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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 4
Introdução.................................................................................................................................... 7
Unidade I
ENGENHARIA LEGAL: ÉTICA PROFISSIONAL E CONCEITOS BÁSICOS......................................................... 9
Capítulo 1
Ética profissional................................................................................................................. 9
CapÍtulo 2
Conceitos básicos – engenharia legal........................................................................... 16
Unidade II
APRESENTAÇÃO DAS NORMAS ESPECÍFICAS DA ABNT........................................................................... 21
CapÍtulo 1
Norma de Avaliação de Bens – Procedimentos Gerais.................................................. 21
CapÍtulo 2
NBR 14.653-2: Norma de Avaliação de Bens – Imóveis Urbanos..................................... 30
Unidade III
PERÍCIAS JUDICIAIS E AMBIENTAIS......................................................................................................... 33
CapÍtulo 1
Perícias judiciais e ambientais............................................................................................ 33
Unidade IV
ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS............................................................................. 41
CapÍtulo 1
Elaboração de laudos e pareceres técnicos................................................................ 42
CapÍtulo 2
Principais patologias encontradas em edificações...................................................... 64
Referências................................................................................................................................... 80
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
O termo Engenharia Legal começou a ser utilizado no ano de 1933, pelo Decreto
no 23.569, que é o documento que normatiza o exercício profissional do engenheiro.
A Engenharia Legal é o ramo da Engenharia que trabalha com a interface Direito/
Engenharia, que irá colaborar em questões legais que envolvam Engenharia/Direito.
Esse campo da Engenharia visa colaborar com juízes, advogados e quaisquer partes
envolvidas, objetivando elucidar aspectos técnicos, em geral, relativos a avaliações
imobiliárias, arbitramentos, obras irregulares, patologias construtivas, desapropriações,
impactos em vizinhanças, entre outros.
A NBR 14653-1 está relacionada à avaliação dos bens; na primeira parte, são descritos
os procedimentos gerais e nela é encontrada a definição de Engenharia Legal.
A segunda parte diz respeito aos imóveis urbanos. As outras partes da norma estão
formatadas segundo as linhas mestras e conceituais que serão expostas aqui e são muito
semelhantes às primeiras duas partes, acrescidas ou retiradas informações de acordo
com o assunto de que tratam, ou seja, suas respectivas naturezas.
Objetivos
»» Discutir sobre ética profissional.
7
»» Auxiliar na elaboração de laudos e pareceres técnicos, conforme a norma
vigente.
8
ENGENHARIA LEGAL:
ÉTICA PROFISSIONAL E Unidade I
CONCEITOS BÁSICOS
Capítulo 1
Ética profissional
Este capítulo foi escrito baseado em um texto sobre Ética Profissional do Centro para os
Estudos de Ética nos Profissionais do Illinois Institute of Techology.
Definição
Padrões profissionalmente aceitos de comportamento pessoal e
empresarial, valores e princípios orientadores. Os códigos de ética
profissional são frequentemente estabelecidos por organizações
profissionais para ajudar a orientar os membros no desempenho de
suas funções de acordo com princípios éticos sólidos e consistentes.
Figura 1.
9
UNIDADE I │ ENGENHARIA LEGAL: ÉTICA PROFISSIONAL E CONCEITOS BÁSICOS
Histórico
O termo profess significa uma declaração pública, voto ao entrar em uma ordem
religiosa. Um compromisso (votos) para servir para um bom fim.
Logo depois, por volta do século XIX, surgiram novas profissões, e as profissões antigas
passaram a ser mais estimadas, ou seja, valorizadas.
Com base nessas informações, podemos dizer que um profissional tem o objetivo de
servir a algo ou a outro indivíduo para “um bom fim”; deve ser habilidoso, ou seja, ele
deve possuir conhecimento referente àquele serviço que oferece.
Pessoa que faz uma coisa por profissão: o profissional designado pela
empresa deverá tratar deste assunto.
Grupo ocupacional
Ocupação x profissão
10
ENGENHARIA LEGAL: ÉTICA PROFISSIONAL E CONCEITOS BÁSICOS │ UNIDADE I
São estabelecidas e seguidas normas especiais pelos membros para o exercício do seu
trabalho profissional. Ao menos uma dessas normas deve ir além do que a lei, o mercado,
a moral comum (o que uma pessoa moral deve fazer) e a demanda da opinião pública.
Figura 2.
Responsa-
bilidade
Lealdade Respeito
ÉTICA
Cidadania Transparência
Integridade
11
UNIDADE I │ ENGENHARIA LEGAL: ÉTICA PROFISSIONAL E CONCEITOS BÁSICOS
O que é profissional?
Além das definições que já vimos, o profissional, depois que definimos grupo ocupacional,
é dito como um membro de um grupo ocupacional que:
Figura 4.
Fonte: Crea/Confea.
12
ENGENHARIA LEGAL: ÉTICA PROFISSIONAL E CONCEITOS BÁSICOS │ UNIDADE I
›› Empregador;
›› Clientes;
Figura 5.
Fonte: Crea/Confea.
13
UNIDADE I │ ENGENHARIA LEGAL: ÉTICA PROFISSIONAL E CONCEITOS BÁSICOS
Responsabilidade individual
Precisamos saber que um profissional não é uma mera arma contratada; possuímos
responsabilidades que estão aliadas ao conhecimento e posição. Logo, as responsabilidades
individuais podem ser listadas como:
»» Delito deliberado.
Figura 6.
Profissional ético
São listados, a seguir, alguns tópicos de como se formar ou identificar um profissional ético:
›› Códigos;
›› Educação continuada;
Guia de Conduta
Ambiente social
e econômico Dilema
Fonte: Autor.
15
CapÍtulo 2
Conceitos básicos – engenharia legal
Engenharia legal
No campo jurídico, os profissionais usam o termo engenharia para descrever certas
atividades muito específicas. Engenharia financeira, engenharia social, engenharia de
empresas são, portanto, proposições de negócios de grandes escritórios de advocacia
em todo o mundo.
16
ENGENHARIA LEGAL: ÉTICA PROFISSIONAL E CONCEITOS BÁSICOS │ UNIDADE I
Para saber um pouco mais sobre o art. 7o da Lei no 5.194/1966, acesse o link:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5194.htm.
Este texto foi traduzido e adaptado do site Monax, escrito por Nina Kilbride.
Engenharia legal
A engenharia legal garante que as informações cheguem ao lugar certo
no momento certo. A tecnologia acelera a velocidade da engenharia legal
fornecendo modelos cada vez mais confiáveis e complexos para gerenciar
informações e eventos legalmente significativos. A tecnologia jurídica pressiona
os advogados a inovar. Em The End of Law, Richard Susskind dá sua fórmula
para ganhar o concurso de tecnologia legal:
»» Evite o trabalho sob medida criando pacotes que tenham valor e que
possam ser personalizados para necessidades especializadas.
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UNIDADE I │ ENGENHARIA LEGAL: ÉTICA PROFISSIONAL E CONCEITOS BÁSICOS
Figura 8.
»» Bem: coisa que tem valor, suscetível de utilização ou que pode ser objeto
de direito, que integra o patrimônio.
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UNIDADE I │ ENGENHARIA LEGAL: ÉTICA PROFISSIONAL E CONCEITOS BÁSICOS
20
APRESENTAÇÃO DAS
NORMAS ESPECÍFICAS DA Unidade II
ABNT
CapÍtulo 1
Norma de Avaliação de Bens –
Procedimentos Gerais
As primeiras normas relacionadas à questão de avaliação data dos anos 1950, organizada
por organismos públicos e entidades privadas. O primeiro esboço de uma ABNT data de
1957, junto com outros documentos. Esse fato ocorreu devido à evolução da importância
do tema avaliação, já que aconteceu depois de uma grande explosão de obras públicas
nas grandes cidades que ocasionaram um grande número de desapropriações.
A conclusão da primeira fase de elaboração da NBR 14653 levou um pouco mais de uma
década, quando, finalmente, foi publicada sua sétima parte. Ao mesmo tempo, ocorria
a revisão da segunda parte, cuja revisão final é datada do final de 2010.
Antes do projeto ABNT NBR 14653 – Avaliação de Bens, vigoravam como referência os
seguintes textos normativos:
Nesse material será dado destaque às duas primeiras partes da norma. As outras
partes da norma estão formatadas segundo as linhas mestras e conceituais que serão
expostas aqui e são muito semelhantes às primeiras duas partes, acrescidas ou retiradas
informações de acordo com o assunto de que tratam, ou seja, suas respectivas naturezas.
Figura 9.
22
APRESENTAÇÃO DAS NORMAS ESPECÍFICAS DA ABNT │ UNIDADE II
Introdução
Essa parte da norma é responsável por servir como guia referente aos procedimentos
gerais a serem utilizados pelas outras partes. Aqui, são fixadas diretrizes referentes a:
Objetivo
Neste tópico são listados os objetivos dessa parte da NBR, que é o de fixar as diretrizes
para avaliação de bens, quanto a:
As diretrizes aqui descritas são essenciais para a realização dos procedimentos obrigatórios
para o exercício profissional. Na parte 1 dessa NBR são descritas as exigências para todas
as manifestações técnicas escritas relacionadas às atividades de engenharia de avaliações.
Referências normativas
Definições
São descritos termos que são usualmente utilizados na avaliação de bens.
›› Imóveis;
›› Máquinas;
›› Equipamentos;
›› Veículos;
›› Mobiliário e utensílios;
›› Acessórios;
›› Infraestruturas;
›› Instalações;
›› Recursos naturais;
›› Recursos ambientais;
›› Culturas agrícolas;
›› Semoventes.
›› Industrial ou rural;
›› Fundos de comércio;
›› Marcas;
›› Patentes.
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APRESENTAÇÃO DAS NORMAS ESPECÍFICAS DA ABNT │ UNIDADE II
Procedimentos de excelência
Os procedimentos que devem ser utilizados para avaliações são descritos neste item.
Eles serão mais bem explicados ao longo das unidades. São eles:
»» Quanto ao sigilo.
Atividades básicas
I. Requisição da documentação.
›› Aspectos quantitativos.
›› Aspectos qualitativos.
›› Situação mercadológica.
V. Escolha da metodologia.
›› Diagnóstico do mercado.
Metodologia aplicável
Aqui serão listadas as metodologias que podem ser utilizadas. Elas serão mais bem
explicadas ao longo do curso.
25
UNIDADE II │ APRESENTAÇÃO DAS NORMAS ESPECÍFICAS DA ABNT
›› Método involutivo.
›› Método evolutivo.
Requisitos mínimos
»» objetivo da avaliação;
»» especificação da avaliação;
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APRESENTAÇÃO DAS NORMAS ESPECÍFICAS DA ABNT │ UNIDADE II
Modalidades
Anexo A
A seguir, é apresentada a lista de leis federais, resoluções, decretos e NBRs que estão
dispostas no Anexo A da primeira parte da NBR 14653.
»» Lei Federal nº 6.404, de 15/12/1976, art. 8º, que dispõe sobre a avaliação
dos bens das sociedades por ações.
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UNIDADE II │ APRESENTAÇÃO DAS NORMAS ESPECÍFICAS DA ABNT
A ABNT NBR 14653, como já vimos, foi uma norma escrita com o objetivo de resumir
tema de Engenharia de Avaliações. Em sua primeira parte, sabemos que são descritos
os procedimentos gerais e que ela está em vigor desde 2004. Alterações sempre são
feitas nas normas, visando sua melhoria e adequação as novas realidades. A NBR 14653,
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APRESENTAÇÃO DAS NORMAS ESPECÍFICAS DA ABNT │ UNIDADE II
como muitas normas, desde que foi escrita, passou por algumas revisões, algumas
dessas mudanças que foram feitas ou estão em processo de revisão serão listadas aqui.
Foram adicionados à norma alguns conceitos referentes aos conceitos gerais como: valor,
definição de mercado, valor de mercado e particularidades do mercado imobiliário.
Foram definidos de formas diferentes os valores de mercado em: valor especial, valor
patrimonial, valor de liquidação forçada, valor em risco e valor sinérgico.
Figura 10.
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CapÍtulo 2
NBR 14.653-2: Norma de Avaliação de
Bens – Imóveis Urbanos
Introdução
Na segunda parte da NBR 14653 são detalhados os procedimentos gerais da norma
de avaliação de bens, relacionado à avaliação de imóveis urbanos, incluindo glebas
urbanizáveis, unidades padronizadas e servidões urbanas.
Imóveis urbanos
Aqui, nesta seção, veremos mais algumas informações e especificações para a preparação
de laudos de imóveis urbanos. Eles formam o conjunto de bens que exigem o maior
número de trabalhos de avaliação no País.
Por ser muito utilizado, deu-se uma maior atenção à redação do texto na norma em
relação a imóveis urbanos, por isso, como já vimos, foi a parte da norma que levou
mais tempo para ser redigida e requereu maior tempo de dedicação pela Comissão de
Estudos. São nos laudos para imóveis urbanos que ocorrem as discussões com grande
número de aspectos polêmicos.
Os três tópicos que levam ao maior número de discussões estão relacionados à aplicação
do Método Comparativo Direto de Dados de Mercado, cuja sequência a ser observada é:
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APRESENTAÇÃO DAS NORMAS ESPECÍFICAS DA ABNT │ UNIDADE II
›› Variável dependente;
›› Variáveis independentes;
Durante a confecção da norma, este tópico apresentou grande dificuldade de ser escrito,
devido à dificuldade de numa posição consensual, esse fato ocorreu nas duas versões da
norma, em razão de um grande debate entre os profissionais que defendem a superioridade
do tratamento científico e outros preferem-no pelo tratamento por fatores.
31
UNIDADE II │ APRESENTAÇÃO DAS NORMAS ESPECÍFICAS DA ABNT
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PERÍCIAS JUDICIAIS E Unidade III
AMBIENTAIS
CapÍtulo 1
Perícias judiciais e ambientais
Introdução
A expressão perícia advém do latim peritia, que, em seu sentido próprio significa
conhecimento, habilidade, saber, experiência. A perícia (habilidade, saber), na linguagem
jurídica designa diligência realizada ou executada por peritos, a fim de que se esclareçam
ou se evidenciem certos fatos. Assim, perícia é uma diligência realizada ou executada
por peritos, a fim de esclarecer ou evidenciar certos fatos objeto do litígio judicial ou por
interesse extrajudicial.
A prova pericial consiste em exame, vistoria e avaliação. Nos assuntos que envolvem
engenharia, só podem ser realizados por profissional habilitado.
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UNIDADE III │ PERÍCIAS JUDICIAIS E AMBIENTAIS
Perícias judiciais
Nas perícias judiciais são utilizados conhecimentos, meios e métodos científicos,
técnicos e profissionais para fazer conclusões profissionais sobre questões relacionadas
com casos criminais, administrativos, civis e/ou assuntos (doravante denominados
coletivamente como casos) por peritos judiciais a pedido de Agências e/ou pessoas
envolvidas no processo, com vista a servir a resolução de casos.
As competências não solicitadas pelas agências e/ou pessoas responsáveis pela condução
de procedimentos.
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PERÍCIAS JUDICIAIS E AMBIENTAIS │ UNIDADE III
O Estado:
Este texto foi retirado do site Manual de Perícias. Leia com atenção.
A perícia torna-se um dos principais atrativos aos que procuram segurança numa
atividade profissional paralela em razão de suas principais características, entre
as quais: flexibilidade de horários para executar tarefas, prazos relativamente
largos de entrega do laudo e cunho solitário da atividade, que não admite
pressões sobre o trabalho do perito – características estas pouco encontradas
em outros segmentos.
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UNIDADE III │ PERÍCIAS JUDICIAIS E AMBIENTAIS
Não há horário fixo para o trabalho, podendo ser realizado quando se dispõe
de tempo. Como a atividade não exige exclusividade, há possibilidade de o
profissional estar empregado ou ter outras atividades e realizar perícias durante
seu tempo disponível. Por outro lado, o caráter da função e a importância que a
reveste provocam interesse e honram o profissional nomeado perito, tornado a
ocupação incomum.
A perícia civil tem seus fundamentos ditados pela Lei Federal no 13.105, de 16/3/2015,
denominada Código de Processo Civil, ou CPC. O CPC tem sua vigência a partir de 17/6/2016.
36
PERÍCIAS JUDICIAIS E AMBIENTAIS │ UNIDADE III
É fundamental, sim, possuir uma boa formação técnica, pois a realização de perícias
é uma atividade complexa, que exige do profissional conhecimento especializado
para cada tipo de ação, juntamente com o conhecimento de legislações, normas e
diretrizes técnicas.
É comum que alguns profissionais que desejem atuar como peritos judiciais procurem
juízes nos fóruns, demonstrando o seu interesse. Mas não é o bastante, a função de
perito judicial é um cargo de confiança e, por isso, os juízes só nomearão aqueles
profissionais que lhes passem segurança, experiência e conhecimento. Por esse motivo,
o perito judicial deve apresentar uma boa conduta, educação e bons costumes, além de
possuir muito conhecimento sobre o tema que irá tratar em sua perícia, já que possui
a finalidade de apresentar ao juiz, da maneira mais clara e precisa possível, sua análise
técnica para diminuir ou sanar as dúvidas e divergências existentes na ação em curso.
37
UNIDADE III │ PERÍCIAS JUDICIAIS E AMBIENTAIS
Como agravante, a redução dos honorários, por vezes, inviabiliza a própria perícia,
já que mal se conseguirá cobrir as despesas indiretas e diretas necessárias para
sua realização, como, por exemplo, quando existem levantamentos topográficos,
mesmo simples e outros serviços técnicos específicos, alongando ainda os prazos
processuais e obrigando os juízes à nomeação de outros profissionais, até que
algum incauto aceite o encargo. A situação se agravou com a entrada em vigor
do novo CPC, que possui artigos em visível prejuízo aos peritos e à competência
necessária dos profissionais que atuam na função de perito judicial.
Figura 11.
38
PERÍCIAS JUDICIAIS E AMBIENTAIS │ UNIDADE III
Perícias ambientais
A perícia ambiental é a determinação de conformidade de documentos e/ou documentação
que justifiquem as atividades econômicas e outras projetadas relacionadas à realização
do objeto da perícia ambiental, com os requisitos ecológicos, previstos nos regulamentos
técnicos e legislação de proteção ambiental para evitar o impacto negativo dessa
atividade no ambiente.
Figura 12.
39
UNIDADE III │ PERÍCIAS JUDICIAIS E AMBIENTAIS
Figura 13.
40
ELABORAÇÃO DE
LAUDOS E PARECERES Unidade IV
TÉCNICOS
Na Unidade 2 foram apresentadas as normas técnicas utilizadas para a Avaliação de
Bens. Estudamos aqui as duas primeiras partes da NBR 14653. Agora, estamos aptos
a elaborar um laudo e/ou parecer técnico para avaliação de bens. Para isso, alguns
tópicos dessas duas partes da norma serão destacados (algumas variações e ajustes
específicos podem ser realizados).
Figura 14.
41
CapÍtulo 1
Elaboração de laudos e pareceres
técnicos
De modo geral, quando alguém está insatisfeito com uma situação, por exemplo, um
novo sistema de instalação de aquecimento central não está funcionando corretamente,
ele quer um especialista para lhe dizer o porquê e o que pode fazer sobre isso e,
possivelmente, até mesmo se é susceptível de obter compensação. Um relatório dessa
natureza é o que se chama um “Relatório Consultivo”. Não é preparado com vista a usá-
lo em tribunal ou arbitragem. Dito de outra forma, ele permite que alguém decida o que
pode fazer e ajuda a decidir que ação tomar.
Se for decidido que uma ação legal deve ser tomada para “corrigir o erro” ou para pedir
compensação (danos), as chances são de que um perito será obrigado a prestar provas.
Antes que isso possa acontecer, o especialista será obrigado a produzir um relatório
especializado, denominado Laudo ou Parecer Técnico.
42
ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
Figura 15.
CPR também deixa bem claro que o dever supremo do perito é para o
tribunal não para a parte que nomeia ou paga o perito.
43
UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS
›› Requisição de documentação;
›› Conhecimento da documentação;
›› Coleta de dados:
·· Aspectos quantitativos;
·· Aspectos qualitativos;
·· Situação mercadológica.
·· Escolha da metodologia;
·· Conhecimento da documentação;
Figura 16.
Metodologia aplicável
A metodologia escolhida deve ser compatível com a natureza do bem avaliando, a
finalidade da avaliação e os dados de mercado disponíveis. Para a identificação do valor
de mercado, sempre que possível, preferir o método comparativo de dados de mercado.
45
UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS
Está relacionado de forma direta com o prazo demandado; com os recursos despendidos, e
com a disponibilidade de dados de mercado e da natureza do tratamento a ser empregado.
Como vimos, o valor de mercado do bem é a identificação do valor de mercado que deve
ser realizado por meio de uma metodologia que se encaixe de melhor maneira ao mercado
de inserção do bem e segundo o tratamento de dados de mercado, o que garante:
Para o diagnóstico do mercado o avaliador deve analisar o mercado em que está inserido
o bem, avaliando de forma a descrever no laudo a liquidez desse bem e, tanto quanto
possível, relatar a estrutura, a conduta e o desempenho do mercado.
46
ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
Esse tipo de comportamento deixa o avaliador livre para continuar ou não a fazer o
laudo. Se optar em fazer, deve deixar de maneira concisa esse detalhe, além de descrever
as possíveis limitações para conclusão do laudo.
Figura 17.
Identificação e caracterização do
imóvel avaliado
Nada pode ser realizado antes da vistoria; esta é realizada pelo profissional de avaliações,
pelo engenheiro ou pelo técnico, todos validados pelos órgãos como Crea etc.
Diagnóstico de mercado
O avaliador, após identificar o objetivo da avaliação e sua finalidade, tem que se inteirar
do mercado em que está inserido o bem avaliado, demonstrando a liquidez dele; deve
fazer um esforço para que todas as nuances do mercado sejam expostas, sua estrutura,
conduta e o desempenho do mercado local.
47
UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS
Alguns autores acreditam que para que os aspectos críticos da estrutura do mercado
sejam estudados, alguns pontos devem ser os principais, são eles:
Figura 18.
A disposição natural do mercado deve ser levada a sério; o interesse em observar como o
mercado se comporta, quanto de sucesso o vendedor tem, tipo, suas percentagens anuais
e semestrais, qual o grau de satisfação dos compradores, qual o tipo e empreendimento
que mais tem resultado, qual a vocação local, se está bem definida ou não, sua capacidade
de gerar frutos é alta, ou está em transição.
fato comporta, ou seria necessário para uma rentabilidade maior uma revisão desses
dados, quais locais dentro da mesma região atingiram maior fama em relação ao sucesso
em deixar os compradores satisfeitos e trabalhar essa tendência nas outras microáreas.
Os tipos de bens que estão sendo oferecidos para povoar a região está dentro do interesse
regional, quanto à infraestrutura local, qual o tipo, como está dividida, estruturada,
qual a posição do Poder Público local em relação ao avanço, estão sendo oferecidos
de fato equipamentos urbanos suficientes e na qualidade da ocupação do solo, ou,
ainda, está em expansão, qual o grau de relação entre os vendedores e o Poder Público
local, quanto a sua legislação séria, mas flexível, ou rígida e, por isso, enfrenta grandes
problemas na manutenção do interesse dos compradores.
Figura 19.
A norma NBR 14653/1:2001 destaca que sempre que os dados forem suficientes, é desejoso
que se use o método comparativo de dados do mercado, por sua finalidade e didática.
Toda a metodologia aplicada deve estar de acordo com as exigências normativas, observar
49
UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS
»» Involutivo.
»» Evolutivo.
»» Capitalização da renda.
»» Quantificação de custo.
Métodos e maneiras para distinguir o guia do mercado, seus índices de viabilidade quanto
à valorização econômica de um empreendimento.
A Norma NBR 14653/2 define que os laudos devem ter classificações quanto ao grau de
fundamentação e precisão, quando forem utilizados os modelos de regressão linear contidos
na norma para direcionar as avaliações. Segue tabela contida na norma (Tabela 1).
As observações normativas dizem que para o grau III é exigido que se apresente o laudo
da modalidade completa:
»» Discussão do modelo.
50
ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
Tabela 1. Enquadramento dos laudos segundo seu grau de fundamentação no caso de utilização de modelos
de regressão linear.
Graus III II I
Pontos Mínimos 18 11 7
Itens obrigatórios no grau 3, 5, 6 e 7, com os demais, no 3, 5, 6 e 7, no mínimo no
Todos, no mínimo no grau I
correspondente mínimo no grau II grau II
Tabela 2. Grau de precisão da estimativa de valor nos casos de utilização de modelos de regressão linear ou do
tratamento por fatores.
Grau
Descrição
III II I
Amplitude do intervalo de confiança de 80% em torno do valor central da estimativa ≤30% 30%-50% >50%
Graus de fundamentação
Se um trabalho elaborado está escrito de acordo a Norma ABNT 14653:2, eles serão
chamados Laudos de Avaliação. O grau de fundamentação atingido deve ser
explicitado no corpo do laudo. Vimos no tópico anterior um pouco desses graus de
fundamentação, como fazer um enquadramento integral, entres outras coisas. Veremos,
agora, outros casos e especificações presentes na Norma.
Em alguns casos, o grau mínimo I não é conseguido, então se deve indicar e justificar os
itens das Tabelas de especificação que não puderam ser atendidos e os procedimentos
utilizados na identificação do valor.
Tabela 3.
Grau
Item Descrição
III II I
Caracterização do imóvel Completa quanto a todas Completa quanto a todas as Adoção de situação paradigma.
1
avaliando as variáveis analisadas. variáveis utilizadas no modelo.
6 (k+1), onde o k é
Quantidade mínima de dados de 4 (k+1), onde o k é o número 3 (k+1), onde o k é o número
2 o número de variáveis
mercado efetivamente utilizados de variáveis independentes. de variáveis independentes.
independentes.
Apresentação de
informações relativas a
Apresentação de informações Apresentação de informações
todos os dados variáveis
Identificação dos dados de relativas a todos os dados relativas a todos os dados
3 analisados na modelagem,
mercado variáveis analisados na variáveis efetivamente utilizados
com foto e características
modelagem. no modelo.
conferidas pelo autor do
laudo.
Admitida para apenas uma Admitida, desde que:
variável, desde que:
a) as medidas das características
a) as medidas das características do imóvel avaliado não sejam
do imóvel avaliando não sejam superiores a 100% do limite
superiores a 100% do limite amostral superior, nem inferiores
amostral superior, nem inferiores, à metade do limite amostral
4 Extrapolação Não admitida á metade do limite amostral inferior;
inferior;
b) O valor estimado não
b) o valor estimado não ultrapasse 20% do valor
ultrapasse 15% do valor calculado no limite da
calculado no limite da fronteira fronteira amostral, para as
amostral, para a referida variável, referidas variáveis, de per si
em módulo. simultaneamente, em módulo.
Nível de significância α
(somatório do valor das duas
5 caudas) máximo para a rejeição 10% 20% 30%
da hipótese nula de cada
regressor (teste bicaudal).
Nível de significância máxima
admitido para a rejeição da
6 1% 5% 10%
hipótese nula do modelo por
meio do teste F de Snedecor.
52
ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
Segundo a NBR 14653:1, para os laudos de uso restrito, se pode dispensar especificação,
que esteja em comum acordo entre as partes.
II. É autorizado realizar alguns ajustes prévios nos atributos dos dados de
mercado, sem que ocorra prejuízo do grau de fundamentação, mas isso
só ocorre se há uma correta e devida justificativa do que foi realizado, em
casos como:
»» Será atribuído o Grau III para os itens 6 e 7, por ser nulo o modelo de
regressão.
Tabela 4. Enquadramento do laudo segundo seu grau de fundamentação no caso de utilização de modelos de
regressão linear.
Graus III II I
Pontos Mínimos 16 10 6
Itens 2, 4, 5 e 6, no mínimo
Itens 2, 4, 5 e 6 no grau III, com
Itens obrigatórios no grau II, com os demais no Todos, no mínimo no grau I
os demais no mínimo no grau II
mínimo no grau I
Grau
Item Descrição
III II I
Completa quanto a todos
Completa quanto a todos Adoção de situação
1 Caracterização do imóvel avaliado os fatores utilizados no
os fatores analisados. paradigma.
tratamento.
Quantidade mínima de dados de
2 12 5 3
mercado efetivamente.
Apresentação de
Apresentação de
informações reativas a Apresentação de
informações relativas a todas
Identificação dos dados de todas as características dos informações relativas a
3 as características dos dados
mercado. dados analisadas, com foto todas as características dos
correspondentes aos fatores
e características conferidas dados analisadas.
utilizados.
pelo autor do laudo.
Intervalo admissível de ajuste para o
4 0,80 a 1,25 0,50 a 2,00 0,40 a 2,50a
conjunto de fatores.
No caso de utilização de menos de cinco dados de mercado, o intervalo admissível de ajuste é de 0,80 a 1,25, pois é desejável que, com um
número menor de dados de mercado, a amostra seja menos heterogênea.
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
Tabela 6. Enquadramento do laudo segundo seu grau de fundamentação no caso de utilização de tratamento
por fatores.
Graus III II I
Pontos Mínimos 13 8 5
Itens 2, 4 e 5, no mínimo no
Itens 2, 4 e 5 no grau III, com
Itens obrigatórios grau II, com os demais, no Todos, no mínimo no grau I
os demais, no mínimo no grau II
mínimo no grau I
Tabela 7. Grau de precisão da estimativa de valor nos casos de utilização de modelos de regressão linear ou do
tratamento por fatores.
Grau
Descrição
III II I
Amplitude do intervalo de confiança de 80% em torno do valor central da
≤30% 30%-50% >50%
estimativa
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UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS
Tabela 8. Grau de especificação geral avaliação pelo método comparativo direto de dados de mercado
(modelos de regressão linear e tratamento por fatores).
Grau de precisão
I
II III
I I I I
Grau de Fundamentação II II II II
II II III III
Fonte: NBR 14653/2.
Todos os conceitos aqui listados podem ser utilizados para as outras partes da norma,
fazendo-se as adaptações pertinentes.
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›› Oferta/venda.
›› Esquina.
›› Ocupação.
›› Elevador.
›› Garagem etc.
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›› Conceitos científicos.
›› População.
›› Amostra.
›› Parâmetros.
›› Estimador.
›› Estimação.
›› Estimativa.
Figura 20.
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
Ainda que todo modelo seja uma representação simplista do mercado, porque não
consegue absorver todas as informações.
Com isso, é justo todo tipo de cuidados científicos à pesquisa na sua elaboração,
inicialmente na preparação da pesquisa e todo o levantamento documental, bibliografias
gerando dados brutos e dando embasamento às informações, esse cuidado deve ser
levado para o trabalho de campo (análise quantitativa e qualitativa dos dados para
definição da amostra), até o resultado final do trabalho de avaliação de um imóvel.
É imprescindível a busca exaustiva da confiabilidade de dados.
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Graficamente também os cuidados devem ser observados para serem tomados de maneira
que as demonstrações gráficas de preços versus valores estimados por determinação
do modelo escolhido deve ser apresentado no laudo, como é prerrogativa da norma,
identificando a proximidade dos pontos em relação à bissetriz do primeiro quadrante,
também pede que os modelos previamente escolhidos devam ser testados e julgados para
atender ao comportamento do mercado. Se for utilizar os modelos de regressão linear, a
Norma NBR 14653/2: 2004 exige que o Anexo A seja levado em conta.
O resultado da avaliação deve estar de acordo com o que está prescrito na Norma NBR
14653, como também se deve colocar de maneira clara a data em que foi solicitada.
O engenheiro avaliado é um profissional qualificado e registrado no Conselho Regional
de Engenharia e Arquitetura (Crea), sendo responsável pela avaliação, deve previamente
demonstrar essa qualificação legal completa, e anexar a anotação de responsabilidade
técnica (ART), referente ao trabalho realizado e assinando o laudo de avaliação.
Figura 21.
No próximo item é possível observar um modelo de laudo que pode ser utilizado como
base, ele está disponível em: http://www.isaacdecristo.com.br/downloads/construcao/
laudo_avaliacao_imovel.pdf.
1. SOLICITANTE:
(Citar solicitante)
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
2. PROPRIETÁRIO:
3. OBJETO DA AVALIAÇÃO:
(Descrever sucintamente o bem, visando identificar prontamente o imóvel, incluindo endereço completo e CEP)
(Indicar, se for o caso, o ocupante do imóvel e o tipo de ocupação: imóvel próprio, locação, invasão e outros)
De mercado
(Atender ao disposto no item 7.3 da NBR 14.653-1, relatar a vistoria ao bem avaliando e o contexto imobiliário a que pertence.
Valer-se de anexo, em caso de grande volume de informações, citando neste campo o número do referido anexo).
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8. DIAGNÓSTICO DO MERCADO:
(Retratar, conforme item 7.7.2 da NBR 14.653-1, a expectativa do avaliador em relação ao desempenho do avaliando no mer-
cado, completando elementos auxiliares à finalidade do Laudo, tais como: conveniência de lotear ou remembrar áreas/formas
de pagamento/permutas/ reformas/ carências em locações/ sugestões para marketing.)
Sem prejuízo das informações relevantes, o avaliador deve classificar o imóvel quanto à:
(Valer-se de anexo em caso de grande volume de informação, citando neste campo o número do referido anexo.)
(Indicar a(s) metodologia(s) empregada(s) conforme disposto no item 8.2 da NBR 14.653-2, justificando sucintamente sua
utilização e atentando para as denominações abaixo)
Tratamento de Dados:
Tipo de Tratamento:
(Explicitar os cálculos efetuados, o campo de arbítrio, se for o caso, e justificativas para o resultado adotado. Valer-se de anexo
em caso de grande volume de informações, indicando-o neste campo)
(Indicar e justificar a categoria em que se enquadra o laudo, segundo a classificação da Norma NBR 14.653-2 da ABNT, quanto
aos graus de fundamentação e precisão).
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
Valor de Mercado:
R$:______________________, (_________________________________________)
(Informações relevantes, tais como: alerta sobre dívidas, ônus, gravames, invasões, posseiros, benfeitorias não averbadas,
riscos de inundação, restrições de órgãos de proteção ambiental ou concessionárias de energia elétrica e telecomunicações,
projeto de desapropriação, patrimônio histórico, pioneirismo do empreendimento, obsoletismo. Indicar documentos não ane-
xados, que também subsidiaram o trabalho).
(Deverá conter: nomes, assinatura, títulos, número de CPF/CGC e do registro no Crea do (s) profissional(is)/empresa(s)
responsável(is) e técnico(s), número da ART referente ao trabalho)
16. ANEXOS:
b) Fotografias coloridas do avaliando, que permitam pronta identificação do bem, destacando em especial fachadas e
interior do imóvel, logradouro e vizinhança;
f) Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) dos trabalhos junto ao Crea (via do contratante);
i) Tratamento de dados;
j) Memorial de cálculos;
l) Foto colorida de cada elemento da amostra (justificar quando não for possível.)
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CapÍtulo 2
Principais patologias encontradas
em edificações
Neste capítulo faremos um breve resumo das principais patologias encontradas nas
edificações. Serão aqui descritas breves definições, principais causas e utilizadas algumas
figuras para exemplificar. Este é um capitulo introdutório para ajudar na identificação
e consulta mais rápidas sobre as patologias. Isso se deve ao fato de que teremos uma
disciplina voltada para o desempenho e patologias das edificações, que tratá a abordagem
de forma muito mais aprofundada.
Introdução
Na construção civil o concreto armado ou protendido é possivelmente o material mais
utilizado no mundo, mas diversos fatores podem levar à sua deterioração ao longo
dos anos, devido a vários motivos. Dentre esses, as principais causas de degradação
da matriz cimentícia do concreto são a carbonatação, reação álcalis-agregado,
bioterioração, corrosão das armaduras, ataque por ácidos, ataque por sulfatos, hidrólise
dos componentes da pasta, além do desgaste da superfície e da ação de outros agentes
físicos como a fissuração e a exposição de extremos de temperatura.
Rachaduras Fissuras
Infiltrações Lixiviação
Fonte: Autor.
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
É importante, durante as vistorias, além dos aspectos visuais nas edificações, observar
o ambiente no qual elas estão inseridas, aspectos de projeto, entre outros, pois serão
muito importantes no entendimento do motivo de aparecimento das patologias.
Tipos de patologia
No Quadro 1 são destacados os principais mecanismos de deteorização, seus principais
sintomas, as situações típicas de ocorrência, mecanismos de formação e algumas ações
preventivas que podem ser realizadas para evitá-las.
Mecanismos
Situações
Origem de Sintoma Mecanismo de formação Ações preventivas
típicas
deterioração
Percolação de »» Baixa relação água/cimento;
Dissolução dos compostos da
água em concretos
Lixiviação Eflorescência pasta de cimento por águas puras, »» Tratamento de fissura;
fissurados ou com
carbônicas ou ácidas.
alta permeabilidade. »» Tratamento superficial.
»» Expansão pela reação dos
Tubulação de sulfatos com os aluminatos e o
esgotos, blocos Ca(OH)2 presentes no concreto, »» Baixa relação água/cimento;
Fissuração e
Ataque por de fundação, com formação da etringita;
perda de massa »» Emprego de cimento resistente
sulfatos elementos em
(resistência) »» Perda progressiva de resistência a sulfato.
contato com solo
Concreto contaminado. pela decomposição do C-S-H
devido à formação da gipsita.
»» Emprego de agregado não
Reação química entre a sílica do reativo ou agregado ou cimento
Barragens, blocos agregado, com íons alcalinos do com baixo teor de álcalis;
Reação ácali Expansão e
de fundação cimento e íons hidroxila, formando
agregados fissuração »» Controle do acesso de água;
(ambientes úmidos) gel expansivo que circula o
agregado em presença de água. »» Cimento com escória ou
pozolana (pouco reativos).
Reação superficial Manchamento Oxidação de produtos ferruginosos »» Emprego de agregados não
Superfícies úmidas
dos agregados superficial presentes nos agregados, deletérios,
»» Perda progressiva da
Peças de concreto alcalinidade pela carbonatação:
armado sujeitas a redução do pH do concreto e
Expansão, »» Baixa relação água/cimento;
Corrosão de agentes agressivos despassivação da armadura;
Armadura fissuração e »» Aumento da espessura de
armaduras. – formação de »» Ataque por íons cloreto:
lascamentos. cobrimento.
célula de corrosão penetração de cloreto por
eletroquímica. difusão até atingir a armadura,
tornando-a passível de oxidação.
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UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS
Mecanismos
Situações
Origem de Sintoma Mecanismo de formação Ações preventivas
típicas
deterioração
Comprometimento da capacidade
Pilares em resistente devido a choques,
Ações Previsão das ações em projeto,
Fissuras, lascas. garagens, guarda- impactos, recalque diferencial das
mecânicas. quando possível.
corpos etc. fundações, acidentes, incêndios,
sismos, inundações.
»» Cimento com baixo calor de
hidratação;
Devido ao calor gerado na
Fissuras verticais hidratação do cimento, o concreto »» Baixo consumo de cimento;
Concreto massa:
em contato aumenta de volume e , após o
Estrutura Dilatação barragens, blocos »» Redução da restrição imposta
com o elemento resfriamento, contrai, ocasionando
térmica. de fundação de pela base;
que restringe a esforços de tração caso o
grandes volumes.
contração. movimento seja restringido pela »» Concretagem em camadas;
base.
»» Redução da temperatura (pré e/
ou pós-resfriamento).
Fissuras geradas pelo esforço de »» Redução no consumo de cimento;
Pavimentos,
Retração tração, provocado, na peça, nas
Fissuras. grandes lajes, »» Cura adequada;
hidráulica. primeiras idades, devido à perda
argamassas.
prematura de água. »» Controle da ventilação.
Patologias no concreto/estrutura
Neste tópico veremos um pouco sobre algumas das principais patologias encontradas
nas edificações. Será aqui dada uma breve definição de cada uma delas e mostradas
figuras que as apresentam e identificam.
Lixiviação/eflorescência
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
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UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS
Desaprumo em pilar
Embarrigamento de viga
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
Segregação do concreto
É a segregação do concreto fresco de tal forma que a sua distribuição deixa de ser uniforme,
comprometendo sua compactação, essencial para atingir o potencial máximo de
resistência e durabilidade.
Fissuração
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UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
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UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS
Infiltrações
As infiltrações são os danos mais comuns nas construções e podem ser encontradas nas
mais variadas edificações.
Figura 39. Infiltração grave, onde a armadura está exposta e sujeita aos fatores ambientais.
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
Figura 41. As rachaduras colaboram para as infiltrações, pois, nesses casos com a gravidade as águas que
escorrem de chuvas, podem entrar e danificar o interior da estrutura.
Figura 42. Infiltração em um estado mais avançado, onde a água encontra-se percolada em um ponto crítico
de infiltração.
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UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS
Ações de carbonatação
Processo muito comum em estacionamentos, em que o concreto está muito exposto aos
gases como CO2 e CO. Além da formação do carbonato de cálcio (CaCO3), a diminuição
do pH favorece o processo de corrosão nas armaduras.
Fonte: Autor.
A corrosão da armadura, devido à ação de cloretos, é apontada por muitos autores como
uma das mais sérias patologias sofridas por esse material (HELENE, 1986). Os íons de
cloreto destroem a película passivante da armadura (agindo na fase de iniciação do
processo corrosivo) e também atua no aceleramento da corrosão.
Os sulfatos podem estar dissolvidos em água, nos agregados, nos esgotos, no solo
ou em algumas adições/aditivos, sendo que as principais consequências do ataque
por sulfato é a formação de etringita tardia (trissulfoaluminato de cálcio hidratado,
6CaO·Al2O3·3CaSO4·32H2O) e a formação da gipsita (sulfato de cálcio dihidratado,
CaSO4·2H2O). A etringita formada sofre um acréscimo de volume e devido a esse
efeito surgem fissuras no concreto, já a formação da gipsita pode provocar o aumento
de porosidade e perda de resistência do concreto.
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
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UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS
Fonte: Autor.
Reação álcali-agregado
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
Patologias na armadura
Corrosão
Figura 48. Corrosão das armaduras na base do pilar: alta densidade de armadura com cobrimento insuficiente
provocando corrosão generalizada e expansão da seção das armaduras com posterior rompimento dos estribos.
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UNIDADE IV │ ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS
Figura 50. Corrosão das armaduras em laje: laje executada sem o mínimo de cobrimento para proteção da
armadura que coincidiu com as juntas das fôrmas provocando corrosão generalizada e expansão da seção das
armaduras.
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES TÉCNICOS │ UNIDADE IV
Figura 52. Corrosão das armaduras: aderência entre o Figura 53. Corrosão das armaduras: redução da
aço e o concreto. área da seção transversal das barras de armadura.
Figura 54. Corrosão das armaduras: desenvolvimento de tensões de tração, fissuração e desplacamento.
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Referências
CRISTO, Isaac de. 9.6. Modelo de laudo/ parecer técnico de avaliação para
imóveis urbanos e bens móveis. 2017. Disponível em: <http://www.isaacdecristo.
com.br/downloads/construcao/laudo_avaliacao_imovel.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2017.
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Referências
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Referências
sessao/5/id_noticia/10361/Perícias-judiciais-–-a-importância-do-perito-judicial->.
Acesso em: 2 fev. 2017.
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