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SOCIOLOGIA

INTRODUÇÃO

SENSO COMUM  CIÊNCIA


Juízo de valor Juízo de realidade
(Como a coisa devia ser) (Como a coisa é)
Conhecimento vulgar Linguagem rigorosa
Subjetivo Objetivo
Fragmentado
Superficial
Empírico (ametódico, assistemático)

Social é uma ciência que estuda o comportamento humano (em grupo) padronizado e
compartilhado (maneiras de pensar e agir). É imposto por leis, normas e costumes.

Augusto Comte  Pai da Sociologia moderna


Fundador do Positivismo
Sociologia Funcionalista
Para ele, o conhecimento tem três estágios:
1- Teológico (explicação religiosa)
2- Metafísico (explicação filosófica)
3- Positivo (explicação científica)

Karl Marx  Luta das classes e revolução social leva à evolução da sociedade.

Emile Durkheinm  Elimina a luta das classes


Sociologia funcionalista

Max Weber  Defende a burocracia como a forma mais perfeita e racional da


organização social.
Sociologia compreensiva (entender a ação social, e não as estruturas)

OBJETO DE ESTUDO

A Sociologia é a ciência que estuda o comportamento humano padronizado e


compartilhado pelos membros de um grupo social

O objetivo da sociologia é compreender e explicar a realidade social com base na


observação sistemática dos fatos. Prever, controlar e transformar a realidade social.

Características do Padrão comportamental


Imposto por normas ou costumes
Encontra-se relacionado com o status que o indivíduo possui no grupo
Gera expectativas
Seu desconhecimento provoca insegurança
Seu desrespeito provoca punições
É flexível e mutável
As mudanças podem ser resultantes de pressões sociais ou do poder de quem
comanda o grupo
Classificação das Normas:

1) Folkways
Indicam condutas adequadas. Varia de acordo com o grupo.
Desrespeito  punições leves, como a ridicularização.
Ex: Ir de carro - ir de cavalo

2) Mores
Normas que impõem condutas obrigatórias. Varia de acordo com o grupo.
Desrespeito  punições severas, como a exclusão do indivíduo.

3) Leis
Normas promulgadas que impõem condutas obrigatórias.
Desrespeito  punição que não cabe ao grupo, mas a um órgão especializado em
promover a ordem (judiciário).

Para assegurar a conformidade dos indivíduos com as regras, a sociedade se utiliza


de recursos materiais e simbólicos.

Formas de controle social:


Socialização
Pressão do grupo
Recompensa e punição

Desvio Social é um comportamento que não corresponde às expectativas da


sociedade ou de um grupo.

Anomia é a ausência ou enfraquecimento das normas em uma sociedade.

W. Mills diz:
Os homens se dividem entre homens comuns e homens dotados de imaginação
sociológica (capacidade intelectual que permite perceber as relações entre o eu e o
mundo)
Para ele, vivemos na Idade do Fato: bombardeio de informações.

Vantagens da Imaginação sociológica


Compreender as diferenças entre:
-Bem estar  Consciência do valor sem ameaça.
-Crise  Consciência do valor com ameaça (muitos valores ameaçados = pânico).
-Inquietação  Sem consciência do valor com ameaça.
-Indiferença  Sem consciência do valor e ameaça – apatia.

Psicologia – Comportamento peculiar e individual


Sociologia – Comportamento comum, social
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Pessoa Social age de acordo com  Padrões comportamentais

máscara

Grupos --- para alcançar um fim --- Instituições (conj. Normas)

Sociedade  modo de vida da sociedade Cultura

- Socialização é o processo através do qual seres humanos são induzidos a adotar os


padrões de comportamento, normas, regras e valores da sociedade em que estão
inseridos.

- Padrão comportamental é o comportamento generalizado que serve como modelo


daquilo que, numa determinada sociedade, é uma conduta aceitável ou não.

- Pessoa social é o indivíduo que passou pelo processo de socialização. Capaz de se


comportar em cada situação social dentro dos padrões vigentes e impostos pela
sociedade.
Indivíduo autêntico ≠ Pessoa social

- A pessoa social age dentro dos padrões comportamentais

- Instituição é o conjunto de normas (folkways, mores e leis) criado para permitir que o
grupo alcance sua finalidade, e determina como devemos nos comportar neste grupo.

- Status é a posição da pessoa dentro do grupo. É indicado através de um símbolo


(aliança, por exemplo). É a partir da hierarquia do status que conhecemos a estrutura
dos grupos. É conquistado.

- Papel Social – direitos e deveres que a pessoa tem em relação ao status que ocupa,
estes relacionados pela própria instituição. De acordo com o status, a pessoa tem o
papel social. É instituído.

Características de um grupo
Finalidade
Papéis individuais
Relações recíprocas permanentes
Estrutura – deriva do status
Organização – deriva das normas
Identificação – logo, crachá.

TIPOS DE GRUPO

Formais e Informais:

FORMAL INFORMAL
FUNÇÕES Atender a necessidade de Atender a necessidade
organização dos membros
ESTRUTURA Imposta em decorrência Autônoma em decorrência
dos processos de das simpatias e antipatias
produção, bens e serviços pessoais
FRONTEIRA Aberta para a troca de Fechada para pessoas de
participantes fora
COESÃO Baixa pela predominância Alta pela predominância de
de metas metas cooperativas

Pessoais e Externos:

Pessoais  In Group. São as coletividades em que “eu sinto pertencer”, como a


família, igreja, profissão, classe social.
Externos  Out Group. São os demais grupos a que “eu não pertenço”, como outras
famílias, religiões, nacionalidades, etc.

Primários e Secundários:

PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
RELACIONAMENTO Pessoal e íntimo Impessoal e utilitário
METAS Cooperativas Competitivas
CONTROLE SOCIAL Informal e exercido pelos Formal e exercido pela
membros organização
REGRAS / NORMAS Tradicionais Contratuais
PREDOMINANCIA Sentimentos Racional / tecnologia
PERSONALIDADE Totalidade do indivíduo Para desempenhar o papel

Agregado 
É a reunião ou pluralidade de pessoas que se acham próximas fisicamente, mas sem
comunicação recíproca.

Características:
-As pessoas são relativamente anônimas;
-Não há organização;
-Existe apenas um limitado contato social
-Pessoas mantém certa distancia social

O agregado pode transformar-se em grupo caso surja uma necessidade comum entre
as pessoas.
Também pode se transformar em Turba-Multa (multidão turbulenta), passando a agir
de maneira rápida e sem qualquer tipo de controle.

CATEGORIA E ESTERIÓTIPO

Categoria:
Somatório de indivíduos com pelo menos uma característica em comum. Quanto maior
o número de atributos exigidos, menor o número de pessoas participantes.
Gera identidade social, e é base importante para os movimentos sociais.

Estereótipo:
É uma imagem deformada, um pré-julgamento, uma idéia falsa. É uma maneira de
rotular as condutas e simplificar a realidade, através de uma generalização. É atribuído
às categorias sociais.
PROCESSOS DE INTERAÇÃO SOCIAL

Tipos de Isolamento:
São 5 tipos:

1) Espacial ou Físico
É a ausência de contato ocasionada por fatores geofísicos.

2) Psíquico
Ocasionado por motivos baseados na própria personalidade, como interesses
diferentes, gostos, temperamentos, pontos de vista, atitudes e sentimentos.

3) Estrutural
Diferenças biológicas.

4) Funcional
Tem origem nos defeitos físicos.

5) Habitual
Diz respeito à separação ocasionada pela diferença de hábitos.

Tipos de Contato:

-Direto  Realizado “face a face”.


-Indireto  Realizados por intermédio de meios de comunicação.

-Primário  Pessoal, íntimo, espontâneo, com envolvimento pessoal.


-Secundário  Forma, impessoal, racional, superficial.

-“Nosso grupo”  Baseado no fenômeno do etnocentrismo.


-“Grupo alheio”  Constituído por estranhos.

-Categórico  Resulta da classificação que fazemos de uma pessoa desconhecida,


baseada em sua aparência física.
-Simpático  Baseado em qualidades manifestadas pelos indivíduos.

SOCIALIZAÇÃO E PERSONALIDADE

Socialização
Processo que envolve transmissão de cultura e desenvolvimento da personalidade do
indivíduo

Socialização é a transmissão e assimilação de padrões comportamentais, normas,


valores e crenças, bem como o desenvolvimento de atitudes e sentimentos
manifestados pela comunicação simbólica.
É o mesmo que aprendizagem. Através dela se processa o ajustamento do individuo a
um modo de vida organizado.

A socialização se inicia com o nascimento e acompanha o individuo até a morte – a


cultura é dinâmica. As pessoas mudam de atitudes, valores e concepções conforme
adquirem novos papéis e passam por novas experiências.
Esse processo se dá através da interação do indivíduo com outros grupos sociais.

Principais agentes socializadoras: família, vizinhança, escola, trabalho, religião, entre


outras.
É importante que haja coerência nos valores transmitidos, para não haver conflitos de
personalidade.

Ela acontece com a repetição, imitação, recompensa e punição, competição,


persuasão e sugestão.
Inculca disciplinas básicas e aspirações, ensina habilidades, papéis e atitudes
adequadas para cada situação.

Ressocialização  É uma mudança rápida e radical, forçando a troca de um modo


de vida por outro diferente, e até mesmo incompatível com o anterior.

Tipos de socialização:

1) Repressiva
Típica das sociedades tradicionais. Enfatiza a punição do comportamento errado. As
recompensas e punições são materiais. Valoriza a obediência do indivíduo e respeito
às autoridades. A comunicação é não-verbal, dada como ordem.

2) Participante
Típica das sociedades modernas. Salienta a recompensa, reforçando o bom
comportamento. As recompensas e punições são simbólicas. Valoriza a autonomia do
indivíduo. A participação assume forma de diálogo no qual se espera que o indivíduo
expresse suas necessidades e desejos.

A socialização é um processo unificador ou diferenciador?


É um processo que homogeniza os indivíduos no que diz respeito ao núcleo central da
cultura como a língua oficial, as leis, os símbolos nacionais, a moeda, etc.
A socialização também é diferenciadora no que se refere ao sexo, classe social,
religião, etc.

Personalidade
Conjunto de atitudes e comportamentos habituais de um indivíduo ante as diversas
situações ao longo da vida.

Fatores que interferem:


- Ambiente físico: Fatores climáticos, geográficos ou topográficos interferem e
estabelecem os limites para o desenvolvimento da cultura.
- Hereditariedade: Fornece a matéria prima para a formação da personalidade.
- Cultura: Encoraja certos tipos de comportamento, tais como individualismo,
cooperação, agressividade, etc.
- Grupo: Transmissor de cultura e estimulador do desenvolvimento da personalidade.
- Experiência singular: As experiências não se adicionam, elas se integram.

Personalidade e Inteligência:

INTELIGENCIA PERSONALIDADE
Hereditariedade – determina seu Temperamento – é genético, inato. Ex:
potencial máximo timidez, agressividade, etc.
Social – fornece os estímulos. Caráter é adquirido em função do meio
0-7anos: 50% ambiente. É a forma como é utilizado o
7-21anos: outros 50% temperamento.
Aos 21 anos todos os órgãos estão O núcleo central da personalidade está
prontos e a inteligência também. Se for pronto aos 7 anos, mas pode ser mudado
estimulada, jamais haverá redução até os 21 anos.
Teorias sobre personalidade:

 C. Cooley
Eu-reflexivo
Normalmente, nos vemos refletidos nas reações dos outros.
Na medida em que imaginamos como parecemos aos outros, pela nossa percepção e
julgamento de como parecemos, e de nossos sentimentos sobre tais julgamentos,
formamos nossa auto-imagem.

 Freud
ID – eu animal – impulsos, desejos não socializados.
EGO – eu racional – entre homem e sociedade.
SUPEREGO – eu ideal – noções entre certo e errado.

CULTURA

A cultura consiste de todos os padrões aprendidos de ação, sentimento e pensamento


partilhados pelos membros de uma sociedade particular.

“O todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, leis, costumes e outras
habilidades e hábitos adquiridos por um homem como membro da sociedade”. Edward
Tyler.

Características:
Toda cultura é um todo logicamente integrado, funcional e com sentido. Ela é
aprendida, armazenada e dinâmica.
As mudanças culturais podem ser endógenas ou exógenas, por difusão ou por
aculturação.

Funções:
-Reforçar a coesão do grupo;
-Conferir legitimidade às relações sociais;
-Integrar o indivíduo ao grupo;
-Possibilitar a criação de identidades comuns.

Cultura material  Objetos feitos pelo homem (roupas, ferramentas, casas).

Cultura imaterial  Ritos cerimoniais, valores, crenças, símbolos, tradições.


-Normas: regras ou padrões obedecidos pelos membros de uma sociedade ou grupo.
-Valores: ideais coletivos que orientam as ações individuais.
-Crenças: idéias adotadas com fé e convicção.
-Ritos: conjuntos codificados de atitudes, gestos e palavras que se reproduzem cada
vez que um evento tem lugar. Os ritos muitas vezes marcam a passagem de um status
social para outro.

Símbolos:
Algo que representa ou sugere outra coisa através de uma relação, associação,
convenção ou semelhança acidental entre elas; um sinal visível de algo invisível.
Símbolos são representantes concretos de realidades abstratas. Eles encarnam
valores que são abstratos e ausentes da realidade tangível.

Subcultura  É um agregado de normas de alguma forma divergentes, partilhadas


por um grupo ou categoria de pessoas dentro de uma sociedade.
Contracultura  Em oposição à cultura dominante, rejeita os principais elementos da
estrutura normativa estabelecida. Aqueles que abraçam a contracultura separam-se da
cultura dominante e operam por seu próprio sistema normativo. São freqüentemente
temidos ou causam desagrado às pessoas convencionais, sendo geralmente
rejeitados e algumas vezes perseguidos, vivendo na clandestinidade.

Etnocentrismo cultural:
O fato de o homem ver o mundo através de sua cultura tem como conseqüência a
propensão em considerar o seu modo de vida o mais correto e mais natural. O
etnocentrismo não é uma conclusão racional, mas uma reação automática e
emocional, um “aceitar como certa” alguma coisa tão obvia que não necessite ser
demonstrada.
O etnocentrismo promove a identidade, a lealdade de grupo, unindo-o e tornando-o
mais coeso.
Ele pode fortalecer ou enfraquecer um país, na medida em que rejeita tudo o que vem
de fora.
Quando exagerado, pode levar ao fanatismo.

- Cultura ideal  é o conjunto das normas que se supõe que as pessoas sigam. Em
geral, o comportamento verdadeiro das pessoas se desvia desse ideal.
- Cultura real  é o comportamento propriamente dito. Consiste das normas que a
maioria das pessoas realmente seguem, enquanto possivelmente fazendo apologia
fingida às normas ideais.
A discrepância entre a cultura real e a ideal pode ser uma medida da fragilidade
humana.

Determinantes situacionais de comportamento:


São fatores situacionais que encorajam fortemente uma determinada reação. É o
resultado das pressões inerentes à situação.

Normas de Evasão:
Quando um padrão desviante de um comportamento torna-se amplamente tolerado e
praticado pelas pessoas. Logo se transforma numa conduta esperada, logo acaba
surgindo uma norma de evasão. Constituem um meio de manipular a discrepância
entre as culturas real e ideal. Permitem que as pessoas desfrutem da respeitabilidade
sem desistir das inclinações da cultura real.

Cultura Organizacional:
“Cultura organizacional é o conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou,
descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar com os problemas de adaptação
externa e integração interna e que funcionaram bem o suficiente para serem
considerados válidos e ensinados a novos membros como a forma correta de
perceber, pensar e sentir, em relação a esses problemas”. Schein, 1985

STATUS E PAPEL SOCIAL

Relembrando:
- Status é a posição da pessoa dentro do grupo. É indicado através de um símbolo
(aliança, por exemplo). É a partir da hierarquia do status que conhecemos a estrutura
dos grupos.
- Papel Social – direitos e deveres que a pessoa tem em relação ao status que ocupa,
estes relacionados pela própria instituição. De acordo com o status, a pessoa tem o
papel social. É instituído.

Tipos de Status:
-Atribuído: Concebido de acordo com o nascimento ou outros fatores inalteráveis.
-Adquirido: Conquistado pelo esforço pessoal.
Socialização do papel:
Aprender a desempenhar papéis é uma parte importante da socialização. Um
profissional não apenas aprende o comportamento esperado, mas também as atitudes
e sentimentos comuns a maioria das pessoas que constituem aquela categoria.
A maioria das falhas no desempenho do papel não é devida a incapacidade de
aprendizagem, mas a falta de atitudes e sentimentos necessários.

Transição de papel.
Toda pessoa está constantemente se deslocando através de novos status. Este
deslocamento pode ser decorrente das mudanças de idade, emprego, etc.
A transição de papel é fácil quando existe Continuidade na preparação do papel,
desejo e valorização. É difícil quando há a falta de preparo anterior, desvalorização e
expectativas nebulosas.

Os ritos de passagem são adotados quando a transição é valorizada pela sociedade.


Esses ritos soa formais, em local público, com uso de vestes especiais, entre outras
características.

Cada papel exige certos traços de personalidade para ser executado com êxito.
O conjunto de atributos necessários ao bom desempenho do papel é chamado
personalidade do papel

Há duas formas de conflito de papéis:


-Dois papéis diferentes podem impor duas condutas conflituosas;
-Podem surgir pressões conflitantes dentro de um único papel.

Para lidar com os conflitos:


-Racionalização  processo psicológico e inconsciente de redefinição da situação em
termos mais aceitáveis.
-Compartimentação  guardar papéis conflitantes em “caixas separadas”, impedindo
que o problema existente em um papel atrapalhe o desempenho do outro.

TIPOS DE SOCILOGIA:

 EMILE DURKHEIM – Sociologia funcionalista

A sociologia funcionalista faz analogia entre a sociedade e o organismo humano.


-O organismo é constituído de diferentes órgãos com diferentes funções.
-A sociedade é organizada de diferentes instituições com diferentes funções.
“O todo é mais do que a simples soma das partes”.

O objeto de estudo dessa sociologia é o Fato Social.

Fato social é toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o
indivíduo uma coerção exterior; que é geral na extensão de uma sociedade dada,
apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que
possa ter.

Fatos sociais são as maneiras de pensar, sentir e agir. Possui 3 características:


exterioridade, coercitividade e generalidade.
Surgem a partir dos interesses da consciência coletiva.
Devem ser estudados como “coisa”.
Consciência coletiva  Conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à media
dos membros de uma mesma sociedade que forma um sistema determinado com vida
própria.
A consciência coletiva é capaz de coagir ou constranger os indivíduos a se
comportarem de acordo com as regras de conduta prevalecentes.

Instituição e corrente social:


Os fatos sociais cristalizados em torno de uma função social importante formam uma
Instituição Social. Elas são permanentes e duradouras. Ex: instituição jurídica.
A corrente social, com o mesmo poder de ascendência sobre os indivíduos, tem a
mesma objetividade, mas é efêmera. Ex: movimentos de opinião.

Funções de divisão do trabalho:


Ela é fonte da civilização.
A divisão do trabalho gera:
-Especialização
-Aumento da força produtiva
-Aumento da habilidade do trabalhador
-Solidariedade orgânica
É a condição sine qua non para o desenvolvimento intelectual e material das
sociedades.

Ela é fonte de severas críticas


-Reduz a visão global
-Provoca o afastamento entre pessoas
-Reduz a solidariedade mecânica

Existe relação entre a divisão do trabalho e a dependência do homem?


Sim. O desenvolvimento sempre crescente da divisão do trabalho transforma a
solidariedade social.

Causas da divisão do trabalho:


-Busca de felicidade
-Desaparecimento da estrutura segmentaria
-Aumento do volume social
-Aumento da densidade moral
-Busca de maior especialização

Divisão Anômica do Trabalho:


Anomia = impossibilidade do indivíduo responder as expectativas do grupo.

Alienação  Sentimento de inutilidade provocado pela perda de visão global


decorrente do excesso de divisão do trabalho
Exploração  Sentimento de utilidade não recompensando adequadamente pelo
salário.

 MAX WEBER – Sociologia compreensiva

Weber e a burocracia
No seu trabalho, Weber delineia a famosa descrição da burocratização da sociedade
como uma mudança da organização baseada em valores e ação (autoridade
tradicional) para uma organização orientada para objetivos e ação (autoridade
racional-legal).
A crescente burocratização da vida humana resultou na grande importância das
teorias da burocracia.
O objeto de estudo da sociologia compreensiva é:
-Ação  conduta humana pública ou não, dotada de uma intenção, cuja interpretação
é subjetiva.
-Ação Social  o sentido indicado pelo agente refere-se à conduta dos outros
orientando-se por esta em seu desenvolvimento.

Quem são as outras pessoas?


Podem ser:
-Conhecidas e determinadas;
-Desconhecidas e determinadas;
-Desconhecidas e indeterminadas.

A conduta social é o caminho para a compreensão da situação social e o


entendimento das intenções.

O objetivo da sociologia compreensiva é compreender a intenção do agente que


pratica a ação.
Para isso, existem duas maneiras:
-Maneira racional ou atual  compreensão por observação direta do significado
subjetivo do ato de outra pessoa ou do sentido pretendido de uma ação ou
manifestação.
-Maneira explanatória  forma investigativa que leva o pesquisador a descobrir de
forma objetiva comportamentos não observados.
Em ambos os casos é recomendável o uso da endopatia ou empatia, isto é, colocar-se
no lugar do agente para melhor compreender sua intenção.

Metodologia Weberiana
Construção de “tipos ideiais”.
Tipo ideal é um modelo teórico puro que não existe na realidade.
Funções do tipo ideal:
-Comparar a realidade existente com o tipo ideal;
-Localizar na realidade desvios existentes;
-Prever possíveis conseqüências derivadas dos desvios encontrados.

Tipos Ideais de ação social:


1) Ação tradicional
Aquela determinada por um costume ou hábito arraigado.
2) Ação afetiva
Aquela determinada por afetos ou estados sentimentais.
3) Racional com relação a valores
Determinada pela crença consciente num valor considerado importante, independente
do êxito desse valor na realidade.
4) Racional com relação a fins
Determinada pelo calculo reacional que coloca fins e organiza os meios necessários.

Na definição dos tipos de ação social, Weber não analisa as regras e normas sociais
como exteriores aos indivíduos, mas internalizadas a partir do processo de
socialização.

Tipos Ideais de liderança:


1) Racional ou legal
Trata-se de um líder investido legalmente no cargo. Utiliza-se das normas para
alcançar obediência. Nesse caso, obedece-se as ordens emanadas do cargo.
2) Tradicional
Trata-se de um líder cuja obediência se faz por meio do costume ou da tradição. Se for
o caso, utiliza-se até da força física para conseguir obediência.
3) Carismático
Este líder não precisa de cargo. Depois de mostrar as qualidades excepcionais como
santidade, heroísmo, etc, ganha confiança e admiração de seus subordinados, sendo
por isso obedecido sem ser questionado.

 KARL MARX

Nasceu na Alemanha em 1818. Em 1842 mudou-se para Paris e conheceu F. Engels.


Em 1845, expulso da França, foi para Bruxelas onde escreveu O Manifesto
Comunista. Em 1848 mudou-se para Londres, onde faleceu em 1883. Sua principal
obra: O capital.
Em sua teoria, podemos destacar o Método Dialético e o Determinismo Econômico:

Método Dialético
Dialética vem do grego dialegein, que significa discutir.
Expressa a luta de idéias contrárias.
É um processo de pensamento que utiliza o método das forças opostas.
Princípios:
1) Tudo de relaciona
Não se pode compreender nenhum fenômeno isoladamente. Todo fenômeno se
correlaciona com os demais. Portanto, deve ser analisado numa relação de
interdependência.
2) Tudo se transforma
O materialismo dialético parte do principio de que o mundo não é uma realidade
estática, não é um relógio, mas uma realidade dinâmica, um complexo de processos.
O homem atua sobre a natureza, sobre os outros homens e sobre si mesmo,
transformando a sociedade. Ele faz história.

Marx analisa a história através dos modos de produção.

Determinismo econômico  é a explicação da história através da transição de um


modo de produção para outro.

Modo de produção  é um processo de trabalho que inclui forças produtivas e


relação de produção.

1) Forças produtivas – Conjunto de recursos materiais e humanos

Forças Produtivas
Meios de produção Força de trabalho
(recursos materiais) (recursos humanos)
Objeto sobre o qual se trabalha:
-matéria bruta: árvore
-matéria prima: madeira Energia humana despendida no processo
Os meios com os quais se trabalha:
Sentido estrito: martelo, serra
Sentido amplo: terreno, oficina

2) Relações de produção – Significa a forma como os proprietários dos meios de


produção e os não-proprietários se relacionam para produzir bens e serviços.
O tipo de relação é o que determina o modo de produção.
O que distingue as épocas econômicas não é o que se faz, mas como se faz e com
que instrumento se faz.

Modo de produção escravagista


Senhor: Proprietário dos meios de produção e também da força de trabalho.
Escravo: Depende do amo e deve trabalhar gratuitamente para ele.

Modo de produção capitalista


Burguês: Proprietário dos meios de produção, vive do trabalho do proletariado.
Proletário: Não-proprietário, vende sua força de trabalho para viver.

Modo de produção comunista


Sociedade sem classes. Nela, tudo é de todos, predominado assim uma relação de
colaboração recíproca.

Modo de produção capitalista

Os meios de produção são de propriedade privada. Pertencem a um grupo de pessoas


que detêm o capital.
O capitalista, proprietário dos meios de produção, contrata o trabalho de terceiros para
produzir os bens que, depois de vendidos, lhe permitem recuperar o investimento e
ainda obter uma quantia excedente que é o lucro.
Dinheiro – Mercadoria – Dinheiro

Lucro capitalista:
O valor estabelecido pelo capitalista para pagar a força de trabalho vendida equivale
apenas a uma parte do tempo trabalhado.
O resto do tempo não é pago e é o que se chama mais-valia. É o tempo que o
trabalhador entrega gratuitamente ao capitalista depois de haver trabalhado o
suficiente para reproduzir o valor de sua força de trabalho. Gera assim, o valor
excedente.
Há dois tipos de mais-valia:
-Absoluta  lucro produzido pelo aumento da jornada de trabalho, portanto gira
apenas em torno da duração da jornada de trabalho.
-Relativa  lucro auferido pelo avanço da tecnologia.

Alienação:
1) Em relação à produção
Dictomia concepção-execução – taylorismo. Além disso, os trabalhadores produzem,
mas não tem a mínima idéia de como se produz o produto que eles mesmos fazem
(divisão do trabalho).
2) Em relação ao produto do trabalho
O produto, além de não mais lhe pertencer, se erige contra o produtor. Quanto mais
produz o trabalhador, mais poder acrescenta ao capital, reforçando a economia de
mercado e isso sucumbe como, vendedor de trabalho, aos arbítrios do mercado e dos
proprietários do capital.
3) Em relação à atividade do trabalhador
O sentido do trabalho esta na satisfação das necessidades fora dele. Em suas funções
animais (alimentar-se, dormir), o trabalhador se sente homem, e em suas funções
mais humanas (trabalhar) se sente um animal.
4) Em relação a si mesmo
O trabalhador, como atividade livre e consciente, é o que caracteriza a espécie
humana. Na medida em que esse trabalho converteu-se em um meio de vida, o sujeito
nega a sua natureza.
Embora o processo de alienação sempre implique uma alteração de consciência, isto
não nos permite dizer que a alienação seja um produto da consciência humana.
O ser alienado, ao contrario do ser autentico, não conhece a sim mesmo, não enxerga
a realidade do mundo em que vive.
5) Em relação ao consumo
-Consumo: ato humano por excelência. Satisfação de necessidades orgânicas,
culturais e estéticas.
Necessidades criadas artificialmente.
O trabalho deixa de incluir fins que lhe são próprios e torna-se um meio de consumir,
de satisfazer as necessidades cada vez mais amplas.
Consumo não é um meio, mas um fim em si, torna-se um “poço sem fundo”, um
desejo nunca satisfeito, um sempre querer mais, não há relação com as reais
necessidades.

Ideologia:
“Corpo explicativo (representações) e prático (normas, regras, preceitos) de caráter
prescritivo, normativo, regulador, cuja função é dar aos membros de uma sociedade
dividida em classes uma explicação racional para as diferenças sociais, políticas e
culturais, sem jamais atribuir tais diferenças á divisão da sociedade em classes, a
partir das divisões na esfera de produção”. Marilena Chaui

A ideologia assegura a coesão dos homens e a aceitação sem críticas das tarefas
mais penosas e pouco recompensadoras, em nome da vontade de Deus, ou do dever
moral, ou simplesmente como decorrente da ordem natural das coisas.

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