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1.

Qual é a relação entre sociedade, cultura, socialização e representações


sociais? (sugestão: defina cada termo, explicando a ligação que existe entre eles)
(cotação: 2 valores)

Sociedade é um conjunto de indivíduos que interagem de forma organizada. A


palavra provém do Latim “societas”, que tem como significado: "associação amistosa
com outros". As sociedades humanas são o objeto de estudo da Sociologia e da
Antropologia. O conceito de sociedade resulta de uma convivência e atividade
conjunta do homem, ordenada conscientemente. É o objeto geral do estudo das
antigas ciências do Estado, chamadas hoje de Ciências Sociais. Uma sociedade é um
conjunto de cidadãos de um país, sujeitos às mesmas políticas, às mesmas leis e
normas de conduta, organizados socialmente e governados por entidades. Os
membros de uma sociedade podem ser de diferentes grupos étnicos, pertencer a
diferentes cultural e classes sociais. O que caracteriza a sociedade é a partilha de
interesses comuns entre os membros e as preocupações entre cada individuo dirigidas
a um objetivo comum. O termo sociedade também pode se referir a um sistema
institucional formado por sócios que participam no capital de uma empresa. Nesta
vertente de negócios, uma sociedade é um contrato pelo qual duas ou mais pessoas se
obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício do bem comum das
atividades económicas. A organização de pessoas comos mesmos interesses, se
organizam em torno de uma atividade, obedecendo, desta forma, a determinadas
normas e regulamentos.

A cultura é designada pelos comportamentos, tradições e conhecimentos de


um determinado classe social, incluindo a língua, os pratos típicos da região ou País,
as religiões, as artes e pelo modo de vestir, entre outros aspetos que caraterizam a
cultura, mas estes são os mais importantes. Para as Ciências Sociais, como a Sociologia
e a Antropologia, a cultura é uma ligação de partilha de símbolos, significados e valores
de um grupo ou sociedade. São formados pelo homem, ou seja, de uma maneira não
natural, é algo persistido pelo Homem. A origem da palavra cultura vem do termo em
latim “colere”, que significa cuidar, cultivar e crescer. Desta forma, o termo também
está associado a outras palavras, como a agricultura, que trata do cultivo e das
plantações. Os principais elementos que compõem uma cultura são compartilhados
pelos membros da sociedade, criando-se, assim, uma Identidade Cultural. Por
exemplo, na Índia, as vacas são animais sagrados que o povo não come, a música e o
modo de vestir têm caraterísticas muito diferentes da Europa Ocidental. Isto tudo,
porque cada País, região possuí uma cultura própria com estilos musicais próprios,
comida tradicional, comportamentos, linguagens ou dialetos diferentes, entre outros
aspetos, que criam a identidade de um determinado grupo social. A cultura é também
um mecanismo cumulativo, é passado de geração em geração pelo senso comum,
porque as modificações vão passando ao longo dos tempos. A cultura vai perdendo e
ganhando, mas ao mesmo tempo incorpora outros aspetos atuais, numa forma de
melhorar a vivência das novas gerações e acrescentar novos elementos. Sendo assim, a
cultura está sempre em modificação, em grande parte dos casos, pela troca de
conhecimentos entre os diferentes povos. Aliás, é impossível falar de cultura sem falar
da palavra transmissão que é um aspeto que caracteriza as culturas ao redor do
mundo.

O processo de socialização, na Sociologia, é fundamental para a elaboração das


sociedades em diversos espaços sociais. É através deste processo que os indivíduos
interagem e se adaptam por meio da comunicação, ao mesmo tempo vão construindo
a sociedade. A socialização está relacionada com a aquisição de hábitos culturais, bem
como a aprendizagem social. Isto porque é por meio dela que os indivíduos aprendem
e interiorizam as regras e valores de determinada sociedade. Não basta nascer no
interior da sociedade, é preciso haver um processo de socialização e desta forma deve-
se tratar do indivíduo e fazer entendê-lo, fazer compreendê-lo que é um componente
da sociedade e desta forma para fazer parte dessa sociedade de conformação tem de
acompanhar o processo de socialização. O nascimento biológico não é o social, embora
para os pais de uma criança o nascimento tenha um sentimento e significado, para a
sociedade também. O recém-nascido é marcado por instintos pois não tem noção
nenhuma disso. Os bebés iniciam seu processo de socialização com a mãe. Esta é a
grande comunicação que começa a estabelecer com o mundo. A mãe é o fundamento
da inserção da criança no social. Estudos psicanalíticos informam a importância dessa
relação para o estabelecimento de padrões comportamentais da criança. A criança,
aos poucos, terá de aprender códigos, regras de conduta e a comunicação. Desta
maneira, começa um processo de educação, de aprendizado que levará muito tempo e
que aos poucos, fará com que os sentimentos sejam exaltados e trabalhados em
função das ações. O ser humano não nasce pronto para a vida social, nasce
dependendo do outro. A socialização é um processo que envolve instituições sociais
como a família, a escola, a Igreja e o Estado/País, entre outras. Compreender o
processo de socialização é considerá-lo como algo eminentemente cultural. Embora o
homem seja dotado de instintos que possam marcar as suas ações, é a assimilação de
valores e regras que fornece a ação social e de pertencimento do indivíduo a uma
determinada sociedade. A socialização é uma espécie de hábito constituído por uma
formação cultural, esta é a prática que lhe permitirá atuar nesta sociedade. Desta
forma a Sociologia investiga e analisa com cuidado crescente os processos de
socialização. É através da história das pessoas, dos grupos sociais, das classes sociais,
as condições de existência, que se inscrevem como marcas nos respetivos sistemas de
disposições. As aprendizagens institucionalizadas, aquelas que são feitas na escola e na
família, ou as aprendizagens espontâneas e difusas, como por exemplo: as de contato
e imitação; vão-se revelando nas pessoas e nos grupos sociais e também nas suas
experiências de vida. É este aprendizado, esta interiorização, que depois se
predetermina para um certo tipo de reações, de comportamentos e valores. A
socialização e a aprendizagem são algo que acompanham a vida dos indivíduos. É
necessário ter em conta, os efeitos de trajeto e em certas circunstâncias que podem
servir para o contributo essencial dos processos sociais observáveis.
“As representações sociais são saberes socialmente engendrados e partilhados
com funcionalidades práticas diversas na interpretação e no controlo da realidade. Elas
constituem referências explicativas, comunicacionais e operatórias. Elas nomeiam e
classificam, produzem imagens que condensam significados, atribuem sentido,
ajudam, nas suas diversidades estruturadas, a reproduzidas identidades sociais e
culturais. Nas representações englobam-se preferências sistemáticas a que se chama
valores, os quais fornecem, a quem os adota, elementos orientadores do
comportamento” (ALMEIDA, 1990, pp.123-124).

Concluindo, o ser humano vive das relações sociais, nunca deixando de ser ele
um ser individual, mas também coletivo, pois está constantemente em processos de
transformação, desde o seu nascimento até à sua morte, pois está envolvido em vários
grupos, tais como a família, no trabalho, entre outros, sendo influenciado por padrões
culturais. A cultura fornece regras, padrões, crenças, valores, identidades e
intercâmbios entre todos os indivíduos, independentemente do grupo a que pertence
ou da sociedade, apesar de haver muitas e complicadas diferenças. A linguagem é um
dos processos culturais, que através de símbolos, gestos ou palavras, traduzimos
aquilo que vivenciamos, referente ao contexto em que estamos inseridos. É
importantíssimo referir que cada sociedade tem a sua cultura própria, tem as suas
caraterísticas e comportamentos. Muitos sociólogos caraterizam o homem como
sendo um animal, mas um animal que se distingue culturalmente, através de hábitos,
de regras sociais, de comportamentos, de intuições, de relações e do contato com
grupos. Posto isto, a cultura é um modo de vida, com caraterísticas que a torna única
em cada sociedade, quer seja por elementos naturais ou não naturais ou mesmo por
elementos ideológicos. A cultura é também vista como uma herança, transmitida de
geração em geração, por isso é essencial conhecer cada realidade cultural para se
compreender melhor e não fazer juízos de valor, pois é a partir das práticas, dos
costumes e das transformações que ocorrem nestas sociedades que se compreende o
indivíduo, a sua personalidade e as suas atitudes, bem como as suas opiniões, e é
através disto tudo que se considera o indivíduo como um ser ativo culturalmente, pois
é afetado pela sua cultura, e pode através da sua liberdade e tomada de decisões,
altera-la. A socialização é a integração dos indivíduos na sociedade, em conjugação
com a cultura. É a partir de tudo isto, e da realidade, que vamos aprendendo a
socializar, e mesmo estudando os processos de socialização como a família, as escolas
ou outros meios de ensino e os meios de comunicação. É à medida que socializamos
que diversificamos as nossas relações e vamos adotando novas posições sociais na
sociedade, porque só a partir da compreensão dos fenômenos sociais que explicamos
que o ser humano é tal como é, somos do jeito que somos, ou seja, a nossa identidade.
Para finalizar, é a partir das relações sociais e dos papéis que desempenhamos e vamos
desenvolvendo através das capacidades que temos e da consciência sobre nós
próprios. Os conceitos de sociedade, cultura e socialização estão todos interligados,
pois não existe sociedade sem cultura, nem cultura sem sociedade, nem pode existir
socialização sem sociedade e cultura.

2. “Grupos que pensam de um modo científico são grupos que geralmente criticam
ou rejeitam as ideias dominantes aceites pela maioria da sociedade em que vivem,
mesmo quando são defendidas pela autoridade reconhecida, pois descobriram que não
correspondem aos factos observáveis. Por outras palavras, os cientistas são destruidores de
mitos” (Norbert Elias).
Comente de uma forma desenvolvida a citação acima, mobilizando uma
perspetiva sociológica (sugestão: apresente um exemplo concreto de um olhar
sociológico sobre um assunto à sua escolha que seja ilustrativo do seguinte
princípio fundamental da Sociologia: a Sociologia procura explicar o social pelo social.,
discutindo a Sociologia enquanto conhecimento científico e a relação da Sociologia
com formas não científicas de interpretar o real. (cotação: 5 valores)

A citação acima descreve o papel da Sociologia em “desmontar a realidade


social, de forma científica ou não. Podemos explicar o social pelo social de diferentes
formas: pelo senso comum (que pode ser naturalista, individualista, etnocentrismo),
pela tradição, religião e autoridade, mas também por modo científico – rutura –
Comte, com as ideias do senso comum, ideias feitas, construção – construção de
teorias/objeto de estudo/ e verificação (obtenção de dados empíricos). Podemos
encontrar problemas sociais (quando acontece algo que vai de encontro às
espectativas, ideais, valores de uma sociedade com caraterísticas para definir a ordem
social pertencente) e problemas sociológicos, início do estudo da sociologia,
transformando um objeto real em objeto construído possível de ser estudo pela
sociologia.
Por exemplo, o desemprego, pode ser considerado um problema social, visto
que nós trabalhadores não o desejámos, não queremos que aconteça, vai fazer com
que a nossa vida vá dar muitas voltas, mas também pode ser um homem num
problema sociológico, passando a ser o objeto de estudo da Sociologia, olhar para ele
com o olhar sociológico, passando a ser objeto de estudo da Sociologia, olhar para ele
com o olhar sociológico e tentar analisar, compreender, o que está envolvido nessa
situação para que isso tenha acontecido, o que poderá advir dessa situação
(economicamente e psicologicamente). Podemos usar o conhecimento científico ou
não científico para explicar o social pelo social.

3. Segundo Claude Javeau, a Sociologia estuda práticas correntes, representações


correntes, sistemas de ações incluindo instituições materiais e sistemas de representações (imaginário
estruturado) incluindo ideologias.
Explique, de uma forma desenvolvida, em que consiste o objeto de estudo
da Sociologia enquanto conhecimento científico (sugestão: explique cada uma
destas quatro possibilidades de manifestações do social referidas por Claude
Javeau que podem ser estudadas sociologicamente e apresente um exemplo
concreto de cada uma delas). (cotação: 5 valores)

O trabalho do sociólogo consiste em analisar a sociedade em sua organização


geral. Com a interação social acontece, permanece e como ocorre a influência de
elementos como o capitalismo, a globalização, o consumo nas sociedades, as guerras e
a produção é tema abordado constantemente de análise sociológica. Enquanto a
sociologia se dirige no todo dessas relações sociais, ela também se utiliza de outras
ciências para utilizar outras partes que sejam mais precisas dos elementos de uma
sociedade. A Psicologia fornece uma ferramenta de análise dos indivíduos para a
compreensão dos seus papéis individuais no todo e para fim de comparação entre a
ação de um individuo inserido na sociedade. A Ciência Política e a Economia dão-nos
os estudos sobre as estruturas económicas e políticas das sociedades, que consistem
em importantes elementos para entender-se o todo da organização social.
A Antropologia, por sua vez, fornece um estudo mais apurado sobre o Homem pelo
meio das suas origens e de suas diversas culturas, que podem surgir vários processos
de desenvolvimento social diferentes. Todas estas áreas estão ligadas entre si.
Sociologia é um estudo da sociedade, padrões de relações sociais, interação
social e cultura da vida quotidiana. É uma ciência social que utiliza vários métodos
de investigação empírica e análise crítica para desenvolver um corpo de conhecimento
sobre ordem social, aceitação e mudança ou evolução social também pode ser definida
como a ciência geral da sociedade. Enquanto alguns sociólogos realizam pesquisas que
podem ser aplicadas diretamente à política social e ao bem-estar social, outros se
empenham em aprimorar a compreensão teórica dos processos sociais. O assunto
varia do nível de microssociologia da interação individual ao nível macro social dos
sistemas e da estrutura social. No início do século XIX, o filósofo francês Auguste
Comte formulou o positivismo, uma doutrina filosófica que visa o progresso social por
meio da ordem social, do progresso científico e da disciplina individual. A base
do positivismo é a lei dos três estados, que reconhecia na humanidade a clemência de
três distintos estágios de desenvolvimento: o estado teológico, o estado metafísico e o
estado positivo. Caraterizando cada estado, o primeiro estado são as explicações
acerca da natureza baseavam-se em especulações religiosas baseadas em divindades e
seres sobrenaturais, porque o ser humano, na verdade, não conseguia explicar os
fenómenos naturais. No segundo estado, o ser humano evoluiu intelectualmente e
criando uma filosofia como a maneira de promover uma especulação racional acerca
da organização do mundo, mas ainda não era capaz de criar e utilizar a ciência para
promover tais explicações. O terceiro e último estado é o mais avançado devido ao
fomento da ciência. A partir daqui, houve o reconhecimento de que as explicações
sobre a natureza se encontram na própria natureza e de que a organização natural do
mundo requer um processo de observação e dissipação do mundo para depois se
elaborar teorias. Para Comte, esse último estágio era o que o século XIX vivia, mas,
para completá-lo, era necessário o desenvolvimento de uma nova ciência capaz
de estudar a sociedade por meio dos mesmos mecanismos que as ciências da natureza
usavam em relação à natureza. A sociedade europeia vivia os reflexos de duas grandes
revoluções e de mudanças sociais que aconteciam desde o Renascimento. Em primeiro
lugar, a burguesia começou a fortalecer-se, devido ao capitalismo, durante o período
renascentista, pois a ampliação do comércio proporcionado
pelo capitalismo mercantilista permitindo aos burgueses uma grande evolução
financeira. O crescimento da burguesia e o surgimento do capitalismo no século XV
levaram os europeus a procurarem novas rotas comerciais. O contato com os diversos
povos fez com que os navegadores europeus desenvolvessem os primeiros estudos
sobre a cultura e o desenvolvimento das sociedades que eles chamavam de
“primitivas”. Surgem aí as primeiras escritas que, de maneira etnocêntrica, estavam
classificando e ordenando as pessoas de etnias diferentes. Essas são as primeiras bases
para o desenvolvimento de uma área dos estudos sociais que fará parte da sociologia:
a antropologia. O contexto europeu do século XIX era de caos e instabilidade social,
devido a mudanças sociais ocorridas pela Revolução Francesa e pela Revolução
Industrial. Esta marcou o início de uma nova fase do capitalismo, o capitalismo
industrial. A grande produção nas indústrias, comandadas pela burguesia, que havia
enriquecido com o comércio, agitou os grandes centros urbanos, primeiramente
situados na Inglaterra, como Londres. Houve, por conta disso, um intenso e repentino
êxodo rural, o que ocasionou desemprego (pois não havia trabalho disponível para
todo mundo) e suas consequências: violência, miséria, epidemias e instabilidade social.
Já aquela deixou a França em um longo período de instabilidade política desde o fim
do século XVIII. Esses fatores fizeram com que Auguste Comte apostasse na criação de
uma nova ciência como maneira de entender e reorganizar a sociedade. Essa ciência
foi chamada primeiro de física social, mais tarde, o próprio Augusto Comte batizou-a
de sociologia, o que fez com que ficasse conhecido como o “pai da sociologia”. Apesar
de ter formulado a ideia inicial dessa área, Comte não criou um método próprio para a
sociologia e nem desenvolveu estudos estritamente científicos no ramo, o que fez com
que o filósofo, escritor e psicólogo francês Émile Durkheim criticasse a sua obra e
dedicasse-se a tornar a sociologia uma ciência.

4. Compare as perspetivas dos seguintes autores sobre as desigualdades


sociais, explicando-as de uma forma desenvolvida.
a) Karl Marx. (cotação: 3 valores)
b) Max Weber. (cotação: 3 valores)

Karl Marx destacou e argumentou a natureza contraditória da sociedade, na medida


em que escreveu a teoria do conflito ou sociologia do conflito. Para Karl Marx, a
transformação da sociedade advém das desigualdades na distribuição dos meios de
produção, pois as pessoas querem controlar o poder e a produção para satisfazerem
os seus privilégios, e acabam por entrar em conflitos com aquelas pessoas que não
têm meios de produção. Este, ainda refere, que não no fomento de leis gerais para a
organização humana. Max Weber acredita que as desigualdades sociais são
multidimensionais, não se baseando apenas na economia, mas também por razões
históricas, e que as mudanças podem ser causadas pelos bens materiais e económicos
das sociedades. Weber destacou que a sociologia deveria prestar atenção à estrutura
da sociedade como um todo, na medida em que perceberia os significados que os
indivíduos dão a essas estruturas. Max Weber, tal como Karl Marx, não acredita que
hajam leis geris da organização humana, mas acredita que devam haver leis isentas de
juízos de valor, ou seja, leis objetivas para analisar e descrever os fenómenos sociais.
Karl Marx e Max Weber são alguns dos intelectuais que abordaram o tema das
desigualdades sociais. As desigualdades existem em todo o lado, entre indivíduos,
grupos étnicos, classes sociais, no trabalho, entre outros. Ao redor do nosso mundo,
podemos ver uma quantidade exorbitante de desigualdades, nas relações
interpessoais entre homens e mulheres, entre ricos e pobres, nos salários auferidos
entre as mulheres e os homens, e mais grave do que isso são os conflitos que geram
crimes violentos, e depois vêm as manifestações, os protestos e as greves.
Normalmente, os recursos valorizados pelas sociedades, como por exemplo, o
dinheiro, o emprego, o poder, o estado da casa, são a base de muitos conflitos, que
cada vez mais estão presentes na vida social.

O trabalho do sociólogo consiste em analisar a sociedade em sua organização


geral. Com a interação social acontece, permanece e como ocorre a influência de
elementos como o capitalismo, a globalização, o consumo nas sociedades, as guerras e
a produção é tema abordado constantemente de análise sociológica. Enquanto a
sociologia se dirige no todo dessas relações sociais, ela também se utiliza de outras
ciências para utilizar outras partes que sejam mais precisas dos elementos de uma
sociedade. A Psicologia fornece uma ferramenta de análise dos indivíduos para a
compreensão dos seus papéis individuais no todo e para fim de comparação entre a
ação de um individuo inserido na sociedade. A Ciência Política e a Economia dão-nos
os estudos sobre as estruturas económicas e políticas das sociedades, que consistem
em importantes elementos para entender-se o todo da organização social.
A Antropologia, por sua vez, fornece um estudo mais apurado sobre o Homem pelo
meio das suas origens e de suas diversas culturas, que podem surgir vários processos
de desenvolvimento social diferentes. Todas estas áreas estão ligadas entre si.
Sociologia é um estudo da sociedade, padrões de relações sociais, interação
social e cultura da vida quotidiana. É uma ciência social que utiliza vários métodos
de investigação empírica e análise crítica para desenvolver um corpo de conhecimento
sobre ordem social, aceitação e mudança ou evolução social também pode ser definida
como a ciência geral da sociedade. Enquanto alguns sociólogos realizam pesquisas que
podem ser aplicadas diretamente à política social e ao bem-estar social, outros se
empenham em aprimorar a compreensão teórica dos processos sociais. O assunto
varia do nível de microssociologia da interação individual ao nível macro social dos
sistemas e da estrutura social. No início do século XIX, o filósofo francês Auguste
Comte formulou o positivismo, uma doutrina filosófica que visa o progresso social por
meio da ordem social, do progresso científico e da disciplina individual. A base
do positivismo é a lei dos três estados, que reconhecia na humanidade a clemência de
três distintos estágios de desenvolvimento: o estado teológico, o estado metafísico e o
estado positivo. Caraterizando cada estado, o primeiro estado são as explicações
acerca da natureza baseavam-se em especulações religiosas baseadas em divindades e
seres sobrenaturais, porque o ser humano, na verdade, não conseguia explicar os
fenómenos naturais. No segundo estado, o ser humano evoluiu intelectualmente e
criando uma filosofia como a maneira de promover uma especulação racional acerca
da organização do mundo, mas ainda não era capaz de criar e utilizar a ciência para
promover tais explicações. O terceiro e último estado é o mais avançado devido ao
fomento da ciência. A partir daqui, houve o reconhecimento de que as explicações
sobre a natureza se encontram na própria natureza e de que a organização natural do
mundo requer um processo de observação e dissipação do mundo para depois se
elaborar teorias. Para Comte, esse último estágio era o que o século XIX vivia, mas,
para completá-lo, era necessário o desenvolvimento de uma nova ciência capaz
de estudar a sociedade por meio dos mesmos mecanismos que as ciências da natureza
usavam em relação à natureza. A sociedade europeia vivia os reflexos de duas grandes
revoluções e de mudanças sociais que aconteciam desde o Renascimento. Em primeiro
lugar, a burguesia começou a fortalecer-se, devido ao capitalismo, durante o período
renascentista, pois a ampliação do comércio proporcionado
pelo capitalismo mercantilista permitindo aos burgueses uma grande evolução
financeira. O crescimento da burguesia e o surgimento do capitalismo no século XV
levaram os europeus a procurarem novas rotas comerciais. O contato com os diversos
povos fez com que os navegadores europeus desenvolvessem os primeiros estudos
sobre a cultura e o desenvolvimento das sociedades que eles chamavam de
“primitivas”. Surgem aí as primeiras escritas que, de maneira etnocêntrica, estavam
classificando e ordenando as pessoas de etnias diferentes. Essas são as primeiras bases
para o desenvolvimento de uma área dos estudos sociais que fará parte da sociologia:
a antropologia. O contexto europeu do século XIX era de caos e instabilidade social,
devido a mudanças sociais ocorridas pela Revolução Francesa e pela Revolução
Industrial. Esta marcou o início de uma nova fase do capitalismo, o capitalismo
industrial. A grande produção nas indústrias, comandadas pela burguesia, que havia
enriquecido com o comércio, agitou os grandes centros urbanos, primeiramente
situados na Inglaterra, como Londres. Houve, por conta disso, um intenso e repentino
êxodo rural, o que ocasionou desemprego (pois não havia trabalho disponível para
todo mundo) e suas consequências: violência, miséria, epidemias e instabilidade social.
Já aquela deixou a França em um longo período de instabilidade política desde o fim
do século XVIII. Esses fatores fizeram com que Auguste Comte apostasse na criação de
uma nova ciência como maneira de entender e reorganizar a sociedade. Essa ciência
foi chamada primeiro de física social, mais tarde, o próprio Augusto Comte batizou-a
de sociologia, o que fez com que ficasse conhecido como o “pai da sociologia”. Apesar
de ter formulado a ideia inicial dessa área, Comte não criou um método próprio para a
sociologia e nem desenvolveu estudos estritamente científicos no ramo, o que fez com
que o filósofo, escritor e psicólogo francês Émile Durkheim criticasse a sua obra e
dedicasse-se a tornar a sociologia uma ciência.

Nota: nas suas respostas às questões deve evitar repetir as frases dos diapositivos ou um uso
excessivo de citações. Em caso de mobilização de um autor específico deve identificar o autor
pelo apelido (não é preciso identificar o livro ou o artigo nem a página).

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