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A PALAVRA SOCIOLOGIA
A palavra sociologia foi criada pelo pensador francês Augusto Comte em 1839 em seu curso de filosofia positiva. A
palavra sociologia é híbrida, isto é, ela é formada por duas línguas diferentes: Sócio do latim significa social ou
sociedade, logia do grego significa estudo, formando assim, o “estudo do social” ou “estudo da sociedade”.
CONCEITOS DE SOCIOLOGIA
A sociologia possui uma infinidade de conceitos para identificá-la e explicá-la, diferenciando-a de outras ciências ou
tipos de conhecimentos. Vejamos alguns conceitos segundo alguns sociólogos: para Durkheim “a sociologia é a ciência
das instituições”; para L. Ward e W. G. Summer “a sociologia é a ciência da sociedade”; para F. H. Gilddings “a sociologia
é a ciência dos fenômenos sociais”. Ela também já foi definida por Robert Park como “ciência do comportamento
coletivo”, por Small de “ciência das relações humanas”. Para Weber a “sociologia é a ciência que procura uma
compreensão interpretativa da ação social para a partir daí chegar à explicação causal do seu sentido e dos seus
efeitos”.
Para alguns sociólogos brasileiros como Carlos Benedito Martins a “sociologia é o resultado de uma tentativa de
compreensão de situações sociais radicalmente novas criada pela então sociedade capitalista”; para Costa Pinto a
“sociologia é o estudo científico da formação, organização e transformação da sociedade humana”.
O CONHECIMENTO SOCIOLÓGICO
A sociologia se baseia no conhecimento científico, por isso, utiliza-se das regras metodológicas da ciência social
como a pesquisa, a objetividade, a observação, as entrevistas e questionários.
FATORES HISTÓRICOS
Os fatores ou transformações históricas que contribuíram para a consolidação do capitalismo e o surgimento da
sociologia estão relacionados ao contexto geral da transição do feudalismo para o capitalismo, onde podemos destacar:
Os fatores históricos que vinham ocorrendo desde o século XVI como:
Reforma Protestante (mudança religiosa), Formação dos Estados Nacionais e o Absolutismo (mudança política e
territorial), Grandes navegações (mudança geográfica), Humanismo/Renascimento (mudança cultural), Revolução
científica (mudança na ciência), Iluminismo (mudança ideológica).
transformações socioeconômicas do século XVIII provocadas pela dupla revolução:
Revolução Francesa representou a mudança política-jurídica na história das sociedades ocidental, baseado nos ideais
iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade, a burguesia que já dominava o poder econômico reivindicava agora o
poder político, o que aconteceu durante a revolução francesa. Assim adotaram novo regime político de
representatividade política e sistemas econômicos favoráveis aos seus interesses.
Revolução Industrial representou as transformações de mudança socioeconômicas, com o surgimento das máquinas,
com maior divisão técnica do trabalho, com o aumento da produção, da urbanização, do êxodo rural; a sociedade torna-
se mais complexa e dinâmica, agravando-se também as questões sociais como:crescimento acelerado do desemprego,
miséria, alcoolismo, prostituição e etc.
AS CORRENTES SOCIOLÓGICAS
A existência de interesses opostos na sociedade capitalista penetrou e invadiu a formação da sociologia, impedindo
um entendimento comum por parte dos pensadores, por isso, a sociologia se dividiu ideologicamente entre a
conservação e a transformação do status quo, dando margem ao nascimento de diferentes tradições sociológicas
(correntes sociológicas) que representam as diferentes tendências ideológicas de compreensão e explicação da
sociedade capitalista. Assim, temos as primeiras teorias sobre as transformações provocadas pelo capitalismo:
Profetas do passado – representados pelos pensadores Edmund Burk (1729-1797), Joseph de Maistre (1753-1821) e
Louis de Bonald (1754-1840). Estes eram conservadores e tradicionalistas, tinham um pensamento reacionário:
condenavam o iluminismo e a revolução francesa, culpavam pelo caos social, desorganização da família, da religião, das
corporações. Estes ideólogos eram apaixonados pelo equilíbrio das instituições religiosas, monárquicas e aristocráticas
da época feudal. Por isso, defendiam a ordem e o equilíbrio da sociedade, preocuparam-se com o controle, integração,
posição, hierarquias sociais e também com os rituais da sociedade.
Socialismo utópico (ou romântico) – representados por Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-1837),
Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858). Estes eram transformadores,
mas românticos, pois acreditavam que os ricos capitalistas voluntariamente abririam mão de suas riquezas partilhando
com os pobres; apelavam para a natureza boa do ser humano que foi pervertida pelo sistema capitalista. Eram utópicos
porque criticavam o capitalismo e anunciavam os princípios de uma sociedade futura ideal, mas sem indicar os meios
para torná-la real.
Positivismo – O positivismo é uma matriz teórico-filosófica que deu origem a uma sociologia conservadora e
afirmadora da sociedade capitalista. Representado por Augusto Comte (1798-1857) e Emile Durkheim (1858-1917).
Estes se dedicaram em buscar a estabilidade social, preocuparam-se com os problemas da manutenção da ordem
capitalista, queriam estabelecer o bom funcionamento desta sociedade, pretendiam solucionar os problemas sociais
através da coerção física e da educação moral, esta seria a função da sociologia enquanto ciência positiva.
Socialismo científico – representado por Karl Marx (1818-1883) e Frederic Engels (1820-1895). As idéias marxianas
eram de base estritamente econômica, assim, todas as questões sociais tinham origem na desigualdade econômica
entre as classes proprietárias e as não proprietárias dos meios de produção. Por isso, pretendiam realizar mudanças
radicais nesta sociedade através de uma revolução socialista do proletariado, introduzindo a sociedade comunista como
uma sociedade justa e igualitária. Essa perspectiva despertou um pensamento sociológico crítico e negador da
sociedade capitalista.
Funcionalismo – representa uma teoria reprodutora e conservadora da sociedade capitalista. O principal
representante do funcionalismo é Emile Durkheim (1858-1917), este pensador estabelece uma analogia entre a
sociedade e o organismo biológico humano. Assim a sociedade funciona graças a seu sistema orgânico, onde cada
instituição ou pessoa faz parte de relações funcionais, fazendo uma organização social de dependência e
complementaridade das atividades sociais, assim a sociedade é um todo organizado e harmônico.
Marxismo – corresponde às várias interpretações e continuação complementares das teorias de Karl Marx e Engels.
Entre seus principais representantes podemos destacar: Lênin (1870-1924), Rosa Luxemburgo (1871-1919), Gramsci
(1891-1937) e outros. Baseado no socialismo científico e nas novas conjunturas e contexto em que viviam, estes
pensadores desenvolveram novas perspectivas teóricas e práticas, implementando assim o socialismo real, diferente do
socialismo ideal (proposto por Marx).
Escola de Chicago – fundada em 1892, seus principais representantes são George Homans Cooley (1846-1929),
Talcott Parsons (1902), Robert K. Merton (1910). Estes foram influenciados pelo positivismo e o funcionalismo do
francês Durkheim, do polonês Malinowski (1884-1942), e do italiano Vilfredo Pareto (1848-1923). Assim a sociologia
chegou aos E.U.A, através da escola de Chicago que desenvolveu a investigação de campo, de dados empíricos neutros e
objetivos, com procedimentos quantitativos e estatísticos, foram pioneiros nos métodos ecológicos e etnográficos;
desvinculando-se da realidade concreta de sua época, construíram vários conceitos arbitrários e artificiais, dedicando-se
a casos isolados e irrelevantes como as relações sociais em outras sociedades e outros momentos. A sociologia norte-
americana pretendia neutralizar os ideais e teorias do socialismo marxista, entretanto, também romperam com o estilo
dos clássicos que se dedicaram a uma significação histórica como a formação do capitalismo e a totalidade da vida
social.
Escola de Frankfurt – fundada em 1923, sob o nome de Instituto de Pesquisa Social, seus principais representantes
são: Max Horkheimer (1895-1973), Walter Benjamin (1892-1940), Theodor W. Adorno (1906-1969), Herbert Marcuse
(1898-1979) e Jurgem Habermas (1929). Sua filosofia também é conhecida como Teoria crítica. Os frankfurtianos
criticam a dominação da natureza para fins lucrativos colocando a ciência e a técnica a serviço do capital. Os
frankfurtianos querem recuperar a razão não repressora, capaz de autocrítica e a serviço da emancipação humana.
Esses pensadores reutilizam o conceito de iluminismo em sentido mais amplo – um pensador iluminista sempre
combate as superstições , o arbítrio do poder e defende o pluralismo e a tolerância.
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4ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – O que são correntes sociológicas?
b) – Por que existem diferentes correntes sociológicas?
c) – Diferencie as idéias dos Profetas do Passado do Positivismo?
d) – Diferencie o Socialismo Utópico do Socialismo Científico.
e) – Diferencie o Marxismo de Funcionalismo.
f) – Diferencie as idéias propostas na Escola de Chicago da Escola de Frankfurt
OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
Os primeiros pensadores que testemunharam as transformações sociais que ocorriam desde o século XVIII e que se
preocuparam em compreender e explicá-las, não eram homens de ciência ou sociólogos que viviam desta profissão.
Eram antes de tudo homens voltados para a ação, que desejavam introduzir determinadas modificações na sociedade.
Participavam ativamente dos debates ideológicos em que se envolviam as correntes liberais, conservadoras e
socialistas. Eles não desejaram introduzir um mero conhecimento sobre as novas condições de vida geradas pela
revolução industrial, mas procuravam extrair dele orientações para a ação, tanto para manter, como para reformar ou
modificar radicalmente a sociedade de seu tempo. Entre esses pensadores podemos
destacar: Comte, Marx, Durkheim e Weber. Estes são considerados clássicos da sociologia, pois seus pensamentos
ainda têm poder explicativo, sua vitalidade teórica e explicativa ainda alcança a era contemporânea, embora apresente
limitações.
COMTE MARX DURKHEIM WEBER
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5ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – Cite os principais pensadores sociais do século XVIII considerados clássicos da sociologia.
b) – Por que os primeiros os pensadores do século XVIII não eram homens de ciência ou sociólogos que viviam dessa
profissão?
c) – Por que os pensadores sociais do século XVIII não desejavam apenas introduzir um mero conhecimento sobre as
novas condições de vida geradas pela revolução industrial?
d) – Por que os principais pensadores sociais do século XVIII são considerados clássicos da sociologia?
VIDA E OBRA
Isidore Augusto Marie François Xavier Comte, filósofo e matemático francês, nasceu em Montpelier a 19 de janeiro
de 1798. Foi fundador do positivismo foi ele também que batizou com o nome de sociologia uma nova ciência que antes
ele chamava de “física social”. Augusto Comte foi importante para a sociologia, pois, através de sua perspectiva
positivista que deu os primeiros passos para a cientificidade da sociologia, mas ainda confundida com uma filosofia
social e religiosidade de tipo ideologicamente conservadora. Suas principais obras são: Curso de Filosofia Positiva e
Sistema de Política Positiva.
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6ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Explique a importância de Augusto Comte para a sociologia?
b) – Cite as principais obras de Augusto Comte.
c) – Que nome Comte usou pela primeira vez antes de sociologia?
d) – Com o que é confundida a cientificidade de Comte?
e) – Comte é um pensador de tendência ideologicamente?
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O CONHECIMENTO POSITIVO
Segundo Comte, o único conhecimento válido é que se baseia em fatos. Por isso, a imaginação deve estar
completamente subordinada a observação da realidade sensível e manipulável pela técnica. Constantemente,
abandona-se qualquer tentativa de conhecimento absoluto ou pelas causas, o objetivo é chegar às leis, ou seja, as
relações constantes que os fatos possuem entre si.
Para Comte, somente a filosofia positivista, livre das teologias e da metafísica, poderia superar as contradições da
humanidade, levando a alcançar o seu destino de progresso.
A POLÍTICA POSITIVISTA
O fundamento da política positiva é: “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”. Só pode haver
progresso social na medida em que o governo mantém a ordem, reprimindo as manifestações críticas, sufocando
revoltas, garantindo desta forma a paz, a ordem e o progresso.
Para Comte, o governo deve ser ditatorial, para poder instaurar a nova moral positiva, subordinando os interesses
individuais ao coletivo, garantir a ordem social a qualquer custo.
A RELIGIÃO DA HUMANIDADE
Comte propôs uma religião positivista, cujo objeto de culto é a própria humanidade, através da veneração dos
motivos, principalmente os filósofos e cientistas. Essa religião seria a base da política positiva, na medida em que seus
sacerdotes, os sábios deveriam inculcar na sociedade os princípios morais.
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9ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Segundo Augusto Comte, o que é o conhecimento positivo?
b) – Como Comte classifica as ciências?
c) – Em que se fundamenta a política positivista?
d) – Para Comte, como deve ser o governo?
e) – Explique a religião da humanidade como uma religião positivista proposta por Comte.
VIDA E OBRA
Karl Heinrich Marx nasceu em 5 de maio de 1818 em Trier cidade situada na fronteira da Prússia Renana com a
França. Marx foi um dos principais pensadores do século XIX, ele foi fundador do socialismo científico e grande ativista
a favor da revolução proletária, apesar de não ser um sociólogo de profissão, suas teorias despertaram a consciência de
uma sociologia crítica. Uma das principais características do pensamento de Marx é a Práxis, isto é, não foi um teórico
de gabinete ele aliava teoria e prática, participando dos movimentos sociais e revolucionários. Era um pensador de
tendência ideológica transformadora, pretendia transformar a sociedade capitalista em uma sociedade comunista
através da revolução socialista proletária. Entre suas principais obras podemos destacar: A Sagrada Família (1845), A
Ideologia Alemã (1845-1846), Miséria da Filosofia, Manifesto do partido comunista, As lutas de classe na França
(1850/59), o 18 Brumário de Luis Bonaparte (1852/55), Crítica da economia política (1859) e O capital.
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10ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quem foi Karl Marx?
b) – Qual a principal característica do pensamento de Marx?
c) – O que é Práxis?
d) – Qual a tendência ideológica de Karl Marx?
e) – Quais as principais obras de Marx?
O CAPITAL E A MAIS-VALIA
Na obra O capital, Marx analisa detalhadamente as condições do sistema capitalista, expõe suas contradições e
limites. Neste livro, Marx usa os princípios e categorias da dialética (filosofia) em uma questão econômica, para que a
classe trabalhadora tenha melhores instrumentos em sua luta (prática social). Nesta obra ele desvenda a complexidade
das relações entre a acumulação capitalista e a força de trabalho.
A fórmula do capital: D - M - D¹ - M - D² - M - D³...
Para entender o processo da acumulação capitalista precisamos conhecer os conceitos de mercadoria, dinheiro,
capital, mais-valia, lucro, salário, força de trabalho e como esses elementos se relacionam neste processo: mercadoria=
é tudo aquilo que se produz para ser vendido ou trocado no mercado, ela possui dois valores, valor de uso (serve para
satisfazer necessidades pessoais) e valor de troca (serve para gerar dinheiro/lucro/capital) um bem só se torna
mercadoria quando passa a ter valor de troca; força de trabalho= é a energia física e mental utilizada para produzir bens
ou serviços. A fonte de valor da mercadoria é a força de trabalho, o valor da mercadoria é determinado pelo tempo de
trabalho socialmente necessário para produzi-la, sem trabalho os objetos não tem valor de troca, logo não podem ser
mercadorias;dinheiro= é uma mercadoria especial que pelo costume ou lei monopoliza o posto de equivalente geral
capaz de comprar outras mercadorias que satisfazem algumas necessidades humanas (tem valor de uso); capital= é a
riqueza (dinheiro, máquinas, matéria-prima) destinada a obter lucro que é reinvestido na obtenção de mais
riquezas;lucro= é uma parte variável (depende das condições de mercado) da mais-valia derivada das vendas das
mercadorias; salário= é o valor pago para o trabalhador (força de trabalho) que não corresponde a riqueza gerada por
ele, mas a penas ao suficiente para sua manutenção e de seus filhos (alimentação, roupas, habitação);mais-valia= é o
valor a mais, criado pelo trabalhador no processo produtivo e que não é repassado para ele; é a diferença entre o valor
da produção total e o valor pago pelo trabalho, é o excedente da produção, tudo que é produzido além do valor do
salário. Para Marx, o processo de produção e de relação social na sociedade capitalista se realiza de maneira desigual e
de exploração, pois nesse processo de produção e na relação capitalista é que surge a mais-valia.
A fórmula da mais-valia:
A ------- D ------------- C ----------------------- B
Existem dois tipos básicos de mais-valia:
-Mais-valia absoluta – cresce simplesmente prolongando a jornada de trabalho;
-Mais-valia relativa – cresce em relação ao aumento do sobre-trabalho e à correspondente diminuição do tempo de
trabalho necessário que ocorre através do uso de tecnologia.
ALIENAÇÃO
A palavra alienação vem do latim (alienare, alienus) significa “que pertence a um outro”. Alius é o outro. Portanto,
sob determinado aspecto, alienar é tornar alheio, transferir para outrem o que é seu. Para Marx, a alienação ocorre no
processo produtivo e nas relações sociais de produção capitalista. A alienação não é puramente teórica, manifesta-se na
vida real, a partir da divisão do trabalho, quando o produto do trabalho deixa de pertencer a quem o produziu; a divisão
do trabalho na sociedade capitalista torna o homem um ser incompleto e não-realizado. O operário que trabalha em
uma fábrica e produz determinado objeto não escolhe seu próprio salário, o seu horário ou ritmo da produção, isso é
determinado por forças que lhe são estranhas. Além de tudo isso, o produto produzido pelo operário não lhe é
reconhecido e nem lhe pertence, pois devido à divisão do trabalho ele executou apenas uma parte da produção e
recebeu um salário para tanto. Esta divisão do trabalho gera também uma certa indiferença entre os trabalhadores que
executam atividades diferentes, ficando estranhos entre si. A alienação no processo produtivo gera:
- Fetichismo da mercadoria – ocorre quando a mercadoria passa a ser considerada mais importante que o individuo que
produziu. Ocorre quando o valor de troca (o que a mercadoria vale no mercado) se torna superior ao valor de uso (o que
a mercadoria vale por sua utilidade) determinando as relações humanas.
- Reificação do trabalhador – (do latim, res = coisa) ocorre quando o trabalhador se torna um mero instrumento
produtor de mercadoria, quando a força de trabalho da pessoa se torna mercadoria e pode ser vendida e comprada em
troca de um salário. “É a humanização da mercadoria e a desumanização da pessoa”.
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12ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que é produção e quais os elementos que compõe este processo?
b) – O que é modo de produção?
c) – Por que a dialética marxista e o materialismo histórico afirmam que a história da humanidade é a história da
transformação das sociedades pelos modo de produção?
d) – O que Marx analisa e defende em sua obra “O Capital”?
e) – Qual a fórmula do capital?
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CONTINUAÇÃO (12ª). Responda em seu caderno:
a) – Explique os conceitos de: mercadoria, força de trabalho, dinheiro, capital, lucro, salário e mais-valia.
b) – Explique a fórmula da mais-valia.
c) – Diferencie mais valia absoluta de mais-valia relativa.
d) – O que significa alienação?
e) – Como ocorre a alienação?
f) – Como a divisão do trabalho contribui para a alienação?
g) – O que a alienação no processo produtivo gera?
h) – Como ocorre o fetichismo da mercadoria?
i) – Como ocorre a reificação do trabalhador?
IDEOLOGIA
No seu livro A ideologia alemã, Marx se refere à ideologia como um sistema elaborado de representações e de
idéias, que correspondem a formas de consciência que os homens tem em determinada época. Essas representações e
idéias são qualificadas como quimeras, formas imaginárias, ilusão, sonho, enfim, algo que esta em oposição às
condições materiais da vida real. Aparece ai também a concepção de que a ideologia é a inversão da realidade, no
sentido de reflexo, como na câmara fotográfica, onde a imagem aparece “invertida”. Marx diz que: “a existência
condiciona a consciência”, ou seja, não é consciência que determina a vida, é a vida que determina a consciência.
Para Marx, a ideologia é “um sistema de crenças ilusórias relacionadas a uma classe social determinada”. Por isso, ele
diz: “as idéias dominantes de uma época representam as idéias da classe dominante”.
Percebe-se nas teorias de Marx, que o tema ideologia veicula uma relação fundamental que é a oposição entre o
falso (ideologia) e o verdadeiro (saber científico). O falso representa a ideologia e o verdadeiro é representado pela
ciência, que libertará o proletariado da dominação burguesa.
Segundo as teorias marxianas, a ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (idéias e
valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar
e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que
devem fazer e como devem fazer. A ideologia é, portanto, tem as seguintes características: é um corpo explicativo
(representações) e prático (normas, regras, preceitos) de caráter prescritivo, normativo, regulador.
A FUNÇÃO DA IDEOLOGIA
A função da ideologia é dar aos membros de uma sociedade dividida em classes uma explicação racional para as
diferenças sociais, políticas e culturais, sem jamais atribuir tais diferenças à divisão da sociedade em classes, a partir das
divisões na esfera da produção. Busca camuflar as diferenças de classes sociais antagônicas e de fornecer aos membros
da sociedade o sentimento da identidade social, encontrando certos referenciais identificadores de todos e para todos,
como, por exemplo: a Humanidade, a Liberdade, a Igualdade, a Nação, o Estado, a Pátria, o Progresso, a Família e etc.
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13ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Para Marx, o que é ideologia?
b) – Defina ideologia, segundo as teorias marxianas.
c) – Explique a frase: “as idéias dominantes de uma época são as idéias da classe dominante”.
d) – Cite algumas características da ideologia.
e) – Qual a função da ideologia?
A CONCEPÇÃO DE ESTADO
Marx relacionou a existência do Estado às condições das classes sociais existentes na sociedade. Assim, em vez do
Estado imanente e superior, acima dos homens (como pensavam os filósofos Hobbes, Locke e Rousseau), Marx
apresenta-o como um instrumento da classe dominante. A gênese do Estado reside, portanto na divisão da sociedade
em classes, sendo sua principal função conservar e reproduzir esta divisão, garantindo os interesses da classe que
domina as outras classes.
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14ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Para Marx, qual o papel da ciência?
b) – Em que se baseia a metodologia sociológica de Marx?
c) – Cite as características da dialética marxista.
d) – Explique como Marx analisa o papel do Estado na sociedade?
VIDA E OBRA
David Émile Durkheim, sociólogo francês nasceu em Épinal em 15 de abril de 1858, estudou na Ecole Normale
Superfieure de Paris, tendo-se doutorado em filosofia. Em 1885 foi estudar na Alemanha, sendo muito influenciado
pelas idéias do positivismo de Wilhelm Wundt. Durkheim é um dos principais clássicos da sociologia, foi responsável
pela introdução da sociologia nas universidades como disciplina e ciência acadêmica. De tendência ideológica
conservadora, ele corresponde a uma corrente sociológica funcionalista, cuja teorias e metodologia de caráter
comparativas consolidaram a sociologia como ciência social. Entre suas principais obras podemos destacar: A divisão do
trabalho social (1893), As regras do método sociológico (1894), O suicídio (1897).
O sistema sociológico de Durkheim baseia-se em quatro princípios fundamentais:
1º. A sociologia é uma ciência independente das demais ciências sociais e da filosofia;
2º. A realidade social é formada pelos fenômenos coletivos considerados como “coisas”;
3º. A causa de cada fato social deve ser procurada entre os fenômenos sociais que antecedem. Para explicar um
fenômeno social deve-se procurar suas causas;
4º. Todos os fatos sociais são exteriores aos indivíduos, formando uma realidade especifica.
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15ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quem foi Emille Durkheim?
b) – Qual a tendência ideológica de Durkheim?
c) – A qual corrente sociológica Durkheim corresponde?
d) – Que caráter tem as teorias e metodologia de Durkheim?
e) – Cite as principais obras de Durkheim.
f) – Explique os quatro princípios fundamentais do sistema sociológico de Durkheim.
FATO SOCIAL
Para Durkheim, na relação individuo e sociedade, ele destaca que a sociedade prevalece sobre o individuo. A
sociedade é, para esse autor, um conjunto de normas de ação, pensamento e sentimento que não existem apenas na
consciência dos indivíduos, mas que são construídos exteriormente. Isto é, fora das consciências individuais. Em outras
palavras, na vida em sociedade o homem defronta com regras de conduta que não foram diretamente criadas por ele,
mas que existem e são aceitas na vida em sociedade, devendo ser seguidas por todos. Sem essas regras, a sociedade
não existiria e é por isso que os indivíduos devem obedecê-las. Os fatos sociais são os modos de pensar, sentir e agir de
um grupo social. O modo de vestir, a língua, o sistema monetário, a religião e uma infinidade de outros fenômenos são
consideradas fatos sociais.
As leis são um bom exemplo do raciocínio de Durkheim. Em toda sociedade existem leis que organizam a vida em
conjunto. O individuo isolado não cria leis nem pode modificá-las. São as gerações de homens que vão criando e
reformulando coletivamente as leis. Essas leis são transmitidas para as gerações seguintes na forma de códigos,
decretos, constituições, etc. como indivíduos isolados, temos de aceita-las; sob pena de sofrer castigos por viola-las.
Seguindo essas idéias, Durkheim afirmara que os fatos sociais, ou seja, o objeto de estudo da sociologia, é justamente
essas regras e normas coletivas que orientam a vida dos indivíduos em sociedade. Tais fatos sociais são diferentes dos
fatos estudados por outras ciências por terem origem na sociedade, e não na natureza (como nas ciências naturais) ou
no individuo (na psicologia).
INSTITUIÇÃO
Outro conceito importante para Durkheim é o de instituição. Para ele, uma instituição é um conjunto de normas e
regras de vida que se consolidam fora dos indivíduos e que as gerações transmitem uma às outras. Há ainda muitos
outros exemplos de instituições: família, Estado, Igreja, Exército, etc. Assim, para Durkheim é a sociedade, como
coletividade, que organiza, condiciona as ações individuais. O individuo aprende a seguir normas e regras de ação que
lhes são exteriores. Ou seja, que não foram criadas por ele, e são coercitivas, pois limitam sua ação e prescreve punições
para quem não obedecer aos limites sociais. A função das instituições é socializar os indivíduos, fazer com que eles
assimilem as regras e normas necessárias à vida em comum.
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18ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que Durkheim coloca como regra básica de seu método de pesquisa?
b) – O que Durkheim enfatiza como fundamental para uma pesquisa científica?
c) – Como Durkheim vê a relação individuo e sociedade?
d) – O que é sociedade para Durkheim?
e) – Para Durkheim, qual a importância das regras sociais?
f) – Na concepção de Durkheim, O que é fato social?
g) – Qual o objeto de estudo da sociologia, segundo Durkheim?
h) – Cite e explique as características dos fatos sociais.
i) – Qual a importância da educação, segundo Durkheim?
j) – O que é instituição?, Cite exemplos e explique sua função.
VIDA E OBRA
Nascido em Erfut, a 21 de Abril de 1864, Max Weber tornou-se um dos sociólogos e economistas político mais
importante da Alemanha nos séculos XIX e XX. Max Weber foi um dos mais importantes clássicos da sociologia, pois
suas teorias contribuem até hoje para a análise da vida social. Filho de uma abastada família de comerciantes formou-se
em direito e economia nas Universidades de Berlim e de Heidelberg respectivamente. Mais tarde trabalhou como
professor nas Universidades de Berlim (1893), Freiburg (1894), Heidelberg (1897), Viena (1917). Pode-se afirmar que a
vida de Max Weber foi totalmente dedicada aos estudos, à pesquisa e à participação ativa na política alemã de seu
tempo, principalmente mediante suas intervenções em conferências, seus artigos para jornais e revistas e seus escritos
publicados em vida e postumamente. Max Weber é um pensador de tendência ideológica conservadora e suas análises
têm características histórico-comparativa. Entre suas principais obras podemos destacar: A ética protestante e o espírito
do capitalismo e Economia e sociedade.
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19ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quem foi Max Weber?
b) – Como foi a vida de Max Weber?
c) – Qual a tendência ideológica de Max Weber?
d) – Qual as características das análises teóricas de Weber?
e) – Quais as principais obras de Weber?
CIENTISTA x POLÍTICO
A busca de uma neutralidade científica levou Weber a estabelecer uma rigorosa fronteira entre o cientista, homem
do saber, das análises frias e penetrantes; e o político, homem de ação e de decisão comprometido com questões
práticas da vida. O que a ciência tem a oferecer a esse homem de ação, segundo Weber, é um entendimento claro de
sua conduta, das motivações e das conseqüências de seus atos.
A sociologia por ele desenvolvida considerava o indivíduo e sua ação como ponto chave da investigação. Com isso,
ele queria salientar que o verdadeiro ponto de partida da sociologia era a compreensão da ação dos indivíduos e não a
análise das “instituições sociais” ou de “grupos sociais”, tão enfatizadas pelo pensamento conservador. Com essa
posição, não tinha a intenção de negar a existência ou a importância dos fenômenos sociais, como o Estado, a empresa
capitalista, a sociedade anônima, mas tão somente a de ressaltar a necessidade de compreender as intenções e
motivações dos indivíduos que vivenciam estas situações sociais.
A ciência não pode propor fins a ação prática: “uma ciência empírica não está apta a ensinar a ninguém aquilo que
‘deve’, mas, sim, apenas aquilo que ‘pode’ – em certas circunstâncias – aquilo que ‘quer fazer’”. O domínio da ciência
empírica deve ser definida como o dos meios e não como o dos fins.
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20ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Segundo Weber, qual é ponto chave de uma investigação sociológica?
b) – Por que Weber foi importante para a reputação científica da sociologia?
c) – Por que Weber diferencia o cientista do político?
d) – O que Weber quis salientar ao dizer que o ponto chave da investigação é o individuo e sua ação?
e) – Por que Weber afirma que a ciência não pode propor fins a ação prática?
TIPO IDEAL
É o instrumento principal da compreensão. Corresponde a um processo que representa o primeiro nível de
generalização de conceitos absolutos e correspondendo as exigências lógicas da prova, então intimamente ligados à
realidade concreta e particular (de relações sociais).
Corresponde a um processo de conceituação que abstrai de fenômenos concretos o que existe de particular,
construindo assim um conceito individualizante ou como diz o próprio Weber: “um conceito histórico concreto”.
É um procedimento metodológico que incorporam relações sociais abstratas, características universais da ação social e
conjuntura histórica definida.
O tipo ideal não deve ser aceito somente como generalizações, proposições, definições e hipóteses.
A CONCEPÇÃO DE ESTADO
Segundo Weber, o Estado é uma instituição social que mantém o monopólio do uso legitimo da força física dentro de
determinado território, para que este estado exista é preciso que sua autoridade seja reconhecida como legitima. Neste
sentido, o Estado é definido por sua autoridade para gerar e aplicar poder coletivo. Como acontece com todas as
instituições sociais, o Estado é organizado em torno de um conjunto de funções sociais, incluindo manter a lei, a ordem
e a estabilidade, resolver vários tipos de litígios através do sistema judiciário, cobrar impostos, censo, identificação e
registro da população, alistamento militar, encarrega-se da defesa comum e cuidar do bem-estar da população de
maneira que estão além dos meios do indivíduo, tal como implementar medidas de saúde pública, prover educação de
massa etc.
DOMINAÇÃO E AUTORIDADE
Para Weber, os conceitos de dominação e autoridade possibilitam a explicação da regularidade do conteúdo de ações
e das relações sociais ligada à determinada obediência dentro de determinados grupos sociais. Segundo Weber,
dominação é um estado de coisas pelo qual uma vontade manifesta (mandato) do dominador ou dos dominadores influi
sobre os atos de outros (do dominado ou dos dominados), de tal modo que, em um grau socialmente relevante, estes
atos têm lugar como se os dominados tivessem adotado por si mesmos e como máxima de sua ação o conteúdo do
mandato (obediência). Assim destaca-se três tipos de dominação legitima justificadas por motivos (fontes) de submissão
ou princípios de autoridades distintas:
* Racional-legal – se baseia na racionalidade das leis, é um empreendimento contínuo de funções públicas,
empreendimento este que envolve regulamentos e registros escritos, bem como um corpo de funcionários
especializados. A dominação legal apresenta como característica a noção mais ou menos disseminada de direito. Weber
focaliza o problema de que a autoridade dos governantes, baseada na legalidade, é limitada pela ordem impessoal do
direito, e que os governados (cidadãos) só devem obediência a essa ordem impessoal. A mais típica forma de domínio
legal é a burocracia.
* Tradicional – é baseado na autoridade pessoal do governante, investida por força do costume, é uma autoridade
discricionária, não submetida a princípios fixos e formais. Pertencem ao domínio tradicionais tipos de dominação
gerontocrática, tais como patrimonialismo, patriarcalismo, sultanismo.
* Carismático – é baseado no carisma (emoção), qualidade tida como excepcional de liderança, que se manifesta como
uma espécie de magnetismo pessoal mágico e que leva a pessoa carismática a ter certa preponderância sobre as
demais. Assim o carisma pode estar presente num demagogo ou num ditador, num herói militar ou num líder
revolucionário. É o carisma encarnado na pessoa do chefe que leva os liderados a se entregar emocionalmente a essa
liderança pessoal.
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23ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Explique a teoria da estratificação social segundo Weber.
b) – Explique a concepção de Estado para Weber.
c) – Qual a importância de estudo dos conceitos de dominação e autoridade?
d) – O que é dominação para Weber?
e) – Cite e explique os três tipos de dominação legitima.