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9° ANO
DESIGUALDADE SOCIAL
EM TEMPOS DE PANDEMIA
BAURU
2020
AMANDA BERNARDO ORTIZ ZANIBONI SILVA, JORDANA GODINHO DE
BARROS, LUANA FREITAS LEITE, NIXON SOUSA SANTOS
DESIGUALDADE SOCIAL
EM TEMPOS DE PANDEMIA
BAURU
2020
AGRADECIMENTOS
As raízes da desigualdade social no Brasil podem ser conferidas ao passado colonial escravista
do país. A falta de amparo de políticas governamentais aos ex-escravos e indígenas deu início
a um ciclo de disparidade entre as diferentes classes. Séculos após a Lei Áurea, ainda é possível
perceber a discrepância nas condições de vida da população. Embora haja tíbias tentativas de
auxílios governamentais para que sejam asseguradas, minimamente, as condições para uma
vida digna, tamanha desigualdade desnuda-se, seja graças à herança escravocrata colonial, seja
devido à falta de investimentos efetivos de capital por parte do Estado em áreas essenciais para
a diminuição da desigualdade. No início da pandemia no país, muitos especulavam
ingenuamente sobre a hipótese de a crise igualar os níveis de vulnerabilidade e insegurança das
classes; contudo, este cenário foi apenas capaz de acentuar a situação díspar da população. O
acesso à água encanada, a viabilidade de cumprir o isolamento social, entre outros foram fatores
atestantes do abismo entre os diferentes estratos populacionais. A educação, sobretudo, foi um
dos indicadores sociais mais heterogêneos durante a pandemia. Estudos mostram que o número
de alunos que utilizam recursos digitais durante as aulas é menor em escolas da rede pública
quando comparado às particulares. A educação pública é o elo mais determinante na corrente
da desigualdade social: uma vez que aquela não tem qualidade, esta é perpetuada, dá-se início
a um ciclo interminável de desequilíbrio. Através de pesquisas bibliográficas quantitativas e
qualitativas de natureza básica com a finalidade de explicar o fenômeno, conclui-se que a
desigualdade social no Brasil tem origem no regime escravocrata do país na era colonial e
perpetua-se até os dias de hoje; acentuada no contexto da pandemia de COVID-19 e acima de
tudo no âmbito da educação.
Palavras-chave: Escravidão; pandemia; desigualdade social; educação
ABSTRACT
The roots of social inequality in Brazil can be traced to the country's colonial slave past and are
perpetuated until today, in a cycle of disparity. The lack of protection provided to ex-slaves and
indigenous people started a cycle of disparity between the different classes. Centuries after the
Áurea Law it is still possible to notice the discrepancy in the population's living conditions.
Although there are attempts at government aid to level the quality of life, such inequality cannot
be disguised, either thanks to the colonial slave-owning legacy or the lack of effective capital
investments by the State in areas essential for reducing inequality. At the beginning of the
pandemic in the country, many speculated on the hypothesis that the crisis would equal the
levels of vulnerability and social insecurity of the classes; however, this plot was only able to
accentuate the disparate situation of the population. Access to piped water, the feasibility of
respecting social isolation and, among others, were factors attesting to the abyss between
different population strata. Above all, education was one of the most heterogeneous social
indicators during the pandemic. Studies show that the number of students who use digital
resources during classes is lower in public schools when compared to private schools. Quality
public education is the weakest ring in the chain of social inequality: once it is broken, an
endless cycle of imbalance begins. Through quantitative and qualitative bibliographic research
of basic nature to explain the phenomenon, it is concluded that social inequality in Brazil stems
from country's slave regime in the colonial era and is perpetuated until today; stressed by the
context of the COVID-19 pandemic and above all in the field of education.
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7
2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 7
3 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................. 7
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................... 7
4 DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL .......................................................................... 9
4.1 CAUSAS HISTÓRICAS ...................................................................................................... 9
4.1.2 Consequências da colonização ...................................................................................... 10
5 QUADRO GERAL DA DESIGUALDADE ...................................................................... 10
6 PAPEL DA PANDEMIA .................................................................................................... 11
6.1 IMPACTO NA SAÚDE ..................................................................................................... 12
6.2 REDUÇÃO DA RENDA ................................................................................................... 12
6.3 IMPACTOS NA EDUCAÇÃO .......................................................................................... 13
7 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 15
7
1 INTRODUÇÃO
A desigualdade social no Brasil dá-se desde o período colonial, tendo suas raízes
concentradas especialmente no modelo de colonização adotado pela metrópole,
Portugal. Através do pacto colonial e da escravidão, alguns grupos tornaram-se mais
afortunados e privilegiados que outros, dando início à disparidade visível nas condições de vida
da população.
Infelizmente esta realidade permanece nos dias de hoje. Em especial, durante a
pandemia, foi possível notar a discrepância na qualidade de vida de estratos populacionais. As
condições proporcionadas pela situação atual apenas salientaram o abismo que separa as classes
sociais do país.
Diversos aspectos foram afetados pela pandemia, sobretudo a educação. Tanto a rede
pública quanto a particular foram forçadas a se adaptar à nova realidade; contudo, os recursos
disponibilizados para alunos foram completamente diferentes. Mais uma vez foi destacado o
distanciamento entre as oportunidades e condições de vida das castas.
Tendo isso em vista, este Trabalho de Conclusão do Ensino Fundamental visa analisar
o cenário da desigualdade social no Brasil, compreendendo suas causas e refletindo o impacto
da pandemia nesta conjuntura, acima de tudo no âmbito da educação.
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVO GERAL
Graças à grande pressão inglesa, a Lei Áurea foi sancionada dia 13 de maio de
1888. Precedida pelas leis Eusébio de Queiróz (1850), do Ventre Livre (1871) e dos
Sexagenários (1885), a sanção deste regimento foi tida como uma vitória para o movimento
negro do Brasil. Contudo, a criminalização legal do escravagismo não foi suficiente para que
essa conduta deixasse de ser praticada.
A mudança do eixo econômico açucareiro do nordeste para o sudeste com a
consolidação da economia cafeeira também trouxe grandes mudanças para o país. A maior parte
das lavouras de café se encontrava no Vale do Paraíba - região no sul fluminense e litoral norte
de São Paulo - todas movidas à mão-de-obra escrava. No entanto, uma crise econômica na
província do Rio de Janeiro fez com que a produção cafeeira fosse transferida para o centro
oeste paulista, onde a mão-de-obra era assalariada em sua maioria composta por imigrantes
europeus.
A metamorfose do sistema econômico cafeeiro, acompanhada da negligência
governamental desamparou os negros ex-escravos, que abandonaram as fazendas onde antes
eram servos para irem às cidades em busca de mais oportunidades. Todavia, sem especialização
suficiente para competir com o restante da população branca, os negros tornaram-se
marginalizados, e, apesar da abolição da escravatura, a única solução para a situação dos ex-
escravos era voltar, sem remuneração, aos latifúndios onde trabalhavam antes da Lei Áurea.
Esta cadeia se perpetua até os dias de hoje, contudo não exclusivamente à população preta. A
falta de oportunidades é a principal causa da desigualdade social no Brasil, campo que tange as
áreas da educação, saúde e distribuição de renda. A herança colonial traduz-se em um abismo
entre as classes sociais do país.
6. PAPEL DA PANDEMIA
7. CONCLUSÃO
A desigualdade social no Brasil não é recente; suas raízes podem ser localizadas na
colonização do país. Apesar de tentativas governamentais para a diminuição de tal
iniquidade, tamanha disparidade entre classes não pode ser ocultada, a não ser que suas raízes
fossem outras.
A atual pandemia da COVID-19 tão somente desempenhou o papel de salientador do
quadro. A base da pirâmide foi consideravelmente afetada, quando comparada à classe
privilegiada. Diversos fatores colaboraram para que houvesse tamanha diferença,
contradizendo a hipótese de que a situação seria a mesma para todos.
Sobretudo na educação, a disparidade foi evidente: a maneira com que as escolas da
rede privada lidaram com o cenário caoticamente singular foi notoriamente distinta da rede
pública. As consequências desta situação, inelutavelmente, traduzem-se em um ciclo infinito
de desigualdade social.
15
REFERÊNCIAS