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História da Educação e

da Pedagogia
A Educação no Período Republicano:
Uma Visão Laicizada
Sumário
A Educação no Período Republicano: Uma Visão Laicizada
Para Início de Conversa... ................................................................................ 3
Objetivos .......................................................................................................... 3
Desenvolvimento do material
Patricia Wanzeller 1. A Polêmica do Ensino Religioso .............................................................. 4
2. A Escola Nova .................................................................................................. 11
Referências ......................................................................................................... 18
1ª Edição
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Para Início de Conversa... Objetivos
Neste capítulo, faremos um grande apanhado histórico sobre o ▪ Reconhecer as transformações da educação brasileira no período
processo político do Segundo Reinado e suas implicações na educação republicano.
brasileira. Veremos que, apesar de termos um governante com perfil ▪ Analisar a influência da Escola Nova no pensamento pedagógico
intelectualizado, não foram muitos os avanços no sistema educacional. A brasileiro.
República traria consigo um novo sistema político e a Escola Nova, mas
poucas mudanças efetivas.

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1. A Polêmica do Ensino Religioso caminhos desse novo país: redes de esgoto, iluminação a gás, linhas
de bondes, ferrovias, construção de prédios públicos, instalação de
O Brasil da segunda metade do século XIX nem de perto se comparava fábricas, políticas de saúde pública e educação.
ao do início do período. Passadas as lutas de independência e o processo
de manutenção da unidade territorial, o Rio de Janeiro firmava-se como
capital cultural e política, de onde todas as ações do Segundo Reinado
emanavam.

Houve um acentuado crescimento demográfico, impulsionado pela


entrada constante de imigrantes estrangeiros – entre os quais
predominavam os portugueses – e de africanos – trazidos pelo comércio
atlântico de escravos. O aumento populacional foi um dos fatores
responsáveis pela afirmação da cidade como o maior e mais importante
centro urbano do país.

Outra questão que deve ser levada em consideração é que o processo de


consolidação do Estado imperial não alterou bruscamente as estruturas
econômicas agrário-exportadoras. E, embora a maioria da população
se mantivesse vinculada ao meio rural, o aumento de habitantes nas
cidades impulsionou a urbanização, fundamentalmente, no Rio de
Janeiro, em Salvador e em Recife, onde a atuação dos poderes públicos
foi decisiva no sentido de viabilizar o ordenamento do espaço urbano. Figura 1: Inauguração da estrada de ferro Mauá, em 1854. Fonte: Wikimedia Commons.

Ideias de “civilização” e “progresso”, veiculadas a partir dos referenciais Na Educação, entretanto, o novo regime político, a República, irá iniciar
europeus, tentaram distanciar o Brasil do “atraso colonial”, em todos os um debate que se perpetua até os nossos dias: a presença do ensino

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religioso na escola pública brasileira. Como boa parte da história do país Maioridade” de D. Pedro II. O período foi marcado por intensos conflitos
se mistura com a história da Igreja Católica, até o período Imperial esse político-sociais realizados em todo país, sendo dividido em:
tema não implicou grandes debates.
▪ Regência Trina Provisória;
Porém, a partir da proclamação da República e da primeira Constituição ▪ Trina Permanente;
Republicana, de 1891, a qual determina a separação entre religião e ▪ Una do Padre Feijó;
Estado, iniciou-se uma longa trajetória de discussões e disputas pela ▪ Una de Araújo Lima.
permanência do ensino religioso na escola pública brasileira. Até hoje
não há consenso sobre esse assunto. Vejamos os principais destaques desses períodos:

O processo de laicização do ensino tem início já no Período Regencial, Regência Trina Provisória (abril a julho de 1831): formada por Francisco
com a abertura das escolas para meninas, e se concretiza com o de Lima e Silva, Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e José Joaquim
advento republicano, quando o processo de secularização ocorrido nas Carneiro de Campos. Entre as medidas promovidas estavam:
sociedades ocidentais atinge o Brasil, e a religião torna-se uma esfera
▪ restituição dos ministros demitidos por D. Pedro I;
distinta da vida social, ou seja, a organização do tempo, costumes, regras
▪ construção de assembleia para a criação das Leis Regenciais;
e valores passaram a ser independentes da religião.
▪ anistia aos presos políticos;
Recordemos o contexto já abordado sobre o Primeiro Reinado entre a ▪ tentativa de barrar as agitações.
Independência (1822) e o retorno de D. Pedro I a Portugal (abril de 1831).
No Brasil, o rei, que abdicou em meio ao desgaste político, deixava seu Regência Trina Permanente (1831 a 1834): formada por Francisco
filho Dom Pedro II como príncipe sucessor do trono. Aos cinco anos de Lima e Silva, João Bráulio Muniz e José da Costa Carvalho. O governo
idade, Dom Pedro II teve seus poderes transferidos para um governo foi marcado pela tentativa de conter os movimentos populares. Sendo
regencial, que duraria até o alcance de sua maioridade. assim, o padre Antônio Feijó foi instituído como ministro da Justiça e
criou a Guarda Nacional. Na tentativa de conter os ânimos, foi criado,
O Período Regencial é como ficou conhecido o decênio de 1831 a
ainda, o Ato Adicional de 1834. Entre as medidas do ato estavam:
1840, compreendido entre a abdicação de D. Pedro I e a “Declaração da

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▪ fim do poder moderador (o quarto poder do Imperador);
▪ formação das Assembleias Legislativas das províncias;
▪ consolidação do Federalismo;
▪ aumento do poder do presidente de província com nomeação do
imperador;
▪ criação da Regência Una.

Regência Una do Padre Feijó (1835 a 1837): Feijó foi eleito por 1/3 dos
votos e era apoiado pelos liberais. Durante esse período, eclodiram os
maiores movimentos separatistas do Brasil, entre eles a Revolta dos
Cabanos e a Balaiada, que acarretaram o enfraquecimento político de
Feijó. Em 1836, após uma grande divergência política entre os liberais e
conservadores, o regente dissolveu a Câmara dos Deputados e renunciou
ao cargo, em 1837.

Regência Una de Araújo Lima (1837 a 1840): durante esse governo,


a autonomia administrativa criada pelo Ato Adicional foi revogada
e a centralização política fortalecida. O principal foco foi sufocar as Figura 2: Rebeliões regenciais. Fonte: Wikimedia Commons.
rebeliões separatistas, dentre elas: Cabanagem; Balaiada; Sabinada e
No final do Primeiro Reinado, foi sancionada a primeira lei brasileira, que
Farrapos. Observe no mapa as regiões envolvidas:
tratava, exclusivamente, da educação: a Lei de 15 de outubro de 1827,
que “Manda criar escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e
lugares mais populosos do Império”. O texto, em seu artigo 1º, afirmava
que “Em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos, haverão as
escolas de primeiras letras que forem necessárias” (BRASIL, 1827). Além

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disso, possibilitava a frequência das meninas nessas escolas. Para os A outra medida foi a criação do Imperial Colégio de Pedro II, por
meninos, seriam ensinados: Bernardo Pereira de Vasconcelos, então ministro e secretário de Estado
dos Negócios do Império, em 02 dezembro de 1837 (MOACYR, 1936).
‘‘ Art. 6º Os professores ensinarão a ler, escrever, as quatro operações de aritmética,
prática de quebrados, decimais e proporções, as noções mais gerais de geometria
Lá seriam ensinadas as línguas latina, grega, francesa e inglesa, além
de retórica e dos princípios elementares de geografia, história, filosofia,
prática, a gramática de língua nacional, e os princípios de moral cristã e da
zoologia, mineralogia, botânica, química, física, aritmética, álgebra,
doutrina da religião católica e apostólica romana, proporcionados à compreensão
geometria e astronomia.
dos meninos; preferindo para as leituras a Constituição do Império e a História
do Brasil. (BRASIL, 1827)
’’ O regime poderia ser de internato e externato, e o pagamento dos
honorários para os alunos pagantes seria fixado pelo governo (BRASIL,
Já para as meninas:
1837). O regulamento, aprovado em 31 de janeiro de 1838, previa que,
para ingresso, todos os alunos deveriam ter idade entre oito e doze
‘‘ geometria
Art. 12. As Mestras, além do declarado no Art. 6º, com exclusão das noções de
e limitado a instrução de aritmética só as suas quatro operações, anos, saber ler e escrever, fazer conta com as quatro operações e possuir
ensinarão também as prendas que servem à economia doméstica; e serão atestado de bom procedimento de outras escolas.
nomeadas pelos Presidentes em Conselho, aquelas mulheres, que sendo
brasileiras e de reconhecida honestidade, se mostrarem com mais conhecimento O Colégio do Imperador tornou-se um símbolo de “civilidade” aspirado
pelo Brasil, tornando-se padrão de ensino secundário e a única
nos exames feitos na forma do Art. 7º. (BRASIL, 1827)
’’ Instituição a realizar os exames que possibilitavam o ingresso nos
No período regencial, duas principais medidas implicaram diretamente cursos superiores. D. Pedro II, que costumava se referir a ele como “seu
no sistema educacional. A primeira foi a descentralização motivada colégio”, escolhia os professores, assistia às provas e conferia as médias.
pelo federalismo. O Ato Adicional passava o ensino elementar, o
O prédio do colégio, situado no centro histórico do Rio de Janeiro, na
secundário e a formação de professores para responsabilidade das
avenida Marechal Floriano, passou por uma grande reforma, em 1874,
províncias, e o ensino superior ficaria sob o guarda-chuva do poder
projetada por Bethencourt da Silva, discípulo do arquiteto Grandjean de
central, o que acarretou a criação de currículos provinciais e, sobretudo,
Montigny. O famoso Salão D. Pedro foi inaugurado em 1875 e, a partir
o enfraquecimento do ensino público, abrindo espaço para instituições dessa data, tornou-se o local onde a elite da intelectualidade recebia
privadas de ensino. seus diplomas.

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peça-chave na organização e divulgação de temas e símbolos que
identificassem os membros do país à nação.

Cabia aos filhos das “boas sociedades” provinciais cobrir as demandas de


formar cidadãos para ocupar os quadros burocráticos do Estado. Nessas
circunstâncias, ganharam importância as análises sobre a constituição
das escolas superiores brasileiras, especialmente as de Direito e
Medicina. Não por acaso, o período foi apelidado por Gilberto Freyre
como “o reinado dos bacharéis”, que ganhavam prestígio e se tornavam
arautos de um processo de mudança política.

Além do já tão falado Colégio Pedro II, merecem destaque outras


instituições de ensino fundadas durante esse período:

a. O Ginásio Baiano, na Salvador dos anos 1860, onde a temida


Figura 3: Prédio do colégio Pedro II. Fonte: Wikimedia Commons. palmatória fora abolida, e onde estudaram Castro Alves e Rui Barbosa;
b. O Culto à Ciência, fundado na década de 1870, em Campinas, instituído
O último ato público do Governo de D. Pedro II, em 14 de novembro por sociedade homônima, composta por maçons, positivistas e
de 1889, ocorreu dentro da instituição, durante um concurso para republicanos, onde o professor João Köpke promovia as ciências
professores de Inglês. Nos primeiros tempos republicanos, o colégio naturais, incentivando a organização de laboratórios com materiais
passou a se chamar Ginásio Nacional, mas retomou o nome de Pedro II, importados por ele.
mantendo-o até os nossos dias.
Nas três instituições de ensino, enfatizavam-se os estudos em
Durante o Segundo Reinado, a centralização política teve reflexos diretos humanidades, compostos por matérias como retórica, oratória, literatura
na organização do ensino, uma vez que a instrução era considerada um e línguas estrangeiras (como latim, grego, francês, alemão, italiano). Cabe
aspecto fundamental para a formação do “homem civilizado”, sendo ressalva à iniciativa do diretor do Ginásio Baiano, Abílio Borges, que

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promoveu o método intuitivo, conhecido também como “lição de coisas”, A presidência do conselho diretor caberia ao inspetor, sendo composta,
cujo objetivo era envolver aprendizagem por meio dos sentidos, naquilo ainda, pelo reitor do Colégio de Pedro II e dois professores públicos e um
que os alunos tinham de mais próximo em seu cotidiano. Daí o uso particular, designados pelo governo. O decreto também regulamentou
de globos terrestres e mapas no ensino de Geografia ou de aparelhos diversos aspectos da educação na Corte, tais como os critérios para o
aritméticos para as contas de matemática (VALDEZ, 2006). funcionamento das escolas, o estabelecimento de normas e rotinas nas
instituições, as formas de admissão, direitos e deveres dos professores e
A partir de 1850, algumas modificações foram introduzidas na estrutura
o currículo das escolas.
educacional, dentre as quais podemos citar:
O ensino destinava-se, na realidade, aos privilegiados da sociedade, isto
a. a criação da Inspetoria Geral e da Instrução Primária e Secundária do
é, aos filhos da aristocracia rural. A Reforma Leôncio de Carvalho, em
Município da Corte, destinada a fiscalizar e orientar o ensino público
1879, viria propor a oferta dos ensinos primário e secundário no “livre”
e particular (1854);
âmbito da Corte e das províncias brasileiras. Pelo Decreto nº 7.247, de 19
b. o estabelecimento das normas para o exercício da liberdade de de abril de 1879, o governo imperial reformou o sistema educacional,
ensino e de um sistema de preparação do professor primário (1854); a “Reforma do Ensino Livre”, que previa incentivo a estabelecimentos
c. a reformulação dos estatutos do Colégio de Preparatórios, tomando- particulares nos primeiros graus e a interiorização do ensino superior
se como base programas e livros adotados nas escolas oficiais (1854); nas províncias. Previa, ainda:
d. a reformulação dos estatutos da Academia de Belas Artes (1855);
a. a liberdade de ensino, concedendo o direito a cada escola de aplicar
e. a reorganização do Conservatório de Música e reformulação dos teorias e métodos que julgassem convenientes para a consecução de
estatutos da Aula de Comércio da Corte (1855). seus objetivos;
Em 1854, o Decreto nº 1.331 reformou os ensinos primário e secundário do b. a autonomia do aluno dos ensinos secundário e superior, deixando
município da Corte, determinando que a inspeção dos estabelecimentos a seu critério a escolha do quê, como, quando e com quem gostaria
públicos e particulares de instrução primária e secundária seria exercida de estudar;
pelo secretário de Estado dos Negócios do Império, um inspetor-geral e c. dissociação do exercício do magistério dos demais cargos públicos e
um conselho diretor. administrativos, mediante a melhoria da remuneração do professor.

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Além disso, voltou-se a debater sobre as necessidades da instrução lo, sob as penas estabelecidas, nas paróquias onde houver escolas gratuitas para
primária e secundária no Município da Corte. Todas as medidas sugeridas adultos.

por Carlos Leôncio de Carvalho foram acatadas, com destaque para o Art. § 3º Aos meninos pobres, cujos pais, tutores ou protetores justificarem impossibilidade
de prepará-los para irem à escola, será fornecido vestuário decente e simples, livros
2, que afirma que, até se mostrarem habilitados em todas as disciplinas
e mais objetos indispensáveis ao estudo. (BRASIL, 1879)
que constituíam o programa das escolas primárias de 1° grau, eram
obrigados a frequentá-las, no município da corte, os indivíduos de um e O documento forneceria as bases para a última reforma da educação
outro sexo, de 7 a 14 anos de idade. Estabelecia, ainda: no período imperial – reforma do ensino primário – e várias instituições
Esta obrigação não compreende os que seus pais, tutores ou protetores provarem
complementares da instrução pública – parecer e projeto da Comissão
que recebem a instrução conveniente em escolas particulares ou em suas próprias de Instrução Pública, composta pelos deputados Ruy Barbosa, Thomaz
casas, e os que residirem a distância maior, da escola pública ou subsidiada mais do Bonfim Espinola e Ulysses Machado Pereira Vianna; relator, Ruy
próxima, de um e meio quilômetro para os meninos, e de um quilômetro para as Barbosa (1883).
meninas.
§ 1º Todos aqueles que, tendo em sua companhia meninos ou meninas nas
Acabou resultando na abertura da Primeira Escola Noturna Feminina de
condições acima mencionadas, deixarem de matriculá-los nas escolas públicas, Instrução Primária, por iniciativa particular do Vice-Reitor do Externato
ou de proporcionar-lhes em estabelecimentos particulares ou em suas casas a do Colégio D. Pedro II (1884), da Escola Normal da Corte (1888) e das
instrução primária do 1º grão, sejam pais, mais, tutores ou protetores, ficam sujeitos “escolas anexas”, como os Jardins de Infância criados juntos às Escolas
a uma multa de 20 a 100$000. Normais, seguindo os modelos alemães.
Na mesma pena incorrerão os que, sendo advertidos da pouca frequência dos alunos
à escola ou regularidade do ensino administrado particularmente, à vista dos mapas No final do Segundo Reinado, muitas outras reformas foram intentadas,
organizados nas escolas públicas ou dos atestados que no segundo caso deverão mas acabaram revogadas antes mesmo de serem colocadas em
apresentar de três em três meses, não provarem no trimestre seguinte que houve execução. Apesar de propostas interessantes, não havia surgido nada de
a devida regularidade no mesmo ensino ou frequência, salvo caso de moléstia ou concreto na educação brasileira, fazendo com que as ações educacionais
outro justo impedimento. se mantivessem escassas e divididas sem a ocorrência de um sistema de
§ 2º Os meninos que atingirem a idade de 14 anos, antes de haver concluído o estudo educação efetivo e com qualidade.
das disciplinas mencionadas no princípio deste artigo, são obrigados a continuá-

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▪ Questão da Igreja: a Constituição de 1824, que vigorou durante todo
2. A Escola Nova o período imperial, dizia que a religião oficial do Brasil era a católica.
Em 15 de novembro de 1889, um golpe de Estado protagonizado por Porém, era comum haver conflito entre “o trono e o altar”, uma vez que
militares do Exército instaurou a República no Brasil. Nessa primeira os decretos eclesiásticos só entravam em vigor no território brasileiro
fase, esse grupo irá atuar como peça-chave no cenário político brasileiro. desde que o imperador autorizasse. O Papa Pio IX emitiu um decreto
A chamada “mocidade militar”, um conjunto de oficiais de patentes reafirmando o poder da Igreja e do papa sobre o mundo. Quando esse
inferiores do Exército (alferes-alunos, tenentes e capitães) que possuíam decreto chegou ao Brasil, Dom Vital, bispo de Olinda, na província
educação superior ou “científica” obtida durante o curso da Escola Militar, de Pernambuco, decidiu proibir a entrada de maçons nas irmandades
tinha como liderança a figura de Benjamin Constant, o grande divulgador religiosas. Muitos dos homens que ocupavam cargos públicos eram
do positivismo no Brasil. maçons, como o Visconde de Rio Branco, que presidia o Conselho de
Ministros. Dom Vidal foi preso, acusado de “rebeldia”, mas foi solto
Importante destacar que o Segundo Reinado começou a entrar em crise dias depois. Essa crise abalou o apoio eclesiástico a Dom Pedro II.
principalmente após a Guerra do Paraguai. A seguir, veremos que esse e ▪ Questão escravista: a abolição da escravidão no Brasil ocorreu em
outros fatores estão relacionados à Escola Nova e levaram à queda de 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea. Os donos de
Dom Pedro II, em 1889: fazenda de café, porém, a exemplo do que ocorreu em outros países
▪ Questão militar: após a vitória na Guerra do Paraguai e influenciados da América do Sul, não foram indenizados por suas “perdas”. Isso fez
pelos ideais do positivismo, os militares, em especial os do Exército, com que os cafeicultores abandonassem Dom Pedro II e apoiassem a
criaram os Clubes Militares, que discutiam a crise vivida pelo causa republicana, e foram apelidados, na época, de “republicanos de
Segundo Reinado, assim como os ideais republicanos fundamentados última hora”.
no Positivismo. Dom Pedro II, utilizando as prerrogativas do Poder A proclamação foi oficializada depois que o Marechal Deodoro da
Moderador, mandou fechar esses clubes. Essa censura imperial fez Fonseca assinou um documento que declarava a Monarquia oficialmente
com que os militares se organizassem para derrubar Dom Pedro II do extinta no país. Na noite do dia 15, formalizou-se a constituição do
poder. governo provisório – Deodoro (presidente), Benjamin (Guerra), Quintino

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Bocaiúva (Relações Exteriores), Rui Barbosa (Fazenda), Aristides Lobo foi publicar um decreto que oficializou o país como uma República
(Interior), Campos Sales (Justiça), Eduardo Wandenkolk (Marinha) e Federativa, além da adoção de uma nova bandeira do país, muito
Demétrio Ribeiro (Agricultura) – e assinou-se o primeiro decreto, que semelhante à bandeira atual.
dizia, em seu artigo 1º: “Fica proclamada provisoriamente e decretada
Foram outros destaques dos seus dois anos na presidência:
como forma de governo da Nação Brasileira A República Federativa”
(BRASIL, 1889). ▪ definição do casamento civil, em 1890;
▪ publicação de um Código Penal, em 1890;
D. Pedro II, após ser informado, não ofereceu resistência à Proclamação
da República e, acompanhado de toda a família real, deixou o Brasil em ▪ a promulgação da Constituição de 1891.
17 de novembro, sob ordens dos militares. A primeira Constituição do período republicano tinha medidas como:

▪ escolha do sistema presidencialista para o governo do país;


▪ determinação de voto secreto para homens com 21 anos;
▪ proibição de voto para mulheres;
▪ criação de habeas corpus;
▪ proibição da aplicação da pena de morte;
▪ determinação da separação entre os poderes do Estado e da Igreja.

O advento da República, marcado pelos ventos da laicização, fez com


que o Estado brasileiro se tornasse laico. Assim, a religião católica
deixou de ser a religião oficial do Brasil e a legislação decretou o ensino
como público e laico. Nas quatro primeiras décadas da República, o
Figura 4: Embarque da família real. Fonte: Wikimedia Commons.
ensino religioso foi extinto das escolas públicas por meio do dispositivo
O Marechal Deodoro esteve na presidência do país de 15 de novembro constitucional que determinou a independência do Estado em relação
de 1889 a 23 de novembro de 1891. Uma de suas primeiras medidas às entidades religiosas.

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A educação manteve o caráter humanista, conservador. Após a
Proclamação da República, algumas reformas foram pontuais:
consistiram, basicamente, na orientação do liberalismo na educação
brasileira, na defesa do ensino público, gratuito, obrigatório e laico.

A principal referência é o Movimento da Escola Nova, que surgiu no


final do século XIX, em instituições particulares da Europa, sendo
que, no início do século XX, houve uma adesão das escolas públicas,
principalmente nos EUA.

Em linhas gerais, o Movimento da Escola Nova tinha os seguintes


princípios:

▪ a educação como ajustamento às necessidades da vida social


modificada pela industrialização;
▪ a consciência pedagógica de que o desenvolvimento biológico e
Figura 5: Assembleia constituinte vota a Constituição Civil do clero. Fonte: Wikimedia Commons. psíquico, assim como os interesses dos alunos deveriam orientar a
escola (filosofia da educação);
Porém, a Igreja Católica, utilizando-se de prestígio e das relações no
meio social e político, fez com que o ensino religioso fosse, aos poucos, ▪ a crença de que a escola deveria estar centrada na criança, na
tolerado. A revisão constitucional de 1926 retomou o debate sobre ensino comunidade e na atividade/trabalho (prática pedagógica);
religioso nas escolas públicas, e, ainda que não houvesse mudança na ▪ o pleno direito à educação (política educacional).
Constituição, muitos estados passaram a legislar de forma independente
A Escola Nova, no Brasil, ficou marcada pela tentativa de tornar a
sobre a matéria. Entre 1925 e 1926, pelo menos seis sistemas estaduais
educação mais inclusiva e adotar um modelo mais moderno de ensino,
de educação já adotavam o ensino religioso nas escolas públicas fora do
voltado para uma educação prática da vida, tendo como base as ideias do
horário normal de aula (CURY, 1993).

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filósofo americano John Dewey, introduzidas por Rui Barbosa, o pioneiro

1
das ideias escolanovistas no país. Tinha como objetivo o ensino leigo e livre em todos
os graus.
Nas três primeiras, o foco estava na associação entre educação e
trabalho, que se apresentou com uma dupla face: a necessidade de
educar o indivíduo para uma sociedade livre, não escravista, e de alterar

2
Instituída pelo Decreto nº 981, de 8 de novembro de 1890, teve como
a feição negativa de que se revestia a atividade laboral. particularidade a montagem de uma diretriz educacional que
abrangia todos os níveis de ensino.
a. Reforma Benjamim Constant (1890): militar e político, foi professor
de matemática e o primeiro-ministro da Guerra da República. Ao ser
criada a Secretaria de Estado dos Negócios da Instrução Pública, O Ginásio Nacional foi estabelecido como modelo e padrão do ensino

3
secundário a ser ministrado em todo o país (em substituição ao Colégio
Correios de Telégrafos, em 19 de abril de 1890, coube a ele chefiá-la, Pedro II) e instituiu a obrigatoriedade dos exames de madureza, que
ofereceriam aos alunos o certificado de conclusão do ensino secundário,
tendo as seguintes bases: permitindo-lhes candidatar-se ao ensino superior.

4
A reforma é lembrada também por ter estabelecido o processo
educativo sob o modelo seriado e por ter ampliado o currículo
das escolas brasileiras, incentivando o enciclopedismo.

5
Inspirado pelo positivismo de Augusto Comte, Benjamin Constant
defendeu a substituição do ensino acadêmico por um conjunto
mais amplo de ensinamentos, com a inclusão de disciplinas
científicas, rompendo drasticamente com a tradição do currículo
clássico jesuítico.

Figura 6: As bases da Secretaria de Estado dos Negócios da Instrução Pública. Fonte: Elaborada
pela autora.

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b. Reforma Epitácio Pessoa (1901): Ministro da Justiça e Negócios Art. 115. O aluno só poderá ter guia de um para outro estabelecimento
Interiores do governo Campos Sales, pasta que, a partir de 1892, depois de prestados os exames do ano. (BRASIL, 1901)
passou a abranger os serviços de educação e saúde pública. Tendo as
seguintes bases:
c. Reforma Rivadavia Correia (1911): Ministro da Justiça do governo
▪ tinha como objetivo a educação nacional, priorizando a formação Hermes da Fonseca, foi o responsável pela Lei Orgânica do Ensino
secundária, visando consolidar a estrutura seriada do modelo Superior e Fundamental, aprovada pelo Decreto nº 8.659, de 5
educacional; de abril de 1911, que revogou formalmente a reforma anterior, de
▪ instituída pelo Decreto nº 3.890, de 1º de janeiro de 1901, estabeleceu Epitácio Pessoa, tendo as seguintes bases:
o ensino desvinculado da frequência obrigatória, prevalecendo,
▪ eliminou o exame de madureza e a equiparação dos estabelecimentos
na prática, os exames preparatórios, que davam aos alunos a de ensino secundário ao Colégio Pedro II;
oportunidade de acesso ao conhecimento pela via seriada ou por
▪ retirou toda e qualquer interferência do Estado no setor educacional;
meio de estudos individualizados e orientados fora das escolas:
▪ estabeleceu o ensino completamente livre, e foi abolido o
reconhecimento oficial de certificados dos cursos secundários das
Art. 112. Com exceção da Escola de Minas e do Gymnasio Nacional,
escolas equiparadas;
onde se observará o regime da frequência obrigatória, haverá nos
▪ foram também abolidos os certificados de conclusão do Colégio Pedro
outros estabelecimentos duas classes de alunos: os matriculados e
II, expedidos por quase um século;
os não matriculados.
▪ foram extintos os exames preparatórios parcelados feitos junto às
Art. 113. Os alunos matriculados deverão assistir a todas as aulas
faculdades, que, de certa maneira, atestavam os estudos secundários.
e exercícios práticos, responder às arguições dos lentes ou dos
professores, as quais se farão pelo menos três vezes mensalmente, A Reforma Rivadávia Correia ficou marcada na historiografia da educação
e executar os trabalhos práticos de que forem incumbidos por eles. como aquela que resultou em desregulamentação excessiva, gerando
Art. 114. Os alunos não matriculados poderão frequentar os cursos o caos na educação nacional, com a omissão completa do Estado em
teóricos e os práticos. sua condução.

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d. Reforma Carlos Maximiliano (1915): Ministro da Justiça do governo e. Reforma Carneiro Leão no Rio de Janeiro (1922-1926): intelectual
Venceslau Brás, promoveu uma reforma educacional que voltou atrás e autor de vários livros no campo da educação, conduziu duas
em decisões tomadas pela Reforma Rivadávia Correia. Os pontos mais experiências de reforma educacional, uma no Rio de Janeiro e outra
importantes foram: em Pernambuco.

▪ foram restaurados os certificados de conclusão do curso secundário ▪ Tinha como objetivo a dualidade do sistema educacional – uma escola
expedidos pelo Colégio Pedro II do Rio de Janeiro, reconhecidos pelo básica fraca, destinada às classes populares e sob a responsabilidade
governo federal; dos municípios e dos estados, e um ensino secundário e superior
▪ foi instituída a possível equiparação de outros estabelecimentos destinado às elites, patrocinado pelo governo federal.
de ensino ao Colégio Pedro II, desde que fossem estabelecimentos ▪ Existia a orientação literária e teórica do ensino: educação moral
públicos estaduais; e cívica, educação profissionalizante e orientação sob critérios
▪ foram instituídos os exames preparatórios parcelados, pelos quais científicos formavam o tripé sobre o qual a educação deveria ser
os estudantes não matriculados em escolas oficiais poderiam obter conduzida para o trabalho em suas distintas dimensões – agrícola,
certificados de estudos secundários reconhecidos pela União; comercial e industrial.
▪ foi mantida da reforma anterior apenas a eliminação dos privilégios f. Reforma Rocha Vaz (1925): professor da Faculdade de Medicina do
escolares. Além de possuir um certificado de conclusão reconhecido Rio de Janeiro, deu nome a uma reforma educacional que foi levada a
pela União ou um certificado de aprovação nos exames preparatórios, efeito na gestão de João Luís Alves no Ministério da Justiça e Negócios
para entrar no curso superior, o aluno teria que prestar um Interiores, no governo Artur Bernardes. Foi a última reforma a afetar o
exame vestibular. ensino secundário na Primeira República. Instituiu:

A Reforma Carlos Maximiliano, portanto, oficializou o ensino, ▪ a criação da disciplina de educação moral e cívica;
restabelecendo a interferência do Estado, a qual havia sido eliminada ▪ a continuidade do Colégio Pedro II e sua equiparação apenas aos
pela reforma anterior. estabelecimentos de ensino secundário estaduais;

História da Educação e da Pedagogia 16


▪ as juntas examinadoras nos colégios particulares para exames de E, assim, a Escola Nova, no Brasil, ficou marcada pela tentativa de tornar
validade igual aos do Colégio Pedro II ou de estabelecimentos a educação mais inclusiva e adotar um modelo mais moderno de ensino,
equiparados; voltado para uma educação prática da vida, tendo como base as ideias do
▪ a abolição dos exames preparatórios parcelados. Em seu lugar, seria filósofo americano John Dewey, introduzidas por Rui Barbosa, o pioneiro
instituída a obrigatoriedade de um curso ginasial de seis anos de das ideias escolanovistas no país.
duração, seriado, e de frequência obrigatória. A frequência a uma série
Neste capítulo, vimos que, após a Proclamação da República, a educação
dependeria da aprovação na série anterior.
manteve o caráter humanista, conservador. Algumas reformas pontuais
g. Reforma do Distrito Federal (1928): a reforma educacional do Distrito consistiram, basicamente, na orientação do liberalismo na educação
Federal (RJ), conduzida por Fernando de Azevedo, foi considerada uma brasileira, a defesa do ensino público, gratuito, obrigatório, laico.
das mais radicais. Incluiu um grande plano de construções escolares, Pensando nesse momento da nossa história, quantas questões podemos
entre as quais a do edifício na rua Mariz e Barros destinados à antiga relacionar com a nossa atualidade, não é mesmo?
Escola Normal, depois Instituto de Educação.
Descobrimos, ainda, que a principal referência é o Movimento da Escola
Ainda na década de 1920, foi fundada a Associação Brasileira de Nova, que surgiu no final do século XIX em instituições particulares da
Educação (ABE), criada por Heitor Lira. A entidade tinha a função de Europa, sendo que, no início do século XX, houve uma adesão das escolas
promover os primeiros grandes debates sobre a educação em nosso país. públicas, principalmente nos EUA.
E, apesar dos esforços para tentar avançar na implantação de um A Revolução de 1930 iria redesenhar a política nacional – data do
sistema educacional consistente, o analfabetismo entre jovens e adultos, governo Vargas a criação do Ministério da Educação e Saúde, cujo
um problema de âmbito nacional, continua assolando a sociedade. A
primeiro titular foi Francisco Campos –, assim como a materialização da
Revolução de 1930 iria redesenhar a política nacional; data do governo
Escola Nova, em 1932.
Vargas a criação do Ministério da Educação e Saúde, cujo primeiro titular
foi Francisco Campos, assim como a materialização da Escola Nova, em Além de Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo (1894‑1974), Lourenço
1932, a partir do “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”. Filho (1897‑1970) e Cecília Meireles (1901‑1964) eram alguns dos

História da Educação e da Pedagogia 17


26 intelectuais que assinaram o documento, já que eles pregavam a
universalização da escola pública, laica e gratuita. E, assim, a atuação Referências
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