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1º bimestre
Aula Introdutória
→ Iremos estudar no primeiro bimestre:
- socialização, institucionalização e grupos
- estigmas e estereótipos
- preconceito e exclusão
→ Interiorização da Realidade
- Socialização primária: é a primeira socialização que um indivíduo experimenta na infância, em
virtude da qual torna-se membro da sociedade. Essa fase acaba quando o indivíduo torna-se
capaz de assumir papéis e atitudes "certas" sem necessidade de qualquer referencial
significativo. Exemplos de aparelhos de socialização primário: família e escola.
- Socialização secundária: é qualquer processo subsequente que introduz os indivíduos já
socializados em novos setores do mundo objetivo de sua sociedade. Os novos conteúdos
sobrepõem-se aos já adquiridos, o que pode gerar problemas de coerência ou de valores
conflitantes. Exemplos de aparelhos de socialização secundária: empresas e profissões.
- A base da mudança social está na possibilidade de construção de outros mundos interiorizados a
partir da socialização secundária para além dos que foram interiorizados na socialização
primária.
- “A socialização nunca é total nem está jamais acabada” (Berger, Luckmann. 2003, p. 184).
→ Realidade Social
- Existem níveis que compõem a realidade social:
• Institucional
• Organizacional
• Grupal
→ Processo de Institucionalização
- Instituição: conjunto de normas que regem a padronização de um determinado hábito na
sociedade e que garantem a sua reprodução.
- O hábito fornece a direção e a especialização da atividade que faltam no sistema biológico do
indivíduo, oferecendo um fundamento estável, no qual a atividade humana pode avançar com o
mínimo de tomada de decisões durante a maior parte do tempo.
- A institucionalização ocorre sempre que há uma tipificação de ações habituais (padronização)
aceitas por determinado grupo.
- Em outras palavras, o processo de institucionalização começa com o estabelecimento de
regularidades comportamentais. As pessoas vão aos poucos descobrindo a forma mais rápida,
simples e econômica de desempenhar as tarefas do cotidiano.
- Exemplo: Um grupo social que vivesse, fundamentalmente da pesca, estabeleceria formas
práticas que garantissem a maior eficiência possível na realização da tarefa.
- Pode-se dizer que um hábito se estabelece quando uma dessas formas repete-se muitas vezes.
- Um hábito estabelecido por razões concretas, com o passar do tempo e das gerações,
transforma-se em tradição. E o que acontece? As bases concretas, estabelecidas com o decorrer
do tempo, não são mais questionadas.
- A tradição se impõe porque é uma
herança dos antepassados. Se eles
determinaram que essa é a melhor
forma, é porque tinham alguma razão.
- A tradição passa a ser vista não como
uma regularidade estabelecida para
uma certa funcionalidade, mas como
uma herança dos antepassados que deve ser respeitada.
- Quando se passam muitas gerações e a regra estabelecida perde essa referência de origem (o
grupo de antepassados), dizemos, então, que essa regra social foi institucionalizada.
- Um exemplo de institucionalização pode ser a monogamia, antigamente o humano vivia em
relações poligâmicas e de acordo com o tempo, o hábito de ter
apenas um parceiro, por um motivo financeiro, aos poucos, de
geração em geração, se tornou uma tradição nos tempos
atuais.
→ Organização
- Se a instituição é o corpo de regras e valores, a base concreta da sociedade é a organização.
- A família é uma organização, a faculdade é uma organização, a igreja é uma organização, é a
base concreta.
- As organizações representam o aparato que reproduz o quadro de instituições no cotidiano da
sociedade.
- A organização pode ser um complexo organizacional – um Ministério, como, por exemplo, o
Ministério da Saúde; uma Igreja, como a Católica; uma grande empresa, como a Volkswagen do
Brasil; ou pode estar reduzida a um pequeno estabelecimento, como uma creche de uma entidade
filantrópica.
- É o lugar onde o controle se apresenta de forma mais clara, como no caso do horário de entrada
e saída do trabalho nas fábricas ou o tipo de roupa que se deve usar em cada local.
- As instituições sociais serão mantidas e reproduzidas nas organizações. Portanto, a organização
é o pólo prático das instituições.
→ Grupo
- É o lugar onde a instituição se realiza.
- Supõe um conjunto de pessoas num processo de relação mútua e organizado com o propósito de
atingir um objetivo imediato (ex: trabalho escolar) ou mais a longo prazo (ex: formar-se em uma
profissão da saúde).
- A realização do objetivo impõe tarefas, regras que regulam as relações entre as pessoas, num
processo de comunicação entre todos os participantes e o próprio desenvolvimento do grupo em
direção ao seu objetivo.
- O grupo é o sujeito que reproduz e que, em outras oportunidades, reformula tais regras.
- É também o sujeito responsável pela produção dentro das organizações e pela singularidade, ora
controlado, submetido de forma acrítica a essas regras e valores, ora sujeito da transformação,
da rebeldia, da produção do novo.
- O grupo pode ser definido como um todo dinâmico (o que significa dizer que ele é mais que a
simples soma de seus membros), e que a mudança no estado de qualquer subparte modifica o
estado do grupo como um todo.
- O grupo se caracteriza pela reunião de um número de pessoas (que pode variar bastante) com
um determinado objetivo, compartilhado por todos os seus membros, que podem desempenhar
diferentes papéis para a execução desse objetivo.
- A importância do estudo dos Grupos na Psicologia:
• Os primeiros estudos sobre os grupos foram realizados no final do século 19 pela então
denominada Psicologia das Massas ou Psicologia das Multidões.
• O que se perguntava no campo da Psicologia era o que levaria uma multidão a seguir a
orientação de um líder mesmo que, para isso, fosse preciso colocar em risco a própria vida.
• Qual fenômeno psicológico possibilitaria a coesão das massas?
• Apesar de a Psicologia Social surgir com o estudo das massas, será com grupos menores, os
quais possuem objetivos claramente definidos, que se desenvolverá a pesquisa de grupos.
→ Fenômenos Grupais
Coesão Grupal
- Pode ser definida como:
• A quantidade de pressão exercida sobre os membros de um grupo a fim de que nele
permaneçam.
• É a resultante de todas as forças que atuam sobre os membros para permanecerem no grupo. •
• Condições necessárias para a manutenção do grupo.
• É a “certeza” da fidelidade dos membros.
- Os grupos, de acordo com suas características, apresentam maior ou menor coesão grupal.
- Várias razões são capazes de levar uma pessoa a pertencer a um grupo:
• Atração entre seus componentes (atração por pessoa(s) do grupo);
• Atração pela tarefa a ser executada (fidelidade pela ideologia do grupo / conquista de uma
meta);
• Atração devido ao prestígio em pertencer ao grupo (poder).
• Motivos individuais e objetivos do grupo são elementos que garantem fidelidade e que estão
relacionados com a escolha que cada indivíduo faz ao decidir participar de um grupo.
• As individualidades serão admitidas pelo grupo desde que não interfiram nos objetivos centrais
do grupo, na sua ideia central ou nas suas características básicas.
- Quanto maior a coesão grupal:
• maior satisfação experimentada por seus membros;
• maior a quantidade de comunicação entre os membros;
• maior a quantidade de influência exercida pelo grupo em seus membros;
• maior a produtividade do grupo.
- Grupos com baixo grau de coesão tendem a se dissolver.
- Fatores como gratificações por estar no grupo, tempo que as pessoas estejam juntas em um
grupo, ameaças externas ao grupo e liderança podem aumentar a coesão.
Normas
- São padrões ou expectativas de comportamentos compartilhados pelos membros de um grupo.
- Qualquer tipo de grupo, grande ou pequeno, formais ou informais, se constitui a partir de
normas garantidoras de sua sobrevivência e, quando são desobedecidas, levam a penalização do
membro do grupo.
- As normas são aprendidas e constituem um dos mais importantes mecanismos de controle
social.
- Nesse sentido, os membros de um grupo utilizam tais padrões para julgar a propriedade ou
adequação de suas percepções, de seus sentimentos e de seus comportamentos.
- A formação de normas é relativa aos objetivos do grupo como um todo e de seus integrantes em
particular.
- Normas são funcionais, pois substituem o discurso do líder do grupo. Com o estabelecimento de
normas não é preciso que o líder esteja a todo momento se posicionando e exercendo poder.
Papéis
- O papel social é um conceito sistêmico, e se refere às expectativas de interação entre a pessoa
que ocupa uma posição em um grupo e as outras que lhe são complementares.
- De modo geral, todos os grupos têm papéis definidos, que constituem em expectativas
compartilhadas sobre como determinados membros devem se comportar.
Normas e Papéis
- Enquanto as normas especificam como todas as pessoas devem comportar-se, os papéis
determinam como deve ser o comportamento das pessoas que ocupam determinadas posições
dentro de um grupo.
- Normas sociais, assim como papéis desempenhados pelos membros, facilitam a interação social
fazendo com que, à princípio, as pessoas saibam mais prontamente o que esperar umas das
outras.
Papéis
- Quando os papéis são claramente definidos, os membros tendem a se sentir mais satisfeitos e
ter melhor desempenho.
- Para o funcionamento harmonioso do grupo faz-se necessário que o papel atribuído a si pelo
próprio indivíduo seja coerente com o que dele se espera os demais membros.
- Normas e papéis ambivalentes podem conferir conflitos no grupo (exemplo: ser a pessoa mais
jovem e ser supervisora de uma equipe / ser psicóloga de uma clínica que faz abortamento
legalizado e ser católica).
- Idade, sexo, nível educacional, normas culturais, status, tipo de grupos etc. são exemplos de
fatores que influenciam no estabelecimento de papéis.
- As expectativas dos papéis a serem desempenhados pelos integrantes de um grupo variam à
medida que o grupo se reestrutura.
- A noção de papel social não implica um conceito estático, imutável e perene.
Liderança
- Força de convencimento exercida por um ou mais indivíduos sobre os outros e o tipo de
atividade exercida pelo grupo.
- Há teorias que entendem que inteligência, autoconfiança, sociabilidade, persistência, dominância,
criatividade são traços de personalidade que contribuem para o exercício da liderança.
- Porém, atualmente, não se fala de traços de liderança, mas sim que a liderança é um fenômeno
emergente, fruto da interação entre os membros do grupo e depende da atmosfera e das
finalidades do grupo.
- Para Kurt Lewin – os primeiros estudiosos sobre grupos – para que o clima do grupo seja
democrático ou autoritário depende da vocação do grupo e do estabelecimento de lideranças
que os viabilizassem.
- O importante desta classificação feita por Lewin foi a descoberta de que os grupos democráticos
são, a longo prazo, os mais eficiente
Liderança - Grupos Autoritários
- Os autoritários (ou autocráticos) têm uma eficiência imediata, na medida em que são muito
centralizados e dependem praticamente de seu líder.
- Contudo, são pouco produtivos, pois funcionam a partir da demanda do líder, e seus membros
são, geralmente, cumpridores de tarefas.
- Membros se mostram bastante submissos ao líder e reagem mais agressivamente quando
passam a ter um líder mais liberal.
- É mais frequente a agressividade entre membros e com o material de trabalho e em casos de
dificuldades, se apela para o líder.
- Os grupos democráticos exigem maior participação de todos os membros, que dividem a
responsabilidade da realização da tarefa com a sua liderança.
- Este tipo de grupo pode tornar-se mais competente ainda quando sua liderança for emergente,
isto é, quando se desenvolve de acordo com o objetivo ou tarefa proposta pelo grupo.
- Indivíduos se pautam na originalidade/espontaneidade.
- Há sentimento de coletividade e cooperação e os grupos se reúnem espontaneamente.
- Decisões são tomadas em conjunto, líderes e membros buscando uma solução que satisfaz a
todos.
Lideranças - laissez-faire
- Lewin também estudou um terceiro tipo de liderança: laissez-faire (liberal ou “delegador”).
- Líderes com esse perfil dão autonomia total para as pessoas dentro de um grupo, deixando as
decisões para seus membros.
- Lewin pontuou que esses grupos possuem mais chance de ficaram sem objetivo ou
direcionamento claro, causando discussões entre os membros e perda de controle do grupo.
- Entende-se que não é possível eleger uma liderança antes da interação do grupo.
- O líder deve emergir do processo relacional entre seus membros,
Tomada de Decisão
- Decisões tomadas em grupo tendem a ser mais arriscadas, mais audaciosas e menos
conservadoras que decisões tomadas individualmente. Isso se deve a difusão da
responsabilidade.
- A coesão de grupo também oferece mais segurança para os membros agirem levando em conta a
dimensão afetiva junto à dimensão racional.
Categorização Social
→ A categorização social se refere a um processo cognitivo – um sistema de orientação – necessário
para que os indivíduos organizem informações e definem seu lugar na sociedade.
→ Para Tajfel (1983, p. 290)1 , através deste processo “[...] se reúnem os objetos ou acontecimentos
sociais em grupos, que são equivalentes no que diz respeito às ações, intenções e sistemas de crenças do
indivíduo”.
→ Dessa maneira, um indivíduo define-se a si próprio e define os outros em função do seu lugar num
sistema de categorias sociais.
→ É um processo capaz de segmentar, classificar e ordenar o ambiente social.
→ Quando a identificação social se consolida, a pessoa tenta agir segundo as normas imersas no grupo
⤴️
social de pertencimento.
→ https://famapisco.files.wordpress.com/2013/12/categorizac3a7c3a3o.jpg - link da imagem
Comparação Social
→ A comparação social implica que, ao realizar comparações entre o seu próprio grupo (chamado de
ingroup, endogrupo ou intragrupo) e o grupo de relação/comparação (outgroup, exogrupo ou
extragrupo), os indivíduos tendem a atribuir características positivas ao seu grupo e negativas ao
outro grupo, a fim de manter sua autoimagem positiva.
→ Em meio aos processos de categorização e comparação sociais, há uma tendência a se fazerem
generalizações e hipersimplificação de certas categorias, constituindo-se os estereótipos sociais.
→ Estes estereótipos sociais também auxiliam os indivíduos na organização cognitiva do seu meio e na
proteção dos seus valores, através de três funções:
- Diferenciação positiva do endogrupo em relação ao exogrupo – atribuição de características
positivas ao endogrupo, para manter uma distintividade positiva;
- Função justificadora – que pode variar de acordo com o status do grupo. Caso seja um grupo
minoritário, auxilia na ressignificação de estereótipos negativos que possam ser relacionados a
este grupo. Caso seja de um grupo de status superior, fornece elementos para justificar a
superioridade deste grupo em relação a outro(s);
- Explicação causal – fornecimento de explicações que permitam simplificar o entendimento do
mundo em que se encontram os indivíduos.
→ Essas comparações entre diferentes grupos, associadas ao processo de categorização social e ao uso
de estereótipos, levam os indivíduos a realçarem diferenças entre o seu grupo e aquele(s) percebido(s)
como mais similares ao seu endogrupo, visto que, como afirma Tajfel (1983, p. 388), “somos o que
somos, porque eles não são como nós”.
→ Dentro dos grupos existem forças invisíveis extremamente potentes no sentido de enviesar a
percepção e o julgamento dos membros.
→ A pertença a um grupo, segundo o referencial da TIS, se refere a uma pertença psicológica, que se
dá a partir de:
- um aspecto cognitivo, segundo o qual os indivíduos se reconhecem como pertencentes a
determinado(s) grupo(s);
- um aspecto avaliativo, a partir do qual os indivíduos realizam avaliações (positivas ou
negativas) acerca do seu pertencimento a este(s) grupo(s);
- um aspecto emocional, referente aos sentimentos, afetos ou emoções que podem ser
conjugados às outras dimensões dessa pertença.
Teoria da Identidade Social
→ A noção de grupo, segundo esta teoria, é a de um grupo psicológico, sem a necessidade de relações
presenciais, face a face, que pressupõem uma relação objetiva e a divisão de espaços partilhados entre
alguns.
→ Além dos três aspectos (cognitivo, avaliativo e emocional), para que um grupo exista é importante
também que outras pessoas reconheçam a existência deste grupo – um reconhecimento “externo”.
→ Ambos os critérios, o “interno” e o “externo” são necessários para se definir uma identificação
grupal.
→ A diferenciação intergrupal não é um simples produto de um conflito de interesses, mas emerge da
necessidade principal de atribuir significado ao status intergrupal, de forma a fortalecer a identidade
social, aumentando as diferenças entre os grupos ou criando diferenças que, de fato, não existem.
→ Considerando-se a variedade de categorias e grupos sociais aos quais se pode pertencer, várias são,
também, as identidades que um indivíduo pode ter, de forma que a importância dessas pertenças pode
variar de acordo com o contexto em que se encontra e com o(s) grupo(s) de comparação em
determinadas situações.
→ A identidade social, enquanto “aquela parcela do autoconceito dum indivíduo que deriva do seu
conhecimento da sua pertença a um grupo (ou grupos) social, juntamente com o seu significado
emocional e de valor associado àquela pertença” (Tajfel, 1983, p. 290), se configura, portanto, como uma
construção social, sendo relacional, flexível e mutável.
Mobilidade Social
→ A mobilidade social se constitui como uma estratégia individual, segundo a qual os indivíduos podem
tentar mudar de grupo a partir de um abandono psicológico ou objetivo do mesmo.
→ Baseia-se nas crenças de que as divisões entre os grupos são permeáveis e flexíveis e que é possível
tentar mudar para outro grupo de status superior, seja através de trabalho, sorte ou outra razão.
→ Ao adotar a estratégia da mobilidade social o estatuto do seu grupo anterior não muda, ou seja, é
uma estratégia individualista com o objetivo, pelo menos a curto prazo, de alcançar uma solução
individual e não uma solução grupal.
Considerações Finais
→ Compreender como os processos identitários se formam é de suma importância para desvendar
como tais processos estão na gênese dos movimentos de afirmação das mais diversas minorias, assim
como na resposta por vezes violenta de grupos “opostos”.
→ As regras e critérios que “formam” tais grupos são subjetivas e fluídas, não é algo exato, nada
contendo de naturalidade em si mesmas.
→ A formação de tais grupos é logo, primordialmente social, e por conseguinte, também histórica.
Mente Grupal
→ Movido pela Mente Grupal, um indivíduo assume posições de sujeito (comportamentos, sentimentos,
ideais, valores, hábitos etc.) específicas que ocorrem quando inserido no grupo, mas não ocorrem quando
está sozinho ou em outros grupos.
→ Freud apoiou seu pensamento no trabalho de Gustave Le Bon principalmente em sua obra Psicologia
das Multidões [Psychologie des Foules]. de 1895.
→ PODER
- "O indivíduo que faz parte de um grupo adquire, unicamente por considerações numéricas, um
sentimento de poder invencível que lhe permite render-se a pulsões que, estivesse ele sozinho,
teria compulsoriamente mantido sob coerção. " (Le Bon)
- Número (quantidade de pessoas) = Poder
- Quanto mais pessoas, mais poder.
- "O indivíduo ficará ainda menos disposto a controlar se pela consideração de que, sendo um
grupo anônimo e, por consequência, irresponsável, o sentimento de responsabilidade que sempre
controla os indivíduos, desaparece inteiramente.” (Le Bon).
- Anonimato → Responsabilidade → Poder
- Quanto mais pessoas, o anonimato é maior, que gera uma diminuição da responsabilidade e
consequentemente aumenta o poder.
→ CONTÁGIO
- O contágio deve ser classificado entre aqueles fenômenos de ordem hipnótica.
- Num grupo, todo sentimento e todo ato são contagiosos em tal grau que o indivíduo
prontamente sacrifica seu interesse pessoal ao interesse coletivo.
- Ação bastante contrária ao modo como tendemos funcionar (pois quase sempre focamos nos
nossos interesses individuais).
- O fato é que a percepção dos sinais de um estado emocional é automaticamente talhada para
despertar a mesma emoção na pessoa que os percebe.
- Isso está relacionado à nossa capacidade empática.
- Um indivíduo pode ser colocado numa condição em que, havendo perdido inteiramente sua
personalidade consciente, obedece a todas as sugestões do operador que o privou dela e comete
atos em completa contradição com seu caráter e hábitos – tal como no estado hipnótico.
- O contágio é um efeito da sugestionabilidade
- Em um grupo, quanto maior for o número de pessoas em que a mesma emoção possa ser
simultaneamente observada, mais intensamente cresce essa compulsão automática.
- O indivíduo perde seu poder de crítica e deixa-se deslizar para a mesma emoção. Mas, ao assim
proceder, aumenta a excitação das outras pessoas que produziram esse resultado nele, e assim a
carga emocional dos indivíduos se intensifica por interação mútua.
→ SUGESTIONABILIDADE
- Para Freud, de longe a mais importante. Refere-se ao grau de abertura a sugestões que uma
pessoa ou grupo possuem.
- Determina nos indivíduos de um grupo características especiais que são às vezes inteiramente
contrárias às apresentadas pelo indivíduo isolado.
- “[...] um indivíduo imerso por certo lapso de tempo num grupo em ação, cedo se descobre [...]
num estado especial, que se assemelha muito ao estado de ‘fascinação’ em que o indivíduo
hipnotizado se encontra nas mãos do hipnotizador” (Freud, 1921/1996).
- Freud entende que o indivíduo sugestionado já não se acha consciente de seus atos.
- Em seu caso, como no do sujeito hipnotizado, ao mesmo tempo que certas faculdades são
destruídas, outras podem ser conduzidas a um alto grau de exaltação.
- Sob a influência de uma sugestão, empreenderá a realização de certos atos com irresistível
impetuosidade.
- Essa impetuosidade é ainda mais irresistível no caso dos grupos do que no do sujeito
hipnotizado, porque, sendo a sugestão a mesma para todos os indivíduos do grupo, ela ganha
força pela reciprocidade.
→ Em síntese, Freud, amparado em Le Bon, pontua que as características principais do indivíduo que
faz parte de um grupo são:
- desaparecimento da personalidade consciente;
- predominância da personalidade inconsciente;
- modificação por meio da sugestão e do contágio de sentimentos e ideias numa direção idêntica;
- tendência a transformar imediatamente as ideias sugeridas em atos.
→ Assim, em um grupo, o indivíduo não é mais ele mesmo, mas transforma-se em um autômato que
deixou de ser dirigido pela sua vontade.
Grupos Organizados
→ Grupos podem, também, se reunir de modo organizado, autônomo, racional e com clareza de
objetivos.
→ Para entender esse tipo de grupo, Freud apoiou-se nos estudos de William McDougall, principalmente
no seu livro The Group Mind, de 1920.
→ McDougall pontua cinco condições principais para a “elevação da vida mental” coletiva a um nível
mais alto (grupos organizados):
- Deve haver certo grau de continuidade da existência do grupos (no tempo, por posições fixas
formalizadas e ocupadas pela sucessão de membros);
- Cada membro deve desenvolver uma posição emocional com o grupo como um todo, tendo
clareza das funções, composição, capacidades do grupo;
- O grupo deve ser colocado em interação (talvez sob a forma de rivalidade) com outros grupos
semelhantes, mas que dele difiram em muitos aspectos.
- O grupo deve possuir tradições, hábitos e rituais que determinem a relação dos membros uns
com os outros;
- Grupo deve ter uma estrutura definida, expressa na especialização e diferenciação das funções
entre seus membros, que podem ser modificadas em acordo comum consciente.
→ De acordo com McDougall, se essas condições forem satisfeitas, afastam-se as desvantagens
psicológicas das formações de grupo.
→ A redução coletiva da capacidade intelectual é evitada retirando-se do grupo o desempenho das
tarefas intelectuais e reservando-as para alguns membros dele.
→ Segundo Freud, um grupo funcionar a partir de tais características permitiria manter características
positivas de um grupo e garantir que um indivíduo no grupo mantenha sua autonomia, sua
autoconsciência, sua própria continuidade e seus costumes próprios (singularidade).
- Qualquer grupo social – e não apenas as minorias – pode ser alvo de preconceito.
- Mão dupla: pode ocorrer sentimentos hostis entre minorias e maiorias.
→ Componentes do Preconceito
- O preconceito, enquanto uma atitude intergrupal, apresenta elementos cognitivos, afetivos e uma
predisposição comportamental.
1. Os sentimentos negativos (raiva, ódio, medo, nojo...) correspondem ao componente afetivo;
2. A discriminação se refere ao componente comportamental;
3. O componente cognitivo são os estereótipos.
→ Estereótipo
- É a base cognitiva do preconceito.
- São as crenças sobre
características pessoais que
atribuímos a pessoas ou grupos.
- O termo surgiu provavelmente em
1798.
- Antes dos psicólogos sociais, os psiquiatras já usavam a palavra "estereotipia" para descrever a
frequente e quase mecânica repetição de um mesmo gesto, postura ou modo de falar, comuns
em certos tipos de distúrbios mentais graves.
- Apesar de haver várias definições de estereótipo na literatura, todas elas compartilham alguns
traços centrais, como a referência a crenças compartilhadas acerca de atributos – geralmente
traços de personalidade – ou comportamentos costumeiros de certas pessoas ou grupos de
pessoas.
- Mais especificamente, podemos dizer que seja através de uma representação mental de um
grupo social e de seus membros, ou de um esquema – uma estrutura cognitiva que representa o
conhecimento de uma pessoa acerca de outra pessoa, objeto ou situação – tendemos a enfatizar
o que há de similar entre pessoas, não necessariamente similares, e a agir de acordo com
esta percepção.
- Os estereótipos frequentemente são meios de simplificar e “agilizar” nossa visão de mundo –
economia cognitiva.
- Assim, as pessoas utilizam atalhos ou heurísticas para evitar dispêndios desnecessários de
tempo e de energia para o entendimento do complexo mundo social que nos rodeia – isso acaba
por nos conduzir à formação de estereótipos.
- É possível que, no estereótipo, um membro de um grupo possa se identificar com várias
características, mas dificilmente se identificará com todas – outros se identificarão com quase
nada.
→ Estereótipos
- Estereótipos podem ser corretos ou incorretos. E também positivos, neutros ou negativos.
- O fato de, num primeiro momento, facilitarem suas reações frente ao mundo, esconde a
realidade de que, na maioria das vezes, estereotipar pode levar generalizações incorretas e
indevidas, principalmente quando você não consegue "ver" um indivíduo com suas
idiossincrasias e traços pessoais, por trás do véu aglutinador do estereótipo.
- Gordon Allport – The Nature of the Prejudice (1954): estereotipar é fruto da “lei do menor
esforço” – optamos por economizar energia e tempo cognitivos, desenvolvendo atitudes
baseadas em conhecimentos que nos satisfaçam na tentativa de entender o mundo que nos
cerca.
- Negligenciamos alguma informações para reduzir o excesso de oferta cognitiva, ou utilizando
informações mais presentes e acessíveis (como aquelas que são repetidas cotidianamente)
→ Estereótipo - Rotulação
- A rotulação pode ser entendida como um caso especial dentro do ato de estereotipar.
- Em nossas relações interpessoais, facilitamos nosso relacionamento com os outros se
atribuirmos a eles determinados rótulos capazes de fazer com que certos comportamentos
possam ser antecipados.
- Assim, por exemplo, quando um gerente rotula um empregado de "preguiçoso", ele "prevê"
determinados comportamentos que este empregado deverá exibir frente a certas tarefas.
- A atribuição de um rótulo a uma pessoa nos predispõe a pressupor comportamentos compatíveis
com o rótulo imputado; nossas percepções são distorcidas e isto pode acarretar uma ou duas
consequências importantes:
• por um lado, em virtude de nossas tendências à consistência cognitiva, faz com que
comportamentos que não se harmonizem com o rótulo imposto tendem a passar despercebidos
ou sejam deturpados para se adequarem ao rótulo;
• por outro lado, as expectativas ditadas pelo rótulo podem nos fazer agir não consciente e
consistentemente, de modo a induzir o rotulado a se comportar da maneira que esperamos, tal
como é preconizado pelo fenômeno da profecia auto realizadora.
- Uma vez atribuído, nós tendemos a perceber os comportamentos da pessoa a luz do rótulo.
- Tal tendência, embora comum, é perigosa e pode levar a injustiças e erros de julgamentos
graves.
- Ideologia inconsciente: conjunto de crenças que aceitamos implícita e não conscientemente,
porque não conseguimos sequer perceber a possibilidade de concepções alternativas (ex: certos
papéis de gênero, como um homem “dono de casa”).
→ Estereótipo e Atribuição
- Atribuição de causalidade – quando observamos uma pessoa realizando uma ação, tendemos a
fazer deduções acerca dos motivos que possam ter causado aquele comportamento. O
preconceito influencia nessa percepção.
- Diante de situações ambíguas as pessoas fazem atribuições consistentes com suas crenças ou
preconceitos.
- Exemplo: sucesso profissional de uma mulher – atribuir a uma capacidade fora do comum em
termos de motivação ou a sorte.
→ Discriminação
- É o componente comportamental do preconceito.
- Discriminação é o nome que se dá para a conduta/ato que viola os direitos das pessoas
(geralmente com base em critérios injustificáveis, tais como raça, classe social, sexo, gênero,
orientação sexual, religião etc.).
- Os grupos considerados inferiores tornam-se objeto de distinção, exclusão, restrição ou
violência em diversos níveis.
- Sentimentos hostis somados a crenças estereotipadas desaguam numa atuação que pode variar
de um tratamento diferenciado a expressões verbais de desprezo e atos manifestos de
agressividade.
→ Causas do Preconceito
- O preconceito é inata ou adquirido?
- “[...] em que pesem os argumentos defendidos pelos sociobiólogos (que aventam a possibilidade
de o preconceito estar ligado a mecanismos de sobrevivência, inerentes à história da
humanidade e com uma função protetora do grupo a que pertencemos), cremos que a
aprendizagem pode ser responsabilizada em grande parte por este fenômeno, ainda que a
facilidade com que o adquirimos levante suspeitas sobre a existência de uma possível
predisposição inata” (RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSI, 2009).
- É fácil a aprendizagem do preconceito.
- Pode-se classificar as causas do preconceito em quatro grandes categorias:
• competição e conflitos políticos e econômicos;
• o papel do “bode expiatório”;
• fatores de personalidade;
• causas sociais do preconceito (aprendizagem social, conformidade, categorização social).
→ Redução do Preconceito
- Pesquisa realizada por Sherif et al. (1961)8 .
- Em um acampamento de férias de verão, um grupo de meninos entre 11 e 12 participavam
inadvertidamente de um experimento em um setting natural acerca da origem da coesão grupal,
bem como dos conflitos grupais e de sua possível redução.
- O divididos em dois grupos, os meninos que não se conheciam de antemão formaram laços de
amizades fruto de inúmeras atividades lúdicas em comum.
- Na segunda parte do experimento, os dois grupos eram colocados em situação de competição e
conflito. A ideia era que, se dois grupos possuem objetivos conflitantes e metas que só podem
ser atingidas à custa do fracasso do grupo rival, seus membros se tornariam hostis entre si.
- De fato, neste sentido, os experimentos foram coroados de êxito. Insultos, perseguições, ataques
e destruição de bens foram observados, assim como criação de apelidos difamatórios e atitudes
preconceituosas de comportamentos efetivamente discriminatórios.
- A terceira fase dos estudos consistia na busca da eliminação das tensões intergrupais através de
atividades de cooperação objetivos comuns e prazerosos que só podiam ser alcançados caso
todos os integrantes se unissem para um trabalho conjunto.
- Foi possível restabelecer através desta estratégia de interdependência uma boa dose de
harmonia entre os até então "inimigos".
2º bimestre
Tema 06 - Preconceito, Exclusão e relações de poder
→ Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE)
→ Pesquisa realizada pelo IBGE
→ Participantes: 11,8 milhões de estudantes, de 13 a 17 anos, entrevistados em 2019
→ Outros dados da pesquisa
- Já sofreram violência sexual
✓ Meninas – 20,1%
✓ Meninos – 9%
- Relataram ter sofrido bullying
✓ Meninas – 26,5%
✓ Meninos – 19,5%
→ Gênero
- Termo utilizado para designar a construção social do sexo biológico.
- Este conceito faz distinção entre a dimensão biológica e associada à natureza (sexo) da dimensão
social e associada à cultura (gênero).
- O gênero se refere à organização social da relação entre os sexos e expressa que homens e
mulheres são produtos do contexto social e histórico (e, portanto, mutável) e não resultado da
anatomia de seus corpos.
- Ele inclui papéis e expectativas que a sociedade tem sobre comportamentos, pensamentos e
características que acompanham o sexo atribuído a uma pessoa.
→ A violência de gênero, gerada na intimidade amorosa, revela a existência do controle social sobre os
corpos, a sexualidade e as mentes femininas
Heteronormatividade
→ Termo criado em 1991 pelo teórico social norte-americano Michael Warner, um dos fundadores da
teoria queer.
→ “Por heteronormatividade entendemos aquelas instituições, estruturas de compreensão e
orientações práticas que não apenas fazem com que a heterossexualidade pareça coerente – ou seja,
organizada como sexualidade – mas também que seja privilegiada. Sua coerência é sempre provisional e
seu privilégio pode adotar várias formas (que às vezes são contraditórias): passa despercebida como
linguagem básica sobre aspectos sociais e pessoais; é percebida como um estado natural; também se
projeta como um objetivo ideal ou moral” (Berlant; Warner, 2002, p. 230).
→ Pode-se compreender o termo heteronormatividade como aquilo que é tomado como parâmetro de
normalidade em relação à sexualidade, para designar como norma e como normal a atração e/ou o
comportamento sexual entre indivíduos de sexos diferentes.
→ São reforçados o binarismo e estereótipos do que é ser homem e mulher, bem como a distinção de
uma identidade heterossexual e homossexual.
→ Em uma sociedade heteronormativa os padrões de comportamentos heterossexuais são os
dominantes, e todos aqueles que se desviam desses padrões são estigmatizados (condição de menos
valor).
→ Sociedades heteronormativas apresentaram condutas socialmente validadas de heterossexismo.
→ O heterossexismo pode ser compreendido como um sistema ideológico que nega, difama e
estigmatiza qualquer forma não heterossexual de comportamento, identidade, relacionamento ou
comunidade.
→ Esse sistema ideológico produz privilégios para pessoas que seguem as normas heterossexuais e
exclui aquelas que não as seguem.
→ Esses privilégios incluem direitos civis para casamentos entre heterossexuais, tratamento social não
estigmatizado em razão de sua sexualidade, entre outros.
→ Isso pode ser percebido quando aos casais homossexuais se nega o direito ao casamento ou a adoção
de crianças.
→ A construção do heterossexismo inclui preconceitos individuais e institucionais anti-homossexuais,
bem como um comportamento que pode se manifestar em atitudes violentas contra homossexuais.
→ A heteronormatividade se funda na ideia de que as pessoas devem organizar suas vidas de acordo
com o modelo heterossexual.
→ Aqui, não importa se a pessoa mantém práticas heterossexuais ou não.
→ Ao contrário, ela pode até ser homossexual, o que ela precisa é viver como um heterossexual, ou seja,
manter “coerência” entre sexo e gênero.
→ Coerência essa segundo a qual as pessoas com genitália masculina devem se comportar como
machos, másculos, e as com genitália feminina devem ser femininas, delicadas.
→ Na impossibilidade de se orientar de forma heterossexual, o indivíduo precisa, pelo menos, “parecer”,
“agir” e “se comportar” como um.
Raça
→ É a materialidade do corpo expressa pelo fenótipo.
→ Atualmente, aceita-se que características fenotípicas, etnia e pertencimento a um grupo social são
fatores de distinção entre as raças.
→ As diferenças mais comuns referem-se à cor de pele, tipo de cabelo, conformação facial e cranial,
ancestralidade e genética.
→ Há um amplo consenso entre antropólogos e geneticistas humanos de que, do ponto de vista
biológico, raças humanas não existem.
→ Com o desuso pela Biologia, a Sociologia apropria-se do termo raça e a ressignifica como um
conceito para expor as desigualdades, as discriminações, as segregações e as violências sofridas por
grupos sociais em função de suas características físicas e posição social, bem como um dos elementos
acionados como via de acesso às políticas públicas no Brasil (como cotas raciais e a questão indígena, por
exemplo).
→ A raça passa a ser entendida como uma construção social.
Etnia
→ Etnia refere-se ao âmbito cultural.
→ Um grupo étnico é uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas, culturais e, em
vários casos, genéticas. Essas características em comum geram em seus integrantes sentimento de
pertencimento e de distinção dos demais grupos.
→ Esses agrupamentos encontram-se sujeitados, em virtude de questões históricas, a instituições,
organizações políticas, costumes, tradições ou ideias comuns.
→ Essas comunidades, geralmente, reclamam para si uma estrutura social, política e um território.
→ O termo foi introduzido nas ciências sociais por Georges Vancher de Lapouge (1854-1936) e forjado
para dar conta de uma solidariedade de grupo específica, diferente daquelas pretensamente produzidas
pela organização política (nação) ou pela semelhança antropológica (raça).
→ Características como religião, língua, história, símbolos, território que ocupam e traços fenotípicos
são exemplos de pontos que podem servir de diferenciação entre etnias.
Racismo
→ O racismo é uma ideologia essencialista que postula a divisão da humanidade em grandes grupos
chamados raças contrastadas que têm características físicas hereditárias comuns, sendo estas últimas
suportes das características psicológicas, morais, intelectuais e estéticas e se situam numa escala de
valores desiguais.
→ Visto deste ponto de vista, o racismo é uma crença na existência das raças naturalmente
hierarquizadas pela relação intrínseca entre o físico e o moral, o físico e o intelecto, o físico e o cultural.
→ Ou seja, a raça no imaginário do racista não é exclusivamente um grupo definido pelos traços físicos.
→ A raça na cabeça dele é um grupo social com traços culturais, linguísticos, religiosos etc. que ele
considera naturalmente inferiores ao grupo a qual ele pertence.
→ O racismo é um dos principais organizadores das desigualdades materiais e simbólicas que há no
Brasil.
→ Racismo Institucional
- O termo cunhado e divulgado pelos ativistas integrantes do grupo Panteras Negras, Stokely
Carmichael e Charles Hamilton, em 1967.
- Racismo Institucional refere-se às prioridades e escolhas de gestão que privilegiam ou
negligenciam determinados aspectos, infligindo condições desfavoráveis de vida à população
negra e indígena e/ou corroborando o imaginário social acerca de inferioridade dessa população,
e, na contramão, atua como principal alavanca social para os brancos.
- Efetivada em estruturas públicas e privadas do país, essa prática é marcada pelo tratamento
diferenciado entre as populações, sendo vista como a principal responsável pelas violações de
direitos dos grupos raciais subalternizados.
- Há um entendimento entre os estudiosos da temática de que a população negra enfrenta
diariamente a insegurança de uma maior exposição à violência, à injustiça social, à intolerância e
ao desrespeito.
- As pessoas negras que estejam tanto no topo quanto na base da hierarquia de renda convivem
com racismo, déficit salariais e tratamento diferenciado quando comparado com brancos do
mesmo nível social.
- O racismo institucional possibilita a não percepção real do racismo, sobretudo, porque o Brasil
constituiu-se sobre o mito da democracia racial.
- Alguns efeitos do racismo institucional:
✓ sub-representação de negros e indígenas em cargos de poder formal (políticos,
empresariais, entre outros);
✓ não investimento no combate a doenças e agravos mais prevalentes na população negra e
indígena;
✓ nas aulas de história pouco se fala e se reconhece as lideranças e as diversas formas de
resistência negra à escravidão;
✓ o número de pessoas negras na universidade é inversamente proporcional a seu quantitativo
populacional.
→ Dados do Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil (2007)
- Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - Dois “países” diferentes:
✓ Brasileiros brancos – índice médio equivalente à 44ª melhor posição do mundo.
✓ Brasileiros negros – índice médio equivalente ao 104º lugar
→ Racismo Interpessoal
- Também conhecido como Racismo Intersubjetivo, versa sobre os processos de desigualdade
política com base na raça/cor que ocorrem entre os sujeitos em interação.
- Frequentemente, o tratamento diferenciado não é explicitamente atribuído ao fenótipo negro, já
que, de modo geral, as pessoas costumam negar que a raça/cor seja o motivo das atitudes em
questão.
- Contudo, a forma sistemática como essas situações ocorrem, bem como a ausência de outros
fatores que poderiam explicá-las, indica racismo.
- O racismo interpessoal ocorre por meio de ações diretas explícitas ou sutis:
✓ Quando usuários negros de serviços de públicos e privados de saúde recebem tratamento de
menor qualidade do que usuários brancos, incluindo o tempo de consultas.
✓ Quando profissionais negros são considerados menos competentes por outros funcionários
da instituição ou mesmo pelo usuário.
✓ Quando agentes de saúde com atribuições de realizar visita domiciliar não entram por
preconceito em terreiros de religiões de matriz africana, não atendendo à população que ali
reside.
✓ Quando profissionais em cargos de chefia exigem que profissionais negros devam prender o
cabelo mas a função realizada não exige cabelo preso e outros profissionais não negros não
recebem a mesma orientação.
✓ Vizinhos negros menosprezados por vizinhos brancos.
✓ Amigos ou conhecidos com piedade de pessoas negras pelo fato de serem negras.
✓ Não apresentação pública por parte da pessoa branca de relacionamentos amorosos/sexuais
que envolvam pessoas negras.
✓ Não reconhecimento formal ou afetivo ou menosprezo do filho negro por parte do progenitor
não negro.
✓ Quando no processo educativo crianças negras recebem menor investimento por parte de
educadores.
✓ Quando psicólogos e escolas não reconhecem o racismo como elemento gerador de
sofrimento psíquico e de dificuldades acadêmicas.
→ Racismo Pessoal
- Também conhecido como Racismo Internalizado, é o processo de interiorização dos modos de
pensar e agir de cunho racista via processo de socialização.
- A internalização faz com que as pessoas (tanto dos grupos privilegiados quanto dos
discriminados) apresentem, muitas vezes, condutas que alimentam no imaginário social a
representação de superioridade e inferioridade entre as raças.
- Evidentemente, o modo como negros e brancos sustentam esse cenário é substancialmente
diferente.
- Dilaceramento psíquico:
✓ Há aqueles em que o efeito do racismo é vivido como catastrófico.
✓ Esses precisam de uma gama variada de apoio para se refazer do trauma vivido, o que pode
incluir terapia individual, familiar, acesso a políticas públicas reparadoras etc.
→ Intencionalidade:
✓ Papel do inconsciente: ser agressivo sem se dar conta que está sendo.
✓ O que consideramos violência é localizado na história e sociedade.
→ Agressão sancionada
✓ É aquela que a sociedade julga aceitável ou mesmo imperiosa.
✓ Exemplos: legítima defesa para se defender a si ou a outros; soldado que mata um inimigo em uma
guerra.
✓ É entendida como uma forma de agressão instrumental.
→ Agressão legitimada
✓ Os perpetradores da agressão consideram que os fins que norteiam a ação são legítimos, podendo,
ainda, ser visto como um comportamento altruísta.
✓ Exemplo: atos terroristas de 11 de setembro de 2001.
→ Dependendo da percepção de cada uma das partes envolvidas, um ato pode ser interpretado como
agressão ou altruísmo.
Explicações Biológicas
→ Psicanálise
- Os seres humanos estão, de alguma forma, “programados” para a violência por sua natureza
biológica.
- A agressão deriva, principalmente, da pulsão de morte.
- Parte da pulsão de morte participa da constituição do superego, que se torna tanto mais severo
quanto mais renunciarmos à agressão aos outros.
→ Etologia
- A agressão resulta de um instinto de luta herdado que os seres humanos compartilham com
muitas outras espécies, na qual gerou benefícios:
✓ Dispersar populações por áreas vastas, assegurando o máximo de recursos naturais;
✓ Seleção de parceiros sexuais, em que se garantiu que os mais fortes transmitissem seus
genes para as futuras gerações.
- Agressividade seria instintiva e não aprendida e, se não descarregada periodicamente, cresce até
explodir ou até ser “aliviada” por um estímulo apropriado.
→ Sociobiologia
- Baseado na teoria evolucionista de Darwin, entende que todos os aspectos do comportamentos
humano em sociedade podem ser entendidos em termos da evolução das espécies.
- A agressão desenvolveu-se por sua adaptabilidade. Por haver vantagens biológicas na agressão,
ela foi transmitida geneticamente para as gerações seguintes. Exemplos de vantagens da
agressão:
✓ Habilidades de adquirir e proteger recursos;
✓ Habilidades de proteger a prole.
→ Explicações Biológicas
- Psicólogos Sociais criticam as explicações unicamente biológicas.
- Argumentam que as bases biológicas que tentam explicar a agressão não explicam as variações
da violência de pessoa para pessoa e de cultura para cultura.
- Entendem que, se fossem genéticas na espécie humana, seriam constantes.
- Psicólogos Sociais não negam que possam haver influências de base biológica (instintual,
hormonal ou mesmo pulsional) na deflagração de atos de violência, porém, consideram mais o
papel da sociedade na construção de sujeitos, entendendo que é justamente onde a intervenção
psi é possível.
→ Explicações Psicológicas
Aprendizagem Instrumental e Observacional
- O comportamento agressivo é aprendido com outros seres humanos.
- Aprendizagem Instrumental
✓ Qualquer comportamento que seja reforçado ou recompensado tem maior probabilidade de
ocorrer no futuro.
✓ Há uma variedade de reforços para provocar comportamentos agressivos (ex: aprovação
social ou aumento de status, dinheiro [adultos], doces [criança], evidência de sofrimento da
vítima para uma pessoa que foi extremamente provocada)
- Aprendizagem Observacional
✓ Podemos aprender novos comportamentos pela observação das ações de outras pessoas,
designadas como modelo.
✓ Ex: crianças convivendo com um modelo de adulto violento tendem se tornar mais
agressivas. ✓ Estudos indicam que a influência da modelação se daria mais entre as idades de
8 a 12 anos, passando a decrescer após essa idade.
Hipótese da Frustração-Agressão
- A hipótese propõe que a agressão é uma das respostas possíveis à frustração.
- A frustração geraria um impulso, cujo objetivo básico primário seria atingir ou causar dano em
alguma pessoa ou objeto (especialmente a fonte de frustração).
- No entanto, a expressão da agressividade depende de uma série de condições pessoais, sociais e
ambientais para que o comportamentos ocorra.
Obediência à Autoridade
- O perpetrador de agressão se isenta da responsabilidade, se entendendo como um mero executor
da agressão.
- Nesses casos atribuem a agressão a ordens de superiores ou a uma causa que consideram
legítima.
Família
- Crianças cujos pais adotam práticas punitivas, físicas ou verbais, tendem a usar esses mesmos
recursos quando interagem com outras pessoas.
- Esses pais servem de modelo e, muitas vezes, passaram pela mesma experiência na infância.
- Estudos sugerem correlação entre ausência da figura paterna e maior incidência de
comportamentos agressivos.
Normas Sociais
- As normas sociais são aprendidas por todos e prescrevem os tipos de comportamento que as
pessoas devem adotar em situações específicas.
- As normas sociais especificam as agressões que são aceitas e permitidas em uma sociedade e
em que contextos.
- As normas também inibem a violência, sendo mais efetiva quando as pessoas pertencem ao
mesmo grupo.
Superlotação
- Crowdind – sentimento subjetivo de falta de espaço, provocado pelo excesso de pessoas em um
ambiente.
- A experiência de se sentir sufocado em um ônibus extremamente cheio ou de se sentir apertado
em um ambiente pequeno com muitas pessoas é estressante e pode diminuir o senso de
controle de certas pessoas.
- Tendenciosidade Atribuicional Hostil – propensão a perceber intenção hostil nas outras pessoas
mesmo quando ela não existe.
- Quanto maior, maior a chance de uma resposta agressiva quando a pessoa é provocada.
Gênero
- Homens utilizam-se mais da agressão física do que mulheres;
- Mulheres utilizam-se mais de agressões indiretas do que homens (espalhar boato, rejeitar
publicamente uma amizade antiga, ignorar uma pessoa na frente de outras pessoas);
- Homens sentem menos culpa e ansiedade quando se envolvem em comportamento agressivo,
enquanto que as mulheres apresentam maior preocupação quanto a retaliação.
- Questionamento: as diferenças dos gêneros é decorrência da biologia ou da socialização?
→ Altruísmo
- Características:
✓ Descreve tanto um tipo de comportamento pró-social quanto um tipo de motivação;
✓ Condutas que beneficiam pessoas ou têm consequências sociais positivas;
✓ Intrinsecamente motivadas e que não buscam nenhuma recompensa;
✓ Realizadas de forma voluntária ou intencional;
✓ Trazem custos pessoais para aquele que ajuda
Teorias de Aprendizagem
- Reforçamento – repetimos e fortalecemos os comportamentos que resultam em consequências
positivas para nós. Assim, as crianças aprendem a ajudar os outros quando são recompensadas
por seus comportamentos pró-sociais.
- Modelação – as pessoas também aprendem a ajudar através da observação de modelos
altruístas.
- Críticas a teoria do reforço: como explicar o altruísmo, visto este, em geral, ser associado a
consequências negativas como custo?
- Esse questionamento faz com que alguns teóricos da aprendizagem considerem, assim como
Freud, que altruísmo não exista. O que aparentemente é altruísmo, de forma sutil, gera alguma
recompensa (ex: sentir-se melhor internamente).
Sociobiologia
- Para psicólogos desse campo, muitos tipos de comportamento pró-social têm raízes genéticas e
os indivíduos que possuem certos genes são mais propensos a exibir tais comportamentos.
- Para os evolucionistas, tais comportamentos são importantes para o processo adaptativo do
sujeito e para a propagação e, consequentemente, a sobrevivência de seus genes.
- Isso seria uma das justificativas do porquê um sujeito possui maior tendência em prestar auxílio
a familiares com genética compartilhada e a pessoas vistas como semelhantes a ele.
- Alguns sociobiólogos explicam a existência do comportamento altruísmo através de três
mecanismos básico:
✓ seleção de pares; ✓ reciprocidade; ✓ aprendizagem de normas sociais
→ Cultura e Altruísmo
- Em oposição a visão da sociobiologia, alguns autores propõem que a evolução cultural pode ser
mais importante que a evolução biológica para explicar o comportamento pró-social.
- Segundo esses autores, se as sociedades funcionaram melhor e foram mais bem-sucedidas em
sua adaptação quando desenvolveram formas de socializar seus membros no sentido do controle
de seus impulsos egoístas, elas podem ter evoluído em direções pró-sociais através dos tempos.
- Ou seja, quanto mais nos tornamos seres sociais (de vínculos), mais nos direcionados ao
reconhecimento do outro.
→ Evolução Cultural
→ Cultura e Altruísmo
- Há diferenças entre as culturas.
- Condutas altruístas são mais fortemente estimuladas nas chamadas culturas coletivistas
(sul-americana e asiática, por exemplo) do que nas de culturas individualistas (norte-americana
e canadense).
- Nas primeiras o bem-estar do grupo prevalece sobre os desejos individuais ao passo que nas
últimas enfatiza-se mais a liberdade em buscar objetivos pessoais do que a responsabilidade
individual pelo bem coletivo.
Hipótese Empatia-Altruísmo
- A ação puramente altruísta pode ocorrer com segurança, sempre que for precedido por um
estado psicológico específico, designado por preocupação empática pelo outro.
- Preocupação empática – reação emocional caracterizada por sentimentos como compaixão,
ternura, generosidade e comiseração. O sujeito se coloca no lugar do outro.
- Nossa predisposição geral em ajudar é influenciada tanto por considerações autocentradas
(tensão pessoal) quanto por considerações não egoístas (tensão decorrente da tomada de
perspectiva do outro).
- Nessa perspectiva, o altruísmo genuíno só existe, então, quando sentimos empatia pelo
sofrimento do outro.
- Quando, por qualquer razão, não sentimos essa empatia, passam a prevalecer as considerações
relacionadas ao autointeresse, preconizadas pela teoria da troca social.
- Críticas a essa teoria: como podemos garantir que a empatia foi o único fator que influenciou o
comportamento pró-social?
- Resumindo:
➢ Levando em conta as abordagens apresentadas, o mais provável parece ser que forças
biológicas e forças culturais interajam no sentido de favorecer comportamentos altruístas (elas
são complementares).
➢ Para alguns teóricos, os motivos para o comportamento pró-social são, em última análise,
egoístas; para outros, a motivação genuinamente altruísta, baseada na empatia por outros seres
humanos, é possível.
➢ Alguns defendem que o altruísmo faz parte da natureza biológica do ser humano, enquanto
outros sustentam que as tendencias biológicas para o egoísmo podem ser controladas por
fatores sociais que promovam o comportamento pró-social.
Abordagem Normativa
- Muitas vezes, os indivíduos ajudam os outros por conta de certas normas da sociedade, que
prescrevem o comportamento apropriado em determinadas situações.
- As normas constituem expectativas sociais que orientam como deve-se agir quando alguém
precisa de auxílio.
- Através dos processos de socialização, os indivíduos aprendem e incorporam as normas e
passam a se comportar pró-socialmente, seguindo seus ditames implícitos.
- Três normas sociais, em particular, são consideradas importantes para promover o
comportamento de ajuda:
✓ norma da reciprocidade
✓ norma da justiça social
✓ norma da responsabilidade social
→ Norma da Reciprocidade
- Prescreve que devemos retribuir os benefícios e favores que recebemos de outros.
- De acordo com essa norma, nós geralmente ajudamos quem já nos ajudou ou quem esperamos
que nos ajude no futuro.
- É entendida como uma norma universal, essencial para a manutenção de relações estáveis entre
as pessoas e se aplica a todas as esferas sociais.
- Nas interações entre pares ou iguais, a norma da reciprocidade é mais fortemente evocada.
Efeito do Circustante/Espectador
- Proposta pelos psicólogos sociais John Darley e Bibb Latané, tal teoria diz que a presença de
outras pessoas diminui a probabilidade de que um indivíduo ajude.
- Em outras palavras, quanto maior o número de pessoas potencialmente capazes de ajudar em
uma situação de emergência, menor e mais lenta a ajuda que será dada à pessoa em necessidade
(princípio da difusão de responsabilidade).
- Darley e Latané criaram, também, um modelo que apresenta os passos que um indivíduo faz
antes da tomada de decisão em ajudar:
1) Perceber/notar o evento ou a situação de emergência;
2) Interpretar o evento como uma emergência;
3) Assumir a responsabilidade de ajudar;
4) Saber como ajudar;
5) Implementar/decidir prestar ajuda.
Presença de Modelos
- Modelos pró-sociais promovem o altruísmo.
- A observação de outras pessoas prestando auxílio em uma dada situação estimula a imitação do
comportamento – processo de modelação.
Estados Emocionais
- Apesar de carecer de consistência empírica, pesquisas encontraram os seguintes dados.
- Estado de afeto negativo:
✓ propicia menor ajuda em crianças;
✓ provoca maior ajuda em adultos;
✓ a culpa parece ser a emoção negativa mais relacionada ao ato altruísta;
✓ a tristeza, aumenta a possibilidade de ajuda, pois as pessoas aprendem durante a infância
que o ato de ajudar contribui para a superação de estados psicológicos negativos (o altruísmo é
autogratificante).
- Estado de afeto positivo:
✓ pessoas felizes são mais altruístas, qualquer que seja a razão e qualquer que seja a idade;
✓ pessoas felizes são ainda mais motivadas para ajudar quando sua atenção está focalizada
mais em coisas boas para si mesmas do que para os outros.
- Os pesquisadores acreditam que um estado emocional agradável induz pensamentos positivos e
autoestima positiva, o que predispõe a comportamentos pró-sociais.
Diferenças de Gênero
- Na maior parte das situações utilizadas em pesquisas sobre comportamento de ajuda, não houve
diferença na ação tendo como parâmetro o gênero.
- No entanto, alguns dados foram verificados:
✓ Homens revelam-se mais altruístas em situações de emergência e de risco, que requerem
ações mais heroicas;
✓ Mulheres mostram-se mais propensas a prestar ajuda e apoio emocional nas situações mais
tradicionais relacionadas a expectativas sociais, como cuidar de crianças e de idosos.
- A justificativa para essa diferença seria o aprendizado das normas culturalmente associadas ao
papel de homem e mulher.
Características da Pessoa em Necessidade
- Merecimento e responsabilidade da vítima:
✓ A ajuda depende dos julgamentos que fazemos sobre o merecimento da vítima e de nossas
inferências em relação às causas de seu infortúnio.
✓ A ajuda torna-se pouco provável se considerarmos a pessoas negligente ou responsável pela
sua situação.
- Similaridade:
✓ As pessoas auxiliam mais indivíduos vistos como semelhante a elas do que aqueles que são
diferentes (sentimento de vinculação e pertencimento).
- Perspectiva do recebedor da ajuda:
- ✓ Pessoas estão mais ou menos propensas a aceitar ou a pedir ajuda dependendo do quanto
isso afetará sua autoestima.