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PERGUNTAS DE SOCIOLOGIA

1. DISTINGA CONHECIMENTO CIENTÍFICO DE CONHECIMENTO DO


SENSO COMUM.
Senso comum é um conjunto de saberes que foram sendo aprendidos no
percorrer da vida. É constituído por nossas ideias, crenças, religiões, ideologias,
descrições, princípios e que são tomados como evidências da realidade, assim como
todos os fenómenos sociais e físicos da sociedade que nos foram incutidos.

Diz-se ser de senso comum, ideias e princípios que a sociedade nos incutiu
levando a uma relação entre indivíduos e grupos sendo possível a vida social. Os
saberes comuns fazem parte de uma análise sociológica sendo uma das principais
matérias-primas do trabalho sociológico.

O conhecimento cientifico interpreta racionalmente factos, fenómenos e ou


processos do real através da colocação de interrogações ou problemas teóricos e de
atividades de pesquisa.
As características do conhecimento cientifico são a sistematização e
verificabilidade. Pode ser falível, ou seja, não é definitivo pois pode ser substituída por
outra ideia que tenha sido comprovada e experimentada cientificamente. Outras
características podem ser a racionalidade, objetividade, analítico, comunicável,
acumulativo, entre outros.

Em suma, o conhecimento do senso comum é imediato, pratico e confunde o real


com o aparente. É um saber não critico e subjetivo pois é baseado nas experiencias
quotidianas individuais, é fragmentado e heterogéneo sendo resultante de acumulação
de dados e de ideias pré-concebidas. Por sua vez o conhecimento cientifico, é abstrato
pois é baseado na interrogação e observação sistémica e reflexiva do real. É um saber
critico, objetivo, na medida em que, aborda os aspetos e as causas dos fenómenos que
estão para além das aparências e sistematizado pois resulta da acumulação teórica, da
utilização de métodos e técnicas precisas e da validação dos resultados.
2. INDIQUE E EXPLIQUE SUCINTAMENTE OS PRINCIPAIS
OBSTÁCULOS AO CONHECIMENTO CIENTIFICO.

O social é constituído por vários factos sociais interdependentes constituídos


pelo modo como as pessoas orientam as suas ações entre elas, originando varias
expectativas, significados e comportamentos que constituem o social. Os principais
obstáculos ao conhecimento social são a familiaridade com o social, na medida em que,
o senso comum se baseia em varias interpretações naturalistas, individualistas,
etnocêntricas e ideológicas dos factos sociais explicando-os por características da
natureza da humanidade, por fatores individuais e em função dos valores dominantes na
sociedade. Quando nos tornamos familiarizados com as situações do dia-a-dia, que
influencia o nosso pensamento critico e a nossa perspetiva. Deste modo, é necessário
um distanciamento para um melhor objeto de estudo, mas existirão sempre obstáculos.

3. «APRENDER NO LOCAL DE TRABALHO» É UM ARTIGO DE PAULA


GUIMARÃES QUE ABORDA A QUESTÃO DA SOCIALIZAÇÃO NA
PROFISSÃO DE ENFERMAGEM. COMENTE O ARTIGO DEFININDO
TAMBÉM OS CONCEITOS ENVOLVIDOS: SOCIALIZAÇÃO,
NORMAS E CONTROLO SOCIAL.
Os locais de trabalho apresentam um elevado potencial formativo, são espaços de
socialização profissional, determinando a interiorização, mais ou menos
consciencializada de valores normas e regras para a ação.

A socialização é um processo de aprendizagem que permite fazer uma adequação


inconsciente de comportamentos resultante da interiorização que cada um faz das
normas e valores do grupo. A socialização profissional, surge como um conjunto de
mecanismos que levam ao exercício de uma profissão e permite a construção de mundo
especializados, a aquisição de saberes profissionais e o desenvolvimento de papeis
sociais dependentes da divisão social do trabalho. Portanto consiste num processo que
se prolonga pela vida ativa, apresentado diferenças que dependem da existência de
alterações tecnológicas e da introdução de novas formas de organizar o trabalho, da
mudança de emprego, entre outro.

As normas são como resultados dos valores aceites pela comunidade, traduzindo
modelos de comportamentos, precisam de ser reconhecidas e só funcionam como
pressões sociais, pelo que as infrações as normas são punidas com sanções. Existem 3
tipos de normas: possibilidades, obrigações e necessidades.

O controlo social passa pelos mecanismos de defesa que o grupo dispõe contra
comportamentos desviantes, é o conjunto de meios utilizados pela sociedade em geral e
pelos grupos em particular para obter conformidade dos comportamentos dos seus
membros aos valores, padrões e normas estabelecidos.

4. A ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL CONSTITUI-SE COMO UM


PROCESSO DE DIFERENCIAÇÃO DOS INDIVÍDUOS. COMENTE A
AFIRMAÇÃO IDENTIFICANDO O PROCESSO DE ESTRATIFICAÇÃO
E IDENTIFICANDO OS CRITÉRIOS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
QUE PODEM EXISTIR.
A sociedade atribui diferentes graus de prestigio, de riqueza ou privilégios o que leva a
hierarquização de estatutos ou posições sociais sendo necessário os indivíduos
receberem e deterem de forma desigual as coisas que têm valor social surgindo estatutos
mais elevados, médios e baixos. Formam-se grupos de indivíduos que desfrutam de
iguais oportunidades de acesso a determinados valores sociais os designados estratos
sociais. A estratificação social exige, portanto, um sistema de hierarquias, concretizado
na forma desigual de distribuição dos direitos e privilégios, dos deveres e
responsabilidades, do poder e influência entre os membros de uma sociedade.
Existem 3 critérios de estratificação:
 Estratificação económica baseada no sistema económico e financeiro das
famílias.
 Estratificação politica baseada na importância politica de cada individuo ou
grupo.
 Estratificação socioprofissional que resulta da diferente importância atribuída a
cada profissão pelo nível de escolaridade, pela religião e pela raça.

(Quando nascemos somos apenas seres biológicos, aos poucos tornamo-nos seres
culturais e vamos evoluindo tomando consciência do que nos é exterior, vamos
repetindo e imitando atitudes e comportamentos, assimilando valores e normas,
apreendendo técnicas e praticas através de um processo continuo de aprendizagem,
permitindo um processo de diferenciação de indivíduos).
5. TODOS NÓS PERTENCEMOS A VÁRIOS GRUPOS DE PESSOAS.
DIGA QUAIS OS TIPOS DE GRUPO QUE CONHECE E DEFINA O
CONCEITO DE GRUPO SOCIAL.
Em termos sociológicos, grupo designa um certo numero (grande ou pequeno) de
pessoas, entre as quais se descobrem relações, tais que nos obrigam a considera-las em
conjunto. Quanto aos tipos de grupo temos 3 tipos:

 Grupo primário:
- A pequenas associações de pessoas ligadas por laços de ordem emocional.
- É mais restrito.
- Relacionamento é mais espontâneo e natural.
- Há a criação de uma identificação mutua.
 Grupo Secundário:
- Conjunto de pessoas que se encontram com uma base regular, mas cujo
relacionamento é sobretudo impessoal.
 Organização:
- Relacionamento é mais formal.
- Maior número de elementos e com finalidades de caracter utilitarista.
- Grupo de pessoas que desenvolvem relações sobretudo para alcançar objetivos
específicos.

O grupo social é o numero de pessoas que se relacionam umas com as outras, numa
base regular, mas que formam um todo superior á soma dos seus indivíduos. Essa
regularidade de interações junta-os numa unidade com determinada identidade social
com determinados interesses em comum e sentimento de pertença.

O grupo social implica 2 critérios:

- Existência de uma interação (direta ou indireta).

- Consciência de uma pertença comum.

(Os membros de determinado grupo esperam certos comportamentos uns dos outros,
que não são exigidos aos que não são membros).

Quanto á integração no seu interior podemos ter:


- Grupo de pertença que são os diferentes meios de que o individuo faz parte, aos quais
pertence verdadeiramente.

- Grupo de referencia que são os meios em que o individuo (sem pertencer a eles) imita
os modelos e valores e inspira-se na sua ação socializante.

Existem ainda agrupamentos sociais não estruturados que correspondem ao conjunto de


pessoas que se encontram juntas por varias razoes, não estabelecendo comunicação ou a
comunicação é ocasional.

6. Diga o que se entende por controlo social.


O controlo social passa pelos mecanismos de defesa que o grupo dispõe contra
comportamentos desviantes, sendo os conjuntos de meios utilizados pela sociedade em
geral e pelos grupos em particular para obter a conformidade do comportamento dos
seus membros aos valores, padrões e normas por eles estabelecidos. A imposição de
sanções permite que a conduta desviante, seja contrariada e desse modo é possível
manter uma estabilidade social.
Contrariamente aos comportamentos desviantes o individuo com comportamento
“normal” encontra-se mais próximo das normas do grupo em que se insere, pois,
afirmação e consolidação de um grupo social passa pela partilha e defesa de valores e
praticas sociais comuns pois este é controlado pelo medo de vir a ofender os outros e
pelos sentimentos de culpa que advém das infrações. O controlo social serve
essencialmente para designar os meios utilizados pela sociedade para prevenir e corrigir
os comportamentos desviantes.
O controlo social pode ser:
- Interno: interioriza as normas, não tem de para pensar, segue as normas como reflexo e
há uma consciência.
- Externo: mecanismos informais (dos grupos primários) e formais (de órgãos próprios
da sociedade).
7. COMO PERCEBE OS PROCESSOS DE SOCIALIZAÇÃO NA
PROFISSÃO DE ENFERMAGEM?
Viver em sociedade pressupõe a existência de uma ordem social onde as regras
são fundamentais para garantir essa mesma ordem. São as normas, que refletem os
valores que são aceites pelo grupo, e os comportamentos que orientam a nossa vida em
sociedade sendo exteriores ao individuo, independentes da sua vontade e são-lhe
impostos. A socialização corresponde estão a um processo de integração que motiva o
desenvolvimento da cooperação e da solidariedade entre os membros dos grupos
permitindo a sua sobrevivência e permitindo ao ser humano aprender os modos de vida
da sua sociedade, adquirir uma personalidade e desenvolver a sua capacidade de
funcionar como individuo e como membro do grupo.
A socialização profissional surge como um conjunto de mecanismos que levam
ao exercício de uma profissão e permite a construção de mundos especializados, a
aquisição de saberes profissionais e o desenvolvimento de papeis sociais dependentes da
divisão social do trabalho. As diferenças no processo de socialização profissional são
provocadas pelo desenvolvimento da tecnologia, pelas novas formas de organização do
trabalho de pela mudança de emprego, instituição ou local de trabalho.
Na profissão de enfermagem, os enfermeiros são fundamentais na mediação
entre medico-doente, possuem diferentes conceções sobre a identidade profissional,
tradicional e moderna e são alvos de compromissos profissionais precários na imposição
de um projeto de revalorização profissional no hospital. A profissão de enfermagem é
alvo de constantes processos de instrumentalização dos seus saberes, de acordo com a
sua posição estrutural de subordinação ao corpo médico, as suas estratégias
denunciaram o seu poder no hospital como um subpoder. Tem a sua cultura normativa
própria, um conjunto de ideias partilhadas e transmitidas, de valores e critérios de
prática que definem as exigências desse papel social. A socialização é possível através
de um processo continuo de aprendizagens, na profissão de enfermagem são exemplos
de momentos de aprendizagem estruturados as visitas e os bancos sendo considerados
momentos importantes para a socialização dentro da instituição.
8. AS ORGANIZAÇÕES CONSTITUEM ESPAÇOS QUE
PROPORCIONAM OPORTUNIDADES DE FORMAÇÃO
IMPORTANTES. COMENTE AS POSSIBILIDADES DE FORMAÇÃO
EM CONTEXTO HOSPITALAR, CONSIDERANDO O PAPEL QUE A
EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E INFORMAL ASSUME NA
VALORIZAÇÃO E REVALORIZAÇÃO DA PROFISSÃO DE
ENFERMAGEM.
Os locais de trabalho apresentam um elevado potencial formativo, são espaços de
socialização profissional, determinando a interiorização mais ou menos
consciencializada de valores, normas e regras para a ação.
A formação pode ser formal, não formal ou informal. A formação formal é
aquela que é adquirida através de uma formação como o curso superior de enfermagem
e as pós-graduações. A formação não formal é obtida através das ações de formação e a
informal pelas experiencias no local de trabalho geradoras de aprendizagens e
competências. Na profissão de enfermagem a morte, uma enfermeira orientada para o
cuidar, os erros e as passagens de turno são alguns dos exemplos que mais contribuem
para a formação informal permitindo ao enfermeiro aprender a ser um enfermeiro
competente pois são geradores de mudança de comportamentos e atitudes e de novas
formas de conceber a pratica e o quotidiano dos profissionais. A pratica profissional é
geradora de conhecimentos, que surgem na sequencia de situações não prevista,
problemas, erros e dilemas e de momentos de discussão.

9. APESAR DO DESENVOLVIMENTO QUE SE VERIFICOU COM A


CRIAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE UM SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE
EM PORTUGAL PODE AFIRMAR-SE QUE O NOSSO PAÍS
APRESENTA DEBILIDADES NO QUE RESPEITA À PRESTAÇÃO E
AO ACESSO À SAÚDE SENDO CONSIDERADO, MUITAS VEZES,
QUE O SNS É INEFICIENTE E QUE EXISTEM RESPOSTAS
DESIGUAIS ÀS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO. COMENTE A
AFIRMAÇÃO.
Alguns grupos sociais estão em desvantagens tendo pouco poder de influência,
estas desigualdades moldam o processo politico de tal forma que os grupos mais
poderosos conseguem fazer-se ouvir de forma mais eficaz, determinando a direção
dessa politica. A melhor compreensão da organização e do processo politico permite aos
enfermeiros efetuar uma prestação de cuidados mais adequada. O acesso aos cuidados
de saúde depende estão da necessidade e da capacidade do pagar.
Temos como recursos aos cuidados de saúde públicos e privados sendo que os
públicos são mais acessíveis economicamente, tem uma rede mais espalhada pelo país,
lidam com casos mais complexos e investem na formação, investigação e educação, no
entanto, a oferta pode ser insatisfatória deparando-nos muitas vezes com enormes filas
de espera e há falta de especialidades. Por sua vez, o privado tem cuidados mais rápidos,
estão melhor organizados e estão mais atentos, no entanto, não são acessíveis a todos os
bolsos, estão centralizados nas grandes cidades e tem menos experiencia.
Apesar destes aspetos a experiencia, as convicções ideológicas, a cobertura feita
pela comunicação social e a relação entre a oferta e a procura são aspetos fundamentais
no que diz respeito a escola entre os cuidados de saúde públicos e privados.
Em Portugal apostou-se na ampliação, universalização e descentralização da
oferta de cuidados de saúde primários e na participação dos utentes na sua própria
promoção de saúde, foi também feita uma tentativa da universalidade e gratuitidade dos
serviços de saúde que foram limitados pelos recursos humanos, técnicos e financeiros
disponíveis. Apesar dos diversos esforços no melhoramento dos cuidados prestados o
sistema nacional de saúde continua ineficiente em termos produtivos, económicos e
distributivos e a coeficiência de vários subsistemas potencia respostas desiguais as
necessidades da população portuguesa.

10. AS PESSOAS QUE ESTÃO A VIVER NA POBREZA, QUE SÃO


SOCIALMENTE EXCLUÍDAS, TÊM MAIOR PROBABILIDADE DE
NÃO TER ACESSO A INFORMAÇÕES EXATAS E A CUIDADOS DE
SAÚDE DE BOA QUALIDADE, BEM COMO A OUTROS RECURSOS
POLÍTICOS E DE PODER SOCIAL BÁSICOS. COMENTE A
AFIRMAÇÃO CONSIDERANDO OS DETERMINANTES SOCIAIS DA
SAÚDE.
Ao debruçarmo-nos nas questões relacionadas com a operalização e gestão de
saúde e dos seus recursos, efetivamente percebemos que existem debilidades no que
respeita á prestação de cuidados e no acesso a saúde no SNS. Questões relacionadas
como o respeito, o bem-estar dos doentes e familiares, o respeito pela diferença e o
acesso diferenciado aos cuidados de saúde são variáveis presentes nos nossos hospitais e
centros de saúde, pelo que cabe a nós, futuros profissionais de saúde, procurar
compreender. Nos últimos anos, pelas questões orçamentais e de controlo de custos,
urge a importância da preservação dos valores humanistas foram colocados em segundo
plano, acentuando a diferenciação no que respeita a prestação de cuidados de saúde.
Não obstante os grandes passos dados pelo SNS, nomeadamente no que respeita a saúde
infantil, ainda hoje assistimos a grandes debilidades não apenas nos cuidados primários,
mas também no que respeita ao acesso de cuidados mais especializados, realidade que
afeta grande parte da nossa população. Poderiam ser nomeadas verias debilidades, falta
de enfermeiros e médicos de família nos centros de saúde, listas de espera para as
cirurgias e consultas de especialidade, p acesso diferenciado por questões económicas
aos cuidados de saúde, a descriminação do acesso aos cuidados de saúde nas populações
do interior, entre outras situações que o nosso SNS ainda não da respostas necessária.
Particularizando, é sabido da inversão da pirâmidade demográfica no nosso pais que
levou ao amento exponencial da população idosa em Portugal, facto que constitui uma
enorme pressão orçamental no serviço nacional de saúde. Não obstante a constatação
dessa realidade, é um facto que a pressão desta realidade não tem sido acompanhada por
medidas que promovam a qualidade desta população que pela sua natureza se encontra
numa situação muito debilitada.
Considero de suma relevância refletir sobre estas questões pois só as
compreendendo, poderemos ser profissionais capazes e com a nossa intervenção mudar
o rumo e melhor uma das grandes conquistas da revolução do 25 de abril de 1974, o
SNS.

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