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O Positivismo foi uma corrente filosófica criada pelo filósofo francês Auguste Comte

(1798-1857), no início do século XIX. Defendia a ideia de que o conhecimento científico


é a única forma de conhecimento verdadeiro e que a regra para o progresso social é a
disciplina e a ordem. A corrente positivista promove o culto à ciência, o mundo
humano e o materialismo em detrimento da metafísica e do mundo espiritual.

HISTÓRIA
O século XIX foi marcado por intensas
crises. Na Inglaterra, as indústrias cresciam a
todo vapor, o que resultou no crescimento
desordenado das cidades. A França viveu um
período conturbado pós-revolução, pois,
durante certo tempo, não houve um governo
que garantisse a ordem social e política, então
não é de se estranhar que mudanças intensas
e revoluções resultem em crises. O termo
positivismo foi utilizado como conceito pela
primeira vez para designar o cientificismo
enquanto método, pelo filósofo francês,
Claude-Henri de Rouvroy, Conde de
Saint-Simon (1760-1825). Porém, será Auguste
Comte (1798-1857), seu discípulo, que irá apresentar uma proposta de saída para as
crises vividas. Sua obra fundamental, o "Curso de Filosofia Positiva", escrito entre 1830
e 1842, é o tratado metodológico positivista, colocou que o avanço científico deveria
fixar-se junto ao avanço moral para o progresso da humanidade, o que somente seria
alcançado por meio da ordem e da disciplina.
Comte formulou a Lei dos Três Estados, teoria que classificou três grandes
momentos de desenvolvimento da humanidade:
● Estado teológico: momento místico, quando o ser humano acreditava em
deuses e seres mitológicos e creditava a esses seres sobrenaturais toda a
responsabilidade pela criação e manutenção do mundo.
● Estado metafísico: período iniciado com o surgimento da Filosofia, em que
explicações mitológicas já não eram tão aceitas, dando lugar à necessidade de
argumentações lógicas e racionais para formular teorias sobre o mundo.

● Estado positivo: esse era o estágio inaugural em sua época, quando o ser
humano passa a buscar fundamentação de suas teorias na observação e no
trabalho empírico com a natureza, fortalecendo as ciências e fortalecendo a
busca por explicações sobre a natureza na própria natureza.
Vale destacar que Comte viveu no contexto do fim do iluminismo e ascensão do
cientificismo, no qual existe a crença de que a força do intelecto tudo pode. Contudo,
como morreu alguns anos antes de Darwin publicar “A Origem das Espécies” (1859) e
Marx escrever “O Capital” (1867-1894), ele não se influenciou pelas ideias desses
autores.

CARACTERÍSTICAS
O Positivismo é a “romantização da ciência”. É uma classificação totalmente
cientificista do conhecimento e da ética humana, onde se desconfia da introspecção
como meio de se atingir o conhecimento. Assim, não há objetividade na informação
obtida, tal como nos fenômenos não observáveis, estes seriam inacessíveis à ciência,
uma vez que ela somente se fundamenta em teorias comprovadas por métodos
científicos válidos. Desse modo, a experiência sensível seria a única a produzir dados
concretos (positivos), a partir do mundo físico ou material.
A metodologia básica positivista é a observação dos fenômenos. Dela, se privilegia a
observação à imaginação dos fatos, desconsiderando completamente todo
conhecimento que não possa ser comprovado cientificamente.

POSITIVISMO NO BRASIL
Essa corrente filosófica se espalhou pela Europa durante a segunda metade do
século XIX. Já no Brasil, ela chegará apenas no Século XX, quando as idéias de Comte,
serão propagadas pelos pensadores: Miguel Lemos (1854-1917); Teixeira Mendes
(1855-1927); Benjamin Constant (1836-1891) etc.
A Primeira República no Brasil, que teve início em 1889, com a deposição de D.
Pedro II, foi um período fortemente influenciado pelo positivismo, principalmente em
seu início. Símbolos nacionais, como a bandeira brasileira e o Hino à Bandeira,
surgiram no período de influência positivista. A frase gravada no centro da bandeira,
“ordem e progresso”, atesta tal influência, que impõe a necessidade da ordem política
e social e valoriza a liberdade individual (que carrega consigo a responsabilidade moral
do agir).
POSITIVISMO E RELIGIÃO
Auguste Comte criou a Religião da Humanidade, ou a religião positiva, com a obra
“Sistema de Política Positiva” (1851-1854). Ela tem as seguintes diretrizes: "O Amor por
princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim". É curioso notar que a religião
positivista também utilizava símbolos, sinais, estandartes, vestes litúrgicas, dias de
santos (grandes tipos humanos), sacramentos e comemorações cívicas com um
calendário próprio. O calendário positivista é de base lunar e com 13 meses de 28 dias.

CURIOSIDADES
O Positivismo é uma reação radical ao Transcendentalismo Idealista alemão e ao
Romantismo.
Auguste Comte foi o criador da palavra "altruísmo" para resumir o ideal de sua Nova
Religião.
Os termos “Ordem e Progresso” na bandeira do Brasil são de inspiração positivista.
Os precursores do positivismo na França foram Montesquieu (1689-1755) e
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).
As teorias de Comte foram criticadas pela tradição sociológica e filosófica marxista,
especialmente pela Escola de Frankfurt.

BIBLIOGRAFIA
● https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/positivismo.htm
● https://www.youtube.com/watch?v=QpPtymzpdyI
● https://www.todamateria.com.br/positivismo/
● https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/positivismo.htm

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