Você está na página 1de 3

PREVEST

ERICA SARZEDAS ENEM

FILOSOFIA E SOCIOLOGIA

Pré-socráticos
.

Demócrito, um dos filósofos pré-socráticos, foi considerado o “pai” da Química.

Os estudos acadêmicos convencionam que o período pré-socrático foi o primeiro período da Filosofia


ocidental. Os primeiros filósofos surgiram na Grécia, há mais ou menos 2600 anos. Uma série de fatores levou
os gregos a criarem um modo de pensar autônomo e racional. Entre tais fatores, estão:
 a necessidade de contrapor as ideias mitológicas acerca da origem do Universo;

 a pluralidade de povos que compunha a região da Grécia Antiga;


 o florescimento do comércio e da navegação;

 o contato com povos egípcios e babilônicos.

O primeiro período da Filosofia grega é denominado como Pré-Socrático (pois seus representantes fizeram


uma Filosofia diferente da que foi feita por Sócrates, quase 200 anos depois de Tales de Mileto)
ou Cosmológico (pois eles fizeram um tipo de cosmologia, que é uma maneira racional de entender
a origem do Universo — cosmos, em grego — em oposição à visão mitológica).

Objetivos dos pré-socráticos


Os primeiros traços da Filosofia grega pré-socrática surgem com Tales de Mileto, um comerciante e
estudioso habitante da região da Jônia, conjunto de ilhas gregas situadas no atual território turco. Diz a
História que Tales era um exímio matemático, astrônomo e estrategista. Ele previu, no ano de 585 a.C., o
acontecimento de um eclipse total do Sol, por meio de cálculos matemáticos e previsões astronômicas.
Considera-se o ano de 585 a.C. como o período de seu amadurecimento intelectual, quando, provavelmente,
ele propôs, pela primeira vez, uma teoria cosmológica. Tales, em oposição ao que diziam as cosmogonias
gregas, que narravam o surgimento do Universo com base em histórias fantasiosas que envolviam deuses,
observou a natureza e propôs uma possível origem racional para tudo, com base na sua observação, sendo essa
origem a água. A partir disso, ele fundou um novo modo de pensar baseado na razão.

O ato de observar a natureza, a fim de propor uma possível origem racional para tudo, fez de Tales o


primeiro filósofo e impulsionou o objetivo que se tornaria comum entre todos os pré-socráticos: formular uma
possível origem racional para o mundo por meio da observação empírica da natureza e do uso da faculdade
racional humana.
Se, até então, o ser humano criava histórias fantasiosas para explicar o que não sabia explicar (os mais
variados fenômenos naturais), a partir dos pré-socráticos, o ser humano passa a utilizar a racionalidade para
entender o Universo, sendo que o principal objetivo de todos os pré-socráticos era estabelecer a origem
precisa de tudo o que existe.

Principais ideias
Como os objetivos dos pré-socráticos eram os mesmos, as suas principais ideias eram parecidas. Todos eles
estavam buscando a formulação de um raciocínio para o surgimento do Universo por meio da cosmologia.
Há uma dificuldade de estabelecimento preciso e aprofundado acerca das ideias dos pré-socráticos, pois
muitos deles deixaram poucos escritos, e muitos escritos sumiram, foram destruídos ou se encontram, hoje,
em confusos fragmentos.
É certo apenas que todos os pré-socráticos deixaram suas contribuições para a cosmologia e que cada um
deles descreveu um ou vários elementos como a causa de tudo o que existe. A natureza, objeto de estudo
daqueles pensadores, era chamada pelos gregos de physis, e o princípio de tudo era chamado de arché. Os
pré-socráticos que convencionaram não haver um único elemento gerador de tudo, mas vários, foram
chamados de pluralistas. Para facilitar os estudos, os historiadores da Filosofia agruparam os pré-socráticos
em escolas, de acordo com as ideias de cada pensador.
Estas são as principais escolas:

 Escola Jônica: o pensamento fundado por Tales, que afirmava que a água seria o princípio de
tudo, foi continuado por Anaximandro, que afirmava que a origem dava-se por um elemento
infinito e indefinível, o que ele chamou de ápeiron. Outro expoente do pensamento jônico deu-
se com o discípulo de Anaximandro, Anaxímenes, que postulou que o princípio de tudo ocorreu
por meio de um elemento infinito, mas bem definido, o ar. Heráclito de Éfeso, outro jônico,
afirmou ser o fogo a origem de tudo, o que daria à natureza um caráter transformador.
 Escola Pitagórica: Pitágoras de Samos, um grande matemático antigo, observou a presença das
relações matemáticas em toda a natureza. Com base nos tamanhos, pesos, proporções, distâncias
e valores variados, a natureza seria constituída pela própria Matemática. Segundo o filósofo, a
origem de tudo seria, precisamente, o início de qualquer figura geométrica — o ponto e a ideia
de unidade.
 Escola Eleata: os principais eleatas são Parmênides e Zenão, que formularam o princípio não
com base em um elemento preciso, mas na imobilidade de todas as coisas que evidencia a
essência de tudo. Segundo Parmênides, não havia criação e nem mudanças, mas uma essência
eterna e imutável de tudo. A mudança que percebemos no mundo seria fruto do engano de
nossos sentidos.
 Escola Pluralista: os principais pluralistas são Empédocles, Anaxágoras, Demócrito e Leucipo.
Todos eles afirmavam não haver um único elemento causador de tudo, mas uma composição
plural que originou o Universo. Para Empédocles, essa origem dava-se com base nos quatro
elementos da natureza — terra, fogo, água e ar. Para Anaxágoras, a origem estava no que ele
chamou de sementes, que seriam compostos que se aglutinariam ou seriam separados pela
afinidade, por meio das forças naturais que ele chamou de amor e ódio. Leucipo e Demócrito,
considerados os “pais” da Química, formularam os átomos como origem de tudo. A palavra
átomo vem do grego antigo e significa indivisível. Os átomos seriam, segundo os pensadores, as
menores partículas que se aglutinam, com partículas semelhantes a si mesmas, para formar os
objetos do mundo.

Por que estudar os pré-socráticos?


As ideias pré-socráticas parecem absurdas, hoje, devido ao alto desenvolvimento tecnológico e científico a
que a humanidade chegou. De qualquer forma, o início de todo o conhecimento racional ocidental deu-se no
período pré-socrático. As ideias dos pré-socráticos impulsionaram, por exemplo, as ciências da natureza, ao
mostrarem que a resposta para as perguntas naturais não se encontra fora deste mundo, mas na própria
natureza.
Além da importância científica, há também uma importância histórica que valoriza o período Pré-Socrático
devido à sua relevância para a constituição de toda a Filosofia posterior.

Bibliografia
São poucos os escritos deixados pelos filósofos pré-socráticos. Muitos textos perderam-se, foram destruídos
por pessoas (como no incêndio da Biblioteca de Alexandria) ou por catástrofes naturais. Também é notório
que os pré-socráticos não escreviam visando à publicação, como nós a entendemos hoje, por isso, a maioria
dos escritos sequer possui título.
Alguns estudiosos, porém, antigos ou recentes, dedicaram-se a reunir e comentar as obras filosóficas pré-
socráticas. As maiores referências às obras dos pré-socráticos estão nos livros de Aristóteles. Filósofos
modernos e do início da Contemporaneidade, como Hegel, Nietzsche e Heidegger, também comentaram,
citaram e criticaram os pré-socráticos.

Você também pode gostar