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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

SERVIÇO SOCAL

ARLETE DE ARAÚJO
HITÁLA TEÓFILO DOS SANTOS
LÁZARO DE SOUZA
MARINA DA SILVA
MAYRA SILVA ROSA

DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL

Ibotirama
2018
ARLETE DE ARAÚJO
HITÁLA TEÓFILO DOS SANTOS
LÁZARO DE SOUZA
MARINA DA SILVA
MAYRA SILVA ROSA

DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL

Trabalho apresentado à Universidade Pitágoras Unopar,


como requisito parcial para a obtenção de média
bimestral na disciplina de Sociologia, Filosofia,
Psicologia Social e Ética, Política e Cidadania, Seminário
Interdisciplinar II.

Orientador: Prof. Wilson Sanches, Márcia Bastos, Mayra


C. Frâncica dos Santos, Maria Luzia Mariano, Juliana
Lima Arruda e Patrícia Campos.

Ibotirama
2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................5
2.1.1 A CONTRADIÇÃO EM PROCESSO..........................................................6
2.1.2 A ORIGEM DAS DESIGUALDADES, SEGUNDO J.J.ROUSSEAU.............7
2.1.3 Psicologia Social: A Dimensão Subjetiva da Desigualdade Social........8
3 CONCLUSÃO......................................................................................................11
REFERÊNCIAS...........................................................................................................13
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1 INTRODUÇÃO

Com o propósito de analisar criticamente e de forma racional a


origem das desigualdades sociais, será exposta através deste trabalho uma análise
comparativa entre a teoria e a realidade.
A realidade brasileira vive um quadro de miséria e desigualdade
social que não se restringe apenas à dimensão econômica, mas também à dialética
inclusão/exclusão na sociedade, que, por sua vez, incorpora a dimensão política e a
cultural. A expressão “exclusão social” é marcada por uma diversidade de
significados e denominações, entretanto, é importante ressaltar que é o debate em
torno do fenômeno da desigualdade social que vem evoluindo ao longo do tempo.
Observa-se que, até as décadas de 1950 e 1960, a idéia da “pobreza” vigorava,
vinculada às questões de caráter econômico e às ações assistencialistas. Já nas
décadas de 1960 e 1970, a ideia da “marginalidade” predominou, marcada pela
compreensão mais focada nas questões políticas, nas quais as ações inerentes às
lutas políticas e processos de conscientização eram fortes. No final da década de
1970, início da década de 1980 é que emergiu a categoria de “exclusão social” para
aprofundar a compreensão da desigualdade social.
A desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que
afetam a maioria dos países na atualidade. A pobreza existe em todos os países,
pobres ou ricos, mas a desigualdade social é um fenômeno que ocorre
principalmente em países não desenvolvidos.

O conceito de desigualdade social é um guarda-chuva que


compreende diversos tipos de desigualdades, desde desigualdade de oportunidade,
resultado, etc., até desigualdade de escolaridade, de renda, de gênero, etc. De
modo geral, a desigualdade econômica – a mais conhecida – é chamada
imprecisamente de desigualdade social, dada pela distribuição desigual de renda.
No Brasil, a desigualdade social tem sido um cartão de visita para o mundo, pois é
um dos países mais desiguais. Segundo dados da ONU, em 2005 o Brasil era a 8º
nação mais desigual do mundo. O índice Gini, que mede a desigualdade de renda,
divulgou em 2009 que a do Brasil caiu de 0,58 para 0,52 (quanto mais próximo de 1,
maior a desigualdade), porém está ainda é gritante.
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No Brasil, as regiões mais afetadas pelos problemas sociais é o


Norte e o Nordeste do país, os quais apresentam os piores IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano) do Brasil.
Segundo relatório da ONU, as principais causas da desigualdade
social são; Falta de acesso à educação de qualidade, política fiscal injusta, baixos
salários, dificuldades de acesso aos serviços básicos, como saúde, transporte
público, saneamento básico e outros.
E as principais consequências da desigualdade social são:
Favelização, pobreza, miséria, desemprego, desnutrição, marginalização, violência e
outros.
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2 DESENVOLVIMENTO

A origem da desigualdade social na humanidade está diretamente


ligada à relação de poder, estabelecida desde o princípio dos tempos, popularmente
conhecida como a 'lei do mais forte'.

O homem primitivo sempre teve seu lugar de destaque, constituído


através da força e da inteligência, onde, por meio de combates e meios de ação
mais elaborados, através de um uso mais bem direcionado das aptidões
recentemente descobertas, estabelecia domínio e liderança sobre os demais,
gerando, assim, as primeiras relações de desigualdade social conhecidas no mundo.
Uns detinham as melhores partes da caça, as melhores companheiras sexuais, as
melhores habitações, enquanto que outros eram fadados a morrer de fome ou nos
próprios enfrentamentos, com os seus semelhantes mais fortes e inteligentes.

Os aspectos mais relevantes e simples para se estabelecer a


diferenciação e logo, a desigualdade entre homens, são os físicos e sociais. Ao
longo dos séculos, com a evolução da humanidade, essas relações de
desigualdades sociais também apresentaram um aumento em reflexo de como se
davam essas mudanças.

Com o advento das relações comerciais, os tipos de desigualdades


sociais foram se tornando mais e mais complexos e crescentes, principalmente com
a consolidação do capitalismo, com a colaboração e a expansão da industrialização.
A antiga sociedade do período medieval estava, então, sendo transformada,
inclusive nos tipos de desigualdades que antes se davam só na relação de poderio
entre senhores e vassalos, monarquia e plebe. Com a revolução industrial e a
crescente relação comercial estabelecida em todo o mundo, passa a se ter isso em
todo o contexto social, e em esferas mais específicas das camadas sociais, como
patrão e empregado, por exemplo.
O capitalismo, como uma das suas principais características, tem o
acúmulo do capital para girar a “roda da economia”. Então, quem detém o capital é
quem tem as melhores condições de moradia, acesso aos recursos, educação, etc.
Enquanto isso, quem está do outro lado como “engrenagem do sistema”, os
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trabalhadores que não detêm a renda nem o capital, estão na extremidade inferior
da relação. Logo, percebe-se um contexto de desigualdade social, gerada
primordialmente pela diferenciação econômica entre pessoas e pessoas, classes e
classes, sociedades e sociedades, etc.
O Capitalismo criou duas classes antagônicas gerando desigualdade
de classes e o conflito entre ambas. Em linhas gerais, o sistema do capital, baseia –
se no trabalho assalariado, onde o trabalhador vende sua força de trabalho para o
capitalista, que por sua vez o explora, garantindo o acúmulo e o lucro por meio da
mais-valia. Portanto, o capitalista acumula riqueza em função do aumento da
pobreza do proletariado.

2.1.1 A CONTRADIÇÃO EM PROCESSO

Assim, é importante definir o pensamento de dois filósofos que


contribuíram fundamentalmente para que pudéssemos compreender e classificar,
procurando, com o decorrer do tempo, soluções para o problema da desigualdade
social
Desigualdade Social na concepção de Rousseau - Jean-Jacques
Rousseau divide a desigualdade social em sua obra, o “Discurso sobre a origem e
os fundamentos da desigualdade entre os homens” em dois tipos: A física ou
natural, que é estabelecida por fatores como força física, idade, condições de saúde
e até mesmo a qualidade de espírito do indivíduo; e a desigualdade moral e política,
uma espécie de senso comum entre a sociedade, que uma convenção autorizada e
consentida pela maioria das pessoas.

Desigualdade Social na concepção de Karl Marx – Para ele, a


desigualdade social era um fenômeno causado pela divisão de classes e por terem,
nessas divisões, classes dominantes, estas se utilizavam da miséria gerada pela
desigualdade social como instrumento de manter o domínio estabelecido sobre as
classes dominadas, numa espécie de ciclo.
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2.1.2 A ORIGEM DAS DESIGUALDADES, SEGUNDO J.J.ROUSSEAU

“Insensatos, que vos queixais sem cessar da natureza, sabei que todos os
vossos males provêm de vós” (Jean-Jacques Rousseau, 1712-1778)

Em pleno século que cultua a razão, e critica ferozmente a igreja e a


monarquia, surge Rousseau, que não pode ser chamado de iluminista, mesmo
estando no centro do movimento iluminista. Este também critica todos estes
sistemas, mas vai além, pois culpa o progresso do homem como razão de todo mal
existente na sociedade.

Os três fundamentos básicos apontados por Rousseau para


demonstrar a origem da desigualdade entre os homens foram: a propriedade privada
como tema central de toda sua tese, depois o aparecimento dos magistrados e por
último o despotismo esclarecido. A propriedade privada não é um mal em si, só pode
ser má quando é usada inadequadamente pelo homem, a magistratura é exclusiva
do homem e o despotismo é o mau uso das atividades exercidas pelo homem
magistrado.

Para seguirmos o progresso da desigualdade nessas diferentes


revoluções, veremos que o estabelecimento da lei e do direito de propriedade foi seu
primeiro termo, a instituição da magistratura o segundo e que o terceiro e último foi à
mudança do poder legítimo em poder arbitrário, de modo que a condição de rico e
de pobre foi autorizada pela primeira época, a de poderoso e de fraco pela segunda
e pela terceira a de senhor e de escravo, que é o último grau de desigualdade e o
termo ao qual chegam finalmente todos os outros
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2.1.3 Psicologia Social: A Dimensão Subjetiva da Desigualdade


Social

A desigualdade social, aspecto essencial da realidade social


brasileira, constitui-se, então, como tema de alta relevância para teorias críticas nos
campos da educação e da psicologia, que buscam entender a existência de
camadas ricas e pobres em nossa sociedade, a partir da análise dos seus
determinantes e do seu processo de construção histórica. Investigando o fenômeno
da desigualdade social a partir do referencial sócio histórico, partimos do
pressuposto de que esse não é constituído apenas por uma dimensão objetiva, que
corresponde à divisão de classes em nossa sociedade, mas que também é
constituído por uma dimensão subjetiva – as significações produzidas por sujeitos
que vivem essas relações divididas e que não são meras consequências desse
fenômeno, e sim sua condição.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2012
atestam isso:

[…] no Brasil, os 10% da população ocupada com os rendimentos mais


elevados concentrou 41,5% do total de rendimentos de trabalho, enquanto
os 10% com os rendimentos mais baixos detiveram 1,4% do total das
remunerações (IBGE, 2012, p. 71).

A desigualdade social, aspecto essencial da realidade social


brasileira, constitui-se, então, como tema de alta relevância para teorias críticas nos
campos da educação e da psicologia, que buscam entender a existência de
camadas ricas e pobres em nossa sociedade, a partir da análise dos seus
determinantes e do seu processo de construção histórica. Investigando o fenômeno
da desigualdade social a partir do referencial sócio histórico, partimos do
pressuposto de que esse não é constituído apenas por uma dimensão objetiva, que
corresponde à divisão de classes em nossa sociedade, mas que também é
constituído por uma dimensão subjetiva – as significações produzidas por sujeitos
que vivem essas relações divididas e que não são meras consequências desse
fenômeno, e sim sua condição.
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A referência à divisão em classes em nossa sociedade brasileira


atual toma como parâmetro as ideias de Pochmann (2013, p. 158), que considera
que a estrutura de classes é uma noção moderna, característica da sociedade
industrial capitalista, na qual a “inserção no mundo do trabalho configurou-se como
referência na delimitação constitutiva e de desenvolvimento dos distintos estratos
sociais”. É, no entanto, o próprio Pochmann (2013) que nos alerta para o fato de que
a definição de classe social não deve se restringir ao critério de rendimento. A nosso
ver, reúne muitos aspectos que a constituem, como a distribuição desigual no
espaço da cidade, a desigualdade de acesso a bens culturais, as diferentes escolas
frequentadas pelos sujeitos de diferentes estratos, as diferentes experiências vividas
por grupos desiguais. Enfim, são muitas as determinações que constituem o que
aqui reunimos como divisão em classes pobres e ricas, configurando a base para
uma sociedade desigual. Existem sujeitos de diferentes classes sociais, que
sentem/significam e que, estando em relação com outros sujeitos no mundo,
constituem a realidade social da desigualdade, ao mesmo tempo em que se
constituem subjetivamente nessa sociedade desigual. O que se deseja afirmar é que
o fenômeno da desigualdade social é multideterminado, ou seja, está caracterizado
por diversos elementos que o constituem.
São poucos os estudos que têm investigado a desigualdade social a
partir da dimensão subjetiva. Há, todavia, alguns autores que, de campos diversos,
vêm destacando elementos importantes para compreendermos como as
desigualdades sociais são significadas pelos brasileiros. O primeiro elemento é a
legitimação das desigualdades sociais a partir de uma lógica meritocrática, fundada
em um discurso liberal que explica sucessos e fracassos a partir de esforços
individuais, ocultando a sua produção social (BOCK, 1999; SCALON; CANO, 2005;
SOUZA, 2009). O segundo ponto que se destaca é a significação da escola como
instituição salvadora, a única solução para as desigualdades sociais, correlativa de
uma naturalização da má qualidade da instituição escolar pública (CAMPOS et al.,
2003; SOUZA, 2009). Por sua vez, o terceiro é o fato de que os brasileiros,
especialmente os que pertencem às elites, desresponsabilizam-se pelo quadro de
desigualdades em nossa sociedade, atribuindo a culpa dessa realidade ora a um
Estado negligente, ora a uma natureza do ser humano caracterizada por traços
negativos, egoístas (GONÇALVES FILHO, 1998; REIS, 2000; SCALON; CANO,
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2005; SOUZA, 2009; KULNIG, 2010). O quarto elemento apontado por esses
estudos, por fim, é a reflexão de que a dominação que as elites exercem sobre as
classes pobres não é deliberada e de que as camadas ricas, como as demais,
também não percebem ou não compreendem esse mecanismo de produção e de
manutenção de uma estrutura social desigual (GONÇALVES FILHO, 1998; SOUZA,
2009).
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3 CONCLUSÃO

A partir dos arquivos pesquisados, conclui-se que em todas as


esferas da sociedade brasileira, as classes sociais estão cercadas de diversos
problemas, sejam eles, culturais, sociais ou morais.
É possível observar que no decorrer da história da humanidade,
que a desigualdade social é um fenômeno natural que parte do desequilíbrio social,
e vem sendo trabalhado a muitas décadas, e que por sua vez, está diretamente
ligada a relação de poder, onde já era notada desde os primórdios da humanidade,
onde o homem primitivo, através do uso de suas habilidades e aptidões, estabelecia
domínio sobre os demais. E assim a desigualdade social no brasil foi se tornando
crescente a partir da consolidação do capitalismo e da industrialização. E a partir
daí surge então as diferenças de acesso a riqueza, de acesso aos bens culturais e
materiais da sociedade, resultado da má distribuição de renda, onde toda riqueza é
concentrada nas mãos de poucos.
Entende-se que as desigualdades sociais também chamada de
desigualdade econômica é um problema social presente em nosso pais, decorrente
principalmente da má distribuição de renda e da falta de investimentos na área
social. Portanto é importante que lutemos por essa causa, pelo nosso país, para que
a taxa de desigualdade possa diminuir, não só nos gráficos e rankings, mas
visualmente em cada espaço e pessoa. Para isso é necessário que o estado
implante mecanismos governamentais visando mudanças para que venha trazer de
forma significativa modificações nas condições de vida dos homens e das mulheres
brasileiras, por isso não se pode mais conviver com a dura reprodução das camadas
sociais, onde de um lado ricos e do outro os pobres, cada vez mais pobres. Assim, a
consciência social seria neste instante o primeiro passo inteligente para uma nação
pensar no desenvolvimento com distribuição de renda igualitária.
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REFERÊNCIAS

AGUIAR, Wanda Maria Junqueira. A pesquisa em psicologia sócio-histórica:


contribuições para o debate metodológico. In: AGUIAR, Wanda Maria Junqueira et
al. Psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica em psicologia. 5. ed. São
Paulo: Cortez, 2011. p. 129-140.

GONÇALVES, Maria da Graça Marquina; BOCK, Ana Mercês Bahia. A dimensão


subjetiva dos fenômenos sociais. In: GONÇALVES, Maria da Graça Marquina;
BOCK, Ana Mercês Bahia (Org.). A dimensão subjetiva da realidade: uma leitura
sócio-histórica. São Paulo: Cortez, 2009. p.116-157.

POCHMANN, Márcio. Mobilidade social no capitalismo e redivisão internacional da


classe média. In: BARTELT, Dawid Danilo (Org.). A nova classe média no Brasil
como conceito e projeto político. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Boll, 2013.
p.156-170

POCHMANN, Márcio. Mudança social recente no Brasil. In: POCHMANN, Márcio;


CASTRO, Jorge Abraham; VAZ, Fábio Monteiro (Org.). Situação social brasileira:
monitoramento das condições de vida. Brasília, DF: IPEA, 2011. p. 62-72.

http:\\www.todamateria.com.br\\desigualdade-social-no-Brasil. Acesso em: 04 out.


2018

MELSERT,AL.M;BOCK,AMB.Dimensão Subjetiva da desigualdade social


http:\\www.scielo.br\pdf. Acesso em: 04 out. 2018

SOARES, Sergei. Desigualdade de renda. In: CASTRO, Jorge Abraham; VAZ,


Fábrio Monteiro (Org.). Situação social brasileira: monitoramento das condições de
vida. Brasília, DF: IPEA, 2011. p. 40-48.
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