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ESCOLA ESTADUAL “ Prof.

Paulo Nobre “ Macaíba – Rio Grande do Norte


Nome : ____________________________________ turma :_______2° ano EJA Ensino Médio.
SOCIOLOGIA - TRABALHO E SOCIEDADE
A produção de qualquer objeto em nossa sociedade exige a mão de obra de diversos trabalhadores e o
estabelecimento de uma verdadeira rede de trabalho. Essa produção acaba envolvendo de forma direta e indireta
diversas pessoas, e muita força de trabalho deve ser empregada. Todas as tarefas que envolvem a produção de um
objeto formam uma complexa rede, que é característica de nossa sociedade.

A palavra TRABALHO se origina do latim tripallium, que significa “instrumento de tortura”, e durante séculos estava
relacionada às atividades torturantes e dolorosa. Vamos entender um pouco melhor essa relação do trabalho à
atividade penosa.

A produção para suprir as necessidades das pessoas nas sociedades grega e romana era realizada pelos escravos.
Além deles, existiam nessas sociedades outros tipos de trabalhadores, como os camponeses, os artesãos e os
meeiros. Diferentemente dos escravos, esses trabalhadores eram livres. Porém, os trabalhadores livres também
eram explorados pelos proprietários de terras e seus senhores, que por sua vez possuíam apenas uma obrigação ou
atividade, que consistia na discussão e tomada de decisão dos assuntos relacionados à sociedade e à vida nas cidades.
A dedicação exclusiva desses proprietários à discussão da vida em sociedade só era possível porque existiam os
escravos.
O trabalho na Antiguidade e na Idade Média era considerado uma atividade torturante e penosa. Na sociedade
moderna, ele passa a ter outra concepção, sendo visto como algo positivo. Na verdade, o trabalho passou a ser
considerado algo positivo e virtuoso, porque foi necessário convencer os indivíduos que trabalhar para os outros era
bom. Afinal, já não era mais possível contar com o trabalho compulsório da forma como existia na Antiguidade e na
Idade Média. Na modernidade, a mudança na forma de conceber o trabalho na sociedade contou com a participação
de determinadas instituições, que fizeram com que o trabalho fosse visto como algo que dignifica o homem.

A primeira mudança que ocorreu na forma de estruturar e organizar o trabalho na Sociedade Moderna estava
relacionada ao seu local de realização. Houve, na sociedade moderna, a separação entre a casa e o local de trabalho.
A segunda mudança estava relacionada aos instrumentos de trabalho. Nesse caso, os trabalhadores foram separados
dos seus instrumentos de trabalho. A última grande transformação ocorreu no campo de acesso à matéria-prima.
Nesse aspecto, o trabalhador perdeu a possibilidade de conseguir sua própria matéria-prima.

Além dessas três grandes mudanças, a produção das mercadorias na Sociedade Moderna passou a ser financiada,
organizada e coordenada pelos industriais e comerciantes que acumularam riquezas. A definição sobre o que e
quanto produzir também passou a ficar nas mãos dos comerciantes e industriais, pois eles eram os detentores do
dinheiro. Todas essas mudanças ocorreram com base em dois grandes processos de organização do trabalho. Um
deles ficou conhecido como cooperação simples, e o outro como cooperação avançada.

Uma das grandes características da sociedade moderna capitalista é a crescente divisão do trabalho. Para estudarmos
esse assunto, vamos retomar o pensamento e as ideias de dois autores clássicos da Sociologia: Karl Marx e Émile
Durkheim. Esses autores apresentam visões diferentes sobre a questão, mas suas ideias e perspectivas analíticas são
utilizadas ainda hoje. Por isso, é fundamental conhecermos o que Marx e Durkheim pensaram sobre o trabalho na
sociedade moderna.

KARL MARX E O TRABALHO

Segundo Marx, essa divisão do trabalho ocorre a partir do próprio desenvolvimento da sociedade. Isso significa dizer
que as atividades de produção e as relações de trabalho vão sendo divididas e estabelecidas a partir do momento
em que buscamos atender as nossas necessidades materiais. A ideia de que a divisão social do trabalho gera também
a divisão da sociedade em classes.
De acordo com Marx, o proprietário ( o patrão) irá enriquecer a partir da mais-valia ou das horas de trabalho não
pagas, a partir de seu acúmulo e replicação dentro do processo produtivo. Esse processo de apropriação do capitalista
do valor-trabalho é chamado por Marx de acumulação de capital.

Para conseguir a extração da mais-valia, o patrão utiliza duas estratégias principais: o aumento das horas trabalhadas
a partir da contratação de novos trabalhadores ou aumentando a jornada de trabalho. Para Marx, essa estratégia vai
gerar a chamada mais-valia absoluta. A outra estratégia consiste na introdução de tecnologias e equipamentos com
o objetivo de aumentar a produção utilizando o mesmo número de trabalhadores. A utilização das tecnologias e
equipamentos fará com que a produtividade aumente, mas sem aumentar o valor do salário. Para Marx, essa segunda
estratégia gera a chamada mais-valia relativa.

DURKHEIM E O TRABALHO

Para Durkheim, a produção industrial moderna fez com que houvesse cada vez mais uma maior especialização do
trabalho, fato que contribuiu para o surgimento de uma forma superior de solidariedade. Para ele, existem duas
formas de solidariedade na sociedade: a solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica. A primeira é mais
evidente nas sociedades que são menos complexas, em que todos os indivíduos sabem fazer quase todas as
atividades que são necessárias para a sua existência. Nesse tipo de sociedade, os indivíduos vão se unir uns aos outros
a partir da aceitação por parte de todos de um conjunto de crenças, tradições e costumes comuns.

Já a segunda é mais comum nas sociedades mais complexas, sendo considerada resultado da diversidade dos
indivíduos. Na solidariedade orgânica, a união entre os indivíduos vai ocorrer por meio da interdependência das
funções sociais. Isso significa dizer que, nas sociedades marcadas pela solidariedade orgânica, os indivíduos vão
depender uns dos outros a partir da divisão do trabalho. Com base nessa perspectiva, Durkheim vai dizer que, na
sociedade moderna, a coesão social é dada pela divisão do trabalho.

Segundo Durkheim, a interdependência gerada pela divisão do trabalho cria solidariedade a partir do momento em
que faz a sociedade funcionar e lhe dá coesão. Os conflitos gerados do confronte entre trabalhadores e capitalistas
são, para Durkheim, resultante de uma questão moral. Isso significa que, para o autor, os conflitos surgem a partir
do momento em que não existem instituições e normas que integram as pessoas e possibilitam a existência da
solidariedade dos vários setores da sociedade. Em outras palavras, Durkheim defende a ideia de que a não existência
de regulamentação por instituições faz com que a divisão do trabalho não produza solidariedade, criando a
possibilidade da existência de conflitos.

O CENÁRIO ATUAL DO TRABALHO ASSALARIADO

Até pouco tempo atrás os trabalhadores podiam entrar em uma empresa, trabalhar por muito tempo e, em seguida,
aposentar-se. Isso era possível porque existia o que chamamos de posto fixo de trabalho. Mas, hoje em dia, podemos
observar que esse cenário está se tornando cada vez mais raro. Na verdade, estamos vivenciando um novo período
de mudança, uma vez que esse posto fixo de trabalho vem desaparecendo e, com ele, incertezas e inseguranças
tomam conta da vida dos trabalhos.

Segundo Robert Castel o que está se tornando generalizado no mundo diz respeito à desestabilização dos estáveis.
Isso significa que as pessoas que até então tinham estabilidade nos empregos estão sendo “invalidade”, seja por
idade, seja por direitos adquiridos e seja por qualificação. Outro aspecto está relacionado à precariedade do trabalho.
Com o aumento do desemprego, uma série de trabalhadores vem buscando postos de trabalhos instáveis. Nesse
sentido, a nova sociedade vem exigindo maior e melhor formação do trabalhador. Os jovens que buscam seu primeiro
emprego sofrem nesse cenário, pois costumam não ser contratados em função de não possuíram experiência
profissional suficiente para o cargo pretendido.

Todas essas situações provocam nos indivíduos um sentimento de estranheza em relação à sociedade. Isso acontece
porque não conseguem mais se integrar nela, sendo desqualificados do ponto de vista político e cívico. Esses
indivíduos passam a ser considerados inúteis para a sociedade e acabam perdendo sua identidade. No Brasil, como
veremos adiante, esse é o cenário característico dos grandes centros urbanos.
EXERCÍCIO AVALIATIVO

1-Na sociedade antiga, o trabalho também dividia as pessoas em classes sociais. Qual a classe abaixo NÃO fazia parte
dessa divisão do trabalho:

(a) Trabalhadores livres. (b) Escravos. (c) Empresários. (d) Senhores.

2- Na modernidade, houve mudança na forma de ver e trabalhar. Qual seria ela:

(a) Dignifica. (b) o salário. (c) nobreza. (d) a riqueza.

3- Assim, qual o significado da palavra tripallium ( termo original para trabalho)?

(a)Instrumento de trabalho (b)Instrumento de tortura (c)Instrumento de pena (d)Instrumento de escravo

4- A Sociedade Moderna e capitalista passou a influenciar como se trabalha e as reais necessidades do que se produz.
Ou seja, o trabalho gerou riqueza para poucos e a miséria para muitos dentro da própria sociedade. Desta maneira,
a modernidade promoveu uma desvalorização do trabalho. Marque a alternativa para qual a Sociologia tem o
conceito de TRABALHO, será melhor definido como:
a) É uma simples relação entre aquele que vende sua força de trabalho, mas estando as vezes colocado à parte
da função de sua atividade e do produto final de seu esforço.

b) É “Aquilo” que tem o papel fundamental quando procuramos entender o ambiente de produção, suas
técnicas e meio no atual projeta o resultado final na mercadoria e em que a fez.

c) Trabalho é onde se organiza as relações dominantes entre os trabalhadores, os meios de produção, os


instrumentos e os proprietários.

d) Todas as alternativas estão corretas.

5-Observe esse comentário de Karl Marx : “No fim do processo de trabalho, o produto feito se transforma em “algo
estranho”, independente do ser que o produziu. Este estranhamento, esta “diferença de natureza” entre produtor e
produto pode ser considerado a cereja do bolo.” Essa afirmação trata-se de qual conceito:

a) concepção de divisão de classe. c) concepção de coesão.

b) concepção de mais valia. d) concepção de produção

6- -Segundo Karl Marx, a riqueza no capitalismo provém de um valor a mais atribuído à mercadoria. Assinale a
alternativa que melhor expressa esse valor:

(a) Valoração do uso da mercadoria. (c) Utilização de mercadorias.

(b) Juros e Lucros. (d) Mais-valia

7- Durkheime afirma: “A ___________ ultrapassa o âmbito dos interesses econômicos, porque consiste no
estabelecimento de uma ordem social e moral. Os indivíduos são ligados uns aos outros, de tal forma que, sem isso,
seriam independentes; em vez de se desenvolverem separadamente, eles ajustam seus esforços...” Sobre qual
conceito sociológico, ele se refere:

a) Divisão do trabalho Social. c) Solidariedade Orgânica.

b) Solidariedade Mecânica. d) Divisão funcional.


8- Novas modalidades de trabalhos surgem na sociedade, tais atividades são consideradas promissoras envolvem
diretamente a subjetividade humana, as capacidades criativas as engenharias. Estamos nos referindo a:

(a) Trabalho Terceirizado. (c) Trabalho Material.

(b) Trabalho Imaterial. (d) Automação Produtiva.

9- Qual o direito trabalhista que garante ao trabalhador receber “salários” mensais, mesmos depois de demitido
pela empresa?

(a) FGTS (b) Bonus Salarial. (c)Seguro Desemprego. (d)Vale Salarial.

10- QUESTÃO DISCURSIVA ( no mínimo 5 linhas)

No cenário atual no trabalho humano, Quais são as novas características?

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