Você está na página 1de 13

Trabalho de

História
C. E. Professora Ruth Taldo
França

Professor: Manoel

Aluna: Daniela Rebello Lopes

Turma: 1002-Regular
A colonização portuguesa no Brasil
→Brasil Colônia

O período do Brasil Colônia se estendeu de 1500 a 1822, enquanto os portugueses


dominaram o território brasileiro.A colonização do Brasil começou com a chegada
dos portugueses, em 1500, e a historiografia recente considera o período anterior à
colonização efetiva do território como Pré-Colonial, de 1500 a 1530.

Os portugueses instalaram o Governo-Geral na capital Salvador para administrar a


colônia e fazer cumprir as ordens e leis vindas de Portugal, pois as capitanias
hereditárias, instaladas inicialmente para descentralizar o poder, não deram certo.A
economia colonial consistia na exploração de riquezas para atender aos interesses do
mercado externo por meio da mão de obra escravizada.

A partir de 1808, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, deu-se início ao
processo de independência, rompendo-se os laços políticos entre colônia e
metrópole.

-Brasil antes da chegada dos portugueses

Durante muito tempo, a historiografia iniciava os estudos sobre a história do Brasil a


partir do dia 22 de abril de 1500, data da chegada da caravela de Pedro Álvares
Cabral ao Brasil. Com a contribuição da antropologia e da arqueologia, os
historiadores ampliaram a abordagem desses estudos para o período anterior à
chegada dos portugueses. Isso fez com que a história dos povos indígenas, que já
habitavam o território brasileiro antes do início efetivo da colonização europeia,
pudesse ser estudada e ensinada em sala de aula.

Outra contribuição dos estudos antropológicos e arqueológicos foi o conhecimento


sobre a chegada dos primeiros habitantes à América. Assim, percebeu-se que a
origem dos nossos ancestrais deu-se com os primeiros seres humanos que
atravessaram o estreito de Bering, na fronteira entre a Rússia e o Alasca (EUA).

A arte rupestre, produção artística feita na Pré-História, permite-nos acessar


informações sobre os primeiros habitantes do continente americano e
reconhecermos as pinturas encontradas nas paredes das cavernas em solo brasileiro,
como na Serra da Capivara (PI). Ao ampliar os estudos históricos, pôde-se conhecer
com maior profundidade o modo de vida e a organização social dos habitantes do
Brasil antes da chegada dos portugueses, em 1500.

As tribos indígenas eram muitas e espalhadas por toda a América. Vale destacar que
cada uma delas tinha suas diferenciações, fosse na língua, fosse no modo de se
organizar, fosse no local habitado. Por isso os modos de vida dos indígenas
brasileiros se diferem entre si e de outros indígenas encontrados na América
Espanhola, como os incas, maias e astecas. No Brasil, os indígenas se organizaram de
forma simples, trabalhando a terra, cultuando os deuses da natureza, e, em muitos
casos, entrando em confronto com tribos inimigas.
Em 1500, quando chegaram ao Brasil, o primeiro contato dos portugueses com os
indígenas foi feito de forma cordial. Porém, ao exigirem o trabalho escravizado na
exploração das riquezas daquela terra, iniciaram-se os confrontos que exterminaram
milhares de indígenas e fizeram desaparecer várias tribos. Como se não bastasse o
extermínio, os indígenas sobreviventes foram colonizados e tiveram de adequar seu
modo de vida ao dos colonizadores portugueses. Assim, a cordialidade inicial não
durou muito.

-Período Pré-Colonial do Brasil

A colonização do Brasil foi iniciada com a chegada dos portugueses, em 22 de abril de


1500, e o período pré-colonial do Brasil corresponde à primeira fase do processo de
colonização. A esquadra liderada por Pedro Álvares Cabral tinha como destino
original as Índias, para estreitar os laços comerciais que os portugueses haviam
estabelecido com os orientais. Assim, Pedro Álvares Cabral desembarcou no Brasil,
mas o seu primeiro destino eram as Índias.

Algumas correntes historiográficas questionam o destino de Cabral em 1500. Alguns


historiadores afirmam que o seu destino era, de fato, a América, pois Portugal
reconheceu a existência de novas terras a oeste logo após a chegada de Cristóvão
Colombo, em 1492.

A missão cabralina era assegurar o domínio português sobre as terras a serem


descobertas. Essa afirmação encontra justificativa nas discussões entre portugueses e
espanhóis na elaboração do Tratado de Tordesilhas.

A princípio, a demarcação feita foi questionada por Portugal, que desejava uma
fronteira mais a oeste. Deduz-se que esse pedido seja um reconhecimento da Coroa
portuguesa de que Colombo não havia chegado a uma simples ilha, mas sim a um
continente mais extenso, e que era do interesse de Portugal colonizar as regiões que
ainda não tinham sido dominadas pela Espanha.

Logo após o desembarque, os portugueses encontraram no pau-brasil a primeira


atividade econômica da colônia recém-conquistada, pois era uma árvore abundante
no litoral brasileiro. A madeira e a seiva da árvore foram usadas pelos europeus na
confecção de móveis e no tingimento dos tecidos.

Não era um produto valioso no mercado externo, mas era a primeira oportunidade
encontrada para dar início à colonização brasileira. Os indígenas extraíam a árvore e
a colocavam nas embarcações portuguesas em troca de produtos sem valor
comercial, como espelhos e outros apetrechos.

-Início do Brasil Colônia


Com a crise do comércio das especiarias, em meados do século XVI, os portugueses
decidiram investir na ocupação e exploração do Brasil. As tentativas de invasão
vindas da França e da Inglaterra também fizeram com que Portugal ocupasse em
definitivo o território brasileiro. Por três séculos, os portugueses dominaram o Brasil,
explorando suas riquezas, como a cana-de-açúcar e o ouro, cobrando impostos e
abafando revoltas coloniais, até 7 de setembro de 1822, data da proclamação da
independência brasileira.

Durante o Brasil Colônia, a arquitetura seguia o modelo implantado em Portugal.

-Implantação das capitanias hereditárias no Brasil Colônia

Os portugueses adotaram no Brasil a mesma forma de administração utilizada nas


colônias da ilha da Madeira, no litoral africano. O território foi dividido em porções
de terra para serem distribuídas entre nobres aliados da Coroa portuguesa. Eram as
capitanias hereditárias.

A ideia era descentralizar a administração colonial. Os donatários, como foram


chamados os que geriram as capitanias, tinham como função garantir a segurança,
verificar se a região era próspera para a exploração e garantir o pleno cumprimento
das ordens reais. O desinteresse dos donatários em investir no Brasil fez com que as
capitanias hereditárias não dessem certo. Apenas as capitanias de Pernambuco e São
Vicente prosperaram.

-Implantação do Governo-Geral no Brasil Colônia

Como a descentralização do poder não conseguiu administrar de forma eficiente o


Brasil Colônia, a Coroa portuguesa decidiu centralizar o governo a partir da província
da Bahia. Iniciava-se o Governo-Geral, com a colônia sendo governada pelo
governador-geral, uma pessoa de confiança do rei de Portugal para exercer o
domínio metropolitano. O primeiro governador foi Tomé de Souza, e uma de suas
ações à frente do governo foi a construção da cidade de Salvador, que se tornou a
primeira capital brasileira.

O Governo-Geral investiu na construção de engenhos de cana-de-açúcar, atividade


econômica que prosperou nos primeiros tempos coloniais. Ao longo do litoral
nordestino, espalharam-se inúmeras plantações de cana-de-açúcar, cujo principal
objetivo era abastecer o mercado europeu.

Portugal fez um acordo com a Holanda: os portugueses enviaram a cana-de-açúcar


para a Europa, e os holandeses ficariam responsáveis pelo refino e a comercialização
do produto. Estabeleceu-se, dessa forma, o Pacto Colonial, no qual Portugal teria o
monopólio do comércio brasileiro, fazendo que a economia colonial girasse em torno
dos interesses metropolitanos.
Com os governadores-gerais, chegaram ao Brasil os primeiros padres jesuítas. Esses
religiosos vieram em missão para evangelizar os indígenas. Não demorou para que os
padres entrassem em conflito com os portugueses por conta do uso do trabalho
indígena.

Enquanto os colonos queriam escravizar os indígenas para o trabalho na lavoura de


açúcar, os jesuítas defendiam sua ação missionária. Esse conflito foi apaziguado com
os religiosos conduzindo os indígenas para regiões distantes do litoral e mantendo o
trabalho de evangelização. Nas missões jesuíticas, os indígenas trabalhavam na terra
e dela se sustentavam.

Com o fracasso na escravidão indígena e a necessidade urgente de mão de obra para


trabalhar no plantio e colheita da cana-de-açúcar, os portugueses encontraram nos
negros africanos a força trabalhadora.

A partir do século XVI até 1888, o Brasil se sustentou tendo como base a mão de obra
escravizada negra, primeiramente nos engenhos de açúcar no Nordeste, e depois na
mineração no centro-sul colonial. Os negros africanos foram escravizados e o tráfico
negreiro se tornou uma das atividades mais rentáveis do Brasil Colônia.

O Governo-Geral ficou responsável pela defesa da colônia, para isso, instalou em


pontos estratégicos inúmeras fortificações militares para garantir a posse portuguesa
das terras povoadas e expulsar as tribos indígenas mais avessas ao contato com o
colonizador. A ameaça dos franceses invadiram a Baía da Guanabara fez com que o
governador-geral Estácio de Sá construísse a cidade do Rio de Janeiro, que, em
meados do século XVIII, tornou-se a capital da colônia.

Economia no Brasil Colônia

Enquanto o Brasil esteve sob o domínio de Portugal, a economia foi de exportação,


para atender aos interesses do mercado externo. A primeira atividade econômica foi
a extração do pau-brasil. Como os portugueses não encontraram nenhum metal
precioso no primeiro contato com a terra recém-encontrada, o comércio daquela
árvore da Mata Atlântica possibilitou aos colonizadores um ganho na exploração do
Brasil Colônia. A Coroa portuguesa acreditava que encontraria metais preciosos com
a mesma facilidade com que os espanhóis encontraram na América Central.

Percebendo que a terra colonial era fértil e o clima favorável, os portugueses deram
início, no século XVI, à plantação de cana-de-açúcar. Engenhos foram construídos no
litoral nordestino para a produção açucareira. Com o fracasso na escravização da
mão de obra indígena, a solução veio dos negros africanos. À medida que se produzia
açúcar, maior era o número de escravizados negros em solo brasileiro. O tráfico
negreiro se tornou uma atividade econômica altamente lucrativa.
A crise do açúcar ocorreu em meados do século XVII, quando os holandeses foram
expulsos de Pernambuco. Os invasores começaram a plantar cana-de-açúcar nas
Antilhas, sua colônia na América Central, e logo se tornaram concorrentes do açúcar
brasileiro. Isso fez com que o preço da produção açucareira feita no Brasil se
desvalorizasse. A Coroa portuguesa decidiu então investir em expedições para o
interior brasileiro, no intuito de descobrir metais preciosos e fazer a colônia voltar a
dar lucro.

No século XVIII, bandeirantes que saíram de São Paulo para o sertão do Brasil
encontraram na região de Minas Gerais as primeiras minas de ouro. Logo que a
notícia se espalhou, milhares de pessoas se deslocaram para as regiões, dando
origem às primeiras cidades no interior brasileiro, como Ouro Preto, Mariana e
Cidade de Goiás.

Tal qual na produção açucareira, os metais preciosos foram levados para Portugal.
Em torno das minas de ouro, formou-se um comércio que atendia às demandas dos
exploradores. A mão de obra usada nas minas era a negra escravizada. Para
aumentar o controle sobre a produção do ouro, a Coroa portuguesa decidiu transferir
a capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro.

-Fim do Brasil Colônia

O fim do Brasil Colônia esteve atrelado à crise do Antigo Regime na Europa. A


Revolução Francesa e a Era Napoleônica alteraram a dinâmica política europeia,
enfraquecendo diversas monarquias absolutistas.

Ao não atender ao pedido francês de romper os laços econômicos com a Inglaterra,


Portugal teve seu território invadido por tropas napoleônicas. Isso motivou a fuga da
família real portuguesa para o Brasil, no ano de 1808. Essa transferência fez com que
o centro do poder saísse da metrópole e se instalasse na colônia.

Enquanto Portugal enfrentava a invasão da França, o Brasil pôde ampliar sua


autonomia com as medidas tomadas pelo rei português d. João VI, como a abertura
dos portos às nações amigas e a elevação ao Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves. A luta pela independência brasileira se tornou a ordem do dia e de muito
interesse para a elite colonial, que considerava o domínio português como um
entrave para o seu desenvolvimento econômico.

Com o retorno de d. João VI para Portugal logo após a Revolução do Porto, o


príncipe regente d. Pedro I permaneceu no Brasil e descumpriu todas as ordens
portuguesas. O apoio da elite fê-lo liderar e declarar a independência do Brasil, que
ocorreu em 7 de setembro de 1822, em São Paulo."

→Entradas e bandeiras

Entradas e bandeiras foram expedições que exploraram o interior do Brasil no século


XVIII, descobrindo as minas de metais preciosos e promovendo o povoamento do sertão.
As entradas e bandeiras foram expedições formadas ao longo do século XVIII e que saíam
de São Paulo e do litoral em direção ao interior do Brasil na busca por metais preciosos e
índios para serem usados como mão de obra escravizada. Foi nesse período que se
descobriu minas de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Essas
expedições foram importantes na exploração do ouro e na povoação do sertão brasileiro.

-O que eram as entradas e bandeiras?

Entradas e bandeiras eram expedições que tinham como destino o interior do Brasil, com o
objetivo de encontrar metais preciosos e indígenas para serem usados como mão de obra
escravizada. Essas expedições abriram caminhos para outras regiões desconhecidas dos
colonos e aumentaram o interesse em explorar o sertão brasileiro.

-Contexto histórico das entradas e bandeiras

Desde a chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, buscava-se metais preciosos. Como não
foram encontrados no primeiro momento da colonização, a Coroa portuguesa decidiu investir
na produção de açúcar, que era um produto valorizado no mercado externo. O litoral
brasileiro tinha solo fértil e clima favorável para o plantio da cana-de-açúcar, e, a partir do
século XVI, os engenhos se espalharam pelo litoral.

Contudo, o êxito na produção açucareira foi interrompido em 1630, quando os holandeses


invadiram o Brasil e ocuparam Pernambuco pelo controle dessa produção. Após intenso
confronto com os colonos, os invasores foram expulsos e se tornaram concorrentes do açúcar
feito no Brasil. Os portugueses não conseguiram manter a produção e o preço despencou no
mercado.

A crise açucareira fez renascer o sonho dos colonos de encontrar ouro no Brasil. A União
Ibérica, junção dos reinos de Portugal e Espanha, suspendeu o Tratado de Tordesilhas, o que
permitiu o acesso ao interior do Brasil sem limitações impostas por tal documento. Não
demorou para surgirem as primeiras expedições que deram início à exploração do sertão
brasileiro. Isso atendia aos interesses da Coroa portuguesa e de particulares, pois ambos
queriam encontrar metais preciosos e se enriquecerem rapidamente, bem como escravizar os
indígenas.

-Importância das entradas e bandeiras

As entradas e bandeiras foram importantes para reconhecer, ocupar e explorar o interior do


Brasil. Foram essas expedições as responsáveis por descobrirem as primeiras minas de ouro,
o que provocou um grande deslocamento populacional para o interior brasileiro. Outra
importância delas foi a abertura de estradas que auxiliaram no transporte e na interligação
entre as várias regiões do Brasil. Surgiram as primeiras vilas próximas às minas que se
transformaram em cidades como Ouro Preto, Mariana, Pirenópolis e Cidade de Goiás.

A relação entre os bandeirantes e os indígenas não foi apenas conflituosa. Os dois lados
trocaram experiências e se ajudaram durante as expedições. Os bandeirantes aprenderam a
navegar em rios, o que facilitou o acesso a outras terras distantes do litoral, e conheceram
remédios de origem natural, principalmente para cicatrizar as feridas abertas durante as
expedições. Como exímios conhecedores das regiões às quais os bandeirantes acessaram pela
primeira vez, os indígenas ajudaram na abertura de novas estradas.
-Entradas

As entradas foram expedições financiadas pela Coroa portuguesa e que saíram do litoral em
direção ao interior do Brasil no intuito de descobrir metais preciosos para serem explorados.

● Características

A Coroa portuguesa já investia em entradas desde o começo do século XVI, quando começou
a colonização do Brasil. Enquanto o litoral era ocupado pela plantação de cana-de-açúcar, os
portugueses organizavam expedições pelo sertão brasileiro em busca de metais preciosos. O
insucesso das entradas se deu pelo temor de algum ataque de tribos indígenas.

● Participantes

Em 1504, o navegador Américo Vespúcio realizou a primeira entrada rumo ao interior do


Brasil, saindo de Cabo Frio (RJ). Martim Afonso de Sousa, enviado pelo rei português para
administrar a colônia, organizou outra entrada, saindo da Guanabara e de São Vicente. A
instalação do Governo-Geral no Brasil proporcionou novas oportunidades para a formação de
entradas pelo interior da colônia.

● Exemplos

Alguns exemplos de entradas:

● Em 1554, uma entrada organizada por portugueses, índios e padres jesuítas subiu
pela serra do Mar e fundou a vila de São Paulo de Piratininga, atual cidade de São
Paulo.
● Em 1518, o capitão Belchior Dias Moreira organizou uma entrada em direção ao
Sergipe em busca de metais preciosos, porém sua expedição não teve êxito.

-Bandeiras

As bandeiras eram expedições que saíam de São Paulo em direção ao sertão brasileiro, com o
objetivo de descobrir metais preciosos e capturar indígenas para serem escravizados.

● Características

A expedição bandeirante teve como ponto de origem a capitania de São Paulo. Inúmeras
rodovias que hoje saem da capital paulista foram inicialmente abertas pelos bandeirantes, e
seus nomes as batizam. Os objetivos das bandeiras eram descobrir metais preciosos no
interior da colônia e aprisionar os índios para trabalharem como escravos na capitania.

● Tipos

a) Bandeiras de apresamento: o motivo da expedição era aprisionar os índios para que


trabalhassem como escravos em São Paulo.

b) Bandeiras de prospecção: os bandeirantes adentravam no interior do Brasil em busca de


metais preciosos.
c) Bandeiras de contrato: a expedição saía de São Paulo para prender os escravizados
fugitivos e destruir os quilombos. O bandeirante Domingos Jorge Velho foi responsável pela
destruição do Quilombo dos Palmares.

● Participantes
● Bartolomeu Bueno da Silva: foi o bandeirante que organizou as expedições que
chegaram a Goiás e Mato Grosso. Ele fundou a cidade de Vila Boa, também
conhecida como Cidade de Goiás e que, até 1933, foi a capital do estado de Goiás.
Bartolomeu Bueno da Silva teria colocado aguardente em uma bacia e ateado fogo
para amedrontar os indígenas. Caso não fosse indicado onde estavam os metais
preciosos, o bandeirante colocaria fogo nas águas dos rios da região.
● Borba Gato: a expedição organizada por Borba Gato atuou na região das minas,
onde hoje é o estado de Minas Gerais. Teve participação na Guerra dos Emboabas,
conflito entre os bandeirantes e os forasteiros pelo domínio das minas. Em 2021,
sua estátua localizada na cidade paulista de Santo Amaro foi incendiada por
manifestantes contrários à homenagem feita ao bandeirante e que questionam
suas atitudes arbitrárias contra os indígenas na época da exploração do ouro.

● Exemplos

As expedições organizadas por Bartolomeu Bueno da Silva chegaram a regiões distantes de


São Paulo, como Goiás e Mato Grosso. Os bandeirantes, por meio das navegações no rio
Araguaia, conseguiram chegar até o norte da colônia.

● Videoaula sobre as bandeiras

-Diferenças entre entradas e bandeiras

Apesar de terem objetivos semelhantes, as entradas e bandeiras possuem algumas diferenças:

a) Quanto à organização: as entradas foram organizadas pela Coroa portuguesa,


principalmente nas primeiras décadas da colonização brasileira. Já as bandeiras foram
expedições organizadas por particulares.

b) Quanto à origem: as entradas partiam do litoral em direção ao interior do Brasil, enquanto


as bandeiras tinham como origem a capitania de São Paulo.

→Escravidão no Brasil

A escravidão no Brasil iniciou-se por volta da década de 1530, quando os portugueses


implantaram as bases para a colonização da América portuguesa, para atender, mais
especificamente, à demanda dos portugueses por mão de obra para o trabalho na
lavoura. Tal processo deu-se, primeiramente, com a escravização dos indígenas, e, ao
longo dos séculos XVI e XVII, essa foi sendo substituída pela escravização dos
africanos, trazidos por meio do tráfico negreiro.
A escravidão no Brasil, mas não só aqui, mostrou-se uma instituição perversa e cruel,
e as suas consequências ainda são sentidas atualmente, mais de 130 anos depois que
a Lei Áurea aboliu essa prática no país. A violência e a discriminação que os negros
sofrem atualmente são o reflexo direto de um país que se construiu por meio da
normalização do preconceito e da violência para com esse grupo. Não obstante, é
sempre importante lembrar que, além dos africanos, os indígenas também foram
escravizados, aos milhões, pelos portugueses, e que sua escravização também
perpetuou preconceitos e violência contra eles.

-Como começou

A escravidão no Brasil tem como ponto de partida a década de 1530, período em que
os portugueses deram início ao processo colonizatório. Até então, a ação desses havia
sido baseada na exploração do pau-brasil, e o trabalho dos indígenas era realizado
por meio do escambo. Assim, os indígenas interessados derrubavam as árvores,
levavam até a costa e então eram pagos com objetos oferecidos pelos portugueses.

Em 1534, porém, Portugal implantou na América portuguesa o sistema de capitanias


hereditárias e começou a ser incentivado o desenvolvimento de engenhos de
produção do açúcar. Essa era uma atividade mais complexa e que demandava uma
grande quantidade de trabalhadores. Como os portugueses consideravam o trabalho
braçal uma atividade inferior, a solução encontrada foi escravizar a única mão de
obra disponível naquele momento: os indígenas.

-Escravização dos indígenas

Os indígenas foram a principal mão de obra dos portugueses até meados do século
XVII, quando, de fato, os escravos africanos começaram a tornar-se a maioria desse
tipo de trabalhador no Brasil. A escravização dos indígenas, apesar de mais barata,
foi, na visão dos portugueses, conturbada e problemática.

O historiador Stuart Schwartz afirma que os indígenas mostravam-se relutantes em


realizar trabalho contínuo na lavoura porque, na visão deles, era um “trabalho de
mulher”|1|, além do fato de que a cultura indígena não possuía a concepção de
trabalho contínuo. Outro fator que tornava a escravização de indígenas complicada
para muitos foram os conflitos entre colonizadores e jesuítas. Isso acontecia porque
os jesuítas posicionavam-se contra a escravização dos indígenas, pois
enxergavam-lhes como grupo a ser catequizado.

Assim, os colonos que escravizaram indígenas podiam sofrer problemas jurídicos


devido à atuação dos jesuítas. A pressão realizada pelos últimos, para que a
escravização dos indígenas fosse cessada, levou a Coroa portuguesa a decretar a
proibição dessa escravização. Apesar da lei, a escravização de indígenas continuou,
sobretudo em locais nos quais não havia grande número de escravos africanos, como
São Paulo, Paraná e Maranhão. Se quiser saber mais sobre os conflitos entre jesuítas
e colonos, acesse o texto: Jesuítas x Bandeirantes.
A escravização de indígenas também encontrou obstáculos devido à alta taxa de
mortalidade desse grupo em decorrência da presença portuguesa na América. Essa
alta mortalidade acontecia por causa de questões biológicas, de guerras travadas
entre grupos indígenas e motivadas pelos portugueses, além de guerras contra a
própria escravização e quem os escravizava etc.

Os indígenas eram conhecidos pelos portugueses como “negros da terra”, e o preço


do escravo indígena, em relação ao africano, era, em média, três vezes menor. Na
década de 1570, um escravo indígena custava cerca de sete mil-réis, enquanto um
escravo africano tinha o custo geral de 20 mil-réis.|2|

Por fim, é importante mencionar que, apesar da chegada dos escravos africanos ao
Brasil, por volta da década de 1550, os indígenas continuaram sendo a principal mão
de obra na economia açucareira aqui instalada até meados do século XVII. Na década
de 1590, por exemplo, cerca de 2/3 dos escravos no Brasil eram indígenas.|3| Foi a
prosperidade da economia açucareira que fez alguns lugares, como Bahia e
Pernambuco, possuírem uma grande quantidade de escravos africanos.

-Escravização dos africanos

Os primeiros africanos começaram a chegar ao Brasil por volta da década de 1550,


inicialmente, por meio do tráfico ultramarino, também conhecido como tráfico
negreiro. Os portugueses, desde o século XV, possuíam feitorias na costa africana,
mantinham relações com povos africanos e realizavam a compra desses indivíduos
para escravizá-los, por exemplo, na Ilha da Madeira.

Com o desenvolvimento da colonização no Brasil, a necessidade contínua por


trabalhadores braçais fez com que esse comércio fosse aberto para os colonos
instalados aqui. A razão para a prática do tráfico negreiro foi a já mencionada
necessidade contínua da colônia por trabalhadores escravos e os altos lucros que essa
atividade rendia para os envolvidos.

A migração para o uso do escravo africano aconteceu, pois, segundo Stuart Schwartz,
“só o tráfico de escravos africanos fornecia um abastecimento internacional de mão
de obra em grande escala e relativamente estável, que acabou por fazer dos africanos
escravizados as vítimas preferenciais”.|4| Assim, por meio do tráfico negreiro e ao
longo de mais de 300 anos, cerca de 4,8 milhões de africanos foram desembarcados
no Brasil.|5|

O trabalho dos africanos, concentrado na economia açucareira, era duríssimo e


pautado na violência. A jornada de trabalho poderia estender-se por até 20 horas de
trabalho diário, e as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling afirmam que o
ofício no engenho era muito mais exaustivo e perigoso do que o realizado nas
roças.|6|
Nas moendas, era comum que os escravos perdessem suas mãos ou braços, e nas
fornalhas e caldeiras, eram comuns as queimaduras. Nessa última etapa, o trabalho
era tão pesado que os escravos utilizados nela, geralmente, eram os mais rebeldes.
Era comum que os grandes engenhos possuíssem por volta de 100 escravos,
lembrando que os escravos africanos só se tornaram a maioria em meados do século
XVII.

Ao fim do dia, os escravos eram reunidos na senzala e lá eram monitorados para que
não fugissem (os indígenas dormiam em ocas e não na senzala). Eles tinham uma
alimentação muito pobre e insuficiente, e parte de sua sobrevivência dependia da
pequena plantação de subsistência que possuíam, mas só tinham o domingo para
poderem cuidar dessa plantação.

Havia escravos que trabalhavam no campo, nas residências e nas cidades. Os do


campo eram extremamente mal vestidos, e muitos não tinham contato direto com
seu senhor, apenas com o feitor. Os escravos domésticos tinham roupas melhores e
contato direto com o senhor e sua família. Os escravos urbanos trabalhavam em
diferentes ofícios.

A violência era algo rotineiro na vida dos escravos, e o tratamento violento dedicado
a eles tinha o intuito de incutir-lhes temor de seus senhores. Esse medo visava
mantê-los conformados com a sua escravização e impedir fugas e revoltas. Uma
punição muito comum aplicada sobre eles era o “quebra-negro”, que ensinava-os a
sempre olharem para baixo na presença de seus senhores.

Além disso, muitos escravos podiam ser acorrentados, para evitar que fugissem, e
usar uma máscara de ferro, conhecida como máscara de flandres, colocada neles para
impedir que engolissem diamantes (nas regiões mineradoras), se embriagassem, ou
mesmo cometessem suicídio por meio da ingestão de terra.

Escravos rebeldes e que fugissem também poderiam ser acorrentados no tronco e


chicoteados (alguns o eram até a morte). As violências que os escravos sofriam eram
inúmeras, e a historiadora Keila Grinberg enumera as diferentes formas de execução
pelas quais um escravo poderia ser condenado: por envenenamento, por uso de
instrumentos de ferro, queimado, na força,stó no pelourinho etc.

Os escravos, por sua vez, não aceitavam a escravização e as violências diárias de


maneira passiva. A história da escravização africana no Brasil ficou marcada por
diferentes formas de resistência que incluíam a desobediência, as fugas individuais e
coletivas, as revoltas, a formação de quilombos etc. Para saber mais sobre a
resistência dos escravos, leia o seguinte texto: Resistência dos escravos.

-Fim da escravidão
O Brasil acabou sendo o último país das Américas a abolir a escravidão, e isso
aconteceu por meio da Lei Áurea, que foi aprovada pelo Senado e assinada pela
regente do Brasil, a princesa Isabel. O fim da escravidão no país, no entanto, não foi
um ato de benevolência da monarquia, mas sim resultado da pressão e do
engajamento da população brasileira.

O movimento abolicionista ganhou força na sociedade na década de 1870, com o fim


da Guerra do Paraguai, mas questões relativas à abolição já eram debatidas, mesmo
que timidamente, desde a independência brasileira, embora seu ponto de partida
seja o decreto da Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico negreiro, em 1850.

Na medida em que o movimento abolicionista ganhou força, diversas associações em


defesa da causa começaram a surgir no país, e suas formas de luta contra a
escravidão foram variadas. Advogados começaram a defender escravos contra seus
senhores em tribunais, jornais começaram a publicar artigos em defesa da abolição, e
pessoas comuns começaram a abrigar escravos que haviam fugido.

Os escravos também tiveram papel essencial na desestabilização da escravidão no


Brasil e resistiram realizando fugas em massa, organizando revoltas contra seus
senhores (algumas das quais levaram à morte dos senhores de escravos), formando
os quilombos (sobretudo nos arredores do Rio de Janeiro e de Santos) etc.

A força da pressão popular, por meio do movimento abolicionista, e as constantes


revoltas dos escravos criaram o clima que obrigou o Império a abolir o trabalho
escravo em 13 de maio de 1888, com a citada Lei Áurea. A abolição do trabalho
escravo foi recebida com festa pela população brasileira. Os escravos libertos, porém,
continuaram a sofrer com o preconceito e com a falta de oportunidades.

Você também pode gostar