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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

MATEUS RUAN BARROSO MATOS

RACIONALISMO, EMPIRISMO E PRAGMATISMO


Concepção de e educação neles subjacentes

SÃO LUÍS
2021
No princípio da filosofia moderna, entre o século XVI e o XVIII, influenciados
pelas transformações ocorridas durante o renascimento, surge entre os intelectuais
europeus um novo propósito de provação da verdade e uma inquietação para chegar
a um método novo e eficiente para o problema do conhecimento. Dessa forma, surgem
duas importantes e distintas correntes filosóficas com berço na Inglaterra, o
Racionalismo e o Empirismo. Avançando um século no tempo, emerge nos Estados
Unidos, em nome de Paul Peirce e William James, um movimento filosófico capaz de
assentar as disputas metafísicas que se acirravam até ali, o Pragmatismo.

Para os racionalistas, a razão é a única fonte confiável do saber, sendo esse


conhecimento proveniente de ideias já contidas em nós. Nomes como David Hume e
Spinoza foram responsáveis por debruçarem-se e desenvolver muito o que é o
racionalismo que conhecemos hoje. Isso ocorreu em cima das bases construídas por
René Descartes. Com uma forte influência dos estudos aristotélicos, o filósofo dá o
pontapé inicial elaborando a doutrina das Ideias Inatas, que descartava qualquer
possibilidade de conhecimento adquirido com a experiência prática das coisas,
sugerindo uma espécie de pré-disposição humana a deduzir e organizar dentro de si
os conhecimentos científicos que o levam à razão, fazendo dessa forma, um paralelo
entre razão e metafísica. O movimento tem seu mérito na consolidação do
pensamento racional desprezado por muito tempo antes do período iluminista, porém,
por negar totalmente outras fontes de obter a razão, se torna limitado quando se sabe
da importância de fontes mais simples, que para muitos indivíduos, pode ser a única
for de chegar à verdade, dado a sua realidade.

O outro movimento que se destacou na Idade Moderna junto com o


Racionalismo foi justamente o que se opôs à sua forma de ver o ser humano. O
Empirismo tem como princípio o conhecimento como fruto da experiência, vendo o
indivíduo como um quadro negro, que tem suas vivencias como um giz branco, objeto
responsável por preenche-lo ao decorrer da vida. Segundo o empirista David Hume,
não é possível fundamentar um conhecimento com experiências ainda não vividas, ou
seja, o homem não é capaz de definir uma verdade antes de presencia-la, nem tanto
obter uma verdade absoluta a partir dessa experiência, limitando a verdade a uma
possibilidade. Assim, se faz notável a grande influência do pensamento do ceticismo
no pensamento de Hume.
Ainda no conceito empirista, é necessário destacar a importância de Francis
Bacon para a implementação do método experimental na ciência moderna. Como
adepto do método indutivo, o filósofo sugere que para chegar a conclusões universais
é preciso primeiro partir de conclusões particulares, do ponto de vista do objeto de
estudo.

Em um período diferentes, com avanços e descobertas que fazem as duas


realidades completamente distintas, o Pragmatismo afirma que toda ideia se pauta na
possibilidade da prática, ou seja, todo e qualquer pensamento para ser concretizado
como verdade, precisa se mostrar assim quando é posto em ação. Caso contrário se
mostrará irrelevante para nossa realidade, podendo ser descartada.

O pragmatismo tem como base a comprovação empírica dos fatos, se impondo


contra a dedução a priori, mas sem descartar o papel da imaginação nesse processo.
Seus autores não tinham como pretensão chegar a verdades absolutas ou origens,
mas a conclusões que fossem reais para o contexto em que o método fosse inserido,
vendo a verdade como parte de um processo em movimento, sendo por tanto, uma
ideologia de meios para a chegada de possíveis fins.

William James, um dos precursores do movimento, acreditava que hipóteses


filosóficas não devem ser tidas como verdade imutáveis, mas devem ser usadas na
medida que funcionem em dada realidade. Tendo valor concreto numa vida, sendo
verificada e comprovada na prática, podem ser consideradas.

Em períodos e de formas diversas, o racionalismo, o empirismo e o


pragmatismo se diferem e se compõem como uma peça de lego infinita, pois ao longo
do tempo chegarão mais peças para compor esse conjunto que é a educação. É de
extrema importância cada conceito formado até então, pois mesmo limitados pelas
necessidades e condições de cada época, servem de base para o estudo da educação
e a compreensão de seu desenvolvimento, chegando à realidade atual, onde
podemos modelar esses pensamentos para a criação de novos.

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