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Representações sociais

Noção de representação social

A representação social corresponde a leituras ou interpretações da realidade que cada grupo ou indivíduo
pertencente a esse faz tendo em conta a sua cultura. Essas interpretações são definidos através de uma ordem de
valores, crenças, costumes transmitidos através de símbolos, ideias, imagens, comportamentos, crenças
pertencentes a determinada sociedade e interiorizados pelos grupos e indivíduos dessa.

• Na representação que os mais velhos têm dos mais novos e os mais novos dos mais velhos, encontramos um
conjunto de interpretações baseadas na comparação entre dois modelos culturais diferentes: o dos velhos
quando novos (socializados com base em valores e modelos culturais próprios desse momento e espaço) e o dos
jovens atuais, que herdam uma cultura, mas também transformam essa cultura recebida.

• Estas representações são, deste modo uma interpretação da realidade que a sociedade ou um grupo faz, à luz da
sua cultura, isto é, dos seus valores, das suas crenças, dos seus costumes e das suas práticas. Podemos então
dizer que as representações sociais constituem uma versão da realidade, uma vez que é baseada muitas vezes
no senso comum, na experiência vivida e no conhecimento partilhado que constitui ideias simples e muitas
vezes erradas, chamadas de estereótipos, e não uma reprodução dessa mesma realidade, ou seja, são modelos
simplificados de interpretação e explicação de uma dada realidade.

Na formação das representações sociais os valores e símbolos têm um importante papel.

• Os valores, enquanto referências para os comportamentos dos indivíduos, condicionam a sua maneira de pensar
e agir e intervêm na formação das representações sociais. Dito de outro modo, os códigos de leitura de uma
dada realidade social são condicionados pelos valores dessa sociedade.

• Também os símbolos constituem elementos das representações sociais, já que evocam determinada realidade
concreta ou ideal. A aliança é o símbolo do matrimónio, a bandeira representa a soberania de um país, a cruz é o
símbolo da religião cristã, entre outros exemplos.

Representação social e estereótipo

Estereótipo corresponde a uma representação simples, muitas vezes errónea, da realidade, influenciada pela cultura
do grupo ao qual se pertence.

• As representações de determinados grupos, instituições ou acontecimentos são frequentemente baseadas no


senso comum, no conhecimento partilhado e na experiência vivida, correspondendo a ideias simples e muitas
vezes erradas- os chamados estereótipos.

• Os estereótipos podem ser positivos ou negativos, mas são sempre uma forma de discriminação social. Quando
a representação social origina um estereótipo negativo, os grupos atingidos serão estigmatizados e, portanto,
objeto de perda de valorização social.

• Nas sociedades tradicionais, os mais velhos são valorizados pela sua experiência de vida e saber; são, portanto,
úteis à sociedade e, como tal, objeto de valorização e status. Já nas sociedades industrializadas, os idosos têm

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um estatuto inferior ao dos indivíduos mais novos porque economicamente são menos importantes, o seu saber
está desatualizado, etc. Esta visão redutora da velhice é fruto dos valores sociais dominantes nas sociedades
industrializadas.

Papel dos meios de comunicação social na construção e na divulgação de representações sociais.

• Os media constituem agentes modeladores das condutas sociais pelo seu papel de divulgadores de maneiras de
pensar, sentir e agir da sociedade.

• Dada a sua influência nos comportamentos, os meios de comunicação atuam na construção das representações
sociais, pois espalham predominantemente as representações que reproduzem a cultura dominante. Encontramos
as representações sociais dominantes nas imagens, nos textos, nas mensagens e nos restantes elementos de
comunicação que são partilhados por largas camadas da população.

• O seu papel é de tal modo importante para os nossos comportamentos que chegamos a desvalorizar socialmente
quem não segue os modelos sugeridos. Não seguir os modelos estandardizados pode implicar ser alvo de riso, troça
ou rejeição.

• Por outro lado, os meios de comunicação social desempenham um papel importante na formação da opinião e na
alteração de valores e atitudes da sociedade.

Valores, normas e comportamentos


\\ sociais

Valor: ideal de um grupo, que legitima as regras e orienta os comportamentos sociais.

• O quotidiano dos indivíduos obedece a normas que têm origem em valores éticos morais, religiosos económicos,
políticos e técnicos entre outros, aceites pela sociedade onde se encontram inseridos. São esses valores que
indicam o que é certo ou errado, o que é permitido ou proibido.

• São os valores que estabelecem as normas de comportamento a seguir pelos indivíduos, de modo a garantir a
convivência e a vida social. Se assim não fosse e cada individuo pudesse agir em função dos seus impulsos e das
suas motivações, a vida social seria muito dificultada, pois os conflitos entre indivíduos e grupos com condutas
diversas seriam permanentes.

• A vida em grupo exige, assim, a elaboração de normas exteriores ao indivíduo, isto é, independentes da sua
vontade, mas que se lhe impõem, dando-lhe a conhecer o modo como se deve comportar de forma a ser
reconhecido com membro do grupo.

• A harmonia da vida social e a própria sobrevivência do grupo exigem, deste modo, que os seus membros
reconheçam que as condutas individuais deverão processar-se dentro dos padrões socialmente estabelecidos,
contribuindo para a coexistência social. Estas quando não compridas não constituem crime, mas devem ser
seguidas para melhor aceitação e convivência.

Valores Normas Comportamentos

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• Esses modelos ou padrões de comportamento que o individuo segue, e que lhe permitem identificar-se com os
traços culturais da coletividade a que pertence, são interiorizados por ele através do processo de socialização. A
socialização, é, deste modo, essencial à inclusão social, ou seja, à integração do indivíduo no coletivo de que faz
parte e ao desenvolvimento de práticas de cooperação e solidariedade entre os membros do grupo que
permitem a sobrevivência do próprio grupo e a coesão da sociedade.

A inclusão social é, deste modo, a situação em que o indivíduo vive integrado no grupo não sendo objeto de
qualquer tipo de discriminação.

• No entanto, nem todos os indivíduos irão agir de acordo com os padrões de comportamento interiorizados e
caracterizadores dos grupos. A multiplicidade e a diversidade de comportamentos que se afastam das normas
são disso exemplo.

• Quando o afastamento ocorre numa comunidade onde a exigência de cumprimentos das normas sociais é
significativa, o indivíduo cujo comportamento contraria as normas será olhado como diferente, podendo até ser
penalizado e marginalizado, isto é, excluído da vida social.

• Em muitas sociedades, os indivíduos que adotem comportamentos que atentem contra a integridade física e
emocional de outros ficarão sujeitos à aplicação de sanções sociais que poderão ir da censura social à
marginalização e exclusão social, situação muito gravosa, pois o indivíduo excluído fica sem capacidade de
satisfazer as suas necessidades básicas, vivendo à margem da sociedade.

• Ou seja, o indivíduo para viver integrado na sociedade terá de atuar de acordo com os valores e as normas
socialmente aceites, o que passará pelo progresso da socialização, ou seja, pela interiorização dos modelos de
comportamento do grupo a que pertence.

Ordem social desvio social e controlo social

Ordem social

A vida em sociedade exige que os seus membros orientem a sua conduta por um conjunto de normas sociais que
definem, para cada situação, os comportamentos corretos.

• De uma forma geral, a ordem social corresponde à existência e cumprimento das normas sociais definidas e que
cada indivíduo toma mediante as diferentes situações, adquirindo os comportamentos que considera corretos e
que se adequam às normas estabelecidas pela sociedade em que se integra. Normalmente a adoção e adaptação
ao meio social é feita através da partilha dos valores, normas e modelos de conduta por todos de forma que se
sintam pertencentes à sociedade e assegurando a ordem social.

• Numa sociedade ordenada, a maioria das pessoas atua em conformidade com as normas estabelecidas,
cumprindo os seus deveres para com os outros e exigindo os seus direitos; trabalha e recebe salário, paga
impostos e usufruiu do sistema de saúde entre outros.

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Conformidade social

O sentimento de pertença, de identidade coletiva, traduz-se na uniformização das condutas sociais, ou seja, na
conformidade social. No entanto, em qualquer sociedade, a adesão às normas e aos valores socialmente aceites
implica sempre uma certa margem de liberdade da parte do individuo. Ele pode seguir os modelos dominantes de
uma forma mais estrita ou usar uma certa autonomia na escolha das suas condutas.

A conformidade social é, assim, o processo de aceitação dos valores, das normas e dos comportamento da
coletividade.

Desvio social

• Nem sempre as normas são acatadas de forma pacífica, sendo possível a ocorrência de desvios. Surgem então,
os comportamentos desviantes.

• Numa comunidade fortemente religiosa, por exemplo, a não participação nas práticas religiosas é, naturalmente,
um comportamento desviante. Em consequência, o desviante será olhado como diferente aos olhos da
comunidade, podendo até ser excluídos da vida social, isto é, marginalizado.

• O desvio só acontece, logicamente, na medida em que existem normas sociais. Quer isto dizer que é a
comunidade que define os comportamentos desviantes, na medida em que forja normas sociais e estigmatiza
aqueles que não as cumprem. O comportamento desviante reiterado pode conduzir à exclusão dos seus atores
do grupo ou sociedade.

• No âmbito sociológico, o desvio social não significa apenas a não-conformidade às normas, mas também a
contestação constante dos modelos socialmente aceites e, simultaneamente, dos valores a que o grupo dá
apreço, não porque os indivíduos não se possam adaptar a eles, mas porque, conscientemente, não os aceitam.
As condutas desviantes criam-se, assim, por confrontação com o modelo cultural dominante.

O desvio social é, assim, a conduta social não conforme às normas sociais.

Controlo social

• A fim de prevenir comportamentos que possam constituir uma ameaça à ordem social, a sociedade exerce um
controlo social sobre os seus membros, levando cada individuo a submeter-se às normas da coletividade,
impedindo-o, assim, de realizar atos contrários ao modo de vida e de conduta da sociedade.

O controlo social, é, assim, o conjunto de processos através dos quais um grupo ou a sociedade assegura a
conformidade dos comportamentos aos modelos estabelecidos.

• A socialização, a pressão social e as sanções são os principais mecanismos de controlo social.

Controlo social através da socialização

Os membros de um grupo social ou sociedade vão aceitando e assumindo valores e normas de forma voluntária
e/ou por hábito ou tradição levando à repetição voluntária e a desempenhar papéis sociais da maneira esperada,
agindo de forma inconsciente, mas em conformidade com as normas e valores o que leva à integração do indivíduo e
por consequência à integração/coesão social.

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Controlo social por pressão social

A necessidade de aceitação na sociedade ou no grupo leva as pessoas a adotar os comportamentos do grupo ou da


comunidade. O habitante de uma aldeia que se veste de forma idêntica à dos vizinhos, frequenta o clube local,
participa nas festas da terra e respeita os costumes locais é bem aceite na comunidade partilhado a vida do grupo a
que pertence.

Se pelo contrário, adotar um comportamento diferente dos restantes membros da comunidade, será objeto de
reprodução por parte dos outros. A reprodução social poderá manifestar-se de uma forma pouco intensa ou de
forma mais profunda, sendo excluído do grupo.

Controlo social através de sanções

Em todas as sociedades são desenvolvidos sistemas de recompensas e de punições, isto é, de sanções positivas e
negativas que estimulam os seus membros a comportar-se de acordo com o que o grupo deles espera. A bolsa de
estudos ou a reprodução de ano são exemplos de sanções positivas e negativas.

Tipos de sanções:

Quanto à sua finalidade:

• Sanções positivas: destinam-se a premiar ou recompensar aqueles que se comportam em conformidade com as
normas.
• Sanções negativas: destinam-se a punir os indivíduos que têm comportamentos contrários às normas.

Quanto à forma como são organizadas:

• Sanções informais: sanções não organizadas, muitas vezes fruto de reações espontâneas. Exemplos: corte de
mesada, elogio.
• Sanções formais: são organizadas e aplicadas por determinados agentes. Exemplos: pena de prisão aplicada pelo
tribunal ao criminoso, condenação ao indivíduo pela ação desenvolvida.

Instituições e ação social

Instituições sociais

• Uma sociedade em que se verifique o estabelecimento de normas socialmente aceites e o desenvolvimento de


procedimentos comuns, necessários à satisfação das suas necessidades básicas, é uma sociedade
institucionalizada, ou seja, uma sociedade onde os grupos e os indivíduos desenvolvem a sua atividade e
prosseguem os seus fins segundo as normas e os costumes vigentes.

• A instituição social corresponde a um conjunto de procedimentos instituídos pela sociedade mediante a cultura
e que apresentam uma certa permanência ou durabilidade no tempo. Assim, estes procedimentos tornam-se
fundamentais para o desenvolvimento da vida social e são impostos aos indivíduos sob a forma de
comportamentos padronizados, previsíveis e rotineiros.

• Quando os indivíduos fazem pate de uma instituição não adotam os comportamentos considerados aceitáveis
nessa sociedade poderão ser objeto de sansões pois não contribuem para a coesão social.

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Exemplos de instituições sociais:

Instituição Família

A família sendo uma instituição a que pertencemos desde que nascemos até que morremos, a de mais durabilidade
no tempo, constitui um grupo de pessoas ligadas por laços de parentesco em que os adultos tem o dever de cuidar
das crianças. Esta tem por base um conjunto de valores comuns como o amor entre cônjuges, amor aos filhos,
partilha de bens, etc., um conjunto de procedimentos (namoro, casamento, cuidar dos filhos) e rede de papeis
sociais (noivos, filhos, cônjuges), formando assim, o sistema de relações sociais monde se insere a família.

Instituição Escola

Uma das funções da escola é preparar os indivíduos para o desempenho de papeis profissionais. Nas sociedades
contemporâneas desenvolvidas, dotadas de um elevado nível tecnológico, a maioria desses papéis requer um nível
de instrução que exige formação especializada e até de nível superior.

Outra função da instituição escola é contribuir para a preservação da cultura da sociedade, transmitindo-a de
geração, pois, a escola é uma instituição que tem extrema importância e preocupa-se com a transmissão de valores
e normas da sociedade permitindo a preservação das mesmas durante gerações.

Instituição meios de comunicação social

Os meios de comunicação social, constituídos pela imprensa, pela rádio, pelo cinema, pela internet fornecem
informação, proporcionam entretenimento, transmite valores influenciando o comportamento e as atitudes das suas
vastas audiências, podendo contribuir para a alteração dos comportamentos e atitudes.

Elementos das instituições sociais:

• Necessidades sociais e específicas: é por existirem necessidades na base das instituições que estas se
constituíram. Assim, por exemplo, na base da família está a necessidade de procriação.

• Valores sociais e comuns: os valores éticos, morais, religiosos, políticos e outros, aceites pela sociedade e
partilhados pelos seus membros, indicam os comportamentos a seguir no seio de cada instituição.

• Normas e sanções sociais: conhecendo as normas bem como respetivas sanções, poderemos identificar as
instituições e integrar-nos nelas melhor.

• Procedimentos comuns: cada instituição social tem a sua forma de dar respostas às suas necessidades
específicas. Identificando as maneiras de solucionar as necessidades de uma instituição, saberemos de que
instituição se trata.

• Papeis sociais: cada instituição social tem papeis bem definidos, sem o exercício dos quais não seria possível
atingir os objetivos para que a instituição foi criada.

• Relações sociais: as relações sociais são a essência da própria instituição. São as interações sociais que permitem
que se alcancem os objetivos definidos pelas instituições.

• Símbolos culturais: têm por função lembrar os membros das instituições os seus papéis. A bandeira nacional
exalta os sentimentos patrióticos, a aliança recorda o casamento, etc.

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• A presença das instituições na vida social é fundamental para a manutenção da ordem social, pois através desta
são transmitidos valores, procedimentos, interações que os indivíduos interiorizam e adquirem comportando-se
em conformidade com os valores e os modelos estabelecidos pela sociedade em que se insere.

• Naturalmente, o estabelecimento de normas de comportamento nas diferentes instituições exige, por um lado
consenso social, por outro, poderá entrar em conflito com valores e normas já existentes que terão e ser
reformulados e/ou revogados e substituídos por novas decisões.

• Contudo, este conflito é fundamental pois através do debate e reflexão em volta das novas ideias que envolvem
novos valores e comportamentos poderá levar à existência de consenso e ao estabelecimento de novas normas
e valores que poderão permanecer durante um longo período e serem aceites ela generalidade dos membros da
sociedade.

Ação social

A ação social, é um conjunto de maneiras de agir instituídas, aceites pela generalidade dos indivíduos, que têm por
objetivo satisfazer determinadas necessidades básicas da vida social. Neste sentido, a ação social irá reproduzir os
valores, os modelos de comportamento e a cultura, nos seus aspetos materiais e imateriais que, no seu conjunto,
sustentam o funcionamento da sociedade, mantendo a sua coesão.

Para além disso, a ação social para dar resposta às necessidades básicas sociais, as quais, evoluem ao longo do
tempo, tem de se adaptar às alterações produzidas na sociedade dando origem a mais formas de pensar, agir e
processar, resultado em novas formas de ação social, a um normal processo de mudança social.

Reprodução e mudança e mudança social

Reprodução social

A reprodução social é um processo que permite a manutenção da ordem social estabelecida através da aceitação
dos valores, das normas e dos procedimentos sociais.

• As instituições sociais são estruturas relativamente permanentes, incorporando comportamento padronizados e


previsíveis.

• Para assegurar a reprodução social, a sociedade utiliza as instituições sociais que, através da socialização, da
reprodução social ou até da aplicação de sansões, contribuem para a manutenção e aceitação da ordem social. A
utilização das polícias, dos exércitos, da instituição judicial e das prisões tem sido uma constante na história das
sociedades. Assim, a sociedade tem utilizado outros meios mais eficazes na manutenção da ordem social
estabelecida.

• A transmissão dos valores e das normas sociais, a cargo de instituições sociais como a família, a escola, a igreja
e os meios de comunicação social, constitui o processo mais eficaz de reprodução social. Na verdade, o processo
de socialização realizado pelas instituições leva os indivíduos a aceitar e a cumprir os papéis socias que lhes
foram atribuídos. É através da socialização que nos tornamos “iguais” e somos aceites pelos nossos “pares”.

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• Inseridas num determinado contexto ideológico-cultural, as instituições sociais transmitem os valores
dominantes da sociedade, contribuindo, assim, para ensinar o papel que cada um de nós deverá desempenhar
futuramente, a fim de nos tornarmos “cidadãos úteis” à sociedade.

• Através da interiorização das normas e valores do grupo o individuo é aceite como membro e com iguais direitos
e deveres. A interiorização é feita ao longo de muito tempo e de forma natural e, que através da repetição
adquirem normas e valores que não poem em causa e adotam de forma intuitiva.

• Simultaneamente, a socialização adquire também o estatuto de controlo social, na medida em que impede ou
dificulta os indivíduos atuem de forma diferente da esperada, por tal atuação ser “anormal”. Deste modo, e
mesmo que inconscientemente, os indivíduos autorregulam os seus comportamentos, agindo de acordo com os
quadros sociais em que foram socializados, a fim de não serem considerados marginais e de não lhes serem
atribuídos os estigmas sociais que a marginalidade confere.

Aprendizagem do modelo de Reprodução social


funcionamento da sociedade

Socialização
Impede o comportamento Controlo social
desviante

Mudança social

• Sendo as instituições relativamente permanentes, na medida em que se constituem como um padrão


comportamental de referência para os membros do grupo, elas são, todavia, afetadas pelas alterações sociais
que uma sociedade conhece, sejam de natureza económica, religiosa política cultural, etc.

• Todo e qualquer sistema sociocultural formado pelas normas, valores e comportamentos não é um sistema
fechado assim vai-se transformando ao longo do tempo com o surgimento de novas ideias, eventos
tecnológicos, realizações artísticas e novos hábitos que resultam da não identificação e aceitação das normas e
valores em vigor surgindo novas normas e valores que são interiorizados e adquiridos por um grupo significante.

• Os modelos sociais e culturais transmitidos a cada geração vão-se alterando e nunca são apenas os modelos que
a pressente geração herdou, mas também as que já produziu- novos valores, novas normas, novas formas de
relacionamento, novas tecnologias geram mudança social.

Características da mudança social

• Ser um fenómeno coletivo: que seja adotado e aceite por um conjunto de indivíduos significativo que vêm
alterados o seu modo e condições de vida

• Corresponder a uma mudança de estrutura: deve provocar alteração profunda na forma de organização social
existente tornando possível a comparação com normas, valores anteriores.

• Ser identificável no tempo: permite-nos identificar e descrever alterações estruturais a partir de um ponto de
referência temporal que nos permite observar e estabelecer as diferenças entre dois estados temporais da
realidade social.

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• Não ser efémero: qualquer mudança social deve conduzir a efeitos em termos aceitação e adoção de
comportamentos, normas, valores que se estabelecem de forma duradoura, sendo aceites pela maioria dos
indivíduos do grupo ou da sociedade e não desaparecem de forma progressiva com adaptação funcional ao
sistema cultural existente.

Resistência e aceitação da mudança

• A defesa da tradição e dos valores que, ao longo dos anos, tê orientado a vida da comunidade é assumida como
caracterizando o conservadorismo e a resistência à mudança.

• Se as inovações e as suas consequências colidirem com as normas, os valores e as tradições da coletividade, elas
deparar-se-ão com uma forte resistência.

• Os custos sociais são outro fator condicionante da aceitação da mudança. A mecanização, a automação e a
informatização foram processos nem sempre bem recebidos por, à primeira vista, colocarem em risco a
segurança e a estabilidade de emprego de muitos trabalhadores. Assim, a parte da população tem dificuldade
em adotar aquilo que desconhece e que em muitos casos pensa que poderá pôr em risco a segurança, a
estabilidade do emprego pelo que coloca obstáculos à sua aceitação/adoção.

• Desta forma, os indivíduos podem mostrar resistência à mudança adotado comportamentos, valores e normas
diferentes das vigentes na sociedade. Por outro lado, a aceitação de forma natural dos valores, normas e
comportamentos e a sua constatação pode ser resultado do desconhecimento que poderá levar á relutância em
adotar novas formas de estrutura política, económica e social, hoje o processo de mudança será mais bem-
sucedido se as suas vantagens forem facilmente comprovadas, eliminado a resistência, agitação em adotar
aquilo que se desconhece.

Agentes de mudança

Agentes de mudança correspondem a indivíduos ou grupo de indivíduos que influenciam através dos seus
comportamentos, valores, ideias outros que progressivamente adotam comportamentos, alores e ideias levando à
mudança social.

Elites

A aceitação da mudança e a rapidez com que esta se processa depende também da ação de certos indivíduos e
grupos. Por vezes, a mudança é mais facilmente aceite em função das pessoas que a propõem ou que vêm ao
terreno apoiá-la, mesmo que não detenham poder institucional.

Efetivamente, o facto de ser uma figura de relevo dota os indivíduos, sendo capazes de fazer os outros aceitar as
suas propostas.

Assim, as elites, indivíduos ou conjunto de indivíduos que têm grande influência na comunidade e podem contribuir
para a ação da mudança social pois devido à sua influência e visibilidade leva aos outros indivíduos a adotar
comportamentos, e valores transmitidos por este, pelo facto de ser uma figura de relevo.

Existem diferentes tipos de elites de elites consoante a área social em que se movem: elites económicas,
intelectuais, políticas, entre outras.

As elites são dinâmicas e assumem um papel dinâmico nas alterações sociais, pois, elas próprias são substituídas
conforme as mudanças sociais sendo substituídas por novas elites quando ocorrem mudanças.

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Movimentos sociais

Corresponde ao conjunto de indivíduos que de uma forma estruturada e organizada e ela ação coletiva tentam
alcançar determinados objetivos que defendem. Desta forma, tenta que um maior número de pessoas se identifique
com os seus objetivos, ou seja, mobilizar a opinião publica para os problemas que defendem com a finalidade de
influenciar o poder político a promover reformas legislativas favoráveis às sua causas, promovendo, desta forma, a
mudança social.

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