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“Não se ensina Filosofia, mas a filosofar.


Immanuel Kant (filósofo alemão / 1724-1804)
FILOSOFIA MODERNA
1- Panorama da Época – séculos 16 e 17 (Texto 5)
Desintegração das estruturas feudais.
Ascenção da burguesia.
Chegada do Renascimento.
Conhecimento científico (afunilamento e delimitação das
áreas do saber).
Razão como referência para o pensar e o agir.
Antropocentrismo (ser humano como centro) no lugar do
Teocentrismo (Deus como centro).
Subjetividade como foco: o conhecimento não acontece sem
o sujeito que conhece.
FILOSOFIA MODERNA
2- Principais correntes filosóficas

RACIONALISMO: a razão é o alicerce de todo


conhecimento possível.

EMPIRISMO: não há conhecimento sem comprovação.

ILUMINISMO: as correntes racionalistas são unidas às


empiristas.
FILÓSOFOS MODERNOS
3- René Descartes – 1596-1650 (Texto 5)
Chamado de “Pai do Racionalismo”, o filósofo francês René
Descartes partiu da dúvida metódica em busca das certezas que
procurava.

Escreveu o famoso livro Discurso do Método, no qual apresenta os


passos básicos na busca do conhecimento verdadeiro.

No seu método, Descartes formulou quatro regras elementares para se alcançar o


conhecimento verdadeiro:
REGRA 1: Evitar a prevenção e a precipitação, só aceitando como verdadeiras as coisas evidentes;
REGRA 2: Dividir cada dificuldade em tantas parcelas quanto seja possível e necessário para
resolvê-las;
REGRA 3: Conduzir em ordem os pensamentos, começando dos mais simples até os mais
complexos;
REGRA 4: Fazer inventários e revisões tão completos que não se deixe nada de fora.

Ele é o autor da célebre frase “penso, logo existo”, que se tornou o princípio de sua filosofia e,
a partir da qual, ele chega até a existência de Deus.
FILÓSOFOS MODERNOS
4- Francis Bacon– 1561-1626 (Texto 5)
Considerado “Pai do Empirismo”, o filósofo inglês Francis Bacon
propôs um instrumento novo, baseado na lógica e na experiência,
para instaurar as ciências.

Criador da chamada Lógica Indutiva e do método indutivo de


investigação, ele ressaltou que, na ânsia de se chegar ao
conhecimento verdadeiro, costumam-se cometer erros muitas vezes
elementares.

Bacon chamou tais erros de Ídolos e os dividiu em quatro tipos:


ÍDOLOS DA TRIBO: aqueles cometidos quando alguém concebe as coisas à sua própria imagem;
ÍDOLOS DA CAVERNA: erros próprios dos grupos a que pertencem as pessoas (hábitos, educação
familiar etc.);
ÍDOLOS DO TEATRO: erros advindos das grandes teorias filosóficas;
ÍDOLOS DA PRAÇA PÚBLICA: erros oriundos da linguagem.

O filósofo dizia que os cientistas (e as pessoas, no geral) quando estão presos aos ídolos
terminam tomados por falsas noções, por preconceitos e por maus hábitos.
FILÓSOFOS MODERNOS
5- Thomas Hobbes– 1588-1679 (Texto 5)
Também filósofo empirista, Hobbes deixou grande contribuição para
as ciências humanas, em especial as ciências sociais.

É dele a célebre frase “O homem é o lobo do homem”. O filósofo


inglês dizia que, embora viva em sociedade, o ser humano não
possui o instinto natural da sociabilidade.

Dessa forma, para acabar com a brutalidade social primitiva, Hobbes propõe a criação
artificial da sociedade política, administrada pelo Estado. Trata-se do famoso Contrato
Social.

O filósofo ressaltava que sem o Estado e sua estrutura organizacional o ser humano viveria
em constante guerra.

Seu ideal filosófico inspirou a frase “minha liberdade termina onde começa a do outro”.

Sua visão política influenciou vários governos e Constituições.


FILÓSOFOS MODERNOS
6- Immanuel Kant– 1724-1804 (Texto 5)
Considerado “Pai das Ciências”, o filósofo alemão Kant mergulhou
fundo no Racionalismo e no Empirismo, conseguindo realizar a fusão
necessária dos dois para construir as bases da ciência, que
continuam válidas até hoje.

Ele teceu críticas ao Racionalismo pela sua ênfase aos elementos


a priori, fazendo o mesmo ao Empirismo pela sua redução
excessiva aos elementos a posteriori.

Kant, então, criou os chamados juízos para se chegar ao conhecimento verdadeiro.

JUÍZOS ANALÍTICOS: acontecem a priori, sem referência imediata à experiência; são


sempre verdadeiros e servem para análise. Exemplo: a casa verde é casa.

JUÍZOS SINTÉTICOS: acontecem a posteriori e dependem da experiência. Exemplo: a casa


é verde.

Para Kant, cabe à Filosofia responder a três questões elementares: o que sei, o que devo
fazer e o que devo esperar.
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
1- Panorama da Época – a partir do século 18 (Texto 6)
Começou depois da Revolução Francesa (1789) e dura até os dias de hoje.

O espírito humano mudou com os avanços tecnológicos da humanidade, levando


muitos pensadores a tecerem críticas à modernidade e às ciências, com seus
aspectos positivos e negativos.

Nas primeiras décadas do século 20 o mundo estava em crise; a filosofia também.


Diversos pensadores passaram nessa época a questionar o sentido da vida
humana. Surge, assim, a tendência existencialista.
Agora, não basta colocar o ser humano como centro das atenções, como fizeram
as correntes da Filosofia Moderna. É preciso localizá-lo no tempo e no espaço
geográfico, como um ser-no-mundo, passível de ser influenciado decisivamente
pelo seu cotidiano.

O ser humano enfocado pela Filosofia Contemporânea é também marcado por


contradições, por vivências concretas, que o colocam como um ser que sente
sensações contraditórias e que pensa sobre os efeitos disso.
FILÓSOFOS CONTEMPORÂNEOS
2- Georg Hegel– 1770-1831 (Texto 6)
Hegel entendia que a forma de pensar do ser humano seria variável de
acordo com o tempo. Assim, seria impossível determinar uma verdade
universal, como pretendiam os pensadores até a Filosofia Moderna.

A história constitui o ponto central das ideias de Hegel, uma vez que ela
determina a maneira como as pessoas pensam e agem em determinado
período de tempo. Assim, o fundamento de uma ideia é o contexto em que
ela se encontra inserida.

O que o pensamento do filósofo realça é que cada época tem seus valores, sua verdade. Um
pensamento está vinculado ao contexto histórico em que se insere e evolui à medida que
acrescentamos algo de novo.

A progressão do pensamento não acontece por força do acaso, mas através de um processo
dialético. Este é formado pela contraposição de uma tese (ideia) a uma antítese (ideia contrária à
tese), que dá origem a uma síntese (conclusão).

Hegel diz que o caminho para o autoconhecimento do ser humano rumo ao desenvolvimento do
espírito do mundo deve passar por três etapas: razão subjetiva (o ser humano toma consciência
de si e de seu papel), razão objetiva (estágio da consciência coletiva em nível social através da
família, sociedade civil e Estado) e razão absoluta (ponto mais elevado, quando o espírito do
mundo entende seu papel no contexto histórico).
Na razão objetiva encontra-se situado o Estado, que, para Hegel, consiste no grau máximo de
agrupamento entre os diversos interesses contraditórios dos indivíduos que o compõem.
FILÓSOFOS CONTEMPORÂNEOS
3- Sören Kierkegaard – 1813-1855 (Texto 6)
Esse filósofo dinamarquês é considerado o grande precursor do movimento
existencialista, ocorrido no século 20, momento histórico de ampla difusão
de sua filosofia.

O Existencialismo é um conjunto de doutrinas filosóficas que têm foco na


existência, ou seja, na condição de existência humana. Nele, o ser humano é
responsável pela construção da sua essência a partir da sua existência
concreta no mundo.

Para Kierkegaard o importante é o individual, não o universal. Foi um filósofo da subjetividade. Ele
descreveu as fases de construção do saber, que se traduzem como atitudes do indivíduo perante a
vida, divididas em estética, ética e religiosa.

Na fase estética o indivíduo busca exclusivamente a satisfação de seus desejos, guiado pelo
prazer, sem qualquer outro objetivo.

Na fase ética o indivíduo se deixa guiar pela consciência do valor sobre o certo e o errado, do que
é moral e justo; começa a se preocupar com o outro, com a vida em sociedade, com sentimentos de
solidariedade, de participação política, de respeito.
Na última fase, a religiosa, o indivíduo vai além da lei, da moral e da razão, deixando-se guiar
integralmente pela fé, que não deve ser buscada pelo caminho intelectual, por conter uma série de
contradições. Na fase religiosa o ser humano, ao encontrar-se com Deus, pela fé, encontra-se
consigo mesmo.
FILÓSOFOS CONTEMPORÂNEOS
4- Friedrich Nietzsche – 1844-1900 (Texto 6)
Esse filósofo alemão tem na ética e na crítica da religião as partes mais
significativas do seu pensamento. Teceu fortes críticas à moral cristã, por
considera-la uma forma de aprisionamento das pessoas.

Segundo Nietzsche, existem dois elementos fundamentais e antagônicos que


norteiam o ser humano: o espírito apolíneo, que representa a ordem, a
harmonia e a razão, e o espírito dionisíaco, que representa o sentimento, a
ação e a emoção.

Ele defendia que o papel da Filosofia seria o de libertar o ser humano do espírito apolíneo, levando-
o a encontrar com o niilismo. O niilismo de Nietzche conduz o ser humano ao encontro de valores
afirmativos de sua existência real, de sua vontade de poder, para que possa escapar dos valores
e das crenças tradicionais.

O eterno retorno pode ser considerado a fórmula que sintetiza todo o pensamento de Nietzsche. O
filósofo diz que devemos aceitar a vida como ela é, e o eterno retorno consistiria num verdadeiro
teste pelo qual o homem deveria passar: a vida, revivida inúmeras vezes, não trazendo nada de
novo, tudo ocorrendo na mesma ordem e na mesma sucessão, pode levá-lo à destruição ou à
exaltação, dependendo de sua capacidade para superar e admitir essa contínua repetição.

O filósofo considerava o super-homem como a própria expressão da vontade de poder. Trata-se de


uma metáfora sobre a capacidade que ser humano tem de encontrar dentro de si mesma a força
necessária para superar a si mesmo e vencer seus medos e os obstáculos que precisa transpor.

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