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História da educação no Brasil republicano

Prof.ª Pâmela de Almeida Resende

Descrição

A formação do sistema educacional republicano e seus principais eventos, relacionando-os ao contexto


político-social do Brasil.

Propósito

Entender o estado atual da educação brasileira a partir de seu histórico recente que impacta a forma de
nossas escolas atualmente.

Objetivos

Módulo 1

Educação do Brasil Império para o Brasil República


Identificar os fatos referentes à educação que fizeram parte da transição do Brasil Império para o Brasil
República.

Módulo 2

Influência do positivismo na sociedade brasileira e


na educação
Relacionar a influência do positivismo na sociedade brasileira e, consequentemente, na educação.

Módulo 3

Reformas educacionais
Analisar as várias reformas educacionais ocorridas no período do Brasil República até a década de 1960.

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Introdução
Neste material, abordaremos a educação na sociedade brasileira a partir do final do Império e início da
República. O objetivo é compreender os desafios da instrução da sociedade brasileira e sua resolução com
o movimento de entender a educação como um instrumento de superação do atraso econômico, político e
social do Brasil.

Primeiramente, objetiva-se identificar os fatos referentes à educação que fizeram parte da transição do
Brasil Império para o Brasil República. Posteriormente, trataremos da influência do positivismo na sociedade
brasileira e, consequentemente, na educação. Por fim, conheceremos as várias reformas educacionais
ocorridas no período do Brasil República até a década de 1960.

1 - Educação do Brasil Império para o


Brasil República
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os fatos referentes
à educação que fizeram parte da transição do Brasil Império para o
Brasil República.

Proclamação da República

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Fatores de criação da República
Confira uma breve retrospectiva, feita por Rodrigo Rainha, dos fatos que levaram à criação da República.

A República no Brasil foi proclamada no dia 15 de novembro de 1889, instaurando a forma republicana
presidencialista de governo e inaugurando uma época com desafios de diferentes ordens. Contra a
monarquia, forças muito diversas se uniram, mas seus interesses não eram semelhantes.

Proclamação da República, Benedito Calixto, 1893.

Vamos entender melhor que forças eram essas:

Os militares não queriam uma mudança tão efetiva em nossas estruturas, porém o Exército não mais
aceitava o peso dado à Marinha e sua imagem de herói.

A religião estava em quadro de perigosa contestação, e movimentos como o de Conselheiro ou de Padre


Cícero no Nordeste eram vistos com muito receio.

As fronteiras da Região Sul do Brasil com o Uruguai e a Argentina precisavam ser controladas de perto,
porque muitos habitantes do local eram imigrantes e não tinham o sentimento nacional.

São Paulo desejava um país governado para o estado, que era o motor do Brasil, ícone máximo do que
vinha dando certo, enquanto aristocracias tradicionais, como a nordestina, exigiam reparação pelas perdas
geradas pela Coroa, e seus “coronéis” reivindicando poderes locais.
Contexto social
A população marginalizada, acumulada em grandes capitais como Rio de Janeiro e Salvador, morava em
cabeças de porco, e, sem instrução, organizava levantes contra os governos municipais que pregavam uma
higienização das cidades. Ou seja, era o início de um novo regime político marcado por antigas questões
brasileiras.

Diante do caos da criação da República, alguns fatores foram eleitos como primordiais para transformar o
Brasil, e um dos principais era a educação.

Não houve um compromisso de transformação dos problemas sociais brasileiros por meio da educação,
mas a ideia de modernização da sociedade — que era o objetivo — passava obrigatoriamente pela criação
de um projeto de educação que atendesse ao principal anseio do país: capacitar trabalhadores urbanos
para que eles cumprissem seus papéis em sociedade. Esse é o ideal positivista e sua movimentação em
favor da educação.

Primeiras décadas após a proclamação


As décadas seguintes à proclamação da República foram marcadas pelo desenvolvimento da indústria:
Segundo Helena Bomeny (1993), o Brasil do início da República era um país eminentemente rural (60% da
população), recém-saído de um longo período de escravidão (mais de três séculos até a abolição da
escravatura em 1888), com taxas de analfabetismo homogêneas, que superavam 80%, com índices muito
próximos do Norte ao Sul do país, excetuando-se a Capital Federal, onde a taxa rondava os 45%.

A capital era exceção porque era o espaço que concentrava os funcionários públicos, em uma máquina
gigantesca, e mesmo os escravos locais conheciam rudimentos da leitura.

O lema da bandeira do Brasil é positivista. O novo regime exigia a criação de um novo símbolo que
representasse os ideais sob os quais estavam assentados a República recém-proclamada. “Amor por
princípio, a ordem por base e o progresso por fim”, o famoso lema positivista foi impresso na bandeira
brasileira sob a inscrição “Ordem e Progresso”.

Era cada vez mais urgente pensar formas de preparar essa população de imigrantes e recém-libertos para a
nova realidade que surgia: um país que se urbanizava cada vez mais rápido e cujos postos de trabalho não
encontravam mão de obra especializada. A instrução pública torna-se uma peça importante do
desenvolvimento do país.

Quem deveria comandar essa educação, pensada tanto pelo Império, como pela República, era o Estado. O
governo garantiria o ordenamento necessário, a criação de uma sequência lógica, que permitisse o contínuo
progresso do país.

O ideal do pensamento de ordenar para atingir o progresso foi marcante na Capital Federal, bem como em
novas capitais criadas pela República: Belo Horizonte, retirando o peso da imperial Ouro Preto, e Aracaju,
saindo da tradicional São Cristóvão, foram planejadas seguindo os novos modelos de cidade e receberam
grandes educandários públicos, com estruturas modernas.

O povo precisava ser instruído a ser brasileiro, levado a perceber seu papel social e a forma como poderia
atuar para a melhora do grande projeto nacional.

Saiba mais
No Rio de Janeiro, tentando apagar o passado Imperial, o tradicional Colégio Pedro II perdeu seu nome,
recuperado depois por iniciativa dos alunos. Escolas profissionalizantes (liceus de ofício) se multiplicaram
em todo país, assim como foi ampliado o número de escolas normais, para permitir a formação de
professoras primárias.

Iniciativas educacionais
A maior parte da população era autodidata por necessidade ou simplesmente não tinha educação formal.
Classes médias de profissionais liberais, filhos de funcionários públicos, ou filhos da elite financeira
ocupavam os bancos formais de educação e, entre eles, existiam posições diferentes.

Mas a pressão pelo avanço que seria proporcionado pela modernização cresceu e as iniciativas pela
educação acompanharam. Vejamos que iniciativas são essas!

1850
A partir desse ano, ainda no Império, ocorreu a uniformização do ensino em todo o país. Essa
ação reformadora atingiu as faculdades de medicina e os cursos jurídicos que passaram a se
denominar faculdades de direito.

O Regulamento de Instrução Primária e Secundária do Município da Corte, entre outras


importantes providências, criou a Inspetoria Geral da Instrução Primária e Secundária do
Município da Corte, órgão ligado ao Ministério do Império e destinado a fiscalizar e orientar o
ensino público e particular dos níveis primário e médio, estruturando em dois níveis (o
elementar e o superior) a instrução primária gratuita.

1854
A administração-geral do ensino primário e secundário na Corte passou a ser regida por um
inspetor geral, com a colaboração do Conselho Diretor, composto de sete membros e de
delegados de distrito.O ensino particular só poderia ser exercido com prévia autorização do
inspetor geral e com relatórios trimestrais dos estabelecimentos aos respectivos delegados.
Os diretores e professores dos estabelecimentos particulares ficariam igualmente obrigados
a habilitar-se perante a Inspetoria da Instrução Pública, mediante a apresentação de provas
de capacidade profissional e de moralidade.A partir do regulamento de 1854 chamado de
R l t d I t ã Pi ái S dá i M i í i d C t (L i º 1331A d 17
Regulamento da Instrução Primária e Secundária no Município da Corte (Lei nº 1331A, de 17
de fevereiro de 1854), o ensino primário tornou-se obrigatório. É importante ressaltar que esse
regulamento não incluía a população escrava no seu projeto de instrução pública. Ou seja, a
ideia era escolarizar a população livre.

1882
Rui Barbosa apresentou dois pareceres ao Parlamento: um sobre a reforma do ensino
secundário e superior e outro sobre o ensino primário. Assim, a escola popular foi elevada à
condição de redentora da nação implantando o ensino primário obrigatório, dos 7 aos 14
anos, gratuito e laico. Rui Barbosa atuou para que fosse substituída a escola de primeiras
letras pela escola primária moderna, e um ensino enciclopédico que visasse ao progresso do
Brasil era um dos componentes. Além disso, a escola primária passou a ter oito anos de
duração e foi dividida em três graus: o elementar e o médio, cada um com dois anos, e o
superior com quatro. A jornada da escola foi fixada em 6h, sendo 4h30 para atividades de
classe, se aí fossem incluídos os exercícios ginásticos.

Exercícios ginásticos
Com o Decreto nº 7.247 de 19 de abril de 1879, Carlos Leôncio de Carvalho reforma o ensino
primário e secundário do município da corte e o superior em todo o Império. Houve a
implantação do método intuitivo, conhecido também como lições de coisas, pelo qual o ensino
deveria ir do particular para o geral, do conhecido para o desconhecido, do concreto para o
abstrato. O princípio da educação integral por meio da educação física, intelectual e moral que
deveria seguir as leis da natureza e a ciência seria o melhor meio para a disciplina intelectual e
moral.

1891
A Constituição de 1891 determinava a descentralização do ensino, cabendo à União legislar
sobre o ensino superior na Capital Federal, delegando aos estados a responsabilidade de
organizar todo o seu sistema escolar.
1900
Na primeira década do século XX, o mundo avançava para uma crise e países que até então
eram exclusivamente agrários passaram por movimentos de substituição de importações.
Foram inauguradas fábricas de tecido, fábricas de transformação e as cidades cresceram.
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Belém e Manaus passaram a ser
atrativos de pessoas, com o consequente crescimento de seus problemas urbanos. O maior
deles para essa elite era a qualidade da mão de obra. Portanto, era urgente educar o Brasil.

Veríssimo apontou o tamanho do desafio da novíssima República:

E tanto mais é de crer este resultado, não só desejável como, a bem da unidade
moral da Pátria, indispensável, quando a reforma do Sr. Benjamin Constant
criou no Pedagogium um órgão que devia ser o fator consciente dessa obra de
unificação moral.

(VERÍSSIMO, 1985, p. 15)

O Pedagogium citado acima foi um museu pedagógico fundado em 1890, que se localizava na cidade do Rio
de Janeiro, no então Distrito Federal do Brasil. Em 1897, foi transformado num centro de cultura superior e,
em 1906, recebeu o primeiro laboratório de psicologia experimental do país. A instituição foi extinta em
1919.

Conteúdos previstos
A educação formal foi organizada em duas categorias: de 1º grau, para crianças de 7 a 13 anos e de 2º grau
para os de 13 a 15 anos. Para ingressar nas escolas primárias de 2º grau, o aluno deveria apresentar o
certificado de estudos do grau precedente.

O ensino no 1º grau compreendia:

menu_book
Leitura e escrita, ensino prático da língua portuguesa.

exposure_plus_2
Contar e calcular: aritmética prática até regra de três.

calculate
Sistema métrico procedido do estudo da geometria prática.

public
Elemento de geografia e história, especialmente do Brasil.

biotech
Lições de coisas e noções concretas de ciências físicas e história natural.

workspace_premium
Instrução moral e cívica.

design_services
Desenho.

music_note
Elementos de música.
sports_volleyball
Ginástica e exercícios militares.

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Trabalhos manuais para os meninos e trabalho de agulha para as meninas.

grass
Noções práticas de agronomia.

Entre todas as disciplinas estudadas, a instrução moral e cívica teve objetivos específicos na formação do
alunado, conforme anunciava o parágrafo único do Regulamento da Instrução Primária e Secundária do
Distrito Federal, “a instrucção moral e cívica não terá curso distincto, mas ocupará constantemente e no
mais alto gráo a atenção dos professores” (DECRETO Nº 981/1890, p. 3476).

Com isso, a escola primária do 1º grau foi dividida em três cursos:

Elementar, para os alunos de 7 a 9 anos.

Médio, para os de 9 a 11.

Superior, para os de 11 a 13 anos de idade.

Em cada curso, as matérias eram gradualmente estudadas, tendo o método intuitivo para todos eles.
Vejamos a seguir como moral e cívica era abordada em cada curso:

Curso elementar expand_more

A disciplina instrução moral e cívica trabalhava com “narrativa de anecdotas, fabulas, contos e
provérbios que contenham tendência moral”, e tinha por objetivo “fazer sentir constantemente aos
alumnos, por experiência directa, a grandeza das leis moraes [sic]”. (DECRETO nº 981/1890, p. 3500).

Na classe 2ª, ainda no curso elementar, a disciplina seguia o seu curso de modo mais expressivo,
buscando em sala de aula trabalhar com “conversações e leituras moraes. Exemplificação
comparativa da generosidade e do egoísmo, da economia e da avareza, da actividade e da preguiça,
da moderação e da ira, do amor e do ódio, da benevolência e da inveja, da sinceridade e da
hypocrisia, dos prazeres e das dores (physicas e moraes), dos bens e males (falsos e verdadeiros)
[sic]” (DECRETO nº 981/1890, p. 3502).

Curso médio expand_more

Na classe 1ª, havia a sequência lógica no conteúdo da disciplina instrução moral e cívica para alunos
um pouco mais velhos do que no curso anterior, com outras temáticas relacionadas, conforme
mostrava o decreto: “Instrucção Moral e Cívica – Conversação e leituras moraes. Exercícios
tendentes a por em acção na própria classe: 1º pela observação individual dos caracteres; 2º, pela
aplicação inteligente da disciplina escolar como meio educativo; 3º, pelo incessante appello para o
sentimento e para o juízo do proprio alumno; 4º, pelo desvanecimento dos preconceitos e das
superstições grosseiras; 5º, pelo ensinamento tirano dos factos observados pelo próprio alumno; 6º,
pelas sãs emoções Moraes [sic]” (DECRETO nº 981/1890, p. 3504). Na classe 2ª, existia a
continuação do programa da classe anterior. Essa disciplina estava presente em todos os cursos da
escola de 1º grau, mas não fazia parte da de 2º grau.

Curso superior expand_more

O superior também foi dividido em duas classes. Na classe 1ª, objetivou-se trabalhar os “Deveres do
homem para consigo mesmo. Hygiene physica e moral [sic]” (DECRETO nº 981/1890, p. 3507). Na
classe 2ª, a disciplina seguiu dando continuação à classe anterior.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?


Questão 1

Assinale a alternativa que corresponde ao que defendia Rui Barbosa nos anos finais do Império:

A Ensino religioso.

B Ensino primário facultativo.

C Criação da Lei Orgânica do Ensino Superior e Fundamental.

D Ensino primário obrigatório, gratuito e laico.

E Implementação de uma educação bilíngue.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Rui Barbosa, ao propor a reforma do ensino secundário e primário, acreditava que algumas mudanças
estruturais na sociedade aconteceriam pela educação. Desse modo, o progresso seria alcançado por
meio do conhecimento. Ou seja, ele defendia uma educação que fosse obrigatória, gratuita e laica.

Questão 2

Ao final da Monarquia e início da República, em um contexto de intensa efervescência social, a


educação já vinha sendo pensada como um importante instrumento de desenvolvimento. Uma das
preocupações centrais era garantir a formação de

A um conjunto de universidades brasileiras que nos marcasse como nação evoluída.

B
uma estrutura que mantivesse vivas as tradições religiosas da educação, contra a
influência das tradições europeias.

C um conjunto legislativo que transformava a educação em um plano nacional.

um modelo de educação moral e cívica pautado na formação do sujeito como objeto da


D
educação.

E um modelo de educação nacionalista e vinculado a ideias fascistas.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A influência da corrente positivista e o crescimento da industrialização transformava a educação em


um aspecto de evolução das nações e, por isso, a construção de um modelo que nos levasse ao
progresso passou a ser defendida.
2 - Influência do positivismo na sociedade
brasileira e na educação
Ao final deste módulo, você será capaz de relacionar a influência do
positivismo na sociedade brasileira e, consequentemente, na educação.

Conceito de positivismo

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Positivismo como referência para a
reforma educacional
Já falamos sobre o positivismo como principal referência para a criação de um objetivo para a reforma
educacional na então República. Mas como essa relação aconteceu? Rodrigo Rainha explica.

O positivismo foi uma corrente filosófica que surgiu na França no século XIX. Augusto Comte (1798-1857) é
considerado o pai da sociologia por ter usado pela primeira vez o conceito de sociologia em seu Curso de
filosofia positiva.
Augusto Comte.

Elaborou de maneira muito organizada suas ideias, fundamentando sua teoria nos modelos das ciências
naturais, tendo como principal objetivo encontrar as leis universais dos fenômenos sociais. Ele intitulou sua
reflexão acerca da sociedade como uma física social.

Em função da crise que vivia a França de sua época, Comte queria encontrar soluções para resolvê-la, pois
eram nítidos o atraso e o impedimento do progresso por causa do caos estabelecido. Foi nesse contexto de
crises e instabilidades que ele buscou responder aos problemas sociais com sua teoria positivista.

De acordo com Gomide (1999), o positivismo apresenta algumas premissas fundamentais:

Toda proposição científica deve ser empiricamente significante e toda premissa universal deve ter origem
indutiva.

A teoria tem origem em proposições certíssimas obtidas mediante indução.

As leis científicas não fornecem os porquês dos fenômenos. O empirismo, a observação e a objetividade
são características fundamentais do pensamento positivista.

Exemplo
Imagine que você é uma pequena peça dentro de um relógio. Existem peças grandes e importantes, como
os ponteiros, mas todas estão no mesmo relógio. Como esse relógio funcionaria bem?

Compreendia-se que o positivismo era o canal para a reforma intelectual do homem. Para que essa
reorganização acontecesse, as ideias positivistas estavam assentadas na noção de que somente pela
ordem e pelo progresso seria possível alcançar uma sociedade estruturada, que pudesse ecoar e
aperfeiçoar todas as estruturas permanentes: religião, família, propriedade, linguagem, acordo entre poder
espiritual e temporal etc.

Caminhos para o progresso social


Augusto Comte apostava no conhecimento científico como o único saber verdadeiro. Na concepção dele, o
positivismo seria a possibilidade de pensar os problemas sociais pelos critérios e parâmetros das ciências
naturais.

Dessa forma, seria plenamente possível organizar a sociedade nas suas variadas dimensões, pois o
positivismo respondia às questões sociais com um caráter de exatidão, oposto à visão de mundo da
reologia e da metafísica. Por isso, a importância da física social, que explica os fatos pela lógica do
conhecimento único e verdadeiro que vem da experiência, não do idealismo.

Para Comte, não se tratava de negar o estado teológico e o


metafísico.

Ambos eram importantes e necessários, mas deveriam ser utilizados nas interpretações dos fatos com os
quais tinham ligação direta; por exemplo, a relação do homem com a transcendência e com o universo
cultural. O positivismo no Brasil constituiu a base de nosso modelo pedagógico nacional. Seu grau de
utilitarismo e pragmatismo, sua presença em jornais, nos meios de comunicação, como o rádio,
transformaram a percepção de educação no Brasil.

Positivismo no Brasil
O Brasil da transição, que abordamos no primeiro módulo, tinha o positivismo como um modelo ideal.
Nossas principais linhas reformistas republicanas pensavam na criação de um modelo de educação que
permitisse o desenvolvimento nacional. O que passamos a perceber ao longo das décadas seguintes foi a
implementação desse modelo.

Agora que você já está mais familiarizado com as ideias positivistas, vamos entender um pouco sobre sua
recepção no contexto brasileiro.

O positivismo floresceu no Brasil de modo muito acentuado durante a transição do fim do Império e o
começo da República. Em um contexto marcado por muitas mudanças políticas e sociais, os republicanos
assumiram o positivismo como o ideal para a República que nascia. Segundo essa lógica, tornava-se cada
vez mais urgente modernizar o Brasil e acelerar o progresso. Em 1891, foi promulgada a primeira
Constituição da República, inspirada na Carta Constitucional dos Estados Unidos e sob forte inspiração
positivista.

Benjamin Constant.
O divulgador do positivismo no Brasil foi o militar e político brasileiro Benjamin Constant (1836-1891). Ele
criou, junto com outros adeptos, em 1876, a Fundação da Sociedade Positivista do Brasil. Um deles foi
Teixeira Mendes (1855-1927), que era o presidente da Associação Positivista chamada Apostolado
Positivista do Brasil. Por que apostolado? Porque o positivismo ganhou o status de uma “nova religião” e
tinha seguidores.

Além de Benjamin Constant e Teixeira Mendes, também foram responsáveis pela idealização da bandeira
nacional dois catedráticos: o filósofo Miguel de Lemos (1854-1917) e o astrônomo Manuel Pereira Reis
(1837-1922).

A influência do positivismo na educação


brasileira
Vimos como o positivismo esteve no horizonte dos republicanos na promulgação da nova Constituição e na
criação de uma nova bandeira para o Brasil. As ideias positivistas precisavam estruturar a sociedade
brasileira em todos os seus aspectos: culturais, sociais, econômicos e políticos. Multiplicaram-se pelo país
as escolas privadas elementares e profissionais, a maior parte de ensino secundário. Também surgiram
muitas instituições beneficentes oferecendo ensino primário e secundário.

Nos anos iniciais da Primeira República, tivemos a ocorrência de uma série de reformas de clara inspiração
positivista.

Reforma Benjamin Constant (1890) expand_more

Adotou uma série de reformas junto com o Ministério dos Negócios da Instrução Pública, Correios e
Telégrafos, por exemplo:
- Defesa do ensino laico e gratuito na escola primária.
- Inclusão de disciplinas científicas nos currículos escolares.
- Reorganização da Biblioteca Nacional.
- Escola secundária com duração de sete anos.

Segundo Cartolano (1994), Benjamin Constant acreditava que só pela educação um povo poderia
construir sua cidadania.
Código Epitácio Pessoa (1901) expand_more

Ministro do Interior no governo Campos Sales, Epitácio Pessoa reduziu para seis anos o curso
secundário, ao contrário da Reforma Benjamin Constant. Além disso, permitiu o acesso feminino aos
cursos secundários e superiores.

Reforma Rivadávia (1911) expand_more

De forte orientação positivista, o Marechal Hermes da Fonseca promulgou o Decreto nº 8.659,


chamado de Lei Orgânica do Ensino Superior e Fundamental, elaborado por Rivadávia da Cunha
Corrêa. O ensino passava a ter frequência não obrigatória, os diplomas foram abolidos e foram
criados exames de admissão nas faculdades.

Mudança nos debates (1920-1930)


Chegaram ao Brasil novas ideias pedagógicas e se formou um novo corpo de sujeitos: especialistas em
educação, que passaram a questionar os modelos que estavam sendo estabelecidos, escolas que eles
chamavam de tradicionais, centradas na atuação do professor e na repetição. Os especialistas tinham a
ideia de que o Brasil, uma vez mais, estava atrasado e essa crítica não ficava só no campo da educação. O
novo movimento foi chamado pedagogia liberal.

O ideal liberal econômico apontava também para outros segmentos. Façamos uma breve viagem para
acompanharmos essas mudanças:

Pedagogia liberal
Nesse modelo, o papel da educação é preparar o sujeito, dar-lhe condições para que possa valer-se de sua
condição como sujeito e, dessa forma, fazer escolhas que permitam o avanço social. Esse modelo é notório em
sociedades industriais em que novas aptidões e sentidos passam a ser percebidos para a formação do sujeito.
Washington Luiz brigava para que o Brasil ampliasse suas estradas e transformasse o carro em um meio
mais presente em nossas cidades e, principalmente, para que o Brasil pudesse ser produtor desses novos
bens que representavam o futuro e as novas dinâmicas sociais. Washington Luís Pereira de Sousa foi
advogado, historiador e político brasileiro, décimo primeiro presidente do estado de São Paulo, décimo
terceiro presidente do Brasil e último presidente efetivo da República Velha.

O ícone máximo dessa noção de progresso econômico é o desenvolvimento dos aviões. Grupos de
aeronautas iniciavam formas de integrar o Brasil, inclusive com a criação de um correio aéreo.

Novas fronteiras sociais e educacionais foram abertas a partir dos esforços liderados pelo marechal
Cândido Mariano da Silva Rondon, conhecido como Marechal Rondon, que foi um engenheiro militar e
sertanista brasileiro. Assim, o Brasil se redescobriu como espaço e país.
Roquette-Pinto transmitia sons vindo da Amazônia e as informações chegavam em todas as casas pelas
ondas do rádio.

Edgard Roquette-Pinto foi um médico legista, professor, escritor, antropólogo, etnólogo e ensaísta
brasileiro. Membro da Academia Brasileira de Letras, é considerado o pai da radiodifusão no Brasil.

O exercício físico passou a ser exaltado como uma forma de saúde e educação.

O ritmo do Brasil mudava e as cidades viviam um novo momento.


Um dos ícones de crítica ao Brasil tradicional foi a Semana de Arte Moderna (1922), conhecida como
Semana de 22, ocorrida entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Foi
um movimento que promoveu o encontro de artistas diversos. Na coleção de poemas Pauliceia
desvairada, Mário de Andrade (segundo da esquerda pra direita) cobrava o redescobrimento do Brasil. A
educação estava a reboque dessa crítica, afinal, estudava-se latim, cultura europeia, mas o Brasil não
conhecia o Brasil. Nossa poesia tinha linhas parnasianas, mas não tinha nossas curvas de entendimento
social.

Em um país com novas exigências, os momentos de mudança são marcantes.

Um novo golpe terminou com a Primeira República: na tentativa de Washington Luiz em eleger o também
paulista Júlio Prestes, as potências Minas, Rio Grande do Sul e Paraíba se uniram para tentar vencê-lo.
Foram derrotados, mas o assassinato de João Pessoa, presidente da Paraíba, ainda que por motivos
familiares, foi o argumento para a articulação que terminou com a impressionante imagem de Getúlio
Vargas chegando com sua tropa de cavalos e apeando no obelisco da Avenida Rio Branco, no centro da
capital brasileira. Esse momento foi chamado (por uma historiografia pró-Vargas) como Revolução. E, dessa
forma, o governo de Vargas foi iniciado.

Saiba mais
As mudanças vividas impactaram o Brasil e o documento educacional mais famoso dessa época é um
manifesto de educadores brasileiros defendendo uma intensa reforma de nossa educação. Ficou conhecido
como Manifesto dos Pioneiros. Já leu? Falaremos mais dele no próximo módulo.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Os republicanos assumiram essa corrente como o ideal para a República que nascia e juraram que o
bem comum seria o seu fundamento. Era preciso acelerar o progresso que fora atrasado pelo Império.
A escolha dessa corrente influenciou toda a vida social e consequentemente a educação, inclusive o
lema da bandeira nacional. De qual corrente se trata?

A Positivista

B Progressista

C Liberal

D Monarquista

E Fascista

Parabéns! A alternativa A está correta.

Positivismo é uma corrente de pensamento filosófico, sociológico e político que surgiu em meados do
século XIX na França. A principal ideia do positivismo, fundamentado nas ciências naturais, era a de
que o conhecimento científico devia ser reconhecido como o único conhecimento verdadeiro. Auguste
Comte foi o criador e em sua frase original, dizia: “Amor como princípio, ordem como base, progresso
como objetivo”.

Questão 2
As ideias positivistas tiveram grande influência não apenas na proclamação da República e na
idealização de uma nova bandeira para o Brasil, mas também entre aqueles que pensavam a educação
naquele momento. Analise os itens e considere aqueles que se relacionam com o positivismo:

I- Reforma Epitácio Pessoa.


II- Reforma Rivadávia Correia.
III- Reforma Anísio Teixeira.
IV- Reforma Benjamin Constant.

Está correto o que se afirma em

A I somente.

B II somente.

C III somente.

D I, II e III.

E I, II e IV.

Parabéns! A alternativa E está correta.

O Brasil tem uma série de políticos e educadores que propuseram reformas fundamentais. Epitácio
Pessoa e Rivadávia Correia foram positivistas tardios, mas que mantiveram a fundamentação estrutural
do movimento em nossa educação durante todo período da Primeira República. Benjamin Constant é
um dos mais famosos positivistas e organizadores da fundamentação de uma educação positivista.
Anísio Teixeira é contemporâneo deles, no entanto, era um crítico influenciado por teóricos de outra
linha, que defendiam um rompimento com o ordenamento positivista e a transformação da escola em
um espaço de construção. No entanto, ele foi importante na educação após 1930, quando participou do
movimento dos pioneiros e do governo de São Paulo.
3 - Reformas educacionais
Ao final deste módulo, você será capaz de analisar as várias reformas
educacionais ocorridas no período do Brasil República até a década de
1960.

Século da pedagogia

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Brasil República
Você sabia que o período conhecido como Brasil República é consideravelmente extenso? Assista ao vídeo
e conheça os detalhes.
O século XIX ficou conhecido como o Século da Pedagogia. Naquele momento, buscava-se cada vez mais
um modelo educacional que respondesse de forma crítica às demandas da luta de classes, burguesia
versus proletariado, que envolveu a sociedade desse tempo. Houve uma radicalização das ideias
pedagógicas, colocando-as como centro do processo de controle social.

De acordo com Cambi (1999):

[...] bastante rico em modelos formativos, em teorizações pedagógicas, em


compromisso educativo e reformismo escolar, em vista justamente de um
crescimento social a realizar-se da maneira menos conflituosa possível e da
forma mais geral.

(CAMBI, 1999, p. 414)

Após a intensa transição entre os séculos XIX e XX, com a necessidade de uma educação técnico-fabril por
um lado e a educação do cidadão iluminista por outro, sob uma economia com fundamentos cada vez mais
liberais, surgiu o teor do novo processo educacional. De modo que, já no século XX, a didática, até então
considerada tradicional, passou a se preocupar com o método mais adequado para a aprendizagem de um
conteúdo específico ou de determinada habilidade.

A renovação das práticas pedagógicas


Você pode estar se perguntando de onde vieram e quais foram as pessoas que difundiram essas ideias no
Brasil. Veja, a seguir, as teorias de cada um desses pensadores que contribuíram de alguma forma para
essa renovação das práticas pedagógicas.
Heinrich Pestalozzi (1746-1827)

Pioneiro da reforma educacional influenciado por Rousseau, após ler a obra Emílio, também se baseou no
movimento naturalista. Ele foi um dos pioneiros da pedagogia moderna, influenciando profundamente
todas as correntes educacionais. Fundou escolas e cativava a todos para a causa de uma educação
capaz de atingir o povo, em um tempo em que o ensino era privilégio exclusivo de algumas classes
sociais.

Friedrich Fröebel (1782-1852)

Pedagogo alemão fundamentado nas teorias de Pestalozzi, foi o fundador do primeiro jardim de infância.
A expressão jardim da infância teve origem em seu pensamento de que as crianças são como plantas de
um jardim em que o professor é o jardineiro.

Para Fröebel, a criança se expressa mediante as atividades de percepção sensorial, a linguagem e as


brincadeiras. A linguagem oral se associaria à natureza e à vida. Para ele, o desenvolvimento ocorre
segundo as seguintes etapas: infância, meninice, puberdade, mocidade e maturidade.
Célestin Freinet (1896-1966)

Pedagogista francês, grande referência da área, deixou como herança propostas que continuam a ter
ressonância na educação dos dias atuais. Com um tipógrafo, imprimiu textos livres e jornais da classe
para seus alunos. As próprias crianças compunham seus trabalhos, discutiam e os editavam em
pequenos grupos, antes de apresentar o resultado à classe. Os jornais eram trocados com os de outras
escolas e os textos substituíram os livros didáticos convencionais. Sua metodologia criava desconforto e
desconfiança por não estar de acordo com a política oficial de educação francesa, o que causou sua
exoneração em 1935. A partir daí, fundou com a esposa sua própria escola pouco antes do início da
Segunda Guerra Mundial. Na década de 1930, a escola de Freinet foi oficialmente aberta, e, com Romain
Rolland, lançou o projeto Frente da Infância. No final da década de 1940, Freinet criou a Cooperativa do
Ensino Leigo (ICEM), em Vence, que reunia mais de 20 mil pessoas. Em 1956, lançou uma campanha
nacional para quantificar os alunos nas salas de aula. Sua meta era de 25 alunos em cada classe no
máximo. Em 1957, a Federação Internacional dos Movimentos da Escola Moderna (FIMEM) foi fundada
pelos seus seguidores, que reúne educadores de todo o mundo.

Antonio Gramsci (1891-1937)

Filósofo, jornalista, crítico literário e político italiano. Membro-fundador e secretário-geral do Partido


Comunista da Itália, Gramsci é reconhecido pela teoria da necessidade de educar os trabalhadores e de
formar intelectuais provenientes da classe trabalhadora, que ele denomina intelectuais orgânicos. De
acordo com Gramsci, todo homem é um intelectual, pois todos nascem com faculdades intelectuais e
racionais, mas nem todos têm a função social de intelectuais. Os conceitos relacionados à pedagogia
crítica e à instrução popular foram utilizados mais tarde por Paulo Freire no Brasil.Gramsci acreditava que
a tomada do poder seria precedida por uma mudança de mentalidade. Os principais agentes das
mudanças, de acordo com Gramsci, eram os intelectuais e o principal modo de conquista da cidadania
seria a escola.

Rudolf Steiner (1861-1925)

Filósofo, educador, artista e esoterista. Fundador da antroposofia, da agricultura biodinâmica e da


medicina antroposófica. Também se tornou profundo conhecedor da obra de Goethe, escrevendo muitas
obras sobre ele e dedicando-se à explicação de seu pensamento.

Anton Makarenko (1888-1939)

Pedagogista ucraniano que se especializou no trabalho com menores abandonados, especialmente os


que viviam nas ruas e estavam associados ao crime. Demonstrou grande habilidade com questões
educacionais, colocou em prática uma maneira revolucionária e eficaz de educar. De acordo com sua
pedagogia, o jovem deveria ser educado em uma escola baseada na vida em grupo, no autocontrole, no
trabalho e na disciplina. Concebeu um modelo de escola baseado na vida em grupo, na autogestão, no
trabalho e na disciplina que contribuiu para a recuperação de jovens infratores.
Maria Montessori (1870-1952)

Educadora, médica e pedagoga italiana. Seu trabalho destaca a importância da liberdade, da atividade e
do estímulo para o desenvolvimento físico e mental das crianças. Para ela, liberdade e disciplina se
equilibravam, não sendo possível conquistar uma sem a outra. Adaptou o princípio da autoeducação, que
consiste na interferência mínima dos professores, já que a aprendizagem tem como base o espaço
escolar e o material didático. Seu método é caracterizado pela ênfase na autonomia, na liberdade com
limites e no respeito pelo desenvolvimento natural das habilidades físicas, sociais e psicológicas da
criança. A criança é o centro do método montessoriano e o professor tem o papel de acompanhador do
processo de aprendizado. Ele guia, aconselha, mas não dita, nem impõe o que vai ser aprendido pela
criança. O material criado por Montessori tem papel preponderante no seu trabalho educativo, partindo do
concreto (o material didático) para o pensamento abstrato.
Lev Vygotsky (1896-1934)

Psicólogo, Vygotsky foi pioneiro no conceito de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em
função das interações sociais e condições de vida. Um de seus conceitos mais importantes é o da zona
de desenvolvimento proximal, que corresponde à diferença entre o que a criança consegue realizar
sozinha (zona de desenvolvimento real) e aquilo que é capaz de aprender e fazer com a ajuda de uma
pessoa mais experiente (zona de desenvolvimento potencial), como um adulto, uma criança mais velha
ou com maior facilidade de aprendizado. Em outras palavras, a zona de desenvolvimento proximal é tudo
o que a criança pode adquirir em termos intelectuais quando lhe é dado o suporte educacional devido.

Carl Rogers (1902-1987)

Psicólogo americano que desenvolveu a abordagem centrada na pessoa. A proposta defendida pela
psicologia humanista de Rogers não considera o ensino um processo de transmissão de conteúdos
prontos, nem mesmo um processo de direção da aprendizagem. Essa teoria compreende o ensino como
facilitação da aprendizagem, cabendo ao professor a função de estimular o aprendizado.

Skinner (1904-1990)

Psicólogo norte-americano que conduziu trabalhos pioneiros em psicologia experimental e foi o


propositor do behaviorismo radical. Skinner é a expressão mais célebre do behaviorismo, corrente que
dominou o pensamento e a prática da psicologia, em escolas e consultórios, até os anos 1950. Skinner
adotava práticas experimentais derivadas da física e de outras ciências. Outros importantes estudos do
autor se referem ao comportamento verbal humano e à aprendizagem. Nenhum pensador ou cientista do
século XX levou tão longe a crença na possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano
como Skinner.

A década das reformas educacionais (1920)


Você percebeu que, até aqui, nós já elencamos uma série de propostas e novas ideias pedagógicas que
tiveram influência no modo como a educação passou a ser estruturada no século XX. O exercício daqui por
diante é conhecer as reformas, os decretos e as leis que tivemos durante o período republicano e pensar
como que essas novas práticas pedagógicas influenciaram a educação brasileira.

A década de 1920 ficou conhecida, no campo educacional, como a década das reformas educacionais.
Naquele momento, ocorreram intensos debates envolvendo diferentes propostas para pensar a educação e
a organização do sistema escolar. Uma dessas propostas trazia consigo os ideais da chamada Escola
Nova.

Em uma conjuntura marcada por importantes transformações econômicas, políticas e sociais, os


defensores do escolanovismo defendiam a urgência na renovação das práticas de ensino. Para eles, a
educação tradicional não estimulava os alunos a pensarem por conta própria.

No decorrer dos anos 1920, alguns estados brasileiros realizaram algumas reformas educacionais do
ensino primário, com base nos seguintes pressupostos:

menu_book
Extensão do ensino
menu_book
Articulação entre os diferentes níveis da
escolarização
menu_book
Adaptação ao meio social
menu_book
Adaptação às ideias modernas de educação
Nesse período, muitos intelectuais tentaram colocar em prática os ideais escolanovistas, por meio de uma
série de reformas do ensino primário que foram feitas no âmbito estadual. Em um intervalo de oito anos
(1920 – 1928), destacaram-se alguns educadores em vários estados da federação:

Escolanovistas
Os escolanovistas enxergavam os alunos como sujeitos ativos no processo de aprendizagem. Ao professor,
cabia valorizar esses sujeitos em todas suas potencialidades, despertando curiosidade e interesses. Outra
bandeira muito importante levantada pelos defensores da Escola Nova era a defesa de uma escola pública,
laica, universal e gratuita. Acreditava-se que apenas dessa forma seria possível viver em uma sociedade mais
justa e igualitária: educação para todos e não apenas para a elite.

1920
Sampaio Dória, diretor-geral da Instrução Pública de São Paulo, realiza a primeira reforma
educacional no estado de São Paulo.

1923
Lourenço Filho, no Ceará.

1925
Anísio Teixeira, na Bahia.

1927
F i C Má i C t Mi G i
Francisco Campos e Mário Casassanta, em Minas Gerais.

1928
Fernando Azevedo, no então Distrito Federal.

1929
Carneiro Leão, em Pernambuco.

1930
Lourenço Filho, em São Paulo.

Era Vargas (1930-1945)


O ano de 1930 é considerado o marco final da República Velha e o início da chamada Era Vargas.

Alguns fatores ocasionaram o colapso da Primeira República como a insatisfação de muitos setores sociais
que contestavam cada vez mais o Estado oligárquico, além da crise da economia cafeeira com o fim dos
investimentos estrangeiros. A crise dos anos 1920 conduziu o país à denominada Revolução de 1930 e
levou Getúlio Vargas ao comando da nação.
Em termos educacionais, apesar das tentativas de reforma nos anos 1920, ao final da Primeira República
pouca coisa havia realmente mudado. Nosso país continuava sem um sistema de ensino coerente e
eficiente. Além disso, o analfabetismo entre jovens e adultos, um problema de âmbito nacional, não foi
resolvido com as reformas. As camadas mais pobres da população permaneciam fora das salas de aula e
apartadas do acesso ao conhecimento. Atualmente, com todos os esforços decorrentes, o Brasil ainda tem
números alarmantes de analfabetos, cerca de 10 milhões, além de números incertos de analfabetos
funcionais.

Mesmo com um cenário político conturbado, alguns nomes de projeção na educação (desde os anos 1920)
ocuparam posições de destaque no campo educacional. Vários reformadores dessa década foram
convidados a ocupar cargos de relevância no interior do novo governo. Assim, pela primeira vez em nossa
história da educação, teve início um movimento em direção à criação de um sistema organizado de ensino.

Francisco Campos.

De modo geral, a Revolução de 1930 no campo educacional foi produtiva: ainda naquele ano, foi criado o
Ministério da Educação e Saúde Pública, coordenado por Francisco Campos. A atuação de Francisco
Campos se deu no sentido de estabelecer um sistema nacional de educação. O novo ministro visava
estruturar o ensino secundário e o ensino superior. Esses decretos ficaram conhecidos como Reforma
Francisco Campos.

Ensino secundário
Os Decretos nº 19.890, de 18 de abril de 1931 e nº 21.241, de 4 de abril de 1932 discorrem sobre a organização
do ensino secundário. Esses decretos determinavam, entre outras coisas, o estabelecimento do currículo
seriado e da frequência obrigatória.
Saiba mais
O decretos citados acima foram:

Decreto nº 19.850, de 11 de abril de 1931: criação do Conselho Nacional de Educação.

Decreto nº 19.851, de 11 de abril de 1931: implementação do Estatuto das Universidades Brasileiras.

Nem todas essas reformas educacionais foram plenamente aceitas por todos os setores da sociedade. A
situação política conturbada e a noção de que o governo não estava totalmente comprometido com a
renovação do sistema educacional pressionava os defensores da pedagogia da Escola Nova. Em 1932, um
grupo de 26 educadores apresentou ao governo um documento que ficou conhecido posteriormente como o
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, escrito por Fernando de Azevedo. O documento apresentava
várias propostas e defendia algumas posições que, a partir de então, foram colocadas em prática ou foram
combatidas por grupos que não aceitavam as mudanças advindas pela educação.

Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova


Nesse manifesto, a educação era entendida da seguinte forma:

Compreendida como canal da democracia.

Um instrumento de integração social.

Pública, obrigatória e laica.

Um vínculo de comunicação com as comunidades onde está inserida.

Articula os vários graus do desenvolvimento humano.

Funcional e ativa.

Manuel Bandeira (3º esquerda para direita em pé), Alceu Amoroso Lima (5ª posição) e Hélder Câmara (7ª) e sentados (esquerda para direita),
Lourenço Filho, Roquette Pinto e Gustavo Capanema. Rio de Janeiro, 1936
Enquanto os defensores do escolanovismo acreditavam que a educação funcionava como um instrumento
de emancipação dos indivíduos, a arena pública via crescer com força e intensidade a defesa do ensino
religioso, sob forte influência da ideologia católica.

Nesse conflito de ideias, cada grupo apresentava conceitos e propostas para a


educação brasileira.

Nesse contexto de disputa de narrativas e projetos distintos, foi promulgada uma nova Constituição para o
país: a Constituição de 1934.

Qual o papel dessa constituição nesse contexto de discussão e estabelecimento de diretrizes e propostas
para a educação?

A Constituição de 1934 foi a primeira Carta Magna brasileira a incluir em seu texto um capítulo inteiro sobre
a educação. Pela primeira vez, foram apontadas questões importantes em relação ao ensino no Brasil,
como o acesso ao ensino primário. Clique aqui e leia os arts. 148 e 149.

Como é possível perceber, os anseios dos pioneiros foram atendidos, ainda que não em sua totalidade.
Mesmo assim, a nova Carta Constitucional trouxe muitos avanços na educação brasileira.

Art. 148 e 149


Art. 148: Cabe à União, aos Estados e aos Municípios favorecer e animar o desenvolvimento das ciências, das
artes, das letras e da cultura em geral, proteger os objetos de interesse histórico e o patrimônio artístico do
País, bem como prestar assistência ao trabalhador intelectual.

Art. 149: A educação é direito de todos e deve ser ministrada, pela família e pelos Poderes Públicos, cumprindo
a estes proporcioná-la a brasileiros e a estrangeiros domiciliados no País, de modo que possibilite eficientes
fatores da vida moral e econômica da Nação, e desenvolva num espírito brasileiro a consciência da
solidariedade humana.

Estado Novo (1937-1945)


Apenas quatro anos depois da Constituição de 1934, instaurou-se o período que ficou conhecido como
Estado Novo. Com a promulgação de uma nova Constituição de caráter claramente autoritário, em 1937,
Getúlio iniciava a fase ditatorial da Era Vargas. Os oito anos que duraram o Estado Novo foram de intensa
repressão política a todos aqueles que faziam oposição ao governo.
No campo educacional, permaneceram intactos a gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário. Por
outro lado, tornou obrigatória a disciplina de educação moral e cívica nas escolas.

Acompanhando as mudanças na sociedade e o aprofundamento do processo de industrialização, ficava


cada vez mais evidente a carência de mão de obra profissional. Assim, outra mudança trazida na
Constituição de 1937 foi a introdução do ensino profissionalizante.

Nova Constituição
Extinção da Justiça Eleitoral e dos partidos políticos.

Instituição da censura aos meios de comunicação.

Fim do direito de greve.

Fim do Poder Legislativo.

Nos primeiros anos do Estado Novo, em um contexto de ascensão de forças conservadoras, os ideais dos
intelectuais da Escola Nova caíram em certo descrédito. A instituição do ensino profissional, voltado
sobretudo para as classes menos favorecidas, marcou claramente essa mentalidade.

No começo da década de 1940, ocorreram algumas iniciativas de reforma da Educação, mais voltadas para
os ensinos primário e secundário, porém ainda articuladas ao projeto político autoritário de Vargas.

No ano de 1942, Gustavo Capanema, ministro da Saúde e Educação, empreendeu algumas mudanças sob o
nome de Leis Orgânicas do Ensino. Popularmente conhecidas como Reforma Capanema, essas reformas
tinham um viés claramente nacionalista e moralizante.

Reforma Capanema
A Reforma Capanema trouxe consigo a instauração de alguns decretos-leis, como:

Decreto-lei nº 4.048, de 22 de janeiro: criou do Serviço Nacional de Aprendizagem - Senai.

Decreto-lei nº 4.073, de 30 de janeiro de 1942: organizou o ensino industrial.


Decreto-lei nº 4.244, de 9 de abril de 1942: divisão do ensino secundário em dois ciclos: ginásio (4 anos) e colegial (3 anos).

Decreto-lei nº 6.141, de 28 de dezembro de 1943: reformulação do ensino comercial.

Nova República (1946-1963)


Com o final do Estado Novo, mais uma vez tivemos a promulgação de uma nova Constituição, dessa vez
com um viés liberal e democrática.

Observe o fato de que em 12 anos (1934-1946), o Brasil teve três constituições diferentes (a de 1934, a de
1937 e a de 1946). Em 1945, quando Getúlio Vargas foi derrubado do poder, o Brasil voltou, finalmente, a
respirar ares democráticos. Por isso, a expressão Nova República.

Diante de tanta informação e tantas reformas diferentes, você pode estar se


perguntando sobre o que acontece agora. Avanços ou retrocessos?

Felizmente, o período conhecido como Nova República ficou conhecido por importantes transformações no
âmbito educacional. Não é possível esquecer que o rápido crescimento demográfico e o acelerado processo
de industrialização impulsionaram as demandas por educação. Na Constituição de 1946, a educação
aparece novamente como “um direito de todos”, inspirada nos princípios defendidos pelos escolanovistas.

A Constituição de 1946 estabeleceu os seguintes pontos:

Anualmente, a União deveria aplicar nunca menos de 10%, e os estados, o Distrito Federal e os municípios,
nunca menos de 20% da renda resultante dos impostos, na manutenção e no desenvolvimento do ensino.

Fixação da necessidade de elaboração de novas leis e diretrizes para o ensino.

Ainda em 1946, o ensino primário passou por uma reestruturação através da chamada Lei Orgânica do
Ensino Primário, instituída a partir de decretos-leis.

Saiba mais
Lei Orgânica do Ensino Primário:

Decreto-lei nº 8.529, de 2 de janeiro de 1946: organização do ensino primário nacionalmente.

Decreto-lei nº 8.530, de 2 de janeiro de 1946: organização do ensino normal.

Decretos-lei nº 8.621 e 8.622, de 10 de janeiro de 1946: criação do Senac – Serviço Nacional de


Aprendizagem do Comércio.
Naquele contexto, tivemos ainda outro debate muito importante envolvendo o setor educacional: o ministro
da Educação, Clemente Mariani, criou uma comissão de educadores com o objetivo de pensar uma reforma
geral para a educação. Assim, em 1948, a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
começou a ser discutida e pensada.

Durante 13 anos, travou-se intenso debate, no âmbito do Estado e da sociedade


civil, entre os que defendiam a prioridade da escola pública e os partidários da
liberdade de ensino. Para os primeiros, os recursos do Estado deveriam ser
empregados na manutenção e na expansão das escolas oficiais, que deveriam
ministrar um ensino obrigatório, gratuito e laico. Para os outros, esses recursos
deveriam ser transferidos às instituições particulares, que ministrariam o
ensino conforme as orientações ideológicas das famílias, cabendo ao Estado
apenas ocupar o espaço não preenchido pela iniciativa privada.

(LEI Nº 4.024/1961)

Após intensos debates envolvendo entidades estudantis, sindicatos e organizações religiosas, o projeto da
LDB finalmente virou a Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, já no governo de João Goulart. A seguir
alguns pontos contemplados na LDB:

Obrigatoriedade de matrícula nos quatros anos do ensino primário.

Ensino religioso facultativo.

Ano letivo de 180 dias.

Mais autonomia aos órgãos estaduais, por meio da diminuição da centralização do poder no MEC.

Formação do professor para o ensino médio nos cursos de nível superior.

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Criação da Lei de Diretrizes e Bases
No vídeo, Rodrigo Rainha contextualiza os acontecimentos que levaram o país do momento de criação da
Lei de Diretrizes e Bases, em 1961, ao Golpe Civil-Militar, em 1964.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Na década de 1920, um movimento conhecido como Escola Nova exerceu grande influência entre uma
parcela de intelectuais no Brasil. Avalie as assertivas sobre ideais defendidos pelos escolanovistas:

I- Renovação do ensino com uma educação baseada no estímulo do desenvolvimento das


potencialidades dos alunos.
II- Defesa de uma educação pública, laica e gratuita.
III- A educação era entendida como um direito reservado a apenas uma pequena parcela da elite.
IV- A escola era entendida como um espaço onde os sujeitos poderiam se expressar.

Está correto o que se afirma em

A I e II.

B III e IV.

C I, II e IV.
D II e III.

E I, II e III.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Os defensores da Escola Nova, nos anos 1920 e 1930, em um contexto de publicação do Manifesto dos
Pioneiros, sempre defenderam uma educação que alcançasse todas as classes sociais. Eles
acreditavam que a educação funcionaria como um importante instrumento de emancipação dos
indivíduos; portanto, ela teria que ser para todos.

Questão 2

Com a Proclamação da República, o Brasil adotou o federalismo, e o poder, até então centralizado no
imperador, foi dividido entre o presidente e os governos estaduais. Essas transformações tiveram ecos
na educação. A ideia do ensino como direito público se fortaleceu e surgiram modelos que se
perpetuaram. Analise as assertivas em relação ao período republicano:

I- Promulgação da Constituição de 1891 que determinou a descentralização do ensino.


II- Criação da Associação Brasileira de Educação (ABE).
III- Promulgação da Primeira LDB em 1961.
IV- Criação da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro em 1810.

Está correto o que se afirma em

A I somente.

B II somente.

C III somente.
D I, II e III.

E I, II e IV.

Parabéns! A alternativa D está correta.

A Biblioteca Nacional foi fundada no período imperial com um acervo de 60 mil livros doados por Dom
Pedro II. É considerada, pela Unesco, uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo. Também a
maior biblioteca da América Latina.

Considerações finais
Este material fez um passeio sobre as principais linhas educacionais que formaram o Brasil entre o fim do
Império e as vésperas do Golpe Civil-Militar de 1964. Podemos perceber que esse período é marcado por
duas grandes tendências pedagógicas: as linhas oriundas do positivismo e as caraterísticas marcantes do
tecnicismo. Enquanto até 1930 (período denominado República Velha) a tradição positivista ajudou a
organizar as bases da educação brasileira, a partir da chamada Era Vargas (1930-1945) e até 1964, temos a
consolidação de um sistema educacional organizado mediante manifestos, leis e, inclusive, a LDB
(Diretrizes de Base da Educação, de 1961) que marcaram profundamente a tradição escolar brasileira e que,
de algum modo, permanecem ainda hoje em nosso ideário educacional.

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Podcast
Conheça mais sobre os principais aspectos da educação no Brasil republicano.
Referências
ARANHA, M. L. A. História da educação. São Paulo: Moderna, 2002.

BITTENCOURT, R. A educação brasileira no Império e na República. Revista Brasileira de Estudos


Pedagógicos, v. 19, n. 49, p. 41-76, 1953.

BOMENY, H. Novos talentos, vícios antigos: os renovadores e a política. Estudos Históricos, v. 6, n. 11, p. 24-
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CAMBI, F. História da pedagogia. São Paulo: Editora da UNESP, 1999.

CARTOLANO, M. T. P. Benjamin Constant e a instrução pública no início da República. Campinas, SP:


UNICAMP, 1994.

COMTE, A. Discurso sobre o espírito positivo. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

CONFERÊNCIAS POPULARES. N. 1, janeiro de 1876. Rio de Janeiro: Tipografia de J. Villeneuve, 1876.

CURY, C. R. J. Ideologia e educação brasileira: católicos x liberais. São Paulo: Cortez Editora & Autores
Associados, 1986

FELIZARDO, J. J. História nova da República Velha. Do Manifesto de 1870 à Revolução de 1930. Petrópolis,
RJ: Editora Vozes, 1980

GADOTTI, M. Histórias das ideias pedagógicas. São Paulo: Ática, 1993.

GOMIDE, F. M. Uma reflexão histórica: crítica sobre a hipótese ficção do positivismo. Rio de Janeiro: Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas/CNPq, 1999.

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. INEP. Manifesto dos Pioneiros da
Escola Nova. Revista brasileira de estudos pedagógicos, v. 1, n. 1, jul. 1944.

LACOMBE, A. J. À sombra de Rui Barbosa. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1984.

MENEZES, J. G. et al. Estrutura e funcionamento da educação básica. São Paulo: Pioneira. 1998.
PAIVA, V. P. Educação popular e educação de adultos: contribuição à história da educação brasileira. São
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ROMANELLI, O. História da educação no brasil 1930-73. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1978.

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Para concluir seu estudo, leia o artigo Rui Barbosa e a educação brasileira: métodos e programas, de Najla
Mehanna Mormul e Maria Cristina Gomes Machado, publicado na Série-Estudos - Periódico do Programa de
Pós-Graduação em Educação da UCDB, n. 32, jul./dez. 2011.

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