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Como O Homem Se Torna

Social?
MSc Vera Deccó

PSICOLOGIA SOCIAL
Quando o comportamento se torna social?
São possíveis comportamentos não sociais
nos seres humanos?
Como diferenciar comportamento social de
não social?
É comportamento social aquele em que o
indivíduo age em função de um outro
imaginário que pode não existir?
O homem é um ser social por natureza; está
em permanente movimento

Psicologia Social:
Estudo das manifestações
comportamentais suscitadas pela
interação de uma pessoa com
outras pessoas, ou pela mera
expectativa de tal interação.
Aroldo Rodrigues.

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Objetos De Investigação:
A interação social.

A interdependência entre os indivíduos.

O encontro social.

Interação social – processo que se dá entre dois ou mais


indivíduos, em que a ação de um deles é , ao mesmo tempo,
resposta ao outro indivíduo e estímulo para as ações deste .

SOCIALIZAÇÃO

O indivíduo adquire os padrões de


comportamento que são habituais e
aceitáveis nos seus grupos sociais.

aprender a ser um membro de uma


família, de uma comunidade, de um
grupo maior, que começa na infância e
perdura por toda a vida.

Família – é o maior agente


socializante.

Principais Conceitos:
Percepção social: processo
que vai desde a recepção do
estímulo pelos órgãos dos
sentidos até a atribuição de
significado ao estímulo.

Comunicação: processo de
interdependência e de
influência entre as pessoas que
se comunicam.

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PROCESSOS DE GRUPO
Grupos Não-sociais - quando pessoas se encontram
no mesmo lugar, mas não interagem entre si
A presença de outras pessoas afetará nosso
desempenho?

A presença de outras pessoas aumenta a nossa excitação


fisiológica.

Medo de avaliação – presença dos outros nos avaliando.

PROCESSOS DE GRUPO
Facilitação Social – tendência das pessoas realizar melhor
trabalhos simples e pior em tarefas complexas, quando na
presença de outras pessoas que podem avaliar seu
desempenho individual.

Indolência Social – tendência das pessoas de se sair pior em


tarefas simples, e de sair-se melhor em tarefas complexas,
quando na presença dos outros e quando o desempenho não
pode ser avaliado.

Quando nosso desempenho em um grupo não pode ser


avaliado tornamo-nos mais relaxados.

A tendência para “maneirar” é mais forte no homem


(individualismo) do que na mulher (coletivo).

Mais forte na cultura ocidental do que na asiática.

PROCESSOS DE GRUPO

CONCLUSÃO
A presença de outras pessoas
pode levar à facilitação social
ou à indolência Social. As
variáveis importantes que
distinguem as duas são:
avaliação, excitação e
complexidade das tarefas.
(COTRELL et all, 1968)

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PROCESSOS DE GRUPO
Desindividuação = Perder-se na multidão
Afrouxamento das restrições normais ao
comportamento quando o indivíduo faz parte de uma
multidão, o que leva a aumento de atos impulsivos e
desviantes.

Desencadeia comportamentos que não faríamos


sozinhos.
2 fatores:
1. A presença de outros (uso de uniformes e
disfarces) faz a pessoa se sentir menos
responsável por seus atos;
2. Presença de outros reduz a consciência de si
mesmo, desvia a atenção de seus padrões morais.

PROCESSOS DE GRUPO
Em grupo - somos mais do que observadores
passivos: nos socializamos.

Processo de socialização

Formação do conjunto de crenças,


valores e significações – interação.

ESTRUTURA DOS GRUPOS


Instituições: valor ou regra social
reproduzida no cotidiano como estatuto de
verdade
serve como guia básico de comportamento e de
padrão ético para as pessoas.
Processo de institucionalização – cultura.
Poder – relação de forças
Pessoa não pode ser considerada independente
o poder não somente reprime, mas também produz
efeitos de verdade e saber, constituindo verdades
práticas e subjetividades.
Organizações sociais: a base concreta da
sociedade - pólo prático das instituições.

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PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO

Regras Hábitos Tradição Institucionalizadas

Porque Geração Perdem a referência


de origem
Se repetem para geração

PROCESSOS DE GRUPO
Grupos sociais: pequenas
organizações de pessoas que,
possuindo objetivos comuns,
desenvolvem ações na direção desses
objetivos. Possuem normas, um
funcionamento determinado, formas de
cooperação e competição, etc.
Família, associações, trabalho...
Há interação e interdependência entre
seus membros.
Influenciam nossos comportamentos

Normas sociais são importantes para nosso


comportamento

PROCESSOS DE GRUPO

Um grupo é formado por um conjunto de


pessoas, a comunidade é formada por um
conjunto de grupos, e a sociedade é o conjunto
interativo de várias comunidades.

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MULTIDÃO

Somatório de pessoas no mesmo espaço físico e ao


mesmo tempo. não possuem objetivos em comum.
Uma multidão pode conter grupos, equipes e times. As
pessoas não se conhecem necessariamente. Os
objetivos podem ser dispersos. É a organização
humana de mais baixa maturidade.
• Deve ser controlada, comandada e dirigida.

ESTRUTURA DOS GRUPOS


Papéis: expectativas compartilhadas sobre como
determinadas pessoas devem se comportar.
Moreno: Unidades culturais de conduta. Possuem
características próprias da cultura em que se estruturam.
Papéis Sociais: correspondem às funções sociais
assumidas pelas pessoas e com os quais se
relacionam com o ambiente.

CADA MEMBRO DE UM GRUPO


POSSUI:

Posição – é definida pelo conjunto de direitos e deveres


do indivíduo no grupo. Exemplo: posição de pai , de
mãe, de filho, etc...
Status – é o valor diferencial de cada posição dentro do
grupo.
Papel – é o comportamento esperado por cada pessoa
que ocupa determinada posição com determinado
status.
Determinam como deve ser o comportamento das pessoas em
certas posições.
Ex: experiência de Zimbardo em Stanford (1971)

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FENÔMENOS DE GRUPO
“Se mudar sua aparência (uniforme, máscara)
90% das pessoas matam, torturam e mutilam”.
(JOHN WATSON)

7 Processos Sociais que lubrificam a ladeira


escorregadia do mal:
1. Disciplicentemente dar o pequeno passo.
2. Desumanização dos outros.
3. Desindividualizar o indivíduo.
4. Difusão da responsabilidade pessoal.
5. Obediência cega à autoridade.
6. Conformismo – não critica às regras do grupo.
7. Tolerância passiva ao mal pela inação ou indiferença.

FENÔMENOS DE GRUPO
“ Se você dá o poder à
pessoas sem supervisão
é uma receita para o
abuso”.
Prepotência é uma
doença.
Preconceito é uma
doença.
Violência é uma doença.
Imagem: http://www.maodemestre.com/2014/01/arbitros-em-pe-de-guerra-
batem-com.html

FENÔMENOS DE GRUPO
Lei Simbólica: leis organizadoras de nossa vida,
anteriores às leis jurídicas.
é estrutural - independente do lugar, do momento
histórico e da constituição social.
comparece na cultura por intermédio de suas
manifestações e em nossa subjetividade.
Transmitida de forma invisível.
Criam informações que são registradas em nossa mente.
Criam limites para a vida em grupo.
Caracterizam os indivíduos
Passam de geração em geração.

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LEI SIMBÓLICA
É a norma social primeira, que
permite a internalização do “não”
Aprendida no processo de
socialização através das normas e
limites sociais;
Remete ao limite
Não é escrita – só Leis Jurídicas são
escritas (Código Civil, etc)
Transgressão a ambas as leis
acarretam problemas para o
indivíduo
3 CATEGORIAS: Transgressor;
Infrator e Delinquente.

DECISÕES DE GRUPO

“Assegurar que todos saibam que diferentes


membros do grupo são responsáveis por
diferentes tipos de informação”.
(Stasser, Stewart & Wittembaum, 1995

DECISÕES DE GRUPO
Pensamento Grupal (Janis, 1982):
Tipo de pensamento no qual manter a coesão e a
solidariedade do grupo é mais importante do que
examinar os fatos de modo realista.
Grupo pensa que é invulnerável e não pode errar.
Ninguém dá opinião contrária (medo de ser censurado
pelos outros membros)

A qualidade na tomada de decisões é inferior.


Grupo não leva em consideração todas as alternativas.
Não prepara planos de contingência
Não examina os riscos da escolha preferida.

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DECISÕES DE GRUPO

LIDERANÇA
Gerência não é algo que você
faça para os outros. Você
gerencia seu inventário, seu
talão de cheques, seus
recursos e até a si mesmo.
Porém, você não gerencia
seres humanos.

Você gerencia coisas e lidera pessoas.


O Líder surge no interior de um grupo ou por
indicação formal.

DEFINIÇÃO
Liderança: É a habilidade de influenciar
pessoas para trabalharem
entusiasticamente visando atingir aos
objetivos identificados como sendo para
o bem comum. (James Hunter)

É conseguir que as coisas


sejam feitas através das
pessoas.

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ANÁLISE DO PODER

“ Quando digo poder não se trata


de detectar uma instância que
estenda a sua rede de maneira
fatal, uma rede cerrada sobre os
indivíduos. O poder é uma
relação, não é uma coisa”.

Michel Foucault (1981 apud DOSSE, 2001: 223)

ANÁLISE DO PODER
Uma sociedade sem relações de poder é uma
abstração.
Relações de poder atingem a realidade mais
concreta dos indivíduos e estão ao nível do próprio
corpo social, penetrando nossas práticas cotidianas.
(MACHADO, 1981)

Viver em sociedade é, de qualquer


maneira, viver de modo que seja
possível alguns agirem sobre a ação
dos outros.

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ANÁLISE DO PODER
Surge desenvolvimento das
ciências – articulação do poder
com o saber.
Exercer o poder é criar objetos
de saber; acumular informações
e usá-las, no sentido de
disciplinar as relações.
Panoptismo, século XVIII, é um
princípio geral de uma nova
anatomia política, cujo objetivo e
fim são as relações de disciplina.

ANÁLISE DO PODER
Objetivo: Induzir no detento um estado consciente e
permanente de visibilidade que assegure o funcionamento
automático do poder.
Panóptico – é uma
construção em anel, com
uma periferia dividida em
celas, no centro uma torre
vazada que se abre em
janelas para o interior.

ANÁLISE DO PODER
Possibilita às prisões: padrão de regimes de vigilância
total, ininterrupta e invisível, pois, como os prisioneiros
não têm como saber “quando” estão sendo vigiados, eles
precisam comportar-se constantemente como se
estivessem sendo vigiados.

Perversidade e a genialidade do sistema: mesmo que


ninguém esteja na torre de vigia, os prisioneiros
continuam a se comportar como se efetivamente
estivessem sendo vigiados.

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ANÁLISE DO PODER
O “poder disciplinar”, baseado no
panoptismo, estabelece uma nova
forma de exercício do poder: a
vigilância invisível que permite
classificar, qualificar e punir.

O sofrimento físico do corpo deixa de ser utilizado como


forma de controle e poder (Suplícios).

O direito de punir e castigar depende agora de um sistema


dito racional (ou considerado como racional).

ANÁLISE DO PODER
O novo sistema penal e o seu
correspondente aparato jurídico
fundam-se em estudos científicos.
Desta confluência de saber e poder
emerge a figura da “vigilância”.
Os "corpos dóceis" passam a ser
vigiados constantemente por este
“saber normativo”. O sistema de
vigilância constitui procedimentos de
inclusão e normatização.

A sociedade encontra no modelo


carcerário o lugar da domesticação
dos corpos.

VÍDEOS:

HTTP: //www.youtube.com/watch?v=JV-ufolvS70

http://www.youtube.com/watch?v=6BHm_AY6sUU

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CONFLITO E COOPERAÇÃO
CONFLITO
Objetivos incompatíveis.
Ocorrem entre pessoas que
interagem.
Pode gerar hostilidade.

Dilemas Sociais
O melhor para a pessoa não é o melhor
para o grupo.
Dilema do Prisioneiro: por o desejo de
uma pessoa de cuidar de seus próprios
interesses contra o desejo de cuidar
dos interesses do parceiro. Ex: delação

CONFLITO E COOPERAÇÃO

Pessoas devem confiar


uma nas outras! ! !

Falta gera
Competitividade.
Ninguém vence!!!

CONFLITO E COOPERAÇÃO
Uso de Ameaças
Utilizada para obrigar o adversário a
ceder...
Não são meios eficazes.

Negociação e Barganha
Fazer ofertas e contra-ofertas
Solução com a concordância das
partes.
Solução Integrativa: as partes
fazem trocas compensatórias -
Ganha a ganha
Quanto mais interesse tem a pessoa, mais
dissociada a sua maneira de ver a outra parte!!!

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CONFLITO E COOPERAÇÃO
Ideal de Justiça
O que é justiça?
Limitações da justiça

Métodos extrajudiciais de
solução de conflitos:
Negociação – as partes se
enfrentam verdadeiramente
Conciliação - 3º propõe bases para
o acordo, estabelece a composição
do litígio.
Arbitragem – 3º decide o conflito
Justiça Restaurativa
Mediação – 3º facilita o
entendimento

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