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História
C. E. Professora Ruth Taldo
França
Professor: Manoel
Turma: 1002-Regular
A colonização portuguesa no Brasil
→Brasil Colônia
A partir de 1808, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, deu-se início ao
processo de independência, rompendo-se os laços políticos entre colônia e
metrópole.
As tribos indígenas eram muitas e espalhadas por toda a América. Vale destacar que
cada uma delas tinha suas diferenciações, fosse na língua, fosse no modo de se
organizar, fosse no local habitado. Por isso os modos de vida dos indígenas
brasileiros se diferem entre si e de outros indígenas encontrados na América
Espanhola, como os incas, maias e astecas. No Brasil, os indígenas se organizaram de
forma simples, trabalhando a terra, cultuando os deuses da natureza, e, em muitos
casos, entrando em confronto com tribos inimigas.
Em 1500, quando chegaram ao Brasil, o primeiro contato dos portugueses com os
indígenas foi feito de forma cordial. Porém, ao exigirem o trabalho escravizado na
exploração das riquezas daquela terra, iniciaram-se os confrontos que exterminaram
milhares de indígenas e fizeram desaparecer várias tribos. Como se não bastasse o
extermínio, os indígenas sobreviventes foram colonizados e tiveram de adequar seu
modo de vida ao dos colonizadores portugueses. Assim, a cordialidade inicial não
durou muito.
A princípio, a demarcação feita foi questionada por Portugal, que desejava uma
fronteira mais a oeste. Deduz-se que esse pedido seja um reconhecimento da Coroa
portuguesa de que Colombo não havia chegado a uma simples ilha, mas sim a um
continente mais extenso, e que era do interesse de Portugal colonizar as regiões que
ainda não tinham sido dominadas pela Espanha.
Não era um produto valioso no mercado externo, mas era a primeira oportunidade
encontrada para dar início à colonização brasileira. Os indígenas extraíam a árvore e
a colocavam nas embarcações portuguesas em troca de produtos sem valor
comercial, como espelhos e outros apetrechos.
A partir do século XVI até 1888, o Brasil se sustentou tendo como base a mão de obra
escravizada negra, primeiramente nos engenhos de açúcar no Nordeste, e depois na
mineração no centro-sul colonial. Os negros africanos foram escravizados e o tráfico
negreiro se tornou uma das atividades mais rentáveis do Brasil Colônia.
Percebendo que a terra colonial era fértil e o clima favorável, os portugueses deram
início, no século XVI, à plantação de cana-de-açúcar. Engenhos foram construídos no
litoral nordestino para a produção açucareira. Com o fracasso na escravização da
mão de obra indígena, a solução veio dos negros africanos. À medida que se produzia
açúcar, maior era o número de escravizados negros em solo brasileiro. O tráfico
negreiro se tornou uma atividade econômica altamente lucrativa.
A crise do açúcar ocorreu em meados do século XVII, quando os holandeses foram
expulsos de Pernambuco. Os invasores começaram a plantar cana-de-açúcar nas
Antilhas, sua colônia na América Central, e logo se tornaram concorrentes do açúcar
brasileiro. Isso fez com que o preço da produção açucareira feita no Brasil se
desvalorizasse. A Coroa portuguesa decidiu então investir em expedições para o
interior brasileiro, no intuito de descobrir metais preciosos e fazer a colônia voltar a
dar lucro.
No século XVIII, bandeirantes que saíram de São Paulo para o sertão do Brasil
encontraram na região de Minas Gerais as primeiras minas de ouro. Logo que a
notícia se espalhou, milhares de pessoas se deslocaram para as regiões, dando
origem às primeiras cidades no interior brasileiro, como Ouro Preto, Mariana e
Cidade de Goiás.
Tal qual na produção açucareira, os metais preciosos foram levados para Portugal.
Em torno das minas de ouro, formou-se um comércio que atendia às demandas dos
exploradores. A mão de obra usada nas minas era a negra escravizada. Para
aumentar o controle sobre a produção do ouro, a Coroa portuguesa decidiu transferir
a capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro.
→Entradas e bandeiras
Entradas e bandeiras eram expedições que tinham como destino o interior do Brasil, com o
objetivo de encontrar metais preciosos e indígenas para serem usados como mão de obra
escravizada. Essas expedições abriram caminhos para outras regiões desconhecidas dos
colonos e aumentaram o interesse em explorar o sertão brasileiro.
Desde a chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, buscava-se metais preciosos. Como não
foram encontrados no primeiro momento da colonização, a Coroa portuguesa decidiu investir
na produção de açúcar, que era um produto valorizado no mercado externo. O litoral
brasileiro tinha solo fértil e clima favorável para o plantio da cana-de-açúcar, e, a partir do
século XVI, os engenhos se espalharam pelo litoral.
A crise açucareira fez renascer o sonho dos colonos de encontrar ouro no Brasil. A União
Ibérica, junção dos reinos de Portugal e Espanha, suspendeu o Tratado de Tordesilhas, o que
permitiu o acesso ao interior do Brasil sem limitações impostas por tal documento. Não
demorou para surgirem as primeiras expedições que deram início à exploração do sertão
brasileiro. Isso atendia aos interesses da Coroa portuguesa e de particulares, pois ambos
queriam encontrar metais preciosos e se enriquecerem rapidamente, bem como escravizar os
indígenas.
A relação entre os bandeirantes e os indígenas não foi apenas conflituosa. Os dois lados
trocaram experiências e se ajudaram durante as expedições. Os bandeirantes aprenderam a
navegar em rios, o que facilitou o acesso a outras terras distantes do litoral, e conheceram
remédios de origem natural, principalmente para cicatrizar as feridas abertas durante as
expedições. Como exímios conhecedores das regiões às quais os bandeirantes acessaram pela
primeira vez, os indígenas ajudaram na abertura de novas estradas.
-Entradas
As entradas foram expedições financiadas pela Coroa portuguesa e que saíram do litoral em
direção ao interior do Brasil no intuito de descobrir metais preciosos para serem explorados.
● Características
A Coroa portuguesa já investia em entradas desde o começo do século XVI, quando começou
a colonização do Brasil. Enquanto o litoral era ocupado pela plantação de cana-de-açúcar, os
portugueses organizavam expedições pelo sertão brasileiro em busca de metais preciosos. O
insucesso das entradas se deu pelo temor de algum ataque de tribos indígenas.
● Participantes
● Exemplos
● Em 1554, uma entrada organizada por portugueses, índios e padres jesuítas subiu
pela serra do Mar e fundou a vila de São Paulo de Piratininga, atual cidade de São
Paulo.
● Em 1518, o capitão Belchior Dias Moreira organizou uma entrada em direção ao
Sergipe em busca de metais preciosos, porém sua expedição não teve êxito.
-Bandeiras
As bandeiras eram expedições que saíam de São Paulo em direção ao sertão brasileiro, com o
objetivo de descobrir metais preciosos e capturar indígenas para serem escravizados.
● Características
A expedição bandeirante teve como ponto de origem a capitania de São Paulo. Inúmeras
rodovias que hoje saem da capital paulista foram inicialmente abertas pelos bandeirantes, e
seus nomes as batizam. Os objetivos das bandeiras eram descobrir metais preciosos no
interior da colônia e aprisionar os índios para trabalharem como escravos na capitania.
● Tipos
● Participantes
● Bartolomeu Bueno da Silva: foi o bandeirante que organizou as expedições que
chegaram a Goiás e Mato Grosso. Ele fundou a cidade de Vila Boa, também
conhecida como Cidade de Goiás e que, até 1933, foi a capital do estado de Goiás.
Bartolomeu Bueno da Silva teria colocado aguardente em uma bacia e ateado fogo
para amedrontar os indígenas. Caso não fosse indicado onde estavam os metais
preciosos, o bandeirante colocaria fogo nas águas dos rios da região.
● Borba Gato: a expedição organizada por Borba Gato atuou na região das minas,
onde hoje é o estado de Minas Gerais. Teve participação na Guerra dos Emboabas,
conflito entre os bandeirantes e os forasteiros pelo domínio das minas. Em 2021,
sua estátua localizada na cidade paulista de Santo Amaro foi incendiada por
manifestantes contrários à homenagem feita ao bandeirante e que questionam
suas atitudes arbitrárias contra os indígenas na época da exploração do ouro.
● Exemplos
→Escravidão no Brasil
-Como começou
A escravidão no Brasil tem como ponto de partida a década de 1530, período em que
os portugueses deram início ao processo colonizatório. Até então, a ação desses havia
sido baseada na exploração do pau-brasil, e o trabalho dos indígenas era realizado
por meio do escambo. Assim, os indígenas interessados derrubavam as árvores,
levavam até a costa e então eram pagos com objetos oferecidos pelos portugueses.
Os indígenas foram a principal mão de obra dos portugueses até meados do século
XVII, quando, de fato, os escravos africanos começaram a tornar-se a maioria desse
tipo de trabalhador no Brasil. A escravização dos indígenas, apesar de mais barata,
foi, na visão dos portugueses, conturbada e problemática.
Por fim, é importante mencionar que, apesar da chegada dos escravos africanos ao
Brasil, por volta da década de 1550, os indígenas continuaram sendo a principal mão
de obra na economia açucareira aqui instalada até meados do século XVII. Na década
de 1590, por exemplo, cerca de 2/3 dos escravos no Brasil eram indígenas.|3| Foi a
prosperidade da economia açucareira que fez alguns lugares, como Bahia e
Pernambuco, possuírem uma grande quantidade de escravos africanos.
A migração para o uso do escravo africano aconteceu, pois, segundo Stuart Schwartz,
“só o tráfico de escravos africanos fornecia um abastecimento internacional de mão
de obra em grande escala e relativamente estável, que acabou por fazer dos africanos
escravizados as vítimas preferenciais”.|4| Assim, por meio do tráfico negreiro e ao
longo de mais de 300 anos, cerca de 4,8 milhões de africanos foram desembarcados
no Brasil.|5|
Ao fim do dia, os escravos eram reunidos na senzala e lá eram monitorados para que
não fugissem (os indígenas dormiam em ocas e não na senzala). Eles tinham uma
alimentação muito pobre e insuficiente, e parte de sua sobrevivência dependia da
pequena plantação de subsistência que possuíam, mas só tinham o domingo para
poderem cuidar dessa plantação.
A violência era algo rotineiro na vida dos escravos, e o tratamento violento dedicado
a eles tinha o intuito de incutir-lhes temor de seus senhores. Esse medo visava
mantê-los conformados com a sua escravização e impedir fugas e revoltas. Uma
punição muito comum aplicada sobre eles era o “quebra-negro”, que ensinava-os a
sempre olharem para baixo na presença de seus senhores.
Além disso, muitos escravos podiam ser acorrentados, para evitar que fugissem, e
usar uma máscara de ferro, conhecida como máscara de flandres, colocada neles para
impedir que engolissem diamantes (nas regiões mineradoras), se embriagassem, ou
mesmo cometessem suicídio por meio da ingestão de terra.
-Fim da escravidão
O Brasil acabou sendo o último país das Américas a abolir a escravidão, e isso
aconteceu por meio da Lei Áurea, que foi aprovada pelo Senado e assinada pela
regente do Brasil, a princesa Isabel. O fim da escravidão no país, no entanto, não foi
um ato de benevolência da monarquia, mas sim resultado da pressão e do
engajamento da população brasileira.