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da Pedagogia
Conflitos entre os Modelos
educacionais Jesuíticos e de Portugal
Núcleo de Educação a Distância Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD
www.unigranrio.com.br
Desenvolvimento do material: Patricia Wanzeller
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
1ª Edição
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Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação
Nara Pires
‘‘ diminuto
[...] se o sistema escolar português de 1549 era, como acabamos de ver, ainda
e embrionário, nem por isso diríamos que Portugal estava nesse ponto
em grande atraso em relação à maior parte dos países da Europa. A situação
era mais ou menos a mesma na Espanha, no sul da Itália, na Bélgica, Holanda,
Inglaterra, Irlanda, Países Escandinavos, Polônia, Rússia e nos Bálcãs. (MATTOS
Figura 2: O missionário espanhol José de Anchieta (na imagem) e Manuel da Nóbrega foram os
1958, p. 41-42)
’’
primeiros jesuítas que Inácio de Loyola enviou para a América. Fonte: Wikimedia. O Padre Manuel da Nóbrega organizou o plano de trabalho no Brasil, o
Catálogo da Missão Brasileira, distribuindo cargos entre os subordinados e
A criação dos colégios cresceu rapidamente pela colônia. Inicialmente, as pensando de que forma superar o primeiro obstáculo: Como evangelizar
escolas serviam para abrigar os religiosos, indígenas e recém-chegados. os indígenas, de diversas nações, se não falavam a mesma língua? (
Segundo Luzuriaga (1975, p. 118-119): MATTOS, 1958, p. 37-38)
Para suprir a falta das escolas jesuítas, o Marquês de Pombal fez a Reforma
dos Estudos Menores e criou o cargo de Diretor Geral dos Estudos, ao
qual todos os professores ficavam subordinados; determinação de
exames para os professores postulantes ao cargo. Mas as diretrizes
encontraram extremas dificuldades para vigorarem, sobretudo, a falta de
recursos. Assim, em 1772, foi criado o “Subsídio Literário” que pretendia
abastecer os professores e as escolas com recursos financeiros. (FÁVERO,
2000, p.87-102)
‘‘ suavissimamente,
O fundo monetário que há de manter este projeto pode estabelecer-se
e com muita satisfação dos Povos, que para ele hão de
contribuir na imposição de um Real em cada canada de vinho, e quartilho de
Figura 4: Sebastião José de Carvalho e Melo. Fonte: Wikimedia. aguardente, no Reino e Ilhas, em cada arrátel de vaca na Ásia, América e África.
Em 1750, foi assinado o Tratado de Madri que colocou a área dos Sete
(FÁVERO, 2000, p.99)
’’
Povos das Missões, na região sul do Brasil, à disposição de Portugal em Com isso, foram criadas escolas de ler e escrever no Rio de Janeiro (02),
troca da colônia do Sacramento e com isso, foi determinada a saída dos Bahia (4), Pernambuco (4), São Paulo (1), Mariana (1), Vila Rica (1), Sabará
jesuítas. Mas nem os religiosos nem os indígenas aceitaram o acordo, (1), São João dei Rei (1), Pará (1) e Maranhão (1). De gramática latina: Rio
promovendo o que ficou conhecido como Guerra Guaranítica, uma série de Janeiro (2), Bahia (3), Pernambuco (4), Mariana (1), São Paulo (1), São
de conflitos entre os índios e a aliança de Portugal com a Espanha. João dei Rei (1), Pará (1) e Maranhão (1). E também aulas de retórica: Rio
Sucedeu-se, então, o fim da presença jesuíta em terras brasileiras com de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Pará, Mariana e São Paulo.
Nesse ínterim de 210 anos, catequizaram maciçamente os índios, LUZURIAGA, L. História da educação e da pedagogia. São Paulo: Nacional,
educaram os filhos dos colonos, formaram novos sacerdotes e a elite 1975.
intelectual brasileira. Sobretudo, promoveram o controle da fé e da MATTOS, L. A. Primórdios da educação no Brasil: o período heróico (1549-
moral dos habitantes e a difusão e unificação da língua portuguesa de 1570). Rio de Janeiro: Aurora, 1958.
Norte a Sul do país.
NETO, A. S.; MACIEL, L. S. B. O ensino jesuítico no período colonial
brasileiro: algumas discussões. Educar, Curitiba, n. 31, 2008, p. 169-189.