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INTRODUÇÃO
Social é uma ciência que estuda o comportamento humano (em grupo) padronizado e
compartilhado (maneiras de pensar e agir). É imposto por leis, normas e costumes.
Karl Marx Luta das classes e revolução social leva à evolução da sociedade.
OBJETO DE ESTUDO
1) Folkways
Indicam condutas adequadas. Varia de acordo com o grupo.
Desrespeito punições leves, como a ridicularização.
Ex: Ir de carro - ir de cavalo
2) Mores
Normas que impõem condutas obrigatórias. Varia de acordo com o grupo.
Desrespeito punições severas, como a exclusão do indivíduo.
3) Leis
Normas promulgadas que impõem condutas obrigatórias.
Desrespeito punição que não cabe ao grupo, mas a um órgão especializado em
promover a ordem (judiciário).
W. Mills diz:
Os homens se dividem entre homens comuns e homens dotados de imaginação
sociológica (capacidade intelectual que permite perceber as relações entre o eu e o
mundo)
Para ele, vivemos na Idade do Fato: bombardeio de informações.
máscara
- Instituição é o conjunto de normas (folkways, mores e leis) criado para permitir que o
grupo alcance sua finalidade, e determina como devemos nos comportar neste grupo.
- Papel Social – direitos e deveres que a pessoa tem em relação ao status que ocupa,
estes relacionados pela própria instituição. De acordo com o status, a pessoa tem o
papel social. É instituído.
Características de um grupo
Finalidade
Papéis individuais
Relações recíprocas permanentes
Estrutura – deriva do status
Organização – deriva das normas
Identificação – logo, crachá.
TIPOS DE GRUPO
Formais e Informais:
FORMAL INFORMAL
FUNÇÕES Atender a necessidade de Atender a necessidade
organização dos membros
ESTRUTURA Imposta em decorrência Autônoma em decorrência
dos processos de das simpatias e antipatias
produção, bens e serviços pessoais
FRONTEIRA Aberta para a troca de Fechada para pessoas de
participantes fora
COESÃO Baixa pela predominância Alta pela predominância de
de metas metas cooperativas
Pessoais e Externos:
Primários e Secundários:
PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
RELACIONAMENTO Pessoal e íntimo Impessoal e utilitário
METAS Cooperativas Competitivas
CONTROLE SOCIAL Informal e exercido pelos Formal e exercido pela
membros organização
REGRAS / NORMAS Tradicionais Contratuais
PREDOMINANCIA Sentimentos Racional / tecnologia
PERSONALIDADE Totalidade do indivíduo Para desempenhar o papel
Agregado
É a reunião ou pluralidade de pessoas que se acham próximas fisicamente, mas sem
comunicação recíproca.
Características:
-As pessoas são relativamente anônimas;
-Não há organização;
-Existe apenas um limitado contato social
-Pessoas mantém certa distancia social
O agregado pode transformar-se em grupo caso surja uma necessidade comum entre
as pessoas.
Também pode se transformar em Turba-Multa (multidão turbulenta), passando a agir
de maneira rápida e sem qualquer tipo de controle.
CATEGORIA E ESTERIÓTIPO
Categoria:
Somatório de indivíduos com pelo menos uma característica em comum. Quanto maior
o número de atributos exigidos, menor o número de pessoas participantes.
Gera identidade social, e é base importante para os movimentos sociais.
Estereótipo:
É uma imagem deformada, um pré-julgamento, uma idéia falsa. É uma maneira de
rotular as condutas e simplificar a realidade, através de uma generalização. É atribuído
às categorias sociais.
PROCESSOS DE INTERAÇÃO SOCIAL
Tipos de Isolamento:
São 5 tipos:
1) Espacial ou Físico
É a ausência de contato ocasionada por fatores geofísicos.
2) Psíquico
Ocasionado por motivos baseados na própria personalidade, como interesses
diferentes, gostos, temperamentos, pontos de vista, atitudes e sentimentos.
3) Estrutural
Diferenças biológicas.
4) Funcional
Tem origem nos defeitos físicos.
5) Habitual
Diz respeito à separação ocasionada pela diferença de hábitos.
Tipos de Contato:
SOCIALIZAÇÃO E PERSONALIDADE
Socialização
Processo que envolve transmissão de cultura e desenvolvimento da personalidade do
indivíduo
Tipos de socialização:
1) Repressiva
Típica das sociedades tradicionais. Enfatiza a punição do comportamento errado. As
recompensas e punições são materiais. Valoriza a obediência do indivíduo e respeito
às autoridades. A comunicação é não-verbal, dada como ordem.
2) Participante
Típica das sociedades modernas. Salienta a recompensa, reforçando o bom
comportamento. As recompensas e punições são simbólicas. Valoriza a autonomia do
indivíduo. A participação assume forma de diálogo no qual se espera que o indivíduo
expresse suas necessidades e desejos.
Personalidade
Conjunto de atitudes e comportamentos habituais de um indivíduo ante as diversas
situações ao longo da vida.
Personalidade e Inteligência:
INTELIGENCIA PERSONALIDADE
Hereditariedade – determina seu Temperamento – é genético, inato. Ex:
potencial máximo timidez, agressividade, etc.
Social – fornece os estímulos. Caráter é adquirido em função do meio
0-7anos: 50% ambiente. É a forma como é utilizado o
7-21anos: outros 50% temperamento.
Aos 21 anos todos os órgãos estão O núcleo central da personalidade está
prontos e a inteligência também. Se for pronto aos 7 anos, mas pode ser mudado
estimulada, jamais haverá redução até os 21 anos.
Teorias sobre personalidade:
C. Cooley
Eu-reflexivo
Normalmente, nos vemos refletidos nas reações dos outros.
Na medida em que imaginamos como parecemos aos outros, pela nossa percepção e
julgamento de como parecemos, e de nossos sentimentos sobre tais julgamentos,
formamos nossa auto-imagem.
Freud
ID – eu animal – impulsos, desejos não socializados.
EGO – eu racional – entre homem e sociedade.
SUPEREGO – eu ideal – noções entre certo e errado.
CULTURA
“O todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, leis, costumes e outras
habilidades e hábitos adquiridos por um homem como membro da sociedade”. Edward
Tyler.
Características:
Toda cultura é um todo logicamente integrado, funcional e com sentido. Ela é
aprendida, armazenada e dinâmica.
As mudanças culturais podem ser endógenas ou exógenas, por difusão ou por
aculturação.
Funções:
-Reforçar a coesão do grupo;
-Conferir legitimidade às relações sociais;
-Integrar o indivíduo ao grupo;
-Possibilitar a criação de identidades comuns.
Símbolos:
Algo que representa ou sugere outra coisa através de uma relação, associação,
convenção ou semelhança acidental entre elas; um sinal visível de algo invisível.
Símbolos são representantes concretos de realidades abstratas. Eles encarnam
valores que são abstratos e ausentes da realidade tangível.
Etnocentrismo cultural:
O fato de o homem ver o mundo através de sua cultura tem como conseqüência a
propensão em considerar o seu modo de vida o mais correto e mais natural. O
etnocentrismo não é uma conclusão racional, mas uma reação automática e
emocional, um “aceitar como certa” alguma coisa tão obvia que não necessite ser
demonstrada.
O etnocentrismo promove a identidade, a lealdade de grupo, unindo-o e tornando-o
mais coeso.
Ele pode fortalecer ou enfraquecer um país, na medida em que rejeita tudo o que vem
de fora.
Quando exagerado, pode levar ao fanatismo.
- Cultura ideal é o conjunto das normas que se supõe que as pessoas sigam. Em
geral, o comportamento verdadeiro das pessoas se desvia desse ideal.
- Cultura real é o comportamento propriamente dito. Consiste das normas que a
maioria das pessoas realmente seguem, enquanto possivelmente fazendo apologia
fingida às normas ideais.
A discrepância entre a cultura real e a ideal pode ser uma medida da fragilidade
humana.
Normas de Evasão:
Quando um padrão desviante de um comportamento torna-se amplamente tolerado e
praticado pelas pessoas. Logo se transforma numa conduta esperada, logo acaba
surgindo uma norma de evasão. Constituem um meio de manipular a discrepância
entre as culturas real e ideal. Permitem que as pessoas desfrutem da respeitabilidade
sem desistir das inclinações da cultura real.
Cultura Organizacional:
“Cultura organizacional é o conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou,
descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar com os problemas de adaptação
externa e integração interna e que funcionaram bem o suficiente para serem
considerados válidos e ensinados a novos membros como a forma correta de
perceber, pensar e sentir, em relação a esses problemas”. Schein, 1985
Relembrando:
- Status é a posição da pessoa dentro do grupo. É indicado através de um símbolo
(aliança, por exemplo). É a partir da hierarquia do status que conhecemos a estrutura
dos grupos.
- Papel Social – direitos e deveres que a pessoa tem em relação ao status que ocupa,
estes relacionados pela própria instituição. De acordo com o status, a pessoa tem o
papel social. É instituído.
Tipos de Status:
-Atribuído: Concebido de acordo com o nascimento ou outros fatores inalteráveis.
-Adquirido: Conquistado pelo esforço pessoal.
Socialização do papel:
Aprender a desempenhar papéis é uma parte importante da socialização. Um
profissional não apenas aprende o comportamento esperado, mas também as atitudes
e sentimentos comuns a maioria das pessoas que constituem aquela categoria.
A maioria das falhas no desempenho do papel não é devida a incapacidade de
aprendizagem, mas a falta de atitudes e sentimentos necessários.
Transição de papel.
Toda pessoa está constantemente se deslocando através de novos status. Este
deslocamento pode ser decorrente das mudanças de idade, emprego, etc.
A transição de papel é fácil quando existe Continuidade na preparação do papel,
desejo e valorização. É difícil quando há a falta de preparo anterior, desvalorização e
expectativas nebulosas.
Cada papel exige certos traços de personalidade para ser executado com êxito.
O conjunto de atributos necessários ao bom desempenho do papel é chamado
personalidade do papel
TIPOS DE SOCILOGIA:
Fato social é toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o
indivíduo uma coerção exterior; que é geral na extensão de uma sociedade dada,
apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que
possa ter.
Weber e a burocracia
No seu trabalho, Weber delineia a famosa descrição da burocratização da sociedade
como uma mudança da organização baseada em valores e ação (autoridade
tradicional) para uma organização orientada para objetivos e ação (autoridade
racional-legal).
A crescente burocratização da vida humana resultou na grande importância das
teorias da burocracia.
O objeto de estudo da sociologia compreensiva é:
-Ação conduta humana pública ou não, dotada de uma intenção, cuja interpretação
é subjetiva.
-Ação Social o sentido indicado pelo agente refere-se à conduta dos outros
orientando-se por esta em seu desenvolvimento.
Metodologia Weberiana
Construção de “tipos ideiais”.
Tipo ideal é um modelo teórico puro que não existe na realidade.
Funções do tipo ideal:
-Comparar a realidade existente com o tipo ideal;
-Localizar na realidade desvios existentes;
-Prever possíveis conseqüências derivadas dos desvios encontrados.
Na definição dos tipos de ação social, Weber não analisa as regras e normas sociais
como exteriores aos indivíduos, mas internalizadas a partir do processo de
socialização.
KARL MARX
Método Dialético
Dialética vem do grego dialegein, que significa discutir.
Expressa a luta de idéias contrárias.
É um processo de pensamento que utiliza o método das forças opostas.
Princípios:
1) Tudo de relaciona
Não se pode compreender nenhum fenômeno isoladamente. Todo fenômeno se
correlaciona com os demais. Portanto, deve ser analisado numa relação de
interdependência.
2) Tudo se transforma
O materialismo dialético parte do principio de que o mundo não é uma realidade
estática, não é um relógio, mas uma realidade dinâmica, um complexo de processos.
O homem atua sobre a natureza, sobre os outros homens e sobre si mesmo,
transformando a sociedade. Ele faz história.
Forças Produtivas
Meios de produção Força de trabalho
(recursos materiais) (recursos humanos)
Objeto sobre o qual se trabalha:
-matéria bruta: árvore
-matéria prima: madeira Energia humana despendida no processo
Os meios com os quais se trabalha:
Sentido estrito: martelo, serra
Sentido amplo: terreno, oficina
Lucro capitalista:
O valor estabelecido pelo capitalista para pagar a força de trabalho vendida equivale
apenas a uma parte do tempo trabalhado.
O resto do tempo não é pago e é o que se chama mais-valia. É o tempo que o
trabalhador entrega gratuitamente ao capitalista depois de haver trabalhado o
suficiente para reproduzir o valor de sua força de trabalho. Gera assim, o valor
excedente.
Há dois tipos de mais-valia:
-Absoluta lucro produzido pelo aumento da jornada de trabalho, portanto gira
apenas em torno da duração da jornada de trabalho.
-Relativa lucro auferido pelo avanço da tecnologia.
Alienação:
1) Em relação à produção
Dictomia concepção-execução – taylorismo. Além disso, os trabalhadores produzem,
mas não tem a mínima idéia de como se produz o produto que eles mesmos fazem
(divisão do trabalho).
2) Em relação ao produto do trabalho
O produto, além de não mais lhe pertencer, se erige contra o produtor. Quanto mais
produz o trabalhador, mais poder acrescenta ao capital, reforçando a economia de
mercado e isso sucumbe como, vendedor de trabalho, aos arbítrios do mercado e dos
proprietários do capital.
3) Em relação à atividade do trabalhador
O sentido do trabalho esta na satisfação das necessidades fora dele. Em suas funções
animais (alimentar-se, dormir), o trabalhador se sente homem, e em suas funções
mais humanas (trabalhar) se sente um animal.
4) Em relação a si mesmo
O trabalhador, como atividade livre e consciente, é o que caracteriza a espécie
humana. Na medida em que esse trabalho converteu-se em um meio de vida, o sujeito
nega a sua natureza.
Embora o processo de alienação sempre implique uma alteração de consciência, isto
não nos permite dizer que a alienação seja um produto da consciência humana.
O ser alienado, ao contrario do ser autentico, não conhece a sim mesmo, não enxerga
a realidade do mundo em que vive.
5) Em relação ao consumo
-Consumo: ato humano por excelência. Satisfação de necessidades orgânicas,
culturais e estéticas.
Necessidades criadas artificialmente.
O trabalho deixa de incluir fins que lhe são próprios e torna-se um meio de consumir,
de satisfazer as necessidades cada vez mais amplas.
Consumo não é um meio, mas um fim em si, torna-se um “poço sem fundo”, um
desejo nunca satisfeito, um sempre querer mais, não há relação com as reais
necessidades.
Ideologia:
“Corpo explicativo (representações) e prático (normas, regras, preceitos) de caráter
prescritivo, normativo, regulador, cuja função é dar aos membros de uma sociedade
dividida em classes uma explicação racional para as diferenças sociais, políticas e
culturais, sem jamais atribuir tais diferenças á divisão da sociedade em classes, a
partir das divisões na esfera de produção”. Marilena Chaui
A ideologia assegura a coesão dos homens e a aceitação sem críticas das tarefas
mais penosas e pouco recompensadoras, em nome da vontade de Deus, ou do dever
moral, ou simplesmente como decorrente da ordem natural das coisas.