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1800 a.C. – Diversos povos já têm registros astronômicos muito acurados sobre os
eclipses e o movimento das estrelas e dos planetas. Os centros mais avançados de observação
se encontram na China, no Egito e no Oriente Médio, lugares onde a astronomia parece ter sido
uma das atividades mais antigas.
750 a.C. – Os egípcios notam que o Sol passa pelo céu de maneira regular e que esse
movimento poderia ser usado para contar o tempo. Surgem os mais antigos relógios de sol.
Muitos consistiam apenas de uma vareta enterrada no solo, com um círculo desenhado à volta.
À medida que o Sol percorria o céu no decorrer do dia, a sombra da vareta apontava para
diferentes pontos do círculo, permitindo, com um pouco de experiência, determinar a hora com
certa precisão.
600 a.C. – O mais antigo método para calcular um eclipse é registrado pelos gregos. O
sábio Tales de Mileto (624 a.C.-546 a.C.) calcula e prevê a chegada de um eclipse que deve ter
acontecido no dia 28 de maio de 285 a.C. É o que avaliam os astrônomos de hoje, de acordo
com os conhecimentos que têm sobre o movimento do Sol no passado.
350 a.C. – O matemático grego Eudoxo de Cnidos (400 a.C.-350 a.C.?) deixa o primeiro
registro de um mapa astronômico. Com grande sofisticação, esse mapa se baseia numa "grade"
de linhas imaginárias, muito semelhantes às linhas de longitude e latitude empregadas hoje pela
geografia. A diferença é que, em vez da superfície da Terra, as linhas de Eudoxo percorrem o
céu, centradas na estrela polar. Nessas linhas, o matemático anota a posição das estrelas já
conhecidas. Possivelmente, outros povos, em especial os chineses, também tenham tido mapas
celestes por essa época.
240 a.C. – O grego Erastóstenes (276 a.C.-194 a.C.) faz o primeiro cálculo da
circunferência da Terra e encontra a distância de 39.690 km. Sua experiência é considerada
prodigiosa, já que a margem de erro é praticamente desprezível.
140 – O grego Claudius Ptolomeu faz uma importante síntese da astronomia. A Terra
seria o centro do Universo e a sua volta, presos a esferas de cristal, girariam o Sol, os planetas
e as estrelas. Abandonado pela ciência moderna, esse sistema descreve o movimento dos astros
com bastante precisão e continua em vigor um milênio e meio após sua criação.
1054 – Astrônomos chineses registram, pela primeira vez, a morte de uma estrela.
Situada na constelação de Touro, ela se torna, de uma hora para outra, a luz mais forte do céu.
Suplanta até o planeta Vênus, de brilho mais intenso. Por três semanas, a estrela em explosão
pode ser vista mesmo durante o dia. Ela reluz até o ano de 1056. Hoje se sabe que as estrelas
desaparecem numa explosão chamada nova, ou, se o astro é muito grande, supernova. A que
os chineses viram era uma nova.
1543 – A primeira grande revolução no estudo do céu é liderada pelo padre polonês
Nicolau Copérnico. Em seu livro Sobre a Revolução dos Corpos Celestes, ele defende o
heliocentrismo: teoria de que todos os planetas, inclusive a Terra, giram em torno do Sol. O novo
sistema, apesar de ser bem mais complicado que seu antecessor, do ponto de vista matemático,
explica com mais clareza e mais lógica os movimentos dos astros.
1781 – O sexto planeta, Urano , é descoberto pelo inglês William Herschel (1738-1822),
professor de música e astrônomo amador. O inglês John C. Adams (1819-1892) e o francês
Urbain-Joseph Leverrier (1811-1877) encontram Netuno em 1846. Plutão seria identificado em
1930 pelo americano Clyde Tombaugh (1906-). Os planetas Mercúrio , Vênus , Marte , Júpiter e
Saturno já eram acompanhados pelos povos antigos.
1862 – O físico sueco Anders Jonas Angströn (1814-1874) anuncia que o Sol contém
hidrogênio. Ele faz a descoberta ao comparar a luz solar com a luz produzida em laboratório pelo
hidrogênio aquecido. Pela semelhança, Angströn conclui que esse elemento é abundante na
estrela mais próxima da Terra.
1905 – Difícil de observar, porque fica muito perto do Sol e é ofuscado por sua luz,
Mercúrio só começa a ser estudado para valer nesse século. É quando o italiano Giovanni
Virginio Schiaparelli (1835-1910) nota umas poucas manchas e linhas na superfície do planeta.
O astrônomo percebe que seu telescópio sempre aponta para as mesmas marcas e deduz que
a rotação de Mercúrio é peculiar: ele sempre vira a mesma face para o Sol e, portanto, também
mantém a outra face sempre voltada para a Terra. A gravidade solar, por causa da proximidade,
puxa o planeta com muita força e controla sua rotação.
1929 – Uma das descobertas mais importantes deste século é feita pelo norte-americano
Edwin Powell Hubble (1889-1953). Ele anuncia que todas as galáxias se afastam umas das
outras, fugindo para distâncias cada vez maiores. Isso leva a crer que o Universo está em
expansão. Ele teria nascido como um ponto bem pequeno, há uns 13 bilhões de anos, explodido
e passado a crescer como um balão. Dessa forma, todas as galáxias ficam cada vez mais longe
umas das outras. Essa maneira de ver o cosmo é conhecida como a Teoria do Big Bang.
1934 – O astrônomo suíço Fritz Zwicky (1898-1974) afirma que explosões estelares
muito violentas podem deixar como resíduo um novo tipo de astro. São as estrelas de nêutrons,
cuja massa é composta apenas de partículas subatômicas - os nêutrons. Elas surgem porque,
ao morrer, a estrela-mãe esmaga seu próprio núcleo. Para ter uma ideia, uma esfera como o Sol,
depois de uma compressão desse tipo, ficaria com uns 4 ou 5 km de raio. Hoje se acredita que
esses astros sejam idênticos aos pulsares .
1948 – O primeiro físico a tentar analisar o Big Bang - a grande explosão que dá início
ao Universo - é o ucraniano Guiorgui Gamov (1904-1968). Ele declara que o Universo jovem
deve ter sido um caldo denso e tórrido de partículas subatômicas. Gamov tenta calcular a
temperatura desse caldo e supõe que, nesses momentos iniciais, o Universo teria liberado uma
forte onda luminosa, mais tarde chamada de radiação de fundo. Com isso, ele indica o caminho
para o desenvolvimento da Teoria do Big Bang .
As provas do Big Bang – Os cosmologistas conhecem três evidências bem claras de
que o Universo realmente surgiu de uma grande explosão, o chamado Big Bang, há cerca de 13
bilhões de anos. A primeira é a fuga das galáxias: pelo telescópio, observa-se que todas as
galáxias se estão afastando umas das outras, justamente como seria de esperar se o cosmo
estivesse crescendo ou em expansão. A segunda evidência é o brilho da explosão. Ela banha a
Terra de todos os lados ao mesmo tempo, na forma de ondas de rádio bem curtas, o que significa
que podem ser sintonizadas até hoje por qualquer aparelho de TV, aparecendo na tela como um
chuvisco permanente. Finalmente, calcula-se que a detonação cósmica deva ter produzido
apenas dois elementos químicos, e em proporção bem definida: 75% de hidrogênio e 25% de
hélio. E é essa a proporção dos gases no espaço.
1964 – O brilho do Big Bang - isto é, a luz que emergiu durante a explosão que criou o
Universo, há cerca de 13 bilhões de anos - é detectado pelos norte-americanos Arno Allan
Penzias (1933-) e Robert Woodrow Wilson (1936-). Ao tentar aumentar a eficiência de uma
antena de comunicação com satélites, eles sintonizam um ruído assustador que parecia vir, ao
mesmo tempo, de todas as direções do céu. Consultam o físico Robert Henry Dicke (1916-), que
afirma que uma luz com essa característica só pode ser o próprio brilho do Universo. Como ela
brotou da totalidade do cosmo, continua a percorrê-lo em todas as direções.
1967 – O inglês Anthony Hewish (1924-) capta sinais de rádio do primeiro pulsar, um tipo
de estrela que emite radiação na forma de pulsos regulares. Alguns desses pulsos chegam à
Terra ao ritmo de um a cada milésimo de segundo. Isso acontece porque o pulsar lança um único
feixe de luz (ou de ondas de rádio, que, para os físicos, também são uma forma de luz). Como o
astro gira, esse feixe passa pelos telescópios de tempos a tempos, como se fossem pulsos.
1971 – Surge o primeiro indício concreto de que os buracos negros existem. Esses astros
representam as maiores concentrações de matéria do Universo. Quem detecta o possível buraco
negro é o canadense C.T. Bolt. Ele chega a essa conclusão ao analisar os dados de um
telescópio de raios X apontado para a Constelação de Cisne. Os buracos negros haviam sido
previstos na Teoria da Relatividade Geral pelo astrônomo alemão Karl Schwarzchild (1873-
1916).
1983 – Encontrados os primeiros sinais de planetas fora do Sistema Solar. Eles estariam
girando em torno da estrela Vega, que fica a 26 anos-luz daqui. Nas imagens obtidas pelo norte-
americano Fred Gillett, Vega aparecia cercada por nuvens de gás e poeira que podem ser
planetas ainda em formação.
1987 – No Observatório de Cerro Tololo, no Chile, o canadense Ian Shelton observa a
primeira supernova próxima da Terra. Ela brilhou numa galáxia vizinha da Via Láctea, a Grande
Nuvem de Magalhães. Supernovas são explosões de grandes estrelas ao morrer.
1992 – O radiotelescópio orbital Cobe fotografa o brilho do Big Bang. Com precisão
extraordinária, ele capta minúsculas diferenças de intensidade no brilho cósmico. Essas
variações teriam sido as sementes que deram origem às galáxias, há cerca de 12 bilhões de
anos.
2002 - Surge a primeira evidência forte de que existem galáxias negras — compostas
apenas de uma matéria escura, de natureza ainda desconhecida pela ciência. Mas sabe-se que
a matéria escura existe pela rotação das galáxias normais: Elas giram muito mais depressa do
que deveriam, se tivessem apenas átomos brilhantes. A velocidade cresce com a massa: quanto
maior a massa, maior a rapidez. Todas as galáxias, então, têm sua dose de matéria escura, mas
aparentemente existem galáxias feitas apenas desse material misterioso. O astrônomo inglês
Neil Trentham desconfiou disso porque viu um turbilhão de gás e poeira caindo em certa direção,
como se tivesse sendo atraído pela gravidade de uma grande massa celeste. Mas no foco do
turbilhão nada se vê: poderia ser uma galáxia negra.
2003 - Surge o primeiro sistema de planetas parecido com o que gira em torno do Sol.
Os planetas descobertos giram em volta de outra estrela, situada a 90 anos-luz de distância da
Terra (1 ano-luz mede 9,5 trilhões de quilômetros). Essa estrela não tem nome; é conhecida por
uma sigla: HD 70642. É muito parecida com o Sol: é amarela e tem aproximadamente 5 bilhões
de anos de idade. Seus planetas também podem ser parecidos com os do Sol. Os autores da
descoberta, anunciada em julho de 2003, foram os americanos Paul Butler e Geoffrey Marcy.
A astronomia é a ciência que tem por objetivo o estudo do universo como um todo, e
também dos diferentes corpos que o compõem. Seus integrantes se agrupam em estruturas
progressivamente crescentes: estrelas de diversas magnitudes, com seus planetas e satélites,
que, acrescidos à matéria interestelar, formam as galáxias; estas, por sua vez, se agrupam em
aglomerados e superaglomerados de galáxias. O astrônomo descreve todos esses corpos
celestes, estuda sua composição e analisa tanto as relações que mantêm entre si quanto sua
evolução no tempo.
Os avanços alcançados com a aplicação da física moderna ao estudo dos astros deram
origem a duas especialidades bem diferenciadas da ciência astronômica: a astronomia clássica
e a astrofísica. O fato de ser aquele primeiro ramo mais antigo não significa que tenha deixado
de ser importante.
A astrofísica aplica ao estudo dos astros as teorias e técnicas que revolucionaram a física
desde o início do século XX. Sobressaem, entre tais técnicas, a fotometria, a espectroscopia e a
análise das ondas de rádio emitidas pelos corpos celestes, ou radioastronomia. Além disso,
fazem parte da astrofísica a física das estrelas, que tem como objeto de estudo a estrutura e
composição desses astros; a cosmogonia, que trata da origem e evolução de todos os objetos
celestes; e a cosmologia, que se volta para a estrutura e a evolução do universo como um todo.
A rotação da Terra ao redor de seu eixo é a causa do aparente deslocamento diário dos
astros de leste para oeste. Os únicos pontos de abóbada celeste que não participam dessa
trajetória são os prolongamentos do eixo de rotação do planeta sobre a esfera celeste conhecidos
como polos norte e sul celestes. A altura, isto é, o ângulo formado pelo horizonte e a linha visual
que se dirige para o polo celeste, é a latitude do lugar. Uma linha traçada verticalmente sobre
esse ponto corta a esfera celeste em dois pontos, denominados zênite (o superior), e nadir (o
inferior), diametralmente oposto. Por outro lado, o círculo máximo delimitado pelo zênite, pelo
nadir e pelos polos celestes é o meridiano do ponto considerado e corta o horizonte de norte a
sul.
Devido à rotação terrestre, os astros descrevem círculos ao redor dos polos. As estrelas
cuja distância angular em relação ao polo celeste é inferior à sua latitude nunca se põem abaixo
do horizonte e são chamadas circumpolares. A mais próxima do polo norte é a estrela polar, que
dista do polo apenas 0,9o e descreve um círculo praticamente imperceptível. Os astros alcançam
uma altura máxima ou mínima sobre o horizonte quando cruzam o meridiano do lugar. No
hemisfério norte, a direção norte é a única em que se pode apreciar as estrelas circumpolares
ao polo norte. O contrário ocorre ao hemisfério sul. Nos polos, todas as estrelas são
circumpolares; sobre a linha do equador, nenhuma o é.
Revolução da Terra ao redor do Sol
Anualmente, a Terra descreve em torno do Sol uma órbita cujo plano forma um ângulo
de 23º27'. De maneira análoga, para um observador situado na Terra, o Sol, em vez de descrever
uma circunferência em torno dos polos celestes, como as outras estrelas, parece efetuar um
movimento helicoidal. Seu deslocamento diário descreve aproximadamente um círculo, mas
cada dia culmina sobre o horizonte com uma altura diferente. Independente de seu movimento
diário, o Sol descreve uma órbita aparente, com a duração de um ano, ao redor da Terra. Esta
órbita se chama eclíptica e se assinala, na esfera celeste, com as 12 constelações do zodíaco:
Capricórnio, Aquário, Peixes, Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião e
Sagitário.
A órbita terrestre em torno do Sol é uma elipse. No ponto mais afastado do Sol (afélio) a
distância entre os dois astros é de 152,1 milhões de quilômetros. Ocorre em todo início de julho.
Já o ponto mais próximo do Sol (periélio), que ocorre todo início de janeiro, equivale a uma
distância de 147,1 milhões de quilômetros.
Precessão e mutação
Quando, sobre um pião atuam duas forças distintas, o eixo de seu giro reage,
deslocando-se a si próprio perpendicularmente e efetuando uma forma peculiar de rotação,
denominada precessão.
Por não ser a Terra uma esfera perfeita, e por causa da inclinação do plano equatorial
terrestre com relação à eclíptica, as forças de atração que atuam no eixo de rotação do planeta
provocam um movimento de precessão em torno de um eixo perpendicular à eclíptica. Para um
observador na Terra, o resultado desse deslocamento é um giro dos polos celestes em torno dos
polos da eclíptica. Assim, na década de 1980, o polo norte se encontrava a 0,9 da estrela polar,
aproximando-se cada vez mais até o ano 2012. Dentro de 14.000 anos, porém, será a estrela
Vega, da constelação de Lira, que marcará a posição do polo norte na abóbada celeste.
Outra consequência significativa do movimento de precessão é o deslocamento do
equinócio de primavera em direção contrária à da órbita solar. O ponto vernal percorre a eclíptica
a cada 25.700 anos, correspondentes ao período do movimento de precessão, de modo que, ao
longo de um ano, esse ponto avança 50'37". Assim, uma vez que o sistema de coordenadas das
estrelas se refere a esse ponto, registram-se variações do movimento de precessão. Por isso é
necessário indicar a que anos se referem.
Esse método, contudo, não é válido para calcular a distância de uma determinada
estrela, porque a separação entre os dois pontos de observação é insignificante quando
comparada à distância em que se encontram as estrelas mais próximas. Nesse caso, é possível
medir-se a chamada paralaxe anual, isto é, o deslocamento da estrela quando sua posição é
registrada a partir de pontos opostos da órbita terrestre. Esse procedimento alternativo, no
entanto, só permite proceder à localização de estrelas situadas a cerca de cem anos-luz de
distância.
Na década de 1920, observou-se que as raias do espectro que gerava a luz proveniente
de galáxias distantes encontram-se deslocadas para a parte vermelha do espectro, isto é, para
a zona de menores frequências. Isso se explica pelo fato de que devido à expansão geral do
universo, as galáxias se afastam da Terra com uma velocidade proporcional à sua distância. O
retrocesso, em razão do efeito chamado Doppler, produz um deslocamento das linhas espectrais
para o vermelho (se o movimento fosse de aproximação, o deslocamento produzido seria para o
azul). A relação entre a velocidade de afastamento e a distância oferecida pela constante de
Hubble, cujo valor é de aproximadamente 75km/s por megaparsec de distância (um megaparsec
= 3,26 x 106 anos-luz).
A avaliação da distância de corpos celestes próximos à Terra, como a Lua por exemplo,
pode ser feita através da emissão de ondas de rádio, as quais, após se refletirem na superfície
do astro, são recebidas novamente pela Terra. Dessa forma, obtém-se a distância com grande
precisão (com uma margem de erro da ordem de um quilômetro).
Ainda maior precisão pode ser obtida com o emprego do raio laser, que é devolvido pela
superfície lunar por meio de um refletor lá instalado pelos astronautas da nave Apolo XI, em
1969.
Unidades - Dentro do sistema solar, toma-se como unidade de medida a distância média
entre a Terra e o Sol, conhecida como unidade astronômica (U.A.) e cujo valor, fixado em 1976
pela União Astronômica Internacional, é de 149.597.870km.
1 al = 9,4653 x 1012km
= 0,3066 parsec
= 63.240 U.A.
1 pc = 30,857 x 1012km
= 3,262 al
= 206.265 U.A.
Mecânica celeste. A mecânica celeste tem como objeto de estudo o movimento dos
planetas, satélites e outros astros. Como todos se movimentam graças à ação de forças
gravitacionais, a observação desses movimentos permitiu a elaboração de uma teoria geral da
gravitação que se aplica ao cálculo das órbitas e de sua resolução no tempo.
As leis que regem o movimento planetário foram enunciadas no início do século XVII
por Johannes Kepler e são as seguintes:
(1) Os planetas giram em torno do Sol em órbitas elípticas e o Sol ocupa um dos focos.
(2) No movimento de cada planeta as áreas varridas pelo raio vetor que une o planeta
ao Sol são proporcionais ao tempo gasto para percorrê-las.
(3) Os quadrados dos tempos das revoluções siderais dos planetas são proporcionais
aos cubos dos grandes eixos de suas órbitas.
As leis de Kepler, no entanto, foram determinadas empiricamente, sem se referirem ao
tipo de interação que se dá entre o Sol e os planetas. Deve-se a Newton a descoberta de que a
mesma força que a Terra exerce sobre os corpos, e que chamamos de peso, é também
responsável pelos movimentos planetários. Essa força, denominada gravidade, é definida pela
lei da gravitação universal: dois corpos se atraem com uma força (F), diretamente proporcional
ao produto de suas massas (m1, m2), e inversamente proporcional ao quadrado da distância (r),
que os separa. Essa relação é matematicamente expressa por:
É possível demonstrar que todo corpo, sob a atração gravitacional de outro, descreve
uma órbita que pode ser uma seção cônica ou elíptica, parabólica ou hiperbólica, conforme
a energia total em causa.
Há ainda outro aspecto em que a lei de Newton generaliza as de Kepler. Como essa lei
é universal, não se aplica apenas ao movimento planetário, mas também a qualquer outro
sistema de corpos que se movam sob a ação da gravidade, tais como satélites, ou sistemas
binários de estrelas (duas estrelas que giram uma em redor da outra, sob a ação da força
gravitacional). Embora a lei da gravitação de Newton tenha sido corrigida pela teoria do campo
gravitacional de Einstein (teoria da relatividade geral), é suficientemente precisa para a imensa
maioria dos cálculos de órbitas. Somente no caso de deslocamentos realizados na presença de
campos gravitacionais muito intensos observou-se que a teoria de Einstein é mais precisa.
Assim, por exemplo, os dados fornecidos pelas duas teorias para a órbita de Mercúrio
dão resultados diferentes e confirma-se nesse caso, através dos parâmetros experimentais, a
maior precisão da teoria relativista.
Zênite
O segundo grupo situa-se mais próximo do Sol e do nosso planeta: são os NEOs, sigla
em inglês para Near Earth Object , ou objetos próximos da Terra, identificados principalmente a
partir de 1999 e monitorados para evitar colisões. Astrônomos ingleses explicaram, na época,
que essas rochas cósmicas podem ter sido arrancadas aos milhares do Grande Cinturão, num
passado remoto, passando, em seguida, a gravitar perto da Terra. Em 2001, o número desses
asteroides, cuja órbita se conhece com precisão, chegava a 300. Em 2004, um desses
asteroides, chamado Toutatis, de quase 5 km de comprimento, passou a pouco mais de 1,55
milhão de quilômetros da Terra, quatro vezes a distância que nos separa da Lua.
Cinturão de Kuiper
Cinturão de Kuiper – Há também uma grande concentração de corpos pequenos na
região de Urano e outra, ainda maior, para além da órbita de Plutão, no chamado Cinturão de
Kuiper. Calcula-se que existam 200 milhões de objetos neste cinturão, cuja existência só ficou
comprovada em 1994.
Naquele ano, a norte-americana Jane Luu, do Centro Harvard-Smithsonian para
Astrofísica, detecta 35 mil corpos com diâmetro entre 100 km e 400 km para além de 500 milhões
de km da órbita de Plutão. Hoje há uma tendência a classificar esses objetos como planetas
menores, uma nova categoria de astros, dos quais o maior seria o próprio Plutão. Esses últimos
corpúsculos são feitos principalmente de gelo e de poeira aglomerada, ao contrário dos outros
três conjuntos, nos quais predominam os corpos inteiramente rochosos.
A queda de um dos corpos grandes desse grupo na superfície da Terra poderia extinguir
a espécie humana e até a vida terrestre, como se acredita ter ocorrido com os dinossauros há
65 milhões de anos. Por isso, alguns caçadores de asteroides defendem a ideia de desenvolver
foguetes dotados de raios laser ou mesmo de bombas nucleares para destruir um possível
invasor do espaço terrestre. Cálculos estatísticos, contudo, revelam que o risco de ocorrer um
choque entre a Terra e um corpo com mais de 1 km de diâmetro é de apenas um a cada 300 mil
anos.
Um asteroide gigante pode ter sido a causa da extinção dos dinossauros, há 65 milhões
de anos. Mas um outro bólido, muito mais antigo, também pode ter sido responsável pela
extinção maciça de 90% das espécies marinhas e 70% das terrestres no período Permiano (250
milhões de anos) – última grande matança global antes do aparecimento dos dinossauros. O
impacto do asteroide e atividades vulcânicas ocorridas sincronicamente podem ter causado as
extinções, segundo os cientistas.
Estrelas são corpos celestes de forma esférica que irradiam luz, com massa na faixa de
0,1 a 100 vezes à do Sol. Elas se agrupam pela atração gravitacional em sistemas gigantescos
que são as galáxias. O Universo contém aproximadamente 100 bilhões de galáxias, embora só
uma pequena parte seja visível a olho nu. Dentro delas, as estrelas podem ser solitárias, como
é o caso do Sol, ou se reunir em pares, trios ou quartetos. Também existem ajuntamentos de até
1 milhão de estrelas, chamados aglomerados estelares.
As estrelas nascem de gigantescas nuvens de gás e poeira que, sob a ação de sua
própria gravidade, encolhem até atingir pressão e temperatura extremamente altas que
desencadeiam reações nucleares em seu interior. Essas reações transformam o hidrogênio, que
é a matéria-prima básica de todos os astros, em outros elementos químicos, principalmente em
hélio, carbono e oxigênio. A estrela permanece a maior parte de sua vida - milhões ou bilhões
de anos - nesse estágio, conhecido como sequência principal. Suas características vão depender
de sua massa. Quanto maior ela for, maior é a temperatura, a luminosidade e a quantidade de
energia que emite.
Já os astros de massa grande, dez ou mais vezes superiores à do Sol, inflam, voltam a
encolher rapidamente e, então, estouram numa explosão imensa, chamada de supernova. Seu
brilho equivale ao de 100 bilhões de estrelas comuns em conjunto. A cada ano acontecem
apenas dois ou três superes touros em cada galáxia. Também nesse caso, sobra um núcleo, só
que muito mais denso que as anãs brancas. Há dois níveis de densidade. No patamar mais
baixo, surge um caroço com cerca de 10 km de raio chamado estrela de nêutron, ou pulsar.
Quase totalmente sem luz, ela dispara apenas um facho de radiação pelos polos, que pode ser
luminoso ou ter a forma de ondas de rádio, raios ultravioletas ou raios X. Num grau mais alto de
concentração da matéria, tem-se um buraco negro, com apenas 3 km de raio.
Nebulosa
Nebulosas são corpos celestes gasosos e nevoento formado de uma concentração de
gás ou poeira estelar, ou uma combinação de ambos, que ocorre no espaço interestelar. A
designação se aplicou inicialmente a qualquer objeto de aparência difusa situado fora do sistema
solar e que, ao telescópio, parecesse uma área luminosa ou escura, em contraste com as
estrelas, cuja imagem é pontual. Essa primeira definição, no entanto, adotada numa época em
que os instrumentos não permitiam divisar com maior detalhamento objetos muito distantes,
abrange equivocadamente duas classes de objetos que não têm relação entre si: as nebulosas
extragalácticas, atualmente denominadas galáxias, enormes conjuntos de estrelas e gás; e as
nebulosas galácticas, massas muito menores de gás (com vestígios de partículas sólidas)
localizadas numa única galáxia. Atualmente, os astrônomos usam a palavra nebulosa somente
para se referirem ao segundo tipo. O conjunto das nebulosas galácticas constitui apenas uma
pequena porcentagem da massa de uma galáxia.
Observação de nebulosas
Os astrônomos gregos Hiparco e Ptolomeu já registravam a existência de "nuvens de
estrelas". Em 1610, dois anos após a invenção do telescópio, a nebulosa de Órion, que a olho
nu parece uma estrela, foi descoberta pelo francês Nicolas-Claude Fabri de Peiresc. Em 1656, o
holandês Christiaan Huygens, que usou instrumentos muito superiores, foi o primeiro a descrever
a brilhante área interior de uma nebulosa e a determinar que sua estrela interior não é única,
mas sim um compacto sistema quádruplo -- o bem conhecido "trapézio", nome pelo qual ainda
hoje são designadas as regiões interiores de uma nebulosa.
As nebulosas de reflexão recebem esse nome porque refletem a luz de uma estrela
próxima. Foram descobertas a partir de uma observação feita na constelação das Plêiades em
1912 e cerca de sessenta por cento de sua luminosidade se deve à reflexão.
O terceiro tipo são as nebulosas planetárias, das quais se registram mais de vinte mil
na Via Láctea, assim chamadas porque, ao telescópio, parecem imagens desfocadas de
planetas. Sua aparência é a de anéis quase simétricos e de razoável brilho superficial, com um
núcleo, ou estrela central. Comparadas às difusas, são pequenas, com raio típico de um ano-
luz, e muito mais densas, com mil a dez mil átomos por centímetro cúbico. Uma das maiores e
mais próximas é a da Hélice, na constelação de Aquário.
Os cientistas acreditam que o Sol - daqui a bilhões de anos - vai esgotar o hidrogênio de
seu núcleo e, por causa disso, vai inchar e se tornar em uma estrela vermelha. As camadas mais
externas da estrela começarão a emitir material até que no final sobrará apenas o núcleo - uma
anã branca. O forte vento solar vai empurrar esse material e formará uma nebulosa planetária.
Cerca de metade das nebulosas estudadas tinham fontes de raios-X pontuais no centro,
onde fica a anã branca, o que indica que essa estrela tem outra companheira nesses casos. Os
cientistas afirmam que novos estudos serão necessários para entender o papel de uma estrela
companheira na formação da estrutura de uma nebulosa planetária.
O nome "nebulosa planetária" na verdade nada tem a ver com planetas. Quando esses
objetos começaram a ser vistos, os astrônomos os acharam parecidos com os planetas Urano e
Netuno nos fracos telescópios da época. O termo foi cunhado por William Herschel no século 18.
Fonte. http://www.megatimes.com.br/search/label/Astronomia?max-results=7