA: Dia da Música;
SEXTA-FEIRA: Vídeo-chamada para feedback.

As atividades às quais as professoras observam maior engajamento


durante a semana são as de leitura e a vídeo-chamada, visto que ambas são
realizadas ao vivo. Luciene percebe que isso faz com que as crianças tenham maior
interação com as educadoras. No entanto, ainda assim, segundo ela, é muito difícil
trabalhar sem o contato pessoal e físico com os pequenos, porque, como a turma de

2021 já começou de forma remota, faz-se mais do que necessário manter a atenção
e a busca ativa durante todo o tempo.
Outra dificuldade que torna a aula remota complicada é que as crianças
da EI dependem muito da família para desenvolverem-se cognitivamente. Luciene
conta que as mães, de uma forma geral, acham que as crianças, nesta fase, não
aprendem. No entanto, essas crianças estão desenvolvendo o que precisarão
buscar para que possam se alfabetizar, de forma letrada, em um futuro próximo.
Ainda existe mais um complicador nesta história, porque algumas
crianças sequer aparecem nas aulas. Isto acontece devido suas situações
familiares. Segundo Luciene, há, na creche de Paraibuna, 3 alunos que estão sendo
assistidos pelo Conselho Tutelar, porque seus pais sequer respondiam a mensagens
de WhatsApp, sendo a mãe de um desses alunos usuária de drogas.
Este aluno em específico é alguém cuja atenção de Luciene é redobrada.
Criado pela avó, sua irmã de 12 anos é quem o acompanha nas aulas remotas.
Luciene constatou recentemente que o desenvolvimento dos alunos que têm os pais
presentes é diferente do dele. Ele fala muito errado, entende muito pouco do que a
professora fala e não consegue responder a nenhuma de suas perguntas. Luciene
tem observado este caso mais de perto e futuramente poderá dar mais informações
à respeito de como lidou com este aluno.

3. PRÁTICA DOCENTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Através de um documento em Word enviado pelo WhatsApp no dia 18 de


junho de 2021, Quintas (2021d) argumentou que ter um olhar reflexivo para a
criança, fazendo com que o aluno seja protagonista da sua própria aprendizagem,
favorece a articulação dos três pilares da Educação Infantil (EI): o Cuidar, o Educar e
o Brincar.
O cuidar e o educar, segundo Luciene, são indissociáveis, e devem
proporcionar às crianças construções de hábitos saudáveis, ajudando na formação
das suas identidades, sendo possível, com isso, fazer com que as crianças
estabeleçam relações e associações com o mundo a sua volta, se desenvolvendo
de forma integral, sem comprometer o seu crescimento. Para ela, utilizar atividades
de conhecimento corporal, escovação dos dentes, montagem das partes do corpo,
entender que o corpo tem 3 partes, auxiliaria no processo de cuidado e educação.

Já o brincar seria “imaginação em ação”, segundo Vygotsky (1991).


Através da brincadeira, as crianças desenvolvem a criatividade e através do lúdico
aprendem a ser autônomas. Para Quintas (2021d), o brincar é uma ferramenta de
suma importância para a criança, pois ela constrói emoções e sentimentos
colaborando para o seu desenvolvimento.
Ao citar uma atividade que planejou para uma de suas aulas, Luciene
afirmou ter trabalhado com “monstrinhos dos sentimentos”. Nesta atividade, as
crianças expressavam seus sentimentos, e na vídeo-chamada eram indagadas
sobre os que desencadeou esses sentimentos em questão, fazendo com que todos
passassem a conhecer esses sentimentos. Para ela, este foi um exemplo de
trabalho articulador dos três pilares da EI.
No tocante à avaliação na EI, Quintas (2021d) afirma que a sua avaliação
é realizada através da observação e de relatórios individuais enviados pelos pais ou
pelas próprias crianças, o que ela chama de devolutiva. Sem isto, seria muito difícil
avaliar os alunos da EI.

3.1. INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Em entrevista com a professora Luciene (QUINTAS, 2021c), ela disse que


os professores do Maternal II, na creche a qual trabalha, se reúnem todas as
segundas-feiras a fim de desenvolver um semanário com 15 dias de antecedência.
Ela me enviou um exemplo desse semanário (QUINTAS, 2021e), datado de 21 a 25
de junho de 2021, que se encontra na íntegra no Anexo - A. Neste semanário é
possível observar uma recomendação de pesquisa na segunda-feira, uma leitura de
história na terça, uma brincadeira na quarta e na quinta, e um espaço em branco na
sexta-feira, o qual Luciene disse ser preenchido pelas devolutivas dos pais e alunos,
ou por atividades desenvolvidas pelas Auxiliares de Desenvolvimento Infantil, as
quais acompanham as professoras em sala de aula.
Felizmente, o semanário é preenchido com as informações de direitos e
objetivos de aprendizagem a serem desenvolvidos em cada atividade, codificando-
os segundo as normas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o que
comprova o cuidado das professoras e planejadoras em se adequar à nova lei de
educação brasileira.

3.2. ACOMPANHAMENTO DE AULA

No dia 18 de junho de 2021 foi concedida a permissão para a participação


em uma aula remota de devolutiva. Essa permissão foi dada pela diretora da creche,
bem como pelos pais e responsáveis pelos alunos.
A aula durou poucos minutos, entre 10:02h à 10:16h da manhã. Dois dos
quatro responsáveis cadastrados no grupo de WhatsApp compareceram à vídeo-
chamada, feita através da mesma rede social. Os nomes dos dois alunos que
participaram da aula aqui serão substituídos por: Aluno A e Aluna B.
A professora iniciou a aula perguntando como os alunos estavam. O
Aluno A não quis conversar e desligou o microfone do aplicativo. Então a professora
retomou as atividades dadas durante a semana para começar o processo de
devolutiva dos pequenos. Primeiro ela falou sobre a atividade das figuras
geométricas e, ao mostrar as figuras, pedia que eles dissessem os nomes delas.
Depois da primeira atividade, o Aluno A saiu da vídeo-chamada. Ele não
estava acompanhado por um responsável, então não conseguiu permanecer na
aula. No entanto, a professora continuou a sessão de devolutivas com a Aluna B.
Luciene perguntou se a Aluna B havia gostado da atividade da
amarelinha. A criança respondeu que não, mas forneceu uma devolutiva importante
a respeito do tipo de atividades que mais gosta, que são as que envolvem artes. A
professora então argumentou que desenvolveria, exclusivamente para a Aluna B,
mais atividades artísticas.
Logo após esse momento, a Aluna B foi incentivada a recontar a história
da semana, mas não conseguiu expressá-la muito bem. Por fim, a professora
perguntou se a Aluna B estava se cuidando com relação à COVID-19, e ela disse
que sim. Quando Luciene indagou sobre se a aluna estava cuidando também de sua
mãe, a Aluna B achou um absurdo. Disse que quem deveria cuidar dela era a sua
mãe e não o contrário, porque ela ainda era uma criança.
Com essas informações Luciene encerrou a video-chamada com a Aluna
B, e continuou conversando sobre as devolutivas a serem descritas neste relatório
de estágio. Ela argumentou que pedir que as crianças recontem uma história é

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extremamente importante para o desenvolvimento da leitura. É como se fosse uma


introdução a este processo, além de ser, também, uma forma de sondagem.
Luciene também disse que a creche, por ser numa zona rural, ainda
pensa de forma muito arcaica, e esta é uma dificuldade a ser superada, tanto pelos
alunos e pais, como pelos professores e diretoria.
Quanto ao atendimento a alunos especiais, ao ser indagada, Luciene
afirmou não ter aluno algum, com este perfil, em sua sala, pelo menos não
deficientes físicos ou psíquicos, no entanto contestou que aos alunos com
dificuldade de aprendizagem, neste momento de pandemia, faz vídeo-chamadas
individuais, para saber se a criança está bem, como andam os seus estudos, e
também para fazer uma intervenção mais individual, a fim de que a criança se
desenvolva de maneira satisfatória.

4. ANÁLISE DE PLANO DE AULA

Uma vez mais, via WhatsApp, no dia 18 de junho de 2021, a professora


Luciene, enviou, em um documento pdf, o planejamento de aula de uma atividade
intitulada “Hora da História” que se encontra na íntegra no Anexo - B. Essa atividade,
segundo Luciene, seria uma leitura, acompanhada de um vídeo, onde as crianças
poderiam assistir à professora contando a história e, ao lado, as páginas do livro
sendo viradas de forma digital, mostrando as ilustrações e o texto. A história
planejada para ser lida foi a fábula de “A Tartaruga e a Lebre”, e foi realizada no dia
31 de Maio de 2021 (QUINTAS, 2021a).
No planejamento de aula para a “Hora da História”, Quintas (2021a) não
informa a base normativa que está utilizando, apesar de sua proposta estar dentro
dos respectivos direitos de aprendizagem da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC):
1) Conviver: por utilizar de diferentes linguagens para a ampliação do
conhecimento a respeito das diferenças entre as pessoas;
2) Participar e Expressar: pela pergunta presente no fim do
planejamento “Você gostou da tartaruga ganhar a corrida da lebre? Por quê?”
(QUINTAS, 2021a), permitindo que a criança se posicione e decida a respeito do
conteúdo;

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3) Explorar: visto que as histórias (como as fábulas) e a arte são


elementos abordados por este direito.
Além disso, Quintas (2021a) trabalha dentro do campo de experiências
Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação, ao aplicar o objetivo de aprendizagem e
desenvolvimento EI03EF08 para crianças pequenas (de 4 a 5 anos e 11 meses),
que, segundo Brasil (2019), deve:

Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de


um adulto e/ou para sua própria leitura (partindo de seu repertório
sobre esses textos, como a recuperação pela memória, pela
leitura das ilustrações etc.). (BRASIL, 2019, p. 50)

Dessa forma, pode-se dizer que apesar de não informar a base


normativa, a professora realizou todo o planejamento dentro dos parâmetros
estipulados pelo Ministério da Educação.

4.1. EXEMPLO DE PLANO DE AULA

Seguindo os parâmetros indicados na BNCC para a Educação Infantil,


segue abaixo uma proposta de plano de aula.

Professor: Juan Matheus;


Atividade: As Pirâmides do Egito (atividade remota);
Etapa: Ensino Infantil - Crianças Pequenas (de 4 a 5 anos e 11 meses);
Direitos de Aprendizagem: Conviver, Brincar e Explorar;
Campos de Experiências:
1º Momento: EI03EF08 (Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação: leitura
de imagens);
2º Momento: EI03TS02 (Traços, Sons, Cores e Formas: expressão livre
por meio de desenhos a partir de um objeto tridimensional) e EI03ET04 (Espaços,
Tempos, Quantidades, Relações e Transformações: registro de observações através
de desenhos);
3º Momento: EI03TS02 (Traços, Sons, Cores e Formas: expressão livre
por meio de pinturas e dobraduras para a produção de um objeto tridimensional).

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O que o aluno poderá aprender com esta aula:


• Observar e destacar a pirâmide como um sólido geométrico;
• Nomear os monumentos (pirâmides de Gizé);
• Analisar o tipo de escrita dos monumentos.

Duração das atividades: 2 aulas.


Conhecimentos prévios trabalhados: O que é uma pirâmide.

Estratégias e recursos da aula:

Atividade 1- Observar imagens de pirâmides

1º Momento - Observar algumas ilustrações de


pirâmides, encontradas em livros, internet, revistas, etc. O professor chama a
atenção para os vértices, faces e a base.

Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Pirâmide_de_Quéops

2º Momento: O professor poderá pedir que as crianças registrem através


do desenho as pirâmides que observaram. Para a realização desse desenho o
professor orienta as crianças para destacar as faces de uma pirâmide e como elas
aparecem no desenho, apresentando a figura geométrica que formam suas faces,
no caso o triângulo, e a figura geométrica que forma a base, no caso um quadrado.

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Fonte: http://www.webquestfacil.com.br/webquest.php?pg=tarefa&wq=16890

Atividade 2 - Construir a réplica de uma pirâmide.

3º Momento: Com a ajuda dos pais, os alunos vão usar uma caixa de
papelão aberta para marcar a base de um quadrado e quatro triângulos equiláteros,
um em cada aresta do quadrado, sendo que a base do triângulo seja a própria
aresta. Logo após, com uma tesoura os pais cortarão a forma tracejada no papelão.
Finalmente, dobrando cada aresta do quadrado, e colando as arestas do triângulo,
se formará uma pirâmide. A criança pode finalizar a atividade pintando e decorando
a pirâmide como ela desejar.

Fonte: https://escolakids.uol.com.br/matematica/planificacao-de-solidos-
geometricos.htm

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Avaliação: Avaliar se as crianças conseguiram: fazer a identificação da


pirâmide e das formas geométricas que a formam, bem como participar da
construção da pirâmide (pintura e montagem).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como planejado, acredita-se que o estágio supervisionado remoto,


apesar de diferente do comum, foi mais condizente à realidade do que um estágio
presencial, porque os professores de Educação Infantil (EI) tiveram que se adaptar
muito rapidamente a novos modelos de como ensinar e novas formas de
devolutivas, recebidas não apenas dos alunos, mas também dos pais desses
alunos, e este aprendizado levou a uma atualizada forma de saberes, os quais,
mesmo com os grandes obstáculos enfrentados, tendem a permanecer pós-
pandemia, onde justamente os recém formados em pedagogia deverão atuar. Logo,
esta forma de estagiar antecipou muitas dúvidas e atritos que poderiam surgir no
decorrer da atuação pedagógica remota destes graduandos.
Com relação ao estágio especificamente descrito neste relatório, as
contribuições para a formação profissional do estagiário, além das supracitadas,
incluem as estratégias de como lidar com crianças pequenas de 4 a 5 anos e 11
meses, as quais fazem parte dos últimos anos da EI, em algumas escolas chamado
de Maternal II.
Quanto aos desafios, dificuldades e limitações encontrados no estágio
supervisionado remoto, o estagiário admite ter encontrado muitos entraves
burocráticos para um período tão específico de crise sanitária. Para ele, as escolas e
prefeituras poderiam ser mais compreensivas com relação aos estagiários em
quarentena. Por exemplo: não foi citado neste relatório, mas antes de encontrar
acolhimento na Creche Municipal da Prefeitura de Paraibuna, o estagiário procurou
por outras instituições de ensino que não lhe deram garantias, ou mesmo travaram a
sua possibilidade de conveniamento, porque ele se recusou em comparecer
presencialmente na escola, quando todas as regras sanitárias impediam sua
participação presencial.
Entretanto, das possibilidades encontradas, o convênio com a própria
faculdade, como intermediadora de todo o processo, deixou o estagiário mais
seguro, e permitiu que ele aprendesse muito mais com este programa. Dentre os

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aprendizados específicos estão: 1) a compreensão de como funciona o sistema


escolar e porquê, por vezes, é tão difícil, aos professores, encontrar alternativas que
os façam progredir em sua prática pedagógica; 2) a função de acolhimento da
escola com relação à comunidade, principalmente quando os pais e filhos
necessitam permanecer em quarentena e, muito frequentemente, não têm ao menos
acesso à internet para realizar as atividades propostas; 3) bem como o papel do
professor em todo este processo como incentivador e motivador dos seus alunos,
mantendo uma boa e clara comunicação com seus pais e responsáveis.
Como contribuição extra a este relatório, o estagiário achou incrível como
uma das disciplinas estudadas, no mesmo semestre que estagiou, foi tão precisa
com relação àquilo que pôde perceber na realidade prática. Esta disciplina foi
Metodologia e Prática do Ensino de Matemática, e a razão pela qual o estagiário
conseguiu estabelecer uma relação tão direta entre a disciplina e a prática do
estágio foi o fato de, logo na EI, as crianças já terem acesso a alguns conceitos
trabalhados nos primeiros módulos estudados. Visto que assim se desenhou o
cenário presenciado nas entrevistas, consultas e análises do plano de aula e do
semanário recebido e, também, da participação ouvinte na aula remota, a qual teve
permissão de entrar, o estagiário concluiu que também outras disciplinas e
componentes curriculares poderiam estar presentes nas práticas pedagógicas da EI,
se aplicadas com as devidas adaptações.
Sendo assim, sua avaliação com relação ao estágio foi completamente
positiva, como esperada desde o início, e suas expectativas totalmente superadas.

6. REFERÊNCIAS

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Versão final. Brasília: MEC/
CONSED/UNDIME, 2019. Disponível em: < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2021.

FRANCO, Maria Amélia do R. S. Pedagogia e prática docente. São Paulo: Cortez,


2012.

PIMENTA, Selma G.; LIMA, Maria S. L. Estágio e docência. São Paulo: Cortez,
2012.

QUINTAS, Luciene Monteiro Pimentel. [31 de maio - a lebre e a tartaruga.pdf].


WhatsApp. 18 jun. 2021. 12:41. 1 documento em pdf.

16

QUINTAS, Luciene Monteiro Pimentel. Entrevista 01 - professora luciene. [Entrevista


concedida a] Juan Matheus Moreira da Silva. Taubaté, 11 jun. 2021.

QUINTAS, Luciene Monteiro Pimentel. [Estágio.docx]. WhatsApp. 13 jun. 2021.


11:54. 1 documento de Word.

QUINTAS, Luciene Monteiro Pimentel. [Questçoes de estágio.docx]. WhatsApp.


18 jun. 2021. 13:20. 1 documento em Word.

QUINTAS, Luciene Monteiro Pimentel. [semanário 21 a 25 de junho.pdf].


WhatsApp. 18 jun. 2021. 13:20. 1 documento em pdf.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos


psicológicos superiores. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

7. ANEXOS

ANEXO A - SEMANÁRIO DE 21 A 25 DE JUNHO DE 2021

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ANEXO B - PLANO DE AULA DE 31 DE MAIO

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