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(da matéria) são, por completo, manifestações de Deus na totalidade do
mundo. Dessa forma, o autor contraria a visão tradicional sobre Deus, que o
compreendia como sendo transcendente de sua criação, com personalidade
e desejos tipicamente humanos. Espinoza percebe Deus como nada além de
uma necessidade do mundo real e, assim sendo, não faria sentido atribuí-lo
algum caráter exclusivamente humano, como se uma substância infinita
estivesse condicionada de sentimentos e desejos de natureza tipicamente
humana. Para Espinoza, o intelecto humano seria apenas um dos vários
atributos de Deus, uma vez que tudo que existe é e está em Deus.
Para Espinoza, Deus poderia ser descrito de duas formas: uma, como sendo
natura naturans (uma substância ativa, criativa, que dá início e harmonia às
sucessivas ordens de causa de efeito no mundo) e natura naturata (uma
substância passiva, inata, legisladora, base sustentadora de todo o mundo).
Deste modo, o autor busca unificar visões imanentistas sobre a natureza
como algo puramente dado e sem movimento, tanto como as visões que
negam o ser e afirmam a natureza de todas as coisas como pura
transitoriedade permanente; sendo Deus a pura substância do mundo, tanto
o ser como o estar estariam presentes dentro da existência de Deus, uma
vez que a substância divina embarca todas as coisas.