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Aula 03
Sergio Henrique
Sergio Henrique
Aula 03
SUMÁRIO
Quanto mais perto de 1, maior é a desigualdade. Podemos observar uma redução das desigualdades no período destacado.
A sociedade brasileira foi fundada com base na escravidão. Temos marcas profundas no
nosso cotidiano que são frutos de um passado escravista. A sociedade colonial era rigidamente
estratificada e todo o trabalho feito por mãos escravas. Quase não existia uma classe média,
formada normalmente por funcionários públicos portugueses, em geral eram senhores e escravos.
A sociedade escravista durou quase três séculos e deixou marcas muito profundas.
1.1.1. Escravidão:
caráter gradual. Podemos observar pelas leis: Desde 1808 (a abertura dos portos, com a vinda da
família real para o Brasil os portugueses assumiram um compromisso com a abolição. Em 1850
temos a proibição do tráfico, em 1871 a lei do ventre livre, 1885 a lei dos sexagenários e
definitivamente a abolição com a lei áurea em 1888. Foi uma discussão profunda sobre a abolição.
Muitos fazendeiros queriam ser indenizados. Não foram. E o negro que conseguiu sua liberdade foi
abandonado à própria sorte.
Não foram criadas políticas de integração do negro na sociedade, e isso dificultou sua
socialização, integração no mercado de trabalho e cidadania. Muitos passaram a aglomerar-se em
cortiços e moradias precárias, originando as primeiras áreas de exclusão social urbana: as favelas.
O processo de favelização que hoje é tão comum no Brasil, américa latina e países emergentes
teve início com a abolição da escravidão e agravados com o grande número de excluídos sociais em
razão da pobreza que temos no início do século.
1.1.2. Migração:
A imigração de europeus no final do século XIX e início do século XX foi muito grande e
milhares, principalmente de italianos pobres, foram para o sudeste em que se integraram como
mão de obra nas lavouras de café. Nas cidades formaram os primeiros grupos operários, com a
industrialização ocorrida na época da primeira guerra mundial. Os imigrantes italianos formaram o
primeiro mercado consumidor mais amplo do país, que era tão estratificado e com a maior parte
da população tão pobre, que o mercado interno era muito pequeno. Formaram também o
primeiro grupo de pobres urbanos que formavam um exército de jornaleiros, engraxates e
vendedores ambulantes. A ascensão social dos imigrantes estrangeiros foi muito maior que a do
negro e do mestiço brasileiro. Numa sociedade caracterizada pelo pensamento racista, numa
sociedade capitalista competitiva, em que o negro alforriado foi jogado, à própria sorte, o
imigrante europeu levava vantagem na conquista de pequenos trabalhos, ao ponto de sua
sobrevivência e ascensão social ocorresse de forma estatisticamente mais ampla. É o resultado do
belíssimo trabalho do sociólogo Florestan Fernandes, em sua obra, a integração do negro na
sociedade de classes.
pequeno grupo de proprietários no poder. Ainda hoje podemos perceber a influência e as heranças
da época coronelística em regiões mais pobres, sobretudo no nordeste brasileiro, em que essas
relações de dominação descritas ainda são bastante presentes, ao ponto de considerarmos que a
miséria do sertão é um problema mais político que ambiental ou social, pois ocorre o que
chamamos de indústria da seca , ou seja, o uso da miséria do sertanejo, para manipulá-lo
politicamente e garantir o poder de grupos familiares tradicionais.
É o nome das migrações em massa que ocorrem quando há a modernização do campo. Uma
saída de grande contingente de trabalhadores para a cidade. Ao chegar no espaço urbano há uma
grande dificuldade de integrar-se à PEA (população economicamente ativa), principalmente devido
à escolarização precária e a falta de qualificação. Engrossam os espaços marginalizados como
cortiços e favelas. A população urbana pobre está empregada principalmente em subempregos ou
trabalhos precários. A maioria está na informalidade (trabalhos sem registro). A pobreza urbana e
os aglomerados subnormais aumentam muito principalmente entre as décadas de 70 e 90.
As políticas públicas ligadas ao combate à pobreza são escassas e a construção de um
equipamento urbano de serviços de qualidade também, tornando terrível e difícil o acesso a
serviços públicos básicos de qualidade, como hospitais, escolas e transporte público.
O fator mais evidente da desigualdade são as diferenças no consumo. As famílias ricas têm
um consumo muito alto, sobretudo de bens tecnológicos enquanto os mais pobres possuem um
consumo muito básico, e muito nem o básico possuem. Podemos identificar as diferenças inclusive
no tipo de lixo produzido. O lixo dos ma à à à à lixo seco à à à à
à à à à à à à à à lixo úmido à à à
por material orgânico (como resto de vegetais e óleo). O consumo das famílias mais ricas é maior
em tudo: energia, água e mercadorias em geral.
Observe o gráfico e identifique o que ele diz: Ocorreu uma diminuição das classes D e E e
um aumento alto da classe C e considerável das classes A e B. Assim percebemos que ocorreu uma
maior distribuição de renda e diminuição da pobreza.
2. EXERCÍCIOS.
1.
Em 1960, os 20% mais ricos da população mundial dispunham de um capital trinta vezes mais
elevado do que o dos 20% mais pobres, o que já era escandaloso. Mas, ao invés de melhorar,
a situação ainda se agravou. Hoje, o capital dos ricos em relação ao dos pobres é, não mais
trinta, mas oitenta e duas vezes mais elevado.
RAMONET, I. Guerras do século XXI: novos temores e novas ameaças. Petrópolis: Vozes, 2003
(adaptado).
Que característica socioeconômica está expressa no texto?
A) Expansão demográfica.
B) Homogeneidade social.
C) Concentração de renda.
D) Desemprego conjuntural.
E) Desenvolvimento econômico.
Comentários
A opção [C] é a única possível. O aumento da desigualdade social expresso no texto corresponde a
uma maior concentração de renda, possibilitada pela expansão do capitalismo financeiro.
Gabarito: C
2. (Upe 2013)
Observe a charge a seguir:
Ela faz referência a uma forma de desigualdade. Acerca das características dessa estrutura
social, analise as alternativas e marque a CORRETA.
A) A hierarquização é rígida, baseada em critérios hereditários, profissionais, étnicos,
religiosos, que determinam as relações entre as pessoas.
B) A tradição é um elemento fundamental na definição das relações estabelecidas entre os
diferentes grupos.
C) A mobilidade de um estrato para outro nessa estrutura é possível, mas é controlada pelos
indivíduos que estão na hierarquia superior da organização.
D) As pessoas se diferem umas das outras pelo lugar ocupado por elas num sistema
historicamente determinado de produção social, de relação com os meios de produção e por
seu papel na organização social do trabalho.
E) A escolha do cônjuge deve ser feita exclusivamente no seio da organização social, com
base nos critérios hereditários.
Comentários
Diversos fatores econômicos de produção de mercadoria e de divisão do trabalho interferem na
definição das desigualdades sociais e das possibilidades de mobilidade social. Sendo assim, não se
pode dizer que a mobilidade social depende somente dos indivíduos que estão superiores na
hierarquia. As determinações são mais complexas, tal como afirma a alternativa [D]. Qual o erro
das outras:
[A] Errada, pois os critérios de divisão social são econômicos, não hereditários ou étnicos.
[B] Errada pela mesma razão da [A]. A divisão social é econômica.
[C] A mobilidade não é controlada pelos indivíduos de hierarquias superiores como descrito.
[E] Não é verdade, pois isso ocorre nas sociedades de castas ou estamentais.
Gabarito: D
3. (Interbits 2012)
Na tirinha acima, Manolito (personagem da última fala) incorpora a ideologia de uma classe
social determinada. Que classe social é essa?
A) O proletariado.
B) A classe média.
C) A burguesia.
D) A classe operária.
E) A classe militar.
Comentários
A fala de Manolito faz presente à ideologia burguesa, que dá grande importância ao lucro e à
empresa capitalista, que é, no caso, o banco. Considera perigosa a ideia de valorizar a cultura mais
que o dinheiro. Esta fala reproduz os valores burgueses.
Gabarito: C
4. (Upe 2012)
Observe as fotos a seguir:
Essas imagens refletem as desigualdades sociais existentes no Recife, que também podem ser
encontradas em outras grandes cidades do Brasil. Em relação às desigualdades sociais,
assinale a alternativa correta.
A) As diferenças sociais vêm diminuindo significativamente no país, ao longo dos anos, com a
divisão igualitária das riquezas. Entretanto, essas transformações só foram possíveis graças
aos movimentos contra a corrupção, que permitiram o acúmulo de bens no Brasil.
B) As péssimas condições de habitação revelam que o Estado não está voltado nem
preparado para a aplicação da riqueza social (oriunda dos impostos arrecadados), que
possibilita o bem-estar da maioria da população.
C) O processo de industrialização em curso no nosso país vem favorecendo todos os setores
da população, considerando seus problemas básicos.
D) As palafitas, em contraposição aos prédios luxuosos, demonstram como as desigualdades
entre as classes sociais são baseadas numa hierarquização rígida.
E) O que determina as desigualdades sociais nas sociedades são as relações de classe, exceto
nas sociedades rurais.
Comentários
Somente a alternativa [B] está correta. Apesar de o Brasil ter tido uma ascensão econômica, isso
não resultou em uma melhoria significativa da condição de vida de toda sua população. Isso
demonstra que o Estado não é capaz de garantir o bem-estar da maioria e que a industrialização
favorece, majoritariamente, as classes mais ricas. Apesar disso, é importante ressaltar que há, sim,
no Brasil pequenas possibilidades de ascensão social e que as relações de classe causam
desigualdades não somente nas sociedades urbanas, mas também nas rurais.
Gabarito: B
5. (Ueg 2011)
Algumas pessoas conseguem mais do que outras nas sociedades mais dinheiro, mais
prestígio, mais poder, mais vida, e tudo aquilo que os homens valorizam. Tais desigualdades
criam divisões na sociedade divisões com respeito a idade, sexo, riqueza, poder e outros
recursos. Aqueles no topo dessas divisões querem manter sua vantagem e seu privilégio;
aqueles no nível inferior querem mais e devem viver em um estado constante de raiva e
frustração [...]. Assim, a desigualdade é uma máquina que produz tensão nas sociedades
humanas. É a fonte de energia por trás dos movimentos sociais, protestos, tumultos e
6. (Uel 2011)
Observe a charge.
Com base na charge e nos conhecimentos sobre a teoria de Marx, é correto afirmar:
A) A produção mercantil e a apropriação privada são justas, tendo em vista que os patrões
detêm mais capital do que os trabalhadores assalariados.
B) Um dos elementos constitutivos da acumulação capitalista é a mais-valia, que consiste em
pagar ao trabalhador menos do que ele produziu em uma jornada de trabalho.
C) A mercadoria, para poder existir, depende da existência do capitalismo e da substituição
dos valores de troca pelos valores de uso.
D) As relações sociais de exploração surgiram com o nascimento do capitalismo, cuja faceta
negativa está em pagar salários baixos aos trabalhadores.
E) Sob o capitalismo, os trabalhadores se transformaram em escravos, fato acentuado por ter
se tornado impossível, com a individualização do trabalho e dos salários, a consciência de
classe entre eles.
Comentários
A mais-valia é a base da exploração do sistema capitalista e a charge mostra perfeitamente a
diferença entre o valor produzido pelo trabalho do operário e o valor pago por seu patrão.
Gabarito: B
7. (Upe 2015)
Observe a figura a seguir:
Comentários
[A] INCORRETA. As oportunidades sociais e recompensas não são igualitárias no Brasil.
[B] INCORRETA. As posições sociais no Brasil não são tão rígidas como no sistema de castas.
[C] INCORRETA. Estamentos não são formas de estratificação sociais referentes ao capitalismo
contemporâneo.
[D] INCORRETA. A base da organização não é composta pela classe média, e sim pela classe baixa.
[E] CORRETA. No modelo da figura, são as classes mais baixas que sustentam as mais altas. Ainda
que haja possibilidade de mobilidade social, esta é de certa forma, restrita.
Gabarito: E
8. (Uel 2005)
Analise a figura a seguir.
A figura ilustra, por meio da ironia, parte da crítica que a perspectiva sociológica baseada nas
reflexões teóricas de Karl Marx (1818-1883) faz ao caráter ideológico de certas noções de
Estado. Sobre a relação entre Estado e sociedade segundo Karl Marx, é correto afirmar:
A) A finalidade do Estado é o exercício da justiça entre os homens e, portanto, é um bem
indispensável à sociedade.
B) O Estado é um instrumento de dominação e representa, prioritariamente, os interesses
dos setores hegemônicos das classes dominantes.
C) O Estado tem por finalidade assegurar a felicidade dos cidadãos e garantir, também, a
liberdade individual dos homens.
D) O Estado visa atender, por meio da legislação, a vontade geral dos cidadãos, garantindo,
assim, a harmonia social.
E) Os regimes totalitários são condição essencial para que o Estado represente, igualmente,
os interesses das diversas classes sociais.
Comentários
Segundo a teoria marxista, o Estado é um dos elementos que compõem a superestrutura da
sociedade capitalista. Ele corresponde a um instrumento de dominação dos setores hegemônicos,
ou seja, da burguesia. Verifica-se, portanto, como o Estado pode muito bem ser utilizado como
instrumento ideológico com vistas a legitimar a alienação das classes trabalhadoras.
Gabarito: B
9. (Interbits 2012)
A Filosofia e a Sociologia são disciplinas que promovem uma reflexão crítica sobre os mais
variados temas, particularmente o da ideologia. Partindo de uma análise crítica e utilizando o
conceito de ideologia desenvolvido por Marx e outros pensadores, é correto afirmar que o
cartum:
A) revela que, independentemente dos indivíduos e das classes sociais, todos pertencemos ao
povo brasileiro.
B) mostra que, diante da televisão, todos os brasileiros são iguais nesse momento.
C) sugere que há um crescimento quantitativo dos telespectadores com o passar do tempo.
D) à à à à à à à à à à à à à à
desigualdades sociais.
Comentários
O cartum faz referência a três classes sociais no Brasil: a classe alta, a classe média e a classe baixa.
áà à à à à à à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à à à à àN à à à
cartum corresponde a uma crítica ao caráter arbitrário e ideológico da forma como a identidade
nacional é construída.
Gabarito: D
Comentários
Introduzindo o conceito de capital cultural, Pierre Bourdieu associa as classes sociais com o
consumo que estas fazem dos produtos culturais. Assim, as diferenças de classes não podem ser
reduzidas somente a uma questão econômica. Deve-se também levar em consideração os valores
simbólicos englobados nessa relação entre classes dominantes e classes dominadas. O gráfico
apresenta, portanto, duas variáveis: as classes e os produtos consumidos. Ao se verificar como se
alteram as formas de consumo de uma classe para outra, a teoria de Bourdieu é confirmada.
Gabarito: C
De acordo com os dados sobre as diferenças entre o rendimento médio de negros e não
negros nas regiões metropolitanas do Brasil, assinale a alternativa correta:
A) O Distrito Federal apresenta a maior diferença de rendimentos entre negros e não negros
em comparação às demais regiões metropolitanas.
B) Nas regiões metropolitanas industrializadas, a diferença entre o rendimento médio de não
negros e negros é menor do que nas regiões não industrializadas.
C) Nas regiões metropolitanas do Sudeste, a diferença entre o rendimento médio de não
negros e negros é menor do que nas regiões metropolitanas do Sul.
Apesar do que informa o gráfico acima, Relatório da ONU de 2005 afirma que o Brasil é
recordista em desigualdade de renda. Os mais ricos ganham 32 vezes mais que os mais
pobres. Estudo realizado pelo IPEA afirma que os ganhos dos 10% mais ricos são vinte vezes
maiores do que os dos 40% mais pobres. De acordo com a teoria sociológica e as informações
fornecidas pode-se afirmar que:
A) a concentração de renda na sociedade brasileira é reflexo da aptidão e maiores
capacidades intelectuais dos membros das classes dominantes.
B) a sociedade brasileira experimentou distribuição de renda nos últimos anos, mas mantém
suas desigualdades históricas.
C) à à à à à à à à à -se à tendência
de seus membros de buscarem postos de trabalho que demandem pouco esforço.
D) a curva ilustrada no gráfico indica uma queda na renda dos mais pobres na primeira
metade dessa década.
E) o gráfico e as informações que o acompanham demonstram a impossibilidade de
diminuição da desigualdade social sem crescimento econômico.
Comentários
Mesmo que não esteja bem formulada, somente a alternativa [B] está correta. Ainda que a
distribuição de renda tenha melhorado no Brasil, os ricos continuam a ganhar muito mais que os
mais pobres. Isso é reflexo da estrutura de desigualdade estabelecida no Brasil desde a colonização
à à àá à à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à
os estereótipos preconceituosos das classes dominantes.
Gabarito: B
Comentários
A alternativa [E] é a única correta. A estratificação social vinculada ao prestígio tem, na charge, o
poder de consumo como critério para diferenciação social. A metáfora do elevador em um
shopping center faz referência justamente a essa diferenciação, que se evidencia no momento em
que o elevador sobe e distancia esses estratos sociais.
Gabarito: E
A figura acima, claramente marxista, faz uma crítica à ideia de meritocracia. Assinale a
alternativa que apresenta uma interpretação marxista desse conceito.
A) Meritocracia corresponde ao modelo de gestão que tem como princípio básico o mérito e
as capacidades que cada uma das pessoas possui.
B) Meritocracia é uma noção bastante atual, que tem como objetivo valorizar a livre iniciativa
e a inovação nas relações de trabalho.
C) Meritocracia corresponde a um mecanismo ideológico, que oculta a relação de exploração
e de desigualdade entre as classes sociais.
A metamorfose
Uma barata acordou um dia e viu que tinha se transformado num ser humano.
Começou a mexer suas patas e viu que só tinha quatro, que eram grandes e pesadas e
de articulação difícil. Não tinha mais antenas. Quis emitir um som de surpresa e sem
querer deu um grunhido. As outras baratas fugiram aterrorizadas para trás do móvel.
Ela quis segui-las, mas não coube atrás do móvel. O seu segundo pensamento foi: "Que
àP à à à à
Pensar, para a ex-barata, era uma novidade. Antigamente ela seguia seu instinto.
Agora precisava raciocinar. Fez uma espécie de manto com a cortina da sala para cobrir
sua nudez. Saiu pela casa e encontrou um armário num quarto, e, nele, roupa de baixo e
um vestido. Olhou-se no espelho e achou-se bonita para uma ex-barata. Maquiou-se.
Todas as baratas são iguais, mas as mulheres precisam realçar sua personalidade.
Adotou um nome: Vandirene. Mais tarde descobriu que só um nome não bastava. A que
à à àT à à àR ias?... Conseguiu a muito custo um
emprego como faxineira. Sua experiência de barata lhe dava acesso a sujeiras mal
suspeitadas. Era uma boa faxineira.
Difícil era ser gente... Precisava comprar comida e o dinheiro não chegava. As baratas
se acasalam num roçar de antenas, mas os seres humanos não. Conhecem-se,
namoram, brigam, fazem as pazes, resolvem se casar, hesitam. Será que o dinheiro vai
dar? Conseguir casa, móveis, eletrodomésticos, roupa de cama, mesa e banho.
Vandirene casou-se, teve filhos. Lutou muito, coitada. Filas no Instituto Nacional de
P à“ àP à à Oà à àF à à à
loteria. Quase quatro milhões! Entre as baratas ter ou não ter quatro milhões não faz
diferença. Mas Vandirene mudou. Empregou o dinheiro. Mudou de bairro. Comprou
casa. Passou a vestir bem, a comer bem, a cuidar onde põe o pronome. Subiu de classe.
Contratou babás e entrou na Pontifícia Universidade Católica.
Vandirene acordou um dia e viu que tinha se transformado em barata. Seu penúltimo
à à à M àD à áà à à à à à à à“ à
último pensamento humano foi para seu dinheiro rendendo na financeira e que o
safado do marido, seu herdeiro legal, o usaria. Depois desceu pelo pé da cama e correu
para trás de um móvel. Não pensava mais em nada. Era puro instinto. Morreu cinco
minutos depois, mas foram os cinco minutos mais felizes de sua vida.
(http://espirall-ltda.blogspot.com.br/2011/05/fome-depende-do-desperdicio.html.
Acesso em 23/09/2014)
Comentários
A única alternativa plausível é a [D]. Pode-se dizer que as desigualdades sociais são resultado da
má distribuição de bens, que garante mais oportunidades e qualidade de vida a uma classe social,
em detrimento de outra.
Gabarito: D
Comentários
Por estilos diferentes, ambos (a charge e o texto) apresentam uma crônica da sociedade de classes
brasileira. Pela abordagem marxista, as classes sociais são resultado das relações de produção,
portanto podemos considerar que a alternativa [E] está correta.
Gabarito: E
sociais derivadas de aparências físicas (cor da pele, traços faciais), conquanto nítidas e
persistentes, inexistiam.
Ou se existiam eram para ser esquecidas, abafadas ou comentadas no íntimo do lar.
Como tal, o mito da democracia racial serviu não apenas ao projeto de industrialização
do país. Também se associou a um modelo de desenvolvimento que viria a ser
assumidamente concentrador de renda e poder político em termos sociorraciais, dado
que tais assimetrias passaram a ser incorporadas à paisagem das coisas.
Após o fim do mito da democracia racial, parece que se torna necessário romper com
uma segunda lenda. A de que as assimetrias de cor ou raça sejam decorrência direta do
escravismo, findado há 120 anos.
Tal compreensão retira da sociedade do presente a responsabilidade pela construção
de um quadro social extremamente injusto gerado a cada instante, colocando tal fardo
apenas nos ombros do distante passado. Nosso racismo está embebido de uma forte
associação entre cor da pele e uma condição social esperada ou desejada. Tal correlação
atua nos diversos momentos da vida social, econômica e institucional.
A leitura dos indicadores sociais decompostos pela variável cor ou raça expressa a
dimensão de tais práticas sociais inaceitáveis. Se os afrodescendentes se conformam
com tal realidade, fica então ratificado o mito. Se não se conformam, dizem os maus
presságios: haverá ruptura de nossa paz social.
O racismo e as assimetrias de cor ou raça do presente não são produtos da escravidão,
muito embora tenham sido vitais para o seu funcionamento. Em sendo uma herança
perpétua e acriticamente atual.
O que fazer para superar este legado? Este é o desafio de todos nós, habitantes deste
sexto século brasileiro que há pouco despertou.
á à à à à à à à à à à à à à à à à
segunda lenda. A de que as assimetrias de cor ou raça sejam decorrência direta do
escravismo, findado há 120 anos.
Tal compreensão retira da sociedade do presente a responsabilidade pela construção de um
quadro social extremamente injusto gerado a cada instante, colocando tal fardo apenas nos
ombros do di à à
A)
B)
C)
D)
E)
Comentários
Somente a alternativa [B] faz referência a um evento passado: a exploração e desigualdade da
sociedade escravista. É justamente contra esse pensamento, de que tudo o que somos é resultado
de um passado, que o texto afirma que devemos lutar. Isso porque se tudo fosse somente
resultado do passado, não teríamos responsabilidade pelo que fazemos no presente.
Gabarito: B
Comentários
O uso do conceito de ideologia em Marx está ligado ao mascaramento da realidade, não há um
caráter positivo na ideologia em sua teoria. Embora a ideologia seja orgânica em qualquer
sociedade, ela sempre servirá como instrumento de dominação, sempre está a serviço de uma
classe dominante uma vez que pode ser usada para destituir ou construir significados que
impedem a percepção do real. A ideologia possui como principais características: prescrever de
normas, servir como forma de representação social, generalizar o particular, criar um discurso
lacunar, explicar a realidade a serviço de interesses específicos, inverter da realidade, alienar,
fetichizar a mercadoria, reificar, naturalizar e ocultar a realidade. Neste sentido a ideologia é
sempre coletiva, não há emancipação em seu desenvolvimento, apenas ilusão e dependência.
Q à à à à à à à à à à à à à à à
do trabalho independente das condições de exploração a que este homem está submetido.
Gabarito: D
Cidadão
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio, moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
"Pai, vou me matricular"
Mas me diz um cidadão
"Criança de pé no chão
á à à à
Fonte: Disponível em: <http://www.vagalume.com.br/>. Acesso em: 29 jul. 2014.
Comentários
A letra da música faz clara referência à situação de exclusão e desigualdade social que muitas
pessoas vivem no Brasil, materializada na figura do operário da construção civil que não pode se
apropriar daquilo produz, vendo seus direitos civis e sociais lhe serem negados.
Gabarito: D
SAKAMOTO, Leonardo. P à à à à àM à à à à
na moda. Blog do Sakamoto. 11 mar. 2014. Adaptado. Disponível em:
<http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2014/...na-moda/> Acesso em 11 mar.
2014.
Com essa famosa metáfora, Marx realiza a definição de ideologia como inversão da realidade,
da qual decorre para ele:
A) a alienação da classe trabalhadora.
B) a consciência de classe dos trabalhadores.
C) a existência de condições para a práxis revolucionária.
D) a definição de classes sociais.
Comentários
A ideologia contribui para a alienação da classe trabalhadora. Essa alienação é dupla: tanto
material, do trabalhador que está alienado do fruto do seu trabalho, quanto simbólica, do
trabalhador que não se dá conta das condições de exploração a que é submetido.
Gabarito: A
1.
Em 1960, os 20% mais ricos da população mundial dispunham de um capital trinta vezes mais
elevado do que o dos 20% mais pobres, o que já era escandaloso. Mas, ao invés de melhorar,
a situação ainda se agravou. Hoje, o capital dos ricos em relação ao dos pobres é, não mais
trinta, mas oitenta e duas vezes mais elevado.
RAMONET, I. Guerras do século XXI: novos temores e novas ameaças. Petrópolis: Vozes, 2003
(adaptado).
Que característica socioeconômica está expressa no texto?
A) Expansão demográfica.
B) Homogeneidade social.
C) Concentração de renda.
D) Desemprego conjuntural.
E) Desenvolvimento econômico.
2. (Upe 2013)
Observe a charge a seguir:
Ela faz referência a uma forma de desigualdade. Acerca das características dessa estrutura
social, analise as alternativas e marque a CORRETA.
A) A hierarquização é rígida, baseada em critérios hereditários, profissionais, étnicos,
religiosos, que determinam as relações entre as pessoas.
3. (Interbits 2012)
Na tirinha acima, Manolito (personagem da última fala) incorpora a ideologia de uma classe
social determinada. Que classe social é essa?
A) O proletariado.
B) A classe média.
C) A burguesia.
D) A classe operária.
E) A classe militar.
4. (Upe 2012)
Observe as fotos a seguir:
Essas imagens refletem as desigualdades sociais existentes no Recife, que também podem ser
encontradas em outras grandes cidades do Brasil. Em relação às desigualdades sociais,
assinale a alternativa correta.
A) As diferenças sociais vêm diminuindo significativamente no país, ao longo dos anos, com a
divisão igualitária das riquezas. Entretanto, essas transformações só foram possíveis graças
aos movimentos contra a corrupção, que permitiram o acúmulo de bens no Brasil.
B) As péssimas condições de habitação revelam que o Estado não está voltado nem
preparado para a aplicação da riqueza social (oriunda dos impostos arrecadados), que
possibilita o bem-estar da maioria da população.
C) O processo de industrialização em curso no nosso país vem favorecendo todos os setores
da população, considerando seus problemas básicos.
D) As palafitas, em contraposição aos prédios luxuosos, demonstram como as desigualdades
entre as classes sociais são baseadas numa hierarquização rígida.
E) O que determina as desigualdades sociais nas sociedades são as relações de classe, exceto
nas sociedades rurais.
5. (Ueg 2011)
Algumas pessoas conseguem mais do que outras nas sociedades mais dinheiro, mais
prestígio, mais poder, mais vida, e tudo aquilo que os homens valorizam. Tais desigualdades
criam divisões na sociedade divisões com respeito a idade, sexo, riqueza, poder e outros
recursos. Aqueles no topo dessas divisões querem manter sua vantagem e seu privilégio;
aqueles no nível inferior querem mais e devem viver em um estado constante de raiva e
frustração [...]. Assim, a desigualdade é uma máquina que produz tensão nas sociedades
humanas. É a fonte de energia por trás dos movimentos sociais, protestos, tumultos e
revoluções. As sociedades podem, por um período de tempo, abafar essas forças
6. (Uel 2011)
Observe a charge.
Com base na charge e nos conhecimentos sobre a teoria de Marx, é correto afirmar:
A) A produção mercantil e a apropriação privada são justas, tendo em vista que os patrões
detêm mais capital do que os trabalhadores assalariados.
B) Um dos elementos constitutivos da acumulação capitalista é a mais-valia, que consiste em
pagar ao trabalhador menos do que ele produziu em uma jornada de trabalho.
C) A mercadoria, para poder existir, depende da existência do capitalismo e da substituição
dos valores de troca pelos valores de uso.
D) As relações sociais de exploração surgiram com o nascimento do capitalismo, cuja faceta
negativa está em pagar salários baixos aos trabalhadores.
E) Sob o capitalismo, os trabalhadores se transformaram em escravos, fato acentuado por ter
se tornado impossível, com a individualização do trabalho e dos salários, a consciência de
classe entre eles.
7. (Upe 2015)
Observe a figura a seguir:
E) há uma desigualdade social provocada pela maneira desigual de distribuição das riquezas
circulantes no grupo social, no qual aqueles que estão mais acima são sustentados pelos que
estão na base do grupo.
8. (Uel 2005)
Analise a figura a seguir.
A figura ilustra, por meio da ironia, parte da crítica que a perspectiva sociológica baseada nas
reflexões teóricas de Karl Marx (1818-1883) faz ao caráter ideológico de certas noções de
Estado. Sobre a relação entre Estado e sociedade segundo Karl Marx, é correto afirmar:
A) A finalidade do Estado é o exercício da justiça entre os homens e, portanto, é um bem
indispensável à sociedade.
B) O Estado é um instrumento de dominação e representa, prioritariamente, os interesses
dos setores hegemônicos das classes dominantes.
C) O Estado tem por finalidade assegurar a felicidade dos cidadãos e garantir, também, a
liberdade individual dos homens.
D) O Estado visa atender, por meio da legislação, a vontade geral dos cidadãos, garantindo,
assim, a harmonia social.
E) Os regimes totalitários são condição essencial para que o Estado represente, igualmente,
os interesses das diversas classes sociais.
9. (Interbits 2012)
A Filosofia e a Sociologia são disciplinas que promovem uma reflexão crítica sobre os mais
variados temas, particularmente o da ideologia. Partindo de uma análise crítica e utilizando o
conceito de ideologia desenvolvido por Marx e outros pensadores, é correto afirmar que o
cartum:
A) revela que, independentemente dos indivíduos e das classes sociais, todos pertencemos ao
povo brasileiro.
B) mostra que, diante da televisão, todos os brasileiros são iguais nesse momento.
C) sugere que há um crescimento quantitativo dos telespectadores com o passar do tempo.
D) à à à à à à à à à à à à à à
desigualdades sociais.
De acordo com os dados sobre as diferenças entre o rendimento médio de negros e não
negros nas regiões metropolitanas do Brasil, assinale a alternativa correta:
A) O Distrito Federal apresenta a maior diferença de rendimentos entre negros e não negros
em comparação às demais regiões metropolitanas.
B) Nas regiões metropolitanas industrializadas, a diferença entre o rendimento médio de não
negros e negros é menor do que nas regiões não industrializadas.
C) Nas regiões metropolitanas do Sudeste, a diferença entre o rendimento médio de não
negros e negros é menor do que nas regiões metropolitanas do Sul.
D) Nas regiões metropolitanas de São Paulo e Salvador, negros recebem aproximadamente
50% do rendimento médio de um não negro.
E) Nas regiões metropolitanas do Sudeste, a diferença entre o rendimento médio de não
negros e negros é menor do que nas regiões metropolitanas do Nordeste.
Apesar do que informa o gráfico acima, Relatório da ONU de 2005 afirma que o Brasil é
==14aa66==
recordista em desigualdade de renda. Os mais ricos ganham 32 vezes mais que os mais
pobres. Estudo realizado pelo IPEA afirma que os ganhos dos 10% mais ricos são vinte vezes
maiores do que os dos 40% mais pobres. De acordo com a teoria sociológica e as informações
fornecidas pode-se afirmar que:
A) a concentração de renda na sociedade brasileira é reflexo da aptidão e maiores
capacidades intelectuais dos membros das classes dominantes.
B) a sociedade brasileira experimentou distribuição de renda nos últimos anos, mas mantém
suas desigualdades históricas.
C) à à à à à à à à à -se à tendência
de seus membros de buscarem postos de trabalho que demandem pouco esforço.
D) a curva ilustrada no gráfico indica uma queda na renda dos mais pobres na primeira
metade dessa década.
E) o gráfico e as informações que o acompanham demonstram a impossibilidade de
diminuição da desigualdade social sem crescimento econômico.
A figura acima, claramente marxista, faz uma crítica à ideia de meritocracia. Assinale a
alternativa que apresenta uma interpretação marxista desse conceito.
A) Meritocracia corresponde ao modelo de gestão que tem como princípio básico o mérito e
as capacidades que cada uma das pessoas possui.
B) Meritocracia é uma noção bastante atual, que tem como objetivo valorizar a livre iniciativa
e a inovação nas relações de trabalho.
C) Meritocracia corresponde a um mecanismo ideológico, que oculta a relação de exploração
e de desigualdade entre as classes sociais.
D) Meritocracia diz respeito à reformulação da ética protestante que deu origem ao
capitalismo moderno.
E) A meritocracia é um fato social, pois corresponde à representação coletiva da sociedade
capitalista contemporânea.
A metamorfose
Uma barata acordou um dia e viu que tinha se transformado num ser humano.
Começou a mexer suas patas e viu que só tinha quatro, que eram grandes e pesadas e
de articulação difícil. Não tinha mais antenas. Quis emitir um som de surpresa e sem
querer deu um grunhido. As outras baratas fugiram aterrorizadas para trás do móvel.
Ela quis segui-las, mas não coube atrás do móvel. O seu segundo pensamento foi: "Que
àP à à à à
Pensar, para a ex-barata, era uma novidade. Antigamente ela seguia seu instinto.
Agora precisava raciocinar. Fez uma espécie de manto com a cortina da sala para cobrir
sua nudez. Saiu pela casa e encontrou um armário num quarto, e, nele, roupa de baixo e
um vestido. Olhou-se no espelho e achou-se bonita para uma ex-barata. Maquiou-se.
Todas as baratas são iguais, mas as mulheres precisam realçar sua personalidade.
Adotou um nome: Vandirene. Mais tarde descobriu que só um nome não bastava. A que
à à àT à à àR àC à à à à à
emprego como faxineira. Sua experiência de barata lhe dava acesso a sujeiras mal
suspeitadas. Era uma boa faxineira.
Difícil era ser gente... Precisava comprar comida e o dinheiro não chegava. As baratas
se acasalam num roçar de antenas, mas os seres humanos não. Conhecem-se,
namoram, brigam, fazem as pazes, resolvem se casar, hesitam. Será que o dinheiro vai
dar? Conseguir casa, móveis, eletrodomésticos, roupa de cama, mesa e banho.
Vandirene casou-se, teve filhos. Lutou muito, coitada. Filas no Instituto Nacional de
P à“ àP à à Oà à àF à à à
loteria. Quase quatro milhões! Entre as baratas ter ou não ter quatro milhões não faz
diferença. Mas Vandirene mudou. Empregou o dinheiro. Mudou de bairro. Comprou
casa. Passou a vestir bem, a comer bem, a cuidar onde põe o pronome. Subiu de classe.
Contratou babás e entrou na Pontifícia Universidade Católica.
Vandirene acordou um dia e viu que tinha se transformado em barata. Seu penúltimo
à à à M àD à áà à à à à à à à“ à
último pensamento humano foi para seu dinheiro rendendo na financeira e que o
safado do marido, seu herdeiro legal, o usaria. Depois desceu pelo pé da cama e correu
para trás de um móvel. Não pensava mais em nada. Era puro instinto. Morreu cinco
minutos depois, mas foram os cinco minutos mais felizes de sua vida.
(http://espirall-ltda.blogspot.com.br/2011/05/fome-depende-do-desperdicio.html.
Acesso em 23/09/2014)
por exemplo, o índice era de apenas 4%. Alguns destes chegaram de forma ainda hoje
inédita aos altos escalões da vida cultural e politica do país. A lista não e tão pequena
assim: Rebouças, Patrocínio, Caldas Barbosa, Machado de Assis.
Na contramão, há quem afirme que a liberdade conquistada pela alforria, em nossa
antiga sociedade, era extremamente precária em razão da cor, tornando as pessoas
libertas de tez mais escura no máximo quase-cidadãos.
De qualquer maneira, se é verdade que nossa realidade colonial e imperial guarda uma
complexidade própria, o fato é que ao longo do século 20 a antiga sociedade acabaria
abrigando um desconcertante paradoxo. O escravismo não tivera nada de harmonioso,
mas o sistema de dominação abria margens para infiltrações.
Para as experiências do pós-emancipação, cor, raça e racismo foram paisagens
permanentemente reconfiguradas. Ordem, trabalho, disciplina e progresso dialogaram
com as políticas públicas de aparato policial e criminalização dos descendentes dos
escravizados e suas formas de manifestação cultural e simbólica.
No projeto de nossas elites desse período vigorou a concepção de que o
desenvolvimento socioeconômico era incompatível com nossas origens ancestrais em
termos étnicos. Países com maiorias não brancas não atingiram, e jamais alcançariam, o
tão desejado progresso. Os perniciosos efeitos do sistema escravista foram associados
às suas vitimas, ou seja, os escravizados.
No contexto posterior aos anos 1930, a valorização simbólica da mestiçagem seria um
importante combustível ideológico do projeto desenvolvimentista. Dado o momento
histórico em que fora forjado, se pode até reconhecer que tal discurso poderia abrigar
algum tipo de perspectiva progressista. Por outro lado, ao consagrar como natural a
convergência das linhas de classe e cor, tal lógica tentou convencer que diferenças
sociais derivadas de aparências físicas (cor da pele, traços faciais), conquanto nítidas e
persistentes, inexistiam.
Ou se existiam eram para ser esquecidas, abafadas ou comentadas no íntimo do lar.
Como tal, o mito da democracia racial serviu não apenas ao projeto de industrialização
do país. Também se associou a um modelo de desenvolvimento que viria a ser
assumidamente concentrador de renda e poder político em termos sociorraciais, dado
que tais assimetrias passaram a ser incorporadas à paisagem das coisas.
Após o fim do mito da democracia racial, parece que se torna necessário romper com
uma segunda lenda. A de que as assimetrias de cor ou raça sejam decorrência direta do
escravismo, findado há 120 anos.
Tal compreensão retira da sociedade do presente a responsabilidade pela construção
de um quadro social extremamente injusto gerado a cada instante, colocando tal fardo
apenas nos ombros do distante passado. Nosso racismo está embebido de uma forte
associação entre cor da pele e uma condição social esperada ou desejada. Tal correlação
atua nos diversos momentos da vida social, econômica e institucional.
A leitura dos indicadores sociais decompostos pela variável cor ou raça expressa a
dimensão de tais práticas sociais inaceitáveis. Se os afrodescendentes se conformam
com tal realidade, fica então ratificado o mito. Se não se conformam, dizem os maus
presságios: haverá ruptura de nossa paz social.
A)
B)
C)
D)
E)
Cidadão
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio, moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
"Pai, vou me matricular"
Mas me diz um cidadão
"Criança de pé no chão
á à à à
Fonte: Disponível em: <http://www.vagalume.com.br/>. Acesso em: 29 jul. 2014.
SAKAMOTO, Leonardo. P à à à à àM à à à à
na moda. Blog do Sakamoto. 11 mar. 2014. Adaptado. Disponível em:
<http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2014/...na-moda/> Acesso em 11 mar.
2014.
modo que os donos dos meios de produção (a burguesia) exploram o trabalho objetivando a
obtenção do lucro.
A categoria econômica que denota o lucro obtido a partir desse processo de exploração do
trabalho é denominada por Karl Marx de:
A) expropriação.
B) exploração.
C) capitalismo.
D) mais-valia.
E) comunismo.
Com essa famosa metáfora, Marx realiza a definição de ideologia como inversão da realidade,
da qual decorre para ele:
A) a alienação da classe trabalhadora.
B) a consciência de classe dos trabalhadores.
C) a existência de condições para a práxis revolucionária.
D) a definição de classes sociais.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Muito bem, querido estudante. Se chegou até aqui é um bom sinal: o de que tentou praticar
todos os exercícios. Não se esqueça da importância de ler a teoria completa e sempre consultá-la.
Não esqueça dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para alcança-los. Sonhe alto, pois
à à à à à à à à à à àT à à nossa
próxima aula.
Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso.
Até logo...