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O que foi a filosofia moderna

A Filosofia Moderna é uma corrente ideológica que surgiu no século XV e


prevaleceu até o século XVIII, marcando uma mudança de pensamento medieval
- que até então era voltado à fé cristã - para a reflexão em torno do conhecimento
humano e valorização da razão.
O início do pensamento moderno se deu com os filósofos René Descartes
e Galileu Galilei, deixando para trás as ideias aristotélicas e abrindo caminhos
para a possibilidade de explicações pautadas na ciência. Diante desse contexto,
o final da Idade Média trouxe consigo muitas descobertas científicas e também
grandes transformações culturais na Europa, provocando intensa repercussão
no meio artístico e em outros campos do saber.
Nesse momento, apesar de muitas características clássicas do período
medieval terem sido preservadas, surgiram novos paradigmas, como, por
exemplo, a ideia do homem como centro do universo - antropocentrismo. Assim,
pode-se dizer que as novas formas de pensar desenvolvidas a partir do
Renascimento e difundidas pelo Humanismo colaboraram então para a
consolidação do período conhecido como Filosofia Moderna.

Escolas da Filosofia Moderna


Na Modernidade, tivemos a formação de duas escolas principais relativas
à teoria do conhecimento (empirismo e racionalismo), e a consolidação de
escolas políticas que resultaram, principalmente, no Iluminismo, que operou uma
junção entre conhecimento, moral e política.
Uma marca da Modernidade é o ceticismo frente à atitude dogmática em
relação a alguns assuntos. Plínio Junqueira Smith, estudioso do ceticismo,
afirma que a atitude cética é, em suma, aquela que questiona a visão dogmática.
Os céticos, na Antiguidade, liderados por Pirro, não acreditavam na
possibilidade de atingir algum conhecimento verdadeiro, transformando a
suspensão dos juízos em uma atitude crítica perante ao dogmatismo que
imperava nas filosofias gregas, sobretudo as escolas filosóficas pré-helênicas.
Na Idade Média, a atitude dogmática avançou, em certo sentido, pois buscava
compreender, de maneira plausível e racional, a absoluta verdade
inquestionável.
Na Modernidade, o debate entre racionalistas e empiristas trouxe à tona,
novamente, o dogmatismo (por buscar uma verdade final e absoluta), porém,
junto à atitude dogmática, veio o ceticismo (não o ceticismo pirrônico, mas um
ceticismo construtivo, que visava a criticar a atitude extremamente dogmática).
Racionalismo
Por coadunar com o pensamento corrente e mais marcante da
Modernidade, o cientificismo, a escola racionalista, junto ao empirismo são
grandes representantes do que foi a Filosofia desenvolvida durante a
Modernidade.
Nesse sentido, os racionalistas modernos foram críticos de traços da
Filosofia posterior, ao tentar delimitar a maneira de se obter o conhecimento
correto. Porém, o que define o racionalismo, em primeira e mais completa
instância, é o fato de que eles defendiam que o conhecimento verdadeiro é
obtido por meio de um exercício estritamente racional, sem recorrer aos dados
da experiência prática, mas recorrendo ao puro raciocínio por meio da abstração
intelectual.
Há, entre os racionalistas, uma espécie de resgate e aperfeiçoamentos
das ideias de Platão. São representantes dessa vertente filosófica René
Descartes, Wilhelm Gotffried Leibniz e Blaise Pascal.
Empirismo
Para os filósofos empiristas, o conhecimento verdadeiro só pode ser
obtido mediante dados coletados pela experiência empírica. O conhecimento,
segundo eles, nasce quando ouvimos, vemos, sentimos, degustamos etc. Os
dados fornecidos por essas experiências sensoriais são transformados em
ideias, mas nascem com a experiência e nela encontram a sua corretude.
Contratualistas
Os filósofos contratualistas atestam a sua importância no campo político
e jurídico. Defensores da existência de um hipotético estado pré-moral da
humanidade, os contratualistas afirmaram que as sociedades foram constituídas
a partir de um pacto social formado a fim de encerrar o estado de natureza
humano (o estágio pré-moral), pois somente assim é possível construir as leis e
fundar os agrupamentos humanos politicamente fundamentados.
Esses filósofos acreditam em duas diferentes leis: uma lei de natureza
que rege a vida natural (por isso são chamados também de jusnaturalistas) e de
uma lei pactual, que dá início à formação da sociedade.
Iluminismo

Principais filósofos do modernismo

René Descartes (1596-1650) – é o filósofo que mais cai no ENEM. Conhecido


pela frase “penso, logo existo”, o pensador era cético quanto aos sentidos e
valorizava o conhecimento dominado pela razão. Foi criador do método
cartesiano, o qual seguia as regras da evidência, análise, ordem e enumeração.
Descartes é considerado o “pai da filosofia moderna” e faz parte da corrente
racionalista.

Thomas Hobbes (1588-1679) – empirista, defendia a ideia de que não existia


representação mental e entendimento sem a prévia experiência. Era defensor da
monarquia e acreditava que o ser humano era inclinado para o mal e, por isso,
precisava de uma intervenção forte, aplicada por leis. Criador da frase “ o homem
é o lobo do homem”, tinha em mente que o ser humano nutria uma necessidade
de se livrar desse estado natural para então se relacionar socialmente.

John Locke (1632-1704) – considerado um dos filósofos mais influentes da


modernidade, John Locke defendia o empirismo e a liberdade individual,
tornando-se precursor de muitas ideias apresentadas no Iluminismo francês no
século XVII.

Adam Smith (1723-1790) – Filósofo e economista escocês, Smith foi o principal


teórico do liberalismo econômico, criticando assim o sistema mercantilista. Sua
obra mais emblemática é o “Ensaio sobre a riqueza das nações”. Aqui, ele
defende uma economia baseada na lei da oferta e procura, o que resultaria na
autorregulação do mercado e consequentemente, supriria as necessidades
sociais.

Voltaire (1694-1778) – Filósofo, poeta, dramaturgo e historiador francês foi um


dos mais importantes pensadores do Iluminismo, movimento baseado na razão.
Defendeu a monarquia governada por um soberano esclarecido e a liberdade
individual e de pensamento, ao mesmo tempo que criticou a intolerância religiosa
e o clero. Segundo ele, a existência de Deus seria uma necessidade social e,
portanto, se não fosse possível confirmar sua existência, teríamos de inventá-lo.

David Hume (1711-1776) – tinha fortes argumentos céticos, o que causou grande
repercussão na época. Chegou a ser acusado de heresia pela Igreja Católica e
foi um grande crítico do racionalismo. Para ele, o conhecimento estava
relacionado às impressões sensoriais, como a visão, o tato, a audição, olfato e
o paladar, e as ideias que surgem na consciência.

Jean Jacques Rousseau (1712-1778) – considerado um dos mais renomados


pensadores do Iluminismo, Rousseau tinha uma tese de que o ser humano
viveria melhor em seu estado natural, em liberdade. Era contrário aos ideais de
Hobes e acreditava que as leis, o governo e a moral instituída na sociedade
corrompia o homem.

Características do contexto histórico


Diversas transformações ocorreram no pensamento europeu da época
dos quais se destacam:
• a passagem do feudalismo para o capitalismo
• o surgimento da burguesia
• a formação dos estados nacionais modernos
• o absolutismo
• o mercantilismo
• a reforma protestante
• as grandes navegações
• a invenção da imprensa
• a descoberta do novo mundo
• o início do movimento renascentista

Principais características do modernismo


As principais características da filosofia moderna estão pautadas nos
seguintes conceitos:
• Antropocentrismo e Humanismo
• Cientificismo
• Valorização da natureza
• Racionalismo (razão)
• Empirismo (experiências)
• Liberdade e idealismo
• Renascimento e iluminismo
• Filosofia laica (não religiosa)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/filosofia-moderna.htm
https://www.todamateria.com.br/filosofia-moderna/
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/filosofia-moderna

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