Você está na página 1de 11

Secretaria Municipal de Educação

Setor de Supervisão Técnica e Coordenação Pedagógica


Ensino Fundamental – Anos iniciais
E-mail: educacao@itaete.ba.gov.br Itaetê-Ba - CEP:46790-000

Projeto Piloto de Educação do Campo

Itaetê-Ba
2022
Secretaria Municipal de Educação
Setor de Supervisão Técnica e Coordenação Pedagógica
Ensino Fundamental – Anos iniciais
E-mail: educacao@itaete.ba.gov.br Itaetê-Ba - CEP:46790-000

Plano de Ação do Projeto Piloto para Educação do


Campo

“E fundamental diminuir a distância entre o que se diz e


que se faz, de tal maneira que num dado momento a tua fala seja a tua prática “.
Secretaria Municipal de Educação
Setor de Supervisão Técnica e Coordenação Pedagógica
Ensino Fundamental – Anos iniciais
E-mail: educacao@itaete.ba.gov.br Itaetê-Ba - CEP:46790-000

“E fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal maneira que
num dado momento a tua fala seja a tua prática “.
Paulo Freire.
ESCOLA MUNICIPAL UNIÃO DA CHAPADA
DIRETOR: Marcelo de Jesus Lima
COORD. PEDAGÓGICA: Valéria Oliveira Santos da Cruz
E-MAIL:união.escolamunicipal@gmail.com

Projeto didático protagonismo da agricultura familiar

Título: Fortalecimento da Agricultura Familiar em Itaetê


Recortes:
- Identidade;
- Produção
- Sustentabilidade (agricultura e meio ambiente)
- Protagonismo socioeconômico
Áreas: Língua, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Sociais
Objetos do conhecimento:
Língua: Leitura, escrita e oralidade;
Matemática: tratamento da informação, números e operações, geometria;
Ciências Naturais: solo e planta, clima, meio ambiente, vegetação, elementos da
natureza, micro-organismos e ecossistemas
Ciências Sociais: Agricultura familiar (interrelações: campo e cidade), economia,
convivência com o semiárido;
Culminância: Encontro intercomunitário de crianças e adolescentes da agricultura
familiar (dialogar com equipe)
Produtos finais: dialogar com equipe

Justificativa

A Escola Municipal União da Chapada pertence ao projeto de Assentamento União


da Chapada, conquistado por seus comunitários por meio de muitas lutas, através de
políticas de reforma agrária em parceria com movimentos socias de luta pela terra. A
União da Chapada assim como grande parte do município de Itaetê vive sobretudo da
agricultura e pecuária em sistema de produção familiar.
Dentro deste cenário encontra-se um potencial recurso pedagógico que é o meio
onde o aluno está inserindo, o que viabiliza uma sustentabilidade entre aprendizagem e
possibilidades de intervenções com ambiente, com a comunidade, e sobretudo, com o
poder de transformar a realidade.
Para viabilizar estas intervenções pretende – se ao longo do 2º semestre executar
um projeto didático que discuta agricultura familiar na perspectiva do pertencimento
identitário e do protagonismo socioeconômico exercido por esta categoria na realidade
de nosso município.
Todas as turmas matriculadas estarão incluídas nesta proposta desde a educação
infantil, a mesma poderá optar por estudar a produção agrícola e pecuária em regime de
economia familiar, observando o que se produz, como se produz e para qual finalidade
esta produção. As series iniciais do fundamental poderá explorar a sustentabilidade
entre a agricultura familiar e o meio ambiente, observando e intervindo diretamente em
grau de experiencia em sua realidade. Os anos finais do fundamental I buscarão
conhecimento quanto a importância social e econômica da agricultura familiar para o
município, percebendo e valorizando a vida no campo com dignidade desfrutando das
políticas sociais para o campo.

Objetivo geral:
 Fortalecer o sentimento de pertencimento e valorização dos agricultores(as)
familiares enquanto protagonistas do desenvolvimento socioeconômico de Itaetê;

Objetivos específicos:
 Encontrar na escola um amplo debate no que se refere a agricultura familiar e
seus aspectos no município de Itaetê;
 Desenvolver o sentimento identitário valorizando os povos do campo, seu
trabalho e sua cultura;
 Despertar a curiosidades para formas tecnológicas acessíveis e de políticas de
melhoria da vida no campo.
 Valorizar a vida no campo empoderando-se enquanto sujeito de direitos;
 Observar os aspetos linguísticos, entendendo o oral como ferramenta de
conhecimento científico;
 Produzir registros com base em pesquisas, entrevistas, relatos para culminarem
em produtos finais como folhetos, livros, catálogos, biografias etc.
 Envolver-se em situações problemas possivelmente reais para o trabalho no
campo, colocando-se no lugar do produtor rural, comerciante ou até consumidor;
 Desenvolver o conceito de possibilidade de conciliação entre meio ambiente e
agricultura e pecuária;
 Viver situações reais/sociais do uso da leitura, da escrita e de conhecimentos
matemáticos;
 Observar de forma crítica modelos convencionais e inovadores de produção;

Etapas metodológicas:

1- Contextualização e apresentação a proposta de trabalho:


Organizar uma roda no centro da sala ou se possível em ambiente exterior e informar
que realizaremos um bate papo sobre a ocupação das pessoas que moram em nossa
comunidade, começando a pensar em seus pais. Explicar que neste momento
precisaremos saber a hora de falar algo e a hora de ouvir (criar um protocolo que se
abram turnos de fala como na tertúlia). O professor deverá coordenar as inscrições e
limitar a quantidade de fala para cada pergunta fazendo com que a grande maioria sinta
desejo de falar:
 Você sabe o que é ocupação e renda?
 Olhando para a comunidade a que pertencemos qual a principal ocupação e renda das
famílias que vivem aqui?
 Você sabe o que significa agricultura familiar?
 Você identifica sua família como agricultora familiar?
 Você ajuda ou já ajudou sua família nos trabalhos agrícolas?
 Você acha que esta profissão tem importância para a sociedade? Por quê?
O professor poderá tomar notas para pontos abordados que deverão ser retomados em
aulas futuras.
Concluir pedindo que comecem a observar em casa e na comunidade tudo que foi
conversado neste bate papo, pois voltaremos com este diálogo;

2- Lembrando das áreas rurais de Itaetê:


O professor deverá de forma expositiva trazer as concepções do que é rural/campo e
urbano/cidade exemplificando com imagens para ilustrar sua fala. Em seguida aguçar
neles a reflexão de quais localidades de nosso município são consideradas ruais,
urbanas ou até mesmo comunidades mistas. Pedir que os alunos listem em uma tabela
de um lado localidades urbanas de outros comunidades rurais (levar em consideração a
ocupação predominante na comunidade para classifica-la com rural ou urbana) deixar a
turma expor seus conhecimentos inclusive se citarem outros municípios;
Flexibilização: os alunos com níveis pré-silábicos e silábicos podem fazer em
agrupamentos produtivos para produzir a lista em cartazes que serão fixados na parede,
um grupo lista os rurais e outro os urbanos, ou ainda ter o professor como escriba.
Professor deve estar atento às discussões entre os alunos para que o
entendimento seja de integração e não de supervalorização de um e desvalorização do
outro(campo e cidade), deve existir o consenso de que complementam entre si.

Rurais Urbanos

3- As características da agricultura para a identidade do indivíduo pertencente:

Relembrar o que foi trabalhado nas aulas anteriores através de uma memória em que
aguce os alunos também a falarem e informá-los que este é um movimento que vai
acontecer nas próximas aulas, por isso todos deverão ficar muito atentos pois alguém
sempre será convidado a fazer a memória da aula anterior para situar os próximos
passos e para atualizar algum aluno que por ventura tenha faltado.
Escrever o título do texto abaixo no quadro e realizar antecipações valorizando sempre o
que é dito pelos estudantes.
Leitura colaborativa- (professor)-Realizar leitura prévia do texto e elaborar
questões desenvolvimento de estratégias de leitura e registro de informações
relevantes.
Realizar uma leitura colaborativa desse texto, informando de onde ele foi tirado e a
autoria:
https://www.politize.com.br/agricultura-familiar/

Gabriel Mazaro
Graduando em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista
(UNESP). Se interessa por temas de política, economia e proteção social. Acredita
que a comunicação de qualidade é aquela que informa e permite as pessoas
refletirem por si mesmas.

 Distribuir o texto abaixo:


Como funciona a agricultura familiar?
A agricultura familiar se diferencia dos demais tipos de agricultura pois nela a
gestão da propriedade é compartilhada pela família e os alimentos produzidos nela
constituírem a principal fonte de renda para essas pessoas. No Brasil, a atividade
envolve aproximadamente 4,4 milhões de famílias e é responsável por gerar
renda para 70% dos brasileiros no campo segundo informações do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 80% de toda a comida
do planeta venha desse tipo de produção.
Não há no mundo uma definição específica sobre agricultura familiar, o tema
é abordado e entendido de maneira diferente por cada país e alguns contam com
legislações específicas que regulam esse tipo de produção.
No Brasil, a agricultura familiar conta com uma legislação própria. É
considerado agricultor familiar aquele que promove atividades no meio rural
em terras de área inferior a quatro módulos fiscais, emprega mão de obra da
própria família e tem sua renda vinculada a produção resultante desse
estabelecimento.
Um módulo fiscal é uma unidade de medida definida em hectares que tem
seu valor estipulado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária) para cada município de acordo com o tipo de exploração da terra, a renda
obtida, outros tipos de exploração existentes e que também gerem renda, e o
conceito de propriedade familiar.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a agricultura
familiar é a principal responsável pela produção de alimentos para os brasileiros.
Ela é composta por pequenos produtores rurais, povos indígenas, comunidades
quilombolas, assentamentos de reforma agrária, silvicultores, aquicultores,
extrativistas e pescadores o setor se destaca pela produção de diversos gêneros
alimentares, como milho, mandioca, feijão, arroz entre outros.

4- Trabalho de campo: fomentando a temática

Solicitar um aluno que faça a memória da aula anterior e deixar que os colegas ajudem.
Explicar que vamos buscar informações importantes para o estudo que estamos fazendo
e para isso precisamos conhecer o perfil dos agricultores familiares de nossa
comunidade. Questionar:
_ Como podemos fazer para saber de forma real o perfil de agricultores de nossa
comunidade?
_ Qual mecanismos podemos usar para ter estas informações?
Exemplificar as possibilidades utilizadas quando se quer fazer um levantamento de
dados, até que cheguem em um concesso de realizar uma entrevista.
Formar pequenos grupos para a produção desta entrevista, fazendo a seguinte
consigna:
Vamos elaborar uma entrevista para vocês realizarem com suas famílias, o que
precisamos colocar na entrevista?
(Para turmas prealfabéticos reduzir as perguntas e selecionais as mais simples)
Alertar para os primeiros dados que deverão ser a identificação do entrevistado.
Em seguida questionar o que queremos saber dessas famílias no que se refere a sua
ocupação agrícola?
Sugestões de perguntas:
1- Qual seu nome:
2- Idade:
3- Tamanho da propriedade:
4- Quantas pessoas tem na família?
5- Qual a renda mensal retirada da agricultura? (valor estimado)
6- A família vive exclusivamente da terra?
7- Quantas pessoas da família desenvolvem a agricultura familiar?
8- A família tem uma projeção futura de sair da área rural?
9- Qual o principal produto plantado?
10-Você se considera um agricultor em regime de economia familiar?
11-Os filhos contribuem nas funções agrícolas?
12-Produz apenas um produto ou mais de um? Quais?
13-Consegue calcular os custos da produção (investimento e lucratividade)
14-Como a questão ambiental influencia no seu trabalho?
15-Na sua opinião quais os desafios da vida no campo?
16-Que sugestões você teria para que as famílias conseguissem se firmar no campo?
Orientar a turma a registrar fotos das entrevistas e agradecer o entrevistado.
4.1- Realização da entrevista
4.2- Exposição dos dados em tabelas das questões com respostas exatas;
4.3- Transformação da tabela em gráficos (isso pode acontecer após ouras etapas caso
o tempo seja insuficiente para a tabulação das informações);
4.3- Tratamento da informação obtida nos gráficos;

5- A sucessão dos povos do campo:


_ Organizar a turma em círculo, fazer a memória do q ocorreu em aulas anteriores, e
ir contextualizando a aula numa conversa que traz o pensamento de:
_ Como vocês “enxergam” os pais, avós ou familiares próximos diante de duas
profissões? Pedir que se inscrevam para fazer uso da fala.
_ Distribuir as seguintes questões problematizadoras e tematizar provocando-os a
partir do que foi dito na roda de conversa anterior:
_Você já ouviu a expressão “Estuda menino par ser alguém na vida”?
_O que significa a palavra sucessão?
Pedir aos alunos para registrarem respostas em seus cadernos, se possível
consultem dicionário (aos alunos que não estão com escritas alfabéticas podem
escrever listas ou frases com suas respostas). Ao finalizarem pedir que socializem
suas respostas pedindo que falem um de cada vez;
Fechar fazendo uma sistematização das falas valorizando o homem e a mulher do
campo falando da importância da permanência das pessoas no campo
6- As cadeias produtivas de Itaetê:
Explicar para a turma de forma expositiva o que é cadeia produtiva exemplificando com
outras regiões:
EX: A cadeia produtiva de barra da Estiva é o café e recentemente fruticultura (morango)
Como podemos investigar qual/ais a/as cadeia/as produtiva/as de nosso município?
(INVESTIGAR POSSIBILIDADES);
7- Construção do calendário sazonal;
Solicitar a memória da aula passada e fazer breve sistematização oral, expor a
expressão “calendário sazonal” e perguntar se sabem o que significa.
Fazer explanação para compreenderem do que se trata;
Receber agricultores convidados homens e mulheres para contribuírem com a
construção do calendário sazonal.
8- Feira de sementes- Encontro com agricultores homens e mulheres do campo com
convidados de entidades relacionadas às organizações do campo com o tema de
Empoderamento da família do campo.
Convidados: Associação local, Sintraf Itaetê, Secretaria de Municipal de
Agricultura, CEFORC etc.

9- Intervenções possíveis no meio rural:


Realizar a memória do que já foi estudado até aqui. Assistir ao vídeo de uma
experiencia de comunidade rural com alternativas de ocupação e renda no meio
rural de forma a incentivarem principalmente mulheres e jovens;
Segurança alimentar e economia familiar (quintais produtivos sistemas orgânicos
de produção);
Banco de sementes comunitário

10- Explorando o potencial local de produção de ocupação e renda:


- Quais potenciais de ocupação e renda temos em nossa comunidade?
- Como podemos melhorar algo que já existe na comunidade?
- Quem a União da Chapada para seus assentados?
- É possível ter uma vida digna produzindo dentro da agricultura que respeita o
meio ambiente?

11- Culminância do projeto-

Você também pode gostar