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Cultura
Finais do século XIX e primeira metade do século XX – A Antropologia decidiu começar a estudar os
modos de vida das comunidades não ocidentais e apercebeu-se de que a cultura não era um conjunto de
objetos, práticas e modos refinados, mas sim o sentido que as pessoas atribuem à realidade.
A cultura está presente na vida quotidiana, na maneira de nos apresentarmos, nas práticas banais e
comuns e na forma como nos integramos nas instituições.
Cultura, em sentido sociológico: o conjunto complexo e articulado de maneiras próprias de pensar, sentir e
agir de qualquer indivíduo / grupo, que o caracteriza. Esta concretiza tudo o que é socialmente aprendido e
partilhado pelos membros do mesmo.
Elementos constitutivos da cultura: Elementos materiais e imateriais/espirituais de
uma cultura:
Normas;
Valores; Material: elementos palpáveis e concretos
Crenças; (ex: obras de arte, vestuário,
Produções técnicas; monumentos, etc).
Produções artísticas; Espiritual / imaterial: ideias, crenças,
Produções literárias, etc. normas, valores, usos e costumes do
grupo (ex: fé, danças, música, culinária,
festas, etc).
Subculturas - representam as “culturas” de grupos mais pequenos que se inserem na sociedade,
coexistindo com a cultura dominante.
Padrões culturais – Conjuntos próprios de agir, pensar e sentir de uma sociedade específica. Orientam as
ações dos grupos sociais e dos indivíduos, dentro de cada sociedade, permitindo a previsibilidade.
Previsibilidade – permite a coesão social já que gera nos indivíduos uma sensação de segurança (de que estes
se apercebem apenas quando estão em situações desconhecidas).
Cultura – representa tudo o que não é inato, ou seja, natural; Comer, dormir, reproduzir-se, beber são
coisas naturais ao ser humano mas a forma como os humanos as praticam já é de domínio cultural,
depende de cada cultura.
Cultura forma de demarcação social pois, numa sociedade de classes sociais, há grupos sociais que
realizam determinadas práticas culturais a que outros não têm acesso, e isso serve para criar distinções.
Assim os sociólogos defendem o direito à democracia cultural, ou seja, a cultura torna-se uma plataforma
em que todos os indivíduos podem participar e serem responsáveis. Todos têm o direito de criar e receber
cultura.
Socialização:
Socialização – processo através do qual os indivíduos aprendem, desde que nascem e ao longo da sua vida,
os valores, as crenças, as normas e as práticas da sociedade a que pertencem; tem como objetivo a
integração do indivíduo nos variados grupos a que irá pertencer ao longo da sua vida.
Socializar – inculcar no indivíduo modos de pensar, agir e sentir dos grupos em que ele está inserido ou irá
inserir-se.
Socialização:
permite a integração dos indivíduos na sociedade. Os indivíduos aprendem os modelos culturais
vigentes, assimilam-nos e adotam-nos como seus.
permite a inclusão, ou seja, o conjunto de medidas e políticas que permitem a participação
igualitária de todos na sociedade).
No entanto, se a socialização falha – dá-se a exclusão social (colocação de um indivíduo de parte da
sociedade, privando-o de direitos).
Dois tipos de socialização:
Primária – tem início no nascimento do indivíduo e termina +/- quando este entra para o seu período
escolar. A criança é socializada principalmente pela sua família e as suas aprendizagens são mais intensas e
marcantes do que as de qualquer outra fase da sua vida, em 1º lugar porque a criança está preparada para
receber e assimilar mais quantidades de informação e em 2º lugar porque existe uma forte ligação afetiva e
emocional com os seus agentes socializadores.
Secundária – ocorre desde o início do período escolar até morrer; acontece em domínios mais específicos e
diferenciados, ensinando cada pessoa a aprender os comportamentos e as normas desse segmento do
mundo social.
Nesses domínios específicos de aprendizagem, cada individuo tem um papel social. Os indivíduos ao longo
da sua vida pertencem a diferentes grupos, desempenhando neles várias funções, sendo que a estas estão
associados determinados comportamentos que devem ser seguidos por todos aqueles que desempenham
essa função.
Papel social – funções desempenhadas por um indivíduo num determinado grupo social; comportamentos
e formas de agir que a sociedade espera do indivíduo.
Estes dependem do estatuto social de cada indivíduo. São dois:
Estatuto de atribuição / inato – o indivíduo não os controla, já nascem com ele (ascendência, etnia,
cor de pele, género, etc);
Estatuto de realização / adquirido – aquisições do indivíduo condicionadas pelos recursos de que
dispõe (escolaridade, profissão, modo de vida, etc).
Multiplicidade de papeis sociais – ter muitos papeis sociais; são tantos papeis quanto as funções
desempenhadas pelo indivíduo.
Conflito de papeis sociais - dá-se quando o desempenho de um determinado papel social colide com o
desempenho de outro do mesmo indivíduo.
Processo de socialização:
Agentes de socialização: é tudo o que seja instituição, associação, etc e que contribua, promova e
influencie diretamente no processo de socialização dos indivíduos (ex: comunidade, família, meios de
comunicação, escola, grupos sociais…)
Grupos sociais: grupos estruturados e contínuos de indivíduos que desempenham papeis sociais em
função de objetivos, interesses e valores em comum (ex: família, colegas de trabalho, amigos,
associações desportivas, etc).