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Estudante:_____________________________________________TURMA:_____
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INTRODUÇÃO
A expressão sociedade refere-se à totalidade das relações sociais entre os seres
humanos.
A palavra sociedade advém do termo em
latim societas, que significa associação com
outros. Os seres humanos juntam-se, desde os
primórdios, em grupos para facilitar a sobrevivência.
Podemos dizer, de maneira geral, que há uma espécie
de rede de relacionamentos entre as pessoas que
configura a sociedade como um todo. No entanto,
existem especificações que tornam a sociedade
um conceito complexo e de maior profundidade.
Nesse sentido, não podemos reduzi-la a um simples
conjunto de pessoas em um determinado local.
Uma sociedade comunga de uma cultura em comum e de hábitos e costumes
comuns. É importante essa unidade dentro da sociedade para que haja maior coesão
solidária entre as pessoas e estas cumpram efetivamente os seus papéis, conferindo à
sociedade o papel de organizadora e protetora da vida humana.
As sociedades são compostas por grupos de pessoas com maior organização,
geralmente esses grupos encerram em si as comunidades; e há nelas uma organização
social feita por instituições, como o governo, a família, a escola e, quando há a quebra da
ordem social, a polícia.
Existem algumas maneiras pelas quais todos nós nos comportamos e que temos
aprendido ao longo da nossa vida. Trata-se das maneiras “corretas” de fazer as coisas, de
falar com outras pessoas e de solucionar os problemas que aparecem cotidianamente.
Compreender esse fenômeno foi o principal objetivo de grandes pensadores que hoje são
considerados “os pais” da sociologia. Ou seja, como é possível que as pessoas convivam
harmoniosamente numa sociedade? Ou, de outra maneira, por que as pessoas vivem em
sociedade? E é uma pergunta muito interessante.
1. O que nos permite viver em sociedade? (02 horas/aulas)
Como já mencionamos a cima, o conceito de sociedade exige compreender que as
pessoas compartilham determinados códigos ou maneiras de conversar, se entender e
interagir. Vamos pensar melhor isto aqui. Quando nós temos um problema com outra pessoa,
vamos supor na fila do mercado, normalmente vamos tentar nos entender conversando. Por
outro lado, todo mundo sabe que, se estamos no ônibus e há um passageiro idoso, é um
gesto amável de nossa parte oferecer o assento para ele sentar. Essas atitudes são maneiras
de interagir que fomos assimilando em diferentes momentos da nossa vida. São coisas que
nossos pais nos ensinaram, mas também aprendemos na escola, com colegas de turma.
Também praticando esportes, como o futebol, aprendemos a respeitar as outras pessoas e as
normas, uma vez que não podemos simplesmente agir conforme nossa vontade, pois o jogo
tem regras a serem respeitadas.
A pergunta central é: como é que uma pessoa vai aprendendo esse tipo de coisas?
Quem ensina para as crianças esses códigos de comportamento? Quem avalia quando uma
pessoa não respeita as regras na nossa vida cotidiana? Para responder essas perguntas é
necessário trabalhar com outras noções.
O conceito de indivíduo faz referência a cada pessoa que faz parte de uma sociedade,
reconhecendo que todos têm liberdade para decidir sobre suas ações, assim como têm o
conhecimento sobre as coisas que fazem. Na sociologia, vários autores (como Beck, Bauman
e Giddens) definem o indivíduo – ou seja, a pessoa – como a célula da sociedade que, junto a
outros indivíduos, forma um conjunto histórico social diferente. Cuidado! Uma sociedade não
é simplesmente um conjunto de indivíduos, cada uma tem características que as tornam
diferentes entre si. Ou vocês acham que podemos dizer que a sociedade brasileira é igual à
sociedade americana? Trata-se de um conjunto de pessoas vivendo juntas, compartilhando
muitas coisas entre si, num momento histórico e em espaço geográfico específico.
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CASAMENTO NA SOCIEDADE BRASILEIRA CASAMENTO NA SOCIEDADE INDIANA
Cada indivíduo é diferente. Cada um de nós tem uma história, uma identidade, uma
religião, uma maneira de compreender a amizade, o amor, etc. Assim, todos têm a sua
individualidade, ou seja, a capacidade, liberdade e direito de ser diferente. Isso nos faz únicos
e exclusivos, o que é basicamente a definição de indivíduo (GIDDENS, 2000). Em parte, quer
dizer que cada um de nós pode escolher sobre grande parte dos aspectos da nossa vida.
Essa maneira de pensar o indivíduo é uma categoria ou conceito sociológico utilizado para
compreender as sociedades modernas, ou seja, aquelas nas quais a liberdade do indivíduo
tem crescido comparativamente às sociedades tradicionais.
Mas aqui aparece outra pergunta interessante. Se a nossa liberdade é cada vez maior e
cada um de nós pode escolher o que fazer e o tipo de vida que quer ter, então o que temos
em comum? Ou seja, como é possível aquela convivência harmoniosa entre os indivíduos? A
resposta é que todos nós, ao longo da vida, temos passado pelo processo de
socialização.
O processo de socialização tem um
caráter de longo prazo e denomina todas as
experiências da nossa vida que,
progressivamente, têm servido para que
incorporássemos as regras, códigos e noções
compartilhadas entre pessoas ao nosso
conhecimento. Aquilo que a sociedade
entende por bem e mal, as maneiras de
compreender a família, as relações entre
pessoas, a liberdade e várias outras noções
são incorporadas pelo indivíduo nesse longo
processo. É preciso lembrar que a
socialização não só nos ensina ideias ou
formas de pensar, senão também maneiras
de nos comportar.
Vamos imaginar uma situação: um homem vai ao banco, acompanhado pela primeira
vez do filho pequeno, para utilizar o caixa eletrônico. Mas quando chegam, há uma fila
enorme. O homem vai para o final da fila e o filho, sem reparar nas outras pessoas, vai direto
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para o caixa. O pai o chama e explica para ele que há uma fila de pessoas que chegaram
antes e que é preciso esperar e respeitar a vez de todo mundo. Eis aí um exemplo de
socialização, pois agora o filho já sabe que o correto é respeitar as filas em cada ocasião.
O mencionado processo é realizado pelas instituições (como a família, a escola, a
Igreja, a faculdade, entre outras), mas também é realizado junto a outras pessoas. Em outros
termos, nós temos uma grande escola, onde aprendemos as regras da sociedade juntos, com
nossos colegas de aula, com nossos pais, com os colegas do trabalho, com os professores,
com as pessoas na rua. Por meio de inúmeras experiências e interações vamos incorporando
todo esse conhecimento que foi socialmente criado e renovado. Vamos aprendendo ao longo
da nossa vida, assim como vamos também ensinando para os nossos filhos, irmãos, amigos
e até, às vezes, para nossos pais.
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Seria eu um intelectual
Mas como não tive chance
De ter estudado em colégio legal
Muitos me chamam pivete
Mas poucos me deram um apoio…
Proposta: A música conta a história de um garoto que foi socializado em uma favela e que
não teve oportunidades em sua vida, deixando claro que suas condições de vida não são
fruto de uma escolha pessoal, mas de uma condição social.
Atividade: A partir da letra dessa música, o estudante deve realizar uma reflexão em torno
do papel da socialização na vida dos indivíduos e os limites das escolhas pessoais. Após,
o aluno deverá fazer um comentário crítico (no mínimo 15 linhas) sobre os trechos
da música destacados (em negrito) pelo professor.
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Em 1797, um menino quase inteiramente
nu foi visto pela primeira vez perambulando pela
floresta de Lacaune, na França. Em 9 de janeiro
de 1800, foi registrado seu aparecimento num
moinho em Saint-Sernein, distrito de Aveyron.
Tinha a cabeça, os braços e os pés nus; farrapos
de uma velha camisa (sinal de algum contato
anterior com seres humanos) cobriam o resto do
corpo. Sempre que alguém se aproximava, ele
fugia como um animal assustado. Era um menino
de cerca de 12 anos, tinha a pele branca e fina,
rosto redondo, olhos negros e fundos, cabelos
castanhos e nariz comprido e aquilino. Sua
fisionomia foi descrita como graciosa; sorria
involuntariamente e seu corpo estava coberto de
cicatrizes.
Provavelmente abandonado na floresta aos 4 ou 5 anos, foi objeto de curiosidade e provocou
discussões acaloradas principal mente na França. Após sua captura, verificou-se que Victor (assim
passou a ser chamado) não pronunciava nenhuma palavra e parecia não entender nada do que lhe
falavam. Apesar do rigoroso inverno europeu, rejeitava roupas e também o uso de cama, dormia no
chão sem colchão. Locomovia-se apoiado nas mãos e nos pés, correndo como os animais
quadrupedes. Um olhar sociológico Victor de Aveyron tornou-se um dos casos mais conhecidos de
seres humanos criados livres em ambiente selvagem. Médicos franceses, como Jean Étienne Esquirol
(1772-1840) e Philippe Pinel (1745-1826), afirmavam que o menino selvagem sofria de idiotia, uma
deficiência mental grave. Segundo eles, teria sido essa a razão pela qual os pais o haviam
abandonado. O psiquiatra Jean-Marie Gaspard Itard, diretor de um instituto de surdos-mudos, não
compartilhava da opinião dos colegas. Quais as consequências, perguntava ele, da privação do
convívio social e da ausência absoluta de educação para a inteligência de um adolescente que viveu
assim, separado de indivíduos de sua espécie? Itard acreditava que a situação de abandono e
afastamento da civilização explicava o comportamento diferente do menino. Discordava, assim, do
diagnóstico de deficiência mental para o caso.
No livro A educação de um homem selvagem, publicado em 1801, Itard apresenta seu trabalho
com o menino selvagem de Aveyron, descrevendo as etapas de sua educação: ele já é capaz de
sentar-se convenientemente a mesa, tirar a água necessária para beber, levar ao seu terapeuta as
coisas de que necessita; diverte-se ao empurrar um pequeno carrinho e começa também a ler. Cinco
anos mais tarde, Victor já fabricava pequenos objetos e podava as plantas da casa. Com base nesses
resultados, Itard reforçou sua tese de que os hábitos selvagens iniciais do menino e sua aparente
deficiência mental eram apenas e tão-somente resultado de uma vida afastada de seus semelhantes e
da civilização. A partir de sua experiência com o menino, Itard formulou a hipótese de que a maior parte
das deficiências intelectuais e sociais não é inata, mas tem sua origem na falta de socialização do
indivíduo considerado deficiente, na falta de comunicação com seus semelhantes, especialmente de
comunicação verbal. Aproximando se de uma visão sociológica, o pesquisador concluiu que o
isolamento social prejudica a sociabilidade do indivíduo. Ora, a sociabilidade é o que torna possível a
vida em sociedade. O caso do menino selvagem de Aveyron mostra que o ser humano é um animal
social por excelência, como afirmava o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.). Sua vida só adquire
sentido na relação com outros seres humanos.
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3.1. Relação social
Denomina-se relação social a forma assumida pela interação social em cada situação
concreta. Assim, um professor tem um tipo de relação social com seus alunos, a relação
pedagógica. Duas pessoas em uma operação de compra e venda estabelecem outro tipo de
relação social, a relação comercial. As relações sociais podem ainda ser políticas, religiosas,
culturais, familiares etc.
Na sociologia, as relações sociais absorvem um conceito complexo que trata do
conjunto de interações entre os indivíduos ou grupos sociais, seja em casa, na escola, no
trabalho. Elas representam as diferentes formas de interação que ocorrem em
diversos espaços sociais, podendo ocorrer de maneira natural ou através de interesses
individuais.
Inicialmente, devemos atentar para uma característica muito importante dos homens: os
seres humanos são seres sociais. A partir disso, a socialização é fundamental para o
desenvolvimento da sociedade, uma vez que ela integra os grupos sociais. Ela resulta num
processo de assimilação e identificação, ou seja, quando o ser humano se identifica com tal
grupo fazendo parte dele.
Durante a vida desenvolvemos
diversas relações sociais que são
fundamentais para a evolução da
sociedade e dos seres humanos. Uma
vez que elas são a base para a
constituição das sociedades (estrutura
social), um ser humano que não
desenvolve as relações sociais pode
apresentar diversos problemas
patológicos (depressão, isolamento
social, preconceitos, etc.).
Atualmente, as relações sociais
ganharam uma nova possibilidade de
desenvolvimento, ou seja, através da
internet e sobretudo, das redes
sociais.
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Na sala de aula, professor e estudantes
estão em contato social, estabelecendo-se uma
intercomunicação entre eles e também entre alunos
e alunos. Ao aprenderem com o professor, o
comportamento dos alunos sofre modificações.
Também o professor se modifica: sua explicação da
matéria é diferente de uma turma para outra, pois
pode precisar se deter num ponto que para uma
classe de alunos mostra-se mais difícil do que para
outra; pode mesmo mudar de opinião após uma
discussão em classe.
Ex.: Interação social entre professor e estudantes.
Proposta: Fazer com que o estudante trabalhe sua criatividade e conte um pouco da sua história e dos
valores que aprendeu ao longo da sua vida, percebendo através de um processo dinâmico como a
vida em grupo e os valores e normas aprendidos nas instituições sociais diante das relações sociais
estabelecidas são essenciais para a sua socialização e sobrevivência.
Atividade: O estudante deverá criar um álbum e escolher dez imagens (fotos/retratos) da sua
vida, de momentos em que ele considera que foram importantes e que fizeram parte da sua
socialização enquanto indivíduo em processos de relações e interações sociais com outros
indivíduos ou grupos nas instituições sociais das quais ele faz parte. Embaixo de cada imagem
deve haver uma data e uma legenda especificando qual foi aquele momento e o que está
representando. Trabalhe sua criatividade, seu álbum deve ser ilustrativo e criativo. O estudante deve
apresentar o trabalho ao professor contextualizando a importância de cada imagem para a sua
formação enquanto indivíduo na sociedade.
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Ao pensarmos “Identidade” somos remetidos quase que imediatamente ao RG, nosso
civil, que possuí um número para nos identificar e uma série de outras informações que nos
tornam “reconhecíveis” para o “sistema”, aos olhos da lei, para questões burocráticas etc.
Nele constam nossa naturalidade indicando em que estado nascemos, nacionalidade,
indicando nosso país, filiação e data de nascimento; contudo o termo “Identidade” tem um
significado muito mais complexo e abrangente, afinal não podemos ser resumidos apenas em
um número.
Para Jurandir Freire Costa (1989), “(…) a identidade é tudo que se vivencia (sente,
enuncia) como sendo eu, por ocasião àquilo que se percebe ou anuncia como não-eu (aquilo
que é meu; aquilo que é outro) (…) “a identidade não é uma experiência uniforme, pois é
formulada por sistemas de representações diversos. Cada um destes sistemas corresponde
ao modo como o sujeito se atrela ao universo sociocultural. Existe assim, uma identidade
social, étnica, cultural, religiosa, de classe; profissional, etc.”
Conceito de identidade
O conceito de identidade refere-se a uma parte mais individual do sujeito social, mas
que ainda assim é totalmente dependente do âmbito comum e da convivência social. De
forma geral, entende-se por identidade aquilo que se relaciona com o conjunto de
entendimentos que uma pessoa possui sobre si mesma e sobre tudo aquilo que lhe é
significativo. Esse entendimento é construído a partir de determinadas fontes de significado
que são construídas socialmente, como o gênero, nacionalidade ou classe social, e que
passam a ser usadas pelos indivíduos como plataforma de construção de sua identidade.
Dentro desse conceito de identidade, há duas distinções importantes que devemos
entender antes de prosseguirmos. A teoria sociológica distingue duas apreensões: a
identidade social e a autoidentidade. A identidade social refere-se às características
atribuídas a um indivíduo pelos outros, o que serve como uma espécie de categorização
realizada pelos demais indivíduos para identificar o que uma pessoa em particular é. Portanto,
o título profissional de médico, por exemplo, quando atribuído a um sujeito, possui uma série
de qualidades predefinidas no contexto social que são atribuídas aos indivíduos que exercem
essa profissão. A partir disso, o sujeito posiciona-se e é posicionado em seu âmbito social em
relação a outros indivíduos que partilham dos mesmos atributos.
O conceito de autoidentidade (ou a identidade pessoal) refere-se à formulação de um
sentido único que atribuímos a nós mesmos e à nossa relação individual que desenvolvemos
com o restante do mundo. A escola teórica do “interacionismo simbólico” é o principal ponto
de apoio para essa ideia, já que parte da noção de que é diante da interação entre o indivíduo
e o mundo exterior que surge a formação de um sentido de “si mesmo”. Esse diálogo entre
mundo interior do indivíduo e mundo exterior da sociedade molda a identidade do sujeito que
se forma a partir de suas escolhas no decorrer de sua vida.
Nesse processo, ao mesmo tempo que projetamos nossas particularidades sobre o
mundo exterior (ações individuais de vontade ou desejo particular), também internalizamos o
mundo exterior (normas, valores, língua...). É nessa relação que construímos nossas
identidades.
Uma tendência natural do ser humano é a de procurar uma identificação em alguém ou
em alguma coisa, ou seja, o sentimento de “pertencimento” ou “identificação”. Quando uma
pessoa se identifica com outra e passa a estabelecer um vínculo social com ela, ocorre uma
associação humana. Com o estabelecimento de muitas associações humanas, o ser humano
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passou a organizar os grupos sociais. Grupo social é uma forma básica de associação
humana que se considera como um todo, com tradições morais e materiais. Para que exista
um grupo social é necessário que haja uma interação entre seus participantes. Os grupos
sociais possuem uma forma de organização, mesmo que subjetiva, se diferem quanto ao grau
de contato de seus membros, e pode ser definido como uma reunião de pessoas, interagindo
umas com as outras, e por isso capazes de ação conjunta, visando atingir um objetivo comum
compartilham os mesmos interesses, portanto, partilham ideias.
Exemplos dos principais grupos sociais:
Grupo familiar – família;
Grupo vicinal – vizinhança;
Grupo educativo – escola, universidade, curso etc.;
Grupo religioso – igreja;
Grupo de lazer – clube,etc;
Grupo profissional – empresa, etc;
Grupo político – Estado, partidos políticos;
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Família
Essa instituição é a primeira com a qual o
indivíduo tem contato. É uma instituição de
socialização primária que vai propiciar à
criança as primeiras normas básicas de
convívio social e de socialização existentes.
A criança aprende no convívio familiar as
primeiras noções de coesão social, como amor,
fraternidade e amizade. Também é nessa
instituição que os indivíduos aprendem o valor
da coesão social como forma de unir os
membros de uma sociedade e assim garantir a
sobrevivência do corpo social.
Outro importante elemento que a criança
depreende da família é o aprendizado do idioma por meio da convivência familiar. A língua é de
extrema importância para a constituição da sociedade, pois ela garante a permanência da
coesão social.
Algumas noções de socialização secundária que serão aprofundadas em instituições
posteriores também são apresentadas à criança pela primeira vez no seio familiar. São essas: o
respeito às normas sociais, os valores morais, e o valor do trabalho e da educação.
Igreja
A religião é, segundo Max Weber, um
importante elemento que garantirá uma unidade
de pensamento religioso que reforça a coesão
social. A Igreja é a transformação dos valores
religiosos em uma instituição social capaz de unir
indivíduos de uma mesma crença num corpo
coeso.
Nas sociedades ocidentais, os valores
morais são reforçados por ensinamentos
religiosos promovidos pela Igreja, que passa aos
seus fiéis noções de bem e mal, ações corretas e
incorretas, além de garantir uma certificação
religiosa oficial a outra grande instituição de
socialização primária, que é a família.
Escola
Muito além de ensinar conteúdos específicos das disciplinas científicas, linguísticas e
filosóficas, a escola é o lugar de ensinamento das normas sociais de maneira mais
aprofundada e oficial.
Segundo o filósofo francês contemporâneo Michel
Foucault (1926-1984), as escolas são as primeiras
instituições disciplinares com as quais os indivíduos têm
contato. Elas confinam as crianças em um espaço fechado
com um corpo de regras e uma rígida hierarquia que deve
ser seguida. A finalidade da escola vai além do ensino de
conteúdos, porque ela é o espaço oficial em que uma
sociedade capitalista adestra os indivíduos para a reprodução
do modo de vida capitalista.
A escola prepara o corpo do indivíduo para o trabalho via imposição de horários, de
comandos e de normas, algo que era comum no trabalho fabril das sociedades industriais
comuns no século XIX e na primeira metade do século XX. A esse processo de educação
Foucault chamou, criticamente, de adestramento e disciplinarização dos corpos, algo que
cria corpos dóceis e que aceitam as imposições do sistema.
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A escola como uma instituição disciplinar
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Trabalho
Como uma extensão da escola, o trabalho é o modo de impor ao indivíduo uma
disciplinarização mais profunda dos corpos, além de ser a reprodução, por excelência, dos
padrões de vida impostos pelo capitalismo. Ao contrário de Foucault, que é um crítico do
capitalismo do século XX, Max Weber via no trabalho um modo de aprimoramento da
sociedade pelo crescimento econômico e aplicação dos indivíduos que se concentram em
crescer economicamente.
Já as sociedades pós-capitalistas possuem uma forma de coesão mais complexa, pois
elas se dividem em grupos de interesse. Os grupos de interesse são, basicamente, as
categorias profissionais que fazem com que os indivíduos se unam para buscar objetivos
comuns.
Operários em greve. Mulheres no mercado de trabalho.
Ocorrem mudanças de tempos em tempos, padrões sociais e morais aceitos hoje não
eram bem vistos a tempos atrás. Pode-se observar, por exemplo, que em tempos atrás as
mulheres não eram socialmente aceitas em círculos sociais ou no trabalho fora do lar, e
atualmente, é aceitável e mesmo recomendado o trabalho fora do lar a fim de contribuir no
orçamento familiar.
Estado
O Estado é a instituição social oficial por excelência, pois reúne o corpo jurídico,
legislativo e constitucional que estabelece as normas sociais vigentes, que, em uma
sociedade politicamente liberal e democrática, são acordadas por todos os cidadãos (ao
menos na teoria). Além disso, o Estado promove uma imensa coesão social, pois une os
membros de uma sociedade que compartilha o mesmo idioma, território, sentimento de
pertencimento nacional (a noção de nação é inseparável da noção de Estado moderna) e
valores morais parecidos.
Questão 1
Temos visto de maneira ampla que as sociedades variam com o tempo. Essas variações
referem-se não só à população, senão também às relações sociais que nela se desenvolvem.
Algumas relações sociais vão mudar de tipo, outras vão deixar de existir, outras vão tornar-se mais
amplas.
Apresento-lhes aqui uma imagem do ENEM 2010, Prova amarela, questão 19, que retrata
uma cena do cotidiano dos escravos urbanos. Vamos trabalhar com ela.
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DEBRET, J.B.; SOUZA, L.M. (Org) História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América Portuguesa. V. 1,
São Paulo: Companhia das letras, 1997.
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Questão 2
Vamos ler o seguinte trecho de texto:
“É, assim, imprescindível debater com a sociedade um outro conceito de currículo e escola,
com novos parâmetros de qualidade. Uma escola que seja um espaço e um tempo de
aprendizados de socialização, de vivências culturais, de investimento na autonomia, de desafios,
de prazer e de alegria, enfim, do desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões.
Essa escola deve ser construída a partir do conhecimento da realidade brasileira. Nesse processo,
é preciso valorizar os avanços e superar as lacunas existentes no projeto político-pedagógico, ou
seja, melhorar aquilo que pode ser melhorado.”
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Departamento de políticas de educação infantil e ensino
fundamental. Coordenação geral do ensino fundamental. Orientações gerais. Brasília, 2004. p. 11. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/noveanorienger.pdf>. Acessado em: 26/05/2012.
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c) A transmissão de conhecimentos sociais, de regras, comportamentos, respeito e atitudes
corretas para as crianças acontece no espaço da escola de maneira exclusiva e unilateral do
professor para a criança, já que, quando entram na escola, elas desconhecem as maneiras
apropriadas de se comportar.
d) A escola é uma das instituições que fazem parte do processo de socialização e, precisamente
por isso, deve ser sensível às problemáticas externas, pois as crianças convivem com diversas
realidades econômicas e culturais.
Questão 3
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